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COM RESPOSTAS

CONFORME CRITÉRIOS ESTABELECIDOS EM EDITAL


02/2023
8.25 A prova discursiva visa avaliar os conhecimentos necessários ao

desempenho pleno das atribuições do candidato ao respectivo cargo, além de

considerar sua capacidade de leitura, de interpretação e de escrita, na forma

culta da língua portuguesa.

DA PROVA DISCURSIVA

8.25.1. A prova discursiva abordará os conhecimentos específicos previsto no

Anexo II.

8.25.2. A prova discursiva será composta por três questões, sendo uma no

formato de estudo de caso.

8.25.3. O estudo de caso proposto versará sobre o fazer diário do profissional,

os documentos elencados neste edital e as concepções da Rede Municipal de

Ensino, conforme estabelecido no Anexo I - das Atribuições do cargo e no

Anexo II – Conteúdo Programático.


1- Uma criança do berçário II apresenta muitas assaduras há uma semana; as profissionais
que mantém contato com a criança desconfiam que o bebê não vem sendo trocado do
momento que sai da creche até o retorno no dia seguinte. Então, resolveram verificar a
hipótese, fazendo uma marca na fralda do bebê antes de entregá-lo ao familiar
responsável pela retirada da criança no final da tarde. No dia seguinte, a funcionária que
recepcionou o bebê fez a troca da fralda e verificou que a marca feita no dia anterior
permaneceu. Diante da hipótese confirmada, reservaram a "prova" e levaram o caso à
Equipe Diretiva da Escola.
Se você fosse chamado pela Equipe Diretiva da Escola, que orientações você daria sobre a
sequência de providências sobre o caso? Justifique.

Tendo em vista o enunciado acima, seria necessário que a equipe diretiva da


unidade educacional tomasse as providências de acordo com a legislação vigente,
considerando a responsabilidade da instituição na preservação dos direitos das crianças e
adolescentes estabelecidos legalmente.
Nesse sentido, o mais adequado seria registrar a ocorrência em livro oficial e próprio,
comunicar o Conselho Tutelar da região através de Termo de notificação, efetuar a
comunicação a Diretoria Regional de Educação, por meio de cópia do Termo de
notificação protocolado no órgão acima mencionado e informar o serviço de saúde e de
assistência social da região e a Vara da Infância e Juventude responsável pela criança.
Ainda vale destacar, que cabe a unidade responsável pela comunicação, preservar o sigilo
da ocorrência não compartilhando com a família ou responsáveis a notificação.
Por fim, deve a chefia da instituição acompanhar o andamento da ocorrência junto ao
Conselho Tutelar e garantir ações que possam acolher o bebe em questão.

- INSTRUÇÃO NORMATIVA SME Nº 20, DE 26/06/2020 - ESTABELECE PROCEDIMENTOS PARA


COMUNICAR AO CONSELHO TUTELAR, VARA DA INF NCIA E JUVENTUDE OS CASOS DE SUSPEITA OU
CONFIRMAÇÃO DE VIOLÊNCIA AOS BEBÊS, CRIANÇAS E ADOLESCENTES MATRICULADOS NA REDE
MUNICIPAL DE SÃO PAULO.
2- HOYUELOS e RIEIRA, (2019), apontam como se da o inicio da educação que segundo
seu ponto de vista: "começa com uma ideia de infancia que revela a indeterminacao do
ser humano."
Com base nesse argumento, disserte a respeito da afirmação apresentada pelo autor e
pela autora mencionados.

Com base no apresentado, os autores apontam que cada um de nos possui uma
ideia de infancia, uma concepcao que se revela em todas as acoes direcionadas a ela.
Ao estabelecer que a educacao comeca com uma ideia de infancia e que essa revela a sua
indeterminacao, os mesmos, fazem uma provocacao para a reflexao sobre a complexidade
e singularidade desse tempo de vida, onde criancas devem ser consideradas diferentes e
nao inferiores aos adultos. Sáo sujeitos com uma etica, uma estetica, um jeito diferente de
ver, sentir, compreender, se relacionar e compreender o mundo, preservando a
capacidade de maravilhamento diante das descobertas, da pesquisa e da exploracao.
Por fim, considera que para realizar o trabalho educativo adequado, e necessario
aprender a escutar a infancia, respeitando a cultura da infancia, sua imaginacao, suas
formas de ver, de amar, de experimentar e de sentir.

HOYUELOS, Alfredo; RIERA, Maria Antonia. Complexidade e relações na educação


infantil. São Paulo: Ed. Phorte, 2019. Capítulos 4 pags. 155 e 163.

3- Em sua obra “O que fazem os bebês no berçário”, Paulo Focchi convida-nos a


acompanhar o desenvolvimento das crianças – para além da concepção psicológica de
desenvolvimento – a partir da observação. Esse mesmo método é utilizado para compor
registros relacionados à documentação pedagógica. Nessa perspectiva, explique a
importância da documentação pedagógica na Educação Infantil e como ela colabora
para a percepção do desenvolvimento de bebês e crianças, segundo Loriz Malaguzi.
Com base no apresentado, o autor apresenta o valor da documentação
pedagogica como elemento fundamental para a construção do trabalho
pedagógico na Educação Infantil.
Nesse sentido, a documentação e ao mesmo tempo, a estratégia ética para dar
voz para as crianças, para a infância e para desenvolver uma imagem publica
para a sociedade. Como um processo coletivo e cooperativos que auxilia os
professores a escutar e observar as crianças no cotidiano de trabalho educativo,
possibilitando assim, a construção de experiencias mais significativas com elas.
Portanto, a documentação pedagogica se constitui como uma forma de escutar
as diferentes potencialidades das crianças, onde seus registros deixam de ser
meras burocracias, passando a ser um poderoso instrumento formativo e politico
na escola de educação infantil.

