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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,CIÊNCIA E TECNOLOGIA

RIO GRANDE DO NORTE


CAMPUS EAD

ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA NUMA


PERSPECTIVA TRANSDISCIPLINAR - LPM

TRANSDISCIPLINARIDADE
UM CONCEITO MODERNO DE EVOLUÇÃO

Autora: M.F.N.FERNANDES
mafati1958@yahoo.com.br*

Or: D.L.A.B.O.EUSTÁQUIO
e daniella.lago@ifrn.edu.br*
INTRODUÇÃO

O modelo de paradigma pelo qual nos orientamos hoje foi fruto de duas
rupturas. A primeira entre o homem e o mundo, e a segunda entre o sujeito e o
objeto do conhecimento Santos(1998:43 apud ANDRÉ,2015,p.3-10)Se o
questionamento da primeira ruptura foi “para que queremos o senso comum” e a
segunda foi “para que queremos ciência” a resposta às perguntas dos conflitos
hodiernos é “um conhecimento que sendo prático é esclarecido e sendo sábio é
democraticamente distribuído Santos (1989: 45, apud ANDRÉ,2015, p.10)
JUSTIFICATIVA

Este trabalho resultou de uma identificação pessoal com a abordagem


transdisciplinar e escolha do tema entre vários oferecidos pela universidade.
Uma oportunidade para aperfeiçoamento na área pedagógica e o desejo de
compreender como se deu o processo que culminou na origem do paradigma
como proposta educacional.

ara
OBJETIVOS

GERAL
 Pesquisar a origem, evolução, benefícios e desafios da transdisciplinaridade para a
educação.

ESPECÍFICOS
 Investigar formas e manifestações iniciais de produção acadêmica transdisciplinar;
 Informar os princípios básicos da transdisciplinaridade;
 Verificar os desafios e benefícios como novo paradigma educacional;
 Discorrer sobre o conceito, origem do termo e evolução.
REFERENCIAL TEÓRICO

ORIGEM DO CONCEITO TRANSDISCIPLINAR


Conceito de conceito ( DAHLBERG,1975 P.101)
Teorema de Gödel (SANTOS,2005 p.73)
Conceito de paradigma Gonzàlez ( apud RODRIGUES,2010 p.2)
FORMAÇÃO DO TERMO “TRANSDICIPLINARIDADE”
Escrito e publicado por Jantsch (CRUZ &COSTA,2015); (BOGER,1973)
1970 – Verbalização do termo: “Interdisciplinaridade Problemas de Ensino e
Pesquisa em Universidades” ( Piaget)
1991 - Esboço do projeto transdisciplinar “Perspectivas transdisciplinares para o século XXI
TRAJETÓRIA E EVOLUÇÃO
1994 – 1º Congresso Internacional de Interdisciplinaridade(UNESCO)
Carta da Transdisciplinaridade
1996 – Elaboradas as estratégias para implementação.
BENEFÍCIOS PARA EDUCAÇÃO

Buscas sob perspectivas plurais;


Análise de vários ângulos do objeto em estudo;
Partes acolhidas sem separar do todo;
Circunstâncias múltiplas para comunhão.
Comunhão com o sagrado
(NICOLESCUS,1999 et al, apud ARNT,2010)
(VARELA et al,2003,apud ARNT,2010
FORMAS E MANIFESTAÇÕES DA
TRANSDISCIPLINARIDADE
 Como um novo enquadramento
intelectual;
 Como modelo de organização do
saber escolar;
 Como evasão do cotidiano rotinizado;

 Como modelo ideal de equipa;

 Como caminho para equidade social e


valores humanos.
 (DEMO,1997)
QUE É TRANSDISCIPLINARIDADE?

