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1. Introdução...........................................................................................................................3
1.1 Objectivos.......................................................................................................................4
1.1.1 Geral..................................................................................................................................4
1.1.2 Específicos........................................................................................................................4
1.1.3 Metodologias.....................................................................................................................4
2.4.2.4 Metas............................................................................................................................12
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3.1 Actividades desenvolvidas no sector de planificação........................................................19
3.2 Discussão............................................................................................................................19
3.4 Dificuldades.......................................................................................................................20
4.1 Conclusão...........................................................................................................................21
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1. Introdução
A operação dos negócios em Saúde tem se tornado cada vez mais complexa devido aos
desafios que surgem constantemente no setor. A demanda por serviços que entregam valor e
qualidade aos clientes também tem crescido nos últimos tempos, o que faz com que as
organizações de Saúde se cerquem de estratégias voltadas para a manutenção e evolução do
negócio. Assim, o planeamento em Saúde tem como espinha dorsal a definição de objetivos e
estabelecer metas que permitam acompanhar a evolução dos resultados, sempre com uma
visão voltada para a tomada de ação que traga a melhoria da entrega dos serviços e
resultados.
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1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
Descrever a importância da planificação no melhoramento de prestação de serviços
para a saúde Publica.
1.1.2 Específicos
Descrever os modelos de melhoria da saúde das comunidades.
Apresentar as formas de Planeamento da saúde.
Identificas as etapas do planeamento em saúde e os instrumentos do planeamento em
saúde.
1.1.3 Metodologias
Para a realização deste trabalho, usamos a consulta das referências bibliográficas e a
observação directa, na qual os estudantes presenciaram as actividades.
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2. Importância da planificação no melhoramento de prestação de serviços para a
saúde Publica
De acordo com Acheson (1988), a saúde pública é a ciência e a arte de prevenir as doenças,
prolongar a vida e promover a saúde através dos esforços da sociedade organizada. Segundo
Detels e Breslow (2002), a saúde pública abrange o processo de mobilização e distribuição
dos recursos a nível internacional, nacional e local para assegurar as condições em que as
pessoas possam ser saudáveis.
As ações no âmbito da saúde pública são baseadas no conhecimento científico relativo aos
fatores que influenciam a saúde e a doença. Designadamente, as ciências básicas da saúde
pública são constituídas pela epidemiologia e a bioestatística, mas o seu uso efetivo depende
também do conhecimento proveniente da biologia, medicina, demografia, ciências sociais e
estatística (Detels; Breslow, 2002).
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A OMS Europa (WHO, 1999b) identificou as áreas e funções chave da saúde pública. Estas
podem ser resumidas: na compreensão da saúde e da doença; na medição do estado de saúde;
numa apropriada vigilância e controlo da doença; na promoção da saúde e do bem-estar; na
avaliação e melhoria dos resultados em saúde; no trabalho intersetorial e colaborativo. Estas
áreas definem o papel da saúde pública num sistema de saúde que inclui os cuidados de saúde
e assegura que as decisões apropriadas são tomadas (Holland, 2002).
A saúde pública adota uma perspetiva abrangente, focando as suas ações em muitos
determinantes da saúde para melhorar e manter a saúde da população e bem-estar. Embora os
cuidados de saúde estejam incluídos nos determinantes da saúde, esta perspetiva não se
restringe a estes. Assim, os cuidados de saúde detêm um impacto limitado na saúde da
população, comparativamente a outros determinantes, tais como os hábitos de vida
(Glouberman; Millar, 2003; WHO, 1986).
De acordo com a Carta de Tallinn (WHO, 2008), dentro do quadro político e institucional de
cada país, um sistema de saúde é “o conjunto de todas as organizações, instituições e recursos
públicos e privados mandatados para melhorar ou restaurar a saúde. Os sistemas de saúde
abrangem serviços pessoais e populacionais, bem como atividades para influenciar políticas e
ações de outros setores para abordar os determinantes sociais, ambientais e económicos da
saúde".
O setor dos cuidados de saúde é composto por recursos profissionais, institucionais e outros
que estão estruturados para fornecer bens e serviços à população, com o objetivo de melhorar
a saúde (Pineault; Lessard 1984). Neste sentido, a sua preocupação principal consiste em
satisfazer as necessidades dos indivíduos que procuram cuidados. Isto envolve o planeamento
de acordo com a oferta e procura: a produção modifica-se de acordo com a procura e a
procura é influenciada pela oferta eficaz dos serviços. Os serviços de saúde são geridos de
acordo com as lógicas de gestão e administração, sendo a perspetiva organizacional
dominante (Pineault; Daveluy, 1995). Historicamente, este planeamento de serviços tem
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maioritariamente como alvo os utilizadores. Assim, as necessidades dos não-utilizadores têm
sido tradicionalmente consideradas inadequadamente, e o planeamento de base populacional
não tem sido proeminente.
Em muitos países a saúde pública tem evoluído em paralelo com os serviços de saúde, com
pouca interação entre estes (Lévesque; Bergeron, 2003). Neste sentido, é necessário mudar o
processo de planeamento baseado na prestação de serviços individuais, para um processo de
planeamento direcionado para a comunidade. Esta perspetiva introduz a noção de território
no processo de planeamento. O planeamento não deve responder somente às necessidades
dos utilizadores dos serviços, mas também considerar as necessidades de indivíduos ou
grupos que, por uma variedade de razões, atualmente não utilizam os cuidados de saúde para
satisfazer as suas necessidades.
Alguns modelos de planeamento de saúde pública são dirigidos a estratégias de saúde pública
abrangentes, enquanto que outros estão focados no planeamento para um determinado
problema de saúde pública, como o planeamento para o controlo das doenças oncológicas ou
do abuso de substâncias. Neste âmbito, alguns dos modelos mais difundidos são o modelo
PRECEDE–PROCEED (Predisposing, Reinforcing, and Enabling Constructs in
Educational/Ecological Diagnosis and Evaluation- Policy, Regulatory, and Organizational
Constructs in Educational and Environmental Development); o MAPP (Mobilizing Action
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through Planning and Partnership); o PATCH (Planned Approach to Community Health); e o
CHIP (Community Health Improvement Program) (NACCHO, 2009).
Desenvolvido pelo CDC, em 1983, foi construído para planear, executar e avaliar programas
de promoção da saúde e prevenção da doença. Combina princípios da participação da
comunidade com os do diagnóstico epidemiológico.
O sucesso deste modelo está ligado ao envolvimento ativo dos membros da comunidade no
processo; ao tempo; aos recursos; à metodologia; à recolha e tratamento da informação; na
orientação do desenvolvimento do programa; e no fortalecimento da coesão entre os atores
chave das organizações envolvidas (US. Department of Health and Human Services, 2009).
Desenvolvido pelo National Association of County and City Health Officials (NACCHO)
com o CDC é uma ferramenta de planeamento estratégico para melhorar a saúde da
comunidade. Facilitada pela liderança da saúde pública, esta ferramenta ajuda as
comunidades a priorizar problemas de saúde pública, bem como a identificar os recursos e
soluções para minimizá-los.
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O envolvimento comunitário é o componente fundamental do MAPP. A participação da
comunidade leva a um pensamento coletivo e, em última análise, resulta em soluções eficazes
e sustentáveis para problemas complexos (NACCHO; CDC, 2009). Os elementos comuns a
estes diferentes modelos incluem os seguintes passos: preparar e planear; envolver a
comunidade; desenvolver um objetivo ou visão; realizar o diagnóstico da saúde da
comunidade; executar a priorização das questões de saúde; desenvolver um plano de melhoria
da saúde da comunidade; implementar um plano de melhoria da saúde da comunidade; e
avaliar e monitorizar os resultados (NACCHO; CDC, 2009).
O termo planeamento pode ser utilizado em diferentes âmbitos, abordagens e com diversos
sentidos. Apesar de existirem diferentes definições, todas as abordagens do planeamento têm
um elemento em comum, que consiste na preocupação com a tomada de decisão relacionada
com o futuro. Nesta perspetiva, o planeamento não se restringe às organizações (Green,
2007).
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Imperatori e Giraldes (1993) enfatizam que “o planeamento em saúde vai para além do
planeamento dos serviços de saúde e requer uma análise multissetorial da comunidade, a
coordenação entre os vários níveis de planeamento (local, regional e central), bem como o
envolvimento de todos os setores económicos e sociais que condicionam a saúde da
população”.
Os elementos-chave destas definições consistem nos objetivos (onde queremos ir), nos
recursos (com o quê), como (implementação apropriada e eficiente), quando (no futuro), e no
grau de formalização do processo (explicitação, sistematização e metodologia).
O modo como o planeamento é desenvolvido reflete uma variedade de fatores. Estes incluem
a estrutura organizacional, os objetivos e missão das organizações, o poder relativo dos
diferentes grupos, assim como os seus próprios objetivos, o clima político e ideológico do
país e a relação entre a organização e os seus utilizadores ou consumidores.
A identificação das causas e avaliação prognóstica dos problemas pode contribuir para uma
adequada formulação estratégica das intervenções necessárias (Tavares, 1992).
Deste modo, o diagnóstico deve ser uma descrição quantitativa, incluindo indicadores do
âmbito sociodemográfico, sanitário (mortalidade, morbilidade, fatores de risco, incapacidade
e fatores protetores), utilização dos serviços de saúde, assim como recursos humanos,
materiais e financeiros. O reforço da cadeia de informação contribui para um corpo de
conhecimento sólido, que vai auxiliar as etapas subsequentes do processo de planeamento
(Portugal. MS. ARSLVT, 2015). Este pode recorrer também a diversos métodos e técnicas de
identificação de problemas e necessidades como inquéritos, brainstorming, brainwriting,
técnica de grupo nominal e informadores-chave.
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Os principais critérios utilizados para determinar uma prioridade de intervenção são a
magnitude, a vulnerabilidade, a gravidade, a exequibilidade, a aceitabilidade, a evolução, a
carga da doença, a equidade, o custo da doença, a transcendência social, e o custo efetividade
(Eusébio, 2011). Relativamente às técnicas, podem ser utilizadas as técnicas de consenso
como o painel delphi, o grupo nominal ou os informadores chave.
Com base na evolução histórica das tendências verificadas dos problemas de saúde e na
previsão dos contextos sociais, demográficos, sociais, políticos e ambientais, é possível
elaborar uma projeção dessas tendências no futuro, possibilitando uma formulação adequada
dos objetivos num horizonte temporal definido (Tavares, 1989).
2.4.2.4 Metas
As metas de saúde constituem um dos instrumentos mais utilizados para promover a saúde da
população e melhorar o desempenho do sistema de saúde. Estas expressam um compromisso
para atingir resultados específicos num determinado período de tempo (Smith; Busse, 2010).
A literatura tem demonstrado que a implementação das metas é mais efetiva, quando estas
são claramente definidas e quando se consubstanciam no envolvimento e compromisso dos
diferentes atores que vão contribuir para a sua implementação (Srivastava; Mckee, 2008).
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2.4.2.5 Formulação e desenvolvimento de intervenções
O desenvolvimento de intervenções consiste no processo de identificação e decisão das
abordagens e medidas, para resolver os problemas e necessidades de saúde identificados e
priorizados. Nesta fase, a questão-chave a ser abordada consiste em "como vamos atingir os
objetivos pretendidos?".
O CDC (1999) desenvolveu um quadro de referência, que é composto por seis passos que
devem ser tomados em qualquer avaliação:
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O envolvimento dos stakeholders (as pessoas envolvidas ou afetadas pelo programa,
bem como os utilizadores primários da avaliação);
A descrição do programa (as necessidades, os efeitos esperados, as atividades, os
recursos, as fases, o contexto e o modelo lógico);
A focalização no desenho da avaliação (o propósito, os utilizadores, as questões, os
métodos e os acordos);
A junção de evidência credível (os indicadores, as fontes, a qualidade, a quantidade e
a logística);
A justificação das conclusões (os standards, a análise, a interpretação, as conclusões e
as recomendações);
A garantia de utilização e partilha das lições aprendidas (o desenho, a preparação, o
feedback, o follow-up e a disseminação).
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(1992) define programa como um conjunto de projetos que decorrem num período de tempo
bem delimitado, habitualmente superior ao de um projeto, visando obter um resultado
específico e contribuir para a execução da estratégia de um plano.
Muitas vezes, o planeamento não tem sido efetivo porque ignora a natureza política inerente a
este processo. O resultado tem sido uma vasta gama de desastres de planeamento, grandes e
pequenos, que têm contribuído para uma rejeição transversal deste processo, sem ter qualquer
ideia de como substituí-lo, de forma a serem atingidos os objetivos desejados.
Porém, esta situação não deve ser encarada como a inevitável falha do planeamento, mas sim
como a necessidade de desenvolver um sistema apropriado de identificação de necessidades e
de recursos de um país. As decisões acerca do futuro não podem ser evitadas e o processo de
planeamento é inevitável. Atualmente, o planeamento como uma atividade é praticado na
grande maioria dos países, e a questão não é tanto se as decisões sobre o futuro devem ser
tomadas, mas sim por quem e como devem ser tomadas.
Neste sentido, o processo de planeamento precisa de ser melhorado e não rejeitado, necessita
de responder aos objetivos do setor da saúde e usar esses critérios e parâmetros para
enquadrar o processo de planeamento. A descentralização implica a necessidade de repensar
os papéis centrais e periféricos do planeamento. Os organismos centrais necessitam de se
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afastar da imposição dos planos top-down para um enquadramento de políticas e estratégias,
deixando a implementação detalhada para os níveis do local (Tavares, 1998).
2.6 Planificação Distrital em Saúde nos Serviços Distritais De Saúde, Mulher E Acção
Social
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) adoptou a política dos cuidados de saúde primários cuja
base de implementação é o distrito. Os Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social
(SDSMAS), que representam o último nível de administração do SNS, têm como função vital
a planificação e implementação operacional das actividades de saúde através da rede de saúde
primária e secundária. O papel e responsabilidades do distrito conheceram uma grande
evolução nos últimos anos. Por um lado o processo da descentralização conferiu novas
responsabilidades na área da planificação e por outro a reorganização dos serviços e a
inclusão da área social trouxe um novo leque de tarefas, as actividades sociais ligadas à
mulher e acção social.
Muitas decisões locais são de gestão e programação, isto é, como aproveitar no máximo os
recursos disponibilizados, e são do âmbito anual. Nestas decisões, que dizem respeito
sobretudo aoa GASTOS CORRENTES, os SDSMAS’s deveriam ter a máxima autonomia –
programação das actividades de rotina, sua orçamentação e na gestão e prestação de contas
dos fundos de funcionamento.
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O nível superior define em que distritos construir novas US’s.
O distrito decide qual é a melhor localização em termos de rentabilidade e equidade
dentro do distrito. Para tomar este tipo de decisão os SDSMAS’s devem possuir uma
boa base de informação criada através do reconhecimento da área de saúde.
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Qual é o custo? Com que recursos financeiros?
Os recursos financeiros a serem disponibilizados serão suficientes para as actividades de
funcionamento/ rotina e ainda para cobrir as actividades específicas que se pretende incluir
no plano?
Com que recursos materiais?
As geleiras a serem disponíveis para a cadeia de frio, serão suficientes para abrir mais postos
fixos de vacinação no distrito? Vai ser possível fazer a sua manutenção?
A planificação não termina com a elaboração dos planos, este é um processo contínuo que inclui
a implementação, monitoria e avaliação dos planos. Em geral, todo o ciclo de planificação é
apresentado como na figura em baixo.
MonitoriaAvaliação e Análise de
Situação
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IdentificaçãoSelecção/
RECURSOS HUMANOS
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A complexidade da organização e estrutura dos SDSMAS´s é outro factor importante a
considerar no processo de planificação. Ao contrário de outros serviços distritais, os
SDSMAS’s para o seu funcionamento são compostos por vários sectores e programas e os
cuidados de saúde são providenciados por uma rede de US’s (na sede e periféricas). Porque
os responsáveis dos sectores/ programas e das US´s são actores importantes para o sucesso
dos planos elaborados, eles merecem um papel de relevo em todo o processo de planificação,
implementação e avaliação. Os responsáveis distritais das várias áreas de actividade devem
apropriar‐se dos planos para que possam assumir plena responsabilidade na sua
implementação. Devem ser capazes e possuir o comprometimento de procurar soluções para
ultrapassar os constrangimentos e desafios enfrentados pela falta de recursos ou adequar os
planos existentes em casos de emergência entre outros. Portanto, o plano a este nível, para
além de estar alinhado com os instrumentos nacionais, provinciais e do governo distrital,
deve ao mesmo tempo ser um instrumento que facilite as diferentes áreas de actividade que
compõem os SDSMAS´s, a implementá‐lo.
A planificação dos recursos financeiros e outros tem a sua base na actividade de toda a rede
sanitária. Entretanto, a rede primária de saúde não possui orçamento próprio e para o seu
funcionamento depende do aprovisionamento em espécie dos SDSMAS’s. Para o bom
funcionamento destas US´s e o alcance das prioridades preconizadas nas políticas do sector, é
de extrema importância que os SDSMAS´s sejam capazes de realizar uma boa planificação e
implementar adequadamente os planos elaborados.
COORDENAÇÃO
A planificação distrital é um processo que envolve muita coordenação com vários actores a
diferentes níveis:
Dentro do próprio serviço distrital entre os vários programas e sectores que integram
os SDSMAS’s e as US’s que compõem a rede de cuidados do distrito.
Governo Distrital do qual os SDSMAS’s são parte integrante
Província – saúde
Organizações Não Governamentais (ONG´s) que actuam no distrito
Outros serviços distritais – educação, agricultura e infraestrutura
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aumento de ONG´s que operam a este nível. Apesar de existirem acordos e outros
instrumentos que regem a colaboração com cada ONG, a crescente presença de ONG´s no
distrito, não foi acompanhada com o estabelecimento de mecanismos de coordenação. Esta
lacuna tem exarcebado os problemas da falta de articulação entre os SDSMAS’s e ONG’s,
que resultam em planificações paralelas com ONG’s individuais.
Urge portanto encontrar formas para melhorar a colaboração das ONG’s no sector saúde no
nível distrital. Contudo, tem se verificado que os mecanismos habituais, com estruturas
formais (reuniões específicas, comités, etc) são ineficientes e pouco funcionais para este
nível. Seria oportuno estabelecer mecanismos dos mais simples possíveis, que não sejam
onerosos, nem aumentem ulteriormente a quantidade de reuniões e carga de trabalho dos
responsáveis distritais de saúde. A colaboração e coordenação a este nível poderia ser
reforçada através de uma maior integração das ONG´s no processo de planificação distrital.
As ONG´s deveriam ser convidadas às actividades de planificação e as suas actividades e
financiamento serem integrados no plano do sector. Assim é necessário que exista:
É necessário definir com clareza as funções e responsabilidades de cada actor, que poderiam
ser como segue: Os SDSMAS’s deveriam liderar e coordenar toda a actividade das ONG’s e
outros actores que actuam no sector saúde do distrito. Assim, os SDSMAS’s assumiriam o
papel de: (i) organizar/ preparar as reuniões de planificação, monitoria e avaliação, (ii)
solicitar/ recolher a informação financeira de todos intervenientes antes do exercício de
planificação, (iii) garantir a participação de todas ONG’s no exercício de planificação, (iv)
facilitar a comunicação e troca de informação, incluído o financiamento do sector.
As ONG’s por seu lado, deveriam: (i) harmonizar os seus ciclos de planificação com os
nacionais, (ii) reforçar e utilizar os sistemas nacionais de informação, planificação,
orçamentação, monitoria e avaliação assim como de gestão e prestação de contas, evitando a
criação de sistemas paralelos, (iii) providenciar reforço da capacidade institucional, incluíndo
o apoio técnico aos sistemas nacionais de informação, planificação, gestão e avaliação, assim
como ajuda financeira para o reforço dos sistemas – “ajuda orçamental”.
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RECONHECIMENTO DA ÁREA DE SAÚDE DISTRITAL
Para uma boa planificação e avaliação dos programas de saúde é importante que os gestores
distritais de saúde tenham um bom conhecimento da sua área de saúde.
