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2022
Programa
PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA
Rafael Greca de Macedo
SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA
Oséias Santos de Oliveira
DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA
Maria Cristina Brandalize
COORDENADORIA DE PROJETOS
Andréa Barletta Brahim
Permanecer vigilante ao processo de aprendizagem dos estudantes
e das crianças das unidades educacionais da Rede Municipal de
Ensino de Curitiba é rotina de todos os profissionais da educação. O
material proposto pelo Departamento de Inclusão e Atendimento
Educacional Especializado, o DIAEE, intitulado PRESTE ATENÇÃO,
vem colaborar com os profissionais potencializando a escuta ativa e o
olhar cauteloso, diante de tantas manifestações do comportamento
humano, frente ao ato de aprender.
Rebaixamento Intelectual 28
Marcadores a serem observados 31
Atraso na Linguagem 34
Marcadores a serem observados
CAPÍTULO Il
A partir da observação atenta, o que fazer? 41
Considerações Finais 45
Referências 47
Introdução
O Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional
Especializado (DIAEE) está alicerçado em políticas de atendimento
educacional especializado de qualidade, com o intuito de respeitar e
assegurar o direito de crianças/estudantes matriculados nas unidades
educacionais da Rede Municipal de Ensino (RME) de Curitiba ao pleno
desenvolvimento biopsicossocial, frente às suas individualidades,
necessidades e especificidades.
9
acarretar prejuízos e déficits no desenvolvimento global de crianças/
estudantes. Dessa forma, o DIAEE se propõe a implantar o Programa
Preste Atenção.
10
aos estudantes de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e
escolas, a fim de minimizar ou até, possivelmente, extinguir fatores que
porventura venham a dificultar seu desenvolvimento. As áreas, a partir
de agora denominadas marcadores, que serão discutidas ao longo do
material são: Atraso do Desenvolvimento Neuropsicomotor (ADNP),
Transtorno do Espectro Autista (TEA), Rebaixamento Intelectual
e Atrasos de Linguagem. Além da ampliação do olhar sobre as
particularidades e individualidades, pretende-se também nortear os
procedimentos de encaminhamentos que se façam indispensáveis
para a detecção dos marcadores observados e posterior intervenção
necessária.
Equipe DIAEE
(Departamento de Inclusão e
Atendimento Educacional Especializado)
11
[...] é preciso garantir que toda a rede que envolve a
criança pequena esteja preparada para atendê-la em suas
necessidades, acolhê-la compreendendo seu processo
de desenvolvimento e protegê-la de todas as formas de
violência e negligência. (Coleção Primeiríssima Infância,
2014, p. 20)
13
para as características reveladas pelas crianças e pelos estudantes
que circulam nas instituições educativas municipais, já que o percurso
histórico-sociocultural é individual e sempre deverá ser respeitado e
valorizado. Assim, ao reconhecer as peculiaridades do público aqui em
pauta, abre-se a possibilidade de investir em políticas e medidas de
intervenção preventiva que merecem e necessitam de investimentos
precoces perante fatores de risco que possam comprometer seu
desenvolvimento.
14
se estabelecer entre família e escola ou CMEI, visto que aquela
é a referência de informações, centro de convivência, local de
experiências prévias ao ambiente escolar, enfim, uma esfera que
concentra importantes e valorosos conhecimentos e saberes sobre
o desenvolvimento da criança e do estudante pelo qual os olhares
educativos estão voltados. A partir do compromisso de um constante
diálogo aberto, transparente e cooperativo entre ambas as instituições,
as possibilidades de encaminhamentos assertivos se tornam mais
fortalecidos, com vistas ao pleno desenvolvimento biopsicossocial da
criança e do estudante em foco de observação pelo Programa Preste
Atenção!
15
oportuniza ao profissional da educação apurar e ampliar sua lente de
observação ao considerá-los integralmente em diferentes contextos
e relações acadêmicas, uma vez que os momentos de ler, escrever,
registrar, brincar, falar, interagir, trarão valiosas informações sobre
sua funcionalidade global, evidenciando suas especificidades e
necessidades individuais.
