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SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE GESTÃO EDUCACIONAL


COORDENADORIA TÉCNICA DE ENSINO
COORDENADORIA DE PROGRAMAS E PROJETOS

PROJETO QUEM FALTA, FAZ FALTA

Uma estratégia possível para o enfrentamento da Infrequência Escolar na Rede


Municipal de Educação de Cuiabá

Cuiabá-MT

2022
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE GESTÃO EDUCACIONAL
COORDENADORIA TÉCNICA DE ENSINO
COORDENADORIA DE PROGRAMAS E PROJETOS

Prefeito

Emanuel Pinheiro

Vice prefeito

José Roberto Sttopa

Secretária de educação

Edilene de Souza Machado

Diretora Geral de Ensino

Zileide Lucinda dos Santos

Coordenadora Técnica de Ensino

Elijane Gonçalves Lopes

Coordenadora de Programas e Projeto

Marcela Rezende Guimarães Martins

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COORDENADORIA TÉCNICA DE ENSINO
COORDENADORIA DE PROGRAMAS E PROJETOS

Elaboração:
Eliane Menacho
Cleiry Paulina da Cruz Souza

Revisão:
Eliane de Oliveira Mendes Quinhone
Elijane Gonçalves Lopes
Marcela Rezende Guimarães Martins
Suleima Cristina Leite de Moraes

CUIABÁ/MT
2022

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 4
1. Intersetorialidade no monitoramento e tratamento dos casos de infrequência escolar .......... 6
2. Aspectos conceituais relevantes: definições pertinentes para compreender a evasão e o
abandono escolar ........................................................................................................................... 8
3. Aspectos legais e pedagógicos para o combate e prevenção ao risco abandono e à evasão
escolar. ........................................................................................................................................ 10
4. Intersetorialidade no monitoramento e tratamento dos casos de infrequência escolar ........ 14
5. Busca Ativa Escolar - BAE ................................................................................................. 15
6. Auxilio Brasil ...................................................................................................................... 16
7. Selo UNICEF ...................................................................................................................... 17
8. Coordenação do Projeto Quem Falta Faz Falta – SME....................................................... 19
17. Metodologia .................................................................................................................... 22
18. Faltômetro ....................................................................................................................... 34
19. Cronograma de ações ...................................................................................................... 34
20. De volta à escola ............................................................................................................. 35
21. Resultados esperados....................................................................................................... 36
REFERÊNCIA ............................................................................................................................ 38
APÊNDICE ................................................................................................................................. 40
ANEXO ....................................................................................................................................... 51

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APRESENTAÇÃO

De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância


(UNICEF)1, o Censo Escolar de 2020 mostrou que mais de 5 (cinco) milhões
de crianças e adolescentes estavam fora da escola no Brasil. O relatório
UNICEF 2021 mostra que a pandemia2 da Covid-193 no Brasil afetou
diretamente os calendários escolares e principalmente as crianças e
adolescente que já viviam em situação de vulnerabilidade, especificamente
atingindo as regiões Norte e Centro-Oeste.
Os números apresentados nesse Relatório destacam o problema da
desigualdade das condições econômica da população ao indicar que a cada 10
(dez) crianças e adolescentes fora da escola, 6 (seis) viviam com renda familiar
per capita de até ½ salário mínimo, o que comprova a desigualdade social
presente em nossa sociedade, uma das condições da exclusão escolar.
Com a suspensão das aulas presenciais em função das medidas de
biossegurança para impedir a disseminação da COVID-19, muitos estudantes
não conseguiram acompanhar as aulas on-line não só por falta de acesso à
internet como também por falta de condições de infraestrutura para a
participação da aula remota que exigia um computador e/ou smartphone.
Ressalta-se que inúmeras famílias, especialmente as de baixa renda, perderam
seus empregos e renda em razão do lockdown, o que agravou as condições de
aprendizagem dessas crianças.
Nesse contexto de vulnerabilidade social das famílias dos estudantes da
Rede Municipal de Ensino, a Prefeitura de Cuiabá, em cumprimento à
Constituição Federal (Arts. 205, 206), à Lei Complementar 476/2019; e ao
Estatuto da Criança e do Adolescente (Art. 53), buscou assegurar o acesso e a
permanência dos estudantes à Educação, direito universal de toda criança e

1
Fonte: buscaativaescolar.org.br.
2
Covid-19: é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2,
potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global (MS, 2021)
3
Pandemia: é uma epidemia que se espalhou geograficamente, saindo do seu lugar de
origem, especialmente falando de doenças contagiosas que assolam praticamente o mundo
inteiro: pandemia de Covid-19.

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adolescente, apoiou as famílias dos estudantes de baixa renda matriculadas na


rede com a distribuição de 18 (dezoito) mil kits de alimentação escolar no
período do isolamento e durante todo o período de atividades escolares
remotas em cumprimento à legislação nacional que determina a prioridade
absoluta à educação.

Por outro lado, no que tange às estratégias para garantir a permanência


dos estudantes nas unidades educacionais, as redes de ensino, de acordo com
o Art. 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente, devem exigir das equipes
gestoras das Unidades Educacionais a comunicação ao Conselho Tutelar
sobre os casos de maus-tratos envolvendo estudantes e situações de
reiteradas faltas injustificadas e de evasão escolar, quando esgotados todos os
recursos escolares.
Em observância às leis de proteção da criança e do adolescente, e,
reafirmando compromisso com uma educação de qualidade com a garantia de
acesso e permanência de crianças e adolescentes da rede de ensino de
Cuiabá, a Secretaria Municipal de Educação, sob a luz da Política da Escola
Cuiabana e da Lei 6.231/2017, que dispõe sobre a comunicação de ausência
durante o período escolar de estudantes das escolas públicas e privadas do
município, tem implementado políticas públicas educacionais de prevenção e
de combate ao abandono e à evasão com vistas a reduzir a infrequência
escolar injustificada e efetivar o direito ao acesso, permanência e sucesso das
crianças e adolescentes na escola.
É diante desse cenário que a Secretaria Municipal de Ensino de Cuiabá
instituiu o Projeto Quem Falta Faz Falta, regulamentado pela Portaria Nº
369/2022/GS/SME, que será desenvolvido por meio da Coordenadoria de
Programas e Projetos/CTE/SME com a finalidade de garantir os direitos de
aprendizagem dos estudantes da Rede Municipal de Ensino fortalecendo as
práticas que tenham como foco o acesso e permanência com qualidade nas
Unidades Educacionais.

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1. Intersetorialidade no monitoramento e tratamento dos casos de


infrequência escolar

A Busca ativa4, acolhimento5 e tutoria6 são algumas das estratégias


possíveis para enfrentar essas questões, que foram agravadas durante a
pandemia. Desse modo, o Projeto Quem Falta Faz Falta deve assumir um
protagonismo na Política da Escola Cuiabana para assegurar o direito da
criança bem pequena e pequena, tanto na primeira, segunda e terceira
infância, na meninice, na puberdade e na adolescência, de acesso e
permanência na escola.

Essas ferramentas possibilitam o registro das faltas consecutivas e as


alternadas que configuram abandono escolar e dos encaminhamentos de
busca ativa realizados pela escola. Os casos mais complexos de infrequência
deverão ser solucionados com o Conselho Escolar e os casos não
solucionados devem ser enviados ao Conselho Tutelar por meio dos registros
realizados pelos diferentes programas e projetos que compõem a SME, bem
como fazer os registros no sistema do SIGEEC.
Para atender a essa demanda e diante da necessidade de envolver
todas os setores internos da SME nesse processo, a implantação do sistema
do Projeto Quem Falta Faz Falta propõe uma nova perspectiva de trabalho
quanto à prevenção e combate à infrequência escolar realizadas nos anos
anteriores na rede pelo Projeto Caracol7, é retomado a partir de uma
reestruturação das suas ações. A relevância do acompanhamento sistemático

4
Busca Ativa Escolar é uma estratégia composta por uma metodologia social e uma
ferramenta tecnológica.
5
Acolhimento é uma ação pedagógica, que favorece a integração de estudantes por meio do
grêmio estudantil, de professores, gestores, pais e funcionários.
6
Tutoria: dentro deste projeto se torna um processo didático pedagógico que tem como
objetivo acompanhar as infrequências dos estudantes, fazer visitas em suas casas, registrar as
faltas no sistema do Projeto Quem Falta Faz Falta, etc.
7
Projeto Caracol: O Projeto Caracol foi implantado na Rede Municipal de Ensino de Cuiabá,
no ano de 2007, conforme Plano “Educação na Diversidade”, composto pelos Programas:
Gestão em Movimento, Currículo na Diversidade e Revitalizando a Formação.O Projeto tem o
objetivo intervir na redução do número de alunos evadidos, infreqüentes e/ou retidos.

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e permanente da frequência e rematrícula dos estudantes e a compreensão de


que o abandono e a evasão escolar são formas de violência e exclusão social,
justificam a proposição deste novo Projeto. Nesse contexto, o Projeto Quem
Falta Faz Falta, visa ampliar as garantias do direito à educação para crianças e
adolescentes da Rede Municipal de Ensino de Cuiabá, articulando o
envolvimento necessário de todas as Unidades Educacionais.

