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Câmara Municipal de Cambé Estado do Paraná

CAMBÉ-PR
Auxiliar Administrativo
Edital do Concurso Público Nº 001/2018

FV036-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Câmara Municipal de Cambé Estado do Paraná

Cargo: Auxiliar Administrativo

(Baseado no Edital do Concurso Público Nº 001/2018)

• Língua Portuguesa
• Matemática
• Informática
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Compreensão e interpretação de textos, com moderado grau de complexidade. ....................................................................... 01


Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes gêneros. ........................................................................................................ 86
Localização de informações explícitas no texto. ......................................................................................................................................... 01
Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. .................................................................................................................................. 76
Inferência de informações implícitas no texto e das relações de causa e consequência entre as partes de um texto. ....01
Distinção entre fato e opinião sobre esse fato. ........................................................................................................................................... 85
Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotografias, charges, cartuns,tiras, gráficos, infográficos etc.). ............ 01
Reconhecimento das relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, preposições
argumentativas, locuções etc. ............................................................................................................................................................................ 07
Reconhecimento das relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuam para
sua continuidade. .................................................................................................................................................................................................... 85
Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados. ........................................................................................................ 85
Reconhecimento de efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação, da exploração de recursos ortográficos e/ou
morfossintáticos, de campos semânticos e de outras notações. ......................................................................................................... 76
Identificação de diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (anáforas, pronomes relativos,
demonstrativos etc.). .............................................................................................................................................................................................. 07
Compreensão de estruturas temática e lexical complexas...................................................................................................................... 76
Ambiguidade e paráfrase. .................................................................................................................................................................................... 76
Relação de sinonímia entre uma expressão vocabular complexa e uma palavra........................................................................... 76

Matemática

Resolução de problemas que envolvam: operações com números inteiros, fracionários, decimais e reais;........................ 01
Regra de três simples e composta;.................................................................................................................................................................... 15
Porcentagem, ............................................................................................................................................................................................................ 74
Juros simples e desconto simples; .................................................................................................................................................................... 77
Equações de 1º e 2º graus;................................................................................................................................................................................... 23
Inequações do 1º grau; ......................................................................................................................................................................................... 23
Sistemas de equações lineares; .......................................................................................................................................................................... 62
Sistema de medidas de tempo, ......................................................................................................................................................................... 19
Sistema métrico decimal (comprimento, massa e temperatura), ......................................................................................................... 19
Sistema monetário brasileiro; ...........................................................................................................................................................................101
Conjuntos e funções (lineares, quadráticas, exponenciais e logarítmicas); ...................................................................................... 29
Progressões aritméticas e geométricas; ......................................................................................................................................................... 70
Relações trigonométricas e o Teorema de Pitágoras; .............................................................................................................................104
Geometria plana e espacial: perímetro, área e volume de figuras geométricas; ........................................................................... 47
Análise combinatória (princípio fundamental da contagem, permutações simples, arranjos simples e combinações
simples) e probabilidade; ...................................................................................................................................................................................107
Noções básicas de estatística; gráficos e tabelas......................................................................................................................................... 41

Informática

Microsoft Word: formatar, salvar e visualizar arquivos e documentos; alinhar, configurar página e abrir arquivos; copiar,
mover e localizar texto; destacar listas; personalizar documentos; inserir símbolos e imagens; trabalhar com tabelas,
trabalhar com colunas. ....................................................................................................................................................................................................09
Microsoft Excel: formatar a planilha, números e fórmulas; funções básicas; impressão e gráficos................................................34
Windows: trabalhando com arquivos e pastas; trabalhando com programas; gerenciando janelas; procurando
informações...........................................................................................................................................................................................................................01
Navegação na Internet: localizando as informações, navegação com guias; imprimindo e salvando informações; vírus e
outras ameaças durante navegação na Internet. .................................................................................................................................................68
Correio eletrônico...............................................................................................................................................................................................................59
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

Princípios básicos da administração................................................................................................................................................................. 01


Rotinas administrativas........................................................................................................................................................................................... 03
Administração pública: princípios básicos, estrutura, tipos de entidades e organização. Noções gerais sobre a estrutura,
competências e serviços administrativos da Câmara Municipal. Organização administrativa dos serviços do órgão mu-
nicipal e finalidades................................................................................................................................................................................................. 04
Gestão de material e controle de estoques e almoxarifado.................................................................................................................... 14
Noções básicas de atendimento ao público – postura e atendimento ao público. Qualidade no atendimento ao públi-
co. .................................................................................................................................................................................................................................. 22
Uso de equipamentos de escritórios: materiais de consumo, máquinas de calcular, copiadora, impressora e periféricos
do computador.......................................................................................................................................................................................................... 36
Gestão e Organização de Documentos: Noções de arquivologia; protocolos, recebimento, registro, distribuição, trami-
tação e expedição de documentos; classificação, arquivamento e ordenação de documentos............................................... 37
Redação oficial: características e tipos. Elaboração e digitação de cartas, atas, textos, ofícios circulares, memorandos,
tabelas e gráficos. Formas de Tratamento, abreviações, expressões e vocábulos latinos de uso frequente nas comunica-
ções administrativas................................................................................................................................................................................................ 56
Lei Orgânica do Município de Cambé: TÍTULO II – Da Organização dos Poderes; CAPÍTULO I – Do Poder Legislativo, Se-
ções I, II, III, IV e V; CAPÍTULO II – Do Poder Executivo, Seção VI. TÍTULO III – Da Organização Administrativa Municipal;
CAPÍTULO I – Da Estrutura Administrativa; CAPÍTULO II – Dos Atos Municipais, Seções I, II, III, IV e V; CAPÍTULO III – Dos
Bens Municipais. Lei Orgânica ............................................................................................................................................................................ 78
Estrutura Administrativa do Poder Legislativo do Município de Cambé (Lei no 2.855, de 15 de setembro de 2017,..................86
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

5
LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

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LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

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LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

33
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

34
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

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LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

50
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

72
LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

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LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia.  textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E)  a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


de uma frase ou de um texto:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

94
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

96
LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

98
LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação  o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se 


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que  não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio:  modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
  exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

106
LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
Realizei a correção nos itens:
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
MATEMÁTICA

Resolução de problemas que envolvam: operações com números inteiros, fracionários, decimais e reais;....................... 01
Regra de três simples e composta;.................................................................................................................................................................... 15
Porcentagem, ............................................................................................................................................................................................................ 74
Juros simples e desconto simples; .................................................................................................................................................................... 77
Equações de 1º e 2º graus;................................................................................................................................................................................... 23
Inequações do 1º grau; ......................................................................................................................................................................................... 23
Sistemas de equações lineares; ......................................................................................................................................................................... 62
Sistema de medidas de tempo, ......................................................................................................................................................................... 19
Sistema métrico decimal (comprimento, massa e temperatura), ......................................................................................................... 19
Sistema monetário brasileiro; ...........................................................................................................................................................................101
Conjuntos e funções (lineares, quadráticas, exponenciais e logarítmicas); ...................................................................................... 29
Progressões aritméticas e geométricas; ......................................................................................................................................................... 70
Relações trigonométricas e o Teorema de Pitágoras; .............................................................................................................................104
Geometria plana e espacial: perímetro, área e volume de figuras geométricas; ........................................................................... 47
Análise combinatória (princípio fundamental da contagem, permutações simples, arranjos simples e combinações
simples) e probabilidade; ...................................................................................................................................................................................107
Noções básicas de estatística; gráficos e tabelas........................................................................................................................................ 41
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Naturais
Números Inteiros
Os números naturais são o modelo mate-
 Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
mático necessário para efetuar uma contagem.
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais
Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto  :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1.
2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001.
Z+={0, 1, 2, ...}
c) O sucessor de 19 é 20.
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
Z-={...-3, -2, -1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado).
quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
São exemplos de números racionais:
de zero.
-12/51
a) O antecessor do número m é m-1.
-3
b) O antecessor de 2 é 1.
-(-3)
c) O antecessor de 56 é 55.
-2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas
fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para Seja a dízima 1,1212...
ser número racional
OBS: período da dízima são os números que se repe- Façamos x = 1,1212...
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números 100x = 112,1212... .
irracionais, que trataremos mais a frente. Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
com o denominador seguido de zeros. - A soma de um número racional com um número irra-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma cional é sempre um número irracional.
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
por diante. número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- Exemplo:  .  =  = 7 é um número racional.


tão como podemos transformar em fração?
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Números Reais


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
MATEMÁTICA

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores


que a e menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,


Conjunto:{x∈R|a<x≤b} resulta em um número positivo.

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números re-


ais menores ou iguais a b.

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-


Intervalo:]-∞,b] par, resulta em um número negativo.
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números re-


ais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas- Radiciação


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na Radiciação é a operação inversa a potenciação
base. 

Técnica de Cálculo
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o A determinação da raiz quadrada de um número tor-
valor do expoente, o resultado será igual a zero.  na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja: 

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

64=2.2.2.2.2.2=26

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-
ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes. -se” um e multiplica.

Exemplos: 1 1
96 : 92 = 96-2 = 94 1
Observe: 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


n
a.b = n a .n b
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
(52)3 = 52.3 = 56 indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- 1 1


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- 2 2 2 2 2
2
mo expoente. Observe: =  = 1 =
(4.3)²=4².3² 3 3 3
32
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Racionalização de Denominadores


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando. Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Raiz quadrada números decimais minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Multiplicação

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Divisão

Questões

01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Exemplo Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.

Sabe-se que:
Adição e subtração
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é


(A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
Caso tenha: nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:

5
MATEMÁTICA

(A) José − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e


(B) Isabella − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni De acordo com esses dados, ao longo da existência
desse prédio comercial, a fração do total de situações de
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: responde à
(A) 0,2222... (A) 3/20.
(B) 0,6666... (B) 1/4.
(C) 0,1616... (C) 13/60.
(D) 0,8888... (D) 1/5.
(E) 1/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) As-
então o dividendo é sinale a alternativa que apresenta o valor da expressão
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
(A) 1.
05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (B) 2.
sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (C) 4.
um padrão específico: (D) 8.
(E) 16.
1ª expressão: 1 x 9 + 2
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
2ª expressão: 12 x 9 + 3 VGO/2017) Qual o resultado de ?

3ª expressão: 123 x 9 + 4 (A) 3


(B) 3/2
... (C) 5
(D) 5/2
7ª expressão: █ x 9 + ▲
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(A) 1;
(A) 1 111 111. (B) 2;
(B) 11 111. (C) 3;
(C) 1 111. (D) 4;
(D) 111 111. (E) 6.
(E) 11 111 111.
10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas dessa equipe saíram para um atendimento externo.
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- ção de mulheres é
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco (A) 3/4;
geradas por displicência, (B) 8/9;
(C) 5/7;
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- (D) 8/13;
quadamente; (E) 9/17.
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;

6
MATEMÁTICA

Respostas 08. Resposta: D.

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 09. Resposta: C.
82-37=45 homens de nível médio. 2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
02. Resposta: D. 4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o N=3
vencedor.
10. Resposta: E.
03. Resposta: B. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E. MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111 DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
06. Resposta: D.

Múltiplos

Gerado por descuidos ao cozinhar: Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos


o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- O conjunto de múltiplos de um número natural
1/13) não-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplican-
do-se o número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores
07.Resposta: C.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15.

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}

7
MATEMÁTICA

Observações: Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá


medir
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. (A) mais de 30 cm.
- Todo número natural é múltiplo de 1. (B) menos de 15 cm.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
múltiplos. (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.

Máximo Divisor Comum Resposta: A.


O máximo divisor comum de dois ou mais números
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses
números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve-
mos seguir as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:
Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-
sível
E são os fatores que temos iguais:25=32

Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos
e da companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente. 7 horas, chegaram aviões das três companhias ao mesmo
tempo, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia,
m.d.c às
(A) 16h 30min.
Mínimo Múltiplo Comum (B) 17h 30min.
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- (C) 18h 30min.
meros é o menor número, diferente de zero. (D) 17 horas.
Para calcular devemos seguir as etapas: (E) 18 horas.
• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si Resposta: E.

Exemplo:

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Assim, o mmc
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Exemplo x-----660
x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di- Então será depois de 11horas que se encontrarão
mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio 7+11=18h
entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.

8
MATEMÁTICA

Questões caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- as 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma de 5%. Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia,
caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem as luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então
ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma é verdade que o número máximo de premiações de 5%
quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa, de desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni- clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia,
dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará seria igual a
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que (A) 8.
pode ser atribuído a n é (B) 10.
(A) 280. (C) 21.
(B) 265. (D) 27.
(C) 245. (E) 33.
(D) 230.
(E) 210. 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati-
vo – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) na matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que
Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú- M.D.C. significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual
meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre o valor do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36
os números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a: e 72?
(A) 72 (A) 8
(B) 156 (B) 6
(C) 144 (C) 4
(D) 204 (D) 2

03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO 07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
3 horas. Considerando que todos foram alimentados às 8 participantes em grupos formados somente por homens
horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o fun- ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
cionário encarregado deverá servir a alimentação a todos nham o mesmo número de integrantes.
concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(B) 14 horas de segunda-feira. grupo é:
(C) 10 horas de terça-feira. (A) 10.
(D) 20 horas de terça-feira. (B) 15.
(E) 9 horas de quarta-feira. (C) 20.
(D) 30.
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – (E) 40.
IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de ferro,
uma com 1,40 metros de comprimento e outra com 2,45 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em barras tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço tenha a torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
maior medida possível. Nessas circunstâncias, o total de ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
ferro, é: possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
(A) 9 de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
(B) 11 de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
(C) 12 número total de grupos formados foi
(D) 13 (A) 8.
(B) 12.
05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- (C) 13.
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu (D) 15.
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas (E) 18.
registradoras foi programada para acender uma luz, em
intervalos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a
cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3,
a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma

9
MATEMÁTICA

09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo – 03. Resposta: D.


JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é: Mmc(3, 4, 5)=60
(A) 39000 60/24=2 dias e 12horas
(B) 38000 Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
(C) 37000 mentação será na terça às 20h.
(D) 36000
(E) 35000 04. Resposta: B.

10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pesso-
as, sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com
formação na área de humanas, em grupos menores con-
tendo, obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas
áreas, de modo que: (1) o número de grupos seja o maior
possível; (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pes- Mdc=5⋅7=35
soas com formação na área de exatas e o mesmo número y 140/35=4
de pessoas com formação na área de humanas; e (3) cada 245/35=7
uma das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas Portanto, serão 11 pedaços.
condições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo 05. Resposta: D.
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos
Respostas
Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos
01. Resposta: E.

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E.

Mmc(6,8)=24

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


Portanto: 24/6=4

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60
2A+3B=24+180=204

10
MATEMÁTICA

07. Resposta: E. - eles são múltiplos de 2, pois terminam com números


pares.
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS: RAZÕES E
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
08. Resposta:B. PROPORCIONAIS

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b  ou a : b. 
Exemplo: 
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
MDC(84,96)=2²x3=12 número de moças. (lembrando que razão é divisão) 

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000 Numa proporção:

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)
Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:
Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
90/18 = 5 grupos de humanas esteja em proporção com 4/6.
A diferença é de 7-5=2 Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
ma:

11
MATEMÁTICA

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para o se-
gundo termo, assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto termo.
Então temos:

     ou     
Ou
     ou     

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos conse-
quentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente. Temos então:

     ou     
Ou
     ou     

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual a razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Distância(km) Combustível(litros)
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Velocidade (m/s) Tempo (s)
5 200
8 125
10 100
16 62,5
20 50

12
MATEMÁTICA

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo?? Questões


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me- 01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
tade. TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
Diretamente Proporcionais iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di- com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P. de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
desse lucro, respectivamente?
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais.
A solução segue das propriedades das proporções: (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


Exemplo empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê- nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
mio de forma diretamente proporcional?
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
carga horária semanal.
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Inversamente Proporcionais NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- composta da seguinte maneira:
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. – 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso – 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados
da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
cuja solução segue das propriedades das proporções: (A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.

04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Em relação à prova de matemática de um con-
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão
entre o número de questões que ela errou para o total de
questões da prova é de

13
MATEMÁTICA

(A) 2/3 Nessas condições, é correto afirmar que a diferença


(B) 1/2 entre o número de caixas carregadas em A e o número de
(C) 1/3 caixas carregadas em B foi igual a
(D) 3/2 (A) 304.
(B) 286.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (C) 224.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 (D) 216.
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a (E) 198.
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí-
10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente
Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
de idades, os seguintes valores:
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) R$2.500,00
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) R$3.200,00
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- Respostas
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 01. Resposta: C.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- 30k+70k=140
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- 100k=140
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o K=1,4
número de caixas Q utilizadas será igual a 30⋅1,4=42
(A) 10. 70⋅1,4=98
(B) 28.
(C) 18.
02. Resposta: A.
(D) 22.
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
(E) 30.
32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU- 74000/148=500
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 32⋅500=16000
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 12⋅500=6000
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram A diferença é: 16000-6000=10000
pagos a cada um deles.
03. Resposta:B.
Fornecedor A B C 2500+1500=4000 entrevistas
Valor pago 22,5 X 37,5
Valor devido Y 40 z

Sabe-se que os valores pagos foram diretamente pro-


porcionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nes-
sas condições, é correto afirmar que o valor total devido a 04. Resposta: C.
esses três fornecedores era, antes dos pagamentos efetu- Se Paula acertou 32, errou 16.
ados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
05. Resposta: E.
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- 2k+5k+8k=240
NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total- 15k=240
mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta K=16
das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas. Alfredo: 2⋅16=32
Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en- Bernardo: 5⋅16=80
quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t. Caetano: 8⋅16=128

14
MATEMÁTICA

06. Resposta: E.
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 REGRA DE TRÊS
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q,
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K

Regra de três simples

Q=30 caixas Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um
07. Resposta: E. valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:

Y=90/3=30 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da


mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

X=120/4=30 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-


versamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.


Z=150/3=50 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?
08. Resposta: E.
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


400-----------------3
X=1,05 480---------------- x
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
2) Identificação do tipo de relação:

Velocidade----------tempo
X=1,20 400↓-----------------3↑
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm 480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-


09. Resposta: E. ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
2,2k+1,8k=1980 segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo
4k=1980 e o que está em baixo na segunda coluna vai para cima
K=495
2,2x495=1089 Velocidade----------tempo
1980-1089=891 400↓-----------------X↓
1089-891=198 480↓---------------- 3↓

10. Resposta: B. 480x=1200


X=25

A+B+C=4500 Regra de três composta


4p+6p+8p=4500 Regra de três composta é utilizada em problemas com
18p=4500 mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor-
P=250 cionais.
B=6p=6x250=1500
C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

15
MATEMÁTICA

Exemplos: 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação


e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários mo tempo.
para descarregar 125m³? A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
A máquina A faz 100 cópias em
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- (A) 44 minutos.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as (B) 46 minutos.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: (C) 48 minutos.
(D) 50 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (E) 52 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑
5↑------------------x↓----------------------125↑ 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
la onde está o x. dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
Observe que: rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o correto?
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente (A) 6h 8 min
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- (B) 6h 50min
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras (C) 9h 20 min
razões de acordo com o sentido das setas. (D) 9h 33min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Horas --------caminhões-----------volume 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


8↑----------------20↓----------------------160↓ NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
5↑------------------x↓----------------------125↓ preços de acordo com a tabela:

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-


do:

Horas --------caminhões-----------volume Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-


5----------------20----------------------160 -feira. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse
8------------------x----------------------125 almoço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que
essa quantidade é, em gramas, igual a

(A) 375.
(B) 380.
(C) 420.
Logo, serão necessários 25 caminhões (D) 425.
(E) 450.
Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- 05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina- NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente
das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba- embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fos-
lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra- sem colocados apenas 30 kg em cada saco, o número de
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3 sacos necessários para embalar todo o carregamento seria
dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que igual a
trabalhar para realizar a tarefa é (A) 420.
(A) 6. (B) 375.
(B) 7. (C) 370.
(C) 8. (D) 345.
(D) 9. (E) 320.
(E) 10.

16
MATEMÁTICA

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- Respostas


VGO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas 01. Resposta: C.
por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15 ↑Apostilas ↑ horas dias↓
horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200 300------------------5--------------4
bolsas por semana? 360-----------------x----------------3
(A) 48
(B) 96 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(C) 102 300------------------5--------------3
(D) 144 360-----------------x----------------4

07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma 900x=7200
loja. Qual o número mínimo de operários necessários para X=8
fazer outra loja igual em 60 dias?
(A) 8 operários. 02. Resposta: D.
(B) 18 operários. Como a máquina A faz 20% a mais:
(C) 14 operários. Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
(D) 22 operários. 120------60 minutos
(E) 25 operários 10-------x
X=50 minutos

08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va- 03. Resposta: C.


zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem- ↑Operário ↓horas dias↑
po necessário para essa torneira encher completamente 12--------------8------------14
um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5 18----------------x------------8
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí- Quanto mais horas, menos operários
metros de profundidade é de: Quanto mais horas, menos dias
(A) 1h 16min 00s
(B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s
8⋅18x=14⋅12⋅8
X=9,33h
09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 9 horas e 1/3 da hora
SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produ- 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
zem 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas 9horas e 20 minutos
por sete operários trabalhando por 8 dias:
(A) 1120 peças 04. Resposta:C.
(B) 952 peças 12,50------250
(C) 875 peças 21----------x
(D) 1250 peças X=5250/12,5=420 gramas

05. Resposta: E.
10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- Sacos kg
NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 240----40
funcionários, todos com a mesma capacidade de produção, x----30
trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20 Quanto mais sacos, menos areia foi
funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais, colocada(inversamente)
deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 48.
(B) 50.
(C) 46.
(D) 54. 30x=9600
(E) 52. X=320

17
MATEMÁTICA

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x

18
MATEMÁTICA

As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m


    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²). 
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

19
MATEMÁTICA

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou
30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

20
MATEMÁTICA

Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-
ço restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- 4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (A) 14 horas e 10 minutos.
hora=60 minutos (B) 14 horas e 05 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos (C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação (E) 13 horas e 20 minutos.
inversa.
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Subtração NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- 15 min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica,
tos. Quanto tempo ficou fora? então o tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta,
foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
mesma forma que conta de subtração.
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
1hora=60 minutos
tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
Multiplicação (B) 24500.
(C) 23000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (D) 22000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? (E) 20500.

04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
Divisão (B) 160
5h 20 minutos :2 (C) 1600
(D) 16000

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o in-
tervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola há
1h 20 minutos, transformamos para minutos 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o
:60+20=80minutos término das aulas de João se dá às:

21
MATEMÁTICA

(A) 22h30min 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)


(B) 22h40min Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
(C) 22h50min m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
(D) 23h 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
(E) Nenhuma das anteriores em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
obter
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (A) 6 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km (B) 8 pedaços.
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em (C) 9 pedaços.
1h20min. (D) 5 pedaços.
(E) 7 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com
a época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: Respostas
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos; 01. Resposta: E.
(C) 5 minutos; 3h 20 minutos-200 minutos
(D) 3 minutos;
(E) 2 minutos. 5000-----40
x----------200
07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- x=1000000/40=25000
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma
velocidade média 20km/h maior do que no dia de trânsito 4500-------48
intenso e gastou 48min. 75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: 800/60=13,33h
(A) 36; 19 horas e 1/3 hora
(B) 40; 19h e 20 minutos
(C) 48;
(D) 50; 02. Resposta: C.
(E) 60.

08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o tem-
po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.
00. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de 03. Resposta:A.
abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re- 4500/3=1500 litros para as caixinhas
servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois tan- 1500litros=1500000ml
ques de armazenamento, enchendo-os completamente. 1500000/300=5000 caixinhas por dia
Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e esta- 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
vam, inicialmente, vazios.
Após a transferência, quantos litros de gasolina resta- 04. Resposta:A.
ram no caminhão-tanque? 14400litros=14400000 ml
(A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(C) 3.577,20
(D) 357,72
(E) 332,20 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

22
MATEMÁTICA

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor nu-
1h20min=60+20=80min mérico de x que, substituindo no 1º membro da equação,
torna-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o
tempo(inversamente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
No exemplo temos:
3x+300
80v=48V+960
Outro lado: x+1000+500
32V=960
E o equilíbrio?
V=30km/h
3x+300=x+1500
30km----60 min
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
x-----------80
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600
60x=2400
Exemplo
X=40km
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
08 Resposta: B.
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
27x60=1620 segundos
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
tem hoje.
09. Resposta: B.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje
1m³=1000litros
é:
36000/1000=36 m³
(A) 72;
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
(B) 69;
(C) 66;
10.Resposta: E.
(D) 63;
1,7m=170cm
(E) 60.
1,45m=145 cm
Resolução
170/40=4 resta 10
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
145/40=3 resta 25
na linguagem matemática o que está no texto.
4+3=7

23
MATEMÁTICA

“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”


Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
Exemplo

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
, portanto não há solução real.
Lembrando que:
Pi=Pa+3 2.

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3 3.
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69

Resposta: B.

Equação 2º grau
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
A equação do segundo grau é representada pela fór- real de um número negativo.
mula geral:
Se , há duas soluções iguais:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes Se , há soluções reais diferentes:

1.

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:


Se for negativo, não há solução no conjunto dos
números reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

24
MATEMÁTICA

Soma das Raízes Substituindo em A


A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Resposta: B.

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior 
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual 
≤: menor ou igual 
x²-Sx+P=0

Exemplo O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da


equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
Solução de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
S=x1+x2=-2+7=5 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
P=x1.x2=-2.7=-14 desigualdade.
Então a equação é: x²-5x-14=0
Exemplo 1
Exemplo 4x + 12 > 2x – 2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 4x – 2x > – 2 – 12
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando 2x > – 14
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x > –14/2
mais velha das duas tem: x>–7
(A) 24 anos
(B) 26 anos Inequação-Produto
(C) 31 anos
(D) 33 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
Resolução ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
A+J=44 da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A²+J²=1000 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A=44-J
Exemplo
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000 a)(-x+2)(2x-3)<0
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
rente de zero.

25
MATEMÁTICA

O método de resolução se assemelha muito à resolu-


ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0 Portanto: 
x≠2 S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. 
Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º
grau:  Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação. 


4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4 
x ≤ - 4 : 4 
x ≤ - 1 

S1 = {x   R | x ≤ - 1} 
Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 
x + 1 ≤ 0 
x ≤ - 1 

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
temos:  S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

Questões 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x²
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - - 6x + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (A) 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (B) 2
esse número. Qual é esse número? (C) −1
(A) 2 (D) −6
(B) 3
(C) 4 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
(D) 5 Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte bruto do mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os (C) R$ 5.550,00.
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância (D) R$ 5.125,00.
entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, (E) R$ 4.500,00.
igual a
(A) 26. 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
então o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis-
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar
co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res-
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati- posta:
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa, em
(D) 6. anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. (A) 6
(B) 7
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- (C) 10
VGO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, (D) 14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. 9x=40500
X=4500
02. Resposta: C.
Salario fração
y---------------1
4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6

05. Resposta:B.
Vamos fazer a conta de rodas:
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
4x=269-36-45
4x=188
X=47 10. Resposta: C.
Atual:x
06. Resposta: B 5(x+8)-5(x-3)=x
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0 5x+40-5x+15=x
36-24m+12=0 X=55
-24m=-48 Soma: 5+5=10
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÕES Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
Diagrama de Flechas imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no pe-
ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende da
velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B. domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.

29
MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Função Decrescente: a < 0


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, Nesse caso, os valores de y, caem.
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Função 1 grau Raiz da função


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
Estudo dos Sinais a seguir:
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
Função Crescente: a > 0
neralização com base na própria lei de formação da função,
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá-
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
fico que os valores de y vão crescendo.
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema


com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4

30
MATEMÁTICA

b=2 Raízes
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2) Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
drática e deve ser o maior termo. para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
Considerações máximo V. 
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 
Concavidade . Veja os gráficos:
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao


eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial Função decrescente


Se   temos uma função exponencial de-
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expo- crescente em todo o domínio da função.
ente de uma ou mais potências de bases positivas e dife- Neste outro gráfico podemos observar que à medida
rentes de 1. que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
a curva da função é decrescente.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Função exponencial Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
A expressão matemática que define a função exponen- temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei-
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número ros a estudar as propriedades desse número.
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável. O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é:
Função crescente e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
Se   temos uma função exponencial crescente, pode ser escrita como a potência de base e com expoente
qualquer que seja o valor real de x. x, isto é: 
No gráfico da função ao lado podemos observar que à ex = exp(x)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente. Propriedades dos expoentes
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N


na base a

32
MATEMÁTICA

Ainda com base na definição podemos estabelecer Função Logarítmica


condições de existência:
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma


locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de
carros a seus clientes:
Propriedades
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem
livre.

Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô-


metro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui-


lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?

(A) 30.
Mudança de Base (B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

Exemplo 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
a)log 6 fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá-
b) log1,5 vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
c) log 16 vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
Solução vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
b) tado por x.
c)
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é

33
MATEMÁTICA

(A) f(x) = 0,06x + 1.300.


(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)


Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são

(A) -0,5 e 2,5.


(B) -0,5 e 3.
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,
(C) -1 e 2.
o número de dias necessários para que a fonte encha o
(D) -1 e 2,5.
reservatório inicialmente vazio é
(E) -1 e 3.
(A) 18
(B) 12 06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)
(C) 8 A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
(D) 6 f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário – (C) 8
FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de (D) 10
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o 07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –
problema (também são cobradas as frações de horas traba-
lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que , na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontramos
ele trabalhou nesse serviço
como resultado:
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos. (A) 12
(C) 6 horas e 25 minutos. (B) 15
(D) 5 horas e 25 minutos. (C) 16
(E) 5 horas e 15 minutos. (D) 17

08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-


05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- de x fazem com que a expressão as-
contram-se representados o gráfico da função de segundo suma valor numérico igual a 1?
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

34
MATEMÁTICA

09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico 11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
que melhor representa a função y = 2x , para o domínio co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside-
em R+ é: rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

(A) Respostas

01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km

(B) 02. Resposta: A.

6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

(C)

2x=36
X=18

04.Resposta: B.
(D) F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

(E) Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de (x-2)(x+2)=x²-4
k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
tamente uma raiz? A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
(A) 0 Y=ax+b
(B) 3 -1=b
(C) 6 3=2a-1
(D) 9 2a=4
(E) 12 A=2
Y=2x-1

35
MATEMÁTICA

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

06. Resposta:C.

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
A soma das coordenadas é igual a 8 X=3
3²+12-60=-39
07. Resposta: D.
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
-2x=-12 Kx=(x+3)²
X=6 Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Substituindo em g(x) Para ter uma raiz, ∆=0
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 ∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
08. Resposta: D. 36-12k+k²-36=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k²-12k=0
X²+4x-60=0 k=0 ou k=12
∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240 11. Resposta:C.
∆=256

A base pode ser igual a 1:


X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

36
MATEMÁTICA

Histogramas
GRÁFICOS E TABELAS
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas
de valores em x.
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve: Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
possível. como numa pizza.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-
tos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais


Fonte: tecnologia.umcomo.com.br fácil a compreensão de todos sobre um tema.
Barra horizontal

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:


Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
lógico
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

37
MATEMÁTICA

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re-
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
(B) 9.
(C) 8.
(D) 7.
(E) 6.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
(A) 15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
(B) 25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
(C) 50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
(D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
O número total de ônibus dessa empresa é (B) 135º.
(C) 126º
(A) 270. (D) 117º
(B) 250. (E) 108º.
(C) 220
(D) 180. 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
(E) 120.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

38
MATEMÁTICA

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação (A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná (B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte- (C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei- (D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- (E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis- 08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
50-55 6
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- TOTAL 40
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. (B)
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
(C)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná- (D)
rios é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8 (E)
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

39
MATEMÁTICA

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen, ( ) Certo ( ) Errado
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional
Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações) Respostas

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten- 01. Resposta: E.


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. 13,7/7,2=1,90
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela Houve um aumento de 90%.
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média 02. Resposta:D
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 81+27=108
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
julgue o item a seguir. 108-----60
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- x--------100
sil se encontrava na região Sudeste. x=10800/60=180

( )certo ( ) errado
03. Resposta: C.
10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me-
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des-
pesa.

40
MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,


TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
REGRESSÃO

Teste de Hipóteses
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais
para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro
populacional.
Para testar um parâmetro populacional, você deve
afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que
represente a afirmação e outra, seu complemento. Quan-
06. Resposta: C. do uma é falsa, a outra é verdadeira.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
ou pizza e de linha contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
07. Resposta: D. afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários Vamos ver como montar essas hipóteses
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Um caso bem simples.
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6 Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18 Há uma regrinha para formular essas hipóteses
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Formulação verbal Formulação
H0 Formulação verbal Ha
Matemática
08. Resposta: A. A média é A média é
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...maior ou igual
40-45, 35-40, a k. ...menor que k

....pelo menos k. ... abaixo de k


09. Resposta: CERTA.
555----100% ...não menos que ...menos que k.
x----55% k.
x=305,25 ...menor ou igual ..maior que k
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. a k.
... acima de k
....no máximo k.
10. Resposta: ERRADO. ...mais do que
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no ...não mais que k. k.
... não igual
eixo x e não simplesmente um dado.
... igual a k. a k.

Referências .... k. .... diferente


http://www.galileu.esalq.usp.br de k.
...exatamente k.
...não k.
Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto.

41
MATEMÁTICA

Classes Frequências
41 |------- 45 7
Referências 45 |------- 49 3
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pe- 49 |------- 53 4
arson Prentice Hall, 2010. 53 |------- 57 1
57 |------- 61 5
Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em Total 20
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa Média aritmética
população. Média aritmética de um conjunto de números é o valor
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
Frequência Absoluta ro de elementos do conjunto.
É o número de vezes que a variável estatística assume Representemos a média aritmética por .
um valor. A média pode ser calculada apenas se a variável envol-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a
Frequência Relativa média aritmética para variáveis quantitativas.
É o quociente entre a frequência absoluta e o número Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
de elementos da amostra. diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é:

Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-


res, obteremos a média aritmética das alturas:

Distribuição de frequência sem intervalos de classe:


É a simples condensação dos dados conforme as repeti- A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
ções de seu valores. Para um ROL  de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi- Média Ponderada
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo: A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
Dados Frequência
peso” é chamada média aritmética ponderada.
41 3
42 2
43 1
44 1
45 1
46 2 Mediana (Md)
50 2 Sejam os valores escritos em rol:
51 1
52 1
54 1
57 1 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
58 2 que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

42
MATEMÁTICA

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução: Isto é:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12

Resposta: Md=12. E para amostra

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Exemplo 1:
Solução: Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem- tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
-se: Jogo Número de pontos
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 1 22
mética entre os dois termos centrais do rol. 2 18
3 13
Logo: 4 24
5 26
Resposta: Md=15 6 20
7 19
Moda (Mo)
8 18
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. a) Qual a média de pontos por jogo?
b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni- a) A média de pontos por jogo é:
ca.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de
Variância uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos
de um conjunto de números em relação à sua média arit-
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim
definido:

Seja o conjunto de números , tal que é


sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:

43
MATEMÁTICA

Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
a) Sendo a estatura média, temos:

b) Sendo o desvio padrão, tem-se:

Questões

01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a
média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que
a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24

44
MATEMÁTICA

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25.
(E) 3,19.

03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no período
vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um deter-
minado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a
(A) 0,32.
(B) 0,21.
(C) 0,35.
(D) 0,18.
(E) 0,24.

05. (UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for
par. Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.

Número de acertos Número de alunos


0 4
1 5
2 4
3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a
(A) 1,5
(B) 2
(C) 2,5
(D) 3
(E) 3,5

45
MATEMÁTICA

06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
semestre de 2016. foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
Mës Empréstimos R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a
Janeiro 15 (A)) R$ 2.002,00.
Fevereiro 25 (B) R$ 2.006,00.
Março 22 (C) R$ 2.010,00.
(D) R$ 2.004,00.
Abril 30
(E) R$ 2.008,00.
Maio 28
Junho 15
10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
Dadas as afirmativas, FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
mês. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
II. A mediana da série de valores é igual a 26. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
50 55 55 55 55 60
verifica-se que está(ão) correta(s) 62 63 65 90 90 100
(A) II, apenas.
(B) III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
(C) I e II, apenas. média é:
(D) I e III, apenas. (A) 3;
(E) I, II e III. (B) 4;
(C) 5;
07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas (D) 6;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- (E) 7.
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai-
xo. Respostas

Replicatas Laboratório 01. Resposta: E.


1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5 S=cursam superior
2 30,4 30,8 30,7 30,4 M=não tem curso superior
3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio
0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão
Utilize essa tabela para responder à questão. S+M=600000
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
(A) 1.
(B) 2. S=420000
(C) 3. M=600000-420000=180000
(D) 4.

08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra

331546248 02. Resposta:B.

Então, a variância dessa amostra é igual a


(A) 4,0
(B) 2,5.
(C) 4,5.
(D) 5,5
(E) 3,0

46
MATEMÁTICA

03. Resposta: D. 08. Resposta: C.

M=300

V=250

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

3,36-3,15=0,21 10. Resposta: A.

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

GEOMETRIA
06. Resposta: D.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
Mediana o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
Vamos colocar os números em ordem crescente ângulo.
15,15,22,25,28,30

Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.

47
MATEMÁTICA

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Triângulo


que 90º.
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.

Na figura, é uma mediana do ABC.

Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Ângulo Raso:
Na figura, é uma bissetriz interna do .
- É o ângulo cuja medida é 180º; Um triângulo tem três bissetrizes internas.
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Reto: Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
- É o ângulo cuja medida é 90º; dicular a esse lado.
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares. Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

48
MATEMÁTICA

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen- Triângulo equilátero: três lados iguais.
dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do tri-


ângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Classificação Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso


Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais. Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

49
MATEMÁTICA

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

- Observações: Ângulos Internos


A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são lígono convexo de n lados é (n-2).180
congruentes (iguais) Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
- No losango e no quadrado as diagonais são per- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio). das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h
4- Losango: , onde D é a medida da diagonal
maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono Ângulos Externos


Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.
A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

50
MATEMÁTICA

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

2
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.


Semelhança de Triângulos

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os


seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança

1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

51
MATEMÁTICA

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Fórmulas Trigonométricas
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hi-
Relação Fundamental potenusa pela altura relativa à hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
Dividindo os membros por c² também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são de-
nominadas retas reversas.
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Como

-Duas retas concorrentes podem ser:

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado 1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

52
MATEMÁTICA

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con-
sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como
medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes. 03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na
figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
Questões
(A) 8/3 π + 8 .
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci- (B) 8/3 π + 24.
ários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com (C) 8π + 8 .
40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido (D) 8π + 24.
em três lotes, conforme mostra a figura. (E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é
(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
tada, é

53
MATEMÁTICA

(A) 100 - 5π . Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados


(B) 100 - 10π . correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
(C) 100 - 15π . a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
(D) 100 - 20π . dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
(E) 100 - 25π . respectivamente,
(A) 80 e 64.
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  No (B) 80 e 62.
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- (C) 62 e 80.
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- (D) 60 e 80.
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF (E) 60 e 78.
e HG, gerando o quadrilátero BCQP. 
08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é (C) 24.
(A) 25√5. (D) 27.
(B) 50√2. (E) 30.
(C) 50√5.
(D) 100√2 . 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
(E) 100√5. sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
cidade. Qual é a área dessa praça? O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(A) 120 m² (D) 330;
(B) 90 m² (E) 372.
(C) 60 m²
(D) 30 m²
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centí-
metros, mostra um painel informativo ABCD, de formato re- formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
tangular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y. e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

54
MATEMÁTICA

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42. 96h=1728
H=18

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:


MSCONCURSOS/2017) Seja a expressão 60-36=24
X²=24²+18²
definida em 0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos: X²=576+324
X²=900
(A) 1 X=30
(B) sen²x Como h=18 e AD é 40, EG=22
(C) cos²x
(D) 0 Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 02. Resposta: B.


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).

(A) 64,2 m
(B) 46,2 m
(C) 92,4 m
(D) 128,4 m Lado=3√2
Outro lado =5√2
Respostas

01. Resposta: D. 03. Resposta: D.

Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente


a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

55
MATEMÁTICA

04. Resposta: E. 5y=320


Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. Y=64

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio
09. Resposta: C.
X²=5²+5² Número de estacas: x
X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X²=50 do duas vezes o canto
X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, X=5
temos 2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
A área de um círculo é a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25 9x=108
CQ²=125 X=12
CQ=5√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A. Y²=16²+12²


Y²=256+144=400
Y=20
Perímetro: 16+12+20=48

56
MATEMÁTICA

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

12. Resposta: D.

Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

X=6

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Y=10,2 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

57
MATEMÁTICA

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Prismas


Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Área

Área lateral:

Área da base:
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
Área total: de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruen-


Área e Volume tes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos
ligando-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

58
MATEMÁTICA

Classificação pelo polígono da base Prisma Regular


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
-Triangular lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo:

Área paralelepípedo:

A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
E assim por diante... (D) 2h.
(E) 3h.
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- 02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
nam-se paralelepípedos. MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

59
MATEMÁTICA

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumen- 06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
tar em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
mantendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
o volume inicialmente previsto para esse reservatório foi formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
aumentado em vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
ma de paralelepípedo reto retângulo.
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do
bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25
cm de altura, está com 20% de seu volume total preenchido
com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)
Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de Para completar o volume total desse recipiente, serão
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-
rios para completar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos
(E) 15 copos

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

60
MATEMÁTICA

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér- 02. Resposta: D


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é V= πr²h
dado por V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
(A) a³/6
(B) a³/3 03. Resposta:E.
(C) a³/3√3 V=2⋅3⋅x=6x
(D) a³/6√6 Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- Portanto, o volume aumentou em 6.
NESP/2017) De um reservatório com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados 04. Resposta:E.
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
a figura. 3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65. 180h=2250
(E) 1,6. H=12,5

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 07. Resposta: C.


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um V=10⋅10⋅25=2500 cm³
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
(A) 9 cm Para terminar de completar o volume:
(B) 30 cm 2500-500=2000 cm³
(C) 60 cm 2000/200=10 copos
(D) 90 cm
08. Resposta: A.
Respostas
A base é um triângulo de base a e altura a
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

61
MATEMÁTICA

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

10. Resposta: D.
Cone

Cilindro
V=Ab.h
V=πr²h
Como o volume do cone é 30% maior:
117πr²=1,3 πr²h
H=117/1,3=90

GEOMETRIA ESPACIAL O conceito de cone

Sólidos Geométricos
Para explicar o cálculo do volume de figuras geométri-
cas, podemos pedir que visualizem a seguinte figura:


Considere uma região plana limitada por uma curva
suave (sem quinas), fechada e um ponto P fora desse pla-
no. Chamamos de cone ao sólido formado pela reunião de
todos os segmentos de reta que têm uma extremidade em
P e a outra num ponto qualquer da região.
a) A  figura representa a planificação de um prisma reto;
b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da Elementos do cone
área da base pela altura do sólido, isto é - Base: A base do cone é a região plana contida no
interior da curva, inclusive a própria curva.
V = Ab x a - Vértice: O vértice do cone é o ponto P.
- Eixo: Quando a base do cone é uma região que pos-
c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas; sui centro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo
d) O volume do cilindro também se pode calcular da vértice P e pelo centro da base.
mesma forma que o volume de um prisma reto. - Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extre-
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são midade no vértice do cone e a outra na curva que envolve
para calcular da mesma forma que as acima apresentadas: a base.
- Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base.
Figuras Geométricas: - Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a
reunião de todos os segmentos de reta que tem uma extre-
midade em P e a outra na curva que envolve a base.
- Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião
da superfície lateral com a base do cone que é o círculo.
- Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é
uma região triangular obtida pela interseção do cone com
um plano que contem o eixo do mesmo.

Classificação do cone

62
MATEMÁTICA

Quando observamos a posição relativa do eixo em relação à base, os cones podem ser classificados como retos ou
oblíquos. Um cone é dito reto quando o eixo é perpendicular ao plano da base e é oblíquo quando não é um cone reto.
Ao lado apresentamos um cone oblíquo.

Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais importantes são os cones retos. Em função das bases, os cones
recebem nomes especiais. Por exemplo, um cone é dito circular se a base é um círculo e é dito elíptico se a base é uma
região elíptica.

Observações sobre um cone circular reto


1. Um cone circular reto é chamado cone de revolução por ser obtido pela rotação (revolução) de um triângulo retân-
gulo em torno de um de seus catetos
2. A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do cone com um plano que contem o eixo do cone. No caso
acima, a seção meridiana é a região triangular limitada pelo triângulo isósceles VAB.

3. Em um cone circular reto, todas as geratrizes são congruentes entre si. Se g é a medida de cada geratriz então, pelo
Teorema de Pitágoras, temos: g2 = h2 + R2

4. A Área Lateral de um cone circular reto pode ser obtida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do
cone):ALat = Pi R g

5. A Área total de um cone circular reto pode ser obtida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):
ATotal = Pi R g + Pi R2

Cones Equiláteros

Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção meridiana é uma região triangular equilátera e neste caso a
medida da geratriz é igual à medida do diâmetro da base.
A área da base do cone é dada por:

63
MATEMÁTICA

ABase=Pi R2

Pelo Teorema de Pitágoras temos:


(2R)2 = h2 + R2
h2 = 4R2 - R2 = 3R2

Assim:
h=R
Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto
da área da base pela altura, então:

V = (1/3) Pi R3
Como a área lateral pode ser obtida por: O conceito de cone
ALat = Pi R g = Pi R 2R = 2 Pi R2
então a área total será dada por:
ATotal = 3 Pi R2

GEOMETRIA ESPACIAL

Sólidos Geométricos

Para explicar o cálculo do volume de figuras geométri- Considere uma região plana limitada por uma curva
cas, podemos pedir que visualizem a seguinte figura: suave (sem quinas), fechada e um ponto P fora desse pla-
no. Chamamos de cone ao sólido formado pela reunião de
todos os segmentos de reta que têm uma extremidade em
P e a outra num ponto qualquer da região.

Elementos do cone
- Base: A base do cone é a região plana contida no
interior da curva, inclusive a própria curva.
- Vértice: O vértice do cone é o ponto P.
- Eixo: Quando a base do cone é uma região que pos-
sui centro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo
a) A  figura representa a planificação de um prisma reto; vértice P e pelo centro da base.
b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da - Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extre-
área da base pela altura do sólido, isto é midade no vértice do cone e a outra na curva que envolve
a base.
V = Ab x a - Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base.
- Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a
c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas; reunião de todos os segmentos de reta que tem uma extre-
d) O volume do cilindro também se pode calcular da midade em P e a outra na curva que envolve a base.
mesma forma que o volume de um prisma reto. - Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são da superfície lateral com a base do cone que é o círculo.
para calcular da mesma forma que as acima apresentadas: - Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é
uma região triangular obtida pela interseção do cone com
Figuras Geométricas: um plano que contem o eixo do mesmo.

Classificação do cone

64
MATEMÁTICA

Quando observamos a posição relativa do eixo em re- Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua
lação à base, os cones podem ser classificados como retos seção meridiana é uma região triangular equilátera e neste
ou oblíquos. Um cone é dito reto quando o eixo é perpen- caso a medida da geratriz é igual à medida do diâmetro
dicular ao plano da base e é oblíquo quando não é um da base.
cone reto. Ao lado apresentamos um cone oblíquo. A área da base do cone é dada por:
ABase=Pi R2
Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais
importantes são os cones retos. Em função das bases, os Pelo Teorema de Pitágoras temos:
cones recebem nomes especiais. Por exemplo, um cone é (2R)2 = h2 + R2
dito circular se a base é um círculo e é dito elíptico se a h2 = 4R2 - R2 = 3R2
base é uma região elíptica.
Assim:
h=R
Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto
da área da base pela altura, então:

V = (1/3) Pi R3
Como a área lateral pode ser obtida por:
ALat = Pi R g = Pi R 2R = 2 Pi R2
Observações sobre um cone circular reto então a área total será dada por:
1. Um cone circular reto é chamado cone de revolução ATotal = 3 Pi R2
por ser obtido pela rotação (revolução) de um triângulo
retângulo em torno de um de seus catetos O conceito de esfera
2. A seção meridiana do cone circular reto é a interse-
ção do cone com um plano que contem o eixo do cone. No A esfera no espaço R³ é uma superfície muito impor-
caso acima, a seção meridiana é a região triangular limitada tante em função de suas aplicações a problemas da vida.
pelo triângulo isósceles VAB. Do ponto de vista matemático, a esfera no espaço R³ é
confundida com o sólido geométrico (disco esférico) en-
3. Em um cone circular reto, todas as geratrizes são volvido pela mesma, razão pela quais muitas pessoas cal-
congruentes entre si. Se g é a medida de cada geratriz en- culam o volume da esfera. Na maioria dos livros elementa-
tão, pelo Teorema de Pitágoras, temos: g2 = h2 + R2 res sobre Geometria, a esfera é tratada como se fosse um
sólido, herança da Geometria Euclidiana.
4. A Área Lateral de um cone circular reto pode ser Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos
obtida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da falar palavras que sejam entendidas pela coletividade. De
base do cone):ALat = Pi R g um ponto de vista mais cuidadoso, a esfera no espaço R³
é um objeto matemático parametrizado por duas dimen-
5. A Área total de um cone circular reto pode ser ob- sões, o que significa que podemos obter medidas de área
tida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da base e de comprimento, mas o volume tem medida nula. Há
do cone): outras esferas, cada uma definida no seu respectivo espa-
ATotal = Pi R g + Pi R2 ço n-dimensional. Um caso interessante é a esfera na reta
unidimensional:
So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}
Por exemplo, a esfera
S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio
unitário centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos


Cones Equiláteros
Um problema fundamental para empresas que arma-
zenam líquidos em tanques esféricos, cilíndricos ou esfé-
ricos e cilíndricos é a necessidade de realizar cálculos de
volumes de regiões esféricas a partir do conhecimento da
altura do líquido colocado na mesma. Por exemplo, quan-
do um tanque é esférico, ele possui um orifício na parte
superior (pólo Norte) por onde é introduzida verticalmente
uma vara com indicadores de medidas. Ao retirar a vara,

65
MATEMÁTICA

observa-se o nível de líquido que fica impregnado na vara O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do
e esta medida corresponde à altura de líquido contido na espaço que estão localizados na casca e dentro da esfera.
região esférica. Este não é um problema trivial, como ob- Do ponto de vista prático, o disco esférico pode ser pen-
servaremos pelos cálculos realizados na sequência. sado como a reunião da película fina que envolve o sólido
esférico com a região sólida dentro da esfera. Em uma me-
lancia esférica, o disco esférico pode ser visto como toda
a fruta.

Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o cen-


tro da esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera é dada
por:
x² + y² + z² = R²

e a relação matemática que define o disco esférico é o


conjunto que contém a casca reunido com o interior, isto é:
x² + y² + z² < R²

A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o cen-
e algumas fórmulas para cálculos de áreas na esfera e vo- tro da esfera pelo ponto (xo,yo,zo), a equação da esfera é
lumes em um sólido esférico. dada por:
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R²
A superfície esférica
A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pon- e a relação matemática que define o disco esférico é o
conjunto que contém a casca reunido com o interior, isto é,
tos do espaço que estão localizados a uma mesma distân-
o conjunto de todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que:
cia denominada raio de um ponto fixo chamado centro.
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² < R²
Uma notação para a esfera com raio unitário centrada
na origem de R³ é:
S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 }
Da forma como está definida, a esfera centrada na ori-
Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R4
gem pode ser construída no espaço euclidiano R³ de modo
é dada por:
que o centro da mesma venha a coincidir com a origem do
S³ = { (w,x,y,z) em R4: w² + x² + y² + z² = 1 }
sistema cartesiano R³, logo podemos fazer passar os eixos
OX, OY e OZ, pelo ponto (0,0,0).
Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera?
Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada
como a película fina que envolve um sólido esférico. Em
uma melancia esférica, a esfera poderia ser considerada a
película verde (casca) que envolve a fruta.
É comum encontrarmos na literatura básica a defini-
ção de esfera como sendo o sólido esférico, no entanto
não se devem confundir estes conceitos. Se houver inte-
resse em aprofundar os estudos desses detalhes, deve-se
tomar algum bom livro de Geometria Diferencial que é a
área da Matemática que trata do detalhamento de tais
situações.
Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0,
obteremos duas superfícies semelhantes: o hemisfério
Norte (“boca para baixo”) que é o conjunto de todos os
pontos da esfera onde a cota z é não negativa e o hemis-
fério Sul (“boca para cima”) que é o conjunto de todos os
pontos da esfera onde a cota z não é positiva.
Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano
vertical que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, te-
remos uma circunferência maximal C da esfera que é uma
circunferência contida na esfera cuja medida do raio coin-
cide com a medida do raio da esfera, construída no plano
YZ e a equação desta circunferência será:
x=0, y² + z² = R2

66
MATEMÁTICA

sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos


pontos de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem infinitas
circunferências maximais em uma esfera.
Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno
do eixo OZ, obteremos a esfera através da rotação e por
este motivo, a esfera é uma superfície de revolução.
Se tomarmos um arco contido na circunferência ma-
ximal cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q) tal
que p²+q²=R² e rodarmos este arco em torno do eixo OZ, No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido
obteremos uma superfície denominada calota esférica. como para a superfície, “calota esférica” para o sólido en-
volvido pela calota esférica, a letra maiúscula R para en-
tender o raio da esfera sobre a qual estamos realizando
os cálculos, V será o volume, A(lateral) será a área lateral e
A(total) será a área total.

Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos

Objeto Relações e fórmulas


Volume = (4/3) Pi R³
Esfera
A(total) = 4 Pi R²
Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica R² = h (2R-h)
para representar tanto a superfície como o sólido geomé- Calota esférica (altura h, A(lateral) = 2 Pi R h
trico envolvido pela calota esférica. Para evitar confusões, raio da base r) A(total) = Pi h (4R-h)
usarei “calota esférica” com aspas para o sólido e sem as- V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
pas para a superfície. R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
A partir da rotação, construiremos duas calotas em Segmento esférico (altura A(lateral) = 2 Pi R h
uma esfera, de modo que as extremidades dos arcos se- h, raios das bases r1>r²) A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²)
jam (0,0,R) e (0,p,q) com p²+q²=R² no primeiro caso (calo- Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6
ta Norte) e no segundo caso (calota Sul) as extremidades
dos arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com r²+s²=R² e retirarmos estas Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do
duas calotas da esfera, teremos uma superfície de revolu- Cálculo Diferencial e Integral, mas nós nos limitaremos a
ção denominada zona esférica. apresentar um processo matemático para a obtenção da
fórmula do cálculo do volume da “calota esférica” em fun-
ção da altura da mesma.

Volume de uma calota no hemisfério Sul


Consideremos a esfera centrada no ponto (0,0,R) com
raio R.

De um ponto de vista prático, consideremos uma me-


lancia esférica. Com uma faca, cortamos uma “calota esfé-
rica” superior e uma “calota esférica” inferior. O que sobra
da melancia é uma região sólida envolvida pela zona esfé-
rica, algumas vezes denominada zona esférica.
Consideremos uma “calota esférica” com altura h1 e
raio da base r1 e retiremos desta calota uma outra “calota
esférica” com altura h2 e raio da base r2, de tal modo que A equação desta esfera será dada por:
os planos das bases de ambas sejam paralelos. A região x² + y² + (z-R)² = R²
sólida determinada pela calota maior menos a calota me- A altura da calota será indicada pela letra h e o plano
nor recebe o nome de segmento esférico com bases pa- que coincide com o nível do líquido (cota) será indicado
por z=h. A interseção entre a esfera e este plano é dado
ralelas.
pela circunferência
x² + y² = R² - (h-R)²

67
MATEMÁTICA

Obteremos o volume da calota esférica com a altura Volume de uma calota no hemisfério Norte
h menor ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao Se o nível do líquido mostra que a altura h já ultrapas-
intervalo [0,R] e neste caso poderemos explicitar o valor de sou o raio R da região esférica, então a altura h está no
z em função de x e y para obter: intervalo [R,2R]

z = R − R 2 − (x 2 + y 2 )

Para simplificar as operações algébricas, usaremos a


letra r para indicar:
r² = R² - (h-R)² = h(2R-h)

A região circular S de integração será descrita por


x²+y²<R² ou em coordenadas polares através de:
0<m<R, 0<t<2Pi Lançaremos mão de uma propriedade de simetria da
esfera que nos diz que o volume da calota superior assim
A integral dupla que representa o volume da calota em como da calota inferior somente depende do raio R da
função da altura h é dada por: esfera e da altura h e não da posição relativa ocupada.
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − z)dxdy Aproveitaremos o resultado do cálculo utilizado para
a calota do hemisfério Sul. Tomaremos a altura tal que:
h=2R-d, onde d é a altura da região que não contém o
ou seja líquido. Como o volume desta calota vazia é dado por:
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − R + R 2 − (x 2 + y 2 ))dxdy
VC(d) = Pi d²(3R-d)/3
Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na
e como h=2R-d, então para h no intervalo [R,2R], po-
forma:
deremos escrever o volume da calota vazia em função
2x R
de h:
VC(h) = Pi (2R-h)²(R+h)/3
Vc(h) = ∫ ∫ (h − R +
t=0 m=0
R 2 − m 2 )mdmdt
Para obter o volume ocupado pelo líquido, em fun-
ção da altura, basta tomar o volume total da região esfé-
Após realizar a integral na variável t, podemos separá
rica e retirar o volume da calota vazia, para obter:
-la em duas integrais:
V(h) = 4Pi R³/3 - Pi (2R-h)²(R+h)/3
R R que pode ser simplificada para:
Vc(h) = 2π { ∫ (h − R)m dm + ∫ R 2 − m 2 mdm} V(h) = Pi h²(3R-h)/3
0 0
Independentemente do fato que a altura h esteja no
ou seja: intervalo [0,R] ou [R,2R] ou de uma forma geral em [0,2R],
o cálculo do volume ocupado pelo líquido é dado por:
R V(h) = Pi h²(3R-h)/3
Vc(h) = π {(h − R)R 2 − ∫ R 2 − m 2 (−2m)dm}
0 Poliedro
Poliedro é um sólido limitado externamente por pla-
Com a mudança de variável u=R²-m² e du=(-2m)dm nos no espaço R³. As regiões planas que limitam este
poderemos reescrever: sólido são as faces do poliedro. As interseções das faces
são as arestas do poliedro. As interseções das arestas
R2 são os vértices do poliedro. Cada face é uma região po-
Vc(h) = π {(h − R)R + 2
∫ u du} ligonal contendo n lados.
u=0 Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos die-
drais formados por planos adjacentes têm medidas me-
Após alguns cálculos obtemos: nores do que 180 graus. Outra definição: Dados quais-
VC(h) = Pi (h-R) [R² -(h-R)²] - (2/3)Pi[(R-h)³ - R³] quer dois pontos de um poliedro convexo, o segmento
e assim temos a fórmula para o cálculo do volume da que tem esses pontos como extremidades, deverá estar
calota esférica no hemisfério Sul com a altura h no intervalo inteiramente contido no poliedro.
[0,R], dada por:
VC(h) = Pi h²(3R-h)/3

68
MATEMÁTICA

Poliedros Regulares Seção reta (seção normal)


Um poliedro é regular se todas as suas faces são re- É uma seção determinada por um plano perpendicular
giões poligonais regulares com n lados, o que significa que às arestas laterais.
o mesmo número de arestas se encontram em cada vértice.
Princípio de Cavaliere
Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados
dois sólidos com a mesma altura. Se todo plano paralelo
ao plano dado interceptar os sólidos com seções de áreas
iguais, então os volumes dos sólidos também serão iguais.

Prisma regular
É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais
regulares.

Áreas e Volumes Exemplos:


Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja
base é um triângulo equilátero.
Poliedro regular Área Volume Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja
Tetraedro a2 R[3] (1/12) a³ R[2] base é um quadrado.
Hexaedro 6 a2 a³
Octaedro 2 a2 R[3] (1/3) a³ R[2] Planificação do prisma
(1/4) a³
Dodecaedro 3a2 R{25+10·R[5]}
(15+7·R[5])
Icosaedro 5a2 R[3] (5/12) a³ (3+R[5])

Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadra-


da de z>0.

Prisma
Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces
planas, no qual as bases se situam em planos paralelos.
Quanto à inclinação das arestas laterais, os prismas podem Um prisma é um sólido formado por todos os pontos
ser retos ou oblíquos. do espaço localizados dentro dos planos que contêm as fa-
ces laterais e os planos das bases. As faces laterais e as ba-
Prisma reto
ses formam a envoltória deste sólido. Esta envoltória é uma
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
“superfície” que pode ser planificada no plano cartesiano.
As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base.
As faces laterais são retangulares. Tal planificação se realiza como se cortássemos com
Prisma oblíquo uma tesoura esta envoltória exatamente sobre as arestas
As arestas laterais têm o mesmo comprimento. para obter uma região plana formada por áreas congruen-
As arestas laterais são oblíquas ao plano da base. tes às faces laterais e às bases.
As faces laterais não são retangulares. A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas
lateral e total.
Bases: regiões Volume de um prisma
poligonais congruentes O volume de um prisma é dado por:
Altura: distância entre
as bases Vprisma = Abase . h
Arestas laterais
paralelas: mesmas Área lateral de um prisma reto com base poligonal
medidas regular
Faces laterais: A área lateral de um prisma reto que tem por base uma
paralelogramos região poligonal regular de n lados é dada pela soma das
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo áreas das faces laterais. Como neste caso todas as áreas das
faces laterais são iguais, basta tomar a área lateral como:
Seções de um prisma

Seção transversal
É a região poligonal obtida pela interseção do prisma
com um plano paralelo às bases, sendo que esta região
poligonal é congruente a cada uma das bases.

69
MATEMÁTICA

Cilindros Classificação dos cilindros circulares


Cilindro circular oblíquo Apresenta as geratrizes oblí-
quas em relação aos planos das bases.
Cilindro circular reto As geratrizes são perpendicula-
res aos planos das bases. Este tipo de cilindro é também
chamado de cilindro de revolução, pois é gerado pela rota-
ção de um retângulo.
Cilindro equilátero É um cilindro de revolução cuja se-
Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de ção meridiana é um quadrado.
raio r. Tomemos também um segmento de reta PQ que não
seja paralelo ao plano P e nem esteja contido neste plano Volume de um “cilindro”
P. Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área
Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos da base pela altura.
congruentes e paralelos a PQ com uma extremidade no V = Abase × h
círculo. Se a base é um círculo de raio r, então:
Observamos que um cilindro é uma superfície no es- V = r2 h
paço R3, mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro
com a região sólida contida dentro do cilindro. Quando Áreas lateral e total de um cilindro circular reto
nos referirmos ao cilindro como um sólido usaremos aspas, Quando temos um cilindro circular reto, a área lateral
isto é, “cilindro” e quando for à superfície, simplesmente é dada por:
escreveremos cilindro. Alat = 2 r h
A reta que contém o segmento PQ é denominada ge- onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro.
ratriz e a curva que fica no plano do “chão” é a diretriz. Atot = Alat + 2 Abase
Atot = 2 r h + 2 r2
Atot = 2 r(h+r)

Exercícios

1. Dado o cilindro circular equilátero (h = 2r), calcular a


área lateral e a área total.

2. Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e al-


tura 3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume.
Em função da inclinação do segmento PQ em relação
ao plano do “chão”, o cilindro será chamado reto ou oblí- 3. As áreas das bases de um cone circular reto e de um
quo, respectivamente, se o segmento PQ for perpendicular prisma quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura
ou oblíquo ao plano que contém a curva diretriz. 12 cm e volume igual ao dobro do volume do cone. Deter-
minar a altura do cone.
Objetos geométricos em um “cilindro”
Num cilindro, podemos identificar vários elementos: 4. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro
- Base É a região plana contendo a curva diretriz e todo de uma lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio R e mes-
o seu interior. Num cilindro existem duas bases. ma altura h da casquinha. Qual é o volume do espaço (va-
- Eixo É o segmento de reta que liga os centros das zio) compreendido entre a lata e a casquinha de sorvete?
bases do “cilindro”.
- Altura A altura de um cilindro é a distância entre os Respostas
dois planos paralelos que contêm as bases do “cilindro”.
- Superfície Lateral É o conjunto de todos os pontos 1) Solução: No cilindro equilátero, a área lateral e a
do espaço, que não estejam nas bases, obtidos pelo deslo- área total é dada por:
camento paralelo da geratriz sempre apoiada sobre a curva
diretriz. Alat = 2 r. 2r = 4 r2
- Superfície Total É o conjunto de todos os pontos Atot = Alat + 2 Abase
da superfície lateral reunido com os pontos das bases do Atot = 4 r2 + 2 r2 = 6 r2
cilindro. V = Abase h = r2. 2r = 2 r3
- Área lateral É a medida da superfície lateral do ci-
lindro.
- Área total É a medida da superfície total do cilindro.
- Seção meridiana de um cilindro É uma região poli-
gonal obtida pela interseção de um plano vertical que pas-
sa pelo centro do cilindro com o cilindro.

70
MATEMÁTICA

2) Solução: Cálculo da Área lateral Alat = 2 r h = 2


2.3 = 12 cm2
Cálculo da Área total Atot = Alat + 2 Abase Atot = 12 + 2
22 = 12 + 8 = 20 cm2
Cálculo do Volume V = Abase × h = r2 × h V = 22 ×
3 = × 4 × 3 = 12 cm33
3) Solução:
hprisma = 12
Abase do prisma = Abase do cone = A
Vprisma = 2 Vcone
A hprisma = 2(A h)/3
12 = 2.h/3
h =18 cm Portanto,

4) Solução: Tipos de Matriz

V = Vcilindro - Vcone Matriz linha


V = Abase h - (1/3) Abase h
V = Pi R2 h - (1/3) Pi R2 h Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma
V = (2/3) Pi R2 h cm3 única linha.
Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.

Matriz coluna
MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS
Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma
LINEARES
única coluna.

Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.


Matriz
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda
tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
Matriz quadrada
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus
elementos entre parênteses ou entre colchetes como, por
Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui
exemplo, a matriz A de ordem 2x3.
número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
n e indica-se por An. Exemplo:

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de
seus elementos por uma letra minúscula acompanhada Diagonais
de dois índices: o primeiro indica a linha a que pertence Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
o elemento: o segundo indica a coluna a que pertence o (a11, a22, a33,..)
elemento, isto é, o elemento da linha i e da coluna j é in- Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
dicado por ij. que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

71
MATEMÁTICA

Matriz diagonal

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz diagonal se, e somen-
te se, todos os elementos que não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz identidade se, e somente se, os elementos da diagonal
principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Matriz nula

É chamada matriz nula se, e somente se, todos os elementos são iguais a zero.

Matriz Transposta

Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz transposta de A a matriz do tipo n x m.

Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:

, portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, C=A+(-
-B).

72
MATEMÁTICA

Multiplicação de um número por uma matriz Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Considere: Logo,

Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.

Cálculo do determinante
Determinante de ordem 1
Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)


mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim Determinante de ordem 2
obtidos.
Dada as matrizes:
Dada a matriz
O determinante é dado por:

Determinante de ordem 3
Regra 1:

Repete a primeira e a segunda coluna

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B


é chamada inversa de A se, e somente se,

Regra 2

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

Solução
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
Seja
a21 a33 - a32 a23 a11

73
MATEMÁTICA

Sistema de equações lineares Matriz Associada a um Sistema Linear


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas. Dado o seguinte sistema:

Matriz incompleta

Em que: Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois


Sistema Linear 2 x 2

Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equa-


ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
mente. Como não existe outro par que satisfaça simultane-
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo: amente as duas equações, dizemos que esse sistema é
SPD(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma úni-
ca solução.
a1 x + b1 y = c1 2. Sistema Possível e Indeterminado

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3


esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3),
(2,2), (3,1) e etc. 

Sistemas Lineares equivalentes 3. Sistema Impossível

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente


as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto tanto é impossível.
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequ- Sistema Escalonado
ência ordenada de números reais que verifica, simultane- Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as
amente, todas as equações do sistema. incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
todas as sequências ordenadas de números reais que satis- ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação
façam as equações do sistema. anterior.

74
MATEMÁTICA

Exemplo - Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.


Sistema 2x2 escalonado. - Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.

Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-


nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um. Exemplos

- Discutir, em função de a, o sistema:

x + 3 y = 5

Sistema 2x3 2 x + ay = 1

Resolução

1 3
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
D= = a−6
Podemos transformar qualquer sistema linear em um 2 a
outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
tares, realizadas com suas equações: D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di- Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
ferente de 0. Para a ≠ 6, temos:
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
cionar o resultado a outra equação.
Exemplo x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Que é um sistema impossível.


Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é Assim, temos:
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer
Consideramos os sistema . Suponhamos
Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta desse sis-
Multiplicando a equação por -2:
tema é , cujo determinante é indicado por D =
ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de


Somando as duas equações: y) pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos
,cujo determinante é indicado por Dy = af – ce.

Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e


Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
ro de Incógnitas considerando a matriz , cujo determinante é indi-
cado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
Quando o sistema linear apresenta nº de equações
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
ficientes (incompleta), e:

75
MATEMÁTICA

Questões

01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz
C que representa a soma da matriz A e B, ou seja, C = A + B:

04. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de


(D)
Posturas – MSCONCURSOS/2017) Sejam as matrizes
. A matriz A-B é igual a

02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C
que representa a subtração da matriz A e B, ou seja, C =
A - B.

05. (UNITINS – Assistente Administrativo – UNI-

TINS/2016) Sejam os determinantes das matrizes

O valor de x²-2xy+y² é
igual a
(A) 8
(B) 6
(C) 4
(D) 2
(E) 0

03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
IBFC/2017) Dada a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da ma-
que representa o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B. triz é 10, então o determinante da matriz

é:

76
MATEMÁTICA

(A) -20 (C) S={(4,0,6)}


(B) -10 (D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(C) 3 (E) Sistema sem solução.
(D) 20
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
07. (PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI- TEC/2015) A solução do sistema linear é:
SUL/2016) Considere
(A) S={(4, ¼)}
(B) S={(3, 3/2 )}
Assinale a alternativa CORRETA: (C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )}
(A) A + B = 20 (E) S={(1,3/2 )}
(B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2 13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE-
(D) A/B +1 =23 PE/2015) O sistema linear é possível e inde-
(E) 3A -2B + 9 = 25 terminado se:
(A) m ≠ 2 e n = 2 .
(B) m ≠ 1/2 e n = 2 .
08. (PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS-
(C) m = 2 e n = 2 .
TITUTO EXCELÊNCIA/2016) Dada a matriz , (D) m = 1/2 e n = 2 .
(E) m = 1/2 e n ≠ 2 .
assinale a alternativa que tenha respectivamente os núme-
ros dos elementos a12, a23, a33 e a35. Respostas
(A) 0, 0, 7, 5.
(B) 0, 7, 7, 5. 01. Resposta: E.
(C) 6, 7, 0, 0.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. Resposta: E.
09. (MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015)
Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem
e , então o valor do determinante da ma-
triz C = A + B é igual a: 03. Resposta: E.
(A) -2
(B) 2
(C) 6
(D) -6
04. Resposta: A.
10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:

05. Resposta:C.
detA=15+10+4x+6+2x-50=-19
Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B = 6x=0
C, o valor da variável “a” deverá ser: X=0
(A) um número inteiro, ímpar e primo.
(B) um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5 detB=0+40-y-0-12y+6=72
(C) um número racional, par, maior que 5 e menor que -13y=26
10. Y=-2
(D) um número natural, impar, maior que 1 e menor X²-2xy+y²=0²-0+4=4
que 5.
06. Resposta: A.
11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015) Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
A solução do seguinte sistema linear é: Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
(A) S={(0,2,-5)} Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
(B) S={(1,4,1)} minante: 10.2.-1=-20

77
MATEMÁTICA

07. Resposta: B. Substituindo na I


Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta 5+z+2(13+2z)+z=10
multiplicar os números da diagonal principal: 5+z+26+4z+z=10
detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24 6z=10-31
6z=-21
A matriz B, devemos multiplicar os números da dia- Z=-21/6
gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando Z=-7/2
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
de fazer a diagonal secundária) X=5+z
detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
19=20(F)

(B) A-3B²=-51
24-3⋅(-5)²=-51 12. Resposta: A.
24-75=-51
-51=-51(V)

08. Resposta: A.
A12=0
A23=0
A33=7
A35=5

09. Resposta: D.
Somando as duas equações:
144y=36

-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
10. Resposta: A. X=4

13. Resposta: D.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0

D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0
7m+3-9m-2=0
-2m=-1
m=1/2
a+2=9
a=7

11. Resposta: D.
Da II equação tiramos:
X=5+z (n-4+9)-(-3+6+2n)=0
n+5-2n-3=0
Da III equação: -n=-2
Y=13+2z n=2

78
MATEMÁTICA

Termo Geral da PA
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA da seguinte forma:

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se- Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
gundo por a2, e o n-ésimo por an. primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade.
Termo Geral de uma Sequência
Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição. Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n) Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA. Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é igual à soma dos extremos.

Soma dos Termos


Exemplo Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per-
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética.

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior.

Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
igual à soma dos extremos. meiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados
para solucionar a questão:

79
MATEMÁTICA

- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto


ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de igual à posição do termo menos uma unidade.
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

2º Caso: q≠1

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Exemplo
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multipli-
a) A soma dos 6 primeiros termos
cando o anterior por uma constante q, chamada razão da PG.
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Exemplo mos seja 29524
Dada a sequência: (4, 8, 16)
Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1. b)
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an-
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.

80
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
Infinita dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
1º Caso:-1<q<1 equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
(B) 36
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a (C) 32
série é convergente. (D) 28
(E) 24
2º Caso:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- 05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
rie é divergente de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
3º Caso: havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
Também não possui soma finita, portanto divergente 374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
Produto dos termos de uma PG finita (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.
Questões
06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri- sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
é igual a
(A) 42.
(B) 31.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé-
(C) 33.
trica?
(D) 39.
(E) 36.
(A) 1
(B) 3
07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
(C) 27
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
(D) 39
(23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
(E) 40
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Para (A) 137
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão (B) 455
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, (C) 500
o valor de (D) 515
(A) -0,5. (E) 680
(B) 1,5.
(C) 2. 08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(D) 4. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(E) 6. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438
03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (B) 512
sor – FGV/2017) O valor da expressão (C) 256
(D) 128
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
(A)2014; DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
(B) 2016; mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após
(C) 2018; 1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
(D) 2020; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
(E) 2022. seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
barreira de 1.000 seguidores após:

81
MATEMÁTICA

(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias.
(E) 61 dias. Para a sequência par:
-2016=-2+(n-1)⋅(-2)
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- -2016=-2-2n+2
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir 2n=2016
determine o sexto termo da sequência: N=1008
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81.
(D) 69.
(E) 49.
1018081-1017072=1009
Respostas 2⋅1009=2018

01.Resposta: A. 04. Resposta: A.


Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 PA


primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos (12,16,...)
o 4º termo. R=16-12=4

02. Resposta: B.
Para ser uma PA:
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1) =48
X²-1-4x+1=x-4-x²+1
X²+x²-4x-x-3=0 05. Resposta: E.
2x²-5x-3=0
∆=25-24=1

A1=374-320
A1=54

06. Resposta: B.
Observe os números em negrito:
03. Resposta: C. 9, 11, 13, 15,...
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
números ímpares. meros.
Os termos pares formam uma PA de razão -2 Ou seja, o 9 está na posição 5
Vamos descobrir quantos termos há: O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
2017=1+(n-1)⋅2 Seguindo os termos:
2017=1+2n-2 25º termo é o 17
2017=-1+2n 30º termo é 19
2n=2018 Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
n=1009 des
O 31º termo é o 17.
14+17=31

82
MATEMÁTICA

07. Resposta: D. Desconto


Observe a razão: 29-23=6 No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
A83=a1+82r cação será:
A83=23+82⋅6     Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na
A83=23+492 forma decimal)
A83=515     Veja a tabela abaixo:
Fator de
Desconto
08. Resposta: C. Multiplicação
Q=2 10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-


09. Resposta: C. mos: 
1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n
N=59 Chamamos de lucro em uma transação comercial de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
10. Resposta: C. preço de custo.
A sequência tem como base os quadrados perfeitos Lucro=preço de venda -preço de custo
14, 13, 12, 11, 10, 9
Portanto o 6º termo é o 9²=81 Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
de duas formas:

PORCENTAGEM

Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,


seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala
em máquinas de calcular, etc. de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
Os acréscimos e os descontos é importante saber por- o menor valor possível para x é igual a
que ajuda muito na resolução do exercício. (A) 8.
(B) 15.
Acréscimo (C) 10.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter- (D) 6.
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi- (E) 12.
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim Resolução
por diante. Veja a tabela abaixo: 45------100%
X-------60%
X=27
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10 O menor número de meninas possíveis para ter gripe
15% 1,15 é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
20% 1,20 meninas estão.
47% 1,47
67% 1,67
 
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
mos:  Resposta: C.

