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Indice

1. Introdução.................................................................................................................................2

1.1. Objectivos.............................................................................................................................3

1.1.1. Objectivo geral..................................................................................................................3

1.1.2. Objectivos específicos.......................................................................................................3

1.1.1. Pesquisa bibliográfica.......................................................................................................3

2. Aplicação de métodos indutivo, dedutivo e as diferentes técnicas usadas nna pesuisa em


Geografia Física...............................................................................................................................4

2.1. Conceitos fundamntais..........................................................................................................4

2.2. O método indutivo................................................................................................................4

2.3. Método Dedutivo/ hipotético-dedutivo.................................................................................8

2.1. Cartografia..........................................................................................................................10

2.1.1. Cartografia Digital..........................................................................................................10

3. Conclusão...............................................................................................................................11

4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................12
1. Introdução
Um dos objetivos da ciência geográfica é estabelecer relações entre o homem, a sociedade e o
meio ambiente, analisando interações e mudanças que ocorrem no decorrer da escala temporal e
espacial, procurando estabelecer relações de compreensão para explicar a realidade do estado
atual do espaço geográfico. Com o intuito de descrever os principais conceitos, métodos e
aplicações da Geografia Física na atualidade, apresenta-se a seguir o tema “Aplicação de
métodos indutivo, dedutivo e as diferentes técnicas usadas nna pesuisa em Geografia Física”.
Entendendo a Geografia enquanto a ciência que estuda a localização, a gênese e a evolução
espacial de objetos naturais e culturais na superfície da Terra (COLANGELO, 2004), torna-se
evidente que a Geografia é uma ciência que tem por objeto de estudo as relações entre o homem
e o meio, entre os sistemas naturais e os sistemas antrópicos e a interdependência entre eles sobre
o espaço numa troca simultânea de matéria, energia e informação (MENDONÇA, 1989;
CHRISTOPERSON, 2012).
Nesta perspectiva, tratar da Geografia Física significa colocar em evidência um ramo da ciência
geográfica pautado na análise espacial de todos os elementos e processos físicos que compõem o
sistema ambiental, interpretado neste trabalho enquanto entidades organizadas na superfície
terrestre, fruto das relações entre os Sistemas Naturais (compostos pelo substrato mineral, o
relevo, o solo, o clima, a fauna, a flora, as águas continentais e as águas oceânicas) e os Sistemas
Antrópicos (junção entre os sistemas de uso e ocupação existentes, somados as demais
características socioeconômicas do espaço, tais como a localização de indústrias e matrizes de
atividade econômica) (CHRISTOFOLLETI, 1998).
O método indutivo, em seu turno, é um dos mais antigos dentre os mencionados, tendo sido
criado na Idade Moderna.
O método hipotético-dedutivo tem sido pouco debatido em meio aos profissionais e estudantes
de Geografia. Por tal motivo existe restrito material que pode ser utilizado para fins de ensino do
método hipotético-dedutivo entre estudantes de Geografia. da existência de alguns métodos de
abordagem mais utilizados, dentre eles: o dedutivo, o indutivo, o hipotético-dedutivo, o dialético
e fenomenológico. Sposito (2004), uma das principais referências no Brasil em relação à questão
do método na Geografia, considera apenas os três últimos métodos utilizados na pesquisa
geográfica.

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1.1. Objectivos
LIBANEO (2002:104) afirma que “objectivo, é um fim a ser alcançado, alvo a ser alcançado”.
Por conseguinte, de acordo com a citação que apresentamos acima, o nosso trabalho apresenta
dois objectivos, sendo um geral e outros de caracteres específicos.

1.1.1. Objectivo geral


Analisar a aplicação de métodos indutivo, dedutivo e as diferentes técnicas usadas nna pesuisa
em Geografia Física.

1.1.2. Objectivos específicos


 Descrever o método indutivo e sua aplicação;
 Descrever o método dedutivo e sua aplicação;
 Caracterizar as diferentes técnicas usadas nna pesuisa em Geografia Física.