FOCHI, P. Afinal, o que os bebês fazem no berçário?:


comunicação, autonomia e saber-fazer de bebês em um contexto de
vida coletiva. Porto Alegre: Penso, 2015. Capítulos 2. pag 61 e 75

4-De acordo com a Orientação Normativa no 01/13: “As concepções sobre criança e
infânciasão construções sociais, históricas e culturais que se consolidam nos diferentes
contextos nos quais são produzidas e a partir de múltiplas variáveis como etnia, classe
social, gênero e condições socioeconômicas das quais as crianças fazem parte”.
Considerando essa premissa, defina de que modo configura-se o conceito de
Criança/infância nos dias atuais.

Com base no documento mencionado, nos dias atuais, o conceito de


criança/infancia, vem se reconstruindo para romper com a concepção de infância como
tempo de espera e a criança como sujeito frágil e incapaz.
Assim, o que se pensa a esse respeito [e que a infancia [e um tempo de vida singular, com
cultura e características proporias, marcadas pela capacidade de explorar, descobrir,
construir hipoteses e teorias a respeito do mundo e de se expressar através de multiplas
linguagens. As crianças nessa forma de pensar, sao vistas como sujeitos de direitos e
produtores de culturas infantis, que atraves das interações e brincadeiras, aprendem e se
desenvolvem de modo ativo.
Portanto, nos dias atuais, a concepção de criança e infância como sujeito e tempo de
potencia, de inteireza e de cultura vem se fortalecendo e transformando as formas como
os adultos historicamente as compreendiam.

São Paulo (SP). Orientação normativa nº 01: avaliação na educação infantil: aprimorando
os olhares. São Paulo: SME/DOT, 2014

5- No documento O uso da tecnologia e da linguagem midiática na Educação Infantil. São


Paulo: SME/DOT, 2015, consta que: "A produção cultural, facilitada pelo acesso dessas
tecnologias, ganha novas possibilidades, ampliando ainda mais as linguagens de
comunicação e expressão. Por isso, “se antes foi fundamental formar para a recepção,
agora é imprescindível formar também para a emissão e produção criativas” (OROZCO
GÓMEZ, 2014, p. 33). Segundo a publicação, As mídias no universo infantil, há uma
importante possibilidade de diálogo.” Disserte a respeito, destacando que diálogo é
possível.
Antes de mais nada, ao se tratar das mídias no universo da Educação Infantil , é
preciso pensar a respeito da infancia e da criança contemporanea que constrói sua
identidade permeada pelas ferramentas tecnológicas em seu cotidiano.
Sendo assim, a unidade educacional, tem um papel fundamental em fortalecer, ampliar e
qualificar a relação criança-mídias, considerando a construção do dialogo entre as
crianças e o mundo, promovendo a exploração de outros modos de ser e estar no mundo,
por meio de imagens, ícones, textos e hipertextos, vídeos e animações.
Ademais, a presença das linguagens midiaticas na Educação Infantil, permite que meninos e
meninas, desfrutem de processos de criação, descoberta e comunicação essenciais a uma
participação ativa na construção do conhecimento e na produção de cultura.
São Paulo (SP).O uso da tecnologia e da linguagem midiática na Educação Infantil. São
Paulo: SME/DOT, 2015

6- Sabendo-se que desde a LDB/96 a educação infantil foi considerada como primeira
etapa da educação básica, o que motivou os diferentes sistemas de ensino municipais a
elaborar processos renovadores da concepção de Creche, retirando dessa, a concepção
de que o seu papel é meramente de cuidado articulando o educar e o cuidar de modo
intencional. Nessa linha, considere a argumentação acima e, argumente a respeito dos os
principios e praticas integradoras entre o CEI e a EMEI que assegurem a continuidade do
processo educativo para bebes e crianças na educação infantil.

Considerando a referencia acima, os principios e praticas integradoras se


concretizam através de acoes que concretizem a concepção de bebes e crianças como
sujeitos atuantes no processo educativo, possibilitando a eles condições adequadas para
que aprendam e se desenvolvam respeitando as culturas infantis. Tais praticas devem
considerar a organização do trabalho pedagógico através de relações horizontais e
democráticas entre adultos, bebes e crianças, da escola com as famílias e a comunidade, a
valorização inegociável do brincar como principal linguagem da infância, a qualificação
das interações, inclusive privilegiando, no cotidiano, a construção de relações entre
crianças de diferentes faixas etárias.
A organização dos espaços, tempos e materiais que possibilitem o abandondo de uma
lógica fragmentada, valorizando a integração dos fazeres e saberes infantis que permitam
a pesquisa, a exploração, o uso de multiplas linguagens, a criação, a ampliação dos
saberes da cultura.

São Paulo (SP).Currículo integrador da infância paulistana. São Paulo: SME/DOT, 2015. Pags
44 a 64.
07 - “No campo da educação, concepções de bebês e crianças como seres incompletos,
incapazes e carentes fundamentaram propostas pedagógicas e currículos com
tendências e pressupostos assistencialistas, compensatórios e preparatórios que
consideravam a criança não em sua vida presente, mas como um eterno ‘vir a ser’.”
(Currículo Integrador da Infância Paulistana, p. 10).
Nesse sentido, o cuidar e o educar assumem o compromisso com a humanização dos
bebês e das crianças e não apenas com a instrução. A partir dessas reflexões, descreva
como a prática pedagógica de educadores da primeira infância colaboram nesse processo
de humanização.