1.1. Objetivo Geral

Implantar mecanismos de ações de prevenção e combate ao abandono


e evasão escolar, reduzindo a infrequência e efetivando o direito ao acesso,
permanência e sucesso dos estudantes da Rede Pública Municipal de Cuiabá.

1.1.2 Objetivos Específicos

No intuito de prevenir e combater a infrequência escolar e garantir o


direito de aprendizagem dos estudantes, a coordenação deste projeto
pretende:

 Incentivar a participação da família nas ações da unidade escolar,


oportunizando o protagonismo das famílias e dos estudantes;
 Ofertar formações para servidores e comunidade sobre as leis que
normatizam a matrícula e permanência do estudante na escola e os
prejuízos causados pela infrequência escolar;

 Fomentar o trabalho em parceria com o Conselho Tutelar e o Comitê


Intersetorial, com o intuito de delinear estratégias para diminuição da
infrequência escolar;
 Orientar o coordenador Pedagógico com relação às ações juntos aos
professores e Técnicos em Desenvolvimento Infantil quanto às
estratégias para ouvir a comunidade na identificação de possíveis
causas das infrequências e abandono escolar;

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 Incentivar a assiduidade por meio de ações de que venham de encontro


com a realidade dos estudantes;
 Estabelecer mecanismos de acompanhamento e controle que garantam
a assiduidade do estudante;
 Incluir os estudantes nos projetos educativos da SME, no sentido de
reduzir os altos índices de Infrequência Abandono e ou Evasão nas
escolas municipais.

2. Aspectos conceituais relevantes: definições pertinentes para compreender a


evasão e o abandono escolar

Em relação às frentes de prevenção à vulnerabilidade da criança e


adolescente (Escola Cuiabana. 2021)8, as ações da SME “devem ser pautadas,
por meio de programas de prevenção de: maus-tratos, infrequência escolar,
evasão escolar”; projetos para elevar os níveis de aprendizagem dos
estudantes e, ainda, direcionam para a necessidade de definir estratégias para
conter o avanço das infrequências que podem incorrer na evasão escolar.
A infrequência escolar é um indicativo que pode mostrar mais do que a
simples falta, por isso deve-se conhecer a realidade do estudante faltoso e
para tanto é preciso trabalhar em rede: SME, Equipes Gestoras, Professores,
Técnicos escolares; Conselhos Escolares e Conselhos Tutelares, entre outras
instituições de Garantia dos direitos da Criança e do Adolescente para juntos
identificar as razões para as infrequências ou evasão escolar e analisar desde
questões socioeconômicas até a possibilidade de uma inexistência de vínculo
do estudante ou da família com a escola.
Nessa mesma linha, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 1990)
determina ações referentes aos segmentos da comunidade, os quais são
responsáveis pela efetivação dos direitos da criança e do adolescente.

8
Política da Escola Cuiabana: cultura, tempos de vida, direitos de aprendizagem e inclusão. Política
educacional da Rede Municipal de Ensino de Cuiabá, construída, do Texto Base ao Texto Final, em um
amplo processo participativo e colaborativo que buscou envolver todos os profissionais da educação.

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Desse modo, as ações governamentais e não governamentais,


juntamente com a família, se configuram como Rede de Proteção à criança e
ao adolescente e se constituem como uma estratégia indispensável na
arquitetura do conceito de Proteção Integral.
Motti e Santos (2008) enfatiza que a Rede de Proteção deve
proporcionar, entre outras coisas: o fortalecimento do Sistema de Garantia de
Direitos; a construção e implantação de instrumentais comuns para
atendimento, encaminhamento e acompanhamento dos casos; e a
Descentralização do atendimento, especialmente evitando a concentração da
maioria das ações/atividades numa única organização, seja pública ou não
governamental.
Essa aproximação com a família realizada pela Equipe Escolar deve
considerara diversidade dos estudantes e sempre avaliar suas práticas
pedagógicas, orientadas pelo prisma do acolhimento e tratar essa diversidade
de forma apropriada.
Outro conceito importante a ser aqui estabelecido é o de abandono e
evasão. Vejamos, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira – INEP (1998), o conceito técnico de “Abandono”
refere-se à situação em que o estudante deixa a escola num ano, mas retorna
no ano seguinte. Já a “Evasão” é situação em que o estudante sai da escola e
não volta mais para o sistema.
A Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá entende, também, que o
abandono escolar se caracteriza pela situação em que o estudante apresenta
infrequência escolar consecutiva ou alternada, ou seja, abandona o processo
escolar várias vezes durante o ano letivo, com excessivo número de faltas, o
que pode resultar em atraso na aprendizagem. Além disso, compreende como
evasão a situação em que o estudante (ou seu responsável), não realizando a
rematrícula para o ano seguinte, fica fora do sistema.

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3. Aspectos legais e pedagógicos para o combate e prevenção ao risco


abandono e à evasão escolar.

A educação não é apenas um dever legal dos pais, como também ético.
Sejam quais forem os motivos que tenham, não podem, simplesmente,
transferir a responsabilidade de educar os filhos para escola.
Em relação às responsabilidades dos pais, a Constituição Federal de
1988 (CF) é clara, como se observa nos dispositivos a seguir:

“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da


família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho”
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores.
Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
primária de filho em idade escolar: Pena - detenção, de quinze
dias a um mês, ou multa” estabelece como crime contra a
assistência familiar o chamado “abandono intelectual”.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua
situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que
consiste em, quanto aos filhos dirigir-lhes a criação e a
educação (parag. I).
Como responsáveis pela matrícula e frequência dos filhos à escola,
durante o ensino obrigatório, os pais poderão ser punidos com base no crime
de abandono intelectual previsto no artigo 249 do Código Penal ou no artigo
129 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por descumprimento de dever

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inerente ao poder familiar. E valendo-se do Estatuto da Criança e do


Adolescente Lei 6.231/2017 (ECA), destacam-se os seguintes dispositivos
que tratam da responsabilidade dos pais na educação dos filhos menores:

Art. 22. “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e


educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais”.
Parágrafo único. “A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados
no cuidado e na educação da criança, devendo ser
resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças
e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos
nesta Lei”.
Art. 33. “A guarda obriga a prestação de assistência material,
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais”.
O ECA dispõe, também, sobre a comunicação de ausência durante o
período escolar, de alunos das escolas públicas e privadas do Município de
Cuiabá. As crianças bem pequenas e pequenas são contempladas na
legislação sobre controle de presenças.
Com a alteração da LDB em 2013 pela Lei 12.796/13, que define a
obrigatoriedade da frequência na educação infantil, as crianças matriculadas na
pré-escola não podem mais acumular faltas indiscriminadamente. O artigo 31
da LDB prevê regras comuns de organização da Educação Infantil. Entre elas,
o “controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a
frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas”. Dessa
forma, a criança não pode faltar mais do que 80, do mínimo de 200 dias letivos
anuais, ou 320 do mínimo de 800 horas de aulas por ano.
Segundo a LDB, na Educação Infantil, a avaliação do desenvolvimento
da criança não tem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental. Assim, enquanto no Ensino Fundamental e Médio, o mínimo de
75% de frequência é condição para aprovação do aluno, (Art. 24, inciso VI).

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Entretanto, o não cumprimento dessa presença mínima deve ter


consequências para pais e para as escolas.
As unidades escolares devem acompanhar a frequência na pré-escola.
Quando as faltas ultrapassarem o limite da lei, providências devem ser
tomadas junto às famílias, sendo que os Conselhos Tutelares e/ou o Ministério
Público devem ser comunicados.
O acesso à creche ou a pré-escola é geralmente a primeira experiência
significativa de atuação das crianças no espaço público. Assim, a unidade de
Educação Infantil tem a incumbência de desenvolver estratégias para a
permanência dos pequenos, procurando enfrentar as causas de baixa
frequência.
As leis aqui contempladas não nos deixam dúvidas quanto à
responsabilidade dos pais na educação dos filhos não eximindo os mesmos de
suas obrigações em uma situação de separação, divórcio ou dissolução da
união estável, aplicando-se a mesma responsabilidade no que diz respeito aos
filhos adotivos.