83
MATEMÁTICA

Questões

01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias, ce recebessem, respectivamente,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida- (A) o bracelete, os brincos e o colar.
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(A) R$1120,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(B) R$1056,00
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
(C) R$960,00
(D) R$864,00
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen- 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio passou a ser 3/ 4 da largura original.
nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma original, a área do novo retângulo:
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes- (A) foi aumentada em 50%.
ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução (B) foi reduzida em 50%.
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de (C) aumentou em 25%.
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, (D) diminuiu 25%.
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate (E) foi reduzida a 15%.
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
(B) 28%. GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
(C) 63%. editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
(D) 41%. tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
(E) 80%. estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra.
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30%
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- ções, qual será o lucro obtido por unidade?
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de (A) R$ 4,20.
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante. (B) R$ 5,46.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam (C) R$ 10,70.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
diram fazer a partilha do seguinte modo: gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um (B) R$ 112,50 reais
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- (C) R$ 127,50 reais
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao (D) R$ 97,50 reais
valor total da herança. (E) R$ 90 reais

− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas 07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
avaliações. NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da 10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
herança toda ou mais. te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
joias foi a seguinte: 2018 é, em milhões de reais, igual a

84
MATEMÁTICA

(A) 200. 03. Resposta: D.


(B) 203. Clarice obviamente recebeu o brinco.
(C) 195. Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
(D) 190. acima de 30% e André recebeu o bracelete.
(E) 198.
04. Resposta: B.
08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- A=b⋅h
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
Preço: Portanto foi reduzida em 50%
Aproveite a Promoção! 05. Resposta: D.
Forno Micro-ondas Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
De R$ 720,00
valor:
Por apenas R$ 504,00
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
Nessa oferta, o desconto é de:
42⋅1,3=54,60
(A) 70%.
(B) 50%. Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
(C) 30%.
(D) 10%. 06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- 150⋅0,65=97,50
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento 07. Resposta: C.
no preço dessa caixa de bombom foi de: Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(A) 30%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(B) 25%. previsão de
(C) 20%. 180-----90%
(D) 15% x---------100
x=200
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de 380----95
12 tanques menores, idênticos e cheios. x----100
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% x=400 milhões
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
de 780/4trimestres=195 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores 08. Resposta: C.
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores

Respostas
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: 09. Resposta: B.
960⋅1,1=1056 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
02. Resposta: E. 8,6x=10,75-8,6
63/35=1,80 8,6x=2,15
Portanto teve um aumento de 80%. X=0,25=25%

85
MATEMÁTICA

10. Resposta: D. J = juros


50% maior quer dizer que ficou 1,5 M=C+C.i.n
Quantidade de tanque: x M=C(1+i.n)
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques Juros Simples
1,5x=12 Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
X=8 pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
mente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem-
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
po de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
Matemática Financeira J = C i n, onde:
A Matemática Financeira possui diversas aplicações J = juros
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre- C = capital inicial
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos i = taxa de juros
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, mestre, ano...)
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti- aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em- seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta- semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A períodos.
essa diferença damos o nome de juros. Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Capital Outro ponto importante é saber que essa fórmula
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera- pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi- souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
nanceiras). obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
Taxa de juros e Tempo
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga Exemplo
ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
seguida da especificação do período de tempo a que se queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
refere: pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). estava cobrando nessa operação era de:
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a (A) 5,0%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem (B) 5,9%
o símbolo %: (C) 7,5%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). (D) 10,0%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) (E) 12,5%
Resposta Letra “e”.
Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
do  Capital Inicial com o juro produzido em determina- a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
do tempo.  R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para Aplicando a fórmula M = C + J:
resolver questões. 45 = 40 + J
M=C+J J=5
M = montante Aplicando a outra fórmula J = C i n:
C = capital inicial 5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5%

86
MATEMÁTICA

Juros Compostos 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-


o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para seu pai
inicial e passa a render juros também. após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
Quando usamos juros simples e juros compostos? (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
 A maioria das operações envolvendo dinheiro uti- (D) R$ 3.120,00.
liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e (E) R$ 1.880,00.
longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta 03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses e
os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, com
ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capitaliza-
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
ção simples, é de
de desconto simples de duplicatas.
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
O cálculo do montante é dado por:
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
Exemplo 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O valor
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação dos juros simples em uma aplicação financeira de $ 3.000,00
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é igual a:
C=25000 (A) $ 360,00
i=25%aa=0,25 (B) $ 240,00
i=72 meses=6 anos (C) $ 120,00
(D) $ 480,00

05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci-


ários- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
M=C+J (E) R$ 1.960,00.
J=95367,50-25000=70367,50
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$
Questões
9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi-
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições: (A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00; (B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga- (C) 5,5%
mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data (D) 6%
da compra. (E) 7%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de 07. (UFES – Assistente em Administração –
(A) 1,06% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(B) 2,96% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
(C) 0,53% a.m. capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
(D) 3,00% a.m. Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
(E) 6,00% a.m. valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
C0, é

87
MATEMÁTICA

(A) 30 com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias


(B) 32 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
(C) 34 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
(D) 36 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
(E) 38 vos, foi, em reais,
(A) 163.909,00.
08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário – (B) 163.500,00.
(C) 154.500,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
(D) 159.135,00.
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de 13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos-
O valor total do pagamento foi: tos de 10% ao ano, será igual a
(A) R$ 542,00; (A) R$ 26.000,00.
(B) R$ 546,00; (B) R$ 28.645,00.
(C) R$ 548,00; (C) R$ 29.282,00.
(D) R$ 552,00; (D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 554,00. (E) R$ 28.086,00.

09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU- 14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-


TO AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma
renda fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros
compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca-
compostos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O
doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista valor recebido de juros ao final do período foi de
era igual a (A) R$ 10.016,00.
(A) R$ 1200,00. (B) R$ 15.254,24.
(B) R$ 1750,00. (C) R$ 16.361,26.
(C) R$ 1000,00. (D) R$ 18.000,00.
(D) R$ 1600,00. (E) R$ 19.561,82.
(E) R$ 1250,00.
15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor de juros desse empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano
pago foi de
(B) 5 % ao ano
(A) R$ 970,00. (C) 5,55 % ao ano
(B) R$ 777,00. (D) 150% ao ano
(C) R$ 762,00. (E) 50% ao ano
(D) R$ 800,00.
(E) R$ 840,00. Respostas

11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em 01. Resposta: D.


15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu J=500+1484-1900=84
imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente, C=1900-500=1400
resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em J=Cin
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A 84=1400.i.2
uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital, I=0,03=3%
sabendo-se que a capitalização é mensal:
02. Resposta: B.
(A) R$ 2.985,13
J=Cin
(B) R$ 2.898,19 J=23500⋅0,04⋅3
(C) R$ 3.074,68 J= 2820
(D) R$ 2.537,36
(E) R$ 2.575,00 03. Resposta: D.
J=Cin
12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. J=10000⋅0,01⋅6=600
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo M=C+J
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo M=10000+600=10600

88
MATEMÁTICA

04. Resposta: A. 13. Resposta: C.


2 trimestres=6meses M=C(1+i)t
J=Cin M=20000(1+0,1)4
J=3000⋅0,02⋅6 M=20000⋅1,4641=29282
J=360
14. Resposta: E.
05. Resposta: E. J=Cin
4meses=1/3ano J=10000⋅0,015⋅12=18000
M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09⋅1/3) Não, ninguém viu errado.
2018,80=C+0,03C Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
1,03C=2018,80 tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
C=1960 posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
06. Resposta: E. vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
M=C(1+in) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
9200=5000(1+12i) mesmo.
9200=5000+60000i
4200=60000i 15. Resposta: E.
I=0,07=7% M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
07. Resposta: C. 180000=120000+120000i
M=C(1+in) 60000=120000i
Cn=Co(1+0,03n) i=0,5=50%
2Co=Co(1+0,03n)
2=1+0,03n
1=0,03n
N=33,33 TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
Ou seja, maior que 34 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
08. Resposta: C.
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18) Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
M=510(1+0,072)=546,72 a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
09. Resposta: A. no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
M=C(1+in) a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
1500=C(1+0,25x1) capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
1500=C(1,25) de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
C=1500/1,25 pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
C=1200 de 12,68% ao ano.

10. Resposta: E. Taxa Nominal


M=C(1+in) A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan-
M=750(1+0,12) ceira pode ser calculada pela expressão:
M=750x1,12=840 Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
timo
11. Resposta: A.
D junho a dezembro: 6 meses Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
M=C(1+i)t deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário
M=2500(1+0,03)6 de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
M=2500⋅1,194=2985 Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
12. Resposta: A.
90 dias=3 meses Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=C(1+i)t fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
M=150000(1+0,03)3 nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi-
M=150000⋅1,092727=163909,05 cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de
Desprezando os centavos: 163909 empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc.

89
MATEMÁTICA

Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio- NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
não são apresentados de uma maneira clara. utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- M = c (1 + i)n
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297
através de outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, M = 1.185,29
taxa efetiva.  
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; Conclusões:
isto é, a taxa efetiva? - A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Vamos acompanhar através do exemplo cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
sempre ao ano!
Taxa Efetiva - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é equivalente mensal (0,949 % a.m.).
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: - Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
Respostas e soluções: se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
capitalizado com a taxa anual. cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de convenção de taxa equivalente.
duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi-
valente mensal. Taxa Equivalente
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
12): 12%/12 = 1% a.m. mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli- muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo,
cada nesse mesmo capital). somos apenas informados da taxa mensal de juros e não
  tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe-
Cálculo da taxa equivalente mensal: ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos
fornece a equivalência de duas taxas é: 
1 + ia = (1 + ip)n, onde: 
ia = taxa anual 
onde: ip = taxa período
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero n: número de períodos 
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero Observe alguns cálculos: 
t : prazo que eu tenho
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 
  1 + ia = (1 + 0,02)12 
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682 
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 1,2682 – 1 
tiva mensal ia = 0,2682 
ia = 26,82% 
a) pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de
M = c (1 + i)n 26,82%. 
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
  anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
b) pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e
M = c (1 + i)n corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296 temos que levar em conta o andamento dos juros compos-
M = 1.185,29 tos (juros sobre juros). 

90
MATEMÁTICA

Taxa Real
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser
inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital
P é aplicado por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital
corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então
escrever: S1 = S2 (1 + r)
Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que:
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes.
Exemplo
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com
$150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real deste
empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 = 25%
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.

Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%,
qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%

Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois
prazos:
- o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO, 2001).

Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são ditas proporcionais quando seus valores e seus respecti-
vos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos

Prestação = amortização + juros

Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.

Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mes-
mo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

91
MATEMÁTICA

Pagamento único
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma
fórmula do montante:

Nos juros simples:

M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - - -
100.000,00

1 - -
3.000,00 103.000,00

2 - -
3.000,00 106.000,00

3 109.000,00 -
3.000,00 100.000,00
Nos juros compostos:

Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 -
3.182,70 100.000,00 109.272,70

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo

92
MATEMÁTICA

i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - -
- 100.000,00

1 32.353,04
3.000,00 35.353,04 67.646,96

2 33.323,63
2.029,41 35.353,04 34.323,33

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Amortiza-
n Juros Prestação Saldo devedor
ção
0 - - - 100.000,00

1 3.000,00 67.156,81
32.843,19 35.843,19

2 2.014,70 33.828,32
33.328,49 35.343,19

3 1.014,87 -
33.828,32 34.843,19

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros

93
MATEMÁTICA

n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

Amorti- Presta- Saldo


n Juros
zação ção devedor

0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00

1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66

2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63

3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000

94
MATEMÁTICA

9 10400 400 10000 30000


10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.
Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

95
MATEMÁTICA

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.
Referências

Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_


matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

96
MATEMÁTICA

Nos juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)


Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
A1 = PMT . (1- i)n-1

97
MATEMÁTICA

A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante. Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um
empréstimo por prestações que incluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

98
MATEMÁTICA

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Questões

01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3 con-
cessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva-
mente.

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel
(A) a melhor proposta é a 1, apenas.
(B) a melhor proposta é a 2, apenas.
(C) a melhor proposta é a 3, apenas.
(D) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
(E) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes.

02. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um empréstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a instituição
financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o devedor decidir
liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se os centavos, é,
em reais,
(A) 3.846,00.
(B) 3.883,00.
(C) 3.840,00.
(D) 3.880,00.

(E) 3.845,00.

03. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa comprou
um vídeo game de última geração em uma loja, parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, sem entrada.
Sabendo-se que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores estão arredondados
e que: (1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428
0,4258/0,0428 = 9,95
O valor do vídeo game era de:
(A) R$ 1.393
(B) R$ 1.820

99
MATEMÁTICA

(C) R$ 1.680 (A) 6,2302%.


(D) R$ 1.178 (B) 6,3014%.
(E) R$ 1.423 (C) 6,1385%.
(D) 6,2463%.
04. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in- (E) 6,1208%.
vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação 08. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um
no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune- banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
(A) 5,00%. prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
(B) 6,00%. ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada
(C) 5,22%. para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
(D) 5,00% (negativo). ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
(E) 4,55%. Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
05. (TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em- (B) inferior a R$ 30.000.
presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 (C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo (D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao (E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a 09. (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-
empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins- te fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco
tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O ABC em 31/12/2013 para reaplicar em um investimento
custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti- em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era
mo, foi de 10% ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de
(A) 7,70%. caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
(B) 6,09%. 31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00
(C) 7,62%. e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da em-
(D) 6,00%. presa foi de R$ 1.331,00.
(E) 7,16%. O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa,
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de:
(A) R$ 1.100,00
06. (TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia. (B) R$ 1.000,00
Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo (C) R$ 2.210,00
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a (D) R$ 2.331,00
vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual
de revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que
10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um
os fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento
comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-
ao final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e
ta de compra de material para sua empresa no valor de
R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni-
R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa
precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
(A) apresenta valor presente líquido positivo.
parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter-
(B) apresenta valor presente líquido negativo.
mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran-
(C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10%
do que o Sistema de financiamento usado é o SAC.
a.a.
(A) R$ 533,33
(D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati-
(B) R$ 733,33
vidade de 10% a.a.. (C) R$ 653,33
(E) é economicamente viável à taxa mínima de atrativi- (D) R$ 560,00
dade de 12% a.a.. (E) R$ 546,67
Respostas
07. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa 01. Resposta: B.
nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização Concessionária 1
mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a

100
MATEMÁTICA

06. Resposta: B.
VPL = valor presente das entradas – valor presente das
saídas

Concessionária 2

07. Resposta: E.
Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita-
Concessionária 3 lização mensal
6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%

02. Resposta: B. 08. Resposta: E.


SD=100000
A=100000/4=25000
J=(100000-25000)⋅0,1
J=7500
03. Resposta: A. P=A+J
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente, P=25000+7500=32500
usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
fixas:
09. Resposta: B.

10. Resposta: E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66

04. Resposta: C.
Sendo i a taxa de juros nominal SISTEMA MONETÁRIO BRASILEIRO;
R a taxa de juros real
J a taxa de juros de inflação
1+i=(1+r)(1+j)
(1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15) Sistema Monetário Nacional
1,1²=(1+r) ⋅1,15
1,21=1,15+1,15r O primeiro dinheiro do Brasil foi à moeda-mercadoria.
0,06=1,15r Durante muito tempo, o comércio foi feito por meio da
R=0,05217≅0,0522=5,22% troca de mercadorias, mesmo após a introdução da moeda
de metal.
05. Resposta: A. As primeiras moedas metálicas (de ouro, prata e cobre)
M=C(1+i)t chegaram com o início da colonização portuguesa. A unida-
M=100000(1+0,03)²=106090 de monetária de Portugal, o Real, foi usada no Brasil duran-
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en- te todo o período colonial. Assim, tudo se contava em réis
tão 99000 (plural popular de real) com moedas fabricadas em Portugal
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620 e no Brasil. O Real (R) vigorou até 07 de outubro de 1833.
106620=99000(1+i) De acordo com a Lei nº 59, de 08 de outubro de 1833, en-
106620=99000+99000i trou em vigor o Mil-Réis (Rs), múltiplo do real, como unidade
7620=99000i monetária, adotada até 31 de outubro de 1942.
I=0,0769=7,69% No século XX, o Brasil adotou nove sistemas monetá-
rios ou nove moedas diferentes (mil-réis, cruzeiro, cruzeiro
novo, cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro
real, real).

101
MATEMÁTICA

Por meio do Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de ceira de liquidez, bem como os juros. Além disso, super-
1942, uma nova unidade monetária, o cruzeiro – Cr$ veio visionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a
substituir o mil-réis, na base de Cr$ 1,00 por mil-réis. política cambial e representava o País junto a organismos
A denominação “cruzeiro” origina-se das moedas de internacionais.
ouro (pesadas em gramas ao título de 900 milésimos de O Banco do Brasil executava as funções de banco do
metal e 100 milésimos de liga adequada), emitidas na for- governo, e o Tesouro Nacional era o órgão emissor de pa-
ma do Decreto nº 5.108, de 18 de dezembro de 1926, no pel-moeda.
regime do ouro como padrão monetário.
O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de 1965, trans- Cruzeiro
formou o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro novo – NCr$, na base
de NCr$ 1,00 por Cr$ 1.000. A partir de 15 de maio de 1970 1000 réis = Cr$1(com centavos) 01.11.1942
e até 27 de fevereiro de 1986, a unidade monetária foi no- O Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942
vamente o cruzeiro (Cr$). (D.O.U. de 06 de outubro de 1942), instituiu o Cruzeiro
Em 27 de fevereiro de 1986, Dílson Funaro, ministro da como unidade monetária brasileira, com equivalência a um
Fazenda, anunciou o Plano Cruzado (Decreto-Lei nº 2.283, mil réis. Foi criado o centavo, correspondente à centésima
de 27 de fevereiro de 1986): o cruzeiro – Cr$ se transformou parte do cruzeiro.
em cruzado – Cz$, na base de Cz$ 1,00 por Cr$ 1.000 (vi-
gorou de 28 de fevereiro de 1986 a 15 de janeiro de 1989). Exemplo: 4:750$400 (quatro contos, setecentos e cin-
Em novembro do mesmo ano, o Plano Cruzado II tentou quenta mil e quatrocentos réis) passou a expressar-se Cr$
novamente a estabilização da moeda. Em junho de 1987, 4.750,40 (quatro mil setecentos e cinquenta cruzeiros e
Luiz Carlos Brésser Pereira, ministro da Fazenda, anunciou quarenta centavos)
o Plano Brésser: um Plano Cruzado “requentado” avaliou
Mário Henrique Simonsen. Cruzeiro
Em 15 de janeiro de 1989, Maílson da Nóbrega, minis-
tro da Fazenda, anunciou o Plano Verão (Medida Provisória (sem centavos) 02.12.1964
nº 32, de 15 de janeiro de 1989): o cruzado – Cz$ se trans- A Lei nº 4.511, de 01de dezembro de1964 (D.O.U. de
formou em cruzado novo – NCz$, na base de NCz$ 1,00 02 de dezembro de 1964), extinguiu a fração do cruzei-
por Cz$ 1.000,00 (vigorou de 16 de janeiro de 1989 a 15 de ro denominada centavo. Por esse motivo, o valor utilizado
março de 1990). no exemplo acima passou a ser escrito sem centavos: Cr$
Em 15 de março de 1990, Zélia Cardoso de Mello, mi- 4.750 (quatro mil setecentos e cinquenta cruzeiros).
nistra da Fazenda, anunciou o Plano Collor (Medida Pro-
visória nº 168, de 15 de março de 1990): o cruzado novo Cruzeiro Novo
– NCz$ se transformou em cruzeiro – Cr$, na base de Cr$
1,00 por NCz$ 1,00 (vigorou de 16 de março de 1990 a 28 Cr$1000 = NCr$1(com centavos) 13.02.1967
de julho de 1993). Em janeiro de 1991, a inflação já passava O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de1965 (D.O.U.
de 20% ao mês, e o Plano Collor II tentou novamente a de 17 de novembro de 1965), regulamentado pelo Decreto
estabilização da moeda. nº 60.190, de 08 de fevereiro de1967 (D.O.U. de 09 de fe-
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de1993, vereiro de 1967), instituiu o Cruzeiro Novo como unidade
transformou o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro real – CR$, na monetária transitória, equivalente a um mil cruzeiros anti-
base de CR$ 1,00 por Cr$ 1.000,00 (vigorou de 29 de julho gos, restabelecendo o centavo. O Conselho Monetário Na-
de 1993 a 29 de junho de 1994). cional, pela Resolução nº 47, de 08 de fevereiro de 1967,
Em 30 de junho de 1994, Fernando Henrique Cardoso, estabeleceu a data de 13.02.67 para início de vigência do
ministro da Fazenda, anunciou o Plano Real: o cruzeiro real novo padrão.
– CR$ se transformou em real – R$, na base de R$ 1,00 por
CR$ 2.750,00 (Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de Exemplo: Cr$ 4.750 (quatro mil, setecentos e cinquen-
1994, convertida na Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995). ta cruzeiros) passou a expressar-se NCr$ 4,75(quatro cru-
O artigo 10, I, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de zeiros novos e setenta e cinco centavos).
1964, delegou ao Banco Central do Brasil competência para Cruzeiro
emitir papel-moeda e moeda metálica, competência exclu-
siva consagrada pelo artigo 164 da Constituição Federal de De NCr$ para Cr$ (com centavos) 15.05.1970
1988. A Resolução nº 144, de 31 de março de 1970 (D.O.U. de
Antes da criação do BCB, a Superintendência da Moeda 06 de abril de 1970), do Conselho Monetário Nacional, res-
e do Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil e o Tesouro Na- tabeleceu a denominação Cruzeiro, a partir de 15 de maio
cional desempenhavam o papel de autoridade monetária. de 1970, mantendo o centavo.
A SUMOC, criada em 1945 e antecessora do BCB, tinha
por finalidade exercer o controle monetário. A SUMOC fi- Exemplo: NCr$ 4,75 (quatro cruzeiros novos e seten-
xava os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos ta e cinco centavos) passou a expressar-se Cr$ 4,75(quatro
comerciais, as taxas do redesconto e da assistência finan- cruzeiros e setenta e cinco centavos).

102
MATEMÁTICA

Cruzeiros Cruzeiro Real

(sem centavos) 16.08.1984 Cr$ 1000 = CR$ 1 (com centavos) 01.08.1993


A Lei nº 7.214, de 15 de agosto de 1984 (D.O.U. de A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de 1993
16.08.84), extinguiu a fração do Cruzeiro denominada cen- (D.O.U. de 29 de julho de 1993), convertida na Lei nº 8.697,
tavo. Assim, a importância do exemplo, Cr$ 4,75 (quatro de 27 de agosto de 1993 (D.O.U. de 28 agosto de 1993),
cruzeiros e setenta e cinco centavos), passou a escrever-se instituiu o Cruzeiro Real, a partir de 01 de agosto de 1993,
Cr$ 4, eliminando-se a vírgula e os algarismos que a suce- em substituição ao Cruzeiro, equivalendo um cruzeiro real
diam. a um mil cruzeiros, com a manutenção do centavo. A Re-
solução nº 2.010, de 28 de julho de 1993, do Conselho
Monetário Nacional, disciplinou a mudança na unidade do
Cruzado
sistema monetário.
Exemplo: Cr$ 1.700.500,00 (um milhão, setecentos mil
Cr$ 1000 = Cz$1 (com centavos) 28.02.1986 e quinhentos cruzeiros) passou a expressar-se CR$ 1.700,50
O Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986 (um mil e setecentos cruzeiros reais e cinquenta centavos).
(D.O.U. de 28 de fevereiro de 1986), posteriormente subs-
tituído pelo Decreto-Lei nº 2.284, de 10 de março de 1986 Real
(D.O.U. de 11 de março de 1986), instituiu o Cruzado como
nova unidade monetária, equivalente a um mil cruzeiros, CR$ 2.750 = R$ 1(com centavos) 01.07.1994
restabelecendo o centavo. A mudança de padrão foi dis- A Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994
ciplinada pela Resolução nº 1.100, de 28 de fevereiro de (D.O.U. de 30 de junho de 1994), instituiu o Real como uni-
1986, do Conselho Monetário Nacional. dade do sistema monetário, a partir de 01 de julho de 1994,
com a equivalência de CR$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e
Exemplo: Cr$ 1.300.500 (um milhão, trezentos mil e cinquenta cruzeiros reais), igual à paridade entre a URV e
quinhentos cruzeiros) passou a expressar-se Cz$ 1.300,50 o Cruzeiro Real fixada para o dia 30 de junho de 1994. Foi
(um mil e trezentos cruzados e cinquenta centavos). mantido o centavo.
Como medida preparatória à implantação do Real, foi
Cruzado Novo criada a URV - Unidade Real de Valor - prevista na Medida
Provisória nº 434, publicada no D.O.U. de 28 de fevereiro
de 1994, reeditada com os números 457 (D.O.U. de 30 de
Cz$ 1000 = NCz$1 (com centavos) 16.01.1989
março de 1994) e 482 (D.O.U. de 29 de abril de 1994) e
A Medida Provisória nº 32, de 15 de janeiro de 1989
convertida na Lei nº 8.880, de 27 de maio de 1994 (D.O.U.
(D.O.U. de 16 de janeiro de 1989), convertida na Lei nº de 28 de maio de 1994).
7.730, de 31 de janeiro de 1989 (D.O.U. de 01 de fevereiro
de 1989), instituiu o Cruzado Novo como unidade do sis- Exemplo: CR$ 11.000.000,00 (onze milhões de cruzei-
tema monetário, correspondente a um mil cruzados, man- ros reais) passou a expressar-se R$ 4.000,00 (quatro mil
tendo o centavo. A Resolução nº 1.565, de 16 de janeiro reais).
de 1989, do Conselho Monetário Nacional, disciplinou a
implantação do novo padrão. Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetá-
ria do País responsável pela execução da política financeira
Exemplo: Cz$ 1.300,50 (um mil e trezentos cruzados e do governo. Cuida ainda da emissão de moedas, fiscaliza e
cinquenta centavos) passou a expressar-se NCz$ 1,30 (um controla a atividade de todos os bancos no País.
cruzado novo e trinta centavos).
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) -
Cruzeiro Órgão internacional que visa ajudar países subdesenvolvi-
dos e em desenvolvimento na América Latina. A organiza-
De NCz$ para Cr$ (com centavos) 16.03.1990 ção foi criada em 1959 e está sediada em Washington, nos
A Medida Provisória nº 168, de 15 de março de 1990 Estados Unidos.
(D.O.U. de 16 de março de 1990), convertida na Lei nº 8.024,
Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacio-
de 12 de abril de 1990 (D.O.U. de 13 de abril de 1990), res-
nal de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhe-
tabeleceu a denominação Cruzeiro para a moeda, corres- cido. Órgão internacional ligado a ONU, a instituição foi
pondendo um cruzeiro a um cruzado novo. Ficou mantido criada para ajudar países subdesenvolvidos e em desen-
o centavo. A mudança de padrão foi regulamentada pela volvimento.
Resolução nº 1.689, de 18 de março de 1990, do Conselho
Monetário Nacional. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Exemplo: NCz$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruza- Social (BNDES) - Empresa pública federal vinculada ao Mi-
dos novos) passou a expressar-se Cr$ 1.500,00 (um mil e nistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
quinhentos cruzeiros). que tem como objetivo financiar empreendimentos para o
desenvolvimento do Brasil.

103
MATEMÁTICA

- Área do quadrado MNPQ = área do quadrado RSVT


RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS E O + (área do triângulo RNS) . 4
TEOREMA DE PITÁGORAS;
- Área do quadrado DEFG = área do quadrado IELJ +
área do quadrado GHJK + (área do retângulo DIJH).2

“Relações Trigonométricas foi abordado no - Área do quadrado RSVT = a2


decorrer da matéria”
b.c
- Área do triângulo RNS =
TEOREMA DE PITÁGORAS 2
- Área do quadrado IELJ = c2
Em todo triângulo retângulo, o quadrado da medida
da hipotenusa é igual à soma dos quadrados da medida - Área do quadrado GHJK = b2
dos catetos.
- Área do retângulo DIJK = b.c

Como os quadrados MNPQ e DEFG têm áreas iguais,


podemos escrever:

 bc  2 2 2
a2+  . 4 =c +b + (bc) . 2
 2/ 
Demonstrando o teorema de Pitágoras a2 + 2bc = c2 + b2 + 2bc

Existem inúmeras maneiras de demonstrar o teorema Cancelando 2bc, temos:


de Pitágoras. Veremos uma delas, baseada no cálculo de
áreas de figuras geométricas planas. a2=b2+c2
Consideremos o triângulo retângulo da figura.
A demonstração algébrica do teorema de Pitágoras
será feita mais adiante.

Pense & Descubra

Um terreno tem a forma de um triângulo retângulo e


tem rente para três ruas: Rua 1, Rua 2 e Rua 3, conforme
nos mostra a figura. Calcule, em metros, o comprimento a
a = medida da hipotenusa da frente do terreno voltada para a rua 1.
b = medida de um cateto
c = medida do outro cateto

Observe, agora, os quadrados MNPQ e DEFG, que têm


a mesma área, pois o lado de cada quadrado mede (b+c).

104
MATEMÁTICA

De acordo com os dados do problema, temos b = 96 m e c = 180 m.

Aplicando o teorema de Pitágoras:


a2 = b2 + c2 a2 = 41616
a2 = (96)2 + (180)2 a = 41616
a2 = 9216 + 32400 a = 204

Então, a frente do terreno para a rua 1 tem 204 m de comprimento.


Teorema de Pitágoras no quadrado

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida d da diagonal e a
medida l do lado de um quadrado.

d= medida da diagonal
l= medida do lado

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retângulo ABC, temos:

d2=l2+l2 d= 2l 2
d2=2 l2 d=l 2
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida h da altura e a medida
l do lado de um triângulo equilátero.

l= medida do lado
h= medida da altura

^ e a mediana coincidem. Logo, H é ponto médio do lado BC .


No triângulo equilátero, a altura
No triângulo retângulo AHC, H é ângulo reto. De acordo com o teorema de Pitágoras, podemos escrever:

105
MATEMÁTICA

Exercícios resolvidos Mas pode me chamar de Hipotenusa.”


(Millôr Fernandes – Trinta Anos de Mim
1. O valor de x, em cm, no triângulo retângulo abaixo é: Mesmo)

A Incógnita se enganou ao dizer quem era. Para aten-


der ao Teorema de Pitágoras, deveria dar a seguinte res-
posta:
a) “Sou a soma dos catetos. Mas pode me chamar de
Hipotenusa.”
b) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me
chamar de Hipotenusa.”
c) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me
a) 10 chamar de quadrado da Hipotenusa.”
b) 11 d) “Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode
c) 12 me chamar de quadrado da Hipotenusa.”
d) 13
e) 14 5. (Fatec) O valor do raio da circunferência da figura é:
    
2. Uma empresa de iluminação necessita esticar um
cabo de energia provisório do topo de um edifício, cujo
formato é um retângulo, a um determinado ponto do solo
distante a 6 m, como ilustra a figura a seguir. O compri-
mento desse cabo de energia, em metros, será de:
a) 28
b) 14
c) 12
d) 10
e) 8

a) 7,5
b) 14,4
c) 12,5
d) 9,5
e) 10,0
3. (Fuvest) Um trapézio retângulo tem bases medindo
5 e 2 e altura 4. O perímetro desse trapézio é: 6. O valor do segmento desconhecido x no triângulo
a) 17 retângulo a seguir, é:
b) 16
c) 15
d) 14
e) 13

4. (UERJ) Millôr Fernandes, em uma bela homenagem à


Matemática, escreveu um poema do qual extraímos o frag-
mento abaixo:

Às folhas tantas de um livro de Matemática, um


Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma a) 15
incógnita. b) 14
c) 12
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à d) 10
base: uma figura ímpar; olhos romboides, boca trapezoide, e) 6
corpo retangular, seios esferoides.
Fez da sua uma vida paralela à dela, até que se encon-
traram no infinito.
“Quem és tu” – indagou ele em ânsia radical.
“Sou a soma dos quadrados dos catetos.

106
MATEMÁTICA

Resoluções 5) Alternativa c
Solução: na figura dada podemos observar dois triân-
1) Alternativa d gulos retângulos iguais e com lados medindo:
Solução: x é hipotenusa, 12 e 5 são os catetos, então:
x2 = 122 + 52
x2 = 144 + 25
x2 = 169
x=
x = 13 cm

2) Alternativa d
Solução: como podemos observar na figura, temos um
triângulo retângulo cujos catetos medem 8 m e 6 m, cha-
mando o cabo de energia de x, pelo Teorema de Pitágoras:

x2 = 62 + 82 Sendo r a hipotenusa, 10 e r – 5 são catetos:


x2 = 36 + 64 r2 = 102 + (r – 5)2
x2 = 100 r2 = 100 + r2 – 2.5.r + 52
x= r2 = 100 + r2 – 10r + 25
x = 10 m r2 – r2 + 10r = 125
10r = 125
3) Alterntiva b r = 125 : 10
Solução: temos que fazer uma figura, um trapézio re- r = 12,5
tângulo é aquele que tem dois ângulos de 90°.
6) Alternativa a
Solução: aplicação direta do Teorema de Pitágoras:
x2 = 122 + 92
x2 = 144 + 81
x2 = 225
x=
x = 15

ANÁLISE COMBINATÓRIA (PRINCÍPIO


FUNDAMENTAL DA CONTAGEM,
PERMUTAÇÕES SIMPLES, ARRANJOS
SIMPLES E COMBINAÇÕES SIMPLES) E
Perímetro é a soma dos quatro lados. Como podemos PROBABILIDADE;
observar na figura acima, temos um triângulo retângulo
cujos catetos medem 3 e 4 e x é a hipotenusa:
x2 = 32 + 44
x2 = 9 + 16 Análise Combinatória
x2 = 25
x= Análise combinatória é uma parte da matemática que
x= 5 estuda, ou melhor, calcula o número de possibilidades, e
estuda os métodos de contagem que existem em acertar
Perímetro = 5 + 4 + 2 + 5 = 16 algum número em jogos de azar. Esse tipo de cálculo
nasceu no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo
4) Alternativa d Fontana (1500-1557), chamado também de Tartaglia.
Solução: de acordo com o Teorema de Pitágoras: “O Depois, apareceram os franceses Pierre de Fermat (1601-
quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos 1665) e Blaise Pascal (1623-1662). A análise desenvolve
catetos.” métodos que permitem contar, indiretamente, o número
de elementos de um conjunto. Por exemplo, se quiser
saber quantos números de quatro algarismos são
formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é preciso
aplicar as propriedades da análise combinatória. Veja quais
propriedades existem:

107
MATEMÁTICA

- Princípio fundamental da contagem Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não


- Fatorial importa a ordem.
- Arranjos simples
- Permutação simples Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por
- Combinação 10 elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca”.
- Permutação com elementos repetidos
ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se
Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que diferenciam pela natureza de um dos elemento.
a Regra do Produto, um princípio combinatório que indica ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados
quantas vezes e as diferentes formas que um acontecimento distintos ou não distintos pois se diferenciam somente pela
pode ocorrer. O acontecimento é formado por dois estágios ordem dos elementos.
caracterizados como sucessivos e independentes:
Quando os elementos de um determinado conjunto
• O primeiro estágio pode ocorrer de m modos A forem algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes
distintos. algarismos pretendemos obter números, neste caso, os
• O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos. agrupamentos de 13 e 31 são considerados distintos, pois
indicam números diferentes.
Desse modo, podemos dizer que o número de formas Quando os elementos de um determinado conjunto A
diferente que pode ocorrer em um acontecimento é igual forem pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pontos
ao produto m . n pretendemos obter retas, neste caso os agrupamentos
Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e são iguais, pois indicam a mesma reta.
inicialmente ela quer se decidir qual o modelo e a cor do
seu novo veículo. Na concessionária onde Alice foi há 3 Conclusão: Os agrupamentos...
tipos de modelos que são do interesse dela: Siena, Fox e
Astra, sendo que para cada carro há 5 opções de cores: 1. Em alguns problemas de contagem, quando os
preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o número total agrupamentos se diferirem pela natureza de pelo menos um
de opções que Alice poderá fazer? de seus elementos, os agrupamentos serão considerados
distintos.
Resolução: Segundo o Principio Fundamental da ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados
Contagem, Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela combinações.
poderá optar por 15 carros diferentes. Vamos representar
as 15 opções na árvore de possibilidades: Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o
problema é saber quantas retas esses pontos determinam.
2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela
ordem de seus elementos, os problemas de contagem
serão agrupados e considerados distintos.
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados
arranjos.

Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos


e o problema é contar os números por eles determinados.

Fatorial: Na matemática, o fatorial de um número


natural n, representado por n!, é o produto de todos os
inteiros positivos menores ou iguais a n. A notação n! foi
introduzida por Christian Kramp em 1808. A função fatorial
é normalmente definida por:

Por exemplo, 5! = 1 . 2 . 3 . 4 . 5 = 120

Note que esta definição implica em particular que 0!


Generalizações: Um acontecimento é formado por k = 1, porque o produto vazio, isto é, o produto de nenhum
estágios sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk número é 1. Deve-se prestar atenção neste valor, pois
possibilidades para cada. O total de maneiras distintas de este faz com que a função recursiva (n + 1)! = n! . (n + 1)
ocorrer este acontecimento é n1, n2, n3, … , nk funcione para n = 0.

108
MATEMÁTICA

Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Cálculo do número de permutação simples:


Por exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar
n objetos distintos numa sequência. (Os arranjos são O número total de permutações simples de n elementos
chamados permutações) E o número de opções que podem indicado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1)
ser escolhidos é dado pelo coeficiente binomial. (n – 2) . … . (n – k + 1), temos:

Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1)
(n – 2) . … .1 = n!

Portanto: Pn = n!
Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições
em que um grupo se torna diferente do outro pela ordem Combinações Simples: são agrupamentos formados
ou pela natureza dos elementos componentes. Seja A um com os elementos de um conjunto que se diferenciam
conjunto com n elementos e k um natural menor ou igual somente pela natureza de seus elementos. Considere A
a n. Os arranjos simples k a k dos n elementos de A, são os como um conjunto com n elementos k um natural menor
agrupamentos, de k elementos distintos cada, que diferem ou igual a n. Os agrupamentos de k elementos distintos
entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus elementos. cada um, que diferem entre si apenas pela natureza de seus
Cálculos do número de arranjos simples: elementos são denominados combinações simples k a k,
dos n elementos de A.
Na formação de todos os arranjos simples dos n Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com
elementos de A, tomados k a k: elementos distintos. Com os elementos de A podemos
formar 4 combinações de três elementos cada uma: abc –
n → possibilidades na escolha do 1º elemento. abd – acd – bcd

n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas:


um deles já foi usado.
Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos.
n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois
dois deles já foi usado. abc abd acd bcd
.
n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, acb
pois l-1 deles já foi usado. bac
bca
No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o
número total de arranjos simples dos n elementos de A cab
(tomados k a k), temos: cba

An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1) Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações


(é o produto de k fatores)
obtemos todos os arranjos 3 a 3:

Multiplicando e dividindo por (n – k)! abc abd acd bcd


acb adb adc bdc
bac bad cad cbd
bca bda cda cdb
cab dab dac dbc
Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n! cba dba dca dcb

(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos


Podemos também escrever
Logo: C4,3 . P3 = A4,3

Permutações: Considere A como um conjunto com n Cálculo do número de combinações simples: O


elementos. Os arranjos simples n a n dos elementos de A, número total de combinações simples dos n elementos de
são denominados permutações simples de n elementos. De A representados por C n,k, tomados k a k, analogicamente
acordo com a definição, as permutações têm os mesmos ao exemplo apresentado, temos:
elementos. São os n elementos de A. As duas permutações a) Trocando os k elementos de uma combinação k a k,
diferem entre si somente pela ordem de seus elementos. obtemos Pk arranjos distintos.

109
MATEMÁTICA

b) Trocando os k elementos das Cn,k . Pk arranjos QUESTÕES


distintos.
01. Quantos números de três algarismos distintos
Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou podem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?

A n,k 02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14


C n,k = clubes, sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada
Pk clube enfrente o outro no seu campo e no campo deste. O
Lembrando que: número total de jogos a serem realizados é:
(A)182
(B) 91
(C)169
(D)196
Também pode ser escrito assim: (E)160

03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um


sistema, começando por três letras escolhidas entre as cinco
A, B, C, D e E, seguidas de quatro algarismos escolhidos
Arranjos Completos: Arranjos completos de n entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se entre as letras puder haver repetição,
elementos, de k a k são os arranjos de k elementos mas se os algarismos forem todos distintos, o número total
não necessariamente distintos. Em vista disso, quando de senhas possíveis é:
vamos calcular os arranjos completos, deve-se levar (A) 78.125
em consideração os arranjos com elementos distintos (B) 7.200
(arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de (C) 15.000
(D) 6.420
arranjos completos de n elementos, de k a k, é indicado
(E) 50
simbolicamente por A*n,k dado por: A*n,k = nk
04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões
Permutações com elementos repetidos
com todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia
executou a tarefa considerando as letras A e à como
Considerando:
diferentes, contudo, João queria que elas fossem
consideradas como mesma letra. A diferença entre o
α elementos iguais a a, número de cartões feitos por Cláudia e o número de
β elementos iguais a b, cartões esperados por João é igual a
γ elementos iguais a c, …, (A) 720
λ elementos iguais a l, (B) 1.680
(C) 2.420
Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos. (D) 3.360
(E) 4.320
Simbolicamente representado por Pnα, β, γ, …, λ o
número de permutações distintas que é possível formarmos 05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra
com os n elementos: PROVA foram listadas em ordem alfabética, como se
fossem palavras de cinco letras em um dicionário. A 73ª
palavra nessa lista é
(A) PROVA.
(B) VAPOR.
(C) RAPOV.
Combinações Completas: Combinações completas de (D) ROVAP.
n elementos, de k a k, são combinações de k elementos (E) RAOPV.
não necessariamente distintos. Em vista disso, quando
vamos calcular as combinações completas devemos levar 06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores,
em consideração as combinações com elementos distintos dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se
(combinações simples) e as combinações com elementos analisem as suspeitas, será formada uma comissão especial
repetidos. O total de combinações completas de n com 5 diretores, na qual os suspeitos não sejam maioria. O
elementos, de k a k, indicado por C*n,k número de possíveis comissões é:
(A) 66
(B) 72
(C) 90
(D) 120
(E) 124

110
MATEMÁTICA

07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola As três letras poderão ser escolhidas de 5 . 5 . 5 =125
possui um banco de questões de matemática composto maneiras.
de 5 questões sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 .
sobre retas. De quantas maneiras distintas a equipe pode 3 . 2 = 120 maneiras.
montar uma prova com 8 questões, sendo 3 de parábolas, O número total de senhas distintas, portanto, é igual a
2 de circunferências e 3 de retas? 125 . 120 = 15.000.
(A) 80
(B) 96 04.
(C) 240 I) O número de cartões feitos por Cláudia foi
(D) 640
(E) 1.280

08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre II) O número de cartões esperados por João era
assistidas por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para
uma eventualidade qualquer, dois particulares enfermeiros,
por serem os mais experientes, nunca são escalados para
trabalharem juntos. Sabendo-se que em todos os grupos Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680
participa um dos dois enfermeiros mais experientes,
quantos grupos distintos de 3 enfermeiros podem ser 05. Se as permutações das letras da palavra PROVA
formados? forem listadas em ordem alfabética, então teremos:
(A) 06 P4 = 24 que começam por A
(B) 10 P4 = 24 que começam por O
(C) 12 P4 = 24 que começam por P
(D) 15
(E) 20 A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que
começa por R. Ela é RAOPV.
09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes
para concorrer a uma gincana. O número de maneiras 06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de
diferentes de formar duas equipes é corrupção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão
(A) 10 de 5 diretores na qual os suspeitos não sejam maioria,
(B) 15 podem ser escolhidos, no máximo, 2 suspeitos. Portanto, o
(C) 20 número de possíveis comissões é
(D) 25
(E) 30

10. Considere os números de quatro algarismos do


sistema decimal de numeração. Calcule:
a) quantos são no total;
b) quantos não possuem o algarismo 2;
c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos 07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240
uma vez;
d) quantos têm os algarismos distintos; 08.
e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais. I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes
e outros 3.
Resoluções II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o
enunciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes
01. e 2 entre os 3 restantes.
III) O número de possibilidades para se escolher 1 entre
os 2 mais experientes é
02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2
= 14 . 13 = 182.

03. IV) O número de possibilidades para se escolher 2


entre 3 restantes é

Algarismos

V) Assim, o número total de grupos que podem ser


Letras formados é 2 . 3 = 6

111
MATEMÁTICA

09. Então, 35 . 3 = 105 e dividindo por 5 (ordem do termo


anterior) vem 105:5 = 21, que é o coeficiente do sexto ter-
mo, conforme se vê acima.
10.
a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000 Observações:
b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832 1) o desenvolvimento do binômio (a + b)n é um poli-
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168 nômio.
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536 2) o desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos .
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464 3) os coeficientes dos termos equidistantes dos extre-
Binômio de Newton mos , no desenvolvimento De (a + b)n são iguais .
4) a soma dos coeficientes de (a + b)n é igual a 2n .
Denomina-se Binômio de Newton , a todo binômio da Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton
forma (a + b)n , sendo n um número natural .
Um termo genérico Tp+1 do desenvolvimento de (a+b)n
Exemplo:  , sendo p um número natural, é dado por
B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do
binômio] ). ⎛ n⎞
T p+1 = ⎜ ⎟ .a n− p .b p
⎝ p⎠
Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton
: onde

a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2 ⎛ n⎞ n!
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3 ⎜⎝ p ⎟⎠ = Cn. p = p!(n − p)!
c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4
d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5
é denominado Número Binomial e Cn.p é o número de
Nota: combinações simples de n elementos, agrupados p a p, ou
seja, o número de combinações simples de n elementos
Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já que de taxa p.
elas possuem uma lei de formação bem definida, senão ve- Este número é também conhecido como Número
jamos: Combinatório.
Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos Probabilidade
são iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5.
A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento
obtidos a partir da seguinte regra prática de fácil memori- Em uma tentativa com um número limitado de
zação: resultados, todos com chances iguais, devemos considerar:
Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos
dividimos o resultado pela ordem do termo. O resultado resultados possíveis.
será o coeficiente do próximo termo. Assim por exemplo, Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos
para obter o coeficiente do terceiro termo do item (d) aci- resultados possíveis; será representado por S e o número
ma teríamos: de elementos do espaço amostra por n(S).
5.4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo an- Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do
terior (2 por se tratar do segundo termo) 20:2 = 10 que é o espaço amostral; será representado por A e o número de
coeficiente do terceiro termo procurado. elementos do evento por n(A).
Observe que os expoentes da variável a decrescem de
n até 0 e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,
terceiro termo é 10 a3b2 (observe que o expoente de a de- portanto são eventos.
cresceu de 4 para 3 e o de b cresceu  de 1 para 2). Ø = evento impossível.
Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do S = evento certo.
binômio de Newton (a + b)7 será:
(a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21 Conceito de Probabilidade
a2b5 + 7 ab6 + b7
Como obtivemos, por exemplo, o coeficiente do 6º ter- As probabilidades têm a função de mostrar a chance
mo (21 a2b5) ? de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
Pela regra: coeficiente do termo anterior = 35. Multipli- um determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de
camos 35 pelo expoente de a que é igual a 3 e dividimos o um espaço amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre
resultado pela ordem do termo que é 5. o número de elementos A e o número de elemento S.
Representando:

112
MATEMÁTICA

Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados


de 1 a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
- um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3,
4, 5, 6}. Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)
- um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2,
4, 6} C S. Eventos Mutuamente Exclusivos
- o número de elementos do evento número par é
n(A1) = 3. A

- a probabilidade do evento número par é 1/2, pois

B
S
Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não
Vazio Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão
- Em um evento impossível a probabilidade é igual a denominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B =
zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a 1. 0, portanto: P(A B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2,
Simbolicamente: P(Ø) = 0 e P(S) = 1. A3, …, An de S forem, de dois em dois, sempre mutuamente
- Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
P(A) ≤ 1.
- Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... +
= 1 - P(A). P(An)

Demonstração das Propriedades Eventos Exaustivos


Considerando S como um espaço finito e não vazio,
temos: Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois
em dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados
exaustivos se A1 A2 A3 … An = S

Então, logo:

Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1

Probabilidade Condicionada
União de Eventos
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S,
Considere A e B como dois eventos de um espaço finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é
amostral S, finito e não vazio, temos: dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo que
já ocorreu A. É representada por P(B/A).
A

Veja:
B
S

113
MATEMÁTICA

- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer


entre as n vezes possíveis. O número de maneiras de
escolher k vezes o evento A é, portanto Cn,k.
Eventos Independentes - Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral possuem a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente probabilidade desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k
quando:
QUESTÕES
P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B)
01. A probabilidade de uma bola branca aparecer
Intersecção de Eventos ao se retirar uma única bola de uma urna que contém,
Considerando A e B como dois eventos de um espaço exatamente, 4 bolas brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é:
amostral S, finito e não vazio, logo:
(A) (B) (C) (D) (E)

02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o


Ensino Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião
comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos.
A distribuição das mulheres, de acordo com a quantidade
de filhos, é mostrada no gráfico abaixo. Um prêmio
Assim sendo: foi sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A
probabilidade de que a criança premiada tenha sido um(a)
P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A) filho(a) único(a) é
P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)

Considerando A e B como eventos independentes, logo


P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A)
. P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes,
podemos utilizar a definição ou calcular a probabilidade de
A ∩ B. Veja a representação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B) (A) (B) (C) (D) (E)
Lei Binominal de Probabilidade 03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52
Considere uma experiência sendo realizada diversas cartas, qual a probabilidade de se obter um rei ou uma
vezes, dentro das mesmas condições, de maneira que dama?
os resultados de cada experiência sejam independentes.
Sendo que, em cada tentativa ocorre, obrigatoriamente, 04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces,
um evento A cuja probabilidade é p ou o complemento A numeradas de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das
cuja probabilidade é 1 – p. duas faces voltadas para cima. Calcular a probabilidade
Problema: Realizando-se a experiência descrita de serem obtidos dois números ímpares ou dois números
exatamente n vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o iguais?
evento A só k vezes?
05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500.
Resolução: Uma bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade
- Se num total de n experiências, ocorrer somente de que seja escolhida uma bola com um número de três
k vezes o evento A, nesse caso será necessário ocorrer algarismos ou múltiplo de 10 é
exatamente n – k vezes o evento A. (A) 10%
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do (B) 12%
evento A é 1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k (C) 64%
vezes o evento A e n – k vezes o evento A, ordenadamente, (D) 82%
é: (E) 86%

114
MATEMÁTICA

06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
bolas vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a
probabilidade de ela ser amarela ou branca?

07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com


probabilidade 40% e 30%, respectivamente, de acertar. 04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas
Nestas condições, a probabilidade de apenas uma delas de 1 a 6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos
acertar o alvo é: A (dois números ímpares) e B (dois números iguais), a
(A) 42% probabilidade pedida é:
(B) 45%
(C) 46%
(D) 48%
(E) 50%
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω)
08. Num espaço amostral, dois eventos independentes = 500
A e B são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos
concluir que o valor de P(B) é: A: o número sorteado é formado por 3 algarismos;
(A) 0,5 A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) =
(B) 5/7 401/500
(C) 0,6
(D) 7/15 B: o número sorteado é múltiplo de 10;
(E) 0,7 B = {10, 20, ..., 500}.

09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo
pretas. Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de geral da P.A., em que
cada bola antes de retirar a seguinte. A probabilidade de só a1 = 10
a primeira e a terceira serem brancas é: an = 500
r = 10
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 →
(A) (B) (C) (D) (E) n = 50

Dessa forma, p(B) = 50/500.


10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores:
laranja, abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10;
utilizadas 3 laranjas e a probabilidade de um cliente pedir A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
esse suco é de 1/3. Se na lanchonete, há 25 laranjas, então De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10
a probabilidade de que, para o décimo cliente, não haja → n = 41 e p(A B) = 41/500
mais laranjas suficientes para fazer o suco dessa fruta é:

(A) 1 (B) (C) (D) (E) Por fim, p(A.B) =

06.
Respostas Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas
e V1, V2, V3 as vermelhas.
01. Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
02. B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
A partir da distribuição apresentada no gráfico:
08 mulheres sem filhos.
07 mulheres com 1 filho.
06 mulheres com 2 filhos.
02 mulheres com 3 filhos.

Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a Como A B = , A e B são eventos mutuamente


probabilidade de que a criança premiada tenha sido um(a) exclusivos;
filho(a) único(a) é igual a P = 7/25. Logo: P(A B) = P(A) + P(B) =

115
MATEMÁTICA

07.
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os seguintes eventos:
(A) “A” acerta e “B” erra; ou
(B) “A” erra e “B” acerta.
Assim, temos:
P (A B) = P (A) + P (B)
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
P (A B) = 0,28 + 0,18
P (A B) = 0,46
P (A B) = 46%

08.
Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) . P(B) e como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
0,7 . (PB) = 0,5
P(B) = 5/7.

09. Representando por a probabilidade pedida, temos:

10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três tipos de sucos e que os nove primeiros clientes foram servidos
com apenas um desses sucos, então:
I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros
clientes, pois seriam necessárias 27 laranjas.
II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito tenham
pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido outro suco.
A probabilidade de isso ocorrer é:

116
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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117
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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118
INFORMÁTICA

Microsoft Word: formatar, salvar e visualizar arquivos e documentos; alinhar, configurar página e abrir arquivos; copiar,
mover e localizar texto; destacar listas; personalizar documentos; inserir símbolos e imagens; trabalhar com tabelas,
trabalhar com colunas. ....................................................................................................................................................................................................09
Microsoft Excel: formatar a planilha, números e fórmulas; funções básicas; impressão e gráficos................................................34
Windows: trabalhando com arquivos e pastas; trabalhando com programas; gerenciando janelas; procurando
informações...........................................................................................................................................................................................................................01
Navegação na Internet: localizando as informações, navegação com guias; imprimindo e salvando informações; vírus e
outras ameaças durante navegação na Internet. ................................................................................................................................................68
Correio eletrônico...............................................................................................................................................................................................................59
INFORMÁTICA

Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos


MS-WINDOWS 7: CONCEITO DE PASTAS, o número de capacidades e certos programas que faziam
DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA parte do Windows Vista não estão mais presentes ou mu-
DE TRABALHO, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA, daram, resultando na remoção de certas funcionalidades.
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, Mesmo assim, devido ao fato de ainda ser um sistema ope-
USO DOS MENUS, PROGRAMAS E racional em desenvolvimento, nem todos os recursos po-
dem ser definitivamente considerados excluídos. Fixar na-
APLICATIVOS, INTERAÇÃO COM O
vegador de internet e cliente de e-mail padrão no menu
CONJUNTO DE APLICATIVOS
Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
MS-OFFICE 2010.
manualmente).

Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Win-


dows Mail e Windows
Windows 7
O Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22 de
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas con-
julho de 2009, e começou a ser vendido livremente para
trapartes do Windows Live, com a perda de algumas funcio-
usuários comuns dia 22 de outubro de 2009.
nalidades. O Windows 7, assim como o Windows Vista, es-
Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas no-
vidades, o Windows 7 é uma atualização mais modesta e tará disponível em cinco diferentes edições, porém apenas
direcionada para a linha Windows, tem a intenção de tor- o Home Premium, Professional e Ultimate serão vendidos
ná-lo totalmente compatível com aplicações e hardwares na maioria dos países, restando outras duas edições que se
com os quais o Windows Vista já era compatível. concentram em outros mercados, como mercados de em-
Apresentações dadas pela companhia no começo de presas ou só para países em desenvolvimento. Cada edição
2008 mostraram que o Windows 7 apresenta algumas va- inclui recursos e limitações, sendo que só o Ultimate não
riações como uma barra de tarefas diferente, um sistema tem limitações de uso. Segundo a Microsoft, os recursos
de “network” chamada de “HomeGroup”, e aumento na para todas as edições do Windows 7 são armazenadas no
performance. computador.
· Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tare- Um dos principais objetivos da Microsoft com este novo
fas e suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi- Windows é proporcionar uma melhor interação e integra-
touch) ção do sistema com o usuário, tendo uma maior otimização
· Internet Explorer 8; dos recursos do Windows 7, como maior autonomia e me-
· Novo menu Iniciar; nor consumo de energia, voltado a profissionais ou usuários
· Nova barra de ferramentas totalmente reformulada; de internet que precisam interagir com clientes e familiares
· Comando de voz (inglês); com facilidade, sincronizando e compartilhando facilmente
· Gadgets sobre o desktop; arquivos e diretórios.
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.;
· Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows Recursos
Media Player, integrado ao Windows Explorer;
· Arquitetura modular, como no Windows Server 2008; Segundo o site da própria Microsoft, os recursos en-
· Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Win- contrados no Windows 7 são fruto das novas necessidades
dows (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office encontradas pelos usuários. Muitos vêm de seu antecessor,
2007; Windows Vista, mas existem novas funcionalidades exclusi-
· Aceleradores no Internet Explorer 8;
vas, feitas para facilitar a utilização e melhorar o desempe-
· Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória
nho do SO (Sistema Operacional) no computador.
RAM;
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras
· Home Groups;
versões do Windows, não terá que jogar todo o conheci-
· Melhor desempenho;
· Windows Media Player 12; mento fora. Apenas vai se adaptar aos novos caminhos e
· Nova versão do Windows Media Center; aprender “novos truques” enquanto isso.
· Gerenciador de Credenciais;
· Instalação do sistema em VHDs; Tarefas Cotidianas
· Nova Calculadora, com interface aprimorada e com
mais funções; Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia
· Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, se tornou comum. Não precisamos mais estar em alguma
Gamão Internet e Internet Damas; empresa enorme para precisar sempre de um computador
· Windows XP Mode; perto de nós. O Windows 7 vem com ferramentas e funções
· Aero Shake; para te ajudar em tarefas comuns do cotidiano.

1
INFORMÁTICA

Grupo Doméstico

Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais


computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre
várias estações vai te poupar de ter que ir fisicamente aonde
a outra máquina está para recuperar uma foto digital arma-
zenada apenas nele.
Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica sim-
plificada e segura. Você decide o que compartilhar e qual os
privilégios que os outros terão ao acessar a informação, se é
apenas de visualização, de edição e etc.

Tela sensível ao toque

O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensível


ao toque com opção a multitoque, recurso difundido pelo
iPhone.
O recurso multitoque percebe o toque em diversos pon-
tos da tela ao mesmo tempo, assim tornando possível di-
mensionar uma imagem arrastando simultaneamente duas
pontas da imagem na tela.
O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de aplica-
Exemplo de arquivos recentes no Paint.
tivos e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Collage
é um aplicativo para organizar e redimensionar fotos. Nele é
Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere im-
possível montar slide show de fotos e criar papeis de parede
portante. Se a edição de um determinado documento é
personalizados. Essas funções não são novidades, mas por
serem feitas para usar uma tela sensível a múltiplos toques constante, vale a pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto
as tornam novidades. que a lista de recentes se modifica conforme você abre e
fecha novos documentos.

Snap
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum
ver várias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recur-
so de Snap, você pode posicioná-las de um jeito prático e
divertido. Basta apenas clicar e arrastá-las pelas bordas da
tela para obter diferentes posicionamentos.
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a
comparação de janelas. Por exemplo, jogue uma para a es-
querda e a outra na direita. Ambas ficaram abertas e divi-
dindo igualmente o espaço pela tela, permitindo que você
as veja ao mesmo tempo.

Windows Search
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e es-
tendido. Podemos fazer buscas mais simples e específicas
Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela diretamente do menu iniciar, mas foi mantida e melhorada
sensível ao toque. a busca enquanto você navega pelas pastas.

Lista de Atalhos Menu iniciar


As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do
Novidade desta nova versão, agora você pode abrir di- menu iniciar. É útil quando você necessita procurar, por
retamente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir o exemplo, pelo atalho de inicialização de algum programa
programa que você utilizou. Digamos que você estava edi- ou arquivo de modo rápido.
tando um relatório em seu editor de texto e precisou fechá “Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do
-lo por algum motivo. Quando quiser voltar a trabalhar nele, Windows Search, a pesquisa do menu início não olha ape-
basta clicar com o botão direito sob o ícone do editor e o nas aos nomes de pastas e arquivos.
arquivo estará entre os recentes. Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e proprieda-
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se des também” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).
preocupar em procurar o arquivo, você pula uma etapa e vai
Os resultados são mostrados enquanto você digita e
diretamente para a informação, ganhando tempo.
são divididos em categorias, para facilitar sua visualização.

2
INFORMÁTICA

Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua bus- A busca não se limita a digitação de palavras. Você
ca pode ser dividido. pode aplicar filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas,
· Programas todas as canções do gênero Rock. Existem outros, como
· Painel de Controle data, tamanho e tipo. Dependendo do arquivo que você
· Documentos procura, podem existir outras classificações disponíveis.
· Música Imagine que todo arquivo de texto sem seu computa-
· Arquivos dor possui um autor. Se você está buscando por arquivos
de texto, pode ter a opção de filtrar por autores.

Você observará que o Windows Explorer traz a janela


dividida em duas partes.

Fonte: http://ead.go.gov.br/ficead/mod/book/tool/
print/index.php?id=53&chapterid=56

Controle dos pais


Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que
Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras visualizam por meio do computador. O Windows 7 ajuda
em seu nome. a limitar o que pode ser visualizado ou não. Para que essa
funcionalidade fique disponível, é importante que o com-
Windows Explorer putador tenha uma conta de administrador, protegida por
O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena senha, registrada. Além disso, o usuário que se deseja res-
parte do total disponível. tringir deve ter sua própria conta.
Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acio- As restrições básicas que o 7 disponibiliza:
nado automaticamente quando você navega pelas pastas · Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do
do seu computador – você encontrará uma busca mais dia que o PC pode ser utilizado.
abrangente. · Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo
Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de horário e também pela classificação do jogo. Vale notar
se fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de bus- que a classificação já vem com o próprio game.
ca. No 7, precisamos apenas digitar os termos na caixa de · Bloquear programas: É possível selecionar quais apli-
busca, que fica no canto superior direito. cativos estão autorizados a serem executados.
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a
quantidade de restrições, como controlar as páginas que
são acessadas, e até mesmo manter um histórico das ativi-
dades online do usuário.

Central de ações
A central de ações consolida todas as mensagens de
segurança e manutenção do Windows. Elas são classifica-
das em vermelho (importante – deve ser resolvido rapida-
mente) e amarelas (tarefas recomendadas).
O painel também é útil caso você sinta algo de estra-
nho no computador. Basta checar o painel e ver se o Win-
Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce; dows detectou algo de errado.
Windows 7 Bible, pg 774).

3
INFORMÁTICA

A central de ações e suas opções.


- Do seu jeito Gadgets de calendário e relógio.
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para
nossa qualidade de vida quanto para o desempenho no Temas
trabalho. O computador é uma extensão desse ambiente. Como nem sempre há tempo de modificar e deixar to-
das as configurações exatamente do seu gosto, o Windows
O Windows 7 permite uma alta personalização de ícones,
7 disponibiliza temas, que mudam consideravelmente os
cores e muitas outras opções, deixando um ambiente mais
aspectos gráficos, como em papéis de parede e cores.
confortável, não importa se utilizado no ambiente profis-
sional ou no doméstico.
ClearType
Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão
“Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes pare-
na página de Personalização1, que pode ser acessada por
cerem mais claras e suaves no monitor. É particularmente
um clique com o botão direito na área de trabalho e em
efetivo para monitores LCD, mas também tem algum efeito
seguida um clique em Personalizar. nos antigos modelos CRT(monitores de tubo). O Windows
É importante notar que algumas configurações podem 7 dá suporte a esta tecnologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bib-
deixar seu computador mais lento, especialmente efeitos le, pg 163, tradução nossa).
de transparência. Abaixo estão algumas das opções de per-
sonalização mais interessantes. Novas possibilidades
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, no-
Papéis de Parede vas possibilidades de configuração, maior facilidade na na-
Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou vega, dentre outros pontos. Por enquanto, essas novidades
praticamente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos foram diretamente aplicadas no computador em uso, mas
de ídolos, paisagens ou qualquer outra figura que as agra- no 7 podemos também interagir com outros dispositivos.
de. Uma das novidades fica por conta das fotos que você
encontra no próprio SO. Variam de uma foto focando uma Reproduzir em
única folha numa floresta até uma montanha. Permitindo acessando de outros equipamentos a um
A outra é a possibilidade de criar um slide show com computador com o Windows 7, é possível que eles se co-
várias fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a muniquem e seja possível tocar, por exemplo, num aparelho
impressão que sua área de trabalho está mais viva. de som as músicas que você tem no HD de seu computador.
É apenas necessário que o aparelho seja compatível
Gadgets com o Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo
As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista, “Compatível com o Windows 7”.
mas eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar
em qualquer local do desktop. Streaming de mídia remoto
Servem para deixar sua área de trabalho com ele- Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do
mentos sortidos, desde coisas úteis – como uma pequena computador para outros lugares da casa. Se quiser levar
agenda – até as de gosto mais duvidosas – como uma que para fora dela, uma opção é o Streaming de mídia remoto.
mostra o símbolo do Corinthians. Fica a critério do usuário Com este novo recurso, dois computadores rodando
o que e como utilizar. Windows 7 podem compartilhar músicas através do Win-
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir dows Media Player 12. É necessário que ambos estejam as-
necessidade, pode baixar ainda mais opções da internet. sociados com um ID online, como a do Windows Live.

4
INFORMÁTICA

Personalização O print screen agora tem um aplicativo que permite cap-


Você pode adicionar recursos ao seu computador al- turar de formas diferentes a tela, como por exemplo, a tela
terando o tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área inteira, partes ou áreas desenhadas da tela com o mouse.
de trabalho, a proteção de tela, o tamanho da fonte e a
imagem da conta de usuário. Você pode também selecionar
“gadgets” específicos para sua área de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na área
de trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da janela
sons e, às vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é
um visual premium dessa versão do Windows, apresentan-
do um design como o vidro transparente com animações
de janela, um novo menu Iniciar, uma nova barra de tarefas
e novas cores de borda de janela. Use o tema inteiro ou
crie seu próprio tema personalizado alterando as imagens,
cores e sons individualmente. Você também pode locali-
zar mais temas online no site do Windows. Você também
pode alterar os sons emitidos pelo computador quando,
por exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou
desliga o computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de pa-
pel de parede, é uma imagem, cor ou design na área de Aplicativo de copiar tela (botão print screen).
trabalho que cria um fundo para as janelas abertas. Você
pode escolher uma imagem para ser seu plano de fundo de O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferra-
área de trabalho ou pode exibir uma apresentação de slides mentas e design melhorado, ganhou menus e ferramentas
de imagens. Também pode ser usada uma proteção de tela
que parecem do Office 2007.
onde uma imagem ou animação aparece em sua tela quan-
do você não utiliza o mouse ou o teclado por determinado
Paint com novos recursos.
período de tempo. Você pode escolher uma variedade de
proteções de tela do Windows. Aumentando o tamanho da
O WordPad também foi reformulado, recebeu novo vi-
fonte você pode tornar o texto, os ícones e outros itens da
sual mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas
tela mais fáceis de ver. Também é possível reduzir a escala
ferramentas, assim se tornando um bom editor para quem
DPI, escala de pontos por polegada, para diminuir o tama-
nho do texto e outros itens na tela para que caibam mais não tem o Word 2007.
informações na tela. A calculadora também sofreu mudanças, agora conta
Outro recurso de personalização é colocar imagem de com 2 novos modos, programador e estatístico. No modo
conta de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um programador ela faz cálculos binários e tem opção de álge-
computador. A imagem é exibida na tela de boas vindas e bra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos.
no menu Iniciar. Você pode alterar a imagem da sua conta Também foi adicionado recurso de conversão de uni-
de usuário para uma das imagens incluídas no Windows ou dades como de pés para metros.
usar sua própria imagem. E para finalizar você pode adicio-
nar “gadgets” de área de trabalho, que são miniprogramas
personalizáveis que podem exibir continuamente informa-
ções atualizadas como a apresentação de slides de imagens
ou contatos, sem a necessidade de abrir uma nova janela.

Aplicativos novos
Uma das principais características do mundo Linux é
suas versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário
não precisa ficar baixando arquivos após instalar o sistema,
o que não ocorre com as versões Windows.
O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora
existe uma serie de aplicativos juntos com o Windows 7,
para que o usuário não precisa baixar programas para ati-
vidades básicas.
Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desk-
top e também suportar entrada por caneta e toque.
No Math Input Center, utilizando recursos multitoque,
equações matemáticas escritas na tela são convertidas em Calculadora: 2 novos modos.
texto, para poder adicioná-la em um processador de texto.

5
INFORMÁTICA

Atualização
“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Windows
7 em seu computador, pois mantém os arquivos, as configu-
rações e os programas do Windows Vista no lugar” (Site da
Microsoft, http://windows.microsoft.com/pt-

BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-to-
windows-7).
É o método mais adequado, se o usuário não possui co-
nhecimento ou tempo para fazer uma instalação do método
tradicional. Optando por essa opção, ainda devesse tomar
cuidado com a compatibilidade dos programas, o que fun-
ciona no Vista nem sempre funcionará no 7.

Instalação
Por qualquer motivo que a atualização não possa ser
WordPad remodelado efetuada, a instalação completa se torna a opção mais viável.
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que se
Requisitos deseja utilizar, como drivers e documentos de texto, pois to-
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve das as informações no computador serão perdidas. Quan-
em relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de do iniciar o Windows 7, ele vai estar sem os programas que
hardware (peças) relativamente boa, para que seja utilizado você havia instalado e com as configurações padrão.
sem problemas de desempenho.
Esta é a configuração mínima: Desempenho
· Processador de 1 GHz (32-bit)
De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7
· Memória (RAM) de 1 GB
se ele mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
por seu antecessor. Testes indicam que a nova versão tem
memória (sem Windows Aero)
ganhou alguns pontos na velocidade.
· Espaço requerido de 16GB
O 7 te ajuda automaticamente com o desempenho:
· DVD-ROM
“Seu sistema operacional toma conta do gerenciamento do
· Saída de Áudio
processador e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7
Bible, pg 1041, tradução nossa).
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de len-
tidão e ainda usufruir de recursos como o Aero, o reco- Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar de
mendado é a seguinte configuração. não ajudar efetivamente no desempenho, o Windows 7 prio-
Configuração Recomendada: riza o que o usuário está interagindo (tarefas “foreground”).
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits) Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois
· Memória (RAM) de 2 GB são naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da
· Espaço requerido de disco rígido: 16 GB visão” do usuário, dando a impressão que o computador
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos Di- não está lento.
rectX 9 com 256 MB de memória (para habilitar o tema do Essa característica permite que o usuário não sinta uma
Windows Aero) lentidão desnecessária no computador.
· Unidade de DVD-R/W Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada
· Conexão com a Internet (para obter atualizações) vez mais recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o
sistema operacional se torne um forte consumidor de me-
Atualizar de um SO antigo mória e processamento. O 7 disponibiliza vários recursos de
ponta e mantêm uma performance satisfatória.
O melhor cenário possível para a instalação do Win-
dows 7 é com uma máquina nova, com os requisitos apro- Monitor de desempenho
priados. Entretanto, é possível utilizá-lo num computador Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma fer-
antigo, desde que atenda as especificações mínimas. ramenta poderosa para verificar como o sistema está se
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista portando. Podem-se adicionar contadores (além do que já
instalado, você terá a opção de atualizar o sistema opera- existe) para colher ainda mais informações e gerar relatórios.
cional. Caso sua máquina utilize Windows XP, você deverá
fazer a re-instalação do sistema operacional. Monitor de recursos
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito prova- Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra
velmente seu computador não atende aos requisitos míni- informações sobre o uso do processador, da memória, disco
mos. Entretanto, nada impede que você tente fazer a re- e conexão à rede.
instalação.

6
INFORMÁTICA

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o
Domain Join, que ajuda os computadores de uma rede a
Windows 7 Starter “se enxergarem” e conseguirem se comunicar. O Location
Como o próprio título acima sugere, esta versão do Aware Printing, por sua vez, tem como objetivo tornar mui-
Windows é a mais simples e básica de todas. A Barra de to mais fácil o compartilhamento de impressoras.
Tarefas foi completamente redesenhada e não possui su- Como empresas sempre estão procurando maneiras
porte ao famoso Aero Glass. Uma limitação da versão é para se proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz
que o usuário não pode abrir mais do que três aplicativos o Encrypting File System, que dificulta a violação de dados.
ao mesmo tempo. Esta versão também será encontrada em lojas de varejo ou
Esta versão será instalada em computadores novo ape- computadores novos.
nas nos países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e
Brasil. Disponível apenas na versão de 32 bits. Windows 7 Enterprise, apenas para vários
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma
Windows 7 Home Basic versão mais voltada para empresas de médio e grande por-
Esta é uma versão intermediária entre as edições Star-
te, só poderá ser adquirida com licenciamento para diver-
ter e Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá
sas máquinas. Acumula todas as funcionalidades citadas na
também a versão de 64 bits e permitirá a execução de mais
edição Professional e possui recursos mais sofisticados de
de três aplicativos ao mesmo tempo.
segurança.
Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass
nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável
pouco da principal novidade do Windows 7. Computadores pela criptografia de dados e o AppLocker, que impede a
novos poderão contar também com a instalação desta edi- execução de programas não-autorizados. Além disso, há
ção, mas sua venda será proibida nos Estados Unidos. ainda o BrachCache, para turbinar transferência de arqui-
vos grandes e também o DirectAccess, que dá uma super
Windows 7 Home Premium ajuda com a configuração de redes corporativas.
Edição que os usuários domésticos podem chamar de
“completa”, a Home Premium acumula todas as funciona- Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
lidades das edições citadas anteriormente e soma mais al- Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas,
gumas ao pacote. pois contém todas as funcionalidades já citadas neste ar-
Dentre as funções adicionadas, as principais são o su- tigo e mais algumas. Apesar de sua venda não ser restrita
porte à interface Aero Glass e também aos recursos Touch às empresas, o Microsoft disponibilizará uma quantidade
Windows (tela sensível ao toque) e Aero Background, que limitada desta versão do sistema.
troca seu papel de parede automaticamente no intervalo Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos
de tempo determinado. Haverá ainda um aplicativo nativo presentes na Ultimate são dedicados às corporações, não
para auxiliar no gerenciamento de redes wireless, conheci- interessando muito aos usuários comuns.
do como Mobility Center.

Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e Usando a Ajuda e Suporte do Windows
também poderá ser encontrada em computadores novos. A Ajuda e Suporte do Windows é um sistema de ajuda
interno do Windows, no qual você obtém respostas rápidas
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas a dúvidas comuns, sugestões para solução de problemas e
Mais voltada para as pequenas empresas, a versão instruções sobre diversos itens e tarefas. Caso precise de
Professional do Windows 7 possuirá diversos recursos que ajuda com relação a um programa que não faz parte do
visam facilitar a comunicação entre computadores e até Windows, consulte a Ajuda desse programa (consulte “Ob-
mesmo impressoras de uma rede corporativa. tendo ajuda sobre um programa”, a seguir).

7
INFORMÁTICA

Para abrir a Ajuda e Suporte do Windows, clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em Ajuda e Suporte.
Obter o conteúdo mais recente da Ajuda
Se você estiver conectado à Internet, verifique se o Centro de Ajuda e Suporte do Windows está configurado como Aju-
da Online. A Ajuda Online inclui novos tópicos da Ajuda e as versões mais recentes dos tópicos existentes.
Clique no botão Iniciar  e em Ajuda e Suporte.
Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows, clique em Opções e em Configurações.
Em  Resultados da pesquisa, marque a caixa de seleção  Melhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda online
(recomendado) e clique em OK. Quando você estiver conectado, as palavras Ajuda Online serão exibidas no canto inferior
direito da janela Ajuda e Suporte.

Pesquisar na Ajuda
A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma ou duas palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para obter in-
formações sobre rede sem fio, digite rede sem fio e pressione Enter. Será exibida uma lista de resultados, com os mais úteis
na parte superior. Clique em um dos resultados para ler o tópico.

