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1
Andrea de Macedo Davis
2
Agradecimentos
3
Dedicatória
Dedico esse trabalho a todas as
crianças com deficiência física, e que
com este, educadores passem a olhá-
las com respeito e admiração.
4
Resumo:
5
Abstract:
6
Sumário:
Introdução_____________________________________________ 01
4. A escola inclusiva____________________________________ 30
6. Considerações finais__________________________________ 47
Referencias bibliográficas________________________________ 48
Anexo_________________________________________________ 50
Apêndice______________________________________________ 52
7
Introdução
1
Atualmente Ensino Fundamental 1
8
pelo que me lembro, tinha uma proposta sócio-interacionista de
educação, pois a alfabetização era construída a partir da vivência dos
alunos e da relação social que desenvolviam entre si. Por esse motivo
as carteiras eram dispostas em um grande circulo do qual a professora
também fazia parte. As salas de aula não tinham paredes, possibilitando
que as diversas séries interagissem. Mesmo com uma proposta tão
inovadora e interessante, a escola ainda era muito nova e não tinha
estrutura para receber uma aluna com uma deficiência visual tão
acentuada. Ou seja, não estavam prontos para a inclusão, pois ainda
naquela época, não havia a preocupação em envolver alunos com
deficiências físicas em escolas não especializadas na área. Portanto
não consegui acompanhar o processo educativo, não me alfabetizando.
A segunda e a terceira série eu cursei em mais uma escola
particular. Lembro-me que essa escola era bem diferente da primeira,
pois as carteiras eram uma atrás da outra com lugar marcado, um tanto
tradicional. A alfabetização era por meio de cartilhas e do método
fonético. Essa escola também não estava muito preocupada em
oferecer assistência para minhas dificuldades, pois me lembro que tinha
que seguir a professora com a carteira de um lado para outro, para que
pudesse copiar o que ela escrevia na lousa. Para que eu pudesse ler os
livros dados pela escola minha mãe e minha avó, aumentavam todos os
materiais, à mão, inclusive o dicionário.
A quarta série eu estudei mais uma vez em uma escola particular,
em qual também não tive nenhum suporte de inclusão, por isso acabei
saindo no ano seguinte.
O quinto e sexto ano do primeiro grau eu cursei em uma escola
municipal em Extrema, Minas Gerais. Tenho poucas lembranças desses
anos, mas sei que também não tive nenhum apoio acadêmico.
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A sétima e a oitava série eu voltei para São Paulo e ingressei em
uma escola particular de freiras. Uma escola mista que seguia os
modelos tradicionais. Os professores eram autoritários e lecionavam em
cima de tablados. O método de avaliação se dava por meio de
observação do comportamento do aluno em sala de aula e de nota das
provas. Foi nessa escola que, pela primeira vez na minha história
acadêmica, me ofereceram copias ampliadas das provas e exercícios
dados em sala de aula além de me dispensarem das aulas de Educação
Física. Eu sempre me sentia muito mal e envergonhada de ter que
participar dos jogos sem poder enxergar a bola. No entanto, hoje sei que
me excluir das aulas não foi a melhor atitude, pois eu poderia jogar
tranquilamente em uma quadra coberta. Mas na época, me senti aliviada
por não precisar expor minhas dificuldades. Compreendo que queriam
me ajudar, porém não sabiam ainda como lidar com uma aluna com
necessidades especiais. Lembro-me também que sofri muito
preconceito por parte dos colegas e como os professores não souberam
lidar com a situação, acabaram promovendo uma exclusão.
Durante o segundo grau (o colegial), eu troquei mais uma vez de
escola. Fui estudar em outra particular que não tinha idéia de como lidar
com alunos que estivessem fora do padrão do “aluno perfeito”. As
classes eram muito grandes, os alunos eram meros números e o
conteúdo era simplesmente despejado, de maneira que não tinha
espaço para discussão ou expressões de opinião diversa ao que estava
sendo imposto. Portanto, não tive como me adaptar àquele sistema
educacional. Lembro-me ainda que minha mãe “comprou” a maior briga
por terem simplesmente ignorado minhas dificuldades e por me taxarem
como “incapaz e anormal”.
No segundo ano do segundo grau minha mãe mudou-se com as
três filhas para Ithaca, Nova York, nos Estados Unidos. Foi lá que eu
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compreendi e descobri todos os meus direitos como deficiente visual.
Mesmo sendo brasileira e não sendo residente americana, fui aceita na
escola pública, onde tive todo o suporte e assistência de que precisava
e às vezes até, do que não precisava. Tinha uma pessoa que me
acompanhava em todas as aulas e anotava tudo que estava na lousa.
Recebia todos os exercícios e provas ampliados e ainda tinha uma
terapeuta ocupacional que acompanhava meu desenvolvimento
acadêmico e emocional. Não senti nenhum tipo de discriminação nesta
escola (diferente do que sempre enfrentei em todas outras pelas quais
passei). Além de mim havia outros alunos com outras dificuldades:
deficientes auditivos, físicos, etc. Foi a primeira vez que me senti bem
ao freqüentar uma escola, mesmo sem falar qualquer palavra de inglês
e de estar em uma cultura completamente diferente da minha.
