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Métodos Científicos

Conteudista: Prof.ª Dra. Ana Bárbara Pederiva Scheer


Revisão Técnica: Prof.ª Dra. Priscila Bernardo Martins
Revisão Textual: Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro

Objetivos da Unidade:

Conceituar e compreender a importância do método;

Identificar os diferentes tipos de métodos usados na metodologia científica;

Tecer a relação entre método e técnica.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
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ʪ Contextualização

A Ciência é um procedimento metódico que busca conhecer, interpretar e intervir na realidade. Dessa forma,
estudaremos alguns dos diferentes métodos científicos.

Mas o que é método científico? Podemos dizer que é o caminho trilhado pelo cientista quando busca
“verdades” científicas. Quais são as “verdades” científicas? O que é ser cientista? O que é Ciência? Existe
uma Ciência única? Quando nos reportamos a uma hipotética linha demarcatória, a separar o que julgamos
ser uma verdade científica de outras possíveis verdades, a que estamos nos referindo?

Por essas questões, nota-se que o método tem vital importância, já que é com ele que se alcançam as
“verdades” buscadas pela humanidade por meio dos pesquisadores.

Adiante, passamos a apresentar inicialmente o significado de método, na perspectiva de autores que


discutem essa temática tão relevante.
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ʪ Material Teórico

Método Científico
Método significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um objetivo. Portanto, entende-se
que: “É um procedimento de investigação e controle que se adota para o desenvolvimento rápido e eficiente
de uma atividade qualquer. Não se executa um trabalho sem a adoção de algumas técnicas e
procedimentos norteadores da ação” (BASTOS; KELLER, 2000, p. 84).

Qualquer pessoa pode realizar uma experiência que julgue ser bem-sucedida, mas sempre necessitará da
comprovação científica por meio de provas. Os cientistas só aceitarão uma teoria ou descoberta depois que
a replicarem ou obtiverem provas irrefutáveis até aquele momento. Uma experiência científica só será
considerada como válida para o mundo da Ciência, se for realizada seguindo determinadas normas.

Os cientistas se esmeram em replicar incontáveis vezes um trabalho até terem certeza de que foram
obedecidos todos os critérios de cientificidade exigidos pela Ciência. O cientista é aquele que utiliza o
método científico para encontrar a solução dos problemas ou compreender o universo à sua volta. Assim, o
método científico é o caminho trilhado pelo cientista.

No método científico, a hipótese é o caminho que deve levar à formulação de uma teoria. O cientista, na sua
hipótese, tem dois objetivos: explicar um fato e prever outros acontecimentos dele decorrentes. A hipótese
deverá ser testada e ou aplicada para que os resultados obtidos pelos pesquisadores comprovem
perfeitamente a hipótese, então ela será aceita como uma teoria. Para simplificar, a hipótese é uma tentativa
preliminar de resposta ao problema da pesquisa.
Figura 1

A hipótese é uma resposta provisória e antecipa algo que será ou não confirmado com a pesquisa. O Método
Científico é composto pelas seguintes fases:

Observação de um fato;

Formulação de um problema;

Proposta de uma hipótese;

Realização de uma pesquisa para testar a validade da hipótese.

Para maior segurança nas conclusões, toda pesquisa deve ser controlada com técnicas que permitem
descartar as variáveis que podem mascarar o resultado.

Existem vários tipos de métodos científicos utilizados pelos cientistas e pesquisadores de diferentes áreas
do conhecimento para se chegar a determinados resultados. São eles:

Método Indutivo
É aquele que parte da observação de casos particulares para o estabelecimento de hipóteses de caráter
geral. Trata-se do método proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o
conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios
preestabelecidos. Nesse método, parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se desejam
conhecer.

A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por fim,
procede-se à generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos. Observe o
exemplo a seguir:

João é mortal. Paulo é mortal. Manoel é mortal. Ora, João, Paulo e Manoel são homens. Logo, (todos) os
homens são mortais.

Conclusões indutivas são perigosas, pois generalizações de premissas verdadeiras podem levar a uma
falsa conclusão.

Método Dedutivo
É aquele pelo qual, a partir da observação de um princípio geral, chega-se a conclusões particulares. Parte
de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira
puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. É o método proposto pelos racionalistas
(Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo os quais só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro,
que decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis. Como neste exemplo:

Todo mamífero é vertebrado. Todo homem é mamífero. Logo, todo homem é vertebrado.

Método Hipotético-dedutivo
É aquele pelo qual, mediante a percepção de uma lacuna no conhecimento, formula-se uma hipótese e,
então, pelo processo de observação e inferência dedutiva, testa-se a predição da ocorrência de fenômeno
abrangido pela hipótese (LAKATOS; MARCONI, 1991).

Podem-se apresentar as etapas do método hipotético-dedutivo da seguinte forma: 

1 Problema: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes


para a explicação de um fenômeno, surge o problema;

2 Conjecturas: para tentar explicar a dificuldade expressa no problema, são formuladas


conjecturas ou hipóteses. Para a explicação de um fenômeno, surge o problema;
3 Dedução de consequências observadas: das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências
que deverão ser testadas ou falseadas;

4 Tentativa de falseamento: falsear significa tentar tornar falsas as consequências deduzidas das
hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo confirmar a hipóteses, no
método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la;

5 Corroboração: quando não se consegue demonstrar qualquer caso concreto capaz de falsear a
hipótese, tem-se a sua corroboração, que é a confirmação da hipótese, entretanto, ela é
considerada provisória.

Método Dialético
Procura contestar uma realidade posta, enfatizando as suas contradições. Para toda tese, existe uma
antítese, que, quando contraposta, tende a formar uma síntese. Tal método funda-se numa concepção
dinâmica da realidade e das relações dialéticas entre sujeito e objeto, conhecimento e ação, teoria e prática.

O método dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um
método de investigação da realidade pelo estudo de sua ação recíproca “[...] É contrário a todo conhecimento
rígido: tudo é visto em constante mudança, pois sempre há algo que nasce e se desenvolve e algo que se
desagrega, se transforma.” (ANDRADE, 1999, p.114-115). O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl
Popper a partir de críticas à indução, expressas em A Lógica da Investigação Científica, obra publicada pela
primeira vez em 1935. Portanto, o método dialético é contrário a todo conhecimento rígido, pois tudo é
percebido como em constante mudança.

Método Fenomenológico
Não se limita à descrição dos fenômenos. Também é, ao mesmo tempo, tentativa de interpretação dos
mesmos, com o objetivo de pôr a descoberto os sentidos menos aparentes, os sentidos mais fundamentais
que os fenômenos têm. Caracteriza-se por valorizar a pesquisa do cotidiano, por tentar resgatar tudo aquilo
que, pela rotina, foi perdendo relevo e significação, foi ficando oculto pelo uso, pelo hábito, pelo senso
comum. Nesse sentido, o enfoque fenomenológico permite reeducar, reorientar o olhar que investiga.
O método fenomenológico valoriza, sobretudo, a interpretação do mundo, o qual surge intencionalmente à
consciência do homem. Assim, pode-se afirmar que, na pesquisa de orientação fenomenológica, o sujeito
deixa de ser um observador imparcial, como pretende a abordagem positivista, para assumir, de certa forma,
a condição de “ator”. Aliás, um os méritos do método fenomenológico é justamente o de questionar os
procedimentos positivistas, encarecendo a importância do sujeito no processo da construção do
conhecimento. Outra característica marcante da pesquisa fenomenológica é sua recusa à caracterização,
pretendendo-se, ao contrário, sempre aberta a novas interpretações.

