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SAÚDE PREVENTIVA E PROMOÇÃO DA SAÚDE

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Sumário
Sumário ........................................................................................................... 1

1. NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 2

2....................................................................................................................... 2

3. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3

4. SAÚDE PREVENTIVA E PROMOÇÃO DE SAÚDE ............................... 3

5. ANTECEDENTES E CONCEITUAÇÃO ................................................. 5

6. PANORAMA DA SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL ........................ 7

1. Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças: breve histórico,


conceitos e diferenças .......................................................................................... 11
2. Promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças como estratégia
para a mudança do modelo de atenção à saúde no setor suplementar. .............. 15
7. IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PROMOÇÃO
E PREVENÇÃO ....................................................................................................... 17

1. Sistema de Informação ..................................................................... 19


8. MODELOS ASSISTENCIAIS NO BRASIL ............................................ 21

9. IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE PREVEÇÃO E PROMOÇÃO DA


SAÚDE 25

1. Roteiro para o planejamento dos programas .................................... 27


10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................... 30

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1. NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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2. INTRODUÇÃO

3. SAÚDE PREVENTIVA E PROMOÇÃO DE SAÚDE

Fonte: https://www.escolaaberta.com.br

A ANS tem buscado estimular as operadoras de planos de saúde a repensarem


a organização do sistema de saúde com vistas a contribuir para mudanças que
possibilitem sair do modelo hegemonicamente centrado na doença, em
procedimentos e baseado na demanda espontânea, para um Modelo de Atenção
Integral à Saúde, no qual haja incorporação progressiva de ações de Promoção da
Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças.
A fim de promover mudanças na direção de um novo modelo de atenção à
saúde, a ANS formulou políticas de regulação indutoras, como o Programa de
Qualificação da Saúde Suplementar e o Programa de Promoção da Saúde e
Prevenção de Riscos e Doenças.
Nessa nova perspectiva regulatória, pretende-se uma mudança no papel dos
atores da saúde suplementar, na qual as operadoras de planos privados de saúde
tornem-se gestoras de saúde; os prestadores de serviços, produtores de cuidado; os
beneficiários, usuários com consciência sanitária e autonomia; e a ANS, órgão
regulador cada vez mais qualificado e eficiente para regular um setor que objetiva
produzir saúde.
Ações de promoção e proteção da saúde são fundamentais para a reorientação
dos modelos assistenciais, sendo uma estratégia de articulação transversal que
objetiva a melhoria na qualidade de vida e a redução dos riscos à saúde, por meio da
construção de políticas públicas saudáveis, que proporcionem melhorias no modo de
viver.

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A primeira iniciativa da ANS no sentido de estimular que as operadoras de
planos de assistência à saúde implantassem ações de Promoção da Saúde e
Prevenção de Riscos e Doenças para seus beneficiários foi à publicação da
Resolução Normativa RN n° 94 em 23 de março de 2005, uma ação conjunta entre a
DIOPE (Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras) e DIPRO (Diretoria de
Normas e Habilitação dos Produtos).
Essa RN estabeleceu os critérios para a prorrogação dos prazos para a
integralização da cobertura com ativos garantidores das provisões de risco, definidas
na Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 77, de 17 de julho de 2001, pelas
operadoras de planos privados de assistência à saúde que realizassem programas
de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças para seus beneficiários.
Em 2009, a ANS lança uma nova estratégia de estímulo ao desenvolvimento
de Programas de Promoção da Saúde e Prevenção e Controle de Riscos e Doenças,
por meio da Instrução Normativa (IN) conjunta nº 01 DIPRO/DIOPE (ANS, 2008).
De acordo com a IN em questão, as operadoras de planos privados de
assistência à saúde que desenvolvam ou venham a desenvolver programas de
promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças e os cadastrarem na ANS,
poderão contabilizar como Ativo Não Circulante – Intangível os valores aplicados
nesses programas, observando exigências que dizem respeito à regularidade do
envio de sistemas e ao cumprimento de pré-requisitos mínimos para o cadastramento
dos programas.
Essas iniciativas desenvolvidas pela ANS têm levado as operadoras à
discussão do tema, à organização de seminários, à capacitação de equipe
multidisciplinar, à apropriação de conceitos epidemiológicos, à adoção de protocolos
clínicos e ao planejamento dos programas.
Tendo em vista o perfil de morbimortalidade da população; a transição
demográfica, epidemiológica e nutricional; o aumento dos custos na assistência à
saúde e os potenciais impactos das ações de promoção e prevenção, torna-se de
extrema relevância o desenvolvimento desses programas no setor suplementar.
Nesse sentido, a ANS convida as operadoras de planos de saúde, os
prestadores de serviço e os beneficiários a uma reflexão acerca do modelo que rege
o nosso atual sistema de saúde, em busca de alternativas em prol de um atendimento
integral e de qualidade.

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4. ANTECEDENTES E CONCEITUAÇÃO

Fonte: https://maisvidasaudepreventiva.com.br/

Os primeiros conceitos de promoção da saúde foram definidos pelos autores


Winslow, em 1920, e Sigerist, em 1946.
Este definiu como as quatro tarefas essenciais da medicina: a promoção da
saúde, a prevenção das doenças, a recuperação e a reabilitação. Posteriormente,
Leavell e Clark, em 1965, delinearam o modelo da história natural das doenças, que
apresenta três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária.
As medidas para a promoção da saúde, em nível de prevenção primário, não
são voltadas para determinada doença, mas destinadas a aumentar a saúde e o bem-
estar gerais (BUSS, 2003).
Tendo em vista que o conceito de Leavell e Clark possui enfoque centrado no
indivíduo, com certa projeção para a família ou grupos, verificou-se sua inadequação
para as doenças crônicas não-transmissíveis, pois a prevenção de tais doenças
envolve medidas não só voltadas para os indivíduos e famílias, como também para o
ambiente e os estilos de vida (BUSS, 2003).
O movimento de promoção da saúde surgiu no Canadá, em 1974, por meio da
divulgação do documento “A new perspective on the health of canadians”, também
conhecido como Informe Lalonde.
A realização desse estudo teve como pano de fundo os custos crescentes da
assistência à saúde e o questionamento do modelo centrado no médico no manejo
das doenças crônicas, visto que os resultados apresentados eram pouco significativos
(BUSS, 2003).
Por meio do Informe Lalonde, identificou-se que a biologia humana, o meio
ambiente e o estilo de vida estavam relacionados às principais causas de

