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Metodologias de

investigação qualitativas
e quantitativas
Índice
Noções e Conceptualizações
• A Noção de Investigação
• O Lugar do Método na Investigação
• As dimensões epistemológicas da investigação
• Paradigmas da investigação: o positivismo vs. Interpretativismo
• O positivismo e o modelo de investigação quantitativa
• O interpretativismo e o modelo de investigação qualitativa

O processo de Investigação

• A escolha de um sujeito no contexto de investigação


• Elementos importantes para a identificação de um sujeito
• O processo de identificação do sujeito
• A identificação da problemática
• As fases do processo de investigação: recolher/analisar/interpretar/comunicar dados
• Recolha preliminar de dados
• Revisão da literatura
• Definição do modelo teórico e de desenvolvimento de hipóteses
• Estabelecimento do modelo teórico
• Desenvolvimento de hipóteses
• Teste de hipóteses
• Método de investigação por estudo de caso
Índice

Questões de método práticas: conselhos de redação

• As normas de redação segundo o modelo da apa: títulos; secções, o estilo; a citação; as referências.
• Distinção entre citação, paráfrase e plágio; a importância da base de dados em fichas e a questão da ética
científica.
• A estrutura do trabalho- tese, projeto, relatório de estágio - a redação do resumo / introdução /conclusão.

Os métodos de Recolha de Dados

• Fontes de Dados Primários e Secundários


• Tipos de pesquisa
• O processo de amostragem
Índice

Análise e Interpretação de Dados

• A aquisição de dados quantitativos


• A aquisição de dados qualitativos
• Introdução à análise quantitativa
• Introdução à análise qualitativa
1. Noções e
Conceptualizações
A Noção de Investigação

 A Investigação surge da necessidade de aquisição e desenvolvimento de conhecimento


desde a história mais remota do homem primitivo.

 Assim, o conhecimento científico advém do resultado de uma investigação que


segue uma metodologia, baseada na realidade de factos e fenómenos capaz de
analisar, descobrir, concluir, criar e resolver novos e antigos problemas. O mesmo
conhecimento só é realizado quando trabalhado em dados e factos. Para tal, é
realizada uma análise documental e textual, de como é realizada e caracterizada a
metodologia de modo a possibilitar a leitura dos resultados da investigação.
O Lugar do Método na Investigação

 O método científico funciona como um manual que guia a investigação científica. Ou


seja, ele determina um conjunto de passos ou um caminho que deverão ser seguidos
até que os objetivos da investigação sejam atingidos. Estas etapas devem ser
organizadas para que, sempre que necessário, o investigador consiga repetir o processo,
passando pelas mesmas etapas e chegar aos resultados esperados.

 A escolha do método é dependente da natureza do problema, bem como o nível


de aprofundamento sobre o tema.
Dimensões epistemológicas da investigação

Paradigmas de
Investigação

Positivismo Interpretativismo
Paradigma de investigação
 Um paradigma de investigação está
relacionado com determinadas crenças e
pressupostos que temos sobre a realidade,
sobre como as coisas são (ontologia) e sobre a
forma como acreditamos que o conhecimento
humano é construído (epistemologia). O
paradigma resultante dessas crenças e
pressupostos deverá guiar o método de
investigação a ser adotado, isto é, a
estratégia ou desenho geral de investigação
que irá definir as técnicas de recolha e
análise de dados a serem empregadas pelo
investigador.
Positivismo

O paradigma positivista está fundamentado por uma ontologia realista, isto é, acredita
em verdades objetivas, independentes da perceção humana. Este paradigma considera
que a realidade é composta por estruturas palpáveis, tangíveis e relativamente
estáveis.

O positivismo defende que apenas fenómenos observáveis e mensuráveis podem


constituir conhecimentos realmente válidos, ou seja, que possam ser postos à prova.

