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Metodologia, Método e Técnica

1. O que é Metodologia?
Metodologia

A Metodologia é a explicação detalhada, rigorosa


e exata de toda ação desenvolvida no método
(caminho) do trabalho de pesquisa.

 É a explicação do tipo de método;


 Técnicas utilizadas (questionário, entrevista
etc.);
 Tempo previsto para realização;
 Equipe de pesquisadores e a divisão do
trabalho;
 Formas de tabulação e tratamento dos dados;
Metodologia
“Entendemos metodologia como o caminho do
pensamento e da prática exercida na abordagem da
realidade” (MINAYO, 2016, p. 16).

“A metodologia é o estudo de método” (BECKER, 1993,


p. 17).

“A metodologia constitui a doutrina do método, a sua


teoria. Ela discute os vários tipos particulares de
métodos, organiza-os num sistema, que orienta num
todo teórico o trabalho de investigação da realidade. A
metodologia explica um conjunto de métodos, donde
também decorre a técnica” (NUNES, 1993, p. 51).
Metodologia
Abbagnano (2007) concebe a metodologia de quatro
maneiras:
1º) Conjunto de procedimentos técnicos de averiguação ou
verificação, presentes em uma determinada disciplina ou
grupo de disciplinas (Metodologia das Ciências Sociais etc.).

2º) Disciplina filosófica relativamente autônoma e destinada


à análise das técnicas de investigação empregadas em uma
ou mais ciências (Filosofia do Método Científico).

3º) Conhecimento ou área que descreve as condições e os


limites do conhecimento puro (Crítica da Razão Pura – Kant).

4º) Um tipo de lógica, responsável por conduzir a própria


razão no conhecimento das coisas (lógica pós-cartesiana).
Metodologia
Nunes (1993) compreende a Metodologia de dois modos:
1º) Metodologia Filosófica: compreendida como a
generalização de todos os métodos particulares – isto é, voltada
para a compreensão dos critérios que legitimam o método das
ciências.

2º) Metodologia das Ciências Particulares: orientada para a


compreensão dos aspectos práticos e técnicos específicos
daquela ciência ou grupo de ciências, subdividida em:

a) Metodologias científicas: referente aos métodos e


técnicas da pesquisa.

b) Metodologias de ensino: referente aos métodos e


técnicas de ensino.
2. O que é Método?
Método
De acordo com Barbosa (1989, p. 25):

“O método é sempre um
ponto de vista sobre o real e
ele não pode se transformar
em rotina sob pena de perder
o seu valor de fecundidade.
Sendo a realidade cientifica
uma realidade processual, o
método não pode ser
estabelecido nem antes
nem fora do trabalho
cientifico”.
Método ou métodos?

Existem diversos
tipos de métodos,
assim como existe um
número quase ilimitado
de objetos para
pesquisa.

Cada objeto de pesquisa (ou campo de


objetos de pesquisa) exige um método.
Métodos de pesquisa
Os métodos de pesquisa podem variar de acordo
com:

a) a área da ciência.
b) natureza da pesquisa.
c) a forma de abordagem.
d) os problemas e fontes
de pesquisa.
e) os objetivos da
pesquisa.
a) Área da ciência

Pelo fato das ciências possuírem objetos diferentes


(ciências da natureza, exatas, sociais, humanas etc.),
seus métodos também variam.

Nesse sentido, dependendo


da área, as pesquisas
podem ser: teóricas
(bibliográfica), práticas
(de campo) ou aplicadas
(experimentais).
b) Natureza da pesquisa

A natureza de um pesquisa pode ser:

1) Original: apresenta (no todo ou nas partes de


seu objeto e/ou metodologia) algum aspecto
inovador, representando uma avanço objetivo
naquela área.

2) Revisão de literatura: apresenta uma revisão


ou síntese de pesquisas anteriores ou atuais,
promovendo um avanço no modo de compreensão
ou entendimento de um problema.
c) Forma de abordagem
1) Quantitativas (mais objetiva): testa as hipóteses e
busca os dados numéricos de fenômenos, objetos, sua
precisão, utilizando-se da matemática e, especialmente, da
estatística. Por exemplo: verificar o número de pessoas
contaminadas com a doença “X” em São Paulo.

