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Banco de Brasília S.A.

BRB
Escriturário

MA015-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
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OBRA

BRB - BANCO DE BRASÍLIA S.A.

ESCRITURÁRIO

EDITAL NORMATIVO Nº 1/CP-29 - BRB, DE 2 DE MAIO DE 2019

AUTORES
Português - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Raciocínio Lógico e Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Uso de Tecnologias em Ambientes Corporativos - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Governança Corporativa e Compliance - Profª Roberta Serafim e Silvana Guimarães
Inovação - Profª Silvana Guimarães
Lei Orgânica do Distrito Federal e Regime Jurídico dos Servidores do Distrito Federal - Profº Rodrigo Gonçalves
Conhecimentos Sobre o Distrito Federal e Sobre a Ride - Profº Heitor Ferreira
Conhecimentos Específicos - Conhecimentos Bancários - Profª Silvana Guimarães
Conhecimentos Específicos - Os Bancos na Era Digital - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Conhecimentos Específicos - Qualidade no Atendimento e Diversidade - Profº Rodrigo Gonçalves
Conhecimentos Específicos - Defesa do Consumidor - Profª Bruna Pinotti
Conhecimentos Específicos - Confidencialidade e Segurança da Informação - Profª Silvana Guimarães e Ovidio Lopes
da Cruz Netto
Conhecimentos Específicos - Probabilidade e Estatística - Profª Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Érica Duarte
Leandro Filho
Karina Fávaro

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis
Danna Silva

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e intelecção de textos.......................................................................................................................................................... 01


Tipologia textual................................................................................................................................................................................................. 03
Ortografia............................................................................................................................................................................................................... 04
Acentuação gráfica............................................................................................................................................................................................ 07
Emprego do sinal indicativo de crase......................................................................................................................................................... 09
Formação, classe e emprego de palavras.................................................................................................................................................. 12
Sintaxe da oração e do período....................................................................................................................................................................... 52
Pontuação.............................................................................................................................................................................................................. 61
Concordância nominal e verbal..................................................................................................................................................................... 63
Colocação pronominal...................................................................................................................................................................................... 69
Regência nominal e verbal........................................................... .................................................................................................................. 69
Equivalência e transformação de estruturas............................................................................................................................................ 75
Paralelismo sintático.......................................................................................................................................................................................... 76
Relações de sinonímia e antonímia.............................................................................................................................................................. 88

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Operações, propriedades e aplicações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação).............. 01


Princípios de contagem e probabilidade. Arranjos e permutações. Combinações................................................................. 01
Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e reais) e operações com conjuntos................................... 07
Razões e proporções (grandezas diretamente proporcionais, grandezas inversamente proporcionais, porcentagem,
regras de três simples e compostas)......................................................................................................................................................... 29
Equações e inequações .................................................................................................................................................................................. 37
Sistemas de medidas. Volumes .................................................................................................................................................................... 44
Compreensão de estruturas lógicas........................................................................................................................................................... 48
Lógica de argumentação (analogias, inferências, deduções e conclusões)................................................................................... 58
Diagramas lógicos.............................................................................................................................................................................................. 59
Noções de Matemática Financeira. Juros simples e compostos. Capitalização e descontos. Taxas de juros: nominal,
efetiva, equivalente, proporcional, real e aparente. Rendas uniformes e variáveis. Planos de amortização de empréstimos
e financiamentos. Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento.
Inflação, variação cambial e taxa de juros................................................................................................................................................ 61

USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados ao


01
uso de informática no ambiente de escritório..........................................................................................................................................
Aplicativos e uso de ferramentas na internet e(ou) intranet............................................................................................................. 05
SUMÁRIO
Softwares aplicativos do pacote Microsoft Office (Word, Excel, Power Point, Outlook e Access) e suas funcionalidades. 21
Navegadores web (Google Chrome e Internet Explorer)..................................................................................................................... 62
Computação nas nuvens: acesso a distância e transferência de informação............................................................................. 62
Aplicações e aplicativos em dispositivos móveis.................................................................................................................................. 64
Redes sociais......................................................................................................................................................................................................... 71
Internet das coisas.............................................................................................................................................................................................. 73

GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Noções de governança corporativa. Gestão por processos. Gestão de riscos. Processos de análise e tomada de
decisão. Gerenciamento de crises .................................................................................................................................................................. 01
Compliance: conceitos, suporte da alta administração, código de conduta, controles internos, treinamento e
comunicação .......................................................................................................................................................................................................... 34
Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto no 8.420/2015 ....................................................................................... 35
Noções de Contratos .......................................................................................................................................................................................... 45
Lei 13.303/16 .......................................................................................................................................................................................................... 48
Conduta baseada no Código de Conduta Ética do BRB (disponível no endereço eletrônico http://www.iades.
com.br)........................................................................................................................................................................................................ 68

INOVAÇÃO

Lei nº 10.973/2004 ................................................................................................................................................................................................. 01


Empreendedorismo .............................................................................................................................................................................................. 06
Autoconhecimento e percepção de oportunidades ............................................................................................................................... 08
O processo de inovação. Geração de ideias e o processo criativo. Inovação x Invenção. Tipos de inovação. Ecossiste-
mas complexos de informação ........................................................................................................................................................................ 11

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS


SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

Lei Orgânica do Distrito Federal. Título I - Dos Fundamentos da Organização dos Poderes e do Distrito Federal. Títu-
lo II - Da Organização do Distrito Federal. Capítulos II, III...................................................................................................................... 01
Capitulo IV e V ......................................................................................................................................................................................................... 03
Título III - Da Organização dos Poderes: Capítulos I e III ......................................................................................................................... 06
Título IV - Da Tributação e do Orçamento do Distrito Federal: Capítulos I ...................................................................................... 09
Capitulo II .................................................................................................................................................................................................................. 12
Título V - Da Ordem Econômica do Distrito Federal: Capítulo I ........................................................................................................... 13
Título VI - Da Ordem Social e do Meio Ambiente: Capítulos VI, VIII, IX .............................................................................................. 15
Capitulo X e XI .......................................................................................................................................................................................................... 16
SUMÁRIO
Lei Complementar no 840/2011 - dispõe sobre o regime jurídicos dos servidores públicos civis do Distrito Federal,
das autarquias e das fundações públicas distritais .................................................................................................................................... 19

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE

Realidade étnica,social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do Distrito Federal e da Região Integrada
de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE) ...................................................................................................................................... 01

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Conselho Monetário Nacional. Banco Central do Brasil. COPOM - Comitê
de Política Monetária. Comissão de Valores Mobiliários. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
Bancos múltiplos; bancos comerciais; caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos comerciais cooperativos;
administradoras de consórcios; corretoras de câmbio; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento;
sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras
de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; sociedades de crédito
imobiliário; associações de poupança e empréstimo. BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social. Agências de Fomento ...................................................................................................................................................................... 01
Sociedades de fomento mercantil (factoring). Sociedades administradoras de cartões de crédito. Produtos e serviços
financeiros. Depósitos e transferências. Letras de câmbio. Cobrança e pagamento de títulos e carnês. Transferências
automáticas de fundos. Cartões de crédito e débito. Arrecadação de tributos e tarifas públicas. Crédito rotativo.
Descontos de títulos. Financiamento de capital de giro. Leasing: tipos, funcionamento, bens. Financiamento de
capital fixo. Crédito direto ao consumidor. Crédito rural. Cadernetas de poupança. Cartões de crédito. Títulos de
capitalização. Planos de aposentadoria e pensão privados.Planos de seguros. Abertura e movimentação de contas:
documentos básicos. Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio.
Tipos de sociedade: em nome coletivo, por quotas de responsabilidade limitada, anônimas, firma individual ou
empresária. Documentos comerciais e títulos de crédito: nota promissória, duplicata, fatura. Cheque: requisitos
essenciais, circulação, endosso, cruzamento e compensação. Sistema de Pagamento Brasileiro .......................................... 23
Mercado de capitais. Ações: características e direitos. Debêntures. Notas promissórias comerciais. Diferenças entre
companhias abertas e fechadas. Funcionamento do mercado à vista de ações. Mercado de balcão. Operações com
ouro ............................................................................................................................................................................................................................ 49
Mercado de câmbio. Instituições autorizadas a operar. Operações básicas. Características dos contratos de câmbio.
Taxas de câmbio. Remessas ................................................................................................................................................................................ 59
Garantias do Sistema Financeiro Nacional. Aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças
bancárias; Fundo Garantidor de Crédito (FGC) .......................................................................................................................................... 65
Crime de lavagem de dinheiro. Conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei
nº 9.613/1998, Circular Bacen 3.461/2009 e Carta- Circular Bacen 3.542/2012. COAF - Conselho de Controle de
Atividades Financeiras ......................................................................................................................................................................................... 69
Autorregulação Bancária .................................................................................................................................................................................... 74
SUMÁRIO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico”.Banco digitalizado x banco digital.......................................................... 01


Mobile banking.................................................................................................................................................................................................. 03
Open banking...................................................................................................................................................................................................... 03
O comportamento do consumidor na relação com o banco.............................................................................................................. 05
A experiência do usuário................................................................................................................................................................................ 06
Segmentação e interações digitais............................................................................................................................................................. 07
Inteligência artificial cognitiva. ................................................................................................................................................................... 07
Fintechs e startups............................................................................................................................................................................................ 08
Soluções mobile e service design.................................................................................................................................................................. 09
O dinheiro na era digital: Blockchain, Bitcoin e demais criptomoedas......................................................................................... 10
O desafio dos bancos na era digital............................................................ ............................................................................................... 12

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E


DIVERSIDADE

Satisfação, valor e retenção de clientes. Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento
pessoal e telefônico ............................................................................................................................................................................................... 01
Noções de Marketing de Relacionamento. Noções de imaterialidade ou intangibilidade, inseparabilidade e
variabilidade dos produtos bancários ............................................................................................................................................................. 17
Lei nº 10.048/2000. Lei nº 10.098/2000 ....................................................................................................................................................... 34
Decreto nº 5.296/2004, que regulamenta a Lei nº 10.048/2000 ........................................................................................................... 37
Temática de gênero, raça e etnia, conforme Decreto nº 48.598/2011. Política Nacional para Mulheres. Política
Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Estatuto Nacional da Igualdade Racial .................................... 47

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

Resolução CMN nº 3.849/2010.............................................................................................................................................................. 01


Lei nº 8.078/1990 - Código de Defesa do Consumidor................................................................................................................. 03
Decreto Lei nº 6.523/2008, que regulamenta a Lei nº 8.078/1990.......................................................................................... 09
Resolução CMN nº 3.694/2009........................................................................................................................................................... 10
Código de Defesa do Consumidor Bancário.................................................................................................................................. 10
SUMÁRIO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Rotinas de backup e prevenção de vírus. Rotinas de segurança da informação e recuperação de arquivos. Política de
confidencialidade. Confidencialidade, disponibilidade e integridade da informação............................................................... 01
Confidencialidade, disponibilidade e integridade da informação.................................................................................................... 01
Diretrizes para uso da informação em ambientes corporativos. Processos e controles para proteção da informação....... 08
Lei nº 13.709/2018 - dispõe sobre a proteção de dados pessoais............................................................................................................... 15

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Análise combinatória. Noções de probabilidade. Teorema de Bayes. Probabilidade condicional. .................................... 01


Noções de estatística. População e amostra. Análise e interpretação de tabelas e gráficos. Regressão, tendências,
extrapolações e interpolações. Tabelas de distribuição empírica de variáveis e histogramas. Estatística descritiva....... 07
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e intelecção de textos..................................................................................................................................................................... 01


Tipologia textual........................................................................................................................................................................................................... 03
Ortografia......................................................................................................................................................................................................................... 04
Acentuação gráfica....................................................................................................................................................................................................... 07
Emprego do sinal indicativo de crase................................................................................................................................................................... 09
Formação, classe e emprego de palavras........................................................................................................................................................... . 12
Sintaxe da oração e do período............................................................................................................................................................................... 52
Pontuação........................................................................................................................................................................................................................ 61
Concordância nominal e verbal.............................................................................................................................................................................. 63
Colocação pronominal............................................................................................................................................................................................... 69
Regência nominal e verbal........................................................... ............................................................................................................................. 69
Equivalência e transformação de estruturas...................................................................................................................................................... 75
Paralelismo sintático................................................................................................................................................................................................... 76
Relações de sinonímia e antonímia........................................................................................................................................................................ 88
3. Erros de interpretação
COMPREENSÃO E INTELECÇÃO DE TEXTOS
 Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai
do contexto, acrescentando ideias que não estão
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL no texto, quer por conhecimento prévio do tema
quer pela imaginação.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-  Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um
de produzir interação comunicativa (capacidade de codi- texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insu-
ficar e decodificar). ficiente para o entendimento do tema desenvolvido.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.  Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para clusões equivocadas e, consequentemente, errar a
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in- questão.
terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada Observação:
de seu contexto original e analisada separadamente, po- Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a
derá ter um significado diferente daquele inicial. ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
rências diretas ou indiretas a outros autores através de que o autor diz e nada mais.
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par- si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
tir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamen- um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
tações), as argumentações (ou explicações), que levam ao pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
esclarecimento das questões apresentadas na prova. que se vai dizer e o que já foi dito.

Normalmente, em uma prova, o candidato deve: São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
 Identificar os elementos fundamentais de uma eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono-
argumentação, de um processo, de uma época me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam-
os quais definem o tempo). bém de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
 Comparar as relações de semelhança ou de dife- semântico, por isso a necessidade de adequação ao an-
renças entre as situações do texto. tecedente.
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado Os pronomes relativos são muito importantes na in-
com uma realidade. terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
 Parafrasear = reescrever o texto com outras pa- existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
lavras. cia, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
1. Condições básicas para interpretar te, mas depende das condições da frase.
qual (neutro) idem ao anterior.
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- quem (pessoa)
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- o objeto possuído.
lidades do texto) e semântico; capacidade de observação como (modo)
e de síntese; capacidade de raciocínio. onde (lugar)
quando (tempo)
2. Interpretar/Compreender quanto (montante)
Exemplo:
Interpretar significa: Falou tudo QUANTO queria (correto)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
Através do texto, infere-se que... aparecer o demonstrativo O).
É possível deduzir que...
O autor permite concluir que...
3. Dicas para melhorar a interpretação de textos
Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
LÍNGUA PORTUGUESA

 Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral


Compreender significa
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor-
O texto diz que...
mação você absorver com a leitura, mais chances
É sugerido pelo autor que...
terá de resolver as questões.
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
O narrador afirma...  Se encontrar palavras desconhecidas, não inter-
rompa a leitura.

1
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas Maior a se traduzir em palavras que fossem apenas a re-
forem necessárias. velação da justiça. Quando os descaminhos não condu-
 Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma zirem a isso, competirá ao homem transformar a lei na
conclusão). vida mais digna para que a convivência política seja mais
 Volte ao texto quantas vezes precisar. fecunda e humana.
 Não permita que prevaleçam suas ideias sobre Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º.
as do autor. In: 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Hu-
 Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me- manos 1948-1998: conquistas e desafios. Brasília: OAB,
lhor compreensão. Comissão Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 50-1
 Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado (com adaptações).
de cada questão.
 O autor defende ideias e você deve percebê-las. Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano
tem direito
 Observe as relações interparágrafos. Um parágra-
fo geralmente mantém com outro uma relação de
a) de agir de forma autônoma, em nome da lei da sobre-
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi-
vivência das espécies.
que muito bem essas relações.
b) de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou para defender seus interesses.
seja, a ideia mais importante. c) de demandar ao sistema judicial a concretização de
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” seus direitos.
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão d) à institucionalização do seu direito em detrimento dos
na hora da resposta – o que vale não somente direitos de outros.
para Interpretação de Texto, mas para todas as de- e) a uma vida plena e adequada, direito esse que está na
mais questões! essência de todos os direitos.
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin-
cipal, leia com atenção a introdução e/ou a con- RESPOSTA: Letra E. O ser humano tem direito a uma
clusão. vida digna, adequada, para que consiga gozar de seus
 Olhe com especial atenção os pronomes relativos, direitos – saúde, educação, segurança – e exercer seus
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, deveres plenamente, como prescrevem todos os di-
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- reitos: (...) O direito à vida é a substância em torno da
tem a outros vocábulos do texto. qual todos os direitos se conjugam (...).

SITES 2. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPE-


http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/por- RIOR – CESPE – 2017)
tugues/como-interpretar-textos
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me- Texto CG1A1BBB
lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas- Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição
-para-voce-interpretar-melhor-um.html da República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques- do povo, que o exerce por meio de representantes elei-
tao-117-portugues.htm tos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Em
virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes
emana do povo e em seu nome é exercido. A forma de
sua investidura é legitimada pela compatibilidade com as
EXERCÍCIOS COMENTADOS regras do Estado de direito e eles são, assim, autênticos
agentes do poder popular, que o Estado polariza e exer-
1. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPE- ce. Na Itália, isso é constantemente lembrado, porque
RIOR – CESPE – 2017) toda sentença é dedicada (intestata) ao povo italiano, em
nome do qual é pronunciada.
Texto CG1A1AAA
Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do pro-
A valorização do direito à vida digna preserva as duas cesso. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com
faces do homem: a do indivíduo e a do ser político; a adaptações).
do ser em si e a do ser com o outro. O homem é inteiro Conforme as ideias do texto CG1A1BBB,
em sua dimensão plural e faz-se único em sua condição
a) o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel
LÍNGUA PORTUGUESA

social. Igual em sua humanidade, o homem desiguala-se,


singulariza-se em sua individualidade. O direito é o ins- com fundamento no princípio da soberania popular.
trumento da fraternização racional e rigorosa. b) os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo
O direito à vida é a substância em torno da qual todos os voto popular, como ocorre com os representantes dos
direitos se conjugam, se desdobram, se somam para que demais poderes.
o sistema fique mais e mais próximo da ideia concretizá- c) os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros,
exercem o poder que lhes é conferido em nome de
vel de justiça social.
seus nacionais.
Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei

2
d) há incompatibilidade entre o autogoverno da magis- A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
tratura e o sistema democrático. ação demarcados no tempo do universo narrado,
e) os magistrados brasileiros exercem o poder consti- como também de advérbios, como é o caso de an-
tucional que lhes é atribuído em nome do governo tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu
federal. carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-
sa, resolveram...
RESPOSTA: Letra A. A questão deve ser respondida B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
segundo o texto: (...) “Todo o poder emana do povo, que descrevem características tanto físicas quanto psi-
o exerce por meio de representantes eleitos ou direta- cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
mente, nos termos desta Constituição.” Em virtude des- objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
se comando, afirma-se que o poder dos juízes emana no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
do povo e em seu nome é exercido (...). cabelos mais negros como a asa da graúna...”
C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
3. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPERIOR um assunto ou uma determinada situação que se
– CESPE – 2017 – ADAPTADA) No texto CG1A1BBB, o almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
vocábulo ‘emana’ foi empregado com o sentido de zões de ela acontecer, como em: O cadastramento
irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
a) trata. to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o
b) provém. benefício.
c) manifesta. D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de
d) pertence. uma modalidade na qual as ações são prescritas de
e) cabe. forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-
sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente:
RESPOSTA: Letra B. Dentro do contexto, “emana” Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador
tem o sentido de “provém”. até criar uma massa homogênea.
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar-
cam-se pelo predomínio de operadores argumen-
tativos, revelados por uma carga ideológica cons-
TIPOLOGIA TEXTUAL tituída de argumentos e contra-argumentos que
justificam a posição assumida acerca de um deter-
minado assunto: A mulher do mundo contemporâ-
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço
no mercado de trabalho, o que significa que os gê-
A todo o momento nos deparamos com vários tex- neros estão em complementação, não em disputa.
tos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a
presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência 2. Gêneros Textuais
daquilo que está sendo transmitido entre os interlocuto-
res. Estes interlocutores são as peças principais em um São os textos materializados que encontramos em
diálogo ou em um texto escrito. nosso cotidiano; tais textos apresentam características
sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função,
É de fundamental importância sabermos classificar os
composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos:
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema,
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum,
e gêneros textuais. blog, etc.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um A escolha de um determinado gênero discursivo de-
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa pende, em grande parte, da situação de produção, ou
opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são os
lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre al- locutores e os interlocutores, o meio disponível para vei-
guém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente cular o texto, etc.
nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
e Dissertação. exemplo, são comuns gêneros como notícias, reporta-
gens, editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divul-
1. As tipologias textuais se caracterizam pelos as- gação científica são comuns gêneros como verbete de
LÍNGUA PORTUGUESA

pectos de ordem linguística dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico,


seminário, conferência.
Os tipos textuais designam uma sequência definida
pela natureza linguística de sua composição. São obser- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
vados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, rela-
Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
ções logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo,
São Paulo: Saraiva, 2010.
argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.

3
Português – Literatura, Produção de Textos & Gra-  Palavras derivadas de outras terminadas em -te,
mática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, to(r): marte - marciano / infrator - infração / absor-
Jésus Barbosa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. to – absorção.
B) O fonema z
SITE São escritos com S e não Z
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-  Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é
tual.htm substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárqui-
cos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa,
princesa.
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
ORTOGRAFIA
tamorfose.
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera,
quis, quiseste.
Ortografia
 Nomes derivados de verbos com radicais termi-
nados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da corre-
empreender - empresa / difundir – difusão.
ta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
 Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
grafados segundo acordos ortográficos.
 Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
 Verbos derivados de nomes cujo radical termina
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras
– pesquisar.
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de
São escritos com Z e não S
etimologia (origem da palavra).
 Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de
adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo –
1. Regras ortográficas
beleza.
Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
A) O fonema S
gem não termine com s): final - finalizar / concreto
São escritas com S e não C/Ç
– concretizar.
 Palavras substantivadas derivadas de verbos com
 Consoante de ligação se o radical não terminar
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender
com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
- pretensão / expandir - expansão / ascender - as-
Exceção: lápis + inho – lapisinho.
censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
submergir - submersão / divertir - diversão / impelir
C) O fonema j
- impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repul-
São escritas com G e não J
sa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir
 Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
- sensível / consentir – consensual.
gesso.
 Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
São escritos com SS e não C e Ç
gim.
 Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi-
 Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
nem em gred, ced, prim ou com verbos termina-
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem,
dos por tir ou - meter: agredir - agressivo / impri-
bege, foge.
mir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão
Exceção: pajem.
/ exceder - excesso / percutir - percussão / regredir -
regressão / oprimir - opressão / comprometer - com-
 Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
promisso / submeter – submissão.
litígio, relógio, refúgio.
 Quando o prefixo termina com vogal que se junta
 Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fu-
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé-
gir, mugir.
trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
 Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
 No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
surgir.
Exemplos: ficasse, falasse.
 Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter-
São escritos com C ou Ç e não S e SS
minado com j: ágil, agente.
 Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
São escritas com J e não G
LÍNGUA PORTUGUESA

Juçara, caçula, cachaça, cacique.


 Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
 Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça,
 Palavras de origem árabe, africana ou exótica:
uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, car-
jiboia, manjerona.
niça, caniço, esperança, carapuça, dentuço.
 Palavras terminadas com aje: ultraje.
 Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção
/ deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
 Após ditongos: foice, coice, traição.

4
D) O fonema ch Na indicação de horas, minutos e segundos, não
São escritas com X e não CH deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
 Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba- 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três mi-
caxi, xucro. nutos e trinta e quatro segundos).
 Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, O símbolo do real antecede o número sem espaço:
lagartixa. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma bar-
 Depois de ditongo: frouxo, feixe. ra vertical ($).
 Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
Exceção: quando a palavra de origem não derive de ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
1. Por que / por quê / porquê / porque
São escritas com CH e não X
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, POR QUE (separado e sem acento)
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, sal-
sicha. É usado em:
1. interrogações diretas (longe do ponto de interro-
E) As letras “e” e “i” gação) = Por que você não veio ontem?
 Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
 Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar que faltara à aula ontem.
são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Es- 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
crevemos com “i”, os verbos com infinitivo em Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
-air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui.
POR QUÊ (separado e com acento)

FIQUE ATENTO! Usos:


Há palavras que mudam de sentido quan- 1. como pronome interrogativo, quando colocado no
do substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: fim da frase (perto do ponto de interrogação) =
área (superfície), ária (melodia) / delatar Você faltou. Por quê?
(denunciar), dilatar (expandir) / emergir 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por quê?
(vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de
PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)
estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
Usos:
1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escri-
#FicaDica ta (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto final) = Compre agora, porque há poucas peças.
à ortografia de uma palavra, há a possibili- 2. como conjunção subordinativa causal, substituível
dade de consultar o Vocabulário Ortográfi- por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
co da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado que se antecipou.
pela Academia Brasileira de Letras. É uma
obra de referência até mesmo para a criação PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
de dicionários, pois traz a grafia atualizada
Usos:
das palavras (sem o significado). Na Internet,
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “ra-
o endereço é www.academia.org.br.
zão” ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Ge-
ralmente é precedido por artigo = Não sei o porquê da
discussão. É uma pessoa cheia de porquês.
2. Informações importantes
2. ONDE / AONDE
Formas variantes são as que admitem grafias ou pro-
núncias diferentes para palavras com a mesma significa- Onde = empregado com verbos que não expressam
ção: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, a ideia de movimento = Onde você está?
dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, in-
LÍNGUA PORTUGUESA

farto/enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, re- Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
lampejar/relampear/relampar/relampadar. que expressam movimento = Aonde você vai?
Os símbolos das unidades de medida são escritos
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar 3. MAU / MAL
plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
20km, 120km/h. Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um
mau elemento.

5
Mal = pode ser usado como 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi -natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
mal na prova? 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
não compensa. do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hos-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pitalar, super-homem.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. termina com a mesma vogal do segundo elemento:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-obser-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São vação, etc.
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: #FicaDica
Saraiva, 2002.
Lembrete da Zê!
Ao separar palavras na translineação (mu-
SITE
dança de linha), caso a última palavra a ser
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
escrita seja formada por hífen, repita-o na
tografia
próxima linha. Exemplo: escreverei anti-in-
flamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
4. Hífen
Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
(hífen em ambas as linhas). Devido à diagra-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
mação, pode ser que a repetição do hífen na
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi-
translineação não ocorra em meus conteú-
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos
dos, mas saiba que a regra é esta!
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se-
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). B) Não se emprega o hífen:
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma termina em vogal e o segundo termo inicia-se em
Ortográfica: “r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas con-
soantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, mi-
1. Em palavras compostas por justaposição que for- crossistema, minissaia, microrradiografia, etc.
mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
que se unem para formam um novo significado: fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se
tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-co- com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coedu-
ronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, ar- cação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico,
co-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abó- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” ini-
bora-menina, erva-doce, feijão-verde. cial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
recém-casado. coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi-
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas ção, coexistir, etc.
exceções continuam por já estarem consagradas pelo 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé- de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para-
-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. quedista, etc.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
LÍNGUA PORTUGUESA

-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas com- to, benquerer, benquerido, etc.


binações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria,
Angola-Brasil, etc. Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
per- quando associados com outro termo que é ini- não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-ra- pressuposto, propor.
cional, etc.

6
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, 1. Regras básicas
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-huma-
no, super-realista, alto-mar. A acentuação tônica está relacionada à intensida-
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, an- de com que são pronunciadas as sílabas das palavras.
tisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ul- Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se
trassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, au- como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
toajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. com menos intensidade, são denominadas de átonas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa cadas como:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju –
SITE papel
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima síla-
ortografia ba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúlti-
ma sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
EXERCÍCIOS COMENTADOS Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
1. (POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FE- tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.
DERAL – CESPE – 2013 – ADAPTADA)
2 Os acentos
A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatena-
dos são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”
de comunicação, os quais são indispensáveis para que e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras
os sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí,
acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicida-
exercer os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus de, timbre aberto: herói – céu (ditongos abertos).
que a lei lhes impõe. B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras
Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações). “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
tâmara – Atlântico – pêsames – supôs.
No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguin- C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a”
tes. com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi total-
nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
o litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à de- em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros:
manda e o trecho “tomem conhecimento dos atos acon- mülleriano (de Müller)
tecidos no correr do procedimento” fosse, por sua vez, E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam
substituído por conheçam os atos havidos no transcurso vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
do acontecimento.
2.1 Regras fundamentais
( ) CERTO ( ) ERRADO
A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas
RESPOSTA: Errado. “A fim” tem o sentido de “com a terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do
intenção de”; já “afim”, “semelhança, afinidade”. Se a plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
primeira substituição fosse feita, o trecho estaria in- Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
correto gramatical e coerentemente. Portanto, nem há Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
a necessidade de avaliar a segunda substituição. seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas
terminadas em:
i, is: táxi – lápis – júri
Acentuação.
LÍNGUA PORTUGUESA

us, um, uns: vírus – álbuns – fórum


l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
Quanto à acentuação, observamos que algumas pa- fórceps
lavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
Por isso, vamos às regras! não de “s”: água – pônei – mágoa – memória

7
#FicaDica #FicaDica
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que Quando, na frase, der para substituir o “por”
esta palavra apresenta as terminações das por “colocar”, estaremos trabalhando com
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U um verbo, portanto: “pôr”; nos demais ca-
(aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim sos, “por” é preposição: Faço isso por você.
ficará mais fácil a memorização! / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?

C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando


a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quanto à 2.4 Regra do Hiato
regra de acentuação: todas as proparoxítonas são acen-
tuadas, independentemente de sua terminação: árvore, Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segun-
paralelepípedo, cárcere. da vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
acento: saída – faísca – baú – país – Luís
2.2 Regras especiais Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato
quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em verem seguidas do dígrafo nh:
palavras paroxítonas. ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vie-
rem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
FIQUE ATENTO! Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, forman-
Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos aber- do hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxí-
tos estiverem em uma palavra oxítona (he- tonas):
rói) ou monossílaba (céu) ainda são acen-
tuados: dói, escarcéu.
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
Antes Agora feiúra feiura
assembléia assembleia Sauípe Sauipe

idéia ideia O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi


geléia geleia abolido:
jibóia jiboia
Antes Agora
apóia (verbo apoiar) apoia
crêem creem
paranóico paranoico
lêem leem
2.3 Acento Diferencial vôo voo

Representam os acentos gráficos que, pelas regras de enjôo enjoo


acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
diferenciar classes gramaticais entre determinadas pala-
vras e/ou tempos verbais. Por exemplo: #FicaDica
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito per- Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os
feito do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do verbos que, no plural, dobram o “e”, mas
Indicativo do mesmo verbo). que não recebem mais acento como antes:
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: CRER, DAR, LER e VER.
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. Repare:
Os demais casos de acento diferencial não são mais O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
LÍNGUA PORTUGUESA

utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti- Elza lê bem! / Todas leem bem!
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes grama- Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os
ticais são definidos pelo contexto. garotos deem o recado!
Polícia para o trânsito para que se realize a operação Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, con- Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm
junção (com relação de finalidade). à tarde!

8
As formas verbais que possuíam o acento tônico na 3. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de – 2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência”
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: recebem acento gráfico com base na mesma regra de
acentuação gráfica.
Antes Depois
( ) CERTO ( ) ERRADO
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue RESPOSTA: Certo. Indivíduo = paroxítona terminada
em ditongo; diária = paroxítona terminada em diton-
argúi (arguir) argui go; paciência = paroxítona terminada em ditongo. Os
três vocábulos são acentuados devido à mesma regra.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pes- 4. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE
soa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm – 2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de
(verbo vir). A regra prevalece também para os verbos acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém ( ) CERTO ( ) ERRADO
– eles convêm.
RESPOSTA: Errado. Pó = monossílaba terminada em
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“o”; só = monossílaba terminada em “o”; céu = mo-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
nossílaba terminada em ditongo aberto “éu”.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
Paulo: Saraiva, 2010.
CRASE.
SITE
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm
Crase

A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais


EXERCÍCIOS COMENTADOS idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos prono-
1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FE- mes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com o
DERAL – CESPE – 2014) Os termos “série” e “história” “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos
acentuam-se em conformidade com a mesma regra or- estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo acento
tográfica. grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais.
O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
( ) CERTO ( ) ERRADO do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
RESPOSTA: Certo. “Série” = acentua-se a paroxítona regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
terminada em ditongo / “história” - acentua-se a pa- que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
roxítona terminada em ditongo termo regido é aquele que completa o sentido do termo
Ambas são acentuadas devido à regra da paroxítona regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
terminada em ditongo. Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
Observação: nestes casos, admitem-se as separações contratada recentemente.
“sé-ri-e” e “his-tó-ri-as”, o que as tornaria proparoxí- Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
tonas. dos entre parênteses), temos:
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata-
2. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE – da recentemente.
2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do
acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos
( ) CERTO ( ) ERRADO referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposi-
ção a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a +
RESPOSTA: Errado. Análise = proparoxítona / mí-
LÍNGUA PORTUGUESA

o pronome demonstrativo aquela (àquela).


nimos = proparoxítona. Ambas são acentuadas pela
mesma regra (antepenúltima sílaba é tônica, “mais Observações importantes:
forte”). Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
crase está confirmada.

9
Os dados foram solicitados à diretora. Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
Os dados foram solicitados ao diretor. objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
 No caso de nomes próprios geográficos, substi- preposição.
tui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso re-
sulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da Casos passíveis de nota:
crase.
Faremos uma visita à Bahia.  A crase é facultativa diante de nomes próprios fe-
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) mininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
 Também é facultativa diante de pronomes posses-
Não me esqueço da viagem a Roma. sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- empresa.
mais vividos.  Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja
ficará aberta até as (às) dezoito horas.
Nas situações em que o nome geográfico se apresen-  Constata-se o uso da crase se as locuções prepo-
tar modificado por um adjunto adnominal, a crase está sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se
confirmada. implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
praias. moda de Luís XV)
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução
adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
#FicaDica observamos a queima de fogos a distância.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedes-
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a tre foi arremessado à distância de cem metros.
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra  De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
quê?) -, faz-se necessário o emprego da crase.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) Ensino à distância.
Ensino a distância.
 Em locuções adverbiais formadas por palavras re-
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocor- petidas, não há ocorrência da crase.
rerá crase. Veja: Ela ficou frente a frente com o agressor.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo Eu o seguirei passo a passo.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado. Casos em que não se admite o emprego da crase:

A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Antes de vocábulos masculinos.


aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
regente exigir complemento regido da preposição “a”. Esta caneta pertence a Pedro.
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar.
Iremos àquela reunião. Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de numeral.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando O número de aprovados chegou a cem.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) Faremos uma visita a dez países.
(preposição + pronome demonstrativo)
Observações:
A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-  Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento cionando como uma locução adverbial feminina –
grave: ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove
 locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às horas.
pressas, à vontade...  Diante de numerais ordinais femininos a crase está
 locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro- confirmada, visto que estes não podem ser empre-
cura de... gados sem o artigo: As saudações foram direciona-
LÍNGUA PORTUGUESA

 locuções conjuntivas: à proporção que, à medida das à primeira aluna da classe.


que.  Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
essa não se apresentar determinada: Chegamos to-
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem dos exaustos a casa.
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
Eu adoro a noite! adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela.

10
 Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Res-
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa- ponsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria
ram a terra, já era noite. legislação destinada a assegurar, como alegam, maior ri-
Contudo, se o termo estiver precedido por um de- gor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, for-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. talecer a estrutura legal que protege o dinheiro público
O astronauta voltou à Terra. do mau uso por gestores irresponsáveis.
Examinando-se a situação financeira dos estados que
 Não ocorre crase antes de pronomes que reque- preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal,
rem o uso do artigo. fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000,
Os livros foram entregues a mim. quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como os
Dei a ela a merecida recompensa. demais, estão sujeitos a regras precisas para a gestão do
dinheiro público, para a criação de despesas e, em par-
 Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos ticular, para os gastos com pessoal. Por que, tendo des-
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o cumprido algumas dessas regras, estariam interessados
uso da crase está confirmado no “a” que os antece- em torná-las ainda mais rigorosas?
de, no caso de o termo regente exigir a preposição. Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a cum-
 Não ocorre crase antes de nome feminino utiliza- priram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigoro-
do em sentido genérico ou indeterminado: sa, se nem nas condições atuais esses responsáveis estão
Estamos sujeitos a críticas. sendo capazes de cumpri-la? O problema não está na
Refiro-me a conversas paralelas. lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la mais
rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa setor público de adaptar suas despesas às receitas em
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. queda por causa da crise.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta-
Paulo: Saraiva, 2010. ções).
SITE O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra- regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo de-
se-.html finido feminino determinando o substantivo “receitas”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di-
ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às
1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL –
receitas em queda por causa da crise = quem adapta,
CESPE – 2014 – ADAPTADA) O acento indicativo de crase em
adapta algo/alguém A algo/alguém.
“à humanidade e à estabilidade” é de uso facultativo, razão por
que sua supressão não prejudicaria a correção gramatical do texto.
3. (FNDE – TÉCNICO EM FINANCIAMENTO E EXE-
( ) CERTO ( ) ERRADO CUÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIO-
NAIS – CESPE – 2012) O emprego do sinal indicativo de
RESPOSTA: Errado. Retomemos o contexto: (...) O crase em “adequando os objetivos às necessidades” justi-
uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e fica-se pela regência do verbo adequar, que exige com-
persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das plemento regido pela preposição “a”, e pela presença de
estruturas e valores políticos (...). artigo definido feminino antes de “necessidades”.
O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já
que os termos “humanidade” e “estabilidade” comple- ( ) CERTO ( ) ERRADO
mentam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?” RESPOSTA: Certo. Adequar o quê? – os objetivos
= a regência nominal pede preposição. (objeto direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às)
necessidades – objeto indireto. A explicação do enun-
2. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDI- ciado está correta.
TOR DE CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL –
LÍNGUA PORTUGUESA

CESPE – 2016) 4. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA-SE – TÉCNICO JUDICIÁ-


RIO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) No trecho “deu
Texto CB1A1BBB
início à sua caminhada cósmica”, o emprego do acento
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com grave indicativo de crase é obrigatório.
o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que
estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela ( ) CERTO ( ) ERRADO

11
RESPOSTA: Errado. “deu início à sua caminhada
de inverno hibernal ou invernal
cósmica” – o uso do acento indicativo de crase, neste
caso, é facultativo (antes de pronome possessivo). de lago lacustre
de leão leonino
FORMAÇÃO, CLASSE E EMPREGO DE de lebre l eporino
PALAVRAS de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo

Adjetivo de mestre magistral


de ouro áureo
É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís- de paixão passional
tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordando
com este em gênero e número. de pâncreas pancreático
As praias brasileiras estão poluídas. de porco suíno ou porcino
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). dos quadris ciático
de rio fluvial
1. Locução adjetiva
de sonho onírico
Locução = reunião de palavras. Sempre que são neces- de velho senil
sárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma coisa, de vento eólico
tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem
o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expres- de vidro vítreo ou hialino
são que equivale a um adjetivo). Por exemplo: aves da noite de virilha inguinal
(aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada).
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres-
de águia aquilino pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª
de aluno discente série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical 2. Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuan-
de aranha aracnídeo
do como adjunto adnominal ou como predicativo (do
de boi bovino sujeito ou do objeto).
de cabelo capilar
3. Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de cabra caprino Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
de campo campestre ou rural Observe alguns deles:
de chuva pluvial
Estados e cidades brasileiras:
de criança pueril
de dedo digital Alagoas alagoano
de estômago estomacal ou gástrico Amapá amapaense
de falcão falconídeo Aracaju aracajuano ou aracajuense
de farinha farináceo Amazonas amazonense ou baré
de fera ferino Belo Horizonte belo-horizontino
de ferro férreo Brasília brasiliense
de fogo ígneo Cabo Frio cabo-friense
LÍNGUA PORTUGUESA

de garganta gutural Campinas campineiro ou campinense


de gelo glacial
4. Adjetivo Pátrio Composto
de guerra bélico
de homem viril ou humano Na formação do adjetivo pátrio composto, o primei-
ro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente,
de ilha insular
erudita. Observe alguns exemplos:

12
África afro- / Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

5. Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

6. Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
substantivos, classificam-se em:

A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano,
a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

7. Número dos Adjetivos

A) Plural dos adjetivos simples


Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos subs-
tantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a
palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

B) Adjetivo Composto
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o
último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um
dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará in-
variável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento,
LÍNGUA PORTUGUESA

funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substan-
tivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.

13
Observação: Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste,
vestidos cor-de-rosa. Observe alguns superlativos sintéticos:
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. benéfico - beneficentíssimo
8. Grau do Adjetivo bom - boníssimo ou ótimo
comum - comuníssimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
cruel - crudelíssimo
tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad-
jetivo: o comparativo e o superlativo. difícil - dificílimo
doce - dulcíssimo
A) Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica fácil - facílimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte- fiel - fidelíssimo
rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser
de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
No comparativo de igualdade, o segundo termo da seres. Essa relação pode ser:
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto  De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
ou quão. todas.
 De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Su- todas.
perioridade
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de In- dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
ferioridade antepostos ao adjetivo.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons-
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe- tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos
rior, grande/maior, baixo/inferior. -íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo;
a popular é constituída do radical do adjetivo português
Observe que: + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
 As formas menor e pior são comparativos de su- Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo com
perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os terminados em
mau, respectivamente. –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio – cheíssimo.
 Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
(melhor, pior, maior e menor), porém, em compa- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
rações feitas entre duas qualidades de um mesmo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
elemento, deve-se usar as formas analíticas mais reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por Paulo: Saraiva, 2010.
exemplo: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
elementos. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
duas qualidades de um mesmo elemento.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- SITE
ferioridade http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
Sou menos passivo (do) que tolerante. morf32.php

Advérbio
B) Superlativo
O superlativo expressa qualidades num grau muito
LÍNGUA PORTUGUESA

Compare estes exemplos:


elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela-
O ônibus chegou.
tivo e apresenta as seguintes modalidades:
O ônibus chegou ontem.
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali-
dade de um ser é intensificada, sem relação com outros
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o
seres. Apresenta-se nas formas: sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de
 Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e
palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). do próprio advérbio.

14
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei temente, entrementes, imediatamente, primeira-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
(bem) à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad- quando, de quando em quando, a qualquer mo-
jetivo (claros) mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres- C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de-
centar ideia de: pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla-
Tempo: Ela chegou tarde. ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Lugar: Ele mora aqui. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
Modo: Eles agiram mal. geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
Negação: Ela não saiu de casa. vão e a maior parte dos que terminam em “-men-
Dúvida: Talvez ele volte. te”: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escan-
1. Flexão do Advérbio dalosamente, bondosamente, generosamente.
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- efetivamente, certo, decididamente, deveras, indu-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, bitavelmente.
porém, admitem a variação em grau. Observe: E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
A) Grau Comparativo F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo,
modo que o comparativo do adjetivo:
quem sabe.
 de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex-
Renato fala tão alto quanto João.
cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
 de inferioridade: menos + advérbio + que (do
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
que): Renato fala menos alto do que João.
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
 de superioridade:
extremamente, intensamente, grandemente, bem
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
(quando aplicado a propriedades graduáveis).
fala mais alto do que João.
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
fala melhor que João. mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
B) Grau Superlativo I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
O superlativo pode ser analítico ou sintético: bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re- durante a adolescência.
nato fala muito alto. J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
de modo aos meus amigos por comparecerem à festa.
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al-
tíssimo. Saiba que:
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
Observação: ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
comuns na língua popular. tarde possível.
Maria mora pertinho daqui. (muito perto) Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
A criança levantou cedinho. (muito cedo) em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
calma e respeitosamente.
3. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
2. Classificação dos Advérbios
Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
De acordo com a circunstância que exprime, o advér- cer como advérbio e como pronome indefinido.
bio pode ser de:
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco-
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde,
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de-
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo


fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
aquém, embaixo, externamente, à distância, à dis-
tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
esquerda, ao lado, em volta.
B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan-

15
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
#FicaDica adverbial desempenham na oração a função de adjunto
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
Como saber se a palavra bastante é advérbio cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
(não varia, não se flexiona) ou pronome bio. Exemplo:
indefinido (varia, sofre flexão)? Se der, na Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
frase, para substituir o “bastante” por “muito”, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
estamos diante de um advérbio; se der para Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
substituir por “muitos” (ou muitas), é um dade e de tempo, respectivamente.
pronome. Veja:
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
(estudei muitos capítulos) = pronome indefinido Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
4. Advérbios Interrogativos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen- SITE
tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf75.php

Interrogação Direta Interrogação Indireta Artigo


Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Onde mora? Indaguei onde morava.
-se como o termo variável que serve para individualizar
Por que choras? Não sei por que choras. ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
Donde vens? Pergunto donde vens. riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
Quando voltas? Pergunto quando voltas. “uma”[s] e “uns]).

5. Locução Adverbial A) Artigos definidos – São usados para indicar seres


determinados, expressos de forma individual: O
Quando há duas ou mais palavras que exercem fun- concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode muito.
expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi- B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de
nariamente por uma preposição. Veja: modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova-
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, da! Umas candidatas foram aprovadas!
para dentro, por aqui, etc.
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. 1. Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
em geral, frente a frente, etc. Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal con-
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
teúdo.
hoje em dia, nunca mais, etc.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
Janeiro, Veneza, A Bahia...
o adjetivo e outro advérbio:
Quando indicado no singular, o artigo definido pode
Chegou muito cedo. (advérbio)
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Joana é muito bela. (adjetivo)
No caso de nomes próprios personativos, denotando
De repente correram para a rua. (verbo) a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
LÍNGUA PORTUGUESA

Pedro é o xodó da família.


Essa matéria é mais bem interessante que aquela. No caso de os nomes próprios personativos estarem
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso! no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- os Incas, Os Astecas...
bio: Cheguei primeiro. Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.

16
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) 2. Classificação da Conjunção
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
dos. (qualquer classe) De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade
ter é uns vinte anos. de sentido que cada um dos elementos possui. Já no se-
O artigo também é usado para substantivar palavras gundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjun-
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por- ção depende da existência do outro. Veja:
quê de tudo isso. / O bem vence o mal. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
2. Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
conhecidas: O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa –
“mas”. Já em:
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre- Espero que eu seja aprovada no concurso!
sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
bela Roma. a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te-
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta
sairá agora? (ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração
Exceção: O senhor vai à festa? principal).

3. Conjunções Coordenativas
Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse
é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can-
São aquelas que ligam orações de sentido completo
didato cuja nota foi a mais alta.
e independente ou termos da oração que têm a mesma
função gramatical. Subdividem-se em:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
Paulo: Saraiva, 2010. não), não só... mas também, não só... como também,
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- bem como, não só... mas ainda.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC- A sua pesquisa é clara e objetiva.
CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. Não só dança, mas também canta.
30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São pressando ideia de contraste ou compensação. São
Paulo: Saraiva, 2010. elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no
entanto, não obstante.
SITE Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres-
sando ideia de alternância ou escolha, indicando
Conjunção fatos que se realizam separadamente. São elas: ou,
ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal-
Além da preposição, há outra palavra também inva- vez... talvez.
riável que, na frase, é usada como elemento de ligação: Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas
palavras de mesma função em uma oração: D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São Paulo. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. conseguinte, por isso, assim.
LÍNGUA PORTUGUESA

Marta estava bem preparada para o teste, portanto


1. Morfossintaxe da Conjunção não ficou nervosa.
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
cem propriamente uma função sintática: são conectivos. E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
Não demore, que o filme já vai começar.

17
Falei muito, pois não gosto do silêncio!
#FicaDica
4. Conjunções Subordinativas
Você deve ter percebido que a conjunção con-
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de- dicional “se” também é conjunção integrante.
las dependente da outra. A oração dependente, intro- A diferença é clara ao ler as orações que são
duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia
de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha da condição para que recebamos um telefo-
começado quando ela chegou. nema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não
O baile já tinha começado: oração principal sei se farei o concurso. Não há ideia de
quando: conjunção subordinativa (adverbial tempo- condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da
ral) oração principal (sei) pede complemento (ob-
ela chegou: oração subordinada jeto direto, já que “quem não sabe, não sabe
algo”). Portanto, a oração em destaque exerce
As conjunções subordinativas subdividem-se em in- a função de objeto direto da oração principal,
tegrantes e adverbiais: sendo classificada como oração subordinada
substantiva objetiva direta.
Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
elas introduzida completa ou integra o sentido da prin-
cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos, D) Conformativas: introduzem uma oração que ex-
ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: prime a conformidade de um fato com outro. São
que, se. elas: conforme, como (= conforme), segundo, con-
Quero que você volte. (Quero sua volta) soante, etc.
O passeio ocorreu como havíamos planejado.
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exer-
ce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi-
com a circunstância que expressam, classificam-se em: nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração
principal. São elas: para que, a fim de que, que, por-
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da que (= para que), que, etc.
ocorrência da oração principal. São elas: porque, Toque o sinal para que todos entrem no salão.
que, como (= porque, no início da frase), pois que,
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex-
que, etc. pressa um fato relacionado proporcionalmente
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. à ocorrência do expresso na principal. São elas:
à medida que, à proporção que, ao passo que e
B) Concessivas: introduzem uma oração que expres- as combinações quanto mais... (mais), quanto me-
sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, nos... (menos), quanto menos... (mais), quanto me-
impedir sua realização. São elas: embora, ainda nos... (menos), etc.
que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por O preço fica mais caro à medida que os produtos es-
mais que, posto que, conquanto, etc. casseiam.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
Observação:
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica São incorretas as locuções proporcionais à medida
a hipótese ou a condição para ocorrência da prin- em que, na medida que e na medida em que.
cipal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a
não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen-
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes
que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde
que, sempre que, assim que, agora que, mal (= as-
sim que), etc.
A briga começou assim que saímos da festa.

H) Comparativas: introduzem uma oração que ex-


LÍNGUA PORTUGUESA

pressa ideia de comparação com referência à ora-


ção principal. São elas: como, assim como, tal como,
como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do
que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com-
binado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.

18
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a consequência da principal. São elas: de sorte que,
de modo que, sem que (= que não), de forma que, A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale-
de jeito que, que (tendo como antecedente na oração gria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interes-
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, ta- sante!
manho), etc. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do minha frente.
exame.
As interjeições podem ser formadas por:
FIQUE ATENTO!  simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
 palavras: Oba! Olá! Claro!
Muitas conjunções não têm classificação
 grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
única, imutável, devendo, portanto, ser clas-
Deus! Ora bolas!
sificadas de acordo com o sentido que apre-
sentam no contexto (destaque da Zê!). 1. Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Atenção! Olha! Alerta!
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
Paulo: Saraiva, 2010. E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Ânimo! Adiante!
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
SITE H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84. te! Essa não! Chega! Basta!
php I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
ra Deus!
Interjeição J) Desculpa: Perdão!
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin- M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor- Puxa! Pô! Ora!
rente de uma situação particular, um momento ou um O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
contexto específico. Exemplos: P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Deus!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjei- R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
ção
O significado das interjeições está vinculado à maneira Saiba que:
como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti- As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so-
do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que frem variação em gênero, número e grau como os no-
for utilizada. Exemplos: mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e
voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
Psiu! gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata
contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua; de um processo natural desta classe de palavra, mas tão
significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem-
Ei, espere!” plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.

Psiu! 2. Locução Interjetiva


LÍNGUA PORTUGUESA

contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-


nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!” Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla-
mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! análise dos termos que a compõem: Macacos me mor-
puxa: interjeição; tom da fala: decepção dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!

19
1. As interjeições são como frases resumidas, sinté-
ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por #FicaDica
essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepe-
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras núltimo, final e penúltimo também indicam
classes gramaticais podem aparecer como inter- posição dos seres, mas são classificadas como
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! adjetivos, não ordinais.
Francamente! (Advérbios)
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
-frase” porque sozinha pode constituir uma men- C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
Fique quieto! quintos, etc.
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi- D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
que! Quá-quá-quá!, etc.
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” 2. Flexão dos numerais
com a sua homônima “oh!”, que exprime admira-
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
do “oh!” exclamativo e não a fazemos depois do uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
“ó” vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie- duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
dosa e pura!” (Olavo Bilac) quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS cardinais são invariáveis.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus primeiro segundo milésimo
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. primeira segunda milésima

SITE primeiros segundos milésimos


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ primeiras segundas milésimas
morf89.php
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
NUMERAL atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do es-
forço e conseguiram o triplo de produção.
Numeral é a palavra variável que indica quantidade Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- triplas do medicamento.
minada sequência. Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme- duas terças partes.
ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex-
pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
trata de numerais, mas sim de algarismos. dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
palavras consideradas numerais porque denotam quan- de sentido. É o que ocorre em frases como:
tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: “Me empresta duzentinho...”
década, dúzia, par, ambos(as), novena.
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
1. Classificação dos Numerais
segunda divisão de futebol)
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi-
3. Emprego e Leitura dos Numerais
nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car-
LÍNGUA PORTUGUESA

dinais têm sentido coletivo, como por exemplo:


Os numerais são escritos em conjunto de três algaris-
século, par, dúzia, década, bimestre.
mos, contados da direita para a esquerda, em forma de
B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
ou alguma coisa ocupa numa determinada se- centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
quência: primeiro, segundo, centésimo, etc. separação através de ponto ou espaço correspondente a
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.

20
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem conhe-
cida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua uti-
lização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
LÍNGUA PORTUGUESA

nove nono nônuplo nono


dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos

21
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreen-
LÍNGUA PORTUGUESA

são do texto.

1. Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

22
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- Meio = passeio de barco.
lendo como uma preposição, sendo que a última Origem = Nós somos do Nordeste.
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, Conteúdo = frascos de perfume.
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por
cima de, por trás de. Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas
locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se prepositiva por trás de.
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a = pela. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Essa concordância não é característica da preposição, Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
mas das palavras às quais ela se une. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Esse processo de junção de uma preposição com ou- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
tra palavra pode se dar a partir dos processos de: Paulo: Saraiva, 2010.
 Combinação: união da preposição “a” com o ar- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
tigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
aos. Os vocábulos não sofrem alteração.
 Contração: união de uma preposição com outra SITE
palavra, ocorrendo perda ou transformação de fo- http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
nema: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos,
de + aquele = daquele, em + isso = nisso. Substantivo
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi-
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-
do pronome “aquilo”). veis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
fenômenos, os substantivos também nomeiam:
#FicaDica  lugares: Alemanha, Portugal
 sentimentos: amor, saudade
O “a” pode funcionar como preposição, prono-  estados: alegria, tristeza
me pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-  qualidades: honestidade, sinceridade
-los? Caso o “a” seja um artigo, virá preceden-  ações: corrida, pescaria
do um substantivo, servindo para determiná-lo
como um substantivo singular e feminino: A 1. Morfossintaxe do substantivo
matéria que estudei é fácil!
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
Irei à festa sozinha. aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do obje-
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é arti- to ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
go; o segundo, preposição. substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a penhadas por grupos de palavras.
apostila. = Nós a trouxemos.
2. Classificação dos Substantivos
2. Relações semânticas (= de sentido) estabeleci-
das por meio das preposições: A) Substantivos Comuns e Próprios
Observe a definição:
Destino = Irei a Salvador.
Modo = Saiu aos prantos. Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
Lugar = Sempre a seu lado. casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
Assunto = Falemos sobre futebol. toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
LÍNGUA PORTUGUESA

Tempo = Chegarei em instantes. cidade (em oposição aos bairros).


Causa = Chorei de saudade. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
Fim ou finalidade = Vim para ficar. e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Instrumento = Escreveu a lápis. cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
Posse = Vi as roupas da mamãe. tivo comum.
Autoria = livro de Machado de Assis Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Companhia = Estarei com ele amanhã. uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
Matéria = copo de cristal. homem, mulher, país, cachorro.

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Estamos voando para Barcelona. batalhão soldados
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da cardume peixes
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – caravana viajantes peregrinos
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
B) Substantivos Concretos e Abstratos colmeia abelhas
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o
ser que existe, independentemente de outros seres. concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo elenco atores de uma peça ou filme
real e do mundo imaginário. esquadra navios de guerra
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, enxoval roupas
Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma. falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa se-
res que dependem de outros para se manifestarem ou feixe lenha, capim
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si só, flora vegetais de uma região
não pode ser observada. Só podemos observar a beleza
frota navios mercantes, ônibus
numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende
de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra bele- girândola fogos de artifício
za é um substantivo abstrato. horda bandidos, invasores
Os substantivos abstratos designam estados, quali-
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem junta médicos, bois, credores, exa-
ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida minadores
(estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade júri jurados
(sentimento).
legião soldados, anjos, demônios
 Substantivos Coletivos leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
outra abelha, mais outra abelha. manada búfalos, bois, elefantes,
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. matilha cães de raça
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
molho chaves, verduras
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- multidão pessoas em geral
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, nuvem insetos (gafanhotos, mosqui-
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas tos, etc.)
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um subs-
tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto penca bananas, chaves
de seres da mesma espécie (abelhas). pinacoteca pinturas, quadros
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
quadrilha ladrões, bandidos
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de se- ramalhete flores
res da mesma espécie. rebanho ovelhas
repertório peças teatrais, obras musicais
Substantivo coletivo Conjunto de:
réstia alhos ou cebolas
assembleia pessoas reunidas
romanceiro poesias narrativas
alcateia lobos
revoada pássaros
acervo livros
LÍNGUA PORTUGUESA

sínodo párocos
antologia trechos literários selecionados
talha lenha
arquipélago ilhas
tropa muares, soldados
banda músicos
turma estudantes, trabalhadores
bando desordeiros ou malfeitores
vara porcos
banca examinadores

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3. Formação dos Substantivos A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
se faz mediante a utilização das palavras “macho”
A) Substantivos Simples e Compostos e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. macho e o jacaré fêmea.
O substantivo chuva é formado por um único ele- B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
mento ou radical. É um substantivo simples. a pessoas de ambos os sexos: a criança, a teste-
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um munha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o in-
único elemento. divíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por a artista.
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, pas-
satempo. Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
sintoma, o teorema.
B) Substantivos Primitivos e Derivados  Existem certos substantivos que, variando de
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva gênero, variam em seu significado:
de nenhuma outra palavra da própria língua por- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
tuguesa. (líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origi- a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (ca-
na de outra palavra. O substantivo limoeiro, por beleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de au-
exemplo, é derivado, pois se originou a partir da mento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; con-
palavra limão. clusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
4. Flexão dos substantivos
6. Formação do Feminino dos Substantivos Bifor-
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- mes
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar: Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - aluna.
meninão / Diminutivo: menininho  Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa
A) Flexão de Gênero  Substantivos terminados em -ão: fazem o femini-
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- no de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa. Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substanti-
vos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.  Substantivos terminados em -or:
Veja estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
Um Natal inesquecível  Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Os reis da praia cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poe-
tisa / duque - duquesa / conde - condessa / profeta
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:  Substantivos que formam o feminino trocando o
A história sem fim -e final por -a: elefante - elefanta
Uma cidade sem passado  Substantivos que têm radicais diferentes no mas-
As tartarugas ninjas culino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
 Substantivos que formam o feminino de maneira
5. Substantivos Biformes e Substantivos Unifor- especial, isto é, não seguem nenhuma das regras
LÍNGUA PORTUGUESA

mes anteriores: czar – czarina, réu - ré

1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen- 7. Formação do Feminino dos Substantivos Uni-
tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho- formes
mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única Epicenos:
forma, que serve tanto para o masculino quanto Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
para o feminino. Classificam-se em:

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Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
forma para indicar o masculino e o feminino. Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exce-
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para ções, nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de Preto. / A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Ale-
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessida- gre. / Uma Londres imensa e triste.
de de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. 10. Gênero e Significação

8. Sobrecomuns: Muitos substantivos, como já mencionado anterior-


Entregue as crianças à natureza. mente, têm uma significação no masculino e outra no fe-
minino. Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa,
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um
nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi- bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite
ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (par-
A criança chorona chamava-se João. te do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a
A criança chorona chamava-se Maria. cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzen-
ta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro),
Outros substantivos sobrecomuns: a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
boa criatura. a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de na administração da crisma e de outros sacramentos), a
Marcela faleceu crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a
cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe
9. Comuns de Dois Gêneros: (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que guia ou-
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. tras), a guia (documento, pena grande das asas das aves),
o grama (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (fun-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
cionário da caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamen-
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
tos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento), o mo-
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
ral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética),
A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte),
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
repórter francês - repórter francesa. pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio
(aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga (remador),
A palavra personagem é usada indistintamente nos a voga (moda).
dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se
acentuada preferência pelo masculino: O menino desco- B) Flexão de Número do Substantivo
briu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: Em português, há dois números gramaticais: o singu-
O problema está nas mulheres de mais idade, que não lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural,
aceitam a personagem. que indica mais de um ser ou grupo de seres. A caracte-
rística do plural é o “s” final.
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. 11. Plural dos Substantivos Simples

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e


)pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
proclama, o pernoite, o púbis. Exceção: cânon - cânones.
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a em “ns”: homem - homens.
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o
LÍNGUA PORTUGUESA

libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).


plural pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz
São geralmente masculinos os substantivos de ori- - raízes.
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o Atenção:
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, O plural de caráter é caracteres.
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra-
coma, o hematoma.

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Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexio- B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
nam-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quin- quando formados de:
tais; caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
males, cônsul e cônsules. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural alto-falantes
de duas maneiras: palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis -recos
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
Observação: quando formados de:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas ma- substantivo + preposição clara + substantivo = água-
neiras: répteis ou reptis (pouco usada). -de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural valo-vapor e cavalos-vapor
de duas maneiras: substantivo + substantivo que funciona como deter-
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam in- bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-
variáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. -rã, peixe-espada - peixes-espada.

Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
de três maneiras. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães saca-rolhas
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
13. Casos Especiais
Observação:
Muitos substantivos terminados em “ão” apresen- o louva-a-deus e os louva-a-deus
tam dois – e até três – plurais:
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos an- o bem-te-vi e os bem-te-vis
cião – anciões/anciães/anciãos o bem-me-quer e os bem-me-queres
charlatão – charlatões/charlatães cor-
rimão – corrimãos/corrimões o joão-ninguém e os joões-ninguém.
guardião – guardiões/guardiães vilão
– vilãos/vilões/vilães 14. Plural das Palavras Substantivadas

Os substantivos terminados em “x” ficam invariá- As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
veis: o látex - os látex. classes gramaticais usadas como substantivo apresen-
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
12. Plural dos Substantivos Compostos Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
A formação do plural dos substantivos compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
depende da forma como são grafados, do tipo de pa-
lavras que formam o composto e da relação que esta- Observação:
belecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
comportam-se como os substantivos simples: aguar- não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
dente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/ponta- tos seis e alguns dez.
pés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elemen- 15. Plural dos Diminutivos
tos são ligados por hífen costuma provocar muitas dú-
vidas e discussões. Algumas orientações são dadas a Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi-
seguir: nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
A) Flexionam-se os dois elementos, quando for-
mados de: pãe(s) + zinhos = pãezinhos
LÍNGUA PORTUGUESA

substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores


animai(s) + zinhos = animaizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
feitos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho- chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
mens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos

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colhere(s) + zinhas = colherezinhas Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços,
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, so-
flore(s) + zinhas = florezinhas ros, etc.
mão(s) + zinhas = mãozinhas
Observação:
papéi(s) + zinhos = papeizinhos Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas molho (ó) = feixe (molho de lenha).
funi(s) + zinhos = funizinhos
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
pai(s) + zinhos = paizinhos
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa-
pé(s) + zinhos = pezinhos mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pé(s) + zitos = pezitos Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida-
16. Plural dos Nomes Próprios Personativos de, bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas com sentido de plural:
sempre que a terminação preste-se à flexão. Aqui morreu muito negro.
Os Napoleões também são derrotados. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em cape-
As Raquéis e Esteres. las improvisadas.

17. Plural dos Substantivos Estrangeiros C) Flexão de Grau do Substantivo

Substantivos ainda não aportuguesados devem ser Grau é a propriedade que as palavras têm de expri-
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” mir as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os 1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho consi-
shorts, os jazz. derado normal. Por exemplo: casa
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama-
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho- nho do ser. Classifica-se em:
pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, Analítico = o substantivo é acompanhado de um
os réquiens. adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Observe o exemplo: Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
Este jogador faz gols toda vez que joga. dicador de aumento. Por exemplo: casarão.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tama-
18. Plural com Mudança de Timbre nho do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança tivo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). dicador de diminuição. Por exemplo: casinha.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Singular Plural
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
corpo (ô) corpos (ó) Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
esforço esforços reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
fogo fogos CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
forno fornos Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
fosso fossos
São Paulo: Saraiva, 2002.
imposto impostos
olho olhos SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
osso (ô) ossos (ó) morf12.php
LÍNGUA PORTUGUESA

ovo ovos
poço poços Pronome
porto portos
posto postos Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
tijolo tijolos forma.

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O homem julga que é superior à natureza, por isso o tima a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
homem destrói a natureza... discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é assim configurado:
superior à natureza, por isso ele a destrói... 1.ª pessoa do singular: eu
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter- 2.ª pessoa do singular: tu
mos (homem e natureza). 3.ª pessoa do singular: ele, ela
Grande parte dos pronomes não possuem significa- 1.ª pessoa do plural: nós
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 2.ª pessoa do plural: vós
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a 3.ª pessoa do plural: eles, elas
referência exata daquilo que está sendo colocado por
meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ex- Esses pronomes não costumam ser usados como
ceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os de- complementos verbais na língua-padrão. Frases como
mais pronomes têm por função principal apontar para as “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser
-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
dessa característica, os pronomes apresentam uma for- mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
ma específica para cada pessoa do discurso. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. -me até aqui”.
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] Frequentemente observamos a omissão do pronome
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se fala] formas verbais marcam, através de suas desinências, as
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem boa viagem. (Nós)
se fala]
B) Pronome Oblíquo
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em nú- sentença, exerce a função de complemento verbal
mero (singular ou plural). Assim, espera-se que a refe- (objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (ob-
rência através do pronome seja coerente em termos de jeto indireto)
gênero e número (fenômeno da concordância) com o
seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no Observação:
enunciado. O pronome oblíquo é uma forma variante do prono-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da me pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
nossa escola neste ano. diversa que eles desempenham na oração: pronome reto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân- marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
cia adequada] complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem
[neste: pronome que determina “ano” = concordân- variação de acordo com a acentuação tônica que pos-
cia adequada] suem, podendo ser átonos ou tônicos.
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
cordância inadequada] 2. Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, são precedidos de preposição. Possuem acentuação tô-
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. nica fraca: Ele me deu um presente.
Lista dos pronomes oblíquos átonos
1. Pronomes Pessoais 1.ª pessoa do singular (eu): me
2.ª pessoa do singular (tu): te
São aqueles que substituem os substantivos, indican- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
do diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou 1.ª pessoa do plural (nós): nos
escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os 2.ª pessoa do plural (vós): vos
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
LÍNGUA PORTUGUESA

ou do caso oblíquo.

A) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
flores.
Os pronomes retos apresentam flexão de número,
gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa úl-

29
A combinação da preposição “com” e alguns prono-
FIQUE ATENTO! mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi-
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
peciais depois de certas terminações verbais: frequentemente exercem a função de adjunto adverbial
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o de companhia: Ele carregava o documento consigo.
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
mesmo tempo que a terminação verbal é su- Ela veio até mim, mas nada falou.
primida. Por exemplo: Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
fiz + o = fi-lo inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
fazeis + o = fazei-lo prova, até eu! (= inclusive eu)
dizer + a = dizê-la
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
2. Quando o verbo termina em som nasal, o por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pes-
pronome assume as formas no, nos, na, nas. soais são reforçados por palavras como outros, mesmos,
Por exemplo: próprios, todos, ambos ou algum numeral.
viram + o: viram-no Você terá de viajar com nós todos.
repõe + os = repõe-nos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
retém + a: retém-na notícias.
tem + as = tem-nas Ele disse que iria com nós três.

3. Pronome Reflexivo
B.2 Pronome Oblíquo Tônico São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun-
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função a ação expressa pelo verbo.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica Lista dos pronomes reflexivos:
forte. 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: lembro disso.
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui-
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela lherme já se preparou.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco Ela deu a si um presente.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Antônio conversou consigo mesmo.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- 2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As com esta conquista.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos #FicaDica
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal,
os pronomes costumam ser usados desta forma: O pronome é reflexivo quando se refere à mes-
Não há mais nada entre mim e ti. ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. me arrumei e saí.
Não há nenhuma acusação contra mim. É pronome recíproco quando indica recipro-
Não vá sem mim. cidade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo-
-nos calados.
Há construções em que a preposição, apesar de surgir O “se” pode ser usado como palavra expletiva
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração ou partícula de realce, sem ser rigorosamente
cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter necessária e sem função sintática: Os explora-
sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá dores riam-se de suas tentativas. / Será que eles
ser do caso reto. se foram?
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
LÍNGUA PORTUGUESA

Não vá sem eu mandar.

A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” C) Pronomes de Tratamento
está correta, já que “para mim” é complemento de “fá- São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
cil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (por-
para mim! tanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira
pessoa. Alguns exemplos:
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques

30
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais ou
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, 4. Pronomes Possessivos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú-
blica (sempre por extenso) São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universida- (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
des (coisa possuída).
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais singular)
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
igual categoria NÚMERO PESSOA PRONOME
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes
de direito singular primeira meu(s), minha(s)
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento ce- singular segunda teu(s), tua(s)
rimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus singular terceira seu(s), sua(s)
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- plural primeira nosso(s), nossa(s)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são emprega-
plural segunda vosso(s), vossa(s)
dos no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no trata-
mento familiar. Você e vocês são largamente empregados plural terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma Note que:
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
literária. a que se refere; o gênero e o número concordam com o
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
Observações: naquele momento difícil.
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados Observações:
em relação à pessoa com quem falamos: Espero que 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resul-
V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da obrigado, seu José.
pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que 2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu posse. Podem ter outros empregos, como:
com propriedade. A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
3. Os pronomes de tratamento representam uma forma B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. anos.
Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
exemplo, estamos nos endereçando à excelência que lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
esse deputado supostamente tem para poder ocupar 3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o cargo que ocupa. o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Ex-
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2.ª celência trouxe sua mensagem?
pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-
3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação livros e anotações.
a eles devem ficar na 3.ª pessoa. 5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes- oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos 6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo,
ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhi- para que não ocorra redundância: Coloque tudo
da inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos nos respectivos lugares.
LÍNGUA PORTUGUESA

a chamar alguém de “você”, não poderemos usar


“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na 5. Pronomes Demonstrativos
terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos São utilizados para explicitar a posição de certa pa-
teus cabelos. (errado) lavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação
pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular

31
A) Em relação ao espaço:  o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
pessoa que fala: aquilo.
Este material é meu. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da indiquei.)
pessoa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com Eu mesma refiz os exercícios.
quem se fala: Elas mesmas fizeram isso.
Aquele material não é nosso. Eles próprios cozinharam.
Vejam aquele prédio! Os próprios alunos resolveram o problema.

B) Em relação ao tempo:  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.


Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em  tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
relação à pessoa que fala: 1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esta manhã farei a prova do concurso! eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
(ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele,
rém relativamente próximo à época em que se situa a à mencionada em primeiro lugar.
pessoa que fala: 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamen- 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
to no tempo, referido de modo vago ou como tempo com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste,
remoto: desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que esta-
Naquele tempo, os professores eram valorizados. va vendo. (no = naquilo)

C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se 6. Pronomes Indefinidos


falará ou escreverá):
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se fa- so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
lará: quantidade indeterminada.
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
ortografia, concordância. -plantadas.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou: imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja- humano que seguramente existe, mas cuja identidade é
mos! desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:

Este e aquele são empregados quando se quer fazer A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
termo referido em primeiro lugar e este para o referido na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, bel-
por último: trano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- Quem avisa amigo é.
lo; este está mais bem colocado que aquele. (= este [São
Paulo], aquele [Palmeiras]) B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
ou quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
certa(s).
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- Cada povo tem seus costumes.
lo; aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Certas pessoas exercem várias profissões.
LÍNGUA PORTUGUESA

Paulo], aquele [Palmeiras])


Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Note que:
invariáveis, observe: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro-
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), nomes indefinidos adjetivos:
aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Também aparecem como pronomes demonstrativos:

32
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe:


 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pou-
ca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros,
quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, cada.

*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plural é
feito em seu interior).
Todo e toda no singular e junto de artigo significa inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
Trabalho todo dia. (= todos os dias)

São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado.

7. Pronomes Relativos

São aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as
orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).

O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
Quem casa, quer casa.
Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.

Note que:
O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substi-
tuído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos.
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
LÍNGUA PORTUGUESA

ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou
encantado: o sítio ou minha tia?).
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-se
o qual / a qual)

O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural.

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O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente
(o ser possuído, com o qual concorda em gênero e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale
a do qual, da qual, dos quais, das quais.
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente)

Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se a)

“Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.


(antecedente)

Ele fez tudo quanto havia falado.


(antecedente)
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

É um professor a quem muito devemos.


(preposição)

“Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa
onde morava foi assaltada.

Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.

Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:


 como (= pelo qual) – desde que precedida das palavras modo, maneira ou forma:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

 quando (= em que) – desde que tenha como antecedente um nome que dê ideia de tempo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente
que conversava, (que) ria, observava.

8. Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações),
quanto (e variações).
Com quem andas?
Qual seu nome?
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos de preposição.
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São prol da paz no mundo.
Paulo: Saraiva, 2010. Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- lizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevalece-
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, ria. Veja: Não se realizará...
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – nessa viagem.
São Paulo: Saraiva, 2002. (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
SITE nharia nessa viagem).
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf42.php Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
9. Colocação Pronominal forem possíveis:
 Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos Quando eu avisar, silenciem-se todos.
pronomes oblíquos átonos na frase.  Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
Não era minha intenção machucá-la.
 Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não
#FicaDica
se inicia período com pronome oblíquo).
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- Vou-me embora agora mesmo.
ção de complemento verbal (objeto). Por isso, Levanto-me às 6h.
memorize:  Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
OBlíquo = OBjeto! no concurso, mudo-me hoje mesmo!
 Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
proposta fazendo-se de desentendida.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
10. Colocação pronominal nas locuções verbais
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita.  Após verbo no particípio = pronome depois do
verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. Tenho me deliciado com a leitura!
A próclise é usada: Eu tenho me deliciado com a leitura!
Eu me tenho deliciado com a leitura!
 Quando o verbo estiver precedido de palavras  Não convém usar hífen nos tempos compostos e
que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: nas locuções verbais:
Vamos nos unir!
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, Iremos nos manifestar.
jamais, etc.: Não se desespere!  Quando há um fator para próclise nos tempos
B) Advérbios: Agora se negam a depor. compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli- do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não
quem tudo! vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preo-
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se cupar”).
esforçou.
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu- 11. Emprego de o, a, os, as
nidade.
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.  Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral,
 Orações iniciadas por palavras interrogativas: os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
Quem lhe disse isso? Chame-o agora.
 Orações iniciadas por palavras exclamativas: Deixei-a mais tranquila.
Quanto se ofendem!
LÍNGUA PORTUGUESA

 Orações que exprimem desejo (orações optativas):  Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
Que Deus o ajude. tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
 A próclise é obrigatória quando se utiliza o pro- (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
nome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
material amanhã. / Tu sabes cantar?
 Em verbos terminados em ditongos nasais (am,
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se
verbo. A mesóclise é usada: para no, na, nos, nas.

35
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa. FIQUE ATENTO!
O verbo pôr, assim como seus derivados
#FicaDica (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conju-
gação, pois a forma arcaica do verbo pôr era
Dica da Zê! poer. A vogal “e”, apesar de haver desapareci-
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que sig- do do infinitivo, revela-se em algumas formas
nifica “antes”! Pronome antes do verbo! do verbo: põe, pões, põem, etc.
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end,
em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome
depois do verbo! 2. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do ver-
bo Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. 3. Classificação dos Verbos

SITE Classificam-se em:


http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao- A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi-
-pronominal-.html cal inalterado durante a conjugação e desinências
idênticas às de todos os verbos regulares da mes-
Observação: Não foram encontradas questões ma conjugação. Por exemplo: comparemos os ver-
abrangendo tal conteúdo. bos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do
Modo Indicativo:
VERBO
canto falo
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantas falas
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo canta falas
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenôme- cantamos falamos
no (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). cantais falais
cantam falam
1. Estrutura das Formas Verbais

Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar


#FicaDica
os seguintes elementos:
A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi- Observe que, retirando os radicais, as desi-
ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal- nências modo-temporal e número-pessoal
-ava; fal-am. (radical fal-) mantiveram-se idênticas. Tente fazer com
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que outro verbo e perceberá que se repetirá o
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por fato (desde que o verbo seja da primeira
exemplo: fala-r. São três as conjugações: conjugação e regular!). Faça com o verbo
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática “andar”, por exemplo. Substitua o radical
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir). “cant” e coloque o “and” (radical do verbo
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que andar). Viu? Fácil!
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo)
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que
LÍNGUA PORTUGUESA

designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o


Observação:
número (singular ou plural):
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
(indica a 3.ª pessoa do plural.)
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais altera-
ções não caracterizam irregularidade, porque o fonema
permanece inalterado.

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C) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Os principais são adequar, precaver, compu-
tar, reaver, abolir, falir.
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
principais verbos impessoais são:

1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)

2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.

3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal,
ou seja, terá conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência
a sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como
hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.

7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
São unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais
(cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).

Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

 Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

 Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
LÍNGUA PORTUGUESA

Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que,
além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

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Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo prin-
cipal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
LÍNGUA PORTUGUESA

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4. Conjugação dos Verbos Auxiliares

4.1. SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

4.2. SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

4.3. SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

4.4. SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

4.5. ESTAR - Modo Indicativo



LÍNGUA PORTUGUESA

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos

39
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

4.6. ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

4.7. ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

4.8. HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

4.9. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam
LÍNGUA PORTUGUESA

4.10. HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres

haver

40
havermos
haverdes
Haverem

4.11. TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

4.12. TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
 Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a refle-
xibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respec-
tivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem.
 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto re-
presentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à
do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA

Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.

5. Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.

41
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

6. Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adje-
tivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de subs-
tantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exem-
plo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.
C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o re-
sultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames,
os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.
LÍNGUA PORTUGUESA

(Ziraldo)

8. Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

42
A) Tempos do Modo Indicativo

Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.


Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo

Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

1. Modo Indicativo

1.1. Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

1.2. Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


LÍNGUA PORTUGUESA

CANTAR VENDER PARTIR


canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS

43
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

1.3. Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

1.4. Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM
1.5. Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

1.6. Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
LÍNGUA PORTUGUESA

cantarIAS venderIAS partirIAS


cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

44
1.7. Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

1.8. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

1.9. Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaREM vendeREM partiREM R EM

45
C) Modo Imperativo

1. Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

2. Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
3. Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

 O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
LÍNGUA PORTUGUESA

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

46
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as
vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:


O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1. Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a pre-
posição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
 Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
 A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação
das frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)


O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)

Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
LÍNGUA PORTUGUESA

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, seguido
do pronome apassivador “se”. Por exemplo:

47
Abriram-se as inscrições para o concurso. Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos
Destruiu-se o velho prédio da escola. verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os
elementos sublinhados na frase acima, na ordem dada,
Observação: por:
O agente não costuma vir expresso na voz passiva a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem
sintética. b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem
c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam
1.1 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva d) acrescentariam − trariam− contribuíram
e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase. Resposta: Letra E.
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) Questão que envolve correlação verbal. Realizando as
Sujeito da Ativa objeto Direto alterações solicitadas, segue como ficariam (em des-
taque):
A apostila foi comprada pelo concurseiro. Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribui-
(Voz Passiva) riam
Sujeito da Passiva Agente da Passi- Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam
va Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contribuí-
ram
Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contribuí-
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ram = correta
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
tempo. 2. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos TRABALHO – FCC – 2012) Está inadequado o emprego
mestres. do elemento sublinhado na seguinte frase:

Eu o acompanharei. a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao


Ele será acompanhado por mim. que dispenso aos homens religiosos.
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: que deveriam desviar-se todos os homens verdadeira-
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. mente virtuosos.
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, c) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescin-
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, dir os que se dizem homens de fé.
porque o sujeito não pode ser visto como agente, pacien- d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada
te ou agente paciente. fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Resposta: Letra C.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Corrigindo o inadequado:
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento si-
Paulo: Saraiva, 2010. milar ao que dispenso aos homens religiosos.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em precon-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ceitos de que deveriam desviar-se todos os homens
verdadeiramente virtuosos.
SITE Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que)
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. não podem prescindir os que se dizem homens de fé.
php Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito
de nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que dei-
xem de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
3. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO
LÍNGUA PORTUGUESA

1. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO


TRATIVA – FCC – 2012) As vitórias no jogo interior talvez TRABALHO – FCC – 2012)
não acrescentem novos troféus, mas elas trazem recom- Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus
pensas valiosas, [...] que contribuem de forma significativa despertariam a ira de qualquer fanático, a forma ver-
para nosso sucesso posterior, tanto na quadra como fora bal obtida será:
dela.

48
a) seria despertada. b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre
b) teria sido despertada. o peso de suas mais graves decisões.
c) despertar-se-á. c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer)
d) fora despertada. tomar decisões sem medir suas consequências.
e) teriam despertado. d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (cos-
tumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas.
Resposta: Letra A. e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco-
Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A humana.
ira de qualquer fanático seria despertada pelos ateus.
Resposta: Letra C.
4. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Flexões em destaque e sublinhei os termos que esta-
TRATIVA – ESPECIALIDADE SEGURANÇA JUDICIÁ- belecem concordância:
RIA – FCC – 2012) Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar
...ela nunca alcançava a musa. de corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir
verbal resultante será: sobre o peso de suas mais graves decisões.
Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocor-
a) alcança-se. re tomar decisões sem medir suas consequências. =
b) foi alcançada. Isso não ocorre aos governantes – uma oração exerce
c) fora alcançada. a função de sujeito (subjetiva)
d) seria alcançada. Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente cos-
e) era alcançada. tumam sobrevir consequências imprevistas e injustas.
Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade,
Resposta: Letra E. recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta
Temos um verbo na voz ativa, então teremos dois a dor humana.
na passiva (auxiliar + o verbo da oração da ativa, no
mesmo tempo verbal, forma particípio): A musa nun- 7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – ANALISTA JUDICIÁRIO –
ca era alcançada por ela. O verbo “alcançava” está no ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016 ) ... para quem
pretérito imperfeito, por isso o auxiliar tem que estar Manoel de Barros era comparável a São Francisco de As-
também (é = presente, foi = pretérito perfeito, era = sis...
imperfeito, fora = mais que perfeito, será = futuro do O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
presente, seria = futuro do pretérito). frase acima está em:

5. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO a) Dizia-se um “vedor de cinema”...


ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no es-
TRABALHO – FCC – 2012) Aos poucos, contudo, fui che- paço...
gando à constatação de que todo perfil de rede social é um c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e
retrato ideal de nós mesmos. Charles Baudelaire.
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra al- d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Bar-
teração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser ros na literatura...
substituído por: e) ... para depois casá-las...
a) ademais.
b) conquanto. Resposta: Letra A.
c) porquanto. “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicati-
d) entretanto. vo. Procuremos nos itens:
e) apesar. Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do In-
RESPOSTA: Letra D. dicativo
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa opo- Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfei-
sição). A substituição deve utilizar outra de mesma to do Indicativo
classificação, para que se mantenha a ideia do perío- Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi-
do. A correta é entretanto. cativo
Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
6. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
LÍNGUA PORTUGUESA

elas)
TRATIVA – FCC – 2012) O verbo indicado entre pa-
rênteses deverá flexionar-se no singular para preencher
adequadamente a lacuna da frase:

a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de


corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.

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8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016) Aí conheci o FCC – 2016) Precisamos de um treinador que nos ajude
escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo a comer...
Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a his- O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
tória de Zé de Julião. Considerando-se a norma-padrão sublinhado acima está também sublinhado em:
da língua, ao reescrever-se o trecho acima em um único
período, o segmento destacado deverá ser antecedido a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou
de vírgula e substituído por as amas...
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
a) perante ao qual c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in-
b) de cujo dústria de consumo...
c) o qual d) E, mesmo que se esforcem muito [...]
d) frente à quem e) Hoje há algo novo nesse cenário.
e) de quem
RESPOSTA: Letra D.
Resposta: Letra E. que nos ajude = presente do Subjuntivo
Voltemos ao trecho: ... meu saudoso amigo Alcino Alves Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Costa. E foi dele que ouvi oralmente... = a única alter- Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e tam-
nativa que substitui corretamente o trecho destacado é bém mais-que-perfeito) do Indicativo
“de quem ouvi oralmente”. Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indi-
cativo
9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ- Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo
RIO – FCC – 2016) “Isto pode despertar a atenção de ou- Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do In-
tras pessoas que tenham documentos em casa e se dis- dicativo
ponham a trazer para a Academia, que é a guardiã desse
tipo de acervo, que é muito difícil de ser guardado em 12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
casa, pois o tempo destrói e aqui temos a melhor técnica FCC – 2016) O modelo ainda dominante nas discussões
de conservação de documentos”, disse Cavalcanti. ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
O termo sublinhado faz referência a Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
verbal resultante será:
a) pessoas.
b) acervo. a) é privilegiado.
c) Academia. b) sendo privilegiadas.
d) tempo. c) são privilegiados.
e) casa. d) foi privilegiado.
e) são privilegiadas.
Resposta: Letra B.
Ao trecho: a guardiã desse tipo de acervo, que (o qual) Resposta: Letra C.
é muito difícil de ser guardado... Há um verbo na ativa, então teremos dois na passiva
(auxiliar + o particípio de “privilegia”) = O Estado e
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ- o mundo são privilegiados pelo modelo ainda domi-
RIO – FCC – 2016) O marechal organizou o acervo... nante.
A forma verbal está corretamente transposta para a voz
passiva em: 13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO
– FCC – 2016) Empregam-se todas as formas verbais de
a) estava organizando acordo com a norma culta na seguinte frase:
b) tinha organizado
c) organizando-se a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
d) foi organizado não poderia receber qualquer tipo de retificação.
e) está organizado b) Os documentos com assinatura digital disporam de
algoritmos de criptografia que os protegeram.
Resposta: Letra D. c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
Temos: sujeito (o marechal), verbo na ativa (organizou) contar com a proteção de uma assinatura digital.
e objeto (o acervo). Como há um verbo na ativa, ao d) Quem se propor a alterar um documento criptogra-
passarmos para a passiva teremos dois (o auxiliar no fado deve saber que comprometerá sua integridade.
LÍNGUA PORTUGUESA

mesmo tempo que o verbo da ativa + o particípio do e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
verbo da voz ativa = organizado). O objeto exercerá comprometer a integridade dos documentos.
a função de sujeito paciente, e o sujeito da ativa será
o agente da passiva (ufa!). A frase ficará: O acervo foi Resposta: Letra E.
organizado pelo marechal. Em “a”: Para que se mantesse (mantivesse) sua auten-
ticidade, o documento não poderia receber qualquer
tipo de retificação.

50
Em “b”: Os documentos com assinatura digital dispo- Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = pre-
ram (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os sente do Indicativo
protegeram.
Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos 16. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI-
poderam (puderam) contar com a proteção de uma CIAL – VUNESP – 2014) Assinale a alternativa em que a
assinatura digital. palavra em destaque na frase pertence à classe dos adje-
Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu- tivos (palavra que qualifica um substantivo).
mento criptografado deve saber que comprometerá
sua integridade. a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie- tanásia...
rem sem comprometer a integridade dos documentos b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
= correta c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
a morte.
14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁRIO – d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
FCC – 2017) Sessenta anos de história marcam, assim, a e) E como seria a verdadeira boa morte?
trajetória da utopia no país.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma Resposta: Letra E.
verbal resultante será: Em “a”: Existe grande confusão = substantivo
Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a mor-
a) foram marcados. te = pronome
b) foi marcado. Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando
c) são marcados. distanciar a morte = substantivo
d) foi marcada. Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
e) é marcada. Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = ad-
jetivo
Resposta: Letra E.
Temos um verbo (no tempo presente) na ativa, então 17. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP –
teremos dois na passiva (auxiliar [no tempo presente] 2014) As formas verbais conjugadas no modo imperativo,
+ particípio de “marcam”) = Assim, a trajetória da uto- expressando ordem, instrução ou comando, estão desta-
pia do país é marcada pelos sessenta anos de história. cadas em

15. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem ní-
– SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP – 2017) Consi- tidas na memória: são aqueles donos de qualidades
dere as seguintes frases: incomuns.
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e
Segundo, não memorize apenas por repetição. quase não acreditei no que ouvi.
Terceiro, rabisque! c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos pro estúdio e ponha a rádio no ar.
empregados nessas frases está em destaque em: d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e o
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem locutor não chegava para os textos de abertura, pu-
com que o cérebro humano não considere útil gravar blicidade, chamadas.
esses dados [...] e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem- quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
-número de informações. suando frio e atentos às suas finas e cortantes pala-
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais vras.
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em Resposta: Letra C.
que morou quando era criança? Aos itens:
e) É o que mostra também uma pesquisa recente condu- Em “a”: há = presente / acabam = presente / são =
zida pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] presente
Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = preté-
Resposta: Letra D. rito perfeito
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperati- Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
LÍNGUA PORTUGUESA

vo (expressam ordem). Vamos aos itens: imperativo afirmativo (ordens)


Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = preté-
fazem = presente do Indicativo rito imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio
Indicativo
Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos
= presente do Indicativo
Em “d”: Pense rápido: = Imperativo

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18. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013) 21. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP –
Em – O destino me prestava esse pequeno favor: comple- 2013) Assinale a alternativa que completa respectiva-
tava minha identificação com o resto da humanidade, que mente as lacunas, em conformidade com a norma-pa-
tem sempre para contar uma história de objeto achado; drão de conjugação verbal.
– o pronome em destaque retoma a seguinte palavra/ Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
expressão: quando __________ um diploma de mestrado, mas há
aqueles que _________ de opinião e procuram investir em
a) o resto da humanidade. cursos profissionalizantes.
b) esse pequeno favor.
c) minha identificação. a) obtiver … divirgem
d) O destino. b) obter … divergem
e) completava. c) obtesse … devirgem
d) obter … divirgem
Resposta: Letra A. e) obtiver … divergem
Completava minha identificação com o resto da huma-
nidade, que (a qual) tem sempre para contar uma his- Resposta: Letra E.
tória de objeto achado = pronome relativo que retoma Há quem acredite que alcançará o sucesso profissio-
o resto da humanidade. nal quando obtiver um diploma de mestrado, mas há
aqueles que divergem de opinião e procuram investir
19. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013) em cursos profissionalizantes.
Considere o trecho a seguir.
É comum que objetos ____________ esquecidos em locais 22. (PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP –
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados 2014) Considerando que o adjetivo é uma palavra que
se as pessoas __________ a atenção voltada para seus per- modifica o substantivo, com ele concordando em gênero
tences, conservando-os junto ao corpo. e número, assinale a alternativa em que a palavra desta-
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- cada é um adjetivo.
mente, as lacunas do texto.
a) ... um câncer de boca horroroso, ...
a) sejam ... mantesse b) Ele tem dezesseis anos...
b) sejam ... mantém c) Eu queria que ele morresse logo, ...
c) sejam ... mantivessem d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
d) seja ... mantivessem mílias.
e) seja ... mantêm e) E o inferno não atinge só os terminais.

Resposta: Letra C. Resposta: Letra A.


Completemos as lacunas e depois busquemos o item Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo
correspondente. A pegadinha aqui é a conjugação do Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral
verbo “manter”, no presente do Subjuntivo (mantiver): Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú- Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança às
blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se famílias = substantivo
as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs-
pertences, conservando-os junto ao corpo. tantivo

20. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI-


CIAL – VUNESP – 2013) Nas frases – Não vou mais à
escola!… – e – Hoje estão na moda os métodos audio- SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
visuais. – as palavras em destaque expressam, correta e
respectivamente, circunstâncias de
Frase, oração e período
a) dúvida e modo.
b) dúvida e tempo. 1. Sintaxe da Oração e do Período
c) modo e afirmação.
d) negação e lugar. Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
e) negação e tempo. estabelecer comunicação. Normalmente é composta por
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obriga-
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Letra E. toriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trove-


“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de jou muito ontem à noite.
tempo. Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nomi-
nais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a
partir de seu sentido global:

52
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem A função do sujeito é basicamente desempenhada
formula uma pergunta: Que dia é hoje? por substantivos, o que a torna uma função substantiva
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quais-
faz um pedido: Dê-me uma luz! quer outras palavras substantivadas (derivação impró-
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um es- pria) também podem exercer a função de sujeito.
tado afetivo: Que dia abençoado! Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A tantivo)
prova será amanhã. Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
plo: substantivo)
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen-
sujeito e predicado. tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo
O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver- do sujeito.
bo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara Um sujeito é determinado quando é facilmente
algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a identificado pela concordância verbal. O sujeito determi-
parte da frase que contém “a informação nova para o ou- nado pode ser simples ou composto.
vinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. possível identificar claramente a que se refere a concor-
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo Estão gritando seu nome lá fora.
estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos Trabalha-se demais neste lugar.
um predicado nominal (os verbos deste tipo de predica- O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
do são os que indicam estado, conhecidos como verbos senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
de ligação): plural; pode também ser um pronome indefinido. Abai-
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação xo, sublinhei os núcleos dos sujeitos:
(predicado verbal) Nós estudaremos juntos.
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú- A humanidade é frágil.
cleo é “fácil” (predicado nominal) Ninguém se move.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen- derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
tido completo. O período pode ser simples ou composto. As crianças precisam de alimentos saudáveis.

