Você está na página 1de 18

ANHANGUERA EDUCACIONAL

Curso de pedagogia

NAYARA REGINA BENIAL GUSMÃO

LUDICIDADE E O FAZ DE CONTA NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA

CAMPO GRANDE/MS
2020
NAYARA REGINA BENIAL GUSMÃO

PEDAGOGIA

LUDICIDADE E O FAZ DE CONTA NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Projeto de pesquisa exigido como parte dos requisitos para


avaliação parcial da disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso, apresentado à Universidade Anhanguera educacional,
curso de PEDAGOGIA.

CAMPO GRANDE/MS
2020
SUMÁRIO

Introdução..................................................................................... 04

1 Problema..................................................................................... 07

2 Justificativa................................................................................. 08

3 Hipóteses...................................................................................... 09

4 Objetivos ..................................................................................... 10

4.1 Objetivo Geral............................................................................ 10

4.2 Objetivos Específicos................................................................. 10

5 Metodologia ................................................................................ 11

6 Cronograma ............................................................................... 12

7 Revisão Bibliográfica ................................................................. 13

Referências...................................................................................... 17
INTRODUÇÃO
Este trabalho abordará os desafios da aprendizagem dentro do âmbito escolar, analisando a
construção, modificação e a compreensão de como a ludicidade e a literatura infantil contribui para o
desenvolvimento da criança. Pretendemos também apresentar alguns autores brasileiros
evidenciando sua importância na construção dos conceitos norteadores apresentados durante esta
pesquisa. E, por fim destacamos a importância do faz de conta, das vivencias sociais e literatura no
que refere ao seu uso no ambiente escolar.

Nesse sentido partindo do princípio de que a criança já traz na bagagem de conhecimentos o


que adquiriu no seu dia a dia ressalta-se a necessidade dos educadores em estarem atentos a questões
relacionadas ao desenvolvimento das habilidades básicas pode ser entendida de uma maneira mais
sistêmica na pré-escola, base da educação escolar e que apresenta como função principal, apresentar
e sedimentar a base do aprendizado dessa criança os pré-requisitos necessários para uma
alfabetização de qualidade. Infelizmente esta realidade se modifica, pois, alguns professores da pré-
escola, angustiados por uma alfabetização precoce, deixam de dar a devida estimulação para essas
habilidades especificas enaltecendo basicamente apenas o conhecimento acadêmico, as atividade
vazias e o tradicional método de trabalho.

Assim o objetivo principal deste trabalho nortea-se pela analise do emprego de jogos e
brincadeiras bem como o uso coadjuvante da literatura, como estratégias mediadoras na organização
do trabalho pedagógico em turma de alfabetização. Neste caso enaltecemos a leitura e o faz de conta
como facilitadora do desenvolvimento cognitivo dos educandos. A ludicidade se apresenta também
como uma ferramenta que possibilita o incentivo ao conhecimento de ensinar e aprender, além de
identificar na seqüência didática a aprendizagem do aluno com a interação dos conhecimentos
prévios trazidos de casa por esse aluno juntamente com o conhecimento acadêmico que a escola vem
a proporcionar.

Para o desenvolvimento deste trabalho, realizou-se pesquisas bibliográficas em diferentes


autores (ABRAMOVICH 1989), COELHO (1991), FARIA 1994), FREIRE 1983), GIOLLO (2012),
LAJOLLO e ZILBERAN (2010), entre outros.) que tratam acerca do assunto, que abordam a
Literatura Infantil e as concepções de infância afim de apresentarmos o histórico da Literatura para
crianças na Europa entre os séculos IX e XVIII até o seu surgimento no Brasil, bem como o conceito
de infância (ZILBERMAN (1985), SILVA (2009), ÁRIES (2006), CARVALHO (1983), LAJOLO e
ZILBERMAN ( 2010 ) e como o mesmo mudou durante o transcorrer do tempo histórico.
Fundamenta-se este trabalho também em autores que abordam a questão da ludicidade como Pozo
(2002), Moraes (2012), Vygotsky (1998) entre outros.

O corpo teórico possibilitará a reflexão acerca da importância literatura voltada para a


infância no desenvolvimento da criança porque,

A Literatura é, sem dúvida, a forma de recreação mais importante na vida da criança:


por manipular a linguagem verbal, pelo papel que desempenha no crescimento
psicológico, intelectual e espiritual da criança; pela riqueza de motivações, de
sugestões e de recursos que oferece. Ouvindo estórias, dizendo um poema, lendo,
dramatizando um texto, realizando um jogral ou um coro falado, encenando uma peça
de teatro, de todas essas maneiras a criança, desde os 3 anos, está divertindo-se,
enriquecendo a sua linguagem e a sua bagagem cultural, ajustando-se ao seu mundo
afetivo, através de símbolos (respostas a suas tensões) e liberando seus impulsos. E
todas essas modalidades são formas de Literatura. (CARVALHO, 1983, p. 176-177).

A literatura infantil se faz importante no desenvolvimento cognitivo da criança pois por meio
dela a criança interage com o outro possibilitando assim o desenvolvimento da linguagem e
ampliação de sua bagagem cultural. Por meio do uso da linguagem em diferentes formas de interação
com a leitura, sejam elas ouvindo histórias ou até mesmo recontando contos, a criança se relaciona
com o mundo da imaginação e ao mesmo tempo constrói seu repertorio lingüístico por meio da
interação com o outro. Pensando na alfabetização como um processo importante na vida escolar dos
alunos é na escola que se dá o primeiro contato mais formal com o código escrito, embora os alunos
já estejam familiarizados com diferentes materiais escritos que circulam em suas vidas além do
ambiente escolar. Para tornar esse processo um momento mais tranqüilo, prazeroso e significativo, é
importante que o professor se comprometa com um trabalho voltado para o lúdico de modo que a
ponte entre o ensino baseado no faz de conta, trabalhando com a imaginação e significado para a
criança possibilite a compreensão do educando.

Assim o lúdico vem para agregar ao processo de alfabetização dos alunos, pois atividades e
ações que culminam no brincar, na contação e na vivência e na recriação e criação de novas historia
bem como de apropriação cultural de novas formas de brincar compreende um modo mais prazeroso
de desenvolver a aprendizagem, fazendo com que o aluno se aproprie da escrita mais facilmente e
mais rapidamente. Além disso, as atividades lúdicas despertam no aluno mais interesse e os
deixando-os assim mais envolvidos, mais motivados.

È por meio da brincadeira e do faz de conta que a criança desenvolve a identidade e a


autonomia,bem como a capacidade de socialização, mediada através da interação e experiências de
regras perante a sociedade. Assim as questões norteadoras acerca da problemática deste trabalho são:
O professor em sala de aula pode mediar o processo de alfabetização utilizando jogos e brincadeiras
oferecendo uma aprendizagem lúdica? Como estão inseridos jogos e brincadeiras na organização
do trabalho em sala de aula? As atividades propostas como lúdicas pelo professor são efetivamente
vivenciadas pelas crianças? De que formas a ludicidade pode romper com transição abrupta da rotina
d e educação infantil para o ensino fundamental? E como isso pode ser benéfico para o
desenvolvimento da criança?
Para o desenvolvimento da investigação fez-se necessário realizar uma pesquisa de cunho
bibliográfica. A realização desse tipo de pesquisa justifica-se pela necessidade de mobilização de
uma base teórica afim de que se realize uma reflexão sobre dados empíricos extraídos da realidade,
cujas inferências e categorizações possibilitarão resultados aproximativos das questões investigativas
do presente trabalho.
1 PROBLEMA

