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Resumo

Este trabalho de pesquisa visa aprofundar o entendimento sobre a recolha e coleta de dados,
abordando seus conceitos, tipos e características essenciais. A recolha de dados refere-se ao
processo de obtenção de informações relevantes para uma pesquisa ou estudo, enquanto a coleta
de dados envolve a organização e armazenamento dessas informações de forma sistemática e
estruturada.

São apresentados os principais conceitos relacionados à recolha e coleta de dados, incluindo a


distinção entre dados primários e secundários. Os dados primários são aqueles coletados
diretamente da fonte, através de métodos como questionários, entrevistas e observações. Já os
dados secundários são informações já existentes, provenientes de fontes como bancos de dados,
documentos e registros.

Os diferentes tipos de recolha e coleta de dados são discutidos, destacando-se a recolha


quantitativa, que se concentra em dados numéricos e mensuráveis, e a recolha qualitativa, que
busca compreender fenômenos complexos e subjetivos através de narrativas, opiniões e
experiências.

As características importantes da recolha e coleta de dados incluem a validade dos dados, que se
refere à precisão e relevância das informações para os objetivos da pesquisa, a confiabilidade,
relacionada à consistência e estabilidade dos dados ao longo do tempo, e a representatividade, que
diz respeito à capacidade dos dados em refletir a diversidade e complexidade do fenômeno
estudado.

Por fim, são abordadas algumas técnicas e ferramentas utilizadas na recolha e coleta de dados,
como questionários estruturados, entrevistas semiestruturadas, análise de conteúdo, software de
análise estatística e sistemas de gestão de dados.

Ao compreender os conceitos, tipos e características da recolha e coleta de dados, os pesquisadores


e profissionais podem planear e realizar seus estudos de forma mais eficaz, garantindo a qualidade
e relevância das informações obtidas para a tomada de decisões embasadas em dados sólidos.
Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 3

2. Problematização....................................................................................................................... 4

3. OBJECTIVOS ......................................................................................................................... 5

3.1.Objetivo geral: ....................................................................................................................... 5

3.2.Objectivos Especificos: ......................................................................................................... 5

4. Justificativa .............................................................................................................................. 6

5. Hipótese ................................................................................................................................... 7

6. Referencial Teórico ................................................................................................................. 8

6.1.Conceitos. .............................................................................................................................. 8

6.2.Dados ..................................................................................................................................... 9

6.2.1.Dados primários e secundários ..................................................................................... 10

6.2.2.Carácteristicas dos dados primários e secúndarios: ...................................................... 10

6.3.Procedimentos para a Coleta de Dados ............................................................................... 11

6.4.Técnicas e Instrumentos de Coleta de Dados ...................................................................... 12

6.5.Classificação das Variaveis: ................................................................................................ 14

6.6.Tecnicas de Recolha e coleta de dados ............................................................................... 16

6.7.T ÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS ........................................................................... 28

7. Papel da Recolha e coleta de dados na saúde publica ........................................................... 31

8. Conclusão .............................................................................................................................. 32

9. Referencias Bibliograficas:.................................................................................................... 33

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1. Introdução

A recolha e coleta de dados desempenham um papel fundamental em diversas áreas do


conhecimento, desde a pesquisa científica até a gestão de negócios e políticas públicas. A
capacidade de obter informações relevantes, confiáveis e representativas é essencial para o
desenvolvimento de teorias, formulação de estratégias e tomada de decisões embasadas em
evidências sólidas. Nesta introdução, exploraremos os conceitos, tipos e características
fundamentais da recolha e coleta de dados, destacando a importância desses processos para o
avanço do conhecimento e o desenvolvimento de práticas eficazes.

A recolha de dados refere-se ao ato de reunir informações relevantes para uma determinada
finalidade, enquanto a coleta de dados envolve a organização e armazenamento dessas informações
de forma estruturada e acessível. Ambos os processos são intrinsecamente ligados e essenciais
para a produção de conhecimento confiável e útil.

Ao longo deste trabalho, examinaremos os diferentes tipos de recolha e coleta de dados, desde a
obtenção de dados primários por meio de questionários e entrevistas até a utilização de dados
secundários provenientes de fontes diversas como bancos de dados e registros históricos.
Discutiremos também as características essenciais que os dados devem possuir, tais como
validade, confiabilidade e representatividade, para garantir sua utilidade e relevância na análise e
interpretação.

Além disso, abordaremos algumas das técnicas e ferramentas mais comuns utilizadas na recolha e
coleta de dados, destacando suas vantagens e limitações em diferentes contextos de pesquisa e
aplicação prática. Compreender profundamente esses aspectos é fundamental para pesquisadores,
profissionais e gestores, pois permite a seleção adequada de métodos e estratégias que otimizem a
obtenção de dados de alta qualidade e subsidiem decisões informadas e eficazes.

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2. Problematização
Na área da saúde pública, a recolha e coleta de dados desempenham um papel crucial na
identificação de padrões epidemiológicos, no monitoramento de doenças e na formulação de
políticas de saúde eficazes. No entanto, diversos desafios surgem nesse contexto específico. Como
garantir a integridade e confiabilidade dos dados coletados em estudos epidemiológicos,
considerando a complexidade das variáveis envolvidas e a possibilidade de vieses? Como lidar
com a representatividade dos dados, especialmente em populações diversas e em regiões com
acesso limitado a serviços de saúde e tecnologias de recolha de dados avançadas? Além disso,
como garantir a privacidade e segurança dos dados dos pacientes, especialmente em um cenário
de crescente digitalização e compartilhamento de informações de saúde? Essas questões
fundamentais destacam a necessidade de uma análise aprofundada dos conceitos, tipos e
características da recolha e coleta de dados, visando desenvolver estratégias e abordagens que
garantam a qualidade e relevância das informações para embasar políticas e práticas de saúde que
realmente atendam às necessidades das comunidades.

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3. OBJECTIVOS
3.1.Objetivo geral:
 Realizar um estudo abrangente sobre métodos eficazes de recolha e coleta de dados em
pesquisa.