O paradigma positivista considera unicamente a existência de factos, e não de


perceções ou opiniões. A investigação científica deve procurar explicar e predizer o que
irá ocorrer no mundo através de regularidades e relações de causa e efeito entre os
elementos que o constituem.
Positivismo

 De acordo com o paradigma positivista, segue-se, em geral, uma


lógica hipotético-dedutiva, isto é, a partir de um conhecimento
prévio, são identificadas lacunas e questões não respondidas. Para
essas questões, são geradas hipóteses, que são possíveis respostas às
questões levantadas. Essas hipóteses são testadas de modo a
verificar-se se elas são falsas ou verdadeiras.

 Para isso, parte-se para a recolha de dados que irão permitir testar as
hipóteses. Caso as hipóteses testadas tenham sido refutadas, terão
que ser revistas ou reformuladas. Caso tenham sido comprovadas,
poderão criar um novo conhecimento ou uma nova teoria.
Interpretativismo

 O paradigma de investigação interpretativista é um dos principais paradigmas em oposição ao

paradigma positivista. Primeiramente, verificamos que a ontologia interpretativista é de interação

sujeito-objeto, isto é, não considera a existência de uma realidade totalmente objetiva, nem

totalmente subjetiva, mas sim, que existe uma interação entre as características de um

determinado objeto e entre a compreensão que os seres humanos criam a respeito desse objeto,

socialmente, por meio da intersubjetividade.

 A perspetiva interpretativista enfatiza a importância dos significados subjetivos e sociopolíticos,

assim como ações simbólicas na forma como as pessoas constroem e reconstroem sua própria

realidade. A realidade é reproduzida por meio de interações sociais, assim, a epistemologia

interpretativista é construtivista, supondo que todo o nosso conhecimento sobre a realidade

depende das práticas humanas e é construído por meio da interação entre as pessoas e o mundo no

qual estão inseridas, sendo transmitido em um contexto social.


Interpretativismo

 A lógica prevalecente no paradigma interpretativista é indutiva,


pois o investigador procura não impor o seu entendimento prévio
sobre a situação em estudo.

 De acordo com a lógica interpretativista, o conhecimento sobre


os processos sociais não pode ser construído a partir de
deduções hipotéticas ou cálculos de relações entre variáveis. A
compreensão dos processos sociais pressupõe uma investigação
no mundo no qual eles são criados. Tal envolve conhecer como
as práticas e os significados são formados e informados pela
linguagem e por normas implícitas partilhadas num determinado
contexto social.
Interpretativismo

O processo de investigação deve ser flexível, aberto à visão dos atores de


investigação e à sensibilidade do contexto no qual a investigação decorre.

Os métodos utilizados dentro do paradigma são essencialmente qualitativos,


sendo os mais utilizados: o Estudo de Caso, a Pesquisa-Ação e a Etnografia.
2. O Processo
de Investigação
A escolha de um sujeito no
contexto de investigação

 A especificação do objetivo de estudo responde às questões para quê? E para

quem?

 Assim, é necessário delimitar uma amostra que se constitui como um

subgrupo de uma população, constituído de x unidades de observação e que

deve ter as mesmas características da população, selecionadas para

participação no estudo.

 Os elementos da amostra têm que ter alguma probabilidade de ser

selecionados para o estudo. Se todos os elementos da população tiverem a

mesma probabilidade de ser selecionados dizemos que a amostra é aleatória.

Se os elementos da população tiverem diferente probabilidade de ser

selecionados dizemos que a amostra é não aleatória.

 Os resultados obtidos na amostra permitem estimar os verdadeiros resultados

da população de onde foi retirada, caso a amostra seja representativa.


Identificação da
Problemática

 A escolha da problemática é um passo complexo na


investigação científica. Tal deve-se à existência de
inúmeros temas para investigação e a escolha pode
ser decisiva para a carreira profissional. Assim, a
identificação da problemática é qualquer assunto
que necessite melhores definições, melhor precisão
e clareza sobre o que já existe sobre o mesmo.

 A problemática deve ser especializada para que


possa ser tratada em profundidade. A tendência
mais comum é a escolha de problemáticas que,
pela sua extensão e complexidade, impeçam
estudos em profundidade. Assim, após a escolha do
tema, é necessário delimitá-lo.
As fases do processo de
investigação:
recolher/analisar/inte-
pretar/comunicar
dados
 Uma investigação inicia-se sempre pela definição de um
problema. Assim é necessário:
 Definir um problema específico de investigação que:
 Deve questionar a relação entre duas ou mais variáveis.
 Deve ser colocado de uma forma clara e sem ambiguidades.
Recolha  Deve poder ser testado empiricamente.

Preliminar de  Deve ter pertinência teórica, isto é, deve contribuir para o


avanço do conhecimento na sua área.

Dados  Deve ter pertinência prática, isto é, contribuir para melhorar


as práticas.
 Não deve representar um ponto de vista moral ou ético.
 Deve ser praticável / exequível.
Recolha  Após a definição do problema de investigação. Inicia-se
a procura de informação relevante, o design da
Preliminar de investigação e da revisão da literatura sobre dados e
factos fundamentais para o desenvolvimento da
Dados investigação.
Revisão da
Literatura
 A Revisão de Literatura compõe-se da
evolução do tema e dos contributos e
ideias de diferentes autores sobre o
mesmo. Deve conter citações textuais
ou livres, com indicação dos autores
conforme as normas da APA.

 É fundamental que o autor cite os


principais conceitos com a problemática
em estudo, de modo dissertativo,
mostrando as relações entre os mesmos.
Definição do modelo teórico e de desenvolvimento de
hipóteses

 A escolha do modelo teórico é essencial ao investigador e é um dos primeiros


passos a ter em conta ao longo de um trabalho de investigação. Este depende
do objetivo ou pergunta de investigação e condiciona a estratégia de análise
dos resultados.

 As hipóteses de investigação definem-se para objetivos analíticos claros,


precisos e definidos. Estas permitem que no final do estudo sejam ou não
rejeitadas pelo investigador. As hipóteses podem ser formuladas de duas
formas, sendo a forma mais conhecida a hipótese nula:
 Hipótese nula (H0) – afirma independência entre variáveis
 Hipótese alternativa (H1) – afirma não independência entre variáveis
Estabelecimento do modelo teórico

 Múltiplos são os critérios que podem ser utilizados para escolher o modelo teórico a ser empregue na
investigação, o seu estabelecimento vai estar dependente do objeto e objetivos de estudo.

 No que toca à sua finalidade, podem ser mais movidos pela descoberta e fixação de leis gerais,
remetendo-nos para uma investigação básica ou investigação pura; ou movidas pela resolução de
problemas concretos e particulares, reportando-nos para uma investigação aplicada ou prática.

 No que concerne à profundidade do estudo, as investigações podem ser dispostas num continuum,
cujos extremos seriam as exploratórias e as experimentais, ficando num nível intermédio as
descritivas e as correlacionais.

 No que à metodologia diz respeito, as investigações podem ser classificadas de várias formas. Podem
ser quantitativas ou qualitativas; laboratoriais ou de campo; podem ser mais estudos de carácter
transversal ou longitudinal; pode ainda ser uma investigação nomotética, ou seja, investigação
fundamentalmente dirigida pela procura de leis gerais e investigação ideográfica, isto é, investigação
centrada na particularidade ou singularidade.
Desenvolvimento de hipóteses

 As Hipóteses de investigação emergem do 3º passo do processo de investigação e decorrem da


revisão teórica e empírica da área em que o estudo se inscreve. Hipóteses teóricas que
determinarão o foco da investigação, as variáveis a estudar e qual a relação esperada entre
elas.

 Assim, é necessária a sua enunciação, estas devem:


 Estabelecer uma conjetura/suposição/expectativa acerca da relação entre duas ou mais variáveis.

 Ser formuladas de forma clara e através de uma frase de tipo declarativo. Não devem ser transmitidos
juízos de valor (e.g., “o método de ensino A é melhor do que o B”).

 Ser testáveis: deve poder ser avaliada com base em dados recolhidos pelo investigador.

 Ser devidamente fundamentadas (dedutiva ou indutivamente).