2) Qualitativas (mais subjetiva): preocupa-se mais com a


interpretação e a compreensão dos fenômenos de forma mais
articulada, buscando as singularidades e não somente as
generalizações. Por exemplo: a partir do levantamento
quantitativo de pessoas com uma doença “X”, procurar saber
sobre o contexto do público contaminado, os aspectos
culturais e sanitários envolvidos, a forma como
compreendem a doença etc.
d) Problema e fonte da pesquisa

1) Bibliográfica (teórica): realizada a partir da


análise, síntese, comparação e revisão de materiais
bibliográficos (livros, artigos etc.).

2) De campo (prática): pesquisas que baseiam em


coletas de informações, de opiniões, de população,
de quantidades, de qualidade, entrevistas etc.

3) Experimental (aplicada): pesquisas que exigem


testes ou aplicações, por exemplo, em laboratórios.
e) Objetivos da pesquisa
1) Descritiva: busca observar, descrever, classificar,
analisar, coletar dados sobre o fenômeno ou objeto-
problema. É fundamentalmente objetiva e sistemática.

2) Exploratória: pode ser teórica (bibliográfica) ou prática


(entrevistas, coleta de dados, de informações, de opiniões). É
uma aproximação do tema. Geralmente, como toda pesquisa,
inicia-se com o levantamento bibliográfico e de
pesquisadores, e pode até levar a visitas a instituições e
locais de pesquisas.

3) Explicativa: busca explicar um fato, fenômeno ou objeto-


problema, ou ainda teorizar (criar uma teoria) sobre eles.
Busca obter respostas do “porquê” de tal realidade,
aprofundando o conhecimento sobre ela.
3. Que métodos utilizar?
Tipos de métodos
Classificação dos métodos
Abbagnano (2007) classifica o método de duas formas:

1º) Enquanto forma ou critério teórico de “investigação”,


“orientação” ou “doutrina” da prática das ciências ou grupos
de ciências. São as formas de abordagem, como por
exemplo, “Método indutivo” (experimental), “método
dialético” etc.

2º) Enquanto procedimentos organizados, repetíveis e


autocorrigíveis, que garantam a obtenção de resultados
válidos para uma determinada área. São formas que
designam procedimentos específicos de investigação e
verificação, como por exemplo, o “método residual” para a
área de imóveis, ou o “método experimental” para as áreas
laboratoriais.
Classificação dos métodos
Partindo da classificação apresentada por
Abbagnano, Gil (2008) e Lakatos (1996) também
afirmam que os métodos se organizam em dois
grupos:
1) Métodos de abordagem: são aqueles que
possibilitam as bases ou critérios lógicos da
investigação científica ou da prática de ensino.

2) Métodos de procedimentos: são aqueles que


esclarecem acerca dos procedimentos técnicos a
serem empregados.
a) Métodos de abordagem
Alguns dos principais métodos de abordagem:

Método Indutivo

Método Dedutivo
Método Indutivo-dedutivo
Método Hipotético-dedutivo
Método Dialético

Método Fenomenológico

Método da Complexidade
b) Métodos procedimentos
Alguns dos principais métodos de procedimento:

Método Bibliográfico

Método Documental

Método Histórico

Método Comparativo

Método Estatístico

Método de Estudo de caso

Método Experimental
4. Métodos de abordagem
Métodos de abordagem
Alguns dos principais métodos de abordagem:

Método Indutivo

Método Dedutivo
Método Indutivo-dedutivo
Método Hipotético-dedutivo
Método Dialético

Método Fenomenológico

Método da Complexidade
a) Indutivo
Método que nasceu dentro da tradição empirista,
amplamente utilizado por Locke, Hobbes e,
posteriormente, pelo positivismo.

Francis Bacon (1561-1626),


criador do método indutivo.
a) Indutivo
Indução é o raciocínio que permite passar de
observações particulares para afirmações ou leis
gerais e universais.
Observações
Particulares 1ª) Este metal dilata-se com o
calor.
2ª) Aquele outro metal dilata-
se com o calor.
Indução 3ª) O metal seguinte também
(salto lógico) se dilata com o calor.

Conclusão
Universal ou Portanto, todos os metais dilatam-se com
Lei Geral o calor.
a) Indutivo
Ou seja, o método indutivo parte de uma
observação particular, para assim, depois de
muitos testes em situações e variáveis diversas,
generalizar indutivamente os resultados daqueles
testes e construir uma lei geral e universal.

