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INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMA LÚDICA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL
Daisy¹
Isadora²
Paloma Pereira³
Patrícia
Juliana Fantin²

RESUMO

O presente estudo tem como finalidade apresentar situações do cotidiano escolar no âmbito da
Educação Infantil onde possa necessitar a mediação de conflitos que deverá ocorrer através do
educador. Também decorremos sobre práticas pedagógicas em que se faz essencial o uso da
ludicidade, no processo de ensino aprendizagem visto que o brincar faz parte da infância como
algo natural. Para dar início à pesquisa realizamos uma breve busca sobre a descoberta da
infância para entender melhor os processos que se passaram até o entendimento atual e a
importância que é dada hoje para essa etapa do desenvolvimento humano. Para isso, foram
realizadas pesquisas bibliográficas em livros, artigos, sites e utilizando-se também das nossas
próprias experiências em sala de aula. Recentemente realizamos o estágio obrigatório do curso de
Licenciatura em Pedagogia, onde este processo foi importante para a contribuição de cada uma
das quatro acadêmicas para o desenvolvimento desta pesquisa qualitativa, sobre a importância da
ludicidade no processo de aprendizagem e na mediação de conflitos.

Palavras-chave: Intervenção Pedagógica; O papel do educador como mediador de conflitos; A


importância do lúdico na Educação Infantil.

1. INTRODUÇÃO

A história nos mostra que a brincadeira sempre esteve presente na vida da criança desde os
primórdios até hoje e assim continuará a existir. Através de jogos e brincadeiras a criança interage,
socializa com os outros e com o mundo a sua volta, dessa maneira ela aprende valores e habilidades
que servirão de suporte para sua formação. Assim enfatizando que, as brincadeiras e os jogos são
peças fundamentais que contribuem no processo de ensino aprendizagem.
No processo da propagação do saber se faz necessário que exista uma figura que auxilie e faça a
ponte entre o conhecimento e o aprendiz, na sala de aula quem cumpre esse papel de mediador é o
professor. Logo, o educador deverá ter um olhar atento a momentos que perceber a necessidade de
intervir pedagogicamente e em decidir quais métodos irá usar para isso.
O presente estudo tem sua relevância por realizar um projeto de intervenção, em relação a
mediação de conflitos e às práticas de atividades lúdicas, que possam colaborar para o processo de
ensino.
O professor ao trabalhar com a educação infantil deve estar ciente de que, as crianças precisam
do professor para realizar as tarefas mais simples no dia a dia em sala de aula, e é de extrema
importância que o educador saiba como auxiliar de modo que a criança entenda o que está sendo
transmitido.
Ao iniciar a carreira de professor e ir para uma sala de aula pela primeira vez surgem muitas
dúvidas, e uma delas é de como agir frente aos desafios. Por conta disso, estudar a respeito de como
mediar e intervir pedagogicamente se faz importante.

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I –
dd/mm/aa
2

Além disso, o educador precisa estar ciente de como agir e quais atividades e métodos pode
utilizar para que assim faça uma síntese do que cabe realizar com a turma que atua, sempre em
busca de uma aprendizagem efetiva.
O professor que procura conhecimentos e está em constante busca de ferramentas para agregar
seu trabalho, consegue construir uma relação muito melhor com a sua turma. Isso porque, a
empolgação dos alunos e o tanto que vão levar a sério o que o professor diz sofre muita influência
das atitudes do educador para com a sua sala.
No caso da educação infantil é utilizado o lúdico como principal ferramenta de ensino, isso
porque, nessa faixa etária os alunos precisam de métodos menos engessados para que ocorra
aprendizagem efetiva. Sabendo disso, o objetivo deste trabalho, além de exemplificar as situações
em que possa necessitar a intervenção do professor, seja ela na mediação de conflitos ou no
processo de ensino, será também mostrar a importância do lúdico e como ele contribui na aquisição
do saber.
Para alcançar os objetivos propostos serão realizadas pesquisas em sites acadêmicos a fim de
encontrar materiais como livros, artigos e revistas eletrônicas que contribuam para fundamentar o
tema do trabalho. Serão utilizadas também nossas experiências em sala durante o estágio e
vivenciais pessoais como meio de mostrar exemplos reais do assunto tratado.
Por fim, traremos os resultados deste projeto de intervenção através de algumas atividades
práticas que iremos realizar para comprovar a veracidade da eficácia do lúdico para o ensino
aprendizagem e que servirão como ferramentas e auxílio para o planejamento de aulas mais
didáticas, para esta faixa etária em virtude de uma educação de qualidade.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A DESCOBERTA DA INFANCIA

A descoberta do período da infância iniciou-se por volta do século XIII e consequentemente


acompanhamos sua evolução através dos séculos até a contemporaneidade, apenas no século XVII
que de fato se deu reconhecimento à importância do desenvolvimento da infância. Assim como
afirma Phillippe Ariés um historiador que realizou análises sobre a infância, através de estudos da
icnografia, na Europa medieval, na antiguidade as crianças e jovens eram marginalizados, a infância
era inexistente, desde muito pequenas as crianças eram misturadas com os adultos fazendo delas
adultos em miniaturas (ARIÉS 1986, p.183).
O aprendizado se dava por meio das interações entre os adultos próximos e as crianças, pois
naquela época não se tinha nenhuma preocupação com a aprendizagem escolar daquelas crianças,
era inexistente a consciência de que as crianças também possuem necessidades e particularidades
diferentes do adulto, pois estas se expressam e interagem de forma única, Ariés (1986), afirma que
“o sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças corresponde à
consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança
do adulto”. (ARIÉS, 1986, p.183).
Se de certo modo por muito tempo a criança foi marginalizada e deixada de lado, atualmente
a fase compreendida como infância é respeitada e entendida como a fase primordial do
desenvolvimento humano, onde se desenvolvem os valores, os princípios, as habilidades motoras,
cognitivas, afetivas e comunicativas.