Período simples é aquele constituído por apenas O sujeito composto é o sujeito determinado que
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. apresenta mais de um núcleo.
Chove. Alimentos e roupas custam caro.
A existência é frágil. Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
Período composto é aquele constituído por duas ou referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
mais orações: “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo
Cantei, dancei e depois dormi. do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido
Quero que você estude mais. pela desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós)
1.1. Termos da Oração Falaste o recado à sala? = (tu)
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri-
1.1.1 Termos essenciais meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se-
gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os
O sujeito e o predicado são considerados termos es- pronomes não estejam explícitos.
senciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci-
para a formação das orações. No entanto, existem ora- to na desinência verbal “-mos”
ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de-
define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o ter- sinência verbal “-ais”
mo que estabelece concordância com o verbo.
LÍNGUA PORTUGUESA

O candidato está preparado. Mas:


Os candidatos estão preparados. Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno- O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo, ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
no singular: candidato = está). contrário, teríamos uma oração sem sujeito.

53
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermi- Predicado = passou-me pelo pensamento
nado de duas maneiras:
Para o estudo do predicado, é necessário verificar
A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
o sujeito não tenha sido identificado anteriormen- nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se con-
te: siderar também se as palavras que formam o predicado
Bateram à porta; referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi- oração.
nistro. Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
de opinião.
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples Predicado
ou composto:
Os meninos bateram à porta. (simples) O predicado acima apresenta apenas uma palavra
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se
ligam direta ou indiretamente ao verbo.
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres- A cidade está deserta.
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típi- O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-
ca dos verbos que não apresentam complemento -se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
direto: elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
Precisa-se de mentes criativas. sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =
Vivia-se bem naqueles tempos. predicativo do sujeito).
Trata-se de casos delicados.
Sempre se está sujeito a erros. O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
significativo um verbo:
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice Chove muito nesta época do ano.
de indeterminação do sujeito. Estudei muito hoje!
Compraste a apostila?
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo pre-
dicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
mensagem está centrada no processo verbal. Os princi- apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam
pais casos de orações sem sujeito com: processos.
 os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu. O predicado nominal é aquele que tem como nú-
Está trovejando. cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade
ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo
 os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou-
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de
tempo em geral: ligação).
Está tarde. Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Já são dez horas. isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
Faz frio nesta época do ano. dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
Há muitos concursos com inscrições abertas. do sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an-
Predicado é o conjunto de enunciados que contém a dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia relacionadas.
um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado A função de predicativo é exercida, normalmente,
é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com ex- por um adjetivo ou substantivo.
ceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que
difere do sujeito numa oração é o seu predicado. O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-
Chove muito nesta época do ano. ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No
Houve problemas na reunião. predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto).
Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
cado. Na segunda oração, “problemas” funciona como O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
LÍNGUA PORTUGUESA

objeto direto. nificativo, indicando processos. É também sempre por


As questões estavam fáceis! intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com
Sujeito simples = as questões o termo a que se refere.
Predicado = estavam fáceis O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes.
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
Sujeito = uma ideia estranha

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No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a pala-
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de vra “necessária”
ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
um verbal e outro nominal.
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado. 1.3 Termos acessórios da oração e vocativo

No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona Os termos acessórios recebem este nome por serem
o complemento homens com o predicativo “inconstan- explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
tes”. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o voca-
tivo – este, sem relação sintática com outros temos da
1.2 Termos integrantes da oração oração.

Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-
complemento nominal são chamados termos integrantes ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
da oração. sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
Os complementos verbais integram o sentido dos exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei
verbos transitivos, com eles formando unidades signi- a pé àquela velha praça.
ficativas. Estes verbos podem se relacionar com seus
complementos diretamente, sem a presença de prepo- O adjunto adnominal é o termo acessório que de-
sição, ou indiretamente, por intermédio de preposição. termina, especifica ou explica um substantivo. É uma fun-
O objeto direto é o complemento que se liga dire- ção adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas
tamente ao verbo. que exercem o papel de adjunto adnominal na oração.
Houve muita confusão na partida final. Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os
Queremos sua ajuda.
numerais e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
O objeto direto preposicionado ocorre principal-
amigo de infância.
mente:
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes co-
O adjunto adnominal se liga diretamente ao subs-
muns referentes a pessoas:
tantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado) verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes O poeta deixou-a.
de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero (originalíssima não precisou ser repetida, portanto:
cansar a Vossa Senhoria. adjunto adnominal)
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise. O poeta português deixou uma obra inacabada.
(sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica O poeta deixou-a inacabada.
a crise) (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo
O objeto indireto é o complemento que se liga indi- do objeto)
retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Gosto de música popular brasileira. Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
Necessito de ajuda. substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se
relaciona apenas ao substantivo.
1.2.1 Objeto Pleonástico O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos. termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se-
Normalmente, as frases em que ocorrem objetos gunda-feira, passei o dia mal-humorado.
pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
objeto, antecipado para o início da oração; em seguida, Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem-
ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à repe- po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao
tição que se dá o nome de objeto pleonástico. termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se-
“Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçal- gunda-feira passei o dia mal-humorado.
ves Dias) O aposto pode ser classificado, de acordo com seu
LÍNGUA PORTUGUESA

valor na oração, em:


objeto pleonástico A) explicativo: A linguística, ciência das línguas hu-
manas, permite-nos interpretar melhor nossa rela-
Ao traidor, nada lhe devemos. ção com o mundo.
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
O termo que integra o sentido de um nome chama-se coisas: amor, arte, ação.
complemento nominal, que se liga ao nome que com- C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e so-
pleta por intermédio de preposição: nho, tudo forma o carnaval.

55
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi-  Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas:
xaram-se por muito tempo na baía anoitecida. suas principais conjunções são: e, nem, não só... mas tam-
bém, não só... como, assim... como.
O vocativo é um termo que serve para chamar, in- Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não Comprei o protetor solar e fui à praia.
mantendo relação sintática com outro termo da oração.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan-  Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs- suas principais conjunções são: mas, contudo, to-
tantivadas esse papel na linguagem. davia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim,
João, venha comigo! senão.
Traga-me doces, minha menina! Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Li tudo, porém não entendi!
1.4 Períodos Compostos
1.4.1 Período Composto por Coordenação  Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
O período composto se caracteriza por possuir mais quer...quer; seja...seja.
de uma oração em sua composição. Sendo assim: Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração)  Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à suas principais conjunções são: logo, portanto, por
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
orações) posto ao verbo).
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar Passei no concurso, portanto comemorarei!
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três A situação é delicada; devemos, pois, agir.
orações).
 Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas:
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a sa-
entre as orações de um período composto: uma relação ber, na verdade, pois (anteposto ao verbo).
de coordenação ou uma relação de subordinação. Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Duas orações são coordenadas quando estão juntas mingo.
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de: 1.4.2 Período Composto Por Subordinação
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto) Quero que você seja aprovado!
Podemos dizer: Oração principal oração subordinada
1. Estou comprando um protetor solar. Observe que na oração subordinada temos o verbo
2. Irei à praia. “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
Separando as duas, vemos que elas são independen- conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
tes. Tal período é classificado como Período Composto bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
por Coordenação. indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
Sindéticas. Podemos modificar o período acima. Veja:
Quero ser aprovado.
A) Coordenadas Assindéticas Oração Principal Oração Subordinada
São orações coordenadas entre si e que não são li-
gadas através de nenhum conectivo. Estão apenas jus- A análise das orações continua sendo a mesma: “Que-
tapostas. ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci. subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração su-
bordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além
B) Coordenadas Sindéticas disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas ora-
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas ções, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção surge numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
LÍNGUA PORTUGUESA

coordenativa, que dará à oração uma classificação. As particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implí-
orações coordenadas sindéticas são classificadas em cin- citas (como no exemplo acima).
co tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas. Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por con-
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção! junções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
mente, introduzidas por preposição.

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A) Orações Subordinadas Substantivas Observação:
A oração subordinada substantiva tem valor de subs- Quando a oração subordinada substantiva é subjeti-
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in- va, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa
tegrante (que, se). do singular.

Não sei se sairemos hoje. 2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
Oração Subordinada Substantiva do verbo da oração principal:
Todos querem sua aprovação no concurso.
Temos medo de que não sejamos aprovados. Objeto Direto
Oração Subordinada Substantiva
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) tam- querem isso)
bém introduzem as orações subordinadas substantivas, Oração Principal Oração Subordinada Substanti-
bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, va Objetiva Direta
onde, como). As orações subordinadas substantivas objetivas dire-
tas (desenvolvidas) são iniciadas por:
O garoto perguntou qual seu nome.  Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica)
Oração Subordinada Substantiva e “se”: A professora verificou se os alunos estavam
presentes.
Não sabemos quando ele virá.  Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às
Oração Subordinada Substantiva vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono
1.4.3 Classificação das Orações Subordinadas do carro importado.
Substantivas  Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso.
Conforme a função que exerce no período, a oração
subordinada substantiva pode ser:
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Meu pai insiste em meu estudo.
Sujeito
Objeto Indireto

É fundamental que você compareça à reunião. Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai
Oração Principal Oração Subordinada Substan- insiste nisso)
tiva Subjetiva Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Indireta
Observação:
FIQUE ATENTO! Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na
Observe que a oração subordinada subs- oração.
tantiva pode ser substituída pelo pronome Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
“isso”. Assim, temos um período simples: Oração Subordinada Subs-
É fundamental isso ou Isso é fun- tantiva Objetiva Indireta
damental.
Desta forma, a oração correspondente a 4. Completiva Nominal = completa um nome que
“isso” exercerá a função de sujeito. pertence à oração principal e também vem marcada por
preposição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na ora- Complemento Nominal
ção principal:
 Verbos de ligação + predicativo, em constru- Sentimos orgulho de que você se comportou. (=
ções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Pa- Sentimos orgulho disso.)
rece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado Oração Subordinada Substantiva
É bom que você compareça à minha festa. Completiva Nominal
LÍNGUA PORTUGUESA

 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, As orações subordinadas substantivas objetivas in-
Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi diretas integram o sentido de um verbo, enquanto que
anunciado, Ficou provado. orações subordinadas substantivas completivas nominais
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da
outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
 Verbos como: convir - cumprir - constar - admi- tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
rar - importar - ocorrer - acontecer plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
Convém que não se atrase na entrevista. segundo, um nome.

57
5. Predicativa = exerce papel de predicativo do su- Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
jeito do verbo da oração principal e vem sempre depois
do verbo ser. Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Nosso desejo era sua desistência. apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
Predicativo do Sujeito orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvol-
vidas. Além delas, existem as orações subordinadas ad-
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo jetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome
era isso) relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apre-
Oração Subordinada Substantiva sentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo,
Predicativa gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
6. Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
mo da oração principal.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Aposto jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
Oração subordinada perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração su-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo bordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há prono-
me relativo e seu verbo está no infinitivo.
(Fernanda tinha um grande sonho: isso)
1. Classificação das Orações Subordinadas Adjeti-
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : ) vas

B) Orações Subordinadas Adjetivas Na relação que estabelecem com o termo que carac-
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que pos- terizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar
sui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equiva- de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem
le. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e ou especificam o sentido do termo a que se referem, in-
exercem a função de adjunto adnominal do antecedente. dividualizando-o. Nestas orações não há marcação de
Esta foi uma redação bem-sucedida. pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restriti-
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno- vas. Existem também orações que realçam um detalhe ou
minal) amplificam dados sobre o antecedente, que já se encon-
tra suficientemente definido. Estas orações denominam-
O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adje- -se subordinadas adjetivas explicativas.
tivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos Exemplo 1:
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que
papel: passava naquele momento.
Esta foi uma redação que fez sucesso. Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva No período acima, observe que a oração em desta-
que restringe e particulariza o sentido da palavra “ho-
Perceba que a conexão entre a oração subordinada mem”: trata-se de um homem específico, único. A oração
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou os homens, mas sim àquele que estava passando naque-
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempe- le momento.
nha uma função sintática na oração subordinada: ocupa Exemplo 2:
o papel que seria exercido pelo termo que o antecede
(no caso, “redação” é sujeito, então o “que” também fun- O homem, que se considera racional, muitas vezes
ciona como sujeito). age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

FIQUE ATENTO! Agora, a oração em destaque não tem sentido restri-


tivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas
Vale lembrar um recurso didático para reco- explicita uma ideia que já sabemos estar contida no con-
nhecer o pronome relativo “que”: ele sem- ceito de “homem”.
pre pode ser substituído por: o qual - a qual
LÍNGUA PORTUGUESA

- os quais - as quais Saiba que:


Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta A oração subordinada adjetiva explicativa é separa-
oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno da da oração principal por uma pausa que, na escrita,
o qual estuda. é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicati-
vas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

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C) Orações Subordinadas Adverbiais A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que sindética explicativa é que esta “explica” o fato que acon-
exerce a função de adjunto adverbial do verbo da ora- teceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apre-
ção principal. Assim, pode exprimir circunstância de tem- senta a “causa” do acontecimento expresso na oração à
po, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando qual ela se subordina. Repare:
desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções 1. Faltei à aula porque estava doente.
subordinativas (com exclusão das integrantes, que intro- 2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
duzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa)
de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o
a introduz (assim como acontece com as coordenadas fato de estar doente impediu-me de ir à aula. No
sindéticas). exemplo 2, a oração sublinhada relata um fato que
aconteceu depois, já que primeiro ela chorou, de-
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. pois seus olhos ficaram vermelhos.
Oração Subordinada Adverbial
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal.
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada São introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas
acessórios que indicam uma circunstância referente, via estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adver- Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
bial depende da exata compreensão da circunstância que (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
exprime. Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de concretizando-os.
minha vida. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu-
Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de zida de Infinitivo)
minha vida.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe
No primeiro período, “naquele momento” é um ad- como necessário para a realização ou não de um
junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal fato. As orações subordinadas adverbiais condicio-
“senti”. No segundo período, este papel é exercido pela nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que
oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso
subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvol- na oração principal.
vida, pois é introduzida por uma conjunção subordina- Principal conjunção subordinativa condicional: se.
tiva (quando) e apresenta uma forma verbal do modo Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, des-
indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria de que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que,
possível reduzi-la, obtendo-se: sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de mi- Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
nha vida. certamente o melhor time será campeão.
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma Caso você saia, convide-me.
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). da oração principal, isto é, admitem uma contradi-
ção ou um fato inesperado. A ideia de concessão
Observação: está diretamente ligada ao contraste, à quebra de
A classificação das orações subordinadas adverbiais expectativa. Principal conjunção subordinativa con-
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun- cessiva: embora. Utiliza-se também a conjunção:
tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela conquanto e as locuções ainda que, ainda quando,
oração. mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.
Só irei se ele for.
2. Classificação das Orações Subordinadas Adver- A oração acima expressa uma condição: o fato de
biais “eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Compare agora com:
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada Irei mesmo que ele não vá.
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
LÍNGUA PORTUGUESA

que se declara na oração principal. Principal conjunção A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
subordinativa causal: porque. Outras conjunções e locu- irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.
ções causais: como (sempre introduzido na oração ante- A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
posta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez concessiva.
que, visto que. Observe outros exemplos:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito Embora fizesse calor, levei agasalho.
forte. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
Já que você não vai, eu também não vou. bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

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E) Comparativa= As orações subordinadas adver- Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam
biais comparativas estabelecem uma comparação “desenvolvidas” – como no exemplo acima.
com a ação indicada pelo verbo da oração princi- É preciso estudar = oração subordinada substantiva
pal. Principal conjunção subordinativa comparati- subjetiva reduzida de infinitivo
va: como. É preciso que se estude = oração subordinada subs-
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) tantiva subjetiva
Você age como criança. (age como uma criança age)
4. Orações Intercaladas
• geralmente há omissão do verbo.
São orações independentes encaixadas na sequên-
F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou cia do período, utilizadas para um esclarecimento, um
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou
para a execução do que se declara na oração prin- travessões.
cipal. Principal conjunção subordinativa conforma- Nós – continuava o relator – já abordamos este as-
tiva: conforme. Outras conjunções conformativas: sunto.
como, consoante e segundo (todas com o mesmo
valor de conforme). REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Fiz o bolo conforme ensina a receita. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
direitos iguais. CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
se declara na oração principal. Principal conjunção São Paulo: Saraiva, 2002.
subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
finais: que, porque (= para que) e a locução con- SITE
juntiva para que. http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas. frase-periodo-e-oracao
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
principal. Principal locução conjuntiva subordina- EXERCÍCIOS COMENTADOS
tiva proporcional: à proporção que. Outras locu-
ções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
1. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2013 –
passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
ADAPTADA) Jogadores de futebol de diversos times en-
(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...
traram em campo em prol do programa “Pai Presente”,
(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...
(mais), quanto mais...(menos), quanto menos... nos jogos do Campeonato Nacional em apoio à campanha
(mais), quanto menos...(menos). que visa reduzir o número de pessoas que não possuem o
À proporção que estudávamos mais questões acertá- nome do pai em sua certidão de nascimento. (...)
vamos. A oração subordinada “que não possuem o nome do pai
À medida que lia mais culto ficava. em sua certidão de nascimento” não é antecedida por vír-
gula porque tem natureza restritiva.
I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao
fato expresso na oração principal, podendo expri- ( ) CERTO ( ) ERRADO
mir noções de simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade. Principal conjunção subordinativa Resposta: Certo. A oração restringe o grupo que par-
temporal: quando. Outras conjunções subordina- ticipará da campanha (apenas os que não têm o nome
tivas temporais: enquanto, mal e locuções conjun- do pai na certidão de nascimento). Se colocarmos uma
tivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes vírgula, a oração se tornará “explicativa”, generalizan-
que, depois que, sempre que, desde que, etc. do a informação, o que dará a entender que TODAS as
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. pessoas não têm o nome do pai na certidão.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando ter-
minou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) 2. (INSTITUTO RIO BRANCO – ADMISSÃO À CAR-
REIRA DE DIPLOMATA – CESPE – 2014 – ADAPTA-
3. Orações Reduzidas DA)
LÍNGUA PORTUGUESA

As orações subordinadas podem vir expressas como A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma
reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem co- brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos
nectivo subordinativo que as introduza. e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mes-
É preciso que se estude = oração desenvolvida (pre- mo que a crônica é um gênero menor.
sença do conectivo)

60
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo as- B) Ponto e Vírgula (;)
sim, ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir
de caminho não apenas para a vida, que ela serve de  Separa várias partes do discurso, que têm a mes-
perto, mas para a literatura. Por meio dos assuntos, da ma importância: “Os pobres dão pelo pão o traba-
composição solta, do ar de coisa sem necessidade que lho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos
costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espí-
dia. Principalmente porque elabora uma linguagem que rito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
fala de perto ao nosso modo de ser mais natural. Na sua  Separa partes de frases que já estão separadas por
despretensão, humaniza; e esta humanização lhe permi- vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; ou-
te, como compensação sorrateira, recuperar com a outra tros, montanhas, frio e cobertor.
mão certa profundidade de significado e certo acaba-  Separa itens de uma enumeração, exposição de
mento de forma, que de repente podem fazer dela uma motivos, decreto de lei, etc.
inesperada, embora discreta, candidata à perfeição. Ir ao supermercado;
Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São Paulo: Pegar as crianças na escola;
Companhia das Letras, 1993, p. 23 (com adaptações). Caminhada na praia;
Reunião com amigos.
As formas verbais “imagina” (R.1), “atribuir” (R.4) e “servir”
(R.8) foram utilizadas como verbos transitivos indiretos. C) Dois pontos (:)
 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
( ) CERTO ( ) ERRADO Coutinho trata este assunto:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agra-
Resposta: Errado. dam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
imagina uma literatura = transitivo direto  Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es-
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista = bitransitivo tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
(transitivo direto e indireto) a rotina de sempre.
pode servir de caminho = intransitivo  Em frases de estilo direto
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
PONTUAÇÃO.
D) Ponto de Exclamação (!)
 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me casar
servem para compor a coesão e a coerência textual, além com você!
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.  Depois de interjeições ou vocativos
Um texto escrito adquire diferentes significados quando Ai! Que susto!
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação João! Há quanto tempo!
depende, em certos momentos, da intenção do autor do
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamen- E) Ponto de Interrogação (?)
te relacionados ao contexto e ao interlocutor.  Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)
1. Principais funções dos sinais de pontuação
F) Reticências (...)
A) Ponto (.)  Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lá-
 Indica o término do discurso ou de parte dele, en- pis, canetas, cadernos...
cerrando o período.  Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
 Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- dizer... é verdad... Ah!”
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final  Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
de período, este não receberá outro ponto; neste mal... pega doutor?
caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim  Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
de período. Exemplo: Estudei português, matemári- depois, o coração falar...
ca, constitucional, etc. (e não “etc..”)
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do G) Vírgula (,)
ponto, assim como após o nome do autor de uma
citação: Não se usa vírgula
LÍNGUA PORTUGUESA

Haverá eleições em outubro Separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo- gam-se diretamente entre si:
leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
 Os números que identificam o ano não utili- 1. Entre sujeito e predicado:
zam ponto nem devem ter espaço a separá-los, Todos os alunos da sala foram advertidos.
bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, Sujeito predicado
17600-250.

61
2. Entre o verbo e seus objetos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
O trabalho custou sacrifício aos Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I. SITE
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
Usa-se a vírgula: http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
la.htm
1. Para marcar intercalação:
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
dância, vem caindo de preço.
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão EXERCÍCIOS COMENTADOS
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1. (STJ – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, GO 1 – CESPE – 2018 – ADAPTADA)
não querem abrir mão dos lucros altos.
Texto CB1A1CCC
2. Para marcar inversão:
A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes re-
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas velaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram
fechadas. relatos de sofrimento, dor, angústia que se transporta-
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos vam da cadeira das vítimas, testemunhas e réus para mi-
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. nha cadeira de juíza. A toga não me blindou daqueles re-
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de latos sofridos, aflitos. As angústias dos que se sentavam
maio de 1982. à minha frente, por diversas vezes, me escoltaram até
minha casa e passaram a ser companheiras de noites de
3. Para separar entre si elementos coordenados insônia. Não havia outra solução a não ser escrever. Era
(dispostos em enumeração):
preciso colocar no papel e compartilhar a dor daquelas
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
pessoas que, mesmo ao fim do processo e com a senten-
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani-
ça prolatada, não me deixavam esquecê-las.
mais.
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas,
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós que-
esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em co-
remos comer pizza; e vocês, churrasco.
mum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de
casa. O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para es-
5. Para isolar:
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi- sas mulheres, havia se transformado no pior dos mundos.
leira, possui um trânsito caótico. Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sen-
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. tavam à minha frente, os relatos se transformavam em
desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justi-
Observações: ficar e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas.
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a
latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- culpa por não ter sido boa o suficiente, a culpa por não
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ter conseguido manter a família. Sempre a culpa.
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma for-
predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. ça externa como se somente nós, juízes, promotores e
As perguntas que denotam surpresa podem ter com- advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você de violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela
falou isso para ela?! violência invisível.
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias além das
Temos, ainda, sinais distintivos: quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com adaptações).
 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o sen-
ração de siglas (IOF/UPC); tido de “nós”.
 os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira ( ) CERTO ( ) ERRADO
opção aos parênteses, principalmente na matemá-
tica; Resposta: Certo. Ao trecho: (...) Aquelas mulheres che-
gavam à Justiça buscando uma força externa como se
LÍNGUA PORTUGUESA

 o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma


nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir somente nós, juízes, promotores e advogados, pudésse-
um nome que não se quer mencionar. mos não apenas cessar aquele ciclo de violência (...). Os
termos entre vírgulas servem para exemplificar quem
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS são os “nós” citados pela autora (juízes, promotores,
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- advogados).
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

62
2. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN- (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a melhora das ex-
CIÁRIA – CESPE – 2017 – ADAPTADA) pectativas dos industriais com relação ao mercado externo.
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria
Texto 1A1AAA não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois
elas já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a
Após o processo de redemocratização, com o fim da di- pesquisa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010,
tadura militar, em meados da década de 80 do século registra grande otimismo da indústria com relação à de-
passado, era de se esperar que a democratização das manda interna. Trata-se de um sentimento generalizado.
instituições tivesse como resultado direto a consolidação Em todos os setores industriais, a expressiva maioria dos
da cidadania — compreendida de modo amplo, abran- entrevistados acredita no aumento das vendas internas.
gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
sociais. Sobressaem, porém, problemas que configuram ções).
mais desafios para a cidadania brasileira, como a violên-
cia urbana — que ameaça os direitos individuais — e o O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas
desemprego — que ameaça os direitos sociais. por tratar-se de um vocativo.
No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir
de 1980, impacto do processo de modernização pelo ( ) CERTO ( ) ERRADO
qual o país passou. Isso sugere que o boom do consumo
colocou em circulação bens de alto valor e, consequente- Resposta: Errado. Recorramos ao texto (lembre-se de
mente, aumentou as oportunidades para o crime, inclusi- fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o
ve porque a maior mobilidade de pessoas torna o espaço gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacio-
social mais anônimo, menos supervisionado. nal da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar
Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais a melhora das expectativas. O termo em destaque não
dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade. está exercendo a função de vocativo, já que não é uti-
O objetivo em relação à criminalidade torna-se bem me- lizado para evocar, chamar o interlocutor do diálogo.
nos ambicioso: o controle. A prisão ganha mais impor- Sua função é de aposto – explicar quem é o gerente
tância na modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla executivo da CNI.
necessidade dessa nova cultura: castigo e controle do
risco. Essa postura às vezes proporciona controle, porém 4. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA-
não segurança, pois o Estado tem o poder limitado de BALHO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) A correção gra-
manter a ordem por meio da polícia, sendo necessário matical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e
dividir as tarefas de controle com organizações locais e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria preju-
com a comunidade. dicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra
Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem pú- “vinhos”.
blica e garantia dos direitos individuais: os desafios da
polícia em sociedades democráticas. In: Revista Brasilei- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ra de Segurança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. –
mar./2011, p. 84-5 (com adaptações). Resposta: Certo. Não se deve colocar vírgula entre su-
jeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1),
No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos predicativo do sujeito (2), ou algum termo que requeira
introduzem estar separado entre pontuações. Exemplo: O Rio de Ja-
neiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os meninos,
a) uma enumeração das “categorias de direitos”. ansiosos (2), chegaram!
b) resultados da “consolidação da cidadania”.
c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
algo “amplo”. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
d) uma generalização do termo “direitos”.
e) objetivos do “processo de redemocratização”.
Concordância Verbal e Nominal
Resposta: Letra A. Recorramos ao texto (faça isso
SEMPRE durante seu concurso. O texto é a base para Os concurseiros estão apreensivos.
encontrar as respostas para as questões!): (...) abran- Concurseiros apreensivos.
gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e
sociais. Os dois-pontos introduzem a enumeração dos No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na
LÍNGUA PORTUGUESA

direitos; apresenta-os. terceira pessoa do plural, concordando com o seu su-


jeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
3. (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE – “apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
2010) Vão surgindo novos sinais do crescente otimismo e número (plural) com o substantivo a que se refere: con-
da indústria com relação ao futuro próximo. Um deles re- curseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
fere-se às exportações. “O comércio mundial já está vol- número e gênero se correspondem. A correspondência
tando a se abrir para as empresas”, diz o gerente execu- de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
tivo de pesquisas da Confederação Nacional da Indústria ser verbal ou nominal.

63
1. Concordância Verbal pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o
pronome pessoal.
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com Quais de nós são / somos capazes?
seu sujeito. Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
1.1. Sujeito Simples - Regra Geral vadoras.
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos: Observação:
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize-
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti-
1.1.1. Casos Particulares ver no singular, o verbo ficará no singular.
Qual de nós é capaz?
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão par- Algum de vós fez isso.
titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
seguida de um substantivo ou pronome no plural, o que indica porcentagem seguida de substantivo, o
verbo pode ficar no singular ou no plural. verbo deve concordar com o substantivo.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Metade dos candidatos não apresentou / apresenta- 85% dos entrevistados não aprovam a administração
ram proposta. do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 1% dos alunos faltaram à prova.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vân-  Quando a expressão que indica porcentagem não
dalos destruiu / destruíram o monumento. é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
Observação: com o número.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a 25% querem a mudança.
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque 1% conhece o assunto.
aos elementos que formam esse conjunto.
 Se o número percentual estiver determinado por
B) Quando o sujeito é formado por expressão que artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, -á com eles:
menos de, perto de...) seguida de numeral e subs- Os 30% da produção de soja serão exportados.
tantivo, o verbo concorda com o substantivo. Esses 2% da prova serão questionados.
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. F) O pronome “que” não interfere na concordância;
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi- já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
mas Olimpíadas. do singular.
Fui eu que paguei a conta.
Observação: Fomos nós que pintamos o muro.
Quando a expressão “mais de um” se associar a ver- És tu que me fazes ver o sentido da vida.
bos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Sou eu quem faz a prova.
Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofende- Não serão eles quem será aprovado.
ram um ao outro)
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as-
C) Quando se trata de nomes que só existem no sumir a forma plural.
plural, a concordância deve ser feita levando-se Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan-
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem taram os poetas.
artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo Este candidato é um dos que mais estudaram!
no plural, o verbo deve ficar o plural.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades.  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
Estados Unidos possui grandes universidades. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
LÍNGUA PORTUGUESA

Alagoas impressiona pela beleza das praias. singular:


As Minas Gerais são inesquecíveis. Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Nem uma das que me escreveram mora aqui.

D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou  Quando “um dos que” vem entremeada de subs-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, tantivo, o verbo pode:
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro

64
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves- C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
sa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em
que faça o mesmo). vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po- verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su-
luídos (noção de que existem outros rios na mesma jeito mais próximo.
condição). Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Compareceram todos os candidatos e o banca.
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Compareceu o banca e todos os candidatos.
Vossa Excelência está cansado?
Vossas Excelências renunciarão? D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
cia é feita no plural. Observe:
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Abraçaram-se vencedor e vencido.
de acordo com o numeral. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala. 1.2.1. Casos Particulares
Soam dezenove horas no relógio da praça.
Baterão doze horas daqui a pouco.  Quando o sujeito composto é formado por nú-
cleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin-
Observação: gular.
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, Descaso e desprezo marca seu comportamento.
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. A coragem e o destemor fez dele um herói.
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
Soa quinze horas o relógio da matriz.  Quando o sujeito composto é formado por nú-
cleos dispostos em gradação, verbo no singular:
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun-
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin- do me satisfaz.
gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de  Quando os núcleos do sujeito composto são uni-
existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indi- dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de
cam fenômenos da natureza. Exemplos: acordo com o valor semântico das conjunções:
Havia muitas garotas na festa. Drummond ou Bandeira representam a essência da poe-
Faz dois meses que não vejo meu pai. sia brasileira.
Chovia ontem à tarde. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
1.2. Sujeito Composto ção”. Já em:
Juca ou Pedro será contratado.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
a concordância se faz no plural:
Pai e filho conversavam longamente. Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
Sujeito no singular.

Pais e filhos devem conversar com frequência.  Com as expressões “um ou outro” e “nem um
Sujeito nem outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
Um ou outro compareceu à festa.
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra- Nem um nem outro saiu do colégio.
maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a ou no singular: Um e outro farão/fará a prova.
terceira (eles). Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.  Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Primeira Pessoa do Plural (Nós) “com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. tem sentido muito próximo ao de “e”.
Segunda Pessoa do Plural (Vós) O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
LÍNGUA PORTUGUESA

Pais e filhos precisam respeitar-se. para o próximo semestre.


Terceira Pessoa do Plural (Eles) O professor com o aluno questionaram as regras.

Observação: Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se


Quando o sujeito é composto, formado por um elemen- a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
to da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível O pai com o filho montou o brinquedo.
empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): “Tu e O governador com o secretariado traçou os planos
teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “tomaríeis”. para o próximo semestre.

65
O professor com o aluno questionou as regras.
#FicaDica
Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expres-
ou índice de indeterminação do sujeito, tente
sões “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
transformar a frase para a voz passiva. Se a fra-
adverbiais de companhia. Na verdade, é como se hou-
se construída for “compreensível”, estaremos
vesse uma inversão da ordem. Veja:
diante de uma partícula apassivadora; se não,
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
o “se” será índice de indeterminação. Veja:
“O governador traçou os planos para o próximo semes-
Precisa-se de funcionários qualificados.
tre com o secretariado.”
Tentemos a voz passiva:
“O professor questionou as regras com o aluno.”
Funcionários qualificados são precisados (ou
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
Casos em que se usa o verbo no singular:
tacado é índice de indeterminação do sujeito.
Café com leite é uma delícia!
Agora:
O frango com quiabo foi receita da vovó.
Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
pressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”,
Repare em meu destaque. Percebeu semelhan-
o verbo ficará no plural.
ça? Agora é só memorizar!)
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a O Verbo “Ser”
notícia.
Quando os elementos de um sujeito composto são A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân-
é feita com esse termo resumidor. cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia. do sujeito.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
na vida das pessoas. Quando o sujeito ou o predicativo for:

1.2.2 Outros Casos A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo


SER concorda com a pessoa gramatical:
O Verbo e a Palavra “SE” Ele é forte, mas não é dois.
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há Fernando Pessoa era vários poetas.
duas de particular interesse para a concordância verbal: A esperança dos pais são eles, os filhos.
A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
B) quando é partícula apassivadora. B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro
no plural, o verbo SER concordará, preferencial-
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” mente, com o que estiver no plural:
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos Os livros são minha paixão!
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na Minha paixão são os livros!
terceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários. Quando o verbo SER indicar
Confia-se em teses absurdas.
 horas e distâncias, concordará com a expressão
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha numérica:
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e in- É uma hora.
diretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nes- São quatro horas.
se caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô-
Exemplos: metros.
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
Aqui não se cometem equívocos estar expressa ou subentendida:
Alugam-se casas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Hoje é dia 26 de agosto.


Hoje são 26 de agosto.

 Quando o sujeito indicar peso, medida, quantida-


de e for seguido de palavras ou expressões como
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
fica no singular:

66
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.  Adjetivo anteposto aos substantivos:
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. O adjetivo concorda em gênero e número com o
Duas semanas de férias é muito para mim. substantivo mais próximo.
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
 Quando um dos elementos (sujeito ou predica- Encontramos caída a roupa e os prendedores.
tivo) for pronome pessoal do caso reto, com este Encontramos caído o prendedor e a roupa.
concordará o verbo.
No meu setor, eu sou a única mulher. Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
Aqui os adultos somos nós. parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Observação: Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com  Adjetivo posposto aos substantivos:
o pronome sujeito. O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
Eu não sou ela. ou com todos eles (assumindo a forma masculina
Ela não é eu. plural se houver substantivo feminino e masculi-
no).
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plu- A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
ral, o verbo SER concordará com o predicativo. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A grande maioria no protesto eram jovens. A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
O resto foram atitudes imaturas.
Observação:
O Verbo “Parecer” Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
no plural masculino, que é o gênero predominante quan-
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle-
do há substantivos de gêneros diferentes.
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
desenho.
jetivo fica no singular ou plural.
 A variação do verbo parecer não ocorre e o infini-
A beleza e a inteligência feminina(s).
tivo sofre flexão:
O carro e o iate novo(s).
As crianças parece gostarem do desenho.
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
aas crianças) O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-
vo não for acompanhado de nenhum modificador:
FIQUE ATENTO! Água é bom para saúde.
Com orações desenvolvidas, o verbo PARE- O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
CER fica no singular. Por exemplo: As pare- modificado por um artigo ou qualquer outro determina-
des parece que têm ouvidos. (Parece que as tivo: Esta água é boa para saúde.
paredes têm ouvidos = oração subordinada
substantiva subjetiva). D) O adjetivo concorda em gênero e número com os
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon-
trou-as muito felizes.
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
Concordância Nominal neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição
DE + adjetivo, este último geralmente é usado no
A concordância nominal se baseia na relação entre
masculino singular: Os jovens tinham algo de mis-
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
terioso.
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
função adjetiva e concorda normalmente com o
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de
nome a que se refere:
um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adno-
Cristina saiu só.
minal.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina e Débora saíram sós.
seguintes regras gerais:
LÍNGUA PORTUGUESA

A) O adjetivo concorda em gênero e número quando Observação:


se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
denunciavam o que sentia. nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
Eles só desejam ganhar presentes.
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos:

67
Bastante - Caro - Barato - Longe
#FicaDica
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como ad-
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. vérbios. Concordam com o nome a que se referem quando
Se a frase ficar coerente com o primeiro, funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.
trata-se de advérbio, portanto, invariável; se As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
houver coerência com o segundo, função de Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
adjetivo, então varia: (pronome adjetivo)
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
Ele está só descansando. (apenas descansan- As casas estão caras. (adjetivo)
do) - advérbio Achei barato este casaco. (advérbio)
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
depois de “só”, haverá, novamente, um ad-
jetivo: Meio - Meia
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e
descansando) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
G) Quando um único substantivo é modificado por meia porção de polentas.
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usa- Quando empregada como advérbio permanece inva-
das as construções: riável: A candidata está meio nervosa.
 O substantivo permanece no singular e coloca-se
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura #FicaDica
espanhola e a portuguesa.
 O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e saberei que se trata de um advérbio, não de
portuguesa. adjetivo: “A candidata está um pouco nervo-
sa”.
1. Casos Particulares
Alerta - Menos
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
sempre invariáveis.
 Estas expressões, formadas por um verbo mais um Os concurseiros estão sempre alerta.
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se Não queira menos matéria!
referem possuir sentido genérico (não vier prece-
dido de artigo). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
É proibido entrada de crianças. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, There-
Em certos momentos, é necessário atenção. za Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
No verão, melancia é bom. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
É preciso cidadania. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Não é permitido saída pelas portas laterais. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
 Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto SITE
o verbo como o adjetivo concordam com ele. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - 1. (POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FE-
Quite DERAL – CESPE – 2013) Formas de tratamento como
Vossa Excelência e Vossa Senhoria, ainda que sejam em-
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú- pregadas sempre na segunda pessoa do plural e no femi-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem. nino, exigem flexão verbal de terceira pessoa; além disso,
LÍNGUA PORTUGUESA

Seguem anexas as documentações requeridas. o pronome possessivo que faz referência ao pronome
A menina agradeceu: - Muito obrigada. de tratamento também deve ser o de terceira pessoa, e
Muito obrigadas, disseram as senhoras. o adjetivo que remete ao pronome de tratamento deve
Seguem inclusos os papéis solicitados. concordar em gênero e número com a pessoa — e não
Estamos quites com nossos credores. com o pronome — a que se refere.

( ) CERTO ( ) ERRADO

68
Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordân- 3. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚS-
cias verbal e nominal ao se utilizar pronome de trata- TRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO
mento devem ser na terceira pessoa e concordar em ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Em “Vossa Excelên-
gênero (masculino ou feminino) com a pessoa a quem cia deve estar satisfeita com os resultados das negociações”,
se dirige: “Vossa Excelência está cansada(o)?” – con- o adjetivo estará corretamente empregado se dirigido a
cordará com quem está se falando: uma mulher ou um ministro de Estado do sexo masculino, pois o termo “satis-
homem / “Vossa Santidade trouxe seus pertences?” / feita” deve concordar com a locução pronominal de trata-
“Vossas Senhorias gostariam de um café?”. mento “Vossa Excelência”.

2. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMEN- ( ) CERTO ( ) ERRADO


TOS BÁSICOS CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL –
NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2017) Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for
do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se
Texto CB3A2BBB for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: sa-
tisfeito. O pronome de tratamento é apenas a maneira como
O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos tratar a autoridade, não regendo as demais concordâncias.
estão na base das Constituições democráticas modernas.
A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o re- 4. (ABIN – AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
conhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos CESPE – 2010 – ADAPTADA) (...) Da combinação entre
em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade
tempo, o processo de democratização do sistema in- surge a noção contemporânea de agilidade, transformada
ternacional, que é o caminho obrigatório para a busca em principal característica de nosso tempo.
do ideal da paz perpétua, não pode avançar sem uma A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical para
gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção o texto, ser flexionada no plural, para concordar com “veloci-
dos direitos humanos, acima de cada Estado. Direitos dade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade”
humanos, democracia e paz são três elementos funda-
mentais do mesmo movimento histórico: sem direitos
( ) CERTO ( ) ERRADO
humanos reconhecidos e protegidos, não há democra-
cia; sem democracia, não existem as condições mínimas
Resposta: Errado. O verbo está concordando com o
para a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras,
termo “combinação”, por isso deve ficar no singular.
a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se
tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns
5. (TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL-
direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que
-DF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – ANALISTA DE
não tenha a guerra como alternativa, somente quando
existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele Es- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA –
tado, mas do mundo. CESPE – 2014 – ADAPTADA) (...) Há décadas, países
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio
como China e Índia têm enviado estudantes para países
de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adaptações). centrais, com resultados muito positivos.(...)
A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída
Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A2B- por Fazem.
BB, os termos “não há” e “não existem” poderiam ser subs-
tituídos, respectivamente, por ( ) CERTO ( ) ERRADO

a) não existe e não têm. Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empre-
b) não existe e inexiste. gado no sentido de tempo passado, não sofre flexão.
c) inexiste e não há. Portanto, sua forma correta seria: “faz décadas”
d) inexiste e não acontece.
e) não tem e não têm.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Resposta: Letra C.
Busquemos o contexto:
- sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há “Prezado Candidato, o tópico acima já foi aborda-
democracia = poderíamos substituir por “não existe”, ine- do na íntegra anteriormente no decorrer da matéria”
xiste (verbo “haver” empregado com o sentido de “existir”)
- sem democracia, não existem as condições mínimas
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.
LÍNGUA PORTUGUESA

para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis-


tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural, já
que devemos concordar com “as condições mínimas”.
A única “troca” adequada seria o verbo “haver” – que REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
pode ser utilizado com o sentido de “existir”. Teríamos:
sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, ine- Dá-se o nome de regência à relação de subordina-
xiste democracia; sem democracia, não há as condições ção que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um
mínimas para a solução pacífica dos conflitos. nome (regência nominal) e seus complementos.

69
1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
A regência verbal estuda a relação que se estabele- o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
ce entre os verbos e os termos que os complementam podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (ad- bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
juntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
regência, o que corresponde à diversidade de significa- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
dos que estes verbos podem adquirir dependendo do São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
contexto em que forem empregados. donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxi-
contentar. liar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, de-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar fender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar,
agrado ou prazer”, satisfazer. prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
“agradar a alguém”. como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
O conhecimento do uso adequado das preposições Amo aquela moça. / Amo-a.
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência Amam aquele rapaz. / Amam-no.
verbal (e também nominal). As preposições são capazes Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
de modificar completamente o sentido daquilo que está
sendo dito. Observação:
Cheguei ao metrô. Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
Cheguei no metrô. para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad-
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no nominais):
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
A voluntária distribuía leite às crianças. Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
A voluntária distribuía leite com as crianças.
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi emprega- C) Verbos Transitivos Indiretos
do como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto Os verbos transitivos indiretos são complementados
(objeto indireto: às crianças); na segunda, como transiti- por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
vo direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjun- gem uma preposição para o estabelecimento da relação
to adverbial). de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de
Para estudar a regência verbal, agruparemos os ver- terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos
bos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se uti-
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de dife- lizam os pronomes o, os, a, as como complementos de
rentes formas em frases distintas. verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que
não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tô-
A) Verbos Intransitivos nicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É átonos lhe, lhes.
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Chegar, Ir Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para iguais para todos.
indicar destino ou direção são: a, para.
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
Fui ao teatro. mentos introduzidos pela preposição “a”:
Adjunto Adverbial de Lugar Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
Comparecer quem” ou “ao que” se responde.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por Respondi ao meu patrão.
LÍNGUA PORTUGUESA

em ou a. Respondemos às perguntas.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Respondeu-lhe à altura.
último jogo.
Observação:
B) Verbos Transitivos Diretos O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
Os verbos transitivos diretos são complementados por do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição analítica:

70
O questionário foi respondido corretamente. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
tantiva Objetiva Direta
Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
tos introduzidos pela preposição “com”. A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
Antipatizo com aquela apresentadora. gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na lín-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- gua culta. No entanto, é considerada correta quando a
nam para uma minoria privilegiada. palavra licença estiver subentendida.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos casa.

Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- Observe que, nesse caso, a preposição “para” intro-
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem des- duz uma oração subordinada adverbial final reduzida de
taque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São ver- infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
bos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e Preferir
objeto indireto relacionado a pessoas. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
Agradeço aos ouvintes a audiência. indireto introduzido pela preposição “a”:
Objeto Indireto Objeto Direto Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto Observação:
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil ve-
com particular cuidado: zes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Agradeci o presente. / Agradeci-o. prefixo existente no próprio verbo (pre).
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Mudança de Transitividade - Mudança de Significado
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Há verbos que, de acordo com a mudança de transi-
Paguei minhas contas. / Paguei-as. tividade, apresentam mudança de significado. O conhe-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. cimento das diferentes regências desses verbos é um re-
curso linguístico muito importante, pois além de permitir
Informar a correta interpretação de passagens escritas, oferece
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Den-
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. tre os principais, estão:
Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no- Agradar
vos preços) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
Na utilização de pronomes como complementos, veja nhos, acariciar, fazer as vontades de.
as construções: Sempre agrada o filho quando.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Aquele comerciante agrada os clientes.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
sobre eles) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
Observação: introduzido pela preposição “a”.
A mesma regência do verbo informar é usada para os O cantor não agradou aos presentes.
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. O cantor não lhes agradou.

Comparar O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-


Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite to: O cantor desagradou à plateia.
as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple-
mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com Aspirar
o) de uma criança. Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, ins-
pirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedir Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
LÍNGUA PORTUGUESA

Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As-
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto pirávamos a ele)
de pessoa. Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes-
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
Pedi-lhe favores. utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
Objeto Indireto Objeto Direto Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Aspiravam a ela)

71
Assistir Como transitivo direto e indireto, significa compro-
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
tar assistência a, auxiliar. econômicas.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
quem não trabalhasse arduamente.
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
ciar, estar presente, caber, pertencer. Namorar
Assistimos ao documentário. Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
Não assisti às últimas sessões. anos.
Essa lei assiste ao inquilino.
Obedecer - Desobedecer
No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- Sempre transitivo indireto:
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de Todos obedeceram às regras.
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa Ninguém desobedece às leis.
conturbada cidade.
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
Chamar “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so-
licitar a atenção ou a presença de. Proceder
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
má-la. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode adverbial de modo.
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre- As afirmações da testemunha procediam, não havia
dicativo preposicionado ou não. como refutá-las.
A torcida chamou o jogador mercenário. Você procede muito mal.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário. Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
A torcida chamou ao jogador de mercenário. sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introdu-
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: zido pela preposição “a”) é transitivo indireto.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide. O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
Custar O delegado procederá ao inquérito.
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver- Querer
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito. Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti- Querem melhor atendimento.
vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração Queremos um país melhor.
reduzida de infinitivo.
Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
Muito custa viver tão longe da família. estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
Custou-me (a mim) crer nisso. rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- O homem visou o alvo.
tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo O gerente não quis visar o cheque.

A Gramática Normativa condena as construções que No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
pessoa: Custei para entender o problema. O ensino deve sempre visar ao progresso social.
= Forma correta: Custou-me entender o problema. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-es-
tar público.
LÍNGUA PORTUGUESA

Implicar
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Esquecer – Lembrar
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes Lembrar algo – esquecer algo
implicavam um firme propósito. Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
B) ter como consequência, trazer como consequência, nal)
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,

72
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

2 Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
LÍNGUA PORTUGUESA

Afável com, para com Equivalente a Paralelo a


Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a

73
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; pa-
ralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA)


O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências
infligem considerável prejuízo às nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os
cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos, afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos,
independentemente de classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos efeitos
adversos do uso indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geralmente
de caráter transnacional — com a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e afetam a
estrutura social e econômica interna, devendo o governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico de drogas,
articulando-se internamente e com a sociedade, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e
repressão e garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos.
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.

Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do
vocábulo “conexos”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de drogas é
a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a crimi-
nalidade e a violência.

O termo está se referindo à associação – associação do tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminalidade (2)
(associação daquilo [1] com isso [2])

74
a alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repa-
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE re que, para obter a clareza tivemos que fazer o uso de
ESTRUTURAS. vírgulas.
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado
e o que mais nos auxilia na organização de um período,
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE ES- pois facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a
TRUTURAS vírgula ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando pro-
duzimos frases complexas. Com isto, “entregamos” frases
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase bem organizadas aos nossos leitores.
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um O básico para a organização sintática das frases é a
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmente ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos es-
devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar e, truturam tal ordem da seguinte maneira:
posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo,
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e CIRCUNSTÂNCIAS
a experiência de vida antecedem o ato de escrever.
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos A globalização + está causando+ desemprego + no
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é neces- Brasil nos dias de hoje.
sário saber ordenar as ideias em frases bem estruturadas.
Logo, não basta conhecer bem um determinado assunto, Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem
temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. todas contêm todos estes elementos, portanto cabem
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso algumas observações:
aliado para organizarmos as ideias de maneira clara em A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
frases. Para tanto, é necessário ter alguma noção de sin- normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
taxe. “Sintaxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
da gramática que estuda a disposição das palavras na do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
frase e a das frases no discurso, bem como a relação ló- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das fra-
gica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe ses:
quer dizer “mistura”, isto é, saber misturar as palavras de “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas
maneira a produzirem um sentido evidente para os re- minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos
ceptores das nossas mensagens. Observe: e outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil
1. A desemprego globalização no Brasil e no na está existe…”
Latina América causando.
2. A globalização está causando desemprego no Brasil Observações:
e na América Latina. Tais construções não estão erradas, mas rompem com
a ordem direta;
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma É preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
de “uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
relação inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe burgo. São quatro horas agora;
ocorreu de maneira perfeita e o sentido está claro para Outras frases são construídas com verbos intransiti-
receptores de língua portuguesa inteirados da situação vos, que não têm complemento:
econômica e cultural do mundo atual. O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ ad-
junto adverbial)
1. A Ordem dos Termos na Frase A globalização nasceu no século XX. (idem)
Há ainda frases nominais que não possuem verbos:
Leia novamente a frase contida no item 2. Note que cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a or-
ela é organizada de maneira clara para produzir sentido. dem direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os ter-
Todavia, há diferentes maneiras de se organizar grama- mos existentes nelas.
ticalmente tal frase, tudo depende da necessidade ou da Levando em consideração a ordem direta, podemos
vontade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:
porém, acrescentado ênfase a algum dos seus termos.
Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série Se os termos estão colocados na ordem direta não
de inversões e intercalações em nossas frases, confor- haverá a necessidade de vírgulas. A frase 2 é um exem-
LÍNGUA PORTUGUESA

me a nossa vontade e estilo. Tudo depende da maneira plo disto:


como queremos transmitir uma ideia, do nosso estilo. A globalização está causando desemprego no Brasil e
Por exemplo, podemos expressar a mensagem da frase na América Latina.
2 da seguinte maneira: Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da ora-
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- ção por três vezes ou mais, então é necessário usar a vír-
sando desemprego. gula, mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, é a regra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja:
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase

75
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” Nota-se que a quebra da ordem direta frequente-
causam desemprego… mente se dá com a colocação das circunstâncias antes do
(três núcleos do sujeito) sujeito. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias,
em gramática, são representadas pelos adjuntos adver-
A globalização causa desemprego no Brasil, na Améri- biais. Muitas vezes, elas são colocadas em orações cha-
ca Latina e na África. madas adverbiais que têm uma função semelhante a dos
(três adjuntos adverbiais) adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc.
Exemplos:
A globalização está causando desemprego, insatisfa- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção e sucateamento industrial no Brasil e na América Lati- começou a causar desemprego.
na. (três complementos verbais) Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos paí-
B) Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- ses pobres.
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, go no Brasil.
ou seja, não devemos separar com vírgula os termos da
oração. Veja exemplos de tal incorreção:
Observação:
O Brasil, será feliz.
Quanto à equivalência e transformação de estruturas,
A globalização causa, o desemprego.
um exemplo muito comum cobrado em provas é o enun-
ciado trazer uma frase no singular e pedir a passagem
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre
para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas,
mudança de tempos verbais.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em
SITE
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases
http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos
dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/
com vírgulas. Vejamos:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sé-
culo XX, causa desemprego no Brasil.
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o PARALELISMO SINTÁTICO
sujeito e o verbo.
Outros exemplos:
O que é Redação Oficial
A globalização, que é um fenômeno econômico e cul-
tural, está causando desemprego no Brasil e na América
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a
Latina.
maneira pela qual o Poder Público redige atos normati-
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de
As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
vista do Poder Executivo.
quentemente um papel semelhante ao do aposto expli-
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoa-
cativo, por isto são também isoladas por vírgula.
lidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, con-
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Bra-
cisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente
sil…
esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe,
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o
no artigo 37: “A administração pública direta, indireta
seu complemento.
ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
no Brasil…
publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a im-
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pessoalidade princípios fundamentais de toda adminis-
pertence ao assunto: globalização, da frase principal, tal tração pública, claro está que devem igualmente nortear
oração é apenas um comentário à parte entre o comple- a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
mento verbal e os adjuntos). Não se concebe que um ato normativo de qualquer
Observação: natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
A simples negação em uma frase não exige vírgula: A impossibilite sua compreensão. A transparência do sen-
globalização não causou desemprego no Brasil e na Amé- tido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade,
rica Latina. são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável
que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.
LÍNGUA PORTUGUESA

C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo- A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
-a, tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra n.º concisão.
3 da colocação da vírgula. Além de atender à disposição constitucional, a forma
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- dos atos normativos obedece a certa tradição. Há nor-
sando desemprego… mas para sua elaboração que remontam ao período de
No fim do século XX, a globalização causou desempre- nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato-
go no Brasil… riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de de-

76
zembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, Seção, é sempre em nome do Serviço Público que
o número de anos transcorridos desde a Independência. é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma de-
Essa prática foi mantida no período republicano. Esses sejável padronização, que permite que comunica-
mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformida- ções elaboradas em diferentes setores da Adminis-
de, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às tração guardem entre si certa uniformidade;
comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma b) da impessoalidade de quem recebe a comunica-
única interpretação e ser estritamente impessoais e uni- ção, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida
formes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. a um cidadão, sempre concebido como público,
Nesse quadro, fica claro também que as comuni- ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos
cações oficiais são necessariamente uniformes, pois há um destinatário concebido de forma homogênea
sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o e impessoal;
receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado:
Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão se o universo temático das comunicações oficiais
a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições se restringe a questões que dizem respeito ao in-
tratados de forma homogênea (o público). teresse público, é natural que não cabe qualquer
tom particular ou pessoal. Desta forma, não há
Outros procedimentos rotineiros na redação de co- lugar na redação oficial para impressões pessoais,
municações oficiais foram incorporados ao longo do
como as que, por exemplo, constam de uma carta
tempo, como as formas de tratamento e de cortesia,
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal,
certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes,
ou mesmo de um texto literário. A redação oficial
etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para
deve ser isenta da interferência da individualidade
comunicações oficiais, regulados pela Portaria n.º 1 do
que a elabora.
Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais
buscou fazer das características específicas da forma ofi-
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
cial de redigir não deve ensejar o entendimento de que
se proponha a criação – ou se aceite a existência – de impessoalidade.
uma forma específica de linguagem administrativa, o que
coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. 2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
Este é antes uma distorção do que deve ser a redação
oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e cli- A necessidade de empregar determinado nível de lin-
chês do jargão burocrático e de formas arcaicas de cons- guagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um
trução de frases. lado, do próprio caráter público desses atos e comuni-
A redação oficial não é, portanto, necessariamente cações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui
árida e infensa à evolução da língua. É que sua finali- entendidos como atos de caráter normativo, ou estabe-
dade básica – comunicar com impessoalidade e máxima lecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcan-
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto çado se em sua elaboração for empregada a linguagem
jornalístico, da correspondência particular, etc. adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais,
Apresentadas essas características fundamentais da cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
redação oficial, passemos à análise pormenorizada de objetividade. As comunicações que partem dos órgãos
cada uma delas. públicos federais devem ser compreendidas por todo e
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há
1. A Impessoalidade que evitar o uso de uma linguagem restrita a determina-
dos grupos. Não há dúvida que um texto marcado por
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, expressões de circulação restrita, como a gíria, os regio-
quer pela escrita. Para que haja comunicação, são neces- nalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua com-
sários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comuni- preensão dificultada.
cado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso Ressalte-se que há necessariamente uma distância
da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Depar- dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração
tamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é de costumes, e pode eventualmente contar com outros
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão elementos que auxiliem a sua compreensão, como os
que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns
público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão públi- dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua
LÍNGUA PORTUGUESA

co, do Executivo ou dos outros Poderes da União. escrita incorpora mais lentamente as transformações,
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas
deve ser dado aos assuntos que constam das comunica- de si mesma para comunicar.
ções oficiais decorre: A língua escrita, como a falada, compreende diferen-
a) da ausência de impressões individuais de quem tes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
comunica: embora se trate, por exemplo, de um exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer
expediente assinado por Chefe de determinada de determinado padrão de linguagem que incorpore ex-
pressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um

77
parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do 4. Concisão e Clareza
vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há
um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
da língua, a finalidade com que a empregamos. terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu ca- transmitir um máximo de informações com um mínimo
ráter impessoal, por sua finalidade de informar com o de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fun-
máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do damental que se tenha, além de conhecimento do assun-
padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão to sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revi-
culto é aquele em que a) se observam as regras da gra- sar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas
mática formal, e b) se emprega um vocabulário comum vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante res- desnecessárias de ideias.
saltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na O esforço de sermos concisos atende, basicamente,
redação oficial decorre do fato de que ele está acima das ao princípio de economia linguística, à mencionada fór-
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, mula de empregar o mínimo de palavras para informar o
dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísti- máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como
cas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendi- economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar
da compreensão por todos os cidadãos. Lembre-se de passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em
que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inú-
expressão, desde que não seja confundida com pobreza teis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao
de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto que já foi dito.
implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos con- Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe
torcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios em todo texto de alguma complexidade: ideias funda-
da língua literária. mentais e ideias secundárias. Estas últimas podem es-
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente clarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las;
um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do mas existem também ideias secundárias que não acres-
padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
centam informação alguma ao texto, nem têm maior re-
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
lação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dis-
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
pensadas.
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto
consagre a utilização de uma forma de linguagem bu-
oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que pos-
rocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve
sibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a
ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende es-
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indis- tritamente das demais características da redação oficial.
criminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo Para ela concorrem:
o vocabulário próprio à determinada área, são de difícil a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de inter-
entendimento por quem não esteja com eles familiariza- pretações que poderia decorrer de um tratamento
do. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em personalista dado ao texto;
comunicações encaminhadas a outros órgãos da admi- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princí-
nistração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. pio, de entendimento geral e por definição avesso
a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e
3. Formalidade e Padronização o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, imprescindível uniformidade dos textos;
isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já d) a concisão, que faz desaparecer do texto os exces-
mencionadas exigências de impessoalidade e uso do pa- sos linguísticos que nada lhe acrescentam.
drão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa for-
malidade de tratamento. Não se trata somente da eterna É pela correta observação dessas características que
dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável
pronome de tratamento para uma autoridade de certo; releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em tex-
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à tos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais
civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual provém, principalmente, da falta da releitura que torna
cuida a comunicação. possível sua correção.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda,
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a ad- se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O
que nos parece óbvio pode ser desconhecido por ter-
LÍNGUA PORTUGUESA

ministração federal é una, é natural que as comunicações


que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimen- ceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos
to desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que em decorrência de nossa experiência profissional muitas
se atente para todas as características da redação oficial vezes faz com que os tomemos como de conhecimento
e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvol-
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes va, esclareça, precise os termos técnicos, o significado
para o texto definitivo e a correta diagramação do texto das siglas e abreviações e os conceitos específicos que
são indispensáveis para a padronização. não possam ser dispensados.

78
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
pressa com que são elaboradas certas comunicações pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes-
quase sempre compromete sua clareza. Não se deve soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa
proceder à redação de um texto que não seja seguida ... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pro-
por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos nomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da
atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua pessoa a que se refere, e não com o substantivo que com-
indesejável repercussão no redigir. põe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o
correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria
5. As Comunicações Oficiais deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está
atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
5.1. Introdução
6.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
A redação das comunicações oficiais deve, antes de
tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, As- Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento
pectos Gerais da Redação Oficial. Além disso, há caracte- obedece a secular tradição. São de uso consagrado:
rísticas específicas de cada tipo de expediente, que serão Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos a) do Poder Executivo;
à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase Presidente da República;
todas as modalidades de comunicação oficial: o empre- Vice-Presidente da República;
go dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a Ministros de Estado;
identificação do signatário. Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Distrito Federal;
6. Pronomes de Tratamento Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
6.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocu-
pantes de cargos de natureza especial;
O uso de pronomes e locuções pronominais de tra- Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
tamento tem larga tradição na língua portuguesa. De Prefeitos Municipais.
acordo com Said Ali, após serem incorporados ao por-
tuguês os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento b) do Poder Legislativo:
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, Deputados Federais e Senadores;
passou-se a empregar, como expediente linguístico de Ministros do Tribunal de Contas da União;
distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no Deputados Estaduais e Distritais;
tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
o autor: “Outro modo de tratamento indireto consistiu Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qua-
lidade eminente da pessoa de categoria superior, e não c) do Poder Judiciário:
a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu Ministros dos Tribunais Superiores;
rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); Membros de Tribunais;
assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e Juízes;
adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência, Auditores da Justiça Militar.
vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
A partir do final do século XVI, esse modo de trata- O vocativo a ser empregado em comunicações diri-
mento indireto já estava em voga também para os ocu- gidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, se-
pantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu guido do cargo respectivo:
para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o prono- Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
me vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
que provém o atual emprego de pronomes de tratamen- Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal
to indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades Federal.
civis, militares e eclesiásticas.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
6.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa Senhor Juiz,
LÍNGUA PORTUGUESA

indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à con- Senhor Ministro,


cordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refi- Senhor Governador,
ram a segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se No envelope, o endereçamento das comunicações di-
fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a con- rigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá
cordância para a terceira pessoa. É que o verbo concor- a seguinte forma:
da com o substantivo que integra a locução como seu A Sua Excelência o Senhor
núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; Fulano de Tal
“Vossa Excelência conhece o assunto”. Ministro de Estado da Justiça

79
70064-900 – Brasília. DF 7. Fechos para Comunicações

A Sua Excelência o Senhor O fecho das comunicações oficiais possui, além da


Senador Fulano de Tal finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o des-
Senado Federal tinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo uti-
70165-900 – Brasília. DF lizados foram regulados pela Portaria n.º 1 do Ministério
da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com
A Sua Excelência o Senhor o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual es-
Fulano de Tal tabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
Juiz de Direito da 10.ª Vara Cível para todas as modalidades de comunicação oficial:
Rua ABC, n.º 123 a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
01010-000 – São Paulo. SP da República: Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tra- rarquia inferior: Atenciosamente,
tamento Digníssimo (DD), às autoridades arroladas na
lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações di-
ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua rigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
repetida evocação. tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual
de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autori-
dades e para particulares. O vocativo adequado é: 8. Identificação do Signatário
Senhor Fulano de Tal,
(...) Excluídas as comunicações assinadas pelo Presiden-
No envelope, deve constar do endereçamento: te da República, todas as demais comunicações oficiais
Ao Senhor devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as
Fulano de Tal expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
Rua ABC, n.º 123 identificação deve ser a seguinte:
12345-000 – Curitiba. PR (espaço para assinatura)
NOME
Como se depreende do exemplo acima, fica dispen-
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
sado o emprego do superlativo ilustríssimo para as au-
(espaço para assinatura)
toridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria
NOME
e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
Ministro de Estado da Justiça
tratamento Senhor.
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamen-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as-
to, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminada-
mente. Como regra geral, empregue-o apenas em co- sinatura em página isolada do expediente. Transfira para
municações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
terem concluído curso universitário de doutorado. É cos-
tume designar por doutor os bacharéis, especialmente os 9. O Padrão Ofício
bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos,
o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes
comunicações. pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se ado-
empregada, por força da tradição, em comunicações di- tar uma diagramação única, que siga o que chamamos
rigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vo- de padrão ofício.
cativo: Magnífico Reitor, (...)
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acor- 10. Partes do documento no Padrão Ofício
do com a hierarquia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao O aviso, o ofício e o memorando devem conter as
Papa. O vocativo correspondente é: Santíssimo Padre, seguintes partes:
(...) a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendís- órgão que o expede: Exemplos: Mem. 123/2002-MF Aviso
sima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
o vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminen- b) local e data em que foi assinado, por extenso, com
tíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, (...) alinhamento à direita: Exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em co- Brasília, 15 de março de 1991.


municações dirigidas a Arcebispos e Bispos;
Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reveren- c) assunto: resumo do teor do documento Exemplos:
díssima para Monsenhores, Cônegos e superiores reli- Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
giosos. Assunto: Necessidade de aquisição de novos compu-
Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé- tadores.
rigos e demais religiosos.

80
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão
é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser in- ser impressos em ambas as faces do papel. Neste
cluído também o endereço. caso, as margens esquerda e direita terão as dis-
e) texto: nos casos em que não for de mero encami- tâncias invertidas nas páginas pares (“margem es-
nhamento de documentos, o expediente deve conter a pelho”);
seguinte estrutura: e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm
de distância da margem esquerda;
– introdução, que se confunde com o parágrafo de f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a no mínimo, 3,0 cm de largura;
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, g) o campo destinado à margem lateral direita terá
“Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empre- 1,5 cm;
gue a forma direta; O constante neste item aplica-se também à exposição
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; de motivos e à mensagem (v. 4. Exposição de Moti-
se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, vos e 5. Mensagem).
elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as
confere maior clareza à exposição; linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente editor de texto utilizado não comportar tal recurso,
reapresentada a posição recomendada sobre o assunto. de uma linha em branco;
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico,
nos casos em que estes estejam organizados em itens ou sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra,
títulos e subtítulos. Já quando se tratar de mero encami- relevo, bordas ou qualquer outra forma de forma-
nhamento de documentos a estrutura é a seguinte: tação que afete a elegância e a sobriedade do do-
– introdução: deve iniciar com referência ao expe- cumento;
diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta
documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a em papel branco. A impressão colorida deve ser
informação do motivo da comunicação, que é encami- usada apenas para gráficos e ilustrações;
nhar, indicando a seguir os dados completos do docu- k) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício
mento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, devem ser impressos em papel de tamanho A-4,
e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
encaminhado, segundo a seguinte fórmula: “Em resposta l) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
ao Aviso n.º 12, de 1.º de fevereiro de 1991, encaminho, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
anexa, cópia do Ofício n.º 34, de 3 de abril de 1990, do m) dentro do possível, todos os documentos elabora-
Departamento Geral de Administração, que trata da re- dos devem ter o arquivo de texto preservado para
quisição do servidor Fulano de Tal.” Ou “Encaminho, para consulta posterior ou aproveitamento de trechos
exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no para casos análogos;
12, de 1.º de fevereiro de 1991, do Presidente da Confe- n) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos
deração Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de devem ser formados da seguinte maneira: tipo do
modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” documento + número do documento + palavras-
– desenvolvimento: se o autor da comunicação de- -chaves do conteúdo. Ex.: “Of. 123 - relatório pro-
sejar fazer algum comentário a respeito do documento dutividade ano 2002”
que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de de-
senvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de 12. Aviso e Ofício
desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminha-
mento. 12.1. Definição e Finalidade
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
g) assinatura do autor da comunicação; e Aviso e ofício são modalidades de comunicação ofi-
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é
Signatário). que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de
Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo
11. Forma de diagramação que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades.
Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
seguinte forma de apresentação: no caso do ofício, também com particulares.
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman
LÍNGUA PORTUGUESA

de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 12.2. Forma e Estrutura


10 nas notas de rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca
Wingdings; o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o de vírgula. Exemplos:
número da página; Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra

81
Senhor Chefe de Gabinete A exposição de motivos, de acordo com sua finalida-
de, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e
as seguintes informações do remetente: outra para a que proponha alguma medida ou submeta
– nome do órgão ou setor; projeto de ato normativo.
– endereço postal; No primeiro caso, o da exposição de motivos que
– telefone e endereço de correio eletrônico. simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo
13. Memorando antes referido para o padrão ofício. Já a exposição de
motivos que submeta à consideração do Presidente da
13.1. Definição e Finalidade República a sugestão de alguma medida a ser adotada
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – em-
O memorando é a modalidade de comunicação en- bora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além
tre unidades administrativas de um mesmo órgão, que de outros comentários julgados pertinentes por seu au-
podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em tor, devem, obrigatoriamente, apontar:
níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de co- a) na introdução: o problema que está a reclamar a
municação eminentemente interna. Pode ter caráter me- adoção da medida ou do ato normativo proposto;
ramente administrativo, ou ser empregado para a expo- b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medi-
sição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados da ou aquele ato normativo o ideal para se solucio-
por determinado setor do serviço público. Sua caracterís- nar o problema, e eventuais alternativas existentes
tica principal é a agilidade. A tramitação do memorando para equacioná-lo;
em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-
simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar mada, ou qual ato normativo deve ser editado para
desnecessário aumento do número de comunicações, os solucionar o problema.
despachos ao memorando devem ser dados no próprio
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex-
documento e, no caso de falta de espaço, em folha de
posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo
continuação. Esse procedimento permite formar uma
Com o modelo previsto no Anexo II do Decreto n.º 4.176,
espécie de processo simplificado, assegurando maior
de 28 de março de 2002.
transparência à tomada de decisões, e permitindo que se
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen-
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
te que a atenção aos requisitos básicos da redação oficial
(clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padro-
13.2. Forma e Estrutura nização e uso do padrão culto de linguagem) deve ser
redobrada.
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo A exposição de motivos é a principal modalidade de
do padrão ofício, com a diferença de que o seu destina- comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
tário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exem- Ministros.
plos: Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou,
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo
ou em parte.
14. Exposição de Motivos
15. Mensagem
14.1. Definição e Finalidade
15.1. Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Pre-
sidente da República ou ao Vice-Presidente para: É o instrumento de comunicação oficial entre os Che-
a) informá-lo de determinado assunto; fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en-
b) propor alguma medida; ou viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo
c) submeter a sua consideração projeto de ato nor- para informar sobre fato da Administração Pública; expor
mativo. o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que
dente da República por um Ministro de Estado. Nos casos dependem de deliberação de suas Casas; apresentar veto;
em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto
a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os seja de interesse dos poderes públicos e da Nação.
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
LÍNGUA PORTUGUESA

interministerial. Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias


caberá a redação final.
14.2. Forma e Estrutura As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresen- a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, com-
tação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). plementar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou
complementar são enviados em regime normal (Consti-

82
tuição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1.º O Presidente da República, tradicionalmente, por cor-
a 4.º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminha- tesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz
do sob o regime normal e mais tarde ser objeto de nova uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-
mensagem, com solicitação de urgência. -lhes mensagens idênticas.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem-
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com e) encaminhamento de atos de concessão e renova-
aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ção de concessão de emissoras de rádio e TV.
ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da
caput). Constituição. Somente produzirão efeitos legais a ou-
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen- torga ou renovação da concessão após deliberação do
dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen- Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3.º). Des-
tos anuais e créditos adicionais), as mensagens de en- cabe pedir na mensagem a urgência prevista no art. 64
caminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso da Constituição, porquanto o § 1.º do art. 223 já define o
Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao prazo da tramitação.
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o Além do ato de outorga ou renovação, acompanha
art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual a mensagem o correspondente processo administrativo.
sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais preci- f) encaminhamento das contas referentes ao exercício
samente, “na forma do regimento comum”. E à frente da anterior.
Mesa do Congresso Nacional está o Presidente do Sena- O Presidente da República tem o prazo de sessenta
do Federal (Constituição, art. 57, § 5.º), que comanda as dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao
sessões conjuntas. Congresso Nacional as contas referentes ao exercício an-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo de- terior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer
senvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166,
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financei- § 1.º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
ro das matérias objeto das proposições por elas encami- tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi-
nhadas. mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
Tais exames materializam-se em pareceres dos di-
versos órgãos interessados no assunto das proposições, g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
entre eles o da Advocacia-Geral da União. Mas, na ori- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre
gem das propostas, as análises necessárias constam da a situação do País e solicitação de providências que jul-
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. gar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
Exposição de Motivos) – exposição que acompanhará, por O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso. Presidência da República. Esta mensagem difere das de-
mais porque vai encadernada e é distribuída a todos os
b) encaminhamento de medida provisória. Congressistas em forma de livro.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Cons-
tituição, o Presidente da República encaminha mensa- h) comunicação de sanção (com restituição de autó-
gem ao Congresso, dirigida a seus membros, com aviso grafos).
para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntando Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congres-
cópia da medida provisória, autenticada pela Coordena- so Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secre-
ção de Documentação da Presidência da República. tário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se
informa o número que tomou a lei e se restituem dois
c) indicação de autoridades. exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o
As mensagens que submetem ao Senado Federal a Presidente da República terá aposto o despacho de san-
indicação de pessoas para ocuparem determinados car- ção.
gos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do
TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central, Procura- i) comunicação de veto.
dor-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática, Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constitui-
etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, in- ção, art. 66, § 1.º), a mensagem informa sobre a decisão
cisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas,
competência privativa para aprovar a indicação. e as razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra
no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao
O curriculum vitae do indicado, devidamente assina- contrário das demais mensagens, cuja publicação se res-
do, acompanha a mensagem.
LÍNGUA PORTUGUESA

tringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.


d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vi-
ce-Presidente da República se ausentar do País por mais j) outras mensagens.
de 15 dias. Também são remetidas ao Legislativo com regular
Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. frequência mensagens com:
49, III, e 83), e a autorização é da competência privativa – encaminhamento de atos internacionais que acarre-
do Congresso Nacional. tam encargos ou compromissos gravosos (Consti-
tuição, art. 49, I);

83
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa
às operações e prestações interestaduais e de ex- aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve
portação (Constituição, art. 155, § 2.º, IV); restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situa-
– proposta de fixação de limites globais para o mon- ções que não seja possível o uso de correio eletrônico ou
tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, fax e que a urgência justifique sua utilização e, também
VI); em razão de seu custo elevado, esta forma de comuni-
– pedido de autorização para operações financeiras cação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e
externas (Constituição, art. 52, V); e outros. Clareza).
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– convocação extraordinária do Congresso Nacional 16.2. Forma e Estrutura
(Constituição, art. 57, § 6.º);
– pedido de autorização para exonerar o Procurador- Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e
-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2.º); a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
– pedido de autorização para declarar guerra e decre- Correios e em seu sítio na Internet.
tar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a 17. Fax
paz (Constituição, art. 84, XX);
– justificativa para decretação do estado de defesa ou 17.1. Definição e Finalidade
de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4.º);
– pedido de autorização para decretar o estado de O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile)
sítio (Constituição, art. 137); é uma forma de comunicação que está sendo menos
– relato das medidas praticadas na vigência do estado usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utiliza-
de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, pará- do para a transmissão de mensagens urgentes e para o
grafo único); envio antecipado de documentos, de cujo conhecimen-
– proposta de modificação de projetos de leis finan- to há premência, quando não há condições de envio do
ceiras (Constituição, art. 166, § 5.º); documento por meio eletrônico. Quando necessário o
– pedido de autorização para utilizar recursos que fi- original, ele segue posteriormente pela via e na forma
carem sem despesas correspondentes, em decor- de praxe.
rência de veto, emenda ou rejeição do projeto de Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com
lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8.º); cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel,
– pedido de autorização para alienar ou conceder ter- em certos modelos, deteriora-se rapidamente.
ras públicas com área superior a 2.500 ha (Consti-
tuição, art. 188, § 1.º); etc. 17.2. Forma e Estrutura
5.2. Forma e Estrutura Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a
estrutura que lhes são inerentes.
As mensagens contêm:
É conveniente o envio, juntamente com o documento
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem n.º os dados de identificação da mensagem a ser enviada,
conforme exemplo a seguir:
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento
e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da [Órgão Expedidor]
margem esquerda; [setor do órgão expedidor]
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, [endereço do órgão expedidor]
Destinatário:____________________________________
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do Remetente: ____________________________________
texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____
a margem direita. No de páginas: ________No do documento:____________
A mensagem, como os demais atos assinados pelo
Presidente da República, não traz identificação de seu Observações:___________________________________
signatário.
18. Correio Eletrônico
16. Telegrama
18.1 Definição e finalidade
LÍNGUA PORTUGUESA

16.1. Definição e Finalidade


O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar celeridade, transformou-se na principal forma de comu-
os procedimentos burocráticos, passa a receber o títu- nicação para transmissão de documentos.
lo de telegrama toda comunicação oficial expedida por
meio de telegrafia, telex, etc.

84
18.2. Forma e Estrutura
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô- O Presidente - regressou - (ontem).
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir for-
ma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o 2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto -
uso de linguagem incompatível com uma comunicação (adjunto adverbial)
oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Ofi- O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
ciais). manhã de terça-feira).
O campo assunto do formulário de correio eletrônico
deve ser preenchido de modo a facilitar a organização 3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto
documental tanto do destinatário quanto do remetente. - (adjunto adverbial).
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser uti- O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os
lizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensa- setores).
gem que encaminha algum arquivo deve trazer informa-
ções mínimas sobre seu conteúdo. 4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. di-
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de reto - obj. indireto - (adj. Adv.)
confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve Os desempregados - entregaram - suas reivindicações
constar da mensagem pedido de confirmação de rece- - ao Deputado - (no Congresso).
bimento.
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento
18.3 Valor documental adverbial - (adjunto adverbial)
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Bue-
Nos termos da legislação em vigor, para que a men- nos Aires - (na próxima semana).
sagem de correio eletrônico tenha valor documental, e O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira)
para que possa ser aceito como documento original, é 6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad-
necessário existir certificação digital que ateste a identi- verbial)
dade do remetente, na forma estabelecida em lei. O problema - será - resolvido - prontamente.
Elementos de Ortografia e Gramática Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou
seja, as frases que possuem apenas um verbo conjuga-
1. Problemas de Construção de Frases do. Na construção de períodos, as várias funções podem
ocorrer em ordem inversa à mencionada, misturando-se
A clareza e a concisão na forma escrita são alcança- e confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva
das, principalmente, pela construção adequada da frase, de todos os padrões existentes na língua portuguesa.
“a menor unidade autônoma da comunicação”, na defini- O que importa é fixar a ordem normal dos elementos
ção de Celso Pedro Luft. nesses seis padrões básicos. Acrescente-se que períodos
A função essencial da frase é desempenhada pelo mais complexos, compostos por duas ou mais orações,
predicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser en- em geral podem ser reduzidos aos padrões básicos (de
tendido como “a enunciação pura de um fato qualquer”. que derivam).
Sempre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe Os problemas mais frequentemente encontrados na
o nome de período, que terá tantas orações quantos fo- construção de frases dizem respeito à má pontuação, à
rem os verbos não auxiliares que o constituem. ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis- paralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –, geral, do desconhecimento da ordem das palavras na
de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substan- frase. Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais
tivo. Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações comuns e recorrentes na construção de frases, registra-
substantivos (nomes ou pronomes) que desempenham a dos em documentos oficiais.
função de complementos (objetos direto e indireto, pre-
dicativo e complemento adverbial). Função acessória de-
2. Sujeito
sempenham os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente
ao final da oração, mas que podem ser ou intercalados
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que
aos elementos que desempenham as outras funções, ou
executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter com-
deslocados para o início da oração.
plemento, mas não ser complemento. Devem ser evita-
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos
das, portanto, construções como:
elementos que compõem uma oração (Observação: os
parênteses indicam os elementos que podem não ocor-
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda.
LÍNGUA PORTUGUESA

rer):
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adver- Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
bial).
Errado: Apesar das relações entre os países estarem
Podem ser identificados seis padrões básicos para as cortadas, (...).
orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portu- Certo: Apesar de as relações entre os países estarem
guesa (a função que vem entre parênteses é facultativa e cortadas, (...).
pode ocorrer em ordem diversa):

85
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...). Mais um exemplo de frase inaceitável na língua es-
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...). crita culta:
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação,
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...). não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...). O problema aqui decorre de coordenar palavras
(substantivos) com orações (reduzidas de infinitivo).
3. Frases Fragmentadas
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma por transformá-la em frase simples, substituindo as ora-
oração subordinada ou uma simples locução como se ções reduzidas por substantivos:
fosse uma frase completa”. Decorre da pontuação errada Certo: No discurso de posse, mostrou determinação,
de uma frase simples. Embora seja usada como recurso segurança, inteligência e ambição.
estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser
evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso
compreensão. Exemplo: paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equi-
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congres- valente) a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao
so Nacional. Depois de ser longamente debatido. se apresentar, de forma paralela, estruturas sintáticas
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso distintas:
Nacional, depois de ser longamente debatido. Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o
Certo: Depois de ser longamente debatido, o progra- Papa.
ma recebeu a aprovação do Congresso Nacional.
Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub- Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades
metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consul- (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibili-
tadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. dade de correção é transformá-la em duas frases simples,
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente sub- com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar):
metido ao Presidente da República, que o aprovou, consulta- Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta
das as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. última capital, encontrou-se com o Papa.

4. Erros de Paralelismo Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado


pelo uso inadequado da expressão “e que” num período
Uma das convenções estabelecidas na linguagem es- que não contém nenhum “que” anterior.
crita “consiste em apresentar ideias similares numa forma Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que
gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. As- tem sólida formação acadêmica.
sim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a
elementos paralelos. Vejamos alguns exemplos: Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo:
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Minis- Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem
térios economizar energia e que elaborassem planos de sólida formação acadêmica.
redução de despesas.
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”:
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que Errado: Neste momento, não se devem adotar medi-
completam o sentido da principal, duas estruturas dife- das precipitadas, e que comprometam o andamento de
rentes para ideias equivalentes: a primeira oração (eco- todo o programa.
nomizar energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a se-
gunda (que elaborassem planos de redução de despesas) Da mesma forma com que corrigimos o exemplo an-
é uma oração desenvolvida introduzida pela conjunção terior, aqui podemos suprimir a conjunção:
integrante que. Há mais de uma possibilidade de escre- Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas
vê-la com clareza e correção; uma seria a de apresentar precipitadas, que comprometam o andamento de todo o
as duas orações subordinadas como desenvolvidas, in- programa.
troduzidas pela conjunção integrante que:
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé- 5. Erros de Comparação
rios que economizassem energia e (que) elaborassem pla-
nos para redução de despesas. A omissão de certos termos ao fazermos uma compa-
LÍNGUA PORTUGUESA

ração, omissão própria da língua falada, deve ser evitada


Outra possibilidade: as duas orações são apresenta- na língua escrita, pois compromete a clareza do texto:
das como reduzidas de infinitivo: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Minis- termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
térios economizar energia e elaborar planos para redução impossibilitar o entendimento do sentido que se quer
de despesas. dar a uma frase:

86
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que guidade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca
um médico. de gênero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual,
A omissão de termos provocou uma comparação in- os quais, as quais, que marcam gênero e número.
devida: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu cos-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que tumava trabalhar.
o salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu cos-
o de um médico. tumava trabalhar.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria. Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida:
Novamente, a não repetição dos termos comparados Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o
confunde. Alternativas para correção: funcionário.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima,
Portaria. deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria. Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este
Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais ver- indisciplinado.
bas do que os Ministérios do Governo.
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma se-
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou nhora chamou o médico.
“demais”) acarretou imprecisão: Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais ver- chamado por uma senhora.
bas do que os outros Ministérios do Governo.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais ver- SITE
bas do que os demais Ministérios do Governo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ma-
nualredpr2aed.pdf
6. Ambiguidade

Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada EXERCÍCIOS COMENTADOS


em mais de um sentido. Como a clareza é requisito bá-
sico de todo texto oficial, deve-se atentar para as cons-
1. (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
truções que possam gerar equívocos de compreensão.
VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – SUPERIOR
A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de – CESPE – 2014) Considerando aspectos estruturais e lin-
identificar a qual palavra se refere um pronome que pos- guísticos das correspondências oficiais, julgue os itens que
sui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode se seguem, de acordo com o Manual de Redação da Presi-
ocorrer com: dência da República.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
A) pronomes pessoais: das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
que ele seria exonerado. cargos públicos.
Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu
secretariado. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo- Resposta: Errado. Vamos ao Manual: O Manual ainda
neração deste. preceitua que a forma de tratamento “Digníssimo” fica
abolida (...) afinal, a dignidade é condição primordial
B) pronomes possessivos e pronomes oblíquos: para que tais cargos públicos sejam ocupados.
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repú- Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
blica, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu cial_publicacoes_ver.php?id=2
Estado, mas isso não o surpreendeu.
Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo 2. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA-SE – TÉCNICO JUDICIÁ-
acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase. RIO – MÉDIO – CESPE – 2014) Em toda comunicação
oficial, exceto nas direcionadas a autoridades estrangei-
Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presiden- ras, deve-se fazer uso dos fechos Respeitosamente ou
te da República. No pronunciamento, solicitou a interven- Atenciosamente, de acordo com as hierarquias do desti-
LÍNGUA PORTUGUESA

ção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Pre- natário e do remetente.
sidente da República.
( ) CERTO ( ) ERRADO
C) pronome relativo:
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu Resposta: Certo. Segundo o Manual de Redação Ofi-
costumava trabalhar. cial: (...) Manual estabelece o emprego de somente
Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora- dois fechos diferentes para todas as modalidades de
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambi- comunicação oficial:

87
A) para autoridades superiores, inclusive o Presidente Resposta: Errado. Vamos ao Manual: O Manual ainda
da República: Respeitosamente, preceitua que a forma de tratamento “Digníssimo” fica
B) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- abolida (...) afinal, a dignidade é condição primordial
rarquia inferior: Atenciosamente, para que tais cargos públicos sejam ocupados.
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi- Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e cial_publicacoes_ver.php?id=2
tradição próprios, devidamente disciplinados no Ma-
nual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E ANTONÍMIA
3. (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS
OS CARGOS – CESPE – 2013) Na redação de uma ata,
devem-se relatar exaustivamente, com o máximo de de- SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
talhamento possível, incluindo-se os aspectos subjetivos,
as discussões, as propostas, as resoluções e as delibera- Semântica é o estudo da significação das palavras e
ções ocorridas em reuniões e eventos que exigem regis- das suas mudanças de significação através do tempo ou
tro. em determinada época. A maior importância está em dis-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e
( ) CERTO ( ) ERRADO homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).

Resposta: Errado. Ata é um documento administrativo 1. Sinônimos


que tem a finalidade de registrar de modo sucinto a
sequência de eventos de uma reunião ou assembleia de São palavras de sentido igual ou aproximado: alfa-
pessoas com um fim específico. É característica da Ata beto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar
apresentar um resumo, cronologicamente disposto, de - abolir.
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são
modo infalível, de todo o desenrolar da reunião.
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara
(Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quan-
redacao_oficial_ata/)
do, ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela
outra, em deteminado enunciado (aguadar e esperar).
4. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA-SE – TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO – CESPE – 2014) Em toda comunicação oficial, exce-
Observação:
to nas direcionadas a autoridades estrangeiras, deve-se
A contribuição greco-latina é responsável pela exis-
fazer uso dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamen- tência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
te, de acordo com as hierarquias do destinatário e do antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemici-
remetente. clo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diá-
logo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
( ) CERTO ( ) ERRADO
2. Antônimos
Resposta: Certo. Segundo o Manual de Redação Ofi-
cial: (...) Manual estabelece o emprego de somente São palavras que se opõem através de seu significa-
dois fechos diferentes para todas as modalidades de do: ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - cen-
comunicação oficial: surar; mal - bem.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da República: Respeitosamente, Observação:
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- A antonímia pode se originar de um prefixo de sen-
rarquia inferior: Atenciosamente, tido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi- e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia;
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e antico-
tradição próprios, devidamente disciplinados no Ma- munista; simétrico e assimétrico.
nual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
3. Homônimos e Parônimos
5. (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE
SERVIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CES-  Homônimos = palavras que possuem a mesma
PE – 2014) Considerando aspectos estruturais e linguís- grafia ou a mesma pronúncia, mas significados di-
ticos das correspondências oficiais, julgue os itens que se ferentes. Podem ser
seguem, de acordo com o Manual de Redação da Presi-
LÍNGUA PORTUGUESA

dência da República. A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-


O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to- rentes na pronúncia:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig- rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
cargos públicos. nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).
B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e
( ) CERTO ( ) ERRADO diferentes na escrita:

88
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni- DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio) Exemplos de variação no significado das palavras:
e passo (andar). Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido
literal)
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia: figurado)
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo). As variações nos significados das palavras ocasionam
 Parônimos = palavras com sentidos diferentes, o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
porém de formas relativamente próximas. São pa- (conotação) das palavras.
lavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta
(receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) e A) Denotação
sesta (descanso após o almoço), eminente (ilustre) Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
e iminente (que está para ocorrer), osso (substan- apresenta seu significado original, independentemente
tivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significa-
“ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimen- do mais objetivo e comum, aquele imediatamente reco-
to (medida) e cumprimento (saudação), autuar nhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado
(processar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e que aparece nos dicionários, sendo o significado mais li-
infringir (violar), deferir (atender a) e diferir (diver- teral da palavra.
gir), suar (transpirar) e soar (emitir som), aprender A denotação tem como finalidade informar o recep-
(conhecer) e apreender (assimilar; apropriar-se de), tor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo
tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a movi- um caráter prático. É utilizada em textos informativos,
mento, trânsito), mandato (procuração) e manda- como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bu-
do (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir las de medicamentos, textos científicos, entre outros. A
(mergulhar, afundar). palavra “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é
apenas um pedaço de madeira. Outros exemplos:
4. Hiperonímia e Hiponímia O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito!
Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten-
cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo B) Conotação
o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
hiperônimo, mais abrangente. apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô- interpretações, dependendo do contexto em que esteja
nimo, criando, assim, uma relação de dependência se- inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que
mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi- vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de significação mediante a circunstância em que a mesma
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
Veículos é um hiperônimo de carros. Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido co-
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em notativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), re-
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- provação (tomei pau no concurso).
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
a repetição desnecessária de termos. tos no receptor da mensagem, através da expressividade
e afetividade que transmite. É utilizada principalmente
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS numa linguagem poética e na literatura, mas também
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. anúncios publicitários, entre outros. Exemplos:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- Você é o meu sol!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Minha vida é um mar de tristezas.
Paulo: Saraiva, 2010. Você tem um coração de pedra!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. #FicaDica
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo
LÍNGUA PORTUGUESA

SITE é utilizado com o sentido que consta no di-


http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,- cionário.
-antonimos,-homonimos-e-paronimos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

89
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada fre-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São quentemente são felizes.
Paulo: Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações dife-
rentes:
SITE As pessoas têm alimentação equilibrada porque são
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equi-
cao/ librada.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica,
ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma
POLISSEMIA interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito
importante saber qual o contexto em que a frase é pro-
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir ferida.
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de Muitas vezes, a disposição das palavras na construção
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra, do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo,
mas que abarca um grande número de significados den- comicidade. Repare na figura abaixo:
tro de seu próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
-se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
ocorrência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
sobrevivência (http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-
O passarinho foi atingido no bico. -cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014).

Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras,
computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co- mas duas seriam:
mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de Corte e coloração capilar
“entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, ou
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” Faço corte e pintura capilar
ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões
é o formato quadriculado que têm. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
1. Polissemia e homonímia reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante co- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
mum. Quando a mesma palavra apresenta vários significados, Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
estamos na presença da polissemia. Por outro lado, quando
duas ou mais palavras com origens e significados distintos SITE
têm a mesma grafia e fonologia, temos uma homonímia. http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode htm
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não
é polissemia porque os diferentes significados para a
palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma
palavra polissêmica: pode significar o elemento básico EXERCÍCIO COMENTADO
do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um
1. (SUSAM-AM – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes signifi-
FGV – 2014) “o país teve de recorrer a um programa de
cados estão interligados porque remetem para o mesmo
racionamento”. Assinale a opção que apresenta a forma
conceito, o da escrita.
de reescrever esse segmento, que altera o seu sentido
original.
2. Polissemia e ambiguidade
LÍNGUA PORTUGUESA

a) O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa de


Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
racionamento.
na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
b) O país teve como recurso recorrer a um programa
pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma in-
de racionamento.
terpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à
c) O Brasil foi levado a recorrer a um programa de racio-
colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
namento.
advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:

90
d) O país obrigou‐se a recorrer a um programa de racio- mos analisar as artes produzidas em diferentes épocas
namento. da história em todo o mundo e perceber as diferentes
e) O Brasil optou por um programa de racionamento. formas de interpelação e contextualidade presentes nas
mesmas. O discurso estético tem a mesma capacidade
Resposta: Letra E. “o país teve de recorrer a um pro- ideológica que o discurso verbal, com a vantagem de
grama de racionamento”. Assinale a opção que apre- atingir o indivíduo esteticamente, o que pode render
senta a forma de reescrever esse segmento, QUE muito mais rapidamente o sucesso do discurso aplicado.
ALTERA O SEU SENTIDO ORIGINAL. A partir na análise de todos os aspectos do discurso
Em “a”: O Brasil foi obrigado a recorrer a um progra- chega-se ao mais importante: o sentido. O sentido do
ma de racionamento = mesmo sentido. discurso não é fixo, por vários motivos: pelo contexto,
Em “b”: O país teve como recurso recorrer a um pro- pela estética, pela ordem do discurso, pela sua forma de
grama de racionamento = mesmo sentido. construção. O sentido do discurso encontra-se sempre
Em “c”: O Brasil foi levado a recorrer a um programa em aberto para a possibilidade de interpretação do seu
de racionamento = mesmo sentido. receptor. O efeito do discurso é, claramente, transmitir
Em “d”: O país obrigou‐se a recorrer a um programa uma mensagem e alcançar um objetivo premeditado
de racionamento = mesmo sentido. através da interpretação e interpelação do indivíduo alvo.
Em “e”: O Brasil optou por um programa de raciona-
mento = mudança de sentido (segundo o enunciado, 1. Tipos de Discurso: direto, indireto e indireto li-
o país não teve outra opção a não ser recorrer. Na al- vre
ternativa, provavelmente havia outras opções, e o país
escolheu a de “recorrer”). 1.1. Vozes do Discurso

Análise e Tipo de Discurso Ao lermos um texto, observamos que há um narrador


- que é quem conta o fato. Esse locutor ou narrador pode
A Análise do Discurso é uma prática da linguística no introduzir outras vozes no texto para auxiliar a narrativa.
campo da Comunicação, e consiste em analisar a estru- Para fazer a introdução dessas outras vozes no texto, a
tura de um texto e, a partir disto, compreender as cons- voz principal ou privilegiada - o narrador - usa o que cha-
truções ideológicas presentes no mesmo. mamos de discurso. O que vem a ser discurso dentro do
O discurso em si é uma construção linguística atre- texto? É a forma como as falas são inseridas na narrativa.
lada ao contexto social no qual o texto é desenvolvido. Ele pode ser classificado em: direto, indireto e indireto
Ou seja, as ideologias presentes em um discurso são livre.
diretamente determinadas pelo contexto político-social
em que vive o seu autor. Mais que uma análise textual, a A) Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo
análise do Discurso é uma análise contextual da estrutura dito por alguém. Um bom exemplo de discurso direto
discursiva em questão. são as citações ou transcrições exatas da declaração de
Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso alguém.
como uma construção de características sociais. A so-  Primeira pessoa (eu, nós) – é o narrador quem fala,
ciedade que promove o contexto do discurso analisado usando aspas ou travessões para demarcar que
é a base de toda a estrutura do texto, atrelando, deste está reproduzindo a fala de outra pessoa: “Não
modo, todo e qualquer elemento que possa fazer parte gosto disso” – disse a menina em tom zangado.
do sentido do discurso. O texto só pode assim ser cha-
mado se o seu receptor for capaz de compreender o seu B) Discurso indireto: o narrador, usando suas pró-
sentido, e isto cabe ao autor do texto e à atenção que o prias palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Te-
mesmo der ao contexto da construção de seu discurso. É mos então uma mistura de vozes, pois as falas dos per-
a relação básica para a existência da comunicação verbal: sonagens passam pela elaboração da fala do narrador.
emissão – recepção – compreensão.
As práticas discursivas geram também outros âmbitos  Terceira pessoa - ele(s), ela(s) – O narrador só usa
de análise do discurso, como o Universo de Concorrên- sua própria voz, o que foi dito pela personagem
cias, que consiste na competição entre vários emissores passa pela elaboração do narrador. Não há uma
para atingir um mesmo público-alvo. A partir disto, os pontuação específica que marque o discurso in-
emissores precisam inteirar-se do contexto da vida do direto: A menina disse em tom zangado, que não
seu receptor, para que deste modo possam interpelá-lo gostava daquilo.
segundo sua própria ideologia, fazendo com que sua
mensagem seja recebida e assimilada pelo receptor sem C) Discurso indireto livre: É um discurso no qual há
LÍNGUA PORTUGUESA

que o mesmo perceba que está sendo alvo de uma ten- uma maior liberdade, o narrador insere a fala do perso-
tativa de convencimento, por assim dizer. nagem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do dis-
Dentro da análise do Discurso há também o discurso curso direto. É necessário que se tenha atenção para não
estético, feito por meio de imagens, e que interpelam o confundir a fala do narrador com a fala do personagem,
indivíduo através de sua sensibilidade, que está ligada ao pois esta surge de repente em meio à fala do narrador: A
seu contexto também. A sensibilidade de um indivíduo menina perambulava pela sala irritada e zangada. Eu não
se define a partir do que, ao longo de sua vida, torna-se gosto disso! E parecia que ninguém a ouvia.
importante e desperta-lhe sentimentos. Com isto, pode-

91
1.2. Níveis de Linguagem Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
A língua é um código de que se serve o homem para norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
funcionais: por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
A) a língua funcional de modalidade culta, lín- seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções
gua culta ou língua-padrão, que compreende a língua se alteram:
literária, tem por base a norma culta, forma linguística Eu não a vi hoje.
utilizada pelo segmento mais culto e influente de uma Ninguém o deixou falar.
sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada pelos Deixe-me ver isso!
veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio Eu te amo, sim, mas não abuses!
e televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
função é a de serem aliados da escola, prestando serviço Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
à sociedade, colaborando na educação;
B) a língua funcional de modalidade popular; lín- Considera-se momento neutro o utilizado nos veí-
gua popular ou língua cotidiana, que apresenta grada- culos de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal,
ções as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão. revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou
transgressões da norma culta na pena ou na boca de
1.3. Norma culta jornalistas, quando no exercício do trabalho, que deve
refletir serviço à causa do ensino.
A norma culta, forma linguística que todo povo ci- O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
vilizado possui, é a que assegura a unidade da língua poética, caracterizado por construções de rara beleza.
nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão im- Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
portante do ponto de vista político--cultural, que é ensi-
de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta
nada nas escolas e difundida nas gramáticas. Sendo mais
o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico
espontânea e criativa, a língua popular afigura-se mais
registro de linguagem definitivamente consagrado pelo
expressiva e dinâmica. Temos, assim, à guisa de exem-
uso, ainda que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
plificação:
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
Estou preocupado. (norma culta)
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir)
Tô preocupado. (língua popular)
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) dispersar e Não vamos dispersar-nos)
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho
Não basta conhecer apenas uma modalidade de de sair daqui bem depressa)
língua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
espontaneidade, expressividade e enorme criatividade, seu posto)
para viver; urge conhecer a língua culta para conviver.
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos
normas da língua culta. impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são
exemplos também de transgressões ou “erros” que se
1.4. O conceito de erro em língua tornaram fatos linguísticos, já que só correm hoje porque
a maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos tem início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou
casos de ortografia. O que normalmente se comete são para se arcaizarem as formas então legítimas impido, des-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pido e desimpido, que hoje nenhuma pessoa bem-escolari-
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele zada tem coragem de usar.
falar”, não comete propriamente erro; na verdade, trans- Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário
gride a norma culta. escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe-
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que
fala, transgride tanto quanto um indivíduo que compare- deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
ce a um banquete trajando xortes ou quanto um banhis- da língua popular para a língua culta”.
ta, numa praia, vestido de fraque e cartola. Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
Releva considerar, assim, o momento do discurso, que uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada
pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a
o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre norma culta.
LÍNGUA PORTUGUESA

amigos, parentes, namorados, etc., portanto, são consi-


deradas perfeitamente normais construções do tipo: 1.5. Língua escrita e língua falada - Nível de lin-
Eu não vi ela hoje. guagem
Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso! A língua escrita, estática, mais elaborada e menos
Eu te amo, sim, mas não abuse! econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua
Não assisti o filme nem vou assisti-lo. falada.

92
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, HORA DE PRATICAR!
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a moda-
lidade mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e 1. (MAPA – AUDITOR FISCAL FEDERAL AGROPE-
natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a transfor- CUÁRIO – MÉDICO VETERINÁRIO – SUPERIOR –
mações e a evoluções. ESAF – 2017) Assinale a opção que apresenta desvio de
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em impor- grafia da palavra.
tância. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar A acupuntura é uma terapia da medicina tradicional chi-
a língua falada com base na língua escrita, considerada nesa que favorece a regularização dos processos fisiológi-
superior. Decorrem daí as correções, as retificações, as cos do corpo, no sentido de promover ou recuperar o estado
emendas, a que os professores sempre estão atentos. natural de saúde e equilíbrio. Pode ser usada preventiva-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- mente (1) para evitar o desenvolvimento de doenças, como
trando as características e as vantagens de uma e outra, terapia curativa no caso de a doença estar instalada ou
sem deixar transparecer nenhum caráter de superiorida- como método paliativo (2) em casos de doenças crônicas
de ou inferioridade, que em verdade inexiste. de difícil tratamento. Tem também uma ação importante
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na na medicina rejenerativa (3) e na reabilitação. O trata-
língua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação mento de acupuntura consiste na introdução de agulhas
de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de filiformes no corpo dos animais. Em geral são deixadas
dialetos, consequência natural do enorme distanciamen- cerca de 15 a 20 minutos. A colocação das agulhas não é
to entre uma modalidade e outra. dolorosa para os animais e é possível observar durante os
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela- tratamentos diferentes reações fisiológicas (4), indicadoras
borada que a língua falada, porque é a modalidade que de que o tratamento está atingindo o efeito terapêutico
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser (5) desejado.
a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tem- Disponível: <http://www.veterinariaholistica.net/acupuntura-fitotera-
po. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será pia-e-homeopatia.html/>. Acesso em 28/11/2017. (Com adaptações)
possível sem a língua escrita, cujas transformações, por
isso mesmo, processam-se lentamente e em número a) (1)
consideravelmente menor, quando cotejada com a mo- b) (2)
dalidade falada. c) (3)
Importante é fazer o educando perceber que o nível d) (4)
da linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo e) (5)
com a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- 2. (TRT – 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁ-
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pro- RIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – MÉDIO – FCC –
núncia e até a entoação variam segundo esse nível. Um 2017) Respeitando-se as normas de redação do Manual
padre não fala com uma criança como se estivesse em da Presidência da República, a frase correta é:
uma missa, assim como uma criança não fala como um
adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, a) Solicito a Vossa Senhoria que verifique a possibilida-
ou um mesmo nível de fala, para colegas e para pedrei- de de implementação de projeto de treinamento de
ros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível pessoal para operar os novos equipamentos gráficos
de fala no recesso do lar e na sala de aula. a serem instalados em seu setor.
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre b) Venho perguntar-lhe, por meio desta, sobre a data em
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o co- que Vossa Excelência pretende nomear vosso repre-
tidiano, a que já fizemos referência. sentante na Comissão Organizadora.
c) Digníssimo Senhor: eu venho por esse comunicado,
informar, que será organizado seminário, sobre o uso
eficiente de recursos hídricos, em data ainda a ser de-
finida.
d) Haja visto que o projeto anexo contribue para o de-
senvolvimento do setor em questão, informamos, por
meio deste Ofício, que será amplamente analisado por
especialistas.
e) Neste momento, conforme solicitação enviada à Vos-
LÍNGUA PORTUGUESA

sa Senhoria anexo, não se deve adotar medidas que


possam com- prometer vossa realização do projeto
mencionado.

93
3. (TRE-MS – ESTÁGIO – JORNALISMO – TRE-MS – 2014) Analise as assertivas abaixo:

I. O ladrão era de menor.


II. Não há regra sem exceção.
III. É mais saudável usar menas roupa no calor.
IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante.
V. Entre eu e você não existe mais nada.

A opção que apresenta vícios de linguagem é:

a) I e III.
b) I, II e IV.
c) II e IV.
d) I, III, IV e V.
e) III, IV e V.

4. (TRE-MS – ESTÁGIO – JORNALISMO – TRE-MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em
que todas as palavras estão corretas:

a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.


b) supracitado – semi-novo – telesserviço.
c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
d) contrarregra – autopista – semi-aberto.
e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

5. (TRE-MS – ESTÁGIO – JORNALISMO – TRE-MS – 2014) O uso correto do porquê está na opção:

a) Por quê o homem destrói a natureza?


b) Ela chorou por que a humilharam.
c) Você continua implicando comigo porque sou pobre?
d) Ninguém sabe o por quê daquele gesto.
e) Ela me fez isso, porquê?

6. (TJ-PA – MÉDICO PSIQUIATRA – SUPERIOR – VUNESP – 2014)

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa, considerando que o termo que preenche a terceira lacuna é empregado para indicar que um evento está
prestes a acontecer

a) anúncio ... A ... Iminente.


b) anuncio ... À ... Iminente.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) anúncio ... À ... Iminente.


d) anúncio ... A ... Eminente.
e) anuncio ... À ... Eminente.

7. (CEFET-RJ – REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO – 2014) Observe a grafia das palavras do trecho a seguir.
A macro-história da humanidade mostra que todos encaram os relatos pessoais como uma forma de se manterem vivos.
Desde a idade do domínio do fogo até a era das multicomunicações, os homens tem demonstrado que querem pôr sua
marca no mundo porque se sentem superiores.

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A palavra que NÃO está grafada corretamente é A cauda do vestido da noiva tinha um _________ enorme.
(cumprimento/comprimento)
a) macro-história. Precisamos fazer as compras do mês, pois a _________ está
b) multicomunicações. vazia. (despensa/dispensa).
c) tem.
d) pôr. Completam, correta e respectivamente, as lacunas acima
e) porque. os expostos na alternativa:

8. (LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JÚNIOR – CIÊN- a) mas – cumprimento – despensa.


CIAS CONTÁBEIS – CEGRANRIO – 2014) O grupo b) más – comprimento – despensa.
em que todas as palavras estão grafadas de acordo com c) más – cumprimento – dispensa.
a norma-padrão da Língua Portuguesa é d) mas – comprimento – dispensa.
e) más – comprimento – dispensa.
a) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem
b) pedágio, ultrage, pagem, angina 12. (TRT-2ª REGIÃO-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO -
c) refújio, agiota, rigidez, rabujento ÁREA ADMINISTRATIVA – MÉDIO – FCC – 2014)
d) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste Está redigida com clareza e em consonância com as re-
e) sargeta, jengiva, jiló, lambujem gras da gramática normativa a seguinte frase:

9. (SIMAE – AGENTE ADMINISTRATIVO – ASS- a) Queremos, ou não, ele será designado para dar a palavra
CON-PP – 2014) Assinale a alternativa que apresenta final sobre a polêmica questão, que, diga-se de passa-
apenas palavras escritas de forma incorreta. gem, tem feito muitos exitarem em se pronunciar.
b) Consultaram o juíz acerca da possibilidade de voltar
a) Cremoso, coragem, cafajeste, realizar; atraz na suspensão do jogador, mas ele foi categórico
b) Caixote, encher, análise, poetisa; quanto a impossibilidade de rever sua posição.
c) Traje, tanger, portuguesa, sacerdotisa; c) Vossa Excelência leu o documento que será apresen-
d) Pagem, mujir, vaidozo, enchergar; tado em rede nacional daqui a pouco, pela voz de Sua
Excelência, o Senhor Ministro da Educação?
d) A reportagem sobre fascínoras famosos não foi nada
10. (RECEITA FEDERAL – AUDITOR FISCAL – ESAF positiva para o público jovem que estava presente, de
– 2014) Assinale a opção que corresponde a erro gra- que se desculparam os idealizadores do programa.
matical ou de grafia de palavra inserido na transcrição e) Estudantes e professores são entusiastas de oferecer
do texto. aos jovens ingressantes no curso o compartilhamento
de projetos, com que serão também autores.
A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secre-
taria da Receita Federal é apenas a mais recente denomi- 13. (TRE-MS – ESTÁGIO – JORNALISMO – TRE-
nação da Administração Tributária Brasileira nestes cinco -MS – 2014) A acentuação correta está na alternativa:
séculos de existência. Sua criação tornou-se (2) necessária
para modernizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, a) eu abençôo – eles crêem – ele argúi.
bem como para promover uma maior integração entre o b) platéia – tuiuiu – instrui-los.
Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento ex- c) ponei – geléia – heroico.
pontâneo (3) das obrigações tributárias e a solução dos d) eles têm – ele intervém – ele constrói.
eventuais problemas, bem como o acesso às (4) informa- e) lingüiça – feiúra – idéia.
ções pessoais privativas de interesse de cada cidadão. O
surgimento da Secretaria da Receita Federal representou 14. (EBSERH – HUCAM-UFES – ADVOGADO – AOCP
um significativo avanço na facilitação do cumprimento – 2014) A palavra que está acentuada corretamente é:
das obrigações tributárias, contribuindo para o aumento
da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60. a) Históriar.
(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/ b) Memórial.
historico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.) c) Métodico.
d) Própriedade.
a) (1). e) Artifício.
b) (2).
c) (3). 15. (PRODAM-AM – ASSISTENTE – FUNCAB –
2014 – ADAPTADA) Assinale a opção em que o par de
LÍNGUA PORTUGUESA

d) (4).
e) (5). palavras foi acentuado segundo a mesma regra.

11. (ESTRADA DE FERRO CAMPOS DO JORDÃO- a) saúde-países


-SP – ANALISTA FERROVIÁRIO – OFICINAS – ELÉ- b) Etíope-juízes
TRICA – IDERH – 2014) Leia as orações a seguir: c) olímpicas-automóvel
Minha mãe sempre me aconselha a evitar as _____ compa- d) vocês-público
nhias. (mas/más) e) espetáculo-mensurável

95
16. (ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO – TÉCNICO 22. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁ-
EM CONTABILIDADE – IDECAN – 2014) Os vocábu- RIO – TÉCNICO EM AGRIMENSURA – FUNCAB –
los “cinquentenário” e “império” são acentuados devido 2014) A alternativa que apresenta palavra acentuada por
à mesma justificativa. O mesmo ocorre com o par de pa- regra diferente das demais é:
lavras apresentado em
a) dúvidas.
a) prêmio e órbita. b) muitíssimos.
b) rápida e tráfego c) fábrica.
c) satélite e ministério. d) mínimo.
d) pública e experiência. e) impossível.
e) sexagenário e próximo.
23. (PRODAM-AM – ASSISTENTE DE HARDWARE
17. (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PRE- – FUNCAB – 2014) Assinale a alternativa em que todas
VIDÊNCIA SOCIAL – CEPERJ – 2014) A palavra “con- as palavras foram acentuadas segundo a mesma regra.
teúdo” recebe acentuação pela mesma razão de:
a) indivíduos - atraí(-las) - período
a) juízo b) saíram – veículo - construído
b) espírito c) análise – saudável - diálogo
c) jornalístico d) hotéis – critérios - através
d) mínimo e) econômica – após – propósitos
e) disponíveis
24. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR-PI – CURSO
18. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – ICMBIO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI – 2014) “O
– CESPE – 2014) A mesma regra de acentuação gráfica evento promove a saúde de modo integral.” A regra que
se aplica aos vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”. justifica o acento gráfico no termo destacado é a mesma
que justifica o acento em:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) “remédio”.
19. (PREFEITURA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC b) “cajú”.
– GUARDA MUNICIPAL – FEPESE – 2014 – ADAP- c) “rúbrica”.
TADA) Assinale a alternativa em que todas as palavras d) “fráude”.
são oxítonas. e) “baú”.

a) pé, lá, pasta 25. (TJ-BA – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-


b) mesa, tábua, régua NISTRATIVA – MÉDIO – FGV – 2015)
c) livro, prova, caderno Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no
d) parabéns, até, televisão signo de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito
e) óculos, parâmetros, título à sua vida profissional e projetos de carreira. Os próximos
dias serão ótimos para dar andamento a projetos que co-
20. (ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO – TÉCNICO meçaram há alguns dias ou semanas. Os resultados che-
EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – IDECAN – 2014) garão rapidamente”.
Assinale a alternativa em que a acentuação de todas as
palavras está de acordo com a mesma regra da palavra O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a”
destacada: “Procuradorias comprovam necessidade de com acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua
rendimento satisfatório para renovação do FIES”. vida profissional”. A frase abaixo em que o emprego do
acento grave da crase é corretamente empregado é:
a) após / pó / paletó
b) moído / juízes / caído a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis;
c) história / cárie / tênue b) começaram à chorar assim que leram as previsões;
d) álibi / ínterim / político c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer;
e) êxito / protótipo / ávido d) o leitor estava à procura de seu destino;
e) o astrólogo previa o futuro passo à passo
21. (PREFEITURA DE BRUSQUE-SC – EDUCADOR
SOCIAL – FEPESE – 2014) Assinale a alternativa em 26. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP – FAR-
MACÊUTICO – SUPERIOR – VUNESP – 2017) O si-
LÍNGUA PORTUGUESA

que só palavras paroxítonas estão apresentadas.


nal indicativo de crase está empregado corretamente nas
a) facilitada, minha, canta, palmeiras duas ocorrências na alternativa:
b) maná, papá, sinhá, canção
c) cá, pé, a, exílio a) Muitos indivíduos são propensos à associar, inadverti-
d) terra, pontapé, murmúrio, aves damente, tristeza à depressão.
e) saúde, primogênito, computador, devêssemos b) As pessoas não querem estar à mercê do sofrimento,
por isso almejam à pílula da felicidade.

96
c) À proporção que a tristeza se intensifica e se prolonga, c) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do desconforto,
pode-se, à primeira vista, pensar em depressão. ...
d) À rigor, os especialistas não devem receitar remédios d) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do desconforto,
às pessoas antes da realização de exames acurados. ...
e) Em relação à informação da OMS, conclui-se que exis- e) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do desconforto, ..
tem 121 milhões de pessoas à serem tratadas de de-
pressão. 31. (CONAB – CONTABILIDADE – SUPERIOR – IA-
DES – 2014 – ADAPTADA) Considerando o trecho
27. (TRT – 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁ- “atualizou os dados relativos à produção de grãos no Bra-
RIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – MÉDIO – FCC – sil.” e conforme a norma-padrão, assinale a alternativa
2017) É difícil planejar uma cidade e resistir à tentação correta.
de formular um projeto de sociedade.
O sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso o ver- a) a crase foi empregada indevidamente no trecho.
bo sublinhado acima seja substituído por: b) o autor poderia não ter empregado o sinal indicativo
de crase.
a) não acatar. c) se “produção” estivesse antecedida por essa, o uso do
b) driblar. sinal indicativo de crase continuaria obrigatório.
c) controlar. d) se, no lugar de “relativos”, fosse empregado referen-
d) superar. tes, o uso do sinal indicativo de crase passaria a ser
e) não sucumbir. facultativo.
e) caso o vocábulo minha fosse empregado imediata-
28. (TRT – 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁ- mente antes de “produção”, o uso do sinal indicativo
RIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – MÉDIO – FCC – de crase seria facultativo.
2017) A frase em que há uso adequado do sinal indica-
tivo de crase encontra-se em: 32. (SABESP-SP – ATENDENTE A CLIENTES – MÉ-
DIO – FCC – 2014 – ADAPTADA) No trecho Refiro-me
a) A tendência de recorrer à adaptações aparece com aos livros que foram escritos e publicados, mas estão –
maior força na Hollywood do século 21. talvez para sempre – à espera de serem lidos, o uso do
b) É curioso constatar a rapidez com que o cinema agre- acento de crase obedece à mesma regra seguida em:
gou à máxima.
c) A busca pela segurança leva os estúdios à apostarem a) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como
em histórias já testadas e aprovadas. evitá-la.
d) Tal máxima aplica-se perfeitamente à criação de peças b) Informou à paciente que os remédios haviam surtido
de teatro. efeito.
e) Há uma massa de escritores presos à contratos fixos c) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à no-
em alguns estúdios. vela.
d) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha
29. (PREFEITURA DE MARÍLIA-SP – AUXILIAR DE fórmula.
ESCRITA – MÉDIO – VUNESP – 2017) Assinale a al- e) Comunique às minhas alunas que as provas estão cor-
ternativa em que o sinal indicativo de crase está empre- rigidas.
gado corretamente.
33. (TRT-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – SUPE-
a) A voluntária aconselhou a remetente à esquecer o RIOR – FCC–2014) ... que acompanham as fronteiras
amor de infância. ocidentais chinesas...
b) O carteiro entregou às voluntárias do Clube de Julieta O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
uma nova remessa de cartas. plemento que o da frase acima está em:
c) O médico ofereceu à um dos remetentes apoio psico-
lógico. a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
d) As integrantes do Clube levaram horas respondendo b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da
à diversas cartas. Idade Média.
e) O Clube sugeriu à algumas consulentes que fizessem c) ... viajavam por cordilheiras...
novas amizades. d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.
30. (PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP – TÉCNICO
EM SAÚDE – LABORATÓRIO – MÉDIO – VUNESP – 34. (CASAL-AL – ADMINISTRADOR DE REDE –
LÍNGUA PORTUGUESA

2014) Reescrevendo-se o segmento frasal – ... incitá-los COPEVE – UFAL – 2014) Na afirmação abaixo, de Pa-
a reagir e a enfrentar o desconforto, ... –, de acordo com a dre Vieira,
regência e o acento indicativo da crase, tem-se: “O trigo não picou os espinhos, antes os espinhos o pica-
ram a ele... Cuidais que o sermão vos picou a vós” o subs-
a) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do desconforto, ... tantivo “espinhos” tem, respectivamente, função sintática
b) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do desconforto, de,
...

97
a) objeto direto/objeto direto. 39. (TRT-13ª REGIÃO-PB – TÉCNICO JUDICIÁRIO
b) sujeito/objeto direto. – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – MÉDIO – FCC
c) objeto direto/sujeito. – 2014) Ao mesmo tempo, as elites renunciaram às am-
d) objeto direto/objeto indireto. bições passadas...
e) sujeito/objeto indireto. O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
plemento que o grifado acima está empregado em:
35. (CASAL-AL – ADMINISTRADOR DE REDE –
COPEVE – UFAL – 2014) No texto, “Arranca o esta- a) Faltam-nos precedentes históricos para...
tuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, b) Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro...
informe; e, depois que desbastou o mais grosso, toma o c) Esse novo espectro comprova a novidade de nossa si-
maço e cinzel na mão para começar a formar um homem, tuação...
primeiro membro a membro e depois feição por feição.” d) As redes sociais eram atividades de difícil
VIEIRA, P. A. In Sermão do Espírito Santo. Acervo da Aca- implementação...
demia Brasileira de Letras e) ... como se imitássemos o padrão de conforto...
A oração sublinhada exerce uma função de
40. (CIA DE SERVIÇOS DE URBANIZAÇÃO DE
a) causalidade. GUARAPUAVA-PR – AGENTE DE TRÂNSITO
b) conclusão. – CONSULPLAM – 2014) Quanto à função que de-
c) oposição. sempenha na sintaxe da oração, o trecho em destaque
d) concessão. “Tenho uma dor que passa daqui pra lá e de lá pra cá”
e) finalidade. corresponde a:

36. (EBSERH – HUCAM-UFES – ADVOGADO – SU- a) Oração subordinada adjetiva restritiva.


PERIOR – AOCP – 2014) Em “Se a ‘cura’ fosse cara, b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
apenas uma pequena fração da sociedade teria acesso a c) Adjunto adnominal.
ela.”, a expressão em destaque funciona como: d) Oração subordinada adverbial espacial.

a) objeto direto. 41. (ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO – TÉCNICO


b) adjunto adnominal. EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – IDECAN – 2014)
c) complemento nominal. Acerca das relações sintáticas que ocorrem no interior
d) sujeito paciente. do período a seguir “Policiais de Los Angeles tomam fa-
e) objeto indireto. cas de criminosos, perseguem bêbados na estrada e ter-
minam o dia na delegacia fazendo seu relatório.”, é cor-
37. (EBSERH – HUSM-UFSM-RS – ANALISTA AD- reto afirmar que
MINISTRATIVO – JORNALISMO – SUPERIOR –
AOCP – 2014) a) “o dia” é sujeito do verbo “terminar”.
“Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu fi- b) o sujeito do período, Policiais de Los Angeles, é com-
lho crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde -...” posto.
No período acima, a oração destacada: c) “bêbados” e “criminosos” apresentam-se na função de
sujeito.
a) estabelece uma relação temporal com a oração que d) “facas” possui a mesma função sintática que “bêba-
lhe é subsequente. dos” e “relatório”.
b) estabelece uma relação temporal com a oração que a e) “de criminosos”, “na estrada”, “na delegacia” são ter-
antecede. mos que indicam circunstâncias que caracterizam a
c) estabelece uma relação condicional com a oração que ação verbal.
lhe é subsequente.
d) estabelece uma relação condicional com a oração que 42. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO
a antecede. – MÉDIO – VUNESP – 2015) Leia o texto, para res-
e) estabelece uma relação de finalidade com a oração ponder às questões.
que lhe é subsequente. O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito
38. (PRODAM-AM – ASSISTENTE DE HARDWARE às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o
– FUNCAB – 2014) O termo destacado em: “As pessoas mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta.
estão sempre muito ATAREFADAS.” exerce a seguinte fun- A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos,
ção sintática:
LÍNGUA PORTUGUESA

das classes sociais, dos indivíduos.


Todos os direitos da humanidade foram conquistados
a) objeto direto. pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de
b) objeto indireto. enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham;
c) adjunto adverbial. todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja
d) predicativo. o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição
e) adjunto adnominal. ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa

98
das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto a) em Brasília, Distrito Federal, na região Centro-Oeste;
na outra segura a espada por meio da qual o defende. b) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, região Sul;
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a c) em Pedrinhas, São Luís, Maranhão;
espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, d) em São Paulo, São Paulo, Brasil;
e o verdadeiro estado de direito só pode existir quando e) em Goiânia, região Centro-Oeste, Brasil.
a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade
com que manipula a balança. 44. (TRT – 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁ-
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder RIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – MÉDIO – FCC –
Público, mas de toda a população. A vida do direito nos 2017) Está plenamente adequada a pontuação do se-
oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo guinte período:
de um esforço e de uma luta incessante, como o des-
pendido na produção econômica e espiritual. Qualquer a) A produção cinematográfica como é sabido, sempre
pessoa que se veja na contingência de ter de sustentar bebeu na fonte da literatura, mas o cinema declarou-
seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e -se, independente das outras artes há mais de meio
contribui para a realização da ideia do direito. É verdade século.
que nem todos enfrentam o mesmo desafio. b) Sabe-se que, a produção cinematográfica sempre con-
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranqui- siderou a literatura como fonte de inspiração, mas o
lamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo cinema declarou-se independente das outras artes, há
direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não mais de meio século.
nos compreenderiam, pois só veem nele um estado de c) Há mais de meio século, o cinema declarou-se inde-
paz e de ordem. pendente das outras artes, embora a produção cine-
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito) matográfica tenha sempre considerado a literatura
como fonte de inspiração.
Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi em- d) O cinema declarou-se independente, das outras ar-
pregada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como tes, há mais de meio século; porém, sabe-se, que a
ocorre na passagem – A espada sem a balança é a força produção cinematográfica sempre bebeu na fonte da
bruta, a balança sem a espada, a impotência do direito. literatura.
a) O direito, no sentido objetivo, compreende os princí- e) A literatura, sempre serviu de fonte inspiradora do ci-
pios jurídicos manipulados pelo Estado. nema, mas este, declarou-se independente das outras
b) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca artes há mais de meio século − como é sabido.
chegaria ao fim.
c) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o 45. (CORREIOS – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO
interesse pecuniário. TRABALHO JÚNIOR – MÉDIO – IADES – 2017 –
d) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do ADAPTADA) Quanto às regras de ortografia e de pon-
direito está na ação. tuação vigentes, considere o período “Enquanto lia a car-
e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das ta, as lágrimas rolavam em seu rosto numa mistura de
faces, aos demais, a outra. amor e saudade.” e assinale a alternativa correta.

43. (TJ-BA – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI- a) O uso da vírgula entre as orações é opcional.
NISTRATIVA – MÉDIO – FGV – 2015) b) A redação “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam
em seu rosto por que sentia um misto de amor e sauda-
Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo de.” poderia substituir a original.
desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo c) O uso do hífen seria obrigatório, caso o prefixo re fosse
de enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo prepa- acrescentado ao vocábulo “lia”.
rada pela Nasa (agência espacial norte-americana). O pri- d) Caso a ordem das orações fosse invertida, o uso da
meiro passo para a concretização desse desafio será dado vírgula entre elas poderia ser dispensado.
nesta sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion, e) Assim como o vocábulo “lágrimas”, devem ser acen-
da base da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos tuados graficamente rúbrica, filântropo e lúcida.
Estados Unidos. O lançamento estava previsto original-
mente para esta quinta-feira (4), mas devido a problemas 46. (TRE-MS – ESTÁGIO – JORNALISMO – TRE-
técnicos foi reagendado para as 7h05 (10h05 no horário -MS – 2014) Verifique a pontuação nas frases abaixo e
de Brasília).” marque a assertiva correta:
(Ciência, Internet Explorer).
a) Céus: Que injustiça.
LÍNGUA PORTUGUESA

“com o lançamento da cápsula Orion, da base da agência b) O resultado do placar, não o abateu.
em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.” c) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava
Os termos sublinhados se encarregam da localização do em pleno atendimento.
lançamento da cápsula referida; o critério para essa loca- d) Comam bastantes frutas crianças!
lização também foi seguido no seguinte caso: Os protes- e) Comprei abacate, e mamão maduro.
tos contra as cotas raciais ocorreram:

99
47. (SAAE-SP – FISCAL LEITURISTA – VUNESP – 49. (PREFEITURA DE PAULISTA-PE – RECEPCIO-
2014) NISTA – UPENET – 2014 – ADAPTADA)
“Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de
ideais. Jamais conheci alguém sinceramente cansado de
dinheiro.”
(Millôr Fernandes)

Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO afirmar


que:

a) são facultativas.
b) isolam apostos.
c) separam elementos de mesma função sintática.
d) a terceira é facultativa.
e) separam orações coordenadas assindéticas.

50. (POLÍCIA MILITAR-SP – OFICIAL ADMINIS-


TRATIVO – MÉDIO – VUNESP – 2014) A reescrita
da frase – Como sempre, a resposta depende de como de-
finimos os termos da pergunta. – está correta, quanto à
pontuação, em:

a) A resposta como sempre, depende de, como defini-


mos os termos da pergunta.
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pon- b) A resposta, como sempre, depende de como defini-
tuação está correta em: mos os termos da pergunta.
c) A resposta como, sempre, depende de como defini-
a) Hagar disse, que não iria. mos os termos da pergunta.
b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes d) A resposta, como, sempre depende de como defini-
e lagostas, aos vizinhos. mos os termos da pergunta.
c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para e) A resposta como sempre, depende de como, defini-
Hagar e Helga mos os termos da pergunta.
d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar
à Helga. 51. (EMPLASA-SP – ANALISTA JURÍDICO – DI-
e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos REITO – VUNESP – 2014) Segundo a norma-padrão
Stevensens, para jantar bifes e lagostas. da língua portuguesa, a pontuação está correta em:

48. (PREFEITURA DE PAULISTA-PE – RECEPCIO- a) Como há suspeita, por parte da família de que João
NISTA – UPENET – 2014) Sobre os SINAIS DE PON- Goulart tenha sido assassinado; a Comissão da Ver-
TUAÇÃO, observe os itens abaixo: dade decidiu reabrir a investigação de sua morte, em
maio deste ano, a pedido da viúva e dos filhos.
I. “Calma, gente”. b) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou
II. “Que mundo é este que chorar não é “normal”? o pedido da família do ex-presidente João Goulart e
III. “Sustentabilidade, paradigma de vida” reabriu a investigação da morte deste, visto que, para
IV. “Será que precisa de mais licitações? Haja licitações!” a viúva e para os filhos, Jango pode ter sido assassi-
V. “E, de repente, aquela rua se tornou um grande lago...” nado.
c) A investigação da morte de João Goulart, foi reaberta,
Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA. em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para
apuração da causa da morte do ex-presidente uma
a) No item I, a vírgula isola um aposto. vez que, para a família, Jango pode ter sido assassi-
b) No item II, a interrogação indica uma mensagem in- nado.
terrompida. d) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João
c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o seu Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de
antecedente. sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é
d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a interrogação
LÍNGUA PORTUGUESA

descartada, pela viúva e filhos.


e a exclamação, indicam surpresa. e) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Gou-
e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas, ape- lart, suspeitando que ele possa ter sido assassinado
nas, por um ponto e vírgula após o termo “repente”. pediram a reabertura da investigação de sua morte,
à Comissão da Verdade, esta, atendeu o pedido em
maio deste ano.

100
52. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO Há uma boa razão que explica por que todos adoram um
TRABALHO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) A cor- espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade é
reção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo tem-
cervejas e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” po, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após 20 minutos.
a palavra “vinhos”. Retemos mais informações quando nos sentamos em um
local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e de-
( ) CERTO ( ) ERRADO sign de interiores.
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem
53. (PREFEITURA DE ARCOVERDE-PE – ADMINIS- ser ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.
TRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS – uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
2014) Leia o texto a seguir:
“Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessi- Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando nos
dade”. O uso da vírgula justifica-se porque: sentamos em um local fixo... (último parágrafo) – com o termo
Talvez, indicando condição, a sequência que apresenta corre-
a) estabelece a relação entre uma coordenada assindéti- lação dos verbos destacados de acordo com a norma-padrão
ca e uma conclusiva. será:
b) separar a oração coordenada “não é um luxo” da ad-
versativa “mas uma necessidade”, em que o verbo está a) reteríamos ... sentarmos
subentendido. b) retínhamos ... sentássemos
c) liga a oração principal “Pagar” à coordenada “não é um c) reteremos ... sentávamos
luxo, mas uma necessidade”. d) retivemos ... sentaríamos
d) indica que dois termos da mesma função estão ligados e) retivéssemos ... sentássemos
por uma conjunção aditiva.
e) isola o aposto na segunda oração. 55. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
MÉDIO – VUNESP – 2017) Leia o texto para responder
54. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – às questões.
MÉDIO – VUNESP – 2017) O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executi- anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomarmos
vos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu “Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômica. To-
sua equipe para um chamado escritório aberto, sem pa- mando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, como
redes e divisórias. um exemplo de alívio, promessa de alegria em meio à vida
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele dura da cidade, a frase passa a ser de um triste realismo:
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem o problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e
e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo fi- nunca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Es-
cou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. tado, o Jardim da Luz são uns raros respiros perdidos entre
Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove o mar de asfalto, a floresta de lajes batidas e os Corcovados
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio de concreto armado.
chefe. O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um metros quadrados de chão. É o que vemos nas avenidas
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio es- abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem
paço, com portas e tudo. um pedacinho do cinza e surgem revoadas de patinado-
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório res, maracatus, big bands, corredores evangélicos, góticos
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Uni- satanistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango, barra-
dos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram quinhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas. Tenho estado atento às agruras e oportunidades da cidade
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até porque, depois de cinco anos vivendo na Granja Viana, vim
15% da produtividade, desenvolver problemas graves morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da tarde, eu cor-
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar ria em volta de um lago, desviando de patos e assustando
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que jacus. Agora, aos domingos, corro pela Paulista ou Minhocão
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de e, durante a semana, venho testando diferentes percursos.
organização. Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas encos-
LÍNGUA PORTUGUESA

já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir tas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer, des-
falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita cobri um insuspeito parque noturno com bastante gente,
gente concorda – simplesmente não aguentam o escri- quase nenhum carro e propício a todo tipo de atividades: o
tório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é estacionamento do estádio do Pacaembu.
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. (Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toa-
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em lha. Prefere estendê-la e deitar em cima.” Disponível
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas>. Acesso em:
de Nagele e voltando aos espaços privados. 13.04.2017. Adaptado)

101
Assinale a alternativa que dá nova redação à passagem 25 C
– O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois 26 C
metros quadrados de chão. – atendendo à norma-padrão 27 E
de concordância.
28 D
a) Cem por cento dos paulistanos não joga a toalha – 29 B
acha preferível estendê-la para que se deite sobre elas, 30 A
caso seja dado a eles dois metros quadrados de chão.
b) Os paulistanos não jogam a toalha – acham preferíveis 31 E
estendê-la e se deitar em cima, caso lhes deem dois 32 D
metros quadrados de chão.
c) Mais de um paulistano não são de jogar a toalha – 33 E
acham preferíveis estendê-la e se deitarem em cima, 34 C
caso se dê a eles dois metros de chão. 35 E
d) Para os paulistanos, não se joga a toalha – é preferível
que seja estendida, para que possam deitar-se sobre 36 C
ela, caso lhes sejam dados dois metros quadrados de 37 A
chão.
e) A maior parte dos paulistanos, contudo, não são de jo- 38 D
garem a toalha – acha preferível elas serem estendidas 39 A
e deitar-se em cima, caso lhe seja dado dois metros
40 A
de chão.
41 D
42 E
GABARITO 43 A
44 C
1 C 45 D
2 A 46 C
3 D 47 E
4 A 48 C
5 C 49 C
6 A 50 B
7 C 51 B
8 D 52 CERTO
9 D 53 C
10 C 54 E
11 B 55 D
12 C
13 D
14 E
15 A
16 B
17 A
18 CERTO
19 D
LÍNGUA PORTUGUESA

20 C
21 A
22 E
23 E
24 E

102
ÍNDICE

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Operações, propriedades e aplicações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação).............................. 01


Princípios de contagem e probabilidade. Arranjos e permutações. Combinações................................................................................. 01
Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e reais) e operações com conjuntos................................................... 07
Razões e proporções (grandezas diretamente proporcionais, grandezas inversamente proporcionais, porcentagem, regras
de três simples e compostas)....................................................................................................................................................................................... 29
Equações e inequações .................................................................................................................................................................................................. 37
Sistemas de medidas. Volumes ................................................................................................................................................................................... 44
Compreensão de estruturas lógicas........................................................................................................................................................................... 48
Lógica de argumentação (analogias, inferências, deduções e conclusões)................................................................................................ 58
Diagramas lógicos............................................................................................................................................................................................................. 59
Noções de Matemática Financeira. Juros simples e compostos. Capitalização e descontos. Taxas de juros: nominal,
efetiva, equivalente, proporcional, real e aparente. Rendas uniformes e variáveis. Planos de amortização de empréstimos
e financiamentos. Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento.
Inflação, variação cambial e taxa de juros................................................................................................................................................................ 61
2. Fatorial
OPERAÇÕES, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
(SOMA, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, Antes de definirmos casos particulares de contagem,
DIVISÃO, POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO) iremos definir uma operação matemática que será uti-
lizada nas próximas seções, o fatorial. Define-se o sinal
de fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja “ ! “. As-
“Prezado Candidato, o tópico acima será abordado sim, quando encontrarmos 2! Significa que estaremos
na íntegra em: Conjuntos numéricos (números na- calculando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição
turais, inteiros, racionais e reais) e operações com de fatorial está apresentada a seguir:
conjuntos”
n! = n ∙ n − 1 ∙ n − 2 ∙ n − 3 … 3 ∙ 2 ∙ 1

PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado


PROBABILIDADE. ARRANJOS E pelo produto deste número e seus antecessores, até se
PERMUTAÇÕES. COMBINAÇÕES chegar no número 1. Vejam os exemplos abaixo:
3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6
CONTAGEM E ANÁLISE COMBINATÓRIA 5! = 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120
1. Princípio fundamental da Contagem
Assim, basta ir multiplicando os números até se che-
O princípio fundamental da contagem permite quan- gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam
tificar situações ou casos de uma determinada situação muito rápido, veja quanto é 10!:
ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti- 10! = 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 3628800
ca de “contar” a quantidade de “coisas”.
A base deste princípio se dá pela separação de ca-
sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul- Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar-
tiplicação de todos estes números é feita para achar a mos com valores tão altos, as operações com fatoriais
quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir são normalmente feitas por último, procurando fazer o
irá ilustrar isso. maior número de simplificações possíveis. Observe este
Exemplo: João foi almoçar em um restaurante no cen- exemplo:
tro da cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 10!
3 tipos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes Calcule 7!
e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distin-
tas ele pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10!
cada alimento? separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria
Resolução: O princípio da contagem depende forte- muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro.
mente de uma organização do problema. A sugestão é Pela definição de fatorial, temos o seguinte:
sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a
quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis- 10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer 7!
=
7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
4 traços:
Observe que o denominador pode ser inteiramente
cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa
é uma particularidade interessante e facilitará demais a
Agora, preencheremos a quantidade de possibilida- simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um pro-
des de cada caso: duto de 3 termos:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
= = 10 ∙ 9 ∙ 8 = 720
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1

Essa operação é muito mais fácil que calcular os fa-


Finalmente, multiplicamos os números: toriais desde o começo!
Agora que sabemos o que é fatorial e como simpli-
ficá-lo, podemos passar para os casos particulares de
contagem: Permutações, Combinações e Arranjos.

Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se


montar um prato.

1
3. Permutações

As permutações são definidas como situações onde


o número de elementos é igual ao número de posições
que podemos colocá-los. Considere o exemplo onde te-
mos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber
de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es- Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que acon-
sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de tece quando montarmos um anagrama qualquer da palavra:
P as pessoas e C as cadeiras:

Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas


posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da
Em problemas onde o número de elementos é igual permutação da seguinte forma:
ao número de posições, teremos uma permutação. A fór-
mula da permutação, considerando que não há repetição
n!
Pna =
de elementos é a seguinte: a!
Pn = n! Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos
com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7
Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições, letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
basta eu calcular o fatorial de 5:
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
P5 = 5! = 120 P73 = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 = 840
3! 3∙2∙1

Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei- Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas possíveis.
ras diferentes na fileira de cadeiras. Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
Observe que a fórmula da permutação é utilizada é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
como não há repetição de elementos, mas e quando plo, calcule os anagramas da palavra TALITA:
ocorre repetição? Neste caso, a fórmula da permutação
terá uma complementação, para desconsiderar casos re-
petidos que serão contados 2 ou mais vezes se utilizar-
mos a fórmula diretamente.
O exemplo mais comum destes casos é o que cha-
mamos de Anagrama. Os anagramas são permutações
das letras de uma palavra, formando novas palavras, sem
a necessidade de terem sentido ou não. Usando primei- Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”
ramente um exemplo sem repetição, conte quantos ana- também repete duas vezes. Na fórmula da permutação
gramas podemos formar com o nome BRUNO. com repetição, faremos duas divisões:

Montando a esquematização:
n!
Pna,b =
a! b!

Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,


a correção é feita, dividindo pelas repetições de cada um.
Como ambos repetem duas vezes:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas 6! 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 360


P62,2 = = = = = 180
correspondentes e neste caso, é um problema de permu- 2! 2! 2∙1 ∙ 2∙1 2∙1 2
tação sem repetição:
Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.
P5 = 5! = 120
4. Combinações
Logo, podemos formar 120 anagramas com a palavra
BRUNO. Agora, vamos olhar a palavra MARIANA. Ela pos- As combinações e os arranjos, que serão apresenta-
sui 7 letras, logo teremos 7 posições: dos a seguir, possuem uma característica diferente da
permutação. A diferença está no fato do número de po-

2
sições ser MENOR que o número de elementos, ou seja, quando os elementos forem agrupados, sobrarão alguns. Veja
este exemplo: De quantas maneiras podemos formar uma comissão de 3 membros, dentro os 7 funcionários de uma
empresa?

Resolução: Este exemplo mostrará também como diferenciar combinação de arranjo. Logo de início, podemos ver
que não se trata de um problema de permutação, pois temos 3 posições para 7 elementos. Para diferenciar combinação
e arranjo, temos que verificar se a ordem de escolha dos elementos importa ou não. Neste caso, a ordem não importa,
pois estamos escolhendo 3 pessoas e não importa a ordem que escolhemos elas pois a comissão será a mesma. Ob-
serve a esquematização:

As pessoas foram chamadas pelas letras de A até G. Vamos supor que escolheremos as pessoas A,D e G mas em
ordens diferentes:

É importante notar que as comissões ADG e GAD não possuem diferenças, já que as casas C1,C2 e C3 não possuem
nenhuma particularidade descrita no enunciado. Assim, trata-se de um problema de combinação. A fórmula da combi-
nação depende do número de elementos “n” e o número de posições “p”:

n!
Cn,p =
p! (n − p)!

No exemplo, temos 7 elementos e 3 posições, assim:

n! 7! 7! 7∙6∙5∙4∙3∙2∙1 7∙6∙5
Cn,p = = = = = = 7 ∙ 5 = 35
p! (n − p)! 4! 7 − 4 ! 4! .3! 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 3 ∙ 2 ∙ 1

Ou seja, podemos formar 35 comissões distintas.


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

5. Arranjos

Os arranjos seguem a mesma linha da combinação, onde o número de elementos deve ser maior que o número de
posições possíveis, mas com a diferença que a ordem de escolha dos elementos deve ser considerada. Vamos utilizar o
mesmo exemplo descrito na combinação, mas com algumas diferenças:
De quantas maneiras podemos formar uma comissão de 3 membros, composta por um presidente, um vice-presi-
dente e um secretário, dentro os 7 funcionários de uma empresa?
Observe que agora o enunciado classifica explicitamente as posições, e podemos montar o esquema da seguinte
forma:

3
Resposta: Letra B.Deve-se contar todos os números
anteriores a ele. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4! =
24 números; iniciando com 2 _ _ _ _ temos outros 24
números, assim como iniciando com 3_ _ _ _. Depois
temos os números iniciados com “71_ _ _” que são 6
(3!), assim como os iniciados em “72_ _ _” e “73_ _
_”. Depois aparece o iniciado com “781_ _” que são 2
números, assim como o “782 _ _”. O próximo já será o
78312. Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94. Logo,
As posições agora foram classificadas de acordo com ele será o 95ª número.
a posição que foi pedida no enunciado. Vamos observar
agora o que acontece quando selecionando novamente 2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos
as pessoas A,D e G: escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?

Resposta: Esse exercício pode ser feito tanto com a


fórmula, quanto usando a princípio fundamental da
contagem.
1ª maneira: usando o princípio fundamental da con-
tagem.
Como o exercício indica que não ocorrerá repetição
nos algarismos que irão compor a senha, então tere-
mos a seguinte situação:
• 9 opções para o algarismo das unidades;
• 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já
utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode repetir;
• 7 opções para o algarismo das centenas, pois já utili-
zamos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
• 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que
Neste caso, as duas comissões são diferentes, pois em uma
tirar os que já usamos anteriormente.
a pessoa A é presidente e na outra ela é vice-presidente. Como
Assim, o número de senhas será dado por:
a ordem importa, temos um problema de arranjo. A fórmula
de arranjo é mais simples que a fórmula de combinação: 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 = 3 024 senhas

n! 2ª maneira: usando a fórmula


An,p = Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber
(n − p)!
que a ordem dos algarismos é importante. Por exem-
plo 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fór-
Tomando n=7 e p = 3 novamente: mula de arranjo.
Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4
An,p =
n!
=
7! 7! 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
= = = 7 ∙ 6 ∙ 5 = 210 a 4. Desta maneira, o cálculo será:
(n − p)! 7 − 3 ! 4! 4∙3∙2∙1
9! 9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
A9,4 = = = = 3024 senhas
Ou seja, é possível formar 210 comissões neste caso. 9 − 4 ! 5! 5!
Veja que o número é maior que o número da combina-
ção. A razão é que comissões que antes eram repetidas BINÔMIO DE NEWTON
na combinação, deixaram de ser no arranjo.
1.Definição

Denomina-se Binômio de Newton, a todo binômio da


EXERCÍCIOS COMENTADOS forma , sendo n um número natural.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Ex: 3x − 2y , onde a = 3x, b = −2y e n = 4


4
1. (IF-BA – PROFESSOR – AOCP – 2016) Na sequência
crescente de todos os números obtidos, permutando-se
os algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 Primeiramente, vamos desenvolver alguns binômios,
é a : variando o seu grau (exponente):
0
a) 94ª a + b 1
= 1
b) 95ª a + b
2
= a+b
2 2
c) 96ª a + b = a + 2ab2 + b 2 3

d) 97ª a + 3a3 b + 3a2b 2 + b 3


3
3
a + b = 4

e) 98ª a + 4a4 b + 6a b3 2+ 4ab + b


4 4
a + b =
a + 5a b + 10a b + 10a b + 5ab + b
5 5 2 3 4 5
a + b =

4
Observe que, conforme o grau do binômio é aumen- Sexto termo:
tado, a quantidade de termos aumenta, mas que certo
padrão é seguido. Observando os coeficientes dos ter- 5
1 5 10 10 5 1
mos desenvolvidos, temos o seguinte padrão: a + b

a + b
6
1 6 15 20 15 5+1=6 1
a + b
0
1
Assim, seguindo o padrão de soma, consegue-se
1
1 1
a + b construir qualquer linha do triângulo. Expandindo até o
2
1 2 1 expoente 10, temos que:
a + b

a + b
3
1 3 3 1

a + b
4
1 4 6 4 1

a + b
5
1 5 10 10 5 1

Esse padrão é conhecido como Triângulo de Pascal e


pode ser expandido da seguinte forma: Os termos das
pontas (primeiro e último) serão sempre iguais a 1 e os
termos interiores serão sempre a soma dos dois termos
correspondentes da linha anterior. Vamos desenvolver os
coeficientes dos termos para , lembrando que ele terá 1
termo a mais: Obviamente, se tivermos um expoente alto, gasta-
ríamos muito tempo para montar todo o triângulo. Para
resolver este problema, os conceitos de fatorial são bem
a + b
5
1 5 10 10 5 1 úteis. Relembrando a fórmula da combinação:
a + b
6
1 1 n
Cn,p = p =
n!
p! n − p !

Com o primeiro e último termos iguais a 1, vamos agora Temos que o triângulo de Pascal pode ser reescrito da
efetuar as somas para encontrar os termos seguintes: seguinte forma:

a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 1+5=6 1

Analogamente:

Terceiro termo:

a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 6 5+10=15 1

Quarto termo:

1 5 10 10 5 1 Ou seja, dado o expoente, você tem o valor de “n”. O


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

5
a + b
valor de “p” será em função de qual termo você deseja
a + b
6
1 6 15 5+10=15 1 obter o coeficiente.
Observe que se desejar o 5° termo de um binômio
Quinto termo: desenvolvido, você terá p = 4, ou seja, não possui a mes-
ma correspondência direta que temos em cada linha com
o valor de n.
a + b
5
1 5 10 10 5 1
2.Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton
a + b
6
1 6 15 20 5+10=15 1
Agora que sabemos como obter cada coeficiente, fal-
ta responder se há algum padrão para os expoentes de
“a” e “b” quando o binômio é desenvolvido.

5
Um termo genérico T do desenvolvimento de PROBABILIDADE
p +1
a + b , sendo um número natural, é dado por:
n

1. Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento


n –
n p p
Tp = ∙ a ∙ b Em uma tentativa com um número limitado de re-
+1 p sultados, todos com chances iguais, devemos considerar
três definições fundamentais:
Essa expressão pode obter qualquer termo de qual- Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos re-
quer expoente de um determinado binômio. Basta apli- sultados possíveis.
carmos adequadamente a fórmula, usando os valores de Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos re-
“n” e “p”, além de identificarmos quem são os termos “a” sultados possíveis; será representado por S e o número
e “b”. de elementos do espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do es-
Ex: 4° termo de a + b
5
paço amostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A).
Aplicando a fórmula, temos então que Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,
p + 1 = 4 → p = 3 e n=5: portanto são eventos.
Ø = evento impossível.
S = evento certo.
5 −
5 3 3 5!
T4 = ∙ a ∙ b = a2 b3 = 10a2 b3
3 3! 5 − 3 ! 2. Conceito de Probabilidade

Se você observar os exemplos anteriores, verá que As probabilidades têm a função de mostrar a chance
este é exatamente o valor do termo do desenvolvimento. de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A),
de um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente en-
tre o número de elementos A e o número de elemento S.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Representando:
9
n(A)
1. Determine o 7º termo do binômio 2x + 1 . P A =
N(S)

Resposta: 672x . Desenvolvendo o termo geral para


3

a = 2x, b = 1, n = 9 e p + 1 = 7 → p = 6 , chega-se ao Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1


resultado. a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
a) um espaço amostral, que seria o conjunto S
2. Qual o termo médio do desenvolvimento de 2x + 3y
8
{1,2,3,4,5,6}..
? b) um evento número par, que seria o conjunto A1 =
{2,4,6} C S.
4 4
Resposta: 90720x y . Desenvolve-se o termo geral c) o número de elementos do evento número par é
para a = 2x, b = 3y, n = 8 . Além disso, para n=8, o n(A1) = 3.
binômio desenvolvido terá 9 termos, portanto o termo d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
do meio será o quinto termo, logo e p + 1 = 5 → p = 4. n(A1 ) 3 1
P A = = =
N(S) 6 2
3. Desenvolvendo o binômio 2x − 3y , obtemos um
3n

polinômio de 16 termos. Qual o valor de n?


3. Propriedades de um Espaço Amostral Finito e
Resposta: 5 Se o binômio desenvolvido possui 16 ter- Não Vazio
mos, seu grau será um dígito anterior a esse número,
ou seja 15. Assim, 3n=15. a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a
zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

4. Determine o termo independente de x no desenvolvi- a 1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1


b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤
6
1
mento de x + x ..
P(A) ≤ 1.
Resposta: 20. Problema clássico de binômio de Newton, c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A)
o termo independente será aquele onde os expoentes de = 1 - P(A)
e são iguais, pois neste caso o x se cancela, restando ape-
nas números. Para resolver, basta igualar os expoentes de 4. Demonstração das Propriedades
“a” e “b” do termo geral: n-p=p→n=2p. . Resolvendo para
1
a=x, b = x e n=6, temos p=3→p+1=4, ou seja, o termo Considerando S como um espaço finito e não vazio,
independente é o quarto termo do desenvolvimento. temos:

6
CONJUNTOS NUMÉRICOS (NÚMEROS
NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS E REAIS)
E OPERAÇÕES COM CONJUNTOS

TEORIA DOS CONJUNTOS

1. Representação
A∪�
A=S
� � =∅
A∩A
- Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1,
2, 3, 4, 5}
- Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando es-
ses elementos temos:
B={3,4,5,6,7}
- por meio de diagrama:
5. União de Eventos

Considere A e B como dois eventos de um espaço


amostral S, finito e não vazio, temos:

n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔ Quando um conjunto não possuir elementos chama-


res de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.
n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B)
↔ = + − 2. Igualdade
n(S) n(S) n(S) n(S)
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem
Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B) exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:

6. Eventos Mutuamente Exclusivos

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisa-


mos saber apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão de-
nominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B 3. Relação de Pertinência
= 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos
A , A , A , … , A de S forem, de dois em dois, sempre mutua- Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação
mente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
1 2 3 n

que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)


Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An ) 0∈A


2∉A
7. Eventos Exaustivos
4. Relações de Inclusão
Quando os eventos A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de
dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão deno- Relacionam um conjunto com outro conjunto.
minados exaustivos se: Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido),
⊃(contém), (não contém)
A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Exemplo:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}

7
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}

Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina,


boca aberta para o maior conjunto

5. Subconjunto

O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento B-A = {x : x∈B e x∉A}.


de A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

6. Operações

6.1. União

Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um tercei-


ro formado pelos elementos que pertencem pelo menos Exemplo:
um dos conjuntos a que chamamos conjunto união e re- A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
presentamos por: A∪B.
Então os elementos de A – B serão os elementos do
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B} conjunto A menos os elementos que pertencerem ao
conjunto B.
Exemplo: Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6} 6.3. Complementar

O complementar do conjunto A( ) é o conjunto

formado pelos elementos do conjunto universo que não


pertencem a A.

6.2. Interseção

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto forma-


do pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de
B, e é representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x B}

7. Fórmulas da união

n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao in-


vés de fazer todo o digrama, se colocarmos nessa fórmu-
Exemplo: la, o resultado é mais rápido, o que na prova de concurso
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} é interessante devido ao tempo.


A∩B={d,e} Mas, faremos exercícios dos dois modos para você
entender melhor e perceber que, dependendo do exercí-
Diferença Uma outra operação entre conjuntos é a cio é melhor fazer de uma forma ou outra.
diferença, que a cada par A, B de conjuntos faz corres-
ponder o conjunto definido por:
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o
complementar de B em relação a A.
A este conjunto pertencem os elementos de A que
não pertencem a B.
A\B = {x : x∈A e x∉B}.

8
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO –


FCC – 2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos,
22 são barbados e 16 são carecas. Homens altos e bar-
bados que não são carecas são seis. Todos homens al-
tos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
existem 5 homens que são altos e não são barbados nem
carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são barba-
dos e não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5
homens que são carecas e não são altos e nem barbados.
Dentre todos esses homens, o número de barbados que
não são altos, mas são carecas é igual a

a) 4.
b) 7. Sabemos que 18 são altos
c) 13.
d) 5.
e) 8.

Resposta: Letra A. Primeiro, quando temos 3 diagra-


mas, sempre começamos pela interseção dos 3, de-
pois interseção a cada 2 e por fim, cada um

Quando somarmos 5+x+6=18


X=18-11=7
Carecas são 16

Se todo homem careca é barbado, não teremos ape-


nas homens carecas e altos.
Homens altos e barbados são 6 RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e
não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 ho- Então o número de barbados que não são altos, mas
mens que são carecas e não são altos e nem barbados são carecas são 4.

9
Sabendo como se constrói os números naturais, pode-
mos agora definir algumas relações importantes entre eles:
EXERCÍCIO COMENTADO
a) Todo número natural dado tem um sucessor (nú-
1. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE mero que está imediatamente à frente do número
2016) Uma população de 1.000 pessoas acima de 60 dado na seqüência numérica). Seja m um número
anos de idade foi dividida nos seguintes dois grupos: natural qualquer, temos que seu sucessor será sem-
A: aqueles que já sofreram infarto (totalizando 400 pes- pre definido como m+1. Para ficar claro, seguem
soas); e alguns exemplos:
B: aqueles que nunca sofreram infarto (totalizando 600 Ex: O sucessor de 0 é 1.
pessoas). Ex: O sucessor de 1 é 2.
Cada uma das 400 pessoas do grupo A é ou diabética ou Ex: O sucessor de 19 é 20.
fumante ou ambos (diabética e fumante).
A população do grupo B é constituída por três conjun- b) Se um número natural é sucessor de outro, então os
tos de indivíduos: fumantes, ex-fumantes e pessoas que dois números que estão imediatamente ao lado do
nunca fumaram (não fumantes). outro são considerados como consecutivos. Vejam
Com base nessas informações, julgue o item subsecutivo. os exemplos:
Se, das pessoas do grupo A, 280 são fumantes e 195 são Ex: 1 e 2 são números consecutivos.
diabéticas, então 120 pessoas desse grupo são diabéticas Ex: 5 e 6 são números consecutivos.
e não são fumantes. Ex: 50 e 51 são números consecutivos.

( ) CERTO ( ) ERRADO c) Vários números formam uma coleção de números


naturais consecutivos se o segundo for sucessor
Resposta: Certo. do primeiro, o terceiro for sucessor do segundo, o
quarto for sucessor do terceiro e assim sucessiva-
mente. Observe os exemplos a seguir:
Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.

d) Analogamente a definição de sucessor, podemos


definir o número que vem imediatamente antes ao
número analisado. Este número será definido como
antecessor. Seja m um número natural qualquer, te-
mos que seu antecessor será sempre definido como
m-1. Para ficar claro, seguem alguns exemplos:
Ex: O antecessor de 2 é 1.
Ex: O antecessor de 56 é 55.
280-x+x+195-x=400 Ex: O antecessor de 10 é 9.
x=75
Diabéticos: 195-75=120
FIQUE ATENTO!
Referências O único número natural que não possui
YOUSSEF, Antonio Nicolau (et al.). Matemática: ensino antecessor é o 0 (zero) !
médio, volume único. – São Paulo: Scipione, 2005.
CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado, volume
1, 2010 1.1. Operações com Números Naturais

Números Naturais e suas operações fundamentais Agora que conhecemos os números naturais e temos
um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das
1. Definição de Números Naturais operações matemáticas que podemos fazer com eles.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das


Os números naturais como o próprio nome diz, são quatro operações fundamentais da matemática: Adição,
os números que naturalmente aprendemos, quando es- Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos
tamos iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida, estudos com elas:
não estamos preocupados com o sinal de um número,
mas sim em encontrar um sistema de contagem para Adição: A primeira operação fundamental da Aritmé-
quantificarmos as coisas. Assim, os números naturais são tica tem por finalidade reunir em um só número, todas as
sempre positivos e começando por zero e acrescentando unidades de dois ou mais números. Antes de surgir os al-
sempre uma unidade, obtemos os seguintes elementos: garismos indo-arábicos, as adições podiam ser realizadas
por meio de tábuas de calcular, com o auxílio de pedras ou
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … . por meio de ábacos. Esse método é o mais simples para
se aprender o conceito de adição, veja a figura a seguir:

10
Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reunião das
pedras é definida como adição. Simbolicamente, a adição é representada pelo símbolo “+” e assim a historinha fica da
seguinte forma:
3 2 5
+ =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

Como toda operação matemática, a adição possui algumas propriedades, que serão apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é fechada, pois a soma de dois números naturais será
sempre um número natural.

b) Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é associativa, pois na adição de três ou mais parcelas
de números naturais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja, com três números
naturais, somando o primeiro com o segundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, obteremos um re-
sultado que é igual à soma do primeiro com a soma do segundo e o terceiro. Apresentando isso sob a forma de
números, sejam A,B e C, três números naturais, temos que:
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶)

c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se pela existência de número que ao participar da operação de
adição, não altera o resultado final. Este número será o 0 (zero). Seja A, um número natural qualquer, temos que:
𝐴+0 = 𝐴
d) Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a
soma, ou seja, somando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo resultado que se somando
a segunda parcela com a primeira parcela. Sejam dois números naturais A e B, temos que:

𝐴+𝐵 =𝐵 +𝐴
Subtração: É a operação contrária da adição. Ao invés de reunirmos as unidades de dois números naturais, vamos
retirar uma quantidade de um número. Voltando novamente ao exemplo das pedras:

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das pedras é
definida como subtração. Simbolicamente, a subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a historinha fica da se-
guinte forma:
5 3 2
− =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

A subtração de números naturais também possui suas propriedades, definidas a seguir:

a) Não fechada: A subtração de números naturais não é fechada, pois há um caso onde a subtração de dois núme-
ros naturais não resulta em um número natural. Sejam dois números naturais A,B onde A < B, temos que:

11
A−B< 0
Como os números naturais são positivos, A-B não é um número natural, portanto a subtração não é fechada.

b) Não Associativa: A subtração de números naturais também não é associativa, uma vez que a ordem de resolução é
importante, devemos sempre subtrair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, o resultado não será um número
natural.
c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a propriedade irá funcionar se o zero for o termo a ser subtraído
do número. Se a operação for inversa, o elemento neutro não vale para os números naturais:
d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a subtração de números naturais não ser associativa. Como a
ordem de resolução importa, não podemos trocar os números de posição

Multiplicação: É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro número denominado multiplicando ou
parcela, tantas vezes quantas são as unidades do segundo número denominadas multiplicador. Veja o exemplo:

Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final de 5 semanas, quanto eu terei guardado?

Pensando primeiramente em soma, basta eu somar todas as economias semanais:


6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30

Quando um mesmo número é somado por ele mesmo repetidas vezes, definimos essa operação como multiplica-
ção. O símbolo que indica a multiplicação é o “x” e assim a operação fica da seguinte forma:
6+6+6+6+6 6𝑥5
= = 30
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠

A multiplicação também possui propriedades, que são apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto dos números naturais, pois realizando o produto de dois ou
mais números naturais, o resultado será um número natural.

b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar três ou mais fatores de modos diferentes, pois se multiplicar-
mos o primeiro fator com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro número natural, teremos o mesmo
resultado que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo. Sejam os números naturais m,n e
p, temos que:
𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)

c) Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais também existe um elemento neutro para a multiplicação
mas ele não será o zero, pois se não repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resultado será 0. Assim, o ele-
mento neutro da multiplicação será o número 1. Qualquer que seja o número natural n, tem-se que:

𝑛𝑥1=𝑛
d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto,
ou seja, multiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o mesmo resultado que multiplican-
do o segundo elemento pelo primeiro elemento. Sejam os números naturais m e n, temos que:

𝑚𝑥𝑛 = 𝑛𝑥𝑚
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se depararem com expressões onde temos diferentes opera-
ções matemática, temos que observar a ordem de resolução das mesmas. Observe o exemplo a seguir:

Ex: 2 + 4 𝑥 3

Se resolvermos a soma primeiro e depois a multiplicação, chegamos em 18.


Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?
A multiplicação tem prioridade sobre a adição, portanto deve ser resolvida primeiro e assim a resposta correta é 14.

12
FIQUE ATENTO!
Caso haja parênteses na soma, ela tem prioridade sobre a multiplicação. Utilizando o exemplo, temos que: .
(2 + 4)𝐱3 = 6 𝐱 3 = 18 Nesse caso, realiza-se a soma primeiro, pois ela está dentro dos parênteses

f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de resolver o exemplo anterior quando se a soma está entre
parênteses é com a propriedade distributiva. Multiplicando um número natural pela soma de dois números
naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adicionar os resultados ob-
tidos. Veja o exemplo:
2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18

Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois números do parênteses e o resultado foi o mesmo que do item
anterior.

Divisão: Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber quantas vezes o segundo está contido no pri-
meiro. O primeiro número é denominado dividendo e o outro número é o divisor. O resultado da divisão é chamado
de quociente. Nem sempre teremos a quantidade exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, podendo sobrar
algum valor. A esse valor, iremos dar o nome de resto. Vamos novamente ao exemplo das pedras:

No caso em particular, conseguimos dividir as 8 pedras para 4 amigos, ficando cada um deles como 2 unidades e
não restando pedras. Quando a divisão não possui resto, ela é definida como divisão exata. Caso contrário, se ocorrer
resto na divisão, como por exemplo, se ao invés de 4 fossem 3 amigos:

Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pedras, porém restaram duas que não puderam ser distribuídas,
pois teríamos amigos com quantidades diferentes de pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras por 3 amigos,
resultando em um quociente de 2 e um resto também 2. Assim, definimos que essa divisão não é exata.
Devido a esse fato, a divisão de números naturais não é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exatas.
Também não será associativa e nem comutativa, já que a ordem de resolução importa. As únicas propriedades válidas
na divisão são o elemento neutro (que segue sendo 1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade distributiva.

FIQUE ATENTO!
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

A divisão tem a mesma ordem de prioridade de resolução que a multiplicação, assim ambas podem ser
resolvidas na ordem que aparecem.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (PREF. DE BOM RETIRO – SC) A Loja Berlanda está com promoção de televisores. Então resolvi comprar um tele-
visor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o restante vou pagar em 12 prestações de:

a) R$ 170,00

13
b) R$ 1.200,00 a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de
c) R$ 200,00 zero, é sempre positivo.
d) R$ 100,00
Números Opostos: Voltando a definição do inicio do
Resposta: Letra D capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do
Dado o preço inicial de R$ 1700,00, basta subtrair a outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que
entrada de R$ 500,00, assim: R$ 1700,00-500,00 = R$ os representam distam igualmente da origem. Vejam os
1200,00. Dividindo esse resultado em 12 prestações, exemplos:
chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$ 100,00 Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2,
pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
Números Inteiros e suas operações fundamentais Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a
é – a, e vice-versa.
1.1 Definição de Números Inteiros Ex: O oposto de zero é o próprio zero.

Definimos o conjunto dos números inteiros como a 1.3 Operações com Números Inteiros
união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3,
4,..., n,...}, com o conjunto dos opostos dos números na- Adição: Diferentemente da adição de números naturais,
turais, que são definidos como números negativos. Este a adição de números inteiros pode gerar um pouco de con-
conjunto é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte fusão ao leito. Para melhor entendimento desta operação,
forma: associaremos aos números inteiros positivos o conceito de
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … } “ganhar” e aos números inteiros negativos o conceito de
“perder”. Vejam os exemplos:
Sabendo da definição dos números inteiros, agora é
possível indiciar alguns subconjuntos notáveis: Ex: (+3) + (+5) = ?

a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São Obviamente, quem conhece a adição convencional,
todos os números inteiros, exceto o zero: sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo con-
ceito de “ganhar” e “perder”:
ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … } +3 = Ganhar 3
+5 = Ganhar 5
b) O conjunto dos números inteiros não negativos:
São todos os inteiros que não são negativos, ou Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8)
seja, os números naturais:
ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ Ex: (−3) + (−5) = ?

c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to- Agora é o caso em que temos dois números negativos,
dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero usando o conceito de “ganhar” ou “perder”:
não pertence ao subconjunto: -3 = Perder 3
ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, … -5 = Perder 5

d) O conjunto dos números inteiros não positivos: Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8)
São todos os inteiros não positivos: Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois pre-
ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, } juízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior.
E se tivermos um número positivo e um negativo? Va-
e) O conjunto dos números inteiros negativos: São mos ver os exemplos:
todos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero
não pertence ao subconjunto: Ex: (+8) + (−5) = ?
ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1}
Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5, que
naturalmente sabemos que resultará em um ganho de 3:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

1.2 Definições Importantes dos Números inteiros


+8 = Ganhar 8
-5 = Perder 5
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a
distância ou afastamento desse número até o zero, na reta
Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3)
numérica inteira. Representa-se o módulo pelo símbolo | |.
Vejam os exemplos:
Se observarem essa operação, vocês irão perceber que
ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basicamente
Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
ambas são as mesmas operações, sem a presença dos pa-
Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
rênteses e a explicação de como se chegar a essa simplifi-
Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
cação será apresentado nos itens seguintes deste capítulo.
Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o
exemplo:

14
Ex: −8 + +5 = ? 2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, du-
rante o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura bai-
Usando a regra, temos que: xou de 3 graus. Qual a temperatura registrada na noite
de terça-feira?
-8 = Perder 8 Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
+5 = Ganhar 5 (–3) = +3

Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3) Se compararmos as duas igualdades, verificamos que


(+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3).
Após a definição de adição de números inteiros, va-
mos apresentar algumas de suas propriedades: Temos:
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adição, (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
isto é, a soma de dois números inteiros ainda é um número (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
inteiro.
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros
b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ : é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do
segundo.
𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐

Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Comutativa: Para todos a,b em Z:
a+b=b+a 1. Calcule:
3+7=7+3
a) (+12) + (–40) ;
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a b) (+12) – (–40)
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é: c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20)
z+0=z d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15)
7+0=7
Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em de inteiros, tem-se que:
Z, tal que a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28
z + (–z) = 0 b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52
9 + (–9) = 0 c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 – 25
=0
Subtração de Números Inteiros d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15
= 6 – 24 = -18
A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quanti-
dade; 1.4. Multiplicação de Números Inteiros
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto
uma delas tem a mais que a outra; A multiplicação funciona como uma forma simplifica-
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto da de uma adição quando os números são repetidos. Po-
falta a uma delas para atingir a outra. deríamos analisar tal situação como o fato de estarmos
ganhando repetidamente alguma quantidade, como por
A subtração é a operação inversa da adição. exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, sig-
nifica ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser indi-
Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 cada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

diferença 2 + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
subtraendo Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
(–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
minuendo Observamos que a multiplicação é um caso particular
Considere as seguintes situações: da adição onde os valores são repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum
passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da sinal entre as letras.
temperatura? Para realizar a multiplicação de números inteiros, de-
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) vemos obedecer à seguinte regra de sinais:
– (+3) = +3 (+1) x (+1) = (+1)
(+1) x (-1) = (-1)

15
(-1) x (+1) = (-1) - Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferen-
(-1) x (-1) = (+1) tes, o quociente é um número inteiro negativo.
- A divisão nem sempre pode ser realizada no conjun-
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: to Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões
que não podem ser realizadas em Z, pois o resultado não
Sinais dos números Resultado do produto é um número inteiro.
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é
Iguais Positivo associativa e não tem a propriedade da existência do ele-
Diferentes Negativo mento neutro.

Propriedades da multiplicação de números intei- 1- Não existe divisão por zero.


ros: O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não exis-
multiplicação de dois números inteiros ainda é um número te um número inteiro cujo produto por zero seja igual a
inteiro. –15.
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, dife-
Associativa: Para todos a,b,c em Z: rente de zero, é zero, pois o produto de qualquer número
a x (b x c) = (a x b) x c inteiro por zero é igual a zero.
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7 Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1) = 0

Comutativa: Para todos a,b em Z: 1.6. Potenciação de Números Inteiros


axb=bxa
3x7=7x3 A potência an do número inteiro a, é definida como
um produto de n fatores iguais. O número a é denomina-
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por do a base e o número n é o expoente.
todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é: an = a x a x a x a x ... x a
zx1=z a é multiplicado por a n vezes
7x1=7
Exemplos:
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de 33 = (3) x (3) x (3) = 27
zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
z x z–1 = z x (1/z) = 1 (-7)² = (-7) x (-7) = 49
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1 (+9)² = (+9) x (+9) = 81

Distributiva: Para todos a,b,c em Z: - Toda potência de base positiva é um número intei-
a x (b + c) = (a x b) + (a x c) ro positivo.
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5) Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9

1.5. Divisão de Números Inteiros - Toda potência de base negativa e expoente par é
um número inteiro positivo.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64

- Toda potência de base negativa e expoente ímpar


é um número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125

Sabemos que na divisão exata dos números naturais: Propriedades da Potenciação:


40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36 Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se
a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

visão exata de números inteiros. Veja o cálculo: Quocientes de Potências com bases iguais: Conser-
va-se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6
(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) = (+13)8 – 6 = (+13)2
Logo: (–20) : (+5) = +4
Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli-
Considerando os exemplos dados, concluímos que, cam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
para efetuar a divisão exata de um número inteiro por
outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o mó- Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 =
dulo do dividendo pelo módulo do divisor. Daí: +9 (–13)1 = –13
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal,
o quociente é um número inteiro positivo. Potência de expoente zero e base diferente de
zero: É igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1

16
Radiciação de Números Inteiros Pode-se dizer então que:
“30 é divisível por 6 porque existe um numero natural
A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a (5) que multiplicado por 6 dá como resultado 30.”
é a operação que resulta em outro número inteiro não Um numero natural a é divisível por um numero na-
negativo b que elevado à potência n fornece o número a. tural b, não-nulo, se existir um número natural c, tal que
O número n é o índice da raiz enquanto que o número a c.b=a.
é o radicando (que fica sob o sinal do radical). Voltando ao exemplo 30 ∶ 6 = 5 , conclui-se que: 30 é
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro múltiplo de 6, e 6 é divisor de 30.
a é a operação que resulta em outro número inteiro não
negativo que elevado ao quadrado coincide com o nú- Analisando outros exemplos:
mero a. a) 20 : 5 = 4 → 20 é múltiplo de 5 (4×5=20), e 5 é
divisor de 20
Observação: Não existe a raiz quadrada de um nú- b) 12 : 2 = 6 → 12 é múltiplo de 2 (6×2=12), e 2 é
mero inteiro negativo no conjunto dos números inteiros. divisor de 12

Erro comum: Frequentemente lemos em materiais 1. Conjunto dos múltiplos de um número natural:
didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas apare-
cimento de: É obtido multiplicando-se o número natural em questão
pela sucessão dos números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,...
9 = ±3 Ex: Conjunto dos múltiplos de 7. Para encontrar esse
conjunto basta multiplicar por 7 cada um dos números
mas isto está errado. O certo é: da sucessão dos naturais:
7x0=0
9 = +3 7x1=7
7 x 2 = 14
Observamos que não existe um número inteiro não 7 x 3 = 21
negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um 7 x 4 = 28
número negativo. 7 x 5 = 35

A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a O conjunto formado pelos resultados encontrados for-
é a operação que resulta em outro número inteiro que ma o conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, 21,
elevado ao cubo seja igual ao número a. Aqui não res- 28,...}.
tringimos os nossos cálculos somente aos números não
negativos. Observações:
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
Exemplos - Todo número natural é múltiplo de 1.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infini-
(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8. tos múltiplos.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.
(b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8. - Os múltiplos do número 2 são chamados de núme-
ros pares, e a fórmula geral desses números é
(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27. . Os demais são chamados de números ímpares, e a fór-
mula geral desses números é .

(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. 1.1. Critérios de divisibilidade:

Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o São regras práticas que nos possibilitam dizer se um
produto de números inteiros, concluímos que: número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a
divisão.
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de núme-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

ro inteiro negativo. Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2


quando ele é par, ou seja, quando ele termina em 0, 2,
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a 4, 6 ou 8.
raiz de qualquer número inteiro.
Exs:
Multiplicidade e Divisibilidade a) 9656 é divisível por 2, pois termina em 6.
b) 4321 não é divisível por 2, pois termina em 1.
Um múltiplo de um número é o produto desse núme-
ro por um número natural qualquer. Já um divisor de um Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3
número é um número cujo resto da divisão do número quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
pelo divisor é zero. é divisível por 3.
Ex: Sabe-se que 30 ∶ 6 = 5, porque 5× 6 = 30.

17
Exs: - Último algarismo: 4. Multiplica-se por 2: 4×2=8
a) 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, - Subtrai-se o resultado do número inicial sem o úl-
e 27 é divisível por 3. timo algarismo: 176-8=168
b) 15443 não é divisível por 3, pois 1+ 5 + 4 + 4 + 3 = - O resultado é múltiplo de 7? Para isso precisa veri-
17, e 17 não é divisível por 3. ficar se 168 é divisível por 7.

Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 Aplica-se o procedimento novamente, agora para o
quando termina em 00 ou quando o número formado número 168.
pelos dois últimos algarismos for divisível por 4. - Último algarismo: 8. Multiplica-se por 2: 8×2=16
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o úl-
Exs: timo algarismo: 16-16=0
a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00. - O resultado é múltiplo de 7? Sim, pois zero (0) é
b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 múltiplo de qualquer número natural.
é divisível por 4.
c) 76315 não é divisível por 4, pois termina em 15, e Portanto, conclui-se que 168 é múltiplo de 7. Se 168 é
15 não é divisível por 4. múltiplo de 7, então 1764 é divisível por 7.

Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8
quando termina em 0 ou 5. quando termina em 000 ou quando o número formado
Exs: pelos três últimos algarismos for divisível por 8.
a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0. Exs:
b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5. a) 57000 é divisível por 8, pois termina em 000.
c) 6324 não é divisível por 5, pois termina em 4. b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos alga-
rismos formam o número 24, que é divisível por 8.
c) 34125 não é divisível por 8, pois seus três últimos
algarismos formam o número 125, que não é divi-
EXERCÍCIO COMENTADO sível por 8.

1. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos


de 5 positivos menores que 30.
EXERCÍCIO COMENTADO
Resposta: Seguindo a tabuada do 5, temos que:
{5,10,15,20,25}. 2. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de
8 compreendidos entre 30 e 50.

Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 Resposta: Seguindo a tabuada do 8, a partir do 30:
quando é divisível por 2 e por 3. {32,40,48}.

Exs:
a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 (ter- Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9
mina em 4) e por 3 (4 + 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18). quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por formam um número divisível por 9.
3 (8 + 0 + 5 + 3 + 0 = 16).
c) 531561 não é divisível por 6, pois não é divisível por Exs:
2 (termina em 1). a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 +
6 + 1 = 27 é divisível por 9.
Divisibilidade por 7: Para verificar a divisibilidade b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0
por 7, deve-se fazer o seguinte procedimento. + 3 = 14 não é divisível por

- Multiplicar o último algarismo por 2 Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

- Subtrair o resultado do número inicial sem o últi- quando termina em zero.


mo algarismo
- Se o resultado for um múltiplo de 7, então o núme- Exs:
ro inicial é divisível por 7. a) 563040 é divisível por 10, pois termina em zero.
b) 246321 não é divisível por 10, pois não termina em
É importante ressaltar que, em caso de números com zero.
vários algarismos, será necessário fazer o procedimento
mais de uma vez. Divisibilidade por 11: Um número é divisível por
11 quando a diferença entre a soma dos algarismos de
Ex: posição ímpar e a soma dos algarismos de posição par
Analisando o número 1764 resulta em um número divisível por 11.
Procedimento:

18
Exs:
𝑏𝑐 = 𝑏 × 𝑏 × ⋯ × 𝑏
a) 43813 é divisível por 11. Vejamos o porquê
𝑐 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠

Os algarismos de posição ímpar são os algarismos Por exemplo: 4 =4×4×4=64, sendo a base igual a 4 e
3

nas posições 1, 3 e 5. Ou seja, 4,8 e 3. A soma desses o expoente igual a 3.


algarismos é 4 + 8 + 3 = 15 Esta operação não passa de uma multiplicação com fa-
tores iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 53
Os algarismos de posição par são os algarismos nas = 5 × 5 × 5 = 125
posições 2 e 4. Ou seja, 3 e 1. A soma desses algarismos
é 3+1 = 4 1. Propriedades da Potenciação

15 – 4 = 11→ A diferença divisível por 11. Logo 43813 Propriedade 1: potenciação com base 1
é divisível por 11. Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natu-
ral é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1. Em resumo,
b) 83415721 não é divisível por 11. Vejamos o porquê 1n=1

Os algarismos de posição ímpar são os algarismos Exemplos:


nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses a) 13 = 1×1×1 = 1
algarismos é b) 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos
nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses Propriedade 2: potenciação com expoente nulo
algarismos é 8+4+5+2 = 19 Se n é um número natural não nulo, então temos que nº=1.

Os algarismos de posição par são os algarismos nas Exemplos:


posições 2, 4 e 6. Ou seja, 3, 1 e 7. A soma desses algaris- a) 5º = 1
mos é 3+1+7 = 11 b) 9º = 1
19 – 11 = 8→ A diferença não é divisível por 11. Logo
83415721 não é divisível por 11. Propriedade 3: potenciação com expoente 1

Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 Qualquer que seja a potência em que a base é o nú-
quando é divisível por 3 e por 4. mero natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1 ,
é igual ao próprio n. Em resumo, n1=n
Exs:
a) 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 ( 7 + Exemplos:
8 + 3 + 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24). a) 5¹ = 5
b) 64¹ = 64
b) 652011 não é divisível por 12, pois não é divisível
por 4 (termina em 11). Propriedade 4: potenciação de base 10
Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo
c) 863104 não é divisível por 12, pois não é divisível 1 seguido de n zeros.
por 3 (8 + 6 + 3 +1 + 0 + 4 = 22).
Exemplos:
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 a) 103 = 1000
quando é divisível por 3 e por 5. b) 108 = 100.000.000
c) 104 = 1000
Exs:
a) 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 (6 + Propriedade 5: multiplicação de potências de mes-
5 + 0 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0). ma base
Em uma multiplicação de duas potências de mesma
b) 723042 não é divisível por 15, pois não é divisível base, o resultado é obtido conservando-se a base e so-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

por 5 (termina em 2). mando-se os expoentes.

c) 673225 não é divisível por 15, pois não é divisível Em resumo: xa × xb = x a+b
por 3 (6 + 7 + 3 + 2 + 2 + 5 = 25). Exemplos:
a) 23×24 = 23+4 = 27
POTENCIAÇÃO b) 34×36 = 34+6=310
c) 152×154 = 152+4=156
Define-se potenciação como o resultado da multi-
plicação de fatores iguais, denominada base, sendo o Propriedade 6: divisão de potências de mesma base
número de fatores igual a outro número, denominado Em uma divisão de duas potências de mesma base, o
expoente. Diz-se “b elevado a c”, cuja notação é: resultado é obtido conservando-se a base e subtraindo-se
os expoentes.

19
Em resumo: xa : xb = xa-b merador e denominador dessa fração na mesma base
como mostrado a seguir:
Exemplos:
440 22 40 280
a) 25 : 23 = 25-3=22 = = = 280−1 = 279
b) 39 : 36 = 39-6=33 2 2 2 .
c) 1512 : 154 = 1512-4 = 158
Note que para resolver esse exercício utilizamos as
propriedades 6 e 7.
FIQUE ATENTO!
Dada uma potência xa , onde o número real a Números Primos, MDC e MMC
é negativo, o resultado dessa potência é igual
1
ao inverso de x elevado a a, isto é, 𝑥 𝑎 = 𝑎 O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo co-
𝑥 mum são ferramentas extremamente importantes na
se a<0. matemática. Através deles, podemos resolver alguns
1
Por exemplo, 2−3 =
1
, 5−1 = 1 . problemas simples, além de utilizar seus conceitos em
23 5
outros temas, como frações, simplicação de fatoriais, etc.
Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é
Propriedade 7: potência de potência importante conhecermos primeiramente uma classe de
Quando uma potência está elevado a outro expoente, o números muito importante: Os números primos.
expoente resultante é obtido multiplicando-se os expoentes
Em resumo: (xa )b=xa×b 1. Números primos

Exemplos: Um número natural é definido como primo se ele


a) (25 )3 = 25×3=215 tem exatamente dois divisores: o número um e ele mes-
b) (39 )2 = 39×2=318 mo. Já nos inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exata-
c) (612 )4= 612×4=648 mente quatro divisores: ±1 e ±𝑝 .

Propriedade 8: potência de produto


Quando um produto está elevado a uma potência, o FIQUE ATENTO!
resultado é um produto com cada um dos fatores eleva-
Por definição,  0,  1  e  − 1  não são números
do ao expoente
primos.
Em resumo: (x×y)a=xa×ya
Exemplos:
a) (2×3)3 = 23×33 Existem infinitos números primos, como demonstra-
b) (3×4)2 = 32×42 do por Euclides por volta de 300 a.C.. A propriedade de
c) (6×5)4= 64×54 ser um primo é chamada “primalidade”, e a palavra “pri-
mo” também são utilizadas como substantivo ou adje-
#FicaDica tivo. Como “dois” é o único número primo par, o termo
“primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que dois.
Em alguns casos podemos ter uma multi-
O conceito de número primo é muito importante
plicação ou divisão potência que não está
na teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos
na mesma base (como nas propriedades 5 e
números é o Teorema Fundamental da Aritmética, que
6), mas pode ser simplificada. Por exemplo,
afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode
43×25 =(22 )3×25= 26×25= 26+5=211 e 33:9 = 33
ser escrito de forma única (desconsiderando a ordem)
: 32 = 31.
como um produto de números primos (chamados fato-
res primos): este processo se chama decomposição em
fatores primos (fatoração). É exatamente este conceito
que utilizaremos no MDC e MMC. Para caráter de me-
EXERCÍCIOS COMENTADOS morização, seguem os 100 primeiros números primos
positivos. Recomenda-se que memorizem ao menos os
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

1. (MPE-RS – 2017) A metade de 440 é igual a: 10 primeiros para MDC e MMC:


2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 
a) 220 59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113
b) 239 , 127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181,
c) 240 191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251,
d) 279 257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317,
e) 280 331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397,
401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463,
Resposta: Letra D. Para encontrar a metade de 440, 467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541
40
basta dividirmos esse número por 2, isto é, 4 . Uma
2
forma fácil de resolver essa fração é escrever o nu-

20
2. Múltiplos e Divisores Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada
Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro um deles elevado ao seu menor expoente.
natural b, se existe um número natural k tal que: Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
𝑎 = 𝑘. 𝑏 Fatorando os dois números:
Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 x 5

Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas tam-


bém, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que
é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 x 5.
Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhe-
cemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta
fazer k assumir todos os números naturais possíveis.
Ex. Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
da forma a = k x 2, k seria substituído por todos os nú-
meros naturais possíveis.
Temos que:
300 = 22.3 .52
FIQUE ATENTO! 504 = 23.32 .7
Um número b é sempre múltiplo dele mes-
O MDC será os fatores comuns com seus menores
mo. a = 1 x b ↔ a = b.
expoentes:
Mdc (300,504)= 22.3 = 4 .3=12
A definição de divisor está relacionada com a de múl-
tiplo. MMC
Um número natural b é divisor do número natural a,
se a é múltiplo de b. O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números
Ex. 3 é divisor de 15, pois , logo 15 é múltiplo de 3 e é o menor número positivo que é múltiplo comum de
todos os números dados. Consideremos:
também é múltiplo de 5.
Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6
Múltiplos positivos de 6: M(6) =
#FicaDica {6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}
Múltiplos positivos de 8: M(8) =
Um número natural tem uma quantidade finita {8,16,24,32,40,48,56,64,...}
de divisores. Por exemplo, o número 6 poderá
ter no máximo 6 divisores, pois trabalhando no Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos co-
conjunto dos números naturais não podemos muns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
dividir 6 por um número maior do que ele. Os Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar
o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja:
divisores naturais de 6 são os números 1, 2, 3, 6,
Outra técnica para o cálculo do MMC:
o que significa que o número 6 tem 4 divisores.
Decomposição isolada em fatores primos: Para ob-
ter o MMC de dois ou mais números por esse processo,
MDC procedemos da seguinte maneira:
- Decompomos cada número dado em fatores pri-
Agora que sabemos o que são números primos, múl- mos.
tiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor co- - O MMC é o produto dos fatores comuns e não-
mum de dois ou mais números é o maior número que é -comuns, cada um deles elevado ao seu maior ex-
divisor comum de todos os números dados. poente.
Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}. Ex. Achar o MMC entre 18 e 120.
Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}.
Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e Fatorando os números:
24: D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}.
Observando os divisores comuns, podemos identifi-
car o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja:
MDC (18,24) = 6.
Outra técnica para o cálculo do MDC:

Decomposição em fatores primos: Para obter o


MDC de dois ou mais números por esse processo, proce-
de-se da seguinte maneira:

21
18 = 2 .32 3 3
120 = 23.3 .5 Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são núme-
ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é
mmc (18, 120) = 23 � 32 � 5 = 8 � 9 � 5 = 360 o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao
ponto zero da reta são iguais. 2 2

1.1. Soma (Adição) de Números Racionais


EXERCÍCIOS COMENTADOS
Como todo número racional é uma fração ou pode
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquan- ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
a c
to Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria fol- entre os números racionais e , , da mesma forma que
gam no mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, pas- a soma de frações, através de: d
b

sarão para que eles folguem no mesmo dia novamente?


a c a�d+b�c
+ =
a) 8 b d b�d
b) 10
c) 12
d) 15 1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racionais
e) 24
O conjunto é fechado para a operação de adição,
Resposta: Letra C. O período em que João trabalha e isto é, a soma de dois números racionais resulta em um
folga corresponde a 6 dias enquanto o mesmo perío- número racional.
do, para Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o proble- - Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b
ma consiste em encontrar o mmc entre 6 e 4. Logo, )+c
eles folgarão no mesmo dia novamente após 12 dias - Comutativa: Para todos em : a + b = b + a
pois mmc(6,4)=12. - Elemento neutro: Existe em , que adicionado a
todo em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em
Números Racionais: Frações, Números Decimais e Q, tal que q + (–q) = 0
suas Operações
1.2. Subtração de Números Racionais
1. Números Racionais
A subtração de dois números racionais e é a própria
Um número racional é o que pode ser escrito na for- operação de adição do número com o oposto de q, isto
m
ma , onde m e n são números inteiros, sendo que n é: p – q = p + (–q)
n
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m
para significar a divisão de m por n . n 1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racio-
Como podemos observar, números racionais podem nais
ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
razão pela qual, o conjunto de todos os números racio- Como todo número racional é uma fração ou pode
nais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos ser escrito na forma de umaa fração, definimos o produto
de dois números racionais b e d , da mesma forma que o
c
na literatura a notação:
produto de frações, através de:
Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero } a c a�c
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjun- � =
b d b� d
tos:

• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
• 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos; O produto dos números racionais a e b também pode
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos; ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

• 𝑄− = conjunto dos racionais não positivos; entre as letras.


