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QUESTIONÁRIO MIC

1. Metodologia: É uma palavra derivada do "método", do Latin "methodus" cujo significado é caminho
ou via para a realização de algo.
2. Método é o processo para se atingir um determinado resultado ou se chegar ao conhecimento.
3. Metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos praticados numa determinada área
para a produção de conhecimento.
4. Metodologia científica: é o estudo sistemático e lógico dos métodos empregados nas ciências, seus
fundamentos, sua validade e sua relação com as teórias científicas.
5. A actividade preponderante da metodologia é a pesquisa.
6. O método científico é a ferramenta do pesquisador, que no fim do seu processo de pesquisa, explica e
prevê um conjunto de ocorrências provenientes da aplicação das suas teses.
7. O método científico é composto dos seguintes elementos:

 Caracterização - Quantificações, observações e medidas.

 Hipóteses - Explicações hipotéticas das observações e medidas.

 Previsões - Deduções lógicas das hipóteses.

 Experimentos - Testes dos três elementos acima.

8. O método científico consiste dos seguintes aspectos: Observação, Descrição, Previsão, Controlo,
Falseabilidade e Explicação das Causas
9. Os seguintes requisitos são vistos como importantes no entendimento científico: Identificação das
causas; Correlação dos eventos e Ordem dos eventos.
10. Os métodos de bases lógicas de investigação podem ser: dedutivo, indutivo, hipotético dedutivo,
dialéctico e fenomenológico.
11. O método dedutivo relaciona-se ao racionalismo; o indutivo, ao empirismo; o hipotético dedutivo, ao
neo-positivismo; o dialéctico, ao materialismo dialéctico e o fenomenológico, à fenomenologia.
12. O método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método que parte do geral e, a
seguir, desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias consideradas verdadeiras e
indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com base na lógica.
13. Este método foi proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz pressupõe que só a razão é
capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objectivo de explicar o
conteúdo das premissas.
14. Exemplo de raciocínio dedutivo a seguir:
Todo homem é mortal .................................................... (premissa maior)
Pedro é homem ...............................................................(premissa menor)
Logo, Pedro é mortal ............................................................... (conclusão)
15. Método Indutivo É um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral. Para Lakatos e Marconi.
16. Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas.
17. No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As
constatações particulares levam à elaboração de generalizações.
18. Consideremos, por exemplo:

António é mortal.

João é mortal.

Paulo é mortal.

...

Carlos é mortal.

Ora, António, João, Paulo ... e Carlos são homens.

Logo, (todos) os homens são mortais.

19. Como já dito, o método hipotético-dedutivo foi proposto por Karl Popper e consiste na adopção da
seguinte linha de raciocínio:
20. Quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação
de um fenómeno, surge o problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são
formuladas conjecturas ou hipóteses.
21. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear
significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses.
22. Enquanto no Método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-
dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la.
23. O método hipotético-dedutivo inicia-se com um problema ou uma lacuna no conhecimento científico,
passando pela formulação de hipóteses e por um processo de inferência dedutiva, o qual testa a
predição da ocorrência de fenómenos abrangidos pela referida hipótese.
24. Podemos apresentar o método hipotético-dedutivo a partir do seguinte esquema:

Problema → Conjecturas → Dedução de consequências observadas → Tentativa de falseamento →


