Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Este trabalho de pesquisa visa aprofundar o entendimento sobre a recolha e coleta de dados,
abordando seus conceitos, tipos e características essenciais. A recolha de dados refere-se ao
processo de obtenção de informações relevantes para uma pesquisa ou estudo, enquanto a coleta
de dados envolve a organização e armazenamento dessas informações de forma sistemática e
estruturada.
As características importantes da recolha e coleta de dados incluem a validade dos dados, que se
refere à precisão e relevância das informações para os objetivos da pesquisa, a confiabilidade,
relacionada à consistência e estabilidade dos dados ao longo do tempo, e a representatividade,
que diz respeito à capacidade dos dados em refletir a diversidade e complexidade do fenômeno
estudado.
Por fim, são abordadas algumas técnicas e ferramentas utilizadas na recolha e coleta de dados,
como questionários estruturados, entrevistas semiestruturadas, análise de conteúdo, software de
análise estatística e sistemas de gestão de dados.
2. Problematização.......................................................................................................................4
3. OBJECTIVOS..........................................................................................................................5
3.1.Objetivo geral:........................................................................................................................5
3.2.Objectivos Especificos:..........................................................................................................5
4. Justificativa...............................................................................................................................6
5. Hipótese....................................................................................................................................7
6. Referencial Teórico..................................................................................................................8
6.1.Conceitos................................................................................................................................8
6.2.Dados.....................................................................................................................................9
8. Conclusão...............................................................................................................................32
9. Referencias Bibliograficas:....................................................................................................32
3
1. Introdução
A recolha de dados refere-se ao ato de reunir informações relevantes para uma determinada
finalidade, enquanto a coleta de dados envolve a organização e armazenamento dessas
informações de forma estruturada e acessível. Ambos os processos são intrinsecamente ligados e
essenciais para a produção de conhecimento confiável e útil.
Ao longo deste trabalho, examinaremos os diferentes tipos de recolha e coleta de dados, desde a
obtenção de dados primários por meio de questionários e entrevistas até a utilização de dados
secundários provenientes de fontes diversas como bancos de dados e registros históricos.
Discutiremos também as características essenciais que os dados devem possuir, tais como
validade, confiabilidade e representatividade, para garantir sua utilidade e relevância na análise e
interpretação.
Além disso, abordaremos algumas das técnicas e ferramentas mais comuns utilizadas na recolha
e coleta de dados, destacando suas vantagens e limitações em diferentes contextos de pesquisa e
aplicação prática. Compreender profundamente esses aspectos é fundamental para pesquisadores,
profissionais e gestores, pois permite a seleção adequada de métodos e estratégias que otimizem
a obtenção de dados de alta qualidade e subsidiem decisões informadas e eficazes.
5
2. Problematização
Na área dos métodos de investigação científica, a coleta e análise de dados desempenham um
papel crucial na identificação de padrões, no monitoramento de desempenho e na formulação de
abordagens eficazes para a resolução de problemas. No entanto, diversos desafios surgem nesse
contexto específico. Como garantir a integridade e confiabilidade dos dados coletados em
estudos científicos, considerando a complexidade das variáveis envolvidas e a possibilidade de
vieses? Como lidar com a representatividade dos dados, especialmente em populações diversas e
em regiões com acesso limitado a recursos de coleta de dados avançados? Além disso, como
garantir a privacidade e segurança dos dados dos participantes da pesquisa, especialmente em um
cenário de crescente digitalização e compartilhamento de informações científicas? Essas
questões fundamentais destacam a necessidade de uma análise aprofundada dos conceitos, tipos
e características da coleta e análise de dados, visando desenvolver estratégias e abordagens que
garantam a qualidade e relevância das informações para embasar políticas e práticas científicas
que realmente atendam às necessidades das comunidades.
6
3. OBJECTIVOS
3.1.Objetivo geral:
Realizar um estudo abrangente sobre métodos eficazes de recolha e coleta de dados em
pesquisa.