 Após a enunciação a hipóteses, estas são testadas de
acordo com os resultados obtidos.
 Com base na análise estatística se o valor convencional

Teste de designado por nível de significância é de 0.05 (5 vezes em


cada 100): quando p < .05 significa que em menos de 5%
hipóteses das vezes o resultado obtido no teste será devido ao acaso,
probabilidade muito reduzida, o que nos dá confiança
estatística necessária para:

 Concluir que os resultados são estatisticamente significativos:


Rejeitarmos a H0 e Aceitarmos a H1.

 Podermos afirmar que há associação…ou há diferenças…


Método de investigação por estudo de caso

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de factos objetivos de investigação,
permitindo um amplo e pormenorizado conhecimento da realidade e dos fenómenos em estudo.

Este método é útil quando o fenómeno em estudo é amplo e complexo e não pode ser estudado fora do contexto
onde ocorre naturalmente. É um estudo empírico que procura determinar ou testar uma teoria com recurso,
maioritariamente, a entrevistas. Através das mesmas o entrevistado expressa sua opinião sobre determinado
assunto sendo posteriormente analisadas as suas interpretações.

O estudo de caso é frequentemente encarado como uma forma menos desejável de investigação
comparativamente aos outros métodos devido a, por exemplo, fornecer pouca base para generalização científica.
3. Questões de método
práticas: conselhos de
redação
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Títulos
 O título deve ser conciso e informativo, ser formatado a negrito e não deve ser escrito em
maiúsculas, exceto no seu início ou quando forem utilizadas palavras cuja regra assim o exija.

 Se tiver subtítulo, separar por ‘:’ e iniciar a primeira palavra do subtítulo com maiúscula (por
exemplo, “Investigação em turismo: A experiência em Portugal”) – a mesma regra também se
aplica aos títulos das secções, os quais devem ser apresentados em numeração árabe. Evitar
abreviações, sempre que possível.
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Resumo
 Deve ser escrito apenas depois de todo o trabalho estar pronto. O resumo é
dispensável em trabalhos curtos, reservando-se para os artigos destinados à
publicação e para trabalhos académicos com 20 páginas ou mais. É uma síntese do
conteúdo, que serve para dar uma ideia do contexto de realização do trabalho,
da(s) metodologia(s) utilizada(s), do tipo de estudo efetuado, das conclusões a que
se chegou, etc.

 No final dos resumos de certos trabalhos (artigos científicos, dissertações e teses),


costumam apresentar-se entre três a cinco palavras-chave, que funcionam como
descritores dos principais temas tratados.
Normas de redação segundo o modelo
da APA

 Índice

 O índice deve incluir todas as partes do trabalho (capítulos,

subcapítulos e secções) que se seguem ao índice, indicando

os respetivos títulos e números de página.


Normas de redação segundo o modelo da APA

 Introdução:
 A Introdução é uma espécie de resumo desenvolvido do trabalho, devendo ser redigida
apenas depois deste estar terminado. Pode explicar o motivo da escolha do tema,
contextualizar o estudo, salientar a sua pertinência, sintetizar as principais conclusões a
que permitiu chegar, explicar as partes em que se divide, etc.

 Deve, portanto, constituir-se como uma apresentação bem organizada do trabalho e


suscitar vontade de o ler.
Normas de redação segundo o modelo
da APA

 Desenvolvimento
 O texto deve ser escrito em linguagem impessoal, no entanto
também se pode utilizar o plural majestático (“nós”) ou o estilo
narrativo (por exemplo, “o autor concluiu”).

 O importante é que, independentemente do estilo narrativo adotado,


deve ser-se coerente e consistente ao longo do trabalho, isto é, uma
convenção ou critério utilizados numa página devem ser mantidos
em todo o texto.
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Conclusão:
 A conclusão é a parte final do trabalho e é nesta que deve incluir: 1) uma síntese
das principais ideias trabalhadas, 2) uma reflexão/análise crítica e 3) uma
apresentação de ideias novas ou originais que lhe suscitou.