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morbimortalidade no Canadá; no entanto, a maior parte dos gastos diretos com saúde
concentrava-se na organização da assistência.
Foram propostas, portanto, cinco estratégias para abordar os problemas do
campo da saúde: promoção da saúde, regulação, eficiência da assistência médica,
pesquisa e fixação de objetivos.
Esse Informe favoreceu a realização da I Conferência Internacional sobre
Cuidados Primários de Saúde, em 1978, em Alma-Ata, com grande repercussão em
quase todos os sistemas de saúde do mundo (BUSS, 2003).
Em 1986, ocorreu a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde,
que originou a Carta de Ottawa. De acordo com esse documento, “promoção da
saúde é o nome dado ao pro cesso de capacitação da comunidade para atuar na
melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no
controle desse processo.
Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social (...) Nesse
sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais,
bem como as capacidades físicas.
Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde,
e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global”
(CARTA DE OTTAWA, 1986).
Cresce, portanto, a aceitação de que os aspectos sócio-culturais, econômicos
e ecológicos investem-se de uma importância tão grande para a saúde quanto os
aspectos biológicos, e que saúde e doença decorrem das condições de vida como
um todo.
Temas como a deterioração do meio ambiente, os modos de vida, as
diferenças culturais entre as nações e as classes sociais, e a educação para a saúde
passam a estar mais e mais presentes nos debates sobre as formas de se promover
a saúde (FARINATTI; FERREIRA, 2006).
Posteriormente, foram realizadas outras conferências internacionais sobre
Promoção da Saúde, as quais reafirmaram os preceitos estabelecidos na I
Conferência e agregaram novas questões e estratégias de ação voltadas para áreas
prioritárias, a fim de gerar políticas públicas saudáveis.
Dessa forma, o significado do termo Promoção da Saúde foi mudando ao longo
do tempo e, atualmente, associa-se a valores como: vida, saúde, solidariedade,
equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria.

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Além disso, está relacionado à ideia de “responsabilização múltipla”, uma vez
que envolve as ações do Estado (políticas públicas saudáveis), dos indivíduos e
coletividades (desenvolvimento de habilidades pessoais e coletivas), do sistema de
saúde (reorientação do sistema de saúde) e das parcerias intersetoriais (BUSS, 2003),
na definição de prioridades, planejamento e implementação de estratégias para
promover saúde.
Vale ressaltar que termos como empowerment, autocuidado e capacitação (ou
autocapacitação) vêm sendo cada vez mais utilizados, uma vez que a promoção da
saúde envolve o desenvolvimento de habilidades individuais, a fim de permitir a
tomada de decisões favoráveis e a participação efetiva no planejamento e execução
de iniciativas, visando à qualidade de vida e à saúde (FARINATTI; FERREIRA, 2006).
As ações preventivas, por sua vez, definem-se como intervenções orientadas
a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência
nas populações.
Para tanto, baseiam-se no conhecimento epidemiológico de doenças e de
outros agravos específicos (CZERESNIA, 2003).
A prevenção orienta-se às ações de detecção, controle e enfraquecimento dos
fatores de risco de enfermidades, sendo o foco a doença e os mecanismos para
atacá-la (BUSS, 2003).

5. PANORAMA DA SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL

Fonte: https://docacademyblog.com

O setor de saúde suplementar no Brasil é composto atualmente por 1.542


empresas e entidades operadoras de planos de assistência à saúde. Esse total está

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distribuído nas oito modalidades de classificação das operadoras, da seguinte forma:
Autogestão, Cooperativa Médica, Filantropia, Medicina de Grupo, Seguradora
Especializada em Saúde, Cooperativa Odontológica, Odontologia de Grupo,
Administradora de Planos (BRASIL, 2012).
As empresas (operadoras) são constituídas sob diversas formas jurídicas:
Medicina e odontologia de grupo – empresas comerciais, lucrativas, abertas,
intermediárias de rede de prestadores contratada. Congregam-se em torno da
Associação Brasileira de Medicina de Grupo (ABRAMGE), do Sindicato Nacional das
Empresas de Medicina de Grupo (SINAMGE) e do Conselho Nacional de
Autorregulamentação das Empresas de Medicina de Grupo (CONAMGE). Atendem
aproximadamente 31,6% dos usuários da saúde suplementar.
Cooperativas médicas e odontológicas – sociedades sem fins lucrativos,
organizadas pelos profissionais (médicos ou dentistas), que são sócios e prestadores.
São abertas e representadas pelas Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico
(UNIMED). Atendem aproximadamente 27% dos usuários da saúde suplementar.
Autogestão – empresas que operam planos de saúde destinados,
exclusivamente, a empregados ativos, aposentados, pensionistas ou exempregados,
de uma ou mais empresas ou, ainda, a participantes e dependentes de associações
de pessoas físicas ou jurídicas, fundações, sindicatos, entidades de classes
profissionais ou assemelhados e seus dependentes. Não lucrativas, utilizando, muitas
vezes, serviço próprio associado à rede contratada. É a modalidade dominante nas
empresas estatais e órgãos da administração pública. A maioria é vinculada à União.
Nacional de Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS) e, em Minas
Gerais, vinculadas à Associação de Serviços Assistenciais de Saúde Próprios das
Empresas (ASASPE). Atendem 9% dos usuários. Existem algumas instituições de
autogestão sem vínculo específico com entidades.
Seguradoras especializadas em saúde – sociedades seguradoras
autorizadas a operar planos de saúde, desde que estejam constituídas como
seguradoras especializadas nesse tipo de seguro, devendo seu estatuto social vedar
a atuação em quaisquer outros ramos ou modalidades.
Cobrem ou reembolsam gastos com assistência à saúde. São vinculadas à
Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e de Capitalização
(FENASEG). Atendem 11% dos usuários da saúde suplementar no Brasil.