• 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos. Para realizar a multiplicação de números racionais,
devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto toda a Matemática:
que representa esse número ao ponto de abscissa zero. (+1)�(+1) = (+1) – Positivo Positivo = Positivo
(+1)�(-1) = (-1) - Positivo Negativo = Negativo
3 3 3
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
3 (-1)�(+1) = (-1) - Negativo Positivo = Negativo
2 2 (-1)� (-1) = (+1) – Negativo Negativo = Positivo
Módulo de+ 3 é 3 . Indica-se 3 3
=
2 2 2 2

22
1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú-
#FicaDica meros racionais
O produto de dois números com o mesmo Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
sinal é positivo, mas o produto de dois
números com sinais diferentes é negativo. 0
 2
+  = 1
1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números  5
Racionais - Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.

O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é,  9


1
9
o produto de dois números racionais resultaem um nú- −  =−
mero racional.  4 4
- Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a
∙b)∙c - Toda potência com expoente negativo de um núme-
- Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a ro racional diferente de zero é igual a outra potência que
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente
por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: igual ao oposto do expoente anterior.
q∙1=q
a b  3
−2
 5 25 2

- Elemento inverso: Para todo b em Q,


q=
di-
q−1 =
a −  = −  =
ferente de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja,  5  3 9
a b
× =1
b a - Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
- Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a sinal da base.
∙ b ) + ( a∙ c )
3
2 2 2 2 8
1.4. Divisão de Números Racionais   =   .  .   =
 3   3   3   3  27
A divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de - Toda potência com expoente par é um número positivo.
q, isto é: p ÷ q = p × q-1
De maneira prática costuma-se dizer que em uma di- 2
 1  1  1 1
visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e −  = −  .−  =
multiplica-se pelo inverso da segunda:  5   5   5  25
Observação: É possível encontrar divisão de frações
a
da seguinte forma: b
c .
. O procedimento de cálculo é o - Produto de potências de mesma base. Para redu-
mesmo. zir um produto de potências de mesma base a uma só
d
potência, conservamos a base e somamos os expoentes.
1.5. Potenciação de Números Racionais
2 3 2+3 5
𝐧  2  2  2 2 2 2 2  2 2
A potência q do número racional é um produto   .   =  . . . .  =   = 
de fatores iguais. O número é denominado a base e o  5  5 5 55 5 5 5 5
número é o expoente.
n - Quociente de potências de mesma base. Para redu-
q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes) zir um quociente de potências de mesma base a uma só
potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes.
Exs:
3 3 3 3 3
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8 5 2 . . . . 5− 2 3
125 3 3
    2 2 2 2 2 3 3
5 3 5 5 5   :  = =  = 
b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1 2 2 3 3 2 2
  − .
 2  2  2  2 8 2 2
c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de
d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25 potência a uma potência de um só expoente, conserva-
mos a base e multiplicamos os expoentes.

3
 1  2  2 2
1 1 1
2
1
2+ 2+ 2
1
3+ 2
1
6

   =   .  .  =   =  = 
 2   2 2 2 2 2 2

23
1.6. Radiciação de Números Racionais 1. Frações Equivalentes

Se um número representa um produto de dois ou São frações que, embora diferentes, representam a
mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente
número. Vejamos alguns exemplos: a outra quando pode ser obtida multiplicando o nume-
rador e o denominador da primeira fração pelo mesmo
Ex: número.
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
quadrada de 4. Indica-se 4 = 2. Ex: 3 e 6 .
5 10
Ex: A segunda fração pode ser obtida multiplicando o
1 1 1 1 1
2 numerador e denominador de 3 por 2:
Representa o produto . ou   .Logo, é a 5
9 3 3 3 3 3�2
=
6
1 1 1 5 � 2 10
raiz quadrada de .Indica-se =
9 9 3 Assim, diz-se que
6
é uma fração equivalente a 3
10 5
Ex:
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 . 2. Operações com Frações
Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .
3

2.1. Adição e Subtração


Assim, podemos construir o diagrama:
2.1.1. Frações com denominadores iguais:

Ex:
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel
5
8
8
desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de cho-
colate que Jorge e Miguel comeram juntos?

A figura abaixo representa o tablete de chocolate.


Nela também estão representadas as frações do tablete
que Jorge e Miguel comeram:

FIQUE ATENTO!
Um número racional, quando elevado ao
quadrado, dá o número zero ou um número
racional positivo. Logo, os números racionais 3 2 5
Observe que = =
negativos não têm raiz quadrada em Q. 8 8 8

Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5 do table-


te de chocolate.
8
100
O número − não tem raiz quadrada em Q, pois
9 10 Na adição e subtração de duas ou mais frações que
tanto −
10 como + , quando elevados ao quadrado, dão têm denominadores iguais, conservamos o denominador
100 . 3 3
comum e somamos ou subtraímos os numeradores.
9
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no Outro Exemplo:
conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
perfeito.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

3 5 7 3+5−7 1
+ − = =
O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não 2 2 2 2 2
3
existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3 2.1.2. Frações com denominadores diferentes:

Frações 3 5
Calcular o valor de + Inicialmente, devemos redu-
8 6
Frações são representações de partes iguais de um
zir as frações ao mesmo denominador comum. Para isso, en-
todo.xSão expressas como um quociente de dois núme-
contramos o mínimo múltiplo comum (MMC) entre os dois
ros , sendo x o numerador e y o denominador da
y (ou mais, se houver) denominadores e, em seguida, encon-
fração, com y ≠ 0 . tramos as frações equivalentes com o novo denominador:

24
O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
3 5 9 20
mmc (8,6) = 24 = = = numerador é o produto dos numeradores e cujo deno-
8 6 24 24 minador é o produto dos denominadores das frações
dadas.
24 ∶ 8 � 3 = 9 2 4 7 2�4�7 56
Outro exemplo: � � = =
24 ∶ 6 � 5 = 20 3 5 9 3 � 5 � 9 135

Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, #FicaDica


simplificando o resultado, quando possível:
Sempre que possível, antes de efetuar a
9 20 29 multiplicação, podemos simplificar as frações
+ = entre si, dividindo os numeradores e os
24 24 24 denominadores por um fator comum. Esse
processo de simplificação recebe o nome de
3 5 9 20 29 cancelamento.
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24

#FicaDica
Na adição e subtração de duas ou mais fra- 2.3. Divisão
ções que têm os denominadores diferentes,
reduzimos inicialmente as frações ao menor Duas frações são inversas ou recíprocas quando o nu-
denominador comum, após o que procede- merador de uma é o denominador da outra e vice-versa.
mos como no primeiro caso.
Exemplo

2.2. Multiplicação 2 é a fração inversa de 3


3 2
Ex: 5 ou 5 é a fração inversa de 1

De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de 1 5

2 5 Considere a seguinte situação:


bananas, estão estragadas. Qual é a fração de frutas
3
da caixa que estão estragadas? Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates con-
tidos em uma caixa. Do total de5chocolates recebidos,
Lúcia deu a terça parte para o seu namorado. Que fração
dos chocolates contidos na caixa recebeu o namorado
de Lúcia?

Representa 4/5 do conteúdo da caixa A solução do problema consiste em dividir o total de


chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja,
4
:3
5

Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1


Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa. desse algo. 3

Repare que o problema proposto consiste em calcular Portanto: : 3 = de 4


4 1
5 3 5
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

2
o valor de de 4 que, de acordo com a figura, equivale
3 5
a 8
do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2 Como
1 4 1
de 5= 3
4
� =
4 1
� , resulta que
15 3 3 5 5 3
2 4
de 4 equivale a � . Assim sendo: 4 4 3 4 1
5 3 5 :3 = : = �
5 5 1 5 3

2 4 8 3 1
� =
3 5 15 Observando que as frações e são frações inver-
1 3
sas, podemos afirmar que:
Ou seja:
2 de 4 2 4 2�4 8 Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a pri-
= � 5 = 3�5 = 15 meira pelo inverso da segunda.
3 5 3

25
4 4 3 4 1 4
Portanto 5 : 3 = 5 ∶ 1 = 5 � 3 = 15

Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4


do total de chocolates contidos na caixa.
15
1
4 8 4 5 5
Outro exemplo: : = . =
3 5 3 82 6

Observação:

Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão 3 1


:
2 5

Portanto

Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587; 0,004;
etc.

1. Operações com Números Decimais

1.1. Adição e Subtração

Vamos calcular o valor da seguinte soma:


5,32 + 12,5 + 0, 034

Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

532 125 34 5320 12500 34 17854


5,32 + 12,5 + 0,034 = 100 + 10
+ 1000 = 1000
+ 1000 + 1000 = 1000
= 17,854

Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854

Na prática, a adição e a subtração de números decimais são obtidas de acordo com a seguinte regra:

- Igualamos o número de casas decimais, acrescentando zeros.


- Colocamos os números um abaixo do outro, deixando vírgula embaixo de vírgula.
- Somamos ou subtraímos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vírgula dos números dados.

Exemplo

2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Disposição prática:
2,3500
14,3000
+ 0,0075
5,0000
21,6575

1.2. Multiplicação

Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 � 3,4 .

26
Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
100 100 1000
Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772

#FicaDica
Na prática, a multiplicação de números decimais é obtida de acordo com as seguintes regras:
- Multiplicamos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- No resultado, colocamos tantas casas decimais quantas forem as do primeiro fator somadas às do
segundo fator.

Exemplo:

Disposição prática:

652,2  1 casa decimal

X 2,03  2 casas decimais


19 566

1 304 4

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais

1.3. Divisão

Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: 24 ∶ 0,5

Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor da divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

A vantagem de tal procedimento foi a de transformarmos em número natural o número decimal que aparecia na
divisão. Com isso, a divisão entre números decimais se transforma numa equivalente com números naturais.

Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48

27
2. Representação Decimal das Frações
#FicaDica p
Tomemos um número racional q tal que não seja
Na prática, a divisão entre números deci-
mais é obtida de acordo com as seguintes múltiplo de . Para escrevê-lo na forma decimal, basta efe-
regras: tuar a divisão do numerador pelo denominador.
- Igualamos o número de casas decimais
do dividendo e do divisor. Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divi-
são como se os números fossem naturais. 1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48
2
Disposição prática: 5
= 0,4
1
= 0,25
4
35
= 8,75
4
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim 153
= 3,06
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quocien- 50
te é exato.
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
Ex: 9,775 ∶ 4,25 infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe-
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
Disposição prática:
1
= 0,333 …
3

1
= 0,04545 …
Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero. 22
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada
e o quociente é aproximado. 167
= 2,53030 …
66
Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-
vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin-
do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo FIQUE ATENTO!
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto, Se após as vírgulas os algarismos não são pe-
colocamos uma vírgula no quociente. riódicos, então esse número decimal não está
contido no conjunto dos números racionais.

3.Representação Fracionária dos Números Deci-


mais

Trata-se do problema inverso: estando o número ra-


cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo
na forma de fração. Temos dois casos:
Ex: 0,14 ∶ 28
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

1º) Transformamos o número em uma fração cujo


numerador é o número decimal sem a vírgula e o deno-
minador é composto pelo numeral 1, seguido de tantos
zeros quantas forem as casas decimais do número deci-
mal dado:
Ex: 2 ∶ 16

28
9 990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
0,9 =
10 1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
990
57
5,7 = Simplificando, obtemos x =
611
, a fração geratriz
10
da dízima 1,23434... 495

76 Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia


0,76 = consiste em deixar após a vírgula somente a parte pe-
100 riódica (que se repete) de cada igualdade para, após a
subtração membro a membro, ambas se cancelarem.

348
3,48 =
100 EXERCÍCIO COMENTADO

5 1 1. (EBSERH – MÉDICO – IBFC – 2016) Mara leu 1/5 das


0,005 = = páginas de um livro numa semana. Na segunda semana,
1000 200 leu mais 2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta)
páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
a) 300
para tanto, vamos apresentar o procedimento através de
b) 360
alguns exemplos:
c) 400
d) 450
Ex:
e) 480
Seja a dízima 0,333...
Façamos e multipliquemos ambos os membros por 10:
Resposta: Letra D. Mara leu 1 2 3+10 13
do livro.
+ = =
10x = 0,333 5 3 15 15
13 15−13 2
Logo, ainda falta 1− = = para ser
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade 15 15 15
da segunda: lido. Essa fração que falta ser lida equivale a 60 pági-
3 2 1
10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x = nas Assim:  60 páginas. Portanto, 
9 15 15
30 páginas.
3 Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
Ex: 9
Seja a dízima 5,1717... RAZÕES E PROPORÇÕES (GRANDEZAS
DIRETAMENTE PROPORCIONAIS,
Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .
GRANDEZAS INVERSAMENTE
Subtraindo membro a membro, temos: PROPORCIONAIS, PORCENTAGEM,
REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS)
99x = 512 x = 512⁄99
512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração . Razão
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

99
Ex: Quando se utiliza a matemática na resolução de pro-
Seja a dízima 1,23434... blemas, os números precisam ser relacionados para se
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
Façamos os números é através da razão. Sejam dois números reais
a e b,…com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or-
x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34
𝑎
dem) o quociente a ÷ b, ou .
434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 … 𝑏
A razão basicamente é uma fração, e como sabem,
frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
Subtraindo membro a membro, temos: te número é diferente, justamente para diferenciarmos
quando estamos falando de fração ou de razão.

29
3
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a
fração, lê-se: “três quintos”. razão entre o que falta para percorrer em relação à ex-
tensão da prova?
3
b) Quando temos o número 5
e estamos tratando Veja que agora estamos tentando relacionar metros
de razão, lê-se: “3 para 5”. com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das
unidades, vamos utilizar “km”:
36000 m=36 km
Além disso, a nomenclatura dos termos também é Como é pedida a razão entre o que falta em relação
diferente: ao total, temos que:
O número 3 é numerador 42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1
𝑟= = =
42 𝑘𝑚 42 𝑘𝑚 7
3
a) Na fração 5 Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-
mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a
razão entre o comprimento representado no desenho e
O número 5 é denominador o comprimento real?
Convertendo o comprimento real para cm, temos que:

O número 3 é antecedente 20 𝑐𝑚 1
𝑒= =
800 𝑐𝑚 40

b) Na razão
3
5 #FicaDica
A razão entre um comprimento no desenho
e o correspondente comprimento real, cha-
O número 5 é consequente
ma-se escala
Ex. A razão entre 20 e 50 é = já a razão entre 50
20 2

Razão entre grandezas de espécies diferentes: É


50 5 50 5
e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece-
20 2
possível também relacionar espécies diferentes e isto está
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de
normalmente relacionado a unidades utilizadas na física:
montarmos a razão.
Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui-
Ex. Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo- lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
ças. A razão entre o número de rapazes e o número de metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o
moças é 15 , se simplificarmos, temos que a fração equi- tempo gasto no translado?
5 21
valente 7 , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7 Para montarmos a razão, precisamos obter as infor-
mações:
moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa- Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
zes e o total de alunos é dada por 15
=
5
, o que equivale Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
36 12
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”. Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
tempo gasto para isso:
Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão
entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente 140 𝑘𝑚 70
𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
dos números que expressam as medidas dessas grande- 2ℎ 1
zas numa mesma unidade.
Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a será uma espécie totalmente diferente das outras duas.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

distância percorrida em relação ao total?


Como os dois números são da mesma espécie (distân-
cia) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a razão: #FicaDica
A razão entre uma distância e uma medida
240 𝑘𝑚 2
𝑟= = de tempo é chamada de velocidade.
360 𝑘𝑚 3

No caso de mesma espécie, porém em unidades di-


ferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais,
a outra. Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de
927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes,
Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo

30
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de
ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes gotas a serem ministradas:
e a área total?
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte-
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2): 7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠
=
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
𝑑= = 71,5
927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2 Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
encontrar qual o número que atenderá a proporção. Mul-
tiplicando em cruz, temos que:
#FicaDica
3x=105
A razão entre o número de habitantes e a
área deste local é denominada densidade
demográfica. 105
𝑥=
3
Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L
de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per- x=35 gotas
corridos pelo número de litros de combustível consumi-
dos, teremos o número de quilômetros que esse carro Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
percorre com um litro de gasolina: 35 gotas do remédio, atendendo a proporção.

83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚 Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma


𝑐= = 10,47 proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica-
8𝑙 𝑙 ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-
dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar
se a duas razões que estão sendo igualadas são frações
#FicaDica equivalentes. Lembra deste conceito?
A razão entre a distância percorrida em rela-
ção a uma quantidade de combustível é de- FIQUE ATENTO!
finida como “consumo médio” Uma fração é equivalente a outra quando
podemos multiplicar (ou dividir) o nume-
Proporção rador e o denominador da fração por um
mesmo número, chegando ao numerador e
A definição de proporção é muito simples, pois se tra- denominador da outra fração.
ta apenas da igualdade de razões.
4 12
Na proporção
3
=
6
(lê-se: “3 está para 5 assim Ex. e são frações equivalentes, pois:
5 10 3 9
como 6 está para 10”).
4x=12 →x=3
Observemos que o produto 3 x 10=30 é igual ao pro- 3x=9 →x=3
duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda- 4
mental das proporções Ou seja, o numerador e o denominador de quan-
3
do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu-
#FicaDica merador e denominador da outra fração, logo, elas são
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere- equivalentes e consequentemente, proporcionais.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

mos que os produtos entre o numeradores


e os denominadores da outra razão serão Agora vamos apresentar algumas propriedades da
iguais. proporção:

2 6 a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro-


Ex. Na igualdade = , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo, porcionais, podemos criar outra proporção somando os
temos uma proporção.3 9
numeradores com os denominadores e dividindo pelos
numeradores (ou denominadores) das razões originais:
Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se
a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da 5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem = → = → =
2 4 5 10 5 10
correta?
Como temos que seguir a receita, temos que atender ou

31
área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?
= → = → =
2 4 2 4 2 4 Resposta: Ao fazermos a razão das áreas, temos:

b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, A1 300


= =3
temos também que se realizarmos a diferença entre os A2 100
termos, também chegaremos em outras proporções:
Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve-
4 8 4−3 8−6 1 2 zes maior que a área do retângulo 2.
= → = → =
3 6 4 8 4 8
3.(CELESC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FE-
ou PESE – 2016) Dois amigos decidem fazer um investi-
mento conjunto por um prazo determinado. Um investe
4 8 4−3 8−6 1 2 R$ 9.000 e o outro R$ 16.000. Ao final do prazo estipu-
= → = → =
3 6 3 6 3 6 lado obtêm um lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o
lucro de maneira proporcional ao investimento inicial de
c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma
cada um. Portanto o amigo que investiu a menor quantia
dos antecedentes está para a soma dos consequentes as-
obtém com o investimento um lucro:
sim como cada antecedente está para o seu consequen-
te:
a) Maior que R$ 810,00
b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
12 3 12 + 3 15 12 3 c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
= → = = =
8 2 8+2 10 8 2 d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
e) Menor que R$ 795,00
d) Diferença dos antecedentes e consequentes:
A soma dos antecedentes está para a soma dos conse- Resposta: Letra D. Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$
quentes assim como cada antecedente está para o seu 16000,00=R$ 25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi
consequente: sobre este valor. Assim, constrói-se uma proporção
entre o valor aplicado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o
12 3 12 − 3 9 12 3 exercício quer o lucro de quem aplicou menos) e seu
= → = = = respectivo lucro:
8 2 8−2 6 8 2
9000 25000
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222
FIQUE ATENTO!
Usamos razão para fazer comparação entre
duas grandezas. Assim, quando dividimos uma Regra de Três Simples
grandeza pela outra estamos comparando a
primeira com a segunda. Enquanto proporção é Os problemas que envolvem duas grandezas direta-
a igualdade entre duas razões. mente ou inversamente proporcionais podem ser resolvi-
dos através de um processo prático, chamado regra de três
simples.
Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210
EXERCÍCIOS COMENTADOS km?

Solução:
1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de
O problema envolve duas grandezas: distância e li-
278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins
tros de álcool.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha-


Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de
consumido.
Tocantins?
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em
Resposta:
uma mesma coluna e as grandezas de espécies diferen-
A densidade demográfica é definida como a razão en-
tes que se correspondem em uma mesma linha:
tre o número de habitantes e a área ocupada:
Distância (km) Litros de álcool
180 15
1 156 000 hab. 210 x
d= = 4,15 ha b⁄k m²
278 500 km²
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál-
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a

32
cool”), vamos colocar uma flecha: 60 4
80 x

Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo


fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas
velocidade e tempo são inversamente proporcionais.
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na
de álcool também duplica. Então, as grandezas distân- coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao
cia e litros de álcool são diretamente proporcionais. da flecha da coluna “tempo”:
No esquema que estamos montando, indicamos esse
fato colocando uma flecha na coluna “distância” no
mesmo sentido da flecha da coluna “litros de álcool”:

Na montagem da proporção devemos seguir o senti-


do das flechas. Assim, temos:

Armando a proporção pela orientação das flechas,


temos:

Resposta: Farei esse percurso em 3 h.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FUMARC –
2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido importado
#FicaDica a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro linear do
lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojista deixou
Procure manter essa linha de raciocínio nos di-
de ganhar com a venda do tecido foi:
versos problemas que envolvem regra de três
simples ! Identifique as variáveis, verifique qual
a) R$ 0,69
é a relação de proporcionalidade e siga este
b) R$ 0,96
exemplo !
c) R$ 1,08
d) R$ 1,20
Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,
eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando a Resposta: Letra B.
velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse per- As grandezas (comprimento e preço) são diretamente
curso? proporcionais. Assim, a regra de três é direta:
Solução: Indicando por x o número de horas e colo-
cando as grandezas de mesma espécie em uma mesma
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Metros Preço
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se cor-
respondem em uma mesma linha, temos: 1 12
0,02 x
Velocidade (km/h) Tempo (h)
60 4 1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24
80 x
Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), va- que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim,
mos colocar uma flecha: cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como
ele vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram con-
siderados quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar
Velocidade (km/h) Tempo (h) 2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3

33
trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários que contém o x, que é 4 , com o produto das outras ra-
x
para construir um muro de 51m²? zões, obtidas segundo a orientação das flechas 6 160
:

8 300
Resposta: 9 trabalhadores.

As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente


proporcionais. Assim, a regra de três é direta:

Área N Trabalhadores
17 3
51 x
Resposta: Em 10 dias.
17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores

Regra de Três Composta FIQUE ATENTO!


Repare que a regra de três composta,
O processo usado para resolver problemas que envol- embora tenha formulação próxima à
vem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamen- regra de três simples, é conceitualmente
te proporcionais, é chamado regra de três composta. distinta devido à presença de mais de duas
Ex: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em grandezas proporcionais.
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produzi-
riam 300 dessas peças?
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Co-
loquemos as grandezas de mesma espécie em uma só
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se EXERCÍCIOS COMENTADOS
correspondem em uma mesma linha. Na coluna em que
aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha:
1. (SEDUC-SP – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA IN-
FORMAÇÃO – VUNESP – 2014) Quarenta digitadores
preenchem 2 400 formulários de 12 linhas, em 2,5 horas.
Para preencher 5 616 formulários de 18 linhas, em 3 ho-
ras, e admitindo-se que o ritmo de trabalho dos digita-
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x. dores seja o mesmo, o número de digitadores necessá-
rios será
As grandezas peças e dias são diretamente propor-
cionais. No nosso esquema isso será indicado colocan- a) 105
do-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo sentido b) 117
da flecha da coluna “dias”: c) 123
d) 131
e) 149

Resposta: Letra B.
A tabela com os dados do enunciado fica:

Digitadores Formulários Linhas Horas


As grandezas máquinas e dias são inversamente pro-
porcionais (duplicando o número de máquinas, o número 40 2400 12 2,5
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso x 5616 18 3
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma


flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”: Comparando-se as grandezas duas a duas, nota-se
que:
• Digitadores e formulários são diretamente propor-
cionais, pois se o número de digitadores aumenta,
a quantidade de formulários que pode ser digitada
também aumenta.
• Digitadores e linhas são diretamente proporcio-
nais, pois se a quantidade de digitadores aumenta,
o número de linhas que pode ser digitado também
aumenta.
• Digitadores e horas são inversamente proporcio-
Agora vamos montar a proporção, igualando a razão

34
nais, pois se o número de horas trabalhadas au- Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
𝑝
menta, então são necessários menos digitadores ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 100
para o serviço e, portanto, a quantidade de digi- por V. Assim:
tadores diminui. 𝑝
P% de V =A= 100 .V
A regra de três fica:

40 2400 12 3 Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2


= � � 100
x 5616 18 2,5
40 86400
→ = Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
x 252720
→ 86500x = 10108800 67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
→ x = 117 digitadores assistem ao tal programa?
Aqui, queremos saber a “parte” da população que as-
2. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e
carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados
o total, basta realizarmos a multiplicação:
por 4 homens em 16 dias?
67
Resposta: 67% de 56000=A= 56000=37520
100
Homens Carrinhos Dias Resp. 37 520 pessoas.
8 20 5
Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero
4 x 16 achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va-
lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
Observe que, aumentando o número de homens, a
produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação 𝑝 𝐴
é diretamente proporcional (não precisamos inverter 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
100 𝑉
a razão).
Aumentando o número de dias, a produção de carri-
nhos aumenta. Portanto a relação também é direta- Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
mente proporcional (não precisamos inverter a razão). Qual foi sua porcentagem de vitórias?
Devemos igualar a razão que contém o termo x com o Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta-
produto das outras razões. gem de vitórias que esse time obteve, assim:
Montando a proporção e resolvendo a equação, temos:
𝐴 10
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
𝑉 16
20 8 5
= � Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.
π 4 16
Logo, serão montados 32 carrinhos. Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou 48
de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário acertar
Porcentagem 55% das questões, o candidato foi ou não foi aprovado?
Para sabermos se o candidato passou, é necessário
A definição de porcentagem passa pelo seu próprio calcular sua porcentagem de acertos:
nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou 𝐴 48
seja, é uma fração de denominador 100. Representamos 𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55%
𝑉 80
porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
50 Logo, o candidato foi aprovado.
Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equivalente a
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

ela é uma porcentagem que podemos representar por 50%. Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V):
No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que 100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente:
representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
𝑝 𝐴 𝐴
como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que: 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
100 𝑉 𝑝
𝑝
𝐴= .𝑉
100
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus
Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros,
todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta- quantos tiros ele deu no total?
gem se resumem a três tipos: Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale
Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):

35
p
o “todo”, assim: VA = ( 1 + 100 ).V

𝐴 15 40
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠 3500 = ( 1 + ).V
𝑝 75 100

3500 =(1+0,4).V
Forma Decimal: Outra forma de representação de porcen-
tagens é através de números decimais, pois todos eles perten- 3500 =1,4.V
cem à mesma classe de números, que são os números racio- 3500
nais. Assim, para cada porcentagem, há um numero decimal V= =2500
1,4
equivalente. Por exemplo, 35% na forma decimal seriam repre-
sentados por 0,35. A conversão é muito simples: basta fazer a Resp. R$ 2 500,00
divisão por 100 que está representada na forma de fração:
75 Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
75% = = 0,75 em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
100
les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
Aumento e desconto percentual Aqui, basta calcular o valor de VD :
p
Outra classe de problemas bem comuns sobre por- VD = (1 – ) .V
centagem está relacionada ao aumento e a redução per- 100
centual de um determinado valor. Usaremos as defini-
20
ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria VD = (1 – ) .250,00
envolvida 100
VD = (1 –0,2) .250,00
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chame- VD = (0,8) .250,00
mos de VA o valor após o aumento. Assim:
VD = 200,00
p
VA = V + .V
100 Resp. R$ 200,00
Fatorando:
p
VA = ( 1 + ) .V FIQUE ATENTO!
100
Em alguns problemas de porcentagem
são necessários cálculos sucessivos de
Em que (1 + p ) será definido como fator de au- aumentos ou descontos percentuais.
mento, que pode100 estar representado tanto na forma de Nesses casos é necessário ter atenção ao
fração ou decimal. problema, pois erros costumeiros ocorrem
quando se calcula a porcentagens do valor
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial inicial para obter todos os valores finais
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha- com descontos ou aumentos. Na verdade,
memos de VD o valor após o desconto. esse cálculo só pode ser feito quando o
p problema diz que TODOS os descontos ou
VD = V – .V aumentos são dados a uma porcentagem
100
do valor inicial. Mas em geral, os cálculos
Fatorando: são feitos como mostrado no texto a seguir.
p
VD = (1 – ) .V
100 Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

p
Em que (1 – ) será definido como fator de des- dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
100
conto, que pode estar representado tanto na forma de após o primeiro aumento, temos:
fração ou decimal. 𝑝1
V1 = V .(1 + )
Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de 100
janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au- Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja,
mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio- após já ter aumentado uma vez, temos que:
nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário 𝑝2
deve admiti-lo? V2 = V1 .(1 + )
Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de 100
saber o valor de V, assim:
Como temos também uma expressão para V1, basta

36
𝑝1 𝑝2
substituir: V2 = V . 1+ . 1–
100 100
𝑝1 𝑝2 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
V2 = V .(1 + ) .(1 + )
100 100
20 20
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
Assim, para cada aumento, temos um fator corres- 100 100
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )
ao resultado final.
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V V2 = V .(1,2) .(0,8)
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%.
96
V2 = 0,96.V= V=96% de V
Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: 100
𝑝1 Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
V1 = V.(1 – ) 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
100
nalar a opção ERRADO
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja,
após já ter descontado uma vez, temos que:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
V2 = V_1 .(1 – 𝑝2 )
100 1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
Como temos também uma expressão para , basta mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
substituir:
um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas-
𝑝1 𝑝2 culino será exatamente igual ao número de votantes do
V2 = V .(1 – ) .(1 – )
100 100 sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada
sexo.
Além disso, essa formulação também funciona para
Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: e 91% das mulheres compareceram a votação, onde
94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter-
𝑝1 minar o número de eleitores de cada sexo temos os
V1 = V .(1+ )
100 seguinte sistema para resolver:
F + M = 18500
Sendo V2 o valor após o desconto, temos que: �
0,94M = 0,91F
𝑝2 0,91
V2 = V_1 .(1 – ) Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora,
100 substituindo M na primeira equação do sistema en-
contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100.
Como temos uma expressão para , basta substituir:
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1+ ) .(1 – ) EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
100 100
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois


sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará EQUAÇÃO DO 1º GRAU
ao seu valor original.
Uma equação é uma igualdade na qual uma ou mais
( ) Certo ( ) Errado variáveis, conhecidas por incógnitas, são desconhecidas.
Resolver uma equação significa encontrar o valor das in-
Este problema clássico tem como finalidade concei- cógnitas. Equações do primeiro grau são equações onde
tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar há somente uma incógnita a ser encontrada e seu ex-
o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi- poente é igual a 1. A forma geral de uma equação do
nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que primeiro grau é: ax+b=0
aprendemos, temos que:
O “lado esquerdo” da equação é denominado 1º

37
membro enquanto o “lado direito” é denominado 2º 2x
membro. + 2x − 8 = x + 1
3
Aplicando a regra 2, igualam-se os denominadores de to-
#FicaDica dos os termos. Nessa equação, o denominador comum é “3”:
Para resolver uma equação do primeiro
grau, costuma-se concentrar todos os ter- 2x 6x 24 3x 3
+ − = +
mos que contenham incógnitas no 1º mem- 3 3 3 3 3
bro e todos os termos que contenham so-
mente números no 2º membro. Como há o mesmo denominador em todos os termos,
eles podem ser “cortados”: 2x+6x-24=3x+3

Há diversas formas de equações do primeiro grau e Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “” para o 1º
a seguir serão apresentados alguns deles. Antes, há uma membro: 2x+6x-3x-24=3
lista de “regras” para a solução de equações do primeiro
grau: Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “” para o 2º
membro: 2x+6x-3x=24+3
Regra 1 – Eliminar os parênteses
Regra 2 – Igualar os denominadores de todos os ter- Aplicando a regra 5, simplificam-se as expressões em
mos caso haja frações ambos os membros: 5x=27
Regra 3 – Transferir todos os termos que contenham
incógnitas para o 1º membro Por fim, aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º
Regra 4 – Transferir todos os termos que contenham membro: x =
27 27
somente números para o 2º membro →S =
5 5
Regra 5 – Simplificar as expressões em ambos os
membros
Regra 5 – Isolar a incógnita no 1º membro Equação do 2º Grau
Exemplo: Resolva a equação 5x-4=2x+8 Equações do segundo grau são equações nas quais o
maior expoente de é igual a 2. Sua forma geral é expres-
As regras 1 e 2 não se aplicam pois não há parênteses, sa por: ax2+bx+c=0
nem frações. Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “”
para o 1º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º Onde a,b e c e são números reais e a≠0. Os números a,
membro com o sinal trocado: 5x-4-2x=8 b e c são chamados coeficientes da equação:
- a é sempre o coeficiente do termo em X2 .
Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “” para o 2º - b é sempre o coeficiente do termo em X.
membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º membro - c é sempre o coeficiente ou termo independente.
com o sinal trocado: 5x-2x=8+4
EQUAÇÃO COMPLETA E INCOMPLETA:
Aplicando a regra 5, simplifica-se as expressões em
ambos os membros. Simplificar significa “juntar” todos - Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz
os termos com incógnitas em um único termo no 1º completa.
membro e fazer o mesmo com todos os temos que con- Exemplos:
tenham somente números no 2º membro: 3x=12 5x2 – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5,b
= – 8,c = 3).
Aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º mem- y2 + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1,b =
bro. Para isso, divide-se ambos os lados da equação por 12,c = 20.
3, fazendo com que no 1º membro reste apenas :
Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

grau se diz incompleta.


3x 12 12 Exemplos :
= →x= → x = 4 → S = {4� x2 – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1,b = 0 e
3 3 3
c = – 81).
10t2 +2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10,b =
2x
2 e c = 0).
Exemplo: Resolva a equação 3
+2 x− 4 = x +1 5y2 = 0 é uma equação incompleta (a = 5,b = 0 e c = 0).

Aplicando a regra 1, eliminam-se os parênteses. Para Todas essas equações estão escritas na forma ax2 + bx
isso, aplica-se a distributiva no termo com parênteses: + c = 0 , que é denominada forma normal ou forma redu-
zida de uma equação do 2º grau com uma incógnita.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não es-

38
tão escritas na forma ax2 + bx + c = 0 ; por meio de trans-
formações convenientes, em que aplicamos o princípio Exemplo: Resolva a equação x2-4x+4=0
aditivo para reduzi-las a essa forma. Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-4 e c=4
Ex: Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante: Δ=b-
Dada a equação: 2x2 – 7x + 4 = 1 – x^2, vamos escre- 2
-4∙a∙c=(-4)2-4∙1∙4=16-16=0
vê-la na forma normal ou reduzida.
2x2 – 7x + 4 – 1 + x2 = 0 Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re-
2x2 + x2 – 7x + 4 – 1 = 0 gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:
3x2 – 7x + 3 = 0
−b ± Δ − −4 ± 0 4 ± 0 4
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º GRAU: FÓR- x= = = = =2
2a 2×1 2 2
MULA DE BHÁSKARA
Assim, S={2}
Para encontras as soluções de equações do segundo Note que, como o discriminante é nulo, a equação
grau, é necessário conhecer seu discriminante, represen- possui duas raízes reais e idênticas iguais a 2.
tado pela letra grega Δ (delta).
Exemplo: Resolva a equação x2+2x+3=0
Δ=b - 4∙a∙c
2
Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=2 e c=3
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante: Δ=b-
FIQUE ATENTO!
2
-4∙a∙c=(2)2-4∙1∙3=4-12=-8
O discriminante fornece importantes Como o discriminante é negativo, a equação não pos-
informações de uma equação do 2ª grau: sui raízes reais.
Se Δ>0→ A equação possui duas raízes reais Assim, S=∅ (solução vazia).
e distintas
Se Δ=0→ A equação possui duas raízes reais
e idênticas
Se Δ<0→ A equação não possui raízes reais EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ENEM 2009) Um grupo de 50 pessoas fez um orça-


A solução é dada pela Fórmula de Bháskara: mento inicial para organizar uma festa, que seria dividido
entre elas em cotas iguais. Verificou-se ao final que, para
x=
−b± Δ
, válida para os casos onde Δ>0 ou Δ=0. arcar com todas as despesas, faltavam R$ 510,00, e que
2a
5 novas pessoas haviam ingressado no grupo. No acerto
Observações importantes: foi decidido que a despesa total seria dividida em partes
• Para utilizar a Fórmula de Bháskara a equação deve iguais pelas 55 pessoas. Quem não havia ainda contri-
estar obrigatoriamente no formato ax2+bx+c=0. buído pagaria a sua parte, e cada uma das 50 pessoas do
Caso não esteja, é necessário colocar a equação grupo inicial deveria contribuir com mais R$ 7,00.
nesse formato para, em seguida, aplicar a fórmula! De acordo com essas informações, qual foi o valor da
• Quando b=0 diz-se que as raízes das equações são cota calculada no acerto final para cada uma das 55 pes-
simétricas. soas?
As regras para solução de uma equação do 2º grau a) R$ 14,00.
são as seguintes: b) R$ 17,00.
Regra 1 – Identificar os números e c) R$ 22,00.
Regra 2 – Calcular o discriminante d) R$ 32,00.
Regra 3 – Caso o discriminante não seja negativo, uti- e) R$ 57,00.
lizar a Fórmula de Bháskara
Resposta: Letra D. De acordo com o enunciado da
Exemplo: Resolva a equação questão, 50 pessoas já haviam pagado sua parte da
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-1 e c=-6 despesa total, por isso não consideraremos o valor to-
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante: tal para elas, apenas o valor de R$ 7,00 adicional, que
Δ=b^2-4∙a∙c=(-1)2-4∙1∙(-6)=1+24=25 deverá ser multiplicado por 50 pessoas. Além desse
pessoal, outros cinco juntaram-se ao grupo e preci-
Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re- sam pagar sua parte, um valor que não conhecemos
gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara: e, portanto, podemos identificar como x. Somando-se
o valor que essas pessoas pagarão ao valor acrescen-
1 +5 6 tado ao restante do grupo, teremos um recolhimento
= =3
x=
−b ± Δ − −1 ± 25 1 ± 5
= = = 2 2 de R$ 510,00. Podemos então montar uma equação
2a 2 ×1 2 1 −5
=
−4
= −2
do 1° grau:
2 2
(50 · 7) + (5 · x) = 510
Assim, S={-2,3}

39
350 + 5x = 510 FIQUE ATENTO!
5x = 510 – 350 O método de resolução das inequações de
5x = 160 primeiro grau é o mesmo do método de
x = 32 equações.
Portanto, cada um pagou o valor total de R$ 32,00.

2. (ENEM 2013) A temperatura T de um forno (em graus PROPRIEDADES DA DESIGUALDADE


centígrados) é reduzida por um sistema a partir do ins-
tante de seu desligamento (t = 0) e varia de acordo com a a) Propriedade Aditiva:
expressão T t = − t4 + 400 com t em minutos. Por motivos
2

de segurança, a trava do forno só é liberada para abertu- Mesmo sentido


ra quando o forno atinge a temperatura de 39 ºC. Qual o
tempo mínimo de espera, em minutos, após se desligar o
forno, para que a porta possa ser aberta? Exemplo: Se 8 > 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5

a) 19,0. Somamos +2 aos dois membros da desigualdade


b) 19,8.
c) 20,0.
d) 38,0. b) Propriedade Multiplicativa:
e) 39,0.
Mesmo sentido
Resposta: Letra D. De acordo com o enunciado, te-
t2
mos a equação T t = − + 400 e a informação
4
de que o forno só pode ser aberto quando T = 39. Exemplo: Se 8 > 3, então 8∙ 2 > 3 ∙ 2, isto é: 16 > 6.
Vamos igualar a equação a esse valor:

t2 Multiplicamos os dois membros por 2


39 = − + 400
4
Mudou de sentido
Novamente, para facilitar os cálculos, multiplicaremos
toda a equação por 4:
– t² + 1600 = 156 Exemplo: Se 8 > 3, então 8 ∙ (–2) < 3 ∙ (–2), isto é: –16 < –6
– t² = – 1444

Multiplicando toda a equação por (– 1), teremos a se- Multiplicamos os dois membros por –2
guinte equação do 2° grau incompleta:
t² = 1444
𝑡 = 1444
FIQUE ATENTO!
t = ± 38 Uma desigualdade não muda de sentido
quando adicionamos ou subtraímos um
Como estamos procurando um valor para o “tempo”, mesmo número aos seus dois membros, nem
podemos desconsiderar a resposta negativa. Portan- quando multiplicamos ou dividimos seus dois
to, t = 38 minutos. membros por um mesmo número positivo ou
negativo.

Inequação do 1˚ Grau
CONJUNTO UNIVERSO
Inequação é toda sentença aberta expressa por uma
desigualdade. Ao invés do sinal de igualdade ( = ) rela- Toda inequação (assim como toda equação) deve ser
cionando duas expressões matemáticas, teremos os si- resolvida em um conjunto universo dado. O conjunto
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

nais de maior ( > ), menor ( < ), maior ou igual ( ≥ ) ou universo () corresponde ao conjunto de todos os valores
menor ou igual ( ≤ ). Abaixo seguem alguns exemplos: possíveis para a varíavel (ou outra incógnita).
x+1>0
2x-3≤5 Vejamos, através do exemplo, a resolução de inequa-
-3x+7<2x+3 ções do 1º grau.
x-2≤4x-1
a) x < 5, sendo U = ℕ
As inequações acima são do primeiro grau pois o ex-
poente da variável x é igual a 1. Os números naturais que tornam a desigualdade ver-
dadeira são: 0, 1, 2, 3 ou 4. Então V = {0, 1, 2, 3, 4}.

b) x < 5, sendo U = ℤ

40
Ou seja, neste caso, o colchete é fechado no lado do
Todo número inteiro menor que 5 satisfaz a desigual- número 4 pois ele é o limite superior (todos os valores
dade. Logo, V = {..., –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4}. da solução devem ser maiores ou iguais a ele) e neste
caso, ele também é solução (devido a ser maior ou igual
c) x < 5, sendo U = ℚ e não somente maior), já o limite inferior vai para menos
infinito e permanece com colchete aberto.
Todo número racional menor que 5 é solução da ine-
quação dada. Como não é possível representar os infi-
nitos números racionais menores que 5 nomeando seus
elementos, nós o faremos por meio da propriedade que EXERCÍCIOS COMENTADOS
caracteriza seus elementos. Assim:
1.(FGV – 2010). O conjunto de todas as soluções reais da
V = {X ∈ Q|x<5 } inequação 2x + 1 < 3x + 2 é

RESOLUÇÃO DE INEQUAÇÕES DO 1º GRAU a) ]-∞, -1[


b) ]-∞, 1[
Como mencionado, a resolução de inequações ocorre c) ]-1, +∞[
de forma similar à de equações. A diferença está na re- d) ]1, +∞[
presentação do conjunto solução. Para mostrarmos essa e) ]-1, 1[
diferença, vamos resolver os dois primeiros exemplos  
apresentados sem U = ℝ
Resposta: Letra C. Resolvendo a inequação do pri-
x+1>0 meiro grau:
2x + 1 < 3x + 2
Passando o +1 para o lado direito: x>-1 2x – 3x < 2 – 1
-x < 1
Ou seja, o conjunto solução desta inequação serão to- x > -1
dos os valores de x pertencente ao domínio (neste caso,
vamos utilizar todo o conjunto dos números reais) maio- A solução da inequação é o conjunto de números reais
res que -1, assim a solução fica: S = x ∈ ℝ ⁄ x > −1 maiores que -1.
Logo, S = ]-1,+∞[.
Uma outra maneira é a representação entre colchetes,
que fica da seguinte forma: S = −1, +∞ 2.(CESGRANRIO – 2012) Qual é o menor valor inteiro
que satisfaz a desigualdade apresentada a seguir?
Vamos explicar essa representação. A representação 9x + 2(3x – 4) > 11x – 14
dos colchetes para fora indica que o número de dentro
não pertence a solução e também representa quando há a) -2
a presença do infinito (seja “mais” ou “menos” infinito). b) -1
Assim, -1 não está na solução mas é o limite inferior da c) 0
mesma. d) 1
Resolvendo agora o segundo exemplo, temos que: e) 2
 
2x − 3 ≤ 5 Resposta: Letra B. Resolvendo a inequação do pri-
meiro grau:
9x + 2(3x – 4) > 11x – 14
2x ≤ 5 + 3
9x + 6x – 8 > 11x – 14
15x – 8 > 11x – 14
2x ≤ 8 15x – 11x > – 14 + 8
4x > – 6
x > -6/4
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

8
x≤2 x > -3/2

Como -3/2 = -1,5, o menor valor inteiro que satisfaz a


x≤4 inequação é -1.

Colocando na solução tradicional:


S = x∈ ℝ ⁄ x ≤ 4

Já a solução em colchetes fica:

S = −∞, 4 Inequações do 2˚ Grau

41
As inequações de segundo grau seguem exatamente
o que foi visto nos diversos tipos de posição que a pa-
rábola pode ter no plano cartesiano. Basicamente uma ou
inequação de segundo grau possui a seguinte forma:
ax2+bx+c >0
ax2+bx+c<0
ax2+bx+c ≥0
ax2+bx+c ≤0
A diferença das duas representações está se a ine-
FORMAS DA INEQUAÇÃO DO 2º GRAU quação será apenas maior ou menor (“bolinha vazia” nas
raízes, ou seja, elas não entrarão no conjunto solução) ou
Vamos analisar novamente os seis casos possíveis de maior ou igual ou menor ou igual (“bolinha cheia” nas
combinações de valores de “a” e Δ e verificar o que ocor- raízes, elas entrarão no conjunto solução)
re com o sinal de “y”:
a) a>0 e Δ>0: Observe neste tipo de gráfico que Exemplo:
os valores de y menores que x1 e maiores que x_]2 pos- Resolva a seguinte inequação: -x2+5x-4≤0
suem y positivo e entre x_1 e x2, y é negativo. Assim, uma Resolução: Se você resolver a função do segundo
representação na reta real indicará o seguinte: grau, encontrará como raízes, os números 1 e 4, ou seja,
Δ>0. Como a<0, temos a seguinte representação na reta
real:

ou

Como desejamos valores menores ou iguais a zero,


temos como solução, todos os valores abaixo de 1 e to-
dos os valores acima de 4. Assim, na representação por
FIQUE ATENTO! colchetes: S = −∞, 1 ∪ 4, +∞
A diferença das duas representações está se a
inequação será apenas maior ou menor (“bo- Ou por outra representação: S = x ∈ ℝ x ≤ 1ou x ≥ 4}
linha vazia” nas raízes, ou seja, elas não entra-
rão no conjunto solução) ou maior ou igual ou c) a>0 e Δ=0: Nos casos onde Δ=0, há apenas um
menor ou igual (“bolinha cheia” nas raízes, elas toque da parábola no eixo x. Assim, o sinal de “a” deter-
entrarão no conjunto solução). mina se os valores da parábola serão positivos ou ne-
gativos. No caso de “a” positivo, temos toda a parábola
positiva:
Exemplo:
Resolva a seguinte inequação: x2-3x+2<0
Resolução: As raízes dessa função de segundo grau são
1 e 2 (Verifique!). Com isso, temos que Δ>0 e pela expres-
são, temos que a>0. Colocando na reta real, temos que

ou

Como desejamos valores menores que zero, as raízes


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

não entram no conjunto solução (“Bolinha vazia”). Assim,


os valores possíveis que atendem a inequação são os A única diferença é se a raiz entrará ou não no con-
valores entre 1 e 2. Pela representação dos colchetes, junto solução.
temos que: S = 1,2
d) a<0 e Δ=0: Nos casos onde Δ=0, há apenas um
Ou por outra representação: S = x ∈ ℝ 1 < 𝑥 < 2 } toque da parábola no eixo x. Assim, o sinal de “a” deter-
mina se os valores da parábola serão positivos ou nega-
b) a<0 e Δ>0: Observe neste tipo de gráfico que tivos. No caso de “a” negativo, temos toda a parábola
os valores de y menores que x1 e maiores que x2 pos- negativa:
suem y negativo e entre x1 e x2, y é positivo. Assim, uma
representação na reta real indicará o seguinte:

42
ou

A única diferença é se a raiz entrará ou não no conjunto solução.

e) a>0 e Δ<0: Os dois últimos tipos serão os mais simples. Como a parábola não toca no eixo x, apenas o sinal de
“a” determina todo o sinal da parábola, assim, para “a” positivo temos a parábola toda positiva:

f) a<0 e Δ<0: Como a parábola não toca no eixo x, apenas o sinal de “a” determina todo o sinal da parábola,
assim, para “a” negativo temos a parábola toda negativa:

FIQUE ATENTO!
Em resumo, para resolver uma inequação, inicialmente calculamos os zeros da equação de segundo grau,
ou seja, os pontos em que o gráfico toca o eixo x. Em seguida, sabendo qual a concavidade da parábola e
os zeros da equação, o gráfico pode ser esboçado e a análise do sinal pode ser feita.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(CESGRANRIO) O conjunto-solução da inequação 9 – x² > 0 é:

a) – 3 > x > 3
b) – 3 < x < 3
c) x = 3
d) x < 3
e) x > 3
 
Resposta: Letra B. Sabemos que a função f(x) = 9 – x² é uma função quadrática, onde a=-1, b=0 e c=9.
Podemos concluir que o gráfico de f é uma parábola com a concavidade para baixo, pois a<0.
Vamos agora descobrir as raízes da função f resolvendo a equação:
9 – x² = 0
x² = 9
x = ± √9
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

x=±3

Daí, o conjunto solução da equação é S = {-3, 3}.

O gráfico de f com as informações obtidas é apresentado a seguir.

43
Logo, como queremos os valores de x onde f(x) > 0, temos que o conjunto solução é: S = {x ∈ R | − 3 < 𝑥 < 3 }

SISTEMAS DE MEDIDAS. VOLUMES

O sistema de medidas e unidades existe para quantificar dimensões. Como a variação das mesmas pode ser gigan-
tesca, existem conversões entre unidades para melhor leitura.

Medidas de Comprimento

A unidade principal (utilizada no sistema internacional de medidas) de comprimento é o metro. Para medir dimen-
sões muito maiores ou muito menores que essa referência, surgiram seis unidades adicionais:

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

A conversão de unidades de comprimento segue potências de 10. Para saber o quanto se deve multiplicar (ou dividir),
utiliza-se a regra do , onde c é o número de casas que se andou na tabela acima. Adicionalmente, se você andou para a
direita, o número deverá ser multiplicado, se andou para a esquerda, será dividido. As figuras a seguir exemplificam as
conversões:

Ex: Conversão de 2,3 metros para centímetros


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

44
Ex: Conversão de 125 000 mm para decâmetro:

Medidas de Área (Superfície)

As medidas de área seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o metro
quadrado e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro qua- (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) drado) quadrado) quadrado) quadrado)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de , utiliza-se a re-
gra de , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 2. A definição se multiplica ou divide segue
a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:

Ex: Conversão de 2 km² para m² RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

45
Ex: Conversão de 20 mm² para cm²

Medidas de Volume(Capacidade)

As medidas de volume seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o
metro cúbico e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de , utiliza-se a re-
gra de , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 3. A definição se multiplica ou divide segue
a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Ex: Conversão de 3,7 m³ para cm³

46
Ex: Conversão de 50000 dm³ para m³

kL hL dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(quilolitro) (hectolitro) (decalitro) (litro) (decilitro) (centilitro) (mililitro)

Para essa tabela, o roteiro para converter unidades de medidas é o mesmo utilizado para as medidas anteriores. A
diferença é que para cada unidade à direita multiplica-se por 10 e para cada unidade à esquerda divide-se por 10 (igual
para unidades de comprimento).

Medidas de Massa

As medidas de massa segue a base 10, como as medidas de comprimento. A unidade principal é o grama (g) e suas
seis unidades complementares estão apresentadas a seguir:

kg hg dag g dg cg mg
(kilograma) (hectograma) (decagrama) (grama) (decígrama) (centígrama) (milígrama)
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Os passos para conversão de unidades segue o mesmo das medidas de comprimento. Utiliza-se a regra do , multi-
plicando se caminha para a direita e divide quando caminha para a esquerda.

FIQUE ATENTO!
Outras unidades importantes:
• Massa: A tonelada, sendo que 1 tonelada vale 1000 kg.
• Volume : O litro (l) que vale 1 decímetro cúbico (dm³) e o mililitro, que vale 1 cm³.
• Área: O hectare (ha) que vale 1 hectômetro quadrado (ou 10000 m²) e o alqueire, (varia de região para
região e normalmente a conversão desejada é dada na prova).

Medidas de Tempo

47
do então passaremos dois níveis à esquerda. Dividire-
Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mos então por 10 duas vezes:
mede intervalos de tempo, é o mais conhecido. 0,348ml:10:100,00348dl
2h = 2 ∙ 60min = 120 min = 120 ∙ 60s = 7 200s Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.
Para passar de uma unidade para a menor seguinte,
multiplica-se por 60. 3. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 dé-
cimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h Resposta: 0, 00005 hm². Para passarmos de decíme-
= 18min. tros quadrados para hectômetros quadrados, passare-
Para medir ângulos, também temos um sistema não mos três níveis à esquerda.
decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na as- Dividiremos então por 100 três vezes:
tronomia, na cartografia e na navegação são necessárias 50dm2:100:100:100 ⟹ 0,00005hm2
medidas inferiores a 1º. Temos, então: Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) 4. Passe 5.200 gramas para quilogramas.
Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é
claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Resposta: 5,2 kg. Para passarmos  5.200 gra-
Há uma coincidência de nomes, mas até os símbolos que mas  para  quilogramas, devemos dividir (por-
os indicam são diferentes: que na tabela  grama  está à direita de quilogra-
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante ma)  5.200  por  10  três vezes, pois para passarmos
do dia. de  gramas  para  quilogramas  saltamos três níveis à
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois
de decagrama para hectograma e finalmente de hec-
#FicaDica
tograma para quilograma:
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora 5200g:10:10:10 ⟹ 5,2Kg
– minuto – segundo são similares a cálculos Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquer-
no sistema grau – minuto – segundo, da.
embora esses sistemas correspondam a Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg.
grandezas distintas.
5. Converta 2,5 metros em centímetros.

RESPOSTA: 250 cm. Para convertermos  2,5 me-


EXERCÍCIOS COMENTADOS tros  em  centímetros, devemos multiplicar (por-
que na tabela  metro  está à esquerda de centíme-
1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o tro)  2,5  por  10  duas vezes, pois para passarmos
curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e che- de  metros  para  centímetros  saltamos dois níveis à
gou na hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. direita.
A que horas terminará a aula de inglês? Primeiro passamos de metros para decímetros e de-
pois de decímetros para centímetros:
a) 14h 2,5m∙10∙10 ⟹ 250cm
b) 14h 30min Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a di-
c) 15h 15min reita.
d) 15h 30min Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.
e) 15h 45min

Resposta: Letra D. Basta somarmos todos os valores COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS LÓGICAS


mencionados no enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
Logo, a questão correta é a letra D. Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

que exprimem um pensamento de sentido completo.


2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros? Nossa professora, bela definição!
Não entendi nada!
Resposta: “0, 00348 dl”. Como 1 cm3 equivale a 1 ml, Vamos pensar que para ser proposição a frase tem
é melhor dividirmos 348 mm3  por mil, para obtermos que fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia,
o seu equivalente em centímetros cúbicos: 0,348 cm3. mas também no sentido lógico.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser
equivalem. proposição, temos que conseguir julgar se a frase é ver-
Neste ponto já convertemos de uma unidade de me- dadeira ou falsa.
dida de volume, para uma unidade de medida de ca-
pacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quan- Exemplos:

48
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
(A) A Terra é azul. Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é Se quisermos indicar quais proposições simples fa-
uma proposição. zem parte da proposição composta:
P(p,q)
(B) >2 Se pensarmos em gramática, teremos uma proposi-
ção composta quando tiver mais de um verbo e propo-
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico sição simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando
falso.
que para ser proposição, temos que conseguir definir o
Todas elas exprimem um fato.
valor lógico.
Agora, vamos pensar em uma outra frase:
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto? 3. Conectivos
Correto. Mas é uma proposição?
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos Agora que vamos entrar no assunto mais interessan-
declarar se é falso ou verdadeiro. te e o que liga as proposições.
Bruno, vá estudar. Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não conectivos vem a parte prática.
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto,
não é proposição. 3.1. Definição
Passei!
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não pode- Palavras que se usam para formar novas proposições,
mos de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, a partir de outras.
porque é uma sentença exclamativa. Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
Vamos ver alguns princípios da lógica: coisa?
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não Sim, vão conectar as proposições, mas cada conecti-
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo. vo terá um nome, vamos ver?
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre -Negação
um desses casos e nunca um terceiro caso.

1. Valor Lógico das Proposições

Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição Exemplo


a verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsida- p: Lívia é estudante.
de, se a proposição é falsa (F). ~p: Lívia não é estudante.
q: Pedro é loiro.
Exemplo ¬q: É falso que Pedro é loiro.
p: Thiago é nutricionista. r: Érica lê muitos livros.
V(p)=V essa é a simbologia para indicar que o valor ~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
lógico de p é verdadeira, ou s: Cecilia é dentista.
V(p)=F ¬s: É mentira que Cecilia é dentista.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou -Conjunção
falso, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem
valor lógico falso.

2. Classificação

Proposição simples: não contém nenhuma outra pro- Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

posição como parte integrante de si mesma. São geral- junção.


mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s... Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais:
E depois da letra colocamos “:” “e”, “mas”, “porém”.
Exemplos
Exemplo: p: Vinícius é professor.
p: Marcelo é engenheiro. q: Camila é médica.
q: Ricardo é estudante.
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
Proposição composta: combinação de duas ou mais p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica.
proposições. Geralmente designadas pelas letras maiús- p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica.
culas P, Q, R, S,...
Exemplo: - Disjunção

49
F F

Observe, a primeira proposição ficou VVFF


E a segunda intercalou VFVF
p: Vitor gosta de estudar.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 pos-
q: Vitor gosta de trabalhar.
sibilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver
p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
um padrão para se tornar mais fácil!
balhar.
As possibilidades serão 2n,
- Disjunção Exclusiva
Onde:
Extensa: Ou...ou...
n=número de proposições
Símbolo: ∨
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar p q r
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de V V V
trabalhar.
V F V
-Condicional V V F
Extenso: Se..., então..., É necessário que, Condição ne-
V F F
cessária
Símbolo: → F V V
F F V
Exemplos
p→q: Se chove, então faz frio. F V F
p→q: É suficiente que chova para que faça frio. F F F
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
p→q: É necessário que faça frio para que chova. A primeira proposição, será metade verdadeira e
p→q: Fazer frio é condição necessária para chover. metade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
-Bicondicional E a terceira VVFFVVFF.
Extenso: se, e somente se, ... Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
Símbolo: ↔ operadores lógicos?
p: Lucas vai ao cinema.
q: Danilo vai ao cinema. -Negação
p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo
p ~p
vai ao cinema.
V F
Referências F V
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
mática – São Paulo: Nobel – 2002. Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógi-
co oposto, faz sentido, não?
Tabela-verdade
- Conjunção
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar
lógico de proposições compostas facilmente, analisando se eu tiver as duas coisas, certo?
cada coluna. Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V só chocolate.
ou V(p)=F. E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
p
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

V p q p ∧q
F V V V
V F F
Quando temos duas proposições, não basta colocar
só VF, será mais que duas linhas. F V F
F F F
p q
-Disjunção
V V Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o
V F conectivo “ou”.
Eu comprei bala ou chocolate.
F V
Eu comprei bala e também comprei a chocolate,

50
está certo pois poderia ser um dos dois ou os dois. V F F
Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
forma se eu comprei apenas chocolate. F V F
Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não F F V
dará certo.
p q p ∨q
V V V EXERCÍCIOS COMENTADOS
V F V
F V V 1. (EBSERH – ÁREA MÉDICA – CESPE – 2018) A res-
peito de lógica proposicional, julgue o item que se segue.
F F F
Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar
a negação da proposição R, então, independentemente
-Disjunção Exclusiva
dos valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P, Q e
Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
R, a proposição P→Q∨(~R) será sempre V.
chocolate OU comprei bala.
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mes-
( )CERTO ( )ERRADO
mo tempo.
RespostA: Errado Se P for verdadeiro, Q falso e R
p q p ∨q falso, a proposição é falsa.
V V F
2. (TRT 7ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS –
V F V
CESPE – 2017)
F V V
F F F Texto CB1A5AAA – Proposição P

-Condicional A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-


Se chove, então faz frio. rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen-
Se choveu e fez frio. to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
Estamos dentro da possibilidade.(V) ex-empregado.
Choveu e não fez frio. A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
Não está dentro do que disse. (F) -verdade para representar todas as combinações possí-
Não choveu e fez frio. veis para os valores lógicos das proposições simples que
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover, compõem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a
certo?(V)
Não choveu, e não fez frio. a) 32.
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V) b) 4.
c) 8.
p q p →q d) 16.

V V V Resposta: Letra C. P: A empresa alegou ter pago suas


V F F obrigações previdenciárias.
F V V Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
F F V ex-empregado.
Número de linhas: 2³=8
-Bicondicional
Ficarei em casa, se e somente se, chover. 3.(SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
Estou em casa e está chovendo. CIÁRIA – CESPE – 2017) A partir das proposições sim-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

A ideia era exatamente essa. (V) ples P: “Sandra foi passear no centro comercial Bom Pre-
Estou em casa, mas não está chovendo. ço”, Q: “As lojas do centro comercial Bom Preço estavam
Você não fez certo, era só pra ficar em casa se cho- realizando liquidação” e R: “Sandra comprou roupas
vesse. (F) nas lojas do Bom Preço” é possível formar a proposição
Eu sai e está chovendo. composta S: “Se Sandra foi passear no centro comercial
Aiaiai não era pra sair se está chovendo (F) Bom Preço e se as lojas desse centro estavam realizan-
Não estou em casa e não está chovendo. do liquidação, então Sandra comprou roupas nas lojas
Sem chuva, você pode sair, ta?(V) do Bom Preço ou Sandra foi passear no centro comercial
Bom Preço”. Considerando todas as possibilidades de as
p q p ↔q proposições P, Q e R serem verdadeiras (V) ou falsas (F), é
V V V possível construir a tabela-verdade da proposição S, que
está iniciada na tabela mostrada a seguir.

51
F V F V

A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do


Terceiro Excluído.
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou”
é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um
desses casos e nunca um terceiro caso.

P ~p p∨~p
V F V
F V V

Esses são os exemplos mais simples, mas normalmen-


Completando a tabela, se necessário, assinale a opção te conseguiremos resolver as questões com base na ta-
que mostra, na ordem em que aparecem, os valores ló- bela verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos
gicos na coluna correspondente à proposição S, de cima operadores, têm que estar na “ponta da língua”, quase
para baixo. como a tabuada da matemática.
Veremos outros exemplos.
a) V / V / F / F / F / F / F / F.
b) V / V / F / V / V / F / F / V. Exemplo 1
c) V / V / F / V / F / F / F / V. Vamos pensar nas proposições:
d) V / V / V / V / V / V / V / V. P: João é estudante.
e) V / V / V / F / V / V / V / F. Q: Mateus é professor.
Se João é estudante, então João é estudante ou Ma-
Resposta: Letra D teus é professor.
A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p)
Em simbologia: p→p∨q
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p)
V V V V V V P Q p∨q p→p∨q
V V F V V V V V V V
V F V F V V V F V V
V F F F V V F V V V
F V V F V V F F F V
F V F F F V
A coluna inteira da proposição composta deu verda-
F F V F V V deiro, então é uma tautologia.
F F F F F V
Exemplo 2
Com as mesmas proposições anteriores:
TAUTOLOGIA João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição p∨~(p∧q)
composta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
a coluna da proposição composta for verdadeira é tau- V V V F V
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

tologia.
Vamos ver alguns exemplos. V F F V V
F V F V V
A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da
F F F V V
não contradição. Está lembrado?
Princípio da não Contradição: uma proposição não
Novamente, coluna deu inteira com valor lógico ver-
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
dadeiro, é tautologia.

P ~p p∧~p ~(p∧~p)
V F F V

52
Exemplo 3 Regra da Dupla negação
Se João é estudante ou não é estudante, então Ma- ~~p⇔p
teus é professor. p ~p ~~p
V F V
P Q ~p p∨~p p∨~p→q
F V F
V V F V V
V F F V F São iguais, então ~~p⇔p
F V V V V
Regra de Clavius
F F V V F ~p→p⇔p

Deu pelo menos uma falsa e agora?


Não é tautologia. p ~p ~p→p
V F V
Referências F V F
ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a lógica mate-
mática. São Paulo: Nobel – 2002. Regra de Absorção
p→p∧q⇔p→q

EXERCÍCIO COMENTADO p q p∧q p→p∧q p→q


V V V V V
1.(INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
V F F F F
2016) Com relação a lógica proposicional, julgue o item
subsequente. F V F V V
Considerando-se as proposições simples “Cláudio pratica F F F V V
esportes” e “Cláudio tem uma alimentação balanceada”,
é correto afirmar que a proposição “Cláudio pratica es- Condicional
portes ou ele não pratica esportes e não tem uma ali-
mentação balanceada” é uma tautologia. Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
as mais pedidas nos concursos.
( ) CERTO ( ) ERRADO A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
-verdades idênticas
RESPOSTA: Errado
p: Cláudio pratica esportes.
q: Cláudio tem uma alimentação balanceada. p ~p q p∧q p→q ~p∨q
(p∨~p)∧~q V F V V V V
V F F F F F
P ~P Q ~q p∨~P (p∨~p)∧~q
F V V F V V
V F V F V F
F V F F V V
V F F V V V
F V V F V F Exemplo
p: Coelho gosta de cenoura
F V F V V V q: Coelho é herbívoro.

p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é


EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS herbívoro.
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente bívoro


equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção
as tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊN- p∨~q
TICAS.
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguin-
te notação: p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..) V V F F V V
V F F V V V
Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas. F V V F F F
F F V V V V

53
Equivalências fundamentais (Propriedades Fun- b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
damentais): a equivalência lógica entre as proposições
goza das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva. p q r q p
p ∨ (q p∨ (p ∨ q) ∧
∧r ∧ r) q ∨r (p ∨ r)
1 – Simetria (equivalência por simetria)
V V V V V V V V
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p V V F F V V V V
p q p∧q q∧p V F V F V V V V
V V V V V F F F V V V V
V F F F F V V V V V V V
F V F F F V F F F V F F
F F F F F F V F F F V F
b) p ∨ q ⇔ q ∨ p F F F F F F F F
p q p∨q q∨p 2 - Associação (equivalência pela associativa)
V V V V
a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
V F V V
F V V V p q r q p
p ∧ (q ∧ r) p∧q (p ∧ q) ∧
F F F F ∧r ∧r (p ∧ r)
V V V V V V V V
c) p ∨ q ⇔ q ∨ p
V V F F F V F F
p q p∨q q ∨ p V F V F F F V F
V V F F V F F F F F F F
V F V V F V V V F F F F
F V V V F V F F F F F F
F F F F F F V F F F F F
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p F F F F F F F F

p q p↔q q↔p b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
V V V V
p q r q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨
V F F F ∨r ∨r
∨ r) q (p ∨ r)
F V F F
V V V V V V V V
F F V V
V V F V V V V V
Equivalências notáveis: V F V V V V V V
V F F F V V V V
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)
F V V V V V V V
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) F V F V V V F V
F F V V V F V V
p q r q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

F F F F F F F F
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)
V V V V V V V V 3 – Idempotência
V V F V V V F V
a) p ⇔ (p ∧ p)
V F V V V F V V
V F F F F F F F Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer
duas colunas com p
F V V V F F F F
F V F V F F F F p p p∧p
F F V V F F F F V V V
F F F F F F F F F F F

54
b) p ⇔ (p ∨ p) V F F V F F V F
p p p∨ p F V F F V V F F
V V V F F V V V V V V
F F F
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)
4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se
outra condicional equivalente à primeira, apenas inver- p q p ~p ~q
p∧ ~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
tendo-se e negando-se as proposições simples que as ↔ q ~q ∧ ~q)
compõem.
q
Da mesma forma que vimos na condicional mais aci-
ma, temos outros modos de definir a equivalência da V V V V F F F V
condicional que são de igual importância. V F F F F V F F
F V F F V F F F
1º caso: (p → q) ⇔ (~q → ~p)
F F V F V V V V
p q ~p ~q p→q ~q → ~p
6 - Pela exportação-importação
V V F F V V
V F F V F F [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
F V V F V V
p q r p∧q (p ∧ q) → r q→r p → (q → r)
F F V V V V
V V V V V V V
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p) V V F V F F F
V F V F V V V
p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V F F F V V V
V V F V F V
F V V F V V V
V F F V V V
F V F F V F V
F V V V F V
F F V F V V V
F F V F V F
F F F F V V V
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)
Proposições Associadas a uma Condicional (se, en-
tão)
p q ~q p → ~q ~p q → ~p
V V F F F F Chama-se proposições associadas a p → q as três
proposições condicionadas que contêm p e q:
V F V V F V
F V F V V V – Proposições recíprocas: p → q: q → p
F F V V V V – Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
5 - Pela bicondicional
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:
a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
p q ~p ~q p→ q→ ~p → ~q →
p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p) q p ~q ~p
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

V V V V V V V V F F V V V V
V F F F V F V F F V F V V F
F V F V F F F V V F V F F V
F F V V V V F F V V V V V V

b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q) Observamos ainda que a condicional p → q e a sua


recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
EQUIVALENTES.
p q p↔ ~q ~p ~q → ~p → (~q → ~p) ∧
q ~p ~q (~p → ~q)
V V V F F V V V

55
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
EXERCÍCIOS COMENTADOS Elsevier, 2013.

1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – Negação de uma proposição composta


2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o Definição: Quando se nega uma proposição compos-
próximo item. ta primitiva, gera-se outra proposição também composta
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é e equivalente à negação de sua primitiva.
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”. Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que
saber qual a equivalência da negação para compor uma
( ) CERTO ( ) ERRADO frase, por exemplo.

RESPOSTA: Certo Uma dica é que normalmente Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)
quando tem vírgula é condicional, não é regra, mas
acontece quando você não acha o conectivo. Para negar uma conjunção, basta negar as partes e
trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.
2. (PC-PE – PERITO PAPILOSCOPISTA – CESPE –
2016) ~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)
p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
Texto CG1A06AAA
V V F F V F F
A Polícia Civil de determinado município prendeu, na V F F V F V V
sexta-feira, um jovem de 22 anos de idade suspeito de
ter cometido assassinatos em série. Ele é suspeito de cor- F V V F F V V
tar, em três partes, o corpo de outro jovem e de enterrar F F V V F V V
as partes em um matagal, na região interiorana do mu-
nicípio. Ele é suspeito também de ter cometido outros Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)
dois esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos
em que ele supostamente aparece executando os crimes Para negar uma disjunção, basta negar as partes e
Assinale a opção que é logicamente equivalente à pro- trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.
posição “Ele é suspeito também de ter cometido outros
dois esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos ~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)
em que ele supostamente aparece executando os cri- p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
mes”, presente no texto CG1A06AAA.
V V F F V F F
a) Se foram encontrados vídeos em que ele supostamen- V F F V V F F
te aparece executando os dois esquartejamentos, ele F V V F V F F
é suspeito também de ter cometido esses crimes.
F F V V F V V
b) Ele não é suspeito de outros dois esquartejamentos, já
que não foram encontrados vídeos em que ele supos-
Resumindo as negações, quando é conjunção nega as
tamente aparece executando os crimes.
duas e troca por “ou”
c) Se não foram encontrados vídeos em que ele suposta-
Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.
mente aparece executando os dois esquartejamentos,
ele não é suspeito desses crimes.
Negação de uma disjunção exclusiva
d) Como ele é suspeito de ter cometido também dois
~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)
esquartejamentos, foram encontrados vídeos em que
ele supostamente aparece executando os crimes. p q p∨q ~( p∨q) p↔q
e) Foram encontrados vídeos em que ele supostamente V V F V V
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

aparece executando os dois esquartejamentos, pois


ele é também suspeito de ter cometido esses crimes. V F V F F
F V V F F
RESPOSTA: A A expressão já que=pois F F F V V
Que se for escrita com a condicional, devemos mudar
as proposições de lugar.
Se foram encontrados vídeos em que ele supostamen-
te aparece executando os dois esquartejamentos, ele
é suspeito também de ter cometido esses crimes.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
mática – São Paulo: Nobel – 2002.

56
Negação de uma condicional

Famoso MANE

Mantém a primeira e nega a segunda.

~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)

p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional


~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]

P Q p↔q p→q q→p p → q) ∧ (q → p)] ~[(p → q) ∧ (q → p)] p ∧ ~q q ∧ ~p [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]


V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)

a) De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte
da condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2ª parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1ª vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2ª vez:
~(p ∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equiva-
lente à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o próximo item.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem não pode mais, não chora menos”

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Negação de uma condicional: mantém a primeira e nega a segunda

2. (PC-PE – PERITO CRIMINAL – CESPE – 2016) Considere as seguintes proposições para responder a questão.
P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo delito, então há punição de criminosos.
P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência não tendem a aumentar.
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a população não faz justiça com as próprias mãos.

57
Assinale a opção que apresenta uma negação correta da
proposição P1.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) Se não há punição de criminosos, então não há investi-
gação ou o suspeito não é flagrado cometendo delito. 1. (IF-BA – ADMINISTRADOR – FUNRIO – 2016) Ou
b) Há punição de criminosos, mas não há investigação João é culpado ou Antônio é culpado. Se Antônio é ino-
nem o suspeito é flagrado cometendo delito. cente então Carlos é inocente. João é culpado se e so-
c) Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo mente se Pedro é inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo,
delito, mas não há punição de criminosos.
d) Se não há investigação ou o suspeito não é flagrado a) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são culpados.
cometendo delito, então não há punição de criminosos. b) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
e) Se não há investigação e o suspeito não é flagrado co- culpados.
metendo delito, então não há punição de criminosos. c) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são cul-
pados.
RESPOSTA: Letra C Famoso MANE d) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são
Mantém a primeira e nega a segunda. culpados.
Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo e) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é culpado.
delito e não há punição de criminosos.
No caso, a questão ao invés de “e”utilizou mas Resposta: Letra E.
Vamos começar de baixo pra cima.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO (ANALOGIAS, Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.
INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES) João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
Ora, Pedro é inocente.
(V)
Sabendo que Pedro é inocente,
ARGUMENTOS João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
Um argumento é um conjunto finito de premissas (pro- ambas forem verdadeiras ou ambas falsas.
posições), sendo uma delas a consequência das demais.
Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou João é culpado se e somente se Pedro é inocente
consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um (V) (V)
argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q Ora, Pedro é inocente
OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ (V)
... ∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela se- Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primei-
guinte forma: ra premissa.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva
só é verdadeira se apenas uma das proposições for.
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.
Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
condicional só será verdadeira se a segunda proposi-
ção também for.
1. Argumentos válidos Então, temos:
Pedro é inocente, João é culpado, António é inocente
Um argumento é válido quando a conclusão é verda- e Carlos é inocente.
deira (V), sempre que as premissas forem todas verda-
deiras (V). Dizemos, também, que um argumento é válido 2. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE –
quando a conclusão é uma consequência obrigatória das 2016) Considere que as seguintes proposições sejam
verdades de suas premissas. verdadeiras.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

• Quando chove, Maria não vai ao cinema.


Argumentos inválidos • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo • Quando Fernando está estudando, não chove.
ou mal construído), quando as verdades das premissas • Durante a noite, faz frio.
são insuficientes para sustentar a verdade da conclusão.
Caso a conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências Tendo como referência as proposições apresentadas, jul-
geradas pelas verdades de suas premissas, tem-se como gue o item subsecutivo.
conclusão uma contradição (F). Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

58
Resposta: Errado (∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)
Quantificador: ∀
• Durante a noite, faz frio. Condição de existência da variável: x ∈ N.
V Predicado: x + 3 > 15.

• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)]


F F Quantificador: ∃
Condição de existência da variável: não há.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.
V V
Negações de proposições quantificadas ou funcionais
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. Seja uma sentença (∀x)(A(x)).
F F Negação: (∃x)(~A(x))

• Quando Fernando está estudando, não chove. Exemplo


V/F V (∀x)(2x-1=3)
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es- Negação: (∃x)(2x-1≠3)
tava estudando. Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
Não tem como ser julgado. Negação: (∀x)(~Q(x)).
(∃x)(2x-1=3)
Negação: (∀x)(2x-1≠3)
DIAGRAMAS LÓGICOS
1. Definição das proposições

Diagramas Lógicos Todo A é B.


O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro- elemento de A também é elemento de B.
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solu- Podemos representar de duas maneiras:
ção requer que desenhemos figuras, os chamados dia-
gramas.
Quantificadores são elementos que, quando associa-
dos às sentenças abertas, permitem que as mesmas se-
jam avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, pas-
sam a ser qualificadas como sentenças fechadas.

O quantificador universal
O quantificador universal, usado para transformar Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como
sentenças (proposições) abertas em proposições fecha- ficam os valores lógicos das outras?
das, é indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.
que seja”, “para todo”, “para cada”. Nenhum A é B é necessariamente falsa.
Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
Exemplo: que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
(∀x)(x + 2 = 6) Algum A é B é necessariamente verdadeira.
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
(falsa). lindas.
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a Algum A não é B necessariamente é falsa, pois A está
afirmação ser verdadeira. contido em B.
O quantificador existencial Alguma criança não é linda, bem como já vimos im-
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo “∃” possível, pois todas são.
que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe um”.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Nenhum A é B.
Exemplos: A e B não terão elementos em comum.
(∃x)(x + 5 = 9)
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (ver-
dadeira).
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem... claro
que existe algum número que essa afirmação será ver-
dadeira.
Ok? Sem maiores problemas, certo?

Representação de uma proposição quantificada Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver


como ficam os valores lógicos das outras?

59
Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex- Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe) ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Algum copo é de vidro.
Todo A é B é necessariamente falsa. Nenhum A é B é necessariamente falsa.
Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é? Nenhum copo é de vidro.
Algum A é B é necessariamente falsa. Com frase fica mais fácil né? Porque assim, consegui-
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido. mos ver que é falsa, pois acabei de falar que algum copo
é de vidro, ou seja, tenho pelo menos 1 copo de vidro.
Algum A não é B necessariamente verdadeira. Todo A é B.
Algum cachorro não é gato. Ah, sim! Espero que to- Não conseguimos determinar, podendo ser verda-
dos não sejam, mas se já está dizendo “algum” vou con- deira ou falsa (podemos analisar também os diagramas
cordar. mostrados nas figuras a e c).
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.
Algum A é B.
Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
Algum A não é B.
comum com o conjunto B
Não conseguimos determinar, podendo ser verdadei-
ra ou falsa (contradiz com as figuras b e d)
Temos 4 representações possíveis Algum copo não é de vidro.
Como não sabemos se todos os copos são de vidros,
a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- pode ser verdadeira.
tos em comum.
Algum A não é B.
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não
pertence ao conjunto B.

Aqui teremos 3 modos de representar:

a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.

b) Todos os elementos de A estão em B.

b) Todos os elementos de B estão em A.

c) Todos os elementos de B estão em A

c) Não há elementos em comum entre os dois conjuntos.


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

d) O conjunto A é igual ao conjunto B.

Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver


como ficam os valores lógicos das outras?
Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior.
Frase: Algum copo não é de vidro.
Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as
figuras a e b).
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
todos não são de vidro.

60
Todo A é B é necessariamente falsa. 3. (SEPOG-RO – TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA IN-
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – FGV – 2017) Consi-
não era. dere a afirmação:
Algum A é B é indeterminada. “Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”.
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se De acordo com essa afirmação é correto concluir que
tem algum de vidro ou não.
a) se uma pessoa tem pressão alta então não faz exer-
cícios.
b) se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão
EXERCÍCIOS COMENTADOS alta.
c) se uma pessoa não tem pressão alta então faz exer-
1. (PC-RS – ESCRIVÃO – FUNDATEC – 2018) Supondo cícios.
a verdade da sentença aberta: Alguns investigados são d) existem pessoas que fazem exercícios e que têm pres-
advogados mas nem todos os investigados têm domicí- são alta.
lio conhecido. Podemos deduzir a verdade da alternativa: e) não existe pessoa que não tenha pressão alta e não
faça exercícios.
a) Todos investigados são advogados e têm domicílio co-
nhecido. RESPOSTA: Letra A Se toda pessoa que faz exercício
b) Todos investigados são advogados e não têm domicí- não tem pressão alta, ora, se a pessoa tem pressão
lio conhecido. alta, então não faz exercício.
c) Alguns investigados são advogados e têm domicílio
conhecido. Referências
d) Alguns investigados são advogados e alguns investi- CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série
gados têm domicílio conhecido. Provas e Concursos, 2010.
e) Alguns investigados são advogados e alguns investi-
gados não têm domicílio conhecido.
NOÇÕES DE MATEMÁTICA
RESPOSTA: Letra E. Nem todos os investigados têm
FINANCEIRA. JUROS SIMPLES E
domicilio = Existem investigados que não têm domi-
cilio. COMPOSTOS. CAPITALIZAÇÃO E
DESCONTOS. TAXAS DE JUROS:
2. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTE,
UFES – 2017) Em um determinado grupo de pessoas, PROPORCIONAL, REAL E APARENTE.
• todas as pessoas que praticam futebol também prati- RENDAS UNIFORMES E VARIÁVEIS.
cam natação, PLANOS DE AMORTIZAÇÃO DE
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS.
futebol, CÁLCULO FINANCEIRO: CUSTO
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam na- REAL EFETIVO DE OPERAÇÕES DE
tação.
FINANCIAMENTO, EMPRÉSTIMO E
INVESTIMENTO. INFLAÇÃO, VARIAÇÃO
É CORRETO afirmar que no grupo
CAMBIAL E TAXA DE JUROS.
a) todas as pessoas que praticam natação também pra-
ticam tênis.
b) todas as pessoas que praticam futebol também pra- Juros Simples
ticam tênis.
c) algumas pessoas que praticam natação não praticam Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo
futebol. a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um
d) algumas pessoas que praticam natação não praticam devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aque-
tênis. le que empresta).
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu-


tebol. 1. Nomenclatura

a) Os juros são representados pela letra J.


Resposta: Letra E. b) O dinheiro que se deposita ou se empresta chama-
mos de capital e é representado pela letra C.
c) O tempo de depósito ou de empréstimo é repre-
sentado pela letra t.
d) A taxa de juros é a razão centesimal que incide
sobre um capital durante certo tempo. É represen-
tado pela letra i e utilizada para calcular juros.

61
Chamamos de simples os juros que são somados ao Efetuando o pagamento dessa forma, o valor, em reais, a
capital inicial no final da aplicação. ser pago ao banco na décima prestação é de

a) 2 075,00.
FIQUE ATENTO! b) 2 093,00.
Devemos sempre relacionar taxa e tempo c) 2 138,00.
numa mesma unidade: d) 2 255,00.
Taxa anual ------------------- tempo em anos e) 2 300,00.
Taxa mensal------------------ tempo em meses
Taxa diária------------------- tempo em dias Resposta: Letra D. Temos que, na décima prestação, o
valor devido é de 175 500. Calculando os juros, temos
1% de 175500 = 1755. Logo, na décima prestação o
Exemplo: Uma pessoa empresta a outra, a juros sim- valor será de 1755 + 500 = 2255.
ples, a quantia de R$ 3000,00, pelo prazo de 4 meses, à
taxa de 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros? 2.(NUCEPE 2009) Um investidor possui R$ 80.000,00. Ele
aplica 30% desse dinheiro em um investimento que ren-
Resolução: de juros simples a uma taxa de 3% a.m., durante 2 meses,
e aplica o restante em investimento que rende 2% a.m.,
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00 durante 2 meses também. Ao fim desse período, esse in-
- Tempo de aplicação (t): 4 meses vestidor possui:
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)
A) R$ 83.680,00
Fazendo o cálculo, mês a mês: B) R$ 84.000,00
No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 R$ C) R$ 84.320,00
3.000,00 = R$ 60,00 D) R$ 84.400,00
No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ E) R$ 88.000,00
60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ Resposta: Letra A. Temos neste problema um capi-
120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00 tal sendo investido em duas etapas. Vamos realizar os
No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ cálculos separadamente:
180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
1º investimento
Para evitar essa sequência de cálculos toda vez que 30% de R$ 80.000,00 = R$ 24.000,00 valor a ser inves-
vamos calcular os juros simples, existe uma fórmula que tido a uma taxa i = 3% a.m., durante um período t = 2
quantifica o total de juros simples do período, e ela está meses. Lembrando que i = 3% = 0,03.
apresentada abaixo: Cálculo dos juros J, onde J=C∙i∙t:
J = 24000∙ (0,03) ∙2 = 1440.
J=C ∙ i ∙ t Juros do 1º investimento = R$ 1440,00.
Além disso, quando quisermos saber o total que será
pago de um empréstimo, ou o quanto se resgatará do in- 2º investimento
vestimento, o qual definimos como Montante (M), basta R$ 80.000,00 – R$ 24.000,00 = R$ 56.000,00 valor a ser
somar o capital com os juros, usando o conceito funda- investido a uma taxa i = 2% a.m., durante um período
mental da matemática financeira: t = 2 meses.
M=C+J J = 56000∙ (0,02) ∙ 2 = 2240.
Ou Juros do 2º investimento = R$ 2.240,00.
M=C(1+i . t) Portanto, o montante final será de
R$ 80.00,00 + R$ 1.440,00 + R$ 2.240,00 = R$ 83.680,00.

Juros Compostos
EXERCÍCIOS COMENTADOS
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

O capital inicial (principal) pode crescer como já sabe-


1. (ENEM 2015) Um casal realiza um financiamento imo- mos, devido aos juros. Basicamente, há duas modalida-
biliário de R$ 180 000,00, a ser pago em 360 prestações des de como se calcular os juros:
mensais, com taxa de juros efetiva de 1% ao mês. A pri- Juros simples - ao longo do tempo, somente o prin-
meira prestação é paga um mês após a liberação dos re- cipal rende juros.
cursos e o valor da prestação mensal é de R$ 500,00 mais Juros compostos - após cada período, os juros são
juro de 1% sobre o saldo devedor (valor devido antes do incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render
pagamento). Observe que, a cada pagamento, o saldo juros. Também conhecido como “juros sobre juros”.
devedor se reduz em R$ 500,00 e considere que não há Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de
prestação em atraso. um capital através juros simples e juros compostos, com
um exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a
uma taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos:

62
Capital = 100 Juros Simples Juros Compostos
N° de Anos Montante Simples Montante Composto
1 100 + 0,1 ∙ 100 = 110 100,00 + 0,1 ∙ (100,00) = 110,00
2 110 + 0,1 ∙ 100 = 120 110,00 + 0,1 ∙ (110,00) = 121,00
3 120 + 0,1 ∙ 100 = 130 121,00 + 0,1 ∙ (121,00) = 133,10
4 130 + 0,1 ∙ 100 = 140 133,10 + 0,1 ∙ (133,10) = 146,41
5 140 + 0,1 ∙ 100 = 150 146,41 + 0,1 ∙ (146,41) = 161,05

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo
juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado gra-
ficamente da seguinte forma:

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as quantias gera-
das pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade,
o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i = 10%
a.m.). Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a mês:
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 ∙ 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 ∙1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 ∙ 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos evidentemente: M = 1000(1 + 0,1)n
De uma forma genérica, teremos para um capital C, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o período n :
M = C(1 + i)n
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Onde M = montante, C = Capital, i = taxa de juros e n = número de períodos que o principal C foi aplicado.

#FICADICA
Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser neces-
sariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo,
se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês durante 3 ∙ 12=36 meses.
Exemplo: Calcule o montante de uma aplicação financeira de R$ 2000,00 aplicada a juros compostos de
2% ao mês durante 2 meses:

63
Resolução: M = C∙(1 + i)n→M = 2000∙(1 +0,02)2→M = Resposta: Letra A. M = C(1 + i)^n→M = 10000∙(1
2000∙(1,02)2=R$ 2080,80 +0,005)^6→M = 10000∙(1,005)^6=R$ 10303,77
Com aplicação da fórmula, obtém-se o montante.
Agora, se quisermos os juros? Como se calcula os juros Taxas de juros
desta aplicação sendo que agora não temos uma fórmula
para J como nos juros simples? Para resolver isso, basta Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
relembrar o conceito fundamental: M=C+J→J=M-C a unidade de referência do seu tempo não coincide com
a unidade de tempo dos períodos de capitalização. É
Como calculamos o montante e temos o capital: usada no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se
J=M-C→2080,80-2000,00=R$ 80,80 encontrar a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de
12% ao ano, capitalizada mensalmente, resultará em uma
Esse exemplo é a aplicação básica de juros compostos. taxa mensal de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa
é capitalizada pelo regime de juros compostos, teremos
uma taxa efetiva de 12,68% ao ano.
FIQUE ATENTO!
Alguns concursos podem complicar um pou- 1. Taxa Nominal
co as questões, deixando como incógnita o
período da operação “n”. A taxa nominal de juros relativa a uma operação fi-
nanceira pode ser calculada pela expressão:
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do em-
Exemplo: Em quanto tempo devo deixar R$ 3000,00 préstimo
em uma aplicação para que renda um montante de R$ Assim, por exemplo, se um empréstimo de
3376,53 a uma taxa de 3% ao mês. $100.000,00, deve ser quitado ao final de um ano, pelo
valor monetário de $150.000,00, a taxa de juros nominal
será dada por:
Resolução: Neste caso, precisamos saber n, vamos
Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
isolá-lo na fórmula do montante:
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%

n
M n
M n
Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=C 1+i → = 1+i → log = log 1 + i fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
C C
nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera ju-
dicial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos
M de empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc.
log = n � log 1 + i → Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na
C
maioria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no
mercado, não são apresentados de uma maneira clara.
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando
esta não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos
juros (é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo
de formação e incorporação de juros ao capital inicial)
será dada através de outra  taxa,  numa unidade de tem-
A fórmula envolve logaritmos e você tem dois cami- po diferente, taxa efetiva.
nhos: Memorize ou sempre lembre da dedução a partir Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada;
da fórmula do montante. Substituindo os valores: isto é, a taxa efetiva?

Vamos acompanhar através do exemplo

1.1. Taxa Efetiva

Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil


reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitaliza-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMENTADOS dos mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o


que é taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal:
1. (NOVA 2017) Calcule o montante de um empréstimo
a juros compostos de R$ 10000,00 a uma taxa de 0,5% 2. Respostas e soluções
a.m durante 6 meses. Dado: 1,0056 = 1,0304
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser
a) R$ 10303,77 capitalizado com a taxa anual.
b) R$ 10090,90 2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de
c) R$ 13030,77 duas convenções: taxa proporcional mensal ou
d) R$ 13250,80 taxa equivalente mensal.
e) NDA a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual
por 12): 12%/12 = 1% a.m.

64
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado com muita atenção, em alguns financiamentos de longo
aos R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa prazo, somos apenas informados da taxa mensal de juros
anual aplicada nesse mesmo capital). e não tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro
  do período estabelecido, trimestre, semestre entre ou-
Cálculo da taxa equivalente mensal: tros. Uma expressão matemática básica e de fácil manu-
seio que nos fornece a equivalência de duas taxas é: 
1 + ia = (1 + ip)n, onde: 
  ia = taxa anual 
ip = taxa período
onde: n: número de períodos 
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero
it : taxa para o prazo que eu tenho Observe alguns cálculos: 
q : prazo que eu quero
t : prazo que eu tenho Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 
  1 + ia = (1 + 0,02)12 
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682 
ia = 1,2682 – 1 
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 0,2682 
tiva mensal ia = 26,82% 

a) pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de


M = c (1 + i)n 26,82%. 
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
  anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
b) pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
M = c (1 + i)n procede, pois a taxa anual foi calculada de forma corre-
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296 ta e corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre
M = 1.185,29 porque temos que levar em conta o andamento dos ju-
  ros compostos (juros sobre juros). 
NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante 5. Taxa Real
utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto
seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim: interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas po-
M = c (1 + i)n dem ser inclusive, negativas.
M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297 Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros
M = 1.185,29 nominal e real. Para isto, vamos supor que um determi-
  nado capital P é aplicado por um período de tempo uni-
3. Conclusões tário, a certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1
- A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no = P(1 + in).
cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
sempre ao ano! Consideremos agora que durante o mesmo período,
- A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j.
aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode O capital corrigido por esta taxa acarretaria um montan-
ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa te S2 = P (1 + j).
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

equivalente mensal (0,949 % a.m.).


- Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplica-
se tratando de concursos públicos, a grande maioria das da ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos
bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa pro- então escrever: S1 = S2 (1 + r)
porcional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza- Substituindo S1 e S2 , vem:
-se a convenção de taxa equivalente. P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)

4. Taxa Equivalente Daí então, vem que:


(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao in = taxa de juros nominal
mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produ- j = taxa de inflação no período
zem montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas r = taxa real de juros

65
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coin-
cidentes.

Exemplo
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com
$150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real
deste empréstimo.

Teremos que a taxa nominal será igual a:


in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 = 25%
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.

Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de
20%, qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%

6. Taxas Proporcionais

Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve
dois prazos:
- o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO, 2001).

Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são ditas proporcionais quando seus valores e seus
respectivos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos
Prestação = amortização + juros
Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.
Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o
mesmo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

Pagamento único
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a
mesma fórmula do montante:

Nos juros simples:


M = C (1 + i×n)
M = montante
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:


M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

66
Nos juros simples:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.000,00
3.000,00

3 100.000,00 -
3.000,00 109.000,00

Nos juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 100.000,00 -
3.182,70 109.272,70

7. Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula
para encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a
seguir:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 32.353,04 67.646,96
3.000,00 35.353,04

2 33.323,63 34.323,33
2.029,41 35.353,04
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

8. Sistema de Amortização Misto (SAM)

É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

67
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00

1 32.843,19 67.156,81
3.000,00 35.843,19

2 33.328,49 33.828,32
2.014,70 35.343,19

3 33.828,32 -
1.014,87 34.843,19

9. Sistema de Amortização Crescente (SACRE)

Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortiza-
ção constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente,
resultando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resul-
tar em amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

10. Sistema Alemão

Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (mo-
mento “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são
definidas pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - 3.000,00 100.000,00
3.000,00
1 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2.030,30
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

2 33.323,03 34.353,64 34.353,63


1.030,61
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

11. Sistema de Amortização Constante – SAC

Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em


progressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente
e outra de amortização que permanece constante.

68
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que in-
cluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o
valor das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado
dividindo-se o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal caracterís-
tica do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual
de amortização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do fi-
nanciamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao
mês (em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$
10.000,00 (dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$
120.000,00 / 12 meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem
as prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

12. Sistema Americano

O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

13. Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês

O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

69
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


N SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capita-
lização por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre
elas se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3%
ao mês (regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

Pgto único (jrs


n Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
comp.)

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela
abaixo. Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste
caso, quanto menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor
sob o ponto de vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)


3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo
mais barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para
o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como
no caso abaixo.

70
Pgto único
n Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
(jrs comp.)
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.

Referências
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexerci-
cios_matematica_finaceiraNos juros compostos:
M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRE/-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em
3 concessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva-
mente.

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel

a) a melhor proposta é a 1, apenas.


b) a melhor proposta é a 2, apenas.
c) a melhor proposta é a 3, apenas.
d) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
e) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes.

Resposta: Letra B.

Concessionária 1

Concessionária 2
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Concessionária 3

71
2. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2017) Um b) 6,00%.
empréstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas c) 5,22%.
mensais de R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela d) 5,00% (negativo).
um mês após a data da obtenção. A taxa de juros nego- e) 4,55%.
ciada com a instituição financeira foi 2% ao mês no regi-
me de capitalização composta. Se, após o pagamento da Resposta: Letra C.
oitava parcela, o devedor decidir liquidar o saldo devedor Sendo i a taxa de juros nominal
do empréstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser R a taxa de juros real
pago, desprezando-se os centavos, é, em reais, J a taxa de juros de inflação
1+i=(1+r)(1+j)
a) 3.846,00. (1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
b) 3.883,00. 1,1²=(1+r) ⋅1,15
c) 3.840,00. 1,21=1,15+1,15r
d) 3.880,00. 0,06=1,15r
e) 3.845,00. R=0,05217≅0,0522=5,22%

Resposta: Letra B. 5. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2017)


Uma empresa obteve um empréstimo no valor de R$
100.000,00 para ser liquidado em uma única parcela no
final do prazo de 2 meses. A taxa de juros compostos
negociada foi 3% ao mês e a empresa deve pagar, adicio-
3. (POLICIA CIENTIFICA-PR – PERITO CRIMINAL – nalmente, na data da obtenção do empréstimo, uma taxa
IBFC – 2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa de cadastro no valor de R$ 1.000,00. Na data do venci-
comprou um vídeo game de última geração em uma loja, mento do empréstimo a empresa deve pagar, junto com
o valor que pagará à instituição financeira, um imposto
parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada
no valor de R$ 530,00. O custo efetivo total para a em-
uma, sem entrada. Sabendo-se que a taxa de juros com-
presa no prazo do empréstimo, foi
postos cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os
valores estão arredondados e que: (1,03)12 = 1,4258
a) 7,70%.
b) 6,09%.
(1,03) x 0,03 = 0,0428
12
d) 7,62%.
0,4258/0,0428 = 9,95
d) 6,00%.
e) 7,16%.
O valor do vídeo game era de:
Resposta: Letra A.
a) R$ 1.393 M=C(1+i)t
b) R$ 1.820 M=100000(1+0,03)²=106090
c) R$ 1.680 Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
d) R$ 1.178 tão 99000
e) R$ 1.423 A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
106620=99000(1+i)
RESPOSTA: Letra A. 106620=99000+99000i
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presen- 7620=99000i
te, usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser I=0,0769=7,69%
parcelas fixas:
6. (TRE-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2017)
A Cia. Ted está avaliando a alternativa de compra de um
novo equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se
que a vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o
valor residual de revenda no final do terceiro ano seja
R$ 70.000,00 e que os fluxos líquidos de caixa gerados
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

por este equipamento ao final de cada ano sejam R$


120.000,00, R$180.000,00 e R$ 200.000,00, respectiva-
mente. Sabendo que a taxa mínima de atratividade é de
4. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2017) Um 10% a.a., a alternativa
investidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remune-
ram à taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo a) apresenta valor presente líquido positivo.
para resgate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que b) apresenta valor presente líquido negativo.
a inflação no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real c) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% a.a.
de remuneração obtida pelo investidor no prazo total da d) é economicamente viável à taxa mínima de atrativida-
aplicação foi de de 10% a.a..
e) é economicamente viável à taxa mínima de atrativida-
a) 5,00%. de de 12% a.a..

72
Resposta: Letra B.
VPL = valor presente das entradas – valor presente das saídas

7. (FUNAPE – ANALISTA EM GESTÃO PREVIDENCIÁRIA – FCC – 2017) Um empréstimo foi contratado com uma
taxa nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a

(A) 6,2302%.
(B) 6,3014%.
(C) 6,1385%.
(D) 6,2463%.
(E) 6,1208%.

Resposta: Letra E. Temos que transformar os 6% ao trimestre em capitalização mensal


6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%

8. (TRE-BA – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2017) Um banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues
no ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser paga pela empresa será

a) superior a R$ 33.000.
b) inferior a R$ 30.000.
c) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
d) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
e) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.

Resposta: Letra E.
SD=100000
A=100000/4=25000
J=(100000-25000)⋅0,1
J=7500
P=A+J
P=25000+7500=32500

9. (EMBASA – CONTADOR – IBFC – 2017) Um cliente fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco ABC em
31/12/2013 para reaplicar em um investimento em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era de 10% ao ano.
Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em 31/12/2015, o fluxo
de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00 e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.331,00.
O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa, trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de:

a) R$ 1.100,00
b) R$ 1.000,00
c) R$ 2.210,00
d) R$ 2.331,00
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Resposta: Letra B.

10. (DPE-PR – CONTADOR – INAZ DO PARÁ – 2017) Um comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente
oferta de compra de material para sua empresa no valor de R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Determine
o valor da última prestação do empréstimo, lembrando que o Sistema de financiamento usado é o SAC.

a) R$ 533,33
b) R$ 733,33

73
c) R$ 653,33
d) R$ 560,00
e) R$ 546,67 EXERCÍCIOS COMENTADOS

Resposta: Letra E. 1. (BR DISTRIBUIDORA – TÉCNICO DE SUPRIMEN-


8000/15 = 533,33 TO E LOGÍSTICA JUNIOR – CESGRANRIO – 2013) Um
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66 título no valor de R$ 2.000,00 foi pago com atraso de dez
dias. Se são cobrados juros simples de 12% ao mês, o
FLUXO DE CAIXA montante pago, em reais, é:

Um fluxo de caixa se caracteriza pela representação a) 2.080


de um conjunto de entradas e saídas do dinheiro do cai- b) 2.120
xa a longo do tempo. A representação gráfica de um flu- c) 2.240
xo de caixa pode ser ilustrada a seguir. d) 2.400
e) 2.510

Resposta: Letra A. Visto que o montante é o sinônimo


de Valor Futuro (F), o problema é solucionado utili-
zando a fórmula de cálculo de F, no regime de juros
simples. Veja a apresentação do cálculo.
F P (1 + in)
=
No enunciado é possível extrair as seguintes informa-
1
ções: P = 2.000; i = 0,12 ao mês; n = mês (10 dias
Percebe-se que no fluxo de caixa os valores de en- correspondem a um terço de um mês).3 Dessa forma,
trada ou saída de caixa estão em períodos diferente. temos que:
Assim, é necessário recorrer as relações de equivalência
para obter valores do fluxo de caixa que se equivalem no  1
tempo. F 2.000 1 + 0,12 × 
=
 3
VALOR PRESENTE E VALOR FUTURO – JUROS SIMPLES F = 2.080

Na capitalização por juros simples, o cálculo dos ren- 2. (CETRO – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA 2
dimentos se baseia na premissa de que apenas o Valor – ANVISA – 2013) Um empresário do ramo petrolífero
Presente (P), ou seja, o capital inicial, rende juros. Dessa aplicou seus recursos financeiros e obteve rendimentos
forma, o Montante ou Valor Futuro (F) pode ser calculado de R$3.500,00 de juros simples à taxa mensal de 1,2%,
a partir do Valor Presente (P), no regime de juros simples, num período de 75 dias. Assinale a alternativa que apre-
por meio do cálculo a seguir. senta o capital aplicado pelo empresário.

𝐹 = 𝑃(1 + 𝑖𝑛) a) R$ 116.666,67


b) R$ 11.166,67
Sendo que: i = taxa de desconto e n = número de c) R$ 3.888,89
períodos. d) R$ 9.722,22
Para o cálculo de um Valor Presente (P) a partir de e) R$ 29.166,67
dado Valor Futuro (F), o princípio é o mesmo, em que o
cálculo representado por: Resposta: Letra A. A resolução deste problema é feita
utilizando-se a fórmula de cálculo do Valor Presente
F (P), no regime de juros simples. Veja a representação
P= do cálculo a seguir.
(1 + in)
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

F
P=
Temos a seguir alguns exercícios comentados de pro- (1 + in)
blemas básicos envolvendo o regime de capitalização
por juros simples. A partir do enunciado temos as seguintes informa-
] ções: F = P + 3.500 (valor presente + juros); i = 0,012
ao mês; n = 2,5 meses (75 dias correspondem a 2 me-
ses e meio). Assim, calculamos:

P + 3.500
P=
(1 + 0, 012 × 2,5)

74
1, 03P= P + 3.500 F
P=
(1 + i ) n
0, 03P = 3.500
P = R$ 116.666,67 No exercício a seguir tem-se a resolução de um pro-
blema em que se deve calcular o Valor Presente (P)
utilizando-se o Valor Futuro (F) no regime de juros
VALOR PRESENTE E VALOR FUTURO – JUROS COM- compostos. Antes de olhar a resolução, tente resolver
POSTOS a questão.

Na capitalização por juros compostos, os juros do pe- 2. (SETRABES – CONTADOR – UERR – 2018) Calcule o
ríodo anterior são incorporados ao Valor Presente (P) na valor presente de uma operação no regime de capitali-
data zero, e, portanto, também rendem juros no período zação composta rendeu um montante igual a R$9.500,00
seguinte. Dessa forma, no regime de juros compostos, o após 6 meses. Sabendo que a taxa da operação foi igual
cálculo do Montante ou Valor Futuro (F) em determinado a 3% ao mês. Assinale a alternativa correta.
período (n) com uma taxa de desconto (i) pode ser feito
assim: a) R$ 7.946,10
b) R$ 9.215,00
F P(1 + i ) n
= c) R$ 7.790,00
d) R$ 7.956,10
A seguir temos um exemplo de cálculo do Valor Futu- e) R$ 11.314,65
ro a partir de dado Valor Presente:
Resposta: Letra D. Para solucionar, aplica-se a fór-
mula P =
F. Neste caso, sabemos do enunciado
F
P= que: (1 + i ) n
(1 + in)
F = 9.500
i = 0,03
n=6
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Assim:
1. (CELESC – ADMINISTRADOR – FEPESPE – 2018)
Considere que você aplicou R$ 3.000,00 em uma aplica- 9.500
ção bancária por um período de 2 meses, com uma taxa P=
de juros compostos de 5% ao mês. Ao final desse perío- (1, 03)6
do você terá um valor acumulado de:
a) R$ 3.300,00 P = R$ 7.956,10
b) R$ 3.307,50
c) R$ 3.325,00 DESCONTOS
d) R$ 3.375,00
e) R$ 3.450,00 Os descontos são representados pela diferença entre
Valor Futuro e Valor Presente. O Valor Futuro (F) tam-
Resposta: Letra B. Para resolver, basta aplicar a fór- bém é caracterizado como Valor Nominal em problemas
mula que representa a relação de equivalência entre envolvendo descontos; o Valor Presente (P), também é
Valor Presente e Valor Futuro. comumente chamado de Valor Atual. Portanto, os des-
contos podem ser descritos assim:
F P(1 + i ) n
=
D=F-P
Sendo:
P = 3.000; 1. Desconto Comercial Simples
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

i = 0,05 e n = 2
Desconto Comercial Simples é caracterizado pela li-
Assim, temos: quidação do pagamento de um compromisso com um
F = 3.000 · (1,05)² respectivo Valor Futuro (F) em n períodos antes do ven-
F = R$ 3.307,50 cimento. Para o seu cálculo, utiliza-se o cálculo a seguir.
Sendo i a taxa de desconto.
Para encontrar um Valor Presente (P) a partir de um
dado Valor Futuro (F), o princípio é o mesmo, a partir D = Fin
da seguinte expressão:
A seguir apresentamos a resolução de um exercício
envolvendo o desconto comercial simples.

75
EXERCÍCIOS COMENTADOS EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – TÉCNICO DE NÍ- 1. (INSTITUTO – UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO


VEL SUPERIOR – ADMINISTRADOR – ARSETE – FCC –– – ECONOMIA – AOCP – 2014) Assinale a alternativa que
2016) Se um título de valor nominal igual a R$ 22.500,00 apresenta o valor atual de um título de R$40.000,00 des-
for descontado em um banco 3 meses antes de seu ven- contado um ano antes do vencimento à taxa de desconto
cimento, então apresentará um valor de desconto igual a bancário composto de 8% ao semestre, capitalizável se-
R$ 1.350,00. Considerando que as operações neste ban- mestralmente.
co sejam somente do desconto comercial simples e com
a mesma taxa de desconto, obtém-se que se este mesmo a) R$ 33.800,00
título for descontado 4 meses antes de seu vencimento o b) R$ 34.600,00
seu valor atual será, em reais: c) R$ 32.850,00
d) R$ 31.700,00
a) 22.050,00 e) R$ 33.856,00
b) 20.500,00
c) 21.150,00 Resposta: Letra E. Inicialmente, calcula-se o desconto
d) 21.600,00 bancário (comercial) composto do título, utilizando a
e) 20.700,00 fórmula a seguir.

Resposta: Letra E. Inicialmente, é necessário encon- D = F [1 − (1 − i ) n ]


trar a taxa de desconto (i) do título. O enunciado for-
nece as seguintes informações: F = 22.500; n = 3 me- São dados: F = 40.000; i = 0,08 ao semestre, n = 2 (1
ses; D = 1.350. ano equivale a 2 semestres). Assim:

Dessa forma, temos: =D 40.000[1 − (1 − 0, 08) 2 ]


1.350
= 22.500 × i × 3 D = 6.144
i = 0,02 (2% ao mês) Para o cálculo do Valor Atual, ou Valor Presente (P),
basta fazer a seguinte subtração:
Com a taxa de desconto obtida, é possível calcular o
P=F–D
Valor Presente (P) caso o título seja descontado com
P = 40.000 – 6.144
4 meses de antecedência. Veja a resolução a seguir.
P = R$ 33.856,00
D = Fin
3. Desconto Racional Simples
D= 22.500 × 0, 02 × 4
Ao contrário dos descontos comerciais, os descontos ra-
cionais são iguais aos juros. Os juros foram calculados partin-
D = 1.800
do-se de uma taxa de juros que incide sobre o Valor Presente
Visto que o desconto (D) equivale a D = F – P, pode-
(P) em n períodos antes do vencimento. No caso do des-
mos obter o Valor Presente (P), assim:
conto racional simples, o cálculo pode ser representado por:
P=F–D
P = 22.500 – 1.800 D = Pin
P = 20.700
A seguir tem-se a resolução de um problema com
2. Desconto Comercial Composto base no Desconto Racional Simples.
Refere-se a um desconto no regime de capitaliza-
ção de juros compostos por meio do Valor Futuro (F) ou EXERCÍCIOS COMENTADOS
Valor Nominal aplicado a partir de determinada taxa de
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

desconto (i). A fórmula de cálculo do desconto comercial 1. (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FA-
composto se dá por: ZENDÁRIO – CESPE – 2018) Um título cujo valor no-
D= F [1 − (1 − i ) n ] minal era de R$ 18.200,00 com vencimento para daqui
a 6 meses, foi pago na data de hoje à taxa de desconto
racional simples de 5% ao mês. Nesse caso, o título foi
A seguir a resolução de uma questão de problema sobre pago pelo valor de
o desconto comercial composto:
a) R$ 14.000,00
b) R$ 12.740,00
c) R$ 17.333,33
d) R$ 17.290,00
e) R$ 15.470,00

76
Resposta: Letra A. Sabendo que D = F – P, podemos Rendas Uniformes
reescrever a fórmula de desconto racional simples da Matéria com o mesmo objetivo da Equivalência de
seguinte forma: Capitais, mas com títulos apresentando os mesmos va-
lores e com vencimentos consecutivos - tornando assim
F −P=Pin sua solução mais rápida, através de um método alterna-
tivo.
Do enunciado, temos as informações: F = 18.200; i = Há dois casos: o cálculo do valor atual dos pagamen-
0,05 ao mês; n = 6 meses. tos iguais e sucessivos (que seria igual ao valor do finan-
Assim, reescrevemos: ciamento obtido por uma empresa ou o valor do emprés-
timo contraído); e o cálculo do montante, do valor que
18.200 − P = P × 0, 05 × 6 a empresa obterá se aplicar os pagamentos dos clientes
em uma data futura às datas dos pagamentos.
P = R$ 14.000,00
1º Caso: Cálculo do Valor Atual
4. Desconto Racional Composto a) Renda Certa Postecipada (Imediata): aquela onde
o primeiro pagamento acontecerá em UM período após
Desconto Racional Composto é calculado sobre o Va- contrair o empréstimo ou financiamento.
lor Presente (P) ou Valor Atual, aplicado a juros compos- Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmu-
tos, sendo representado pela fórmula a seguir. la é a seguinte:
A = P .a[n,i], onde:
D = P[(1 + i ) n − 1] A = valor atual da renda certa;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
A seguir uma questão que apresenta um problema n = número de prestações;
envolvendo o desconto racional composto. i = taxa empregada.

O fator a[n,i] é normalmente dado nas provas.


EXERCÍCIOS COMENTADOS b) Renda Certa Antecipada: aquela onde o primeiro
pagamento acontecerá no ato do empréstimo ou finan-
1. (COPS-UEL – AGENTE UNIVERSITÁRIO – ADMINIS- ciamento.
TRADOR – UEL – 2015) O setor de compras de uma Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmu-
universidade possui um orçamento de material de con- la é a seguinte:
sumo no valor de R$ 2.850,00 para pagamento em 90
dias. Considerando que, para o pagamento à vista, há um A = P .a[n-1,i] + P, onde:
desconto composto de 1,5% ao mês, assinale a alternati- A = valor atual da renda certa;
va que apresenta, corretamente, esse valor. P = valor de cada pagamento da renda certa;
a) R$ 2.721,75 n = número de prestações;
b) R$ 2.273,50 i = taxa empregada.
c) R$ 2.724,25
d) R$ 2.725,50 c) Renda Certa Diferida: aquela onde o primeiro pa-
e) R$ 2.726,75 gamento acontecerá vários períodos após ser feito o em-
préstimo ou financiamento.
Resposta: Letra D. Para resolver o problema, aplica- Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmu-
mos a fórmula de Desconto Racional Composto. Do la é a seguinte:
enunciado, seguem as informações: i = 0,015 ao mês; A = P .( a[n+x,i] - a[x,i] ), onde:
n = 3 meses (90 dias equivale a 3 meses); F = 2.850 A = valor atual da renda certa;
(esse é o Valor Nominal ou Valor Futuro a ser pago P = valor de cada pagamento da renda certa;
daqui a 90 dias). n = número de prestações;
Sabendo que D = F- P, representa-se a resolução da x = número de prestações acrescentadas;
seguinte forma: i = taxa empregada.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

F − P= P[(1 + i ) n − 1] 2º Caso: Cálculo do Montante

a) Quando o montante é calculado no momento da


2.850 − P= P[(1 + 0, 015)3 − 1] data do último pagamento:
Para calcular o valor do montante nesse caso, a fór-
2.850 = 1,045 P mula é a seguinte:
P = R$ 2725,50 M = P . s[n,i], onde:
M = valor do montante;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
n = número de prestações;
i = taxa empregada.

77
O fator s[n,i] é normalmente dado nas provas. te da atividade econômica das empresas). O rendimen-
to no setor público, denominado rendimento nacional,
b) Quando o montante é calculado em um momento pode ser encarado como uma medida do fluxo de bens
que não coincide com a data do último pagamento: e serviços na economia do país. Segundo a Teoria Eco-
Para calcular o valor do montante nesse caso, a fór- nômica, o rendimento pode ser aplicado de duas formas:
mula é a seguinte: em consumo ou em poupança. O consumo é o total de
M = P . (s[n+x,i] - s[x,i]), onde: despesa em bens e serviços que tenham um tempo de
M = valor do montante; vida definido e sejam utilizados de um modo específico.
P = valor de cada pagamento da renda certa; Do consumo não resulta qualquer retorno do capital in-
n = número de prestações; vestido. Com base na definição anterior, constata-se que
x = número de prestações acrescentadas; o consumo pode ser feito em bens e serviços de caráter
i = taxa empregada. duradouro e não duradouro. A título indicativo conside-
rem-se um automóvel e um sabonete, classificáveis, res-
Rendas Variáveis pectivamente, como bem de consumo duradouro e bem
Ativos de renda variável são aqueles cuja remunera- de consumo não duradouro. O rendimento excedente do
ção ou retorno de capital não pode ser dimensionado consumo denomina-se por poupança. Também à luz da
no momento da aplicação, podendo variar positivamen- Teoria Econômica, existem duas formas de aplicar a pou-
te ou negativamente, de acordo com as expectativas do pança: o entesouramento e o investimento.
mercado. Os mais comuns são: ações, fundos de renda O entesouramento consiste em guardar a poupança
variável (fundo de ação, multimercado e outros), quotas (excedente do rendimento após consumo) sob a forma
ou quinhões de capital, Commodities (ouro, moeda e ou- de moeda. O entesouramento não permite assim ne-
tros) e os derivativos (contratos negociados nas Bolsas nhum tipo de ganho ao longo do tempo. O investimento
de Valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas). consiste em aplicar um determinado montante de pou-
pança com o objetivo de o incrementar.
O investimento pode ser concretizado essencialmen-
CÁLCULO FINANCEIRO: CUSTO REAL EFETIVO te de duas formas distintas: em investimentos reais di-
DE OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO, EMPRÉSTI- retos nos chamados bens de investimento (e.g. uma fá-
MO E INVESTIMENTO. brica), ou através de investimentos financeiros (quer em
depósitos bancários ou de outras instituições financeiras
O rendimento dos agentes econômicos pode ser ou ainda através da aquisição de títulos (e.g. ações) nos
aplicado de duas formas diferentes: em consumo ou em mercados financeiros). Ao montante de moeda poupa-
poupança. As chamadas “operações financeiras” estão da e aplicada em investimento dá-se o nome de capital
intimamente ligadas à aplicação do rendimento em pou- financeiro. A figura seguinte resume as possíveis aplica-
pança, sendo a base do chamado “investimento financei- ções do rendimento.
ro” da poupança. A gênese do investimento financeiro
reside no valor temporal do dinheiro – o juro. Assim para
analisar um investimento financeiro (quer seja na pers-
pectiva de cedência de moeda ou na óptica de financia-
mento) é necessário compreender a ligação que existe
entre capital, tempo e juro.
Estando o tempo presente em qualquer operação
financeira e, variando valor de um capital com este fa-
tor, existe a necessidade de efetuar a equivalência entre
capitais reportados a instantes de tempo diferentes. A
equivalência entre capitais pode ser efetuada recorren-
do a uma equação matemática, denominada equação de
equivalência (ou de valor), que pode ser escrita através Figura 1: Aplicações do rendimento
do conhecimento de dois processos (inversos um do ou-
tro): o processo de capitalização e de atualização. Capital, Tempo e Juro
A essência do Cálculo Financeiro reside num único
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Rendimento - Aplicações Possíveis conceito – o valor temporal do dinheiro. É intuitivo que


Podemos definir rendimento como sendo o resulta- qualquer quantia não tem o mesmo valor consoante fi-
do da produção de bens e serviços num determinado que disponível imediatamente ou apenas daqui a algum
período de tempo. No caso mais geral, o rendimento tempo. Este fato é justificado pela chamada “preferência
apresenta-se sobre a forma de moeda. O rendimento pela liquidez”, descrita pelo economista John Maynard
dos agentes econômicos possui variadas origens e, de Keynes. Segundo este economista temos preferência
uma forma genérica, pode ser classificado em dois tipos: pela liquidez porque, estando na posse de ativos líqui-
o rendimento do setor privado e o rendimento do setor dos, podemos escolher a forma de os aplicar (seja em
público. No setor privado, o rendimento tem normal- consumo e/ou em poupança).
mente origem em quatro fontes: os salários (rendimen- Verifica-se assim que o tempo tem extrema importân-
to do trabalho), as rendas (rendimento da terra), o juro cia em qualquer análise que envolva capitais e, portanto,
(rendimento do capital) e o lucro (rendimento resultan- é necessário atribuir-lhe um valor. Esse valor denomina-

78
-se juro. Pode então definir-se juro como sendo a remu- Operações Financeiras
neração de um capital financeiro, durante um certo pra- Denomina-se por operação financeira qualquer ope-
zo. A existência do juro tem sido largamente discutida ao ração de envolva a aplicação de poupança destinada a
longo dos tempos. Na Idade Média já existiam estudos investimento onde estejam envolvidos simultaneamente
sobre o conceito de juro, sendo este considerado usura e os fatores capital, tempo e taxa de juro. As operações
até condenado pela Igreja Católica. financeiras são assim resultantes da aplicação da pou-
Atualmente existem várias teorias que tentam explicar pança em investimento financeiro.
e justificar a existência do juro, destacando-se a da auto-
ria de J.M. Keynes, referida anteriormente, e a teoria da
“preferência pelo tempo”, da autoria da Escola Austría-
ca de Economistas, que afirma que a existência de juro
deve-se à necessidade de indução de atividades econô-
micas que consomem mais tempo e são mais produti-
vas. De uma forma sintética podemos afirmar que o juro
existe por três razões, todas elas intimamente ligadas ao
fator tempo:
- Privação da liquidez: ao “cedermos” capital a outrem
estamos a oportunidade de escolher o que fazer com o
capital (consumo e/ou poupança).
- Perda do poder de compra: a inflação faz com que o
valor do dinheiro se altere ao longo do tempo.
- Risco: ao “cedermos” capital não existe a garantia
que o recuperemos. Figura 2 – Fatores presentes numa operação financeira.

A importância do fator tempo faz com que, na re- As operações financeiras podem dividir-se em ope-
solução de qualquer problema que envolva capitais re- rações de curto, médio ou longo prazo, consoante o seu
portados a diferentes momentos, exista a necessidade horizonte temporal seja até um ano, de um a cinco anos
de homogeneizar os capitais numa mesma unidade, i.e., ou a mais de cinco anos, respectivamente. Numa operação
reportá-los ao mesmo momento. Em Cálculo Financei- financeira intervêm, pelo menos, duas partes: o mutuário (o
ro, podemos reportar os capitais ao mesmo instante de que pede emprestado - devedor) e o mutuante (aquele que
tempo através de uma equação matemática que traduz a empresta - credor). As instituições financeiras intervêm com
equivalência entre os capitais envolvidos nesse momento frequência nas operações financeiras importando distinguir
– a equação de equivalência ou de valor. Para a constru- a situação em que estas têm subjacente o recebimento de
ção correta dessa equação é necessário ter em conta três juros – operações ativas, e a situação em que estas têm sub-
fatores, dos quais depende o juro: jacente o pagamento de juros – operações passivas.
- Capital Custos: são medidas monetárias dos sacrifícios finan-
- Tempo ceiros com os quais uma organização, uma pessoa ou
- (Taxa de) juro um governo, têm de arcar a fim de atingir seus objetivos,
sendo considerados esses ditos objetivos, a utilização de
O juro varia diretamente com qualquer dos fatores um produto ou serviço qualquer, utilizados na obtenção
anteriores, i.e., aumenta quando qualquer um deles au- de outros bens ou serviços. A Contabilidade gerencial in-
menta e os outros dois se mantêm constantes e dimi- corpora esses e outros conceitos econômicos para fins
nui quando qualquer um deles diminui, mantendo-se os de elaborar Relatórios de Custos de uso da Gestão Em-
restantes constantes. Do exposto neste tópico resulta a presarial. No Brasil, o Decreto-Lei 1.598/77, em seu artigo
regra de ouro do cálculo financeiro: “Para comparar ou 14 determina que: o contribuinte que mantiver sistema
operar com capitais é necessário que estes estejam re- de contabilidade de custo integrado e coordenado com
portados ao mesmo período de tempo”. o restante da escrituração poderá utilizar os custos apu-
Em Cálculo Financeiro surgem dois tipos de proble- rados para avaliação dos estoques de produtos, princi-
mas: palmente para fins fiscais.
1. Problemas de capital único: onde pretende esta-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

belecer-se uma equivalência entre dois ou mais AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE INVESTI-


capitais, capital a capital (e.g. “Quanto receberei, MENTO
daqui a um ano, se efetuar hoje um depósito de
R$1.000,00 à taxa de juro anual 5%”). 1.1. Introdução
2. Problemas de conjunto de capitais: onde pretende
estabelecer-se uma equivalência entre um capital
e um conjunto de capitais ou entre dois conjuntos Num ambiente inflacionário após escolhido o méto-
de capitais (“Quanto receberei daqui a um ano se do precisamos verificar se será usada a taxa aparente ou
todos os meses depositar R$100,00 e a taxa de juro a taxa real de juros. Vamos analisar para os métodos do
for de 2,5% ao ano?”). valor presente líquido e para a taxa interna de retorno,
considerando que inflação afeta por igual todas as va-
riáveis.

79
1.2 Tipos de Fluxo de Caixa 1- Com uma inflação igual a zero e uma taxa de juros
ir, o capital inicial se transformará, ao final de um período,
A avaliação de alternativas de investimento em eco- em: C.(1 + ir).
nomia estável, são feitas usando os chamados Fluxos de
Caixa Nominais os quais encontram-se expressos em va- 2- Com uma taxa de inflação I, o capital inicial, ao final
lores correntes da época de sua ocorrência. de um período, equivalerá a; C.(1 + I).
Já nos Fluxos de Caixa Descontados os valores encon-
tram-se todos atualizados para a data presente através 3- Com uma taxa de juros ir e uma taxa de inflação
de uma taxa de desconto definida para o investimento. I, simultaneamente, o capital inicial equivalerá a: C. (1 +
Num ambiente inflacionário vamos considerar dois ir).(1 + I).
modelos de Fluxos Descontados: em Valores Constantes
e em Valores Correntes 4- Com uma taxa aparente ia, o capital inicial se
Nos Fluxos de Caixa Descontados em Valores Cons- transformará, ao final de um período, em: C. (1 + ia).
tantes os valores presentes são descontados pela taxa Como 3 e 4 são expressões equivalentes, já que
real de juros (custo real do capital). ambos traduzem o valor efetivamente recebido, temos:
Já nos Fluxos de Caixa Descontados em Valores Cor-
rentes os valores Nominais primeiro serão atualizados
pela taxa de inflação do período e depois serão des-
contados para a data presente através de uma taxa de
desconto aparente (custo aparente do capital), ou seja,
considerada a inflação do período.
Seja uma economia, com inflação mensal de 10 %
1.3 Método do valor presente líquido (VPL) a.m. Imagine que um investidor aplique R$ 1.000,00 à
taxa mensal efetiva de 15% a.m. Neste caso, ao final de 1
O valor presente líquido de cada fluxo a ser analisado mês de aplicação, podemos fazer a seguinte análise:
será descontado considerando se o fluxo está em valores Capital inicial investido:1.000
Constantes ou em Valores Correntes Capital inicial corrigido pelo índice da inflação: 1.100
A decisão será favorável ao fluxo que apresentar o Montante da aplicação ao final do período: 1.150
maior valor presente líquido Ganho aparente (nominal) do investidor: 150
Ganho real do investidor: 50
1.4 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR) A taxa real de juros do período: Ir=50/1.100 = 0,0455
a.m.= 4,55% a.m.
Quando o fluxo de caixa está em valores constantes e
usamos a TIR como critério para tomada de decisão, en- Fonte: http://www2.Unifap.Br/matematica/fi-
tão a comparação deve ser feita com a taxa real de juros les/2017/07/matem%c3%81tica-financeira-para-o-ensi-
(o custo real do capital). no-m%c3%89dio-e-concursos-p%c3%9ablicos.Pdf
Se a TIR for maior que o custo real do capital então
aceita-se a alternativa de investimento. EXEMPLO
Quando o fluxo de caixa está em valores correntes e
usamos a TIR como critério para tomada de decisão, en- 1 - Um comerciante diz ter tido lucro anual de 150%
tão a comparação deve ser feita com a taxa aparente de mas sabendo-se que a inflação do períodode100%
juros (o custo aparente do capital). indique qual foi o ganho real do comerciante?
Se a TIR for maior que o custo aparente do capital  
então aceita-se a alternativa de investimento.  iaparente = 150%
 iinflação  = 100%
Taxa real, de inflação e aparente.  ireal = ?
 
Segundo Antônio Crespo (Saraiva 1999), denomina-  Solução
se taxa aparente aquela que vigora nas operações  
correntes. Quando não há inflação, a taxa aparente é igual  ( 1+1,5) = (1+ireal) * (1+1)
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

à taxa real; porém, quando há inflação, a taxa aparente é  


formada por dois componentes; um correspondente à ireal = 25%                                                            
inflação e outro correspondente ao juro real.   
obs -: a taxa aparente não é real uma vez que não
Sendo: leva em consideração as perdas causadas pela  inflação
• C o capital (principal) inicial; do período.
• ir a taxa real;
• ia a taxa aparente; Variação cambial
• I a taxa de inflação.
Variação cambial de operações de crédito: como cal-
Podemos acontecer os seguintes casos: cular? Aparentemente é pergunta com resposta simples.
Mas existem particularidades e conceitos muito interes-

80
santes que iremos explorar neste artigo. Traremos tam- Vamos realizar um exemplo para explicar como
bém exemplos e acesso a uma planilha para que você calcular:
possa controlar e contabilizar suas operações com facili- – Operação NCE (Nota de Crédito a Exportação)
dade e exatidão. – Valor da operação: US$ 1.000.000,00
– Taxa de câmbio de partida: R$3,90/US$
O QUE É VARIAÇÃO CAMBIAL? – Data de início: 14/12/2015
Primeiramente variação cambial é a variação de preço – Taxa de juros: 8,00% ao ano (taxa linear com base
de uma moeda em relação a outra, em momentos di- em 360 dias corridos)
ferentes no tempo, expressa de forma percentual. Por – Fluxo de pagamentos:
exemplo:
14/03/2016: Juros
Cotação do dólar: 13/06/2016: Amortização de US$300.000,00 + Juros
– 10/12/16: R$3,20/US$ 09/09/2016: Amortização de US$300.000,00 + Juros
– 12/12/16: R$3,60 08/12/2016: Amortização de US$400.000,00 + Juros
Assim temos: I – Cálculo de saldo devedor em 31/12/2015.
Variação Cambial = ( 3,60 / 3,20 ) – 1 = 12,50% Principal = US$1.000.000,00 x 3,90/US$ =
QUAL TAXA DE CÂMBIO É UTILIZADA NA CONTABI- R$3.900.000,00
LIZAÇÃO? Juros = (US$1.000.000,00 x 8 / 100) x 17 / 360 =
US$3.777,78
Taxa de partida Obs: de 14/12/2015 a 31/12/2015 temos 17 dias cor-
ridos
A taxa de partida a ser adotada como referencial de Saldo devedor em US$ = US$1.000.000,00 +
início da operação é a taxa de fechamento de câmbio US$3.777,78 = US$1.003.777,78
que foi utilizada para a conversão dos dólares em reais PTAX de venda em 30/12/2015 = R$3,9048/US$ (lem-
quando da contratação da operação de crédito. Pode ser bramos que 31/12/2015 não é dia útil)
também a taxa de câmbio utilizada para a conversão dos Saldo devedor em R$ = US$1.003.777,78 x R$3,9048/
dólares em reais quando do fechamento de câmbio para US$ = R$3.919.551,46
a internalização dos recursos. Juros em R$ = US$3.777,78 x R$3,90 = R$14.733,34
Para cálculo de saldos devedores. Variação cambial dos Juros = US$3.777,78 x (R$
Para a contabilização dos saldos devedores de ope- 3,9048/US$ – R$ 3,900/US$ ) = R$18,13
rações de financiamentos, a taxa de câmbio adotada é a Variação cambial do principal = US$1.000.000,00 x
PTAX de venda, que pode ser facilmente consultada no (R$ 3,9048/US$ – R$ 3,900/US$ ) = R$4.800,00
site do Banco Central. Variação cambial total = R$4.800,00 + R$18,13 =
A lógica de utilizar a PTAX de venda é que esta repre- R$4.818,13
senta o preço médio do dólar para quem tem uma dívida
e precisa comprar dólares para liquidar. Quem precisa Fonte: https://www.calcbank.com.br/blog/como-cal-
comprar dólares terá que pagar o preço que a moeda cular-a-variacao-cambial-de-operacoes-de-credito/
está sendo ofertada a venda.
Por analogia, para quem tem aplicações ou ativos em
dólar, a taxa de câmbio para contabilização é a PTAX de
compra, que é o preço médio praticado na compra do
dólar.
Observação: quando a data de cálculo é final de se-
mana ou feriado, a PTAX a ser adotada é a divulgada no
dia útil anterior.

Para cálculos de parcelas.


Para o cálculo da variação cambial das parcelas (amor-
tização e juros), devemos utilizar a taxa de câmbio que
efetivamente foi negociada na conversão dos valores de
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

reais para dólares. Muitas operações utilizam a PTAX de


venda do dia útil anterior como taxa de câmbio contrata-
da para a liquidação das parcelas. Por exemplo: NCE (No-
tas de Crédito a Exportação), CCE (Cédulas de Crédito a
Exportação), ACC (Adiantamentos de Contrato de Câm-
bio) ACE(Adiantamento de Contrato de Exportação), Fi-
nimp (Financiamento de Importação) etc. As operações
de PPE (Pré Pagamento de Exportação) usualmente tem
um fechamento de câmbio realizado a mercado para a
liquidação das parcelas. A taxa negociada deverá ser a
taxa de câmbio adotada para o cálculo da variação cam-
bial.

81
7. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2016) Supondo-se que p seja a proposição simples “João
HORA DE PRATICAR! é fumante”, que q seja a proposição simples “João não
é saudável” e que p ⇒ q, então o valor lógico da pro-
(INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – posição “João não é fumante, logo ele é saudável” será
2016) Julgue os itens a seguir, relativos a raciocínio lógi- verdadeiro.
co e operações com conjuntos.
( )CERTO ( )ERRADO
1. A sentença “Bruna, acesse a Internet e verifique a data
da aposentadoria do Sr. Carlos!” é uma proposição com- Texto para as questões de 8 a 10
posta que pode ser escrita na forma p ∧ q.
Proposições são sentenças que podem ser julgadas como
( )CERTO ( )ERRADO verdadeiras — V — ou falsas — F —, mas não como am-
bas. Se P e Q são proposições, então a proposição “Se P
2. Para quaisquer proposições p e q, com valores lógicos então Q”, denotada por PÚQ, terá valor lógico F quando
quaisquer, a condicional p ⇒ (q ⇒ p) será, sempre, uma P for V e Q for F, e, nos demais casos, será V. Uma ex-
tautologia. pressão da forma ¬P, a negação da proposição P, terá
( )CERTO ( )ERRADO valores lógicos contrários aos de P. P∨Q, lida como “P
ou Q”, terá valor lógico F quando P e Q forem, ambas, F;
3. Caso a proposição simples “Aposentados são idosos” te- nos demais casos, será V.
nha valor lógico falso, então o valor lógico da proposição
“Aposentados são idosos, logo eles devem repousar” será Considere as proposições simples e compostas apresen-
falso. tadas abaixo, denotadas por A, B e C, que podem ou não
( )CERTO ( )ERRADO estar de acordo com o artigo 5.º da Constituição Federal.
A: A prática do racismo é crime afiançável.
4. Dadas as proposições simples p: “Sou aposentado” e B: A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Es-
q: “Nunca faltei ao trabalho”, a proposição composta “Se tado.
sou aposentado e nunca faltei ao trabalho, então não sou C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político
aposentado” deverá ser escrita na forma (p ∧ q) ⇒ ~p, em território brasileiro será extraditado.
usando-se os conectivos lógicos.
De acordo com as valorações V ou F atribuídas correta-
( )CERTO ( )ERRADO mente às proposições A, B e C, a partir da Constituição
Federal, julgue os itens a seguir.
5. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE
– 2008) Proposições são sentenças que podem ser julga- 8. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE
das como verdadeiras ou falsas, mas não admitem am- – 2008) Para a simbolização apresentada acima e seus
bos os julgamentos. A esse correspondentes valores lógicos, a proposição B→C é V.
respeito, considere que A represente a proposição sim-
ples “É dever do servidor apresentar-se ao trabalho com ( )CERTO ( )ERRADO
vestimentas adequadas ao exercício da função”, e que B
represente a proposição simples “É permitido ao servidor 9. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE
que presta atendimento ao público solicitar dos que o – 2008) De acordo com a notação apresentada acima, é
procuram ajuda financeira para realizar o cumprimento correto afirmar que a proposição (¬A)∨(¬C) tem valor
de sua missão”. lógico F.
Considerando as proposições A e B acima, julgue os itens
subsequentes, com respeito ao Código de Ética Profissio- ( )CERTO ( )ERRADO
nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
e às regras Roberta, Rejane e Renata são servidoras de um mesmo
inerentes ao raciocínio lógico. A proposição composta órgão público do Poder Executivo Federal. Em um trei-
“Se A então B” é necessariamente verdadeira. namento, ao lidar com certa situação, observou-se que
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

cada uma delas tomou uma das seguintes atitudes:


( )CERTO ( )ERRADO A1: deixou de utilizar avanços técnicos e científicos que
estavam ao seu alcance;
6. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE A2: alterou texto de documento oficial que deveria ape-
– 2016) Na lógica proposicional, a oração “Antônio fuma nas ser encaminhado para providências;
10 cigarros por dia, logo a probabilidade de ele sofrer A3: buscou evitar situações procrastinatórias. Cada uma
um infarto é três vezes maior que a de Pedro, que é não dessas atitudes, que pode ou não estar de acordo com
fumante” representa uma proposição composta. o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal (CEP), foi tomada por exa-
( )CERTO ( )ERRADO tamente uma das servidoras. Além disso, sabe-se que a
servidora Renata tomou a atitude A3 e que a servidora
Roberta não tomou a atitude A1. Essas informações es-

82
tão contempladas na tabela a seguir, em que cada célula, 12. Com base nas informações e no diagrama preceden-
correspondente ao cruzamento de uma linha com uma tes, julgue o item a seguir.
coluna, foi preenchida com V (verdadeiro) no caso de a Se um casal dessa comunidade for escolhido ao acaso,
servidora listada na linha ter tomado a atitude represen- então a probabilidade de ele ter menos de 4 filhos será
tada na coluna, ou com F (falso), caso contrário. superior a 0,3.

( )CERTO ( )ERRADO

13. Com base nas informações e no diagrama preceden-


tes, julgue o item a seguir.
A referida comunidade é formada por menos de 180 pes-
soas.

Com base nessas informações, julgue os itens seguintes. ( )CERTO ( )ERRADO

( )CERTO ( )ERRADO 14. (EBSERH – TÉCNICO EM RADIOLOGIA – CESPE –


2018) Considere as seguintes proposições: P: O paciente
10. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE receberá alta; Q: O paciente receberá medicação; R: O
– 2008) Se P for a proposição “Rejane alterou texto de paciente receberá visitas.
documento oficial que deveria apenas ser encaminhado Tendo como referência essas proposições, julgue o item
para providências” e Q for a proposição “Renata buscou a seguir, considerando que a notação ~S significa a ne-
evitar situações procrastinatórias”, então a proposição gação da proposição S.
P→Q tem valor lógico V. Se, em uma unidade hospitalar, houver os seguintes con-
juntos de pacientes: A = {pacientes que receberão alta}; B
( )CERTO ( )ERRADO = {pacientes que receberão medicação} e C = {pacientes
que receberão visitas}; se, para os pacientes dessa unida-
(EBSERH – ÁREAS MÉDICAS – CESPE – 2018) Uma de hospitalar, a proposição ~P→[Q∨R] for verdadeira; e
pesquisa revelou características da população de uma se Ac foro conjunto complementar de A, então Ac⊂B∪C.
pequena comunidade composta apenas por casais e
seus filhos. Todos os casais dessa comunidade são ele- ( )CERTO ( )ERRADO
mentos do conjunto A∪B∪C, em que
A = {casais com pelo menos um filho com mais de 20 15. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
anos de idade}; PE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
B = {casais com pelo menos um filho com menos de 10 vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
anos de idade}; a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
C = {casais com pelo menos 4 filhos}. afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
será totalmente modificada.”
Considerando que n(P) indique a quantidade de elemen- Considerando a situação apresentada e a proposição
tos de um conjunto P, suponha que n(A) = 18; n(B) = correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
20; n(C) = 25; n(A∩B) = 13; n(A∩C) = 11; n(B∩C) = 12 e Se A for o conjunto dos presentes que votaram a favor
n(A∩B∩C) = 8. O diagrama a seguir mostra essas quanti- e B for o conjunto dos presentes que votaram contra,
dades de elementos. então o conjunto diferença A\B terá exatamente um ele-
mento.

( )CERTO ( )ERRADO

16. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –


2016) Se A, B e C forem conjuntos quaisquer tais que A,
B ⊂ C, então (C \ A) ∩ (A ∪ B) = C ∩ B.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

( )CERTO ( )ERRADO

A Guia da Previdência Social (GPS), cujo modelo é apre-


sentado abaixo, é o documento hábil para o recolhimen-
to das contribuições sociais dos contribuintes individuais
da previdência social.
11. Com base nas informações e no diagrama preceden-
tes, julgue o item a seguir.
Pelo menos 30 casais dessa comunidade têm 2 ou mais
filhos.

( )CERTO ( )ERRADO

83
Os prazos para recolhimento das contribuições previdenciárias em GPS são:
• até o dia 15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia
útil subsequente quando não houver expediente bancário, para os contribuintes individuais, facultativos e domésticos;
• até o dia 20 de dezembro, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior, quando não houver
expediente bancário, para as contribuições incidentes sobre o 13.º salário.

17. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2003) Considerando que o “VALOR DO INSS” constante na
GPS acima corresponda a 19,65% do salário-de-contribuição de um empregado doméstico, é correto concluir que esse
empregado recebe um salário mensal superior a R$ 340,00.

( ) CERTO ( ) ERRADO

18. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2003) A GPS acima foi gerada após 15/2/2003 e o valor rela-
tivo ao campo “ATM/MULTA E JUROS” corresponde a mais de 4% do “VALOR DO INSS”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

19. (IFF – Técnico Administrativo – CESPE – 2018) A quantia de R$ 360.000 deverá ser repassada às escolas A, B e C
para complemento da merenda escolar. A distribuição será em partes diretamente proporcionais às quantidades de
alunos de cada escola. Sabe-se que a escola A tem 20% a mais de alunos que a escola B e que a escola C tem 20% a
menos de alunos que a escola B. Nesse caso, a escola A deverá receber

a) R$ 140.000.
b) R$ 144.000.
c) R$ 168.000.
d) R$ 192.000.
e) R$ 216.000.

20. (FUB – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – CESPE – 2016) Diariamente, o tempo médio gasto pelos servi-
dores de determinado departamento para executar suas tarefas é diretamente proporcional à quantidade de tarefas
executadas e inversamente proporcional à sua produtividade individual diária P.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Com base nessas informações, julgue o item a seguir.


Considere que na terça-feira a quantidade de tarefas a serem executadas por um servidor correspondia a 50% a mais
do que a quantidade de tarefas executadas no dia anterior. Nesse caso, para que o servidor concluísse seu trabalho da
terça-feira no mesmo tempo gasto para concluí-lo na segunda-feira, a sua produtividade na terça-feira deveria aumen-
tar em 50% em relação à produtividade da segunda-feira.

( ) CERTO ( ) ERRADO

21. (CPRM – TÉCNICO EM GEOCIÊNCIAS – CESPE – 2016) A represa X, que abastece de água determinada cidade,
tem capacidade para 480 milhões de metros cúbicos de água.
Se, em determinado dia, a água contida na represa X representava 35% de sua capacidade máxima, então, nesse dia,
havia na represa

84
a) 168 milhões de litros de água. Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte,
b) 312 milhões de litros de água. concernente à argumentação e aos tipos de argumentos.
c) 384 mil litros de água. Pode-se inferir da frase que a maior parte dos cidadãos é
d) 312 mil litros de água. corrupta e que, portanto, a sociedade é corrupta em sua
e) 168 bilhões de litros de água. totalidade.

22. (ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA – CESPE – ( ) CERTO ( ) ERRADO


2018) As seguintes proposições lógicas formam um con- 26. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
junto de premissas de um argumento: CIÁRIA – CESPE – 2017) De uma urna que continha 20
• Se Pedro não é músico, então André é servidor da ABIN. bolas idênticas, identificadas por números de 1 a 20, foi
• Se André é servidor da ABIN, então Carlos não é um espião. extraída aleatoriamente uma bola. Esse evento define o
• Carlos é um espião. espaço amostral Ω = {1, 2, 3, ..., 20}. Considere os seguin-
tes eventos: A = {a bola retirada da urna é identificada
A partir dessas premissas, julgue o item a seguir, acerca por um número múltiplo de 4}; B = {a bola retirada da
de lógica de argumentação. urna é identificada por um número múltiplo de 5}. A par-
Se a proposição lógica “Pedro é músico.” for a conclusão tir das probabilidades P(A), P(B) e P(A∪B) — que são,
desse argumento, então, as premissas juntamente com respectivamente, as probabilidades de os eventos A, B
essa conclusão constituem um argumento válido. e A∪B ocorrerem —, considere o argumento formado
pelas premissas P1 e P2 e pela conclusão C, em que
( ) CERTO ( ) ERRADO

23. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-


PE – 2017) Texto CB1A5BBB – Argumento formado pelas
premissas (ou proposições) P1 e P2 e pela conclusão C
P1: Se eu assino o relatório, sou responsável por todo o seu
conteúdo, mesmo que tenha escrito apenas uma parte.
P2: Se sou responsável pelo relatório e surge um proble-
ma em seu conteúdo, sou demitido. Com base nessas informações, assinale a opção correta.
C: Logo, escrevo apenas uma parte do relatório, mas sou
demitido. a) A premissa P1 é uma proposição verdadeira, e a con-
clusão C é uma proposição falsa.
O argumento apresentado no texto CB1A5BBB se tor- b) A premissa P2 e a conclusão C são proposições ver-
naria válido do ponto de vista da lógica sentencial, se, dadeiras.
além das premissas P1 e P2, a ele fosse acrescentada a
c) A conclusão C é falsa, mas o argumento é válido.
proposição.
d) A premissa P1 é falsa e o argumento não é válido.
a) Não sou demitido ou não escrevo uma parte do rela-
e) A premissa P1 e a conclusão C são proposições verda-
tório.
deiras e o argumento é válido.
b) Sou responsável apenas pela parte que escrevi do re-
latório.
27. (PC-MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2018)
c) Eu escrevo apenas uma parte do relatório, assino o
Proposição CG1A5AAA
relatório e surge um problema em seu conteúdo.
d) Se não escrevo nenhuma parte do relatório, não sou A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
demitido. de segurança da sociedade diminui.
Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva-
24. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE lente à proposição CG1A5AAA.
– 2017) Texto CB2A6BBB
A maior prova de honestidade que realmente posso dar a) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, en-
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão tão a sensação de segurança da sociedade diminui.
desonesto que sempre fui. b) Se qualidade da educação dos jovens sobe, então a
sensação de segurança da sociedade diminui.
c) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, então
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte,


concernente à argumentação e aos tipos de argumentos. a sensação de segurança da sociedade não diminui.
Verifica-se a ocorrência de falácia no argumento da frase. d) Se a sensação de segurança da sociedade diminui, en-
tão a qualidade da educação dos jovens sobe.
( ) CERTO ( ) ERRADO e) Se a sensação de segurança da sociedade não diminui,
então a qualidade da educação dos jovens não sobe.
25. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE
– 2017) Texto CB2A6BBB 28. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
A maior prova de honestidade que realmente posso dar PE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
desonesto que sempre fui. a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
será totalmente modificada.”

85
Considerando a situação apresentada e a proposição 32. (EBSERH – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – CES-
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. PE – 2018) A respeito de lógica proposicional, julgue o
A proposição é equivalente, sob o ponto de vista da ló- item que se segue.
gica sentencial, à proposição “Desde que um membro A negação da proposição “Se o fogo for desencadeado
mude de ideia, a decisão será totalmente modificada”. por curto-circuito no sistema elétrico, será recomendá-
vel iniciar o combate às chamas com extintor à base de
( ) CERTO ( ) ERRADO espuma.” é equivalente à proposição “O fogo foi desen-
cadeado por curto-circuito no sistema elétrico e não será
29. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES- recomendável iniciar o combate às chamas com extintor
PE – 2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P à base de espuma.”
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias,
mas não apresentou os comprovantes de pagamento; o juiz ( ) CERTO ( ) ERRADO
julgou, pois, procedente a ação movida pelo ex-empregado.
Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva- 33. (PC-MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2018)
lente, sob o ponto de vista da lógica sentencial, à propo- Proposição CG1A5AAA
sição P do texto CB1A5AAA. A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
de segurança da sociedade diminui.
a) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- Assinale a opção que apresenta uma proposição que
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa- constitui uma negação da proposição CG1A5AAA.
gamento, ou o juiz julgou procedente a ação movida
pelo ex-empregado. a) A qualidade da educação dos jovens não sobe e a sen-
b) Se o juiz julgou procedente a ação movida pelo ex- sação de segurança da sociedade não diminui.
-empregado, então a empresa alegou ter pago suas b) A qualidade da educação dos jovens desce ou a sensa-
obrigações previdenciárias, mas não apresentou os ção de segurança da sociedade aumenta.
comprovantes de pagamento. c) A qualidade da educação dos jovens não sobe ou a
c) Se a empresa alegou ter pago suas obrigações previ- sensação de segurança da sociedade não diminui.
denciárias, mas não apresentou os comprovantes de d) A qualidade da educação dos jovens sobe e a sensa-
pagamento, então o juiz julgou procedente a ação
ção de segurança da sociedade diminui.
movida pelo ex-empregado.
e) A qualidade da educação dos jovens diminui ou a sen-
d) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
sação de segurança da sociedade sobe.
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa-
gamento, mas o juiz julgou procedente a ação movida
34. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
pelo ex-empregado.
CIÁRIA – CESPE – 2017) Assinale a opção que corres-
ponde a uma negativa da seguinte proposição: “Se nas
30. (CORPO DE BOMBEIROS – MILITAR-AL – SOL-
DADO COMBATENTE – CESPE – 2018) A proposição: cidades medievais não havia lugares próprios para o tea-
“Se determinado candidato foi aprovado nas provas ob- tro e as apresentações eram realizadas em igrejas e cas-
jetivas do concurso e no curso de formação de praças, telos, então a maior parte da população não era excluída
ele se tornou soldado combatente do corpo de bombei- dos espetáculos teatrais”.
ros local.” é equivalente à seguinte proposição: “Se de-
terminado candidato não se tornou soldado combatente a) Nas cidades medievais havia lugares próprios para o
do corpo de bombeiros local, então ele foi reprovado nas teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas
provas objetivas do concurso e no curso de formação de e castelos e a maior parte da população era excluída
praças.” dos espetáculos teatrais.
b) Se a maior parte da população das cidades medievais
( ) CERTO ( ) ERRADO era excluída dos espetáculos teatrais, então havia lu-
gares próprios para o teatro e as apresentações eram
31. (CORPO DE BOMBEIROS – MILITAR-AL – OFI- realizadas em igrejas e castelos.
CIAL COMBATENTE – CESPE – 2018) A respeito de c) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para
proposições lógicas, julgue os itens a seguir. Considere o teatro e as apresentações não eram realizadas em
que P e Q sejam as seguintes proposições: igrejas e castelos, então a maior parte da população
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

P: Se a humanidade não diminuir a produção de material era excluída dos espetáculos teatrais.
plástico ou não encontrar uma solução para o problema d) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para o
do lixo desse material, então o acúmulo de plástico no teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas
meio ambiente irá degradar a vida no planeta. e castelos, então a maior parte da população era ex-
Q: A humanidade diminui a produção de material plásti- cluída dos espetáculos teatrais.
co e encontra uma solução para o problema do lixo des- e) Nas cidades medievais não havia lugares próprios para
se material ou o acúmulo de plástico no meio ambiente o teatro, as apresentações eram realizadas em igrejas
degradará a vida no planeta. e castelos e a maior parte da população era excluída
Nesse caso, é correto afirmar que as proposições P e Q dos espetáculos teatrais.
são equivalentes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

86
35. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES- (PM-MA – 1º TENENTE – PM – CIRURGIÃO DENTIS-
PE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro- TA – CESPE – 2017) Determinado laboratório de análises
vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos clínicas está sendo investigado por emitir laudos falsos
a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte de um exame constituído por 7 indicadores, corres-
afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão pondentes à concentração de 4 compostos na corrente
será totalmente modificada.” sanguínea, obtidos da seguinte forma: uma medição da
concentração de cada um dos compostos A, B, C e D, e 3
Considerando a situação apresentada e a proposição medições, por 3 diferentes técnicas, da concentração do
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. composto E. Os laudos verdadeiros de 7 pacientes (cha-
A negação da proposição pode ser corretamente expres- mados pacientes-fonte), com prenomes distintos, entre
sa por “Basta um de nós não mUdar de ideia ou a decisão eles Amanda, Bárbara, Carlos e Daniel, eram usados para
não será totalmente modificada”. compor laudos falsos para os demais pacientes. Para difi-
cultar a ação da autoridade policial, na montagem de um
( ) CERTO ( ) ERRADO laudo falso, o laboratório tomava o cuidado de, no con-
junto de 7 medições que constituíam cada laudo falsifi-
36. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES- cado, usar apenas uma medição de cada paciente-fonte,
PE – 2017) Texto CB1A5AAA ou seja, de nunca usar 2 ou mais medições de um mesmo
Proposição P: A empresa alegou ter pago suas obriga- paciente-fonte.
ções previdenciárias, mas não apresentou os compro- Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens
vantes de pagamento; o juiz julgou, pois, procedente a seguintes.
ação movida pelo ex-empregado.
Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga- 38. Se fosse adotada a estratégia de falsificar laudos se-
ções previdenciárias, mas não apresentou os compro- guindo-se a ordem sucessiva de medições referentes aos
vantes de pagamento. compostos A, B, C e D e, em seguida, as medições referen-
A proposição Q, anteriormente apresentada, está pre- tes ao composto E, a quantidade de laudos falsos distintos
sente na proposição P do texto CB1A5AAA. que poderiam ser gerados pelo laboratório seria superior
A negação da proposição Q pode ser expressa por a 800.
a) A empresa não alegou ter pago suas obrigações pre- ( ) CERTO ( ) ERRADO
videnciárias ou apresentou os comprovantes de pa- 39. Com relação ao composto E, a quantidade de laudos
gamento. falsos distintos constituídos com dados dos exames de
b) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- Amanda, Bárbara e Carlos que poderia ser produzida é
ciárias ou não apresentou os comprovantes de paga-
superior a 50
mento.
c) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
( ) CERTO ( ) ERRADO
ciárias e apresentou os comprovantes de pagamento.
d) A empresa não alegou ter pago suas obrigações previden-
40. Caso o laboratório escolhesse aleatoriamente, entre
ciárias nem apresentou os comprovantes de pagamento.
os dados dos 7 pacientes-fonte, aqueles que seriam usa-
dos nas medições referentes ao composto E, a probabi-
37. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
CESPE – 2018) Como forma de melhorar a convivência, lidade de serem usados os dados de Amanda, Bárbara e
as famílias Turing, Russell e Gödel disputaram, no parque Carlos seria inferior a 3%.
da cidade, em um domingo à tarde, partidas de futebol
e de vôlei. O quadro a seguir mostra os quantitativos de ( ) CERTO ( ) ERRADO
membros de cada família presentes no parque, distribu-
ídos por gênero. 41. (SAAE DE AIMORÉS – MG) Em uma festa de ani-
versário, cada pessoa ingere em média 5 copos de 250
ml de refrigerante. Suponha que em uma determinada
Família Masculino Feminino festa, havia 20 pessoas presentes. Quantos refrigerantes
Turing 5 7 de 2 litros o organizador da festa deveria comprar para
alimentar as 20 pessoas? 
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

Russel 6 5
Gödel 5 9 a) 12
b) 13
A partir dessa tabela, julgue o item subsequente. c) 15
Considere que, em eventual sorteio de brindes, um nome d) 25
tenha sido retirado, ao acaso, do interior de uma urna
que continha os nomes de todos os familiares presentes 42. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa
no evento. Nessa situação, sabendo-se que o sorteado CORRETA:
não é uma mulher da família Gödel, a probabilidade de I) 3 𝑥 4 ∶ 2 = 6
ser uma mulher da família Russel será superior a 20%. II) 3 + 4 𝑥 2 = 14
III) O resto da divisão de 18 por 5 é 3
( ) CERTO ( ) ERRADO

87
a) I somente 48. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no
b) I e II somente Piauí e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, se-
c) I e III somente gundo as informações? Tempo no Brasil: Instável a enso-
d) I, II e III larado no Sul. Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul.
43. (PREF. DE TIMON – MA) O problema de divisão Máxima prevista 37° no Piauí.
648 : 2 é equivalente à:
a) 34
a) 600: 2 𝑥 40: 2 𝑥 8: 2 b) 36
b) 6: 2 + 4: 2 + 8: 2 c) 38
c) 600: 2 − 40: 2 − 8: 2 d) 40
d) 600: 2 + 40: 2 + 8: 2 e) 42
e) 6: 2𝑥4: 2𝑥8: 2
49. Qual é o produto de três números inteiros consecuti-
44. (Pref. de São José do Cerrito – SC) Qual o valor da vos em que o maior deles é –10?
expressão: 34 + 14.4⁄2 − 4 ?
a) -1320
a) 58 b) -1440
b) -31 c) +1320
c) 92 d) +1440
d) -96 e) nda

45. (IF-ES) Um caminhão tem uma capacidade máxima 50. Três números inteiros são consecutivos e o menor
de 700 kg de carga. Saulo precisa transportar 35 sacos deles é +99. Determine o produto desses três números.
de cimento de 50 kg cada um. Utilizando-se desse cami-
nhão, o número mínimo de viagens que serão necessá- a) 999.000
rias para realizar o transporte de toda a carga é de: b) 999.111
c) 999.900
a) 4 d) 999.999
b) 5 e) 1.000.000
c) 2
d) 6 51. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplican-
e) 3 do a soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse?

46. (PREF. TERESINA – PI) Roberto trabalha 6 horas por a) 726


dia de expediente em um escritório. Para conseguir um b) 738
dia extra de folga, ele fez um acordo com seu chefe de c) 744
que trabalharia 20 minutos a mais por dia de expedien- d) 752
te pelo número de dias necessários para compensar as e) 770
horas de um dia do seu trabalho. O número de dias de
expediente que Roberto teve que trabalhar a mais para 52. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à
conseguir seu dia de folga foi igual a Parte superior do primeira parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o
formulário que ocorrerá com o total?

a) 16 a) -2
b) 15 b) -1
c) 18 c) +1
d) 13 d) +2
e) 12 e) +3

47. (ITAIPU BINACIONAL) O valor da expressão: 53. (PREFEITURA DE CHAPECÓ – ENGENHEIRO DE


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

1 + 1 + 1 + 1𝑥7 + 1 + 1𝑥0 + 1 − 1 é TRÂNSITO – IOBV – 2016) A alternativa cujo valor não


é divisor de 18.414 é:
a) 0
b) 11 a) 27
c) 12 b) 31
d) 29 c) 37
e) 32 d) 22

54. Verifique se os números abaixo são divisíveis por 4.

a) 23418
b) 65000

88
c) 38036 59. (FEI-SP) O valor da expressão B = 5 . 108 . 4 . 10-3 é:
d) 24004
e) 58617 a) 206
b) 2 . 106
55. (ALGÁS – ASSISTENTE DE PROCESSOS ORGANI- c) 2 . 109
ZACIONAIS – COPEVE – 2014) d) 20 . 10-4

Critério de divisibilidade por 11 60. (PREF. GUARULHOS-SP – ASSISTENTE DE GES-


TÃO ESCOLAR – VUNESP – 2016) Para iniciar uma
Esse critério é semelhante ao critério de divisibilidade por visita monitorada a um museu, 96 alunos do 8º ano e
9. Um número é divisível por 11 quando a soma alter- 84 alunos do 9º ano de certa escola foram divididos em
nada dos seus algarismos é divisível por 11. Por soma grupos, todos com o mesmo número de alunos, sendo
alternada queremos dizer que somamos e subtraímos esse número o maior possível, de modo que cada gru-
algarismos alternadamente (539  5 - 3 + 9 = 11). po tivesse somente alunos de um único ano e que não
Disponível em:<http://educacao.globo.com>  . Acesso restasse nenhum aluno fora de um grupo. Nessas con-
em: 07 maio 2014.   dições, é correto afirmar que o número total de grupos
formados foi
Se A e B são algarismos do sistema decimal de numera-
ção e o número 109AB é múltiplo de 11, então a) 8
b) 12
a) B = A c) 13
b) A+B=1 d) 15
c) B-A=1 e) 18
d) A-B=10
e) A+B=-10
61. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-
TRATIVO – IDHTEC – 2016) Um ciclista consegue fazer
56. (IF-SE – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFO-
um percurso em 12 min, enquanto outro faz o mesmo
R5AÇÃO – FDC – 2014) João, nascido entre 1980 e
percurso 15 min. Considerando que o percurso é circular
1994, irá completar, em 2014, x anos de vida. Sabe-se
e que os ciclistas partem ao mesmo tempo do mesmo
que x é divisível pelo produto dos seus algarismos. Em
local, após quanto tempo eles se encontrarão?
2020, João completará a seguinte idade:
a) 15 min
a) 32
b) 30 b) 30 min
c) 28 c) 1 hora
d) 26 d) 1,5 horas
e) 2 horas
57. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-
TRATIVO – IDHTEC – 2016) O número 102 + 101 + 100 é 62. (PREF. SANTA TERIZINHA DO PROGRESSO-SC
a representação de que número? – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CURSIVA – 2018)
Acerca dos números primos, analise.
a) 100 I- O número 11 é um número primo;
b) 101 II- O número 71 não é um número primo;
c) 010 III- Os números 20 e 21 são primos entre si.
d) 111
e) 110 Dos itens acima:

58. (TRF-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2014) O a) Apenas o item I está correto.
resultado da expressão numérica 53 : 51 × 54 : 5 × 55 : 5 : b) Apenas os itens I e II estão corretos.
56 - 5 é igual a : c) Apenas os itens I e III estão corretos.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

d) Todos os itens estão corretos.


a) 120.
63. (SAMAE DE CAXIAS DO SUL – RS – OPERADOR
1
b) DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
5 – OBJETIVA – 2017) Marcar C para as afirmativas Certas,
c) 55. E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apre-
d) 25. senta a sequência CORRETA:
e) 620.
(---) Pertencem ao conjunto dos números naturais ímpa-
res os números ímpares negativos e os positivos.
(---) O número 72 é divisível por 2, 3, 4, 6, 8 e 9
(---) A decomposição do número 256 em fatores primos é 27

89
(---) Considerando-se os números 84 e 96, é correto afir- 67. (PREF. GUARULHOS-SP – AUXILIAR ADMINIS-
mar que o máximo divisor comum é igual a 12. TRATIVO – VUNESP – 2018) Um terreno retangular
tem 35 m de largura e 1750 m2 de área. A razão entre a
a) E - E - C - C. largura e o comprimento desse terreno é 
b) E - C - C - E.
c) C - E - E - E. a) 0,8.
d) E - C - E - C. b) 0,7.
e) C - E - C - C. c) 0,6.
d) 0,5.
64. (PREF. GUARULHOS-SP – AGENTE ESCOLAR – e) 0,4.
VUNESP – 2016) No ano de 2014, três em cada cinco
estudantes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam
cursando o ensino superior, segundo dados do Instituto Leia o texto, para responder a Questão a seguir:
Brasileiro de Geografia e Estatística. Supondo-se que na-
quele ano 2,4 milhões de estudantes, naquela faixa etária, Uma loja vende peças de MDF (mistura de fibras de ma-
não estivesse cursando aquele nível de ensino, o número deira prensada) retangulares para artesãos. A unidade
dos que cursariam o ensino superior, em milhões, seria: padrão mede 22 cm de comprimento por 15 cm de lar-
gura e custa R$ 24,00.
a) 3,0
b) 3,2
c) 3,4
d) 3,6
e) 4,0

65 (PREF. TERRA DE AREIA-RS – AGENTE ADMI-


NISTRATIVO – OBJETIVA – 2016) Três funcionários Fonte: http://voltarelliprudente.com.br/ o-que-e-mdf-
(Fernando, Gabriel e Henrique) de determinada empresa -cru/
deverão dividir o valor de R$ 950,00 entre eles, de forma O catálogo desta loja disponibiliza peças com outras me-
diretamente proporcional aos dias trabalhos em certo didas cortadas a partir da unidade padrão. Observe que
mês. Sabendo-se que Fernando trabalhou 10 dias, Ga- ele está com informações incompletas em relação a área
briel, 12, e Henrique, 16, analisar os itens abaixo:  e preço das peças.

I - Fernando deverá receber R$ 260,00.


II - Gabriel deverá receber R$ 300,00.
III - Henrique deverá receber R$ 410,00.

Está(ão) CORRETO(S):

a) II
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) Todos os itens

66. (TRT - 15ª REGIÃO SP – ANALISTA JUDICIÁRIO


– FCC – 2018) André, Bruno, Carla e Daniela eram sócios
em um negócio, sendo a participação de cada um, res-
pectivamente, 10%, 20%, 20% e 50%. Bruno faleceu e,
por não ter herdeiros naturais, estipulara, em testamento,
que sua parte no negócio deveria ser distribuída entre
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

seus sócios, de modo que as razões entre as participa-


ções dos três permanecessem inalteradas. Assim, após a
partilha, a nova participação de André no negócio deve
ser igual a:

a) 20%.
b) 8%
c) 12,5%
d) 15%
e) 10,5%

90
68. (UTPR – 2018) O preço de cada peça é definido pro- a) 160
porcionalmente à área de cada uma em relação à unida- b) 1040
de padrão. Por exemplo, a área da peça B é metade da c) 1100
área da unidade padrão, desse modo o preço da peça B d) 1300
é metade do preço da unidade padrão, ou seja, R$ 12,00.
Assim, as peças A, C e D custam respectivamente:  74. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRA-
TIVO – INAZ – 2016) Das 300 dúzias de bananas que
a) R$ 12,00; R$ 12,00; R$ 4,00 seu José foi vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao
b) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 6,00 preço de R$ 3,00 cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30%
c) R$ 6,00; R$ 4,00; R$ 4,00 da quantidade que sobrou ao preço de R$ 2,00; e no 3°
d) R$ 12,00; R$ 4,00; R$ 6,00 dia ele vendeu 20% do que restou da venda dos dias
e) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 4,00 anteriores ao preço de R$ 1,00. Quanto seu José apurou
com as vendas das bananas nos três dias?

69. Dividindo-se 660 em partes inversamente proporcio- a) R$ 700,00


nais aos números 1/2, 1/3 e 1/6 obtém-se que números? b) R$ 540,00
c) R$ 111,00
a) 30, 10, 5. d) R$ 450,00
b) 30, 20, 10. e) R$ 561,00
c) 40, 30, 20.
d) 20, 10, 5 75. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com
a criação de leis trabalhistas, houve muitos avanços em
70. Certo concreto é obtido misturando-se uma parte de relação aos direitos dos trabalhadores. Entretanto, ainda
cimento, dois de areis e quatro de pedra. Qual será (em há muitas barreiras. Atualmente, a renda das mulheres
corresponde, aproximadamente, a três quartos da renda
m³) a quantidade de areia a ser empregada, se o volume
dos homens. Considerando os dados apresentados, qual
a ser concretado é 378 m³?
a diferença aproximada, em termos percentuais, entre a
renda do homem e a da mulher?
a) 108m3
b) 100m3
a) 75%
c) 80m3
b) 60%
e) 60m3
c) 34%
d) 25%
71. A herança de R$ 30.000,00 deve ser repartida entre
Antonio, Bento e Carlos. Cada um deve receber em partes 76. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM – IBFC
diretamente proporcionais a 3, 5 e 6, respectivamente, e – 2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e ainda
inversamente proporcionais às idades de cada um. Sa- lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o salário de Paulo
bendo-se que Antonio tem 12 anos, Bento tem 15 anos é igual a:
e Carlos 24 anos, qual será a parte recebida por Bento?
a) R$ 2375,00
a) R$ 12.000,00. b) R$ 750,00
b) R$ 14.000,00. c) R$ 1240,00
b) R$ 8.000,00. d) R$ 1050,00
c) R$ 24.000,00. e) R$ 875,00

72. (SAAE AIMORÉS-MG – AJUDANTE – MÁXIMA– 77. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM
2016) Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de – MS CONCURSOS – 2017) Raoni comprou um fogão
gasolina. A porcentagem de gasolina na mistura é igual com 25% de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual
a:  era o preço do fogão sem o desconto?

a) 40% a) R$ 355,00
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

b) 20% b) R$ 412,50
c) 30% c) R$ 440,00
d) 10% d) R$ 460,00

73. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO 78. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC – 2016) Ao com-
PÚBLICO – MS CONCURSOS – 2017) Certo estabele- prar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze
cimento de ensino possui em seu quadro de estudantes por cento) por ter pagado à vista e pagou o valor de R$
alunos de várias idades. A quantidade de alunos matri- 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
culados neste estabelecimento é de 1300. Sabendo que condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
deste total 20% são alunos maiores de idade, podemos
concluir que a quantidade de alunos menores de idade a) R$ 118,27
que estão matriculados é: b) R$ 125,00

91
c) R$ 120,00 22 Certo
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00 23 C
24 Errado
79. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE
TRÂNSITO – MS CONCURSOS – 2016) Segundo da- 25 Errado
dos do IBGE, a população de Itapema (SC) em 2010 era 26 C
de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente, 27 A
essa população é de, aproximadamente, 59.000 habitan-
tes. O aumento percentual dessa população no período 28 Errado
de 2010 a 2016 foi de: 29 C

a) 22,4% 30 Errado
b) 28,8% 31 Certo
c) 71,2% 32 Certo
d) 77,6%
33 A
80. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC – 2016) Joana gas- 34 E
tou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto,
a porcentagem que representa o que restou para Joana 35 Errado
do valor que possuía é: 36 A
37 Errado
a) 76%
b) 24% 38 Certo
c) 32% 39 Errado
d) 68%
e) 82% 40 Certo
41 B
42 C
GABARITO 43 D
44 A
1 Errado 45 E
2 Certo 46 C
3 Errado 47 B
4 Certo 48 D
5 Errado 49 A
6 Certo 50 C
7 Errado 51 B
8 Errado 52 E
9 Errado 53 C
10 Certo 54 B

11 Certo 55 C
56 B
12 Errado
57 D
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

13 Errado
58 A
14 Errado
59 B
15 Errado
60 D
16 Errado
61 C
17 Certo
62 C
18 Certo
63 D
19 B
64 D
20 Certo
65 A
21 E
66 C

92
67 B ANOTAÇÕES
68 E
69 A
70 B ________________________________________________

71 A _________________________________________________
72 A _________________________________________________
73 B
_________________________________________________
74 E
75 D _________________________________________________
76 B _________________________________________________
77 C
_________________________________________________
78 C
_________________________________________________
79 B
80 A _________________________________________________

_________________________________________________

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA

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93
ANOTAÇÕES

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94
ÍNDICE

USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados ao uso
de informática no ambiente de escritório............................................................................................................................................................. 01
Aplicativos e uso de ferramentas na internet e(ou) intranet............................................................................................................................. 05
Softwares aplicativos do pacote Microsoft Office (Word, Excel, Power Point, Outlook e Access) e suas funcionalidades........ 21
Navegadores web (Google Chrome e Internet Explorer)................................................................................................................................. 62
Computação nas nuvens: acesso a distância e transferência de informação................................................................................................ 62
Aplicações e aplicativos em dispositivos móveis................................................................................................................................................ 64
Redes sociais...................................................................................................................................................................................................................... 70
Internet das coisas.......................................................................................................................................................................................................... 73
Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais
CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE para o entendimento de informática em concursos públicos.
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, Hardware, são os componentes físicos do computador,
FERRAMENTAS, APLICATIVOS E ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri-
PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS AO USO féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa-
DE INFORMÁTICA NO AMBIENTE DE
mento)
ESCRITÓRIO Software, são os programas que permitem o funciona-
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio-
A Informática é um meio para diversos fins, com isso nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação.
acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A O primeiro software necessário para o funcionamento
sua utilização passou a ser um diferencial para pessoas de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope-
e empresas, visto que, o controle da informação passou racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
a ser algo fundamental para se obter maior flexibilidade computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os
no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
integrar sua área de atuação com a informática, atingirá, na manutenção do computador, o antivírus é o principal
com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemen- exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra-
te, o seu sucesso, por isso em quase todos editais de con- mação que são programas que fazem outros programas,
cursos públicos temos Informática. como o JAVA por exemplo.
Importante mencionar que os softwares podem ser li-
vres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes ca-
#FicaDica racterísticas:
Informática pode ser considerada como • O usuário pode executar o software, para qualquer uso.
significando “informação automática”, ou • Existe a liberdade de estudar o funcionamento do
seja, a utilização de métodos e técnicas no programa e de adaptá-lo às suas necessidades.
tratamento automático da informação. Para • É permitido redistribuir cópias.
tal, é preciso uma ferramenta adequada: O • O usuário tem a liberdade de melhorar o programa
computador. e de tornar as modificações públicas de modo que a
comunidade inteira beneficie da melhoria.
A palavra informática originou-se da junção de
duas outras palavras: informação e automática.
Esse princípio básico descreve o propósito Entre os principais sistemas operacionais pode-se des-
essencial da informática: trabalhar informações tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, o
para atender as necessidades dos usuários de Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo fin-
maneira rápida e eficiente, ou seja, de forma landês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões o
automática e muitas vezes instantânea. Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras.
É o principal software do computador, pois possibilita
que todos os demais programas operem.
O que é um computador?

O computador é uma máquina que processa dados, #FicaDica


orientado por um conjunto de instruções e destinado a
produzir resultados completos, com um mínimo de inter- Android é um Sistema Operacional desenvolvido
pelo Google para funcionar em dispositivos
venção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
móveis, como Smartphones e Tablets. Sua
: grande velocidade no processamento e disponibili- distribuição é livre, e qualquer pessoa pode USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
zação de informações; ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver
: precisão no fornecimento das informações; aplicativos (apps) para funcionar neste Sistema
: propicia a redução de custos em várias atividades Operacional.
: próprio para execução de tarefas repetitivas; iOS, é o sistema operacional utilizado pelos
aparelhos fabricados pela Apple, como o iPhone
Como ele funciona? e o iPad.
Em informática, e mais especialmente em computado-
res, a organização básica de um sistema será na forma de:
Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memó-
rias, processadores (CPU) e disco de armazenamento
HDs, CDs e DVDs)

Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação de


energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de reset,
baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas de
ventilação e painel traseiro com recortes para encaixe de
Figura 1: Etapas de um processamento de dados. placas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede, cada
vez mais com saídas USBs e outras.

1
No fundo do gabinete existe uma placa de metal onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é possível
verificar se será possível ou não fixar determinada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser proporcionais aos
furos encontrados na placa mãe para parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.

#FicaDica
Placa-mãe, é a placa principal, formada por um conjunto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece e
gerencia o funcionamento dos demais componentes do computador.

Se o processador pode ser considerado o “cérebro” do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard) represen-
ta a espinha dorsal, interligando os demais periféricos ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhecido como HD, serve como unidade de armazenamento perma-
nente, guardando dados e programas.
Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto
por um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda infor-
mação introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer
de armazenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conheci-
do como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as
informações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordenados de bits, de modo a terem um
significado útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-
-se “baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos
de byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são
efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de
memória”; por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender
esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 2: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe
basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:
Destacar essa tabela
Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:
Transformar 4 gigabytes em kilobytes:
16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4 * 1024 = 4096 megabytes
16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes.
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.
Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia.
Por isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.
A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que
chega pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

2
Monitor de vídeo Contém um conjunto de restritos de células de me-
Normalmente um dispositivo que apresenta informa- mória chamados registradores que podem ser lidos e
ções na tela de LCD, como um televisor atual. escritos muito mais rapidamente que em outros dispo-
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados sitivos de memória. Os registradores são unidades de
de touchscreen), onde podemos escolher opções tocan- memória que representam o meio mais caro e rápido de
do em botões virtuais, apresentados na tela. armazenamento de dados. Por isso são usados em pe-
quenas quantidades nos processadores.
Impressora Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos
Muito popular e conhecida por produzir informações RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Com-
impressas em papel. plex Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]:
Atualmente existem equipamentos chamados im- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento,
pressoras multifuncionais, que comportam impressora, enquanto que a maior parte das arquiteturas CISC per-
scanner e fotocopiadoras num só equipamento. mite que outras operações também façam referência à
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- memória.
rios de computadores atualmente. Possuem um clock interno de sincronização que de-
Ele não precisar recarregar energia para manter os fine a velocidade com que o processamento ocorre. Essa
dados armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao velocidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
contrário dos antigos disquetes. É utilizado através de Em um computador, a velocidade do clock se refere
uma porta USB (Universal Serial Bus). ao número de pulsos por segundo gerados por um os-
Cartões de memória, são baseados na tecnologia cilador (dispositivo eletrônico que gera sinais), que de-
flash, semelhante ao que ocorre com a memória RAM termina o tempo necessário para o processador executar
do computador, existe uma grande variedade de formato uma instrução. Assim para avaliar a performance de um
desses cartões. processador, medimos a quantidade de pulsos gerados
São muito utilizados principalmente em câmeras em 1 segundo e, para tanto, utilizamos uma unidade de
fotográficas e telefones celulares. Podem ser utilizados medida de frequência, o Hertz.
também em microcomputadores.

#FicaDica
BIOS é o Basic Input/Output System, ou
Sistema Básico de Entrada e Saída, trata-se
de um mecanismo responsável por algumas
atividades consideradas corriqueiras em um
computador, mas que são de suma importância
para o correto funcionamento de uma máquina.

Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao


iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e
identificar todos os componentes de hardware conecta-
dos à máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é Figura 3: Esquema Processador
que a BIOS passa o controle para o sistema operacional e
o boot acontece de verdade. Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM com seus circuitos que recebem e transmite dados para USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desli- Internet e a outros computadores e, como não poderia
gamento do computador. faltar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibili- ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
tam a regravação dos dados por meio de equipamentos mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
especiais. Essas memórias são utilizadas para o armaze- não estão implementados nesses chips, da própria mo-
namento do BIOS. therboard. Geralmente esse fato implica na redução da
O processador que é uma peça de computador que velocidade, mas hoje essa redução é pouco considerada,
contém instruções para realizar tarefas lógicas e mate- uma vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
máticas. O processador é encaixado na placa mãe atra- No entanto, quando se pretende ter maior potência
vés do socket, ele que processa todas as informações do de som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de
computador, sua velocidade é medida em Hertz e os fa- imagens e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as
bricantes mais famosos são Intel e AMD. placas off board. Vamos conhecer mais sobre esse termo
O processador do computador (ou CPU – Unidade e sobre as placas de vídeo, som e rede:
Central de Processamento) é uma das partes principais Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
do hardware do computador e é responsável pelos cál- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
culos, execução de tarefas e processamento de dados. podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na

3
placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de EXERCÍCIOS COMENTADOS
dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens,
o resultado do processamento de vários outros dados.
Você já deve ter visto placas de vídeo com especi-
ficações 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o
número, maior será a quantidade de dados que passarão
por segundo por essa placa, o que oferece imagens de
vídeo, por exemplo, com velocidade cada vez mais próxi-
ma da realidade. Além dessa velocidade, existem outros
itens importantes de serem observados em uma placa
de vídeo: aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de
cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão
de encaixe na placa mãe que ela deverá usar (atualmente
seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens
um a um:
Placas de som são hardwares específicos para traba-
lhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de
ouvido ou microfone. Essas placas podem ser onboard,
ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou of-
fboard, conectadas em slots presentes na placa mãe. São
dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto per-
mitem a inclusão de dados (com a entrada da voz pelo
microfone, por exemplo) como a saída de som (através
das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para inte-
Considerando a figura acima, que ilustra as propriedades
grar um computador a uma rede, de forma que ele possa
de um dispositivo USB conectado a um computador com
enviar e receber informações. Essas placas podem ser on-
sistema operacional Windows 7, julgue os itens a seguir
board, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou
offboard, conectadas em slots presentes na placa mãe.
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) As infor-
mações na figura mostrada permitem inferir que o dis-
#FicaDica positivo USB em questão usa o sistema de arquivo NTFS,
porque o fabricante é Kingston.
Alguns dados importantes a serem observados
em uma placa de rede são: a arquitetura de ( ) CERTO ( ) ERRADO
rede que atende os tipos de cabos de rede
suportados e a taxa de transmissão.
Resposta: Errado - Por padrão os pendrives (de bai-
xa capacidade) são formatados no sistema de arquivos
Periféricos de computadores FAT, mas a marca do dispositivo ou mesmo a janela
Para entender o suficiente sobre periféricos para con- ilustrada não apresenta informações para afirmar sobre
curso público é importante entender que os periféricos qual sistema de arquivos está sendo utilizado.
são os componentes (hardwares) que estão sempre liga-
dos ao centro dos computadores. 2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Ao se cli-
car o ícone , será mostrado, no Resumo
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Os periféricos são classificados como:


Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a das Funções do Dispositivo, em que porta USB o disposi-
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, tivo está conectado.
microfone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador
Biométrico, Touchpad e outros. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
formação do computador. Exemplos: Monitor, Impresso- Resposta: Certo - Ao se clicar no ícone citado será de-
ras, Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros. monstrada uma janela com informações/propriedades
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em do dispositivo em questão, uma das informações que
transmitir e receber informação ao computador. Exem- aparecem na janela é a porta em que o dispositivo USB
plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, mo- foi/está conectado.
dem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo
de Som e outros. 3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um clique
duplo em fará que seja
#FicaDica disponibilizada uma janela contendo funcionalidades
para a formatação do dispositivo USB.
Periféricos sempre podem ser classificados em
três tipos: entrada, saída e entrada e saída. ( ) CERTO ( ) ERRADO

4
Resposta: Errado - O Clique duplo para o caso da ilus- Resposta: Errado - O uso dos processadores era algo que
tração fará abrir a janela de propriedades do dispositivo. até um tempo atrás ficava restrito a desktops, notebooks
A respeito de tipos de computadores e sua arquitetura e, em uma maior escala, a servidores, mas com a popu-
de processador, julgue os itens subsequentes larização de smartphones e tablets esse cenário mudou.
Grandes players como Samsung, Apple e NVIDIA passa-
4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Diferen- ram a fabricar seus próprios modelos, conhecidos como
temente de um processador de 32 bits, que não suporta SoCs (System on Chip), que além da CPU incluem me-
programas feitos para 64 bits, um processador de 64 bits mória RAM, placa de vídeo e muitos outros componentes.
é capaz de executar programas de 32 bits e de 64 bits.
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se
( ) CERTO ( ) ERRADO clicar a opção , será executado um programa que
permitirá a realização de operações de criptografia no
Resposta: Certo - Se o programa for especialmente arquivo para protegê-lo contra leitura indevida.
projetado para a versão de 64 bits do Windows, ele não
funcionará na versão de 32 bits do Windows. (Entretan- ( ) CERTO ( ) ERRADO
to, a maioria dos programas feitos para a versão de 32
bits do Windows funciona com uma versão de 64 bits Resposta: Errado - WinZip é um dos principais pro-
do Windows.) gramas para compactar e descompactar arquivos de
seu computador. Perfeito para organizar e economizar
5. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um pro- espaço em seu disco rígido.
cessador moderno de 32 bits pode ter mais de um núcleo
por processador. 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) A co-
municação entre a CPU e o monitor de vídeo é feita, na
( ) CERTO ( ) ERRADO grande maioria dos casos, pela porta serial.

