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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.........................................................................................................................1
1.1.1. Objectivo Geral..........................................................................................................1
1.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................................1
2. Metodologia..............................................................................................................................2
2.1. Especificação do Método..................................................................................................2
2.2. Tipos de Pesquisas............................................................................................................2
2.2.1. Pesquisas quanto aos objectivos................................................................................2
2.2.2. Pesquisas quanto a natureza.......................................................................................2
2.2.3. Pesquisas quanto à abordagem..................................................................................2
2.2.4. Pesquisas quanto aos procedimentos.........................................................................3
2.3. Procedimentos de recolha de dados..................................................................................3
2.4. Procedimento para a análise de dados...............................................................................3
2.5. População e Amostra........................................................................................................3
3. Revisão da Literatura................................................................................................................4
3.1. Conceito de Equidade em saúde.......................................................................................4
3.1.1. Aspectos econômicos da equidade em saúde............................................................5
3.1.2. Necessidade de equidade na saúde............................................................................6
3.2. Desigualdades os cuidados de saúde.................................................................................7
3.2.1. Factores que influenciam as desigualdades na saúde................................................7
3.3. Equidade os cuidados de saúde.........................................................................................8
3.3.1. Factores que influenciam na equidade dos cuidados da saúde..................................9
3.4. Desigualdades sociais em equidade em saúde..................................................................9
3.5. Orientações para promover equidade em saúde..............................................................10
4. Conclusão...............................................................................................................................12
5. Bibliografia.............................................................................................................................13

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1. Introdução
A globalização pressupõe uma desigualdade sobre meios, recursos que diferentes populações
possuem na saúde, é nesse contexto que a equidade assumem um papel muito importante porque
apura e mostra como as pessoas devem serem tratadas nos centros de saúde de forma igual em
diferentes contextos sociais, económicos sujeitos a normas específicas, e também dos agregados
de cada país.
Atualmente, entre os princípios norteadores dos sistemas de saúde, pode-se dizer que a
universalidade e a equidade são os que têm alcançado maior nível de consenso, ainda que em
muitos casos sua validade se encontre restringida exclusivamente à definição formal de um
direito, e na realidade não seja assegurado seu efetivo exercício. Também pode-se afirmar que o
seu alcance está determinado pelos conceitos de justiça social adotados pelas sociedades e que
sua implementação depende, como condição necessária ainda que não suficiente, da distribuição
de recursos financeiros.
Embora seja há muito conhecido que a saúde-doença se produz e distribui na sociedade mediante
fortes processos de determinação social, econômica, cultural, ambiental, política, etc., só
recentemente este conceito vem sendo incorporado ao conteúdo conceptual e prático para a
formulação de políticas e estratégias em direção à saúde.
A economia da saúde procura facilitar o processo de escolha oferecendo uma estrutura definida
de métodos para as tomadas de decisão. Estes métodos estão baseados no princípio da eficiência.
Não será a única consideração a ter, mas será um factor importante. Os clínicos devem ter
conhecimento dos princípios básicos das avaliações económicas e de como poderão ter impacto
nas suas opções terapêuticas e diagnósticas.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
O presente trabalho tem como objectivo geral compreender a importância der aplicação do
princípio de equidade na economia de saúde.
1.1.2. Objectivos Específicos
 Falar da equidade como ferramenta de análise económica na saúde;
 Falar dos determinantes da equidade na saúde;
 Indicar os factores de desigualdade entre várias pessoas no que diz respeito as condições
de acesso a saúde;

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2. Metodologia
2.1. Especificação do Método
Para Galliano (1986), o método é a estrutura a ser seguida, contendo os diferentes processos
necessários para alcançar um objectivo esperado, ou seja, são as técnicas empregadas na
investigação para demonstração de um resultado final. Conforme Prodanov e Freitas (2013), a
Metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste em estudar, compreender e
avaliar os vários métodos disponíveis para a realização de uma pesquisa académica. A
Metodologia é a aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados para
construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos
diversos âmbitos da sociedade.