Por exemplo, ao afirmar que “a


água é uma substância composta
de hidrogênio e oxigênio”,
generalizando uma afirmação válida
para qualquer porção de água.
a) Indutivo
No entanto, existem três condições necessárias
para que o método indutivo aconteça
satisfatoriamente na Ciência:

1ª) O número de testes e observações que


formarão a base da generalização deve ser grande;

2ª) As observações devem ser repetidas e testadas


sob ampla variedade de condições;

3ª) Nenhuma proposição de observação (resultado


de cada teste) deve conflitar com a lei universal
derivada.
b) Dedutivo
O método dedutivo tem sua origem nos silogismos
do “Órganon” de Aristóteles. No entanto, foi
amplamente utilizado por filósofos racionalistas na
Modernidade, como Descartes, Leibniz e Espinosa.

Aristóteles (384-322 a.C.),


criador do método dedutivo.
b) Dedutivo
Dedução é o raciocínio que permite passar de uma
afirmação universal para uma conclusão particular,
cuja verdade da conclusão já está totalmente contida na
verdade do conteúdo das afirmações anteriores.

Afirmação
Todos os homens respiram.
Universal

Paulo é homem.

Dedução

Conclusão Portanto,
Particular Paulo respira.
b) Dedutivo

O método dedutivo, ao contrário do indutivo, parte


da generalização e quer confirmá-la na
particularidade. Essa conclusão, no entanto, só
confirma o que já se sabe.

Parte de princípios Conclusões


reconhecidos como puramente
verdadeiros e formais, usando
indiscutíveis. apenas a lógica.
b) Dedutivo
O problema do método dedutivo é justamente
considerar como absoluto e indiscutível aquilo que,
na verdade, é circunstancial. Nesse caso, teríamos
uma conclusão inválida.
c) Indutivo-Dedutivo
O método indutivo-dedutivo passou a ser usado a
partir de físicos e astrônomos como Galileu Galilei
(1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727).

Newton, por exemplo, chamou o


método de “análise” e “síntese”.
A análise seria o momento de
observações e experimentações.
A síntese seria o momento de fazer
as conclusões gerais, as causas, as
exceções e os princípios, a partir da
Isaac Newton indução, que explicam os fenômenos.
c) Indutivo-Dedutivo
O método indutivo-dedutivo combina os dois
anteriores: primeiramente, parte da observações
(particular) para a indução de leis gerais (universal).

Num segundo Generaliza


momento, depois de
Indução
criar leis gerais, faz a
dedução e volta à
Particular Universal
observação,
geralmente para provar
ou prever a ocorrência Dedução
de fatos particulares. Particulariza
c) Indutivo-Dedutivo

Depois de construída uma


lei geral (através do
indução), esse método
utiliza-se da dedução, que
permite, a partir dessas leis
gerais, prever a
ocorrência de fenômenos
particulares, possibilitando
com isso uma maior eficácia
para a o entendimento da
natureza.
c) Indutivo-Dedutivo
Alexander Fleming, por exemplo, descobriu o
antibiótico “penicilina” ao observar que alguns
fungos, em determinadas situações, sofrem reações
químico-biológicas capazes de criar substâncias
antibactericidas.

Ao descobrir tais substâncias


antibactericidas, Fleming criou
uma lei geral (indução) capaz
de prever resultados quanto
ao tratamento de casos
particulares (dedução), cujas
infecções foram ocasionadas
por tais bactérias.
c) Indutivo-Dedutivo

O método usa da indução para construir leis


gerais; no entanto, usa da dedução para prever
fatos e acontecimentos particulares através de leis
universais já provadas e consolidadas.
c) Indutivo-Dedutivo
d) Hipotético-Dedutivo
O método hipotético-dedutivo foi sistematizado por
Karl Popper (1902-1994).

Para Popper, “todo conhecimento


científico é hipotético e se desenvolve
a partir de erros anteriores. Só é
científico aquilo que é passível de
falseabilidade”.

É preciso, portanto, excluir a ideia de que a Ciência é a


única explicação da realidade, como se fosse um
conhecimento absoluto e infalível.
d) Hipotético-Dedutivo
O método hipotético-dedutivo nasceu da
percepção de que não é necessário sempre se
partir dos fenômenos, da observação deles e,
então, por indução, produzir uma hipótese.

É possível que já exista a


hipótese, nascida da
imaginação, do senso comum
ou da intuição.

Por exemplo: a hipótese da


evolução das espécies de Darwin.
d) Hipotético-Dedutivo
A partir da hipótese, o pesquisador, por dedução,
deve verificar se ela realmente se confirma ou não.