3.2.Objectivos Especificos:
 Analisar diferentes técnicas de recolha de dados qualitativos e quantitativos, como
entrevistas, questionários, observações, entre outros.
 Avaliar a eficácia e precisão dos métodos de recolha de dados na obtenção de informações
relevantes.
 Avaliar a influência das novas tecnologias, como aplicativos e softwares especializados,
na eficiência e precisão da coleta de dados.

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4. Justificativa

Este estudo é motivado pela necessidade de compreender e aprimorar os métodos de recolha e


coleta de dados em saúde pública. Esses métodos são essenciais para a obtenção de informações
precisas e confiáveis sobre a saúde das populações, sendo a base para a formulação de políticas, o
planeamento de intervenções e a avaliação de programas de saúde.

A justificativa para este trabalho reside na importância fundamental desses métodos na prática da
saúde pública. A recolha de dados através de pesquisas, questionários, registros médicos e
observações diretas é a principal fonte de informação para monitorar indicadores de saúde,
identificar tendências epidemiológicas, avaliar fatores de risco e determinantes de saúde, e avaliar
o impacto de intervenções e políticas de saúde.

Além disso, a qualidade dos dados recolhidos influencia diretamente a confiabilidade das
conclusões e das decisões tomadas com base nessas informações. Portanto, compreender os
métodos basilares de recolha de dados em saúde pública, como a seleção adequada da amostra, a
definição de instrumentos de recolha de dados válidos e confiáveis, e a garantia da integridade e
confidencialidade dos dados, é crucial para garantir a qualidade e utilidade dos dados para os
profissionais e gestores de saúde.

Em resumo, este estudo justifica-se pela importância dos métodos basilares de recolha e coleta de
dados em saúde pública, destacando a necessidade de aprimoramento contínuo desses métodos
para garantir a qualidade e confiabilidade das informações utilizadas na promoção da saúde e no
enfrentamento de desafios em saúde pública.

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5. Hipótese

 A utilização de técnicas diversificadas e precisas de recolha e coleta de dados em pesquisas


contribui significativamente para a obtenção de informações abrangentes e confiáveis,
fundamentais para uma análise mais completa e precisa dos fenômenos estudados,
promovendo a validade e a utilidade dos resultados obtidos na pesquisa.

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6. Referencial Teórico
6.1.Conceitos.
Recolha de dados

De acordo com Martins (2019), A recolha de dados é o processo inicial no qual os pesquisadores
obtêm informações específicas para sua investigação. Este processo envolve identificar fontes de
dados relevantes, decidir sobre os métodos de recolha apropriados e reunir os dados necessários
para responder às perguntas de pesquisa ou objetivos do estudo. A recolha de dados pode ser
realizada através de métodos como entrevistas, questionários, observação direta, análise de
documentos, experimentação, entre outros. É importante que os dados recolhidos sejam precisos,
confiáveis e representativos da população ou fenômeno em estudo.

A coleta de dados é um processo essencial em diversas áreas, desde a pesquisa acadêmica até a
tomada de decisões em empresas. Ela visa reunir informações relevantes por meio de técnicas
específicas de pesquisa, transformando números em significados e soluções para problemas. Esses
dados são utilizados em tarefas de pesquisa, planejamento, estudo, desenvolvimento e
experimentações.

Coleta de Dados:

A coleta de dados é o processo contínuo de reunir e registrar as informações obtidas durante a


recolha de dados. Este processo pode envolver a organização e a categorização dos dados, a entrada
em sistemas de armazenamento, a codificação de dados e a garantia da qualidade dos dados
recolhidos. A coleta de dados também pode incluir a verificação de erros ou discrepâncias nos
dados e a realização de revisões ou ajustes, se necessário. O objetivo da coleta de dados é garantir
que os dados estejam prontos e disponíveis para análise posterior, de modo que os pesquisadores
possam extrair insights e conclusões significativas a partir deles.

Zikmund (2003).define a recolha de dados como ,o processo de recolha de informações de acordo


com um plano concebido que é elaborado para fornecer os dados necessários para responder às
questões de pesquisa..

(Sekaran & Bougie, 2016).Esses autores explicam a recolha de dados como o processo de coletar,
medir e registrar informações sobre os objetos de estudo especificados de acordo com um plano
de pesquisa .

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6.2.Dados
Dados constituem a matéria-prima fundamental em qualquer processo de pesquisa, análise ou
tomada de decisão em diversos campos do conhecimento. Eles representam informações,
observações ou fatos coletados e registrados de acordo com um determinado contexto ou
finalidade. Essas informações podem ser de natureza quantitativa ou qualitativa e são essenciais
para gerar bases, construir conhecimento e apoiar o desenvolvimento de políticas, estratégias e
práticas.

Os dados podem assumir muitas formas e manifestações, desde números, texto, imagens, sons até
mesmo representações simbólicas ou codificadas de fenômenos do mundo real. Eles podem ser
obtidos através de diversos métodos de coleta, como questionários, entrevistas, observação direta,
experimentos controlados, sensores automáticos, registros administrativos, entre outros. Cada
método de coleta pode gerar diferentes tipos e formatos de dados, influenciados pela natureza dos
objetos de estudo, pelos objetivos da pesquisa e pelas questões de pesquisa formuladas.

Os dados desempenham um papel crucial em todas as etapas do ciclo de pesquisa. Na fase de


planeamento, os pesquisadores identificam as variáveis de interesse e desenvolvem estratégias
para coletar os dados necessários para investigar suas relações. Durante a fase de recolha, os dados
são obtidos através de procedimentos específicos e protocolos de pesquisa, garantindo sua
validade, confiabilidade e representatividade. Na fase de análise, os dados são organizados,
codificados e examinados através de técnicas estatísticas, qualitativas ou computacionais para
identificar padrões, tendências e relações subjacentes. Por fim, na fase de interpretação, os
resultados da análise são interpretados à luz das questões de pesquisa e do contexto mais amplo,
gerando conclusões e recomendações que podem informar teorias, políticas ou práticas em
diversos campos.