A caixa de pesquisa na Ajuda e Suporte do Windows

Pesquisar Ajuda
Você pode pesquisar tópicos da Ajuda por assunto. Clique no botão Pesquisar Ajuda e, em seguida, clique em um item na
lista de títulos de assuntos que será exibida. Esses títulos podem conter tópicos da Ajuda ou outros títulos de assuntos. Clique em
um tópico da Ajuda para abri-lo ou clique em outro título para investigar mais a fundo a lista de assuntos.

Navegando em tópicos da Ajuda por assunto

8
INFORMÁTICA

MS-WORD 2010: ESTRUTURA BÁSICA DOS


DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO
DE TEXTOS, CABEÇALHOS, PARÁGRAFOS,
FONTES, COLUNAS, MARCADORES
SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS, TABELAS,
IMPRESSÃO, CONTROLE DE QUEBRAS E
NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, LEGENDAS,
ÍNDICES, INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS
PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO.

MS WORD

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte
que domina o mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google Docs e
Open Office.

Interface

No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento


, que como é um novo documento apresenta como título “Documen-
to1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido, que permite acessar alguns comandos mais rapidamen-
te como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando no menu de contexto (flecha para baixo) à direita dela.

Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.


Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.). Vamos uti-
lizar alguns destes recursos no andamento de nosso curso.

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos
os grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Inicio, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para os
usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior.

9
INFORMÁTICA

O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.

Trabalhando com documentos


Ao iniciarmos o Word temos um documento em branco que é sua área de edição de texto. Vamos digitar um pequeno
texto conforme abaixo:

10
INFORMÁTICA

Salvando Arquivos Abrindo um arquivo do Word


É importante ao terminar um documento, ou durante a di-
gitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo, Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Ar-
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documen- quivo.
to em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou outro
dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, cli-
que no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma tela onde
você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.

Na esquerda da janela, o botão abrir é o segundo abai-


xo de novo, observe também que ele mostra uma relação
de documentos recentes, nessa área serão mostrados os
últimos documentos abertos pelo Word facilitando a aber-
tura. Ao clicar em abrir, será necessário localizar o arquivo
no local onde o mesmo foi salvo.
Observe na janela de salvar que o Word procura salvar
seus arquivos na pasta Documents do usuário, você pode
mudar o local do arquivo a ser salvo, pela parte esquerda da
janela. No campo nome do arquivo, o Word normalmente
preenche com o título do documento, como o documento
não possui um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e
atribui como nome, é aconselhável colocar um nome menor e
que se aproxime do conteúdo de seu texto. “Em Tipo a maior
mudança, até versão 2003, os documentos eram salvos no
formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos são
salvos na versão”. DOCX”, que não são compatíveis com as
versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter
ele compatível com versões anteriores do Word, clique na di-
reita dessa opção e mude para Documento do Word 97-2003.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato,


outro local ou outro nome, clique no botão Office e esco-
lha Salvar Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso do-


cumento. No rodapé a direta da tela temos o controle de
Zoom.·. Anterior a este controle de zoom temos os botões
de forma de visualização de seu documento,
que podem também ser acessados pela Aba Exibição.
Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na
barra de títulos.

11
INFORMÁTICA

Configuração de Documentos
Um dos principais cuidados que se deve ter com seus
documentos é em relação à configuração da página. A
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui um
Os cinco primeiros botões são os mesmos que temos manual de regras para documentações, então é comum es-
em miniaturas no rodapé. cutar “o documento tem que estar dentro das normas”, não
• Layout de Impressão: Formato atual de seu docu- vou me atentar a nenhuma das normas especificas, porém
mento é o formato de como seu documento ficará na folha vou ensinar como e onde estão as opções de configuração
impressa. de um documento.
• Leitura em Tela Inteira: Ele oculta as barras de No Word 2010 a ABA que permite configurar sua pági-
seu documento, facilitando a leitura em tela, observe que na é a ABA Layout da Página.
no rodapé do documento à direita, ele possui uma flecha
apontado para a próxima página. Para sair desse modo de
visualização, clique no botão fechar no topo à direita da
tela.
• Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visua-
lização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuá-
rios postam textos produzidos no Word em sites e blogs
na Internet.
• Estrutura de Tópicos: Permite visualizar seu docu-
mento em tópicos, o formato terá melhor compreensão
quando trabalharmos com marcadores.
• Rascunho: É o formato bruto, permite aplicar di-
versos recursos de produção de texto, porém não visualiza
como impressão nem outro tipo de meio.
O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição per-
mite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão
Zoom o Word apresenta a seguinte janela:

O grupo “Configurar Página”, permite definir as mar-


gens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-
definidos, como também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as mar-
gens superior, esquerda, inferior e direita, definir a orien-
tação da página, se retrato ou paisagem, configurar a fora
de várias páginas, como normal, livro, espelho. Ainda nessa
mesma janela temos a guia Papel.

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido,


ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visuali-
zar o documento em várias páginas. E finalizando essa aba
temos as formas de exibir os documentos aberto em uma
mesma seção do Word.

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de


alimentação do papel.

12
INFORMÁTICA

Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as


suas colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-
definidas, mas você pode colocar em um número maior de
colunas, adicionar linha entre as colunas, definir a largura
e o espaçamento entre as colunas. Observe que se você
pretende utilizar larguras de colunas diferentes é preciso
desmarcar a opção “Colunas de mesma largura”. Atente
também que se preciso adicionar colunas a somente uma
parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.

A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primei-


ra opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como
será uma nova seção do documento, vamos aprender mais
frente como trabalhar com seções.
Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos Números de Linha
utilizar cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares
e ímpares, e se quero ocultar as informações de cabeçalho É bastante comum em documentos acrescentar nume-
e rodapé da primeira página. Em Página, pode-se definir o ração nas páginas dos documentos, o Word permite que
alinhamento do conteúdo do texto na página. O padrão é você possa fazer facilmente, clicando no botão “Números
o alinhamento superior, mesmo que fique um bom espa- de Linhas”.
ço em branco abaixo do que está editado. Ao escolher a
opção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical. A
opção números de linha permite adicionar numeração as
linhas do documento.

Ao clicar em “Opções de Numeração de Linhas...”,


abre-se a janela que vimos em Layout.

Plano de Fundo da Página

Colunas

Podemos adicionar as páginas do documento, marcas


d’água, cores e bordas. O grupo Plano de Fundo da Página
possui três botões para modificar o documento.

13
INFORMÁTICA

Clique no botão Marca d’água.

O botão Bordas da Página, já estudamos seu funciona-


mento ao clicar nas opções de Margens.

Selecionando Textos

Embora seja um processo simples, a seleção de tex-


tos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu
texto. Através da seleção de texto podemos mudar a cor,
tamanho e tipo de fonte, etc.

Selecionando pelo Mouse

Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o


cursor aponta para a direita.
• Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
• Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o pa-
rágrafo.
• Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
• Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi
clicado
• Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a pa-
O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos lavra.
o item Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção. • Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o pa-
rágrafo

Podemos também clicar, manter o mouse pressionado


e arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que
se o mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar
o processo, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar
ao final da seleção desejada. Podemos também clicar onde
começa a seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde
termina a seleção. É possível selecionar palavras alternadas.
Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá selecio-
nando as partes do texto que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma
que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de
atalho CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Co-
lar), ou o primeiro grupo na ABA Inicio.

Nesta janela podemos definir uma imagem como mar-


ca d’água, basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a
imagem e depois definir a dimensão e se a imagem fica-
rá mais fraca (desbotar) e clicar em OK. Como também é
possível definir um texto como marca d’água. O segundo
botão permite colocar uma cor de fundo em seu texto, um
recurso interessante é que o Word verifica a cor aplicada e Este é um processo comum, porém um cuidado impor-
automaticamente ele muda a cor do texto. tante é quando se copia texto de outro tipo de meio como,
por exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem for-

14
INFORMÁTICA

matações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao • Usar caracteres curinga: Procura somente as pa-
copiar um texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao lavras que você especificou com o caractere coringa. Ex.
seu documento, não basta apenas clicar em colar, é ne- Se você digitou *ão o Word vai localizar todas as palavras
cessário clicar na setinha apontando para baixo no botão terminadas em ão.
Colar, escolher Colar Especial. • Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma
sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para
palavras em inglês.
• Todas as formas de palavra: Localiza todas as for-
mas da palavra, não será permitida se as opções usar carac-
tere coringa e semelhantes estiverem marcadas.
• Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o es-
pecificado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa lo-
calizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a
possibilidade de se formatar o texto. No Office 2010 a ABA
responsável pela formatação é a Inicio e os grupo Fonte,
Parágrafo e Estilo.

Observe na imagem que ele traz o texto no formato


HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa ma-
nipulá-lo, marque a opção Texto não formatado e clique Formatação de Fonte
em OK. A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra,
tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc.,
para formatar uma palavra, basta apenas clicar sobre ela,
Localizar e Substituir
para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser
Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro
formatar somente uma letra também é necessário selecio-
dela temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique
nar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra,
na opção Substituir.
tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir fonte, lim-
par formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao
lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo,
ao clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substi-


tuir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permi-
te substituir em seu documento uma palavra por outra. A
substituição pode ser feita uma a uma, clicando em subs-
tituir, ou pode ser todas de uma única vez clicando-se no
botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra
por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente
quando escrita em maiúscula, etc., nestes casos clique no
botão Mais. As opções são: Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Ta-
• Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção chado – que coloca um risco no meio da palavra, botão
da pesquisa; subscrito e sobrescrito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será locali-
zada exatamente a palavra como foi digitada na caixa lo-
calizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e
não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.

15
INFORMÁTICA

Este botão permite alterar a colocação de letras maiús-


culas e minúsculas em seu texto. Após esse botão temos
o de realce – que permite colocar uma cor de fundo para
realçar o texto e o botão de cor do texto.

Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento en-


tre os caracteres que pode ser condensado ou comprimido,
a posição é referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo
que se faça algo como: .

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras,


pois algumas vezes acontece de as letras ficaram com es-
paçamento entre elas de forma diferente. Uma ferramenta
interessante do Word é a ferramenta pincel, pois com ela
você pode copiar toda a formatação de um texto e aplicar
em outro.
Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte.
Formatação de parágrafos

A principal regra da formatação de parágrafos é que


independente de onde estiver o cursor a formatação será
aplicada em todo o parágrafo, tendo ele uma linha ou mais.
Quando se trata de dois ou mais parágrafos será necessá-
rioselecionar os parágrafos a serem formatados. A forma-
tação de parágrafos pode ser localizada na ABA Inicio, e os
recuos também na ABA Layout da Página.

A janela fonte contém os principais comandos de


formatação e permite que você possa observar as alte- No grupo da Guia Inicio, temos as opções de marcado-
rações antes de aplica. Ainda nessa janela temos a opção res (bullets e numeração e listas de vários níveis), diminuir
Avançado. e aumentar recuo, classificação e botão Mostrar Tudo, na
segunda linha temos os botões de alinhamentos: esquer-
da, centralizado, direita e justificado, espaçamento entre li-
nhas, observe que o espaçamento entre linhas possui uma
seta para baixo, permitindo que se possa definir qual o es-
paçamento a ser utilizado.

16
INFORMÁTICA

Cor do Preenchimento do Parágrafo.

Bordas no parágrafo.

As opções disponíveis são praticamente as mesmas


disponíveis pelo grupo.

Podemos trabalhar os recuos de texto também pelas


réguas superiores.

Marcadores e Numeração

Os marcadores e numeração fazem parte do grupo


parágrafos, mas devido a sua importância, merecem um
destaque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e
Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos Numeração.
apenas os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao
clicar na Faixa do grupo Parágrafos, será aberta a janela de
Formatação de Parágrafos.

17
INFORMÁTICA

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto Onde você poderá escolher a Fonte (No caso acon-
tenha níveis de marcação como, por exemplo, contratos e selha-se a utilizar fontes de símbolos como a Winddings,
petições. Os marcadores do tipo Símbolos como o nome já Webdings), e depois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você
diz permite adicionar símbolos a frente de seus parágrafos. poderá utilizar uma imagem do Office, e ao clicar no botão
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar importar, poderá utilizar uma imagem externa.
antes do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressio-
nar a tecla TAB no teclado. Bordas e Sombreamento

Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso


texto. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e pará-
grafos. Bordas na página como vimos quando estudamos a
ABA Layout da Página e sombreamentos. Selecione o texto
ou o parágrafo a ser aplicado à borda e ao clicar no botão
de bordas do grupo Parágrafo, você pode escolher uma
borda pré-definida ou então clicar na última opção Bordas
e Sombreamento.
Você pode observar que o Word automaticamente
adicionou outros símbolos ao marcador, você pode alte-
rar os símbolos dos marcadores, clicando na seta ao lado
do botão Marcadores e escolhendo a opção Definir Novo
Marcador.

18
INFORMÁTICA

Podemos começar escolhendo uma definição de borda (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada uma
das bordas na direita onde diz Visualização. Pode-se pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da borda. A Guia
Sombreamento permite atribuir um preenchimento de fundo ao texto selecionado. Você pode escolher uma cor base, e
depois aplicar uma textura junto dessa cor.

Cabeçalho e Rodapé
O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeçalho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e
rodapé, clique na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e Número de Página.

19
INFORMÁTICA

Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar
em Editar Cabeçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior passa a ter comandos para alteração do cabeça-
lho.

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo
o que for inserido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas
páginas.

Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome
o cuidado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos
também aplicar cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes
do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

20
INFORMÁTICA

Data e Hora

O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo
Texto, temos o botão Data e Hora.

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque a
opção Atualizar automaticamente.

Inserindo Elementos Gráficos


O Word permite que se insira em seus documentos arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções
de inserção estão disponíveis na ABA Inserir.

Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo
nome no grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu computador.

21
INFORMÁTICA

A imagem será inserida no local onde estava seu cursor.


O que será ensinado agora é praticamente igual para todo os elementos gráficos, que é a manipulação dos elementos
gráficos. Ao inserir a imagem é possível observar que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pontilhadas em
sua volta, para mover a imagem de local, basta clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar redimensionar a
imagem, basta clicar em um dos pequenos quadrados em suas extremidades, que são chamados por Alças de redimensio-
namento. Para sair da seleção da imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do texto. Ao clicar sobre a imagem,
a barra superior mostra as configurações de manipulação da imagem.

O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e
adicionar ou remover o contraste. Podemos recolorir a imagem.

Entre as opções de recolorir podemos colocar nossa imagem em tons de cinza, preto e branco, desbotar a imagem e
remover uma cor da imagem. Este recurso permite definir uma imagem com fundo transparente. A opção Compactar Ima-
gens permite deixar sua imagem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta opção o Word mostra a seguinte janela:

Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução
da imagem. A opção Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado inicial, abandonando todas as alterações feitas.
O próximo grupo chama-se Sombra, como o próprio nome diz, permite adicionar uma sombra a imagem que foi inserida.

22
INFORMÁTICA

No botão Efeitos de Sombra, você poderá escolher al-


gumas posições de sombra (Projetada, Perspectiva) e cor
da sombra. Ao lado deste botão é possível definir a posi-
ção da sombra e no meio a opção de ativar e desativar a
sombra. No grupo Organizar é possível definir a posição da
imagem em relação ao texto.

O primeiro dos botões é a Posição, ela permite defi-


nir em qual posição a imagem deverá ficar em relação ao
texto.

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a


janela Layout Avançado que permite trabalhar a disposição
da imagem em relação ao bloco de texto no qual ela esta
inserida. Essas mesmas opções estão disponíveis na opção
Quebra Automática de Texto nesse mesmo grupo. Ao colo-
car a sua imagem em uma disposição com o texto, é habi- Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redi-
litado alguns recursos da barra de imagens. Como bordas mensionar a imagem definindo Largura e Altura.

Os comandos vistos até o momento estavam dispo-


níveis da seguinte forma, pois nosso documento esta sal-
vo em.DOC – versão compatível com Office XP e 2003. Ao
salvar o documento em .DOCX compatível somente com
a versão 2010, acontecem algumas alterações na barra de
imagens.
Através deste grupo é possível acrescentar bordas a
sua imagem E no grupo Organizar ele habilita as opções de
Trazer para Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no
botão Trazer para Frente, ele abre três opções: Trazer para
Frente e Avançar, são utilizadas quando houver duas ou
mais imagens e você precisa mudar o empilhamento delas.
A opção Trazer para Frente do Texto faz com que a ima-
gem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma imagem e ao
selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você poderá
alinhar as suas imagens.

23
INFORMÁTICA

No grupo Ajustar já temos algumas alterações, ao cli-


car no item Cor. Em estilos de imagem podemos definir
bordas e sombreamentos para a imagem.

Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem

Clique sobre a imagem a ser adicionada ao seu texto


com o botão direito e escolha Copiar (CTRL+C). Clique em
seu texto onde o Clip-Art deve ser adicionado e clique em
Colar (CTRL+V) As configurações de manipulação do clip
-art são as mesmas das imagens.

Formas
Podemos também adicionar formas ao nosso conteú-
do do texto

Clip Art

Clip-Art são imagens, porém são imagens que fazem


parte do pacote Office. Para inserir um clipart, basta pela
ABA Inserir, clicar na opção Clip-Art. Na direita da tela
abre-se a opção de consulta aos clip-Art.

24
INFORMÁTICA

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta


clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para
definir as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra
passa a ter as propriedade para modificar a forma.

O primeiro grupo chama-se Inserir Forma, ele possui


a ferramenta de Inserir uma forma. Ao lado temos a fer-
ramenta Editar Forma essa ferramenta permite trabalhar
os nós da forma – Algumas formas bloqueiam a utilização
dessa ferramenta. Abaixo dela temos a ferramenta de caixa
de texto, que permite adicionar uma caixa de texto ao seu
documento. Estando com uma forma fechada, podemos
transformar essa forma em uma caixa de texto. Ao lado
temos o Grupo Estilos de Forma.

Os primeiros botões permitem aplicar um estilo a sua


forma.
A opção Imagem preenche sua forma com alguma
imagem. A opção Gradação permite aplicar tons de gra-
diente em sua forma.

Ainda nesse grupo temos a opção de trabalharmos as


cores, contorno e alterar a forma.

25
INFORMÁTICA

Ao clicar em Mais Gradações, será possível personalizar


a forma como será o preenchimento do gradiente.

Ao clicar em Pré-definidas, o Office possui algumas co-


res de preenchimento prontas.

Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas


cores e Pré-definidas.
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser
aplicada, se quer ela mais para o claro ou escuro, pode de-
finir a transparência do gradiente e como será o sombrea-
mento.

A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas


ao preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões
de preenchimento e imagem permite aplicar uma imagem
Após o grupo Estilos de Forma temos o grupo sombra e
após ele o grupo Efeitos 3D.

Ao clicar na opção Duas Cores, você pode definir a cor


1 e cor 2, o nível de transparência e o sombreamento.

26
INFORMÁTICA

Basta selecionar o tipo de organograma a ser trabalha-


do e clique em OK. Porém se o formato de seu documento
for DOCX, a janela a ser mostrada será:

Em hierarquia, escolha o primeiro da segunda linha e


clique em OK.
Podemos aplicar efeitos tridimensionais em nossas
formas. Além de aplicar o efeitos podemos mudar a cor
do 3D, alterar a profundidade, a direção, luminosidade e
superfície. As demais opções da Forma são idênticas as das
imagens.

SmartArt

O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas


ao seu documento. Se você estiver usando o Office 2003
ou seu documento estiver salvo em DOC, ao clicar nesse
botão, ele habilita a seguinte janela:

Altere os textos conforme a sua necessidade. Ao clicar


no topo em Ferramentas SmartArt, serão mostradas as op-
ções de alteração do objeto.

O primeiro botão é o de Adicionar uma forma. Basta


clicar em um botão do mesmo nível do que será criado
e clicar neste botão. Outra forma de se criar novas caixas
dentro de um mesmo nível é ao terminar de digitar o texto
pressionar ENTER. Ainda no grupo Criar Gráfico temos os
botões de Elevar / Rebaixar que permite mudar o nível hie-
rárquico de nosso organograma.

27
INFORMÁTICA

No grupo Layout podemos mudar a disposição de nos- Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite
so organograma. seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do Wor-
O próximo grupo é o Estilos de SmartArt que permite dArt
mudar as cores e o estilo do organograma.

O primeiro grupo é o Texto, nesse grupo podemos edi-


tar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinha-
mentos. No grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a
forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra,
Efeitos 3D, Organizar e Tamanho.

Tabelas
As tabelas são com certeza um dos elementos mais im-
portantes para colocar dados em seu documento.
Use tabelas para organizar informações e criar formas
de páginas interessantes e disponibilizar seus dados.
Para inserir uma tabela, na ABA Inserir clique no botão
Tabela.

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos


temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte
Office, ele ainda mantém a mesma interface desde a ver-
são do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos
o botão de WorArt Selecione um formato de WordArt e
clique sobre ele.

Ao clicar no botão de Tabela, você pode definir a quan-


tidade de linhas e colunas, pode clicar no item Inserir Ta-
bela ou Desenhar a Tabela, Inserir uma planilha do Excel ou
usar uma Tabela Rápida que nada mais são do que tabelas
prontas onde será somente necessário alterar o conteúdo.

28
INFORMÁTICA

Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um
número variável de colunas por linha semelhante à maneira como você usa uma caneta para desenhar uma tabela.

Ao desenhar a caixa que fará parte da tabela, você pode utilizar o topo

Ferramentas de Tabela.

Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível definir células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite
aplicar uma formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão
Desenhar Tabela transforma seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua tabela, e o botão Borracha apaga as
linhas da tabela.

Você pode observar também que ao estar com alguma célula da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA
ao final, chamada Layout, clique sobre essa ABA.

O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela, apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.

29
INFORMÁTICA

Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma jane- Ao clicar na Faixa deste grupo ele abre uma janela onde
la com as propriedades da janela. é possível deslocar células, inserir linhas e colunas. O ter-
ceiro grupo é referente à divisão e mesclagem de células.

A opção Mesclar Células, somente estará disponível se


você selecionar duas ou mais células. Esse comando permi-
te fazer com que as células selecionadas tornem-se uma só.

A opção dividir células permite dividir uma célula. Ao


clicar nessa opção será mostrada uma janela onde você
deve definir em quantas linhas e colunas a célula será di-
Nesta janela existem quatro Guias. vidida.
A primeira é relativa à tabela, pode-se definir a largura
da tabela, o alinhamento e a quebra do texto na tabela. Ao
clicar no botão Bordas e Sombreamento abre-se a janela
de bordas e sombreamento estudada anteriormente. Ao
clicar em Opções é possível definir as margens das células
e o espaçamento entre as células.

A opção dividir tabela insere um parágrafo acima da


célula que o cursor está, dividindo a tabela. O grupo Tama-
nho da Célula permite definir a largura e altura da célula.
A opção AutoAjuste tem a função de ajustar sua célula de
acordo com o conteúdo dentro dela.

O grupo Alinhamento permite definir o alinhamento


O segundo grupo é o Linhas e Colunas permite adicio- do conteúdo da tabela. O botão Direção do Texto permite
nar e remover linhas e colunas de sua tabela. mudar a direção de seu texto. A opção Margens da Célula,
permite alterar as margens das células como vimos ante-
riormente.

30
INFORMÁTICA

O grupo Dados permite classificar, criar cálculos, etc., em sua tabela.

A opção classificar como o próprio nome diz permite classificar os dados de sua tabela.

Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como a linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas
como critérios de classificação.
O botão Converter em Texto permite transformar sua tabela em textos normal. A opção fórmula permite fazer cálculos
na tabela.

ABA Revisão

A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.

O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.

31
INFORMÁTICA

O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu do- Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você
cumento em busca de erros. clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um esti-
lo existente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém
Os de ortografia ele marca em vermelho e os de gra- se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado
mática em verde. É importante lembrar que o fato dele somente ao que foi selecionado.
marcar com cores para verificação na impressão sairá com
as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada
pelo Word como errada você pode:
• Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa
parte do texto.
• Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela apare-
cer em qualquer parte do texto.
• Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Tí-
dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em tulo2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado
outro texto ela não será grafada como errada. Esta opção somente no texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na
deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do
ainda não façam parte do Word. estilo foi somente no que estava selecionado. Ao clicar no
• Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas defini-
uma palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou ções de estilos através da opção Conjunto de Estilos.
se você a corrigiu no quadro superior.
• Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras
que estejam da mesma forma no texto.

Impressão

Para imprimir seu documento o processo é muito sim-


ples. Clique no botão

Office e ao posicionar o mouse em Imprimir ele abre


algumas opções.

Podemos também se necessário criarmos nossos pró-


prios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo.

Estilos

Os estilos podem ser considerados formatações pron-


tas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word dis-
ponibiliza uma grande quantidade de estilos através do
grupo estilos.

32
INFORMÁTICA

Será mostrado todos os estilos presentes no docu-


mento em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela
existem três botões, o primeiro deles chama-se Novo Esti-
lo, clique sobre ele.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo,


defini que ele será aplicado a parágrafos, que a base de
criação dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar
um novo parágrafo o próximo será também corpo.
Abaixo definir a formatação a ser aplicada no mesmo.
Na parte de baixo mantive a opção dele aparecer nos esti-
los rápidos e que o mesmo está disponível somente a este
documento. Ao finalizar clique em OK. Veja um exemplo
do estilo aplicado:

Será mostrada uma janela de configuração de seu índi-


ce. Clique no botão Opções.

Índices

Sumário

O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele


normalmente aparece no inicio de documentos. A prin-
cipal regra é que todo parágrafo que faça parte de seu
índice precisa estar atrelado a um estilo. Clique no local
onde você precisa que fique seu índice e clique no botão
Sumário. Serão mostrados alguns modelos de sumário, cli-
que em Inserir Sumário.

33
INFORMÁTICA

Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos


os estilos presentes no documento, então é nela que você MS-EXCEL 2010: ESTRUTURA BÁSICA DAS
define quais estilos farão parte de seu índice. PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS,
No exemplo apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título LINHAS, COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS,
1, o nível 2 ao Título 2 e o nível 3 ao Título 3. Após definir
ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS,
quais serão suas entradas de índice clique em OK.
USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS,
Retorna-se a janela anterior, onde você pode definir
qual será o preenchimento entre as chamadas de índice e IMPRESSÃO, INSERÇÃO DE OBJETOS,
seu respectivo número de página e na parte mais abaixo, CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE
você pode definir o Formato de seu índice e quantos níveis QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS,
farão parte do índice. OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS,
CLASSIFICAÇÃO DE DADOS.
Ao clicar em Ok, seu índice será criado.

MS EXCEL

O Excel é uma das melhores planilhas existentes no


mercado. As planilhas eletrônicas são programas que se
assemelham a uma folha de trabalho, na qual podemos
Quando houver necessidade de atualizar o índice, bas- colocar dados ou valores em forma de tabela e aproveitar
ta clicar com o botão direito do mouse em qualquer parte a grande capacidade de cálculo e armazenamento do
do índice e escolher Atualizar Campo. computador para conseguir efetuar trabalhos que,
normalmente, seriam resolvidos com uma calculadora, lápis
e papel. A tela do computador se transforma numa folha
onde podemos observar uma série de linhas (números) e
colunas (letras). A cada encontro de uma linha com uma
coluna temos uma célula onde podemos armazenar um
texto, um valor, funções ou fórmula para os cálculos. O
Excel oferece, inicialmente, em uma única pasta de trabalho
três planilhas, mas é claro que você poderá inserir mais
planilhas conforma sua necessidade.

Interface
A interface do Excel segue o padrão dos aplicativos Of-
fice, com ABAS, Botão Office, controle de Zoom na direita.
Na janela que se abre escolha Atualizar o índice inteiro. O que muda são alguns grupos e botões exclusivos do Ex-
cel e as guias de planilha no rodapé à esquerda:

Guias de Planilha

34
INFORMÁTICA

Um arquivo do Excel ao iniciar com três guias de plani- Se precisar selecionar células alternadamente, clique
lha, estas guias permite que se possa em um único arqui- sobre a primeira célula a ser selecionada, pressione CTRL e
vo armazenar mais de uma planilha, inicialmente o Excel vá clicando nas que você quer selecionar.
possui três planilhas, e ao final da Plan3 temos o ícone de
inserir planilha que cria uma nova planilha. Você pode clicar
com o botão direito do mouse em uma planilha existente
para manipular as planilhas.

Podemos também nos movimentar com o teclado,


neste caso usamos a combinação das setas do teclado com
a tecla SHIFT.

Na janela que é mostrada é possível inserir uma nova


planilha, excluir uma planilha existente, renomear uma pla-
nilha, mover ou copiar essa planilha, etc...

Movimentação na planilha
Para selecionar uma célula ou torná-la ativa, basta movi-
mentar o retângulo (cursor) de seleção para a posição desejada.
A movimentação poderá ser feita através do mouse ou teclado.
Com o mouse para selecionar uma célula basta dar um
clique em cima dela e observe que a célula na qual você
clicou é mostrada como referência na barra de fórmulas. Entrada de textos e números
Na área de trabalho do Excel podem ser digitados ca-
racteres, números e fórmulas. Ao finalizar a digitação de
seus dados, você pode pressionar a tecla ENTER, ou com
as setas mudar de célula, esse recurso somente não será
válido quando estiver efetuando um cálculo. Caso preci-
se alterar o conteúdo de uma célula sem precisar redigitar
tudo novamente, clique sobre ela e pressione F2, faça sua
alteração e pressione ENTER em seu teclado.

Salvando e Abrindo Arquivos


Para salvar uma planilha o processo é igual ao feito no
Word, clique no botão Office e clique me Salvar.

Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta


manter pressionado o mouse e arrastar selecionando as
células em sequência.

35
INFORMÁTICA

Dê um nome ao seu arquivo, defina o local onde ele Vamos montar uma planilha simples.
deverá ser salvo e clique em Salvar, o formato padrão das
planilhas do Excel 2010 é o xlsx, se precisar salvar em xls
para manter compatibilidade com as versões anteriores é
preciso em tipo definir como Pasta de Trabalho do Excel
97 – 2003.
Para abrir um arquivo existente, clique no botão Office
e depois no botão Abrir, localize seu arquivo e clique sobre
ele e depois em abrir.

Observe que o conteúdo de algumas células é maior


que a sua largura, podemos acertar isso da seguinte forma.
Se precisar trabalhar a largura de uma coluna, posicio-
no o mouse entre as colunas, o mouse fica com o formato
de uma flecha de duas pontas, posso arrastar para definir a
nova largura, ou posso dar um duplo clique que fará com
que a largura da coluna acerte-se com o conteúdo. Posso
também clicar com o botão direito do mouse e escolher
Largura da Coluna.
Operadores e Funções

A função é um método utilizado para tornar mais fácil


e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos
mais complexos e vários valores.
Existem funções para os cálculos matemáticos, fi-
nanceiros e estatísticos. Por exemplo, na função: =SOMA
(A1:A10) seria o mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7
+A8+A9+A10), só que com a função o processo passa a
ser mais fácil. Ainda conforme o exemplo pode-se observar
que é necessário sempre iniciar um cálculo com sinal de
igual (=) e usa-se nos cálculos a referência de células (A1) e
não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma
função depende do tipo de função a ser utilizada. Os ar-
gumentos podem ser números, textos, valores lógicos, re-
ferências, etc...

Operadores
Operadores são símbolos matemáticos que permitem
fazer cálculos e comparações entre as células. Os operado-
res são:

O objetivo desta planilha é calcularmos o valor total de


cada produto (quantidade multiplicado por valor unitário)
e depois o total de todos os produtos.
Para o total de cada produto precisamos utilizar o ope-
rador de multiplicação (*), no caso do Mouse temos que
a quantidade está na célula A4 e o valor unitário está na
célula C4, o nosso caçulo será feito na célula D4.

36
INFORMÁTICA

Poderíamos fazer o seguinte cálculo =1*20 que me Para calcular o total você poderia utilizar o seguinte
traria o resultado, porém bastaria alterar o valor da quan- cálculo D4+D5+D6+D7+D8, porém isso não seria nada
tidade ou o V. unitário que eu precisaria fazer novamente pratico em planilhas maiores. Quando tenho sequências
o cálculo. O correto é então é fazer =A4*C4 com isso eu de cálculos o Excel permite a utilização de funções.
multiplico referenciando as células, independente do con- No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a
teúdo dela, ele fará a multiplicação, desde que ali se tenha sua estrutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se
um número. com o sinal de igual (=), escreve-se o nome da função,
abrem-se parênteses, clica-se na célula inicial da soma
e arrasta-se até a última célula a ser somada, este intervalo
é representado pelo sinal de dois pontos (:), e fecham-se
os parênteses.

Embora você possa fazer manualmente na célula o Ex-


cel possui um assistente de função que facilita e muito a
utilização das mesmas em sua planilha. Na ABA Inicio do
Excel dentro do grupo Edição existe o botão de função.

Observe que ao fazer o cálculo é colocado também na


barra de fórmulas, e mesmo após pressionar ENTER, ao cli-
car sobre a célula onde está o resultado, você poderá ver
como se chegou ao resultado pela barra de fórmulas.

A primeira função é justamente Soma, então clique na


célula e clique no botão de função.

Para o cálculo do teclado é necessário então fazer o


cálculo da segunda linha A5*C5 e assim sucessivamente.
Observamos então que a coluna representada pela letra Observe conforme a imagem que o Excel acrescenta a
não muda, muda-se somente o número que representa a soma e o intervalo de células pressione ENTER e você terá
linha, e se nossa planilha tivesse uma grande quantidade seu cálculo.
de produtos, repetir o cálculo seria cansativo e com certe-
za sujeita a erros. Quando temos uma sequência de cálcu-
los como a nossa planilha o Excel permite que se faça um
único cálculo e ao posicionar o cursor do mouse no canto
inferior direito da célula o cursor se transforma em uma
cruz (não confundir com a seta branca que permite mover
o conteúdo da célula e ao pressionar o mouse e arrastar ele
copia a fórmula poupando tempo).

37
INFORMÁTICA

Formatação de células
A formatação de células é muito semelhante a que vimos para formatação de fonte no Word, basta apenas que a célula
onde será aplicada a formatação esteja selecionada, se precisar selecionar mais de uma célula, basta selecioná-las.
As opções de formatação de célula estão na ABA Inicio.

Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utilizada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas
de grade, cor de preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do grupo será mostrada a janela de fonte.

A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da letra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que exis-
tem menos recursos de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas células. Ele dividido em categorias e dentro de cada
categoria ele possui exemplos de utilização e algumas personalizações como, por exemplo, na categoria Moeda em que é
possível definir o símbolo a ser usado e o número de casas decimais.

38
INFORMÁTICA

A guia Preenchimento permite adicionar cores de


preenchimento às suas células.

A guia Alinhamento permite definir o alinhamento do


conteúdo da célula na horizontal e vertical, além do con-
trole do texto. Vamos então formatar nossa planilha, inicialmente sele-
cione todas as células de valores em moeda. Você pode uti-
lizar a janela de formatação como vimos antes, como pode
também no grupo Número clicar sobre o botão moeda.

A guia Bordas permite adicionar bordas a sua planilha,


embora a planilha já possua as linhas de grade que faci- Vamos colocar também a linha onde estão Quant, Pro-
litam a identificação de suas células, você pode adicionar duto etc... em negrito e centralizado.
bordas para dar mais destaque. O título Relação de Produtos ficará melhor visualmente
se estiver centralizado entra a largura da planilha, então
selecione desde a célula A1 até a célula D1 depois clique
no botão Mesclar e Centralizar centralize e aumente um
pouco o tamanho da fonte.

39
INFORMÁTICA

Para finalizar selecione toda a sua planilha e no botão


de bordas, selecione uma borda externa.

Ele acrescenta uma coluna superior com indicações de


colunas e abre uma nova ABA chamada Design

Estilos No grupo Opções de Estilo de Tabela desmarque a op-


Esta opção é utilizada par aplicar, automaticamente um ção Linhas de Cabeçalho.
formato pré-definido a uma planilha selecionada. Para poder manipular também os dados de sua pla-
nilha é necessário selecionar as células que pretende ma-
nipular como planilha e no grupo Ferramentas clique no
botão Converter em Intervalo.

O botão estilo de Célula permite que se utilize um esti-


lo de cor para sua planilha.

Auto Preenchimento das Células


Vimos no exemplo anterior que é possível copiar uma
fórmula que o Excel entende que ali temos uma fórmula e
faz a cópia. Podemos usar este recurso em outras situações,
se eu tiver um texto comum ou um número único, e aplicar
este recurso, ele copia sem alterar o que será copiado, mas
posso utilizar este recurso para ganhar tempo.
Se eu criar uma sequência numérica, por exemplo, na
célula A1 o número 1 e na célula A2 o número 2, ao se-
lecionar ambos, o Excel entende que preciso copiar uma
sequência.
Se eu colocar na célula A1 o número 1 e na célula A2
o número 3, ele entende que agora a sequência é de dois
A segunda opção Formatar como Tabela permite tam- em dois.
bém aplicar uma formatação a sua planilha, porém ele já
começa a trabalhar com Dados.

Esta mesma sequência pode ser aplicada a dias da se-


mana, horas, etc...

40
INFORMÁTICA

Inserção de linhas e colunas


Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é simples. Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse
em uma linha e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima da selecionada, no caso a coluna será adicionada à
esquerda. Para excluir uma linha ou uma coluna, basta clicar com o botão direito na linha ou coluna a ser excluída.
Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que está na ABA inicio.

Através da opção Formatar podemos também definir a largura das linhas e colunas.

Congelar Painéis

Algumas planilhas quando muito longas necessitam que sejam mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se
assim a digitação de valores em locais errados. Esse recurso chama-se congelar painéis e está disponível na ABA exibição.

No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na opção congelar primeira linha e mesmo que você role a
tela a primeira linha ficará estática.

41
INFORMÁTICA

Trabalhando com Referências


Percebemos que ao copiar uma fórmula, automatica-
mente são alteradas as referências, isso ocorre, pois traba-
lhamos até o momento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais
uma coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem
cada produto representa no valor total

Ainda dentro desta ABA podemos criar uma nova ja-


nela da planilha Ativa clicando no botão Nova Janela, po-
demos organizar as janelas abertas clicando no botão Or-
ganizar Tudo,
O cálculo ficaria para o primeiro produto =D4/D9 e de-
pois bastaria aplicar a formatação de porcentagem e acres-
centar duas casas decimais.

Pelo grupo Mostrar / Ocultar podemos retirar as linhas


de grade, as linhas de cabeçalho de coluna e linha e a barra
de formulas.

42
INFORMÁTICA

Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar Pressione ENTER e agora você poderá copiar a sua cé-
a célula E4 para resolver os demais cálculos na célula E5 à lula.
fórmula ficará =D5/D10, porém se observarmos o correto
seria ficar =D5/D9, pois a célula D9 é a célula com o valor
total, ou seja, esta é a célula comum a todos os cálculos a
serem feitos, com isso não posso copiar a fórmula, pelo
menos não como está.
Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia de
uma planilha é ganhar-se tempo.
A célula D9 então é um valor absoluto, ele não muda é
também chamado de valor constante.
A solução é então travar a célula dentro da formula,
para isso usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fize-
mos o cálculo E4 de clique sobre ela, depois clique na barra
de fórmulas sobre a referência da célula D9.

No exemplo acima foi possível travar toda a células,


existem casos em que será necessário travar somente a li-
nha e casos onde será necessário travar somente a coluna.
As combinações então ficariam (tomando como base
a célula D9)
D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna
$D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a varia-
ção da linha.
D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação
da coluna.
$D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.

Algumas outras funções

Pressione em seu teclado a tecla F4. Será então adi- Vamos inicialmente montar a seguinte planilha
cionado o símbolo de cifrão antes da letra D e antes do
número 9. $D$9.

Em nosso controle de atletas vamos através de algu-


mas outras funções saber algumas outras informações de
nossa planilha.
O Excel possui muitas funções, você pode conhecer
mais sobre elas através do assistente de função.

43
INFORMÁTICA

Máximo

Mostra o valor MAIOR de uma seleção de células.


Em nossa planilha vamos utilizar essa função para sa-
ber é a maior idade, maior peso e a maior altura.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de
idade na linha de valores máximos E15 e monte a seguin-
te função =MAXIMO(E4:E13). Com essa função estamos
buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor
máximo encontrado.

Vamos repetir o processo para os valores máximos do


peso e da altura.
Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de In- MIN
serir Função, você pode digitar uma descrição do que gos- Mostra o valor mínimo de uma seleção de células.
taria de saber calcular, pode buscar por categoria, como Vamos utilizar essa função em nossa planilha para sa-
Financeira,m Data Hora etc..., ao escolher uma categoria, ber os valores mínimos nas características de nossos atle-
na caixa central serão mostradas todas as funções relativas tas.
a essa categoria. Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e idade na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte
dentro do conjunto de funções desta categoria a função função =MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no
Máximo abaixo é apresentado uma breve explicação da uti- intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encon-
lização desta função. Se precisar de mais detalhes da utili- trado.
zação da função clique sobre o link Ajuda sobre esta função.

Para calcular os valores mínimos para o peso e a altura


o processo é o mesmo.

44
INFORMÁTICA

Média Esta função retorna um valor de teste_lógico que per-


mite avaliar uma célula ou um cálculo e retornar um valor
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores. verdadeiro ou um valor falso.
Vamos utilizar essa função em nossa planilha para sa-
ber os valores médios nas características de nossos atletas. Sua sintaxe é =SE (TESTELÓGICO;VALOR
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna VERDADEIRO;VALOR FALSO).
de idade na linha de valores máximos E17 e monte a se- =SE - Atribuição de inicio da função;
guinte função =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos
buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor TESTELÓGICO - Teste a ser feito par validar a célula;
máximo encontrado. VALOR VERDADEIRO - Valor a ser apresentado na cé-
lula quando o teste lógico for verdadeiro, pode ser outra
célula, um caçulo, um número ou um texto, apenas lem-
brando que se for um texto deverá estar entre aspas.
VALOR FALSO - Valor a ser apresentado na célula quan-
do o teste lógico for falso, pode ser outra célula, um caçulo,
um número ou um texto, apenas lembrando que se for um
texto deverá estar entre aspas.
Para exemplificar o funcionamento da função vamos
acrescentar em nossa planilha de controle de atletas uma
coluna chamada categoria.

Para o peso e a altura basta apenas repetir o processo


Vamos utilizar essa função em nossa planilha de con-
trole de atletas. Vamos utilizar a função nos valores médios
da planilha, deixaremos com duas casas decimais.

Vamos aproveitar também o exemplo para utilizarmos


um recurso muito interessante do Excel que é o aninha-
mento de funções, ou seja, uma função fazendo parte de
outra.
A função para o cálculo da média da Idade é =MÉ-
DIA(E4:E13) clique na célula onde está o cálculo e depois Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade me-
clique na barra de fórmulas. nor que 18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com categoria Profissional. Então a lógica da função será que
isso fizemos com que caso exista números após a vírgu- quando a Idade do atleta for menor que 18 ele será Juvenil
la o mesmo será arredonda a somente uma casa decimal. e quando ela for igual ou maior que 18 ele será Profissional.
Caso você não queira casas decimais coloque após o ponto Convertendo isso para a função e baseando-se que a
e vírgula o número zero. idade do primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
=SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em re-
lação aos parênteses, observe que foi aberto uma após a
função ARRED e um a pós a função MÉDIA então se deve
ter o cuidado de fechá-los corretamente. O que auxilia no
fechamento correto dos parênteses é que o Excel vai colo-
rindo os mesmos enquanto você faz o cálculo.

Função SE Explicando a função.


Esta é com certeza uma das funções mais importantes =SE(E4<18: inicio da função e teste lógico, aqui é veri-
do Excel e provavelmente uma das mais complexas para ficado se o conteúdo da célula E4 é menor que 18.
quem está iniciando. “Juvenil”: Valor a ser apresentado como verdadeiro.
“Profissional”: Valor a ser apresentado como falso.

45
INFORMÁTICA

Vamos incrementar um pouco mais nossa planilha, va- Adicione as seguintes linhas abaixo de sua planilha
mos criar uma tabela em separado com a seguinte defini-
ção. Até 18 anos será juvenil, de 18 anos até 30 anos será
considerado profissional e acima dos 30 anos será consi-
derado Master.

Nossa planilha ficará da seguinte forma.

Então vamos utilizar a função CONT.SE para buscar em


nossa planilha quantos atletas temos em cada categoria.

Temos então agora na coluna J a referência de idade, e


na coluna K a categoria.

Então agora preciso verificar a idade de acordo com


o valor na coluna J e retornar com valores verdadeiros e
falsos o conteúdo da coluna K. A função então ficará da
seguinte forma:

A função ficou da seguinte forma =CONT.SE(H4:H13;K4)


onde se faz a contagem em um intervalo de H3:H13 que é
o resultado calculado pela função
SE e retorna a célula K4 onde está a categoria juvenil de
atletas. Para as demais categorias basta repetir o cálculo
=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6)) mudando-se somente a categoria que está sendo buscada.
Temos então:
=SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, Funções de Data e Hora
onde verificamos se a idade que consta na célula E4 é Podemos trabalhar com diversas funções que se ba-
menor que o valor que consta na célula J4. seiam na data e hora de seu computador. As principais fun-
K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro ções de data e hora são:
deste teste lógico, no caso o texto “Juvenil”. =HOJE( ) Retorna a data atual.
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se =MÊS(HOJE()) Retorna o mês atual
valor da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o =ANO(HOJE()) Retorna o ano atual
segundo valor verdadeiro, é importante ressaltar que este =HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
teste lógico somente será utilizado se o primeiro teste der =MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
como falso. =SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o se- =AGORA( ) Retorna a data e à hora
gundo teste lógico estiver correto. =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana
K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógi- em número
cos derem como falso. =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre
Permite contar em um intervalo de valores quantas ve- uma data inicial e uma data final.
zes se repete determinado item. Vamos aplicar a função
em nossa planilha de controle de atletas

46
INFORMÁTICA

Para exemplificar monte a seguinte planilha. Após isso coloque o valor em formato Moeda.

Em V.Diário, vamos calcular quantas horas foram tra-


balhadas durante cada dia. Para os demais cálculos o V.Hora será igual há todos
=B3-B2+B5-B4, pegamos a data de saída e subtraímos os dias então ele precisa ser fixo para que o cálculo possa
pela data de entrada de manhã, com isso sabemos quan- ser copiado, o número 60 por ser um número não é muda.
tas horas foram trabalhadas pela manhã na mesma função
faço a subtração da saída no período da tarde pela entrada =HORA(B6)*$B$7+MINUTO(B6)*$B$7/60
do período da tarde e somo os dois períodos. Para sabermos quantas horas o funcionário trabalhou
na semana, faça a soma de todos os dias trabalhados.

Repita o processo para todos os demais dias da sema-


na, somente no sábado é preciso apenas calcular a parte da
manhã, ou seja, não precisa ser feito o cálculo do período
da tarde. Ao observar atentamente o valor calculado ele mostra
20:40, porém nessa semana o funcionário trabalhou mais
de 40 horas, isso ocorre pois o cálculo de horas zera ao
chegar em 23:59:59, então preciso fazer com que o Excel
entenda que ele precisa continuar a contagem. Clique na
faixa do grupo número na ABA Inicio, na janela que se abre
clique na categoria Hora e escolha o formato 37:30:55 esse
formato faz com que a contagem continue.

Para calcular o V. da hora que o funcionário recebe co-


loque um valor, no caso adicione 15 e coloquei no formato
Moeda. Vamos agora então calcular quanto ele ganhou por
dia, pois temos quantas horas ele trabalhou durante o dia
e sabemos o valor da hora. Como temos dois formatos de
números precisamos durante o cálculo fazer a conversão.
Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma:
=HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60.
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos
como referência de hora o valor da célula B6, multiplica-
mos pelo valor que está em B7, essa parte calcula somente
à hora cheia então precisamos somar os minutos que pega
a função MINUTO e multiplica a quantidade de horas pelo
valor da hora, como o valor é para a hora o dividimos então
por 60

47
INFORMÁTICA

Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a


receber e faça a soma dos valores totais.

Planilhas 3D Renomeie essa planilha para valores

O conceito de planilha 3D foi implantado no Excel Retorne a planilha resultado e coloque um valor qual-
na versão 5 do programa, ele é chamado dessa forma quer no campo onde será digitado valor.
pois permite que se façam referências de uma planilha
em outra.

Posso por exemplo fazer uma soma de valores que es-


tejam em outra planilha, ou seja quando na planilha matriz
algum valor seja alterado na planilha que possui referência
com ela também muda.

Vamos a um exemplo

Clique agora no campo onde será colocado o valor de


compra do dólar na célula B4 e clique na célula onde está
o valor que acabou de digitar célula B2, adicione o sinal de
divisão (/) e depois clique na planilha valores ele vai colocar
o nome da planilha seguido de um ponto de exclamação
(!) e clique onde está o valor de compra do dólar. A função
ficará da seguinte forma =B2/valores!B2.

Faremos uma planilha para conversão de valores, en-


tão na planilha 1 vamos ter um campo para que se coloque
o valore em real e automaticamente ele fará a conversão
para outras moedas, monte a seguinte planilha.

Vamos renomear a planilha para resultado.

Com isso toda vez que eu alterar na planilha valores o


valor do dólar, ele atualiza na planilha resultado.
Para isso dê um duplo clique no nome de sua planilha Faça o cálculo para o valor do dólar para venda, a fun-
Plan1 e digite o novo nome. ção ficará da seguinte forma: =B2/valores!C2.
Para poder copiar a fórmula para as demais células,
Salve seu arquivo e clique na guia Plan2 e digite a se- bloqueie a célula B2 que é referente ao valor em real.
guinte planilha

48
INFORMÁTICA

O ideal nesta planilha é que a única célula onde o usuário possa manipular seja a célula onde será digitado valor em
real para a conversão, então vamos bloquear a planilha deixando essa célula desprotegia.
Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que
se abre clique na guia Proteção.
Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta célula é a única que poderá receber dados.

Clique agora na ABA Revisão e no grupo Alterações clique no botão Proteger Planilha.

Será mostrada mais uma janela coloque uma senha (recomendável)

49
INFORMÁTICA

Ao tentar alterar uma célula protegida será mostrado o seguinte aviso

Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no botão Desproteger Planilha no grupo Alterações.

Inserção de Objetos

A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos
estão na ABA Inserir.

Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.
Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar vamos focar em Gráficos.

Gráficos
A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la com uma aparência melhor também facilita na hora de
mostrar resultados. As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA Inserir do Excel

50
INFORMÁTICA

Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas
para criarmos nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os atletas x peso.
Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e selecione os valores do peso.

Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no
exemplo cliquei no estilo de gráfico de colunas.

51
INFORMÁTICA

Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico será criado.

Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha basta clicar em uma área em branco de o gráfico manter o
mouse pressionado e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima dela Ferramentas de Gráfico).

Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar no botão Alterar Tipo de Gráfico.

Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no botão Alterar Linha/Coluna.

52
INFORMÁTICA

Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a dis- Podemos também deixar nosso gráfico isolado em
tribuição dos elementos do Gráfico. uma nova planilha, basta clicar no botão Mover Gráfico.

Podemos também modificar o estilo de nosso gráfico


através do grupo Estilos de Gráfico Dados

O Excel possui uma ABA chamada Dados que permite


importar dados de outras fontes, ou trabalhar os dados de
uma planilha do Excel

Classificação

Vamos agora trabalhar com o gerenciamento de dados


criados no Excel.
Vamos utilizar para isso a planilha de Atletas.
Classificar uma lista de dados é muito fácil, e este re-
curso pode ser obtido pelo botão Classificar e Filtrar na
ABA Inicio, ou pelo grupo Classificar e Filtrar na ABA Dados.

53
INFORMÁTICA

Vamos então selecionar os dados de nossa planilha que serão classificados.

Clique no botão Classificar.

Você precisa definir quais serão os critérios de sua classificação, onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão Adicionar Nível e coloque Modalidade.

54
INFORMÁTICA

Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha
de títulos em nossa planilha e clique em OK.

Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for necessário, basta clicar no botão de Classificar.

Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com
seus dados selecionados clique no botão Filtro e observe que será adicionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha
uma seta.

Estas setas permite visualizar somente os dados que te interessam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação
de atletas do sexo feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho sexo e marcar somente Feminino, que os demais dados
da planilha ficarão ocultos.

55
INFORMÁTICA

Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise saber dentro do sexo feminino quantos atletas estão na cate-
goria Profissional, eu faço um novo filtro na coluna Categoria.

Observe que as colunas que estão com filtro possuem um ícone em forma de funil no lugar da seta.
Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da
célula for um número).

56
INFORMÁTICA

Observe na esquerda que são mostrados os níveis de


visualização dos subtotais e que ele faz um total a cada
sequência do sexo dos atletas.
Para remover os subtotais, basta clicar no botão Subto-
tal e na janela que aparece clique em Remover Todos.

Subtotais Impressão
Podemos agrupar nossos dados através de seus valo- O processo de impressão no Excel é muito parecido
res, vamos inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo com o que fizemos no Word.
dos atletas relacionado com a idade. Clique no botão Office e depois em Imprimir e escolha
Visualizar Impressão.

Depois clique no botão Subtotal.


Em A cada alteração em: coloque sexo e em Adicionar
subtotal a deixe marcado apenas Peso, depois clique em OK.

No caso escolhi a planilha atletas, podemos observar


que a mesma não cabe em uma única página. Clique no
botão Configurar Página.

57
INFORMÁTICA

Marque a opção Paisagem e clique em OK. CTRL + Sinal de adição (+): quando você precisar inse-
rir células, linhas ou colunas no meio dos dados, ao invés
de clicar com o mouse no número da linha ou na letra da
coluna, basta pressionar esse comando.
*Utilize o sinal de adição do teclado numérico ou a
combinação CTRL + SHIFT + Sinal de adição que fica à es-
querda da tecla backspace, pois ela tem o mesmo efeito.
CTRL + Sinal de subtração (-): para excluir células, li-
nhas ou colunas inteiras, pressione essas teclas. Esse co-
mando funciona tanto no teclado normal quanto no tecla-
do numérico.
CTRL + D: você pode precisar que todas as células de
determinada coluna tenham o mesmo valor. Apertando
CTRL + D, você fará com que a célula ativa seja preenchi-
da com o mesmo valor da célula que está acima dela. Por
Teclas de atalho do Excel exemplo: você digitou o número 5432 na célula A1 e quer
que ele se repita até a linha 30. Selecione da célula A1 até
CTRL + !: quando se está trabalhando com planilhas a A30 e pressione o comando. Veja que todas as células
grandes, quando os dados precisam ser apresentados a um serão preenchidas com o valor 5432.
gerente, ou mesmo só para facilitar sua vida, a melhor ma- CTRL + R: funciona da mesma forma que o comando
neira de destacar certas informações é formatar a célula, de acima, mas para preenchimento de colunas. Exemplo: sele-
modo que a fonte, a cor do texto, as bordas e várias outras cione da célula A1 até a E1 e pressione CTRL + R. Todas as
configurações de formatação. Mas ter que usar o mouse células selecionadas terão o mesmo valor da A1.
para encontrar as opções de formatação faz você perder CTRL + ALT + V: você já deve ter cometido o erro de co-
muito tempo. Portanto, pressionando CTRL + !, você fará piar uma célula e colar em outro local, acabando com a for-
com que a janela de opções de formatação da célula seja matação que tinha definido anteriormente, pois as células
exibida. Lembre-se que você pode selecionar várias células de origem eram azuis e as de destino eram verdes. Ou seja,
para aplicar a formatação de uma só vez. você agora tem células azuis onde tudo deveria ser verde.
CTRL + (: muitas vezes você precisa visualizar dados Para que isso não aconteça, você pode utilizar o comando
que não estão próximos uns dos outros. Para isso o Excel “colar valores”, que fará com que somente os valores das
fornece a opção de ocultar células e colunas. Pressionan- células copiadas apareçam, sem qualquer formatação. Para
do CTRL + (, você fará com que as linhas correspondentes não precisar usar o mouse, copie as células desejadas e na
à seleção sejam ocultadas. Se houver somente uma célula hora de colar utilize as teclas CTRL + ALT + V.
ativa, só será ocultada a linha correspondente. Por exem- CTRL + PAGE DOWN: não há como ser rápido utilizan-
plo: se você selecionar células que estão nas linhas 1, 2, 3 do o mouse para alternar entre as planilhas de um mesmo
e 4 e pressionar as teclas mencionadas, essas quatro linhas arquivo. Utilize esse comando para mudar para a próxima
serão ocultadas. planilha da sua pasta de trabalho.
Para reexibir aquilo que você ocultou, selecione uma CTRL + PAGE UP: similar ao comando anterior. Porém,
célula da linha anterior e uma da próxima, depois utilize executando-o você muda para a planilha anterior.
as teclas CTRL + SHIFT + (. Por exemplo: se você ocultou a *É possível selecionar as planilhas que estão antes ou
linha 14 e precisa reexibi-la, selecione uma célula da linha depois da atual, pressionando também o SHIFT nos dois
13, uma da linha 15 e pressione as teclas de atalho. comando acima.
CTRL + ): esse atalho funciona exatamente como o
anterior, porém, ele não oculta linhas, mas sim COLUNAS. Teclas de função
Para reexibir as colunas que você ocultou, utilize as teclas Poucas pessoas conhecem todo o potencial das teclas
CTRL + SHIFT + ). Por exemplo: você ocultou a coluna C e que ficam na mesma linha do “Esc”. Assim como o CTRL,
quer reexibi-la. Selecione uma célula da coluna B e uma da as teclas de função podem ser utilizadas em combinação
célula D, depois pressione as teclas mencionadas. com outras, para produzir comandos diferentes do padrão
CTRL + SHIFT + $: quando estiver trabalhando com va- atribuído a elas. Veja alguns deles abaixo.
lores monetários, você pode aplicar o formato de moeda F2: se você cometer algum erro enquanto está inse-
utilizando esse atalho. Ele coloca o símbolo R$ no número rindo fórmulas em uma célula, pressione o F2 para poder
e duas casas decimais. Valores negativos são colocados en- mover o cursor do teclado dentro da célula, usando as se-
tre parênteses. tas para a direita e esquerda. Caso você pressione uma da
CTRL + SHIFT + Asterisco (*): esse comando é extre- setas sem usar o F2, o cursor será movido para outra célula.
mamente útil quando você precisa selecionar os dados ALT + SHIFT + F1: inserir novas planilhas dentro de um
que estão envolta da célula atualmente ativa. Caso existam arquivo do Excel também exige vários cliques com o mou-
células vazias no meio dos dados, elas também serão se- se, mas você pode usar o comando ALT + SHIFT + F1 para
lecionadas. Veja na imagem abaixo um exemplo. A célula ganhar algum tempo. As teclas SHIFT + F11 produzem o
selecionada era a D6. mesmo efeito.

58
INFORMÁTICA

F8: use essa tecla para ligar ou desligar o modo de se-


leção estendida. Esse pode ser usado da mesma forma que CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO
o SHIFT. Porém, ele só será desativado quando for pres- ELETRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE
sionado novamente, diferente do SHIFT, que precisa ser MENSAGENS, ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS.
mantido pressionado para que você possa selecionar várias
células da planilha.

Veja abaixo outros comandos úteis: CORREIO ELETRÔNICO


CTRL + Setas de direção: move o cursor para a última
célula preenchida. Se houve alguma célula vazia no meio, O correio eletrônico1 se parece muito com o correio
o cursor será movido para a última célula preenchida que tradicional. Todo usuário tem um endereço próprio e uma
estiver antes da vazia. caixa postal, o carteiro é a Internet. Você escreve sua men-
END: pressione essa tecla uma vez para ativar ou de- sagem, diz pra quem quer mandar e a Internet cuida do
sativar o “Modo de Término”. Sua função é parecida com o resto. Mas por que o e-mail se popularizou tão depressa?
comando anterior. Pressiona uma vez para ativar e depois A primeira coisa é pelo custo. Você não paga nada por uma
pressione uma tecla de direção para mover o cursor para a comunicação via e-mail, apenas os custos de conexão com
última célula preenchida. a Internet. Outro fator é a rapidez, enquanto o correio tra-
*Se a tecla Scroll Lock estiver ativada, pressionar END dicional levaria dias para entregar uma mensagem, o ele-
fará com que o cursor seja movido para a célula que estiver trônico faz isso quase que instantaneamente e não utiliza
visível no canto inferior direito da janela. papel. Por último, a mensagem vai direto ao destinatário,
CTRL + BARRA DE ESPAÇO: utilize essa atalho se você não precisa passa de mão-em-mão (funcionário do correio,
quiser selecionar a coluna inteira onde está o cursor. carteiro, etc.), fica na sua caixa postal onde somente o dono
SHIFT + BARRA DE ESPAÇOS: semelhante ao comando tem acesso e, apesar de cada pessoa ter seu endereço pró-
acima, porém, seleciona a linha inteira onde está o cursor. prio, você pode acessar seu e-mail de qualquer computa-
dor conectado à Internet. Bem, o e-mail mesclou a faci-
lidade de uso do correio convencional com a velocidade
do telefone, se tornando um dos melhores e mais utilizado
meio de comunicação.

Estrutura e Funcionalidade do e-mail

Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos


os endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão,
nome do usuário + @ + host, onde:
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo
usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecas-
tro.
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa
o nome do usuário do seu provedor.
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o ende-
reço eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao
serviço 24 horas por dia.

Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.


com.br

A caixa postal é composta pelos seguintes itens:


» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as men-
sagens recebidas.
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não
enviadas.
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails
que foram enviados.
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda
não terminou de redigir.
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas.
1 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioeletronico-
ewebmail001.asp

59
INFORMÁTICA

Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão pre- WebMail


sentes:
» Para – é o campo onde será inserido o endereço do O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação
destinatário. acessada diretamente na Internet, sem a necessidade de
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da usar programa de correio eletrônico. Praticamente todos os
mesma mensagem, ao usar este campo os endereços apa- e-mails possuem aplicações para acesso direto na Internet. É
recerão para todos os destinatários. grande o número de provedores que oferecem correio ele-
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, trônico gratuitamente, logo abaixo segue uma lista dos mais
no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos populares.
donos. » Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensa- » GMail – http://www.gmail.com
gem. » Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br
» iG Mail – http://www.ig.com.br
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem
» Yahoo – http://www.yahoo.com.br
(imagens, programas, música, arquivos de texto, etc.).
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a
Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e se-
mensagem. guir as instruções do site. Outro importante fator a ser obser-
vado é o tamanho máximo permitido por anexo, este foi ou-
Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, tro fator que aumentou muito de tamanho, há pouco tempo
porém representando as mesmas funções. Além dos destes a maioria dos provedores permitiam em torno de 2 Mb, mas
campos tem ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e atualmente a maioria já oferecem em média 25 Mb. Além de
EXCLUIR as mensagens, este botões bem como suas fun- caixa postal os provedores costumam oferecer serviços de
cionalidades veremos em detalhes, mais à frente. agenda e contatos.
Para receber seus e-mails você não precisa estar co- Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério
nectado à Internet, pois o e-mail funciona com provedores. de cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por
Mesmo você não estado com seu computador ligado, seus exemplo, procuro aqueles que oferecem uma interface com
e-mail são recebidos e armazenados na sua caixa postal, o menor propaganda possível.
localizada no seu provedor. Quando você acessa sua caixa » Criando seu e-mail
postal, pode ler seus e-mail on-line (diretamente na Inter- Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente
net, pelo WebMail) ou baixar todos para seu computador simples, eu escolhi o Outlook.com, pois a interface deste
através de programas de correio eletrônico. Um programa WebMail não tem propagandas e isso ajudar muito os en-
muito conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais tendimentos, no entanto você pode acessar qualquer dos
à frente. endereços informados acima ou ainda qualquer outro que
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de você conheça. O processo de cadastro é muito simples, basta
e-mail e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode preencher um formulário e depois você terá sua conta de
enviar mensagens para você. Também é possível enviar e-mail pronta para ser usada. Vamos aos passos:
mensagens para várias pessoas ao mesmo tempo, para isto 1. Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com.br)
basta usar os campos “Cc” e “Cco” descritos acima. ou qualquer outro de sua preferência.
Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a maio- 2. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”, será
ria das pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet aberto um formulário, preencha-o observando todos os
campos. Os campos do formulário têm suas particularidades
através do navegador. Este tipo de correio é chamado de
de provedor para provedor, no entanto todos trazem a mes-
WebMail. O WebMail é responsável pela grande populari-
ma ideia, colher informações do usuário. Este será a primeira
zação do e-mail, pois mesmo as pessoas que não tem com-
parte do seu e-mail e é igual a este em qualquer cadastro, no
putador, podem acessar sua caixa postal de qualquer lugar exemplo temos “@outlook.com”. A junção do nome de usuá-
(um cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um endereço rio com o nome do provedor é que será seu endereço eletrô-
eletrônico basta querer e acessar a Internet, é claro. Existe nico. No exemplo ficaria o seguinte: seunome@outlook.com.
quase que uma guerra por usuários. Os provedores, tam- 3. Após preencher todo o formulário clique no botão
bém, disputam quem oferece maior espaço em suas caixas “Criar conta”, pronto seu cadastro estará efetivado.
postais. Há pouco tempo encontrar um e-mail com mais Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum
de 10 Mb, grátis, não era fácil. Lembro que, quando a Em- que muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros
bratel ofereceu o Click21 com 30 Mb, achei que era muito usuários, neste caso será exibida uma mensagem lhe in-
espaço, mas logo o iBest ofereceu 120 Mb e não parou por formando do problema. Isso acontece porque dentro de
ai, a “guerra” continuo culminando com o anúncio de que um mesmo provedor não pode ter dois nomes de usuários
o Google iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A última campanha iguais. A solução é procurar outro nome que ainda esteja
do GMail, e-mail do Google, é de aumentar sua caixa postal livre, alguns provedores mostram sugestões como: seuno-
constantemente, a última vez que acessei estava em 2663 me2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o que
Mb. é bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões
ou informe outro nome (não desista, você vai conseguir),
finalize seu cadastro que seu e-mail vai está pronto para
ser usado.

60
INFORMÁTICA

» Entendendo a Interface do WebMail 13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir


A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que as mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exi-
nos liga do mundo externo aos comandos do programa. bido o conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe
Estes conhecimentos vão lhe servir para qualquer WebMail também as mensagens das diversas pastas existentes na
que você tiver e também para o Outlook, que é um progra- sua caixa postal. A observação feita no item anterior, sobre
ma de gerenciamento de e-mails, vamos ver este programa negrito, também é válida para esta seção. Observe as caixas
mais adiante. de seleção localizadas do lado esquerdo de cada mensa-
1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua gem, é através delas que as mensagens são selecionadas. A
caixa de entrar, verificando se há novas mensagens no ser- seleção de todos os itens ao mesmo tempo, também pode
vidor. ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição da coluna “Remetente”. O título das colunas, além de no-
de e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no meá-las, também serve para classificar as mensagens que
qual você vai redigir, responder e encaminhar mensagens. por padrão estão classificadas através da coluna “Data”,
Semelhante à função novo e-mail do Outlook. para usar outra coluna na classificação basta clicar sobre
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus nome dela.
endereços de e-mail são previamente guardados para uti- 14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adi-
lização futura, nesta seção também é possível criar grupos cionar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são
para facilitar o gerenciamento dos seus contatos. um modo de organizar seu conteúdo, armazenando suas
4. Configurações – Este botão abre (como o próprio mensagens por temas. Quando seu e-mail é criado não
nome já diz) a janela de configurações. Nesta janela podem existem pastas nesta seção, isso deve ser feito pelo usuário
ser feitas diversas configurações, tais como: mudar senha, de acordo com suas necessidades.
definir número de e-mail por página, assinatura, resposta 15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a
automática, etc. seção onde pode ser feita uma configuração que permitirá
5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma você acessar outras caixas postais diretamente da sua. O
seção com vários tópicos de ajuda. próximo link, como o nome já diz, abre a janela de confi-
6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através guração dos e-mails bloqueados e mais abaixo o link para
dele que você vai fechar sua caixa postal, muito recomen- baixar um plug-in que lhe permite fazer uma configuração
dado quando o uso de seu e-mail ocorrer em computado- automática do Outlook Express. Estes dois primeiros links
res de terceiros. são os mesmos apresentados no item 10.
7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu
endereço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; MS OUTLOOK 2010
parte utilizada em porcentagem e um pequeno gráfico.
8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você O Microsoft Outlook 2010 oferece excelentes ferra-
está, no exemplo a Caixa de Entrada. mentas de gerenciamento de emails profissionais e pes-
9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de men- soais para mais de 500 milhões de usuários do Microsoft
sagens que estão na tela e também o total da seção sele- Office no mundo todo. Com o lançamento do Outlook
cionada. 2010, você terá uma série de experiências mais ricas para
10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão atender às suas necessidades de comunicação no trabalho,
todos os comandos relacionados com as mensagens exi- em casa e na escola.
bidas. Para usar estes comandos, selecione uma ou mais Do visual redesenhado aos avançados recursos de or-
mensagens o comando desejado e clique no botão “OK”. O ganização de emails, pesquisa, comunicação e redes so-
botão “Bloquear”, bloqueia o endereço de e-mail da men- ciais, o Outlook 2010 proporciona uma experiência fantás-
sagem, útil para bloquear e-mails indesejados. Já o botão tica para você se manter produtivo e em contato com suas
“Contas externas” abre uma seção para configurar outras redes pessoais e profissionais.
contas de e-mails que enviarão as mensagens a sua caixa
postal. Para o correto funcionamento desta opção é preci- Adicionar uma conta de email
so que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP. Antes de poder enviar e receber emails no Outlook
11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista 2010, você precisa adicionar e configurar uma conta de
de página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails email. Se tiver usado uma versão anterior do Microsoft
na seção. Para acessar selecione a página desejada e clique Outlook no mesmo computador em que instalou o Outlook
no botão “OK”. Veja que todos os comandos estão dispo- 2010, suas configurações de conta serão importadas auto-
níveis também na parte inferior, isto para facilitar o uso de maticamente.
sua caixa postal. Se você não tem experiência com o Outlook ou se es-
12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um tiver instalando o Outlook 2010 em um computador novo,
correio eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; o recurso Configuração Automática de Conta será iniciado
Rascunho e Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do automaticamente e o ajudará a configurar as definições
nome, quando está normal significa que todas as mensa- de suas contas de email. Essa configuração exige somente
gens foram abertas, porém quando estão em negrito, acu- seu nome, endereço de email e senha. Se não for possí-
sam que há uma ou mais mensagens que não foram lidas, vel configurar sua conta de email automaticamente, será
o número entre parêntese indica a quantidade. Este deta- necessário digitar as informações adicionais obrigatórias
lhe funciona para todas as pastas e mensagens do correio. manualmente.

61
INFORMÁTICA

1. Clique na guia Arquivo.


2. Em Dados da Conta e clique em Adicionar Conta.

Sobre contas de email


O Outlook dá suporte a contas do Microsoft Exchange,
POP3 e IMAP. Seu ISP (provedor de serviços de Internet) ou
administrador de emails pode lhe fornecer as informações
necessárias para a configuração da sua conta de email no Observação: Quando o seu computador está conecta-
Outlook. do a um domínio de rede de uma organização que usa o
Contas de email estão contidas em um perfil. Um perfil Microsoft Exchange Server, suas informações de email são
é composto de contas, arquivos de dados e configurações automaticamente inseridas. A senha não aparece porque a
que especificam onde as suas mensagens de email são sal- sua senha de rede é usada. Um indicador de progresso é
vas. Um novo perfil é criado automaticamente quando o exibido à medida que a sua conta está sendo configurada.
Outlook é executando pela primeira vez. O processo de configuração pode levar vários minutos.
Adicionar uma conta de email ao iniciar o Outlook
2010 pela primeira vez
Se você ainda não tem experiência com o Outlook ou
se estiver instalando o Outlook 2010 em um computador
novo, o recurso Configuração Automática de Conta será
iniciado automaticamente e o ajudará a definir as configu-
rações das suas contas de email. Esse processo exige so-
mente seu nome, endereço de email e senha. Se não for
possível configurar a sua conta de email automaticamente,
você precisará inserir as informações adicionais obrigató-
rias manualmente.
1. Inicie o Outlook.
2. Quando solicitado a configurar uma conta de
email, clique em Avançar.

Se a tentativa inicial de configurar a conta falhar, uma


segunda tentativa poderá ser feita com o uso de uma co-
nexão não criptografada com o servidor de email. Se você
vir essa mensagem, clique em Avançar para continuar. Se a
conexão não criptografada também falhar, não será possí-
vel configurar a sua conta de email automaticamente.

3. Para adicionar uma conta de email, clique em Sim


e depois em Avançar.
4. Insira seu nome, endereço de email e senha e cli-
que em Avançar.

62
INFORMÁTICA

Clique em Repetir ou marque a caixa de seleção Confi- 3. Em Perfis, clique em Mostrar Perfis.
gurar servidor manualmente. 4. Clique em Adicionar.
Depois que a conta for adicionada com êxito, você 5. Na caixa de diálogo Novo Perfil, digite um nome
poderá adicionar mais contas clicando em Adicionar outra para o perfil e, em seguida, clique em OK.
conta. Trata-se do nome que você vê ao iniciar o Outlook caso
configure o Outlook para solicitar o perfil a ser usado.
6. Clique em Contas de Email.

Configurar manualmente uma conta POP3 ou IMAP


Uma conta POP3 é o tipo mais comum de conta de
email.
Uma conta IMAP é um tipo avançado de conta de
email que oferece várias pastas de email em um servidor
de emails. As contas do Google GMail e da AOL podem ser
usadas no Outlook 2010 como contas IMAP.
Se não souber ao certo qual é o tipo da sua conta, en-
tre em contato com o seu provedor de serviços de Internet
(ISP) ou administrador de email.
1. Clique em Definir manualmente as configurações
5. Para sair da caixa de diálogo Adicionar Nova Con- do servidor ou tipos de servidor adicionais e em Avançar.
ta, clique em Concluir. 2. Clique em Email da Internet e em Avançar.
Se você tiver adicionado uma conta do Exchange Ser- 3. Em Informações do Usuário, faça o seguinte:
ver, deverá sair e reiniciar o Outlook para que essa conta • Na caixa Nome, digite seu nome da forma que
apareça e possa ser usada no Outlook. aparecerá para as outras pessoas.
 Observação: Se o seu perfil já tiver uma conta do Mi- • Na caixa Endereço de Email, digite o endereço de
crosoft Exchange Server e você quiser adicionar outra, será email completo atribuído por seu administrador de email
necessário usar a Configuração Automática de Conta. Para ou ISP. Não se esqueça de incluir o nome de usuário, o
configurar manualmente uma conta adicional do Exchange símbolo @ e o nome do domínio como, por exemplo, pat@
Server, você deve sair do Outlook e depois usar o módulo contoso.com.
Email no Painel de Controle. • Nas caixas Senha e Confirmar Senha, digite a se-
nha atribuída ou criada por você.
Adicionar uma conta de email manualmente   Dica:  A senha poderá diferenciar maiúsculas de mi-
Existem três maneiras de adicionar manualmente sua núsculas. Verifique se a tecla CAPS LOCK foi pressionada
conta de email. A maioria das pessoas só possui um perfil e durante a inserção da sua senha.
deverá usar a seção Adicionar ao perfil em execução. 4. Em Informações do Servidor, faça o seguinte:
 Observação   A configuração manual de contas do Mi- • Na caixa de listagem Tipo de Conta, escolha POP3
crosoft Exchange não pode ser feita enquanto o Outlook ou IMAP.
estiver em execução. Use as etapas das seções Adicionar a • Na caixa Servidor de entrada de emails, digite o
um perfil existente ou Adicionar a um novo perfil. nome completo do servidor fornecido pelo provedor de
Adicionar ao perfil em execução serviços de Internet ou pelo administrador de email. Geral-
1. Clique na guia Arquivo. mente, é mail. seguido do nome de domínio, por exemplo,
2. Na guia Info, em Informações da Conta, clique em mail.contoso.com.
Configurações de Conta.
• Na caixa Servidor de saída de emails (SMTP), digite
3. Clique em Configurações de Conta.
o nome completo do servidor fornecido pelo provedor de
4. Clique em Adicionar Conta.
serviços de Internet ou pelo administrador de email. Geral-
Adicionar a um perfil existente
mente, é mail. seguido do nome do domínio, por exemplo,
1. Feche o Outlook.
2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes mail.contoso.com.
em Email. 5. Em Informações de Logon, faça o seguinte:
A barra de título da caixa de diálogo Configurar Email • Na caixa Nome de Usuário, digite o nome do
contém o nome do perfil atual. Para selecionar um perfil usuário fornecido pelo provedor ou pelo administrador de
diferente já existente, clique em Mostrar Perfis, selecione email. Ele pode fazer parte do seu endereço de email antes
o nome do perfil e, em seguida, clique em Propriedades. do símbolo @, como pat, ou pode ser o seu endereço de
3. Clique em Contas de Email. email completo, como pat@contoso.com.
Adicionar a um novo perfil • Na caixa Senha, digite a senha fornecida pelo pro-
1. Feche o Outlook. vedor ou pelo administrador de email ou uma senha que
2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes tenha sido criada por você.
no módulo Email. • Marque a caixa de seleção Lembrar senha.

63
INFORMÁTICA

  Observação: Você tem a opção de salvar sua senha A configuração manual de contas do Microsoft Exchan-
digitando-a na caixa Senha e marcando a caixa de seleção ge não pode ser feita enquanto o Outlook estiver em exe-
Lembrar senha. Se você escolheu essa opção, não precisará cução. Para adicionar uma conta do Microsoft Exchange,
digitar a senha sempre que acessar a conta. No entanto, siga as etapas de Adicionar a um perfil existente ou Adi-
isso também torna a conta vulnerável a qualquer pessoa cionar a um novo perfil e siga um destes procedimentos:
que tenha acesso ao seu computador. 1. Clique em Definir manualmente as configurações
Opcionalmente, você poderá denominar sua conta de do servidor ou tipos de servidor adicionais e em Avançar.
email como ela aparece no Outlook. Isso será útil caso você 2. Clique em Microsoft Exchange e, em seguida, cli-
esteja usando mais de uma conta de email. Clique em Mais que em Avançar.
Configurações. Na guia Geral, em Conta de Email, digite 3. Digite o nome atribuído pelo administrador de
um nome que ajudará a identificar a conta, por exemplo, email para o servidor executando o Exchange.
Meu Email de Provedor de Serviços de Internet Residencial. 4. Para usar as Configurações do Modo Cache do Ex-
A sua conta de email pode exigir uma ou mais das con- change, marque a caixa de seleção Usar o Modo Cache do
figurações adicionais a seguir. Entre em contato com o seu Exchange.
ISP se tiver dúvidas sobre quais configurações usar para 5. Na caixa Nome de Usuário, digite o nome do
sua conta de email. usuário atribuído ao administrador de email. Ele não costu-
• Autenticação de SMTP     Clique em Mais Confi- ma ser seu nome completo.
gurações. Na guia Saída, marque a caixa de seleção Meu 6. Opcionalmente, siga um destes procedimentos:
servidor de saída de emails requer autenticação, caso isso • Clique em Mais Configurações. Na guia Geral em
seja exigido pela conta. Conta de Email, digite o nome que ajudará a identificar a
• Criptografia de POP3    Para contas POP3, clique conta, por exemplo, Meu Email de Trabalho.
em Mais Configurações. Na guia Avançada, em Números • Clique em Mais Configurações. Em qualquer uma
das portas do servidor, em Servidor de entrada (POP3), das guias, configure as opções desejadas.
marque a caixa de seleção O servidor requer uma conexão • Clique em Verificar Nomes para confirmar se o
criptografada (SSL), caso o provedor de serviços de Inter- servidor reconhece o seu nome e se o computador está
net instrua você a usar essa configuração. conectado com a rede. Os nomes de conta e de servidor
• Criptografia de IMAP    Para contas IMAP, clique especificados nas etapas 3 e 5 devem se tornar sublinha-
em Mais Configurações. Na guia Avançada, em Números dos. Se isso não acontecer, entre em contato com o admi-
das portas do servidor, em Servidor de entrada (IMAP), nistrador do Exchange.
7. Se você clicou em Mais Configurações e abriu a
para a opção Usar o seguinte tipo de conexão criptogra-
caixa de diálogo Microsoft Exchange Server, clique em OK.
fada, clique em Nenhuma, SSL, TLS ou Automática, caso o
8. Clique em Avançar.
provedor de serviços de Internet instrua você a usar uma
9. Clique em Concluir.
dessas configurações.
• Criptografia de SMTP    Clique em Mais Configu-
Remover uma conta de email
rações. Na guia Avançada, em Números das portas do ser-
1. Clique na guia Arquivo.
vidor, em Servidor de saída (SMTP), para a opção Usar o
2. Em Informações da Conta, clique em Configura-
seguinte tipo de conexão criptografada, clique em Nenhu-
ções de Conta e depois em Configurações de Conta.
ma, SSL, TLS ou Automática, caso o provedor de serviços
de internet instrua você a usar uma dessas configurações.
Opcionalmente, clique em Testar Configurações da
Conta para verificar se a conta está funcionando. Se houver
informações ausentes ou incorretas, como a senha, será so-
licitado que sejam fornecidas ou corrigidas. Verifique se o
computador está conectado com a Internet.
Clique em Avançar.
Clique em Concluir.

Configurar manualmente uma conta do Microsoft


Exchange
As contas do Microsoft Exchange são usadas por or-
ganizações como parte de um pacote de ferramentas de 3. Selecione a conta de email que você deseja remo-
colaboração incluindo mensagens de email, calendário e ver e clique em Remover.
agendamento de reuniões e controle de tarefas. Alguns 4. Para confirmar a remoção da conta, clique em Sim.
provedores de serviços de Internet (ISPs) também ofere- Para remover uma conta de email de um perfil diferen-
cem contas do Exchange hospedadas. Se não estiver certo te, encerre e reinicie o Outlook com o outro perfil e siga as
sobre o tipo de conta que utiliza, entre em contato com o etapas anteriores. Você também pode remover contas de
seu ISP ou administrador de email. outros perfis da seguinte forma:

64
INFORMÁTICA

1. Saia do Outlook. Responder ao remetente ou a outros destinatários


2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes Você poder responder apenas ao remetente de uma
em Email. mensagem ou a qualquer combinação de pessoas existen-
te nas linhas Para e Cc. Pode também adicionar novos des-
A barra de título da caixa de diálogo Configurar Email tinatários.
contém o nome do perfil atual. Para selecionar um perfil 1. Na guia Página Inicial ou na guia Mensagem, no
diferente já existente, clique em Mostrar Perfis, selecione grupo Responder, clique em Responder ou em Responder
o nome do perfil e, em seguida, clique em Propriedades. a Todos.
3. Clique em Contas de Email.  Observação: O nome da guia depende da condição da
4. Selecione a conta e clique em Remover. mensagem, se está selecionada na lista de mensagens ou
5. Para confirmar a remoção da conta, clique em Sim. se está aberta na respectiva janela.
 Observações  Para remover o nome das linhas Para e Cc, clique no
• A remoção de uma conta de email POP3 ou IMAP nome e pressione DELETE. Para adicionar um destinatário,
não exclui os itens enviados e recebidos com o uso dessa clique na caixa Para, Cc ou Cco e especifique o destinatário.
conta. Se você estiver usando uma conta POP3, ainda po- 2. Escreva sua mensagem.
derá usar o Arquivo de Dados do Outlook (.pst) para traba- 3. Clique em Enviar.
lhar com os seus itens.  Dica   Seja cuidadoso ao clicar em Responder a Todos,
• Se estiver usando uma conta do Exchange, seus principalmente quando houver listas de distribuição ou um
dados permanecerão no servidor de email, a não ser que grande número de destinatários em sua resposta. Geral-
eles sejam movidos para um Arquivo de Dados do Outlook mente, o melhor é usar Responder e adicionar somente
(.pst). os destinatários necessários, ou então usar Responder a
Todos, mas remover os destinatários desnecessários e as
Criar uma mensagem de email listas de distribuição.
1. Na guia Página Inicial, no grupo Novo, clique em
Novo Email. Encaminhar uma mensagem
Ao encaminhar uma mensagem, ela incluirá todos os
anexos que estavam incluídos na mensagem original. Para
incluir mais anexos, consulte Anexar um arquivo ou outro
item a uma mensagem de email.
1. Na guia Página Inicial ou Mensagem, no grupo
Responder, clique em Encaminhar.
Observação: O nome da guia depende da condição da
mensagem, se está selecionada na lista de mensagens ou
se está aberta na respectiva janela.
Atalho do teclado  Para criar uma mensagem de email 2. Especifique destinatários nas caixas Para, Cc ou
a partir de qualquer pasta do Outlook, pressione CTR- Cco.
L+SHIFT+M 3. Escreva sua mensagem.
2. Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem. 4. Clique em Enviar.
3. Insira os endereços de email ou os nomes dos Dica: Se quiser encaminhar duas ou mais mensagens
destinatários na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários desti- para os mesmos destinatários, como se fossem uma só, em
natários por ponto-e-vírgula. Email, clique em uma das mensagens, pressione CTRL e cli-
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma lis- que em cada mensagem adicional. Na guia Página Inicial,
ta no Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou Cco e no grupo Responder, clique em Encaminhar. Cada mensa-
clique nos nomes desejados. gem será encaminhada como anexo de uma nova mensa-
4. Depois de redigir a mensagem, clique em Enviar. gem.

Responder ou encaminhar uma mensagem de email Adicionar um anexo a uma mensagem de email
Quando você responde a uma mensagem de email, o Arquivos podem ser anexados a uma mensagem de
remetente da mensagem original é automaticamente adi- email. Além disso, outros itens do Outlook, como men-
cionado à caixa Para. De modo semelhante, quando você sagens, contatos ou tarefas, podem ser incluídos com as
usa Responder a Todos, uma mensagem é criada e endere- mensagens enviadas.
çada ao remetente e a todos os destinatários adicionais da 1. Crie uma mensagem ou, para uma mensagem
mensagem original. Seja qual for sua escolha, você poderá existente, clique em Responder, Responder a Todos ou En-
alterar os destinatários nas caixas Para, Cc e Cco. caminhar.
2. Na janela da mensagem, na guia Mensagem, no
Ao encaminhar uma mensagem, as caixas Para, Cc e grupo Incluir, clique em Anexar Arquivo.
Cco ficam vazias e é preciso fornecer pelo menos um des-
tinatário.

65
INFORMÁTICA

Salvar um anexo
Após abrir e exibir um anexo, você pode preferir salvá
-lo em uma unidade de disco. Se a mensagem tiver mais de
um anexo, você poderá salvar os vários anexos como um
grupo ou um de cada vez.
Salvar um único anexo de mensagem
Execute um dos seguintes procedimentos:
• Se a mensagem estiver no formato HTML ou de
Abrir e salvar anexos texto sem formatação     Clique no anexo, no Painel de
Anexos são arquivos ou itens que podem ser incluídos Leitura, ou abra a mensagem. Na guia Anexos, no grupo
em uma mensagem de email. As mensagens com anexos Ações, clique em Salvar como. É possível clicar com o botão
são identificadas por um ícone de clipe de papel   na lis- direito do mouse no anexo e então clicar em Salvar como.
ta de mensagens. Dependendo do formato da mensagem • Se a mensagem estiver no formato RTF     No Pai-
recebida, os anexos são exibidos em um de dois locais na nel de Leitura ou na mensagem aberta, clique com o botão
mensagem. direito do mouse no anexo e clique em Salvar como.
• Se o formato da mensagem for HTML ou texto Escolha uma local de pasta e clique em Salvar.
sem formatação, os anexos serão exibidos na caixa de ane- Salvar vários anexos de uma mensagem
xo, sob a linha Assunto. 1. No Painel de Leitura ou na mensagem aberta, se-
• Se o formato da mensagem for o formato menos lecione os anexos a serem salvos. Para selecionar vários
comum RTF (Rich Text Format), os anexos serão exibidos anexos, clique neles mantendo pressionada a tecla CTRL.
no corpo da mensagem. Mesmo que o arquivo apareça no 2. Execute um dos seguintes procedimentos:
corpo da mensagem, ele continua sendo um anexo sepa- • Se a mensagem estiver no formato HTML ou de
rado. texto sem formatação     Na guia Anexos, no grupo Ações,
Observação   O formato utilizado na criação da men- clique em Salvar como.
sagem é indicado na barra de título, na parte superior da • Se a mensagem estiver no formato RTF     Clique
mensagem. com o botão direito do mouse em uma das mensagens
selecionadas e depois clique em Salvar como.
3. Clique em uma local de pasta e clique em OK.
Abrir um anexo Salvar todos os anexos de uma mensagem
Um anexo pode ser aberto no Painel de Leitura ou em 1. No Painel de Leitura ou na mensagem aberta, cli-
uma mensagem aberta. Em qualquer um dos casos, clique que em um anexo.
duas vezes no anexo para abri-lo. 2. Siga um destes procedimentos:
Para abrir um anexo na lista de mensagens, clique com • Se a mensagem estiver no formato HTML ou de
o botão direito do mouse na mensagem que contém o texto sem formatação     Na guia Anexos, no grupo Ações,
anexo, clique em Exibir Anexos e clique no nome do anexo. clique em Salvar Todos os Anexos.
 Observações  • Se a mensagem estiver no formato RTF     Clique
• Você pode visualizar anexos de mensagens HTML na guia Arquivo para abrir o modo de exibição Backstage.
ou com texto sem formatação no Painel de Leitura e em Em seguida, clique em Salvar anexos e depois em OK.
mensagens abertas. Clique no anexo a ser visualizado e ele 3. Clique em uma local de pasta e clique em OK.
será exibido no corpo da mensagem. Para voltar à mensa-
gem, na guia Ferramentas de Anexo, no grupo Mensagem, Adicionar uma assinatura de email às mensagens
clique em Mostrar Mensagem. O recurso de visualização Você pode criar assinaturas personalizadas para suas
não está disponível para mensagens RTF. mensagens de email que incluem texto, imagens, seu Car-
• Por padrão, o Microsoft Outlook bloqueia arqui- tão de Visita Eletrônico, um logotipo ou até mesmo uma
vos de anexo potencialmente perigosos (inclusive os ar- imagem da sua assinatura manuscrita.
quivos .bat, .exe, .vbs e .js), os quais possam conter vírus. Criar uma assinatura
Se o Outlook bloquear algum arquivo de anexo em uma • Abra uma nova mensagem. Na guia Mensagem,
mensagem, uma lista dos tipos de arquivos bloqueados no grupo Incluir, clique em Assinatura e em Assinaturas.
será exibida na Barra de Informações, na parte superior da
mensagem.

• Na guia Assinatura de Email, clique em Novo.

66
INFORMÁTICA

Adicionar uma assinatura Para mensagens de email, contatos e tarefas


• Em uma nova mensagem, na guia Mensagem, no • Na guia Página Inicial, no grupo Marcas, clique em
grupo Incluir, clique em Assinatura e clique na assinatura Acompanhar e em Adicionar Lembrete.
desejada.

Criar um compromisso de calendário


Compromissos são atividades que você agenda no seu
calendário e que não envolvem convites a outras pessoas
nem reserva de recursos.
• Em Calendário, na guia Página Inicial, no grupo
Novo, clique em Novo Compromisso. Como alternativa,
você pode clicar com o botão direito do mouse em um
bloco de tempo em sua grade de calendário e clicar em  Dica: Você pode sinalizar rapidamente mensagens de
Novo Compromisso. email como itens de tarefas pendentes usando lembretes.
Clique com o botão direito do mouse na coluna Status do
Sinalizador na lista de mensagens. Ou, se a mensagem es-
tiver aberta, na guia Mensagem, no grupo Controle, clique
em Acompanhamento e, em seguida, clique em Adicionar
Lembrete.

Criar um contato
Atalho do teclado: Para criar um compromisso, pressio- Contatos podem ser tão simples quanto um nome e
ne CTRL+SHIFT+A. endereço de email ou incluir outras informações detalha-
Agendar uma reunião com outras pessoas das, como endereço físico, vários telefones, uma imagem,
Uma reunião é um compromisso que inclui outras pes- datas de aniversário e quaisquer outras informações que se
soas e pode incluir recursos como salas de conferência. As relacionem ao contato.
respostas às suas solicitações de reunião são exibidas na • Em Contatos, na guia Página Inicial, no grupo
Caixa de Entrada. Novo, clique em Novo Contato.
• Em Calendário, na guia Página Inicial, no grupo
Novo, clique em Nova Reunião.

Atalho do teclado: Para criar um contato de qualquer


Atalho do teclado: Para criar uma nova solicitação de pasta no Outlook, pressione CTRL+SHIFT+C.
reunião de qualquer pasta no Outlook, pressione CTR-
L+SHIFT+Q. Criar uma tarefa
 Muitas pessoas mantêm uma lista de coisas a fazer  —
Definir um lembrete em papel, em uma planilha ou com uma combinação de
Você pode definir ou remover lembretes para vários papel e métodos eletrônicos. No Microsoft Outlook, você
itens, incluindo mensagens de email, compromissos e con- pode combinar várias listas em uma só, receber lembretes
tatos. e controlar o andamento das tarefas.
Para compromissos ou reuniões • Em Tarefas, na guia Página Inicial, no grupo Novo,
Em um item aberto, na guia Compromisso ou Reunião, clique em Nova Tarefa.
no grupo Opções, na lista suspensa Lembrete, selecione o
período de tempo antes do compromisso ou da reunião
para que o lembrete apareça. Para desativar um lembrete,
selecione Nenhum.

67
INFORMÁTICA

Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrô-


nico, o E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as
máquinas que compunham aquela rede de pesquisa, assim
no ano seguinte a rede se torna internacional.
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do
Brasil conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aqui-
lo que conhecemos hoje como internet, auxiliando portan-
Atalho do teclado: Para criar uma nova tarefa, pressio- to o processo de pesquisa em tecnologia e outras áreas a
ne CTRL+SHIFT+K. nível mundial, além de alimentar as forças armadas brasi-
leiras de informação de todos os tipos, até que em 1990
Criar uma anotação caísse no domínio público.
Anotações são o equivalente eletrônico de notas ade- Com esta popularidade e o surgimento de softwares
sivas em papel. Use-as para rascunhar dúvidas, ideias, lem- de navegação de interface amigável, no fim da década de
bretes e qualquer coisa que você escreveria em papel. 90, pessoas que não tinham conhecimentos profundos de
• Em Anotações, no grupo Novo, clique em Nova
informática começaram a utilizar a rede internacional.
Anotação.
Acesso à Internet
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço
de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In-
ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de
sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam
à Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela
relacionados, e em função do serviço classificam-se em:
Atalho do teclado: Para criar uma anotação, pressione • Provedores de Backbone: São instituições que cons-
CTRL+SHIFT+N. troem e administram backbones de longo alcance, ou seja,
estrutura física de conexão, com o objetivo de fornecer
acesso à Internet para redes locais;
INTERNET: NAVEGAÇÃO INTERNET, • Provedores de Acesso: São instituições que se conec-
CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E tam à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi-
IMPRESSÃO DE PÁGINAS. bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações;
• Provedores de Informação: São instituições que dis-
ponibilizam informação através da Internet.

INTERNET Endereço Eletrônico ou URL


Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se
“Imagine que fosse descoberto um continente tão conhecer o seu endereço.
vasto que suas dimensões não tivessem fim. Imagine Este endereço, que é único, também é considerado sua
um mundo novo, com tantos recursos que a ganância URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recur-
do futuro não seria capaz de esgotar; com tantas oportuni- sos Universal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim:
dades que os empreendedores seriam poucos para apro- www.xxxx.com.br
veitá-las; e com um tipo peculiar de imóvel que se Onde:
expandiria com o desenvolvimento.”
www = protocolo da World Wide Web
John P. Barlow
xxx = domínio
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear
com = comercial
ficassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentá-
br = brasil
gono.
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da dé-
cada de 60, ficou em poder exclusivo do governo conec- WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
tando bases militares, em quatro localidades.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições É um serviço disponível na Internet que possui um con-
norte-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar junto de documentos espalhados por toda rede e disponi-
a tecnologia, logo vinte e três computadores foram conec- bilizados a qualquer um.
tados, porém o padrão de conversação entre as máquinas Estes documentos são escritos em hipertexto, que uti-
se tornou impróprio pela quantidade de equipamentos. liza uma linguagem especial, chamada HTML.
Era necessário criar um modelo padrão e univer-
sal para que as máquinas continuassem trocando da- Domínio
dos, surgiu então o Protocolo Padrão TCP/IP, que permi- Designa o dono do endereço eletrônico em ques-
tiria portanto que mais outras máquinas fossem inseridas tão, e onde os hipertextos deste empreendimento estão
àquela rede. localizados. Quanto ao tipo do domínio, existem:

68
INFORMÁTICA

.com = Instituição comercial ou provedor de serviço HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS


.edu = Instituição acadêmica Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das
.gov = Instituição governamental redes é organizada em camadas ou níveis, cada uma cons-
.mil = Instituição militar norte-americana truída sobre sua predecessora. O número de camadas, o
.net = Provedor de serviços em redes nome, o conteúdo e a função de cada camada diferem de
.org = Organização sem fins lucrativos uma rede para outra. No entanto, em todas as redes, o pro-
pósito de cada camada é oferecer certos serviços às cama-
HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de das superiores, protegendo essas camadas dos detalhes de
Trasferência em Hipertexto como os serviços oferecidos são de fato implementados.
É um protocolo ou língua específica da internet, res- A camada n em uma máquina estabelece uma con-
versão com a camada n em outra máquina. As regras e
ponsável pela comunicação entre computadores.
convenções utilizadas nesta conversação são chamadas
Um hipertexto é um texto em formato digital, e coletivamente de protocolo da camada n, conforme ilus-
pode levar a outros, fazendo o uso de elementos espe- trado na Figura abaixo para uma rede com sete camadas.
ciais (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa As entidades que compõem as camadas correspondentes
Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na em máquinas diferentes são chamadas de processos par-
forma de blocos de textos, imagens ou sons. ceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o se comunicam utilizando o protocolo.
mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente
outro documento. da camada n em uma máquina para a camada n em outra
máquina. Em vez disso, cada camada passa dados e infor-
Home Page mações de controle para a camada imediatamente abaixo,
Sendo assim, home page designa a página inicial, prin- até que o nível mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível
cipal do site ou web page. 1 está o meio físico de comunicação, através do qual a co-
municação ocorre. Na Figura abaixo, a comunicação virtual
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou
é mostrada através de linhas pontilhadas e a comunicação
Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis-
física através de linhas sólidas.
tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é
um Profile, ou seja um hipertexto que possui informações
de um usuário dentro de uma comunidade virtual.

HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de


Marcação de Hipertexto
É a linguagem com a qual se cria as páginas para a
web.
Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML de-
vem ter aparência semelhante nas diversas plataformas de
trabalho);
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “cus-
tomizar” diversos elementos do documento, como o tama-
nho padrão da letra, as cores, etc);
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter
um tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na Entre cada par de camadas adjacentes há uma interfa-
transmissão através da Internet, evitando longos perío- ce. A interface define quais operações primitivas e serviços
dos de espera e congestionamento na rede). a camada inferior oferece à camada superior. Quando os
projetistas decidem quantas camadas incluir em uma rede
Browser ou Navegador e o que cada camada deve fazer, uma das considerações
É o programa específico para visualizar as páginas da mais importantes é definir interfaces limpas entre as cama-
web. das. Isso requer, por sua vez, que cada camada desempe-
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em nhe um conjunto específico de funções bem compreendi-
HTML, apresentando as páginas formatadas para os das. Além de minimizar a quantidade de informações que
deve ser passada de camada em camada, interfaces bem
usuários.
definidas também tornam fácil a troca da implementação
de uma camada por outra implementação completamente
ARQUITETURAS DE REDES diferente (por exemplo, trocar todas as linhas telefônicas
As modernas redes de computadores são projetadas por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova
de forma altamente estruturada. Nas seções seguintes exa- implementação é que ela ofereça à camada superior exa-
minaremos com algum detalhe a técnica de estruturação. tamente os mesmos serviços que a implementação antiga
oferecia.

69
INFORMÁTICA

O conjunto de camadas e protocolos é chamado de Classes de endereços IP


arquitetura de rede. A especificação de arquitetura deve Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem
conter informações suficientes para que um implementa- ser utilizados tanto para identificar o seu computador den-
dor possa escrever o programa ou construir o hardware de tro de uma rede, quanto para identificá-lo na internet.
cada camada de tal forma que obedeça corretamente ao Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com-
protocolo apropriado. Nem os detalhes de implementação putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma má-
nem a especificação das interfaces são parte da arquitetura, quina em outra rede pode ter este mesmo número, afinal,
pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e ambas as redes são distintas e não se comunicam, sequer
não são visíveis externamente. Não é nem mesmo neces- sabem da existência da outra. Mas, como a internet é uma
sário que as interfaces em todas as máquinas em uma rede rede global, cada dispositivo conectado nela precisa ter um
sejam as mesmas, desde que cada máquina possa usar cor- endereço único. O mesmo vale para uma rede local: nesta,
retamente todos os protocolos. cada dispositivo conectado deve receber um endereço úni-
co. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se
O endereço IP então um problema chamado “conflito de IP”, que dificulta
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... a comunicação destes dispositivos e pode inclusive atrapa-
Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um lhar toda a rede.
recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: Para que seja possível termos tanto IPs para uso em re-
quando você quer enviar um presente a alguém, você ob- des locais quanto para utilização na internet, contamos com
tém o endereço da pessoa e contrata os Correios ou uma um esquema de distribuição estabelecido pelas entidades
transportadora para entregar. É graças ao endereço que é IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (In-
possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. ternet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
Também é graças ao seu endereço - único para cada resi- basicamente, divide os endereços em três classes principais
dência ou estabelecimento - que você recebe suas contas e mais duas complementares. São elas:
de água, aquele produto que você comprou em uma loja Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128
on-line, enfim. redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta-
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu dos;
computador seja encontrado e possa fazer parte da rede Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até
mundial de computadores, necessita ter um endereço úni-
16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
co. O mesmo vale para websites: este fica em um servidor,
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
que por sua vez precisa ter um endereço para ser localiza-
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
do na internet. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address),
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
recurso que também é utilizado para redes locais, como a
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re-
existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
servado.
O endereço IP é uma sequência de números composta
As três primeiras classes são assim divididas para aten-
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro
der às seguintes necessidades:
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10
é um exemplo. Repare que cada octeto é formado por nú- - Os endereços IP da classe A são usados em locais
meros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso. onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quan-
tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utili-
zado como identificador da rede e os demais servem como
identificador dos dispositivos conectados (PCs, impresso-
ras, etc);
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante
à quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os
restantes para identificar os dispositivos;
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organi- - Os endereços IP da classe C são usados em locais que
zação da rede, da mesma forma que a divisão do seu en- requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
dereço em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes
a organização das casas da região onde você mora. Neste são usados para identificar a rede e o último é utilizado
sentido, os dois primeiros octetos de um endereço IP po- para identificar as máquinas.
dem ser utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
uma escola que tem, por exemplo, uma rede para alunos peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma especiais para a comunicação entre os computadores, en-
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos quanto que a segunda está reservada para aplicações futu-
octetos são usados na identificação de computadores. ras ou experimentais.

70
INFORMÁTICA

Vale frisar que há vários blocos de endereços reserva-


dos para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço Identifica-
Identifica- Máscara de sub-
começa com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto Classe Endereço IP dor do com-
dor da rede -rede
é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço putador
127.0.0.1, este sempre se refere à própria máquina, ou seja, A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado de
localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utilizado para B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0
maneira simultânea.
Você percebe então que podemos ter redes com más-
Endereços IP privados cara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indi-
Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são cando uma classe. Mas, como já informado, ainda pode ha-
privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados ver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha
na internet, sendo reservados para aplicações locais. São, que uma faculdade tenha que criar uma rede para cada um
essencialmente, estes: de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores.
-Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255; A solução seria então criar cinco redes classe C? Pode ser
-Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255; melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desper-
-Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255. dício. Uma forma de contornar este problema é criar uma
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as
com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para es- máscaras novamente entram em ação.
tas máquinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas
por exemplo. Todas elas precisam de acesso à internet. O estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária).
que fazer? Adicionar mais um IP para cada uma delas? Não. 255 em binário é 11111111. O número zero, por sua vez,
Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipa- é 00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C,
mento de rede - como um roteador - que receba a cone- 255.255.255.0, é:
xão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos 11111111.11111111.11111111.00000000
conectados a ele. Com isso, somente este equipamento Perceba então que, aqui, temos uma máscara forma-
precisará de um endereço IP para acesso à rede mundial da por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para
de computadores. criarmos as nossas sub-redes, temos que ter um esquema
com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as pos-
Máscara de sub-rede sibilidades. Em outras palavras, precisamos trocar alguns
As classes IP ajudam na organização deste tipo de en- zeros do último octeto por 1.
dereçamento, mas podem também representar desperdí- Suponha que trocamos os três primeiros bits do últi-
cio. Uma solução bastante interessante para isso atende mo octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita),
pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte resultando em:
dos números que um octeto destinado a identificar dis- 11111111.11111111.11111111.11100000
positivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de
capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos en- bits “trocados”, teremos a quantidade possível de sub-re-
xergar as classes A, B e C da seguinte forma: des. Em nosso caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possi-
- A: N.H.H.H; bilidade de criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para
- B: N.N.H.H; o endereçamento dos host. Fazemos a mesma conta: 2^5
- C: N.N.N.H. = 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (esta-
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o mos fazendo estes cálculos sem considerar limitações que
uso de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
“transformar” em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras 11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultan-
de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits te é 255.255.255.224.
são destinados para a identificação da rede e quantos são Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser
utilizados para identificar os dispositivos. empregado também em endereços classes A e B, conforme
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: a necessidade. Vale ressaltar também que não é possível
se um octeto é usado para identificação da rede, este re- utilizar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
ceberá a máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é IP estático e IP dinâmico
aplicado para os dispositivos, seu valor na máscara de sub IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanen-
-rede será 0 (zero). A tabela a seguir mostra um exemplo temente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda,
desta relação: exceto se tal ação for executada manualmente. Como
exemplo, há casos de assinaturas de acesso à internet via
ADSL onde o provedor atribui um IP estático aos seus as-
sinantes. Assim, sempre que um cliente se conectar, usará
o mesmo IP.

71
INFORMÁTICA

O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado


a um computador quando este se conecta à rede, mas que
muda toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que
você conectou seu computador à internet hoje. Quando
você conectá-lo amanhã, lhe será dado outro IP. Para en-
tender melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa
tem 80 computadores ligados em rede. Usando IPs dinâ-
micos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais
máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador rece-
berá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que
não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que os
provedores de internet trabalham. O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au-
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâ- mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo
micos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration pode ser, por exemplo:
Protocol). FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF

IP nos sites Finalizando


Você já sabe que os sites na Web também necessitam Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que
de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in- a especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do
fowester.com, por exemplo, como é que o seu computador mapa. Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante.
sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá Durante essa fase, que podemos considerar de transição,
-lo? o que veremos é a “convivência” entre ambos os padrões.
Quando você digitar um endereço qualquer de um site, Não por menos, praticamente todos os sistemas operacio-
um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. nais atuais e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos
Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis- a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se você
tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes
a uma árvore (termo conhecido por programadores). Se, ou simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se
por exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o aprofundar nas duas especificações.
sistema envia a solicitação a um servidor responsável por A esta altura, você também deve estar querendo des-
terminações “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma
endereço e responderá à solicitação. Se o site solicitado forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por
termina com “.br”, um servidor responsável por esta termi- exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do
nação é consultado e assim por diante. Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all
e apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig.
IPv6
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um
passado não muito distante, você conectava apenas o PC
da sua casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu
notebook em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e
assim por diante. Somando este aspecto ao fato de cada
vez mais pessoas acessarem a internet no mundo inteiro,
nos deparamos com um grande problema: o número de
IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras)
aplicações.
A solução para este grande problema (grande mesmo,
afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo
nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar
até - respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607. Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a
431.768.211.456 de endereços, um número absurdamente partir de uma rede local - tal como uma rede wireless -
alto! visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para
saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela rede,
você pode visitar sites como whatsmyip.org.

Provedor
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces-
sário conectar-se com um computador que já esteja na In-
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.

72
INFORMÁTICA

No Brasil, a maioria dos provedores está conectada Identificação de endereços de um site


à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros Exemplo: http://www.pelotas.com.br
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso comunicação
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- .com -> tipo de organização
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que ......br -> identifica o país
estão interligadas nesta avenida. Tipos de Organizações:
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite edu
os dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun- .com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.
do). Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, com
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
e um endereço eletrônico na Internet.
.net -> computadores com funções de administrar re-
des. Exemplo: embratel.net
URL - Uniform Resource Locator .org -> organizações não governamentais. Exemplo:
Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden- care.org
tificação de onde está localizado o computador e quais re-
cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL: Home Page
http://www.novaconcursos.com.br Pela definição técnica temos que uma Home Page é
Será mais bem explicado adiante. um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu-
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o
Como descobrir um endereço na Internet? acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações
Para que possamos entender melhor, vamos exempli- dentro das Home Pages.
ficar. O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
Você estuda em uma universidade e precisa fazer algu- http://www.endereço.com/página.html
mas pesquisas para um trabalho. Onde procurar as infor- Por exemplo, a página principal da Pronag:
mações que preciso? http://www.pronag.com.br/index.html
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de
procura, que são sites que possuem um enorme banco de PLUG-INS
dados (que contém o cadastro de milhares de Home Pa- Os plug-ins são programas que expandem a capacida-
ges), que permitem a procura por um determinado assun- de do Browser em recursos específicos - permitindo, por
to. Caso a palavra ou o assunto que foi procurado exista exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes
em alguma dessas páginas, será listado toda esta relação em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft-
de páginas encontradas. ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im-
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, refe- pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu-
rente ao assunto desejado. Por exemplo, você quer pesqui- g-ins são encontradas na página:
sar sobre amortecedores, caso não encontre nada como http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft-
ware/Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi-
amortecedores, procure como autopeças, e assim suces-
ces/
sivamente.
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
temos uma relação de alguns deles:
Barra de endereços - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar PCX, etc.).
em páginas da internet, bastando para isto digitar o ende- - Negócios e Utilitários
reço da página. - Apresentações
Alguns sites interessantes:
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) FTP - Transferência de Arquivos
• www.ufpel.tche.br (Ufpel) Permite copiar arquivos de um computador da Internet
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) para o seu computador.
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor pú- Os programas disponíveis na Internet podem ser:
blico) • Freeware: Programa livre que pode ser distribuí-
• www.siapenet.gog.br (contracheque) do e utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) sua utilização, e não é considerado “pirataria” a cópia deste
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) programa.

73
INFORMÁTICA

• Shareware: Programa demonstração que pode ser O WWW não dispunha de gráficos em seus primór-
utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns dios, apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto
limites, para ser utilizado apenas como um teste do progra- WWW ganhou força extra com a inserção de um visualiza-
ma. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa dor (também conhecido como browser) de páginas capaz
mais o programa. Na maioria das vezes, esses programas não apenas de formatar texto, mas também de exibir grá-
exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando ficos, som e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi
que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado por
tempo de uso limitado. Depois de expirado este tempo de Mark Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.
teste, é necessário que seja feito a compra deste programa. Depois disto, várias outras companhias passaram a
produzir browsers que deveriam fazer concorrência ao
Navegar nas páginas Mosaic. Mark Andreesen partiu para a criação da Netscape
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de Communications, criadora do browser Netscape.
um documento normal e de links das próprias páginas. Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic,
o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos
Como salvar documentos, arquivos e sites outros browsers.
Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.

Como copiar e colar para um editor de textos


Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com
o botão direito do mouse e escolha a opção Copiar.
Busca e pesquisa na web

Os sites de busca servem para procurar por um deter-


minado assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• http://br.altavista.com
• http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/

Como fazer a pesquisa


Abra o editor de texto clique em colar
Digite na barra de endereço o endereço do site de pes-
quisa. Por exemplo:
Navegadores www.google.com.br
O navegador de WWW é a ferramenta mais importante
para o usuário de Internet. É com ele que se podem vi-
sitar museus, ler revistas eletrônicas, fazer compras e até
participar de novelas interativas. As informações na Web
são organizadas na forma de páginas de hipertexto, cada
um com seu endereço próprio, conhecido como URL. Para
começar a navegar, é preciso digitar um desses endereços
no campo chamado Endereço no navegador. O software
estabelece a conexão e traz, para a tela, a página corres-
pondente.
O navegador não precisa de nenhuma configuração
especial para exibir uma página da Web, mas é necessário
ajustar alguns parâmetros para que ele seja capaz de enviar
e receber algumas mensagens de correio eletrônico e aces-
sar grupos de discussão (news). Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pes-
O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no quisa.
Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la
Recherche Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era
um meio para físicos da CERN trocar experiências sobre
suas pesquisas através da exibição de páginas de texto. Fi-
cou claro, desde o início, o imenso potencial que o WWW
possuía para diversos tipos de aplicações, inclusive não
científicas.

74
INFORMÁTICA

Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na • menos são excluídas da pesquisa.
pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem pala- • Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um
vras com ou sem acento. cálculo em um site de pesquisa.

Opções de pesquisa Por exemplo: 3+4

Irá retornar:

Web: pesquisa em todos os sites O resultado da pesquisa


Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte for-
Exemplo do resultado se uma pesquisa. ma:

INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet. empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de
Exemplo: comunicação internas baseadas na tecnologia usada na In-
ternet. Como um jornal editado internamente, e que pode
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor-
mações particulares dentro da estrutura de comunicações
da empresa.
O grande sucesso da Internet, é particularmente da
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
evolução da informática nos últimos anos.
Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organiza- Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
dos por assunto em categorias. Exemplo: interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
ram o acesso à informação através de redes de computa-
dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
Como escolher palavra-chave sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
• Busca com uma palavra: retorna páginas que in- nante explosão na informação disponível na Internet, que
cluam a palavra digitada. segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a que tem interessado um número cada vez maior de em-
sequência de termos que foram digitadas. presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
páginas que incluam todas advento e disseminação promete operar uma revolução
• as palavras aleatoriamente na página. tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que fi- cimento das primeiras redes locais de computadores, no
cam antes do sinal de final da década de 80.

75
INFORMÁTICA

O que é Intranet? • Navegação - É possível passar de um documento a


O termo “intranet” começou a ser usado em meados de outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que
1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe- facilitam o acesso não linear aos documentos;
rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias • Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
projetadas para a comunicação por computador entre em- acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra-
presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma ças à execução de programas aplicativos, que podem es-
rede privativa de computadores que se baseia nos padrões tar no servidor, ou nos microcomputadores que acessam a
de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na rede (também chamados de clientes, daí surgiu à expres-
tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP, são que caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servi-
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre dor). A vantagem da intranet é que esses programas são
as razões para este sucesso, estão o custo de implantação ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade.
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande
programas de navegação na Web, os browsers. importância no desenvolvimento de softwares aplicativos
que obedeçam aos três conceitos anteriores.
Objetivo de construir uma Intranet
Como montar uma Intranet
Organizações constroem uma intranet porque ela é
Basicamente a montagem de uma intranet consiste em
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente usar as estruturas de redes locais existentes na maioria das
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- empresas, e em instalar um servidor Web.
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital- Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repo-
funcionários com conhecimentos das operações e produ- sitório das informações contidas na intranet. É lá que os
tos da empresa. clientes vão buscar as páginas HTML, mensagens de e-mail
ou qualquer outro tipo de arquivo.
Aplicações da Intranet
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Protocolos - São os diferentes idiomas de comunica-
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o ção utilizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos.
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. O primeiro é o HTTP, responsável pela comunicação do
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet browser com o servidor, em seguida vem o SMTP ligado ao
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os envio de mensagens pelo e-mail, e o FTP usado na transfe-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas rência de arquivos. Independentemente das aplicações uti-
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: lizadas na intranet, todas as máquinas nela ligadas devem
• Marketing e Vendas - Informações sobre produ- falar um idioma comum: o TCP/IP, protocolo da Internet.
tos, listas de preços, promoções, planejamento de eventos;
• Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação Identificação do Servidor e das Estações - Depois de
de Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades definidos os protocolos, o sistema já sabe onde achar as
de membros das equipes, situações de projetos; informações e como requisitá-las. Falta apenas saber o
• Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- nome de quem pede e de quem solicita. Para isso existem
temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma- dois programas: o DNS que identifica o servidor e o DHCP
nuais de qualidade; (Dinamic Host Configuration Protocol) que atribui nome às
• Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos- estações clientes.
tilas, políticas da companhia, organograma, oportunidades Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcio-
nários acessam as informações colocadas à sua disposição
de trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, be-
no servidor. Para isso usam o Web browser, software que
nefícios.
permite folhear os documentos.
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo-
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. Comparando Intranet com Internet
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume Na verdade as diferenças entre uma intranet e a In-
quase somente em clicar nos links que remetem às novas ternet, é uma questão de semântica e de escala. Ambas
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- utilizam as mesmas técnicas e ferramentas, os mesmos
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa protocolos de rede e os mesmos produtos servidores. O
complexa e exige a presença de profissionais especializa- conteúdo na Internet, por definição, fica disponível em es-
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet, cala mundial e inclui tudo, desde uma home-page de al-
sua diversidade de funções e a quantidade de informações guém com seis anos de idade até as previsões do tempo.
nela armazenadas. A maior parte dos dados de uma empresa não se destina
A intranet é baseada em quatro conceitos: ao consumo externo, na verdade, alguns dados, tais como
• Conectividade - A base de conexão dos computa- as cifras das vendas, clientes e correspondências legais, de-
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir vem ser protegidos com cuidado. E, do ponto de vista da
qualquer tipo de informação digital entre si; escala, a Internet é global, uma intranet está contida den-
• Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa- tro de um pequeno grupo, departamento ou organização
dores e sistemas operacionais podem ser conectados de corporativa. No extremo, há uma intranet global, mas ela
forma transparente; ainda conserva a natureza privada de uma Internet menor.

76
INFORMÁTICA

A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão, • Ausência de Replicação Embutida – As intranets não
por serem uma mistura caótica de informações úteis e ir- apresentam nenhuma replicação embutida para usuários
relevantes, o meteórico aumento da popularidade de sites remotos. A HMTL não é poderosa o suficiente para desen-
da Web dedicados a índices e mecanismos de busca é uma volver aplicativos cliente/servidor.
medida da necessidade de uma abordagem organizada. Como a Intranet é ligada à Internet
Uma intranet aproveita a utilidade da Internet e da Web
num ambiente controlado e seguro.

Vantagens e Desvantagens da Intranet


Alguns dos benefícios são:
• Redução de custos de impressão, papel, distribuição
de software, e-mail e processamento de pedidos;
• Redução de despesas com telefonemas e pessoal no
suporte telefônico;
• Maior facilidade e rapidez no acesso as informações
técnicas e de marketing;
• Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações
remotas;
• Incrementando o acesso a informações da concor-
rência;
• Uma base de pesquisa mais compreensiva;
• Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e par- Segurança da Intranet
ceiros (revendas); Três tecnologias fornecem segurança ao armazena-
• Aumento da precisão e redução de tempo no acesso mento e à troca de dados em uma rede: autenticação, con-
à informação; trole de acesso e criptografia.
• Uma única interface amigável e consistente para Autenticação - É o processo que consiste em verificar
aprender e usar; se um usuário é realmente quem alega ser. Os documen-
• Informação e treinamento imediato (Just in Time); tos e dados podem ser protegidos através da solicitação
• As informações disponíveis são visualizadas com cla- de uma combinação de nome do usuário/senha, ou da ve-
reza; rificação do endereço IP do solicitante, ou de ambas. Os
• Redução de tempo na pesquisa a informações; usuários autenticados têm o acesso autorizado ou negado
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e a recursos específicos de uma intranet, com base em uma
informação; ACL (Access Control List) mantida no servidor Web;
• Redução no tempo de configuração e atualização dos
sistemas; Criptografia - É a conversão dos dados para um for-
• Simplificação e/ou redução das licenças de software mato que pode ser lido por alguém que tenha uma chave
e outros; secreta de descriptografia. Um método de criptografia am-
• Redução de custos de documentação; plamente utilizado para a segurança de transações Web é a
• Redução de custos de suporte; tecnologia de chave pública, que constitui a base do HTTPS
• Redução de redundância na criação e manutenção - um protocolo Web seguro;
de páginas;
Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação
• Redução de custos de arquivamento;
segura entre uma intranet e a Internet através de servi-
• Compartilhamento de recursos e habilidade.
dores proxy, que são programas que residem no firewall
e permitem (ou não) a transmissão de pacotes com base
no serviço que está sendo solicitado. Um proxy HTTP, por
Alguns dos empecilhos são: exemplo, pode permitir que navegadores Webs internos
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de cola- da empresa acessem servidores Web externos, mas não o
boração, não são tão poderosos quanto os oferecidos pe- contrário.
los programas para grupos de trabalho tradicionais. É ne- Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
cessário configurar e manter aplicativos separados, como Os dispositivos para a realização de cópias de seguran-
e-mail e servidores Web, em vez de usar um sistema unifi- ça do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial
cado, como faria com um pacote de software para grupo importância. Por exemplo, unidades de disco amovíveis
de trabalho; com grande capacidade de armazenamento, tapes...
• Número Limitado de Ferramentas - Há um número Queremos ainda referir que para o funcionamento de
limitado de ferramentas para conectar um servidor Web a uma rede existem outros conceitos como topologias/con-
bancos de dados ou outros aplicativos back-end. As intra- figurações (rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede
nets exigem uma rede TCP/IP, ao contrário de outras solu- em árvore, rede em malha …), métodos de acesso, tipos
ções de software para grupo de trabalho que funcionam de cabos, protocolos de comunicação, velocidade de trans-
com os protocolos de transmissão de redes local existentes; missão …

77
INFORMÁTICA

EXTRANET Comentários: Para desinstalar um programa de forma


A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de segura deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou
computadores que faz uso da Internet para partilhar com remover programas
segurança parte do seu sistema de informação. Resposta – Letra A
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
computadores que faz uso da Internet para partilhar com 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as in-
segurança parte do seu sistema de informação. formações estão contidas em arquivos de vários formatos,
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o concei- que são armazenados no disco fixo ou em outros tipos de
to confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode mídias removíveis do computador, organizados em:
ser vista como uma parte da empresa que é estendida a (A) telas.
usuários externos (“rede extra-empresa”), tais como repre- (B) pastas.
sentantes e clientes. Outro uso comum do termo Extranet (C) janelas.
ocorre na designação da “parte privada” de um site, onde (D) imagens.
somente “usuários registrados” podem navegar, previa- (E) programas.
mente autenticados por sua senha (login).
Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma
Empresa estendida bem clara a organização por meio de PASTAS, que nada
O acesso à intranet de uma empresa através de um mais são do que compartimentos que ajudam a organizar
Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas os arquivos em endereços específicos, como se fosse um
e funcionários de uma empresa consigam ter acesso à in- sistema de armário e gavetas.
tranet através de redes externas ao ambiente da empresa. Resposta: Letra B
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via
Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma in- 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser ex-
tranet é uma rede restrita à empresa que utiliza as mesmas cluído permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pres-
tecnologias presentes na Internet, como e-mail, webpages, sionando-se simultaneamente as teclas
servidor FTP etc. (A) Ctrl + Delete.
A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação en- (B) Shift + End.
tre os funcionários e parceiros além de acumular uma base (C) Shift + Delete.
de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar (D) Ctrl + End.
novas soluções. (E) Ctrl + X.
Exemplificando uma rede de conexões privadas, basea-
da na Internet, utilizada entre departamentos de uma em- Comentário: Quando desejamos excluir permanente-
presa ou parceiros externos, na cadeia de abastecimento, mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
trocando informações sobre compras, vendas, fabricação, para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em conjun-
distribuição, contabilidade entre outros. to com a tecla Delete. O Windows exibirá uma mensagem
do tipo “Você tem certeza que deseja excluir permanente-
QUESTÕES GERAIS mente este arquivo?” ao invés de “Você tem certeza que
deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assi- Resposta: C
nale a opção correta.
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve
ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Con- 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
trole, de modo a garantir a correta remoção dos arquivos arquivos, sem que haja perda de informação?
relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao sistema opera- (A) Compactação
cional. (B) Deleção
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e (C) Criptografia
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos (D) Minimização
diretórios de programas instalados na máquina em uso. (E) Encolhimento adaptativo
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de
um computador, pois bastam o nome do usuário e a senha Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
da máquina para se ter acesso às contas dos demais usuá- nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
rios possivelmente cadastrados nessa máquina. podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exem-
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios plos de programas compactadores são o WinZip, WinRar,
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, entre SolusZip, etc.
eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint. Resposta: A
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do bo-
tão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o
Windows, dar saída no usuário correntemente em uso na
máquina e, em seguida, desligar o computador.

78
INFORMÁTICA

5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel: Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:


• Pode ler e escrever mensagens mesmo quando
está desconectado da Internet;
• Permite armazenar as mensagens localmente (no
computador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo
tempo;
Maiores Desvantagens:
• Ocupam espaço em disco;
  • Compatibilidade com os servidores de e-mail
Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e co- (nem sempre são compatíveis).
lado (Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em ne-
(A) 7 grito os mais conhecidos e utilizados atualmente):
(B) 56 Microsoft Office Outlook
(C) 448 Microsoft Outlook Express;
(D) 511 Mozilla Thunderbird;
(E) uma mensagem de erro IcrediMail
  Eudora
Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando Pegasus Mail
copiamos uma célula que contém uma fórmula e colamos Apple Mail (Apple)
em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à nova po- Kmail (Linux)
sição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser Windows Mail
copiada de D1 para D3: A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL,
ou seja, não é instalado no computador local. Logo, é o
gabarito da questão.
Resposta: B.
7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e cor-
reio eletrônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos
navegadores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Goo-
gle Chrome) para localizar recursos e páginas da Internet
(Exemplo: http://www.google.com.br).
II. Download significa descarregar ou baixar; é a trans-
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para so- ferência de dados de um servidor ou computador remoto
mar todas as células de A3 até C3(dois pontos significam para um computador local.
‘até’), sendo assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obten- III. Upload é a transferência de dados de um computa-
do-se o resultado 448. dor local para um servidor ou computador remoto.
Resposta: C. IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail signifi-
ca movê-lo definitivamente da máquina local, para envio a
um destinatário, com endereço eletrônico.
6- “O correio eletrônico é um método que permite Estão corretas apenas as afirmativas:
compor, enviar e receber mensagens através de sistemas A) I, II, III, IV
eletrônicos de comunicação”. São softwares gerenciadores B) I, II
de email, EXCETO: C) I, II, III
A) Mozilla Thunderbird. D) I, II, IV
B) Yahoo Messenger. E) I, III, IV
C) Outlook Express. Comentários: O URL é o endereço (único) de um recur-
D) IncrediMail. so na Internet. A questão parece diferenciar um recurso de
E) Microsoft Office Outlook 2003. página, mas na verdade uma página é um recurso (o mais
conhecido, creio) da Web. Item verdadeiro.
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de É comum confundir os itens II e III, por isso memorize:
e-mail (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos down = baixo = baixar para sua máquina, descarregar. II e
memorizar que os sistemas que trabalham o correio eletrô- III são verdadeiros.
nico podem funcionar por meio de um software instalado
em nosso computador local ou por meio de um progra-
ma que funciona dentro de um navegador, via acesso por
Internet. Este programa da Internet, que não precisa ser
instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o software
local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.

79
INFORMÁTICA

(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla


a entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre
na Internet.
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da
Internet que possuam uma conexão http, ao digitarem na
barra de endereços do navegador: http://intranet.com.
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma
rede local, pois sua função é conectar um computador à
rede de telefonia fixa.
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada
servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet.
No item IV encontramos o item falso da questão, o que (E) Um servidor de páginas web é a máquina que ar-
nos leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em men- mazena os nomes dos usuários que possuem permissão de
sagem de e-mail significa copiar e não mover! acesso a uma quantidade restrita de páginas da Internet.
Resposta: C. Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado
em termos de internet pois não é tão robusto quanto re-
des P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda do
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do servidor central impede o acesso aos usuários clientes, no
ambiente MS Office, assinale a opção correta. segundo mesmo que um servidor “caia” outros servidores
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado ainda darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo que
com a extensão .xls a partir do Meu Computador, o Win- o download continue. Ex: programas torrent, Emule, Lime-
dows ativa o MS Access para a abertura do documento em ware, etc.
tela. Em relação às outras letras:
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve
ao se acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL para localizar e identificar conjuntos de computadores na
+ V,respectivamente, estão disponíveis no menu Editar de Internet e corresponde ao endereço que digitamos no na-
todos os aplicativos da suíte MS Office. vegador.
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das apli-
letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma
cações do MS Office, permite que o usuário salve o docu-
forma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede
mento correntemente aberto com outro nome. Nesse caso,
é restrito a uma rede local e não a internet como um todo.
a versão antiga do documento é apagada e só a nova ver-
letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu-
são permanece armazenada no computador.
tador a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma
(D) O menu Exibir permite a visualização do documen-
forma só que de maneira local, o acesso via ADSL pode sim
to aberto correntemente, por exemplo, no formato do MS
acessar redes locais.
Word para ser aberto no MS PowerPoint.
letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de com-
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a ela-
boração de apresentações de slides que utilizem conteúdo putação que fornece serviços a uma rede de computado-
e imagens de maneira estruturada e organizada. res. E não necessariamente armazena nomes de usuários e/
ou restringe acessos.
Comentários: O menu editar geralmente contém os co- Resposta: D
mandos universais dos programas da Microsoft como é o 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Inter-
localizar. net, pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde
Em relação às outras letras: está localizada tal máquina.
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários
Excel e não o Access se conectarem a uma mesma máquina simultaneamente,
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma como no caso de salas de bate-papo.
cópia do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebi-
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de mento de arquivos na Internet.
exibição do documento dentro do contexto de cada pro- (D) Quando se digita o endereço de uma página web,
grama e não de um programa para o outro como é o caso o termo http significa o protocolo de acesso a páginas em
da afirmativa. formato HTML, por exemplo.
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de
de slides e sim o Ms Power Point. correio eletrônico envia uma mensagem com anexo para
Resposta: B outro destinatário de correio eletrônico.
Comentários: Os itens apresentados nessa questão es-
9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assi- tão relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os
nale a opção correta. protocolos mais comuns:

80
INFORMÁTICA

- HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de car- Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas
regamento de páginas de Hipertexto –  HTML na internet visando o atendimento do nível de qualidade da
- IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma informação prestada à sociedade, pelo órgão.
máquina na rede O ambiente operacional de computação disponível para
- POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimen- realizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do
to de emails direto no PC via gerenciador de emails MS-Office, das ferramentas Internet Explorer e de correio
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo pa- eletrônico, em português e em suas versões padrões mais
drão de envio de emails utilizadas atualmente.
- IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhan- Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes,
te ao POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acopla-
a possibilidade de armazenamento e acesso a suas mensa- da em portas do tipo USB) e outras funcionalmente seme-
gens de email direto no servidor. lhantes.
- FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transfe-
rência de arquivos 12- As células que contêm cálculos feitos na planilha
Resposta: D eletrônica,
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão
resultados diferentes do original.
11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção cor- (B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
reta. (C) somente podem ser copiadas para o editor de tex-
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pas- tos dentro de um limite máximo de dez linhas e cinco co-
tas e arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o lunas.
Painel de Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão (D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma
Iniciar do Windows. a uma.
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos sal- (E) quando integralmente selecionadas, copiadas e
vos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de “coladas” no editor de textos, serão exibidas na forma de
modificação, deve-se selecionar Detalhes nas opções de tabela.
Modos de Exibição.  
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede Comentários: Sempre que se copia células de uma pla-
oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para nilha eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam
acesso direto a elas. como uma tabela simples, onde as fórmulas são esqueci-
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e das e só os números são colados.
a opção Renomear for acionada no Windows Explorer com Resposta: E
o botão direito do mouse,será salva uma nova versão do
arquivo e a anterior continuará aberta com o nome antigo.
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutu- 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio
ra de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de bus- do correio eletrônico, deve considerar as operações de
ca Google, pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços
máquinas ligadas à Internet. eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
(B) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui- dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu- (C) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
ras e Detalhes. ços eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
Resposta: B (D) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Atenção: Para responder às questões de números (E) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
12 e 13, considere integralmente o texto abaixo: ços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão  
deverão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
órgão, com tecnologia semelhante à usada na rede mundial correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
de computadores. seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deve- os endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no
rão ser verificados para que não contenham erros. Alguns campo “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sa-
artigos digitados deverão conter a imagem dos resultados bendo quem mais recebeu aquela mensagem, o que aten-
obtidos em planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, va- de a segurança solicitada no enunciado.
lores e totais. Resposta: A
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados de-
vem ser tomados para a recuperação em caso de perda e
também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas às
informações guardadas.

81
INFORMÁTICA

14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Comentários:


Novo - CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio  Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar;
de arquivos em lotes, também denominados scripts, o Upload – Carregar para cima (enviar).
shell de comando é um programa que fornece comuni- Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”)
cação entre o usuário e o sistema operacional de forma 17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
direta e independente. Nos sistemas operacionais Win- Assinale a alternativa que contém os nomes dos menus
dows XP, esse programa pode ser acessado por meio de do programa Microsoft Word XP, em sua configuração
um comando da pasta Acessórios denominado padrão, que, respectivamente, permitem aos usuários:
(A) Prompt de Comando (I) numerar as páginas do documento, (II) contar as pa-
(B) Comandos de Sistema lavras de um parágrafo e (III) adicionar um cabeçalho
(C) Agendador de Tarefas ao texto em edição.
(D) Acesso Independente a) Janela, Ferramentas e Inserir.
(E) Acesso Direto b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
c) Formatar, Editar e Janela.
Resposta: “A” d) Arquivo, Exibir e Formatar.
e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
Comentários Resposta: “B”
Prompt de Comando é um recurso do Windows que ofe- Comentário:
rece um ponto de entrada para a digitação de comandos do • Ação numerar - “INSERIR”
MSDOS (Microsoft Disk Operating System) e outros coman- • Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
dos do computador. O mais importante é o fato de que, ao • Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”
digitar comandos, você pode executar tarefas no computa-
dor sem usar a interface gráfica do Windows. O Prompt de 18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
Comando é normalmente usado apenas por usuários avan-
çados.

15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário


Novo - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir di-
gitado no aplicativo Word. Aplicativos para edição de
textos. Aplicando-se a esse texto o efeito de fonte Ta-
chado, o resultado obtido será

Resposta: “C”
a) 3, 0 e 7.
Comentários: b) 5, 0 e 7.
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d, c) 5, 1 e 2.
e. Entretanto, temos que observar que na questão os itens d) 7, 5 e 2.
d, e, além de receberem taxado, também ficaram em caixa e) 8, 3 e 4.
alta. O único que recebe apenas o taxada, sem alterar outras
formatações foi o item c. Resposta: “C”

16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Comentário:


Novo - CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento Expressão =MÉDIA(A1:A3)
de um arquivo de textos ou de imagens na internet, en- São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é
tre um servidor e um cliente, constituem, em relação ao dividido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
cliente, respectivamente, um Expressão =MENOR(B1:B3;2)
(A) download e um upload Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número,
(B) downgrade e um upgrade que seria o número 1. Para facilitar coloque esses números
(C) downfile e um upfile em ordem crescente.
(D) upgrade e um downgrade Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
(E) upload e um download Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número,
que seria o número 2. Para facilitar coloque esses números
Resposta: “E”. em ordem decrescente.

82
INFORMÁTICA

19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II) Passo 3


Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a
propagação, o resultado

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No Po-
werPoint 2007, a inserção de um novo comentário pode
Resposta: “D” ser feita na guia
a) Geral.
Comentário: b) Inserir.
Passo 1 c) Animações.
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 d) Apresentação de slides.
e) Revisão.
Resposta: “E”
Comentário:

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbi-


Passo 2 to das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 zzz.br. O domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em
e A3 inglês) utilizado para classificar o tipo de instituição, no
exemplo dado acima, é o
a) protocolo.
b) xxx.
c) zzz.
d) yyy.
e) br.

Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
Click na imagem para melhor visualizar e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio

83
INFORMÁTICA

22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Comentário:


Analise a régua horizontal do Microsoft Word, na sua
configuração padrão, exibida na figura.

Assinale a alternativa que contém apenas os indica-


dores de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.
Resposta: D
Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais


no lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do do-
cumento não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir
Régua no topo da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no
seletor de tabulação na extremidade esquerda da régua
até que ela exiba o tipo de tabulação que você deseja. Em
seguida, clique na régua no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto
à direita. Conforme você digita, o texto é movido para a es-
querda.
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrin-
um ponto decimal. Independentemente do numero de dígi- chadas no exemplo acima (arredondamento, mínimo e so-
tos, o ponto decimal ficará na mesma posição. matório) em uma única questão. A função ARRED é para
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere arredondamento e pertence a mesma família de INT(parte
uma barra vertical na posição de tabulação. inteira) e TRUNCAR (parte do valor sem arredondamento).
A resposta está no item 2 que indica a quantidade de casas
23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) decimais. Sendo duas casas decimais, não poderia ser letra
Uma planilha do Microsoft Excel, na sua configuração A, C ou D. A função SOMA efetua a soma das três células
padrão, possui os seguintes valores nas células: B1=4, (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre o menor
B2=1 e B3=3. A fórmula =ARRED(MÍNIMO(SOMA entre os dois valores informados (2,66666 - dízima periódi-
(B1:B3)/3;2,7);2) inserida na célula B5 apresentará o se- ca - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
guinte resultado: casas decimais.
(A) 2 Considere a figura que mostra o Windows Explorer
(B) 1,66 do Microsoft Windows XP, em sua configuração origi-
(C) 2,667 nal, e responda às questões de números 24 e 25.
(D) 2,7
(E) 2,67
Resposta: E

84
INFORMÁTICA

25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao


se clicar em , localizado abaixo do menu Favoritos,
será fechado
(A) o Meu computador.
(B) o Disco Local (C:).
(C) o painel Pastas.
(D) Meus documentos.
(E) o painel de arquivos.

Resposta: C

Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O


arquivo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.

Resposta: E

Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas loca-
lizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil
para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis:
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquiza-
da que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área
de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta);
O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu oculta o painel PASTAS.
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

85
INFORMÁTICA

ANOTAÇÕES

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86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Princípios básicos da administração................................................................................................................................................................. 01


Rotinas administrativas........................................................................................................................................................................................... 03
Administração pública: princípios básicos, estrutura, tipos de entidades e organização. Noções gerais sobre a estrutura,
competências e serviços administrativos da Câmara Municipal. Organização administrativa dos serviços do órgão mu-
nicipal e finalidades................................................................................................................................................................................................. 04
Gestão de material e controle de estoques e almoxarifado.................................................................................................................... 14
Noções básicas de atendimento ao público – postura e atendimento ao público. Qualidade no atendimento ao públi-
co. .................................................................................................................................................................................................................................. 22
Uso de equipamentos de escritórios: materiais de consumo, máquinas de calcular, copiadora, impressora e periféricos
do computador.......................................................................................................................................................................................................... 36
Gestão e Organização de Documentos: Noções de arquivologia; protocolos, recebimento, registro, distribuição, trami-
tação e expedição de documentos; classificação, arquivamento e ordenação de documentos............................................... 37
Redação oficial: características e tipos. Elaboração e digitação de cartas, atas, textos, ofícios circulares, memorandos,
tabelas e gráficos. Formas de Tratamento, abreviações, expressões e vocábulos latinos de uso frequente nas comunica-
ções administrativas................................................................................................................................................................................................ 56
Lei Orgânica do Município de Cambé: TÍTULO II – Da Organização dos Poderes; CAPÍTULO I – Do Poder Legislativo, Se-
ções I, II, III, IV e V; CAPÍTULO II – Do Poder Executivo, Seção VI. TÍTULO III – Da Organização Administrativa Municipal;
CAPÍTULO I – Da Estrutura Administrativa; CAPÍTULO II – Dos Atos Municipais, Seções I, II, III, IV e V; CAPÍTULO III – Dos
Bens Municipais. Lei Orgânica ............................................................................................................................................................................ 78
Estrutura Administrativa do Poder Legislativo do Município de Cambé (Lei no 2.855, de 15 de setembro de 2017,..................86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

lidade deve se fazer presente não só para com os adminis-


PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO. trados, mas também no âmbito interno. Está indissociavel-
mente ligado à noção de bom administrador, que não somen-
te deve ser conhecedor da lei, mas também dos princípios
éticos regentes da função administrativa. TODO ATO IMORAL
Princípios constitucionais expressos SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí
São princípios da administração pública, nesta ordem: a intrínseca ligação com os dois princípios anteriores.
Legalidade d) Princípio da publicidade: A administração pública é
Impessoalidade obrigada a manter transparência em relação a todos seus atos
Moralidade e a todas informações armazenadas nos seus bancos de da-
Publicidade dos. Daí a publicação em órgãos da imprensa e a afixação de
Eficiência portarias. Por exemplo, a própria expressão concurso público
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for- (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que todos devem tomar
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da conhecimento do processo seletivo de servidores do Estado.
Administração Pública. É de fundamental importância um Diante disso, como será visto, se negar indevidamente a for-
olhar atento ao significado de cada um destes princípios, necer informações ao administrado caracteriza ato de impro-
bidade administrativa.
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa,
princípio da publicidade seja deturpado em propaganda po-
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho1 e
lítico-eleitoral:
Spitzcovsky2:
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali- Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
proíbe. Contudo, como a administração pública representa caráter educativo, informativo ou de orientação social,
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex- caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso públicos.
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os instru-
Estado deve respeitar as leis que dita. mentos para proteção são o direito de petição e as certidões
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente - do
ses que representa, a administração pública está proibida mandado de segurança. Neste viés, ainda, prevê o artigo 37,
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar CF em seu §3º: 
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú- Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de partici-
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon- pação do usuário na administração pública direta e indi-
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou reta, regulando especialmente:
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida- I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços públi-
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da cos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi-
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- qualidade dos serviços;
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e a in-
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, formações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
5º, X e XXXIII;
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse
III -  a disciplina da representação contra o exercício negli-
coletivo.
gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administra-
c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio
ção pública.
no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma
espécie de moralidade administrativa, intimamente relacio- e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
nada ao poder público. A administração pública não atua manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle
como um particular, de modo que enquanto o descumpri- de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o con-
mento dos preceitos morais por parte deste particular não curso público seleciona os mais qualificados ao exercício do
é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurídico cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível
adota tratamento rigoroso do comportamento imoral por exonerar um servidor público por ineficiência) e ao contro-
parte dos representantes do Estado. O princípio da mora- lar gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo. O
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de núcleo deste princípio é a procura por produtividade e eco-
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, nomicidade. Alcança os serviços públicos e os serviços ad-
2010. ministrativos internos, se referindo diretamente à conduta
2 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. dos agentes.
ed. São Paulo: Método, 2011.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Outros princípios administrativos art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de


Além destes cinco princípios administrativo-constitu- tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a
cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem motivação para todos os atos nele elencados, compreen-
ser apontados como princípios de natureza ética relaciona- dendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os
dos à função pública a probidade e a motivação: vinculados.
a) Princípio da probidade:  um princípio constitu- c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos:
cional incluído dentro dos princípios específicos da licita- O Estado assumiu a prestação de determinados serviços, por
ção, é o dever de todo o administrador público, o dever considerar que estes são fundamentais à coletividade. Apesar
de honestidade e fidelidade com o Estado, com a popu- de os prestar de forma descentralizada ou mesmo delega-
lação, no desempenho de suas funções. Possui contornos da, deve a Administração, até por uma questão de coerência,
mais definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini3 oferecê-los de forma contínua e ininterrupta. Pelo princípio
alerta que alguns autores tratam veem como distintos os da continuidade dos serviços públicos, o Estado é obrigado
princípios da moralidade e da probidade administrativa, a não interromper a prestação dos serviços que disponibili-
mas não há características que permitam tratar os mesmos za. A respeito, tem-se o artigo 22 do Código de Defesa do
Consumidor:
como procedimentos distintos, sendo no máximo possível
afirmar que a probidade administrativa é um aspecto parti-
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
cular da moralidade administrativa.
cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequa-
ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge- dos, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causa-
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão dos, na forma prevista neste código.
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Adminis-
Administração. tração Pública: a Administração possui a faculdade de re-
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicá- ver os seus atos, de forma a possibilitar a adequação destes
vel ao caso concreto e relacionar os fatos que concreta- à realidade fática em que atua, e declarar nulos os efeitos
mente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos dos atos eivados de vícios quanto à legalidade. O sistema
os atos administrativos devem ser motivados para que o de controle dos atos da Administração adotado no Brasil é
Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo o jurisdicional. Esse sistema possibilita, de forma inexorável,
quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem ao Judiciário, a revisão das decisões tomadas no âmbito da
ser observados os motivos dos atos administrativos. Administração, no tocante à sua legalidade. É, portanto, de-
Em relação à necessidade de motivação dos atos ad- nominado controle finalístico, ou de legalidade.
ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anulação
único comportamento possível) e dos atos discricionários dos atos ilegais como a revogação de atos válidos e eficazes,
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta quando considerados inconvenientes ou inoportunos aos
um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um fins buscados pela Administração. Essa forma de controle
juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é unís- endógeno da Administração denomina-se princípio da auto-
sona na determinação da obrigatoriedade de motivação tutela. Ao Poder Judiciário cabe somente a anulação de atos
com relação aos atos administrativos vinculados; todavia, reputados ilegais. O embasamento de tais condutas é pauta-
do nas Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal.
diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos dis-
cricionários.
Súmula 346. A administração pública pode declarar a nu-
Meirelles4 entende que o ato discricionário, editado sob
lidade dos seus próprios atos.
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportuni- Súmula 473. A administração pode anular seus próprios
dade, não sendo necessária a motivação. No entanto, se atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
esta, em razão da necessidade de observância da Teoria conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui-
dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário ridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricionário,
é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho Os atos administrativos podem ser extintos por revoga-
adotado pelo administrador. Gasparini5, com respaldo no ção ou anulação. A Administração tem o poder de rever seus
3 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª próprios atos, não apenas pela via da anulação, mas também
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. pela da revogação. Aliás, não é possível revogar atos vincula-
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo dos, mas apenas discricionários. A revogação se aplica nas
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. situações de conveniência e oportunidade, quanto que a
5 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª anulação serve para as situações de vício de legalidade.
ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

e) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade:


Razoabilidade e proporcionalidade são fundamentos de ROTINAS ADMINISTRATIVAS.
caráter instrumental na solução de conflitos que se esta-
beleçam entre direitos, notadamente quando não há legis-
lação infraconstitucional específica abordando a temática
objeto de conflito. Neste sentido, quando o poder público Rotina administrativa é formada por vários processos
toma determinada decisão administrativa deve se utilizar que acontecem de forma sistemática e que requerem co-
destes vetores para determinar se o ato é correto ou não, nhecimento técnico e domínio de tecnologias. Sendo que
se está atingindo indevidamente uma esfera de direitos ou processo é todo conjunto de procedimentos com entradas,
se é regular. Tanto a razoabilidade quanto a proporciona- processamento e resultados.
lidade servem para evitar interpretações esdrúxulas mani- Nas rotinas administrativas ocorre que um conjunto de
festamente contrárias às finalidades do texto declaratório. profissionais executa atividades para se obter resultados,
Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a essas atividades devem estar em conformidade com o ní-
mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos. vel de competência dos profissionais, nível de autoridade e
Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no direito responsabilidades.
anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade se origi- Dessa forma, tem-se que administradores e gerentes
na do direito germânico (muito mais metódico, objetivo e possuem competências distintas no processamento das ro-
organizado), muito embora uma tenha buscado inspiração tinas administrativas, assim como os profissionais de nível
na outra certas vezes. Por conta de sua origem, a propor- técnico e de apoio também o possuem.
cionalidade tem parâmetros mais claros nos quais pode ser Portanto, os administradores possuem responsabili-
trabalhada, enquanto a razoabilidade permite um processo dades como planejamento, direção, controle, supervisão e
interpretativo mais livre. Evidencia-se o maior sentido jurí- outras funções que exigem dos profissionais conhecimento
dico e o evidente caráter delimitado da proporcionalidade
e experiências maiores.
pela adoção em doutrina de sua divisão clássica em 3 sen-
É necessário também distinguir atividades administra-
tidos:
tivas das atividades gerenciais, pois as atividades gerenciais
- adequação, pertinência ou idoneidade: significa que
constitui um processo que originará as atividades adminis-
o meio escolhido é de fato capaz de atingir o objetivo pre-
tendido; trativas, ou seja, é para apoio gerencial que existem as ati-
- necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida vidades administrativas.
restritiva de um direito humano ou fundamental somente é Deixando mas claro, que as atividades gerenciais têm a
legítima se indispensável na situação em concreto e se não função de identificar estratégias, trabalhar as oportunida-
for possível outra solução menos gravosa; des, alocação de recursos, compartilhamento de objetivos
- proporcionalidade em sentido estrito: tem o sentido e outros.
de máxima efetividade e mínima restrição a ser guardado A administração, portanto é algo maior e que exige cri-
com relação a cada ato jurídico que recaia sobre um direito tério nas atividades gerenciais e rotineiras, de forma orde-
humano ou fundamental, notadamente verificando se há nada, pois primeiro é necessário planejar, depois se organi-
uma proporção adequada entre os meios utilizados e os za os recursos, dirige a informação e a mão de obra de for-
fins desejados. ma eficiente e depois se controla os resultados alcançados.
Na verdade, a administração é todo conjunto de proce-
f) Supremacia do interesse público sobre o priva- dimentos que consome recursos, que requer organização
do: Na maioria das vezes, a Administração, para buscar de dos recursos, planejamento de alocação e avaliação dos
maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar resultados obtidos com esses recursos.
em um patamar de superioridade em relação aos particu- As organizações trabalham com determinados recur-
lares, numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza sos disponíveis e a partir disso, deve estabelecer e avaliar
do princípio da supremacia, conjugado ao princípio da in- se os recursos estão alinhados aos objetivos e estratégias,
disponibilidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa é irre- se os recursos serão de grande valia para obter objetivos,
nunciável, por não haver faculdade de atuação ou não do se os recursos estão ao alcance da empresa e se não estão,
Poder Público, mas sim “dever” de atuação. como a empresa pode trabalhar com os recursos disponí-
Sempre que houver conflito entre um interesse indi- veis sem desistir de seus objetivos e estratégias traçadas.
vidual e um interesse público coletivo, deve prevalecer o Essa problemática acima pertence à capacidade da em-
interesse público. São as prerrogativas conferidas à Admi-
presa dirigir o que possui e buscar algo mais. De forma que
nistração Pública, porque esta atua por conta de tal interes-
o principal recurso da empresa capaz de transformar re-
se. Com efeito, o exame do princípio é predominantemente
cursos em objetivos são as pessoas. Colocando as pessoas
feito no caso concreto, analisando a situação de conflito
certas para as atividades ideais.
entre o particular e o interesse público e mensurando qual
deve prevalecer.
Todo o conjunto de procedimentos acima exige que
o profissional tenha nível superior e saiba lidar com o am-
biente complexo das organizações.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Abaixo teremos algumas rotinas administrativas que são -Identificar: o trabalho de identificar materiais por ca-
repetitivas e exige conhecimento técnico dos profissionais. tegorias poupa o tempo de procurar o material e acabar
perdendo o tempo.
Técnicas nas rotinas administrativas
As funções básicas de uma empresa são a função co- -Utilização: o senso de utilização é também ligado á
mercial, a função técnica, financeira e de contabilidade. organização e realiza-se o trabalho de separar o material
Algumas técnicas administrativas são a construção de de uso eventual e material necessário ás atividades menos
organogramas, que identifique os departamentos da em- constantes, evitando que fiquem espalhados pelo chão
presa e os níveis de hierarquia. material sem uso imediato.
Outros documentos referentes às técnicas administrati-
vas são o manual de rotina e regulamento interno. -Limpeza: a limpeza é útil para manter o ambiente com
Nos manuais de rotina estão descritos quais as normas uma aparência limpa, organizada e com maior segurança.
necessárias para execução de atividades específicas. Criar meios para manter o ambiente limpo, organizado e
Já o regulamento ou regimento interno é um documen- sempre arrumado é também uma medida para que os co-
to com um conjunto de diretrizes que definem a estrutura laboradores poupem tempo e trabalho de organizarem e
organizacional e as políticas da empresa. limparem tudo de novo, quando deveriam estar concentra-
Outros documentos que auxiliam as atividades admi- dos em outras tarefas.
nistrativas são os relatórios que devem expor fatos e ocor-
rências para esclarecimento, dúvidas ou informação de pro- -Padronizar: padronizar é uma solução para manter
blemas e outros documentos propostos para informações uma rotina de organização, de limpeza e de eliminação
do interesse de um quadro de colaboradores são documen- de desperdícios, sendo que a padronização pode auxiliar
tos como a CI (circular interna) e o ofício. o trabalho e orientar a equipe para a realização das ativi-
dades.
Qualidade nas rotinas administrativas E por fim, para manter a limpeza, a organização e a
Como vimos a atividade administrativa são compos- padronização nas rotinas administrativas deve-se manter o
tos de vários processos, processos primários, processos de senso de disciplina, portanto é necessário que o programa
apoio e processos finalísticos que são os processos que de- 5´s tenha a adesão e participação com o comprometimento
finem a atividade fim da empresa. de todos.
Os processos, portanto são fundamentais para que as
empresas atinjam seus objetivos e tenham sucesso. Para
que tenha um funcionamento eficiente, a empresa deve es-
truturar e organizar seus processos e sempre que necessá- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS
rio trabalhar a melhoria de processos. BÁSICOS, ESTRUTURA, TIPOS DE ENTIDADES
A qualidade nos processos administrativos requer mé-
todos, técnicas, normas e até inovações.
E ORGANIZAÇÃO. NOÇÕES GERAIS SOBRE
Os métodos são utilizados para que as ações nos pro- A ESTRUTURA, COMPETÊNCIAS E SERVIÇOS
cessos sejam realizadas e atinjam os objetivos propostos. ADMINISTRATIVOS DA CÂMARA MUNICIPAL.
Já os objetivos nos processos deve ser sempre o va- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS
lor agregado e por isso, exige-se qualidade total em todos SERVIÇOS DO ÓRGÃO MUNICIPAL E
os processos, para isso faz-se necessário a implantação de FINALIDADES.
metodologias e ferramentas da qualidade para que as or-
ganizações atinjam objetivos, conquiste o cliente e se torne
competitiva mesmo em longo prazo.
Para isso, temos algumas ferramentas da qualidade que Centralização, descentralização, concentração e
são de simples aplicação, mas rendem até uma certificação desconcentração
ISO, se forem implantadas com sucesso.
Entre as ferramentas da qualidade aplicada aos pro- Em linhas gerais, descentralização significa transferir
cessos está a ferramenta 5´s. O 5´s surgiram de uma filo- a execução de um serviço público para terceiros que não
sofia japonesa e se solidificou no meio empresarial como se confundem com a Administração direta; centralização
ferramenta da qualidade aplicada aos processos e útil para significa situar na Administração direta atividades que, em
estruturar, desenhar e evitar desperdícios com maior eco- tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora dela;
nomia de recursos e tempo. O ideal é que toda a equipe es- desconcentração significa transferir a execução de um ser-
teja integrada em um trabalho de organização, arrumação, viço público de um órgão para o outro dentro da própria
utilização, limpeza, padronização e disciplina. Administração; concentração significa manter a execução
central ao chefe do Executivo em vez de atribui-la a outra
-Organização: organizar poupa tempo e faz com que autoridade da Administração direta.
as atividades sejam desenvolvidas sem atrapalho. Organi- Passemos a esmiuçar estes conceitos:
zar materiais pela frequência de uso elimina retrabalhos e Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do
tempo gasto com a distribuição de materiais para as ati- Executivo, do poder de delegar certas atribuições que são
vidades frequentes e segurança contra acidentes ou perda de sua competência privativa. Neste sentido, o previsto na
de materiais. CF:

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Repúbli- VIII - celebrar tratados, convenções e atos interna-
ca poderá delegar as atribuições mencionadas nos inci- cionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
sos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da X - decretar e executar a intervenção federal;
União, que observarão os limites traçados nas respectivas XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso
delegações. Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expon-
do a situação do País e solicitando as providências que julgar
Neste sentido: necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se
Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre:  necessário, dos órgãos instituídos em lei;
a) organização e funcionamento da administração XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
federal, quando não implicar aumento de despesa nem nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
criação ou extinção de órgãos públicos;  náutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando cargos que lhes são privativos; 
vagos;  XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Mi-
Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas, nistros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Supe-
com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; riores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos pú- da República, o presidente e os diretores do banco central e
blicos federais, na forma da lei; (apenas o provimento é outros servidores, quando determinado em lei;
delegável, não a extinção) XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
do Tribunal de Contas da União;
Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem op- XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
ções de delegar parte de suas atribuições privativas para Constituição, e o Advogado-Geral da União;
os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
com relação de hierarquia cada uma destas essencialida-
Conselho de Defesa Nacional;
des dentro da estrutura organizada do Estado. Reforça-se,
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, au-
desconcentrar significa delegar com hierarquia, pois
torizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando
há uma relação de subordinação dentro de uma estrutura
ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas con-
centralizada, isto é, os Ministros de Estado, o Procurador-
dições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
Geral da República e o Advogado-Geral da União respon-
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
dem diretamente ao Presidente da República e, por isso, Congresso Nacional;
não possuem plena discricionariedade na prática dos atos XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
administrativos que lhe foram delegados. XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições nele permaneçam temporariamente;
privativas da Administração pública direta no âmbito mais XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual,
central possível, isto é, diretamente pelo chefe do Poder o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
Executivo, seja porque não são atribuições delegáveis, seja orçamento previstos nesta Constituição;
porque se optou por não delegar. XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente referentes ao exercício anterior;
da República: XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; forma da lei;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a di- XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
reção superior da administração federal; termos do art. 62;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Consti-
previstos nesta Constituição; tuição.
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel Descentralizar envolve a delegação de interesses estatais
execução; para fora da estrutura da Administração direta, o que é pos-
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; sível porque não se refere a essencialidades, ou seja, a atos
VI - dispor, mediante decreto, sobre:  administrativos que somente possam ser praticados pela Ad-
a) organização e funcionamento da administração ministração direta porque se referem a interesses estatais di-
federal, quando não implicar aumento de despesa nem versos previstos ou não na CF. Descentralizar é uma delega-
criação ou extinção de órgãos públicos;  ção sem relação de hierarquia, pois é uma delegação de um
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando ente para outro (não há subordinação nem mesmo quanto
vagos;  ao chefe do Executivo, há apenas uma espécie de tutela ou
VII - manter relações com Estados estrangeiros e supervisão por parte dos Ministérios – se trata de vínculo e
acreditar seus representantes diplomáticos; não de subordinação).