Em suma, o Programa Preste Atenção! possui o foco na observação
constante das especificidades de crianças/estudantes que
manifestam comprometimentos em seu desenvolvimento global,
evidenciando a necessidade de uma intervenção educativa que
assegure encaminhamentos precisos a suas particularidades.
O desenvolvimento humano acontece de maneira integral,
processual e contínua. No entanto, para fins didáticos, este
documento segmentará a apresentação dos tópicos de
MARCADORES na observação para:
• Atraso Neuropsicomotor;
• Transtorno do Espectro Autista (TEA);
• Rebaixamento Intelectual;
• Atraso de Linguagem.
Sendo assim, o Programa Preste Atenção! está fundamentado
no envolvimento direto do profissional da educação com as
particularidades de crianças/estudantes em ambiente acadêmico,
no intuito de refinar seu olhar por meio da observação atenta de
algum(s) comprometimento(s) no desenvolvimento considerado(s)
padrão do público descrito, sem jamais traçar diagnóstico e/ou
tratamento, mas com decisões de encaminhamentos especializados
para a necessidade de cada caso em participação coletiva da equipe
gestora da unidade, núcleos regionais e famílias dos envolvidos.
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SABERES AMPLIADOS:
PRESTE ATENÇÃO
A seguir, você terá acesso às informações que norteiam o Programa
Preste Atenção! considerando áreas de observação com seus
respectivos marcadores, as quais inspiram olhares educacionais
sensíveis, condizentes às situações de: Atraso no Desenvolvimento
Neuropsicomotor; Transtorno do Espectro Autista; Rebaixamento
Intelectual e Atraso na Linguagem.
ATRASO NO DESENVOLVIMENTO2
NEUROPSICOMOTOR
A primeira linguagem de um bebê, desde a vida uterina, é o movimento
corporal. Isso justifica a importância das conquistas motoras para o
desenvolvimento humano ao longo dos anos, num processo contínuo
e não linear, sob a visão da integralidade do Ser e na ação coletiva de
aquisições em diferentes aspectos (motor, intelectual, emocional e
expressivo).
17
motora; o equilíbrio; as experiências sensoriais; as percepções espaço
temporais; as relações intra e interpessoais; a imagem/consciência/
esquema corporal; o ritmo; a velocidade; a lateralidade; enfim, as
diversas condições que contribuirão na propulsão do processo
evolutivo motor típico, o qual se efetiva pelo amadurecimento
orgânico em consonância com os estímulos socioculturais ofertados
pelo meio, a partir do vasto campo de experimentações que o mundo
físico oferece. Assim, outras áreas se beneficiarão dessas descobertas
e explorações, como: linguagem, socialização, cognição e afetiva.
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lesão cerebral, tumores neurológicos, má-formação congênita,
síndromes, lesões medulares, entre outros; e questões ambientais
que se relacionam com situações em que o contexto sociocultural
familiar oferece investimentos tímidos, que podem acarretar em
limitações ou minimizar a qualidade dos estímulos na exploração
das potencialidades motrizes de crianças e estudantes, como por
exemplo: bebês/crianças que ficam muito tempo no colo, no carrinho,
no cercadinho e estudantes que se excedem no uso das tecnologias
(computador, celular, tablet, televisão, entre outros), reduzindo a
exploração de diferentes posturas e possibilidades corporais.
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Marcadores: Atraso
no Desenvolvimento
Neuropsicomotor
Educação Infantil: Crianças
• Prejuízo na aquisição das habilidades motoras e posturais –
controle de cabeça, rolar, sentar, engatinhar, ficar em pé e andar
independente;
• Evita se expor na exploração motora do espaço;
• Presença de rigidez (duro) ou flacidez (mole) em grupos
musculares;
• Dificuldade em pegar, segurar e manipular objetos;
• Limitações na locomoção;
• Dificuldade em pular, correr, subir degraus;
• Anda apoiando-se;
• Tropeça e cai com facilidade;
• Anda nas pontas dos pés;
• Senta na posição de W;
• Presença de tremores localizados ou generalizados.