2.2 A CRIANÇA VISTA COMO SUJEITO HISTÓRICO

Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução


CNE/CEB n° 5/2009), em seu Artigo 4°, definem criança como:

Centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações,


relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
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brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói
sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (DCNEI, Resolução CNE/CEB
n° 5/2009, p. 01, Artigo 4°).

A Educação Infantil assume como papel principal auxiliar o desenvolvimento da criança de


forma integral, colocando-os como atores do seu próprio desenvolvimento e assumindo assim um
lugar fundamental na sociedade. O conceito de infância iniciou-se a partir do século XVII, no
entanto, seu enraizamento se fortificou com o tempo, sendo tratado como uma transformação social.
Para Sarmento e Pinto (1997, p. 20), considerar as crianças como atores sociais, agentes de suas
ações implica no reconhecimento da “capacidade de produção simbólica por parte das crianças e a
constituição das suas representações e crenças em sistemas organizados, isto é, em culturas”.
Enxergar a criança, como personagem da sua história e tendo resultados de experiências
vivenciadas em sua jornada pessoal e social, demonstra priorizar conhecimentos práticos
pedagógicos e avaliativo nos quais são considerados o ritmo e tempo de cada criança.

O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam


articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte
do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico. Tais práticas são efetivadas por
meio de relações sociais que as crianças desde bem pequenas estabelecem com os
professores e as outras crianças, e afetam a construção de suas identidades. (CONSELHO
NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA, PARECER
20/2009, p.6).

2.3 O CONCEITO DO LÚDICO

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI,


Resolução CNE/CEB n° 5/2009), em seu Artigo 6°:

As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: I –


Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum,
ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. II – Políticos: dos
direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. III –
Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas
diferentes manifestações artísticas e culturais. (DCNEI, RESOLUÇÃO CNE/CEB n°
5/2009, p. 01, ARTIGO 6°).

É necessário entender que o lúdico é uma característica inerente ao ser humano e dentro da
pedagogia usamos de meios lúdicos como instrumento valioso no processo de ensino-
aprendizagem, sendo mais frequente seu uso no âmbito da Educação Infantil. Através da
brincadeira a criança socializa no ambiente escolar e aprende a interagir com os outros ao seu redor.
Esta ação é intrínseca a infância e quando utilizada como método de ensino pode favorecer e
facilitar o desenvolvimento de processos como a comunicação, expressão, socialização. Ao brincar
a criança aguça sua imaginação e criatividade, aprimora suas habilidades motoras e cognitivas, é
também o momento onde ela internaliza e expressa seu entendimento sobre do mundo ao seu redor,
construindo assim seu próprio pensamento. Vygotsky (1984) afirma que o ato de brincar tem um
papel importante na construção do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela
seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação
cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.
De acordo com Vygotsky (1984),

[...] a brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é
outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela
capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de
desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a
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orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.


(VYGOTSKY 1984, p.97).

Como sujeito facilitador do processo de aprendizagem, o professor sucessivamente está em


formação e transformação nas relações e no contexto social em que está inserido. Acreditamos e
compreendemos que no dia a dia o professor constrói conhecimentos, desenvolve concepções,
elabora espaço relevante de aprendizagem e exploração, tendo intenção pedagógica, intervindo
como mediador nas interações. Como indivíduo e centro do processo de aprendizagem a criança é
um ser histórico e de direitos que evolui nas brincadeiras e interações com e no meio em que está
inserida. Como mediador do processo de aprendizagem, o professor através de brincadeiras,
músicas, jogos, entre outros instiga a curiosidade facilitando a compreensão dos alunos, isto é o que
dentro da pedagogia definimos como lúdico.

2.4 A IMPORTÂNCIA DO EDUCADOR COMO MEDIADOR

O conhecimento não surge sozinho, é necessário haver uma dúvida, busca e interesse para
que ocorra. É na busca que por vezes surge a necessidade de um mediador.

A teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) de Feuerstein (2014) nos


permite tomar consciência do papel de mediador do conhecimento cultural acumulado pela
humanidade. Para ele, em nossa cultura a experiência de aprendizagem mediada nos marca
de forma diferente, pois temos coisas que aprendemos sozinhos e outras pela mediação de
alguém. (REIS, 2018, p.29)

Por mais inteligente e autodidata que uma pessoa possa ser, nem tudo é possível aprender
sozinho, em algum momento é necessário haver alguém para mostrar o caminho a percorrer. Na
escola esta pessoa é o professor, onde seu papel é educar e repassar o conhecimento.

