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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP


CURSO DE PEDAGOGIA - EAD

DESAFIO PROFISSIONAL

DISCIPLINAS NORTEADORAS: BRINQUEDOTECA E O


ELEMENTO LÚDICO; EDUCAÇÃO APLICADA AOS
CUIDADOS DA CRIANÇA; HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA
PEDAGOGIA; ORGANIZAÇÃO E METODOLOGIA DO
ENSINO FUNDAMENTAL; PRÁTICA PEDAGÓGICA:
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS.

Desafio Profissional apresentado à Anhanguera -


Uniderp, como requisito parcial para o
aproveitamento das disciplinas da 5ª série do Curso
de Pedagogia.

Tutor a Distância:
Campinas
2019
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................2

2. DESENVOLVIMENTO...............................................................................................4

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................8

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................9
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1. INTRODUÇÃO

A importância do brincar na vida de uma criança é algo que, pelo menos


para a maioria das pessoas, é imprescindível na vida dela. É difícil imaginar uma
criança que não goste de brincar.
Brincar é tão importante que é um direito assegurado por lei e preconizado
pela ONU desde 1959.

“Toda criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às


autoridades públicas garantirem a ela o exercício pleno desse direito.”
(Declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada na Assembleia
Geral das Nações Unidas em 1959 e fortalecida pela Convenção dos
Direitos da Criança de 1989).

A Constituição Brasileira e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)


também asseguram esse direito, quem em 2016 foi fortalecido com o Marco Legal
da Primeira infância (Lei 13.257/2016).
O ato de brincar não se resume apenas a satisfazer uma necessidade
infantil, momentos de lazer, como se a brincadeira não tivesse maior repercussão na
vida da criança. Através da brincadeira a criança aprende, a imaginação expande,
regras são aprendidas, é uma maneira de perceber como a criança entende o
mundo.
Como o brincar é tão importante na vida da criança e através desse ato seu
raciocínio é aprimorado, então seria natural que esse modo de aprendizagem fosse
utilizado nas escolas, não só na Educação Infantil, mas também nos primeiros anos
do Ensino Fundamental.
Tem-se observado que na Educação Infantil a brincadeira é constantemente
utilizada, o que não acontece muito no Ensino Fundamental. Para tanto é necessário
que as escolas tenham um espaço adequado e que os professores sejam treinados
para usar métodos lúdicos no ensino e entender que as crianças, mesmo as do
Ensino Fundamental, precisam brincar. Não é natural para uma criança ficar sentada
por muito tempo, a criança é ativa, gosta de se movimentar, descobrir coisas novas.
Diante das observações da equipe gestora desta unidade escolar, foi
verificado que havia muitos profissionais da educação que não assumiam uma
postura lúdica com as crianças do ensino fundamental e que, por vezes, as práticas
ligadas ao cuidar, educar e brincar eram deixadas de lado, foram de extrema
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importância à elaboração de ações voltadas para conscientização do lúdico na


transição para o ensino fundamental, e sobre a seriedade desse tema tanto na
Educação Infantil como no Ensino Fundamental.
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2. DESENVOLVIMENTO

Com a implantação da Lei de Diretrizes de Base da Educação (LDB) nº


9394, de 20 de dezembro de 1996, que assegura o direito da criança ao ingresso em
instituição de ensino, as escolas tem se preocupado em tornar os espaços escolares
acessíveis a todos, porém sem deixar de lado o cuidado de manter a qualidade no
aprendizado que é necessário as crianças.
A escola Mundo encantado, pensando nisso, vem refletindo em formas de
inserir as atividades lúdicas nas atividades rotineiras das crianças, tanto no Ensino
Infantil quando na transição para o Ensino Fundamental, pois essas contribuem no
desenvolvimento integral sendo que a ludicidade torna a socialização e o processo
de ensino aprendizagem mais prazeroso e de grande aceitação por parte dos
alunos.
No brincar a criança projeta os seus sentimentos, pensamentos e fantasias.
Ao brincar a criança toma iniciativas, imagina e usa suas capacidades intelectuais.
Ativa o corpo, trabalha a cooperação, aprende regras, lida com limites, memória,
atenção e concentração e se relacionam entre si. Aprendem a dividir, a respeitar o
espaço do outro, começam a construir sua historia.
Para VYGOTSKY (1988) “O brincar é a etapa mais importante da vida
infantil e propicia a criação da situação imaginária, o desenvolvimento da
representação, o símbolo, que diferencia o brincar animal e humano”.
Por meio do lúdico a criança encontra a estabilização entre o real e o
imaginário. É na infância que a criança adquire o ato de brincar e busca
conhecimentos com outras crianças. Compreende-se que quando se fala em
criança, o mundo de fantasia não pode ser desconsiderado, mesmo e principalmente
quando a questão é conhecer e aprender. No ato de brincar, os gestos, sinais,
objetos e os lugares valem e tem um sentido diferente daquele que demonstra ter. A
brincadeira coopera com a criança para progresso da autonomia e criatividade, e
favorece para a interiorização de determinados modelos de adultos presentes na
sociedade.
Os direitos á educação não estiveram sempre presente, foi construído e
reconstruído continuamente através de muitas lutas para que essa se tornasse
presente nos dias de hoje. Analisando a historia da infância, podemos observar os
avanços e os retrocessos para sua concepção, decorrente de visões, valores, ideais
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e costumes carregados por grupos sociais em que estamos inseridos.

“Autores como Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Decroly, Froebel,


Montessori, entre outros, estabeleceram as bases para um sistema de
ensino mais centrado na criança. Muitos deles achavam se
compromissados com questões sociais relativas a crianças que vivenciavam
situações sociais críticas (órfãos de guerra, pobreza) e cuidaram de elaborar
propostas de atividades em instituições escolares que compensassem
eventuais problemas de desenvolvimento. Embora com ênfases diferentes
entre si, as propostas de ensino desses autores reconheciam que as
crianças tinham necessidades próprias e características diversas das dos
adultos.” (OLIVEIRA, 2002, P. 63)

Para que se entenda a relação entre infância e brincadeiras é necessário


resgatar o ato de brincar como experiência lúdica. Como instrumento que pode ser
aplicado no processo formativo de estudo, o lúdico busca o papel de brincar a
entrada à cultura, a incorporação dos valores e apropriação de novos
conhecimentos. No entanto compreende-se que a inclusão das atividades lúdicas no
desenvolvimento da criança é importante para que ela possa conseguir os seus
objetivos no contexto da educação.
O brincar assegura à criança manifestar vivências insubstituíveis. O faz de
conta assegura e os jogos abrem caminho para a autonomia e para a criatividade,
são elementos para aprendizagem das regras sociais, além de afetar a motricidade,
a linguagem, a percepção, a memória e demais funções cognitivas.
A escola e o educador juntos têm que direcionar as atividades com a
finalidade de derrubar a visão de brincadeira como uma ideia livre sem observar em
um aspecto pedagógico, de modo que estimulem a interação social entre os
educandos e amplie suas habilidades de aspectos intelectuais que respaldem o seu
percurso escolar, que é o papel da educação. PIAGET (1976, p. 160) diz que “a
atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais das crianças, sendo
por isso, imprescindível á pratica educativa (...)”.
O espaço deve ser organizado de forma que desafie a criança nos campos
cognitivos, social e motor, dando a oportunidade da criança se movimentar e
interagir como um todo. Realizar tarefas de forma autônomas, como pegar os livros
das tarefas do dia, escolher livros de histórias que poderão levar para ler em casa,
pegar e guardar jogos, brinquedos, materiais de apoio aos trabalhos manuais, de
forma que se sintam capazes e responsáveis por todos os materiais disponíveis a
eles.
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A brinquedoteca é uma importante ferramenta para o desenvolvimento


cognitivo da criança, as atividades nesse espaço, sejam jogos ou brincadeiras,
devem ser bem elaboradas pelos profissionais da educação para que cumpram os
objetivos, que é estimular o conhecimento das crianças. É um espaço que se
caracteriza como um “lugar onde a criança pode conseguir brinquedos em regime de
empréstimo e brincar com eles com ajuda de um funcionário ou animador infantil”
(BORJA, apud PUIG; TRILLA, 2004, p.56). É importante que esse espaço seja
organizado e que tenha alguém para auxiliar nas brincadeiras, pois assim as
crianças aprendem a organizar e conservar os brinquedos. O objetivo principal das
brinquedotecas deve ser estimular a brincadeira livre, porém desenvolvendo as
atividades lúdicas e valorizando o ato do brincar.
Para o ensino fundamental não devemos deixar de lado tais atividades, eles
precisam da ludicidade no aprendizado tanto quanto no ensino infantil.
No ensino fundamental podemos despertar em nossos alunos o senso de
responsabilidade e solidariedade. Pode-se propor as gincanas, que são
instrumentos de socialização e conscientização, onde as crianças são separadas em
grupos que podem competir para arrecadar alimentos, agasalhos e brinquedos com
objetivo de doar a comunidade carente. Nessas gincanas também pode-se usar as
disciplinas estudadas no ensino fundamental para criar jogos e brincadeiras
relacionadas a elas, onde se exercita o saber através da brincadeira ao mesmo
tempo que contribui para as interações pessoais.
Feiras culturais também são uma excelente ferramenta que incentiva o lado
lúdico e a imaginação da cada aluno.
Pode-se pensar em práticas musicais enriquecidas, apresentação de
instrumentos variados, fazer um levantamento de trabalhos de arte com materiais
diversos novos ou recicláveis. Podendo propor a criação de objetos que sejam de
seu interesse, como carros, instrumentos musicais, maquetes, objetos esportivos e
até jogos educativos.
Também é de extrema importância que todas as brincadeiras e atividades
sejam feitas e direcionadas as idades corretas, pois, se feito sem um plano correto
poderá ter efeito negativo no ensino. Cória-Sabini (2012) afirma que “o jogo quando
em situação didática deve ter um planejamento e previsão de etapas elaboradas
pelo professor para alcançar os objetivos predeterminados”.
Quando utiliza jogos, o professor está ciente que as crianças não estão
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brincando livremente, e sim que existem objetivos didáticos, sendo o professor