1.2. Metodologia

1.1.1. Pesquisa bibliográfica


Segundo (LAKATOS 1991:98) abrange toda literatura já tornada publica em relação ao tema em
estudo.

A pesquisa bibliográfica consistiu basicamente na recolha de informações em manuais, livros e


artigos publicados que abordam sobre os conteudos pesquisados.

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2. Aplicação de métodos indutivo, dedutivo e as diferentes técnicas usadas nna pesuisa
em Geografia Física.
2.1. Conceitos fundamntais

Método: é um instrumento organizado que procura atingir resultados estando ligados directamente
ligado a teoria que o fundamenta, conforme o Japiassu e Mercondes (1990) é um conjunto de
procedimentos racionais, baseados em regras, que visam atingir objectivos determinados. O método é
o “caminho pelo qual se chegou a determinado resultado” Lalande (1999, p.678)

2.2. O método indutivo


O método indutivo teve surgimento na ciência através de Galileu Galilei (1564 – 1642) e foi
aperfeiçoado por Francis Bacon (1561 – 1626), Thomas Hobbes (1588 – 1679), John Locke
(1632 – 1704) e David Hume (1711 – 1776). Ele sofreu, fortemente, influências do paradigma
newtoniano-cartesiano que estava em voga no mundo moderno, assim como do positivismo
criado por Auguste Comte (1798 – 1857) e John Stuart Mill (1806 – 1873).
Esse método prevê que, pela indução experimental, o pesquisador pode chegar a uma lei geral.
Isso é possível através da observação de certos casos particulares sobre o objeto observado.

Na esfera da Geografia, a indução é frequentemente utilizada, mesmo que isso não seja expresso
com muita ênfase. Assim, discorda-se do pensamento de Sposito (2004, p. 27), o qual expressa:
“indução e dedução que, a nosso ver, constituem-se em encaminhamentos do pensamento que
são comuns a todos os métodos” e “indução e dedução são procedimentos da razão e não
métodos diferenciados e com identidade própria”, (p. 29). A discordância se dá, em virtude da
consideração, aqui, da indução como um método em si, com princípios filosóficos específicos e
autônomos que dão suporte à construção do conhecimento científico, estando presente, inclusive,
em estudos de Geografia Física aplicada como o de Silva (2018), apenas um exemplo dentre
muitos, que tomou como parâmetro a metodologia de Bertrand (1972), que, por sua vez, também
fez uso da indução.
Cabe enfatizar que a indução está presente em outras áreas do conhecimento científico
contemporâneo, como a Física, não podendo ser considerada como um “procedimento da razão”
inseparável da Dedução, pois esta prega a ausência de verdades universais, ao passo que aquela
ensina o oposto (no caso da Matemática, por exemplo)1. Além destas ciências, a indução pode

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ser vista na Clínica Médica, por exemplo, onde a observação de determinado (s) sintoma (s) leva
um médico a inferir qual doença o paciente tem (VELOSO, 2006). Veloso (2006, p. 5) reforça tal
afirmativa: “Por outro lado qualquer ensaio clínico baseia-se numa amostra de doentes
seleccionados e, por inferência (ou indução) procuram-se aplicar os resultados, que possuem um
grau de probabilidade variável, a uma população heterogénea”.
A indução dispõe, atualmente, de maneiras mais sofisticadas em sua construção metodológica,
sendo formuladas pela Filosofia, tanto para a própria Filosofia, como para a ciência. Uma delas é
a IME, que foi abordada, efetivamente, por muitos autores, como Lipton (2004). Ela combina a
prática inferencial com a explicativa (HARMAN, 1965). De acordo com o modelo da IME, ao se
faz inferências, busca-se explicações para as evidências à disposição, e a melhor explicação que
se encontra, dentre todas existentes e possíveis (geração e seleção de hipóteses), é a mais
aceitável, ou mesmo, a mais provável de ser verdadeira (JUNGES, 2008). Em outras palavras,
JUNGES (2008, p. 85-86) diz que “as explicações potenciais são geradas formando um conjunto
limitado e, finalmente, no segundo estágio, uma entre estas explicações potenciais é escolhida
como sendo a melhor”. Para tal, existem 2 (dois) tipos de explicações: a mais explicativa
(loveliest) e a mais provável (likeliest), que podem ser distintas (BARNES, 1995).

Junges (2008) ressalta a importância da IME na construção do conhecimento científico, citando


Charles Darwin (1809 – 1882). Na teoria da seleção natural, proposta pelo naturalista britânico,
Darwin deixa claro a necessidade de utilização de várias teorias para a compreensão do processo
natural de seleção, até o encontro da que o mesmo utilizou, considerando-a aquela que fornece a
melhor explicação. Isso pode ser visto em uma citação direta sua:

Dificilmente pode ser suposto que uma teoria falsa explicaria, de modo tão satisfatório
como explica a teoria da seleção natural, as várias classes de fatos acima especificadas.
Recentemente tem sido objetado que este é um método inseguro de argumentar; porém
este é um método usado para julgar os eventos comuns da vida e, freqüentemente, tem
sido usado pelos maiores filósofos naturais (DARWIN, 1962, apud JUNGES, 2008, p.
83).

Outro exemplo do uso da IME, explanado por Junges (2008), pode ser visto no exemplo a seguir.
Nele, é possível notar uma sequência lógica do pensamento, onde a indução é tomada como
parâmetro para a compreensão do enunciado.

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Suponha que você chegue a casa esperando encontrar sua amiga. No entanto, ela não está
e você nota que a bicicleta dela também não está. Então você lembra que ela havia lhe
dito que estava por terminar de escrever uma história e que deveria enviá-la urgentemente
por correio para uma revista. Você então supõe: ela pegou a bicicleta e foi até o correio
para enviar a história (JUNGES, 2008, p. 83-84).

Por fim, no caso da IME, cita-se a Teoria da Deriva Continental, de Alfred Wegener, que explica
que os continentes, hoje separados por oceanos, já estiveram unidos numa única massa em um
passado remoto. Esta teoria foi proposta em 1913 e era considerada a explicação mais provável
(likeliest) por Wegener, mas não pôde ser comprovada pelo autor durante sua vida (que cessou
em 1930), em virtude da falta de provas que evidenciassem qual o mecanismo que promovia o
afastamento dos continentes (teorias com base na indução têm de ser validadas por
comprovações empíricas). Só na década de 1950, a teoria proposta por Wegener foi comprovada
a partir de técnicas de mapeamento sistemático de águas profundas, bem como a descoberta de
fossas abissais e paleomagnetismo em rochas oceânicas. Desse modo, a explicação mais
provável foi promovida na comunidade científica para a teoria mais aceita/explicativa (loveliest)
para a tectônica de placas, sendo relevante, ainda hoje, no contexto científico.
A concepção de Vitte (2007) também vai ao encontro da IME e serve para o mapeamento de
unidades da Paisagem na Geografia, por exemplo. Para este autor, a hipótese, como uma
inferência, refere-se ao grau de evidência existente em algum fato/fenômeno observado. A
inferência seria, assim, uma proposição que exibe certa probabilidade de ser verdadeira, isto é, a
inferência a favor da melhor explicação, se igualando ao método da Abdução, que, igualmente,
preza pela geração e seleção de hipóteses que podem solucionar um determinado problema
(PEIRCE, 1972). Destarte, a Abdução é capaz de introduzir uma nova ideia, por meio da geração
de hipóteses provisórias, mas plausíveis (coleta de indícios para a formação de uma teoria, por
exemplo).
Holt-Jensen (2009) em sua obra Geography: History and Concepts afirma que:

Indução começa com fatos e deduções com a teoria, mas é necessário escolher uma delas
exclusivamente. Abdução é a terceira alternativa, recomendada por Alvesson e Skoldberg
(1994).

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A abdução, assim como a indução, baseia-se em fatos empíricos, mas o processo real
começa com a evolução dos padrões empíricos para as teorias tentativas. Em seguida,
segue o processo dedutivo como proscrito pelo popper – levando a corroboração ou
refutação, novos problemas e novos testes, em um processo científico sem fim2 (p.110-
111).

Figura 1 – Dedução, Indução e abdução.


Fonte: Holt-Jensen, 2009, p. 111.
Desta feita, o mapeamento realizado por Silva (2018) utilizou-se da IME e/ou da Abdução, assim
como outros mapeamentos que utilizam a vetorização de dados cartográficos com o uso de
imagens de alta resolução espacial.

Subáreas da Geografia Física

Para a Geografia Física, o interesse em Pedologia parte da necessidade em se entender os


padrões espaciais formados pelos diferentes tipos de solos e os fatores ambientais relacionados a
estes distintos tipos de solos, e tem como principal conceito o entendimento do solo enquanto um
corpo tridimensional, resultante de sistêmicas combinações entre os fatores climáticos, os
organismos, o material de origem (rocha) e o tempo (RESENDE et al., 2007).
O conhecimento em Geomorfologia e Pedologia, dentre inúmeras vantagens e possibilidades,
deve fornecer aos geógrafos: referencial para o estabelecimento de políticas públicas e
estratégias de desenvolvimento equilibrado com o ambiente; táticas de modelagem agrícola
sustentável e de melhorarias da qualidade de vida das populações atuais e futuras; dados sobre as
melhores áreas para a localização e orientação de equipamentos urbanos, tais como as rodovias,
ferrovias, centros urbanos, centros industriais, dentre outros; dados sobre áreas passíveis de
conservação e manutenção dos ecossistemas (SOUZA, 2013).

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Dentre as aplicações ao ensino de Pedologia, uma atividade útil e simples é a comparação do teor
de infiltração e erosão entre solos descobertos e solos recobertos por vegetação. Tais temas
podem ser trabalhados com a utilização de simples travessas cobertas por solos, que simulem as
respectivas interações propostas. Esta aplicação pode levar ao entendimento de que a erosão do
solo é parte do ciclo das rochas, no qual o material erodido é transportado, assim como leva ao
entendimento da influência da vegetação na redução do impacto das gotas de chuva e da
velocidade do fluxo de água. Outra aplicação possível, seria, durante um trabalho de campo,
observarmos um corte de estrada, demonstrando a variação vertical do perfil do solo, isto é, a
face de um conjunto de seções, zonas ou faixas, mais ou menos paralelas à superfície. Mais
formas de aplicação podem ser encontradas gratuitamente na página do Programa de Extensão
Universitária Solo na Escola do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade
Federal do Paraná, disponível em http://www.escola.agrarias.ufpr.br/ (SOLO NA ESCOLA,
UFPR, 2016).
Por último, cabe destacar a Hidrografia, subárea da Geografia Física que tem como objeto de
estudo as águas do planeta Terra, sendo a ciência que estuda, pesquisa e mapeia a distribuição
das massas de água da superfície terrestre, com especial atenção as águas continentais
(RODRIGUES e ADAMI, 2011). Assim como as subáreas supracitadas, este campo de estudo
faz amplo uso da abordagem sistêmica e dialética, principalmente ao adotar enquanto principal
conceito o de Bacia Hidrográfica.

Dentre as inúmeras aplicações desta subárea no ensino e na pesquisa, cabe elencar a delimitação
de bacias hidrográficas, o levantamento do padrão de drenagem e o estabelecimento da
densidade e hierarquia de drenagem, ambas atividades que podem ser feitas analogicamente em
sala de aula com base em uma carta topográfica ou digitalmente em um sistema de informação
geográfica com base em um modelo de elevação do terreno, gratuitamente disponibilizado na
homepage da Embrapa.

