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Revisão da literatura
Livros, revistas das áreas científicas, dissertações de mestrado e teses de doutoramento, diversos
trabalhos académicos, relatórios…
Metodologia de investigação
Consiste num processo de seleção da estratégia de investigação, que condiciona, por si só, a escolha
das técnicas de recolha de dados, que devem ser adequadas aos objetivos que se pretendem atingir.
A escolha da metodologia de investigação tem por base não só os objetivos do trabalho a
desenvolver, mas o facto de se poder pretender que os resultados se assumam como
generalizações, tendo por base uma grande população, o que permite procurar tendências gerais
dos seus comportamentos ou se quer realizar um trabalho em profundidade sobre uma amostra
reduzida composta por poucas unidades de análise, importando compreender os fenómenos que
são objeto de investigação.
Definição de métodos (Grawitz 1993) ‘um conjunto concertado de operações que são realizadas
para atingir um ou mais objetivos, um corpo de princípios que presidem a toda a investigação
organizada, um conjunto de normas que permitem selecionar e coordenar técnicas’ (op. Cit., Carmo,
1998:175)
As técnicas devem ser definidas de acordo com o fenómeno em causa, depende do objetivo que se
pretende atingir (Carmo, 1998:175)
Tipo de estudo
Marshall e Rossman (1995:40-41), qual o tipo de estudo?
Investigação qualitativa
A tipologia das Ciências Sociais caracteriza-se por três grandes grupos de técnicas de recolha de
dados, que servem para operacionalizar as investigações qualitativas:
Entrevista;
Observação;
Análise documental.
Investigação-ação
É uma metodologia que tem o duplo objetivo de ação e investigação, no sentido de obter resultados
em ambas as vertentes:
Reflexão Ação
Planificação
Observação
1. Diagnosticar o problema
2. Construir o plano de ação
3. Propor um plano de ação
4. Refletir, interpretar e integrar os resultados
Conjunto de processos que nos permite recolher os dados empíricos que são uma parte
fundamental do processo de investigação. Por vezes, é importante o recurso a várias fontes de
informação e cruzar com o seu conteúdo, de modo a que várias fontes relatem o mesmo
acontecimento e provem a sua veracidade.
Tipos de dados
Quem inquirir?
Qualquer investigação pressupõe a recolha de dados. Estes são informação na forma de
observações, ou medidas, dos valores de uma ou mais variáveis normalmente fornecidos por uma
entidade ou por um conjunto de entidades. Podem ser pessoas singulares, famílias, empresas ou
outro tipo de entidade, para o qual o investigador pretende tirar conclusões a partir da informação
fornecida.
A precisão dos resultados da investigação seria muito superior se fosse analisada toda a população,
contudo isso implicaria custos, tempo, e questões de logística/distancia. Por isso procedeu-se à
análise de uma amostra, que permite obter as mesmas informações com uma certa margem de
erro. O problema que se apresenta consiste em conseguir selecionar um conjunto de indivíduos,
uma amostra, de tal forma que as observações que dele fizermos possam ser generalizadas a toda
a população. Então, é necessário que a amostra apresente características idênticas às da população
ou universo, que seja representativa.
Observação
Técnica de recolha de dados que se baseia na presença do investigador no local recolha desses
mesmos e pode usar métodos categoriais, descritivos ou narrativos.
Narrativos – elaboração de um registo escrito por dados numa linguagem corrente do quotidiano.
Este registo pode fazer-se no momento da observação de um acontecimento ou num desenrolar de
um conjunto de acontecimentos que decorreram num período de tempo.
Observação participante
É o próprio investigador o instrumento principal de observação. Ele integra o meio a ‘investigar’
podendo, assim, ter acesso às perspetivas das pessoas com quem interage, ao viver os mesmos
problemas e as mesmas situações que eles. Deste modo, a participação tem por objetivo recolher
dados (sobre ações, opiniões ou perspetivas) aos quais um observador exterior não teria acesso.
Neste tipo de observação, o investigador vive as situações e fará depois os seus registos dos
acontecimentos, de acordo com a sua perspetiva. Os dados registados durante o trabalho de campo
são do tipo da descrição narrativa.
Análise documental
Constitui-se como uma técnica importante na investigação qualitativa – seja complementando
informações obtidas por outras técnicas, seja através da descoberta de novos aspetos sobre um
tema ou problema. O trabalho de analise inicia-se com a recolha, pois, por vezes, os documentos
são as únicas fontes que registam princípios, objetivos e metas.
ENTREVISTA
É um método de recolha de informações que consiste em conversas orais, individuais ou de grupos,
com várias pessoas cuidadosamente selecionadas, cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é
analisado na perspetiva dos objetivos da recolha de informações (Ketele, 1999:18). Assim, um
individuo pode ser interrogado sobre os seus atos, ideias e projetos.
Objetivos:
Recolha de informação;
Transmissão da informação;
Características:
Entrevista semiestruturada
Entrevista de tipo intensivo – centra-se no individuo, sem limites de templo e com ampla liberdade,
em que este expõe o seu ponto de vista, e as informações obtidas serão ricas em termos individuais,
mas com pouco interesse, isto é, as conclusões obtidas não poderão ser tomadas como as opiniões
de todo o grupo social.
