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FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EDUCAÇÃO E LUDICIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO
HUMANO

MARIA CRISTINA BARBOSA

A BRINQUEDOTECA ESCOLAR:
Recurso lúdico para o desenvolvimento integral da criança

RECIFE/2012
MARIA CRISTINA BARBOSA

A BRINQUEDOTECA ESCOLAR:
Recurso lúdico para o desenvolvimento integral da criança

Projeto sobre Brinquedoteca Escolar apresentada a


professora Sandra Batista, como atividade da
disciplina: organização e gestão de brinquedoteca e
preparação de brinquedista.

RECIFE/2012
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVO GERAL
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
5. ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
6. ESTRUTURA PARA INSTALAÇÃO DA BRINQUEDOTECA
6.1. Recursos Materiais
6.1.1.1. Espaço Físico
6.2. Recursos Humanos
6.2.1.1. Das responsabilidades da equipe responsável pela brinquedoteca e
do brinquedista
6.3. Regras de Funcionamento

7. SUGESTÕES DE ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS NA BRINQUEDOTECA.


8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
9. REFERÊNCIAS (FONTES DE CONSULTAS E CITAÇÕES)
1. INTRODUÇÃO

É perceptível no Brasil uma crescente preocupação com a educação infantil. Sendo


esta uma situação que ocorre em vários níveis, inclusive no que se refere ao legislativo, que
garante através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – (Brasil, 1996), que
a educação infantil passe a fazer parte da primeira etapa da educação básica.
Esta lei obriga que a educação infantil seja oferecida em creches e pré-escolas visando o
desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, considerando que para que
esta educação seja de excelência deva primar pelo pluralismo das ideias e concepções
pedagógicas.
Em conformidade com a LDB, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (Brasil, 1999) determina que as instituições educacionais devam promover práticas
de cuidados que integrem os aspectos físicos, psicológicos, intelectuais, culturais e sociais da
criança para que deste modo seja possível seu desenvolvimento integral. Para isso, é
importante ressaltar que essa resolução inclui a ludicidade e a criatividade entre os
fundamentos norteadores da educação infantil.
Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – RCNEI (Brasil, 1998),
prever que os educadores estejam sensíveis e aptos a atender a necessidade de brincar para
a criança, tanto em situações formais de aprendizagem quanto nas informais. Neste
documento, a brincadeira é concebida como uma linguagem infantil que relaciona o
simbólico com a realidade imediata da criança e desta forma ela pode explorar e
compreender seu meio ambiente.
No Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, 1990) busca-se respeitar a condição
singular de desenvolvimento da criança e do adolescente garantindo-lhe o direito ao lazer, à
diversão.
Estes documentos atestam que há uma preocupação legítima com a promoção do
desenvolvimento infantil por meio da educação e apontam o brincar como uma das
atividades mais presentes na infância que é um período singular para a construção das
capacidades e potencialidades da criança (Moyles 2002; Pereira, 2002).
O brincar na perspectiva de Moyles (2002), proporciona às crianças a autoconfiança,
estimula a capacidade de socializar-se com as outras e ser ativa na exploração de seus
potenciais e superação dos seus limites.
A abordagem apresentada por Ortega e Rosseti (2000) ressalta a função do brincar
como um veículo de articulação do processo de ensino e educação, indicando que ao
oportunizar ao educando a vivência do brincar livre, o educador coloca a criança na condição
de protagonista de seu aprendizado à medida que o ato de ensinar e aprender acontece em
sinergia com o ato de brincar.
A inserção do brincar no currículo educacional e, consequentemente, nos projetos
pedagógicos das instituições educativas deve assegurar à criança o direito de uma educação
integral, evitando que as escolas restrinjam as atividades das crianças aos exercícios
baseados apenas nas repetições e reproduções, bloqueando a autonomia da criança de
desenvolver-se ludicamente, condicionando-a a uma visão de mundo limitada e imposta por
um projeto político e social que desconsidera o direito garantido por lei à cidadania.
Neste sentido, Wajskop (1996) avalia que se as instituições educacionais
considerassem a ludicidade como elemento fundamental para alicerçar sua organização, as
funções pedagógicas seriam cumpridas, ao mesmo tempo em que a educação infantil
também estaria privilegiando um processo educativo pautado na humanização, na formação
de um ser pensante, criativo e consciente.
Para viabilizar um projeto pedagógico que reconheça a necessidade do espaço para o
lúdico no âmbito da escola, é preciso analisar as concepções e as várias funções do brincar
presentes na educação infantil, seja ocupando um lugar de recreação e de entretenimento
ou sendo utilizado como um recurso de ensino e de aprendizagem, é importante também
averiguar qual é o espaço lúdico destinado para as crianças nas instituições educacionais, e
como as crianças brincam nestes contextos; observar se a rotina de atividades e os projetos
pedagógicos influenciam de alguma forma no brincar das crianças.
Todos esses aspectos precisam ser examinados para que sejam superadas as
ambivalências presentes nas instituições educativas, para que haja uma interação
equilibrada entre o universo da brincadeira e o universo do estudo, do trabalho, da
seriedade (Jorge e De Veasconcellos 2000).
A inserção da ludicidade relacionada à educação no contexto das instituições
educacionais é fundamental para que o brincar livre e espontâneo possa ser realmente um
facilitador do desenvolvimento humano.
2. JUSTIFICATIVA