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Filantropia – entidades sem fins lucrativos que operam planos de saúde,
sendo certificadas como entidades filantrópicas junto ao Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS), e declaradas de utilidade pública pelo Ministério da
Justiça ou pelos órgãos dos governos estaduais e municipais. São constituídas,
principalmente, pelas Santas Casas e atendem cerca de 2,5% dos usuários da saúde
suplementar.
Administradoras de planos - empresas que apenas administram planos de
saúde, que são financiados por outra operadora. Uma administradora não assume o
risco decorrente da operação desses planos e não possui rede própria, credenciada
ou referenciada de serviços médico-hospitalares ou odontológicos.
A distribuição geográfica das operadoras evidencia uma concentração nas
Regiões Sudeste e Sul do país, enquanto a Região Norte tem a menor concentração.
Essa distribuição pode ser relacionada ao maior poder aquisitivo da população e ao
grande número de indústrias e empresas contratantes de planos coletivos na Região
Sudeste (BRASIL, 2012). Em Minas Gerais o número de beneficiários é 5.216.165,
dos quais 1.327.695 estão em Belo Horizonte (BRASIL, 2012).
Os usuários dos planos de saúde estão concentrados nas áreas urbanas do
país e estão reunidos, principalmente, nas grandes operadoras. Além disso, observa-
se uma maior cobertura de mulheres e de pessoas das faixas etárias produtivas.
Verifica-se que há pouca alteração entre gêneros nas faixas etárias entre 20 e
59 anos. As menores taxas de vinculação a planos de saúde referem-se aos idosos
acima de 70 anos (BRASIL, 2012).
A maioria dos planos de saúde é financiada pelo empregador do titular de
forma integral ou parcial. Em geral a cobertura dos serviços é abrangente, sendo a
modalidade de contrato mais comum a que engloba serviços ambulatoriais,
hospitalares, exames diagnósticos e terapêuticos (BRASIL, 2012).
Para que as operadoras de saúde suplementar possam se configurar como
gestoras do cuidado é necessário um processo regulatório efetivo pelo setor público.
Mediante intensa negociação e implementação de Portarias e Resoluções por parte
da ANS, as operadoras têm sido chamadas a rever a oferta de planos assistenciais e
a implementar propostas que sejam de cuidado à saúde de seus beneficiários.
A Saúde Suplementar no Brasil caracteriza-se como um setor sustentado e
permeado por uma lógica econômica e composto por atores com interesses
antagônicos. Pode-se afirmar que o modelo assistencial praticado é o

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médicohegemônico e o procedimento centrado em poucas ações de prevenção de
doenças e de promoção da saúde, o que leva a um consumo acrítico de tecnologias
(JORGE; COELHO; REIS, 2007).
No contexto do Sistema Único de Saúde considera-se necessário discutir o
papel do mercado de planos de saúde, seja para pensar o modo de regulação do
Estado, seja para investigar a dimensão dos gastos das famílias com planos de saúde,
ou ainda para analisar o perfil de morbidade, acesso e uso de serviços de saúde da
população (OCKÉ-REIS, 2007).
É importante o estudo dos possíveis efeitos da concentração econômica desse
mercado, pois tal movimento pode resultar no fortalecimento das grandes operadoras,
com consequências imprevisíveis sobre a organização e financiamento do SUS.
O aumento do poder desse mercado pode exigir do Estado uma postura mais
ativa para preservar os princípios de defesa do consumidor, da concorrência regulada
e do interesse público.
Mediante os estímulos da ANS e em razão da transição epidemiológica e do
alto custo do modelo médico centrado, parte das operadoras tem buscado rever os
paradigmas e construir um modelo assistencial de qualidade que se responsabilize
pelo processo saúde-doença de seus beneficiários, em atenção integral e resolutiva
para os clientes e que também reflita na redução dos gastos, seja em atendimentos
ambulatoriais, seja em internações e intervenções hospitalares.
Essa necessidade de mudança na oferta de ações assistenciais é sinalizada
por Malta et al. (2004) como forma de evitar a fragmentação do cuidado, comandado
por um processo de trabalho cuidador, capaz de orientar e construir com o usuário
um projeto terapêutico efetivo capaz de atender suas necessidades e construindo
assim uma linha de cuidado resolutiva e monitorada.
Uma das formas de reversão do modelo atual de saúde, visualizada pela ANS,
é a implementação de programas de promoção da saúde e prevenção de riscos e
agravos.
Por meio dessa estratégia pode-se, por um lado, reduzir os custos operacionais
dos serviços e, por outro, construir um modelo mais cuidador, monitorando e
articulando as diversas intervenções em saúde mediante o acompanhamento do
caminhar do usuário pela rede de serviços e ampliando o acesso e humanização da
assistência.

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1. Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças: breve
histórico, conceitos e diferenças
As diferentes abordagens que a promoção da saúde admite vêm sendo
construídas ao longo da história e influenciam as práticas atuais.
Assim, os referenciais que sustentam a promoção da saúde podem ser
contextualizados historicamente a partir de três momentos que caracterizam sua
concepção (SILVA; SENA, 2010).
O primeiro momento é marcado pelos discursos do início do século XIX até
meados do século XX, caracterizando uma concepção higienista de promoção à
saúde (SILVA; SENA, 2010).
Neste período emergiram os conceitos de medicina social e saúde coletiva,
baseados nas relações entre saúde e condições de vida, a partir do reconhecimento
do aumento da mortalidade em função dos problemas sociais decorrentes da
revolução industrial.
Entretanto, os avanços científicos no campo Biomédico com reforço da ideia
da natureza biológica das doenças continuaram orientando as estratégias preventivas,
deslocando o pensamento causal do processo saúde-doença do ambiente físico e
social para agentes patogênicos (ANDRADE; BARRETO, 2003).
As mudanças no perfil epidemiológico das populações com aumento no índice
das doenças crônicas e dos agravos por causas externas deram continuidade à
tensão paradigmática relacionada às concepções de saúde, produzindo outras
críticas e modelos explicativos de intervenção.
Este contexto, correspondente à segunda metade do século XX, dá início ao
segundo momento histórico que carrega uma visão comportamentalista da promoção
da saúde (SILVA; SENA, 2010).
Na década de 1970 foi publicado o Relatório Lalonde, no Canadá, no qual os
fatores ambientais e comportamentais foram apontados como potenciais para
determinar o processo saúde-doença (BUSS, 2003).
É marcante neste momento histórico o enfoque eminentemente preventista de
mudança de estilo de vida e de comportamento através de propostas de intervenções
fortemente moralizadoras nas quais prevalece a responsabilização e culpabilização
dos indivíduos pelo processo de adoecimento (SICOLI; NASCIMENTO, 2003).