É importante ressaltar que alguns autores consideram inadequado falar em método fenomenológico.
Segundo eles, não haveria tal método, mas regras formais de pesquisa voltadas especialmente para o
fenômeno (aquilo que se mostra como é, que se mostra a si mesmo). Então, não caberia falar em método,
mas em atitude fenomenológica.

Método Histórico
Específico das ciências sociais, parte do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e
os costumes têm suas raízes no passado, sendo, portanto, fundamental pesquisar sua origem para bem
compreender sua natureza e função. Por exemplo, para se investigar uma instituição social como a família e
as relações de parentesco, o método histórico pesquisa, no passado, os elementos constitutivos dos vários
tipos de família e as fases de sua evolução social. O método histórico “consiste em investigar os
acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje”
(ANDRADE, 2003, p. 133). Dessa forma, o pesquisador que se utiliza do método histórico tem a preocupação
de colocar o fenômeno estudado no ambiente social em que surgiu, ou seja, contextualizá-lo. Assim, será
capaz de acompanhar suas sucessivas alterações e de compará-lo a fenômenos semelhantes em
sociedades diferentes (LAKATOS; MARCONI, 1991). Dentro do método histórico, há toda uma diversidade de
abordagem. É possível aplicar esse método ao estudo de um mesmo tema, porém, com enfoques tão
diferentes quanto o positivista, o fenomenológico, o dialético etc.
Figura 2
Fonte: Getty Images

Relação entre Método e Técnica


Na investigação científica, os termos “método” e “técnica” acima estão estreitamente relacionados e são
comumente empregados sem uma compreensão exata da sua diferenciação semântica.

O método, termo já conhecido na Grécia Clássica (méthodos), foi usado por Platão e Aristóteles no sentido
de “estudo ordenado de uma questão filosófica ou científica”. A palavra pode ser decomposta no prefixo
metá + hodós, que quer dizer caminho, via, rota. Em sentido genérico é, portanto, o caminho pelo qual se
chega a um determinado resultado.

Na terminologia científica, método pode ser definido como um conjunto de dados e regras de proceder,
permitindo atingir um fim previamente determinado. Exemplo: pesquisa experimental, diagnóstico, operação,
tratamento, reação físico-química ou biológica, prova clínica ou teste de laboratório.

Muitos teóricos definem método como um conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar a
um fim. A palavra “técnica” vem do grego tékhne, e significa arte. Se o método é o caminho, a técnica é o
modo de caminhar. Técnica subentende o modo de proceder em seus menores detalhes, a
operacionalização do método segundo normas padronizadas. É resultado da experiência e exige habilidade
em sua execução. Um mesmo método pode comportar mais de uma técnica.

O método científico inicialmente ocorre do seguinte modo: há um problema que desafia a inteligência; o
cientista elabora uma hipótese e estabelece as condições para seu controle, a fim de confirmá-la ou não. A
conclusão é então generalizada, ou seja, considerada válida não só para aquela situação, mas para outras
similares. Além disso, quase nunca se trata de um trabalho solitário do cientista, pois, hoje em dia, cada vez
mais as pesquisas são objetos de atenção de grupos especializados ligados às universidades, às empresas
ou ao Estado. De qualquer forma, a objetividade da ciência resulta do julgamento feito pelos membros da
comunidade científica que avaliam criticamente os procedimentos utilizados e as conclusões, divulgadas
em revistas especializadas e congressos.
Assim, dentro da visão do senso comum, a ciência busca compreender a realidade de maneira racional,
descobrindo relações universais e necessárias entre os fenômenos, o que permite prever os
acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a natureza. Para tanto, a ciência utiliza métodos
rigorosos e atinge um tipo de conhecimento sistemático, preciso e objetivo. Entretanto, apesar do rigor do
método, não é conveniente pensar que a ciência é um conhecimento certo e definitivo, pois ela avança em
contínuo processo de investigação que supõe alterações à medida que surgem fatos novos, ou quando são
inventados novos instrumentos. Por exemplo, nos séculos XVIII e XIX, as leis de Newton foram
reformuladas por diversos matemáticos que desenvolveram técnicas para aplicá-las de maneira mais
precisa.

No século XX, a teoria da relatividade de Einstein desmentiu a concepção clássica que a luz se propaga em
linha reta. Isso serve para mostrar o caráter provisório do conhecimento científico sem, no entanto,
desmerecer a seriedade e o rigor do método e dos resultados. Ou seja, as leis e as teorias continuam sendo
de fato hipóteses com diversos graus de confirmação e verificabilidade, podendo ser aperfeiçoadas ou
superadas.

A partir da explanação feita acima será que podemos afirmar que existe um método universal? Será que os
métodos universais devem ser considerados válidos para situações diversas? E tendo situações diferentes,
podemos qualificá-las como universais? Como descrever relações universais por meio de métodos
“individuais”? Será que esse tipo de método é realmente válido universalmente? Será que podemos nomear
o método como universal?

A busca do Conhecimento Científico como vimos anteriormente, passa por diversas etapas. Tais etapas
discutiremos a seguir.

Projeto de Pesquisa: Definição e Delimitação do Objeto de Estudo


O projeto de pesquisa desempenha várias funções: planeja a elaboração do trabalho de conclusão de curso,
permite aos orientadores que avaliem o trabalho de pesquisa que será realizado e auxilia o aluno para a
sistematização organizada de uma pesquisa. Para a elaboração de um projeto de pesquisa, é fundamental
que o aluno já tenha definido o objeto que vai pesquisar, de forma que possa, junto ao orientador, delimitar o
assunto, de forma a torná-lo mais preciso e claro.
Figura 3
Fonte: Getty Images

Não existe regra definida para a escolha do objeto. Pode ser feito de acordo com curiosidade do aluno, suas
necessidades pessoais ou mesmo por sugestão do orientador. Segundo Vieira:

“ Definir o tema é pensar o objeto e não apenas escolher o assunto. Nesse sentido a

definição não é um ato só inicial: ela se articula com a problematização, formando com
esta momentos e expressão de um único movimento. Qualquer que seja o ponto de
partida: uma referência bibliográfica, uma reflexão metodológica, um contato com fontes,
uma experiência de vida, ou um debate colocado pelo social, a construção do objeto,
dependendo da postura teórica do pesquisador e de sua vivência, se realizará por
caminhos diferentes, conduzindo a resultados também diferentes.”

- VIEIRA, 1998, p. 30-31

A delimitação do tema é importante porque circunscreve o assunto a um ângulo específico, facilitando a


pesquisa e a redação do trabalho.

Trabalhar em cima de um assunto bastante restrito facilita muito o trabalho de pesquisa e a elaboração do
texto. O fato é que o tema levado ao máximo de redução permite uma concentração da pesquisa e um
aprofundamento de seu conteúdo. Ou seja, é necessário definir com precisão o assunto particular que será
tratado, pois quanto maior o domínio que o aluno tiver do tema, mais facilidade terá no desenvolvimento do
projeto e posteriormente, na redação do Trabalho de Conclusão de Curso. Após a definição do objeto e
delimitação do tema de estudo, o pesquisador deve elaborar um projeto de pesquisa. Mas, para tal
elaboração, é de fundamental importância a realização de um levantamento de fontes primárias e
secundárias de pesquisa.

Projeto de Pesquisa: Levantamento, Leitura e Organização das Fontes


Primárias e Secundárias de Pesquisa
O pesquisador, após realizar a definição do objeto de estudo e delimitação do tema, deverá partir para os
próximos passos da pesquisa. Inicialmente, o estudante deve realizar o levantamento e a organização das
fontes primárias (jornais, revistas, leis, decretos etc.), que poderão ser localizadas nos diferentes órgãos de
documentação (museus, arquivos, bibliotecas, centros de documentação, entre outros) e secundárias de
pesquisa (referenciais teóricos e metodológicos).

A leitura e organização desses materiais auxiliarão o pesquisador situar o objeto de estudo no tempo e no
espaço e, ainda, na indicação dos pressupostos que irão subsidiar as discussões e análises a que se
propõe o estudo.
“ Em qualquer tipo de pesquisa, é imprescindível que se faça uma abordagem teórica sobre

o assunto no qual se insere o objeto problema a ser estudado. [...] O referencial teórico
deve conter um apanhado do que existe de mais atual na abordagem do tema escolhido,
mesmo que as teorias atuais não façam parte de suas escolhas. Deve estabelecer os
marcos conceituais que vão nortear o desenvolvimento da pesquisa, as linhas de
pensamento e as teorias que vão sustentar a análise dos dados que vai colher durante a
realização do levantamento [...].”

- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 37-38

O “diálogo” inicial com as fontes primárias e secundárias de pesquisa aponta os caminhos para que o
pesquisador consiga problematizar o objeto, ou seja, levantar questões e/ou hipóteses de pesquisa e ainda,
definir quais os objetivos do trabalho.

“ Nesse sentido não dá para fazer a seleção de fontes depois da problematização, como

geralmente recomendam os manuais. O pesquisador, no encaminhamento da pesquisa, se


depara com registros que funcionam como elemento perturbador, ou porque não consegue
explica-los, ou porque questionam linhas importantes de sua reflexão.”

- VIEIRA; et al., 1998, p.46

Após a definição do objeto, a delimitação do tema e o levantamento inicial das fontes de pesquisa, o
pesquisador pode partir para o próximo passo da pesquisa, que é a elaboração do projeto de pesquisa.
Figura 4
Fonte: Getty Images

Projeto de Pesquisa: Importância e Aspectos Metodológicos


(Elementos Constitutivos)

“ Em qualquer setor de atividade humana, planejar é necessário. Projeto é a preparação

gradual ou o planejamento referente a algo que se pretende pôr em prática em qualquer


área de estudos: ciências humanas, biológicas, exatas, artes e até mesmo em nossa vida
pessoal.”
- BIANCHI; ALVARENGA; BIANCHI, 2002, p.15

Um projeto de pesquisa, como vimos anteriormente, pode desempenhar várias funções, pois define e
planeja para o próprio aluno o caminho a ser seguido no desenvolvimento do trabalho de pesquisa e reflexão,
explicitando as etapas a serem alcançadas, os instrumentos e estratégias a serem usados; disciplina o
trabalho e organiza o tempo e permite ao orientador avaliar melhor o sentido geral do trabalho.

“ Os trabalhos monográficos constituem parte importante da formação técnico-científica

dos acadêmicos, sejam eles estudantes universitários de cursos de graduação ou de pós-


graduação. Por esse motivo, necessitam de um rigor metodológico e não podem ser
submetidos à pura espontaneidade criativa de quem os elabora. Portanto, os aspectos
metodológicos – instrumentos utilizados para dotá-los de tal modelagem – ganham
progressivamente mais relevância à medida que o pesquisador vai familiarizando-se com
as normas e especializando-se no ato de pesquisar.”

- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 32

O projeto de pesquisa é a etapa inicial da elaboração de trabalhos de conclusão de curso e, portanto, deve
conter alguns elementos essenciais, tais como:

Título e subtítulo do trabalho;

Introdução que permita situar e apresentar o tema de pesquisa;

Justificativa da escolha do tema;


 Objetivos;

Problematização (questões e/ou hipóteses da pesquisa);

Metodologia;

Cronograma de trabalho;

Bibliografia.

O título do projeto deve indicar o assunto do trabalho de forma criativa, para chamar a atenção para a
pesquisa e o subtítulo do projeto deve explicar o assunto do trabalho de forma detalhada, ou seja, o título
deve sintetizar o conteúdo da pesquisa. Pode ser acompanhado ou não de subtítulo. Nesse último caso,
enquanto o título tem caráter mais geral, o subtítulo delimita com mais precisão o alcance dos objetivos da
pesquisa. Exemplo: “A licenciatura em História: avaliação do curso de História da Unesp-Franca”. 

A introdução é a apresentação do assunto da pesquisa, ou seja, é onde contextualizamos espacial e


temporalmente nosso objeto de estudo, dialogando com os trabalhos que já versaram sobre o assunto.

“ A apresentação de um referencial teórico tem a finalidade de mostrar ao (s) avaliador (es)

do projeto que o autor detém conhecimento suficiente do assunto em que seu projeto está
inserido, buscando aprofundamento no tema que escolheu a partir de um objeto a ser
estudado.”

- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 38

Na justificativa, apresentamos o motivo da escolha do tema, sua relevância social e ou acadêmica


(científica). Nesse item, também precisamos dialogar com autores de trabalhos que já versaram sobre o
assunto, é onde se coloca a gênese do problema, explicitando os motivos mais relevantes que levaram a
abordagem do assunto. Nesse item, o pesquisador expõe os motivos mais significativos que o levaram a
abordar o tema escolhido. A argumentação, mediante a qual o pesquisador expõe os motivos que o levaram
a eleger determinado tema e a importância da contribuição que seu estudo pode ensejar, são fatores
fundamentais na aceitação da pesquisa por parte de seu público-alvo.

Na problematização do projeto, devemos levantar as questões e ou hipóteses da pesquisa. Tais problemas


deverão ser investigados durante a pesquisa e, posteriormente, respondidos durante a redação do trabalho
de conclusão de curso. Após a problematização do tema, o autor do projeto deve expor os objetivos que o
trabalho visa atingir, isto é, a situação que se deseja obter ao final da trajetória de pesquisa e redação do
trabalho de conclusão. 

“ Os objetivos determinam o que se projeta fazer, ou o que se pretende com a pesquisa.

Devem ser determinados considerando se a viabilidade de atingi-los. Os objetivos estão


diretamente relacionados ao tema e ao problema levantados [...].”

- BIANCHI; ALVARENGA; BIANCHI, 2002, p.19

Os objetivos devem estar claramente definidos, coerentes com o tema proposto, esclarecer o que se
pretende com o projeto a partir das hipóteses ou das questões de pesquisa a serem investigadas. Na
explicitação dos objetivos de uma pesquisa, antecipam-se as contribuições que a mesma pretende trazer
para o avanço daquela área específica do conhecimento.

No item metodologia, o autor deverá anunciar os materiais (fontes de pesquisa) que irá analisar e os
procedimentos metodológicos (métodos e técnicas) que irá utilizar na elaboração da monografia: trabalho
de campo, laboratório, entrevistas, pesquisa bibliográfica ou, se for o caso, um estudo que combinará
diferentes formas de investigação. A partir daí, devem ser apresentadas e respondidas questões do tipo:
Como? Com quê? Onde? Quando? Deverão ser mencionadas, também, as técnicas e instrumentos de
pesquisa que serão empregados na coleta de dados como, por exemplo: levantamento das fontes
documentais e bibliográficas, observação, entrevistas, questionários, testes, história de vida, análise de
conteúdo etc.

O cronograma de trabalho deve apresentar as várias etapas (atividades) do desenvolvimento da pesquisa,


distribuídas no tempo, ou seja, distribuição das tarefas nos períodos do calendário.

“ O cronograma de desenvolvimento das atividades de pesquisa depende de uma série de

fatores relacionados com as exigências das faculdades ou institutos, das agências de


fomento, da disponibilidade do pesquisador e, fundamentalmente, dos objetivos a serem
atingidos.”

- MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 40

Na bibliografia do projeto de pesquisa, todo material consultado para elaboração do projeto deverá ser
relacionado de acordo com as normas da ABNT.
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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta


Unidade:

  Vídeos  

Método Científico
A concepção do método científico mudou bastante no último século (e continua mudando),
contribuições como as de Karl Popper, Thomas Kuhn, Imre Lakatos, Paul Feyerabend, Jerry
Ravetz, entre vários outros, tiveram grande impacto no desenvolvimento do modelo atual.

Método Cientí co
  Leitura  

Algumas observações sobre o “Método Científico"


Estas notas apresentam e discutem, em nível introdutório, alguns aspectos do chamado
"método científico". Seu objetivo principal é mostrar que embora a complexidade da ciência
não permita que se conceba um "método" único, de aplicabilidade geral, para se "fazer"
ciência, o conhecimento científico se distingue de outras formas de saber por algumas
características importantes, que giram em torno da exposição deliberada e sistemática das
teorias científicas à análise racional e ao controle experimental. 

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Método Científico
Para que um pesquisador consiga explicar um fenômeno ou a composição de um material,
por exemplo, ele deve utilizar o método científico. O método científico pode ser definido
como um conjunto de procedimentos por meio dos quais um cientista consegue propor um
conjunto de explicações para fenômenos, constituição e formação de materiais etc. 

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
Método Científico: O Instrumental Indispensável para o Aluno

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
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ʪ Referências

ALVES, R. A Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e suas Regras. São Paulo: Loyola, 2000.

ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 2003.

BARBOSA, D. Metodologia de Estudos e Elaboração de Monografia. São Paulo: Expressão & Arte, 2006.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia Científica: Um Guia para a Iniciação Científica.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2000.

BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a Aprender: Introdução à Metodologia Científica. Petrópolis: Vozes, 2000.

BIANCHI, A. C. M.; ALVARENGA, M.; BIANCHI, R. Orientação para Estágio em Turismo: Trabalhos, Projetos e
Monografias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

DEMO, P. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000.

DIONE, J.; LAVILLE, C. A Construção do Saber. Porto Alegre: UFMG, 2004.

FREIRE-MAIA, N. A Ciência por Dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A. C. O Método Científico: Teoria e Prática. São Paulo: Harbra, 1986.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003.

JAPIASSU, H. Nascimento e Morte das Ciências Humanas. Rio de Janeiro: F. Alves, 1978.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A. Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.

MARION, J. C.; DIAS, R.; TRALDI, M. C. Monografia para os Cursos de Administração, Contabilidade e Economia. São
Paulo: Atlas, 2002.

MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia Científica na Era da Informática. São Paulo: Saraiva, 2002.

SALONON, D. V. Como Fazer uma Monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

VIEIRA, M. P. A.; PEIXOTO, M. R. C.; KHOURY, Y. M. A. A Pesquisa em História. São Paulo: Ática, 1998. Série
Princípios.
Pesquisa

Conteudista: Prof.ª Dra. Ana Bárbara Pederiva Scheer


Revisão Técnica: Prof.ª Dra. Priscila Bernardo Martins
Revisão Textual: Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro

Objetivos da Unidade:

Mostrar os principais tipos de técnicas e pesquisas científicas; 

Apresentar os aspectos metodológicos, teóricos e técnicos que envolvem um projeto de


pesquisa científica e o processo de orientação de um trabalho de conclusão de curso.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
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ʪ Contextualização

A pesquisa está relacionada diretamente com a produção de conhecimento e decorre da capacidade de


raciocínio do homem, no enfrentamento de inúmeros problemas e desafios.

A curiosidade e a necessidade de conhecer e explicar o novo faz com que a investigação científica se
enriqueça e evolua constantemente. Inúmeros autores, entre os quais Andrade (1999), Cervo e Bervian
(2006), Gil (1982), Lakatos e Marconi (1991), Salomon (1977) e Severino (2000), ao conceituarem pesquisa
científica, concordam que se trata de procedimento eminentemente racional, que faz uso de métodos
científicos, visando à busca de respostas e explicações para a questão em estudo.

Esses autores enfatizam, também, o caráter processual da pesquisa enquanto atividade que envolve fases,
desde a formulação adequada do problema até a elaboração e apresentação do relatório final ou
monografia.

Passamos adiante a apresentar inicialmente as etapas observadas na realização de uma pesquisa


científica.
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ʪ Material Teórico

As Etapas Observadas na Realização de uma Pesquisa Científica


Para Cervo e Bervian (2006), os passos geralmente observados na realização de pesquisas são os
seguintes: 

Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; 

Efetuar observações e medidas; 

Registrar, tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o intuito de


responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada; 

Elaborar explicações ou rever conclusões, ideias ou opiniões que estejam em desacordo com
as observações ou com as respostas resultantes; 

Generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvam condições
similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução; 

Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que surjam
certas relações.

- CERVO; BERVIAN, 1996, p. 46-47


As pesquisas costumam ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Podem ser
classificadas, por exemplo: 

Segundo a área de conhecimento – em pesquisas sociológicas, antropológicas, educacionais


etc.;

Segundo suas finalidades – em pesquisa pura ou aplicada;

Segundo as técnicas de coleta e interpretação de dados – em pesquisa quantitativa e


qualitativa;

Segundo o ambiente em que se desenvolve – em pesquisas de campo, de laboratório. 

A essa diversidade correspondem múltiplas maneiras de interpretar os dados obtidos. São os diferentes
marcos epistemológicos de que se lança mão para a compreensão da realidade estudada.

O resultado não deve se constituir em uma verdade única, absoluta e inquestionável, mas numa forma de
conhecimento que atribui um determinado sentido (não dogmático) àquele aspecto particular do real.

Conforme esclarece Pádua (2006), a classificação das pesquisas em diferentes tipos surgiu com o objetivo
de contribuir para o desenvolvimento das mesmas. A autora, entretanto, observa: 

“ Para além do formalismo que uma tipologia requer, devemos reconhecer que o

fundamental é compreender a realidade em seus múltiplos aspectos e, para tanto, essa


compreensão vai requerer, e talvez admitir, diferentes enfoques, diferentes níveis de
aprofundamento, diferentes recursos, dependendo dos objetivos a serem alcançados e as
possibilidades do próprio pesquisador para desenvolvê-los.”

- PÁDUA, 2006, p. 32-33


Quanto às suas finalidades, as pesquisas podem ser divididas em dois grandes grupos: puras e aplicadas.
No primeiro, encontram-se os estudos motivados por razões de ordem intelectual e, no segundo, as
pesquisas que objetivam resultados de ordem prática. Se a pesquisa pura pretende alargar a fronteira do
conhecimento, a pesquisa aplicada tem em vista a utilização, na prática, de conhecimentos disponíveis para
responder às demandas da sociedade em contínua transformação. 

Ao tomarmos como critério de classificação o procedimento geral de que se valeu o pesquisador, podemos
classificar as pesquisas em: bibliográficas, de laboratório e de campo. 

Um trabalho científico pode utilizar mais de um tipo de metodologia. Assim, uma pesquisa de cunho
predominantemente bibliográfico pode adotar, também, recursos da pesquisa de campo ou de laboratório.

Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos legais,
documentos mimeografados ou fotocopiados, mapas, fotos, manuscritos etc. Todo material recolhido deve
ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma
leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e fichamentos que, eventualmente,
poderão servir à fundamentação teórica do estudo. Por tudo isso, deve ser uma rotina tanto na vida
profissional de professores e pesquisadores, quanto na dos estudantes. Isso porque a pesquisa
bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre
determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na
definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da
justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final ou monografia. Encontra-se em Andrade
(1999), Gil (1991), Severino (2000), entre outras, importantes diretrizes para o êxito na pesquisa bibliográfica,
no que se refere à leitura, análise e interpretação de textos. 

Pesquisa de Laboratório
Comumente, esse tipo de pesquisa é confundido com pesquisa experimental, o que é um equívoco. Embora
a maioria das pesquisas de laboratório seja experimental, muitas vezes, as ciências humanas e sociais
lançam mão de pesquisa de laboratório sem que se trate de estudos experimentais. Na verdade, o que
caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de que ela ocorre em situações controladas, valendo-se de
instrumental específico e preciso. Tal pesquisa, quer se realize em recintos fechados ou ao ar livre, em
ambientes artificiais ou reais, em todos os casos, requer um ambiente adequado, previamente estabelecido
e de acordo com o estudo a ser realizado. A Psicologia Social e a Sociologia, frequentemente, utilizam a
pesquisa de laboratório, muito embora aspectos fundamentais do comportamento humano nem sempre
possam ou, por questões de ética, nunca devam ser estudados e ou reproduzidos no ambiente controlado
do laboratório.

Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à
coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base
numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado.
Ciência e áreas de estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, Psicologia da Educação,
Pedagogia, Política, Serviço Social, usam frequentemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos,
grupos, comunidades, instituições, com o objetivo de compreender os mais diferentes aspectos de uma
determinada realidade. 

Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento bibliográfico. Exige também a
determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição
das técnicas que serão empregadas para o registro e análise. Dependendo das técnicas de coleta, análise e
interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem
predominantemente quantitativa ou qualitativa. 

Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador se limita à descrição


factual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da realidade social (Franco, 1985, p.35). É
empregada nas pesquisas de âmbito social econômico, de comunicação, mercadológica, de opinião etc.,
como forma de garantir a precisão dos resultados, à medida que as técnicas de coleta que aplicam
propiciam a quantificação de todo o material recolhido e à medida que prevê o tratamento estatístico desse
material. Numa pesquisa em que a abordagem é qualitativa, o pesquisador está interessado na
interpretação que os próprios sujeitos estudados têm da situação sob estudo, por esse motivo há a ênfase
na subjetividade. 
A abordagem qualitativa oferece flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa, pois “o pesquisador
trabalha com situações complexas, que não permitem a definição exata e a priori dos caminhos que a
pesquisa irá seguir” (MOREIRA, 2004, p. 57).

Fontes Confiáveis de Conhecimento Científico:


Documentação Direta (Primária) e Indireta
(Secundária) 
Para uma boa formação universitária e, consequentemente, uma boa pesquisa, é necessário que o
estudante/pesquisador desenvolva algumas habilidades próprias de cada área do conhecimento.
Inicialmente, para que essas habilidades sejam adquiridas, faz-se necessário um embasamento teórico. 

Esse embasamento teórico deve ser adquirido em fontes confiáveis de pesquisa, que podem ser localizadas
em diversos locais, tais como: bibliotecas especializadas, arquivos públicos, sites acadêmicos/científicos
dedicados a divulgação de pesquisas, sites governamentais, entre outros. A identificação das fontes
confiáveis de pesquisa pode ser iniciada da seguinte forma: 

“[...] pela consulta de obras que propiciam informações gerais sobre o assunto: enciclopédias, manuais,
dicionários especializados etc. Essas obras indicarão outras, que abordam o assunto de maneira mais
específica e abrangente. Se houver necessidade de atualizar informações, as obras de publicação mais
recente, os artigos de revistas e outras publicações especializadas deverão ser consultados.”

- ANDRADE, 2003, p. 41

As fontes de pesquisa (livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado, revistas acadêmicas ou


científicas, bases de dados etc.) podem ser divididas em primárias e secundárias. 
Fontes primárias: são obras ou textos originais, com informações de primeira mão, ainda não
trabalhados, analisados e interpretados por pesquisadores. Exemplos: documentos oficiais,
documentos iconográficos, músicas, poesia, documentos estatísticos, diários etc.;

Fontes secundárias: são obras (trabalhos) que interpretam e analisam as fontes primárias.
Exemplos: dissertações de mestrado, teses de doutorado, artigos acadêmicos e científicos
etc. Para a elaboração de trabalhos (pesquisas) acadêmicos, podemos recorrer, também, a
diversas instituições públicas e privadas que armazenam e disponibilizam para consulta bases
de dados do acervo de documentos e da produção intelectual.

Projeto de Pesquisa: Elaboração do Texto


Todo projeto de pesquisa, como atividade racional e sistemática, deve passar por uma fase preparatória de
planejamento. Essa fase é concretizada mediante a elaboração de um projeto, que é documento explicitador
das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa (GIL, 1995, p. 22).

Em outras palavras, a finalidade intrínseca do projeto é indicar as intenções do autor, deixando esclarecidos
o título (ainda que provisório), a delimitação inicial do objeto da pesquisa, a justificativa, os objetivos, o
caminho que será percorrido, as estratégicas e os instrumentos a serem utilizados e as etapas a serem
vencidas.

O planejamento, como estratégia global de ação, supõe a flexibilidade, a qual deve estar presente em toda
atividade de pesquisa. Assim, o projeto inicial pode sofrer alterações à medida que o pesquisador
desenvolve e aprofunda suas ideias ou faz a descoberta de novos dados.

Nas pesquisas qualitativas, principalmente, não se parte de um projeto rigidamente determinado. Ao


contrário, as questões da pesquisa vão se transformando, as técnicas vão sendo revistas e reelaboradas no
próprio processo de pesquisa. Ao redigir o projeto de pesquisa, é desejável a utilização de frases curtas e
vocabulário adequado. Recomenda-se o emprego do pronome impessoal “se” e de algumas formas verbais
que tendem à impessoalidade, contribuem para a objetividade na redação.

Exemplo:
“Nesta pesquisa pretende-se”, ou “tal levantamento foi obtido”, ou “a metodologia adotada” ou “o presente
trabalho procura” etc. Porém, se outra for a opção do autor, jamais deverá misturar frases na primeira
pessoa como: “eu penso que o ensino...” com frases que utilizam outras formas verbais ou pronominais:
“nesta monografia, pretendemos”, ou “procedeu-se neste estudo...” etc. Deve-se, também, evitar o uso do
plural de modéstia “nós” como primeira pessoa do singular “eu”.

Concluindo, na redação do projeto, conforme já assinalado, o cuidado com a clareza e a concisão deve estar
presente em todo o trabalho, evitando-se argumentações demasiadamente abstratas, o exagero de orações
subordinadas em um só período, ideias repetidas em vários parágrafos, a pomposidade e o artificialismo,
buscando-se, ao contrário, a simplicidade. Todavia, simplicidade não significa nem simplismo, nem desleixo
gramatical. A redação científica deve primar pela propriedade e correção vernácula.

“É indispensável uma revisão geral do trabalho que considere não só aspectos relacionados ao estilo,
gramática e ortografia, mas, também, ao conteúdo, clareza, lógica da argumentação, articulação e equilíbrio
entre suas diferentes seções.”

- ANDRADE, 1999

É após a digitação do trabalho, recomenda-se, ainda, uma leitura crítica final, para evitar que o mesmo seja
apresentado com erros.

