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FINTECHS E BANCOS TRADICIONAIS: PARCERIA OU COMPETIÇÃO?

FINTECHS AND TRADITIONAL BANKS: PARTNERSHIP OR COMPETITION?

#1 - Fernando Ressetti Pinheiro Marques Vianna


Graduado em Administração de Empresas (UNICURITIBA)
Especialista em Gestão Lean Logistic (PUC-PR)
Mestrando em Administração de Empresas (UTFPR-PR)
Professor na área de Administração na FACET- Faculdade de Ciências Sociais
e Aplicadas do Paraná
E-mail: fvianna2009@hotmail.com

#2 - Letícia Lins de Souza Barros


Graduada em Administração
Especialista em Gestão de Negócios (UNINTER)
Gerente Pessoa Jurídica na Caixa Econômica Federal
E-mail: leticia.lins.barros@gmail.com

Resumo: O presente trabalho aborda a relação entre as organizações que atuam no setor
financeiro e os novos modelos de organizações que utilizam as novas tecnologias, conhecidas
como fintechs, e busca identificar o papel que essas organizações desempenham no setor
bancário. O artigo foi desenvolvido por meio do método de estudo multicasos, e aplicou a
técnica de análise de conteúdo de fontes secundárias, compostas por artigos e reportagens
sobre duas organizações que atuam no Brasil. O artigo permitiu identificar que as fintechs
estudadas atuam como concorrentes das instituições bancárias tradicionais, oferecendo aos
consumidores serviços e produtos semelhantes a essas instituições, mas buscando melhorar a
experiência com o desenvolvimento de negócios totalmente digitais.

Palavras-chave: Fintechs; Nubank; Banco Original; Estudo Multi Casos.

Abstract: This paper discusses the relationship between financial sector organizations and new
models of organizations that use the new technologies, known as fintechs, and seeks to identify
the role that these organizations play in the banking sector. The article was developed through
the method of multicase study, and applied the technique of content analysis of secondary
sources, composed of articles and reports about two organizations that operate in Brazil. The
article allowed to identify that the fintechs studied act as competitors of traditional banking
institutions, offering consumers services and products similar to these institutions, but seeking
to improve the experience with the development of fully digital businesses.

Keywords: Fintechs; Nubank; Original Bank; Multi Case Study.


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INTRODUÇÃO

“Um dos papéis do banco é trazer para a população taxas mais


acessíveis, um menor spread bancário. Uma vez que isso sempre foi intrínseco
ao Banco Central (Banco Central do Brasil), acredito que ele (Banco Central)
esteja vendo nas fintechs um ponto de apoio para viabilizar isso em um menor
período de tempo”. Esta frase é atribuída a Mathias Fischer, presidente da
Associação Brasileira de Fintechs, e foi reproduzida em um jornal brasileiro de
importante circulação em maio de 2018. A frase traz dois temas importantes, o
papel da fintechs e o papel das instituições bancárias.

Qureshi, Zafar e Khan (2008) afirmam que é inegável o papel inovador


que os bancos possuem, principalmente por trabalharem com um grande
número de processos em um único ambiente. A relação entre organizações
financeiras e tecnologia já foi abordada em trabalhos anteriores, principalmente
quanto às possíveis transformações que existem e as possibilidades geradas
pela inclusão da internet em seus processos (Hanafizadeh, Keating e
Khedmatgozar, 2013). Para De Albuquerque, Diniz e Cernev (2014) a
possibilidade de adoção da tecnologia e de processos digitais na área
financeira ampliou as possibilidades de prestação de serviços por organizações
que em outro momento não teriam viabilidade no desenvolvimento de negócios
dentro desta área.

De acordo com Darolles (2016) a tecnologia aplicada à área financeira


resultou em uma transformação da percepção do cliente para um usuário, que
demanda soluções personalizadas que atendam exatamente às suas
necessidades, de forma semelhante a outros dispositivos que já aplicam
soluções computacionais há mais tempo. O autor afirma que as organizações
chamadas de fintechs chegaram ao mercado com o intuito de atender,
principalmente, a um público habituado com a integração de sistemas e
respostas rápidas às suas demandas.