2.3. Método Dedutivo/ hipotético-dedutivo

De acordo com Sposito (2004; 2010), no método dialético, sujeito e objeto são intrínsecos; o
sujeito se estabelece e se modifica, construindo e transformando, ao mesmo tempo, o objeto, que
estabelecido (fruto do trabalho humano) influencia as ações do sujeito. Essa concepção, trazida
para a Geografia Física, pode ser exemplificada pela relação sociedade (sujeito) e natureza

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(objeto): a sociedade historicamente modifica a natureza, fazendo dela um reflexo das ações
antrópicas; contudo, enquanto produto social, a natureza condiciona a práxis dos homens, sendo,
portanto, reflexo e condicionante.
Logo, propor uma perspectiva dialética para a compreensão do real, para a construção do
conhecimento e para o entendimento da relação sociedade e natureza, significa adotar uma
metodologia cujo objetivo principal é estabelecer um princípio dinâmico onde os fatos
geográficos naturais estão em processos, têm uma história assinalada por transformações
qualitativas e quantitativas e evolucionam dialeticamente segundo a tríade tese, antítese e síntese
(MENDONÇA, 1989).
Já o método pautado na Teoria Geral dos Sistemas, se baseia em linhas gerais no entendimento
dos objetos e fenômenos enquanto sistemas, ou seja, um conjunto de partes integrantes e
interdependentes que, concomitante, formam um todo unitário com determinado objetivo
(BERTALLANFY, 1968, p.12).
Bertallanfy (1968), autor da Teoria Geral dos Sistemas, considera que os sistemas funcionam
executando processos e visando obter determinadas respostas. O autor afirma, ainda, ser o
sistema um conjunto de fenômenos que se processam mediante fluxos de matéria, energia e
informação; tais influxos geram relações de vinculação mútua entre os fenômenos, de tal modo
que o sistema apresenta propriedades que lhe são inerentes e diferem da soma das propriedades
dos seus componentes. Um exemplo dessas características é ter dinâmica própria. Como não há
limite inferior para um sistema ou para um subsistema e como o limite superior é o universo, o
conceito racional de sistema é universal (GREGORY, 1992).
Sobre esta abordagem, Tricart (1977) deixa claro que o conceito de sistema é o melhor
dispositivo coerente disponível aos estudos de Geografia Física, visto que o mesmo permite
adotarmos uma atitude dialética frente à necessidade da análise resultante do próprio progresso
da ciência de forma complexa, eficaz na atuação sobre o meio ambiente. Nesse ponto de vista, a
aplicação do método dialético e do método sistêmico no ensino e na pesquisa em Geografia
Física têm proporcionado o efetivo entendimento da relação sociedade e natureza. Contribuído
de forma significativa para o planejamento e ordenamento do uso e ocupação da terra através de
suas mais diversas subáreas ou campos de atuação. O método hipotético-dedutivo surgiu na
ciência com Sir Karl Raymund Popper. Esse autor foi grande crítico do indutivismo e propôs um

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método que visava a superar a dualidade entre indutivismo versus dedutivismo, ou melhor, entre
empirismo versus racionalismo, até então existente na ciência (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Segundo Popper (1975), a ciência é hipotética e provisória, e não um conhecimento
definitivo como supunham os empiristas. O método que Popper propôs era suposto por ele como
único, uma vez que superava o racionalismo e empirismo puros. Segundo Marconi e Lakatos
(2010), o método de Popper pode ser chamado também de “método de tentativas e eliminação de
erros” (p. 73).
O método hipotético-dedutivo consiste em se perceber problemas, lacunas ou contradições
no conhecimento prévio ou em teorias existentes. A partir desses problemas, lacunas ou
contradições, são formuladas conjecturas, soluções ou hipóteses; essas, por sua vez, são testadas
no que Popper chamava de técnica de falseamento. O falseamento pode ser feito, dentre outras
formas, através de experimentação ou análise de estatísticas. Após analisados os resultados, são
avaliadas as conjecturas, soluções ou hipóteses previamente elaboradas, que podem ser reputas
(rejeitadas) ou corroboradas.
2.1. Cartografia
A Cartografia é uma técnica que está ao serviço de várias ciências. Não se pode negar, contudo,
que a Cartografia constitui um conjunto de operações que, desde a preocupação fundamental de
transformar a superfície curva da Terra sobre uma plana, o papel, até a busca da melhor
simbologia para representar os mais variados factos desta superfície (alguns também invisíveis
como densidade demográfica, por exemplo) depende de uma sistematização das várias etapas
que a constituem, dando-lhe um caracter científico indiscutível (Duarte, 1991).

2.1.1. Cartografia Digital


A cartografia digital veio com a necessidade crescente de informações georreferenciadas e tem
motivado um interesse maior pela cartografia sistemática digital. Sato (1996) afirma que a
cartografia digital é o processamento digitalizado de dados que envolvem: a imagem digital, a
concepção de objectos, a vectorização, a scanerização (varredura), a rasterização (digitalização
matricial de imagens), entre outros.
A cartografia digital para além de garantir a revisão continuada da base de dados, possibilita-nos
a avaliação dos dados antes da impressão.

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3. Conclusão

Geografia Física tem como objetivo oferecer conhecimentos sobre os componentes fundamentais
do sistema ambiental e as relações mútuas entre os distintos componentes. Isso permite ricas
possibilidades de formação dos alunos seja na concepção dialética ou sistêmica do mundo, já que
eles se familiarizam com o meio circundante em que os fenômenos da realidade estão
relacionados entre si e se encontram em constante movimento e transformação.
A indução é pouco debatida na Geografia dos dias de hoje. Restringindo-se aos métodos
hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico, a ciência geográfica perde força e, por isso,
precisa de um rejuvenescimento constante no que tange ao seu contexto teórico-metodológico.
Isso é possível através de uma maior integração com a Filosofia, herdando novas tendências
como a IME e/ou Abdução, por exemplo, gerando mais opções metodológicas para a colossal
diversidade de estudos da Geografia.
O método hipotético-dedutivo é muito útil às pesquisas geográficas, faz-se necessário levantar
entre os geógrafos, professores e estudantes de Geografia uma maior debate acerca do domínio e
das possibilidades de uso deste método, para que esses possam ao longo de sua carreira realizar a
opção metodológica que mais se adeque aos seus objetivos de estudo. Acreditamos que a leitura
e discussão desta nota técnica podem facilitar o estudo e o ensino deste método entre
profissionais e estudantes de Geografia.

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4. Referências Bibliográficas

ALVES, F. D. Considerações sobre métodos e técnicas em geografia humana. Dialogus


(Ribeirão Preto), v. 4, p. 227-241, 2008.

DINIZ, M. T. M. Condicionantes socioeconômicos e naturais para a produção de sal marinho no


Brasil: as particularidades da principal região produtora. Fortaleza, 2013. CD-ROM 227f. Tese
(doutorado em Geografia). Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Estadual do
Ceará, Fortaleza, 2013.

MARANDOLA JR., E. Fenomenologia e pós-fenomenologia: alternâncias e projeções do fazer


geográfico humanista na geografia contemporânea. Geograficidade, v. 3, p. 49-64, 2013.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. 5. Ed. 4. São Paulo: Atlas,


2010.

POPPER, K. R. Conhecimento objetivo: uma abordagem evolucionária. São Paulo: Itatiaia:


EDUSP, 1975.

SALVADOR, D. S. C. O. A Geografia e o método dialético. Sociedade e Território (Natal), v.


24, p. 97-114, 2012.

SILVA, M. T. Uma análise crítica do método fenomenológico e a sua relação com as


‘geografias’ humanistas. Geografia em Questão (Online), v. 6, p. 63-93, 2013.

SPOSITO, E. S. Geografia e Filosofia - Contribuição para o ensino do pensamento geográfico.


São Paulo: UN

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