Projeto de Pesquisa: o Processo de Orientação


A elaboração de um trabalho de pós-graduação exige do pós-graduando muita seriedade, dedicação e
disciplina. Segundo Severino:
“Ao pós-graduando, como a qualquer pesquisador, impõem-se um empenho e um compromisso inevitáveis,
sem os quais não há ciência e nem resultado válido. Assim sendo, a realização de um trabalho de pós-
graduação exigirá muita dedicação ao estudo, à reflexão, à investigação. Exigirá muita leitura, muita
participação nos debates, formal ou informalmente promovidos.”

- SEVERINO, 1992, p. 112

Para que o pós-graduando consiga realizar sua pesquisa de forma adequada, ele precisa compreender que
necessitará de autonomia. Mas ele contará com o auxílio do orientador que desempenhará a função de
educador, que irá dialogar com o pós-graduando, respeitando sua autonomia.

“O papel do orientador não é o papel de pai, de tutor, de protetor, de advogado de defesa, de analista, como
também não é o de feitor, de carrasco, de senhor de escravos ou de coisa que o valha. Ele é um educador,
estabelecendo, portanto, com seu orientando uma relação educativa, com tudo o que isto significa, no plano
da orientação científica, entre pesquisadores.”

- SEVERINO, 1992, p. 188

A relação entre orientador e orientando é de trabalho em conjunto. Mas o orientador não irá elaborar o
trabalho para o orientando, pois sua função é de sugerir caminhos, pistas, ajudar a clarear a proposta,
indicar bibliografia etc. O ideal é que o pós-graduando procure um orientador, após ter definido seu tema de
estudo, para que o orientador possa auxiliá-lo na delimitação do tema, na busca por objetivos e todos os
outros aspectos que envolvem a pesquisa, da elaboração do projeto até a conclusão do trabalho final.
3/4

ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Livros  

Como Elaborar Projetos de Pesquisa


GIL. A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas. 

  Leitura  

A construção do objeto de pesquisa

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ACESSE

Falando de metodologia de pesquisa


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ACESSE

Pesquisa científica e publicações

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ACESSE
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ʪ Referências

ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2000.

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2003.

CERVO, A.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson, 2006.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

DIONE, LAVILLE, C; DIONE, J. A construção do saber. Porto Alegre: UFMG, 2004.

FRANCO, M. L. P. B. O estudo de caso no falso conflito que se estabelece entre análise quantitativa e análise
qualitativa. Cadernos de pesquisas, São Paulo, n. 50, p. 30-41, 1985.

FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003.

JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. Alves, 1978.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.

MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002.

MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

PÁDUA, E. M. M. de. Metodologia de pesquisa: abordagem teórico-prática. 12 ed. Campinas, SP: Papirus Editora,
2006.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
Textos Científicos

Conteudista: Prof.ª Dra. Ana Bárbara Pederiva Scheer


Revisão Técnica: Prof.ª Dra. Priscila Bernardo Martins
Revisão Textual: Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro

Objetivos da Unidade:

Evidenciar a importância da documentação como método de estudo: fichamento, resumo,


resenha, artigos e seminários;

Apresentar as diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
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ʪ Contextualização

A preparação planejada e metódica de um trabalho científico, tal como o que é exigido nos cursos de
graduação e pós-graduação, supõe uma sequência de etapas. As principais etapas para elaboração dos
trabalhos são: determinação e delimitação do tema, levantamento bibliográfico e de fontes primárias de
pesquisa acerca do tema, leitura e análise da documentação, construção lógica do trabalho e, finalmente,
redação do texto.

As fontes documentais ou fontes primárias, por exemplo, referem-se a documentos, escritos ou não, tais
como: documentos de arquivos públicos como jornais, entre outros.

Passamos, a seguir, a explicitar as principais etapas de um trabalho científico.


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ʪ Material Teórico

Etapas para a Elaboração de Trabalhos Científicos

A determinação e delimitação do tema


A determinação do assunto a ser tratado envolve a escolha e a delimitação do tema. A escolha do tema deve
estar vinculada a dois aspectos fundamentais: formação do pesquisador e sua prática cotidiana. As
vivências dos problemas no desempenho profissional diário ajudam a alcançar a clareza necessária ao
investigador na delimitação e resolução do problema (TRIVIÑOS, 1987, p. 93).

O tema delimitado facilita a pesquisa. A partir de uma visão clara do tema, sob determinada perspectiva, faz-
se a problematização. A formulação do problema, a hipótese ou questões de pesquisa a serem investigadas
devem ser redigidas com precisão e objetividade. Devemos ter maiores cuidados em relação a temas que já
foram objeto de outros estudos. Isso, no entanto, não deve impedir que um mesmo tema seja abordado por
vários estudiosos, desde que façam uso de diferentes enfoques, o que permitirá, ao invés de redundância,
alcançar conclusões inovadoras e complementares.

Levantamento bibliográfico e de fontes primárias 


As fontes documentais ou fontes primárias referem-se a documentos, escritos ou não, tais como:
documentos de arquivos públicos (jornais, documentos oficiais, dados estatísticos, dados históricos,
material cartográfico, entre outros) documentos de arquivos privados (diários, memoriais, cartas,
autobiografias e outros). As fontes bibliográficas ou secundárias abrangem todo o material que tenha sido
tornado público por um profissional ou pesquisador, que tenha analisado as fontes primárias de pesquisa. O
levantamento de fontes faz-se mediante consultas a catálogos e fichários de bibliotecas, sumários de
publicações, bancos de teses e dissertações, material de divulgações, material de divulgação de editoras,
listas bibliográficas constantes de livros e artigos ligados ao tema, programas de busca da Internet etc.
Levantando o material, faz-se necessária uma triagem, já que nem tudo será lido e estudado. Nesse ponto,
as resenhas são importantes por indicarem se o material é ou não útil ao desenvolvimento da pesquisa.
Quando não há resenhas disponíveis, deve-se procurar informações diretamente na obra: prefácios,
“orelhas”, sumários, passagens do texto etc. É no momento da triagem que se identifica aquele material, não
só o relevante, como também o mais adequado ao desenvolvimento do trabalho, deixando-se de lado obras
genéricas como enciclopédias, revistas não especializadas, livros didáticos, enfim, todo material que não
apresente um grau de complexidade compatível com o nível que o pesquisador pretende alcançar. Ao
contrário do que se pensa, não se deve pesquisar apenas em documentos recentes e atualizados. Uma
pesquisa científica deve ser iniciada a partir de referências antigas quando o assunto assim o ensejar. Os
livros, as revistas e jornais e mesmo a Internet podem ser fontes valiosas de informações relevantes na
pesquisa que se deseja realizar. São necessários dados quantitativos e qualitativos que possam validar os
fundamentos do estudo desejado.

Leitura e análise da documentação


De posse das informações obtidas mediante a busca, levantamento e leitura preliminar das fontes de
pesquisas, faz-se necessária a elaboração de um plano prévio do trabalho a ser desenvolvido. Trata-se de
um esboço traçado a partir das grandes linhas que estruturarão o estudo. Sendo provisório, esse plano
inicial, à medida que incorpora ganhos de leitura, sugestões de especialistas, dados de observação da
realidade, poderá sofrer reformulações mais ou menos profundas. Estabelecido o plano prévio, inicia-se a
leitura propriamente dita do material selecionado, leitura esta seguida de anotações: fichamentos, resumos,
resenhas e mesmo comentários pessoais, os quais devem ser classificados e arquivados tendo em vista a
redação do texto final.

A construção lógica do trabalho 


A construção lógica do trabalho é expressa mediante o encadeamento lógico das ideias, com o objetivo de
comunicar ao leitor todo o percurso do estudo e suas conclusões. Qualquer que seja sua natureza: resenha,
artigo, monografia etc., o trabalho científico deve-se constituir numa totalidade inteligível e organicamente
estruturado. Para tanto, é preciso que as seções do trabalho, os capítulos, os parágrafos, organizem-se de
modo coeso, numa sequência lógica, de modo que o leitor seja capaz de seguir o fio condutor do raciocínio.

Redação do texto
A redação de um trabalho acadêmico deve ser realizada com atenção para evitar problemas de digitação,
problemas com pontuação, ortografia, concordância, ou incoerência dos dados apresentados, entre outros.
“ Nunca uma primeira redação pode ser dada como definitiva: é indispensável a redação

prévia das partes e outra redação global do trabalho. Esta redação deverá ser revista,
criticada, uma ou duas vezes, para que se possa considerá-la como definitiva.”

- ANDRADE, 2003, p. 89

É muito importante, no momento da redação final do trabalho, que o estudante (ou o pesquisador) tenha em
mãos dicionários, dicionários de sinônimos, manuais de redação, entre outros materiais, para evitar
problemas de ortografia e, também, a repetição constante de palavras. A formatação do trabalho científico
deverá seguir o padrão de normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. As
normas atualizadas da ABNT encontram-se na biblioteca da universidade.

A Elaboração de Trabalhos Científicos: Fichamento, Resumo, Resenha


e Artigo

Fichamento
O fichamento consiste em armazenar em fichas informações relevantes para a pesquisa. Ao conjunto de
fichas, denominamos arquivo. Esse trabalho pressupõe a anotação, que é um procedimento de seleção de
dados para futura utilização. Uma das principais características de uma anotação adequada é possibilitar a
redação. Dessa forma, elas não podem ser sintéticas demais, a ponto de serem incompreensíveis. Às
vezes, durante o estudo, queremos reduzir a informação e usamos códigos que não são lembrados
posteriormente, inviabilizando a escritura a partir deles. 

Em geral, as fichas compreendem: cabeçalho, corpo da ficha e referências bibliográficas. O cabeçalho


engloba título genérico ou específico e letra indicativa da sequência das fichas, caso seja utilizada mais de
uma. O corpo da ficha engloba as informações propriamente ditas. A referência equivale à indicação da
fonte bibliográfica do material, ou seja, a procedência do material. 
As clássicas fichas de cartolina têm perdido espaço para programas de computador que garantem
economia de trabalho e de tempo. A vantagem de se fichar o conteúdo em computador é a facilidade de
transposição delas para o texto. Basta digitar o dado a ser anotado para um arquivo de documento e copiá-lo
e colá-lo ao texto do pesquisador quando for conveniente.

Além disso, qualquer arquivo de documento pode ser impresso e catalogado como se fosse uma ficha
comum. Segundo Bastos e Keller (2000), os fichamentos podem ser:

Obra inteira: comentário de toda obra, de modo resumido, com as próprias palavras;

Tipo citação: resumo das ideias principais apresentadas no texto, utilizando transcrições fiéis,
literais que devem vir entre aspas e apresentar o número da página ao final da citação;

Tipo esboço ou sumário: apresenta as ideias principais de uma obra de forma sintética, mas
detalhada, o número das páginas onde se encontram tais informações deve ser indicado;

Vocabulário técnico: anotam-se definições, termos técnicos e conceitos.

Resumo
O resumo deve se limitar ao conteúdo do trabalho, sem qualquer julgamento de valor. Consiste na leitura e
síntese das ideias principais do texto com suas próprias palavras.

“ O resumo do texto é, na realidade, uma síntese das ideias e não das palavras do texto.

Não se trata de uma miniaturização do texto. Resumindo um texto com as próprias


palavras, o estudante mantém-se fiel às ideias do autor sintetizado.”

- SEVERINO, 2002, p. 131

No resumo não há crítica, pois tem a finalidade de apontar as ideias centrais do texto, os pontos relevantes.
Resenha
A resenha é a apresentação do conteúdo de uma obra (resumo), acompanhada de uma avaliação crítica.
Expõe-se claramente e com certos detalhes o conteúdo da obra, o propósito da obra e o método que segue
para, posteriormente, desenvolver uma apreciação crítica do conteúdo, da disposição das partes, do
método, de sua forma ou estilo e, se for o caso, da apresentação tipográfica, formulando um conceito do
livro. Para a elaboração do comentário crítico, utilizam-se opiniões de diversos autores da comunidade
científica em relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo de comparação com os enfoques,
métodos de investigação e formas de exposição de outros autores.

Artigo
 O artigo científico é um texto que discute ideias, técnicas, métodos e resultados de pesquisa nas diferentes
áreas do conhecimento. O objetivo principal dos artigos científicos é a divulgação do conhecimento.

Segundo Barbosa (2006, p. 33), o artigo científico tem a seguinte estrutura:


Título;

Nome(s) do(s) autor(es);

Resumo: parágrafo que sintetiza os objetivos pretendidos, a metodologia empregada e as


conclusões alcançadas no artigo;

Abstract: resumo em inglês;

Introdução: deve ser breve, tratando das intenções que motivaram a elaboração do artigo e da
metodologia da pesquisa que forneceu subsídios para a compreensão da temática;

Desenvolvimento: é uma argumentação na qual o autor pretende persuadir o leitor com base nos
fatos apresentados, na descrição dos elementos e na análise dos dados da pesquisa. Pode-se
dividir esta parte em itens para melhor expor as ideias;

Conclusão: é uma apresentação sucinta do que foi exposto, tecendo considerações, fazendo
inferências sobre as ideias básicas e expondo os resultados obtidos;
Referências: havendo citações de autores, deve-se indicar a bibliografia ao final.
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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Vídeos  

Resenha Crítica

Resenha Crítica - Brasil Escola


Como fazer um bom fichamento?

Como fazer um bom chamento? - Brasil Escola

  Leitura  

Artigo Científico: formato ABNT

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ACESSE

Como escrever o resumo de um artigo para publicação

Clique no botão para conferir o conteúdo.


ACESSE
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ʪ Referências

ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2000. 

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2003. 

BARBOSA, D. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São Paulo: Expressão & Arte, 2006. 

BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2000. 

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 

FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 

GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003. 

JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. Alves, 1978. 

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. 


KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991. MÁTTAR NETO, J. A.
Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002. 

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001. SANTORO, M. I. Diretrizes para a
apresentação de dissertações e teses da Unicsul. São Paulo; SP: [s.n.], 2007. 

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000. 

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2002. 

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo:
Atlas, 1987.
Elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso

Conteudista: Prof.ª Dra. Ana Bárbara Pederiva Scheer 


Revisão Técnica: Prof.ª Dra. Priscila Bernardo Martins
Revisão Textual: Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro

Objetivos da Unidade:

Identificar as diferenças entre os principais tipos Trabalhos de Conclusão de Curso;

Apresentar os elementos constituintes dos trabalhos científicos;

Apresentar o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
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ʪ Contextualização

Os trabalhos acadêmicos científicos, em nível de graduação e pós-graduação devem ser desenvolvidos


dentro das normas preconizadas pela comunidade científica, visto se tratarem de importantes contribuições
para o progresso da Ciência.