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Importante ressaltar que atualmente existem programas que operacionalizam
o conceito de prevenção das doenças e promoção da saúde da forma proposta pelo
Relatório de Lalonde.
O terceiro momento histórico é instaurado com as Conferências Internacionais
de Promoção da Saúde, marcando a “Nova Promoção da Saúde”, que traz uma
concepção socioambientalista sobre o tema (SILVA; SENA, 2010). O moderno
conceito de Promoção da Saúde tem seu início na Conferência Internacional de Alma
Ata, em 1978, momento em que a saúde foi reconhecida pela primeira vez como
direito. Sequencialmente, a I Conferência Internacional de Promoção da Saúde, em
1989, no Canadá, amplia a compreensão de saúde ao enfocar seus determinantes
sociais, econômicos, culturais, políticos e ambientais, além dos biológicos
(WESTPHAL, 2006).
A partir dessa concepção a promoção da saúde inclui em seu campo de ação
os indivíduos, famílias, trabalho, renda, alimentação, estilos de vida, lazer e condições
que possibilitem escolhas saudáveis (PEDROSA, 2004).
A nova concepção de saúde defende a responsabilização do Estado na
produção social da saúde e amplia, com a convocação da sociedade civil, o
compartilhamento de ações e responsabilidades (SILVA; SENA, 2010).
Os conceitos básicos da “nova” promoção da saúde e as alternativas práticas
coerentes com sua base política-ideológica vêm sendo construídos, reforçados e
difundidos ao longo de seis Conferências Internacionais de Promoção da Saúde,
desde 1986, no Canadá (WESTPHAL, 2006).
A partir da análise e classificação das diferentes iniciativas de promoção da
saúde realizadas no passado e atualmente, Westphal (2006) sintetizou três conceitos
de promoção da saúde, bem como os conceitos norteadores de saúde e os tipos de
práticas de cada vertente, que podem ser visualizados no Quadro 1.

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As abordagens de promoção da saúde presentes no Quadro 1 apresentam
elementos que permitem fazer uma diferenciação entre as práticas de prevenção de
doenças e a moderna abordagem socioambiental de promoção da saúde.
A prevenção de doenças é baseada na epidemiologia e destina-se à detecção,
controle e enfraquecimento dos fatores de risco de enfermidades (BUSS, 2003).
Focaliza os aspectos biológicos, mas não considera a dimensão histórica-
social do processo saúde-doença e, portanto, não inclui estratégias intersetoriais e
políticas públicas saudáveis como intervenção sobre os determinantes de saúde.
Na concepção moderna da promoção da saúde, por sua vez, sobressai o
protagonismo de práticas que privilegiam o envolvimento dos sujeitos nos processos
de tomada de decisão através de espaços participativos, construtivos e direcionados
para promover a autonomia dos indivíduos e comunidades (PEDROSA, 2004).
Com objetivo de contribuir com o entendimento das diferenças e
aproximações entre promoção da saúde e prevenção de doenças, Westphal (2006)
afirma que as conferências sobre promoção da saúde explicitam os seguintes
princípios como definidores das práticas:

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• As ações de promoção da saúde devem ser desenvolvidas a partir de uma
concepção holística, capaz de ultrapassar os limites do setor saúde e fomentar o bem-
estar físico, mental, social e espiritual dos indivíduos e coletivos.
• A equidade social é um princípio e objetivo da promoção da saúde, que traz
para o centro da discussão a noção de necessidades diferentes, justificadas pela
existência de desigualdades sociais estruturais.
• A interssetorialidade apresenta-se como dispositivo sine qua non para
promoção da saúde, ante a multiplicidade e complexidade dos determinantes do
processo saúde-doença.
• A participação social está relacionada ao fortalecimento da ação comunitária
e ao empoderamento coletivo, visto que cria mecanismos que estimulam a
corresponsabilidade e capacita a população para exercer controle sobre os
determinantes de saúde.
• Sustentabilidade remete à criação de iniciativas coerentes com o
desenvolvimento sustentável e com potencial para continuidade.
A mesma autora afirma que a promoção da saúde, em sua abordagem
socioambiental, pode ser aplicada a atividades de prevenção, tratamento e
reabilitação, desde que os princípios anteriormente enunciados sejam aplicados.
Assim sendo, as ações do campo da prevenção podem promover saúde se
contemplarem processos de formação e empoderamento individual e coletivo
(WESTPHAL, 2006).
Acredita-se que o enfoque socioambiental da promoção da saúde seja
potente para reorientar as práticas em saúde atuais no sentido de possibilitar a
construção de um modelo assistencial mais cuidador e equitativo, no qual a
emancipação das populações constitui um imperativo ético (AKERMAN; MENDES;
BOGUS, 2004).

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2. Promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças
como estratégia para a mudança do modelo de atenção à
saúde no setor suplementar.

A Lei nº 9.961/00, que cria a ANS e dá outras providências, estabelece, em


seu artigo 4º, que uma das competências da Agência é “fixar as normas para a
constituição, organização, funcionamento e fiscalização das operadoras de planos de
saúde, incluindo os conteúdos e modelos assistenciais” (BRASIL, 2000).
A definição de modelo assistencial consiste na organização das ações para
intervenção no processo saúde/doença, articulando os recursos físicos, tecnológicos
e humanos para enfrentar os problemas de saúde existentes em uma coletividade.
Podem existir modelos que desenvolvam exclusivamente intervenções de
natureza médico-curativa e outros que incorporem ações de promoção e prevenção;
e ainda há modelos em que seus serviços simplesmente atendam às demandas,
sempre aguardando os casos que chegam espontaneamente ou outros que atuam
ativamente sobre os usuários, independentemente de sua demanda (PAIM, 1999).
Na Saúde Suplementar, o modelo de atenção hegemônico caracteriza-se
pelo enfoque biologicista da saúde/doença/cuidado, desconsiderando seus
determinantes sociais, com ações desarticuladas, desintegradas, pouco cuidadoras,
centradas na assistência médico-hospitalar especializada e com incorporação acrítica
de novas tecnologias, constituindo-se em um modelo caro e pouco eficiente.
Soma-se a isso o fato de os planos de saúde poderem ter cobertura
segmentada em ambulatorial ou hospitalar (com ou sem obstetrícia), além de planos

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exclusivamente odontológicos, comprometendo significativamente a integralidade da
atenção.
Por outro lado, as práticas de promoção da saúde e prevenção de riscos e
doenças ainda são utilizadas de forma acessória ou desconsideradas, com
pouquíssimo ou nenhum impacto sobre a saúde dos beneficiários.
Tendo em vista o aumento crescente dos custos em saúde, determinado pelo
envelhecimento da estrutura etária da população; pelas transformações nas
estruturas de morbimortalidade, com elevação da importância das doenças crônicas
não transmissíveis frente às doenças infecto-contagiosas; e pelas mudanças
tecnológicas, que levam à incorporação de mais capital e recursos humanos (MÉDICI,
1995); as operadoras buscam a redução dos gastos com assistência à saúde de alto
custo.
Vale ressaltar que a incorporação de tecnologias no setor de saúde implica o
aumento dos custos por não ser substitutiva, uma vez que não significa o
deslocamento das anteriores.
Além disso, o consumo de novos equipamentos e medicamentos ocorre de
forma acrítica, com poucas vantagens para o paciente (MENDES, 1980 apud SILVA
JUNIOR, 2006).
O padrão de desenvolvimento científico, tecnológico e a organização da
atenção à saúde sob a lógica de mercado, direcionada para a cura de doenças e
centrada na prática médica realizada constituíram formas de produção e consumo de
serviços de saúde que tiveram como consequências a elevação de custos, o baixo
impacto na saúde da população, a grande especialização e o aumento das barreiras
de acesso.
Dessa forma, a Promoção da Saúde apresenta críticas ao modelo biomédico
e proposições para a reorientação dos modelos de atenção à saúde, buscando intervir
sobre os determinantes da saúde e basear suas ações de acordo com as premissas
da intersetorialidade (PASCHE; HENNINGTON, 2006).
O desenvolvimento de programas de promoção da saúde e prevenção de
riscos e doenças tem como objetivo a mudança do modelo assistencial vigente no
sistema de saúde e a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários de planos de
saúde, visto que grande parte das doenças que acomete a população é passível de
prevenção.

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Cabe destacar que a necessidade de racionalização dos custos por parte das
operadoras é importante na medida em que seja complementar à política do MS
empreendida para todo o país.
Todo esse esforço tem sido realizado no sentido de implementar modelos de
atenção baseados na produção do cuidado, assim respondendo à necessidade da
integralidade da atenção à saúde.
Nessa direção, o setor suplementar deve se tornar um ambiente de produção
de ações de saúde nos territórios da promoção, proteção, recuperação e reabilitação
da saúde dos indivíduos, com o estabelecimento de vínculo entre profissional de
saúde e beneficiários e, principalmente, responsabilização das operadoras pela
gestão da saúde de seus beneficiários.

6. IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE


PROMOÇÃO E PREVENÇÃO

Fonte: http://seconci-rio.com.br/wp/seconci-rio-leva-saude

Segundo Navarro (1992), “um programa é um conjunto de atividades dirigidas


para atingir certos objetivos, com dados recursos e dentro de um período de tempo
específico”. Além disso, “a avaliação de programa envolve dois tipos de atividades: a
produção de informações, referentes ao andamento dos programas e seus produtos,
e o estabelecimento de um juízo de valor a respeito do mesmo”.
Avaliar significa realizar um julgamento sobre uma intervenção com o objetivo
de auxiliar na tomada de decisões (CONTANDRIOPOULOS et al, 1997 apud SILVA,

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2005), sendo considerada uma importante ferramenta para verificar a eficácia das
ações estabelecidas e subsidiar o processo de planejamento.
A OMS (2000) conceitua a avaliação como “Processo de determinação,
sistemática e objetiva, da relevância, efetividade, eficiência e impacto de atividades
fundamentadas em seus objetivos. É um processo organizacional para
implementação de atividades e para colaborar no planejamento, programação e
tomada de decisão”.
Instituído o programa, este precisa ser oferecido e acessível à populaçãoalvo,
além de ter adequada qualidade. Com isso, é necessário que a população aceite o
programa e o utilize. Essa utilização resultará em uma dada cobertura da intervenção
que, uma vez alcançada, produzirá um impacto (resultado populacional) sobre um
comportamento ou sobre a saúde.
Para que essas etapas sejam devidamente avaliadas, torna-se imprescindível
a escolha de indicadores, o que dependerá das características do próprio programa
ou intervenção (BRASIL, 2007).
Donabedian identifica três tipos de indicadores de avaliação: estrutura,
processo e resultado. Indicadores de estrutura dizem respeito à área física, tecnologia
apropriada, recursos humanos, medicamentos, acesso a normas de avaliação e
manejo de pacientes, entre outros; e identificam as condições sob as quais o cuidado
à saúde é oferecido aos usuários (DONABEDIAN, 1984 apud BRASIL, 2007).
Os indicadores de processo indicam o que é realmente oferecido aos usuários
no âmbito do cuidado, apontando o que os profissionais fazem, em termos de coleta
de história, exame físico, exames complementares, tratamento e acompanhamento.
Geralmente, esses indicadores são comparados a padrões previamente
estabelecidos, como guidelines, protocolos e consensos.
Enquanto isso, os indicadores de resultado indicam o quanto o usuário do
serviço teve seu problema resolvido após certo período de tempo. A satisfação do
paciente e do profissional também são dimensões do resultado.
Os indicadores de processo são tão importantes quanto os de impacto, tendo
em vista que determinar como um programa atua e também os resultados na
população são de suma relevância. Aliás, as avaliações de impacto não dispensam a
coleta de indicadores de processo (oferta, utilização e cobertura) (BRASIL, 2007).
O indicador específico a ser utilizado na avaliação depende das
características do próprio programa. A população a que o programa se dirige gera