Considerando o argumento acima, as práticas pedagógicas dos educadores que


colaboram para o processo de humanização, estão relacionadas a descolonização da
pedagogia.
Nesse sentido, educadoras e educadores, devem revisitar suas concepções sobre os
bebes e as criancas e a respeito de como as relações entre os adultos e esses se
estabelecem, superando toda e qualquer forma de adultocentrismo. Uma outra demanda,
seria considerar os meninos e meninas, com o sujeitos produtores de cultura e
protagonistas de seu próprio percurso, qualificando o olhar para a inventividade e
imprevisibilidade das criações infantis no cotidiano da educação infantil.
Por fim, construir um trabalho pedagógico pautado na renovação das concepções sobre
bebes e crianças, no papel do educador da infância e na reconstrução do papel das
instituições de educação infantil.
São Paulo (SP).Currículo integrador da infância paulistana. São Paulo: SME/DOT, 2015. Pag
10
08 - Considerando-se o diálogo entre as diversas culturas e saberes é importante, na
Educação Infantil, contemplar as diferentes culturas e as diversas formas de viver a
infância ao priorizar a construção do Projeto Político-Pedagógico e do Planejamento,
relacionando-os, dessa forma, às diretrizes educacionais. Neste sentido, o bebê e a
criança são percebidos como sujeitos sócio-histórico culturais, com conhecimentos
construídos e experiências acumuladas, em que cada um possui um tempo próprio de
desenvolvimento, enquanto vivencia os saberes locais e universais, que o permitem
construir uma concepção de mundo e de si mesmo.
Tendo em vista a diversidade destes educandos, de situações socialmente diferenciadas,
explique como a escola pode qualificar seu atendimento, proporcionando formas diversas
de socialização e expressão de uma cultura própria.

Diante do acima apresentado, a escola deve construir e fortalecer a reflexão e as


praticas pedagógicas comprometidas com a valorização da diversidade.
Sendo assim, ao possibilitar experiencia cotidianas que envolvam a interação entre
crianças da mesma idade e de idade distinta, com as culturas africanas e afrobrasileiras,
as indigenas e a de diferentes povos, a unidade educacional desempenha um importante
papel tanto na valorização das diferentes culturas, bem como, com a ampliação do
repertorio cultural dos bebes e crianças e a construção de identidades positivas, ja que
todos se sentirão contemplados e valorizados em suas diferentes formas de ser e estar no
mundo.
Nessa mesma linha, e fundamental também, que tais praticas valorizem as culturas
migrantes e imigrantes, abrindo espaço para as diferentes formas de expressão e de
comunicação.
Portanto, uma escola de educação infantil comprometida com a valorização da
diversidade e com a democracia, estabelece formas de dialogo com as diferentes culturas
que bebes e crianças manifestam em seus saberes e fazeres cotidianos.

São Paulo (SP).Currículo da Cidade Educação Infantil. São Paulo: SME/DOT, 2019. Pags 43 a
55
09 - Aprender a observar e a escutar os bebês e as crianças é o desafio da(o)
professora(or) que compreende a educação como um processo no qual as demandas de
bebês e crianças, seus interesses e suas necessidades geram processos coletivos de
ampliação e aprofundamento das experiências corporais, sociais, culturais e científicas.”
(Currículo da Cidade: Educação Infantil, p. 73)
A partir da reflexão acima, explique como as vivências propostas em espaços da Educação
Infantil podem ampliar os repertórios de vida social de bebês e crianças.
Diante do apresentado acima, a escola de Educação Infantil, deve possibilitar
aos bebes e crianças vivencias coletivas que são potencializadoras da expansão de seus
territórios, possibilitando a percepção de outros modos de viver, pensar, agir, relacionar-
se, isto é, ensina a ver do ponto de vista do outro.
Nesse sentido, fazer parcerias com a comunidade, planejar experiencias nos contextos do
território e da cidade, possibilita que os bebês e as crianças possam ultrapassar os muros
das unidades educacionais e ampliar os seus repertórios de vida social, de espaços
culturais, de relações com a cidade.
Portanto, tais praticas, asseguram o direito dos bebês e das crianças poderem se deslocar
e aprender com a vida comunitária, ampliando seu território.

São Paulo (SP).Currículo da Cidade Educação Infantil. São Paulo: SME/DOT, 2019. Pag. 74

10- A coordenação pedagógica de uma unidade educacional, organizou a reunião de


avaliação institucional de um CEI com toda a equipe, no momento em que explicava ao
grupo, os motivos pelos quais todas as vozes deveriam ser ouvidas e consideradas sem que
houvesse hierarquização, se deparou com uma das professoras que discordou afirmando
que são as professoras e professores que sabem a respeito do trabalho e que a avaliação é
injusta, pois submete ao olhar das famílias algo que não é construído por elas e, ainda
argumentou: ficamos aqui o ano inteiro esperando que as famílias se interessem pelo
trabalho e educação de seus filhos, as famílias que são mais participativas, são as mesmas.
As que precisam mais participar, são as que não aparecem. E finalizou: eu discordo!
Leve em conta os estudos realizados, disserte e se posicione a respeito da conduta da
professora.
Considerando o apresentado, a postura da professora esta equivocada e demonstra
que a mesma não se apropriou do papel e a metodologia da auto avaliação institucional
participativa na construção coletiva da qualidade social da Educação Infantil.
Assim, ao mencionar que a avaliação [e injusta, a mesma, desvaloriza o dialogo e a
participação coletivo no processo de avaliação do trabalho pedagógico oferecido aos
bebes e crianças. E nao reconhece que a construção de parceria entre a escola e as
famílias, bem como, o seu fortalecimento, deve ser um compromisso estabelecido no
Projeto Politico Pedagógico da unidade que envolve também a participação de todos.
Sendo assim, se as famílias não participam das acoes planejadas pela escola, esta deve
refletir a esse respeito e construir formas para que essa realidade se transforme.
Portanto, faz-se necessário que a professora em questão revisite o conceito de
autoavaliação institucional e participativa, sua metodologia e o propósito dessa prática
pedagógica.

São Paulo (SP). Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana. São Paulo:
SME/DOT, 2016.

11- Disponibilizar às crianças informações sobre o que será servido antes do momento da
refeição subsidia a criança a tomar decisões. O conhecimento prévio do cardápio desperta a
curiosidade para o inusitado. Diante dos alimentos que elas ainda não conhecem,
proporcionam-se novas aprendizagens. (Orientação Normativa de educação alimentar e
nutricional para educação infantil, p. 18). Nesse sentido, o mesmo documento afirma que a
alimentação desempenha dois papeis fundamentais.
Considere os estudos realizados e disserte sobre esses dois papeis.

Em consideração ao apresentado acima, a alimentação na Rede Municipal de


Educação de Sao Paulo, desempenha papel social e pedagógico, por isso, deve contar com
acoes refletidas coletivamente e previstas no Projeto Pedagógico da unidade educacional
para sua concretização.
Nesse sentido, ao considerar a dimensão social da alimentação, a equipe da escola
deve fortalecer o reconhecimento de hábitos alimentares e princípios que fazem
parte da educação alimentar e nutricional, como: autonomia, prazer, saúde, cultura,
diversidade, sustentabilidade, destacando ainda, o cuidar e o educar como um
indissociáveis.

Assim, a articulação permanente entre o cuidar e o educar, deve também dar destaque a
dimensão pedagogica da alimentação, garantindo um planejamento e a escuta dos
processos infantis que ocorrem nos momentos de alimentação quando as crianças
aprendem, interagem e expressam-se. tempo não pode ser fragmentado. Deve ser
fundamentado nos princípios de uma pedagogia que coloca os bebês e crianças no centro
do PPP, contemplando necessidades, desejos e participação no planejamento” (SÃO
PAULO, 2015, p. 18). Haja vista o excerto acima, apresente duas estratégias possíveis de
serem desenvolvidas em escolas de Educação Infantil, considerando a organização do
tempo e o planejamento das atividades.
São Paulo (SP). Orientação Normativa de educação alimentar e nutricional para Educação
Infantil. São Paulo: SME/COPED/CODAE, 2020. Pag. 07

12- Leia o excerto abaixo e disserte a respeito.

"De hoje em diante, que fique combinado que não haverá mais “índio” no Brasil. Fica
acertado que os chamaremos indígenas, que é a mesma coisa que nativo, original de um
lugar. Certo? Bem, calma lá. Alguém me soprou uma questão: mais índio e indígena não é a
mesma coisa?"

São Paulo, SP. Currículo da Cidade: Povos indígenas: orientações pedagógicas. São
Paulo: SME/COPED, 2019, pag.16

Entre no dialogo e disserte explicitando as principais cosideracaoes que respondem a


indagação acima.
A partir do mencionado, e fundamental que o uso de palavras adequadas
sejam percebidas como mais do que caprichos ou banilidades, por serem carregadas de
sentidos.
Assim sendo, [e preciso considerar que a palavra indio, não considera a cultura, a
identidade, a historia de povos originários que foram discriminados por um longo tempo.
Portanto, ao denominar um sujeito com esse termo, atribui-se a ele, um olhar racista,
preconceituoso, colonialista, etnocêntrico e eurocentrado, perpetuando os equívocos
sociais causados por um imaginário social excludente.
Portanto, a melhor forma de denominar os sujeitos e através da palavra indígena que
representa seu pertencimento, singularidade, historicidade e identidade individual e
coletiva.

São Paulo (SP).Currículo da cidade: povos migrantes: orientações pedagógicas. São


Paulo: SME / COPED, 2021. Pag. 16

13- No documento “Orientações Pedagógicas - Povos Migrantes” é possível


observar que os sujeitos que migram são múltiplos e diversos.
”Ao ter contato com tantas histórias em movimento, nos aproximamos de seus
sonhos, seus desejos, suas trajetórias, as experiências que carregam consigo, os
desafios que enfrentam para sair e ao chegar e permanecer, as formas como se
entendem na sociedade receptora e como compreendem a realidade onde se
inserem”. (p. 11 )

De acordo com excerto apresentado, disserte sobre a postura da escola em relação


a uma educação uma educação antirracista e não xenofóbica e que promovam
práticas pedagógicas inclusivas e que valorizem a diversidade.
Diante do exposto, a postura da escola se inicia pelo acolhimento adequado, para
garantir o acesso, a permanência e a inclusão dos estudantes migrantes. Esse ato começa
pela matrícula.
Nesse sentido, todos da escola têm papel fundamental na inclusão da população migrante,
passando pela gestão, que deve mapear os estudantes migrantes, suas origens , seus
idiomas, estabelecer diálogo com as famílias , bem como sensibilizar os professores para
desenvolver projetos que explorem a diversidade cultural dos sujeitos.
Por fim, tornar a escola um espaço de acolhida das e dos estudantes migrantes e suas
famílias é incorporar processos educativos pautados nos princípios da equidade, educação
integral e educação inclusiva presentes no Currículo da Cidade de São Paulo. É esta,
portanto, a atribuição das e dos educadores e dever da escola que cumpre um papel
importante no momento em que a pessoa chega de outro lugar e procura reorganizar sua
vida.
São Paulo (SP).Currículo da cidade: povos migrantes: orientações pedagógicas. São Paulo:
SME / COPED, 2021. Pag. 16

14 – Analise a cena extraída do documento: Currículo da Cidade Antirracista, 2022.


“Eu nem me atrevo a falar dessas questões dos afros sabe? Isso sempre gera muita
polêmica”;
“Eu prefiro não registrar o PEA hoje, a CP é muito mais experiente que eu nessas coisas, a
professora Sebastiana (nome fictício) também”;
“Eu não tenho lugar de fala, sabe? Penso que respeitoso é ouvir, você me entende?”;
“Eu estou um pouco cansada de me indispor com as pessoas por conta dessas questões,
sabe? Vou mais ficar na minha, cada um com seu lugar de fala”.
De acordo com o excerto acima, argumente sobre o posicionamento da professora, quando
se refere ao seu lugar de fala.
De acordo com o excerto citado, o lugar de fala é compreendido como algo
que restringe, no entanto, este conceito convida à reflexão acerca dos impactos
sociais produzidos pelo racismo na vida da população negra, ao explicitar que o lugar
a partir do qual falamos singulariza o nosso discurso.
Dessa forma, ao ouvir a expressão “lugar de fala”, pode-se concluir que só as pessoas
negras têm propriedade e responsabilidade para tratar das pautas que envolvem o
combate ao racismo. Ou seja, a professora questiona, desse modo, a ideia da
universalidade imposta pelo pensamento branco europeu.
Portanto, reconhecer o seu lugar de fala significa assumir que não falamos por todas
as pessoas. É importante salientar que homens e mulheres, brancos e negros, são
ouvidos de modo distinto em nossa sociedade, marcada pelo racismo e sexismo.

São Paulo (SP). Currículo da Cidade Antirracista, 2022, p. 42.

15- Descreva os princípios da abordagem Pikler que corroboram com o Currículo da Cidade
da Educação Infantil.
A abordagem Pikler preza pelo respeito ao tempo e ritmos nos cuidados diários
básicos com as crianças, pelo vínculo estabelecido com a professora referência por meio de
um apego seguro, pela autonomia, pelo brincar livre e pela motricidade, princípios que estão
em consonância com o Currículo da Cidade da Educação Infantil. Reconhecer que o espaço
organizado para as crianças precisa ser pensado a partir das suas experiências e preferências
(considerando a segurança de bebês e crianças) é fundamental para que elas possam
desenvolver autonomia, sentindo-se livre e independente para poder escolher.
Nesse sentido, não apenas as crianças e os bebês são protagonistas: os adultos também o
são. Eles organizam as condições adequadas para promover o protagonismo dos bebês e das
crianças; intencionalmente organizam os espaços — desde o banheiro até o refeitório — para
promover a atividade interessada de bebês e crianças; orientam o uso do tempo e
estabelecem relações com bebês e crianças e entre eles, de modo a favorecer a exploração, a
curiosidade e a descoberta das pessoas e do mundo ao redor, como afirma o Currículo
Integrador da Infância Paulistana.
São Paulo (SP). Currículo da Cidade Educação Infantil.

16- No livro Maternagem insólita, APPEL, G.; DAVID, estabelece os principais cuidados com
os bebês. Cite-os e explique a sua importância na ação pedagógica do professor e da
Professora, fundamentando os seus argumentos no Currículo da Cidade da Educação
Infantil.

De acordo com a obra citada, os principais cuidados destinados aos bebês são :
garantir conforto e bem estar, alimentação e higiene, favorecer a autonomia e a relação
afetiva com os adultos.
Nesse sentido, as interações e as brincadeiras devem compor o currículo e possibilitar a
realização de projetos pedagógicos que envolvam as diversas linguagens presentes nas
experiências, sem separá-las, pois não é de modo fragmentado que os bebês e as crianças
aprendem, mas enquanto vivenciam uma situação de forma integral.
Sendo assim, a relação entre o cuidar e educar estarão presentes na ação do educador. A
função social do acolhimento dos bebês e das crianças no sentido de assumir a
responsabilidade de cuidá-las e educá-las em sua integralidade no período em que estão na
instituição, complementam e compartilham a ação da família/responsáveis.

São Paulo (SP). Currículo da Cidade Educação Infantil.

17- O Currículo Integrador da Infância Paulistana (SÃO PAULO, 2015a) e os Indicadores de


Qualidade da Educação Infantil Paulistana (SÃO PAULO, 2016a) provocaram o
redimensionamento do papel da escola, dos bebês, das crianças e dos adultos. Disserte
sobre o papel da escola, bem como do Projeto Político Pedagógico .
Com base no enunciado, os documentos indicam a necessária recriação da
Educação Infantil e a reinvenção de seus procedimentos pedagógicos, isto é, outra
concepção de crianças de zero a seis anos comprometida com a vida atual delas, bem como
do contexto cultural.
Desse modo, a Educação Infantil, deve garantir em seu Projeto Político Pedagógico a
organização de espaços que possibilitem o exercício da ação coletiva e da autonomia dos
bebês e das crianças nas suas investigações, isto é, na sua descoberta de si e dos outros e
no conhecimento do mundo.
Sendo assim , estar nesse espaço educativo possibilita aos bebês e às crianças criar uma voz
própria, com autoria e protagonismo.

São Paulo (SP). Currículo da Cidade Educação Infantil.


Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana (SÃO PAULO, 2016a)

18 - Paulo Fochi, em sua obra “O que os bebês fazem no berçário?” estabelece o princípio da
Teoria da Documentação Pedagógica. Descreva como se configura esse princípio e qual a
sua importância na ação pedagógica do professor e da professora.

A documentação Pedagógica, envolve o processo de observar a criança no


contexto, considerar a materialidade, a realidade cultural e acompanhar como o
conhecimento é construído.
Nesse sentido, a documentação pedagógica possibilita, tanto às crianças quanto aos
professores, a construção de memória e registro de diferentes momentos dentro do
cotidiano escolar, permitindo avaliar os processos vividos.
Desse modo, a documentação pedagógica é um importante aliado ao trabalho pedagógico
do professor e da professora, pois essa reflexão sobre os registros , reconhece as falas e
ações das crianças e também proporciona reconstrução de novos significados.

FOCHI, P. Afinal, o que os bebês fazem no berçário?: comunicação, autonomia e saber-


fazer de bebês em um contexto de vida coletiva
19- “Nem sempre os territórios são acolhedores com os bebês e as crianças; portanto,
articular mudanças nos territórios com as famílias/responsáveis para construir espaços
mais gentis e de brincadeira para as crianças no território é também função da escola”
( CURRÍCULO DA CIDADE DA ED INFANTIL, p. 28)
Tendo em vista o apresentado no excerto, disserte sobre a importância dos territórios no
trabalho pedagógico com os bebês e a articulação com o Projeto Político Pedagógico.

Diante do exposto, compete à escola propiciar práticas pedagógicas que deem


sentido ao território como espaço de pertencimento para relações com a cultura local, com o
modo de vida das pessoas e com as suas manifestações culturais e artísticas.
Dessa forma, ao elaborar o seu projeto político-pedagógico, é essencial que escola analise o
território do qual está inserida, dando identidade e pertencimento a comunidade escolar.
Cada território propicia uma experiência de infância para as crianças, pois as relações sociais
se modificam no tempo e no espaço.
Por fim, os bebês e as crianças que estão chegando podem ser inseridos indiretamente, de
forma que sejam apresentados em seus pertencimentos sociais e culturais. Uma vez que os
bebês e as crianças nascem em um território e nele produzem, também reproduzem ou
inventam modos de viver.

(São Paulo (SP).CURRÍCULO DA CIDADE DA ED INFANTIL, p. 28)

20- No livro “ Do Silêncio do lar ao Silêncio escolar”, Eliane Cavalleiro, apresenta


como nasce o Racismo no cotidiano escolar. Descreva-os e apresente argumentos de
como fazer esse enfrentamento dentro da escola.
Diante do exposto no enunciado, a autora apresenta os desconfortos étnicos nas
relações interpessoais, elogios carregados de estereótipos, a não percepção das crianças à
práticas racistas e a ausência de cartazes e livros infantis com a temática da negritude, além
da não intervenção em práticas discriminatórias e da pouca interação entre as crianças
negras e os profissionais.
Nesse sentido, o trabalho pedagógico deve estar ancorado no enfrentamento dos problemas
apresentados, reconhecendo a existência do racismo na estrutura da escola, sem receio de
falar sobre as situações racistas ao promover ações pedagógicas de reconhecimento das
diferenças.
Por fim , a escola tem o compromisso de combater práticas racistas, com ações que
objetivem a inclusão positiva de crianças negras na estrutura educacional. Assim, a escola
pode proporcionar a construção de práticas pedagógicas e estratégias de promoção da
igualdade racial na escola, como a valorização das diferentes identidades em construção
presentes no cotidiano escolar
FOCHI, P. Afinal, o que os bebês fazem no berçário?: comunicação, autonomia e saber-fazer
de bebês em um contexto de vida coletiva

20- Da mesma maneira, os materiais oferecidos para os bebês precisam abrir as


possibilidades de descobertas, ampliando as formas de utilização. É imprescindível que
fujamos dos estereótipos dos brinquedos que costumam ser apresentados para essa faixa
etária - aqueles de plástico, cheios de botões, que acendem luzes e emitem sons. Nossos
materiais precisam, sim, aguçar os sentidos.
Arte com bebês, Diana Tubenchlak
21- “(...) nossas experiências com o mundo são intermediadas pela linguagem, e é essa
linguagem que nos permite viver e criar a cultura. (...) A linguagem tem um papel constitutivo
na realidade social.” ( Infância e suas linguagens, p. 31)

Disserte sobre as possibilidades de linguagem desenvolvidas por bebês e crianças em


contextos de vida coletiva, sendo promotores de cultura.

A linguagem desenvolvida por bebês e crianças em contextos de vida coletiva


configuram-se em processos constitutivos de comunicação além da expressão verbal. Essa
comunicação organiza-se em contexto, por meio da interações entre seus pares e com os
adultos.
Dessa forma, as possibilidades de linguagem se organizam a partir da comunicação gestual,
por meio de movimentos intencionais, do choro, do sorriso e da própria linguagem corporal.
Esses mecanismos se estabelecem a partir da apropriação e produção de atos sociais, que
fortalecem os processos de comunicação de bebês e crianças.
Por isso, bebês e crianças são promotores culturais ao organizar estratégias de comunicação
específica diante das interações e experiências vivenciadas nos contextos de vida coletiva.

22- Com base no excerto acima, explique quais materiais o professor de educação infantil
deve oferecer aos bebês e crianças e delineie como esses recursos podem abrir
possibilidades de descobertas.

O professor de educação infantil deve oferecer, a bebês e crianças, materiais que


promovam processos de investigação e de descobertas, ao ampliar possibilidades de seu uso.
São materiais que devem aguçar os sentidos, permitindo o envolvimento multissensorial dos
sujeitos.
Nesse sentido, esses recursos devem fugir dos estereótipos de brinquedos, sendo preferível a
oferta de materiais do cotidiano e da natureza. Assim, é possível atribuir novos significados a
esses elementos, por meio da reutilização, fato que também favorece descobertas de
texturas e formas, potencializando a pesquisa de novos materiais.
Em suma, o contato com diferentes materiais permite a bebês e crianças explorarem seu uso,
deixando espaço para ampliação de suas funções, por meio do experimento e da criatividade.
23- Os apelos por uma prática educativa mais sensível às manifestações plurais do
pensamento humano estiveram presentes em diferentes momentos históricos, em que
esforços reformadores da educação e da escola ganharam evidência. De forma subjacente às
postulações de reforma e renovação, um conceito se destaca: o de educação integral. Sob
distintas bases explicativas, condizentes com os referenciais teóricos disponíveis em cada
época, até se chegar aos tempos atuais, um dos sentidos dessa expressão (educação integral)
traduz-se na crença no potencial humano de se apresentar ao mundo de modo único e,
também, de apreendê-lo e transformá-lo com criatividade. Nessa perspectiva, idealizou-se e
idealiza-se, ainda hoje, como propósito fundamental da educação a promoção de situações
que privilegiem as experiências da criança, visando ao seu desenvolvimento integral.
(Infância e suas linguagens, p. 32)

Inicialmente, é preciso destacar que o princípio da Educação Integral pretende


garantir o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões. Dessa forma, os centros de
educação infantil devem organizar práticas que privilegiem a materialização desse princípio.
Para tanto, um projeto educativo na perspectiva da Educação Integral deve ser
compartilhado pelo coletivo da escola por meio de organização de propostas que
reconheçam a singularidade dos sujeitos e a construção de sua identidade. Ademais, práticas
voltadas para a expressão das múltiplas linguagens, uso de recursos materiais e humanos que
garantam o acesso e permanência dos sujeitos no espaço escolar também configuram-se
como situações cotidianas que dialogam com o princípio da Educação Integral.
Portanto, favorecer essas situações colaboram com o desenvolvimento humano,
considerando a singularidade e as necessidades dos sujeitos, de modo a colocar o estudante
no centro do processo educativo.
24- A abordagem Pikler evidencia a importância da relação privilegiada educadora-criança,
sobretudo, com crianças na primeira infância, de acordo com os princípios de Emmi Pikler
(FALK, 2014; APPELL; DAVID, 2021).
A relação privilegiada tem base na efetivação de um vínculo afetivo que proporciona
segurança emocional para a criança, mediante as ações de cuidado do adulto.
A partir dessa premissa, discorra sobre a importância da construção de uma relação
privilegiada entre educadora-criança, no contexto da Educação Infantil.