Decidi sobre o que iria estudar a partir daquele ano: Terapia
Ocupacional para poder desenvolver a inclusão em escolas infantis no
Brasil. Quando voltei para São Paulo compreendi que como terapeuta
ocupacional não poderia trabalhar em escolas, pois estas ainda não
viam tal assistência como necessária. Por isso iniciei na pedagogia pois,
como professora poderia trazer para as crianças com deficiência física o
conforto e aceitação que não tive. Foi por meio de minhas experiências
em tantas escolas que percebi o quanto poderia contribuir para essa
sociedade, ainda, tão preconceituosa e despreparada.
Acredito assim, que como deficiente visual, possa auxiliar as
escolas no significado da inclusão e o respeito aos deficientes, e lutar
pelos direitos que têm de estudar e fazer parte de uma sociedade de
maneira digna, do mesmo modo que qualquer outra pessoa.
Este projeto tem em vista desenvolver uma pesquisa qualitativa de
abordagem participante, que responda à seguinte pergunta:
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Como a escola de educação infantil tem atuado para incluir a
criança com necessidade especial de modo que ela possa aprender os
conteúdos escolares e seus colegas possam desenvolver atitudes livres
do preconceito?
Acredito que minhas vivências levam a uma hipótese relacionada à
atitude das escolas/professores para com alunos com deficiência física.
Creio que, quando a professora lida com o aluno portador de
necessidade especial com respeito, naturalidade e espontaneidade:
· Cria um ambiente sem preconceitos por parte dos colegas da
criança, sujeito do processo de inclusão;
· Favorece aprendizagem dessa criança;
· Propicia o conhecimento dela por parte dos colegas;
Destas hipóteses desdobram-se duas necessidades relativas à:
infra-estrutura material da escola (instrumentos, adequação física do
ambiente, etc.); e recursos humanos teórico/metodologicamente bem
preparados (especialistas de determinadas deficiências para assessorar
o professor de classe e quando necessárias a própria criança).
Tais hipóteses – atitude inclusiva do professor e necessidade da
escola de possuir recursos material e humano – devem visar o
favorecimento da autonomia e bem estar do aluno com necessidade
especial.
Tenho, nesta pesquisa, como objetivo geral, compreender o
significado teórico da inclusão e como este repercute em uma escola
particular, em sua estrutura física e atitude educacional de seus
profissionais.
Como objetivos específicos elegi:
1- Aprofundar teóricamente o significado da temática inclusão.
2-Analisar como o processo de inclusão ocorre em uma escola de
educação infantil.
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3-Descrever a estrutura ambiental da escola de educação infantil
tendo como parâmetro a inclusão de alunos com deficiência física,
4-Verificar se as ações pedagógicas desenvolvidas pelos
educadores favorecem o aluno com deficiência física promovendo sua
inclusão,
5-Descrever as ações pedagógicas que efetivamente conclamam
às demais crianças a desenvolverem atitudes e comportamentos
favorecedores da inclusão do colega,
6-Verificar se o processo de inclusão se dá em parceria entre a
escola e a família de modo que ambas as instituições possam oferecer
recursos para suprir todas as necessidades da criança a ser incluída.
Acredito que por meio desse estudo poderei oferecer às escolas
de educação infantil instrumentos e idéias de como um aluno deve ser
incluído, de modo que ele possa se desenvolver e aprender juntamente
com os demais de maneira saudável e produtiva para seus
semelhantes.
Esse projeto é organizado em cinco capítulos: O primeiro descreve
o que é inclusão, suas leis, de onde surgiu, e qual seu papel na
sociedade de hoje;
O segundo descreve os conceitos de semelhanças e diferenças e
os valores que podem ser desenvolvidos por meio de seus significados.
Ainda neste capítulo sintetizam-se algumas categorias de deficiências.
Ao relatar a importância da Educação Infantil para o
desenvolvimento humano, no terceiro capítulo é apresentada a
necessidade da inclusão nos primeiros anos de vida da criança,
portadora de deficiência física, ou não.
Descreve-se, no quarto capítulo, como uma escola inclusiva deve
se estruturar para que o processo acadêmico, inclusivo e social ocorra
de maneira produtiva e positiva para todas as crianças. Como peça
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fundamental para a escola inclusiva a formação do professor e suas
qualificações são indispensáveis para que saiba com lidar com as
diferenças.
No quinto capitulo são apresentadas as observações feitas em
uma escola particular de alto nível econômico/social pelas quais se
verifica sua adequação ao processo de inclusão. Neste capítulo é
descrito também dois relatos de crianças com deficiência auditiva e
física, desta mesma escola.
14
1 Inclusão: seu significado, sua história
15
com as outras crianças. Foi então que pais e crianças de países mais
desenvolvidos começaram a buscar o direito de educação especial
inserido no ensino comum. Decorrente disso surgiu na década de 50,
classes especiais nas escolas públicas de ensino regular para as
crianças que apresentavam algum tipo de dificuldade de aprendizagem.
Esse movimento foi chamado de Agregação.
A Educação Inclusiva teve início nos Estados Unidos por meio da
Lei Pública 94.142, de 1975 que já se encontra em andamento há duas
décadas desde sua implementação.
Por todo o país há estabelecimento de programas e projetos
direcionados à Educação Inclusiva:
· O departamento de Educação do Estado da Califórnia deu inicio a
uma política de suporte às escolas inclusivas já implantadas;
· O Vice- Presidente Al Gore fundou uma Supervia de Informática
direcionada a uma política de telecomunicações com base na
ampliação da rede de informações para todas as escolas,
bibliotecas, hospitais e clínicas.
· Existe um inter-relacionamento entre o movimento da Educação
Inclusiva e a busca de escolas de qualidade para todos;
· Há também propostas de modificações curriculares que visam a
implantação de programas mais adaptados às necessidades
específicas de crianças com deficiência, tendo um foco especial no
estabelecimento dos componentes de auto-determinação das
mesmas. As equipes técnicas das escolas também têm sido
trabalhadas para oferecer um atendimento mais adequado ao
professor de classe comum.
· Há o acompanhamento, via estudos e pesquisas, em relação aos
indivíduos que vivenciaram o processo de educação inclusiva.
Estes, são observados e analisados por sua rede de relações
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sociais, de atividades de lazer, de formas de participação na
comunidade, de satisfação pessoal, etc. A Universidade de
Minnesota apresenta um dos maiores programas de follow-up, a
Estudo Nacional de Transição Longitudinal.
· Também existe um acompanhamento nos Serviços dos
Programas de Educação que trabalham com a Educação
Inclusiva.
· A maior parte dos estados norte-americanos estão aplicando a
Educação Inclusiva: Nova York, Massachussets, Minnesota,
Daytona, Siracusa, West Virgínia, etc.
Além dos Estados Unidos, outros países também têm dado uma
atenção mais direcionada neste sentido. O mais conhecido centro de
estudos sobre a Educação Inclusiva é o CSIE (Centre for Studies on
Inclusive Education) da Comunidade Britânica, sediado em Bristol. É
deste centro que têm partido a maioria dos principais documentos, a
respeito da Educação Especial: o CSIE - International Perspectives on
Inclusion; o UN Convention on the Rights of the Child (1989); o UN
Standard Rules on the Equalisation of Opportunities for Persons with
Disabilities (1993).
Um importante documento atual é o Provision for Children with
Special Educational Needs in the Asia Region que inclui os seguintes
países: Bangladesh, Brunei, China, Hong Kong, India, Indonesia, Japão,
Corea, Malaysia, Nepal, Paquistão, Filipinas, Singapura, Sri Lanka e
Tailandia. Mas, há programas em todos os principais países do mundo:
França, Inglaterra, Alemanha, México, Canadá, Itália, etc.
Com a Declaração Mundial Sobre Necessidades Educativas
Especiais de Salamanca, na Espanha em 1994, é que o termo Inclusão
foi oficializado no campo da educação. Neste encontro foi reafirmada a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, que afirma o
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direito de todos à educação. Portanto, foi decidido no encontro de
Salamanca, que todas as crianças com deficiência física e mental
deveriam ser incluídas em escolas comuns. Visava-se com este objetivo
atingi-las a nível mundial. A partir deste encontro é que muitos países
começaram a implantar práticas de inclusão de alunos com deficiência,
em escolas regulares.
No Brasil as discussões sobre Inclusão Escolar iniciaram-se
relativamente cedo nas décadas de 60 e 70, mas só começam a
proliferar na década de 80, com a criação da Coordenadoria Nacional
para Integração de Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), órgão
responsável pelas instituições de pessoas com deficiências. A
homologação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBN) – Lei 9.394/96 – que prevê a inserção de alunos com
necessidades especiais no ensino regular representa um grande passo
para a inclusão escolar no Brasil. Segundo a Lei o Estado é responsável
por oferecer educação especial a partir de zero ano de vida da criança,
proporcionando todo tipo de apoio necessário para sua melhor inclusão
em sala de aula.
Não se pode, no entanto, acreditar que a inclusão escolar possa
ser algo tão simples que se concretize de uma hora para outra, pois
mesmo com tantas mudanças o preconceito, a ignorância e a
discriminação ainda são atitudes muito freqüentes em relação aos
deficientes físicos e mentais. É evidente a dificuldade de convivência
entre pessoas sem deficiências e aquelas com deficiências. Logo, a
inclusão escolar é muito complexa. Esta significa a aplicação prática no
campo da educação de um movimento mundial, caracterizado pela
inclusão social, que oferece uma proposta de um novo paradigma, o
qual se utiliza de um processo bilateral: as pessoas excluídas e a
sociedade se unem para lutar pela equiparação de oportunidades para
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todos. Este movimento tem como objetivo uma sociedade democrática,
na qual todos têm direito à cidadania e ao respeito pelas diferenças.
Por meio deste movimento de inclusão social, representado pela
resistência contra a exclusão de grupos minoritários, é que se justifica o
debate sobre a educação inclusiva, pois este processo é o caminho
mais adequado para incluir essa minoria que tem sido historicamente
banida da sociedade e da escola.
No entanto, inclusão não significa o mesmo que integração, por
mais que seus significados no dicionário sejam de extrema semelhança
e se destaquem como sinônimos. Quando se trata de inclusão, as duas
palavras diferem muito: integração tem o sentido prático de preparar os
alunos com deficiências e que fazem parte de escolas especiais, para
serem colocados nas escolas regulares, ou seja, o aluno deve estar
pronto para adaptar-se à escola, de modo que esta não se modifique
para sua adaptação. Inclusão, significa modificar toda a comunidade
escolar para que o aluno com deficiência se adapte com mais facilidade.
Como diz Mittler (2003 p.34) ela “implica uma reforma radical nas
escolas em termos de currículo, avaliação, pedagogia e formas de
agrupamento dos alunos nas atividades em sala de aula”.
A inclusão escolar traz a proposta de que todas as crianças devem
aprender juntas, independentemente de qualquer tipo de diferença ou
dificuldade que possam ter. A escola deve proporcionar todo tipo de
apoio desde espaço físico até profissionais preparados para atender as
necessidades de suas crianças.