Todo o gestor de saúde novo no distrito deveria antes de tudo tomar/ adquirir um bom
conhecimento da sua area
A área de saúde distrital corresponde a uma região geográfica “coberta” pelas actividades
sanitárias do distrito. A sua delimitação é, teoricamente concebida como sendo a mesma da
divisão administrativa dos distritos e localidades. Contudo, na prática a área de saúde ‘real’
ou efectiva, pode ser maior ou menor do que estes espaços administrativos, pois ela depende
mais de factores tais como: (i) a capacidade e o raio de acção dos programas da saúde, (ii) os
fluxos de utilização dos serviços resultantes da facilidade/ dificuldade de acesso e da
percepção que a população tem sobre os serviços. Ao sistematizar a informação sobre a área
de saúde, os gestores deveriam portanto procurar entender e definir a área de saúde “real”
para além da divisão administrativa. É, portanto útil verificar se existem habitantes de aldeias
circunvizinhas ao seu distrito que utilizam os seus serviços e vice‐versa. Definir e caracterizar
a área de saúde efectiva é muito importante para a compreensão dos padrões de utilização dos
serviços e a programação das actividades de saúde. As coberturas de saúde podem aparentar
ser erroneamente altas se a área de captação real for maior do que a teórica e vice‐versa. Isto
é muito importante na planificação de recursos.
Com o reconhecimento da área de saúde os gestores de saúde vão obter informação útil na
identificação de necessidades/ prioridades do distrito e das sub‐áreas de saúde menos
favorecidas.
Para que a informação sobre a área de saúde seja de facto útil, é necessário que seja
actualizada numa base anual e seja organizada num documento em forma de tabelas e mapas.
Qual é o Conteúdo?
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Características Geográficas e Demográficas
Perfil Demográfico
Projecção da população da área de saúde: total de habitantes e grupos alvo dos programas
prioritários de saúde. Informação útil na programação anual das actividades dos vários
programas (estimativas de coberturas e de índices de utilização), na atribuição de recursos e
projecção de necessidades futuras em termos de expansão da rede, esta última deve ser
concordada com o nível provincial. O resumo distrital desta informação pode ser organizado
no formato da Tabela 1, em baixo. Na parte II do guião, as projecções poderão ser calculadas
“automáticamente” por US/ sub‐área de saúde uma vez introduzido o total de habitantes do
ano base. Mais detalhes sobre a importância e a utilização do perfil demográfico podem ser
encontrados no Curso Integrado Planificação, ... (MiSau 2009); e Guião para Supervisão de
CS’s, (MiSau/ UNICEF 1997).
Saneamento do Meio
Abastecimento de água
Gestão de lixo e excretas
Lagoas, pântanos e charcos
Esta informação vai ajudar em melhor entender os problemas com o saneamento do meio e
melhor planificar actividades dirigidas. Por exemplo, o conhecimento da existência de águas
superficiais que podem favorecer o desenvolvimento de insectos e outros vectores causadores
de várias doenças pode apoiar na planificação de actividades específicas de prevenção e
educação sanitária.
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OS INSTRUMENTOS DE PLANIFICAÇÃO
Este consta de duas partes: (1) dum lado uma parte descritiva do distrito e (2) do outro lado,
uma parte analítica que inclui informação sobre coberturas, serviços prestados, recursos
disponíveis e projecções na linha do Plano Económico e Social (PES). Contém ainda 5
anexos contemplando (i) o Enquadramento lógico, (ii) as Fichas de Diagnóstico, (iii) o
Orçamento Combinado, (iv) o Plano de Acção e (v) o Orçamento.
Ao nível distrital, o PESOD é elaborado pelo Governo Distrital, tomando como base o Plano
Estratégico Distrital de Desenvolvimento (PEDD), elaborado de forma participativa com
todos os intervenientes, e as orientações do nível de escalão superior que define o horizonte
Provincial e Nacional de Desenvolvimento.
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Este é um instrumento de planificação sectorial do âmbito provincial com a participação dos
distritos; metodologia em utilização desde o início da década 1990, a última actualização do
instrumento foi efectuada em 2005. A metodologia é aplicada na planificação das actividades
dos serviços/ programas principais de prestação de cuidados de saúde, incluíndo actividades
de rotina e acções de suporte e intervenções específicas necessárias para o alcance dos
objectivos e metas estabelecidos. O processo utilizado deveria incluir:
• Projecção de actividades,
• Estimativa de necessidades,
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Adaptado de: Dossier B PESOD – Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas (PNPFD)
Calendário
• Representantes de ONG’s
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sectores e programas no distrito, devem ter um papel activo neste processo, pois são os
primeiros responsáveis pela implementação/ execução das actividades planificadas. Todo o
exercício de planificação deveria ser realizado em coordenação com outros actores‐chave no
distrito.
