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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Domingas Rossy Alves Gomes

A importância do brincar, desenvolvimento e aprendizagem

LAGOA DO TOCANTINS
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Domingas Rossy Alves Gomes

A importância do brincar, desenvolvimento e aprendizagem

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de 2 LICENCIATURA
PEDAGOGIA.

LAGOA DO TOCANTINS
2023
A IMPORTANCIA DO BRINCAR, DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM.

Autor1, Domingas Rossy Alves Gomes.

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que ele foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) teve como objetivo analisar de que forma
o ato de brincar pode ajudar no desenvolvimento da aprendizagem das crianças na educação infantil,
tendo em vista que o lúdico ocupa um papel crucial na aprendizagem dos educandos no mundo atual.
Por isso, no Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil, (RCNEI) é destacado, que o brincar
é uma atividade necessária no cotidiano escolar das crianças, pois nessa modalidade as crianças estão
se preparando para se adaptar com o meio social, e as brincadeiras, proporcionam momentos de novas
experiências e descobertas. A brincadeira é uma atividade fundamental no desenvolvimento das
capacidades, como também atua de forma relevante no desenvolvimento da autonomia e identidade.
Partindo desse pressuposto o trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, e análise de
diversas pesquisas cientificas, na qual serviram de norte para a realização da presente pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Brincar. Desenvolvimento.

1
E-mail do autor dmngsrossy@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

Embasado em pesquisa bibliográfica e tendo como referencial autores como


Kishimoto, Piaget, Vygotsky, Kramer, o presente trabalho tem como objetivo identificar
a importância que o ato de brincar exerce sobre as crianças de zero a cinco anos de
idade, relacionando ao seu desenvolvimento cognitivo.
De acordo com Vygotsky (1979): A criança aprende muito ao brincar. O que
aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma
importante ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social,
psicológico. (VYGOTSKY, 1979, p.45).
Nessa perspectiva, o processo de aprendizagem segue uma sequência de
aquisição de competências as quais permite à criança a construção de habilidades no
decorrer do seu crescimento. Essas construções precisam ter como alicerce outras
habilidades básicas tais como: Atenção, Coordenação motora, Memória, Consciência
fonológica e numérica, Espacialidade, entre outras, sendo as mesmas desenvolvidas
nas brincadeiras, nos jogos e na interação com outras crianças.
Desta forma, os pontos norteadores desse trabalho, culminam em relacionar as
fases do desenvolvimento físico da criança com seu processo cognitivo de acordo com
o que ela vivência, sendo o ato de brincar ato principal nessa relação. Fazer uma
análise do lúdico, das brincadeiras, dos jogos e consonância como que despertar e
inspirar ao aluno na fase inicial da educação infantil. Ao brincar, a criança usa
criatividade, expressa o imaginário, desenvolve autonomia, constrói formas de trabalhar
os seus problemas.
O brincar é essencial na vida da criança, deve fazer parte de seu dia a dia.
Através dessa atividade, a criança viaja no mundo da sua imaginação, podendo, assim,
brincar do que quiser. Sabemos que o brincar é um dos instrumentos indispensáveis
para o desenvolvimento da criança, esse ato tem uma grande relevância nesse período
da vida, pois não estamos nos referindo apenas à diversão, ao brincar por brincar,
refere-se ao processo de aprendizagem da criança, através de um fazer pedagógico
bem planejado e mediado. Assim, a criança vai aprender brincando e brincar para
aprender.