É de conhecimento de todos que faltar na escola tem impacto direto na


aprendizagem, e cada vez mais as pesquisas vêm reforçando essa máxima.
As ações de enfrentamento ao Abandono (Infrequência) e Evasão
Escolar deverão ser desenvolvidas coletivamente nas Unidades Escolares da
Rede Municipal de Educação de Cuiabá com o compromisso de todos os
envolvidos com a educação e da Rede de Proteção Social da Criança e do
Adolescente.
O desenvolvimento de ações e diálogos sobre situações de abandono e
a evasão escolar são muito recorrentes entre a SME e as Instituições de
Ensino, porém esse movimento também deve ser realizado por toda sociedade,
no entendimento que garantindo a permanência e sucesso dos estudantes na
Educação Básica, também se garante o desenvolvimento econômico e social
de Cuiabá.
Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), os primeiros
encaminhamentos serão realizados observando a carga horária de cada

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componente curricular e a carga horária que o estudante deverá cursar. Essa


modalidade é uma opção para os que não tiveram acesso ou a possibilidade de
concluir sua escolaridade no período adequado.
Assim, é preciso levar em consideração que, na maioria, são estudantes
com maiores dificuldades de aprendizagem, por serem pessoas com idades
mais avançadas e também dificuldades para frequentar as atividades
escolares, especialmente, porque muitas vezes são trabalhadores e, em caso
de infrequência escolar na EJA, a equipe gestora entrará em contato com o
estudante e buscará sanar, juntamente com ele, suas dificuldades para
frequentar as aulas
A alteração da LDB pela Emenda Constitucional 59/2009 estendeu a
obrigatoriedade do ensino, antes somente do nível fundamental, para a
Educação Básica. Com a promulgação da Nova LDB junto veio também a
obrigatoriedade de participação nas aulas, assegurando a aprendizagem e
diminuindo a defasagem escolar e a repetência e também cresceu também a
obrigação dos pais ou responsáveis em matricular e acompanhar a
permanência da criança e adolescente na creche ou escola.
No intuito de aprimorar o processo de oferta de vagas para crianças de
zero a 3 anos de idade nas unidades educacionais da rede municipal de
ensino, a SME regulamentou a frequência por meio da Portaria 369/2022 que
estabelece por intermédio do “Projeto Quem Falta, Faz Falta” procedimentos
que a Equipe Gestora deve executar nos casos de infrequência escolar.
A partir das orientações dessa Portaria, a Equipe Gestora/Tutor
Educacional do Projeto Quem Falta Faz Falta deve promover momentos de
reflexões sobre a importância da conclusão da educação básica; realizar
reuniões, palestras e outras atividades com o intuito de conscientizar o
educando sobre a necessidade de frequentar todas as atividades educativas,
cumprindo a carga horária necessária para a conclusão de seus estudos.

Reafirma-se aqui, o importante papel da Unidade Escolar no


acompanhamento diário da frequência dos estudantes, levantando o número
de faltas de modo a evitar preventivamente o abandono; na investigação e

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identificação das possíveis causas que levam estudantes ao abandono; além


da busca por iniciativas pedagógicas que visem à permanência e sucesso do
estudante na vida escolar.
A escola precisa fazer contato frequente e direto com os pais e/ou
responsáveis, estreitando vínculos e destacando a responsabilidade da família
quanto à educação e formação dos filhos. Também é fundamental a articulação
da comunidade escolar e da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente,
com o objetivo de promover a reintegração escolar dos estudantes infrequentes
à escola e evitar futuras ocorrências. Somente esgotados todos os recursos da
escola, as faltas deverão ser comunicadas ao Conselho Tutelar que aplicará as
medidas cabíveis, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

4. Intersetorialidade no monitoramento e tratamento dos casos de


infrequência escolar

A Busca ativa9, acolhimento10 e tutoria11 são algumas das estratégias


possíveis para enfrentar essas questões, que foram agravadas durante a
pandemia. Desse modo, o Projeto Quem Falta Faz Falta deve assumir um
protagonismo na Política da Escola Cuiabana para assegurar o direito , de
acesso e permanência na escola tanto da criança bem pequena e pequena (da
primeira, segunda e terceira infância, meninice, puberdade e adolescência
quanto dos estudantes do Ensino de Jovens e Adultos.
Essas ferramentas possibilitam o registro das faltas consecutivas, das
alternadas que configuram abandono escolar e dos encaminhamentos de
busca ativa realizados pela escola. Os casos mais complexos de infrequência

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Busca Ativa Escolar é uma estratégia composta por uma metodologia social e uma
ferramenta tecnológica.
10
Acolhimento é uma ação pedagógica, que favorece a integração de estudantes por meio do
grêmio estudantil, de professores, gestores, pais e funcionários.
11
Tutoria: dentrodeste projeto se torna um processo didático pedagógico que tem como
objetivo acompanhar as infrequências dos estudantes, fazer visitas em suas casas, registrar as
faltas no sistema do Projeto Quem Falta Faz Falta, etc.

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deverão ser solucionados com o Conselho Escolar. Já os não solucionados


devem ser enviados ao Conselho Tutelar, por meio dos registros realizados
pelos diferentes programas e projetos implementados pela SME, bem como
fazer os registros no sistema do SIGEEC.
Para atender a essa demanda e diante da necessidade de envolver
todas os setores internos da SME nesse processo, a implantação do sistema
do Projeto Quem Falta Faz Falta propõe uma nova perspectiva de trabalho,
quanto à prevenção e combate à infrequência escolar realizadas nos anos
anteriores, na rede, por meio do Projeto Caracol12.
A relevância do acompanhamento sistemático e permanente da
frequência e rematrícula dos estudantes e a compreensão de que o abandono
e a evasão escolar são formas de violência e exclusão social, justificam a
proposição deste novo Projeto.

5. Busca Ativa Escolar - BAE

A Busca Ativa Escolar é uma estratégia que articula uma metodologia


social com uma ferramenta tecnológica e, assim, permite o planejamento
cuidadoso do retorno de crianças e adolescentes à escola, por meio de ações
intersetoriais e do acompanhamento da permanência do(a) estudante por um
ano após seu retorno. Foi desenvolvida pelo UNICEF, em com a União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com apoio do
Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas)
e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
A operacionalização dessa ferramenta reúne representantes de
diferentes áreas – Educação, Saúde, Assistência Social, planejamento, etc, o
que fortalece a rede de proteção. Cada secretaria e cada profissional tem um
papel específico, que vai desde a identificação de uma criança fora da escola

12
Projeto Caracol:O Projeto Caracol foi implantado na Rede Municipal de Ensino de Cuiabá,
no ano de 2007, conforme Plano “Educação na Diversidade”, composto pelosProgramas:
Gestão em Movimento, Currículo na Diversidade e Revitalizando a Formação. O Projeto tem o
objetivo intervir na redução do número de alunos evadidos, infrequentes e/ou retidos.

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ou em risco de abandono, até a tomada de providências necessárias para seu


atendimento nos diversos serviços públicos e a sua (re)matrícula e sua
permanência na escola.
A Busca Ativa atua tanto na organização do trabalho quanto no
funcionamento da ferramenta que poderão ser plenamente adaptados
(customizados) pelos municípios com base nas suas realidades locais. Essa
customização possibilita aos municípios implementarem a Busca Ativa Escolar
a partir das condições objetivas existentes. Composta por diversas frentes de
atuação, implementadas em momentos distintos, a iniciativa procura
conscientizar diferentes atores e a sociedade sobre o desafio da evasão/
exclusão escolar e propor medidas práticas para sua solução.

6. Auxilio Brasil

O Programa Auxílio Brasil é um programa federal de transferência direta


e indireta de renda que integra benefícios de assistência social, saúde,
educação e emprego, destinado às famílias em situação de pobreza e de
extrema pobreza. Além disso, o Programa oferece ferramentas para a
emancipação socioeconômica da família em situação de vulnerabilidade social.
A implementação desse Programa tem suas condicionalidades que
objetivam garantir a oferta das ações básicas e potencializar a melhoria da
qualidade de vida das famílias atendidas e promover a inclusão social.
Na educação, a contrapartida é que os estudantes devem estar
matriculados na Educação Básica e cumprir frequência mínima acompanhada
em cinco períodos, com dois meses cada, por ano idade. Na Saúde, os
responsáveis devem levar as crianças menores de 7 anos para tomar as
vacinas recomendadas pelas equipes de saúde e para pesar, medir e fazer o
acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento, a cada 6 meses
conforme calendário de acompanhamento e observar a exigência de
Frequência escolar mínima definida em regulamento.

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As condicionalidades são os compromissos assumidos pelas famílias


e pelo poder público nas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social
para continuidade no recebimento dos benefícios do Auxílio Brasil. As famílias
que descumprem os compromissos assumidos com o Programa Auxílio Brasil
podem sofrer efeitos gradativos, que vão desde Advertência, Bloqueio,
Suspensão até o Cancelamento do Benefício.
Para que a criança e o adolescente recebam os benefícios do
Auxílio Brasil, há exigência de frequência escolar mínima, sendo:
2. 60% para beneficiários de 4 e 5 anos – neste caso, o descumprimento
impacta o benefício da família;
3. 75% para beneficiários de 6 a 15 anos – neste caso, o descumprimento
impacta o benefício da família.

7. Selo UNICEF

O Selo UNICEF é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a


Infância (UNICEF) para estimular e reconhecer avanços reais e positivos na
promoção, realização e garantia dos direitos de crianças e adolescentes em
municípios do Semiárido e da Amazônia Legal brasileira por meio do
monitoramento de indicadores sociais e a implementação de ações que ajudem
o município a cumprir a Convenção sobre os Direitos da Criança, que no Brasil
é refletida no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O Selo UNICEF
contribui para o alcance de 8 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), uma agenda global acordada por todos os Estados-
Membros das Nações Unidas até 2030.
O Projeto Quem Falta Faz Falta será desenvolvido também em
articulação com o Selo Unicef no que tange o objetivo 4 que assegura a
educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promoção de oportunidades
de aprendizagem ao longo da vida para todos e todas até 2030:

17
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 garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino


primário e secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a
resultados de aprendizagem relevante e eficazes;
 promover o acesso de qualidade na primeira infância, cuidados e
educação pré-escolar de modo que eles estejam prontos para o ensino
primário;
 aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que
tenham habilidades relevantes;
 eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a
igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação
profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com
deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de
vulnerabilidade;
 garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos
adultos, homens e mulheres estejam alfabetizados e tenham adquirido o
conhecimento básico de matemática;
 garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e
habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável,
inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento
sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de
gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global
e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o
desenvolvimento sustentável.