É importante ressaltar que os dados por si só não possuem significado intrínseco; seu valor está na
capacidade de serem processados, analisados e interpretados para extrair conhecimentos
significativos. Além disso, os dados devem ser tratados com cuidado e ética, respeitando a
privacidade, a confidencialidade e os direitos dos participantes da pesquisa. Portanto, a coleta, o
armazenamento e o uso de dados devem ser realizados de acordo com padrões éticos e legais
estabelecidos pela comunidade científica e pelas regulamentações governamentais.

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Os dados são a base sobre a qual o conhecimento é construído, representando uma poderosa
ferramenta para explorar e compreender o mundo ao nosso redor. Seu uso eficaz e responsável é
fundamental para o avanço do conhecimento e para a tomada de decisões informadas em todos os
domínios da atividade humana.

6.2.1.Dados primários e secundários


Dados primários e secundários são dois tipos distintos de informações usadas em pesquisa, cada
um com suas características e utilidades específicas. Os dados primários são aqueles coletados
diretamente pelos pesquisadores, de acordo com os objetivos do estudo em questão. Isso
geralmente envolve a aplicação de métodos de pesquisa, como questionários, entrevistas,
observação direta ou experimentação, para reunir informações em primeira mão. Os dados
primários são altamente específicos para a pesquisa em que são coletados e oferecem controle total
sobre a qualidade e o processo de coleta.

Por outro lado, os dados secundários já existem e foram coletados por outras fontes para propósitos
diferentes dos objetivos da pesquisa. Esses dados podem incluir informações de bancos de dados,
relatórios governamentais, artigos acadêmicos, pesquisas anteriores, entre outros. Os dados
secundários são mais acessíveis e econômicos em comparação com os dados primários, pois não
requerem a realização de novas pesquisas.

A escolha entre dados primários e secundários depende dos objetivos da pesquisa, dos recursos
disponíveis e da natureza do fenômeno estudado. Os dados primários oferecem uma oportunidade
de coletar informações diretamente adaptadas às necessidades da pesquisa, enquanto os dados
secundários podem ser úteis para complementar ou expandir as análises de uma pesquisa existente.

6.2.2.Carácteristicas dos dados primários e secúndarios:


 Dados primários:

– Coletados pelo próprio pesquisador

– Mais próximos da verdade

– Pode-se controlar o erro

 Dados secundários:

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– Estudos feitos por terceiros

– Têm pelo menos um nível de interpretação entre o fato e o seu registro

– Podem-se desconhecer os erros

6.3.Procedimentos para a Coleta de Dados


Na jornada da pesquisa, a coleta de dados é um dos momentos mais cruciais e desafiadores.

 Definição dos Objetivos de Pesquisa

Os objetivos de pesquisa fornecem o norte para toda a jornada da pesquisa, guiando cada passo
desde a coleta até a análise dos dados. (Johnson & Christensen, 2016). Portanto, antes de qualquer
coleta de dados, é essencial definir claramente os objetivos específicos que estudo almeja alcançar,
delineando as questões de pesquisa que se buscá responder.

 Seleção das Fontes de Dados

A seleção cuidadosa das fontes de dados é fundamental para garantir a relevância e a diversidade
das informações coletadas.Creswell (2014). Baseados nos objetivos da pesquisa, selecionam-se as
fontes primárias e secundárias que podem fornecer uma visão abrangente do fenômeno em estudo,
desde questionários e entrevistas até bancos de dados e relatórios governamentais.

 Desenvolvimento dos Instrumentos de Coleta

Os instrumentos de coleta devem ser desenvolvidos com precisão e clareza, garantindo que as
informações obtidas sejam confiáveis e relevantes.Bryman, (2016). Assim, elaboram-se
questionários e roteiros de entrevista que reflitam os objetivos da pesquisa, sendo criteriosamente
testados e refinados antes da implementação em larga escala

 Piloto e Teste dos Instrumentos

Um piloto bem-sucedido dos instrumentos de coleta é crucial para identificar problemas e garantir
sua eficácia. (Neuman, 2014). Com isso em mente, conduzem-se testes preliminares com um grupo
seleto de participantes, ajustando os instrumentos conforme necessário para garantir a
compreensão e a relevância das perguntas.

 Recrutamento e Seleção dos Participantes

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O recrutamento de uma amostra representativa é essencial para garantir a validade dos
resultados.(Bryman & Bell, 2015). Utilizando técnicas de amostragem adequadas, recrutam-se
participantes que refletem a diversidade e a heterogeneidade da população-alvo, assegurando a
representatividade dos dados coletados.

 Coleta e Registro dos Dados

Dados precisos e completos são essenciais para uma análise robusta e conclusões
confiáveis.Bryman & Bell, 2015). Portanto, durante a coleta de dados, dedica-se atenção
meticulosa para registrar todas as informações relevantes de forma clara e precisa, garantindo a
integridade dos dados.

6.4.Técnicas e Instrumentos de Coleta de Dados


A coleta de dados envolve diversos passos, tais como:

 Determinação da população a ser estudada;


 Definição da amostra;
 Elaboração do instrumento de coleta;
 Programação da coleta;
 A própria coleta.

População

Também chamada de “universo”

DEFINIÇÃO: população é um conjunto de elementos que possuem determinadas características,


Engloba todos os elementos de um determinado espaço ou categoria, ou de ambos, como:

– todos os habitantes de um bairro;

– todos os médicos cardiologistas de uma cidade;

– todos os alunos de uma faculdade;

– todos os cachorros de uma raça.

– Cada indivíduo da população é chamado de “elemento”

– Censo: estudo de toda a população

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– Quando se toma um certo número de elementos para se verificar algo sobre a população, esse
conjunto é denominado “amostra”

Amostra

O conceito de amostra é fundamental em pesquisa e estatística, referindo-se a uma parte


representativa de uma população maior que é selecionada para análise. Em outras palavras, a
amostra é um subconjunto dos elementos de interesse dentro de uma população que é escolhido
para participar de um estudo.

A amostra é crucial porque permite que os pesquisadores extrapolem suas conclusões da amostra
para a população maior da qual ela foi extraída. Isso é feito assumindo que a amostra seja
representativa da população em termos das características relevantes para o estudo. Por exemplo,
se um pesquisador estiver estudando as preferências alimentares de uma população de estudantes
universitários, ele pode selecionar uma amostra representativa desses estudantes para entrevistar
ou pesquisar. Com base nas respostas dessa amostra, o pesquisador pode fazer inferências sobre
as preferências alimentares da população universitária em geral.

