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ON-LINE « Noções de Gestão de Pessoas nas
Organizações
PF-Polícia Federal
Agente Administrativo
NV-006MR-21
Cód.: 7908428800277
Obra Produção Editorial
Carolina Gomes
PF-Polícia Federal Josiane Inácio
Organização
Arthur de Carvalho
Autores
Roberth Kairo
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Saula Isabela Diniz
Giselli Neves e Nelson Sartori
Projeto Gráfico
Edição:
Março/2021
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line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
BÔNUS:
• Curso On-line.
à Língua Portuguesa - Interpretação de Texto
à Noções de Informática - Sistema Operacional Linux
à Raciocínio Lógico - Negações e Equivalências Lógicas
à Noções de Direito Administrativo - Licitação: Procedimento
à Noções de Direito Constitucional - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
à Noções de Administração Pública - Planejamento e Gestão Estratégica
à Noções de Gestão de Pessoas nas Organizações - Evolução da Gestão de Pessoas e
Comportamento Organizacional
à Noções de Recursos Materiais - Classificação de Materiais
à Noções de Arquivologia - Conceitos Fundamentais e Classificação de Documentos
à Legislação - Lei 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento: Dos Crimes e das Penas
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
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acesso ao conteúdo on-line.
LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................... 11
TIPOLOGIA TEXTUAL......................................................................................................................... 14
ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 20
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................... 21
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA...........................................................................................97
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTES LINUX E WINDOWS)................................... 97
REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................129
GRUPOS DE DISCUSSÃO.................................................................................................................................136
REDES SOCIAIS................................................................................................................................................137
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO......................................................................................................141
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA...............................................................................................................141
ATO ADMINISTRATIVO....................................................................................................................217
CONCEITO........................................................................................................................................................217
AGENTES PÚBLICOS........................................................................................................................220
DISPOSIÇÕES DOUTRINÁRIAS.......................................................................................................................221
PODERES ADMINISTRATIVOS.........................................................................................................230
LICITAÇÃO.........................................................................................................................................233
PRINCÍPIOS......................................................................................................................................................233
CONTRATAÇÃO DIRETA..................................................................................................................................234
MODALIDADES.................................................................................................................................................238
TIPOS LICITAÇÃO............................................................................................................................................240
PROCEDIMENTO..............................................................................................................................................241
CONTROLE JUDICIAL......................................................................................................................................245
CONTROLE LEGISLATIVO...............................................................................................................................247
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO...........................................................................................253
CONCEITO .......................................................................................................................................................253
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS...................................................................................................................288
DIREITOS SOCIAIS...........................................................................................................................................290
DIREITOS DA NACIONALIDADE......................................................................................................................292
DIREITOS POLÍTICOS......................................................................................................................................294
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA...............................................................................295
UNIÃO...............................................................................................................................................................295
ESTADOS..........................................................................................................................................................297
MUNICÍPIOS ....................................................................................................................................................298
DISTRITO FEDERAL.........................................................................................................................................298
TERRITÓRIOS...................................................................................................................................................299
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............................................................................................................304
PODER EXECUTIVO...........................................................................................................................312
DA SEGURANÇA PÚBLICA...............................................................................................................328
CONCEITO........................................................................................................................................................335
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS......................................................................................................................336
CICLO ORÇAMENTÁRIO..................................................................................................................................338
ESTRUTURA PROGRAMÁTICA.......................................................................................................................343
ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO............................................................................................................350
RECEITA PÚBLICA.............................................................................................................................353
CONCEITO........................................................................................................................................................353
ETAPAS E ESTÁGIOS.......................................................................................................................................360
DESPESA PÚBLICA...........................................................................................................................357
CONCEITO........................................................................................................................................................357
ETAPAS E ESTÁGIOS.......................................................................................................................................360
RESTOS A PAGAR............................................................................................................................................362
CONCEITOS......................................................................................................................................................383
IMPORTÂNCIA.................................................................................................................................................385
CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS.....................................................................................................398
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO.............................................................................................................................398
GESTÃO DE ESTOQUES....................................................................................................................404
COMPRAS..........................................................................................................................................412
EDITAL DE LICITAÇÃO.....................................................................................................................................416
RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM.................................................................................................422
GESTÃO PATRIMONIAL....................................................................................................................430
CONTROLE DE BENS.........................................................................................................................431
AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS......................................................................................................................454
DIAGNÓSTICOS...............................................................................................................................................457
ARQUIVOS PERMANENTES............................................................................................................................458
PROTOCOLOS..................................................................................................................................................459
MICROFILMAGEM...........................................................................................................................................462
AUTOMAÇÃO...................................................................................................................................................463
conteúdo que relaciona semântica e interpretação, A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
contendo questões sobre os assuntos: inferência; senta como ocorre a relação desses processos:
figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex-
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
compreensão e semântica, os principais tópicos são:
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e INFERÊNCIA
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin-
guísticas e suas consequências para o sentido.
Todos esses assuntos completam o estudo basilar A partir desse esquema exclusivo, conseguimos visua-
de semântica com foco em provas e concursos, sem- lizar melhor como o processo de interpretação ocorre.
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo
você a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer as estratégias que compõem cada maneira de inferir 11
informações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos Dica
tópicos seguintes como usar estratégias de cunho deduti-
vo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhe- Em questões de concurso, as bancas costumam
cimento de mundo na interpretação de textos. procurar nos enunciados implícitos do texto aspec-
tos para abordar em suas provas.
A INDUÇÃO
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
As estratégias de interpretação que observam conhecimentos prévios a partir de uma informação
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe- ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus- forme, Kleiman (2016, p. 47):
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo
texto e que variam conforme o tipo textual.
temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos
tema; ele estará também postulando uma possí-
identificar uma organização cronológica e espacial no vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, vando seu conhecimento prévio, e na testagem
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- ele estará enriquecendo, refinando, checando esse
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação conhecimento.
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu-
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado Fique atento a essa informação, pois é uma das
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
ideia/ponto de vista. pretação textual: formular hipóteses, a partir da
No processo interpretativo indutivo, as ideias são macroestrutura textual, ou seja, antes da leitura ini-
organizadas a partir de uma especificação para uma cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
generalização. Vejamos um exemplo: ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
entre outras informações que podem vir como “aces-
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
espécie de animal. O que observei neles, no tempo leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
te para não os amar, nem os imitar. São em geral pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de um objetivo mais definido.
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos O processo de interpretação por estratégias de dedu-
detalhados e impotentes para generalizar, cur- ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- z Conhecimento Linguístico;
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo z Conhecimento Textual;
critério de beleza.
z Conhecimento de Mundo.
(BARRETO, 2010, p.21)
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
O trecho em destaque na citação do escritor Lima assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento
indutivo compõe a interpretação e decodificação de Conhecimento Linguístico
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, Esse é o conhecimento basilar para compreensão
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
ção cronológica de um texto. das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
A propriedade vocabular leva nhecimento das regras de uma língua.
o cérebro a aproximar as pa- É importante salientar que as regras de reconhe-
PROCURE SINÔNIMOS cimento sobre o funcionamento da língua não são,
lavras que têm maior asso-
ciação com o tema do texto. necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
Os conectivos (conjunções, que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
preposições, pronomes) tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
ATENÇÃO AOS que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
são marcadores claros de
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e bo-objeto (SVO) etc.
localizadores textuais. Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
A DEDUÇÃO sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
A leitura de um texto envolve a análise de diversos o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
12 maneira implícita no enunciado. dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes c) em todos os jogos/ domingo...
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- d) Resposta certa
tar seu conhecimento de mundo. e) Os carros.../ meu automóvel...Resposta: Letra D.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
conhecimento de mundo que é relevante para a com- 2. (CESPE – 2014) Julgue o item, relativo à dedução e
preensão textual é ativado, por isso, é natural ao nosso indução.
cérebro associar informações, a fim de compreender A conclusão de um argumento dedutivo é uma con-
o novo texto que está em processo de interpretação. sequência necessária da verdade da conjunção das
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- premissas, o que significa que, sendo verdadeiras
cício para atestarmos a importância da ativação do as premissas, é impossível a conclusão ser falsa.
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: ( ) CERTO ( ) ERRADO 13
Pois o pensamento dedutivo parte do conheci-
GÊNERO TEXTUAL
mento geral, visando ao conhecimento particular,
assim, para a lógica dedutiva as premissas verda-
deiras não podem gerar enunciados falsos. Respos-
ta: Certo. FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-
pai-a-vender-na-web.ghtml
Note que há presença de muitos adjetivos, locuções e substantivos que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero acima apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc) com uso de
adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele está organizado de forma
16
esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin-
panquecas) de maneira que facilita a leitura (o pedi- guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin-
do, no caso) do cliente. gir esse objetivo.
Organização do texto descritivo: Assim como os tipos textuais apresentados ante-
riormente, os textos expositivos também apresentam
uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
outras sequências textuais, tendo em vista que, para
apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos
podem, muitas vezes, serem confundidos com textos
argumentativos, uma vez que existem textos argu-
mentativos que são classificados como expositivos,
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência
expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem
para a argumentação, uma vez que o fato exposto
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento
sobre uma questão não é posto em debate.
Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte-
rísticas desse conceito sem espaço para opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo:
Expositivo
z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a sença de verbos de estado;
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
textual, é muito comum a presença de dados, informa- organizam a informação;
ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem z Desenvolve-se mediante uso de recursos
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para lus- enumerativos;
z Presença de figuras de linguagem como Metáfora
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
e Comparação;
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao
final do texto.
Instrucional ou Injuntivo
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Como faço para criar uma conta do Instagram?
Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo: É incontestável que...
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) Tal atitude é louvável, repudiável, notável...
ou Google Play Store (Android). É mister, é fundamental, é essencial...
2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
para abri-lo. Essas estruturas utilizadas adequadamente no
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de texto argumentativo expõem a opinião do autor, aju-
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira dando na defesa de seu ponto de vista e construindo a
seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi- estrutura argumentativa desse tipo textual.
rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se
cadastrar com sua conta do Facebook.
Importante!
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha O tipo textual argumentativo não pode ser
as informações do perfil e toque em Avançar. Se você confundido com o gênero textual dissertativo-
se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na -argumentativo. Esse gênero é composto por
conta do Facebook, caso tenha saído dela. sequências argumentativas, mas também há
Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em: a apresentação, dissertação de ideias, a fim de
07/09/2020. alcançar a persuasão do ouvinte/leitor. O Exame
Nacional do Ensino Médio – ENEM é um certame
No exemplo acima, podemos destacar a presença que cobra esse gênero em sua prova de redação.
de verbos conjugados no modo imperativo, como: bai-
xe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo,
como: instalar, cadastrar, avançar. Outra característi- Agora que já conhecemos os cinco principais tipos
ca dos textos injuntivos é a enumeração de passos a textuais, vamos exercitar nossos conhecimentos com
as seguintes questões de concurso:
serem cumpridos para a realização correta da tare-
fa ensinada e também a fim de tornar a leitura mais
didática.
É importante lembrar que a principal marca
linguística dessa tipologia é a presença de verbos
EXERCÍCIOS COMENTADOS
conjugados no modo imperativo e em sua forma infi- 1. (COMPERVE – 2017) A questão refere-se ao texto
nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar abaixo.
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio-
nadas pelo gênero. Há vida fora da Terra?
bom para os índios nativos”, afirmou, certa vez, o físi- Acesso em: 17 jul. 2019.
co Stephen Hawking. A respeito da tipologia desse texto, é correto afirmar
Disponível em:> http://super.abril.com.br/ciencia/ha-vida-fora-da- que ele é:
terra-2/>. Acesso em: 7 jul. 2017. [Adaptado]
a) dissertativo-argumentativo.
No primeiro e no segundo parágrafos, predominam, b) dissertativo-expositivo.
respectivamente: c) descritivo.
d) narrativo.
a) Narração e descrição.
b) Narração e explicação. O texto descritivo é caracterizado pela forte presen-
c) Explicação e descrição. ça de adjetivos, conforme o texto em debate. Respos-
d) Explicação e injunção. ta: Letra C. 19
3. (UFPR – 2017) O texto a seguir é referência para a Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
questão. Dançou e gargalhou como se ouvisse música
Desmarcar o encontro com o contatinho, cancelar E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
uma reunião de negócios ou sair mais cedo de um ani- E flutuou no ar como se fosse um pássaro
versário: suspender compromissos leva a sensação E se acabou no chão feito um pacote flácido
de liberdade. Agonizou no meio do passeio público
Amy Banks, neurobiologista, terapeuta especializada Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego [...]
em relacionamentos e autora do livro Wired to Con-
(“Construção” – Chico Buarque)
nect (sem edição no Brasil), afirma que a explicação
para isso é simples. Algumas pessoas possuem a pro-
gramação tão cheia que eliminar uma atividade é uma Quanto à relação entre o gênero desse texto e sua
forma de conseguir uma folga para si. tipologia, assinale a alternativa correta.
A pesquisadora afirma que as pessoas subestimam
o quanto conseguem dar conta das coisas. Por isso, a) Trata-se de um poema que qualifica um evento, por-
cancelar um compromisso é prazeroso, já que o tem- tanto, é um texto de tipo descritivo.
po livre é realmente necessário. b) O texto é uma crônica que apresenta um fato do coti-
Além disso, a satisfação pode estar relacionada com o diano, o que qualifica a tipologia como dissertativa
que você pensa da outra pessoa. As relações em que expositiva.
não existem sentimentos mútuos e encontrar essas c) “Construção” é um conto, que brevemente analisa uma
pessoas pode ser estressante. Então, sentimos alívio história em um contexto social, portanto, a tipologia é
ao cancelar o compromisso. dissertativa argumentativa.
(Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/ d) Quanto ao gênero, trata-se de uma letra de música que
noticia/2017/11/voce-se-sente-bem-ao-cancelar-um-compromisso-
narra um evento ocorrido com um personagem, sendo,
ciencia-explica.html>.Acesso em: 08/09/2020.
então, do tipo textual narrativo.
Sobre o texto acima, considere as seguintes afirmativas:
Temos um trecho narrativo em que há um espaço e
um tempo, é contado algo, um acontecimento, um
1. Trata-se de um texto narrativo, porque conta como se
fato. Resposta: Letra D.
desenvolveu determinada pesquisa.
2. Os termos usados para se referir a Amy Banks durante
5. (FADESP – 2019) O trecho “O que aconteceu de verda-
todo o texto foram: neurobiologista, terapeuta, pesqui-
de foi um pouco mais complicado: a onda que povoou
sadora e autora.
a América se dividiu dentro do próprio continente.
3. Segundo a autora da pesquisa, as pessoas acham
Onde hoje estão os EUA, um grupo que ficou conhe-
que não têm capacidade de cumprir todos os seus
cido como ‘Cultura Clóvis’ prosperou e avançou em
compromissos, razão pela qual se sentem bem ao
direção ao sul. Quando chegou por aqui, deu origem
cancelá-los.
a populações como a de Lagoa Santa (MG) – à qual
4. Os parênteses foram utilizados para inserir opinião do
pertence Luzia. Luzia, então, é ‘neta’ de Clóvis’. É:
autor.
a) argumentativo.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) descritivo.
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
c) narrativo.
c) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
d) dissertativo
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Temos um trecho narrativo, em que há um espaço
e um tempo, é contado algo, um acontecimento, um
Afirmação 1- falsa, o texto não apresenta elementos
fato. Havendo uma apresentação e um desfecho, o
linguísticos que fundamentam a tipologia narrativa.
qual demonstra que Luzia é “neta” de Clóvis. Res-
Afirmação 2 – verdadeira, durante o texto, o autor
posta: Letra C.
utilizou recursos de sinonímia para manter a coe-
são e o tópico frasal do texto, diversificando o voca-
bulário sem deixar o texto repetitivo.
Afirmação 3 – verdadeira, realmente o texto afir-
ma que as pessoas sentem prazer em desmarcar ORTOGRAFIA OFICIAL
compromissos.
Afirmação 4 – falsa, os parênteses foram utilizados As regras de ortografia são muitas e, na maioria
fora do texto para identificar a referência de onde o dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
texto foi retirado. Resposta: Letra B. lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
vezes, é derivada de processos históricos de evolução
4. (FUNDEP – 2019) Leia o texto a seguir. da língua.
Amou daquela vez como se fosse a última Por isso, vale sempre lembrar a dica de ouro do
Beijou sua mulher como se fosse a última aluno craque em ortografia: leia sempre! Somente a
E cada filho seu como se fosse o único prática de leitura irá lhe garantir segurança no pro-
E atravessou a rua com seu passo tímido cesso de grafia das palavras.
Subiu a construção como se fosse máquina Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas parte das regras não são efêmeras, porém, são em
Tijolo com tijolo num desenho mágico grande número. Neste material, iremos apresen-
Seus olhos embotados de cimento e lágrima tar uma forma condensada e prática de nunca mais
Sentou pra descansar como se fosse sábado esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala-
20 Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe vras são acentuadas.
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu- Regras de Acentuação
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto z Palavras monossílabas: Acentuam-se os monossí-
à escrita correta, veja: labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá,
chá; pé, fé, mês; nó, pó, só.
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto-
z É com X ou CH: empregamos X após os ditongos.
nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua-
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns.
z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto-
USAMOS X: USAMOS CH: nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.:
bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus;
� Depois da sílaba EM, se � Depois da sílaba EM, se abdômen, hímen.
a palavra não for derivada a palavra for derivada de
de palavras iniciadas por palavras iniciadas por CH:
CH: enxerido, enxada; encher, encharcar; Importante!
� Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em
xa, faixa; de vocábulos que são gra-
DITONGO!
� Depois da sílaba inicial fados com CH: recauchu-
ME se a palavra não for de- tar, fechadura Além da regra derivada das oxítonas, é funda-
rivada de vocábulo iniciado mental não esquecer dessa regra.
por CH: mexer, mexilhão. Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília,
rádio etc.
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020.
Essas regras para correção ortográfica das pala- Ele tem / Eles têm
vras, em geral, apresentam muitas exceções, por isso Ele vem / Eles vêm
é importante ficar atento e manter uma rotina de lei-
tura, pois esse aprendizado é consolidado com essa Percebam que, no plural, essas formas admitem o
prática. A verdade é que sua capacidade ortográfica uso de um acento (^), portanto, fiquem atentos à con-
ficará melhor a partir da leitura e da escrita de textos, cordância verbal, quando usarem esses verbos.
por isso recomendamos que se mantenha atualizado
e leia fontes confiáveis de informação, pois além de
contribuir para seu conhecimento geral, sua habilida-
de em língua portuguesa também aumentará. EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FCC – 2018) Jugue o item a seguir: “As operações de
LÍNGUA PORTUGUESA
A classificação dos substantivos admite nove tipos Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
diferentes de substantivos. São eles:
Outros substantivos modificam o radical para
z Simples: Formados a partir de um único radical. designar formas diferentes no masculino e no femini-
Ex.: vento, escola. no, estes são chamados de substantivos heteroformes:
z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.
ção. Ex.: couve-flor, aguardente.
z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo Gênero e significação
substantivo. Ex.: pedra, dente.
É importante salientar que alguns substantivos
z Derivado: Formados a partir dos primitivos. Ex.: uniformes podem aparecer com marcação de gênero
pedreiro, dentista. diferente, ocasionando uma modificação no sentido,
z Concreto: Designam seres com independência veja, por exemplo:
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.: z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
Deus, fada, carro. z O testemunho: relato de experiência, associado a
religiões.
z Abstrato: Indica estado, sentimento, ação, quali-
dade. Ex.: coragem, Liberalismo. Algumas formas substantivas mantêm o radical e
a pequena alteração o gênero interfere no significado:
z Comum: Designam determinados seres e lugares.
Ex.: homem, cidade.
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.: z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
LÍNGUA PORTUGUESA
z Coletivo: Usados no singular, designam um con- Além disso, algumas palavras na língua apresen-
junto de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, tam dificuldade quanto a identificação do gênero, pois
manada. são usadas em contextos informais com gêneros dife-
rentes, é o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a
É importante destacar que a classificação de um gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formi-
substantivo depende do contexto em que ele está inse- cida; o telefonema; o trema.
rido. Vejamos: Algumas formas que não apresentam, necessaria-
Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio). mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/ masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
comum). sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox. 23
Flexão de número z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi-
xos aos substantivos indicar um grau aumentativo.
Os substantivos flexionam-se em gênero, de manei- Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra,
ra geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas. fogaréu, boqueirão, poetastro.
Porém, podem apresentar outras terminações: males,
reais, animais, projéteis etc. Geralmente, devemos acres- z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi-
centar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z, xos aos substantivos indicar um grau diminutivo.
como: flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
mal/males. pequenina, papelucho.
Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral Dica
/ corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também
há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas O emprego do grau aumentativo ou diminutivo
aceitas meles e méis. dos substantivos pode alterar o sentido das pala-
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem vras, podendo assumir um valor:
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es. Afetivo: filhinha;
Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs- Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.
tantivos que admitem até três formas de plural:
O novo Acordo Ortográfico e o uso de maiúsculas
z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.
z Ancião: anciãos, anciões, anciães. O novo acordo ortográfico estabelece novas regras
para o uso de substantivos próprio, exigindo o uso da
z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com
letra maiúscula as inicias das palavras que designam:
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
z Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil;
órgãos; órfão / órfãos.
Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da
Vice-presidência.
Plural dos substantivos compostos
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Os substantivos compostos são aqueles formados Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
por justaposição e o plural dessas formas obedece às nome próprio, este também deverá ser escrito com
seguintes regras: inicial maiúscula.
A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação A palavra “seco” no contexto mencionado não é
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma substantivo, funciona como adjetivo, portanto, está
24 diminuição. incorreta. Resposta: Errado.
ADJETIVOS Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características:
Os adjetivos associam-se aos substantivos garan-
tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre-
podem indicar: sentar meios de subjetividade. Ex.: Menino bonito
- o adjetivo é subjetivo, pois a beleza do menino
z Qualidade: professor chato. depende dos olhos de quem o descreve.
z Estado: aluno triste.
z Aspecto, aparência: estrada esburacada. z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
relação sempre são posicionados após o substanti-
Locuções adjetivas vo. Ex.: casa paterna.
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan-
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor tivo por derivação prefixal ou sufixal.
dos adjetivos, indicando as mesmas características
deles. z Não admitem variação de grau: os graus compa-
Elas são formadas por preposição + substantivo, rativo e superlativo não são admitidos.
referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo. Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas te americano (não é subjetivo; posicionado após o
com valores diferentes ao lado da forma adjetiva, substantivo; derivado de substantivo; não existe a
importantes para seu estudo: forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês;
z Voo de águia / aquilino; roteiro carnavalesco.
Locuções adverbiais
EXERCÍCIO COMENTADO
As locuções adverbiais, como já mostramos ante-
1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de riormente, são bem semelhantes às locuções adjeti-
adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que pos- vas. É importante saber que as locuções adverbiais
suem marcas diferentes de outros adjetivos, como a
apresentam um valor passivo.
de não poder ser empregado antes do substantivo a
26 Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:
Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetiva, tornando tal estrutura agramatical, por isso,
inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
Pouco menos - -
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
GRAU SUPERLATIVO
Advérbios e adjetivos
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural, caso a
palavra aceite uma dessas flexões será adjetivo. 27
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que PRONOMES
descem redondo.
Nesse caso, trata-se de um advérbio. Pronomes são palavras que representam ou acom-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função
Palavras denotativas dos pronomes é substituir ou determinar uma pala-
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos-
São termos que apresentam semelhança aos se, indefinição, quantidade, localização no tempo, no
advérbios, em alguns casos são até classificados como espaço e no meio textual, entre tantas outras funções.
tal, mas não exercem função modificadora de verbo, Destacamos, ainda, que os pronomes exercem
adjetivo ou advérbio. papel importante na análise sintática e também na
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que interpretação textual, pois colaboram para a comple-
você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, mentação de sentido de termos essenciais da oração,
geralmente, é isso que as bancas de concurso cobram. além de estruturar a organização textual, contribuin-
do para a coesão e também para a coerência de um
z Eis: sentido de designação; texto.
z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação; Pronomes pessoais
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão. Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis-
curso; algumas informações relevantes sobre esses
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas pronomes são:
expletivas ou de realce, geralmente formadas pela
forma ser + que (é que). A principal característica des- PRONOMES PRONOMES
sas palavras é que podem ser retiradas sem causar PESSOAS DO CASO DO CASO
prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que RETO OBLÍQUO
faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, 1º pessoa do Me, mim,
EU
não, é porque etc. singular comigo
2º pessoa do
Algumas observações interessantes TU Te, ti, contigo
singular
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado 3º pessoa do Se, si, consigo,
ELE/ELA
após o verbo ou complemento verbal, caso venha des- singular o, a, lhe
locado, em geral, separamos por vírgulas.
1ª pessoa do
Em uma sequência de advérbios terminados com NÓS Nos, conosco.
plural
o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a
terminação destacada. 2º pessoa do
VÓS Vos, convosco
plural
1. (SCT – 2020) Assinale a opção em que as palavras Os pronomes pessoais do caso reto costumam
denotativas não foram bem classificadas: substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio-
a) A palavra SE, por exemplo, pode ter muitas funções nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi
(explicação). com o namorado; Maura saiu comigo.
b) Todos saíram exceto o vigia (exclusão).
c) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia, esteve z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
aqui (de adição). direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor-
d) Mesmo eu não sabia de nada (exclusão). mei-o sobre todas as questões.
e) Ele também participou da homenagem (inclusão). z Já os que se relacionam com o objeto indireto são:
Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados
A expressão “isto é” designa explicação, portanto, o por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo
item incorreto é a corresponde a alternativa c. Res- a ele).
posta: Letra C.
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais
2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: O antônimo de são pronomes substantivos, além disso, é importan-
“bem-estar” se constrói com o adjetivo mau. te saber que eu e tu não podem ser regidos por pre-
posição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós
( ) CERTO ( ) ERRADO podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função
que exercem.
O contrário de “bem-estar” é “mal-estar”, admitin- Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados
do-se apenas a forma adverbial da palavra. Respos- com força e precedidos de preposição. Costumam ter
28 ta: Errado função de complemento:
z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco É importante mencionar que o quadro faz referên-
(plural). cia a pronomes de tratamento e suas respectivas desig-
nações sociais conforme indica o Manual de Redação
z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco
oficial da Presidência da República, portanto, essas
(plural).
designações devem ser seguidas com atenção, quando
z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s) o gênero textual abordado for um gênero oficial.
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata-
Importante lembrar que não devemos usar prono- mento, é importante destacar:
mes do caso reto como objeto ou complemento ver- O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
Cunha destaca que é possível usar os pronomes do Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
caso reto como complemento verbal, desde que ante- com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o
cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.
“numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon- O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
trei apenas ela na festa. tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente
Após a preposição “entre”, em estrutura de reci- da República nunca deve ser abreviado.
procidade, devemos usar os pronomes oblíquos tôni-
cos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos. Pronomes indefinidos
e das Forças Armadas membros do alto escalão. Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus apontam elementos a que se referem as pessoas do
respectivos femininos. discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes.
textual.
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas.
cerimonioso a comerciantes importantes.
z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas.
z Vossa Santidade (V. S.): Papa.
z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas.
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
Bispos. z Invariáveis: isto, isso, aquilo. 29
Usamos este, esta, isto para indicar: c) este – do outro – na primeira – no último.
d) nisto – disso – naquela – desse.
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- e) na primeira – do segundo – numa – noutra.
dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é
minha; Entreguei-lhe isto como prova. Devemos lembrar das regras de proximidade e dis-
tância que organizam o uso dos pronomes demons-
z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana
trativos. Resposta: Letra A.
começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última
prestação da casa.
Pronomes relativos
z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana
e Carla no shopping, esta procurava um presente Uma das classes de pronomes mais complexas, os
para o marido (o pronome refere-se ao último ter- pronomes relativos têm função muito importante na
mo mencionado). língua, refletida em assuntos de grande relevância
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
Usamos esse, essa, isso para indicar: é essencial conhecer adequadamente a função desses
elementos a fim de saber utilizá-los corretamente.
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata ou a um pronome substantivo, mencionado anterior-
combinou muito com você.
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-
z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.: nado anteriormente) chamamos de antecedente.
Não me fale mais nisso; A população não confia São pronomes relativos:
nesses políticos.
z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana, z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto,
eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo. quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta,
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. quantas.
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes- z Invariáveis: Que, quem, onde, como.
sa sua expressão. z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: o homem que desapareceu; O cachorro que esta-
va doente morreu; A caneta que emprestei nunca
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- recebi de volta.
to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,
quem é aquele ali perto da porta?
Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
z Referência a um tempo muito remoto, um passado relativo que. Ex.: Não teve que dizer (não teve nada
muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor- que dizer).
mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles!
z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não z Emprego do relativo quem: seu antecedente deve
conheço aquela mulher. ser uma pessoa ou objeto personificado. Ex.: Fomos
nós quem fizemos o bolo.
z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro O pronome relativo quem pode fazer referência a algo
termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan- subentendido: Quem cala consente (aquele que cala).
char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá,
aquela, refrigerante. z Emprego do relativo quanto: seu antecedente
deve ser um pronome indefinido ou demonstra-
Dica tivo, pode sofrer flexões. Ex.: Esqueci-me de tudo
quanto foi me ensinado; Perdi tudo quanto pou-
O pronome “mesmo” não pode ser usado em pei a vida inteira.
função demonstrativa referencial, veja:
z Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
O candidato fez a prova, porém o mesmo esque-
para indicar posse e aparecer relacionando dois
ceu de preencher o gabarito. ERRADO.
termos que devem ser um possuidor e uma coisa
O candidato fez a prova, porém esqueceu de possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua
preencher o gabarito. CORRETO. portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos-
suidor) a matéria (coisa possuída).
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. está no singular ou plural, bem como em qual pessoa
verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); modo-temporal,
Colocação pronominal que indica em qual modo e tempo verbais a ação
foi realizada, iremos apresentar estas desinências a
Estudo da posição dos pronomes na oração. seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinências
modo-temporais, precisamos explicar o que são o
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. modo e o tempo verbais:
Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Indica a atitude da ação/sujeito frente a uma rela-
Não me submeto a essas condições. ção enunciada pelo verbo. 31
z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de MODO MODO
certeza. Ex.: Estudei muito para ser aprovado. TEMPO
INDICATIVO SUBJUNTIVO
z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude Futuro -rá e -re -r
de dúvida, desejo ou possibilidade. Ex.: Se eu estu- Futuro do
dasse, seria aprovado. -ria *
pretérito
z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
convite, conselho, súplica ou pedido. Ex.: Estuda! * Nem todas as formas verbais apresentam desi-
Assim, serás aprovado. nências modo-temporais.
Ele/ você se senta Sentou-se A norma culta gramatical recomenda o uso do par-
ticípio regular com os verbos ter e haver, já com os
Nós nos sentamos Sentamo-nos verbos ser e estar, recomenda-se o uso do particípio
irregular. Ex.: Os policiais haviam expulsado os ban-
Vós vos sentais Sentastes-vos didos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
Infinitivo: marca as conjugações verbais.
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR,
z Reflexivos: são os verbos que apresentam pro- PasseAR);
nome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta- ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER,
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses pÔR);
verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Par-
mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cum- tIR, SaIR)
primentamos friamente. O verbo pôr corresponde à segunda conjuga-
z Impessoais: são verbos que designam fenômenos ção, pois origina-se do verbo poer, o mesmo
da natureza, como chover, trovejar, nevar etc. acontece com verbos que deste derivam.
Eles/Vocês Aderem
z Conjunção: o SE será conjunção condicional,
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
SE exerce função de conjunção integrante, ape- PRESENTE - INDICATIVO
nas ligando as orações e poderá ser substituída
pela conjunção caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser Eu Ponho
aprovado. Tu Pões
Ele/Você Põe
Conjugação de verbos derivados
Nós Pomos
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- Vós Pondes
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
Eles/Vocês Põem
preensão dessas conjugações verbais. 35
São conjugados da mesma forma os verbos: dispor, Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas.
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, en- / Ao invés de chegar molhado, chegou cedo.
trepor, supor. Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acessado
em: 19/11/2020.
1. (FCC - 2018) “Uma tendência que já coroava as edi- As preposições podem ser contraídas com outras
ções anteriores do prêmio”. classes de palavras, veja:
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que
se encontra acima está sublinhado em: z Preposição + artigo:
A + a, as, o, os: à, às, ao, aos.
a) Por meio do qual definia uma suposta obra de arte. De + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do,
b) O novo prêmio atenderia o mercado. dos, dum, duns, duma, dumas.
c) Ou o que o contraria. Por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos.
d) O leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas.
Em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas, no,
e) Ele contempla os títulos com mais chance.
nos, num, nuns, numa, numas.
z Preposição + pronome demonstrativo:
Coroava, assim como definia, está conjugado no pre- A + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: àque-
térito imperfeito do indicativo. Resposta: Letra A. le, àqueles, àquela, àquelas, àquilo.
Em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
PREPOSIÇÕES essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqui-
lo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nes-
Conceito sa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, na-
queles, naquelas, naquilo.
São alavras invariáveis que ligam orações ou De + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, es-
outras palavras. As preposições apresentam funções sas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
importantes tanto no aspecto semântico quanto no deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa,
aspecto sintático, pois complementam o sentido de desses, dessas, disso, daquele, daquela, daque-
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado les, daquelas, daquilo.
sem a presença da preposição, modificando a transiti-
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de z Preposição + advérbio:
sentido de palavras deverbais1. De + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- z Preposição + pronomes pessoais:
te, por, sem, sob, trás. Em + ele, ela, eles, elas: nele, nela, neles, nelas.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim De + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas.
chamadas, pois pertencem a outras classes grama- z Preposição + pronome relativo:
ticais, mas, ocasionalmente, funcionam como pre- A + onde: aonde.
posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, z Preposição + pronomes indefinido:
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”). De + outro, outras: doutro, doutros, doutra, doutras.
Considerando-se o contexto, o vocábulo PARA expri- z Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim,
me ideia de finalidade em: por conseguinte, destarte, pois (deslocado na fra-
se). Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui
a) I e III, apenas. aprovado.
b) I, II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas. As conjunções e, nem não devem ser empregadas
d) II e III, apenas. juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam a
e) I, II, III e IV. mesma relação aditiva o uso concomitante acarreta
em redundância.
A preposição para indicará finalidade quando puder
LÍNGUA PORTUGUESA
ser substituída pela locução “a fim de”, como ocorre Conjunções subordinativas
nos itens II e III, configurando como certa a Respos-
ta: Letra D. Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
CONJUNÇÕES apresentadas em um texto, porém, diferentemente
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
Assim como as preposições, as conjunções também subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
são invariáveis e também auxiliam na organização para terem o sentido apreendido.
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
ções. Por manterem relação direta com a organização z Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser: visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
coordenativas ou subordinativas. etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca fez dieta. 37
z Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de Nem precisamos ler o texto mencionado pela ques-
modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.: tão para sabermos que o item está correto, pois
Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. conquanto, assim como embora, é uma conjunção
z Comparativa: Como, que nem, que (depois de concessiva. Resposta: Certo
mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
como um touro. INTERJEIÇÕES
z Conformativa: Conforme, como, segundo, de
acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con- As interjeições também fazem parte do grupo de
forme o planejado. palavras invariáveis, tal como as preposições e as con-
junções. Sua função é expressar estado de espírito e
z Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mes-
mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que emoções, por isso apresenta forte conotação semânti-
aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado. ca, ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler
a uma frase, como será melhor exposto no capítulo
z Condicional: Se, caso, desde que, contanto que,
sobre frase, oração e período. Ex.: Tchau!
a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse
falar com você, teria respondido sua mensagem.
As interjeições, como mencionamos, indicam rela-
z Proporcional: À proporção que, à medida que, ções de sentido diversas, a seguir apresentamos um
quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:
quadro com os sentimentos e sensações mais expres-
Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser
aprovado. sos pelo uso de interjeições:
z Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro- VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
fessora dá exemplos para que você aprenda!
Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
z Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que,
mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei Alívio Arre! Ufa! Ah!
para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che- Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva!
guei à cidade, fui assaltado.
Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
Os valores semânticos das conjunções não se
Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
prendem às formas morfológicas desses elementos.
O valor das conjunções é construído contextualmen- Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!
te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos
estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você, Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
por que você não a procura? (SE = causal = já que);
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar
puro no campo. (quando = causal = já que). Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
Conjunções integrantes
É salutar lembrar que o sentido exato de cada
As conjunções integrantes fazem parte das orações interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram texto, por isso, em questões que abordem essa classe
uma oração principal à outra, subordinada. Existem de palavras, o candidato deve manter a calma e reler
apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se. o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se cer-
tificar do sentido expresso no texto.
z Quando é possível substituir o que pelo pronome Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
isso, estamos diante de uma conjunção integrante.
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio-
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso.
nar como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões,
z Sempre haverá conjunção integrante em orações por exemplo, que são interjeições por excelência,
substantivas e, consequentemente, em períodos mas, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa.
alterado.
Perguntei = isso.
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver- papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o
Ora bolas! Valha-me Deus!
Brasil é um país desigual (certo).
� Locuções adverbiais formadas por palavras � No a (singular) antes de palavra no plural, quando
a regência do verbo exigir preposição
femininas:
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes.
Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro. � Antes dos pronomes relativos quem e cuja
Espero vocês à noite na estação de metrô. Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos
Estou à beira-mar desde cedo. o pacote.
Locuções prepositivas formadas por palavras Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prê-
femininas: mio.
Ex.: Ficaram à frente do projeto.
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-
� Locuções conjuntivas formadas por palavras ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
femininas: Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos contrato.
vão aumentando. Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
suspeita de fraude.
� Quando indicar marcação de horário, no plural Eles estavam conservando a certa altura.
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas. Faremos a obra a qualquer custo.
Fique atento ao seguinte: entre números teremos A campanha será disponibilizada a toda a comunidade.
que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase) � Antes de pronomes demonstrativos que não acei-
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase) tam artigo (esse, essa, isso / este, esta, isto)
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
aquilo: � Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada personalidades históricas
àquele outono. Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin.
Por favor, entregue as flores àquela moça que está � Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos
LÍNGUA PORTUGUESA
Oração é o enunciado que se estrutura em torno de O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
um verbo (explícito, implícito ou subentendido) ou de porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
apresentá-lo completo ou incompleto. do determinada função sintática, que atua ou sofre
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan-
poluição. tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque) pronome.
SUJEITO Simples
DETERMINADO Composto
É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
pelo verbo. Elíptico
O sujeito pode ser:
Com verbos flexionados na 3ª
� o termo sobre o qual o restante da oração diz algo; pessoa do singular
� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
pelo verbo; se (índice de indeterminação do
� o termo que pode ser substituído por um pronome sujeito)
do caso reto;
Usado para fenômenos da
� o termo com o qual o verbo concorda. INEXISTENTE natureza ou com verbos
Ex.: A população implorou pela compra da vacina impessoais.
da COVID-19.
LÍNGUA PORTUGUESA
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Simples: quando há apenas um núcleo.
rou pela compra da vacina); Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
z O elemento que pratica a ação de implorar; Núcleo: aluguel
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo Sujeito simples: O aluguel da casa
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
Composto: quando há dois núcleos ou mais.
z O termo que pode ser substituído por um pronome Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
do caso reto. Núcleos: sons, cores.
(Ele implorou pela compra da vacina da COVID-19.) Sujeito composto: Os sons e as cores 41
Elíptico, oculto ou desinencial: quando não “Partícula” corresponde ao termo central do sujei-
aparece na oração, mas é possível de ser identifi- to “uma partícula extremamente quente e pesada”.
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. Portanto tem função de núcleo do sujeito. Resposta:
Letra C
Vi o noticiário hoje de manhã.
Sujeito: (Eu) Classificação do sujeito quanto à voz
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. z Diferença de aposto especificativo e adjunto
Separa-se do substantivo a que se refere por uma adnominal: Normalmente, é possível retirar a
pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões preposição que precede o aposto. Caso seja um
ou dois-pontos. adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram fica prejudicada.
ontem, acabaram de voltar de férias. Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos. (aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) 47
O clima de Fortaleza é quente.
período simples período composto
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?)
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O O povo levantou-se cedo
Era dia de eleição
para evitar aglomeração.
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
adjetivo.
Os que estão em negrito são os verbos.
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- Para não esquecer:
jetivo) Período simples é aquele formado por uma só
Homem desesperado, João sempre perde o con- oração
trole. Período composto é aquele formado por duas ou
(aposto; núcleo: homem – substantivo) mais orações.
3. (TJ-SC - 2010) Assinale a alternativa que NÃO apre- � Para indicar a elipse (omissão de uma palavra
senta orações coordenadas: que já apareceu na frase) do verbo
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
a) Como queria ser juiz, dedicou-se para valer aos estudos. Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado,
b) O partido conservador perdeu, pois obteve 20 votos filmes de terror.
aquém do necessário para a maioria absoluta.
c) Varri chão, lavei banheiro, pagava pra trabalhar. � Para separar palavras ou locuções explicativas,
d) Com a diminuição dos recursos, os projetos se fragili- retificativas
zam e as ações se tornam provisórias e descontinuadas. Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
e) O Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe muitos anos.
avanços, mas ainda se buscam melhorias.
� Para separar datas e nomes de lugar
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985.
O trecho “dedicou-se para valer aos estudos” é
subordinado à oração principal “Como queria ser � Para separar as conjunções coordenativas, exceto
juiz”, numa relação de condição. Resposta: Letra A e, nem, ou.
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.
4. (TJ-SC - 2010) Indique a alternativa que apresenta
análise errada da oração em grifo: A vírgula também é facultativa quando a expres-
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão,
a) A concretização dos negócios seria garantida se o mas uma palavra só. Exemplos:
Brasil participasse de acordos internacionais de inves- Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
timento. [subordinada adverbial condicional] Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço
b) A conta de comércio melhorou em 2009, com a reces- em casa.
são, mas o investimento direto diminuiu. [coordenada Ontem choveu o esperado para o mês todo. /
adversativa] Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
c) Pode ser chamado de gratuito o horário eleitoral que Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono
custa R$ 851 milhões ao Estado? [subordinada adjeti- durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso,
va restritiva]
ficou com sono durante a aula.
d) O estudo realizado em 1993 na Amazônia tem pouca
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia
abrangência por ter sido feito com apenas 30 pessoas.
amanhã, se não chover.
[subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo]
e) Alegou não terem ocorrido os pressupostos da one-
NÃO se usa vírgula nas seguintes situações
rosidade excessiva uma vez que a avença foi firma-
da numa época de estabilidade do real. [subordinada
� Entre o sujeito e o verbo
adverbial comparativa]
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
A oração “uma vez que a avença foi firmada numa ram a explicação. (errado)
época de estabilidade do real” é subordinada adver- Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
bial explicativa. Resposta: Letra E sertaram minha visão. (errado)
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
dicativo do sujeito:
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
PONTUAÇÃO ção. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
Outro tópico que gera dúvida trata da pontuação. dem. (errado)
Veremos a seguir as regras sobre seus usos, para sanar Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
essas dúvidas. (errado)
a) Morte de florestas; chuvas ácidas, e animais marinhos � Introduzir uma explicação ou enumeração após
cobertos por petróleo, são questões ambientais que expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
teriam suficiente relevância para alarmar a população, saber, como.
e automaticamente, motivar encontros e discussões. Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
b) Ao final, conclui o autor, que todos esses elementos Filosofia, Ciências... • Marcar uma pausa entre
apontados são faces de uma nova abordagem meto- orações coordenadas (relação semântica de oposi-
dológica para a proteção do meio ambiente. ção, explicação/causa ou consequência)
c) Não é justo e razoável que o servidor tenha que des- Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
pender recursos financeiros com o recolhimento das homem culto.
custas judiciais – que serão destinadas ao seu deve- Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
dor – para obter o que lhe é devido e, depois, reclamar cautela.
a restituição, se julgada procedente a sua pretensão.
d) Outra providência muito recomendada, é evitar polari- � Marcar invocação em correspondências
zação entre os setores de planejamento e produção, Ex.: Prezados senhores:
privilegiando o trabalho em equipe, realizado de forma Comunico, por meio deste, que...
coordenada.
e) Segundo Meirelles o ato administrativo – vinculado ou Travessão
discricionário –, há que ser praticado com a observân-
cia formal e ideológica da lei. � Usado em discursos diretos, indica a mudança de
discurso de interlocutor: Ex.:
No trecho “o que lhe é devido e, depois, reclamar a ― Que gente é aquela, Alberto?
restituição, se julgada procedente a sua pretensão”, ― São japoneses.
as duas primeiras vírgulas isolam o advérbio de
tempo “depois”, que está deslocado; a última vírgula � Serve também para colocar em relevo certas
se justifica pela condicional “se julgada procedente expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
a sua pretensão”. Resposta: Letra C tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
colchetes:
Uso de Ponto e Vírgula Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
ca ― vão fazer videoaulas.
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto aposto explicativo
e vírgula (;): Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar.
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas oração intercalada
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, � Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
ficou triste. na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- Parênteses
to, exausto.
Têm função semelhante à dos travessões e das
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma) vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o mos, expressões ou orações.
ouvinte. Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
sorvete.
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
� Em enumerações, portarias, sequências jantar. (oração intercalada)
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
o Procurador-Geral da República; Ponto-final
o Colégio de Procuradores da República;
LÍNGUA PORTUGUESA
o Conselho Superior do Ministério Público Federal. É o sinal que denota maior pausa.
Usa-se:
Dois-pontos
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda período.
não foi concluída. Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
Servem para: Carlos Drummond de Andrade
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- São usadas em citações ou em algum termo que
tos químicos não vêm com ponto final: precisa ser destacado no texto. Pode ser substituído
Exemplos: km, m, cm, He, K, C por itálico ou negrito, que têm a mesma função de
destaque.
Ponto de Interrogação Usam-se nos seguintes casos:
� Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232 z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
� Na indicação de dois anos consecutivos: sentido coletivo o verbo fica no singular. Ex.: A
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso. multidão gritou entusiasmada.
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
bo posterior ao pronome relativo concorda com o
Ex.: /s/
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?
Embora não existam regras muito definidas sobre
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. quem resolveu a questão. 55
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos “um terço”, não se tenha mantido a concordância em
conformidade com a norma culta. Desconsidere a
nós quem resolvemos a questão.
possibilidade de concordância atrativa.
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, a) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / intermédio de instituições financeiras foi tributado
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no apenas por aquela contribuição.
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol- b) mostram que menos de 2% dos pagamentos realiza-
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos dos por intermédio de instituições financeiras foram
essa questão. tributados apenas por aquela contribuição.
c) mostram que grande parte dos pagamentos realiza-
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali- dos por intermédio de instituições financeiras foi tribu-
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias, tado apenas por aquela contribuição.
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou- d) mostram que três quartos dos pagamentos realizados
ver artigo definido antes de uma palavra plura- por intermédio de instituições financeiras foram tribu-
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse tados apenas por aquela contribuição.
e) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
por intermédio de instituições financeiras foi tributado
Unidos continuam uma potência. apenas por aquela contribuição.
Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida- Em “grande parte dos pagamentos realizados...
de de Santos fica em São Paulo.”) foi tributado”, não houve concordância adequada,
deveria ser “foi tributada”, para concordar com o
núcleo do sujeito, “parte”. Resposta: Letra C
Importante!
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
verbo fica no singular ou no plural. palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. chegou. (Duas horas deram...)
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais badaladas soaram)
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de, Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
da escola soou dez badaladas)
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
Mais de um aluno compareceu à aula. z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
Mais de cinco alunos compareceram à aula. verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
dem-se casas de veraneio aqui.
A expressão mais de um tem particularidades: Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo interessada.
recíproco se), se houver coletivo especificado ou se z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.: verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
Mais de um irmão se abraçaram. Majestade está preocupada?
Suas Excelências precisam de algo?
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa. z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
Mais de um aluno, mais de um professor esta- exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
vam presentes.
Concordância Verbal com o Sujeito Composto
z Quando o sujeito é formado de um número per-
centual ou fracionário, o verbo concorda com o � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
numerado ou com o número inteiro, mas pode ticais diferentes
concordar com o especificador dele. Se o numeral Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
vier precedido de um determinante, o verbo con- � Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3 Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem. garam ontem.
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é ou nenhum
viver bem. Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. ter o espírito esportivo.
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
singular
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
davam. (preferencialmente no singular)
EXERCÍCIO COMENTADO
� Gradação entre os núcleos do sujeito
1. (FGV - 2008) “... mostram que um terço dos pagamen- Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
me acalmar. (preferencialmente no singular)
tos realizados por intermédio de instituições financei-
ras foi tributado apenas por aquela contribuição...” � Núcleos do sujeito no infinitivo
56 (L.67-70) Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu- São eles que sempre chegam cedo.
mitivo (nada, tudo, ninguém) É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu. trução adequada)
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
(construção inadequada)
nem um nem outro
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão Concordância do infinitivo
meu foco nos estudos.
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
to esclarecido)
bem como, assim como, tanto quanto
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
implícito “nós”)
final.
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas (dois pronomes implícitos: eu, nós)
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim Até me encontrarem, vocês terão de procurar
como; não só... mas também etc.) muito. (preposição no início da oração)
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
popularidade em alta. (verbos pronominais)
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- indicando tempo)
co núcleo, o verbo fica no singular concordando Estudo para me considerarem capaz de aprova-
com o núcleo único. Mas, se houver determinante ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
sujeito passa a ser composto. foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos particípio)
combustíveis aumentaram.
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Concordância verbal do Ser Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
ção verbal)
� Concorda com o sujeito Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
Ex.: Nós somos unha e carne. sendo sujeito do infinitivo)
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
brasileira. com a soma dos elementos.
z O problema do sistema é/são os impostos. Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
z Hoje é/são 22 de agosto. jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
quanto com o nome mais próximo.
a aprovação.
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
58 z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. vam abandonados a casa e o quintal.
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun- É proibido entrada de crianças. / É proibida a
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os entrada de crianças.
substantivos por um pronome: Pimenta é bom? / A pimenta é boa?
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
� Menos / pseudo
(substitui-se por “eles”)
São invariáveis.
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Ex.: Havia menos violência antigamente.
existem complicados”.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
to é pseudo-objetivo.
então é um adjunto adnominal.
� Muito / bastante
z Com função de predicativo do objeto Quando modificam o substantivo: concordam com
ele.
Recomenda-se concordar com a soma dos substan- Quando modificam o verbo: invariáveis.
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor- Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
dância com o termo mais próximo. irritados.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados. Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e tante irritados.
seus subordinados. Se ambos os termos puderem ser substituídos por
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi-
Algumas convenções tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
� Tal qual
� Obrigado / próprio / mesmo Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. com o substantivo posterior.
A própria enfermeira virá para o debate. Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
Elas mesmas conversaram conosco. pais.
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
Dica quais os pais.
Silepse (também chamada concordância
O termo mesmo no sentido de “realmente” será figurada)
invariável. É a que se opera não com o termo expresso, mas o
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
z Só / sós linda!)
Variáveis quando significarem “sozinho” / Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
“sozinhos”. com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Invariáveis quando significarem “apenas, Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
somente”. leiros, estamos esperançosos.)
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
apenas queriam ficar sozinhas.) � Possível
A locução “a sós” é invariável. Concordará com o artigo, em gênero e número, em
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
ficar a sós.
Conheci crianças as mais belas possíveis.
� Quite / anexo / incluso
Concordam com os elementos a que se referem.
Ex.: Estamos quites com o banco.
Seguem anexas as certidões negativas. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
1. (FAFIPA – 2020) Para que haja concordância, todos os
� Meio
elementos que compõem a oração precisam estar em
Quando significar “metade”: concordará com o
harmonia. A partir disso, assinale a alternativa em que
elemento referente.
NÃO há erro de concordância nominal:
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
Quando significar “um pouco”: será invariável.
a) Sempre educada e prestativa, a menina olhou para
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
todos os convidados e disse: “Muito obrigado!”
LÍNGUA PORTUGUESA
Ao meio-dia e [meia hora], [...] a porta da lancheria z Nos substantivos compostos formados por subs-
[meio = um pouco] aberta, [...] pediu [meio = meta- tantivo + substantivo em que o segundo termo
de do termo masculino grama] grama de sal e meia limita o sentido do primeiro termo:
porção [...]. Resposta: Letra D decreto-lei – decretos-lei;
cidade-satélite – cidades-satélite;
PLURAL DE COMPOSTOS público-alvo – públicos-alvo;
elemento-chave – elementos-chave.
Substantivos Nestes substantivos também é possível a flexão
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
O adjetivo concorda com o substantivo referen- públicos-alvos, elementos-chaves.
te em gênero e número. Se o termo que funciona
como adjetivo for originalmente um substantivo fica z Nos substantivos compostos preposicionados:
invariável. cana-de-açúcar – canas-de-açúcar;
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola pôr do sol – pores do sol;
também é um substantivo; mantém-se no singular) fim de semana – fins de semana;
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é pé de moleque – pés de moleque.
um substantivo; mantém-se no singular)
Flexão apenas do segundo elemento
Adjetivos
� Nos substantivos compostos formados por tema
Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
verbal ou palavra invariável + substantivo ou
mo elemento concordará com o substantivo referente.
Os demais ficarão na forma masculina singular. adjetivo:
Se um dos elementos for originalmente um subs- bate-papo – bate-papos;
tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável. quebra-cabeça – quebra-cabeças;
Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo. arranha-céu – arranha-céus;
No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o ex-namorado – ex-namorados;
plural, pois ambos são adjetivos. vice-presidente – vice-presidentes.
No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
singular, assim como “verde”, por ser substantivo. � Nos substantivos compostos em que há repeti-
Nesse caso, o termo composto não concorda com o ção do primeiro elemento:
plural do substantivo referente, “folhas”. zum-zum – zum-zuns;
Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar. tico-tico – tico-ticos;
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam- lufa-lufa – lufa-lufas;
60 bém pode ser um substantivo. reco-reco – reco-recos.
� Nos substantivos compostos grafados ligada- V. T. I.: aspiram
mente, sem hífen: Objeto indireto: a um mês de férias
girassol – girassóis;
pontapé – pontapés; A seguir, uma lista dos principais verbos que
mandachuva – mandachuvas; geram dúvidas quanto à regência:
fidalgo – fidalgos.
� Nos substantivos compostos formados com � Abraçar: transitivo direto
grão, grã e bel: Ex.: Abraçou a namorada com ternura.
grão-duque – grão-duques; O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço
grã-fino – grã-finos; � Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
bel-prazer – bel-prazeres. Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire-
Não flexão dos elementos to com sentido de “acariciar”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
no sentido de “ser agradável a”)
formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
re em frases substantivadas e em substantivos � Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
compostos por um tema verbal e uma palavra transitivo direto e indireto
invariável ou outro tema verbal oposto: Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não
o disse me disse – os disse me disse; personificado)
o leva e traz – os leva e traz; Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
o cola-tudo – os cola-tudo. personificado)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
reto: refere-se a coisas e pessoas)
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da
preposição a, rege indiferentemente objeto direto
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se e objeto indireto.
relacionam com seus complementos, com ou sem pre- Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
advérbio) exige complemento preposicionado, esse indireto)
nome é um termo regente e seu complemento é um Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,
termo regido, pois há uma relação de dependência rege apenas objeto direto:
entre o nome e seu complemento. Ajudaram o ladrão a fugir.
O nome exige um complemento nominal sempre ini- Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em direto:
forma de pronome oblíquo átono. Ajudei-o muito à noite.
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
foram leais.
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran-
to (desprovido de preposição)
sitivo direto com sentido de “angustiar”)
Pronome oblíquo átono: lhe
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
sujeito (desprovido de preposição). sentido de “desejar muito” – não admite “lhe”
como complemento)
Regência Verbal � Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-
Relação de dependência entre um verbo e seu vo direto com sentido de “respirar”)
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
retas, isto é, com ou sem preposição. indireto no sentido de “desejar”)
Há verbos que admitem mais de uma regência � Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
sem que o sentido seja alterado. Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
“prestar assistência”
O médico assistia os acidentados.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia O médico assistia aos acidentados.
Objeto direto: os favores recebidos. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos. Não assisti ao final da série.
LÍNGUA PORTUGUESA
V. T. I.: se esquecia
Objeto indireto: dos favores recebidos. O verbo assistir não pode ser empregado no
particípio.
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos É incorreta a forma “O jogo foi assistido por
que, mudando-se a regência, mudam de sentido, milhares de pessoas.”
alterando seu significado.
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. direto e indireto
(aspiramos = sorvemos) Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
V. T. D.: aspiramos A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
Objeto direto: ar poluídos. vo indireto)
Os funcionários aspiram a um mês de férias. O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
(aspiram = almejam) to e indireto) 61
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
predicativo do objeto de “vir depois”)
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
to com sentido de “convocar”)
Regência Nominal
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
dicativo do objeto com sentido de “denominar,
qualificar”) Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
bios) exigem complementos preposicionados, exceto
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi- quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
reto; intransitivo
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo Advérbios terminados em “mente”
indireto com sentido de “ser difícil”)
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti- Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
regência dos adjetivos:
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
� Esquecer: admite três possibilidades análoga / analogicamente a
Ex.: Esqueci os acontecimentos. contrária / contrariamente a
Esqueci-me dos acontecimentos. compatível / compativelmente com
Esqueceram-me os acontecimentos. diferente / diferentemente de
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto; favorável / favoravelmente a
transitivo direto e indireto paralela / paralelamente a
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria. próxima / proximamente a/de
(transitivo direto com sentido de “acarretar”) relativa / relativamente a
Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
(transitivo indireto com sentido de “mostrar má Preposições prefixos verbais
disposição”)
Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo Alguns nomes regem preposições semelhantes a
direto e indireto com sentido de envolver-se”) seus “prefixos”:
� Informar: transitivo direto e indireto
Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à dependente, dependência de
coisa: objeto indireto, com as preposições de ou inclusão, inserção em
sobre inerente em/a
Informaram o réu de sua condenação. descrente de/em
Informaram o réu sobre sua condenação. desiludido de/com
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi- desesperançado de
sa: objeto indireto, com a preposição a desapego de/a
Informaram a condenação ao réu. convívio com
convivência com
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
reto, com as preposições em e por demissão, demitido de
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia. encerrado em
enfiado em
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi- imersão, imergido, imerso em
tivo direto e indireto instalação, instalado em
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran- interessado, interesse em
sitivo com sentido de “cortejar”) intercalação, intercalado entre
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo supremacia sobre
indireto com sentido de “desejar muito”)
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
“encantar-se”) EXERCÍCIOS COMENTADOS
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito. 1. (CEPERJ - 2013) “...não passa de uma manifestação
Não desobedeçam à sinalização de trânsito. de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de decla-
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- rar-se isento”; nesse segmento do texto, o emprego da
tivo direto e indireto forma “do qual” está ligado à presença do termo “isen-
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) to”, que solicita a presença da preposição de. A frase
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo criada apresenta desvio da norma culta nesse mesmo
indireto) tipo de estrutura em:
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto) a) Os assaltos dos quais falam são cotidianos na cidade
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; de São Paulo.
transitivo direto e indireto b) Os crimes contra os quais lutam os policiais oferecem
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) perigo à sociedade.
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) c) A pesquisa da qual foram submetidos revelou infor-
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e mações novas.
indireto) d) As objeções contra as quais se levantaram não tinham
� Suceder; intransitivo; transitivo direto qualquer fundamento.
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no e) As leis às quais se referem foram julgadas pela
62 sentido de “ocorrer”) pesquisa.
O correto é “A pesquisa à qual foram submetidos”, nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar
para respeitar a regência do nome “submetidos”. ênfase à informação que se quer passar para o recep-
Faz-se a pergunta: “Submetidos a quem ou a quê?”. tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por
Resposta: Letra C isso, é muito utilizada em textos informativos, como
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
2. (TJ-SC – 201) Analise as proposições sob o aspecto ticos, entre outros.
da regência verbal: Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo:
chamas)
I. Comunique aos candidatos de que as provas serão O coração é um músculo que bombeia sangue para
realizadas em outro local. o corpo. (coração: parte do corpo)
II. Fundação, pilares, lajes, vigas, caixas-d’água, escadas
em concreto armado devem obedecer às normas da CONOTAÇÃO
ABNT.
III. Essa mudança de percepção dos riscos ambientais O sentido conotativo compreende o significado
implica maior influência da participação popular nos figurado e depende do contexto em que está inserido.
projetos industriais. A conotação põe em evidência os recursos estilísticos
dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
IV. Esperamos que cheguem logo a nossas mãos os tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e
documentos visando a instruir o processo. poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase
à expressividade da mensagem de maneira que ela
a) Estão corretas somente as proposições II, III e IV. possa provocar sentimentos ou diferentes sensações
b) Estão corretas somente as proposições I, II e III. no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
c) Estão corretas somente as proposições I, III e IV. sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios
d) Estão corretas somente as proposições I, II e IV. publicitários e outros.
e) Todas as proposições estão corretas. Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Você mora no meu coração.
A forma correta de I seria: “Comunique aos candida-
tos que as provas serão realizadas em outro local”. O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
O verbo “comunicar” é transitivo direto e indireto,
e no contexto o objeto direto é a oração subordina- Quando escolhemos determinadas palavras ou
da substantiva “que as provas serão realizadas em expressões dentro de um conjunto de possibilidades
outro local”. Resposta: Letra A de uso, estamos levando em conta o contexto que
influencia e permite o estabelecimento de diferentes
3. (TJ-SC – 2010) Indique em que frase a regência verbal relações de sentido. Essas relações podem se dar por
não se conforma às normas gramaticais: meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.
a) Os presidenciáveis responderam às perguntas dos
telespectadores.
b) Assistimos aos jogos de futebol pela tevê aberta Importante!
c) O não pagamento implica a devolução do produto.
d) Procedeu-se ao inquérito. Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-
e) Obedeça a sinalização. sões de um idioma.
Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões
O correto seria “Obedeça à sinalização”, entendendo a
que cada falante seleciona do léxico para se
regência do verbo: “obedeça a algo”. Resposta: Letra E
comunicar.
4. (TJ-SC – 2010) Assinale a frase correta em termos de
concordância nominal:
SINONÍMIA
a) Por essa razão se faz necessária a agilização de pro-
cedimentos como a apuração da base de cálculos. São palavras ou expressões que, empregados em
b) Julgo procedente em parte os pedidos promovidos um determinado contexto, têm significados seme-
por Maria e José. lhantes. É importante entender que a identidade dos
c) As duplicatas apenas não foram resgatadas. sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
d) O veículo estará à sua disposição no local e hora uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
aprazado. o que pode não acontecer em outras situações. O
e) Embora meia tonta, a moça conseguiu dizer “muito uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
obrigado”. exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
No trecho “se faz necessária a agilização”, o termo de suas significações é diferente.
LÍNGUA PORTUGUESA
“necessária” concorda com o artigo feminino singu- O emprego dos sinônimos é um importante recurso
lar definido que vem logo após. Resposta: Letra A para a coesão textual, uma vez que essa estratégia reve-
la, além do domínio do vocabulário do falante, a capa-
cidade que ele tem de realizar retomadas coesivas, o
que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto.
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ANTONÍMIA
DENOTAÇÃO São palavras ou expressões que, empregadas em
um determinado contexto, têm significados opostos. As
O sentido denotativo da linguagem compreende relações de antonímia podem ser estabelecidas em gra-
o significado literal da palavra independente do seu dações (grande/pequeno; velho/jovem); reciprocidade
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais (comprar/vender) ou complementaridade (ele é casa-
objetivo e literal associado ao significado que aparece do/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: 63
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
extrato (o que se extrai de
estrato (camada)
algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.
Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.
php. Acessado em: 17/10/2020.
NÚMEROS DE HABITANTES
100%
z Ela se sentiu discriminada por não poder entrar 90%
80%
naquele clube. (diferenciar, segregar) 70%
60%
z Em muitos países se discute sobre descrimi- 50%
nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar, 40%
30%
inocentar) 20%
10%
0%
REFERÊNCIA Franceses Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total
CIDADES
Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-
Fonte: googleimages.com. Acesso em: 10/01/2021.
-par onimas/. Acessado em 17/10/2020.
Infográficos
POLISSEMIA (PLURISSIGNIFICAÇÃO)
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu- Os infográficos são uma forma moderna de apre-
mas palavras, dependendo do contexto. As palavras sentar o sentido.
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre Essa palavra une os termos info (informação) e
si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis- gráfico (desenho, imagem, representação visual), ou
semia é encontrada no exemplo a seguir: seja, um desenho ou imagem que, com o apoio de um
texto, informa sobre um assunto que não seria muito
bem compreendido somente com um texto, auxilian-
do a compreensão do leitor.
Para interpretar os dados informativos em um
infográfico, é preciso boa leitura e esta requer atenção
aos detalhes. As representações neste formato aliam
ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo ao
Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020. leitor ser extremamente observador. Ter atenção ao
título, ao tema e a fonte das informações é vital para
HIPÔNIMO E HIPERÔNIMO uma boa análise e interpretação.
RETROSPECTIVA HISTÓRICA
envia determinadas correspondências, quem as rece- Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é
be e qual é a finalidade de cada uma delas. a maneira pela qual o Poder Público redige comunica-
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes-
bem simples e objetivo a ser estudado. sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público.
A redação oficial não é necessariamente árida e
z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
básica – comunicar com objetividade e máxima cla-
Prefácio reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
É com grande entusiasmo que recebo a incumbên- língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
cia de prefaciar a terceira edição do Manual de Reda- texto jornalístico, da correspondência particular etc.
ção da Presidência da República, vinte e sete anos Apresentadas essas características fundamentais
após presidir a Comissão encarregada da primeira da redação oficial, passemos à análise pormenorizada
edição desta obra. de cada um de seus atributos. 67
A redação oficial deve caracterizar-se por: compreensão por seu destinatário. O que nos parece
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
Clareza e precisão; que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên-
Objetividade; cia de nossa experiência profissional, muitas vezes,
Concisão; faz com que os tomemos como de conhecimento geral,
Coesão e coerência; o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
Impessoalidade; esclareça, precise os termos técnicos, o significado das
Formalidade e padronização; e siglas e das abreviações e os conceitos específicos que
Uso da norma padrão da língua portuguesa. não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são
CLAREZA E PRECISÃO elaboradas certas comunicações quase sempre compro-
mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assun-
z Clareza tos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com
sua indesejável repercussão no texto redigido.
A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex- A clareza e a precisão não são atributos que se
to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que atinjam por si sós: elas dependem estritamente das
possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se demais características da redação oficial, apresen-
concebe que um documento oficial ou um ato nor- tadas a seguir.
mativo de qualquer natureza seja redigido de forma
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen- OBJETIVIDADE
são. A transparência é requisito do próprio Estado
de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
princípio constitucional da publicidade não se esgota conseguir isso, é fundamental que o redator saiba
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à de antemão qual é a ideia principal e quais são as
necessidade de que o texto seja claro. secundárias.
Para a obtenção de clareza, sugere-se: Procure perceber certa hierarquia de ideias que
existe em todo texto de alguma complexidade: as
Utilizar palavras e expressões simples, em seu fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem
sentido comum, salvo quando o texto versar
esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi-
sobre assunto técnico, hipótese em que se utili-
cá-las; mas existem também ideias secundárias que
zará nomenclatura própria da área;
não acrescentam informação alguma ao texto, nem
Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen-
tar as orações na ordem direta e evitar inter- têm maior relação com as fundamentais, podendo,
calações excessivas. Em certas ocasiões, para por isso, ser dispensadas, o que também proporciona-
evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da rá mais objetividade ao texto.
ordem inversa da oração; A objetividade conduz o leitor ao contato mais
Buscar a uniformidade do tempo verbal em direto com o assunto e com as informações, sem sub-
todo o texto; terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra-
Não utilizar regionalismos e neologismos; do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
Pontuar adequadamente o texto; expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
Explicitar o significado da sigla na primeira
referência a ela; e CONCISÃO
Utilizar palavras e expressões em outro idioma
apenas quando indispensáveis, em razão de A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
serem designações ou expressões de uso já con- terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse transmitir o máximo de informações com o mínimo de
caso, grafe-as em itálico, conforme orientações palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como
do subitem 10.2 deste Manual.
economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
passagens substanciais do texto com o único objetivo
z Precisão
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
O atributo da precisão complementa a clareza e
nada acrescentem ao que já foi dito.
caracteriza-se por:
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto
deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
Articulação da linguagem comum ou técnica
adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
para a perfeita compreensão da ideia veiculada
no texto; ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
Manifestação do pensamento ou da ideia com construído, prolixo:
as mesmas palavras, evitando o emprego de “Apurado, com impressionante agilidade e preci-
sinonímia com propósito meramente estilísti- são, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
co; e população acriana, verificou-se que a esmagadora e
Escolha de expressão ou palavra que não confi- ampla maioria da população daquele distante estado
ra duplo sentido ao texto. manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da
alteração realizada pela Lei nº 11.662/2008. Não satis-
É indispensável, também, a releitura de todo o tex- feita, inconformada e indignada, com a nova hora legal
to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população
obscuros provém principalmente da falta da releitu- do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar
ra, o que tornaria possível sua correção. Na revisão ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em
68 de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil Greenwich.”
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá- IMPESSOALIDADE
rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio-
nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), A impessoalidade decorre de princípio constitucio-
o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobre- nal (Constituição, art. 37), e seu significado remete a
tudo em texto oficial, que deve primar pela impes- dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que
soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha a administração pública proceda de modo a não pri-
concisão, harmonia e unidade: vilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja,
“Apurado o resultado da consulta à população sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
acreana, verificou-se que a maioria da população se pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a
manifestou pela rejeição da alteração realizada pela
ação administrativa ser exercida por intermédio de seus
Lei nº 11.662/2008. Não satisfeita com a nova hora
legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da popu- servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
lação do Acre demonstrou que a ela seria melhor A redação oficial é elaborada sempre em nome do
regressar ao quarto fuso, estando cinco horas menos serviço público e sempre em atendimento ao interes-
que em Greenwich.” se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje-
tos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de
COESÃO E COERÊNCIA outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
É indispensável que o texto tenha coesão e coerên- que deve ser dado aos assuntos que constam das
cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har- comunicações oficiais decorre:
monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o
texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se Da ausência de impressões individuais de quem
verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão comunica: embora se trate, por exemplo, de um
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
expediente assinado por Chefe de determinada
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a
Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
coerência de um texto são: referência, substituição,
elipse e uso de conjunção. serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
padronização, que permite que as comunicações
z Referência elaboradas em diferentes setores da administra-
ção pública guardem entre si certa uniformidade;
Diz respeito aos termos que se relacionam a outros Da impessoalidade de quem recebe a comuni-
necessários a sua interpretação. Esse mecanismo cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sem-
pode dar-se por retomada de um termo, relação com pre concebido como público, ou a uma instituição
o que é precedente no texto, ou por antecipação de um privada, a outro órgão ou a outra entidade públi-
termo cuja interpretação dependa do que se segue. ca. Em todos os casos, temos um destinatário con-
Exemplos: cebido de forma homogênea e impessoal; e
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup- Do caráter impessoal do próprio assunto tra-
ção. Ele aguardou a decisão do Plenário. tado: se o universo temático das comunicações
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi-
oficiais se restringe a questões que dizem res-
natura e de identificação no documento.
peito ao interesse público, é natural não caber
qualquer tom particular ou pessoal.
z Substituição
É a colocação de um item lexical no lugar de Não há lugar na redação oficial para impressões
outro(s) ou no lugar de uma oração. pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
Exemplos: carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor-
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial
Executivo federal propôs reduzir as alíquotas. deve ser isenta da interferência da individualidade de
O ofício está pronto. O documento trata da exone- quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade
ração do servidor. e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
seguida, os prefeitos fizeram o mesmo. alcançada a necessária impessoalidade.
Exemplo:
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as
os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão comunicações feitas em meio eletrônico (por exem-
do verbo “regulamenta”). plo, o e-mail, o documento gerado no SEI! — O Sistema
Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão
Dica de documentos —, o documento em html etc.), quanto
para os eventuais documentos impressos.
Outra estratégia para proporcionar coesão e coe- É imperativa, ainda, certa formalidade de trata-
rência ao texto é utilizar conjunção para estabele- mento. Não se trata somente do correto emprego deste
cer ligação entre orações, períodos ou parágrafos. ou daquele pronome de tratamento para uma autori-
Exemplo: dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
O Embaixador compareceu à reunião, pois iden- diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao
tificou o interesse de seu Governo pelo assunto. assunto do qual cuida a comunicação. 69
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à Essa informação nos ajuda a entender por que os
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,
a administração pública federal é una, é natural que as quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono-
comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta- mes que a ele se referem ficam na 3ª pessoa; ao con-
belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias
exige que se atente para todas as características da redação são em 2ª pessoa. Afinal, se existe um distanciamento
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân-
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes cias devem realmente ser em 3ª pessoa.
para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer
necessária a impressão, e a correta diagramação do z Emprego dos pronomes de tratamento
texto são indispensáveis para a padronização. Consul-
Modernamente, então, temos:
te o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito
de normas específicas para cada tipo de expediente. Você (s): para tratamento informal;
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, Senhor (e flexões): para tratamento cerimo-
os atos normativos e os expedientes oficiais requerem nioso formal.
o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei-
tos da gramática formal e emprega um léxico compar- Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de
tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
padrão culto é, portanto, imprescindível na redação maneira indireta, para referenciar atributos da pes-
oficial por estar definido como padrão para tal ativi- soa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário
dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais, atenção para o uso dos pronomes de tratamento em
morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos três momentos distintos: no endereçamento, no voca-
vocabulares e as particularidades linguísticas. tivo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se
Recomendações: A língua culta é contra a pobre- ao destinatário no início do documento. No corpo do
za de expressão e não contra a sua simplicidade; texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento
O uso do padrão culto não significa empregar a lín- em sua forma abreviada ou por extenso. O endereça-
gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de lingua- mento é o texto utilizado no envelope que contém a
gem próprias do estilo literário; correspondência oficial.
A consulta ao dicionário e à gramática é imperati- A seguir, alguns exemplos de utilização de prono-
va na redação de um bom texto. mes de tratamento no texto oficial.
Pode-se concluir que não existe propriamente um
padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma AUTORIDADE Presidente da República
padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas Excelentíssimo Senhor Presi-
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se VOCATIVO
dente da República,
consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-
crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. CORPO DO TEXTO
Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal; ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
Você (s): para tratamento cerimonioso formal. Excelentíssimo Senhor Pre-
VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca- Federal,
ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos
o “você” para qualquer pessoa, independentemente de TRATAMENTO NO Vossa Excelência
haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer CORPO DO TEXTO
dizer nada, afinal por que a língua teria os dois prono-
ABREVIATURA Não se usa
70 mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima.