Guião da entrevista
instrumento para a recolha de informações na forma de texto que serve de base à realização de
uma entrevista. É constituído por um conjunto de questões abertas (resposta livre), deve incluir
indicação da entidade/pessoa, data, local e um titulo. Etapas na elaboração do guião da entrevista:
Apresentação do guião
Assim o primeiro passo é proceder à verificação dos requisitos dos dados recolhidos:
O tratamento de dados está relativamente formalizado – quer se trabalhe com dados qualitativos
quer com dados quantitativos, trata-se sempre de resumir, de organizar, estruturar e, por último,
apresentar as relações ou estruturas daí resultantes (Van der Maren, 1988).
Miles e Huberman (1994:24) definem esta fase de tratamento de dados como a ‘estruturação de
um conjunto de informações que vai permitir tirar conclusões e tomar decisões’. Segundo eles, a
operação da apresentação de dados é, por vezes, negligenciada e é, sem dúvida, de extrema
utilidade na redação do relatório final, uma vez que os textos narrativos são compostos por
informações dispersas, vagamente estruturadas e difíceis de reter.
É por isso que a organização dos dados corresponde a uma fase determinante da análise:
Permite ao investigador uma representação dos dados num espaço visual reduzido;
Auxilia a planificação de outras análises;
Facilita a comparação entre diferentes conjuntos de dados;
Garante a utilização direta dos dados no relatório final.
Uma vez que nos estudos puramente qualitativos não há uma estrutura rígida que oriente a análise
de dados recolhidos, isso não implica que não deva existir rigor e critérios para o fazer. Sendo
estudos que investigam relações sociais, é necessário que o investigador tenha alguns cuidados,
para que o estudo seja credível:
Ou seja, investigar não é fazer com que os dados recolhidos vão ao encontro das expetativas iniciais
do investigador, mas sim, relatar os dados resultantes da investigação. Os dados qualitativos
originários da recolha via observação ou entrevistas são dados complexos, extraordinariamente
importantes para entender como e porquê algo acontece, em termos de um estudo mais
aprofundado de um determinado fenómeno. Esta complexidade exige uma abordagem estruturada
para a sua análise:
Dados em bruto (transcrições, notas de campo, imagens) -» organização e preparação dos dados
para análise -» leitura de todos os dados -» codificação dos dados (manual ou computador) -»
temas/descrições -» interpretação do significado dos temas/descrições -» validação da exatidão da
informação.
ANALISE DE CONTEUDO DAS ENTREVISTAS E OBSERVAÇAO PARTICIPANTE
Preparar os dados para análise;
Medir as relações entre variáveis;
Comparar os resultados esperados com os observados;
Procurar significado das diferenças.
Conclusões
Culminar do processo de investigação – implica o ato de concluir e de responder formalmente aos
objetivos propostos inicialmente. Os objetivos foram ou não cumpridos? Se não, quais as razoes
subjacentes. Todas estas considerações derivam do processo de analise anteriormente efetuado, e
fazem parte da conclusão.
Durante o processo analítico, há táticas que podem ser utilizadas para retirar significados plausíveis
e, consequentemente, retirar conclusões, e responder aos objetivos propostos (Miler e Huberman
1994)
Encontrar padrões e temas comuns, formas de agregação natural da informação e
analise empreendida;
Notar o plausível, o provável, aquilo que é evidente, indicando uma possível
conclusão;
Organizar as deduções (e induções), classificar e organizar a informação e
conhecimento advindo da análise em classes, categorias e fases;
Usar metáforas para a clarificação da argumentação desenvolvida e para a resolução
de ‘puzzles’ de investigação;
Elaborar contagens de ocorrências, de comportamentos, de eventos e da sua
repetição;
Efetuar comparações e identificar contrastes;
Efetuar a divisão de variáveis, se necessário e elucidativo, para tirar conclusões.
Podem existir variáveis que necessitem de ser divididas, dada a identificação de
dimensões analíticas autónomas;
Incluir os casos particulares no âmbito mais generalizado – conseguir considerar os
casos mais particulares em campos de analise mais amplos – como se o nível
analítico de abstração subisse.
Factoring – tentar encontrar relações entre variáveis, agrupando-as em
temas/classes genéricas, nomeando o fator aglomerador como fator cluster.
Encontrar relacionamentos e associações possíveis entre as variáveis.
Identificar intervenientes ou intermediarias, aquelas que exercem diversas
influencias no decurso da investigação e que influenciam o resultado da
investigação.
Construir um fio condutor lógico – existência de uma cadeia de evidencia, que é
construída através de um enfoque progressivo, da elaboração de constantes
comparações e da construção de corroborações estruturais.
Criar coerência conceptual e teórica – o processo de raciocínio deverá mover-se
conectando factos com outros factos, agrupando-os seguidamente em padrões com
significados compreensíveis. Com a aplicação das táticas mencionadas o
investigador move-se da realidade empírica para uma visão mais concetual dos
fenómenos sob investigação.
A conclusão não deverá conter material novo ou argumentações que não tenham sido já
apresentadas. Representa um culminar indutivo/dedutivo, uma proposição final de um raciocínio
que resulta de todo o processo de investigação conduzido. As conclusões devem ser alvo de
verificação para que, deste modo, a credibilidade do trabalho não seja posta em causa. Para que
esta verificação seja mais eficaz: