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PRODEMA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE


FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Trabalho final da disciplina Lógica e Crítica ministrada pelo professor


Antônio Carlos.

Aluna: Simone S. S. Sardeiro

31 de julho de 2018
PRODEMA
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Introdução

Este texto tem a finalidade de reflexão sobre a teoria de Thomas Kuhn como uma
das fundamentações teóricas do meu projeto de pesquisa no campo das ciências
ambientais.

Kuhn nasceu nos Estados Unidos, e como Filosofo escreveu sobre o progresso do
conhecimento científico: que os campos científicos passam por mudanças periódicas de
paradigma em vez de apenas progredir de forma linear e contínua, e que essas mudanças
de paradigma abrem novas abordagens para entender o que os cientistas nunca
considerariam válidos. (Conteúdo Aberto,2018)

A teoria de Kuhn permite pensar várias teorias sobre a base do conhecimento. O


conceito de paradigma ajudou a entender que nem sempre estar com o corpo quente é
agradável se jogar num mar gelado. Mas que as vezes você coloca o pé, vai sentindo
vontade de jogar o corpo inteiro. Uma analogia aos que se jogaram ao mar foram os
cientistas que insistiram em alguma ideia, existem também aquele que não vê necessidade
em passar por isso, e até outros que passam e nem notam que o mar está frio. E o sentido
de frio aqui, tento me referir ao choque do corpo quente (ciência normal) e o mar frio (a
fase pré-científica, onde não há explicação nem consenso).

Refletindo o conceito de Thomas Kuhn, penso que a palavra paradigma intende


expressar o formato de um sistema ordenado por conceitos, e esse conjunto de conceitos
aceitos é composto por palavras de valores usadas como proposta de solução de
problemas. Onde essas palavras que estão dentro do sistema vou chamar de paradigma.
A intenção aqui, nesse ensaio acadêmico, é como aplicar como base de conhecimento o
conceito de paradigma de tomas kuhn utilizando a ciência ambiental.

Desenvolvimento

As ciências evoluem através de paradigmas (Kuhn, 1970). Paradigma é um


conceito que traduziu para muitos como entender em forma de unidade uma conjuntura
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de informações, métodos e técnicas que convergem numa mesma normatização de


conhecimento, que Kuhn chamou de ciência normal.

O autor mudou a maneiro da comunidade cientifica ver ciência. Há mais ou menos


cinquenta anos foi publicado pela

University of Chicago Press, A estrutura das revoluções científicas. Dentro de espaços


acadêmicos é conhecido e usado o termo "mudança de paradigma".

Esse conceito trouxe a ideia que não existe a verdade e sim uma mudança de
paradigma. O que pode ser entendido como varias revoluções cientificas. E isso refletia
sobre quão bem alguém pode aplicar seus conhecimentos e suposições a um certo
problema. A tese dele é que na ordem para o surgimento de uma nova teoria. É necessário
o rompimento com a teoria antiga. (Kuhn, 1970)

A importância de Kuhn, no entanto, não reside em um de seus conceitos, mas no


fato de que, sozinho, ele mudou a maneira como a academia (escola filosófica) pensa
sobre a tentativa mais organizada da humanidade de entender o mundo. Antes de Kuhn,
a visão sobre a ciência era dominada por ideias filosóficas sobre como ela deveria se
desenvolver, tendo como referência o método científico (Descarte,1992), juntamente com
uma retórica de progresso científico como novas verdades às velhas verdades, uma busca
das teorias à verdade, e no caso ímpar, a correção de erros passados. Antes de Kuhn, em
outras palavras, teóricos e experimentadores do passado se engajaram em uma longa
marcha, se não em direção à "verdade", pelo menos em direção a um entendimento cada
vez maior de o mundo natural.

Na teoria de paradigma, a ciência se constitui um saber entre as demais com regras


e limitações. Pensa-se sobre a ciência sendo um ciclo onde a primeira fase acontece a fase
pré-científica, onde não há explicação nem consenso, nessa fase pode criar
incompatibilidade e teoria incompleta. A segunda fase é quando a teoria vai se tornando
mais e mais aceitável no universo cientifico, cientistas começam a usar. Nesse momento
é quando se torna um paradigma. A terceira fase é quando se começa o que Kuhn chamava
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de ciência normal, nesse momento o objetivo é explicar e ampliar o paradigma. Para ele
paradigma é o tempo que eles passam a vida utilizando um conceito.

Campos científicos passam por mudanças periódicas de paradigma não progride


de forma linear e contínua, e mudanças de paradigma abrem novas formas para entender
o que os cientistas nunca considerariam válidos. A noção de verdade científica mais
antiga, a qualquer momento, não pode ser estabelecida apenas por critérios objetivos, mas
é definida por um consenso de uma comunidade científica. Paradigmas concorrentes são
frequentemente incomensuráveis; isto é, são contas concorrentes e irreconciliáveis da
realidade. Assim, nossa compreensão da ciência nunca pode confiar inteiramente na
"objetividade" sozinha. A ciência deve explicar também as perspectivas subjetivas, uma
vez que todas as conclusões objetivas são, em última análise, fundadas na visão subjetiva
de condicionamento / mundo de seus pesquisadores e participantes.

Conclusão

A ciência ambiental é o estudo dos efeitos de processos naturais e não naturais e


das interações dos componentes físicos do planeta no ambiente. Áreas de estudo
relacionadas incorporam mais das ciências sociais para compreender as relações
humanas, percepções e políticas para o meio ambiente, e a engenharia, que se concentra
no design e na tecnologia para melhorar a qualidade ambiental em todos os aspectos. É
meio que pensar e fazer ao mesmo tempo.

O conceito de PROTEÇÃO AMBIENTAL, PRESERVAÇÃO AMBIENTAL e


CONSERVAÇÃO AMBIENTAL compõem o principal impasse em lidar com o meio
ambiente nos dias atuais. Esses são CONCEITO-CHAVE ou NORTEADOR de
compreensão a respeito das Ciências Ambientais.

Os cientistas ambientais trabalham em assuntos (os temas mais abordados em


publicações sobre meio ambiente) como o entendimento dos processos da terra, avaliação
de sistemas alternativos de energia, controle e mitigação da poluição, gerenciamento de
recursos naturais e os efeitos das mudanças climáticas globais.
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O paradigma atual traz palavras como sistema alternativo, controle e mitigação de


poluição, gerenciamento de recursos naturais, conceitos que tem como intenção “salvar o
planeta” e “ser economicamente viável” (Kingsnorth, 2012) para mediar o principal
impasse em lidar com o meio ambiente nos dias atuais que perpassam os conceito de
PROTEÇÃO AMBIENTAL, PRESERVAÇÃO AMBIENTAL e CONSERVAÇÃO
AMBIENTAL.

O paradigma atual traz a discussão da diversidade de visão de mundo, o saber


saber, saber fazer e saber ser (Fazenda, 2008) que está sendo proposta pela palavra
interdisciplinaridade. Interdisciplinaridade é uma metodologia que trabalha com sistemas
abertos com autonomia e estratégia dentro de ambientes complexos (forças motrizes
diversas).

[...] o conhecimento é uma sinfonia. Para a sua execução será


necessária a presença de muitos elementos: os instrumentos, as
partituras, os músicos, o maestro, o ambiente, a plateia, os aparelhos
eletrônicos etc. A orquestra está estabelecida. Todos os elementos são
fundamentais descaracterizando, com isso, a hierarquia de importância
entre os membros. Durante os ensaios as partes se ligam, se sobrepõem
e se justapõem num movimento contínuo, buscando um equilíbrio entre
as paixões e os desejos daqueles que as compõem. (Fazenda, 2008)
Pensar

O uso dessa analogia serve para se compreender o sentido da interdisciplinaridade


(aqui entendido como paradigma atual de construção de conhecimento), Pensar
interdisciplinaridade em questões de natureza complexa e multifacetada como
sustentabilidade, segurança alimentar e saúde mundial tem como intenção o avanço no
estudo dessas questões prementes, a compreensão, a construção e a qualidade da atuação
do profissional das ciências ambientais.

Uma vez que o espaço (meio ambiente) é composto por vários objetos, com ordem
própria, é necessário admitir as diferenças nas abordagens possíveis (diferentes
concepções de mundo) e permitir a troca entre essas diferenças, para se admitir um
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entendimento melhorado de um fenômeno observado. Uma vez permitido essa troca, será
possível chegar a uma interdisciplinaridade.

Existe uma unidade no conceito de conservação e preservação, ambos tem o


objetivo de proteção (cuidado) segundo o Aurélio. No Brasil Área de Proteção Ambiental
possui o a característica de conservação ambiental. A diferença entre o conceito de
preservação e conservação está a corrente ideológica de cada termo. Onde, conservação
ambiental reflete a participação humana na busca da harmonia com a natureza (recursos
naturais). E, preservação propõe proteção integral, ou seja o recurso natural permanece
intacto e sem interferência humana.

Não existe um conceito chave na minha compreensão a respeito de ciências ambientais.


Por acreditar numa forma sistêmica e de movimento circular de concepção de mundo,
pois a natureza consiste em padrões moveis, cujo movimento é a essência da sua
existência segundo Milton Santos no livro a natureza do espaço, acredito na complexidade
das interações de algum fenômeno sem participar empiricamente e racionalmente dos
agentes formadores desse mesmo fenômeno estudado. Estaria sendo generalista em
afirmar uma só tendência.
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Bibliografia

CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Conteúdo_aberto&oldid=15696001> Acesso
em: 28 nov 2018.

DESCARTES. Discurso do método. São Paulo, Nova Cultural, 1992. Col. “Os
Pensadores”

FAZENDA, I (Org.). O que é interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2008. V.


01. 199 p.

HARARI,YUVAL N. Uma Breve História da Humanidade – Sapiens. Editora:


L&PM Editores, 2015. ISBN: 8525432180

KINGSNORTH, P. The new environmentalism: where men must act “as gods” to
save the planet. The Guardian, (August), 1–3. 2012. Retrieved from
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2012/aug/01/neogreens-science-business-
save-planet

Kuhn, T. S. The structure of scientific revolutions. International encyclopedia of


unified science. Foundations of the unity of science, v. 2, no. 2 CN - Q175 .K95. 1970
(Vol. 26). http://doi.org/10.7208/chicago/9780226458106.001.0001

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