Você está na página 1de 7

Projetos e Métodos para a Produção do Conhecimento- INT100- 4bimestre de 2022.

Texto de Apoio-Revisão-Prof. Fabrício Lacerda

Caros alunos, espero que todos estejam bem!


O contexto pandêmico ainda requer cuidados, então, atenção aos cuidados básicos como
o uso de máscara e álcool em gel.
Bom, estamos no final da nossa disciplina. Agora, é um momento de revisitar pontos
importantes que foram apresentados. O resultado da pesquisa sobre as dúvidas de vocês
foi fundamental para direcionarmos essa revisão do conteúdo, na qual vamos abordar de
forma mais ampla:
a) Objetivo da disciplina
b) Tipos de conhecimento
c) Método indutivo e dedutivo
d) Pesquisa qualitativa e quantitativa
e) Fontes de coletas de dados
f) Identificação e seleção de bibliográficas
g) Ética e plágio
h) Fichamento e mapa conceitual
i) Estrutura do projeto e do trabalho
j) Citação e referências

Ah! Seguimos com a estrutura de perguntas e respostas, e buscamos ampliar ao máximo


o conteúdo comentado.
______________________________________________________________________
Ao final do curso será necessário apresentar a nossa pesquisa? Ou apenas ser
capazes de elaborar um projeto de pesquisa?
Nossa disciplina se propõe a apresentar, de forma ampla e conceitual, a
metodologia da pesquisa científica, para que o aluno adquira o conhecimento necessário
para a elaboração do seu projeto de pesquisa. A elaboração propriamente dita do projeto
de pesquisa para conclusão do curso, será em outra disciplina específica. Nela, vocês terão
toda orientação para iniciar a elaboração do projeto de pesquisa e, em seguida, a parte
prática e finalização. Claro, que seguindo os fundamentos metodológicos que aprendemos
aqui na produção do conhecimento.

Quais as características dos quatro tipos de conhecimento?


O conhecimento popular é valorativo e se fundamenta com base em estados de
ânimo e emoções, não podendo ser reduzido a uma formulação geral. Baseia-se na
experiência particular do sujeito, e não considerando uma sistematização das ideias de
forma ampla que explique o fenômeno pesquisado. Também valorativo, o conhecimento
filosófico tem como ponto de partida, a definição de hipóteses baseadas na experiência
com a finalidade de serem observadas. Ele é caracterizado pelo esforço da razão pura para
questionar os problemas humanos de forma concreta e considerando seu contexto
histórico. O conhecimento religioso/teológico, ainda como valorativo, é fundamentado
em doutrinas com proposições sagradas, destacando-se as revelações pelo sobrenatural e
uma atitude de fé perante o conhecimento revelado.
Diferentemente dos três conhecimentos anteriores, o científico é considerado
factual, pois é fundamentado nas ocorrências ou fatos, uma vez que, suas proposições ou
hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não só pela
razão. Em síntese, o conhecimento científico diferencia-se do popular muito mais no que
se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo. Essa
diferença ocorre também em relação aos conhecimentos filosóficos e
religiosos/teológico.

Quais as principais características do método de pesquisa indutiva e dedutiva?


Inicialmente, uma característica a ser destacada é que o argumento indutivo, da
mesma forma que o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Mas, esses dois métodos têm
finalidades diferentes: o dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas,
ao passo que o indutivo, tem a finalidade de ampliar o alcance do conhecimento. No
método indutivo, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito
mais amplo do que o das premissas nas quais os pesquisadores se basearam. Logo, o
indutivo é um processo mental, que a partir de dados particulares suficientemente
constatados, infere-se uma verdade geral ou universal não contida nas partes examinadas.
O método dedutivo, consiste em construir estruturas lógicas, por meio do
relacionamento entre antecedente e consequente, ou seja, entre hipótese e tese – premissas
e conclusão. O raciocínio do dedutivo é partir do geral para o particular e não da
interpretação de caso por caso.

Quais as principais diferenças entre as pesquisas com enfoque qualitativo e


quantitativo?

A pesquisa qualitativa é centrada na subjetividade e não se preocupa com uma


representatividade numérica. Por outro lado, a pesquisa quantitativa é baseada na
objetividade, pois os resultados podem ser quantificados numericamente. O quadro
sintetiza as principais diferenças entre os dois tipos de pesquisa.

Pesquisa Qualitativa Pesquisa Quantitativa


Tenta compreender a totalidade do Focaliza uma quantidade pequena de
fenômeno, mais do que focalizar conceitos.
conceitos específicos.
Possui poucas ideias preconcebidas e Inicia com ideias preconcebidas do modo
salienta a importância das interpretações pelo qual os conceitos estão relacionados.
dos eventos mais do que a interpretação
do pesquisador.
Coleta dados sem instrumentos formais e Utiliza procedimentos estruturados e
estruturados. instrumentos formais para coleta de
dados.
Não tenta controlar o contexto da Coleta os dados mediante condições de
pesquisa, e, controle.
sim, captar o contexto na totalidade.
Enfatiza o subjetivo como meio de Enfatiza a objetividade, na coleta
compreender e interpretar as experiências. e análise dos dados.
Analisa as informações narradas de uma Analisa os dados numéricos através
forma organizada, mas intuitiva. de procedimentos estatísticos.

Quais são as principais fontes de coletas de dados?


Temos duas fontes para a coleta de dados: a pesquisa documental (ou de fontes
primárias) e a pesquisa bibliográfica (de fontes secundárias). As fontes primárias são
aquelas em que o pesquisador coleta os dados diretamente da fonte. Elas poderão envolver
a pesquisa de campo, o testemunho oral, os depoimentos, as entrevistas, os questionários
e os laboratórios. Já as fontes secundárias são os dados coletados pelo pesquisador que
foram publicados na imprensa em geral e em obras literárias, podendo ser impressa ou
digital, a exemplo dos livros, revistas e jornais.

Como identificar e selecionar as fontes (bibliográficas) de textos científicos?


É fundamental a leitura de artigos científicos para a compreensão da teoria que
você vai adotar na pesquisa, como também, compreender a estrutura e forma da escrita
em trabalhos acadêmicos. Um ponto muito importante para a elaboração da revisão
bibliográfica, é a seleção desses artigos, além dos livros é claro. Para os livros, devem ser
considerados os principais teórico do assunto e do contexto que será pesquisado.

Isso também se aplica aos artigos [podendo ser empíricos ou teóricos], mas, aqui,
é preciso um pouco mais de atenção e cuidado na escolha. Primeiramente, devem ser
selecionados artigos publicados em revistas científicas/acadêmicas, no tema da sua
pesquisa, pois esses trabalhos foram avaliados por pares e foram realizados seguindo o
rigor científico e ético necessários. Para tanto, você deve verificar em qual revista o artigo
foi publicado, se ela está ligada a alguma Instituição de Ensino Superior, se é qualificada
pela CAPES. Para facilitar toda essa análise, recomendamos a busca em bases de pesquisa
– essas bases reúnem as principais revistas nacionais e/ou internacionais, possuem
motores de busca por palavras-chave, o que ajuda na seleção dos trabalhos.
Então, além das revistas específicas sobre o tema de pesquisa, indicamos a base
da CAPES, SPELL e SCIELO, além da biblioteca de acesso pela UNIVESP. O Google
Scholar pode ser usado? Até que sim, mas vai necessitar fazer a análise das principais
características sobre o artigo e a revista, como já comentamos.
E a ética na pesquisa científica?
A ética na pesquisa científica está relacionada, principalmente, com as atitudes,
aos princípios, aos valores e à moralidade do pesquisador na condução da investigação
do fenômeno. Ainda deve considerar e assegura que nenhum prejuízo seja causado ao
indivíduo ou organização que participa do estudo, por isso, o anonimato, o consentimento,
a confiabilidade e a proteção dos dados devem ser garantidos.
A ética é tão importante que, em muitos casos, os pesquisadores devem submeter
seus projetos de pesquisa para análise e aprovação de um comitê. Portanto, existem
comitês de ética em pesquisa, que tem como objetivo geral o acompanhamento dos
projetos de pesquisa, a fim de garantir a integridade e a dignidade dos
participantes/sujeito, principalmente, aquelas que envolvam seres humanos – a exemplo
da medicina. Cada instituição define as regras sobre a necessidade ou não de passar os
projetos de pesquisa no Comitê de Ética, a depender do objeto que será analisado.
Um comentário adicional é sobre os artigos que realizam a revisão de outros
artigos publicados. Nesse caso, não é considerada uma falta de ética, visto que, existem
métodos de pesquisa que permitem esse tipo de revisão a partir de um levantamento de
vários estudos realizados e publicados. Por exemplo, a revisão sistemática da literatura
[característica mais qualitativa] e a meta-análise [característica mais quantitativa].
Por fim, um aspecto fundamental da ética na pesquisa científica, está relacionado
diretamente à escrita do artigo, ou seja, ao possível grau de similaridade que pode
caracterizar o plágio no trabalho.

