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Índice

1. Introdução...........................................................................................................................3

1.1 Objectivos.......................................................................................................................4

1.1.1 Geral..................................................................................................................................4

1.1.2 Específicos........................................................................................................................4

1.1.3 Metodologias.....................................................................................................................4

1.2 Local do estágio...................................................................................................................4

2. Importância da planificação no melhoramento de prestação de serviços para a saúde


Publica........................................................................................................................................5

2.1 Saúde Pública: conceitos, evolução e abordagens...............................................................5

2.2 Saúde pública, sistema de saúde e serviços de saúde...........................................................6

2.3 Modelos de melhoria da saúde das comunidades................................................................7

2.3.1 Modelo PRECEDE – PROCEED.....................................................................................8

2.3.2 Abordagem Planeada à Saúde Comunitária (PATCH)...............................................8

2.3.3 Mobilizar para a Ação através do Planeamento e Parcerias (MAPP).........................8

2.4 Planeamento da saúde.....................................................................................................9

2.4.2 Etapas do planeamento em saúde..............................................................................10

2.4.2.1 Diagnóstico de situação de saúde..............................................................................10

2.4.2.2 Definição de prioridades..............................................................................................11

2.4.2.3 Estabelecimento de objetivos.......................................................................................12

2.4.2.4 Metas............................................................................................................................12

2.4.2.5 Formulação e desenvolvimento de intervenções..........................................................13

2.4.2.6 Determinação de requisitos e recursos.........................................................................13

2.4.2.7 Monitorização e avaliação............................................................................................14

2.5 Instrumentos do planeamento em saúde............................................................................14

2.5 Desafios do planeamento em saúde..............................................................................15

2.6 Planeamento estratégico.....................................................................................................17

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3.1 Actividades desenvolvidas no sector de planificação........................................................19

3.2 Discussão............................................................................................................................19

3.4 Conciliação da teoria e a prática........................................................................................19

3.3 Analise critica.....................................................................................................................20

3.4 Dificuldades.......................................................................................................................20

4.1 Conclusão...........................................................................................................................21

4.2 Propostas e recomendações................................................................................................22

1.3 Referencias bibliográficas..................................................................................................23

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1. Introdução

A operação dos negócios em Saúde tem se tornado cada vez mais complexa devido aos
desafios que surgem constantemente no setor. A demanda por serviços que entregam valor e
qualidade aos clientes também tem crescido nos últimos tempos, o que faz com que as
organizações de Saúde se cerquem de estratégias voltadas para a manutenção e evolução do
negócio. Assim, o planeamento em Saúde tem como espinha dorsal a definição de objetivos e
estabelecer metas que permitam acompanhar a evolução dos resultados, sempre com uma
visão voltada para a tomada de ação que traga a melhoria da entrega dos serviços e
resultados.

Neste trabalho, pretendemos trazer alguns dados referentes ao processo de planificação no


sector de saúde do Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social de Chimoio.

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1.1 Objectivos

1.1.1 Geral
 Descrever a importância da planificação no melhoramento de prestação de serviços
para a saúde Publica.

1.1.2 Específicos
 Descrever os modelos de melhoria da saúde das comunidades.
 Apresentar as formas de Planeamento da saúde.
 Identificas as etapas do planeamento em saúde e os instrumentos do planeamento em
saúde.

1.1.3 Metodologias
 Para a realização deste trabalho, usamos a consulta das referências bibliográficas e a
observação directa, na qual os estudantes presenciaram as actividades.

1.2 Local do estágio


O estágio realizou-se no Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social de Chimoio -
SDSMAS, tendo iniciado no dia 15 de Fevereiro de 2021 e terminou no dia 02 de Abril de
2021.

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2. Importância da planificação no melhoramento de prestação de serviços para a
saúde Publica

2.1 Saúde Pública: conceitos, evolução e abordagens

O conceito de saúde pública carateriza-se por uma grande diversidade de terminologias e


interpretações. Porém, nos países ocidentais, a tendência consiste na adoção da definição
abrangente de saúde pública, como a promoção de "esforços organizados da sociedade"
suscetíveis de terem impacto sobre a saúde humana no sentido mais amplo (Colin, 2004).

De acordo com Acheson (1988), a saúde pública é a ciência e a arte de prevenir as doenças,
prolongar a vida e promover a saúde através dos esforços da sociedade organizada. Segundo
Detels e Breslow (2002), a saúde pública abrange o processo de mobilização e distribuição
dos recursos a nível internacional, nacional e local para assegurar as condições em que as
pessoas possam ser saudáveis.

As ações no âmbito da saúde pública são baseadas no conhecimento científico relativo aos
fatores que influenciam a saúde e a doença. Designadamente, as ciências básicas da saúde
pública são constituídas pela epidemiologia e a bioestatística, mas o seu uso efetivo depende
também do conhecimento proveniente da biologia, medicina, demografia, ciências sociais e
estatística (Detels; Breslow, 2002).

Na generalidade, as principais responsabilidades da saúde pública como especialidade da


medicina estão relacionadas com a vigilância da saúde da população, a identificação das
necessidades de saúde, o fomento de políticas que promovam a saúde e avaliação dos
serviços de saúde, bem como o planeamento e coordenação de medidas de promoção e
manutenção da saúde (Acheson,1988).

A saúde pública identifica, mede e monitoriza as necessidades e evolução da saúde ao nível


local, nacional e global, através da vigilância das doenças e dos fatores de risco. A análise da
evolução da saúde e a existência de um sistema de informação funcional fornecem a
informação essencial para prever e antecipar as necessidades de saúde futuras de uma
comunidade. Porém, para melhorar a saúde da população é necessário formular, promover e
reforçar as políticas de prevenção e controlo de doenças transmissíveis e não transmissíveis,
bem como as de redução da prevalência de fatores de risco para a saúde. A influência das
políticas e ações a nível global, nacional e local constitui uma das funções essenciais da saúde
pública (Detels et al., 2015).

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A OMS Europa (WHO, 1999b) identificou as áreas e funções chave da saúde pública. Estas
podem ser resumidas: na compreensão da saúde e da doença; na medição do estado de saúde;
numa apropriada vigilância e controlo da doença; na promoção da saúde e do bem-estar; na
avaliação e melhoria dos resultados em saúde; no trabalho intersetorial e colaborativo. Estas
áreas definem o papel da saúde pública num sistema de saúde que inclui os cuidados de saúde
e assegura que as decisões apropriadas são tomadas (Holland, 2002).

2.2 Saúde pública, sistema de saúde e serviços de saúde


Um princípio unificador da saúde pública é a sua natureza essencialmente "pública" e o facto
de se concentrar principalmente na saúde de toda a população. A saúde pública pode ser
entendida como um aspeto fundamental do sistema de saúde em geral e pode desempenhar
um papel importante na melhoria da eficácia e eficiência da resposta do sistema de saúde
(WHO, 2012a).

A saúde pública adota uma perspetiva abrangente, focando as suas ações em muitos
determinantes da saúde para melhorar e manter a saúde da população e bem-estar. Embora os
cuidados de saúde estejam incluídos nos determinantes da saúde, esta perspetiva não se
restringe a estes. Assim, os cuidados de saúde detêm um impacto limitado na saúde da
população, comparativamente a outros determinantes, tais como os hábitos de vida
(Glouberman; Millar, 2003; WHO, 1986).

De acordo com a Carta de Tallinn (WHO, 2008), dentro do quadro político e institucional de
cada país, um sistema de saúde é “o conjunto de todas as organizações, instituições e recursos
públicos e privados mandatados para melhorar ou restaurar a saúde. Os sistemas de saúde
abrangem serviços pessoais e populacionais, bem como atividades para influenciar políticas e
ações de outros setores para abordar os determinantes sociais, ambientais e económicos da
saúde".

O setor dos cuidados de saúde é composto por recursos profissionais, institucionais e outros
que estão estruturados para fornecer bens e serviços à população, com o objetivo de melhorar
a saúde (Pineault; Lessard 1984). Neste sentido, a sua preocupação principal consiste em
satisfazer as necessidades dos indivíduos que procuram cuidados. Isto envolve o planeamento
de acordo com a oferta e procura: a produção modifica-se de acordo com a procura e a
procura é influenciada pela oferta eficaz dos serviços. Os serviços de saúde são geridos de
acordo com as lógicas de gestão e administração, sendo a perspetiva organizacional
dominante (Pineault; Daveluy, 1995). Historicamente, este planeamento de serviços tem

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maioritariamente como alvo os utilizadores. Assim, as necessidades dos não-utilizadores têm
sido tradicionalmente consideradas inadequadamente, e o planeamento de base populacional
não tem sido proeminente.

Em muitos países a saúde pública tem evoluído em paralelo com os serviços de saúde, com
pouca interação entre estes (Lévesque; Bergeron, 2003). Neste sentido, é necessário mudar o
processo de planeamento baseado na prestação de serviços individuais, para um processo de
planeamento direcionado para a comunidade. Esta perspetiva introduz a noção de território
no processo de planeamento. O planeamento não deve responder somente às necessidades
dos utilizadores dos serviços, mas também considerar as necessidades de indivíduos ou
grupos que, por uma variedade de razões, atualmente não utilizam os cuidados de saúde para
satisfazer as suas necessidades.

2.3 Modelos de melhoria da saúde das comunidades


Uma comunidade é comumente designada como sendo uma área geográfica com limites
específicos. Porém, no âmbito da saúde comunitária, uma comunidade é um grupo de pessoas
que têm caraterísticas comuns e que podem ser definidas por áreas geográficas, etnias, grupos
sociais, idade, problemas específicos, interesses ou vínculos (Brito, 2007).

Nos últimos 25 anos, têm sido desenvolvidos vários modelos de identificação de


necessidades e planeamento da saúde das comunidades, de educação em saúde e de
programas de desenvolvimento. Um processo de planeamento de melhoria da saúde da
comunidade utiliza dados do diagnóstico de saúde da comunidade para desenvolver e
implementar estratégias de ação e estabelece a responsabilização para garantir um
desenvolvimento de saúde efetivo. Um processo de planeamento de melhoria da saúde da
comunidade pretende ir para além do desempenho de uma organização individual, para servir
um segmento específico de uma comunidade, de modo que as atividades de muitas
organizações contribuam para a melhoria da saúde da comunidade (NACCHO, 2009).

Alguns modelos de planeamento de saúde pública são dirigidos a estratégias de saúde pública
abrangentes, enquanto que outros estão focados no planeamento para um determinado
problema de saúde pública, como o planeamento para o controlo das doenças oncológicas ou
do abuso de substâncias. Neste âmbito, alguns dos modelos mais difundidos são o modelo
PRECEDE–PROCEED (Predisposing, Reinforcing, and Enabling Constructs in
Educational/Ecological Diagnosis and Evaluation- Policy, Regulatory, and Organizational
Constructs in Educational and Environmental Development); o MAPP (Mobilizing Action

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through Planning and Partnership); o PATCH (Planned Approach to Community Health); e o
CHIP (Community Health Improvement Program) (NACCHO, 2009).

2.3.1 Modelo PRECEDE – PROCEED


Este é um dos modelos de referência no planeamento da saúde, existindo muitos exemplos da
sua aplicação a nível mundial (Ying et al., 2009). Foi desenvolvido nas décadas de setenta e
oitenta por Green e os seus princípios preconizam a identificação prévia do resultado
desejado, e as causas do resultado desejado, antes da implementação de uma solução. Assenta
em intervenções baseadas na comunidade, com a mobilização e colaboração dos destinatários
dos programas, incorporando a sua visão e valores no processo de gestão da mudança
(Loureiro; Miranda, 2016).

Assim, este modelo consiste num processo de avaliação e planeamento de promoção da


saúde, em que as comunidades "precedem", definindo o resultado desejado e desenvolvendo
avaliações sociais, epidemiológicas, educacionais, ecológicas, administrativas e de políticas
para identificar causas de problemas de saúde. Depois, "procedem" com intervenção e
avaliação (Green; Kreuter, 1991).

2.3.2 Abordagem Planeada à Saúde Comunitária (PATCH)

Desenvolvido pelo CDC, em 1983, foi construído para planear, executar e avaliar programas
de promoção da saúde e prevenção da doença. Combina princípios da participação da
comunidade com os do diagnóstico epidemiológico.

O sucesso deste modelo está ligado ao envolvimento ativo dos membros da comunidade no
processo; ao tempo; aos recursos; à metodologia; à recolha e tratamento da informação; na
orientação do desenvolvimento do programa; e no fortalecimento da coesão entre os atores
chave das organizações envolvidas (US. Department of Health and Human Services, 2009).

2.3.3 Mobilizar para a Ação através do Planeamento e Parcerias (MAPP)

Desenvolvido pelo National Association of County and City Health Officials (NACCHO)
com o CDC é uma ferramenta de planeamento estratégico para melhorar a saúde da
comunidade. Facilitada pela liderança da saúde pública, esta ferramenta ajuda as
comunidades a priorizar problemas de saúde pública, bem como a identificar os recursos e
soluções para minimizá-los.

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O envolvimento comunitário é o componente fundamental do MAPP. A participação da
comunidade leva a um pensamento coletivo e, em última análise, resulta em soluções eficazes
e sustentáveis para problemas complexos (NACCHO; CDC, 2009). Os elementos comuns a
estes diferentes modelos incluem os seguintes passos: preparar e planear; envolver a
comunidade; desenvolver um objetivo ou visão; realizar o diagnóstico da saúde da
comunidade; executar a priorização das questões de saúde; desenvolver um plano de melhoria
da saúde da comunidade; implementar um plano de melhoria da saúde da comunidade; e
avaliar e monitorizar os resultados (NACCHO; CDC, 2009).

A disponibilidade de diferentes abordagens fornece aos profissionais de saúde pública a


flexibilidade para conciliar o modelo apropriado com o objetivo pretendido, bem como a
utilização de um modelo que se encaixa dentro das normas e expetativas de uma organização
e que reúne a aceitação da comunidade envolvida. Os planos também podem ser desenhados
utilizando mais de um modelo. A possibilidade de combinar elementos de diferentes modelos
oferece uma maior flexibilidade no desenho do plano, mas também origina a necessidade de
um instrumento de avaliação que permanece fiável através do corpo diverso e expansão do
âmbito dos planos de saúde pública (NACCHO; CDC, 2009).

2.4 Planeamento da saúde

O termo planeamento pode ser utilizado em diferentes âmbitos, abordagens e com diversos
sentidos. Apesar de existirem diferentes definições, todas as abordagens do planeamento têm
um elemento em comum, que consiste na preocupação com a tomada de decisão relacionada
com o futuro. Nesta perspetiva, o planeamento não se restringe às organizações (Green,
2007).

2.4.1 Planeamento da saúde


Em muitos países de médio e baixo rendimento, o início do planeamento de saúde remonta a
1970, onde ocorreu uma transição do pensamento económico para objetivos sociais,
incluindo a saúde (Green, 2007).

De acordo com Durán (1989), o planeamento da saúde consiste no “processo que a


administração da saúde em conjunto com a população leva a cabo, para conseguir em áreas e
prazos determinados, os melhores níveis de saúde das populações em causa, utilizando do
modo mais racional e eficazes os recursos à sua disposição”.

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Imperatori e Giraldes (1993) enfatizam que “o planeamento em saúde vai para além do
planeamento dos serviços de saúde e requer uma análise multissetorial da comunidade, a
coordenação entre os vários níveis de planeamento (local, regional e central), bem como o
envolvimento de todos os setores económicos e sociais que condicionam a saúde da
população”.

Segundo Tavares (1992), o planeamento da saúde é um auxiliar na tomada da decisão que


permite uma racionalização na aplicação dos recursos de saúde, que são sempre escassos seja
qual for o país ou o sistema de saúde adotado. De acordo com Green (2007), “o planeamento
é uma abordagem sistemática para atingir objetivos explícitos para o futuro através do uso
apropriado e eficiente dos recursos, disponíveis no momento e no futuro”.

Os elementos-chave destas definições consistem nos objetivos (onde queremos ir), nos
recursos (com o quê), como (implementação apropriada e eficiente), quando (no futuro), e no
grau de formalização do processo (explicitação, sistematização e metodologia).

2.4.2 Etapas do planeamento em saúde

O modo como o planeamento é desenvolvido reflete uma variedade de fatores. Estes incluem
a estrutura organizacional, os objetivos e missão das organizações, o poder relativo dos
diferentes grupos, assim como os seus próprios objetivos, o clima político e ideológico do
país e a relação entre a organização e os seus utilizadores ou consumidores.

O planeamento é constituído por um conjunto previsto de ações destinadas a lidar com um


problema ou problemas. Usualmente, estas incluem as seguintes etapas, que são cíclicas ou
em espiral:

 Identificação dos problemas; análise da comunidade; análise da situação de saúde da


população e do sistema de intervenção;
 Seleção de metas e identificação de grupos-alvo;
 Seleção de intervenções;
 Implementação de intervenção;
 Acompanhamento e avaliação (Birt; Foldspang, 2011).

2.4.2.1 Diagnóstico de situação de saúde

Habitualmente, o diagnóstico da situação representa a primeira etapa num processo de


planeamento (Tavares, 1992). Esta etapa permite a identificação de necessidades de saúde e
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as desigualdades numa dada população, constituindo uma ferramenta poderosa para informar
o processo de planeamento (Pallant, 2002).

Um problema de saúde é um estado de saúde que o indivíduo, o profissional de saúde ou a


comunidade considera deficiente, em comparação com padrões subjetivos e implícitos ou
padrões objetivos e explícitos. Uma necessidade de saúde revela, em algum momento, uma
lacuna entre uma situação desejada e uma situação de saúde atual, geralmente como parte de
uma abordagem de planeamento (Pineault, 2012).

A identificação das causas e avaliação prognóstica dos problemas pode contribuir para uma
adequada formulação estratégica das intervenções necessárias (Tavares, 1992).

Deste modo, o diagnóstico deve ser uma descrição quantitativa, incluindo indicadores do
âmbito sociodemográfico, sanitário (mortalidade, morbilidade, fatores de risco, incapacidade
e fatores protetores), utilização dos serviços de saúde, assim como recursos humanos,
materiais e financeiros. O reforço da cadeia de informação contribui para um corpo de
conhecimento sólido, que vai auxiliar as etapas subsequentes do processo de planeamento
(Portugal. MS. ARSLVT, 2015). Este pode recorrer também a diversos métodos e técnicas de
identificação de problemas e necessidades como inquéritos, brainstorming, brainwriting,
técnica de grupo nominal e informadores-chave.

Assim, a análise da situação de saúde compreende o conjunto dos fatores e determinantes


pertencentes ao enquadramento jurídico e económico-social que pode ter influência na saúde
da população (Chatora, Tumusiime, 2004). Porém, é fundamental não realizar longas
descrições, que terão pouca utilidade prática. Um bom diagnóstico de situação deve salientar
aspetos selecionados e quando necessário referenciar para outros documentos (Green, 2007).

2.4.2.2 Definição de prioridades


Dadas as limitações de recursos inerentes a qualquer sistema de saúde, as necessidades de
saúde identificadas não podem ser objeto de intervenção ao mesmo tempo ou no nível
desejado. Neste sentido, é crucial estabelecer prioridades para orientar escolhas e decisões.

A definição de prioridades pode ser realizada através de diferentes metodologias, técnicas e


critérios. Este processo de priorização pode concentrar-se na análise de problemas de saúde,
intervenções ou ações a serem definidas para os resolver, ou nos recursos para implementar e
realizar essas ações (Pineault, 2012).

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Os principais critérios utilizados para determinar uma prioridade de intervenção são a
magnitude, a vulnerabilidade, a gravidade, a exequibilidade, a aceitabilidade, a evolução, a
carga da doença, a equidade, o custo da doença, a transcendência social, e o custo efetividade
(Eusébio, 2011). Relativamente às técnicas, podem ser utilizadas as técnicas de consenso
como o painel delphi, o grupo nominal ou os informadores chave.

2.4.2.3 Estabelecimento de objetivos


A partir da análise da situação de saúde da população são delineados posteriormente os
objetivos. Esta etapa do planeamento pretende responder às perguntas-chave: "para onde
queremos ir?” ou “o que queremos alcançar?”.

Um objetivo consiste no resultado pretendido de uma atividade bem-sucedida ou de um


programa organizado em torno de determinados inputs e processos. Os objetivos são
formulados para resolver os problemas prioritários identificados e as suas causas imediatas
(Chatora, Tumusiime, 2004).

Com base na evolução histórica das tendências verificadas dos problemas de saúde e na
previsão dos contextos sociais, demográficos, sociais, políticos e ambientais, é possível
elaborar uma projeção dessas tendências no futuro, possibilitando uma formulação adequada
dos objetivos num horizonte temporal definido (Tavares, 1989).

2.4.2.4 Metas
As metas de saúde constituem um dos instrumentos mais utilizados para promover a saúde da
população e melhorar o desempenho do sistema de saúde. Estas expressam um compromisso
para atingir resultados específicos num determinado período de tempo (Smith; Busse, 2010).

As metas a estabelecer podem ser de natureza quantitativa ou qualitativa, bem como


pretender alcançar mudanças nos resultados ou processos, devem cumprir as caraterísticas
SMART, isto é, serem específicas (specific), mensuráveis (mensurable), exequíveis
(attainable), realistas (realistic), e com horizonte temporal definido (timely) (Wismar et al.,
2008).

A literatura tem demonstrado que a implementação das metas é mais efetiva, quando estas
são claramente definidas e quando se consubstanciam no envolvimento e compromisso dos
diferentes atores que vão contribuir para a sua implementação (Srivastava; Mckee, 2008).

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2.4.2.5 Formulação e desenvolvimento de intervenções
O desenvolvimento de intervenções consiste no processo de identificação e decisão das
abordagens e medidas, para resolver os problemas e necessidades de saúde identificados e
priorizados. Nesta fase, a questão-chave a ser abordada consiste em "como vamos atingir os
objetivos pretendidos?".

As intervenções são medidas para atender às necessidades prioritárias de saúde. A


formulação de intervenções é realizada em conjunto com a próxima fase no ciclo de
planeamento, que consiste em determinar as necessidades de recursos e, posteriormente, a
elaboração do plano de ação (Chatora, Tumusiime, 2004).

Assim que o planeamento e orçamentação tenham sido realizados e aprovados pelas


autoridades competentes, o sucesso das intervenções depende de como estas irão ser
implementadas. Neste âmbito, existem vários aspetos que devem ser considerados durante a
implementação das intervenções como a efetividade, a eficiência e a
temporalidade/oportunidade (Chatora, Tumusiime, 2004).

O envolvimento dos parceiros comunitários, quer de natureza institucional, quer de natureza


não oficial, pode contribuir de forma decisiva para a consecução dos objetivos definidos.
Deste modo, a participação comunitária assume um papel fundamental como iniciativa
estratégica fundamental nesta etapa (Tavares, 1998).

2.4.2.6 Monitorização e avaliação


A monitorização é uma avaliação sistemática e contínua do progresso de uma atividade ao
longo do tempo. A monitorização pode ser feita através do processo de colheita, coordenação,
processamento, medição e comunicação de informações para ajudar a gestão na tomada de
decisões (Chatora, Tumusiime, 2004).

A avaliação, enquanto análise sistemática das ações, procura melhorar o planeamento ou a


implementação de atividades atuais e futuras. Esta inclui as áreas de contexto, os inputs, os
processos e o impacto para avaliar se os objetivos fixados foram alcançados. A avaliação
pode ser interna, quando é realizada pelos implementadores, ou externa quando é realizada
por elementos externos à organização.

O CDC (1999) desenvolveu um quadro de referência, que é composto por seis passos que
devem ser tomados em qualquer avaliação:

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 O envolvimento dos stakeholders (as pessoas envolvidas ou afetadas pelo programa,
bem como os utilizadores primários da avaliação);
 A descrição do programa (as necessidades, os efeitos esperados, as atividades, os
recursos, as fases, o contexto e o modelo lógico);
 A focalização no desenho da avaliação (o propósito, os utilizadores, as questões, os
métodos e os acordos);
 A junção de evidência credível (os indicadores, as fontes, a qualidade, a quantidade e
a logística);
 A justificação das conclusões (os standards, a análise, a interpretação, as conclusões e
as recomendações);
 A garantia de utilização e partilha das lições aprendidas (o desenho, a preparação, o
feedback, o follow-up e a disseminação).

2.5 Instrumentos do planeamento em saúde


No âmbito do planeamento na saúde podem ser identificados vários documentos designados
como planos, programas e projetos, muitas vezes utilizados de forma pouco rigorosa. As
políticas, estratégias e planos são designações que abrangem um amplo espectro de
dimensões e hierarquias. Designadamente:

 De valores, visão, orientação política, estratégia e planeamento estratégico, para


planeamento operacional detalhado;
 De planeamento de saúde "abrangente" para planeamento de "doenças específicas ou
programas";
 De um horizonte temporal de longo prazo de 10 a 20 anos, ao plano de 5 anos, ao
plano evolutivo de 3 anos e ao plano operacional anual;
 De planos nacionais aos regionais ou distritais;
 Do nível mais alto da visão e das orientações políticas à aprovação dos planos
operacionais (WHO, 2010a).

Imperatori e Giraldes (1993) definem plano como um instrumento de implementação de uma


política. De acordo com Dúran (1989), o plano indica a necessidade de atingir determinados
objetivos de saúde, e deve ser desdobrado em programas, que, por definição, constituem a
linha de orientação pormenorizada. Segundo Sena, Ferrinho e Miguel (2006), o plano é mais
orientado para valores, definindo grandes orientações estratégicas e identificando prioridades
que podem englobar um conjunto de programas. No que diz respeito aos programas, Tavares

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(1992) define programa como um conjunto de projetos que decorrem num período de tempo
bem delimitado, habitualmente superior ao de um projeto, visando obter um resultado
específico e contribuir para a execução da estratégia de um plano.

Os projetos são complementos de um plano ou de um programa, estando ligados ao


desenvolvimento de ambos para melhorar alguns dos seus aspetos específicos, com uma
duração limitada (Dúran, 1989).

2.5 Desafios do planeamento em saúde

Em muitos países, o planeamento foi isolado de outros processos de decisão, como a


orçamentação e o planeamento dos recursos humanos, o que resulta em fortes inconsistências.
Noutros países, a falha está mais relacionada com a desadequada identificação de
necessidades de saúde ou com a incapacidade de estimar os recursos de forma precisa.

Atualmente, um dos desafios que o planeamento enfrenta está relacionado com a


consciencialização da importância dos conceitos e princípios do planeamento por parte de um
número significativo de profissionais, para que estes possam participar no processo, em vez
de tentar desenvolver especialistas de planeamento, através da imposição de planos
prescritivo-normativos desenhados pelo ministério da saúde, sem o envolvimento dos
profissionais de saúde e da comunidade nas decisões.

Muitas vezes, o planeamento não tem sido efetivo porque ignora a natureza política inerente a
este processo. O resultado tem sido uma vasta gama de desastres de planeamento, grandes e
pequenos, que têm contribuído para uma rejeição transversal deste processo, sem ter qualquer
ideia de como substituí-lo, de forma a serem atingidos os objetivos desejados.

Porém, esta situação não deve ser encarada como a inevitável falha do planeamento, mas sim
como a necessidade de desenvolver um sistema apropriado de identificação de necessidades e
de recursos de um país. As decisões acerca do futuro não podem ser evitadas e o processo de
planeamento é inevitável. Atualmente, o planeamento como uma atividade é praticado na
grande maioria dos países, e a questão não é tanto se as decisões sobre o futuro devem ser
tomadas, mas sim por quem e como devem ser tomadas.

Neste sentido, o processo de planeamento precisa de ser melhorado e não rejeitado, necessita
de responder aos objetivos do setor da saúde e usar esses critérios e parâmetros para
enquadrar o processo de planeamento. A descentralização implica a necessidade de repensar
os papéis centrais e periféricos do planeamento. Os organismos centrais necessitam de se

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afastar da imposição dos planos top-down para um enquadramento de políticas e estratégias,
deixando a implementação detalhada para os níveis do local (Tavares, 1998).

2.6 Planificação Distrital em Saúde nos Serviços Distritais De Saúde, Mulher E Acção
Social
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) adoptou a política dos cuidados de saúde primários cuja
base de implementação é o distrito. Os Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social
(SDSMAS), que representam o último nível de administração do SNS, têm como função vital
a planificação e implementação operacional das actividades de saúde através da rede de saúde
primária e secundária. O papel e responsabilidades do distrito conheceram uma grande
evolução nos últimos anos. Por um lado o processo da descentralização conferiu novas
responsabilidades na área da planificação e por outro a reorganização dos serviços e a
inclusão da área social trouxe um novo leque de tarefas, as actividades sociais ligadas à
mulher e acção social.

No âmbito da descentralização, os serviços distritais conheceram uma maior integração no


processo de planificação territorial. Neste contexto de descentralização é importante que as
competências aos vários níveis estejam claramente definidas, sobretudo na planificação e
atribuição de recursos. A planificação implica tomada de decisões críticas para a prestação de
cuidados de saúde, e estas decisões devem ser tomadas a diferentes níveis, sendo portanto
essencial esclarecer que decisões são tomadas nos diferentes níveis do sistema saúde e no
âmbito territorial, governo distrital.

Muitas decisões locais são de gestão e programação, isto é, como aproveitar no máximo os
recursos disponibilizados, e são do âmbito anual. Nestas decisões, que dizem respeito
sobretudo aoa GASTOS CORRENTES, os SDSMAS’s deveriam ter a máxima autonomia –
programação das actividades de rotina, sua orçamentação e na gestão e prestação de contas
dos fundos de funcionamento.

Entretanto, as decisões sobre o INVESTIMENTO são de âmbito plurianual, quer na


realização quer no impacto sobre a absorção dos recursos. Outra implicação importante é a
equidade entre os distritos. Estas decisões cabem à planificação propriamente dita, e
deveriam ser tomadas a nível superior, com vista a considerar tanto as necessidades
agregadas, como os recursos futuramente disponíveis. Portanto, os papéis e as
responsabilidades na expansão da rede deveriam ser:

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 O nível superior define em que distritos construir novas US’s.
 O distrito decide qual é a melhor localização em termos de rentabilidade e equidade
dentro do distrito. Para tomar este tipo de decisão os SDSMAS’s devem possuir uma
boa base de informação criada através do reconhecimento da área de saúde.

CONCEITOS BÁSICOS DE PLANIFICAÇÃO


A planificação é a escolha entre diferentes alternativas com o fim de alcançar objectivos definidos
para um determinado período de tempo. É um processo sistemático, que permite aos gestores
assegurar que os recursos disponíveis sejam utilizados da forma mais eficiente para obter objectivos
bem explícitos. Sendo um processo, este deve seguir diferentes etapas bem definidas. Existem
quatro perguntas‐guia, as quais deveriam ser respondidas no processo de planificação. Estas
perguntas representam as quatro etapas essenciais no desenvolvimento dos planos:

1. Onde estamos agora?


Isto implica uma Análise de Situação para identificar as necessidades e dos problemas em
saúde.
Esta fase do processo de planificação é crucial pois vai permitir: (i) identificar os problemas
de saúde específicos do distrito, (ii) identificar as causas, (iii) analisar a capacidade existente
(recursos financeiros, humanos, materiais e tempo) para solucionar as causas dos
problemas. É sempre bom considerar que as soluções a serem propostas não deveriam
exceder a capacidade de realização que o distrito possui.
Para a análise da situação sugere‐se avaliar o nível do desempenho do distrito através de um
grupo mínimo de indicadores indicados mais abaixo. O sector/ distrito pode incluir mais
indicadores que julgar úteis para ter uma melhor visão do desempenho do sector.
2. Onde pretendemos chegar?
Isto significa a Identificação de Objectivos a selecção de prioridades, a definição de metas a
serem atingidas para melhorar a situação de saúde e/ ou a prestação de cuidados no
distrito.
Nesta etapa, os reponsáveis distritais deveriam procurar definir os objectivos específicos que
sejam:
 “Concretos”, todos deveriam poder intrepretá‐los/ entendê‐los da mesma maneira.
 Claramente mensuráveis.
 Alcansáveis, o distrito deve ter suficiente capacidade de realização para atingí‐los.
 Realísticos, deveria ser possível atingir o nível de mudança reflectido no objectivo,
dentro do período planificado.

3. Como vamos chegar lá?


Isto implica detalhar e organizar as tarefas ou intervenções a serem realizadas de forma a
alcançar os objectivos e metas traçados, indicando por quem, durante quanto tempo, com
que recursos e a que custo.
A programação das actividades para o período seguinte, deve ter sempre em consideração a
capacidade instalada e os rescursos disponíveis ou a serem disponibilizados.
 Com que recursos humanos?
Os recursos humanos que serão disponíveis para o período em planificação terão a
capacidade de realizar a actividade de rotina com qualidade e ainda fazer ou participar em
outras actividades específicas planificadas, tais como: supervisão, formações, etc?

17
 Qual é o custo? Com que recursos financeiros?
Os recursos financeiros a serem disponibilizados serão suficientes para as actividades de
funcionamento/ rotina e ainda para cobrir as actividades específicas que se pretende incluir
no plano?
 Com que recursos materiais?
As geleiras a serem disponíveis para a cadeia de frio, serão suficientes para abrir mais postos
fixos de vacinação no distrito? Vai ser possível fazer a sua manutenção?

4. Como vamos saber quando chegamos lá?


Isto requer o desenvolvimento de indicadores mensuráveis para monitorar o a
implementação dos planos e avaliar os resultados alcançados.
Estas etapas são em geral, apresentadas de forma sequenciada, contudo nem sempre são
executadas de forma tão linear, pois estas alimentam‐se umas com as outras. Mais adiante, no sub‐
capítulo “O Processo e as Etapas de Planificação nos SDSMAS’s” todas as etapas são descritas com
mais detalhe.

A planificação não termina com a elaboração dos planos, este é um processo contínuo que inclui
a implementação, monitoria e avaliação dos planos. Em geral, todo o ciclo de planificação é
apresentado como na figura em baixo.

MonitoriaAvaliação e Análise de
Situação

Implementaçãodos Planos Identificação


dos Objectivos

18
IdentificaçãoSelecção/

das Estratégias e Actividades

A planificação em saúde compreende uma série de actividades cujo objectivo é melhorar os


cuidados de prestação de saúde. Existem diferentes tipos de planificação: (i) de longo e médio
prazos que compreendem a planificação propriamente dita, cuja finalidade é a definição de
políticas de saúde e objectivos de longo alcance, (ii) de curto prazo – habitualmente designado
por programação. Que visam traduzir os objectivos estratégicos em planos anuais, geralmente
estrictamente ligados ao ciclo anual de orçamentação e financiamento. Este manual irá debruçar‐
se neste último – a programação anual de actividades.

Para uma boa planificação é necessário conhecer:

 O estado de saúde da população da área de saúde


 A infraestrutura disponível, seu estado de conservação e adequação
 Os recursos humanos ... (disponibilidade de reursos humanos para garantir a prestação
de cuidados)
 As políticas de saúde e as estratégias do país, província e do distrito
 Os requisitos em planificação do governo e do sistema de saúde

RECURSOS HUMANOS

 A planificação das necessidades em pessoal é do âmbito provincial. Os SDSMAS’s


podem contribuir fornecendo uma boa base de informação para o cálculo das
necessidade, número e perfil do pessoal necessário de acordo com o volume de
actividade realizado, capacidade instalada, etc.
 A gestão do quadro de pessoal privativo do distrito (carreiras dos regimes geral,
especial e específico) é da competência do administrador distrital.
 A planificação, orçamentação dos salários e a avaliação do respectivo impacto
orçamental é da responsabilidade dos SDSMAS’s

19
A complexidade da organização e estrutura dos SDSMAS´s é outro factor importante a
considerar no processo de planificação. Ao contrário de outros serviços distritais, os
SDSMAS’s para o seu funcionamento são compostos por vários sectores e programas e os
cuidados de saúde são providenciados por uma rede de US’s (na sede e periféricas). Porque
os responsáveis dos sectores/ programas e das US´s são actores importantes para o sucesso
dos planos elaborados, eles merecem um papel de relevo em todo o processo de planificação,
implementação e avaliação. Os responsáveis distritais das várias áreas de actividade devem
apropriar‐se dos planos para que possam assumir plena responsabilidade na sua
implementação. Devem ser capazes e possuir o comprometimento de procurar soluções para
ultrapassar os constrangimentos e desafios enfrentados pela falta de recursos ou adequar os
planos existentes em casos de emergência entre outros. Portanto, o plano a este nível, para
além de estar alinhado com os instrumentos nacionais, provinciais e do governo distrital,
deve ao mesmo tempo ser um instrumento que facilite as diferentes áreas de actividade que
compõem os SDSMAS´s, a implementá‐lo.