2.2. Tipos de Pesquisas


2.2.1. Pesquisas quanto aos objectivos
Segundo Gil (2008, p.26), existem 3 tipos de pesquisa, que podem ser: pesquisa exploratória,
descritiva e explicativa.
Para este trabalho a pesquisa é descritiva. Porque utiliza técnicas típicas usadas neste trabalho
estão ligados a um estudo de caso, observação e análise histórica, que podem fornecer dados
quantitativos e qualitativos e proporciona expansão dos dados obtidos para tomada de decisão. É
descritiva porque estabelece relações entre os dados a serem analisados da empresa. As pesquisas
descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

2.2.2. Pesquisas quanto a natureza


Segundo Gerhardt (2009, p. 31), quanto à natureza as pesquisas podem ser: básicas e aplicadas.
Quanto à natureza o tipo de pesquisa adoptado é aplicada porque vai contribuir para geração de
conhecimento, mecanismos para aplicação prática e imediata, dirigidos à solução de problemas
que podem ser encontrados na contabilidade e fiscalidade sobre activos tangíveis.

2.2.3. Pesquisas quanto à abordagem


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.221), quanto a abordagem pode ser: qualitativa e
quantitativa. Neste trabalho adopta-se o método qualitativo e quantitativo.

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Porque proporciona a utilização de dados de forma numérica e está ligado na extensão da
informação obtida para a realização do mesmo.
A pesquisa está relacionada no levantamento de dados sobre motivação de um grupo, em
compreender e interpretar determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos
indivíduos de uma população.

2.2.4. Pesquisas quanto aos procedimentos


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.221), quanto aos procedimentos a pesquisa pode ser:
bibliográfico, monográfico, comparativo, tipográfico e histórico.
Para o presente trabalho recorreu ao método bibliográfico, porque utilizou-se estes métodos, para
elaborar e formular a revisão de literatura que integra esta pesquisa e outros elementos que
suportam a pesquisa.
A pesquisa bibliográfica permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito
mais amplo do que aquela que poderia pesquisar directamente, principalmente quando o
problema de investigação requer dados muito dispersos pelo espaço.

2.3. Procedimentos de recolha de dados


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.190), os procedimentos para recolha de dados são:
observação, entrevista, questionário e análise documental. Para este trabalho o procedimento da
recolha de dados utilizado é a observação e questionário, porque os dados foram obtidos através
dos manuais e pesquisas na internet.

2.4. Procedimento para a análise de dados


Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.167), Análise de dados é a tentativa de evidenciar as
relações existentes entre o fenómeno estudado e outros factores. Essas relações podem ser
"estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-efeito, produtor-produto, de
correlações, de análise de conteúdo etc.

2.5. População e Amostra


Segundo Gil (2008, p.89), população é um conjunto definido de elementos que possuem
determinadas características.
Ainda para Gil (2008), Amostra é um subconjunto da população, por meio pelo qual se
estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população. A amostra pode – se
aleatória, intencional e probabilística.

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3. Revisão da Literatura
A revisão da literatura ou bibliográfica tem como objectivo conectar as ideias com base em
bibliografias tendendo ao fundamento teórico do estudo e também explanar sobre assuntos já
estudados que ajudarão a apoiar e embasar o tema que será desenvolvido. Isto significa que é
uma exposição dos conceitos dos autores consultados sobre o tema a ser estudado. Serve de
apoio para definir os conceitos e base teórica, situar o pesquisador quanto a outros trabalhos
publicados.
3.1. Conceito de Equidade em saúde
Para Nunes et al., (2001), Equidade é o tratamento igual para iguais, tratamento desigual para
desiguais, é o princípio de igualdade, e uma discriminação positiva, e, ainda, que tratamentos
iguais podem ser não-equitativos.
Conforme Simões (2010), Equidade é um princípio da justiça social que supõe o respeito às
diferenças como condição para se atingir a igualdade. Esse princípio permite demonstrar que
igualdade não significa homogeneidade, isto é, o não reconhecimento de diferenças entre as
pessoas.
De acordo com Vianna (2002), Equidade corresponde a ausência de diferenças sistemáticas,
potencialmente modificáveis, em um ou mais aspectos da saúde entre grupos ou subgrupos
populacionais definidos social, econômica, demográfica ou geograficamente.
Conforme Berlinguer (2008), Equidade, é princípio segundo o qual a alocação de recursos é feita
em função das necessidades de determinada população.
A equidade em saúde contempla um valor de justiça distributiva. Segundo Ramos (2004), “a
equidade implica que idealmente todas as pessoas de uma sociedade devem ter igual
oportunidade para desenvolver seu potencial de saúde e sempre que possível ninguém deve estar
em desvantagem para atingi-lo.
Para Ferreira (1989), Equidade em saúde é entendida como o reconhecimento do direito de cada
pessoa na participação justa nos recursos disponíveis de uma sociedade, direito que a cada
momento apresenta uma dimensão moral, politica, social, económica ou financeira.
Barros e Gomes (2002) trabalham em sete conceitos possíveis de equidade em saúde:
 Igualdade de despesa: que parte do pressuposto de que a distribuição é equitativa
quando efetuada em função do tamanho populacional.