Há um problema, PROBLEMA HIPÓTESE


proposto como
hipótese, formula-se DEDUÇÃO
uma solução
dedutiva e se realiza EXPERIMENTO
experimentos,
testes, análises para
refutar ou confirmar a CONFIRMAÇÃO
hipótese. DA HIPÓTESE
e) Dialético
Embora o termo “dialética” tenha sua origem na
Filosofia antiga (Platão e Aristóteles), o método
dialético surgiu na Modernidade, com dois nomes:

Georg W. F. Hegel Karl Marx (1818-1883),


(1770-1831), idealizador sistematizador do método nas
do método. ciências sociais e econômicas.
e) Dialético
O método dialético leva em consideração que a
razão é histórica, ou seja, a verdade é
construída no tempo, a partir de contradições
impostas ou autoimpostas.

Trata-se da filosofia
do devir, do ser
como “processo”,
como “movimento”,
como “vir-a-ser”.
e) Dialético
Para o método dialético, o ser
está em constante
transformação, donde surge a
necessidade de fundar uma
Nova Lógica que não parta do
princípio de identidade (A=A),
que é estático, mas do princípio
de contradição (A≠A), para dar
conta da dinâmica do real.

Esta nova lógica é a Dialética.


e) Dialético
Há, com isso, um outro conceito de história,
também dialético:

A história não é uma simples


acumulação ou justaposição de
fatos acontecidos no tempo, mas é
o resultado de um processo, cujo
motor interno são as contradições
presentes na própria história.

Ou seja, o presente é a síntese de um longo


processo de contradições do passado.
e) Dialético
Hegel, por exemplo, faz das palavras do poeta
Goethe a lei da dialética: “Tudo o que existe
merece desaparecer”.

Mas essa força destruidora


é ao mesmo tempo a força
motriz do processo
histórico: a morte é
criadora e geradora.

A ideia central é a de que todo ser contém em si o


germe da ruina e de sua superação.
e) Dialético
Hegel explicou a dialética através dos conceitos de
tese, antítese e síntese. Por exemplo:

Botão (tese) Flor (antítese) Fruto (síntese)


Ou seja, é a Ou seja, trata-se aqui Ou seja, é a superação
afirmação acerca da contradição, a da contradição entre
de algo. negação do botão. botão e flor.
e) Dialético
Para melhor entender o método dialético,
lembremos que Hegel utilizou a palavra alemã
“aufheben”, que significar “superar”.

A riqueza do termo superar


(aufheben) significa tanto a
ideia de suprimir como
também a de conservar.

Ou seja, a dialética representa um processo que, na


superação da contradição de algo, o que é negado é ao
mesmo tempo mantido na própria dialética.
f) Fenomenológico
O método fenomenológico,
preconizado por Edmund Husserl
(1859-1938), não é dedutivo,
nem indutivo ou dialético.
Preocupa-se com a descrição
direta da experiência, tal como
ela é.

Esse método tem como programa “voltar às coisas” –


mas não às coisas enquanto essências em si
(noumenon), e sim enquanto fenômenos que se
manifestam à nossa consciência (phainoumenon).
f) Fenomenológico
Para a fenomenologia, não captamos a essência,
mas a manifestação dessa essência por meio
dos fenômenos apresentados à consciência.

Por exemplo: quando enxergamos as


diversas cores, nossa consciência intui
uma ideia universal de cor (intuição
eidética), que, embora só exista de
maneira ideal, nos permite, por sua
vez, classificar, reconhecer e distinguir
posteriormente os fatos particulares –
isto é, outros objetos coloridos
(redução eidética).
f) Fenomenológico
Do ponto de vista metodológico, o fenomenólogo é
aquele que consegue distinguir e descrever a
experiência captada pela consciência (fenômenos)
das inúmeras preocupações e pré-conceitos que nos
ligam a ela.

Essa é a função da “epoché” ou “redução


fenomenológica”: suspender o juízo em primeiro
lugar sobre tudo aquilo que nos dizem as doutrinas
filosóficas com seus debates metafísicos, depois
igualmente sobre tudo o que nos dizem as ciências e,
por fim, sobre aquilo que cada um de nós afirma e
pressupõe na vida cotidiana.
f) Fenomenológico
Para a fenomenologia a realidade
não é algo absolutamente
existente por si mesmo; pelo
contrário, o real é aquilo que foi
captado, intuído e compreendido
pela consciência.