É importante notar que a qualidade das inferências feitas a partir de uma amostra depende da
maneira como ela foi selecionada. Uma amostra aleatória, na qual todos os membros da população
têm a mesma chance de serem selecionados, é geralmente considerada a melhor forma de garantir
representatividade e minimizar o viés. No entanto, em algumas situações, pode ser necessário usar
métodos de amostragem não aleatórios devido a restrições práticas ou características específicas
da população em estudo.

Além disso, o tamanho da amostra também desempenha um papel crucial na precisão das
inferências feitas a partir dela. Geralmente, uma amostra maior proporciona estimativas mais
precisas e uma maior confiança nos resultados, embora o tamanho ideal da amostra dependa de
vários fatores, incluindo o tamanho da população, a variabilidade das características em estudo e
o nível de confiança desejado.

– Ex.: população: todos os alunos da Isgecof ; amostra: os alunos presentes num determinado
dia.

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Tipos de Amostragem

 Amostragem Probabilística (aleatória):

– a probabilidade de um elemento da população ser escolhido é conhecida

 Amostragem não probabilística (não aleatória):

– Não se conhece a probabilidade de um elemento da população ser escolhido para participar da


amostra.

Variaveis

Variáveis são características, atributos, ou propriedades que podem variar e que são passíveis de
serem mensuradas, observadas ou controladas em um estudo de pesquisa. Elas constituem os
elementos fundamentais para entender e analisar os fenômenos estudados. As variáveis podem
assumir diferentes valores e desempenhar diferentes papéis em um estudo, e são classificadas em
várias categorias com base em suas características e propriedades.

6.5.Classificação das Variaveis:

Figura1:Esquema das classes de Variaveis

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Variáveis Qualitativas:

Também conhecidas como variáveis categóricas, são aquelas que representam características ou
atributos que podem ser categorizados em grupos ou categorias distintas. Essas variáveis não são
mensuráveis em uma escala numérica, mas sim representam diferentes qualidades ou
características. As variáveis qualitativas podem ser subdivididas em dois tipos:

Nominais: São variáveis em que os valores representam diferentes categorias sem uma ordem
específica. Exemplos incluem gênero (masculino, feminino), cor dos olhos (azul, verde, castanho),
tipo de animal de estimação (cão, gato, pássaro).

Ordinais: São variáveis em que os valores representam diferentes categorias com uma ordem
específica. No entanto, a distância entre as categorias não é mensurável. Exemplos incluem níveis
de concordância (discordo totalmente, discordo parcialmente, neutro, concordo parcialmente,
concordo totalmente), níveis de satisfação (muito insatisfeito, insatisfeito, neutro, satisfeito, muito
satisfeito).

Variáveis Quantitativas:

Também conhecidas como variáveis numéricas, são aquelas que representam quantidades ou
medidas que podem ser expressas em termos numéricos e são mensuráveis em uma escala
numérica. As variáveis quantitativas podem ser subdivididas em dois tipos:

Discretas: São variáveis que representam valores específicos e distintos, geralmente inteiros, e
não podem assumir valores intermediários. Exemplos incluem o número de filhos em uma família,
o número de carros em um estacionamento, o número de páginas em um livro.

Contínuas: São variáveis que representam uma gama infinita de valores dentro de um intervalo
específico e podem assumir valores intermediários. Exemplos incluem altura, peso, temperatura,
renda, idade.

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6.6.Tecnicas de Recolha e coleta de dados
A escolha de um método, aqui entendido no sentido mais restrito, e do instrumento que
materializará a recolha dos dados, deverá fazer parte do conjunto de objectivos do dispositivo
metodológico da investigação, pois determinam o tipo de informação que se irá obter e o uso que
dela poderemos fazer na análise de dados.

Os métodos a utilizar na recolha de dados em muito dependem do tipo de “problema”, ou de


questões para as quais se pretendem obter respostas. Existem problemas que necessitam de uma
abordagem qualitativa, enquanto outros, de uma abordagem quantitativa, sendo vital enfatizar que
não é a metodologia que determina a pesquisa, mas sim o problema que se pretende resolver.

É também importante salientar que os métodos de recolha e os métodos de coleta de dados são
normalmente complementares e devem, portanto, ser escolhidos em conjunto, em função dos
objectivos e das hipóteses de trabalho. Se os inquéritos por questionário, são acompanhados por
métodos de análise quantitativa, os métodos de entrevista requerem habitualmente métodos de
análise de conteúdo, que são muitas vezes, não obrigatoriamente, qualitativos. (Quivy, 1998)

Assim, e com base na fonte acima referenciada, são apresentados de seguida alguns dos principais
métodos de recolha de dados, bem como os principais métodos de análise que lhes estão
associados.

Inquérito por questionário

Consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativo de uma população,


uma série de perguntas concretas sobre uma determinada realidade, que podem envolver as suas
opiniões, a sua atitude em relação a opções ou a questões humanas e sociais, as suas expectativas,
o seu nível de conhecimentos ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou
ainda sobre qualquer outro ponto que interesse os investigadores

Variantes deste método

Este método pode assumir duas variantes:

 Administração indirecta - quando o próprio inquiridor o completa a partir

das respostas que lhe são fornecidas pelo inquirido;

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 Administração directa - quando é o próprio inquirido que o preenche. Este último
merece pouca confiança dado que as perguntas são muitas vezes mal interpretadas
e o número de respostas é geralmente reduzido.

As perguntas utilizadas nos inquéritos podem assumir 3 formas distintas: fechadas, categorizadas
e abertas. Como se descreve em seguida, cada uma delas caracteriza-se de forma diferente e tem
associadas vantagens e desvantagens:

 Fechadas

Características:

 Permite apenas 3 respostas: sim, não, não sabe/não responde.

Vantagens:

 Permite efectuar uma boa análise estatística;


 Permite responder com mais facilidade.