20
• Dependência em atividades de higiene corporal e alimentação;
• Limitações no encaixe de peças;
• Desorganização espacial;
• Caligrafia desarmônica;
• Movimentos incoordenados;
• Dificuldade em equilibrar-se nos dois pés/em um pé só;
• Limitações na alternância dos pés ao subir degraus;
• Desequilíbrios e quedas frequentes;
• Rigidez ou flacidez em grupos musculares;
• Uma das mãos fechadas e com dificuldade em realizar a preensão;
• Limitações em caminhar, pode claudicar (mancar);
Vale ressaltar que não necessariamente estarão revelados todos os
marcadores descritos em uma única criança e em um único estudante.
Por este motivo, respeitar a individualidade e a especificidade do
público em contexto educativo é imprescindível para o sucesso da
investigação.
21
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
As discussões sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão
presentes em inúmeros espaços de estudos, pesquisas, atendimentos
clínicos e terapêuticos e, principalmente, em instituições educativas.
Essa temática instiga e desperta diversos questionamentos e
levantamentos de hipóteses, já que os valores quantitativos
apresentam índices elevados no número de crianças afetadas em sua
condição de desenvolvimento.
22
e não verbal, bem como os prejuízos comportamentais relacionam-
se com o interesse restrito e os movimentos repetitivos.
Comunicação
23
Segundo Santos e Vieira (2017, p. 222):
24
Marcadores: Transtorno do
Espectro Autista (TEA)
Educação Infantil (crianças) e Ensino
Fundamental (estudantes)
• Dificilmente faz contato visual para interagir com as pessoas;
• Evita contato físico ou resiste quando alguém se aproxima;
• Isola-se ou não se interessa por outras crianças e estudantes;
• Mudanças na rotina diária podem lhe desestruturar, inclusive na
organização do espaço educativo;
• Movimentos repetitivos sem funcionalidade (balança as mãos,
balança o corpo para frente e para trás);
• Gira objetos sem dar função a eles e/ou observa, por longo período
de tempo, objetos girarem (ex.: ventilador);
• Limitações em imitar o outro;
• Dificuldades para entender os sentimentos das outras pessoas
ou falar sobre os seus próprios sentimentos;
• Reações incomuns aos cheiros, sabores e sons, podendo ser
exageradas ou não apresentar nenhuma reação;
• Pode cheirar e/ou lamber objetos;
• Parece não sentir dor, pode se autoagredir;
• Pode ficar agitado quando está em público e/ou lugares
barulhentos;
• Olhar vago e/ou perdido;
• Escolhe sempre os mesmos brinquedos e atividades;
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• Anda na ponta dos pés;
• Raramente explora e brinca com brinquedos de maneira
convencional;
• Brinca somente com parte de brinquedo (ex.: roda de carrinho –
ficar girando);
• Alinha objetos e brinquedos por cor, tamanho ou categoria;
• Interesse restrito em algo (brinquedos/objetos);
• Brincadeiras de faz de conta inexistente;
• Ao ser chamado pelo seu nome, geralmente não atende;
• Atraso na fala e linguagem;
• Linguagem oral e gestual ausente para mostrar algo;
• Dificuldade para entender gestos, linguagem corporal ou tom de
voz;
• Ecolalia – repete palavras e/ou frases várias vezes;
• Ausência de sinalizações (apontar) para mostrar objetos de
interesse;
• Fala de maneira metódica, constante, com carência na entonação
de voz;
• Frequentes crises de choro;
• Emite gritos aleatórios (não há mudança de entonação vocal);
• Limitações em expressões faciais e corporais, com significado;
• Resistências à introdução de novos alimentos, seletividade
alimentar;
• Geralmente não se adapta aos horários de alimentação;
• Dificuldades com o esquema alimentar, geralmente permanece
na mamadeira, passa longos períodos sem se alimentar;
26
• Limitações na transição de alimentos pastosos para sólidos;
• Evita participar de refeições coletivas.
Conforme estudos, a observação e detecção de três dos indicadores
acima mencionados sinalizam a urgência em providenciar o
encaminhamento ao especialista médico. O olhar profissional e
educativo auxilia na proposta de investigação, contando com as
informações que as famílias da criança e do estudante compartilham,
com o intuito de reunir o maior número possível de dados. Mas,
lembrando, em relação ao diagnóstico, quem o promove é o
especialista clínico, geralmente o neuropediatra. Quanto antes iniciar
a intervenção, maiores serão as chances de minimizar os marcadores
de risco e proporcionar à criança e à família uma vida mais saudável.