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 Igualdade de recursos: que incorpora à distribuição realizada em base populacional
correções em função das diferenças de preços observadas em cada região.
 Igualdade de recursos para necessidades iguais: que estabelece que para obter
distribuição equitativa devem ser consideradas as diferentes necessidades sanitárias
existentes, efetuando-se correções a partir tanto do perfil demográfico quanto do
epidemiológico (Barros e Gomes, 2002)
 Igualdade de oportunidade de acesso para necessidades iguais: que reconhece, além
das diferentes necessidades determinadas pelos perfis demográfico e epidemiológico, a
existência de desigualdades no custo social do acesso (por exemplo, a distância aos
serviços de saúde).
 Igualdade de utilização para iguais necessidades: que considera não só a distribuição
da oferta e os custos sociais, mas também outros fatores condicionantes da demanda.
Neste caso, deverá efetuar-se uma discriminação positiva em favor dos grupos regionais
ou sociais com menos predisposição para a utilização dos serviços de saúde (Barros e
Gomes, 2002)
 Igualdade de satisfação de necessidades marginais: que parte do pressuposto de que as
necessidades mantêm a mesma ordem de prioridades nas diferentes regiões. Assim, a
equidade seria alcançada se, dado um incremento ou um corte nos recursos, o aumento ou
a diminuição na cobertura das necessidades fosse o mesmo em todas as regiões.
 Igualdade nas condições de saúde: que tem por objetivo a igualdade nos indicadores de
saúde. Este conceito de equidade, diferentemente dos anteriores que priorizam a
distribuição dos recursos, toma como ponto central os resultados obtidos (Barros e
Gomes, 2002)
De um modo geral, a equidade pode ser definida como a ausência sistemática e potencialmente
evitável de diferenças de um ou mais aspectos do estado de saúde das populações ou indivíduos.
3.1.1. Aspectos econômicos da equidade em saúde
Segundo Simões (2010), as mudanças que vêm ocorrendo no mundo contemporâneo têm gerado
uma série de ajustes em todos os âmbitos da vida social, destacando as reformas nos sistemas de
saúde. Em outras palavras, a igualdade ou a redução da desigualdade não constituiriam o foco
fundamental; para o autor, a obrigação moral está na eliminação da pobreza. A vinculação da
equidade com a justiça permite abordar o sentido distributivo, implicando a igualdade de

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oportunidades e pressupõe o tratamento desigual para os que estão em condições de
desvantagem, ou seja, que apresentam menores capacidades.
A ausência de saúde ao afetar as oportunidades dos indivíduos de serem alguém, evidencia a
importância da reflexão sobre a justiça social em saúde. Nesse sentido, é essencial considerar as
diferenças para aplicar políticas e programas que deem respostas a problemas específicos e, por
conseguinte, permitam alcançar maiores níveis de equidade (Simões, 2010).
Nem todos os determinantes são igualmente importantes. Os mais destacados são aqueles que
geram estratificação social:
 As condições de distribuição de riqueza, poder e prestígio nas sociedades,
 A estrutura de classes sociais,
 A distribuição de renda,
 O preconceito com base em fatores como o gênero, a etnia ou deficiências e estruturas
políticas e de governança que alimentam, ao invés de reduzir, iniquidades relativas ao
poder econômico.
3.1.2. Necessidade de equidade na saúde
Segundo Simões (2010), em relação ao conceito necessidade em saúde, como no que se refere ao
termo equidade, não existe consenso entre os distintos autores que têm abordado a temática com
o objetivo de elaborar uma definição mais precisa. Pode-se dizer que em geral os indicadores
mais frequentemente utilizados para medir a necessidade da equidade na saúde estão
relacionados com os perfis demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos.
 Perfil demográfico – são vários os indicadores que permitem conhecer o perfil
demográfico de uma determinada população. No entanto os mais utilizados, de fácil
implementação mas de baixo poder explicativo, são elaborados a partir da discriminação
da população segundo sexo e grupos etários. Sabe-se que os diferentes subgrupos
populacionais apresentam necessidades distintas, determinadas pelo próprio processo de
envelhecimento.
 Perfil epidemiológicos – expressado pelas correspondentes taxas de morbidade.
Entretanto, sua operacionalização por meio deste indicador apresenta dificuldades
decorrentes da falta de informação pertinente e da pouca confiabilidade da existente.
Assim, em geral optou-se por trabalhar basicamente com mortalidade, considerando- se
que guarda certa relação com a morbidade (Simões, 2010).