E, nessa perspectiva da agenda global do UNICEF, o município de


Cuiabá através do Projeto Quem Falta Faz Falta desenvolverá o
monitoramento diário da infrequência dos estudantes e promoverá ações de
prevenção e busca dos estudantes faltosos, com medidas de esclarecimentos,
sobre a importância da educação desde os bebes até os adolescentes, as
famílias e acolhimento no espaço educacional para garantir uma educação
participativa e de qualidade e alcançar os objetivos proposto no Programa.

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8. Coordenação do Projeto Quem Falta Faz Falta – SME

À Coordenação do Projeto cabe:

1. Capacitar e orientar as escolas e os integrantes da Rede de Proteção para a execução


do Projeto Quem Falta Faz Falta e do Busca Ativa Escolar;
2. Cadastrar os profissionais das escolas no Sistema web do Projeto Quem Falta Faz Falta;
3. Cadastrar membros da Rede de Proteção no sistema web SIGEEC/Projeto Quem Falta
Faz Falta, para que possam acompanhar os procedimentos realizados na busca de
estudantes infrequentes.
4. Realizar estudos, debates e ações conjuntas, com os Programas Federais Busca Ativa
Escolar e Auxilio Brasil, de combate e prevenção ao abandono e à evasão escolar entre
profissionais que atuam nas unidades escolares da rede;
5. Orientar as Unidades Educacionais a investigar e a mapear as causas da infrequência
para evitar o abandono e a evasão escolar, definindo ações de acordo com as
características das diferentes instituições de ensino;
6. Orientar e acompanhar as escolas nos casos de infrequência escolar causados por
situações de preconceito, discriminação e violências;
7. Acompanhar, via web (SIGEEC/Projeto), os casos de infrequência/ abandono e evasão
escolar, bem como os procedimentos adotados, por meio de tabelas, gráficos ou
relatórios;
8. Reconhecer publicamente as unidades escolares que apresentarem resultados
positivos no combate as infrequências escolares, em especial as unidades de Educação
Infantil;
9. Acompanhar, criteriosamente, as escolas com grande número de casos de
infrequência escolar ou abandono ou evasão, solicitando um plano de ação com vistas
à melhoria dos índices apresentados.
10. Divulgar anualmente os dados estatisticamente apurados referentes à infrequência
escolar que levaram a situação de abandono ou evasão escolar.
11. Responsabilizar administrativamente as unidades de ensino, e agentes que não
cumprirem as regras referentes ao Projeto Quem Falta Faz Falta;
12. Monitorar diariamente as frequências dos estudantes no sistema web deste projeto e
notificar a unidade escolar que não estiver desenvolvendo ações para sanar o
problema de infrequência escolar na unidade;
13. Fazer visitas in loco quando necessário, juntamente com o Tutor Educacional/técnico
verificador e ou equipe gestora da unidade escolar;
14. Sistematizar juntamente com a coordenação do Busca Ativa Escolar e Auxilio Brasil,
plano de ação de formação tanto para os profissionais da educação quanto as famílias
dos estudantes;
15. Orientar as unidades escolares no desenvolvimento de campanhas de incentivo à
assiduidade (Ex. dia D), com intuito de sensibilizar a comunidade interna e externa;

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16. Informar a Comissão Permanente de Organização da Demanda Escolar (CPODE)


quando houver abertura de vagas escolares, notificados pelo Projeto Quem Falta Faz
Falta.

8.1 As Unidades Escolares da Rede Municipal de Educação:

Para a Prevenção e o combate das infrequências, a evasão e ao


abandono escolar e garantir a permanência do estudante, pelo menos até a
conclusão do Ensino Básico, são necessárias medidas concebidas pelas
próprias escolas, de modo a estimular e acompanhar decisões drásticas ou
inconsequentes dos familiares e/ou estudantes com relação à educação.
Essas ações devem ser aplicadas durante o ano todo e, muitas vezes,
um acompanhamento individual de cada caso se faz necessário por parte do
Tutor Educacional juntamente com algum membro da equipe pedagógica e
quando possível com o/a Coordenador(a) do Projeto Quem Falta Faz Falta.
Entre as ações possíveis de serem desenvolvidas pela escola para
alcançar o objetivo do Projeto estão a realização de campanhas de incentivo à
assiduidade. A divulgação dessas campanhas deve utilizar todas as
ferramentas disponíveis nas escolas com vistas a promover a cultura da
presença escolar, por meio de cartazes, mensagens de incentivo à
assiduidade, enviar e-mails ou mensagens de incentivo por meio de redes
sociais aos estudantes para que estes parem de faltar.
A abordagem dessas comunicações deve, no entanto, serem
cuidadosas na utilização das mensagens e evitar o tom de exigência e de
penalidades. O carinho e a amorosidade são recomendados nesse processo,
como: “sentimos sua falta nas aulas”, o que demonstra acolhimento e
cuidado, o que faz com que a família e o estudante ausente se sintam
valorizado e amparado pela escola.
Pode-se também, contatar interlocutores próximos: o estudante
infrequente normalmente possui colegas e familiares mais próximos que podem
lhe transmitir a preocupação da escola de forma mais pessoal. Esse é um jeito
humano e cuidadoso de transmitir um primeiro alerta.

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Quando a escola de educação infantil e ensino fundamental já tiverem


feito todas as tentativas para o estudante frequentar regularmente as aulas,
tratar diretamente com família do estudante em visitas in lócus(casa do
estudante), fazer registros da reunião e deixar claro, ou o estudante volta hoje
para escola ou serão tomadas medidas junto as instituições de proteção da
criança e adolescente, é preciso que a equipe tente uma última cartada e fale
pessoalmente com a família sobre a situação das infrequências escolar e suas
consequências para o futuro.
Nesse sentido, vale uma avaliação de cada caso e não generalizações.
Uma conversa pessoal revelará os motivos reais das ausências do estudante e
as medidas cabíveis e possíveis que a escola poderá tomar e auxiliar o
estudante. É possível reproduzir histórias de infrequência escolar que tenham
sido revertidas, contando um final feliz que motive os estudantes a continuar.
O importante é encontrar uma maneira de chegar até as famílias e
mostrar a elas que a escola se preocupa com os seus estudantes, realizando
as ações previstas no Projeto:

 Seguir as orientações do “Passo a Passo do Projeto Quem Falta Faz


Falta”, contidos neste documento.
 Monitorar o Preenchimento do sistema web SIGEEC/Projeto Quem Falta
Faz Falta e ficha FICAI, gerenciar e armazenar informações referentes aos
casos de infrequência que se configuram como abandono escolar;
 Discutir, com o Conselho Escolar, os casos de estudantes que
apresentam um grande número de faltas;
 Proporcionar ao estudante que retorna à escola, um ambiente receptivo
e acolhedor, com ações pedagógicas específicas de adaptação curricular;
 Realizar estudos, debates e ações conjuntas de combate das
infrequências e prevenção ao abandono e à evasão escolar entre
profissionais que atuam na unidade escolar, Rede de Proteção à Criança e ao
Adolescente, Instituições de Ensino Superior, responsáveis, estudantes
adolescentes, CDUE e comunidade em geral, despertando a responsabilidade

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de cada segmento no comprometimento na inclusão e permanência das


crianças e dos adolescentes no sistema educacional;
 Investigar e mapear as causas da Infrequência, exclusão, abandono e
evasão escolar, definindo as ações de acordo com as características da sua
comunidade escolar, contemplando-as no Projeto Político-Pedagógico.
 Apresentar um plano de ação à Coordenação do Projeto Quem Falta
Faz Falta, em situação de alto índices de infrequência escolar ou abandono
ou evasão escolar na unidade;
 Desenvolver estratégias pedagógicas a fim de promover ambientes
favoráveis à superação de todas as formas de discriminação, preconceito e
exclusão social.
 Contemplar as temáticas de combate e prevenção ao abandono e
evasão escolar nos documentos norteadores da escola.
 Fomentar diálogos com as famílias dos estudantes para sensibiliza-los
em relação aos estudos dos filhos(as), evitando assim as infrequências
escolares e na inclusão e permanência das crianças e dos adolescentes no
sistema educacional;

17. Metodologia

As ações deste projeto visam prevenir e combater a infrequência escolar


e os possíveis casos de abandono e evasão escolar, por meio da
sistematização dos registros da infrequência e das ações da escola, da SME e
dos equipamentos da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, entre eles
o Conselho Tutelar e o Ministério Público.
Os procedimentos necessários para os registros serão realizados por
meio do Sistema WEB SIGEEC e dos formulários em anexo. Este é um
Projeto de Fluxo Continuo e diário que será desenvolvido em articulação com
as Estratégias Federais Busca Ativa, Programa Auxilio Brasil e Selo UNICEF
para fortalecer ainda mais a proteção dos direitos das crianças e sua