O mundo é constituído pela


consciência. Logo, a realidade não
“Mão com a esfera
espelhada”, de M. é única: existem tantas quantas
C. Escher - 1935 forem as suas interpretações e
descrições da consciência.
f) Fenomenológico

O que importa para a


fenomenologia é descrever
o que efetivamente se
dá à consciência, o que
nela se manifesta e nos
limites em que se
manifesta.
E o que se manifesta e
aparece à consciência é o
fenômeno.
g) Complexidade

Para o método da complexidade,


desenvolvido por Edgar Morin
(1921-), a realidade deve ser
compreendida em sua
complexidade, em sua
dinamicidade.

Sua crítica, enquanto método, é dirigida ao


paradigma tradicional da separação do todo nas
partes (análise) e na junção das partes no todo
(síntese), que resultam nos métodos indutivo e
dedutivo.
g) Complexidade
A complexidade parte de três princípios básicos:

Dialogia: que procura unir o que está separado, mas


mantendo a singularidade de ambas as partes: religião e
ciência, subjetivo e objetivo, filosofia e senso comum etc.

Recursividade: afirma que os efeitos também podem ser


causas de outros efeitos e causas: a violência, que tem
causas econômicas, pode gerar novas formas de produção.

Hologramático: mostra que o todo está na parte e a parte


no todo; mas o todo não é necessariamente a soma das
partes, podendo ser maior ou menor: a célula do código
genético, que contém “todas” as informações da pessoa.
g) Complexidade
Para a complexidade, há quatro elementos que
estão em contínua articulação e que estão presentes
em todo e qualquer tipo de sistema (vivo ou não):
5. Métodos de procedimento
Métodos de procedimento
Alguns dos principais métodos de procedimento:

Método Histórico

Método Comparativo

Método Estatístico

Método de Estudo de caso

Método Experimental

Método Bibliográfico

Método Documental
a) Histórico

Método Histórico: estudo dos conhecimentos,


processos e instituições passadas, procurando
identificar e explicar as origens contemporâneas.
b) Comparativo
Método Comparativo: desenvolve-se pela
investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou
fatos, com o objetivo de ressaltar as diferenças e
similaridades entre eles.
c) Estatístico

Método Estatístico:
aplicação da teoria
estatística da probabilidade.
Mediante a utilização de
testes estatísticos, torna-se
possível determinar, em
termos numéricos, a
probabilidade de acerto de
determinada conclusão, bem
como a margem de erro de
um valor obtido.
d) Estudo de casos
Método de Estudo de Caso: permite, mediante a
análise de casos isolados ou de pequenos grupos,
entender determinados fatos.
e) Experimental
Método experimental: trata-se do procedimento
testado e verificado empiricamente, pelo qual as
variáveis são manipuladas de maneira
preestabelecida e seus efeitos suficientemente
controlados e conhecidos pelo pesquisador, em
vista de possíveis resultados esperados.
f) Bibliográfico
Método bibliográfico: trata-
se de um método de revisão
bibliográfica, que se vale de
publicações científicas em
periódicos, livros, anais de
congressos etc. Embora não se
dedique à coleta de dados
(pesquisa de campo /
experimentação), esse método
não se configura como uma
simples transcrição de ideias.
g) Documental
Método Documental: trata-se de uma pesquisa
elaborada pela busca de informações em
documentos (históricos, institucionais, estatais etc.)
que não receberam nenhum tratamento científico /
analítico, como por exemplo, cartas, filmes,
gravações, registros, fotos, jornais, relatórios etc.
6. O que é Técnica?
Técnicas

As técnicas são os procedimentos operacionais


que servem de mediação prática para a realização
dos métodos escolhidos.

Sendo assim, uma mesma


técnica pode ser utilizada
em pesquisas conduzidas
por diferentes métodos
e fundamentadas em
diferentes
metodologias ou
epistemologias.
Técnicas
No entanto, embora possam ser utilizadas em
diferentes áreas de pesquisa, as técnicas precisam
ser compatíveis com os métodos adotados e
com os paradigmas epistemológicos escolhidas.

A escolha de uma técnica,


depende do objetivo da
pesquisa, dos recursos
financeiros disponíveis, da
equipe e dos elementos no
campo da investigação.
Tipos de Técnicas
Segundo Severino (2007, p. 124-125), dentre tantas,
as técnicas de pesquisa podem ser:

Análise documental Entrevistas

Formulários Questionários

História de vida Grupo focal

Observação Etc.
a) Análise documental
“A análise de documentos [...] pode
ser combinadas com outras técnicas
de coleta, o que ocorre com mais
frequência. Nesses casos, ela pode
ser usada, tanto como uma técnica
exploratória (indicando aspectos a
serem focalizados por outras
técnicas), como para ‘checagem’ ou
complementação dos dados obtidos
por meio de outras técnicas”
(ALVES-MAZZOTTI;
GEWANDSZNAJDER, 1999, p. 169).
b) Entrevistas

“A entrevista, consiste no
dialogo com o objetivo de
colher, de determinada
fonte, de determinada
pessoa ou informante,
dados relevantes para a
pesquisa em andamento”
(RUIZ, 1996, p. 51).
b) Entrevistas – tipos

Estruturada: *Segue um roteiro pré-estabelecido;


*Realizada de acordo com um formulário; *O
pesquisador não é livre para adaptar suas
perguntas, de alterar a ordem dos tópicos ou de
fazer outras perguntas.