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Papel do responsável distrital do Núcleo de Estatística Distrital:
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Os responsáveis do sector administrativo, recursos humanos e saúde da comunidade e ou
NED são os elementos dos SDSMAS’s que fazem parte do CTD, grupo responsável pela
elaboração do PESOD na SD. Todos gestores distritais tem um papel importante na
planificação e implementação dos planos.
• Análise de situação
• Identificação dos objectivos e definição das prioridades do ano seguinte com base em:
o Problemas/ questões identificados durante a análise de situação o Estratégias e
prioridades nacionais o Estratégias e prioridades provinciais o Estratégias e
prioridades distritais
Alguns ingredientes para a elaboração de um plano que se possa implementar com sucesso:
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3.1 Actividades desenvolvidas no sector de planificação
No sector de Planificação do SDSMAS, exercemos as seguintes activdadesÇ
3.2 Discussão
Todos dados recolhidos vinham das unidades sanitárias, no entro de saude 1º de Maio, centro
de saúde de Chissui, centro de saúde de Nhamhonha, centro de Saúde 7 de Abril e centro de
saúde da Vila nova. Em conformidade certos dados não coadunavam com as estatísticas
registadas, uma vez que o sistema tem parões definidos de como registar. O processo de
planificação a nível do distrito infelizmente não se az nos SDSMAS, essa responsabilidade e
incumbida ou e da responsabilidade de outros níveis superiores a estes como e o aso da
direção Provincial.
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3.4 Conciliação da teoria e a prática
No planeamento em Saúde é necessário que o gestor conheça e estabeleça os objetivos da
instituição. E nesse processo é importante saber a diferença entre metas e objetivos. São
conceitos de gestão que podem parecer similares, mas para o planeamento em Saúde são
distintos. Os objetivos podem ser qualificados de duas formas:
Para se planear ou para se atribuir meta tudo parte da informação, isto e parte do SISMA que
suporta a recolha, análise, interpretação e disseminação contínua e sistemática dos dados de
saúde que são utilizados para definição e monitorização das políticas de saúde pública nas
províncias e nos distritos ao longo de Moçambique de uma forma dinâmica e incremental.
Uma vez recolhidos os dados das unidades sanitárias faz-se a compilação dos mesmos e
lançam se nesta plataforma que depois no acto de planificação de servira para demostra os
indicares das áreas chaves a priorizar.
3.4 Dificuldades
Nesta etapa, podemos dizer que as dificuldades encaradas foram as de falta de colaboração
dos tutores na informação em relação ao sector em que estavam inseridos,
A falta de pessoal experiente na área de planificação, uma vez que os técnicos que ali se
faziam presente eram novos nesta área, apenas o chefe do departamento era o único com
longa experiencia.
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4.1 Conclusão
Para terminar, podemos concluir que a associação do processo de planeamento apenas com a
produção de um plano e respetivos documentos de projetos constituem sinais evidentes deste
tipo de abordagem, que tem muito pouco impacto observável na saúde da população e no
sistema de saúde.
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4.2 Propostas e recomendações
Propõe-se a capacitação dos técnicos do setor por um tempo, e aumento de recursos Humanos
para flexibilizar as actividades neste sector uma vez que alguns que exercem essas
actividades são de outros sectores como o sector da saúde a comunidade e alocar uma
departamento para a planificação uma vez eu o pessoal desta área partilham a sala e os meios
informáticos com o setor da saúde a comunidade.
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4.3 Referências bibliográficas
Website: www.misau.gov.mz Maputo (Moçambique)
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TAVARES, A. - Métodos e técnicas de planeamento em saúde. Lisboa: Centro de
Formação e Aperfeiçoamento Profissional. Departamento de Recursos Humanos da
Saúde. Ministério da Saúde, 1992.
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