3.2.Objectivos Especificos:
Analisar diferentes técnicas de recolha de dados qualitativos e quantitativos, como
entrevistas, questionários, observações, entre outros.
Avaliar a eficácia e precisão dos métodos de recolha de dados na obtenção de
informações relevantes.
Avaliar a influência das novas tecnologias, como aplicativos e softwares especializados,
na eficiência e precisão da coleta de dados.
7
4. Justificativa
Em resumo, este estudo justifica-se pela importância dos métodos basilares de recolha e coleta
de dados na pesquisa científica, destacando a necessidade de aprimoramento contínuo desses
métodos para garantir a qualidade e confiabilidade das informações utilizadas na produção do
conhecimento científico e no avanço das fronteiras do saber.
8
5. Hipótese
9
6. Referencial Teórico
6.1.Conceitos.
Recolha de dados
De acordo com Martins (2019), A recolha de dados é o processo inicial no qual os pesquisadores
obtêm informações específicas para sua investigação. Este processo envolve identificar fontes de
dados relevantes, decidir sobre os métodos de recolha apropriados e reunir os dados necessários
para responder às perguntas de pesquisa ou objetivos do estudo. A recolha de dados pode ser
realizada através de métodos como entrevistas, questionários, observação direta, análise de
documentos, experimentação, entre outros. É importante que os dados recolhidos sejam precisos,
confiáveis e representativos da população ou fenômeno em estudo.
A coleta de dados é um processo essencial em diversas áreas, desde a pesquisa acadêmica até a
tomada de decisões em empresas. Ela visa reunir informações relevantes por meio de técnicas
específicas de pesquisa, transformando números em significados e soluções para problemas.
Esses dados são utilizados em tarefas de pesquisa, planejamento, estudo, desenvolvimento e
experimentações.
Coleta de Dados:
10
(Sekaran & Bougie, 2016).Esses autores explicam a recolha de dados como o processo de
coletar, medir e registrar informações sobre os objetos de estudo especificados de acordo com
um plano de pesquisa .
6.2.Dados
Dados constituem a matéria-prima fundamental em qualquer processo de pesquisa, análise ou
tomada de decisão em diversos campos do conhecimento. Eles representam informações,
observações ou fatos coletados e registrados de acordo com um determinado contexto ou
finalidade. Essas informações podem ser de natureza quantitativa ou qualitativa e são essenciais
para gerar bases, construir conhecimento e apoiar o desenvolvimento de políticas, estratégias e
práticas.
Os dados podem assumir muitas formas e manifestações, desde números, texto, imagens, sons
até mesmo representações simbólicas ou codificadas de fenômenos do mundo real. Eles podem
ser obtidos através de diversos métodos de coleta, como questionários, entrevistas, observação
direta, experimentos controlados, sensores automáticos, registros administrativos, entre outros.
Cada método de coleta pode gerar diferentes tipos e formatos de dados, influenciados pela
natureza dos objetos de estudo, pelos objetivos da pesquisa e pelas questões de pesquisa
formuladas.
É importante ressaltar que os dados por si só não possuem significado intrínseco; seu valor está
na capacidade de serem processados, analisados e interpretados para extrair conhecimentos
significativos. Além disso, os dados devem ser tratados com cuidado e ética, respeitando a
11
privacidade, a confidencialidade e os direitos dos participantes da pesquisa. Portanto, a coleta, o
armazenamento e o uso de dados devem ser realizados de acordo com padrões éticos e legais
estabelecidos pela comunidade científica e pelas regulamentações governamentais.
Os dados são a base sobre a qual o conhecimento é construído, representando uma poderosa
ferramenta para explorar e compreender o mundo ao nosso redor. Seu uso eficaz e responsável é
fundamental para o avanço do conhecimento e para a tomada de decisões informadas em todos
os domínios da atividade humana.