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Basicamente, se está diante de um conjunto de pessoas dado de segurança – tanto como impetrante como quan-
jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para presta- to impetrado). Já que não possuem personalidade, atuam
rem serviços de interesse do Estado. Possuem patrimônio apenas no cumprimento da lei, não atuando por vontade
próprio e são unidades orçamentárias autônomas. Ainda, própria. Logo, órgãos e agentes públicos são impessoais
exercem em nome próprio direitos e obrigações, respon- quando agem no estrito cumprimento de seus deveres,
dendo pessoalmente por seus atos e danos. não respondendo diretamente por seus atos e danos.
Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res-
a descentralização administrativa: outorga e delegação. ponsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que
A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade estejam exercendo atribuições da Administração direta é
e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado denominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke,
serviço público e é conferida, em regra, por prazo indeter- que institui o princípio da impessoalidade.
minado. Isso é o que acontece quanto às entidades da Ad- Quanto se faz desconcentração da autoridade central
ministração Indireta prestadoras de serviços públicos. Nes- – chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com
te sentido, o Estado descentraliza a prestação dos serviços, diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em
outorgando-os a outras entidades criadas para prestá-los, simples ou complexos (simples se possuem apenas uma
as quais podem tomar a forma de autarquias, empresas pú- estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede
blicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. de estruturas administrativas) e em unitários ou colegia-
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por dos (unitário se o poder de decisão se concentra em uma
contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, pessoa, colegiado se as decisões são tomadas em conjunto
para que o ente delegado o preste ao público em seu pró- e prevalece a vontade da maioria):
prio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Esta- a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es-
do. A delegação é geralmente efetivada por prazo determi- trutura do Estado, gozando de independência para agir e
nado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de concessão não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as
ou nos atos de permissão, pelos quais o Estado transfere políticas que serão implementadas. É o caso da Presidên-
aos concessionários e aos permissionários apenas a execu-
cia da República, órgão complexo composto pelo gabinete,
ção temporária de determinado serviço.
pela Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da Repúbli-
Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis-
ca, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois o Presidente
tração direta o desempenho de funções administrativas de
da República é o único que toma as decisões).
interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser atri-
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do
buídos a entes de fora da Administração por outorga ou
poder, com autonomia funcional, porém subordinados po-
delegação.
liticamente aos independentes. É o caso de todos os minis-
térios de Estado.
Administração Pública Direta
Administração Pública direta é aquela formada pelos c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia
entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. ou independência, sendo plenamente vinculados aos ór-
Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Fe- gãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vin-
deral e os Municípios. À exceção da União, que é dotada culada ao Ministério do Trabalho e Emprego; Departamen-
de soberania, todos os demais são dotados de autonomia. to da Polícia Federal, vinculado ao Ministério da Justiça.
Dispõe o Decreto nº 200/1967: d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos
Art. 4° A Administração Federal compreende: que executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços do MTE.
integrados na estrutura administrativa da Presidência da Re- ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas
pública e dos Ministérios. e as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura,
sendo órgãos independentes constitucionais. Em verdade,
A administração direta é formada por um conjunto de para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos
núcleos de competências administrativas, os quais já foram não pertencem nem mesmo aos três poderes.
tidos como representantes do poder central (teoria da re- Conforme Carvalho Filho6, “a noção de Estado, como
presentação) e como mandatários do poder central (teoria visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Es-
do mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto tado, na verdade, é considerado um ente personalizado,
Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos ad- seja no âmbito internacional, seja internamente. Quando
ministrativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, porque
que podem ser organizados por decretos autônomos do além da pessoa jurídica central existem outras internas que
Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personali- compõem o sistema político. Sendo uma pessoa jurídica,
dade jurídica própria. o Estado manifesta sua vontade através de seus agentes,
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus quadros.
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome 6 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
autor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de man- ris, 2010.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, compõe o Esta- e) Quanto à posição estatal: são os que representam
do um grande número de repartições internas, necessárias os poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Ju-
à sua organização, tão grande é a extensão que alcança e diciário.
tamanha as atividades a seu cargo. Tais repartições é que f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compos-
constituem os órgãos públicos”. tos. Os órgãos compostos são constituídos por vários ou-
“Várias teorias surgiram para explicar as relações do tros órgãos.
Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do
mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí- Administração indireta
dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado, A Administração Pública indireta pode ser definida
que não tem vontade própria, pode outorgar o mandato”7. como um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou
A origem desta teoria está no direito privado, não tendo privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica, que
como prosperar porque o Estado não pode outorgar man- atuam paralelamente à Administração direta na prestação
dato a alguém, afinal, não tem vontade própria. de serviços públicos ou na exploração de atividades eco-
Num momento seguinte, adotou-se a teoria da repre- nômicas.
sentação: “Posteriormente houve a substituição dessa con- “Enquanto a Administração Direta é composta de ór-
cepção pela teoria da representação, pela qual a vontade gãos internos do Estado, a Administração Indireta se com-
dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do Es- põe de pessoas jurídicas, também denominadas de entida-
tado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras jurídicas des”9. Em que pese haver entendimento diverso registrado
que apontam para representantes dos incapazes. Ocorre em nossa doutrina, integram a Administração indireta do
que essa teoria, além de equiparar o Estado, pessoa jurí- Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a saber: as Au-
dica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa jurídica do- tarquias, as Fundações, as Sociedades de Economia Mista e
tada de capacidade plena), não foi suficiente para alicerçar as Empresas Públicas.
um regime de responsabilização da pessoa jurídica perante Dispõe o Decreto nº 200/1967:
terceiros prejudicados nas circunstâncias em que o agente
ultrapassasse os poderes da representação”8. Criticou-se a Art. 4° A Administração Federal compreende:
teoria porque o Estado estaria sendo visto como um su- II - A Administração Indireta, que compreende as se-
jeito incapaz, ou seja, uma pessoa que não tem condições guintes categorias de entidades, dotadas de personalidade
plenas de manifestar, de falar, de resolver pendências; bem jurídica própria:
como porque se o representante estatal exorbitasse seus a) Autarquias;
poderes, o Estado não poderia ser responsabilizado. b) Empresas Públicas;
Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giër- c) Sociedades de Economia Mista.
ke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos adminis- d) fundações públicas.
trativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas que
podem ser organizados por decretos autônomos do Exe- Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que
cutivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade prestam serviços públicos por delegação, embora não inte-
jurídica própria. Com efeito, o Estado brasileiro responde grem os quadros da Administração, quais sejam, os permis-
pelos atos que seus agentes praticam, mesmo se estes atos sionários, os concessionários e os autorizados.
extrapolam das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe Essas quatro pessoas integrantes da Administração
assegurado o intocável e assustador direito de regresso. indireta serão criadas para a prestação de serviços públi-
Apresenta-se a classificação dos órgãos: cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômicas,
a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis- como no caso das empresas públicas e sociedades de eco-
tritais e municipais. nomia mista, e atuam com o objetivo de aumentar o grau
b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são de especialidade e eficiência da prestação do serviço públi-
aqueles que detêm condição de comando e de direção, co ou, quando exploradoras de atividades econômicas, vi-
e os subordinados, incumbidos das funções rotineiras de sando atender a relevante interesse coletivo e imperativos
execução. da segurança nacional.
c) Quanto à composição: singulares, quando integra- Com efeito, de acordo com as regras constantes do
dos em um só agente, e os coletivos, quando compostos artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só po-
por vários agentes. derá explorar atividade econômica a título de exceção, em
d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri- duas situações, conforme se colhe do caput do referido ar-
buições em todo o território nacional, estadual, distrital e tigo, a seguir reproduzido:
municipal, e os locais, que atuam em parte do território. Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons-
tituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Admi- Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
nistrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010. de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con-
8 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo forme definidos em lei.
– esquematizado, completo, atualizado, temas polêmicos, 9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
conteúdo dos principais concursos públicos. 3. ed. São direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
Paulo: Atlas editora, 2013. ris, 2010.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras cons- fica, cuja característica seria a de atribuir prerrogativas es-
titucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao peciais e diferenciadas a certas autarquias”. São exemplos
Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta de- de autarquias especiais aquelas criadas para serviços espe-
ferida ao setor privado. Assim, apenas explora atividades ciais, como autarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de
econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto fiscalização (ex.: CRM e CREA).
Constitucional. Quando atuar na economia, concorre em A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias:
grau de igualdade com os particulares, e sob o regime do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (In-
artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à livre concor- cra), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departa-
rência, submetendo-se ainda a todas as obrigações cons-
mento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Conse-
tantes do regime jurídico de direito privado, inclusive no
lho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Departa-
tocante às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri-
mento nacional de Registro do Comércio (DNRC), Instituto
butárias.
Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Brasilei-
Autarquias ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: (Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen).
Ainda sobra as autarquias:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com Contam com patrimônio próprio, constituído a partir
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para de transferência pela entidade estatal a que se vinculam,
executar atividades típicas da Administração Pública, que portanto, capital exclusivamente público.
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão admi- São dotadas, ainda, de autonomia financeira, planejan-
nistrativa e financeira descentralizada. do seus gastos e compromissos a cada exercício. A propos-
ta orçamentária é encaminhada anualmente ao chefe do
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, Executivo, que a inclui no orçamento fiscal da lei orçamen-
de natureza administrativa, criadas para a execução de ser- tária anual. A própria autarquia presta contas diretamente
viços tipicamente públicos, antes prestados pelas entida- ao Tribunal de Contas.
des estatais que as criam. Por serviços tipicamente públicos Podem pagar aos seus credores por meio de precató-
entenda-se aqueles sem fins lucrativos criados por lei e co- rios e requisição de pequeno valor, tal como a Administra-
mum monopólio do Estado. ção direta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida ativa
“O termo autarquia significa autogoverno ou gover-
de seus devedores.
no próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção se-
Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a
mântica para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa
com relativa capacidade de gestão dos interesses a seu car- todas unidades da federação.
go, embora sob controle do Estado, de onde se originou. A elas se conferem as mesmas prerrogativas proces-
Na verdade, até mesmo em relação a esse sentido, o termo suais que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro para
está ultrapassado e não mais reflete uma noção exata do contestar e recorrer, além de reexame necessário da causa
instituto. [...] Pode-se conceituar autarquia como a pessoa em situações de condenação acima de certos valores.
jurídica de direito público, integrante da Administração In- Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e ex-
direta, criada por lei para desempenhar funções que, des- tintas por lei, que podem ser complementadas por atos do
pidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Executivo, notadamente Decretos.
Estado”10. As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais
Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo e municipais, contudo não podem ser interestaduais ou in-
regime jurídico de direito público, podendo, tão-somente, termunicipais (não é permitida a associação de unidades
ser prestadoras de serviços públicos, contando com capital federativas para a criação de autarquias).
oriundo da Administração direta. O Código Civil, em seu Devem executar atividades típicas do direito público e,
artigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de direito notadamente, serviços públicos de natureza social e ativi-
público, embora exista controvérsia na doutrina. dades administrativas, com a exclusão dos serviços e ativi-
Carvalho Filho11 classifica quanto ao regime jurídico: “a) dades de cunho econômico e mercantil.
autarquias comuns (ou de regime comum); b) autarquias
O patrimônio da autarquia é formado por bens públi-
especiais (ou de regime especial). Segundo a própria termi-
cos, razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas
nologia, é fácil distingui-las: as primeiras estariam sujeitas
regras aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no
a uma disciplina jurídica sem qualquer especificidade, ao
passo que as últimas seriam regidas por disciplina especí- que se refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de
oneração e de usucapião.
10 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Os agentes públicos das autarquias são concursados
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- e estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não
ris, 2010. à CLT. Já os dirigentes não precisam ser concursados e são
11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de nomeados e destituídos livremente pelo chefe do Execu-
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- tivo.
ris, 2010.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Agências reguladoras As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um


São figuras muito recentes em nosso ordenamento ju- patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor
rídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime para atingir uma finalidade específica, denominadas, em la-
especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com ca- tim, universitas bonorum. Entre estas finalidades, destacam-
pacidade administrativa, aplicando-se a elas todas as re- se as de escopo religioso, moral, cultural ou de assistência.
gras das autarquias. Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive
O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas para aquelas que não integram a Administração indireta
a nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que se (não-governamentais). No caso das fundações que inte-
baseia nos critérios de conhecimento. Uma vez nomeado, gram a Administração indireta (governamentais), quando
o dirigente passa a gozar de mandato com prazo determi- forem dotadas de personalidade de direito público, serão
nado e só pode ser destituído por processo com decisão regidas integralmente por regras de direito público. Quan-
do forem dotadas de personalidade de direito privado, se-
motivada.
rão regidas por regras de direito público e direito privado.
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução
Quando as fundações são criadas pelo Estado são co-
de serviços públicos. Elas não executam o serviço propria-
nhecidas como fundações públicas, ou autarquias funda-
mente, elas o fiscalizam. Logo, são entidades com típica cionais ou fundações autárquicas. O estatuto da fundação,
função de controle da prestação dos serviços públicos e do no caso, terá a forma de lei, cujo escopo será criar e orga-
exercício de atividades econômicas, evitando a prática de nizar a fundação. As fundações públicas são regulamenta-
abusos por parte de entidades do setor privado. das por lei complementar. Sendo fundações públicas que
São titulares da matéria técnica que regulam, de modo adotam regime jurídico de direito público, se equiparam às
que somente elas podem disciplinar as regras e padrões autarquias e se sujeitam às mesmas regras que elas.
técnicos desta determinada seara. Obs.: é possível que a lei autorize (não crie) uma fun-
No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscalizar dação pública que adote regime jurídico de direito privado,
o cumprimento de contratos de concessões e o atingimen- ou então um regime misto, caso em que seus servidores
to de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o atendi- poderão se sujeitar à CLT, seu patrimônio não será exclu-
mento a consumidores e usuários (inclusive recebendo e sivamente oriundo de verbas estatais. A lei autorizadora
processando denúncias e reclamações, aplicando penas deve ser expressa neste sentido.
administrativas e multas, bem como rescindindo contra-
tos), definir política tarifária e reajustá-la. Empresas públicas
Entre as agências reguladoras inseridas no ordena- Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
mento brasileiro, destacam-se: ANEEL – Agência Nacional
de Energia Elétrica, criada pela Lei nº 9.427/1996; a ANA- II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali-
TEL – Agência Nacional de Telecomunicações, pela Lei nº dade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e
9.472/1997; e a ANP – Agência Nacional do Petróleo, pela capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração
Lei nº 9.478/1997. de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer
por força de contingência ou de conveniência administrativa
Agências executivas podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em
Agência executiva é a qualificação conferida a autar- direito.
quia, fundação pública ou órgão da administração direta
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Pri-
que celebra contrato de gestão com o próprio ente polí-
vado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para
tico com o qual está vinculado. As agências executivas se
a exploração de atividades econômicas, que contam com
distinguem das agências reguladoras por não terem como
capital exclusivamente público, e são constituídas por qual-
objetivo principal o de exercer controle sobre particulares quer modalidade empresarial, após autorização legislativa
que prestam serviços públicos, que é o objetivo fundamen- do ente federativo criador.
tal das agências reguladoras. Assim, a expressão “agências Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços
executivas” corresponde a um título ou qualificação atribuí- públicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda
da à autarquia ou a fundações públicas cujo objetivo seja que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito
exercer atividade estatal. Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade
econômica, estará submetida a regime jurídico denomina-
Fundações públicas do pela doutrina como semipúblico, ante a necessidade de
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: observância, ao menos em suas relações com os adminis-
trados, das regras atinentes ao regime da Administração, a
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de persona- exemplo dos princípios expressos no “caput” do artigo 37
lidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada da Constituição Federal.
em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvi- Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre-
mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como
entidades de direito público, com autonomia administrativa, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de dire- (BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Pau-
ção, e funcionamento custeado por recursos da União e de lo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
outras fontes. (ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen- Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por
ciam das sociedades de economia mista por: não possuí- meio de sociedades de economia mista e empresas pú-
rem fins lucrativos (o capital excedente não se transforma blicas. Tais empresas são regidas por regime jurídico de
em lucro, é reinvestido na própria empresa), podem adotar direito privado, o que evita que o próprio Estado possa
perfis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome cole- abusar do poder econômico. Logo, o Estado não pode dar
tivo, S/A), o capital social é formado por recursos públicos às suas próprias empresas benefícios previdenciários, tri-
e só admite sócios públicos (pode ter apenas um sócio – butários e trabalhistas. Além disso, em termos processuais,
unipessoalidade originária ou inicial). não gozam das prerrogativas que as autarquias gozam.
ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somente
Sociedades de economia mista se aplica quando o Estado está explorando atividade eco-
nômica propriamente dita, não quando está ofertando ser-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
viços públicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado
pode sobre ele exercer monopólio, o que afasta a necessi-
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada dade de regras que impeçam o abuso do poder econômi-
de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei co. Por exemplo, os Correios são uma empresa pública e
para a exploração de atividade econômica, sob a forma de possuem isenção fiscal e impenhorabilidade de bens.
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten- Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de
çam em sua maioria à União ou a entidade da Administra- economia mista são criadas por lei e a existência delas deve
ção Indireta. ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam,
ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus
As sociedades de economia mista são pessoas jurídi- bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora
cas de Direito Privado criadas para a prestação de servi- de serviço público e não exploradora de atividade econô-
ços públicos ou para a exploração de atividade econômica, mica). No entanto, não se sujeitam à falência ou à recupe-
contando com capital misto e constituídas somente sob a ração judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005).
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório mí-
forma empresarial de S/A.
nimo: licitar (exceto no que tange à prestação da ativida-
Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Esta-
de-fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da
do que participa dela, existem acionistas a ela vinculados. CLT, são celetistas e não estatutários, mas são contratados
Entretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do mediante concurso público de provas ou provas e títulos),
direito a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário prestar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de
(se o Estado for sócio, mas não for controlador, trata-se de remuneração (exceto no caso de sociedade de economia
empresa comum, não sociedade de economia mista). mista que subsista sem qualquer auxílio do governo, ape-
Alguns exemplos de sociedade mista: nas com seus lucros).
- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil
e Banespa. LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.
- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp,
Metrô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habita- Dispõe sobre normas gerais de contratação de consór-
cional Urbano). cios públicos e dá outras providências.
Estas sociedades de economia mista se caracterizam e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
se diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins
lucrativos (os lucros são distribuídos entre os acionistas),
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União,
adotam o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
é formado por recursos públicos e privados, os sócios são consórcios públicos para a realização de objetivos de interes-
privados e públicos (Estado). se comum e dá outras providências.
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública
Empresas públicas e sociedades de economia mis- ou pessoa jurídica de direito privado.
ta: semelhanças § 2º A União somente participará de consórcios pú-
Embora a Constituição Federal reserve a atividade eco- blicos em que também façam parte todos os Estados em
nômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os pa- cujos territórios estejam situados os Municípios consorcia-
péis de integração (integrar o Brasil na economia global), dos.
regulação (definindo regras e limites na exploração da ati- § 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão
vidade econômica por particulares) e intervenção (fixação obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o
Sistema Único de Saúde – SUS.
de regras e normas para combater o abuso do poder eco-
nômico) (conforme artigos 173 e seguintes, CF), autoriza-
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão de-
se excepcionalmente que o Estado explore diretamente terminados pelos entes da Federação que se consorciarem,
atividades econômicas se houver um relevante interesse observados os limites constitucionais.
em matérias (serviços públicos em geral) ou atividades de § 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio
soberania. público poderá:

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na- a) as competências cujo exercício se transferiu ao con-
tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais sórcio público;
ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a
II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú- área em que serão prestados;
blico, promover desapropriações e instituir servidões nos ter- c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per-
mos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou missão ou autorização da prestação dos serviços;
interesse social, realizada pelo Poder Público; e d) as condições a que deve obedecer o contrato de pro-
III – ser contratado pela administração direta ou indireta grama, no caso de a gestão associada envolver também a
dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documen- da Federação consorciados;
tos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de ta- e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas
rifas e outros preços públicos pela prestação de serviços e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou
ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles revisão; e
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando
administrados ou, mediante autorização específica, pelo
adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumpri-
ente da Federação consorciado.
mento das cláusulas do contrato de consórcio público.
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar conces-
§ 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo,
são, permissão ou autorização de obras ou serviços públi-
considera-se como área de atuação do consórcio público,
cos mediante autorização prevista no contrato de consór- independentemente de figurar a União como consorciada,
cio público, que deverá indicar de forma específica o objeto a que corresponde à soma dos territórios:
da concessão, permissão ou autorização e as condições a I – dos Municípios, quando o consórcio público for cons-
que deverá atender, observada a legislação de normas ge- tituído somente por Municípios ou por um Estado e Municí-
rais em vigor. pios com territórios nele contidos;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal,
Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato quando o consórcio público for, respectivamente, constituído
cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e
de intenções. o Distrito Federal;
III – (VETADO)
Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de inten- IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o con-
ções as que estabeleçam: sórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a V – (VETADO)
sede do consórcio; § 2º O protocolo de intenções deve definir o número
II – a identificação dos entes da Federação consorciados; de votos que cada ente da Federação consorciado possui
III – a indicação da área de atuação do consórcio; na assembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada
IV – a previsão de que o consórcio público é associação ente consorciado.
pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins eco- § 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que
nômicos; preveja determinadas contribuições financeiras ou econô-
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, micas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a
autorizar o consórcio público a representar os entes da Fede- doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou
ração consorciados perante outras esferas de governo; imóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas
VI – as normas de convocação e funcionamento da as- por força de gestão associada de serviços públicos.
sembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e § 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com
eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma
modificação dos estatutos do consórcio público;
e condições da legislação de cada um.
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância
§ 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na
máxima do consórcio público e o número de votos para as
imprensa oficial.
suas deliberações;
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do re- Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado
presentante legal do consórcio público que, obrigatoriamen- com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
te, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação § 1º O contrato de consórcio público, caso assim preve-
consorciado; ja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela
IX – o número, as formas de provimento e a remunera- dos entes da Federação que subscreveram o protocolo de
ção dos empregados públicos, bem como os casos de contra- intenções.
tação por tempo determinado para atender a necessidade § 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que,
temporária de excepcional interesse público; aceita pelos demais entes subscritores, implicará consor-
X – as condições para que o consórcio público celebre ciamento parcial ou condicional.
contrato de gestão ou termo de parceria; § 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subs-
XI – a autorização para a gestão associada de serviços crição do protocolo de intenções dependerá de homologa-
públicos, explicitando: ção da assembleia geral do consórcio público.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

§ 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste Art. 9º A execução das receitas e despesas do consór-
artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o pro- cio público deverá obedecer às normas de direito financeiro
tocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação aplicáveis às entidades públicas.
no consórcio público. Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fis-
calização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal
Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade ju- de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do
rídica: Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive
I – de direito público, no caso de constituir associação quanto à legalidade, legitimidade e economicidade das des-
pública, mediante a vigência das leis de ratificação do pro- pesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo
tocolo de intenções; do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos
II – de direito privado, mediante o atendimento dos re- contratos de rateio.
quisitos da legislação civil.
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de Art. 10. (VETADO)
direito público integra a administração indireta de todos os Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da
entes da Federação consorciados. gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas
§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica obrigações contraídas pelo consórcio público, mas responde-
de direito privado, o consórcio público observará as nor- rão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou
mas de direito público no que concerne à realização de com as disposições dos respectivos estatutos.
licitação, celebração de contratos, prestação de contas e
admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio
das Leis do Trabalho - CLT. público dependerá de ato formal de seu representante na
assembleia geral, na forma previamente disciplinada por lei.
Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o § 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo
funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do con- consorciado que se retira somente serão revertidos ou re-
sórcio público. trocedidos no caso de expressa previsão no contrato de
consórcio público ou no instrumento de transferência ou
de alienação.
Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recur-
§ 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não
sos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os con-
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada
tratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio pa-
exercício financeiro e seu prazo de vigência não será su-
gamento das indenizações eventualmente devidas.
perior ao das dotações que o suportam, com exceção dos
contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de con-
consistentes em programas e ações contemplados em pla-
sórcio público dependerá de instrumento aprovado pela as-
no plurianual ou a gestão associada de serviços públicos
sembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes
custeados por tarifas ou outros preços públicos. consorciados.
§ 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por § 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorren-
meio de contrato de rateio para o atendimento de des- tes da gestão associada de serviços públicos custeados por
pesas genéricas, inclusive transferências ou operações de tarifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos
crédito. aos titulares dos respectivos serviços.
§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, § 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis
bem como o consórcio público, são partes legítimas para por cada obrigação, os entes consorciados responderão
exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantin-
de rateio. do o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou
§ 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dos que deram causa à obrigação.
dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio
de 2000, o consórcio público deve fornecer as informações Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por con-
necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos trato de programa, como condição de sua validade, as obri-
entes consorciados, todas as despesas realizadas com os gações que um ente da Federação constituir para com outro
recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito
forma que possam ser contabilizadas nas contas de cada de gestão associada em que haja a prestação de serviços
ente da Federação na conformidade dos elementos econô- públicos ou a transferência total ou parcial de encargos,
micos e das atividades ou projetos atendidos. serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos
§ 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após serviços transferidos.
prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, § 1º O contrato de programa deverá:
em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as do- I – atender à legislação de concessões e permissões de
tações suficientes para suportar as despesas assumidas por serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo
meio de contrato de rateio. de tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos
serviços a serem prestados; e

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

II – prever procedimentos que garantam a transparência “Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações
da gestão econômica e financeira de cada serviço em rela- públicas; [...]” (NR)
ção a cada um de seus titulares.
§ 2º No caso de a gestão associada originar a transfe- Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21
rência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o con-
trato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter “Art. 23. [...]
cláusulas que estabeleçam: § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o do-
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsi- bro dos valores mencionados no caput deste artigo quan-
diária da entidade que os transferiu; do formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação quando formado por maior número.»
aos encargos transferidos;
III – o momento de transferência dos serviços e os deve- “Art. 24. [...]
res relativos a sua continuidade;
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passi-
da Federação ou com entidade de sua administração indire-
vos do pessoal transferido;
ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua ges-
nos termos do autorizado em contrato de consórcio público
tão e administração transferidas e o preço dos que sejam
efetivamente alienados ao contratado; ou em convênio de cooperação.
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I
avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
mediante receitas de tarifas ou outras emergentes da pres- compras, obras e serviços contratados por consórcios públi-
tação dos serviços. cos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
atribuir ao contratado o exercício dos poderes de plane- Agências Executivas.” (NR)
jamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele pró-
prio prestados. “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17
§ 4º O contrato de programa continuará vigente mes- e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi-
mo quando extinto o consórcio público ou o convênio de gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas,
cooperação que autorizou a gestão associada de serviços e o retardamento previsto no final do parágrafo único do
públicos. art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
§ 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi- dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
poderá ser celebrado por entidades de direito público ou para a eficácia dos atos” (NR).
privado que integrem a administração indireta de qualquer
dos entes da Federação consorciados ou conveniados. “Art. 112. [...]
§ 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação
deste artigo será automaticamente extinto no caso de o da qual, nos termos do edital, decorram contratos adminis-
contratado não mais integrar a administração indireta do trativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da
ente da Federação que autorizou a gestão associada de Federação consorciados.
serviços públicos por meio de consórcio público ou de § 2º É facultado à entidade interessada o acompanha-
convênio de cooperação. mento da licitação e da execução do contrato.» (NR)
§ 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as
obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer
Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
ônus, inclusive financeiro, a ente da Federação ou a con-
passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos:
sórcio público.
“Art. 10. [...]
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os con- XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentrali- por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges-
zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade- tão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
quadas. XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob-
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e servar as formalidades previstas na lei.” (NR)
funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados
pela legislação que rege as associações civis. Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios
de cooperação, contratos de programa para gestão associa-
Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10 da de serviços públicos ou instrumentos congêneres, que te-
de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a nham sido celebrados anteriormente a sua vigência.
seguinte redação:

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o 1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
disposto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabili- 2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em preju-
dade pública que serão observadas pelos consórcios públicos dicar outras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
para que sua gestão financeira e orçamentária se realize na 3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par
conformidade dos pressupostos da responsabilidade fiscal. atender bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efeti-
vidade.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
ção. Visão Operacional e Visão Estratégica
Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada
Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e a atividades específicas. Melhorar algo que já existe.
117º da República. Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as
coisas de um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a
alta performance de maneira sistêmica. Ou seja, envolven-
do toda a organização de maneira inter relacional.
GESTÃO DE MATERIAL E CONTROLE DE Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do
ESTOQUES E ALMOXARIFADO. autor era, conforme sua época, garantir a melhoria quanti-
tativa das ações dos empregados. Aqueles q mantêm uma
padronização de tarefas (em todos os outonos deve-se
dobrar o esforço para se ter comida) são recompensados
Atividade que planeja, executa e controla, nas condi- pela Organização (natureza). Na moderna interpretação da
ções mais eficientes e econômicas, o fluxo de material, par- Fábula a autora passa a ideia de que precisamos além de
tindo das especificações dos artigos e comprar até a entre- trabalhar investir no nosso talento de maneira diferencial.
ga do produto terminado para o cliente. (FRANCISCHINI & Assim, poderemos não só garantir a sustentabilidade da
Organização para os diversos invernos como, também, fa-
GURGEL, 2002).
zê-los em Paris.
É um sistema integrado com a finalidade de prover a
Historicamente, a administração de recursos materiais
administração, de forma contínua, recursos, equipamentos
e patrimoniais tem seu foco na eficiência de processos – vi-
e informações essenciais para a execução de todas as ativi-
são operacional. Hoje em dia, a administração de materiais
dades da Organização. passa a ser chamada de área de logística dentro das Or-
Evolução da Administração de Recursos Materiais e Pa- ganizações devido à ênfase na melhor maneira de facilitar
trimoniais o fluxo de produtos entre produtores e consumidores, de
Segundo Francischini & Gurgel (2002), a evolução da forma a obter o melhor nível de rentabilidade para a orga-
Administração de Materiais processou-se em várias fases: nização e maior satisfação dos clientes.
A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da A Administração de Materiais possui hoje uma Visão
empresa, pois comprar era a essência do negócio; Estratégica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INO-
Atividades de compras como apoio às atividades pro- VAÇÃO e não baseado na melhor no que já existe. A partir
dutivas se, portanto, integradas à área de produção; da visão estratégica a Administração de Recursos Materiais
Condenação dos serviços envolvendo materiais, come- e Patrimoniais passa ser conhecida por LOGISTICA.
çando com o planejamento das matérias-primas e a entre-
ga de produtos acabados, em uma organização indepen- Sendo assim:
dente da área produtiva; VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA
Agregação à área logística das atividades de suporte à
EFICIENCIA EFETIVIDADE
área de marketing.
Com a mecanização, racionalização e automação, o ex- ESPECIFICA SISTEMICA
cedente de produção se torna cada vez menos necessário, QUANTITATIVA E
QUANTITATIVA
e nesse caso a Administração de Materiais é uma ferramen- QUALTAITIVA
MELHORAR O QUE JÁ
ta fundamental para manter o equilíbrio dos estoques, para INOVAÇÃO
EXISTE
que não falte a matéria-prima, porém não haja excedentes. QUANTO QUANDO
Essa evolução da Administração de Materiais ao lon-
go dessas fases produtivas baseou-se principalmente, pela Princípios da Administração de Recursos Materiais e
necessidade de produzir mais, com custos mais baixos. Patrimoniais
Atualmente a Administração de Materiais tem como função Qualidade do material;
principal o controle de produção e estoque, como também Quantidade necessária;
a distribuição dos mesmos. Prazo de entrega
Preço;
As Três Fases da Administração de Recursos Mate- Condições de pagamento.
riais e Patrimoniais

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Qualidade do Material As áreas da logística


O material deverá apresentar qualidade tal que pos- A logística realiza a integração da administração de
sibilite sua aceitação dentro e fora da empresa (mercado). materiais (suprimentos) com a logística organizacional,
com a distribuição física e/ou prestação de serviços, e com
Quantidade as atividades relativas ao retorno/descarte de materiais.
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as neces- Logística de entrada (administração de materiais/logís-
sidades da produção e estoque, evitando a falta de mate- tica de suprimentos)
rial para o abastecimento geral da empresa bem como o É o conjunto de operações associadas ao fluxo de ma-
excesso em estoque. teriais e informações necessários ao modelo de transfor-
mação da organização.
Prazo de Entrega Para a organização pública, têm-se os seguintes enten-
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor dimentos sobre Material e Serviços com seus respectivos
atendimento aos consumidores e evitar falta do material.  embasamento legal.
No campo da Ciência Contábil o termo MATERIAL
Menor Preço
compreende todos os itens contabilizáveis que participam
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo
diretamente ou indiretamente na constituição do bem/ser-
em posição da concorrência no mercado, proporcionando
viço de uma organização.
à empresa um lucro maior.
Na gestão pública, temos a classificação de Material
Condições de pagamento por natureza de despesa em Material Permanente e Mate-
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa rial de Consumo, discorrendo os seguintes conceitos:
tenha maior flexibilidade na transformação ou venda do a. Material Permanente é aquele que, em razão de seu
produto. uso corrente, não perde a sua identidade física e/ou tem
Diferença Básica entre Administração de Materiais e durabilidade superior a dois anos.
Administração Patrimonial Se um material for adquirido como permanente e ficar
A diferença básica entre Administração de Materiais comprovado que possui custo de controle superior ao seu
e Administração Patrimonial é que a primeira se tem por benefício, deve ser controlado de forma simplificada, por
produto final a distribuição ao consumidor externo e a área meio de relação-carga, que mede apenas aspectos qualita-
patrimonial é responsável, apenas, pela parte interna da lo- tivos e quantitativos, não havendo necessidade de controle
gística. Seu produto final é a conservação e manutenção por meio de número patrimonial. No entanto, esses bens
de bens. deverão estar registrados contabilmente no patrimônio da
Fonte: https://docs.google.com/document/d/1t- entidade.
D1_0...f.../e Isso deve ao fato de obedecer ao Princípio da Econo-
micidade previsto no
A gestão eficiente do fluxo de bens e serviços do ponto Art. 70 da CF/88 que se traduz na relação custo-bene-
de origem ao ponto de consumo requer de maneira se- fício. Ou seja, os controles devem ser simplificados quando
quencial, o planejamento, a programação e o controle de se apresentam como meramente formais ou cujo custo seja
um conjunto de atividades que reúnem: insumos básicos evidentemente superior ao risco.
(matérias-primas); materiais em processamento; materiais b. Material de Consumo é aquele que, em razão de seu
acabados; serviços e informações disponíveis. Como resul- uso corrente, perde normalmente sua identidade física e/
tado da administração destas atividades gera-se o movi- ou tem sua utilização limitada a dois anos. Deve atender a
mento de bens e serviços aos clientes (cidadão/usuário), pelo menos um dos critérios a seguir:
havendo como decorrência a geração das chamadas utili-
- Critério de Durabilidade: se em uso normal perde ou
dades de tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores
tem reduzidas as suas condições de funcionamento no pra-
fundamentais para as funções logísticas. Para a administra-
zo máximo de dois anos;
ção pública, tanto recursos quanto o público-alvo organi-
- Critério de Fragilidade: se sua estrutura for quebra-
zacional estão espalhados em áreas de distintos tamanhos,
além da diversidade sócio cultural dos residentes locais. diça, deformável ou danificável, caracterizando sua irrecu-
Esse é o problema que a logística têm a missão de resol- perabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade;
ver. Ou seja, diminuir o hiato entre o resultado do processo - Critério de Perecibilidade: se está sujeito a modifica-
de transformação da organização e a demanda, de modo ções químicas ou físicas, ou se deteriora ou perde sua ca-
que os consumidores (cidadão-cliente/sociedade/usuário) racterística pelo uso normal;
tenham bens e serviços quando e onde quiserem, na con- - Critério de Incorporabilidade: se está destinado à
dição que desejarem, e com o menor custo. incorporação a outro bem, e não pode ser retirado sem
Na organização pública, a missão do gestor é estabele- prejuízo das características físicas e funcionais do principal.
cer o nível de atividades logísticas necessário para atender Pode ser utilizado para a constituição de novos bens, me-
ao público-alvo organizacional no tempo certo, no local lhoria ou adições complementares de bens em utilização
certo e nas condições e formas desejadas, de forma eco- (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de
nomicamente eficaz, eficiente e efetiva no uso dos recursos peças para manutenção do seu uso normal que contenham
públicos. a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30);

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

- Critério de Transformabilidade: se foi adquirido para As funções logísticas


fim de transformação. As atividades administrativas a serem geridas, em qual-
Se um material de consumo for considerado como de quer organização, podem incluir todo ou parte do seguin-
uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utilizada te: transportes, manutenção de estoques, processamento
ou valor relevante, deve ser controlado por meio de rela- de pedidos, compras (obtenção), armazenagem, manuseio
ção-carga e incorporado ao patrimônio da entidade. de materiais, embalagem, padrões de serviços e programa-
ção do processo de produtivo.
Logística organizacional (operacional) Devido à característica sistêmica da logística, as ativi-
É a integração das atividades de um sistema organiza- dades administrativas organizacionais passam a ser abor-
cional, em função do seu modelo de transformação, des- dadas de forma diferente da tradicional distinção em ativi-
de o planejamento e obtenção dos insumos necessários, dades fim e atividades meio.
passando pelo processo produtivo até a distribuição para Essa nova abordagem vem sendo provocada pela ne-
o consumidor (intermediário/final), atendendo as necessi- cessidade das organizações em direcionar seus esforços
dades do público-alvo a custos reduzidos, com qualidade e para o foco do seu negócio, terceirizando aquelas ativi-
uso adequado de recursos. O instrumento legal de criação dades que são economicamente melhor desempenhadas
da instituição pública e seu regimento interno norteiam es- por outras organizações que as tem como produto do seu
sas atividades na organização. trabalho e que, consequentemente, passam a serem par-
ceiros no negócio da empresa. Um exemplo clássico é o
Logística de saída (distribuição física do bem/prestação da indústria automotiva, formando uma cadeia produtiva.
do serviço) Para a organização pública não está sendo diferen-
É o conjunto de operações associadas à transferência te. Hoje se tem, por exemplo, serviços como segurança,
do resultado objeto de uma transação desde o local de ori- manutenção e limpeza realizados por terceiros e que até
gem até o local designado no destino e no fluxo de infor- pouco tempo eram realizados pela organização com um
mação associado, devendo garantir que chegue ao destino quadro próprio de servidores. Como a prática administra-
nas condições desejadas, oportunamente e com uso maxi- tiva na organização pública precisa de uma base jurídica, a
mizado dos recursos disponíveis. A missão da organização Instrução Normativa Nº 02 de 30 de Abril de 2008 dispõe
constante no dispositivo de sua criação e as atribuições sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços,
funcionais inerentes ao cargo desempenhado orientam os continuados ou não, definindo, em seu
gestores públicos na execução dessas operações. Art. 6º, que os serviços continuados que podem ser
contratos por terceiros são aqueles que apoiam a realiza-
Logística Reversa: ção de atividades essenciais ao cumprimento da missão
Para o autor PIRES, duas premissas básicas impõem a institucional do órgão ou entidade. Essas atividades mate-
necessidade de gestão da logística reversa: a agregação de riais acessórias, instrumentais ou complementares aos as-
valor e a responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial. suntos que constituem área de competência legal do órgão
A agregação de valor, considerando o aumento do comér- ou entidade poderão ser objeto de execução indireta ( Art.
cio global, está relacionada à importância na gestão dos re- 1º do Decreto 2.271/97).
cipientes (pallets, containers, etc.) e das embalagens, envol- É interessante observar os seguintes conceitos relativos
vendo processos logísticos complexos e estando sujeitos a à logística:
restrições legais e sanitárias, dentre outras. A responsabili- - Função logística é a reunião, sob uma única designa-
dade pela sucata e/ou lixo industrial diz respeito à gestão ção, de um conjunto de atividades logísticas afins, correla-
dos materiais após o término de suas vidas úteis, passando tas ou de mesma natureza.
a vigorar cada vez mais a regra de que “quem produz é o - Atividade logística é um conjunto de tarefas afins,
responsável pelo produto após a sua vida útil”. reunidas segundo critérios de relacionamento, interdepen-
Para a organização pública, essa preocupação e/ou exi- dência ou de similaridade.
gência sócio ambiental pode ser observada na INSTRUÇÃO - Tarefa logística é um trabalho específico e limitado
NORMATIVA Nº 205, DE 08 DE ABRIL DE 1988 expressa no no tempo, que agrupa passos, atos ou movimentos inter-
item 1. Material que: “a designação genérica de equipa- ligados segundo uma determinada sequência e visando à
mentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos obtenção de um resultado definido.
em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou
passíveis de emprego nas atividades das organizações pú- As funções logísticas primárias (o ciclo crítico)
blicas federais, independente de qualquer fator, bem como, O conceito de logística identifica aquelas funções ou
aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas, atividades que são de importância primária para atingir os
acondicionamentos, embalagens e resíduos economica- objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Estas ati-
mente aproveitáveis (grifo meu)”, dando importância à lo- vidades-chave são: Transporte, Manutenção de Estoques,
gística reversa nas organizações públicas com o objetivo de Processamento de Pedidos. Constituem o “ciclo crítico de
racionalizar com minimização de custos o uso de material atividades logísticas”.
através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem O resultado final é prover o cidadão (cliente final)
essa gestão com as desejáveis condições de operacionali- quando e onde necessitar, com a melhor alocação de re-
dade, no emprego do material nas diversas atividades. cursos (menor custo).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

a. A função logística primária de transportes Quantidade a Ressuprir. Como pode-se inferir esses fatores
Para a maioria das organizações, o transporte é a ati- constituem o sistema máximo-mínimo com o enfoque da
vidade logística mais importante simplesmente porque ela dimensão do lote econômico para a manutenção de níveis
absorve, em média, de um a dois terços dos custos logís- de estoques satisfatórios.
ticos. É uma atividade essencial, pois nenhuma instituição Tempo de Aquisição (T)
pode operar sem providenciar a movimentação de seu pro- Conforme consta no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE,
duto (bem/serviço) de alguma forma. Implica na utilização da IN 205/88, é entendido como o período decorrido entre
dos modais de transporte para se movimentar bens. Este a emissão do pedido de compra e o recebimento do ma-
movimento é realizado pelos modais de transporte: aero- terial no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês).
viário, dutoviário, ferroviário, hidroviário; rodoviário, inter- Intervalo de Aquisição (I)
modalidade e multimodalidade. Os transportes adicionam Compreende o período entre duas aquisições normais
valor de “lugar” ao produto. e sucessivas (IN 205/88).
b. A função logística primária de manutenção de es- Ponto de Pedido (Pp)
toques É o nível de estoque que, ao ser atingido, determina
Para se atingir um grau razoável de disponibilidade imediata emissão de um pedido de compra, visando com-
de bens, é necessário manter estoques, que agem como
pletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque
“amortecedores” entre a disponibilidade e a necessidade
Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c)
(oferta e demanda). O estoque agrega valor de “tempo”.
pelo Tempo de Aquisição (T) (IN 205/88).
Na administração pública, a Instrução Normativa Nr.
Consumo Médio Mensal (c)
205, de 08 de Abril de 1988, da Secretaria de Administra-
ção Pública da Presidência da República (SEDAP/PR), trata É a média aritmética do consumo nos últimos 12 meses
do assunto no item DA AQUISIÇÃO: (IN 205/88).
- “As compras de material, para reposição de estoques Estoque Mínimo (Em)
e/ou para atender necessidade específica de qualquer É a menor quantidade de material a ser mantida em es-
unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do toque capaz de atender a um consumo superior ao estima-
Departamento de Administração, ou de unidade com atri- do para certo período ou para atender a demanda normal
buições equivalentes ou ainda, pelas correspondentes re- em caso de entrega da nova aquisição. Obtém-se multipli-
partições que, no território nacional, sejam projeções dos cando o Consumo Médio Mensal (c) por uma fração (f) do
órgãos setoriais ou seccionais, (delegacias, distritos, etc.)”. tempo de aquisição (T) que deve, em princípio, variar de
Uma questão importante é saber qual o nível de es- 0,25 de T a 0,50 de T (IN 205/88). Essa fração (f) do Tempo
toque mais adequado para a organização. Para isso, cres- de Aquisição (T) é o chamado fator de risco que a organi-
cem em importância para a gestão de estoques as variáveis zação está disposta a assumir com relação à ocorrência de
“quantidade” e “tempo”. Essas variáveis compõem os cha- falta de estoque. É básico para o adequado estabelecimen-
mados fatores de ressuprimento. to do Ponto de Pedido (Pp).
POZO expressa que uma das técnicas utilizadas para Estoque Máximo (EM)
a avaliação dos níveis de estoques é o enfoque da dimen- É a maior quantidade de material admissível em esto-
são do “lote econômico” para a manutenção de níveis de que, suficiente para o consumo em certo período, deven-
estoques satisfatórios e que é denominado de “sistema do-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade
máximo-mínimo”. O funcionamento do sistema consiste na financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo
necessidade nas seguintes informações básicas para cada de aquisição, perecimento, obsoletismo, etc. Obtém-se
material: somando ao Estoque Mínimo (Em) o produto do Consu-
- Estoque mínimo ou de segurança que se deseja man- mo Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN
ter (EMin/ESeg); 205/88).
- O momento em que nova quantidade de material Quantidade a Ressuprir (Q)
deve ser adquirida, o Ponto do Pedido (PP);
É o número de unidades a adquirir para recompor o Es-
- O tempo necessário para repor o material (TR);
toque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio
- A quantidade de material que deve ser adquirida, ou
Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88).
seja, o Lote de Compra ou Ressuprimento (LC); e
No item SANEAMENTO DE MATERIAL, a IN 205/88 ex-
- Quando o material é recebido e aceito pela organiza-
ção, tem-se o estoque máximo (EMax). pressa que essa atividade visa a otimização física dos ma-
A IN 205/88, no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, em- teriais em estoque ou em uso decorrente da simplificação
prega essas variáveis quando expressa que o acompanha- de variedades, reutilização, recuperação e movimentação
mento dos níveis de estoque e as decisões de “quando” daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem como
e “quanto” comprar deverão ocorrer em função da aplica- a alienação dos antieconômicos e irrecuperáveis”; “Os esto-
ção de fatores de ressuprimento e suas respectivas fórmu- ques devem ser objeto de constantes Revisões e Análises.
las constantes no dispositivo legal e aplicáveis à gerência Essas atividades são responsáveis pela identificação dos
de estoques. Os fatores de ressuprimento são: Tempo de itens ativos e inativos”.
Aquisição, Intervalo de Aquisição, Ponto de Pedido, Con- c. A função logística primária de processamento de pe-
sumo Médio Mensal, Estoque Mínimo, Estoque Máximo e didos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

É a atividade que inicializa a movimentação de bens e serviço, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos
a prestação de serviços. Sua importância deriva do tempo em termos de disponibilidade de estoque e tempo de aten-
necessário para levar bens e serviços aos consumidores. dimento.
Para a organização pública, o início dessa atividade A Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988,
pode ser considerado por ocasião do levantamento das ne- trata do assunto no item RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO de
cessidades organizacionais, no ano vigente, a serem incluí- materiais para as entidades públicas. Expressa que o re-
das na previsão orçamentária para o exercício financeiro do cebimento é o ato pelo qual o material encomendado é
ano seguinte. Após a liberação orçamentária no início do entregue ao órgão público no local previamente desig-
ano em exercício é que as instituições podem começar a nado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a
realizar seus processos de licitações e contratos. responsabilidade pela guarda e conservação do material,
Essa consideração visa esclarecer uma prática bastan- do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxa-
te comum nas organizações públicas quanto à solicitação rifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali
de material feita pelas áreas demandantes. É comum o en- ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará
tendimento equivocado de que o pedido de material feito nos locais designados. Qualquer que seja o local de rece-
pela área demandante é para efetuar a compra, ou seja, bimento, o registro de entrada do material será sempre no
um “pedido de compra”. O pedido realizado é para “for- almoxarifado. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos
necimento” através de uma requisição ou tabela de provi- sistêmicos, decorrerá de: compra, cessão, doação, permuta,
são (IN 205/88). A definição do “quanto comprar” já deve transferência, produção interna.
ter sido realizada por ocasião do processo de previsão do No item ARMAZENAGEM expressa que essa atividade
orçamento no ano anterior, e a consequente liberação or- compreende a guarda, localização, segurança e preserva-
çamentária no ano vigente para a decisão dos gestores em ção do material adquirido, a fim de suprir adequadamente
relação ao “quando comprar”, com os ajustes, se for o caso, as necessidades operacionais das unidades integrantes da
na definição do “quanto comprar”. Esse esclarecimento é estrutura do órgão ou entidade.
importante pois visa valorizar o planejamento na institui- b. A função logística de apoio de manuseio de mate-
ção. riais
É importante destacar que a descrição do material para Diz respeito à movimentação do bem no local de es-
o Pedido de Compra deverá ser elaborada através do méto- tocagem. São atividades: de seleção do equipamento de
do Descritivo, que identifica com clareza o item através da movimentação e balanceamento da carga de trabalho.
enumeração de suas características físicas, mecânicas, de No setor público, pode-se inferir que essa função logís-
acabamento e de desempenho, possibilitando sua perfeita tica está caracterizada na Instrução Normativa Nr. 205/88,
caracterização para a boa orientação do processo licitatório no item ARMAZENAGEM, onde se verifica: “os materiais
e deverá ser utilizada com absoluta prioridade, sempre que devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil ins-
possível. E pelo método Referencial, que identifica indireta- peção e um rápido inventário”; “os materiais que possuem
mente o item, através do nome do material, aliado ao seu grande movimentação devem ser estocados em lugar de
símbolo ou número de referência estabelecido pelo fabri- fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material
cante, não representando necessariamente preferência de que possui pequena movimentação deve ser estocado na
marca (IN 205/88). parte mais afastada das áreas de expedição”; “os materiais
As necessidades de uma organização pública são aten- jamais devem ser estocados em contato direto com o piso.
didas por BENS contratados por meio de atividades de É preciso utilizar corretamente os acessórios de estocagem
COMPRAS, por SERVIÇOS que são contratados para a sua para os proteger”; “a arrumação dos materiais não deve
PRESTAÇÃO, e por OBRAS que são contratadas para a sua prejudicar o acesso as partes de emergência, aos extintores
EXECUÇÃO. de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para
Esses contratos são oriundos de um procedimento ad- combater a incêndio (Corpo de Bombeiros)”; “os materiais
ministrativo formal chamado de LICITAÇÃO, em que o ór- da mesma classe devem ser concentrados em locais adja-
gão público convoca, por meio de condições estabelecidas centes, a fim de facilitar a movimentação e inventário”; “os
em ato próprio (edital/convite) as empresas interessadas. materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados
Tem por objetivos a observância do princípio constitucional nas partes inferiores das estantes e porta-estrados, elimi-
da ISONOMIA e a seleção da PROPOSTA MAIS VANTAJOSA nando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a
para a administração pública. movimentação”; e “quando o material tiver que ser empi-
As funções logísticas de apoio lhado, deve-se atentar para a segurança e altura das pilhas,
Apoiam as atividades primárias: Armazenagem, Ma- de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão
nuseio de Materiais, Embalagem de Proteção, Obtenção, decorrente, o arejamento (distância de 70 cm aproximada-
Programação de Produtos e Manutenção de Informação. mente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes)”.
a. A função logística de apoio de armazenagem c. A função logística de apoio de embalagem de pro-
Uma questão básica do gerenciamento logístico nas teção
organizações públicas é como estruturar sistemas de dis- Destina-se a movimentar bens sem danificá-los. No go-
tribuição/prestação capazes de atender, otimizando a verno, a IN 205/88, disponível no sítio eletrônico do “com-
aplicação de recursos, o cidadão-cliente geograficamente prasnet”, apresenta, no item ARMAZENAGEM, as atividades
disperso das fontes de distribuição/prestação de um bem/ a serem realizadas pelo gestor público nesta função logís-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

tica: “os materiais devem ser conservados nas embalagens Ainda na IN 205/88, pode ser encontrado no item DA
originais e somente abertos quando houver necessidade REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: “A guia de remessa de ma-
de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização”; terial (ou nota de transferência), além de outros dados in-
“a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a man- formativos julgados necessários, deverá conter: descrição
ter voltada para o lado de acesso ao local de armazenagem padronizada do material; quantidade; unidade de medida;
a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação preços (unitário e total); número de volumes; peso; acondi-
do item, permitindo a fácil e rápida leitura de identificação cionamento e embalagem; e grau de fragilidade ou pereci-
e das demais informações registradas”. bilidade do material”.
d. A função logística de apoio de obtenção No setor público, pode-se considerar a aplicação do
A função obtenção é também tratada como suprimen- conceito de AQUISIÇÃO ou OBTENÇÃO na IN 205/88 no
tos e aquisição. Independente do termo usado é basica- item DA AQUISIÇÃO onde descreve que as “compras” de
mente uma função de compras. O termo “compras”, para material, para reposição de estoques e/ou para atender
o órgão ou entidade pública, deve ser entendido como necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em
toda aquisição remunerada de bens para o fornecimento princípio, ser efetuadas através do Departamento de Ad-
de uma só vez ou parceladamente ( Art. 6º da Lei 8.666/93). ministração, ou de unidade com atribuições equivalentes
Segundo BALLOU a “obtenção ou aquisição” refere-se ou ainda, pelas correspondentes repartições que, no ter-
àquelas atividades que ocorrem entre a organização e os ritório nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou
seus fornecedores e, geralmente, dá a impressão de tratar- seccionais.
se de “compras”. Para o autor existem três variáveis-chave e. A função logística de apoio de programação do pro-
no processo de fornecimento para a organização: o preço, duto
a qualidade e a disponibilidade ou entrega do produto. É a Não diz respeito à programação detalhada da produ-
atividade que deixa o BEM disponível para o sistema pro- ção, executada diariamente pelos programadores de pro-
dutivo organizacional. Devem-se considerar as seguintes dução. Lida com a distribuição de bens e/ ou prestação de
decisões: quantidades a serem obtidas; programação de serviço. Trata do fluxo de saída.
compras; localização de fornecedores e a forma física das Nas organizações públicas, a missão institucional esta-
mercadorias: belece o produto organizacional e o seu regimento interno
As quantidades a serem obtidas envolvem decisões regula as atividades administrativas a serem desenvolvidas
para a consecução de metas e objetivos estabelecidos para
sobre “o que deve ser comprado” de fontes externas e so-
atender as necessidades do público-alvo organizacional,
bre “o que pode ser produzido” pela empresa. Por sua vez,
caracterizando essa função logística.
as quantidades a serem compradas devem ser abordadas
f. A função logística de apoio de manutenção de infor-
pelo total a ser comprado e pelo tamanho do lote indivi-
mação
dual de entrega e/ou de compra.
Segundo, CHOPRA e MEINDL, a informação é crucial
A programação de compras envolve os aspectos de
para o desempenho das funções logísticas em qualquer or-
volume e da frequência das compras. A determinação do
ganização porque disponibiliza fatos e dados para o gestor
“tempo certo” é uma questão-chave.
agrupá-los e analisá-los a fim de tomar decisões adminis-
A localização de fornecedores envolve a “variável dis- trativas organizacionais.
tância” que implica no tempo para a entrega do suprimen- Como toda organização integra uma ou várias cadeias
to. Fontes próximas têm vantagens, pois a entrega pode de suprimentos a informação se torna ainda mais impor-
ser mais rápida e há menor risco de interrupções no trans- tante porque permite que a gerência tome decisões sobre
porte. um amplo escopo que abrange interação de funções e
A forma física das mercadorias influencia o fluxo de interação com outras instituições, sendo influenciada por
materiais entre o fornecedor e o comprador, sendo essen- fatores do ambiente externo à organização, tais como: eco-
cial para a eficiência da movimentação no que se refere ao nômico, político-legal, sociocultural, tecnológico, fisiográ-
uso de equipamentos adequados para a movimentação, à fico e ecológico.
conversão de um para outro tipo de acondicionamento da Para realizar a integração das funções logísticas, o
mercadoria, ao volume e/ou peso do material e no modal gestor público deve se valer de informações, além daque-
de transporte mais apropriado. las sobre os objetivos da análise dos fatores ambientais,
Ainda segundo BALLOU, a “aquisição ou obtenção” é as relativas ao fornecedor, às funções logísticas críticas
vista como uma extensão da programação do processo (transporte, manutenção de estoque e processamento de
produtivo organizacional, pois é onde são geradas as in- pedidos) e as funções logísticas de apoio (armazenagem,
formações de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu). manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção,
Para a organização pública, podemos observar a ne- programação de produto) cujo resultado será o estabele-
cessidade dessas informações na IN 205/88 em seu item cimento do nível de serviço desejado, possível e adequado
RENOVAÇÃO DE ESTOQUE onde expressa que o acompa- às características do público-alvo organizacional. A neces-
nhamento dos níveis de estoque e as decisões de QUAN- sidade de informação sobre essas áreas agrega valor às
DO e QUANTO “comprar” (grifo meu) deverá ocorrer em atividades administrativas organizacionais, permitindo me-
função da aplicação de fórmulas constantes na referida lhor coordenação entre os envolvidos no negócio público,
Instrução Normativa. configurando uma engrenagem logística.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Enfim, para a organização pública, a importância da Lo- solescência, perdas e outros riscos associados; (3) durante
gística está no fato de que ela permite administrar o fluxo a operação de transportes, um pouco do estoque fica in-
dos bens/serviços de onde eles são transformados para o disponível dentro dos caminhões – assim, o estoque em
local certo de consumo, na forma desejada, no tempo certo trânsito também compõe este custo; (4) finalmente, caso os
e com o emprego adequado dos recursos públicos dispo- estoques não sejam bem gerenciados, a empresa terá uma
níveis, proporcionando o nível de serviço desejado pela so- falta de produtos, e este custo é difícil de ser mensurado.
ciedade. Um sistema logístico eficiente permite uma região O local onde é feita a armazenagem também compõe
geográfica explorar suas vantagens inerentes pela especia- o custo logístico. Assim, o custo com armazenagem envol-
lização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ve impostos, luz, conservação (ou aluguel caso o armazém
ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às seja alugado); para manusear os produtos são necessários
outras regiões. equipamentos de movimentação e armazenagem, além de
Pelo exposto, pode-se verificar que aplicar a técnica salários (e encargos) dos funcionários.
logística nas atividades administrativas de uma organiza- Um pouco menores, mas também importantes de se-
ção pública é estabelecer uma relação entre os dispositivos rem considerados, estão os custos do pedido: custos rela-
legais e normativos vigentes para o setor público com os cionados ao material utilizado (papel, materiais de escritó-
conceitos e procedimentos logísticos aplicáveis às ativida- rio, computadores), custos de pessoal (salários e encargos)
des funcionais do gestor público e aos processos adminis- e os custos indiretos (luz, telefone, dentre outros).
trativos de sua instituição com vistas: a uma convergência GESTÃO DE ESTOQUE
aos padrões internacionais de logística aplicados a uma or-
ganização (pública ou privada); a adoção de procedimen- Um dos itens mais importantes do Ativo de uma em-
tos e práticas que permitam o reconhecimento, a mensu- presa comercial é o estoque. Essa importância advém não
ração, a avaliação e a evidenciação das funções logísticas só de sua alta participação percentual no total do Ativo,
nas atividades administrativas públicas; a configuração de mas também do fato de ser a partir dele que se determi-
um sistema logístico no âmbito da organização, valendo-se na o custo das mercadorias ou produtos vendidos. O es-
dos instrumentos administrativos existentes; e a caracteri- toque representa o custo das mercadorias possuídas por
zação e a consolidação das informações de natureza logís- uma empresa numa data especifica. Ou seja, é uma conta
tica constantes nos sistemas estruturadores do governo e que registra os bens adquiridos para serem revendidos ou
nos dispositivos legais e normativos para a administração transformados.
pública. O tipo de estoque que uma empresa possui, depende
Custos Logísticos do seu objetivo social: se for uma empresa que comercia-
Muitas pessoas que estudam e trabalham com logística liza produtos, ela compra e vende os mesmos produtos e
às vezes tem dificuldade em definir o que é a logística, e o seu estoque é constituído de mercadorias. Assim sendo, a
que compõe o processo logístico. Quando se está em uma venda de estoques gera receita de vendas, custo de mer-
empresa, é essencial saber para onde o dinheiro está indo cadorias ou produtos vendidos e estoque final. O termo
(ou por onde está saindo!), e compreender quais são os Custo de Mercadorias entende-se que é o preço pago pela
componentes dos custos logísticos é essencial nessa área. mercadoria, acrescido de outras despesas para movimen-
A função mais conhecida da logística são os transpor- tação do estoque, deduzido os impostos recuperáveis e o
tes, e eles representam o maior percentual dos custos lo- valor de mercado.
gísticos para a maioria das empresas. Considerando que O princípio básico é que o custo das mercadorias ad-
a matriz de transporte brasileira, que utiliza fundamental- quiridas deve compreender todos os gastos que a empre-
mente o transporte rodoviário mesmo para longas distân- sa realiza para adquiri-las e colocá-las em condições de
cias, faz com que os custos de transportes sejam muito serem vendidas. Para uma empresa que compra e vende
elevados, o que influencia o custo final dos produtos e a mercadorias, tais custos incluem o preço de compra e os
competitividade de nossas empresas. Assim, o custo de gastos com transporte, recepção, inspeção e colocação nas
transporte é composto por custos fixos e variáveis. Os fixos prateleiras, além de custos administrativos associados ao
incluem depreciação da frota, salários, manutenção. Os va- controle dos estoques. (STICKNEY, 2001, P.340). Diante da
riáveis incluem: combustíveis, pneus, lubrificantes, dentre existência do custo das mercadorias e do valor de mercado,
outros. Caso o transporte seja terceirizado, então todo o surge a necessidade de escolher o menor valor para avaliar
custo é pago na forma de frete. o estoque. O problema para se chegar a essa conclusão,
Outro fator importante na composição dos custos lo- prende-se ao fato da empresa ter em estoque o mesmo
gísticos são os estoques. Se o transporte é rápido e fre- produto adquirido em datas distintas, com custos unitários
quente, então podemos manter níveis de estoques baixos, diferentes.
mas pagaremos caro pelo transporte. Por outro lado, se os Se a empresa conseguir identificar qual unidade foi
lotes são grandes (grandes volumes, pouca frequência), en- vendida e quais unidades ficaram em estoque no final do
tão o estoque médio será alto e custo de estocagem será período, a mensuração do custo das mercadorias vendidas
elevado. O custo do estoque é composto por diversos ele- e do estoque final não apresenta problemas. A semelhança
mentos: (1) o próprio valor do estoque que poderia estar física entre unidades de alguns produtos, entretanto, cria
investido rendendo juros e pela oportunidade do capital; dificuldades para a identificação de quais unidades foram
(2) manter o estoque também custa dinheiro: seguros, ob- vendidas e quais ficaram em estoque. Mesmo quando

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

avanços na tecnologia permitem que a empresa acompa- avaliado em termos do nível de preço da época em que o
nhe cada item de seu estoque, ela pode preferir não fazê-lo, UEPS foi introduzido; é uma forma de se custear os artigos
dados os custos envolvidos. (STICKNEY, 2001, p.339). Desta consumidos de uma maneira realista e sistemática; em pe-
forma, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser ríodos de alta de preços, os preços maiores das compras
atribuído a tais estoques na data do balanço. Favaro et al. mais recentes, são ajustados mais rapidamente às produ-
(1997, p.219), destaca que: “o importante é que de acordo ções, reduzindo o lucro. No entanto, não é aceito pela le-
com os princípios contábeis (do custo original como base gislação brasileira.
de valor), deve se trabalhar com os valores de aquisição - Custo Médio é o método utilizado nas empresas bra-
(entradas) das mercadorias, o que pode variar é o critério sileiras para atendimento à legislação fiscal. Empresas mul-
adotado para sua valoração”. Considerando esse ponto de tinacionais com operações no Brasil frequentemente têm
vista são varias as possibilidades de atribuição desse va- de avaliar o estoque segundo o método da matriz, e tam-
lor. Qualquer um dos métodos de valoração dos estoques, bém segundo o custo médio para atendimento à legislação
quando utilizados nas mesmas condições de quantidades e brasileira. Esse método permite que as empresas realizem
preços, manterá a situação real das empresas nas mesmas um controle permanente de seus estoques, e que a cada
igualdades, com a mesma quantidade de estoque, porém aquisição, o seu preço médio dos produtos seja atualizado,
segundo Favaro et al. (1997, p.253), os resultados são in- pelo método do custo médio ponderado.
fluenciados pelos diferentes critérios de valoração de seus Geralmente as empresas que não possuem uma boa
estoques, que provocam diferença no custo das mercado- política de estocagem e vivem um dilema: quanto a em-
rias vendidas interferindo assim na obtenção do lucro bruto presa deve estocar para que seus interesses e os dos seus
na Demonstração de Resultado do Exercício. Isso quer dizer clientes sejam atendidos de forma satisfatória? A esse res-
que os resultados obtidos são diferentes, em consequência peito, o Planejamento é um dos principais instrumentos
dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora to- para o estabelecimento de uma política de estocagem efi-
dos tenham como base o mesmo custo de aquisição. ciente. Pois, o departamento de vendas deseja um estoque
elevado para atender melhor o cliente e a área de produção
prefere também trabalhar com uma maior margem de se-
Alguns critérios de avaliação de estoques: gurança de estoque.
- Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), Em contrapartida, o departamento financeiro quer es-
do inglês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os primeiros ar- toques reduzidos para diminuir o capital investido e me-
tigos a entrarem no estoque, serão aqueles que sairão em lhorar seu fluxo de caixa. Segundo Erasmo (2006), planejar
primeiro lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve esta atividade é fundamental, porque de um bom plane-
ser considerado pelo valor de compra desses primeiros ar- jamento virão, por exemplo, uma menor necessidade de
tigos. O estoque apresenta uma relação forte com o custo capital de giro e uma margem de lucro maior”. Por esse
de reposição, pois esse estoque representa os preços pa- motivo, os empresários devem estar atentos aos objetivos
gos recentemente, adotar este método, faz com que haja da empresa para definir as quantidades corretas de cada
oscilação dos preços sobre os resultados, pois as saídas mercadoria que deve estar no estoque em um determina-
são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta do período de tempo, para que a empresa não sofra ne-
uma das principais razões pelas quais alguns se mostram nhum prejuízo.
contrários a este método. As vantagens o desse método E, já que o alto custo do dinheiro não permite imobilizar
consistem no controle preciso dos materiais, pois são orde- grandes quantias em estoque e que manter uma empresa
nados em uma base contínua de acordo com sua entrada, com uma boa variedade de produtos exige uma imobiliza-
o que é importante, quando se trata de produtos sujeitos a ção elevada de capital de giro, ele deve saber exatamente
mudança de qualidade, decomposição, deterioração etc.; o o equilíbrio entre a quantidade de compras suficiente para
resultado obtido revela o custo real dos artigos específicos um determinado período de vendas e a variedade de ar-
utilizados nas saídas; os artigos utilizados são retirados do tigos para que os clientes tenham opção de escolha. Para
estoque e a baixa dos mesmos é dada de uma maneira que isso aconteça, é importante que o empresário levante
sistemática e lógica. periodicamente a média mensal de compras para compará
- Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do in- -las com as vendas e, com isso, saber se o investimento em
glês LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar estoque mercadorias está tendo o retorno desejado.
bastante discutido. O custo do estoque é obtido como se O ato de comprar deve ser sempre precedido de um
as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas bom planejamento. A compra de mercadorias envolve a
a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas). colocação do pedido, o recebimento e a inspeção das mer-
Pressupõe-se, deste modo, que o estoque final consiste cadorias encomendadas e o registro da compra. Rigorosa-
nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo das mes- mente, o comprador de uma mercadoria somente deveria
mas. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o cus- registrar a compra quando a propriedade legal da merca-
to dos artigos vendidos (saídas) tende a refletir no custo doria adquirida passasse do vendedor para o comprador.
dos artigos comprados mais recentemente (comprados ou Caracterizar quando isso acontece envolve tecnicalidades
produzidos). Também permite reduzir os lucros líquidos ex- legais associadas ao contrato entre as duas partes. E para
postos. As vantagens de utilização deste método consistem que isso aconteça, é de grande importância a elaboração
na apuração correta de seus custos correntes; o estoque é de uma previsão de compras. Nas empresas comerciais,