mediador entre as crianças e objetos, proporcionando situações de aprendizagem e
articulando os conhecimentos trazidos pelas crianças àqueles que se deseja
transmitir.
A escola deve oferecer elementos que enriqueçam e integrem o
desenvolvimento e a inserção social das crianças, propiciado em ambiente
acolhedor e socializador.
Não devemos mais manter um ensino com foco apenas na alfabetização.
Mais que aprender a ler, a escrever e a calcular, nossas crianças precisam de
ferramentas para desenvolver suas potencialidades.
Devemos usar nossos espaços como laboratórios de informática, Biblioteca,
Brinquedotecas e salas de aula para interagir, vivenciar experiência e resolver
problemas do cotidiano.
Mesmo sem propostas pedagógicas sistematizadas pela escola, procuramos
trabalhar as peculiaridades das crianças no decorrer das aulas em uma ação
integrada do cuidar e o educar. O papel do professor deixou de ser o de autoridade
na sala e detentor do saber e esse passou a ser o mediador, onde permite que os
alunos participem do processo de aprendizagem, deixando a aula mais interessante
e prazerosa. Os “Parâmetros Curriculares Nacionais” (PCN), defendem que a
interação entre os alunos contribui para a construção do conhecimento desses.

“São fundamentais as situações em que os alunos possam aprender a


dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo a pedir ajuda, aproveitar críticas, explicar
um ponto de vista, coordenar ações para obter sucesso em uma tarefa
conjunta, etc.“ (PCN, 1998, p.97)

Jogar desperta entusiasmo, alegria, aprendizagem, confiança e


desenvolvimento. Faz nascer um aluno participativo e ativo dentro de um ambiente
total, de aprendizagem e desenvolvimento, pois um está relacionado ao outro.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A distinção entre a criança e o adulto começa quando reconhecemos que ela


possui seus direitos, que é uma cidadã. A criança tem direito a brincadeira, tem
direito a não trabalhar, função exercida por adultos. Por estar em formação, seu
direito à liberdade passa pelo direito a brincar.
O brincar promove o bem estar à criança e valoriza sua individualidade
desde o seu nascimento. Na brincadeira, a criança desenvolve sua liberdade e atua
em função de múltiplas atividades, formando sua personalidade.
A liberdade de brincar na infância é sem dúvida um dos temas mais
importantes para a educação.
Nem sempre o adulto está preparado para conviver com o processo de
construção da autonomia da criança.
Os profissionais devem estar atentos e saber estimular os pontos positivos
de cada aluno. Utilizando jogos no contexto escolar, a criança começa a
compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da
natureza e os acontecimentos sociais se relacionando entre si.
Para desenvolvermos a imaginação, faz-se necessário a experiência. Cada
fase da criança é única e deve ser tratada como ponto primordial no seu
desenvolvimento.
Como professores podemos contribuir de forma positiva na descoberta
desse mundo real, construído através do lúdico, do faz de conta, do imaginário, do
final feliz e também de um final que nem sempre é feliz, ensinando assim também a
passar por frustrações e negações comuns na vida.
Ao analisarmos a importância do cuidar, do educar e do brincar, buscamos
nos capacitar a fim de levar aos nossos alunos o que há de mais enriquecedor
quanto professores, sempre visando suas necessidades e reconhecendo que são
únicos e assimilam de formas diferentes o que lhes é apresentado.
Nosso papel como mediadores é utilizar os espaços que temos na escola da
melhor forma. Devemos enriquecer as experiências de nossos alunos do ensino
infantil e dando sequência as outras etapas de ensino, inclusive no ensino
fundamental.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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educação infantil. Disponível em:
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