Como evitar o plágio e verificar a similaridade no trabalho acadêmico?


No geral, o plágio na pesquisa científica, é definido como “tomar o trabalho ou a
ideia de outra pessoa e apresentá-lo como seu”. O plágio também pode ser caracterizado
quando copiamos o trecho de um texto e colocamos a citação. Então, citar a fonte do texto
original não é garantia de que o plágio não estará presente na sua pesquisa. Por isso, é
fundamental que o texto seja escrito com suas próprias palavras, a partir da sua
interpretação da ideia do texto original.
Para auxiliar na verificação de similaridade, o uso de um software, como
ferramenta que permite identificar a suspeita de plágio em trabalhos acadêmicos, é
indicado. Normalmente, o software anti-plágio analisa os arquivos e busca, em seu
conteúdo, similaridade com outros de diversos formatos, apresentando, ao final, relatórios
de similaridade.
Um software que podemos indicar, que é de uso gratuito e de fácil manuseio, é o
Copy Spider. Ele pode ser configurado para o inglês ou português, sendo possível
escolher um nível de rigor para a busca da Internet (normal ou detalhada). Essa ferramenta
sugere a análise de possível existência de plágio para documentos com semelhança acima
de 3%. Cada software possui um percentual de referência para o plágio, conforme suas
características técnicas e sensibilidade na busca da Intenet. Para quem desejar, deixo aqui
a indicação do link para realizar o cadastro no site da CopySpider
https://copyspider.com.br/main/pt br/user/register

Como elaborar fichas de leituras?


Após a leitura de uma teoria, deve-se elaborar um fichamento das principais
ideias/conceitos identificados. É recomendando o uso de uma ficha em papel, ou, até
mesmo, o formato digital em arquivo no Word. Uma ficha de leitura tem como objetivos:
identificar a obra (livro/artigo), conhecer seu conteúdo resumido, fazer citação conforme
a norma, analisar o material após a leitura e elaborar críticas ou posicionamentos. Ela
pode ser usada tanto para indicação bibliográfica quanto para resumo do conteúdo.
Mas, além do fichamento, ainda temos o resumo, a resenha (podendo envolver
uma análise crítica) e o esquema (representação gráfica, exemplo do mapa conceitual).

O que é um mapa conceitual?


O pesquisador Joseph Novak define mapa conceitual como uma ferramenta
administrativa, para organizar e representar o conhecimento, de forma geral, sendo
basicamente um aperfeiçoamento do conhecido organograma. No geral, o mapa
conceitual pode ser utilizado para sintetizar as principais ideias-chave de uma revisão
bibliográfica, por exemplo. Pois, ele é uma representação gráfica que utiliza um conjunto
de dimensões teóricas/conceituais de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes.
Para melhor compreender como elaborar um mapa conceitual, indicamos o link
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mapa_conceitual. Existem softwares que facilitam a criação
da representação gráfica do mapa conceitual, como o Miro - https://miro.com/pt/mapa-
conceitual/

Quais são as etapas do processo de projeto de pesquisa?