A planificação dos recursos financeiros e outros tem a sua base na actividade de toda a rede
sanitária. Entretanto, a rede primária de saúde não possui orçamento próprio e para o seu
funcionamento depende do aprovisionamento em espécie dos SDSMAS’s. Para o bom
funcionamento destas US´s e o alcance das prioridades preconizadas nas políticas do sector, é
de extrema importância que os SDSMAS´s sejam capazes de realizar uma boa planificação e
implementar adequadamente os planos elaborados.

COORDENAÇÃO

A planificação distrital é um processo que envolve muita coordenação com vários actores a
diferentes níveis:

 Dentro do próprio serviço distrital entre os vários programas e sectores que integram
os SDSMAS’s e as US’s que compõem a rede de cuidados do distrito.
 Governo Distrital do qual os SDSMAS’s são parte integrante
 Província – saúde
 Organizações Não Governamentais (ONG´s) que actuam no distrito
 Outros serviços distritais – educação, agricultura e infraestrutura

Com o processo de descentralização o distrito está a conhecer uma maior integração na


planificação territorial/ distrital. Simultaneamente tem se registado nos últimos anos um

20
aumento de ONG´s que operam a este nível. Apesar de existirem acordos e outros
instrumentos que regem a colaboração com cada ONG, a crescente presença de ONG´s no
distrito, não foi acompanhada com o estabelecimento de mecanismos de coordenação. Esta
lacuna tem exarcebado os problemas da falta de articulação entre os SDSMAS’s e ONG’s,
que resultam em planificações paralelas com ONG’s individuais.

Urge portanto encontrar formas para melhorar a colaboração das ONG’s no sector saúde no
nível distrital. Contudo, tem se verificado que os mecanismos habituais, com estruturas
formais (reuniões específicas, comités, etc) são ineficientes e pouco funcionais para este
nível. Seria oportuno estabelecer mecanismos dos mais simples possíveis, que não sejam
onerosos, nem aumentem ulteriormente a quantidade de reuniões e carga de trabalho dos
responsáveis distritais de saúde. A colaboração e coordenação a este nível poderia ser
reforçada através de uma maior integração das ONG´s no processo de planificação distrital.
As ONG´s deveriam ser convidadas às actividades de planificação e as suas actividades e
financiamento serem integrados no plano do sector. Assim é necessário que exista:

 Definição conjunta das prioridades do sector e melhorar a atribuição de recursos para


o alcance das mesmas prioridades
 Melhoria da eficiência e prestação de contas em relação ao uso de recursos
 Melhoria da disponibilidade da informação financeira de todos intervenientes do
distrito

É necessário definir com clareza as funções e responsabilidades de cada actor, que poderiam
ser como segue: Os SDSMAS’s deveriam liderar e coordenar toda a actividade das ONG’s e
outros actores que actuam no sector saúde do distrito. Assim, os SDSMAS’s assumiriam o
papel de: (i) organizar/ preparar as reuniões de planificação, monitoria e avaliação, (ii)
solicitar/ recolher a informação financeira de todos intervenientes antes do exercício de
planificação, (iii) garantir a participação de todas ONG’s no exercício de planificação, (iv)
facilitar a comunicação e troca de informação, incluído o financiamento do sector.

As ONG’s por seu lado, deveriam: (i) harmonizar os seus ciclos de planificação com os
nacionais, (ii) reforçar e utilizar os sistemas nacionais de informação, planificação,
orçamentação, monitoria e avaliação assim como de gestão e prestação de contas, evitando a
criação de sistemas paralelos, (iii) providenciar reforço da capacidade institucional, incluíndo
o apoio técnico aos sistemas nacionais de informação, planificação, gestão e avaliação, assim
como ajuda financeira para o reforço dos sistemas – “ajuda orçamental”.

21
RECONHECIMENTO DA ÁREA DE SAÚDE DISTRITAL

Para uma boa planificação e avaliação dos programas de saúde é importante que os gestores
distritais de saúde tenham um bom conhecimento da sua área de saúde.

Todo o gestor de saúde novo no distrito deveria antes de tudo tomar/ adquirir um bom
conhecimento da sua area

O que é a Área de Saúde Distrital?

A área de saúde distrital corresponde a uma região geográfica “coberta” pelas actividades
sanitárias do distrito. A sua delimitação é, teoricamente concebida como sendo a mesma da
divisão administrativa dos distritos e localidades. Contudo, na prática a área de saúde ‘real’
ou efectiva, pode ser maior ou menor do que estes espaços administrativos, pois ela depende
mais de factores tais como: (i) a capacidade e o raio de acção dos programas da saúde, (ii) os
fluxos de utilização dos serviços resultantes da facilidade/ dificuldade de acesso e da
percepção que a população tem sobre os serviços. Ao sistematizar a informação sobre a área
de saúde, os gestores deveriam portanto procurar entender e definir a área de saúde “real”
para além da divisão administrativa. É, portanto útil verificar se existem habitantes de aldeias
circunvizinhas ao seu distrito que utilizam os seus serviços e vice‐versa. Definir e caracterizar
a área de saúde efectiva é muito importante para a compreensão dos padrões de utilização dos
serviços e a programação das actividades de saúde. As coberturas de saúde podem aparentar
ser erroneamente altas se a área de captação real for maior do que a teórica e vice‐versa. Isto
é muito importante na planificação de recursos.

Qual é a Importância do Reconhecimento da Área de Saúde?

Com o reconhecimento da área de saúde os gestores de saúde vão obter informação útil na
identificação de necessidades/ prioridades do distrito e das sub‐áreas de saúde menos
favorecidas.

Para que a informação sobre a área de saúde seja de facto útil, é necessário que seja
actualizada numa base anual e seja organizada num documento em forma de tabelas e mapas.

Qual é o Conteúdo?

O reconhecimento da área de saúde comporta uma recolha sistemática e organização em


mapas e tabelas de dados que vão informar os gestores distritais sobre:

22
Características Geográficas e Demográficas

 Onde residem os potenciais utilizadores?


 Que dificuldades de acesso existem?
 Quem são os utilizadores dos serviços?
 Que características têm os utilizadores?

Tamanho/ Superfície do Distrito e Vias de Acesso e Transitabilidade

Informação útil na planificação do transporte para as várias actividades sanitárias. As


necessidades em combustível para a distribuição de medicamentos e outras actividades será
maior num distrito com grande superfície, o que implica também uma maior necessidade de
coordenação na utilização do transporte.

Perfil Demográfico

Projecção da população da área de saúde: total de habitantes e grupos alvo dos programas
prioritários de saúde. Informação útil na programação anual das actividades dos vários
programas (estimativas de coberturas e de índices de utilização), na atribuição de recursos e
projecção de necessidades futuras em termos de expansão da rede, esta última deve ser
concordada com o nível provincial. O resumo distrital desta informação pode ser organizado
no formato da Tabela 1, em baixo. Na parte II do guião, as projecções poderão ser calculadas

“automáticamente” por US/ sub‐área de saúde uma vez introduzido o total de habitantes do
ano base. Mais detalhes sobre a importância e a utilização do perfil demográfico podem ser
encontrados no Curso Integrado Planificação, ... (MiSau 2009); e Guião para Supervisão de
CS’s, (MiSau/ UNICEF 1997).

Saneamento do Meio

 Abastecimento de água
 Gestão de lixo e excretas
 Lagoas, pântanos e charcos

Esta informação vai ajudar em melhor entender os problemas com o saneamento do meio e
melhor planificar actividades dirigidas. Por exemplo, o conhecimento da existência de águas
superficiais que podem favorecer o desenvolvimento de insectos e outros vectores causadores
de várias doenças pode apoiar na planificação de actividades específicas de prevenção e
educação sanitária.