Por outro lado, os dados secundários já existem e foram coletados por outras fontes para
propósitos diferentes dos objetivos da pesquisa. Esses dados podem incluir informações de
bancos de dados, relatórios governamentais, artigos acadêmicos, pesquisas anteriores, entre
outros. Os dados secundários são mais acessíveis e econômicos em comparação com os dados
primários, pois não requerem a realização de novas pesquisas.
A escolha entre dados primários e secundários depende dos objetivos da pesquisa, dos recursos
disponíveis e da natureza do fenômeno estudado. Os dados primários oferecem uma
oportunidade de coletar informações diretamente adaptadas às necessidades da pesquisa,
enquanto os dados secundários podem ser úteis para complementar ou expandir as análises de
uma pesquisa existente.
12
– Mais próximos da verdade
Dados secundários:
Os objetivos de pesquisa fornecem o norte para toda a jornada da pesquisa, guiando cada passo
desde a coleta até a análise dos dados. (Johnson & Christensen, 2016). Portanto, antes de
qualquer coleta de dados, é essencial definir claramente os objetivos específicos que estudo
almeja alcançar, delineando as questões de pesquisa que se buscá responder.
A seleção cuidadosa das fontes de dados é fundamental para garantir a relevância e a diversidade
das informações coletadas.Creswell (2014). Baseados nos objetivos da pesquisa, selecionam-se
as fontes primárias e secundárias que podem fornecer uma visão abrangente do fenômeno em
estudo, desde questionários e entrevistas até bancos de dados e relatórios governamentais.
Os instrumentos de coleta devem ser desenvolvidos com precisão e clareza, garantindo que as
informações obtidas sejam confiáveis e relevantes.Bryman, (2016). Assim, elaboram-se
questionários e roteiros de entrevista que reflitam os objetivos da pesquisa, sendo criteriosamente
testados e refinados antes da implementação em larga escala
13
Um piloto bem-sucedido dos instrumentos de coleta é crucial para identificar problemas e
garantir sua eficácia. (Neuman, 2014). Com isso em mente, conduzem-se testes preliminares com
um grupo seleto de participantes, ajustando os instrumentos conforme necessário para garantir a
compreensão e a relevância das perguntas.
Dados precisos e completos são essenciais para uma análise robusta e conclusões
confiáveis.Bryman & Bell, 2015). Portanto, durante a coleta de dados, dedica-se atenção
meticulosa para registrar todas as informações relevantes de forma clara e precisa, garantindo a
integridade dos dados.
População
14
– todos os médicos cardiologistas de uma cidade;
– Quando se toma um certo número de elementos para se verificar algo sobre a população, esse
conjunto é denominado “amostra”
Amostra
A amostra é crucial porque permite que os pesquisadores extrapolem suas conclusões da amostra
para a população maior da qual ela foi extraída. Isso é feito assumindo que a amostra seja
representativa da população em termos das características relevantes para o estudo. Por exemplo,
se um pesquisador estiver estudando as preferências alimentares de uma população de estudantes
universitários, ele pode selecionar uma amostra representativa desses estudantes para entrevistar
ou pesquisar. Com base nas respostas dessa amostra, o pesquisador pode fazer inferências sobre
as preferências alimentares da população universitária em geral.
É importante notar que a qualidade das inferências feitas a partir de uma amostra depende da
maneira como ela foi selecionada. Uma amostra aleatória, na qual todos os membros da
população têm a mesma chance de serem selecionados, é geralmente considerada a melhor forma
de garantir representatividade e minimizar o viés. No entanto, em algumas situações, pode ser
necessário usar métodos de amostragem não aleatórios devido a restrições práticas ou
características específicas da população em estudo.
Além disso, o tamanho da amostra também desempenha um papel crucial na precisão das
inferências feitas a partir dela. Geralmente, uma amostra maior proporciona estimativas mais
15
precisas e uma maior confiança nos resultados, embora o tamanho ideal da amostra dependa de
vários fatores, incluindo o tamanho da população, a variabilidade das características em estudo e
o nível de confiança desejado.
– Ex.: população: todos os alunos da Isgecof ; amostra: os alunos presentes num determinado
dia.
Tipos de Amostragem
Variaveis
Variáveis são características, atributos, ou propriedades que podem variar e que são passíveis de
serem mensuradas, observadas ou controladas em um estudo de pesquisa. Elas constituem os
elementos fundamentais para entender e analisar os fenômenos estudados. As variáveis podem
assumir diferentes valores e desempenhar diferentes papéis em um estudo, e são classificadas em
várias categorias com base em suas características e propriedades.
16
6.5.Classificação das Variaveis:
Variáveis Qualitativas:
Também conhecidas como variáveis categóricas, são aquelas que representam características ou
atributos que podem ser categorizados em grupos ou categorias distintas. Essas variáveis não são
mensuráveis em uma escala numérica, mas sim representam diferentes qualidades ou
características. As variáveis qualitativas podem ser subdivididas em dois tipos:
Nominais: São variáveis em que os valores representam diferentes categorias sem uma ordem
específica. Exemplos incluem gênero (masculino, feminino), cor dos olhos (azul, verde,
castanho), tipo de animal de estimação (cão, gato, pássaro).
Ordinais: São variáveis em que os valores representam diferentes categorias com uma ordem
específica. No entanto, a distância entre as categorias não é mensurável. Exemplos incluem
níveis de concordância (discordo totalmente, discordo parcialmente, neutro, concordo
parcialmente, concordo totalmente), níveis de satisfação (muito insatisfeito, insatisfeito, neutro,
satisfeito, muito satisfeito).
17
Variáveis Quantitativas:
Também conhecidas como variáveis numéricas, são aquelas que representam quantidades ou
medidas que podem ser expressas em termos numéricos e são mensuráveis em uma escala
numérica. As variáveis quantitativas podem ser subdivididas em dois tipos:
Discretas: São variáveis que representam valores específicos e distintos, geralmente inteiros, e
não podem assumir valores intermediários. Exemplos incluem o número de filhos em uma
família, o número de carros em um estacionamento, o número de páginas em um livro.
Contínuas: São variáveis que representam uma gama infinita de valores dentro de um intervalo
específico e podem assumir valores intermediários. Exemplos incluem altura, peso, temperatura,
renda, idade.
É também importante salientar que os métodos de recolha e os métodos de coleta de dados são
normalmente complementares e devem, portanto, ser escolhidos em conjunto, em função dos
objectivos e das hipóteses de trabalho. Se os inquéritos por questionário, são acompanhados por
18
métodos de análise quantitativa, os métodos de entrevista requerem habitualmente métodos de
análise de conteúdo, que são muitas vezes, não obrigatoriamente, qualitativos. (Quivy, 1998)
Assim, e com base na fonte acima referenciada, são apresentados de seguida alguns dos
principais métodos de recolha de dados, bem como os principais métodos de análise que lhes
estão associados.
As perguntas utilizadas nos inquéritos podem assumir 3 formas distintas: fechadas, categorizadas
e abertas. Como se descreve em seguida, cada uma delas caracteriza-se de forma diferente e tem
associadas vantagens e desvantagens:
Fechadas
Características:
Vantagens:
19
Permite responder com mais facilidade.
Desvantagens:
Características:
Vantagens:
Desvantagens:
Características:
A resposta é livre.
Vantagens:
20
Disponibiliza informação rica e detalhada;
Fornece informação inesperada.
Desvantagens:
Entrevista
21
Nas suas diferentes formas, os métodos de entrevista distinguem-se pela aplicação dos processos
fundamentais de comunicação e de interacção humana. Ao contrário do inquérito por
questionário, os métodos de entrevista caracterizam-se por um contacto directo entre o
investigador e os seus interlocutores.
Esta técnica pode ser encarada sobre 3 vectores: uma conversa com um objectivo; um encontro
interpessoal que se desenrola num contexto e situação social determinados; um processo de
obtenção de informação através de uma conversa de natureza profissional. Uma entrevista tem de
ter um objectivo explícito e supõe uma escuta activa em função de um objectivo e não uma
argumentação abstracta
Directiva – tem um guião rígido para a entrevista e as perguntas possuem uma ordem
lógica;
Semi-directiva – a ordem e a forma de fazer as questões é livre, embora o entrevistador
conheça os temas sobre os quais necessita recolher informação;
Não directiva – o discurso é organizado pelo entrevistado a partir de um tema proposto
e o entrevistador só intervém para encorajar.
As perguntas utilizadas nas entrevistas podem assumir formas distintas. Como se descreve em
seguida, cada uma delas caracteriza-se de forma diferente e tem associadas vantagens e
desvantagens:
Fechadas
Características:
Fácil formulação;
Simplifica a tarefa do entrevistado.
Vantagens:
Desvantagens:
22
Ineficaz.
Abertas
Características:
Sugere um tema;
Permite toda a liberdade sobre o rumo da abordagem.
Vantagens:
Desvantagens:
Características:
Directa ao objectivo.
Vantagens:
Inequívoca;
Força o entrevistado a abandonar defesas.
Desvantagens:
Características:
Vantagens:
Desvantagens:
23
Possibilidade do entrevistado sentir desconfiança.
Pessoal
Características:
Centra-se no entrevistado.
Vantagens:
Desvantagens:
Características:
Modera as respostas dado que o entrevistado justifica a sua opinião com base
nos “outros”;
Útil para práticas pouco aceites socialmente.
Vantagens:
Desvantagens:
Pouco ético
Para que a informação obtida na entrevista seja o mais fiel possível, o seu registo deve ser feito
ao longo da entrevista. Preferencialmente, a entrevista deverá ser gravada, desde que para isso
haja consentimento do entrevistado. Os limites da memória e a distorção induzida por elementos
subjectivos que se produzem durante a entrevista fazem da anotação posterior à entrevista uma
má opção.
24
Deve ser tido em conta que uma entrevista é uma situação criada pelo entrevistador num espaço
e num tempo. Este espaço pode influenciar a entrevista uma vez que, este pode ser calmo ou
barulhento, de lazer ou de trabalho. Do mesmo modo, o momento escolhido pode não ser o mais
apropriado pois o entrevistado pode não ter tempo disponível para responder. Assim, deve
sempre tentar-se escolher um local apropriado para o objectivo do estudo e tentar conciliar o
tempo disponível pelo entrevistado com a duração da entrevista. Para além dos factores tempo e
espaço, há outros factores que podem influenciar uma entrevista. Entre eles destacam-se a
relação existente entre o entrevistador e o entrevistado, o nível de conhecimento e a motivação
do entrevistado e o estatuto do entrevistador.
A flexibilidade do método pode intimidar aqueles que não consigam trabalhar com
serenidade sem directivas técnicas precisas. Inversamente, outros podem pensar que esta
relativa flexibilidade os autoriza a conversarem de qualquer maneira com os
interlocutores;
Ao contrário, por exemplo dos inquéritos por questionário, os elementos de informação e
de reflexão recolhidos pelo método de análise da entrevista não evidenciam à partida um
modo de análise em particular. Neste caso, talvez mais do que nos outros, os métodos de
recolha e de análise das informações devem ser escolhidos e concebidos conjuntamente;
O facto da flexibilidade do método poder levar a acreditar numa completa
espontaneidade do entrevistado e numa total neutralidade do investigador é também um
25
aspecto relativamente ao qual se deverá tomar as devidas precauções. A análise de uma
entrevista, deve incluir uma elucidação daquilo que as perguntas do investigador, a
relação de troca e o âmbito da entrevista, induzem nas formulações do interlocutor. Ou
seja, a inter- influência entre ambos pode levar à subjectividade;
Falta de motivação ou motivação excessiva por parte do entrevistado;
Possibilidade de respostas falsas conscientes e/ou inconscientes;
Depende sempre da capacidade ou incapacidade que as pessoas têm para verbalizar as
suas próprias ideias;
Dificuldades de comunicação;
Retenção de dados com medo de violação do anonimato;
Consome muito tempo e é um método relativamente difícil de se trabalhar;
Noções pré-concebidas podem influenciar o resultado das entrevistas;
Envolvem um elevado custo e exigência pessoal.