Resposta: Certo - O processador pode ter mais de um ( ) CERTO ( ) ERRADO


núcleo (CORE), o que gera uma divisão de tarefas, eco-
nomizando energia e gerando menos calor. EX. dual Resposta: Errado - As portas de vídeo mais comuns
core (2 núcleos). Os tipos de processador podem ser de são: VGA, DVI, HDMI
32bits e 64 bits
10. (DELEGADO DE POLÍCIA CESPE 2004) Alguns
6. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma tipos de mouse se comunicam com o computador por
solução de armazenamento embasada em hard drive ex- meio de porta serial.
terno de estado sólido usando USB 2.0 for substituída
por uma solução embasada em cloud storage, ocorre- ( ) CERTO ( ) ERRADO
rá melhoria na tolerância a falhas, na redundância e na
acessibilidade, além de conferir independência frente aos Resposta: Certo - A interface serial ou porta serial, tam-
provedores de serviços contratados. bém conhecida como RS-232 é uma porta de comunica-
ção utilizada para conectar pendrives, modems, mouses,
( ) CERTO ( ) ERRADO algumas impressoras, scanners e outros equipamentos
de hardware. Na interface serial, os bits são transferidos
Resposta: Errado - Não há “maior independência em fila, ou seja, um bit de dados de cada vez.
frente aos provedores de serviço contratados”, pois o
acesso aos dados dependerá do provedor de serviços de USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
nuvem no qual seus dados ficarão armazenados, qual- APLICATIVOS E USO DE FERRAMENTAS NA
quer que seja a nuvem. Independência para mudar de INTERNET E(OU) INTRANET
fornecedor, quando existente, não implica em dizer que
o usuário fica independente do fornecedor que esteja
usando no momento. REDES DE COMPUTADORES

Acerca de conceitos de hardware, julgue o item seguinte. Redes de Computadores refere-se à interligação por
meio de um sistema de comunicação baseado em transmis-
7. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Diferentemen- sões e protocolos de vários computadores com o objetivo
te dos computadores pessoais ou PCs tradicionais, que de trocar informações, entre outros recursos. Essa ligação é
são operados por meio de teclado e mouse, os tablets, chamada de estações de trabalho (nós, pontos ou dispositi-
computadores pessoais portáteis, dispõem de recurso vos de rede). Atualmente, existe uma interligação entre com-
touchscreen. Outra diferença entre esses dois tipos de putadores espalhados pelo mundo que permite a comunica-
computadores diz respeito ao fato de o tablet possuir ção entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela
firmwares, em vez de processadores, como o PC. internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utilizar
recursos como impressoras para imprimir documentos, reu-
( ) CERTO ( ) ERRADO niões através de videoconferência, trocar e-mails, acessar às
redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc.

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Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter- to central (concentrador) para a conexão, geralmente um
net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, hub ou switch;
o crescimento das redes de computadores também tem Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que automação industrial e na década de 1980 pelas redes
prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata- Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores
ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun- são entreligados formando um anel e os dados são pro-
tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo pagados de computador a computador até a máquina de
destacados com mais exaltação, entre outros problemas. origem;
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida- Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se a
com pessoas a distância. Na década de 1960, durante computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com mento é feito sequencialmente;
objetivos militares: interconectar os centros de comando Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados. estão interligadas por um mesmo canal através de paco-
tes endereçados (unicast, broadcast e multicast).
1. Alguns tipos de Redes de Computadores
3. Cabos
Antigamente, os computadores eram conectados
em distâncias curtas, sendo conhecidas como redes lo- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura
cais. Mas, com a evolução das redes de computadores, física utilizada para conectar computadores em rede, es-
foi necessário aumentar a distância da troca de infor- tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans-
mações entre as pessoas. As redes podem ser classifi- missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des-
cadas de acordo com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento.
DSL, Token ring, etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN, Os mais utilizados são:
MAN, WLAN, etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua
ponto-a-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por
velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em lo-
cabo de fibra óptica, trançado, via rádio, etc.).
jas de informática ou produzidos pelo usuário;
Veja alguns tipos de redes:
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis,
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA,
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em
suporte não encontrado em computadores mais novos;
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala,
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de
um prédio ou um campus de universidade;
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network – difícil instalação. São velozes e imunes a interferências
MAN) – quando a distância dos equipamentos conec- eletromagnéticas.
tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
10km. Ex.: TV à cabo; #FicaDica
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network –
WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área Após montar o cabeamento de rede
geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km; é necessário realizar um teste através
Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re- dos testadores de cabos, adquirido em
des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta- lojas especializadas. Apesar de testar o
das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem funcionamento, ele não detecta se existem
ligações incorretas. É preciso que um técnico
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;


veja se os fios dos cabos estão na posição
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area certa.
Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio 4. Sistema de Cabeamento Estruturado
para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
grandes distâncias. Para que essa conexão não prejudique o ambiente de
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias
2. Topologia de Redes conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen-
to estruturado.
Astopologias das redes de computadores são as es- Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem-
truturas físicas dos cabos, computadores e componen- po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção
tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos-
mostram a localização de cada componente da rede que sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em
serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo um único local, sem a necessidade de serem conectados
modo que os dados trafegam na rede: diretamente no hub.
Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es- Além disso, o sistema de cabeamento estruturado
tão interconectadas por pares através de um roteamento possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os
de dados; cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um con-

6
centrador de tomadas, favorecendo a manutenção das JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
redes. Eles são adaptados e construídos para serem inse- na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
ridos em um rack. tar os computadores de departamentos de pesquisas e
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto bases militares, para que, caso um desses pontos sofres-
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é se algum tipo de ataque, as informações e comunicação
pensada de forma a realizar a sua expansão. não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- outros pontos estratégicos.
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi- O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
serem transmissores de informações para outros pontos, fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
eles também diminuem o desempenho da rede, podendo de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
haver colisões entre os dados à medida que são anexas informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
outras máquinas. Esse equipamento, normalmente, en- caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
contra-se dentro do hub. poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar to- ga da informação, é importante mencionar que a maior
dos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme-
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
máquina consegue enviar um determinado sinal até que barreiras de distância, passando a interligar e favorecer
os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti- a troca de informações de computadores de universi-
lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32 dades dos EUA e de outros países, criando assim uma
portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu
Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. nome passa a ser, INTERNET.
Bridges: É um repetidor inteligente que funciona como A evolução não parava, além de atingir fronteiras
uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além de re- continentais, os computadores pessoais evoluíam em
lacionar diferentes arquiteturas. forte escala alcançando forte potencial comercial, a
Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, mas Internet deixou de conectar apenas computadores de
que funciona como uma ponte: ele envia os dados apenas universidades, passou a conectar empresas e, enfim,
para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas portas usuários domésticos. Na década de 90, o Ministério das
de entrada e melhor performance, podendo ser utilizado Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do
para redes maiores. Brasil trouxeram a Internet para os centros acadêmicos
Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando
e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona conta de todos os setores sociais até atingir a amplitude
como um tipo de ponte na camada de rede do modelo de sua difusão nos tempos atuais.
OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de interco- Um marco que é importante frisar é o surgimento
nexão de sistemas abertos para conectar máquinas de di- do WWW que foi a possibilidade da criação da interfa-
ferentes fabricantes), identificando e determinando um IP ce gráfica deixando a internet ainda mais interessante e
para cada computador que se conecta com a rede. vantajosa, pois até então, só era possível a existência de
Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados textos.
na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os rotea- Para garantir a comunicação entre o remetente e o
dores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho para destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido
tráfego de dados, mesmo se a rede estiver congestionada; como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que
e os roteadores dinâmicos que encontram caminhos mais são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS-
rápidos e menos congestionados para o tráfego. SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de
Modem: Dispositivo responsável por transformar a Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
onda analógica que será transmitida por meio da linha te- de Internet) são conjuntos de regras que tornam possí-
lefônica, transformando-a em sinal digital original. vel tanto a conexão entre os computadores, quanto ao
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de entendimento da informação trocada entre eles.
computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou A internet funciona o tempo todo enviando e rece-
e-mail. Os computadores que acessam determinado servi- bendo informações, por isso o periférico que permite a
dor são conhecidos como clientes. conexão com a internet chama MODEM, porque que ele
Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po-
entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel). 1. Protocolos Web

Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet Já que estamos falando em protocolos, citaremos


e Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de outros que são largamente usados na Internet:
busca na Web. - HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
O objetivo inicial da Internet era atender necessida- trocar informações na Internet. Quando digitamos um
des militares, facilitando a comunicação. A agência nor- site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO- Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br

7
Onde: - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí- dos Correios permite, como o seu nome o indica,
dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter recuperar o seu correio num servidor distante (o
texto, som, imagem, filmes e links. servidor POP). É necessário para as pessoas não
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão ligadas permanentemente à Internet, para pode-
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, rem consultar os mails recebidos offline. Existem
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de duas versões principais deste protocolo, o POP2 e
acessar um determinado site. o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de
comandos textuais radicalmente diferentes, na tro-
Faz a solicitação de um arquivo de ca de e-mails ele é o protocolo de entrada.
http:// - IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro-
hiper mídia para a Internet.
tocolo alternativo ao protocolo POP3, que ofere-
Estipula que esse recurso está na ce muitas mais possibilidades, como, gerir vários
rede mundial de computadores acessos simultâneos e várias caixas de correio,
www
(veremos mais sobre www em um além de poder criar mais critérios de triagem.
próximo tópico). - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo
É o endereço de domínio. Um padrão para envio de e-mails através da Internet.
endereço de domínio representará Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele
novaconcursos
sua empresa ou seu espaço na que verifica se o endereço de e-mail do destinatá-
Internet. rio está corretamente digitado, se é um endereço
existente, se a caixa de mensagens do destinatário
Indica que o servidor onde esse site
está cheia ou se recebeu sua mensagem, na troca
está
.com de e-mails ele é o protocolo de saída.
hospedado é de finalidades
- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua
comerciais.
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP).
.br Indica queo servidor está no Brasil. Permite que a aplicação escreva um datagrama en-
capsulado num pacote IP e transportado ao des-
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que tino. É muito comum lermos que se trata de um
demonstram a finalidade e organização que o criou, como: protocolo não confiável, isso porque ele não é im-
.gov - Organização governamental plementado com regras que garantam tratamento
.edu - Organização educacional de erros ou entrega.
.org - Organização
.ind - Organização Industrial 2. Provedor
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.pro - Organização de profissões que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
.eng – Organização de engenheiros necessário conectar-se com um computador que já este-
E também, do país de origem: ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
.it – Itália deve permitir que seus usuários também tenham acesso
.pt – Portugal a Internet.
.ar – Argentina No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
.cl – Chile à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
.gr – Grécia computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

que é a conexão física que interliga o provedor de aces-


Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida
que se trata de um site hospedado em um servidor dos
como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet
Estados Unidos.
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Seme-
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as
lhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam
ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link
transmitidos através de uma conexão criptografa-
como o backbone possui uma velocidade de transmis-
da e que se verifique a autenticidade do servidor e
são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
do cliente através de certificados digitais.
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transfe-
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
rência de arquivo, é o protocolo utilizado para po-
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces-
der subir os arquivos para um servidor de internet,
so e um endereço eletrônico na Internet.
seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP,
FileZilla e LeechFTP, ao criar um site, o profissio-
nal utiliza um desses programas FTP ou similares 3. Home Page
e executa a transferência dos arquivos criados, o
manuseio é semelhante à utilização de gerencia- Pela definição técnica temos que uma Home Page é
dores de arquivo, como o Windows Explorer, por um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com-
exemplo. putadores rodando um Navegador (Browser), que per-

8
mite o acesso às informações em um ambiente gráfico nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede”
e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de e começar a acessar e colocar informação. O resultado
informações dentro das Home Pages. inevitável foi a impressionante explosão na informação
disponível na Internet, que segundo consta, está dobran-
do de tamanho a cada mês.
#FicaDica Assim, não demorou muito a surgir um novo concei-
to, que tem interessado um número cada vez maior de
O endereço de Home Pages tem o seguinte empresas, hospitais, faculdades e outras organizações
formato: interessadas em integrar informações e usuários: a intra-
http://www.endereço.com/página.html net. Seu advento e disseminação promete operar uma
Por exemplo, a página principal do meu pro- revolução tão profunda para a vida organizacional quan-
jeto de mestrado: to o aparecimento das primeiras redes locais de compu-
http://www.youtube.com/canaldoovidio tadores, no final da década de 80.

1. O que é Intranet?
4. Plug-ins
O termo “intranet” começou a ser usado em meados
Os plug-ins são programas que expandem a capaci- de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se
dade do Browser em recursos específicos - permitindo, referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecno-
por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja logias projetadas para a comunicação por computador
filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consis-
de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci- te em uma rede privativa de computadores que se baseia
dade impressionante. Maiores informações e endereços nos padrões de comunicação de dados da Internet pú-
sobre plug-ins são encontradas na página: blica, baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/ muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo o custo de implantação relativamente baixo e a facilida-
temos uma relação de alguns deles: de de uso propiciada pelos programas de navegação na
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTi- Web, os browsers.
me, etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). 2. Objetivo de construir uma Intranet
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
PCX, etc.). Organizações constroem uma intranet porque ela é
- Negócios e Utilitários. uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien-
- Apresentações. te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da
distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de
INTRANET capital com conhecimentos das operações e produtos da
empresa.
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma 3. Aplicações da Intranet
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
de comunicação internas baseadas na tecnologia usada Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co-
na Internet. Como um jornal editado internamente, e que municações corporativas em uma intranet dá para sim-
pode ser acessado apenas pelos funcionários da empre- plificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
sa. mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido
e departamentos, mesclando (com segurança) as suas operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
informações particulares dentro da estrutura de comuni- Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por
cações da empresa. exemplo:
O grande sucesso da Internet, é particularmente da - Marketing e Vendas - Informações sobre produ-
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na tos, listas de preços, promoções, planejamento de
evolução da informática nos últimos anos. eventos;
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa- Trabalho), planejamentos, listas de responsabilida-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos des de membros das equipes, situações de projetos;
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati- - Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste-
zaram o acesso à informação através de redes de com- mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões),
putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca manuais de qualidade;
base de usuários, já familiarizados com conhecimentos - Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
básicos de informática e de navegação na Internet. Fi- tilas, políticas da companhia, organograma, opor-
nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de tunidades de trabalho, programas de desenvolvi-
custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga- mento pessoal, benefícios.

9
Para acessar as informações disponíveis na Web cor- ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação
porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei- -ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência
nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se serão omitidos.
resume quase somente em clicar nos links que remetem
às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in- 5.2. +palavra_chave
tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse
tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quantidade de informações nela armazenadas. putação, terei como retorno uma gama mista de resul-
tados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que
4. A intranet é baseada em quatro conceitos: ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma
busca do tipo computação + ciência SP.
- Conectividade - A base de conexão dos compu-
tadores ligados por meio de uma rede, e que podem 5.3. “frase_chave”
transferir qualquer tipo de informação digital entre si;
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa- Retorna uma busca em que existam as ocorrências
dores e sistemas operacionais podem ser conectados dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exa-
de forma transparente; tas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca
- Navegação - É possível passar de um documento a do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da
outro por meio de referências ou vínculos de hipertexto, palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica
que facilitam o acesso não linear aos documentos; foi empregada.
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer
graças à execução de programas aplicativos, que po-
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
dem estar no servidor, ou nos microcomputadores que
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
acessam a rede (também chamados de clientes, daí sur- exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas
giu à expressão que caracteriza a arquitetura da intra- relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nes-
net: cliente-servidor). se caso, como as duas palavras chaves são populares, os
- A vantagem da intranet é que esses programas são dois resultados são apresentados em posição de desta-
ativados através da WWW, permitindo grande flexibili- que.
dade. Determinadas linguagens, como Java, assumiram
grande importância no desenvolvimento de softwares 5.5. filetype:tipo
aplicativos que obedeçam aos três conceitos anteriores.
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo
5. Mecanismos de Buscas de extensão especificada. Por exemplo, em uma busca
filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da pa-
Pesquisar por algo no Google e não ter como re- lavra chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os
torno exatamente o que você queria pode trazer algu- tipos de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS,
mas horas de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais PPT, DOC.
que os algoritmos de busca sejam sempre revisados e
busquem de certa forma “adivinhar” o que se passa em 5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

sua cabeça, lançar mão de alguns artifícios para que sua


busca seja otimizada poupará seu tempo e fará com Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o *
que você tenha acesso a resultados mais relevantes. um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados
Os mecanismos de buscas contam com operadores em que os termos inicial e final aparecem, independente
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa-
entanto, pode não interessar a você, caso não seja um cebook * msn e veja o resultado na prática.
praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis
6. Áudio e Vídeo
e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
pois aplique os filtros para poder ver o quanto os resul-
A popularização da banda larga e dos serviços de
tados podem ser mais especializados em relação ao que
e-mail com grande capacidade de armazenamento está
você procura.
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O pro-
blema é que a profusão de formatos de arquivos pode
5.1. -palavra_chave tornar a experiência decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para
Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa- rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces-
lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player
por computação, provavelmente encontrarei na relação de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo
dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa- de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de comple-

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mento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o Além disso sempre é possível a visualização de ima-
caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, des- gens pelo próprio gerenciador do Windows.
de que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação
é automática. 7. Transferência de arquivos pela internet
Com os três players de multimídia mais populares -
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você di- FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
ficilmente encontrará problemas para rodar vídeos, tanto cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte-
offline como por streaming (neste caso, o download e a ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
exibição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra). arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
Atualmente, devido à evolução da internet com os como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não
há uma grande demanda por programas para trabalhar texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes-
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico
isso, também há no mercado uma ampla gama de ferra- e realizar transferência de um arquivo. A mensagem é
mentas existentes que fazem algum tipo de tratamento sempre transferida como uma informação textual, en-
ou conversão de imagens. quanto a transferência de um arquivo pode ser caracteri-
Porém, muitos destes programas não são o que se zada como textual (ASCII) ou não-textual (binário).
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é
Caso o que você precise seja apenas um programa para capaz de se comunicar com outro computador na Rede
visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples que o esteja acessando através de um cliente FTP.
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re- dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada,
cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens. é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir um
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos username ou password (senha) no servidor de FTP, bas-
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis tando apenas identificar-se como anonymous (anônimo).
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore
tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata- de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvo-
mento especial para as suas mais variadas imagens. re do sistema. Isto é muito importante, porque garante
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que um nível de segurança adequado, evitando que estra-
faz dele um aplicativo completo para visualização de fo- nhos tenham acesso a todas as informações da empresa.
tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen- Quando se estabelece uma conexão de “FTP anônimo”,
tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de o que acontece em geral é que a conexão é posicionada
imagem do computador. no diretório raiz da árvore de diretórios. Dentre os mais
As ferramentas de edição possuem os métodos mais comuns estão: pub, etc, outgoing e incoming. O segundo
avançados para automatizar o processo de correção de tipo de conexão envolve uma autenticação, e portanto, é
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o indispensável que o usuário possua um username e uma
programa consegue identificar e corrigir todos os olhos
password que sejam reconhecidas pelo sistema, quer di-
vermelhos da foto automaticamente sem precisar sele-
zer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao esta-
cionar um por um. Além disso, é possível cortar, endirei-
belecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
tar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
criado para a conta do usuário – diretório home, e dali
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa
ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligen-
escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
te de armazenamento capaz de filtrar imagens que con- USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
tenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
apenas as fotos que contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você operacional UNIX, que foi o grande percursor e respon-
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar sável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser
feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O progra- 8. Algumas dicas
ma possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita
enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos. 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve número de conexões simultâneas para evitar uma
e com uma interface gráfica simples porém otimizada e sobrecarga na máquina. Uma outra limitação pos-
fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade sível é a faixa de horário de acesso, que muitas
com este tipo de programa. Ele também dispõe de al- vezes é considerada nobre em horário comercial,
guns recursos simples de editor. Com ele é possível fazer e portanto, o FTP anônimo é temporariamente de-
operações como copiar e deletar imagens até o efeito sativado.
de remoção de olhos vermelhos em fotos. O programa 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site
alteração de cores em sua imagem por meio de apenas sendo acessado.
um clique.

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3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui- • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
vo verifique se você está usando o modo correto, • Skype: telechamada.
isto é, no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e • LinkedIn: interação e expansão de contatos pro-
no caso de arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, fissionais.
etc.), o modo é binário. Esta prevenção pode evitar • Badoo: relacionamentos amorosos.
perda de tempo. • Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir • Flickr: partilha de imagens.
que um amigo seu consiga acessar o seu compu- • Google+: partilha de conteúdos.
tador como um servidor remoto de FTP, bastando • Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme-
que ele tenha acesso ao número IP, que lhe é atri- lhante ao Twitter.
buído dinamicamente.
10. Vantagens e Desvantagens
9. Grupos de Discussão e Redes Sociais
Existem várias vantagens em fazer parte de redes
São espaços de convivências virtuais em que grupos sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en- crescimento tão significativo ao longo dos anos.
vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
entre outras ações. soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo- lações e o contato com quem está distante, propiciando,
lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi- assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu: As redes também facilitam a relação com quem está
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni- mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities nem sempre há tempo para que as pessoas se encon-
que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas
trem fisicamente.
para que elas próprias criassem suas páginas na internet.
Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá-
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas
pida e eficaz de comunicar algo para um grande número
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
de pessoas ao mesmo tempo.
No mesmo ano, também surge uma plataforma que
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
permite a interação com antigos colegas da escola, o
um acontecimento, a preparação de uma manifestação
Classmates.
ou a mobilização de um grupo para um protesto.
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma
que, desta vez, tinha como foco a publicação de foto- No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
grafias. des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda- é a falta de privacidade.
deira rede social, o Friendster. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
social de caráter profissional do mundo. para algumas precauções.
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
Facebook, surgem o Orkut e o Flickr. #FicaDica
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser: Por ser algo muito atual, tem caído muitas
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de questões de redes sociais nos concursos
amizade ou namoro). atualmente.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

• Networking: partilha e busca de conhecimentos


profissionais e procura emprego ou preenchimen-
to de vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
• Partilha e busca de informações sobre temas va-
riados. 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma
• Divulgação para compra e venda de produtos e impressora estiver compartilhada em uma intranet por
serviços. meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar-
• Jogos, entre outros. quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão
de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci- no navegador web a seguinte url:
das, destacamos: , em
• Facebook: interação e expansão de contatos. que deve estar acessível via rede e
• Youtube: partilha de vídeos.
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e deve ser do tipo PDF.
chamadas de voz.
• Instagram: partilha de fotos e vídeos.
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais ( ) CERTO ( ) ERRADO
são conhecidas como “tweets”.

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Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir- será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente,
ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam um símbolo de cadeado que denota segurança. Além
ser impressos, o que torna o item errado, o comando disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome
para impressão não verifica o formato do arquivo, tão do site, já que a conexão segura também identifica pá-
somente o local onde está o arquivo a ser impresso. ginas na Internet por meio de seu certificado.

2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em 3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o ser-
uma intranet, for disponibilizado um portal de informa- vidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar
ções acessível por meio de um navegador, será possível por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir
acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP conexões de saída da estação do usuário com a porta 80
ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja de destino no endereço do proxy.
configurado o servidor do portal.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-


xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/
virtuais separados. Para que uma estação de usuário
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80.

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção


de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE
solicite autenticação em toda conexão de Internet que
for realizada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica-


Com base na figura acima, que ilustra as configurações ção se o servidor assim estiver configurado, do con-
da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de-
9, julgue os próximos itens. finido para a rede Interna e não para acesso à Internet.

( ) CERTO ( ) ERRADO 5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere


que um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos
Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) computacionais, permanentemente conectados à Inter-
é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que net, que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o
permite ao seu computador trocar informações com Outlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o
um servidor que abriga um site. Isso significa que, uma usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter-
vez conectados sob esse protocolo, as máquinas po- net message access protocol), em detrimento do POP3
dem receber e enviar qualquer conteúdo textual – os (post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
códigos que resultam na página acessada pelo nave- conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa-
gador. mente, fazer o download das mensagens para o compu-
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou tador em uso.
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrô-
nica) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem ( ) CERTO ( ) ERRADO
atravessar o caminho e interceptar os dados transmiti-
dos com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o
HTTP é insegura. padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro- função de baixar as mensagens do servidor de e-mail
tocol Secure), que insere uma camada de proteção na para o computador que o programa foi configurado.
transmissão de dados entre seu computador e o ser- Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men-
vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação sagens são baixadas para o computador do usuário
é criptografada, aumentando significativamente a se- só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor
gurança dos dados. É como se cliente e servidor con- as mensagens originais; quando o acesso é feito por
versassem uma língua que só as duas entendessem, outro computador essas mensagens que estão no ser-
dificultando a interceptação das informações. vidor são baixadas para este outro computador, dei-
Para saber se está navegando em um site com crip- xando sempre a original no servidor.
tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual

13
6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut, Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma
Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste
utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha- modo o arquivo novamente, se houver alterações, es-
mento de arquivos entre seus usuários tas serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexi-
bido sem alterações.
( ) CERTO ( ) ERRADO
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar-
Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função mazenamento de informações em arquivos denomina-
principal é enviar mensagens e não o compartilha- dos cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um
mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi- sistema de segurança instalado em um computador. Para
tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o reduzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos
objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem para impedir que cookies sejam armazenados no com-
todas as redes citadas na questão permitem. putador. Caso o delegado deseje configurar tratamentos
referentes a cookies, ele encontrará recursos a partir do
7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas uso do menu .
versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual ( ) CERTO ( ) ERRADO
são mostrados detalhes como a data da instalação e o
usuário que executou a operação. Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a
seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer
( ) CERTO ( ) ERRADO o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver- e, em Configurações, mover o controle deslizante até
sões do Firefox, contudo o histórico não contém o em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
usuário que executou a operação. Este recurso está da, clicar em OK.
disponível no menu Firefox – Opções – Avançado –
Atualizações – Histórico de atualizações. 11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No um provedor de Internet acessível por meio de uma co-
Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, nexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o com-
o usuário pode registrar os sítios que considera mais im- putador do delegado, é correto concluir que as informa-
portantes e recomendá-los aos seus amigos. ções obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo
criptografado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser-
viço online que o Internet Explorer usa para recomen- Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica
dar sítios de que o usuário possa gostar, com base nos que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se
sítios visitados com frequência. Para acessá-lo, basta conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto-
clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos. colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo
de criptografia do tipo SSL.
Considere que um delegado de polícia federal, em uma ses-
são de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a janela ilus- 12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por
trada acima, que mostra uma página web do sítio do DPF, meio do botão , o delegado poderá obter, desde que
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

cujo endereço eletrônico está indicado no campo . disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
A partir dessas informações, julgue os itens de 09 a 12. mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O con- dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
teúdo da página acessada pelo delegado, por conter da- tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo
dos importantes à ação do DPF, é constantemente atua- nas páginas contidas no diretório histórico do IE6.
lizado por seu webmaster. Após o acesso mencionado
acima, o delegado desejou verificar se houve alteração ( ) CERTO ( ) ERRADO
desse conteúdo.
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá Resposta: Certo. É possível através do botão descrito,
condições de verificar se houve ou não a alteração men- o botão de histórico, que se encontre informações das
cionada, independentemente da configuração do IE6, páginas acessadas anteriormente, e também permite
mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas
em modo online. contidas no diretório do IE6.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14
Noções básicas de ferramentas e aplicativos de na-
vegação e correio eletrônico

Um browser ou navegador é um aplicativo que opera


através da internet, interpretando arquivos e sites web
desenvolvidos com frequência em código HTML que
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas Figura 3: Símbolo do Opera
as partes do mundo.
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
são programas de computador especializados em vi- navegador considerado pelos especialistas e possui uma
sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet
Apple existem versões para Windows.
Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega-
dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação
utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou-
tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
sequentemente um dos melhores navegadores existen-
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google
é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples
muito fácil de utilizar. Figura 4: Símbolo do Safari

Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-


gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo
do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo
clique em seu símbolo.
Figura 1: Símbolo do Google Chrome

#FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas
relacionadas a guia anônima que não deixa
rastro (senhas, auto completar, entre outros),
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N
Figura 5: Símbolo do Internet Explorer

Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente


navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não
#FicaDica
ter uma interface tão amigável, porém é um dos navega- Glossário interessante que abordam internet
e correio eletrônico
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
dores mais rápidas e com maior segurança contra hac-
kers. Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro
de mensagens indesejadas.
Browser: Programa utilizado para navegar
na Web, também chamado de navegador.
Exemplo: Mozilla Firefox.
Cliente de e-mail: Software destinado a
gerenciar contas de correio eletrônico,
possibilitando a composição, envio,
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox recebimento, leitura e arquivamento
de mensagens. A seguir, uma lista de
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande gerenciadores de e-mail (em negrito os mais
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- conhecidos e utilizados atualmente):
dera o navegador com menos segurança. Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail
(Linux) e Windows Mail.

15
Outros pontos importantes de conceitos que podem
ser abordado no seu concurso são: #FicaDica
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten- URL: Tudo que é disponível na Web tem seu
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos próprio endereço, chamado URL, ele facilita
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail, a navegação e possui características especí-
como imagens, sons, filmes, entre outros. ficas como a falta de  acentuação gráfica  e
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência palavras maiúsculas. Uma url possui o http
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores (protocolo), www (World Wide Web), o nome
de Correio Eletrônico. da empresa que representa o site, .com (ex:
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio): se for um site governamental o final será
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder- .gov) e a sigla do país de origem daquele site
bird, Microsoft Outlook Express etc. (no Brasil é usado o BR).
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere Mecanismos de Buscas
para o computador as mensagens armazenada sem sua
caixa postal no servidor. Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de exatamente o que você queria pode trazer algumas ho-
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en- ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabe-
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. ça, lançar mão de alguns artifícios para que sua busca
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori- seja otimizada poupará seu tempo e fará com que você
zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente tenha acesso a resultados mais relevantes.
Os mecanismos de buscas contam com operadores
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de
entanto, pode não interessar e você, caso não seja um
discussão.
praticante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis
e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
Um pouco de história
pois aplique os filtros para poder ver o quanto os re-
sultados podem sem mais especializados em relação ao
A internet é uma rede de computadores que liga os
que você procura.
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e -palavra_chave
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim Retorna um busca excluindo aquelas em que a pala-
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri- vra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar in- por computação, provavelmente encontrarei na relação
formações sobre pesquisas e armamentos que não pudes- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-
se chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por  computação
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa -ciência , os resultados que tem a palavra chave ciên-
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA. cia serão omitidos.
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80 +palavra_chave
ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe-
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga


cutada a  World Wide Web (www), sistema que contém ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons, putação, terei como retorna uma gama mista de re-
etc) que também ficou conhecido como rede mundial. sultados. Caso eu queira filtrar somente os casos em
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um que ciências aparece, e também no estado de SP, realizo
projeto que pode ser considerado o princípio da World uma busca do tipo computação + ciência SP.
Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabo-
rado uma nova proposta para o que ficaria conhecido “frase_chave”
como WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a Retorna uma busca em que existam as ocorrências
partir disso surgiu o “http” (em português significa pro- dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia
tocolo de transferência de hipertexto). Vinton Cerf tam- exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma
bém é um personagem importante e inclusive é conheci- busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta
do por muitos como o pai da internet. da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idênti-
ca foi empregada.

palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
Mostra resultado para pelo menos uma das pala-
vras chave citadas. Faça uma busca por  facebook OR
msn, por exemplo, e terá como resultado de sua bus-

16
ca, páginas relevantes sobre pelo menos um dos dois similares. Apresentaremos os recursos dos programas de
temas- nesse caso, como as duas palavras chaves são correio eletrônico através do Outlook Express que tam-
populares, os dois resultados são apresentados em po- bém estão presentes no Mozilla Thunderbird.
sição de destaque. Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos
filetype:tipo de teclado para a realização de diversas funções dentro
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote
de extensão especificada. Por exemplo, em uma bus- alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta
ca  filetype:pdf jquery  serão exibidos os conteúdos da apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada
palavra chave  jquery  que tiverem como extensão  .pdf. mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso
Os tipos de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, em consideração inclua os atalhos de teclado na sua ro-
XLS, PPT, DOC tina de estudos e vá preparado para o concurso com os
palavra_chave_01 * palavra_chave_02 principais na cabeça.
Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * profissionais que compartilham uma mesma área é o
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados compartilhamento de calendário entre membros de uma
em que os termos inicial e final aparecem, independente mesma equipe.
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa- Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
cebook * msn e veja o resultado na prática. nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
Correios Eletrônicos mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: O calendário é uma ferramenta bastante interessante
os agentes de usuários e os agentes de transferência de do Outlook que permite que o usuário organize de for-
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de compromissos e reuniões de maneira organizada por
transferência realizam um processo de envio dos agentes dia, de forma a ter um maior controle das atividades que
usuários e servidores de e-mail. devem ser realizadas durante o seu dia a dia.
Os agentes de transferência usam três protoco- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
los:  SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office te que você compartilhe em detalhes o seu calendário
Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP ou parte dele com quem você desejar, de forma a per-
é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os mitir que outra pessoa também tenha acesso a sua roti-
computadores. O POP é muito usado para verificar men- na, o que pode ser uma ótima pedida para profissionais
sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao dentro de uma mesma equipe, principalmente quando
servidor suas mensagens são levadas do servidor para o um determinado membro entra de férias.
computador local. Pode ser usado por quem usa conexão Para conseguir utilizar essa função basta que você
discada. entre em Calendário na aba indicada como Página Ini-
cial. Feito isso, basta que você clique em Enviar Calen-
Já o IMAP também é um protocolo padrão que per- dário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele aberta no seu Outlook.
possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per- Nessa janela é que você vai poder escolher todas
mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem as informações que vão ser compartilhadas com quem
acessa o e-mail de vários locais diferentes. você deseja, de forma que o Outlook vai formular um
calendário de forma simples e detalhada de fácil visua- USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
lização para quem você deseja enviar uma mensagem.
#FicaDica Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que
Um e-mail hoje é um dos principais meios de trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura
comunicação, por exemplo: própria para deixar os comunicados enviados por e-mail
canaldoovidio@gmail.com com uma aparência mais profissional.
Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba Dessa forma, é considerado um conhecimento bá-
quer dizer na, o gmail é o servidor e o .com sico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma
é a tipagem. que este conteúdo pode ser cobrado em alguma ques-
tão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô- seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua
nicas em um único computador, sem necessariamente preparação para concurso. Ao contrário do que muita gente
estarmos conectados à Internet no momento da criação pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assi-
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor- natura é bastante simples, de forma que perder pontos por
reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos, conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá- que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão
rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail e

17
logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicionar as suas
assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura aci-
ma, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 6: Tela de Envio de E-mail

#FicaDica
Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da
mensagem. Campo obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que
servirá para ter ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail  que não necessita de instalação no computador do usuário, já
que funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu
login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de
e-mail está instalado para acessar seu e-mail.

#FicaDica
Segmentos do Outlook Express
Painel de Pastas: permite que o usuário salve seus e-mails em pastas específicas e dá a possibilidade de
criar novas pastas;
Painel das Mensagens: onde se concentra a lista de mensagens de determinada pasta e quando se clica
em um dos e-mails o conteúdo é disponibilizado no painel de conteúdo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá aparecer o conteúdo das mensagens enviadas.
Painel de Contatos: nesse local se concentram as pessoas que foram cadastradas em sua lista de endereço.

18
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
EXERCÍCIOS COMENTADOS bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011) d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primei-
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB ra, sem anexo, e a segunda, com o anexo.
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que es- e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
tejam longe de seu computador pessoal. A partir de pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
qualquer outro computador no mundo, o usuário pode, com o mesmo assunto e mesmo remetente.
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no
próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais Resposta: Letra D. Alternativa “A” está incorreta, pois
novas mensagens. todas mensagens enviadas são armazenadas de forma
independente, novas mensagens com mesmo assun-
( ) CERTO ( ) ERRADO to ou ainda idênticas a anteriores não influenciam em
mensagens já enviadas.
Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente
servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (compu- possível enviar mensagens com mesmo assunto ou
tador cliente remoto). ainda idênticas, sem prejuízo algum de mensagens
anteriores.
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS- Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensa-
-Outlook 2010, em sua configuração padrão, quando uma gens serão enviadas, independentemente do destina-
mensagem está sendo preparada, o usuário pode indicar tário ler as anteriores.
aos destinatários que a mensagem precisa de atenção uti- Alternativa “D” está correta, pois o destinatário rece-
lizando a marca de _________________. Esse recurso pode ser beu 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a
encontrado no grupo Marcas, da guia Mensagem. segunda, com o anexo.
Assinale a alternativa que apresenta a opção que preenche Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar
corretamente a lacuna do enunciado. mais de uma mensagem, com mesmo assunto e mes-
mo destinatário.
a) SPAM.
b) Alta Prioridade. 4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
c) Baixa Prioridade. João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com
d) Assinatura Personalizada. as seguintes características:
e) Arquivo Anexado. De: Pedro
Para: João; Marta
Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem Cc: Ricardo; Ana
como sendo de alta prioridade quando se deseja que Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração
as pessoas saibam que a mensagem precisa de atenção padrão, ele usou um recurso para responder a mensa-
urgente. Se a mensagem é apenas um informativo ou se gem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários.
está enviando um e-mail sobre um tema que não preci- Isso significa que João usou a opção:
sa ser priorizado, defina o indicador de baixa prioridade.
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem a) Responder.
um indicador específico na lista de mensagens ou nos b) Arquivar.
cabeçalhos. c) Marcar como não lida.
Na faixa de opções, é possível saber quando a priorida- d) Responder a todos.
de foi definida, pois o botão fica realçado. e) Marcar como lida USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao
preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas
Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois, “C” e “E” por não terem correspondência com a função
percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes- “Resposta”.
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com o Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, ago- como o João deseja responder apenas para Pedro ele
ra com o anexo. Assinale a alternativa correta. deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes-
se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também
a) A mensagem original, sem o anexo, foi automaticamen- receberiam a mensagem.
te apagada no computador do destinatário e substituí-
da pela segunda mensagem, uma vez que ambas têm o
mesmo assunto e são do mesmo remetente.
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a
segunda mensagem não foi transmitida, permanecen-
do no computador do destinatário apenas a primeira
mensagem.

19
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o argumento de busca que o usuário fará utilizando o Google, na
ilustração apresentada a seguir.

Com base na figura e no que foi digitado, assinale a alternativa correta.

a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras.


b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar como antônimo do que foi digitado.
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados pesquisados.
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não relacionados ao argumento digitado.
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará os seus sinônimos

Resposta: Letra A. O comando “entre aspas” durante uma busca, efetua a busca pela ocorrência exata de tudo
que está entre as aspas, agrupado da mesma forma, desta forma, para esta questão será retornado o resultado da
ocorrência “garota de Ipanema”.
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resultados relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Alexander Bell”
excluirá páginas que se referem a Alexander G. Bell.

6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua
configuração padrão. A página exibida no navegador foi completamente carregada.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida será

a) imediatamente fechada.
b) enviada para impressão.
c) atualizada.
d) enviada por e-mail.
e) aberta em uma nova aba.

Resposta: Letra C.
a) Imediatamente fechada.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.
۰ Ctrl + P

20
c) Atualizada.
۰ F5
d) Enviada por e-mail.
۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
e) Aberta em uma nova aba.
۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
۰ Ctrl + N = abre um novo comando

SOFTWARES APLICATIVOS DO PACOTE MICROSOFT OFFICE (WORD, EXCEL, POWER POINT,


OUTLOOK E ACCESS) E SUAS FUNCIONALIDADES

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7. USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de
cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um co-
mando ou exibem um menu de comandos.

21
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas
4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada
em minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas
e palavra maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa
opção não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho”
e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

22
Para localizar digite exemplo
Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no F[!a-m]rro localiza forro, mas não localiza
[!x-z]
intervalo entre colchetes ferro.
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
{n}
anterior catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão
{n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão ca@tinga localiza
@
anterior catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de
uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
seguinte tela:

Figura 11: Bordas e sombreamento

23
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defi- 6. Grupo Links:
nição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda; Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
iguais, conforme a seleção que fizermos nos de- pode se tornar um link dentro do próprio documento.
mais campos de opção; Referência cruzada: referência tabelas.
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções Grupo cabeçalho e rodapé:
da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da Insere cabeçal
tabela e as bordas internas permanecem iguais. hos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos defi-
nir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por
exemplo, podemos escolher um estilo e, em visu-
alização, clicar na borda superior; escolher outro
estilo e clicar na borda inferior; e assim colocar em
cada borda um tipo diferente de estilo, com cores e
espessuras diferentes, se assim desejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-


cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
ferença é que se trata de criar bordas na página de um Figura 13: Grupo Texto
documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-for-
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que matadas. As caixas de texto são espaços próprios
envolve vários tipos de desenhos. para inserção de textos que podem ser direcionados
Alguns desses desenhos podem ser formatados exatamente onde precisamos. Por exemplo, na figura
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per- “Grupo Texto”, os números ao redor da figura, do 1
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura. até o 7, foram adicionados através de caixas de texto.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
no documento todo ou apenas nas sessões que dese- lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
jarmos, tendo assim um mesmo documento com bordas mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo texto pré-formado.
bordas de página diferentes em um mesmo documento. 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
5. Grupo Ilustrações: 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de forma-
tação decorativa, muito usada principalmente, em
livros e revistas. Para inserir a letra capitular, basta
clicar no parágrafo desejado e depois na opção
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

“Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Figura 12: Grupo Ilustrações 7. Guia revisão

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto 7.1. Grupo revisão de texto
uma imagem que esteja salva no computador ou
em outra mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar
dados.
Figura 14: Grupo revisão de texto

24
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
pesquisas em materiais de referência como jornais, #FicaDica
enciclopédias e serviços de tradução.
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre Por exemplo, a palavra informática. Se
algumas palavras é possível realizar sua tradução clicarmos com o botão direito do mouse
para outro idioma. sobre ela, um menu suspenso nos será
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar mostrado, nos dando a opção de escolher
a correção de ortografia e gramática. a palavra informática. Clicando sobre ela, a
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os palavra do texto será substituída e o texto
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. ficará correto.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
rar a palavra selecionada por outra de significado 8. Grupo comentário:
igual ou semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Novo comentário: adiciona um pequeno texto que
outro idioma. serve como comentário do texto selecionado, onde é
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica possível realizar exclusão e navegação entre os comen-
e gramatical do documento. Assim que clicamos tários.
na opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela
será aberta: 9. Grupo controle:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no
próprio documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documen-
Figura 15: Verificar ortografia e gramática to.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já separada.
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua-
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais 10. Grupo alterações:
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar or-
tografia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos
em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto-
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho,
indicando que o Word a considera incorreta, podemos Figura 17: Grupo alterações
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
próxima alteração proposta.

25
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que Word 2013
seja aceita ou rejeitada.
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que Vejamos abaixo alguns novos itens implementados
possa ser rejeitada ou aceita. na plataforma Word 2013:
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para
gação para aceitação ou rejeição. a leitura de documentos perceberá rapidamente a dife-
rença, pois seu novo Modo de Leitura conta com um mé-
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão todo que abre o arquivo automaticamente no formato
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. de tela cheia, ocultando as barras de ferramentas, edição
Este procedimento nos dará as seguintes opções: e formatação. Além de utilizar a setas do teclado (ou o
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca
ra, o número de cópias e outras opções de confi- e rolagem da página durante a leitura, basta o usuário
guração antes de imprimir. dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfi-
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente co e o mesmo será ampliado, facilitando sua visualização.
para a impressora configurada como padrão e não Como se não bastasse, clicando com o botão direito do
abre opções de configuração. mouse sobre uma palavra desconhecida, é possível ver
- Visualização da Impressão – promove a exibição do sua definição através do dicionário integrado do Word.
documento na forma como ficará impresso, para Documentos em PDF: agora é possível editar um do-
que possamos realizar alterações, caso necessário. cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de con-
verter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de
editado, salvá-lo novamente no formato original. Esta fa-
çanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o
uso de arquivos PDF está sendo cada vez mais corriquei-
ro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação de
um documento, ou seja, os comentários realizados neste,
como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word
2013 é possível responder diretamente o comentário de
outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente
no campo de leitura do mesmo. Esta interação de usuá-
rios, realizada através dos comentários, aparece em for-
ma de pequenos balões à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus docu-
mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por
e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plata-
forma Office 2013. O responsável por esta apresentação
online é o Office Presentation Service, porém, para isso,
você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para
acessá-lo. Ao terminar o arquivo, basta clicar em Arquivo
/ Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e
o mesmo será enviado para a nuvem e, com isso, você
irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 18: Imprimir por e-mail, permitindo aos demais usuários baixá-lo em
formato PDF.
As opções que temos antes de imprimir um arquivo es- Ocultar títulos em um documento:  apontado como
tão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a impres- uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rola-
sora, caso haja mais de uma instalada no computador ou gem e edição de determinadas partes de um arquivo
na rede, configurar as propriedades da impressora, podendo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar
estipular se a impressão será em alta qualidade, econômica, uma tarefa mais fácil e menos desconfortável. O Word
tom de cinza, preto e branca, entre outras opções. 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do docu-
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, mento, bastando os mesmos estarem formatados no es-
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- tilo  Títulos  (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo refe-
de cópias e a forma como as páginas sairão na impres- rente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos mesmo reaparecer.
se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois Enfim, além destas novidades apresentadas existem
as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que outras tantas, como um layout totalmente modificado,
a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da focado para a utilização do software em tablets e apare-
primeira forem impressas. lhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma,

26
também, abre um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de
assegurar toda esta relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de
segurança para seus aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

14. LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
-  O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Appli-
cations (ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML.  Os formatos para Writer, Calc e Impress
utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer
→ .odt (Open Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presen-
tations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades
do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
Writer.

27
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer
 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 21: Atalhos Word x Writer

28
Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

29
Adicionando e Removendo Componentes:
Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 28: Personalizar Barra de Status

30
Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.

USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde
as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado
e, após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento
será visto detalhadamente adiante).

31
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, neces-
sários para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no
cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

Figura 31: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a
célula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

dar um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessi-
tar. Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas,
basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de traba-
lho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

32
Figura 33: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (pla-
nilha: o principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha
eletrônica. Uma planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma
pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma
pasta de trabalho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, es-
paços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.).
É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de
planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será
abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impres-
sas juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas. USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

33
Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita- Outra forma de realizar a multiplicação é através da
das as fórmulas que efetuarão os cálculos. seguinte função:
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com =mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va-
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos lor da célula C2.
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente
que, para qualquer fórmula que será inserida em uma Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de
célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
ou números comuns de uma fórmula. para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéri-
cos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
formas de fazê-lo: células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) –
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in-


tervalo de células selecionadas.
Figura 35: Soma simples Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. mínimo (A2:A5).
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) –
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
até o último valor. qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. Média: A função da média soma os valores de uma
A última forma que veremos é a função soma digi- sequência selecionada e divide pela quantidade de valo-
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é res dessa sequência.
fundamental: Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas
= nome da função ( de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
1 - Sinal de igual. do, recalculam o valor final.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses. Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha.
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possí-
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo


a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o pri-
meiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a
célula que contém o último valor. Figura 36: Exemplo função hoje

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
seguir a fórmula = B2-B3. com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.

Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- Arredondar para cima: Com essa função, é possível
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no arredondar um número com casas decimais para o nú-
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, mero mais distante de zero.
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. dígitos)

34
Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 37: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a
qual queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na
coluna C:

A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.


Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.


Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número
sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 39: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.

No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial
o dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

35
Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

pergunta for falsa, define o resultado.


Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
RESULTADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)

Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e co-
lunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)

36
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) dos dados
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”) “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) “intervalo”
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) Usando a planilha acima como exemplo, queremos
saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina- abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) R$ 1.200,00 ou MAIS:
=Significa a chamada para uma fórmula/função SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
SomaSe: função SOMASE OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
dos dados MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava-
liados a fim de chegar à condição verdadeira Traduzindo a condição em variáveis teremos:
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
cada a condição para soma dos valores onde devemos digitar a fórmula
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar Intervalo para análise: C3:C10
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar Critério: >=1200
o resultado na célula D16. E também queremos somar Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul- =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte MENOS DE R$ 1.200,00:
condição: SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
HOMENS: NOR QUE 1200, ENTÃO
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCU- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
LINO, ENTÃO MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO
INTERVALO D3 ATÉ D10 Traduzindo a condição em variáveis teremos:
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Intervalo para análise: C3:C10
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é Critério: <1200
onde devemos digitar a fórmula Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
Intervalo para análise: C3:C10 =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10 Observações: fique atento com o > (maior) e < (me-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: nor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivés-
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) semos determinado a contagem de valores >1200 (maior
MULHERES: que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI- (igual a 1200) não entraria na contagem.
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN- Formatação de Células: Ao observar a planilha abai- USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
TERVALO D3 ATÉ D10 xo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, va-
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 mos deixar ela de uma maneira mais agradável.
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-


tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
taxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
= : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE Figura 42: Planilha sem Formatação

37
Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as for-
matações.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser rea-
lizado vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está
escrito geral e escolher.

38
Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente)
ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação cres-
cente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá
classificar os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão
alterados. Nas versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação
dos dados junto com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da
nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e
visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores
inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores
que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapida-
mente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

39
Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte
do Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

LibreOffice Calc
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

40
Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_pla-
nilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito
usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, plani-
lhas, gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos ele-
mentos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

41
Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembran-
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

do os antigos slides fotográficos. O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser
abordadas durante a apresentação. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante
a apresentação, for selecionado o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e
selecionar esta opção durante a apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe
como começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa
iniciar a criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por
temas (é necessário estar conectado à internet).

Figura 56: Modelos e temas online

42
Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em Alternando entre os Modos de Exibição
nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vá-
rios modelos prontos que podem ser utilizados para a criação Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você
de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo. trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a es-
trutura de todos os slides da apresentação.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’


Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.
Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Uti-
lize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as pos-
sibilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as #FicaDica
inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresenta- Para mover de um slide para outro clique so-
ções profissionais com muita agilidade. bre o slide (do lado esquerdo) que deseja vi-
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguar- sualizar na tela, ou utilize as teclas ‘PageUp’ e
de o download do arquivo. Será criado um novo arquivo ‘PageDown’.
em seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A
partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA
APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este
poderão ser alterados em qualquer momento, para atender modo de visualização é interessante principalmente du-
às suas necessidades. rante a construção do texto da apresentação. Você pode
ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint
Apresentação de Slides: monta os slides pra você.

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou Classificação de Slides: Este modo permite ver seus
nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como slides em miniatura, para auxiliar na organização e estru-
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qual- turação de sua apresentação. No modo de classificação
quer, faça o download, e inicie a apresentação, assim: de slides, você pode reordenar slides, adicionar transi-
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na ções e efeitos de animação e definir intervalos de tempo
barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação para apresentações eletrônicas de slides.
de Slides’. USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide.
Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de nave-
gação, que permitem que você siga para o próximo slide
ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos
botões de navegação você também conta com outras fer-
ramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas


Figura 60: Classificação de Slides
Exibição de Slides: Vamos agora começar a personali-
zar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Para alterar a sequência de exibição de slides, clique
Se ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a no slide e arraste até a posição desejada. Você também
apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de pode ocultar um slide dando um clique com o botão di-
opções, no menu ‘EXIBIÇÃO’. reito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

43
Alterando o Design: Layouts de Conteúdo:
O design de um slide é a apresentação visual do mes- Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir
mo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de
O PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
aplicar ao design de sua apresentação. A utilização destes recursos é muito simples, bastan-
Para inserir um Tema de design pronto nos slides do clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja
acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta utilizar.
lateral para visualizar todos os temas existentes. Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide sele- e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver
cionado. O tema será aplicado em todos os slides. a utilização dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na
teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, al-
opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
terando cores e fontes, criando novos temas de cores. Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mos-
Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. trado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro
Passe o mouse sobre cada tema para visualizar o efeito do slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que
na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê se pode utilizar.
um clique com o mouse para aplicá-la à apresentação. As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
• Escolher Elemento Gráfico SmartArt
• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência,
criar apresentações muito mais interessantes. O funcio-
namento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando
utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de con-
teúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais
utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Figura 61: Variantes de Temas de Design
Animação dos Slides: A animação dos slides é um
Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam dos últimos passos da criação de uma apresentação.
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, for- Essa é uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros
mas e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável
acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos exagerar na utilização dos mesmos, pois além de tornar
rapidamente a aparência dos objetos. a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que
estão assistindo, ao invés de dar foco ao conteúdo da
Layout de Texto: apresentação, passam a dar foco para as animações.
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo Transições: A transição dos slides nada mais é que
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

da palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtí- a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher
tulo pois trata-se do slide inicial. entre diversas transições prontas, através da faixa de op-
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para ções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa
adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. apresentação e clique nesta opção.
Escolha uma das transições prontas e veja o que
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi-
clicando sobre elas e assistindo os efeitos que elas pro-
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da duzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependen-
empresa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo liga- do do intuito da apresentação, o exagero pode tornar
do ao tema da apresentação. sua apresentação pouco profissional.
Formate o texto da forma como desejar, selecionan- Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
do o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
sobre a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. também pode aplicar som durante a transição.
Será criado um novo slide com layout diferente do an-
terior. Isso acontece porque o programa entende que o Animações: As animações podem ser definidas para
próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apre-
e assim sucessivamente para a criação da sua apresen- sentação você pode optar em ir abrindo o texto confor-
tação. me trabalha os assuntos.

44
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te
agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção
de animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o
anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer
juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos
aparecerão ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presen-
tations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substi-
tuir, Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides,
Layout de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em
objetos e na transição de slides.

45
Resposta: Certo. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem
possibilita a inserção de imagens no documento, sejam
EXERCÍCIOS COMENTADOS elas armazenadas no computador, na rede ou na Inter-
net (no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no
1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Título, 2010 não).
assunto, palavras-chave e comentários de um documen-
to são metadados típicos presentes em um documento 5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento
produzido por processadores de texto como o BrOffice e no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário
o Microsoft Office. deve clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, sele-
cionar a opção Iniciar Mala Direta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. Quando um determinado documento
de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Mi- Resposta: Errado. A mala direta é usada para criar
crosoft Office ele fica armazenado em forma de arquivo correspondências em massa que podem ser personali-
em uma memória especificada no momento da grava- zadas para cada destinatário. É possível adicionar ele-
ção deste. Ao clicar como botão direito do mouse no mentos individuais a qualquer parte de uma etiqueta,
arquivo de texto armazenado e clicar em propriedades carta, envelope, ou e-mail, desde a saudação até o con-
é possível por meio da guia Detalhes perceber os meta- teúdo do documento, inclusive imagens. O Word preen-
dados “Título, assunto, palavras-chave e comentários”. che automaticamente os campos com as informações
do destinatário e gera todos os documentos individuais.
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que Contudo, não envia um arquivo a outros usuários como
um usuário disponha de um computador apenas com Li- diz a questão.
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse
computador realize a leitura de um arquivo em formato 6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se se-
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em lecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito
um pendrive formatado com a opção NTFS, será neces- do mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção
sária a conversão batch do arquivo, antes de sua leitura definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas to-
com o aplicativo instalado, dispensando-se a montagem das as configurações exigidas, um dicionário contendo
do sistema de arquivos presente no pendrive. significados da palavra selecionada.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Um pendrive formatado com o sis- Resposta: Certo. A inclusão do dicionário no botão di-
tema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo Li- reito na versão Word 2013 é novidade, mas já é antiga
nux, sem necessidade de conversão de qualquer nature- no Word pelo comando Shift + F7(dicionário de sinô-
za. E o fato do suposto arquivo estar em formato Excel nimos).
(xls ou xlsx) é indiferente também, já que o BrOffice é
capaz de abrir ambos os formatos.

3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3,


que reúne, entre outros softwares livres de escritório, o
editor de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor
de apresentação Impress, é compatível com as plataformas
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

computacionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. O BrOffice 3 faz parte de um conjun-


to de aplicativos para escritório livre multiplataforma
chamado OpenOffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Linux
e Mac OS X, mantida pela Apache Software Foundation.

4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir


de opção disponível no menu Inserir, é possível inserir
em um documento uma imagem localizada no próprio
computador ou em outros computadores a que o usuá-
rio esteja conectado, seja em rede local, seja na Web.

( ) CERTO ( ) ERRADO

46
Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com uma
Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap- planilha em processo de edição. Com relação a essa figu-
tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens sub- ra e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula
sequentes. C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo.

7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Conside- 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possí-
re o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, vel aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da se-
(...) Federal”; clicar a opção guinte sequência de ações, realizada com o mouse: clicar
Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação, a célula C2; clicar ; posicionar o ponteiro sobre o centro
marcar o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse da célula B2; pressionar e manter pressionado o botão
procedimento fará que todas as letras do referido trecho esquerdo; posicionar o ponteiro no centro da célula B4;
fiquem com a fonte maiúscula. liberar o botão esquerdo.
Em um computador cujo sistema operacional é o Windows
( ) CERTO ( ) ERRADO XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone
, contido na área de trabalho e referente a determinado ar-
Resposta: Errado. O procedimento correto é: selecio- quivo, foi exibido o menu mostrado na figura ao lado. A res-
nar o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção FONTE peito dessa figura e do Windows XP, julgue os itens a seguir.
no menu FORMATAR na janela decorrente dessa ação,
marcar o campo Todas em maiúsculas; clicar OK.

8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As infor-


mações contidas na figura mostrada permitem concluir
que o documento em edição contém duas páginas e,
caso se disponha de uma impressora devidamente ins-
talada e se deseje imprimir apenas a primeira página do
documento, é suficiente realizar as seguintes ações: clicar
a opção Imprimir no menu ; na janela aberta em
decorrência dessa ação, assinalar, no campo apropriado,
que se deseja imprimir a página atual; clicar OK.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. A opção para imprimir documentos ( ) CERTO ( ) ERRADO


assim como para efetuar as devidas configurações da
impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo Resposta: Certo. Com o botão “Pincel” é possível co-
/ Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P. piar toda a formatação de uma célula para outra célu-
la, e o procedimento correto foi descrito na questão.
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para en-
contrar todas as ocorrências do termo “Ibama” no docu-
mento em edição, é suficiente realizar o seguinte proce- MS ACCESS
dimento: aplicar um clique duplo sobre o referido termo;
clicar sucessivamente o botão . O Access é um sistema gerenciador de banco de da-
dos relacional, constituindo uma poderosa ferramenta de
( ) CERTO ( ) ERRADO auxílio à execução de trabalhos que envolvam processa-
mento de informações. Com ele, você pode criar diversas USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
Resposta: Errado. O botão mostrado na questão não aplicações, como um pequeno controle de estoque, lista
deve ser utilizado para encontrar ocorrências de um de- de livros, cadastro de clientes e registros de aulas entre
terminado termo no documento que se está editando, outros.
tal recurso pode ser conseguido através do botão Loca- O Access ajuda você a acompanhar, reportar e com-
lizar ou do atalho CTRL+L. partilhar informações de forma efetiva, em um ambien-
te gerenciável, a fim de possibilitar-lhe tomar sempre as
melhores decisões.
Nesta nova versão, o Access surge com uma nova in-
terface. Nela, os tradicionais menus de opções desapa-
recem e dão lugar a uma faixa de opções com diversas
guias, em que podemos encontrar, mais facilmente, os
comandos necessários para executar as tarefas que nos
propomos realizar.
Ele é composto por tabelas (que são os bancos de da-
dos), consultas, formulários, relatórios, macros, módulos
e páginas de acesso a dados.

47
Como posso utilizar o Access e quais são suas fun- Conceitos e terminologias
cionalidades?
Com o Microsoft Access é possível desenvolver apli- Dado
cações simples, como por exemplo, o cadastro de clien- Dados são números ou descrições de objetos ou
tes ou produtos, ou até mesmo aplicações mais comple- eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma
xas que podem envolver a rotina de um departamento reação no leitor. (MATARAZZO, 1998, p.18). Por exemplo:
– como o recebimento de materiais, por exemplo, que 124.
inclui cadastro de fornecedor, cadastro de produto e ca-
dastro de nota fiscal. Informação
Informação é o produto da análise dos dados existen-
Normalmente os aplicativos desenvolvidos através tes, devidamente interpretados dentro de um contexto
do VBA no Access possuem dois arquivos chamados para permitir a tomada de decisões de forma otimizada.
de FrontEnd – que é o arquivo onde contém os códigos (OLIVEIRA, 1993, p.36). Por exemplo: 124 encomendas
fonte, formulários e consultas, entre outros – e BackEnd foram entregues.
– onde estão armazenadas as tabelas e seus relaciona-
mentos. Campo
Esses aplicativos desenvolvidos podem rodar em uma Local onde os dados serão inseridos. Por exemplo:
rede de computadores – como é o caso de algumas em- NOME.
presas que utilizam os computadores em rede – e seus
dados podem ser publicados tanto na internet, quanto Registro
na intranet. Conjunto de campos com informações relacionadas.
Com o Access você pode criar cadastros, criar formu- Por exemplo: NOME, ENDEREÇO, BAIRRO, CEP, UF.
lários (que podem ser utilizados para cadastrar esses da-
dos com um layout intuitivo), realizar consultas e gerar Tabela
relatórios. Conjunto de registros.

Quais são as vantagens do Access? Banco de dados


Os custos de implementação e manutenção de um Aplicativo que permite armazenar, recuperar e, prin-
aplicativo em Access em relação a outros sistemas são cipalmente, organizar o que existe de mais valioso para
consideravelmente menores. Além do tempo de imple- uma organização: a informação.
mentação que pode ser bem menor, dependendo da
complexidade do banco de dados. Relacionamento entre tabelas
Possui ótima integração com outros produtos da Mi- É a forma de unir duas ou mais tabelas por um campo
crosoft, como por exemplo o Word e o Excel – para onde em comum a elas. Dessa forma, podemos ter em um
pode-se exportar dados e manipulá-los em planilhas. relatório, por exemplo, dados das tabelas relacionadas.
Além disso, é possível publicar esses dados na internet,
caso queira ou seja necessário. SGBDR
O Access pode ser utilizado tanto por pequenas e Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Rela-
médias empresas - para controlar seus processos – em cional é um aplicativo no qual todas as tabelas, índices,
departamento de grandes organizações ou até mesmo consultas, relatórios e códigos são armazenados num
como hobby por programadores que desejam desenvol- único arquivo.
ver e melhorar suas técnicas de programação.
Planejamento do banco de dados
Com o Microsoft Access é possível até mesmo Antes de criar um banco de dados é necessário reali-
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

criar apps zar um estudo sobre o tipo de dados que você precisará
Como posso criar um aplicativo no Microsoft Access? armazenar para obter as informações adequadas, ou seja,
Você pode criar aplicativos personalizados a partir de que lhe serão úteis.
modelos que já vem com o Access – é mais fácil começar O planejamento é primordial para que se garanta que
a partir daí. dados não faltarão ou serão repetidos, que as tabelas e
Nesses casos você precisa apenas inserir os dados re- campos que armazenarão os dados sejam definidos cor-
ferentes a seu banco nas tabelas referentes a cada um retamente, entre outros.
deles. Você não precisa ser um programador, mas é claro
que esse tipo de aplicativo possui uma utilização mais Modelagem de dados
restrita. Modelagem de dados é a maneira de organizar os
Como podemos ver no post de hoje, o Access é um dados, estruturando corretamente todos os objetos (ta-
excelente recurso que pode ser utilizado pelas empresas belas, consultas, relatórios etc.) que serão utilizados, ga-
para manipular grandes quantidades de dados e com um rantindo:
custo baixo, se comparados com outros sistemas utiliza- • Extração correta das informações
dos. • Ganho de produtividade durante o desenvolvimen-
Ele pode ser de fácil uso e oferecer funcionalidades to da aplicação
intuitivas até mesmo para quem não possui conhecimen- • Consultas e relatórios executados mais rapidamente
tos profundos em programação. • Manutenção mais simples e de menor custo

48
A modelagem é composta pelas seguintes etapas: • Formulários
• Relatórios
• Definição da finalidade do banco de dados • Macros
Nesta etapa, deverão ser listadas todas as informa- • Módulos de código VBA
ções necessárias para a confecção do banco de dados.
Todas as pessoas que utilizarão o banco de dados deve- Utilizando o Microsoft Access, você pode gerenciar
rão ser consultadas. todas as suas informações a partir de um único arquivo
É interessante reunir todos os formulários, planilhas e de banco de dados. Dentro de um banco de dados os
demais documentos que são utilizados atualmente para dados são divididos em compartimentos de armazena-
registrar as informações que serão obtidas através do mento separados denominados tabelas (ou entidades).
banco de dados. Por exemplo, em um banco de dados de Controle de Es-
toque de uma empresa você poderia ter várias tabelas:
• Definição das tabelas e respectivos campos • Cadastro de Funcionários
Para definir que tabelas deverão ser criadas, reúna to- • Cadastro de Produtos
dos os tipos de informações de que você necessitará e • Cadastro de Categorias de Produtos
divida os itens em tópicos principais, como Clientes, Con- • Cadastro de Fornecedores
tas a Receber, Pedidos. Cada tópico torna-se uma tabela. • Cadastro de Permissões de Movimentações
É importante esboçar a estrutura de cada tabela com • Cadastro de Entradas e Saídas
os devidos campos, ainda que no papel. Dessa forma,
poderão ser visualizadas informações em duplicidade, Importante: Todos os dados (registros) de um banco
lembrando que as informações deverão constar de ape- de dados do Access ficam gravados nas tabelas do banco
nas uma tabela. de dados. Nenhum outro elemento do banco de dados é
Por exemplo, a tabela Clientes pode incluir campos capaz de armazenar dados. Os demais elementos, todos,
como nome, sobrenome, email, telefone de contato etc., sem exceção, funcionam acessando os dados armazena-
informações essas que não precisam constar da planilha dos em uma ou mais tabelas do banco de dados.
Pedidos.
Consultas: As consultas são utilizadas para uma série
• Identificação dos campos de chave primária de funções, sendo a principal delas a aplicação de filtros
Chamamos de chave primária um campo que contém para pesquisar dados em uma ou mais tabelas, de acordo
um valor exclusivo e que servirá de ligação entre tabelas. com um ou mais critérios de filtragem. Também podemos
utilizar consultas para criar campos calculados, consultas
• Definição dos relacionamentos entre as tabelas para excluir registros que atendam a um ou mais critério
É importante observar cada uma das tabelas que se de pesquisa, consultas que atualizam dados de registros
tiver em mãos para definir como os dados deverão rela- que atendam a um ou mais critério de pesquisas. Existem
cionar-se entre elas. também um tipo especial de consulta conhecido como
Por exemplo, as tabelas Clientes e Pedidos poderão
ser relacionadas pelo campo-chave CPF/CNPJ, pois seu Consulta de Tabela de Referência Cruzada.
conteúdo nunca será o mesmo para dois clientes. Dessa
forma, temos a garantia de emitir uma nota fiscal (rela- Formulários: Os Formulários são utilizados para criar
tório) com os dados corretos, mesmo com cada campo telas gráficas que facilitam a entrada de dados. Os for-
pertencendo a uma das tabelas. mulários também podem ser utilizados para fazer a vali-
dação de dados e para facilitar pesquisas avançadas em
• Revisão da estrutura das tabelas duas ou mais tabelas. Os formulários são baseados em
Após a criação das tabelas, não se esqueça de verifi- uma ou mais tabelas ou em uma consulta. USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
car se:
– Há informações duplicadas (dados redundantes) Relatórios: Os Relatórios são utilizados para criar lista-
que consomem espaço e aumentam a possibilida- gens de dados para exibição na tela ou para impressão.
de de erro. Existem vários tipos de relatórios, desde simples listagens
– Há colunas desnecessárias. ordenadas por um ou mais campos, até relatórios mais
– Todos os itens de informações foram quebrados em sofisticados, baseados em critérios de filtragem, com or-
partes úteis menores, por exemplo, uma coluna denação por um ou mais campos e por agrupamentos
para Nome e outra para Sobrenome. por um ou mais campos, com cálculo de subtotais nos
– Os campos estão relacionados com a tabela. Quan- agrupamentos.
do um campo não contém informações sobre o
tópico da tabela é porque pertence a uma tabela Macros e Programação VBA: Já macros e programa-
diferente. ção VBA são tópicos mais avançados e que são utiliza-
dos para automatizar procedimentos e para implementar
Um Banco de Dados do Microsoft Access contém di- operações avançadas no Access
versos elementos, sendo os principais os seguintes:
• Tabelas Ao abrir o Access 2013, por padrão, vem selecionada
• Relacionamentos entre tabelas a lista de Arquivos Recentemente Abertos (no lado es-
• Consultas querdo da janela), conforme indicado na Figura 1.3. Se

49
é a primeira vez que você está abrindo o Access 2013, evidentemente, que esta lista estará vazia. No lado esquerdo,
clique na opção Mais Arquivos. Será aberta uma nova janela, com a lista Abrir, onde tem as opções: Recentes, OneDrive
– Pessoal, Computador e Adicionar um local. Clique na opção

Será aberta uma lista com as pastas recentes utilizadas (se é a primeira vez que você está abrindo o Access esta lista,
evidentemente, estará vazia) e ao final da lista a opção Procurar. Clique na opção Procurar.

Figura 1.3 – A guia Arquivo Selecionada.

Será exibida a janela Abrir para que você navegue até a pasta onde está o arquivo a ser aberto.
O banco de dados Pedidos.accdb é aberto e observe que na parte de cima da janela tem um Aviso de Segurança
informando que parte do conteúdo ativo foi desabilitado. Esse aviso é exibido por que o banco de dados Pedidos.accdb
contém macros e código VBA, itens estes que são considerados “Conteúdo ativo” e que podem conter vírus. Por padrão,
sempre que um banco de dados que contém macros e código VBA é aberto no Access 2013, este aviso de segurança é
emitido. Esta é uma forma de alertar o usuário, principalmente quando estiver abrindo um banco de dados de origem
desconhecida, como por exemplo baixado a partir de um site pouco conhecido na Internet. No nosso caso, como é um
arquivo conhecido e de fonte confiável, clique no botão Habilitar Conteúdo, para permitir que as macros e o código
VBA do banco de dados Pedidos.accdb estejam disponíveis.
Feito isso será PODERÁ OU NÃO ser emitido um aviso conforme indicado na Figura 1.4. Este aviso pergunta se você
deseja tornar o banco de dados em um Documento Confiável. Se você clicar em Sim, o banco de dados Pedidos.accdb
passará a ser considerado como um Documento Confiável, no qual as macros e o código VBA podem ser executados.
Clique em Sim. Com isso este aviso não será novamente emitido, nas próximas vezes que você for abrir o banco de
dados Pedidos.accdb.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Figura 1.4 – Tornar o Banco de Dados um Documento Confiável.

Importante: Só torne um banco de dados confiável se você conhecer a origem do banco de dados e tiver certeza
que ele não irá conter vírus ou outras pragas virtuais.

50
Após clicar em Sim o banco de dados Pedidos.accdb será aberto e estará disponível para ser utilizado.
O banco de dados é aberto e no lado esquerdo, por padrão, é selecionada a opção para que sejam exibidos todos
os objetos componentes do banco de dados.
Observe que o primeiro elemento, no painel da esquerda são as Tabelas. Na lista de tabelas que é exibida dê um
clique duplo na tabela Clientes para abri-la. Observe os diversos campos que compõem a tabela Clientes (Código do
Cliente, Nome da Empresa, Nome do Contato, etc.). Observe também que já existem vários clientes cadastrados. No
nosso exemplo são 91 Clientes já cadastrados.
Dê um clique no botão “x” mais de baixo, conforme destacado na Figura 1.5, para fechar a Tabela Clientes. Cuidado,
pois se você clicar no botão “x” mais de cima, você irá fechar o Access 2013.

Figura 1.5 – Botão x Para Fechar a Tabela Clientes.

Você estará de volta a tela principal do Access 2013, com o banco de dados Pedidos.accdb ainda aberto. No painel
da esquerda dê um clique duplo na tabela Pedidos para abrir a Tabela Pedidos
Observe os diferentes Atributos da Tabela Pedidos: Número do Pedido, Cliente, Funcionário, Data do Pedido e assim
por diante. Observe que existem 830 pedidos já cadastrados, conforme indicado na parte de baixo da tabela, na área
conhecida como navegador de registros.
Dê um clique no botão “x” mais de baixo, conforme destacado na Figura 1.5, para fechar a Tabela Pedidos. Cuidado,
pois se você clicar no botão “x” mais de cima, você irá fechar o Access 2013.
Feche o Microsoft Access 2013. Para isso clique na X bem de cima, no canto superior direito da janela do Access.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
Criar um novo banco de dados

Visão geral
Quando você inicia o Access, ou se você fechar um banco de dados sem fechar o Access, o modo de exibição Backs-
tage do Microsoft Office é exibido.
Modo de exibição Backstage é um ponto de partida do qual você pode criar um novo banco de dados, abra o
banco de dados existente, exibir conteúdo em destaque do Office.com — qualquer coisa que você pode usar o Access
fazer para um arquivo de banco de dados ou de fora de um banco de dados, em vez de dentro de um banco de dados.

Criando um banco de dados


Quando você abre o acesso, o modo de exibição Backstage exibe a guia novo. Na guia novo oferece várias maneiras
que você pode criar um novo banco de dados:
- Um banco de dados em branco: Se desejar, você pode começar do zero. Esta é uma boa opção se você tiver requi-
sitos de design muito específicas ou tiver dados existentes que você precisa acomodar ou incorporar.
- Um modelo que é instalado com o Access: Considere usar um modelo, se você estiver iniciando um novo projeto
e quiser que um ponto de partida. Acesso vem com vários modelos instalados por padrão.
- Um modelo do Office.com: Além dos modelos que vêm com o Access, você pode encontrar muitos modelos mais
em Office.com. Você ainda não tem que abrir um navegador, os modelos disponíveis na guia novo.

51
Adicionando um banco de dados você pode começar a inserir dados. Se seu modelo con-
Quando você estiver trabalhando em um banco de tiver dados de exemplo, você pode excluir cada registro
dados, você pode adicionar campos, tabelas ou partes clicando no seletor de registro (a caixa sombreada ou
do aplicativo. barra à esquerda do registro) e, em seguida, fazendo o
Partes do aplicativo são um recurso que permitem seguinte:
que você use vários objetos de banco de dados rela- Na guia página inicial, no grupo registros, clique
cionadas juntas, como se fossem uma. Por exemplo, um em Excluir. 
componente de aplicativo pode consistir em uma tabela Para começar a inserção de dados, clique na primeira
e um formulário que é baseado na tabela. Você pode adi- célula vazia no formulário e comece a digitar. Use o Pai-
cionar a tabela e o formulário ao mesmo tempo usando nel de Navegação para navegar para outros formulários
o componente de aplicativo. ou relatórios que talvez você queira usar. Alguns mo-
Você também pode criar consultas, formulários, rela- delos incluem um formulário de navegação que permi-
tórios, macros - todos os objetos de banco de dados que te que você mova entre os objetos de banco de dados
você está acostumado a trabalhar com. diferente.

Criar um banco de dados usando um modelo Criar um banco de dados sem usar um modelo
O Access vem com uma variedade de modelos que Se você não estiver interessado em usando um mo-
você pode usar como é ou como um ponto de partida. delo, você pode criar um banco de dados criando suas
Um modelo é um banco de dados prontos para uso que próprias tabelas, formulários, relatórios e outros objetos
contém todas as tabelas, consultas, formulários, macros de banco de dados. Na maioria dos casos, isso envolve
e relatórios necessários para executar uma tarefa especí- um destes procedimentos ou ambos:
fica. Por exemplo, há modelos que você pode usar para Inserir, colar, ou importando dados para a tabela que
acompanhar questões, gerenciar contatos ou manter um é criada quando você cria um novo banco de dados e,
registro de despesas. Alguns modelos contêm alguns em seguida, repetindo o processo com novas tabelas
exemplos de registros para ajudar a demonstrar seu uso. que você cria usando o comando de tabela na guia criar.
Se um desses modelos atende às suas necessidades, Importar dados de outras fontes e a criação de novas
usá-lo geralmente é a maneira mais rápida para obter um tabelas no processo.
banco de dados iniciado. No entanto, se você tiver dados
em outro programa que você deseja importar para o Ac- Criar um banco de dados em branco
cess, você pode decidir é melhor criar um banco de da- Na guia arquivo, clique em novo e, em seguida, cli-
dos sem usar um modelo. Modelos de tem uma estrutu- que em Banco de dados em branco.
ra de dados já definida, e ele pode exigir muito trabalho Digite um nome de arquivo na caixa  Nome do ar-
adaptar seus dados existentes e estrutura do modelo. quivo. Para alterar o local do arquivo do padrão, cli-
Se você tiver um banco de dados aberta, na guia ar- que em  Procurar um local colocar seu banco de dados 
quivo, clique em  Fechar. Modo de exibição Backstage  (ao lado da caixa Nome do arquivo ), navegue até o
exibe a guia novo. novo local e clique em Ok.
Vários conjuntos de modelos estão disponíveis na Clique em Criar.
guia novo, algumas das quais são criadas no Access. Access cria o banco de dados com uma tabela vazia
Você pode baixar modelos adicionais de Office.com. chamada Tabela1 e abre Table1 no modo folha de da-
Consulte a próxima seção deste artigo para obter de- dos. O cursor é colocado na primeira célula vazia na co-
talhes. luna clique para adicionar.
Comece a digitar para adicionar dados, ou você pode
Selecione o modelo que você deseja usar. colar dados de outra fonte.
O acesso sugere um nome de arquivo do banco de Inserindo dados no modo folha de dados foi pro-
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

dados na caixa  Nome do arquivo  — você pode alterar jetado para ser muito semelhante a trabalhar em uma
o nome do arquivo, se desejar. Para salvar o banco de planilha do Excel. A estrutura da tabela é criada enquan-
dados em uma pasta diferente da que aparece abaixo da to você inserir dados. Quando você adiciona uma nova
caixa de nome de arquivo, clique em   , navegue até a coluna à folha de dados, um novo campo é definido na
pasta na qual você deseja salvá-lo e, em seguida, clique tabela. Access define automaticamente a cada tipo de
em  Ok. Opcionalmente, você pode criar e vincular seu dados campo, com base em dados que você insere.
banco de dados a um site do SharePoint. Se você não quiser inserir dados em Table1 nes-
Observação:  Embora ambas as usam o SharePoint, te momento, clique em Fechar   . Se você tiver feito
um banco de dados da área de trabalho vinculado a um qualquer alteração à tabela, o Access solicitará que você
site do SharePoint não é a mesma que um banco de da- salvar as alterações. Clique em Sim para salvar as altera-
dos da web usando os serviços do Access. Para usar um ções, clique em não para descartá-las ou clique em Can-
banco de dados da área de trabalho, você deve ter o celar para sair da tabela aberta.
Access instalado. Um banco de dados da web pode ser Dica: O Access procurará um arquivo denomina-
usado com um navegador da web. do  Blank.accdb  na pasta localizada na [drive instalar]: \
Clique em Criar. Program Files\Microsoft Office\Templates\1033\Access\.
O Access cria um banco de dados do modelo que Se ele existir, o  Blank.accdb  é o modelo para todos os
você escolheu e, em seguida, abre o banco de dados. novos em branco bancos de dados, excluindo bancos de
Para muitos modelos, um formulário é exibido no qual dados da web. Qualquer conteúdo que ele contém é her-

52
dado por todos os novos bancos de dados em branco. Na guia criar, no grupo tabelas, clique em Design da
Esta é uma boa maneira de distribuir conteúdo padrão, tabela. 
como números de peças ou isenções de empresa e políti- Para cada campo na tabela, digite um nome na colu-
cas. Lembre-se de que Blank.accdb não tem efeito sobre na Nome do campo e, em seguida, selecione um tipo de
a criação de bancos de dados de web nova em branco. dados na lista Tipo de dados.
Importante: Se você fechar Tabela1 sem salvá-lo pelo Se desejar, você pode digitar uma descrição para
menos uma vez, o Access exclui a tabela inteira, mesmo cada campo na coluna Descrição. A descrição é exibida,
se você inseriu dados nele. em seguida, na barra de status quando o cursor está lo-
calizado nesse campo no modo folha de dados. A des-
Adicionar uma tabela crição é também usada como o texto da barra de status
Você pode adicionar novas tabelas de um banco de para todos os controles em um formulário ou relatório
dados existente, usando os comandos no grupo tabelas que você criar arrastando o campo do painel  Lista de
na guia criar. campo e para todos os controles que são criados para
esse campo quando você usa o Assistente de formulário
ou o Assistente de relatório.
Depois de ter adicionado todos os seus campos, salve
a tabela:
Na guia Arquivo, clique em Salvar.
Você pode começar a digitar os dados da tabela a
qualquer momento migrando para o modo folha de da-
Criar uma tabela, iniciando no modo folha de da- dos e clicando na primeira célula vazia. Você também
dos: No modo de exibição de folha de dados, você pode pode colar dados de outra fonte.
inserir dados imediatamente e permitir que o Access cria Definir propriedades de campo no modo Design: In-
a estrutura da tabela nos bastidores. Nomes de campo dependentemente de como você criou sua tabela, ele é
são atribuídos numericamente (campo1, campo2 e assim uma boa ideia para examinar e definir propriedades de
por diante) e Access define automaticamente cada tipo campo. Enquanto algumas propriedades estão disponí-
de dados campo, com base nos dados inseridos. veis no modo folha de dados, algumas propriedades só
podem ser definidas no modo Design. Para alternar para
Na guia criar, no grupo tabelas, clique em tabela.  modo Design, clique com botão direito a tabela no pai-
O Access cria a tabela e seleciona a primeira célula nel de navegação e clique em Modo Design. Para ver as
vazia na coluna clique para adicionar. propriedades de um campo, clique no campo na grade
Na guia campos, no grupo Adicionar e excluir, clique de design. As propriedades são exibidas abaixo da grade
no tipo de campo que você deseja adicionar. Se você não de design, em Propriedades do campo.
vir o tipo desejado, clique em Mais campos   . Para ver uma descrição de cada propriedade de cam-
O Access exibirá uma lista dos tipos de campo co- po, clique na propriedade e leia a descrição na caixa ao
mumente usados. Clique no tipo de campo desejado e o lado da lista de propriedade em Propriedades do campo.
Access adiciona o novo campo para a folha de dados no Você pode obter informações mais detalhadas clicando
ponto de inserção. no botão Ajuda.
Você pode mover o campo arrastando-o. Quando Abaixo descreveremos algumas das propriedades do
você arrasta um campo em uma folha de dados, uma campo que normalmente são ajustadas.
barra de inserção vertical aparece onde o campo será
colocado. Propriedade/Descrição
Para adicionar dados, comece a digitar na primeira - Tamanho do Campo/Campos de texto, essa proprie-
célula vazia ou colar dados de outra fonte. dade define o número máximo de caracteres que USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
Para renomear uma coluna (campo), clique duas ve- podem ser armazenados no campo. O máximo é
zes no título da coluna e digite o novo nome. 255. Para campos número, essa propriedade defi-
Você deve fornecer um nome significativo para cada ne o tipo de número que será armazenado (inteiro
campo, para que você possa dizer o que ele contém longo, duplo, e assim por diante). Para o armaze-
quando você vê-lo no painel Lista de campos. namento de dados mais eficiente, é recomendável
Para mover uma coluna, clique em seu título para se- que você alocar a quantidade mínima de espaço
lecionar a coluna e, em seguida, arraste a coluna para o que você acha que vai precisar para os dados. Você
local desejado. Você também pode selecionar várias co- pode ajustar o valor para cima mais tarde, se for
lunas contíguas e, em seguida, arraste-os para um novo necessário alterar.
local ao mesmo tempo. Para selecionar várias colunas - Formato/Essa propriedade define como os dados
adjacentes, clique no cabeçalho da coluna da primei- são exibidos. Isso não afetará os dados reais con-
ra coluna e, em seguida, mantendo pressionada a tecla forme armazenado no campo. Você pode selecio-
SHIFT, clique no cabeçalho de coluna da última coluna. nar um formato predefinido ou insira um formato
Criar uma tabela, começando no modo Design    No personalizado.
modo Design, você primeiro criar a estrutura da tabela. - Máscara de entrada/Use esta propriedade para es-
Você, em seguida, alterne para o modo de folha de da- pecificar um padrão para todos os dados que se-
dos para inserir dados ou insere dados usando qualquer rão inseridos neste campo. Isso ajuda a garantir
outro método, como colando ou importando. que todos os dados são digitados corretamente

53
e que contém o número necessário de caracteres. botão direito a tabela no painel de navegação e clique
Para obter ajuda sobre a criação de uma máscara em Modo Design. Para alternar para modo folha de da-
de entrada, clique em no lado direito da caixa de dos, clique duas vezes na tabela no painel de navegação.
propriedade.
- Valor Padrão/Use esta propriedade para especificar Importar, anexar ou vincular a dados de outra fonte
o valor padrão que aparecerá neste campo sempre Você pode ter dados armazenados em outro progra-
que um novo registro for adicionado. Por exemplo, ma, e você deseja importar dados para uma nova tabela
se você tiver um campo de data/hora em que você ou anexá-la a uma tabela existente no Access. Ou você
sempre deseja registrar a data em que o registro pode trabalhar com pessoas que mantêm seus dados em
foi adicionado, você pode inserir “Data ()” (sem as outros programas, e você quer trabalhar com ele no Ac-
aspas) como o valor padrão. cess vinculando a ele. De qualquer forma, acesso torna
- Necessário/Essa propriedade define se um valor é mais fácil trabalhar com dados de outras fontes. Você
requerido neste campo. Se você definir essa pro- pode importar dados de uma planilha do Excel, de uma
priedade como Sim, acesso não permite que você tabela em outro banco de dados do Access, de uma lista
adicione um novo registro, a menos que um valor do SharePoint ou de uma variedade de outras fontes. O
é inserido para este campo. processo usado é ligeiramente diferente, dependendo de
sua fonte, mas o procedimento a seguir serão iniciá-lo.
Copiar dados de outra fonte em uma tabela do No Access, na guia Dados externos, no grupo Impor-
Access tar e vincular, clique no comando para o tipo de arquivo
Se seus dados atualmente estão armazenados em que você está importando.
outro programa, como o Excel, você pode copiar e co-
lá-lo em uma tabela do Access. Em geral, isso funciona
melhor se seus dados já estão separados em colunas,
como em uma planilha do Excel. Se seus dados estiverem
em uma palavra programa de processamento, é melhor
para separar as colunas de dados usando guias, ou para Por exemplo, se você estiver importando dados de
converter os dados em uma tabela no programa de pro- uma planilha do Excel, clique em Excel. Se você não vir o
cessamento de texto antes de copiar os dados. Se seus tipo de programa que você precisa, clique em mais.
dados precisam de qualquer edição ou manipulação (por Observação: Se você não conseguir encontrar o tipo
exemplo, separando nomes completos em nomes e so- de formato correto no grupo Importar e vincular, talvez
brenomes), talvez você queira fazer isso antes de copiar seja necessário iniciar o programa em que você criou ori-
os dados, especialmente se você não estiver familiariza- ginalmente os dados e, em seguida, usar esse programa
do com o Access. para salvar os dados em um formato de arquivo comum
Quando você cola dados em uma tabela vazia, o Ac- (como uma arquivo de texto delimitado ) antes de você
cess define o tipo de dados de cada campo de acordo pode impor t esses dados no Access.
com o tipo de dados que encontrar nela. Por exemplo, Na caixa de diálogo  Obter dados externos, clique
se um campo colado contém apenas valores de data, o em Procurar para localizar o arquivo de dados de origem
Access aplicará os dados de data/hora tipo neste campo. ou digite o caminho completo do arquivo de dados de
Se o campo colado contém somente as palavras “Sim” origem na caixa nome do arquivo.
e “não”, o Access aplicará Sim/nenhum dado digite ao Clique na opção desejada (todos os programas permi-
campo. tem que você importe e alguns permitem que você ane-
Acesso nomes de campos dependendo de qual ele xar ou vincular) em Especifique como e onde você deseja
localiza na primeira linha de dados colados. Se a primeira armazenar os dados no banco de dados atual. Você pode
linha de dados colados é semelhante em tipo às linhas criar uma nova tabela que usa os dados importados ou
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

que acompanha, o Access determina que a primeira linha (com alguns programas) você pode acrescentar os dados
é parte dos dados e atribui os campos nomes genéricos a uma tabela existente ou criar uma tabela vinculada que
(F1, F2, etc.). Se a primeira linha de dados colados não é mantém um link para os dados no programa de origem.
semelhante das linhas que execute, o Access determina Se um assistente for iniciado, siga as instruções nas
que a primeira linha consiste em nomes de campos. O próximas páginas do assistente. Na última página do as-
Access nomes os campos adequadamente e não incluir a sistente, clique em Concluir.
primeira linha dos dados. Se você importar objetos ou vincular tabelas de um
Se o Access atribuirá nomes de campo genérico, você banco de dados do Access, o Objetos importar ou Vin-
deve renomear os campos assim que possível para evitar cular tabelas caixa de diálogo é exibida. Escolha os itens
confusão. Use o procedimento a seguir: que você deseja e clique em Ok.
Pressione CTRL + S para salvar a tabela. O processo exato depende de se você optar por im-
No modo de exibição de folha de dados, clique duas portar, anexar ou vincular dados.
vezes em cada título de coluna e digite um nome de Access solicitará que você sobre se você deseja salvar
campo descritivo para cada coluna. os detalhes da operação de importação que você aca-
Salve a tabela novamente. bou de ser concluída. Se você acha que executara essa
Observação: Você também pode renomear os campos mesma operação de importação novamente no futuro,
alternando para o modo Design e os nomes de campo clique em Salvar etapas de importação e insira os deta-
de edição. Para alternar para modo Design, clique com lhes. Você pode repetir a operação no futuro facilmente

54
clicando em Importações salvas   no grupo Importar pode abrir diretamente qualquer fonte de dados ODBC,
e vincular  na guia  Dados externos. Se você não quiser como o Microsoft SQL Server. Acesso automaticamente
salvar os detalhes da operação, clique em Fechar. cria um novo banco de dados do Access na mesma pasta
Se você optar por importar uma tabela, o Access im- que o arquivo de dados e adiciona links a cada tabela do
porta os dados em uma nova tabela e, em seguida, exibe banco de dados externos.
a tabela em grupo tabelas no painel de navegação. Se
você escolheu acrescentar dados a uma tabela existente, Dicas
os dados são adicionados à tabela. Se você optar por vin- Para abrir um banco de dados abertos mais recente-
cular aos dados, o Access cria uma tabela vinculada em mente, na guia arquivo, clique em recentes e clique no
grupo tabelas no painel de navegação. nome do arquivo de banco de dados. O Access abre o
banco de dados usando as mesmas configurações de op-
Adicionar um componente de aplicativo ção que ele tinha a última vez em que você a abriu. Se
Você pode usar um componente de aplicativo para a lista de arquivos usados recentemente não for exibida,
adicionar funcionalidade a um banco de dados existen- na guia  arquivo, clique em  Opções. Na caixa de diálo-
te. Um componente de aplicativo pode ser tão simples go Opções do Access, clique em Configurações do clien-
quanto uma única tabela ou ela pode abranger vários te. Em Exibir, insira o número de documentos que deseja
objetos relacionados, como uma tabela e um formulário exibir na lista de documentos recentes, até no máximo 50.
de associação. Você também pode mostrar bancos de dados recen-
Por exemplo, a parte do aplicativo de comentários tes na exibição de barra de Backstage de navegação, para
consiste em uma tabela com um campo de identificação acesso de dois cliques: 1) na guia arquivo, 2) o banco de
de numeração automática, um campo date e um campo dados recente que você deseja abrir. Na parte inferior da
Memorando. Você pode adicioná-lo a qualquer banco de guia recente, marque a caixa de seleção acessar rapida-
dados e usá-la como é ou com pouca personalizando. mente este número de bancos de dados recentes e ajuste
Abra o banco de dados à qual você deseja adicionar o número de bancos de dados para mostrar.
um componente de aplicativo. Se você estiver abrindo um banco de dados clicando
Clique na guia criar. no comando aberta na guia arquivo, você pode exibir uma
O grupo de modelos, clique em Partes do aplicativo. lista de atalhos para bancos de dados que você tenha
Abre uma lista de partes disponíveis. aberto anteriormente, clicando em Meus documentos re-
Clique na parte do aplicativo que você deseja adicio- centes na caixa de diálogo Abrir.
nar.
Introdução a tabelas
Abrir um banco de dados existente Tabelas são objetos essenciais em um banco de dados,
Na guia Arquivo, clique em Abrir. pois é nelas que ficam todas as informações ou dados. Por
Na caixa de diálogo  Abrir, navegue até o banco de exemplo, um banco de dados de uma empresa pode ter
dados que você deseja abrir. uma tabela Contatos que armazena os nomes, endereços
Siga um destes procedimentos: de email e números de telefone de seus fornecedores. Este
Clique duas vezes o banco de dados para abri-lo no artigo fornece uma visão geral das tabelas no Access. An-
modo padrão especificado na caixa de diálogo  Opções tes de criar tabelas, pense em seus requisitos e determine
do Access ou o modo que foi definido por uma política todas as tabelas que podem ser necessárias.
de administrativa.
Clique em Abrir para abrir o banco de dados para
Visão geral
acesso compartilhado em um ambiente multiusuário,
Normalmente, um banco de dados relacional como o
para que você e outros usuários possam ler e gravar o
do Access tem várias tabelas relacionadas. Em um ban-
banco de dados.
co de dados bem projetado, cada tabela armazena dados USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
Clique na seta ao lado do botão Abrir e clique em Abrir
sobre um determinado assunto, como funcionários ou
como somente leitura para abrir o banco de dados para
produtos. Uma tabela tem registros (linhas) e campos (co-
acesso somente leitura para que você pode ver mas não
lunas). Os campos têm diferentes tipos de dados, como
editá-lo. Outros usuários ainda podem ler e gravar no
banco de dados. texto, números, datas e hiperlinks.
Clique na seta ao lado do botão Abrir e clique em Abrir
exclusivo para abrir o banco de dados usando acesso ex-
clusivo. Quando você tiver um banco de dados aberto
com acesso exclusivo, qualquer pessoa que tenta abrir o
banco de dados recebe uma mensagem de “arquivo já
em uso”.
Clique na seta ao lado do botão Abrir e clique em Abrir
exclusivo como somente leitura para abrir o banco de da- Um registro: contém dados específicos, como informa-
dos para acesso somente leitura. Outros usuários ainda ções sobre um determinado funcionário ou produto.
podem abrir o banco de dados, mas eles são limitados ao Um campo: contém dados sobre um aspecto do as-
modo somente leitura. sunto da tabela, como nome ou endereço de email.
Observação:  Você pode abrir um arquivo de dados Um valor de campo: cada registro possui um valor de
diretamente em um formato de arquivo externo, como campo. Por exemplo, Contoso, Ltd. ou alguem@exemplo.
dBASE, Microsoft Exchange ou do Excel. Você também com.