23
OS INSTRUMENTOS DE PLANIFICAÇÃO

Plano Económico e Social e Orçamento Distrital

O PESOD é um novo instrumento de planificação com perspectiva territorial, desenvolvido


recentemente pelo MPD/ MF e elaborado pelos Governos Distritais.

Este consta de duas partes: (1) dum lado uma parte descritiva do distrito e (2) do outro lado,
uma parte analítica que inclui informação sobre coberturas, serviços prestados, recursos
disponíveis e projecções na linha do Plano Económico e Social (PES). Contém ainda 5
anexos contemplando (i) o Enquadramento lógico, (ii) as Fichas de Diagnóstico, (iii) o
Orçamento Combinado, (iv) o Plano de Acção e (v) o Orçamento.

Plano Económico e Social e Orçamento Distrital

Ao nível distrital, o PESOD é elaborado pelo Governo Distrital, tomando como base o Plano
Estratégico Distrital de Desenvolvimento (PEDD), elaborado de forma participativa com
todos os intervenientes, e as orientações do nível de escalão superior que define o horizonte
Provincial e Nacional de Desenvolvimento.

O PESOD é um instrumento de gestão do Governo Distrital, que define os principais


objectivos económicos e sociais do Distrito no ano económico, as acções a realizar para
atingir aqueles objectivos e a afectação de recursos orçamentais para esses fins. Assim, o
PESOD orienta o programa do trabalho do Governo Distrital e permite a sua monitoria e
avaliação.

A função secundária do PESOD é contribuir para a elaboração do Plano Económico e Social


e Orçamento Provincial (PESOP) ao nível provincial, fornecendo‐lhe a informação de forma
padronizada de modo a permitir a sua agregação e harmonização com a informação
apresentada pelos restantes distritos.

Extraído de: Metodologia para a elaboração do PESOD (MPD 2007)

Planificação Provincial Integrada

24
Este é um instrumento de planificação sectorial do âmbito provincial com a participação dos
distritos; metodologia em utilização desde o início da década 1990, a última actualização do
instrumento foi efectuada em 2005. A metodologia é aplicada na planificação das actividades
dos serviços/ programas principais de prestação de cuidados de saúde, incluíndo actividades
de rotina e acções de suporte e intervenções específicas necessárias para o alcance dos
objectivos e metas estabelecidos. O processo utilizado deveria incluir:

• Análise de situação: (i) Disponibilidade de recursos, (ii) Coberturas


atingidas/utilização dos serviços de saúde, (iii) Eficiência, (iv) Equidade, (v) Qualidade,
(vi) Gestão e (vii) Supervisão

• Projecção de actividades,

• Estimativa de necessidades,

• Orçamentação e distribuição dos fundos em cada instituição com base na distribuição


orçamental dos fundos necessários

• Atribuição de fundos com base em princípios de equidade

Curso Integrado de Planificação, Monitoria e Avaliação e SIS

Instrumento de carácter didáctico e educativo para formação rotineira em gestão de


informação, planificação, monitoria e avaliação ao nível de gestão de serviços. O curso,
fundamental para a formação dos quadros do nível distrital, inclui materiais sobre: (i) o SIS,
(ii) bases teóricas em planificação e (iii) monitoria e avaliação para o nível distrital.

PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PESOD

O processo de elaboração do PESOD comporta 5 sub‐processos conforme ilustrado na figura


em baixo. Cada um dos sub‐processos inclui várias etapas. Uma parte das actividades do sub ‐
processo 1 (etapas 1.2 até 1.4) e todo o subprocesso 2 correspondem às etapas da elaboração
do plano que decorrem nos serviços distritais. Os restantes subprocessos ocorrem na SD.

Fluxograma – Os Sub‐processos para a elaboração do PESOD


Janeiro 30 de Junho

25
Adaptado de: Dossier B PESOD – Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas (PNPFD)

Calendário

De acordo com a metodologia para a elaboração do PESOD, em todos os serviços distritais o


início do processo de planificação deveria ter lugar em Janeiro e o plano distrital do Governo
Distrital (GD) – PESOD deve ser concluído e enviado à Direcção Provincial de Plano e
Finanças (DPPF) até 30 de Junho de cada ano. É importante que os SDSMA’s iniciem o
processo de planificação no período indicado, pois só assim será possível seguir os princípios
básicos de planificação também, envolver de forma satisfatória todos os responsáveis de
programas e de serviços de saúde de forma a produzir um plano de qualidade.

PARTICIPANTES E O SEU PAPEL NO PROCESSO DE PLANIFICAÇÃO

Os membros chave do colectivo de planificação são:

• Director dos SDSMAS’s

• Médico Chefe Distrital

• Responsável Clínico Distrital

• Outros membros do colectivo da direcção o Saúde da Comunidade

o Núcleo de Estatística Distrital o Recursos Humanos o Administração o


Mulher e Acção Social

• Representantes de todas US’s (da Sede e das periféricas)

• Representantes da Comunidade e dos Utentes

• Representantes de ONG’s

É da responsabilidade do director distrital de saúde organizar e liderar todo o processo da


planificação dos serviços distritais de saúde. Contudo, todos os responsáveis distritais dos

26
sectores e programas no distrito, devem ter um papel activo neste processo, pois são os
primeiros responsáveis pela implementação/ execução das actividades planificadas. Todo o
exercício de planificação deveria ser realizado em coordenação com outros actores‐chave no
distrito.

Papel do director distrital de saúde:

O director dsitrital de saúde joga um papel preponderante no processo de planificação no


distrito. Ele faz parte de e tem a dupla função e reponsabilidade de defender a componente
do plano saúde e aprovar o plano do GD. Portanto, recai sobre ele a maior responsabilidade
de garantir um plano de qualidade, elaborado atempadamente e com o envolvimento dos
actores‐chave no distrito. Assim as suas responsabilidades são:

• Liderar e coordenar todo o processo

• Garantir o início e conclusão atempados do exercício de planificação

• Garantir o envolvimento de todos actores‐chave no distrito

• Participação activa em algumas tarefas específicas, por exemplo distribuição dos


fundos disponíveis pelas actividades planificadas e rubricas.

• Garantir que o plano elaborado seja completo incluíndo: i) todas as prioridades do


sector, por exemplo, que a projecção dos salários seja correcta e completa incluíndo
promoções, nomeações, etc. ii) fundos de todas as fontes de financiamento.

• Garantir financiamento equilibrado entre as actividades planificadas

Papel do médico chefe:

• Organizar e liderar a área/ grupo da assistência médica

• Realizar conjuntamente parte das tarefas de planificação sobretudo da assistência


médica

• Garantir o envolvimento de todos responsáveis dos sectores

• Garantir boa qualidade do plano

27
Papel do responsável distrital do Núcleo de Estatística Distrital:

• Assessorar todo o processo de planificação

• Organizar e fornecer a informação necessária

• Garantir a ligação de toda a actividade de planificação de todo o sector saúde

Papel do responsável distrital de Saúde da Comunidade:

• Organizar e liderar a área/ grupo da saúde da comunidade

• Realizar conjuntamente parte das tarefas de planificação

• Garantir o envolvimento de todos responsáveis dos sectores

• Garantir boa qualidade do plano

Muitas vezes, o responsável distrital de saúde da comunidade é também responsável pelo


NED.