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permanência na escola, em especial aquelas em situação de vulnerabilidade


social e humanizar cada vez mais o atendimento educacional dos estudantes
da rede municipal de educação de Cuiabá.
O Projeto Quem Falta Faz Falta, de Prevenção e Combate às
infrequências escolares tem como Premissa o envolvimento de toda a rede
interna escolar: estudantes, funcionários, professores, equipes pedagógicas e
diretivas e também das Instâncias Colegiadas (CDUEs) e Conselhos Tutelares
para a mobilização da comunidade escolar, com o objetivo do retorno do
estudante infrequente às atividades escolares.
Cada unidade educativa terá a possibilidade de aderir ao projeto e
convidar o(s) servidores readaptados de função para ficar responsável pelo
desenvolvimento do projeto e este será definido como Tutor
Educacional/Técnico Verificador, pois o Projeto prevê a participação desse
servidor (neste projeto denominado Tutor Educacional/Técnico Verificador)
nas formações ofertadas pela Coordenação do projeto/SME.
O Tutor Educacional deverá fazer a busca dos estudantes faltosos
diariamente via contatos telefônicos, email, whatsapp, aplicativos de
mensagem, SMS, visitas in loco (residência da criança ou responsável) com as
famílias, fazer reuniões on line juntamente com o gestor educacional, informar
a/o coordenador (a) pedagógico(a) sobre as faltas do dia; realizar a integração
da escola com os diferentes órgãos e serviços que buscam garantir os direitos
da criança e do adolescente; e o acionar o Conselho Tutelar, juntamente com
um membro da equipe gestora ou do Conselho escolar, como última instância,
seguindo as normativas previstas na Portaria nº 369/2022. Todos concentrando
esforços para prevenir, identificar as causas da infrequência e promover o
retorno dos estudantes com faltas recorrentes e injustificadas.
O Projeto Quem falta Faz Falta contemplará todas as unidades
escolares da Rede Municipal de Educação de Cuiabá e será desenvolvido em
articulação com o Programa Federal Busca Ativa Escolar. Cada Tutor
Educacional/Técnico Verificador (readaptado de função) será cadastrado no
sistema do Projeto Quem Falta Faz Falta e também no Programa Busca Ativa

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Escolar como técnico verificador. A Coordenação Operacional do Busca Ativa


do Município de Cuiabá terá o papel de articular e realizar juntamente com a
coordenação do Projeto Quem Falta Faz Falta as formações para toda a Rede
Municipal de Ensino e também encaminhar os casos de risco de evasão ou
abandono escolar ás secretarias parceiras (Secretarias Municipal de Educação,
Saúde e Assistência Social) e demais instituições de proteção à Criança e
Adolescente.
O Projeto também fará articulação com a Estratégia Federal Busca Ativa
Escolar, Programas Federais Auxilio Brasil e Selo Unicef. A coordenação do
Projeto Quem Falta Faz Falta fará o cruzamento de informações sobre faltas
frequentes dos estudantes da rede cadastrados no NIS e que recebem a
transferência de renda pelo Auxilio Brasil. A Coordenação Municipal do
Programa Auxilio Brasil também contribuirá nas formações para toda Rede
Municipal de ensino.

9.1 Passo a Passo

Importante ressaltar que as faltas serão computadas no sistema do


Projeto Quem Falta Faz Falta e, a identificação de 5 faltas consecutivas ou 10
faltas alternadas no bimestre com o retorno do estudante em qualquer uma das
etapas abaixo descritas, o caso de abandono deverá ser arquivado pela escola
no sistema do SIGEEC/Projeto Quem Falta Faz Falta e na pasta do estudante.

9.1.2 Quadro 1
Passo 1 Professor/TDI
Passo 2 Tutor(a) Educacional/
Técnico(a) Verificador Rede Escolar Interna
Passo 3 Coordenador(a) Pedagógico
Passo 4 Diretor(a)
Passo 5 CDUE
Passo 6 Coordenador(a) Projeto Quem Falta Faz Falta

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Passo 7 Conselho Tutelar

Passo 1 - Professor(a) e TDI

Cabe aos professores, ao constatarem a ausência diária do estudante,


ainda que justificadas:
1. Comunicar imediatamente o(a) Tutor Educacional/Técnico Verificador e ou
equipe pedagógica da escola (na ausência do Tutor Educacional/Técnico
Verificador) utilizando o Formulário de Acompanhamento de Faltas
Injustificadas (Anexo I).
2. Participar das formações ofertadas pela SME e pela escola sobre
infrequências escolares (evasão ou abandono escolar);
3. Reelaborar seu planejamento para acolher o estudante e tornar a aula mais
atrativa, caso haja muitas infrequências em sua turma;
4. Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma opção para oportunizar aos que
não tiveram acesso ou a possibilidade de concluir sua escolaridade no
tempo adequado. Por se tratar de estudantes com mais dificuldades para
frequentar as atividades escolares, especialmente porque muitas vezes é
um estudante trabalhador e/ou idoso, o professor deverá promover
reuniões, palestras, momentos de reflexões e outras atividades visando
conscientizar o educando sobre a necessidade de frequentar todas as
atividades educativas e sobre a importância da conclusão da educação
básica. E em caso de infrequência, entrar em contato com o estudante e
buscar sanar juntamente com ele suas dificuldades para frequentar as
atividades escolares.

No ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, incluindo estudantes da EJA, os


professores deverão observar a carga horária da sua disciplina e a carga
horária que o estudante deverá cursar; os encaminhamentos para a equipe
pedagógica serão realizados conforme carga horária de ausência.

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Técnico em desenvolvimento infantil (tdi)


1. Cabe aos TDIs, ao constatar a ausência diária do estudante ainda que
jstificada anotar na ficha de acompanhamento de infrequência diário,
comunicar imediatamente o(a) Tutor Educacional/Técnico verificador e ou
equipe pedagógica da escola (na ausência do Tutor/técnico) utilizando o
Formulário de Acompanhamento de Faltas Injustificadas (Anexo I).
2. Reelaborar seu planejamento para acolher o estudante e tornar a aula mais
atrativa.

9.3 Passo 2 - Tutor/Técnico Verificador ou Secretário Escolar

A infrequência escolar deve iniciar imediatamente diante da constatação


da infrequência nas disciplinas que compõem a matriz curricular da instituição
de ensino, sendo imprescindível o acompanhamento periódico e sistemático da
frequência dos estudantes pelo Tutor Educacional/Técnico Verificador e
coordenação pedagógica da unidade, garantindo assim, agilidade no processo
e a efetivação das providências.
Após comunicação da infrequência pelo professor ou TDI, o Tutor
Educacional/Técnico Verificador fará os registros no sistema web do
SIGEEC/Projeto Quem Falta Faz Falta e iniciará os primeiros
encaminhamentos de busca ativa, via contato por telefone fixo ou móvel, e-
mail, mensagem de texto e/ou convocação por escrito, a qual pode ser enviada
por visitas in loco à família, bilhete via comunidade, presidente de bairro, clube
de mães, etc, com o objetivo de levantar informações sobre as faltas e
convocar os pais ou responsáveis para reunião extraordinária, com data e
horário agendados. A reunião poderá ser on line caso necessite. Os pais ou
responsáveis deverão estar cientes que se não comparecerem na escola ou
participarem da reunião on line e se o estudante não retornar às atividades
escolares, o caso de abandono escolar será encaminhado aos órgãos que
oferecem serviços para garantia de direitos de crianças e adolescentes (Rede

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de Proteção) e Conselho Tutelar. Essas ações serão seguidas dos seguintes


procedimentos:

1. Fazer o levantamento diário dos estudantes que faltaram com ou sem


justificativa e registrar no sistema web SIGEEC/Projeto Quem Falta Faz
Falta.
2. A partir de uma (1) falta injustificada do estudante deve-se realizar o
contato com a família.
3. Realiza a pesquisa de campo sobre a criança ou o adolescente que está
faltando as aulas e sua família via telefone, recados, visita na casa do
estudante caso não encontre a casa do estudante, visitar os parentes
próximos.
4. Comunicar a equipe gestora quando o estudante chegar a 3 faltas
consecutivas ou 7 intercaladas e apresentar os procedimentos que foram
realizados para encontrar o estudante.
5. Comunicar o Gestor Educacional quando o estudante tiver 5 faltas
consecutivas e apresentar os procedimentos realizados para encontrar o
estudante para que o Gestor faça a notificação ao Conselho Tutelar da
região.
6. Comunicar o Gestor Educacional quando o estudante tiver 10 faltas
intercaladas e apresentar os procedimentos realizados para encontrar o
estudante para que o Gestor faça a notificação ao Conselho Tutelar da
região.
7. Colocar o alerta no sistema da Estratégia Federal Busca Ativa Escolar se o
estudante tiver 10 faltas intercaladas, pois o mesmo encontra-se risco de
abandono ou evasão escolar.

