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Entretanto, sem uma reflexão crítica sobre seus resultados, a pesquisa social
empírica pode ser equivocada pelos seus próprios resultados. E para um
julgamento equilibrado, ela deve, além de se emancipar de muitos de seus
preconceitos, estar fundada em teoria.
A pesquisa empírica dedica-se ao tratamento da "face empírica e factual da realidade; produz
e analisa dados, procedendo sempre pela via do controle empírico e factual" (Demo, 2000, p.
21). A valorização desse tipo de pesquisa é pela "possibilidade que oferece de maior
concretização às argumentações, por mais tênue que possa ser a base factual. O significado
dos dados empíricos depende do referencial teórico, mas estes dados agregam impacto
pertinente, sobretudo no sentido de facilitarem a aproximação prática" (Demo, 1994, p. 37).
Portanto, a pesquisa empírica pode ser também chamada de pesquisa de campo, na medida
em que é necessária comprovação prática de algo, seja através de experimentos ou
observação de determinado contexto para recolha de dados em campo.
Na relação com a teoria a pesquisa empírica serve para ancorar e comprovar no plano da
experiência aquilo apresentado conceitualmente, ou, em outros casos, a observação e
experimentação empíricas oferecem dados para sistematizar a teoria. Na relação com a
teoria a pesquisa empírica serve para ancorar e comprovar no plano da experiência aquilo
apresentado conceitualmente, ou, em outros casos, a observação e experimentação
empíricas oferecem dados para sistematizar a teoria.
Ser precisa
Clareza
Ser concisa e
unívoca
Pertinência
Etapa 2.1- Exploração: a pesquisa e recolha bibliográfica
Etapa 2.2- Exploração
Esta etapa inclui muitas leituras sobre o tema a ser abordado, sobretudo referente a questão
de partida. É importante ter presentes elementos de análise e de interpretação (grelhas de
leitura, resumo e comparação de textos, eventuais convergências e divergências).
Torna-se de igual modo imperativo recorrer a estudos, metodologias ousadas para identificar
possíveis dificuldades. Outro factor não menos importante, tem a ver com o tempo. É
imprescindível intercalar o tempo de leitura com o tempo de reflexão pessoal.
Etapa 3. A problemática
1. Quais as várias abordagens em torno do problema a estudar --» balanço dos pontos
de vista divergentes e convergentes: implica a construção lógica (sistematização com
coordenação).
✓ Encadeamento lógico dos vários argumentos e raciocínios utilizados no desenvolvimento
do tema;
✓ Inscrever o próprio trabalho no(s) quadro(s) teóricos traçados, tendo presente a(s)
questão(es) de partida;
✓ Clarificar os objectivos.
Etapa 4- Construção do modelo de análise:
1. Operacionalização de conceitos;
2. Construção de hipóteses.
1- O que observar?
Trata-se de ampliar o campo das análises empíricas num espaço geográfico e social, bem
como num espaço de tempo. De acordo com o caso, o investigador poderá observar e
estudar a população total ou uma amostra representativa (quantitativamente) ou ilustrativa
(qualitativamente) dessa população;
3- Como observar?
Esta questão compreende três fases:
✓A concepção de um instrumento capaz de fornecer informações adequadas e necessárias
para testar as hipóteses: por exemplo, um questionário ou um roteiro de entrevistas ou de
observações;
✓Testar o instrumento antes de utilizá-lo sistematicamente para se assegurar do seu grau de
pertinência e de precisão;
✓Colocá-lo sistematicamente em prática e proceder a recolha de dados pertinentes.
Deste modo, o primeiro passo para a análise das informações é a verificação empírica.
Portanto, a realidade é sempre mais complexa do que as hipóteses e questões elaboradas
pelo pesquisador e, uma recolha de dados rigorosa acarreta consigo outros elementos não
reflectidos inicialmente.
Neste sentido, a análise das informações tem uma segunda função que é interpretar os
factos não reflectidos, rever ou afinar as hipóteses para que, no final, o investigador seja
capaz de propor alterações e recomendações para trabalhos futuros.
Expectativas de quem avalia:
✓ Clareza da problemática;
✓ Consistência lógica;
✓ Objectividade;
✓ Evidência;
✓ Originalidade;
✓ Capacidade de síntese;
✓ Boa apresentação;
✓ Ética.