AUTORIDADE Vice-Presidente da República AUTORIDADE Senador da República
ABREVIATURA V. Exa.
Ministro dos Tribunais
AUTORIDADE
Superiores
AUTORIDADE Embaixador
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
VOCATIVO Senhor Ministro,
VOCATIVO Senhor Embaixador,
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
TRATAMENTO NO Vossa Excelência CORPO DO TEXTO
CORPO DO TEXTO
ABREVIATURA V. Exa.
ABREVIATURA V. Exa.
z Identificação do expediente
br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/
brasao/brasao-da-republica.jpg/view depois do nome da cidade;
No caso de documento a ser impresso, exclusiva- Dia do mês: em numeração ordinal se for o
mente quando o signatário for o Presidente da Repú- primeiro dia do mês e em numeração cardinal
blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de para os demais dias do mês. Não se deve uti-
autarquia, será utilizado timbre em relevo branco, lizar zero à esquerda do número que indica o
nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de dia do mês;
novembro de 1977. Nome do mês: deve ser escrito com inicial
minúscula;
Nome do órgão principal; Pontuação: coloca-se ponto-final depois da
Nomes dos órgãos secundários, quando neces- data; e
sários, da maior para a menor hierarquia; e Alinhamento: o texto da data deve ser alinha-
Espaçamento: entrelinhas simples (1,0). do à margem direita da página. 73
Exemplo: Exemplos:
Brasília, 2 de fevereiro de 2018. Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão
julho/2018.
z Endereçamento Assunto: Aquisição de computadores.
O pronome de tratamento no endereçamento das Introdução: deve iniciar com referência ao expe-
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Exce- do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
lência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”. com a informação do motivo da comunicação, que é
Quando o tratamento destinado ao receptor for encaminhar, indicando a seguir os dados completos
Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se signatário e assunto de que se trata) e a razão pela
utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A qual está sendo encaminhado; e
Sua Senhoria a Senhora”. Exemplos:
Exemplos: Em resposta ao Ofício no 12, de 1º de fevereiro de
A Sua Excelência o Senhor 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril
[Nome]
de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas,
Ministro de Estado da Justiça
Esplanada dos Ministérios Bloco T que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.
70064-900 Brasília/DF Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia
do Ofício no 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Pre-
À Senhora sidente da Confederação Nacional da Indústria, a
[Nome] respeito de projeto de modernização de técnicas agrí-
Diretora de Gestão de Pessoas colas na região Nordeste.
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Desenvolvimento: se o autor da comunicação
70070-030 Brasília. DF desejar fazer algum comentário a respeito do docu-
mento que encaminha, poderá acrescentar pará-
z Assunto grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há
parágrafos de desenvolvimento em expediente usado
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o para encaminhamento de documentos.
documento, de forma sucinta.
Ele deve ser grafado da seguinte maneira: Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o tex-
to do documento deve ser formatado da seguinte
Título: a palavra “Assunto” deve anteceder a frase maneira:
que define o conteúdo do documento, seguida de
dois-pontos;
Alinhamento: justificado;
Descrição do assunto: a frase que descreve o
conteúdo do documento deve ser escrita com Espaçamento entre linhas: simples;
inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos Parágrafos:
e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
Destaque: todo o texto referente ao assun- cada parágrafo;
to, inclusive o título, deve ser destacado em Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
negrito; gem esquerda;
Pontuação: coloca-se ponto-final depois do Numeração dos parágrafos: apenas quando o
assunto; e documento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri-
74 Alinhamento: à margem esquerda da página. meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
Dica z Numeração das páginas
Houve alteração das fontes e símbolos de Times A numeração das páginas é obrigatória apenas a
New Roman para Calibri ou Carlito. partir da segunda página da comunicação. Ela deve
ser centralizada na página e obedecer à seguinte
z Fechos para comunicações formatação:
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além Posição: no rodapé do documento, ou acima da
da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o des- área de 2 cm da margem inferior; e
tinatário. Os modelos para fecho anteriormente utili-
Fonte: Calibri ou Carlito.
zados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do
Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
z Formatação e apresentação
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,
este Manual estabelece o emprego de somente dois Os documentos do padrão ofício devem obedecer à
fechos diferentes para todas as modalidades de comu- seguinte formatação:
nicação oficial:
Para autoridades de hierarquia superior à do Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
remetente, inclusive o Presidente da República: Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm
Respeitosamente, de largura;
Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar- Margem lateral direita: 1,5 cm;
quia inferior ou demais casos: Atenciosamente, Margens superior e inferior: 2 cm;
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem
partir da margem superior do papel;
a rito e tradição próprios.
Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior
O fecho da comunicação deve ser formatado do documento;
da seguinte maneira: Impressão: na correspondência oficial, a
impressão pode ocorrer em ambas as faces do
Alinhamento: alinhado à margem esquerda da papel. Nesse caso, as margens esquerda e direita
página; terão as distâncias invertidas nas páginas pares
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
(margem espelho);
gem esquerda;
Cores: os textos devem ser impressos na cor
Espaçamento entre linhas: simples;
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após preta em papel branco, reservando-se, se
cada parágrafo e não deve ser numerado. necessário, a impressão colorida para gráficos
e ilustrações;
z Identificação do signatário Destaques: para destaques, deve-se utilizar,
sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presi-
com uso de itálico, sublinhado, letras maiús-
dente da República, todas as demais comunicações ofi-
culas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou
ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
qualquer outra forma de formatação que afete
Nome: nome da autoridade que as expede, gra- a sobriedade e a padronização do documento;
fado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras
usa linha acima do nome do signatário; devem ser grafadas em itálico;
Cargo: cargo da autoridade que expede o docu- Arquivamento: dentro do possível, todos os
mento, redigido apenas com as iniciais maiús- documentos elaborados devem ter o arquivo
culas. As preposições que liguem as palavras do
de texto preservado para consulta posterior ou
cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
aproveitamento de trechos para casos análogos.
Alinhamento: a identificação do signatário
deve ser centralizada na página. Deve ser utilizado, preferencialmente, forma-
to de arquivo que possa ser lido e editado pela
LÍNGUA PORTUGUESA
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a maioria dos editores de texto utilizados no ser-
assinatura em página isolada do expediente. Trans- viço público, tais como docx, odt ou rtf.
fira para essa página ao menos a última frase anterior Nome do arquivo: para facilitar a localização,
ao fecho os nomes dos arquivos devem ser formados da
Exemplo:
seguinte maneira:
(espaço para assinatura)
NOME
tipo do documento + número do documento + ano do
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presi-
dência da República documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
(espaço para assinatura) Exemplo:
NOME Ofício 123_2018_relatório produtividade anual
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas Seguem exemplos de Ofício: 75
76
(29,7 cm x 21 cm)
LÍNGUA PORTUGUESA
77
78
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.
z Exposição de Motivos
z Forma e estrutura
Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
tam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. 79
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
Exemplo de exposição de motivos:
80
z Mensagem
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente, as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
LÍNGUA PORTUGUESA
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
As mensagens contêm:
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu sig-
natário. Exemplo de mensagem:
LÍNGUA PORTUGUESA
83
z Correio eletrônico (e-mail) z Local e data
A utilização do e-mail para a comunicação tornou- São desnecessários no corpo da mensagem, uma
-se prática comum, não só em âmbito privado, mas vez que o próprio sistema apresenta essa informação.
também na administração pública. O termo e-mail
pode ser empregado com três sentidos. Dependendo z Saudação inicial/vocativo
do contexto, pode significar gênero textual, endereço
eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
eletrônica. por uma saudação. Quando endereçado para outras
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- instituições, para receptores desconhecidos ou para
rado um documento oficial, assim como o ofício. Por- particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou
com uma comunicação oficial. “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido- Senhor”, “Prezada Senhora”.
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a Exemplos:
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Senhor Coordenador,
Como sistema de transmissão de mensagens ele-
Prezada Senhora,
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor-
mou-se na principal forma de envio e recebimento de
z Fecho
documentos na administração pública.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunica-
z Valor documental
ções oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
documental, isto é, para que possa ser aceito como mente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
documento original, é necessário existir certificação devem ser utilizados em e-mails profissionais.
digital que ateste a identidade do remetente, segundo O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida- uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra- entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
sileira – ICP-Brasil. deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
O destinatário poderá reconhecer como válido outro documento oficial.
o e-mail sem certificação digital ou com certificação
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- z Bloco de texto da assinatura
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio
documento físico assinado ou por meio eletrônico Sugere-se que todas as instituições da administra-
reconhecido pela ICP-Brasil. ção pública adotem um padrão de texto de assinatura.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,
impor a aceitação de documento eletrônico que não o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
atenda os parâmetros da ICP-Brasil. Exemplo:
Maria da Silva
z Forma e estrutura Assessora
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
Um dos atrativos de comunicação por correio (61)XXXX-XXXX
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes-
sa definir padronização da mensagem comunicada. z Anexos
No entanto, devem-se observar algumas orientações
quanto à sua estrutura. A possibilidade de anexar documentos, planilhas
e imagens de diversos formatos é uma das vantagens
z Campo “Assunto”
do e-mail. A mensagem que encaminha algum arqui-
vo deve trazer informações mínimas sobre o conteú-
O assunto deve ser o mais claro e específico pos-
do do anexo.
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele
rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do no corpo do correio eletrônico.
correio eletrônico. Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami-
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen- nhamento de anexos nas mensagens de resposta.
te o conteúdo completo da mensagem para que não Os arquivos anexados devem estar em formatos
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um Quando se tratar de documento ainda em discussão,
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em
84 sobre a Reforma da Previdência”. formato que possa ser editado.
z Recomendações
Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja disponível, deve
constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a recomendação de tipo de
fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens
profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros
documentos oficiais;
O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser
utilizados;
Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das
conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota
agressividade de parte do emissor da comunicação.
Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de
logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
destinatário.
z Ata
Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim.
z Normas
Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.
DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº
280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando
mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL,
secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande
circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA -
tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à
disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados
LÍNGUA PORTUGUESA
Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal , Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal.
z Atestado
Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de determina-
do fato. As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados, e não declarações.
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
transitórios.
85
Como fazer:
O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
que está pedindo o atestado;
O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado.
Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos ar-
quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.
Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP
z Circular
Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi-
recional, e o endereçamento vai no envelope.
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
Atenciosamente,
Fulano de Tal
Fulano de Tal
Diretor-Geral de Negócios
86
z Declaração
Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de
Título: DECLARAÇÃO;
Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas0, residência, domicílio, finali-
dade e exposição de assunto;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário).
DECLARAÇÃO
Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl
, trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.
ClarkKent
_____________________
Super Homem
z Requerimentos
Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Nele, podemos observar as seguintes partes:
9 - 40/1
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.
deferimento.
Brasília, 25 de setembro de 2006.
Importante!
Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo
os seus prepostos desde que devidamente credenciados. 87
z Relatório
É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa,
daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de
z Parecer
A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto.
Vocativo;
Identificação do especialista;
88
Introdução - apresentação do assunto;
Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário).
Sr. Juiz,
Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil, como Autor,
e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e dos
procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
(identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,
embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número
1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA 8875H
(AnexoI)existeumaáreaconstruídade137,60m2compostaporduascasas,umaemmadeiraeoutraemalvenaria(Fotografias
1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
É muito importante deixar claro que o Decreto O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui-
9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual ção que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea
de Redação da Presidência da República. “O Decreto “a”, da Constituição, DECRETA:
dispõe sobre a forma de tratamento empregada na Objeto e âmbito de aplicação
comunicação, oral ou escrita, com agentes públicos
da administração pública federal direta e indireta, Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de trata-
e sobre a forma de endereçamento de comunicações mento empregada na comunicação, oral ou escri-
escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão ta, com agentes públicos da administração pública
novas regras aplicadas às redações oficiais realiza- federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder
das a partir dessa data apenas entre os agentes do Executivo Federal), e sobre a forma de endereça-
Poder Executivo Federal. mento de comunicações escritas a eles dirigidas.
Comunicações destinadas aos outros poderes § 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimô-
nias das quais o agente público federal participe.
permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:
alteração em provas de concurso caso o edital traga
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo
orientações que orientem sobre as mudanças per-
efetivo;
tinentes a esse decreto, indicando claramente que 2. aos militares das Forças Armadas ou das forças
serão cobradas as legislações correlatas ou especi- auxiliares;
ficando o Decreto n. 9.758, de 11 de abril de 2019. Do
LÍNGUA PORTUGUESA
Ficando o indivíduo politicamente só diante do Esta- No texto 1A3-I, a oração “se o Estado reduzisse a tribu-
do, este se viu progressivamente obrigado a assumir, tação de determinado setor da economia” apresenta,
como próprias, algumas tarefas que, até então, não no período em que se insere, noção de
tinham sido consideradas estatais, por serem desen-
volvidas pela sociedade organicamente estruturada, a) concessão, uma vez que representa uma exceção às
ou seja, eram assumidas pela Igreja (em todas as suas regras de tributação do país.
múltiplas personificações), pelas fundações, pelas b) explicação, uma vez que esclarece uma ação que
corporações, pelas universidades e por outros entes diminuiria os custos do referido setor.
representativos do corpo social. c) proporcionalidade, uma vez que os custos do referi-
do setor diminuiriam à medida que se diminuísse a
Assim aconteceu, até meados do século XIX, com tributação.
os hoje chamados serviços públicos assistenciais e d) tempo, uma vez que a diminuição dos custos do referi-
sociais, aqueles que garantiam o direito do adminis- do setor ocorreria somente após a redução da tributa-
trado à conservação da vida e da saúde e ao aprimo- ção sobre ele.
ramento de sua personalidade, como beneficência, e) condição, uma vez que a diminuição dos custos do
saúde e educação, que eram atividades assumidas referido setor dependeria da redução da tributação
pela sociedade, embora o Estado as regulasse. sobre ele.
No texto CG2A2-I, o verbo “extravasar” tem o mesmo 5. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Texto CG3A1-I
sentido de
No século 21, eu acredito que a missão da Organiza-
a) veicular. ção das Nações Unidas (ONU) será definida por uma
b) transformar. consciência nova e mais profunda da santidade e da
c) deliberar. dignidade de cada vida humana, independentemente de
d) expressar-se. raça ou religião. Isso irá requerer que levemos o nosso
e) estender-se. olhar para além da estrutura dos Estados, ou da simples
superfície de nações ou comunidades. Devemos enfo-
3. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base nas informa- car, como nunca, a melhoria das condições de vida de
ções veiculadas no texto CG2A2-I, é correto afirmar homens e mulheres, individualmente, que dão ao Estado
que o filósofo Rousseau ou à nação a sua riqueza e o seu caráter.
LÍNGUA PORTUGUESA
a) inspirou-se na expressão serviço público para escre- Neste novo século, devemos começar pela com-
ver a obra O contrato social. preensão de que a paz pertence não somente aos
b) não considerava como serviços públicos algumas ati- Estados ou povos, mas também a cada um e a todos
vidades do Estado. os membros dessas comunidades. A soberania dos
c) incluiu no conceito de serviço público as iniciativas Estados não mais deverá ser utilizada como um escu-
privadas. do contra grandes violações aos direitos humanos. A
d) exprimiu um conceito de serviços públicos que inclui paz deve ser real e tangível no dia a dia de cada indi-
a garantia do atendimento de necessidades dos víduo que dela necessite. Devemos buscá-la, acima
cidadãos. de tudo, pelo fato de ser a condição para que cada
e) não influenciou posteriores desdobramentos da membro da família humana possa levar uma vida de
expressão serviços públicos. dignidade e segurança. 91
A lição do século passado nos fez entender que amea- No período em que se insere no texto CG1A1-II, a ora-
çar ou atropelar a dignidade do indivíduo — como naque- ção “Ao coletar um dado” exprime uma circunstância
les países onde o cidadão não desfruta do direito básico de
de escolher o seu governo, ou do direito de o escolher
regularmente — resultou em conflitos, perdas de civis a) causa.
inocentes, vidas abreviadas e comunidades destruídas. b) modo.
c) finalidade.
Com efeito, os obstáculos à democracia têm muito d) explicação.
pouco a ver com cultura ou religião, e muito mais e) tempo.
com o desejo daqueles que se encontram no poder e
querem manter sua posição a qualquer custo. Não se 7. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Texto CG3A3-II
trata de um fenômeno novo nem restrito a uma parte
específica do mundo. As pessoas de todas as cultu- Nascido em 1902, nos Estados Unidos da América,
ras prezam por sua liberdade de escolha e sentem a Theodore Schultz foi o primeiro acadêmico que efe-
necessidade de ter direito de voz nas decisões que tivamente sistematizou a relação existente entre
afetam suas vidas. aumento de investimentos em educação e aumento
de produtividade e salários no setor agrícola — e, claro,
No texto CG3A1-I, o sujeito elíptico das formas ver- na economia como um todo.
bais “levemos” e “Devemos” corresponde a
Em seus estudos, o economista comparou a situação
a) eu. de desequilíbrio entre países pobres(A), cuja capacida-
b) você. de de produção agrícola é baixa, e países ricos(A), de
c) eles. alta capacidade produtiva. Nessa análise(B), percebeu-
d) nós. -se(C) que os países desenvolvidos(E) possuíam muito
e) vós. mais dinheiro investido no chamado capital humano,
mais especificamente em educação.
6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Texto CG1A1-II
Notavelmente, educação traz desenvolvimento econô-
Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n.º mico e social, além de gerar, em um contexto micro,
13.709/2018), dados pessoais são informações que habilidades para o indivíduo que possam ser apro-
podem identificar alguém. Dentro desse conceito, foi veitadas tanto por ele quanto por outros ao seu redor
criada uma categoria chamada de “dado sensível”, que — fato já conhecido por Schultz. Contudo, o pesquisa-
diz respeito a informações sobre origem racial ou étni- dor foi além e sistematizou a influência da educação
ca, convicções religiosas, opiniões políticas, saúde ou sobre a riqueza de uma nação. Ele analisou a econo-
vida sexual. Registros como esses, a partir da vigên- mia norte-americana e percebeu que a maior parte do
cia da lei, passam a ter nível maior de proteção, para crescimento econômico do país estava associada ao
evitar formas de discriminação. Todas as atividades capital humano, materializado em investimentos em
realizadas no país e todas as pessoas que estão no educação, e não no capital físico.
Brasil estão sujeitas à lei. A norma vale para coletas
operadas em outro país, desde que estejam relacio- Ainda nesse estudo, Schultz analisou os custos da
nadas a bens ou serviços ofertados a brasileiros. Mas educação. Além do óbvio custo material (profes-
há exceções, como a obtenção de informações pelo sores, infraestrutura e material escolar), há outros
Estado para a segurança pública. custos que envolvem, principalmente, tempo: pessoas
que trabalhariam passam a estudar — não produzindo,
Ao coletar um dado, as empresas deverão informar nem ganhando salários. Assim, Schultz concluiu que
a finalidade da coleta. Se o usuário aceitar repassar há custos para as pessoas (deixar de ganhar dinhei-
suas informações, o que pode acontecer, por exem- ro com trabalho para estudar) e eventualmente para o
plo, quando ele concorda com termos e condições de governo (pagar a educação das pessoas sem que elas
um aplicativo, as companhias passam a ter o direito produzam).
de tratar os dados (respeitada a finalidade específica),
desde que em conformidade com a legislação. A lei Seu trabalho o levou à conclusão de que países que
prevê uma série de obrigações, como a garantia da investem mais em educação tendem a ser mais ricos.
segurança das informações e a notificação do titular Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quan-
em caso de um incidente de segurança. A norma per- to mais se investir na capacitação das pessoas, mais
mite a reutilização dos dados por empresas ou órgãos produtiva e rica uma nação será, de modo que os efei-
públicos, em caso de “legítimo interesse”. tos tendem a ser mais positivos que negativos.
Por outro lado, o titular ganhou uma série de direitos. A correção gramatical e os sentidos originais do
Ele pode, por exemplo, solicitar à empresa os dados segundo parágrafo do texto CG3A3-II seriam mantidos
que ela tem sobre ele, a quem foram repassados caso
(em situações como a de reutilização por “legítimo
interesse”) e para qual finalidade. Caso os registros a) as vírgulas empregadas logo após “pobres” e “ricos”
estejam incorretos, ele poderá cobrar a correção. Em fossem suprimidas.
determinados casos, o titular terá o direito de se opor b) a vírgula empregada logo após “análise” fosse
a um tratamento. A lei também prevê a revisão de deci- suprimida.
sões automatizadas tomadas com base no tratamen- c) o ponto final destacado em amarelo fosse substituí-
to de dados, como as notas de crédito ou os perfis de do por vírgula, com a devida alteração de maiúscula e
92 consumo. minúscula no início do período subsequente.
d) uma vírgula fosse inserida logo após “percebeu-se”. mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capa-
e) uma vírgula fosse introduzida logo após “desenvolvidos”. cidade dos países em produzir comida para todos.
A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e
8. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Texto 1A1-I métodos que aumentassem a produção.
O direito tributário brasileiro depara-se com grandes Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Eco-
desafios, principalmente em tempos de globalização nomia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes,
e interdependência dos sistemas econômicos. Entre identificou a existência de populações com fome mes-
essespontos de atenção, destacam-se três. O primeiro é mo em países que não convivem com problemas de
a guerra fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo abastecimento. O economista indiano traçou então,
em vigor, atualmente, é estadual, o que faz contribuintes pela primeira vez, uma relação causal entre fome e
e advogados se debruçarem sobre vinte e sete diferentes questões sociais como pobreza e concentração de
legislações no país para entendê-lo. Isso se tornou um renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e
atentado contra o princípio de simplificação, contribuin- mudou o tom do debate internacional sobre a questão
do para o incremento de uma guerra fiscal entre os esta- e as políticas públicas(B) a serem tomadas a partir daí.
dos, que buscam alterar regras para conceder benefícios
e isenções, a fim de atrair e facilitar a instalação de novas As últimas décadas foram de grande evolução no com-
empresas. É, portanto, um dos instrumentos mais utili- bate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos,
zados na disputa por investimentos, gerando, com isso, 7,7% da população mundial superou o problema, o que
consequências negativas do ponto de vista tanto econô- representa 216 milhões de pessoas. É como se mais
micoquanto fiscal. que toda a população brasileira saísse da subnutrição
em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo
A competitividade gerada pela interdependência esta- ainda vive sem acesso a uma dieta(C) que forneça o
dual é outro ponto. Na década de 60, a adoção do mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma
imposto sobre valor agregado (IVA) trouxe um avan-
vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente
ço importante para a tributação indireta, permitindo a
por fome ou problemas derivados dela.
internacionalização das trocas de mercadorias com a
facilitação da equivalência dos impostos sobre con-
Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização
sumo e tributação, e diminuindo as diferenças entre
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricul-
países. O ICMS, adotado no país, é o único caso no
tura) mostra que a produção mundial de alimentos é
mundo de imposto que, embora se pareça com o IVA,
suficiente para atender a demanda(A) das 7,3 bilhões
não é administrado pelo governo federal — o que dá
aos estados total autonomia para administrar, cobrar de pessoas que habitam a Terra(D). Apesar disso, apro-
e gastar os recursos dele originados. A competência ximadamente uma em cada nove dessas pessoas ain-
estadual do ICMS gera ainda dificuldades na relação da vive a realidade da fome. A pesquisa põe em xeque
entre as vinte e sete unidades da Federação, dada a toda a política internacional de combate à subnutrição
coexistência dos princípios de origem e destino nas crônica colocada em prática nas últimas décadas. Em
transações comerciais interestaduais, que gera a já vez de crescimento da produção e ajudas momentâ-
comentada guerra fiscal. neas, surge agora como caminho uma abordagem ter-
ritorial que valorize e potencialize a produção local(E).
A harmonização com os outros sistemas tributários é
outro desafio que deve ser enfrentado. É preciso inte- Embora os números absolutos estejam caindo, o tema
grar-se aos países do MERCOSUL, além de promover ainda é um dos mais delicados da agenda internacio-
a aproximação aos padrões tributários de um mundo nal. Um exemplo da extensão do problema está na
globalizado e desenvolvido, principalmente quando se declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações
trata de Europa. Só assim o país recuperará o poder Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4
da economia e poderá utilizar essa recuperação como milhão de crianças, de quatro diferentes países da
condição para intensificar a integração com outros paí- África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, cor-
ses e para participar mais ativamente da globalização. re risco iminente de morrer de fome. A questão é tão
antiga quanto complexa, e se conecta intrinsecamente
Mantendo-se a correção gramatical e o sentido origi- com a estrutura política e econômica sobre a qual o
nal do trecho “O direito tributário brasileiro depara-se sistema internacional está construído. Concentração
com grandes desafios”, do texto 1A1-I, o segmento da renda e da produção, falta de vontade política e até
“depara-se com” poderia ser substituído por mesmo desinformação e consolidação de uma cultura
alimentar pouco nutritiva são fatores que compõem o
a) depara-se a. cenário da fome e da desnutrição no planeta.
LÍNGUA PORTUGUESA
b) confronta com.
c) depara-se diante de. A correção gramatical do texto CG2A1-I seria preser-
d) confronta-se a. vada se fosse inserido sinal indicativo de crase em
e) depara com.
a) “a demanda”.
9. (CESPE-CEBRASPE – 2019) O texto desta questão b) “as políticas públicas”.
será utilizado para responder as questões a seguir. c) “a uma dieta” .
d) “a Terra”.
Texto CG2A1-I e) “a produção local”.
Na década de 1960, o mundo passou por um aumento 10. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No texto CG2A1-I, o ter-
populacional inédito devido à brusca queda na taxa de mo “a questão” remete à 93
a) pobreza. Segundo o filósofo francês Dany-Robert Dufour, a pós-
b) concentração de renda. -modernidade produz um sujeito não engendrado, o
c) fome. que significa um sujeito que se vê na posição de não
d) produção de alimentos. dever mais nada à geração precedente. Trata-se de
e) queda na taxa de mortalidade. uma condição que comporta riscos, pois, segundo
Dufour, desaparece o motivo geracional. No que tange
11. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Assinale a opção que à família, a consequência é o surgimento de relações
apresenta a frase correta do ponto de vista gramati- pautadas em trocas reais e carentes de valores sim-
cal e ortográfico. bólicos que se contraponham à lógica do consumo.
Assim, assiste-se a uma ruptura na ordem da trans-
a) Há pessoas no mundo que precisa usar óculos para missão, o que gera indivíduos desprovidos de identi-
enxergar o amor-próprio. dade sólida, condição esta que acarreta a redução de
b) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para sua capacidade crítica e dificulta o estabelecimento
enxergar o amor-próprio. de compromisso com a causa que lhe precede.
c) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para
enchergar o amor-próprio. As autoras do texto CG1A1-I consideram que
d) Hão pessoas no mundo que precisam usar óculos
para enxergar o amor-próprio. a) o fato de duas ou mais pessoas viverem juntas é bas-
e) Há pessoas no mundo que precizam usar óculos para tante para que sejam consideradas uma família.
enxergar o amor-próprio. b) a família, na atualidade, define-se como instituição
cujos membros não se comprometem uns com os
outros.
12. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Assinale a opção que
c) a família concebida nos moldes tradicionais não exis-
apresenta a frase gramaticalmente correta.
te no século XXI.
d) o conceito geral de família sempre esteve em constan-
a) Fazem dois anos que saí do emprego.
te mudança.
b) Beatriz e eu gostamos de ir à praia.
e) a definição de família constitui um grande desafio.
c) Aconteceu muitas festas no ano passado.
d) Os sapatos pretos que combinava com seus vestidos.
14. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Cada uma das opções
e) Têm muito barulho nessa festa.
a seguir apresenta uma proposta de reescrita para
o seguinte trecho do texto CG1A1-I: “Trata-se de
13. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Texto CG1A1-I uma condição que comporta riscos, pois, segundo
Dufour, desaparece o motivo geracional.”.
“Família, família/ vive junto todo dia/ nunca perde essa
mania” — os versos da canção Família, composta por Assinale a opção em que a proposta de reescrita apre-
Arnaldo Antunes e Tony Belotto na década de 80 do sentada mantém os sentidos originais e a correção
século passado, no Brasil, parece que já não traduzem gramatical do texto.
mais a realidade dos arranjos familiares. Observa-se
que a solidez dos lugares ocupados por cada uma a) Isso se trata de uma condição que comporta riscos,
das pessoas, nos moldes da família nuclear, não se pois, segundo Dufour, desaparece o motivo geracional.
adéqua à realidade social do momento, em que as b) Segundo Dufour, trata-se de uma condição que com-
relações são caracterizadas por sua dinamicidade e porta riscos, pois desaparece o motivo geracional.
pluralidade. De acordo com o médico e psicanalista c) Trata-se de uma condição que comporta riscos pois,
Jurandir Freire Costa, “família nem é mais um modo de segundo Dufour, desaparece o motivo geracional.
transmissão do patrimônio material; nem de perpetua- d) Trata-se de uma condição que comporta riscos, visto
ção de nomes de linhagens; nem da tradição moral ou que o motivo geracional, segundo Dufour, desaparece.
religiosa; tampouco é a instituição que garante a esta- e) Se trata de uma condição que redunda em riscos, pois,
bilidade do lugar em que são educadas as crianças”. segundo Dufour, o motivo geracional desaparece.
Então, o que é a família? Como defini-la, consideran- 15. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Texto CG2A1-I
do-se que uma de suas marcas na pós-modernidade é A tecnologia, especialmente a Internet, exerce grande
justamente a falta de definição? Para a cientista social influência em vários segmentos do nosso dia a dia.
e política Elizabete Dória Bilac, a variabilidade histó- Você já reparou que hoje assistimos a filmes e ouvi-
rica da instituição família desafia qualquer conceito mos músicas via computador e celulares com siste-
geral de família. ma operacional? Esses exemplos são só alguns que
sofrem influência das novas tecnologias de informa-
A centralidade assumida pelos interesses individuais ção e comunicação e que refletem no modo como
no mundo contemporâneo é um dos aspectos que consumimos entretenimento. A praticidade que as
influenciam a singularidade de cada família e dis- lojas virtuais oferecem para quem quer adquirir um
tinguem os propósitos que justificam a escolha de produto é outro exemplo. Graças ao comércio eletrôni-
duas pessoas ou mais viverem juntas, compartilhan- co, bastam alguns cliques no mouse para você efetuar
do regras, necessidades e obrigações. Se não é fácil a sua compra.
definir a família, é legítimo o esforço de tentar decifrar O trânsito também é influenciado diariamente pelas
quem é o homem pós-moderno e quais as necessida- novas tecnologias. O modo como trabalham as ofici-
des emergentes que o impulsionam ao encontro com nas, como ensinam os centros de instrução de condu-
o outro, seja no espaço social, seja no interior da famí- tores e até como atua a legislação na fiscalização das
lia, produzindo significados e razões que o lançam na infrações tem relação com os recursos proporciona-
94 busca de realização. dos pelas ferramentas tecnológicas.
Graças a programas de computador avançados, a edu- razão universal e impessoal, à medida que os indivíduos
cação no trânsito passou por alguns avanços, como, inventam e constroem diversas racionalidades inerentes
por exemplo, a criação de um sistema de escola onli- a cada sociedade e seus respectivos tipos de saberes.
ne, que traz controle de frequência, grade de conteúdo Estes, por sua vez, exprimem estruturas, valores e proje-
e disponibilidade de atividades e tarefas para alunos. tos específicos que geram, no interior dessas socieda-
Há, também, simuladores que atuam para aperfeiçoar des, concepções peculiares de conhecimento, posto que
a prática dos alunos na direção de um veículo. o modo de questionar é solidário com o modo de ser e
viver, de crenças e valores, de práticas e instituições, pre-
Quem reside nas grandes cidades brasileiras sabe que sentes em cada grupo social.
é possível perder horas preciosas do dia em engarra-
famentos intermináveis. O fato é que, quanto maior Assinale a opção que apresenta o principal objeti-
a cidade, melhor deve ser o planejamento urbano. vo do historiador da ciência, na perspectiva do texto
Assim, algumas ferramentas da tecnologia podem CG1A1-I.
dar uma mãozinha: controle de semáforos por meio
de sensores que percebem a presença de veículos a) estudar o funcionamento de determinada máquina
e regulam o funcionamento do semáforo conforme b) narrar fatos ligados ao desenvolvimento tecnológico
o fluxo de tráfego, de forma a evitar o acúmulo de c) identificar mudanças sociais trazidas pela ciência
carros; monitoramento remoto por câmeras de alta d) testar diferentes teorias e métodos de pesquisa
resolução com capacidade de captar infrações às leis e) adotar a ciência como técnica universal e impessoal
de trânsito, tais como não utilização de cinto de segu-
rança, estacionamento em local indevido e excesso 17. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Texto CB1A1-II
de velocidade; análises de tráfego (por exemplo, ruas
onde passam mais veículos de carga, horários em que Ainda hoje, em muitos rincões do nosso país, são
determinada via apresenta maior fluxo de veículos encontrados administradores públicos cujas ações
etc.). em muito se assemelham às de Nabucodonosor, rei
do império babilônico, que, buscando satisfazer sua
Seja para a educação de pedestres e motoristas, rainha Meda, saudosa das colinas e florestas de sua
seja para quem quer iniciar um investimento no ramo pátria,providenciou a construção de estupendos jar-
automotivo, as ferramentas tecnológicas atuais estão dins suspensos. Essa excentricidade, que consumiu
aí para trazer mais facilidade. Portanto, se você é (ou anos de labor e gastos incalculáveis, culminou em
pretende se tornar) um profissional que atua nesse uma das sete maravilhas do mundo antigo.
segmento, deve, sempre, estar atualizado com as novi-
dades tecnológicas criadas para essa área. Tal “maravilha”, que originou mais ônus do que pro-
priamente benefícios, apresenta grande similitude
Conclui-se do texto CG2A1-I que com devaneios atuais em que se constata o gasto
de dinheiro público com atos de motivação fútil e
a) o habitante das grandes metrópoles não se preocupa imoral, finalidade dissociada do interesse público
com a perda de tempo cotidiana. e em total afronta à razoabilidade administrativa,
b) o planejamento do tráfego urbano ganha com a uti- com flagrante desproporção entre o numerário des-
lização dos dados precisos gerados pelas novas pendido e o benefício auferido pela coletividade.
tecnologias.
c) o comércio eletrônico substituirá as formas tradicio- Além da insensatez detectada em alguns atos de
nais de compra e venda, eliminando as lojas físicas. administração, constata-se a existência de situa-
d) o planejamento eficiente de tarefas cotidianas pres- ção mais grave e preocupante, a degeneração de
cinde do uso das ferramentas das tecnologias da caráter em muitos entre os que ascendem à gestão
informação e comunicação. do interesse público. Essa degeneração, em alguns
e) o acesso tecnológico a conteúdos sobre educação casos, precede a investidura; em outros, tem cau-
para o trânsito gera condutores e usuários pouco sas endêmicas, sendo o resultado inevitável da inte-
qualificados. ração com um meio viciado.
16. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Texto CG1A1-I Depreende-se do texto CB1A1-II que os jardins sus-
pensos construídos no império do rei Nabucodono-
O estudo do desenvolvimento das ciências vai muito sor representavam
além da simples percepção da progressão da técni-
ca ou do entendimento de como determinado objeto a) as sete maravilhas do mundo antigo.
surgiu e de como ele funciona. Acima de tudo, trata b) a riqueza do império babilônico.
LÍNGUA PORTUGUESA
13 E
As questões éticas podem mudar ao longo da histó-
ria. O advento das plataformas digitais, por exemplo, 14 D
trouxe novas questões éticas relacionadas à ideia de
privacidade. A ética é relativa ao seu tempo. Ela só é 15 B
compreendida quando se levam em consideração a
sociedade em que surge, a época em que vem à tona e 16 C
também a cultura em que se situa.
17 E
Há coisas que quero, mas não posso. Há coisas que 18 E
posso, mas não devo. E há coisas que devo, mas não
quero. O equilíbrio na vida vem quando o que você 19 E
quer é algo que você pode e algo que você deve.
20 C
Posso fazer qualquer coisa porque sou livre, mas não
devo fazer qualquer coisa. E o que não devo fazer? O
que macula a minha história, o que torna desonrosa a
minha vitória, o que torna indecente o meu sucesso, o
que torna repugnante o meu patrimônio... Isto é, tudo
ANOTAÇÕES
aquilo que fraturar, que apodrecer a minha integridade.
z Interface com o hardware – o sistema operacio- e damos a primeira mexida, todas as luzes do painel
nal contém arquivos que atuam como tradutores, se acendem e somente aquelas que estiverem ativa-
possibilitando a comunicação do software com o das permanecem. Quando ligamos o micro-ondas, ele
hardware. acende todo o painel e faz um beep. Quando ligamos
o nosso smartphone, ele acende a tela e faz um toque.
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS: Estes procedimentos são úteis para identificar que os
WINDOWS 10 recursos do dispositivo estão disponíveis corretamen-
te para utilização.
O sistema operacional Windows foi desenvolvido POST – Power On Self Teste – autoteste da iniciali-
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em zação. Instruções definidas pelo fabricante para veri-
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi- ficação dos componentes conectados.
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores BIOS – Basic Input Output System – sistema básico
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), de entrada e saída. Informações gravadas em um chip
canetas e mesas digitalizadoras. CMOS (Complementary Metal Oxidy Semiconductor) 97
que podem ser configuradas pelo usuário usando o z Convidado ou Visitante – poderá acessar apenas os
programa SETUP (executado quando pressionamos itens liberados previamente pelo administrador. Esta
DEL ou outra tecla específica no momento que liga- conta geralmente permanece desativada nas confi-
mos o computador, na primeira tela do autoteste – gurações do Windows, por questões de segurança.
POST Power On Self Test).
KERNEL – Núcleo do sistema operacional. O No Windows, as permissões NTFS podem ser atri-
Windows tem o núcleo fechado e inacessível para buídas em Propriedades, guia Segurança. Através de
o usuário. O Linux tem núcleo aberto e código fon- permissões como Controle Total, Modificar, Gravar,
te disponível para ser utilizado, copiado, estudado, entre outras, o usuário poderá definir o que será aces-
modificado e redistribuído sem restrição. O kernel do sado e executado por outros usuários do sistema. As
Linux está em constante desenvolvimento por uma permissões do sistema de arquivos NTFS não são compatí-
comunidade de programadores, e para garantir sua veis diretamente com o sistema operacional Linux, e caso
integridade e qualidade, as sugestões de melhorias tenhamos dois sistemas operacionais ou dois dispositivos
são analisadas e aprovadas (ou não) antes de serem na rede com sistemas diferentes, um servidor Samba será
disponibilizadas para download por todos. necessário, para realizar a ‘tradução’ das configurações.
GERENCIADOR DE BOOT - O Linux tem diferentes O Windows oferece a interface gráfica (a mais usa-
gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são o da e questionada) e pode oferecer uma interface de
LILO e o Grub. linha de comandos para digitação. O Prompt de Coman-
GUI - Graphics User Interface. Interface gráfica, por- dos é a representação do sistema operacional MS-DOS
que o sistema operacional oferece também a interface de
(Microsoft Disk Operation System), que era a opção
comandos (Prompt de Comandos ou Linha de Comandos)
padrão de interface para o usuário antes do Windows.
Quando o sistema Windows não consegue ini-
O Windows 10 oferece o Prompt de Comandos ‘bási-
ciar de forma correta, é possível recuperar o acesso
co’ e tradicional, acionado pela digitação de CMD segui-
através de ferramentas de inicialização. Para acesso
do de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta pelo
a estes recursos, pode ser necessária uma conta com
atalho de teclado Windows+R = Run). Além dele, existe
credenciais de administrador.
o Windows Power Shell, que é a interface de comandos
programável, acessível pelo menu do botão Iniciar.
z Restauração do Sistema – a cada vez que o Win-
Para conhecer as configurações do dispositivo, o
dows foi iniciado com sucesso, um ponto de res-
usuário pode acessar as Propriedades do computa-
tauração foi criado. A cada instalação de software
dor no Explorador de Arquivos, ou o item Sistema em
ou alterações significativas das configurações, um
ponto de restauração é criado. Em caso de instabi- Configurações (atalho de teclado Windows+I), ou pela
lidade, o usuário pode retornar o Windows para Central de Ações (atalho de teclado Windows+A), ou
um ponto de restauração previamente criado. acionar o atalho de teclado Windows+Pause.
z Reparação do Sistema – se arquivos do sistema foram A interface gráfica do Windows é caracterizada
seriamente modificados ou se tornaram inacessíveis, pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do
o Windows não iniciará e não conseguirá recuperar Windows exibe ícones de pastas, arquivos, progra-
para um ponto de restauração. O Windows permite a mas, atalhos, Barra de Tarefas (com programas que
criação de um disco de recuperação do sistema, que podem ser executados e programas que estão sendo
restaura o Windows para as configurações originais. executados) e outros componentes do Windows.
z Histórico de Arquivos – a cada alteração, o Windo-
ws armazena cópias dos arquivos originais e grava
os novos dados no local. Depois, caso necessário, o Lixeira
Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
usuário poderá acessar o Histórico de Arquivos e Edge Chrome Thunderbird secure Co
ções de conteúdos de pastas são monitorados pelo Provas Downloads- Caragua. Lista de Extra Dicas
Anteriores Atalhos docx e-mails p... E-book cesp.txt
Windows. O usuário poderá acessar no menu de
contexto, item Propriedades, guia Versões anterio-
res, as cópias anteriores da mesma pasta, restau- Digite Aqui Para Pesquisar
está conectado em uma rede (domínio), o admi- Digite Aqui Para Pesquisar
nistrador de redes também poderá acessar o
dispositivo com credenciais globais. Cortana Área de Notificação
Botão Iniciar Visão de tarefas
Central de Ações
z Usuário – poderá executar os programas que Barra de acesso rápido
foram instalados pelo administrador, mas não
98 poderá desinstalar ou alterar as configurações. Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.
A Área de Trabalho, caracterizada pela imagem do z Gerenciador de Tarefas – para controlar os aplica-
papel de parede personalizada pelo usuário, poderá ter tivos, processos e serviços em execução. Atalho de
uma proteção de tela ativada. Após algum tempo sem uti- teclado: Ctrl+Shift+Esc.
lização dos periféricos de entrada (mouse e teclado), uma z Minimizar todas as janelas – com o atalho de tecla-
imagem ou tela será exibida no lugar da imagem padrão. do Windows+M (Minimize), o usuário pode mini-
Na área de trabalho do Windows, o usuário pode- mizar todas as janelas abertas, visualizando a área
rá armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos de trabalho.
para itens no dispositivo, na rede ou na Internet. z Criptografia com BitLocker – o Windows oferece o
A tela da área de trabalho poderá ser estendida ou sistema de proteção BitLocker, que criptografa os
duplicada, com os recursos de projeção. Ao acionar o ata- dados de uma unidade de disco, protegendo contra
lho de teclado Windows+P (Projector), o usuário poderá:
acessos indevidos. Para uso no computador, uma
chave será gravada em um pendrive, e para aces-
z Tela atual – exibir somente na tela atual.
sar o Windows, ele deverá estar conectado.
z Estender – ampliar a área de trabalho, usando dois
z Windows Hello – sistema de reconhecimento facial
ou mais monitores, iniciando em uma tela e ‘conti-
nuando’ na outra tela. ou biometria, para acesso ao computador sem a
z Duplicar – exibir a mesma imagem nas duas telas. necessidade de uso de senha.
z Somente projetor – desativar a tela atual (no note- z Windows Defender – aplicação que integra recur-
book, por exemplo) e exibir somente no projetor sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
ou Datashow. e antispyware.
la de seleção.
Central de Ações – centraliza as mensagens de
z Ctrl + Alt + Tab – alterna entre os aplicativos em
segurança e manutenção do Windows, como as atua-
execução como o Alt+Tab, mas a tela permanece
lizações do sistema operacional. Atalho de teclado:
Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa em exibição, podendo usar as setas de movimenta-
ser carregada pelo usuário, ela é carregada automati- ção para escolha do programa.
camente quando o Windows é inicializado. z Windows + Tab – mostra a Visão de Tarefas, para
Mostrar área de trabalho – visualizar rapidamente a escolher programas em execução ou outras áreas
área de trabalho, ocultando as janelas que estejam em de trabalho abertas.
primeiro plano. Atalho de teclado: Windows+D (Desktop).
Vários recursos presentes no sistema operacional
z Bloquear o computador – com o atalho de teclado Windows podem auxiliar nas tarefas do dia-a-dia. Pro-
Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o com- cure praticar as combinações de atalhos de teclado, por
putador. Poderá bloquear pelo menu de controle de dois motivos: elas agilizam o seu trabalho cotidiano e
sessão, acionado pelo atalho de teclado Ctrl+Alt+Del. elas caem em provas de concursos. 99
4 - Maximizar O sistema de arquivos NTFS (New Technology File
2 - Barra ou linha de título System) armazena os dados dos arquivos em localiza-
3 - Minimizar 5 Fechar
1 - Barra de Menus ções dos discos de armazenamento. Os arquivos pos-
suem nome, e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de
armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
Área de trabalho
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO
Exabyte
Petabyte (EB)
Terabyte (PB)
Gigabyte (TB)
Megabyte (GB) trilhão
Kilobyte (MB) bilhão
Pasta com Pasta sem Pasta vazia (KB) mil milhão
Byte
100 subpasta subpasta (B)
Ainda não temos discos com capacidade na ordem representada pela barra invertida: Documentos
de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
comercialmente, mas quem sabe um dia? Hoje estas Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músicas)
medidas muito altas são usadas para identificar gran- – bibliotecas
des volumes de dados na nuvem, em servidores de Estruturas do Usuário: Documentos (Meus
redes, em empresas de dados, etc. Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbo-
Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
lo. Ele é formado por 8 bits, que são sinais elétricos (que
cas) – bibliotecas
vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam
o sistema binário para representação de informações. Área de Trabalho: Desktop, que permite aces-
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi- so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos,
tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava- programas e atalhos.
da na memória. Lixeira do Windows: Armazena os arquivos
A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72 de discos rígidos que foram excluídos, permi-
bits de informação. tindo a recuperação dos dados.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos
do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um z Atalhos
pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões
de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua Arquivos que indicam outro local: Extensão
residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits LNK, podem ser criados arrastando o item com
por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arqui- ALT ou CTRL+SHIFT pressionado.
vo com 75 MB de tamanho, levará 4 segundos para ser
transferido do seu dispositivo para o roteador wireless. z Drivers
Extensões de arquivos
Apresentação de slides
do Microsoft PowerPoint,
PPTX que poderá ser editada
pelo LibreOffice Impress. Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho
de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.
Texto sem formatação.
Formato padrão do aces- Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e
sório Bloco de Notas. editado por outro programa de escolha do usuário.
TXT
Poderá ser aberto por
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle.
vários programas do
computador. A troca do nome alterou a organização dos itens de ajus-
tes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Rich Text Format – for-
mato de texto rico. Através deste item o usuário poderá instalar e
Padrão do acessório Wor- desinstalar programas e dispositivos, configurar o
RTF dPad, este documento de
texto possui alguma for- Windows, além de outros recursos administrativos.
matação, como estilos de Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
fontes. acessado pela opção Configurações, localizada na lista
Formato de vídeo. Quan- exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
do o Windows efetua a
rar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
leitura do conteúdo, exi-
MP4, AVI, be no ícone a miniatura Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca-
MPG do primeiro quadro. No da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Windows 10, Filmes e TV
Modo Avião é uma configuração comum em smar-
reproduzem os arquivos
de vídeo. tphones e tablets que permite desativar, de manei-
ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que
Formato de áudio. O Gra-
vador de Som pode gra- inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,
var o áudio. O Windows NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.
MP3
Media Player e o Groove
Music, podem reproduzir Mas, eu não vejo as extensões de meus arquivos.
o som. Como resolver?
Formato de imagem. O Explorador de Arquivos possui diferentes modos
Quando o Windows efe- de exibição. Poderá ser em Lista, ou Detalhes, ou Con-
tua a leitura do conteúdo,
BMP, GIF, teúdo, entre outras. O usuário poderá ativar ou desati-
exibe no ícone a miniatu-
JPG, PCX, var a exibição das extensões dos arquivos, facilitando
ra da imagem. No Windo-
PNG, TIF
ws 10, o acessório Paint a manipulação dos itens.
visualiza e edita os arqui-
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
vos de imagens.
exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
informações, como, por exemplo, a data de modifica-
102 ção e o tamanho de cada arquivo.
Modos de Exibição do Windows 10 Para obter uma imagem de alguma janela em
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan-
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade, é usar a
Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível
no Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem cap-
turada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo
na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
Área de Transferência, desconsiderando outros ele- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
mentos da tela do Windows.
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o As ações realizadas pelos usuários em relação à
conteúdo que está armazenado na Área de Transfe- manipulação de arquivos e pastas, pode estar condi-
rência será inserido no local atual. cionada ao local onde ela é efetuada, ou ao local de
As ações realizadas no Windows, em sua quase origem e destino da ação. Portanto, é importante veri-
totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de ficar no enunciado da questão, geralmente no texto
teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização. associado, estes detalhes que determinarão o resulta-
Por exemplo, ao excluir um item por engano, ao pres- do da operação.
sionar DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z As operações podem ser realizadas com atalhos
(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces- de teclado, com o mouse, ou com a combinação de
sidade de acessar a Lixeira do Windows. ambos. A banca organizadora CESPE/Cebraspe não
E outras ações podem ser repetidas, acionando o costuma questionar ações práticas nas provas, e rara-
atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível. mente utiliza imagens nas questões. 103
OPERAÇÕES COM TECLADO Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o
item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens
Atalhos de teclado Resultado da operação excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a
Não é possível recortar e Lixeira, não poderão ser recuperados. É possível recupe-
Ctrl+X e Ctrl+V na colar na mesma pasta. Será rar com programas de terceiros, mas isto não é considera-
mesma pasta exibida uma mensagem de do no concurso, que segue a configuração padrão.
erro. Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados
com o mouse para fora dela, restaurando o item para
Recortar (da origem) e colar
Ctrl+X e Ctrl+V em o local onde o usuário liberar o botão do mouse.
(no destino). O item será
locais diferentes A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido
movido
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alte-
Copiar e colar. O item será rar o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá
Ctrl+C e Ctrl+V na duplicado. A cópia receberá desativar ela excluindo os itens diretamente, e configu-
mesma pasta um sufixo (Copia) para dife- rar Lixeiras individuais para cada disco conectado.
renciar do original.
Imagem
Imagens
Ilustrações Online
Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o ata- A banca organizadora de concursos CESPE/Cebraspe
lho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão não costuma utilizar imagens em suas provas. Ela priori-
2007 ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmen- za o conhecimento do candidato acerca dos conceitos dos
te ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a softwares. Outras bancas organizadoras, como Fundação
preferência do usuário. VUNESP e Fundação Getúlio Vargas, priorizam o conhe-
A Faixa de Opções contém guias, que organizam os cimento do candidato acerca do uso dos recursos para a
ícones em grupos. produção de arquivos (parte prática dos programas).
As guias possuem uma organização lógica, sequen-
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE cial, das tarefas que serão realizadas no documento,
desde o início até a visualização do resultado final.
Recortar
BOTÃO/GUIA DICA
do da página.
Inicial ção
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia-a-dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar
tudo). 109
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR
MICROSOFT WORD
- -
Texto oculto (definido na caixa Fonte,
Ctrl+D) abc
- - Hifens opcionais
- - Âncoras de objetos
Tabelas
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é formada por células,
e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma única),
Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando elementos
horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
110 lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes itens
são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.
WORD EXCEL
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos. Somente o conteúdo da primeira célula será mantido.
Tabelas,
Não recalcula automaticamente. Recalcula automaticamente e manualmente (F9).
Fórmulas
Quebra de linha
Shift+Enter. Alt+Enter.
manual
Índices
Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.
z Notas de Rodapé – inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
citações e expressões.
z Notas de Fim – inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé.
z Citações e Bibliografia – permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados.
z Legendas – inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações.
z Índice – para marcação manual das entradas do índice.
z Índice de Autoridades – formato próprio de citação, disponível na guia Referências.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido. 111
Os índices suportam Referências Cruzadas, que colunas (nomeadas de A até XFD) e 1048576 linhas
permitem o usuário navegar entre os links do docu- (numeradas).
mento de forma semelhante ao documento na web. Ao Pasta de Trabalho – arquivo do Excel (extensão
clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com
Ao clicar no local, retorna para o local de origem. quantidade de memória RAM disponível, nomeadas
como Planilha1, Planilha2, Planilha3).
Alça de preenchimento – no canto inferior direi-
Importante! to da célula, permite que um valor seja copiado na
direção em que for arrastado. No Excel, se houver 1
A guia Referências é uma das opções mais
número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma
questionadas em concursos públicos por dois
sequência será criada. Se for um texto, é copiado. Mas
motivos: envolvem conceitos de formatação do texto com números é incrementado. Dias da semana,
documento exclusivos do Microsoft Word e é nome de mês e datas são sempre criadas as continua-
utilizado pelos estudantes na formatação de um ções (sequências).
TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Mesclar – significa simplesmente “Juntar”. Haven-
do diversos valores para serem mesclados, o Excel
manterá somente o primeiro destes valores, e centra-
MICROSOFT EXCEL
lizará horizontalmente na célula resultante.
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas
Mesclar e Centralizar
nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde
a criação de uma agenda de compromissos, passan- Mesclar e Centralizar
do pelo controle de ponto dos funcionários e folha de Mesclar através
pagamento, ao controle de estoque de produtos e base
de clientes. Diversas funções internas oferecem os Mesclar Células
G H
recursos necessários para a operação. Desfazer Mesclagem de Células
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de
ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje,
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para poderá juntar as informações das células.
XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar,
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o disponível na guia Página Inicial:
Office 2007, e permanece até hoje.
As planilhas de cálculos não são banco de dados. z Mesclar e Centralizar – Une as células seleciona-
Muitos usuários armazenam informações (dados) em das a uma célula maior e centraliza o conteúdo da
uma planilha de cálculos como se fosse um banco de nova célula. Este recurso é usado para criar rótu-
dados, porém o Microsoft Access é o software do paco-
los (títulos) que ocupam várias colunas.
te Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um
z Mesclar através – Mesclar cada linha das células
banco de dados tem informações armazenadas em
selecionadas em uma célula maior.
registros, separados em tabelas, conectados por rela-
z Mesclar células – Mesclar (unir) as células selecio-
cionamentos, para a realização de consultas.
nadas em uma única célula, sem centralizar.
z Desfazer Mesclagem de Células – desfaz o procedi-
Conceitos básicos
mento realizado para a união de células.
Data Abreviada
04/01/1900 FORMATO
CONTÁBIL SEPARADOR
Data Completa VALOR DE MILHARES
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900 CONTÁBIL
R$4,00 000
Hora
00:00:00
1500 R$1.500,00 1.500,00
Porcentagem
400,00% 16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00
1 Fração 1 R$1,00 1,00
2 4
Científico 400 R$400,00 400,00
102 4,00E+00
27568 R$27.568,00 27.568,00
Texto
ab 4
ß,0 ,00
Os ícones ,00 à,0 são usados para Aumentar casas
As informações existentes nas células poderão ser decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo
exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem- mais casas decimais) ou Diminuir casas decimais
plo, na verdade é um número formatado como data. (Mostrar valores menos precisos exibindo menos
Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas. casas decimais).
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre Quando um número na casa decimal possui valor abso-
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de luto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas
Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o sím- decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
bolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o ali- Quando um número na casa decimal possui valor
nhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posiciona na absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredonda-
esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal. do para cima ou para baixo, de ao diminuir as casas
decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da
Moeda função ARRED, para arredondar.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
R$4,00
Simbologia específica
Se o valor de
Subtrai 5 do valor
- (menos) Subtração = 20 – 5 = SE (A1 = A1 for igual a 2,
20 = (igual) Igual a
2 ; 10 ; 50 ) então mostre 10,
senão mostre 50.
Multiplica 5 (mul-
*
Multiplicação =5*4 tiplicando) por 4
(asterisco)
(multiplicador) Princípios dos operadores relacionais
Divide 25 por
/ (barra) Divisão = 25 / 10 10, resultando
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que
em 2,5 outro valor ao mesmo tempo.
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não
Faz 20 por cento, é igual a zero, é vazio.
%
Percentual = 20% ou seja, 20 dividi- z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito
(percentual)
do por 100 diretamente na fórmula, use <>
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito
Faz 3 elevado a
diretamente na fórmula, use >=
Exponencia- 2, 3 ao quadrado
=3^2
^ (circun- ção =9
=8^(1 O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito
flexo) Cálculo de Faz 8 elevado a
/3)
raízes 1/3, ou seja, raiz diretamente na fórmula, use <=
cúbica de 8
OPERADORES DE REFERÊNCIA
Ordem das operações matemáticas Símbolo Significado Exemplo Comentários
Informa o
OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES =’C:\Fernan- caminho de
doNishimu- outro arquivo
Símbolo Significado Exemplo Comentários
‘ ra\ do Excel, onde
Caminho
Se o valor de A1 (apóstrofe) [pasta2. deverá encon-
= SE (A1 > for maior que 5, xlsx]Plani- trar o arquivo
> (maior) Maior que lha1’!$A$2 para buscar o
5 ; 15 ; 17 ) então mostre 15,
senão mostre 17 valor.
Se o valor de A1 Soma 15 e 4 e
; (ponto e = SOMA (15 ;
= SE (A1 < 3 for menor que 3, Significa E 6, resultando
< (menor) Menor que vírgula) 4;6)
; 20 ; 40 ) então mostre 20, em 25.
senão mostre 40.
Soma de A1 até
Se o valor de A1 : (dois Significa = SOMA B4, ou seja, A1,
for maior ou igual pontos) ATÉ (A1:B4) A2, A3, A4, B1,
>= (maior Maior ou = SE (A1 >= B2, B3, B4.
a 7, então mostre
ou igual) igual a 7;5;1)
5, senão
Executa uma
mostre 1.
=SOMA(- operação sobre
Intersecção
Se o valor de A1 Espaço F4:H8 as células em
($)
for menor ou igual H6:K10) comum nos
<= (menor Menor ou = SE (A1 <= intervalos.
a 5, então mostre
ou igual) igual a 5 ; 11 ; 23 )
11, senão
mostre 23.
Princípios dos operadores de referência
Se o valor de A1
<> (menor = SE (A1 <> for diferente de 1, z O símbolo de cifrão transforma uma referência
Diferente
e maior) 1 ; 100 ; 8 ) então mostre 100,
relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou
senão mostre 8.
114 $A1 ) ou em referência absoluta ( $A$1 )
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2
O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o cargo de
Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua
configuração original, exibida na figura:
a) –R$ 960,00
b) –R$ 100,00
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00
A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando, não mudará.
Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1
E se temos dois símbolos de cifrão, temos uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
115
SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES
Faz a soma de 15 e 3.
= 15 + 3
Início de fórmula, função Compara o valor de A1 com 5, e caso
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
ou comparação. seja verdadeiro, mostra 10, caso seja
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
falso, mostra 11.
Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.
O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem
mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de
digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de
cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.
Com este recurso, muito questionado em concursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o usuário poderá ver setas na
planilha indicando a relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
z SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu-
células selecionadas. las selecionadas.
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição =MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
dos valores numéricos informados em seus argumen- área de A1 até D6.
tos. Se existirem células com textos, elas serão ignora-
das. Células vazias não são somadas. z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor de
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis- uma série, segundo o argumento apresentado.
tentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
Valores iguais ocupam posições diferentes.
tentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
célula A1, com 34 (valor literal) e B3. =MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis- las A1 até D6.
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’,
operando apenas áreas quadrangulares. z SE(teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor-
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro
com B1 e C1 até C3. caso seja falso.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com
3 e o valor A1 duas vezes. Esta função é muito solicitada em todas as bancas.
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na
z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na
de soma nas células selecionadas, se uma condição
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
for atendida.
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais
A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para serão realizadas as duas operações, somente uma
que seja somado) delas, segundo o resultado do teste.
A função SE usa operadores relacionais (maior,
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen-
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15 te) para construção do teste. As aspas são usadas para
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo- textos literais.
res de A1 até A10 que forem iguais a 10.
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas célula A1 não é 10”)
células selecionadas e exibe o valor médio encontrado. =SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
valor não é negativo”)
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma não é positivo”)
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células
vazias não entram no cálculo da média. É possível encadear funções, ampliando as áreas
de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
z MED(valores) : informa a mediana de uma série vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.
de valores.
=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é
Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência negativo”;”Valor é positivo”))
de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados
e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),
valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for
Se temos uma sequência de valores com quantida-
de par, a mediana será a média dos valores que estão igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
no meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2). é menor que zero, só poderia ser maior do que zero,
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
selecionadas. usado somente no início da digitação da célula. 117
As funções CONT são usadas para informar a quanti- z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
dade de células, que atendem às condições especificadas. células2; teste2)
Verifica as células que atendem aos testes e soma
- CONT.NÚM - para contar quantas células possuem as células correspondentes.
números. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
- CONT.VALORES - quantidade de células que estão mesmos.
preenchidas.
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
estão preenchidas. calcular a média)
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a Efetua um teste nas células especificadas, e calcula
uma condição específica. a média das células correspondentes.
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a Os intervalos de teste e de média podem ser os
várias condições simultaneamente. mesmos.
z CONT.SE(células;condição): Esta função conta quan- A função PROCV é um membro das funções de pes-
tas vezes aparece um determinado valor (número ou quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que Use a função tirar ou a função arrumar para
indicar qual é o critério a ser contado) remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
z ESQUERDA(texto;quantidade)
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
Extrai de uma sequência de texto, uma quanti-
do o valor 5.
dade de caracteres especificados, a partir do início
(esquerda).
z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
ção2): Esta função conta quantas vezes aparece
=ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern
um determinado valor (número ou texto) em um
ando”
intervalo de células (o usuário tem que indicar
qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
z DIREITA(texto;quantidade)
as condições especificadas.
Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade
de caracteres especificados, a partir do final.
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”)
Efetua a contagem de quantas células existem no
intervalo de A1 até A10 contendo o valor 5 e ao mes- =DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”.
mo tempo, quantas células existem no intervalo de B1
até B10 contendo o valor 7. z CONCATENAR(texto1;texto2; ... )
Junta os textos especificados em uma nova sequência.
z CONTAR.VAZIO (células) : conta as células vazias
de um intervalo. =CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá-
rio”) – exibe “Escrevente Técnico Judiciário”.
=CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
vazias existem no intervalo A1 até A8. z INT(valor)
Extrai a parte inteira de um número.
z SOMASE(células para testar;teste;células para
somar) =INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor
Efetua um teste nas células especificadas, e soma 3,14159 exibe 3.
as correspondentes nas células para somar.
Os intervalos de teste e de soma podem ser os z TRUNCAR(valor;casas decimais)
mesmos. Exibe um número com a quantidade de casas deci-
mais, sem arredondar.
=SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
de A1 até A10 que sejam maiores que 6. =TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas
=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores decimais – valor 3,14159 exibe 3,141.
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
118 menores que 3. z ARRED(valor;casas decimais)
Exibe um número com a quantidade de casas deci- Gráficos
mais, arredondando para cima ou para baixo.
Além da produção de planilhas de cálculos, o
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos
com os dados existentes nas células.
decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.
Gráficos são a representação visual de dados
numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como
z HOJE() – Exibe a data atual do computador.
gráficos ‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.
z AGORA() – Exibe a data e hora atuais do computador. Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
z DIA(data) – Extrai o número do dia de uma data. micas, são construídos com dados existentes em uma
z MÊS(data) – Extrai o número do mês de uma data. ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
z ANO(data) – Extrai o número do ano de uma data. informações para a produção de relatórios completos.
z DIAS(data1;data2) - Informa a diferença em dias
entre duas datas. z Os gráficos de Colunas representam valores em
z DIAS360(data1;data2) – Informa a diferença em colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas:
dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias) Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agru-
z POTÊNCIA(base;expoente) pada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D.
Eleva um número (base) ao expoente informado.
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16
z MULT(número;número;número; ... )
Multiplica os números informados nos argumentos.
FUNÇÕES LÓGICAS
Retorna VERDADEIRO se
OU (Função OU) um dos argumentos for
VERDADEIRO
o resultado da fórmula
Importante!
z Os gráficos de Área representam dados de forma seme-
Foram apresentadas muitas funções neste lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento
material, não é verdade? Existem milhares de até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área:
funções no Microsoft Excel e LibreOffice Calc. Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Em concursos públicos, estas são as mais Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada.
questionadas. Em provas da banca organizado-
ra CESPE, raramente aparecem questões com
funções, e quando aparecem, são as básicas e
intermediárias. 119
z Os gráficos de Dispersão representam duas séries
de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e
Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.
z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao
gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-
ro da série de dados.
z O gráfico do tipo Mapa, exibe a informação de z Os gráficos do tipo Histograma são usados para
acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa
séries de valores com evolução, como idades da
Coroplético.
população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-
grama: Histograma e Pareto.
z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a z Os gráficos do tipo Combinação permitem com-
evolução de itens. São exemplos de gráficos de binar dois tipos de gráficos para a exibição de
Radar: Radar, Radar com Marcadores, e Radar séries de dados. São exemplos de gráficos do tipo
Preenchido. Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Colu-
na Clusterizada-Linha no Eixo Secundário, Área
Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade
de criação de uma Combinação Personalizada.
Classificar uma
Basta selecionar a coluna deseja-
coluna em um
da, e na janela de diálogo, manter
intervalo de célu-
o item “Continuar com a seleção
las sem afetar as
atual”.
demais
MICROSOFT POWERPOINT
Formato do LibreOf-
fice Impress, que Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação
ODP Open Document pode ser editado e Seção Conteúdo
Presentation. salvo pelo Microsoft
PowerPoint.
Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com
Legenda Legenda
Formato de docu-
mento portável, sem
Figura 2. Layout de slide
Portable Docu- alguns recursos
PDF/XPS
ment Format. multimídia inseridos
na apresentação de z Seção – divisão de formatação dentro da apresen-
slide. tação (usadas para Apresentações Personalizadas).
Poderá ter ‘duas apresentações’ dentro de uma, e no
início, escolher qual delas será exibida para o público.
z Transições – animação entre os slides. Ao selecionar
Importante! algum efeito de animação entre os slides (guia Tran-
Apresentações de slides é um tópico pouco sições, grupo Transição para este slide), será disponi-
questionado em provas de concursos. Conhe- bilizada a opção para configuração do Intervalo.
cendo os conceitos do Microsoft PowerPoint,
z Animação – animação dentro do slide, em um
você poderá aproveitá-los quando estudar
LibreOffice Impress. objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas ani-
mações simultaneamente, enquanto a transição do
slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saí-
As apresentações de slides podem ser gravadas em
formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até da ou Trajetórias de Animação.
transformadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, tran- Conceito de slides
sições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá
ser reproduzido em outros dispositivos, como Smart Conforme observado no item anterior, os slides são as
TV em totens de propagandas.
unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as pági-
nas de um documento do Microsoft Word, os slides pos-
suem configurações como margens, orientação, números
de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais
de slides,
Inserir áudio no slide - permite inserir um z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text).
clipe de áudio no slide. Os documentos são arquivos editáveis pelo usuá-
rio. Os Modelos, com extensão OTT (Open Template
Text), contém formatações que serão aplicadas aos
Gravação de tela – gravar o que está sendo novos documentos criados a partir dele.
exibido na tela e inserir no slide. z Páginas: unidades de organização do texto, segundo
o tamanho do papel e margens. Definições estão no
menu Formatar, item Estilo da Página..., guia Página.
Formas – linhas, retângulos, formas básicas,
setas largas, formas de equação, fluxogra-
ma, estrelas e faixas, textos explicativos e
botões de ação.
A4
LIBREOFFICE WRITER
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos parágra-
fos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem todos estes recursos, como o Microsoft Word.
A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou configuração
aplicada.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier New, Ver-
dana, são os mais comuns.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível
Ctrl+Shift+vír-
Diminuir tamanho Ctrl + [ Exemplo de Texto
gula
Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).
Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situação.
Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima letra está dispo-
nível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.
1 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
126 2 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Ctrl+J3 Justificado Justificado Ctrl+Shift+J
Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
Importante!
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma relação
com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
z Página
z Títulos
z Tabelas
z Quadros
z Objetos OLE
z Marca-páginas
z Seções
z Hiperlinks
z Referências
z Índices
z Anotações
z Objetos de Desenho
Controle
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
z
z Fórmula de tabela
z Fórmula de tabela incorreta
A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
de 4 cliques na seleção. Confira:
3 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e consultar os
arquivos que foram baixados (Downloads).
4 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
5 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do parágrafo.
6 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
7 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
8 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também. 127
MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO Permite adicionar um item que não existe
no documento atual. Adicionar qualquer
Selecionar Seleciona o objeto no arquivo atualmente editado. Se
- Ctrl+A
tudo documento este objeto é atualizável, será um campo.
Inserir
Botão 1 clique na Posiciona Elementos da página, elementos gráficos,
- elementos visuais, referências e índices,
principal palavra o cursor
elementos de mala direta e cabeçalho e
Botão 2 cliques Seleciona a rodapé.
-
principal na palavra palavra
Formatar significa dar um formato a um
Botão 3 cliques Selecionar objeto que já existe. Parágrafo, estilos,
- Forma-
principal na palavra a frase marcadores e numeração, tabulações, etc.
tar
Permite alterar elementos editáveis do
Botão 4 cliques Seleciona documento.
-
principal na palavra o parágrafo
Os estilos são formatações pré-definidas
Estilos para serem usadas no texto. Posteriormen-
Cabeçalhos te poderão ser organizadas em um índice.
Impressão
Cabeçalho e rodapé Cabeçalho
a Internet como conhecemos e usamos. Rede mundial de Rede local de Acesso remoto
computadores acesso restrito seguro
Ela passou a ser usada também pelo meio educa-
cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca-
Utiliza os mesmos
dêmica. No início dos anos 90 ela se tornou aberta e Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
Internet
comercial, permitindo o acesso de todos.
Padrão de Criptografia em
Família TCP/IP
comunicação VPN
FORMA DE
CARACTERÍSTICAS Remetente Destinatário
ACESSO Cliente
Webmail
Protocolo SMTP para enviar mensa- Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
gens e POP3 para receber. As mensa- (cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
Cliente de E-mail gens são transferidas do servidor para (Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail,
o cliente e são apagadas da caixa de e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
mensagens remota.
os e-mails recebidos.
Protocolo IMAP4 para enviar e para re-
ceber mensagens. As mensagens são Uso do correio eletrônico
Webmail copiadas do servidor para a janela do
navegador e são mantidas na caixa de
mensagens remota. Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o
usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço
de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
zada na RFC5322.
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails
Dica
RFC é Request for Comments, um documento
Receber IMAP4
Receber – POP3 de texto colaborativo que descreve os padrões
de cada protocolo, linguagem e serviço para ser
usado nas redes de computadores.
Usuário Usuário
De forma semelhante ao endereço URL para recur-
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
Cliente de e-mail Navegador de Internet também possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o
Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para formato reduzido usuário@provedor no enunciado
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de das questões, ao invés do formato detalhado usuá-
132 Internet e mantida no servidor de e-mails. rio@provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.
CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – USUÁRIO@ CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL
PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS
CAMPO CARACTERÍSTICAS
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
Identifica o (primeiro) destinatário da
Antes do símbolo de @, identifica um mensagem. Poderão ser especifica-
Usuário
único usuário no serviço de e-mail. dos vários endereços de destinatá-
rios neste campo, e serão separados
Significa AT (lê-se ‘em’ ou ‘no’), e separa TO (Para) por vírgula ou ponto-e-vírgula (segun-
a parte esquerda que identifica o usuá- do o serviço). Todos que receberem
@ rio, da parte à sua direita, que identifica a mensagem, conhecerão os outros
o provedor do serviço de mensagens destinatários informados neste
eletrônicas. campo.
Imediatamente após o símbolo de @, Identifica os destinatários da men-
identifica a empresa ou provedor que ar- sagem que receberão uma cópia do
Nome do domínio mazena o serviço de e-mail (o servidor e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
de e-mail executa softwares como o Mi- CC (com cópia ou
Copy (cópia carbono).
crosoft Exchange Server, por exemplo). cópia carbono)
Todos que receberem a mensagem,
conhecerão os outros destinatários
Identifica o tipo de provedor, por exem-
informados neste campo.
plo, COM (comercial), .EDU (educa-
cional), REC (entretenimento), GOV Identifica os destinatários da men-
Categoria do
(governo), ORG (organização não-gover- sagem que receberão uma cópia do
domínio
namental), etc., de acordo com as defi- BCC (CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind
nições de Domínios de Primeiro Nível cópia oculta ou cópia Carbon Copy (cópia carbono oculta).
(DPN) na Internet. carbono oculta) Todos que receberem a mensagem
não conhecerão os destinatários in-
Informação que poderá ser omitida,
formados neste campo.
quando o serviço está registrado nos
Estados Unidos. O país é informado por Identifica o conteúdo ou título da
País SUBJECT (assunto)
duas letras, como: BR, Brasil, AR, Argen- mensagem. É um campo opcional.
tina, JP, Japão, CN, China, CO, Colômbia,
etc. Anexar Arquivo: Identifica o(s) ar-
quivo(s) que estão sendo enviados
junto com a mensagem. Existem res-
ATTACH (anexo) trições quanto ao tamanho do anexo
Dica e tipo (executáveis são bloqueados
pelos webmails). Não são enviadas
Quando o símbolo @ é usado no início, antes pastas.
do nome do usuário, identifica uma conta em
O conteúdo da mensagem de e-mail,
rede social. Para o endereço URL do Instagram Mensagem poderá ter uma assinatura associada
inserida no final.
https://www.instagram.com/novaconcursos/, o
nome do usuário é @novaconcursos.
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou
salvas, estarão em pastas do servidor de correio ele-
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá
trônico, nominadas como ‘caixas de mensagens’.
preencher os campos disponíveis para destinatário(s), A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens
título da mensagem, entre outros. recebidas, lidas e não lidas.
Para enviar a mensagem, é preciso que exista A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe-
tivamente enviadas.
um destinatário informado em um dos campos de A pasta Itens Excluídos contém as mensagens
destinatários. apagadas.
Se um destinatário informado não existir no servi- A pasta Rascunhos contém as mensagens salvas e
não enviadas.
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida.
A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que
Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece- o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe-
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado, ocorre quando enviamos uma mensagem no app
WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
a mensagem tentará ser entregue depois. A mensagem permanece com um ícone de relógio,
Conheça estes elementos na criação de uma nova enquanto não for enviada.
mensagem de e-mail. Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde são
direcionadas as mensagens sinalizadas como lixo.
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL não solicitados, que geralmente são enviados para
CAMPO CARACTERÍSTICAS um grande número de pessoas. Quando o conteúdo
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem
Identifica o usuário que está en- é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commer-
viando a mensagem eletrônica, o cial E-mail – e-mail comercial não solicitado). Estas
FROM (De)
remetente. É preenchido automatica-
mensagens são marcadas pelo filtro AntiSpam, e pro-
mente pelo sistema.
curam identificar mensagens enviadas para muitos 133
destinatários ou com conteúdo publicitário irrelevan-
te para o usuário.
Servidor Exchange Servidor Gmail
Outras operações com o correio eletrônico Enviar e-mail
O servidor confirma a
com confirmação
de entrega entrega do e-mail na caixa
de entreda do destinatário
O usuário poderá sinalizar a mensagem, tanto as
Recebendo a
mensagens recebidas como as mensagens enviadas. confirmação de entrega
Ele poderá solicitar confirmação de entrega e confir-
Destinatário
mação de leitura. A mensagem recebida poderá ser
Webmail
impressa, visualizar o código fonte ou ignorar mensa- Remetente
Cliente
gens de um remetente.
Confira a seguir as operações ‘extras’ para o uso do Figura 6. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de
Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails
correio eletrônico com mais habilidade e profissiona- do destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na
lismo, facilitando a organização do usuário. Caixa de Entrada do e-mail do destinatário.
Enviar e-mail
Ação e características
z Imprimir mensagem – O programa de e-mail ou Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de
navegador de Internet prepara a mensagem para Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do
conteúdo do e-mail.
ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
ção do e-mail.
z Ver código fonte da mensagem – As mensagens
possuem um cabeçalho com informações técnicas EXERCÍCIOS COMENTADOS
sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas.
z Ignorar – Disponível no cliente de e-mail e em 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O símbolo @ em endere-
alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as ços de email tem o sentido da preposição no, sendo
próximas mensagens recebidas do mesmo reme- utilizado para separar o nome do usuário do nome do
provedor.
tente serão excluídas imediatamente ao serem
armazenadas na Caixa de Entrada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
z Lixo Eletrônico – Sinalizador que move a mensa-
gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio Em um endereço eletrônico padrão usuário@prove-
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas dor, o símbolo @ indica que é o usuário ‘no’ prove-
mensagens recebidas daquele remetente. dor de e-mails. Resposta: Certo.
z Tentativa de Phishing – Sinalizador que move a
mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Nos softwares de email, a
serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem opção Bcc (blind carbon copy) tem como um de seus
estar enviando links maliciosos que tentam captu- objetivos esconder os destinatários para evitar ações
de spam.
rar dados dos usuários.
z Confirmação de Entrega – O servidor de e-mails do
( ) CERTO ( ) ERRADO
destinatário envia uma confirmação de entrega,
informando que a mensagem foi entregue na Cai- Quando um endereço de destinatário é informado
xa de Entrada dele com sucesso. no campo CCO ou BCC, ele receberá a mensagem e os
z Confirmação de Leitura – O destinatário pode anexos, mas não terá o seu endereço revelado para
confirmar ou não a leitura da mensagem que foi os outros destinatários. Como seu endereço está
enviada para ele. oculto, caso a mensagem seja utilizada por alguém
ou algum programa de captura de dados para envio
A confirmação de entrega é independente da con- de spams, as informações não serão reveladas. Res-
firmação de leitura. Quando o remetente está elabo- posta: Certo.
rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar
SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET
as duas opções simultaneamente. Se as duas opções
forem marcadas, o remetente poderá receber duas Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesqui-
confirmações para a mensagem que enviou, sendo sa têm como finalidade apresentar os resultados de
uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do endereços URLs com as informações solicitadas pelo
134 próprio destinatário. usuário.
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft COMANDO USO EXEMPLO
Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-
Resultados de apenas livro site:www.
quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê, site:
um site. uol.com.br
Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a
acessibilidade das informações existentes na Internet, Somente um tipo de apostila
filetype:
indexando em diretórios os conteúdos disponíveis. arquivo. filetype:pdf
Os sites de pesquisas foram incorporados aos nave- define: Definição de um termo. define:smtp
gadores de Internet, e na configuração dos browsers
intitle: No título da página. intitle:concursos
temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite
a busca dos termos digitados diretamente na barra de No endereço URL da
inurl: inurl:nova
endereços do cliente web. Esta funcionalidade trans- página.
forma a nossa barra de endereços em uma omnibox Pesquisa o horário em
time: time:japan
(caixa de pesquisa inteligente), que preenche com os determinado local.
termos pesquisados anteriormente e oferece suges-
related:uol.com.
tões de termos para completar a pesquisa. related: Sites relacionados.
br
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como bus-
cador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome cache:uol.com.
cache: Versão anterior do site.
br
têm o Google Buscas como buscador padrão. As confi-
gurações podem ser personalizadas pelo usuário. Páginas que contenham link:
link:
Os sites de pesquisas incorporam recursos para link para outras. novaconcursos
operações cotidianas, como pesquisa por textos, Informações de um de- location:méxico
location:
imagens, notícias, mapas, produtos para comprar terminado local. terremoto
em lojas on-line, efetua cálculos matemáticos, tra-
duz textos de um idioma para outro, entre inúmeras
Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
funcionalidades.
Os sites de pesquisas ignoram pontuação, acen- suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
tuação e não diferenciam letras maiúsculas de letras O site de pesquisas Google também oferece respos-
minúsculas, mesmo que sejam digitadas entre aspas. tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-
E além de todas estas características, os sites de rece mecanismos similares.
pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím- As possibilidades são quase infinitas, pois os assis-
bolos) para refinar os resultados e comandos para tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con- permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos
cursos públicos, estes são os itens mais questionados. de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
de concursos públicos, esta parte você consegue pra- PEDIDO USO EXEMPLO
ticar, até no seu smartphone. Comece a usar os sím-
bolos e comandos nas suas pesquisas na Internet, e traduzir ... para Google traduzir maçã
visualize os resultados obtidos. ... Tradutor. para japonês
concursos Status de um
Til (acento) Pesquisar sinônimos. código do voo ba247
~públicos voo (viagens).
Substituir termos na
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Existem serviços na Internet que possibilitam a O usuário envia um e-mail para um endereço defi-
troca de mensagens entre os assinantes de uma lista nido e faz a assinatura. Outras formas de associação
de discussão. O Grupos do Google é o último serviço incluem o pedido diretamente na página do grupo ou
em atividade, segundo o formato original. o link recebido em um convite por e-mail.
Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu
de 2019, e os membros não poderão mais enviar ou e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem.
receber e-mails do Yahoo Grupos. Poderá optar por um resumo das mensagens, ou resumo
Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lem-
Fórum de Discussão são denominações equivalentes brando que nos anos 90/2000, os e-mails tinham tama-
para um serviço que centraliza as mensagens recebi-
nho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
das que foram enviadas pelos membros e redistribui
O envio para um endereço único permite a distribui-
para os demais participantes.
Os grupos de discussão do Facebook surgiram den- ção para os assinantes da lista de discussão. Uma cópia
tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente da mensagem e anexos se houverem, será disponibiliza-
pela facilidade de acesso, associação e participação. da no mural da página do grupo, para consultas futuras.
Mensagem
ITEM CARACTERÍSTICAS enviada para
Grupos de todos os
O grupo poderá ser público e visível, discussão participantes
inscritos no
ou restrito e visível (qualquer um pode Mensagem enviada grupo
Privacidade pedir para participar), ou secreto e in- para o endereço de de discussão
e-mail do grupo
visível (somente convidados podem
Usuários da Internet
ingressar).
Quem não é inscrito
no grupo, não recebe
Proprietário Criador do grupo. Usuário participante a mensagem
O Twitter é uma Ativistas, ar tis- restrito, ingressar em grupos, criar páginas, curtir
rede social para pu- tas, empresas e conteúdos, comentar postagens e compartilhar em
blicações curtas e políticos. seu perfil, ou através do hub de mensagens Messen-
rápidas. ger. Resposta: Certo.
Dica
Novas definições são criadas por empresas,
com propósitos de marketing. Em concursos
públicos, as definições mais questionadas são
Figura 8. Os diferentes dispositivos acessarão os recursos SaaS, PaaS e IaaS.
disponibilizados na nuvem (Internet)
Um sistema de computação legado, ou dedicado, é
Computação na Nuvem pode ser vista como a evo- aquele que a empresa é responsável por todos os itens
lução e convergência das tecnologias de virtualização
do projeto, desde o fornecimento de energia para a
e das arquiteturas (como os clusters computacionais)
orientadas a serviços. operação dos servidores adquiridos por ela, até a dis-
Atualmente a Computação nas Nuvens é o ponto ponibilização das aplicações que licenças foram com-
de partida para o desenvolvimento de soluções com- pradas para utilização.
putacionais que necessitem de rapidez, flexibilidade Na computação em nuvem, é possível contratar de
e acesso facilitado, oferecendo instantaneamente, a uma operadora de nuvem, datacenters, rede de dados,
nível global, uma solução para problemas do dia-a-dia.
armazenamento, servidores e sistemas de virtualiza-
Quem nunca pediu uma refeição por um aplicati-
vo, ou um meio de transporte? O sistema de proces- ção. Esta é uma Infraestrutura como um Serviço (IaaS).
samento dos pedidos, distribuição das demandas, Desenvolvedores podem contratar de uma opera-
localização dos prestadores de serviços e controle dora de nuvem, datacenters, rede de dados, armazena-
fiscal das vendas... Tudo foi realizado na nuvem, em mento, servidores, sistemas de virtualização, sistema
servidores que estão distribuídos ao redor do mundo, operacional, banco de dados e segurança digital. Esta
conectados em tempo real para o atendimento das
é uma Plataforma como um Serviço (PaaS).
demandas.
A computação na nuvem oferecerá tudo como Usuários podem contratar de uma operadora de
um serviço. Armazenamento de dados, plataforma nuvem tudo, desde os datacenters até as aplicações.
138 para execução de aplicações, infraestrutura para o Este é um Software como um Serviço.
um datacenter na empresa), disponibilidade em tem-
po integral e escalabilidade sob demanda (expansão
ou contração da empresa de acordo com o dia-a-dia
da operação).
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o
usuário uma economia de gastos (novamente, rela-
cionada ao hardware que não precisa ser adquirido),
desenvolvimento simplificado de aplicativos (ambien-
tes de desenvolvimento para diferentes plataformas),
colaboração (on-line com outros desenvolvedores)
e ambiente integrado (para teste, implementação e
gerenciamento).
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá econo-
Figura 9. Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido mia de gastos (menor custo das licenças de softwares),
pelo usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas compartilhamento de arquivos (de forma fácil e rápi-
de um acesso à rede.
da), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais,
o acesso ao serviço não será impactado com novas
Como é possível observar, a computação nas
instalações e configurações) e independência do siste-
nuvens é uma forma de disponibilização de recursos
ma operacional (a troca de dados será realizada pelo
equivalente à computação local, mas remotamente.
protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas
Na tabela a seguir, vamos comparar estes dois forma- operacionais).
tos e suas responsabilidades.
COMPUTAÇÃO COMPUTAÇÃO
LOCAL NAS NUVENS
Teclado, mouse,
Entrada de Enviado para um
scanner, monitor
Dados serviço na rede.
touch screen.
Processa- Computadores
Processador do
mento de remotos, distri-
computador.
Dados buídos na rede.
Disponibilizado
Monitor, impressora,
um link para
Saída de placa de modem,
download, visua-
Dados placa de rede, USB,
lização ou com-
HD etc.
partilhamento.
Figura 10. Os provedores, desenvolvedores e usuários finais,
Programas Instalados no Disponíveis na fornecem, suportam ou consomem recursos da nuvem.
(softwares) computador. Internet.
Os softwares são desenvolvidos na Plataforma
Serviços Responsabilidade Responsabilida- (PaaS), utilizando os recursos da estrutura na Infraes-
(backup) do usuário. de da empresa. trutura (IaaS), para serem utilizados pelos usuários
finais como um serviço (SaaS).
Serviços Responsabilidade
Responsabilida- Na tabela a seguir vamos associar os itens da com-
(desfragmen- do sistema opera-
de da empresa. putação local com os itens da computação na nuvem,
tador) cional local.
para entender que na Nuvem temos uma adaptação
Responsabilidade Responsabilida- do nosso computador de casa.
Antivírus
do usuário. de da empresa.
COMPUTAÇÃO COMPUTAÇÃO
Responsabilidade Responsabilida- LOCAL NA NUVEM
Firewall
do usuário. de da empresa.
Microsoft Office Microsoft Office
SOFTWARE
Oferecido pela (instalado) (on-line)
Permissões Responsabilidade
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
empresa, defini-
de acesso do usuário. Microsoft Win- Microsoft Win-
do pelo usuário. PLATAFORMA
dows 10 dows Azure
Gerencia-
Responsabilidade Responsabilida- Hardware e
mento da Hardware e
energia elétrica
do usuário. de da empresa. INFRAESTRUTURA energia elétrica
estrutura da empresa
do usuário
provedora
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA
usuários também é importante, considerando que ele as VPN’s – Virtual Private Network) para acesso aos
é o elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segu- Serviços remotos (Computação na Nuvem); proteger-
rança da Informação. -se das ameaças e ataques à Segurança da Informação
utilizando medidas de proteção em seu dispositivo
(como antivírus, firewall e anti-spyware).
Iniciaremos os estudos de Segurança da Informa-
ção com o tópico VPN. Elas são muito importantes
para a comunicação segura, e foi destaque no ano
de 2020 por causa do trabalho remoto (home office).
Empresas e usuários que não utilizavam uma cone-
xão remota segura, precisaram se adaptar aos novos
Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada tempos. Em concursos, a tendência é que aumente a
por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário frequência de questões, pois se tornou um tema popu-
final. lar devido à pandemia. 141
A seguir, conheceremos como é a Computação na Dica
Nuvem. Suas características, os tipos de nuvem, os
serviços oferecidos e as vantagens e desvantagens. Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é
Lembrando que este foi um tópico importante nos uma Intranet.
concursos da Polícia Federal e Polícia Rodoviária
Federal, em provas de todos os cargos. Por que usar uma VPN? Porque é importante e
Vírus de computador e softwares maliciosos.
necessário.
Quem nunca foi vítima, não é mesmo? O terceiro tópi-
co de Segurança da Informação abordará os ataques A Internet é a rede mundial de computadores, que
e ameaças, com destaque para os principais e mais conecta diversos dispositivos entre si, utilizando uma
comuns em provas de concursos. Assim como Compu- estrutura pública e insegura, oferecida pelos governos
tação na nuvem, o tópico “noções de vírus, worms e e operadoras de telefonia. O acesso à Internet é ofereci-
pragas virtuais” também é muito questionado em con-
do para todos, e usuários mal intencionados poderiam
cursos públicos.
Finalizando o conteúdo de Segurança da Informa- interceptar a comunicação de outros usuários, monito-
ção, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa rando o tráfego de dados e roubando informações.
contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o ris-
de proteção, mas em concursos públicos são questio- co na transmissão é muito pequeno. Lembrando que nada
nados os “aplicativos para segurança (antivírus, fire-
wall, anti-spyware etc)”. será 100% seguro em Informática, independentemente
da quantidade de sistemas e proteções implementadas.
Dica
Apesar de existirem soluções integradas e avan-
çadas para os problemas de Segurança da Infor-
mação, que até usamos em nossos dispositivos,
nos concursos públicos são questionadas as
definições oficiais e as configurações padrão
dos programas.
NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN) Figura 5. Usuários mal intencionados procuram ‘escutar’ uma
conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a
As redes privadas virtuais, popularmente identi-
privacidade do usuário ou empresa.
ficadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Net-
work), são criadas pelas empresas e usuários para
estabelecer uma conexão segura entre dois pontos. As empresas utilizam softwares de terceiros para
Antes de estudarmos elas, vamos conhecer alguns dos estabelecer a conexão segura entre os dispositivos
conceitos básicos das redes de computadores, de acordo de seus colaboradores. Existem vários softwares que
com as suas características de uso e nível de segurança.
possibilitam a conexão segura, como: a Área de Tra-
balho Remota (Windows) e soluções de empresas de
REDE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe,
Local Area Network é uma denominação
TeamViewer, LogMeIn etc).
LAN relacionada ao alcance de uma rede, res-
trita a um prédio ou pequena região. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos segu-
ros serão usados, criando um túnel seguro entre o emissor
É uma rede local (pelo seu alcance é uma
LAN), interna de uma organização, segura, e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável.
Intranet
com acesso restrito aos usuários cadastra- Os protocolos são padrões de comunicação e os
dos no servidor da rede. protocolos seguros procuram encapsular os dados
É o acesso remoto seguro, por meio transmitidos para que, em caso de monitoramento, a
Extranet de um ambiente inseguro, à intranet da leitura do conteúdo se torne impossível, uma vez que
organização.
os dados se tornam criptografados.
Rede mundial de computadores, de aces-
so público e considerada insegura. A Inter-
Internet
net é comumente representada por uma
nuvem.
Protocolos
Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o cliente,
de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o cliente acessa
as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados utilizando-se de chaves e certificados digitais para garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas.
Dica
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital. 143
Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a integridade das conexões.
Importante!
A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança (utilizando
protocolos seguros para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão).
Programas
Conhecendo as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, vem uma dúvida: quais são
os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN? Depende.
Cada dispositivo tem um sistema operacional, e de acordo com a origem (cliente) e o destino (servidor), existem
programas mais adequados para cada cenário.
A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões.
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da infor-
mação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja
enviar e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no
servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado Win-
dows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN.
Importante!
O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que deverá utilizar uma VPN para proteger os dados
trafegados, com o uso de criptografia, implementada por protocolos seguros.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Uma SSL VPN provê acesso de rede virtual privada por meio das funções de criptografia
SSL embutidas em navegadores web padrão, sem exigir a instalação de software cliente específico na estação de
trabalho do usuário final.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Para estabelecer uma conexão segura usando VPN, poderá ser usado o SSL ou o IPsec. SSL (Secure Sockets Layer)
144 é um protocolo seguro que oferece uma camada adicional de segurança, usado para estabelecer uma VPN (rede
privada virtual), que ao contrário do IPsec (exten- Ameaças
são do protocolo IP), não precisa de software espe-
cífico no computador do usuário. Resposta: Certo. As ameaças são identificadas como aquelas que
possuem potencial para comprometer a oferta ou
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) VPN (virtual private net- existência dos ativos computacionais, tais como:
work) é uma tecnologia de segurança de redes de com- informações, processos e sistemas.
putadores que pode ser usada para permitir o acesso Um ransomware, software que sequestra dados
remoto de um usuário à intranet de uma empresa. utilizando-se de criptografia, e solicita o pagamento
de resgate para a liberação das informações seques-
( ) CERTO ( ) ERRADO tradas, é um exemplo de ameaça. Observe que a
ameaça existe, entretanto, se não ocorrer uma ação
deliberada para execução ou se medidas de proteção
Uma rede privada virtual, conhecida também como
forem implementadas, a ameaça deixa de existir e
VPN (virtual private network), pode ser usada para
não se torna um ataque.
conectar um dispositivo a outro dispositivo, um
As ameaças à segurança da informação podem ser
dispositivo a um site (local), ou uma rede local com
classificadas como:
outra rede local. A conexão segura permite o acesso
de um usuário à rede interna da empresa, iniciando
z Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão
o acesso em sua residência, por exemplo. Resposta:
ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade.
Certo.
z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
ram vulnerabilidades nos sistemas.
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao
ambiente, como as catástrofes naturais.
Ameaças e riscos de segurança estão presentes
no mundo virtual. Assim como existem pessoas boas
As empresas precisam fazer uma avaliação das
e más no mundo real, existem usuários com boas ou
ameaças que possam causar danos ao ambiente com-
más intenções no mundo virtual.
putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco),
Os criminosos virtuais são genericamente denomi-
implementar sistemas de autenticação (Controlar o
nados como hackers, porém o termo mais adequado
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti-
seria cracker. Um hacker é um usuário que possui
ca de Segurança), manter um inventário e realizar o
muitos conhecimentos sobre tecnologia, e podem ser
rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de
nomeados como White Hat (hacker ético que usa suas
Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res-
habilidades com propósitos éticos e legais), Gray Hat
tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade
(cometem crimes, mas sem ganho pessoal, geralmen- de Negócios).
te para exposição de falhas nos sistemas) e Black Hat
(violam a segurança dos sistemas para obtenção de
Falhas
ganhos pessoais).
Amadores ou inexperientes, profissionais ou expe-
As falhas de segurança nos sistemas de informa-
rientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes
ção poderão ser propositais ou involuntárias.
ao uso dos recursos computacionais.
Se o programador insere no código do sistema uma
São riscos de segurança digital: falha, que produza danos ou permita o acesso sem
autenticação, temos um exemplo de falha proposital.
z Ameaças – vulnerabilidades que existem e podem Se uma falha for descoberta após a implantação do
ser exploradas por usuários. sistema, sem que tenha sido uma falha proposital, e
z Falhas – vulnerabilidades existentes nos sistemas, seja explorada por invasores, temos um exemplo de
sejam propositais ou acidentais. falha involuntária, inerente ao sistema.
z Ataques – ação que procura denegrir ou suspender Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas
a operação de sistemas. empresas que desenvolveram o sistema por meio da
distribuição de notificações e correções de segurança.
Devido à crescente integração entre as redes de O Windows Update, serviço da Microsoft para atuali-
comunicação, conexão com novos e inusitados dis- zação do Windows, distribui mensalmente os patches
positivos (IoT – Internet das Coisas) e criminosos (pacotes) de correções de falhas de segurança.
com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de
informações se tornaram particularmente difíceis de Ataques
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dica
Ameaças existem e podem afetar ou não os sis-
temas computacionais.
Falhas existem e podem ser exploradas ou não
pelos invasores.
Ataques são realizados todo o tempo contra
todos os tipos de sistemas.
O worm é um verme, que explora de forma inde- Os worms podem ser recebidos automaticamente
pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi- pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de
vos. Geralmente eles deixam a comunicação na rede outro código malicioso. Assim como vírus, ele poderá
lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem ser recebido por e-mail, transferido de sites na Inter-
cópias de seu código malicioso. net, compartilhado em arquivos, por meio do uso de
mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por
Um verme biológico parasita um organismo con-
mensagens instantâneas.
sumindo seus recursos, deixando o corpo debilitado. Ele é auto executável, e procura explorar as vulne-
Um verme tecnológico parasita um dispositivo consu- rabilidades dos dispositivos.
mindo seus recursos de memória e conexão de rede, Envia cópias de si mesmo para outros dispositivos
deixando o aparelho e a rede de dados lentos. e usuários conectados.
Os worms não precisam ser executados pelo usuá- Por ser auto executável, costuma consumir gran-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
rio como os vírus de computador e a sua propagação de quantidade de recursos computacionais, promo-
será rápida, caso não existam barreiras de proteção ve a instalação de outros códigos maliciosos e inicia
ataques na Internet, tentando alcançar outras redes
que os impeçam.
remotas.
Pragas Virtuais
Dica
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Root-
z Spyware: é um programa malicioso que procu-
kit são as pragas digitais mais questionadas em
ra monitorar as atividades do sistema e enviar
os dados capturados durante a espionagem para
concursos públicos.
terceiros. Existem software espiões considerados
legítimos (instalados com consentimento do usuá- Confira na tabela a seguir outras pragas digitais
rio) e maliciosos (que executa ações prejudiciais à que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci-
148 privacidade do usuário). dade dos usuários de sistemas computacionais.
CÓDIGO MALICIOSO CARACTERÍSTICAS
Gatilho para a execução de outros códigos maliciosos que permanece inativa até que um
Bomba lógica
evento acionador seja executado.
Fraude que engana o usuário, induzindo a informar seus dados pessoais em páginas de
Phishing
captura de dados falsas.
Ataque aos servidores de DNS para alteração das tabelas de sites, direcionando a nave-
Pharming
gação para sites falsos.
Ataques na rede que simulam tráfego acima do normal com pacotes de dados formata-
Negação de Serviço dos incorretamente, fazendo o servidor remoto se ocupar com os pedidos e erros, negan-
do acesso para outros usuários.
Man-In-The-Midle Intercepta as comunicações da rede para roubar os dados que trafegam na conexão.
Enquanto uma falha não é corrigida pelo desenvolvedor do software, invasores podem
Ataque de dia zero
explorar a vulnerabilidade identificada antes da implantação da proteção.
Sequestrador de navegador que pode desde alterar a página inicial do browser, até mu-
HiJacker
danças do mecanismo de pesquisas e direcionamento para servidores DNS falsos.
Uma das ações mais comuns que procuram comprometer a segurança da informação é o ataque Phishing.
O usuário recebe uma mensagem (e-mail, ou rede social, ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em um link
malicioso. O link acessa uma página que pode ser semelhante ao site original, induzindo o usuário a fornecer
dados pessoais como login e senha. Em ataques mais elaborados, as páginas capturam dados bancários e de car-
tões de crédito. O objetivo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
149
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Uma das partes de um
vírus de computador é o mecanismo de infecção, que
determina quando a carga útil do vírus será ativada no
dispositivo infectado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Outra ação mais elaborada tecnicamente, é o Os vírus de computadores infectam arquivos, ane-
Pharming. xando o seu código malicioso (carga útil) em outros
O invasor ataca um servidor DNS, modifica as arquivos. Quando o arquivo infectado é executado,
tabelas que direcionam o tráfego de dados, e o usuá- o código é copiado para outros arquivos no disposi-
rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o tivo, aumentando a infecção. O vírus de computador
Phishing, este ataque procura capturar dados bancá- não infecta o dispositivo como um worm (verme).
rios do usuário e roubar o seu dinheiro. Resposta: Errado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
151
Windows Defender liberado, como e-mails e páginas web, não serão blo-
queados pelo firewall.
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de
terceiros raramente são questionadas. Avast, AVG, Avi-
ra e Kaspersky são alguns exemplos. Usamos no nosso
dia a dia, mas em provas de concursos as bancas tra-
balham com as configurações padrões dos programas.
O Windows 10 possui uma solução integrada de
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
programa Microsoft Security Essentials como antiví-
rus padrão do sistema operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows
Defender, para detecção e remoção de outros códi-
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
gos maliciosos, como os worms e Cavalos de Troia. E os ataques provenientes da rede.
o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de
conexões para impedir ataques oriundos das redes O firewall não é um antivírus e não é um antispy-
conectadas. ware. Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas
No Windows 10, o Windows Defender faz a detec- portas TCP do dispositivo.
ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
O uso do firewall não dispensa o uso de outras
opera o firewall do sistema operacional, impedindo
ferramentas de segurança como o antivírus e o
ataques e invasões.
antispyware.
Firewall
Importante!
O firewall é um filtro de conexões e poderá ser um
software, instalado em cada dispositivo, ou um hard- O firewall não é um antivírus, mas ele impede um
ware, instalado na conexão da rede, protegendo todos ataque de vírus. Ele impedirá por ser um ataque,
os dispositivos da rede interna. não por ser um vírus.
O sistema operacional disponibiliza um firewall
pré-configurado com regras úteis para a maioria dos
usuários. A maioria das portas comuns estão liberadas Antispyware
e a maioria das portas específicas estão bloqueadas.
Da mesma forma que existe a solução antivírus
contra vírus de computadores, existe uma solução
que procura detectar, impedir a propagação e remo-
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um
hospedeiro.
Genericamente, malware é um software malicioso.
Genericamente, spyware é um software espião. Quan-
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.
do os softwares maliciosos ganharam destaque e rele-
vância para os usuários dos sistemas operacionais, os
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por- spywares se destacavam, e comercialmente se tornou
tanto ele permite que códigos maliciosos como os
interessante nomear a solução como antispyware.
vírus de computadores infectem o computador, quan-
Na prática, um antispyware ou um antimalware,
do chegam como anexos de uma mensagem de e-mail.
detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.
( ) CERTO ( ) ERRADO
13. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No Excel, a fórmula 20. (CESPE-CEBRASPE – 2020) A respeito de ferramen-
=(B2+C2+D2+E2)/4 tas do Windows, julgue o item a seguir.
Instalados em navegadores da Web, os complemen-
a) permite o cálculo da média entre os valores contidos tos são aplicativos utilizados para permitir que deter-
nas células B2, C2, D2 e E2. minados conteúdos sejam exibidos na tela.
b) permite o cálculo da soma dos valores entre as células
B2 até E2. ( ) CERTO ( ) ERRADO
c) não é válida, pois o Excel não permite fórmulas com
parênteses.
c) permite o cálculo da divisão do valor de cada célula 9 GABARITO
por 4, individualmente.
d) permite multiplicar o valor em cada célula pela soma 1 ERRADO
dos valores nas 4 células.
2 CERTO
14. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca do navegador 3 ERRADO
Google Chrome, julgue o item seguinte.
O atalho SHIFT + ESC permite acessar o Gerenciador 4 CERTO
de Tarefas para visualizar e finalizar processos do
Google Chrome em execução. 5 ERRADO
6 CERTO
154 ( ) CERTO ( ) ERRADO
7 ERRADO
8 ERRADO
9 CERTO
10 ERRADO
11 CERTO
12 C
13 A
14 CERTO
15 ERRADO
16 CERTO
17 CERTO
18 CERTO
19 ERRADO
20 CERTO
ANOTAÇÕES
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
155
ANOTAÇÕES
156
Toda proposição pode ser representada simbolica-
mente pelas letras do alfabeto, veja no exemplo:
P Q P^Q
V V V
V F F
3º passo: Dispor os valores “V” e “F” na primeira
coluna fazendo o agrupamento pela metade do núme- F V F
ro de linhas da tabela. F F F
Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da
primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F). Conectivo Disjunção “ou” (v)
P ~P P V ~P Tabela de conectivos
V F V
CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
F V V
e Conjunção ^ peq
Exemplo 2: A proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma ou Disjunção v p ou q
tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só Disjunção
possui V. ou...ou v Ou p ou q
exclusiva
Condicional
se...,então → Se p, então q
P Q (P^Q) (PQ) (P^Q)→(PQ) (implicação)
V V V V V p se e
se e Bicondicional
V F F F V somente
somente se (bi-implicação)
se q
F V F F V
F F F V V z Conjunção (conectivo “e”): Sua representação
simbólica é ^.
CONTRADIÇÃO
Exemplo:
É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradição, Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o
pois o seu valor lógico é sempre F, conforme a tabela gato come banana;
verdade. Na linguagem simbólica: p ^ q.
CONTINGÊNCIA
Na linguagem natural: Maria é bailarina ou
Juliano é atleta;
Sempre que uma proposição composta recebe
Na linguagem simbólica: p v q.
valores lógicos falsos e verdadeiros, independente-
mente dos valores lógicos das proposições simples
z Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”): Sua
componentes, dizemos que a proposição em questão é
representação simbólica é: v.
uma contingência. Ou seja, quando a tabela verdade
apresenta, ao mesmo tempo, alguns valores verdadei-
Exemplo:
ros e alguns falsos.
Exemplo: A proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma
Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápi-
contingência, conforme a tabela verdade.
do ou a raposa é lenta;
Na linguagem simbólica: p v q.
P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q)
V V F F F z Condicional (conectivos “se, então”): Sua repre-
sentação simbólica é →.
V F V V V
F V F V V Exemplo:
F F F V V
Na linguagem natural: Se estudar, então vai
z Tautologia: uma proposição que é sempre passar;
verdadeira; Na linguagem simbólica: p → q.
z Contradição: uma proposição que é sempre falsa;
z Contingência: uma proposição que pode assumir z Bicondicional (conectivo “se e somente se”): Sua
160 valores lógicos V e F, conforme o caso. representação simbólica é ⟷.
Exemplo: Distribuição (equivalência pela distributiva)
Dica a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
Transposição
Pela exportação-importação
A transposição é uma regra de substituição válida
[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)] para “P → Q” onde é permitido trocar o antecedente
P pelo consequente Q de um enunciado condicional
em uma prova lógica se eles estão ambos negados. É
(P ∧ Q) P→
P Q R P∧Q Q→R a inferência verdadeira de “A implica B”, a verdade
→R (Q → R)
do “Não-B implica não-A”, e vice-versa. É a regra que:
V V V V V V V
P→Q⟺~Q→~P
V V F V F F F
Onde “⟺” é um símbolo que representa “pode ser
V F V F V V V
substituído em uma prova com.”
V F F F V V V Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é
F V V F V V V exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser
substituída por ~ Q → ~ P “.
F V F F V F V
Exemplo:
F F V F V V V Se ele é um tigre P, então ele pode correr Q.
F F F F V V V Assim, Se ele não pode correr ~Q, então ele não é
um tigre ~P.
Proposições Associadas a uma Condicional (se,
EQUIVALÊNCIA CONDICIONAL
então)
Agora vamos tratar duas equivalências impor-
Podemos dizer que as três proposições condicio- tantes desse conectivo que tem a maior incidência
nais que contêm p e q são associadas a p → q. Veja a nas provas de concursos. A primeira delas ensina
como transformar uma proposição composta pelo
abaixo:
“se…então” em outra proposição composta pelo “se…
então”. A outra ensina como transformar uma propo-
z Proposições recíprocas: p → q: q → p; sição composta pelo “se…então” em uma composta
162 z Proposição contrária: p → q: ~p → ~q; pelo conectivo “ou” (e vice-versa). Vamos lá!
Contrapositiva z Com o conectivo “ou” e “tabela-verdade”
Para fazermos essa equivalência devemos inverter Já para entendermos essa equivalência, precisa-
as proposições e depois negar todas as proposições. mos lembrar dos casos na tabela-verdade do conetivo
Inverte e nega tudo mantendo o se então “se e somente se” quando temos resultados verdadei-
Exemplo: A → B ⇔ ~B → ~A ros, ou seja, quando os valores lógicos são iguais. Se
Se Marcos estuda, então ele passa. ⇔ Se Marcos você não lembra direito, então volte lá no módulo de
não passa, então ele não estuda. tabela-verdade e relembre aquela tabela de valoração
Estas duas proposições são equivalentes. Percebeu lógica que fiz para você, ok? Sabendo disso, podemos
o processo de construção da segunda a partir da pri- dizer então que o conectivo “se e somente se” terá
meira? Você deve inverter a ordem das proposições e resultado verdadeiro quando as proposições forem
negar ambas. todas verdadeiras ou quando forem todas falsas
(vale lembrar que a negação de “V” será “F”). Logo,
z “se...então” vira “ou” veja o exemplo de como ficará essa equivalência:
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A ^ B) v (~A ^ ~B)
Essa equivalência é feita negando a primeira pro- O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
posição, trocando o conectivo “se...então” pelo conec- ⇔ O céu ficará azul e hoje não vai chover ou o céu não
tivo “ou”, repetindo a segunda proposição. ficará azul e hoje vai chover.
Nega ou Repete. Agora observe a tabela verdade envolvendo todas
Exemplo: as equivalências da Bicondicional:
A → B ⇔ ~A v B
Se o urso é ovíparo, então o macaco voa. ⇔ O urso (A→B) (A ^ B)
não é ovíparo ou o macaco voa. A B ~A ~B A ⟷ B B⟷A ^ V
Observe a tabela a seguir e veja que os resultados (B→A) (~A ^ ~B)
são iguais, ou seja, equivalentes: V V F F V V V V
V F F V F F F F
A B ~A ~B A→B ~B → ~A ~A V B
F V V F F F F F
V V F F V V V
F F V V V V V V
V F F V F F F
F V V F V V V
COMUTAÇÃO
F F V V V V V
Leis Comutativas
EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL
Conjunção “e”
Geralmente aprendemos somente a equivalência A^B⇔B^A
básica desse conectivo (a comutação), mas precisa- Joana é magra e Maria é baixa. ⇔ Maria é baixa e
mos ficar atentos para os casos especiais. O conectivo Joana é magra.
“se e somente se” tem mais duas equivalências lógicas
quando interpretamos de maneira mais minuciosa o A B A^B B^A
seu significado e sua tabela-verdade. E eu como um V V V V
professor que sempre busca entender e mapear os
perfis das bancas de concursos, não poderia deixar de V F F F
te ensinar esses detalhes que estão aparecendo cada F V F F
vez mais nas provas. Então vamos lá! F F F F
Comutação
Disjunção Inclusiva “ou”
Exemplo: A ⟷ B ⇔ B ⟷ A Exemplo: A v B ⇔ B v A
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. João anda de barco ou Sabrina vai à praia.⇔ Sabri-
⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul. na vai à praia ou João anda de barco.
Disjunção Exclusiva “ou...ou”
z Com o conectivo “e” e “se...então” Exemplo: A v B ⇔ B v A
Ou Romeu compra uma moto ou ele vende o carro.
RACIOCÍNIO LÓGICO
Para fazer essa equivalência vamos interpretar o ⇔ Ou Romeu vende o carro ou ele compra uma moto.
conectivo “se e somente se”. Na sua nomenclatura
temos uma bicondicional e o que isso significa exa- A B A⊻B B⊻A
tamente? Significa que temos duas condicionais (se...
V V F F
então). E, pensando nisso, podemos dizer então que
temos uma condicional indo e uma condicional vol- V F V V
tando; repare que a simbologia (⟷) são duas setas. F V V V
Agora vamos traduzir isso tudo com um exemplo.
F F F F
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A → B) ^ (B → A)
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
⇔ Se o céu ficará azul, então hoje não vai chover e se Bicondicional “se e somente se”
hoje não vai chover, então o céu ficará azul. Exemplo: A ⟷ B ⇔ B A 163
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. A B ~A ~B AvB ~(A v B) ~A ^ ~B
⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul.
V V F F V F F
V F F V V F F
A B A⟷B B⟷A
F V V F V F F
V V V V
F F V V F V V
V F F F
F V F F
Negação de uma Disjunção Exclusiva
F F V V
Para negarmos a disjunção exclusiva, devemos
Condicional “Se então” apenas trocar o conectivo “ou...ou” pelo “se e somente
É o único conectivo lógico que não aceita a pro-
se”. Isso mesmo! Trocamos um conectivo pelo outro e
priedade de comutação, pois o seu antecedente não
o restante é só deixar igual. Veja um exemplo: ~ (A ⊻ B)
pode ser o consequente e vice-versa.
A→B≠B→A ⇔ A ⟷ B Ou faz sol ou chove muito.
Negação: Faz sol se e somente se chove muito.
LEIS DE MORGAN
A B A⊻B ~ (A ⊻ B) A⟷B
Quando fazemos a negação de uma proposição
composta primitiva, geramos outra posição que tam- V V F V V
bém é composta e equivalente à sua primitiva. É V F V F F
recorrente em provas a cobrança para que você res-
F V V F F
ponda qual a equivalência da negação de determina-
da proposição. F F F V V
Para negarmos a conjunção, devemos troca-la pela A bicondicional pode ser negada das seguintes
disjunção (ou) e negar todas as proposições envolvi- maneiras, veja:
das. Veja: ~ (A ^ B) ⇔ ~A v ~B
Exemplo: Vou comprar um carro e vou ganhar di- z Trocando pelo conectivo “ou...ou”
nheiro.
Proposição 1: vou comprar um carro.
Exemplo: ~ (A ⟷ B) ⇔ A v B
Proposição 2: vou ganhar dinheiro.
1º - trocar o “e” pelo “ou” Marta viaja se e somente se Paulo não vai ao cinema.
2º - negar todas as proposições Negação: Ou Marta viaja ou Paulo não vai ao
Negação: cinema.
~P1: Não vou comprar um carro
~P2: Não vou ganhar dinheiro z (Mantém e Nega) ou (Mantém e Nega)
Assim temos, Não vou comprar um carro ou não
vou ganhar dinheiro. Essa negação é feita vindo da equivalência lógica
que usa o conectivo “se...,então”.
A B ~A ~B A^B ~(A ^ B) ~A V ~B Exemplo:
V V F F V F F ~ (A ⟷ B) ⇔ (A → B) ^ (B → A)
V F F V F V V ~[(A → B) ^ (B → A)] ⇔ (A ^ ~B) v (B ^ ~A)
F V V F F V V A: Marta viaja se e somente se Paulo não vai ao
F F V V F V V cinema.
Negação: Marta viaja e Paulo vai ao cinema ou
Paulo não vai ao cinema e Marta não viaja.
Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)
z Mantendo o conectivo “se e somente se”
Para negarmos a disjunção, devemos trocar pela
conjunção (e) e negar todas as proposições envolvi-
das. Veja: ~ (A v B) ⇔ ~A ^ ~B Para fazermos essa negação vamos manter o
Exemplo: Vou pegar a bola ou Pedro vai chutar a lata. conectivo “se e comente se” e negar apenas uma das
Proposição 1: vou pegar a bola. proposições.
Proposição 2: Pedro vai chutar a lata. Exemplo:
1º - trocar o “ou” pelo “e” 1 - ~ (A ⟷ B) ⇔ ~A ⟷ B
2º - negar todas as proposições
2 - ~ (A ⟷ B) ⇔ A ⟷ ~B
Negação:
A: Passo se e somente se estudo muito.
~P1: Não vou pegar a bola.
~P2: Pedro não vai chutar a lata. Negação:
Assim temos, 1 – Não passo se e somente se estudo muito.
164 Não vou pegar a bola e Pedro não vai chutar a lata. 2 – Passo se e somente se não estudo muito.
A A (A ^ ~B) ~A A
A B ~A ~B ⟷ ~(A ⟷ B) ⊻ V ⟷ ⟷ ESTRUTURAS LÓGICAS E LÓGICAS DE
B B (B ^ ~A) B ~B ARGUMENTAÇÃO
V V F F V F F F F F
ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES,
V F F V F V V V V V CONCLUSÕES E DIAGRAMAS LÓGICOS
F V V F F F V V V V
Estrututas Lógicas
F F V V V V F F F F
A negação com o conectivo “não”
Negação de uma Condicional
Representação simbólica: (~p) ou (p)
Sabemos que o valor lógico de “p” e “~p” são opos-
A negação de uma proposição composta por uma
tos, isto é, se p é uma proposição verdadeira, ~p será
condicional é uma das mais cobradas em provas e, falsa, e vice-versa. Exemplo:
por esse motivo, devemos aprendê-la e resolver mui- p: Matemática é difícil.
(~p) ou (p): Matemática não é difícil.
tas questões sobre o assunto. Então a sua negação é
feita repetindo a primeira proposição E negando a Outras maneiras que também podemos usar para
negar uma proposição, e que vem aparecendo muito
segunda proposição. nas provas de concursos, são:
Exemplo: ~ (A → B) ⇔ A ^ ~B
Se o gato late, então o cachorro mia. Não é verdade que matemática é difícil.
É falso que matemática é difícil.
Negação: O gato late e o cachorro não mia.
Conjunção (Conectivo “E”)
A B ~B A→B ~ (A → B) A ^ ~B
Representação simbólica: ^
V V F V F F Exemplos:
V F V F V V
F V F V F F z Na linguagem natural:
O macaco bebe leite e o gato come banana.
F F V V F F
z Na linguagem simbólica:
DUPLA NEGAÇÃO (TEORIA INVOLUTIVA) p^q
Logo, A → B ⇔ ~A v B
p⊻q
F F V V V F V z Na linguagem simbólica:
p→q 165
Bicondicional (conectivo “Se e somente se”) Nenhum homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
Representação simbólica: exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
Exemplo: que “Nenhum A é B” significa que A e B não tem ele-
mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-
z Na linguagem natural: tação com diagrama:
Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
dinheiro.
z Na linguagem simbólica: A B
p⟷q
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há As margaridas são flores.
contato de alguns elementos de A com B Algumas mulheres são Margaridas.
Logo, algumas mulheres são flores.
Veja que em todas as representações o conjunto
A tem pelo menos um elemento que não pertence ao Veja que “margaridas” e “Margaridas” é termo
conjunto B. Então, quando “Algum A não é B” é verda- equívoco. Não respeitamos esta regra, porque este
silogismo tem 4 termos. O termo “margaridas” está
deira, os valores lógicos das outras proposições cate-
empregue em 2 sentidos, valendo por 2 termos.
góricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:
Todo A é B – É falsa. z 2ª Regra – Se um termo está distribuído na con-
Nenhum A é B – É indeterminada. clusão, tem de estar distribuído nas premissas.
Algum A não é B – É indeterminado. Exemplo:
a) Huguinho e Luizinho.
z 8ª Regra – De duas premissas particulares, nada se
b) Huguinho e Zezinho.
pode concluir. Exemplo: c) Zezinho e Huguinho.
d) Luizinho e Zezinho.
Alguns italianos não são vencedores. e) Luizinho e Huguinho.
Alguns italianos são pobres.
Logo, (nada se pode concluir). Para esse tipo de questão devemos buscar as infor-
mações contraditórias, pois numa contradição
Pelo menos, uma premissa tem de ser universal, haverá uma “verdade e mentira”.
para que possa existir ligação entre o termo médio e Sendo assim, o enunciado diz que somente um dos
os outros termos e ser possível extrair uma conclusão. três falou a verdade. Então, vamos analisar as infor-
Esquematizando! mações contraditórias:
Veja que as afirmações de Zezinho e Luizinho se
contradizem.
REGRAS Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!”
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!”
PREMISSAS TERMOS Não podemos afirmar quem disse a VERDADE ou
z De duas premissas nega- z Todo silogismo contém quem MENTIU ainda, mas já sabemos que quem
tivas, nada se conclui somente três termos: quebrou o vaso foi Huguinho (sobrou apenas MEN-
z De duas premissas afir- maior, médio e menor TIRA para quem não está na contradição).
mativas não pode haver z Os termos da conclusão Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!” – MENTIRA,
conclusão negativa não podem ter extensão logo ele quebrou o vaso.
z A conclusão segue sem- maior que os termos Eliminamos as letras C, D e E.
pre a premissa mais fraca das premissas Agora, perceba que não tem como o Zezinho está
z De duas premissas parti- z O termo médio não pode falando a verdade, pois já sabemos que foi Huguinho
culares, nada se conclui entrar na conclusão quem quebrou o caso. Logo, Zezinho está mentindo e
z O termo médio deve Luizinho falando a verdade. Resposta: Letra A.
ser universal ao menos
uma vez
2. (IF-PA – 2019) Ângela, Bruna, Carol e Denise são
quatro amigas com diferentes idades. Quando se per-
VERDADES E MENTIRAS guntou qual delas era a mais jovem, elas deram as
seguintes respostas:
Estamos diante de um assunto bem interessante,
pois em Verdades e Mentiras vemos casos em que z Ângela: Eu sou a mais velha;
várias pessoas afirmam certas situações e entre elas z Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais jovem;
existe aquela que diz algo verdadeiro, mas também z Carol: Eu não sou a mais jovem;
há aquela que só mente. Então, o seu dever é entender � Denise: Eu sou a mais jovem.
o que o enunciado está querendo e achar quem são os
Sabendo que uma das meninas não estava dizendo a
mentirosos e verdadeiros.
verdade, a mais jovem e a mais velha, respectivamen-
Em algumas questões, você terá que fazer um teste te, são:
lógico e depois avaliar cada afirmação que está dis-
posta no enunciado. Caso não aconteça divergência a) Bruna é a mais jovem e Ângela é a mais velha.
entre as informações, sua suposição estará correta e b) Ângela é a mais jovem e Denise é a mais velha.
você conseguirá achar quem está falando a verdade c) Carol é a mais jovem e Bruna é a mais velha.
ou mentindo. Agora, se houver divergência, você terá d) Denise é a mais jovem e Carol é a mais velha.
que fazer uma nova suposição. Esse tema não tem e) Carol é a mais jovem e Denise é a mais velha.
teoria como já vimos em alguns pontos do Raciocínio
Lógico, então, vamos aprender como resolver esse Vamos analisar:
� Ângela: Eu sou a mais velha;
tipo de questão praticando bastante.
� Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais
jovem;
� Carol: Eu não sou a mais jovem;
� Denise: Eu sou a mais jovem.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Não tem como Carol e Denise estarem mentido, pois
se Carol estiver mentindo, então ela é a mais jovem
1. (FCC – 2012) Huguinho, Zezinho e Luizinho, três e automaticamente a Denise estará mentindo tam-
irmãos gêmeos, estavam brincando na casa de seu bém. E se a Denise estiver mentindo e não for a mais
tio quando um deles quebrou seu vaso de estimação. jovem, teremos um cenário em que todas as meni-
Ao saber do ocorrido, o tio perguntou a cada um deles nas afirmam, de uma forma ou de outra, que não
são as mais jovens, e pelo menos uma delas tem que
quem havia quebrado o vaso. Leia as respostas de
ser a mais jovem.
cada um.
Como o enunciado diz que apenas uma delas está
mentindo, podemos pensar que se Bruna estivesse
Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!” mentindo, ela seria a mais velha e a mais jovem ao
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!” mesmo tempo, o que é logicamente impossível em
168 Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” um grupo de 4 meninas.
Sendo assim, a única que poderia estar mentindo é a V. Foi o Ercílio ou o Arnaldo, disse Belarmino.
Ângela. Logo, Carol é a mais velha, Denise é a mais Aqui já achamos a nossa reposta, pois Cleocimar fala
jovem. Resposta: Letra D. a verdade e disse que foi o Ercílio. Resposta: Letra E.
3. (VUNESP – 2018) Paulo, Lucas, Sandro, Rogério e 5. (FCC – 2017) Cássio, Ernesto, Geraldo, Álvaro e Jair
Vitor são suspeitos de terem furtado a bicicleta de são suspeitos de um crime. A polícia sabe que apenas
uma pessoa. Na delegacia: um deles cometeu o crime. No interrogatório, os sus-
peitos deram as seguintes declarações:
z Vitor afirmou que não tinha sido nem ele nem Rogério;
z Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas; Cássio: Jair é o culpado do crime.
z Rogério disse que tinha sido Paulo; Ernesto: Geraldo é o culpado do crime.
z Lucas disse ter sido Paulo ou Vitor; Geraldo: Foi Cássio quem cometeu o crime.
z Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso. Álvaro: Ernesto não cometeu o crime.
Jair: Eu não cometi o crime.
Sabe-se que um e apenas um deles mentiu. Sendo
assim, a pessoa que furtou a bicicleta foi Sabe-se que o culpado do crime disse a verdade na
sua declaração. Dentre os outros quatro suspeitos,
a) Lucas. exatamente três mentiram na declaração. Sendo
b) Sandro. assim, o único inocente que declarou a verdade foi
c) Rogério.
d) Vitor. a) Cássio.
e) Paulo. b) Ernesto.
c) Geraldo.
As frases de Paulo e Sandro são contraditórias. Veja: d) Álvaro.
Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas; e) Jair.
Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
Se um estiver falando a verdade, outro está men- Veja que as frases ditas por Cássio e Jair são contraditó-
tindo. Como, ao todo, temos apenas uma mentira, rias, ou seja, aqui temos uma VERDADE e uma MENTIRA.
então as demais frases são verdadeiras. Assim, Cássio: Jair é o culpado do crime.
analisando as afirmações, percebemos que a frase Jair: Eu não cometi o crime.
de Rogério (que é 100% verdade) deixa claro que o Se Cássio estiver falando a verdade, então Jair é cul-
culpado foi Paulo. Resposta: Letra E. pado e disse a verdade como o enunciado afirmou.
Mas, note que não podemos ter duas verdades como
4. (COLÉGIO PEDRO II – 2017) Na mesa de um bar estão a situação apresentada nos mostrou, pois é uma
cinco amigos: Arnaldo, Belarmino, Cleocimar, Dionésio contradição. Logo, Jair foi quem disse a verdade e
e Ercílio. Na hora de pagar a conta, eles decidem divi- não foi quem cometeu o crime, ou seja, é um inocen-
di-la em partes iguais. Cada um deles deve pagar uma te e falou a verdade. Resposta: Letra E.
quota. O garçom confere o valor entregue por eles e
nota que um deles não entregou sua parte, consegue LÓGICA E RACIOCÍNIO LÓGICO: PROBLEMAS
detê-los antes que deixem o bar e os interroga, ouvin- ENVOLVENDO LÓGICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
do as seguintes alegações:
Dentro de toda a teoria que já foi estudada sobre
I. Não fui eu nem o Cleocimar, disse Arnaldo; os diversos conceitos de Raciocínio Lógico, vamos
II. Foi o Cleocimar ou o Belarmino, disse Dionésio; agora resolver algumas questões que envolvem pro-
III. Foi o Ercílio, disse Cleocimar; blemas com lógica e raciocínio. Aqui não tem teoria,
IV. O Dionésio está mentindo, disse Ercílio; pois como disse: esse tópico reúne diversos conceitos
V. Foi o Ercílio ou o Arnaldo, disse Belarmino. já estudados, tais como Diagrama de Venn, Associação
Lógica, Equivalências, Negações, etc. Logo, devemos
Considerando-se que apenas um dos cinco amigos men- resolver questões para entendermos como são cobra-
tiu, pode-se concluir que quem não pagou a conta foi? das em provas.
a) Arnaldo.
b) Belarmino.
c) Cleocimar. EXERCÍCIOS COMENTADOS
d) Dionésio.
RACIOCÍNIO LÓGICO
Gostam de chocolate
Vamos analisar agora um argumento usando
conectivos lógicos. Quando temos essa estrutura,
devemos usar o seguinte lembrete:
Crianças
1°. Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as
premissas são verdadeiras;
2°. Vamos valorar de acordo com a tabela-verdade do
conectivo envolvido no argumento; Patrícia
3°. Se der ERRO (não ficar de acordo com o padrão
de valoração que afirmamos) dizemos que o argu-
mento é válido.
RACIOCÍNIO LÓGICO
Se o tempo ficar nublado, então não vou ao cine- Quantificadores Lógicos ou Proposições Categó-
ma. (V) ricas são elementos que especificam a extensão da
O tempo ficou nublado. (V) validade de um predicado sobre um conjunto de cons-
Logo, vou ao cinema. (F) tantes individuais, ou seja, são palavras ou expressões
que indicam que houve quantificação. São exemplos
Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada de quantificadores as expressões: “existe”, “algum”,
proposição os valores lógicos de acordo com o nosso “todo”, “pelo menos um” e “nenhum”.
lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir ao cine-
ma é falso e o tempo ficar nublado é verdadeiro. CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
Distribuímos os valores lógicos para proposição com-
Esses quantificadores podem ser classificados em
posta pelo conectivo “se...então” na primeira pre-
dois tipos:
missa, de acordo com cada proposição. Perceba que
a proposição não vou ao cinema está negando o que
z Quantificador Universal: “todo” e “nenhum”;
está sendo dito na conclusão, ou seja, mudamos o
z Quantificador Existencial (particulares):“pelo menos
valor lógico dela. Assim,
um”, “existe um” e o “algum”.
(V) (V)
QUANTIFICADOR UNIVERSAL “TODO” (AFIRMATIVO)
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V)
Exemplos:
z NENHUM
PARTICULAR NEGAÇÃO UNIVERSAL
E se o problema dissesse que você não pode vol- Na permutação com repetição devemos descontar
tar no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria os anagramas iguais, por isso dividimos pelo fatorial
a resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas do número de letras repetidas.
mudará a quantidade de possibilidades de escolhas
para voltar. Veja: Permutação com Repetição
Resolução:
Usando o lembrete: Vamos imaginar que temos uma mesa circular com
5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras
1. Identificar as etapas do enunciado. distintas. Observe as duas disposições abaixo das pes-
Escolher o meio de transporte para ida e para a soas A, B, C, D, e E ao redor da mesa:
volta.
2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
A E
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus,
carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 possi-
bilidades de escolha (não posso voltar no mesmo B D
A
E
meio de transporte).
MESA MESA
3. Multiplicar.
4 · 3 = 12 maneiras.
D C C B
Permutação Simples
Imagine que temos 5 livros diferentes para serem Diante do conceito de permutação, essas duas
ordenados em uma estante. De quantas maneiras é disposições são iguais, ou seja, a pessoa A tem à sua
possível ordenar? Para questões envolvendo permu- direita E, e à sua esquerda B, e assim sucessivamente).
tação simples, devemos encarar de um modo geral Não podemos contar duas vezes a mesma disposição.
que temos n modos de escolhermos um objeto (livro) Repare ainda que, antes da primeira pessoa se sentar
RACIOCÍNIO LÓGICO
que ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher à mesa, todas as 5 posições disponíveis são equivalen-
um objeto (um outro livro) que ocupará o segundo tes. Isto porque não existe uma referência espacial
lugar, ..., 1 modo de escolher o objeto (um outro livro) (ponto fixo determinado). Nestes casos, devemos uti-
que ocupará o último lugar. Então, temos: lizar a fórmula da permutação circular de n pessoas,
Modos de ordenar: n · (n-1) · ... 1 = n! que é:
Então, resolvendo, teremos 5! = 5·4·3·2·1 = 120
maneiras de ordenar os livros na estante. Pc (n) = (n-1)!
Agora, observe um outro exemplo:
Quantos são os anagramas da palavra CAJU? Em nosso exemplo, o número de possibilidades de
Resolução: posicionar 5 pessoas ao redor de uma mesa será:
Cada anagrama de CAJU é uma ordenação das
letras que a compõem, ou seja, C, A, J, U. Pc(5) = (5-1)! = 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24 175
Arranjo Simples Para resolvermos é necessário usar a fórmula:
n!
A(n, p) =
(n - p) !
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele-
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde 1. (VUNESP – 2016) Um Grupamento de Operações
a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade
Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para
da outra.
Observe a resolução do nosso exemplo usando a investigações de campo, 6 pistas diferentes devem
fórmula: ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen-
5! 5!
= 5·4·3·2·1 = 60
tes de se fazer essa distribuição é
A(5, 3) = =
(5 - 3) ! 2! 2·1
Uma outra informação muito importante é que nos a) 6.
problemas envolvendo ARRANJO SIMPLES a ordem b) 10.
dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente c) 12.
de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as d) 18.
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme- e) 20.
ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as
pessoas na praça: Vamos descobrir o número de formas de escolher 3
pistas em 6, visto que ao escolher 3 pistas, restarão
CADEIRA 1ª 2ª 3ª outras 3 pistas que vão compor o outro grupo de
OCUPANTE Ana Bianca Clara pistas. Dessa maneira, de quantas formas podemos
escolher 3 pistas em um grupo de 6? Aqui a ordem
Perceba que Daniele e Esmeralda ficaram em pé não é relevante, então, vamos usar a combinação:
nessa disposição. C(6, 3)= 6!
=
6 · 5 · 4 · 3! = 6 · 5 · 4
(6 - 3) !3! 3!3! 3!
2 6 4 - 1 6+4-1 9
178 P (A\B) = = 66,6% P (A ∪ B) = + = =
3 20 20 20 20 20
PROBABILIDADE DA INTERSEÇÃO DE DOIS c) 41%.
EVENTOS d) 34%.
e) 28%.
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral. A
probabilidade de A ∩ B é dada por: Se a probabilidade de chover é de 60%, então, a pro-
babilidade de não chover é de 40%. Para que a opera-
P (A ∩ B) = P (B\A) · P (A) = P (B) · P (A\B) ção ocorra no dia programado, temos duas situações:
� chove (60%) e ocorre a operação (20%) = 60% x
Vale lembrar que P (B\A) é a probabilidade de 20% = 12%
ocorrer o evento B, sabendo que já ocorreu o evento A � não chove (40%) e ocorre a operação (85%) = 40%
(probabilidade condicional). x 85% = 34%
Se a ocorrência do evento A não interferir na pro-
Somando as probabilidades desses dois cenários,
babilidade de ocorrer o evento B, ou seja, forem inde-
temos: 12% + 34% = 46%. Resposta: Letra B.
pendentes, a fórmula para o cálculo da probabilidade
da intersecção será dada por:
3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A sorte de ganhar ou per-
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) der, num jogo de azar, não depende da habilidade do
jogador, mas exclusivamente das probabilidades dos
Imagine que você vai lançar dois dados sucessi- resultados. Um dos jogos mais populares no Brasil é
vamente. Qual a probabilidade de sair um número a Mega Sena, que funciona da seguinte forma: de 60
ímpar e o número 5? bolas, numeradas de 1 a 60, dentro de um globo, são
O “e” que aparece na pergunta é que determina a sorteadas seis bolas. À medida que uma bola é retira-
utilização da fórmula da interseção, pois queremos “a da, ela não volta para dentro do globo. O jogador pode
probabilidade de sair um número ímpar e o número apostar de 6 a 15 números distintos por volante e rece-
5”. Perceba que a ocorrência de um dos eventos não berá o prêmio se acertar os seis números sorteados.
interfere na ocorrência do outro. Temos, então, dois Também são premiados os acertadores de 5 números
eventos independentes. ou de 4 números.
Evento A: sair um número ímpar = {1, 3, 5}
A partir dessas informações, julgue o item que se
Evento B: sair o número 5 = {5}
segue.
Espaço Amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Logo, A probabilidade de a primeira bola sorteada ser um
número múltiplo de 8 é de 10%.
P(A) = 3 = 1
6 2 ( ) CERTO ( ) ERRADO
1
P(B) = Múltiplos de 8: {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72...}
6
1 1 1 Números da Mega Sena: 1 a 60.
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) = · = Os múltiplos de 8 na Mega Sena são: 8, 16, 24, 32, 40,
2 6 12
48, 56, ou seja, 7 números.
Logo 7/60 = 11%. Resposta: Errado.
EXERCÍCIOS COMENTADOS 4. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Em um jogo de azar, dois
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um grupo de 10 jogadores lançam uma moeda honesta, alternada-
pessoas, 4 são adultos e 6 são crianças. Ao se sele- mente, até que um deles obtenha o resultado cara. O
cionarem, aleatoriamente, 3 pessoas desse grupo, a jogador que detiver esse resultado será o vencedor.
probabilidade de que no máximo duas dessas pes- A probabilidade de o segundo jogador vencer o jogo
soas sejam crianças é igual a logo em seu primeiro arremesso é igual a
a) 1/6. a) 2/3.
b) 2/6.
b) 1/2.
c) 3/6.
d) 4/6. c) 1/4.
e) 5/6. d) 1/8.
e) 3/4.
Basta calcular a probabilidade de vir 3 crianças (o
que a gente não quer). Depois subtrair de 1, para Precisamos calcular a probabilidade do primeiro
obter os casos favoráveis. jogador tirar coroa e o segundo jogador obter cara.
Probabilidade de sortear 3 crianças: 6/10 · 5/9 · 4/8 = 1/6 Probabilidade de o primeiro tirar coroa: 1/2 e o
RACIOCÍNIO LÓGICO
1 – 1/6 = 5/6. Resposta: Letra E. segundo tirar cara: 1/2. Logo, 1/2 · 1/2 = 1/4.
Resposta: Letra C.
2. (VUNESP – 2017) Um centro de meteorologia infor-
mou ao CIPM que é de 60% a probabilidade de chuva
5. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Cinco mulheres e quatro
no dia programado para ocorrer a operação. Mediante
homens trabalham em um escritório. De forma aleató-
essa informação, o oficial no comando afirmou que as
probabilidades de que a operação seja realizada nesse ria, uma dessas pessoas será escolhida para trabalhar
dia são de 20%, caso a chuva ocorra, e de 85%, se não no plantão de atendimento ao público no sábado. Em
houver chuva. Nessas condições, a probabilidade de seguida, outra pessoa será escolhida, também aleato-
que a operação ocorra no dia programado é de riamente, para o plantão no domingo.
Considerando que as duas pessoas para os plantões
a) 59%. serão selecionadas sucessivamente, de forma aleató-
b) 46%. ria e sem reposição, julgue o próximo item. 179
A probabilidade de os dois plantonistas serem homens
é igual ou superior a 4/9.
X Y
( ) CERTO ( ) ERRADO
X Y
Podemos afirmar que no interior do círculo há
todos os elementos que pertencem (compõem) ao con-
junto X, já na parte externa do círculo, estão todos os
elementos que não fazem parte de X, ou seja, “y” não X–Y X∩Y Y–X
pertence ao conjunto X.
Dica
No gráfico acima podemos dizer que o elemento
“x” pertence ao conjunto X e o elemento “y” não Nesta representação, podemos interpretar a
pertence. região X – Y (diferença de conjuntos) como sendo a
região formada pelos elementos de X que não fazem
Matematicamente, usamos o símbolo Є para indi- parte do conjunto Y. Veja o exemplo:
car essa relação de pertinência. Isto é: x Є X, já o ele- X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
mento “y” não pertence ao conjunto X, onde usamos o Y = {5, 6, 7, 9, 10}
símbolo ∉ para essa relação de não pertinência. Mate- X – Y = basta tirar de X os elementos que estão nele
maticamente: y ∉ X. e também em Y, ou seja,
X – Y = {2, 3, 4, 8}
Complemento de um conjunto Já no caso da região Y – X, temos:
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
O complemento de X é o conjunto formado por Y = {5, 6, 7, 9, 10}
todos os elementos do Universo e o elemento “y” faz Y – X = {9, 10}
parte dele, claro que com exceção daqueles que estão Podemos falar, também, da região de interseção
presentes em X. Representamos o complemento, ou dos conjuntos X ∩ Y.
complementar, pelo símbolo XC. Podemos afirmar X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
que “y” não pertence a X, mas pertence ao conjunto Y = {5, 6, 7, 9, 10}
complementar de X: matematicamente: y Є XC. X ∩ Y = {5, 6, 7}
E por fim, vamos identificar a união entre os
Interpretando regiões e conhecendo a Interseção e conjuntos X e Y. Observe que vamos juntar todos os
União de Conjuntos elementos dos dois conjuntos, mas sem repetir os ele-
mentos presentes na interseção. Veja:
Uma outra situação é quando temos dois conjuntos X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
(X e Y), podemos representar da seguinte forma, no Y = {5, 6, 7, 9, 10}
180 geral: X ∪ Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
Relação de “Contém”/“Não Contém” e “Está
SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO
Contido”/“Não Está Contido” entre Conjuntos
Significa “Para todo”
Em algumas situações, a intersecção entre os con- ∀ para todo ou “Para qualquer que
juntos X e Y pode ser todo o conjunto Y, por exemplo. seja”.
Isso acontece quando todos os elementos de B são tam-
bém elementos de A. Veja isso no gráfico abaixo: Indica relação de
Є pertence pertinência de
X elementos.
Indica relação de
∉ não pertence não pertinência de
elementos.
Indica relação de
Y ∃ existe
existência.
Indica que não há re-
∄ não existe
lação de existência.
Indica que um con-
Perceba que realmente X ∩ Y = Y. Quando temos ⊂ está contido junto está contido em
a situação acima, podemos dizer que o conjunto Y outro conjunto.
está contido no conjunto X, representado matemati-
camente por Y ⊂ X. Ou podemos dizer ainda que o Indica que um conjun-
conjunto X contém o conjunto Y, representado mate- ⊄ não está contido to não está contido
maticamente por X ⊃ Y. em outro conjunto.
Indica que determina-
⊃ contém do conjunto contém
Importante! outro conjunto.
Entenda a diferença: Indica que determina-
⊅ não contém do conjunto não con-
● Falamos que um ELEMENTO pertence ou não
tém outro conjunto.
pertence a um CONJUNTO;
Serve para fazer a li-
● Falamos que um CONJUNTO está contido ou gação entre a compo-
não está contido em outro CONJUNTO.
| tal que sição de um conjunto
na “representação em
Representação de Conjunto usando Chaves chaves”.
união de Lê-se como “X união
Geralmente usamos letras maiúsculas para repre- A∪B
conjuntos Y”.
sentar os nomes de conjuntos e minúsculas para
interseção de Lê-se como “X inter-
representar elementos. Ex.: A = {4, 6, 7, 9}; B = {a, b, c, A∩B
d} etc. Ainda podemos utilizar notações matemáticas conjuntos secção Y”.
para representar os conjuntos. Veja o exemplo abaixo: diferença de Lê-se como “diferen-
A-B
conjuntos ça de A com B”.
A = {∀ x Є Z | x ≥ 0} Refere-se ao comple-
XC complementar
mento do conjunto X.
Podemos entender e fazer a leitura do conjunto
acima da seguinte maneira: o conjunto A é composto
por TODO x pertencente ao conjunto dos números intei- Diagrama de VENN
ros, TAL QUE x é maior ou igual a zero.
Agora, veja um outro exemplo: Vamos entender como se resolve questões que
envolvem Operações com Conjuntos se relacionan-
B = {∃ x Є Z | x > 5} do. Acompanhe os exemplos seguintes e a maneira
como desenvolvemos suas resoluções.
Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto
B EXISTE x pertencente ao conjunto dos números intei- Exemplo 1: Em uma sala de aula, 20 alunos gostam
ros, TAL QUE x é maior do que 5. de Matemática, 30 gostam de Português, e 10 gostam
Agora vamos esquematizar todas as simbologias das duas matérias. Sabendo que 5 alunos não gostam
para que você possa gravar mais facilmente e aplicar na
RACIOCÍNIO LÓGICO
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20 1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
5 interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama;
Total = X 5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos
20 gostam de Matemática envolvidos.
30 gostam de Português
10 gostam dos dois Vamos a resolução:
10 gostam apenas de Matemática
20 gostam apenas de Português 1. Identifique os conjuntos;
5 não gostam de nenhuma
2. Represente em forma de diagramas;
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos
envolvidos; André Bernardo
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
Carol
182 5
3. Preencha as informações de dentro para fora (da Bom! Já vimos a teoria e precisamos praticar o que
interseção para as demais informações); aprendemos, não é mesmo? VAMOS PRATICAR!
André Bernardo
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
então podemos substituir na proporção: funcionários na categoria B, podemos escrever que a
soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
C D C+D 10.000
= = = =2.000
3 2 3+2 5 2A + 3B = 13.000
Aqui cabe uma observação importante!
Agora multiplicando em cima e embaixo de um
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
partes dentro da proporção. Veja: 2A 3B
=
4 9
C
= 2.000
3 Aplicando a propriedade das somas externas,
C = 2000 x 3 podemos escrever o seguinte:
C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
2A 3B 2A + 3B
D
= 2.000
= =
2 4 9 4+9
D = 2.000 x 2 Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-
D = 4.000 (esse é o valor de Diego) porção, temos:
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
ber R$4.000. 2A 3B 2A + 3B 13.000
= = = =1.000
4 9 4+9 13
Somas Internas
Logo,
a c a+b c+d
= = = 2A
b d b d
= 1.000
4
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
2A = 4 x 1.000
minador ao efetuar essa soma interna, desde que
2A = 4.000
o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
A = 2.000
proporção.
Fazendo a mesma resolução em B:
a c a+b c+d 3B
= = = = 1.000
b d a c 9
Vejamos um exemplo: 3B = 9 x 1.000
3B = 9.000
x 2 B = 3.000
= Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
-
14 x 5
receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
x + 14 - x 2+5
= anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
x 2
O total pago pela empresa será:
14
=
7 Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
x 2 Agora vamos estudar um tipo de problema que
aparece frequentemente em provas de concursos
7 . x = 2 · 14
envolvendo razão e proporção.
14 · 2
x= =4 REGRA DA SOCIEDADE
7
Portanto, encontramos que x = 4. Diretamente proporcional
Observação: vale lembrar que essa propriedade Um dos tópicos mais comuns em questões de pro-
também serve para subtrações internas. va é “dividir uma determinada quantia em partes
proporcionais a determinados números. Vejamos um
Soma com Produto por Escalar: exemplo para entendermos melhor como esse assun-
to é cobrado:
a c a + 2b c + 2d
184 = = = Exemplo:
b d b d
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em x
=
1.200.000
=240.000
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor 5 5
dessas partes corresponde a: x
=
1.200.000
= 200.000
Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro- 6 6
porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X Logo, as partes dividas inversamente proporcio-
é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor- nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K,
cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de 240K e 200K.
razão. Veja:
X
=
Y
=
Z
= constante de proporcionalidade. REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
4 5 6
Regra de Três Simples
Usando uma das propriedades da proporção,
somas externas, temos:
A Regra de Três Simples envolve apenas duas
X+Y+Z 900.000 grandezas. São elas:
= 60.000
4+5+6 15
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se dese-
A menor dessas partes é aquela que é proporcional ja calcular a partir da grandeza explicativa;
a 4, logo: z Grandeza Explicativa ou Independente é aque-
la utilizada para calcular a variação da grandeza
X
= 60.000 dependente.
4
X = 60.000 x 4
Existem dois tipos principais de proporcionalida-
X = 240.000 des que aparecem frequentemente em provas de con-
cursos públicos. Veja abaixo:
Inversamente proporcional
z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumento
É um tipo de questão menos recorrente, mas não de uma grandeza implica o aumento da outra;
menos importante. Consiste em distribuir uma quan- z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen-
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um to de uma grandeza implica a redução da outra;
quinhão inversamente proporcional a três números.
Vejamos um exemplo: Vamos esquematizar para sabermos quando será
Exemplo: direta ou inversamente proporcional:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
Diretamente + / + OU - / -
Vamos chamar de X as quantias que devem ser
Proporcional
distribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6,
respectivamente. Devemos somar as razões e igualar
ao total que deve ser distribuído para facilitar o nosso Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
cálculo, veja: (sinais iguais)
X X X
+ + = 740.000 Proporcional + / - OU - / +
4 5 6
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui
mos a fração. (sinais diferentes)
Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
4–5–6|2 resolver os diversos problemas:
2–5–3|2
1–5–3|3 Diretamente Multiplica Cruzado
1–5–1|5 Proporcional
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
Inversamente Multiplica na Horizontal
Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e Proporcional
multiplicando o resultado pelo numerador temos:
RACIOCÍNIO LÓGICO
x = dias
3 guardanapos por dia -------- x
EXERCÍCIOS COMENTADOS 2 guardanapos por dia -------- x+15
São valores inversamente proporcionais, quanto
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item seguinte apre- mais guardanapos por dia, menos dias durarão.
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser- Assim, multiplicamos na horizontal:
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade, 3x = 2 . (x+15)
porcentagens e descontos. 3x = 30+2x
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com- 3x-2x = 30
prou alimentos em quantidades suficientes para que x = 30
eles e seus dois filhos consumissem durante os 30 Podemos substituir em qualquer uma das duas
dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos situações:
chegou de surpresa para passar o restante do mês 3 guardanapos x 30 dias= 90
2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90 . Resposta:
com a família. Nessa situação, se cada uma dessas
Letra D.
seis pessoas consumir diariamente a mesma quan-
tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo
4. (FUNDATEC – 2017) Cinco mecânicos levaram 27
casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês. minutos para consertar um caminhão. Supondo que
fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e
( ) CERTO ( ) ERRADO ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan-
tos minutos levariam para concluir o conserto desse
4 Pessoas ------- 24 Dias mesmo caminhão?
6 Pessoas ------- x Dias
Temos grandezas inversas, então é só multiplicar a) 20 minutos.
186 na horizontal: b) 35 minutos.
c) 45 minutos. 40 ? ?
d) 50 minutos. = #
X ? ?
e) 55 minutos.
Analisando isoladamente duas a duas:
Mecânicos ------ Minutos
5 ---------------- 27 6 (imp.) -------- 40 (min)
3 ---------------- x 3 (imp.) ---- ---- X (min)
Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gas-
tarão para finalizar o trabalho, logo a grande- Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
za é inversamente proporcional. Multiplica na o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ),
horizontal: pois agora teremos menos impressoras para realizar
3x = 27.5 a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
3x = 135 inverter a razão.
x = 135/3
x = 45 minutos. Resposta: Letra C. 40 3 ?
= #
X 6 ?
5. (IESES – 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta- Analisando isoladamente duas a duas:
do para sete, em quantos dias essa mesma casa fica- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
ria pronta? 2000 (panf.) ------ -- X (min)
6 ? ?
= #
X ? ?
Da mesma forma que na regra de três simples,
Analisando isoladamente duas a duas:
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
cada uma delas isoladamente duas a duas.
6 (pág.) -------- 45 (linhas)
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min) X (pág.) -- ----- 30 (linhas)
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor diminui
Vamos escrever a proporcionalidade isolando a ( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo, as
parte dependente de um lado e igualando às razões da grandezas são inversas e devemos inverter a razão.
seguinte forma: se for direta vamos manter a razão,
6 30 ?
agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe: = # 187
X 45 ?
Analisando isoladamente duas a duas: 5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
6 (pág.) -------- 80 (letras) Quanto mais dias para entrega do lote, menos
X (pág.) ------- 40 (letras) horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
serem entregues (direta).
Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui
Resolvendo:
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo,
8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão. 8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5
6 30 40 8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2)
= # 8/x = 8/15
X 45 80
6 2 1 8x = 120
= # x = 120/8
X 3 2
6 2 x = 15 dias.
X
=
6 Resposta: Letra E.
2X = 36
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No item a seguir é apre-
X = 18 sentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida-
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto de, divisão proporcional, média e porcentagem.
respeitando as novas condições é igual a 18. Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
( ) CERTO ( ) ERRADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado equipa-
mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, 3 caixas - 12 clientes - 10 minutos
funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa 5 caixas - 20 clientes - x minutos
10 5 12
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo = #
X 3 20
equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan- 5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual a 60x = 600
X = 10.
a) 2.666. Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
b) 2.160. Não em menos de 10 como a questão afirma.
c) 1.215. Resposta: Errado.
d) 1.500.
e) 1.161. 4. (VUNESP - 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho
ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan-
Primeiro vamos passar para minutos: do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
5h = 300min. des de determinado produto. Para a fabricação de 400
4h30min= 270min. unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,
min.-----Dias-----Pag. trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-
300 -------4-------1800 do para a realização do serviço é de
270 -------3-------X
Resolvendo temos: a) 5 horas e 54 minutos
b) 6 horas e 06 minutos.
300 (Simplifica por 30)
1800 4 c) 6 horas e 20 minutos.
X
=
3
# 270 (Simplifica por 30) d) 6 horas e 40 minutos.
1800 4 10 e) 7 horas e 06 minutos.
= #
X 3 9
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9 Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é 360 min ------ 5 máquinas ----- 600 unidades (cortam-se os zeros
capaz de digitalizar. Resposta: Letra C. iguais)
x ------------- 3 máquinas ---- 400 unidades (cortam-se os zeros
iguais)
2. (VUNESP – 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas
operando com a mesma capacidade de produção, 360
=
3
#
6
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6 X 5 4
horas por dia. O número de dias necessários para que x·3·6 = 360·5·4
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri- x·18 = 7.200
quem dois lotes dessas peças é x = 7200/18
x = 400
a) 11. Logo, transformando minutos para horas novamen-
b) 12. te temos:
c) 13. X = 400min
d) 14. X = 6h40min
188 e) 15. Resposta: Letra D.
5. (VUNESP – 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3 Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a
máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima, parte que corresponde a 10% de 1000.
ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
Dica
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado Quando o todo varia, a porcentagem também
para a realização desse trabalho será de varia!
30% =
30
= 0,3 =
3 Dica
100 10
A avaliação do crescimento ou da redução per-
Também é possível fazer a conversão inversa, isto centual deve ser feita sempre em relação ao
é, transformar um número qualquer em porcentual. valor inicial da grandeza.
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: Final - Inicial
Variação percentual =
Inicial
25 x 100 = 2500%
0,35 x 100 = 35% Veja mais um exemplo para podermos fixar
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) 45,2%.
b) 46,5%.
EXERCÍCIOS COMENTADOS c)
d)
47,8%.
48,4%.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja, e) 49,3%.
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par- Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte. prova.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar
o percentual dos homens pelo total:
taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da
55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou
parcela.
0,55 x 0,88 = 0,484.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
Transformando em porcentagem
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
0,484 x 100 = 48,4%. Resposta: Letra D.
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
4. (FCC – 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevista-
( ) CERTO ( ) ERRADO
dos preferem suco de graviola e 50% suco de açaí.
Se 15% dos entrevistados gostam dos dois sabores,
Valor da bicicleta =1720,00
então, a porcentagem de entrevistados que não gos-
Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela) tam de nenhum dos dois é de
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)
a) 80%.
No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja b) 61%.
800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00 c) 20%.
(juros) e dividir por 800,00. Resultado: d) 10%.
120,00/800,00 = 0,15% ao mês. e) 5%.
A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
está errada. Resposta: Errado. Vamos dispor as informações em forma de conjun-
tos para facilitar nossa resolução:
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Na assembleia legislati-
va de um estado da Federação, há 50 parlamentares, Graviola Açaí
entre homens e mulheres. Em determinada sessão
plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7 60% - 15% = 15% 50% - 15% =
parlamentares presentes à sessão.
Infere-se da situação apresentada que, nessa assem- 45% 35%
bleia legislativa, havia
Nenhum = x
a) 10 deputadas. Vamos somar todos os valores e igualar ao total que
b) 14 deputadas. é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100%
c) 15 deputadas. 95% + X = 100%
d) 20 deputadas. X = 5%. Resposta: Letra E.
e) 25 deputadas.
5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$
50 parlamentares 20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação
Deputadas = X que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez
Deputados = 50-X meses. O restante foi investido em uma aplicação,
Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7 que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante
parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas
cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o no sistema de juros simples.
valor de X. Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles
20% x + 10% (50-x) = 7 tiveram:
20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7 a) prejuízo de R$2.800,00.
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC) b) lucro de R$3.200,00.
2x + 50 - x = 70 c) lucro de R$2.800,00.
2x - x = 70 - 50 d) prejuízo de R$6.000,00
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legis- e) lucro de R$5.000,00.
lativa. Resposta: Letra D.
3/5 de 20.000,00 = 12.000,00
3. (VUNESP – 2016) Um concurso recebeu 1500 ins- 12.000,00 · 4% = 480,00
190 crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da 480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)
O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli- Taxas proporcionais e equivalentes
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
mês, durante 10 meses: Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é im-
portante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa
8.000,00 · 5% = 400,00
de juros é definida. Isto é, não adianta saber apenas
400 · 10 meses= 4.000
que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber se essa
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 -
taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos que duas
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
taxas de juros são proporcionais quando guardam a
Resposta: Letra C. mesma proporção em relação ao prazo. Por exemplo,
12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre, e tam-
JUROS SIMPLES E COMPOSTO bém é proporcional a 1% ao mês.
Basta efetuar uma regra de três simples. Para
Juros Simples obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
é proporcional à taxa de 12% ao ano:
A premissa que é a base da matemática financeira
é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado 12% ao ano ----------------------- 1 ano
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar Taxa bimestral ------------------ 2 meses
os seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente
racional, é melhor pagar o mais tarde possível caso Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei-
não haja incidência de juros (ou caso esses juros xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
sejam inferiores ao que você pode ganhar aplicando temporal, temos:
o dinheiro).
“Juros” é o termo utilizado para designar o “preço 12% ao ano ---------------------- 12 meses
do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan- Taxa bimestral ------------------ 2 meses
Efetuando a multiplicação cruzada, temos:
tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma
12% x 2 = Taxa bimestral x 12
remuneração em cima do valor que ele te emprestou,
Taxa bimestral = 2% ao bimestre
pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei-
ro por um certo tempo. Esta remuneração é expressa
pela taxa de juros.
Dica
Nos juros simples a incidência recorre sempre Duas taxas de juros são equivalentes quando
sobre o valor original. Veja um exemplo para melhor são capazes de levar o mesmo capital inicial C
entender. ao montante final M, após o mesmo intervalo de
Exemplo 1: tempo.
Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um
regime de juros simples de 5% ao mês, para um amigo Uma outra informação muito importante e que
e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo após 5 você deve memorizar é que o cálculo de taxas equi-
meses. Então temos o seguinte: valentes quando estamos no regime de juros simples
pode ser entendido assim: 1% ao mês equivale a 6%
ao semestre ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital
CAPITAL
inicial C ao mesmo montante M após o mesmo perío-
EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO
(1000,00) do de tempo.
No regime de juros simples, taxas de juros propor-
1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00
cionais são também taxas de juros equivalentes.
2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00
4° mês = 1150,00
5° mês = 1200,00
1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00
1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FEPESE – 2018) Uma TV é anunciada pelo preço
Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais de R$ 1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de
de juros. 159,00. A mesma TV custa R$ 1.410,00 para paga-
Fórmulas utilizadas em juros simples mento à vista. Portanto o juro simples mensal incluído
na opção parcelada é:
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) 163.909,00. b) R$ 1.210.
b) 163.500,00. c) R$ 1.331.
c) 154.500,00. d) R$ 1.400.
d) 159.135,00. e) R$ 1.100.
e) 159.000,00.
Temos a taxa de 40% a. a. com capitalização trimes-
Temos uma dívida de C = 150.000 reais a ser paga após tral, o que resulta em uma taxa efetiva de 40%/4 =
t = 3 meses no regime de juros compostos, com a taxa 10% ao trimestre. Em t = 6 meses, ou melhor, t = 2
de j = 3% ao mês. O montante a ser pago é dado por: trimestres, o montante será:
M = C x (1+j)t M = C x (1+j)t
M = 150.000 x (1+0,03)3 M = 1.000 x (1+0,10)2
M = 150.000 x (1,03)3 M = 1.000 x 1,21 193
M = 1.210 reais presentes, o que totalizou 27 alunos (homens e mulhe-
Resposta: Letra B. res) presentes na aula. Nas condições dadas, o total
de alunos homens matriculados nesse curso é igual a
5. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Julgue o item seguinte,
a) 18
relativo à matemática financeira.
b) 10
Considere que dois capitais, cada um de R$ 10.000,
c) 15
tenham sido aplicados, à taxa de juros de 44% ao d) 12
mês — 30 dias —, por um período de 15 dias, sendo e) 21
um a juros simples e outro a juros compostos. Nes-
sa situação, o montante auferido com a capitalização Seja x a quantidade de alunos matriculados no cur-
no regime de juros compostos será superior ao mon- so, sabemos que 2/3 são mulheres. Assim, temos
tante auferido com a capitalização no regime de juros 2x/3 mulheres e x/3 homens. Sabemos que 2/5 das
simples. mulheres e todos os homens estavam presentes,
totalizando 27 pessoas. Temos:
( ) CERTO ( ) ERRADO
2 2x x = 27
# +
Veja que a taxa de juros é mensal, e o prazo da apli- 5 3 3
cação foi de t = 0,5 mês (quinze dias). 4x x = 27
+
Quando o prazo é fracionário (inferior a 1 unida- 15 3
de temporal), juros simples rendem MAIS que juros 5x + 4x = 27
compostos. Logo, o montante auferido com a capi- 15
talização no regime de juros compostos será INFE- 9x = 27 × 15
RIOR ao montante auferido no regime simples. 9x = 405
Resposta: Errado. x=45
O total de homens é igual a x/3 = 45/3 = 15. Resposta:
PROBLEMAS ARITMÉTICOS Letra C.
Vimos no início de nosso estudo toda a parte teóri- 3. (FGV - 2017) Fernando teve três filhos em três anos
ca que nos deu suporte para que cheguemos até aqui seguidos. Quando ele fez 39 anos reparou que essa
sua idade era igual à soma das idades dos seus três
e conseguíssemos resolver mais algumas questões
filhos. Nesse dia, o seu filho mais velho tinha:
sobre esse tópico. Mas lembre-se que geralmente os
tópicos fração, razão e proporção e porcentagem são
a) 12 anos;
os mais cobrados e por isso este será o nosso foco prin-
b) 13 anos;
cipal. Mãos à obra! c) 14 anos;
d) 15 anos;
e) 16 anos
A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150 z Os pontos são representados por letras maiúsculas
= 1/3. do nosso alfabeto, ou seja, A, B, C, ...etc.
Suponha que precisamos acrescentar uma quanti- z As retas são representadas pelas letras minúsculas
dade X de álcool no tanque A para ele chegar nesta
do nosso alfabeto, ou seja, a, b, c, ...etc.
mesma proporção. A quantidade de álcool passará
a ser de 60 + X e a de gasolina será 240, de modo que z Os planos são representados pelas letras gregas
ficaremos com a razão: minúsculas, ou seja, β, ∞, α, ...etc.
1/3 = (60+X) / 240
Como o 240 está dividindo o lado direito, vamos Representação Gráfica
passá-lo para o lado esquerdo multiplicando:
240 × 1/3 = 60 + X
r
80 = 60 + X
60 + X = 80 P
α
X = 80 - 60
X = 20 litros. Resposta: Certa. ponto
Segmento de Reta AB
C A B t
B
A B Semirreta AB
A B u
A c
r
COLINEARES
r Feixe de Retas Paralelas
NÃO COLINEARES
Um conjunto de três ou mais retas paralelas num
z Um plano pode ser determinado de algumas plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos, ain-
maneiras. Veja:
da, uma reta que corta a reta de feixe que é chamada
Três pontos não colineares de reta transversal. Veja:
C α s t
B b
A
c
P α
Teorema de Tales
α A D a
S C B E
b
r A B C F
c
D G
d
z Por duas retas distintas
AB ⁄ BC = DE ⁄ E F
S BC ⁄ AB = EF ⁄ DE
AB ⁄ D E = BC ⁄ E F
r D E ⁄ AB = EF ⁄ BC
Quando dois pontos delimitam um conjunto de Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
pontos numa mesma reta, chamamos de segmento de por duas semirretas Veja na figura abaixo o ângulo
reta e podemos representar por duas letras como, por
exemplo AB. O início do segmento é em A e termina A, que é a abertura delimitada pelas duas semirretas
196 em B. Veja abaixo: desenhadas:
A semirretas que divide um ângulo em duas partes
iguais é denominada Bissetriz. Veja:
A/2
A
A C
D
Dica
Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma
Por sua vez, 90 representa metade de meia-volta,
o medida.
isto é, ¼ de volta. Este ângulo é conhecido como ângu-
lo reto, e tem uma representação bem característica: Uma outra unidade de medida de ângulos é cha-
mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem
a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim-
ples para convertermos qualquer ângulo em radia-
nos. Veja, vamos converter 60o para radianos:
z Ângulos agudos: são aqueles ângulos inferiores à Polígono qualquer figura geométrica fechada for-
90°. Ex.: 30o, 42o, 63o. mada por uma série de segmentos de reta. Observe:
z Ângulos obtusos: são aqueles ângulos superiores à
90o. Ex.: 100o, 125o, 155o.
medida:
B E a 55°
K L
C D a) 170°.
b) 180°.
c) 185°.
Para calcular o número de diagonais de um polígo-
d) 190°.
no, vamos precisar levar em consideração os vértices e) 195°.
(lados). Chegamos na seguinte fórmula:
J
n # (n - 3)
D=
2
a
55° x
Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais. D E
115°
z a soma do ângulo interno e do ângulo externo de
um mesmo vértice é igual a 180º;
a 55°
z a soma dos ângulos internos de um polígono de n
K L
lados é:
Veja que podemos colocar o ângulo “a” como suple-
S = (n – 2) × 180° mentar de 115°, pois os segmentos KL e DE são
paralelos. Assim como o ângulo 55° é suplementar
do ângulo “x”. Assim,
Dica
a + 115 = 180
A soma dos ângulos internos de um triângulo (n = a = 65º
3) é 180º e nos quadriláteros (polígonos de 4 lados) ------------------
x + 55 = 180
esta soma é 360º.
x = 125º
Logo, x + a = 190º. Resposta: Letra D.
Os polígonos que possuem todos os lados iguais
e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são 2. (CONSULPLAN – 2018) A soma dos ângulos internos
chamados de polígonos regulares. Conheça algumas de um polígono regular que tem 20 diagonais é
nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
a) 495
os seus números de lados. b) 720
c) 990
Nº DE NOME Nº DE NOME d) 1080
LADOS LADOS
Vamos aplicar a fórmula das diagonais de um polí-
3 Triângulo 9 Eneágono
gono para descobrir o número de lados:
4 Quadrilátero 10 Decágono
5 Pentágono 11 Undecágono n # (n - 3)
D=
6 Hexágono 12 Dodecágono 22
n - 3n
7 Heptágono ... ... 20 =
2
8 Octógono 20 Icoságono
40 = n2 - 3n
n – 3n - 40 = 0
2
4. (ESAF – 2003) Os ângulos de um triângulo encontram- ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
-se na razão 2 : 3 : 4. O ângulo maior do triângulo, por-
RACIOCÍNIO LÓGICO
tanto, é igual a:
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
a) 40°
b) 70° :100 :100 :100 :100 :100 :100
c) 75°
d) 80°
e) 90° Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2.
Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
Se os ângulos do triângulo se encontram na razão tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
2:3:4, podemos chamá-los de 2x, 3x e 4x e a soma (100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
dos ângulos de um triângulo qualquer é sempre centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 =
180º. 53000 cm2. 199
Medidas de Volume (Capacidade) PERÍMETRO E ÁREA
Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3. Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro menor “h” de altura.
cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro Área do Retângulo
cúbico. Logo,
5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3. Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-
Veja agora algumas relações interessantes e que cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a
você precisa ter em mente para resolver a diversas
fórmula:
questões.
A=b×h
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
lado e 5 centímetros de altura, a área será:
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
A = 10cm × 5cm = 50cm2
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3) Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra-
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2) do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas-
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2) samos para centímetros quadrados, que neste caso é a
unidade de área.
Medidas de Tempo
Quadrado
Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
se faz a relação nessa unidade: ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
Para transformar de uma unidade maior para a do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja: remos de L. Veja:
1 hora = 60 minutos
4 h = 4 x 60 = 240 minutos L
Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja:
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
Para medir ângulos a unidade básica é o grau. L L
Temos as seguintes relações:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
Aqui vale fazer uma observação que os minutos e L
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes, A área também será dada pela multiplicação da
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja: base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins- mos L x L, ou seja:
tante do dia.
200 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. A = L2
Trapézio A área do paralelogramo também é dada pela mul-
tiplicação da base pela altura:
Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles
paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
A=b×h
base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
na figura abaixo: Triângulo
a c
B
(B + b) # h b
A=
2
Losango Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
cer a sua altura (h):
É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-
to. Veja abaixo:
L L
a c
h
L L
b
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de
O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
acordo com a figura a seguir:
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
lo utilizando a seguinte fórmula:
L L
b#h
d A=
2
D Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
L L
Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois
Assim, a área do losango é dada pela fórmula lados iguais. Consequentemente, os 2 ângulos
abaixo: internos da base são iguais (simbolizados na
figura pela letra A):
D#d
A=
2
Paralelogramo
a a
RACIOCÍNIO LÓGICO
b
A A
h C
C A n m
b C H B
a
Triângulo equilátero: é o triângulo que tem
todos os lados iguais. Consequentemente, ele Devemos nos atentar em relação a algumas fórmulas
terá todos os ângulos internos iguais: que são extraídas do triângulo acima que poderão nos aju-
dar com a resolução de algumas questões. Veja quais são:
h2 = m×n
b2 = m×a
A
a a c2 = n×a
h b×c = a×h
b
a a
A V = a × a × = a3
Dica
α
As faces do paralelepípedo são retangulares,
C B enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
AT = 6a2
Note que formamos uma região delimitada dentro do
círculo. Essa região é chamada de setor circular. Temos ain- Agora no paralelepípedo reto retângulo temos 2
da um ângulo central desse setor circular simbolizado por retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
α. Com base neste ângulo, conseguimos determinar a área c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
do setor circular e o comprimento do segmento de círculo total de um paralelepípedo é:
compreendido entre os pontos A e B.
Sabemos que o ângulo central de uma volta com- AT = 2ab + 2ac + 2bc
pleta no círculo é 360º. E também sabemos a área des-
ta volta completa, que é a própria área do círculo ( π × Prismas
r2). Vejamos como calcular a área do setor circular, em
função do ângulo central “α”: Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
360° ---------------------- π × r2 Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
α ------------------------- Área do setor circular
os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma
não é uma circunferência.
2
a # rr O prisma será classificado de acordo com a sua
Logo, área do setor circular =
360c base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com- ma será pentagonal.
primento do segmento circular entre os pontos A e B,
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir-
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo:
Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são Observe a figura abaixo:
perpendiculares às bases. Observe a figura abaixo:
Altura
Geratriz
base (círculo)
Geratriz
Base
A distância entre as duas bases é chamada de altu-
ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro
Vamos extrair algumas informações.
da base, o cilindro é chamado de equilátero.
A base de um cone é um círculo, então a área da
Cilindro equilátero: ℎ = 2r base é πr2.
Quando “abrimos” um cone, temos a figura a
A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da
seguir:
base do cilindro é igual a πr2.
Perceba que se “desenrolássemos” a área lateral e
“abríssemos” todo o cilindro, teríamos o seguinte:
H H
R C R
R
Temos, também, a área lateral é dada pela fórmula
A área da superfície lateral do cilindro é igual a πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do cone.
2πℎ.
E o volume do cilindro é o produto da área da base Para calcularmos o volume de um cone, basta
pela altura: V = πr2 × ℎ. sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
da base pela altura. Veja:
Esfera
2
Quando estamos estudando a esfera, precisamos rr h
V=
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio, 3
ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.
Dica
Em um cone equilátero a sua geratriz será igual
ao diâmetro, ou seja, 2r.
Pirâmides
a) 450 m2.
b) 500 m2.
c) 400 m2.
d) 350 m2.
e) 550 m2.
pirâmide pirâmide
hexagonal heptagonal Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde
à soma de todos os lados. Logo:
O segmento de reta que liga o centro da base a um 2x + 2(x + 20) = 160
ponto médio da aresta da base é denominado “apótema 2x + 2x + 40 = 160
da base”. Indicaremos por “m” o apótema da base. E o 4x = 120
segmento que liga o vértice da pirâmide ao ponto médio x = 30 m
de uma aresta da base é denominado “apótema da pirâ- A área, portanto, será:
mide”. Indicaremos por m′ o apótema da pirâmide. Veja: Área = 30 x (30 + 20)
Área = 30 x 50 = 1500 m²
Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
não é recoberta. Logo:
Área não recoberta = 0,3 x 1500 = 450 m². Resposta:
Letra A.
a) 20 m²
m b) 100 m²
c) 1.000 m²
d) 1.900 m²
A área lateral da pirâmide é dada por: e) 2.000 m²
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018) Uma praça retangular, cujas medi-
das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
de perímetro.
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) 48 cm2.
b) 50 cm2.
c) 52 cm2.
× d) 60 cm2.
e) 64 cm2.
; E
5 -3
A=
1 7
Secundária Principal
×
Falamos que há uma matriz de identidade de or-
h dem “n” quando a matriz quadrada possui todos os
termos da diagonal principal iguais a 1 e todos os de-
2 mais termos iguais a zero. Veja a matriz identidade de
ordem 3:
RS1 0 0VW
2,5 S W
S0 1 0WW
I3 = S
Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem trans-
S
SS0 W W
0 1W
bordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água. T X
Nessas condições, é correto afirmar que a medida da Dada uma matriz A, chamamos de inversa de A, ou
altura desse reservatório, indicada por h na figura, é, A-1, a matriz tal que:
em metros, igual a
A x A-1 = I (matriz identidade)
a) 1,25.
b) 1,5. Determinantes
c) 1,75.
d) 2,0. O determinante de uma matriz é um número a ela
206 e) 2,5. associado. Vejamos como calcular.
Matriz de ordem 1 Veja um exemplo:
-2 3 5 -2 3
JK1 2 1 0N
O
0 7 -1 0 7 KK O
KK2 3 1 0O
O
KK2 O
2 . Multiplicar os termos no sentido da diagonal prin- 3 2 1O
OO
cipal (retas vermelhas) e subtrair a multiplicação KK
dos termos no sentido da diagonal secundária 2 1 1 4O
L P
(retas azuis):
Olhando somente para os termos que sobraram,
1 1 2 1 1 veja que temos uma matriz com 3 linhas e 3 colunas
apenas, cujo determinante sabemos calcular:
-2 3 5 -2 3
Determinante = 1.3.1 + 2.1.2 + 2.1.1 – 1.3.2 – 2.2.1 – 1.1.1
0 7 -1 0 7 Determinante = -2
Matriz de ordem 4 ou superior Agora, vamos calcular o cofator A44. Para isso,
devemos excluir a quarta linha e a quarta coluna da
Siga os passos abaixo: matriz original, ficando com:
O cofator de uma matriz de ordem n ≥ 2 é definido Determinante = 1.3.2 + 2.1.2 + 2.(-3).1 – 1.3.2 – 1.(-3).1
como: – 2.2.2
Aij = (-1) i + j. Dij Determinante = -7 207
Assim, o cofator A44 é: 2. (FCC – 2017) Um terreno tem a forma de um trapézio.
Os lados não paralelos têm a mesma medida.
A44 = (-1)4+4× determinante A base maior desse trapézio mede 12 m, a base menor
A44 = (-1)8 × (-7) mede 6 m e a altura mede 4 m. A área e o perímetro
A44 = 1 × (-7) desse terreno são, respectivamente, iguais a
A44 = -7.
a) 32 m² e 28 m.
Agora, podemos calcular o determinante da matriz b) 36 m² e 28 m.
original: c) 36 m² e 24 m.
d) 32 m² e 24 m.
Determinante = a14× A14 + a24× A24 + a34 × A34 + a44× A44 e) 36 m² e 26 m.
Determinante = 0A14 + 0A24 + 1.2 + 4 (-7)
Determinante = 0 + 0 + 2 - 28 Extraindo os dados temos B = 12 m, b = 6 m e H =
Determinante = -26 4m. Vamos chamar os lados não paralelos de “L”.
Veja como fica esse trapézio:
As principais propriedades do determinante são:
6m
z O determinante de A é igual ao de sua transposta AT
z Se uma fila (linha ou coluna) de A for toda igual a
zero, det(A) = 0
L L
z Se multiplicarmos todos os termos de uma linha 4m
ou coluna de A por um valor “k”, o determinante
da matriz será também multiplicado por k;
z Se multiplicarmos todos os termos de uma matriz 3m 3m
por um valor “k”, o determinante será multiplica-
do por kn, onde n é a ordem da matriz; 12 m
z Se trocarmos de posição duas linhas ou colunas de A,
o determinante da nova matriz será igual a –det(A); Para descobrir o valor de L, basta aplicar o Teore-
z Se A tem duas linhas ou colunas iguais, então ma de Pitágoras no triângulo formado pelo lado L
det(A) = 0 com a altura de 4m e o trecho de 3m. Veja:
z Sendo A e B matrizes quadradas de mesma ordem, L² = 4² + 3²
det(AxB) = det(A)det(B) L² = 16 + 9
z Uma matriz quadrada A é inversível se, e somente L² = 25
se, det(A) ≠ 0. L=5m
z Se A é uma matriz inversível, det(A-1) = 1/det(A).
O perímetro do trapézio é dado pela soma de seus
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS quatro lados. Logo:
L + L + 6 + 12 = 5 + 5 + 18 = 28 m
Agora que já relembramos a parte teórica sobre
geometria e matrizes, chegou o momento de resolver- A área é dada por:
mos mais questões sobre esses tipos de problemas. A = (B + b) # h
Assim, saberemos exatamente como as questões são 2
cobradas em provas. (12 + 6) # 4
A=
2
A= 18 # 4
EXERCÍCIOS COMENTADOS 2
A = 72 = 36m2
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Os lados de um terreno 2
quadrado medem 100 m. Houve erro na escrituração, Resposta: Letra A.
e ele foi registrado como se o comprimento do lado
medisse 10% a menos que a medida correta. Nessa 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O preço do litro de deter-
situação, deixou-se de registrar uma área do terreno minado produto de limpeza é igual a R$ 0,32. Se um
igual a recipiente tem a forma de um paralelepípedo retângu-
lo reto, medindo internamente 1,2 dam × 125 cm × 0,08
a) 20 m² hm, então o preço que se pagará para encher esse reci-
b) 100 m² piente com o referido produto de limpeza será igual a:
c) 1.000 m²
d) 1.900 m² a) R$ 3,84.
e) 2.000 m² b) R$ 38,40.
c) R$ 384,00.
A área de um quadrado é L². Inicialmente, os lados d) R$ 3.840,00.
do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a e) R$ 38.400,00.
área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 = Devemos colocar todas as medidas na mesma uni-
90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m². dade. Veja que:
Então, a área que deixou de ser registrada foi de: 1,2 dam = 12m = 120dm = 1200 cm
208 10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D. 0,08hm = 0,8dam = 8m = 80dm = 800cm
Assim, o volume total é de: Área = 6.x = 6.8 = 48 cm2.
V = 1200 x 125 x 800 Resposta: Letra B.
V = 120.000.000 cm3
V = 120.000 dm3
V = 120.000 litros
Se cada litro custa 0,32 reais, o preço total será de: HORA DE PRATICAR!
Preço = 0,32 x 120.000
Preço = 38.400 reais. Resposta: Letra E. 1. (CEBRASPE-CESPE – 2020) O setor de gestão de
pessoas de determinada empresa realiza regular-
4. (IBFC – 2016) Considerando as matrizes: mente a análise de pedidos de férias e de licenças
dos seus funcionários. Os pedidos são feitos em
; E e B = < 1 2F
3 -2 1 4 processos, em que o funcionário solicita apenas
A=
férias, apenas licença ou ambos (férias e licença).
1 2 -
Em determinado dia, 30 processos foram analisa-
detA dos, nos quais constavam 15 pedidos de férias e 23
Então, o resultado da expressão é igual a: pedidos de licenças.
detB
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que
a) 4/3 se segue.
b) -2 A quantidade de processos analisados nesse dia que
c) 3/4 eram referentes apenas a pedido de férias é igual a 8.
d) 2
e) ½ ( ) CERTO ( ) ERRADO
Para encontra a resposta da questão, você precisa 2. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Em um sistema de aces-
achar o determinante de cada matriz. Sendo assim: so a uma rede de computadores, os usuários devem
3 2 cadastrar uma senha de 6 dígitos, que deve ser for-
det A = = 3 × 2 – (-2 × 1) = 6 + 2 = 8
1 2 mada da seguinte maneira:
b) 48 cm2. ∨ Q.
c) 44 cm2. e) não é uma proposição lógica.
d) 36 cm2.
e) 52 cm2. 4. (CEBRASPE-CESPE – 2014) Considerando que P seja
a proposição “Não basta à mulher de César ser hones-
O volume é dado pela multiplicação das dimensões, ta, ela precisa parecer honesta”, julgue o item seguinte,
ou seja, acerca da lógica sentencial.
720 = 15 . 6 . x Se a proposição “A mulher de César é honesta” for fal-
120 = 15 . x sa e a proposição “A mulher de César parece honesta”
40 = 5 . x for verdadeira, então a proposição P será verdadeira.
8=x
A área da base é: ( ) CERTO ( ) ERRADO 209
5. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considerando a proposi- z P4: “Se os beneficiários dos serviços prestados pelo
ção P: “Se o servidor gosta do que faz, então o cida- setor Alfa são mal atendidos, então os beneficiários
dão-cliente fica satisfeito”, julgue o item a seguir. dos serviços prestados por esse setor padecem.”.
P é uma proposição composta formada por duas pro- z C: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor
posições simples, de modo que sua tabela-verdade Alfa, então os servidores públicos que atuam nesse
possui 2 linhas. setor padecem e os beneficiários dos serviços presta-
dos por esse setor padecem.”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Considerando esse argumento, julgue o item seguinte.
6. (CEBRASPE-CESPE – 2014) Considerando que P seja A proposição P3 é equivalente à proposição “Se os
a proposição “Não basta à mulher de César ser hones- servidores públicos que atuam nesse setor não pade-
ta, ela precisa parecer honesta”, julgue o item seguinte, cem, então o trabalho dos servidores públicos que
acerca da lógica sentencial. atuam no setor Alfa não fica prejudicado.”.
Se a proposição “Basta à mulher de César ser hones-
ta” for falsa e a proposição “A mulher de César precisa ( ) CERTO ( ) ERRADO
parecer honesta” for verdadeira, então a proposição P
será verdadeira. 11. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considere que as seguin-
tes proposições sejam verdadeiras.
( ) CERTO ( ) ERRADO
z P: “Se o processo foi relatado e foi assinado, então ele
7. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considere que as foi discutido em reunião”.
seguintes proposições sejam verdadeiras. z Q: “Se o processo não foi relatado, então ele não foi
assinado”.
z P: “Se o processo foi relatado e foi assinado, então ele
foi discutido em reunião”. Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
z Q: “Se o processo não foi relatado, então ele não foi
assinado”. A proposição Q é equivalente à proposição “Se o pro-
cesso foi relatado, então ele foi assinado”.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
O valor lógico da proposição Q→(P∨Q) é sempre
12. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Três merendeiras traba-
verdadeiro.
lham em uma repartição. A respeito dessas funcio-
nárias, sabe-se que:
( ) CERTO ( ) ERRADO
z todas as merendeiras gostam de café;
8. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considerando a proposi-
z as merendeiras que não gostam de suco também não
ção P: “Se o servidor gosta do que faz, então o cida-
gostam de café.
dão-cliente fica satisfeito”, julgue o item a seguir.
A proposição “O servidor não gosta do que faz, ou o
Dessas informações conclui-se que
cidadão-cliente não fica satisfeito” é uma maneira cor-
reta de negar a proposição P.
a) nenhuma merendeira gosta de suco.
b) alguma merendeira não gosta de café, mas gosta de
( ) CERTO ( ) ERRADO suco.
c) alguma merendeira não gosta de suco, mas gosta de
9. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considerando a proposi- café.
ção P: “Se o servidor gosta do que faz, então o cida- d) alguma merendeira não gosta de suco nem de café.
dão-cliente fica satisfeito”, julgue o item a seguir. e) todas as merendeiras gostam de suco.
A proposição P é logicamente equivalente à seguinte
proposição: “Se o cidadão-cliente não fica satisfeito, 13. (CEBRASPE-CESPE – 2014) Considerando que P seja
então o servidor não gosta do que faz”. a proposição “Não basta à mulher de César ser hones-
ta, ela precisa parecer honesta”, julgue o item seguinte,
( ) CERTO ( ) ERRADO acerca da lógica sentencial. A negação da proposição
P está corretamente expressa por “Basta à mulher de
10. (CEBRASPE-CESPE – 2020) No argumento seguinte, César ser honesta, ela não precisa parecer honesta”.
as proposições P1, P2, P3 e P4 são as premissas, e
C é a conclusão. ( ) CERTO ( ) ERRADO
z P1: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor 14. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considere a situação
Alfa, então o trabalho dos servidores públicos que hipotética seguinte, que aborda compreensão de
atuam nesse setor pode ficar prejudicado.”. estruturas lógicas. No processo de manutenção
z P2: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor de um computador, as seguintes afirmações são
Alfa, então os beneficiários dos serviços prestados válidas:
por esse setor podem ser mal atendidos.”.
z P3: “Se o trabalho dos servidores públicos que atuam p: se aumentar o tamanho da memória ou instalar
no setor Alfa fica prejudicado, então os servidores um novo antivírus, então a velocidade da Internet
210 públicos que atuam nesse setor padecem.”. aumentará;
q: se a velocidade da Internet aumentar, então os apli- 18. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considere o seguin-
cativos abrirão mais rapidamente. te argumento: “O boto-cor-de-rosa possui asas e
possui patas, pois todo animal amazônico possui
Concluída a manutenção, foi verificado que a velocida- patas, todo animal fluvial possui asas, e o boto-cor-
de da Internet não aumentou. de-rosa é um animal fluvial amazônico».
Nessa situação, é correto concluir que Com base nessas informações, assinale a opção cor-
reta, com relação à lógica da argumentação.
a) os aplicativos não abrirão mais rápido.
b) o tamanho da memória não foi aumentado e também a) A assertiva “todo animal amazônico possui patas” é
não foi instalado um novo antivírus. uma proposição lógica composta.
c) ou o tamanho da memória não foi aumentado ou um b) A assertiva “o boto-cor-de-rosa é um animal fluvial
novo antivírus não foi instalado. amazônico” é a conclusão desse argumento.
d) o tamanho da memória pode ter sido aumentado, mas c) Esse argumento possui três premissas.
um novo antivírus não foi instalado. d) Esse argumento é inválido, pois nem todas as espé-
e) um novo antivírus pode ter sido instalado, mas o tama- cies amazônicas possuem asas.
nho da memória não foi aumentado.
e) Esse argumento é inválido, pois sua conclusão é falsa.
15. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considere que as seguin-
19. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Julgue o item seguinte,
tes proposições sejam verdadeiras.
relativo a lógica proposicional e a lógica de primeira
ordem.
z P: “Se o processo foi relatado e foi assinado, então ele
A negação da proposição “Todas as reuniões devem
foi discutido em reunião”.
ser gravadas por mídias digitais” é corretamente
z Q: “Se o processo não foi relatado, então ele não foi
assinado”. expressa por “Nenhuma reunião deve ser gravada por
mídias digitais”.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
A proposição “Se o processo não foi discutido em reu- ( ) CERTO ( ) ERRADO
nião, então ele não foi assinado” é verdadeira.
20. (CEBRASPE-CESPE – 2020) O quadro de servidores
( ) CERTO ( ) ERRADO de transporte escolar de determinada prefeitura é
formado por motoristas e monitores, apenas. A res-
16. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Considere as seguintes peito desses servidores, sabe-se que:
proposições.
z alguns motoristas gostam de futebol;
z P: “Se Paulo é fiscal, então João é motorista.” z todos os monitores gostam de futebol;
z Q: “Maria é enfermeira ou João é motorista.” z todos os servidores que gostam de futebol também
gostam de voleibol.
Sabendo-se que a proposição P é verdadeira e que a
proposição Q é falsa, é correto concluir que Com base nessas informações, sabendo-se que Pedro
é servidor desse quadro e não gosta de voleibol, con-
a) Maria não é enfermeira, João não é motorista e Paulo clui-se que Pedro é
não é fiscal.
b) Maria não é enfermeira, João é motorista e Paulo é a) motorista e gosta de futebol.
fiscal. b) motorista e não gosta de futebol.
c) Maria é enfermeira, João não é motorista e Paulo não c) monitor e gosta de futebol.
é fiscal. d) monitor e não gosta de futebol.
d) Maria é enfermeira, João não é motorista e Paulo é e) monitor, mas não se sabe se ele gosta ou não de
fiscal. futebol.
e) Maria não é enfermeira, João não é motorista e Paulo
é fiscal.
9 GABARITO
17. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Paulo, Pedro e João
têm, cada um, uma única profissão. 1 ERRADO
Sabe-se que: 2 E
12 E
13 ERRADO
14 B
15 CERTO
16 A
17 A
18 C
19 ERRADO
20 B
ANOTAÇÕES
212
Art. 41 São pessoas jurídicas de direito público
interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
NOÇÕES DE DIREITO IV - as autarquias, inclusive as associações
públicas;
Em complemento, é importante sabermos o con- a) A descentralização pode ser feita por meio de outorga
ceito de órgão, que são centros de competência des- ou delegação, meios de que dispõe o poder público
personalizados. A partir disso, podemos compreender para transferir, por tempo determinado, a prestação
melhor uma das principais diferenças entre a admi- de determinado serviço público a ente público ou a
nistração direta e indireta. Enquanto aquela é com- particular.
posta por uma estrutura hierarquizada que poderá se b) A administração direta compreende os órgãos que
subdividir em órgãos, esta é uma entidade com perso- integram as pessoas políticas do Estado, aos quais se
nalidade própria, com autonomia para atuar. atribui competência para exercício, de forma descen-
Importante termos contato com o artigo 4º do tralizada, das atividades administrativas.
Decreto-Lei nº 200/67, que definiu a administração c) A administração indireta abrange as fundações ins-
direta e indireta em âmbito federal, sendo bastante tituídas e mantidas pelo poder público, as empresas
importante para o estudo do assunto ainda hoje, por públicas e as sociedades de economia mista.
refletir o que ocorre também na estrutura administra- d) A descentralização administrativa não admite a des-
tiva dos outros entes federados. concentração territorial, material e hierárquica.
e) As autarquias são entidades administrativas autôno-
Art. 4° A Administração Federal compreende: mas, criadas por lei específica, com personalidade
I - A Administração Direta, que se constitui dos jurídica, patrimônio e receita próprios, resultantes da
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
serviços integrados na estrutura administrativa da desconcentração do exercício das atividades públicas.
Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende
Há alguns conceitos que ainda não estudamos aqui,
as seguintes categorias de entidades, dotadas de
mas a resposta correta aborda exatamente o que
personalidade jurídica própria:
vimos acima. Resposta. Letra C.
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista. CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO,
d) fundações públicas. CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
Parágrafo único. As entidades compreendidas na
Administração Indireta vinculam-se ao Ministério Concentração e desconcentração
em cuja área de competência estiver enquadrada
sua principal atividade. A concentração e a desconcentração estão ligadas
ao surgimento ou extinção de órgãos. Lembremos,
Por fim, é importante ressaltarmos uma pequena então, o conceito de órgão.
desatualização do dispositivo acima, que não traz o
consórcio público de direito público (também conhe- z Órgão: são centros de competência despersonalizados.
cidas por associações públicas), também entidade
integrante da administração indireta, conforme cons- Por meio da criação e extinção de órgãos, a Adminis-
ta no Código Civil. tração Pública se organiza da melhor maneira segundo 213
a decisão de seus agentes públicos. Vamos a um exemplo No sentido oposto, caso tenhamos a extinção de
para ajudar no entendimento. Veja, no caso da estrutura uma dessas entidades, as suas funções, a princípio,
federal, que abaixo da Presidência da República temos recairão sobre a estrutura administrativa centraliza-
vários Ministérios. Você deve se recordar que os Ministé- da pré-existente. Ou seja, a atividade passará a ser
rios variam em número de governo para governo, ou até exercida de maneira centralizada.
mesmo dentro de um mesmo mandato. Isso ocorre para Lembre-se que esse conceito doutrinário se apli-
uma melhor organização dos serviços públicos ligados a ca à Administração Pública de qualquer dos entes
cada um desses órgãos. federados, como vimos anteriormente.
Ainda, tendo em mente o conceito de órgão coloca- Finalizando esse entendimento trago um exem-
do acima, cada um deles tem suas competências defi- plo para você. O Ministério da Educação faz parte da
nidas (Ministério da Educação, Ministério da Saúde, estrutura centralizada do governo. Já uma universida-
etc). E dentro dessas áreas, atuam em nome da União, de federal a ele vinculada será uma autarquia (entida-
pois são centros de competência despersonalizados.
de da administração indireta).
Em outros termos, as consequências de sua atuação
serão imputadas à União e a ela devem obediência
hierárquica.
De forma similar ocorrerá em Estados e Municípios
Importante!
em relação às suas Secretárias e Governo/Prefeitura. Não há relação de hierarquia entre as entidades
Importante destacar que a criação de órgãos tem o da administração indireta e a estrutura adminis-
objetivo de dividir as tarefas e aumentar a eficiência tração central. Há apenas vinculação para fins de
do serviço público. controle finalístico. Em outros termos, a entida-
Diante disso, temos os seguintes conceitos.
de da administração indireta estará ligada a um
órgão da administração direta que verificará se
z Concentração: extinção de órgãos (ou sua não
criação). os objetivos para os quais a entidade fora criada
z Desconcentração: criação de órgãos dentro de estão sendo cumpridos.
uma mesma pessoa jurídica.
Para que não façamos confusão do assunto do pre-
Finalizando o tema, trago dois importantes dispo-
sente tópico com o anterior, cabe uma comparação.
sitivos constitucionais sobre a criação ou extinção de
Vejamos:
órgãos públicos. CF/88.
Depois de estudarmos o surgimento das entidades Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias assegu-
da administração indireta, conheceremos as espécies radas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
que compõem o gênero, que são as seguintes. dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Em termos simples, sempre que as entidades que Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
se enquadrem no conceito acima causarem dano I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com
deverão repará-lo. No entanto, como trazido no final personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,
do dispositivo, poderão apurar a responsabilidade de para executar atividades típicas da Administração
seus agentes (analisando a culpa ou dolo na conduta) Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamen-
os obrigando a ressarcir os prejuízos tidos pela pessoa to, gestão administrativa e financeira descentralizada.
jurídica em nome da qual atuam.
As exceções a essa regra serão oportunamente Aqui temos um pequeno detalhe que muitas vezes
abordadas em outro ponto no material. é cobrado em prova. Enquanto as demais entidades
A reponsabilidade civil objetiva é aquela em que estudadas hoje têm a criação autorizada por lei, a
autarquia é criada pela própria lei. Veja o dispositi-
não se analisa a culpa ou dolo da conduta, sendo a
vo correlato abaixo, que já traz as duas informações.
reparação devida desde a constatação do dano.
Art. 37 [...]
Imunidade tributária recíproca XIX – somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa
Há uma importante vedação na Constituição Fede- pública, de sociedade de economia mista e de fun-
ral ao poder de tributar. O objetivo é a manutenção dação, cabendo à lei complementar, neste último
e estabilidade do pacto federativo, impedindo que os caso, definir as áreas de sua atuação; 215
Com base no princípio da simetria das formas, a A possibilidade da personalidade jurídica de direi-
sua extinção também deverá ocorrer por meio de lei to público para as fundações encontra respaldo na
específica, em que pese a inexistência expressa desde jurisprudência nacional.
comando. Dentre as características das fundações públicas
Dentre as características das autarquias, devemos de direito privado, destacamos as seguintes.
destacar as seguintes:
z Atos com base no direito privado como regra;
z Atuam sob regime de direito público – sua atua- z Submetidas à Lei de Licitações – Lei nº 8.666/90;
ção prevalecerá sobre o particular; z Seus bens são privados (não possuem as prerroga-
z Presença do poder de império como regra em tivas naturais aos bens públicos).
seus atos;
z Seus bens são públicos, possuindo suas prerro- Empresas Públicas
gativas específicas: inalienabilidade, impenho-
rabilidade e imprescritibilidade (não podem ser As empresas públicas podem atuar tanto na explo-
adquiridos por meio da usucapião); ração de atividades econômicas quanto na presta-
z Prerrogativas típicas de Estado de maneira geral. ção de serviços públicos. Muito importante que você
saiba que seu capital será formado 100 % por capital
Fundações Públicas público, no próximo tópico você entenderá o motivo.
É pessoa jurídica de direito privado, ou seja, em
As fundações públicas são patrimônios personali- regra atuará em igualdade com o particular (diferente-
zados com a finalidade de exercer atividades de inte- mente das autarquias e fundações autárquicas, lembra?).
resse social, não tendo fins lucrativos. A Constituição Federal traz as hipóteses em que
O significado do termo patrimônio personalizado poderão atuar as empresas públicas no caso de explo-
entenderemos pela sua própria origem: a doação de ração de atividade econômica.
um patrimônio por parte do instituidor. Tal definição
consta do nosso CC/02. Art. 173 Ressalvados os casos previstos nesta Cons-
tituição, a exploração direta de atividade econômi-
Art. 62 Para criar uma fundação, o seu instituidor ca pelo Estado só será permitida quando necessária
fará, por escritura pública ou testamento, dotação aos imperativos da segurança nacional ou a rele-
especial de bens livres, especificando o fim a que vante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la. É importante saber que as empresas públicas e socie-
dades de economia mista não poderão gozar de privi-
Também conforme o CC/02, o Ministério Público légios não extensivos ao setor privado (CF/88, 173, § 2º)
terá a função de fiscalizar seu funcionamento. Vejamos a definição de empresa pública constante
do Decreto-Lei nº 200/67.
Art. 66 Velará pelas fundações o Ministério Público Decreto-Lei nº 200.
do Estado onde situadas.
Art. 5º [...]
A fundação pública poderá ser de direito privado II - Empresa Pública - a entidade dotada de perso-
ou de direito público, conforme a forma pela qual for nalidade jurídica de direito privado, com patrimô-
criada. nio próprio e capital exclusivo da União, criado por
lei para a exploração de atividade econômica que o
z Fundação pública de direito público: por lei Governo seja levado a exercer por força de contin-
gência ou de conveniência administrativa, podendo
específica – conhecidas também por fundações
revestir-se de qualquer das formas admitidas em
autárquicas, terão, além da atividade voltada a
direito.
interesse social, as características associadas no
tópico anterior às autarquias.
Como dito anteriormente, cabe aqui também a inter-
z Fundação pública de direito privado: autorizada
pretação do conceito para os demais entes federados,
por lei e criada pelo registro dos atos constitutivos no
em que pese a citação do dispositivo apenas da União.
Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Nesse
Dentre as características das empresas públicas,
caso, sua personalidade será de direito privado.
ressaltamos aqui as seguintes.
Vejamos a definição do Decreto-Lei nº 200/67. Você
z Personalidade de direito privado – sem prerroga-
perceberá que ela se limita à hipótese da personalida-
tivas perante o particular;
de jurídica de direito privado.
z Capital 100 % público – ainda que de mais de um
ente federado;
Art. 5º [...]
z Podem adotar qualquer tipo societário;
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, sem
z Devem observar a Lei das Estatais;
fins lucrativos, criada em virtude de autorização z Seus bens são privados.
legislativa, para o desenvolvimento de atividades
que não exijam execução por órgãos ou entidades Sociedades de Economia Mista
de direito público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos Entidade bastante parecida com as empresas
de direção, e funcionamento custeado por recursos públicas. A principal diferença é a composição do
216 da União e de outras fontes. capital social e a imposição de forma societária.
Enquanto na empresa pública o capital social era 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à gestão
100 % público, aqui a maior parte do capital votante nas organizações da administração pública brasileira,
deverá ser público, podendo o restante ser privado. julgue os próximos itens.
A forma societária será obrigatoriamente socieda- Fundações públicas são entidades dotadas de perso-
de anônima. nalidade jurídica de direito público ligadas à adminis-
Vejamos a definição do Decreto-Lei nº 200/67. tração indireta.
Decreto-Lei nº 200.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Art. 5º [...]
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dota- Como vimos, as fundações públicas podem ter per-
da de personalidade jurídica de direito privado, sonalidade jurídica tanto de direito público, como
criada por lei para a exploração de atividade eco- de direito privado. Resposta: Errado.
nômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria
à União ou a entidade da Administração Indireta.
Temos também a imperatividade, que é o poder Os atos podem ser discricionários ou vinculados.
da Administração Pública de impor ao particular seus
atos administrativos. É decorrente do poder extrover- z Atos discricionários: possuem margem de valora-
so do Estado, que permitirá a imposição de deveres e ção e escolha para o agente público que o pratica,
obrigações ao particular. conhecida como mérito administrativo.
Importante ressaltar que esse é um atributo que nem z Atos vinculados: há pouca ou nenhuma margem
sempre estará presente nos atos administrativos, pois se
de escolha na prática dos atos administrativos.
mostrará apenas quando impuser condições ao particular.
A autoexecutoriedade é a característica dos atos
Lembrando os elementos dos atos administrati-
administrativos que confere à Administração Pública
a capacidade de executar diretamente seus atos inde- vos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto),
pendentemente de recorrer a qualquer outro Poder. destacamos que a diferença nessa classificação que
De forma similar à imperatividade, nem sempre acabamos de colocar recai apenas sobre dois deles:
estará presente nos atos administrativos. motivo e objeto. Ou seja, todos os demais termos são
A autoexecutoriedade poderá se fazer presente em vinculados, enquanto estes dois que citamos são dis-
duas hipóteses: cricionários, se assim for o ato. 219
Quanto aos efeitos produtivos coercitiva aos administrados, os quais estão obriga-
dos a obedecer-lhes.
Os atos podem ser internos e externos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
z Atos internos: produzem efeitos apenas dentro da
estrutura da administração pública. Nem sempre a Administração Pública atuará pauta-
z Atos externos: impactam os administrados. da na supremacia do interesse público, impondo sua
vontade ao particular. Por vezes poderá atuar em
Destacamos que, uma vez que os atos externos posição de igualdade, o que acontece quando pratica
recairão sobre o cidadão, deverão ser necessariamen- os atos administrativos classificados como de gestão.
te publicados, o que não se aplica aos atos internos. Em oposição, os atos de império serão aqueles em que
estará a presente a supremacia do interesse público
Quanto à manifestação de vontade ou poder extroverso do Estado. Resposta: Certo.
Os atos podem ser simples, complexos ou compostos. ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
z Atos simples: há uma única manifestação de von- Vejamos agora algumas espécies importantes de
tade, ainda que de um órgão que seja composto atos administrativos.
por mais de um agente público.
z Atos complexos: manifestação de mais de uma z Atos normativos: trazem comandos gerais e abs-
vontade para que haja a produção de efeitos. Só se tratos baseados em leis ou mesmo em outras nor-
aperfeiçoa com a manifestação de todos os agentes mas que nelas tenham se baseado.
competentes. z Atos ordinatórios: têm como destinatários os servi-
z Atos compostos: manifestação de uma única von- dores públicos, tendo como finalidade o bom anda-
tade. No entanto, há necessidade de manifestação mento do serviço.
posterior para que haja produção de efeitos. Tal z Atos negociais: são atos em que o particular bus-
manifestação de vontade é definida pela doutrina ca a anuência (concordância) da Administração
como instrumental. Pública para a prática de determinada atividade.
z Atos punitivos: impõe penalidade aos administra-
Quanto ao objeto dos ou aos servidores.
EXERCÍCIO COMENTADO
AGENTES PÚBLICOS
1. (CESPE-CEBRASPE - 2016) Com relação aos atos admi-
nistrativos e suas classificações, julgue o item seguinte. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS
Atos administrativos de gestão são atos praticados
pela administração pública como se fosse pessoa Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello
privada, o que afasta a supremacia que lhe é peculiar são agentes públicos as pessoas que exercem uma
em relação aos administrados. Atos administrativos função pública, ainda que em caráter temporário ou
de império, por sua vez, são aqueles praticados de sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla
220 ofício pelos agentes públicos e impostos de maneira e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que,
dentro da organização da Administração Pública, Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que
exercem determinada função pública. são vitalícios, que se apresentam de forma mais van-
Assim, podemos dizer que agente público é gênero, tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um
o qual comporta diversas espécies, como os agentes tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car-
políticos, os agentes militares, os servidores públi- gos não-vitalícios), bem como o desligamento ocorrer
cos estatutários, os empregados públicos, os agentes apenas mediante sentença condenatória transitada
honoríficos, entre outros. Por isso, vamos especificar em julgado. São vitalícios os cargos de: Magistratura,
cada um deles com maiores detalhes. do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros do
Ministério Público.
Agentes políticos Além da estabilidade, é também assegurado aos
servidores estatutários alguns direitos trabalhistas,
Os agentes políticos possuem como característica vejamos aqui os mais importantes:
principal o fato de exercerem uma função pública de
alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante Art. 39. [...]
eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o § 3°, da CF/1988: a) salário mínimo, b) remune-
condão de extinguir a relação destes com o Estado de ração de trabalho noturno superior ao diurno, c)
modo automático pelo simples decurso do tempo. Per- repouso semanal remunerado, d) férias remunera-
cebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o Esta- das, e) licença à gestante etc.
do não é profissional, mas estatutária ou institucional.
São agentes políticos os parlamentares, o Presidente da Empregado Público
República, os prefeitos, os governadores, bem como seus
respectivos vices, ministros de Estado e secretários. De modo diferente da contratação dos servidores, os
empregados públicos são contratados mediante regime
Agentes Militares celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de
Os agentes militares constituem uma categoria a uma vinculação contratual. A contratação de emprega-
parte dos demais agentes políticos, uma vez que as ins- dos públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de
tituições militares possuem fortes bases fundamenta- direito privado integrantes da Administração Indireta
das na hierarquia e na disciplina. Apesar de também (empresas públicas, sociedades de economia mista, con-
apresentarem vinculação estatutária, seu regime jurí- sórcios etc.). Além disso, o ingresso de tais pessoas tam-
dico é disciplinado por legislação especial, e não aquela bém depende da sua aprovação em concurso público.
aplicável aos servidores civis. São agentes militares os O regime dos empregados públicos é menos prote-
membros das Polícias Militares e dos Corpos de Bom- tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de
beiros militares dos Estados, Distrito Federal e Territó- que os empregados públicos não gozam da estabilida-
rios, bem como os demais militares ligados ao Exército, de que os servidores possuem. Ao serem empossados,
Marinha e Aeronáutica. Algumas características que os empregados passam por um período de experiên-
merecem destaque são: a proibição de sindicalização cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os
dos militares, a proibição do direito de greve, e a proi- empregados públicos podem ser dispensados.
bição à filiação partidária. A diferença dos empregados públicos para com
os demais consiste no fato de que a sua demissão
Servidores Públicos será sempre motivada, após regular processo admi-
nistrativo, mediante contraditório e a ampla defesa.
De modo geral, podemos dizer que a Constituição Importante lembrar que, para a Administração Públi-
Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para ca, a motivação de seus atos, bem como o tratamento
os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos impessoal e a finalidade pública, são princípios nor-
públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos. teadores de sua atuação. Uma demissão imotivada de
Os servidores públicos são contratados pelo regi- um empregado público seria absolutamente inadmis-
me estatutário, enquanto os empregados públicos são sível nessas condições.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
contratados pelo regime celetista, que muito se asse-
melha às regras contidas na CLT.
Atente-se a esse conceito: Servidor público é o
agente contratado pela Administração Pública, direta
ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio-
LEGISLAÇÃO PERTINENTE: LEI Nº
nado mediante concurso público, para ocupar cargos 8.112/1990
públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu-
reza estatutária e não-contratual. DISPOSIÇÕES DOUTRINÁRIAS:
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela
Lei Federal n° 8.112/1990, também conhecida como Conceito, Espécies, Cargo, Emprego e Função Pública
Estatuto do Servidor Público.
Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado O regime dos servidores públicos possui ampla pre-
desse regime é o alcance da estabilidade mediante o visão normativa. Além do renomado artigo 37 da Cons-
fim do período de estágio probatório. Tal alcance per- tituição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a
mite que o servidor não seja desligado de suas funções, Lei n° 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurí-
judicial transitada em julgado, processo administrativo dico dos servidores públicos da União, autarquias, fun-
disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica dações, agências reguladoras e associações, todas em
de desempenho (art. 41, § 1°, da CF/1988). âmbito federal. 221
Dos Cargos Públicos: conceito, investidura na função diretrizes do sistema de carreira na Administração
pública, provimento, vacância Pública Federal e seus regulamentos (art. 10, pará-
grafo único, da Lei n° 8.112/1990).
Para todos os efeitos legais, o servidor público está z Readaptação: é, também, uma forma de provimen-
intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con- to derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição
forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo ao servidor para um cargo com funções e respon-
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades sabilidades distintas e compatíveis com a limita-
previstas na estrutura organizacional que devem ser ção que tenha sofrido em sua capacidade física ou
cometidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis mental, verificada em inspeção médica. Assim, por
a todos os brasileiros, são criados por lei, com denomi- exemplo, um motorista de ônibus que sofre aciden-
nação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, te e acaba perdendo algum membro essencial para
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. dirigir poderá ser readaptado para executar uma
A criação, transformação, e extinção de cargos, função similar, mas não idêntica à anterior. Na
empregos ou funções públicas depende sempre de uma hipótese do servidor readaptando se mostrar com-
lei instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo pletamente inválido para exercer qualquer cargo,
um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar ele será compulsoriamente aposentado.
mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo. z Reversão: outra forma de provimento derivado,
Para ocupar um cargo público, é necessário haver em que temos o retorno à atividade de um servi-
o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato dor aposentado por invalidez, ou por puro e sim-
administrativo constitutivo e hábil para a investidu- ples interesse da Administração, desde que
ra do servidor no respectivo cargo. Com relação aos
requisitos para a investidura em cargo público, dis- a) tenha solicitado a reversão;
põe o art. 5° da Lei n° 8.112/1990: b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
São requisitos básicos para investidura em cargo c) estável quando na atividade;
público: d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
anteriores à solicitação;
I - a nacionalidade brasileira; e) haja cargo vago (art. 25 do Estatuto dos Servido-
II - o gozo dos direitos políticos; res Públicos).
III - a quitação com as obrigações militares e
eleitorais; A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício cargo resultante de sua transformação. Em termos de
do cargo; remuneração, o servidor que retornar à atividade por
V - a idade mínima de dezoito anos; interesse da Administração perceberá a remuneração
VI - aptidão física e mental. do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo-
sentadoria que recebia (art. 25, § 4°, idem).
Há diversas formas de provimento dos cargos
públicos, podendo ser classificados em dois grupos: z Aproveitamento: mais uma forma de provimen-
to derivado consistente no retorno de servidor em
z Quanto à durabilidade: O provimento pode ser de disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório para
caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade e até cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com
mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em comis- os do anteriormente ocupados (art. 30 da Lei n°
são, quando o referido cargo não goza de estabilida- 8.112/1990). Será tornado sem efeito o aproveita-
de, podendo o servidor ser destituído ad nutum, isso mento e cassada a disponibilidade se o servidor não
é, de forma unilateral, sem a anuência do servidor. entrar em exercício no prazo legal, salvo comprova-
z Quanto à preexistência de vínculo: temos o provi- da doença por junta médica oficial (art. 32, idem).
mento originário, que não depende de vinculação z Reintegração: é a forma de provimento derivado
jurídica anterior com o Estado (nomeação); ou deri- que ocorre pela reinvestidura do servidor estável no
vado, se o referido servidor já possuía algum víncu- cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultan-
lo com o Estado (promoção, remoção, readaptação). te de sua transformação, na hipótese de sua demissão
ser invalidada por decisão judicial ou administrati-
O art. 8° da Lei n° 8.112/1990 dispõe sobre as for- va, tendo direito também ao ressarcimento de todas
mas de provimento em cargos públicos: as vantagens (art. 28, caput, Lei n° 8.112/1990).
z Nomeação: trata-se da única forma de provimen- Supondo que, em uma situação anterior, o servi-
to originário, uma vez que não exige uma relação dor Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse
jurídica prévia do servidor para com o Estado. A motivo injusto pode advir de qualquer evento, como
nomeação depende sempre de prévia habilitação ter sido erroneamente acusado de ter praticado
em concurso público de provas, ou de provas e títu- uma transgressão (falaremos das transgressões em
los. Além disso, a nomeação poderá ser promovi- momento posterior). Carlos, então, resolveu ingressar
da não somente em caráter efetivo, como também em juízo e conseguiu comprovar que a sua demissão
para os cargos de confiança ou em comissão (inci- foi injusta. Assim, a decisão judicial (pode ser a admi-
sos I e II, do art. 9° e 10, da Lei n° 8.112/1990) nistrativa também) determinou a invalidação de sua
z Promoção: é uma forma de provimento derivado, demissão. Com isso, ele pode ser reintegrado e voltar
haja vista que ela beneficia somente os servidores a trabalhar para a sua repartição pública.
que já ingressaram em cargos públicos em caráter Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-
222 promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as da, posto em disponibilidade (art. 28, § 2°, idem).
Como estamos buscando salientar, a Administra- chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial
ção não pode ficar criando cargos públicos a esmo, ele terão substitutos indicados no regimento interno ou, no
tem um número certo de cargos e de servidores públi- caso de omissão, previamente designados pelo dirigen-
cos ocupantes desses cargos. Logo, o cargo pertence te máximo do órgão ou entidade.
originalmente a Carlos. Assim, se por exemplo, duran- A substituição é, assim, uma troca de um servidor
te o período que esteve fora o servidor, Márcio estava por outro, aplicável somente para os cargos de comis-
ocupando seu cargo, ele deverá ser ou reconduzido são ou função de direção e chefia, bem como cargos
para o seu cargo de origem, ou se isso não for possível de Natureza Especial. O servidor substituto indica-
(porque esse cargo foi extinto durante esse período), do assume, automaticamente, o exercício do cargo,
ele pode ser aproveitado em outro cargo similar. nos casos de afastamentos, impedimentos legais ou
Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos- regulamentares do titular, bem como na hipótese de
to em disponibilidade vacância do cargo.
Um direito muito importante do servidor substitu-
z Recondução: por fim, a recondução é a forma to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava
de provimento derivado consistente no retorno antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição,
do servidor público estável ao cargo anteriormen- pela remuneração mais vantajosa (art. 38, § 2°).
te ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio Seria injusto o substituto ganhar menos do que
probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela recebia antes da substituição.
reintegração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da
Lei n° 8.112/1990). Uma situação excepcional é a Acumulação de cargo, emprego e função pública
da extinção do cargo durante o período de estágio
probatório. Nessas condições, segundo a Súmula Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções
n° 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o ser- públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídi-
vidor será exonerado. co brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de car-
gos e empregos públicos. Tal proibição se estende,
É o caso do servidor Márcio, já mencionado duran- inclusive, para as entidades da Administração Indi-
te a reintegração do servidor Carlos. A recondução reta. O caput do art. 118 da Lei n° 8.112/1990 dispõe
tem prioridade em relação a pôr o servidor em dis- no mesmo sentido: Ressalvados os casos previstos na
ponibilidade. Pôr o servidor em disponibilidade é Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
considerada uma última medida, pois o correto é a cargos públicos. Apesar do referido texto legal dispor
Administração fazer com que todos os servidores que sobre agentes públicos no âmbito federal, entendemos
contratou trabalhem para ela, ela deve evitar de ter que também possa ser aplicado aos agentes públicos
um quadro cheio de servidores que recebem remu- dos Estados, Municípios, e Distrito Federal.
neração e outros benefícios, mas que ficam “parados” Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria
porque não possuem um cargo para ocupar. Constituição Federal dispõe de um rol de casos excep-
Mas a Lei n° 8.112/1990 também faz menção das cionais em que é permitida a acumulação dessas fun-
hipóteses de vacância, isso é, são casos em que temos ções. Há entendimento praticamente unânime de que
a extinção do cargo público: se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas
aquelas hipóteses de acumulação de cargos.
Art. 33 São formas de vacância dos cargos públicos: Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons-
I – exoneração; titucionalmente autorizadas são:
II - demissão;
III - promoção; z Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
IV (REVOGADO); z Um cargo de professor com outro técnico ou cien-
V (REVOGADO); tífico (art. 37, XVI, b);
VI - readaptação; z Dois cargos ou empregos privativos de profissio-
VII - aposentadoria; nais na área da saúde (art. 37, XVI, c);
VIII - posse em outro cargo inacumulável; z Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
IX - falecimento. ou função pública (art. 38, III);
z Um cargo de magistrado e outro de magistério (art. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Observe que algumas das hipóteses de vacância são 95, par. único, I);
as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre z Um cargo de membro do Ministério Público e outro
porque, como mencionamos, o provimento derivado de magistério (art. 128, § 5°, II, d).
dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica
anterior entre o servidor e a Administração Pública. Das prerrogativas, dos Direitos, vantagens e
Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder autorizações dos servidores públicos
Público necessita extinguir um cargo público (uma
relação jurídica anterior) para criar um cargo novo. Prerrogativa é qualquer situação de vantagem
Dessas hipóteses, a que merece maiores esclareci- obtida pela natureza de um cargo ou de uma função.
mentos é a exoneração. Nas linhas do artigo 35, a exo- No caso dos agentes públicos, existem algumas prer-
neração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, rogativas que são comuns para todo e qualquer car-
ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração será rea- go público, e existem algumas prerrogativas que são
lizada quando não satisfeitas as condições do estágio mais restritas, exclusivas apenas para alguns cargos.
probatório; ou ainda quando, tendo tomado posse, o Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são
servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de
A substituição encontra-se disposta no artigo 38 natureza política.
do Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os ser- No momento, é importante focar nas prerrogativas
vidores investidos em cargo ou função de direção ou que se aplicam para todos os servidores públicos, que 223
ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande (art. 128, § 5°, a), e os cargos ocupados pelos membros
prerrogativa diz respeito à estabilidade. do Tribunal de Contas da União ou TCU (art. 73, § 3°).
A estabilidade é a condição que o servidor público A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que
atinge após completar alguns requisitos. O seu princi- a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um desses
pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor cargos vitalícios, ela somente pode ser exonerada median-
público não pode ser demitido por razões de conve- te sentença judicial transitada em julgado. Essa é a única
niência ou oportunidade pela Administração. Ela não hipótese de exoneração, motivo pelo qual ela garante
pode demitir o servidor estável “porque não quer uma prerrogativa maior do que apenas a estabilidade.
mais” trabalhar com ele. Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um
Segundo o artigo 21 do Estatuto dos Servidores aspecto relativo ao Regime de Previdência, é tam-
Públicos Civis da União, uma vez que o servidor seja bém considerada como uma forma de exoneração
habilitado em concurso público e empossado em cargo a aposentadoria compulsória, isso é, a concessão do
de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço referido benefício previdenciário quando o servidor
público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. estável ou vitalício completar 75 (setenta e cinco) anos
Interessante observar que a Constituição Federal de idade. A diferença é que, no caso da aposentadoria
de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida- compulsória, o servidor para de trabalhar, mas con-
de em seu artigo 41. Todavia, os requisitos são distin- tinua recebendo uma “remuneração”, chamada de
tos: para o Texto Constitucional, o servidor público só provento.
adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de A Lei n° 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elen-
efetivo exercício. ca diversos direitos e gratificações aos servidores
Isso não significa que, uma vez o servidor estando públicos, os quais são de grande importância conhe-
estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não cer. Vejamos os principais direitos:
sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá
“carta branca” para agir como bem entender. Por isso z Vencimentos: vencimentos está para o servidor
o conteúdo do artigo 22 da Lei n° 8.112/1990: O servidor assim como o salário está para o empregado. Con-
estável só perderá o cargo em virtude de sentença judi- siste na retribuição pecuniária pelo exercício do
cial transitada em julgado ou de processo administrati-
cargo público, cujo valor é previamente fixado
vo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em
O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre-
regra, irredutíveis.
vê ao todo, quatro modalidades de demissão de servi-
z Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen-
dor estável. São elas:
to do cargo, somado a todas as outras vantagens
pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor
z Por sentença judicial transitada em julgado: é
pago ao servidor público, independentemente de
a forma mais demorada para se demitir um servi-
sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen-
dor, considerando todo o aspecto burocrático exis-
te (art. 39, § 3°, da CF/1988).
tente no processo judicial. O trânsito em julgado da
sentença somente ocorre quando esgotados todos
O artigo 39 da Constituição Federal apresenta algu-
os recursos cabíveis.
mas regras gerais sobre o regime dos servidores públi-
z Mediante processo administrativo em que lhe
seja assegurada ampla defesa. As regras referentes cos. Dentre as regras constitucionais, o §1° do referido
ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD) dispositivo prevê que a fixação dos padrões de ven-
serão vistas mais adiante. cimento e dos demais componentes do sistema
z Mediante procedimento de avaliação periódica remuneratório observará três aspectos: a natureza,
de desempenho, na forma de lei complementar, o grau de responsabilidade e a complexidade dos car-
assegurada ampla defesa: quem não for aprovado gos componentes de cada carreira; os requisitos para
na avaliação periódica de desempenho, pode ser a investidura; e também as peculiaridades dos cargos.
exonerado de seu cargo público, independentemen-
te de ter completado o período de efetivo exercício. z Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe-
z Por excesso de gasto com pessoal: as hipóteses cial de remuneração, feita em uma única parcela.
1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41. Toda- O regime de subsídios, previsto no art. 39, § 4°, da
via, essa última hipótese encontra-se disposta no CF/1988, foi introduzido com a finalidade de coibir
artigo 169, § 3°, II da CF/1988. Sob o aspecto orça- os “supersalários” comumente existentes no regi-
mentário e financeiro, não pode a Administração me de servidores públicos brasileiros. Importante
Pública realizar gastos superiores àqueles previs- ressaltar que recebem por subsídios somente os
tos em seu orçamento anual. Com isso, havendo a Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magis-
necessidade, é possível, sim, que um servidor está- trados, ministros de Estado, secretários estaduais,
vel seja exonerado de seu cargo, apenas por moti- membros do Ministério Público e da Advocacia
vos de “balancear” as contas públicas. Pública, entre outros.
z Indenizações: as indenizações são valores pagos
Outra prerrogativa que merece maior destaque é aos servidores, mas que não integram seus ven-
a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com cimentos. O Estatuto prevê algumas hipóteses de
a estabilidade, mas não pode ser confundida com a recebimento de indenizações:
mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer z Ajuda de custo por mudança, devida como forma
servidor: ela é somente concedida para alguns cargos de compensar as despesas de instalação de servi-
públicos especiais. dor que tiver exercício em nova sede, ocorrendo
São considerados cargos vitalícios, segundo a pró- mudança de seu domicílio;
pria Constituição Federal: os cargos de Magistratura z Ajuda de custo por falecimento: devido à família
224 (art. 95, inciso I), os membros do Ministério Público do servidor que vier a falecer na nova sede, sendo
devido para custear o transporte para a localidade I – para servir a outro órgão ou entidade;
de origem; II – para exercício de mandato eletivo;
z Diárias por deslocamento: devida ao servidor III – para estudos ou missões no exterior;
que se afastar, por motivos de serviço, da sede em IV – para participação em programa de pós-gra-
caráter transitório, para outro local dentro ou fora duação stricto sensu dentro do País.
do país, receberá tal indenização como forma de
ajuda no custeio do processo de mudança; Para compreender melhor a diferença entre licen-
z Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento das ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.
despesas comprovadamente realizadas pelo servi-
dor com aluguel de moradia ou com hospedagem LICENÇA AFASTAMENTO
realizado por algum hotel, dependendo do preen-
chimento de alguns requisitos, como não ter um Finalidade é de interesse ex- Finalidade é de interesse
clusivo do agente público. do agente e da Adminis-
imóvel funcional disponível para uso, seu cônju-
tração Pública.
ge não ser ocupante de imóvel funcional, ou que
nenhuma outra pessoa que resida com o servidor Ex: doença do cônjuge/mem- Ex: realização de especia-
receba a mesma indenização etc. bro da família; para exercer lização; realização de mis-
z Gratificações, Adicionais e Retribuições: O art. atividade política; para tratar são no exterior; para servir
61 do Estatuto dos Servidores Públicos também de interesses particulares. a outro órgão/entidade.
prevê o pagamento das seguintes gratificações: I
- retribuição pelo exercício de função de direção, Possui prazos mais cur- Possui prazos mais lon-
chefia e assessoramento; II - gratificação natalina; tos (dias, semanas). gos (meses, anos).
IV - adicional pelo exercício de atividades insa-
lubres, perigosas ou penosas; V - adicional pela Uma questão que costuma cair com bastante fre-
prestação de serviço extraordinário; VI - adicional quência nas provas de concurso público é sobre a
noturno; VII - adicional de férias; VIII - outros, rela- remuneração de servidor afastado para exercício de
tivos ao local ou à natureza do trabalho; IX - gratifi- mandato eletivo (artigo 94, Lei n° 8.112/1990). A regra
cação por encargo de curso ou concurso. geral é que, para exercer um mandato eletivo, o ser-
vidor deve se afastar do cargo e deixar de receber a
O servidor, em relação às férias, fará jus a trinta remuneração do mesmo. Porém, tratando-se de exercí-
dias de licença para cada 12 meses de serviço, que cio de mandato de Prefeito, o servidor afastar pode-
podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío- rá optar, dentre as duas remunerações, por aquela
dos, no caso de necessidade do serviço (art. 77, Lei n° que lhe for mais vantajosa (valores maiores, mais
8.112/1990). Poderão ser parceladas em até três perío- benefícios etc.). Outro aspecto importante: no caso de
dos, desde que assim requeridas pelo servidor, e no mandato de Vereador, o servidor poderá exercer os
interesse da administração pública, na forma do § 3° dois cargos e receber ambas as remunerações, des-
do mesmo dispositivo legal. de que comprovada a compatibilidade de horários
As licenças são uma espécie de afastamento com (atua como Vereador de dia e como agente público de
algumas características próprias. Estão dispostas nos noite, e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos
artigos 81 e seguintes da Lei dos Servidores Públicos dois cargos, o Vereador pode optar pela remuneração
Federais. Conceder-se-á licença ao servidor: mais vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque,
muitas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereado-
I - por motivo de doença em pessoa da família;
res de pequenos Municípios costuma ser menor do que
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
a remuneração do cargo público anterior, e ele pode
companheiro;
III - para o serviço militar; facilmente se locomover de um ambiente de trabalho
IV - para atividade política; para outro nesse Municípios de porte menor.
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares; Do Regime Previdenciário (RPPS)
Relembrando o que aprendemos quando do estu- Vemos que temos tanto o mandamento para reali-
do dos atos administrativos, é possível a convalidação zação da licitação, como a possibilidade de exceções ao
(correção) do vício que recai sobre o elemento compe- procedimento, as quais veremos em momento oportuno.
tência. No entanto, o vício que recai sobre o elemento Temos também a imposição de licitação para a
finalidade é insanável. prestação de serviços públicos, constante do artigo
175 da Carta Magna.
z Obras de engenharia com valor superior a R$ Vejamos mais uma vez a literalidade da lei para
3.300.000,00 e compras e outros serviços que não conhecermos a definição da presente modalidade.
sejam de engenharia que tenham valor acima de
R$ 1.400.000,00. Art. 22 São modalidades de licitação:
z Compras e alienações de bens imóveis – exceto III - convite;
adquiridos por meio de processo judicial ou dação § 3º Convite é a modalidade de licitação entre inte-
em pagamento, hipóteses em que poderá ser ado- ressados do ramo pertinente ao seu objeto, cadas-
tada a modalidade de leilão. trados ou não, escolhidos e convidados em
z Concessões de direito real de uso. número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis-
z Para adoção do sistema de registro de preços. trativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia
z Concessão de serviços públicos. do instrumento convocatório e o estenderá aos
z Licitação internacional. demais cadastrados na correspondente espe-
cialidade que manifestarem seu interesse com
Ainda segundo a lei, concorrência é a modalidade antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
de licitação entre quaisquer interessados que, na fase apresentação das propostas.
inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir
os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edi- Aqui temos dois tipos de participantes: os convi-
tal para execução de seu objeto. dados (em número mínimo de 3) e os não convidados
Na concorrência o prazo do edital deve ser de 45 (limite de 24 horas de antecedência à apresentação
dias nos casos de contrato a celebrar segundo regi- das propostas).
me de empreitada integral ou o tipo da licitação for A lei traz ainda que existindo na praça mais de 3
melhor técnica ou técnica e preço. Para os demais possíveis interessados, a cada novo convite, realizado
casos o prazo será de 30 dias. para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o
Veja a definição de empreitada integral constante da lei. convite a, no mínimo, mais um interessado, enquan-
Empreitada integral: quando se contrata um to existirem cadastrados não convidados nas últimas
empreendimento em sua integralidade, compreen- licitações.
dendo todas as etapas das obras, serviços e instalações No caso do convite, o instrumento convocatório é a
necessárias, sob inteira responsabilidade da contrata- carta-convite, não sendo imposta pela lei a publicação
238 da até a sua entrega ao contratante em condições de de edital.
Seguindo a lógica das modalidades anteriores, O julgamento será feito por uma comissão especial
aqui teremos valores menores do que vimos na toma- integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhe-
da de preços. Ao final no tópico teremos um quadro cido conhecimento da matéria em exame, servidores
comparativo para uma visão geral. Vejamos. públicos ou não.
Vamos conhecer dois conceitos importantes, cita- I - houver projeto básico aprovado pela autoridade
dos acima: projeto básico e projeto executivo. competente e disponível para exame dos interessa-
dos em participar do processo licitatório;
Projeto Básico II - existir orçamento detalhado em planilhas que
expressem a composição de todos os seus custos
Conjunto de elementos necessários e suficientes, unitários;
com nível de precisão adequado, para caracterizar III - houver previsão de recursos orçamentários
que assegurem o pagamento das obrigações decor-
a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
rentes de obras ou serviços a serem executadas no
objeto da licitação, elaborado com base nas indica-
exercício financeiro em curso, de acordo com o res-
ções dos estudos técnicos preliminares, que assegu-
pectivo cronograma;
rem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do IV - o produto dela esperado estiver contemplado
impacto ambiental do empreendimento, e que possi- nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, quan-
bilite a avaliação do custo da obra e a definição dos do for o caso.
métodos e do prazo de execução, devendo conter os
seguintes elementos: Os avisos contendo os resumos dos editais das
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos
z Desenvolvimento da solução escolhida de forma a e dos leilões, embora realizados no local da repartição
fornecer visão global da obra e identificar todos os interessada, deverão ser publicados com antecedên-
seus elementos constitutivos com clareza; cia, no mínimo, por uma vez:
z Soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
mente detalhadas, de forma a minimizar a neces-
I. no Diário Oficial da União, quando se tratar de lici-
sidade de reformulação ou de variantes durante
tação feita por órgão ou entidade da Administração
as fases de elaboração do projeto executivo e de
Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras
realização das obras e montagem;
financiadas parcial ou totalmente com recursos
z Identificação dos tipos de serviços a executar e
federais ou garantidas por instituições federais;
de materiais e equipamentos a incorporar à obra,
II. no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal
bem como suas especificações que assegurem os
quando se tratar, respectivamente, de licitação fei-
melhores resultados para o empreendimento, sem
ta por órgão ou entidade da Administração Públi-
frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
ca Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;
z Informações que possibilitem o estudo e a dedução
III. em jornal diário de grande circulação no Estado
de métodos construtivos, instalações provisórias e
e também, se houver, em jornal de circulação
condições organizacionais para a obra, sem frus-
no Município ou na região onde será realizada
trar o caráter competitivo para a sua execução;
a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado
z Subsídios para montagem do plano de licitação e
gestão da obra, compreendendo a sua programa- ou alugado o bem, podendo ainda a Administra-
ção, a estratégia de suprimentos, as normas de fis- ção, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de
calização e outros dados necessários em cada caso; outros meios de divulgação para ampliar a área
z Orçamento detalhado do custo global da obra, fun- de competição.
damentado em quantitativos de serviços e forneci-
mentos propriamente avaliados; A lei impõe um prazo mínimo entre a publicação
do aviso e a data da entrega das propostas. Vejamos
Projeto Executivo um quadro que resumo os prazos impostos.
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPER- I. A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de
CUSSÃO GERAL RECONHECIDA. DIREITO CONSTITUCIO- direito privado prestadoras de serviço público é
NAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL objetiva relativamente a terceiros usuários e não-
DO ESTADO POR OMISSÃO. ART. 37, § 6º, DA CONSTI- -usuários do serviço, segundo decorre do art. 37,
TUIÇÃO FEDERAL. FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE § 6º, da Constituição Federal.
FOGOS DE ARTIFÍCIO. TEORIA DO RISCO ADMINIS- II. A inequívoca presença do nexo de causalidade
TRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. NECESSI- entre o ato administrativo e o dano causado ao
DADE DE VIOLAÇÃO DO DEVER JURÍDICO ESPECÍFICO terceiro não-usuário do serviço público, é condi-
DE AGIR. 1. A Constituição Federal, no art. 37, § 6º, ção suficiente para estabelecer a responsabilida-
consagra a responsabilidade civil objetiva das pessoas de objetiva da pessoa jurídica de direito privado.
jurídicas de direito público e das pessoas de direito III. Recurso extraordinário desprovido.
privado prestadoras de serviços públicos. Aplicação
(RE 591874, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno,
da teoria do risco administrativo. Precedentes da COR- julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-237
TE. 2. Para a caracterização da responsabilidade civil DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-10 PP-
estatal, há a necessidade da observância de requisitos 01820 RTJ VOL-00222-01 PP-00500)
mínimos para aplicação da responsabilidade objeti-
va, quais sejam: a) existência de um dano; b) ação ou Outro caso que é bastante comum e costuma cair
omissão administrativa; c) ocorrência de nexo causal em questões de prova diz respeito ao serviço públi-
entre o dano e a ação ou omissão administrativa; e co de transporte coletivo. Indaga-se como recairia a
d) ausência de causa excludente da responsabilidade responsabilidade do Estado quando, por exemplo, um
estatal. 3. Na hipótese, o Tribunal de Justiça do Estado motorista de ônibus atropela um civil andando na
de São Paulo concluiu, pautado na doutrina da teoria rua, que é considerado um terceiro não-usuário do
do risco administrativo e com base na legislação local, serviço. Segundo o entendimento do STF, as pessoas
que não poderia ser atribuída ao Município de São jurídicas concessionários do serviço de transporte
Paulo a responsabilidade civil pela explosão ocorri- possuem responsabilidade civil objetiva quando
da em loja de fogos de artifício. Entendeu-se que não o dano for causado contra terceiros, sejam eles
houve omissão estatal na fiscalização da atividade, usuários do serviço ou não. A presença do nexo de
uma vez que os proprietários do comércio desenvol- casualidade é bastante evidente.
viam a atividade de forma clandestina, pois ausente
a autorização estatal para comercialização de fogos
de artifício. 4. Fixada a seguinte tese de Repercussão
Geral: “Para que fique caracterizada a responsabilida- EXERCÍCIOS COMENTADOS
de civil do Estado por danos decorrentes do comércio
de fogos de artifício, é necessário que exista a violação 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que diz respeito a des-
de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá vio e excesso de poder e à responsabilidade civil do
quando for concedida a licença para funcionamen- Estado, julgue o item subsecutivo.
to sem as cautelas legais ou quando for de conheci- É possível responsabilizar a administração pública por
mento do poder público eventuais irregularidades ato omissivo do poder público, desde que seja inequí-
praticadas pelo particular”. 5. Recurso extraordinário voco o requisito da causalidade, em linha direta e ime-
diata, ou seja, desde que exista o nexo de causalidade
desprovido.
entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o
(RE 136861, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: dano causado a terceiro.
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2020,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201 ( ) CERTO ( ) ERRADO
DIVULG 12-08-2020 PUBLIC 13-08-2020)
A doutrina costuma conceituar a responsabilida-
Fogos de artifício são produtos altamente perigosos de extracontratual do Estado como a obrigação de
e que podem causar danos a diversas vítimas, seja ela reparar danos causados a terceiros em decorrência de
o adquirente do produto, ou ainda terceiros. Observe comportamentos comissivos ou omissivos, materiais
que, no caso mencionado, a vítima adquiriu fogos de ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes
artifícios de forma clandestina dos proprietários do públicos. Ainda que seja por uma conduta omissiva,
comércio. Não houve, assim, a aquisição de licença não há a necessidade de comprovar dolo ou culpa na
para a venda desses produtos. Sendo assim, firmou- conduta omissiva do agente público. Resposta: Certo.
-se entendimento de que só caberá responsabilida-
de civil do Estado quando restar comprovado que 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Julgue o item a seguir,
houve a violação de um dever jurídico específico acerca das disposições constitucionais a respeito de
252 de agir, como no caso de concessão de licença para direito administrativo.
Um município poderá ser condenado ao pagamen- z Hierárquico: prevalece a de maior hierarquia. Ex.:
to de indenização por danos causados por conduta CF/88 sobre qualquer norma interna.
de agentes de sua guarda municipal, ainda que tais z Cronológico: prevalecerá a lei mais nova sobre o
danos tenham decorrido de conduta amparada por tema.
causa excludente de ilicitude penal expressamente z Especialidade: prevalecerá a lei mais específica
reconhecida em sentença transitada em julgado. sobre o tema.
A responsabilidade extracontratual do Estado bra- O regime jurídico pode ser definido como conjunto
sileiro é fundada na teoria do risco administrativo, o de normas que irá orientar uma determinada relação
que significa que ela admite, excepcionalmente, causas jurídica. Vejamos dois exemplos para, desde já, seja
de exclusão da responsabilidade. São três ao todo: 1- possível ter em mente que esse conjunto de normas
Culpa exclusiva da vítima; 2- Caso fortuito e 3- Força poderá variar de acordo com a situação.
maior. Assim, a causa excludente de ilicitude penal não O primeiro deles seria um desentendimento seu com
é suficiente para excluir a responsabilidade administra- seu vizinho em uma eventual construção irregular, que
tiva. Vale lembrar que as esferas cível, penal e adminis- extrapola o direito de um e invade o direito do outro.
trativa de responsabilização são independentes entre si Num segundo momento, imagine que você foi fla-
e, em regra, não se comunicam. Resposta: Certo. grado por uma viatura policial ao avançar um sinal
vermelho em alta velocidade.
Veja que, em que pese caber discussões de defesa
de direitos em ambos os exemplos, as normas apli-
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO cáveis aos casos não são as mesmas. No primeiro
exemplo há uma clara igualdade, o que não ocorre no
CONCEITO segundo momento.
Para começar a entender o regime jurídico-admi-
Hoje conheceremos o regime jurídico-adminis- nistrativo, ou seja, o regime jurídico ao qual se submete
trativo aplicável à Administração Pública, sendo, no a Administração Pública quando da sua atuação, deve-
entanto, necessário termos uma breve noção da dife- remos entender dois princípios, chamados pela doutri-
rença entre princípios e regras. na em Direito Administrativo de supra princípios:
z Generalidade;
z Abstração; EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Ausência de hierarquia entre si;
z Interpretação e validação de regras. 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com relação à origem e às
fontes do direito administrativo, aos sistemas adminis-
Vejamos agora sobre as regras. Elas serão menos trativos e à administração pública em geral, julgue o item
genéricas e abstratas. Ainda que aplicáveis eventual- que segue.
mente a várias situações correlatas, elas já procuram O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita
se aproximar da realidade dos fatos, apresentando a administração pública e que não se encontra nas relações
comandos mais claros e concretos. entre particulares constitui o regime jurídico administrativo.
No Brasil temos alguns critérios que podem ser uti-
lizados para a solução do conflito entre regras: ( ) CERTO ( ) ERRADO 253
A atuação da Administração Pública, diferentemente Art. 5º (...)
da atuação entre pessoas privadas, em regra será regi- II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
da por um conjunto de normas próprias. Esse conjunto fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
de normas a doutrina chama de regime jurídico-ad-
ministrativo. Ele tem como pilares os supra princípios Veja que o mandamento para o particular é permis-
supremacia do interesse público e indisponibilidade do sivo. Ele poderá fazer tudo que não estiver proibido em
interesse público, como vimos acima. Resposta: Certo. lei. Será obrigado a algo apenas quando da lei constar.
Essa não é a interpretação do princípio da legalidade
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca da administração para o agente público. Aqui já cabe falar em legalidade
pública e de suas funções, julgue o item a seguir. administrativa. Ao agente público será permitido tudo
A supremacia do interesse público sobre o particular pode que a lei autorizar ou mandar. Ou seja, a relação é opos-
ser verificada por meio tanto das prerrogativas associa- ta. Não é um mandamento permissivo, mas restritivo.
das ao regime jurídico administrativo quanto da inexistên-
cia de restrições à atuação da administração pública. Impessoalidade
A sessão das regras deontológicas é a parte mais impor- A moralidade está prevista no caput do artigo 37
tante do Código de Ética dos servidores públicos, pois é a da CF/1988, como um princípio norteador da Admi-
parte que mais costuma cair em questões de prova. nistração Pública. É nessa regra deontológica que 257
vemos o conteúdo, o significado dessa moralidade 2011). A publicidade está intimamente ligada à noção
administrativa. de transparência, pois um ato público é muito mais
Com a Constituição Federal de 1988, a moralida- fácil de sofrer controle fiscalizatório por parte da
de foi elevada para o mesmo padrão da legalidade. população do que um ato sigiloso.
Assim, um ato administrativo pode ser considerado
ilícito, mesmo sendo legal, pelo simples fato de ser VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor
ato imoral. A moralidade é consolidada quando há não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade do ato aos interesses da própria pessoa interessada ou
administrativo. da Administração Pública. Nenhum Estado pode
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo
IV- A remuneração do servidor público é custeada do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como quanto mais a de uma Nação.
contrapartida, que a moralidade administrativa se
integre no Direito, como elemento indissociável de Essa regra dispõe sobre o dever do servidor público
sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como de falar a verdade, ele não pode dela se omitir, ou falsifi-
consequência, em fator de legalidade. cá-la, ainda que tal verdade seja contrária aos seus inte-
resses, da Administração, ou até mesmo do interessado.
A moralidade se integra com o Direito. Para que o O erro e a mentira não podem ser considerados
ato seja considerado legítimo e correto, precisa obede- bases de uma Nação, muito menos da conduta do ser-
cer ao princípio da moralidade. vidor público.
A moralidade é exigida justamente pelo fato de
que todos custeiam a remuneração do servidor públi- IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo
co. Por isso, qualquer pessoa pode “cobrar” a morali- dedicados ao serviço público caracterizam o esfor-
dade do servidor. ço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga
seus tributos direta ou indiretamente significa cau-
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano
perante a comunidade deve ser entendido como acrés- a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às
ser considerado como seu maior patrimônio. instalações ou ao Estado, mas a todos os homens
de boa vontade que dedicaram sua inteligência,
O servidor público serve, como o nome diz, ao seu tempo, suas esperanças e seus esforços para
público. Assim, quando ele trabalha com moral e dig- construí-los.
nidade, seu trabalho é visto como acréscimo ao seu X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à
próprio bem-estar. O seu êxito é muito importante, espera de solução que compete ao setor em que
dessa forma. exerça suas funções, permitindo a formação de
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
VI - A função pública deve ser tida como exercício
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
profissional e, portanto, se integra na vida particu-
principalmente grave dano moral aos usuários dos
lar de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
serviços públicos.
verificados na conduta do dia a dia em sua vida
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
conceito na vida funcional. A noção de disciplina é encarada por meio desses
parâmetros: a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o
Significa que o servidor público pode ter o seu tempo dedicados ao serviço público.
conceito na vida funcional afetado pelo seu comporta- A regra mencionada traz as noções de dano moral
mento na vida particular. O que ele faz na vida priva- e dano material que podem ser causados pelo servi-
da é importante aos olhos da Administração Pública. dor. Quem trata mal particular que busca atendimen-
Por isso, não pode o servidor, por exemplo, apresen- to do servidor está lhe causando dano moral, e deverá
tar-se embriagado para o serviço, ainda que ele tenha ressarcir o particular. Ao mesmo tempo, caracteriza
ingerido bebida alcoólica fora do horário de serviço. também como dano moral a espera demasiada em
longas filas de atendimento.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves- O dano material configura-se quando o servidor
tigações policiais ou interesse superior do Estado causar dano a qualquer bem e/ou equipamento per-
e da Administração Pública, a serem preservados tencente ao patrimônio público, seja por descuido ou
em processo previamente declarado sigiloso, nos de propósito (dolo e culpa).
termos da lei, a publicidade de qualquer ato admi-
nistrativo constitui requisito de eficácia e moralida- XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
de, ensejando sua omissão comprometimento ético ordens legais de seus superiores, velando atenta-
contra o bem comum, imputável a quem a negar. mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e
A publicidade é um fator de legalidade. Para que o o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis
ato possa ser considerado eficaz, ele deve ser público, de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
de conhecimento de todos. Além disso, ainda que tais no desempenho da função pública.
informações não tenham sido abertas para o público,
ela deve ser concedida para todos aqueles que a soli- Aqui estabelece-se um dever de obediência às
citarem. Esse é o mandamento geral da Lei de Acesso ordens legais do superior do servidor público. Assim,
258 à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de toda ordem de seu superior que for considerada ilegal,
ele tem o dever de, além não obedecer, de representar g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e
contra o referido ato. Os repetidos erros, o descaso e o atenção, respeitando a capacidade e as limitações
acúmulo de desvios, somados, resultam na imprudên- individuais de todos os usuários do serviço público,
cia administrativa. sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu cunho político e posição social, abstendo-se, dessa
local de trabalho é fator de desmoralização do ser- forma, de causar-lhes dano moral;
viço público, o que quase sempre conduz à desor-
dem nas relações humanas. A primeira parte do dispositivo demonstra o que o
servidor deve fazer para evitar incorrer em conduta
Ausência injustificada significa que o servidor não que cause danos morais ao particular. O servidor deve
compareceu em serviço, e não deu uma boa explica- tratar com respeito todos, sem preconceito ou qual-
ção para sua ausência. É altamente vedado. quer outra distinção.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum
a estrutura organizacional, respeitando seus cole- temor de representar contra qualquer comprome-
gas e cada concidadão, colabora e de todos pode timento indevido da estrutura em que se funda o
receber colaboração, pois sua atividade pública Poder Estatal;
é a grande oportunidade para o crescimento e o i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
engrandecimento da Nação. quicos, de contratantes, interessados e outros que
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
O servidor que respeita os seus colegas, o particu- gens indevidas em decorrência de ações imorais,
lar cidadão e seus superiores, é o servidor que todos ilegais ou aéticas e denunciá-las;
devem buscar se tornar.
Retoma-se, aqui, a discussão sobre obediência e
Principais deveres do servidor público a ordem manifestamente ilegal. O servidor não pode
cumprir ordens ilegais. Pelo contrário: deverá repre-
Os deveres e proibições presentes no Código de Éti- sentar contra tal ato, ainda que emitido por seu supe-
ca muito se assemelham com os deveres e proibições rior hierárquico.
dispostos no seu Estatuto (Lei nº 8.112/1990). Todavia, O servidor deve resistir a pressões que poderiam
ganham um contorno especial quando analisados sob
resultar no oferecimento de favores e vantagens inde-
o enfoque da ética no serviço público.
vidas. É, também, considerada uma ordem manifesta-
Vejamos, primeiro, os deveres fundamentais do
mente ilegal.
servidor público, dispostos no inciso XIV:
Na prática, o Código não faz diferença entre repre-
sentar e denunciar. São tratados como sinônimos,
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, ainda que formalmente possuam características dis-
função ou emprego público de que seja titular; tintas. O importante é que o Código não quer que o
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição servidor se mantenha calado.
e rendimento, pondo fim ou procurando priori-
tariamente resolver situações procrastinatórias, j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exi-
principalmente diante de filas ou de qualquer outra gências específicas da defesa da vida e da seguran-
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo ça coletiva;
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário; O direito de greve dos servidores públicos é res-
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda guardado pela Constituição Federal. Mas ele deve
a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, tomar certos cuidados ao exercer esse direito. Há
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a
alguns agentes públicos, inclusive, que não podem
mais vantajosa para o bem comum;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
exercer direito de greve, como os militares.
O bem comum aparece múltiplas vezes no Código
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de
de Ética. Deve ser o objetivo mor, a finalidade primor- que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
dial do servidor. nado, refletindo negativamente em todo o sistema;
Capítulo V
Nesse caso, entendemos que a Resolução dispõe da
Dos Mandatos
maioria absoluta, que é a maioria de votos obtidas
pela metade do número de membros totais da Comis-
Art. 11. Os membros da Comissão de Ética cumpri-
são, acrescido de um (50% + 1 de todos os membros).
rão mandatos, não coincidentes, de três anos, per-
mitida uma única recondução.
Art. 6º As Comissões de Ética se reunirão ordina-
riamente pelo menos uma vez por mês e, em cará- § 1º Os mandatos dos primeiros membros e dos
ter extraordinário por iniciativa do Presidente, dos respectivos suplentes serão de um, dois e três anos,
seus membros ou do Secretário-Executivo. estabelecidos em portaria designatória.
Art. 7º A pauta das reuniões da Comissão de Ética § 2º Poderá ser reconduzido uma única vez ao
será composta a partir de sugestões do presiden- cargo de membro da Comissão de ética o servidor
te, dos membros ou do Secretário-Executivo, sendo público que for designado para cumprir o manda-
admitida a inclusão de novos assuntos no início da to complementar, caso o mesmo tenha se iniciado
reunião. antes do transcurso da metade do período estabele-
cido no mandato originário.
Capítulo IV § 3º Na hipótese de o mandato complementar ser
Das Atribuições exercido após o transcurso da metade do período
estabelecido no mandato originário, o membro da
Art. 8º Compete ao presidente da Comissão de Ética: Comissão de Ética que o exercer poderá ser condu-
I - convocar e presidir as reuniões; zido imediatamente ao posterior mandato regular
II - determinar a instauração de processos para a de 3 (três) anos, permitindo-lhe uma única recondu-
270 apuração de prática contrária ao código de ética ção ao mandado regular.
Capítulo VI de improbidade administrativa ou de infração
Das Normas Gerais Do Procedimento disciplinar, encaminhará cópia dos autos às auto-
ridades competentes para apuração de tais fatos,
Art. 12 As fases processuais no âmbito das Comis- sem prejuízo da adoção das demais medidas de sua
sões de Ética serão as seguintes: competência.
I - Procedimento Preliminar, compreendendo: Art. 17 A decisão final sobre investigação de condu-
a) juízo de admissibilidade; ta ética que resultar em sanção, em recomendação
b) instauração; ou em Acordo de Conduta Pessoal e Profissional
c) provas documentais e, excepcionalmente, mani- será resumida e publicada em ementa, com a omis-
festação do investigado e realização de diligências são dos nomes dos envolvidos e de quaisquer outros
urgentes e necessárias; dados que permitam a identificação.
d) relatório; Parágrafo único. A decisão final contendo nome e
e) proposta de ACPP; identificação do agente público deverá ser remetida
f) decisão preliminar determinando o arquivamen- à Comissão de Ética Pública para formação de ban-
to ou a conversão em Processo de Apuração Ética; co de dados de sanções, para fins de consulta pelos
II - Processo de Apuração Ética, subdividindo-se em: órgãos ou entidades da administração pública fede-
a) instauração; ral, em casos de nomeação para cargo em comissão
b) instrução complementar, compreendendo: ou de alta relevância pública.
1. a realização de diligências; Art. 18 Os setores competentes do órgão ou enti-
2. a manifestação do investigado; e dade darão tratamento prioritário às solicitações
3. a produção de provas; de documentos e informações necessárias à instru-
c) relatório; e ção dos procedimentos de investigação instaura-
d) deliberação e decisão, que declarará improce- dos pela Comissão de Ética, conforme determina o
dência, conterá sanção, recomendação a ser aplica- Decreto nº 6.029, de 2007.
da ou proposta de ACPP. § 1º A inobservância da prioridade determinada
neste artigo implicará a responsabilidade de quem
Observe que, por mais que o processo de apura- lhe der causa.
§ 2º No âmbito do órgão ou da entidade e em rela-
ção de condutas éticas possua alguns contornos espe-
ção aos respectivos agentes públicos a Comissão
ciais, isso não significa que é algo totalmente único e
de Ética terá acesso a todos os documentos neces-
diferente. Esse procedimento é muito parecido com o sários aos trabalhos, dando tratamento específico
procedimento dos processos administrativos discipli- àqueles protegidos por sigilo legal.
nares (PADs).
Esse procedimento possui duas fases, ao contrá- Capítulo VII
rio do PAD que possui três. Mas ele apresenta mui- Do Rito Processual
tos pontos em comum com este. Dentre esses pontos
em comum, denota-se: a) uma instauração do pro- Art. 19 Qualquer cidadão, agente público, pessoa
cedimento a requerimento ou ex officio; b) uma fase jurídica de direito privado, associação ou entidade
de investigação/apuração da conduta, algo similar a de classe poderá provocar a atuação da Comissão
sindicância; c) uma fase instrutória, sendo admitidos de Ética, visando a apuração de transgressão ética
como meios de provas a inquirição de testemunhas, imputada ao agente público ou ocorrida em setores
e a manifestação do acusado; e c) um relatório da competentes do órgão ou entidade federal.
Comissão, que não é a decisão final, mas ela servirá de
base para o julgamento posterior. O caput menciona apenas a instauração mediante
provocação, mas é admitida também a instauração de
Art. 13 A apuração de infração ética será forma- ofício, conforme veremos mais adiante.
lizada por procedimento preliminar, que deverá
observar as regras de autuação, compreendendo Parágrafo único. Entende-se por agente públi-
numeração, rubrica da paginação, juntada de docu- co todo aquele que por força de lei, contrato ou
mentos em ordem cronológica e demais atos de qualquer ato jurídico, preste serviços de natu-
expediente administrativo. reza permanente, temporária, excepcional ou
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 14 Até a conclusão final, todos os expedientes eventual, ainda que sem retribuição finan-
de apuração de infração ética terão a chancela de ceira, a órgão ou entidade da Administração
“reservado”, nos termos do Decreto nº 4.553, de Pública Federal direta e indireta.
27 de dezembro 2002, após, estarão acessíveis aos
interessados conforme disposto na Lei nº 9.784, de Texto importante, porque traz uma definição de
29 de janeiro de 1999. agente público bastante abrangente, igual ao que
Art. 15 Ao denunciado é assegurado o direito de ocorre com a definição apresentada pelo Código de
conhecer o teor da acusação e ter vista dos autos Ética.
no recinto da Comissão de Ética, bem como de obter
cópias de documentos.
Art. 20 O Procedimento Preliminar para apura-
Parágrafo único. As cópias deverão ser solicitadas
ção de conduta que, em tese, configure infração
formalmente à Comissão de Ética.
ao padrão ético será instaurado pela Comissão
de Ética, de ofício ou mediante representação ou
O direito de ter vista aos autos, bem como de apre- denúncia formulada por quaisquer das pessoas
sentar defesa, tem por fundamento os princípios do mencionadas no caput do art. 19.
contraditório e ampla defesa, aplicáveis ao processo § 1º A instauração, de ofício, de expediente de inves-
judicial e ao processo administrativo também. tigação deve ser fundamentada pelos integrantes
da Comissão de Ética e apoiada em notícia públi-
Art. 16 As Comissões de Ética, sempre que consta- ca de conduta ou em indícios capazes de lhe dar
tarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, sustentação. 271
§ 2º Se houver indícios de que a conduta configu- seguimento ao feito, convertendo o Procedimento
re, a um só tempo, falta ética e infração de outra Preliminar em Processo de Apuração Ética.
natureza, inclusive disciplinar, a cópia dos autos § 8º Não será objeto de Acordo de Conduta Pessoal
deverá ser encaminhada imediatamente ao órgão e Profissional o descumprimento ao disposto no
competente. inciso XV do Anexo ao Decreto nº 1.171, de 1994.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, o denunciado Art. 24 Ao final do Procedimento Preliminar,
deverá ser notificado sobre a remessa do expedien- será proferida decisão pela Comissão de Ética
te ao órgão competente. do órgão ou entidade determinando o arqui-
§ 4º Havendo dúvida quanto ao enquadramento da vamento ou sua conversão em Processo de
conduta, se desvio ético, infração disciplinar, ato de Apuração Ética.
improbidade, crime de responsabilidade ou infra-
ção de natureza diversa, a Comissão de Ética, em O julgamento da autoridade ainda não começou.
caráter excepcional, poderá solicitar parecer reser- Estamos apenas em um ponto preparatório para o
vado junto à unidade responsável pelo assessora-
Processo de Apuração Ética, algo parecido com a sin-
mento jurídico do órgão ou da entidade.
dicância no processo administrativo.
Art. 21 A representação, a denúncia ou qualquer
outra demanda deve conter os seguintes requisitos:
I - descrição da conduta; Art. 25 Instaurado o Processo de Apuração
II - indicação da autoria, caso seja possível; e Ética, a Comissão de Ética notificará o inves-
III - apresentação dos elementos de prova ou tigado para, no prazo de dez dias, apresentar
indicação de onde podem ser encontrados. defesa prévia, por escrito, listando eventuais
Parágrafo único. Quando o autor da demanda não testemunhas, até o número de quatro, e apre-
se identificar, a Comissão de Ética poderá acolher sentando ou indicando as provas que pretende
os fatos narrados para fins de instauração, de ofí- produzir.
cio, de procedimento investigatório, desde que con-
tenha indícios suficientes da ocorrência da infração Outra menção ao direito do acusado de acompa-
ou, em caso contrário, determinar o arquivamento nhar o processo e se manifestar sobre o mesmo, sob o
sumário. fundamento dos princípios do contraditório e ampla
Art. 22 A representação, denúncia ou qualquer defesa.
outra demanda será dirigida à Comissão de Ética,
podendo ser protocolada diretamente na sede da Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo
Comissão ou encaminhadas pela via postal, correio poderá ser prorrogado por igual período, a juízo da
eletrônico ou fax. Comissão de Ética, mediante requerimento justifi-
§ 1º A Comissão de Ética expedirá comunicação cado do investigado.
oficial divulgando os endereços físico e eletrônico Art. 26 O pedido de inquirição de testemunhas
para atendimento e apresentação de demandas. deverá ser justificado.
§ 2º Caso a pessoa interessada em denunciar ou § 1º Será indeferido o pedido de inquirição, quando:
representar compareça perante a Comissão de
I - formulado em desacordo com este artigo;
Ética, esta poderá reduzir a termo as declarações
II - o fato já estiver suficientemente provado por
e colher a assinatura do denunciante, bem como
documento ou confissão do investigado ou quais-
receber eventuais provas.
quer outros meios de prova compatíveis com o rito
§ 3º Será assegurada ao denunciante a comprova-
descrito nesta Resolução; ou
ção do recebimento da denúncia ou representação
III - o fato não possa ser provado por testemunha.
por ele encaminhada.
§ 2º As testemunhas poderão ser substituídas des-
Art. 23 Oferecida a representação ou denúncia, a
de que o investigado formalize pedido à Comissão
Comissão de Ética deliberará sobre sua admissibi-
de Ética em tempo hábil e em momento anterior à
lidade, verificando o cumprimento dos requisitos
audiência de inquirição.
previstos nos incisos do art. 21.
§ 1º A Comissão de Ética poderá determinar a Art. 27 O pedido de prova pericial deverá ser justi-
colheita de informações complementares ou de ficado, sendo lícito à Comissão de Ética indeferi-lo
outros elementos de prova que julgar necessários. nas seguintes hipóteses:
§ 2º A Comissão de Ética, mediante decisão fun- I - a comprovação do fato não depender de conheci-
damentada, arquivará representação ou denún- mento especial de perito; ou
cia manifestamente improcedente, cientificando o II - revelar-se meramente protelatório ou de
denunciante. nenhum interesse para o esclarecimento do fato.
§ 3º É facultado ao denunciado a interposição de Art. 28 Na hipótese de o investigado não requerer
pedido de reconsideração dirigido à própria Comis- a produção de outras provas, além dos documentos
são de Ética, no prazo de dez dias, contados da ciên- apresentados com a defesa prévia, a Comissão de
cia da decisão, com a competente fundamentação. Ética, salvo se entender necessária a inquirição de
§ 4º A juízo da Comissão de Ética e mediante con- testemunhas, a realização de diligências ou de exa-
sentimento do denunciado, poderá ser lavrado me pericial, elaborará o relatório.
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional. Parágrafo único. Na hipótese de o investigado,
§ 5º Lavrado o Acordo de Conduta Pessoal e Profis- comprovadamente notificado ou citado por edital
sional, o Procedimento Preliminar será sobrestado, público, não se apresentar, nem enviar procura-
por até dois anos, a critério da Comissão de Ética, dor legalmente constituído para exercer o direito
conforme o caso. ao contraditório e à ampla defesa, a Comissão de
§ 6º Se, até o final do prazo de sobrestamento, o Ética designará um defensor dativo preferencial-
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional for cum- mente escolhido dentre os servidores do quadro
prido, será determinado o arquivamento do feito. permanente para acompanhar o processo, sendo-
§ 7º Se o Acordo de Conduta Pessoal e Profissio- -lhe vedada conduta contrária aos interesses do
272 nal for descumprido, a Comissão de Ética dará investigado.
Art. 29 Concluída a instrução processual e elabo- investigado, ou com os respectivos cônjuges, com-
rado o relatório, o investigado será notificado para panheiros ou parentes até o terceiro grau; ou
apresentar as alegações finais no prazo de dez dias. IV - for seu cônjuge, companheiro ou parente
Art. 30 Apresentadas ou não as alegações finais, a até o terceiro grau o denunciante, denunciado
Comissão de Ética proferirá decisão. ou investigado.
§ 1º Se a conclusão for pela culpabilidade do inves- Art. 34 Ocorre a suspeição do membro quando:
tigado, a Comissão de Ética poderá aplicar a penali- I - for amigo íntimo ou notório desafeto do
dade de censura ética prevista no Decreto nº 1.171, denunciante, denunciado ou investigado, ou
de 1994, e, cumulativamente, fazer recomendações, de seus respectivos cônjuges, companheiros ou
bem como lavrar o Acordo de Conduta Pessoal e parentes até o terceiro grau; ou
Profissional, sem prejuízo de outras medidas a seu II - for credor ou devedor do denunciante,
cargo. denunciado ou investigado, ou de seus respec-
§ 2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e Profissio-
tivos cônjuges, companheiros ou parentes até
nal seja descumprido, a Comissão de Ética dará
o terceiro grau.
seguimento ao Processo de Apuração Ética.
§ 3º É facultada ao investigado pedir a reconside-
ração acompanhada de fundamentação à própria A decretação de impedimento tem por fundamen-
Comissão de Ética, no prazo de dez dias, contado da to uma disposição de ordem legal, sendo por isso um
ciência da respectiva decisão. ato vinculado. A arguição de suspeição, por sua vez,
Art. 31 Cópia da decisão definitiva que resultar em é ato discricionário, pois por mais que o dispositivo
penalidade a detentor de cargo efetivo ou de empre- apresente hipóteses de suspeição, essas pessoas sus-
go permanente na Administração Pública, bem peitas não estão obrigadas de participar do processo.
como a ocupante de cargo em comissão ou função A suspeição apenas não recomenda que elas partici-
de confiança, será encaminhada à unidade de ges- pem, o que significa que há uma margem de liberdade
tão de pessoal, para constar dos assentamentos do
para o administrador de arguir ou não a suspeição.
agente público, para fins exclusivamente éticos.
§ 1º O registro referido neste artigo será cancela-
do após o decurso do prazo de três anos de efetivo Capítulo IX
exercício, contados da data em que a decisão se tor- Disposições Finais
nou definitiva, desde que o servidor, nesse período,
não tenha praticado nova infração ética. Art. 35 As situações omissas serão resolvidas por
§ 2º Em se tratando de prestador de serviços sem deliberação da Comissão de Ética, de acordo com
vínculo direto ou formal com o órgão ou entidade, o previsto no Código de Ética próprio, no Código
a cópia da decisão definitiva deverá ser remetida ao de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
dirigente máximo, a quem competirá a adoção das Poder Executivo Federal, no Código de Conduta da
providências cabíveis. Alta Administração Federal, bem como em outros
§ 3º Em relação aos agentes públicos listados no § atos normativos pertinentes.
2º, a Comissão de Ética expedirá decisão definitiva Art. 36 O Regimento Interno de cada Comissão de
elencando as condutas infracionais, eximindo-se de Ética poderá estabelecer normas complementares
aplicar ou de propor penalidades, recomendações a esta Resolução.
ou Acordo de Conduta Pessoal e Profissional. Art. 37 Fica estabelecido o prazo de seis meses para
que as Comissões de Ética dos órgãos e entidades
Capítulo VIII do Poder Executivo Federal possam se adequar ao
Dos Deveres e Responsabilidades dos Integran- disposto nesta Resolução.
tes da Comissão Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado, mediante envio de justifica-
Art. 32 São princípios fundamentais no trabalho tivas, nos trinta dias que antecedem o termo final,
desenvolvido pelos membros da Comissão de Ética: para apreciação e autorização da Comissão de Éti-
I - preservar a honra e a imagem da pessoa ca Pública.
investigada; Art. 38 Esta Resolução entra em vigor na data de
II - proteger a identidade do denunciante; sua publicação.
III - atuar de forma independente e imparcial;
IV - comparecer às reuniões da Comissão de Ética,
JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
justificando ao presidente da Comissão, por escrito,
Presidente da Comissão de Ética Pública
eventuais ausências e afastamentos;
V - em eventual ausência ou afastamento, instruir o
substituto sobre os trabalhos em curso; Faremos algumas notas conclusivas sobre a referi-
VI - declarar aos demais membros o impedimento ou da Resolução.
a suspeição nos trabalhos da Comissão de Ética; e Primeiro, é importante lembrar que a Comissão de
VII - eximir-se de atuar em procedimento no qual Ética Pública, além de um papel consultivo, pode tam-
tenha sido identificado seu impedimento ou suspeição. bém apurar condutas e infrações antiéticas pratica-
Art. 33 Dá-se o impedimento do membro da das pelas autoridades públicas submetidas a ela. Da
Comissão de Ética quando: apuração das infrações podem resultar a aplicação de
I - tenha interesse direto ou indireto no feito; sanções, ou uma recomendação, ou ainda em um Acor-
II - tenha participado ou venha a participar,
do de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP).
em outro processo administrativo ou judicial,
Mesmo sendo um processo de apuração de condu-
como perito, testemunha ou representante
legal do denunciante, denunciado ou investi- tas éticas, deve ser assegurado o direito da autorida-
gado, ou de seus respectivos cônjuges, compa- de denunciada de manifestar defesa dos atos que lhe
nheiros ou parentes até o terceiro grau; são imputados, sendo assegurado também o direito de
III - esteja litigando judicial ou administrati- acompanhar todos os atos do processo que corre con-
vamente com o denunciante, denunciado ou tra a sua pessoa. 273
Por fim, durante a apuração da conduta ética, é
vedada a divulgação de dados pessoais como do nome HORA DE PRATICAR!
do acusado, a repartição/local onde trabalha e outras
características que possam identificá-lo. O processo de 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item,
apuração de condutas éticas deve correr sob sigilo, relativo à organização administrativa da União.
pois trata-se de uma situação vexatória e humilhante, Os órgãos não dotados de personalidade jurídica pró-
que pode causar problemas na própria relação de tra- pria que exercem funções administrativas e integram
balho da autoridade investigada. A honra e a imagem a União por desconcentração, componentes de uma
da pessoa investigada devem ser preservadas. hierarquia, fazem parte da administração direta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
EXERCÍCIO COMENTADO
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Sob o aspecto da inicia-
1. (FCC – 2011) Em face do Código de Ética do Servidor tiva, a revisão de conduta da administração públi-
Público Federal, considere as seguintes afirmações: ca ocorrida em atenção a requerimento ou recurso
dirigido à autoridade administrativa por um servidor
I . A função pública deve ser tida como exercício profissio- público caracteriza um exemplo de
nal e, portanto, se integra na vida de cada servidor públi-
co. Entretanto, os fatos e atos verificados na conduta do a) controle por vinculação.
dia a dia em sua vida privada não poderão acrescer ou b) controle por subordinação.
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. c) controle interno.
II. A ausência injustificada do servidor de seu local de traba- d) controle de ofício.
lho, não é fator de desmoralização do serviço público. e) controle provocado.
III. Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
representar contra qualquer comprometimento inde- 3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Aplicação de multa a
vido da estrutura em que se funda o Poder Estatal, é sociedade empresária em razão de descumprimen-
dever fundamental do servidor público. to de contrato administrativo celebrado por dispen-
IV. O servidor público não poderá jamais desprezar o ele- sa de licitação constitui manifestação do poder
mento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o con-
a) de polícia.
veniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno,
b) disciplinar.
mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
c) hierárquico.
V. Salvo os casos de segurança nacional, investigações
d) regulamentar.
policiais ou interesse superior do Estado e da Admi-
nistração Pública, a serem preservados em processo e) vinculante.
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei,
a publicidade de qualquer ato administrativo cons- 4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item subsecuti-
titui requisito de eficácia e moralidade, ensejando vo, a respeito dos poderes da administração pública.
sua omissão comprometimento ético contra o bem Poder discricionário corresponde à prerrogativa do
comum, imputável a quem a negar. gestor público de avaliar a conveniência e a oportuni-
dade de praticar determinado ato administrativo.
Está correto o que se afirma APENAS em:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) I, II e IV.
b) I e III. 5. (CESPE-CEBRASPE –2019) Considerando os con-
c) II, III e V. ceitos doutrinários acerca da polícia judiciária e da
d) II e IV. polícia administrativa, julgue o próximo item.
e) III, IV e V. A polícia judiciária é repressiva e está adstrita aos
órgãos e agentes do Poder Judiciário, enquanto a
A questão exige conhecimento sobre as regras deon- polícia administrativa é preventiva e está disseminada
tológicas. A frase I está errada, A função pública deve pelos órgãos da administração pública.
ser tida como exercício profissional e, portanto, se
integra na vida particular de cada servidor público. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia
a dia em sua vida privada poderão acrescer ou dimi-
6. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito da adminis-
nuir o seu bom conceito na vida funcional (inc. VI,
tração pública brasileira, julgue o item a seguir.
Dec. nº 1.171/1994). A frase II é falsa, segundo o inci-
A descentralização por colaboração ocorre, por exemplo,
so XII do Decreto nº 1.171/1994, toda ausência injus-
tificada do servidor de seu local de trabalho é fator quando a administração pública, por meio de ato admi-
de desmoralização do serviço público, o que quase nistrativo, transfere a execução de um serviço a uma pes-
sempre conduz à desordem nas relações humanas. A soa jurídica, mas mantém a titularidade do serviço.
frase III é verdadeira, trata-se de um dos deveres fun-
damentais do servidor público na forma do art. XIV, ( ) CERTO ( ) ERRADO
h, do Decreto nº 1.171/1994. A frase IV é verdadeira, é
o texto do inciso II do Decreto nº 1.171/1994. A frase 7. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos órgãos públi-
V é verdadeira, é o texto do inciso VII do Decreto nº cos e dos institutos da centralização e da descentra-
274 1.171/1994. Resposta: Letra E. lização administrativa, assinale a opção correta.
a) Os entes criados por descentralização permanecem 12. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com base em dispo-
hierarquicamente subordinados aos órgãos dos quais sições normativas concernentes à administração
foram descentralizados. pública, julgue o item a seguir.
b) A administração centralizada atua por meio de órgãos De acordo com o princípio da presunção de legitimi-
públicos, que são unidades dotadas de personalidade dade, as decisões administrativas das pessoas jurídi-
jurídica e que expressam a vontade do Estado. cas de direito público são de execução imediata e têm
c) A descentralização administrativa caracteriza-se pela a possibilidade de criar obrigações para o particular,
retirada de atribuições da esfera do interesse público independentemente de sua anuência.
e sua transferência para o domínio privado.
d) A criação e a extinção de órgãos públicos devem ( ) CERTO ( ) ERRADO
observar a exigência de lei ou decreto específico.
e) A descentralização política ocorre quando o ente 13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Assinale a opção que
descentralizado exerce atribuições próprias que não apresenta o atributo pelo qual determinados atos
decorrem do ente central. administrativos podem ser executados direta e
imediatamente pela própria administração públi-
8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca dos poderes ca, independentemente de intervenção do Poder
administrativos, julgue o item a seguir. Judiciário.
A inércia do administrador ao não adotar conduta
comissiva prevista em lei é ilegal em função do poder- a) presunção de legitimidade
-dever de agir da administração pública, caso em que b) imperatividade
é inaplicável a reserva do possível. c) autoexecutoriedade
d) tipicidade
( ) CERTO ( ) ERRADO e) presunção de veracidade
9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o próximo item, 14. (CCESPE-CEBRASPE – 2014) Ao ato jurídico de atra-
a respeito dos poderes e deveres do administrador ção, por parte de autoridade pública, de compe-
público. tência atribuída a agente hierarquicamente inferior
O dever de eficiência do administrador público está dá-se o nome de
intrinsecamente relacionado à sua conduta como ele-
mento necessário à legitimidade de seus atos. a) deliberação.
b) delegação.
( ) CERTO ( ) ERRADO c) avocação.
d) subsunção.
10. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Para a construção de e) incorporação.
uma obra pública, conforme previsão em edital, o
qual permite o consórcio, será realizada licitação da 15. (CCESPE-CEBRASPE – 2014) A legislação concede à
qual poderão participar empresas tanto nacionais administração poderes extraordinários, necessários
quanto estrangeiras. para que o Estado alcance os seus fins. Em relação
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens aos poderes da administração pública, julgue o item
a seguir. seguinte.
A participação na referida licitação de empresas estran- A remoção de ofício de um servidor, como forma de
geiras como consorciadas está em conformidade com puni-lo por faltas funcionais, configura abuso de poder.
a legislação pertinente, pois é permitida desde que,
além do atendimento às demais exigências legais, a ( ) CERTO ( ) ERRADO
liderança seja de empresa brasileira.
16. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Acerca da disciplina do
( ) CERTO ( ) ERRADO funcionalismo público no Brasil, julgue o item sub-
sequente no que tange à disciplina constitucional e
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O controle da adminis- à Lei n.º 8.112/1990.
tração pública pelos tribunais de contas O administrador público que age fora dos limites de
a) compreende, para fins de registro, a apreciação da sua competência atua com desvio de poder.
legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qual-
quer título, salvo os de nomeações para os cargos em ( ) CERTO ( ) ERRADO
comissão, bem como os atos de concessões de apo-
sentadorias, reformas e pensões. 17. (CESPE-CEBRASPE – 2014) No que se refere ao direi-
to administrativo e seus princípios, assinale a opção
b) alcança os órgãos integrantes da administração dire- correta.
ta, exceto aqueles que executem atividades meio do
Poder Legislativo e do Judiciário. a) Em face do princípio da legalidade, a administração
c) abrange o julgamento anual das contas prestadas pública pode realizar uma interpretação contra legem,
pelo presidente da República e a apreciação dos rela- secundum legem e praeter legem, conforme a neces-
tórios sobre a execução dos planos de governo. sidade, adequação e proporcionalidade em prol do
d) envolve a aplicação de sanções em casos de ilegalida- interesse público.
des ou irregularidades de contas, à exceção das mul- b) O conceito de moralidade administrativa foi defendido
tas, que devem ser aplicadas pelo Judiciário. por Gaston Jezè, a partir da noção de boa administra-
e) compreende a legalidade dos atos de que resultem a ção, o que influenciou a ideia do princípio da moralida-
previsão da receita e a fixação da despesa. de na contemporaneidade. 275
c) A alteração de edital de concurso prescinde da veicu-
13 C
lação em jornal de grande circulação, podendo ser vei-
culada apenas em diário oficial sem que isso ofenda o 14 C
princípio da publicidade.
d) A lei é fonte primária do direito, sendo que o costume, 15 CERTO
fonte secundária, não é considerado fonte do direito
16 ERRADO
administrativo.
e) Para Gaston Jezè, defensor da Escola do Serviço 17 C
Público, o direito administrativo tem como objeto a
soma das atividades desenvolvidas para a realização 18 CERTO
dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição. 19 E
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) oneroso.
b) consensual.
c) cumulativo.
d) personalíssimo.
e) sinalagmático.
( ) CERTO ( ) ERRADO
9 GABARITO
1 CERTO
2 E
3 B
4 CERTO
5 ERRADO
6 CERTO
7 E
8 ERRADO
9 ERRADO
10 CERTO
11 A
12 CERTO
276
Os princípios possuem três funções:
Podemos considerar cidadania como um objeto de Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
direito fundamental, pois é a participação do indiví-
duo no Estado Democrático de Direito. No texto consti- Dispositivo que objetiva a proteção ao trabalho,
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
tucional, em sentido amplo, a existência da cidadania pois é através deste que o homem garante sua subsis-
está atrelada à vivencia social, na construção de rela- tência e o crescimento do Brasil, aqui não se menciona
ções, na mudança de mentalidade, na reivindicação somente o “trabalhador CLT3”, mas também os autôno-
de direitos e no cumprimento de deveres. mos, empresários, empreendedores e empregadores.
Assim, podemos concluir que a cidadania pode
ser exercida não somente com o direito de voto, mas O pluralismo político
também com a participação do cidadão em conselhos
de temas importantes, como saúde, educação, compa- O legislador originário se preocupou em afirmar a
recimento em audiências públicas e participação nas ampla participação popular nos destinos políticos do
reuniões referentes ao orçamento participativo. Brasil, com a inclusão da sociedade na participação
Atenção, nem toda pessoa é considerada cida- dos processos de formação da vontade geral da nação,
dão. Em provas de concurso é importante observar garantindo a liberdade e a participação dos partidos
que cidadão é todo ser humano que está em condição políticos.
de votar e ser votado. Assim, podemos concluir que Ainda, podemos conceituar o pluralismo como a
uma criança e os estrangeiros não naturalizados não garantia de que todo aquele de vive em sociedade terá
podem ser considerados cidadãos. direito a sua própria convicção política e partidária.
2 MORAES, op. cit, p. 24.
3 Trabalhador CLT – Termo vulgar utilizado para definir trabalhador/funcionário regido pela CLT (carteira assinada). 279
Separação dos Poderes I - construir uma sociedade livre, justa e solidária
O art. 2º da Constituição, ao definir a indepen- Preceito estabelecido visando o bem estar e qua-
dência e a harmonia entre si dos poderes, consagra o lidade de vida, o objetivo é construir uma sociedade
chamado princípio da separação dos poderes, ou prin- livre, sem uma intervenção estatal exagerada, justa,
cípio da divisão funcional do poder do Estado. aplicando as normas do ordenamento jurídico e soli-
dária, que se preocupa com o próximo.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e O objetivo em tela consagra as três gerações de
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o direitos fundamentais, como direito de primeira gera-
Judiciário. ção, menciona a liberdade, direito de segunda geração
está relacionado ao direito de justiça social, e por fim
Assim, cada poder tem suas funções e organização os direitos de terceira geração estão relacionados à
definidas, vejamos: ideia de fraternidade e solidariedade.
Cuidado: esse objetivo também pode ser chamado
z Poder executivo exerce as funções de governo e de princípio da solidariedade.
administração. Como exemplo de administração,
podemos mencionar o art. 84, I da CF, que define II - garantir o desenvolvimento nacional
como competência do Presidente da República
nomear e exonerar Ministros; Neste caso, aplica-se pelo aperfeiçoamento do ser
z Poder legislativo é exercido pelo Congresso humano, ou seja, que o desenvolvimento seja esten-
Nacional, sua função é legislar, ou seja, tem a dido à política, à economia e à vida social. Bem como,
função de elaborar as normas jurídicas gerais e ao buscar o desenvolvimento econômico, deve ser res-
abstratas. Por exemplo, é de competência do Con- peitada às normas ambientais.
gresso Nacional a votação para aprovação de lei Cuidado: na questão de prova as bancas exa-
complementar (art. 69 da CF); minadoras gostam de trocar a palavra nacional por
z Poder judiciário cabe o exercício da jurisdição, regional.
por exemplo, a aplicação do Direito em um caso
concreto através de um processo judicial.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
as desigualdades sociais e regionais
A Teoria da tripartição de poderes foi idealizada
por Montesquieu e determina a composição e divisão
Tem como objetivo a igualdade de condições para
do Estado, a teoria objetiva que cada poder deve ser
todos os cidadãos, com a intenção de reduzir as desi-
independente e harmônico entre si, como forma de
gualdades, ou seja, deve trazer melhorias para áreas
dividir as funções do Estado, entre poder executivo,
poder legislativo e poder judiciário, entendimento esse como educação, saúde e emprego para todos, mas na
também chamado de teoria dos freios e contrapesos. medida de suas desigualdades, entenda a seguir:
O objetivo é reduzir a chamada desigualdade
Objetivos da República Federativa do Brasil material, que significa tratar iguais os iguais e os
desiguais com desigualdade na medida de suas desi-
O artigo 3° da Constituição Federal apresenta os gualdades, ou seja, é uma forma de proteção a certos
objetivos fundamentais do Estado brasileiro, ou seja, grupos sociais, pessoas que foram discriminadas ao
dita os compromissos que o Estado tem em relação longo da história do Brasil. Isso ocorre por meio das
aos cidadãos, em especial na garantia plena de igual- chamadas ações afirmativas, que visam, por meio da
dade entre todos os brasileiros. política pública, reduzir os prejuízos.
José Afonso da Silva observa que (2017), é a primei- Sobre esse tema e explicações referente igualdade
ra vez que uma Constituição relaciona especificamen- formal e igualdade material será abordado na sequên-
te os objetivos do Estado brasileiro, que valem como cia, no tópico de estudo do princípio da igualdade (art.
base para as prestações positivas que venham a con- 5º, caput da CF).
cretizar a democracia econômica, social e cultural4.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
República Federativa do Brasil: formas de discriminação.
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional; Todo direito e todo dever tem de ser estendido a
III - erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
qualquer indivíduo, independente de gênero ou cor,
zir as desigualdades sociais e regionais;
visando aqui à igualdade plena. Conforme a letra da
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras lei, nenhum tipo de preconceito deve ser tolerado no
formas de discriminação. Brasil.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) É fundamento da Repú- A defesa da paz e a solução pacifica de conflitos são
blica Federativa do Brasil princípios das relações internacionais, e não funda-
mentos da República, conforme o art. 4º, inciso VI e
a) a erradicação da pobreza. VII da CF/88. Resposta: Errado.
5 MORAES, op. cit, p. 27. 281
É importante ressaltar também que o STF decidiu
DIREITOS E GARANTIAS pela legitimidade da realização de pesquisas com
FUNDAMENTAIS a utilização de células-tronco7 embrionárias, obti-
das de embriões humanos produzidos por fertilização
Os direitos fundamentais estão localizados no in vitro e não utilizados no respectivo procedimento,
título II da CF/88, do art. 5º ao art. 17, os quais estão atendidas as condições estipuladas no art. 5º da Lei
classificados em cinco grupos: direitos individuais e 11.105/2005, que estabelece as normas de segurança
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, e maneiras de fiscalização das atividades que envol-
direitos políticos e direitos relacionados à existência, vam organismos geneticamente modificados. Nesse
organização e participação em partidos políticos. sentido, o STF considerou que as mencionadas pesqui-
Também são classificados em três dimensões de sas não violam direito à vida, vejamos o dispositivo
direito, pois surgiram em épocas diferentes, tópico já mencionado:
estudado neste material. Vamos relembrar:
Lei 11.105 de 25 de março de 2005
DIREITOS DIREITOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS FUNDAMENTAIS FUNDAMENTAIS Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia,
DE 1º DIMENSÃO DE 2º DIMENSÃO DE 3º DIMENSÃO a utilização de células-tronco embrionárias obtidas
de embriões humanos produzidos por fertilização
Direitos civis e po- Direitos sociais, eco- in vitro e não utilizados no respectivo procedimen-
Fraternidade.
líticos. nômicos e culturais. to, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já
congelados na data da publicação desta Lei, depois
de completarem 3 (três) anos, contados a partir da
Conforme prevê o art. 5º da CF/88 todos são iguais
data de congelamento.
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimen-
garantindo aos brasileiros direito à vida, à liberdade,
to dos genitores.
à igualdade, à segurança e à propriedade.
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde
que realizem pesquisa ou terapia com células-tron-
Direito à vida
co embrionárias humanas deverão submeter seus
projetos à apreciação e aprovação dos respectivos
A Constituição protege a vida, extrauterina e comitês de ética em pesquisa.
intrauterina – neste caso, com a proibição do aborto. § 3º É vedada a comercialização do material bioló-
Entretanto, o art. 128 do Código Penal prevê a autori- gico a que se refere este artigo e sua prática implica
zação do aborto como exceção em duas hipóteses, são o crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de
eles: como único meio para salvar a vida da mulher e fevereiro de 1997.
no caso de gravidez resultante de estupro.
A igualdade formal, ou também chamada de igual- Princípio da legalidade está previsto no art. 5º,
dade jurídica, significa que todos devem ser tratados da inciso II da CF, e preceitua que “ninguém será obriga-
mesma forma. Já a igualdade material significa tratar do a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
10 RE 597285, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09.05.2012, DJe 21.05.2012.
11 Recurso Extraordinário 898450 Tema de Repercussão Geral. STF. Min. Luiz Fux, julgado em 17.08.2016.
284 12 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011.
virtude de lei”. Note que, quando se fala em princípio É importante frisar que, se o agente policial entrar
da legalidade, se está falando no âmbito particular e na residência e não constatar a ocorrência de crime
não da administração pública. em flagrante, não haverá ilicitude na conduta dos
No tocante aos particulares, o princípio da lega- agentes policiais se forem apresentadas fundadas
lidade quer dizer que apenas a lei tem legitimidade razões que os levaram a invadir aquela casa, o que,
para criar obrigações de fazer, também chamadas de sem dúvida, deve ser objeto de controle – mesmo que
obrigações positivas, e também as chamadas obriga- posterior – por parte da própria polícia e, claro, pelo
ções de não fazer, chamadas obrigações negativas, e, Ministério Público (a quem compete exercer o con-
nos casos em que a lei não dispuser obrigação algu- trole externo da atividade policial, nos termos do art.
ma, é dado ao particular fazer o que bem entender, 129, VII, da CF) ou mesmo pelo Judiciário, ao analisar-
ou seja, não havendo qualquer proibição disposta em -se a legitimidade de eventual prova colhida durante
lei, o particular está livre para agir, vigorando nesse essa entrada à residência.
ponto o princípio da autonomia da vontade. Sobre a entrada forçada em domicílio, o STF assim
Referente ao poder público, o conteúdo do prin- considerou:
cípio da legalidade é outro: esse tem a ideia de que A entrada forçada em domicílio sem mandado
o Estado se sujeita às leis e, ao mesmo tempo de que judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
governar é atividade a qual a realização exige a edição quando amparada em fundadas razões, devida-
de leis, sendo que, o poder público não pode atuar, mente justificadas “a posteriori”, que indiquem
nem contrário às leis, nem na ausência da lei. que dentro da casa ocorre situação de flagrante
delito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
Inviolabilidade civil e penal do agente ou da autoridade, e de nuli-
dade dos atos praticados.
Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da Essa a orientação do Plenário, que reconheceu a
honra e da imagem das pessoas tem previsão no art. repercussão geral do tema e, por maioria, negou pro-
5º, inciso X da CF, vejamos: vimento ao recurso extraordinário em que se discutia,
à luz do art. 5º, XI, LV e LVI, da Constituição, a legalida-
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, de das provas obtidas mediante invasão de domicílio
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o por autoridades policiais sem o devido mandado de
direito a indenização pelo dano material ou moral busca e apreensão. O acórdão impugnado assentara
decorrente de sua violação; o caráter permanente do delito de tráfico de drogas
e mantivera condenação criminal fundada em busca
Essa proteção se refere às pessoas físicas ou jurí- domiciliar sem a apresentação de mandado de busca
dicas, abrangendo inclusive a proteção necessária à e apreensão. A Corte asseverou que o texto constitu-
própria imagem frente aos meios de comunicação em cional trata da inviolabilidade domiciliar e de suas
massa (televisão, jornais etc.). exceções no art. 5º, XI (“a casa é asilo inviolável do
Inviolabilidade domiciliar tem previsão no inciso indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con-
XI do art. 5º da CF: sentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duran-
Art. 5º [...] te o dia, por determinação judicial”). Seriam estabele-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém cidas, portanto, quatro exceções à inviolabilidade:
nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou a) flagrante delito;
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o b) desastre;
dia, por determinação judicial; c) prestação de socorro; e
d) determinação judicial.
Instrumento de natureza administrativa, derivado A nossa carta magna reconhece no seu inciso XXX-
do princípio da publicidade da atuação da administra- VIII a instituição do júri, que é visto como uma prerro-
ção pública, o qual tem como objetivo a atuação trans- gativa democrática do cidadão, e que exige que o réu
parente em decorrência da própria indisponibilidade deve ser julgado pelos seus semelhantes. O tribunal
do interesse público, disciplinado nos incisos XXXIII é composto por um juiz togado e vinte cinco jurados
e LXXII do art. 5º da CF e Lei 9507/1997 que regula o que serão sorteados dentre os alistados.
direito de acesso a informações e disciplina o rito pro-
cessual do habeas data. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
organização que lhe der a lei, assegurados:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos a) a plenitude de defesa;
públicos informações de seu interesse parti- b) o sigilo das votações;
cular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão c) a soberania dos veredictos;
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabi- d) a competência para o julgamento dos crimes
lidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres- dolosos contra a vida;
cindível à segurança da sociedade e do Estado;
Destarte, a competência mencionada na alínea “d”
Direito de certidão não é absoluta, pois não abrange os crimes pratica-
dos contra a vida perpetrados por detentores de foro
O Estado é obrigado a fornecer as informações especial por prerrogativa de função, que deverão ser
solicitadas, com exceção nas hipóteses de proteção julgados por tribunais específicos conforme previsto
por sigilo. Caso haja uma violação desse direito, que na Constituição.
é líquido e certo, o remédio constitucional cabível é o Ainda, o foro especial por prerrogativa de fun-
mandado de segurança, tema também abordados no ção se refere ao órgão competente para julgar ações
título Garantias Constitucionais. penais contra certas autoridades públicas, levando-se
O direito de certidão tem previsão no inciso XXXIV, em conta o cargo ou a função que elas ocupam, de
“b” do art. 5º da CF, e assegura a todos, independente modo a proteger a função e a coisa pública, ou seja,
do pagamento de taxas, o seguinte: por ligar-se à função e não à pessoa, essa forma de
determinar o órgão julgador competente não acompa-
XXXIV - são a todos assegurados, independente- nha a pessoa após o fim do exercício do cargo.
mente do pagamento de taxas:
[...] Princípio da legalidade penal e da retroatividade da lei
b) a obtenção de certidões em repartições públi-
cas, para defesa de direitos e esclarecimento de Princípio da legalidade penal, com previsão no
situações de interesse pessoal; inciso XXXIX do art. 5º da CF, também chamado de
princípio da reserva legal, refere-se à aplicação do
Importante frisar aqui que, conforme entendi- princípio da legalidade, de forma mais específica no
mento dos Tribunais, já se consolidou o entendimen- âmbito do direito penal.
to no sentido de que não se exige do administrado a Nesse sentido, crime será a conduta delituosa pre-
demonstração da finalidade específica do pedido. vista exclusivamente em lei, da mesma forma que a
cominação da pena, a qual não é admissível à configu-
Direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito ração de crime baseado nos costumes.
Assim prevê o inciso XXXVI do art. 5º da CF: “a lei XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico per- nem pena sem prévia cominação legal;
feito e a coisa julgada”. Entenda:
Direito adquirido é aquele direito que cumpriu Princípio da retroatividade da lei tem previsão no
todos os requisitos previstos em lei, como por exem-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
inciso XL do art. 5º da CF, o qual consiste em analisar
plo, o homem que cumpriu todos os requisitos exi- um fato passado à luz de um direito presente, esta-
gidos para concessão da aposentadoria por idade, belece que os fatos sejam apreciados com base na lei
conforme determina o art. 201, § 7º, I da CF, tem o em vigor no tempo do crime. Assim, a lei aplicável é a
direito adquirido para requerer seu benefício. lei do tempo do crime, ou seja, na regra geral, as nor-
mas penais não retroagem, salvo se trouxerem algum
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral tipo de benefício para o réu.
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
as seguintes condições: XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi-
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e ciar o réu;
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser-
vado tempo mínimo de contribuição; Cuidado, aqui tem um exemplo de exceção da
exceção:
Ato jurídico perfeito é o ato já realizado, confor- Crimes praticados durante a vigência de lei tempo-
me a lei vigente ao tempo que se realizou, pois nes- rária ou excepcional não podem ser beneficiados pela
te caso já cumpriu todos os requisitos conforme a lei retroatividade da lei mais benéfica. Entenda:
vigente na época, tornando-se, portanto, completo. Lei excepcional é a lei criada para regular fatos
Coisa julgada ocorre no âmbito do processo judi- ocorridos dentro de uma situação irregular, a qual
cial, decisão judicial a qual não cabe mais recurso, tor- perde seus efeitos após findar situação irregular que
nando-a imutável e indiscutível. a motivou. 287
Lei temporária vigorou até extinguir o prazo de IX – furto qualificado pelo emprego de explo-
duração fixado pelo legislador, por exemplo, uma lei sivo ou de artefato análogo que cause perigo
que fixa a tabela de preços de artigos de consumo. comum (art. 155, § 4º-A).
III – o crime de comércio ilegal de armas de
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
Crimes
dezembro de 2003;
IV – o crime de tráfico internacional de arma de
O legislador originário também se preocupou em fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18
mencionar e observar crimes de tortura, tráfico ilíci- da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
to de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados V – o crime de organização criminosa, quando
contra ordem constitucional. direcionado;
XLII - a prática do racismo constitui crime Fique atento com os artigos mencionados acima
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de e as novidades legislativas, são temas preferidos de
reclusão, nos termos da lei; bancas examinadoras.
14 Caso a banca da sua prova for a FGV, esta entende que o habeas data é uma ação personalíssima. 289
z Aplicabilidade: falta de uma norma regulamen- Sobre o tema, vejamos também art. 5º, §4º da Lei
tadora de direito, liberdade constitucional e das 4.717/1965:
prerrogativas inerentes a nacionalidade, sobera-
nia e cidadania. Buscar o exercício do direito para Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é
uma pessoa ou certo grupo de pessoas. competente para conhecer da ação, processá-la e
Exemplo: Conseguir se aposentar ou exercer o julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
direito de greve. judiciária de cada Estado, o for para as causas que
z Agente ativo: Qualquer pessoa. interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado
z Liminar: Mandado de Injunção não tem liminar. ou ao Município.
§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá à sus-
pensão liminar do ato lesivo impugnado.
Ação Popular
Ainda, é possível requerer a condenação por per-
É um direito fundamental e individual de todo
das e danos dos responsáveis pela lesão. Sendo que
cidadão, fundamentada no art. 5º, LXXIII e regulado
cabe a todos os cidadãos a fiscalização da vida públi-
pela lei 4.717/1965, e tem como objetivo a proteção
ca, auxiliando o Estado na boa gestão da vida pública.
do patrimônio público (erário), histórico, cultural, do
meio ambiente e da moralidade administrativa, como
DIREITOS SOCIAIS
é o caso das obras superfaturadas.
Ação popular pode ter duas formas, a preventiva
Os direitos sociais tem previsão no art. 6º ao 11º
que é ajuizada antes da consumação dos efeitos do
da Constituição, e também podem ser encontrados no
ato, e repressiva, que visa corrigir os atos danosos
título VIII da Constituição Federal, que trata da ordem
consumados.
social.
São direitos que pertencem à segunda geração dos
z Agente ativo: Qualquer cidadão brasileiro. Se este
direitos fundamentais, ou seja, da dimensão que tra-
abandonar ação, outro cidadão poderá assumir.
ta dos direitos da democracia e informação, e alguns
doutrinadores também os chamam de liberdades
O Ministério Público não pode propor, mas pode
positivas, quando o Estado precisa deixar de ser omis-
assumir andamento e dar execução a decisão da ação
so com o objetivo de assegurar uma compensação
popular (legitimidade extraordinária ou superveniente).
resultante da desigualdade entre as pessoas.
Os direitos sociais exigem uma atuação do Estado
z Agente passivo: administrador da entidade que em face da desigualdade social e tem aplicabilidade
lesionou. imediata. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a
igualdade formal (ou também chamada de igualdade
Lei 4.717/1965
jurídica, conforme prevê na CF/88, significa que todos
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas
devem ser tratados da mesma forma).
públicas ou privadas e as entidades referidas no art.
Ainda, a Constituição dividiu os direitos sociais em
1º, contra as autoridades, funcionários ou adminis-
tradores que houverem autorizado, aprovado, rati-
três espécies:
ficado ou praticado o ato impugnado, ou que, por
omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e con- a) Direitos sociais destinados a toda sociedade; (Art.
tra os beneficiários diretos do mesmo. (grifo nosso) 6º da CF)
b) Direitos sociais para os trabalhadores; (Art.7° da
CF)
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para plei- c) Direitos sociais coletivos dos trabalhadores. (Art.
tear a anulação ou a declaração de nulidade de atos 8º ao 11º da CF)
lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos
Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de Direitos sociais destinados a toda sociedade
sociedades de economia mista (Constituição, art. 141,
§ 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
represente os segurados ausentes, de empresas públicas,
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
de serviços sociais autônomos, de instituições ou funda-
o lazer, a segurança, a previdência social, a prote-
ções para cuja criação ou custeio o tesouro público haja
ção à maternidade e à infância, a assistência aos
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cen-
desamparados, na forma desta Constituição.
to do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incor-
poradas ao patrimônio da União, do Distrito Federal,
dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas Direitos garantidos para toda sociedade brasileira,
jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres com exceção, por exemplo, da previdência social, que
públicos. neste caso só terá benefício quem for contribuinte e
preencher todos os requisitos legais exigidos.
z Liminar: Basta representar os requisitos “fumus
boni iuris” e “periculum in mora”. Direito à propriedade x direito à moradia
Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não Na sua prova, cuidado! Direito de propriedade é
substitui a ação popular. um direito individual, conforme já estudado neste
Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem legiti- material, já o direito à moradia é um direito social,
midade para propor ação popular. localizado no caput do art. 6º da CF/88.
Direito à segurança, localizado no art. 5º (direi-
A Ação popular é isenta de custas judiciais e do to individual) e art. 6º (direito social), entenda a
290 ônus de sucumbência. diferença:
Segurança mencionada no art. 5º da CF se refere XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
a segurança jurídica, já a segurança mencionada no coletivos de trabalho;
art. 6º da CF, refere-se ao direito à segurança pública. XXVII - proteção em face da automação, na forma
da lei;
Direitos sociais para os trabalhadores XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
culpa;
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
condição social:
relações de trabalho, com prazo prescricional de
I - relação de emprego protegida contra despedida
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
até o limite de dois anos após a extinção do contra-
complementar, que preverá indenização compensa-
to de trabalho;
tória, dentre outros direitos;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercí-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
cio de funções e de critério de admissão por motivo
involuntário;
de sexo, idade, cor ou estado civil;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
tocante a salário e critérios de admissão do traba-
unificado, capaz de atender a suas necessidades
lhador portador de deficiência;
vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
técnico e intelectual ou entre os profissionais
ne, transporte e previdência social, com reajustes
respectivos;
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
V - piso salarial proporcional à extensão e à com-
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição
plexidade do trabalho;
de aprendiz, a partir de quatorze anos;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
convenção ou acordo coletivo;
com vínculo empregatício permanente e o trabalha-
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
dor avulso
para os que percebem remuneração variável;
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
trabalhadores domésticos os direitos previstos
ração integral ou no valor da aposentadoria;
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
IX - remuneração do trabalho noturno superior à
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
do diurno;
XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
X - proteção do salário na forma da lei, constituin-
lei e observada a simplificação do cumprimento
do crime sua retenção dolosa; das obrigações tributárias, principais e acessórias,
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvin- decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari-
culada da remuneração, e, excepcionalmente, par- dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
ticipação na gestão da empresa, conforme definido e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
em lei; social.
XII - salário-família pago em razão do dependente
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
O mencionado dispositivo aborda os direitos dos
XIII - duração do trabalho normal não superior a
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, trabalhadores de uma forma genérica, pois todos são
facultada a compensação de horários e a redução tratados de forma específica em legislação especial.
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva Cabe ressaltar aqui neste tópico que os examina-
de trabalho; dores das bancas gostam muito de perguntar datas e
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realiza- questões numéricas. Por exemplo, um tema sempre
do em turnos ininterruptos de revezamento, salvo muito cobrado em provas é sobre a prescrição traba-
negociação coletiva; lhista, ou seja, referente ao prazo máximo para entrar
XV - repouso semanal remunerado, preferencial- com a reclamação trabalhista após o término do con-
mente aos domingos; trato de trabalho para discutir os últimos cinco anos,
XVI - remuneração do serviço extraordinário ou seja, os créditos trabalhistas prescrevem nos últi- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do mos cinco anos.
normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
menos, um terço a mais do que o salário normal; Prazo para entrar com reclamação trabalhista: 2 anos.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego Prescrição dos créditos: últimos 5 anos.
e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, TRABALHADORES
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; observado o seguinte:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
meio de normas de saúde, higiene e segurança; para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
XXIII - adicional de remuneração para as atividades tro no órgão competente, vedadas ao Poder Públi-
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; co a interferência e a intervenção na organização
XXIV - aposentadoria; sindical;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes II - é vedada a criação de mais de uma organização
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em sindical, em qualquer grau, representativa de cate-
creches e pré-escolas; goria profissional ou econômica, na mesma base 291
territorial, que será definida pelos trabalhadores z jus solis: atribui nacionalidade ao território onde
ou empregadores interessados, não podendo ser o indivíduo nasce.
inferior à área de um Município; z jus sanguinis: atribui a nacionalidade ao vínculo
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inte- sanguíneo.
resses coletivos ou individuais da categoria, inclu-
sive em questões judiciais ou administrativas; Brasileiro nato
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que,
em se tratando de categoria profissional, será des- Conforme prevê o art. 12, inciso I da CF, é conside-
contada em folha, para custeio do sistema con- rado brasileiro nato:
federativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei; z Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se desde que estes não estejam a serviço de seu
filiado a sindicato; país.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho; Atenção: No que diz respeito à necessidade de
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser ambos os genitores estrangeiros estarem a serviço
votado nas organizações sindicais; do país, entende-se que deve haver a verificação do
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali- fato do deslocamento desse Estado (país) ao Brasil ter
zado a partir do registro da candidatura a cargo de ocorrido em virtude de interesse do seu país. Ainda
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que um deles não exerça função governamental, por
que suplente, até um ano após o final do mandato, exemplo:
salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Pais argentinos, a serviço da Argentina – nesse caso
Parágrafo único. As disposições deste artigo apli- o filho nascido no Brasil não será brasileiro nato15.
cam-se à organização de sindicatos rurais e de Pais argentinos a serviço do Uruguai – nesse caso o
colônias de pescadores, atendidas as condições que filho nascido no Brasil será brasileiro nato, pois os pais
a lei estabelecer. não estão a serviço de seu país (no exemplo Argentina).
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de z Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira,
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio desde que qualquer um deles esteja a serviço
dele defender. do Brasil;
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen-
ciais e disporá sobre o atendimento das necessida- Neste caso o termo a “serviço da República Federati-
des inadiáveis da comunidade. va do Brasil” engloba a serviço da administração direta e
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
às penas da lei.
Art. 10 É assegurada a participação dos trabalha- z Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe
dores e empregadores nos colegiados dos órgãos brasileira, desde que sejam registrados em repar-
públicos em que seus interesses profissionais tição brasileira competente (embaixada ou con-
ou previdenciários sejam objeto de discussão e sulado) ou venham a residir no Brasil e optem,
deliberação. em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.
Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos empre-
gados, é assegurada a eleição de um representante Atenção: O filho poderá optar pela nacionalidade
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes brasileira observando três requisitos cumulativos:
o entendimento direto com os empregadores.
1. Idade mínima: 18 anos;
As garantias deste último grupo de direitos sociais 2. Residência no Brasil;
estão divididas em: direito de associação sindical, 3. Obedecendo aos dois requisitos acima, deve-
direito de greve e direito de representação. -se optar a qualquer tempo pela nacionalidade
Direito de associação sindical tem relação com o brasileira.
princípio da liberdade de associação. Direito de greve,
citado no art. 9º, não é o mesmo direito de greve asse- A Constituição Federal em seu art. 12 §3º determi-
gurado ao servidor público no art. 37 da CF, ou seja, a na quais os cargos que são privativos para brasileiro
greve mencionada no art. 9º é autoaplicável (norma nato, vejamos:
de eficácia contida), não preciosa de lei para regula-
mentar o direito de greve. Já o direito de representa- z �Presidente e Vice-Presidente da República;
ção, fique atento com os números também, como por z �Presidente da Câmara dos Deputados;
exemplo, no art. 11º da CF. z �Presidente do Senado Federal;
z �Ministro do STF;
z �Carreira Diplomática;
DIREITOS DA NACIONALIDADE
z �Oficial das Forças Armadas;
z �Ministro de Estado da Defesa.
Ligação que une um indivíduo a cada território.
Grande parte dos países determina o modo de aqui- Naturalizados
sição e perda da nacionalidade em suas respectivas
constituições. Neste caso, o indivíduo não tem vínculo, nem de
A nacionalidade é considerada pela CF/88 um solo, nem de sangue, com o Brasil, mas quer tornar-
direito fundamental, e tem previsão no título II da CF. -se brasileiro, simplesmente por vontade, ou seja, é o
O Brasil adota dois critérios para definir a aquisi- estrangeiro que optou pela nacionalidade brasileira
ção da nacionalidade brasileira: (art. 12, inciso II da CF).
292 15 Observe nos exemplos como pode ser cobrada a matéria na prova.
z Estrangeiros provenientes de países de língua z Por “entrega”, entende-se a entrega de uma pessoa
portuguesa devem ter um ano de residência no por um Estado ao Tribunal nos termos do presente
Brasil e idoneidade moral. Estatuto.
Ex.: Portugal, Angola, Cabo Verde e etc. z Por “extradição”, entende-se a entrega de uma
z Nacionalidade extraordinária: para os demais pessoa por um Estado a outro Estado, conforme
estrangeiros, deve-se ter 15 anos de residência previsto em um tratado, em uma convenção ou no
ininterrupta e ausência de condenação penal. direito interno.
ORGANIZAÇÃO
� Competência legislativa: é competência de a NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
União legislar sobre nacionalidade, cidadania e
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA naturalização.
VI - o mar territorial;
Resultado que o ato deseja (interesse O poder hierárquico atribui a distribuição de NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
FINALIDADE
público). competências no âmbito da Administração Pública,
FORMA Manifestação do ato. ou seja, é o escalonamento de competências e funções.
Já o poder de polícia é quando o Estado coloca con-
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA dições (limites) ao exercício de direitos individuais,
para garantia da ordem pública, segurança pública,
Os poderes que a Administração Pública possui são interesse público e saúde pública. Por exemplo, a
exercidos quando o Estado assume a sua função admi- determinação pela autoridade competente de fecha-
nistrativa. A função administrativa é exercida pelos mento de um estabelecimento comercial por vender
três poderes da República, de forma típica pelo exe-
produtos com prazo de validade vencido.
cutivo e de forma atípica pelo legislativo e judiciário.
Ainda, a Administração Pública não pode renun- Cuidado para não confundir poder de polícia com
ciar os poderes, sendo exercício obrigatório. Assim, a prestação de serviço público que são ações positi-
agora vamos falar sobre cada um dos poderes atribuí- vas, fazeres do Estado. O art. 78 do Código Tributário
dos à Administração Pública. Nacional traz o conceito do poder de polícia, observe:
27 Disponível em <https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/munus-publico.> Acesso
em: 12 out 2020. 305
Art. 78 Considera-se poder de polícia atividade da A banca examinadora ao formular uma questão
administração pública que, limitando ou discipli- também pode se referir aos entes da Administração
nando direito, interesse ou liberdade, regula a práti- Direta pelos seguintes nomes:
ca de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, z �Entes Federados;
aos costumes, à disciplina da produção e do merca- z �Entes Políticos;
do, ao exercício de atividades econômicas dependen- z �Pessoas Políticas;
tes de concessão ou autorização do Poder Público, à z �Administração Centralizada.
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e
aos direitos individuais ou coletivos. Já as entidades da Administração Pública indire-
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício ta são entidades criadas pela administração pública
do poder de polícia quando desempenhado pelo direta (por meio de lei, tendo uma finalidade espe-
órgão competente nos limites da lei aplicável, com cífica), que tem autonomia administrativa (para se
observância do processo legal e, tratando-se de organizar), técnica (atribuições especificadas em lei)
atividade que a lei tenha como discricionária, sem e financeira, ou seja, a Administração Pública indireta
abuso ou desvio de poder. é quando o serviço público é prestado pelo estado de
forma descentralizada.
ORGANIZAÇÃO Fazem parte da Administração Pública indireta as
Autarquias, Fundações Públicas, Sociedade de Econo-
“A organização no Estado Federal é complexa, mia Mista e Empresas Públicas:
porque a função administrativa é institucionalmente
imputada a diversas entidades governamentais autô- z Autarquias Federais são responsáveis pela fisca-
nomas, que, no caso brasileiro estão expressamente lização e regulamentação de atividades ligadas à
referidas no próprio art. 37, de onde decorre a exis- telecomunicação, energia elétrica e petróleo. Ex.:
tência de várias Administrações Públicas: a federal ANATEL, ANEEL, ANP;
(da União), a de cada Estado (Administração estadual), z Fundações são entidades que executam ativida-
a do Distrito Federal e a de cada Município (Adminis- des sociais (pesquisa/saúde/ensino) sem fins lucra-
tração municipal ou local), cada qual submetida a um tivos. Ex.: FUNASA, FUNAI etc.;
Poder político próprio, expresso por uma organização z Empresas Públicas são entidades em que 100%
governamental autônoma.” (SILVA, 2017, p. 665). do capital é público, podendo ser tanto uma socie-
dade anônima como uma sociedade limitada. Ex.:
Conforme o art. 4º do Decreto-Lei 200/1967 a Admi-
Correios e Caixa Econômica Federal;
nistração Pública no Brasil compreende em adminis-
z Sociedade de Economia Mista deve ser criada
tração direta e administração indireta.
necessariamente sobre a forma de uma sociedade
anônima (S.A). Seu capital é formado por dinheiro
Art. 4º A Administração Federal compreende:
público e privado. Ex.: Banco do Brasil e Petrobras.
I - A Administração Direta, que se constitui dos
serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios. A administração direta exerce o chamado controle
Exemplo: São os também os chamados entes políti- finalístico ou supervisão ministerial sobre a adminis-
cos com autonomia para se organizar e editar suas tração indireta.
normas. Ainda, a banca examinadora ao formular uma
II - A Administração Indireta, que compreende questão também pode se referir aos entes da Admi-
as seguintes categorias de entidades, dotadas de nistração Indireta com os seguintes nomes:
personalidade jurídica própria:
a) Autarquias; z Entidade Administrativa;
b) Empresas Públicas; z Administração Pública Descentralizada;
c) Sociedades de Economia Mista. z A Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista
d) fundações públicas.
na prova também podem ser chamadas de: Empre-
Parágrafo único. As entidades compreendidas na
Administração Indireta vinculam-se ao Ministério
sas Estatais.
em cuja área de competência estiver enquadrada
sua principal atividade. ADM. PÚBLICA ADM. PÚBLICA
DIRETA INDIRETA
A Administração Pública direta é composta por Entidade administra-
pessoas jurídicas de direito público regidas pelos tiva.
Entes políticos
princípios da supremacia do interesse público sobre o Autarquias-fundações
FORMAÇÃO União - Estados - DF
públicas-sociedade de
particular e da indisponibilidade do interesse público. - Municípios
economia mista – em-
Ainda, tem autonomia política (para editar normas), presas públicas.
administrativa (organização) e financeira (podem
Pessoas jurídicas
realizar auditoria das próprias contas, além da lei de de direito público, Pessoas jurídicas de
responsabilidade fiscal), sendo que os Entes da Admi- com autonomia direito público e pri-
nistração Pública direta não possuem hierarquia. O NATUREZA política, adminis- vado, com autonomia
texto constitucional no art. 18 dispõe da administra- trativa e financeira. administrativa, técnica
ção direta, vejamos: Entes políticos são e financeira.
PJ de DP interno.
Art. 18 A organização político-administrativa da Não existe hie-
República Federativa do Brasil compreende a União, rarquia entre os Não tem subordinação
ESPECIFIDADES
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos entes, esses têm entre elas.
306 autônomos, nos termos desta Constituição. autonomia.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA ADMINISTRAÇÃO LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administra-
PÚBLICA tivo, são assegurados a razoável duração do pro-
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua
Os princípios específicos da Administração Pública tramitação.
estão fundamentados no caput do art. 37 da Constitui-
ção, são os chamados princípios constitucionais explí-
Referente ao princípio da razoabilidade e pro-
citos da administração pública, vejamos:
porcionalidade o agente público quando vai agir
Art. 37 A administração pública direta e indireta deve praticar os atos de forma proporcional, para
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do evitar os excessos, serve de limite para os atos discri-
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos cionários. Por exemplo, o art. 132, VII, da Lei nº Lei
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- 8.112/90, prevê a demissão do servidor público em
de, publicidade e eficiência [...].
caso de ofensa física, em serviço, entretanto no caso
Vamos à análise de cada um dos princípios expres- das carreiras policiais esse dispositivo deve ser anali-
sos no caput dispositivo em comento. sado com cautela, até pelo fato da necessidade do uso
No princípio da legalidade o agente público está de força física em alguns casos, sendo que esta não é
restringido ao que a lei o autoriza a fazer (compe- uma regra e deve ser analisada junto ao caso concreto.
tência de atuação), ou seja, deve atuar somente den-
Já o princípio da supremacia do interesse público
tro dos limites estabelecidos em lei, assim, quando o
agente pratica um ato que não está previsto em lei, se refere ao interesse público, devendo este sempre
este pratica um ato inválido. Por exemplo, o agente sobressair ao interesse particular, ou seja, interesse
público recebe vantagem econômica de qualquer da sociedade prevalece sobre o interesse individual.
natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração Por exemplo, como ocorreu no Brasil em março de
ou a prática de jogos de azar. 2020 com a pandemia (Covid-19) e a determinação
No princípio da impessoalidade (ou princípio da
finalidade) o agente público sempre deve prezar pela pelo poder público para que ocorresse o isolamento
defesa do interesse público, ainda objetiva a isonomia (lockdown) horizontal, ou seja, a população teve seu
(tratar a todos sem privilégio) no exercício das fun- direito fundamental de ir e vir restrito, diante da cala-
ções públicas. midade pública decretada, note que, o interesse da
Já o princípio da moralidade está relacionado à coletividade deve ser sempre observado e ter prefe-
ideia de boa fé e probidade, sendo que o agente deve
rência em relação ao direito do particular.
atuar buscando o interesse público e evitar se valer do
cargo público e do poder incumbido para se promover No que tange ao princípio da autotutela, esse
ou atender algum interesse individual. se refere ao poder que a Administração Pública tem
No que tange ao princípio da publicidade, este para anular seus próprios atos, ou seja, não depende
exige que a atuação do poder público seja transparen- do poder judiciário para dar eficácia às suas práticas.
te e com acesso à informação a toda população, sendo
Por exemplo, a Previdência Social defere a con-
que as informações devem ser claras e publicadas no
Diário Oficial, ou em canais oficiais de publicidade cessão de benefício previdenciário (por força de uma
(editais) conforme a lei de acesso à informação, assim interpretação errônea) a um determinado cidadão,
os cidadãos podem fiscalizar os atos praticados pelos entretanto após identificar o erro à própria Previdên-
agentes públicos. cia Social pode cancelar esse benefício.
No que concerne aos princípios, o princípio da efi-
Por fim, o Princípio da segurança jurídica tem
ciência, como o próprio nome já demonstra, refere-se
à atuação da administração pública com presteza e da por objetivo proteger o cidadão, ou seja, é a garantia
maneira mais eficiente possível, por exemplo, a pres- de que o agente público irá desempenhar sua função
teza do agente público no atendimento em um hospi- observando as diretrizes da Administração Pública.
tal, objetivando garantir o atendimento mais rápido
possível aos pacientes, garantindo a estes o acesso ao
A coordenação tem como objetivo a organização da O controle deve ser feito pela chefia por meio de
administração pública, ou seja, objetiva evitar a dupli- auditorias e também pelo sistema de controle interno.
cidade de atuação pelos órgãos da administração. Conforme consagra o art. 13 do mencionado decre-
Diante disto, as atividades da Administração to, o controle das atividades da Administração Federal
deverá ser exercido em todos os níveis e em todos os
Federal e, especialmente, a execução dos planos e
órgãos, compreendendo, particularmente, o contro-
programas de governo, serão objeto de permanente
le da execução dos programas e da observância das
coordenação (art. 8º Decreto-lei 200/67). normas que governam a atividade específica do órgão
Bem como, a coordenação será exercida em todos controlado, o controle, pelos órgãos próprios de cada
os níveis da administração, com a realização sistemáti- sistema, da observância das normas gerais que regu-
ca de reuniões e com a participação das chefias subor- lam o exercício das atividades auxiliares e o controle
dinadas e a instituição e funcionamento de comissões da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos
de coordenação em cada nível administrativo. bens da União pelos órgãos próprios do sistema de
Exemplo, O Ministério do Exército administra os contabilidade e auditoria.
negócios do Exército, o Ministério da Aeronáutica Exemplo: o Tribunal de contas da União que tem
administra os negócios da Aeronáutica e o Ministério como função realizar inspeções e auditorias de natu-
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
da Marinha administra os negócios da Marinha de
patrimonial, nas unidades administrativas dos Pode-
Guerra.
res Legislativo, Executivo e Judiciário.
Descentralização
A seguir, organizamos um quadro explicativo refe- z Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Pre-
318 rente ao que pode e o que não pode ser realizado pela CPI. sidente da República;
É função do TCU, mediante parecer prévio (deve ser Exemplo: Conforme abordado acima, o TCU comu-
elaborado no prazo de 60 dias), analisar as contas nica ao Congresso Nacional sobre as irregulari-
anuais do Presidente da República, por exemplo, análi- dades e abusos apurados para que, se for o caso,
se das demonstrações contábeis consolidadas da União
anule o contrato administrativo ou a licitação.
(também chamados de balanços gerais da União).
z Julgar as contas dos administradores e demais res-
ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos Do Processo legislativo
da administração direta e indireta;
Exemplo: é função do TCU julgar as contas das É o conjunto de atos a serem observados para a
autarquias. produção, criação, modificação ou revogação de nor-
z Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos mas, realizado pelos órgãos competentes.
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na A iniciativa pode ser parlamentar (quando outor-
administração direta e indireta;
gada aos Membros do Congresso Nacional – Câmara
z Exemplo: apreciar a legalidade de ato de admis-
são da empresa brasileira de Correios, mediante a dos Deputados ou Senado Federal) ou extraparlamen-
prorrogação de concurso público. tar (quando conferida aos demais órgãos ou pessoas
� Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos que não integram o Congresso Nacional, por exemplo,
Deputados, do Senado Federal, de Comissão téc- através da iniciativa popular).FIQUE ATENTO!
nica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
No processo legislativo de elaboração e criação de
natureza contábil, financeira, orçamentária, ope-
racional e patrimonial, nas unidades administrati- normas, o Senado Federal só será a casa iniciadora,
vas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; se o projeto for apresentado por Senadores ou suas
Exemplo: apurar denúncias referente à legalidade comissões.
de atos administrativos.
� Fiscalizar as contas nacionais das empresas supra- z Medida provisória: tem iniciativa na Câmara
nacionais de cujo capital social a União participe;
dos Deputados, art. 62 §8° da CF.
Exemplo: o Brasil tem acordo realizado com o Gover-
no do Iraque, nesse sentido, a União participa do z Iniciativa popular: a CF exige a subscrição de no
denominado Banco Brasileiro Iraquiano S. A (BBI). mínimo 1% do eleitorado, nacional, distribuído
� Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas- por pelo menos cinco estados, com não menos de
sados pela União mediante convênio, acordo, ajus- 0,3% dos eleitores, cada um deles, e será apresen-
te ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao tado perante a Câmara dos Deputados, art. 61, §2°
Distrito Federal ou a Município;
da CF. A tramitação é a mesma do projeto de lei
Exemplo: fiscalização do repasse dos recursos
Federais transferidos aos Estados. ordinária. Exemplo de iniciativa popular para lei
� Prestar as informações solicitadas pelo Congresso complementar – lei da ficha limpa.
Nacional;
Exemplo: emitir pronunciamento conclusivo sobre Os projetos de lei começam a tramitar na Câmara
os projetos de lei relativos ao plano plurianual, dos Deputados, com exceção de quando são apresen-
diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual. tados por Senador ou comissão do senado, nesses
� Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade dois casos, começam pelo Senado. Caso o projeto seja
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
aprovado por uma Casa, ele será revisto pela outra,
previstas em lei;
em um só turno de discussão e votação (em cada casa).
Exemplo: Verificada fraude comprovada à licita-
ção, o Tribunal poderá proibir o sancionado de
participar de licitação na Administração pública z Se tiver iniciado a tramitação na Câmara (regra),
Federal por até cinco anos. o projeto segue para o Senado, onde será analisa-
� Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote do e votado. Se for alterado, volta para a Câma-
as providências necessárias ao exato cumprimen-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ra, que analisa apenas as alterações, podendo
to da lei, se verificada ilegalidade; mantê-las ou recuperar o texto original.
Exemplo: Verificada a ilegalidade de uma licitação, z Em seguida, vai para sanção ou veto do presidente
o Tribunal determina o prazo de quinze dias para
da República.
que o responsável adote as providências necessá-
rias (alegações de defesa ou, se for o caso, adequar
o contrato a lei). Atenção! Se tiver vindo do Senado (exceção) e for
� Sustar se não atendido, a execução do ato impug- aprovado sem alterações, segue para sanção ou veto
nado, comunicando a decisão à Câmara dos Depu- do presidente da República.
tados e ao Senado Federal;
Exemplo: caso verificada a ilegalidade de uma lici- z Se for alterado, volta para o Senado, que analisa as
tação e o responsável não responder no prazo as mudanças da Câmara, podendo mantê-las ou recu-
alegações de sua defesa ou, se for o caso, não ade- perar o texto original.
quar o contrato a lei, o TCU pode sustar a execução
z Em seguida, vai para sanção ou veto do Presidente
ato impugnado, entretanto, o TCU não tem poder
da República.
para anular contrato administrativo, mas, se for
o caso, pode comunicar a autoridade administrati-
va para que anule o contrato ou a licitação. Entenda: Na casa revisora, o projeto pode ser rejei-
� Representar ao Poder competente sobre irregula- tado (arquivado), se aprovado (depois de ser enviado
ridades ou abusos apurados. para o Presidente dar a sanção ou veto), ou emendado. 319
INICIATIVA Art. 66 A Casa na qual tenha sido concluída a vota-
ção enviará o projeto de lei ao Presidente da Repú-
blica, que, aquiescendo, o sancionará.
Casa iniciadora
§ 1º Se o Presidente da República considerar o
CÂMARA DOS projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou
DEPUTADOS
contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, conta-
Aprovado dos da data do recebimento, e comunicará, dentro
Casa revisora Aprovado PRESIDENTE DA de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
REPÚBLICA
SENADO FEDERAL Federal os motivos do veto.
15 dias
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto inte-
gral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
Art. 66 da CF § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
Alterado
Presidente da República importará sanção.
Volta para Câmara SANÇÃO VETO
Inamovibilidade: proibição de remoção do ma- Órgão máximo do Poder Judiciário, também deno-
gistrado de um cargo para outro, salvo por motivo de minado como guardião da Constituição. Composto por
interesse público, mediante voto da maioria absoluta onze membros, nomeados pelo Presidente da Repúbli-
do respectivo tribunal, assegurada ampla defesa. ca, conforme o art. 101, parágrafo único, da CF, após
Irredutibilidade de subsídios: Assegura que o aprovação por maioria absoluta do Senado Federal.
magistrado não tenha diminuído o valor de seus sub- Composto por onze Ministros do Supremo Tribu-
sídios, salvo imposição constitucional. nal Federal, os quais devem ser brasileiros natos, com
Sendo que, tais garantias são asseguradas também idade entre 35 e 65 anos, cidadão em pleno gozo dos
aos membros do Ministério Público e Conselheiros e direitos e possuir notável saber jurídico e reputação
Ministros dos Tribunais de Contas. ilibada.
Cabe ressaltar que os magistrados também tem
foro especial por prerrogativa de função, sendo julga- Art. 101 O Supremo Tribunal Federal compõe-se
dos originalmente por tribunais indicados na Consti- de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com
tuição Federal. Vejamos: mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.
ÓRGÃO Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribu-
AUTORIDADE INFRAÇÃO
JULGADOR nal Federal serão nomeados pelo Presidente da
Juízes Estaduais Comum/ TJ República, depois de aprovada a escolha pela maio-
e do DF responsabilidade Art. 96, III. ria absoluta do Senado Federal.
Existem órgãos que podem descumprir a Súmula A seguir, organizamos dois quadros das competên-
Vinculante sem sofrer penalidades. São os seguintes: cias do STF e STJ, com fundamento nos arts. 102 e 105
da CF. Pedimos atenção especial nesses artigos, pois
z STF de oficio para rever ou cancelar; são de extrema importância. Cuidado para não con-
z Processo legislativo – na sua função típica, ou seja, fundir as competências de cada órgão.
ao legislar.
Cuidado: Na sua função atípica, que seria admi- STF - ART. 102 DA CF
nistrar e julgar, deve respeitar a súmula vinculante: ADI, ADC e ADPF*
Crime comum:
z Presidente da República pode editar Medida Pro-
visória contrária à súmula vinculante (pois, neste Presidente República + Vice
326 caso, ele estaria legislando). Membros Congresso Nacional, Ministros e o PGR
STF - ART. 102 DA CF
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Crime de comum e responsabilidade:
Ministros estado, Comandante Marinha, Exército e Ae- 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No âmbito do Poder Legis-
ronáutica, membros Tribunais Superiores, TCU e Chefes lativo Federal, as comissões parlamentares de inquérito
de missão diplomática.
HC quando coator for Tribunal Superior e o paciente for a) podem investigar fatos referentes a questões de inte-
autoridade/funcionários quando atos estejam sujeitos resse de um estado-membro, ou seja, sem relevância
jurisdição STF; nacional.
MS e HD contra atos do Presidente República, Mesa da b) podem determinar medida de arresto e sequestro de
Câmara dos Deputados e Senadores; bens de investigados.
Extradição; c) têm poderes para determinar medida de busca e
Litigio entre Estado estrangeiro e a União, o Estado, o apreensão domiciliar e interceptação telefônica.
Distrito Federal ou o Território*; d) podem determinar que um investigado não se ausente
Ações contra CNJ e CNMP (Conselho Nacional do Mi- do país.
nistério Público); e) têm poderes para quebrar sigilo de dados telefônicos.
Extradição solicitada por estado estrangeiro;
Revisão criminal e ação rescisória de seus julgados; Conforme o STF, a CPI tem competência constitucio-
Reclamação – preservação de sua competência; nal para ordenar a quebra de sigilo bancário, fiscal
Ações contra CNJ e o CNMP. e telefônico (MS 23.868, rel Min. Celso de Mello, jul-
Competência em recurso Ordinário: habeas corpus, gamento em 30.8.2001, DJ de 21.6.2002). Resposta:
mandado de segurança, habeas data e mandado de Letra E.
injunção, decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores; 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A Constituição Fede-
Competência em Recurso Extraordinário: ral de 1988 elenca como atribuição do presidente da
Causas decididas em única ou última instância, caso República
decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição
Federal. a) dispor, por decreto, sobre o funcionamento da admi-
nistração pública federal, ainda que isso implique
aumento de despesa.
b) conceder indulto e comutação de penas.
STJ - ART. 105 DA CF c) autorizar empréstimos contraídos pela União no
ADI, ADC e ADPF* exterior.
Crime comum: d) celebrar e referendar acordos internacionais, na condi-
ção de chefe de Estado.
Governador de Estado e DF; e) celebrar a paz, com referendo do Senado Federal.
Crimes comuns e de responsabilidade: 1Desembargado-
res do TJ (Estados e DF), membros do TCE e TCDF, dos TRF, A Constituição Federal no art. 84 trata da competên-
TER e TRT, dos conselhos do TCU e do MPU;*1HC quando cia do Presidente da República, sendo que no inci-
coator ou paciente for pessoas acima mencionadas, ou so XII dispõe que compete ao Presidente conceder
quando for Tribunal sujeito a sua jurisdição, Ministro de indulto e comutar penas, com audiência, se necessá-
Estado ou Comandante do Exército, Marinha e Aeronáuti- rio, dos órgãos instituídos em lei. Resposta: Letra B.
ca, salvo competência da Justiça Eleitoral;
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca da administração
Mandado de Segurança e Habeas Data contra ato de
pública e da organização dos poderes, julgue o item
Ministro de Estado, Comandantes do Exército, Marinha
subsequente à luz da CF.
e Aeronáutica, ou Ministros do STJ;1Conflito de compe- Cabe ao Congresso Nacional exercer, mediante con-
tência entre os Tribunais (salvo art. 102, I “o” – conflito trole externo, a fiscalização contábil, financeira, orça-
entre STJ x Tribunais);1Revisão Criminal e Ação Rescisó- mentária, operacional e patrimonial da União.
ria de seus julgados;1Reclamação – preservação de sua
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
competência;1Conflito entre autoridades administrativas
( ) CERTO ( ) ERRADO
e judiciárias da União, entre autoridades judiciárias de um
Estado e administrativas de outro ou do DF, ou entre es-
Sim, a função será exercida pelo Congresso Nacio-
ses e a União;1Mandado de Injunção quando a elabora-
nal mediante controle externo, conforme o art. 70
ção da norma for atribuição de autoridade Federal, salvo
da CF/88. Resposta: Certo.
casos de competência do STF, Justiça Militar, Eleitoral e
do Trabalho;1Competência em recurso Ordinário:1Ha-
4. (FCC – 2018) O Tribunal de Contas, órgão dotado de
beas Corpus decidido em única ou última instância pelos
prerrogativas especiais, atua como auxiliar do Poder
TRF ou TJ dos Estados e DF quando denegatória.
Mandado de Segurança decidido em única instância a) Executivo, na função de controle interno da
pelo TRF ou TJ dos Estados e DF, também quando Administração.
denegatória a decisão. Causas em que forem partes b) Legislativo, na função de controle externo da
Estado estrangeiro ou organismo Internacional de um
Administração.
lado, e, de outro, Município ou pessoa residente ou do-
miciliada no país;1Competência em Recurso Especial: c) Legislativo e do Poder Judiciário, respectivamente, na
Causas decididas em única ou ultima instância pelo função de controle interno e externo da Administração.
TRF ou TJ dos Estados ou DF, quando decisão recorrida d) Judiciário, exercendo função jurisdicional, no controle
contrariar Lei Federal. externo da Administração.
e) Legislativo, exercendo função administrativa, no con-
*Muito cobrado em provas trole interno da Administração. 327
O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas República:
da União na sua função administrativa, conforme IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
dispõe art. 71 da CF/88. Resposta: Letra B. Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos
o Conselho da República e o Conselho de Defesa
5. (FCC – 2018) Nos termos da Constituição Federal, a Nacional, decretar estado de defesa para preservar
adoção, pelo Presidente da República, de medidas de ou prontamente restabelecer, em locais restritos
e determinados, a ordem pública ou a paz social
reorganização da Administração federal, que impli-
ameaçadas por grave e iminente instabilidade ins-
quem a extinção de cargos e funções vagos,
titucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza.
a) é incabível, por se tratar de matéria privativa de lei, não
passível de delegação legislativa, vedada a edição de
3º: Controle Político feito pelo Congresso Nacional:
medida provisória sobre o tema.
b) cabe ser tomada mediante decreto, independente-
z Confirma: Art. 49, IV da CF/88
mente de edição prévia de lei que o autorize a tanto.
z Rejeita: Art. 136 § 4º da CF/88
c) cabe ser tomada apenas mediante medida provisó-
ria, desde que presentes requisitos de urgência e
Controle político imediato – ocorre na decreta-
relevância.
ção ou caso persistirem as razões que justificaram o
d) cabe ser tomada apenas mediante delegação legislati-
estado de defesa, este poderá ser prorrogado por mais
va do Congresso Nacional.
30 dias, então o Presidente da República no prazo de
e) cabe ser tomada mediante decreto, desde que median-
24 horas submete a decisão ao Congresso Nacional,
te a edição prévia de lei que o autorize a tanto.
que deverá decidir pelo voto da maioria absoluta e
mediante decreto legislativo, sobre a aprovação ou
A constituição no art. 84, inciso IV, “a”, autoriza a
suspensão.
decisão mediante decreto, não sendo necessário lei
Caso o Congresso estiver em recesso, será convocado
que previamente autorize, denominado pela doutri-
no prazo de cinco dias – Sessão Legislativa Extraordiná-
na como um Decreto Autônomo. Resposta: Letra B.
ria. Deverá, também, apreciar o decreto no prazo de dez
dias do seu recebimento (art. 136, §5º e 6º da CF/88).
Controle político concomitante (ao mesmo
tempo) - Neste caso, cinco membros da mesa do Con-
DA SEGURANÇA PÚBLICA gresso Nacional têm que acompanhar e fiscalizar as
medidas tomadas.
ESTADO DE DEFESA Controle político sucessivo (no final) – Ocorre nos
termos do art. 141, parágrafo único da CF, o qual deter-
O Estado de Defesa e Estado de Sítio são legalida- mina que após cessar o estado de defesa as medidas apli-
des extraordinárias temporárias, criadas por Decreto cadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente
do Presidente da República, consagrados no Título V da República em mensagem ao Congresso Nacional.
da Constituição Federal. Caso o Congresso Nacional não aceite a justifica-
O estado de defesa tem o objetivo de preservar ou tiva relada pelo Presidente da República no controle
reestabelecer em locais restritos à ordem pública e a político sucessivo e se, caracterizado algum crime de
paz social ameaçada por grave e iminente instabilida- responsabilidade, poderá o Presidente ser submetido
de institucional ou atingidas por calamidade de gran- ao processo, conforme a Lei 1.079/1950 e art. 85 da
de proporção da natureza, conforme dispõe art. 136 CF/88. (controle jurídico)
da CF/88.
É obrigatória análise pelo Conselho da República ESTADO DE SÍTIO
e pelo Conselho de Defesa Nacional (art. 89 a 91 da
CF/88), ainda que a opinião dos Conselhos não seja O estado de sítio está consagrado no art. 137 a 139
vinculante. O controle político ocorre após a decreta- da CF/88 e será decretado diante da ineficácia do esta-
ção do Presidente deve no prazo de 24 horas enviar ao do de defesa, diante de comoção de grave repercussão
Congresso Nacional para análise, para ser autorizado nacional. E não pode ser decretado por mais de 30 dias,
depende da autorização da maioria absoluta de seus porém, se necessário, pode ser prorrogado por mais 30,
membros. se necessário de novo, mais 30, e assim por diante.
O tempo de duração não será superior a 30 dias, No caso de declaração de estado de guerra ou res-
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual posta a agressão armada estrangeira, o estado de sítio
período. Nesse período será limitado o direito de reu- poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar
nião, mesmo que exercida junto às associações, sigilo a guerra ou a agressão armada estrangeira.
de correspondência e sigilo de comunicação telegráfi- Procedimento:
ca e telefônica.
Procedimento: 1º: Presidente da República consulta dois conselhos.
Comoção grave de
3º: Presidente da República decreta estado de sítio. repercussão nacio-
Art. 84 IX e 137 caput da CF. nal ou ineficácia
da medida tomada
4º: Controle Político feito pelo Congresso Nacional: durante o estado de
defesa;
Controle político concomitante (ao mesmo tem- 30 dias podendo
30 dias podendo ser se for o caso ser
po) –A partir do momento que o estado de sítio é auto- prorrogado somen- prorrogado suces-
rizado, o Congresso designa cinco membros da mesa PRAZO te uma vez por igual sivamente 30 + 30
do Congresso Nacional para acompanhar e fiscalizar período. + 30 [...]
Exemplo: 30 + 30 Declaração de esta-
as execuções das medidas referente ao estado de sítio. do de guerra ou res-
Art. 49, IV e art. 140 da CF/88. posta a agressão
armada estrangeira.
Controle político sucessivo (no final) - Ocorre nos
Decretado pelo
termos do art. 141, parágrafo único da CF, o qual deter- tempo que durar a
mina que após cessar o estado de defesa as medidas apli- guerra ou agressão
armada.
cadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente
da República em mensagem ao Congresso Nacional. COMPETÊNCIA
Presidente da Presidente da
República República
O direito de reunião pode ser limitado por decreto
presidencial no estado de defesa e estado de sítio. A
Posterior: Prévio:
censura também se torna possível no estado de sítio. Depois de decreta- Presidente da Re-
Ainda, caso decretado estado de sítio por comoção do estado de defesa pública depende de
grave de repercussão nacional ou ineficácia da medi- CONTROLE o Presidente da Re- autorização pelo
POLÍTICO pública comunica Congresso Nacio-
da tomada durante o estado de defesa, só poderão ser congresso nacional nal para decretar o
tomadas contra as pessoas as medidas consagradas no que pode confirmar estado de sítio.
ou cessar.
art. 139 da CF, vejamos:
Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Fique atento que o art. 144 § 4º não menciona a ati-
Municípios instituirão conselho de política de admi- vidade penitenciária como atividade da polícia civil.
nistração e remuneração de pessoal, integrado por A Constituição do Brasil – art. 144, § 4º – define
servidores designados pelos respectivos Poderes.
incumbir às polícias civis “as funções de polícia judi-
[...]
ciária e a apuração de infrações penais, exceto as mili-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
tares”. Não menciona a atividade penitenciária, que
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
diz com a guarda dos estabelecimentos prisionais;
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu-
não atribui essa atividade específica à polícia civil.
sivamente por subsídio fixado em parcela úni-
(STF. ADI 3.916, rel. min. Eros Grau, DJE de 14-5-2010)
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em z Polícias militares e Corpo de Bombeiros Militar
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (art. 144, § 5º da CF): as polícias militares cabem
à polícia ostensiva sendo atribuído a preservação
z Polícia Federal (art. 144, § 1º da CF) é órgão per- da ordem pública e ao corpo de bombeiros milita-
manente, organizado e mantido pela União. Exer- res objetivam a execução das atividades de defesa
ce a função de polícia judiciária da União, que está civil, prevenção e combate a incêndios, buscas e
disposto nos incisos I ao IV, vejamos: salvamentos públicos.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão Ainda, conforme consagra § 6º do art. 144 da CF
permanente, organizado e mantido pela União e ambos “subordinam-se, juntamente com as polícias
estruturado em carreira, destina-se a: civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
I - apurar infrações penais contra a ordem polí- Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
tica e social ou em detrimento de bens, serviços e Territórios”.
interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infra-
z Polícias Penais Federal, estaduais e distrital (art.
ções cuja prática tenha repercussão interestadual
ou internacional e exija repressão uniforme, segun- 144 § 5º-A) foi incluído pela Emenda Constitucio-
do se dispuser em lei; nal nº 104 de 2019, às polícias penais cabe à segu-
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entor- rança dos estabelecimentos penais, vinculadas ao
pecentes e drogas afins, o contrabando e o desca- órgão administrador do sistema penal da unidade
minho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros federativa a que pertencem.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
17 ERRADO
17. (CEBRASPE-CESPE – 2018) À luz da Constituição
Federal de 1988, julgue o item que se segue, acerca 18 ERRADO
dos princípios fundamentais e do meio ambiente.
Ressalvada a hipótese de flagrante delito, a prisão 19 ERRADO
decorrente da prática de transgressão militar depen- 20 CERTO
derá de ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ANOTAÇÕES
18. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Com relação às normas
do direito brasileiro, julgue o item que se segue.
Todos os tratados internacionais que versem sobre
direitos humanos são incluídos no ordenamento jurí-
dico brasileiro com força de norma constitucional.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Segundo este princípio, não devem existir orça- Este princípio está fundado no §8º do art.165 da
mentos paralelos. Cada ente da Federação deve ela- Constituição Federal:
borar e aprovar uma única lei orçamentária, apesar
de possuírem em sua estrutura diversos órgãos com [...]
autonomia financeira. Por exemplo, um ente federa- § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispo-
tivo poderá possuir autarquias com autonomia finan- sitivo estranho à previsão da receita e à fixa-
ceira e administrativa, mas seu orçamento autárquico ção da despesa, não se incluindo na proibição a
deverá integrar uma única peça consolidada pelo Exe- autorização para abertura de créditos suplemen-
cutivo daquele ente. tares e contratação de operações de crédito, ainda
Note que o fato do orçamento possuir uma uni- que por antecipação de receita, nos termos da lei.
dade não significa que não seja multidocumental. A
LOA é composta por três documentos que represen- Ou seja, impede que o legislador inclua na lei
tam os orçamentos fiscal, da seguridade social e dos orçamentária matérias não relacionadas ao tema de
investimentos. orçamento, mais especificamente dispositivos que
não sejam relativos à previsão da receita e fixação de
Princípio da universalidade despesas.
Trata-se de uma previsão importante, pois caso
Apesar da semelhança entre os termos, universalida- não existisse, a lei orçamentária estaria “recheada” de
de não se confunde com unidade. Se na unidade tratamos temas “carona”, aproveitando a tramitação especial e
aprovação mais célere da lei orçamentária.
da peça única do orçamento, este princípio determina
que a peça orçamentária englobará todas as receitas e
z Exceção ao princípio: a autorização para aber-
despesas referentes a todos os Poderes e órgãos da admi-
tura de créditos suplementares e a autorização
nistração. Em outras palavras, dentro do universo pos-
para contratação de operações de crédito, previs-
sível de receitas e despesas de um órgão, nada pode ser
tos explicitamente no art. 165, §8º da Constituição
excluído ou omitido na peça orçamentária.
Federal. Créditos suplementares e operações de
Ainda que essa omissão não tenha impacto líquido
crédito são temas bem específico dentro da disci-
Elaboração da PPA
Execução, controle
e avaliação Elaboração de
orçamentária outros planos
Apreciação,
Aprovação, sanção
Elaboração da LDO
e publicação
LOA
Elaboração de LOA
Elaboração
Execução Aprovação
Sanção/
Veto
Notem que o ciclo estendido engloba as etapas de elaboração da LOA, Lei Orçamentária Anual, em consonân-
cia com a LDO e PPA. Há aqui uma visão integrada do processo orçamentário, que tem como grande diretriz o PPA
e o resultado da avaliação da LOA como insumos para a elaboração do próximo PPA.
Feitas as considerações acima, vamos passar para o estudo das fases. Vamos nos basear no processo federal,
mas podemos “transportar” o processo para os demais níveis da federação.
Elaboração
A fase de elaboração se desencadeia com a iniciativa, que sempre deve ser de responsabilidade do Poder Executivo:
339
Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
Nesta fase de elaboração cada órgão da administração envia a sua proposta orçamentária à Secretaria de Orçamento Fede-
ral para consolidação e posterior envio ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, que por sua vez enviará ao
Presidente da República. Neste processo, os demais Poderes, o Ministério Público e a Defensoria também enviarão as suas pro-
postas ao executivo, que fará a alocação dos recursos no orçamento seguindo as etapas de fixação da meta fiscal, projeção das
receitas, projeção das despesas obrigatórias, e apuração das despesas discricionárias.
O envio será de responsabilidade do Presidente da República, nos termos do art. 84, XXIII da Constituição Federal:
Art. 84 Compete privativamente ao Presidente da República: [...]
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento previstos nesta Constituição;
Importante!
A autonomia administrativa e financeira:
Conforme vimos, os diversos órgãos e Poderes enviam as suas propostas orçamentárias ao Poder Executivo
para consolidação. Tal prática é consoante à autonomia administrativa e financeira garantida pela nossa cons-
tituição nos seguintes dispositivos:
� Poder Judiciário: art. 99 da CF/88;
� Ministério Público: art. 127 da CF/88
� Defensorias públicas: art. 134, §§ 2º e 3º da CF/88
Cabe aqui esclarecermos o conteúdo dessas “propostas orçamentárias”. O art. 22 da Lei 4.320/64 nos fornece
algumas informações importantes:
Art. 22 A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabele-
cidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:
I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com
demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos
financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômica-financeira do Govêrno; justificação da recei-
ta e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;
II - Projeto de Lei de Orçamento;
III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas distintas
e para fins de comparação:
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;
c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;
d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;
e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e
f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em têrmos de metas
visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de
justificação econômica, financeira, social e administrativa.
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de
suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.
Um outro ponto que merece destaque nesta análise inicial do ciclo orçamentário diz respeito aos prazos de
cada ente na elaboração e encaminhamento das peças orçamentárias. Aproveitaremos o nosso esquema dos ins-
trumentos orçamentários distribuídos na linha do tempo apresentado anteriormente para tratar dos prazos da
PPA, LDO e LOA:
340
Caso os prazos acima não sejam respeitados (por Outra hipótese é a aprovação de emendas no caso de
exemplo, por uma omissão do Poder Executivo em erros, omissões das peças orçamentárias.
enviar a proposta orçamentária), o Poder Legislativo O Presidente da República poderá também propor
considerará como proposta a Lei de Orçamento vigen- modificações nos projetos de lei por meio das men-
te, conforme disposto no art.32 da Lei 4.320/64: sagens. As mensagens poderão ser submetidas ao
Congresso Nacional antes do início da votação na
Art. 32 Se não receber a proposta orçamentária no comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgâni-
Além das vedações às emendas já apresentadas,
cas dos Municípios, o Poder Legislativo considera-
rá como proposta a Lei de Orçamento vigente. destacamos outras hipóteses previstos na art. 33 da
Lei 4.320/64
Discussão e aprovação
Art. 33 Não se admitirão emendas ao projeto de Lei
A fase de discussão e aprovação tem início com o de Orçamento que visem a:
recebimento das peças orçamentárias pelo Congresso a) alterar a dotação solicitada para despesa de cus-
Nacional. Os projetos de PPA, LDO e LOA são examina- teio, salvo quando provada, nesse ponto a inexati-
dos por uma Comissão Mista, que é responsável pela dão da proposta;
emissão de parecer sobre os projetos e as contas apre- b) conceder dotação para o início de obra cujo pro-
sentadas pelo Presidente da República. jeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
c) conceder dotação para instalação ou funcio-
Art. 166 Os projetos de lei relativos ao plano plu- namento de serviço que não esteja anteriormente
rianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
criado;
anual e aos créditos adicionais serão apreciados
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma d) conceder dotação superior aos quantitativos
do regimento comum. previamente fixados em resolução do Poder Legis-
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de lativo para concessão de auxílios e subvenções.
Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos refe- Findo o processo de discussão, os projetos são
ridos neste artigo e sobre as contas apresentadas apreciados pelo Plenário do Congresso Nacional. Caso
anualmente pelo Presidente da República; alcance o quórum de maioria simples em cada uma
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e pro-
das casas do Poder Legislativo (Câmara dos Deputa-
gramas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e dos e Senado Federal), são encaminhados ao Presiden-
a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atua- te da República para sanção ou veto.
ção das demais comissões do Congresso Nacional
e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. Execução orçamentária
Outro processo importante nesta etapa de apro- Orçamento aprovado, passa-se para a etapa de
vação e discussão do orçamento (e que rende muitas execução. De pronto, destacamos o art. 8º da Lei de
negociações!) envolve a apresentação de emendas. Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/00):
As emendas são utilizadas para modificar os itens
dos projetos de lei, para que necessidades ou compro- Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orça-
PPA será apreciado pelas duas Art. 169 Limites para despesas de pessoal
Art. 166, caput
Casas do Congresso Nacional
Caberá a uma Comissão Mista Art. 163 Lei complementar disporá sobre:
Permanente de senadores e de- I - finanças públicas;
Art. 166, §1º, I II - dívida pública externa e interna, incluída a das
putados examinar e emitir pare-
cer sobre o PPA autarquias, fundações e demais entidades controla-
Os incisos V, VI e VII operam no sentido de redu- Trata-se de um dispositivo que objetiva regrar a
zir os riscos de endividamento do ente pela abertura execução do orçamento pelo Poder Executivo, deter-
descontrolada de créditos, bem como as alocações e minando que os recursos devem ser entregues todo
realocações arbitrárias dos recursos de uma categoria o dia 20 de cada mês em duodécimos (razão de 1/12),
para outra. Veja que se tais vedações não existissem, evitando que algum ente ou órgão sofra com a incer-
a essência do orçamento programático se perderia e o teza de recebimento de recursos em sua programação
controle e avaliação dos programas seria prejudicado. orçamentária.
A vedação dos incisos VIII e IX limitam a atuação
do administrado, à medida que obriga a obtenção de Art. 169 A despesa com pessoal ativo e inativo da
autorização legislativa para instituição de fundos e União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
direciona recursos para suprir déficit de empresas, cípios não poderá exceder os limites estabeleci-
fundações e fundos. dos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumen-
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultra- to de remuneração, a criação de cargos, empregos
passe um exercício financeiro poderá ser iniciado e funções ou alteração de estrutura de carreiras,
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de qualquer título, pelos órgãos e entidades da admi-
responsabilidade. nistração direta ou indireta, inclusive fundações
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão instituídas e mantidas pelo poder público, só pode-
vigência no exercício financeiro em que forem auto- rão ser feitas:
rizados, salvo se o ato de autorização for promul- I - se houver prévia dotação orçamentária suficien-
gado nos últimos quatro meses daquele exercício, te para atender às projeções de despesa de pes-
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, soal e aos acréscimos dela decorrentes;
serão incorporados ao orçamento do exercício II - se houver autorização específica na lei de
financeiro subsequente. diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somen- empresas públicas e as sociedades de econo-
te será admitida para atender a despesas imprevi- mia mista.
síveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei com-
comoção interna ou calamidade pública, observado plementar referida neste artigo para a adaptação
o disposto no art. 62. aos parâmetros ali previstos, serão imediatamen-
[...] te suspensos todos os repasses de verbas federais
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transfe- ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e
rência de recursos de uma categoria de programa- aos Municípios que não observarem os referidos
ção para outra poderão ser admitidos, no âmbito limites.
das atividades de ciência, tecnologia e inovação, § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos
com o objetivo de viabilizar os resultados de proje- com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
tos restritos a essas funções, mediante ato do Poder complementar referida no caput, a União, os Esta-
Executivo, sem necessidade da prévia autorização dos, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
legislativa prevista no inciso VI deste artigo. seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das
Por fim, destacamos os parágrafos finais do art. 167. despesas cargos em comissão e funções de
O §1º impõe importante regra na gestão orçamentária, confiança;
348 vedando a assunção de compromissos financeiros que II - exoneração dos servidores não estáveis
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágra- os principais documentos utilizados pela Conta Única
fo anterior não forem suficientes para assegurar para movimentação de recursos. Vamos a eles.
o cumprimento da determinação da lei comple-
mentar referida neste artigo, o servidor estável z Ordem Bancária (OB): pagamento de obrigações
poderá perder o cargo, desde que ato normativo da unidade gestora;
motivado de cada um dos Poderes especifique a ati- z Guia de Recolhimento da União (GRU): docu-
vidade funcional, o órgão ou unidade administrati- mento que consolida o recolhimento de todas as
va objeto da redução de pessoal. receitas da União, além de depósitos diversos,
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do devoluções, em todos os órgãos e entidades que
parágrafo anterior fará jus a indenização corres-
integram o orçamento fiscal e da seguridade social,
pondente a um mês de remuneração por ano de
exceto as receitas administradas pelo INSS, Receita
serviço.
Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional;
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos pará-
z Documento de Arrecadação de Receitas Fede-
grafos anteriores será considerado extinto, vedada
a criação de cargo, emprego ou função com atribui-
rais (Darf): recolhimento das receitas adminis-
ções iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro tradas pela Receita Federal e Procuradoria Geral
anos. da Fazenda Nacional. Podem ser categorizados
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a em Darf Comum (pagamento de receitas federais
serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. pelas pessoas físicas e jurídicas, exceto do Simples
Nacional), Darf Simples (dedicado ao recolhimen-
O art. 169 costuma ser bastante abordado nos to das receitas pelas empresas enquadradas no
exames, pois o tema da despesa de pessoal é sempre Simples Nacional) e DJE (demandas judiciais ou
polêmico, é uma das principais causas dos problemas extrajudiciais);
orçamentários enfrentados pelos entes, dando origem z Guia de Previdência Social – GPS: recolhimento
para calorosos debates e notícias na mídia. Inicialmen- das receitas administradas pelo INSS
z Documento de Receitas de Estados e/ou Municí-
te, cabe destacar que o aumento do quadro e despesa
pios (DAR): recolhimento de tributos dos Governos
de pessoal só será admitido na hipótese de existirem
Estaduais;
recursos suficientes na lei orçamentária e o aumento
z Guia de Recolhimento do FGTS e de Informa-
esteja autorizado na LDO exceto as empresas públi-
ções da Previdência Social (GFIP): Recolhimen-
cas e as sociedades de economia mista. As exceções à
to de receitas do Fundo de Garantia por Tempo de
regra para os casos de empresas públicas e sociedades
Serviço;
de economia mista são coerentes, pois essas empresas
z Nota de Sistema (NS): movimentações realizadas
participando em um domínio econômico tipicamente
pelo BACEN na Conta Única, mediante autorização
das empresas privadas, terá que operar em condições
do Tesouro Nacional;
semelhantes a elas para que possam ser eficientes. z Nota de Lançamento (NL): lançamentos que ser-
Importante também ressaltar as medidas que os vem como conciliação da Conta Única.
entes deverão tomar, no que tange ao gerenciamen-
to e controle das despesas de pessoal, possuem uma ADCT e o Novo Regime Fiscal (Emenda
regra de aplicação. Em outras palavras, as medidas Constitucional Nº 95/2016)
de reequilíbrio das contas por meio das despesas de
Provisão (interna):
Destaque (externa):
Veja que os cinco objetivos do SIAF são muito SIDOR – SISTEMA INTEGRADO DE DADOS
aderentes com as suas caraterísticas, sustentado na ORÇAMENTÁRIOS
padronização de procedimentos, métodos e rotinas
de trabalho, bem como a unificação de recursos finan- O Sistema Integrado de Dados Orçamentários
ceiros da administração. A padronização de procedi- (Sidor) é um conjunto de procedimentos integrados
352 mentos, métodos e rotinas de trabalho permite que que tem como objetivo gerenciar o processamento
orçamentário. Está sob supervisão da Secretaria de Os ingressos extraorçamentários são aqueles
Orçamento Federal – SOF. que, apesar de pertencerem a terceiros, são arrecada-
O Sidor é responsável pela elaboração da propos- dos pelo ente público exclusivamente para fazer face às
ta orçamentária no âmbito da União, sendo o PLOA – exigências contratuais pactuadas para posterior devo-
Projeto de Lei Orçamentária o seu produto final. Veja lução. Esses recursos financeiros apresentam caráter
então que se a execução orçamentária é realizada no temporário e não integram o orçamento público, uma
SIAF, a elaboração do orçamento e modificações pos- vez que o Estado é seu mero depositário desses valores,
que constituem passivos exigíveis e cujas restituições
teriores fica a cargo do Sidor.
não se sujeitam à autorização legislativa. Citamos como
O Sidor, assim como o SIAF, possui alguns subsis-
exemplos: depósitos em caução, fianças, Operações
temas como por exemplo o Cadastro de pro/gramas
de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária
e ações, Prioridades e metas anuais, Legislação orça- (ARO), emissão de moeda e outras entradas compensa-
mentária, Alinhamento da série histórica, Definição tórias no ativo e passivo financeiros.
dos limites, Elaboração da proposta setorial, Análise
da proposta setorial, Simulador de fontes, Compatibi-
lização da proposta orçamentária, Formalização do Importante!
projeto de lei orçamentária, Receita, Pessoal, Dívida,
Precatórios, Pleitos e Recursos humanos. As Operações de Crédito por Antecipação de
Por fim, mencionamos o Siop – Sistema Integrado Receita Orçamentária (ARO) são ingressos
de Planejamento e Orçamento, com o objetivo de inte- extraorçamentários.
grar os atuais sistemas utilizados na elaboração, exe-
cução e acompanhamento orçamentário. Os ingressos orçamentários são aqueles perten-
centes ao ente público arrecadados exclusivamente
para aplicação em programas e ações governamentais.
Estes ingressos são denominados Receita Pública.
RECEITA PÚBLICA De acordo com a definição constante no Manual de
Procedimentos das Receitas Públicas (2004, p. 14),
CONCEITO
“Receitas Públicas são todos os ingressos de cará-
Quando pensamos em serviços que o Estado deve ter não devolutivo auferidas pelo poder público,
em qualquer esfera governamental, para alocação
prover à população, pensamos em saúde, educação,
e cobertura das despesas públicas. Dessa forma,
transporte, justiça etc. Porém, para esses serviços, cer-
todo o ingresso orçamentário constitui uma receita
tamente existe um custo envolvido a ser sustentado pública, pois tem como finalidade atender às despe-
por toda a sociedade, uma vez que tais serviços são sas públicas.” (grifo nosso)
públicos. Não é mera coincidência que a Constituição
Federal, ao estabelecer diversos deveres de atuação Receitas públicas são apenas os ingressos orça-
estatal, também preveja os meios disponíveis para mentários, ou seja, aqueles que não têm caráter
cumpri-los. Existem diversas maneiras de o Estado devolutivo, e que custearão despesas públicas.
gerar recursos para sustentar suas atividades, como A receita orçamentária é a fonte de recursos uti-
Retomando a explicação dada no capítulo anterior, Baseado no esquema acima a Secretaria de Orça-
podemos dizer que nem todo ingresso de recursos aos mento Federal (SOF) padronizou, por meio da Portaria
cofres públicos pode ser chamado de receita pública, Interministerial nº 5/2015, a classificação da receita, a
mas apenas aqueles ingressos que se incorporam no ser utilizada por todos os entes da Federação.
patrimônio público do ente estatal. Esta classificação tem o objetivo de identificar a
A classificação da receita orçamentária é defini- origem do recurso segundo seu fato gerador, ou
da no Manual de Técnico de Orçamento (2020, p. 10) seja, o acontecimento real que ocasionou o ingresso
segundo os seguintes critérios: da receita nos cofres públicos. Segundo essa Portaria,
a Receita deve ser classificada segundo uma sequência
z Natureza de receita; de 8 dígitos, em que cada dígito tem um significado:
z Indicador de resultado primário;
z Fonte/destinação de recursos; e
z Esfera orçamentária. DÍGITO: SIGNIFICADO
1º Categoria Econômica
Antes de começarmos a explicar cada umas dessas
classificações, é necessário conhecer uma outra classifica- 2º Origem
ção que foi criada pela doutrina. A doutrina pode ser defi-
nida como ideias e ensinamentos de estudiosos do Direito 3º Espécie
que influenciam e fundamentam as decisões judiciais. Desdobramento para identificação de
Assim, a doutrina classifica a Receita Pública em: 4º ao 7º
peculiaridades da recita
Receitas Correntes:
Para um concurso, não há necessidade de saber,
z Receita Tributária por exemplo, que o código 3.01.1 do Desdobramen-
to para Identificação de Peculiaridades se refere ao
Impostos; Imposto de Renda de Pessoa Física, até porque, mes-
Taxas; mo que cobrado, valeria mais a pena ao candidato
354 Contribuições de Melhoria; concentrar seus esforços em outras questões do que
investir seu tempo em uma que cobra memorização z Contribuições: são oriundas das contribuições
de uma tabela de códigos. sociais, de intervenção no domínio econômi-
No entanto, é importante conhecer as outras classifi- co e de interesse das categorias profissionais ou
cações decorrentes da classificação da receita pública por econômicas;
sua natureza, conforme passamos a apresentar a seguir. z Receita Patrimonial: são provenientes da fruição
de patrimônio pertencente ao ente público, tais
Categoria Econômica como as decorrentes de aluguéis, dividendos, com-
pensações financeiras/royalties, concessões, entre
Segundo o art. 11 da Lei nº 4.320/1964, a Receita Públi- outras;
ca se classifica nas seguintes categorias econômicas: z Receita Agropecuária: receitas de atividades de
exploração ordenada dos recursos naturais vege-
z Receitas Correntes: são aquelas arrecadadas den- tais em ambiente natural e protegido. Compreen-
tro do exercício, aumentam as disponibilidades de as atividades de cultivo agrícola, de cultivo
financeiras do ente federativo, geralmente com de espécies florestais para produção de madeira,
efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido e são celulose e para proteção ambiental, de extração de
utilizadas para financiar os objetivos definidos madeira em florestas nativas, de coleta de produ-
nos programas e ações correspondentes às polí- tos vegetais, além do cultivo de produtos agrícolas;
ticas públicas. Segundo o art. 11, § 1º, da Lei nº z Receita Industrial: são provenientes de ativida-
4.320/1964, classificam-se em tributárias; de con- des industriais exercidas pelo ente público, tais
tribuições; da exploração do patrimônio estatal como a extração e o beneficiamento de matérias-
(Patrimonial); da exploração de atividades econô- -primas, a produção e a comercialização de bens
micas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de relacionados às indústrias mecânica, química e de
recursos financeiros recebidos de outras pessoas transformação em geral;
de direito público ou privado, quando destinadas z Receita de Serviços: decorrem da prestação
a atender despesas classificáveis em Despesas Cor- de serviços por parte do ente público, tais como
rentes (Transferências Correntes); e demais recei- comércio, transporte, comunicação, serviços hos-
tas que não se enquadram nos itens anteriores pitalares, armazenagem, serviços recreativos, cul-
(Outras Receitas Correntes). turais etc. Tais serviços são remunerados mediante
z Receitas de Capital: são aquelas que aumentam preço público, também chamado de tarifa;
as disponibilidades financeiras do Estado, entre- z Transferências Correntes: são provenientes do
tanto, diferentemente das Receitas Correntes, as recebimento de recursos financeiros de outras
Receitas de Capital não provocam efeito sobre o pessoas de direito público ou privado destinados a
Patrimônio Líquido. Conforme o art. 11, § 2º, da atender despesas de manutenção ou funcionamen-
Lei nº 4.320/1964, as Receitas de Capital são pro-
to que não impliquem contraprestação direta em
venientes da realização de recursos financeiros
bens e serviços a quem efetuou essa transferência.
oriundos da constituição de dívidas; conversão,
Por outro lado, a utilização dos recursos recebidos
em espécie, de bens e direitos; recebimento de
vincula-se à determinação constitucional ou legal,
recursos de outras pessoas de direito público ou
ou ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem
privado, quando destinados a atender Despesas de
entre entidades públicas de diferentes esferas ou
Capital; e, superávit do Orçamento Corrente.
entre entidades públicas e instituições privadas;
z Outras Receitas Correntes: constituem-se pelas
1º 2º 3 4º 5º 6º 7º
Numérico Alfanuméricos Numéricos
AÇÃO SUBTÍTULO
Codificação das Ações Orçamentárias. Fonte: MTO (2020)
1, 3, 5 ou 7 Projeto
Mapa estratégico. Fonte: PPA 2020-2023
2, 4, 6 ou 8 Atividade
Observe que o programa, situado na dimensão 0 Operação Especial
tática do mapa, tem a função de articular um conjun-
to de ações suficientes para atender as diretrizes do Codificação da Ação. Fonte: MTO (2020)
PPA. Segundo o Manual Técnico de Orçamento (2020),
os programas são Temáticos (quando envolve ações ETAPAS E ESTÁGIOS
governamentais para entrega de bens e serviços à
sociedade) e de Gestão, Manutenção e Serviços ao Durante o processo orçamentário, a despesa passa
Estado (quando envolve as ações destinadas ao apoio, por três etapas: planejamento, execução e controle e
360 à gestão e à manutenção da atuação governamental). avaliação.
na reserva de dotação orçamentária para um fim
específico.
Controle O empenho é formalizado mediante a emissão de
Planejamento Execução e um documento denominado “Nota de Empenho”,
Avaliação no qual deve constar o nome do credor (contrata-
da), a especificação do credor e o valor da despesa,
bem como os demais dados necessários ao contro-
le da execução orçamentária.
Segundo o art. 60 da Lei nº 4.320/1964, é proibida
z Planejamento: A etapa do planejamento é a etapa a realização da despesa sem prévio empenho.
em que se fixa da despesa orçamentária, se des- Quando o valor empenhado for insuficiente para
centraliza/movimenta os créditos, se realiza a pro- atender à despesa a ser realizada, o empenho
gramação orçamentária e financeira e o processo poderá ser reforçado. Caso o valor do empenho
de licitação. exceda o montante da despesa realizada, o empe-
z Fixação da despesa: refere-se ao processo de pla- nho deverá ser anulado parcialmente. Será anu-
nejamento orçamentário adequado e compatível lado totalmente quando o objeto do contrato não
com a LDO e o PPA. O processo da fixação da des- tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido
pesa orçamentária é concluído com a autorização emitido incorretamente.
dada pelo Poder Legislativo por meio da Lei Orça- Os empenhos podem ser classificados em:
mentária Anual. Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as
z Descentralizações de créditos orçamentários: despesas de valor fixo e previamente determina-
ocorrem quando for efetuada movimentação de do, cujo pagamento deve ocorrer de uma só vez;
parte do orçamento, mantidas as classificações ins- Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para
titucional, funcional, programática e econômica, as despesas cujo montante não se pode deter-
para que outras unidades administrativas possam minar previamente, tais como serviços de for-
executar a despesa orçamentária. necimento de água e energia elétrica, aquisição
Na descentralização, as dotações serão emprega-
de combustíveis e lubrificantes e outros; e
das obrigatória e integralmente na consecução do
Global: é o tipo de empenho utilizado para des-
objetivo previsto pelo programa de trabalho perti-
pesas contratuais ou outras de valor determina-
nente, respeitada fielmente a classificação funcio-
nal e a estrutura programática. Portanto, a única do, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo,
diferença é que a execução da despesa orçamentá- os compromissos decorrentes de aluguéis.
ria será realizada por outro órgão ou entidade.
z Programação orçamentária e financeira: consis- z Liquidação: conforme dispõe o art. 63 da Lei nº
te na compatibilização do fluxo dos pagamentos 4.320/1964, a liquidação consiste na verificação do
com o fluxo dos recebimentos, visando o ajuste da direito adquirido pelo credor tendo por base os
despesa fixada às novas projeções de resultados e títulos e documentos comprobatórios do respecti-
da arrecadação. vo crédito e tem por objetivo apurar:
Se houver frustração da receita estimada no orça- A origem e o objeto do que se deve pagar;
mento, deverá ser estabelecida limitação de empe- A importância exata a pagar; e
nho e movimentação financeira, com objetivo de A quem se deve pagar a importância para
_______. Manual de Contabilidade Aplicada ao Segundo Paludo (2020, p. 390), a LRF foi um divisor
Setor Público. 8ª ed. Brasília: Secretaria do Tesou- na história das finanças públicas no Brasil, tornando-
ro Nacional, 2019. -se uma espécie de código a orientar a conduta dos
administradores públicos, impondo-lhes, de um lado,
_______. Manual de Despesa Nacional. 1ª ed. Bra- regras e limites e exigindo prestação de contas da
sília: Secretaria do Tesouro Nacional, 2008. utilização dos recursos públicos, e, de outro, abrindo
espaço para a responsabilização e aplicação de san-
_______. Manual de Técnico de Orçamento 2020.
ções pessoais.
Brasília: Secretaria do Orçamento Federal, 2020.
A LRF estabeleceu a responsabilidade na gestão fis-
cal, a qual pressupõe a ação planejada e transparente,
em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes
de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL cumprimento de metas de resultados entre receitas e
despesas e a obediência a limites e condições no que
CONCEITOS, OBJETIVOS E PLANEJAMENTO tange a renúncia de receita, geração de despesas com
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas conso-
Conceitos Gerais lidadas e mobiliárias, operações de crédito, inclusive
por antecipação de receita, concessão de garantia e
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi editada inscrição em Restos a Pagar.
em um contexto em que o Brasil passava por uma gra- Desta forma, é possível afirmar que a LRF alme-
ve crise econômica e fiscal. Essa crise foi ocasionada ja implantar um modelo de gestão do setor público
por vários fatores, dentre os quais podemos citar uma com vistas a fortalecer o controle centralizado das
escassez de crédito mundial, decorrente de comple-
dotações orçamentárias, uma vez que se estabelecem
xas crises econômicas em países e regiões emergen-
limites totais de gasto e limites específicos para algu-
tes, como as crises econômicas do México (1995), da
mas despesas. Ademais, a LRF vincula o PPA, a LDO e
Ásia (1997) e da Rússia (1998); uma crise monetária,
a LOA, de forma que haja um mecanismo de planeja-
a qual obrigou o governo FHC a mudar sua política
cambial (1999) adotando o câmbio flutuante e aban- mento integrado de longo, médio e curto prazo obje-
donando sua principal bandeira na implantação do tivando garantir que a fase da execução não se desvie
Plano Real, qual seja, a paridade fixa, em que um real do planejamento inicial. Por fim, a LRF procura forta-
equivalia a um dólar; e, principalmente, uma dívida lecer os instrumentos de avaliação e controle da ação
interna crescente e descontrolada, decorrente de gas- governamental.
tos exagerados sem as necessárias contrapartidas de Em suma, a LRF se apoia em quatro pilares: plane-
366 financiamento desses gastos. jamento, transparência, controle e responsabilização.
Segundo Paludo (2020, p. 394), a LRF deu ênfase
e tornou mais clara a obrigatoriedade de elaboração
do PPA por todos os entes da Federação, incluindo
também os pequenos municípios, quando estabeleceu
que a LOA e a realização de despesas deveriam ter
compatibilidade com o PPA.
Por outro lado, a LDO e a LOA têm vigência de um
LRF ano e definem os planos de aplicação em estrita corre-
lação com o PPA.
O processo legislativo para a aprovação dessas
Responsabilização
Transparência peças orçamentárias é determinado pela CF e será
Planejamento
Controle
mentária e a Constituição Federal de 1988”.
Segundo o art. 41, da Lei nº 4.320/1964, os créditos Em empresas privadas muitas vezes há necessida-
adicionais classificam-se em: de de se antecipar o recebimento de valores aos quais
tem direito, por meio, por exemplo, de desconto de
z Suplementares: são destinados a reforço de dota- duplicatas. Da mesma forma, muitas vezes o Poder
ção orçamentária; Público precisa recorrer a uma prática semelhante
ao desconto de duplicatas, a qual recebe o nome de
z Especiais: são destinados a despesas para as quais
Operações de Crédito por Antecipação da Receita
não haja dotação orçamentária específica;
(ARO). Nesta operação, o ente federativo antecipa,
z Extraordinários: são destinados a despesas urgen-
por exemplo, a receita de um tributo para quitar algu-
tes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intes- ma despesa. Assim, de acordo com a LRF, AROs são
tina ou calamidade pública. empréstimos tomados junto a instituições financeiras
para atender à insuficiência de caixa durante o exer-
Vedações cício financeiro.
As AROs devem atender às seguintes condições:
A LRF veda que um ente conceda empréstimos
(operação de crédito) a outro ente federativo, seja z Poderá ser realizada somente a partir do décimo
diretamente ou por intermédio de fundo ou de enti- dia do início do exercício;
dade da administração indireta (autarquia, funda- z Deverá ser liquidada, com juros e outros encargos
ção ou empresa estatal dependente), mesmo que este incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;
empréstimo seja realizado sob a forma de novação, z Não será autorizada se forem cobrados outros
refinanciamento ou postergação de dívida contraída encargos além da taxa de juros da operação, que
anteriormente. Entretanto, esses empréstimos podem deve ser obrigatoriamente prefixada ou indexada
374 ser realizados quando não se destinem a financiar à taxa básica financeira.
A ARO estará proibida: valor acordado. Esse procedimento de verificação do
direito da contratada ao recebimento da prestação
z Enquanto existir operação anterior da mesma chama-se liquidação. Por fim, o pagamento encerra o
natureza não integralmente resgatada; procedimento administrativo de execução da despesa
z No último ano de mandato do Presidente, Gover- pública, que apenas será efetuado após sua regular
nador ou Prefeito Municipal. liquidação.
De acordo com Paludo (2020, p. 301), restos a
AROs são receitas extraorçamentárias, uma vez pagar são resíduos passivos cujos pagamentos pode-
que deverá ser paga ao credor. rão, ou não, ocorrer em exercício(s) seguinte(s). Por
Diferentemente, as operações de crédito adicio- outro lado, Harada (2020, p. 80) alerta que já se tor-
nais (suplementares, especiais e extraordinários) são nou praxe a anulação de valores empenhados e não
classificadas como receitas orçamentárias. liquidados até o final do exercício. Esses valores são
transformados em “restos a pagar” comprometendo o
Operações com o Banco Central do Brasil orçamento do ano seguinte, que terá que sofrer “cor-
tes” para acomodar despesas que deveriam ter sido
Segundo o art. 34 da LRF, o Banco Central do Bra- pagas com dotações do orçamento anterior.
sil não pode mais emitir títulos da dívida pública, os Segundo a LRF, é vedado ao titular do Poder Exe-
quais são títulos emitidos pela União com o objetivo cutivo, Legislativo ou Judiciário, ou ao Presidente do
de captar capital privado para direcioná-lo, por exem- Tribunal de Contas, nos últimos dois quadrimestres
plo, para o custeio de serviços públicos. do seu mandato, contrair obrigação de despesa que
O Banco Central do Brasil, nas suas relações com não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
os entes federativos, está proibido de: que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguin-
te sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
z Comprar título da dívida, na data de sua colocação no para essa despesa.
mercado, exceto quando comprar diretamente títulos O tema “restos a pagar” será melhor detalhado à
emitidos pela União para refinanciar a dívida mobi- frente quando abordarmos a Lei nº 4.320/1964.
liária federal que estiver vencendo na sua carteira;
z Permutar, ainda que temporariamente, título GESTÃO PATRIMONIAL
da dívida de ente federativo por título da dívida
pública federal, assim como a operação de compra As disponibilidades de caixa da União devem ser
e venda, a termo, daquele título, cujo efeito final depositadas no Banco Central; as dos Estados, do Dis-
seja semelhante à permuta;
trito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades
z Conceder garantia.
do Poder Público e das empresas por ele controladas,
em instituições financeiras oficiais.
Garantia e Contragarantia Por outro lado, as disponibilidades de caixa dos
regimes de previdência social, geral e próprio dos
Segundo o art. 29, V, da LRF, a garantia é um com- servidores públicos, ficarão depositadas em conta
promisso de adimplência de obrigação financeira ou
separada das demais disponibilidades de cada ente e
contratual assumida por ente da Federação ou entida-
aplicadas nas condições de mercado, com observância
de a ele vinculada.
dos limites e condições de proteção e prudência finan-
Além disso, as contas apresentadas pelo Chefe do z Balanço orçamentário, que especificará, por cate-
Poder Executivo devem ficar disponíveis, durante todo goria econômica:
o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão
As receitas por fonte, informando as realizadas
técnico responsável pela sua elaboração, para consulta
e a realizar, bem como a previsão atualizada;
e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
As despesas por grupo de natureza, discrimi-
nando a dotação para o exercício, a despesa
ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS liquidada e o saldo.
Despesa total com pessoal, distinguindo-a com A fiscalização da gestão fiscal é realizada pelo
inativos e pensionistas; Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos
Dívidas consolidada e mobiliária; Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno
Concessão de garantias; de cada Poder e do Ministério Público.
Operações de crédito, inclusive por antecipa- Os principais pontos a serem verificados na fiscali-
ção de receita; zação da gestão fiscal são:
z Indicação das medidas corretivas adotadas ou a z Atingimento das metas estabelecidas na LDO;
adotar, se ultrapassado qualquer dos limites; z Limites e condições para realização de operações
z Demonstrativos, no último quadrimestre: de crédito e inscrição em Restos a Pagar; 377
z Medidas adotadas para o retorno da despesa total sejam destinados ao combate à calamidade
com pessoal ao respectivo limite, quando o limite pública;
é ultrapassado; z Serão afastadas as condições e as vedações refe-
z Providências tomadas para recondução dos mon- rentes à concessão ou ampliação de incentivo ou
tantes das dívidas consolidada e mobiliária aos benefício de natureza tributária e aumento de des-
respectivos limites; pesa, desde sejam destinados ao combate à calami-
z Destinação de recursos obtidos com a alienação de dade pública.
ativos;
z Cumprimento do limite de gastos totais dos legisla- Os atos de gestão orçamentária e financeira neces-
tivos municipais, quando houver. sários ao atendimento das despesas relacionadas ao
combate à calamidade pública não afasta a obriga-
Os Tribunais de Contas deverão alertar os Poderes ção de o gestor atender à transparência, controle e
ou órgãos quando constatarem:
fiscalização.
z A possibilidade da realização da receita não com-
portar o cumprimento das metas de resultado
primário ou nominal estabelecidas no Anexo de
Metas Fiscais;
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Que o montante da despesa total com pessoal
1. (FUNCAB – 2015) Assinale a alternativa que apresen-
ultrapassou 90% do limite;
z Que os montantes das dívidas consolidada e mobi- ta um dos objetivos principais, atribuídos à Lei de Res-
liária, das operações de crédito e da concessão de ponsabilidade Fiscal – LRF.
garantia se encontram acima de 90% dos respecti-
vos limites; a) Permitir o controle da dívida interna e externa.
z Que os gastos com inativos e pensionistas se encon- b) Permitir o registro contábil dos balancetes dos entes
tram acima do limite definido em lei; públicos.
z Fatos que comprometam os custos ou os resultados c) Responsabilidade na gestão fiscal.
dos programas ou indícios de irregularidades na d) Padronizar métodos e rotinas de trabalho, sem impli-
gestão orçamentária. car rigidez ao gestor público.
e) Integrar e compatibilizar as informações disponíveis
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS nos diversos órgãos e entidades participantes.
O ponto mais importante neste capítulo talvez Conforme disposto no art. 1º, § 1º, da LRF, esta lei
sejam as mudanças que o Congresso Nacional promo- estabeleceu a responsabilidade na gestão fiscal.
veu, em 2020, para flexibilizar as condições da LRF Resposta: Letra C.
durante períodos de calamidade pública reconhecida
pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas 2. (VUNESP – 2019) De acordo com as disposições da
Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Lei Complementar n° 101/00, a receita corrente líqui-
Municípios. Obviamente estas mudanças estão rela- da será apurada somando-se as receitas arrecadadas
cionadas com a pandemia do COVID-19. no mês em referência e nos ________, excluindo-se as
Analisando as mudanças na LRF, temos que duran- duplicidades.
te os períodos de calamidade pública: Assinale a alternativa que completa corretamente a
lacuna.
z Serão suspensas a contagem dos prazos para
recondução da despesa total com pessoal e da dívi- a) seis anteriores
da consolidada aos limites definidos na LRF; b) onze anteriores
z Serão dispensados o atingimento dos resultados c) doze posteriores
fiscais e a limitação de empenho quando, ao final d) doze anteriores
de um bimestre, a realização da receita não com- e) vinte e três anteriores
portar o cumprimento das metas de resultado
primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Conforme disposto no art. 2º, § 3º, da LRF, A receita
Metas Fiscais; corrente líquida será apurada somando-se as recei-
z Serão dispensados os limites, condições e demais tas arrecadadas no mês em referência e nos onze
restrições aplicáveis à União, aos Estados, ao Dis- anteriores, excluídas as duplicidades. Resposta:
trito Federal e aos Municípios, bem como sua veri- Letra B.
ficação, para:
Contratação e aditamento de operações de REFERÊNCIAS
crédito;
Concessão de garantias; BRASIL. Constituição da República Federativa
Contratação entre entes da Federação; do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.
Recebimento de transferências voluntárias; planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui-
caocompilado.htm>. Acesso em: 12 set. 2020.
z Serão dispensados os limites e afastadas as veda-
ções quanto à realização de operação de crédito _______. Lei complementar nº 101, de 4 de maio
bem como será possível utilizar recursos vincu- de 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
lados em outras atividades que não sua finalida- br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm>. Acesso em: 12
378 de específica, desde que os recursos arrecadados set. 2020.
_______. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Dis- Com base nessa situação hipotética, julgue o item
ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ subsequente.
leis/l4320.htm>. Acesso em: 12 set. 2020. Esgotado o prazo fixado para o pagamento do IPTU, o
município deverá fazer a inscrição no cadastro de dívi-
da ativa daqueles que não tiverem recolhido o imposto
_______. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.
municipal, para viabilizar a cobrança judicial do IPTU.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/l5172compilado.htm> . Acesso em: 12
( ) CERTO ( ) ERRADO
set. 2020.
4. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado estado
_______. Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997.
da Federação tem, a receber, o valor de um aluguel
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci- devido ao tesouro estadual, vencido e não pago no
vil_03/Leis/l9496.htm>. Acesso em: 12 set. 2020. prazo legal.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
_______. Receitas públicas: manual de procedi- O valor dessa dívida deverá ser inscrito na dívida ativa
mentos. Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional, estadual.
2004.
( ) CERTO ( ) ERRADO
_______. Manual de Contabilidade Aplicada ao
Setor Público. 8ª ed. Brasília: Secretaria do Tesou- 5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de receitas e
ro Nacional, 2019. dívida ativa, julgue o item subsequente.
Os créditos da fazenda pública exigíveis pelo trans-
_______. Manual de receita nacional: aplicado à curso do prazo para pagamento são inscritos como
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. dívida ativa somente após a verificação de que são
Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional, 2008. líquidos e certos.
1 ERRADO
2 ERRADO
3 CERTO
4 CERTO
5 CERTO
6 CERTO
7 C
8 B
9 ERRADO
10 ERRADO
11 D
12 E
13 B
14 ERRADO
15 E
16 A
17 CERTO
18 ERRADO
19 ERRADO
20 CERTO
ANOTAÇÕES
381
ANOTAÇÕES
382
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS
ORGANIZAÇÕES
Trabalhadores vistos como fatores de produção. Os custos Surgimento da Escola de Relações Humanas¹. O ho-
desses devem ser administrados de forma racional e lógica. mem passa a ser visto como ser social e não mais
como homem econômico.
O departamento de pessoal lida com as questões burocráti- A Psicologia é utilizada para entender e interferir nas
cas associadas aos trabalhadores, basicamente contratação organizações.
e desligamento.
O gerente de pessoal tem a função principal de selecionar os O departamento de gestão de pessoas lida com trei-
candidatos mais eficientes, ou seja, aqueles que são capazes namento, relações interpessoais, avaliação de de-
Os trabalhadores devem estar alinhados à estratégia da O aumento da competitividade exige das organiza-
empresa. Abandono do modelo comportamental. O fato de ções um modelo de gestão de pessoas com base em
os trabalhadores estarem felizes e satisfeitos, não neces- competências.
sariamente indica que estão contribuindo para os objetivos
organizacionais.
As funções de gestão de pessoas não são genéricas para Necessidade de desenvolver competências humanas
todos os tipos de organizações, mas associadas às diretri- para que, consequentemente, as competências organi-
zes estratégicas de cada uma. zacionais sejam asseguradas.
Forte vinculação entre gestão de pessoas e estratégias Temáticas predominantes: estratégia competitiva, rees-
organizacionais. truturação, competências essenciais, reengenharia, re-
invenção do setor.
383
Ainda no que diz respeito à evolução da GP, cabe Dica
destacar a visão de Chiavenato (2014). O autor desta-
ca que a partir da Revolução Industrial surgiu o con- A expressão “status quo” é latina e significa “o
ceito atual de trabalho e que, ao longo do século XX, estado das coisas”. Manter o status quo em
algumas mudanças ocorreram, podendo ser divididas uma organização significa, portanto, manter as
em três eras organizacionais: Era da Industrialização atividades funcionando exatamente como elas
Clássica, Era da Industrialização Neoclássica e Era da estão. Logo, não há possibilidade de adaptar ou
Informação. substituir os processos por outros, ainda que
A Era da Industrialização Clássica compreende sejam mais viáveis. A ideia é: se deu certo no
o período após a Revolução Industrial (meados de passado, por que mudar?
1840) até 1950. Chiavenato aponta que as principais
características dessa era são a intensificação da indus- A Era da Industrialização Neoclássica compreende
trialização a nível mundial e o advento dos países o período entre 1950 e 1990. De acordo com Chiavena-
desenvolvidos. Nesse contexto, as organizações ado- to (2014), nessa época as mudanças começaram a ocor-
rer de forma progressiva. Além disso, as transações
tavam a estrutura organizacional burocrática, confor-
comerciais, que antes aconteciam apenas no âmbito
me figura a seguir.
local, passaram a ser regionais e internacionais, o que
contribuiu para a expansão da competição entre as
organizações. A estrutura organizacional burocrática
da Era da Industrialização Clássica deixou de ser sufi-
ciente para acompanhar as mudanças externas. Para
esse contexto, a estrutura matricial, exibida na figura
a seguir, foi adotada.
IMPORTÂNCIA
z Ajudar a organização a alcançar seus objetivos por meio do desenvolvimento da implementação dos processos
de GP;
z Auxiliar a organização na construção de uma cultura organizacional focada na alta performance;
z Assegurar, por meio dos processos de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, que a organiza-
ção tenha profissionais qualificados e motivados na execução das atividades de seus cargos;
z Fomentar uma relação saudável entre líderes e subordinados, de forma que haja uma confiança e responsa-
bilidade entre as partes;
z Contribuir para que as atividades de trabalho sejam éticas e coerentes com os valores da organização.
Em uma organização, constantemente decisões são tomadas. Enquanto os gestores do topo lidam com decisões
estratégicas e de longo prazo, os administradores do nível tático tomam decisões de médio prazo e associadas
aos departamentos ou setores específicos. Os gestores do nível operacional, por sua vez, tratam de questões de
curto prazo, geralmente associadas a uma tarefa. Nesses diferentes níveis organizacionais uma grande quan-
tidade de informações deve ser analisada e gerenciada. Para que seja possível a tomada de decisões eficiente e
eficaz, é necessário um sistema que integre tais informações. Esse sistema é chamado de sistema de informações
gerenciais.
Os níveis organizacionais podem ser caracterizados conforme a figura a seguir.
Nível estratégico
Administradores de topo
Atuação estratégica, abrange toda a
organização
Nível estratégico
Supervisores de linha
Atuação operacionas, abrange uma tarefa
Curto prazo
Foco no ambiente interno
Chiavenato (2014) aborda que antigamente as informações sobre os recursos humanos da organização eram
disponíveis apenas ao setor de GP. Posteriormente, tais informações passaram a ser divulgadas também para
os gestores de cada área ou equipe, para que eles pudessem contribuir na tomada de decisão sobre o time que
coordena. Hoje, os sistemas de informações gerenciais têm sido compartilhados também com os próprios cola-
boradores, no intuito de que possam visualizar informações sobre seu desempenho e até mesmo se autoavaliar.
Para que seja possível armazenar as informações, é necessário um banco de dados. Nos bancos de dados,
os dados são codificados e organizados de forma a facilitar o acesso futuro e a obtenção de informações para a
tomada de decisão. 387
Dados ≠ Informações.
z Dados: são conteúdos quantificáveis, tais como números, valores e medições. Sozinhos, os dados não são fonte
de conhecimento. Isso significa que um dado, isoladamente, não contribui para a tomada de decisão gerencial.
Exemplo: No mês de janeiro de 2020 a Empresa Delta vendeu 200 aparelhos de TV. Perceba que simplesmente
saber a quantidade de produtos vendidos não tem significância.
z Informações: são dados tratados. Quando os dados são classificados, armazenados, ordenados e relacionados,
se tornam informações. As informações possuem significado, são capazes de transmitir uma mensagem. Exem-
plo: No mês de janeiro de 2020 a Empresa Delta vendeu 200 aparelhos de TV. No mês seguinte, a empresa con-
cretizou a venda de 250 produtos, mesmo tendo um funcionário afastado durante 15 dias. Nesse caso, os dados
foram relacionados e, por isso, tornaram-se informações. A partir dessas informações, a empresa pode criar
metas de vendas, por exemplo.
Fonte: UNILAB. Entenda a diferença entre dados e informação. 2019. Disponível em: <https://www.unilab.com.br/materiais-educativos/artigos/
gestao/diferenca-entre-dados-e-informacao/>. Acesso em: 10 nov. 2020.
O sistema de informação de GP, portanto, “é baseado em um banco de dados (incluindo um banco de talentos
ou banco de competências) para disponibilizar, em tempo real, informações sobre pessoas, capital humano e
capital intelectual da empresa” (CHIAVENATO, 2014, p. 438).
As informações inseridas no banco de dados podem incluir: cadastro dos trabalhadores (como nome, RG, CPF e
endereço), cadastro de remuneração (progressão dos salários, além dos benefícios e incentivos recebidos), cadastro
de treinamento (treinamentos realizados pelo trabalhador, independentemente de ter sido oferecido pela própria
organização), entre outras.
A figura a seguir apresenta um exemplo de sistema de informação gerencial de GP que pode ser acessado pelo
gerente.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2012) A gestão de pessoas, além de concentrar-se no alcance de objetivos organizacionais, con-
tribui para satisfação de objetivos individuais. Acerca desse assunto, julgue o item que se segue.
Apesar de sua indiscutível relevância para as rotinas de gestão de folha de pagamento, sistemas de informações geren-
ciais agregam pouco valor às atividades estratégicas de gestão de pessoas que interessam aos tomadores de decisão.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Os sistemas de informações gerenciais possibilitam a organização uma grande variedade de dados, tendo grande
388 relevância para as atividades estratégicas de GP e para a tomada de decisão. Resposta: Errado.
2. (FUNDEP – 2014) Conforme Gil (2001, p. 17) “Gestão Uma teoria administrativa que abrange esse
de pessoas é a função gerencial que visa à coopera- aspecto da relação entre indivíduo e organização é
ção das pessoas que atuam nas organizações para o a Teoria Estruturalista. De acordo com Chiavenato
alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto (2004), essa teoria ganha destaque a partir da déca-
individuais.” Para que os objetivos da gestão de pes-
da de 1950 e surge da necessidade de perceber que a
soas sejam alcançados, é necessário que os gerentes
organização é um sistema complexo com interação de
tratem as pessoas como elementos básicos para a
grupos sociais. Esses grupos podem possuir objetivos
eficácia organizacional.
similares ou distintos dos objetivos da organização.
Dentre os objetivos da gestão de pessoas, assinale a
alternativa CORRETA. Nessa teoria, o indivíduo não é considerado homem
econômico (abordagem clássica), nem homem social
a) Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar (teoria das relações humanas), mas sim um homem
sua missão, e proporcionar competitividade à organização. organizacional, que desempenha diferentes papéis
b) Proporcionar à organização empregados bem remu- em várias organizações (na empresa, na família, nos
nerados e satisfeitos com o cargo que ocupam. grupos sociais, na instituição religiosa que participa,
c) Incrementar a satisfação dos empregados no trabalho, entre outros). Chiavenato (2004) discorre que para
sabendo empregar funcionários de alto padrão, com obter sucesso, isto é, para ter um bom desempenho
excelência em sua formação, com ênfase na melhor nas organizações, o homem organizacional deve ter
gestão financeira. algumas características de personalidade: flexibili-
d) Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho, sem dade, tolerância às frustrações, capacidade de adiar
querer afetar o ambiente de mudança que deve ser objeto da recompensas e permanente desejo de realização.
inovação no planejamento estratégico das organizações. Importante!
As características de personalidade do homem
A GP deve ajudar a organização a alcançar seus organizacional indicadas por Chiavenato (2004) são
objetivos por meio do desenvolvimento da imple- assim definidas:
mentação dos processos de agregar, aplicar, recom-
pensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas z Flexibilidade: o indivíduo deve ser flexível visto
Resposta: Letra A. que desempenha diferentes papéis em um ambien-
te dinâmico e instável.
z Tolerância às frustrações: é necessário ser tole-
rante já que os seus diversos papéis podem ser
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: conflituosos em algum momento.
Como já discutido anteriormente, as pessoas pas- A liderança, conforme apresentada por Robbins
(2005), indica traçar metas, comunicar e engajar os
sam a maior parte de suas vidas no trabalho. Por essa
trabalhadores de forma que os objetivos sejam alcan-
razão, é importante que as relações entre indivíduo e
çados. Os líderes inspiram os empregados e os auxi-
organização não sejam fonte de estresse, de tensão ou
liam na superação dos obstáculos e dificuldades. Posto
de doença. Pensando em uma união “perfeita”, indi-
de uma forma bastante direta, a liderança é a capaci-
víduos e organizações teriam os mesmos objetivos e
dade de um indivíduo influenciar um grupo no alcan-
valores. Por exemplo, a empresa Magazine Luiza pos- ce de objetivos pré-estabelecidos.
sui a missão de “ser uma empresa competitiva, inova- A liderança pode ser formal ou informal (ROB-
dora e ousada que visa sempre o bem-estar comum”. BINS, 2005). Na liderança formal, a influência sobre
Seus valores incluem: respeito, desenvolvimento e um grupo é exercida por alguém que tem um cargo
reconhecimento; ética; simplicidade e liberdade de mais alto na hierarquia da organização. Visto que car-
expressão; inovação e ousadia. Provavelmente, nos gos mais elevados indicam certo grau de autoridade,
processos de recrutamento e seleção a empresa bus- o líder consegue a adesão dos subordinados devido
ca por profissionais que tenham, ainda que não todas, ao cargo que ocupa. Alguns exemplos de liderança
algumas dessas características. Isso porque a gestão formal incluem: gestor de projetos, administrador de
dos recursos humanos pode se tornar uma tarefa recursos humanos, gerente de compras etc. Por outro
menos árdua quando as pessoas caminham em dire- lado, a liderança informal, conforme vimos na Escola
ção aos mesmos objetivos da organização. de Relações Humanas, surge na organização informal. 389
Robbins afirma que a liderança não sancionada, isto intimamente relacionados, pois um profissional moti-
é, que surge fora da organização formal, é tão ou até vado tende a ter melhores resultados e bom desempe-
mais importante que a liderança formal. nho em suas tarefas.
Independentemente do tipo de liderança (formal
Apesar de muitos líderes buscarem formas de
ou informal), é importante destacar que os indiví-
motivar os trabalhadores por meio de palestras e trei-
duos não devem exercer seus papéis de líderes sem
considerar os aspectos éticos. Enquanto líderes éticos namentos, por exemplo, a motivação é intrínseca, ou
incentivam os trabalhadores e cobram resultados, seja, está no interior dos indivíduos. É impossível, por-
líderes antiéticos podem praticar agressões verbais/ tanto, que um gestor ou líder seja capaz de motivar os
morais com os subordinados. William Hitt (1990 apud colaboradores.
MATTAR, 2010) identifica quatro estilos de liderança, A teoria mais conhecida sobre motivação é Teoria
que corresponderiam a quatro sistemas éticos distin- da Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow.
tos, conforme apresentado no quadro a seguir.
De acordo com o autor, as necessidades dos indivíduos
estão dispostas como que em uma pirâmide, de forma
TIPO DE LÍDER CARACTERÍSTICAS que, em um primeiro momento busca-se atender aos
Os meios justificam os fins; objetivos da base da pirâmide e, em seguida, as neces-
Preocupa-se meramente com os sidades vão aumentando. A figura abaixo demonstra
resultados; as necessidades propostas por Maslow.
Manipulador
A autoridade está baseada no poder;
Seus subordinados devem ser passi-
vos, dependentes e submissos. Autorrrealização
Crescimento, auto controle
Principal função: comunicar e fazer
cumprir regras; Auto estima
Preocupação com a eficiência; Respeito dos autores, confiança,
conquista
Administrador Racionalização das funções de lideran-
burocrático ça e da administração (Max Weber); Social
As regras são a autoridade, e não os Família, amizade, amor
líderes → estabilidade para a organi-
zação independentemente do líder. Segurança
Emprego, saúde, propriedade
Procura conseguir que as coisas se-
jam feitas com o propósito de atingir Fisiológica
os objetivos organizacionais; Respirar, comer, dormir
Administrador Seu papel é: planejar, organizar, co-
profissional municar, motivar e mensurar os
resultados; De acordo com Maslow, o ser humano tem a carac-
Enxerga seu trabalho como uma car- terística de sempre desejar algo. Por isso, à medida que
reira e profissão. satisfaz uma necessidade, outra passa a ser priorida-
Por meio da motivação, procura reti- de. Uma observação importante é que uma necessida-
rar o melhor de cada pessoa; de de nível mais alto só surge quando as necessidades
A liderança é menos um atributo/ dos níveis inferiores são atingidas. Portanto, um indi-
função e mais uma relação entre lí- víduo não possui necessidade de autorrealização se
Transformador deres e colaboradores; não se tem o que comer, por exemplo.
Enxerga o potencial das pessoas e
tem prazer no seu crescimento; Dica
É um bom treinador e ajuda os outros Outras teorias de motivação também receberam
a se tornarem líderes.
destaque ao longo dos anos e ainda hoje são
Fonte: Hitt (1990 apud MATTAR, 2010). estudadas, tais como: teoria dos dois fatores
de Frederick Herzberg, teoria da determinação
Motivação e Desempenho de metas de Edwin Locke, teoria da equidade de
Stacy Adams, e teoria X e teoria Y de Douglas
A motivação é o “[...] processo responsável pela McGregor.
intensidade, direção e persistência dos esforços de
uma pessoa para o alcance de uma determinada meta” QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
(ROBBINS, 2005, p. 132). A intensidade diz respeito ao
esforço empregado por uma pessoa na realização de
De acordo com Limongi-França (2004), a qualidade
um objetivo. A direção indica “para onde vamos”. Não
adianta o trabalhador empregar esforço se não sou- de vida no trabalho (QVT) surge a partir das mudan-
ber em que direção deve caminhar. Por último, a per- ças ocorridas nas relações de trabalho. O termo surgiu
sistência indica quanto tempo um indivíduo consegue por volta de 1970 e indica um cuidado com o bem-es-
manter seu esforço, isto é, por quanto tempo consegue tar dos trabalhadores, o que não havia, por exemplo,
390 ficar motivado. A motivação e o desempenho estão na época do surgimento das teorias de Taylor e Fayol.
O desenvolvimento da QVT pode ser apresentado FATORES DE QVT DIMENSÕES
por duas perspectivas.
Remuneração adequada
De um lado, temos uma maior reivindicação dos ao salário.
1. Compensação justa e
trabalhadores em busca de boas condições e saúde
adequada Equidade interna e
no trabalho. Do outro lado, há interesses por parte da
externa.
organização que os trabalhadores tenham maior qua-
lidade de vida e, assim, aumentem a produtividade e Jornada de trabalho.
2. Condições de trabalho
qualidade das tarefas desempenhadas. seguras e saudáveis Ambiente físico seguro e
Albuquerque e Limongi-França (1998, p. 42) defi- saudável.
nem a qualidade de vida no trabalho como o “[...] 3. Oportunidades ime- Autonomia.
conjunto de ações de uma empresa que envolve diatas para desenvolver Significado da tarefa.
diagnóstico e implantação de melhorias e inovações e usar as capacidades
gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do humanas Variedade de habilidades.
ambiente de trabalho, visando propiciar condições 4. Oportunidades futu- Possibilidade de carreira.
plenas de desenvolvimento humano para e durante a ras para o crescimento Crescimento profissional.
realização do trabalho”. contínuo e a garantia de
Chiavenato (2014) destaca que falar em QVT signi- emprego Segurança no emprego.
fica falar em respeito com os trabalhadores. Para que Relacionamentos inter-
as organizações obtenham produtividade e qualidade 5. Integração social na pessoais e intergrupais.
em suas atividades, é preciso que os trabalhadores organização
Senso comunitário.
estejam satisfeitos e motivados em seus cargos. Por
isso, a competitividade das organizações necessaria- Respeito às leis e direitos
trabalhistas.
mente depende da QVT.
A QVT é um conceito complexo e compreende diver- 6. Constitucionalismo na Privacidade pessoal.
sos fatores, conforme destacado por Chiavenato (2014): organização Liberdade de expressão.
Normas e rotinas claras
z Satisfação com as atividades realizadas no cargo. na organização.
z Possibilidade de crescer e se desenvolver na
7. Trabalho e espaço total Equilíbrio entre trabalho e
organização.
na vida do indivíduo vida pessoal.
z Ser reconhecido pelo trabalho realizado e as metas
atingidas. Imagem da empresa.
8. Relevância social do
z Receber remuneração (incluindo salário, benefí- trabalho Responsabilidade social
cios e incentivos) adequada às atividades do cargo da instituição.
e ao desempenho obtido.
Fonte: adaptado de Chiavenato (2014, p. 421-422).
z Ter bons relacionamentos com as chefias e os cole-
gas de trabalho.
PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR
z Trabalhar em ambientes agradáveis fisicamente e
psicologicamente.
As organizações devem se preocupar, além da QVT,
z Ter liberdade na execução das atividades do
15 E
( ) CERTO ( ) ERRADO
16 ERRADO
18. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Em gestão de pessoas,
17 CERTO
a tarefa de avaliar os resultados produzidos por um
indivíduo de forma conjunta às competências utili- 18 B
zadas para produzi-los é conhecida como
19 CERTO
a) gestão por competências. 20 B
b) gestão de desempenho.
c) gestão de resultados. 21 CERTO
d) planejamento de resultados.
22 CERTO
e) planejamento individual.
23 ERRADO
19. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Julgue o item seguinte,
a respeito de gestão de pessoas nas organizações. 24 ERRADO
Em uma organização que estabeleça como diretriz o 25 CERTO
princípio de que a administração de recursos huma-
nos é uma responsabilidade de linha e uma função de
staff, estará presente a descentralização das ativida-
des de administração de recursos humanos — como
seleção, capacitação e integração.
( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES DE RECURSOS
MATERIAIS Financeiros
Ativo Imobilizado são os bens de natureza perma- Outro ponto de suma importância em um siste-
ma de classificação são as etapas (princípios) que
nente destinados à manutenção das atividades da
comandam a classificação de materiais, permitindo a
organização, ou seja, bens permanentes que a orga-
otimização da gestão de estoques e o melhor dimen-
nização necessita para poder operar. Resposta:
sionamento do almoxarifado.
Errado. São etapas da classificação de materiais:
CATALOGAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS
SIMPLIFICAÇÃO
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO
ESPECIFICAÇÃO
Conceituação
É a relação de todos os itens materiais existentes ABNT Catálogo. Disponível em: <https://www.abnt-
no estoque. catalogo.com.br/norma.aspx?ID=092162>.
O objetivo da catalogação é registrar todos os itens
materiais em estoque em uma lista completa e única. Padronização
Caso no estoque tenha dez itens armazenados, obriga-
É a uniformização do emprego e do tipo de mate-
toriamente terá dez itens relacionados na lista.
riais, a fim de minimizar as variações existentes.
É o caso quando a organização opta pela compra
CATALOGAÇÃO DO ESTOQUE de somente um tipo de impressora, assim sendo, a
NOVA CONCURSOS padronização na compra dos cartuchos é possível.
Com essa medida, facilita o controle e permite reduzir
Apostilas os itens de compra.
Livros
Papel A4 Codificação
Canetas
Apontadores É a atribuição de um único código (números e/ou
Marca Textos letras) a cada material, representando as característi-
(Todos os itens em estoque) cas do item.
A codificação é a última etapa da classificação de
materiais, trata-se da atribuição de um único código
Simplificação que representa especificamente aquele material.
Vejamos o exemplo do código 30.16.0053:
É a redução da diversidade dos itens materiais
em estoque, em que são destinados a uma mesma CÓDIGO
finalidade. 30.16.0053
Simplificar os itens materiais nada mais é do que Caneta azul
tornar o processo mais simples e mais fácil. Caso exis- Material de expediente
tam catalogados três diferentes tipos de caneta empre-
gados para a mesma finalidade, opta-se pela inclusão Material de consumo
de apenas uma delas.
Sistemas de codificação de materiais
Especificação (Identificação)
Os códigos que são atribuídos aos itens materiais
podem ser de 3 tipos:
É a individualização dos itens materiais através de
uma descrição minuciosa.
z Alfabético: Código composto somente por letras.
Na especificação, busca-se a individualização z Alfanumérico: Código composto por letras e
do item, descrevendo-o em uma linguagem de fácil números.
entendimento. z Numérico: Apenas números são utilizados na iden-
Um exemplo concreto da especificação é a descri- tificação do item material.
ção do item em editais de licitações. Abaixo, temos
uma descrição minuciosa do item caneta: Devido a sua limitação e difícil memorização, o sis-
tema alfabético é pouco utilizado atualmente.
z Caneta esferográfica, cor azul, boa qualidade, cor- O sistema numérico é o mais indicado para a clas-
po transparente, ponteira em material resisten- sificação de materiais, pois possui aplicação simples,
te, esfera de tungstênio e suspiro lateral, escrita generalizada e ilimitada.
grossa.
Critérios para a escolha de um sistema de
Normalização codificação NOÇÕES DE RECURSOS MATERIAIS
É o estabelecimento de normas técnicas (no Brasil, Um sistema de codificação de materiais deve apre-
utiliza-se as normas da ABNT – Associação Brasileira sentar os seguintes critérios (requisitos):
de Normas Técnicas), que orientam a utilização dos Expansividade: deve suportar um aumento no rol
materiais em suas diversas aplicações. de classificação, conforme crescimento da organização.
Como exemplo de normalização, temos abaixo a Unicidade: o código é único para cada item (“cha-
norma técnica que estabelece o uso das canetas esfe- ve primária”).
rográficas, formulada pela ABNT: Simplicidade: facilidade de compreensão e de uso.
Concisão: objetividade do sistema.
ABNT NBR 16108:2012 Operacionalidade: o sistema deve ser prático.
Título: Caneta esferográfica, gel e roller — Compri- Confiabilidade: assegurar a qualidade.
mento de escrita — Método de ensaio. Versatilidade: possibilidade de adequação às
Objetivo: Esta Norma estabelece o método de aplicações.
ensaio para a determinação do comprimento da Padronização: regras estruturas na codificação
escrita e seus modos de falha para canetas esfe- do item.
rográficas, rollers, gel e outras que utilizem esfera Dentre os sistemas numéricos, é importante
como sistema de deposição da tinta, carregáveis ou conhecer dois dos sistemas de codificação de mate-
não recarregáveis, para uso geral. riais, ambos são utilizados mundialmente e também 399
são bastante cobrados em provas de administração de Assim, a curva ABC significa que 80% dos proble-
materiais, são eles: mas são ocasionados por 20% das causas, ou seja, são
poucas causas que originam a maioria dos proble-
Sistema FSC (Federal Supply Classification)
mas. Para construí-lo, utiliza-se o gráfico que coloca
O FSC (Federal Supply Classification) é um dos sis- em ordem os problemas e suas frequências, do maior
temas mais conhecidos para a catalogação de mate- para o menor, a fim de dar prioridade àquele proble-
riais, desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos ma que deverá ser resolvido com maior urgência.
Estados Unidos, composto de 11 algarismos e estrutu- De acordo com o mestre Gonçalves, podemos defi-
rado em quatro partes, permitindo codificar todos os nir o principal objetivo da curva ABC:
materiais.
O FSN (Federal Stock Number) é a codificação
“O principal objetivo da análise ABC é identificar
numérica pertencente ao sistema de codificação FSC
(Federal Supply Classification). os itens de maior valor de demanda e sobre eles
exercer uma gestão mais refinada, especialmente
por representarem altos valores de investimentos
e, muitas vezes, com impactos estratégicos para a
sobrevivência da organização”. (Gonçalves, 2019,
p.188)
A classificação (curva) ABC, ou princípio (curva) Outro ponto importante, é conhecer a representa-
de Pareto ou ainda curva 80-20, é um método mui-
ção gráfica da Curva ABC. Nela, é preciso que se tenha
to utilizado para classificar os itens de material em
estoque, de acordo com sua importância, geralmente disponíveis os consumos dos itens do estoque e os res-
financeira. pectivos preços médios devidamente corrigidos para
uma mesma data.
Dica A curva assim encontrada é subdividida em três
O nome Pareto vem de uma homenagem ao eco- classes: A, B e C. Os limites de cada classe estão indi-
nomista italiano Vilfredo Pareto que, em seu estu- cados no eixo horizontal, e no vertical, os percentuais
do, observou que 80% da riqueza da Itália estavam da soma total (valor do consumo total ou número total
400 nas mãos de 20% da população. de itens).
100% 600.000
550.000
88% 500.000
450.000
67% 400.000
350.000
50% 300.000
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000 A B
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
20% 30% 50%
0% 100%
A classificação XYZ é uma ferramenta muito utilizada com o objetivo de avaliar o grau de criticidade ou de
imprescindibilidade do item de material nas atividades desempenhadas pela organização.
Conforme os autores Mendes e Castilho, as classes são definidas:
z Classe X: Materiais de baixa criticidade, cuja falta não implica paralisações da produção, nem riscos à segu-
rança pessoal, ambiental e patrimonial. Ainda, há facilidade de sua obtenção no mercado.
z Classe Y: Materiais que apresentam grau de criticidade intermediário, podendo, ainda, ser substituídos por
outros com relativa facilidade.
z Classe Z: Materiais de máxima criticidade, não podendo ser substituídos por outros equivalentes em tempo
hábil sem acarretar prejuízos significativos. A falta desses materiais provoca a paralisação da produção, ou
coloca em risco as pessoas, o ambiente ou o patrimônio da empresa.
Para um melhor entendimento de como aplicar a classificação XYZ, considere uma clínica de estética especia-
NOÇÕES DE RECURSOS MATERIAIS
lizada na aplicação de “botox” (toxina botulínica). Podemos classificar os materiais da seguinte maneira:
No exemplo acima, os itens da classe X podem facilmente ser substituídos por similares ou até comprados no
“mercadinho local”. A falta desses itens não implica na paralisação da clínica.
Em relação aos itens da classe Y, a aquisição não é tão simples, se comparado com a classe anterior, mas a cri-
ticidade pode ser reduzida com um planejamento de aquisição emergencial (exemplo: compra dos medicamentos
na farmácia local).
Mas, o verdadeiro problema é quando falta o item da classe Z (criticidade máxima). No caso em tela, o supri-
mento da substância “toxina botulínica” é complexo e demorado, assim, não é possível a aquisição de forma
emergencial. E com a falta desse item, ocorre a paralisação dos procedimentos estéticos.
401
A Classificação XYZ (por importância operacional) Materiais que sofrem alterações em suas caracte-
provê uma avaliação qualitativa, acerca da relevân- rísticas, conforme mantido em temperatura diferente.
cia do item na organização. Exemplo: selantes para vedação.
A Classificação ABC (por valor da demanda) provê
uma avaliação quantitativa, em relação ao impacto z Pela ação da luz
financeiro na organização.
Materiais que se degradam por incidência direta
Em razão da Periculosidade da luz.
Exemplo: filmes fotográficos.
A classificação por periculosidade pretende iden-
tificar os materiais perigosos, tais como: explosivos, z Por ação da atmosfera agressiva
inflamáveis, corrosivos, radioativos, ou seja, aqueles
que oferecem riscos à segurança. Materiais que sofrem corrosão quando entram em
A escolha dessa classificação é de extrema utilida- contato com gases ou vapores na atmosfera.
de nas etapas de manuseio, transporte e armazena- Exemplo: ácidos (sulfúrico, sais, cloro, flúor).
gem dos materiais incluídos neste rol de perigosos.
z Pela ação de animais
Em razão da Perecibilidade
Materiais sujeitos ao ataque de insetos e outros
Na classificação por perecibilidade, leva-se em animais, durante a estocagem.
conta a modificação, deterioração ou perda das pro- Exemplo: madeiras e grãos.
priedades físico-químicas dos materiais.
São classificados como materiais perecíveis aque- Em razão da aplicação na organização
les que estão sujeitos à deterioração e à decomposição
em virtude do tempo. Esta classificação analisa a utilização dos mate-
De acordo com Viana, precursor nos estudos da riais em relação ao processo produtivo.
Administração de materiais no Brasil, pode-se classi- No decorrer do processo produtivo, os materiais
ficar um material como perecível mediante as seguin- sofrem mudanças gradativamente e passam por dife-
tes variáveis (ações): rentes classificações.
GESTÃO DE ESTOQUES
A utilização de grandes estoques, com o objetivo
Conceitos iniciais de atender o máximo de pedidos, é uma tarefa muito
onerosa para a organização, gerando baixa competi-
Podemos conceituar estoques como sendo um tividade; ou seja, altos custos agregados no produto
conjunto de materiais armazenados, com valor finan- colocado no mercado.
ceiro para a organização, alocado para utilização em Atualmente, mesmo com todas as vantagens lista-
momento futuro, quando se mostrar necessária às ati- das acima, as organizações buscam a implementação
vidades da empresa. da filosofia Just In Time (JIT), ou seja, a minimização
Neste sentido, verificamos que a manutenção de (ou até a eliminação) de seus estoques, mitigando
estoques é indispensável para um perfeito funciona- (amortecendo) seu comprometimento com os custos
mento do processo produtivo. Em contrapartida, os esto- de estoques.
ques representam um enorme investimento financeiro. Independentemente do tipo e/ou tamanho da orga-
Contudo, independentemente da escolha da organi- nização, o setor de estoques é essencial para garantir
zação em adotar uma política de minimização de esto- a eficiência nas operações, minimizar custos e conse-
ques ou então uma política de estoques em abundância quentemente aumentar os lucros.
priorizando o atendimento total dos pedidos, podemos Segundo DIAS (2019), as principais funções do
sintetizar a importância e os motivos do uso de estoques: setor de estoque são:
Esse indicador corresponde ao período de tempo Podemos definir o custo de capital sendo o valor
que um estoque cobre o consumo ou a demanda da no qual ocorre a deterioração do valor investido pela
organização, ou seja, informa o período em que o esto- opção de imobilização na aquisição do estoque.
que médio será capaz de atender à demanda média. O custo de capital pode ser calculado através dos
Em regra, o antigiro é calculado em dias. juros que incidem sobre o valor de compra ou de pro-
dução do item estocado.
Onde:
Acurácia do estoque CK = custo de capital
j = taxa de juros (geralmente anual)
É determinada pela relação entre a quantidade P = Custo estimado para compra ou produção do
física existente no estoque e aquela existente nos item.
registros de controle. 405
z Custo Inversamente Proporcional Segundo Dias (2019), são características básicas da
previsão de consumo:
São os custos no qual decrescem com o aumento
da quantidade média em estoque. z É o ponto de partida de todo planejamento
Caso os itens sejam adquiridos nos mercados, são empresarial;
chamados de custos de pedido; caso sejam produzidos z Não é uma meta de vendas;
internamente, são os custos de produção. z Sua precisão deve ser compatível com o custo de
obtê-la.
Adquiridos
Custo de
de As informações utilizadas na previsão da deman-
Pedido
Terceiros da, normalmente, são divididas em duas categorias,
Custos são elas:
Inversamente
Proporcionais
z Qualitativas
Custo de Produzidos
Produção Internamente
São as informações oriundas de especialistas sobre
os fatores que podem afetar a demanda, a partir de
pesquisas de mercado ou de opiniões dos gerentes,
Dica compradores ou vendedores.
Quanto menor for o estoque médio, maior será o
número de pedidos e consequentemente maior o z Quantitativas
custo de pedido.
São informações de fatores que podem afetar dire-
Exemplificando, vamos admitir que um custo por tamente a demanda, tais como a evolução das vendas
pedido de compras equivale a R$100,00, para uma no passado, variáveis como aumento populacional,
demanda anual de 2000 unidades: renda, a influência da propaganda, entre outras.
Ainda podemos classificar as técnicas de previsão
Nº DE de consumo em outros três grupos, são eles:
TAMANHO ESTOQUE CUSTO DO
EMPRESA DO MÉDIO
PEDIDO
PEDIDO
Projeção: são aquelas que admitem que o futuro
POR
PEDIDO (PEDIDO/2) ANUAL será repetição do passado ou as vendas evoluirão
ANO
no tempo futuro da mesma forma do que no pas-
X 2000 1000 1 R$ 100,00 sado; segundo a mesma lei observada no passado,
Z 500 250 4 R$ 400,00 este grupo de técnicas é de natureza essencialmente
quantitativa.
Exemplificando: é quando o gestor responsável
Portanto, constatamos quanto menor for o estoque projeta (define) que as vendas para o próximo ano
médio, maior será o custo de pedido anual. serão no mesmo quantitativo do ano corrente (repe-
tição do passado).
z Custos Independentes
Vendas Realizadas Projeção de Vendas
São os famosos custos fixos de manter um estoque,
Ano 2020 Ano 2021
ou seja, independe da quantidade de itens estocada.
Exemplo clássico exposto pela literatura espe- Produto “A” Produto “A“
cializada é o custo de aluguel do depósito de arma- • 2000 Unidades • 2000 Unidades
zenagem, pois mesmo que não tenha nenhum item
armazenado, o seu custo não alterará.
Outro exemplo de custo independente bastante Explicação: procuram-se explicar as vendas do
cobrado nas provas de concursos são o custo com os passado mediante leis que relacionem as mesmas com
recursos humanos do almoxarifado, pois independe outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsí-
do número e quantidade de itens armazenados. vel. São basicamente aplicações de técnicas de regres-
Sintetizando, mesmo que o nível de estoque seja são e correlação.
zerado, a organização ainda incorrerá nestes custos Exemplificando: através de técnicas estatísticas
independentes de armazenagem. é possível correlacionar a evolução do consumo de
Existe ainda um outro custo de estoque muito difí- álcool em gel com o aumento da população e a conti-
cil de mensurar: custo por falta de estoque, podendo nuação da pandemia.
acarretar o descumprimento de contratos, aplicação
de multas e no pior cenário a insatisfação e conse- Vendas Realizadas ↑ 50% Projeção de Vendas
quentemente a perda do cliente. Ano 2020 Ano 2021
Este modelo mais simples consiste em utilizar Logo, a previsão para o mês de abril utilizando o
como previsão para o período seguinte o valor ocorri- método móvel ponderada é de 11,40 unidades.
do no período anterior.
z Método da média com ponderação exponencial
z Método da média móvel
Este método elimina muitas desvantagens dos
Este método é uma extensão do anterior, em que métodos da média móvel e da média móvel pondera-
a previsão para o próximo período é obtida calculan- da. Além de dar mais valor aos dados mais recentes,
do-se a média dos valores de consumo nos n períodos apresenta menor manuseio de informações passadas.
anteriores. Apenas três valores são necessários para gerar a pre-
visão para o próximo período:
C₁ +C₂ +C₃ +....+ Cn
CM = A previsão do último período;
n O consumo ocorrido no último período;
Uma constante que determina o valor ou pon-
deração dada aos valores mais recentes.
CM = Consumo Médio
C = Consumo nos Períodos Anteriores z Método dos mínimos quadrados
n = Número de Período
Fonte: Dias, Marco Aurélio P.. Administração de Materiais (p. Esse método é usado para obter a equação de
28).2019. 7º edição. Atlas. uma reta que mais se aproxima de todos os dados da
demanda de estoque ao longo do tempo.
z Método da média móvel ponderada
Sistemas de reposição de estoques
Este método é uma variação do modelo anterior
NOÇÕES DE RECURSOS MATERIAIS
em que os valores dos períodos mais próximos rece- A avaliação de um sistema de reposição de esto-
bem peso maior que os valores correspondentes aos ques leva à procura de respostas para duas questões
períodos mais anteriores. básicas que envolvem a Gestão de Materiais:
Vejamos um exemplo prático: Quando Repor?
A demanda de um item material teve o seguinte Quanto Repor?
comportamento nos últimos 3 meses (n=3): Diante dessas questões, dois sistemas se apresen-
tam como respostas para operacionalizar o controle
MÊS QUANTIDADE (UNIDADE) de estoques, são eles:
Cancelamento de pedidos.
Importante!
MRP II é uma excelente ferramenta de plane- Recursos
Humanos
jamento estratégico em áreas como logística,
manufatura, marketing e finanças. 411
São exemplos de sistema ERP: SAP-R/3, Oracle, Peo-
pleSoft, Baan, que ao serem implantados permitem
que as empresas façam uma reengenharia de seus
processos, reduzindo atividades que não agregam
valor.
A grande crítica ao sistema ERP é em relação ao seu Preço
foco ser predominantemente no nível operacional, Celebridade Econômico
faltando assim uma maior capacidade analítica para
auxiliar a tomada de decisão na fase do planejamento.
Gonçalves nos ensina que: “Os sistemas ERP são
excelentes para indicarem aos gerentes o que está
acontecendo, mas não têm capacidade para assinalar
o que poderá acontecer”. Qualidade
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca da função da Conforme o mestre Gonçalves, para garantir que
administração financeira hospitalar, julgue o próximo os materiais e serviços exigidos sejam fornecidos
item. nas quantidades corretas, com qualidade e no tempo
Na administração dos estoques just-in-time, se man- desejado é essencial a busca dos seguintes objetivos
tém um estoque de segurança para que, na necessida- nos processos de compras:
de do produto, o material já esteja disponível.
z Comprar de forma eficiente, maximizando o ganho
( ) CERTO ( ) ERRADO da organização, dentro dos padrões éticos.
z Garantir o suprimento dos materiais nos prazos e
Just in Time é a produção na quantidade necessária, qualidade definidas.
no momento necessário, para atender à variação de z Criar e desenvolver um cadastro de fornecedores.
vendas com o mínimo de estoque (se possível, busca z Criar processos de aquisição, que sejam ágeis e
o estoque nulo). Os elementos principais do just in que permitam um efetivo controle.
time, entre outros, são: ter somente o estoque neces-
sário e melhorar a qualidade tendendo a zero defei- PERFIL DO COMPRADOR
to. Resposta: Errado.
Atualmente, com os inúmeros casos de corrupção,
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item subsequen- tanto na iniciativa privada quanto na esfera pública,
te, a respeito da administração de recursos materiais. a figura do comprador tornou-se central nos debates
O setor de controle de estoques de materiais é respon- nas organizações.
sável por definir que produtos devem ser mantidos em O comprador é o elemento humano das compras,
estoque, bem como a quantidade necessária e a perio- responsável pelo contato com o ambiente externo,
dicidade de reabastecimento de cada um deles. representando a imagem da organização.
O atributo indispensável ao comprador é, sem
( ) CERTO ( ) ERRADO sombra de dúvidas, sua postura ética, sempre respei-
tando os valores da empresa.
Exatamente! É de responsabilidade do setor de esto- De acordo com Viana, “Ser bom negociador, ter ini-
ques definir o que armazenar, a quantidade a arma- ciativa e capacidade de decisão, bem como objetividade
zenar e quando realizar o pedido. Resposta: Certo. e idoneidade, são as principais características do com-
prador, as quais norteiam sua conduta profissional”
(VIANA, 2009).
Seguindo esse raciocínio, listamos no quadro abai-
COMPRAS xo as posturas desejadas ao comprador em um pro-
cesso de negociação:
MODALIDADES DE COMPRA, CADASTRO DE
FORNECEDORES PERFIL DO COMPRADOR
POSTURAS DESEJADAS
Conceitos Iniciais
z Priorizar os interesses da organização, sempre
A função de compra é uma das atividades da pautado nos valores éticos.
gestão de materiais e tem por finalidade suprir as z Atuar de forma transparente nas negociações.
necessidades de materiais ou serviços, planejá-las z Denunciar quaisquer irregularidades ou ilicitudes
quantitativamente e satisfazê-las no momento ade- nas negociações.
quado com as quantidades corretas, verificar se rece- z Tratar os fornecedores com isonomia.
beu efetivamente o que foi comprado e providenciar z Buscar uma relação ganha-ganha com os
armazenamento. fornecedores.
Assim, inferimos, que uma aquisição é bem con- z Cumprir com os termos da negociação.
duzida quando obtém o equilíbrio entre os atributos
412 da celeridade (rapidez), qualidade e preço econômico. Fonte: elaborado pelo autor com base em Fenili.
ESTRATÉGIAS DE AQUISIÇÃO Centralização X Descentralização
A escolha correta da estratégia de compras pode Após a escolha entre produzir internamente ou
dar à organização uma grande vantagem competiti- adquirir de terceiros, é necessário definir a estrutura
va. A primeira análise na estrutura organizacional é organizacional do setor de compras, assim, podendo
a decisão entre produzir o máximo de itens interna- ser centralizado ou descentralizado.
mente na organização (Verticalização) ou adquirir o Na estrutura centralizada, as compras são agrupa-
máximo de itens de terceiros (Horizontalização). das em um único órgão, permitindo assim uma maior
coesão na política de compras.
Horizontalização X Verticalização Quando a organização possui unidades adminis-
trativas dispersas geograficamente, a centralização
A organização pode decidir como estratégia de não é recomendável. Nesse caso, opta-se por uma
aquisição a produção interna da maioria dos mate- estrutura descentralizada das aquisições entre as
riais/produtos necessários para o processo produ- diversas unidades regionais.
tivo (Verticalização), ou optar por adquirir mais Esquematizando:
de terceiros, em detrimento de fabricação própria
(Horizontalização).
Único órgão
A verticalização é a estratégia que prevê que a Centralizado responsável
pelas compras
empresa produzirá internamente tudo o que puder, Setor de Compras
ou pelo menos tentará produzir.
A horizontalização consiste na estratégia de com- Compras são
prar de terceiros o máximo possível de itens que com- Descentralizado
realizadas
pelas unidades
põem o produto final ou os serviços de que necessitam. regionais
A escolha em produzir internamente, ou em
adquirir os materiais no mercado, é sempre da alta
administração, considerando os custos e a estrutura Vantagens da Centralização:
da organização.
Atualmente, as organizações têm grande preferên- z Melhor controle por parte da direção;
cia pela estratégia da horizontalização, assim, pode- z Economia de escala (compras maiores);
mos constatar que um dos setores de maior expansão z Otimização e especialização de pessoal;
z Evita a concorrência interna (entre os comprado-
é o de terceirização e parcerias.
res regionais) e a disparidade de preços;
No quadro abaixo, listamos as vantagens e desvan-
z Homogeneidade da qualidade de materiais;
tagens dessas estratégias:
z Melhoria na relação com fornecedores.
z Independência de z Maior Investimento Para fins didáticos, podemos dividir o ato de com-
terceiros z Menor Flexibilidade prar nas seguintes atividades:
z Maiores Lucros (perda de foco)
z Maior autonomia z Aumento da estrutura z Determinação do que, de quanto e de quando
z Domínio sobre tecno- da empresa comprar.
logia própria z Estudo dos fornecedores e suas capacidades
técnicas.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Martins & Alt. z Promoção da concorrência entre os fornecedores
para decisão da proposta mais vantajosa.
De um modo geral, não se terceiriza os processos z Fechamento do Pedido (contrato).
fundamentais, ou também denominados “core pro- z Acompanhamento ativo entre o pedido e a entrega.
cess”, por questões de detenção tecnológica, qualida- z Encerramento do processo através do recebimento
de do produto e responsabilidade final sobre ele. do material (controle da qualidade e quantidade). 413
Assim, de acordo com o autor Viana, podemos z Compras Informais: São as compras de peque-
identificar a amplitude de uma compra conforme o no valor, as quais dispensam maiores trâmites
ciclo abaixo: burocráticos.
Conceitos Iniciais
Importante!
1. Concorrência 1. Pregão 1. Consulta
Do princípio da Vinculação ao instrumento con- 2. Tomada de Preços
vocatório surge a afirmação de que o edital é a 3. Convite
4. Concurso
lei da licitação. 5. Leilão
Outro ponto de destaque é a possibilidade de alte- Não se pode confundir modalidades de licitação
ração dos termos do Edital. O legislador mitigou esse com os tipos de licitação, no qual tratam-se do crité-
princípio, mas exigiu que qualquer alteração signifi- rio de julgamento das propostas no âmbito do proce-
cativa é necessária uma nova divulgação na mesma dimento licitatório. São tipos de licitação conforme o
artigo 45 da Lei Geral de Licitações:
forma que se deu o texto original, reabrindo-se o pra-
�Menor preço
zo inicialmente estabelecido. �Melhor técnica
Esquematizando: �Técnica e preço
�Maior lance e oferta.
Vamos conceituar e conhecer as particularidades
Alteração do edital de cada uma das modalidades de licitação!
Nova divulgação do edital A primeira informação importante é conhecer que
a concorrência, tomada de preços e o convite podem
Casa a alteração Reabertura dos prazos
Da mesma ser definidas em função dos valores envolvidos.
seja significativa
maneira que Modalidades de licitação previstos na Lei nº
anteriormente 8.666/1993:
fora divulgado Reabre os
prazos para
os eventos � Concorrência: A concorrência é a modalidade
pendentes de licitação indicada para contratos de grande
418 valor, quaisquer interessados podem participar
(cadastrados ou não), é necessário que comprovem, COMPRAS E OUTROS SERVIÇOS
na fase de habilitação preliminar, possuir os requi-
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital. z Concorrência Mais de 1.430.000,00
z Tomada de preços: Tomada de preços é a modali-
z Tomada de Preço Até 14.30.000,00
dade de licitação entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as condi- z Convite Até 176.000,00
ções exigidas, observada a necessária qualificação.
DISPENSA DE LICITAÇÃO
O cadastramento pode ser realizado até o terceiro
dia anterior à data do recebimento das propostas. Obras / serviços Até 33.000,00
z Convite: O convite é a modalidade de licitação indi- engenharia
cada para as contratações de menor vulto, dessa
maneira o legislador simplificou o formalismo Compras e serviços Até 17.600,00
exacerbado das demais modalidades.
As outras duas modalidades previstas na Lei nº
À luz do artigo 23, parágrafo 3º da Lei nº 8.666/1993, 8.666/1993 (concurso e leilão) não são utilizadas para
temos: aquisição de bens ou contratação de serviços, por
essa razão não são muito exploradas nas provas de
“Convite é a modalidade de licitação entre interes- Administração de materiais e sim na disciplina de
sados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastra- Direito Administrativo, são elas:
dos ou não, escolhidos e convidados em número Diferentemente das 3 modalidades de licitação já
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, estudadas da Lei nº 8.666/1993, o concurso e o leilão
a qual afixará, em local apropriado, cópia do ins- não têm como objetivo a aquisição de bens ou contra-
trumento convocatório e o estenderá aos demais tações de serviços, devido a essa particularidade são
cadastrados na correspondente especialidade que pouco exploradas nas provas de Administração de
manifestarem seu interesse com antecedência de
Materiais.
até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
z Concurso
propostas.”
A modalidade concurso tem como objetivo esco-
Para a sua prova de Administração de Materiais
lher um trabalho técnico, científico ou artístico,
(e também Direito Administrativo) é fundamental
mediante a instituição de prêmios ou remuneração
conhecer os limites para a escolha da modalidade de aos vencedores.
licitação, para a sua melhor fixação, sintetizamos na O julgamento é realizado através de uma comis-
tabela abaixo: são especial integrada por especialistas na matéria do
objeto. Essa comissão pode ser formada por servido-
OBRAS E DEMAIS res públicos ou não.
MODALIDADE SERVIÇOS COMPRAS E O concurso tem regulamento próprio e sua publi-
DE ENGENHARIA SERVIÇOS cação deve ser com antecedência mínima de 45 dias.
A modalidade concurso (Lei nº 8.666/1993) não
Mais de Mais de tem nenhuma similaridade com o concurso público
Concorrência
R$ 3.300.000,00 R$ 1.430.000,00 de preenchimento de cargos na Administração Públi-
ca (neste caso, o seu concurso).
Tomada Até Até É frequente a cobrança da definição de concurso
de Preços R$ 3.300.000,00 R$ 1.430.000,00 conforme a Lei nº 8.666/1993:
Até Até
Convite “Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
R$ 330.000,00 R$ 176.000,00
interessados para escolha de trabalho técnico, cien-
Dispensa de Até Até tífico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
Licitação R$ 33.000,00 R$ 17.600,00 ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.” NOÇÕES DE RECURSOS MATERIAIS
Os limites para a escolha das modalidades lici-
tatórias são definidos através de Decreto Presiden- z Leilão
cial. Atualmente, os valores vigentes são conforme o
Decreto presidencial nº 9.412/2018. A modalidade leilão é utilizada para venda de bens
Na tabela abaixo, encontramos os limites para móveis inservíveis ou produtos legalmente apreendi-
a escolha da modalidade de licitação, conforme o dos ou penhorados.
Decreto Presidencial nº 9412/2018: O edital do leilão deve respeitar o princípio da
publicidade e ser amplamente divulgado no prazo
mínimo de 15 dias.
MODALIDADE DA
VALOR (R$) Como exemplo prático desta modalidade, temos os
LICITAÇÃO
leilões realizados pela Receita Federal do Brasil dos
OBRAS / SERVIÇOS DE ENGENHARIA produtos apreendidos de contrabando.
Conforme o artigo 22, parágrafo 5º, da Lei nº
z Concorrência Mais de 3.300.000,00 8.666/1993, temos:
z Pregão
O pregão é uma nova modalidade de licitação (Lei nº 10.520/2002) que veio se juntar às demais modalidades pree-
xistentes, tendo como finalidade incrementar a competitividade e a agilidade nas contratações públicas.
O pregão poderá ser empregado somente para aquisição de bens e serviços comuns, ou seja, seu foco é na
natureza do objeto, e não no valor.
z Consulta
A modalidade Consulta foi instituída pela Lei nº 9.472/1997, é de uso exclusivo para licitações nas Agências
Reguladoras.
Agora que já conhecemos todas modalidades de licitação, nosso foco neste momento é saber quando podemos optar
pela concorrência, tomada de preços e o convite. Para facilitar o entendimento, utilizamos a regra do “quem pode o mais,
pode o menos”, ou seja, sempre que for possível a utilização do convite, será possível a tomada de preços e concorrên-
cia e, em todos os casos em que for possível a tomada de preços, também será admitida a concorrência. O contrário, no
entanto, não ocorre.
Sintetizando a regra “Quem pode o mais, pode o menos”, temos:
Concorrência
+ com
> va plexa Tomada de preços
lor
Convite
- com
< va plexa
lor
O instrumento convocatório é o ato por cujo meio a Administração dá publicidade ao seu propósito de contra-
tar determinado objeto, estabelecendo os requisitos exigidos dos licitantes e das propostas.
Através dele é que é realizada a convocação dos potenciais interessados para participar do procedimento lici-
tatório, no qual visa à futura contratação do objeto pretendido.
A Lei nº 8.666/1993 apresenta duas formas possíveis de instrumento convocatório: Edital e o Convite.
Vamos ver a diferença entre eles.
z Edital de licitação
O edital é o instrumento adotado pela Administração para levar ao conhecimento do mercado a licitação nas
modalidades concorrência, tomada de preços, Leilão, Concurso e Pregão.
O objetivo principal do edital é dar publicidade aos atos da Administração, além de estabelecer todas as regras
e condições da competição.
Respeitando o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o gestor público não poderá exigir dos licitan-
tes nada a mais ou a menos do que ele estabeleça.
Não é permitido inserir cláusulas, itens ou condições que restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da
licitação.
A carta-convite é o instrumento convocatório específico para a modalidade convite, nada mais é do que um
edital simplificado, que é produzido e divulgado de forma mais suave (leve).
Dica
Como a carta-convite só é adotada para as licitações da modalidade convite, inferimos que sempre o valor a
ser licitado é reduzido.
As minutas dos editais de licitação devem obrigatoriamente sofrer prévio exame e aprovação da assessoria
420 jurídica da própria entidade ou órgão da Administração.
Contratação Direta Simplificando o conceito: neste último caso de
contratação direta, há a inviabilidade do procedi-
Outro tema de suma importância bastante cobra- mento licitatório, o que torna a realização da licitação
do nas provas de concursos, é a possibilidade de afas- impossível.
tar o procedimento licitatório pelo gestor e optar pela Para a melhor fixação, no esquema abaixo, sinteti-
contratação direta (sem licitação). zamos os principais pontos da contratação direta:
Destacamos, que a regra é a obrigatoriedade de
prévia licitação para celebração de contratos adminis- CONTRATAÇÃO DIRETA
trativos. Como exceção, a Lei Geral de Licitação auto-
DISPENSADA DISPENSÁVEL INEXIGÍVEL
riza a realização de contratação direta sem licitação,
nos seguintes casos: Viabilidade de Viabilidade de Inviabilidade de
licitação licitação licitação
Previstos taxativamente no artigo 24 da Lei nº. A modalidade de licitação utilizada para a venda de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados é
8.666/93, os casos de dispensa envolvem situações em
denominada leilão. É o que diz o artigo 22, parágrafo
que a competição é possível, mas sua realização pode 5º da Lei 8.666/1993: “o Leilão é a modalidade de lici-
não ser para a Administração conveniente e oportuna, tação entre quaisquer interessados para a venda de
à luz do interesse público. Assim, nos casos de dispen- bens móveis inservíveis para a administração ou de
NOÇÕES DE RECURSOS MATERIAIS
sa, a efetivação da contratação direta é uma decisão produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou
discricionária da Administração Pública. para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19,
a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao
Simplificando o conceito: nessa situação, existe a
valor da avaliação”. Resposta: Errado.
viabilidade de realização da licitação, mas o legisla-
dor expressamente autoriza que o gestor público opte 2. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,
pela contratação direta. relativo à licitação de obras públicas.
Em processo licitatório para escolha de trabalho técni-
z Inexigibilidade co, científico ou artístico, deve-se utilizar uma combi-
nação das modalidades convite e concurso.
As hipóteses de inexigibilidade estão previstas
exemplificativamente no artigo 25 da Lei nº. 8.666/93. ( ) CERTO ( ) ERRADO
São casos em que a realização do procedimento lici-
A Lei de Licitação veda a combinação entre as
tatório é logicamente impossível por inviabilidade de modalidades licitatórias. Ademais, não é o caso de
competição, seja porque o fornecedor é exclusivo, seja convite, mas sim isoladamente de concurso. Respos-
porque o objeto é singular. ta: Errado. 421
RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM Importante!
A pessoa encarregada de um almoxarifado é
ENTRADA, CONFERÊNCIA, CRITÉRIOS E TÉCNICAS chamada de Almoxarife.
DE ARMAZENAGEM
Movimentação
RECEBIMENTO
(Interna e
Externa)
Gestão de almoxarifados
CLASSIFICAÇÃO
z 4º fase: Regularização
1º fase:
Entrada de A regularização caracteriza-se pelo controle do
materiais processo de recebimento, pela confirmação da con-
ferência quantitativa e qualitativa, para decidir se
aceita (entrada do material no estoque) ou recusa
(devolução do material ao fornecedor) o material.
Exemplificando, se todas as fases anteriores esti-
2º fase: verem dentro do combinado, a pessoa encarregada
aceita o recebimento e encaminha para a descarga no
Conferência
almoxarifado.
Quantitativa
Classificação
Regularização Movimentação
z Tratores
z Objetivos da armazenagem
DISTRIBUIÇÃO
EXTERNA INTERNA
BEM PATRIMONIAL
Guarda
z Transferência e/ou
Movimentação
Recebimento
z Bens Imóveis ENTRADA Tombamento
São bens que não podem movimentar-se sem que Incorporação
sua essência seja alterada.
Ex.: Prédios, terrenos. ALOCAÇÕES Guarda e Transferência
� Instalações INTERNAS Convervação Movimentação
São materiais ou equipamentos que se agregam
ao bem imóvel, isoladamente ou em conjunto, pas- Alienação
Saída Desfazimento
sando a integrá-lo funcionalmente. (Baixa dos bens) NOÇÕES DE RECURSOS MATERIAIS
Ex.: Sistema de ar condicionado, cobertura de PVC
no estacionamento.
� Material Permanente (Bens móveis) Portanto, ao adquirir um bem móvel (material per-
São materiais de duração superior a dois anos, manente), a primeira atividade a ser realizada pelo
levando-se em consideração os seguintes aspectos: responsável pelo almoxarifado é o recebimento, ou
seja, a verificação se o material entregue corresponde
Durabilidade: quando o material em uso nor- à descrição da nota fiscal e da ordem de compra.
mal perde ou tem reduzidas as suas condições No caso de as verificações anteriores estarem
de funcionamento. dentro das especificações, chegou o momento de
Fragilidade: refere-se à possibilidade de o mate- incorporar o material recebido ao patrimônio da
rial perder seu estado original com facilidade, organização. Essa medida administrativa de incorpo-
caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou rar o bem no patrimônio da organização é chamado
perda de sua identidade. de tombamento.
Perecibilidade: quando o material se deterio-
ra ou perde sua característica normal de uso, TOMBAMENTO DE BENS
devido a modificações químicas e/ou físicas.
O tombamento nada mais é do que a incorporação
do bem móvel (material permanente) ao patrimônio 431
da organização, mediante a gravação e fixação de INVENTÁRIO FÍSICO
uma plaqueta (ou etiqueta), contendo um número de
O inventário físico é uma poderosa ferramenta de
registro patrimonial sequencial.
controle dos estoques e do ativo imobilizado.
O número de registro patrimonial informa as Uma empresa organizada tem claramente defini-
características físicas do bem, o valor de aquisição e das suas políticas e procedimentos de controle, dessa
data da incorporação. maneira é essencial registrar toda a movimentação
A atividade de tombamento na Administração dos recursos materiais para obter a maior precisão
Pública Federal está regulamentada na Instrução Nor- em seus estoques. Neste sentido, o inventário físico é
mativa nº 205/1988 (SEDAP): um instrumento crucial nesse controle.
Podemos definir inventário físico como sendo uma
contagem periódica dos materiais existentes para
7.13. Para efeito de identificação e inventário os
efeito de comparação com os estoques registrados e
equipamentos e materiais permanentes receberão contabilizados no sistema gerencial, a fim de se com-
números sequenciais de registro patrimonial. provar sua existência e exatidão.
7.13.1. O número de registro patrimonial deverá É importante você saber que as conferências dos
ser aposto ao material, mediante gravação, fixação materiais não se limitam aos almoxarifados, também
de plaqueta ou etiqueta apropriada. são realizadas as contagens dos itens materiais em
todas as áreas da organização, tais como: seções, salas
Abaixo, temos alguns modelos de plaqueta de tom- de reuniões e departamentos.
bamento utilizadas na Administração Pública: Outra definição importante de inventário para provas
de concursos é a apresentada na Instrução Normativa nº
205/1988 da Secretária de Administração Pública, vejamos:
10 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
11 CERTO
16. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item seguinte, rela-
tivo a classificação de materiais e gestão de estoques. 12 CERTO
As perdas com a desvalorização de materiais per-
13 CERTO
manentes mantidos em estoque são consideradas
custos de depreciação na gestão de um estoque. 14 CERTO
16 CERTO
17. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item seguinte, rela-
tivo a classificação de materiais e gestão de estoques. 17 CERTO
Se, do ponto de vista quantitativo, 50% dos estoques
de um almoxarifado forem produtos descartáveis, e 18 ERRADO
estes representarem 5% do valor em estoque no depó- 19 ERRADO
sito, então, pelo método da curva ABC, esses estoques
deverão ser classificados na classe C em função do 20 ERRADO
valor da demanda.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ANOTAÇÕES
18. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item subsequen-
te, a respeito da administração de recursos materiais.
A identificação e a retirada de itens obsoletos e dani-
ficados mantidos nos almoxarifados de uma unidade
hospitalar são atribuições administrativas, mas devem
ser acompanhadas por um profissional especializado
em saúde e medicina.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
9 GABARITO
1 ERRADO
2 ERRADO
3 CERTO
436
As músicas guardadas no pen-drive, o filme no
DVD. Alguns exemplos de suporte são: papel, fita
magnética, filme de nitrato, acetato, disco óptico,
disco magnético, filme, CD, DVD, disquete, fotolitos,
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
pen-drive.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O conteúdo de bases de
dados dinâmicas não pode ser considerado documen-
to arquivístico.
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) Arquivo Central
b) Arquivo Setorial
c) Arquivo Privado
d) Arquivo Médico
e) Arquivo de Microfilmes
O arquivo médico é um arquivo especializado, porque se refere a um assunto específico da existência humana.
Resposta: Letra D.
Os arquivos, museus, bibliotecas e centros de documentação têm como objetivo comum guardar os documen-
tos, preservação de documentos, dar acesso aos documentos, recolher, tratar, transferir e difundir informações.
O que importa para o seu concurso são as características dos documentos de cada órgão de documentação. As
bancas costumam colocar elementos de bibliotecas e museus como se fossem dos arquivos, preste atenção!
Observe a tabela abaixo feita a partir das observações feitas por PAES (2004) e BELLOTO (2006):
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO/
ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU
BANCO DE DADOS
Órgão receptor (recolhe de for- Órgão colecionador ou referenciador
Órgão colecionador (reunião ar- Órgão colecionador (coleção
ma natural e orgânica seus (coleciona ou só referencia dados
tificial de documentos). artificial).
documentos). em forma física e virtual).
Documentos reunidos segundo
sua origem e função, estabele-
ce classificação específica para
Documentos reunidos pelo Documentos reunidos segun-
cada instituição, ditada pelas
conteúdo (assunto), utiliza mé- do a natureza do material e a Documentos reunidos pelo as-
suas particularidades.
todos predeterminados de clas- finalidade específica do mu- sunto, por COLEÇÃO.
Exige conhecimento da relação
sificação, por COLEÇÃO. seu, por COLEÇÃO.
entre as unidades, a organiza-
ção e o funcionamento dos ór-
gãos, por FUNDOS.