9.4 Passo 3 - Coordenador(a) Pedagógico da unidade educativa

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A coordenação pedagógica13 da unidade escolar deve pensar em alguns


Indicativos para a investigação das possíveis causas da infrequência, como:
 Caberá à coordenação pedagógica, também, investigar as causas que
levaram o estudante a infrequência escolar.
 Existem evidências/queixas/marcas de violência física, psicológica,
moral ou abuso sexual?
 Há indícios ou comprovação de que o estudante ou seus responsáveis
usam substâncias?
 Mapear os prontos fracos da unidade escolar;
 Investigar e mapear as causas da exclusão, abandono ou evasão
escolar, através de escuta ativa e definir ações de acordo com as
características da sua comunidade escolar;
 Reavaliar a metodologia e a proposta pedagógica do ano letivo da
unidade escolar no caso de grande índice de infrequência escolar consecutiva
ou alternada;
 Utilizar tecnologia para auxiliar no aprendizado;
 Ofertar capacitação para o corpo docente de acordo com a reavaliação
da metodologia;
 Orientar projetos interdisciplinares;
 Seguir as orientações do “Passo a Passo no Combate ao Abandono e à
Evasão Escolar”, contidos neste documento;
 Gerenciar e armazenar informações referentes aos casos de
infrequência consecutivas ou intercaladas;
 Discutir com o Conselho escolar, os casos de estudantes que
apresentam um grande número de faltas tanto consecutivas quanto
intercaladas;

13
A Coordenação pedagógica precisa estar atenta ao fato de que no Ensino Fundamental II – do 6º ao 9º ano um
mesmo professor não estará presente todos os dias nas mesmas turmas. Um professor com duas aulas semanais, por
exemplo, pode levar mais de duas semanas para identificar 05 faltas consecutivas e quase um mês para constatar 10
faltas alternadas na sua disciplina. Desta forma, como este Programa prevê a comunicação ao Conselho Tutelar de 05
dias consecutivos ou 10 dias alternados de faltas, independente das disciplinas que tenham sido dadas nesse período,
sugere-se que a equipe pedagógica crie mecanismos de controle da frequência que não levem em consideração
somente o preenchimento do Anexo I.

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 Proporcionar ao estudante que retorna à escola, um ambiente receptivo


e acolhedor, com ações pedagógicas específicas de adaptação curricular;
 Realizar estudos, debates e ações conjuntas de combate e prevenção
ao abandono e à evasão escolar entre profissionais que atuam na unidade
escolar e comunidade em geral, despertando a responsabilidade de cada
segmento na inclusão e permanência das crianças e dos adolescentes no
sistema educacional.
 Apresentar um plano de ação á Coordenadoria do Projeto Quem Falta
Faz Falta, em caso de aumento nos índices de abandono e evasão escolar;
 Desenvolver estratégias pedagógicas a fim de promover ambientes
favoráveis à superação de todas as formas de discriminação, preconceito e
exclusão social;
 Contemplar as temáticas de combate e prevenção ao abandono e
evasão escolar nos documentos norteadores da escola;
 O estudante apresenta rendimento insuficiente em alguma(s)
disciplina(s)? Qual(is) disciplina(s)?
 A relação professor-estudante explicita tensões/conflitos de
relacionamento pessoal que comprometem o processo ensino-
aprendizagem?
 O comportamento do estudante interfere na assimilação dos conteúdos?
 Existem outras formas de tensões/conflitos de relacionamento pessoal
que interferem no rendimento escolar tais como: familiares, colegas,
funcionários, entre outros? Em que espaços isso ocorre além da escola?
 O estudante está sofrendo algum tipo de constrangimento ou alguma
ameaça à sua integridade moral, física, psicológica?
 O estudante demonstra medo de ir à escola?
 Apresenta defasagem em relação aos conteúdos básicos para a idade?
 Em que medida a defasagem de conteúdo interfere na aprendizagem do
estudante?
 O estudante frequentou ou frequenta a Sala de Apoio à Aprendizagem?
Como ocorreu a movimentação neste programa? O aproveitamento escolar

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do estudante melhorou ou continua apresentando dificuldades para


compreender os conteúdos? Que registros indicam isto?
 O estudante em algum momento de sua escolarização foi avaliado e
identificado com algum tipo de deficiência (intelectual, visual, surdez, física
neuromotora), transtornos globais do desenvolvimento ou altas
habilidades/superdotação?
 Houve necessidade de oferta de Atendimento Educacional Especializado
(AEE) turno ou contraturno? Qual AEE foi ofertado? O aproveitamento
escolar do estudante melhorou, considerando suas características, ou
continua apresentando dificuldades para compreender os conteúdos do ano
de matrícula no ensino comum? Que registros indicam isto?
 Que outros condicionantes foram ou podem ser analisados, na
infrequência do estudante?
 Entregar aos pais ou responsáveis pelo estudante o orientativo com
compromisso de frequência escolar.

9.5 Passo 4 - Diretor(a) Educacional

O diretor deverá receber da Coordenação Pedagógica ou do Tutor


Educacional/Técnico Verificador a comunicação de que existem estudantes
infrequentes, dando ciência no Formulário de Acompanhamento de Faltas
Injustificadas (Anexo I). Caberá ao diretor empenhar todos os esforços para a
localização do estudante e/ou sua família, esgotando todos os recursos para
encontrá-lo, por meio da busca ativa de crianças e adolescentes que estiverem
fora da escola.
A “busca ativa” caracteriza-se por todas as ações realizadas pela escola
para promover o retorno do estudante em situação de infrequência escolar para
evitar abandono ou evasão escolar: telefonema, mensagem de texto, e-mail,
bilhete via comunidade, reunião extraordinária presencial ou on line e visita
domiciliar. Persistindo a situação de faltas injustificadas, e/ou se houver a
necessidade de outros profissionais para atuarem em casos específicos, e/ou

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na ausência dos pais ou responsáveis legais na reunião, o diretor deverá


acionar as o CDUE no intuito de articular novas ações para o retorno e a
permanência do estudante na unidade escolar.
Se ocorrer do Diretor(a) da unidade educacional se mantiver omisso na
defesa do direito à educação do estudante matriculado em sua instituição de
ensino, conforme dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, inciso I do
artigo 208.º e artigo 216.º, poderá ser responsabilizado pessoalmente na esfera
civil e administrativa.

9.6 Passo 5 - CONSELHO DE UNIDADE ESCOLAR – CDUE

A Equipe Gestora deverá articular com o CDUE da unidade escolar, para


desenvolverem estratégias e mecanismos para o retorno e a permanência do
estudante na escola.
O Conselho Escolar, órgão colegiado máximo de gestão para a tomada
de decisões no âmbito escolar, tem funções: deliberativa, fiscal, mobilizadora,
consultiva e avaliativa. Esse órgão possui representantes das famílias dos
estudantes, assegurando a participação de todos (vez e voto), bem como, uma
gestão democrática das ações pedagógicas, administrativas, financeiras e
disciplinares da instituição de ensino.
Os Conselheiros Escolares, ao receberem a pauta da reunião do
Conselho Escolar, dialogarão entre si e também poderão consultar outros
pares de seu segmento (como outros pais/responsáveis) sobre os
encaminhamentos a serem desenvolvidos na busca dos pais e/ou responsáveis
legais referentes ao estudante ausente e levarão o relato das ações
desenvolvidas na reunião ordinária ou extraordinária.
O Diretor como membro nato do Conselho Escolar da instituição de
ensino, deve articular com o presidente do CDUE para convocar reunião
extraordinária (caso precise) para repassar as ações realizadas anteriormente
e obter as contribuições do colegiado para lograr êxito no retorno do estudante
ausente.

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Esgotadas todas as possibilidades de busca ativa por parte da instituição


de ensino, ela deverá encaminhar os casos à Rede de Proteção.

9.7 Passo 6 - ACIONAMENTO DO CONSELHO TUTELAR - CT

Esgotadas todas as possibilidades de busca ativa por parte da instituição


de ensino e do CDUE, deverá encaminhar pelo e-mail ou protocalar
documentos diretamente no Conselho Tutelar de sua região e acompanhar o
andamento do caso.
A unidade de ensino manda o e-mail para o Conselho de Tutelar e
comunicar as ações realizadas e o insucesso do retorno do estudante.
Esgotadas todas as suas possibilidades de busca ativa, o CT deve comunicar à
unidade de ensino sobre a situação. Essa devolutiva (Anexo) deve ser enviada
para a Unidade Educacional no prazo de 10 dias corridos após o recebimento
da notificação.
Caso o CT não informe os procedimentos adotadoss na busca do
estudante em 10 dias, a Unidade Educacional deverá notificar a SME através
do sistema Web SIGEEC/Projeto Quem Falta Faz Falta e o Ministério Público,
anexando cópia de todos os procedimentos dispensados na busca do
estudante.