Tendo em vista o cenário apresentado, no qual os bancos


desempenham um papel de atendimento às demandas dos clientes, e a
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tecnologia viabiliza o surgimento de novos modelos de organizações no setor


financeiro, o presente estudo se desenvolveu com a aplicação do método
conhecido como estudo multi casos. O objetivo do trabalho foi analisar a forma
como as fintechs atuam, para identificar se o seu papel pode ser considerado
de parceiro ou concorrente das instituições bancárias tradicionais. Para tanto
foram escolhidas duas fintechs que atuam no Brasil, e que são referências no
desenvolvimento de organizações digitais. Para o desenvolvimento do trabalho
foi aplicada a técnica de análise de conteúdo, por meio da qual foram
analisados artigos e reportagens sobre as organizações objeto deste estudo.

O trabalho é estruturado com um referencial teórico sobre a função dos


bancos tradicionais e sobre as fintechs, para em seguida ser apresentado o
método de pesquisa e a análise dos resultados. O trabalho é finalizado com as
conclusões do trabalho, suas limitações e sugestão para futuras pesquisas.

1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.2 BANCOS TRADICIONAIS E SUA FUNÇÃO

De acordo com Shumpeter (1982) a função de um banco se baseia


inicialmente na concessão de créditos e na possibilidade de conceder
empréstimos em troca de um retorno. Qureshi, Zafar e Khan (2008) afirmam
que a importância dos bancos para a economia dos países se deve à forma
inovadora com que tais instituições conseguem oferecer diversos produtos e
serviços em uma mesma estrutura. Apesar das grandes estruturas indicarem a
importância do setor para economia, é evidente a preocupação que o aumento
de competitividade pode trazer em relação à manutenção destas instituições
(SHAFFER, 1993).

Segundo Costa (2017) "bancos são instituições poderosas e a queda de


um dos grandes abriria um vácuo." O autor afirma ainda que hoje vivemos um
uma transformação do setor financeiro em um cenário de corrida digital. A
atmosfera de progressiva competividade no setor bancário se deve ao
desenvolvimento de diferentes canais de atendimento. A adoção do canal de
internet banking é resultado da soma de um maior número de atividades
atribuídas às pessoas e capacidade computacional, proporcionando maior
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conveniência aos consumidores e aos próprios bancos (QURESHI, ZAFAR e


KHAN, 2008).

O setor bancário está sujeito a forças internas e externas, sendo


as mudanças oriundas das forças externas as políticas, econômicas, sociais e
tecnológicas, e as oriundas de forças internas a capacidade de seus
colaboradores se adaptarem e a própria estrutura organizacional evoluir e se
adaptar (JAVAWARDHENA & FOLEY, 2000).

De acordo com Dapp (2014), entre as mudanças externas pelas quais as


organizações estão passando em grande parte dos setores, está a digitalização
de grande parte dos processos diários, desde o armazenamento digital de itens
como livros e documentos, até a decisão por caminhos ou opção por um
investimento, que já faz parte de um movimento chamado economia digital.
Mesmo setores engessados como o bancário já estão sofrendo severas
mudanças com o advento da digitalização dos processos, havendo a
possibilidade de novos modelos de negócios surgirem como organizações de
microempréstimos e financiamentos coletivos (WAGNER, 2012; LEONG et al.,
2017).

1.3 FINTECHS

As organizações buscam novas formas de gerar receitas e, paralelo a


essa busca há uma necessidade de cortes de custos por meio da utilização da
tecnologia na redução dos tamanhos das equipes de trabalho. Esta busca
permite que novas organizações viabilizem sua entrada em mercados antes
restritos às grandes corporações, por meio da exploração das capacidades de
relacionamento virtual e estratégias baseadas em tecnologias.
(JAVAWARDHENA & FOLEY, 2000)