A escola vista como uma organização social, cultural e humana requer que cada sujeito
envolvido tenha o seu papel definido num processo de participação efetiva para o desenvolvimento
das propostas a serem executadas. Pensando na organização do trabalho pedagógico voltado para o
trabalho em turmas de alfabetização, na utilização de jogos e brincadeiras por ele proposto, no uso da
literatura e da representação como instrumento, na sua concepção sobre a aprendizagem lúdica e na
vivência das crianças atrelada a esse processo, algumas questões orientaram esta investigação: O
professor em sala de aula pode mediar o processo de alfabetização utilizando jogos e brincadeiras
oferecendo uma aprendizagem lúdica? Como estão inseridos jogos e brincadeiras na organização
do trabalho em sala de aula? As atividades propostas como lúdicas pelo professor são efetivamente
vivenciadas pelas crianças? De que formas a ludicidade pode romper com transição abrupta da rotina
d e educação infantil para o ensino fundamental? E como isso pode ser benéfico para o
desenvolvimento da criança?
2 JUSTIFICATIVA
Pensamos que não pode mos perder a sensibilidade do que a escola representa para
nossas crianças; A beleza, o encantamento e a poesia que define nossa primeira infância são
responsáveis pela formação do sujeito como um todo. Sabe-se que a brincadeira faz parte da vida da
criança e incluir o jogo e a brincadeira no campo educacional tem como pressuposto o duplo aspecto
de servir ao desenvolvimento desse aluno enquanto indivíduo, e à construção do conhecimento.
Brincar e jogar são coisas simples na vida das crianças. De acordo com Kishimoto, o brincar é:
“Brincar é uma atividade que facilita o desenvolvimento físico, cognitivo,
psicológico, estimula o desenvolvimento intelectual, possibilita as
aprendizagens”. Mas conceituar o termo não é tarefa fácil. Kishimoto
salienta que é muito complexo definir jogo, brinquedo e brincadeira.
Uma mesma conduta pode ser jogo ou não jogo em diferentes culturas,
dependendo do significado a ela atribuído. (Kishimoto 2003, p.15)

O jogo, o brincar e o brinquedo propriamente dito desempenham um papel fundamentalmente


na aprendizagem, e negar o seu papel no âmbito escolar é talvez renegar a nossa própria história de

aprendizagem e não obstante disso a própria identidade da criança. Assim quando pensamos em

ludicidde visualizamos assim uma pratica pedagógica que visa a criação de valores e atrai a
capacidade de se querer algo novo.
Notadamente vemos que a escola não deixa de ser o centro do aprendizado, mais
uma fonte norteadora de valores almejados tanto pela sociedade acadêmica quanto civil. È no
âmbito escolar que muitos alunos tem o contato inicial com o mundo da leitura; Quando feito
deforma prazerosa e se estimula o faz de conta , a criança pode experimentar novos conceitos e
perspectivas alem do ambiente ao qual convive. Assim atrelando a leitura e o processo de
alfabetização e letramento ao brincar podemos desenvolver amplamente as competências essenciais
para o desenvolvimento da escrita de forma prazerosa a criança, pois o brincar é a essência da
infância.
“É no brincar, e somente no brincar que o indivíduo, criança ou o
adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é
somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”.(Winnicott, 1975
p. 12

O lúdico favorece a autoestima e a interação de seus pares, propiciando situações de


aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. É jogando e experênciando o faz
de conta e a troca de realidades é que a criança aprende a agir, tem sua curiosidade estimulada e
exercita sua autonomia.