Papel do responsável distrital de Finanças:

• Organizar toda a informação financeira (despesas dos anos anteriores e fundos


previstos de todas as fontes de financiamento)

• Liderar e realizar conjuntamente com outros responsáveis a orçamentação e


distribuição dos fundos

Papel do responsável distrital de Recursos Humanos:

• Organizar toda a informação sobre os recursos humanos em coordenação com os


responsáveis dos sectores

• Fazer a orçamentação dos salários

28
Os responsáveis do sector administrativo, recursos humanos e saúde da comunidade e ou
NED são os elementos dos SDSMAS’s que fazem parte do CTD, grupo responsável pela
elaboração do PESOD na SD. Todos gestores distritais tem um papel importante na
planificação e implementação dos planos.

AS ETAPAS DE PLANIFICAÇÃO NOS SDSMAS’S

A elaboração da matriz lógica é a última etapa do desenvolvimento do plano anual. Os passos


a seguir para a elaboração de um plano de saúde são:

• Preparação do exercício de planificação

• Análise de situação

• Identificação dos objectivos e definição das prioridades do ano seguinte com base em:
o Problemas/ questões identificados durante a análise de situação o Estratégias e
prioridades nacionais o Estratégias e prioridades provinciais o Estratégias e
prioridades distritais

• Identificação das estratégias, actividades e recursos

• Definição dos indicadores de monitoria

Alguns ingredientes para a elaboração de um plano que se possa implementar com sucesso:

Î Bom envolvimento dos actores‐chave, i.e. os gestores de programas/ sectores


responsáveis pela implementação dos planos.  Seguimento criterioso das etapas de
planificação.

Î Desenvolvimento de um plano completo, com todas actividades do sector começando


pela prestação de cuidados (actividades de rotina e específicas).

Î Elaboração de um plano ajustado aos recursos disponíveis e a capacidade do sector


em cada distrito.

29
3.1 Actividades desenvolvidas no sector de planificação
No sector de Planificação do SDSMAS, exercemos as seguintes activdadesÇ

 Lançamento de dados no SISMA.


 Extrair dados do SISMA aplicando metodologias e procedimentos estabelecidas por
norma.
 Elaborar relatórios mensais, trimestrais e anuais no SISMA das unidades sanitárias a
nível da cidade de Chimoio.

3.2 Discussão
Todos dados recolhidos vinham das unidades sanitárias, no entro de saude 1º de Maio, centro
de saúde de Chissui, centro de saúde de Nhamhonha, centro de Saúde 7 de Abril e centro de
saúde da Vila nova. Em conformidade certos dados não coadunavam com as estatísticas
registadas, uma vez que o sistema tem parões definidos de como registar. O processo de
planificação a nível do distrito infelizmente não se az nos SDSMAS, essa responsabilidade e
incumbida ou e da responsabilidade de outros níveis superiores a estes como e o aso da
direção Provincial.

30
3.4 Conciliação da teoria e a prática
No planeamento em Saúde é necessário que o gestor conheça e estabeleça os objetivos da
instituição. E nesse processo é importante saber a diferença entre metas e objetivos. São
conceitos de gestão que podem parecer similares, mas para o planeamento em Saúde são
distintos. Os objetivos podem ser qualificados de duas formas:

 Objetivos Institucionais: trata-se da missão da organização de Saúde. São os


resultados cujo alcance deve acontecer a longo prazo;
 Objetivos Específicos: tais objetivos têm curto tempo para serem atingidos (médio e
curto prazo). Aqui se encaixa a avaliação cotidiana dos processos como forma de
monitorar o andamento das atividades e melhorar a entrega de resultados.

Para se planear ou para se atribuir meta tudo parte da informação, isto e parte do SISMA que
suporta a recolha, análise, interpretação e disseminação contínua e sistemática dos dados de
saúde que são utilizados para definição e monitorização das políticas de saúde pública nas
províncias e nos distritos ao longo de Moçambique de uma forma dinâmica e incremental.
Uma vez recolhidos os dados das unidades sanitárias faz-se a compilação dos mesmos e
lançam se nesta plataforma que depois no acto de planificação de servira para demostra os
indicares das áreas chaves a priorizar.

3.3 Analise critica


A falta d uma plano de actividades deste sector e Auxência de pessoal qualificado da área
estava a dificultar trabalho, uma vez que quando o estudante estava com duvida perguntava
diziam para esperar a pessoa que era experiente na área para responder a questão.

3.4 Dificuldades
Nesta etapa, podemos dizer que as dificuldades encaradas foram as de falta de colaboração
dos tutores na informação em relação ao sector em que estavam inseridos,

A falta de pessoal experiente na área de planificação, uma vez que os técnicos que ali se
faziam presente eram novos nesta área, apenas o chefe do departamento era o único com
longa experiencia.

31
4.1 Conclusão

a planificação ocorre sempre num ambiente de restricção de recursos financeiros, humanos,


etc. Portanto, somente um plano sólido e bem desenhado poderá de certo modo mitigar os
problemas de recursos e ser implementado de forma a melhorar os cuidados de saúde
providenciados e os resultados de saúde na população. É importante lembrar que, para a
elaboração de um bom plano, é essencial seguir criteriosamente todas as etapas do processo
de planificação.

Para terminar, podemos concluir que a associação do processo de planeamento apenas com a
produção de um plano e respetivos documentos de projetos constituem sinais evidentes deste
tipo de abordagem, que tem muito pouco impacto observável na saúde da população e no
sistema de saúde.

Atualmente, um dos desafios que o planeamento enfrenta está relacionado com a


consciencialização da importância dos conceitos e princípios do planeamento por parte de um
número significativo de profissionais, para que estes possam participar no processo. Muitas
vezes, o planeamento não tem sido efetivo porque ignora a natureza política inerente a este
processo. O resultado tem sido uma vasta gama de desastres de planeamento, grandes e
pequenos, que têm contribuído para uma rejeição transversal deste processo, sem ter qualquer
ideia de como substituí-lo, de forma a serem atingidos os objetivos desejados.

32
4.2 Propostas e recomendações
Propõe-se a capacitação dos técnicos do setor por um tempo, e aumento de recursos Humanos
para flexibilizar as actividades neste sector uma vez que alguns que exercem essas
actividades são de outros sectores como o sector da saúde a comunidade e alocar uma
departamento para a planificação uma vez eu o pessoal desta área partilham a sala e os meios
informáticos com o setor da saúde a comunidade.

33
4.3 Referências bibliográficas
Website: www.misau.gov.mz Maputo (Moçambique)

DURÁN, H. – Planeamento da saúde: aspetos concetuais e operativos. Lisboa

EUSÉBIO, R. - Metodologia da determinação de prioridades no planeamento regional de


saúde: uma proposta. Lisboa: Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de
Lisboa, 2011. Dissertação elaborada no âmbito do Mestrado de Saúde Pública, ministrado
na Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa.

TAVARES, A. – A gestão dos resíduos hospitalares e o papel da autoridade de saúde:


caso do concelho da amadora. Lisboa: Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade
Nova de Lisboa, 2004. Dissertação elaborada no âmbito do Doutoramento em Saúde
Pública ministrado pela ENSP.UNL.

TAVARES, A. – Metodologia previsional para o nível nacional. Revista Portuguesa de


Saúde Pública. 7:3 (1989) 17- 26.

34
TAVARES, A. - Métodos e técnicas de planeamento em saúde. Lisboa: Centro de
Formação e Aperfeiçoamento Profissional. Departamento de Recursos Humanos da
Saúde. Ministério da Saúde, 1992.

35

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