Há uma variedade de tipos de trabalhos acadêmicos: a tese, por exemplo, é um trabalho científico de
pesquisa, desenvolvido em cursos de pós-graduação, em nível stricto sensu, como requisito para obtenção
do título acadêmico de doutor. A seguir, detalharemos os tipos de trabalhos acadêmicos e científicos e mais
adiante mostraremos como são estruturados esses trabalhos, ou seja, quais são os aspectos constituintes
de um trabalho de conclusão de curso.
2/4

ʪ Material Teórico

Tipos de Trabalhos Acadêmicos


Os trabalhos de conclusão de curso de graduação conhecidos como (TCC) constituem uma modalidade de
iniciação científica. O aluno apresenta um trabalho abordando algum tema que foi tratado durante o curso
que está concluindo e deve demonstrar que domina tanto o assunto quanto as técnicas formais para a
produção de monografia. Esse tipo de trabalho:

“Implica orientação de conteúdo e técnica, tendo por finalidade a conclusão de um curso. A


institucionalização de tais monografias de final de curso visa calibrar a qualidade e aproveitamento do
ensino que esta ou aquela faculdade oferece. ”

- BASTOS; KELLER, 2000, p. 66

É necessária, também, para os que frequentam cursos de especialização, para a obtenção do título de
especialista, a elaboração de um TCC (monografia) relacionada com a área em questão.

Interdisciplinar (TGI) 
O TGI é um documento exigido em cursos de graduação sobre estudos realizados pelos alunos, com o
objetivo de induzir e fixar o aprendizado. Deve ser feito sob a coordenação do professor. As instituições de
ensino estabelecem regras parecidas quanto à elaboração de um TGI. Eis algumas delas:

O Trabalho de Graduação Interdisciplinar deve estar de acordo com as normas e regulamentos


da instituição e a legislação brasileira vigente;

A área de conhecimento a ser estudada deverá ter sido aprovada por uma comissão,
Coordenação de Trabalho de Graduação Interdisciplinar;

As atividades efetivamente realizadas devem ser condizentes com o plano de trabalho; 

A carga horária mínima deve ser alcançada;

Os objetivos propostos para o Trabalho de Graduação Interdisciplinar devem ser atingidos;

O aluno deve comprovar conhecimento do Código de Ética relativo ao Trabalho de Graduação


Interdisciplinar;

O discente deverá apresentar, dentro dos prazos, os relatórios exigidos pela supervisão do
Trabalho de Graduação Interdisciplinar;

O aluno deverá apresentar na data estabelecida, a defesa oral do Trabalho de Graduação


Interdisciplinar perante a banca examinadora. Apesar de muitas instituições de ensino superior
requererem a elaboração de um TCC como requisito para a obtenção de uma graduação, nem
sempre é exigido o TGI, que é opcional.

Dissertação
A dissertação de mestrado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido em cursos de pós-graduação
stricto sensu, como requisito para obtenção do título acadêmico de mestre. O trabalho deve revelar domínio
de conhecimentos específicos da área, capacidade de análise das fontes primárias e secundárias de
pesquisa, capacidade de síntese e argumentação, pois pressupõe a defesa pública do trabalho para uma
banca de professores pesquisadores doutores.
Tese
A tese de doutorado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido em cursos de pós-graduação stricto
sensu, como requisito para obtenção do título acadêmico de doutor. O trabalho possui como principal
característica a originalidade e deve revelar domínio de conhecimentos específicos da área, capacidade de
análise das fontes primárias e secundárias de pesquisa, capacidade de síntese, de elaboração de novos
conceitos ou teorias que contribuam para o desenvolvimento do conhecimento científico e ainda capacidade
de argumentação, pois pressupõe a defesa do trabalho para uma banca de professores pesquisadores
doutores e livres-docentes.

Aspectos Constituintes de Trabalhos Científicos: Elementos Pré-


textuais, Textuais e Pós-textuais     
Os trabalhos científicos devem seguir normas técnicas que regulam a sua apresentação e procedimento.
Portanto, podemos dividir a apresentação em três partes: elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

Essas diretrizes seguem as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e, para
referências na área da saúde, é opcional o uso do estilo Vancouver (SANTORO, 2007). 

Elementos Pré-textuais
O pré-texto é composto pelas páginas que antecedem o corpo principal do trabalho (texto).  São elementos
pré-textuais:

Capa;

Folha de rosto;

Folha de aprovação;

Dedicatória;
Agradecimentos;

Epígrafe;

Resumo;

Abstract (Resumo em Inglês);

Lista de ilustrações;

Lista de tabelas;

 Lista de abreviaturas e siglas;

 Lista de símbolos;

Sumário.

Elementos Textuais
O texto de um trabalho científico pode ser dividido em partes ou capítulos e, cada uma dessas partes ou
capítulos, pode ser subdividida em:

Introdução;

Desenvolvimento;

Conclusão.

Elementos Pós-textuais
Os elementos pós-textuais apresentam as indicações de fontes e bibliografia que foram utilizados para a
elaboração do trabalho, além de materiais que complementam as informações apresentadas no texto. São
eles:

Referências;

Bibliografia;

Glossário;

Apêndice(s);

Anexo(s).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT 


Fundada em 1940, a ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, fornecendo a base
necessária ao desenvolvimento tecnológico do país. É uma instituição particular, sem fins lucrativos,
reconhecida como Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO – por meio da Resolução n.º 7 do CONMETRO,
de 24 agosto de 1992. A ABNT é membro fundador da ISO (International Organization for Standardization),
da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de
Normalização) e a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades internacionais: · ISO –
International Organization for Standardization · IEC – International Electrotechnical Comission · COPANT –
Comissão Panamericana de Normas Técnicas · AMN – Associação Mercosul de Normalização.

Norma é o documento técnico que estabelece as regras e características mínimas que determinado
produto, serviço ou processo deve cumprir, permitindo uma perfeita ordenação e a globalização dessas
atividades ou produtos.

As normas são fatores vitais para que a evolução tecnológica nacional acompanhe com sucesso o
processo de globalização mundial. Com as normas, é possível trabalhar com um padrão tecnológico, pois
elas permitem que haja consenso entre produtores, governo e consumidores.
Já a normalização é a atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais,
prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em
um dado contexto. Os objetivos da normalização são:

Economia: proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos;

Comunicação: proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o


cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços;

Segurança: proteger a vida humana e a saúde;

Proteção do Consumidor: prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos
produtos;

Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais: evitar a existência de regulamentos conflitantes


sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando, assim, o intercâmbio comercial.

Na prática, a normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia, na


melhoria da qualidade de vida por meio de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio
ambiente.
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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Vídeos  

Trabalho acadêmico o que é e tipos 


Neste vídeo, a coach acadêmica e intelectual explica o que é cada um dos diversos tipos de Trabalho
acadêmico: tese, dissertação e TCC (trabalho de conclusão de curso) que pode ser de a graduação ou pós-
graduação latu sensu. O TCC pode subdividir-se em monografia, artigo, projeto de lei, plano de trabalho... A
grande vantagem é que a todos, inclusive o artigo em boa parte das instituições, se aplica a NBR 14724.

Trabalho acadêmico o que é e tipos


  Leitura  

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Dica para TCCs: 7 melhores sites de pesquisa acadêmica 


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Normas ABNT 2021 – pré-textuais, textuais e pós-textuais

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ʪ Referências

ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2000.

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2003.

BARBOSA, D. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São Paulo: Expressão & Arte, 2006.

BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2000.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A . C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 

GIL, A . C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. 

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003.

JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. Alves, 1978.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A . Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.


MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002.

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 

SANTORO, M. I. Diretrizes para a apresentação de dissertações e teses da Unicsul. São Paulo; SP: [s.n.], 2007.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000. 

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