Corroboração
25. O método dialéctico parte da premissa de que, na natureza, tudo se relaciona, transforma-se e há
sempre uma contradição inerente a cada fenómeno. Nesse tipo de método, para conhecer determinado
fenómeno ou objecto, o pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, suas relações e
conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo no mundo está sempre em
constante mudança.
26. O método fenomenológico, tal como foi apresentado por Edmund Husserl (1859-1938), propõe-se a
estabelecer uma base segura, liberta de proposições, para todas as ciências.
27. Para Husserl, as certezas positivas que permeiam o discurso das ciências empíricas são “ingénuas”.
“A suprema fonte de todas as afirmações racionais é a ‘consciência doadora originária’.”
28. Daí a primeira e fundamental regra do método fenomenológico: “avançar para as próprias coisas.”
Por coisa entendemos simplesmente o dado, o fenómeno, aquilo que é visto diante da consciência.
29. Os métodos de procedimentos são menos abstractos; são etapas da investigação. Assim, os métodos
de procedimento, também chamados de específicos ou discretos, estão relacionados com os
procedimentos técnicos a serem seguidos pelo pesquisador dentro de determinada área de
conhecimento.
30. Os métodos escolhidos determinarão os procedimentos a serem utilizados, tanto na colecta de dados e
informações quanto na análise.
31. Esses métodos têm por objectivo proporcionar ao investigador os meios técnicos, para garantir a
objectividade e a precisão no estudo dos fatos sociais. Mais especificamente, visam a fornecer a
orientação necessária à realização da pesquisa social, em especial no que diz respeito à obtenção, ao
processamento e à validação dos dados pertinentes à problemática objecto da investigação realizada.
32. Os métodos específicos mais adoptados nas ciências sociais são: o histórico, o experimental, o
observacional, o comparativo, o estatístico, o clínico e o monográfico.
33. No método histórico, o foco está na investigação de acontecimentos ou instituições do passado, para
verificar sua influência na sociedade de hoje; considera que é fundamental estudar suas raízes visando
à compreensão de sua natureza e função.
34. O método experimental consiste, especialmente, em submeter os objectos de estudo à influência de
certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo investigador, para observar os
resultados que a variável produz no objeto.
35. O método observacional é um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns aspectos
interessantes.
36. Por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e, consequentemente, o mais impreciso.
Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais modernos, visto ser o que possibilita o mais
elevado grau de precisão nas ciências sociais.
37. O método observacional difere do experimental em apenas alguns aspectos na relação entre eles.
38. Nos experimentos, o cientista toma providências para que alguma coisa ocorra, a fim de observar o
que se segue, ao passo que, no estudo por observação, apenas observa algo que acontece ou já
aconteceu.
39. O método comparativo ocupa-se da explicação dos fenómenos e permite analisar o dado concreto,
deduzindo desse os elementos constantes, abstractos e gerais.
40. O papel do método estatístico é, essencialmente, possibilitar uma descrição quantitativa da sociedade,
considerada como um todo organizado.
41. O método clínico baseia-se numa relação profunda entre pesquisador e pesquisado. É utilizado,
principalmente, na pesquisa psicológica, cujos pesquisadores são indivíduos que procuram o
psicólogo ou o psiquiatra para obter ajuda.
42. O método monográfico tem como princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser
considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Esses casos
podem ser indivíduos, instituições, grupos, comunidade etc.
43. A pesquisa é a actividade nuclear da Ciência, que possibilita aproximação e um entendimento da
realidade a investigar. É um processo permanente inacabado, processa-se por meio de aproximações
sucessivas da realidade, fornecendo-nos subsídios para uma intervenção no real.
44. A pesquisa científica é o resultado de um inquérito ou exame minucioso, realizado com o objectivo
de resolver um problema, recorrendo a procedimentos científicos.
45. O autor Lehfeld (1991) refere-se à pesquisa como sendo a inquisição, o procedimento sistemático e
intensivo, que tem por objecto descobrir e interpretar os factos que estão inseridos em uma
determinada realidade
46. A pesquisa apresenta a seguinte sequência de fases: Preparação da pesquisa; Trabalho de campo
(colecta de dados); Processamento dos dados (sistematização e classificação dos dados); Análise e
interpretação dos dados; Elaboração do relatório da pesquisa.
47. Seja qual for a natureza de um trabalho científico, ele precisa preencher algumas características, para
ser considerado como tal. Assim, um estudo é realmente científico quando:
 Discute ideias e fatos relevantes relacionados a determinado assunto, a partir de um marco teórico
bem fundamentado;
 O assunto tratado é reconhecível e claro, tanto para o autor quanto para os leitores;
 Tem alguma utilidade, seja para a ciência, seja para a comunidade;
 Demonstra, por parte do autor, o domínio do assunto escolhido e a capacidade de sistematização,
recriação e crítica do material colectado;
 Diz algo que ainda não foi dito;
 Indica com clareza os procedimentos utilizados, especialmente as hipóteses (que devem ser
específicas, plausíveis, relacionadas com uma teoria e conter Referências empíricas) com que
trabalhamos na pesquisa;
 Fornece elementos que permitam verificar, para aceitar ou contestar, as conclusões a que chegou;
 Documenta com rigor os dados fornecidos, de modo a permitir a clara identificação das fontes
utilizadas;
 A comunicação dos dados é organizada de modo lógico, seja dedutiva, seja indutivamente.
48. Passos para se fazer uma pesquisa:
 Questionar: diferenciar do problema social do problema científico; buscando soluções imediatas
e investigando os problemas;
 Produzir uma ideia: definir o objecto de estudo;
 Ler sobre o tema: alimenta as ideias;
 Discutir o tema com colegas e profissionais da área;
 Verificar a qualidade da bibliografia consultada.
49. A pesquisa no concreto pode ser identificado em diferentes formas ou tipos.
50. Pesquisa Quanto À Sua Finalidade: podem ser Pesquisas fundamentais, básicas ou puras, Pesquisas
fundamentais orientadas e Pesquisas aploicadas.
51. Pesquisa quanto à sua temporalidade: podem ser Transversais ou sincrónicas e Longitudinais ou
diacrónicas.
52. Pesquisa quanto ao quadro físico em que se desenvolvem: podem ser de laboratório e De Campo que
é “entre estas últimas se compreendem as que se realizam num contexto específico, por exemplo, as
pesquisas geocientíficas.”