Muito se tem discutido sobre o papel do professor em sala de aula e sua postura em relação
aos alunos. Antigamente, o professor era visto como um ser de certa superioridade
hierárquica que exigia respeito frente a sua posição e ao fato de ser ele o detentor de todo o
conhecimento. Atualmente, essa postura tem sido revista e o professor passa a ser um
intermediário entre o conhecimento e o aluno, estimulando-o e favorecendo a aprendizagem
[...] (QUINQUIOLO, 2017, p.121)

Entende-se então, que o professor possui posição de mediador do conhecimento para o


aluno. Isso porque, além de passar a informação ele tem papel de incentivador e estimulador para
que o aluno continue aprendendo e não apenas absorvendo de forma mecânica o que é passado. Na
educação infantil esse papel é ainda mais marcante, segundo Quinquiolo (2017) o professor é visto
como uma figura exemplar, visto isso, entende-se que existe certa admiração pela figura do
professor e pelo que ele fala enfatizando ainda mais a importância de seu papel no processo de
ensino-aprendizagem.

2.5 INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMA LÚDICA EM SITUAÇÕES DE CONFLITOS

O fato de mediar pode adquirir papel apaziguador ou de acordo entre partes de um conflito.
Em uma sala de aula, o professor pode usar a mediação em momentos que perceba a necessidade de
uma intervenção educativa. Dentre as situações que podem ocorrer em sala de aula estão aquelas
que envolvem os conflitos diretos utilizando até mesmo agressões físicas entre as crianças.
De acordo com Corsi (2011) a criança “[...] pode utilizar-se de elementos físicos para dar
vazão as suas necessidades de impor-se no sentido de afirmar ou diferenciar o eu daquilo que não o
é, sem se dar conta, ter dimensão ou controle daquilo que efetivamente está fazendo, da sua ação.”
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Ou seja, o processo de descoberta do eu pela criança também inclui o contato e interação com o
outro, existindo a possibilidade de em algum momento haver conflitos entre as partes, podendo ser
por discordância, por ainda não saber se colocar no lugar do outro e até mesmo por não saber reagir
em momentos que se sente incomodada. Cabe ao professor intervir e fazer a mediação entre as
partes para que entendam os limites do outro.
De acordo com Teixeira (2011) apud Moreira (2022) em situações em que entre partes de
um conflito existir aquele que está exercendo maior dominância e intimidação sobre o outro já não
podemos tratar como uma simples briga. Nessa situação pode ser que esteja ocorrendo uma situação
de bullying, quando uma das partes se sente intimidada e/ou constrangida diante de uma outra que
pratica o ato de violência. Esse é um caso em que o educador deve intervir de uma maneira mais
trabalhada e intensiva.
Outra situação que também pode se enquadrar no bullying é quando o educador perceber a
exclusão de uma criança em sala. Isso pode ocorrer por conta de alguma característica física,
intelectual ou qualquer outra que destaque aquele aluno de forma negativa na visão dos outros. A
criança por não entender o outro e/ou não ter convivido com alguém que possua determinada
característica pode ter uma reação de estranheza e se afastar. Nesse caso é preciso trazer informação
para a turma afim de, desmistificar as diferenças.
“O professor como mediador deverá promover um ensino igualitário e sem desigualdade, já
que quando se fala em inclusão não estamos falando só dos deficientes e sim da escola também,
onde a diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade.”
(ARRUDA e SILVA, 2014). A escola como reflexo da sociedade precisa trabalhar positivamente a
inclusão de todos. As crianças em todo seu repertório escolar estão se preparando para a vida em
sociedade, ou seja, ainda não estão prontas e por isso a figura do professor é importante para guiá-
las nesse processo.

Conflitos são inerentes à condição humana e acontecem em todas as instituições educativas,


portanto o professor pode tentar evitar o surgimento de conflitos, seja realizando atividades
dirigidas seja separando a turma, ou ainda intervindo rapidamente para resolver o
problema; no entanto, perde-se assim a oportunidade de trabalhar valores e regras
fundamentais para o convívio social (SANTOS E COLS., 2014 apud QUINQUIOLO,
2017).

Segundo a fala do autor, é comum que ocorram situações de conflito em sala de aula e
nesses momentos o professor deve estar atendo e procurar aproveitar a situação para trabalhar de
forma reflexiva com seus alunos, questões básicas para ter um bom convívio social. A melhor
maneira de dialogar em situações como essa é através de uma linguagem mais adequada ao
receptor, no caso da educação infantil isso ocorre através do lúdico, conforme a fala de Vectore
(2003):

Um fator a ser enfatizado quando se considera a importância de boas mediações para o


desenvolvimento infantil é a função que o brinquedo e as brincadeiras podem assumir com
efetivos recursos mediacionais, do qual o educador pode lançar mão em diferentes ocasiões,
no exercício de suas funções, por meio de uma intervenção educativa reflexiva, conforme
têm demonstrado estudos tanto ao nível nacional quanto internacional. (VECTORE, 2003,
p.108)

Já que estamos falando em situações de conflitos não podemos deixar de mencionar o fator
comportamento que é algo predominante da educação que a criança vem a receber, assim
entendemos a importância da junção de família e escola para o amadurecimento e comportamento
da criança. Maneiras lúdicas de mediação de comportamento servem de reforço positivo ou
negativo para tal comportamento. É importante que após observar um comportamento negativo
sejam realizados conversas sobre o assunto como meio de evitar que este ocorra novamente. O
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aprendizado ocorre quando há uma mudança de comportamento e que são resultados a uma resposta
individual mediante intervenção. Segundo Skinner (1972), exalta que, “Três são as variáveis que
compõem as chamadas contingências de reforço, sob as quais há aprendizagem: (1) a ocasião em
que o comportamento ocorre, (2) o próprio comportamento e (3) as consequências do
comportamento”. (Skinner 1972, p.4).
O semáforo do comportamento é uma maneira lúdica para tentar reforçar comportamentos
positivos, as crianças estão atentas o tempo todo ao nosso comportamento e aos das demais crianças
que a cercam, com isso é possível criar um método de intervenção disciplinar para conter
comportamentos negativos e para exaltar comportamentos positivos.
Pode-se observar então, que o brincar possui grande impacto na vida das crianças, o que faz
com que seja um ótimo aliado do professor nos momentos em que é preciso que haja atenção e
fixação de uma determinada informação. Isso porque, em certas situações na educação infantil,
apenas o falar, discursar ou chamar a atenção não causa impacto duradouro e uma real
aprendizagem. É preciso prender a atenção da criança utilizando situações diferentes e de certa
forma divertidas para alcançar o objetivo desejado. Precisamos pensar em práticas que nos
permitam resolver situações em que a intervenção pedagógica se faz necessária, para isso, serão
apresentados alguns exemplos:
“A roda de conversa é um momento de inter-relação e diálogo, o qual tem por objetivo a
troca de saberes sobre determinada temática, e a reconstrução do conhecimento, momento em que a
criança pode se expressar e dar sua opinião” (LINHARES E PEDROSO, 2019). A roda de conversa
é um momento perfeito para equilibrar a turma, onde eles têm um contato mais natural entre eles.
Cabe ao educador saber apresentar a temática para este momento. Pois através dessa dinâmica os
alunos que têm mais facilidade acabam interagindo mais e assim estimulando de forma espontânea
os alunos que têm mais dificuldades. Como mediador, o educador pode intervir se necessário
sempre estimulando o respeito mútuo e a cooperação entre as crianças;
As histórias e dramatizações também são ótimas opções. Em seu livro a autora Saramento e
Oliveira (2021) mostrou um exemplo de uma aula utilizada para se trabalhar á inclusão e o respeito
à diversidade utilizando o livro Felpo Filva, que aborda a história de um coelho que nasceu com as
orelhas desiguais e conta as experiencias que o personagem passa devido a sua peculiaridade.
Utilizar livros assim é uma excelente opção para desenvolver a empatia, isso porque, as crianças
tendem a se pôr no lugar dos personagens fazendo com que entendam a moral da história com mais
facilidade e adquirindo uma nova maneira de enxergar a situação tratada no faz de conta;
A acadêmica (Paloma) traz um exemplo real de como o lúdico contribui positivamente para
a educação, em seu relato descreve que vivenciou o seguinte fato com seu filho aos 4 anos de idade:
Seu filho tinha o diagnóstico de alergias múltiplas alimentares e alergias na pele, que faziam com
que aparecessem manchas e feridas na pele, inclusive no rosto, exigindo diversos cuidados até
mesmo na escola. Por conta disso, ele não podia brincar ao sol, receber certos alimentos, ter contato
com alguns materiais específicos como massinhas, tintas, balões de festa comuns. Suas primeiras
semanas de aula foram um tanto difíceis, pois as demais crianças da turma perguntavam
constantemente o que ele tinha na pele e não queriam aproximar-se ao ver seus machucados que
acabavam por causar estranheza nas crianças. Com isso, ao perceber a situação a professora
resolveu criar uma peça de teatro de fantoches com a ajuda de outras professoras criando um enredo
utilizando da realidade dessa criança, dando forma a peça “Diferenças devem ser acolhidas”. Após a
apresentação, algumas crianças reconheceram e comentaram sobre a semelhança da estória com o
colega da turma, algumas inclusive passaram a demonstrar carinho e cuidado para com ele. Esta
família, podemos dizer com certeza, que se sentiu acolhida pela escola. Como resultado, nos dias
posteriores foi observado pela professora da sala uma boa melhora na relação desse menino com
outras crianças e no seu desempenho escolar.
Pensa-se que este exemplo de intervenção de forma lúdica possa servir para ser empregado
em outros momentos no ambiente escolar, como forma de colaborar para o acolhimento, respeito,
empatia e inclusão, pois através de histórias a criança enxerga e aceita a existência dos outros,
estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente.
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“O jogo e a brincadeira estimulam o raciocínio e a imaginação, e permitem que a criança


explore diferentes comportamentos, situações, capacidades e limites.” (NALLIN, 2005). Dinâmicas
que incluem jogos e brincadeiras interativas também se mostram eficazes quando é preciso
apresentar algo novo, assim o aluno aprende experimentando e explorando de forma divertida. Um
exemplo disso é quando a criança está na fase da mordida, nesse caso o professor pode trazer um
objeto que simule uma boca para demonstrar o que deve e não fazer com os dentinhos. Uma
atividade assim é uma boa opção principalmente quando se trata das crianças bem pequenas, pois o
visualizar e tocar facilita a aprendizagem e fixação de uma informação.
Além desses exemplos existem muitos outros que o professor pode utilizar em sala. É
preciso estar em constante busca de novas abordagens para educar e fazer isso mergulhando no
universo da criança é uma ótima opção, pois a melhor maneira de aprender é se divertindo.