Objetivos primários: jurídicos,
funcionais e administrativos Objetivos: culturais, técnicos, ar- Objetivos: educativos, cultu- Objetivos: fundamentalmente
Objetivos secundários: culturais tísticos, educativos, científicos. rais, artísticos e funcionais. científicos.
e pesquisa histórica.
Tipo de suporte: manuscritos,
impressos, audiovisuais, micro Tipo de suporte: impressos, au- Tipo de suporte: audiovisuais ou
Tipo de suporte: objetos bi/tri-
gráficos, fonográficos, iconográ- diovisuais, manuscritos, exem- virtual, exemplar único ou múltiplo.
dimensionais, exemplar único.
ficos, exemplar ÚNICO ou em plares MÚLTIPLOS.
número limitados de cópias.
Forma de entrada dos documen- Forma de entrada dos documen- Forma de entrada dos docu-
Forma de entrada dos documen-
tos: passagem natural de fonte tos: compra, doação, permuta de mentos: compra, doação, per-
tos: compra, doação, pesquisa.
geradora única. fontes múltiplas. muta de fontes múltiplas.
Método de avaliação: preserva-se
Método de avaliação:
a documentação referente a uma
aplica-se a unidades isoladas.
atividade, como um conjunto, e
O julgamento NÃO tem caráter
não como unidades isoladas. Os
irrevogável. O julgamento envol-
julgamentos são finais e irrevo-
ve questões de conveniência, e
gáveis;A documentação não rara
não de preservação.
existe em via única.
Método descritivo: Aplica-se a
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
z O arquivo não é um órgão colecionador, qualquer questão que falar que o arquivo faz coleção está errada!
z O arquivo é composto por documentos acumulados de forma natural e orgânica, não é divisível!
z O arquivo tem como objetivos primários: jurídicos, funcionais e administrativos e como objetivos secundá-
rios: culturais e pesquisa histórica. 441
z O arquivo não tem objetos tridimensionais para Arquivos correntes (1ª idade):
entretenimento e os exemplares são únicos ou em
um número limitado de cópias. “Conjunto de documentos, em tramitação ou não,
z Os julgamentos de avaliação dos arquivos são que, por seu valor primário, é objeto de consulta
finais e irrevogáveis. frequente pelo órgão ou entidade que o produziu
z O arquivo não utiliza métodos de classificação e ao qual compete sua administração.” (CONARQ,
predeterminados, depende da realidade de cada 2019)
arquivo.
z Natureza dos arquivos: administrativa, jurí- No caso de valor primário, trata-se do uso para fins
dica, informativa, orgânica, serial, contínua e administrativos, legais e fiscais. Refere-se à utilidade
cumulativa. do documento para o órgão ou entidade, razão primei-
z A principal finalidade dos arquivos é servir à ra de sua criação, o que pressupõe o estabelecimento
administração, constituindo-se, com o passar do de prazos de guarda ou retenção anteriores à elimi-
tempo em base do conhecimento da história. nação ou ao recolhimento para guarda permanente.
z A função básica do arquivo é tornar disponível as Os documentos correntes e intermediários apre-
informações contidas nos documentos que guarda. sentam valor primário.
z Arquivos possuem Vínculo arquivístico, dife- Todos os documentos passam necessariamente
rentes de museus, bibliotecas e centros de pela idade corrente.
documentação.
Arquivos intermediários (2ª idade):
“Teoria segundo a qual os arquivos são considera- Passagem do Arquivo Corrente ou Intermediário →
dos arquivos correntes, intermediários ou perma- Permanente = Recolhimento
nentes, de acordo com a frequência de uso por suas
entidades produtoras e a identificação de seus valores Mais à frente, vamos destrinchar as características
442 primário e secundário.” (DBTA, 2005) de cada uma das idades!
Fundo fechado: aquele que não recebe novos
EXERCÍCIOS COMENTADOS documentos, em função da entidade produto-
ra não estar mais em atividade. Preste muita
1. (VUNESP – 2019) Segundo a Teoria das Três Idades, o
atenção pois o fundo fechado não recebe mais
arquivo:
documentos NOVOS. Se por exemplo, um órgão
a) corrente é o conjunto de documentos, em tramitação parou suas atividades em 2002, o fundo des-
ou não, que, pelo seu valor secundário, é objeto de se órgão está fechado, mas ele pode receber
consultas periódicas pela entidade que o produziu, a documentos de 1998, porque não são novos
quem compete a sua administração. documentos.
b) intermediário consiste no conjunto de documentos Se um organismo extinto A transfere suas com-
originários dos pré-arquivos, com uso muito frequente, petências a outro organismo já existente B, o
que aguarda destinação. fundo do organismo extinto A será fechado e
c) de segurança é o conjunto de cópias arquivadas em o fundo do organismo B lhe dará continuidade.
local diverso daquele dos respectivos originais para
Por exemplo, o Ministério do Trabalho foi extin-
garantir a integridade da informação arquivística.
d) permanente é o conjunto de documentos preservados to e transferiu suas competências ao Ministério
em caráter definitivo em função de seu valor secundá- da Economia. Logo, o fundo do Ministério do
rio e informativo. Trabalho será fechado e agora os documentos
e) histórico é definido como aquele cujo acervo tem produzidos relacionados às competências do
características especiais e documentos de valor pri- Ministério do Trabalho farão parte do fundo do
mário, conforme a natureza, função ou atividade da Ministério da Economia.
entidade produtora. Se o órgão muda de nome, mas mantem suas
atribuições, o fundo deverá ser aberto.
A letra A está errada, porque o arquivo corrente
apresenta valor primário. A letra B está errada,
porque o arquivo intermediário não possui consul- Bancas como a CESPE adoram brincar com esse
tas frequentes. A letra C está errada, porque arqui- conceito. Veja a seguir exemplos de exercícios devida-
vos de segurança não fazem parte da teoria das 3 mente comentados.
idades. A letra D está correta, porque os arquivos
permanentes devem ser guardados para sempre e
podem possuir valor probatório ou informativo. A
letra E está errada, porque ele misturou o conceito EXERCÍCIOS COMENTADOS
de arquivos especiais, arquivos correntes e arquivos
permanentes. Resposta: Letra D. 1. (CESPE-CEBRASPE – 2013) Um fundo fechado pode
receber documentos, ainda que as atividades da sua
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) O trânsito entre diferen-
instituição de origem tenham se encerrado.
tes tipos de arquivo que compõem um sistema ocorre
por meio de transferências e recolhimentos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
A transferência é o trânsito do arquivo corrente ao
intermediário. O recolhimento é o trânsito do arqui- Acabamos de ver que um fundo fechado pode sim
vo corrente ou intermediário ao arquivo permanen- receber documentos! Resposta: Certo.
te. Resposta: Certo.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2009) O fundo fechado não
PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS pode, em nenhuma hipótese, receber documentos
após a extinção da pessoa jurídica ou o falecimento
Os princípios arquivísticos são conteúdos essen- da pessoa física.
ciais para a compreensão das bases da arquivologia
e eles vão nos acompanhar em outros assuntos como ( ) CERTO ( ) ERRADO
avaliação e classificação. Os principais princípios
arquivísticos são: O fundo fechado pode receber documentos. Respos-
ta: Errado.
z Proveniência ou Respeito aos Fundos: “princípio
básico da arquivologia segundo o qual o arquivo
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Pertinência Territorial: os documentos devem A primeira legislação básica que vamos estudar
ficar no local do assunto. é a Lei nº 8.159/91. Ela surge em grande quantidade
Proveniência Territorial: os documentos devem ficar nas provas de concurso e dá conceitos básicos como:
no local de produção. arquivos públicos, arquivos privados, gestão de docu-
mentos. Vamos começar!
z Organicidade: refere-se à relação natural entre A Lei nº 8.159/91, também chamada de Lei de
documentos de um arquivo em decorrência das Arquivos, dispõe sobre a política nacional de arquivos
atividades da entidade produtora. Os arquivos públicos e privados e dá outras providências.
devem se organizar conforme a competência e as
atividades da instituição ou pessoa legitimamen- Capítulo I
te responsável por sua produção ou acumulação, Disposições Gerais
porque refletem a estrutura, as funções e as ati-
vidades da entidade produtora/acumuladora em Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documen-
suas relações internas e externas. tal e a proteção especial a documentos de arquivos,
z Reversibilidade: “princípio segundo o qual todo como instrumento de apoio à administração, à cul-
procedimento ou tratamento empreendido em tura, ao desenvolvimento científico e como elemen-
arquivos pode ser revertido, se necessário” tos de prova e informação.
(DBTA, 2005). Esse princípio está associado aos Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta
procedimentos de restauração e preservação, Lei, os conjuntos de documentos produzidos e rece-
poderem ser revertidos, caso necessário. bidos por órgãos públicos, instituições de caráter
z Unicidade: é a característica segundo a qual, inde- público e entidades privadas, em decorrência do
pendentemente de forma, gênero, tipo ou suporte, exercício de atividades específicas, bem como por
os documentos de arquivo conservam seu cará- pessoa física, qualquer que seja o suporte da infor-
ter único, em função do contexto em que foram mação ou a natureza dos documentos.
produzidos. Ainda que se trate de cópias ou exem-
plares múltiplos, cada documento assume um Arquivo: Conjunto de documentos de qualquer
lugar único na estrutura do conjunto ao qual per- natureza ou suporte produzidos por:
tence, definido pelo papel que cumpriu dentro das
funções da instituição que o acumulou. z Órgãos públicos;
z Integridade Arquivística ou Indivisibilidade: z Instituições de caráter público;
“decorrente do princípio da proveniência que con- z Entidades privadas;
siste em resguardar um fundo de misturas com z Pessoas físicas.
outros, de parcelamentos e de eliminações indis-
criminadas”. Esse princípio se baseia em justa- Art. 3º Considera-se gestão de documentos o con-
mente preservar o fundo de dispersão, mutilação, junto de procedimentos e operações técnicas refe-
alienação, destruição ou acréscimos indevidos ou rentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação
não autorizados. e arquivamento em fase corrente e intermediária,
z Cumulatividade/Naturalidade: estabelece que visando a sua eliminação ou recolhimento para
444 o arquivo é uma sedimentação progressiva, guarda permanente.
Passagem do Arquivo Corrente para o Arquivo § 1º Consideram-se documentos correntes aqueles
Intermediário = Transferência. em curso ou que, mesmo sem movimentação, cons-
Passagem do Arquivo Corrente ou Intermediário tituam objeto de consultas frequentes.
para o Arquivo Permanente = Recolhimento. § 2º Consideram-se documentos intermediários
A gestão de documentos concentra-se nas fases aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos
Corrente e Intermediária. produtores, por razões de interesse administrativo,
aguardam a sua eliminação ou recolhimento para
Para algumas bancas como CESPE: A gestão de
guarda permanente.
documentos ocorre nas 3 fases.
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de
documentos de valor histórico, probatório e infor-
Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos mativo que devem ser definitivamente preservados.
públicos informações de seu interesse particular Art. 9º A eliminação de documentos produzidos
ou de interesse coletivo ou geral, contidas em docu- por instituições públicas e de caráter público será
mentos de arquivos, que serão prestadas no prazo realizada mediante autorização da instituição
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas arquivística pública, na sua específica esfera de
aquelas cujos sigilo seja imprescindível à seguran- competência.
ça da sociedade e do Estado, bem como à inviolabi- Art. 10º Os documentos de valor permanente são
lidade da intimidade, da vida privada, da honra e inalienáveis e imprescritíveis.
da imagem das pessoas.
Segundo o DBTA (2005), imprescritível é “princípio
Art. 5º A Administração Pública franqueará a consul- pelo qual é assegurado ao Estado o direito sobre os
ta aos documentos públicos na forma desta Lei. arquivos públicos, sem limitação de tempo, por serem
estes considerados bens públicos inalienáveis”. Segun-
Ou seja, o Poder Público deverá liberar a consulta do o DBTA (2005), inalienável é “princípio pelo qual é
dos documentos públicos. impedida a alienação de arquivos públicos a terceiros”.
Se alguém divulgar um documento sigiloso, ele Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os con-
deverá ser punido nas três instâncias, se necessário e juntos de documentos produzidos ou recebidos por
de forma acumulada. pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas
Voltemos a essa lei fundamental para o seu atividades.
concurso!
Ou seja, todos os documentos que não são
Capítulo II produzidos por órgãos públicos ou instituições que
Dos Arquivos Públicos tenham relações com órgãos públicos são PRIVADOS.
Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de Art. 12 Os arquivos privados podem ser identifica-
documentos produzidos e recebidos, no exercício dos pelo Poder Público como de interesse público e
de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito social, desde que sejam considerados como conjun-
federal, estadual, do Distrito Federal e municipal tos de fontes relevantes para a história e desenvol-
em decorrência de suas funções administrativas, vimento científico nacional.
legislativas e judiciárias.
§ 1º - São também públicos os conjuntos de docu- A identificação de um arquivo privado como de
mentos produzidos e recebidos por instituições de interesse público e social pode ser feito pelo Presiden-
caráter público, por entidades privadas encarrega- te da República e por ato do Ministro de Estado da Jus-
das da gestão de serviços públicos no exercício de tiça e Segurança Pública.
suas atividades.
Art. 13 Os arquivos privados identificados como de
interesse público e social não poderão ser alienados
Importante! com dispersão ou perda da unidade documental,
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
§ 2º - São Arquivos Estaduais os arquivos do Poder Art. 21 Legislação estadual, do Distrito Federal e
Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arqui- municipal definirá os critérios de organização e
vo do Poder Judiciário. vinculação dos arquivos estaduais e municipais,
bem como a gestão e o acesso aos documentos,
observado o disposto na Constituição Federal e
Arquivos Estaduais
nesta Lei.
z Poder Executivo Estadual (Ex: Secretaria de Assis-
tência Social do Maranhão)
z Poder Legislativo Estadual (Ex: Câmara Legislativa
da Bahia)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Poder Judiciário Estadual (Ex: Defensoria Pública
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A eliminação de docu-
do Rio Grande do Norte)
mentos acumulados por instituições públicas deve-
rá ser realizada mediante autorização da secretaria
Portanto, se o seu concurso é estadual, os arquivos
de justiça, no âmbito federal, ou de seu similar, nos
da sua instituição são estaduais.
estados.
§ 3º - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do
( ) CERTO ( ) ERRADO
Poder Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o
arquivo do Poder Judiciário.
“Art. 21 - Legislação estadual, do Distrito Federal e
O Distrito Federal possui arquivos distritais e NÃO municipal definirá os critérios de organização e vin-
estaduais! culação dos arquivos estaduais e municipais, bem
como a gestão e o acesso aos documentos, observado
§ 4º - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder o disposto na Constituição Federal e nesta Lei”. Cada
Executivo e o arquivo do Poder Legislativo. esfera vai decidir como realizar os processos de ges-
tão, dentre eles, a eliminação. Resposta: Errado.
Arquivos Municipais
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Compete ao Arquivo
z Poder Executivo Municipal (Ex: Prefeitura de São Nacional resguardar os documentos oriundos das ati-
Luís - MA) vidades exercidas pelo Tribunal de Justiça do Estado
z Poder Legislativo Municipal (Ex: Câmara de Mauá -SP) do Amazonas.
Arquivos Correntes
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Intermediários
Correntes
(limbo, purgatório,
z Todos os Documentos passam pelos arquivos (administrativa,
semiativo,
correntes. de gestão, ativo)
pré-arquivos)
z Os documentos que formam os arquivos correntes
FREQUÊNCIA DE Frequentemente Raramente
podem ser encontrados em todas as unidades ou USO consultados; consultados;
todos os setores de trabalho de uma organização
e são caracterizados pela possibilidade de terem Final de vigência;
documentos que
valor administrativo, técnico ou legal. aguardam prazos
z Documentos correntes possuem valor primário longos de prescrição
em seu nível máximo. Documentos
VIGÊNCIA ou precaução;
vigentes;
z Para ser considerado corrente, um documento aguardam a
deve ter uma possibilidade de uso alta. destinação final:
z O acesso aos documentos do arquivo corrente é eliminação ou guarda
permanente;
restrito aos acumuladores. 447
Imediato ou z As ações compreendidas pela gestão de documen-
VALOR Imediato ou primário
primário tos incluem a definição da política arquivística,
Restrito ao Restrito aos que tem por objetivo produzir, manter e preservar
ACESSO organismo acumuladores ou às documentos confiáveis, autênticos, acessíveis e
produtor pessoas autorizadas. compreensíveis, de maneira a apoiar suas funções
Pode ser dividido e atividades.
em duas fases: z A eficácia de um programa de gestão de documen-
uma em que os tos depende da adoção de métodos de classifica-
documentos ficam ção e de avaliação (vamos aprofundar isso logo
próximos do usuário
à frente), com a aplicação de códigos de classifica-
direto, e outra em
que eles ficam mais ção e de tabelas de temporalidade e destinação de
LOCAL Próximo ao documentos de arquivo, além da implantação de
distantes do usuário,
DE produtor
considerando-se sistemas de arquivos.
ARQUIVAMENTO (descentralizado)
maior ou menor z O programa de gestão de documentos deve ter
possibilidade como base uma política arquivística e a designa-
de uso desses
ção de responsabilidades, além de estar alinhado
documentos. Mas
em geral, ele está com a missão institucional e a legislação arquivís-
distante do produtor tica em vigor.
(centralizado).
GESTÃO DE DOCUMENTOS
EXERCÍCIOS COMENTADOS
A Gestão de documentos é conteúdo essencial para
a compreensão de assuntos futuros e sempre cai nas 1. (VUNESP – 2020) Conjunto de procedimentos e ope-
questões de Arquivologia dos concursos. Segundo o rações técnicas referentes a produção, tramitação,
CONARQ (2019), a gestão de documentos “implica em uso, avaliação e arquivamento de documentos arqui-
acompanhar todo o ciclo vital dos documentos pro- vísticos em fase corrente e intermediária, visando a
duzidos por um órgão ou entidade no desempenho de sua eliminação ou recolhimento para guarda perma-
suas funções e atividades, determinando aqueles que nente. Trata-se da definição de
devem ser conservados em caráter permanente e os
que devem ser eliminados a curto, médio e longo pra- a) preservação e conservação de documentos.
zo, resultando em eficiência e economia de tempo e b) ciclo vital dos documentos.
espaço, na racional utilização de recursos humanos, c) sistema de gestão arquivística de documentos.
materiais e financeiros e na redução da massa docu- d) gestão de documentos de arquivo.
mental produzida. Sua execução exige planejamento, e) classificação quanto ao grau de sigilo.
organização, coordenação e controle de pessoal, espa-
ço físico, equipamentos, instalações, material e recur- A questão usou o conceito da Lei 8.159/91, “o con-
sos financeiros”. junto de procedimentos e operações referentes à
Segundo a Lei 8.159/91, a gestão de documentos é sua produção, tramitação, uso, avaliação e arqui-
“o conjunto de procedimentos e operações referentes vamento em fase corrente e intermediária, visando
à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arqui- a sua eliminação ou recolhimento para guarda per-
vamento em fase corrente e intermediária, visan- manente”. Resposta: Letra D.
do a sua eliminação ou recolhimento para guarda
permanente”.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2013) A gestão de documentos
De acordo com o Dicionário de Terminologia
refere-se a uma área da administração geral relaciona-
Arquivística do Conselho Internacional de Arquivos,
da com a busca de economia e eficácia na produção,
a gestão de documentos é “um aspecto da administra-
manutenção, uso e destinação final de documentos.
ção geral relacionado com a busca de economia e efi-
cácia na produção, manutenção, uso e destinação final
( ) CERTO ( ) ERRADO
dos documentos”.
Segundo Bernardes (1998), a gestão de documen-
tos é o “conjunto de medidas e rotinas que garante o A questão usou o conceito da CIA, “um aspecto da
efetivo controle de todos os documentos de qualquer administração geral relacionado com a busca de
idade desde sua produção até sua destinação final (eli- economia e eficácia na produção, manutenção, uso e
minação ou guarda permanente), com vistas à racio- destinação final dos documentos”. Resposta: Certo.
nalização e eficiência administrativas, bem como à
preservação do patrimônio documental de interesse A gestão de documentos divide-se em 3 fases, a PUD:
histórico-cultural”.
Podemos observar as principais características da Produção: “produção dos documentos em razão da
gestão de documentos através desses conceitos: execução das atividades de um órgão ou entidade. Nes-
ta fase deve-se otimizar a produção dos documentos,
z A gestão de documentos acompanha o ciclo vital evitando produzir aqueles que não sejam essenciais,
dos documentos (1ª, 2ª e 3ª idade), mas se concen- diminuindo o volume a ser manuseado, controlado,
tra nas fases corrente e intermediária. armazenado e eliminado, e garantindo, assim, o uso
z Ela busca a racionalização do uso de recursos, eco- adequado dos recursos de tecnologia da informação
nomia, eficiência e eficácia administrativa, preser- (reprografia e automação)” (CONARQ, 2019). Nela, rea-
448 vação da memória. lizam-se as seguintes atividades:
z elaboração e gestão de fichas, formulários e z “1 Organização dos documentos de um arquivo ou
correspondência; coleção, de acordo com um plano de classificação,
z controle da produção e da difusão de documentos código de classificação ou quadro de arranjo”.
de caráter normativo;
z utilização de processadores de texto e Esse é o conceito mais cobrado pelas bancas, o
computadores; da classificação como uma operação lógica a partir
z criação apenas de documentos essenciais à da análise da entidade produtora dos documentos,
administração da instituição e evitadas duplicação visando a criação de categorias, classes genéricas,
e emissão de vias desnecessárias; que dizem respeito às funções/atividades detectadas
z propor a consolidação de atos normativos altera- (estejam elas configuradas ou não em estruturas espe-
dos ou atualizados com certa frequência, visando cíficas, como departamentos, divisões).
à perfeita compreensão e interpretação de textos; A classificação também pode ser definida como:
z apresentar estudos sobre a adequação e o melhor
aproveitamentos dos recursos reprográficos e z “2 Análise e identificação do conteúdo de docu-
informáticos; mentos, seleção da categoria de assunto sob a qual
z contribuir para a difusão de normas e informações sejam recuperados, podendo-se-lhes atribuir códi-
necessárias ao bom desempenho institucional; gos”. Ou seja, refere-se ao ato de ler um documen-
z opinar sobre a escolha de materiais e equipamentos; to, interpretá-lo e dar-lhe um código.
z participar da seleção dos recursos humanos que z “3 Atribuição a documentos, ou às informações
deverão desempenhar tarefas arquivísticas e afins; neles contidas, de graus de sigilo, conforme legisla-
ção específica. Também chamada classificação de
Utilização: “diz respeito ao fluxo percorrido segurança”. Esse conceito refere-se à classificação
pelos documentos para o cumprimento de sua função das restrições de acesso, mas veremos isso mais à
administrativa, assim como de sua guarda, após ces- frente.
sar o trâmite” (CONARQ, 2019). Nela, realizam-se as
seguintes atividades: Classificação de documentos de arquivo pode
ser definida como o agrupamento intelectual de docu-
z os métodos de controle relacionados às atividades mentos de arquivo a partir de princípios de classifi-
de protocolo (recebimento, classificação, registro, cação, com o objetivo de permitir o acesso rápido à
distribuição, tramitação) e as técnicas específicas informação, à manutenção do contexto de criação dos
de classificação, organização e elaboração de ins- documentos e à fundamentação das funções de ava-
trumentos de recuperação da informação; liação e descrição de documentos.
z a gestão de arquivos correntes e intermediários; O instrumento de classificação é o Plano de
z a implantação de sistemas de arquivo; Classificação.
z elaboração do plano de classificação; Segundo (DBTA, 2005), o plano de classificação é o
z elaboração de normas de acesso à documenta- “esquema de distribuição de documentos em classes,
ção (empréstimo e consulta) e a recuperação das de acordo com métodos de arquivamento específicos,
informações, indispensáveis ao desenvolvimento elaborado a partir do estudo das estruturas e funções
de funções administrativas, técnicas ou científicas de uma instituição e da análise do arquivo por ela pro-
das instituições. duzido. Expressão geralmente adotada em arquivos
correntes”.
Destinação: consiste na avaliação sobre quais O código de classificação de documentos é um
documentos devem ser conservados como testemu- instrumento utilizado nos arquivos correntes para
nho do passado, quais devem ser eliminados e por classificar todo e qualquer documento produzido
quanto tempo devem ser mantidos por razões admi- e recebido por um órgão ou entidade no exercício de
nistrativas, legais ou fiscais. Envolve as atividades de suas funções e atividades.
análise, seleção e fixação de prazos de guarda dos Os procedimentos necessários para a elaboração
documentos. Devem participar desta fase arquivis- do plano ou código de classificação consistem em:
tas e administradores. Nela, realizam-se as seguintes
atividades: z Conhecer as atividades desenvolvidas pelo sujeito
acumulador (pessoa física ou jurídica). Esse enten-
z cumprir o estabelecido na primeira e na segunda dimento é feito a partir de um extenso estudo do
fase da gestão de documentos; marco regulatório da organização (regimento
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
z manter processos contínuos de avaliação, com interno, estatuto, contrato social, planos de ação,
aplicação dos prazos de guarda e destinação final relatórios de atividades, organogramas, estrutura
dos documentos; organizacional etc.);
z promover a eliminação periódica dos documentos z Identificar os métodos utilizados pela organização
que já tenham cumprido os prazos de guarda e não para a classificação, ordenação e arquivamento
possuam valor secundário. dos documentos;
z Definir, a partir daquele estudo, as grandes fun-
CLASSIFICAÇÃO, ORDENAÇÃO E ARQUIVAMENTO ções, as funções, as subfunções e as atividades
DE DOCUMENTOS desenvolvidas pelo sujeito acumulador;
z Identificar os tipos documentais e relacioná-los às
Classificação atividades desenvolvidas;
z Definir os princípios de classificação a serem con-
Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia siderados para o estabelecimento dos níveis de
Arquivística (2005), a classificação é classificação; 449
z Estabelecer regras de denominação das unidades Principais características da classificação:
de classificação; � A classificação é feita no momento da produção
z Definir os relacionamentos entre as várias uni- do documento, ou seja, no ARQUIVO CORRENTE.
dades de classificação: relação de subordinação e � A classificação é essencial para documentos digi-
coordenação; tais ou convencionais. Considere ainda que:
z Selecionar o método de codificação a ser adotado
no plano ou código de classificação. z A classificação está diretamente vinculada às polí-
ticas de acesso aos documentos de arquivo.
O plano ou código de classificação deve ser o z Uma das atividades essenciais da função classifica-
ção é a elaboração do plano de classificação.
espelho das atividades desenvolvidas pela organiza-
z O plano de classificação deve refletir as atividades
ção, pois parte-se do pressuposto que o documento
e funções da instituição.
de arquivo é prova, testemunho e registro das ações
z NÃO é recomendada a classificação de documen-
próprias de cada sujeito e de sua missão, finalidade tos embasar-se na estrutura organizacional, por-
ou objetivo maior. que elas são muito fluidas.
A classificação, que é a função arquivística rela- z Os princípios arquivísticos que embasam a classifi-
cionada à criação de planos de classificação que cação são: o da proveniência (respeito aos fundos)
reflitam as atividades e funções do órgão produtor e o da ordem original.
do acervo arquivístico. Sua utilização, que acontece z Os níveis de classificação de um plano ou código de
nas fases corrente e intermediária, facilita o acesso à classificação são as várias divisões feitas no con-
documentação arquivística da instituição. junto documental. Classes, subclasses e grupos são
A classificação pode ser dividida em duas exemplos de níveis de classificação.
operações: z O plano de classificação é uma estrutura hierár-
Estudo: consiste na leitura de cada documento, a quica e lógica, que vai do geral (classes) ao especí-
fim de verificar sob que assunto deverá ser classifi- fico (subdivisões).
cado e quais as referências cruzadas que lhe corres- z A classificação de documentos de arquivo leva em
ponderão. A referência cruzada é um mecanismo consideração três elementos: a ação a que os docu-
adotado quando o conteúdo do documento se refere a mentos se referem; a estrutura do órgão que pro-
dois ou mais assuntos. duz e(ou) recebe os documentos e o assunto desses
documentos.
Codificação: consiste na atribuição do código cor-
z A classificação possibilita a avaliação, porque só se
respondente ao assunto de que trata o documento.
pode definir um prazo de guarda a um documento
Observe abaixo uma página do plano de classifica-
se antes souber do que ele se trata.
ção do Senado (BRASIL, 2013): z Avaliação e a Classificação podem ser feitas ao
mesmo tempo.
05.01.02 Substituição de Senador
Ordenação
Incluem-se documentos referentes à convocação
de suplente de senador nos casos de vaga, de afasta- Vamos agora para a ordenação!
mento do exercício do mandato para investidura nos Depois que se realiza a 1) Classificação do docu-
cargos públicos ou de licença por prazo superior a mento, pode-se realizar a 2) Ordenação.
cento e vinte dias. Ordenação: “é a disposição dos documentos de
acordo com a classificação e a codificação dadas”
(PAES, 2004). Ou seja, depois que lemos o documento,
05.01.02.01 Carta referente à Substituição de senador
atribuímos um código a ele, é a hora de colocá-lo fisi-
05.01.02.02 Convocação de suplente de Senador camente de uma forma que facilite o acesso.
A ordenação tem por objetivos:
05.01.02.03 Despacho referente à Substituição de Agilizar o arquivamento, minimizando a possibi-
Senador lidade de erros. Além disso, estando ordenados ade-
05.01.02.04 Memorando referente à Substituição de quadamente, será possível manter reunidos todos os
Senador documentos referentes a um mesmo assunto, organi-
zando-os previamente para o arquivamento.
05.01.02.05 Mensagem Eletrônica referente à Substi-
tuição de Senador
05.01.02.06 Ofício referente à Substituição de Senador
EXERCÍCIOS COMENTADOS
05.01.02.07 Processo referente à substituição de Senador
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Os procedimentos para
05.01.02.08 Outros tipos documentais – especificar: organização dos documentos devem obedecer à
_______ seguinte sequência: primeiro faz-se a ordenação dos
documentos e, em seguida, faz-se a classificação dos
Por exemplo, um Senador será agora ministro, documentos de arquivo.
logo, ele precisará produzir uma vocação para que seja
substituído pelo seu suplente. O servidor que receber ( ) CERTO ( ) ERRADO
esse documento, irá lê-lo (estudo) e classificá-lo docu-
mento, anotando o código (codificação) 05.01.02.03 no A sequência é: 1) Classificação 2) Ordenação 3)
450 documento, seja ele impresso ou digital. Arquivamento. Resposta: Errado.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Após a classificação do z Ideográficos: Método de ordenação que tem por eixo
documento, é necessário ordená-lo, ou seja, determi- os assuntos presentes, explicitamente ou não, nos docu-
nar a posição em que esse documento vai ser dispos- mentos. Também chamado método ideográfico ou
to em uma unidade de classificação.
método por assunto. Ex: enciclopédico, dicionarizado.
z Alfabéticos: Método de ordenação que tem por
( ) CERTO ( ) ERRADO
eixo o alfabeto. Ex: específico, geográfico, mnemô-
nico e variadex.
Depois de se identificar do que se trata o documento,
é necessário dispor os documentos de forma que agi-
lize a recuperação da informação. Resposta: Certo. Os sistemas de busca podem ser diretos, indire-
tos ou semi-indiretos:
Arquivamento
z Direto: é aquele no qual a busca do documento é
Arquivamento é: feita diretamente no local onde se acha guardado.
Ex: Alfabético, geográfico.
“1 Sequência de operações intelectuais e físicas que z Indireto: É aquele no qual pra se localizar um
visam à guarda ordenada de documentos”. Ou seja, documento, é necessário consultar antes um índi-
agora que identifiquei o assunto ao qual se refere o ce ou código. Ex: Ideográfico, numérico.
documento (classificação), defini a disposição físi- z Semi-Indireto: O método alfanumérico, que é a
ca em que eles ficarão (ordenação), posso guardar combinação de letras e números – não se inclui
o documento no local devido (pasta suspensa, pra-
nas classes de métodos básicos e padronizados e é
teleira, caixa), de acordo com a classificação dada.
considerado do sistema semi-indireto.
“2 Ação pela qual uma autoridade determina a
guarda de um documento, cessada a sua tramita- O esquema de (REIS & SANTOS, 2015) nos ajuda a
ção”. Esse refere-se à atitude de mandar que um visualizar:
documento seja guardado depois de realizar as ati-
vidades para que foi criado. z Sistema de Arquivamento
O arquivamento deve ser feito com muita atenção, Direto: É aquele em que a busca do documento
pois um documento arquivado erroneamente pode- é feita diretamente no local onde ele se encon-
rá ficar perdido, sem possibilidades de recuperação tra arquivado. Ex.: Alfabético e Geográfico.
quando solicitado posteriormente. Indireto: É aquele em que, para se localizar um
O arquivamento refere-se às operações de emba- documento, necessita-se antes consultar um
lagem ou guarda de documentos visando à sua índice ou um código. É o caso, por exemplo, da
preservação e acesso (acondicionamento) e o arma-
utilização de fichários.
zenamento de documentos.
Ex.: Numérico e Ideográfico
É importante dizer que, antes de arquivar um
documento, deve-se realizar a inspeção.
Inspeção: consiste no exame do(s) documento(s) Os sistemas ainda podem ser divididos entre duas
para verificar se o(s) mesmo(s) se destina(m) realmen- classes: padronizados e básicos.
te ao arquivamento, se possui(em) anexo(s) e se a clas- A imagem abaixo nos ajuda a ver a sistematização
dos métodos de arquivamento.
{
sificação atribuída será mantida ou alterada.
A inspeção é o momento de checar que está tudo
{
certinho antes de efetivamente guardar o documento
Alfabético
(arquivar).
A ordem é: 1) Classificação 2) Ordenação 3) Geográfico Simples
Arquivamento.
A classificação e a ordenação são atividades inte- Básicos Numérico Cronológico
lectuais dentro do processo de organização de docu- Ideográficos Digito-Terminal
mentos de arquivo, enquanto o arquivamento é uma
atividade física. (assunto)
Métodos de Arquivamento
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
{
Enciclopédico
Os métodos de arquivamento são “sequências
Alfabéticos Dicionário
de operações que determina a disposição dos docu-
mentos de um arquivo ou coleção, uns em relação
aos outros, e a identificação de cada unidade” (DBTA,
{
2005). A definição da disposição dos documentos pode
ser feita por métodos geográficos, numéricos, por Duplex
assunto (ideográficos) e alfabéticos.
Decimal
z Geográficos: Método de ordenação que tem por Numéricos Uniterni ou
eixo a procedência ou local. Indexação
z Numéricos: Método segundo o qual o principal coordenada
elemento a ser considerado é o número. Ex: sim-
ples, cronológico, dígito-terminal. 451
{
Variadex Arquiva-se: De Penedo, Esteban
Giulio di Capri
Automático Arquiva-se: Capri, Giulio di
4ª Regra - Títulos honoríficos, científicos e profis-
Padronizados Soundex
sionais liberais: a titulação não faz parte da regra
Minemônico de alfabetação
Presidenta Dilma Roussef
Rôneo Arquiva-se: ROUSSEF, Dilma (Presidenta)
Fonte: FREIBERGER, 2012, p.48. 5ª Regra - Sobrenomes compostos: nesse caso,
segue-se uma ideia de substantivo + adjetivo
Método Alfabético André Castelo Branco
Arquiva-se: CASTELO BRANCO
Segundo (MARIANO, 2010), o método alfabético André Heitor Villa-Lobos
subdivide-se em específico, geográfico, mnemônico, Arquiva-se: VILLA-LOBOS, Heitor
variadex: Paulo Monte Verde
Específico: é representado por palavras dispostas Arquiva-se: MONTE VERDE, Paulo
alfabeticamente, é um dos mais difíceis processos de 6ª Regra - Grau de parentesco como neto, filho,
arquivamento, pois, consistindo em agrupar as pastas sobrinho, júnior segue a ideia acima
por assunto, apresenta a dificuldade de se escolher o Paulo Carlos Filho
melhor termo ou expressão que defina o assunto a ser Arquiva-se: CARLOS FILHO, Paulo
arquivado. 7ª Regra - Sobrenomes com a palavra Santo, Santa
Geográfico: método de ordenação que tem por e São não se separam
eixo aspectos geográficos. Esse método é muito acon- Luciano Santo Cristo
selhável quando o objetivo é ordenar a documentação Arquiva-se: SANTO CRISTO, Luciano
de acordo com a divisão geográfica, que pode envol- 8ª Regra - Os nomes espanhóis são registrados pelo
ver a busca por região, estado, município, bairro, rua penúltimo sobrenome que corresponde ao sobre-
e local específico. nome da família do pai
Mnemônico: busca combinar as letras do alfabeto Francisco de Pina de Mello
de forma a auxiliar a memória na busca da informa- Arquiva-se: PINA DE MELLO, Francisco de
ção no material de arquivo. 9ª Regra - Nomes orientais, japoneses, chineses e
Variadex: tem por eixo as letras do alfabeto repre- árabes arquivam-se como se apresentam
sentadas por cores diferentes, ou seja, consiste em dar Li Yutang
cores a um grupo de letras para buscar a informação. Arquiva-se: Li Yutang (do mesmo modo)
As cores podem variar de país para país, mas a regra 10ª Regra - Nomes com sobrenome repetido arqui-
geral é que as cores devem ser claras e contrastantes”. vam-se pela ordem alfabética dos mesmos
É um método direto, pois o profissional faz a pes- J. Vasconcelos
quisa diretamente pelo nome, NÃO sendo preciso John Vasconcelos
recorrer a um índice auxiliar para localizar qualquer Jeil Vasconcelos
documento. Segundo Paes (2005), as fichas ou pastas Arquiva-se: VASCONCELOS, J. VASCONCELOS, Jeil
ficam dispostas na ordem rigorosamente alfabética, VASCONCELOS, John
respeitando as normas gerais para a alfabetação, atra- 11ª Regra - Empresas: nome de firmas, empresas,
vés de guias divisórias, com as respectivas letras. instituições e órgãos governamentais devem ser
As regras de alfabetação são as seguintes, segundo transcritos como se apresentam
(MARIANO, 2010): EMBRATEL
Arquiva-se: EMBRATEL
1ª Regra - Nome + sobrenome 12ª Regra - Empresas com artigos
Luiz Carlos Oliveira O Globo
João Barbosa Arquiva-se: Globo (O) Observação: alguns autores
Pedro Álvares Cabral admitem arquivar O Globo exatamente como se
Paulo Santos escreve, mas na hora da procura o arquivista pro-
Arquiva-se: BARBOSA, João cura pela letra G.
CABRAL, Pedro Álvares 13ª Regra - Títulos de congressos, conferências,
OLIVEIRA, Luiz Carlos reuniões, assembleias deverão ser arquivados
SANTOS, Paulo de modo que a numeração não faça parte da regra
2ª Regra - Artigos e preposições, tais como: a, o, de alfabetação, e a procura seja feita em ordem
de, d’, da, do, e, um, uma (não são considerados) alfabética
André Luiz de Oliveira Ex.: Segunda Conferência de Física Terceiro Con-
Arquiva-se: OLIVEIRA, André Luiz de gresso de Geofísica
3ª Regra - Prefixos DE, DE LA, LE, VON, MAC, M, D Como arquiva-se: Conferência de Física (Segunda)
(não se separa) Congresso de Geofísica (Terceiro)
Stefan De La Rua Arquiva-se: DE LA RUA, Stefan
Observação: alguns autores falam que as partí- Método Numérico
culas dos nomes estrangeiros podem ou não ser
consideradas. O mais comum é considerá-las como Segundo (FREIBERGER, 2012), os métodos numéri-
parte integrante do nome, quando escritas com cos são simples, cronológico e dígito-terminal:
letras maiúsculas. Método numérico simples: “Constitui-se na atri-
452 Exemplo: Esteban De Penedo buição de um número a cada correspondente ou
cliente, pessoa física ou jurídica, obedecendo-se à grupos de dois dígitos cada um, são lidos da direita
ordem de entrada ou de registro, sem qualquer preo- para a esquerda, formando pares.
cupação com a ordenação alfabética, já que o método Exemplo: decompondo-se o número 829.319, têm-
exige um índice alfabético remissivo”. -se os seguintes grupos: 82-93-19.
Além do registro (em livro ou fichas) das pastas
Como a leitura é feita sempre da direita para a
ocupadas, a fim de se evitar que sejam abertas duas
ou mais pastas com o mesmo número, é indispensável esquerda, chama-se o grupo 19 de primário, o grupo
um índice (sistema indireto) alfabético remissivo, 93 de secundário, e o grupo 82 de terciário.
sem o qual fica difícil a localização dos documentos. Quando o número for composto de menos de cin-
No método numérico simples, pode-se aproveitar co dígitos, serão colocados zeros à sua esquerda, para
o número de uma pasta que venha a vagar. Por exem- complementação. Assim o número 41.054 será repre-
plo: em uma organização existe uma pasta de nº X, sentado pelos grupos 04-20-54.
onde se guarda a correspondência de determinada Nesse método, o arquivamento dos documentos,
firma. Por qualquer motivo a organização termina
das pastas ou das fichas é elaborado, considerando-
suas relações comerciais com a referida firma. Para
que não se conserve uma pasta no arquivo corrente, -se em primeiro lugar o grupo primário, seguindo-se o
sem utilidade, faz-se a transferência dos documentos, secundário e finalmente o terciário.
após análise e seleção, para o arquivo permanente, e
aproveita-se o mesmo número com um novo cliente. z Vantagens: redução de erros de arquivamento;
Quanto à ficha do índice alfabético, referente à pri- rapidez na localização e arquivamento, uma vez
meira firma, permanecerá no fichário acrescida de que trabalha com grupos de dois dígitos; expansão
nova indicação do lugar onde se encontra no arquivo equilibrada do arquivo distribuído em três gran-
permanente. O novo cliente, que ocupa a pasta de nº des grupos; possibilidade de divisão equitativa do
X, terá também uma ficha no índice alfabético em seu
trabalho entre os responsáveis pelo arquivo.Des-
respectivo lugar.
Feitas algumas adaptações, este método tem ampla vantagens: leitura não convencional dos núme-
aplicação nos arquivos especiais (discos, fotografias, ros; disposição física dos documentos de acordo
filmes, fitas sonoras) e documentos especializados com o sistema utilizado na leitura” (FREIBERGER,
(projetos de engenharia, projetos de financiamento, 2012).
prontuários médicos, cadastros de funcionários)”.
Método numérico cronológico: tem por eixo o Método Ideográfico
número e a data dos documentos. “No método cronológi-
co, além da ordem numérica, deve ser observada a data. O método ideográfico tem por eixo os assuntos
Esta modalidade é a adotada em quase todas as reparti-
internos ou das atividades-fim, explicitamente ou
ções públicas. Numera-se o documento e não a pasta.
O documento depois de autuado, colocado capa não, nos documentos. Segundo (MARIANO, 2010), eles
de cartolina, onde, além do número de protocolo são dividem-se em enciclopédico, dicionário, duplex, uni-
transcritas outras informações, passa, em geral, a ser termo, decimal.
denominado de processo.
Assim, além da ficha numérica, também chamada z Enciclopédico: faz prevalecer a classificação pelos
de ficha de protocolo (que é o registro propriamen- assuntos básicos ou temas que admitem diversas
te dito, onde será indicada toda a movimentação decomposições. É muito indicado quando a depar-
do documento ou processo), devem ser preparados tamentalização é por processo e existem campos
índices auxiliares (em fichas) alfabéticos, de proce-
técnicos bem definidos.
dência e de assunto para facilitar a recuperação da
documentação. z Método dicionário: despreza a classificação por
assuntos correlatos em subcampos, procedendo-se
z Vantagens: maior grau de sigilo, menor possibili- apenas à rigorosa ordenação alfabética. É aconse-
dade de erros por ser mais fácil lidar com números lhável para pequenos arquivos.
do que com letras. z Método duplex: utilizado com o estabelecimento
z Desvantagens: é um método indireto, obrigando de um código numérico para os diversos títulos e
duplicidade de pesquisa.” (FREIBERGER, 2012) subtítulos de assuntos principais e correlatos.
z Método de classificação decimal: o conhecimen-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
TABELA DE TEMPORALIDADE E DESTINAÇÃO DE DOCUMENTO RELATIVOS ÀS ATIVIDADES - MEIO DO PODER EXECUTIVO FEDERAL
PRAZOS DE GUARDA
DESTINAÇÃO
CÓDIGO DESCRITOR DO CÓDIGO FASE OBSERVAÇÕES
FASE CORRENTE INTERMEDIÁRIA FINAL
Guarda
029.3 Incentivos Funcionais 5 Anos 5 Anos Permanente
A tabela baseia-se na teoria das 3 idades (ciclo vital), visto que é calcada nas idades corrente, intermediária e
permanente!
A tabela define prazo de guarda e destinação, de forma igual para documentos convencionais e digitais!
Observe que nem todos os documentos passam pela idade intermediária!
A destinação final pode ser a eliminação ou a guarda permanente.
As tabelas de temporalidade podem ser de atividades-meio (atividade que dá apoio à consecução das ativida-
des-fim de uma instituição) ou de atividades-fim (atividade desenvolvida em decorrência da finalidade de uma
instituição).
A tabela é um instrumento de destinação.
Observe que a tabela estabelece o prazo de guarda (período de retenção), que é o prazo que ela fica nas idades
corrente e intermediária. Ele é baseado em estimativas de uso e ao fim do qual se realiza a destinação.
456 Se a sua banca quiser complicar, ela pode cobrar o conceito de prazos de precaução, prescrição de vigência.
Prazo de precaução: Intervalo de tempo durante O diagnóstico pode ser feito com muitas fases e
o qual o poder público, a empresa ou qualquer inte- métodos diferentes. Vou detalhar aqui, os dois méto-
ressado guarda o documento por precaução, antes de dos que mais caem em provas.
eliminá-lo ou encaminhá-lo para guarda definitiva no
Arquivo Permanente. Segundo LOPES (1997), as fases do diagnóstico são:
Prazo de prescrição: Intervalo de tempo durante
o qual o poder público, a empresa ou qualquer inte- z Identificação da instituição
ressado pode invocar a tutela do Poder Judiciário para z Estudo das estruturas, funções e atividades.
fazer valer direito seu que entenda violado. z Relação das atividades x fluxos de informações
Prazo de vigência: Intervalo de tempo durante o
qual o documento produz efeitos administrativos e z Análise da situação dos acervos existentes
legais plenos, cumprindo as finalidades que determi-
naram a sua produção. Segundo MONEDA CORROCHANO (1995), as fases
Antes de se eliminar um documento, é feita a sele- do diagnóstico são:
ção, que é a separação dos documentos de valor per-
manente daqueles passíveis de eliminação, mediante
1. Pré-diagnóstico
critérios e técnicas previamente estabelecidos na
tabela de temporalidade e destinação de documentos 2. Análise dos fundos
de arquivo. 3. Análise dos instrumentos de trabalho existentes
A eliminação pode ser feita por meio de: 4. Análise dos recursos de infraestrutura, recursos
humanos e financeiros disponíveis
z Fragmentação manual ou mecânica 5. Fluxo das informações
z Pulverização
6. Posição hierárquica do arquivo
z Trituração
z Derretimento
z Desmagnetização ou reformatação, mediante a Os métodos utilizados para coletar dados podem ser:
garantia de que o processo não possa ser revertido.
z Questionários
DIAGNÓSTICOS z Pesquisas bibliográficas
z Entrevistas
Quando você vai ao médico, ele faz muitas pergun- z Estudo de caso
tas a fim de saber a sua situação e te receitar algum z Análise documental
remédio ou tratamento que vá ajudar seu corpo a fun-
z Observação direta participativa
cionar melhor. O diagnóstico é justamente esse proce-
dimento, assim como é feito em seres, lugares, coisas, z Pesquisa em bancos de dados já existente
também é feito nos arquivos. Quando se está ideali-
zando um programa de gestão de documentos, o diag- Não há um padrão exato para se fazer um diagnóstico,
nóstico é essencial para mapear a situação do arquivo ele deve se adaptar de acordo com a situação arquivística!
e partir da análise dos dados coletados, realizar um O diagnóstico pode ser feito a partir de uma análi-
projeto de intervenção aos problemas ou falhas gera- se minimalista ou maximalista.
dos pelas informações orgânicas.
Minimalista: é aquele calcado na “observação dos
Segundo Lopes (1997), o diagnóstico é “um méto-
do de intervenção aos problemas gerados pelas infor- problemas arquivísticos das organizações, no estudo
mações de caráter orgânico, produzidas por uma de caso e na procura de se construir objetos de pesqui-
instituição e deve partir de uma visão minimalista, sa e propor soluções para os problemas detectados”
priorizando os estudos de problemas específicos, de (LOPES, 1997).
casos particulares, para se chegar às questões mais Ou seja, é aquele diagnóstico realizado a partir de uma
gerais”. perspectiva dos setores de trabalho ou de uma institui-
Para Paes (2004), a partir dos dados coletados no
ção, a fim de definir programas de gestão de documentos.
diagnóstico é possível “analisar objetivamente a real
situação dos serviços de arquivo e a fazer seu diag- O diagnóstico minimalista vai se encarregar da
nóstico para formular e propor as alterações e medi- produção de instrumentos de gestão arquivística
das mais indicadas, em cada caso, a serem adotadas como tabelas de temporalidade e planos de classi-
no sistema a ser implantado. O diagnóstico seria, por- ficação. O diagnóstico de um órgão (PRF, IBAMA, TRE)
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
O protocolo assegura que os documentos públicos cum- lo, ele “é a entrada de documentos na Unidade com
pram as finalidades administrativas e legais para as atribuições de Protocolo ou nas demais unidades do
quais foram produzidos. Ele é o “serviço encarregado do: órgão/entidade” (SÃO PAULO, 2013).
Os documentos podem ter origem interna ou
z recebimento externa:
z registro Interna quando vindas do próprio órgão ou
z autuação unidade.
z classificação Externa vindas de outros órgãos/entidades da
z distribuição Administração Estadual, da sociedade civil, de órgãos
z controle da tramitação públicos de outros Poderes (Legislativo e Judiciário),
� expedição de documentos” (CONARQ, 2004). de outros entes da Federação ou provenientes do
exterior.
Lembre-se que as atividades do protocolo se cha- “Os documentos de arquivo poderão ser entregues
mam CLAUDIRCER! ou enviados das seguintes maneiras: 459
z Mensageiro: por meio de servidor/funcionário do pesquisa, identificação ou localização de documentos
órgão/entidade ou por empresa contratada para (pontos de acesso).
prestar este serviço; O registro refere-se às seguintes atividades:
� Correio: por meio de Sedex®, carta, malote, tele-
grama, encomenda” (SÃO PAULO, 2013). z Pesquisar antecedentes: ver se existem docu-
mentos ligados ao que está sendo registrado.
Segundo (PAES, 2004) e (SÃO PAULO, 2013), os pro- z Atribuir número de protocolo: Número Único de
cedimentos para recebimento de documentos no pro- Protocolo – NUP.
tocolo são os seguintes:
Ao registrar o documento, avulso ou processo,
z Conferir os documentos e as relações de remessa; em sistema informatizado ou excepcionalmente em
z Identificar os documentos: o servidor/funcionário formulário, no qual constarão os seguintes dados
da Unidade com atribuições de Protocolo deve- identificadores:
rá identificar dentre os documentos recebidos:
os documentos oficiais sem restrição de acesso z a espécie/tipo do documento;
(ostensivos), os documentos oficiais com indicação z o número e a data de produção do documento;
de restrição de acesso (sigilosos e/ou pessoais) e os z a data de recebimento do documento;
documentos particulares. z o identificador de que o documento é avulso ou
z Receber os documentos: quando não houver nenhu- processo;
ma irregularidade com as informações dos docu- z o Número Único de Protocolo - NUP;
mentos e de suas respectivas relações de remessa. z o número de anexo(s);
Neste caso, o servidor/funcionário deverá atestar z o número de volume(s);
z o código de classificação e o respectivo descritor,
o recebimento pela aposição de relógio datador,
ou o assunto a que se refere o documento;
carimbo datador, anotação à caneta ou registro
z o remetente/interessado/representante legal; e
em sistema informatizado de gestão arquivística
z o destinatário (BRASIL, 2015).
de documentos e informações. Em todos os casos,
a anotação deverá conter: a sigla do órgão/enti-
Não são registrados:
dade, a data e hora do recebimento e o nome
legível do servidor/funcionário responsável z Documentos sigilosos
pelo recebimento. z Documentos particulares
z Separar os documentos oficiais dos particulares;
z Enviar os documentos particulares a seus Autuação
destinatários;
z Separar os documentos oficiais ostensivos dos ofi- Depois de registrar o documento, é a hora de trans-
ciais sigilosos; formá-lo em um processo. Essa é a autuação, que con-
z Enviar os documentos oficiais sigilosos a seus siste na “sequência de operações técnicas que tem por
destinatários; finalidade dar forma processual ao conjunto de docu-
z Ler, analisar e classificar os documentos oficiais mentos acumulados no decorrer de uma ação admi-
ostensivos; nistrativa, visando encaminhamento, manifestação e
z Encaminhar os documentos: decisão” (SÃO PAULO, 2013).
A autuação é uma atividade exclusiva do protocolo!
a) Para o registro, quando se tratar de documentos Ela só poderá ser efetuada mediante solicitação
oficiais, inclusive os sigilosos. formal de autoridade competente.
b) Para o destinatário, sem serem registrados, quan- A autuação é feita pela unidade protocolizadora!
do se tratar de panfletos, folders, revistas, livros e Unidade protocolizadora – Unidade administra-
jornais, recebidos em decorrência do exercício das tiva encarregada do recebimento, classificação, regis-
funções do órgão/entidade, que não sejam anexos tro, distribuição, controle da tramitação e expedição
de algum tipo de documento oficial (memorando, de documentos, avulsos ou processos, bem como res-
ofício). ponsável pela autuação de documentos avulsos para
formação de processos e pela atribuição de Número
Todos os documentos recebidos deverão ser aber- Único de Protocolo – NUP aos documentos, avulsos ou
tos, EXCETO: processos.
As atividades de autuação são:
z Correspondência particular;
z Documentos oficiais classificados como z Conferir a solicitação de autuação
z sigilosos ou pessoais; z Conferir os documentos
z Documentos recebidos via malote que estejam z Pesquisar antecedentes
destinados às unidades descentralizadas do órgão/ z Registrar o processo: Número do processo em sigla/
entidade. nº/ano; Interessado (s); Classificação; Descrição
do assunto; Documento inicial; Localidade; Data;
Registro Volume; Restrição de acesso: Nível em integral ou
parcial:
Depois que o documento é recebido, é a hora de z Intervalo de folhas (no caso de nível parcial)
registrá-lo. O registro se baseia em atribuir ao docu- z Categoria (sigiloso ou pessoal)
mento elementos de informação, termo ou códi- z Grau (no caso do sigiloso)
460 go que, presente em unidades de descrição, serve à z Prazo
z Emitir folha líder Importante!
z Ordenar os documentos
A expedição e a distribuição são tarefas exclusi-
z Numerar as folhas
vas do protocolo!
z Colar os documentos
z Inutilizar os espaços em branco Qualquer documento pode ser expedido, não
z Conferir o registro e a numeração de folhas importa o suporte, gênero ou espécie!
z Encaminhar o processo
CONTROLE DE TRAMITAÇÃO (MOVIMENTAÇÃO)
CLASSIFICAÇÃO
Já falamos muito dela e cá a classificação aparece Antes de saber o que é o controle da tramitação,
de novo. Mas agora vamos focar nas rotinas de classi- devemos saber o que é a tramitação.
ficação. Segundo (CONARQ, 2004), a classificação deve
ser feita da seguinte forma: Tramitação:
IBAMA, é uma expedição (envio para outros órgãos). mental: que reúne tipos documentais por seu
Se eu mando um documento do setor de Recursos formato. São exemplos de espécies documentais:
Humanos do STJ para a Ouvidoria do STJ é uma distri-
ata, carta, decreto, disco, filme, folheto, fotogra-
buição (entrega no próprio órgão).
fia, memorando, ofício, planta, relatório” (DBTA,
Os documentos poderão ser expedidos ou distri-
2005).
buídos por mensageiro ou correio:
z Tipo Documental: “divisão de espécie documen-
z “Mensageiro: os documentos serão entregues por tal que reúne documentos por suas características
servidor/funcionário do órgão/entidade ou por comuns no que diz respeito à fórmula diplomáti-
empresa contratada para prestar este serviço; ca, natureza de conteúdo ou técnica do registro.
z Correio: os documentos serão enviados por meio São exemplos de tipos documentais: cartas pre-
dos serviços prestados pela Empresa Brasileira catórias, cartas régias, cartas-patentes, decretos
de Correios e Telégrafos – EBCT (Sedex®, carta, sem número, decretos-leis, decretos legislativos,
malote, telegrama, encomenda etc.)” (SÃO PAULO, daguerreótipos, litogravuras, serigrafias, xilogra-
2013). vuras” (DBTA, 2005). 461
A fórmula do tipo documental é: A banca pode cobrar também esse outro conceito
de microfilmagem:
Tipo = Espécie + Atividade “Produção de imagens fotográficas de um docu-
mento em formato altamente reduzido” (DBTA, 2005).
Ex.: Contrato (espécie) + de aluguel (atividade) =
Contrato de aluguel (tipo)
Importante!
Carta (espécie) + precatória (atividade) = Carta pre- O microfilme não é um documento digital!
catória (tipo)
Plano (espécie) + de ação (atividade) = Plano de
Ação (tipo) A microfilmagem pode ser de:
( ) CERTO ( ) ERRADO
z Temperatura;
z Umidade relativa do ar;
z Radiação da luz;
z Qualidade do ar.
Para se lembrar da encapsulação na sua prova, z No caso do papel, quanto menor for a temperatu-
lembre-se de uma CÁPSULA do tempo! ra, maior será a permanência e durabilidade do
A cápsula do tempo não mantém tudo guarda- papel.
dinho e fechadinho, até que as pessoas que o z Há uma regra geral que estabelece: as reações quí-
enterraram a desenterrem? micas dobram a cada elevação de temperatura de
A encapsulação faz a mesma coisa com docu- 10° C.
mento! Ela o veda totalmente. z No caso especial da celulose (papel), o aumento de
5° C quase dobra a taxa de deterioração, mesmo na
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS ausência de luz, poluentes ou outros fatores.
Agentes de deterioração dos acervos são aqueles Segundo (CASSARES, 2000), “Todos os materiais
que causam aos documentos um estado de instabili- encontrados nos acervos são higroscópicos, isto é,
dade física ou química, comprometendo a sua inte- absorvem e liberam umidade muito facilmente e, por-
gridade e existência. Os fatores de deterioração em tanto, se expandem e se contraem com as variações de 467
temperatura e umidade relativa do ar. Essas variações TIPOS DE CONDIÇÕES
dimensionais aceleram o processo de deterioração e DOCUMENTOS AMBIENTAIS
provocam danos visíveis aos documentos, ocasionando
Fotografias em preto e T 12ºC +/- 1ºC e UR
o craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos
branco 35% +/- 5%
materiais de revestimento de livros, danos nas emul-
T 5ºC +/- 1ºC e UR
sões de fotos etc”. Fotografias em cor
35% +/- 5%
Umidade relativa do ar T 18ºC +/- 1ºC e
Registros magnéticos
UR 40% +/- 5%
A temperatura e umidade relativa do ar são indis-
sociáveis, uma influencia a outra. O desequilíbrio da
temperatura e da umidade relativa provoca no acervo
uma dinâmica de contração e alongamento dos ele-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
mentos (higroscopia) que compõem os objetos. 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Para preservar documen-
Segundo (CONARQ, 2000), a faixa segura de umidade tos em papel, é necessário controlar as condições
relativa é entre 45% e 55%, com variação diária de +/- 5%. ambientais: a temperatura deve ser alta e a umidade
Segundo (CASSARES, 2000), a umidade relativa do ar deve ser baixa.
deve estar entre 45% a 50%, evitando-se de todas as
formas as oscilações de 10% de umidade relativa. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Segundo (PAES, 2004), uma umidade deve estar
entre 45% e 58%. Como acabamos de ver, a temperatura alta não
Se a banca utilizar qualquer uma dessas recomen- é recomendada, pois acelera a deterioração e
dações, marque-a como a correta! aumenta a possibilidade de colônias de fungos nos
documentos, sejam estes em suporte papel, couro,
z A umidade também afeta drasticamente o papel. tecido ou outros materiais. A umidade baixa não é
recomendada, pois aumenta o risco de quebra das
Se a umidade for muito alta, apressa a degrada-
fibras, esfarelamento dos materiais orgânicos fibro-
ção ácida, facilita o ataque de agentes biológicos
sos e torna os documentos distorcidos e ressecados.
(traças, baratas, cupins, piolhos, brocas, fungos,
Resposta: Errado.
bactérias). Nas faixas de UR acima de 65% crescem
micro-organismos e ocorrem reações químicas 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Deve-se manter o ar seco
danosas. em depósitos de armazenamento de documentos em
z Se a umidade for muito baixa, aumenta-se o risco suporte papel.
de quebra das fibras, esfarelamento dos materiais
orgânicos fibrosos e torna os documentos distorci- ( ) CERTO ( ) ERRADO
dos e ressecados.
z Para pergaminhos e encadernações em couro a UR O ar seco (umidade baixa) não é recomendado, pois
abaixo de 40% é perigosa e o papel também sofre aumenta o risco de quebra das fibras, esfarelamento
abaixo desses níveis. dos materiais orgânicos fibrosos e torna os docu-
z O termo higrômetro é o nome do aparelho medidor mentos distorcidos e ressecados. Resposta: Errado.
da umidade e temperatura simultaneamente.
Radiação da luz
z A estabilidade da temperatura e da UR é especial-
mente importante, e as mudanças bruscas ou cons-
Toda fonte de iluminação, seja ela natural ou
tantes são muito danosas. artificial, emite radiação nociva que causa danos ao
z O sistema de ar condicionado ideal é aquele que papel. A radiação produz um efeito cumulativo e
controla a temperatura, a umidade e ainda filtra irreversível!
os agentes poluentes, antes de insuflar o ar no Segundo (ALVARES, 2018): “A luz tem dois efei-
ambiente interno. Ele deve ficar em funcionamen- tos sobre o papel, ambos contribuindo para a sua
to durante as 24 horas do dia (CONARQ, 2000). degradação:
� O sistema de climatização deve ser independente
para as áreas de depósitos, pois devem atender às z O primeiro efeito caracteriza-se por apresentar uma
necessidades de preservação dos documentos ali ação na coloração, que causa o: desbotamento ou o
armazenados e manter condições estáveis, exi- escurecimento de alguns papéis e algumas tintas.
gindo que os equipamentos funcionem sem inter- z O segundo efeito apresenta-se como uma acelerada
degradação da lignina: as fibras do papel se rom-
rupção. Já nas áreas de trabalho e para o público,
pem em unidades cada vez menores, até se torna-
onde os parâmetros devem respeitar as condições
rem insuficientes para manterem a folha unida”.
de conforto humano, os equipamentos podem ser
z Lignina: componente natural responsável pela fir-
desligados quando não há funcionamento das ati- meza e solidez do conjunto de fibras, agindo como
vidades rotineiras e de atendimento ao público uma espécie de cimento. A lignina é responsável
(CONARQ, 2000). pela acidez do papel, então, quanto mais lignina o
papel tiver, menor a sua durabilidade. Um exem-
Se a banca quiser dificultar, ela vai cobrar as con- plo de papel que tem muita lignina é o papel jor-
468 dições especiais de temperatura e umidade: nal. Por isso é indicada a produção de documentos
com o PH neutro do papel, visto que não é ácido, z As grandes infestações de fungos podem acarretar
portanto, o papel dura muito mais. o apodrecimento e a perda total do papel.
z A disseminação dos fungos se dá através dos espo-
As fontes de luz natural ou fluorescentes devem ros (células reprodutoras), que são carregados por
ser evitadas, visto que são fontes geradoras de UV meio de diversos veículos. Ex.: correntes aéreas,
(radiação ultravioleta). A intensidade da luz é medi- gotas d’água, insetos, vestuários, umidade alta,
da através de um aparelho denominado luxímetro ou temperatura elevada, falta de circulação de ar, fal-
fotômetro. ta de higiene.
São ações recomendadas, segundo (CONARQ, 2000)
e (CASSARES, 2000): Segundo (CASSARES, 2000), “as medidas a serem
adotadas para manter os acervos sob controle de
z As janelas devem ser protegidas por cortinas ou infestação de fungos são:
persianas que bloqueiem totalmente o sol; essa
medida também ajuda no controle de temperatu- z Estabelecer política de controle ambiental, prin-
ra, minimizando a geração de calor durante o dia. cipalmente temperatura, umidade relativa e ar
z O uso de filtros contra a radiação ultravioleta invisível. circulante, mantendo os índices o mais próximo
z Filtros feitos de filmes especiais também ajudam possível do ideal e evitando oscilações acentuadas;
no controle da radiação UV, tanto nos vidros de z Praticar a higienização tanto do local quanto dos
janelas quanto em lâmpadas fluorescentes (esses documentos, com metodologia e técnicas adequadas;
filmes têm prazo de vida limitado). z Instruir o usuário e os funcionários com relação
z As prateleiras das estantes devem estar perpendi- ao manuseio dos documentos e regras de higiene
culares às janelas, de forma a também evitar a do local;
incidência direta das radiações sobre os materiais. z Manter vigilância constante dos documentos
z No caso da iluminação artificial podem ser insta- contra acidentes com água, secando-os imediata-
lados sistemas de iluminação incandescente ou
mente caso ocorram.
fluorescente. A radiação UV emitida pelas lâmpa-
z O uso de fungicidas não é recomendado; os danos
das fluorescentes não deverá exceder 75 μw/l.
Para esses casos, o uso de filtros ou absorventes de causados superam em muito a eficiência dos pro-
radiação UV pode contornar o problema. dutos sobre os documentos.
z O sistema de iluminação setorizada e contro- z Caso se detecte situação de infestação, chamar pro-
lada, que desliga a fonte de luz artificial após um fissionais especializados em conservação de acervos.
período pré-determinado, reduz o tempo de expo- z Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao
sição dos documentos às radiações. secar, eleva a umidade relativa do ar, favorecendo
z Não é permitido o uso de lâmpadas de mercúrio a proliferação de colônias de fungos.
ou sódio, devido à sua intensa emissão de radiação z Na higienização do ambiente, é recomendado o
ultravioleta. uso de aspirador.
z Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras,
Qualidade do ar aventais, toucas e óculos de proteção (nos casos de
sensibilidade alérgica).
O controle da qualidade do ar consiste em evitar z Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis.
ou diminuir a entrada de gases poluentes dentro dos
ambientes dos acervos. Segundo (CASSARES, 2000): Insetos
“Os poluentes externos são principalmente o dióxi-
do de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e Os insetos se alimentam das substâncias do papel
o Ozônio (O3). São gases que provocam reações quími- (amidos, colas, couros, pigmentos, tecidos) assim
cas, com formação de ácidos que causam danos sérios
como os fungos. Eles se desenvolvem em condições
e irreversíveis aos materiais. O papel fica quebradiço
de umidade e temperatura elevadas e na ausência
e descolorido; o couro perde a pele e deteriora. As par-
tículas sólidas, além de carregarem gases poluentes, de luz. Segundo (ALVARES, 2018), os insetos possuem
agem como abrasivos (ondulam o papel) e desfiguram como características:
os documentos. Agentes poluentes podem ter origem
no próprio ambiente do acervo, como no caso de apli- z “A ação destrutiva é maior nas regiões de clima
cação de vernizes, madeiras, adesivos, tintas etc., que tropical, cujas condições de calor e umidade rela-
podem liberar gases prejudiciais à conservação de tiva elevadas provocam numerosos ciclos repro-
todos os materiais”. dutivos anuais e desenvolvimento embrionário
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
mais rápido.
Fatores Biológicos z São pouco afetados pelo controle ambiental inter-
no, uma vez que possuem uma grande capacida-
Fungos de de adaptação às transformações ambientais.
Além disso, podem adquirir resistência aos inseti-
Os fungos são micro-organismos que se alimentam cidas com o passar do tempo.
das substâncias orgânicas do papel (amidos, colas, cou- z Traças: desbotam couros, papéis e fotografias pela
ros, pigmentos, tecidos). De modo geral, se desenvol- superfície, instalando-se e desenvolvendo-se em
vem em condições de umidade e temperatura elevadas. locais escuros e especialmente úmidos. Sua con-
Os fungos podem causar: figuração plana lhes permite penetrar os espaços
entre as folhas e por detrás dos móveis, junto às
z Rasgos nos papéis. paredes.
z Manchas deixadas como resultado de sua ativida- z Baratas: preferem os locais escuros, quentes
de de metabolização das substâncias que os ali- e úmidos. Em geral se desenvolvem nos depósi-
mentam, deixando os documentos bem frágeis. tos e nos condutores de instalações hidráulicas 469
e elétricas. São atraídas para os ambientes pelos Sobre os furtos e vandalismo (CONARQ, 2000):
resíduos alimentares. Tal como as traças, causam
danos nas superfícies e nas margens de documen- z As entradas do edifício devem ser bem ilumina-
tos e das encadernações. das e livres de quaisquer obstáculos que preju-
z Cupins: os isópteros se alimentam da celulose diquem a visão da equipe de segurança.
da madeira e dos papéis. São muito resistentes z Os sistemas de alarme devem ser instalados para
e vivem em colônias muito organizadas. Classifi- se evitar riscos de invasão e todas as aberturas e
cam-se em dois grupos: os de solo e os de madeira. passagens no andar térreo protegidas por grades
Os dois tipos atacam igualmente as coleções docu- ou venezianas.
mentais. Os cupins de madeira vivem dentro da z É importante a separação entre a área de depósito
madeira de móveis, portas, forros etc. Passam para e os locais onde o público circula livremente.
livros e documentos que se encontram em armá- z As áreas abertas ao público, principalmente salas de
rios, estantes e gavetas infestadas. Têm aversão à consulta, de catálogos, auditórios e áreas de exposi-
luz, uma vez que não possuem pelos. Procura exa- ções, devem ser supervisionadas por funcionários,
tamente os conjuntos compactos de papéis. Apesar utilizando-se circuito fechado de televisão.
de se alimentarem da celulose do papel, preferem z Os depósitos devem estar especialmente protegidos.
as madeiras e por isso mesmo, algumas vezes as z As janelas têm de ser providas de grades ou telas,
coleções de documentos são usadas apenas como e nenhuma porta externa pode abrir diretamente
caminho para que possam alcançar seu alimento. para o seu interior.
z Piolhos: os psocópteros, vulgarmente conhecidos z É recomendável a instalação de sistemas de alar-
como piolho de livros, pequenos insetos de cor ama- me ou outros dispositivos.
rela-vermelhada, são frequentemente encontrados
entre as folhas. Sobrevivem em locais muito úmi- ARMAZENAMENTO E ACONDICIONAMENTO
dos, pois são insetos que não atacam diretamente
o documento, porém alimentam-se dos fungos e Esse é um conteúdo que as bancas gostam de
de restos de outros insetos mortos, e pode causar cobrar, porque as pessoas tendem a confundir os dois
danos nos livros, roendo as encadernações, forman- conceitos.
do pequenos orifícios de contorno irregular. Armazenamento: “guarda de documentos em
depósito”. Ou seja, o armazenamento refere-se ao
local ou mobiliário em que o documento é guardado,
Roedores
por exemplo, uma estante, um armário.
Acondicionamento: “embalagem ou guarda de
Os roedores utilizam as instalações do acervo documentos visando à sua preservação e acesso”. Ou
“para manterem-se aquecidos, utilizam papéis, seja, o acondicionamento diz respeito a embalagem
couro, tecidos, plásticos picados, principalmen- ou invólucro no qual o documento é guardado. Por
te na confecção dos ninhos para reprodução, que exemplo, uma pasta, uma caixa.
ocorre até dez vezes por ano” (ALVARES, 2018). Os papéis e cartões empregados na produção de
Deve-se tomar cuidado pois eles ainda podem dete- caixas e invólucros devem ser alcalinos (PH neu-
riorar instalações elétricas, causando desastres. Para tro), visto que não são ácidos. Assim a deterioração
evitar a entrada de roedores recomenda-se: do papel é desacelerada.
O armazenamento e o acondicionamento visam a
z Não levar ou comer qualquer tipo de alimento nas conservação, preservação e o acesso dos documen-
áreas de guarda e consulta. tos. Cada tipo de documento tem recomendações de
z Tentar obstruir as possíveis entradas para os tipos de acondicionamento e armazenamento.
ambientes dos acervos. Para que fique clara a diferença, antes de um docu-
z Controle da temperatura e umidade relativa. mento ser arquivado, ele pode ser colocado em uma
z Higiene periódica. pasta (acondicionado) e guardado em uma estante
(armazenado).
Ação do Homem
Horizontal: os documentos ficam “deitados”. Ele é 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Julgue o item a seguir,
recomendado em documentos permanentes e de gran- acerca da microfilmagem de documentos de arquivo.
des dimensões (mapas, plantas, desenhos). É um tipo A microfilmagem deve ser feita em equipamentos que
de arquivamento que dificulta o acesso pois os docu- garantam a fiel reprodução das informações, sendo
mentos ficam um em cima dos outros. permitida a utilização de qualquer microforma.
Vertical: os documentos ficam em “fila”. Ele é reco-
mendado para documentos correntes pois facilita o ( ) CERTO ( ) ERRADO
acesso.
3. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com relação à classifi-
cação de documentos e aos instrumentos de ges-
tão arquivística, assinale a opção correta.
13. (CESPE-CEBRASPE – 2019) O modo como o usuário 20. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca das funções
consulta os documentos de arquivo gera indicações arquivísticas de classificação, avaliação e descrição,
acerca da melhor forma de organizá-los. Não ocor- julgue o item que se segue.
rendo tal orientação, o modo-padrão de ordená-los é A descrição de documentos de arquivo depende da
classificação, que auxilia na manutenção do contexto
a) numericamente. de criação dos documentos.
b) alfabeticamente.
472 c) geograficamente. ( ) CERTO ( ) ERRADO
9 GABARITO
1 CERTO
2 CERTO
3 E
4 ERRADO
5 ERRADO
6 ERRADO
7 CERTO
8 CERTO
9 B
10 ERRADO
11 CERTO
12 CERTO
13 D
14 ERRADO
15 C
16 CERTO
17 ERRADO
18 CERTO
19 CERTO
20 CERTO
ANOTAÇÕES
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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ANOTAÇÕES
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