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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

LUANNA MARYS ALVES DA SILVA

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O LÚDICO COMO


ESTRATÉGIA EDUCATIVA

CAMPO GRANDE/MS
2020
LUANNA MARYS ALVES DA SILVA

PEDAGOGIA
O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O LÚDICO COMO
ESTRATÉGIA EDUCATIVA

Trabalho de conclusão exigido como parte dos requisitos


para avaliação parcial da disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Católica
Dom Bosco, curso de PEDAGOGIA, sob a orientação da
Profa. Rosimeire Martins Régis dos Santos.

CAMPO GRANDE/MS
2020
SUMÁRIO

Introdução..................................................................................... 03
Referências...................................................................................... 14

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa aborda os desafios da aprendizagem dentro do âmbito escolar, analisando a


construção e modificação do conceito de infância ao longo do tempo, de modo que esse conceito
proporcione a compreensão de como a ludicidade contribui para o desenvolvimento da criança.
Pretendemos também apresentar alguns autores brasileiros evidenciando sua importância na
construção dos conceitos norteadores apresentados durante esta pesquisa. E, por fim destacamos
a importância do faz de conta, das vivencias sociais do brinquedo e da brincadeira no que refere
ao seu uso no ambiente escolar.

Assim partindo por isso o do princípio de que a criança já traz na bagagem de


conhecimentos o que adquiriu no seu dia a dia ressalta-se a necessidade dos educadores em
estarem atentos a questões relacionadas ao desenvolvimento das habilidades básicas pode ser
entendida de uma maneira mais sistêmica na pré-escola, base da educação escolar e que
apresenta como função principal, apresentar e sedimentar a base do aprendizado dessa criança os
pré-requisitos necessários para que a aprendizagem aconteça com qualidade. Infelizmente esta
realidade se modifica, pois, alguns professores, angustiados por uma alfabetização precoce,
deixam de dar a devida estimulação para habilidades que precedem e sedimentam aços
propriamente ditas a alfabetização, enaltecendo basicamente as atividade vazias e o tradicional
método de trabalho.

Nesse sentido o brincar constitui-se em um conjunto de práticas, conhecimentos e fatos


construídos e acumulados pelos sujeitos no contexto em que estão inseridos e que facilitam a
aprendizagem, ensinando e repassando valores essenciais para a vida do ser humano, dando a ele
uma nova concepção de mundo. Assim de acordo com Vygotsky (1991), a brincadeira é
entendida como atividade social da criança, cuja natureza e origem específicas são elementos
essenciais para a construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual se insere.
Pensando nessa ação de brincar enquanto função social é que o professor utilizara das vivências
e situações em sala de aula para proporcionar de forma lúdica o processo de aprendizagem e
desenvolvimento da criança.
O lúdico, ou seja, as brincadeiras, jogos e brinquedos na Educação Infantil são
importantíssimos para o desenvolvimento das crianças, pois são atividades primárias, as quais
trazem benefícios nos aspectos físico, intelectual e social. È por meio da brincadeira e do faz de
conta que a criança desenvolve a identidade e a autonomia,bem como a capacidade de
socialização, mediada através da interação e experiências de regras perante a sociedade. Assim a
problemática que norteia o ponto de partida desta pesquisa é: de que maneira a prática educativa
lúdica pode atuar como ferramenta facilitadora à aprendizagem?
Pensado na que são do lúdico enquanto facilitador do desenvolvimento e da
aprendizagem, objetivo principal deste trabalho norteia-se por meio das possibilidades em aplicar
recursos lúdicos como uma ferramenta facilitadora de aprendizagem. Demonstrar a importância
da inserção dos jogos e brincadeiras, contação de historias dentre outras ações na educação
infantil que visem o despertar da pratica lúdica como um modelo de vivência, visando uma
melhor prática no desenvolvimento socioemocional bem como sua culminância no
desenvolvimento da aprendizagem da criança de zero a três anos.Assim traremos como enfoque
principal o conceito de infância e da brincadeira sob diferentes olhares.
Para o desenvolvimento da investigação fez-se necessário realizar uma pesquisa de cunho
bibliográfica. A realização desse tipo de pesquisa justifica-se pela necessidade de mobilização de
uma base teórica afim de que se realize uma reflexão sobre dados empíricos extraídos da
realidade, cujas inferências e categorizações possibilitarão resultados aproximativos das questões
investigativas do presente trabalho.
CAPÍTULO I
Concepções de criança , do brincar e ludicidade

1.1-Concepção de infância.

Ate meados do século XVI, a ideia de infância basicamente não existia. Não existia
entendimento ao que se refere ao período que caracterizava a infância, pois muitos a
caracterizavam como o período que vai do nascimento dos dentes até os sete anos de idade.A
partir dessa idade as crianças eram tratadas como miniadultos, adquirindo e participando dos
hábitos corriqueiros dos adultos, se vestindo como gente grande, trabalhando para ajudar os
adultos com o que pudessem fazer, como, por exemplo,pequenos artesanatos, atividades de
caça dentre outras, de forma que se pulavam inúmeras etapas do desenvolvimento das quais
conhecemos atualmente. Assim por séculos a criança foi vista como um ser sem papel
fundamental dentro do seio familiar; No entanto hoje ela é considerada e assistida em todas as
suas especificidades.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) apresenta a
criança como um ser um único que possui identidade própria. A criança é detentora de desejos
sentimentos, curiosidades o que a torna protagonista de cada ação que realiza ao longo de seu
crescimento. Desse modo, vemos a criança como um ser atuante e detentor de uma cultura,
um jeito próprio e peculiar de ser. Diante disso a prática educativa deve buscar compreender
um ensino que se aproxime desse sujeito, em que valoriza-se os aspectos da infância sobre
uma perspectiva de reconhecer a criança como produtora de conhecimento e não como aquela
que recebe um conhecimento organizado segundo a perspectiva do adulto
.
A criança enquanto produtora de seu conhecimento, não recebe as informações
exatamente do jeito que são transmitidas a ela. Para que se possa realizar a construção do
conhecimento a criança desenvolve processo de ressignificação que fazem das ações dos
adultos, tornando assim sujeitos que criam seu modo e sua forma de entender e compreender
aspectos do mundo, sujeitos construtores de uma cultura própria. Assim,de acordo com
Almeida (2012, p. 33), “dentre as inúmeras possibilidades de produzir cultura, um dos meios
mais presentes na vida da criança é o brincar. É brincando que a criança recria o que entende
do mundo e transforma em cultura lúdica”. Complementa as Diretrizes Curriculares para a
Educação Infantil:
A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que se
desenvolve nas interações, relações e práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por
ela estabelecidas com adultos e crianças de diferentes idades nos grupos e contextos
culturais nos quais se insere. Nessas condições ela faz amizades, brinca com água ou
terra, faz-de-conta, deseja, aprende, observa, conversa, experimenta, questiona,
constrói sentidos sobre o mundo e sua identidade pessoal e coletiva, produzindo
cultura. (BRASIL, 2009, p.06)

Essa concepção traz a criança como um sujeito que esta em pleno processo de
desenvolvimento, um ser capaz de protagonizar suas ações e produzir e reproduzir significados a
partir delas. Portanto, uma escola em sua proposta pedagógica deve contemplar a criança
enquanto indivíduo participante do seu processo de aprendizagem. Assim, a escola visa formar o
seu aluno como um indivíduo ativo, reflexivo e autônomo nas suas práticas cotidianas.

1.2- O brincar
O desenvolvimento da criança na educação infantil e seu aprendizado por meio do jogo,
da brincadeira e do brinquedo ocorrem quando o aluno participa ativamente da construção de sua
aprendizagem, seja por meio da discussão das regras do jogo ou da encenação de algo atrelado a
realidade. É de grande importância que os educadores proponham desafios e incentivem a
participação coletiva infantil nessas atividades.

As crianças pequenas estão envolvidas em um universo que compreende a imaginação


e a fantasia, onde o mundo imaginário e o mundo real muitas vezes se misturam e torna o
aprendizado mais dinâmico e interessante quando os pequenos são levados a participar das
atividades de forma prazerosa.. Ao falar de algo tão característico da idade, entende-se que a
linguagem dominante nesse ambiente portanto, compreende o faz de conta, a imaginação.
Vygotsky (1991) ao tratar do papel do brinquedo no desenvolvimento da primeira
infância, descreve a presença de um mundo imaginário no qual os desejos não realizáveis se
tornam possíveis de se realizar, denominando esse mundo como um brinquedo. Tal relação
brinquedo- desenvolvimento se dá por meio de:
(...) o brinquedo fornece ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e da
consciência. A ação da esfera imaginativa, numa situação imaginária, a criação das
intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e motivações volitivas –
tudo aparece no brinquedo, que se constitui assim, no mais alto nível de
desenvolvimento pré-escolar. A criança desenvolve-se, essencialmente, através da
atividade de brinquedo. Somente neste sentido o brinquedo pode ser considerado
uma atividade condutora que determina o desenvolvimento da criança.
(VYGOTSKY, 1991, p.117).