3.0 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS LÚDICAS PARA O PROCESSO DE ENSINO

Sem dúvidas a ludicidade tem se mostrado um eficiente recurso pedagógico e o professor


que tem essa visão e a usa, consegue avançar no conhecimento dos seus alunos como aprendizes e
mesmo como indivíduos, ficando a par das suas necessidades, talentos, dificuldades e interesses.
Piaget (1976) e Vygotsky (1984), nos mostram que o papel do professor na efetivação do lúdico é
de suma importância.
O educador deve levar em consideração todas as nuances envolvidas da prática a ser
realizada com seus alunos, seja o espaço geográfico, os recursos materiais, a faixa etária dos
participantes, a quantidades de alunos, a escolha dos objetos, o tempo que vai demandar de suas
aulas entre outros aspectos. Além disso, deve-se ponderar o objetivo da atividade, os riscos
envolvidos, e maneiras de inclusão para as mais diversas necessidades das turmas. Se essa discussão
fizer parte do planejamento escolar, o uso do lúdico como ferramenta pedagógica deixaria de ser
apenas um passa tempo e receberia um olhar muito mais compatível (RAU, 2013).
Na vivência do estágio de uma das acadêmicas (Patrícia) dentro da Educação Infantil,
ocorreu a seguinte observação em sala de aula com a turma de Maternal II, faixa etária de 2 a 3
anos: Foi planejado para a semana a temática sobre as cinco regiões do Brasil. A professora regente
disponibilizou uma imagem do mapa e em seguida oportunizou para que as crianças manuseassem o
quadro, explicando o significado e o que planejava realizar, proporcionando interação entre as
crianças. No dia seguinte dando início em sua proposta mostrou novamente o mapa das cinco
regiões, algumas crianças já assimilando a imagem falavam “Brasil”. E assim decorreu no terceiro e
quarto dia, porém no quarto dia percebeu-se que um aluno, o qual não participou das propostas
anteriores, devido sua quantidade de faltas, que ele não assimilava a temática da exposição e
necessitava a mediação da educadora.
Diante disso a professora fez uma aproximação, onde integra a criança, para que se sinta
acolhida ao assunto, mostrando a imagem e fazendo-lhe perguntas, estimulando as outras crianças
auxiliarem o colega a participar do que lhes foi proposto com materiais alternativos que estavam à
disposição. Mesmo as crianças não formulando frases completas, elas se compreendiam. A região
apresentada neste dia foi o Nordeste, aprendendo jogos, brincadeiras e músicas instruindo as
crianças a pular corda e dançar gesticulando o corpo imitando a professora, onde puderam ajudar o
colega a interagir com o assunto e com a turma, obtendo um aprendizado divertido através do
lúdico. Para Dewey 1967,

existe uma interação entre um indivíduo e objetivos e outras pessoas. As concepções de


"situação" e "interação" são inseparáveis uma da outra. Uma experiência é sempre o que é
porque tem lugar uma transação entre um indivíduo e o que, no momento constitui seu
ambiente (...) o ambiente é qualquer condição que interatua com as necessidades,
propósitos e capacidades pessoais para se criar uma experiência. (DEWEY 1967, p.47).
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É por meio de interação e brincadeiras que a criança aprende, reproduz manifestações visíveis e a
demostra, formando o seu próprio pensamento. Nesta concepção, compreendemos que professores e
alunos não estão completamente prontos ou formados, mas sim em formação e aprendizagem
constante.

3.1 ATIVIDADES LÚDICAS DE INTERVENÇÃO

O uso de jogos na educação infantil é de suma importância como meio de desenvolvimento


da criança, para isso podem ser usados jogos que promovam esse objetivo. Os projetos devem ser
inclusivos, levar em conta a faixa etária e ter alvos didáticos claros todos devem saber o tema do
projeto, seu significado e ter acesso aos diversos tipos de jogos e brincadeiras. São vários tipos de
jogos e brincadeiras que podem ser usadas, com regras simples, ao ar livre, dentro das salas, que
desenvolvam a coordenação, o raciocínio logico, a memória, a comunicação à capacidade de
socializar, enfim, são inúmeros os alcances que esses jogos e brincadeiras podem ter. Não esquecer-
se de traçar sempre o perfil da criança afim de, acompanhar os avanços e ou retrocessos e também
que cada atividade é multidisciplinar podendo desenvolver variadas capacidades e habilidades, aqui
vamos elencar algumas por seguimento, mas reiteramos que não são limitadas a apenas um
aprendizado. Posto isso vejamos alguns exemplos de jogos e brincadeiras:

Jogos e brincadeiras com músicas:

Muito tem a se explorar nesse campo como a emissão de sons o entendimento do silencio,
correlação entre música, movimento e canção, também podemos trabalhar as habilidades de
perceber, imitar e produzir sons utilizando diversos materiais e o próprio corpo através de
movimentos como bater palmas, pater os pés, assobiar, fazer sons com a boca, ouvir música,
expressar sentimentos e é claro dançar sozinho ou em grupo. Entre as capacidades que podem ser
desenvolvidas estão, autonomia, socialização e o prazer musical. Exemplo de atividades:

· Cabeça ombro joelho e pé: Cantiga da Xuxa, o procedimento é mostrar as partes do


corpo que a canção menciona. O objetivo será a noção corporal identificando as partes
do corpo; contribuir para a interação entre os colegas e professores e enquanto cantam
a música consequentemente exploram a linguagem. Além de ajudar na memória
musical, estimula a coordenação motora.

· Que som é esse? É vendado os olhos dos alunos com algum pedaço de pano. A criança
tem que usar a audição para identificar de onde vem o som, os quais serão
reproduzidos por instrumentos musicais, latas, brinquedos etc. Certamente a criança
aguçará sua atenção, confiança e imaginação.

Jogos e brincadeiras matemáticas:

Em quase todas as brincadeiras podemos incluir uma contagem, ou mesmo certo ritmo de
tempo que ajudam a melhorar a noção de espaço, de quantidade, formas e cores. Serve ainda para
promover a organização e cooperação entre os colegas. Vários brinquedos podem ser utilizados para
essas atividades como bolas, bexigas, peças de encaixe, sucatas, pelúcias e brinquedos diversos.
Exemplos:

· Boliche: O boliche tem que ter 12 unidades, essas podem ser confeccionadas com
garrafas pets, latinha de alumínio, sempre considerando a faixa etária das crianças e
com a supervisão de um adulto. Deve-se identificar a sequência numérica de 1 a 12.
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Antes de começar o jogo é indicada a familiarização com os numerais a fim de


explorar as diversas possibilidades de aprendizado que o jogo pode oferecer. Durante
o jogo sempre incentivar as crianças a contarem quantas peças foram ao chão.

· Dentro e Fora: Usando formas geométricas desenhadas no chão, solicita-se aos


alunos que fiquem dentro do espaço delimitado, além da própria noção de formas
geométricas podemos ensinar noção de menor e maior, o professor poderá fazer
outra forma menor inscrita na já fez, as crenças terão que aprender a dividir os
espaços.

Jogos e brincadeiras com artes visuais:

Nesse contexto é possível observar e identificar imagens, explorar novas texturas e formas,
manipular diversos materiais criar com as próprias mãos. Por meio dos sentidos a criança
conseguirá distinguir objetivo, materiais, texturas, formas e etc. Exemplo:

· Produção de massinha: Desenvolver a criatividade e a coordenação motora serão os


pontos fortes dessas brincadeiras, existem massinhas que já vem prontas outra opção é
confeccioná-la em sala demonstrando para os alunos com farinha de trigo. Os adultos
devem fazer, e as crianças apenas observar, mas depois cada criança recebe seu pedaço e
o incentivo é que os alunos criem suas esculturas de forma livre, ou até tentar de inspirar
numa imagem sugerida pela professora. Por fim o resultado pode ser exposto no Dia da
Família na escola.

· Caminho Colorido: pode ser usado papel, papelão ou cartolina. O objetivo será criar um
caminho imprimindo o formato de partes do corpo usando tinta. Pode-se carimbar os pé
ou mãos. Para isso basta pisar na tinta e em seguida no papel, e fazer uma sequência de
carimbadas.

Brincadeiras sensoriais:

As brincadeiras sensoriais podem ser aliadas para que as crianças possam ter um bom
desenvolvimento global, não apenas no que tange o desenvolvimento motor e cognitivo, mas
também para o avanço na comunicação e em como demostrar e entender as emoções. Durante seu
crescimento é natural que se adquiram e aperfeiçoem alguns sentidos, como visão e audição,
contudo se trabalhados desde bem pequenas as habilidades motoras através do tato, é possível
observar ainda na primeira infância um melhor desempenho em atividades simples como escrever,
desenhar. Atividades sensoriais podem auxiliar crianças com dificuldades de atenção e
concentração. Outro benefício que atividades e jogos sensoriais propiciam são a comunicação e
interação social, compartilhando brinquedos, assim a criança pode atingir o amadurecimento de
forma saudável. Exemplos:

· Bandeja sensorial: Em uma bandeja colocar peças de quebra cabeça, letras, números, formas
etc. Então encobrir com areia, arroz, pedrinhas, folhas, qualquer material sensorial ao tato,
onde, por meio do toque a criança pode procurar estes objetos. Para esta atividade é
recomendado a faixa etária acima de 1 ano e com muita atenção por parte do educador,
devido a possibilidade de a criança colocar objetos pequenos na boca, nariz. O objetivo
desta atividade é trabalhar o desenvolvimento psicomotor e atenção.

· Painel sensorial: Objetivo, trabalhar a coordenação motora fina, percepção sensorial tátil,
auditiva e visual, autonomia. Através de um painel a ser confeccionado com materiais
simples como tampinhas de garrafas, objetos com formas, cadarço de tênis, peças que
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possam ser locomovidas no painel, objetos que reproduzam sons, diferentes texturas, cores.
Faixa etária a partir de 1 ano, este painel deve ser colocado na vertical no alcance das
crianças, podendo ser adaptado ou pensado para ser confeccionado em forma de mesa.