Na atualidade, apesar dos avanços tecnológicos e a modernidade, a educação ainda é


fortemente marcada pela mecanização do saber, para atender a demanda econômica e
capitalista do mercado, historicamente, o ensino foi impulsionado a uma formação tecnicista
com incentivo à segregação do trabalho e da competição acirrada em detrimento da
formação humana para o mundo do trabalho.
No sistema de ensino ocorreu um empobrecimento do ambiente educativo, da escola
e das estruturas educacionais do nosso país, promovido pelas sucessivas reformas
educacionais e a implantação de políticas públicas descontextualizadas da realidade escolar,
o que resultou na depreciação de importantes áreas de conhecimento, que afetaram de
forma incisiva a formação do indivíduo, negando-lhe o direito à cidadania.
No âmbito das instituições educacionais, infelizmente, observa-se que em nome da
educação formal, o período de aprendizagem escolar desde a infância tem sido
monopolizado intensamente para as atividades dirigidas, controladas e guiadas para atender
os objetivos que visam atender os resultados determinados pelos adultos.
Somando-se a isso, o meio ambiente das cidades possuem poucos espaços livres que estão
sendo ocupados por fábricas, edifícios, postos de gasolina, carros, etc. Antes, o brincar na
rua era mais comum, funcionava como um lugar de encontros sociais, tanto da população
adulta, como da infantil. Na rua, tanto a criança da classe pobre quanto a da classe mais
abastada se utilizavam de um repertório de brincadeiras baseado na tradição oral, que as
unia culturalmente.
Em síntese, a ocupação do espaço e uma supervalorização da escolarização, para
responder às exigências mercadológicas da industrialização, propiciaram a saturação do
tempo da criança com deveres e afazeres, restando muito pouco para as atividades lúdico-
criativas espontâneas. Contudo, apesar de sua prática restritiva nos espaços escolares, os
educadores de uma forma em geral reconhecem a importância da brincadeira, do jogo e do
brinquedo como elemento essencial na prática educativa como cumprimento do direito à
infância e para garantir conforme a lei uma educação de excelência.
Considerando que a cultura lúdica é uma atividade humana, histórica e culturalmente
construída através de ações significativas ao ser humano, o brincar na escola vem sendo
redimensionado por meio de ações concretas que valorizam a atividade lúdica e do
reconhecimento de que o ato de aprender e de brincar são ações indissociáveis e inerentes
ao desenvolvimento infantil.
A ludicidade trata o brincar espontâneo como elemento essencial para o
desenvolvimento integral da criança, de sua criatividade, aprendizagem e socialização. E
nesta perspectiva a brinquedoteca surge dentro da escola através de um cuidadoso processo
de instalação de um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o
acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente
lúdico.
Segundo Hypolitto (2001, p. 176), a presença da Brinquedoteca no meio institucional,
“não deverá existir apenas para distrair as crianças, mas sim deverá preocupar-se com a
formação do ser humano integral e com o período de vida no qual ele está sendo cultivado”.
A escola deve principalmente, compreender a Brinquedoteca como agente mediador
de aprendizagens, para estimular e aperfeiçoar os aspectos cognitivos, afetivos, motores e
sociais do aluno, ou seja, como ressalta Hypolitto (2001, p. 177) que “todas devem
estabelecer forte elo entre o conhecimento e sua construção, partindo das situações lúdicas,
[...] e realmente concretizar-se, com significação”.
A proposta da brinquedoteca escolar é criar um lugar atraente e convidativo para que
a criança deseje explorar, sentir e experimentar. Deste modo, a brinquedoteca justifica-se
dentro do ambiente escolar como um espaço que atende a uma dupla finalidade: propiciar o
desenvolvimento infantil, de forma integral, e possibilitar aos profissionais da educação a
articulação planejada entre a ludicidade e os objetivos pedagógicos previstos para cada
grupo de crianças, conforme sua faixa etária, tendo o brincar como recurso educativo.
Bem como, oferecer às crianças pré-escolares brinquedos e jogos que possam ser
utilizados em atividades pedagógicas; resgatar valores e costumes culturais e de brinquedos
tradicionais; enriquecer o relacionamento entre as crianças e suas famílias; viabilizar oficinas
de construção e recuperação de brinquedos; fornecer informações aos pais visando ao
aperfeiçoamento na escolha dos brinquedos; incentivar a valorização do brinquedo e das
brincadeiras como atividades geradoras de desenvolvimento intelectual, social e emocional.
Portanto, um dos grandes desafios da educação contemporânea é garantir no âmbito
das instituições educacionais que a ludicidade seja reconhecida enquanto ciência e inserida
na escola devido a sua importância no desenvolvimento cognitivo e intelectual das crianças.

3. OBJETIVO GERAL
- Implantação e manutenção de uma brinquedoteca escolar como espaço mediador de
aprendizagens e de desenvolvimento integral da criança.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Oferecer às crianças atividades lúdicas e criativas para que possam expressar seu potencial
criador;
- Possibilitar o acesso a uma variedade de brinquedos e brincadeiras;
- Desenvolver hábitos de responsabilidade e trabalho em grupo;
- Dar condições para que as crianças brinquem espontaneamente;
- Criar um espaço de convivência que propicie interações espontâneas e desprovidas de
preconceitos;
- Provocar um tipo de relacionamento que respeite as preferências das crianças e assegure
seus direitos;
5. ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO E FUNCIONAMENTO

Para iniciar as etapas de implantação de uma brinquedoteca é de suma importância


que seja feita a elaboração do projeto para que se possa delinear os objetivos e definir o
perfil desejado pela equipe. Para isso, o primeiro passo é a constituição de uma equipe bem
afinada com os ideais do projeto, o que certamente irá refletir positivamente no processo de
trabalho.

Outro aspecto importante para implantação de uma brinquedoteca escolar refere-se


ao espaço físico disponível para sua instalação. Pode-se utilizar um espaço já construído
como, por exemplo, uma sala de aula ou talvez seja necessário investir na construção de um
espaço físico que seja especialmente projetado para este fim.

O ideal é que esse espaço forneça inúmeras possibilidades de recreação infantil na


parte interna e externa, e que também seja construído, de preferência, junto a uma área
arborizada. E, se possível, disponha de quadras esportivas nas proximidades. Convém
lembrar que, uma brinquedoteca terá boas condições de operação e utilização se atender os
padrões mínimos relativos ao ambiente geral, ou seja, às condições gerais de espaço, a
saber:

- temperatura e grau de umidade controláveis;


- iluminação correta;
- pisos e paredes nivelados;
- ruídos internos e externos reduzidos ao mínimo quando necessário;
- condições de segurança;

Um planejamento arquitetônico correto contribuirá para uma melhor utilização do lay-out


da brinquedoteca, consequentemente, de suas atividades lúdicas.
É fundamental possuir uma estimativa no mínimo aproximada da quantidade de crianças que se
deseja atender, para que o trabalho seja facilitado no momento de definir horários, tipo de
atendimento, seleção da equipe, espaço, equipamento e custos.

Estabelecer estes critérios acima citados pode garantir que a brinquedoteca irá prestar
um serviço que se adeque perfeitamente as reais necessidades do público alvo. Além de que
servirá como orientação para a programação das atividades e consequentemente, garantir a
oferta de um bom atendimento. AFLALO (1992) cita como sugestões para levantamento de
fundos, as doações, venda de materiais recicláveis coletados, realização de eventos e
campanhas em escolas, entidades beneficentes etc.
6. ESTRUTURA PARA INSTALAÇÃO DA BRINQUEDOTECA

6.1 Recursos materiais

As brinquedotecas necessitam de recursos financeiros para que possam funcionar,


independentemente, do tipo de serviço que preste e de qual seja seu público alvo.
É importante frisar que ao fazer o projeto para construção de uma brinquedoteca é
preciso clareza e praticidade na hora de dividir os custos com o que será gasto na etapa de
construção, caso a proposta seja construir, haverá despesas com pintura, marcenaria,
móveis, decoração, materiais, entre outras atividades. Devem estar orçados no
planejamento financeiro todos os valores que serão gastos para mantê-la em funcionamento
(salários, encargos sociais, materiais de consumo, compra, reposição e reparo de
brinquedos, etc).