Classificação - Medíocre Suficiente Bom Excelente
Parâmetros
Estrutura /
Coerência
Originalidade do
tema e contributo
Clareza da
problemática,
conceitos,
objectivos…
Rigor na aplicação
dos métodos e das
técnicas
Estilo e clareza da
escrita;
apresentação
formal; uso de
citações; qualidade
dos gráficos e
figura
Qualidade /
Pertinência da
revisão
bibliográfica
Fonte: Quivy & Campenhoudt (1995)
O problema de investigação
Deste modo Gomides (2002), define o problema como sendo o elemento que
consiste em dizer de maneira explícita, clara, compreensível e operacional, qual a
dificuldade com a qual nos deparamos e que pretendemos resolver. O principal
objectivo da formulação do problema de investigação é torná-lo mais específico.
Existem vários significados para a palavra “problema”. Ora, vejamos alguns significados de acordo com o
dicionário Aurélio:
“ Conflito afectivo que impede ou afecta o equilíbrio psicológico do indivíduo”.
Segundo Gil (1991), nem todo problema é passível de tratamento científico, é preciso identificar o que é
científico daquilo que não é. Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem
ser tidas como testáveis.
Uma vez formulado o problema, com a certeza de ser cientificamente válido, propõe-se uma resposta
“suposta”, provável e provisória, isto é, uma hipótese. Ambos, problema e hipótese são enunciados de
relações entre variáveis, a diferença reside em que o problema constitui sentença interrogativa e a
hipótese sentença afirmativa. Lakatos, (1991).
Qual a razão que nos leva a formular um problema?
Gil (1991), estabelece que várias podem ser as condições para a formulação de problemas, entre elas
podemos citar:
-As de ordem prática: formula-se o problema e tem-se uma resposta para subsidiar determinada
acção.
-As de ordem intelectual: conhecimento sobre determinado objecto com pouco estudo efectuado.
A escolha de problemas de pesquisa são determinados pelos mais diversos factores. Os mais
importantes são: os valores sociais do pesquisador e os incentivos sociais.
Como formular um problema?
Selltiz apud Gil (1991), ressalta que existem algumas condições que facilitam a tarefa de formular o
problema, tais como: estudo da literatura existente; discussão com pessoas com experiência na área de
interesse.
Mesmo seguindo as orientações citadas, a tarefa de formular um problema de pesquisa continua para a
grande maioria dos iniciantes na investigação cientifica uma tarefa desafiadora. Como citado, o estudo
da literatura e a conversa com outras pessoas são estimulantes, que actuam como clareadores dos
sentidos.
Esta é a maneira mais fácil e directa de formular um problema. O acto de estruturar perguntas possibilita
identificar o cenário que envolve o tema, ou seja, aquilo que se pretende investigar, pois, a pergunta actua
como um vector orientando o caminho, os métodos a serem utilizados no decorrer do trabalho.
O problema deve ser claro na medida em que vai estabelecer o que se pretende pesquisar e, preciso na
medida em que vai identificar os elementos e instrumentos que serão utilizados no decorrer do trabalho.
- A hipótese deve ser fundamentada até certo ponto, com o corpo do conhecimento científico já
existente;
- A hipótese deve ser formalmente correcta e não se apresentar “vazia” em termos de semântica.
Seguem abaixo:
- consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode ter contradições e deve ter
compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos;
- apoio teórico: devem ser baseadas em teoria para ter maior probabilidade de apresentar
genuína contribuição ao conhecimento científico;
- especificidade: devem indicar as operações e previsões a que elas devem ser expostas;
✓ Hipótese básica
Hipóteses secundárias
• Hipótese condicional
“Se o sistema não possui protecção contra descargas atmosféricas, o
mesmo pode estar sujeito a danos elétricos”
(O resultado da pesquisa é condicionado aos resultados do experimento).
De um modo geral, o processo de formulação de hipóteses é de natureza criativa e requer alguma prática.
Gil (1991) analisou a literatura referente à descoberta científica e concluiu que na formulação de hipóteses
podem-se usar as seguintes fontes:
- observação;
- teorias;
- intuição.
Problema: Qual é a taxa de transferência de aprendizagem entre tarefas básicas para aprendizagem do
basquetebol?
Hipótese básica:
Hipóteses secundárias: