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FACULDADE DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA BRASILEIRAS

A GESTÃO ESCOLAR COM UM NOVO OLHAR PARA O BRINCAR NA


EDUCAÇÃO INFANTIL

Daniele Gomes da Silva


Orientadora: Márcia Pires Gomes

RESUMO:

Este artigo mostra a importância da brincadeira infantil como ferramenta no


desenvolvimento do aprendizado da criança, tendo em vista a gestão escolar com
um novo olhar para o brincar na educação infantil. Pois acredita-se que a criança
que brinca ela é capaz de criar e recriar o meio em que vive. O gestor é
considerado o agente propulsor nas mudanças de sua equipe sendo considerado
um sujeito transformador. Desta forma o gestor oportuniza os professores, equipe
de apoio, a participarem de formações continuadas sendo considerada pela própria
natureza do saber e do fazer humano, como prática que se transforma
constantemente, levando-a a desenvolverem ações voltadas para a prática do
brincar no meio escolar, liderando e delegando funções, socializando descobertas
e procedimentos, cuidando da formação constante da equipe, estimulando a equipe
a construir e desenvolver um projeto educativo pedagógico compartilhado onde
seja confirmado a importância do espaço lúdico no meio escolar e a criança tenha
o direito e oportunidade de brincar. E a partir do brinquedo, exercitarem suas
potencialidades, e adquirir conhecimentos, desenvolverem a sociabilidade gerando
dessa forma o desenvolvimento intelectual, social e emocional.

PALAVRAS CHAVES: -gestão escolar- formação continuada –professores- alunos


– brincar.

SUMMARY:

This article shows the importance of children 's play as a tool in the development of
children' s learning, with a view to school management with a new look at playing in
children 's education. For it is believed that the child who plays it is able to create
and recreate the environment in which it lives. The manager is considered the
driving force in the changes of his team being considered a transforming subject. In
this way the manager provides the teachers, support staff, to participate in
continuous training being considered by the very nature of human knowledge and
doing, as a practice that is constantly transformed, leading to develop actions aimed
at the practice of play in the environment School, leading and delegating functions,
socializing discoveries and procedures, taking care of the constant training of the
team, encouraging the team to build and develop a shared educational pedagogical
project where the importance of play space in the school environment is confirmed
and the child has the right and opportunity to play. And from the toy, to exercise
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their potential, and to acquire knowledge, to develop sociability, thus generating


intellectual, social and emotional development.

KEY WORDS: - school management - continuing education - teachers - students -


play.

INTRODUÇÃO

Em grande parte das sociedades contemporânea, a infância é marcada


pelo brincar, que faz parte de práticas culturais típicas, mesmo percebendo que sua
prática esteja reduzida no meio educacional e social. A concepção de educação
que envolve o aluno enquanto ser histórico e social são adotados neste estudo a
fim de consolidar uma concepção que confirma a teoria VIGOTSKIANA de
aprendizagem, pois foi a partir deste estudioso que o conceito de brincar e
brinquedo se propõem com mais propriedades na educação. É pautando-se,
sobretudo em Vigotsky que este trabalho se estrutura diante de suas teorias e
afirmações que possibilitam um melhor entendimento sobre o mundo do brincar,
em suas raízes mais profundas enquanto fator necessário para o desenvolvimento
da criança.

A brincadeira é consagrada como atividade essencial ao desenvolvimento


infantil. Historicamente, ela como lúdico sempre esteve presente. Analisando esta
realidade e percebendo que a brincadeira esta acontecendo aleatoriamente os
profissionais da Escola Francisca Paula desenvolvem projetos com temas que tem
a gestão escolar comum novo olhar para o brincar na educação infantil, pois
sabemos que a brincadeira é cada vez mais vista como atividade que, além de
promover o desenvolvimento global das crianças incentiva a interação, e a
formação do cidadão crítico e reflexivo. A gestão escolar foi a grande incentivadora
da realização deste projeto, promovendo formação continuada para os professores
e equipe de apoio, reuniões e palestra com as famílias e apoio financeiro para a
realização de algumas metas propostas. A gestão é a grande motivadora para que
aconteça uma transformação no processo de formação da sua equipe e na sua
prática educacional.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1- GESTOR X PROFESSOR X FAMILIA: UMA PARCERIA NA


DESCOBERTA DA IMORTÂNCIA DO BRINCAR NO MEIO FAMILIAR

As culturas dispõem de bancos de imagens a partir das quais as crianças


fazem novas adaptações e produções. A infância é o momento de apropriação
destas imagens elaboradas por diferentes canais, sendo o brinquedo uma dessas
fontes. Este serve então, como suporte para o aprendizado enquanto configura-se
diante do seu aspecto cultural.

Na tentativa de desenhar a realidade da utilização dos aspectos lúdicos


neste nível de ensino, VIGOTSKY (1998) fala que o processo de desenvolvimento
da criança começa usando as mesmas formas de comportamento que outras
pessoas inicialmente usam em relação a ela. Isto ocorre porque desde os primeiros
dias de vida as atividades das crianças adquirem um significado próprio num
sistema de comportamento social, refratados através de seu ambiente humano,
que auxilia a atender seus objetivos. Isto vai envolver a comunicação, ou seja, a
fala.

Gradativamente, através do relacionamento com sujeitos sociais, a criança


vai adquirindo desenvolvendo uma capacidade simbólica aprimorando colocando-a
em prática. Pode-se denotar que a interação social e o instrumento linguístico são
decisivos para que o desenvolvimento exista. Nos estudos desenvolvidos por
Vigotsky existem dois níveis de desenvolvimento um real, já adquirido ou formado,
que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou
seja, capacidade de aprender com outras pessoas. A aprendizagem interage com o
desenvolvimento produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal
(distancia entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com
a intervenção de um adulto), mas sabemos que a potencialidade para aprender não
é a mesma para todas as pessoas, ou seja, a distância entre o nível de
desenvolvimento real e o potencial) nas quais as interações sociais são centrais
estando então, ambos os processos aprendizagem e desenvolvimento.
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Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional


desencadeia o processo ensino-aprendizagem. Portanto, é o papel do docente
provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na
zona proximal. Portanto é fundamental que os professores tenham conhecimento
do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sócio
cultural, para formular sua proposta pedagógica. Entende-se a partir dos princípios
aqui expostos que o professor deverá contemplar a brincadeira como principio
norteador das atividades didáticas - pedagógicas possibilitando as manifestações
corporais encontrando significado através do lúdico presente na relação que as
crianças mantêm com o mundo. Porém essa perspectiva não é tão fácil de ser
adotada na prática. Podemos nos perguntar: como colocar em prática uma
proposta de educação infantil em que as crianças desenvolvam, construam
adquiram conhecimento e se tornem autônimas e cooperativas? Segundo Kramer:

É preciso que os profissionais da educação infantil tenham acesso ao


conhecimento produzido na área da educação infantil e da cultura em
geral, para repensarem sua prática se reconstruírem enquanto cidadão
sujeito da produção de conhecimento. E para que possam mais do que
“implantar” currículo ou “aplicar” proposta a realidade da creche/ pré-
escola em que atuam efetivamente participar da sua concepção
construção e consolidação. (Kramer apud MEC/SEF/COEDI,1996 p.19)

Desta forma, o profissional da educação infantil poderá adquirir sua prática


pedagógica ao seu ambiente de trabalho absorvendo os recursos por este
disponibilizado favorecendo a construção do conhecimento do educando ao
mesmo tempo em que também aprimora os seus. Os momentos de brincadeiras
que levam ao aprendizado devem ser considerados ações com finalidades
bastante diferentes e não podem habitar o mesmo espaço e tempo. O professor
deve criar oportunidades para que o brincar aconteça naturalmente nos horários
normais da aula, não somente na hora do recreio ou momentos livres. Pois estar
constatado que é através da brincadeira que a criança representa o discurso
externo e o interioriza construindo o seu próprio conhecimento. Brincar juntos
reforça laços afetivos. A participação dos adultos na brincadeira com a criança
eleva o nível de interesse pelo enriquecimento proporcionado neste momento,
podem também levar ao esclarecimento de dúvidas referentes às regras das
brincadeiras. Vigotsky (1999) revela que o jogo infantil aproxima-se da arte tendo
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em vista necessidades da criança criar para melhor compreende-lo atitudes que


também definem as atividades artísticas.

Sabendo que a brincadeira e o resultado da aprendizagem e depende de


uma educação voltada para o sujeito social, o educador deve acreditar que adotar
jogos e brincadeiras como metodologia curricular, possibilita a criança para a base
da subjetividade e compreensão da realidade concreta. O jogo e a brincadeira são
sempre situações que a criança realiza e constrói e apropria-se de conhecimento
das mais diversas ordens. A aprendizagem ocorre quando são colocadas
atividades que estimulem o pensamento e que esta possibilite a formação de
conceitos e pelo domínio desses elementos que a criança desenvolva a formação
do pensamento como a analise, síntese, dentre outras tão importantes quanto este.
É a partir dessa concepção de aprendizagem e de construção de aprendizagem e
de construção do ser enquanto social que entende a proposta do brincar como
perspectiva abrangente na formação do ser desde seus primeiros anos de vida na
escola.

Neste contexto é necessário assegurar a formação contínua dos


educadores, a ludicidade surge como uma forma de formação não mágica, mas
atraente e estimuladora para a construção do conhecimento. Recorrendo o
brinquedo e a brincadeira. É possível desenvolve nos nossos educando o prazer de
construir, através de processos que levem a própria aprendizagem. Portanto é
imprescindível que os professores compreendam a importância da brincadeira e
suas implicações para organizar o processo educativo de modo mais positivo,
contribuindo para o desenvolvimento das crianças.

Apesar da diversão e da aprendizagem que podem ocorrer pelo brincar livre,


certas formas de brincar podem se tornar muito repetitiva. Portanto mas uma vez
os educadores têm um papel chave a desempenhar: ajudar as crianças a
desenvolver o seu brincar. O adulto pode, por assim dizer estimular, encorajar ou
desafiar a criança a brincar de forma mais desenvolvida e madura. Ao participar do
brincar os adultos também podem proporcionar estrutura e desafio. O jogo
simbólico é muito importante para o desenvolvimento de habilidades sociais
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cognitivas e lingüísticas nas crianças pequenas principalmente no caso daquelas


que vêem de ambientes desfavoráveis às quais acredita que elas raramente
brincam dessa maneira em seus primeiros anos de vida.

Smilansky (1968) experimentou vários métodos para encorajar o brincar e


descobriu que o método mais efetivo era o adulto ou o professor iniciar a
dramatização com pequenos grupos de crianças e ajudá-las a desenvolver essas
atividades por certo período de tempo. Ela chama isso de tutoramento do brincar.
Quatro variantes desse método são usados por Smilansky e por outros: são eles:
modelagem, orientação verbal, treinamento da fantasia temática, aprendizagem do
brincar imaginativo.

Cada variante desse método envolve uma situação diferente em que o


educador pode trabalhar de acordo com a realidade de sua turma, ou seja, com o
nível de desenvolvimento dos seus educandos. No método da modelagem o
professor participa ativamente do brincar e demonstrar como ele pode ser
desempenhado efetivamente. Na orientação verbal o professor não participa
ativamente, mas faz comentários e sugestões para ajudar as crianças a criarem os
papéis que irão desempenhar. No treinamento da fantasia temática as crianças são
ajudadas a encenar histórias de dramas conhecidos. Na aprendizagem do brincar
imaginativo o professor exercita as crianças em habilidades referentes a atividades
do faz de contas.

2-1 A PARTICIPAÇÃO DIRETA DO GESTOR ESCOLAR NA PRÁTICA


DO BRINCAR

O termo gestão escolar sempre esteve ligado ao papel que o diretor


desempenha na escola, sendo considerada um bom gestor aquele que dinamiza a
escola. Mas alguns conceitos educacionais vem mudando a medida que a
sociedade exige nova postura, concepção e forma de agir diante de momento
histórico. Podemos mencionar que a abertura política nos últimos vinte anos mudou
significativamente o quadro da educação brasileira, mas infelizmente esta alteração
e muito lenta. O papel do gestor passou a ter importância em todos os segmentos
da educação. Com um conceito mais amplo a gestão escolar passou a fazer parte
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das atitudes de todas que atuam com a educação. A escola hoje requer gestores
dinâmicos, criativos que proporcionem autonomia.

Segundo Winck Leon (1997) os gestores atuais devem estar sempre


procurando aprender, recorrer sempre ao poder do aprendizado decorrente de
experiências de trabalho. Sentem-se responsáveis pela sua própria carreira,
assumem a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento, vê a educação
como atividade permanente para a vida toda, e por fim decidem intencionalmente o
que aprender. O gestor escolar deve agir como líder, pensando no progresso de
todas que fazem parte de sua equipe. Para conduzir sua equipe no
desenvolvimento de seus projetos, planos, atividades o gestor tem sempre um
propósito a ser concretizado e uma estratégia de ação para conquistar. Esse é o
ponto de partida para que a ação da equipe escolar seja bem sucedida. O mesmo
deve ter consciência de que sua equipe não se limita a alunos, professores e
demais funcionários internos da instituição. A equipe escolar é formada também
pelos pais dos alunos e por toda comunidade escolar de forma geral que deve ser
mobilizada para que juntos possam promover o principal objetivo de toda equipe
escolar, a aprendizagem dos alunos. Além de incentivar e procurar trazer a
participação da família para a realização dessas atividades contribuindo com sua
participação na realização de algumas atividades propostas voltadas para o
brincar.

O gestor escolar sendo considerado agente de transformação do meio


escolar em que trabalha deve disponibilizar para sua equipe bons materiais para
pesquisa, fazer parceria com recursos humanos da comunidade, investir na
formação continuada dos professores e demais funcionários da escola para assim
trabalhar de forma dinâmica o brincar no meio educacional. Garantindo assim o
desenvolvimento em cada fase da criança. Esta participação do gestor ajuda os
professores a se sentirem mais preparados para trabalhar com seus alunos.

O gestor teve participação importante procurando se capacitar e


capacitando a sua equipe através da formação continuada, provocando assim
mudanças efetivas na instituição, pois sabemos que conhecer bem a teoria não
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conduz a uma mudança na prática, por outro lado à prática sem um embasamento
teórico não possibilita a autonomia profissional, muito menos favorece a criação de
soluções singulares dos problemas que emergem. A teoria está presente na
formação por meio do trabalho com conteúdo especifico, nos estudos que servem
para embasar as resoluções de dúvidas relacionadas ao assunto em estudo. A
participação do gestor garante a consolidação e a permanência da formação na
instituição como um todo, diagnosticando e acompanhando melhor os resultados
alcançados. Segundo Paulo freire (1997,p37) A tarefa de ensinante / aprendente e
do aprendente / ensinante exige seriedade, preparo científico.

Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, criticidade, pesquisa,


estética e ética, risco, aceitação do novo, rejeição a qualquer
discriminação, reflexão sobre a prática, reconhecimento e ascensão à
identidade cultural, segurança, competência profissional, generosidade,
comprometimento, autoridade, tomada consciente de decisão,
disponibilidade para o diálogo, curiosidade, alegria, esperança, convicção
que a mudança é possível e, entre outras coisas, querer bem aos alunos.

Como romper com uma cultura ”escolar tradicional” na educação infantil?


Enfim, o que é ser formadoras de educadoras? Neste espaço, podemos rever uma
série de conceitos e preconceitos em relação ao trabalho docente e,
principalmente, refletir sobre nosso próprio percurso, assumindo posicionamentos
frente à escola e à educação. Freire (1997, p 35) nos faz compreender que não há
educação sem engajamento político, sem compromisso ético, sem rebeldia, sem
respeito às diferenças, sem amor pelos educando, e é a partir dessa perspectiva,
que procurei conduzir a prática de formação continuada, desenvolvida com as
educadoras, desafiando-nos a estudá-la, no sentido de compreendê-la. Além disso,
busquei, junto com estas, alternativas para o trabalho na construção de uma
escola, que prime pela autonomia do seu corpo docente, das crianças e de suas
famílias, da equipe de apoio, ou seja, uma escola para todos. Esse é um grande
desafio, pois ao olhar para a prática de nossas educadoras temos que olhar para o
nosso próprio fazer, uma vez que atuamos diretamente na sua formação, sem a
curiosidade não aprendo nem ensino e que exercer a curiosidade é um direito que
todos temos. Segundo Veiga, (1998, p, 11)

A escola é o lugar de concepção, realização e avaliação de seu projeto


educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho pedagógico com
base em seus alunos. Nesta perspectiva, é fundamental que ela assuma
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suas responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas


superiores tomem essa iniciativa, mas que lhe dêem as condições
necessárias para levá-la adiante.

Assim, diferentes concepções sobre infâncias foram sendo construídas ao


longo da história. Concepções que tem influenciado nosso olhar sobre o ser
criança. Concepções que coexistem ainda hoje nas diversas práticas educativas,
revelando, em muitos momentos, atitudes contraditórias em relação às primeiras.

Observando as representações trazidas pelas educadoras, suas falas, suas


formas de agir, sua cultura, e respeitando principalmente a sua diversidade,
buscamos abordar as múltiplas linguagens que constituem o universo infantil dentre
elas o brincar e a participação da família na escola. A realidade muda e o saber que
construímos sobre ela precisam ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma, uma prática
de educação continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos,
principalmente para analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como para
atribuirmos direções esperadas a essas mudanças. Para que essas mudanças aconteçam com
sucesso a equipe gestora juntamente com a equipe pedagógica conta com a participação da
família. Alguns pais são convidados a participarem desta formação juntamente com
os educadores e conhecerem a importância do brincar para as crianças, pois
consideramos a família uma instituição fundamental na constituição do sujeito,
produtora de pessoas saudáveis emocionalmente estáveis e equilibrada ou
geradora de insegurança.

A partir desta realidade a família cumpre o seu papel de mediadora entre a


criança e a sociedade. As crenças dos adultos sobre a brincadeira infantil são
geradas em se sistema de significado cultural. Neste sentido, VALSINER (1998)
destaca que a criança, como ser ativo no processo “viver a brincadeira” vai além da
cultura de seus pais e professores, uma vez que reconstrói as experiências
adquiridas nos espaços familiares, escolares e comunitários. Esta é uma realidade
social que leva a criança a brincadeira marcada pelo gênero de acordo com a sua
cultura familiar, e coletiva o que ocorre frequentemente em situações em que o
menino só pode brincar de carrinho e a menina só pode brincar de boneca. As
famílias canalizam as ações, as percepções e representações da criança na
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direção de assumir um papel social aprovado de acordo com suas práticas e


valores.

Segundo PIAGET (1978) face ao desenvolvimento do pensamento infantil


afirma que a brincadeira “esta intimamente ligada ao símbolo” uma vez que por
meio dele, a criança representa ações, pessoas ou objetos, pois estas trazem
como temática para essa brincadeira o seu cotidiano (contexto familiar e escolar)
uma vez que por meio dele a criança representa ações, pessoas ou objetos, pois
estas trazem como temática para esta brincadeira o seu cotidiano (contexto familiar
e escolar) de uma forma diferente de brincar com assuntos fictícios (contos de
fadas ou personagens de televisão). Pude analisar que esta realidade esta quase
extinta do nosso meio familiar, pois os pais não dispõem de tempo para se
envolverem com seus filhos na hora da brincadeira. As crianças hoje estão
envolvidas com a tecnologia que invadiu o meio familiar. As brincadeiras de roda,
de faz de conta, de transformar objetos em brinquedos de fantasiar foram
substituídas por vídeo game, televisão, DVD, computadores, dentre outros meios
tecnológicos.