2 DESENVOLVIMENTO

De acordo com a LDB (Lei nº 9.394/1996) mais especificamente pelos Artigos 29


e 30, dentro da Seção II, a educação infantil é a primeira etapa da educação básica,
sendo referente ao início da criança com idade entre 0 (zero) e 5 anos no processo
educativo e de socialização. Tendo como objetivo o desenvolvimento integral de forma
a abranger os aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Desta forma a educação
infantil é subdividida entre as instituições educativas especializadas responsáveis pelo
desenvolvimento das atividades, tais como as creches para crianças de até 3 anos e
pré-escolas para as crianças de 4 a 5 anos de idade. Nesta primeira etapa de
desenvolvimento, o professor faz a mediação entre o aluno e a realização das
atividades que são desenvolvidas de acordo com cada faixa etária, dando prioridade a
ludicidade, teatros, histórias, brincadeiras, jogos, enfim, atividades que estimulam as
potencialidades cognitivas da criança.
Na prática, os CEMEIS (Centros Municipais de Educação Infantil) não devem ser
visto como o local onde as crianças são deixadas apenas para cuidados básicos
enquanto seus pais, mães ou responsáveis trabalham, mas sim como espaço de
aprendizagem, pois os profissionais envolvidos são capacitados para atuarem de
maneira a promover condições de desenvolvimento em diversas dimensões do
conhecimento. A regulamentação de uma Educação Infantil de qualidade, segundo
Machado deverá ser fundamentada na formação dos professores , sendo definida
uma formação mínima com prazo estipulado para que todos consigam se
adequar , além parâmetros a serem seguidos para os espaços físicos de forma
assegurar higiene e segurança, como também equiparação das salas como de toda a
escola para as crianças pequenas; outro fator seria a relação entre docente e
criança que em concordância com a LDB deve abranger a capacidade de
entendimento entre o corpo docente, a faixa etária entendida e a proposta
pedagógica a ser trabalhada.
Dentro do cenário da Educação Infantil, podemos observar que durante muitos
séculos a educação de crianças era responsabilidade unicamente da família, mais
especificamente da mãe, a quem recaía a obrigação de gestar muitos filhos, organizar,
cuidar da casa, do marido e da educação de todos os filhos. Segundo Aries (1981),
nesse período a infância estendia-se até os sete anos de idade depois a criança era
tida como um adulto em miniatura, onde tinha que aprender com os adultos as normas
e as regras culturais do meio em que viviam.
Com a chegada do período industrial, as mulheres começaram a sair de casa
para trabalhar. Com isso percebeu-se a necessidade de criar instituições que
atendessem as crianças para que as mães pudessem sair de casa e adentrassem no
mercado de trabalho. Assim começaram a surgir os jardins de infância e as creches. Os
jardins de infância eram para as crianças bem favorecidas economicamente e as
creches eram para as crianças desfavorecidas economicamente, tinha objetivo apenas
assistencialista. Essas creches surgiram para atender o mercado industrial que estava
a necessitar da mão de obra das mulheres (mães) e não para atender as necessidades
das crianças.
No decorrer deste período começou as inquietações sobre a Educação Infantil,
começou-se a pensar na educação como uma ação política e sociocultural, e diante
disso registra-se os primeiros avanços no que diz respeito a Educação Infantil. A
Constituição Federal de 1988 reconhece que toda criança tem direito a frequentar uma
creche e que ela não deve voltar-se para o campo da educação e não apenas para o
assistencialismo.
Após a Constituição Federal de 1988 que tornou a criança um sujeito de direitos
e deveres, outras leis começaram a ser promulgadas, entre elas temos a ECA (1990)
(Estatuto da criança e do adolescente), a LDB (1996) (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação), o RCNEI (1998) (Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil), os
mesmos vieram para somar e desmistificar a ideia de que as crianças sejam adultos em
miniatura e que as creches desenvolvam trabalhos apenas pautado no
assistencialismo. Até aqui observamos grandes avanços na Educação Infantil, hoje é
direito de todos e dever do estado oferecer uma educação de qualidade aos indivíduos,
atendendo as necessidades e especificidades de cada sujeito/cidadão. Diante disso,
compreende-se que a Educação Infantil passa a ser a primeira etapa da Educação
Básica.
Sendo a Educação Infantil uma modalidade da educação, cabe ao Estado,
juntamente com a sociedade e a família, buscarem por melhorias para que a mesma
seja transpassada por padrões de alta qualidade no que se refere ao seu objetivo maior
que é educar de forma plena. Esta modalidade carece de olhar diferenciado e de
políticas sérias que promovam um melhor atendimento a esses sujeitos.
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A brincadeira é um dos meios de diversão mais antigos conhecidos pelo homem.
O ato do brincar é datado desde a pré-história, passando pelo Egito, Grécia antiga e
pela Idade Média, onde foi proibido pela igreja por acreditar ser algo profano,
retornando na Idade Moderna, época em que houve maior valorização do corpo, até a
atualidade. Para Luria & Leontiev (1998, p.125), o brinquedo surge a 13 partir de uma
“necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais amplo dos adultos”.
Para Piaget (1964) a criança desenvolve características e fases próprias de
acordo com a idade. A primeira fase é a sensório-motora, período entre um e dois anos
de idade, que compreende os sentidos, movimentos, músculos e a percepção do
cérebro. Já a fase simbólica, de dois a quatro anos, é a fase na qual a criança passa a
utilizar os movimentos motores com mais frequência, as mãos tornam-se ferramentas
de exploração, é a fase da manipulação dos objetos, como por exemplo, manusear a
colher, chocalho, brinquedos etc. Na fase operatório concreto, de sete aos doze anos, é
o período de aquisição e assimilação dos conhecimentos, os jogos começam a fazer
parte da realidade e exigem regras bem definidas, como as brincadeiras de casinha,
médico papai e mamãe.
O brincar favorece a criança o aprendizado, pois é brincando que o ser humano
se torna apto a viver numa ordem social e num mundo culturalmente simbólico. O
brincar faz parte da especificidade infantil e oportuniza a criança ao seu
desenvolvimento e a busca de sua completude, seu saber, seus conhecimentos e suas
múltiplas possibilidades que podem e devem ser utilizadas como recurso de
aprendizagem e desenvolvimento.
Acreditamos que o brincar na educação infantil serve como eixo orientador e
estimulador para o desenvolvimento e o desempenho de suas atividades, embora seja
essencial que o professor tenha consciência do valor pedagógico das brincadeiras e
dos jogos para a criança desde a educação infantil, uma vez que as variações das
brincadeiras na educação infantil vão promover um desenvolvimento reflexivo, fazendo
com que o processo de assimilação se torne mais rápido.
Nesta perspectiva é necessário que o professor esteja sempre disposto a
elaborar propostas lúdicas, que incluam o brincar em todo processo do trabalho na
educação infantil, onde por meio deste seja possível mediar a aprendizagem e o
desenvolvimento da criança, ajudando a progredir na definição de sua identidade, em
meio ao ambiente social que a cerca e nas formas de comunicação e linguagem a
serem elaboradas por ela, portanto o “brincar e algo muito sério quando nos referimos a
educação infantil”. Porém se tratando de educação, pré-escola, o brincar muitas vezes
é caracterizado como algo “não sério”. (KISHIMOTO, 2001, p. 37).
É de fundamental importância se fazer uma reflexão sobre o processo de
motivação como instrumento de aprendizagem por meio do lúdico. Pois realizada pelo
professor durante as aulas, tende possibilitar com mais entusiasmo a vontade da
criança a aprender, podendo alcançar os objetivos propostos de forma significativa
tanto pela escola quanto pelo educador. É relevante buscar trabalhar com atividades
lúdicas que despertem o gosto e o prazer da criança em aprender, dando a ela a
oportunidade de tomar atitudes, decisões e conhecer o novo. A brincadeira é um dos
recursos que auxiliam aos educandos a construir conceitos e ideias que venham
favorecer o desempenho em suas aulas, já que o educador é o facilitador de
conhecimento no ensino aprendizagem da criança. De acordo com o dicionário Aurélio
Buarque (2002, p. 473) a motivação é: exposição de motivos ou causas, conjunto de
fatores os quais age entre si, e determinam a conduta de um indivíduo. Diante dessas
definições, entendemos que estar motivado é estar alegre e empolgado, sentindo-se
confiante e estimulado na realização de suas atividades.
Ou seja, é essencial que a criança encontre motivação na hora de brincar, pois é
por meio das brincadeiras que a criança começará a realizar as suas tarefas. Portanto,
fica evidente que o ato de brincar leva a criança a realizar suas tarefas com satisfação e
alegria, tornando a aula um momento satisfatório e prazeroso, já que enquanto a
criança brinca também aprende. Sendo assim, fica evidente que o brincar favorece os
aspectos cognitivos da criança, o que possibilita uma maior motivação enquanto
brincam, já que é nas brincadeiras que os aspectos sensórios motor da criança
começam a ser desenvolvidos, pois a brincadeira é momento no qual a criança se
expressa e se interage com as demais. Friedmann (2006).

