Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
As autoras Lakatos e Marconi (2006, p.87) demonstram a aplicação do método por meio
do seguinte exemplo: Observo que Pedro, José, João etc. são mortais; verifico a relação
entre ser homem e ser mortal; generalizo dizendo que todos os homens são mortais:
Pedro, José, João ... são mortais.
Ora, Pedro, José, João, ... são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.
ou,
O homem Pedro é mortal.
O homem José é mortal.
O homem João é mortal.
...
(Todo) homem é mortal.
Tal método é particularmente interessante para as ciências sociais, já que foi a partir
dele que os estudiosos da sociedade passaram a abandonar a postura especulativa,
adotando a observação como procedimento indispensável para atingir o conhecimento
científico. Com base nele, é que se buscou o desenvolvimento de instrumentos de coleta
e de mensuração de dados.
Método dialético - Este método foi proposto por Hegel no período do Renascimento, e
parte do pressuposto de que no universo nada está isolado, tudo está em movimento e
mudança e tudo depende de tudo, inclusive, e principalmente, o conhecimento. Para
Engels (apud LAKATOS; MARCONI, 2006, p. 101), a dialética está relacionada à [...]
grande idéia (sic) fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como
um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as
coisas, na aparência, estáveis, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no
nosso cérebro, as idéias (sic), passam por uma mudança ininterrupta de devir a
decadência, em que, finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos
momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje. Portanto, para
a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em
movimento: nenhuma coisa está acabada, encontrando-se sempre em vias de se
transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro.
Segundo Gil (1999) e Lakatos e Marconi (2006, p.100-106), há certos princípios
comuns a toda a abordagem dialética. Observe que princípios são esses.
[...] uma característica que não pode deixar de ser assinaladaé que o argumento indutivo, da mesma forma
que
o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Mas, se nos dedutivos, premissas verdadeiras levam
inevitavelmente
à conclusão verdadeira, nos indutivos conduzem apenas a conclusões prováveis.
Por sua vez, como o método dialético privilegia as mudanças quantitativas, ele opõe-se
naturalmente a qualquer modo de pensar.
Já, Vergara (2007) alerta que
[...] tanto no método fenomenológico, quanto no dialético, o pesquisador obtém os dados de que necessita
na observação,
em entrevistas e questionário não-estruturados (sic), nas histórias de vida, em conteúdos de textos, na
história
de países, empresas, organizações em geral; enfim, em tudo aquilo que lhe permita refletir sobre processos
e
interações (VERGARA, 2007, p.14).
Método histórico
Método comparativo
Tal método parte, portanto, de uma lógica dedutiva, posto que o caso estudado é
compreendido como uma unidade significativa do todo. Pressupõe, com isso, a
execução de três fases, que são:
Método funcionalista: O método funcionalista por sua vez, é, em verdade, muito mais
um método de interpretação do que de investigação. Qual seu objetivo? O método
funcionalista enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma
cultura ou sociedade, já que pressupõe
Este método visa o estudo da sociedade do ponto de vista da função das suas unidades,
uma vez que considera toda a atividade social e cultural como funcional ou como
desempenho de funções, isto é, considera a sociedade como um sistema organizado de
atividades.
Como exemplo, apontamos a averiguação da função dos usos e costumes, como forma
de assegurar a identidade cultural do grupo.
Método estruturalista: Desenvolvido por Lévis- Strauss. E qual o seu objetivo? Este
método parte da investigação de um fenômeno concreto, que atinge o nível do abstrato
através da constituição de um modelo de representação do objeto de estudo, retornando-
o ao concreto, mas dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a
experiência do sujeito social (LAKATOS; MARCONI, 2006, p.111).
O estudo das relações sociais e a posição que estas determinam para os indivíduos e os
grupos, com a finalidade de construir um modelo que passa a retratar a estrutura social
onde ocorrem tais relações, seria um exemplo da aplicação desse método. De acordo
com Gil (1999, p.245), “o termo estruturalismo é utilizado para designar as correntes de
pensamento que recorrem à noção de estrutura para explicar a realidade em todos os
níveis”.