A família automaticamente vivencia esta realidade. Então é necessário que


a gestão escolar procure trazer para a sua proposta pedagógica e sua rotina meios
que venham resgatar uma prática envolvendo os pais. Conscientizando através de
palestra sobre a importância do brincar para o desenvolvimento de seus filhos,
atividades pedagógicas e formações continuadas voltadas para o brincar na rotina
escolar. O ingresso das crianças na educação infantil tem um grande diferencial ao
chegar à educação básica, pois os mesmos se encontram adaptados de acordo
com a sua faixa etária a rotina do meio escolar. Considerando que o trabalho
desenvolvido pelas instituições de educação infantil deve contemplar uma ação de
esclarecimento junto ás famílias e de incentivos a participação incluindo a garantia
da participação dos pais juntos as unidades escolares.

Segundo Tarciana Mirna 2008: Familiares e profissionais não são amigos


parceiros na educação e cuidado das crianças em contextos diferenciados pela sua
natureza, objetivos e conteúdo. Analisando, ambos têm único objetivo o
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desenvolvimento infantil. E baseando nesse objetivo que podemos vivenciar


responsabilidades especificas, sendo que o contexto escolar influencia a família, e
a família influencia o ambiente escolar. Da coletividade entre a relação família e
meio escolar. A gestão da relação entre a instituição educacional e a família varia
conforme as situações, os sistemas, as tradições, a representação feita do papel
da coletividade entre a relação da família e a criança. Por sua vez o poder que os
pais podem exercer nas instituições de educação infantil depende de suas
expectativas, representações sociais e experiências pessoais de escolarização,
que por sua vez, derivam de seu nível social.

Podemos observar que o educador é visto como um importante contribuinte


na ação educativa. Nos meios mais pobres os pais consideram o professor como
uma figura de autoridade, alguém que sabe controlar a família. O educador deve
possuir habilidades para lidar como as ansiedades da família e partilhar decisões e
ações com ela. Sendo assim a família terá no professor alguém que lhe ajude a
pensar sobre seu próprio filho, a se fortalecer como recurso privilegiado no
desenvolvimento infantil. SEEFELDT ET AL (1998) afirma que o envolvimento
parental traz benefícios não só para as crianças, como também para os pais e
professores. No entanto, é necessário ressaltar que a presença de uma relação por
demais intimista é cordial é sinônima de parceria satisfatória é possível trazer
benefícios aos atores envolvidos, tão pouco as crianças, uma vez que o
envolvimento dessa natureza pode se tornar muito superficial nos aspectos
condizentes ao desenvolvimento infantil.

MATERIAL E MÉTODO

Este trabalho desenvolvido na escola onde envolveu educadores, equipe


de apoio, família nas formações continuada, palestras, momentos de resgate da
brincadeira tradicionais, Pois que o brincar proporciona á criança como sujeito a
oportunidade de viver entre o principio do prazer e o principio da realidade fator
importante na sua formação humana.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como resultado final do artigo registra-se que houve avanço significativo na


construção de conceitos sobre o brincar no desenvolvimento infantil. Em contato
com um rico referencial bibliográfico observou-se também a importância do
desenvolvimento de um projeto relacionado ao brincar, visando oferecer aos
professores de educação infantil subsidio para um conhecimento mais amplo sobre
o tema trabalhado.

CONCLUSÃO

Ao concluir este artigo pude perceber, que o centro municipal de educação


infantil por não apropriarem de um conhecimento amplo sobre a importância do
brinquedo e do brincar, não possibilitava espaço e tempo para o brincar, trocando
esses espaços por uma escolarização precoce. Os professores vêm diante dos
ditames institucionais e acabam por produzir suas práticas educativas pautados na
expectativa de brincar para aprender conteúdos escolares, mesmo percebendo que
esta prática faz parte hoje da rotina escolar. Pude destacar no artigo realizado uma
grande preocupação em fazer do brincar na escola uma atividade cada vez mais
pedagogizada. Entretanto através da iniciativa do gestor foram propostas diversas
formas de trabalhar e resgatar o brincar no meio educacional.

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