De acordo com Javawardhena e Foley (2000), Darolles (2016) e


Mackenzie (2015), a competição intensa que resulta em maior qualidade e
eficiência, aliada à crise financeira que atingiu o mundo em 2008 gerou um
importante movimento rumo à facilitação das transações financeiras. Os
autores afirmam que este movimento buscou tornar os processos mais diretos,
com a redução de etapas e intermediários entre aqueles que buscam um
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produto ou serviço financeiro e aqueles que oferecem. A expansão mundial de


tecnologias apoiou o aumento da globalização dos fluxos de capital e da
quantidade de organizações que atuam no mercado financeiro, facilitando a
criação de novos produtos e serviços para atender a novas demandas do
consumidor, como as chamadas fintechs. (JAVAWARDHENA e FOLEY, 2000).

Segundo Lopes e Zilber (2017), o termo fintech descreve novas


empresas (startups) que ofertam produtos e serviços bancários que utilizam
ferramentas tecnológicas de ponta e gestão moderna, aliadas a uma estrutura
operacional reduzida, e entregam um serviço mais ágil que as organizações
tradicionais. Os autores afirmam ainda que o termo tem sua origem na fusão
das palavras finance e technology.

De Albuquerque, Diniz e Cernev (2014) afirmam que são variadas as


possibilidades de atuação de uma organização que atua na área de serviços
financeiros, tendo em vista que as tecnologias aplicadas podem variar e suas
características são múltiplas, podendo inclusive haver diferentes combinações
entre esses fatores. A adoção da internet por organizações na área de finanças
e a transformação de seus processos com a influência da tecnologia de
informação revolucionou o sistema bancário (HANAFIZADEH, KEATING e
KHEDMATGOZAR, 2013).

2 METODOLOGIA

O presente estudo utiliza a abordagem qualitativa, que, de acordo com


Cho e Trent (2006), permite a análise de transformação social do ambiente, de
forma individualizada pelo pesquisador. O trabalho foi desenvolvido com a
utilização do método de pesquisa de estudo de casos múltiplos que, de acordo
com Yin (2011), visa responder questões relacionadas à forma como um
determinado evento ocorre (como?) e por qual razão este evento ocorre (por
que?). Segundo o mesmo autor, questões relacionadas à tomada de decisões,
inclusive por organizações empresariais, podem ser o foco deste método de
pesquisa. A opção por estudos de casos múltiplos se dá quando há interesse
no levantamento de dados sobre diferentes objetos de pesquisa relacionados a
um mesmo fenômeno (HYETT, KENNY e DICKSON-SWIFT, 2014).
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Para Merriam (1997) e Yin (2011) deve-se tomar cuidado com possíveis
confusões entre o objeto de estudo e o produto desenvolvido pelo objeto de
estudo, sendo o estudo de caso direcionado para o estudo e conhecimento de
fenômenos dentro de seus contextos.

Com relação às fintechs, outros trabalhos já utilizaram o método de


estudo de caso para sua análise em diferentes perspectivas, indo desde o
estudo de fintechs relacionadas ao desenvolvimento de crowdfunding (Ma e
Liu, 2017) até seu papel na inovação de serviços (Rikkinen et al., 2016).

Tendo em vista que este estudo busca analisar o fenômeno das fintechs
e sua presença em um mercado, até pouco tempo atrás, permeado por
instituições tradicionais, podem ser definidos o fenômeno a ser estudado e seu
contexto: fintechs e ambiente bancário. Desta forma, a pesquisadora
desenvolveu o problema de pesquisa do estudo realizado buscando entender a
relação entre as organizações no ambiente dentro do qual estão inseridas: As
fintechs e os bancos tradicionais são parceiros ou competidores no
ambiente bancário?

Para a pesquisa foram selecionadas duas startups da área de finanças,


e que atuam no mercado brasileiro: a empresa de cartões de crédito Nubank e
a instituição financeira online Banco Original. Para a coleta dos dados
secundários foram acessadas entrevistas e reportagens a respeito das
plataformas, publicadas em revistas brasileiras das áreas de negócios e
economia, conforme apresentado no Quadro 1, e descritas as reportagens no
referencial bibliográfico, de acordo com as datas de publicação. Também foram
analisados os aplicativos e as páginas da internet das organizações nesta
etapa da pesquisa.
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Dados das fontes Data Assunto


secundárias
Startse 30/05/2018 Banco Original
Estadão 29/03/2016 Banco Original
Isto É Dinheiro 26/05/2017 Banco Original
Valor Econômico 29/06/2018 Banco Original
Revista Exame 08/02/2018 Banco Original
Estadão 01/03/2018 Nubank
Folha de S. Paulo 03/03/2018 Nubank
Folha de S. Paulo 10/04/2018 Nubank
Revista Exame 30/08/2016 Nubank
UOL 13/06/2018 Nubank
Revista Exame 16/06/2016 Nubank
UOL 22/05/2018 Nubank
Folha de S. Paulo 18/06/2018 Nubank
Quadro 1 Fontes de pesquisa, datas e assuntos.
Fonte: A autora

A técnica utilizada para o desenvolvimento da pesquisa foi a análise de


conteúdo dos dados coletados, tendo em vista que, segundo Stemler (2001),
esta técnica auxilia em casos em que o objeto de pesquisa possa ter diferentes
percepções pela opinião pública ao longo do tempo. White e Marsh (2006)
afirmam que a técnica pode ser usada de maneira isolada, como técnica
suficiente para o alcance de um objetivo de pesquisa em diferentes áreas,
como administração, sistemas de informação, ciências políticas, entre outras.

3 APRESENTAÇÃO DOS CASOS ESTUDADOS


3.1 CASO 1 – BANCO ORIGINAL
3.1.1 Origem da organização

A operação do Banco Original teve início no ano de 2008, com a criação


do Banco JBS, um braço financeiro da companhia de mesmo nome, que atua
no setor de alimentos. No início a operação era voltada para o setor agrário e
para o crédito consignado, e em 2011 ampliou sua atuação para o segmento
corporativo. Em março de 2013 foi anunciada a fusão do Banco JBS e Matone,
gerando o Banco Original

3.1.2 Objetivo da organização


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Os chamados pilares do Banco Original se baseiam em ser um banco


inovador, utilizando práticas modernas de gestão de negócio, próximo ao
cliente, simples, confiável e transparente. Estes pilares mostram que os pilares
buscam afirmar um novo posicionamento dos negócios digitais, já que os
pilares “próximo”, “confiável” e “transparente”, ao mesmo tempo em que se
mostram muito difíceis de serem percebidos por consumidores, devido à não
existência de uma estrutura física, também é uma das reclamações dos
usuários dos bancos tradicionais, que muitas vezes não possuem todas as
informações a respeito de suas contas.

No ano de 2016, a meta do Banco Original era alcançar cem mil clientes
em seu primeiro ano de funcionamento e dois milhões de clientes nos primeiros
dez anos.

3.1.3 Áreas de atuação

O Banco Original atua em segmentos de pessoa física, pessoa jurídica, que é


chamada de corporate no site da empresa, e agronegócios. Desta forma, a
organização busca atuar em segmentos semelhantes aos seus concorrentes
tradicionais, mas com uma estrutura enxuta, já que o oferecimento de produtos
como seguro e investimentos são feitos com base em parcerias junto a
stakeholders com experiência nestas áreas.

3.1.4 Digitalização do processo

O processo de digitalização do Banco Original se inicia por seu slogan, que


afirma ser um banco 100% digital. Desta forma, todas as operações e todas as
formas de interação entre clientes e organização são feitas por meio do
aplicativo ou do site da empresa. As informações são passadas nestas
plataformas e o cliente ainda tem algumas opções para sanar dúvidas
baseadas na experiência de outros clientes, já que algumas áreas do site
respondem perguntas que já foram feitas anteriormente.

O passo a passo para a abertura de uma conta é explicado já na tela de


abertura da organização, e é composto pelo envio das imagens do cliente,
seguido pelo envio digital de documentos e finalizado com o envio da
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assinatura digital. Todo este processo digital levou três anos aproximadamente
para ser desenvolvido, de acordo com o ex-presidente consultivo da empresa
responsável pelo banco, a demora no lançamento do banco se deu devido à
importância de ter todos os processos de abertura e manutenção das contas de
forma digital.