3 HIPÓTESES
Na educação o brincar é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite,
através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A proposta do lúdico é promover
uma alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das
características do conhecimento do mundo. È por meio da brincadeira e do faz de conta que a criança
consolida as bases e constrói as habilidades e competências necessárias para a alfabetização.
Levando e m consideração que a criança precisa senti r -se atraída pelo objeto de
aprendizagem , p ode -se dizer que o conta to com brinquedos, jogos e atividades em grupo
tornam-se instrumentos importante para a formação de sujeitos autônomos e com a consciência de
trabalho coletivo.
Por meio da participação em jogos e brincadeiras, o aluno socializa, integrando-se com os
outros. É necessário que a criança encontre na escola um espaço que seja favorável às suas
brincadeiras, uma vez que brincar leva-a a experimentar novas sensações, assumir vários papéis,
fazer descobertas sobre si e o outro. Sendo assim, é fundamental compreendermos a importância da
inserção e utilização de jogos e brincadeiras na prática pedagógica.. Portanto, essa pesquisa parte da
hipótese que a ludicidade é de funda mental importância para a formação da autonomia ,
desempenhando o papel de educar, instruir e construir as múltiplas habilidades necessárias para
que o ato de ler e escrever e efetivamente se compreenda oque esta escrito seja consolidado no
processo de desenvolvimento da criança.
4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL


Analisar o emprego de jogos e brincadeiras bem como o uso coadjuvante da literatura, como
estratégias mediadoras na organização do trabalho pedagógico em turma de alfabetização.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar a importância do brincar e do faz de conta com o intuito do educador se volte para
esse trabalho.
Realizar atividades utilizando instrumentos práticos e teóricos nas atividades das crianças.
Apresentar o lúdico como ferramenta de aprendizagem.
Estabelecer relação entre a alfabetização lúdica e as expectativas dos alunos diante de
atividades com jogos e brincadeiras.
5 METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada para alcançar os objetivos propostos será a pesquisa de cunho
bibliográfico e documental. Entende-se por pesquisa bibliográfica, como sendo aquela que é feita a
partir de material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos. De acordo
com GIL (1999) a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside:
[...] no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla do aquela que poderia pesquisar diretamente.
Essa vantagem se torna particularmente importante quando o problema de
pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. (p.65)

É por meio da pesquisa de cunho bibliográfico que o pesquisador consegue atingir uma gama
maior de dados e de fatos que serão utilizados a fim de fundamentar sua pesquisa. Porem em alguns
momentos a pesquisa bibliográfica pode vir a comprometer a qualidade da pesquisa quando se utiliza
dados coletados de forma duvidosa. Porem para que se reduza essa possibilidade o pesquisador que
se utiliza desse método de pesquisa deve assegurar que os dados utilizados foram obtidos por meio
de uma análise profunda de cunho critico dos documentos ou livros tendo como foco central dessa
analise as condições que os mesmos foram obtidos de modo que se percebam possíveis incoerências
e contradições nos dados informados. De acordo com Baruffi (2004) por sua característica
eminentemente bibliográfica exige:
[...] que o pesquisador assuma uma atitude crítica diante dos documentos e
livros, buscando delinear com clareza o referencial teórico a ser adotado, seja
na elaboração do plano de trabalho, seja na seleção de autores. A finalidade da
pesquisa bibliográfica é a de colocar o pesquisador em contato direto com
tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto. (p.60)

Tendo os devidos cuidados em relação as fontes utilizadas a pesquisa bibliográfica em sua


essência vem a utilizar-se dos referenciais teóricos para pautar a explicação de um determinado
fenômeno utilizando-se de diversas fontes afim de colocar o pesquisar em contado com diferentes
literaturas acerca do que está sendo pesquisado.
6 CRONOGRAMA

Atividades Meses
4 5 6 7 8 9 10 11 12
Formulação do projeto X
Leitura da bibliografia X X
Analise e redação da 1ª versão do texto X X
REVISÃO do texto X X
Redação definitiva
Entrega do TCC
7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
7.1- A ludicidade em seu aspecto mais geral.