· Tapete sensorial: É uma atividade multifuncional que pode ser utilizado com os bebês que se
sentam e engatinham, brincando através do toque dos pés e mãos a criança consegue sentir
as diferentes texturas, formas e materiais do tapete. Finalidade ampliar e desenvolver
habilidades de coordenação motora fina, autonomia, psicomotoras.

Psicomotricidade é capacidade de receber e processar informações sensoriais, através da


estimulação sensorial produzindo assim respostas adequadas.
Atividades sensoriais podem ser elaboradas de diversas formas, com os mais diversos materiais
e contato com a própria natureza, ao sentir, degustar, ouvir, tocar, experimentar de diferentes modos
o mundo a sua volta, “Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de
movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é
resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Associação Brasileira de
Psicomotricidade).
Podem servir de meios a facilitar a inclusão de crianças com necessidades especiais, crianças
com TEA, por exemplo, podem apresentar hipersensibilidade sensorial, variando a intensidade e no
modo como ocorrem as experiências que estas vivenciam. A estimulação sensorial auxilia as
crianças com autismo a lidar de forma mais agradável com esta sensibilidade. Cabe ao educador
mediar com responsabilidade esta interação, respeitando os limites e as particularidades de cada
criança. O educador deve incentivá-las, desafiá-las, aguçar a curiosidade de maneiras criativas,
adequando o material se necessário para a faixa etária correspondente.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do presente trabalho o grupo realizou um debate de ideias a fim expor
quais os pontos mais importantes a serem discutidos. O compartilhamento de ideias e a escrita do
trabalho ocorreram remotamente, porém todas contribuíram igualmente para que os resultados
fossem alcançados. Assim que o assunto foi definido, iniciou-se a procura por trabalhos acadêmicos
e a leitura para se aprofundar no tema escolhido.
Nos materiais encontrados para estudo foram destacados os pontos mais importantes que
pudessem ser utilizados no trabalho em questão, ou seja, o que mais condissesse com os resultados
que queríamos alcançar. Foi dado preferência, para os materiais encontrados em sites acadêmicos
para evitar informações falsas, com isso foi possível encontrar artigos, revistas eletrônicas e livros
confiáveis. Ou seja, a pesquisa apresenta caráter qualitativo uma vez que a preocupação é com a
veracidade das informações coletadas a fim de abordar um tema. Além disso, através de troca de
informações entre o grupo foi possível utilizar de algumas experiencias pessoais para enriquecer o
estudo em questão.
Para colocar em prática e testar se os métodos lúdicos funcionam de fato na aquisição de um
conhecimento, as acadêmicas Daisy e Paloma, colocaram em prática com seus filhos 2 e 4 anos uma
atividade escolhida em conjunto pelo grupo. Na atividade em questão o objetivo foi demonstrar
formas de como a ludicidade pode ser utilizada para o processo de ensino na Educação Infantil e
como o educador deve se comportar ao mediar essa interação das crianças com outras e até mesmo
com o espaço a sua volta, sem interferir na atuação do aluno, pois a criança deve ser e se sentir o
ator de sua própria realidade. Contudo o educador precisa planejar e organizar a atividade em
questão para proceder em sala garantindo um resultado significativo no processo de aprendizagem.
Adequando suas aulas conforme a faixa etária, e o currículo de seus alunos.
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Todavia, demonstraremos com as seguintes atividades a importância do emprego da


ludicidade no processo de ensino na educação infantil, o caminho colorido que irá ser colocada em
prática pela acadêmica Daisy com sua filha de um ano e oito meses de idade. Nesta atividade serão
utilizados os seguintes materiais: papel, tintas guache, e o próprio corpo da criança, que vai
carimbar as partes do seu corpo como, mãos, pés, no papel fazendo assim um caminho colorido. Os
objetivos serão trabalhar a identidade, autonomia, coordenação motora, noção de espaço,
imaginação, criatividade.
Já a acadêmica Paloma, colocará em prática a atividade bandeja sensorial também com seu
filho Dominic de 4 anos de idade que frequenta a pré-escola, nesta atividade serão colocadas as
letras de seu nome espalhadas na bandeja e cobertas com pedrinhas, para que ele tenha que procurá-
las, em seguida terá que escrever seu nome com essas letras como demonstrado no crachá. Os
objetivos com esta prática são oportunizar o contato com o letramento e auxiliar na futura
alfabetização, uma vez que ele apresenta atraso na fala espera-se que esta brincadeira possa ser
capaz de contribuir para aquisição da fala.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atividades com tintas são amplamente usadas nas salas de aulas, especialmente na educação
infantil, e não é à toa isso por que além de ser muito versátil podendo ser usadas para diversos fins
de aprendizagem também é muito divertida e bem vinda pelas crianças. Nesse caso a atividade a ser
realizada (Maria figura 1) é um caminho feito com carimbo com os pés, a criança que protagonizará
o experimento é a Maria de um ano e oito meses, essa caminhará com os pés sujos de tinta deixando
suas pegadas no caminho e por consequência produzindo um caminho colorido. Pretende-se
alcançar alguns pontos como o conhecimento do próprio corpo, proporcionar a necessidade de
concentração e de criação, senso de direção noção de espaço e coordenação motora. (Figura 1).