PESQUISA QUANTO À SUA ABORDAGEM

53. Pesquisa qualitativa: não se preocupa com representatividade numérica, mais sim com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização.
54. Na pesquisa qualitativa o pesquisador é ao mesmo tempo o sujeito e o objecto das suas pesquisas, o
desenvolvimento da pesquisa é imprevisível.
55. Pesquisa quantitativa: diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados podem ser quantificados,
como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados
são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa.
56. Quanto a sua natureza: podem ser Pesquisa básica e Pesquisa aplicada.

QUANTO AOS OBJECTIVOS;

57. Pesquisa exploratória: este tipo de pesquisa tem como objectivo proporcionar maior familiaridade
com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a contribuir hipóteses.
58. A grande maioria das pesquisas envolve:

a) Levantamento bibliográfico;
b) Entrevistas com pessoas que tiveram experiências praticas com o problema pesquisado;
c) Analise de exemplos que estimulem a compreensão.

59. Essas pesquisas podem ser classificados como: pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
60. Pesquisa descritiva: este tipo de pesquisa exige do investigador uma serie de informações sobre o que
se deseja investigar ou pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os factos e fenômenos de
determinada realidade.
61. São exemplos da pesquisa descritiva: estudos de caso, análise documental, pesquisa ex-post-facto.
62. Pesquisa explicativa: este tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os factores que determinam ou
que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das
coisas através dos resultados oferecidos.