6.1.1 Espaço Físico

Uma brinquedoteca não deve ser montada sem um bom planejamento, a análise
prévia do local é de grande importância, pois este deve oferecer segurança e conforto para
facilitar a manutenção e o funcionamento. Um ambiente planejado e agradável é necessário,
pois, é nele que as crianças irão se sentir a vontade para criar seu mundo de imaginação e
expressar sua alegria. Para se garantir a segurança da brinquedoteca AFLALO (1992)
enumera uma série de critérios práticos indispensáveis para o planejamento, que são:

A segurança do local, tanto para as pessoas como para os


equipamentos, brinquedos e demais materiais. Se as condições
para exposição e armazenamento dos brinquedos e materiais
são adequadas. Se a iluminação e a ventilação são adequadas.
Se há banheiros em condições satisfatórias. Se não existem
goteiras, umidade excessiva, animais nocivos à saúde, ou
qualquer outro tipo de problema que possa vir a prejudicar as
pessoas ou bens da brinquedoteca. Se existem pontos de água
e luz suficientes. Eles são aconselháveis tanto para o
desenvolvimento de atividades da oficina e de algumas
brincadeiras, como também para higiene pessoal, limpeza de
brinquedos e do local. [...] (p. 188)

A divisão da parte interna da brinquedoteca escolar deverá constar dos cantinhos


destinados para as atividades, essa escolha deve ser feita pela equipe, lembrando que as
atividades oferecidas definem de certa forma o enfoque almejado para a brinquedoteca. De
forma geral, AFLALO (1992) diz que na brinquedoteca deve existir áreas para:

Armazenamento e/ou exposição dos brinquedos e jogos para o


uso no local. Armazenamento e/ou exposição de dos brinquedos e
jogos para serem levados para casa (empréstimo). Atividades e
brincadeiras internas. Atividades e brincadeiras ao ar livre.
Atividades da oficina (exposição dos trabalhos e recuperação de
brinquedos). Atividades de leitura, estória, música, dança.
Atendimento especial (crianças, jovens ou pais). Trabalho e
reuniões da equipe. Atendimento ao público (inscrições,
informações, etc.). Biblioteca (publicações, vídeos, gravações,
etc.). Arquivo de material administrativo. Limpeza e/ou assepsia
dos brinquedos. (p.193)

Claro, que nem toda brinquedoteca tem condições financeiras suficientes para
atender o que cita Aflalo, mas, o que é realmente mais importante é que sua instalação,
montagem e funcionamento resultem num ambiente agradável, organizado, para oferecer
um serviço de qualidade no que se refere ao acolhimento à criança através do projeto
lúdico-pedagógico, a manutenção da higiene e da segurança.

Na parte interna das salas da brinquedoteca escolar serão instalados:


• Canto das oficinas( de brinquedos, de artes, música e outras);
• Biblioteca/Gibiteca;
• Museu do brinquedo;
• Sala de jogos e brinquedos;
• Sanitários com pias;
• Sala de administração/reuniões;
• Espaço para balcão de atendimento;
• Cozinha experimental;
• Sala de Atendimentos (psicológico, pedagógico);
• A área externa é destinada a atividades e brincadeiras ao ar livre.

Apesar da área externa não ser um requisito obrigatório, é importante ressaltar que
uma área externa bem planejada, por menor que seja se faz importante para a realização de
atividades ao ar livre, tais como: correr, pular, jogar, relacionar com o meio ambiente,
principalmente se houver possibilidades de um espaço disponível para cultivar um jardim ou
uma pequena horta, porque são atividades que despertam a criança para uma consciência
ambiental.
6.2 Recursos Humanos
Para Andrade (1992), as vias para o êxito de uma brinquedoteca não estar
primeiramente no fato de ser bem equipada, de disponibilizar de uma grande quantidade de
brinquedos atrativos para a criança. Para a autora tudo isto não garante que as crianças
manifestem sua ludicidade verdadeiramente, nem tão pouco assegura a orientação necessária
das famílias. Sendo assim, considera que o mais importante para o sucesso da brinquedoteca é
conseguir montar uma equipe bem preparada, que possua uma boa fundamentação teórica,
mas que, principalmente, saiba expressar-se de forma lúdica, com naturalidade, ânimo e alegria
para contagiar as crianças. Porém, cada educado deve saber com clareza manter-se no seu
papel, buscando estimular as crianças em seus processos criativos, sem intervir de forma a inibir
a espontaneidade do educando. Ter domínio com os jogos e as brincadeiras propostas. Uma
equipe que esteja afinada com estes propósitos irão transmitir uma orientação eficaz e segura
aos pais e as crianças.