55
Propriedades de tabela e de campo guida, cria uma relação entre as duas chaves. Ao adicio-
As características e comportamento das tabelas e nar um registro à tabela Pedidos, você usa um valor para
campos são definidos e controlados pelas propriedades. a identificação do cliente que é proveniente da tabela
As propriedades de uma tabela são definidas na folha de Clientes. Sempre que desejar visualizar qualquer infor-
propriedades dessa tabela. Por exemplo, você pode definir mação sobre o cliente de um pedido, você usará a rela-
a propriedade Modo de Exibição Padrão para especificar ção para identificar quais dados da tabela Clientes cor-
como a tabela é exibida por padrão. A propriedade de um respondem a quais registros na tabela Pedidos.
campo define um aspecto de seu comportamento. Você
também pode definir as propriedades do campo no modo
Design, usando o painel  Propriedades do Campo. Todo
campo tem um tipo de dados que define o tipo de infor-
mação armazenado no campo. Por exemplo, várias linhas
de texto ou moeda são tipos de dados.

Relações de tabelas
Embora cada tabela de um banco de dados armaze-
ne dados sobre um assunto específico, as tabelas em um
banco de dados relacional como o Access armazenam da-
dos sobre assuntos relacionados. Por exemplo, um banco
de dados pode conter:
Uma tabela de clientes que lista os clientes da empresa
e seus respectivos endereços.
Uma chave primária é identificada pelo ícone de cha-
Uma tabela de produtos que lista os produtos que
ve ao lado do nome do campo.
você comercializa, incluindo os preços e as imagens de
Uma chave estrangeira — observe a ausência do íco-
cada item.
ne de chave.
Uma tabela de pedidos que controla os pedidos dos
clientes.
Para conectar dados armazenados em tabelas dife- Vantagens de usar relações
rentes, você cria relações. Uma relação é uma conexão Estas são as vantagens de manter os dados separados
lógica entre duas tabelas que têm um campo comum. em tabelas relacionadas:
- Consistência: Como cada item de dados é registrado
Chaves apenas uma vez em uma tabela, há menos oportu-
Os campos que fazem parte de uma relação de tabe- nidades de gerar ambiguidade ou inconsistência.
las são chamados de chaves. Normalmente, uma chave Por exemplo, você armazena o nome de um cliente
consiste em um campo, mas pode ter mais de um. Exis- apenas uma vez em uma tabela sobre clientes, em
tem dois tipos de chave: vez de armazená-lo de forma repetida (e possivel-
- Chave primária: uma tabela só pode ter uma chave mente, inconsistente) em uma tabela que conte-
primária. A chave primária consiste em um ou mais nha dados do pedido.
campos que identificam de forma exclusiva cada - Eficiência: O registro de dados em um único lugar
registro armazenado na tabela. O Access fornece significa menos espaço em disco utilizado. Além
automaticamente um número de identificação ex- disso, tabelas menores tendem a fornecer dados
clusivo, chamado de número de identificação, que mais rapidamente do que as maiores. Por fim, se
serve como chave primária. você não usar tabelas separadas para assuntos
- Chave estrangeira: uma tabela também pode ter separados, introduzirá valores nulos (ausência de
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

uma ou mais chaves estrangeiras. Uma chave es- dados) e redundância em suas tabelas, o que pode
trangeira contém valores que correspondem a va- desperdiçar espaço e prejudicar o desempenho.
lores na chave primária de outra tabela. Por exem- - Compreensibilidade: O design de um banco de da-
plo, você pode ter uma tabela Pedidos na qual dos ficará mais fácil de entender se os assuntos es-
cada pedido tem um número de identificação do tiverem devidamente separados em tabelas.
cliente que corresponde a um registro em uma ta-
bela Clientes. O campo de identificação do cliente
Adicionar uma tabela em um banco de dados da
é uma chave estrangeira da tabela Pedidos.
área de trabalho do Access
Crie uma nova tabela se você tiver uma nova fonte
A correspondência de valores entre campos de cha-
de dados que não pertence a nenhuma das suas tabelas
ve forma a base de uma relação de tabelas. A relação
de tabelas é usada para combinar os dados das tabelas existentes. Há diversas opções para adicionar uma ta-
relacionadas. Por exemplo, suponhamos que você tenha bela ao seu banco de dados do Access, como criar um
uma tabela Clientes e uma tabela Pedidos. Na primeira, novo banco de dados, inserir uma tabela em um banco
cada registro é identificado pelo campo de chave primá- de dados existente ou importar ou vincular a uma tabela
ria, o ID. de outra fonte de dados, como uma pasta de trabalho
Para associar cada pedido a um cliente, você adicio- do Microsoft Excel, um documento do Microsoft Word,
na um campo de chave estrangeira à tabela Pedidos que um arquivo de texto, um serviço Web ou outro banco
corresponda ao campo ID da tabela Clientes e, em se- de dados. Quando você cria um novo banco de dados

56
em branco, uma nova tabela vazia é inserida automatica- banco de dados do Access e depois vinculá-lo ao banco
mente. Você pode então inserir os dados na tabela para de dados do Excel. Para obter mais informações sobre
começar a definir os campos. como vincular ao Access a partir do Excel, pesquise a Aju-
da do Excel
Criar uma nova tabela em um novo banco de da- Criar uma nova tabela importando ou vinculando a
dos da área de trabalho dados externos
Em  Arquivo, clique em  Novo  >  Banco de dados do Na guia Dados Externos, no grupo Importar e Vincu-
desktop em branco. lar, clique em uma das fontes de dados disponíveis.
Na caixa Nome do Arquivo, digite um nome de arqui- Siga as instruções nas caixas de diálogo exibidas em
vo para o novo banco de dados. cada etapa.
Para salvar o banco de dados em um local diferente, O Access cria a nova tabela e a exibe no Painel de
clique no ícone de pasta. Navegação.
Clique em Criar. Dica: Você também pode importar ou vincular a uma
O novo banco de dados é aberto com uma nova ta- lista do SharePoint.
bela chamada Tabela1; renomeie a tabela de acordo com
o tipo de dados que ela armazena. Usar um serviço Web para criar uma tabela
Criar uma nova tabela em um banco de dados exis- Você pode criar uma tabela no banco de dados capaz
tente de estabelecer conexão com dados em um site que for-
Clique em Arquivo > Abrire clique no banco de da- neça uma interface com um serviço Web.
dos, se ele estiver listado em Recentes. Caso contrário, Observação: As tabelas de serviço Web são somente
selecione uma das opções de navegação para localizar o leitura.
banco de dados. Na guia Dados Externos, no grupo Importar e Vincu-
Em Criar, clique em Tabela. lar, clique em Mais e clique em Serviços de Dados.
Uma nova tabela é adicionada e aberta no modo Fo- Se a conexão que você deseja usar já tiver sido insta-
lha de Dados. lada, vá para a etapa 5. Caso contrário, continue na pró-
xima etapa.
Dados externos Clique em Instalar nova conexão.
Você pode criar um vínculo com uma variedade de Selecione o arquivo de conexão que deseja usar e cli-
fontes de dados externas, como outros bancos de dados, que em OK.
arquivos de texto e pastas de trabalho do Excel. Duran- Na caixa de diálogo Criar Link para Dados de Serviço
te a vinculação a dados externos, o Access pode usar o Web, expanda a conexão desejada.
vínculo como se fosse uma tabela. Dependendo da fonte Selecione a tabela à qual você deseja vincular. O Ac-
de dados externa e do modo como o vínculo é criado, é cess exibirá os campos à direita da caixa de diálogo.
possível editar os dados na tabela vinculada e criar rela- Também há a opção de digitar um nome para a tabela
ções que a envolvam. Entretanto, não é possível alterar o vinculada na caixa Especificar o nome do vínculo. O Ac-
design dos dados externos usando o vínculo. cess usará esse nome para a tabela vinculada no Painel
Importar ou vincular para criar uma tabela de Navegação.
Você pode criar uma tabela importando ou vincu- Clique em OK. O Access criará a tabela vinculada.
lando a dados armazenados em outro lugar. Você pode
importar ou vincular a dados em uma planilha do Excel, Definir propriedades da tabela em um banco de
uma lista do Windows SharePoint Services, um arquivo dados da área de trabalho
XML, outro banco de dados do Access, uma pasta do Mi- É possível definir propriedades que se apliquem a
crosoft Outlook etc. toda uma tabela ou a registros inteiros.
Selecione a tabela cujas propriedades você deseja de-
Ao importar dados, você cria uma cópia deles em USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
uma nova tabela no banco de dados atual. Qualquer al- finir.
teração subsequente nos dados de origem não afetará Na guia Página Inicial, no grupo Modos de Exibição,
os dados importados, e vice-versa. Depois de se conectar clique em Modo de Exibição e depois em Modo Design.
a uma fonte de dados e importar os dados, você poderá Na guia Design, no grupo Mostrar/Ocultar, clique em
usar os dados importados sem a conexão com a fonte. É Folha de Propriedades.
possível alterar o design de uma tabela importada.
Ao criar um vínculo com os dados, você gera uma
tabela vinculada no banco de dados atual que representa
um link dinâmico com as informações já existentes arma-
zenadas em outro lugar. Quando você altera os dados em
uma tabela vinculada, está modificando esses dados na
fonte. Sempre que isso ocorre, essa alteração é mostrada
na tabela vinculada. Você deve ser capaz de se conectar
à fonte de dados sempre que usar uma tabela vinculada.
Não é possível alterar o design de uma tabela vinculada. Use esta propriedade da tabela: Para
Observação:  Você não pode editar dados em uma Exibir Modos de Exibição no Site do Share Point: Es-
planilha do Excel usando uma tabela vinculada. Uma so- pecificar se os modos de exibição baseados na tabela po-
lução alternativa é importar os dados de origem para um derão ser exibidos em um site do Share Point.

57
Observação: Os efeitos desta configuração depen- Adicionar um campo a uma tabela em um banco
dem da configuração da propriedade de banco de dados de dados da área de trabalho do Access
Exibir Todos os Modos de Exibição no Site do Share Point. Armazene cada parte de dados que deseja controlar
Sub folha de dados expandida: Expandir todas as sub em um campo. Por exemplo, em uma tabela de contatos,
folhas de dados quando você abrir a tabela. crie campos para Sobrenome, Nome, Número de Telefo-
Altura da sub folha de dados: Siga um desses proce- ne e Endereço. Em uma tabela de produtos, crie campos
dimentos: para Nome do Produto, Identificação do Produto e Preço.
Se você desejar que a janela da sub folha de dados Antes de criar os campos, tente separar os dados em
seja expandida para exibir todas as linhas, deixe esta pro- partes úteis menores. É muito mais fácil combinar dados
priedade definida como 0”. mais tarde do que separá-los. Por exemplo, em vez de
Caso queira controlar a altura da sub folha de dados, um campo Nome Completo, considere a possibilidade
insira a altura desejada em centímetros. de criar campos separados para Sobrenome e Nome.
Orientação: Definir a orientação da exibição, de acor- Depois, você poderá pesquisar ou classificar por Nome,
do com o fato de o seu idioma ser lido da esquerda para Sobrenome ou ambos. Se você planeja relatar, classificar,
a direita ou da direita para a esquerda. pesquisar ou calcular um item de dados, coloque-o em
Descrição: Fornecer uma descrição da tabela. Essa um campo sozinho.
descrição aparecerá nas dicas de ferramenta referentes Depois de criar um campo, você também pode definir
à tabela. as propriedades dele para controlar sua aparência e seu
Modo padrão: Definir Folha de Dados, Tabela Dinâ- comportamento.
mica ou Gráfico Dinâmico como o modo padrão quando Você pode criar um novo campo no Access inserindo
você abrir a tabela. dados em uma nova coluna no modo Folha de Dados.
Regra de validação: Inserir uma expressão que seja Quando você cria um campo inserindo dados no modo
verdadeira sempre que você adicionar ou alterar um re- Folha de Dados, o Access automaticamente atribui um
gistro. tipo de dados para o campo, com base no valor inserido.
Texto de validação: Inserir uma mensagem que seja
Caso nenhum outro tipo de dados esteja implícito pelo
exibida quando um registro violar a expressão na pro-
que você inseriu, o Access definirá o tipo de dados como
priedade Regra de Validação.
Texto, mas você poderá alterá-lo
Filtro: Definir critérios para exibir apenas as linhas cor-
respondentes no modo Folha de Dados.
Adicionar um campo inserindo dados
Classificado por: Selecionar um ou mais campos para
Quando você cria uma nova tabela ou abre uma já
especificar a ordem de classificação padrão das linhas no
existente no modo Folha de Dados, pode adicionar um
modo Folha de Dados.
Nome da subfolha de dados: Especificar se uma sub- campo à tabela inserindo dados na coluna Adicionar
folha de dados deve ser exibida no modo Folha de Da- Novo Campo da folha de dados.
dos, e se dever, qual tabela ou consulta deve fornecer as
linhas na subfolha de dados.
Vincular campos filho: Listar os campos na tabela ou
consulta que são usados para a subfolha de dados cor-
respondente à propriedade Vincular Campos Mestre es-
pecificada para a tabela.
Vincular campos mestres: Listar os campos na tabela
que correspondem à propriedade Vincular Campos Filho
especificada para a tabela.
Filtrar ao Carregar: Aplicar automaticamente o critério 1. Insira dados na coluna Adicionar Novo Campo em
branco.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

de filtragem à propriedade Filtrar(definindo como Sim)


quando a tabela for aberta no modo Folha de Dados. Para adicionar um novo campo:
Ordenar ao Carregar: Aplicar automaticamente o cri- Crie ou abra uma tabela no modo Folha de Dados.
tério de classificação à propriedade Classificar por (defi- Na coluna Adicionar Novo Campo, insira o nome do
nindo como Sim) quando a tabela for aberta no modo campo que você deseja criar. Use um nome descritivo,
Folha de Dados. Na folha de propriedades, clique na para que o campo seja identificado mais facilmente.
guia Geral. Insira dados no novo campo.
Clique na caixa à esquerda da propriedade que você
deseja definir e insira uma configuração para a proprie- Definir as propriedades de um campo
dade. Para ver uma lista das propriedades da tabela, cli- Depois de criar um campo, você pode definir as pro-
que em Propriedades de Tabela Disponíveis. priedades dele para controlar sua aparência e seu com-
Pressione Ctrl+S para salvar as suas alterações. portamento.
Dica:  A fim de fornecer mais espaço para editar ou Definindo as propriedades do campo, é possível, por
inserir uma configuração na caixa da propriedade, pres- exemplo:
sione Shift+F2 para exibir a caixa Zoom. Se você estiver Controlar a aparência dos dados em um campo
definindo a propriedade Regra de Validação como uma Ajudar a impedir a entrada de dados incorretos em
expressão e desejar ajuda para fazer isso, clique em   ao um campo
lado da caixa de propriedade  Regra De Validação  para Especificar valores padrão para um campo
exibir o Construtor de Expressões.

58
Ajudar a agilizar a pesquisa e a classificação em um
campo
Você pode definir algumas das propriedades de cam-
po disponíveis enquanto trabalha no modo Folha de
Dados. Porém, para ter acesso à lista completa de pro-
priedades de campo e defini-las, é preciso usar o modo
Design.
Definir propriedades de campo no modo Folha de Alterar o formato de um campo
Dados Além de determinar o tipo de dados de um novo
Você pode renomear um campo, alterar seu tipo de campo, o Access poderá também definir a proprieda-
dados, alterar sua propriedade Formato e alterar algu- de Formato do campo, dependendo do que você inserir.
mas das outras propriedades de um campo enquanto Por exemplo, se você digitar 10h50, o Access definirá o
trabalha no modo Folha de Dados. tipo de dados como Data/Hora e a propriedade Forma-
Para abrir uma tabela no modo Folha de Dados:    No to como Hora Normal. Para alterar manualmente a pro-
Painel de Navegação, clique com o botão direito do priedade Formato de um campo, faça o seguinte:
mouse na tabela e clique em Modo Folha de Dados no Na Faixa de Opções, clique na guia Folha de Dados.
menu de atalho. Na lista Formato, no grupo Tipo de Dados e Formata-
Para renomear um campo: Quando você adiciona ção, insira o formato desejado.
um campo inserindo dados no modo Folha de Dados, Observação: A lista Formato pode não estar disponí-
o Access atribui automaticamente o nome Campo1 ao vel para alguns campos (por exemplo, Texto), dependen-
primeiro novo campo, Campo2 ao segundo novo campo do do tipo de dados do campo.
e assim por diante. Por padrão, o nome de um campo é Definir outras propriedades de campo
usado como rótulo onde quer que o campo seja exibi- No modo Folha de Dados, clique no campo para o
do, como um título de coluna em uma folha de dados. A qual deseja definir a propriedade.
Na guia Folha de Dados, no grupo Tipo de Dados e
renomeação dos campos para que tenham nomes mais
Formatação, selecione as propriedades desejadas.
descritivos contribui para facilitar seu uso quando você
exibe ou edita os registros.
Clique com o botão direito do mouse no título do
campo que deseja renomear (por exemplo, Campo1).
No menu de atalho, clique em Renomear Coluna.
Insira o novo nome no título do campo.
Os nomes dos campos podem ser compostos de até
64 caracteres (letras ou números), incluindo os espaços.
Definir propriedades do campo
Alterar o tipo de dados de um campo Você pode definir uma propriedade do campo abrin-
Quando você cria um campo inserindo dados no do a tabela no modo Design.
modo Folha de Dados, o Access examina esses dados Para abrir uma tabela no modo Design   : No Painel
para determinar o tipo de dados apropriado para o cam- de Navegação, clique com o botão direito do mouse na
po. Por exemplo, se você inserir 1/1/2006, o Access reco- tabela e clique em Modo Design no menu de atalho.
nhece os dados como data e define o tipo de dados para Para alterar o tipo de dados de um campo   : Localize
o campo como Data/Hora. Se o Access não conseguir o nome do campo para o qual você deseja definir o tipo
determinar o tipo de dados, por padrão ele será definido de dados, clique no campo Tipo de Dados e escolha um
como Texto. tipo de dados da lista.
O tipo de dados do campo determina que outras pro- Para definir outras propriedades do campo   : Na gra- USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
priedades de campo podem ser definidas. Por exemplo, de de design da tabela, selecione o campo para o qual
você pode definir apenas a propriedade Acrescentar So- você deseja definir propriedades. No painel Propriedades
mente para um campo que tenha o tipo de dados Hiper- do Campo, insira as configurações desejadas para cada
link ou Memorando. propriedade. Pressione CTRL+S para salvar as alterações.
Pode haver casos em que você queira alterar ma- Observação: As propriedades que podem ser defini-
nualmente o tipo de dados de um campo. Por exemplo, das dependem do tipo de dados do campo.
suponhamos que você tenha números de quarto que
se parecem com datas, como 10/2001. Se você digi- Salvar uma tabela
tar 10/2001 em um novo campo no modo Folha de Da- Depois de criar ou modificar uma tabela, em um ban-
dos, o recurso de detecção automática de tipo de dados co de dados da área de trabalho você deve salvar seu
selecionará o tipo Data/Hora para o campo. Como nú- design. Ao salvar uma tabela pela primeira vez, dê a ela
meros de quarto são rótulos, e não datas, eles deverão um nome que descreva os dados que ela contém. Você
usar o tipo de dados Texto. Use o procedimento a seguir pode usar até 64 caracteres alfanuméricos, incluindo es-
para alterar o tipo de dados de um campo. paços. Por exemplo, você pode nomear uma tabela como
Clique na guia Folha de Dados. Clientes, Inventário de peças ou Produtos.
Na lista  Tipo de Dados, no grupo  Tipo de Dados e O Access oferece a você uma ampla flexibilidade em
Formatação, selecione o tipo de dados desejado. relação a como nomear suas tabelas; no entanto, há al-
gumas restrições que você deve ter em mente. O nome

59
de uma tabela pode ter até 64 caracteres e pode con- Revisar dados de campos selecionados
ter qualquer combinação de letras, números, espaços e Por exemplo, se o banco de dados tiver uma tabela
caracteres especiais, exceto um ponto (.), ponto de ex- com muitas informações sobre produtos e você desejar
clamação (!), colchetes ([]), espaço à esquerda, sinal de revisar uma lista de produtos e seus preços, veja como
igual à esquerda (=) ou caracteres não imprimíveis como você criaria uma consulta seleção para retornar apenas os
retorno de carro. O nome também não pode conter ne- nomes de produtos e os respectivos preços:
nhum dos seguintes caracteres:` / \ : ; * ? “ ‘ < > | # <TAB> Abra o banco de dados e, na guia Criar, clique em De-
{ } % ~ &. sign da Consulta.
Dica:  Você deve decidir sobre uma convenção de Na caixa Mostrar Tabela, na guia Tabelas, clique duas
nomenclatura para os objetos no seu banco de dados e vezes na tabela Produtos e feche a caixa de diálogo.
usá-la de forma consistente. Na tabela Produtos, vamos supor que você tenha os
Clique em Salvar na Barra de Ferramentas de Acesso campos Nome do Produto e Preço de Lista. Clique duas
Rápido ou pressione Ctrl+S. vezes em Nome do Produto e em Preço de Lista para adi-
Se você estiver salvando a tabela pela primeira vez, cionar esses campos à consulta grade de design.
digite um nome para a tabela e clique em OK. Na guia Design, clique em Executar. A consulta é exe-
cutada e exibe uma lista de produtos e seus preços.
Introdução às consultas
As consultas ajudam a exibir, adicionar, alterar ou ex- Criar um formulário no Access
cluir dados de seu banco de dados do Access. Alguns Os formulários no Access são como mostruários em
outros motivos para usar consultas seriam: uma loja, que facilitam a visualização ou a obtenção dos
Localizar dados específicos rapidamente filtrando por itens desejados. Como os formulários são objetos por
critérios específicos (condições) meio dos quais você ou outras pessoas podem adicionar,
Calcular ou resumir dados editar ou exibir os dados armazenados no seu banco de
Automatizar tarefas de gerenciamento de dados, dados da área de trabalho do Access, o design do for-
como revisar os dados mais atualizados de forma recor- mulário é importante. Se o seu banco de dados da área
rente. de trabalho do Access vai ser usado por vários usuários,
Observação: Se desejar experimentar as consultas dos formulários bem projetados são essenciais para garantir
exemplos, use um banco de dados de desktop do Access. a eficiência e a precisão na entrada dos dados.
Há diversas maneiras de criar um formulário em um
As consultas ajudam a encontrar e a trabalhar com banco de dados da área de trabalho do Access. Este arti-
seus dados go apresenta algumas maneiras comuns.
Em um banco de dados bem estruturado, os dados Observação: As informações deste artigo não se apli-
que você deseja apresentar por meio de um formulário cam a bancos de dados da Web ou a aplicativos Web do
ou relatório geralmente estão localizados em diversas ta- Access.
belas. Uma consulta pode puxar as informações de vá-
rias tabelas e montá-las para exibição no formulário ou Criar um formulário de uma tabela ou consulta
relatório. Uma consulta pode ser uma solicitação de re- existente no Access
sultados de dados de seu banco de dados ou de ações Para criar um formulário a partir de uma tabela ou
com os dados, ou dos dois. Uma consulta pode fornecer consulta em seu banco de dados, no Painel de Navega-
a resposta de uma pergunta simples, executar cálculos, ção, clique na tabela ou consulta que contém os dados
combinar dados de tabelas diferentes, adicionar, alterar para seu formulário e, na guia Criar, clique em Formulário.
ou excluir dados de uma tabela. Por serem tão versáteis, O Access cria um formulário e o exibe no modo La-
há muitos tipos de consultas, e você pode criar um tipo de yout. Você pode fazer alterações no design, como ajustar
consulta com base na tarefa. o tamanho das caixas de texto para ajustar os dados, se
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

necessário. Para obter mais informações, consulte o arti-


Principais tipos de consulta / Uso go sobre o uso da ferramenta de formulário.
- Seleção / Recuperar dados de uma tabela ou fazer
cálculos. Criar um formulário em branco no Access
- Ação / Adicionar, alterar ou excluir dados. Cada ta- Para criar um formulário sem controles ou elemen-
refa tem um tipo específico de consulta ação. As tos pré-formatados: na guia Criar, clique em Formulário
consultas ação não estão disponíveis nos Access em Branco. O Access abre um formulário em branco no
Web Apps. modo de exibição de Layout e exibe o painel Lista de
Campos.
Criar uma consulta seleção No painel Lista de Campos, clique no sinal de adição
Se você quiser revisar dados de apenas determinados (+) ao lado da tabela ou tabelas contendo os campos
campos em uma tabela, ou revisar dados de várias tabelas que você deseja ver no formulário.
simultaneamente ou talvez ver apenas os dados com base Para adicionar um campo ao formulário, clique duas
em determinados critérios, um tipo de consulta seleção vezes no campo ou arraste-o para o formulário. Para adi-
seria sua escolha. Para obter mais informações, consulte cionar diversos campos de uma vez, mantenha a tecla
criar uma consulta seleção simples. Ctrl pressionada e clique em diversos campos; em segui-
da, arraste-os para o formulário ao mesmo tempo.

60
Observação: A ordem das tabelas no painel Lista de 2. (DPE-RS – TÉCNICO – INFORMÁTICA – FCC –
Campos pode ser alterada, dependendo de qual parte 2017) Um Técnico que utiliza o Google Chrome deseja
do formulário está selecionada no momento. Se não for escolher configurações para melhorar sua experiência
possível adicionar um campo, tente selecionar uma parte de navegação usando serviços da web, como as listadas
diferente do formulário e, em seguida, tente adicionar o abaixo.
campo novamente.
Use as ferramentas do grupo Controles na guia Fer- A. Ativar ou desativar o preenchimento automático de
ramentas de Layout de Formulário para adicionar um lo- formulários.
gotipo, título, números de página ou a data e hora ao B. Permitir ou negar o acesso remoto ao computador.
formulário. C. Limpar dados de navegação (histórico, cookies, cache
Se desejar adicionar uma maior variedade de contro- etc.).
les ao formulário, clique em Design e use as ferramentas D. Gerenciar o modo de navegação anônima.
no grupo Controles. E. Gerenciar senhas.
F. Gerenciar configurações e certificados HTTPS/SSL.
Fonte: G. Ativar ou desativar a proteção contra sites perigosos.
https://www.impacta.com.br/blog/2015/11/11/co- H. Definir a pasta onde os downloads serão salvos.
nheca-o-microsoft-access-e-suas-funcoes/ I. Ativar ou desativar a extensão do antivírus embutida
https://support.office.com/pt-br/article/introdu%- no navegador.
C3%A7%C3%A3o-a-tabelas-78ff21ea-2f76-4fb0-8af-
6-c318d1ee0ea7 Para isso, clicou na ferramenta Personalizar e controlar
https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/banco_ o Google Chrome, na opção Configurações e, na parte
access_2013_basint_degusta.pdf inferior da página, clicou em Avançado. A partir disto, es-
tarão disponíveis as opções para o Técnico realizar o que
está descrito em
a) A, C, E, F, G, H.
EXERCÍCIOS COMENTADOS b) C, D, G, H, I.
c) A, B, D, E, F, I.
1. (DPE-AM – ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSO- d) B, C, F, G, I.
RIA – ASSISTENTE TÉCNICO DE SUPORTE – FCC – e) A, C, D, E, G, H.
2018) Nos computadores podem ser encontrados diver-
sos tipos de unidades de armazenamento de dados, que Resposta: Letra A.Ao abrirmos a aba avançado, sur-
podem ser classificadas em função de suas característi- gem os seguintes menus de controle:
cas. São unidades classificadas como terciárias: Privacidade e Segurança (letra C, F e G)
Redefinir
a) Cache, EPROM. Acessibilidade
b) CD, Blu-ray. Sistema
c) Disco rígido, ROM. Imprimir
d) Fita magnética, ROM. Downloads (Letra H)
e) Pen drive, RAM. Idioma
Senhas e formulários (Letra A e E)
Resposta: Letra B. Às vezes faz-se uma diferen- Assim:
ça entre memória secundária e memória terciária. A A. Ativar ou desativar o preenchimento automático de
memória secundária não necessita de operações de formulários.
montagem (inserção de uma mídia ou média em um C. Limpar dados de navegação (histórico, cookies, ca- USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
dispositivo de leitura/gravação) para acessar os dados, che etc.).
como discos rígidos; a memória terciária depende das E. Gerenciar senhas.
operações de montagem, como discos ópticos e fitas F. Gerenciar configurações e certificados HTTPS/SSL.
magnéticas, entre outros. G. Ativar ou desativar a proteção contra sites perigo-
No nível seguinte podemos citar discos de leitura ótica sos.
e unidades de fita (as ditas memórias terciárias). Discos H. Definir a pasta onde os downloads serão salvos.
óticos são muito utilizados para guardar programas e
como backup de arquivos pessoais. O CD (Compact 3. (DPE-RS – TÉCNICO – LOGÍSTICA – FCC – 2017)
disk), em suas diversas versões, é capaz de armaze- Para transpor dados de linhas para colunas em planilha
nar 700MB, o DVD (Digital Video Disk) armazena até editada no MS-Excel, deve-se: Selecionar o intervalo de
4.7GB (8.5GB na versão “dual layer”) e o Blu-ray é ca- dados que deseja reorganizar, incluindo todos os rótulos
paz de armazenar até 50GB. As fitas magnéticas são de linha ou coluna, pressionar [Ctrl + C] e clicar
dispositivos de acesso sequencial. As antigas DAT tem
sido substituídas pelas modernas fitas Ultrium LTO (Li- a) em Layout da Página e escolha opção de planilha.
near Tape Open) que, em sua 5ª geração, são capazes b) em Inserir e escolha segmentação de Dados.
de armazenar 1.5TB e realizar leitura a uma velocidade c) com o botão direito do mouse na primeira célula onde
máxima de 140MB/s. deseja colar os dados e escolha Transpor.
d) em Página Inicial e escolha Formatação Condicional.

61
e) em Dados e escolha Texto para Colunas. Acesso à distância

RESPOSTA: Letra C. Transpor dados (girar) de linhas Acesso à distância ou acesso remoto consiste em per-
para colunas ou vice-versa. mitir que se controle um computador à distância desde
Se você tiver uma planilha com dados nas colunas e que o mesmo esteja conectado à INTERNET. Com isso
quiser girar para reorganizá-la em linhas, use o recurso pode-se visualizar a área de trabalho desse computador
Transpor. Ele permite alternar rapidamente os dados e controlá-lo como se estivesse sentado nele.
de colunas para linhas ou vice-versa. Com o surgimento da INTERNET e do crescimento
das redes de computadores, o conceito de longe e perto
é reduzido a quase um detalhe e não mais a uma dificul-
NAVEGADORES WEB (GOOGLE CHROME E dade. Conseguimos comunicar com qualquer parte do
INTERNET EXPLORER) mundo.
Mas e quando um problema acontece? Ainda temos
que nos deslocar até o local para resolver, ou seja, a dis-
tância volta a ser uma dificuldade.
“Prezado Candidato, o conteúdo foi abordado na ín- E se pudéssemos controlar um computador à distân-
tegra em: Aplicativos e uso de ferramentas na internet cia como se estivéssemos sentado à frente dele, mas sem
e(ou) intranet” a necessidade de sair do lugar ?.
É exatamente isso que o acesso remoto nos permite
fazer. Mas para que isso funcione são necessários algu-
mas configurações e que o computador esteja acessível,
COMPUTAÇÃO NAS NUVENS: ACESSO ou seja, o computador deve estar conectado à uma rede
A DISTÂNCIA E TRANSFERÊNCIA DE sendo essa rede a INTERNET ou uma REDE LOCAL.
INFORMAÇÃO O acesso remoto permite a resolução de vários pro-
blemas do cotidiano na área de suporte em TI, desde que
o problema não esteja relacionado com a conectividade
Computação na nuvem (cloud computing) do computador, uma vez que para controlar um com-
putador remotamente deve-se garantir que ele esteja
Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela acessível.
internet, o usuário está utilizando o conceito de compu- Por que utilizar Acesso Remoto
tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli- • Algumas situações onde o AR pode ajudar:
cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar – Atualização de softwares e sistemas;
diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que – Configurações de programas e sistemas;
os dados não se encontram em um computador específi- – Correções de erros esporádicos ( aleatórios)
co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o • Situações onde o AR não pode ajudar:
Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo por- – Problemas que impedem o acesso a INTERNET ou a
ta aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas rede local, ou seja, sem conectividade
como o One Drive. É fato que a simplicidade de controle da área de tra-
Uma vez devidamente conectado ao serviço online, balho remota pode facilitar muito a sua vida. Você pode
é possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra- salvar arquivos que seriam muito grandes para enviar
balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer por email ou até mesmo acessar coisas importantes que
lugar — é justamente por isso que o seu computador ninguém pode enviar para você no computador de casa,
estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati- além de ajudar a solucionar um problema de outro com-
vos a partir de qualquer computador que tenha acesso putador.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

à internet. Vale lembrar, porém, que a conexão entre os dois


computadores depende da velocidade com a qual eles
estão conectados à rede. Você pode acessar rapidamente
#FicaDica a área de trabalho do outro computador, mas quase to-
dos os programas de acesso remoto possuem uma inter-
Basta pensar que, a partir de uma conexão face pesada, o que torna tarefas simples um pouco mais
com a internet, você pode acessar um ser- lentas que o usual.
vidor capaz de executar o aplicativo deseja-
do, que pode ser desde um processador de Acesso Remoto
textos até mesmo um jogo ou um pesado Existe uma série de aplicativos voltados para o acesso
editor de vídeos. Enquanto os servidores remoto de computadores, alguns para redes privadas e
executam um programa ou acessam uma outros para redes públicas, ou seja, a Internet. Ao acessar
determinada informação, o seu computador a Internet, como você já deve imaginar, você pode cor-
precisa apenas do monitor e dos periféricos rer riscos de ter sua conexão interceptada por terceiros.
para que você interaja. Então recomendamos o uso de softwares diferentes caso
você queira acessar computadores na Internet ou dentro
da rede.

62
Características importantes dores. Pelo fato destes computadores não serem o seu
• Alguns fatores importantes devem ser observados computador local - aquele que está em seu trabalho, seu
para a escolha de uma solução em acesso remoto, são quarto ou em um laboratório de sua universidade, é que
alguns deles: os chamamos de remoto, indicando que estão em algum
– Facilidade de uso outro ponto remoto da Rede.
– Facilidade de configuração Quem até hoje em sua vida só viu micros PCs Windows
– Requisitos de Segurança ou Macs, não deve esqueçer que a Rede Mãe é uma gran-
de coleção de computadores de todos os tipos. Cada qual
Facilidade de uso com suas particularidades e, portanto, com características
• Considere facilidade de uso, as características a res- diferentes. Logo, um servidor remoto pode ser qualquer
peito dos seguintes requisitos: tipo de computador, basta que nele exista um programa
– interface do programa: intuitiva, suporte a vários que o caracterize como servidor de alguma coisa, por
idiomas, etc; exemplo, FTP.
– Interoperabilidade: compatibilidade com várias pla- O que é um servidor de FTP? É um computador que
taformas (Windows, Linux, Mac, iPhoneOS, etc) roda um programa que chamamos de servidor de FTP e,
– capacidade de adaptação do sistema aos vários ti- portanto, é capaz de se comunicar com outro computador
pos de ambientes de rede: rede locais ou NAT ( pc’s atrás na Rede que o esteja acessando através de um cliente FTP.
de um firewall)
Mas afinal de contas: o que é um servidor? E um
Facilidade de Configuração cliente?
• Considere facilidade de configuração, os aspectos Como tudo na Internet gira em torna do que chama-
relativos a: mos de arquitetura cliente-servidor, quando você instala
– Instalação do software cliente: necessidade ou não um programa que seja alguma aplicação para Internet,
de instalação de softwares para acessar ou visualizar um você obrigatoriamente estará instalando uma aplicação
computador remoto cliente ou uma aplicação servidor.
– Configuração do software servidor: grau de comple- Chamamos de cliente porque a aplicação se comu-
xidade de configuração do computador a ser acessado nica através de solicitações de serviço. Por outro lado,
– Necessidade de adaptação: funcionamento ‘plug- podemos entender uma aplicação servidora como quem
-n-play’ ou necessita de regras avanças em firewalls para atenderá a estas solicitações e prestará o serviço adequa-
acesso ou de redirecionamento de portas. do. Por exemplo: quando você instala o browser Mozilla
Firefox em seu computador, você está instalando o lado
Requisitos de Segurança cliente da arquitetura. Completando esta arquitetura,
• Considere os requisitos de segurança, aspectos como: existe, em algum outro ponto da Rede, um computador
– Criptografia dos dados: garante segurança sobre as que tem instalada e executando a parte servidora.
informações trafegadas entre os computadores Deste modo, ao se conectar à Internet, você pode es-
– Autenticação: garante uma forma de segurança perar que a parte servidora esteja sempre disponível e se
quanto ao acesso ao computador remoto, exigindo por encontre em um endereço bem conhecido. Caso contrá-
exemplo um código de acesso, usuário e senha local do rio, a parte cliente não saberá encontrar o servidor.
computador Mirrors, por que eles existem? A cada dia a Internet
– Regras de prevenção de ataques: Mecanismos para ganha uma dimensão tão grande, que muitas vezes é in-
restringir o acesso ao computador remoto. teressante replicar as informações em diversos computa-
Fonte: minicurso SENAC acesso a distância, por Mar- dores ao redor do mundo de modo que a performance
celino g Macedo do acesso a estas informações seja melhorada pela pro-
ximidade de um mirror (espelho), que é um computador
que espelha o conteúdo de um outro.
Transferência de Arquivos USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
FTP - Protocolo de Transferência de Arquivos FTP (abre- Um bom exemplo é o site http://www.tucows.com a
viação para File Transfer Protocol - Protocolo de Transfe- quantidade de acessos a esse site é tão grande que eles
rência de Arquivos) é uma das mais antigas formas de in- espalharam “espelhos” por todo mundo. Mas o que se
teração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber ganha com isto? Velocidade ao realizar uma transferên-
arquivos para, ou de computadores que se caracterizam cia de arquivos, pois você tem a oportunidade de sempre
como servidores remotos. optar por um site mais próximo de você.

Voltaremos aqui ao conceito de arquivo texto (ASCII Intranet, um mirror em potencial


- código 7 bits) e arquivos não texto (Binários - código Uma palavra muito comum hoje em dia é Intranet.
8 bits). Há uma diferença interessante entre enviar uma Você inclusive já teve a oportunidade de conhecer um
mensagem de correio eletrônico e realizar transferência pouco mais sobre isso em nossa edição número 2. Re-
de um arquivo. A mensagem é sempre transferida como sumidamente, podemos entendê-la como a migração da
uma informação textual, enquanto a transferência de um tecnologia Internet para dentro de uma empresa. Neste
arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou caso, podemos imaginar que os funcionários desta em-
não-textual (binário). presa serão, certamente, usuários freqüentes de FTP.
O que é um servidor remoto? Servidores remotos são Nesta nova filosofia de trabalho, o conceito de mirror
computadores que dedicam parcial ou integralmente pode ser muito bem aplicado. Imagine que cada com-
a sua memória aos programas que chamamos de servi- putador da empresa precise dos clientes instalados, por

63
exemplo, browsers, e-mail, etc. Seria interessante que ao inteligente seja exatamente do jeito que a gente conhece.
invés de cada funcionário acessar a Internet para buscá- Nesse artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre
-los, fosse criado um local no servidor da rede local, no alguns dos componentes que dão vida aos aparelhos
qual todos os softwares mais utilizados fossem espelha- inteligentes.
dos. Com certeza a economia de tempo seria significativa.

FTP anônimo versus FTP com autenticação


Existem dois tipos de conexão FTP. A primeira, e mais
utilizada, é a conexão anônima, na qual não é preciso
possuir um user name ou password (senha) no servidor
de FTP, bastando apenas identificar-se como anonymous
(anônimo).
Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore
de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvo-
re do sistema. Isto é muito importante, porque garante
um nível de segurança adequado, evitando que estra-
nhos tenham acesso a todas as informações da empresa.
Quando se estabelece uma conexão de “FTP anônimo”, A tecnologia dos celulares evoluiu consideravelmente.
o que acontece em geral é que a conexão é posicionada
no diretório raiz da árvore de diretórios. Dentre os mais - Processador: o cérebro de tudo
comuns estão: pub, etc, outgoing e incoming. Sozinho ele não seria capaz de fazer um celular
O segundo tipo de conexão envolve uma autentica- funcionar, mas um dos componentes de smartphone mais
ção, e portanto, é indispensável que o usuário possua um importantes de um aparelho é o seu processador. Assim
user name e uma password que sejam reconhecidas pelo como em um computador, esse dispositivo é capaz de
sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste fazer cálculos matemáticos e acessar itens de memória
caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento é em questão de segundos de forma a executar o sistema
no diretório criado para a conta do usuário - diretório operacional instalado bem como gerenciar os demais
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do siste- componentes do produto.
ma, mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua Há várias formas de mensurar o potencial de um
permissão. processador. A quantidade de núcleos pode ser um
indicativo. Em teoria, quanto mais núcleos, melhor deve
Alguns sites interessantes para FTP anônimo ser a sua capacidade de processamento. Na prática,
ftp://ftp.sausage.com: arquivos sobre o editor HTML não podemos levar essa notação ao pé da letra, já que
HotDog outros fatores também podem ter influência nisso. A
ftp://ftp.microsoft.com: arquivos sobre software, do- velocidade do processador, o chamado clock, pode
cumentação e outros fazer com que um modelo dual-core seja mais rápido
ftp://ftp.shareware.com: arquivos variados sobre soft- do que um quad-core, por exemplo.
ware shareware A arquitetura de um processador também é outro
ftp://ftp.qualcomm.com: arquivos sobre Eudora, e ou- ponto que tem influência significativa no resultado
tros software produzidos pela Qualcomm final. Quanto menos nanômetros o processador tiver,
ftp://ftp.uwp.edu: arquivos sobre games menor será a o consumo de energia e melhor será o seu
ftp://ftp.cica.indiana.edu: arquivos diversos sobre sis- desempenho se comparado a um modelo similar com
temas operacionais e software em geral igual quantidade de núcleos.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

APLICAÇÕES E APLICATIVOS EM
DISPOSITIVOS MÓVEIS

Entenda como os diversos componentes são


capazes de deixar o seu celular inteligente
Quem viveu o início da década de 90 deve se lembrar
de como eram os celulares naquela época. Com tela
de poucas cores e funções limitadas, os aparelhos aos
poucos se tornaram cada vez mais presentes na vida
dos brasileiros, a ponto de hoje existir mais linhas de Um dos componentes de smartphone mais importan-
celulares ativas do que habitantes no país. tes de um aparelho é o seu processador.
Para que isso fosse possível a tecnologia precisou
evoluir consideravelmente. Ainda assim, com tanto - Memória RAM
celular inteligente no mercado, são poucas pessoas Essa é outro dos componentes de smartphone que
que sabem exatamente quais  componentes  do merecem a sua atenção. A memória RAM funciona
smartphone são fundamentais para que o celular como uma auxiliar no processamento das tarefas,

64
sendo responsável por ler e armazenar dados que
não precisam ser salvos, mas devem estar disponíveis - Sistema operacional: a interface das peças de
durante a execução de uma tarefa. Cada aplicativo em smartphone
execução consome um pouco dessa memória para que Não menos importante, para que o seu celular
possa executar as suas funcionalidades. inteligente seja de fato inteligente ele precisa contar com
Dessa forma, quanto mais memória RAM um celular um sistema operacional que seja capaz de extrair o que
tiver, menores serão as chances de ele engasgar há de melhor em componente. Assim, sistemas como
enquanto um aplicativo estiver rodando. Atualmente, Android, iOS ou Windows Phone ficam encarregados
celulares com menos de 1 GB de RAM são considerados de otimizar as funções de forma que todas as peças de
quase que obsoletos. Aparelhos que tenham entre 2 smartphone trabalhem em conjunto e em sintonia.
GB e 3 GB são os ideais. Alguns modelos mais recentes Quando você clica sobre um ícone de câmera na
chegam a ter 6 GB de RAM – é mais memória do que tela do celular, é o sistema que se encarrega de enviar
muito PC por aí. uma ordem ao processador para executar a tarefa. Esse
processo conta com o suporte da memória RAM para
- Memória flash: a capacidade de armazenamento armazenar os dados em tempo real enquanto a sua foto
Se o processador executa as tarefas e a memória não é capturada. Depois que o processo é concluído,
auxilia para que os processos aconteçam, a memória ela é salva na memória flash, para que fique disponível
flash é o local onde ficam salvos o sistema operacional, permanentemente por ali.
os aplicativos e também as fotos e vídeos que você A função dos sistemas operacionais é traduzir essas
armazena em seu celular. Novamente, aqui vale a tarefas em uma linguagem eficiente e visualmente
regra de quanto mais, melhor. Aparelhos com 8 GB de simples para o maior número de pessoas. Quanto
armazenamento são considerados quase ultrapassados mais os sistemas evoluem, mais fáceis eles ficam de
hoje em dia. serem utilizados e, consequentemente, menos energia
O ideal é escolher modelos cuja capacidade de eles requerem para executar as mesmas tarefas. Essa
armazenamento seja igual ou maior do que 16 GB. Esse é prova definitiva que não é apenas um item que faz a
espaço pode chegar até aos 256 GB de armazenamento, diferença no final das contas, mas sim o conjunto e o
como é o caso do smartphone ASUS Zenfone 3 Deluxe. bom desempenho de todos eles.
Além disso, muitos aparelhos têm suporte a cartões micro
SD, que desempenham a mesma função, ampliando a MOBILIDADE!
capacidade e armazenamento do celular. - Novas formas de trabalhar
- Liberdade e mais possibilidades
- Bateria: energia para todas as tarefas - Ambientes informais
A energia que faz com que todos os outros - Economia de espaço
componentes funcionem perfeitamente é provida pelas - Flexibilidade de horário DEFINIÇÕES:
baterias de lítio-íon. A capacidade delas é medida em
mAh e, em teoria, quanto maior o número de mAh, maior Um dispositivo móvel, designado popularmente
será o tempo de duração do aparelho ligado. Contudo, em inglês por handheld é um computador de bolso
muitos outros fatores têm influência nesse resultado final. habitualmente equipado com um pequeno ecrã (output)
A resolução da tela, por exemplo, quanto mais alta e um teclado em miniatura (input).
for, mais energia gastará. O mesmo se aplica ao brilho Em alguns aparelhos, o output e o input combinam-
da tela (quanto mais intenso, maior é o gasto) a ao se num ecrã táctil (touchscreen).
volume do áudio (quanto mais alto, maior o gasto). Por
fim, a arquitetura do processador e a quantidade de DEFINIÇÕES:
tarefas que estão sendo executadas de forma simultânea Os dispositivos móveis mais comuns são: USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
também serão determinantes para influenciar nos índices - Smarthphone;
de consumo. - PDA(Personal digital assistant);
- Celular;
- Console portátil;
- Aparelhos GPS ( Sistema de Posicionamento Global)
- Computadores móveis: Notebooks e Tablets.

Possibilidades de utilização de Dispositivos


Móveis:
- vendas realizadas por meio de mobile devices que
permitem o acesso as informações em tempo real;
- em empresas como bares, restaurantes, entre outros,
esta tecnologia pode ser utilizada como forma de pedido,
o cliente chega ao estabelecimento e utiliza o dispositivo
para efetuar o seu pedido, este imediatamente chega à
cozinha ou balcão onde é providenciado.
As baterias também são inteligentes, com duração dife-
renciada dos celulares antigos.

65
Vantagens: Blackberry
- Acesso à rede e a e-mails; -Sistema Operacional concebido pela empresa cana-
- Acesso à nuvem; dense RIM – Research In Motion.
- Aplicativos personalizados para empresas. - Utiliza um serviço próprio de e-mail –
BBM(BlackBerryMessenger).
PRINCIPAIS SISTEMAS OPERACIONAIS -Sistema Proprietário.
- iOS – iPhones - Apple - Foco em Comunicação Empresarial, funções volta-
-Versão modificada do sistema operacional Mac OSX. das a troca de mensagens de texto, navegação na
Seu foco é oferecer suporte para as tecnologias de internet e troca de e-mails.
reconhecimento de toques múltiplos de inclinação - Apenas programas certificados podem ser rodados.
e de multimídia, para reprodução de vídeos, ima- - Funcionamento de vários recursos simultaneamente
gens e músicas. (multi-tasking).
- Dependência da loja oficial: você só pode baixar -Linguagem de programação utilizada: Java
aplicativos disponíveis na Apple Store. (liberação
do aparelho para aplicativos não oficiais = perda Aplicativos para Blackberrys:
da garantia) - PhotoStudio;
-Uso proprietário e exclusivo da Apple. - BlackBerryMessenger;
-Linguagem de Programação utilizada: ObjectiveC, - Ram Optmizer;
baseado em linguagem C.
- Photo Camera 360 Effects; - Documents To Go;
- Etc, etc, etc.
Aplicativos para IOS:
- Office para iPad/iPhone;
Android
- FireChat;
-Sistema operacional móvel desenvolvido pela Open
- Organizze(gerenciamento financeiro);
Handset Alliance, liderada pelo Google. Baseado no
- Pocket(armazena conteúdo para leitura posterior);
núcleo Linux, o sistema de código aberto está presente
- Fotor;
em grande parte dos smartphones, como HTC, Samsung e
- Tynker(ensina crianças a programar); - Etc, etc, etc.
o próprio Google Nexus One.
Symbian
-Open Handset Alliance: um grupo de 84 empresas
-Fruto da parceria entre Ericsson, Nokia, Motorola e PSION
de tecnologia e móveis que se uniram para acelerar a
-Amplamente utilizado pela Nokia, que em 2010
inovação em consumidores móveis e oferecer um mais
anunciou a compra de todas as ações.
barato e melhor experiência mais rica, móvel.
-Tem como objetivos primários manter a integridade
- Primeira plataforma móvel completa, aberta e livre.
dos dados, evitar desperdício de tempo do usuário
- Atualmente é o Sistema Operacional para
e trabalhar com recursos escassos.
- Dispositivos Móveis mais utilizado no mundo.
- Em 15 de fevereiro de 2010 a versão Symbian ^3,
-Linguagem de Programação utilizada: Java.
totalmente open source, foi liberada.
-Dezenas de versões do Symbian prejudicam a inte-
Plataformas e Ferramentas de Desenvolvimento
grações entre sistemas operacionais e aplicativos.
-Para Windows Phone:
-Linguagem de Programação utilizada: Symbian C/
• Visual Studio.Net.
C++ - variação do padrão C++ feita para Symbiam.
Aplicativos para Symbian
-Para Symbian:
- Advanced Device Locks Pro(bloqueador);
• Symbian Web Development Tools ( para Symbian ^3);
- Quickoffice;
• Active Perl;
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

- Shazam(descobre o nome da música);


• SDK da Symbian;
- JzipMan;
• S60 Platform SDK for Symbian OS;
- UC Player(roda diversos formatos de vídeos); -
• Etc.
Screensnap(print de tela); - Etc, etc, etc.
- Para Blackberry:
Windows Phone
• Blackberry Java Development Environment.
- Foco mais corporativo – gerenciamento de e-mails,
edição de arquivos, pacote completo de conexões.
-Para iOS:
- Acompanha todo o pacote de ferramentas do Mi-
• X-Code (disponível apenas para Mac) -Para Android:
crosoft Office.
• ADT(Android Development Tools) Eclipse;
-Acompanha Windows Media Player, Outlook e Inter-
• Netbeans + Android SDK.
net Explorer.
- Não está vinculado a um único hardware, diversos
Considerações ao desenvolver aplicativos para
fabricantes poderão licensiar seus aparelhos, des-
Dispositivos Móveis
de que atendam aos pré-requisitos de hardware.
• Navegabilidade;
-Proporciona uma boa integração entre os smartpho-
• Resolução da Tela;
nes e os desktops. -Linguagem de Programação
• Tamanho da Tela;
utilizada: C# e Visual Studio, a Linguagem de Inter-
• Celular ou Tablet? ;
face é a XAML, baseada em XML. • Multitasking.

66
Um pouco mais sobre Android • Content provider – provedor de conteúdo. Exem-
plos de provedor de conteúdo nativo: content://
Open Handset Alliance com.android.contacts/contacts content://media/
A Open Handset Alliance(OHA) é um grupo formado internal/images/media
por gigantes do mercado de telefonia de celulares
liderados pelo Google, com o objetivo de definir uma Conceitos básicos
plataforma única e aberta para celulares, para a satisfação • Fragments – fragmento de tela. Muito útil em apli-
dos consumidores com o produto final. Outro objetivo cações para Tablets. Disponível a partir da versão
dessa aliança é criar uma plataforma moderna e flexível 3.0 HoneyComb.
para o desenvolvimento de aplicações corporativas. • SQLite - é um banco de dados auto-contido, com-
Resultado: pacto, com suporte nativo no Android e sem ne-
Android! cessidade de configuração ou instalação. Isto tor-
Android na-o a escolha natural para um ambiente em que
-Sistema operacional baseado em Linux; devemos prezar por desempenho, disponibilidade
-Interface visual rica; de memória e praticidade de uso.
-GPS;
-Diversas aplicações já instaladas; Métodos
-Ambiente de desenvolvimento inovador e flexível; - OnCreate – chamado uma única vez.Cria uma view e
-Linguagem Java; chama o método setContetView(view) para exibi-la
-Integração entre aplicações. na tela.
- OnStart – é chamado quando a activity está fican-
Android do visível ao usuário e já tem uma view. Pode ser
-Sistema operacional baseado em Linux; chamado depois dos métodos onCreate() ou on-
-Interface visual rica; Restart().
-GPS; - OnRestart – é chamado quando uma activity foi pa-
-Diversas aplicações já instaladas; rada temporariamente e está sendo iniciada outra
-Ambiente de desenvolvimento inovador e flexível; vez, chama o método onStart() de forma automá-
-Plataforma completamente livre e open-source; tica.
-Linguagem Java; - OnResume – é chamado quando a activity está no
-Integração entre aplicações. topo da pilha, pronta para interagir com o usuário.
É o estado da activity executando. É chamado sem-
Estrutura do Projeto Android pre depois do OnStart.
• SRC – onde ficam todas as Classes Java;
• RES(resources) – onde ficam os recursos utilizados Métodos
na aplicação - OnPause – é chamado para salvar o estado da apli-
- drawable: onde se deve colocar as imagens. Contém cação quando precisa ser temporariamente inter-
as pastas hdpi (High dpi), mdpi (Medium dpi), ldpi rompida.
(Low dpi) para diferentes resoluções - OnStop – é chamado quando a activity está sen-
- layout: onde ficam os arquivos XML da aplicação. do encerrada, e não está mais visível ao usuário.
Pode ser reiniciada se necessário, através do mé-
- values: arquivos XML contendo valores, como ar-
todo onRestart. Caso fique muito tempo parada e
rays, cores, dimensões, strings, etc.
o sistema operacional precise limpar os recursos
• Gen – Classes geradas automaticamente pelo proje-
para liberar memória, o método onDestroy pode
to - Classe R: contém as contantes para os recursos
do projeto. Não deve ser alterada manualmente.
ser automaticamente chamado. USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
- OnDestroy – encerra a execução de uma activity.
Pode ser chamado automaticamente pelo sistema
Estrutura do Projeto Android operacional para liberar recursos ou pela aplica-
• AndroidManifest.xml- Este arquivo é muito impor- ção, através do método finish().
tante para o projeto porque ele conterá as infor-
mações sobre as atividades, views, serviços e etc, Fonte:
bem como a lista de permissões que deverão ser https://blog.bemmaisseguro.com/celular-inteligente/
necessárias para rodar a aplicação; https://pep.ifsp.edu.br/moodledata/filedir/fe/ce/
• Libs- Bibliotecas adicionais; feceddf4abea09da1e16d813b2c0aa14e0025072
• Assets – recursos externos (ex: fontes).
Aplicação Móvel
Conceitos básicos
• Activity – similar à classe Jframe do Swing. Repre- Aplicação móvel ou aplicativo móvel , conhecida
senta uma tela da aplicação. normalmente por seu nome abreviado app, é
• View – elementos visuais da interface gráfica. um  software desenvolvido para ser instalado em um
• Intent – mensagem da aplicação para o sistema dispositivo eletrônico móvel, como um PDA,  telefone
operacional, solicitando que algo seja realizado.In- celular, smartphone ou um leitor de MP3. Esta aplicação
tegra diferentes aplicações, nativas ou não. pode ser instalada no dispositivo, ou se o aparelho

67
permitir descarregada pelo usuário através de uma loja As apps podem ser utilizadas em qualquer dispositivo
on-line, tais como  Google Play,  App Store ou Windows móvel podendo, ou não, ter a funcionalidade da geo-
Phone Store. Uma parte das aplicações disponíveis são localização de forma a tornar a App mais relevante para
gratuitas, enquanto outras são pagas. Estas aplicações ser utilizada no local e no momento em que é utilizada,
são pré-instaladas ou vêm diretamente da fábrica, o exemplo dos mapas é o exemplo clássico, mas também
descarregadas pelos clientes de várias plataformas de pode servir para obter vales de descontos de lojas nas
distribuição de software móvel ou aplicações da web proximidades ou para sugerir pontos de interesse para
entregues por HTTP que usam processamento do lado o utilizador.
do servidor ou do cliente (por exemplo, JavaScript) para Uma das áreas em que os apps têm um enorme
fornecer uma experiência “aplicação” dentro de um potencial é a saúde. Segundo a Siddiqui (2013),[6] os
navegador da Web. dispositivos móveis podem ajudar na manutenção da
O número de descarregamentos de aplicações móveis saúde e prevenção da doença. As Apps desenvolvidas
está em forte crescimento. Esta tendência está associada para este efeito podem ter funcionalidades que ajudem
com a venda de smartphones, que também houve um melhorar a acessibilidade a tratamentos bem como
grande crescimento de 74% num ano.[1][2] a rapidez e a exatidão dos exames de diagnóstico
Apps  se encontram disponíveis em plataformas de (Siddiqui,2013)[7]. As Apps podem ter funcionalidades que
distribuição. Popularizaram-se em 2008 e são normalmente aproximam os pacientes dos prestadores de cuidados ou
asseguradas pelo sistema operacional móvel. Algumas podem ajudar em coisas tão simples como a adesão à
aplicações são exclusivamente gratuitas ou têm versões terapêutica, fazendo com que o paciente não se esqueça
gratuitas, enquanto outras são comercializadas a valores da toma dos medicamentos. 
relativamente e de forma geral acessíveis. Quanto à
aplicação paga, geralmente uma percentagem de 20% Dados estatísticos
a 30% é atribuída ao distribuidor e o restante para o Descarregamentos de apps para dispositivos móveis.
criador da app[3].A mesma aplicação pode custar um De acordo com a Portio Research[8] (Março de 2013)
estimou-se que, até finais de 2012, 1.2 mil milhões de
valor diferente dependendo do dispositivo para o qual
pessoas em todo o mundo estaria a usar aplicações
é descarregada, isto é, a mesma aplicação pode ter um
para dispositivos móveis. Projeta-se que esta tendência
custo diferente para iOS, para Android ou outro sistema
cresça a 29,8% por ano, atingindo as 4.4 mil milhões
operativo.
de utilizadores até finais de 2017. Contudo grande
Geralmente, são descarregadas (vulgo download) da
parte deste crescimento advém da Ásia, que até 2017
plataforma para um dispositivo de destino, como um
representaram quase 50% dos usuários. O mercado das
iPhone, BlackBerry, smartphones com sistema operativo
aplicações ainda têm muito para crescer, segundo a ITU
Android, Windows Phone, para tablets e computadores (International Telecommunication Union)[9] em Fevereiro
portáteis (laptop computer) ou de secretária (desktop de 2013, existiam 6.8 mil milhões de subscritores de
computer). dispositivos móveis, o que significa que 17% destes usam
A sigla “app” é uma abreviatura do termo “aplicação apps. Analistas estimam que os downloads de apps em
de software”. Foi em 2010 que se tornou tão popular 2013 atinjam entre 56 a 82 biliões. Em 2017, podem
que foi assinalada como “Palavra do Ano” pela American mesmo chegar aos 200 mil milhões de downloads. A ABI
Dialect Society [4]  Em 2009, David Pogue[5] um escritor Research[10] , em Março de 2013, previa que 56 mil milhões
e colunista de artigos de tecnologia afirmou que os de apps seriam descarregadas para smartphones durante
smartphones mais recentes poderiam ser designados o mesmo ano. Distribuídas pelos sistemas operadores
por «app phones” para distingui-los dos menos da seguinte forma: 58% pela Google Android, 33% pela
sofisticados. Originalmente as Aplicações móveis Apple iOS, 4% pela Microsoft Windows Phone e 3%
foram criadas e classificadas como ferramentas de pertencem à Blackberry. Estimou também que 14 mil
suporte à produtividade e à recuperação de informação
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

milhões de apps seriam instaladas em tablets, neste caso


generalizada, incluindo correio eletrônico, calendário, a distribuição pelos operadores de sistema seria: 75%
contatos, mercado de ações, informações meteorológicas apps de iOS, 21% de Android, 2% de Windows. A Android
entre outras do gênero. No entanto, a crescente procura, inclui as apps da Amazon Kindle Fire, que representariam
a disponibilidade facilitada e a evolução das apps, 4% dos downloads.
conduziu à rápida expansão para outras categorias, A Portio Research[11] (Março de 2013), estima que
como jogos, GPS, serviços de informação meteorológica, globalmente far-se-ão 82 mil milhões de downloads de
serviços de acompanhamento de pedidos vários, compra apps durante o ano de 2013 e que até 2017 ultrapassará
de bilhetes, confirmações de presenças, conexões nas os 200 mil milhões de downloads por ano.
redes sociais, aplicações nas mais diversas áreas, como Segundo uma pesquisa de mercado a cargo da
saúde, desporto, banca e negócios, mercados de ações, Gartner[12] , 102 mil milhões de apps serão instaladas
etc., tudo isto para a generalidade dos dispositivos durante o ano de 2013, 91% gratuitas, que ainda assim
móveis. A disseminação no número e variedade de gerarão 26 biliões de Dólares Americanos. Conforme um
aplicações serviu de fonte de estímulo à investigação e relatório analítico estima-se que as receitas provenientes
consequente criação de inúmeras Apps para atender as da distribuição de Apps ultrapassem os 10 mil milhões de
necessidades mais diversas da maioria dos utilitários. dólares americanos por ano dentro da União Europeia,
As apps tem o propósito de facilitar o dia-a-dia bem como, em 28 países da EU, mais de 529.000 de
ao seu utilizador, fornecendo-lhe as mais diversas empregos criar-se-ão como resultado do aumento
funcionalidades com infinitas possibilidades. exponencial do mercado das apps.

68
Desenvolvimento Etapas
O desenvolvimento de aplicações para dispositivos São inúmeras as etapas a considerar que devem
móveis, envolve processos mais ou menos complicados, anteceder a criação de uma app para dispositivos móveis,
a complexidade dos processos é reflexo da experiência deve ter-se em conta o propósito da app a desenvolver,
do criador e proporcional à estrutura e configurações se vai servir como fonte de rendimento principal, para
do software a ser produzido, ao número de dispositivos que plataformas de distribuição as disponibilizar, em que
distintos em que estas vão operar, às especificações do tipo de dispositivos móveis vai ser possível opera-las,
hardware e às plataformas que as vão disponibilizar. As criar uma app gratuita ou paga ou as duas, como melhor
aplicações podem vir pré-instaladas com os dispositivos rentabilizar uma app e qual o nível de risco associado.
móveis, podem ser transferidas pelos utilitários ou seus
representantes, descarregando-as de plataformas de Distribuição
distribuição de software, no caso de empresas e redes A  Amazon Appstore opera como um distribuidor
de comunicação ou ainda, transferindo-as diretamente alternativo do sistema operativo Android. Começou a
da Web para o dispositivo móvel. É preciso, igualmente, funcionar em Março de 2011 e já conta com mais de
submeter as atualizações e avaliar a necessidade de 1 milhão de aplicações disponíveis. Para além disso,
possíveis modificações mais ou menos extremas dentro compromete-se a lançar novas aplicações diariamente,
de cada plataforma. está agora classificada como a loja de aplicações móveis
A Economia das apps encontra-se ainda numa fase mais fiável para a plataforma Android.
púbere, contudo, de acordo com um relatório realizado A App Store loja de aplicações para a plataforma iOS,
em 2013 pela Vision mobile[13] , estimou-se que nos 28 foi a primeira distribuidora, definiu o padrão para os
países membros da UE, a economia das apps contribua serviços vários de distribuição das aplicações e que ainda
para 794 mil postos de trabalho indiretamente associados, hoje serve de modelo para as restantes distribuidoras.
529 mil postos de trabalho diretamente associados, Inaugurou a 10 de Julho de 2008, e em Janeiro de 2011,
dos quais 60% são de criadores de aplicações móveis. apresentou resultados surpreendentes, mais de 10 mil
Estimou-se igualmente que 22% da produção global milhões de downloads. Em 2012 durante a Worldwidede
de produtos e serviços relacionados com as aplicações Developers Conference da Apple, o CEO, Tim Cook,
móveis sejam provenientes da EU e que o retorno dessa anunciou que a Appstore contava já com, 400 milhões
de contas, mais de 650 mil aplicações disponíveis para
economia exceda os 10 mil milhões por ano.
download, bem como 15 mil milhões de downloads
Para desenvolver aplicações para dispositivos
de Apps da App Store até essa data[14] . Contudo, se
moveis é preciso dominar uma das linguagens de
analisarmos uma das perspectivas alternativas do
programação. Atualmente, a linguagem Java é pioneira
mercado, os resultados são objectivamente díspares, os
em aplicativos voltados para o sistema operacional
valores observados pelo serviço de monitorização da
Android. A linguagem Swift foi criada especialmente para
BBC[15] em Julho de 2013 de sugerem que mais de dois
desenvolver aplicativos para iOS, plataforma da Apple.
terços das aplicações na App Store são “zombies”, quase
Além de Java e Swift, é possivel desenvolver aplicações nunca instalados pelos consumidores.
com Python, C, C#, etc. A  BlackBerry World é uma loja de aplicações para
os dispositivos BlackBerry 10 e BlackBerry OS. Abriu em
Podemos definir 3 tipos de aplicativos, são eles: Abril de 2009 designava-se na altura por BlackBerry App
Aplicativos nativos: As aplicações desenvolvidas World, em Fevereiro de 2011 alegava-se como a loja
exclusivamente para uma plataforma específica, como o com maior retorno financeiro por aplicação, bastante
iOS ou o Android, são chamadas de aplicativos nativos. superior à AppStore, US $ 9.166.67 em comparação com
Isto é, uma aplicação criada para a plataforma Android US $ 6.450.00 respectivamente e US $ 1.200 no mercado
não funcionará no iOS. Aplicações para Android são Android. Em Julho de 2011, os relatórios exibiam 3 milhões
programadas em Java, e aplicações para iOS, utiliza-se a de downloads por dia. Em Maio de 2013 a BlackBerry já USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
linguagem Objective-C ou Swift. Nos aplicativos nativos disponibilizava mais de 120.000 de Apps. O BlackBerry10
é possivel utilizar os recursos existentes no smartphone, também permite operar aplicações Android.
como câmera, GPS, etc. O WhatsApp, o Facebook e o A Google Play (anteriormente conhecida por Android
Uber são exemplos de aplicativos nativos. Market) é uma loja de software online internacional
Web Apps: Não é um aplicativo real. Os web Apps desenvolvida pela Google para dispositivosAndroid . Foi
são executados pelo navegador e, uma vez que o inaugurada em Outubro de 2008. Em Julho de 2013 já
programa reconhece que o usuário esteja acessando contava com mais de 1 milhão de aplicações disponíveis
o site através de um Smartphone, se adapta a ele. Não exclusivamente para Android, a estimativa apresentada
estão disponiveis para instalação nas Apps Stores. São pela Google Play[16] rondava os 50 mil milhões de
desenvolvidos utilizando HTML5, CSS e Javascript. downloads. Como já foi referido, as apps Android podem
Aplicativos híbridos: É uma junção de um aplicativo ser operadas em dispositivos BlackBerry10.
nativo e um Web App, gerando assim uma aplicação A Windows Phone Store, inicialmente denominada por
multiplataforma. Estão disponiveis nas Apps Stores. Windows Phone Marketplace, foi lançada a 7 de Outubro
Netflix e Steam são exemplos de aplicativos híbridos. São de 2010 pela Microsoft simultaneamente com a Windows
desenvolvidos na linguagem HTML5, CSS e Javascript. Phone 7. A Windows Phone Store, a 25 de Fevereiro de
2012[17] , contava já com mais de 120 mil aplicações. De
acordo com a Windows Phone 7 Marketplace[18] , a 14 de
Maio de 2014 existiam 205.372 aplicações.

69
A  Windows Store foi introduzida pela Microsoft Venda de serviços
para as plataformas Windows 8 e Windows RT. Muitos dos aplicativos são gratuitos, entretanto, é
Possibilita a transferência de diversos programas cobrado uma taxa em cima dos serviços oferecidos pelo
construídos para computadores de mesa (desktop) com seu uso. Empresas mais conhecidas que usam desse
compatibilidade certificada para o Windows 8, contudo modelo são Uber, Ifood e 99taxis.
é usado maioritariamente para distribuir aplicações para
operarem em tablets e outros dispositivos tácteis, mas Modelos de compra dentro dos aplicativos
ainda podem ser usados com teclados, rato (mouse), e Os modelos de compras são:
em desktop e em computadores portáteis (laptops). Consumível - Precisará comprar os itens de interesse
Samsung Apps Store[19] a loja de aplicações para sempre que precisar utilizá-los. Esse modelo é usado para
telemóveis e smartphones Samsung, foi fundada em moedas de jogos, pontos de experiência e vida extra. Caso
Setembro de 2009. A partir de Outubro 2011 Samsung remova e reinstale o aplicativo, ou até mesmo instale em
Apps alcançava os 10 milhões de downloads. Atualmente, um outro dispositivo, talvez perca as compras já feitas.
a distribuidora está disponível em 125 países e oferece Exemplo acontece com a App Store (Apple).
aplicações para Windows Mobile, Android e plataformas Não consumível - Na compra dos itens você poderá
Bada. Em Dezembro de 2013 a Samsung e a Fingerprint transferi-los para outros dispositivos associados, ou seja,
uniram-se na criação de aplicações para dispositivos caso perca a compra poderá fazer o download novamente
Samsung, exclusivamente para crianças. de forma gratuita. Tais exemplos são as atualizações para
versão profissional, remoção de anúncios, dicas ilimitas e
Motor de pesquisa para apps até mesmo o desbloqueio completo.
Auto- intitula-se o “Google” para aplicações móveis, Assinaturas limitadas - Conteúdos que são usados
é tecnologia inovadora da Quixey[20] , permite, através de por determinado período, de acordo com cada aplicativo.
uma imensa base de dados, encontrar a App que melhor Poderá ser renovado ou não ao final da vigência.
preenche as necessidades o utilizador. Assinaturas com renovação automática - Esse tipo
de serviço ou conteúdo são adquiridos por determinado
tempo e renovado automaticamente ao seu término.
Monetização e tipos de Monetização
Amostra de tal assinatura é a Netflix.
Monetização é como o seu aplicativo ganhará lucros,
ou seja, mesmo o aplicativo sendo gratuito é possível
Fonte: http://www.walltechinformatica.com/mobile.html
gerar lucro, os mais comuns, são: [21]
Pagos
Aplicativos pagos custam um valor nas lojas de
REDES SOCIAIS
aplicativos de seus dispositivos, desta forma uma parte do
valor das vendas são repassados para os desenvolvedores.
REDES SOCIAIS
Pagos com compras
Modelo parecido com o citado acima, porém existem Quando as pessoas ouvem o termo “rede social”,
alguns conteúdos a serem desbloqueados através da pensam automaticamente em redes sociais online. Tam-
compra dentro do aplicativo. bém conhecidas como sites de rede social, elas foram
uma explosão em termos de popularidade. Sites como
Gratuito, mas com anúncios MySpace, Facebook e Linkedln estão entre os sete dos
Esse é o modelo mais usado. Funciona da seguinte 20 Websites mais visitados no mundo, e o site de re-
maneira: o aplicativo é publicado na loja, a audiência lacionamentos criado pelo Google, o Orkut, acabou vi-
é atraída e um público base é formado. A partir daí os rando o predileto dos brasileiros. Para muitos usuários,
desenvolvedores adicionam anúncios, sendo eles em
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

principalmente aqueles que ficam muito conectados e


vídeos ou banners. Muitos jogos dão prêmios e vantagens que fazem parte da chamada Geração Internet, as redes
para você ao assistir ou clicar em anúncios. sociais online não são apenas uma maneira de manter
contato, mas um modo de vida.
Freemium Muitos dos recursos das redes sociais online são co-
Parecido com o modelo acima, normalmente são muns para cada um dos mais de 300 sites de rede social
apps gratuitos porém com vendas dentro do app. Ou existentes atualmente. A capacidade de criar e comparti-
seja, dentro do aplicativo muitas vezes possui uma loja lhar um perfil pessoal é o recurso mais básico. Essa página
onde você poderá comprar. Muitos jogam utilizam deste de perfil normalmente possui uma foto, algumas informa-
sistema vendendo ouro, diamantes etc. Um exemplo ções pessoais básicas (nome, idade, sexo, local) e um es-
conhecido é o jogo Clash Royale. paço extra para que a pessoa informe suas bandas, livros,
programas de TV, filmes, hobbies e Websites preferidos.
Gratuito, com assinatura A maioria das redes sociais na Internet permite pos-
Neste modelo, o aplicativo é gratuito para baixar tar fotos, vídeos e blogs pessoais na sua página de perfil.
porém é limitado, é necessária uma assinatura seja ela Mas o recurso mais importante das redes sociais online
mensal, semanal ou anual para que possa utilizar todos é encontrar e fazer amigos com membros de outro site.
os recursos do aplicativo. Alguns para qualquer tipo de Na sua página de perfil, esses amigos aparecem como
utilização é necessária uma assinatura, muito comum em links, assim os visitantes podem navegar facilmente na
aplicativos de jornais e revistas. sua rede de amigos online.

70
Cada rede social online possui regras e métodos di- Na maioria dos sites de rede social você pode enviar
ferentes de busca e contato com amigos potenciais. A um e-mail convidando amigos para participar do Websi-
rede do MySpace é a mais aberta. No MySpace, você te e fazer parte da sua rede social online. Em alguns ca-
pode buscar e entrar em contato com pessoas em toda sos, como no Facebook ou Linkedln, você pode importar
a rede, sejam elas membros afastados da sua rede social sua lista de endereços das suas contas de e-mail, como
ou estranhos. Mas você só vai ter acesso às informações o Google ou Yahoo.
completas de seus perfis se elas concordarem em aceitar Depois de convidar seus amigos atuais, você pode
você como amigo e fazer parte da sua rede. começar a procurar pessoas que têm interesses pare-
A rede do Facebook, que começou como um aplicati- cidos com os seus. Por exemplo, se você gosta de ler
vo de rede social de uma faculdade, é muito mais restrita os livros da Jane Austen, você pode procurar outras
e orientada a grupos. No Facebook, só é possível encon- pessoas que gostam de Jane Austen e convidá-las para
trar pessoas que estão em uma das suas “redes” existen- participar da sua rede.
tes. Elas podem incluir a empresa onde você trabalha, a Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estuda-
faculdade onde você estudou e até o seu colégio; mas ram no mesmo colégio ou faculdade que você, pessoas
você também pode participar de várias das centenas de que têm a mesma marca de carro ou que gostam do
redes menores “groups” criadas por usuários da Face- mesmo tipo de música. Você pode convidar essas pes-
book, algumas baseadas em organizações reais, outras soas para também participarem da sua rede, aumentan-
que só existem na mente de seus fundadores. do, assim, a sua rede social.
A Linkedln, que é a rede social online mais popular Mesmo que tenha a impressão de que conhece as
para profissionais de negócios, permite que você bus- pessoas que encontra no ciberespaço, você deve ter
que cada um dos membros do site, e você também tem cuidado porque a ação de hackers é bastante comum.
acesso aos perfis completos e informações de contato
dos seus contatos já existentes, ou seja, as pessoas que A ação de hackers e as redes sociais
aceitaram o convite para participar da sua rede (ou que Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers
convidaram você para participar da rede delas). No en- em redes sociais, elas não estão usando a definição co-
tanto, seus contatos podem apresentá-lo a pessoas que mum de hackers, que são aqueles que usam códigos ou
estão distantes de você duas ou três posições na rede brechas em redes de computadores de forma mal-in-
maior da Linkedln. Ou você pode pagar um adicional tencionada, para causar danos aos sistemas ou roubar
para entrar em contato direto com qualquer usuário por informações confidenciais. A ação dos hackers em redes
meio de um serviço chamado InMail. sociais requer muito pouca habilidade técnica. Trata-se
O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular mais de um jogo psicológico: usar informações dos per-
entre os brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fis pessoais para ganhar a confiança de um estranho.
fácil que os brasileiros acabaram dominando a rede e Este segundo tipo de hacker é chamado de enge-
chegaram a 80% de seus usuários. Uma vez cadastrado nheiro social. A engenharia social usa técnicas psico-
na rede, o usuário tinha uma página pessoal onde po- lógicas persuasivas para explorar o elo mais fraco do
dia adicionar, além de seus dados pessoais e profissio- sistema de segurança da informação: as pessoas. Veja
nais, amigos, amigos dos amigos, amigos dos amigos alguns exemplos de engenharia social:
dos amigos, criar comunidades online e participar das • chamar um administrador de sistemas fingindo
já existentes, enviar recados para sua rede de contatos ser um executivo irritado que esqueceu sua senha
e para quem ainda não faz parte dela, criar álbuns de e precisa acessar seu computador imediatamente;
fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o mais importante • fingir ser um funcionário de banco e ligar para
para grande parte dos participantes, xeretar a vida das um cliente pedindo o número do seu cartão de
pessoas através das páginas de recados. crédito;
• fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
Fazendo contatos em uma rede social online a um funcionário para deixar você entrar no es-
Você precisa criar um perfil em uma rede social an- critório.
tes de fazer contatos online. Você vai precisar escolher
um nome para login e uma senha. Depois de fazer isso, Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de se-
você vai fornecer algumas informações pessoais básicas, gurança em consideração quando criam uma página
como nome, sexo, idade, local e alguns hobbies ou inte- de perfil em uma rede social. Quanto mais informações
resses específicos. pessoais e profissionais você incluir no seu perfil públi-
Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, co, mais fácil será para um hacker explorar essas infor-
música ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a mações para ganhar sua confiança.
imagem que você está apresentando ao mundo online. Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um
Na maioria dos sites você pode ter um controle sobre blog sobre um dos seus projetos atuais na sua página
quem pode visualizar seu perfil completo. do Facebook. Um hacker pode usar essas informações
Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você con- para fingir ser um funcionário da empresa. Ele sabe seu
vidou podem visualizar seu perfil. Quando tiver termi- nome e seu cargo na empresa, então você está sujeito
nado de criar seu perfil, você pode começar a procurar a confiar nele. Assim; ele pode tentar conseguir de você
amigos e fazer contatos. Isso acontece quando você uma senha ou informação confidencial para vender aos
convida amigos que estão offline no momento para par- concorrentes.
ticipar ou procurar amigos que já são membros.

71
A segurança da maioria das redes sociais online é de rede social para médicos chamado Sermo e execu-
que somente seus “amigos” ou membros da sua rede tivos de publicidade, marketing e mídia estão trocando
podem ver seu perfil completo. Mas isso só é eficaz se dicas e truques em um outro site de rede social chamado
você for extremamente seletivo sobre quem você inclui AdGabber [fonte: Wall Street Journal].
em sua rede. Se você aceita convites de qualquer pes-
soa, uma delas pode ser um hacker. Redes do mal
O problema com as redes sociais online é que elas As redes sociais tem o lado bom de aproximar pes-
não possuem um sistema integrado de autenticação soas de diferentes lugares, mas a facilidade de criar perfis
para verificar se alguém é realmente quem diz ser [fon- e comunidades também tem um lado negro. Em março
te: SearchSecurity.com]. Um hacker pode criar um perfil de 2008, o Orkut foi obrigado a revelar à polícia os da-
qualquer em um site como o Linkedln para se encaixar dos de usuários pedófilos. A Polícia brasileira descobriu
perfeitamente nos interesses comerciais de seu alvo. Se uma rede de pedofilia infiltrada nas páginas do Orkut e
o alvo aceita o hacker como contato, ele pode ter acesso obrigou a empresa a revelar os dados dos usuários en-
às informações de todos os outros contatos de seu alvo. volvidos. Em maio de 2006, a rede social foi obrigada a
Com essas informações, é possível criar uma elaborada retirar do ar comunidades consideradas pelas autorida-
identidade falsa. des como criminosas e racistas.
Para lutar contra a engenharia social, a chave é a
atenção. Se você sabe que hackers de engenharia social Grupos de Discussão e Redes Sociais
existem, deve ter mais cuidado com aquilo que vai postar
em seus perfis online. Se você está familiarizado com as São espaços de convivências virtuais, nos quais gru-
trapaças mais comuns da engenharia social, vai reconhe- pos de pessoas ou empresas se relacionam apor meio do
cer uma enquanto ela está acontecendo, e não quando envio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo,
for tarde demais. entre outras ações.
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo-
Redes sociais para adultos lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi-
Além de participarem de redes sociais online que lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu:
antes eram dominadas por adolescentes, como o MyS- Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni-
pace e o Facebook, os usuários adultos também estão
dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities
participando de redes sociais online destinadas a eles. As
que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas
redes sociais para adultos não têm um conteúdo “adul-
para que elas próprias criassem suas páginas na internet.
to” especializado (embora também exista). Elas são redes
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas
sociais para profissionais, e não somente para amigos.
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
Com mais de 15 milhões de membros, o LinkedIn é a
No mesmo ano, também surge uma plataforma que
maior rede social online para profissionais. No LInkedln,
permite a interação com antigos colegas da escola, o
as páginas de perfil são mais parecidas com currículos,
com informações sobre experiência profissional e for- Classmates.
mação acadêmica, deixando de fora informações como Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma
livros e bandas favoritos. Até pouco tempo atrás, o Linke- que, desta vez, tinha como foco a publicação de foto-
dln não permitia que os usuários postassem uma foto em grafias.
seu perfil, temendo que o site estritamente profissional Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
se tornasse uma desculpa para namoros online. deira rede social, o Friendster.
Os usuários do Linkedln podem fortalecer os contatos No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede
e relacionamentos existentes para encontrar novos em- social de caráter profissional do mundo.
pregos e parcerias. No Linkedln, por exemplo, você pode E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
Facebook, surgem o Orkut e o Flickr.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

fazer uma busca por emprego na sua rede. Se acontecer


de o seu melhor amigo ter estudado com a pessoa que
está contratando, isso pode dar a você uma vantagem Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
significativa em relação a outros candidatos. entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
Os recrutadores de profissionais também estão ga- • Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
rimpando os enormes bancos de dados profissionais em amizade ou namoro)
sites como o Linkedln. Eles podem pagar um adicional • Networking: partilha e busca de conhecimentos
pelo Linkedln Corporate Services, um serviço que permi- profissionais e procura emprego ou preenchimen-
te realizar buscas direcionadas por membros que aten- to de vagas
dem aos seus requisitos de experiência e localização. A • Partilha e busca de imagens e vídeos
vantagem de um serviço como o LInkedln é que os re- • Partilha e busca de informações sobre temas varia-
crutadores podem atingir “candidatos passivos,” isto é, dos
profissionais altamente qualificados que não estão ne- • Divulgação para compra e venda de produtos e ser-
cessariamente procurando um novo emprego. Eles são viços
mais atraentes para os empregadores, pois têm sua ca- • Jogos, entre outros
pacidade provada, já que permanecem em seus cargos.
Várias redes sociais para adultos são dedicadas a pro- Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci-
fissões específicas. De acordo com um artigo do Wall das, destacamos:
Street Journal, médicos estão se encontrando em um site • Facebook: interação e expansão de contatos.

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• Youtube: partilha de vídeos. c) Comentar, Compartilhar e Gostar.
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e cha- d) Convidar, Curtir e Divulgar.
madas de voz. e) Curtir, Comentar e Compartilhar.
• Instagram: partilha de fotos vídeos.
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais RESPOSTA: Letra E. Os “posts” feitos através da rede
são conhecidas como “tweets”. social Facebook permitem que outros usuários cur-
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados. tam, comentem e compartilhem em seus “timelines”,
• Skype: telechamada. não é permitido, cutucar, repostar, gostar, convidar e
• LinkedIn: interação e expansão de contatos profis- divulgar as postagens.
sionais.
• Badoo: relacionamentos amorosos.
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. INTERNET DAS COISAS
• Messenger: envio de mensagens instantâneas.
• Flickr: partilha de imagens.
• Google+: partilha de conteúdos. A “Internet das Coisas” se refere a uma revolução tec-
• Tumbrl: partilha de pequenas publicações, seme- nológica que tem como objetivo conectar os itens usa-
lhante ao Twitter. dos do dia a dia à rede mundial de computadores. Cada
vez mais surgem eletrodomésticos, meios de transporte
Vantagens e Desvantagens e até mesmo tênis, roupas e maçanetas conectadas à
Existem várias vantagens em fazer parte de redes Internet e a outros dispositivos, como computadores e
sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um smartphones. 
crescimento tão significativo ao longo dos anos. A ideia é que, cada vez mais, o mundo físico e o digi-
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes- tal se tornem um só, através dispositivos que se comu-
soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re- niquem com os outros, os data centers e suas nuvens.
lações e o contato com quem está distante, propiciando, Aparelhos vestíveis, como o Google Glass e o Smartwat-
assim, a possibilidade de interagir em tempo real. ch 2, da Sony, transformam a mobilidade e a presença da
As redes também facilitam a relação com quem está Internet em diversos objetos em uma realidade cada vez
mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia, mais próxima. O TechTudo busca explicar o que realmen-
nem sempre há tempo para que as pessoas se encon- te pode mudar com a aplicação desse conceito. Confira.
trem fisicamente.
Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá- Como surgiu o termo?
pida e eficaz de comunicar algo para um grande número A ideia de conectar objetos é discutida desde 1991,
de pessoas ao mesmo tempo. quando a conexão TCP/IP e a Internet que conhecemos
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar hoje começou a se popularizar. Bill Joy, cofundador da
um acontecimento, a preparação de uma manifestação Sun Microsystems, pensou sobre a conexão de Device
ou a mobilização de um grupo para um protesto. para Device (D2D), tipo de ligação que faz parte de um
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re- conceito maior, o de “várias webs”. 
des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas
é a falta de privacidade.  Em 1999, Kevin Ashton do MIT propôs o termo “In-
Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido ternet das Coisas» e dez anos depois escreveu o artigo
cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta “A Coisa da Internet das Coisas” para o RFID Journal. De
para algumas precauções. acordo com o especialista, a rede oferecia, na época, 50
Pentabytes de dados acumulados em gravações, regis-
tros e reprodução de imagens.  USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
#FicaDica A limitação de tempo e da rotina fará com que as
Por ser algo muito atual, tem caído muitas pessoas se conectem à Internet de outras maneiras. Se-
questões de redes sociais nos concursos gundo Ashton, assim, será possível acumular dados do
atualmente. movimento de nossos corpos com uma precisão mui-
to maior do que as informações de hoje. Com esses
registros, se conseguirá reduzir, otimizar e economizar
recursos naturais e energéticos, por exemplo. Para o es-
EXERCÍCIO COMENTADO pecialista, essa revolução será maior do que o próprio
desenvolvimento do mundo online que conhecemos
1. (BANCO DO BRASIL – 2013) O Facebook é uma rede hoje.
social em que pessoas interagem postando conteúdo na
forma de “status”, interagindo com o conteúdo postado
por outras pessoas por meio de três ações.
Disponibilizadas por meio de links, logo após o conteúdo
original, essas três ações aparecem na seguinte ordem:

a) Cutucar, Curtir e Comentar.


b) Curtir, Comentar e Repostar.

73
Aplicações da Internet das Coisas A Universidade da Califórnia de São Francisco (UCSF)
também está investindo nesse ramo e usou Google Glass na
mesa de cirurgia. O teste foi feito pelo doutor Pierre Theo-
dore, um cirurgião, mas ele enfrentou alguns problemas. Os
comandos de voz não funcionaram bem na hora de fazer
uma operação e para agilizar os procedimentos, um opera-
dor acionou os comandos dos óculos pela conexão sem fio. 
O aparelho funcionou com imagens de raio-X, mas
precisou de uma claridade menos intensa para exibir
informações com maior nitidez. A iniciativa pode ser o
início do uso de gadgets móveis em massa por parte de
médicos, sobretudo os novos óculos tecnológicos.