3 CONCLUSÃO

O conhecimento teórico adquirido na construção deste trabalho foi fundamental


para percebermos como o brincar é essencial na vida de uma criança. Através da
brincadeira, ela interage com si mesmo e com os outros, aprende a socializar-se com
crianças diferentes e a respeitar essas diferenças. A criança vai aprender através de
algo que é próprio dela, o brincar. Sendo assim, vai aprender a lidar com o mundo e vai
formando sua própria personalidade. E que as brincadeiras não podem ser tão dirigidas
nem tão livres, tem que haver um equilíbrio entre ambos.
Na construção deste trabalho, percebemos que o brincar é importante tanto para
criança, quanto para o adulto, pois o que acontece com ela hoje vai refletir na sua vida
adulta futuramente. No brincar, a criança vai exercitando, principalmente, habilidades
essenciais para a saúde de suas relações com os outros. Além de estarem
desenvolvendo suas habilidades, criatividade e a imaginação, elas estão vivenciando
momentos alegres e prazerosos, o que torna a aprendizagem mais descontraída, pois
assim elas se divertem e aprendem ao mesmo tempo.
Portanto, podemos concluir que os jogos, as brincadeiras, e todas as atividades
lúdicas são fundamentais, tanto para a aprendizagem dos alunos, quanto como
ferramenta de trabalho para os educadores, sendo bastante necessárias para seu fazer
pedagógico, fazendo com que o processo de aprender e brincar ocorram
simultaneamente.
4 REFERÊNCIAS

ARIÈS, Philippe. História social da infância e da família.


Tradução: D.Flaksman. Rio de Janeiro: LCT, 1978.

BRASIL. Parâmetros curriculares Nacionais. Ensino Fundamental: Língua


Portuguesa. Brasília. MEC/SEF. 1998a.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional


para a educação infantil. v. 3. Brasília: MEC/SEF, 1998c.

FRIDMANN, Adriana. jogos Tradicionais Série Idéias.n.7. São


Paulo:FDE,1995.Disponível:<http/crmariocovas.SP.gv.br/top.php?t=004centro de
referência em educação >. Acesso em:05.set. 2023.

GRESSLER, L. A. Introdução à pesquisa. 2ª ed. São Paulo: Loyola. 2007.

KISHIMOTO, Tizuko M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira. 2001.

VYGOSTSKY, L. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes,1979.

MINAYO, Cecília Souza - Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 26. ed –


Petrópolis, RJ: Vozes, 2007

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