Assim, Vygotsky demostra a brincadeira como um fator de suma importância para o


desenvolvimento da criança que além de ampliar a sua comunicação via linguagem, também é
capaz de, por meio do imaginário, desenvolver o pensamento abstrato, ou seja, a essência do
brincar é a criação de novas relações entre situações no pensamento e situações reais.
O brinquedo traz a possibilidade da criança conhecer o mundo e se relacionar com ele
e com o universo da fantasia. Isso se torna relevante no processo de conhecimento de si e do
outro quando a criança imita, inventa, representa e cria ao brincar. O faz de conta ou jogo
simbólico jogo simbólico, é o primeiro contato das crianças com as regras, sendo também um
aprendizado fundamental sobre qual é o seu papel na sociedade. Ao construir histórias, as
crianças, reforçando sua identidade; Nesse sentido o faz de conta possibilita o encontro entre
um mundo imaginário e o mundo em que vive, propiciando a oportunidade de ser protagonista
das suas ações. Dessa forma, a criança começa a compreender o mundo que a cerca,
contribuindo para a construção do seu processo de autonomia e socialização.

1.3- A ludicidade em seu aspecto mais geral.

Os Parâmetros Curriculares destacam que “para aprender a ler e a escrever é preciso


pensar sobre a escrita, pensar sobre o que a escrita representa e como ela representa
graficamente a linguagem” (BRASIL, 1997, p. 82). È através dos Parâmetros Curriculares
Nacionais da Educação Infantil que é importante refletir sobre a relação entre o brincar e a
educação, no sentido de respeitar a idade dos alunos no processo contínuo de alfabetização em
que as crianças se encontram,

Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das


experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem
ou provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem,
utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios,
ampliando-os e transformando- os por meio da criação de uma situação
imaginária nova. Brincar constitui se, dessa forma, em uma atividade interna das
crianças. (Brasil, 1998, p. 23, v.2)
Entende-se nesse sentido que o espaço para a brincadeira é fundamental para o
desenvolvimento da criança e, por isso, o mesmo deve estar presente na sala de aula. È
por meio do brincar a criança se desenvolve mais facilmente e de forma muito mais ativa
e prazerosa. É de extrema importância que a escola proporcione momentos de
brincadeiras, onde a criança possa soltar sua imaginação,experiência novas perspectivas e
compartilhar as experiências que já trazem consigo. Nesse aspecto cabe ao docente por
meio da observação e aplicação de atividades baseadas em uma seqüência didática
voltada a prender sua atenção.

Vários são os jogos que podem ser construídos utilizando os nomes


próprios, como, por exemplo, bingo, jogo da memória, dominó, e que podem
ser reconstruídos substituindo as letras, as imagens ou os números,
respectivamente, pelo nome dos integrantes do grupo (BRASIL, 1998, p. 38,
v. 2)

A brincadeira, bem como os jogos tradicionais ou e tabuleiro, sob essa ótica pedagógica
voltada ao planejamento das ações do professor funciona como um desafio, tanto que a
competitividade - em geral, presente nos jogos – torna-se um aspecto que venha a atrair os alunos
nessa idade. O professor, assim, pode aliar seus objetivos pedagógicos aos desejos dos alunos por
meio de jogos, leituras expressão corporal bem como outras ações, utilizando-os em suas
atividades diárias, proporcionando um ambiente prazeroso, de modo que o lúdico seja uma
ferramenta presente e torne a aprendizagem assim mais significativa.
Segundo o Ministério da Educação (2004), a LDB estabelece no art.2º que a criança desde
pequena possui seu ritmo e modo diferente de aprender – ler, escrever, brincar, falar. Sendo
assim, uma educação voltada para estes aspectos, precisa ser pensada de modo que o foco seja
direcionado a essas características:

- O ser humano é ser de múltiplas dimensões;


- Todos aprendem em tempos e em ritmos diferentes;
- O desenvolvimento é um processo contínuo;
- O conhecimento deve ser construído e reconstruído,
processualmente e continuamente. (BRASIL, 2004, p. 13)
-