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 Perfil socioeconômico – são vários os indicadores utilizados para identificar o nível
socioeconômico regional. Entre os trabalhados com mais frequência, podem ser citados o
grau de alfabetização, as taxas de desemprego, a percentagem de habitações ligadas a
redes de saneamento básico e o volume de ingressos (Simões, 2010).
3.2. Desigualdades os cuidados de saúde
Para Simões (2010), os sistemas de saúde desempenham um papel fundamental nas
desigualdades de saúde a nível mundial pois os cuidados de saúde são um meio para manter ou
atingir um nível ideal de saúde para toda a população. Aumentar os níveis de saúde da população
e a redução das desigualdades socioeconómicas em saúde constituem uma das metas principais a
atingir pelos sistemas de saúde a nível global.
Barros e Gomes, (2002) referem que a mortalidade para causas evitáveis nomeadamente de
doenças infecciosas, cardio-respiratórias e de todas as condições evitáveis e superior entre os
indivíduos com menor nível educacional. Esta situação revela que os sistemas de saúde
desempenham um papel fundamental na diminuição destas disparidades em saúde de forma a
evitar sociedades disfuncionais e doentes. A falta de saúde na sociedade conduz a elevados
custos em saúde e assim como ao aumento dos custos socioeconómicos suportados pelas famílias
e governos produzindo uma sociedade pouco produtora e competitiva.
O acesso aos cuidados de saúde nos sistemas de saúde europeus, de uma forma geral, preconiza
uma igualdade de cuidados de saúde para indivíduos com necessidades iguais
independentemente da sua classe socioeconómica. No entanto os indivíduos de classes
socioeconómicas desfavorecidas apresentam maiores dificuldades em aceder aos cuidados de
saúde, tais como os custos e a distância do lado da oferta, factores resultantes da procura, etc.
3.2.1. Factores que influenciam as desigualdades na saúde
Para Vianna (2002), as desigualdades no acesso aos cuidados de saúde podem exacerbar as
desigualdades de saúde nas populações e indivíduos na medida em que as variações na qualidade
dos serviços de saúde, acesso aos cuidados de saúde ou variações no modo como as pessoas
produzem saúde interferem intimamente na saúde dos indivíduos. As disparidades nos cuidados
de saúde provocam uma menor saúde entre as populações e caso não sejam implementadas
politicas que visem uma maior acessibilidade aos serviços de saúde pode conduzir a uma
sociedade pouco saudável e produtiva.

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Conforme Vianna (2002) e Simões (2010), os principais factores são:
 Factores Sociais – relacionados com a etnia, localização geográfica, culturas,
estratificação social, qualidade de alimentação, qualidade de vida.
 Factores Demográficos – relacionados com crescimento populacional, mortalidade,
natalidade;
 Factores Económicos – esses são os mais importantes e estão relacionados com: a
redistribuição de renda, poder de compra.
 Factores Políticos – dizem respeitos as políticas traçadas pelo Governo no sector da
saúde.
Os sistemas de saúde apresentam algumas limitações que prejudicam gravemente a
acessibilidade aos cuidados essencialmente aos indivíduos de menor rendimento, nível
educacional e de classes socioeconómicas desfavorecidas.
3.3. Equidade os cuidados de saúde
Para Simões (2010), a equidade no acesso aos cuidados de saúde e um pilar fundamental nos
sistemas de saúde a nível mundial. A declaração de Alma-Ata marcou uma viragem na saúde
pela maior importância de valores como a justiça social e o direito a uma melhor saúde para que
todos os indivíduos tivessem a mesma acessibilidade aos cuidados de saúde de forma a reduzir as
desigualdades. Ao longo dos anos o acesso aos serviços de saúde melhorou para as classes
socioeconómicas desfavorecidas o que permitiu reduzir as desigualdades em saúde e a taxa de
mortalidade.
Na área da saúde para se atingir a equidade e importante um acesso aos cuidados de saúde mais
justo e desenvolver medidas de redução das desigualdades em saúde nas diferentes classes
socioeconómicas. Num sistema de saúde equitativo as pessoas de classes mais desfavorecidas
devem receber mais cuidados de saúde de acordo com as suas necessidades.
A equidade nos cuidados de saúde pode ter varias definições dependendo dos autores que as
determinam. Esta e um valor de justiça distributiva e representa as desigualdades nos cuidados
de saúde injustas e evitáveis.
De acordo com Barros e Gomes (2002), a equidade nos cuidados de saúde contempla três
noções:

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 A igualdade de acesso aos cuidados disponíveis para igual necessidade depende de
direitos iguais para serviços disponíveis para todos sendo necessário uma justa
distribuição para todo o pais tendo em conta a necessidade de cuidados de saúde da
população.
 A facilidade de acesso da respectiva área geográfica aos cuidados de saúde e a redução
ou inexistência de barreiras de acesso; a necessidade de utilização de igual para igual
consiste em dois indivíduos terem a mesma acessibilidade aos cuidados de saúde
independemente da sua condição socioeconómica;
 A igualdade na qualidade dos cuidados de saúde contempla o facto de indivíduos de
diferentes classes socioeconómicas terem a mesma acessibilidade a serviços e cuidados
de saúde de qualidade.
3.3.1. Factores que influenciam na equidade dos cuidados da saúde
FONSECA et al., (2007) refere que as barreiras de acesso podem resultar de factores
condicionantes do próprio sistema (lado de oferta) o que pode levar a desigualdades no acesso a
cuidados de saúde e que consistem em:
 Factores geográficos como a distância. Existem estudos que demonstram a relação entre
a distancia e a utilização dos serviços de saúde no sentido que quanto maior for a
distancia aos serviços menor será a sua utilização.
 Factores financeiros: pagamento das taxas moderadoras e custos de transportes, o que
pode impedir os indivíduos de acederem aos cuidados de saúde demasiados dispendiosos
em relação a sua capacidade económica.
Os factores que podem determinar o acesso do lado da procura são: características imutáveis dos
utentes (idade, género, idade, cultura, etnia, etc) e as características mutáveis (rendimento,
escolaridade, profissão, área de residência, etc) (Andrade, 2006). As desigualdades na
acessibilidade aos cuidados de saúde afectam substancialmente as pessoas de classes
socioeconómicas desfavorecidas.
3.4. Desigualdades sociais em equidade em saúde
Para Vianna (2002), a abordagem dos determinantes sociais reconhece o fato de que as
iniquidades em saúde não podem ser combatidas sem que as iniquidades sociais também o
sejam. Para que a economia permaneça forte e a estabilidade social e a segurança global sejam
mantidas, é essencial que ações coordenadas em prol da saúde sejam implementadas. Enfatizar

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as desigualdades sociais significa, portanto, apoiar ações coerentes sobre algumas prioridades,
tais como, por exemplo, a proteção social e as mudanças climáticas.

Segundo os autores (Barros e Gomes, 2002) o aumento da incidência de doenças não


transmissíveis e a perda de oportunidades econômicas e benefícios da previdência social que se
observa em países de todos os níveis de renda já vêm causando iniquidades intergeracionais,
reduzindo a expectativa de vida e causando insatisfações na população.
 Retomada de interesse no tema contextos econômicos e políticos: globalização
 Mudanças de enfoque e conceitos participação de diversificadas correntes de pensamento
e ação
 Crescimento intenso de publicações e desenvolvimento de desenhos de estudo e métodos
e técnicas de análise
3.5. Orientações para promover equidade em saúde
FONSECA et al., (2007) sugerem diversas orientações para promover a equidade em saúde:
 As políticas de equidade devem promover o nível máximo de saúde e não o mínimo;
 Focar a atenção nos grupos socioeconómicos desfavorecidos, redução das disparidades
em saúde e da estratificação social;
 As políticas de saúde devem ter como objectivo a promoção de ganhos em saúde e a
redução das desigualdades em saúde;
 As acções das políticas de saúde devem combater os determinantes sociais de Saúde
responsáveis pelas desigualdades;
 As políticas de Saúde devem ser avaliadas e monitorizadas de modo a entender-se o
impacto na sociedade;
 Implementação de instrumentos necessários para avaliar a extensão das desigualdades e
os progressos concretizados em direcção as metas;
 As políticas de Saúde devem privilegiar as pessoas de classes socioeconómicas
desfavorecidas;
 As desigualdades em saúde entre homens e mulheres devem ser descritos e analisados de
forma separada;
 As desigualdades devem ser analisadas e descritos com detalhe;