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

essa previsão é complicada, pois o numero de mercado- A reestruturação das organizações gerou um público
rias comercializadas é muito grande. As empresas preferem interno de novo perfil. Hoje, os empregados são muito
vender tanto quanto possível, com um numero mínimo de mais conscientes, responsáveis, inseridos e atentos às co-
capital empatado em estoque. Por isso, a previsão deve ser branças das empresas em todos os setores. Diante desse
elaborada pelos diversos setores funcionais da empresa, novo modelo organizacional, é que se propõe como atri-
observando-se as características e peculiaridades do mer- buição do profissional de Relações Públicas ser o interme-
cado fornecedor e do comportamento das vendas (STICK- diador, o administrador dos relacionamentos institucionais
NEY, 2001). e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo
É aconselhável que sejam feitas previsões individuais assim, fica claro que esse profissional tem seu campo de
para cada setor ou departamento e reuni-las posterior- ação na política de relacionamento da organização.
mente em uma só, facilitando o planejamento das com- A comunicação interna, portanto, deve ser entendida
pras. Depois de preparada a previsão de compras, esta como um feixe de propostas bem encadeadas, abrangen-
deve ser ajustada ás condições financeiras da empresa. Isso tes, coisa significativamente maior que um simples progra-
deve ser feito em reunião com os encarregados de com- ma de comunicação impressa. Para que se desenvolva em
pras, os encarregados de vendas e os encarregados pelo toda sua plenitude, as empresas estão a exigir profissio-
controle financeiro para que se encontre um equilíbrio en- nais de comunicação sistêmicos, abertos, treinados, com
tre os setores. visões integradas e em permanente estado de alerta para
A empresa que não faz a previsão de compras encontra as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente.
dificuldades para manter seus estoques de forma equilibra- Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos
da. Acabam comprando mercadorias de acordo com as ne- Relações Públicas: estratégica, política, institucional, mer-
cessidades surgidas correndo o risco de não ter produtos cadológica, social, comunitária, cultural, etc.; atuando sem-
em épocas que o volume de vendas cresce. Perdendo dessa pre para cumprir os objetivos da organização e definir suas
forma, oportunidade de aumentar suas vendas, perdendo políticas gerais de relacionamento.
clientes e, consequentemente, diminuído o lucro da em- Em vista do que foi dito sobre o profissional de Rela-
presa. E não tendo a previsão correta de compras, ele pode ções Públicas, destaca-se como principal objetivo liderar o
comprar um volume inadequado de mercadorias aumen- processo de comunicação total da empresa, tanto no nível
tando o custo de manutenção dos estoques. Para Stickney do entendimento, como no nível de persuasão nos negó-
(2001, p.362): “Manter estoques – ou como também se diz, cios.
carregar estoques - gera custos”. Isso ocorre, porque quan-
Pronúncia correta das palavras
to maior a quantidade de mercadorias estocadas, maior
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
será o espaço físico necessário para guardá-las, maior o nú-
 Usar os sons corretos para vocalizar as palavras;
mero de funcionários necessários e maiores os gastos para
 Enfatizar a sílaba certa;
controle do estoque. Além disso, o mesmo autor destaca
 Dar a devida atenção aos sinais diacríticos
que pelo menos uma pequena quantidade de mercadorias
precisa ser mantida em estoque para satisfazer às necessi-
Por que é importante?
dades dos clientes à medida que elas apareçam.
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem
que pregamos. Permite que os ouvintes se concentrem no
teor da mensagem sem ser distraídos por erros de pro-
núncia.
Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras
NOÇÕES BÁSICAS DE ATENDIMENTO AO de pronúncia que se aplique a todos os idiomas. Muitos
PÚBLICO – POSTURA E ATENDIMENTO AO idiomas utilizam um alfabeto. Além do alfabeto latino, há
PÚBLICO. QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO também os alfabetos árabe, cirílico, grego e hebraico. No
PÚBLICO. idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um alfabe-
to, mas por meio de caracteres que podem ser compostos
de vários elementos. Esses caracteres geralmente repre-
sentam uma palavra ou parte de uma palavra. Embora os
Quando se fala em comunicação interna organizacio- idiomas japonês e coreano usem caracteres chineses, es-
nal, automaticamente relaciona ao profissional de Relações tes podem ser pronunciados de maneiras bem diferentes e
Públicas, pois ele é o responsável pelo relacionamento da nem sempre ter o mesmo significado.
empresa com os seus diversos públicos (internos, externos Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige
e misto). que se use o som correto para cada letra ou combinação
As organizações têm passado por diversas mudanças de letras. Quando o idioma segue regras coerentes, como é
buscando a modernização e a sobrevivência no mundo dos o caso do espanhol, do grego e do zulu, a tarefa não é tão
negócios. Os maiores objetivos dessas transformações são: difícil. Contudo, as palavras estrangeiras incorporadas ao
tornar a empresa competitiva, flexível, capaz de responder idioma às vezes mantêm uma pronúncia parecida à origi-
as exigências do mercado, reduzindo custos operacionais e nal. Assim, determinadas letras, ou combinações de letras,
apresentando produtos competitivos e de qualidade. podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar
memorizar as exceções e então usá-las regularmente ao atenção aos bons oradores.
conversar. Em chinês, a pronúncia correta exige a memori-
zação de milhares de caracteres. Em alguns idiomas, o sig- Pronúncia de números telefonicos
nificado de uma palavra muda de acordo com a entonação. O número de telefone deve ser pronunciado algarismo
Se a pessoa não der a devida atenção a esse aspecto do por algarismo.
idioma, poderá transmitir ideias erradas. Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo.
Se as palavras de um idioma forem compostas de síla- Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres
bas, é importante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas em tres algarismos, com exceção de uma sequencia de
que usam esse tipo de estrutura têm regras bem defini- quatro numeros juntos, onde damos uma pausa a cada
das sobre a posição da sílaba tônica (aquela que soa mais dois algarismos.
forte). As palavras que fogem a essas regras geralmente O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o
recebem um acento gráfico, o que torna relativamente fácil número “11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado
pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se houver mui- como “onze”.
tas exceções às regras, o problema fica mais complicado. Veja abaixo os exemplos
Nesse caso, exige bastante memorização para se pronun- 011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um,
ciar corretamente as palavras. zero – zero, tres
Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante 021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres,
atenção aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo tres – quatro, tres
de determinadas letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, u, č, ç. 031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze
Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas ar- – nove, oito
madilhas. A precisão exagerada pode dar a impressão de
afetação e até de esnobismo. O mesmo acontece com as Exceções
pronúncias em desuso. Tais coisas apenas chamam atenção 110 - cento e dez
para o orador. Por outro lado, é bom evitar o outro extremo 111 – cento e onze
e relaxar tanto no uso da linguagem quanto na pronúncia 211 – duzentos e onze
das palavras. Algumas dessas questões já foram discutidas 118 – cento e dezoito
no estudo “Articulação clara”. 511 – quinhentos e onze
Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir 0001 – mil ao contrario
de um país para outro — até mesmo de uma região para
outra no mesmo país. Um estrangeiro talvez fale o idioma Atendimento telefonico
local com sotaque. Os dicionários às vezes admitem mais Na comunicação telefônica, é fundamental que o inter-
de uma pronúncia para determinada palavra. Especialmen- locutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se
te se a pessoa não teve muito acesso à instrução escolar ou trata da utilização de um canal de comunicação a distância.
se a sua língua materna for outra, ela se beneficiará muito É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra
por ouvir com atenção os que falam bem o idioma local e da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor
imitar sua pronúncia. e receptor) e que as mensagens sejam sempre acolhidas e
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se contextualizadas, de modo que todos possam receber bom
está bem familiarizado. Normalmente, a pronúncia não atendimento ao telefone.
constitui problema numa conversa, mas ao ler em voz alta Alguns autores estabelecem as seguintes recomenda-
você poderá se deparar com palavras que não usa no co- ções para o atendimento telefônico:
tidiano. • não deixar o cliente esperando por um tempo muito
longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo
Maneiras de aprimorar. Muitas pessoas que têm pro- e retornar a ligação em seguida;
blemas de pronúncia não se dão conta disso. • o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em tem de se empenhar em explicar corretamente produtos e
público, consulte num dicionário as palavras que não co- serviços;
nhece. Se não tiver prática em usar o dicionário, procure • atender às necessidades do cliente; se ele desejar
em suas páginas iniciais, ou finais, a explicação sobre as algo que o atendente não possa fornecer, é importante
abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos usados ou, oferecer alternativas;
se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. Em • agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia”
alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, ou “boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou ins-
dependendo do contexto. Alguns dicionários indicam a tituição são atitudes que tornam a conversa mais pessoal.
pronúncia de letras que têm sons variáveis bem como a Perguntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome trans-
sílaba tônica. Antes de fechar o dicionário, repita a palavra mitem a ideia de que ele é importante para a empresa ou
várias vezes em voz alta. instituição. O atendente deve também esperar que o seu
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler interlocutor desligue o telefone. Isso garante que ele não
para alguém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
que corrija seus erros. mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

No atendimento telefônico, a linguagem é o fator prin- • Ter as informações à mão: um atendente deve
cipal para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, conservar a informação importante perto de si e ter sem-
é preciso que o atendente saiba ouvir o interlocutor e res- pre à mão as informações mais significativas de seu setor.
ponda a suas demandas de maneira cordial, simples, clara e Isso permite aumentar a rapidez de resposta e demonstra
objetiva. O uso correto da língua portuguesa e a qualidade o profissionalismo do atendente;
da dicção também são fatores importantes para assegu- • Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa
rar uma boa comunicação telefônica. É fundamental que o que liga: quem atende a chamada deve definir quando é
atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro- que a pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é
misso e credibilidade. que a empresa ou instituição vai retornar a chamada.
Além das recomendações anteriores, são citados, a •
seguir, procedimentos para a excelência no atendimento Todas estas recomendações envolvem as seguintes ati-
telefônico: tudes no atendimento telefônico:
• Receptividade - demonstrar paciência e disposição
• Identificar e utilizar o nome do interlocutor: nin- para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais
guém gosta de falar com um interlocutor desconhecido,
comuns dos usuários como se as estivesse respondendo
por isso, o atendente da chamada deve identificar-se assim
pela primeira vez. Da mesma forma é necessário evitar que
que atender ao telefone. Por outro lado, deve perguntar
interlocutor espere por respostas;
com quem está falando e passar a tratar o interlocutor pelo
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrup-
nome. Esse toque pessoal faz com que o interlocutor se
sinta importante; ções, dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se
• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa necessário, anotar a mensagem do interlocutor);
que atende ao telefone deve considerar o assunto como • Empatia - para personalizar o atendimento, po-
seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao inter- de-se pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas,
locutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer nunca, expressões como “meu bem”, “meu querido, entre
“não sei”, mas “vou imediatamente saber” ou “daremos outras);
uma resposta logo que seja possível”. Se não for mesmo • Concentração – sobretudo no que diz o interlocu-
possível dar uma resposta ao assunto, o atendente deverá tor (evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situa-
apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer ções, desviando-se do tema da conversa, bem como evitar
o número do telefone direto de alguém capaz de resolver comer ou beber enquanto se fala);
o problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da • Comportamento ético na conversação – o que en-
pessoa responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter volve também evitar promessas que não poderão ser cum-
a garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido pridas.
ou chamada; •
• Não negar informações: nenhuma informação Atendimento e tratamento
deve ser negada, mas há que se identificar o interlocutor O atendimento está diretamente relacionado aos ne-
antes de a fornecer, para confirmar a seriedade da chama- gócios de uma organização, suas finalidades, produtos e
da. Nessa situação, é adequada a seguinte frase: vamos serviços, de acordo com suas normas e regras. O atendi-
anotar esses dados e depois entraremos em contato com mento estabelece, dessa forma, uma relação entre o aten-
o senhor dente, a organização e o cliente.
• Não apressar a chamada: é importante dar tempo
ao tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem A qualidade do atendimento, de modo geral, é deter-
a dizer e mostrar que o diálogo está sendo acompanhado minada por indicadores percebidos pelo próprio usuário
com atenção, dando feedback, mas não interrompendo o relativamente a:
raciocínio do interlocutor;
• competência – recursos humanos capacitados e re-
• Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e de-
cursos tecnológicos adequados;
monstra que o atendente é uma pessoa amável, solícita e
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários
interessada;
estabelecidos previamente;
• Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser
catastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamen- • credibilidade – honestidade no serviço proposto;
te do que as boas; • segurança – sigilo das informações pessoais;
• Manter o cliente informado: como, nessa forma • facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao
de comunicação, não se estabelece o contato visual, é ne- pessoal de contato;
cessário que o atendente, se tiver mesmo que desviar a • comunicação – clareza nas instruções de utilização
atenção do telefone durante alguns segundos, peça licença dos serviços.
para interromper o diálogo e, depois, peça desculpa pela
demora. Essa atitude é importante porque poucos segun- Fatores críticos de sucesso ao telefone:
dos podem parecer uma eternidade para quem está do ou-  A voz / respiração / ritmo do discurso
tro lado da linha;  A escolha das palavras
 A educação

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz
outro lado da linha não pode ver as suas expressões faciais que seja minimamente compreensível, evitando desconfor-
e gestos, mas você transmite através da voz o sentimento to para o cliente que por várias vezes é obrigado a “implo-
que está alimentando ao conversar com ela. As emoções rar” para que o atendente fale mais alto.
positivas ou negativas, podem ser reveladas, tais como: 4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que
• Interesse ou desinteresse, você não cometa o erro de falar muito rapidamente, ou
• Confiança ou desconfiança, seja, procure encontrar o meio termo (nem lento e nem
• Alerta ou cansaço, rápido), de forma que o cliente entenda perfeitamente a
mensagem, que deve ser transmitida com clareza e obje-
• Calma ou agressividade,
tividade.
• Alegria ou tristeza, 5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e
• Descontração ou embaraço, coesão para que a mensagem tenha organização, evitando
• Entusiasmo ou desânimo. possíveis erros de interpretação por parte do cliente.
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 pala- 6 - Tenha equilíbrio:  se você estiver atendendo um
vras por minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 pa- cliente sem educação, use a inteligência, ou seja, seja pa-
lavras por minuto aproximadamente, tornando o discurso ciente, ouça-o atentamente, jamais seja hostil com o mes-
mais claro. mo e tente acalmá-lo, pois assim, você estará mantendo
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensa- sua imagem intacta, haja vista, que esses “dinossauros” não
gem e pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o precisam ser atacados, pois, eles se matam sozinhos.
outro a julgar que não existe entusiasmo da sua parte. 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorri-
dente para que o cliente se sinta valorizado pela empresa,
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige gerando um clima confortável e harmônico. Para isso, use
suas entonações com criatividade, de modo a transmitir
ao cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando
emoções inteligentes e contagiantes.
sua simpatia. Está relacionada a:
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça
• Presteza – demonstração do desejo de servir, valo- o cliente para aguardar na linha, mas não demore uma
rizando prontamente a solicitação do usuário; eternidade, pois, o cliente pode se sentir desprestigiado e
• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e desligar o telefone.
de cordialidade; 9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal
• Flexibilidade – capacidade de lidar com situações é atender o telefone no máximo até o terceiro toque, pois,
não-previstas. é um ato que demonstra afabilidade e empenho em tentar
• entregar para o cliente a máxima eficiência.
A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja 10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é
vista, que transmitir uma mensagem para outra pessoa e dizer o nome da organização, o nome da própria pessoa
fazê-la compreender a essência da mesma é uma tarefa seguido ainda, das tradicionais saudações (bom dia, boa
que envolve inúmeras variáveis que transformam a comu- tarde, etc.). Além disso, quando for encerrar a conversa
lembre-se de ser amistoso, agradecendo e reafirmando o
nicação humana em um desafio constante para todos nós.
que foi acordado.
E essa complexidade aumenta quando não há uma
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém
comunicação visual, como na comunicação por telefone, que não está presente na sua empresa no momento da li-
onde a voz é o único instrumento capaz de transmitir a gação, jamais peça a ele para ligar mais tarde, pois, essa é
mensagem de um emissor para um receptor. Sendo assim, uma função do atendente, ou seja, a de retornar a ligação
inúmeras empresas cometem erros primários no atendi- quando essa pessoa estiver de volta à organização.
mento telefônico, por se tratar de algo de difícil consecu- 12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a or-
ção. ganização é um dos princípios para um bom atendimento
Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefô- telefônico, haja vista, que é necessário anotar o nome da
nico, de modo a atingirmos a excelência, confira: pessoa e os pontos principais que foram abordados.
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que
1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma lingua- não tem responsabilidade de cumprir aquilo que foi acor-
gem formal, privilegiando uma comunicação que transmita dado demonstra desleixo e incompetência, comprometen-
respeito e seriedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, do assim, a imagem da empresa. Sendo assim, se tiver que
dar um recado, ou, retornar uma ligação lembre-se de sua
etc, pois assim fazendo, você estará gerando uma imagem
responsabilidade, evitando esquecimentos.
positiva de si mesmo por conta do profissionalismo de- 14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao
monstrado. atender o telefone, você deve demonstrar para o cliente
2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extre- uma postura de quem realmente busca ajudá-lo, ou seja,
mamente prejudicial ao cliente são as interferências, ou que se importa com os problemas do mesmo. Atitudes ne-
seja, tudo aquilo que atrapalha a comunicação entre as gativas como um tom de voz desinteressado, melancólico
partes (chieira, sons de aparelhos eletrônicos ligados, etc.). e enfadado contribuem para a desmotivação do cliente,
Sendo assim, é necessário manter a linha “limpa” para que sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa
a comunicação seja eficiente, evitando desvios. para que a outra parte se sinta acolhida.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente - Essa chamada externa vai solicitar um ramal  ou pes-
atentamente, sem interrompê-lo, pois, essa atitude contri- soa. Você deve repetir esse número ou nome, para ter cer-
bui positivamente para a identificação dos problemas exis- teza de que entendeu  corretamente. Em seguida diga: “
tentes e consequentemente para as possíveis soluções que Um momento, por favor,” e transfira a ligação.
os mesmos exigem. Ao transferir as ligações, forneça as informações que
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou já possui; faça uso do seu vocabulário profissional; fale so-
ligar para alguma empresa e teve que esperar um longo mente o necessário e evite assuntos pessoais.
período de tempo para que a linha fosse desocupada? Pois Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar
é, é algo extremamente inconveniente e constrangedor. ao seu interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir
Por esse motivo, busque não delongar as conversas e evi- a ligação, mantenha-o ciente dos passos desse atendimen-
te conversas pessoais, objetivando manter, na medida do to.
possível, sua linha sempre disponível para que o cliente não Não se deve transferir uma ligação apenas para se li-
tenha que esperar muito tempo para ser atendido. vrar dela. Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colo-
Buscar a excelência constantemente na comunicação car-se à disposição dele, e se acontecer de não ser possível,
humana é um ato fundamental para todos nós, haja vista, transfira-o para quem realmente possa atendê-lo e resolver
que estamos nos comunicando o tempo todo com outras
sua solicitação. Transferir o cliente de um setor para outro,
pessoas. Infelizmente algumas pessoas não levam esse im-
quando essa ligação já tiver sido transferida várias vezes
portante ato a sério, comprometendo assim, a capacidade
não favorece a imagem da empresa. Nesse caso, anote a
humana de transmitir uma simples mensagem para outra
situação e diga que irá retornar com as informações soli-
pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos para não re-
petirmos esses erros e consequentemente aumentarmos citadas.
nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. - Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a trans-
ferência, diga à pessoa  que chamou: “O ramal está ocupa-
Resoluções de situações conflitantes ou problemas do. Posso anotar o recado e retornar a ligação.” É importan-
quanto ao atendimento de ligações ou transferências te que você não deixe uma linha ocupada  com uma pessoa
O agente de comunicação é o cartão de visita da em- que está  apenas esperando a liberação de um ramal. Isso
presa.. Por isso é muito importante prestar atenção a todos pode congestionar as linhas do equipamento, gerando
os detalhes do seu trabalho. Geralmente você é a primeira perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em falar
pessoa a manter contato com o público. Sua maneira de com o ramal ocupado, você deve interromper a outra liga-
falar e agir vai contribuir muito para a imagem que irão for- ção  e dizer: “Desculpe-me interromper  sua ligação, mas
mar sobre sua empresa. Não esqueça: a primeira impressão há uma chamada urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este
é a que fica. ramal. O (a) senhor (a) pode atender?” Se a pessoa puder
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na atender , complete a ligação, se não, diga que a outra liga-
rotina do seu trabalho: ção ainda está em andamento e reafirme sua possibilidade
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais na- em auxiliar.
tural possível. Assim você fala só uma vez e evita perda de Lembre-se  :
tempo. Você deve ser natural, mas não deve esquecer de cer-
- Calma:  Ás vezes pode não ser fácil mas é muito im- tas formalidades como, por exemplo, dizer sempre “por fa-
portante que você mantenha a calma e a paciência . A pes- vor” , “Queira desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita
soa que esta chamando merece ser atendida com toda a a comunicação e induz a outra pessoa a ter com você o
delicadeza. Não deve  ser apressada ou interrompida. Mes- mesmo tipo de tratamento.
mo que ela seja um pouco grosseira, você não deve res- A conversa: existem  expressões que nunca devem ser
ponder no mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá-la. usadas, tais como girias, meias palavras, e palavras com co-
- Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama me- notação de intimidade. A conversa deve ser sempre manti-
rece atenção especial. E você, como toda boa telefonista,
da em nível profissional.
deve ser sempre simpática e demonstrar interesse em aju-
dar. 
Equipamento básico
- Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de
Além da sala, existem outras coisas necessárias para
detalhes  importantes sobre o assunto que será tratado.
Esses detalhes são confidenciais e pertencem somente às assegurar o bom andamento do seu trabalho:
pessoas envolvidas. Você deve ser discreta e manter tudo - Listas telefônicas atualizadas.
em segredo. A quebra de sigilo nas ligações telefônicas é - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em
considerada  uma falta grave, sujeita às penalidades legais.  ordem alfabética).
O que dizer e como dizer - Relação dos números  de telefones mais chamados.
 Aqui seguem algumas sugestões de como atender as - Tabela de tarifas telefônicas.
chamadas externas: - Lápis e caneta
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o - Bloco para anotações
nome da sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou - Livro de registro de defeitos.
boa noite.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

 O que você precisa saber:  Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a)
O seu equipamento telefônico não é apenas parte do está muito nervoso (a), tente acalmar-se”.
seu material de trabalho. É o que há de mais importante.  Use frases adequadas ao momento. Frases que
Por isso você deve saber como ele funciona. Tecnicamente, ajudam acalmar o Cliente, deixando claro que você está ali
o equipamento que você usa é chamado de CPCT - Central para ajudá-lo
Privada de Comunicação Telefônica, que permite você fazer
ligações internas (de ramal para ramal) e externas. Atual- 2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fa-
mente existem dois tipos: PABX e KS. zer?
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sis-  O tratamento deverá ser sempre positivo, inde-
tema, todas as ligações  internas e a maioria das ligações pendentemente das circunstâncias.
para fora da empresa são feitas pelos usuários de ramais.  Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a
Todas as ligações que entram, passam pela telefonista. entender que você não é o alvo.
- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de en-  Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidan-
trada, de saída ou internas, são feitas sem passar pela te- do para não parecer ironia. Quando você toma a iniciativa
lefonista e age positivamente, coloca uma pressão psicológica no
Informações básicas adicionais Cliente, para que ele reaja de modo positivo.
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as
ligações telefônicas. Eles se dividem em: 3ª – Diante de erros ou problemas causados pela
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se po- empresa
dem fazer ligações para fora sem passar pela telefonista  ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido pos-
* Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é neces- sível.
sário o auxilio da telefonista para ligar para fora.  Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. estiver ao seu alcance para que o problema seja resolvido.
-Linha - Tronco:  linha telefônica que liga  a CPCT à  CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando
central Telefônica Pública. vai corrigir.
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa au-  Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
 EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
tomaticamente as linhas que estão  em busca automática,
 Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFI-
devendo ser o único número divulgado ao público.
QUE, mas com muita prudência. O Cliente não se interessa
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações  entre
por “justificativas”. Este é um problema da empresa.
ramais e linhas-tronco.
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede
4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
a realização de ligações interurbanas.
 Concentre-se para entender o que realmente o
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano
Cliente quer ou, exatamente, o que ele não está enten-
franqueado, cuja cobrança das ligações  é feita no telefone
dendo e o porquê.
chamado.  Caso necessário, explique novamente, de outro
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas exter- jeito, até que o Cliente entenda.
nas vão direto  para o ramal desejado, sem passar pela tele-  Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o
fonista . Isto só é possível em algumas CPCTs do tipo PABX. gerente, o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do
-  Pulso : Critério de medição de uma chamada por possível, que o Cliente saia sem entender ou concordar
tempo, distância e horário. com a resolução.
- Consultores: empregados da Telems que dão  orien-
tação  às empresas quanto ao melhor funcionamento dos 5ª – Discussão com o Cliente
sistemas de telecomunicações. Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão,
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar servi- você sempre perde!
ço e dar assistência às CPCTs. Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar”
-  Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas ou “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre
nos horários fora do expediente para determinados ramais. alerta -, de forma que se evite SINTONIZAR na mesma fre-
Só é possível em CPCTs do tipo PBX e PABX. quência emocional do Cliente, quando esta for negativa.
  Exemplos:
Em casos onde você se depara com uma situação que
represente conflito ou problema, é necessário adequar a
sua reação à cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
 Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar
a raiva.
 Acima de tudo, mantenha-se calmo.
 Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente,
em um estado de nervosismo.

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

O Cliente está... Reaja de forma oposta


Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
Irritado Mantenha a calma.
Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.

Diga-lhe que é possível resolver o problema sem a necessi-


Ameaçando
dade de uma ação extrema.

Diga-lhe que o compreende, que gostaria que ele lhe desse


Ofendendo
uma oportunidade para ajudá-lo.

6ª – Equilíbrio Emocional
Em uma época em que manter um excelente relacionamento com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um
alto coeficiente de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os profissionais, particularmente os que tra-
balham diretamente no atendimento a Clientes.
Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:
 For paciente e compreensivo com o Cliente.
 Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pessoais dos problemas da empresa.
 Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas, sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie
de “para-raios”.
 Não fizer pré julgamentos dos clientes.
 Entender que cada cliente é diferente do outro.
 Entender que para você o problema apresentado pelo cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o
problema é único, é o problema dele.
 Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível.
 Entender que você e a empresa dependem do cliente, não ele de vocês.
 Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o futuro da relação do cliente com a empresa.

POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordialidade)


A FUGA DOS CLIENTES
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fogem delas por problemas relacionados à postura de
atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos observar os seguintes percentuais:
 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de postura no atendimento;
 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
 9% fogem pelo preço;
 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.

A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não
definem uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio serviço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita
dificuldade em satisfazer plenamente o cliente.
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contratam profissionais com características básicas para atender
o público, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam um padrão de atendimento e este passa a ser
realizado de acordo com as características individuais e o bom senso de cada um.
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes faz com que as empresas demitam os funcionários “por-
que eles não sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a tarefa mais simples da empresa e que menos
merece preocupação. Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpassam pela condição individual e
por condições sistêmicas.

Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:


1. Falta de uma política clara de serviços;
2. Indefinição do conceito de serviços;
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendimento;

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

4. Falta de um padrão de atendimento; fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este profissional,
5. Inexistência do follow up; a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante em
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar
a felicidade do outro.
Nas condições individuais, podemos encontrar a 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO
contratação de pessoas com características opostas ao ne- DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e senti-
cessário para atender ao público, como: timidez, avareza, mentos positivos, para ter atitudes adequadas no momen-
rebeldia... to do atendimento. Ele sabe que é fundamental separar os
problemas particulares do dia a dia do trabalho e, para isso,
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO cultiva o estado de espírito antes da chegada do cliente.
Observando estas duas condições principais que cau- O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a
sam a vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os
podemos separar a estrutura de uma empresa de serviços clientes a solucionarem suas necessidades. A postura é de
em dois itens: realizar serviços para o cliente.
os serviços e a postura de atendimento.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organi- Os requisitos para contratação deste profissional
zações e, como tal, está diretamente relacionado ao pró- Para trabalhar com atendimento ao público, alguns re-
prio negócio. quisitos são essenciais ao atendente. São eles:
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de
serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também  Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
são tratados os aspectos gerais da organização que dão  Gostar de lidar com gente.
peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores (pin-  Ser extrovertido.
tura), os jardins. Este item, portanto, depende mais direta-  Ter humildade.
mente da empresa e está mais relacionado com as condi-  Cultivar um estado de espírito positivo.
ções sistêmicas.  Satisfazer as necessidades do cliente.
 Cuidar da aparência.
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento
dispensado às pessoas, está mais relacionado com o fun- Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendi-
cionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir mento.
com os clientes. Portanto, está ligado às condições indivi-
duais. A POSTURA pode ser entendida como a junção de to-
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas dos os aspectos relacionados com a nossa expressão corporal
políticas das empresas, o treinamento, a definição de um na sua totalidade e nossa condição emocional.
padrão de atendimento e de um perfil básico para o profis-
sional de atendimento, como forma de avançar no próprio Podemos destacar 03 pontos necessários para falar-
negócio. Dessa maneira, estes dois itens se tornam com- mos de POSTURA. São eles:
plementares e inter-relacionados, com dependência recí- 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se carac-
proca para terem peso. teriza por um posicionamento de humildade, mostrando-
Para conhecermos melhor a postura de atendimen- se sempre disponível para atender e interagir prontamente
to, faz-se necessário falar do Verdadeiro profissional do com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA do atendente
atendimento. suscita alguns sentimentos positivos nos clientes, como por
exemplo:
Os três passos do verdadeiro profissional de atendi- a) postura do atendente de manter os ombros abertos
mento: e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento de recep-
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de tividade e acolhimento;
compreender e atender as necessidades dos clientes, b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente
fazer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sen- inclinado transmite ao cliente a humildade do atendente;
tir importante e proporcioná-lo um ambiente agradável. c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem
Este profissional é voltado completamente para a interação respeito e segurança;
com o cliente, estando sempre com as suas antenas ligadas d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afe-
neste, para perceber constantemente as suas necessidades. tividade e calorosidade.
Para este profissional, não basta apenas conhecer o produ-
to ou serviço, mas o mais importante é demonstrar inte- 02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO COR-
resse em relação às necessidades dos clientes e atendê-las. PORAL: que se caracteriza pela existência de uma unidade
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as ne- entre o que dizemos e o que expressamos no nosso corpo.
cessidades dos clientes, aguçando a capacidade de perce- Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e
ber o cliente. Para entender o lado humano, é necessário confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os
que este profissional tenha uma formação voltada para as nossos sentimentos e eles fluem livremente. Dessa forma,
pessoas e goste de lidar com gente. Se espera que ele nos sentimos mais livres do stress, das doenças, dos medos.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos ex- Além do mais, deve ocorrer independentemente do
trair dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados emo- funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes re-
cionais que elas traduzem e a identificação destes estados quisitos para a interação, a tornam mais eficaz.
pelas pessoas; e a sua função social que diz em que condi- Esta interação pode se caracterizar por um cumpri-
ções ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o observador mento verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou ape-
e quem a expressa. nas por um aceno de mão. O objetivo com isso, é fazer o
Podemos concluir, entendendo que, qualquer compor- cliente sentir-se acolhido e certo de estar recebendo toda a
tamento inclui posturas e é sempre fruto da interação com- atenção necessária para satisfazer os seus anseios.
plexa entre o organismo e o seu meio ambiente.
Alguns exemplos são:
O olhar 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento.
do olhar, podemos passar para as pessoas os nossos senti- Ela prontamente olha para ele e diz com um sorriso: “bom
mentos mais profundos, pois ele reflete o nosso estado de dia!”.
espírito. 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos pren- momento do pagamento;
der somente a ele, mas a fisionomia como um todo para 03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima
entendermos o real sentido dos olhos. ao ver o carro entrando no posto e faz uma sudação...
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de
acolhimento, de interesse no atendimento das suas ne- A INVASÃO
cessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, a com INVASÃO DE TERRITÓRIO.
impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento. Vamos entender melhor isso.
Todo ser humano sente necessidade de definir um TER-
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este RITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos.
Este território não se configura apenas em um espaço físico
brilho nos nossos olhos ? A resposta é simples:
demarcado, mas principalmente num espaço pessoal e so-
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro,
cial, o que podemos traduzir como a necessidade de priva-
gostar de ajudar o próximo.
cidade, de respeito, de manter uma distância ideal entre si
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e
e os outros de acordo com cada situação.
gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensação
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes
agradável para o cliente. Gostar de atender o público signi-
na privacidade, o que normalmente traz consequências ne-
fica gostar de atender as necessidades dos clientes, querer
gativas. Podemos exemplificar estas invasões com algumas
ver o cliente feliz e satisfeito.
situações corriqueiras: uma piada muito picante contada
na presença de pessoas estranhas a um grupo social; ficar
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode trans- muito próximo do outro, quase se encostando nele; dar um
mitir: tapinha nas costas...
01. Interesse quando: Nas situações de atendimento, são bastante comuns as
 Brilha; invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua maio-
 Tem atenção; ria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por
 Vem acompanhado de aceno de cabeça. eles como atitudes grosseiras e poucos sensíveis. Alguns
são os exemplos destas atitudes e situações mais comuns:
02. Desinteresse quando:
 É apático;  Insistência para o cliente levar um item ou adquirir
 É imóvel, rígido; um bem;
 Não tem expressão.  Seguir o cliente por toda a loja;
 O motorista de taxi que não pára de falar com o
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o cliente passageiro;
gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como  O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerin-
dissimular com o olhar. do pratos sem ser solicitado;
 O funcionário que cumprimenta o cliente com
A aproximação - raio de ação. dois beijinhos e tapinhas nas costas;
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao con-  O funcionário que transfere a ligação ou desliga o
ceito de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o pú- telefone sem avisar.
blico, independente deste ser cliente ou não.
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 Estas situações não cabem na postura do verdadeiro
metros de distância do público e de um tempo imediato, profissional do atendimento.
ou seja, prontamente.

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

O sorriso A saída seria criar medidores que traduzissem com


O SORRISO abre portas e é considerado uma lingua- fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o
gem universal. serviço e o produto adquiridos da empresa.
Imagine que você tem um exame de saúde muito im-
portante para receber e está apreensivo com o resultado. Apresentação pessoal
Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionista Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você se quando o atendemos com as unhas sujas, os cabelos des-
sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um pou- penteados, as roupas mal cuidadas... ?
co a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpretado O atendente está na linha de frente e é responsável
como um ato de apaziguamento. pelo contato, além de representar a empresa neste mo-
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de es- mento. Para transmitir confiabilidade, segurança, bons ser-
pírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas viços e cuidado, se faz necessário, também, ter uma boa
sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as apresentação pessoal.
não sorridentes.
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
comunicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções mais completo. São eles:
e geralmente informa mais do que a linguagem falada e a 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além
escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de sen- da função higiênica, também é revigorante e espanta a pre-
timentos e acarretar as mais diversas emoções no outro. guiça;
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas lim-
Ir ao encontro do cliente pas, cabelos cortados e penteados, dentes cuidados, hálito
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compro- agradável, axilas
misso no atendimento, por parte do atendente. Este item Asseadas, barba feita;
traduz a importância dada ao cliente no momento de aten- 03. Roupas limpas e conservadas;
dimento, na qual o atendente faz tudo o que é possível 04. Sapatos limpos;
para atender as suas necessidades, pois ele compreende
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local vi-
que satisfazê-las é fundamental. Indo ao encontro do clien-
sível pelo cliente.
te, o atendente demonstra o seu interesse para com ele.
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o
A primeira impressão
cliente se questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A
sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me prestar
PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
um bom serviço ? “
Você concorda com ela?
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto im-
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil
portante para criar uma relação de proximidade e confian-
a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a
impressão inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o ça entre o cliente e o atendente.
cliente irá voltar.
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta Cumprimento caloroso
o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não O que você sente quando alguém aperta a sua mão
teve os seus desejos satisfeitos. sem firmeza ?
Estes clientes perdem a confiança na empresa e nor- Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se co-
malmente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns me- nhece alguém, a sua integridade moral, pela qualidade do
canismos que as empresas adotam são os contatos via seu aperto de mão.
telemarketing, mala-direta, visitas, mas nem sempre são O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passivi-
eficazes. dade, baixa energia, desinteresse, pouca interação, falta de
A maioria das empresas não têm noção da quantidade compromisso com o contato.
de clientes perdidos durante a sua existência, pois elas não Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que
adotam mecanismos de identificação de reclamações e/ou machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem posi-
insatisfações destes clientes. Assim, elas deixam escapar as tiva, causa um mal estar, traduzindo hiperatividade, agres-
armas que teriam para reforçar os seus processos internos sividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um cumpri-
e o seu sistema de trabalho. mento firme, que prenda toda a mão, mas que a deixe
Quando as organizações atentam para essa importân- livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra inte-
cia, elas passam a aplicar instrumentos de medição. resse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a compromisso com o contato.
realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, sub- É importante lembrar que o cumprimento deve estar
jetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto. associado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não e o peito abertos, totalizando uma sintonia entre fala e ex-
colher as informações reais. pressão corporal.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada Agilidade


de cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e auto- Atender com agilidade significa ter rapidez sem
mática. perder a qualidade do serviço prestado.
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia
Tom de voz de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessi-
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma dade do cliente em relação à utilização adequada do seu
onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira como tempo.
dizemos as palavras, são mais importantes do que as pró- Quando há agilidade, podemos destacar:
prias palavras.  o atendimento personalizado;
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair  a atenção ao assunto;
hoje do conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará  o saber escutar o cliente;
pronta na próxima semana “. De acordo com a maneira que  cuidar das solicitações e acompanhar o cliente du-
dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos, vamos rante todo o seu percurso na empresa.
perceber reações diferentes do cliente.
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos des- O calor no atendimento
culpando pela falha e assumindo uma postura de humilda-
O atendimento caloroso evita dissabores e situações
de, falando com calma e num tom amistoso e agradável,
constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os
percebemos que a reação do cliente será de compreensão.
pontos estudados sobre postura.
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma me-
cânica, estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, O atendente escolhe a condição de atender o cliente e
poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procurando para isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se
o gerente, gritando... sentir importante e respeitado. Na situação de atendimen-
As palavras são símbolos com significados próprios. A to, o cliente busca ser reconhecido e, transmitindo calorosi-
forma como elas são utilizadas também traz o seu signifi- dade nas atitudes, o atendente satisfaz as necessidades do
cado e com isso, cada palavra tem a sua vibração especial. cliente de estima e consideração.
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao
Saber escutar cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito,
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCU- além de retornar ao atendente como um bumerangue. O
TAR? Se você respondeu que não, você errou. EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verda- de atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou
deiro sentido, compreendendo e interpretando a essência, o não, do cliente em relação ao atendente. Com este efeito,
conteúdo da comunicação. as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem, o
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com cliente se sente bem e trata o atendente com respeito. Se
a nossa capacidade de perceber o outro. E, para perceber- este atende mal, o cliente reage de forma negativa e hostil.
mos o outro, o cliente que está diante de nós, precisamos O cliente não está na esteira da linha de produção, mere-
nos despojar das barreiras que atrapalham e empobrecem cendo ser tratado com diferenciação e apreço.
o processo de comunicação. São elas: Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraí-
* os nossos PRECONCEITOS; das, que façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido
* as DISTRAÇÕES; de vida, que é SERVIR AO PRÓXIMO.
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilida-
* as ANTIPATIAS. de, retratam bem a falta de calor do atendente. Com estas
atitudes, o atendente parece estar pedindo ao cliente que
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, pre- este se afaste, vá embora, desapareça da sua frente, pois
cisamos compreender o TODO, captando os estímulos que
ele não é bem vindo. Assim, o atendente esquece que a sua
vêm do outro, fazendo uma leitura completa da situação.
MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente FELIZ.
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de
receptividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e
uma boca, o que nos sugere que é preciso escutar mais As gafes no atendimento
do que falar. Depois de conhecermos a postura correta de atendi-
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompen- mento, também é importante sabermos quais são as for-
do-o, falando mais que ele, dividindo a atenção com outras mas erradas, para jamais praticá-las. Quem as pratica, com
situações - tiramos dele, a oportunidade de expressar os certeza não é um verdadeiro profissional de atendimento.
seus verdadeiros anseios e necessidades e corremos o risco Podemos dividi-las em duas partes, que são:
de aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atende-las.
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que Postura inadequada
vamos conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar A postura inadequada é abrangente, indo desde a pos-
de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito, tura física ao mais sutil comentário negativo sobre a em-
mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintoniza- presa na presença do cliente.
do emocionalmente com o cliente. Esta sintonia se dá atra- Em relação à postura física, podemos destacar como
vés do despojamento das barreiras que já falamos antes. inadequado, o atendente:

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça Impressões finais do cliente


no seu birô por não estar com o cliente (esta atitude impe- Toda a postura e comportamento do atendente vai le-
de que ele interaja no raio de ação); var o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e,
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendi- consequentemente, sobre a empresa.
mento; Duas são as formas de impressões finais mais comuns
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coi- do cliente:
sas só devem ser feitas no banheiro); 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato dire-
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que to (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
oferecem lanches ou têm cantina); 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos
* gritar para pedir alguma coisa; conhecê-las com mais detalhes.
* se coçar na frente do cliente;
Momentos da verdade
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qual-
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
quer episódio no qual o cliente entra em contato com qual-
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir caro- quer aspecto da organização e obtem uma impressão da
na, por exemplo; qualidade do seu serviço.
* receber presentes do cliente em troca de um bom O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente
serviço; do cliente a imagem da empresa e do próprio serviço pres-
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou tado. Este é o momento que separa o grande profissional
serviços na frente do cliente; dos demais.
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que Este verdadeiro profissional trabalha em cada mo-
vende, o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem mento da verdade, considerando-o único e fundamental
para o cliente; para definir a satisfação do cliente. Ele se fundamenta na
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença chamada TRÍADE DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO
do cliente; ATENDIMENTO, que é composto de elementos básicos do
* usar o cliente como desabafo dos problemas pes- processo de interação, que são:
soais;
* reclamar na frente do cliente; A ) a pessoa
* lamentar; A pessoa mais importante é aquela que está na sua
* colocar problemas salariais; frente. Então, podemos entender que a pessoa mais im-
portante é o cliente que está na frente e precisa de aten-
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
ção.
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona di-
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OU- retamente com o cliente, tentando atender a todas as suas
TROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS. necessidades. Não existe outra forma de atender, a não ser
pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental nes-
Usar chavões te momento é o cliente.
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como
forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao B ) a hora
cliente. Citamos aqui, os mais comuns: A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o
presente, pois somente nele podemos atuar.
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado
A ESTE ATENDENTE? e o futuro não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o
* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER... presente como fonte de atuação. Nele, podemos agir e
* o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA transformar. O aqui e agora são os únicos momentos
FAZ PELO SENHOR... nos quais podemos interagir e precisamos fazer isto da
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS... melhor forma.
* AÍ VEM ELE DE NOVO...
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando C ) a tarefa
a liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente. Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais im-
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um portante diante desta pessoa mais importante para nós, na
círculo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente hora mais importante que é o aqui e o agora, é FAZER O
usa os chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente e CLIENTE FELIZ, atendendo as suas necessidades.
a situação de atendimento ), o cliente se aborrece e descar- Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos
rega no atendente, ou simplesmente não volta mais. da Verdade e, para que estes sejam plenos, é necessário
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança que os funcionários de linha de frente, ou seja, que aten-
radical no pensamento e postura do atendente. dem os clientes, tenham poder de decisão. É necessário
que os chefes concedam autonomia aos seus subordina-
dos para atuarem com precisão nos Momentos da Verdade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Teleimagem A empatia alimenta-se da autoconsciência, que signifi-


Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMA- ca estarmos abertos para conhecermos as nossas emoções.
GEM da empresa e dele mesmo. Quanto mais isto acontece, mais hábeis seremos na leitura
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente for- dos sentimentos dos outros. Quando não temos certeza
ma na sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está dos nossos próprios sentimentos, dificilmente consegui-
atendendo e , consequentemente, sobre a empresa ( mos ver os dos outros.
que é representada por este atendente). E, a chave para perceber os sentimentos dos outros,
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do está na capacidade de interpretar os canais não verbais de
cliente encaminhar os seus negócios é maior, pois ele su- comunicação do outro, que são: os gestos, o tom de voz,
põe que a empresa é comprometida com o cliente. No as expressões faciais...
entanto, se a imagem é negativa, vemos normalmente o Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está li-
cliente fugindo da empresa. Como no atendimento telefô- gada ao envolvimento: sentir com o outro é envolver-se.
nico, o único meio de interação com o cliente, é através da Isto requer uma atitude muito sublime que se chama HU-
palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário MILDADE. Sem ela é impossível ser empático.
usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do Quando não somos humildes, vemos as pessoas de
cliente. Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados maneira deturpada, pois olhamos através dos óculos do
a palavra e as atitudes, como fundamentais na formação da orgulho e do egoísmo, com os quais enxergamos apenas
TELEIMAGEM. o nosso pequenino mundo.
O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a
São eles: humanidade, impedindo-a de ser feliz.
01. O tom de voz: é através dele que transmitimos in- Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho
teresse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e , criando uma couraça ao nosso redor para nos proteger.
distante, passamos ao cliente, a ideia de desatenção e de- Com eles, nós achamos que somos tudo o que importa e
sinteresse. esquecemos de olhar para o outro e perguntar como ele
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma está, do que ele precisa, em que podemos ajudar.
decidida e atenciosamente, satisfazemos as necessidades Esquecemos de perceber principalmente os seus sen-
do cliente de sentir-se assistido, valorizado, respeitado, im- timentos e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos
portante. tornamos vaidosos e passamos a ver os outros de acordo
com o que estes óculos registram: os nossos preconceitos,
02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas nossos valores, nossos sentimentos...
o atendente passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não
expressamente PROIBIDO o uso de termos como: amor, sabemos repartir, não sabemos doar.
bem, benzinho, chuchu, mulherzinha, queridinha, co- Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mes-
lega... mos, só lembramos de nós. É aqui que a empatia se dete-
riora, quando os nossos próprios sentimentos são tão for-
03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a im- tes que não permitem harmonização com o outro e passam
pressão de educação e respeito. São INCORRETAS as atitu- por cima de tudo.
des de transferir a ligação antes do cliente concluir o que OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABA-
iniciou a falar; passar a ligação para a pessoa ou ramal er- LHAR COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE
rado ( mostrando com isso que não ouviu o que ele disse ); DE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS
desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a atenção SEUS SENTIMENTOS E NECESSIDADES.
com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes
sem atender; dar risadas no telefone. Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas,
pois as raízes da moralidade estão na empatia. Para con-
Aspectos psicológicos do atendente cluir, podemos lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O
Nós falamos sobre a importância da postura de atendi- Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração; o essen-
mento. Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos cial é invisível aos olhos“. Isto é empatia.
do atendimento. Vamos a eles.
PERCEPÇÃO
Empatia PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de com-
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, preender e captar as situações, o que exige sintonia e é
que significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a fundamental no processo de atendimento ao público. Para
capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, pro- percebermos melhor, precisamos passar pelo “esvaziamen-
curando sempre entender as suas necessidades, os seus to” de nós mesmos, ficando assim, mais próximos do outro.
anseios, os seus sentimentos. Dessa forma, é uma aptidão Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso mesmo. Vamos
pessoal fundamental na relação atendente - cliente. Para ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas antipatias,
conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar dos dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar
nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro as situações na sua totalidade, para entendermos melhor
a partir de nossas referências e valores. o que o cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

real: certa vez, em uma loja de carros, entra um senhor de O ENVOLVIMENTO


aproximadamente 65 anos, usando um chapéu de palha, A demonstração de interesse, prestando atenção ao
camiseta rasgada e calça amarrada na cintura por um bar- cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o
bante. Ele entrou na sala do gerente, que imediatamente se caminho para o verdadeiro sentido de atender.
levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permitido Na área de serviços, o produto é o próprio serviço
“pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou prestado, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com
de um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológico e
e disse: “eu quero comprar aquele carro ali”. pessoal que depende de fatores relacionados com a intera-
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata cla- ção com o outro. Quando o atendente tem um envolvimen-
ramente o que podemos fazer com o outro quando pré- to baixo com o cliente, este percebe com clareza a sua falta
julgamos as situações. de compromisso. As preocupações excessivas, o trabalho
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo estafante, as pressões exacerbadas, a falta de liderança, o
é muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma
é e não é harmônico e com ele percebemos a essência dos interação fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimen-
fatos e situações. to não permite captar a essência dos desejos do cliente, o
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado que se traduz em insatisfação. Um exemplo simples disso é
a divisão de atenção por parte do atendente. Quando este
com a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de
divide a atenção no atendimento entre o cliente e os cole-
percepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas
gas ou outras situações, o cliente sente-se desrespeitado,
aquilo que nos interessa. Esta seleção age como um filtro,
diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa é
que deixa passar apenas o que convém. Esta filtragem está
de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
diretamente relacionada com a nossa condição física-psí-
Esta ação traz consequências negativas como: impos-
quica emocional. Como é isso? Vamos entender: sibilidade de escutar o cliente, falta de empatia, desrespei-
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e es- to com o seu tempo, pouca agilidade, baixo compromisso
cura, a sombra do galho de uma árvore pode me assustar, com o atendimento.
pois eu posso percebê-lo como um braço com uma faca Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutu-
para me apunhalar; ra adequada para o atendimento ao público, obrigando o
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento pes-
um cheiro agradável de comida; soal e telefônico, quando normalmente há um fluxo grande
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a de ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar os dois
parte mais amena da repreensão e reprimir a mais severa. tipos de atendimento, evitando problemas desta espécie.
Em alguns casos, a percepção seletiva age como meca- Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
nismo de defesa. * atender pessoalmente e interromper com o telefone
* atender o telefone e interromper com o contato di-
O ESTADO INTERIOR reto
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a * sair para tomar café ou lanchar
condição interna, o estado de espírito diante das situações. * conversar com o colega do lado sobre o final de se-
A atitude de quem atende o público está diretamente mana, férias, namorado, tudo isso no momento de atendi-
relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mento ao cliente.
mantém um equilíbrio interno, sem tensões ou preocupa- Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como
ções excessivas, as suas atitudes serão mais positivas frente um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao tra-
ao cliente. balho. O cliente deve ser poupado dele.
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensa-
mentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, Os desafios do profissional de atendimento
dão suporte as atitudes frente ao cliente. Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Al-
gumas situações exigem um alto grau de maturidade do
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensa-
atendente e é nestes momentos que este profissional tem
mentos negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vai-
a grande oportunidade de mostrar o seu real valor. Aqui
dade, as atitudes advindas deste estado, sofrerão as suas
estão duas destas situações.
influências e serão:
* Atitudes preconceituosas;
Encantando o cliente
* Atitudes de exclusão e repulsa; Fazer apenas o que está definido pela empresa como
* Atitudes de fechamento; sendo o seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as
* Atitudes de rejeição. necessidades do cliente, mas talvez não ultrapasse o nor-
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabi- mal.
lidade, para que o atendente consiga manter uma atitude Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que
positiva com os clientes e as situações. faz a grande diferença no atendimento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Atuação extra Neste artigo você aprenderá como funciona a mágica


A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente de um aparelho de fax.
que se caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não
estabelecidas nos procedimentos de trabalho. É produzir O conceito básico
um serviço acima da expectativa do cliente. Os aparelhos de fax já estão em cena de uma forma
ou de outra há mais de um século: Alexander Bain paten-
Autonomia teou o primeiro modelo de fax em 1843. Se observar alguns
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encan- dos primeiros modelos, você pode ter uma excelente ideia
tamento do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da de como eles funcionam hoje.
empresa. Mas, nem sempre a realidade é esta. Colocamos A maioria dos primeiros modelos empregava um cilin-
aqui porque o consumidor brasileiro ainda se encanta ao dro giratório. Para enviar um fax, você colocava a folha de
encontrar numa loja, um balconista que pode resolver as
papel no cilindro com a parte impressa virada para o lado
suas queixas sem se dirigir ao gerente.
de fora. O resto do aparelho funcionava mais ou menos
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao
deste jeito:
processo de tomada de decisão. Onde existir uma situa-
ção na qual o funcionário precise decidir, deve haver auto- havia um pequeno fotossensor dotado de uma lente
nomia. e uma luz;
No atendimento ao público, é fundamental haver auto- o fotossensor estava preso a um braço, de frente para
nomia do pessoal de linha de frente e é uma das condições a folha de papel;
básicas para o sucesso deste tipo de trabalho. à  medida que o cilindro girava, o braço movia-se de
Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo uma ponta a outra sobre a folha de papel.
de poder para atuar de acordo com a situação e esse poder Em outras palavras, o aparelho funcionava mais ou me-
deve ser conquistado. O poder aos funcionários serve para nos como um torno mecânico.
agilizar o negócio. Às vezes, a falta de autonomia se rela- O fotossensor era capaz de focalizar e ler uma minús-
ciona com fraca liderança do chefe. cula área da folha de papel, talvez algo em torno de 0,25
mm2. Essa pequena área do papel era preta ou branca. O
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, cilindro girava de modo que o fotossensor podia examinar
desburocratização, respeito, compromisso, organização. uma linha da folha de papel e em seguida descer para a
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o ou- próxima linha, realizando essa tarefa em passos ou numa
tro , não precisa passear pela empresa, ouvindo dos aten- espiral muito longa.
dentes: “Esse assunto eu não resolvo; é só com o fulano;
Para transmitir a informação através de uma linha te-
procure outro setor...”
lefônica, os primeiros aparelhos de fax utilizavam uma téc-
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra
nica muito simples: se o ponto do papel que o fotossensor
que a empresa está totalmente voltada para o cliente, pois
todo o sistema funciona para atendê-lo integralmente, e estivesse lendo fosse branco, o aparelho de fax enviava um
essa postura é vital, visto que a imagem transmitida pelo tipo de tom; se fosse preto, o aparelho enviava outro tipo
atendente é a imagem que será gerada no cliente em re- de tom (veja Como funcionam os modens para saber mais
lação à organização, dessa forma, ao atender, o atendente detalhes). Por exemplo, o aparelho podia enviar um tom de
precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa uma 800 Hz para o branco e um tom de 1.300 Hz para o preto.
marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas ati- No lado do receptor havia um mecanismo de cilindro
tudes devem estar em conformidade com a proposta de giratório semelhante e algum tipo de caneta para marcar
visão que essa organização possui, focando sempre em um o papel. O aparelho receptor aplicava a caneta ao papel
atendimento efetivamente eficaz e de qualidade. quando ouvia um tom de 1.300 Hertz, e a retirava ao ouvir
outro tom de 800 Hertz.

Os aparelhos de fax modernos


USO DE EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIOS: Os aparelhos de fax modernos não possuem cilindros
MATERIAIS DE CONSUMO, MÁQUINAS DE giratórios e são muito mais rápidos, porém o mecanismo
CALCULAR, COPIADORA, IMPRESSORA E básico que utilizam para realizar o serviço é o mesmo:
PERIFÉRICOS DO COMPUTADOR. Há algum tipo de sensor para ler o papel no lado trans-
missor. Em geral, um aparelho de fax moderno possui um
mecanismo de alimentação de papel que facilita o envio de
Hoje você entra em qualquer escritório, seja ele grande faxes com várias folhas;
ou pequeno, de alta ou baixa tecnologia, e encontra um Há algum modo padronizado de  codificar  as áreas
aparelho de fax. Ligado a uma linha telefônica, o fax  per- brancas e pretas que o aparelho de fax enxerga no papel,
mite enviar folhas de papel  impressas para qualquer outra para que elas possam viajar através da linha telefônica;
pessoa instantaneamente! Mesmo com a ajuda do FedEx e Há um mecanismo para registrar pontos pretos do pa-
do e-mail, é quase impossível fazer negócios sem um apa- pel no lado do receptor;
relhos desses.

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

O nome oficial de um aparelho de fax comum que você é muito barato construir uma impressora térmica;
encontra em qualquer escritório é máquina de fac-símile as impressoras térmicas não têm partes móveis, exceto
padrão CCITT (ITU-T) Grupo 3. A designação Grupo 3 diz a o mecanismo de alimentação do papel;
você quatro coisas sobre o aparelho de fax: não há necessidade de descartáveis como tinta ou fitas
ele será capaz de se comunicar com qualquer outro de impressão porque o papel já contém a tinta;
aparelho do Grupo 3; as impressoras térmicas são quase indestrutíveis;
ele possui uma resolução horizontal de 203 pontos por A única desvantagem fica por conta do papel que se
polegada (8 pontos/mm); desbota com o tempo tornando-se totalmente escuro se
ele possui três diferentes resoluções verticais: for deixado dentro de um lugar aquecido.
filme térmico: o filme térmico usa uma fita da largura
padrão: 98 linhas por polegada (3,85 linhas/mm); de uma página contendo uma tinta que funde-se no papel
fina: 196 linhas por polegada (7,7 linhas/mm); ao ser aquecida. Esse método é mais complicado meca-
super fina (oficialmente não é um padrão do Grupo 3, nicamente em relação ao papel térmico, porém é menos
mas é bastante utilizada): 391 linhas por polegada (15,4 li- complexo de usar do que a impressão a jato de tinta;
nhas/mm). impressão a jato de tinta: essa técnica no fax utiliza me-
ele pode transmitir dados a uma taxa máxima de 14.400 canismo idêntico ao encontrado numa impressora a jato
bits por segundo (bps), mas em geral reduzirá a velocidade de tinta.
para 12.000 bps, 9.600 bps, 7.200 bps, 4.800 bps ou 2.400 impressão a laser: essa técnica utiliza mecanismo idên-
bps se houver muito ruído na linha. tico ao encontrado numa impressora a laser.
Via de regra o aparelho de fax possui um CCD ou uma impressora de computador: na prática, o fax é recebido
matriz sensível de fotodiodos. São 1.728 sensores (203 pon- por um  fax modem  (um modem que reconhece padrões
tos por polegada), o que lhe permite ler uma linha inteira de dados do Grupo 3), armazenando a informação como
do documento de uma só vez. Um pequeno tubo fluores- arquivo gráfico no  disco rígido  do computador e depois
cente ilumina o papel para dar uma visão clara ao sensor. enviado para a impressora de computadores;
O sensor de imagem procura pelo preto ou pelo bran- Confira os links na próxima página para obter mais in-
co. Assim, uma única linha do documento pode ser repre- formações sobre aparelhos de fax e assuntos relacionados.
sentada por 1.728 bits. No modo padrão o documento é Fonte: http://tecnologia.hsw.uol.com.br/aparelhos-de-
composto de 1.145 linhas. O tamanho total do documento fax4.htm
é:
1.728 pontos por linha x 1.145 linhas = cerca de 2 mi-
lhões de bits de informação
Para reduzir o número de bits que serão transmiti- GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DE DOCUMENTOS:
dos, os aparelhos de fax do Grupo 3 utilizam três técnicas NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA; PROTOCOLOS,
de compressãodiferentes: RECEBIMENTO, REGISTRO, DISTRIBUIÇÃO,
Huffman Modificado (MH)
TRAMITAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS;
Read Modificado (MR)
Read Modificado Modificado (MMR) CLASSIFICAÇÃO, ARQUIVAMENTO E
Consulte a página Electronics Plus: teoria do fac-sími- ORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS.
le (em inglês) para ver uma descrição sobre esses tipos de
compressão. A idéia básica desses métodos consiste em
procurar por «séries» de bits da mesma cor. Por exemplo,
se uma linha da página for toda branca, o modem pode A arquivística ou arquivologia é uma ciência que estu-
transmitir em média uma dúzia de bits ao invés de todos da as funções do arquivo, e também os princípios e técni-
os 1.728 bits lidos naquela linha. Esse tipo de compressão cas a serem observados durante a atuação de um arquivis-
pode reduzir o tempo de transmissão, no mínimo pela me- ta sobre os arquivos. É a Ciência e disciplina que objetiva
tade e, em muitos documentos, até mais. Um documento gerenciar todas as informações que possam ser registra-
que contenha uma quantidade expressiva de espaços em das em documentos de arquivos. Para tanto, utiliza-se de
branco pode ser transmitido em poucos segundos. princípios, normas, técnicas e procedimentos diversos, que
Os bits do documento lido percorrem a linha telefônica são aplicados nos processos de composição, coleta, aná-
e chegam até o aparelho de fax receptor. Aqui os bits são lise, identificação, organização, processamento, desenvol-
decodificados, descomprimidos e reorganizados na forma vimento, utilização, publicação, fornecimento, circulação,
das linhas capturadas no documento original. Existem cin- armazenamento e recuperação de informações.
co maneiras comuns de se imprimir o fax, dependendo do O arquivista é um profissional de nível superior, com
tipo de aparelho receptor: formação em arquivologia ou experiência reconhecida
papel térmico: quando os aparelhos de fax começa- pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições públicas
ram sua invasão em massa aos escritórios na década de 80, ou privadas, centros de documentação, arquivos privados
a maioria utilizava papel térmico. Esse papel é recoberto ou públicos, instituições culturais etc. É o responsável pelo
de produtos químicos que reagem ao calor, tornando-se gerenciamento da informação, gestão documental, conser-
pretos. O papel térmico possui diversas vantagens impor- vação, preservação e disseminação da informação contida
tantes: nos documentos. Também tem por função a preservação

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídi- Princípio da Organicidade: As relações administra-


ca), instituição e, em última instância, da sociedade como tivas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A
um todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos es-
e da elaboração de instrumentos de pesquisa, observando pelham a estrutura, funções e atividades da entidade pro-
as três idades dos arquivos: corrente, intermediária e per- dutora/acumuladora em suas relações internas e externas.
manente.
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estu- Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero,
dos e técnicas de organização sistemática e conservação tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu
de arquivos, na elaboração de projetos e na implantação de caráter único, em função do contexto em que foram pro-
instituições e sistemas arquivísticos, no gerenciamento da duzidos.
informação e na programação e organização de atividades
culturais que envolvam informação documental produzida Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os
pelos arquivos públicos e privados. Uma grande dificulda- fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão,
de é que muitas organizações não se preocupam com seus mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição
arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho indevida.
deste profissional, delegando a outros profissionais as ati-
vidades específicas do arquivista. Isto provoca problemas Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma for-
quanto à qualidade do serviço e de tudo o que, direta ou mação progressiva, natural e orgânica.
indiretamente, depende dela.
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou re- Classificação
cebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que os A escolha da forma de ordenação depende muito da
mantém ordenadamente como fonte de informação para a natureza dos documentos. Vejam os métodos básicos:
execução de suas atividades. Os documentos preservados Ordenação Alfabética: disposição dos documentos ou
pelo arquivo podem ser de vários tipos e em vários supor- pastas de acordo com a sequência das letras do alfabeto.
tes. As entidades mantenedoras de arquivos podem ser pú- Pode ser classificada em enciclopédico e dicionário quando
blicas (Federal, Estadual Distrital, Municipal), institucionais, se trata de assuntos.
comerciais e pessoais. Ordenação Cronológica: disposição dos documentos
Um documento (do latim documentum, derivado de ou pastas de acordo com a sucessão temporal.
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo Ordenação Geográfica: disposição de acordo com as
gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão unidades territoriais (países, estados, municípios, distritos,
ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, do- bairros e outras).
cumentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas Ordenação Temática: disposição de acordo com temas
ou escritos que carregam um valor probatório. ou assuntos.
Documento arquivísticos: Informação registrada, inde- Ordenação Numérica: disposição de acordo com a se-
pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebida quência numérica atribuída aos documentos. Depende de
no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa e um índice auxiliar para busca de dados.
que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para
servir de prova dessa atividade. Ex.: Na pasta MANUTENÇÃO PRÉDIO você poderá ar-
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como dis- quivar os documentos em ordem cronológica, assim sendo
ciplina, a partir da segunda metade do século XIX, talvez teríamos: primeiro o Memorando pedindo o conserto, de-
nada tenha sido tão revolucionário quanto o desenvolvi- pois a resposta do ESTEC solicitando a compra de torneira
mento da concepção teórica e dos desdobramentos práti- nova, em seguida a Informação de que já foi adquirida a
cos da gestão. torneira, e por último a Informação do ESTEC que o serviço
foi concluído.
PRINCÍPIOS: É importante no Arquivo que os documentos de uma
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal mesma função sejam guardados juntos, para que se perce-
da diferença entre a arquivística e as outras “ciências” do- ba como começou a ação e como terminou, formando as-
cumentárias. São eles: sim os dossiês de fácil compreensão para quem pesquisa.
Arquivamento: guarde os documentos dentro das pas-
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do do- tas e das caixas já contidas no setor ou monte-as de acordo
cumento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, com o plano de classificação.
os arquivos devem ser organizados em obediência à com- Nesse último caso faça as etiquetas indicando o código
petência e às atividades da instituição ou pessoa legitima- da atividade correspondente. Não se esqueça de anotar no
mente responsável pela produção, acumulação ou guarda canto superior esquerdo da pasta os códigos da Unidade/
dos documentos. Arquivos originários de uma instituição Órgão/área respectivos.
ou de uma pessoa devem manter a respectiva individuali- Empréstimo de Documentos: para se controlar melhor
dade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não os documentos que saem do arquivo e para garantir a inte-
devendo ser mesclados a outros de origem distinta. gridade do mesmo, é interessante que se adote um sistema
de controle de empréstimo de documentos.

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Você pode criar um formulário de Requisição de Docu- Classificação Ideológica


mentos com os seguintes dados: A classificação ideológica, também designada como
ideográfica, metódica ou analítica baseia-se, fundamental-
- a) Identificação do documento. mente, na divisão de assuntos, ideias, conceitos e outras
- b) Classificação ou pasta a qual ele pertence. divisões, sendo os documentos referentes a um mesmo as-
- c) O nome do requisitante e o setor. sunto ou objeto de conhecimento, ordenados segundo um
- d) Assinatura e datas de empréstimo e devolução. conceito chave ou ideia de agrupamento, colocando-se a
Lembre-se: “O arquivamento correto e a localização seguir, de forma alfabética.
imediata dos documentos, depende, em grande parte, da Este sistema parte da análise de um assunto e divide-o
precisão e cuidado com que são executadas cada uma des- em grupos e subgrupos com características cada vez mais
sas operações.”. particulares e restritas exigindo um certo controlo e disci-
plina devido à grande variedade de palavras com significa-
Classificação Cronológica dos análogo.
A classificação cronológica tem por base a possibilida- Para aplicar este sistema é necessário elaborar um
de em agrupar determinado número de documentos de instrumento de trabalho que sirva de orientação para a
acordo com as divisões naturais do tempo: anos, meses, se- classificação de assuntos nos arquivos e que se designa
manas, dias e horas. Este sistema, como se pode observar, normalmente por classificador ou listagem por assuntos.
é muito semelhante ao sistema numérico simples e utiliza- O classificador deve ser elaborado respeitando um deter-
se, muitas das vezes, em combinação com outros sistemas minado número de regras, tais como, evitar as abstrações
classificativos, sobretudo, o alfabético. (por abrangerem matérias demasiado vastas) e afastar a
A localização de um documento classificado cronolo- utilização de palavras com significados análogos, colocan-
gicamente requer um conhecimento perfeito da data exata do-se na lista uma remissiva para a palavra-chave que está
(ano, mês ou dia) sem a qual não será possível localizá-lo. a ser utilizada.
Este tipo de classificação não oferece especiais dificuldades Para que o nosso trabalho fique completo deve-se sub-
quando se procede a incorporação de novos documentos. meter à listagem a uma cuidadosa avaliação pelos utentes
Quando se pretende localizar e recuperar os documentos é do arquivo, de forma a poder introduzir os melhoramentos
necessário elaborar fichas remissivas alfabéticas, por exem- necessário que permitam a recuperação dos documentos
plo, de assuntos, que possibilitam a indicação da data do arquivados Este instrumento deve ser periodicamente re-
documento. visto e atualizado, e deve refletir a estrutura interna do or-
As conservatórias do Registro Civil, por exemplo, são ganismo.
serviços onde a ordenação e pesquisa de documentos é As principais vantagens atribuídas a este sistema clas-
elaborada mediante recurso às datas de nascimento, ca- sificativo resultam do fato de se poder ter uma visão global
samento, morte e de outros assuntos. Este tipo de classi- dos assuntos que são abordados na documentação, permi-
ficação é aplicado em arquivos de documentos de origem tir o agrupamento dos documentos de acordo com o seu
contabilística: faturas, pagamentos de contribuições, orde- conteúdo, ser extensível até ao infinito e de ser altamente
nados e outros assuntos relacionados com esta e em Ar- flexível.
quivos Históricos e Etnográficos, uma vez que proporciona A técnica que se costuma aplicar na divisão dos assun-
a ligação do passado ao presente e nos mostrando-nos a tos é a seguinte:
evolução das instituições ao longo da história. Divisão do assunto em capítulos
Divisão de cada capítulo em famílias
Classificação Geográfica Divisão de cada família em grupos, representando as-
Este sistema utiliza um método idêntico ao cronológico suntos especializados
com a diferença de que os documentos são classificados e Divisão eventual de cada grupo em subgrupos, indi-
agrupados com base nas divisões geográficas/administra- cando uma divisão particular
tivas do globo: países, regiões, províncias, distritos, conse-
lhos, cidades, vilas, aldeias, bairros, freguesias, ruas e ou- Classificação Decimal
tros critérios geográficos e de localização. O sistema de classificação decimal pode ser conside-
Este sistema é combinado com outros sistemas classi- rado um critério classificativo resultante da combinação da
ficativos, como por exemplo; o alfabético, o numérico ou o classificação numérica com a ideológica.
decimal, com vista a um melhor acondicionamento e loca- Este método classificativo foi idealizado pelo bibliote-
lização dos documentos e a sua informação. cário norte-americano Mevil Dewey que a definia, na es-
O sistema de classificação geográfica resulta do fato de sência, como uma classificação de assuntos relacionados
haver necessidade de localizar fato ou pessoas num espaço a um índice relativo. Não só foi criada para a arrumação
geográfico determinado, como por exemplo; as coleções dos livros nas prateleiras mas também para indicações nos
ou séries filatélicas que normalmente são agrupadas por catálogos, recortes notas, manuscritos e de um modo ge-
localidades, países, regiões e outros critérios relacionados ral, todo material literário de qualquer espécie. Foi aplicado
com estes. É muito utilizado em museus etnográficos e de pela primeira vez a partir de 1851, na biblioteca de Amhrest
arte popular. College de Massachussets, nos Estado Unidos da América e
com bons resultados.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

A classificação decimal consiste, essencialmente, na di- Classificação: por ser uma classificação no sentido res-
visão dos assuntos ou matérias em 10 grupos de primeira trito da palavra agrupa ideias nos seus aspectos concor-
ordem ou categoria (0 a 9) que por sua vez se podem sub- dantes.
dividir em grupos de segunda ordem e assim sucessiva- Universalidade: inclui cada um dos ramos do conheci-
mente. Assim, por exemplo, ao grupo de primeira categoria mento humano, encarando-os sob os vários aspectos.
ou principal é atribuída a seguinte numeração: Decimalidade: a totalidade do conhecimento humano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 é dividida em dez classes, cada uma das quais, por sua vez,
Sendo as divisões de segunda categoria e derivadas do se subdivide de novo decimalmente, pela adição de cifras
grupo 5 as seguintes: decimais.
50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 Este sistema é mais utilizado em bibliotecas e serviços
Ainda se pode subdividir o grupo de segunda categoria de documentação para a elaboração de ficheiros por as-
o nº 55 noutro de terceira categoria: suntos ou matérias e posterior catalogação e arrumação do
550 551 552 553 554 555 556 557 558 559 material bibliográfico. Em Portugal, o uso deste sistema de
Com este sistema pretendia-se abranger a totalidade classificação é generalizado, tanto nas Bibliotecas Universi-
dos assuntos ou matérias que iriam ser objeto de classifica- tárias, como nas Bibliotecas Públicas e Escolares.
ção, baseando-se no principio de que a formação dos nú- A CDU tem vindo a ser continuamente ampliada e mo-
meros decimais é ilimitada e entre dois números decimais, dificada para fazer face ao surgimento de novos concei-
consecutivos da mesma ordem, podem intercalar-se outros tos e conhecimentos do saber humano, principalmente, na
dez da ordem imediatamente inferior. área da ciência e tecnologia.
Exemplo: A CDU é composta por:
51. Expediente e arquivo Uma tabela principal de matérias, que enumera hierar-
510. Expediente e arquivo em geral quicamente o conhecimento, nas referidas 10 classes. As
511. Arquivo divisões principais são:
512. Seleção documental
513. Reprografia 0 Generalidades
514. Entrada e saída de correspondência 1 Filosofia. Psicologia
5140. Entrada de correspondência 2 Religião. Teologia
3 Ciências Sociais
5141. Saída de correspondência
4 Classe atualmente não usada
515. Serviços auxiliares
5 Ciências Exatas. Ciências naturais
5150. Serviços auxiliares em geral
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia
5151. Transportes pelas cantinas
7 Arte. Arquitetura. Recreação e Desporto
516. Telefone
8 Linguística. Língua. Literatura
517. Viaturas
9 Geografia. Biografia. História
Apesar deste sistema de classificação ter imensos sim-
patizantes devido à sua aparente simplicidade acontece, Cada classe principal subdivide-se decimalmente em
porém, que enferma de alguns inconvenientes, entre os subclasses que por sua vez também se subdividem em
quais, a rigidez que impõe na divisão dos vários ramos do áreas cada vez mais especializadas.
conhecimento humano; é um sistema relativamente moro- As tabelas auxiliares, que representam não assuntos,
so, quer na sua construção, quer na sua aplicação à organi- mas formas de os especificar (por lugar, tempo, forma, lín-
zação espacial do arquivo e posterior localização, exigindo gua, etc.), flexibilizando muito mais a representação dos
pessoal especializado. conceitos.
Um índice, lista alfabética de conceitos. A cada con-
Classificação Decimal Universal (CDU) ceito corresponde uma notação que serve de guia na con-
A classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema sulta da tabela principal, para mais fácil e rapidamente se
de classificação uniformizado e normalizado, amplamente localizar a notação adequada ao assunto que se pretende
usado nacional e internacionalmente, que visa cobrir e or- pesquisar.
ganizar a totalidade do conhecimento humano. Uma das principais vantagens desta classificação reside
Henri Lafontaine e Paul Otlet publicaram, em 1905, a na sua dimensão universal e internacional, dada a sua in-
primeira edição do que viria a ser a Classificação Decimal dependência face a todas as expressões idiomáticas, o que
Universal. Esta primeira edição do  Manuel du Repertoire facilita enormemente a pesquisa e a troca de informação
Bibliografique Universal é um desenvolvimento do esque- ao nível internacional.
ma base utilizado por Dewey que distribui a totalidade do No seguimento do exemplo anterior, tal significa que a
conhecimento em dez grandes classes, que por sua vez, notação 37 e o conceito que lhe está associado, é igual em
são divididas em dez subclasses que se dividem em dez todas as bibliotecas do mundo que adotem este sistema
grupos. Cada conceito é traduzido por uma notação nu- de classificação.
mérica ou alfanumérica por exemplo, ao conceito geral de O seu grande inconveniente resulta da sua aplicação
educação corresponde a notação numérica 37. que exige pessoal altamente especializado dado que é um
A CDU baseia-se em três princípios fundamentais os grande risco classificar matérias diferentes com o mesmo
quais são: número.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Classificação Automática ASSUNTO/TIPO DOCUMENTAL: Os assuntos/tipos do-


As operações de classificação podem ser objeto de cumentais relacionados na Tabela correspondem aos docu-
uma automatização em moldes parciais, já que a inteligên- mentos produzidos pelas atividades-meio dos órgãos. São
cia humana continua a ser indispensável para selecionar o tipos documentais já consagrados pelo uso e alguns iden-
assunto principal e determinar as informações secundárias. tificados na legislação que regula as atividades do setor.
Atualmente a sua aplicação é feita a título experimental em
algumas bibliotecas. PRAZO DE ARQUIVAMENTO: O tempo de guarda dos
A classificação automática assenta no seguinte princí- documentos está relacionado ao seu ciclo de vida. Aos ar-
pio geral: ao caracterizar diversos objetos de uma coleção quivos setoriais interessa ter acesso aos documentos que
organizando-os por séries de atributos (data, forma, língua, estão sujeitos a consulta diariamente. O prazo de arquiva-
domínio, e outros), é possível comparar, agrupando, de mento não deve exceder a cinco anos, incorrendo no risco
dois em dois e contar para cada par o número de atributos de acumular documentos desnecessários ao uso corrente e
comuns. O resultado conduz à colocação em conjunto dos dificultar o acesso.
objetos que possuem características frequentes, constituin- A documentação que cumpriu sua função imediata,
do classes não à priori mas sim à posteriori. mas contém informações de caráter probatório, deve ser
O interesse que desperta a classificação automática transferida para o arquivo intermediário do órgão. Docu-
situa-se ao nível da pesquisa documental. Ela permanece mentos com longo período de valor probatório poderão
sem utilidade em organizações que já possuem a classi- ser transferidos à Divisão de Documentação Intermediária
ficação física das obras, sendo incapaz de recriar auto- do Arquivo Público do Estado. O terceiro estágio prevê o
maticamente um esquema classificatório. A concepção e recolhimento da documentação produzida pelos órgãos
desenvolvimento de uma linguagem classificatória e a sua públicos que tem informações sobre o desempenho de sua
aplicação a um determinado fundo documental são de função junto à sociedade. Esta produção documental de
competência exclusiva do domínio do homem. valor permanente receberá um tratamento arquivístico que
A Associação Internacional para a Classificação situada contempla sua conservação, arranjo e descrição para estar
na Alemanha publica sob o patrocínio da FID (Federação disponível à pesquisa.
Internacional de Documentação, a revista  International
Classification onde se apresentam estudos sobre a teoria COMO UTILIZAR A TABELA DE TEMPORALIDADE
dos conceitos, a terminologia sistemática e a organização A Tabela de Temporalidade de Documentos deve ser
do saber. Estas organizações e outras interessam-se pelos utilizada no momento de classificação e avaliação da docu-
métodos matemáticos aplicáveis neste domínio. mentação. Proceder da seguinte forma:
ƒ verificar se os documentos estão classificados de
Tabela de temporalidade de documentos de arqui- acordo com os assuntos do Código de Classificação de Do-
vo. cumentos; ƒ documentos que se referem a dois ou mais
A Tabela de Temporalidade de Documentos é o instru- assuntos, deverão ser classificados e agrupados ao con-
mento resultante da avaliação documental, aprovado por junto documental (dossiê, processo ou pasta) que possui
autoridade competente, que define prazos de guarda e a maior prazo de arquivamento ou que tenha sido destinado
destinação de cada série documental. à guarda permanente; ƒ o prazo de arquivamento deve se
A efetiva implementação de tais instrumentos objetiva contar a partir do primeiro dia útil do exercício seguinte ao
a simplificação e racionalização dos procedimentos de ges- do arquivamento do documento, exceto aqueles que ori-
tão dos documentos e das informações, ou seja, permitirá ginam despesas, cujo prazo de arquivamento é contado a
uma considerável redução da massa documental acumula- partir da aprovação das contas pelo Tribunal de Contas; ƒ
da, eliminando enormes volumes de documentos rotinei- eliminar as cópias e vias, quando o documento original es-
ros e desprovidos de valor que justifique a sua guarda, com tiver no conjunto documental (dossiê, processo ou pasta); ƒ
consequente otimização do espaço físico e racionalização proceder ao registro dos documentos a serem eliminados;
de custos, e sobretudo garantirá a preservação dos docu- ƒ elaborar listagem dos documentos destinados à transfe-
mentos de guarda permanente, de relevante valor informa- rência para o arquivo intermediário do órgão ou entidade,
tivo e probatório. ou para a Divisão de Documentação Intermediária do Ar-
A Tabela de Temporalidade é o registro esquemático quivo Público do Estado;
do ciclo de vida dos documentos, determinando os prazos
de guarda no arquivo corrente ou setorial, sua transferên- OBS. Quando houver processo judicial os prazos de
cia para o arquivo intermediário ou geral, a eliminação ou arquivamento devem ser suspensos até a conclusão do
recolhimento para a Divisão de Documentação Permanen- mesmo.
te do Arquivo Público do Estado.
A Tabela é um instrumento da gestão documental e PROTOCOLO:
passível de alterações na medida em que a produção de É conhecimento da grande maioria que os arquivos
documentos se altera, devido a mudanças sociais, admi- possuem hoje uma notoriedade muito melhor do que já se
nistrativas e jurídicas. No entanto, alterações de qualquer viu há algum tempo. Contudo, esse reconhecimento ainda
natureza devem partir do órgão regulador da política de não é o desejado. Para que os arquivos alcancem um nível
arquivos. de importância ainda maior, é necessário que sejam geri-