27
REBAIXAMENTO INTELECTUAL
Ao discutir desenvolvimento e crescimento na primeira infância, as
questões intelectuais (cognitivas)5 despertam inúmeros interesses
e curiosidades nos estudiosos e pesquisadores da causa, pois as
demarcações de conquistas globais, em cada faixa etária do ser
humano, são as referências de que o desenvolvimento infantil vem
acontecendo satisfatoriamente, ou não. Sendo assim, os investimentos
de qualidade necessitam acontecer desde a tenra idade, pois o
amadurecimento é um elemento essencial no desenvolvimento do
intelecto, bem como dos outros aspectos, a partir das experiências
enriquecedoras que o meio oferece para o desenvolvimento infantil.
Jacob (2007, p.29) afirma:
28
Como diz Wallon (1975, p.379): “não há forma de se dirigir à
inteligência da criança sem se dirigir à criança no seu todo”.
Mas afinal, o que é cognição? Esta resposta conta com as
contribuições de inúmeras autoridades no assunto, aqui, em
destaque, dois estudiosos de reconhecimento educacional pelas
valorosas contribuições sobre desenvolvimento cognitivo infantil,
são eles: Jean William Fritz Piaget (1896 – 1980) e Lev Semiiovich
Vygostsky (1896 – 1934).
Piaget, sobre desenvolvimento cognitivo6 , em Curitiba (2008, p.32),
contribui ao afirmar que:
6 Para saber mais: BEE, Hellen. A criança em Desenvolvimento. 9. Ed. Porto Alegre: Artmed,
2003.
29
ou uma atividade social. Para que isso ocorra, é necessário o
envolvimento de várias regiões cerebrais, as quais são sede
de determinadas funções que, em conjunto, expressam uma
habilidade específica. Estas regiões devem estar íntegras,
maduras de acordo com a idade e se interconectarem
adequadamente para que ha ja uma boa resposta do cérebro
aos estímulos do ambiente e, por extensão, a concretização da
aprendizagem e evolução adaptativa a novas aprendizagens.
30
Marcadores: Rebaixamento
Intelectual
31
• Comprometimento na retenção de informações e mostrar-se
distraído em diferentes momentos.
32
• Falta de interesse e motivação para explorar, conhecer e identificar
novos conhecimentos;
• Poder de concentração, atenção e memorização minimizada.
Fica a dica: é importante envolver família ou responsáveis pela
criança e estudante durante o processo de observação mais
apurada dos marcadores, esta aproximação fortalecerá prováveis
encaminhamentos frente às particularidades e necessidades de
intervenção, o mais precoce possível.
33
ATRASO NA LINGUAGEM
Que o desenvolvimento da linguagem humana é uma das
capacidades mais complexas, especializadas, misteriosas e objeto
de estudos de inúmeros pesquisadores, isso não é novidade para
nenhum de nós. Que a linguagem é o que nos diferencia de
outros animais e que podemos utilizar diferentes mecanismos de
comunicação para interagir, também não é surpresa nenhuma.
8 Para PRATES e MARTINS (2011, p.55), LINGUAGEM é o sistema simbólico usado para
representar os significados em uma cultura, abrangendo seis componentes: fonologia (sons da
língua), prosódia (entonação), sintaxe (organização das palavras na frase), morfologia (formação
e classificação das palavras), semântica (vocabulário) e pragmática (uso da linguagem). Enquanto
que FALA é o canal que viabiliza a expressão da linguagem e corresponde à realização motora da
linguagem. Em outras palavras, a linguagem significa trocar informações (receber e transmitir)
de forma efetiva, enquanto que a fala refere-se basicamente à maneira de articular os sons na
palavra (incluindo a produção vocal e a fluência).
34
(assuntos) e por que falar (motivo). Isso fundamenta que o ser humano
aprende a falar a partir de modelos, referências e exemplos que
possui desde a tenra idade, já que os neurônios espelhos ampliam
suas conexões sinápticas pela interação com o outro (aprendizagem
por imitação).
9 Para saber mais: MATTOS, V. e org. Desenvolvimento Infantil: 130 ideias para estimular
brincando – desenvolvimento da linguagem – do corpo ao verbo ou vice-versa? p.69-85.
35
Partindo do pressuposto que a linguagem se efetiva pelas trocas
de informações com o outro e consigo mesmo, a apropriação
dos conhecimentos e as funções socioculturais são mediadas
pela qualidade das interações que o meio oferece na aquisição,
qualidade e enriquecimento da linguagem. Isto é, caso o bebê,
a criança e o estudante apresentem carência de informações,
de estímulos sonoros/visuais, de interação e de conversação, as
conquistas linguísticas serão afetadas negativamente, interferindo
no comprometimento da linguagem. Vale reforçar que a estimulação
oferecida pelo meio também é peça chave na aquisição do processo
da linguagem oral. E o ambiente acadêmico pode somar juntamente
com os investimentos familiares na ampliação e fortalecimento das
conquistas linguísticas de crianças e estudantes, já que o convívio
com outras crianças/estudantes oportuniza o encontro de pares.
36
A fim de mediar e repertoriar os profissionais da educação, a seguir
serão apresentados possíveis marcadores para serem observados
quanto ao atraso ou desenvolvimento atípico da fala e linguagem
em variáveis graus de comprometimento de crianças e estudantes,
portanto
Marcadores: Atraso na
Linguagem
37
• Limitações na ampliação do vocabulário;
• Dificuldades em identificar oralmente partes do corpo, familiares
e objetos;
• Atraso na fala - somente comunica sílabas e/ou palavras isoladas
e não combinam palavras;
• Omite e/ou troca sílabas;
• Dificuldade em compreender a fala da criança (fala ininteligível);
• Respira pela boca;
• Prefere se comunicar por gestos a voz; aponta para o que deseja,
sem falar;
• Expressões faciais reduzidas;
• Baba constantemente;
• Histórico de infecções auditivas de repetição;
• Limitações em brincar com outra criança para não precisar falar;
• Permanência de hábitos deletérios10 [uso de chupeta, mamadeira,
chupar dedo(s)];
• Limitações em narrar histórias ou atividades do dia a dia;
• Fala infantilizada ou de difícil compreensão;
• Evita falar.
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Ensino Fundamental: Estudantes (anos
iniciais)
• Limitações na ampliação do vocabulário;
• Fala ininteligível, não se entende o que fala;
• Comprometimento em aprender novas palavras;
• Dificuldades em produzir frases;
• Comunicação confusa, com frases incorretas, dificuldade na
conjunção de verbos, pronomes, preposições, artigos;
• Comprometimento em relatar histórias e fatos corriqueiros;
• Limitações em elaborar ou responder perguntas;
• Dificuldades em manter uma conversa;
• Comunicação descontextualizada;
• Alteração na fluência da fala: repetição de sílabas e palavras;
• Comprometimentos na interação social – evitam socializações
para não precisar falar;
• Fala infantilizada;
• Ausência de fala11 ;
• Pode se irritar por não conseguir se comunicar;
• Repetições de infecções auditivas;
• Sialorreia12 frequente;
• Aponta para o que deseja, sem falar.
39
Para saber mais:
VYGOTSKY. Lev Semenovich. Pensamento e Linguagem. São
Paulo: Martins Editora, 2008.
40
A PARTIR DA OBSERVAÇÃO ATENTA,
O QUE FAZER?