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 As disparidades em Saúde referentes a classe socioeconómica estão relacionadas com a
etnia e geografia;

Segundo Baum (2007), os sistemas de Saúde devem ser construídos com base em princípios de
equidade, serviço público de Saúde e os cuidados devem ser prestados de acordo com a
necessidade e não pela capacidade de pagamento do utente. Os cuidados oferecidos pelos
sistemas de Saúde devem ser de qualidade.
Baum (2007) refere que para avaliar a equidade e necessário comparar a Saúde e os
determinantes de saúde entre as diferentes classes socioeconómicas sendo importante para
avaliar as políticas nacionais e internacionais que promovem uma justiça social. Os governos
devem implementar medidas que promovam a redução das disparidades sociais entre as classes
socioeconómicas. A equidade necessita de acções sobre os determinantes sociais de saúde sendo
as causas principais de iniquidades em saúde.
Actualmente, os sistemas de saúde apresentam três problemas: centrados numa oferta de
cuidados especializados, centralizados em programas de controlo de doenças e com uma
abordagem de governação de laissez-faire (deixa fazer ou deixa andar)o que permite uma
comercialização desequilibrada da saúde (Andrade, 2006). Os sistemas de saúde também estão
sujeitos a inúmeras influencias que consistem num aumento da despesa da saúde, cuidados de
saúde orientados para o modelo biomédico (atenção nos cuidados especializados em detrimento
dos cuidados de saúde primários) e o aumento do poder da indústria farmacêutica junto dos
decisores políticos. Estas influências negativas podem por em causa a equidade nos cuidados de
saúde e a acessibilidade universal dos cuidados para todos.

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4. Conclusão
A economia global vive um período de instabilidade acompanhada de um menor poder
económico das famílias o que pode afectar o acesso aos cuidados de saúde sendo importante que
os sistemas de saúde sejam coesos e equitativos de modo a travar as desigualdades em saúde. Os
sistemas de saúde apresentam barreiras de acesso de oferta e procura o que impede que os
indivíduos tenham acessibilidade adequada aos cuidados de saúde. Nos sistemas de saúde
dotados de acesso universal aos cuidados, os indivíduos apresentam também dificuldades na
utilização dos serviços de saúde.
A equidade nos sistemas de saúde e um valor e um sustentáculo importante para promover a
saúde para todos nas sociedades. Infelizmente continua a persistir diferenças no nível de saúde
das classes sociais e torna-se inglório que as classes mais desfavorecidas que tem maior
necessidade em ter um sistema de saúde justo, são aquelas que apresentam maior dificuldade em
aceder aos cuidados de saúde.
Sublinha-se que, para o efetivo alcance de sociedades mais equitativas, são necessárias políticas
públicas que superem o âmbito setorial e consigam, conjuntamente, diminuir as desigualdades
atualmente existentes, sem perder de vista a eficiência e a eficácia. Sintetizando, os maiores
desafios estão centrados no avanço das formulações teórico-conceituais, na operacionalização
das definições adotadas com políticas que contemplem tanto a equidade quanto a eficácia e
eficiência dos sistemas de saúde.
As disparidades em saúde são comuns a nível mundial apesar das diferenças entre os diferentes
países e sociedade apesar dos avanços em medicina. As tecnologias de saúde e os novos
tratamentos de doenças cronicas apresentam custos cada vez mais elevados que podem colocar
em causa a equidade nos cuidados de saúde.

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5. Bibliografia
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Lisboa. 1ª Edição. Lisboa: Alto-Comissariado para Imigração e Dialogo Intercultural.

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