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

dos da forma correta, a fim de evitar o acúmulo de massas Após essa etapa, os documentos devem seguir seu cur-
documentais desnecessárias, de agilizarem ações dentro so, a fim de cumprirem suas funções. Para que isto ocorra,
de uma instituição, enfim, que cumpram a sua função, seja devem ser distribuídos e classificados da forma correta, ou
desde o valor probatório até o cultural. seja, chegar ao seu destinatário Para isto, recomenda-se:
Considera-se gestão de documentos o conjunto de Separar as correspondências de caráter ostensivo das
procedimentos e operações técnicas referentes à sua pro- de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos
dução, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase seus respectivos destinatários;
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou reco- Tomar conhecimento das correspondências de caráter
lhimento para a guarda permanente. ostensivo por meio da leitura, requisitando a existência de
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a se- antecedentes, se existirem;
tores encarregados do recebimento, registro, distribuição Classificar o documento de acordo com o método da
e movimentação dos documentos em curso; denominação instituição; carimbando-o em seguida;
atribuída ao próprio número de registro dado ao docu- Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao
mento; Livro de registro de documentos recebidos e/ou protocolo.
expedidos. Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando
É de conhecimento comum o grande avanço que a hu- a segunda via da ficha ao documento;
manidade teve nos últimos anos. Dentre tais avanços, in- Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora
com os dados das fichas de protocolo;
cluem-se as áreas que vão desde a política até a tecnológi-
ca. Tais avanços contribuíram para o aumento da produção
Arquivar as fichas de protocolo.
de documentos. Cabe ressaltar que tal aumento teve sua
A tramitação de um documento dentro de uma ins-
importância para a área da arquivística, no sentido de ter
tituição depende diretamente se as etapas anteriores fo-
despertado nas pessoas a importância dos arquivos. Entre-
ram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com
tanto, seja por descaso ou mesmo por falta de conhecimen- o auxílio do protocolo, saber sua exata localização, seus
to, a acumulação de massas documentais desnecessárias dados principais, como data de entrada, setores por que
foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas fun-
por inviabilizar que os arquivos cumpram suas funções fun- ções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da
damentais. Para tentar sanar esse e outros problemas, que instituição, acelerando assim, processos que anteriormente
é recomendável o uso de um sistema de protocolo. encontravam dificuldades, como a não localização de do-
É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos cor- cumentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de
rentes podem exercer funções de protocolo (recebimento, valor probatório, por exemplo.
registro, distribuição, movimentação e expedição de do- Após cumprirem suas respectivas funções, os docu-
cumentos), daí a denominação comum de alguns órgãos mentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eli-
como Protocolo e Arquivo. E é neste ponto que os proble- minação ou recolhimento. É nesta etapa que a expedição
mas têm seu início. Geralmente, as pessoas que lidam com de documentos torna-se importante, pois por meio dela,
o recebimento de documentos não sabem, ou mesmo não fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, poden-
foram orientadas sobre como proceder para o documento do-se assim decidir de uma forma mais confiável, o destino
cumpra a sua função na instituição. Para que este proble- do documento. Dentre as recomendações com relação a
ma inicial seja resolvido, a implantação de um sistema de expedição de documentos, destacam-se:
base de dados, de preferência simples e descentralizado, Receber a correspondência, verificando a falta de ane-
permitindo que, tão logo cheguem às instituições, os docu- xos e completando dados;
mentos fossem registrados, pelas devidas pessoas, no seu Separar as cópias, expedindo o original;
próprio setor de trabalho seria uma ótima alternativa. Tal Encaminhar as cópias ao Arquivo.
ação diminuiria o montante de documentos que chegam É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não
as instituições, cumprem suas funções, mas sequer tiveram valem como regras, visto que cada instituição possui suas
sua tramitação ou destinação registrada. tipologias documentais, seus métodos de classificação,
enfim, surgem situações diversas. Servem apenas como
Algumas rotinas devem ser adotadas no registro do-
exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição.
cumental, afim de que não se perca o controle, bem como
surjam problemas que facilmente poderiam ser evitados
CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
(como o preenchimento do campo Assunto, de muita im-
Desde o desenvolvimento da arquivologia como disci-
portância, mas que na maioria das vezes é feito de forma
plina, a partir da segunda metade do século XIX, talvez nada
errônea). Dentre as recomendações de recebimento e re- a tenha revolucionado tanto quanto concepção teórica e os
gistro, destaca-se: desdobramentos práticos da gestão ou a administração de
Receber as correspondências, separando as de caráter documentos estabelecidos após a Segunda Guerra Mun-
oficial da de caráter particular, distribuindo as de caráter dial. Para alguns, trata-se de um conceito emergente, alvo
particular a seus destinatários. de controvérsias e ainda restrito, como experiência, a pou-
cos países.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Segundo o historiador norte americano Lawrence Bur- O código de classificação de documentos de arquivo é
net, a gestão de documentos é uma operação arquivística um instrumento de trabalho utilizado para classificar todo
“o processo de reduzir seletivamente a proporções mani- e qualquer documento produzido ou recebido por um ór-
puláveis a massa de documentos, que é característica da ci- gão no exercício de suas funções e atividades. A classifica-
vilização moderna, de forma a conservar permanentemen- ção por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os
te os que têm um valor cultural futuro sem menosprezar a documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar
integridade substantiva da massa documental para efeitos sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacio-
de pesquisa”. nadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência,
Por outro lado, alguns concebem a gestão de docu- recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que
mentos como a aplicação da administração científica com o trabalho arquivísticos é realizado com base no conteúdo
do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e
fins de eficiência e economia, sendo os benefícios para os
determina o uso da informação nele contida. A classifica-
futuros pesquisadores considerados apenas meros subpro-
ção define, portanto, a organização física dos documentos
dutos. Situando-se entre esses dois extremos, a legislação
arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua
norte americana estabelece a seguinte definição: recuperação.
O planejamento, o controle, a direção, a organização, a No código de classificação, as funções, atividades, es-
capacitação, a promoção e outras atividades gerenciais re- pécies e tipos documentais genericamente denominados
lacionadas com a criação de documentos, sua manutenção, assuntos, encontram-se hierarquicamente distribuídos de
uso e eliminação, incluindo o manejo de correspondência, acordo com as funções e atividades desempenhadas pelo
formulários, diretrizes, informes, documentos informáticos, órgão. Em outras palavras, os assuntos recebem códigos
microformas, recuperação de informação, fichários, correios, numéricos, os quais refletem a hierarquia funcional do ór-
documentos vitais, equipamentos e materiais, máquinas re- gão, definida através de classes, subclasses, grupos e sub-
prográficas, técnicas de automação e elaboração de dados, grupos, partindo-se sempre do geral para o particular.
preservação e centros de arquivamento intermediários ou A classificação deve ser realizada por servidores treina-
outras instalações para armazenagem. dos, de acordo com as seguintes operações.
Sob tal perspectiva, a gestão cobre todo o ciclo de a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a
existência dos documentos desde sua produção até serem fim de verificar sob que assunto deverá ser classificado e
eliminados ou recolhidos para arquivamento permanente, quais as referências cruzadas que lhe corresponderão. A
ou seja, trata-se de todas as atividades inerentes às idades referência cruzada é um mecanismo adotado quando o
corrente e intermediária. conteúdo do documento se refere a dois ou mais assuntos.
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código
De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivís-
correspondente ao assunto de que trata o documento.
tica, do Conselho Internacional de Arquivos, a gestão de
documentos diz respeito a uma área da administração geral ROTINAS CORRESPONDENTES ÀS OPERAÇÕES DE
relacionada com a busca de economia e eficácia na produ- CLASSIFICAÇÃO
ção, manutenção, uso e destinação final dos mesmos. 1. Receber o documento para classificação;
Por meio do Ramp/PGI, a Unesco procurou também 2. Ler o documento, identificando o assunto principal e
abordar o tema conforme trabalho de James Rhoads. A o(s) secundário(s) de.
função da gestão de documentos e arquivos nos sistemas Acordo com seu conteúdo;
nacionais de informação, segundo o qual um programa ge- 3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação
ral de gestão de documentos, para alcançar economia e de documentos de arquivo, utilizando o índice, quando ne-
eficácia, envolve as seguintes fases: cessário;
Produção: concepção e gestão de formulários, prepa- 4. Anotar o código na primeira folha do documento;
ração e gestão de correspondência, gestão de informes e 5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assun-
diretrizes, fomento de sistemas de gestão da informação e tos secundários.
aplicação de tecnologias modernas a esses processos;
Utilização e conservação: criação e melhoramento dos A avaliação constitui-se em atividade essencial do ci-
sistemas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de clo de vida documental arquivísticos, na medida em que
correio e telecomunicações, seleção e uso de equipamento define quais documentos serão preservados para fins ad-
ministrativos ou de pesquisa e em que momento poderão
reprográfico, análise de sistemas, produção e manutenção
ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário
de programas de documentos vitais e uso de automação e
e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que
reprografia nestes processos;
apresentam para a administração que os gerou e para a
Destinação: a identificação e descrição das séries do- sociedade.
cumentais, estabelecimento de programas de avaliação e Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a ava-
destinação de documentos, arquivamento intermediário, liação de documentos no serviço público datam do final do
eliminação e recolhimento dos documentos de valor per- século passado, em países da Europa, nos Estados Unidos
manente às instituições arquivísticas. e no Canadá. No Brasil, a preocupação com a avaliação de
documentos públicos não é recente, mas o primeiro passo

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

para sua regulamentação ocorreu efetivamente com a lei A tabela de temporalidade deverá contemplar as ativi-
federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que em seu artigo dades meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta
9º dispõe que “a eliminação de documentos produzidos forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade e des-
por instituições públicas e de caráter público será realizada tinação dos documentos relativos às suas atividades espe-
mediante autorização de instituição arquivística pública, na cíficas, complementando a tabela básica. Posteriormente,
sua específica esfera de competência”. esta deverá ser encaminhada à instituição arquivística pú-
O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técni- blica para aprovação e divulgação, por meio de ato legal
co sob o título Orientação para avaliação e arquivamento que lhe confira legitimidade.
intermediário em arquivos públicos, do qual constam dire- A tabela de temporalidade é um instrumento arquivís-
trizes gerais para a realização da avaliação e para a elabo- tico resultante de avaliação, que tem por objetivos definir
ração de tabelas de temporalidade. Em 1986, iniciaram-se prazos de guarda e destinação de documentos, com vista
as primeiras atividades de avaliação dos acervos de caráter a garantir o acesso à informação a quantos dela necessi-
intermediário sob a guarda da então Divisão de Pré Ar- tem. Sua estrutura básica deve necessariamente contem-
quivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação plar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por
de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos
e, consequentemente, à redução do volume documental e de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação
racionalização do espaço físico. final – eliminação ou guarda permanente –, além de um
A metodologia adotada à época envolveu pesquisas campo para observações necessárias à sua compreensão
na legislação que regula a prescrição de documentos ad- e aplicação.
ministrativos, e entrevistas com historiadores e servidores Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utiliza-
responsáveis pela execução das atividades nos órgãos pú- ção do instrumento:
blicos, que forneceram as informações relativas aos valores 1. Assunto: Neste campo são apresentados os con-
primário e secundário dos documentos, isto é, ao seu po- juntos documentais produzidos e recebidos, hierarquica-
tencial de uso para fins administrativos e de pesquisa, res- mente distribuídos de acordo com as funções e atividades
pectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que restrito à desempenhadas pela instituição. Para possibilitar melhor
identificação do conteúdo da informação, foram emprega-
documentação já depositada no arquivo intermediário do
das funções, atividades, espécies e tipos documentais, ge-
Arquivo Nacional foi constituída, em 1993, uma Comissão
nericamente denominados assuntos, agrupados segundo
Interna de Avaliação que referendou os prazos de guarda e
um código de classificação, cujos conjuntos constituem o
destinação propostos.
referencial para o arquivamento dos documentos.
Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalida-
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice,
de para documentos da então Secretaria de Planejamento,
que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeti-
Orçamento e Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993,
camente para agilizar a sua localização na tabela.
um grupo de trabalho composto por técnicos do Arquivo
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário
Nacional e daquela secretaria, cujos resultados, relativos as
para arquivamento dos documentos nas fases corrente e in-
atividades-meio, serviriam de subsídio ao estabelecimen- termediária, visando atender exclusivamente às necessida-
to de prazos de guarda e destinação para os documentos des da administração que os gerou, mencionado, preferen-
da administração pública federal. A tabela, elaborada com cialmente, em anos. Excepcionalmente, pode ser expresso
base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos, a partir de uma ação concreta que deverá necessariamente
foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Na- ocorrer em relação a um determinado conjunto documen-
cional para aprovação. tal. Entretanto, deve ser objetivo e direto na definição da
Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologa-
(Conarq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, ção da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo es-
a Câmara Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para tabelecido para a fase corrente relaciona-se ao período em
dar suporte às atividades do conselho. Sua primeira tarefa que o documento é frequentemente consultado, exigindo
foi analisar e discutir a tabela de temporalidade elabora- sua permanência junto às unidades organizacionais. A fase
da pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/SEPLAN, com intermediária relaciona-se ao período em que o documen-
o objetivo de torná-la aplicável também aos documentos to ainda é necessário à administração, porém com menor
produzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e frequência de uso, podendo ser transferido para depósito
municipal, servindo como orientação a todos os órgãos em outro local, embora à disposição desta.
participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas
O modelo ora apresentado constitui-se em instrumen- formas de concentração dos arquivos, seja ao nível da ad-
to básico para elaboração de tabelas referentes as ativida- ministração (fases corrente e intermediária), seja no âmbito
des-meio do serviço público, podendo ser adaptado de dos arquivos públicos (permanentes ou históricos). Assim,
acordo com os conjuntos documentais produzidos e rece- a distribuição dos prazos de guarda nas fases corrente e
bidos. Vale ressaltar que a aplicação da tabela deverá estar intermediária foi definida a partir das seguintes variáveis:
condicionada à aprovação por instituição arquivística pú- I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com
blica na sua específica esfera de competência. serviços de arquivamento intermediário:

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada
enquadram nesta variável, há necessidade de redistribui- mais é do que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sen-
ção dos prazos, considerando-se as características de cada tido mais simples, guardar é arquivar.
fase, desde que o prazo total de guarda não seja alterado, Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre
de forma a contemplar os seguintes setores arquivísticos: o verdadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indis-
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao cutivelmente, por anos e anos, estas instituições tiveram
arquivo da unidade organizacional); mais ou menos o mesmo objetivo. Eram elas depósitos de
- arquivo central (fase intermediária I, que corresponde tudo o que se produzira a mente humana, isto é, do resul-
ao setor de arquivo geral/central da instituição); tado do trabalho intelectual e espiritual do homem.
- arquivo intermediário (fase intermediária II, que cor- O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens,
responde ao depósito de arquivamento intermediário, ge- evita repetição desnecessárias de experiências, diminui a
ralmente subordinado à instituição arquivística pública nas duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito,
esferas federal, estadual e municipal). o que já foi feito e os resultados obtidos. Constitui fonte de
II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o
com serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos
administrador a tomada de decisões.
situados nesta variável, as unidades organizacionais são
responsáveis pelo arquivamento corrente e o arquivo cen-
Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utiliza-
tral funciona como arquivo intermediário, obedecendo aos
dos em arquivos são:
prazos previstos para esta fase e efetuando o recolhimento
ao arquivo permanente.
III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam Método alfabético: É o sistema mais simples, fácil, lógi-
com serviços de arquivamento intermediário: Nesta variá- co e prático, porque obedecendo à ordem alfabética pode-
vel, as unidades organizacionais também funcionam como se logo imaginar que não apresentará grandes dificuldades
arquivo corrente, transferindo os documentos – depois de nem para a execução do trabalho de arquivamento, nem
cessado o prazo previsto para esta fase – para o arquivo para a procura do documento desejado, pois a consulta é
intermediário, que promoverá o recolhimento ao arquivo direta.
permanente.
IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem Método numérico simples: Consiste em numerar as
contam com serviços de arquivamento intermediário: pastas em ordem da entrada do correspondente ou as-
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades sunto, sem nenhuma consideração à ordem alfabética dos
organizacionais são igualmente responsáveis pelo arquiva- mesmos, dispensando assim qualquer planejamento ante-
mento corrente, ficando a guarda intermediária a cargo das rior do arquivo. Para o bom êxito deste método, devemos
mesmas ou do arquivo público, o qual deverá assumir tais organizar dois índices em fichas; numas fichas serão arqui-
funções. vadas alfabeticamente, para que se saiba que numero rece-
3. Destinação final: Neste campo é registrada a desti- beu o correspondente ou assunto desejado, e no outro são
nação estabelecida que possa ser a eliminação, quando o arquivadas numericamente, de acordo com o numero que
documento não apresenta valor secundário (probatório ou recebeu o cliente ou o assunto, ao entrar para o arquivo.
informativo) ou a guarda permanente, quando as informa- Este último índice pode ser considerado tombo (registro)
ções contidas no documento são consideradas importan- de pastas ocupadas e, graças a ele, sabemos qual é o ul-
tes para fins de prova, informação e pesquisa. timo numero preenchido e assim destinaremos o numero
A guarda permanente será sempre nas instituições ar- seguinte a qualquer novo cliente que seja registrado.
quivísticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos Método alfabético numérico: Como se pode deduzir
estaduais, do Distrito Federal e municipais), responsáveis pelo seu nome, é um método que procurou reunir as van-
pela preservação dos documentos e pelo acesso às infor-
tagens dos métodos alfabéticos simples e numérico sim-
mações neles contidas. Outras instituições poderão manter
ples, tendo alcançado seu objetivo, pois desta combinação
seus arquivos permanentes, seguindo orientação técnica
resultou um método que apresenta ao mesmo tempo a
dos arquivos públicos, garantindo o intercâmbio de infor-
simplicidade de um e a exatidão e rapidez, no arquivamen-
mações sobre os respectivos acervos.
4. Observações: Neste campo são registradas informa- to, do outro. É conhecido também pelo nome de numeralfa
ções complementares e justificativas, necessárias à correta e alfanumérico.
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto
à alteração do suporte da informação e aspectos elucidati- Método geográfico: Este método é muito aconselhá-
vos quanto à destinação dos documentos, segundo a par- vel quando desejamos ordenar a documentação de acordo
ticularidade dos conjuntos documentais avaliados. com a divisão geográfica, isto é, de acordo com os países,
A necessidade de comunicação é tão antiga como a estados, cidades, municípios etc. Nos departamentos de
formação da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia vendas, por exemplo, é de especial utilidade para agrupar
de se perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar os correspondentes de acordo com as praças onde operam
suas observações, seu pensamento, para legá-los às gera- ou residem.
ções futuras.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente prazos para sua guarda, objetivando e racionalização dos
o método especifico, representado por palavras dispostas arquivos como meio de proporcionar a eficiência adminis-
alfabeticamente, é um dos mais difíceis processos de ar- trativa.
quivamento, pois, consistindo em agrupar as pastas por Neste sentido, a fase de identificação assume um papel
assunto, apresenta a dificuldade de se escolher o melhor relevante no processo de continuidade do fazer arquivísti-
termo ou expressão que defina o assunto. Temos o voca- cos, fornecendo dados, que serão utilizados no processo
bulário todo da língua à nossa disposição e justamente o da avaliação.
fato de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a O histórico da identificação inicia-se nas primeiras Jor-
seleção acertada, além do que entra muito o ponto de vista nadas de Identificação e Avaliação de Fundos Documen-
pessoal do arquivista, nesta seleção. tais das Administrações Públicas, realizadas em 1991, em
Método decimal: Este método foi inspirado no Siste- Madrid na Espanha, na qual a identificação foi reconhecida
ma Decimal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema como uma fase da metodologia arquivística.
de classificação para bibliotecas, muito interessante, o qual Este reconhecimento definiu qual é o momento arqui-
conseguiu um grande sucesso; fora publicado em 1876. vístico para o desenvolvimento desta fase e como aplicar
Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes, esta metodologia. A identificação passa a ser considerada
as quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e as- como a primeira fase do trabalho arquivístico, e o seu cor-
sim por diante, sendo infinita essa possibilidade de subdi- po metodológico se divide em três etapas: “identificação
visão, graças à sua base decimal. do órgão produtor, identificação do elemento funcional e a
identificação do tipo documental”.
Método simplificado: Este a rigor não deveria ser consi- No Brasil, o Arquivo Nacional a partir de 1981, implan-
derado propriamente um método, pois, na realidade, nada tou o Programa de Modernização Institucional-Administra-
mais é do que a utilização de vários métodos ao mesmo tiva, o qual era constituído de vários projetos, sendo que
tempo, com a finalidade de reunir num só móvel as vanta- um deles previa a identificação e controle dos conjuntos
gens de todos eles. documentais recolhidos. A atividade da identificação ad-
quiriu uma importância maior e foi definida como uma das
Tipologia metas no tratamento dos conjuntos
Tipologia documental é a denominação que se dá Com o término desses trabalhos, foi publicado o ma-
quando reunimos determinada espécie à função ou ativi- nual de procedimentos para a identificação de documentos
dade que o documento irá exercer. Ex.: Declaração de Im- em arquivos públicos e o manual de levantamento da pro-
posto de Renda, Certidão de nascimento. dução documental em 1985 e 1986, respectivamente.
Naquele momento, a metodologia da identificação
Exemplo: Espécie e Tipologia documental apresentava um enfoque para o tratamento de massas do-
cumentais acumuladas nos arquivos, e a discussão propos-
Espécie Tipologia ta pelo Arquivo Nacional não chegou ao nível da identifi-
cação da tipologia documental, ou seja, passou longe da
Contrato Contrato de locação discussão sobre as características do documento, focando
Alvará Alvará de funcionamento apenas o nível do fundo.
Certidão Certidão de nascimento Atualmente, a metodologia de identificação tipológica
é realizada no tratamento documental, porém, é parcial-
A fase de identificação pressupõe o reconhecimento mente reconhecida na área. Mesmo estando presente na
de elementos que caracterizam os documentos, seja em literatura, há uma variação na designação do termo, este
fase de produção ou de acumulação nos arquivos, em ins- é encontrado como: tarefa, levantamento de dados, diag-
trumentos de coleta de dados. É uma fase que busca o co- nóstico de problemas documentais, análise de produção,
nhecimento dos procedimentos e rotinas de produção de análise dos documentos, análise do fluxo documental; do
documentos no órgão, cujo resultado final é a definição órgão produtor ou da instituição produtora; estudo da es-
das séries documentais. trutura organizacional, entre outros.
O estudo do contexto de produção das tipologias iden- A “fase do tratamento arquivístico consiste na investi-
tificadas pressupõe o levantamento de elementos, que ver- gação e sistematização das categorias administrativas em
sem a sua criação, estrutura e desenvolvimento do órgão, que se sustenta à estrutura de um fundo”. É considerada a
sendo esta a primeira tarefa da identificação. A segunda é primeira fase da metodologia arquivística, por apresentar
a identificação do tipo documental, a qual está baseada no um caráter intelectual e investigativo, o qual visa o reco-
método diplomático, que é utilizado para extrair e registrar nhecimento do órgão produtor e das tipologias documen-
os elementos constitutivos do documento, visando enten- tais existentes, cujo objetivo final é a definição das séries
der e conhecer o seu processo de criação. O registro desses que se configuram como conjuntos de tipos documentais
elementos nessa fase é imprescindível para a análise reali- que tem produção seriada. São nas séries que encontramos
zada na fase da avaliação, função arquivística, que tem por a identidade do órgão produtor, as funções, as competên-
finalidade atribuir valores para os documentos, definindo cias e a definição do tipo documental.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Diante da escassa literatura e da ausência de estudos Martín-Palomino Benito e Torre Merino demonstram
sobre essa fase metodológica no campo da arquivística, os um estudo sistematizado, que versa sobre: órgão produtor,
dicionários publicados no país refletem tal problema. organogramas e legislação. Neste estudo os autores apre-
Vale ressaltar que o Dicionário de Terminologia Arqui- sentam vários elementos, para a elaboração do índice do
vística publicado pela Associação de Arquivistas Brasileiros órgão produtor. Conforme os autores, se deve diagnosticar
em 1996, não apresenta o termo. Entretanto, o Dicionário o nome, a origem, as datas e textos normativos que indi-
Brasileiro de Terminologia Arquivística publicado pelo Ar- quem mudanças na estrutura do órgão, as subordinações a
quivo Nacional, em 2005, faz referência e define a identifi- outros órgãos e os documentos mais produzidos.
cação como um “processo de reconhecimento, sistematiza- No repertório de organograma, o arquivista deverá
ção e registro de informações sobre arquivos, com vistas ao partir dos dados coletados, que propiciem análises, prin-
seu controle físico e/ou intelectual”. cipalmente, das diversas estruturas que o órgão apresenta.
Definição esta voltada para os arquivos enquanto fun- Já no índice legislativo serão produzidas fichas, com infor-
dos, mas que pelo menos registra o conceito, sendo uma mações sobre a legislação que afeta o órgão, definindo sua
abertura para o conhecimento da identificação como parte data de aprovação e publicação resumo da norma.
da metodologia, primeira referência à história do conceito Nota-se que os procedimentos adotados para esta
da identificação no Brasil. identificação estarão baseados em coletas de dados. Su-
Com base na proposta metodológica da fase de iden- bentende-se por coleta de dados e informações “o regis-
tificação de Martín-Palomino Benito e Torre Merino, que tro sistemático do conjunto de elementos que se associa
contemplam a identificação do órgão produtor, enquanto ao comportamento de um fenômeno, de um sistema ou
fundo e o tipo documental em seu menor nível, são defini- de um conjunto desses dois” e para diagnosticar tais con-
dos três momentos para a realização deste procedimento juntos, existem três técnicas: a entrevista, o questionário e
metodológico: a observação pessoal ou direta, que se elaboradas e apli-
1) Identificação do órgão produtor; cadas de forma imperfeita comprometerá o planejamento
2) Identificação do elemento funcional e final.
3) Identificação do tipo documental A Tipologia também cuida da reunião de documen-
Para os autores a fase de identificação, deve se ini- tos de forma automatizada. Também cabe ao seu âmbito
ciar pela identificação do órgão produtor, sendo seguida a preservação, conservação e restauração de documentos.
pela identificação do elemento funcional. Entretanto, se-
rão associadas em uma mesma etapa e/ou procedimento, MICROFILMAGEM: é um processo realizado mediante
pois são tarefas afins, as quais se complementam em um captação da imagem por meio fotográfico ou eletrônico,
mesmo estudo, e são realizadas a partir de entrevistas e/ tendo como objetivos principais reduzir o tamanho do
ou aplicação de questionário, pelo estudo da legislação, acervo e preservar os documentos originais (estima-se que
com especial atenção aos itens que tratam das funções e um microfilme preservado em condições ambientais ade-
competências, razão pela qual não há necessidade de se- quadas tenha a durabilidade média de 500 anos).
pará-las neste estudo. Nesta perspectiva, podemos afirmar A partir da microfilmagem – salvo raras exceções – o
que a fase da identificação se constitui de dois momentos, documento estará disponível para consulta apenas atra-
e não três: a identificação do órgão produtor, considerando vés do rolo de microfilme, preservando-se, dessa forma, o
os elementos funcionais que o caracterizam internamente, original. Para que possua valor legal, a microfilmagem só
e a identificação do tipo documental. pode ser realizada por cartórios ou empresas devidamente
Na fase de identificação, a primeira etapa será o le- registradas e autorizadas pelo Ministério da Justiça.
vantamento do contexto de produção, que versa sobre o Devido ao valor legal do microfilme, existe uma legis-
elemento orgânico e o órgão produtor da documentação lação específica que deve ser seguida pelas instituições en-
gerada como consequência do exercício de suas funções. volvidas em sua produção. Nesse sentido, a Lei nº 5.433/68,
Dessa forma, compreende-se como órgão produtor toda regulamentada pelo Decreto nº 1799/66, que disciplina
instituição, empresa e/ou organização de pequeno, médio toda produção de microfilme, estabelece que:
ou grande porte que exerce atividades e tem como reflexo § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como
dessas, a produção de documentos, com o fim de atingir as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas
seus objetivos sociais, comerciais e/ou governamentais. diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos le-
Portanto, é quem cria o conjunto documental. Então, como gais dos documentos originais em juízo ou fora dele.
fazer essa identificação e quais os procedimentos que de- É importante destacar que não são todos os documen-
vem ser realizados? tos de um arquivo que devem ser microfilmados.
Identificar o contexto de produção é conhecer toda
vida do órgão, significa investigar a história administrativa, AUTOMAÇÃO (Digitalização): Quando falamos em au-
sua origem, seu funcionamento, a hierarquia de competên- tomação de documentos estamos basicamente fazendo
cias e funções desempenhadas. Isso possibilita encontrar referência à transposição do suporte inicial do documen-
as falhas do órgão, que serão analisadas para se chegar a to (papel, fita magnética etc.) para um suporte digital (CD,
possíveis soluções e para gerar eficiência no desenvolvi- DVD etc.) por meio de computadores. As duas formas mais
mento das metodologias arquivísticas a serem aplicadas. comuns de automatizar (digitalizar) um documento são:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

1. Através da transferência da informação para um CD CONSERVAÇÃO: É um conceito amplo e pode ser pen-
ou mesmo para o meio virtual (ex: disco virtual) realizado sado como termo que abrange pelo menos três (3) ideias:
pelo processo de “scanneamento” de um documento em preservação, proteção e manutenção.
papel; Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos
2. Gravando as informações de uma fita magnética, de arte, etc.) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, quí-
disco de vinil etc. para um CD ou DVD, por exemplo. micos e biológicos que os atacam.
A digitalização de documentos é uma política de arqui- O principal objetivo portanto da conservação é o de
vo baseada em quatro fundamentos principais: estender a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o
1. Diminuição do tamanho do acervo; tratamento correto. Para isso é necessário permanente fis-
2. Preservação dos documentos; calização das condições ambientais, manuseio e armaze-
3. Possibilidade de acesso ao mesmo documento por namento.
várias pessoas ao mesmo tempo; A preservação ocupa-se diretamente com o patrimô-
4. Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e recu- nio cultural consistindo na conservação desses patrimô-
peração da informação. nios em seus estados atuais. Por isso, devem ser impedidos
quaisquer danos e destruição causadas pela umidade, por
Principais diferenças entre os documentos microfilma- agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de mi-
dos e os digitalizados: crorganismo. A manutenção, a limpeza periódica é a base
1. O microfilme possui valor legal. O documento digital da prevenção.
não possui valor legal. Assim, caso o documento tenha va- Os acervos das bibliotecas são basicamente constituí-
lor jurídico, ele poderá ser eliminado se houver sido micro- dos por materiais orgânicos e, como tal, estão sujeitos a um
filmado, mas o mesmo não poderá ser feito caso ele tenha contínuo processo de deterioração.
sido scanneado. A conservação, enquanto matéria interdisciplinar, não
2. Alguns estudos demonstram que o tempo de vida pode simplesmente suspender um processo de degrada-
útil (considera-se a integridade da informação) de um CD, ção, já instalado.
em condições de armazenamento e ambiente adequados, Pode, sim, utilizar-se de métodos técnico-científicos,
gira em torno de 200 anos. O microfilme tem um prazo numa perspectiva interdisciplinar, que reduzam o ritmo
estipulado em 500 anos. tanto quanto possível deste processo.
3. O CD pode ser guardado em condições ambientais Sobre todo legado histórico que se traduza como bem
“mais flexíveis”, enquanto que o microfilme, devido à com- cultural, na medida em que representa material de valor
posição química da fotografia, precisa de cuidados muito presente e futuro para a humanidade, a inexorável possi-
mais especiais. bilidade de degradação atinge proporções de extrema res-
ponsabilidade.
O propósito do acondicionamento é o de guardar, pro- É cientificamente provado que o papel degrada-se ra-
teger e facilitar o manuseio do material que compõe um pidamente se fabricado e, ou acondicionado sob critérios
acervo ou uma reserva técnica. Pelo fato de cada instituição indevidos. Por mais de um século tem-se fabricado papel
possuir uma política financeira, uma proposta de tratamen- destinado à impressão de livro com alto teor de acidez.
to, além de objetos de materiais, tamanhos e dimensões Sabemos perfeitamente que a acidez é uma das maiores
díspares que devem ser preservados, não há uma receita causas da degradação dos papéis. Na mesma medida, o
pronta para o acondicionamento perfeito, cada caso deve acondicionamento de obras em ambientes quente e úmido
ser analisado isoladamente, para se alcançar o objetivo de gera efeitos danosos, tais como: reações que se processam
proteger o material. a nível químico e que geralmente enfraquecem as cadeias
É necessário, então, conhecer profundamente o acervo: moleculares de celulose, fragilizando o papel. Esse fato
• a localização do prédio; concorre para que todos os acervos bibliográficos estabe-
• o espaço que abriga a reserva técnica; leçam controles ambientais próprios dentro de parâmetros
• o objeto a ser preservado. precisos.
A verificação antecipada de todos os pontos, acima re- Há um consenso entre os conservadores, no sentido de
lacionados, é de suma importância para a escolha apropria- que tanto a permanência referente à estabilidade química,
da para a resolução do trabalho a ser realizado, bem como ao grau de resistência de um material à deterioração todo o
avaliar cuidadosamente cada objeto da reserva técnica ou tempo, mesmo quando não está em uso quanto à durabili-
do acervo é primordial para a elaboração de uma emba- dade referente à resistência física, ou seja, à capacidade de
lagem, uma vez que cada um desses objetos possui um resistir à ação mecânica sobre livros e documentos, estão
comportamento específico diante de mudanças de tempe- diretamente relacionados com as condições ambientais em
ratura e de umidade, apresentando, portanto, um estado que esses materiais são acondicionados. Esses dois fatores
de conservação diferente. Dessa forma, pensar, antecipada- estão de tal forma interligados que materiais de origem
mente, em acondicionamento é ser um profissional preca- orgânica quando se deterioram quimicamente perdem
vido em relação a possíveis fatores que possam acelerar o também sua resistência física. Em outras palavras, há uma
processo de degradação dos documentos, objetos ou das estreita relação entre a longevidade dos suportes da escri-
obras que devem ser preservados. ta, quer sejam em papel, pergaminho ou outros materiais,
e as condições climáticas do ambiente onde se encontram.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

O controle racional e sistemático de condições am- dade relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na
bientais não reduz apenas os problemas de degradação, conservação de documentos em papel. Dentre as causas de
mas também e principalmente evita seu agravamento. degradação do papel, podemos citar as de origem intrínse-
A política moderna de conservação a longo prazo ca e as de origem extrínsecas.
orienta-se pela luta contra as causas de deterioração, na Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos áci-
busca do maior prolongamento possível da vida útil de li- dos, ainda que nas condições de conservação mais favorá-
vros e documentos. Dentro desta perspectiva, padrões de veis. A poluição atmosférica é uma das principais causas da
conduta devem ser adotados, tais como: degradação química.
• Formular um diagnóstico do estado geral de con- Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes
servação da obra e uma proposta quanto aos métodos e na documentação. Foi e é usada para escrever em papéis,
materiais que poderão ser utilizados durante o tratamento; pergaminhos e materiais similares, desde que o homem
• Documentar todos os registros históricos porventura sentiu necessidade de registrar seu avanço técnico e cul-
encontrados, sem destruí-los, falsificá-los ou removê-los. tural, e é ainda indispensável para a criação de registros e
• Aplicar um tratamento de conservação dentro do li- para atividades relacionadas aos interesses de vida diária.
mite do necessário e orientar-se pelo absoluto respeito à
integridade estética, histórica e material de uma obra; 3. biológicos
• Adotar a princípio de reversibilidade, que é o leitmo- Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves
tiv atual do desenvolvimento e aplicação do método de danos a arquivos e bibliotecas, destruindo coleções e do-
conservação em livros e documentos, pois é importante cumentos preciosos. Os principais insetos são:
ter sempre em mente que um procedimento técnico, assim Anobiídeos (brocas ou carunchos)
como determinados materiais, são sempre alvo de cons- Thysanura (traça)
tantes pesquisas e que isto propicia um futuro técnico- Blatta orientalis (barata)
científico mais promissor à segurança de uma obra. Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte
Fumigação é um tipo de controle de pragas através do deles produzem pigmentos que mancham o papel.
tratamento químico realizado com compostos químicos ou Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a pre-
formulações pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis venção contra os insetos. Eles podem provocar desgastes
de até 20% do total do documento.
(no estado de vapor ou gás) em um sistema hermético, vi-
sando a desinfestação de materiais, objetos e instalações
4. ambientais:
que não possam ser submetidas à outras formas de trata-
Ventilação - é um outro fator a considerar como ele-
mento. Essa técnica causa dano ao documento, não deven-
mento que favorece o desenvolvimento dos agentes bioló-
do ser utilizada.
gicos, quando há pouca aeração.
Poeira - um outro fator que pode favorecer o desen-
RESTAURAÇÃO: A restauração preventiva tem por ob-
volvimento dos agentes biológicos sobre os materiais grá-
jetivo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilida- ficos, é a presença de pó.
de do objeto. Em uma restauração nenhum fator pode ser
negligenciado, é preciso levantar a história, revelar a tecno- 5. humanos: O Homem, ao lado dos insetos e micror-
logia empregada na fabricação ou a técnica de impressão ganismos é um outro inimigo dos livros e documentos,
utilizada e traçar um plano de acondicionamento do objeto embora devêssemos imaginar que ele seria ser o mais cui-
restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de dete- dadoso guardião dos mesmos.
rioração do futuro. Podemos dizer que é melhor: Conservar
e preservar para não restaurar. PRESERVAÇÃO: É uma política adotada nas empresas
Agentes exteriores que danificam os documentos: para a conservação dos documentos. Essa técnica é pro-
veniente das áreas de Arquivologia, da biblioteconomia e
1. físicos museologia preocupado com a manutenção ou a restaura-
Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes ção do acesso a artefatos, documentos e registros através
no processo de degradação dos materiais bibliográficos. do estudo, diagnóstico, tratamento e prevenção de danos
Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mes- e da deterioração. Deve ser distinguida da conservação,
mo que as condições de conservação sejam boas. O papel que se refere ao tratamento e reparo de itens individuais
fica com sua cor original alterada e se torna frágil e isto se sob a ação de degradação lenta ou à restauração de sua
chama envelhecimento natural. usabilidade.
Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o
papel que a deficiência de água.
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE AR-
2. químicos QUIVOS
Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam Conhecendo-se a natureza dos materiais componen-
um índice de acidez elevado (pH 5 em média) e portanto tes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
uma permanência duvidosa. Somemos ao elevado índice aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar
de acidez, o efeito das altas temperaturas predominante elementos nocivos e traçar políticas de conservação para
nos países tropicais e subtropicais e uma variação da umi- minimizá-los.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral químicas, inclusive as de deterioração, é dobrada a cada
constituídos de livros, mapas, fotografias, obras de arte, aumento de 10°C. A umidade relativa alta proporciona as
revistas, manuscritos etc., que utilizam, em grande parte, condições necessárias para desencadear intensas reações
o papel como suporte da informação, além de tintas das químicas nos materiais. Evidências de temperatura e umi-
mais diversas composições. dade relativa alta são detectadas com a presença de co-
O papel, por mais variada que possa ser sua com posi- lônias de fungos nos documentos, sejam estes em papel,
ção, é formado basicamente por fibras de celulose prove- couro, tecido ou outros materiais.
nientes de diferentes origens. Umidade relativa do ar e temperatura muito baixa
Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam transparece em documentos distorcidos e ressecados.
oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar
maioria dos documentos, que é o papel. são muito mais nocivas do que os índices superiores aos
A degradação da celulose ocorre quando agentes no- considerados ideais, desde que estáveis e constantes. To-
civos atacam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fa- dos os materiais encontrados nos acervos são higroscópi-
zendo com que se agreguem a elas novos componentes cos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente
que, uma vez instalados na molécula, desencadeiam rea- e, portanto, se expandem e se contraem com as variações
ções químicas que levam ao rompimento das cadeias ce- de temperatura e umidade relativa do ar.
lulósicas. Essas variações dimensionais aceleram o processo de
A acidez e a oxidação são os maiores processos de deterioração e provocam danos visíveis aos documentos,
deterioração química da celulose. Também há os agentes ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos
físicos de deterioração, responsáveis pelos danos mecâni- papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos nas
cos dos documentos. Os mais frequentes são os insetos, os emulsões de fotos etc..
roedores e o próprio homem. O mais recomendado é manter a temperatura o mais
Por isso, considera-se agentes de deterioração dos próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a
acervos de bibliotecas e arquivos aqueles que levam os do- 50%, evitando-se de todas as formas as oscilações de 3°C
cumentos a um estado de instabilidade física ou química, de temperatura e 10% de umidade relativa.
com comprometimento de sua integridade e existência. O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qual-
quer projeto de mudança, é feito através do termo higrô-
Embora, com muita frequência, não possamos elimi-
metro (aparelho medidor da umidade e temperatura simul-
nar totalmente as causas do processo de deterioração dos
taneamente).
documentos, com certeza podemos diminuir consideravel-
A circulação do ar ambiente representa um fator bas-
mente seu ritmo, através de cuidados com o ambiente, o
tante importante para amenizar os efeitos da temperatura
manuseio, as intervenções e a higiene, entre outros.
e umidade relativa elevada.
Antes de citar os principais fatores de degradação, tor-
na-se indispensável dizer que existe estreita ligação entre
1.2 Radiação da luz
eles, o que faz com que o processo de deterioração tome Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite
proporções devastadoras. radiação nociva aos materiais de acervos, provocando con-
Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos sideráveis danos através da oxidação.
acervos podemos classificar os agentes de deterioração O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escu-
em Fatores Ambientais, Fatores Biológicos, Intervenções recido. As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a
Impróprias, Agentes Biológicos, Furtos e Vandalismo. legibilidade dos documentos textuais, dos iconográficos e
das encadernações.
1. Fatores ambientais O componente da luz que mais merece atenção é a ra-
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que diação ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo
existem no ambiente físico do acervo: Temperatura, Umi- que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo e
dade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. irreversível. A luz pode ser de origem natural (sol) e artifi-
Num levantamento cuidadoso das condições de con- cial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio)
servação dos documentos de um acervo, é possível iden- e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz
tificar facilmente as consequências desses fatores, quando natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes gera-
não controlados dentro de uma margem de valores acei- doras de UV. A intensidade da luz é medida através de um
tável. aparelho denominado luxímetro ou fotômetro.
Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto. Algumas medidas podem ser tomadas para proteção
Sem a pretensão de aprofundar as explicações científi- dos acervos:
cas de tais fatores, podemos resumir suas ações da seguin- - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou per-
te forma: sianas que bloqueiem totalmente o sol; essa medida tam-
bém ajuda no controle de temperatura, minimizando a ge-
1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor e a umi- ração de calor durante o dia.
dade contribuem significativamente para a destruição dos - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no
documentos, principalmente quando em suporte papel. O controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto
desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O ca- em lâmpadas fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida
lor acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações limitado).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

- Cuidados especiais devem ser considerados em ex- ração. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos
posições de curto, médio e longo tempo: materiais atacados e na própria colônia de fungos. Além da
- não expor um objeto valioso por muito tempo; umidade e nutrientes, outras condições contribuem para
- manter o nível de luz o mais baixo possível; o crescimento das colônias: temperatura elevada, falta de
- não colocar lâmpadas dentro de vitrines; circulação de ar e falta de higiene.
- proteger objetos com filtros especiais; Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando
- certificar-se de que as vitrines sejam feitas de mate- o suporte, causam manchas de coloração diversas e inten-
riais que não danifiquem os documentos. sas de difícil remoção. A proliferação se dá através dos es-
poros que, em circunstâncias propícias, se reproduzem de
1.3 Qualidades do ar forma abundante e rápida.
O controle da qualidade do ar é essencial num progra- Se as condições, entretanto, forem adversas, esses es-
ma de conservação de acervos. Os poluentes contribuem poros se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando
pesadamente para a deterioração de materiais de bibliote- as condições ambientais se tornam desfavoráveis, como,
cas e arquivos. por exemplo, a umidade relativa do ar com índices baixos.
Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, por-
tanto, não se reproduzem nem atacam os documentos.
sólidas – que podem ter duas origens: os que vêm do am-
Esse estado, porém, é reversível; se as condições forem
biente externo e os gerados no próprio ambiente.
ideais, os esporos revivem e voltam a crescer e agir, mesmo
Os poluentes externos são principalmente o dióxido de
que tenham sido submetidos a congelamento ou secagem.
enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozô-
Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em
nio (O3). São gases que provocam reações químicas, com todos os lugares, em todas as salas, em cada peça do acer-
formação de ácidos que causam danos sérios e irreversí- vo e em todas as pessoas, mas não é tão difícil controlá-los.
veis aos materiais. O papel fica quebradiço e descolorido; o As medidas a serem adotadas para manter os acervos
couro perde a pele e deteriora. sob controle de infestação de fungos são:
As partículas sólidas, além de carregarem gases po- - estabelecer política de controle ambiental, principal-
luentes, agem como abrasivos e desfiguram os documen- mente temperatura, umidade relativa e ar circulante, man-
tos. tendo os índices o mais próximo possível do ideal e evitan-
Agentes poluentes podem ter origem no próprio am- do oscilações acentuadas;
biente do acervo, como no caso de aplicação de vernizes, - praticar a higienização tanto do local quanto dos do-
madeiras, adesivos, tintas etc., que podem liberar gases cumentos, com metodologia e técnicas adequadas;
prejudiciais à conservação de todos os materiais. - instruir o usuário e os funcionários com relação ao
manuseio dos documentos e regras de higiene do local;
2. Agentes biológicos - manter vigilância constante dos documentos con-
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, tra acidentes com água, secando-os imediatamente caso
entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedo- ocorram.
res e os fungos, cuja presença depende quase que exclu- Observações importantes:
sivamente das condições ambientais reinantes nas depen- - O uso de fungicidas não é recomendado; os danos
dências onde se encontram os documentos. causados superam em muito a eficiência dos produtos so-
Para que atuem sobre os documentos e proliferem, ne- bre os documentos.
cessitam de conforto ambiental e alimentação. O confor- - Caso se detecte situação de infestação, chamar pro-
to ambiental para praticamente todos os seres vivos está fissionais especializados em conservação de acervos.
basicamente na temperatura e umidade relativa elevadas, - Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar,
pouca circulação de ar, falta de higiene etc. eleva a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação
de colônias de fungos.
- Na higienização do ambiente, é recomendado o uso
2.1 Fungos
de aspirador.
Os fungos representam um grupo grande de organis-
Alguns conselhos para limpeza de material com fun-
mos. São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em
gos:
diferentes ambientes, atacando diversos substratos. No
- Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aven-
caso dos acervos de bibliotecas e arquivos, são mais co- tais, toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilida-
muns aqueles que vivem dos nutrientes encontrados nos de alérgica).
documentos. - Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis.
Os fungos são organismos que se reproduzem através
de esporos e de forma muito intensa e rápida dentro de 2.2 Roedores
determinadas condições. Como qualquer outro ser vivo, A presença de roedores em recintos de bibliotecas e
necessitam de alimento e umidade para sobreviver e pro- arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Ten-
liferar. O alimento provém dos papéis, amidos (colas), cou- tar obstruir as possíveis entradas para os ambientes dos
ros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator indispensá- acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para que
vel para o metabolismo dos nutrientes e para sua prolife- surtam efeito devem ser definidas por especialistas em

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não pro- A providência a ser tomada é identificar o documento
voque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se nos atacado e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higieniza-
faz mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade ção de infestados por brocas deve ser feita em lugar dis-
relativa controladas, além de higiene periódica. tante, devido ao risco de espalhar ovos ou muitas larvas
pelo ambiente.
2.3 Ataques de insetos Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por
Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto re- mais que se higienize o ambiente e se removam as larvas
vestimentos. A variedade também é grande. O ataque tem e resíduos, corre-se o risco de não eliminar totalmente os
características bem próprias, revelando-se principalmente ovos. Portanto, após a higienização, os documentos devem
por perdas de superfície e manchas de excrementos. As ser revistos de tempos em tempos.
baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infes- Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por pro-
tação muito rapidamente, caso não sejam combatidas. São fissionais especializados, pois o uso de qualquer produto
atraídas pelos mesmos fatores já mencionados: tempera- químico pode acarretar danos intensos aos documentos.
tura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta de Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só
higiene no ambiente e no acervo. para as coleções como para o prédio em si.
Vivem em sociedades muito bem organizadas, repro-
Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez
duzem-se em ninhos e a ação é devastadora onde quer
instalada a infestação, devemos buscar a orientação de
que ataquem. Na grande maioria das vezes, sua presença
profissionais.
só é detectada depois de terem causado grandes danos.
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubu-
imensos em acervos, principalmente em livros. lações, conduítes de instalações elétricas, rodapés, baten-
A sua presença se dá principalmente por falta de pro- tes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance
grama de higienização das coleções e do ambiente e ocor- dos nossos olhos.
re muitas vezes por contato com material contaminado, Chegam aos acervos em ataques massivos, através de
cujo ingresso no acervo não foi objeto de controle. Exigem estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz,
vigilância constante, devido ao tipo de ataque que exer- assoalhos etc.
cem. Os sintomas desse ataque são claros e inconfundíveis. Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro
Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua natureza dos edifícios das bibliotecas e arquivos.
e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em qua- Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na
tro fases: ovos – larva – pupa – adulta. base de árvores ou outros prédios.
A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se Com muita frequência, quando os cupins atacam o
reproduz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. acervo, já estão instalados em todo o prédio. Da mesma
Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados, forma que os outros agentes citados anteriormente, os
como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e to- cupins se instalam em ambientes com índices de tempe-
dos os materiais à base de celulose. ratura e umidade relativa elevados, ausência de boa circu-
lação de ar, falta de higienização e pouco manuseio dos
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os
documentos.
materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala
No caso de ataque de cupim, não há como solucionar
e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete. o problema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um pro-
As brocas precisam encontrar condições especiais que, fissional especializado na área de conservação de acervos
como todos os outros agentes biológicos, são temperatura para cuidar dos documentos atacados e outro profissional
e umidade relativa elevadas, falta de ar circulante e falta de capacitado para cuidar do extermínio dos cupins que estão
higienização periódica no local e no acervo. na parte física do prédio. O tratamento recomendado para
A característica do ataque é o pó que se encontra na o extermínio dos cupins ou para prevenção contra novos
estante em contato com o documento. ataques é feito mediante barreiras químicas adequada-
Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de mente projetadas.
cola, papel etc. Em geral as brocas vão em busca do ade-
sivo de amido, instalando-se nos papelões das capas, no 3. Intervenções inadequadas nos acervos
miolo e no suporte do miolo dos livros. As perdas são em Chamamos de intervenções inadequadas todos os pro-
forma de orifícios bem redondinhos. cedimentos de conservação que realizamos em um con-
A higienização metódica é a única forma de se fazer o junto de documentos com o objetivo de interromper ou
controle das condições de conservação dos documentos e, melhorar seu estado de degradação. Muitas vezes, com a
assim, detectar a presença dos insetos. Uma medida que boa intenção de protegê-los, fazemos intervenções que re-
deve ser obedecida sempre é a higienização e separação sultam em danos ainda maiores.
Nos acervos formados por livros, fotografias, docu-
de todo exemplar que for incorporado ao acervo, seja ele
mentos impressos, documentos manuscritos, mapas, plan-
originário de doação, aquisição ou recolhimento.
tas de arquitetura, obras de arte etc., é preciso ver que, se-
Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso
gundo sua natureza, cada um apresenta suportes, tintas,
buscar a ajuda de um profissional especializado. pigmentos, estruturas etc. completamente diferentes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um Na devolução dos documentos, é preciso que o funcio-
conhecimento das características individuais dos docu- nário faça uma vistoria geral em cada um.
mentos e dos materiais a serem empregados no proces-
so de conservação. Todos os profissionais de bibliotecas 5. Fatores de deterioração
e arquivos devem ter noções básicas de conservação dos Como podemos ver, os danos são intensos e muitos
documentos com que lidam, seja para efetivamente exe- são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos custos
cutá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê-lo, de uma política de conservação, existem medidas que po-
controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conserva- demos tomar sem despender grandes somas de dinheiro,
ção ajudam a manter equipes de controle ambiental, con-
minimizando drasticamente os efeitos desses agentes.
trole de infestações, higienização do ambiente e dos docu-
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos,
mentos, melhorando as condições do acervo.
a começar por:
Pequenos reparos e acondicionamentos simples po-
dem ser realizados por aqueles que tenham sido treinados • treinamento dos profissionais na área da conservação
nas técnicas e critérios básicos de intervenção. e preservação;
• atualização desses profissionais (a conservação é uma
4. Problemas no manuseio de livros e documentos ciência em desenvolvimento constante e a cada dia novas
O manuseio inadequado dos documentos é um fator técnicas, materiais e equipamentos surgem para facilitar e
de degradação muito frequente em qualquer tipo de acer- melhorar a conservação dos documentos);
vo. • monitoração do ambiente – temperatura e umidade
O manuseio abrange todas as ações de tocar no do- relativa em níveis aceitáveis;
cumento, sejam elas durante a higienização pelos funcio- • uso de filtros e protetores contra a luz direta nos do-
nários da instituição, na remoção das estantes ou arquivos cumentos;
para uso do pesquisador, nas foto reproduções, na pesqui- • adoção de política de higienização do ambiente e dos
sa pelo usuário etc. O suporte papel tem uma resistência acervos;
determinada pelo seu estado de conservação. Os critérios • contato com profissionais experientes que possam
para higienização, por exemplo, devem ser formulados me- assessorar em caso de necessidade.
diante avaliação do estado de degradação do documento. Conservação: critérios de intervenção para a estabiliza-
Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por ção de documentos
mais que necessitem de limpeza, não podem ser manipu-
Os documentos que sofrem algum tipo de dano apre-
lados durante um procedimento de higienização, porque o
sentam um processo de deterioração que progressivamen-
tratamento seria muito mais nocivo à sua integridade, que
é o item mais importante a preservar, do que a eliminação te vai levá-los a um estado de perda total. Para evitar esse
da sujidade. desfecho, interrompe-se o processo através de interven-
ções que levam à estabilização do documento.
4.1 Furto e vandalismo Estabilizar um documento é, portanto, interromper
Um volume muito grande de documentos em nossos um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus
acervos é vítima de furtos e vandalismo. agregados, através de procedimentos mínimos de inter-
A falta de segurança e nenhuma política de controle venção. Por exemplo: estabilizar por higienização significa
são a causa desse desastre. que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterio-
Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A ração. No capítulo anterior, vimos os fatores de deteriora-
quantidade de documentos mutilados aumenta dia a dia. ção e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será
Esse é o tipo de dano que, muitas vezes, só se constata a intervenção nesse processo de deterioração, através de
muito tempo depois. É necessário implantar uma política estabilização dos documentos danificados.
de proteção, mesmo que seja através de um sistema de Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer
segurança simples. a critérios de prioridade estabelecidos no tratamento dos
Durante o período de fechamento das instituições, a acervos: de coleções gerais ou de obras raras, no caso de
melhor proteção é feita com alarmes e detectores internos. bibliotecas, de documentos antigos ou mais recentes, no
O problema é durante o horário de funcionamento, que é
caso de arquivos.
quando os fatos acontecem.
Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é
O recomendado é que se tenha uma só porta de entra-
se nós somos capazes de executá-la.
da e saída das instalações onde se encontra o acervo, para
ser usada tanto pelos consulentes/pesquisadores quanto Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não.
pelos funcionários. Esse é o primeiro critério a seguir.
As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. Caso não nos julguemos com conhecimentos necessá-
Nas áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa rios, a solução é buscar algum especialista da área ou acon-
ter uma visão de todas as mesas, permanecendo no local dicionar o documento enquanto aguardamos o momento
durante todo o horário de funcionamento. As chaves das oportuno de intervir.
salas de acervo e o acesso a elas devem estar disponíveis
apenas a um número restrito de funcionários.

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

6. Características gerais dos materiais empregados fície. Nesse processo, não se usam solventes. A limpeza de
em conservação superfície é uma etapa independente de qualquer trata-
Nos projetos de conservação/preservação de acervos mento mais intenso de conservação; é, porém, sempre a
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas primeira etapa a ser realizada.
o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daque-
les materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente 8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo •
estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em re- A sujidade escurece e desfigura o documento, prejudican-
lação aos documentos onde são aplicados, distinguem-se do-o do ponto de vista estético.
pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. Os • As manchas ocorrem quando as partículas de poei-
materiais não enquadrados nessa classificação não podem ra se umedecem, com a alta umidade relativa ou mesmo
ser usados, pois apresentam problemas de instabilidade, por ataque de água, e penetram rapidamente no papel. A
reagem com o tempo e decompõem-se em outras subs- sujeira e outras substâncias dissolvidas se depositam nas
tâncias que vão deteriorar os documentos com os quais margens das áreas molhadas, provocando a formação de
estão em contato. Além disso, são de natureza irreversível, manchas. A remoção dessas manchas requer a intervenção
ou seja, uma vez aplicados aos documentos não podem ser
de um restaurador.
removidos.
• Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e,
Dentro das especificações positivas, encontramos vá-
portanto, extremamente nocivos ao papel. São rapidamen-
rios materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres
te absorvidos, alterando seriamente o pH do papel.
inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orien-
tais, borrachas plásticas etc., usados tanto para pequenas
intervenções sobre os documentos como para acondicio- 8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo
namento. Cada objeto deve ser avaliado individualmente para
determinar se a higienização é necessária e se pode ser
7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais realizada com segurança. No caso de termos as condições
para a conservação de acervos abaixo, provavelmente o tratamento não será possível:
Como já enfatizamos anteriormente, é muito impor- • Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas
tante ter conhecimentos básicos sobre os materiais que finas, perdas, rasgos intensos podem estar muito frágeis
integram nossos acervos para que não corramos o risco de para limpeza. Áreas com manchas e áreas atacadas por
lhes causar mais danos. fungos podem não resistir à limpeza: o suporte torna-se
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, escuro, quebradiço, manchado e, portanto, muito facil-
são de grande importância para a estabilização dos docu- mente danificado.
mentos. Quando o papel se degrada, até mesmo um suave con-
tato com o pó de borracha pode provocar a fragmentação
8. Higienização do documento.
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os • Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar
documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada borracha nesses materiais, pois a remoção das partículas
a condições ambientais inadequadas, provoca reações de residuais com pincel se torna difícil:
destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a - papel japonês;
higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na - papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos
manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é (que degradam a celulose, consumindo a encolagem);
considerada a conservação preventiva por excelência. - papel molhado (que perde a encolagem e, após a se-
Durante a higienização de documentos, procedemos cagem, torna-se frágil).
também de forma simultânea a um levantamento de da-
dos sobre suas condições de conservação, para efeitos de
8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície
futuras intervenções. É hora Durante a higienização de do-
A remoção da sujidade superficial (que está solta so-
cumentos, procedemos também de forma simultânea a um
bre o documento) é feita através de pincéis, flanela macia,
levantamento de dados sobre suas condições de conserva-
aspirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam
ção, para efeitos de futuras intervenções. É hora também
de executar os primeiros socorros para que um processo à técnica.
de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigató-
que não possa ser sanado no momento. ria e sempre se realiza como primeiro tratamento, quais-
quer que sejam as outras intervenções previstas.
8.1 Processos de higienização • Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na
8.1.1 Limpeza de superfície limpeza mecânica, de diferentes formas, tamanhos, quali-
O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e ar- dade e tipos de cerdas (podem ser usados com carga es-
quivos se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é tática atritando as cerdas contra o nylon, material sintético
mecânica, feita a seco. A técnica é aplicada com o objetivo ou lã);
de reduzir poeira, partículas sólidas, incrustações, resíduos • Flanela: serve para remover sujidade de encaderna-
de excrementos de insetos ou outros depósitos de super- ções, por exemplo;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

• Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel
com potência de sucção controlada; macio, sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de
• Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, agredir as tintas, o resíduo de borracha é permanente e de
espátula, agulha, cotonete; difícil remoção. Os resíduos agem como abrasivos e per-
• Materiais de apoio necessários para limpeza mecâ- manecerão em contato com o suporte para sempre.
nica:
- raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil; 8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de hi-
- fita-crepe; gienização
- lápis de borracha; - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,
- luvas de látex ou algodão; pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado
- máscaras; da encadernação;
- papel mata-borrão; - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
- pesos; lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel,
- poliéster (mylar); limpar os cortes, começando pela cabeça do livro, que é
a área que está mais exposta à sujidade. Quando a sujei-
- folhas de papel siliconado;
ra está muito incrustada e intensa, utilizar, primeiramente,
- microscópios;
aspirador de pó de baixa potência ou ainda um pedaço de
Os livros, além do suporte papel, exigem também tra-
carpete sem uso;
tamento de revestimento. Assim, o couro (inclui-se aqui o
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha,
pergaminho), tecidos e plastificados fazem parte dos ma- numa primeira higienização;
teriais pertencentes aos livros. - Oxigenar as folhas várias vezes.
Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferen- Num programa de manutenção, pode-se limpar a en-
tes tamanhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa cadernação, cortes e aproximadamente as primeiras e últi-
potência com proteção de boca, pinças, espátulas de metal, mas 15 folhas, que são as mais sujeitas a receber sujidade,
entre outros materiais. devido à estrutura das encadernações. Nos livros mais frá-
Na limpeza do couro, é recomendável somente a utili- geis, deve-se suportar o volume em estruturas adequadas
zação de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro. durante a operação para evitar danos na manipulação e
Não se deve tratá-lo com óleos e solventes. tratamento.
A encadernação em pergaminho não necessita do Todo o documento que contiver gravuras ou outra téc-
mesmo tratamento do couro. Como é muito sensível à nica de obra de arte no seu interior necessita um cuidado
umidade, o tratamento aquoso deve ser evitado. Para sua redobrado. Antes de qualquer intervenção com pincéis,
limpeza, apresenta bons resultados o uso de algodão em- trinchas, flanelas, é necessário examinar bem o documento,
bebido em solvente de 50% de água e álcool. O algodão pois, nesse caso, só será recomendada a limpeza de super-
precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre buscar traba- fície se não houver nenhum risco de dano.
lhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa lim- No caso dos documentos impressos como os livros,
peza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos existe uma grande margem de segurança na resistência
muito ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e das tintas em relação ao pincel. Mesmo assim, devemos
o documento pode desintegrar-se. A estabilização de per- escolher o pincel de maciez adequada para cada situação.
gaminhos, nesse caso, requer os serviços de especialistas. Em relação às obras de arte, as técnicas são tão variadas e
Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para as tintas de composições tão diversas que, de modo algum,
a hidratação dos couros. Os componentes das diversas se deve confiar na sua estabilidade frente à ação do pincel
fórmulas do produto variam muito (óleos, graxas, gordu- ou outro material.
ras) e, se mal aplicados, podem causar sérios problemas
8.3 Higienização de documentos de arquivo
de conservação ao couro. A fórmula do British Museum é
Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmen-
a mais usada e recomendada. O uso deve ser criterioso e
te quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso
não indiscriminado. Em casos específicos de livros novos
se deve principalmente ao alto índice de acidez resultante
de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu uso
do uso de papéis de baixa qualidade. As más condições de
como parte integrante de um programa de manutenção. armazenamento e o excesso de manuseio também contri-
No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de buem para a degradação dos materiais. Tais documentos
trincha ou aspirador é recomendável, caso sua integridade têm que ser higienizados com muito critério e cuidado.
o permita.
Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser uti- 8.3.1 Documentos manuscritos
lizado pó de borracha ou diretamente a borracha, caso a Os mesmos cuidados para com os livros devem ser to-
integridade do papel e das tintas não fique comprometida mados em relação aos manuscritos. O exame dos docu-
com essa ação. mentos, testes de estabilidade de seus componentes para
E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de in-
deve-se usar apenas uma flanela seca e bem macia. tervenção devem ser cuidadosamente realizados.

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir Os procedimentos e técnicas para a realização de re-
um documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuida- paros em documentos exigem os seguintes instrumentos:
do é pouco para manusear esses documentos. As espessas - mesa de trabalho;
tintas encontradas em partituras de música, por exemplo, - pinça;
podem estar soltas ou em estado de pó. - papel mata-borrão;
Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “bor- - entretela sem cola;
rar”, ao mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado - placa de vidro;
para isso é fino e quebradiço, tornando o manuseio mui- - peso de mármore;
to arriscado e a limpeza de superfície desaconselhável. As - espátula de metal;
áreas ilustradas e decorativas dos manuscritos iluminados - espátula de osso;
são desenhadas com tintas à base de água que podem es- - pincel chato;
tar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nesses ca- - pincel fino;
sos, deve ser evitada. - filme de poliéster.

8.3.2 Documentos em grande formato


Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura
(no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de
borracha, após testes. Pode-se também usar um cotonete - REDAÇÃO OFICIAL: CARACTERÍSTICAS
bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis à água, E TIPOS. ELABORAÇÃO E DIGITAÇÃO DE
esses papéis podem ter distorções causadas pela umidade CARTAS, ATAS, TEXTOS, OFÍCIOS CIRCULARES,
que são irreversíveis ou de difícil remoção. MEMORANDOS, TABELAS E GRÁFICOS.
Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são
FORMAS DE TRATAMENTO, ABREVIAÇÕES,
muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica.
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LATINOS DE
Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acon-
dicionamento. USO FREQUENTE NAS COMUNICAÇÕES
Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma ADMINISTRATIVAS
atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde
que em boas condições, o pó de borracha pode ser aplica-
do para tratar grandes áreas. Os grandes mapas impressos,
muitas vezes, têm várias folhas de papel coladas entre si Conceito
nas margens, visando permitir uma impressão maior. Ao
fazer a limpeza de um documento desses, o cuidado com Entendese por Redação Oficial o conjunto de normas
as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmente, e práticas que devem reger a emissão dos atos normati-
ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de bor- vos e comunicações do poder público, entre seus diversos
racha da limpeza, gerando degradação. Outros mapas são organismos ou nas relações dos órgãos públicos com as
montados em linho ou algodão com cola de amido. O ver- entidades e os cidadãos.
so desses documentos retém muita sujidade. Recomenda- A Redação Oficial inscrevese na confluência de dois
se remover o máximo com aspirador de pó (munido das universos distintos: a forma regese pelas ciências da lin-
devidas proteções em seu bocal e no documento). guagem (morfologia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o
conteúdo submetese aos princípios jurídicoadministrati-
9. Pequenos reparos vos impostos à União, aos Estados e aos Municípios, nas
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que esferas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
podemos executar visando interromper um processo de Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação
deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções Oficial deve ter as qualidades e características exigidas do
devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e texto escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva,
têm a função de melhorar o estado de conservação dos clara, correta e eficaz.
documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder
risco de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes público, essa modalidade de redação ou de texto subordi-
de caráter irreversível. nase aos princípios constitucionais e administrativos apli-
Os livros raros e os documentos de arquivo mais an- cáveis a todos os atos da administração pública, conforme
tigos devem ser tratados por especialistas da área. Os de-
estabelece o artigo 37 da Constituição Federal:
mais documentos permitem algumas intervenções, de sim-
ples a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim de-
“A administração pública direta e indireta de qualquer
vem ser de qualidade arquivística e de caráter reversível. Da
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
mesma forma, toda a intervenção deve obedecer a técnicas
e procedimentos reversíveis. Isso significa que, caso seja Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
necessário reverter o processo, não pode existir nenhum soalidade, moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”.
obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem con- - Neologismos: Palavras novas que, apesar de forma-
vergir na produção dos textos dessa natureza, razão pela das de acordo com o sistema morfológico da língua, ainda
qual, muitas vezes, não há como separar uma do outro. não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez
Indicamse, a seguir, alguns pressupostos de como devem de imóvel, que não se pode mexer; “talqualmente” em vez
ser redigidos os textos oficiais. de igualmente.

Padrão culto do idioma - Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser:


- de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de
A redação oficial deve observar o padrão culto do idio- sobraram.
ma quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estru- - de regência: os comerciantes visam apenas “o
tura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia,
lucro” em vez de ao lucro.
acentuação gráfica etc.).
- de colocação: “não tratavase” de um problema sério
Por padrão culto do idioma devese entender a língua
em vez de não se tratava.
referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situa-
ções formais de comunicação. Devemse excluir da Redagão
Oficial a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares - Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.:
que criam entraves inúteis à compreensão do significado. O desconhecido faloume de sua mãe. (Mãe de quem? Do
Não faz sentido usar “perfunctório” em lugar de “superfi- desconhecido? Do interlocutor?)
cial” ou “doesto” em vez de “acusação” ou “calúnia”. São
descabidos também as citações em língua estrangeira e os - Cacófato: Som desagradável, resultante da junção
latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os manuais de duas ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um
de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar, prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e
são unânimes em desaconselhar a utilização de certas for- porcada).
mas sacramentais, protocolares e de anacronismos que
ainda se leem em documentos oficiais, como: “No dia 20 - Pleonasmo: Informação desnecessariamente redun-
de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor dante. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro,
Jesus Cristo”, que permanecem nos registros cartorários vivem na miséria; Os moralistas, que se preocupam com a
antigos. moral, vivem vigiando as outras pessoas.
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialis-
mos, neologismos, regionalismos, bordões da fala e da lin- A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador
guagem oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas
linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma
comuns na comunicação eletrônica.
articulação verbal minimamente compatíveis com o regis-
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jor-
nalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito tro médio da linguagem. Nesse sentido, deve ser um texto
estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe unifor- neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências
midade, sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de cognitivas de leitores precariamente alfabetizados.
se obter a maior compreensão possível com o mínimo de Como exceção, citamse as campanhas e comunicados
recursos expressivos necessários. Portarias lavradas sob destinados a públicos específicos, que fazem uma aproxi-
forma poética, sentenças e despachos escritos em versos mação com o registro linguístico do públicoalvo. Mas esse
rimados pertencem ao “folclore” jurídicoadministrativo e é um campo que refoge aos objetivos deste material, para
são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da per-
inaceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, pro- suasão.
vocados por descuido ou ignorância, que constituem des- Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao ní-
vios das normas da línguapadrão. Enumeramse, a seguir, vel de compreensão de leitores precariamente equipados
alguns desses vícios: quanto à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabe-
tização e a capacidade de apreensão de enunciados são
- Barbarismos: São desvios: condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeira-
- da ortografia: “ advinhar” em vez de adivinhar; “exces- mente cidadão se não consegue ler e compreender o que
são” em vez de exceção. leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à
- da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica.
vida em sociedade.
- da morfologia: “interviu” em vez de interveio.
- da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez
Impessoalidade e Objetividade
de despercebido (não percebido, sem ser notado).
- pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do fran-
cês): “miseenscène” em vez de encenação; anglicismo (do Ainda que possam ser subscritos por um ente público
inglês): “delivery” em vez de entrega em domicílio. (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão
- Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões do poder público e é em nome dele que o emissor se co-
anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira, munica, sempre nos termos da lei e sobre atos nela funda-
depressa. mentados.