Nesse sentido quando a criança entra na escola, tudo é novo para ela. Pensando nessa
novidade é de suma importância que ela sinta-se acolhida, respeitada, de modo que vê a escola
como um ambiente agradável, prazeroso, ate mesmo uma extensão do seu lar onde se possa
brincar, expressar-se, relacionar-se.
As crianças já muito antes da sua inserção no ambiente escolar aprendem na vivência com
seu meio. Assim o educador tem a função primordial de realizar uma proposta pedagógica
articulada com a cultura, o meio ambiente, a linguagem atreladas as vivências características dos
alunos a que atende. Isso deve acontecer de modo prazeroso e o mais lúdico possível.

CAPÍTULO II
A criança pequena e sua relação com a brincadeira.

2.1 A criança e seu desenvolvimento na educação infantil.

A criança desde o seu nascimento está inserida em um meio social, inicialmente


caracterizado pela família, os quais são suas referências nas atividades que venham a executar, e por
fazerem parte desse meio, os adultos que compõem esse ambiente familiar são responsáveis por
mediar essa convivência através da demanda de atenção e afeto que vai sendo construído
mediante a essa relação que elas vão pouco a pouco se desenvolvendo. Na concepção de Lúria,
Leontiev e Vygotsky (2003):

O desenvolvimento psicointelectual da criança realiza-se no processo de


interação com o ambiente natural e social. Conduzir o desenvolvimento através da
educação significa organizar esta interação, dirigir a atividade da criança para o
conhecimento da realidade e para o domínio – por meio da palavra - do saber e da cultura
da humanidade, desenvolver concepções sociais, convicções e normas de comportamento

moral (p.19-20).

Os autores acima ressaltam que: [...] “Ela assimila o mundo objetivo como um mundo
de objetos humanos reproduzindo ações humanas com eles” (2001, p.59). Nesse sentido a
criança vai apropriando os objetos que pertencem aos adultos com os quais convive e vai se
reinventando a cada brincadeira. Assim ao relaciona-se com outros indivíduos a possibilidade
da criança de se desenvolver aumenta, pois por meio dessa interação ela vai se sentir amparada
diante daquela situação vivenciada dia a dia assimilando e incorporando novos conhecimentos
a sua formação.

Vygotsky Apud Baquero (1998) relata:

[...] “a distância entre o nível real de desenvolvimento, determinado pela


capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a
orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro muito capaz”
(p.97).
Por meio da interação com o adulto é que a criança vai perceber que diante de uma
situação desafiadora, um novo aprendizado ao qual ela percebe que necessitara de ajuda ela
recorrerá ao adulto para que possa ajudá-la a resolver tal situação. De acordo com Vygotsky
(1998), a criança que consegue se desenvolver aprenderá pois, o aprendizado ocorre de dentro
para fora e essa relação com pessoas mais adultas favorecerá esse aprendizado. Assim é por
meio dessa interação inicialmente no âmbito familiar e posteriormente no ambiente escolar, é
de grande importância que os adultos provoquem situações de acordo que a criança veja a
necessidade que a mesma precise pedir ajuda a um adulto ou pra outra pessoa mais capacitada,
afim de que possa por meio da orientação organizar recursos e elaborar as estratégias
oferecidas por meio do norteamento junto ao familiar/professor, sendo que dessa forma ela
estará construindo seu próprio conhecimento e diante disso de desenvolvendo.

De acordo com o RCNEI (1998) é importante proporcionar diversos tipos de atividades


que contribuam para o desenvolvimento de forma efeticva e integral da criança, dentre elas são:
dançar, representar em pequenas peças de teatro, subir e descer, corridas com obstáculos, jogar
bola, etc. Assim a criança estará constantemente diante de inúmeras possibilidades de
aprendizado e desenvolvimento, pois quando pratica essas atividades, a criança estará sendo
estimulada a se desenvolver. Vygotsky Apud Baquero (1998), diz:

O que hoje se realiza com a assistência, ou com o auxílio de uma pessoa mais
especializada no domínio em jogo, no futuro se realizará com autonomia sem
necessidade de dita autonomia. Esta autonomia no desempenho se obtém, um tanto
paradoxalmente como produto da assistência ou auxílio, o que forma uma relação
dinâmica entre aprendizagem e desenvolvimento (p.97).