“A transdisciplinaridade não constitui nem uma nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma
nova metafísica nem uma ciência da ciência” (Carta da Transdisciplinaridade art. 7º)

“Uma atitude rigorosa em relação a tudo que se encontra no espaço que não pertence a
nenhuma disciplina. [...] ela faz emergir confrontação das disciplinas novos dados que as
articulam entre si, que dão uma nova visão da natureza e da realidade” Santos, (2005)

“[...] além da compreensão, é ação, reflexão, investigação, articulação, teoria, conceito e


sobretudo diálogo” MINAYO (2010)
PRINCÍPIOS DA
TRANSDISCIPLINARIDADE

 (RODRIGUES,2010)
 (ARNT,2010)
 (MATURANA,1995)
 (CHARDIN,1965 apud
SILVA,F.B.1999 )
METODOLOGIA

Pesquisa bibliográfica baseada em resumos, dissertações, artigos de periódicos, livros, e-


books, teses, tendo como principal veículo de informação as NTIC e ferramentas auxiliares
como os operadores booleanos e aceleradores de busca, base de dados de acesso livre e portais
de educação básica.
A cronologia só foi considerada quando necessária, mas a prioridade foi a busca de
temas transdisciplinares em várias áreas, e escolhidos os que melhor proporcionaram uma
concatenação de ideias que se identificaram com o objetivo.
Ao longo da pesquisa foram agregados outros textos para complementação e dirimir
dúvidas e ambivalência de conceitos. Os autores Akiko Santos; Elizabete Cruz e Fernando
Albuquerque; e Iribarry foram o ponto de partida dos conceitos transdisciplinares e os demais
coadjuvantes para composição de sentido e relações axiomáticas.
DESAFIOS

NO CAMPO DA METODOLOGIA
Intermediar o saber escolar para que o aluno atue como ser pensante com compreensão do
processo. Essa é a maior dificuldade (SEBATIAN & STRIDER,2009 P.32)

Conceder rigor metodológico diante da Imaginabilibidade dos conceitos.

NO CAMPO DA EFETIVIDADE
Mente aprisionada;
Preconceitos;
Dificuldade de reinterpretação, interlocução e contextualização
Manutenção do habitus
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nos autores selecionados não houve diferença significativa. Foi percebido um


diálogo em busca de compreensão sobre todo o processo de retorno aos princípios
transdisciplinares e de participação de cada ciência para formação do novo
paradigma.
Foi inferido que a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade não são
métodos, mas estratégias para compreensão, reflexão, articulação, teoria, conceito
e ação que juntos a teoria da complexidade tecem a imbicada coexistência entre a
autonomia e interdependência inseridos nos postulados filosóficos educacionais,
não isentos na prática pedagógica de equívocos e desvios.
CONCLUSÃO

De acordo com a síntese dos temas abordados, concluímos que a


transdisciplinaridade sempre esteve com o homem mesmo sem que ele tivesse
consciência disso. Será sempre um conceito que tem como objetivo impulsioná-lo
em busca de sentido, com múltiplas possibilidades de evolução conforme seus
recursos internos e materiais. Percebemos que mesmo com a primeira ruptura, o
conceito transdisciplinar sempre esteve oculto nas pesquisas científicas e só
retornou quando a tensão não mais era possível de conter e havia todo um clamor
de avanço não mais só em sentido tecnológico, mas existencial da humanidade
como resposta as dificuldade que ela construiu com a fragmentação. Podemos
concluir que o significado possui uma força relevante para uma educação
consciente e junto a uma prática pedagógica interativa que usufrua o diálogo e a
polifonia é mais fácil atingir os objetivos individuais de cada um com retorno social
positivo. Ficou evidente que, sendo a transdisciplinaridade uma abordagem, não
dispensa a especialização, mas permite que movimente as partes sem desagrega-
las do todo.
REFERÊNCIAS

 ANDRÉ, J. M. A dupla ruptura epistemológica em Introdução a uma ciência pós-moderna” de Boaventura Sousa Santos.
Implicações lógicas e epistemológicas. (publicações seriadas) Oficina do CES (nº 14, nov.Coimbra,1989. Disponível em: <
http://www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/ficheiros/14.pdf >Acesso em 23/12/2015
 ARNT, R.M. Pensando em princípios para uma docência transdisciplinar. Relatos de pesquisa. Science in Health 2010,jan-
abr.I(I): 55-64 ISSN2176-9090. Disponível em:<
http://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/new/revista_scienceinhealth/01_jan_abr_2010/
science_55_64.pdf >
 BOGER, Robert P. Organizational Police Issues Affecting Interdisciplinary Educacional Reseach Training. In reunião Anual da
Educacional Research Associatin Americana, 1973, New Orleans, Resumo. Colorado Univ. Boude, 1973, fev. 23 p.5 Disponível
em: <http://files.eric.ed.gov/fulltext/ED077422.pdf > Acesso em: 1 9/11/2015
 CRUZ, Elizabete; COSTA, Albuquerque F. Formas e manifestada transdisciplinaridade na produção científico-académica em
Portugal. Rev. Bras. Educ.vol.20no.60 Rio de Janeiro jan.mar.2015. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v20n60/1413-2478-rbedu-20-60-0195.pdf  Acesso em: 17/10/2015
REFERÊNCIAS

 DEMO, P. Conhecimento moderno – Sobre ética e intervenção do conhecimento. Petrópolis : Vozes,1997. p. 112 – 113.
 DAHLBERG, Ingetraut. Teoria do conceito. ci. inf. Rio de Janeiro,7(2): 101-107,1978. Disponível em: 
http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/viewArticle/1680  Acesso: 17/10/2015.
 IRIBARRY, Isac N. Aproximação sobre a transdisciplinaridade: Algumas histórias fundamentadas e princípios aplicados
ao trabalho de equipe. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Psicologia Reflexão e crítica.RS,2003,16 (3) pp.483-
490. Disponível em : http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n3/v16n3a07.pdf  Acesso em: 28/12/2015

 NICOLESCU, Basarab. A evolução transdisciplinar da Universidade, condição para desenvolvimento Sustentável.Sinopse:


Conferência no Congresso International "A Responsabilidade da Universidade para com a Sociedade", Chulalongkorn
University, Bangkok, Thailand, de 12 a14 de novembro de 1997 –Disponível em: 
http://ciret-transdisciplinarity.org/bulletin/b12c8por.php  Acesso em: 17/10/2015 >
 RODRIGUES.M.E.F. Os Paradigmas da ciência e seus efeitos no composição dos campos científicos: A instituição da
ciência da informação.DataGramaZero-Revista de Ciência da Informação-v.11 n.4. ago 2010. Disponível em:<
http://www.dgz.org.br/ago10/Art_02.htm > acesso em 29/12/2015.
REFERÊNCIAS

 MATURANA,H.R. ;FRANCISCO,V.G. A árvore do conhecimento. As bases biológicas do entendimento humano.(Trad. Jonas


Pereira dos Santos)Editora WORKSHOPSY (Editorial Psy II; ISBN 85.85.480-21-1) Campinas-SP-Brasil.1995.Disponível em:<
http://ruipaz.pro.br/textos/arvoreconhecimento.pdf
 MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a Educação do Futuro. 6ª ed. São Paulo: Cortez; Trad. Catarina Eleonora F. da silva
e Jeanne Sawaya; Brasília, DF UNESCO.2002.
 SILVA,F. B. Teilhard de Chadin:A ideia de evolução e vida pessoal. Revista eletrônica Print by FUNREI Μετανόια, São João del-
Rei, n. 1, p. 31-42, jul. 1998/1999 Disponível em <
http://www.ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/lable/revistametanoia_material_revisto/revista01/
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 SANTOS, Ana; SANTOS, Akiko. Da disciplinaridade à transdisciplinaridade. Obstáculos epistemológicos. AMPED
(UFRRJ/LEPTRANS). Caxambu, MG. 2005. Disponível em:
<http://www.ufrrj.br/leptrans/arquivos/Da_disciplinaridade_transdisciplinaridade_ANPED.pdf >
 MINAYO,M.C.S. Disciplinaridade, Interdisciplinaridade e complexidade. Emancipação, Ponta Grossa, 10(2): 435-442, 2010.
Disponível em: < http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/1937/1880.> Acesso em 30/12/2015. >
Acesso em:31/12/2015.

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