 Por exemplo, inclua uma reflexão sobre como o trabalho contribuiu para o seu
desenvolvimento pessoal e profissional e apresente sugestões/ideias originais sobre
como considerar, implementar ou adaptar o que aprendeu em contextos educativos
e/ou na sociedade em geral.
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Citação de fontes
 A referenciação de todas as fontes consultadas deve seguir as normas da American
Psychological Association, 7.ª edição.

 Citar autores:
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Citação de fontes
Normas de redação segundo o modelo
da APA

 Referencias Bibliográficas:
 A lista de referências no final do artigo do trabalho
providencia aos leitores as informações necessárias para
identificar e encontrar as fontes. Escolha as referências
criteriosamente e inclua apenas as fontes usadas na
pesquisa e preparação do artigo.
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Referencias Bibliográficas:
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Referencias Bibliográficas:
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Referencias Bibliográficas:
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Referencias Bibliográficas:
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Referencias Bibliográficas:
Normas de redação segundo o modelo da APA

 Referencias Bibliográficas:
Plágio, Citação e Paráfrase

 Plágio: É a apropriação indevida da obra intelectual de outra pessoa (texto,


fotografia, obra audiovisual, obra pictórica), assinando-a como se fosse sua. Trata-se,
portanto, de conduta inapropriada, condenável legal e eticamente.

 Citação: As citações são representações exatas de uma fonte, colocadas entre


aspas e devidamente referenciadas .

 Paráfrase: A recriação e escrita da ideia/constructo retida por palavras próprias do


indivíduo e com a respetiva referência ao estudo e autor do qual foi retirado.
 Os trabalhos académicos e a própria investigação são
regidos por um Código que veicula um conjunto de
princípios e orientações que têm como objetivos: (1)
proteger a dignidade, a segurança e o bem-estar dos/as

Ética na participantes, (2) salvaguardar a segurança e a reputação


dos/as investigadores/as, e (3) promover a qualidade da
Investigação investigação como um todo.

 São exemplos de princípios gerais a honestidade,


responsabilidade, fiabilidade e rigor, entre outros; bem
orientações práticas como a relevância e qualidade da
investigação, o consentimento, a confidencialidade, entre
outros.
Diferenças de Redação

Diferenças
de Redação

Relatório
Tese Projeto
de Estágio
Redação de uma tese
 A elaboração de uma tese é um trabalho de investigação formal, produzido de acordo
com uma estrutura que obedece a regras precisas.
 Contém a seguinte estrutura:
1. Capa
2. Folha de Rosto
3. Resumo (na língua portuguesa e inglesa)
4. Índice
5. Lista de abreviaturas/símbolos e outros índices
6. Introdução
7. Desenvolvimento (Enquadramento teórico, Metodologia e respetivos resultados)
8. Conclusão
9. Referências Bibliográficas
10. Apêndices e Anexos
Redação de um Projeto

 A elaboração de um Projeto de Investigação apresenta


linhas metodológicas semelhantes à elaboração de uma
Tese, enfatizando-se um menor número de elementos
pré-textuais.
1. Título
2. Resumo e Palavras-chave
3. Introdução
4. Enquadramento/Problemática (Estado da Arte – Revisão
Crítica da Literatura)
5. Metodologia
6. Conclusão
7. Referências bibliográficas
8. Anexos e/ou Apêndices
Redação de um
Relatório de Estágio

 No caso de um relatório de estágio,


habitualmente não é incluído
nenhuma secção de metodologia.
No entanto, é pertinente apresentar
o Contexto de investigação
(estágio).
Estrutura de um Relatório de Estágio
 Capa
 Agradecimentos (facultativo)
 Resumo
 Glossário/Siglas/Acrónimos
 Índice
 Lista de tabelas, figuras e gráficos
 Introdução
 Caracterização geral do local de estágio
 Enquadramento teórico/Revisão da Literatura
 Descrição e análise das atividades desenvolvidas e respetivos resultados
 Conclusão
 Referências bibliográficas
 Anexos
4. Recolha de dados
Fontes de Dados Primários e Secundários

 Os dados primários, também conhecidos como brutos, são obtidos diretamente pelo investigador
com o uso de seus próprios instrumentos e experiência. Estes são obtidos com o objetivo de abordar
o fenómeno do estudo através de questionários, entrevistas, estudos de caso, entre outros.

 Os dados secundários consistem no conjunto de informações que já foram recolhidas por outra
pessoa durante um processo de investigação diferente. Caracterizam-se por seres mais rápidos e
mais económicos, contudo, podem não ser os mais atualizados. Estes são obtidos através de artigos,
revistas, publicações reconhecidas, entre outros.
Tipos de Pesquisa

 Para um investigador que pretende planear um experimento, a sequência


correta do raciocínio é: primeiro escolher, entre os diversos tipos de
pesquisa, aquele que melhor se enquadra na população em estudo e que
melhor corresponde aos seus objetivos; segundo, definir o melhor design
a ser empregue para que os objetivos possam ser alcançados.
 É aquela cujo objetivo é adquirir conhecimentos novos que
Pesquisa contribuam para o avanço da ciência, sem que haja uma

básica ou aplicação
investigador
prática
acumula
prevista. Neste
conhecimentos
tipo
e
de pesquisa,
informações que
o

fundamental podem, eventualmente, levar a resultados académicos ou


aplicados importantes.
 É o tipo de pesquisa cujo objetivo é produzir conhecimentos

Pesquisa científicos para aplicação prática voltada para a solução de


problemas concretos, específicos da vida moderna. É a
aplicada ou pesquisa que, além de produzir conhecimento, gera novos

tecnológica processos tecnológicos e novos produtos, com resultados


práticos imediatos em termos económicos e na melhoria da
qualidade de vida.
Pesquisa
observacional
 Neste tipo de estudo, o investigador atua
meramente como expectador de
fenómenos ou fatos, sem, no entanto,
realizar qualquer intervenção que possa
interferir no curso natural e/ou no
desfecho dos mesmos, embora possa,
realizar medições, análises e outros
procedimentos para recolha de dados.
Pesquisa experimental

 Neste tipo de estudo, o investigador participa ativamente na


condução do fenómeno, processo ou do fato avaliado, isto é, ele
atua na causa, modificando-a, e avalia as mudanças no
desfecho. Neste tipo de pesquisa, o investigador seleciona as
variáveis que serão estudadas, define a forma de controlo sobre
elas e observa os efeitos sobre o objeto de estudo, em
condições pré-estabelecidas.
Pesquisa descritiva

Visa apenas observar, registrar e descrever as características de um


determinado fenómeno ocorrido em uma amostra ou população, sem,
no entanto, analisar o mérito de seu conteúdo.

Geralmente, na pesquisa quantitativa do tipo descritiva, o


design escolhido pelo investigador não permite que os dados
possam ser utilizados para testes de hipóteses, embora
hipóteses possam ser formuladas a posteriori, uma vez que o
objetivo do estudo é apenas descrever o fato em si.
Pesquisa analítica

 É o tipo de pesquisa quantitativa que envolve uma avaliação mais aprofundada das
informações recolhidas em um determinado estudo, observacional ou experimental, na
tentativa de explicar o contexto de um fenómeno no âmbito de um grupo, grupos ou
população.

 É mais complexa do que a pesquisa descritiva, uma vez que procura explicar a relação
entre a causa e o efeito. O que realmente diferencia um estudo descritivo de um
analítico é a capacidade do estudo analítico de fazer predições para a população de
onde a amostra foi retirada, e fazer inferências estatísticas pela aplicação de testes de
hipótese.
Pesquisa
exploratória
 Este tipo de pesquisa visa uma primeira
aproximação do investigador com o
tema, para torná-lo mais familiarizado
com os factos e fenómenos relacionados
ao problema a ser estudado.
Pesquisa
explicativa
 Tem por objetivo central explicar os fatores
determinantes para a ocorrência de um
fenómeno, processo ou facto, ou seja, visa
explicar o “porquê” das coisas. É uma
consequência lógica da pesquisa
exploratória.
Pesquisa bibliográfica