A educação inclusiva é disponibilizada em sala de aula regular,
não impedindo de oferecer apoio de aprendizagem extra, que pode ser
oferecida por outro professor em sala de aula. Esse apoio pode ser feito
de modo coletivo ou individual, dependendo da necessidade do aluno.
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A inclusão escolar traz um valor importantíssimo para a sociedade
atual, pois trata as diferenças com respeito, promovendo o direito de
acesso do aluno com deficiência a todos os conteúdos acadêmicos,
ressaltando a importância do conhecimento sistemático e cientifico.
Incluir caracteriza-se por uma atitude de aceitação e de um convívio
comunitário respeitando pessoas de diversas culturas, religiões, valores,
gênero e raça, além de pessoas com deficiência físicas e mentais.
Implica em ajudar a estabelecer relacionamentos baseados no respeito,
solidariedade e sem qualquer tipo de discriminação. Assim sendo,
inclusão escolar envolve ações de toda a comunidade acadêmica,
incluindo pais, alunos, professores, funcionários e outros, na batalha
para a conscientização do direito de todos à cidadania. Cabe dizer que
inclusão não implica em desconsiderar a diferença/diversidade, mas sim
reconhecer, aceitar e respeitar a diversidade na sociedade, ou seja,
perceber que cada sujeito é único, com suas necessidades, vontades e
peculiaridades próprias.
A inclusão não diz respeito em colocar as crianças nas
escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las
mais responsivas ás necessidades de todas as crianças;
diz respeito a ajudar todos os professores à aceitarem a
responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as
crianças nas suas escolas e prepará-los para ensinarem
aquelas crianças que estão atual e correntemente
excluídas das escolas por qualquer razão. (MITTLER,
2003. p. 16)
22
Dentre as diferenças de realidade sócio/econômica, racial,
religiosa, cultural, etc, existe outros tipos de diferenças mais conhecidas
como deficiências ou “escolar atípico”. De acordo com Tessaro (2005),
este rotulo é dado àqueles alunos com características diferentes da
maioria dos outros alunos na sociedade, tornando-os assim “desiguais”
dentro de um grupo comum. A Organização das Nações Unidas (ONU)
destaca que 10% da população brasileira faz parte deste grupo com
deficiência. Esta porcentagem representa 15 milhões de pessoas no
Brasil, sendo oito milhões deficientes mentais e os demais, deficientes
físicos. Isso significa que essa minoria não pode ser tratada como um
grupo fora da realidade e da sociedade, pois eles estão entre todos.
Para que se possa compreender um pouco sobre as deficiências
que mais se tem noticia, é exposta aqui uma breve explicação de cada
um de per si.
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ocupacional inadequado. De acordo com Ballone (2003) o retardo
mental é classificado por quatro deficiências:
Deficiência Profunda - idade mental dentro da faixa de zero a dois
anos, com um QI de 20;
Deficiência Grave Severa - idade mental de zero a dois anos e QI
de 20 a 35;
Deficiência Moderada - idade mental de dois a sete anos com um
QI de 36 a 51;
Deficiência leve - idade mental de sete a doze anos com um QI de
52 a 67.
Segundo Ballone é mais freqüente o uso da referência dos
prejuízos no funcionamento adaptativo do que a medida do QI.
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deficiência mental, pois sua existência pode ser genética
(anormalidades de um único gene, poligênicas ou mesmo
cromossômicas), orgânica de origem ambiental (provocada por algum
acontecimento na vida do individuo, como infecções, traumas físicos,
doenças ou distúrbios durante a gestação, etc.); pode ainda ser
desenvolvida por meio das condições sociais e psicológicas da vida do
sujeito.
A Associação Americana de Deficientes Mentais indica
nove principais causas da deficiência mental: infecção e
intoxicação; trauma ou agente físico; metabolismo ou
nutrição; doença cerebral grave; influência pré-natal
desconhecida; anormalidades cromossômicas; distúrbios
de gestação; distúrbios psiquiátricos e influencias
ambiental - Kirk e Gullagher, 1987/1996 (TESSARO,
2005. p.33)
25
das deficiências em si, mas sim, da falta de oportunidades e apoio que
lhes são oferecidas.
Um dos argumentos a favor da inclusão é o fato de que
permanecendo segregadas, as vivências dos deficientes mentais
girariam em torno de suas limitações e incapacidades, deixando de lado
suas potencialidades e habilidades. O deficiente mental desenvolve
muito mais a partir do momento que se relaciona com o grupo e faz
parte de uma sociedade na qual é tratado com respeito e igualdade de
direitos (TESSARO, 2005).
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lingüísticas através da audição, mesmo com o auxilio de aparelhos.
Assim os surdos convivem em conjunto sem separação por nível
auditivo.
Existem diversas causas para a deficiência auditiva; a
hereditariedade, rubéola materna, nascimento prematuro,
incompatibilidade de sangue entre os pais, meningite e otite media.
27
legalmente cego tem a acuidade visual no campo de visão igual ou
menor que 20/200 no seu melhor olho, com ou sem ajuda de correção e
ou óculos. Uma pessoa com visão perfeita tem 20/20 de campo de visão
e uma com visão subnormal ou parcial pertence à acuidade visual de
20/70.