Não Estruturada: *O entrevistado tem liberdade


para desenvolver cada situação; *Perguntas são
abertas; *Podem ser respondidas dentro de uma
conversação informal.
c) Formulários
(roteiros de entrevistas)

“Os formulários consistem em um conjunto de


questões que são perguntadas e anotadas por um
entrevistador durante uma entrevista face a face”
(MARCONI; LAKATOS, 1996).

Ou seja, trata-se do
questionário usado
para realizar a
entrevista pessoal
estruturada.
d) Questionários
Construir um questionário consiste em traduzir os
objetivos (geral e objetivo) em questões especificas.
As respostas dessas questões irão proporcionar os
dados requeridos para esclarecer o problema de
pesquisa.

Por se tratar de uma técnica


quantitativa, seu problema
consiste justamente na
ausência de opiniões mais
detalhadas (qualitativas)
sobre o assunto pesquisado.
e) História de vida
De acordo com CAMARGO et al. (1983, p. 13), a
história de vida tem como objetivo:

“obter sucessivo fatos sobre


o sujeito (ou sujeitos) e
suas experiências para a
compreensão não apenas
do ator social em si mesmo,
mas também das unidades
ou processos sociais que
são mais amplos do que os
indivíduos”.
f) Grupo focal
“O grupo focal é um grupo de discussão
informal e de tamanho reduzido, com o
propósito de obter informações de caráter
qualitativo em profundidade” (GOMES;
BARBOSA, 1999).

Grupo Focal é “uma forma rápida, fácil e prática de pôr-se


em contato com a população que se deseja investigar”
(RODRIGUES, 1988).

Krueger (1996) descreve-o como “pessoas reunidas em


uma série de grupos que possuem determinadas
características e que produzem dados qualitativos sobre
uma discussão focalizada”.
g) Observação
“As seguintes vantagens costumam ser atribuídas à
observação participante: a) independe do nível de
conhecimento ou da capacidade verbal dos sujeitos;
b) permite ‘checar’, na prática, a sinceridade de
certas respostas que às vezes, soa dadas só para
‘causar boa impressão’; c) permite identificar
comportamentos não intencionais ou inconscientes e
explorar tópicos que os informantes não se sentem à
vontade para discutir; d) permite o registro do
comportamento em seu contexto temporal-espacial”
(ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999, p.
164).
Referências Bibliográficas
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O
Método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa
e qualitativa. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 1999.
BARBOSA, Elyana. O conhecimento cientifico e suas questões. In:
SARMENTO, Walney M. Problemas de Metodologia nas Ciências
Sociais. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1989.
BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais.
São Paulo: Hucitec, 1993.
CAMARGO, A. et al. História de vida na América Latina. In: Boletim
Informal e Bibliográfico de Ciências Sociais, Rio de Janeiro,
BIB, n. 16, pp. 5-24, 1983.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
Referências Bibliográficas
GOMES, Maria Elasir S.; BARBOSA, Eduardo F. A Técnica de Grupos
Focais para Obtenção de Dados Qualitativos. Instituto de
Pesquisa e Inovações Educacionais (Educativa), fev., 1999.
KRUEGER, R. A. Focus Groups: A Practical Guide for Applied
Research. London: Sage Publications, 1996.
MARCONI, M. D. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa:
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de
pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 3.ed. São
Paulo: Atlas, 1996.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: Teoria,
Método e Criatividade. Petrópolis: Vozes, 1998.
RODRIGUES, A. R. Pontuações Sobre a Investigação Mediante
Grupos Focais. In: Seminário COPEADI – Comissão Permanente
de Avaliação e Desenvolvimento Institucional. [S.l.]: 1988.
Referências Bibliográficas
RUIZ, João Álvaro. Metodologia cientifica: guia para eficiência nos
estudos. São Paulo, Atlas, 1996.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho
Científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.

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