De forma semelhante ao Nubank, o Banco Original admite o uso das redes


sociais como fonte de informação para a verificação da veracidade do perfil dos
clientes.

3.1.5 Produtos

De acordo com os documentos analisados, toda sorte de serviços bancários


poderiam ser efetuados junto ao Banco Original. No próprio site do banco, é
possível identificar os seguintes serviços no segmento de pessoas físicas:

a) Conta corrente: Tanto a abertura de conta, quanto a gestão da conta é


totalmente digital, inclusive com documentação sendo enviada pelo
próprio aplicativo, por meio de fotos. Uma das vantagens que o Banco
Original apresenta é o de serviços como extrato por exemplo, serem
ilimitados e gratuitos;
b) Cartões: O Banco Original trabalha com uma bandeira exclusiva de
cartão de crédito, e com faixas de cartão semelhantes aos bancos
tradicionais, inclusive admitindo a possibilidade da não cobrança de
anuidade em algumas faixas;
c) Portabilidade: Com a possibilidade de portabilidade de contas ara
pagamento de salário, o Banco Original vê uma oportunidade de
angariar clientes ligados às instituições tradicionais, oferecendo
benefícios para isso;
d) Cashback: Trata-se de um programa de pontos que oferece o retorno
(por isso do nome cashback, ou em tradução livre dinheiro de volta)
parte dos gastos efetuados pelo cliente nos cartões de crédito e débito;
e) Amigo original: Este “produto” está relacionado ao produto anterior, o
cashback, e oferece ganhos na forma de cashback no caso de clientes
que indicam outros clientes;
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f) Investimentos: Os investimentos são feitos pelo próprio aplicativo, e o


rendimento está ligado ao valor e tempo de investimento. O Banco
Original possuí parceria com empresas e fundos de investimentos. No
caso, o modelo é semelhante à terceirização do saque, havendo uma
parceria com organizações que tem esta atividade com seu core
business;
g) Seguro: Semelhante aos investimentos e ao saque, o Banco Original
conta com parcerias para atender aos seus clientes, junto a
organizações especializadas no ramo.

No site da instituição ainda são apresentados serviços como cheque


especial, depósito de cheque por imagem e especialistas no mercado
financeiro à disposição, como diferenciais para o usuário. Também são
oferecidos serviços para os nichos corporate e agronegócios, com opções que
valorizam o fato de ter sido criado na era digital, e por oferecer especialistas
em cada área em forma de pronto atendimento, já que seus canais de
atendimento não possuem horários específicos de atendimento.

As únicas formas de depósito para clientes que não estão localizados


nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo-SP é via TED (Transferência
Eletrônica de Dados) advinda de outros bancos, em cheques e pela emissão
de boleto. Para o saque de valores em espécie os clientes utilizam as
máquinas de autoatendimento da rede Banco 24 horas. Esta parece ser outra
situação que difere o Banco Original das instituições tradicionais, já que conta o
modelo de terceirização do serviço de saque junto ao Banco 24 horas para o
atendimento desta demanda. As instituições tradicionais possuem muitos
pontos de atendimento próprios para saque, o que aumenta seus custos
operacionais, em um cenário no qual os clientes utilizam cada vez mais cartões
para as transações.

3.2 CASO 2 – NUBANK


3.2.1 Origem da organização (Início do negócio)

O CEO e fundador da empresa, David Vélez, é Colombiano, advindo de


uma família de empreendedores. Após a faculdade ele ficou esperando a
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maneira e a melhor oportunidade para empreender. Quando veio morar no


Brasil demorou seis meses para abrir uma conta bancária. Ele relata que
visitou a instituição por cinco vezes, e sentiu-se muito mal com a maneira de
recepção, com portas blindadas, caixas de objetos metálicos, se sentiu julgado
como criminoso e ficou estarrecido com a experiência ruim que o consumidor
estava tendo no país. Sua vontade era mudar esse cenário e criar algo
diferente e foi então atrás de sócios e investidores. Logo, em 2013, uniu-se a
Edward Wible e Cristina Junqueira. Os sócios tinham como combustível
principal o inconformismo com as altas taxas, as mais altas do mundo, e com o
mau serviço prestado, sentindo-se reféns de serviços e empresas ruins.