(FIGURA 1) - CAMINHO COLORIDO

Fonte: Arquivo pepessoal


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Na atividade caminho colorido, conclui-se que as metas desejadas apesar de reais estão
muito mais na expectativa do adulto do que na intenção da criança. É claro que a criança não tem
noção do quanto de conhecimento está absorvendo e é aí que entra o grande diferencial das
atividades lúdicas. No momento da brincadeira surge a oportunidade de aprender e desenvolver
habilidades e competências de forma espontânea. Enquanto a criança tem a visão de brincar e
descobrir, cabe ao adulto direcionar a prática para o alvo esperado. A Maria interagiu muito no
exercício, e não se economizou no quesito explorar e descobrir, mas sem pretensão ou compromisso
com o proposito cientifico. O Maior desafio para o condutor é manter a atenção e concentração, e
nisso a conclusão a que se chega é que não tem como ser inflexível com o desenrolar dos jogos e
brincadeiras, em bora o adulto tenha que traçar um plano o envolvimento do aluno, suas
capacidades e características próprias vão ditar o ritmo de execução.
Através das propostas de atividades sensoriais possibilitamos ampliar os sentidos da criança,
contribuindo desse modo para o desenvolvimento neurológico, ou seja, o crescimento cognitivo, da
linguagem, habilidades motoras, coordenação fina e grossa. Por meio do processo da
experimentação o cérebro da criança constrói novas conexões nervosas, gerando novos caminhos
para ampliar suas habilidades e até mesmo para solucionar problemas e para isto necessita de
constantes estímulos para ser consolidado, pois a falta de estímulos pode adiar e prejudicar o
processo de desenvolvimento dessas habilidades importantíssimas para o desenvolvimento da
criança.
Na proposta bandeja sensorial atividade realizada com Dominic quatro anos de idade, foi
possível trabalhar a parte sensorial através do toque, e o reconhecimento alfabético com as letras
escondidas, com que ele formou seu nome, tendo em vista que ele frequenta o Pré I e esta em
processo de letramento não houve dificuldades, pois já reconhece cada letra do seu nome, mas não
todo o alfabeto e apresenta estar em nível Pré-silábica. (Figura 2).

(FIGURA 2)- DOMINIC REALIZANDO A ATIVIDADE BANDEJA SENSORIAL


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Fonte: Arquivo pessoal

5. CONCLUSÃO

Em virtude da pesquisa realizada, foi possível notar avanços na história em relação ao modo
de lidar com as crianças e como isso foi essencial para a sociedade evoluir como atualmente. Isso
porque, as crianças são o nosso futuro, sendo assim ao proporcionarmos uma educação de qualidade
também estará investindo no futuro da humanidade.
Portanto, o professor precisa estar em constante busca de melhorias na sua didática e isso
inclui a maneira como vai lidar com seus alunos e ensiná-los. Por conta disso, o estudo realizado
procurou abordar a relação professor-aluno trazendo exemplos de como facilitar o processo de
ensino-aprendizagem através do educador como mediador.
Foi possível destacar que o lúdico, por se tratar de um momento de descontração da criança,
deve ser utilizado para o repasse de conhecimento em diferentes contextos.
Dentre as situações que o professor pode intervir de forma lúdica, foram colocados aqui
exemplos de conflitos que podem ocorrer em sala de aula. Estar ciente de que podem existir
momentos como esses é importante, para que o professor não vá para sala de aula com a ideia de
que será tudo calmo e sem imprevistos. E é através de métodos lúdicos que o educador poderá
contornar as situações e trazer momentos de reflexão, acerca da problemática de maneira que o
aluno compreenda e guarde consigo o que foi passado, assim aprendendo com a experiência.
As práticas pedagógicas lúdicas têm um papel fundamental no processo de ensino,
proporcionando uma abordagem dinâmica e envolvente para os alunos. O uso de atividades lúdicas
facilita a compreensão dos conteúdos, estimula a criatividade, promove a interação social e
desenvolve habilidades cognitivas, motoras e emocionais. Um exemplo apresentado foi o uso de
estratégias lúdicas para ensinar as cinco regiões do Brasil a uma turma de Maternal II, adaptando as
atividades às necessidades dos alunos. O educador desempenha um papel crucial como mediador,
incentivando a participação, estimulando a criatividade e criando um ambiente acolhedor e
desafiador. As práticas lúdicas devem ser planejadas com cuidado, considerando os objetivos
educacionais e a inclusão de todas as crianças. Ao integrar a ludicidade nas práticas pedagógicas, os
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professores podem despertar o interesse e a motivação dos alunos, promovendo um aprendizado


significativo e prazeroso.
Portanto, foram trazidos exemplos de jogos e brincadeiras lúdicas que ativam capacidades
de interação que podem ser usadas pelo professor como ferramenta de mediação. Ficou claro que
deve haver um dinamismo do professor para usar a ludicidade de forma flexível e não engessada,
entendendo que as expectativas de metas estão, e devem estar na visão do condutor não da criança,
a essa cabe apenas se divertir e inconscientemente adsorver o aprendizado de forma suave e sem
pressão.

ANEXOS

REFERÊNCIAS

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FIGURA 2- DOMINIC REALIZANDO A ATIVIDADE BANDEJA SENSORIAL- Arquivo pessoal.

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