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do Outro aspecto das formalidades requeridas na Reda-
“eu” enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimen- ção Oficial é a necessidade prática de padronização dos
tos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifes- expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação,
tase em primeira pessoa, em formas verbais comuns como: espaçamento, caracteres tipográficos etc., os modelos ine-
declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos vitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e ou-
termos da lei que ele o faz e é em função do cargo que tros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o
exerce que se identifica e se manifesta. andamento burocrático, os despachos e o arquivamento.
O que interessa é aquilo que se comunica, é o con- É também por essa razão que quase todos os órgãos
teúdo, o objeto da informação. A impessoalidade contribui públicos editam manuais com os modelos dos expedien-
para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade tes que integram sua rotina burocrática. A Presidência da
da linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria República, a Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribu-
suscetível de inúmeras interpretações. nais Superiores, enfim, os poderes Executivo, Legislativo e
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O Judiciário têm os próprios ritos na elaboração dos textos e
adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juí- documentos que lhes são pertinentes.
zo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a Concisão e Clareza
pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou
Houve um tempo em que escrever bem era escrever
o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como
“difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocá-
índices do envolvimento emocional do redator com aquilo
bulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enu-
que está escrevendo.
merações, gradações, repetições enfáticas já foram consi-
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o derados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que
estilo individual é estimulado e serve como diferencial das se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao
qualidades autorais, a função pública impõe a despersona- ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a
lização do sujeito, do agente público que emite a comuni- concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja,
cação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualiza- a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação
doras, as ousadias estilísticas, a linguagem metafórica ou a Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo
elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação, “enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de An-
pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que drade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan,
essa regularidade imponha certa “monotonia burocrática” mestres da linguagem altamente concentrada.
ao discurso. Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e
Reafirmase que a intermediação entre o emissor e o “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos ofi-
receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, den- ciais, como o exemplo risível e caricato que segue:
tro do padrão culto do idioma; uma linguagem “neutra”,
referendada pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em “Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se
situações formais, acima das diferenças individuais, regio- faz que nos valhamos do ensejo para congratularmonos com
nais, de classes sociais e de níveis de escolaridade. Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à
apreciação de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde
Formalidade e Padronização servidor público, para abordar questões de tamanha com-
plexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e
As comunicações oficiais impõem um tratamento poli- exegetas.
do e respeitoso. Na tradição iberoamericana, afeita a títulos Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das
e a tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua causas primeiras, que fundamentaram a proposição tempes-
posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de tivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável
tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, se faz uma abordagem preliminar dos antecedentes imedia-
tos, posto que estes antecedentes necessariamente antece-
“Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em al-
dem os consequentes”.
gumas instâncias do poder, tornaramse inevitáveis. Enten-
da-se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a
Observe que absolutamente nada foi dito ou informa-
função pública, e não a pessoa de seu exercente.
do.
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obri-
gatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito As Comunicações Oficiais
comuns construções como “Vossa Excelência sois bondo-
so(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”. A redação das comunicações oficiais obedece a pre-
A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com ceitos de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade,
que os textos oficiais procuravam revestirse de um tom so- formalidade, padronização e correção gramatical.
lene e cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrô- Além dessas, há outras características comuns à comu-
nica e pedante, salvo em algumas peças oratórias envol- nicação oficial, como o emprego de pronomes de trata-
vendo tribunais ou juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição mento, o tipo de fecho (encerramento) de uma correspon-
retórica de Rui Barbosa e seus seguidores. dência e a forma de identificação do signatário, conforme

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

define o Manual de Redação da Presidência da República. - Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Supe-
Outros órgãos e instituições do poder público também riores; Membros de Tribunais; Juizes; Auditores da Justiça
possuem manual de redação próprio, como a Câmara dos Militar.
Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações
Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciá- Vocativos
rio etc.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi-
Pronomes de Tratamento das aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido
do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da
A regra diz que toda comunicação oficial deve ser for-
República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
mal e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gra-
Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
maticais, como também às normas de educação e corte-
Tribunal Federal.
sia. Para isso, é fundamental o emprego de pronomes de
tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de As demais autoridades devem ser tratadas com o vo-
acordo com o destinatário e as regras gramaticais. cativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo:
Embora os pronomes de tratamento se refiram à se- Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora
gunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concor- Juiza; Senhor Ministro / Senhora Ministra; Senhor Governa-
dância é feita em terceira pessoa. dor / Senhora Governadora.
Endereçamento
Concordância verbal:
Vossa Senhoria falou muito bem. De acordo com o Manual de Redação da Presidência,
Vossa Excelência vai esclarecer o tema. no envelope, o endereçamento das comunicações dirigi-
Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião. das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter
a seguinte forma:
Concordância pronominal:
Pronomes de tratamento concordam com pronomes A Sua Excelência o Senhor
possessivos na terceira pessoa. Fulano de Tal
Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vos- Ministro de Estado da Justiça
so...”). 70064900 Brasília. DF
Concordância nominal:
A Sua Excelência o Senhor
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a
que se refere o pronome de tratamento. Senador Fulano de Tal
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem) Senado Federal
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher) 70165900 Brasília. DF
Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher) A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela). Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
Vossa Excelência - com quem se fala (você) Rua ABC, nº 123
01010000 São Paulo. SP
Emprego dos Pronomes de Tratamento
Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em
As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
da Presidência da República. digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignida-
de é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo públi-
Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as co, sendo desnecessária sua repetida evocação”.
seguintes autoridades:
- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vi-
Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento emprega-
ce-presidenIe da República; Ministros de Estado; Governa-
do para as demais autoridades e para particulares. O vo-
dores e vicegovernadores de Estado e do Distrito Federal;
cativo adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana
Oficiais generais das Forças Armadas; Embaixadores; Se-
de Tal.
cretáriosexecutivos de Ministérios e demais ocupantes de
cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Go-
No envelope, deve constar do endereçamento:
vernos Estaduais; Prefeitos Municipais.
Ao Senhor
- Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Sena-
Fulano de Tal
dores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados
Rua ABC, nº 123
Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas
70123-000 – Curitiba.PR
Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Conforme o Manual de Redação da Presidência, em co- Identificação do Signatário


municações oficiais “fica dispensado o emprego do super-
lativo Ilustríssimo para as autoridades que recebem o trata- Conforme o Manual de Redação da Presidência do Re-
mento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o pública, com exceção das comunicações assinadas pelo
uso do pronome de tratamento Senhor. O Manual também presidente da República, em todas as comunicações ofi-
esclarece que “doutor não é forma de tratamento, e sim ciais devem constar o nome e o cargo da autoridade que as
título acadêmico”. Por isso, recomenda-se empregá-lo ape- expede, abaixo de sua assinatura. A forma da identificação
nas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham con- deve ser a seguinte:
cluído curso de doutorado. No entanto, ressalva-se que “é
costume designar por doutor os bacharéis, especialmente (espaço para assinatura)
os bacharéis em Direito e em Medicina”. Nome
Chefe da SecretariaGeral da Presidência da República
Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento diri-
gido a reitores de universidade. Correspondelhe o vocativo: (espaço para assinatura)
Magnífico Reitor. Nome
Vossa Santidade: É o pronome de tratamento emprega-
Ministro de Estado da Justiça
do em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo corres-
“Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as-
pondente é: Santíssimo Padre.
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima:
São os pronomes empregados em comunicações dirigidas essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”,
a cardeais. Os vocativos correspondentes são: Eminentís- alerta o Manual.
simo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo
Senhor Cardeal. Padrões e Modelos
Nas comunicações oficiais para as demais autoridades
eclesiásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima O Padrão Ofício
(para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vos-
sa Senhoria Reverendíssima (para monsenhores, cônegos O Manual de Redação da Presidência da República lista
e superiores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, três tipos de expediente que, embora tenham finalidades
clérigos e demais religiosos). diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e
Memorando. A diagramação proposta para esses expe-
Fechos para Comunicações dientes é denominada padrão ofício.
O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as se-
De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das guintes partes:
comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de
arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
fecho é a maneira de quem expede a comunicação despe- órgão que o expede. Exemplos:
dirse de seu destinatário.
Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do Of. 123/2002-MME
atual Manual de Redação da Presidência da República, havia Aviso 123/2002-SG
15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual Mem. 123/2002-MF
simplificou a lista e reduziu-os a apenas dois para todas as
modalidades de comunicação oficial. São eles: - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamen-
to à direita. Exemplo:
Respeitosamente: para autoridades superiores, inclu-
sive o presidente da República.
Brasília, 20 de maio de 2011
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierar-
quia ou de hierarquia inferior.
- Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações diri-
gidas a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa-
Redação do Ministério das Relações Exteriores”, diz o Ma- dores.
nual de Redação da Presidência da República.
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atencio- - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
samente” é recomendada para os mesmos casos pelo Ma- dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluí-
nual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros do também o endereço.
manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou
informais ficam a critério do remetente, com preferência - Texto. Nos casos em que não for de mero encami-
para a expressão “Cordialmente”, para encerrar a corres- nhamento de documentos, o expediente deve conter a se-
pondência de forma polida e sucinta. guinte estrutura:

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Introdução: que se confunde com o parágrafo de - é obrigatório constar a partir da segunda página o
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a número da página;
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, - os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
“Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”,empregue impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
a forma direta; gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se páginas pares (“margem espelho”);
o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas - o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere distância da margem esquerda;
maior clareza à exposição; - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea- no mínimo 3,0 cm de largura;
presentada a posição recomendada sobre o assunto. - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
nos casos em que estes estejam organizados em itens ou nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
títulos e subtítulos. de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Quando se tratar de mero encaminhamento de docu-
em branco;
mentos, a estrutura deve ser a seguinte:
Introdução: deve iniciar com referência ao expedien-
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
te que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do do-
linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
cumento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a in-
formação do motivo da comunicação, que é encaminhar, das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
indicando a seguir os dados completos do documento en- elegância e a sobriedade do documento;
caminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
segundo a seguinte fórmula: para gráficos e ilustrações;
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de - todos os tipos de documento do padrão ofício devem
2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0
de 2010, do Departamento Geral de Administração, que tra- cm;
ta da requisição do servidor Fulano de Tal.” - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
arquivo Rich Text nos documentos de texto;
ou - dentro do possível, todos os documentos elabora-
dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
cópia do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do gos;
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a res- - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
peito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na vem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento
região Nordeste.” + número do documento + palavraschave do conteúdo.
Exemplo:
Desenvolvimento: se o autor da comunicação dese-
jar fazer algum comentário a respeito do documento que “Of. 123 relatório produtividade ano 2010”
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvi-
mento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvol- Aviso e Ofício (Comunicação Externa)
vimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. São modalidades de comunicação oficial praticamen-
te idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é
- Fecho.
expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para
- Assinatura.
autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício
- Identificação do Signatário
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Forma de Diagramação
gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à se- também com particulares.
guinte forma de apresentação: Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo
do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de destinatário, seguido de vírgula. Exemplos:
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
de rodapé; Senhora Ministra,
- para símbolos não existentes na fonte Times New Ro- Senhor Chefe de Gabinete,
man, poderseão utilizar as fontes symbol e Wíngdings;

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
seguintes informações do remetente: plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi-
- nome do órgão ou setor; dente da República, sua estrutura segue o modelo antes
- endereço postal; referido para o padrão ofício.
- telefone e endereço de correio eletrônico. Já a exposição de motivos que submeta à consideração
Obs: Modelo no final da matéria. do Presidente da República a sugestão de alguma medida
a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato nor-
Memorando ou Comunicação Interna mativo, embora sigam também a estrutura do padrão ofí-
O Memorando é a modalidade de comunicação entre cio, além de outros comentários julgados pertinentes por
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível di- - na introdução: o problema que está a reclamar a
adoção da medida ou do ato normativo proposto;
ferente. Tratase, portanto, de uma forma de comunicação
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela me-
eminentemente interna.
dida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em-
o problema, e eventuais alternativas existentes para equa-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. cionálo;
a serem adotados por determinado setor do serviço pú- - na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-
blico. mada, ou qual ato normativo deve ser editado para solu-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação cionar o problema.
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados 4.1760, de 28 de março de 2010.
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do
folha de continuação. Esse procedimento permite formar Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior ______________ de 201_.
transparência a tomada de decisões, e permitindo que se
historie o andamento da matéria tratada no memorando. - Síntese do problema ou da situação que reclama pro-
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo vidências;
do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário - Soluções e providências contidas no ato normativo
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos: ou na medida proposta;
- Alternativas existentes às medidas propostas. Men-
cionar:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos. - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
- outras possibilidades de resolução do problema.
Obs: Modelo no final da matéria. - Custos. Mencionar:
Exposição de Motivos - se a despesa decorrente da medida está prevista na
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para
É o expediente dirigido ao presidente da República ou custeála;
ao vice-presidente para: - se a despesa decorrente da medida está prevista na
- informá-lo de determinado assunto; lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para
- propor alguma medida; ou custeála;
- submeter a sua consideração projeto de ato norma- - valor a ser despendido em moeda corrente;
tivo. - Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
somente se o ato proposto for medida provisória ou proje-
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- to de lei que deva tramitar em regime de urgência). Men-
dente da República por um Ministro de Estado. Nos casos cionar:
em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, - se o problema configura calamidade pública;
a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os - por que é indispensável a vigência imediata;
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de
não tenham sido previstos;
interministerial.
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de si-
Formalmente a exposição de motivos tem a apresenta-
tuação já prevista.
ção do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apre- - Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato
senta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela ou medida proposta possa vir a tê-lo)
que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para - Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato - Síntese do parecer do órgão jurídico.
normativo.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Com base em avaliação do ato normativo ou da medi- para informar sobre fato da Administração Pública; expor o
da proposa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3. plano de governo por ocasião da abertura de sessão legis-
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode lativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da pendem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; en-
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para fim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
que se complete o exame ou se reformule a proposta. de interesse dos poderes públicos e da Nação.
O preenchimento obrigatório do anexo para as expo- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
sições de motivos que proponham a adoção de alguma Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: caberá a redação final.
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
se busca resolver; gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas
do problema e dos defeitos que pode ter a adoção da me- - Encaminhamento de projeto de lei ordinária, com-
dida ou a edição do ato, em consonância com as questões plementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou
que devem ser analisadas na elaboração de proposições complementar são enviados em regime normal (Constitui-
normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.) ção, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a
- conferir perfeita transparência aos atos propostos. 4º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob
o regime normal e mais tarde ser objeto de nova mensa-
gem, com solicitação de urgência.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem-
analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com avi-
Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu so do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao
anexo complementam-se e formam um todo coeso: no Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que
anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
toda a situação que está a reclamar a adoção de certa pro- Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen-
vidência ou a edição de um ato normativo; o problema a dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminha-
efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da mento dirigemse aos membros do Congresso Nacional, e
exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstra- os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretá-
ção da necessidade da providência proposta: por que deve rio do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Consti-
ser adotada e como resolverá o problema. tuição impõe a deliberação congressual sobre as leis finan-
Nos casos em que o ato proposto for questão de ceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma
pessoal (nomeação, promoção, ascenção, transferência, do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso
readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, re- Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constitui-
condução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, dis- ção, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas.
ponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encami- As mensagens aqui tratadas coroam o processo desen-
nhamento do formulário de anexo à exposição de motivos. volvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange mi-
Ressalte-se que: nucioso exame técnico, jurídico e econômicofinanceiro das
- a síntese do parecer do órgão de assessoramento ju- matérias objeto das proposições por elas encaminhadas.
rídico não dispensa o encaminhamento do parecer com- Tais exames materializamse em pareceres dos diversos
pleto; órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de mo- o da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das pro-
tivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor postas, as análises necessárias constam da exposição de
extensão dos comentários a serem alí incluídos. motivos do órgão onde se geraram, exposição que acom-
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen- panhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao
te que a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial Congresso.
(clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padroni-
zação e uso do padrão culto de linguagem) deve ser redo- - Encaminhamento de medida provisória: Para dar
brada. A exposição de motivos é a principal modalidade cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Pre-
de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos sidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encami- dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secre-
nhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário tário do Senado Federal, juntando cópia da medida provi-
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo sória, autenticada pela Coordenação de Documentação da
ou em parte. Presidência da República.
- Indicação de autoridades: As mensagens que sub-
Mensagem metem ao Senado Federal a indicação de pessoas para
É o instrumento de comunicação oficial entre os Che- ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribu-
fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en- nais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e diretores
viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo do Banco Central, ProcuradorGeral da República, Chefes

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a Constitui- - Outras mensagens: Também são remetidas ao Legis-
ção, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do lativo com regular frequência mensagens com:
Congresso Nacional competência privativa para aprovar a - encaminhamento de atos internacionais que acarre-
indicação. O currículum vitae do indicado, devidamente as- tam encargos ou compromissos gravosos (Constituição,
sinado, acompanha a mensagem. art. 49, I);
- Pedido de autorização para o presidente ou o vice- - pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis
presidente da República se ausentarem do País por mais às operações e prestações interestaduais e de exportação
de 15 dias: Tratase de exigência constitucional (Constitui- (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
ção, art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência - proposta de fixação de limites globais para o montan-
privativa do Congresso Nacional. O presidente da Repúbli- te da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
ca, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por - pedido de autorização para operações financeiras ex-
prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa ternas (Constituição, art. 52, V); e outros.
do Congresso, enviandolhes mensagens idênticas.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
- Encaminhamento de atos de concessão e renova- - convocação extraordinária do Congresso Nacional
ção de concessão de emissoras de rádio e TV: A obri- (Constituição, art. 57, § 6º);
gação de submeter tais atos à apreciagão do Congresso - pedido de autorização para exonerar o Procurador-
Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º);
Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação - pedido de autorização para declarar guerra e decretar
da concessão após deliberação do Congresso Nacional mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
(Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem a - pedido de autorização ou referendo para celebrara
urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § paz (Constituição, art. 84, XX);
1º do art. 223 já define o prazo da tramitação. - justificativa para decretação do estado de defesa ou
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
mensagem o correspondente processo administrativo. - pedido de autorização para decretar o estado de sítio
- Encaminhamento das contas referentes ao exer- (Constituição, art. 137);
cício anterior: O Presidente da República tem o prazo de - relato das medidas praticadas na vigência do esta-
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa para en- do de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo
viar ao Congresso Nacional as contas referentes ao exer- único);
cício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e - proposta de modificação de projetas de leis financei-
parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. ras (Constituição, art. 166, § 5º);
166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar - pedido de autorização para utilizar recursos que fi-
a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi- carem sem despesas correspondentes, em decorrência de
mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno. veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual (Constituição, art. 166, § 8º);
- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela - pedido de autorização para alienar ou conceder ter-
deve conter o plano de governo, exposição sobre a situa- ras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
ção do País e solicitação de providências que julgar neces- 188, § 1º); etc.
sárias (Constituição, art. 84, XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da As mensagens contêm:
Presidência da República. Esta mensagem difere das de- - a indicação do tipo de expediente e de seu número,
mais porque vai encadernada e é distribuída a todos os horizontalmente, no início da margem esquerda:
congressistas em forma de livro.
Mensagem nº
- Comunicação de sanção (com restituição de au-
tógrafos): Esta mensagem é dirigida aos membros do - vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e
Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da mar-
Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela gem esquerda:
se informa o número que tomou a lei e se restituem dois
exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Pre- Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
sidente da República terá aposto o despacho de sanção.
- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do - o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do
Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais margem direita. A mensagem, como os demais atos assi-
as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai nados pelo Presidente da República, não traz identificação
publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrá- de seu signatário.
rio das demais mensagens, cuja publicação se restringe à
notícia do seu envio ao Poder Legislativo. Obs: Modelo no final da matéria.

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Telegrama Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa-


gem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é,
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar para que possa ser aceita como documento original, é ne-
os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de cessário existir certificação digital que ateste a identidade
telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de do remetente, na forma estabelecida em lei.
telegrafia, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação
dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente supe- Apostila
rada, deve restringirse o uso do telegrama apenas àquelas
situações que não seja possível o uso de correio eletrônico É o aditamento que se faz a um documento com o ob-
ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também jetivo de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar
vantagens, evitandose assim a expedição de um novo título
em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
ou documento. Estrutura:
deve pautarse pela concisão.
- Título: APOSTILA, centralizado.
Não há padrão rígido, devendose seguir a forma e a
- Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimen-
estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos to, atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se
Correios e em seu sítio na Internet. for o caso, onde o documento foi publicado.
- Local e data.
Obs: Modelo no final da matéria. - Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade
que constatou a necessidade de efetuar a apostila.
Fax
O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é Não deve receber numeração, sendo que, em caso de
uma forma de comunicação que está sendo menos usada documento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos
devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a textos ou no verso do documento.
transmissão de mensagens urgentes e para o envio ante- Em caso de publicação do ato administrativo originá-
cipado de documentos, de cujo conhecimento há premên- rio, a apostila deve ser publicada com a menção expressa
cia, quando não há condições de envio do documento por do ato, número, dia, página e no mesmo meio de comuni-
meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue caçao oficial no qual o ato administrativo foi originalmente
posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário publicado, a fim de que se preserve a data de validade.
o arquivamento, devese fazêlo com cópia xerox do fax e
não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se Obs: Modelo no final da matéria.
deteriora rapidamente.
ATA
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos
a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio, fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou
juntamente com o documento principal, de folha de rosto, assembleia. Estrutura:
isto é, de pequeno formulário com os dados de identifica- - Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas se-
ção da mensagem a ser enviada. quencialmente, indicar o respectivo número da reunião ou
sessão, em caixaalta.
Correio Eletrônico - Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação es-
pacial e temporal e participantes; Registro dos assuntos
O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e abordados e de suas decisões, com indicação das persona-
celeridade, transformouse na principal forma de comunica- lidades envolvidas, se for o caso; Fecho termo de encerra-
ção para transmissão de documentos. mento com indicação, se necessário, do redator, do horário
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô- de encerramento, de convocação de nova reunião etc.
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma
rígida para sua estrutura. Entretanto, devese evitar o uso A ATA será assinada e/ou rubricada portodos os pre-
de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. sentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator, de-
O campo assunto do formulário de correio eletrôni- pendendo das exigências regimentais do órgão.
co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, de-
vese, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da
organização documental tanto do destinatário quanto do
informação correta a ser registrada. No caso de omissão de
remetente.
informações ou de erros constatados após a redação, usase
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utili-
a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das
zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem informações corretas.
que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
nimas sobre seu conteúdo. Obs: Modelo no final da matéria.
Sempre que disponível, devese utilizar recurso de con-
firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
da mensagem pedido de confirmação de recebimento.

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Carta - Data.
- Texto.
É a forma de correspondência emitida por particular, ou - Assinatura e função ou cargo da autoridade.
autoridade com objetivo particular, não se confundindo com
o memorando (correspondência interna) ou o ofício (corres- O despacho pode constituirse de uma palavra, de uma
pondência externa), nos quais a autoridade que assina ex- expressão ou de um texto mais longo.
pressa uma opinião ou dá uma informação não sua, mas, sim,
do órgão pelo qual responde. Em grande parte dos casos da Obs: Modelo no final da matéria.
correspondência enviada por deputados, devese usar a carta,
não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitin- Ordem de Serviço
do parecer, opinião ou informação de sua responsabilidade, e É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou
não especificamente da Câmara dos Deputados. O parlamen- pontuais para a execução de serviços por órgãos subordina-
tar deverá assinar memorando ou ofício apenas como titular dos da Administração. Estrutura:
de função oficial específica (presidente de comissão ou mem- - Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data.
bro da Mesa, por exemplo). Estrutura: - Preâmbulo e fundamentação: denominação da autori-
- Local e data. dade que expede o ato (em maiúsculas) e citação da legisla-
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, ção pertinente ou por força das prerrogativas do cargo, segui-
cargo e endereço. da da palavra “resolve”.
- Vocativo. - Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividi-
- Texto. do em itens, incisos, alíneas etc.
- Fecho. - Assinatura: nome da autoridade competente e indica-
- Assinatura: nome e, quando necessário, função ou car- ção da função.
go. A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém pos-
Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá nume- sui caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essencial-
rálas. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no padrão mente, a otimização e a racionalização de serviços.
básico de diagramação. Obs: Modelo no final da matéria.
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da corres-
pondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, a Parecer
exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar relação É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou
de proximidade ou igualdade de posição entre os correspon- de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido subme-
dentes. tido para análise e competente pronunciamento. Visa forne-
cer subsídios para tomada de decisão. Estrutura:
Obs: Modelo no final da matéria. - Número de ordem (quando necessário).
- Número do processo de origem.
Declaração - Ementa (resumo do assunto).
É o documento em que se informa, sob responsabilidade, - Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdu-
algo sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura: ção); Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas);
- Título: DECLARAÇÃO, centralizado. Fecho opinativo (conclusão).
- Texto: exposição do fato ou situação declarada, com fi- - Local e data.
nalidade, nome do interessado em destaque (em maiúsculas) - Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
e sua relação com a Câmara nos casos mais formais.
- Local e data. Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, exis-
- Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de te o Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal,
autoridade, função ou cargo. definido no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados.
A declaração documenta uma informação prestada por O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tan-
autoridade ou particular. No caso de autoridade, a compro- tos itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista
vação do fato ou o conhecimento da situação declarada deve para o fim de melhor organizar o assunto, imprimindolhe cla-
serem razão do cargo que ocupa ou da função que exerce. reza e didatismo.
Declarações que possuam características específicas podem Obs: Modelo no final da matéria.
receber uma qualificação, a exemplo da “declaração funcional”.
Portaria
Obs: Modelo no final da matéria. É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabele-
ce regras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata da
Despacho organização e do funcionamento de serviços dentro de sua
É o pronunciamento de autoridade administrativa em esfera de competência. Estrutura:
petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento - Título: PORTARIA, numeração e data.
do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expe- - Ementa: síntese do assunto.
diente. Estrutura: - Preâmbulo e fundamentação: denominação da auto-
- Nome do órgão principal e secundário. ridade que expede o ato e citação da legislação pertinente,
- Número do processo. seguida da palavra “resolve”.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser divi- - Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou
dido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens. seja, da autoridade competente.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indica- - Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do reque-
ção do cargo. rente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação:
nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identi-
Certas portarias contêm considerandos, com as razões dade, idade (se maior de 60 anos, para fins de preferência na
que justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem de- tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio
pois deles. (caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados,
A ementa justificase em portarias de natureza normativa. precedendo à qualificação civil deve ser colocado o número
Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de no- do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de
meação e exoneração, por exemplo, suprime-se a ementa. preferência indicando os fundamentos legais do requerimen-
to e os elementos probatórios de natureza fática.
Obs: Modelo no final da matéria. - Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
Relatório - Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funcionamen-
to de uma instituição, do exercício de atividades ou acerca do Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, rei-
desenvolvimento de serviços específicos num determinado vindicação ou manifestação, o documento utilizado será um
período. Estrutura: abaixoassinado, com estrutura semelhante à do requerimen-
- Título RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE... to, devendo haver identificação das assinaturas.
- Texto registro em tópicos das principais atividades de- A Constituição Federal assegura a todos, independente-
senvolvidas, podendo ser indicados os resultados parciais e mente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Po-
totais, com destaque, se for o caso, para os aspectos positivos deres Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
e negativos do período abrangido. O cronograma de trabalho abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício
a ser desenvolvido, os quadros, os dados estatísticos e as ta- desse direito se instrumentaliza por meio de requerimento.
belas poderão ser apresentados como anexos. No que concerne especificamente aos servidores públicos, a
- Local e data. lei que institui o Regime único estabelece que o requerimen-
- Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) rela- to deve ser dirigido à autoridade competente para decidilo e
tor(es). encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediata-
mente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).
No caso de Relatório de Viagem, aconselhase registrar
uma descrição sucinta da participação do servidor no evento Obs: Modelo no final da matéria.
(seminário, curso, missão oficial e outras), indicando o período
e o trecho compreendido. Sempre que possível, o Relatório de Protocolo
Viagem deverá ser elaborado com vistas ao aproveitamento
efetivo das informações tratadas no evento para os trabalhos O  registro de protocolo (ou simplesmente “o  proto-
legislativos e administrativos da Casa. colo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte informático)
Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, devese em que são transcritos progressivamente os documentos e
atentar para os seguintes procedimentos: os atos em entrada e em saída de um sujeito ou entidade
- absterse de transcrever a competência formal das uni- (público ou privado). Este registro, se obedecerem a normas
dades administrativas já descritas nas normas internas; legais, têm fé pública, ou seja, tem valor probatório em casos
- relatar apenas as principais atividades do órgão; de controvérsia jurídica.
- evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas O termo protocolo tem um significado bastante amplo,
pelas unidades administrativas que lhe são subordinadas; identificando-se diretamente com o próprio procedimen-
- priorizar a apresentação de dados agregados, grandes to. Por extensão de sentido, “protocolo” significa também
metas realizadas e problemas abrangentes que foram solu- um trâmite a ser seguido para alcançar determinado objetivo
cionados; (“seguir o protocolo”).
- destacar propostas que não puderam ser concretizadas, A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma
identificando as causas e indicando as prioridades para os repartição determinada, que recebe o material documentário
próximos anos; do sujeito que o produz em saída e em entrada e os anota
- gerar um relatório final consolidado, limitado, se possí- num registro (atualmente em programas informáticos), atrui-
vel, ao máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria, buindo-lhes um número e também uma posição de arquivo
Departamento ou unidade equivalente. de acordo com suas características.
O registro tem quatro elementos necessários e obriga-
Obs: Modelo no final da matéria. tórios:
- Número progressivo.
Requerimento (Petição) - Data de recebimento ou de saída.
- Remetente ou destinatário.
É o instrumento por meio do qual o interessado requer - Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da cor-
a uma autoridade administrativa um direito do qual se julga respondência.
detentor. Estrutura:

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Ofício

(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)

Ofício nº 524/1991/SG-PR

Brasília, 20 de maio de 2011

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70160-900 – Brasília – DF
3 cm 297 mm
1,5 cm
Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de


24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em
sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas
pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído
pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que –
na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração
as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas
deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto
no art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos
etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último
aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
competente.
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão
encaminhas as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade
civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio
serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e
das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os
limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos
necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária
transparência e agilidade.

Atenciosamente,

(Nome)
(cargo)

210 mm

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Aviso

Aviso nº 45/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 2011

A Sua Excelência o Senhor


(Nome e cargo)
297 mm

3 cm
1,5 cm
Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público

Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro


Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser
realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de
Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas, nesta
capital.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das
Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgãos Públicos, instituído
pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)
(cargo do signatário)

210 mm

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Memorando

Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 2011

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm

1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa


Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos
e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo
da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste
Departa-mento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)

210 mm

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Exposição de Motivos de Caráter Informativo

5 cm

EM nº 00146/1991-MRE

5 cm Brasília, 24 de maio de 2011

3 cm 1,5 cm

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

2,5 cm
O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa
mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na
Conferência do Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de dois
por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os países em
condições de produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram sua
postura da maioria dos quarenta países participantes do processo negociador,
inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado a ser
concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)
1 cm
2,5 cm
Atenciosamente,
2,5 cm

(Nome)
(cargo)

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Mensagem

5 cm

Mensagem nº 118

4 cm

297 mm

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

2 cm 1,5 cm

3 cm
Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs
106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.

Brasília, 28 de março de 2011

210 mm

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Telegrama
[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]

Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
____________________________________________________________________


Exemplo de Apostila
APOSTILA

A Diretora da Coordenação de Secretariado Parlamentar do Departamento de Pessoal


declara que o servidor José da Silva, nomeado pela Portaria CDCC-RQ001/2004, publicada no
Suplemento ao Boletim Administrativo de 30 de março de 2004, teve sua situação funcional
alterada, de Secretário Parlamentar Requisitado, ponto n. 123, para Secretário Parlamentar sem
vínculo efetivo com o serviço público, ponto n. 105.123, a partir de 11 de abril de 2004, em face de
decisão contida no Processo n. 25.001/2004.

Brasília, em 26/5/2011

Maria da Silva
Diretora

Exemplo de ATA
CAMARA DOS DEPUTADOS
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações

ATA

As 10h15min, do dia 24 de maio de 2011, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da


Silva, Diretora da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião anterior, que
foi aprovada, sem alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão
do item “Projetos Concluídos”, sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a palavra
o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de Marketing, que apresentou um breve relato das atividades
desenvolvidas no trimestre, incluindo o lançamento dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos
Santos, Chefe da Tipografia, ressaltou que nos últimos meses os trabalhos enviados para publicação
estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando a todos pelos resultados alcançados.
Com relação aos projeXos concluídos, a Diretora esclareceu que todos mantiveram-se dentro do
cronograma de trabalho preestabelecido e que serao encaminhados à gráfica na próxima semana.
Às 11h45min a Diretora encerrou os trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de junho,
quarta-feira, às 10 horas, no mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu,
Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai assinada por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Despacho

CÂMARA DOS DEPUTADOS


PRIMEIRASECRETARIA

Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...

Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70
do Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos
das informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.

Deputado José da Silva


PrimeiroSecretário

Exemplo de Ordem de Serviço

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CONSULTORIA TÉCNICA

ORDEM DE SERVIÇO N. 3, DE 6/6/2010

O DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas


atribuições, resolve:
1. As salas 3 e 4 da Consultoria Técnica ficam destinadas a reuniões de trabalho com deputados,
consultores e servidores dos setores de apoio da Consultoria Técnica.
2. As reuniões de trabalho serão agendadas previamente pela Diretoria da Coordenação de
Serviços Gerais.
................................................................................................................................
6. Havendo mais de uma solicitação de uso para o mesmo horário, será adotada a seguinte
ordem de preferência:
1 reuniões de trabalho com a participação de deputados;
11 reuniões de trabalho da diretoria;
111 reuniões de trabalho dos consultores;
IV . ..................................................................................................................................
V . ....................................................................................................................................
7. O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Diretoría da
Coordenação de Serviços Gerais.

José da Silva
Diretor

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Parecer

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico


Para: Gerente Administrativo

Senhor Gerente,

Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos
a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta
comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no
emprego. O fundamento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o
nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional
da empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as
reiteradas decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº
244 – Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de
experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou
sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário,
diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não
tendo sido confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo
do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado
garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso
prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento
exclui a estabilidade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na
hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada
já estava grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica
afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do
afastamento a reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando
que a responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do
estado gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez
ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da
estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).


(assinatura)
(nome)
(cargo)

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Exemplo de Portaría

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DIRETORIAGERAL

PORTARIA N. 1, de 13/1/2010

Disciplina a utilização da chancela eletrônica nas requisições


de passagens aéreas e diárias de viagens, autorizadasem
processos administrativos no âmbito da Câmara dos
Deputados e assinadas pelo DiretorGeral.

O DIRETORGERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias de
viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas pelo DiretorGeral,
para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código de
segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida


DiretorGeral

Modelo de Relatório
CÂMARA DOS DEPUTADOS
ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário

RELATÓRIO

Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.

Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................

Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
.................................................................................. ....

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................

3. Considerações finais
.........................................................................................................................

Brasília, ............................ de de 201...

Nome
Função ou Cargo

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Modelo de Requerimento

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário

(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)

.................................... (nome do requerente, em maiúsculas) ..........................


.......................................................... (demais dados de qualificação), requer .................
............................................................................................................................................

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, ....... de .................. ���������������������������������������������������������� de 201.....

Nome
Cargo ou Função

Questões

01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao
andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o
atingimento das metas estabelecidas.

A redação do documento acima indica tratar-se


(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento.
(C) de trecho do corpo de um ofício.
(D) da introdução de um relatório.
(E) do fecho de um memorando.

02. A redação inteiramente apropriada e correta de um documento oficial é:


(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivindicações, e esperamos poder estar sendo recebidos em
vosso gabinete para discutir nossos problemas salariais.
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a redistribuição de pessoal especializado em serviços gerais
para os departamentos que foram recentemente criados.
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sª. este jovem, muito inteligente e esperto, que lhe vai resolver os problemas
do sistema de informatização de seu gabinete.
(D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste departamento, faltaram um número grande de
servidores para os andamentos do serviço.
(E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar de quais providências vão ser tomadas para resolver essa
confusão que foi criado pelos manifestantes.

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

03. A frase cuja redação está inteiramente correta e


apropriada para uma correspondência oficial é: LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CAMBÉ:
(A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os con- TÍTULO II – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES;
vites para a reunião de gala deste Conselho, em que se fará CAPÍTULO I – DO PODER LEGISLATIVO,
homenagens a todos os ilustres membros dessa diretoria, SEÇÕES I, II, III, IV E V; CAPÍTULO II – DO
importantíssima na execução dos nossos serviços. PODER EXECUTIVO, SEÇÃO VI. TÍTULO III
(B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo – DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso gabinete,
MUNICIPAL; CAPÍTULO I – DA ESTRUTURA
para informar de que as medidas de austeridade recomen-
dadas por V. Sa. já está sendo tomadas, para evitar-se os
ADMINISTRATIVA; CAPÍTULO II – DOS ATOS
atrasos dos prazos. MUNICIPAIS, SEÇÕES I, II, III, IV E V; CAPÍTULO
(C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que III – DOS BENS MUNICIPAIS. LEI ORGÂNICA
chegaram nossos analistas sobre as condições de funcio-
namento deste setor, bem como as providências a serem
tomadas para a consecução dos serviços e o cumprimento TÍTULO I
dos prazos estipulados. Da Organização Municipal CAPÍTULO I
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de Do Município Seção I Disposições Gerais
que se possa estar tomando as medidas mais do que im-
portantes para tornar nosso departamento mais eficiente, Art. 1º. O Município de Cambé, pessoa jurídica de direito
na agilização dos trâmites legais dos documentos que pas- público interno, é unidade territorial que integra a organização
sam por aqui. político-administrativa da Republica Federativa do Brasil, no
(E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis pro- Estado do Paraná, dotada de autonomia política, administrati-
vidências cabíveis para vir novos funcionários para esse va, financeira e legislativa, nos termos assegurados pela Cons-
nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agili- tituição Federal, Constituição Estadual e por esta Lei Orgânica.
zar todos os documentos que precisamos enviar. Art. 2º. São poderes do Município, independentes e har-
mônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.
04. A respeito dos padrões de redação de um ofício, é Parágrafo Único - São símbolos do Município: o Brasão,
INCORRETO afirmar que: a Bandeira e o Hino, representativos de sua cultura e história.
(A) Deve conter o número do expediente, seguido da Art. 3º. Constituem bens do Município todas as coisas
sigla do órgão que o expede. móveis e imóveis, direitos e ações que a qualquer título lhe
(B) Deve conter, no início, com alinhamento à direita, pertençam.
o local de onde é expedido e a data em que foi assinado. Art. 4º. A sede do Município dá-lhe o nome e tem a ca-
(C) Deverá constar, resumidamente, o teor do assunto tegoria de cidade.
do documento.
(D) O texto deve ser redigido em linguagem clara e CAPÍTULO II
direta, respeitando-se a formalidade que deve haver nos Da Competência do Município Seção I
expedientes oficiais. Da Competência Privativa
(E) O fecho deverá caracterizar-se pela polidez, como
Art. 5º. Ao Município compete prover a tudo quanto diga res-
por exemplo: Agradeço a V. Sª. a atenção dispensada.
peito ao seu peculiar interesse e ao bem-estar de sua população, ca-
bendo-lhe, privativamente, dentre outras, as seguintes atribuições:
05. Haveria coerência com as ideias do texto e respei-
taria as normas de redação de documentos oficiais se o I - legislar sobre assuntos de interesse local;
texto apresentado fosse incluído como parágrafo inicial em II - suplementar a legislação federal e estadual,
um ofício complementado pelo parágrafo final e os fechos no que couber;
apresentados a seguir. III - elaborar o plano diretor de desenvolvimen-
to Integrado, com o objetivo de ordenar as funções sociais da
Solicita-se, portanto, a divulgação desses dados junto cidade e garantir o bem estar de seus habitantes;
aos órgãos competentes. IV - criar, organizar e suprimir distritos, observa-
da a legislação estadual;
Atenciosamente, V - manter, com a cooperação técnica e finan-
Pedro Santos ceira da União e do Estado programas de educação infantil e
de ensino fundamental; (NR – Emenda 20)
Pedro Santos VI - instituir, executar e apoiar programas edu-
Secretário do Conselho cacionais e culturais que propiciem o pleno desenvolvimento
da criança e do adolescente;
Resposta 01-C / 02-B / 03-C / 04-E / 05-C (correta) VII - amparar, de modo especial, os idosos e
os portadores de deficiência;
VIII - elaborar o plano plurianual, as diretri-
zes orçamentárias e o orçamento anual; (NR – Emenda 20)

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

IX - instituir e arrecadar tributos, bem como XXXII - ordenar as atividades urbanas, fixan-
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres- do condições e horários para funcionamento de estabeleci-
tar contas nos prazos fixados em lei; (NR – Emenda 20) mentos industriais, comerciais e de serviços, observadas as
X - adquirir bens, inclusive por meio de desa- normas federais pertinentes;
propriação; XXXIII - dispor sobre os serviços funerais e
XI – instituir a guarda municipal destinada à de cemitérios, encarregando-se da administração daqueles
proteção de seus bens, serviços, instalações e a proteção aos que forem públicos e fiscalizando os pertencentes a entida-
escolares, conforme dispuser a lei; (NR - Emenda 08) des privadas;
XII - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços XXXIV - regulamentar, autorizar e fiscalizar
públicos; a fixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de
XIII - Publicar na imprensa oficial do Município qualquer outro meio de publicidade e propaganda, nos locais
e, facultativamente, na imprensa regional, as suas leis, atos e sujeitos ao poder de polícia municipal;
contas. A publicação deve ocorrer, ainda, em meios eletrôni- XXXV - prestar assistência, nas emergências
cos na forma da legislação específica; (NR – Emenda 20) médico-hospitalares de pronto socorro, por seus próprios
XIV - dispor sobre administração, utilização e serviços ou mediante convênio ou contrato com instituição
alienação dos bens públicos; especializada; (NR – Emenda 20)
XVI - instituir o quadro, os planos de carreira XXXVI - organizar e manter os serviços de
e o regime jurídico dos servidores municipais; (NR – Emenda fiscalização necessários ao exercício do seu poder de polícia
20) administrativa;
XVII - organizar e prestar, diretamente, ou sob XXXVII – velar pela higiene pública;
regime de concessão ou permissão, os serviços públicos lo- XXXVIII - dispor sobre o depósito e venda
cais; de animais e mercadorias apreendidos em decorrência de
XVIII - planejar o uso e a ocupação do solo transgressão da legislação municipal;
em seu território, especialmente em sua zona urbana; XXXIX - dispor sobre o registro, vacinação e
XIX - estabelecer normas de edificação, lotea- captura de animais com a finalidade precípua de erradicar as
mento, arruamento e zoneamento urbano rural, bem como moléstias de que possam ser portadores ou transmissores;
as limitações urbanísticas convenientes a ordenação do seu XL - estabelecer e impor penalidades por infração de suas
território, observando a lei federal; leis e regulamentos; XLI - promover os seguintes serviços:
XX - conceder e renovar licença para localiza- a) onstrução e conservação de estradas e cami-
ção e funcionamento de estabelecimentos industriais, comer- nhos municipais;
ciais, prestadores de serviços e quaisquer outros; b) transportes coletivos estritamente municipais;
XXI - cassar a licença que houver concedido c) iluminação pública;
ao estabelecimento que se tornar prejudicial ou nocivo à saú- d) água e esgoto
de, à higiene, ao sossego alheio, à segurança, aos outros bons f) a limpeza pública, a coleta, a remoção e des-
costumes ou ao meio ambiente, fazendo cessar a atividade ou tinação final de resíduos sólidos domiciliares e do lixo origi-
determinando o fechamento do estabelecimento; nário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
XXII - estabelecer servidões administrativas (NR – Emenda 20)
necessárias a realização de seus serviços, inclusive a dos seus g) serviços funerários.
concessionários; XLII - assegurar a expedição de certidões requeridas às
XXIII - regular a disposição, o traçado e as repartições administrativas municipais, para defesa de direitos
demais condições dos bens públicos de uso comum; e esclarecimentos de situações de interesse pessoal, estabele-
XXIV - regulamentar a utilização dos logra- cendo os prazos de atendimento.
douros públicos, especialmente no perímetro urbano, e de- § 1º As competências previstas neste artigo não esgotam
terminar o itinerário e os pontos de parada dos transportes o exercício privativo de outras, na forma da lei, desde que
coletivos; atendam ao peculiar interesse do Município e ao bem-estar
XXV - regulamentar o serviço de carros de alu- de sua população e não conflitem com a competência federal
guel, inclusive o uso de taxímetro; XXVI - fixar os locais de e estadual.
estacionamento de táxis e demais veículos; § 2º As normas de loteamento e arruamento a que se
XXVII - conceder, permitir ou autorizar os ser- refere o inciso XIX deste artigo deverão exigir reserva de áreas
viços de transporte coletivo e de táxis, fixando as respectivas destinadas a:
tarifas; a) zonas verdes e demais logradouros públicos;
XXVIII - fixar e sinalizar as zonas de silêncio, b) vias de tráfego e de passagem de canaliza-
trânsito e tráfego em condições especiais; ções públicas, de esgotos e de águas pluviais nos fundos dos
XXIX - disciplinar os serviços de carga e des- vales;
carga e fixar a tonelagem máxima permitida a veículos que c) passagem de canalizações públicas de esgoto e de águas
circulem em vias públicas municipais; pluviais nos fundos dos lotes, obedecidas as dimensões e de-
XXX - tornar obrigatória a utilização da esta- mais condições estabelecidas na legislação. (NR – Emenda 20)
ção rodoviária, quando houver; § 3º -A lei complementar de criação da guarda munici-
XXXI - sinalizar as vias urbanas e estradas pal estabelecerá a organização e competência dessa força
municipais, bem como regulamentar e fiscalizar a sua uti- auxiliar na proteção dos bens, serviços, instalações e a pro-
lização; teção aos escolares”. (NR - Emenda 08)

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Seção II V - manter a publicidade de atos, programas,


Da Competência Comum obras, serviços e campanhas de órgãos públicos que não te-
nham caráter educativo, informativo ou de orientação social,
Art. 6º. É da competência administrativa comum do Mu- assim como a publicidade da qual constem nomes, símbolos
nicípio, da União e do Estado, observada a lei complementar ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autorida-
federal, no exercício das seguintes medidas: des ou servidores públicos;
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e VI - outorgar isenções e anistias fiscais, ou per-
das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; mitir a remissão da dívida, sem interesse público justificado,
II - cuidar da saúde e assistência social, da pro- sob pena de nulidade do ato;
teção e garantia das pessoas portadoras de deficiências físicas; VII - exigir ou aumentar tributos sem lei que o
III - proteger os documentos, as obras e outros estabeleça;
bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as VIII - instituir tratamento desigual entre con-
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; tribuinte que se encontre em situação equivalente, proibida
IV - impedir a evasão, a destruição e a desca- qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou fun-
racterização de obras de arte e de outros bens de valor histó- ção por eles exercidos, independentemente da denominação
rico, artístico ou cultural; jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à IX - estabelecer diferença tributária entre bens
educação e à ciência; e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedên-
VI - proteger o meio ambiente e combater a cia ou destino;
poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar os ma- X - cobrar tributos:
nanciais, as florestas, a fauna, a flora e os fundos de vales; VIII a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do
- fomentar a produção agropecuária e organizar o abasteci- início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
mento alimentar; b) no mesmo exercício financeiro em que haja
IX - promover programas de construção de moradias e a sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
melhoria das condições habitacionais e de saneamento bá- XI - utilizar tributos com efeito de confisco;
sico; XII - estabelecer limitações ao tráfego de pes-
x- combater as causas da pobreza e os fatores de margi- soas ou bens, por meios de tributos, ressalvada a cobrança de
nalização, promovendo a integração social dos setores des- pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público;
favorecidos; XIII - instituir impostos sobre:
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as con- a) patrimônio, renda ou serviços da União, do
cessões de direitos de pesquisas e exploração de recursos Estado e de outros Municípios;
hídricos e minerais em seus territórios; b) templos de qualquer culto;
XII - estabelecer e implantar política de educa- c) patrimônio, rendas ou serviços dos partidos
ção para segurança do trânsito; políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
XIII – planejar e promover a implantação de trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
sistema de defesa civil, para atuação em casos de situação de social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei federal;
emergência ou de calamidade pública. d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado
à sua impressão.
Seção III XIV– instituir taxas que atentem contra:
Da Competência Suplementar a) o direito de petição aos poderes públicos em
defesa do direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Art. 7º. Ao Município compete suplementar a legislação b) a obtenção de certidões em repartições pú-
federal e a estadual no que couber e naquilo que disser respeito blicas para a defesa de direito e esclarecimentos de situações
ao seu peculiar interesse, visando adaptá-las à realidade local. de interesse pessoal;
XV – instituir isenção de tributos de competências da
CAPÍTULO III União e do Estado.
Das Vedações § 1º A vedação do inciso XIII, a, é extensiva às autarquias
e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no
Art. 8º. É vedado ao Município: que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vincula-
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, sub- dos às suas finalidades essenciais ou as delas decorrentes;
vencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com § 2º As vedações do inciso XIII, a, e do parágrafo 1° deste
eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, artigo, não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços re-
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; lacionados com exploração de atividades econômicas regidas
II - recusar fé aos documentos públicos; pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados ou em
III - criar distinções entre cidadãos ou prefe- que haja contra prestação ou pagamento de preços ou tari-
rências entre si; fas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel;
modo, com recursos pertencentes aos cofres públicos, quer § 3º As vedações expressas no inciso XIII, alíneas b e c,
pela imprensa, rádio, televisão, serviço de alto-falante ou compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços
qualquer outro meio de comunicação, propaganda políti- relacionados com as finalidades essenciais das entidades
co-partidária. nelas mencionadas;

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

TÍTULO III Seção II


Da organização Administrativa Municipal CAPÍTULO I Dos Registros Processados
Da Estrutura Administrativa
Art. 90. O Município manterá os sistemas que forem
Art. 87. A administração municipal é constituída de órgãos necessários ao registro de seus serviços, mediante processa-
integrados na estrutura administrativa da prefeitura e de entida- mento de dados ou outros equipamentos similares.
des da administração indireta, criadas por lei. (NR – Emenda 20)
§ 1º Os órgãos da administração direta que compõem a Seção III
estrutura administrativa da Prefeitura se organizam e se coor- Dos Atos Administrativos
denam, atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao
bom desempenho de suas atribuições. Art. 91. Os atos administrativos de competência do Prefei-
§ 2º As entidades dotadas de personalidade jurídica pró- to devem ser expedidos com obediência às seguintes normas:
pria que compõem a administração indireta do Município se I - decreto, numerado em ordem cronológica,
classificam em: nos seguintes casos:
I - autarquia - o serviço autônomo, criado por a) regulamentação de lei;
lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprios, b) instituição, modificação ou extinção de atri-
para executar atividades típicas da administração pública que buições não constantes de lei;
requeira, para seu melhor funcionamento, gestão administra- c) regulamentação interna dos órgãos que fo-
tiva e financeira descentralizada; rem criados na administração municipal;
II - empresa pública - entidade dotada de per- d) abertura de créditos especiais e suplementares, até
sonalidade jurídica de direito privado, com patrimônio e capi- o limite autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários;
tal do Município, criada por lei, para exploração de atividades e) declaração de utilidade pública ou necessidade
econômicas que o Município seja levado a exercer, por força social, para fins de desapropriação ou de servidão administrativa;
de contingência ou conveniência administrativa, podendo re- f) aprovação de regulamento ou de regimento
vestir-se de qualquer das formas admitidas em direito; das entidades que compõem a administração municipal;
III - sociedade de economia mista - entidade do- g) permissão de uso dos bens municipais;
tada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, h) medidas de execução do plano diretor de de-
para exploração de atividades econômicas sob a forma de socie- senvolvimento integrado do Município;
dade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua i) normas de efeitos externos não privativos da lei;
maioria, ao Município ou a entidade da administração indireta; j) fixação e alteração de preços.
IV - fundação pública - a entidade dotada de II - portaria nos seguintes casos:
personalidade jurídica de direito privado, criada em virtude de a) provimento e vacância dos cargos públicos e
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades demais atos de efeitos individuais;
que não exijam execução por órgão ou entidades de direito b) lotação nos quadros de pessoal;
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio c) abertura de sindicância e processos adminis-
gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento trativos, aplicação de penalidades e demais atos individuais
custeado por recursos do Município e de outras fontes. de afeitos internos;
§ 3º A entidade que trata o inciso IV do § 2° deste artigo, d) outros casos determinados em lei ou decreto.
adquire personalidade jurídica com a inscrição da escritura pú- III - contrato nos seguintes casos:
blica de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. a) admissão de servidores para serviços de cará-
ter temporário nos termos da Lei.
CAPÍTULO II b) execução de obras e serviços municipais, nos
Dos Atos Municipais Seção I termos da lei.
Da Publicidade dos Atos Municipais Parágrafo Único - Os atos constantes dos incisos II e III
deste artigo, poderão ser delegados.
Art. 88. A publicação das leis e dos atos municipais far-se
-á em órgão da imprensa local ou regional ou por afixação na Seção IV Das Proibições
sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal, conforme o caso.
1º Nenhum ato produzirá efeito antes de sua publicação. Art. 92. O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os Secre-
§ 2º A publicação dos atos não normativos, pela impren- tários municipais, bem como seu cônjuge, companheiro, parente
sa, poderá ser resumida. em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau, não
Art. 89. O Prefeito fará publicar: poderão contratar com o município, subsistindo a proibição até
I - mensalmente, o balancete resumido da re- seis meses após findas as respectivas funções. (NR – Emenda 24)
ceita e da despesa; §1º Aplica-se a proibição do caput ao servidor, efetivo
II - mensalmente, os montantes de cada um ou comissionado, seu cônjuge, companheiro, parente em
dos tributos arrecadados e os recursos recebidos; linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau,
III - anualmente, até quinze de março, pelo lotado na secretaria ou órgão da Administração destinatá-
órgão oficial, as contas da administração, constituídas do ria do serviço ou bem adquirido. (Incluído pela Emenda 24)
balanço financeiro, do balanço patrimonial, do balanço or- §2º Inclui-se na proibição as pessoas jurídicas de direito
çamentário e demonstração das variações patrimoniais, em privado cujos sócios ou administradores sejam as pessoas re-
forma sintética. lacionadas no caput e § 1º. (Incluído pela Emenda 24)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

§3º Não se incluem na proibição do §1º os contratos cujas Art. 99. O Município, preferentemente à venda ou
cláusulas e condições sejam uniformes a todos os interessa- doação de seus bens imóveis,outorgará concessão de direito
dos, bem como, aqueles cujo objeto seja de tal singularidade real de uso, mediante prévia autorização legislativa e concor-
ou especificidade que a sua inviabilidade possa causar danos rência, dispensada esta quando o uso se destinar à concessio-
ao erário ou à consecução de políticas públicas de atendi- nária de serviço público, a entidades assistenciais ou quando
mento à população. (Incluído pela Emenda 24) houver relevante interesse público, devidamente justificado.
Art. 93. A pessoa jurídica em débito com o sistema de Art. 100. A aquisição onerosa de bens observará os re-
seguridade social como estabelecido em lei federal, não po- quisitos da legislação pertinente.
derá contratar com poder público municipal nem dele receber Art. 101. A doação, venda ou concessão de uso de qual-
benefícios ou incentivos fiscais ou créditos. quer fração de parques, praças, jardins ou largos públicos, de-
Art. 94. A Prefeitura e a Câmara são obrigadas a fornecer penderá de lei especial.
a qualquer interessado, no prazo de quinze dias, certidões dos Art. 102. O uso de bens municipais, por particulares, po-
atos, contratos e decisões, desde que requeridas para fim de derá ser feito mediante concessão, permissão a título precário
direito determinado, sob pena de responsabilidade de autori- e por tempo determinado ou autorização, conforme o inte-
dade que negar ou retardar a sua expedição. (NR – Emenda 20) resse público o exigir. (NR – Emenda 20)
Parágrafo único. As requisições judiciais deverão ser § 1º A concessão de uso dos bens públicos de uso espe-
atendidas no prazo definido no caput se outro não for fixado cial e dominicais dependerá de lei e concorrência e será feita
pelo juiz. (NR – Emenda 20) mediante contrato, sob pena de nulidade do ato, ressalvada
a hipótese do art. 99, desta Lei Orgânica. (NR – Emenda 20)
CAPÍTULO III § 2º A concessão administrativa de bens públicos de uso
Dos Bens Municipais comum somente poderá ser outorgada para finalidades esco-
lares, de assistência social ou turística, mediante autorização
Art. 95. São bens do Município de Cambé os que atual- legislativa. (NR – Emenda 20)
mente lhe pertencem e os que vier a adquirir, cabendo ao § 3º A permissão de uso, que poderá incidir sobre bens de
Prefeito a sua administração, respeitada a competência da Câ- uso especiais e dominicais, será feita, a título precário, por ato
mara Municipal quanto àqueles utilizados em seus serviços. unilateral do Prefeito, através de decreto. (Redação incluída
Parágrafo Único – O Município participará no resultado pela Emenda nº 20)
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos §4º A autorização de uso, que poderá incidir sobre qual-
para fins de abastecimento da população e de geração de quer bem público, será feita, a título precário, por ato unilate-
energia elétrica e de outros recursos minerais de seu território, ral do Prefeito, através de portaria e por prazo não superior a
na forma da legislação competente. sessenta dias. (Redação incluída pela Emenda nº 20)
Art. 96. Todos os bens municipais deverão ser cadastra- Art. 103. Poderão ser prestados serviços a particulares com
dos, com a identificação respectiva, numerando-se os móveis uso de máquinas e operadores do Município, desde que não haja
segundo o que for estabelecido em regulamento, os quais prejuízos na execução dos serviços públicos e o interessado re-
ficarão sob a responsabilidade do chefe da secretaria ou dire- colha, previamente, a remuneração arbitrada. (NR – Emenda 20)
toria a que forem atribuídos.
Parágrafo Único - Em toda a frota motorizada da Prefei- CAPÍTULO IV
tura e ou outro órgão da administração conforme o caso, de- Das Obras e Serviços Municipais
verá constar, em local bem visível, os seguintes dizeres: “PRE-
FEITURA MUNICIPAL DE CAMBÉ” – “USO EXCLUSIVO”. Art. 104. Nenhum empreendimento de obras e serviços
Art. 97. Os bens patrimoniais do Município deverão ser do Município poderá ter início sem prévia elaboração do pla-
classificados: I - pela sua natureza; no respectivo, no qual, obrigatoriamente, conste:
II - em relação a cada serviço. I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência
Parágrafo Único - Deverá ser feita anualmente a con- e oportunidade para o interesse comum; II - os pormenores
ferência da escrituração patrimonial com os bens existentes, para a sua execução;
e, na prestação de contas de cada exercício, será incluído o III - os recursos para o atendimento das respec-
inventário de todos os bens municipais. tivas despesas;
Art. 98. A alienação de bens municipais, subordinada à IV - os prazos para o seu início e conclusão,
existência de interesse público devidamente justificado, será acompanhados da respectiva justificação.
sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes nor- § 1º Nenhuma obra, serviço ou melhoramento, salvo ca-
mas: (NR – Emenda 20) sos de extrema urgência, será executada sem prévio orçamen-
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e lici- to do seu custo.
tação, ressalvados os casos previstos na legislação federal. § 2º As obras públicas poderão ser executadas pela Pre-
(NR – Emenda 20) feitura, por suas autarquias e demais entidades da administra-
Parágrafo Único - Excepcionalmente e nos termos da ção indireta, e, por terceiros, mediante licitação.
Lei, para atender interesse público devidamente justificado, Art. 105. A concessão ou a permissão de serviço pú-
a doação poderá ser sem encargos, dispensando as demais blico dependerá de autorização legislativa e contrato pre-
exigências constantes da alínea “a” deste artigo, desde que cedido de licitação.
a beneficiária ofereça garantia integral no valor do imóvel, § 1º Serão nulas de pleno direito as permissões, as con-
de livre escolha do poder Executivo. cessões, bem como quaisquer outros ajustes feitos em de-
sacordo com o estabelecido neste artigo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

§ 2º Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sem- Art. 112. A contribuição de melhoria poderá ser cobra-
pre sujeitos à regulamentação e fiscalização do Município, in- da dos proprietários de imóveis valorizados por obras públi-
cumbindo, aos que os executem, sua permanente atualização cas municipais, tendo como limite total a despesa realizada
e adequação às necessidades dos usuários. e como limite individual o acréscimo de valor que da obra
§ 3º O Município poderá retomar, sem indenização, os ser- resultar para cada imóvel beneficiado.
viços permitidos ou concedidos, desde que executados em des- Art.113. O Prefeito Municipal promoverá periodicamente
conformidade com o ato ou contrato, bem como aqueles que a atualização da base de cálculo dos tributos municipais:
se revelarem insuficientes para o atendimento dos usuários. § 1º A base de cálculo do imposto predial e territorial ur-
§ 4º As concorrências para a concessão de serviços públi- bano – IPTU- será atualizada anualmente, antes do término
cos deverão ser precedidas de ampla publicidade, observada do exercício, podendo para tanto ser criada comissão da qual
a legislação federal pertinente. participarão, além dos servidores do Município, representan-
Art. 106. As tarifas dos serviços públicos deverão ser fixa- tes dos contribuintes e do Poder Legislativo, de acordo com
das pelo Executivo, tendo-se em vista a sua justa remuneração. decreto do Prefeito Municipal.
Art. 107. Nos serviços, obras e concessões do Município, § 2º A atualização da base de cálculo do imposto munici-
bem como nas compras e alienações, será adotada a licitação, pal sobre serviços de qualquer natureza, cobrado de autôno-
nos termos da lei. mos e sociedades civis, obedecerá aos índices de atualização
Art. 108. O Município poderá realizar obras e serviços de monetária. (NR – Emenda 20)
interesse comum, mediante convênio com o Estado, a União § 3º A atualização da base de cálculo das taxas decorren-
ou entidades particulares, bem assim, através de consórcios tes do exercício do poder de polícia municipal, obedecerá aos
com outros Municípios. índices oficiais de atualização monetária. (NR – Emenda 20)
§ 4º A atualização da base de cálculo das taxas de serviços
CAPÍTULO V levará em consideração a avaliação dos custos dos serviços
Da Administração Tributária e Financeira Seção I prestados ao contribuinte ou colocados a sua disposição, ob-
Dos Tributos Municipais servados os seguintes critérios:
I- quando a variação dos custos for inferior ou igual aos
Art. 109. São tributos municipais os impostos, as taxas e as índices de atualização monetária, esse será aplicado integral-
contribuições de melhoria, decorrentes de obras públicas, insti- mente; (NR – Emenda 20)
tuídos por lei municipal, atendidos os princípios estabelecidos II - quando a variação dos custos for superior ao índi-
na Constituição Federal e nas normas gerais de direito tributário. ce utilizado para a atualização será aplicado o indexador e a
Art. 110. São de competência do Município os impostos diferença dar-se-á por meio de lei, desde que observado o
sobre: I - propriedades predial e territorial urbana; princípio da anterioridade. (NR – Emenda 20)
II - transmissão, “inter vivos”, a qualquer título, Art. 114. A concessão de isenção, remissão e anistia de
por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou por aces- tributos municipais dependerá de autorização legislativa. (NR
são física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de ga- – Emenda 20)
rantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição; Art. 115. A remissão de crédito tributários somente po-
III - serviços de qualquer natureza, não com- derá ocorrer nos termos da legislação federal, devendo a lei
preendidos na competência do Estado, definidos em lei com- que a autorize, ser aprovada por maioria absoluta dos Verea-
plementar prevista no art.146 da Constituição Federal. dores da Câmara Municipal.
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo, de forma Art. 116. Os incentivos fiscais e as isenções condicionadas
a assegurar o cumprimento da função social, o imposto previs- serão concedidos por prazo determinado e serão revogados
to no inciso I do “caput” deste artigo poderá, nos termos da lei: sempre que se apure que o beneficiário deixou de cumprir
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; com as condições para a sua concessão. (NR – Emenda 20)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a lo- Art. 117. É de responsabilidade do órgão competente da
calização e o uso do imóvel. Prefeitura Municipal a inscrição em dívida ativa dos créditos
§ 2º O imposto previsto no inciso II não incide sobre a trans- concernentes de impostos, taxas, contribuição de melhoria
missão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pes- e multas de qualquer natureza, decorrentes de infrações à
soa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão legislação tributária, com prazo de pagamento fixado pela
de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou legislação ou por decisão preferida em processo regular de
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade fiscalização.
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens Art. 118. Ocorrendo a decadência de direito de constituir
ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. o crédito tributário abrir-se-á inquérito administrativo para
§ 3º A lei determinará medidas para que os consumidores apurar as responsabilidades, na forma de lei.
sejam esclarecidos acerca dos impostos previstos no inciso III. Parágrafo Único. À autoridade municipal, qualquer que
§ 4º O Município poderá instituir contribuição a ser co- seja seu cargo, emprego ou função, independentemente do
brada dos seus servidores, em benefício destes, para cus- vínculo que possuir com o município, responderá civil, crimi-
teio de sistema de previdência e assistência social, obser- nal e administrativamente pela decadência ocorrida sob
vada a legislação pertinente. sua responsabilidade, cumprindo-lhe indenizar o município
Art. 111. As taxas só poderão ser instituídas por lei, em do valor dos créditos prescritos ou não lançados.
razão do exercício do Poder de Policia ou pela utilização efetiva Art. 119. Nenhum contribuinte será obrigado ao pa-
ou potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis, pres- gamento de qualquer tributo lançado pela Prefeitura, sem
tados ao contribuinte ou postos à disposição do Município. prévia notificação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

§ 1º Considera-se notificação, a entrega do aviso de lan- IV – os critérios para distribuição dos recursos
çamento no domicílio fiscal do contribuinte, nos termos da para os órgãos dos poderes do município; V – as orientações
legislação federal pertinente, ou publicação em meios de co- para a elaboração da lei orçamentária anual;
municação, quando não localizado o sujeito passivo. VI - os ajustamentos do plano plurianual decorren-
§ 2º Do lançamento do tributo cabe recurso ao Prefeito, tes de uma reavaliação da realidade econômica e social do município;
assegurado para a sua interposição, o prazo de quinze dias VII – as disposições sobre alterações na legisla-
contados da notificação. ção tributária;
VIII – a política de aplicação dos agentes finan-
Seção II Da Despesa ceiros oficiais de fomento, apresentando o plano de priorida-
des das aplicações financeiras e destacando os projetos de
Art. 120. A despesa pública atenderá os princípios esta- maior relevância;
belecidos na Constituição da República, na legislação federal IX – os demonstrativos dos efeitos sobre as re-
aplicável e nas demais normas de direito financeiro. ceitas e despesas públicas decorrentes da concessão de quais-
Art. 121. Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita quer benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia,
sem que exista recurso disponível e crédito votado pela Câ- pela administração pública municipal.
mara , salvo a que correr por conta de crédito extraordinário. § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
Art. 122. Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será demonstrativo do efeito, sobre as receitas e despesas, decor-
executada sem que dela conste a indicação do recurso para rente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios
atendimento do correspondente encargo. de natureza financeira, tributária e creditícia. (Redação Incluída
Art. 123. As disponibilidades de caixa do Município, de pela Emenda 20)
suas autarquias e fundações e das empresas por ele contro- § 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo,
ladas, serão depositadas em instituições financeiras oficiais, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas fun-
salvo os casos previstos em lei, podendo ser aplicados no ções a de reduzir desigualdades, segundo critério populacio-
mercado aberto. nal. (Redação Incluída pela Emenda 20)
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo es-
Seção III Do Orçamento tranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se
incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
Art. 124. A elaboração e a execução da lei sobre o plano suplementares e contratação de operações de crédito, ainda
Plurianual-PPA; Lei de Diretrizes Orçamentárias-LDO, e Lei Or- que por antecipação de receita, nos termos da lei. (Redação
çamentária Anual-LOA obedecerão as regras estabelecidas na Incluída pela Emenda 20)
Constituição Federal, na Constituição do Estado, na legislação Art. 125. Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual
federal aplicável, nas normas de direito financeiro e nos pre- -PPA; à Lei de Diretrizes Orçamentárias-LDO, e à Lei Orçamen-
ceitos desta Lei Orgânica. (NR – Emenda 20) tária Anual-LOA e os créditos adicionais, são de iniciativa exclu-
§ 1º O Poder Executivo publicará, nos termos estabelecidos siva do Prefeito, e serão apreciados pela Comissão Permanente
pela legislação federal, os dados e os relatórios sobre a execu- de Finanças e Orçamento, a qual caberá: (NR – Emenda 20)
ção orçamentária e financeira do município. (NR – Emenda 20) I - examinar e emitir parecer sobre os projetos e
§ 2º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá de as contas apresentadas anualmente pelo Prefeito Municipal ;
forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da ad- II - examinar e emitir parecer sobre os planos e
ministração pública municipal para as despesas de capital e programas de investimentos e exercer o acompanhamento e
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de fiscalização orçamentárias sem prejuízos de atuação das de-
duração continuada. (NR – Emenda 20) mais Comissões da Câmara.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as § 1º As emendas serão apresentadas na Comissão, que
metas e prioridades da administração pública municipal, in- sobre elas emitirá parecer, e apreciadas na forma regimental.
cluindo as despesas de capital para o exercício financeiro sub- § 2º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
sequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabele- I - sejam compatíveis com o plano plurianual e
cerá a política de fomento. com a lei de diretrizes orçamentárias;
§ 4º A lei de diretrizes orçamentária compreenderá os II - indiquem os recursos necessários, admitidos
ajustamentos do Plano Plurianual decorrentes de uma reava- apenas os provenientes de anulação de despesas, excluídas:
liação da realidade econômica e social do Município. a) as que incidam sobre dotações para pessoal e
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: (NR – Emenda 20) seus encargos;
I - o orçamento fiscal referente aos poderes do b) as que incidam sobre serviço da dívida e,
Município, seus fundos, órgãos e entidades da administração c) as que destinam ao cumprimento de metas fiscais.
direta e indireta; (NR – Emenda 20) III - sejam relacionados:
II - o orçamento de investimento das empresas a) com a correção de erros ou omissões;
em que o Município, direta ou indiretamente detenha a maio- b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
ria do capital social com direito a voto; (NR – Emenda 20) § 3º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda
III - o orçamento da seguridade social, ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, sem despesas correspondentes poderão ser utilizadas con-
da administração direta e indireta, bem como os fundos forme o caso, mediante créditos especiais ou suplementa-
instituídos pelo Poder Público. (NR – Emenda 20) res, com prévia e específica autorização legislativa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamen- VIII - a utilização sem autorização legislativa espe-
tárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o cífica de recursos dos orçamentos fiscais e da seguridade social
plano plurianual. para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
fundos, inclusive dos mencionados no art.122 desta Lei Orgânica;
Art. 126. A lei orçamentária anual compreenderá: IX - a instituição de fundos de qualquer natu-
I - o orçamento fiscal referente aos poderes do reza, sem prévia autorização legislativa. X – a subvenção ou
Município, seus fundos, órgãos e entidades da administração auxílio do município às entidades privadas com fins lucrativos.
direta e indireta; § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
II - o orçamento de investimento das empresas exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão do
em que o Município, direta ou indiretamente detenha a maioria plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena
do capital social com direito a voto; de crime de responsabilidade.
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
e indireta, bem como os fundos instituídos pelo Poder Público. autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
Art. 127 – O Prefeito enviará à Câmara os Projetos de Leis exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamen- incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
to Anual, observando os seguintes prazos : (NR – Emenda 07) § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será
I – Projeto de Lei do Plano Plurianual, até 03 (três) admitida para atender as despesas imprevisíveis e urgentes,
meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro; como as decorrentes de calamidade pública.
(NR – Emenda 07) § 4º É permitida a vinculação de receitas e recursos men-
II -Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, até cionados no art. 167, § 4° da Constituição Federal, para a pres-
08 ( oito) meses antes do encerramento de cada exercício finan- tação de garantia ou contra garantia à União e para pagamen-
ceiro; (NR – Emenda 07) to de débitos para com esta.
III –Projeto de Lei do Orçamento Anual, até 03 ( três) me- Art. 132. Os recursos correspondentes às dotações orça-
ses antes do encerramento de cada exercício financeiro.(NR - mentárias compreendidos os créditos suplementares e espe-
Emenda nº 07) ciais, destinados à Câmara Municipal, ser-lhes-ão entregues
Art. 128. Aplicam-se ao Plano Plurianual-PPA; à Lei de Dire- até o dia vinte de cada mês.
trizes Orçamentárias- LDO, e à Lei Orçamentária Anual-LOA, no Parágrafo Único – Os recursos de que trata o “caput”
que não contrariar o disposto nesta Seção, as regras gerais do deste artigo não poderão ser superiores aos limites máximos
processo legislativo. (NR – Emenda 20) definidos pela Constituição Federal, nem inferiores em relação
Art. 129. O orçamento será uno, incorporando-se obrigato- à proporção fixada na Lei Orçamentária.
riamente, na receita todos os tributos, rendas e suprimentos de Art. 133. A despesa com pessoal ativo e inativo do Muni-
fundos, e incluindo-se discriminadamente, na despesa, as dota- cípio não poderá exceder os limites estabelecidos em lei com-
ções necessárias ao custeio de todos os serviços municipais. plementar. (NR – Emenda 20)
Art. 130. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de re-
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se muneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração
incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação
suplementares e contratação de operação de crédito, ainda que de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da admi-
por antecipação da receita, nos termos da lei. nistração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e man-
Art. 131. São vedados: tidas pelo poder público, só poderão ser feitas. (NR – Emenda 20)
I - o início de programas ou projetos não incluídos I - se houver prévia dotação orçamentária sufi-
na lei orçamentária anual; ciente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
II - a realização de despesas ou assunção de acréscimos dela decorrentes;
obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou II - se houver autorização específica na lei de diretrizes or-
adicionais; çamentárias. (NR – Emenda 20)
III - a realização de operações de créditos que ex- §2º. Para o cumprimento dos limites estabelecidos neste
cedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autori- artigo, observar-se-á as medidas indicadas na legislação fede-
zadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalida- ral. (Redação incluída pela Emenda 20)
de precisa, aprovados pela Câmara Municipal por maioria absoluta; Art. 134. A execução do orçamento do município se re-
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fletirá na obtenção das suas receitas próprias, transferidas e
fundo ou despesa, ressalvadas as exceções constitucionais; (NR – outras, bem como na utilização das dotações consignadas às
Emenda 20) despesas para execução dos programas nele determinados,
V - a abertura de crédito suplementar ou especial observando sempre o princípio do equilíbrio;
sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos Art. 135. As alterações orçamentárias durante o exercício se re-
correspondentes; presentarão: I – pelos créditos adicionais, especiais e extraordinários;
VI - a transposição, o remanejamento ou a II – pelos remanejamentos e transposições de recursos
transferência de recursos de uma categoria de programa- de uma categoria de programação para outra.
ção para outra ou de um órgão para outro, sem prévia au- Parágrafo Único – A transposição, o remanejamento
torização legislativa; ou transferência de recursos de uma categoria de progra-
VII - a concessão ou utilização de créditos ili- mação para outra ou de um órgão para outro far-se-á com
mitados; prévia autorização legislativa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar Administrativo

Art. 136.. Na efetivação dos empenhos sobre as dota- 02. O arquivo constituído por documentos que são de uso
ções fixadas para cada despesa será emitido Nota de Empe- exclusivo da unidade que os gerou ou recebeu, denomina-se
nho, que conterá as características já determinada nas normas (A) ostensivo.
gerais de Direito Financeiro. (B) sigiloso.
§ 1º. Fica dispensada a emissão da Nota de Empenho nos (C) permanente.
seguintes: I – despesas relativas a pessoal e seus encargos; (D) intermediário.
II – contribuição para o PIS/PASEP; (E) corrente.
III – amortização, juros e serviços de empréstimos;
IV – despesas relativas ao consumo de água, 03. Com relação à gestão de documentos, julgue o item
energia elétrica, utilização dos serviços de telefone, postais, te- que se segue.
legráficos e outros que vierem a ser definidos por atos próprios; Para facilitar o acesso rápido ao material, recomenda-se
§ 2º. Nos casos previstos no parágrafo anterior, os empe- que arquivos correntes sejam armazenados em caixas-arquivo.
nhos e os procedimentos de contabilidade terão a base legal ( ) Certo ( ) Errado
dos próprios documentos que originarem o empenho.
Art. 137. As receitas e as defesas orçamentárias serão 04. Em relação ao arquivo corrente, NÃO se pode afirmar
movimentadas em caixa única, regularmente instituída. que:
Parágrafo Único – A Câmara Municipal terá sua própria (A) Tem valor primário.
tesouraria por onde movimentará os recursos que lhe forem (B) Abrange apenas documentos em tramitação.
liberados. (C) Abrange documentos em tramitação ou não.
Art. 138. As disponibilidades de caixa do município e de (D) É objeto de consultas frequentes.
suas entidades de administração indireta inclusive dos fun-
dos especiais e fundações instituídas e mantidas pelo poder 05. Os documentos correntes são de acesso restrito e
público Municipal, serão depositadas preferencialmente em devem ficar próximos aos servidores que são seus usuários
instituições financeiras oficiais. diretos.
Parágrafo Único. – As arrecadações das receitas próprias ( ) Certo ( ) Errado
do município e de suas entidades de administração indireta
poderão ser feitas através da rede bancária mediante convê- 06. Quando o documento de arquivo tem uma grande
nio. possibilidade de uso, ele deve ser considerado como docu-
Art. 139. Poderá ser constituído regime de adiantamento mento do arquivo corrente.
em cada uma das unidades da Administração Direta, Indire- ( ) Certo ( ) Errado
ta e Fundações mantidas pelo poder público municipal e na
Câmara para ocorrer às despesas de pronto pagamento de- 07. No que se refere ao gerenciamento da informação e à
finidas em lei. gestão de documentos, julgue o item subsequente.
Art. 140. A contabilidade do Executivo e do Legislativo Após passarem pelos arquivos correntes, os documen-
obedecerão nos seus procedimentos, aos princípios funda- tos de arquivo podem ser eliminados, ser encaminhados ao
mentais de contabilidade e as normas estabelecidas na legis- arquivo intermediário, ou, ainda, ser recolhidos aos arquivos
lação pertinente. permanentes.
( ) Certo ( ) Errado

08. Considere os nomes a seguir:


ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO PODER 1. Alberto Soares Júnior
LEGISLATIVO DO MUNICÍPIO DE CAMBÉ (LEI 2. João Castelo Branco 3. Everaldo Santo Cristo
NO 2.855, DE 15 DE SETEMBRO DE 2017, 4. Dr. Alexandre Silva
5. Maria Cardoso Silva

O nome arquivado corretamente, segundo o método al-


Prezado Candidato, devido ao formato da Lei exigida e fabético, é:
para que não haja prejuízo em sesu estudos, disponibilizare- (A) Júnior, Alberto Soares
mos um link de acesso ao material completo, conforme segue: (B) Branco, João Castelo
http://sapl.cambe.pr.leg.br/sapl_documentos/norma_juri- (C) Santo Cristo, Everaldo
dica/3682_texto_integral (D) Silva, Dr. Alexandre
(E) Cardoso Silva, Maria
QUESTÕES
09. O método de arquivamento alfanumérico, que con-
01. No que se refere ao gerenciamento da informação siste na combinação de letras e números, pertence ao sistema
e à gestão de documentos, julgue os itens subsequentes. indireto.
( ) Certo ( ) Errado
Por atenderem a necessidades especiais, os documen-
tos do arquivo corrente podem permanecer distantes de GABARITO
seus usuários diretos. (01-Errado), (02-E), (03-Errado), (04-B), (05-Certo),
( ) Certo ( ) Errado (06-Certo), (07-Certo), (08-C), (09-Errado)

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