A empresa tem NU em seu nome, que traz a ideia de algo transparente,


sem preconceitos, simples, sem julgamento, e também parte de "new", algo
novo. Todos os sócios colocaram a mão na massa, e trabalharam de fato no
negócio, fazendo atendimentos nos canais de atendimento ao telefone ou on-
line. O início foi em uma casa pequena, e aos poucos a empresa cresceu e
duas mudanças de local foram necessárias. Hoje ocupam um prédio no bairro
Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, com mais de 350 colaboradores. O
escritório tem cachorros, videogame, biblioteca e espaços inusitados para
reuniões.

O Estado de São Paulo publicou notícia sobre uma rodada de


investimento, em março do ano de 2018, na qual o Nubank recebeu 150
milhões de dólares pelo fundo DST Global, do megainvestidor russo Yuri
Milner. Atualmente, com as rodadas de investimentos efetuadas pela
organização, ela é composta por sete sócios.

3.2.2 Objetivo da organização

O site oficial da empresa expõe como missão "reduzir a complexidade


que encaramos todos os dias ao lidar como o nosso dinheiro." A marca coloca
em evidência sua personalidade inconformada, vendendo praticidade, custos
baixos, transparência e preocupação com o feedback do cliente. Os textos
demonstram que a empresa pretende redefinir o padrão dos serviços
financeiros no Brasil e no mundo.
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Atualmente a empresa tem 3 milhões de cartões de crédito emitidos no


Brasil e a empresa já recebeu mais de 13 milhões de pedidos do cartão, mas
foram emitidos para pouco mais de 20%, dessa demanda. A falta de um
sistema brasileiro de bons pagadores faz com que a startup tenha uma ação
mais conservadora.

3.2.3 Áreas de atuação

O Nubank no início de sua operação restringia sua atuação no mercado


de cartão de crédito, como administradora e emissora atuando em conjunto
com a bandeira Mastercard e estritamente para pessoas físicas. Para terem
acesso ao produto estas pessoas devem ser convidadas por outro usuário,
imitando o funcionamento de uma rede social, ou então entrar no site, solicitar
um convite e aguardar. O cartão pode ser utilizado também para compras
internacionais. Para ter acesso ao cartão não é preciso ter conta em banco.

O grande diferencial é a isenção de cobrança da chamada anuidade,


tarifa essa cobrada pelos outros players do mercado financeiro atuantes. No
site da empresa os gestores explicam como são gerados os recursos
financeiros: a organização recebe um percentual da bandeira de cartão de
crédito, chamada interchance. E sempre que o cliente utiliza o cartão, é
cobrado um percentual do estabelecimento no qual o cartão é usado, e esse
percentual é repartido entre a empresa responsável pela máquina do cartão, a
bandeira e o Nubank. Além disso, o lucro provém do financiamento da fatura do
cliente, juros esses bem abaixo do mercado 2,75% a 14%, com taxa média de
operação de 7% ao mês. A empresa concede ainda descontos aos clientes que
antecipam o pagamento de sua fatura.

Atualmente o Nubank ampliou suas atuações para outros produtos e


serviços como conta bancária e investimentos, buscando atuar em mais áreas.

3.2.4 Digitalização do processo

O processo de digitalização do Nubank se inicia pelo fato de que toda e


qualquer operação referente ao produto é realizada por meio de um aplicativo,
no qual os usuários cadastram seus documentos com fotos, e também efetuam
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operações como: verificar saldo do cartão; gerenciar limite; acessar fatura com
classificação de tipos de gastos; pagar a fatura; e alterar a senha.