QUANTO AOS PROCEDIMENTOS

63. Pesquisa experimental. O estudo experimental segue um rigoroso planeamento, as etapas da pesquisa
iniciam pela formulação exacta do problema e das hipóteses, que delimitam as variáveis precisas e
controladas que actuam no fenômeno estudado.
64. Pesquisa bibliográfica: esta pesquisa é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, paginas de
web sites.
65. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto existem, porém pesquisas científicas que se baseiam
unicamente na pesquisa bibliográfica procurando referências teóricas publicadas com o objectivo de
recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta.
66. Pesquisa documental: esta pesquisa trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo
fácil por vezes distinguí-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já
elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas.
67. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais
como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias,
pinturas, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.
68. Pesquisa de campo: a pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa
bibliográfica ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes
tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-facto), pesquisa-acção, pesquisa participante, etc.
69. Pesquisa ex-post-facto: esta pesquisa tem por objectivo investigar possíveis relações de causa e efeito
entre determinado facto identificado pelo pesquisador e um fenômeno que ocorre posteriormente. A
principal característica deste tipo de pesquisa é o facto dos dados serem coletados após a ocorrência
dos eventos.
70. Pesquisa de levantamento: Segundo o autor Fonseca, aponta que este tipo de pesquisa é utilizado em
estudos exploratórios e descritivos, levantamento pode ser de dois tipos: levantamento de uma
amostra ou levantamento de uma população.
71. Pesquisa com survey: é a pesquisa que busca informação diretamente com um grupo de interesse a
respeito dos dados que se deseja obter. Trata-se de um procedimento útil, especialmente em pesquisas
exploratórias e descritivas.
72. Estudo de caso: esta modalidade de pesquisa é amplamente usada nas ciências biomédicas e sociais
73. Pesquisa participante: este tipo de pesquisa caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do
pesquisador com as pessoas investigadas.
74. Pesquisa – acção: esta pesquisa é um tipo de investigação social com base empírica que é concebida e
realizada em estreita associação com uma acção ou com a resolução de um problema colectivo no
qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos
de modo cooperativo ou participativo
75. Pesquisa etnográfica: esta pode ser entendida como estudo de um grupo ou povo.
76. Elementos mais significativos que contribuem ou que estruturam o desenho da investigação: O meio
onde o estudo se realizará; A população alvo e amostra; Dimensão da amostra; O tipo de estudo;
Controlo das variáveis; Colheita de dados; Principais métodos da recolha de dados.
77. Uma amostra é constituída por um conjunto de sujeitos retirados de uma população, consistindo a
amostragem num conjunto de operações que permitem escolher um grupo de sujeitos ou qualquer
outro elemento representativo da população estudada.
78. Amostragem probabilístico: técnica que permite a selecção aleatória dos elementos de uma população
para formar uma amostra;
79. Amostragem não probabilístico: processo pelo qual todos os elementos da população não têm a
mesma probabilidade de serem seleccionados para integrarem a amostra.
80. Métodos de amostragem probabilística, podemos considerar nesta categoria as seguintes técnicas
probabilísticas:

a) Amostragem aleatória simples: cada elemento que compõem a população alvo tem uma
probabilidade igual de ser seleccionado para fazer parte da amostra.
b) Amostragem aleatória por estratos ou estratificada: consiste em dividir a população alvo em
subgrupos homogêneos chamados “estratos”, depois em tirar aleatoriamente uma amostra em
cada um dos estratos.
c) Amostragem em cachos: consiste em tirar de forma aleatória, elementos da população, por
cachos, em vez de por unidade.
d) Amostragem sistemática: é empregue quando existe uma lista ordenada dos elementos da
população.

81. Métodos de amostragem não probabilísticos Podemos considerar nesta categoria de métodos, as
seguintes técnicas não probabilísticas:

a) Amostragem acidental: é constituída por sujeitos ou elementos que são facilmente acessíveis e
presentes num preciso momento.
b) Amostragem por quota: consiste em formar estratos da população a partir de certas
características, de maneira que estas estejam representadas na amostra.
c) Amostragem por selecção racional: baseia-se na selecção investigador de determinados sujeitos
em função de características típicas.
d) Amostragem por rede: visa recrutar sujeitos, que são difíceis de encontrar, utilizando para o
efeito redes de amigos.

82. Os três grandes eixos da pesquisa são: a ruptura; construção e constatação.


83. As sete etapas da pesquisa: RUPTURA: a questão inicial e a exploração; CONSTRUÇÃO:
problemática e a construção de um Modelo de análise; CONSTATAÇÃO a colheita de dados, análise
das informações e as conclusões.n

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