 É utilizada para compor a fundamentação teórica a partir da avaliação atenta e


sistemática de livros, documentos, textos, mapas, fotos, manuscritos e, até mesmo, de
material disponibilizado na internet etc. Este tipo de pesquisa fornece o suporte a
todas as fases de um protocolo de pesquisa, pois auxilia na escolha do tema, na
definição da questão da pesquisa, na determinação dos objetivos, na formulação das
hipóteses, na fundamentação da justificativa e na elaboração do relatório final.
Pesquisa documental

 É o tipo de pesquisa que tem o levantamento de documentos


como base. É uma valiosa técnica de recolha de dados
qualitativos. Assemelha-se à pesquisa bibliográfica, a qual
utiliza a contribuição fornecida por diversos autores sobre um
determinado assunto, enquanto na pesquisa documental, a
recolha de informações é realizada em materiais que não
receberam qualquer tipo de análise crítica.
 A principal característica é a sua realização em ambiente
controlado, seja um laboratório ou não. Estas pesquisas, que
Pesquisa geralmente são experimentais, adotam ambientes de

laboratorial simulação para reproduzir o fenómeno e objeto do estudo,


além de se utilizarem instrumentos específicos e precisos de

recolha e análise de material.


 Procura recolher dados que permitam
responder aos problemas relacionados
com grupos, comunidades ou
instituições, com o objetivo de
Pesquisa de compreender as diferentes
características de uma determinada
campo realidade, sendo mais frequentemente
utilizada pelas áreas das ciências
humanas e sociais, mediante técnicas
observacionais e com a utilização de
questionários para a recolha de dados.
Processo de Amostragem

 A amostragem é um conjunto de procedimentos através dos


quais se seleciona uma amostra de uma população. Os
métodos de amostragem integram-se, essencialmente, em
duas categorias:

 Amostragem aleatória ou probabilística (todos os


elementos da população têm uma probabilidade
calculável e superior a zero de integrar a amostra);

 Amostragem não aleatória ou empírica (não


probabilística). Segundo essa definição, a amostragem
probabilística implica um sorteio com regras bem
determinadas, sendo utilizado um determinado
mecanismo probabilístico a nível da seleção dos
elementos da população a serem incluídos na amostra, e
cuja realização só será possível se a população for finita
e totalmente acessível.
Amostragem Probabilística

 As amostras probabilísticas podem ser: aleatórias simples, aleatórias sistemáticas,


aleatórias estratificadas e agregados.
 Aleatória simples: As unidades são selecionadas, uma a uma, ao acaso, a partir de um
conjunto,

 Aleatória Sistemática: Seleciona-se uma única unidade ao acaso, as outras são extraídas
com intervalos fixos.

 Aleatória estratificada: As unidades são selecionadas ao acaso, no seio de subgrupos


homogéneos. Geralmente, uma amostra estratificada de dimensão n é constituída a partir
das várias amostras simples, sendo cada unidade obtida num dos subgrupos que constituem
a amostra.

 Agregados: É constituída por subgrupos homogéneos selecionados ao acaso. Não se


selecionam unidades mas grupos.
Amostragem não probabilística
 As amostras não probabilísticas podem ser: voluntárias, intencionais (por acerto), acidentais (ao
acaso) e por quotas.

 Voluntárias: Constituídas por unidades que se disponibilizam voluntariamente para integrar a amostra.
Neste método seleciona-se a amostra em função da disponibilidade e acessibilidade dos elementos da
população.

 Intencionais: Constituídas a partir das intenções ou necessidades do investigador para estudar uma
situação particular, baseiam-se em opiniões de uma ou mais pessoas que conhecem características
específicas que se pretendem analisar da população em estudo.

 Acidentais: As unidades são selecionadas respeitando a ordem com que aparecem. O método consiste
em selecionar inicialmente os inquiridos de modo aleatório e, em seguida, escolher unidades adicionais
a partir da informação obtida dos primeiros.

 Quotas: A característica principal de uma amostra por quotas é a necessidade de se qualificar o


respondente "a priori“. São estratificadas com a locação proporcional ao número de sujeitos de cada
estrato.
Processo de Amostragem
 No geral, o objetivo da amostragem passa por recolher uma amostra representativa da
população, incluindo por conseguinte sujeitos ou elementos que possuem características
similares às que caracterizam os elementos da população.

 Uma amostra representativa constitui, nesta lógica, um subconjunto da população que,


idealmente, deve representá-la, isto é refletir os seus traços e características.

 Caso tal não suceda, incorremos no designado erro amostral – Este cresce consecutivamente
à medida que a amostra perde representatividade, ou seja quanto menor for
representatividade da população pela amostra, maior será também o erro amostral que lhe é
inerente.
5. Análise e
interpretação de
dados
Análise e Interpretação de dados

Na análise e interpretação de dados é necessário produzir um resumo


verbal ou numérico ou usar métodos gráficos para descrever as suas
principais características.

O método mais apropriado dependerá da natureza dos dados, e aqui


podemos distinguir dois tipos fundamentais: dados qualitativos e dados
quantitativos.
Aquisição de dados quantitativos

 Os dados quantitativos representam informação resultante de características suscetíveis


de serem medidas, apresentando-se com diferentes intensidades, que podem ser de
natureza discreta (descontínua) ou contínua.

 Os dados quantitativos, ou numéricos, podem ser:

 Discretos: salientamos como exemplos - contagens, número de alunos de uma escola; número
de ataques de asma no ano passado ou, o número de irmãos de 10 alunos de uma determinada
turma, cujos valores são: 3, 4, 1, 1, 3, 1, 0, 2, 1, 2;

 Contínuos: apresentamos como exemplos - medidas numa escala contínua, tais como volume,
área, peso, massa ou as alturas de um grupo de 10 alunos representadas, em cm, por: 153,
157, 161, 160, 158, 155, 162, 156.
Aquisição de dados qualitativos
 Os dados qualitativos representam a informação que identifica alguma qualidade,
categoria ou característica, não suscetível de medida, mas de classificação, assumindo
várias modalidades.

 Os dados qualitativos, ou categóricos, podem ser:

 Nominais, por exemplo o sexo: masculino, feminino;

 Ordinais, por exemplo o desempenho: baixo, médio, alto.


Aquisição de dados qualitativos

 O investigador recorre a diferentes técnicas de recolha de dados, sobretudo de natureza


verbal na sua origem (ainda que posteriormente possam ser quantificados) de modo a
compreender de forma integrada e holística um determinado fenómeno.

 Estes podem consistir em notas de entrevista, da observação, diários, fotografias, que são
posteriormente interpretadas e integradas pelo investigador, e por este facto, este
represente, em rigor, o principal instrumento de medida.

 Os dados qualitativos tendem a ser analisados através do software nvivo para importar,
organizar e explorar dados de praticamente qualquer fonte de dados.
Análise de Dados

 Para proceder à análise de dados é necessário recorrer à


análise estatística. Assim, existem dois tipos de
procedimentos em estatística:
 Estatística descritiva

 Estatística inferencial.
Análise de dados

 A estatística descritiva pode ser considerada como um conjunto de técnicas analíticas


utilizado para resumir o conjunto dos dados recolhidos numa dada investigação, que são
organizados, geralmente, através de números, tabelas e gráficos. Pretende proporcionar
relatórios que apresentem informações sobre a tendência central e a dispersão dos dados.
Para tal, deve-se evidenciar: valor mínimo, valor máximo, soma dos valores, contagens,
média, moda, mediana, variância e desvio padrão.

 Os dados estatísticos de natureza quantitativa tendem a ser analisados através do software


IBM® SPSS® Statistics.
 A estatística inferencial preocupa-se com o raciocínio necessário para,
Análise de a partir dos dados, se obter conclusões gerais. O seu objetivo é obter
uma afirmação acerca de uma população com base numa amostra. Estas
dados inferências ou generalizações podem também ser de dois tipos:
estimações ou decisões (testes de hipóteses).
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