Já a dimensão funcional do modo com que se avalia a deficiência
visual analisa vários fatores como: a visão de percurso, a visão de
sombra, a visão proximal e distal e a cegueira educacional e
ocupacional. A cegueira educacional significa que o aluno não pode ser
educado por meio da visão e assim sua aprendizagem deve ser
desenvolvida usando seus sentidos, de tato, audição e sinestésico. Só
podem ler e escrever por meio do Braille. As crianças com visão parcial
e subnormal podem aprender através da visão, no entanto, precisam de
dispositivos de ampliação para facilitar o processo.
28
ferimentos, acidentes, etc. acaba desenvolvendo um auto-conceito
negativo de inferioridade e incapacidade.
O individuo com deficiência física ainda encontra dificuldade no
que diz respeito ao espaço físico. Por mais que existam leis que afirmam
a importância de que toda instituição deva ter rampas, para cadeiras de
roda, barras e corrimões de apoio, para os toaletes, piso não
escorregadio, ou seja, todas as modificações ambientais, não é o que
acontece na maioria dos lugares, o que acaba excluindo o deficiente
físico da sociedade. “Ser deficiente físico não significa ser incapaz,
significa apenas algumas limitações que se intensificam devido às
dificuldades impostas ao deficiente, as quais quase sempre limitam suas
possibilidades, prejudicando sua interação e desenvolvimento como um
todo.” (TESSARO, 2005 p.42).
Após ter definido as deficiências mais comuns, acredita-se ser
possível compreender que a inclusão escolar é fundamental para o
desenvolvimento das crianças com deficiência e ao mesmo tempo
imprescindível para uma mudança radical de uma sociedade
preconceituosa para uma sociedade respeitadora e humana.
29
possa se desenvolver com a ajuda daqueles que não possuem uma
deficiência. A educação infantil é o primeiro contato que as crianças têm
com o mundo após a família e por meio desta é que o ser humano cria
suas bases para a vida adulta. Por isso a importância de iniciar a
inclusão neste primeiro contato, para que assim, todos os valores que a
inclusão luta em transformar na sociedade comecem como parte do
desenvolvimento das crianças que serão os futuros adultos da
humanidade.
30
3 Uma teoria de aprendizagem e desenvolvimento
*
Anotações feitas durante a aula do dia 22 de abril de 2008
31
este processo se dá por meio da integração de três dimensões: o
biológico o psíquico e o social. Para que essa integração ocorra é
necessário que a criança aprenda e se desenvolva.
Para essa autora o processo de aprender mobiliza quatro
dimensões do ser humano: organismo, corpo, inteligência e desejo para
a construção do psíquico do mesmo, desde seus primeiros dias de vida.
· Organismo:
O orgânico é tudo que é inato, biológico, herdado. São
funcionamentos já codificados e auto-reguladores. O orgânico é a
base da aprendizagem. Quando Tessaro (2005) descreve, no
capítulo anterior, as causas da deficiência mental, refere-se ao
orgânico uma vez que menciona o genético. Porém para que esta
criança se modifique é preciso que se relacione e se interaja com o
meio. O organismo humano necessita da estimulação exterior para se
atualizar e se desenvolver, ou seja, precisa aprender para se
modificar.
· Corpo:
A partir do momento em que essa relação se dá, esse organismo se
transforma em corpo. De acordo com o que é descrito por Tessaro
(2005) no capítulo anterior como uma das causas da deficiência mental,
é o orgânico do individuo em contato com a origem ambiental. Para
Fernandes (1991), o organismo alterado por influências externas
configura o corpo. Portanto é por meio do contato com o ambiente e a
sociedade que a deficiência mental pode engatilhar-se.
O corpo é organismo perpassado pelo meio social, é tudo aquilo
que é aprendido, construído e condicionado. È por meio do corpo que a
criança desenvolve sua personalidade e auto-estima.
32
O corpo tem o papel de ordenar e essa ação leva ao prazer: o
prazer do domínio do objeto (novo conhecimento). A memória do
organismo é inata e a memória do corpo é construída pelos desejos.
Para a criança com deficiência de qualquer natureza, a família, a
sociedade, ou seja, o vinculo é fator decisivo para a construção de uma
personalidade e auto-estima forte ou reprimida.
· Vínculo:
O vínculo é responsável pela construção da identidade que resulta
da confluência entre o orgânico e o social, fundamentais para que ocorra
a aprendizagem.
O primeiro vínculo da criança é com a família (pai, mãe, irmãos)
que por sua vez é a responsável em determinar, inconscientemente, a
posição do aprender dentro dela, assim como, a sua relação com o
conhecimento, e no caso das crianças com deficiência, sua relação
consigo mesma. Em outras palavras, se o individuo é estimulado pela
família e esta confia e acredita em seu crescimento intelectual, este terá
facilidade para desenvolver autoconfiança o e motivação para aprender
e lutar contra suas dificuldades. No entanto, esta criança desenvolverá
problemas de aprendizagem se esta estimulação for permeada por
atitudes que neguem a possibilidade da criança aprender. “O problema
de aprendizagem que apresenta, sofre, estrutura um sujeito, se situa,
entrelaça, sintomatiza e surge na trama vincular de seu grupo familiar,
sendo às vezes mantido pela instituição educativa.” (FERNANDEZ.
1991. p. 48).
A educação infantil é a segunda relação vincular no processo de
aprendizagem do sujeito, a que envolve o primeiro grupo fora da família.
A aprendizagem ocorre em cada sujeito de maneira única na sua
relação com o vinculo, de modo que esse processo se configure nas
primeiras relações entre aprendente (sujeito) e ensinante (escola/pais).
33
Desenvolver um vínculo positivo na educação infantil é fundamental
para as crianças com deficiência física, pois sua auto-estima e
personalidade se estruturarão adequadamente mediante a qualidade de
experiências vivenciadas, ou seja, uma vivência respeitosa e amorosa
tende a facilitar o enfrentamento de desafios com as quais a criança
com deficiência se defrontará.
O vínculo promove ainda a inteligência, que se passa
resumidamente a explicar com Fernandez,
· Inteligência:
A inteligência tem como ponto de partida a ação do sujeito de
organizar, reorganizar, classificar e categorizar contínuamente o
conhecimento adquirido.
Não é possível falar de inteligência sem mencionar a importância
da alteridade, pois é por meio dela que o sujeito conhece o outro para
assim construir sua unidade. O indivíduo construirá sua própria imagem
por meio da imagem do outro e da imagem especular. Daí a importância
do outro no desenvolvimento da criança com deficiência.
· Desejo:
O desejo é o simbólico que organiza a vida afetiva de cada ser
humano dando assim, significado a ela. Cada sujeito é único por suas
experiências. O desejo é subjetivo, tende à individualização, à
diferenciação e à organização, fazendo com que o sujeito aja
inconscientemente de acordo com essa força. A aprendizagem é um
processo que envolve e resulta da inteligência e do desejo, portanto a
aprendizagem é um processo objetivante e subjetivante ao mesmo
tempo. Se usarmos um gráfico para representar a aprendizagem, a
inteligência seria representada pelo eixo horizontal e o desejo pelo eixo
vertical. O pensamento por sua vez, seria o que resulta dessas duas
vertentes como uma reta crescente, conforme nos ensina Fernandez
34
(1991). “O aprendizado é considerado a partir da relação da criança com
o conhecimento.” (p. 59). Este conhecimento é determinado, segundo
Piaget (1992), por três formas: As formas hereditárias combinadas com
as experiências vivenciadas através do meio; as formas lógico-
matemáticas que se constroem crescentemente segundo estágios de
equilibração; e as formas adquiridas em função da experiência que
oferece ao sujeito informações sobre o objeto e suas propriedades.
Outra definição para o conhecimento, de acordo com Varela e Borderie
(2006), é uma forma de organizar o real. Ambos afirmam que o
conhecimento é uma prolongação, além de ser uma atualização e
execução de qualquer influencia cultural.
Portanto, o processo de aprendizagem e desenvolvimento da
criança se dá por meio da confluência do biológico do sujeito com o
social que a redoma. Desta confluência é desenvolvido o psíquico,
responsável pela formação da personalidade e identidade da criança.
O educador infantil deve compreender todos os aspectos que
englobam a aprendizagem para que não se cometa pré-julgamentos
quanto às crianças com dificuldade de aprendizagem. Pode-se dizer que
a educação infantil é a compreensão do ser humano como um todo,
além de ser a peça fundamental para que o processo de
desenvolvimento e aprendizagem ocorra promovendo ainda uma base
saudável e produtiva para a vida de cada criança.
Compreendendo todos os fatores que envolvem o
desenvolvimento da criança em seus primeiros anos de vida, pode-se
destacar a importância da educação infantil para as crianças com
deficiência física. Quanto mais cedo se começa o processo de inclusão
escolar, mais facilitar-se-á a adaptação e o desenvolvimento, não só
dessas crianças, como também das outras, as quais tornar-se-ão
35
pessoas com valores internalizados: de respeito, de compreensão e
sem preconceitos.
Mas como construir uma escola inclusiva na qual o processo de
inclusão realmente aconteça?
36
4 A escola inclusiva
40
aos professores da classe comum um suporte técnico; compreender que
as crianças podem aprender juntas, embora tendo objetivos e processos
diferentes; encaminhar professores a estabelecer formas criativas de
atuação com as crianças com deficiência; e a propiciar um atendimento
integrado ao professor de classe comum.
O processo de inclusão representa um processo educacional que
tem como objetivo levar ao máximo a capacidade da cada criança com
deficiência na escola e na classe regular. Envolve oferecer o suporte de
serviços da área de Educação Especial através de seus profissionais.
As escolas devem oferecer assistência aos alunos com
deficiências dentro e fora da classe, com profissionais especializados na
necessidade de cada aluno. De acordo com Mendes, “...se de fato há
uma política de educação inclusiva em implantação, deveria ser possível
vislumbrar ações em ao menos três componentes básicos de apoio:
aspecto político (administrativo e organizacional), o educacional e o
pedagógico.” (MENDES. 2002, p. 76)
No campo educacional deveriam ser criados planejamentos e
programas específicos para alunos com diferentes níveis de
aprendizagem.
No campo pedagógico a escola inclusiva deve programar classes
inclusivas, que propõe o agrupamento heterogênico, a centralização dos
apoios (aparelhos e equipamentos, recursos materiais e humanos), as
estratégias de ensino que defendem a inclusão e o ensino que envolve
todos os níveis de aprendizagem. A escola inclusiva deve ter um
currículo flexível, que possa ser modificado e adaptado de acordo com o
ritmo de seus alunos, alem de uma pedagogia que favoreça o bom
aproveitamento acadêmico e social de cada individuo tenha ele
necessidades especiais ou não.
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No entanto não é possível dizer que a inclusão escolar aconteça
realmente dessa maneira no Brasil, pelo contrario, as escolas ainda não
estão preparadas para incluir da maneira mais adequada, promovendo
assim a exclusão dentro da sala de aula.
A investigação de programas e estratégias de ensino
relacionadas à inclusão de crianças com necessidades
especiais no ensino regular ainda é bastante escassa em
nosso pais, apesar de o tema tão polemico. Portanto,
parece emergencial desenvolver pesquisas praticas –
centralizadas em inovadoras estratégias pedagógicas-
(Brasil, 1997, p.36), tematizando a elaboração e a
avaliação de propostas pontuais de inclusão. (MENDES ,
2000, p. 81)
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além de respeitá-los sem excluí-los do grupo. Como Macedo (2005)
descreve, a escola e os professores costumavam buscar alunos
padrões, excluindo assim todos aqueles que não se encaixavam dentro
das expectativas impostas pelos mesmos.
Os alunos eram selecionados segundo certas
características e continuavam na escola se atendessem a
certas exigências dos professores, tanto em termos de
aprendizagem escolar quanto de conduta. Os que não
satisfaziam a essas exigências eram pouco a pouco
eliminados, ou seja pela reprovação, pela exclusão ou
pelo abandono do próprio aluno face às suas
insuficiências. (MACEDO, p. 33)
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Para tal proposta de ensino, uma alternativa é a presença de dois
educadores e um número menor de alunos em cada sala de aula, pelo
foto de existir no grupo diferentes necessidades a serem atendidas. O
educador com atuação pedagógica especializada deve trabalhar no
contexto do grupo, e não somente com os alunos com deficiência, para
evitar o processo de estigma.
No entanto, no Brasil, já há uma carência de professores para as
áreas básicas de ensino, que dirá colocar dois professores em sala de
aula! Mesmo assim para a viabilidade desse atendimento diferenciado
fica clara sua importância. Como diz Beyer (2005), o aluno com
deficiência não vive numa sociedade especial e sim, na mesma
sociedade de todos nós, com particularidades e diferenças. Ele também
deve estudar numa escola regular.
Dessa forma, ele necessita do devido atendimento pedagógico a
partir da distinção de suas características cognitivas e de aprendizagem,
devendo então o currículo ser flexível para permitir algumas adaptações
nesse sentido. Do contrario o aprendizado será prejudicado se houver
falha na estimulação e descrédito dos professores quanto à capacidade
de aprendizagem desses alunos.
A escola tem se transformado há mais ou menos duas décadas, com
a aprovação de documentos como o Estatuto da Criança e do
Adolescente em 1990 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em
1996. Assim sendo, o professor precisou mudar sua metodologia bem
como sua visão de aluno padrão.
É importante lembrar que o aluno de hoje em dia está muito mais em
contato com a tecnologia do que o aluno de uma década atrás. Portanto
este aluno tem muito mais acesso à informações, desenvolvendo
habilidades tanto motoras quanto cognitivas, do que os alunos de
gerações passadas e assim devem ser percebidos, atendidos e
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estimulados. O professor atual não pode manter o mesmo padrão de
ensino que utilizava anteriormente, pois seus alunos não irão interessar-
se com o mesmo entusiasmo de antes. Conhecendo seus alunos e
compreendendo suas habilidades, necessidades e interesses o
professor é capaz de desenvolver um trabalho produtivo e de valor
indispensável para o processo de ensino/aprendizagem. As crianças
estão se desenvolvendo cada vez mais rápido. O professor precisa se
atualizar constantemente, pois sempre terá algo novo à aprender. Os
desafios novos promovem mudanças, por isso a importância da Inclusão
escolar para a educação e profissionais do ensino. Além disso, o
educador deve saber que a criança antes de entrar na educação infantil
passou por várias vivencias, e traz consigo diversas experiências e
aprendizagens, devendo por isso ser respeitada. Assim o professor deve
desenvolver um trabalho em torno de sua realidade para o alcance de
um projeto produtivo envolvendo as diferenças e peculiaridades de
todos os alunos.
Segundo Zabalza (1998), existem dez aspectos base para uma
educação infantil de qualidade. Dentre eles a atenção privilegiada aos
aspectos emocionais é de fundamental importância, pois são nos
primeiros anos de vida do ser humano que são construídas as questões:
da segurança, do prazer, da autonomia, dos princípios da realidade e
das relações sociais. O emocional se desenvolve em um processo
gradativo das emoções através da flexibilidade oferecida pelo professor,
promovendo a aprendizagem. Zabalza (1998), ainda ressalta a
importância do professor proporcionar uma atenção individualizada a
cada criança. Por mais difícil que seja atender individualmente cada
criança, o professor deve estar em constante rodear do grupo de
maneira que todos recebam a atenção necessária para a aprendizagem.
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O Ministério de Educação (MEC) desenvolveu os Parâmetros
Nacionais de qualidade de Ensino Infantil com o intuito de estabelecer
uma referência Nacional a ser seguida e aplicada nas instituições de
ensino infantil. Dentre diversas características é de fundamental
importância destacar, de acordo com o MEC, “5: as propostas
pedagógicas das instituições de Educação Infantil consideram a inclusão
como direito das crianças com necessidades educacionais especiais,
contemplado”. Procurar descrever a importância de proporcionar ao
aluno com deficiência, materiais, a linguagem de sinais, espaços de
equipamentos especializados, estratégias e orientações para o bem
estar dos mesmos, além de oferecer formação continuada aos
profissionais da educação infantil para atender as necessidades dos
alunos com deficiência.
