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INSTITUTO POLITÉCNICO MARÍTIMO E PESQUEIRO DE MOÇÂMEDES Nº54

=HÉLDER NETO=

TRABALHO INDIVIDUAL DE PROJECTO


TECNOLÓGICO

TEMA: MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA

NOME: MAURO ALEXANDRE CÉSAR


Nº 33
CURSO: ELECTRICIDADE NAVAL
TURMA: D
CLASSE: 12ª

O DOCENTE
___________________________
JOÃO KINANGA NEGAGE

MOÇÂMEDES, 2023
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INTRODUÇÃO
Toda investigação nasce da observação cuidadosa de fatos que necessitam de uma maior
explicação. Essa é imaginada através da hipótese. Em seguida, procura-se verificar a
veracidade da solução sugerida. Nas ciências experimentais, isso é feito por meio de
ensaios e experiências; nas ciências humanas, é feito através de demonstrações racionais
e lógicas por meio da argumentação. Descoberta a explicação do facto, achada a relação
da causalidade entre os fenómenos ou sua coexistência, ou, ainda, sua finalidade, forma-
se a lei. É tarefa da indução: aplicar a relação necessária descoberta a casos não
observados da mesma espécie
Podemos definir método como caminho para chegarmos a determinado fim. E método
científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adoptados para
atingirmos o conhecimento.
A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos” (Gil, 2008, p. 8), para que seus objectivos sejam atingidos: os métodos
científicos.
Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que devemos
empregar na investigação. É a linha de raciocínio adoptada no processo de pesquisa. Os
métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo,
hipotético-dedutivo, dialéctico e fenomenológico.
Vários pensadores do passado manifestaram o desejo de definir um método universal
que fosse aplicado a todos os ramos do conhecimento. Hoje, porém, os cientistas e
filósofos da ciência preferem falar numa diversidade de métodos, que são determinados
pelo tipo de objecto a investigar e pela classe de proposições a descobrir. Assim,
podemos afirmar que a Matemática não tem o mesmo método da Física e que esta não
tem o mesmo método da Astronomia. E, com relação às ciências sociais, podemos
mesmo dizer que dispõem de grande variedade de métodos.

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DEFINIÇÃO
De acordo com Alves (2007, p. 61), a metodologia é um instrumento do pesquisador,
uma vez que é através da especificação dos caminhos a serem adoptados que se torna
possível delimitar a criatividade e definir o como, onde, com quem, com que, quanto e
de que maneira se pretende captar a realidade e seus fenómenos.
A pesquisa científica é uma actividade voltada para a
solução de problemas. Pretende dar resposta a
perguntas, através dos processos do método
científico.

MÉTODO CIENTÍFICO
Partindo da concepção de que método é um procedimento ou caminho para alcançar
determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento, podemos
dizer que o método científico é um conjunto de procedimentos adoptados com o
propósito de atingir o conhecimento.
De acordo com Trujillo Ferrari (1974), o método científico é um traço característico da
ciência, constituindo-se em instrumento básico que ordena, inicialmente, o pensamento
em sistemas e traça os procedimentos do cientista ao longo do caminho até atingir o
objectivo científico preestabelecido.
Lakatos e Marconi (2007) afirmam que a utilização de métodos científicos não é
exclusiva da ciência, sendo possível usá-los para a resolução de problemas do
quotidiano.
Destacam que, por outro lado, não há ciência sem o emprego de métodos científicos.
Como acabámos de referir, a metodologia é determinada pela problemática e pela
pesquisa de estudos já feitos, e é partir desta que poderemos ajustar a nossa opção
metodológica. Por isso, o que determina esta fase é a problemática em estudo em
articulação com a revisão de literatura.
Dentro desta fase, há um conjunto de tarefas que devem ser realizadas, tais como:
(a) Definir o tipo de estudo (ou método de estudo);
(b) Seleccionar a amostra (ou participantes) do estudo;
(c) Seleccionar os instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados;
(d) Definir o modelo de análise de dados;
(e) Apresentar as limitações do estudo;
(f) Calendarização das tarefas investigativas.

Universo / amostra (ou participantes)


O universo (também chamado população) é um conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características. Exemplo: todos os estudantes moçambicanos que
possuem um computador portátil.
A amostra, por seu lado, é o subconjunto do universo do qual se estabelecem ou se
estimam as características desse universo.

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Em projectos de investigação que pretendam fazer generalizações sobre populações com
elevado número de indivíduos, aplicam-se fórmulas estatísticas para calcular o tamanho
da amostra. Este tipo de amostra é designado como “amostras probabilísticas” (para
aprofundar este tema, consultar Gil, 2008; Sampieri et al., 2006).
Importa, todavia, referir que nem todos os estudos têm, efectivamente, uma amostra. É o
caso dos estudos inscritos no enfoque qualitativo, que procuram explorar algo ainda
pouco conhecido e com escassa literatura ou falta de estudos empíricos. Neste caso,
como o estudo é “localizado” e circunscrito a uma determinada situação ou fenómeno
(singular e complexo), opta-se por escolher participantes que assumam um estatuto de
“informadores privilegiados”.

Instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados


Os instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados constituem um momento
decisivo, dado que, parte da validade científica dos resultados, resultam do modo como
estes são organizados e aplicados.
Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu
significado são os focos principais de abordagem.
Relativamente ao facto de se poderem combinar e articular instrumentos/técnicas
provenientes de enfoques diferentes não constitui um problema. Na realidade, podemos
optar por um determinado tipo de estudo, por exemplo descritivo, que se enquadra no
enfoque quantitativo.
Contudo, podemos usar inquéritos por questionário e entrevistas semi-estruturadas,
dependendo dos objectivos do estudo, sem no entanto entrarmos um conflito
epistemológico, uma vez que o que determina a coerência do estudo é o facto de
estarmos perante um determinado método de estudo e seguir os procedimentos que lhe
estão associados de forma coerente e exigente.
A complementaridade de instrumentos/técnicas é, aliás, recomendável, particularmente
quando estamos perante estudos que se enquadram no enfoque qualitativo, de modo a
garantirmos a triangulação metodológica e reduzir, assim, tanto quanto possível os
efeitos da subjectividade inerentes a este tipo de estudos.