18
indicadores de cobertura. A natureza do programa, os instrumentos, equipamentos e
recursos humanos utilizados, o método de veiculação para a população-alvo, entre
outros, fornecem elementos para a formulação de indicadores de oferta.
Os registros sobre a implementação do programa são úteis para a construção
de indicadores de utilização e oferta. Os objetivos do programa, por sua vez, permitem
construir indicadores de impacto (BRASIL, 2007).
Furtado (2006) estabelece os sete passos a serem dados na condução de um
processo avaliativo:
1. Identificar os grupos de interesse: incluem a equipe do programa ou serviço,
indivíduos, instituições parceiras etc.
2. Definir os propósitos da avaliação: é importante definir as principais
motivações que levaram ao desenvolvimento da avaliação.
3. Descrever o programa: os aspectos centrais do programa devem ser
descritos, assim como os problemas enfrentados, a população-alvo, as atividades
executadas etc.
4. Definir as questões da avaliação: devem ser definidas as perguntas que
merecem atenção no processo avaliativo, considerando a pertinência, a capacidade
de levantar informações importantes, os recursos e o tempo.
5. Coleta e análise dos dados: uma vez definidas as questões da avaliação,
deve-se decidir quais informações são necessárias para respondê-las, além de como
e onde essas informações serão obtidas.

1. Sistema de Informação
O sistema de informação utilizado pela operadora poderá ter diversas
funcionalidades, que serão de suma importância para o monitoramento e
acompanhamento das atividades programadas e dos beneficiários inscritos, podendo,
por exemplo:
• Controlar a entrada e a saída de inscritos.
• Identificar a frequência de participação dos inscritos nas atividades do
programa.
• Emitir sinais de alerta para a busca ativa de beneficiários faltosos.
• Monitorar os resultados obtidos pelos beneficiários inscritos no decorrer do
programa.

19
A operadora poderá utilizar como sistema de informação: software
operacional, utilizado para registro de informações assistenciais e administrativas de
toda a população para acompanhamento dos beneficiários inscritos no programa;
planilha eletrônica, para tabulação dos dados do programa em meio digital, em
arquivos do tipo planilhas do Microsoft Excel, Open Office ou compatíveis ou; software
especificamente desenvolvido, ou módulo do software operacional, para o registro e
acompanhamento das informações relativas aos Programa de Promoção da Saúde e
Prevenção de Riscos e Doenças.
6. Comunicação dos resultados: é resultante de todo o processo desenvolvido.
O relatório deve conter os propósitos da avaliação, as perguntas definidas, os
indicadores estabelecidos e a análise dos dados.
7. Utilização dos resultados: as informações devem ser úteis e críveis, de tal
forma que os resultados sejam reconhecidos como subsídios para a tomada de
decisões.
Nesse sentido, é de extrema relevância estimular a incorporação da avaliação
e do monitoramento dos programas de promoção da saúde e prevenção de riscos e
doenças como prática permanente realizada pelas operadoras de planos de saúde.
Tal iniciativa tem por objetivo viabilizar a tomada de decisões e a definição de
estratégias de intervenção, bem como caminhar no sentido de qualificar a atenção à
saúde no setor suplementar.

20
7. MODELOS ASSISTENCIAIS NO BRASIL

Fonte http://www.brasilbeneficios.com.br/

O modelo assistencial é parte dos componentes que formam um sistema de


serviços de saúde. Consiste na forma de organização das ações destinadas à
intervenção no processo saúde-doença, bem como articulação dos recursos físicos,
tecnológicos e humanos utilizados na prestação de serviços de saúde (MALTA et al.,
2004; TEIXEIRA; PAIM; VILASBÔAS, 1998).
Paim (2008) afirma que a conformação histórica do sistema de saúde no
Brasil permite identificar modelos assistenciais hegemônicos e propostas alternativas
que vêm sendo construídas.
Os modelos predominantes, médico-assistencial e sanitarista, convivem no
país de forma contraditória ou complementar. O modelo médico-assistencial é
centrado na clínica, atende à lógica da demanda espontânea e tem como base os
serviços especializados e os procedimentos (MALTA et al., 2004).
Esse modelo toma como objeto a doença ou o doente em sua expressão
individualizada; privilegia o médico como sujeito ou agente; utiliza como meios de
trabalho os conhecimentos e tecnologias que permitem o diagnóstico e a terapêutica
das patologias. A oferta de serviços é organizada através da rede de serviços de
saúde, cujo lócus privilegiado é o hospital (PAIM, 2008; TEIXEIRA; PAIM;
VILASBÔAS, 1998).

21
Nesse modelo, a assistência é voltada para os indivíduos que, por livre
iniciativa, procuram os serviços de saúde e, por conseguinte, exclui as pessoas ou
grupos populacionais que não percebem a existência de problemas de saúde (PAIM,
2008).
Com o crescimento de operadoras de planos de saúde o modelo de atenção
gerenciada passou a coexistir, contraditoriamente, como integrante do modelo
médico-assistencial.
A atenção gerenciada (Managed Care), que se fundamenta na economia e
na medicina baseada em evidências, preserva características do modelo médico-
assistencial, especialmente o biologicismo e a subordinação dos consumidores
(MERHY, 2000).
Entretanto, enquanto o modelo médico-assistencial contribui com o aumento
dos custos ao estimular a produção de serviços, ações e procedimentos, a atenção
gerenciada dirige-se para a contenção da demanda e racionamento de procedimentos
e serviços especializados com vistas à redução de custos (PAIM, 2008).
Sabe-se que algumas propostas de promoção da saúde e prevenção de
doenças estão fundamentadas na atenção gerenciada desenvolvida pelo setor de
saúde norte-americano que induz, principalmente, à racionalização dos custos
assistenciais.
Quando não há articulação dessas práticas com investimentos em
humanização, a qualidade da assistência não é impactada e prevalece, assim, o foco
em doenças e a fragmentação do cuidado, sem contribuir para a mudança do modelo
assistência (UGÁ et al., 2002).
O modelo sanitarista, também reconhecido como predominante no Brasil,
apesar de ser subalterno ao médico-hegemônico, remete à saúde pública
convencional institucionalizada durante o século XX.
Centrado no saber biomédico, busca atender às demandas de saúde da
população através de campanhas, programas especiais para condições ou agravos
específicos, vigilância sanitária e epidemiológica (PAIM, 2008).
Nessa perspectiva, ao direcionar sua atuação em certos agravos, riscos ou
grupos populacionais, esse modelo desconsidera os determinantes mais gerais de
saúde e não enfatiza a integralidade da atenção (PAIM, 2008).