6.2.1 Das responsabilidades da equipe responsável pela brinquedoteca


e do brinquedista

- Zelar pelo espaço, pelos materiais e pelos jogos e brinquedos;


- Cuidar do ambiente de forma criativa e construtiva;
- Organizar e classificar os jogos e brinquedos;
- Organizar os arquivos e registros da Brinquedoteca;
- Catalogar os materiais existentes na Brinquedoteca;
- Zelar pela limpeza e assepsia dos jogos e brinquedos;
- Incentivar sempre o brincar e a construção do conhecimento;
- Realizar planejamento das atividades semestrais (geral) e semanais
(específicos);
- Documentar por meio de relatórios as atividades desenvolvidas no espaço;
- Promover oficinas para construção de brinquedos;
- Possibilitar encontros para discussão sobre o brincar como forma de aprendizagem;
- Estabelecer regras e normas de funcionamento do espaço;

6.3 Regras de Funcionamento

A brinquedoteca escolar é um espaço lúdico específico para atender crianças


matriculadas nas séries da educação infantil e ensino fundamental do 1° ao 5° ano,
para que possam conviver em harmonia são estabelecidas um conjunto de regras,
tais como:

1. Respeitar uns aos outros;


2. Saber ouvir quando a professora, a brinquedista ou algum amigo estiver falando
ou lendo;
3. Se organizar na hora de falar, levantando a mão por exemplo;
4. Manter as estantes dos jogos e brinquedos organizadas;
5. Conservar os jogos e brinquedos;
6. Andar devagar pelo ambiente da Brinquedoteca;
7. Jogar lixo no lixo;
8. Falar baixo uns com os outros, evitando gritos;
9. Resolver os problemas conversando.

7. SUGESTÕES DE ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS NA BRINQUEDOTECA


ESCOLAR

- Lanches coletivos (aprender a produzir coletivamente um tipo de comida e partilhar);


- Oficinas (de corpo, de pipas, de marcenaria, de produção e restauração de brinquedos, etc)
- Hora do Conto;
- Teatro infantil/ de fantoches;
- Origami (dobraduras de papel);
- Expressão Corporal (dança espontânea);
- Colagem, massa de modelagem, cerâmica, pintura, desenho, recortes.
- Feiras de troca de brinquedos, livros e gibis;
- Bandinha musical;
- Dramatização;
- Casinha de bonecas;
- Atividades de horta e jardinagem, no terrário (Biologia);

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação da brinquedoteca escola pode ser direcionada para a pesquisa e


investigação do brincar trazendo apontamentos favoráveis para aprendizagem. Para isto, é
importante que a escola esteja comprometida em aprender a observar de forma intencional
e sistemática as crianças brincando, seja em grupos ou sozinhas, para que estas observações
sejam estudadas, analisadas e comparadas com o trabalho que cada um desenvolve em suas
turmas/disciplinas.
O profissional da brinquedoteca junto ao educador da instituição educacional poderá
trabalhar em conjunto e analisar o processo de aprendizagem das crianças que frequentam
este espaço. Buscando explorar e conhecer para poder compartilhar sobre os processos de
aprendizagem e de desenvolvimento da criança numa perspectiva holística.
A brinquedoteca escolar pode oportunizar ao professor conhecer ludicamente cada
criança e seu potencial imaginativo e criativo, bem como, seus bloqueios e dificuldade de
auto expressão e aprendizagem. O educador de sala de aula poderá contar com o auxílio do
profissional da brinquedoteca no acompanhamento pedagógico da criança na escola e
subsidiar apoios para a família.

9. REFERÊNCIA (FONTES DE CONSULTAS E CITAÇÕES)

Aflalo, Cecília. Dicas para criar e manter uma brinquedoteca. In: FRIEDMANN, Adriana et
al. O direito de brincar: a brinquedoteca. 2. ed. São Paulo: Scrita: ABRINQ, 1992.

Hypolitto, Dinéia. O brinquedo e a criança. Revista Integração. Ano VII, nº. 26. Agosto.
2001. Disponível em: <http://br.geocities.com/dineia.hypolito/arquivos/artigos/176
26.pdf>.

Jorge, A. S. & de Veasconcellos, V. M. R. Atividades lúdicas e a formação do educador


infantil. Revista do Departamento de Psicologia, 12(2-3) 55-67, 2000.

Moyles, J. R. Só brincar? O papel do brincar da educação infantil. Porto Alegre: Artmed,


2002.

Ortega, A. C. & Rossetti, C. B. A concepção de educadores sobre o lugar do jogo na


escola. Revista do Departamento de Psicologia, 12(2-3), 45-53, 2000.

Pereira, E.T. Brinquedos e infância. Revista Criança: Do Professor de Educação Infantil,


37, 7-9, 2002.

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