Desvantagens:

 Disponibiliza informação pouco rica;


 Permite tirar conclusões simples e descritivas.
 Categorizadas

Características:

 Apresentam uma série de categorias a eleger pelo entrevistado.


 Indicar a resposta mais adequada;
 Indicar várias respostas, sendo livre o número de respostas
 possível;
 Indicar várias respostas, sendo fixo o número de respostas
 possível;
 Ordenar todas as respostas, da menos à mais adequada;
 Ordenar as n respostas mais adequadas.

Vantagens:

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 Permite efectuar uma boa análise estatística;
 Disponibiliza informação completa e rica.

Desvantagens:

 Possibilidade de ser aborrecido para o inquirido;


 Possibilidade das respostas serem pouco reflectidas.
 Abertas

Características:

 A resposta é livre.

Vantagens:

 Fornecem mais informação;


 Disponibiliza informação rica e detalhada;
 Fornece informação inesperada.

Desvantagens:

 Existe maior dificuldade na interpretação das respostas;


 Exige maior complexidade da codificação das respostas;
 Exige maior tempo de análise e é uma tarefa complexa.

Principais vantagens deste método

 A possibilidade de quantificar uma multiplicidade de dados e de proceder, por


conseguinte, a numerosas análises de correlação;
 O facto da exigência, por vezes essencial, de representatividade do conjunto de
entrevistados poder ser satisfeita através deste método;
 Respostas às questões colocadas não estarão tão sujeitas a enviesamentos e interpretações
duvidosas;
 Possibilita uma maior sistematização dos resultados obtidos, tornando-se mais fácil
automatizar o processo de análise e tratamento dos dados.

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Principais desvantagens deste método

 O peso e o custo geralmente elevado do dispositivo;


 Para que efectivamente possa cumprir os objectivos e na medida em que a sua concepção
se reveste de alguma complexidade, exige bastante planeamento;
 A superficialidade das respostas, não permite a análise de certos processos que requerem
uma compreensão mais profunda;
 Poderá ser difícil motivar os inquiridos a responder ao questionário, o que normalmente
origina muitas faltas de resposta, o que será particularmente verdade quando o tipo de
questões não tem utilidade ou algum tipo de relação com os inquiridos

Entrevista

Nas suas diferentes formas, os métodos de entrevista distinguem-se pela aplicação dos processos
fundamentais de comunicação e de interacção humana. Ao contrário do inquérito por questionário,
os métodos de entrevista caracterizam-se por um contacto directo entre o investigador e os seus
interlocutores.

Esta técnica pode ser encarada sobre 3 vectores: uma conversa com um objectivo; um encontro
interpessoal que se desenrola num contexto e situação social determinados; um processo de
obtenção de informação através de uma conversa de natureza profissional. Uma entrevista tem de
ter um objectivo explícito e supõe uma escuta activa em função de um objectivo e não uma
argumentação abstracta

Variantes deste método

As entrevistas podem ser divididas em 3 variantes distintas:

 Directiva – tem um guião rígido para a entrevista e as perguntas possuem uma ordem
lógica;
 Semi-directiva – a ordem e a forma de fazer as questões é livre, embora o entrevistador
conheça os temas sobre os quais necessita recolher informação;
 Não directiva – o discurso é organizado pelo entrevistado a partir de um tema proposto e
o entrevistador só intervém para encorajar.

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As perguntas utilizadas nas entrevistas podem assumir formas distintas. Como se descreve em
seguida, cada uma delas caracteriza-se de forma diferente e tem associadas vantagens e
desvantagens:

 Fechadas

Características:

 Fácil formulação;
 Simplifica a tarefa do entrevistado.

Vantagens:

 Boa para romper o silêncio.

Desvantagens:

 Ineficaz.

 Abertas

Características:

 Sugere um tema;
 Permite toda a liberdade sobre o rumo da abordagem.

Vantagens:

 Útil no ínicio da entrevista ou na primeira abordagem ao tema.

Desvantagens:

 Possibilidade do entrevistado ficar perdido na resposta.


 Directa

Características:

 Directa ao objectivo.

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Vantagens:

 Inequívoca;
 Força o entrevistado a abandonar defesas.

Desvantagens:

 Possibilidade do entrevistado se inibir


 Indirecta

Características:

 Apela à competência do entrevistador.

Vantagens:

 Permite que o entrevistado opine;


 Permite deduzir informações.

Desvantagens:

 Possibilidade do entrevistado sentir desconfiança.


 Pessoal

Características:

 Centra-se no entrevistado.

Vantagens:

 Pertinência dependendo do tema e do momento da entrevista.

Desvantagens:

 Possibilidade de provocar reacções de susceptibilidade ou bloqueio.


 Impessoal

Características:

 Modera as respostas dado que o entrevistado justifica a sua opinião com base
nos “outros”;

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 Útil para práticas pouco aceites socialmente.

Vantagens:

 Permite a captação de informação;


 Permite que o entrevistado não se sinta visado.

Desvantagens:

 Pouco ético

Para que a informação obtida na entrevista seja o mais fiel possível, o seu registo deve ser feito ao
longo da entrevista. Preferencialmente, a entrevista deverá ser gravada, desde que para isso haja
consentimento do entrevistado. Os limites da memória e a distorção induzida por elementos
subjectivos que se produzem durante a entrevista fazem da anotação posterior à entrevista uma má
opção.

Deve ser tido em conta que uma entrevista é uma situação criada pelo entrevistador num espaço e
num tempo. Este espaço pode influenciar a entrevista uma vez que, este pode ser calmo ou
barulhento, de lazer ou de trabalho. Do mesmo modo, o momento escolhido pode não ser o mais
apropriado pois o entrevistado pode não ter tempo disponível para responder. Assim, deve sempre
tentar-se escolher um local apropriado para o objectivo do estudo e tentar conciliar o tempo
disponível pelo entrevistado com a duração da entrevista. Para além dos factores tempo e espaço,
há outros factores que podem influenciar uma entrevista. Entre eles destacam-se a relação existente
entre o entrevistador e o entrevistado, o nível de conhecimento e a motivação do entrevistado e o
estatuto do entrevistador.

Principais vantagens deste método

 Recolha de informação rica;


 O grau de profundidade dos elementos de análise recolhidos;
 A flexibilidade e fraca directividade do dispositivo permite recolher os testemunhos e as
interpretações dos interlocutores, respeitando os seus próprios quadros de referência;
 Permite ao entrevistador conhecer os conceitos e a linguagem do entrevistado;

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 Permite definir dimensões relevantes de atitude e avalia-las melhor;
 Permite ter em conta as motivações que determinam diversos comportamentos;
 Permite interpretar as expressões emitidas

Principais desvantagens deste método

 A flexibilidade do método pode intimidar aqueles que não consigam trabalhar com
serenidade sem directivas técnicas precisas. Inversamente, outros podem pensar que esta
relativa flexibilidade os autoriza a conversarem de qualquer maneira com os interlocutores;
 Ao contrário, por exemplo dos inquéritos por questionário, os elementos de informação e
de reflexão recolhidos pelo método de análise da entrevista não evidenciam à partida um
modo de análise em particular. Neste caso, talvez mais do que nos outros, os métodos de
recolha e de análise das informações devem ser escolhidos e concebidos conjuntamente;
 O facto da flexibilidade do método poder levar a acreditar numa completa espontaneidade
do entrevistado e numa total neutralidade do investigador é também um aspecto
relativamente ao qual se deverá tomar as devidas precauções. A análise de uma entrevista,
deve incluir uma elucidação daquilo que as perguntas do investigador, a relação de troca e
o âmbito da entrevista, induzem nas formulações do interlocutor. Ou seja, a inter-
influência entre ambos pode levar à subjectividade;
 Falta de motivação ou motivação excessiva por parte do entrevistado;
 Possibilidade de respostas falsas conscientes e/ou inconscientes;
 Depende sempre da capacidade ou incapacidade que as pessoas têm para verbalizar as suas
próprias ideias;
 Dificuldades de comunicação;
 Retenção de dados com medo de violação do anonimato;
 Consome muito tempo e é um método relativamente difícil de se trabalhar;
 Noções pré-concebidas podem influenciar o resultado das entrevistas;
 Envolvem um elevado custo e exigência pessoal.

Observação directa

Os métodos de observação directa constituem os únicos métodos de investigação social que captam
os comportamentos no momento em que eles se produzem e em si mesmo, sem a mediação de um

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documento ou de um testemunho. As modalidades concretas da observação, poderão assumir
formas diferentes, consoante se adopte um método de observação participante do tipo etnológico,
ou pelo contrário, um método de observação não participante, cujos processos técnicos são muito
formalizados.

Variantes deste método

 A observação participante de tipo etnológico é a que melhor responde, de modo global, às


preocupações habituais dos investigadores em ciências sociais. Consiste em estudar uma
comunidade durante um longo período, participando na vida colectiva. O investigador
estuda os seus modos de vida, de dentro e pormenorizadamente, esforçando-se por
perturbá-los o menos possível;
 A observação não participante apresenta perfis muito diferentes, sendo o único ponto
comum o facto de o investigador não participar na vida do grupo, que observa do exterior.
O investigador não interage de forma alguma com o objecto do estudo. A observação pode
ser curta, ou de longa duração, feita à revelia, ou com o acordo das pessoas em questão, ou
ainda realizada com ou sem a ajuda de grelhas de observação pormenorizadas.

Principais tipos de Observação

Observação assistemática: é aquela que segue os objetivos da pesquisa sem se ater a um plano
específico e rígido. Este tipo de observação é também chamado de não estruturada.

1. Observação sistemática: apresenta uma estrutura predeterminada e segue um plano


específico na sua aplicação. Este tipo de observação é também chamado de observação
estruturada
2. Observação participante: nesse tipo de observação, o observador “assume, pelo menos
até certo ponto” dizem Selltiz et al. (1972, p. 232), o papel de um membro do grupo e
participa de sua atuação.
3. Observação não participante: aqui o pesquisador atua como espectador atento, dizem
Richardson et al. (2007). É uma técnica indicada para estudos exploratórios (SELLTIZ et
al., 1972; RICHARDSON et al., 2007).

Principais vantagens deste método

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 A apreensão dos comportamento e dos acontecimentos no próprio momento em que se
produzem
 A recolha de um material de análise não suscitado pelo investigador, e portanto,
relativamente espontâneo;
 A autenticidade relativa dos acontecimentos em comparação com as palavras e com os
escritos;
 Observador chega mais perto da perspectiva dos sujeitos;
 Serve para descobrir novos aspectos de um problema;
 Permite a colheita de dados em situações onde são impossíveis outras formas de
enunciação.

Principais desvantagens deste método

 Pode provocar alterações no ambiente ou no comportamento das pessoas observadas;


 Problema do registo. O investigador não pode confiar unicamente na sua recordação dos
acontecimentos apreendidos “ao vivo”, dado que a memória é selectiva e eliminaria uma
grande variedade de comportamentos cuja importância não fosse imediatamente aparente;
 Problema da interpretação das observações. A utilização de grelhas de observação muito
formalizadas facilita a interpretação, mas, em contrapartida, arrisca-se a ser relativamente
superficial e mecânica perante a riqueza e a complexidade dos processos estudados;
 Grande envolvimento do pesquisador pode levar a uma visão distorcida do fenómeno ou
a uma representação da realidade;
 Existem determinadas situações em que a observação não é permitida ou possível.

Ecolha de dados preexistentes : dados secundários e dados documentais

O investigador em ciências sociais recolhe documentos por duas razões completamente diferentes.
Ou tenciona estuda-los por si mesmos, ou espera encontrar neles informações úteis para estudar
outro objecto. Este método é particularmente adequado para a análise de fenómenos macro-sociais,
de mudanças sociais, mudança nas organizações e estudo das ideologias no sentido mais lato.

Variantes deste método

São muitas e dependem da natureza das fontes e das informações consideradas. As duas variantes
utilizadas mais frequentemente em investigação social são, por um lado, a recolha de dados

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estatísticos e, por outro, a recolha de documentos de forma textual provenientes de instituições e
de organismos públicos e privados, ou de particulares

Pesquisa documental

A pesquisa documental envolve a investigação em documentos internos [da organização] ou


externos [governamentais, de organizações não governamentais ou instituições de pesquisa, dentre
outras]. É uma técnica utilizada tanto em pesquisa quantitativa como qualitativa.

 Documentos internos

A vantagem do uso de documentos internos, como estatuto, regulamento, relatórios e manuais,


está na disponibilidade e no baixo custo de utilização.

 Documentos externos

Dependendo do objetivo da pesquisa, você precisa de documentos governamentais e oficiais que


podem apresentar dificuldades de localização e acesso. Os documentos governamentais podem ser
municipais, estaduais e federais. Assim, portarias, relatórios e anuários são documentos oficiais
que, dependendo do objeto de estudo, são de extrema relevância para a investigação. Publicações
parlamentares e documentos jurídicos são também exemplos de documentos governamentais.
Mattar (1999) chama a atenção para as publicações governamentais periódicas:

 Censo Demográfico: contém informações sobre a situação do domicílio, população


urbana e rural, idade, religião, estado conjugal e rendimento mensal, dentre outras
informações.
 Censo de Serviços: estabelecimentos, constituição jurídica, número de empregados,
despesas com salários e receitas, dentre outras informações.

Principais vantagens deste método

 A economia de tempo e de dinheiro que permite ao investigador consagrar o essencial da


sua energia na análise propriamente dita;
 Permite evitar o recurso abusivo às sondagens e aos inquéritos por questionário;

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 A valorização de um importante e precioso material documental, que não pára de se
enriquecer devido ao rápido desenvolvimento das técnicas de recolha, de organização e de
transmissão dos dados

Principais desvantagens deste método

 Nem sempre é possível o acesso aos documentos;


 Os problemas de credibilidade e de adequação dos dados às exigências da investigação;
 Como os dados não são recolhidos pelo próprio investigador, de acordo com os critérios que
mais lhe convém, deverão normalmente ser submetidos a manipulações, destinados a
apresenta-los nas formas exigidas para verificação das hipóteses, operação essa que é sempre
delicada e pode ser subjectiva.

MÉTODOS DE VANTAGENS DESVANTAGENS


RECOLHA DE
DADOS
 Possibilita quantificar uma multiplicidade de  O peso e o custo elevado do
dados e proceder a numerosas análises de dispositivo;
Inquérito por correlações;  Superficialidade das respostas;
questionário  Permite comparações precisas entre as  Dependência da forma como é
respostas dos inquiridos; aplicado;
 Possibilita a sistematização dos resultados,  Exige questões com uma formulação
facilitando a automatização do processo de exigente;
análise e interpretação dos dados;  Dificuldade em motivar os
 Possibilita a generalização dos resultados da inquiridos a responder.
amostra à totalidade da população.
Entrevistas  Informação rica e profunda;  Pouca extensividade (difícil
 Flexibilidade. generalizar);
 Implica interacções directas;
 Respostas condicionadas pela
situação da entrevista;
 Exige preparação do entrevistador.

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Observação Informação rica e profunda;  Aplicável em pequenos grupos;
Directa  Flexibilidade;  Pode provocar alterações no
 Permite compreender directamente ambiente ou comportamento das
comportamentos pois o material recolhido é pessoas;
espontâneo;  Torna difícil a generalização;
 Autenticidade dos acontecimentos.  Baseia-se na interpretação pessoal
Recolha de  A economia de tempo e de dinheiro;  Nem sempre é possível o acesso aos
Dados  Permite evitar o recurso abusivo às sondagens documentos;
Preexistentes e aos inquéritos por questionário;  Informação dispersa;
 A valorização de um importante e precioso  Dependência das fontes existentes,
material documental. da sua qualidade, representatividade,
e do acesso;
 Risco de manipulação dos dados;
 Grande quantidade de informação
recolhida
Tabela 1: Analise comparativa entre os metodos

6.7.T ÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS


O processo de análise de dados é definido por Kerlinger (1980, p. 353) como “a categorização,
ordenação, manipulação e sumarização de dados” e tem por objetivo reduzir grandes quantidades
de dados brutos a uma forma interpretável e mensurável.

Dependendo do tipo de pesquisa – qualitativa ou quantitativa –,dispõe de técnicas diferentes.

Técnicas quantitativas de análise

A abordagem quantitativa utiliza o conhecimento estatístico para duas finalidades: descrever e


testar hipóteses. Na descrição você pode utilizar a estatística descritiva e, para testar hipóteses, a

estatística inferencial.

A estatística descritiva representa “um conjunto de técnicas que têm por finalidade descrever,
resumir, totalizar e apresentar graficamente dados de pesquisa”. (IATROS, 2007). Da mesma

28
forma que a estatística descritiva, a estatística inferencial representa um conjunto de técnicas que
são utilizadas para identificar e caracterizar relações entre variáveis. Estudo mais aprofundado
sobre esses tipos de análise você terá na disciplina de Estatística Aplicada à Administração.

Técnicas qualitativas de análise

A abordagem qualitativa de pesquisa busca compreender a realidade a partir da descrição de


significados, de opiniões, já que parte da perspectiva do participante e não do pesquisador, Para
atender este objetivo, diferentes técnicas de análise são utilizadas, como análise de narrativa, do
discurso, de conteúdo, a técnica fenomenológica de análise, entre outras. Nessa seção serão
abordadas as técnicas de análise de conteúdo e análise do discurso, pois são, ainda, as mais
utilizadas em estudos administrativos.

Análise de conteúdo

A análise de conteúdo trabalha com materiais textuais escritos, tanto textos que são resultados do
processo de pesquisa como as transcrições de entrevista e os registros das observações como textos
que foram produzidos fora do ambiente de pesquisa, como jornais, livros e documentos internos e
externos das organizações.

A análise de conteúdo é constituída de três fases: a pré- análise; a análise do material, também
chamada de descrição analítica; e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Veja
como o pesquisador se organiza para desenvolver este tipo de análise qualitativa.