22
O modelo sanitarista tem como sujeitos os sanitaristas, os quais tomam como
objeto os modos de transmissão e fatores de risco em uma perspectiva
epidemiológica.
O lócus do trabalho passa do hospital para as unidades de saúde, locais em
que são operacionalizadas as campanhas, programas e ações de vigilância sanitária
e epidemiológica (TEIXEIRA; PAIM; VILASBÔAS, 1998).
Os modelos assistenciais predominantes no país, anteriormente descritos,
têm apresentado limitações dentre as quais se destacam a ausência de integralidade,
desigualdades no acesso aos serviços, inadequação frente às necessidades de
saúde da população e qualidade insatisfatória (PAIM, 2008; TEIXEIRA; PAIM;
VILASBÔAS, 1998).
Assim, desde a 8º Conferência Nacional de Saúde discutem-se novas
propostas e iniciativas, no sentido de superar tais limites e construir modelos
assistenciais mais coerentes com a Reforma Sanitária brasileira (MALTA et al., 2004;
PAIM, 2008).
Neste contexto a vigilância da saúde corresponde a um modelo assistencial
que supera os modelos vigentes, visto que amplia o objeto de intervenção para além
das determinações clínico-epidemiológicas individuais e coletivas ao incorporar as
determinações sociais que afetam os grupos populacionais.
Nessa perspectiva a população organizada participa, junto aos profissionais
e trabalhadores de saúde, como novos sujeitos; as intervenções também extrapolam
o uso de conhecimentos e tecnologias médico-sanitárias ao incluir tecnologias de
comunicação social para promoção e defesa das condições de vida e saúde
(TEIXEIRA; PAIM; VILASBÔAS, 1998).
A organização dos processos de trabalho ultrapassa os espaços
institucionalizados dos serviços de saúde apoiando-se na ação interssetorial com as
seguintes características: intervenções sobre problemas de saúde (danos, riscos e/ou
determinantes); articulação entre ações promocionais, preventivas e curativas; ações
sobre o território (PAIM, 2008).
O Quadro 2 apresenta a síntese dos modelos assistenciais aqui discutidos.

23
Malta et al. (2004) afirmam que o estudo de modelos assistenciais em saúde
suplementar está vinculado ao entendimento do funcionamento dos modelos no
Sistema Único de Saúde (SUS), visto que a Constituição Federal define que ao setor
privado cabe organizar-se de forma complementar ao público de acordo com as
intencionalidades e princípios do SUS.
Pode-se afirmar que o modelo comumente praticado nos sistemas público e
privado no Brasil consiste em práticas fragmentadas, predominantemente
desarticuladas, centradas em produção de atos e nas queixas dos usuários.
Nesse modelo, médicoassistencial hegemônico, o cuidado continua
compreendido como consumo de procedimentos em que a qualidade está vinculada
à utilização de tecnologias duras (ANDRADE et al., 2009; MALTA et al., 2004).
Ante o desafio de entender com maior profundidade como se estruturam os
modelos assistenciais na saúde suplementar a ANS deve discutir novos mecanismos
de macro e micro regulação capazes de apontar para novas formas de intervenção,
tais como a prevenção de agravos e promoção da saúde, visando garantir acesso,
vínculo, responsabilização e integralidade da assistência aos usuários (MALTA et al.,
2004).

24
8. IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE PREVEÇÃO E
PROMOÇÃO DA SAÚDE

Fonte:https://www.wreducacional.com.br

A implementação de estratégias e Programas de Promoção da Saúde e


Prevenção e Controle de Riscos e Doenças é prática no setor suplementar de saúde
brasileiro, ainda que, na maioria dos casos, seja realizada de forma fragmentada e
desarticulada, não só por iniciativa das operadoras de planos privados de saúde, mas
também por seus prestadores de serviço.
A ANS considera como um Programa de Promoção da Saúde e Prevenção
de Riscos e Doenças aquele que possua um conjunto de atividades estrategicamente
ordenadas e sistematizadas pelas operadoras de planos privados de saúde, não só
para o controle de patologias e agravos, mas prioritariamente para a sua prevenção,
direcionadas a toda a população da carteira ou com perfil epidemiológico de risco
conhecido, sob a ação e a coordenação multiprofissional.
Além disso, um programa deve garantir o acompanhamento específico de sua
clientela, bem como a avaliação e o monitoramento por meio de indicadores de saúde.
Entende-se por indicadores de saúde, parâmetros utilizados, aceitos universalmente,
com o objetivo de direcionar o planejamento das ações programáticas, avaliar e
monitorar o estado de saúde da população coberta pelo programa em um período
definido.
Para a elaboração e a implementação de programas dessa natureza, que se
proponham efetivos, é fundamental, como ponto de partida para a tomada de decisão
dos temas priorizados, a realização de um diagnóstico do perfil demográfico e

25
epidemiológico da carteira, que pode ser feito por meio de questionários de perfil de
saúde e doença, com identificação de fatores de risco.
Outras alternativas podem ser utilizadas como forma de quantificar a
população-alvo do programa, como: estabelecimento de uma faixa etária; gênero;
presença de agravos ou fatores de risco; pessoas em fases ou situações da vida que
requeiram atenção especial ou, ainda, estabelecer, dentro da sua população, uma
projeção de risco ou morbidade de acordo com as estimativas de prevalência
conhecidas previamente na população geral.
Torna-se relevante frisar a importância da participação das operadoras nesse
processo de construção dos parâmetros e da divulgação de exemplos de programas
e atividades.
Antes de iniciar o Programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos
e Doenças, é de suma relevância planejar sua estrutura, com a determinação da
população-alvo, das formas de identificação dessa população e das metas de
cobertura.
Além disso, o sistema de informação participa como um componente
fundamental de qualquer programa, por permitir o acompanhamento e o
monitoramento das ações desenvolvidas.
Nesse sentido, o roteiro a seguir apresenta os parâmetros e critérios técnicos
gerais para o planejamento de programas de promoção da saúde e prevenção de
doenças, que podem ser utilizados pelas operadoras de planos de saúde que
desenvolvem ou pretendem desenvolver programas voltados para quaisquer Áreas
de Atenção à Saúde.
As ações e estratégias específicas de cada Área de Atenção encontram-se
dispostas nos demais capítulos desse Manual Técnico.