Inicialmente, são necessários estudos preliminares que permitirão verificar o
estado da questão que se pretende desenvolver considerando o aspecto teórico e de outros
estudos e pesquisas já realizados. Esse esforço não será em vão, pois o conhecimento
adquirido vai auxiliar na elaboração da revisão bibliográfica do seu estudo e, por isso, os
fichamentos são importantes. É necessário elaborar um roteiro, uma proposta, um
instrumento, um guia base para a elaboração da pesquisa.
Uma característica do projeto e que ele deve ser escrito com os verbos no futuro,
pois, como é uma proposta, ela ainda será executada. Um projeto de pesquisa segue uma
estrutura que, além de formatar o documento, vai auxiliar nas etapas, quais sejam: título,
introdução, objetivos, formulação do problema, hipótese(s), justificativa e relevância do
tema, referencial teórico, metodologia, cronograma (desenvolvimento do trabalho),
orçamento (financiamento) e referências bibliográficas.

Qual é a organização de um trabalho científico de conclusão de curso?


A estrutura da pesquisa científica que visa amparar o Trabalho de Conclusão de
Curso-TCC, por exemplo, de forma geral, apresenta passos sequenciais, constituídos por
elementos obrigatórios, opcionais e condicionados à necessidade. A estrutura do trabalho
acadêmico, envolve, elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais.
Os elementos pré-textuais são aqueles preliminares ou que antecedem o texto, e
contém informações para a identificação e utilização do trabalho. Os elementos textuais,
é composto pela introdução, desenvolvimento e conclusão/considerações finais.
Normalmente, essa parte textual é dividida em seções ou capítulos, podendo seguir a
seguinte estrutura: introdução, revisão bibliográfica, metodologia, resultados e
conclusão/considerações finais. Por fim, temos os elementos pós-textuais, formados
pelas referências bibliográficas (como elemento obrigatório), glossário, apêndice, anexo
e índice (como elementos opcionais).

O que apoia o texto do trabalho acadêmico? As regras para citações e referências.


A referência é o conjunto padronizado de dados, que segue uma norma para
padronização, relativos aos documentos citados ao longo do trabalho. As normas que
dizem respeito às referências bibliográficas são definidas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Mas, dependendo do contexto da pesquisa, outras normas
poderão direcionar as citações e referências do trabalho, entre elas, a estabelecida pela
American Psychological Association (APA) – muito utilizada para a publicação de artigos
em revistas científicas internacionais e nacionais. Então, tenha cuidado para não copiar
uma referência que foi estruturada conforme uma norma e você está utilizando outra.

As citações são a menção no texto das informações extraídas de outras fontes


(livros, artigos, portais eletrônicos, outros). É recomentado que não sejam utilizadas
informações oriundas de textos não científicos e de fontes que não são facilmente
acessadas pelos leitores (literatura obscura ou “grey literature”), como por exemplo,
blogs, sites populares, jornais e revistas não científicas e informações de slides e aulas.

Entre os tipos de citações, temos as diretas, indiretas e a citação da citação. Na


citação direta, o autor apenas transcreve, literalmente, o texto utilizado, respeitando a
redação, a ortografia e a pontuação. Algumas necessidades devem ser analisadas nesse
formato, conforme a norma que é adotada: uso de aspas duplas, recuo dependendo do
total de linhas transcritas, tamanho da fonte, uso de reticências e colchetes [...] e citação
com nome do autor, ano e página.
A citação indireta é uma reprodução ou síntese das principais ideias descritas no
texto do autor consultado. Mas, não ocorre a transcrição literal das palavras, o uso de
aspas não é necessário e o tamanho da fonte segue a mesma do texto do parágrafo. A
citação da obra segue conforme a norma adotada, podendo ser a que considera o (autor,
data) ou autor (data).
Já a citação da citação, é a adoção de um texto do qual o autor não teve acesso
ao documento original. É nesse tipo de citação que a palavra “apud” é necessária, além
de outros elementos similares à citação direta. É importante verificar na instituição se esse
recurso do “apud” é permito na elaboração da pesquisa. Por fim, todas as citações
presentes no texto devem, obrigatoriamente, ser listadas na seção Referências, em ordem
alfabética e seguindo a mesma norma adotada para as citações.

______________________________________________________________________
Então, chegamos ao final da revisão.
Espero que tenham aproveitado a “viagem” pelo mundo do conhecimento científico.
Por fim, desejo a todos uma ótima avaliação final!
Saudações acadêmicas,
Prof. Fabricio

Você também pode gostar