Observação directa
26
observação pode ser curta, ou de longa duração, feita à revelia, ou com o acordo das
pessoas em questão, ou ainda realizada com ou sem a ajuda de grelhas de observação
pormenorizadas.
Observação assistemática: é aquela que segue os objetivos da pesquisa sem se ater a um plano
específico e rígido. Este tipo de observação é também chamado de não estruturada.
27
Pode provocar alterações no ambiente ou no comportamento das pessoas observadas;
Problema do registo. O investigador não pode confiar unicamente na sua recordação dos
acontecimentos apreendidos “ao vivo”, dado que a memória é selectiva e eliminaria uma
grande variedade de comportamentos cuja importância não fosse imediatamente
aparente;
Problema da interpretação das observações. A utilização de grelhas de observação muito
formalizadas facilita a interpretação, mas, em contrapartida, arrisca-se a ser
relativamente superficial e mecânica perante a riqueza e a complexidade dos processos
estudados;
Grande envolvimento do pesquisador pode levar a uma visão distorcida do fenómeno ou
a uma representação da realidade;
Existem determinadas situações em que a observação não é permitida ou possível.
São muitas e dependem da natureza das fontes e das informações consideradas. As duas
variantes utilizadas mais frequentemente em investigação social são, por um lado, a recolha de
dados estatísticos e, por outro, a recolha de documentos de forma textual provenientes de
instituições e de organismos públicos e privados, ou de particulares
Pesquisa documental
28
Documentos internos
Documentos externos
29
Os problemas de credibilidade e de adequação dos dados às exigências da investigação;
Como os dados não são recolhidos pelo próprio investigador, de acordo com os critérios que
mais lhe convém, deverão normalmente ser submetidos a manipulações, destinados a
apresenta-los nas formas exigidas para verificação das hipóteses, operação essa que é sempre
delicada e pode ser subjectiva.
30
Recolha de A economia de tempo e de dinheiro; Nem sempre é possível o acesso aos
Dados Permite evitar o recurso abusivo às documentos;
Preexistentes sondagens e aos inquéritos por questionário; Informação dispersa;
A valorização de um importante e precioso Dependência das fontes existentes,
material documental. da sua qualidade,
representatividade, e do acesso;
Risco de manipulação dos dados;
Grande quantidade de informação
recolhida
Tabela 1: Analise comparativa entre os metodos
estatística inferencial.
A estatística descritiva representa “um conjunto de técnicas que têm por finalidade descrever,
resumir, totalizar e apresentar graficamente dados de pesquisa”. (IATROS, 2007). Da mesma
forma que a estatística descritiva, a estatística inferencial representa um conjunto de técnicas que
são utilizadas para identificar e caracterizar relações entre variáveis. Estudo mais aprofundado
sobre esses tipos de análise você terá na disciplina de Estatística Aplicada à Administração.
31
atender este objetivo, diferentes técnicas de análise são utilizadas, como análise de narrativa, do
discurso, de conteúdo, a técnica fenomenológica de análise, entre outras. Nessa seção serão
abordadas as técnicas de análise de conteúdo e análise do discurso, pois são, ainda, as mais
utilizadas em estudos administrativos.
Análise de conteúdo
A análise de conteúdo trabalha com materiais textuais escritos, tanto textos que são resultados do
processo de pesquisa como as transcrições de entrevista e os registros das observações como
textos que foram produzidos fora do ambiente de pesquisa, como jornais, livros e documentos
internos e externos das organizações.
A análise de conteúdo é constituída de três fases: a pré- análise; a análise do material, também
chamada de descrição analítica; e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
Veja como o pesquisador se organiza para desenvolver este tipo de análise qualitativa.
Análise de discurso
A análise de discurso tem como foco a linguagem utilizada nos textos escritos ou falados. Assim,
essa técnica pode ser utilizada tanto para análise de documentos e textos teóricos como para
análise dos depoimentos e das falas dos entrevistados. Existem mais de 57 estilos diferentes de
32
desenvolver a análise de discurso. No entanto, o que há em comum entre esses estilos é que
todos têm como objeto da análise o próprio discurso.
A análise de discurso é definida por Vergara (1997) como um método que pretende não somente
apreender como uma mensagem é transmitida, mas também explorar o seu sentido. A análise de
discurso avalia quem enviou a mensagem, quem recebeu a mensagem e qual o contexto em que
está inserida. Uma das condições indispensáveis para que a análise de discurso seja efetivada
com clareza é a transcrição de entrevistas e discursos na íntegra, sem cortes, correções ou
interpretações iniciais.
33
pesquisadores e alocação de recursos. Esses indicadores fornecem uma visão geral do progresso
da pesquisa científica e ajudam a avaliar o desempenho dos sistemas de investigação.
No entanto, a coleta de dados enfrenta desafios, como garantir a privacidade e segurança dos
dados, lidar com disparidades na qualidade e acessibilidade dos dados, e promover o uso ético e
responsável das informações coletadas. O desenvolvimento de políticas e regulamentações
adequadas é essencial para enfrentar esses desafios e promover o uso eficaz dos dados na
pesquisa científica.
8. Conclusão
A coleta e recolha de dados na pesquisa científica são pilares essenciais para o avanço do
conhecimento em uma determinada área.
No entanto, é importante destacar que a coleta de dados também enfrenta desafios significativos
relacionados à confiabilidade, validade e ética. Portanto, é fundamental que sejam desenvolvidas
políticas e regulamentações adequadas para garantir a proteção dos participantes da pesquisa e
promover o uso responsável e ético dos dados.
Em última análise, a coleta de dados na pesquisa científica tem um impacto direto no progresso
do conhecimento e na solução de problemas. Ao utilizar dados de forma rigorosa e ética, é
34
possível gerar informações e premissas valiosos, validar teorias e contribuir para o avanço da
ciência e da sociedade.
9. Referencias Bibliograficas:
Martins, E. (2019). Coleta de dados: um guia completo de como fazer. Blog da Mettzer
Bryman, A. (2016). Instrumentos de Coleta de Dados: Precisão e Clareza para
Informações Confiáveis e Relevantes. Em: Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais.
São Paulo: Editora Atlas.
Martins, J. (2019). Recolha de Dados: Processo Inicial na Pesquisa. Em: Métodos de
Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas. Lisboa: Editora Universitária.
Johnson, R. B., & Christensen, L. (2016). Estabelecendo Objetivos de Pesquisa. Em:
Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais: Uma Abordagem Prática. Rio de Janeiro:
Editora Campus
35
IATROS. (2007). Estatística Descritiva e Inferencial: Conceitos e Aplicações. São Paulo
Selltiz, C., Jahoda, M., Deutsch, M., & Cook, S. W. (1972). Métodos de Pesquisa nas
Relações Sociais. São Paulo: Editora Herder.
Richardson, R. J., Peres, J. A., & Collado, C. F. (2007). Métodos de Pesquisa Social. São
Paulo
Vergara, S. C. (1997). Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo:
Editora Atlas.
36