26
1. Roteiro para o planejamento dos programas

Fonte: https://actioncoach.com.br/celiomelim

1. Identificar a carteira de beneficiários (dados demográficos e


epidemiológicos).
2. Identificar, a partir dessa análise prévia da identificação da carteira, quais
programas devem ser implantados.
3. Elaborar a JUSTIFICATIVA PARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA, ou
seja, as motivações que levaram à adoção da estratégia.
4. Estabelecer os OBJETIVOS do programa, ou seja, o que se pretende obter
com a adoção da estratégia.
5. Definir a POPULAÇÃO-ALVO, que significa o número de pessoas que se
pretende alcançar com a atividade programada.
A definição da populaçãoalvo pode ocorrer de diversas formas, de acordo
com os objetivos estabelecidos pelo programa, conforme os exemplos a seguir:
• Toda a população de beneficiários da operadora, para o caso em que a
operadora realize um programa de prevenção, tratamento e controle de fatores de
risco e doenças cardiovasculares, voltado para indivíduos doentes e não doentes,
com ou sem fatores de risco.
• Definição de faixa etária específica e/ou grupos e situações especiais para
a realização das atividades de prevenção, tratamento e controle, caso a operadora
realize programa voltado para indivíduos doentes e não doentes, com ou sem fatores
de risco.
• Definição por tipo de plano, sexo e faixa etária específica.
Formas de identificação da população-alvo:
• Realização de exame físico e exames complementares.

27
• Questionário sobre o perfil de saúde/doença e dos fatores de risco.
• Faixa etária.
• Grupos e situações especiais (gestantes, nutrizes, adolescentes, indivíduos
com doenças cardiovasculares etc.).
• Perfil de utilização de internação, consultas e exames.
6. Definir a COBERTURA DO PROGRAMA, ou seja, o número de indivíduos
que participam de cada programa em relação à população-alvo.
A cobertura deve ser definida de acordo com a população-alvo estabelecida
pela operadora, sendo importante definir metas progressivas, periodicamente.
Destaca-se que, para a efetividade das ações e obtenção de resultados positivos na
saúde dos beneficiários, recomenda-se que os programas alcancem o maior número
possível de beneficiários.
7. Estabelecer a FORMA DE CAPTAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO
PROGRAMA: especificar como é feito o contato com a população-alvo para alocação
nos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças. Exemplos:
diagnóstico epidemiológico; frequência de utilização; exames periódicos de saúde;
demanda espontânea, e outros.
8. Estabelecer o LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA:
especificar município e/ou bairros e se o programa será desenvolvido em unidade da
rede própria ou conveniada.
9. Definir quais ATIVIDADES serão DESENVOLVIDAS/PREVISTAS:
informar se realizarão consultas; exames; palestras; grupos operativos, de autoajuda,
terapêuticos, e outros; atividades multidisciplinares (atividades físicas e lúdicas), entre
outros. Em etapa posterior – referente ao monitoramento dos resultados enviados
semestralmente – deverão ser informados: periodicidade da realização das atividades,
número e frequência de beneficiários que participam de cada atividade e de mais de
uma atividade.
10. Realizar CAPACITAÇÃO PERMANENTE DOS PROFISSIONAIS
• Os profissionais de saúde que farão parte da equipe do Programa de
Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Controle de Doenças deverão,
obrigatoriamente, receber capacitação específica para uso da tecnologia de cuidado
adequada, acolhimento humanizado e práticas educativas voltadas aos beneficiários
e seu meio social. É fundamental que a equipe composta para atuação no programa
possua formação específica na área, seja capacitada para cuidar de população-alvo

28
em sua integralidade, considerando, no contexto do cuidado, não só as questões
biológicas, como também as epidemiológicas.
• É de suma relevância a vigilância à saúde por equipe de saúde
multidisciplinar, entendida como a postura ativa que os profissionais de saúde devem
assumir, desencadeando ações estratégicas específicas para prevenir doenças e
minimizar os danos com o adequado acompanhamento de saúde, programando a
captação dos usuários e realização de busca ativa daqueles sem o acompanhamento
programado.
11. Definir a PREVISÃO DE TEMPO DE PERMANÊNCIA DO BENEFICIÁRIO
NO PROGRAMA: especificar o tempo previsto de permanência do beneficiário no
programa.
12. Estabelecer a PERIODICIDADE DE REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES:
especificar para cada tipo de atividade.
13. Propor as METAS de cobertura previstas para o programa e os resultados
esperados.
14. Definir como será realizada a AVALIAÇÃO do programa.
• A avaliação em saúde tem como objetivo subsidiar a tomada de decisões,
por meio da identificação dos problemas e da reorientação de ações e serviços
desenvolvidos; avaliar a incorporação de novas práticas assistenciais e mensurar o
impacto das ações implementadas pelos serviços e programas.
• A avaliação deve ser realizada por meio de indicadores capazes de
mensurar a eficiência, a eficácia e a efetividade dos processos de trabalho em saúde
e os resultados obtidos com a implementação das ações. Destaca-se a utilização de
medidas que levem em conta a satisfação dos pacientes com os serviços. A avaliação,
contudo, não deve ser considerada um fim em si mesma, mas um processo
disparador de um movimento de transformação na direção da qualidade desejada.
• A operadora deverá especificar o tipo de sistema de informação existente
para armazenamento e consolidação dos dados (formulários, softwares etc...) e os
indicadores de estrutura, processo e resultado utilizados. Os capítulos relacionados
a cada Área de Atenção à Saúde trazem exemplos de dados e indicadores que podem
ser utilizados pelas operadoras. Deve-se, ainda, especificar a cobertura alcançada
(em relação à meta); a periodicidade da avaliação e os resultados encontrados.
15. Discriminar as REFERÊNCIAS utilizadas na elaboração do projeto.

29
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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