O atendimento às dúvidas e a solução de problemas é feito por meio de


um chat, ou seja, em tempo real e 24 horas por dia, o usuário tira dúvidas pelo
próprio aplicativo em uma forma de conversa por mensagens com um
atendente. A equipe de atendimento recebe o nome de XPEER, todos os
funcionários são treinados para encontrar soluções ágeis sem a necessidade
de passar o atendimento para outro setor, nível hierárquico ou adiar a solução
do problema. Neste caso, a intenção da organização é se diferenciar dos
atendimentos burocráticos, automatizados e robóticos das instituições
tradicionais. A oferta de um atendimento humanizado e com resposta bem
humoradas se tornaram um diferencial no atendimento da empresa.

Outro importante fator que revela a digitalização do processo da


organização Nubank é a análise do perfil do cliente nas redes sociais, além da
análise tradicional de crédito.

3.2.5 Produtos

 O principal produto da Nubank é o próprio cartão de crédito, mas esta


operação conta com diferenciais como um programa de pontos inovador
chamado de NUBANK REWARDS. Neste programa o cliente utiliza o
cartão, e cada real gasto equivale a um ponto, e esses pontos não expiram
nunca e podem ser utilizados para o pagamento de compras de hotéis e
passagens aéreas de qualquer companhia aérea ou rede hoteleira do
mundo. O mesmo programa ainda permite que os pontos sejam utilizados
na aquisição de produtos ou serviços de parceiros cadastrados, como
assinaturas nas empresas: Netflix, Amazon, ifood, Evino, maxmilhas e
serviços de streaming de música;
 Outro produto lançando pela empresa é a NUCONTA. Trata-se de uma
conta corrente com atendimento 100% digital, que permite transferências
entre NuContas e TED's para outros bancos de forma gratuita. A
NUCONTA já pode receber também portabilidade de salário e não é
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considerada uma conta corrente, mas sim uma conta pagamento, de


acordo com o Banco Central do Brasil.
 O app conta com um sistema de leitura de QRCODE, que permite o
pagamento de boletos;
 Aplicações e investimentos também são possíveis na Nubank. A
organização garante rendimento de 100% do CDI com aplicação
automática do saldo em conta, sem tarifa de manutenção. Houve a
indagação por parte de usuários quanto ao risco da aplicação automática
feita com o saldo em conta dos usuários, entretanto foi verificado que não
existe há um risco maior do que outras operações semelhantes no
mercado, devido à aplicação ser feita em Letras do Tesouro Nacional.
Estes títulos são pós fixados e de baixo risco, e ainda como o Nubank
opera como conta pagamento todo dinheiro depositado fica separado do
patrimônio da empresa, ou seja, se a empresa tivesse falência decretada
nenhum juiz poderia considerá-los no momento de liquidar a dívida da
empresa.
 Entre os pontos que podem ser considerados negativos em relação a
outras instituições bancárias, estão: Não é possível fazer saques; não há a
opção de agendamento de pagamentos e transferências; A versão atual
ainda é uma versão beta. De acordo com MacCormack (2001), as
organizações utilizam versões beta como versões de um aplicativo a serem
aprimoradas com base nos feedbacks dos usuários e em possíveis falhas
do sistema desenvolvido.
Como forma de empresa envia no email de boas vindas um aviso que
tratasse de versão de lançamento, com diversas limitações e conta com o
usuário para melhoria da plataforma. Para o cliente não gastar um TED no
banco de origem, para aportes de dinheiro na NUCONTA o app gera um
boleto bancário.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Por meio dos dados coletados, tanto os dados oriundos das reportagens
quanto os dados extraídos com o acesso da autora aos aplicativos e sites das
plataformas pesquisadas, foi possível verificar que os dois casos apresentam
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instituições consideradas digitais, por sua relação com os clientes se dar


exclusivamente por meio de aplicativos e serem plataformas de negócios
digitais.

Os produtos e serviços negociados pelas duas instituições são muito


semelhantes entre si, e também são muito semelhantes aos produtos e
serviços oferecidos pelas instituições tradicionais, principalmente no que diz
respeito à modalidade de pessoa física. O Quadro 2 apresenta as relações de
produtos e serviços ofertados a pessoas físicas pelas duas instituições.