41
• Compartilhar com a equipe pedagógico-administrativa as
observações realizadas, a fim de ampliar a rede de apoio para a
criança e para o estudante em questão;
• Registrar em documento da criança e do estudante os
marcadores de comprometimento ou destaques observados;
• Aproximar família ou responsável a fim de compartilhar
marcadores de comprometimento ou destaques observados
em ambiente educativo, bem como coletar informações sobre o
desenvolvimento da criança e do estudante desde seu processo
gestacional até o presente momento, promovendo assim
ampliação da rede de apoio;
• Informar a equipe dos NREs e pedagogo da Inclusão sobre o caso,
inclusive com o propósito de envolvê-los como rede de apoio à
criança e ao estudante;
• Elaborar um relatório sobre os marcadores observados, em duas
cópias: uma para anexar na pasta escolar e outra para encaminhar
para avaliação clínica;
• Encaminhar para avaliação clínica, na ficha de acompanhamento
padrão já utilizada e presente nas instituições, acompanhado do
relatório com descrição do(s) marcador (es) observado(s), sem
indicar a especialidade médica;
• Aguardar devolutiva frente às considerações médicas e/ou
terapêuticas, com o intuito de se respaldar nas intervenções
no contexto educativo para somar e avançar nas conquistas
acadêmicas e globais de crianças e estudantes.
A observação atenta e cuidadosa que os profissionais da educação
realizam em sua prática pedagógica, perante as especificidades de
criança e estudante em relação aos marcadores de comprometimento
e destaques no desenvolvimento biopsicossocial, somente apoia a
importância de encaminhamentos médicos para uma intervenção e
42
detecção, o mais precocemente possível, de diagnósticos clínicos e
atendimentos especializados que se fizerem necessários.
Lembre-se:
O Programa Preste Atenção está isento de lançar diagnóstico
clínico ou impressões clínicas. Nós da Educação temos a
missão, em ação compartilhada com os colegas profissionais
e as famílias, de acolher e ofertar o suporte pedagógico em
respeito às individualidades e especificidades a cada criança
e estudante que inspire cuidados diferenciados pela prática
pedagógica humanizada de qualidade.
43
A inspiração em abordar um assunto tão debatido e tão explorado,
em diversos contextos educacionais e científicos, clínicos e
terapêuticos, revela o quão necessário se faz difundir este debate
sobre a educação preventiva na prática pedagógica, do “olhar”
individualizado e especializado frente a cada ser humano nas
dependências de unidades educacionais, aqui representadas por
CMEIs e escolas. Visto que, ao recebermos crianças e estudantes
em espaços educativos, também acatamos suas histórias e seus
percursos, caminhos muitas vezes percorridos com lacunas ou
mazelas em seu desenvolvimento. Até que um dia esse público é
recepcionado em um CMEI ou em uma escola, local de acolhimento
e escuta atenta, com perspectivas de oferecer e lhe apresentar
caminhos, então desconhecidos, percorridos conjuntamente com
profissionais qualificados e sensibilizados pela causa humana, em
que diariamente desafios são lançados para apurarem seus olhares
e refinarem suas percepções pela causa “urgente” de práticas
pedagógicas diferenciadas.
45
Enfim, desejamos que este documento subsidie e contribua com
intervenções pedagógicas, as mais assertivas possíveis, no sentido
de aprimorar a observação atenta e cuidadosa, afinal de contas,
todos fazemos parte do caminho que crianças e estudantes trilharão
durante seu processo acadêmico municipal.
46
BEE, H.; BOYD, D. A criança em Desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2011.
47
HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da
vida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
48
SANTOS, R. K. S.; VIEIRA, A. M. E. Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA): do reconhecimento à inclusão no âmbito educacional.
Universidade Federal Rural do Semi-Árido Coordenação Geral de Ação
Afirmativa, Diversidade e Inclusão Social. Rio Grande do Norte, 2017.
49
Sites Consultados
50
KRENZE, C. Hábitos orais deletérios – o que é isso? (2017). Mamãe e
Cia. Disponível em: https://www. mamaeecia.com.br/habitos-orais-
deleterios-o-que-e-isso/Acesso em 17 mar. 2021.
51
SANTOS, R. K. Transtorno do Espectro do Autismo (TEA): do
reconhecimento à inclusão no âmbito educacional (2017). Revista
Includere. Disponível: https://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/
includere/article/view/7413. Acesso em 19 mar. 2021.
52
Anexo 01
FICHA DE ACOMPANHAMENTO
Gerência de Inclusão
Ivana Pinotti
Elaboração
Jaqueline dos Santos Rodrigues
Projeto Gráfico
Aline Fidelis
Ana Cláudia Proença
56