Modelo de análise de dados


Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o
uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-
padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).
Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâ-mica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o
uso de métodos e técnicas estatísticas.
No caso dos estudos enquadrados no enfoque quantitativo, normalmente, recorre-se a
testes paramétricos ou não paramétricos com suporte de pacotes estatísticos, para
analisar os dados (para aprofundar este tema, consultar Sampieri, et al., 2006).

Limitações do estudo
Nos projectos de investigação há, ainda, a necessidade de apresentar as limitações do
estudo. Por exemplo, limitações relacionadas com as condições financeiras que o
investigador precisa para realizar a pesquisa no campo; limitações relacionadas com

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constrangimentos de falta de tempo; limitações relacionadas com o processo de
generalização dos resultados em estudos enquadrados no enfoque qualitativo ou, ainda,
em estudos de tipo quantitativo que não apresentam amostras probabilísticas.

Métodos De Abordagem - Bases Lógicas Da Investigação


Os métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo,
hipotético-dedutivo, dialéctico e fenomenológico.
Podem ser incluídos, neste grupo, os métodos: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo,
dialéctico e fenomenológico.
O método dedutivo, é o método que parte do geral e, a seguir, desce ao particular. A
partir de princípios, leis ou teorias consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a
ocorrência de casos particulares com base na lógica.
Método indutivo é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo
particular para uma questão mais ampla, mais geral. Indução é um processo mental por
intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-
se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. O raciocínio
indutivo influenciou significativamente o pensamento científico.
Método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução,
expressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela primeira vez em
1935 (GIL, 2008).
A indução, conforme Popper, não se justifica, “pois o salto indutivo de ‘alguns’ para
‘todos’ exigiria que a observação de fatos isolados atingisse o infinito, o que nunca
poderia ocorrer, por maior que fosse a quantidade de fatos observados.” (GIL, 2008, p.
12).
Método dialéctico reformulado por Marx, busca interpretar a realidade partindo do
pressuposto de que todos os fenómenos apresentam características contraditórias
organicamente unidas e indissolúveis.
Em síntese, o método dialéctico parte da premissa de que, na natureza, tudo se
relaciona, transforma-se e há sempre uma contradição inerente a cada fenómeno.
Método fenomenológico, tal como foi apresentado por Edmund Husserl (1859-1938),
propõe-se a estabelecer uma base segura, liberta de proposições, para todas as ciências
(GIL, 2008). O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico. Consiste em
mostrar o que é dado e em esclarecer esse dado.
Métodos de procedimentos – meios técnicos da investigação
Diferentes dos métodos de abordagem, os métodos de procedimentos são menos
abstratos; são etapas da investigação. Assim, os métodos de procedimento, também
chamados de específicos ou discretos, estão relacionados com os procedimentos
técnicos a serem seguidos pelo pesquisador dentro de determinada área de
conhecimento.
Podem ser identificados vários métodos dessa natureza nas ciências sociais. Os métodos
específicos mais adoptados nas ciências sociais são: o histórico, o experimental, o
observacional, o comparativo, o estatístico, o clínico e o monográfico.
O método dedutivo relaciona-se ao racionalismo; o indutivo, ao empirismo; o
hipotético-dedutivo, ao neopositivismo; o dialéctico, ao materialismo dialéctico e o
fenomenológico, à fenomenologia.

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CONCLUSÃO
Em suma o método de investigação científico é, pois, um meio imprescindível com o
qual o espírito científico do pesquisador, com ordem e rigor, procura penetrar no sentido
dos factos e fenómenos que pretende conhecer. Por método podemos entender o
caminho, a forma, o modo de pensamento. A abordagem em nível de abstracção dos
fenómenos. É o conjunto de processos ou operações mentais empregados na pesquisa.
Os métodos gerais ou de abordagem oferecem ao pesquisador normas genéricas
destinadas a estabelecer uma ruptura entre objectivos científicos e não científicos (ou de
senso comum).
Assim os métodos científicos fornecem as bases lógicas à investigação. O pesquisador
procura responder, através de processos científicos, a dúvidas e problemas que devem
ser formulados. Pós a ciência tem como objectivo fundamental chegar à veracidade dos
factos. Neste sentido não se distingue de outras formas de conhecimento. O que torna,
porém, o conhecimento científico distinto dos demais é que tem como característica
fundamental a sua verificabilidade.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Alves, M. (2007). Como Escrever Teses e Monografias: um roteiro passo a passo. (2ª
ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.
Gil, A. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6ª ed.). São Paulo: Atlas.
Sampieri, H., Collado, C. & Lucio, P. (2006). Metodologia de pesquisa (3ª ed.). São
Paulo: McGraw –Hill.
American Psychological Association (2010). Publication manual of the American
psychological association (6ª ed.). Washington, DC: APA Books.

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ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................2

DEFINIÇÃO......................................................................................................................3

MÉTODO CIENTÍFICO...................................................................................................3

Instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados.........................................................4

Modelo de análise de dados...............................................................................................4

Limitações do estudo.........................................................................................................4

Métodos De Abordagem - Bases Lógicas Da Investigação..............................................5

CONCLUSÃO...................................................................................................................6

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................................7

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