Quadro 2 Relação de produtos e serviços ofertados a pessoas físicas.


NUBANK Banco Original
Instituição

Serviço/produto
Cartão de crédito X X
Conta corrente X X
Investimentos X X
Seguros X
Transferência X X
Saque X X
Pagamentos X X
Programas de pontuação X X
Atendimento online 24 horas X X
Fonte: A autora com base nos dados da pesquisa.

Com a análise do Quadro 2 pode ser inferido que ambos os casos


estudados prestam um grande número de serviços e oferecem semelhantes
produtos aos seus clientes, com algumas diferenças e semelhanças no
processo:

 O Banco Original oferece seguros aos seus clientes, e o Nubank não o


faz. Mas é necessário salientar que o oferecimento se baseia em
parcerias do Banco Original com organizações reconhecidas no
mercado de seguros;
 O Banco Original oferece uma gama maior de investimentos aos seus
clientes, mas baseada também em parcerias que o banco possuí com
empresas especializadas;
 As duas instituições oferecem o serviço de saque por meio de convênio
com a rede Banco 24 horas;
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 As duas instituições oferecem programas de pontuação de cartão de


crédito, por meio dos quais os clientes recebem pontos que podem ser
trocados por serviços junto a parceiros das instituições;

Faz-se importante mencionar que o Banco Original ainda possuí


atendimento a pessoas jurídicas ou corporate, e agronegócios, diferentemente
do Nubank, que tem seu foco restrito às pessoas físicas.

CONCLUSÃO

O presente estudo possuiu uma relevância diante do importante cenário


proposto pelas novas plataformas digitais, e possibilidade de utilização da
capacidade computacional em áreas como a bancária e outras relacionadas.
Mesmo com a relevância do assunto fintechs na literatura e em estudos sobre
os avanços na área financeira, o papel dessas instituições em um mercado
ainda composto por atores tradicionais levanta questionamentos.

O objetivo do trabalho foi analisar a forma como as fintechs atuam, para


identificar se o seu papel pode ser considerado de parceiro ou concorrente das
instituições bancárias tradicionais Para tanto, foram analisadas duas
importantes instituições nomeadas fintechs, que vem sendo foco de atenção do
mercado financeiro e reportagens na área, sobre seu papel dentro deste
mercado. Tendo em vista que há um interesse das instituições tradicionais em
estabelecer parcerias com empresas que já nascem em um ambiente digital, o
trabalho buscou dados que permitissem estabelecer se, no caso do Banco
Original e da Nubank, a relação seria de parceria ou de competição.

Tanto nas reportagens analisadas quanto nas plataformas foi possível


observar que há uma evolução nos serviços prestados por estas fintechs,
avançando cada vez mais nos mercados antes exclusivos dos bancos
tradicionais. Enquanto a Nubank surgiu como uma empresa de cartão de
crédito, e agora já oferece até mesmo uma conta corrente, com a possibilidade
de investimentos para pessoas físicas, o Banco Original oferece até mesmo
serviços e produtos para os segmentos de pessoas jurídicas e agronegócios.
Os sites e aplicativos dos dois objetos estudados dão ênfase à inovação,
modernidade e processos descomplicados, muitas vezes comparando
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explicitamente seu negócio com os bancos tradicionais. Esta percepção é


inclusive respaldada por um dos itens que aparecem na página da conta
Nubank, que afirma ser possível o cliente cancelar sua conta em todos os o
bancos, já que a Nubank oferece quase todos os serviços, mas de forma
inovadora. Sendo assim é possível concluir que estes dois casos estudados
são concorrentes das instituições tradicionais, e não parceiros.

A limitação deste estudo se encontra no fato de serem estudadas


apenas duas plataformas, mas esta limitação também fomenta novas
oportunidades de pesquisa em outros modelos de fintechs, com o objetivo de
ser verificado o papel de outras organizações digitais.
FINTECHS E BANCOS TRADICIONAIS: PARCERIA OU COMPETIÇÃO?
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