Diante do exposto, compreender que cuidar e educar são ações indissociáveis, é de


extrema importância, pois promove o entendimento de que é responsabilidade dos espaços
de educação infantil propiciar, além de aprendizagens no âmbito pedagógico, cuidados
integrais com as crianças que ali estão inseridas.
Dessa forma, a interação com a criança possibilita a construção de uma relação privilegiada,
inclusive momentos de cuidados corporais, configurando-se numa oportunidade singular. São
nesses momentos que se torna possível uma atenção individualizada à criança, pois a
interação entre adulto-criança acontece de forma plena, visto que são durante esses
momentos que há o encontro, permitindo assim que se afinem vínculos.
Por fim, a relação entre adulto e criança se fortalece na construção de vínculos dentro do
contexto do cuidar e educar. Uma vez que reconhece no adulto a pessoa que lhe proporciona
segurança física, desencadeia, assim, um sentimento de segurança emocional e desenvolve
um vínculo afetivo com esse adulto, o que faz validar uma relação privilegiada.
24-No livro FREITAS, M. C. de. O aluno-problema forma social, ética e inclusão. O autor afirma:
“O aluno-problema é apontado como sendo suscetível aos preconceitos sociais produtores
de diagnósticos”
Diante do exposto no trecho do livro, disserte sobre a questão.
De acordo com o enunciado, o autor alerta para a necessidade de evitar a
patologização dos problemas escolares sem negar que a medicina tem algo a informar à sala
de aula, uma vez que à escola compete o trabalho pedagógico .
Nesta direção, é importante conhecer o contexto dos estudantes, como foi construído esse
“aluno-problema”, as responsabilidades sociais e as responsabilidades escolares que o
envolvem, uma vez que o histórico desse aluno é de abandono social e de abandono escolar.
Ou seja, cabe à escola não homogeneizar os estudantes, visto que eles são oriundos de
classes sociais distintas e de diferentes contextos culturais.
Por fim, à escola cabe elaborar propostas pedagógicas que reconheçam esses estudantes
como sujeitos de direitos, considerando o seu contexto escolar, social e cultural, visto que
esses “alunos-problemas” são vítimas sociais e são suscetíveis a preconceitos.

25- Para Adriana Friedmann o que significa dar vez e voz às crianças? Disserte sobre o papel
do Professor e da Professora dentro desse contexto.
Diante do exposto, as crianças têm vozes, faltando-lhes os espaços para serem
ouvidas e escutadas. Por isso, devemos propor caminhos de observação e de escuta, que
contribuam para uma profunda leitura do universo infantil.
Nesta perspectiva, cabe à escola construir propostas pedagógicas a partir das necessidades,
das potencialidades e de interesses expressos das crianças por meio das diferentes
linguagens, ou seja, a necessidade de olhar e ouvir as crianças, compreendendo suas
mensagens, atribuindo sentido e transformando em narrativas pedagógicas.
Por fim, exercer o papel do professor e da professora que se propõe a ouvir e escutar as
crianças é reconhecer as suas memórias e as influências culturais que a constituem.
26- “O cuidado de qualidade aos bebês se mede pela satisfação de suas necessidades
básicas: a necessidade de afeto e a necessidade de atividade”(MELLO, 2014)
De acordo com excerto, disserte sobre a importância do cuidar e educar como práticas
indissociáveis.

Diante do exposto , os atos de cuidado que as pessoas adultas realizam para os bebês
e as crianças pequenininhas constituem o próprio processo de educação. A criança conhece
seu corpo e se conhece por meio daquilo que ela mesma é capaz de fazer com o corpo e por
meio daquilo que os outros fazem a seu corpo.
Nessa perspectiva a pessoa adulta que cuida e educa o bebê adota uma sequência de
movimentos estudados e realizados como uma coreografia de gestos no cuidado de seu
corpo, a educadora ou o educador sempre anunciam o próximo movimento e esperam o
gesto da criança; sempre observam a iniciativa da criança e propõe novos desafios.
Por fim, o tempo que a educadora ou o educador dedicam a cada bebê de seu grupo nos
momentos de cuidado possibilita a atividade autônoma dos bebês com objetos nos
momentos em que os outros estão sendo cuidados. É importante enfatizar que o
desenvolvimento da inteligência e da personalidade, seja do bebê, seja da criança maior,
sempre acontece por meio da atividade da criança. A criança aprende quando é sujeito da
atividade

27 -“No cotidiano pedagógico, o que aproxima adultos e bebês, tornando possível a


aceitação e o reconhecimento mútuo, é a tendência ao movimento, bem como os diferentes
modos de relação com o outro. A aposta que faço é que o contato é que dá essa
consistência à pedagogia.” (Educar na creche, p. 83)
Considerando a reflexão acima, disserte sobre como o contato pode favorecer os processos
pedagógicos na primeira infância.
A princípio, os diferentes modos de relacionar-se com o outro são intrínsecos
aos processos pedagógicos na primeira infância, uma vez que o cuidar e o educar exigem
contatos que materializam necessidades e afetividades humanas, condizentes com o
desenvolvimento dos sujeitos.
Desse modo, as práticas voltadas para o cuidar e o educar na primeira infância
requerem a aproximação entre os sujeitos, fundamental para construção das aprendizagens
no cotidiano dos espaços coletivos. Dentre as ações que produzimos na escola da primeira
infância, destacam-se os processos de acolhida, as diferentes possibilidades de comunicação
e os vínculos estabelecidos com os adultos e demais bebês e crianças.