Pré-análise: é a fase de escolha e organização do material. A escolha do material depende do que


você procura e do que espera encontrar. Tem como orientação a questão norteadora ou o problema
de pesquisa e os objetivos. Após a reunião das informações obtidas nas entrevistas, nos
documentos e nas anotações resultado das observações, você inicia o processo com uma leitura
geral que Bardin (1985) chama de “leitura flutuante”.

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 Análise do material ou descrição analítica do conteúdo: o material é submetido a um
estudo aprofundado orientado pela pergunta de pesquisa, pelos objetivos, pelo referencial
teórico-metodológico.
 Interpretação dos resultados: é a etapa em que você, apoiado nos resultados, deve
correlacionar o conteúdo do material com a base teórica referencial a fim de torná-los
significativos e válidos.

Análise de discurso

A análise de discurso tem como foco a linguagem utilizada nos textos escritos ou falados. Assim,
essa técnica pode ser utilizada tanto para análise de documentos e textos teóricos como para análise
dos depoimentos e das falas dos entrevistados. Existem mais de 57 estilos diferentes de
desenvolver a análise de discurso. No entanto, o que há em comum entre esses estilos é que todos
têm como objeto da análise o próprio discurso.

A análise de discurso é definida por Vergara (1997) como um método que pretende não somente
apreender como uma mensagem é transmitida, mas também explorar o seu sentido. A análise de
discurso avalia quem enviou a mensagem, quem recebeu a mensagem e qual o contexto em que
está inserida. Uma das condições indispensáveis para que a análise de discurso seja efetivada com
clareza é a transcrição de entrevistas e discursos na íntegra, sem cortes, correções ou interpretações
iniciais.

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7. Papel da Recolha e coleta de dados na saúde publica
A coleta e recolha de dados desempenham papéis cruciais na saúde pública, fornecendo
informações valiosas que são utilizadas para orientar políticas, programas e intervenções de saúde.
Um dos principais objetivos da coleta de dados é a vigilância epidemiológica, que envolve a coleta
contínua, análise e interpretação de dados sobre doenças e seus determinantes. Esses dados são
essenciais para identificar surtos, determinar tendências de doenças e avaliar a eficácia de
intervenções preventivas.

Além disso, a coleta de dados também é fundamental para o monitoramento de indicadores de


saúde, como taxas de mortalidade infantil, expectativa de vida, incidência de doenças crônicas e
cobertura de vacinas. Esses indicadores fornecem uma visão geral da saúde da população e ajudam
a avaliar o desempenho dos sistemas de saúde.

Outro aspecto importante da coleta de dados é a avaliação de programas e políticas de saúde. Os


dados coletados são utilizados para avaliar a eficácia de intervenções como campanhas de
vacinação, permitindo ajustes e melhorias conforme necessário. Além disso, os dados também
sustentam a pesquisa em saúde pública, fornecendo informações para estudos epidemiológicos,
ensaios clínicos e análises de tendências.

Os avanços na tecnologia da informação têm impulsionado o desenvolvimento de sistemas de


informação em saúde, que permitem a coleta, armazenamento e análise eficientes de dados. Esses
sistemas incluem registros eletrônicos de saúde, bancos de dados epidemiológicos e ferramentas
de análise de big data, contribuindo para uma gestão mais eficaz da saúde pública.

No entanto, a coleta de dados enfrenta desafios, como garantir a privacidade e segurança dos dados,
lidar com disparidades na qualidade e acessibilidade dos dados, e promover o uso ético e
responsável das informações coletadas. O desenvolvimento de políticas e regulamentações
adequadas é essencial para enfrentar esses desafios e promover o uso eficaz dos dados na saúde
pública.

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8. Conclusão

A coleta e recolha de dados na saúde pública são pilares essenciais para a gestão eficaz da saúde
de uma comunidade. Ao longo deste texto, exploramos como esses dados são utilizados para
monitorar doenças, avaliar indicadores de saúde, avaliar programas e políticas, impulsionar a
pesquisa e melhorar os sistemas de informação em saúde.

No entanto, é importante destacar que a coleta de dados também enfrenta desafios significativos
relacionados à privacidade, qualidade dos dados e uso ético. Portanto, é fundamental que sejam
desenvolvidas políticas e regulamentações adequadas para garantir a proteção dos dados e
promover seu uso responsável e eficaz.

Em última análise, a coleta de dados na saúde pública tem um impacto direto na qualidade de vida
e no bem-estar das comunidades. Ao utilizar dados de forma inteligente e ética, é possível tomar
decisões informadas, implementar intervenções eficazes e trabalhar na construção de sistemas de
saúde mais resilientes e adaptáveis às necessidades da população.

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9. Referencias Bibliograficas:
 Martins, E. (2019). Coleta de dados: um guia completo de como fazer. Blog da Mettzer
 Bryman, A. (2016). Instrumentos de Coleta de Dados: Precisão e Clareza para Informações
Confiáveis e Relevantes. Em: Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo:
Editora Atlas.
 Martins, J. (2019). Recolha de Dados: Processo Inicial na Pesquisa. Em: Métodos de
Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas. Lisboa: Editora Universitária.
 Johnson, R. B., & Christensen, L. (2016). Estabelecendo Objetivos de Pesquisa. Em:
Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais: Uma Abordagem Prática. Rio de Janeiro:
Editora Campus

 Zikmund, W. G. (2003). Metodologia de Pesquisa de Campo. São Paulo: Editora Atlas.


 Sekaran, U., & Bougie, R. (2016). Métodos de Pesquisa para Negócios: Um Guia para o
Sucesso. Porto Alegre: Editora Bookman.
 Bryman, A. (2016). Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: Editora Atlas.
 IATROS. (2007). Estatística Descritiva e Inferencial: Conceitos e Aplicações. São Paulo
 Selltiz, C., Jahoda, M., Deutsch, M., & Cook, S. W. (1972). Métodos de Pesquisa nas
Relações Sociais. São Paulo: Editora Herder.
 Richardson, R. J., Peres, J. A., & Collado, C. F. (2007). Métodos de Pesquisa Social. São
Paulo
 Vergara, S. C. (1997). Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo:
Editora Atlas.

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