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9.8 FLUXOGRAMA PROJETO QUEM FALTA FAZ FALTA

PROJETO ESTUDANTE EM
QUEM FALTA SITUAÇÃO DE
FAZ FALTA RISCO OU
ABANDONO
ESCOLAR

BUSCA
ATIVA COORDENAÇÃO
POLÍTICA
DA CMEI; CRECHE;
AUXILIO DO PROJETO CEEI;
BRASIL QUEM FALTA ESCOLA EMEB;EMEBEC TUTOR
FAZ FALTA/SME CUIABANA TÉCNICO
VERIFICADOR

FAMÍLIA DO
ÓRGÃOS DE
ESTUDANTE Conselho
PROTEÇÃO DA Escolar
CRIANÇA E DO
Conselho
ADOLESCENTE
Tutelar

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18. Faltômetro

19. Cronograma de ações

2022
ATIVIDADES Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1. Apresentação do Projeto Quem Falta


Faz Falta aos Coordenadores da SME X
e para as unidades educacionais
2. Cursos de Formação sobre o
sistema web do projeto para os
X X X
Gestores Educacionais e para os
Tutores Educacionais
3. Cadastrar os Tutores Educacionais
X X
no sistema web e Busca Ativa Escolar
4. Comunicação do Professor/TDI dos
X X X X X X
estudantes faltosos ao Tutor ou Gestor
5. Inserção dos estudantes faltosos no
X X X X X X
sistema web pelo Tutor
6. Estabelecer contato com pais e X X X X X X

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responsáveis
Visitas in loco X X X X X X
7. Acionar o Conselho Tutelar X X X X X X
8. Promoção de eventos de esporte,
cultura e lazer, entre escola e
sociedade (Ação em conformidade com
X X X X X
o cronograma financeiro da Instituição.
Sugere-se ao menos, um evento por
semestre letivo)

 O Projeto Quem Falta Faz Falta deverá ser executado de forma contínua,
durante todos os anos letivos, pois sua demanda é de extrema importância,
na manutenção da atenção à criança e ao adolescente.

20. De volta à escola

No retorno do estudante, é importante que o coletivo da escola se proponha


a recebê-lo em um ambiente acolhedor e respeitoso, que permita a retomada
de seu processo educativo, tanto em suas relações pessoais e sociais no
espaço escolar, quanto na aprendizagem dos conteúdos.
Com o retorno do estudante à escola, professores e coordenação
pedagógica devem considerar a defasagem da aprendizagem, a diversidade
dos estudantes e compreender quais podem ser as razões para a infrequência
ou evasão. Essa análise englobará desde questões socioeconômicas até a
possibilidade de uma inexistência de vínculo do aluno com a escola – pela falta
de práticas pedagógicas orientadas para acolher e tratar essa diversidade de
forma apropriada (Nova Escola, 2021). Com base nessa compreensão,
gestores e professores podem acordar uma estratégia de implementação de
ações afirmativas para mitigar os efeitos da defasagem, endereçar as questões
de desigualdade racial e socioeconômica e reforçar os vínculos de crianças,
adolescente e jovens com a escola.
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A direção da escola deve coordenar o planejamento de ações de


acompanhamento do estudante, responsabilizando cada um dos segmentos
em manter posturas de receptividade e disponibilidade no auxílio das
dificuldades que geralmente ocorrem quando há interrupção da frequência.
É importante que todos desempenhem papel de acolhimento,
objetivando desenvolver no estudante o senso de pertencimento. Essa
mobilização poderá ser organizada em momentos de trabalho coletivo e deverá
ser inserida no plano de ação da escola.
O acolhimento à criança e a sua família é de suma importância no retorno
da a escola, porém os gestores educacionais devem deixar claro que a criança
não pode ficar faltando, pois tem prejuízo na aprendizagem e também corre o
risco de perder a transferência de renda Auxilio Brasil, em especial as crianças
bem pequenas em idade de creche além de correr o risco de perder a vaga.

21. Resultados esperados

Com a execução do projeto Quem Falta Faz Falta, espera-se conhecer


mais de perto, as razões que tem levado crianças e adolescentes a deixarem
de frequentar as aulas e até mesmo evadirem, da escola.
Com base nas informações coletas, nos motivos identificados e na
experiência adquirida, será possível planejar ações que tenham viabilidade de
serem implementadas no âmbito municipal, com o objetivo de garantir que os
direitos destas crianças e adolescentes, sejam de fato garantidos e cumpridos,
pois este também é o papel social da escola: identificar o problema,
compreender os fatores motivadores e oferecer soluções, buscando garantir o
êxito educacional.
Pretende-se também aumentar a presença das famílias nas unidades
escolares, participando ativamente da vida escolar de seus filhos e filhas.

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REFERÊNCIA

DIGIÁCOMO, Murillo José. O sistema de garantias de direitos da criança e


do adolescente e o desafio do trabalho em “rede”. Disponível em: . Acesso
em: maio. 2022.

BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:


Senado Federal, 1988.

Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


Brasília: MEC, 1996.

BRASIL. Constituição Federal 1988. Constituição da República Federativa do


Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069 de 13 de


julho de 1990. Brasília, 2019. 230p.

MAHONEY, A. A. Contribuições de H. Wallon para a reflexão sobre as


questões educacionais. In: V.S. Placco (Org.), Psicologia & Educação:
Revendo contribuições (pp. 9-32). São Paulo: Educ. 2002.

MARQUES, R. Professores, família e projeto educativo. Porto, PT: Asa


Editores. 2001.

MARQUES, R. O envolvimento das famílias no processo educativo: Resultados


de um estudo em cinco países. 2002. Disponível em:
<http://www.eses.pt/usr/Ramiro/Texto.htm> Acesso em 11 de junho 2021.

OLIVEIRA, Z. M. R. Interações sociais e desenvolvimento: A perspectiva


sociohistórica. Caderno do CEDES, 20, Págs. 62-77. 2000.

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PINTO, A.T. Evasão e Infrequência Escolar: Análise das causas da


infrequência e evasão escolar no ensino fundamental no Município de Macaé.
Universidade Federal Fluminense UFF, Trabalho de Conclusão de Curso –
TCC. Rio das Ostras, 2013. 81p.

REGO, T. C. Memórias de escola: Cultura escolar e constituição de


singularidades. Petrópolis, RJ: Vozes. 2003.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – SME. Instrução Normativa Nº.


003/2018/GS/SME. Diário Oficial de Contas – Tribunal de Contas de Mato
Grosso. Ano 8, nº. 1742. Publicação: 03 de outubro de 2019.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – SME. Escola Cuiabana:


cultura, tempos de vida, direitos de aprendizagem e inclusão. Orgs.:
Edilene de Souza Machado e Mabel Strobel Moreira da Silva. 2ª edição.
Cuiabá-MT: Editora Gráfica Print, 2020. 304p.

SILVA, I.D.; GOMES, C.F. A educação no município de Cuiabá: experiências


inovadoras e exitosas com foco na melhoria do processo ensino aprendizagem.
IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - EDUCERE; III ENCONTRO
SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA. 2009. Disponível em:
<https://educere.bruc.com.br/cd2009/pdf/2069_1258.pdf> Acesso em 08 de
Julho de 2021.

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APÊNDICE

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PROJETO QUEM FALTA FAZ FALTA

APÊNDICE I
FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DIÁRIO DE FALTAS.

(Formulário a ser preenchido diariamente pelos professores/TDIs, e repassada


ao Tutor (readaptado de Função ou coordenador(a) Pedagógico).

Nome do Estudante:_____________________________________________
Turma: ________________________ Turno: __________________________
Disciplina Professor/TDI Motivo da Falta Fonte da
Dia/mês ou Turma Informação

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PROJETO QUEM FALTA FAZ FALTA

APÊNDICE II

FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA DE ESTUDANTE


AUSENTE
(Instrumento a ser encaminhado pelas unidades escolares ao cpp.educacao@sme.cuiaba.mt.gov.br)

1. DADOS DA UNIDADE ESCOLAR

Denominação:_________________________________________________________
Endereço: ____________________________________________ n. º ______
Bairro:____________________________Telefone: ( ) _______- __________
Equipe Gestora:
Diretor(a):____________________________Coordenador(a):____________

2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO (A) ESTUDANTE

Nome do(a) Estudante:


_______________________________________________________________

Data de Nascimento: ____/____/_______ Turma:______ Turno: ___________

Endereço Residencial:
______________________________________________________ n.º ______
Bairro: ____________________________________Município: ___________
CEP: _________________ Zona: ( ) Urbana; ( ) Rural

Ponto(s) de referência:
_______________________________________________________________

Nome do(s) responsável(is):


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

E-mail do(s) responsável(is):


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Telefones do(s) responsável(is): ( ) _______- _______ / ( ) ____- _______ ( )


_______- _______/ ( ) _______- _______/ ( ) _______- _______

Família está inserida em algum programa social: ( ) sim ( ) não


Qual(is)?:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

3. ENCAMINHAMENTOS DE BUSCA ATIVA REALIZADOS PELA ESCOLA

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( ) Contato via telefone fixo ou móvel


( ) Contato via e-mail
( ) Contato via SMS
( ) Contato via aplicativo de mensagem
( ) Visita in lócus (casa da criança)

Data: ____/____/_______ Horário: _____:_____

servidor(a) responsável pelo projeto Quem Falta Faz Falta:


_______________________________________________________________

Descrição:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Resultados obtidos:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

( ) Contato via telefone fixo ou móvel


( ) Contato via e-mail
( ) Contato via SMS
( ) Contato via aplicativo de mensagem
( ) Visita in lócus (casa da criança)

Data: ____/____/_______ Horário: _____:_____

servidor(a) responsável pelo projeto Quem Falta Faz Falta::


_____________________________________________________________________

Descrição:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Resultados obtidos:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

( ) Contato via telefone fixo ou móvel

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( ) Contato via e-mail


( ) Contato via SMS
( ) Contato via aplicativo de mensagem
( ) Visita in lócus (casa da criança)

Data: ____/____/_______ Horário: _____:_____

servidor(a) responsável pelo projeto Quem Falta Faz Falta:


_______________________________________________________________

Descrição:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

Resultados obtidos:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

4. REGISTRO DA REUNIÃO COM O RESPONSÁVEL PELO ESTUDANTE


AUSENTE (Para ser preenchido pelo Tutor Educacional ou Equipe Gestora – pode ser reunião presencial ou on
line)

Data da reunião: ____/____/_______ Horário da reunião: _____:_____

Realizado por (nome e função):


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Local: ( ) Escola; ( ) Residência do(a) estudante; ( ) Outro:


_____________________________________________________________________

Responsáveis legais que foram convocados e/ou compareceram/foram


visitados:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Motivo da ausência do (a) estudante:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Compromissos acordados:

( ) Acompanhar a vida escolar do seu filho, zelando pela sua educação.