É conhecendo a criança como um todo e compreendendo sua
vivência e realidade que os educadores do ensino infantil, podem
encaminhá-las ao conhecimento e desenvolvimento, incluindo-as na
sociedade como parte de um grupo.
Portanto, o processo de Inclusão Escolar é de responsabilidade de
toda sociedade e só se torna possível e bem-sucedida na medida em
que exista a participação de pais, alunos, professores, equipes diretivas
e pedagógicas, funcionários e gestores do projeto político-pedagógico.
Enfim que envolva a participação de todos que de alguma forma tenham
vinculo com o projeto. Como acredita Beyer (2006) sem a convicção
desses grupos de que a educação inclusiva é o melhor caminho para a
verdadeira inclusão social, nenhuma transformação ocorrerá.
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5 Uma prática em andamento
Estrutura física
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No segundo prédio do outro lado do pátio é onde estão distribuidas
as salas de musica, com diversos instrumentos, estúdios e as de artes,
Um ginásio para Educação Física e um auditório para teatros e festivais
musicais com capacidades de acomodar, mais ou menos 300 pessoas.
Na área externa a escola possui uma piscina semi-olímpica e uma
pequena, dois refeitórios, dois parquinhos (um para as crianças maiores
e um para crianças menores), uma quadra poli-esportiva e um campo de
futebol.
A escola tem acesso aos andares por escadas, rampas ou por
elevadores. Possuem banheiros para deficientes em todos os andares e
uma pequena enfermaria para a educação infantil e uma maior para os
alunos mais velhos e os funcionários da escola, com três enfermeiras.
A escola não tem um departamento voltado para alunos com
necessidades especiais. Existe sim, uma psicóloga, que raramente
aparece pelo parquinho observando algumas crianças.
As salas de aula na educação infantil são bem espaçosas,
possuem uma cozinha acoplada e um banheiro para cada duas salas de
aula. O Maximo de crianças por sala de pré 1 e 2 é de 13 com uma
professora e uma auxiliar. A sala distribuída de acordo com a rotina de
cada professora, sendo que todas as salas de aula tenham seus cantos
de múltiplas inteligências (o canto da leitura, criativo, da escrita, de
habilidades motoras, etc.), uma lousa verde, três computadores e uma
lousa interativa.
A sala de pré 3 tem 20 alunos por sala de aula com uma
professora e uma auxiliar. Essas salas são maiores por terem mais
alunos.
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Funcionamento Escolar
Funcionamento acadêmico
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Relatos de experiências observadas de duas crianças com
deficiência física
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Atualmente a menina, por ser muito desinibida, alegre e
inteligente, consegue acompanhar o ritmo acadêmico da escola e nunca
precisou de qualquer apoio extra. Perguntamos à professora se ela
percebe que a menina escuta direito tudo que é explicado. Ela nos disse
que com poucos alunos em sala de aula, é possível proporcionar a
atenção necessária para que a menina desempenhe as atividades com
sucesso. Observamos que a professora sempre procura colocar a
menina o mais próximo dela possível, na hora do circulo e em frente do
quadro interativo quando está explicando as atividades.
A professora disse que no inicio as crianças perguntavam o que a
menina tinha na orelha. E ela procurava tratar do assunto com
naturalidade explicando para a classe o que era um aparelhinho auditivo
e qual sua finalidade, além de discutir as diferenças e semelhanças,
trabalhando com valores como respeito, solidariedade, compreensão,
etc.. As crianças nunca mais perguntaram nada a respeito e pudemos
perceber que o fato da menina ter uma deficiência não à impede de ter
muitos amigos, que a querem muito bem, e de acompanhar as
atividades tão bem quanto seus colegas de classe.
Perguntamos também sobre os pais da menina. Qual o
envolvimento deles em relação à dificuldade da filha. A professora nos
disse que no começo do ano eles a procuraram para conversar sobre
sua deficiência, mas nunca se envolveram muito. De acordo com ela a
menina está muito bem e não demonstra necessidade dos pais
participarem mais do que os demais.
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independente em sala de aula, muito interessado e dedicado em
aprender. Depois de um ano podemos dizer que ele desenvolveu suas
habilidades motoras, tanto finas quanto grossas. Ultimamente sua mãe
tem estimulado a necessidade dele tirar a fralda. O menino demonstra
muita dedicação neste processo, pois sabe que no próximo ano irá para
a primeira série do ensino fundamental, onde não terá os mesmos
cuidados individuais que a educação infantil oferece.
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Considerações finais
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Referências bibliográficas:
Livros
MACEDO, Lino. Ensaios pedagógicos; como construir uma escola para todos?;
Porto Alegre :Artmed, 2005. 166 p;
MANTOAN, Maria Teresa Eglêr. Inclusão escolar? o que é? por quê? Como
fazer?; 2 ed. – São Paulo: Moderna, 2006. – (cotidiano escolar:ação docente)
64 p
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MITTLER, Peter. Educação inclusiva; contextos sociais; trad. Windyz Brazão
Ferreira. – Porto Alegre : Artmed, 2003. 264 p.
PAROLIN, Isabel Cristina Hierro (org.). Aprendendo a incluir e incluindo para
aprender. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2006.
Textos:
Internet:
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Anexo
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Roteiro de entrevista
58
Apêndice
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