Em suma, o contato favorece os processos pedagógicos na primeira infância na medida em


que proporciona a vivência e as experiências de relacionamentos tão essenciais ao
desenvolvimento humano e social, na interação com o outro e com o mundo.

28- A socialização não se limita a integrar o indivíduo na vida social; ela consiste também em
torná-lo livre nos seus pensamentos e atos; permite-lhe, enfim, produzir-se a si mesmo em
vez de se envolver unicamente na reprodução Social.(...) O que equivale a dizer que é toda a
estrutura da vida cotidiana dos centros de educação que permite aprender essa socialização
específica. (Aprender pela vida cotidiana, p. 108)
De acordo com as reflexões acima sobre o processo de socialização em espaços coletivos de
aprendizagem, explicite como os centros de educação infantil podem organizar propostas que
promovam essas duas vertentes de socialização.

Inicialmente, é preciso destacar que os espaços coletivos de aprendizagem


proporcionam a socialização por meio das interações entre os indivíduos. Desse modo, as
propostas organizadas pelos centros de educação infantil pretendem garantir o acesso aos
bens sociais e culturais historicamente acumulados, na medida em que incentiva e promove a
autonomia dos sujeitos.
Nesse sentido, as propostas que podem viabilizar o desenvolvimento da socialização das
crianças configuram-se na vida cotidiana, no compartilhamento das vivências,
das experiências e das descobertas que requerem atividades coletivas. De igual modo, o
poder de decisão cujas crianças exercem na perspectiva de uma gestão democrática, por
exemplo, favorece a liberdade de pensamentos e atos, constituindo, aos poucos, a
independência e a autonomia desses sujeitos, de modo a construir sua identidade.
Portanto, o emprego de dispositivos pedagógicos associados aos processos de interação
provenientes dos espaços coletivos de aprendizagem, propiciam o desenvolvimento das duas
vertentes de socialização.
29 - ...Crianças, por que ninguém votou no saci nem no negrinho do pastoreio?” “Eu não votei neles
porque o saci é preto e o negrinho é preto, eu não gosto de gente preta”. (CURRÍCULO DA CIDADE
ANTIRRACISTA,2022, p. 26)
De acordo com o fragmento do texto, discorra sobre o papel da Professora frente a esse contexto,
fundamentando os argumentos no currículo da Cidade da Educação Infantil e demais documentos
orientadores.
A cena apresentada possibilita inferir que algumas crianças tiveram contato com
proposições racistas, levando a refletir sobre o papel da escola , frente a família e estudantes, para
enfrentar a questão do racismo.
Desse modo, a professora deve desenvolver projetos que favoreçam momentos de escuta das
crianças. Compor o cotidiano com saberes advindos das famílias e seus(suas) filhos(as)
configuram-se em contribuições para a construção de caminhos pautados na diversidade racial e
cultural.
Por fim, o relato nos convoca a refletir sobre ações e práticas educacionais vivenciadas nas
escolas. Racismo, preconceito e discriminação podem ser elementos presentes nesse cotidiano.
Identificar, compreender e assumir a existência de racismo na escola é ponto primordial para
adoção de práticas antirracistas.
30 - “Quando meu filho entrou na escola ele não sabia falar português [...] só sabia espanhol.
Eu também não sabia nem escrever nem ler português [...] eu sempre falava assim: ‘filho, você
tem que aprender na escola para ensinar para a mamãe, mamãe não sabe’. Aí ele falava ‘ tá
bom mãe, vou aprender’. E cada palavra que ele aprendia, digamos como se escreve casa,
como se escreve família [...] eu aprendia junto com ele. Eu falava ‘como é filho aqui?’, e ele
falava ‘eu vou ensinar’ [...] Aprendemos assim, juntos. Ele aprendeu mais rápido que eu por
ter uma professora na escola”(CURRÍCULO DA CIDADE, POVOS MIGRANTES, 2020, P.11)
Sônia Limachi Quispe, migrante de origem boliviana e mãe de estudante da rede pública de
ensino em São Paulo.
Considere o Relato da Sônia, migrante boliviana, e discorra sobre a importância do Papel
Pedagógico do Professor e da Professora na inclusão do estudantes migrantes, a partir do
documento Currículo da Cidade: Educação Infantil e das Orientações Didáticas: Povos
Migrantes, ambos da Cidade de São Paulo.

De acordo o apontado no enunciado, o professor e a professora exercem um


papel fundamental na inclusão desses estudantes migrantes. O Currículo da Cidade da
Educação Infantil levanta a reflexão sobre a diferença existente entre o aprendizado de uma
nova língua, enquanto migrante, e a iniciativa de aprender uma segunda língua por desejo de
ampliar horizontes e saberes, uma vez que o primeiro traz consigo desafios acrescidos
associados ao processo migratório.
Nesse sentido, o relato de Sônia apresenta o bilinguismo que, muito além de falar, ler e
escrever em duas línguas, é a capacidade de viver em duas línguas e de dois modos
diferentes. Para a mãe, a língua é o lugar do afeto e do pertencimento. A experiência de filhas
e filhos de migrantes apresenta, muitas vezes, uma relação complexa entre a língua materna e
a língua do país de acolhimento.
Desse modo, os professores precisam ter em suas propostas pedagógicas esse lugar de
acolhimento, desempenhando junto a estudantes e famílias migrantes projetos que
Identifiquem a origem das e dos estudantes, de suas famílias e da comunidade próxima à
escola, valorizando, sobretudo, a diversidade por meio da história, das manifestações
artísticas –incluindo música, literatura, cinema.

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