( ) Verificar de maneira constante a frequência e o aproveitamento escolar do seu
filho.
( ) Acompanhar a reintegração do filho à escola, nos acaso de abandono.

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( ) Colaborar com a escola cumprindo com seu dever legal de cuidado com a vida
escolar de seu filho.
( ) Conhecer as normas da escola e colaborar ativamente para que o seu filho as
cumpra.
( ) Propiciar condições para o comparecimento e a permanência do filho na instituição
de ensino.
( ) Respeitar os horários estabelecidos pela instituição de ensino para o bom
andamento das atividades escolares.
( ) Comparecer às reuniões e demais convocações do setor pedagógico e
administrativo da escola, sempre que se fizer necessário.
( ) Encaminhar e acompanhar o filho aos atendimentos especializados solicitados pela
escola e ofertados pelas instituições públicas; cumprir as disposições do Regimento
Escolar, no que lhe couber.
( ) Outros :
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Declaro que as informações descritas são verdadeiras e assumo o compromisso


acima registrado, reconhecendo minhas obrigações legais junto ao(a) menor no que
se refere ao direito à educação básica.

Assinatura do(s) pais ou responsáveis legais do(a) estudante:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Assinatura do(s) representante(s) da escola:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

( ) Não foi possível realizar a visita/reunião domiciliar. Justificativa:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5. MEDIDAS TOMADAS PELA Unidade Educativa (Para ser preenchido pela Equipe
Pedagógica e/ou Professores(as).

Medidas de acompanhamento ao (à) estudante:

( ) Estratégias de acolhimento e de estímulo à aprendizagem escolar.


( ) Ações educativas junto aos(as) estudantes, pais ou responsáveis, de modo
a desenvolver a compreensão da importância da educação.
( ) Encaminhamentos do(a) estudante à Sala de Recursos e/ou Centros de
Atendimento Especializados.

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( ) Discussão e deliberação com o CDUE, visando o enfrentamento das causas


e das consequências das dificuldades dos (as) estudantes em relação ao
processo pedagógico.
( ) Elaboração do Plano de Trabalho Docente, durante as horas atividade dos
professores e mediado pela Coordenação Pedagógica, com vistas a rever os
encaminhamentos metodológicos.
( ) Encaminhamento para avaliação educacional sob orientação da equipe de
Educação Especial /Coordenadoria de Educação Especial/SME.
( ) Providências junto ao Busca Ativa para atendimento pedagógico hospitalar.
( ) Realização de reuniões com Conselho Escolar, pautando a mediação de
aprendizagem dos estudantes e definindo suportes necessários.
( ) Utilização de metodologias específicas de trabalho pedagógico voltado a
necessidades educativas especiais e, inclusive, adaptações curriculares.

( ) Outra(s):
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Medidas aplicadas aos pais ou responsável:

( ) Realização de reuniões periódicas com os pais ou responsáveis, para


buscar em conjunto a solução dos problemas que motivam as faltas e reverter
à situação.
( ) Ações educativas junto aos pais ou responsáveis que favoreçam a efetiva
participação no coletivo escolar e a compreensão da importância do
acompanhamento sistemático da vida escolar dos filhos.
( ) Atualizar dados (Endereço; e-mail; telefone)

( ) Outra(s):
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Observação: Encaminhar as informações dos anexos I e II no sistema web do


projeto Quem Falta Faz Falta e ao Conselho Tutelar da Região, após esgotado
as possibilidades de busca do estudante.

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PROJETO QUEM FALTA FAZ FALTA

APÊNDICE III

6. ENCAMINHAMENTO À REDE DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO


ADOLESCENTE (Para ser preenchido pelo(a) Representante da Rede de Proteção da
Criança e do Adolescente na presença dos pais ou responsáveis legais e fazer a devolução
para a Unidade Educacional no Prazo de 10 corridos após o recebimento deste documento).

Data da reunião: ____/____/_______ Horário da reunião: _____:_____

Realizado por (nome e função):


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Local: ( ) Escola; ( ) Residência do(a) estudante; ( ) No Conselho ( ) Outro:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Motivo da ausência do (a) estudante:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Programas e serviços que a criança ou adolescente foi encaminhado:


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Descrição do encaminhamento:
______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Resultados obtidos:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Assinatura do(s) pais ou responsáveis legais do(a) estudante:


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Assinatura do(s) representante(s) da Rede de Proteção responsáveis pela


realização do encaminhamento:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________, ____/____/_______.

OBSERVAÇÃO: Este FORMULÁRIO deverá retornar à escola de origem


depois que as medidas cabíveis forem tomadas.

A Constituição Federal de 1988, Art. 227 determina o direto da


criança à proteção integral, evidenciando os atores, como uma “Rede de
Responsáveis”, a saber:
É dever da família, da sociedade e do estado,
assegurar à criança e ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade o direito a vida, a saúde, a
alimentação e a convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.

Nessa mesma linha o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 1990)


determina ações referentes aos segmentos da comunidade responsáveis pela
efetivação dos direitos da criança e do adolescente. O Artigo 86 do ECA
preconiza que a política de atendimento dos direitos da criança e do
adolescente deve se efetivar em conjunto, sendo de responsabilidade da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e, também, no Art. 4º:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do


Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.

Desse modo, as ações governamentais e não governamentais,


juntamente com a família, se configuram como Rede de Proteção à criança e

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ao adolescente e se constitui como uma estratégia indispensável na arquitetura


do conceito de Proteção Integral.
Motti e Santos (2008) enfatiza que a Rede de Proteção deve
proporcionar, entre outras coisas: o fortalecimento do Sistema de Garantia de
Direitos; a construção e implantação de instrumentais comuns para
atendimento, encaminhamento e acompanhamento dos casos; e a
Descentralização do atendimento, especialmente evitando a concentração da
maioria das ações/atividades numa única organização, seja pública ou não
governamental.
Em relação às frentes de prevenção à vulnerabilidade da criança e
adolescente (Escola Cuiabana. 2021)14, as ações da SME “devem ser
pautadas, por meio de programas de prevenção de: maus-tratos, infrequência
escolar, evasão escolar” e elevar os níveis de aprendizagens dos estudantes e
ainda, aponta a necessidade de definir estratégias para conter o avanço das
infrequências que pode incorrer na evasão escolar.
A infrequência escolar é um indicativo que pode mostrar mais do que a
simples falta, por isso deve-se conhecer a realidade do estudante faltoso e
para tanto é preciso trabalhar em rede: SME, Equipes Gestoras, Professores,
Técnicos escolares; Conselhos Escolares e Conselhos Tutelares, entre outras
instituições de Garantia dos direitos da Criança e do Adolescente para juntos
identificar as razões para as infrequências ou evasão escolar e analisar desde
questões socioeconômicas até a possibilidade de uma inexistência de vínculo
do estudante ou da família com a escola.
Essa aproximação com a família realizada pela Equipe Escolar deve
considerar a diversidade dos estudantes e sempre avaliar suas práticas
pedagógicas, orientadas pelo prisma do acolhimento e tratar essa diversidade
de forma apropriada. Com essa compreensão, gestores e professores podem
acordar uma estratégia de implementação de ações afirmativas para atenuar os
efeitos da defasagem, endereçar as questões de desigualdade racial e

14
Política da Escola Cuiabana: cultura, tempos de vida, direitos de aprendizagem e inclusão. Política
educacional da Rede Municipal de Ensino de Cuiabá, construída, do Texto Base ao Texto Final, em um
amplo processo participativo e colaborativo que buscou envolver todos os profissionais da educação.

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socioeconômica e reforçar os vínculos das crianças e adolescentes com a


escola. É primordial conhecer as raízes da infrequência ou evasão escolar para
então pensar nas soluções necessárias para resolver a situação.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira – INEP (1998), o conceito técnico de “Abandono” refere-se à
situação em que o estudante deixa a escola num ano, mas retorna no ano
seguinte. Já a “Evasão” é situação em que o estudante sai da escola e não
volta mais para o sistema.
A Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá entende também, que o
abandono escolar se caracteriza pela situação em que o estudante apresenta
infrequência escolar consecutiva ou alternada, ou seja, abandona o processo
escolar várias vezes durante o ano letivo, com excessivo número de faltas, o
que pode resultar em atraso na aprendizagem. Além disso, compreende como
evasão a situação em que o estudante (ou seu responsável), não realizando a
rematrícula para o ano seguinte, fica fora do sistema.

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ANEXO

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PROJETO QUEM FALTA FAZ FALTA

ANEXO I

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