Os Parâmetros Curriculares destacam que “para aprender a ler e a escrever é preciso pensar
sobre a escrita, pensar sobre o que a escrita representa e como ela representa graficamente a
linguagem” (BRASIL, 1997, p. 82). È através dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação
Infantil que é importante refletir sobre a relação entre o brincar e a educação, no sentido de respeitar
a idade dos alunos no processo contínuo de alfabetização em que as crianças se encontram,

Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a


coordenação das experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos
manipulados sugerem ou provocam no momento presente. Pela repetição
daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da memória, atualizam seus
conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando- os por meio da
criação de uma situação imaginária nova. Brincar constitui se, dessa forma,
em uma atividade interna das crianças. (Brasil, 1998, p. 23, v.2)

Entende-se nesse sentido que o espaço para a brincadeira é fundamental para o


desenvolvimento da criança e, por isso, o mesmo deve estar presente na sala de aula. È por
meio do brincar a criança se desenvolve mais facilmente e de forma muito mais ativa e
prazerosa. É de extrema importância que a escola proporcione momentos de brincadeiras,
onde a criança possa soltar sua imaginação,experiência novas perspectivas e compartilhar as
experiências que já trazem consigo. Nesse aspecto cabe ao docente por meio da observação e
aplicação de atividades baseadas em uma seqüência didática voltada a prender sua atenção.
Vários são os jogos que podem ser construídos utilizando os nomes
próprios, como, por exemplo, bingo, jogo da memória, dominó, e que podem ser
reconstruídos substituindo as letras, as imagens ou os números, respectivamente,
pelo nome dos integrantes do grupo (BRASIL, 1998, p. 38, v. 2)

A brincadeira, bem como os jogos tradicionais ou e tabuleiro, sob essa ótica pedagógica
voltada ao planejamento das ações do professor funciona como um desafio, tanto que a
competitividade - em geral, presente nos jogos – torna-se um aspecto que venha a atrair os alunos
nessa idade. O professor, assim, pode aliar seus objetivos pedagógicos aos desejos dos alunos por
meio de jogos, leituras expressão corporal bem como outras ações, utilizando-os em suas atividades
diárias, proporcionando um ambiente prazeroso, de modo que o lúdico seja uma ferramenta presente
e torne a aprendizagem assim mais significativa.
Segundo o Ministério da Educação (2004), a LDB estabelece no art.2º que a criança desde
pequena possui seu ritmo e modo diferente de aprender – ler, escrever, brincar, falar. Sendo assim,
uma educação voltada para estes aspectos, precisa ser pensada de modo que o foco seja direcionado a
essas características:

- O ser humano é ser de múltiplas dimensões;


- Todos aprendem em tempos e em ritmos diferentes;
- O desenvolvimento é um processo contínuo;
- O conhecimento deve ser construído e reconstruído,
processualmente e continuamente. (BRASIL, 2004, p. 13)
-

Nesse sentido quando a criança entra na escola, tudo é novo para ela. Pensando nessa
novidade é de suma importância que ela sinta-se acolhida, respeitada, de modo que vê a escola como
um ambiente agradável, prazeroso, ate mesmo uma extensão do seu lar onde se possa brincar,
expressar-se, relacionar-se. As crianças já muito antes da sua inserção no ambiente escolar aprendem
na vivência com seu meio. Assim o educador tem a função primordial de realizar uma proposta
pedagógica articulada com a cultura, o meio ambiente, a linguagem atreladas as vivências
características dos alunos a que atende. Isso deve acontecer de modo prazeroso e o mais lúdico
possível.

7.2-CONCEITUAÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E LUDICIDADE.

No livro “Psicogênese da língua escrita” (1999), Emilia Ferreiro e Ana Teberosky discutem o
processo de aquisição da língua escrita tomando como foco principal o modo como a criança
aprende. As autoras tratam acerca do modo como a criança reflete acerca do processo de aquisição
da própria escrita que está em seu meio ou seja o meio social ao qual a criança se insere. Para as
autoras, “nenhuma criança entra na escola regular sem nada saber sobre a escrita e que o processo
de alfabetização é longo e trabalhoso para todas, não importa a classe social.” (1999, p. 08). Sob
essa ótica podemos entender que a criança está inserida num mundo letrado, onde, a partir do seu
contato passará a exercer a leitura para, quando entrar na escola, aperfeiçoar este aprendizado. Assim
é papel do meio escolar fornecer materiais atrativos propiciando ambientes que desenvolvam o
raciocínio e a interação dos docentes com a língua escrita. Pelegrini apud Emília Ferreiro aponta que:

Alfabetização não é um estado, mas um processo. Ele tem inicio muito cedo e
não termina nunca. Nós não somos igualmente alfabetizados para qualquer
situação de uso da língua escrita. Temos mais facilidade para ler determinados
textos e evitamos outros. O conceito também muda de acordo com as épocas, as
culturas e a chegada da tecnologia. (FERREIRO & TEBEROSKY, 2003, p.28)

Como podemos ver não é necessariamente responsabilidade somente do amiente que cerca a
criança que favorece a alfabetização. Proporcionar desafios aos alunos é fazer com que eles possam
reflitir diante da escrita, construindo assim, conhecimento, a partir de seu envolvimento com a
mesma. Para alfabetizar, é necessário que o professor reveja muitos conceitos de sua prática e
apropriar-se de muitas elaborações diversificadas,recorrendo muitas vezes de recursos ludicos a fim
de proporcionar aos alunos aulas interessantes, motivadoras e que os levem à busca por novas
descobertas.
Fortuna (2000, p.2), afirma que: “A atividade lúdica assinala, assim, a evolução mental”,
reforçando a idéia de que o lúdico pode enriquecer as aprendizagens também no contexto escolar,
pois é um recurso atrativo para os alunos, mantendo-os muitas vezes, extremamente envolvidos em
função do prazer que envolve e a autora também afirma que muitos educadores resistem à idéia de
que ludicidade é importante para a aprendizagem, conforme citação a seguir:

Convencê-los da importância para a aprendizagem, no entanto, não é simples.


Muitos educadores buscam sua identidade na oposição entre brincar e estudar: os
educadores de crianças pequenas, recusando-se a admitir sua responsabilidade
pedagógica, promovem o brincar; os educadores das demais séries de ensino
promovem o estudar. Outros tantos, tentando ultrapassar essa dicotomia, acabam
por reforçá-la, pois, com frequência, a relação jogo-aprendizagem invocada
privilegia a influência do ensino dirigido sobre o jogo, descaracterizando-o ao
sufocá-lo. (FORTUNA, 2000, p.2)

Segundo Tânia Fortuna (2000, p. o2), “brinquedo e brincadeira relacionam- se com


a criança, e não podem ser confundidos com o jogo”. O jogo possui regras. Já as
brincadeiras são livres, podem ou não ter regras. Para Fortuna (2000, p. 10), “brincar
desenvolve a imaginação. O jogo desenvolve o raciocínio”. Quando a autora coloca (2000,
p.5), “Novamente é preciso suportar o paradoxo,aprendendo com o brincar, para
aprender brincando”,
Assim podemos retratar a essência da ludicidade como sendo a sala de aula um
grande palco para que o lúdico possa se fazer presente, em meio as aprendizagens; neste
caso, em meio aos processos de desenvolvimento da alfabetização bem como o contato
com a literatura, o manusear dos livros na educação infantil, a produção do faz de conta
bem como ouvir, contar e recontar historias dos alunos de modo a propiciar uma
aprendizagem prazerosa.O lúdico permite que essa experimentação seja possível e o
contato seja feito de forma prazerosa. Assim o professor passa de somente um reprodutor
de condutas e assume uma postura de ludo professor com a qual por meio de brincadeiras e
do faz de conta, da expressão corporal, teatro, brincadeiras, jogos, entre outros meios fará
com que esses alunos se aproximem da literatura e também possam produzir conteúdo por
meio de suas vivências e ressignificar conceitos e adquirir novos aprendizados.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil. Gostosuras e bobices, São Paulo: Spicione,1989.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BARUFFI, H. Metodologia da pesquisa: manual para elaboração de monografia.
Dourados (MS): HBedit, 2004.
CARVALHO, B. V. de. A Literatura Infantil – Visão Histórica e Crítica. 2. ed. São Paulo:
Edart, 1983.
CARNEIRO, M.A.B. A LITERATURA INFANTIL E O DESENVOLVIMENTO DA
LINGUAGEM NA CRIANÇA. Disponível
em:http://www.pucsp.br/educacao/brinquedoteca/downloads/a-literatura-infantil-e-o-
desenvolvimento-da-linguagem-na-crianca.pdf. Acesso em : 29/12/2017.
CASTRO, A. S. Ventura P. de. Ziraldo em diálogo com os clássicos: Flicts e O patinho
feio; Planeta lilás e Chapeuzinho vermelho; O menino maluquinho e Peter Pan. Juiz de
Fora – MG: Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2008. Disponível em:
http://letras.cesjf.br/node/3318. Acesso em 19 out. de 2017.
COELHO, N. N. Panorama Histórico da Literatura Infantil Juvenil. 4. ed. São Paulo:
Ática, 1991.
COELHO, N. N. Literatura infantil. São Paulo: Ed. Moderna, 2000.
FARIA, A. R. O pensamento e linguagem da criança segundo Piaget. São Paulo: Ática,
1994.
FREITAS, A.G. A importância da Literatura Infantil no Processo de Alfabetização.
Disponível em: http://periodicos.uesb.br/index.php/praxis/article/viewFile/1589/1461. Acesso
em : 26/12/2017.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, 1999 ed. Atlas.
GIOLLO, T. A. C. Literatura Infantil e infância: um panorama histórico da produção
literária voltada para crianças. Projeto de Pesquisa de Monografia de Conclusão de Curso.
Curso de Pedagogia. Faculdade Cenecista de Capivari – CNEC. 41 p. 2012.
GÓES, L. P. Introdução à Literatura para crianças e jovens. São Paulo: Paulinas, 2010.
GREGORIN FILHO, J. N. Literatura Infantil: múltiplas linguagens na formação de
leitores- São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009.
LAJOLO, M; ZILBERMAN, R. Literatura infantil: história e histórias. São Paulo: Ática,
1994.

__________. Literatura Infantil Brasileira – História e Histórias. 6. ed. São Paulo: Ática,
2010.
LEMOS, S.A.N. Linguagem e Infância: a Literatura Infantil no Processo de Desenvolvimento
da Criança Pequena. Revista Cientifica aprender. 3ª edição,
2009.http://revista.fundacaoaprender.org.br/?p=49. Acesso em 22/11/2017.MARQUES,
M.J.D.V.PNBE: UM RECURSO PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR MEDIADOR
DE LEITURA.RPD – Revista Profissão Docente, Uberaba, v.13, n. 27, p.71-86, jan/jun. 2013
– ISSN 1519-0919 PATRINI, M. L. A renovação do conto: emergência de uma prática
oral. São Paulo: Cortez, 2005. In CARNEIRO, M.A.B. A LITERATURA INFANTIL E O
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA CRIANÇA. Disponível
em:http://www.pucsp.br/educacao/brinquedoteca/downloads/a-literatura-infantil-e-o-
desenvolvimento-da-linguagem-na-crianca.pdf. Acesso em: 29/12/2017.SILVA, A. L.
Trajetória da literatura infantil: da origem histórico e do conceito mercadológico ao
caráter pedagógico na atualidade. Revista Eletrônica de Educação do UNIVEM, Marília,
v.2-n.2, p.135-149, 2009.SCHARF, R. F. A escola e a leitura, dissertação de Mestrado,
Universidade do Sul de Santa
Catarina,Tubarão,2000.Disponivelem:http://gephisnop.weebly.com/uploads/
2/3/9/6/23969914/a_escola_e_a_leitura.pdf. Acesso em : 28 /12/2017.

Você também pode gostar