Assim pode-se contemplar que é fato e de extrema necessidade essa assistência que o
adulto, tanto família quanto escola, precisa estar disposta a oferecer para a criança, para que a
mesma possa desenvolver de forma ampla.

2.2 O Brincar na Educação Infantil

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) considera a


brincadeira como uma linguagem infantil que se apropria de uma articulação entre a
imaginação e a imitação da realidade, ou seja, “toda brincadeira é uma imitação transformada,
no plano das emoções e das ideias de uma realidade anteriormente
vivenciada” (BRASIL, 1998, p.27). Segundo o Referencial, o principal elemento da
brincadeira: o papel que as crianças assumem enquanto brincam, tendo os sinais, os
gestos, os objetos e os espaços como importantes fatores nos atos de criar e de
imaginar, pois assim as crianças podem proporcionar aos seus pensamentos a
resolução de problemas que lhes são relevantes e significativos.
A ação de brincar em sua mais simples essência é a principal ação que
coordena as experiências que as crianças tem com os objetos que interagem e por
meio dessa interação vão expressando sentimentos de acordo com os diferentes
momentos da brincadeira sendo ela planejada pedagogicamente ou não pois
permitem que as crianças imaginem, representem e expressem os conhecimentos
prévios e favorecem para assimilação de novas aprendizagens. O brincar de
diferentes formas e repetidamente dessa forma torna-se uma atividade com a qual as
crianças desenvolvem a imaginação e de certa forma interpretam a realidade,
expressando suas fantasias, prazeres e saberes, podendo demandar de inúmeras
ferramentas e diferentes pensamentos e aprendizagens afim de solucionar problemas
diversos.
Quando pensamos no brincar dentro da educação infantil é de suma
relevância pensar na criança como um sujeito histórico e social, pois a brincadeira
traz para os pequenos uma necessidade de se organizar internamente dentro de um
ambiente em que se promova a interação entre elas. Nesse sentido, para que o
brincar, na primeira infância, ocorra de maneira que contemplem as necessidades de
desenvolvimento é preciso que se ampliem os conhecimentos socialmente
constituídos no âmbito domestico, ou seja, deve-se partir daquilo que as crianças já
sabem para uma perspectiva de novas aprendizagens; Se faz necessário que haja um
espaço onde possam compartilhar e confrontar hipóteses bem como idéias com
outras crianças e também adultos através das interação entre si e o meio natural e
social.
O brincar configurado dentro do fazer pedagógico dentro dos espaços escolares,
é organizado de acordo com vários aspectos, tais como tempo, espaço e papel do
professor. Nesse contexto, as situações de faz de conta que as crianças freqüentemente
são emersas na Educação Infantil, proporciona a experimentação de diferentes papéis
sociais. Assim a medida que recriam, imitam diversos personagens, trocam experiências
os pequenos aprendem mais sobre as relações sociais, pois é por meio da ação de
brincar e do faz de conta é possível que a criança invente uma situação imaginária com
a qual ela poderá atuar muito além de sua idade real, o que favorece o estabelecimento
de uma zona de desenvolvimento proximal (ZDP), conforme afirma Vygotsky (1991).
A zona de desenvolvimento proximal acontece mediante o nível de
desenvolvimento que a criança apresenta; É pormeio da mediação de um orientador
adulto ou uma criança mais experiente na solução de um problema é que a criança busca
hipóteses, afim de conseguir independentemente realizar atos, ideias, solucionar
problemas e conseqüentemente desenvolver suas habilidades e competências. Outro
fator importante em seu conceito são as características presentes em todos os tipos de
brincadeiras ( imaginação, imitação e regras), das quais vão se desenvolvendo e
assimilando maior conforme o desenvolvimento levando em consideração a idade da
criança e a função específica que desempenham junto a elas.
CAPÍTULO III

A importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil e o fazer


pedagógico

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.


Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares para a Educação


Infantil. Brasília, 2009. Disponível em: <www.mec.org.br>.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais.


Brasília, 1997, Vol.1. Disponível em: <www.mec.org.br>.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular para a Educação


Infantil.Brasília, 1998, Vol. 2. Disponível em: <www.mec.org.br>.

FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In: XAVIER, M. L. M. e DALLA


ZEN, M. I. H. (org.) Planejamento em destaque: análises menos convencionais. Porto
Alegre: Mediação, 2000. (Cadernos de Educação Básica, 6) p. 147-164

VYGOTSKY, L.S. O papel do brinquedo no desenvolvimento, In: A formação


social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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