Iniciativa de unificação da Internet das Coisas

Google Glass ajudou a popularizar a Internet das Coi-


sas(Foto: Divulgação/Google)

O protótipo Mobii, que está sendo desenvolvido


pela Ford e pela Intel, pretende reinventar o interior dos
automóveis. Ao entrar em um carro com essa tecnolo-
gia, uma câmera vai fazer o reconhecimento do rosto do
motorista, a fim de oferecer informações sobre seu co-
tidiano, recomendar músicas e receber orientações para
acionar o mapa com GPS. 
Se o sistema não reconhecer a pessoa, ele tira uma
foto e manda as informações para o celular do dono,
evitando furtos. Esse é um exemplo de um carro dentro
de um ambiente da Internet das Coisas, com acessórios
Geladeira inteligente da Eletrolux
online e agindo de maneira inteligente.
(Foto: Divulgação/Eletrolux)

Já nos dias de hoje, são muitos os objetos conecta-


dos, como geladeiras, óculos, elevadores e carros. A rede
pode intervir em pequenos gadgets ou em infraestrutu-
ras complexas. Pensando em toda essa usabilidade, vêm
surgindo iniciativas, que envolvem empresas grandes,
para unificar a Internet das Coisas.
Dell, Intel e Samsung, por exemplo, se uniram em ju-
lho deste ano exatamente para padronizar as conexões,
em um grupo chamado Open Interconnect Consor-
tium  (OIC). Eles pretendem criar um protocolo comum
para garantir o bom funcionamento da conexão entre os
mais variados dispositivos.  Wi-Fi, Bluetooth e NFC serão
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

recursos desenvolvidos pela organização. Fazem parte do


Project Mobii prevê instalação de uma série de câmeras
consórcio também a Atmel, empresa de microcontrolado-
e sensores dentro dos carros (Foto: Divulgação/Ford)
res; a Broadcom, de soluções de comunicação com e sem
fio; e Wind River, de software e tecnologia embarcada.
Outro exemplo de aplicação da Internet das Coisas,
Essa, no entanto, não é a única iniciativa nesse senti-
envolve uma parceria da fabricante de elevadores Thys-
do. Arquitetado em dezembro de 2013, o Allseen Alliance
senkrupp com a Microsoft. Juntas, as empresa desenvol-
tem 51 empresas participantes, entre as quais estão no-
veram um sistema inteligente e online para monitorar os
mes de peso, como LG, Panasonic, Qualcomm, D-Link e
elevadores através de call centers e técnicos. O software
a Microsoft. No Brasil, o escritório do W3C, responsável
funciona em grandes redes de computadores de mesa
pela criação do World Wide Web, a navegação padro-
e portais, além de rodar em um app para tablets com
nizada por browsers, busca difundir a ideia de Internet
Windows.  
das Coisas. O órgão é ligado ao Núcleo de Informação e
O intuito do programa é prestar assistência em tem-
Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Eles desenvolveram
po real e evitar acidentes com manutenções preventivas
vídeos de divulgação do conceito em nosso país. 
nos elevadores da marca. Essa iniciativa resulta em uma
redução de custo e é um exemplo de aplicabilidade da
Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/noti-
Internet das Coisas em infraestrutura. 
cia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-conceito-e-
-o-que-muda-com-tecnologia.html

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5. (CRM-PI – MÉDICO FISCAL – QUADRIX – 2016)
Em um computador com o sistema operacional Windows
HORA DE PRATICAR! instalado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que
juntos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail.
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto
– CESGRANRIO – 2012) Um computador é um equi- de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
pamento capaz de processar com rapidez e segurança re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa tarefa
grande quantidade de informações. o software: 
Assim, além dos componentes de hardware, os compu-
tadores necessitam de um conjunto de softwares deno- a) 7-Zip.
minado: b) WinZip.
c) CuteFTP.
a) arquivo de dados. d) jZip.
b) blocos de disco. e) WinRAR.
c) navegador de internet.
d) processador de dados. 6. (MPE-CE – ANALISTA MINISTERIAL – DIREITO –
e) sistemaoperacional. FCC – 2013) Sobre manipulação de arquivos no Windo-
ws 7 em português, é correto afirmar que,
2. (TRT 10ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRA-
TIVA – CESPE – 2013) As características básicas da se- a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre
gurança da informação — confidencialidade, integridade cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão
e disponibilidade — não são atributos exclusivos dos sis- Classificar na barra de ferramentas da janela e esco-
temas computacionais. lher o modo de exibição desejado.
b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele
( ) CERTO ( ) ERRADO é apagado permanentemente e não pode ser poste-
riormente recuperado caso tenha sido excluído por
3. (TRE-CE – ANALISTA JUDICIÁRIO – JURÍDICA – FCC engano.
– 2012) São ações para manter o computador protegi- c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
do, EXCETO: com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a
opção Enviar para a lixeira.
a) Evitar o uso de versões de sistemas operacionais ultra- d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
passadas, como Windows 95 ou 98. estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado
b) Excluir spams recebidos e não comprar nada anuncia- entre todos os usuários que possuem acesso a essas
do através desses spams. pastas.
c) Não utilizar firewall. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco
d) Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo sem- rígido para uma mídia removível, como um pen drive,
pre utilizar um perfil mais restrito. ele será copiado.
e) Não clicar em links não solicitados, pois links estranhos
muitas vezes são vírus. 7. (SUDECO – CONTADOR – FUNCAB – 2013) No sis-
tema operacional Linux,o comando que NÃO está rela-
4.(COPERGÁS – TÉCNICO OPERACIONAL SEGU- cionado a manipulação de arquivos é:
RANÇA DO TRABALHO – FCC – 2016) A ferramenta
Outlook : a) kill
b) cat USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos c) rm
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. d) cp
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com o e) ftp
Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7.
c) permite que todas as pessoas possam ver o calendá- 8. (IBGE – ANALISTA – FGV – 2016) Um desenvolve-
rio de um usuário, mas somente aquelas com e-mail dor Android deseja inserir a funcionalidade de backup
Outlook.com podem agendar reuniões e responder a em uma aplicação móvel para, de tempos em tempos,
convites. armazenar dados automaticamente. A classe da API de
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em tele-
fones com Android. a) BkpAgent;
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas do b) BkpHelper;
pacote de webmail Office 356 da Microsoft.] c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

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9. (PREFEITURA DE CRISTIANO OTONI – PSICÓLO- d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
GO – INAZ DO PARÁ – 2016) Realizar cópia de segu- e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.
rança é uma forma de prevenir perda de informações.
Qual é o Backup que só efetua a cópia dos últimos arqui- 15. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2013)
vos que foram criados pelo usuário ou sistema? Acerca dos ambientes Linux e Windows, julgue os itens
seguintes.2No sistema operacional Windows 8, há a
a) Backup incremental possibilidade de integrar-se à denominada nuvem de
b) Backup diferencial computadores que fazem parte da Internet.
c) Backup completo
d) Backup Normal ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) Backup diário
16. (FHEMIG – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – FCC –
10. (CRO-PR – AUXILIAR DE DEPARTAMENTO – 2013) Alguns programas do computador de Ana estão
QUADRIX – 2016) Como é chamado o backup em que muito lentos e ela receia que haja um problema com o
o sistema não é interrompido para sua realização? hardware ou com a memória principal. Muitos de seus
programas falham subitamente e o carregamento de ar-
a) Backup Incremental. quivos grandes de imagens e vídeos está muito demo-
b) Cold backup. rado. Além disso, aparece, com frequência, mensagens
c) Hot backup. indicando conflitos em drivers de dispositivos. Como ela
d) Backup diferencial. utiliza o Windows 7, resolveu executar algumas funções
e) Backup normal de diagnóstico, que poderão auxiliar a detectar as causas
para os problemas e sugerir as soluções adequadas.
11. (DEMAE-GO – AGENTE ADMINISTRATIVO – Para realizar a verificação da memória e, em seguida do
UFG – 2016) Um funcionário precisa conectar um pro- hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
jetor multimídia a um computador. Qual é o padrão de
conexão que ele deve usar? a) Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
desempenho.
a) RJ11 b) Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
b) RGB conflitos do Windows.
c) HDMI c) Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
d) PS2 desempenho de hardware.
e) RJ45 d) Mapeamento de Memória do Windows e Mapeamen-
to de hardware do Windows.
12. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO – ADMINIS- e) Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnóstico
TRAÇÃO – FCC – 2014) Correspondem, respectivamen- de hardware do Windows.
te, aos elementos placa de som, editor de texto, modem,
editor de planilha e navegador de internet: 17. (TRT 1ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2013)
Beatriz trabalha em um escritório de advocacia e utili-
a) software, software, hardware, software e hardware. za um computador com o Windows 7 Professional em
b) hardware, software, software, software e hardware. português. Certo dia notou que o computador em que
c) hardware, software, hardware, hardware e software. trabalha parou de se comunicar com a internet e com
d) software, hardware, hardware, software e software. outros computadores ligados na rede local. Após consul-
e) hardware, software, hardware, software e software. tar um técnico, por telefone, foi informada que sua placa
de rede poderia estar com problemas e foi orientada a
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

13. (DEMAE-GO – AGENTE ADMINISTRATIVO – checar o funcionamento do adaptador de rede. Para isso,
UFG – 2016) Um computador à venda em um sítio de Beatriz entrou no Painel de Controle, clicou na opção
comércio eletrônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas Hardware e Sons e, no grupo Dispositivos e Impressoras,
USB. Essa configuração indica que: selecionou a opção:

a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. a) Central de redes e compartilhamento.


b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. b) Verificar status do computador.
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. c) Redes e conectividade.
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 por- d) Gerenciador de dispositivos.
tas USB. e) Exibir o status e as tarefas de rede.

14. (IF-PA – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFOR- 18. (FHEMIG – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – FCC –
MAÇÃO – FUNRIO – 2016) São dispositivos ou perifé- 2013) No console do sistema operacional Linux, alguns
ricos de entrada de um computador: comandos permitem executar operações com arquivos e
diretórios do disco.
a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner. Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um
b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner. diretório vazio são, respectivamente,
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.

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a) pwd, mv e rm.
b) md, ls e rm.
c) mkdir, cd e rmdir.
d) cdir, lsdir e erase.
e) md, cd e rd.

19. (TRT 10ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – CESPE – 2013) Acerca dos conceitos de sistema operacional
(ambientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema operacional aberto, o Linux,
comparativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de armazenamento de dados em nuvem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

20. (TJ-RR – AGENTE DE PROTEÇÃO – CESPE – 2012) Acerca de organização e gerenciamento de informações,
arquivos, pastas e programas, de segurança da informação e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens
subsequentes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma sequência de registros, que são mapeados em blocos
de discos. Embora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas do disco e pelo sis-
tema operacional, o tamanho do registro pode variar.

( ) CERTO ( ) ERRADO

21. (SERGIPE GÁS S/A – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC – 2013) Paulo utiliza em seu trabalho o
editor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digitou
um documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir
apenas essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a op-
ção Imprimir Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou

a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.


b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.

22. (TRT 1ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – FCC – 2013) João trabalha no departamento
financeiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes
inadimplentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que
deveria comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pes-
quisou recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e
as datas em que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados
manualmente. Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática,
um conjunto de etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do
Microsoft Office 2010 que permitem atender às necessidades de João são os recursos

a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010. USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23. (TCE-SP – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II – FCC – 2012) No editor de textos Writer do pacote BR
Office, é possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um
determinado estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para

a) recuo da primeira linha.


b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

24. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2013) A respeito do Excel, para ordenar, por data, os registros inseridos na
planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista disponibilizada, clicar ordenar data.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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25. (TRT 1ª 2013 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2013) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o Microsoft Excel
2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve
ser digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é

a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

26. (MINISTÉRIO DA FAZENDA – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF – 2012) O BrOffice é uma suíte
para escritório gratuita e de código aberto. Um dos aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de planilha eletrô-
nica e assemelha-se ao Excel da Microsoft. O Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permitindo ao usuário
a inserção de equações matemáticas e auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os dados presentes na
planilha. O Calc utiliza como padrão o formato:

a) XLS.
b) ODF.
c) XLSX.
d) PDF.
e) DOC.

27. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2013) Após ministrar uma palestra sobre Segurança no Trabalho, Iracema
comunicou aos funcionários presentes que disponibilizaria os slides referentes à palestra na intranet da empresa para
que todos pudessem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer o upload do arquivo de slides criado no
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

Microsoft PowerPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do sistema dizendo que o formato do arquivo era
inválido e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato PDF e tentar realizar o procedimento novamente. Para
realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema

a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a opção Todos os programas, selecionou a opção Microsoft Office
2010 e abriu o software Microsoft Office Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na guia Arquivo e na opção
Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, selecionou o arquivo de slides e clicou no botão Converter.
b) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou na opção
Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e
selecionou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Converter.
c) abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão direito
do mouse sobre o nome do arquivo e selecionou a opção Salvar como PDF.
d) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, clicou na opção Sal-
var Como. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e
selecionou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Salvar.
e) baixou da internet um software especializado em fazer a conversão de arquivos do tipo PPTX para PDF, pois verificou
que o PowerPoint 2010 não possui opção para fazer tal conversão.

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28. (SERGIPE GÁS S/A – ADMINISTRADOR – FCC – a) Ftp/ Ftp.
2013) Em um slide em branco de uma apresentação b) Pop3 / Correio Eletrônico.
criada utilizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 (em c) Ping / Web.
português), uma das maneiras de acessar alguns dos d) navegador / Proxy.
comandos mais importantes é clicando-se com o botão e) Gif / de arquivos
direito do mouse sobre a área vazia do slide. Dentre as
opções presentes nesse menu, estão as que permitem 33. (CASA DA MOEDA – ASSISTENTE TÉCNICO AD-
MINISTRATIVO – CESGRANRIO – 2012) Em uma rede
a) copiar o slide e salvar o slide. local, cujas estações de trabalho usam o sistema opera-
b) salvar a apresentação e inserir um novo slide. cional Windows XP e endereços IP fixos em suas configu-
c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação já existente. rações de conexão, um novo host foi instalado e, embo-
d) apresentar o slide em tela cheia e animar objetos pre- ra esteja normalmente conectado à rede, não consegue
sentes no slide. acesso à internet distribuída nessa rede.
e) mudar o layout do slide e a formatação do plano de Considerando que todas as outras estações da rede
fundo do slide. estão acessando a internet sem dificuldades, um dos
motivos que pode estar ocasionando esse problema no
29. (TRT 11ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2012) novo host é
Em um slide mestre do BrOffice.org Apresentação (Im-
press), NÃO se trata de um espaço reservado que se pos- a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o do-
sa configurar a partir da janela Elementos mestres: mínio registrado na internet.
b) a falta de registro da assinatura digital do host nas
a) Número da página. opções da internet.
b) Texto do título. c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprieda-
c) Data/hora. des do Protocolo TCP/IP desse host.
d) Rodapé. d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do
e) Cabeçalho. próprio host.
e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
30. (SERGIPE GÁS S/A – ASSISTENTE TÉCNICO AD- desse host está conectada.
MINISTRATIVO – FCC – 2013) No Microsoft Internet
Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visitados nos 34. (CASA DA MOEDA – ASSISTENTE TÉCNICO AD-
últimos dias e até semanas, exceto aqueles visitados em MINISTRATIVO – CESGRANRIO – 2012) Para conectar
modo de navegação privada. Para abrir a opção que per- sua estação de trabalho a uma rede local de computado-
mite ter acesso a essa lista, com o navegador aberto, cli- res controlada por um servidor de domínios, o usuário
ca-se na ferramenta cujo desenho é dessa rede deve informar uma senha e um[a]

a) uma roda dentada, posicionada no canto superior di- a) endereço de FTP válido para esse domínio.
reito da janela. b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente.
b) uma casa, posicionada no canto superior direito da c) porta válida para a intranet desse domínio.
janela. d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio.
c) uma estrela, posicionada no canto superior direito da e) certificação de navegação segura registrada na intranet.
janela.
d) um cadeado, posicionado no canto inferior direito da
janela. 35. (CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA LEGIS-
e) um globo, posicionado à esquerda da barra de ende- LATIVO – CESPE – 2012) Com relação a redes de com- USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
reços. putadores, julgue os próximos itens.5Uma rede local
(LAN — local area network) é caracterizada por abranger
31. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2013) A uma área geográfica, em teoria, ilimitada. O alcance físico
respeito de redes de computadores, julgue os itens sub- dessa rede permite que os dados trafeguem com taxas
sequentes. Lista de discussão é uma ferramenta de co- acima de 100 Mbps.
municação limitada a uma intranet, ao passo que grupo
de discussão é uma ferramenta gerenciável pela Internet ( ) CERTO ( ) ERRADO
que permite a um grupo de pessoas a troca de mensa-
gens via email entre todos os membros do grupo. 36. (TRT 10ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE – 2013)
Com relação à certificação digital, julgue os itens que se
( ) CERTO ( ) ERRADO seguem.O certificado digital revogado deve constar da
lista de certificados revogados, publicada na página de
32. (CEITEC – ADMINISTRAÇÃO – FUNRIO – 2012) Na Internet da autoridade certificadora que o emitiu.
internet o protocolo_________ permite a transferência de
mensagens eletrônicas dos servidores de _________para ( ) CERTO ( ) ERRADO
caixa postais nos computadores dos usuários. As lacunas
se completam adequadamente com as seguintes expres-
sões:

79
37. (TRT 10ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE – 2013) d) Não instala programas no computador, pois seu único
Acerca de segurança da informação, julgue os itens a se- objetivo não é obter o controle sobre o computador,
guir. O vírus de computador é assim denominado em vir- mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail.
tude de diversas analogias poderem ser feitas entre esse e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não
tipo de vírus e os vírus orgânicos. infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si
mesmo automaticamente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
41. (TRT-MT – ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE –
38. (MPE/PE – TÉCNICO MINISTERIAL – FCC – 2012) 2015)Serviços de cloud storage (armazenagem na nu-
Existem vários tipos de vírus de computadores, dentre vem)
eles um dos mais comuns são vírus de macros, que:
a) aumentam a capacidade de processamento de com-
a) são programas binários executáveis que são baixados putadores remotamente.
de sites infectados na Internet. b) aumentam a capacidade de memória RAM de compu-
b) podem infectar qualquer programa executável do tadores remotamente.
computador, permitindo que eles possam apagar ar- c) suportam o aumento da capacidade de processamen-
quivos e outras ações nocivas. to e armazenamento remotamente.
c) são programas interpretados embutidos em docu- d) suportam o aumento da capacidade dos recursos da
mentos do MS Office que podem infectar outros do- rede de computadores localmente.
cumentos, apagar arquivos e outras ações nocivas. e) suportam cópia de segurança remota de arquivos.
d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
em sites com software pirata. 42. (POLÍCIA CIVIL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL
e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software le- – 2017) Com relação à computação nas nuvens (cloud
gal, em um computador com acesso apenas a sites da computing), analise as afirmativas a seguir.
Internet com boa reputação.
I. Uma desvantagem é em relação ao custo.
39. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I – FCC – 2012) II. Para sua utilização, é necessária uma conexão com a
Sobre vírus, considere:
Internet.
III. A palavra “nuvem” se refere à Internet.
I. Para que um computador seja infectado por um vírus é pre-
IV. Google, Amazon e Microsoft são exemplos de empre-
ciso que um programa previamente infectado seja executado.
sas líderes nesse serviço.
II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos, in-
fectando arquivos do disco e executando uma série de
Estão corretas as afirmativas:
atividades sem o conhecimento do usuário.
III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a a) I. III e IV. apenas
ação do usuário. b) I, II, III e IV.
IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em outros c) I, II e III apenas.
programas ou arquivos e não necessitam serem explici- d) II. III e IV. apenas
tamente executados para se propagarem. e) I. 11 e IV apenas.

Está correto o que se afirma em

a) II, apenas.
USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

40. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC – 2012)


Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:

a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não


necessitam ser explicitamente executados.
b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir as
ações realizadas como consequência da execução do
Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacio-
nadas ao comportamento de um vírus.
c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executado
para que ele se instale em um computador. Cavalos de
Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados
por e-mail.

80
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 E ________________________________________________

2 Certo _________________________________________________
3 C _________________________________________________
4 B
_________________________________________________
5 C
6 E _________________________________________________

7 A _________________________________________________
8 C _________________________________________________
9 A
_________________________________________________
10 C
11 C _________________________________________________

12 E _________________________________________________
13 A _________________________________________________
14 C
_________________________________________________
15 Certo
16 A _________________________________________________

17 D _________________________________________________
18 C _________________________________________________
19 Errado
_________________________________________________
20 Certo
21 A _________________________________________________

22 A _________________________________________________
23 C _________________________________________________
24 Errado
_________________________________________________
25 D
26 B _________________________________________________

27 D _________________________________________________
28 E _________________________________________________
29 B
_________________________________________________ USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS
30 C
31 Errado _________________________________________________

32 B _________________________________________________
33 C _________________________________________________
34 D
_________________________________________________
35 Errado
36 Certo _________________________________________________

37 Certo _________________________________________________
38 C _________________________________________________
39 B
_________________________________________________
40 E
41 E _________________________________________________

42 D _________________________________________________

81
ANOTAÇÕES

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_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

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USO DE TECNOLOGIAS EM AMBIENTES CORPORATIVOS

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82
ÍNDICE

GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Noções de governança corporativa. Gestão por processos. Gestão de riscos. Processos de análise e tomada de decisão.
Gerenciamento de crises ........................................................................................................................................................................................... 01
Compliance: conceitos, suporte da alta administração, código de conduta, controles internos, treinamento e
comunicação ................................................................................................................................................................................................................. 34
Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto no 8.420/2015 ................................................................................................ 35
Noções de Contratos ................................................................................................................................................................................................ 45
Lei 13.303/16 ................................................................................................................................................................................................................. 48
Conduta baseada no Código de Conduta Ética do BRB (disponível no endereço eletrônico http://www.iades.com.br) ..... 68
NOÇÕES DE GOVERNANÇA CORPORATIVA.
GESTÃO POR PROCESSOS. GESTÃO DE RIS-
COS. PROCESSOS DE ANÁLISE E TOMADA
DE DECISÃO. GERENCIAMENTO DE CRISES.

A gestão estratégica de projetos reduz riscos e iden-


tifica oportunidades, a presença de um profissional é es-
sencial para gerenciamento das informações, é preciso
que haja esforços de forma integrada para os projetos
serem realizados com êxito.
O gerenciamento de projetos têm relação direta com
a capacidade das empresas de atingirem suas metas, jus-
tamente porque os projetos atuais necessitam da união
de esforços aplicados de forma integrada para serem
realizados com êxito. Em diversas ações das empresas,
é necessário um projeto, direcionando esforços tempo-
rários para produzir determinado produto, serviço ou re-
sultado único.
Reduzida à sua forma mais simples, a gerência de
Gerência de projetos ou gestão de projetos é a apli-
projetos é a disciplina de manter os riscos de fracasso em
cação de conhecimentos, habilidades e técnicas na ela-
um nível tão baixo quanto necessário durante o ciclo de
boração de atividades relacionadas para atingir um con-
vida do projeto. O risco de fracasso aumenta de acordo
junto de objetivos pré definidos. O conhecimento e as
com a presença de incerteza durante todos os estágios
práticas da gerência de projetos são mais bem descritos
do projeto. Um ponto de vista alternativo diz que geren-
em termos de seus processos componentes.
ciamento de projetos é a disciplina de definir e alcançar
Esses processos podem ser classificados em cinco
objetivos ao mesmo tempo em que se otimiza o uso de
grupos de processo (iniciação, planejamento, execução,
recursos (tempo, dinheiro, pessoas, espaço, etc).
controle e encerramento) e nove áreas de conhecimento
A gerência de projetos é frequentemente a responsa-
(gerência de integração de projetos, gerência de esco-
bilidade de um indivíduo intitulado gerente de projeto.
po de projetos, gerência de tempo de projetos, gerência
Idealmente, esse indivíduo raramente participa direta-
de custo de projetos, gerência de qualidade de projetos,
mente nas atividades que produzem o resultado final. Ao
gerência de recursos humanos de projetos, gerência de
invés disso, o gerente de projeto trabalha para manter o
comunicações de projetos, gerência de riscos de projetos
progresso e a interação mútua progressiva dos diversos
e gerência de aquisições de projetos).
participantes do empreendimento, de modo a reduzir o
risco de fracasso do projeto.

Variáveis controláveis e incontroláveis


Dentro de um ambiente de projetos, e até mesmo no
seu dia-a-dia existem variáveis que podem ser controla-
das e/ou previstas e outras que não podem ser previstas
e/ou controladas. Um bom planejamento leva ambas em
consideração.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Variáveis controláveis ou previsíveis


Existem variáveis previsíveis e controláveis no seu
ciclo de projeto, são variáveis que você conhece clara-
mente. Por controlável entendemos que é algo que você
possa prever e/ou medir.
Por exemplo tempo, valores, recursos são variáveis
controláveis. Você não tem controle sobre o tempo, mas
pode considera-lo em seus planejamentos, é possível
calcular o tempo necessário para executar uma tarefa,
mas não se pode estende-lo por exemplo.
É possível prever os recursos financeiros e através do
controle é possível até mesmo redimensiona-los. É possí-
vel aumentar a produtividade de uma tarefa, otimizando
os métodos e processos utilizados e/ou alocando mais
recursos humanos à tarefa.

1
Variáveis incontroláveis ou imprevisíveis orçamento apertado poderia significar o tempo aumen-
São variáveis que não podemos controlar, em geral tado e o escopo reduzido. A disciplina da gerência de
imprevistos, ou atividades que dependam de terceiros. projeto é sobre fornecer as ferramentas e as técnicas que
Num planejamento de projeto, levamos em conta os permitem a equipe de projeto (não apenas ao gerente
recursos humanos partindo do principio de que eles es- de projeto) organizar seu trabalho para se encontrar com
tarão sempre disponíveis para trabalhar e sempre com estas variáveis.
o mesmo nível de produtividade, o que não é verdade,
funcionários podem estar desmotivados, e podem faltar, Tempo ou prazo
e isto precisa ser levado em conta. O tempo requerido para terminar as etapas do proje-
Pode acontecer uma catástrofe, um recurso material to, é normalmente influenciado quando se pretende bai-
pode ser danificado e/ou utilizado equivocadamente xar o tempo para execução de cada tarefa que contribui
para outra tarefa, isto pode acontecer, assim como pode diretamente à conclusão de cada componente. Ao exe-
faltar determinado material, mas neste caso a falta pode cutar tarefas usando a gerência de projeto, é importante
se dar por diversos fatores: cortar o trabalho em diversas partes menores de modo
Pode ser que a entrega esteja atrasada, ou que ele que seja fácil definirmos condições de criticidade e de
tenha sido mal dimensionado, ou ainda que tenha sido folga.
providenciado tarde demais. Mas isto é previsível, você
pode se informar de todo o processo e considerar o pra- Custo
zo necessário no seu planejamento. O que seria imprevi- O Custo para desenvolver um projeto depende de
sível neste caso, por exemplo, seria o roubo ou danifica- diversas condições iniciais que possuímos para o desen-
ção de materiais. volvimento de cada projeto tais como: custo de mão de
Controlar todas as variáveis em todas as atividades obra, custos de materiais, gerência de risco, planta (edifí-
de um projeto é extremamente trabalhoso, prevê-las é cios, máquinas, etc.), equipamento, e lucro.
muito mais difícil, por mais experiente que o gestor de
projetos seja, ele sempre encontrará novas variáveis em
Escopo ou contexto
São as exigências especificadas para o resultado fim,
novos projetos.
ou seja, o que se pretende, e o que não se pretende rea-
lizar. A qualidade do produto final pode ser tratada como
As variáveis do triângulo de gerência de projeto
um componente do escopo. Normalmente a quantida-
de de tempo empregada em cada tarefa é determinante
para a qualidade total do projeto.
Lembre-se das variáveis incontroláveis ou imprevisí-
veis, elas estão ai para dar o tempero do seu projeto.
Gestores de projetos costumam considerar margens de
segurança definidas com o apoio de gestores técnicos
que irão executar o projeto.
Por exemplo, aplica-se uma margem de segurança na
mão de obra, para cobrir eventuais faltas e atrasos, e para
prover o projeto uma certa “margem de manobra” para
que atividades de emergência sejam executadas sem um
impacto muito grande no prazo final do projeto. Apli-
ca-se uma margem de segurança nos recursos materiais
prevendo desperdícios e eventuais danos ou extravios,
mas as margens neste caso devem ser aplicadas com
critério para que a excessiva margem de segurança em
materiais não seja um prejuízo no projeto.
Alguns empreendimentos necessitam ser executa- Um projeto bem planejado leva em conta o impre-
dos e entregues sob determinadas variáveis. As variáveis visto, se alguma coisa der errado, o projeto vai parar?
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

principais também podem ser denominadas como tradi- Pode-se executar outra tarefa enquanto resolvemos o
cionais. São eles o escopo, o tempo e o custo. Isto é problema que impede o andamento do projeto? E este
conhecido também como “triângulo da gerência de pro- problema pode ser simplesmente uma etapa de aprova-
jeto”, onde cada lado representa uma variável. Um lado ção do cliente por exemplo. Neste caso as tarefas que
do triângulo não pode ser mudado sem impactar no ou- não fazem parte do caminho crítico podem ser execu-
tro. tadas para que a equipe não fique parada por exemplo.
A restrição do tempo influencia o prazo até o termino O principio de Pareto, também conhecida pela regra
do projeto. A restrição de custo informa o valor monetá- 80-20 se resume em que 80% dos efeitos são provenien-
rio incluído no orçamento disponível para o projeto. Já tes de 20% das causas. O estudioso de Administração
a restrição do escopo designa o que deve ser feito para Joseph M. Juran identificou o principio que ganhou este
produzir o resultado de fim do projeto. Estas três variáveis nome após o economista Italiano Vilfredo Pareto ter ob-
estão frequentemente competindo: o escopo aumenta- servado que 80% da renda Italiana é proveniente de 20%
do significa tipicamente o tempo aumentado e o custo da população. Esta é uma regra comum nos negócios,
aumentado, uma restrição apertada de tempo poderia em geral 80% das suas vendas são provenientes de 20%
significar custos aumentados e o escopo reduzido, e um de seus clientes.

2
O princípio de Pareto é um bom critério para você usar É atribuição do gestor de projetos revisar seu planeja-
no planejamento e análise do seu projeto. Não estamos mento para avaliar os impactos destas variações e tomar
falando que a relação será precisamente 80-20, pode-se as devidas providências.
variar entre 90-10 e 70-30, mas geral fica nesta faixa. O gerenciamento de projetos tenta adquirir con-
Por exemplo 80% do custo do seu projeto esta relacio- trole sobre essas três variáveis (tempo, custo, escopo),
nado à 20% das tarefas, ou 80% do prazo esta relacionado no entanto, algumas literaturas definem como quatro
à 20% das tarefas, e por ai vai. O importante mesmo é variáveis, sendo qualidade a quarta variável, contudo a
identificar no seu projeto quais as tarefas que fazem parte qualidade é uma das principais componentes do escopo.
destes 20% e dedicar uma atenção especial à elas. Estas variáveis podem ser dadas por clientes externos ou
internos. O(s) valor(es) das variáveis remanescentes está/
Etapas de um projeto estão a cargo do gerente do projeto, idealmente basea-
Todo projeto é desenvolvido em cinco etapas: Inicia- do em sólidas técnicas de estimativa.
ção, planejamento, execução, controle e conclusão. Geralmente, os valores em termos de tempo, custo,
qualidade e escopo são definidos por contrato.
Para manter o controle sobre o projeto do início ao
fim, um gerente de projetos utiliza várias técnicas, dentre
as quais se destacam:
• Planejamento de projeto
• Análise de valor agregado
• Gerenciamento de riscos de projeto
• Cronograma
• Melhoria de processo1

Gerenciamento de Processos
Ao analisar um processo, a equipe de projeto deve par-
tir sempre da perspectiva do cliente (interno ou externo),
de forma a atender às suas necessidades e preferências,
ou seja, o processo começa e termina no cliente, como
sugerido na abordagem derivada da filosofia do Gerencia-
mento da Qualidade Total (TQM). Dentro dessa linha, cada
Iniciação é a etapa onde tomamos conhecimento do etapa do processo deve agregar valor para o cliente, caso
projeto a ser feito, é o momento da confecção do briefing, contrário será considerado desperdício, gasto, excesso ou
ou de sua leitura à equipe, é nesta hora onde surgem diver- perda; o que representaria redução de competitividade e
sas dúvidas do projeto. Em geral é uma etapa que deve ser justificaria uma abordagem de mudança.
desenvolvida em uma reunião de brainstorming. Entender como funcionam os processos e quais são
Planejamento é onde o projeto é detalhado, se apli- os tipos existentes é importante para determinar como
carmos o principio de Pareto, é onde investimos 80% do eles devem ser gerenciados para obtenção de melhores
nosso tempo. É o momento em que detalhamos as ati- resultados.
vidades, pesquisamos, determinamos prazos, alocamos Afinal, cada tipo de processo tem características es-
recursos e custos. O resultado do planejamento é uma pecíficas e deve ser gerenciado de maneira específica.
lista de tarefas e/ou um gráfico de Gantt. A visão de processos é uma maneira de identificar e
Execução é o objetivo do projeto, é a “hora da verda- aperfeiçoar as interfaces funcionais, que são os pontos
de”, quem executa é o gestor técnico,é a hora de colocar nos quais o trabalho que está sendo realizado é transfe-
o projeto em prática. rido de um setor para o seguinte. Nessas transferências é
Controle, o gestor do projeto faz o controle da exe- que normalmente ocorrem os erros e a perda de tempo.
cução, registrando tempo e recursos, e gerenciando as Todo trabalho realizado numa organização faz par-
possíveis mudanças. te de um processo. Não existe um produto ou serviço
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Conclusão, bom conclusão dispensa mais comentá- oferecido sem um processo. A Gestão por Processos é a
rios, é a hora em que o projeto termina. forma estruturada de visualização do trabalho.
Na verdade as cinco etapas do projeto não aconte-
cem como uma sequência linear, afinal, como já vimos O objetivo central da Gestão por Processos é
existem problemas não previstos, existem ajustes à se- torná-los mais eficazes, eficientes e adaptáveis.
rem feitos. E estes ajustes são feitos “on the fly”, ou seja,
durante a execução do projeto, configurando um ciclo • Eficazes: de forma a viabilizar os resultados dese-
claro que passa por execução, controle e planejamento. jados, a eliminação de erros e a minimização de
Geralmente na hora da execução é que o planeja- atrasos;
mento é posto a prova, o controle é o acompanhamento • Eficientes: otimização do uso dos recursos;
que o gestor de projetos faz junto ao gestor técnico, ele • Adaptáveis: capacidade de adaptação às necessi-
registra os tempos e uso de recursos. Este controle pode dades variáveis do usuário e organização.
apontar tanto uma tendência à economia de recursos
quando à necessidade de utilizar recursos alem do pla-
nejado.
1  Texto adaptado de João Carlos Caribé

3
Deve-se ter em mente que, quando os indivíduos es- senvolvimento e revisão das normas da organização ou
tiverem realizando o trabalho através dos processos, eles ainda pelo mapeamento de processos. Entretanto, fazer
estarão contribuindo para que a organização atinja os isso de imediato é colocar o “carro na frente dos bois”.
seus objetivos. Esta relação deve ser refletida pela equipe Em vez disso, o ponto de partida inicial é identificar
de trabalho, através da consideração de três variáveis de os processos relevantes e como devem ser operacionali-
processo: zados com eficiência. Questões que podem ajudar nesta
• Objetivos do processo: derivados dos objetivos da análise são:
organização, das necessidades dos clientes e das • Qual o dimensionamento de equipe ideal para a
informações de benchmarking disponíveis; execução e o controle dos processos?
• Design do processo: deve-se responder a pergun- • Qual o suporte adequado de ferramentas tecno-
ta: “Esta é melhor forma de realizar este proces- lógicas?
so?” • Quais os métodos de monitoramento e controle do
• Administração do processo: deve-se responder as desempenho a serem utilizados?
seguintes perguntas: “Vocês entendem os seus • Qual é o nível de integração e interdependência
processos? Os subobjetivos dos processos foram entre processos?
determinados corretamente? O desempenho dos
processos é gerenciado? Existem recursos sufi- A resposta a essas questões representa a adoção de
cientes alocados em cada processo? As interfaces uma visão abrangente por parte da organização sobre
entre os processos estão sendo gerenciadas?” os seus processos e de como estão relacionados. Essa
“visão” é o que chama de uma abordagem de BPM. Sua
Realizando estas considerações, a equipe estabelece- implantação deve considerar no mínimo cinco 5 diferen-
rá a existência da ligação principal entre o desempenho tes passos fundamentais:
da organização e o individual no desenvolvimento de 1. Tradução do negócio em processos: É importan-
uma estrutura mais competitiva, além de levantar infor- te definir quais são os processos mais relevantes
mações que servem para comparar as situações atuais para a organização e aqueles que os suportam.
e desejadas da organização, de forma a impulsionar a Isso é possível a partir do entendimento da Visão
mudança.
Estratégica, como se pretende atuar e quais os di-
ferenciais atuais e desejados para o futuro. Com
Falar em processos é quase sinônimo de falar em
isso, é possível construir o Mapa Geral de Proces-
eficiência, redução de custos e qualidade, por isso é
sos da Organização.
recorrente na agenda de qualquer executivo. O atual
2. Mapeamento e detalhando os processos: A par-
dinamismo das organizações, aliado ao peso cada vez
tir da definição do Mapa Geral de Processos inicia-
maior que a tecnologia exerce nos negócios, vem fa-
-se a priorização dos processos que serão detalha-
zendo com que o tema processos e, mais recentemente,
gestão por processos (Business Process Management, dos. O mapeamento estruturado com a definição
ou BPM) seja discutido e estudado com crescente inte- de padrões de documentação permite uma análise
resse pelas empresas. de todo o potencial de integração e automação
Os principais fatores que tem contribuído para essa possível. De forma complementar são identifica-
tendência são: dos os atributos dos processos, o que permite, por
• Aumento da demanda de mercado vem exigindo exemplo, realizar estudos de custeio das atividades
desenvolvimento e lançamento de novos produ- que compõe o processo, ou ainda dimensionar o
tos e serviços de forma mais ágil e rápida. tamanho da equipe que deverá realizá-lo.
• Com a implantação de Sistemas Integrados de 3. Definição de indicadores de desempenho: O ob-
Gestão, os chamados ERPs, existe a necessidade jetivo do BPM é permitir a gestão dos processos, o
prévia de mapeamento dos processos. Entretan- que significa medir, atuar e melhorar! Assim, tão
to é muito comum a falta de alinhamento entre importante quanto mapear os processos é definir
processos, mesmo depois da implantação siste- os indicadores de desempenho, além dos modelos
ma. de controle a serem utilizados.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

• As regras e procedimentos organizacionais se 4. Gerando oportunidades de melhoria: A intenção


mostram cada vez mais desatualizados devido ao é garantir um modelo de operação que não leve
ambiente de constante mudança. Em tal situação a retrabalho, perda de esforço e de eficiência, ou
erros são cometidos ou decisões são posterga- que gere altos custos ou ofereça riscos ao negó-
das por falta de uma orientação clara. cio. Para tal é necessário identificar as oportunida-
• Maior frequência de entrada e saída de profis- des de melhoria, que por sua vez seguem quatro
sionais (turnover) tem dificultado a gestão de alternativas básicas: incrementar, simplificar, au-
conhecimento e a documentação das regras de tomatizar ou eliminar. Enquanto que na primeira
negócio, gerando como resultado maior dificul- busca-se o ganho de escala, na última busca-se a
dade como na integração e treinamento de no- simples exclusão da atividade ou transferência da
vos colaboradores. mesma para terceiros.
5. Implantando um novo modelo de gestão: O
Os efeitos destas e outras situações têm levado um BPM não deve ser entendido como uma revisão
número crescente de empresas a buscar uma nova forma de processos. A preocupação maior é assegurar
de gerenciar seus processos. Muitas começam pelo de- melhores resultados e nesse caminho trata-se de

4
uma mudança cultural. É necessária maior percep- O fato de processos de suporte não gerarem direta-
ção das relações entre processos. Nesse sentido, mente valor aos clientes não significa que não sejam im-
não basta controlar os resultados dos processos, é portantes para a organização. Os processos de suporte
preciso treinar e integrar as pessoas visando gerar podem ser fundamentais e estratégicos à organização na
fluxo de atividades mais equilibrado e de controles medida em que aumentam sua capacidade de efetiva-
mais robustos. mente realizar os processos primários.
Processos de gerenciamento
É por causa desse último passo que a implantação de São utilizados para medir, monitorar e controlar ati-
BPM deve ser tratada de forma planejada e orientada em vidades de negócios. Tais processos asseguram que um
resultados de curto, médio e longo prazo. processo primário, ou de suporte, atinja metas opera-
O BPM representa uma visão bem mais abrangente, cionais, financeiras,  regulatórias e legais. Os processos
onde a busca por ganhos está vinculada a um novo mo- de gerenciamento não agregam diretamente valor aos
delo de gestão. Colocar tal modelo em prática requer clientes, mas são necessários a fim de assegurar que a
uma nova forma de analisar e decidir como será o dia- organização opere de maneira efetiva e eficiente.
-a-dia da organização de hoje, amanhã, na semana que
vem, no próximo ano e assim por diante. Mapeamento de Processos
O mapeamento de processos é uma ferramenta ge-
Podemos classificar processos de negócio em três tipos rencial analítica e de comunicação que têm a intenção
diferentes: de ajudar a melhorar os processos existentes ou de im-
• Processos primários (ou processos essenciais) plantar uma nova estrutura voltada para processos. A sua
• Processos de suporte análise estruturada permite, ainda, a redução de custos
• Processos de gerenciamento no desenvolvimento de produtos e serviços, a redução
nas falhas de integração entre sistemas e melhora do de-
Processos primários sempenho da organização, além de ser uma excelente
Processos primários são ponta a ponta, interfuncio- ferramenta para possibilitar o melhor entendimento dos
nais e entregam valor aos clientes. São frequentemente processos atuais e eliminar ou simplificar aqueles que
chamados de processos essenciais, pois representam as necessitam de mudanças.
atividades essenciais que uma organização desempenha O mapeamento do processo teve suas origens em
para cumprir sua missão. Esses processos formam a ca-
uma variedade de áreas, sendo que, a origem da maioria
deia de valor onde cada passo agrega valor ao passo
das técnicas como o diagrama de fluxo, o diagrama de
anterior conforme medido por sua contribuição na cria-
cadeia, o diagrama de movimento, os registros fotográ-
ção ou entrega de um produto ou serviço, em última
ficos, os gráficos de atividades múltiplas e os gráficos de
instância, gerando valor aos clientes.
processo podem ser atribuídas a Taylor e a seus estudos
Michael Porter descreveu cadeias de valor como com-
de melhores métodos de se realizar tarefas e organiza-
postas de atividades “primárias” e atividades “de suporte”.
ção racional do trabalho na Midvale Steel Works.
A cadeia de valor do processo de negócio descreve a for-
ma de contemplar a cadeia de atividades (processos) que O mapeamento do processo serve para indicar a se-
fornecem valor ao cliente. Cada uma dessas atividades quência de atividades desenvolvidas dentro de um pro-
tem seus próprios objetivos de desempenho vinculados cesso. Deve ser feito de forma gráfica, utilizando-se a
a seu processo de negócio principal. Processos primários ferramenta fluxograma, para representá-lo.
podem mover-se através de organizações funcionais, de- Uma grande quantidade de aprendizado e melhoria
partamentos ou até entre organizações e prover uma vi- nos processos pode resultar da documentação e exame
são completa ponta-a-ponta de criação de valor. dos relacionamentos input output representados em
Atividades primárias são aquelas envolvidas com a um mapa de processos. Afinal, a realização deste mapa
criação física de um produto ou serviço, marketing e possibilita a identificação das interfaces críticas, a defi-
transferência ao comprador, e suporte pós-venda, refe- nição de oportunidades para simulações de processos,
ridos como agregação de valor. a implantação de métodos de contabilidade baseados
em atividades e a identificação de pontos desconexos
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Processos de suporte ou ilógicos nos processos. Desta forma, o mapeamento


Esses processos são desenhados para prover suporte a desempenha o papel essencial de desafiar os processos
processos primários, frequentemente pelo gerenciamento existentes, ajudando a formular uma variedade de per-
de recursos e ou infraestrutura requerida pelos processos guntas críticas, como por exemplo:
primários. O principal diferenciador entre processos pri- • Esta complexidade é necessária?
mários e de suporte, é que processos de suporte não ge- • São possíveis simplificações?
ram valor direto aos clientes, ao passo que os processos • Existe excesso de transferências interdeparta-
primários sim. Como exemplos de processos de suporte mentais?
têm-se: gerenciamento de tecnologia da informação, de • As pessoas estão preparadas para as suas fun-
infraestrutura ou capacidade, e de recursos humanos. ções?
Cada um desses processos de suporte pode envolver • O processo é eficaz?
um ciclo de vida de recursos e estão frequentemente • O trabalho é eficiente?
associados a áreas funcionais. Contudo, processos de • Os custos são adequados?
suporte podem e geralmente atravessam fronteiras fun-
cionais.

5
Em um mapa de processos consideram-se atividades, O mapeamento deve conter as tarefas prioritárias
informações e restrições de interface de forma simultâ- para a sua execução. A forma de determinar as tarefas
nea. A sua representação inicia-se do sistema inteiro de prioritárias é por intermédio de reunião com os respon-
processos como uma única unidade modular, que será sáveis pelo processo.
expandida em diversas outras unidades mais detalhadas, As tarefas prioritárias são aquelas que:
que, conectadas por setas e linhas, serão decompostas • Se houver um pequeno erro, afetam fortemente
em maiores detalhes de forma sucessiva. Esta decompo- a qualidade do processo;
sição é que garantirá a validade dos mapas finais. Assim • Já ocorreram acidentes no passado;
sendo, o mapa de processos deve ser apresentado em • Ocorrem “problemas” na visão dos supervisores
forma de uma linguagem gráfica que permita: e responsáveis.
• Expor os detalhes do processo de modo gradual
e controlado; Fluxograma
• Encorajar concisão e precisão na descrição do O fluxograma é uma ferramenta de baixo custo e de
processo; alto impacto, utilizada para analisar fluxos de trabalho
• Focar a atenção nas interfaces do mapa do pro- e identificar oportunidades de melhoria. São diagramas
cesso; da forma como o trabalho acontece, através de um pro-
• Fornecer uma análise de processos poderosa e cesso.
consistente com o vocabulário do design. O fluxograma permite uma ampla visualização do
processo e facilita a participação das pessoas. Serve,
Conhecendo os processos ainda, para documentar um órgão ou seção específi-
O primeiro passo para uma organização adotar a Ges- ca envolvida em cada etapa do processo, permitindo
tão por Processos é conhecer os seus principais proces- identificar as interfaces do mesmo. O seu estudo per-
sos organizacionais. A identificação dos processos deve mite aperfeiçoar os fluxos para maximizar as etapas que
ser realizada seguindo os seguintes passos: agregam valor e minimizar os custos, além de garantir a
realização de tarefas indispensáveis para a segurança de
• A identificação dos processos consiste em rela-
um sistema específico.
cionar os processos da organização ou área fun-
A simbologia apresentada traz apenas os símbolos
cional;
mais comumente utilizados. Outros símbolos poderão
• Essa enumeração deve ser feita de forma ampla,
ser empregados para mapeamento dos processos.
posteriormente o processo será detalhado até se
O fluxo do processo desenhado deve retratar com
chegar ao nível de detalhamento desejado;
clareza as relações entre as áreas funcionais da organi-
• O nível de detalhamento que importa é aquele
zação. O maior potencial de melhoria, muitas vezes, é
mais adequado para a análise que se pretende encontrado nas interfaces das áreas funcionais.
realizar; Enfatiza-se a documentação dos processos, seguin-
• A abordagem de processo adota o conceito de do a premissa de que, para realizar alguma melhoria no
hierarquia de processos e do detalhamento em processo, é preciso primeiro conhecê-lo e entendê-lo e
níveis sucessivos. Dessa forma, os processos po- que a qualidade de um produto ou serviço é reflexo da
dem ser subdivididos em subprocessos e agrupa- qualidade e gerenciamento do processo utilizado em
dos em macroprocessos. seu desenvolvimento.
Dependendo do problema e da oportunidade, um A partir do momento em que um fluxograma foi cria-
processo pode ser aperfeiçoado através de mudanças do para um processo crítico, é uma boa ideia mantê-lo
realizadas no processo em si, ou dentro do sistema o atualizado com todas as mudanças de procedimento no
qual esteja inserido. Mas o primeiro passo para a melho- trabalho. Se isso for feito, sempre haverá uma referência
ria do processo é conhecê-lo. rápida de como o trabalho deve ser realizado.

Mapeando os Processos Elaborando Fluxogramas


O mapeamento do processo serve para indicar a se- Utiliza-se o fluxograma com dois objetivos: garantir
quência de atividades desenvolvidas dentro de um pro- a qualidade; e aumentar a produtividade. É o início da
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cesso. Tal etapa inicia-se determinando as seguintes in- padronização. Todos os gerentes devem estabelecer os
formações: fluxogramas dos processos sob sua autoridade.
• Nome do processo; Tenha em mãos o mapeamento do processo reali-
• Objetivos do processo; zado para iniciar o desenho do fluxograma. Explicite as
• Entradas do processo (fornecedores e insumos); tarefas conduzidas em cada processo. Quantas tarefas
• Necessidades dos clientes (quem são, requisitos, existem em sua área de trabalho? Quantas pessoas tra-
normas de orientação); balham em cada uma das tarefas?
• Recursos necessários; O fluxograma é o instrumento mais eficiente para
• Formas de controle; fazer a própria análise. Os fluxogramas mostram clara-
• Saídas do processo (produtos e resultados espe- mente o que está acontecendo e oferecem um méto-
rados). do fácil de localização de fraquezas no sistema ou áreas
Comece pelo seu produto prioritário (produto crítico). onde poderiam ser introduzidas melhorias.
Não queira fazer tudo perfeito da primeira vez. Não tenha Quando o fluxograma estiver pronto, critique-o. Con-
medo de errar. O mapeamento inicial deve refletir a situa- voque um grupo de pessoas e por meio de um brains-
ção real e não aquela que se imagina que seja a ideal. torming pergunte:

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• Este processo é necessário? assistente ao encarregado e por este ao gerente.
• Cada etapa do processo é necessária? Os fluxogramas devem, por conseguinte, forne-
• É possível simplificar? cer o suporte necessário para as conclusões so-
• É possível adotar novas tecnologias (em todo ou bre o controle interno;
em parte)? • O bom senso, naturalmente, deverá ser utilizado
• O que é possível centralizar/descentralizar? na aplicação destas técnicas.
Para a elaboração do fluxograma é necessário utili- • Inovações pessoais e variações do método ado-
zar algumas figuras que padronizam as tarefas que estão tado são admitidas, mas com ressalvas. Os fluxo-
sendo realizadas. Existe uma série de figuras e, até certo gramas serão úteis se forem padronizados e se
ponto, uma divergência entre diferentes autores. O im- puderem ser lidos por qualquer pessoa. Símbolos
portante é que cada organização defina os seus padrões muito especiais poderão eliminar as vantagens
e os sigam, podendo criar novos símbolos que forem ne- de uma linguagem padrão;
cessários. • Os fluxogramas podem e devem ser modificados,
O quadro abaixo apresenta os principais símbolos uti- quando necessário;
lizados na elaboração dos fluxogramas. • Todas as palavras que apareçam no fluxograma
devem ser escritas em letras claras e legíveis;
• Faça o fluxograma o mais simples e o mais dire-
to possível. Evite disposições que levem o leitor
através de uma floresta de traços e setas;
• Evite o cruzamento de linhas. Um semicírculo, in-
dicando a independência das
• linhas ao se cruzarem é um recurso imperfeito.
Evite o problema logo de início. Isto normalmen-
te pode ser obtido com uma nova disposição das
informações no papel;
• Coloque os funcionários ou departamentos que
tenham grande troca de documentos ou infor-
mações entre si, em colunas adjacentes. Evite o
aparecimento de longas setas que cruzem o pa-
pel de um lado para outro, sobre colunas não
utilizadas;
• Assegure-se de que o início e o término de um
fluxo são claramente visíveis, de forma que o lei-
tor saiba para onde ir antes de descer aos deta-
lhes;
• Evite detalhes excessivos, mas assegure-se de
cobrir todos os pontos importantes de controle.

Monitorando os Processos
O que se pode medir, se pode gerenciar. Gerenciar
significa ter o controle sobre os processos, tendo infor-
mações sobre o seu desempenho, que levarão a tomada
consciente de decisão. Isso não quer dizer que todas as
tarefas e atividades de um processo deverão ser moni-
toradas. Mas aquelas que podem causar problemas sim.
Mesmo que isso signifique monitorar um item de cada
Recomendações para a elaboração de fluxogramas: vez. Uma forma de monitorar um processo é utilizando
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• Faça os fluxogramas finais em formulários pró- indicadores de desempenho. Os indicadores são formas
prios, usando o gabarito padrão, de representações quantificáveis das características de
• Baseando-se nos rascunhos já verificados ou mo- um processo e de seus produtos ou serviços. Utilizamos
dificados; indicadores para controlar e melhorar a qualidade e o
• Os fluxogramas devem ser legíveis para tercei- desempenho destes produtos ou serviços ao longo do
ros. O fato de os fluxogramas serem exatos não tempo.
é o bastante. Eles devem ser inteligíveis para um Muitas organizações têm dificuldades em criar indica-
revisor ou para um novo membro da equipe nos dores de desempenho, devido ao fato de que eles enfa-
anos posteriores. Os fluxogramas devem ser cla- tizam os indicadores de resultado, aqueles relacionados
ros, concisos, logicamente dispostos e sem am- ao produto final da organização, e não a maneira como
biguidades; os processos estão sendo desempenhados.
• Assegure-se que os fluxogramas respondem às Basicamente podemos ter dois tipos de indicadores.
questões básicas de controle interno. Os indicadores resultantes (outcomes) e os indicado-
• Lembre-se que a avaliação do controle interno res direcionadores (drivers).
terá que ser demonstrada nos fluxogramas pelo

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Os indicadores resultantes: • Estabeleça um a meta para este indicador (valor
• Permitem saber se o efeito desejado foi obtido; a ser atingido e prazo no qual este valor deve ser
• Ligados ao resultado final do processo; conseguido);
• Baixa frequência de análise (longo prazo); • Disponha os principais gráficos em locais de fácil
• Mostram o passado; acesso de toda a equipe de trabalho. A utilização
• Mais comparáveis. de comentários e explicações é bem vinda.2

Os indicadores direcionadores: Governança corporativa


• Permitem analisar as causas presumidas do efei- O desenvolvimento econômico de um país é deter-
to, de forma proativa; minado pelo nível de sua atividade empresarial. Neste
• Ligados às tarefas intermediárias do processo; contexto, temos observado que as empresas estão bus-
• Alta frequência de análise (curto prazo); cando cada vez mais aprimorar sua eficiência operacional
• Antecipam o futuro; com objetivo de maximização dos lucros. A matemática
• Menos comparáveis. financeira nos mostra que quanto maior o lucro, melhor
Os indicadores direcionadores medem as causas, os a empresa. Isto corresponderia a uma maior atrativida-
fatores que levam aos efeitos. Estes por sua vez, são mo- de para investidores do mercado. Mas a gestão de uma
nitorados pelos indicadores resultados. Entre eles existe empresa, e a busca por esta eficiência, não é tão simples
uma relação de causa e efeito, que se tomada partido, quanto parece. Existem diversos aspectos que precisam
auxilia no gerenciamento do processo e na tomada de ser levados em consideração, principalmente em relação
decisão. ao conjunto de regras pelo qual a empresa e seus funcio-
Os indicadores direcionadores também chamados nários trabalham.
de indicadores de controle dos processos são utilizados A evolução das sociedades empresariais levou a sepa-
como instrumentos de observação para identificar situa- ração da propriedade e da gestão. A partir de então co-
ções ou tendências antes que elas se tornem perigosas meçaram a surgir conflitos de interesse entre os “donos”
e como garantia de que o processo está funcionando da das empresas, detentores da propriedade, e o gestores,
maneira correta. Eles são usados como sensores do siste- contratados para administração das mesmas. A isto cha-
ma de mensuração para conduzir o trabalho e medir os mou-se de conflito de agência, que foi um dos principais
resultados. pontos que contribuiu para surgimento da governança
Ao se criar indicadores de desempenho, podemos ter corporativa.
em mente outro tipo de classificação, quanto ao tipo dos Embora muitos mecanismos que atualmente estão
indicadores. Dependendo do tipo de processo, podemos incorporados as melhores práticas de gestão já eram uti-
criar indicadores que reflitam a Economicidade, a Eficiên- lizados há muitas décadas, o termo “governança corpo-
cia, a Eficácia e a Efetividade dos esforços despendidos rativa” surgiu entre as décadas de 1980 e 1990. Ganhou
pela organização. destaque exponencial principalmente após os grandes
• Indicadores de Economicidade são aqueles que escândalos corporativos envolvendo algumas das maio-
refletem a minimização dos custos de aquisição res empresas do mundo no início dos anos 2000, junta-
dos recursos necessários para a realização das ta- mente com a ampliação dos estudos relacionados ao as-
refas do processo, sem comprometer a qualidade sunto. A governança corporativa nasceu com um grande
desejada. objetivo de tornar uma organização mais racional, ética e
• Indicadores de Eficiência são aqueles que buscam pluralista da economia e da sociedade. Após estes escân-
uma relação entre os recursos efetivamente utili- dalos a sociedade buscou por um sistema mais equilibra-
zados para a realização de determinada atividade, do de decisões, visando minimizar o conflito de agência,
frente aos padrões estabelecidos. e também para trazer maior transparência aos negócios.
• Indicadores de Eficácia são aqueles que medem “A governança corporativa não é um modismo, mas
o grau de cumprimento das metas fixadas para um sistema de aperfeiçoamento de gestão” (SILVA, 2012).
determinada atividade Este sistema evoluiu muito nos últimos anos, passando a
• Indicadores de Efetividade são aqueles que me- contar com regulamentações próprias em muitos países.
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dem o grau de alcance dos objetivos de determi- Também observamos a publicação de diversos artigos
nada ação ou atividade. Tem como referência os e códigos de boas práticas de governança, que contri-
impactos na sociedade buíram para disseminação de práticas mais eficientes de
gestão e administração.
Para monitorar as etapas do processo e s eu resultado Seis fenômenos globais contribuíram para que o
final, pode-se seguir a seguinte sequência de atividades: tema se tornasse o principal foco de discussão sobre alta
• Estabeleça o i tem de controle. Determine a tarefa gestão no mundo atualmente (BECHT, BOLTON e ROELL
crítica do processo e crie um indicador; apud SILVEIRA, 2010):
• Levante as informações sobre o indicador e cons- • Crescimento e maior ativismo dos investidores
trua um gráfico; institucionais;
• O gráfico deverá conter a denominação do in- • Onda de aquisições hostis nos Estados Unidos
dicador, a unidade de medida, uma escala bem nos anos 1980;
dimensionada, resultados médios dos anos ante-
riores como referência;
2  Fonte: Marcelo Raducziner/www.administradores.com.
br/Luís Maurício Bessa Scartezini

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• Onda de privatizações nos países europeus e em delegação, que gerenciar estes recursos mediante estra-
desenvolvimento; tégias e ações para atingir objetivos [...], tudo isto me-
• Desregulamentação e integração global dos diante uma obrigação constante de prestação de contas.”
mercados de capitais; Alguns dos PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA BOA
• Crises nos mercados emergentes no final do sé- GOVERNANÇA comuns a diversos autores são:
culo XX; • Transparência (disclousure): representa o pro-
• Série de escândalos corporativos nos Estados cesso de contínua demonstração, pelo agente,
Unidos e Europa; de que sua gestão está alinhada às diretrizes
estratégicas previamente fixadas pelo principal.
A estes acontecimentos, Silveira (2010) acrescenta Não é só limitar-se à “obrigação de informar”
ainda um sétimo evento: Crise financeira global de 2008. (accountability), o agente (a administração) deve
No Brasil, assim como no restante do mundo, a go- cultivar o “desejo de informar”. Está intimamente
vernança corporativa também vem ganhando maior im- relacionada com a prestação de informações aos
portância, principalmente após os grandes escândalos acionistas, aos investidores e ao mercado em ge-
de corrupção e lavagem de dinheiro deflagrados nos úl- ral, deixando clara a verdadeira situação da socie-
timos anos. dade e apontando os rumos que ela deve tomar.
Nos últimos tempos, a governança tornou-se um con- • O princípio da transparência envolve a divulga-
ceito-chave, que todos utilizam sem saber exatamente ção das informações transmitidas aos principais
o que é. O que tem a ver governança com riscos e con- interessados na organização, especialmente
troles? Já que se cunhou até um acrônimo, GRC, para aqueles de alta relevância, que causam impacto
designar e demonstrar a relação Governança, Riscos e nos negócios e que envolve risco ao empreen-
Controles. Expressões como governança corporativa, go- dimento (andrade e rosseti, 2014). Segundo o
vernança organizacional, governança institucional e go- instituto brasileiro de governança corporativa -
vernança pública estão por toda parte. ibgc (2015) a transparência “consiste no desejo
O uso amplo da expressão exige que se precise o seu de disponibilizar para as partes interessadas as
significado no contexto em que é aplicado. Para este tra- informações que sejam de seu interesse e não
balho, interessa-nos a governança das instituições públi- apenas aquelas impostas por disposições de leis
cas, portanto, no campo da governança organizacional, ou regulamentos”. Silva (2012) cita que “mais do
em geral, e da governança institucional, em particular. que a obrigação de informar, a administração
Controles internos e governança são assuntos inter- deve cultivar o desejo de informar”.
-relacionados, mas não são sinônimos. A estrutura de • Equidade (fairness): tratamento justo e igualitário
controles internos, como já vimos, é estabelecida para a todas as partes interessadas, sendo totalmente
governar os acontecimentos dentro de uma organização inaceitáveis atitudes ou políticas discriminatórias,
que possam impactar na consecução de seus objetivos, sob qualquer pretexto. “caracteriza-se pelo trata-
isto é, os riscos. Portanto, controle interno é a fiscalização mento justo e isonômico de todos os sócios e de-
das atividades feita pela própria entidade, ou seja, pela mais partes interessadas (stakeholders), levando
sua própria administração e pelo seu corpo funcional. em consideração seus direitos, deveres, necessi-
Mas, e a fiscalização da administração da entidade é dades, interesses e expectativas” (ibgc, 2015).
feita por quem? Aqui surge o conceito de governança,
representado pela adoção de boas práticas, consubstan- Segundo este princípio, não são aceitas atitudes ou políti-
ciadas nos princípios adiante descritos, que assegurem cas discriminatórias. É o senso de justiça. Segundo andrade e
equilíbrio entre os interesses das diferentes partes que, rossetti (2014) “é o respeito dos direitos minoritários, por par-
no caso do setor público, inclui a sociedade e os seus re- ticipação equânime com a dos majoritários, tanto no aumen-
presentantes, o parlamento, as associações civis, o mer- to da riqueza corporativa, quando nos resultados das opera-
cado, os órgãos reguladores e de controle, dentre outros. ções, quanto ainda na presença ativa em assembleis gerais”.
A moderna governança surgiu com a necessidade de • Prestação de contas (accountability): os agen-
administrar os chamados conflitos de agência, que apa- tes da governança devem prestar contas de sua
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recem quando o bem-estar de uma parte (denominada atuação a quem os fez delegação e respondem
principal) depende das decisões tomadas por outra (de- integralmente por todos os atos que praticarem
nominada agente). Embora o agente deva tomar deci- no exercício desse mandato. A prestação de con-
sões em benefício do principal, muitas vezes ocorrem tas deve ser clara, concisa e compreensível.
situações em que os interesses dos dois são conflitan- • Responsabilidade (responsability): definição de
tes, dando margem a um comportamento oportunista uma política de responsabilidade que assegure a
por parte do agente (CARVALHO, 2002, p.19 apud SIL- máxima sustentabilidade dos negócios, incorpo-
VA, 2003). rando considerações de ordem ética, social e am-
O conceito não é novo, mas só recentemente tomou biental em todos os processos e relacionamentos.
corpo. Para Peters (2007, p.27)
“ele já existe desde que as empresas passaram a ser A administração pública brasileira deve obediência a
administradas por agentes distintos dos proprietários [...] todos esses princípios, espalhados que estão por todo o
há cerca de 100 anos. Por essa época, começou a ser de- texto constitucional, e especificamente aos sintetizados
lineado o conflito de agência, em que o agente recebe no art. 37 da CF/88, que representam os requisitos de
uma delegação de recursos [...] e tem, por dever dessa sua atuação.

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Os agentes da governança institucional de órgãos, Benefícios da Governança Corporativa
entidades, programas e fundos públicos, por subsun- A boa Governança Corporativa contribui para um
ção a tais princípios, devem contribuir para aumentar a desenvolvimento econômico  sustentável, proporcio-
confiança sobre a forma como são geridos os recursos nando melhorias no desempenho das empresas, além
colocados à sua disposição, reduzindo a incerteza dos de maior acesso a fontes externas de capital. Por estes
membros da sociedade sobre o que acontece no interior motivos, torna-se tão importante ter conselheiros qualifi-
da administração pública. Essa contribuição será tanto cados e sistemas de Governança Corporativa de quali-
mais efetiva quanto melhor for a qualidade dos instru- dade. Evitando-se assim diversos fracassos empresariais
mentos e mecanismos de governança institucional arre- decorrentes de:
gimentados e mantidos pelos agentes responsáveis pela • Abusos de poder – Do acionista controlador sobre
coisa pública. minoritários, da diretoria sobre o acionista e dos
Boas estruturas de gestão de riscos e controles inter- administradores sobre terceiros;
nos são pré-requisitos para uma organização bem admi- • Erros estratégicos – Resultado de muito poder
nistrada, e esses três elementos são pré-requisitos para concentrado no executivo principal;
uma boa governança. Desse modo, Governança, Riscos • Fraudes – Uso de informação privilegiada em be-
e Controles devem ser geridos de forma integrada, ob- nefício próprio, atuação em conflito de interesses.
jetivando o estabelecimento de um ambiente que res-
peite não apenas os valores, interesses e expectativas da MECANISMOS DE GOVERNANÇA
instituição e dos agentes que a compõem, mas também Um sistema de governança é considerado eficiente
de todas as suas partes interessadas, tendo o cidadão e quando combina diferentes mecanismos internos e ex-
a sociedade como os vetores principais desse processo. ternos com o objetivo de assegurar as melhores decisões
Existem muitas definições para o termo Governança de interesse dos acionistas.
Corporativa, mas nada melhor do que buscar a defini-
ção de um órgão especializado no assunto, certo? Assim, MECANISMOS INTERNOS
o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) Os principais mecanismos internos citados na litera-
define a Governança Corporativa como: tura para uma boa governança corporativa são:
“Um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas • Conselho de administração – considerado principal
e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, mecanismo de governança. O conselho é constituí-
Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Inde- do para representar os interesses de todos os acio-
pendente e Conselho Fiscal. As boas práticas de gover- nistas, que deve monitorar e supervisionar a Dire-
nança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor toria Executiva. O conselho deve ser ativo, atuando
da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir com independência e integridade;
para a sua perenidade”. • Sistema de remuneração – o montante e forma de
remuneração dos executivos é item chave para ali-
Objetivos da Governança Corporativa nhar os interesses da Diretoria Executiva aos dos
Em sua essência, a Governança Corporativa tem acionistas, reduzindo os custos de agência. A vin-
como principal objetivo recuperar e garantir a confiabi- culação da remuneração com o desempenho é um
lidade em uma determinada empresa para os seus acio- mecanismo adicional comum para o alinhamento
nistas. Criando um conjunto eficiente de mecanismos, dos interesses;
tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de • Concentração acionária – a concentração de prio-
assegurar que o comportamento dos executivos esteja ridade é geralmente apontada como vantajosa,
sempre alinhado com o interesse dos acionistas. uma vez que um agente concentrador de priori-
dade pode gerar maior monitoramento e cobrança
Características e ferramentas de desempenho dos executivos. Entretanto, pode
São 8 as principais características da “boa governança“, levar a decisões prejudiciais aos acionistas minori-
veja: tários. Já as estruturas com dispersa concentração
1. Participação acionária podem resultar em empresas com admi-
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2. Estado de direito nistração mais profissional. Por outro lado, podem


3. Transparência dar margem ao poder excessivo para a Diretoria
4. Responsabilidade Executiva.
5. Orientação por consenso
6. Igualdade e inclusividade MECANISMOS EXTERNOS
7. Efetividade e eficiência • Os mecanismos externos possuem maior diferen-
8. Prestação de conta (accountability) ciação entre os autores, mas podemos destacar
os seguintes como principais:
É importante destacar, também, as principais ferra- • Proteção legal aos investidores – “uma extensa
mentas utilizadas na Governança Corporativa, que as- literatura empírica internacional sugere que as
seguram o controle da propriedade sobre a gestão, são situações de conflitos de interesses tendem a
elas: o conselho de administração, a auditoria indepen- causar menos danos em ambientes com melhor
dente e o conselho fiscal. proteção aos investidores” (SILVEIRA, 2010);

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• Possibilidade de aquisição hostil e grau de competição no mercado – o receio de dos executivos de perderem
seus empregos em virtude de uma aquisição é citado como poderoso mecanismo disciplinador;
• Fiscalização dos agentes de mercado – este item traz maior transparência para empresa e aumenta a pressão
para que os executivos tomem decisões de forma a maximizar o valor da empresa, em detrimento aos seus
próprios interesses;
• Estrutura de capitais – a estrutura de capital ou de financiamento da empresa também pode ser entendida
como instrumento de governança. O endividamento obrigaria os administradores a distribuírem regularmente
os fluxos de caixas aos credores e acionistas. Os financiamentos facilitam o acesso a recursos menos onerosos.
Todavia, os executivos precisam equilibrar suas decisões de investimento e endividamento para não inviabilizar
as operações da empresa ou aumentar o risco de falência.
A seguir abordaremos alguns MARCOS HISTÓRICOS que contribuíram para evolução e crescimento das melhores
práticas de governança corporativa com as conhecermos hoje.

Lei Sarbanes-Oxley
Lei Norte Americana de 23 de Janeiro de 2002 criada especificamente para melhorar as práticas de Governança Cor-
porativa, relativas à divulgação e à emissão de Relatórios Financeiros, transformando em obrigação todas as práticas
éticas de negócio em forma de Lei.
Tudo isso devido aos escândalos envolvendo grandes empresas norte-americanas com a falsificação de demons-
trações contábeis e a utilização de empresas de auditoria para endossar seus problemas, proibindo as empresas norte-
-americanas de divulgar informações possíveis de serem interpretadas de forma confusa dentro dos princípios gerais
de contabilidade.
O maior objetivo desta Lei é coibir a conduta antiética de administradores e auditores.
Surgiu para restaurar a confiabilidade nas administrações contábeis e financeiras e com isso incentivar o investi-
mento na Bolsa de Valores, impondo às companhias que promovam avaliações anuais de controles internos e que essas
avaliações sejam atestadas pelo auditor externo da empresa.
Pode se dividir em duas vertentes: maior controle das atividades de auditoria e punição de fraudes praticadas por
administradores das empresas.
No Brasil, a Lei das Sociedades Anônimas (LSA) dispõe em seu artigo 158: administradores respondem civilmente
pelos prejuízos que causarem à companhia quando ultrapassarem os atos regulares de gestão ou quando procederem,
dentro de suas atribuições e poderes, com culpa ou dolo.
Segundo conceito civil, quem pratica ato ilícito é aquele que “por ação ou omissão voluntária, negligência ou impe-
rícia, violar direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.”

Relatório Cadbury
O Relatório Cadbury inspirou-se nas práticas do mercado de capitais norte-americano, considerado o mais forte e
avançado do mundo. O seu desenvolvimento foi necessário tendo em vista que os conselhos de administração das cor-
porações do Reino Unido, até o início dos anos 1990, não vinham atuando de forma aceitável. Lodi define a composição
dos conselhos daquela época assim:
Eram constituídos por conselheiros que participavam de conselhos de um grande número de companhias, cruzando
entre si interesses e favores e criando dificuldades para minoritário e outsiders. Imperava uma rede de velhos companhei-
ros – uma espécie de old boy network” (LODI apud ANDRADE e ROSSETTI, 2014, p. 170).
Em 1991 o Banco da Inglaterra criou um comitê para elaborar um Código das Melhores Práticas de Governança
Corporativa. A comitê foi constituído por representantes da Bolsa de Valores de Londres e do Instituto de Contadores
Certificados, sob coordenação de Adrian Cadbury. Assim, foi elaborado o Relatório Cadbury, que foi publicado em de-
zembro de 1992, considerado pioneiro pelas propostas inovadoras à época.
Conforme Andrade e Rossetti (2014), o Relatório Cadbury baseia-se em cinco termos de referência, focados em dois
princípios – a prestação de contas responsável e a transparência:
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

• As responsabilidades de conselheiros e executivos na análise e apresentação de informações para os acionistas


e outras partes interessadas sobre o desempenho da companhia;
• A frequência, a clareza e a forma como as informações contábeis e seus complementos devem ser apresenta-
das;
• A constituição e o papel dos conselhos;
• As responsabilidades dos auditores e a extensão de suas atribuições;
• As ligações entre acionistas, conselhos e auditores.

A partir deste relatório, outros foram desenvolvidos no intuito de revisar as práticas e condutas indicadas, bem
como no sentido de aperfeiçoá-las, tendo destaque o Relatório Greenbury (1995), Relatório Hampel (1998), Relatório
Turnbull (1999) e o Relatório Higgs (2003). Todavia, até este último a essência do Relatório Cadbury foi mantida. No
quadro a seguir apresentamos as principais propostas deste relatório.

11
Metodologia COSO

COSO I
Em 1985, foi criada, nos Estados Unidos, em uma iniciativa independente, a National Commission on Fraudulent Finan-
cial Reporting (Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros), também conhecida como Treadway Com-
mission, composta por representantes das principais associações de classe ligadas à questão, para estudar as causas da
ocorrência de fraudes em relatórios financeiros/contábeis e fazer recomendações para a redução de sua incidência. A
Treadway Commission emitiu seu relatório enfatizando ambiente de controle, códigos de conduta e comitês de auditoria
competentes e compromissados, e conclamando as organizações patrocinadoras a integrar os diversos conceitos de con-
trole interno e a desenvolver um referencial comum. Criou-se o Committe Of Sponsoring Organizations of the Treadway
Commission - COSO (Comitê das Organizações Patrocinadoras).
O COSO publicou critérios práticos, amplamente aceitos, para o estabelecimento de controles internos e para avalia-
ção de sua efetividade. O modelo apresentado em julho de 1992, denominado Internal Control – Integrated Frame-
work, atualmente conhecido como COSO I, mudou o conceito tradicional de “controles internos” e chamou a atenção
para o fato de que eles tinham de fornecer proteção contra riscos.
O modelo, ao definir risco como a possibilidade que um evento ocorra e afete de modo adverso o alcance dos
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

objetivos da entidade, introduziu a noção de que controles internos devem ser ferramentas de gestão e monitoração
de riscos em relação ao alcance de objetivos e não mais devem ser dirigidos apenas para riscos de origem financeira ou
vinculados a resultados escriturais. O papel do controle interno foi, assim, ampliado e reconhecido como um instrumento
de gerenciamento de riscos indispensável à governança corporativa.
Após a publicação do COSO I, vários organizações internacionais revisaram suas normas para incorporar o conceito de
controle interno sintetizado pelo modelo, segundo o qual:
Controle Interno é um processo realizado pela diretoria, por todos os níveis de gerência e por outras pessoas da enti-
dade, projetado para fornecer segurança razoável quanto à consecução de objetivos nas seguintes categorias: a) eficácia e
eficiência das operações; b) confiabilidade de relatórios financeiros; c) cumprimento de leis e regulamentações aplicáveis.
(COSO 1992, p. 1, tradução nossa).
A AICPA emitiu a norma de auditoria SAS 78, substituindo a definição de controle interno da SAS 55 pela definição de
controle interno dada pelo COSO e incorporando os componentes e demais conceitos da estrutura de controles internos.
Isso fez com que o modelo se tornasse um paradigma no mercado, pois os auditores independentes passaram a utilizá-lo
como padrão para revisão do controle interno em seus trabalhos de auditoria.

12
A Federação Internacional de Contadores (Internatio- namentais. A auditoria interna, nesse paradigma, passou a
nal Federation of Accountants-IFAC), que emite as Interna- exercer um papel mais voltado para a avaliação mais abran-
tional Standards on Auditng - ISA (Normas Internacionais gente dos controles internos, com mais ênfase em contro-
de Auditoria), também incorporou todos os elementos les gerenciais e gerenciamento de riscos, deixando de lado
introduzidos pelo COSO na norma denominada Matter a função de mero avaliador da conformidade legal das des-
400 – Risk Assessments and Internal Control (Avaliações pesas públicas.
de Risco e Controle Interno). O Instituto Internacional Além dos modelos já mencionados, há outros especí-
de Auditores Internos (Iinstitute of Internal Auditors-IIA), ficos para a área de tecnologia da informação (TI), como
pela definição ampla que vem adotando para controles o Control Objectives for Information and related Technology
internos, denota sua adesão aos conceitos introduzidos (COBIT), um guia formulado como framework pela Informa-
pelo COSO. tion Systems Audit and Control Association (ISACA) incluindo
O Comitê de Basiléia, em 1998, publicou o documen- sumário executivo, controle de objetivos, mapas de audi-
to denominado Framework for Internal Control Systems toria, ferramentas para a sua implementação e, principal-
in Banking Organizations, no qual os treze princípios mente, um guia com técnicas de gerenciamento de riscos
constantes do documento enfatizam os cinco compo- e governança na área de TI. Na mesma área, há, ainda, o
nentes do modelo COSO I. modelo denominado Information Technology Infrastructure
O modelo COSO I tornou-se referência mundial, pelo Library (ITIL), mantido pelo órgão britânico o Office for Go-
fato de: vernment Commerce (OGC), um grande aparato de “melho-
1. uniformizar definições de controle interno; res práticas” utilizadas pelos gestores de TI com o objetivo
2. definir componentes, objetivos e objetos do con- fazer com que a TI foque no negócio da organização e para
trole interno em um modelo integrado; que entregue os seus serviços aos seus clientes da melhor
3. delinear papéis e responsabilidades da administração; maneira possível e a um custo justificável.
4. estabelecer padrões para implementação e validação; Há, ainda, modelos e regulamentações específicas para
5. criar um meio para monitorar, avaliar e reportar setores e segmentos do mercado, como os Acordos de Ba-
controles internos. siléia I, de 1988, e II, de 2001, elaborados no âmbito do Bank
for International Settlements (BIS), cujo objetivo, ao final, é
No que diz respeito a entidades ligadas ao setor pú- assegurar a solidez e a estabilidade do sistema financeiro
blico, vale ressaltar que o BID, o Banco Mundial e a Into- por meio de controles de riscos, aliando atuação da super-
sai também reconheceram a adotaram o modelo COSO. visão bancária e maior transparência como formas eficien-
O órgão que auxilia o parlamento norte-americano no tes para evitar o risco sistêmico.
exercício do controle externo, U.S. overnenment Accou- Para o mercado de capitais, cabe mencionar a lei Sar-
tability Office (GAO), também revisou seus documentos banes-Oxley (SOX), promulgada nos Estados Unidos, em
para incorporar o modelo COSO. O Tribunal de Contas 30/7/2002, na esteira de diversos escândalos corporativos,
da União, como membro da Intosai, também reconhece com o intuito de restabelecer a confiança da sociedade nas
e utiliza o modelo como base para as suas avaliações de empresas de capital aberto. Considerada uma das mais
controle interno no setor público. rigorosas regulamentações a tratar de controles internos,
Segundo Borges (apud DAVIS, BLASCHEK, 2006, p.11) elaboração de relatórios financeiros e divulgações. As se-
as administrações públicas de países do chamado primei- ções 302 e 404, dessa lei, têm sido o foco das atenções por
ro mundo, detentores dos níveis mais baixos de fraude e serem as que mais dizem respeito ao sistema de controles
mais altos de pesquisa em gestão pública, seguiram a internos e às boas práticas de governança corporativa. A
tendência, desenvolvendo e utilizando seus próprios pa- seção 302, “Corporate Responsability for Financial Reports”
drões de estrutura de controles internos com esse papel (Responsabilidade Corporativa por Relatórios Financeiros),
ampliado. Assim, modelos de controles internos utilizan- também conhecida por “certificações”, exige que o principal
do o gerenciamento de riscos em sua base conceitual, tal executivo e o diretor financeiro assumam a responsabilida-
qual o COSO, passaram a ser desenvolvidos e utilizados de pelas informações divulgadas nos relatórios financeiros,
por diversos países, como o Cadbury no Reino Unido, o declarando, pessoalmente, que executaram a avaliação do
CoCo no Canadá, o Standard AZ/NZS 4360-1999 na Aus- desenho e da eficácia dos controles internos. A seção 404,
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

trália/Nova Zelândia e o King Report na África do Sul, e intitulada “Management Assessment of Internal Control”
têm sido um enorme marco no progresso da auditoria (Avaliação Gerencial do Controle Interno) prescreve que a
interna e governança nesses países. (McNAMEE e SELIM, alta administração da companhia é responsável pela ade-
1999, p.35 apud DAVIS, BLASCHEK, 2006, p.11). quação dos controles internos e exige que diretores (exe-
A Intosai vem, nos anos recentes, defendendo padrões cutivos e financeiro) avaliem e atestem, periodicamente, a
de estruturas e processos de controle interno calcados no sua eficácia, além de exigir a elaboração, por auditoria inde-
gerenciamento de riscos e em modelos de governança cor- pendente, de relatório anual sobre sua efetividade. A refe-
porativa. Uma evidência disso foi a atualização, em 2004, de rência generalizadamente adotada pelas companhias para
suas Diretrizes para Padrões de Controles internos do Setor atendimento às exigências da SOX, em matéria de controles
Público, adotando o modelo COSO I (INTOSAI, 2004), nova- internos, é o modelo COSO.
mente atualizadas, em 2007, para incorporação do modelo
COSO II, tratado a seguir (INTOSAI, 2007). Diamond (2002, O MODELO DE REFERÊNCIA COSO II
p.35, apud DAVIS, BLASCHEK, 2006, p.11) destaca que essa O prefácio da edição brasileira desse modelo afirma que
entidade estabeleceu um paradigma mais proativo para os o COSO I tornou-se referência para ajudar empresas e ou-
controles internos e o papel das auditorias internas gover- tras organizações a avaliar e aperfeiçoar seus sistemas de

13
controle interno, sendo que essa estrutura foi incorporada
em políticas, normas e regulamentos adotados por milha-
res de organizações para controlar melhor suas atividades
visando ao cumprimento dos objetivos estabelecidos. No
entanto, a intensificação da preocupação com riscos – fru-
to de uma série de escândalos e quebras de negócios de
grande repercussão – fez com que o COSO encomendasse
o desenvolvimento de uma estratégia de fácil utilização pe-
las organizações para avaliar e melhorar o próprio geren-
ciamento de riscos. O resultado foi a publicação, em 2004,
do modelo Enterprise Risk Management – Integrated
Framework (Gerenciamento de Riscos Corporativos – Es-
trutura Integrada), também conhecida como COSO ERM ou
COSO II.
Essa obra amplia o alcance dos controles internos, ofe-
recendo um enfoque mais vigoroso e extensivo ao tema,
agregando técnicas de gerenciamento integrado de riscos,
sem abandonar, mas incorporando o COSO I. A nova postu-
ra é de prever e prevenir os riscos inerentes ao conjunto de A face superior do cubo apresenta os objetivos que
processos da organização que possam impedir ou dificultar devem ser objeto do gerenciamento de risco; a face fron-
o alcance de seus objetivos. tal representa os componentes do gerenciamento de ris-
A razão de nos atermos à descrição das características cos, ou, o que é necessário fazer para atingir os objetivos;
desse modelo é a tendência mundial, de adoção de pa- a face lateral representa os níveis da organização objetos
drões de controles internos fortemente calcados no geren- da gestão de riscos. Observe-se que a visão integrada dos
ciamento de riscos e em modelos de governança corporati- elementos do modelo demonstra o contexto das ações da
va, como, inclusive, recomenda a Intosai. direção ao gerenciar os riscos da organização. Pode-se,
Embora muitos objetivos sejam específicos a uma de- assim, vislumbrar essa gestão tanto ao nível da entidade
terminada organização, o modelo definiu quatro catego- como um todo, como para cada parte que a compõe:
rias de objetivos, comuns a praticamente todas as orga- • objetivos, riscos e controles da organização como
nizações, os quais devem ser previamente fixados para um todo;
permitir a identificação e análise dos riscos que poderão • objetivos, riscos e controles de uma divisão, uni-
impactá-los, formando uma base de conhecimento para dade de negócio, departamento ou seção da or-
definir como esses riscos deverão ser gerenciados. Essas ganização;
categorias de objetivos são: • objetivos, riscos e controles de um macroproces-
• Estratégico: relacionado à sobrevivência, continui- so, processo ou de uma atividade.
dade e sustentabilidade. Metas de alto-nível, ali- • A seguir, estão descritos, sucintamente, cada um
nhadas e dando suporte à missão da organização. dos oito componentes do modelo.
• Operacional: efetividade e eficiência na utilização
dos recursos, mediante operações ordenadas, éti- Ambiente interno
cas, econômicas e adequada salvaguarda contra O ambiente interno é moldado pela história e cultura
perdas, mau uso ou dano. da organização e, por sua vez, molda, de maneira explí-
• Comunicação: confiabilidade da informação pro- cita ou não, a cultura de riscos da organização e a forma
duzida e sua disponibilidade para a tomada de como eles são encarados e gerenciados (tom da orga-
decisões e para o cumprimento das obrigações de nização), influenciando a consciência de controle das
accountability. pessoas. É a base para todos os outros componentes do
• Conformidade: aderência às leis e regulamentações sistema, provendo disciplina e estrutura.
aplicáveis à entidade, e às normas, políticas, aos pla- Os fatores que compõem o ambiente interno incluem
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

nos e procedimentos da própria organização. integridade, valores éticos e competência das pessoas,
maneira pela qual a gestão delega autoridade e respon-
O modelo é representado no formato de uma matriz sabilidades, estrutura de governança e organizacional, o
tridimensional, demonstrando a integração dos elementos “perfil dos superiores” (ou seja, a filosofia da direção e o
que o compõem, conhecido como CUBO COSO II estilo gerencial), as políticas e práticas de recursos hu-
manos etc.
Organizações com ambientes de controle efetivos
fixam um tom (“tom do topo”) positivo, contratam e
mantém pessoas competentes, formalizam e comunicam
políticas e procedimentos de modo claro, adotam inte-
gridade e consciência de controle, resultando em valores
compartilhados e trabalho em equipe para efetivação de
objetivos.

14
Fixação de objetivos Resposta a riscos
O modelo requer que todos os níveis da organização É o processo de desenvolver e determinar estratégias
tenham objetivos fixados e comunicados (estratégicos, para gerenciar os riscos identificados. O modelo identifica
operacionais, comunicação e conformidade), ou seja, ao quatro categorias de estratégias: evitar, transferir, acei-
nível da organização como um todo e para todas suas di- tar e tratar, cuja escolha dependerá do nível de exposição
visões, processos e atividades, e mais, como eles devem a riscos previamente estabelecido pela organização em
e podem ser atingidos e como mensurar o seu nível de confronto com a avaliação que se fez do risco. Isto quer
atingimento. dizer que compete à administração obter uma visão dos
Os objetivos devem ser definidos a priori para que riscos em toda organização e desenvolver um conjunto
seja possível identificar os riscos a eles associados. A ex- de ações concretas, dentro dessas quatro categorias, para
plicitação de objetivos, alinhados à missão e à visão da manter o nível de riscos residuais alinhado aos níveis de
entidade, é necessária para permitir a identificação de tolerância e apetite a riscos da organização.
eventos que potencialmente impeçam sua consecução.
Definir os objetivos é, assim, uma pré-condição para Atividades de controle
identificação dos eventos de risco e para avaliação e defi- São as políticas e os procedimentos estabelecidos e
nição de estratégias para gerenciá-los (resposta a riscos). executados para mitigar os riscos que a administração
opte pela estratégia de tratar. Também denominadas de
Identificação de eventos procedimentos de controle, não devem ser confundidas
Todos os processos de uma organização têm algum com o próprio sistema de controle interno, pois este,
risco associado, inerente a sua própria natureza. A iden- além de abarcar todos os demais componentes do mode-
tificação de eventos consiste em determinar e catalogar lo, abrange todas as demais formas de resposta a riscos.
esses riscos, nos diversos níveis da organização. Ou seja, As atividades de controle devem estar distribuídas por
mapear a existência de situações que possam impedir toda a organização, em todos os níveis e em todas as fun-
o alcance dos objetivos fixados ou a não existência de ções. Elas incluem uma gama de controles preventivos e
situações consideradas necessárias para se chegar a tais detectivos, como procedimentos de autorização e apro-
objetivos ao nível da organização, de suas unidades de vação, segregação de funções (autorização, execução, re-
negócio, processos e atividades. gistro e controle), controles de acesso a recursos e regis-
O modelo trata do conceito de eventos potenciais, tros, verificações, conciliações, revisões de desempenho,
definindo evento como um incidente, ou uma série de in- avaliação de operações, de processos e de atividades,
cidentes, resultantes de fatores internos ou externos, que supervisão direta etc.
possam afetar a implementação da estratégia e o alcance Além de controles preventivos e detectivos, as ações
dos objetivos. corretivas são um complemento necessário às ativida-
O processo de identificação de eventos de risco pode des ou aos procedimentos de controle.
abranger tanto riscos negativos, tidos como ameaças,
cujas consequências são perdas, como os riscos positivos, Informação e comunicação
vislumbrados como oportunidades, cujas consequências Todos na organização devem receber mensagens cla-
são ganhos. Aqueles levando a organização a alcançar ras quanto ao seu papel e ao modo como suas atividades
seus objetivos aquém das expectativas, estes levando a influenciam e se relacionam com o trabalho dos demais na
organização a alcançar resultados superiores aos obtidos consecução dos objetivos fixados. A importância do con-
atualmente ou além das expectativas. trole interno para a gestão das organizações está no seu
potencial informativo para suporte ao processo decisório.
Avaliação de riscos A habilidade da administração de tomar decisões apro-
Os eventos identificados (componente anterior) de- priadas é afetada pela qualidade da informação, que deve
vem ser avaliados sob a perspectiva de probabilidade ser útil, isto é, apropriada, tempestiva, atual e precisa.
e impacto de sua ocorrência. O objetivo da avaliação é Os sistemas de informação registram, tratam e pro-
formar uma base para o desenvolvimento de estratégias duzem relatórios contendo informações operacional, fi-
(resposta a risco) de como os riscos serão administrados, nanceira/não-financeira e de conformidade, que tornam
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

de modo a diminuir a probabilidade de ocorrência e/ou possíveis a condução e o controle dos negócios. Informa-
a magnitude do impacto. A avaliação de riscos é feita por ções relevantes devem ser identificadas, coletadas e co-
meio de análises qualitativas e quantitativas, ou da com- municadas a tempo de permitir que as pessoas cumpram
binação de ambas. suas responsabilidades, não apenas com dados produzi-
Os riscos devem ser avaliados quanto a sua condição dos internamente, mas, também, com informações sobre
de inerentes1 e residuais2, e seus impactos devem ser eventos, atividades e condições externas, que possibili-
avaliados em uma unidade de medida similar àquela uti- tem o gerenciamento de riscos e a tomada de decisão.
lizada para mensurar os objetivos de negócio aos quais A comunicação das informações produzidas deve atingir
esses riscos estão relacionados. todos os níveis, por meio de canais claros e abertos que
Os gestores são responsáveis pela avaliação dos ris- permitam à informação fluir em todos os sentidos.
cos no âmbito das unidades de negócio, de processos e A informação gerada no curso das operações é usual-
atividades que lhes são afetos. A alta administração deve mente comunicada por meios de canais normais, para
avaliar os riscos no âmbito da organização, desenvolven- quem é responsável e também para um nível superior ao
do uma visão de riscos de forma consolidada (portfólio). deste. No entanto, canais alternativos de comunicação
devem existir para transmitir informação delicada, como

15
atos ilegais ou incorretos e comunicação de riscos. Além É verdade, entretanto, que, em vários aspetos, o en-
das comunicações internas, a administração deve asse- gajamento de partes interessadas não é uma prática
gurar que existam meios adequados de se comunicar e nova. Empresas de sucesso sempre precisaram entender
de obter informações externas, uma vez que as comu- e responder às oportunidades e aos riscos levantados
nicações externas podem fornecer insumos de impacto por seus funcionários, colaboradores, clientes, fornece-
significativo na extensão em que a organização alcança dores e pelas comunidades onde atuam. A interação e o
seus objetivos. Um plano de comunicação entre os níveis diálogo com as partes interessadas é algo que a maioria
hierárquicos, bem como um plano de comunicação com das empresas já faz por meio de diversos processos en-
outras partes interessadas (clientes, fornecedores, acio- volvendo as áreas de marketing, relações públicas, rela-
nistas, sociedade etc.) é recomendável. ções com investidores e de gestão. O que é novidade é o
enfoque e a importância estratégica que vem sendo da-
Monitoramento das ao engajamento de partes interessadas, no contexto
Monitorar diz respeito a avaliar, certificar e revisar a específico da sustentabilidade corporativa. Isso ocorre
estrutura de gestão de riscos e controles internos para por diversas razões:
saber se estão sendo efetivos ou não. Tem, portanto, o • As empresas que enfrentam diversos  - e por ve-
objetivo de avaliar a qualidade da gestão de risco e dos zes difíceis - mercados, que vêm sendo monito-
controles internos ao longo do tempo, buscando assegu- radas por diferentes atores e têm de lidar com
rar que estes funcionam como previsto e que são modi- o rápido desenvolvendo de suas demandas, re-
ficados apropriadamente, de acordo com mudanças nas conhecem que ter uma maneira eficaz de enga-
condições que alterem o nível de exposição a riscos. jamento com suas partes interessadas traz com-
O monitoramento pode ser realizado de dois modos, pensações do ponto de vista do conhecimento,
ou por uma combinação de ambos: das inovações em produtos, dos processos e
• por meio de atividades gerenciais contínuas, isto estratégias, da reputação, dos relacionamentos e
é, durante o processo, no curso das operações da “licença de operação”.
normais; • Além disso, uma vez que os problemas socioam-
• por meio de avaliações pontuais, em separado ou bientais normalmente vistos como fatores exter-
específicas. nos ao objetivo dos negócios estão se tornando
elementos críticos para o sucesso em longo pra-
O primeiro modo é realizado pelo próprio corpo zo dos negócios, as empresas estão procurando
gerencial da entidade e deve distinguir-se claramente
novas formas de engajamento com as partes in-
da avaliação das operações. Consiste em identificar in-
teressadas para responder a esses desafios.
formações que irão indicar se o processo de gestão de
• Formas tradicionais de engajamento formal,
riscos e controles internos está funcionando eficazmen-
como apresentações (roadshows) de investido-
te, por meio de análises de variância, comparações de
res, consultas locais específicas e negociações e
informações provindas de fontes diversas etc., com a
conversas com os funcionários e colaboradores
devida consideração em relação a mudanças de proces-
estão institucionalizadas há bastante tempo nas
sos, alterações no volume de transações, dentre outros
fatores que necessitam de atenção dado o seu poten- empresas através de políticas, acordos e regula-
cial de alterar o nível de exposição a riscos da entidade mentos. Mas esses mecanismos têm procurado
e de seus processos de negócio. No segundo modo, o responder a desafios que estão em constante
monitoramento é realizado mediante autoavaliação, pela evolução: uma vez que novos grupos de partes
própria equipe responsável pelo processo (process ow- interessadas exigem manifestar sua opinião e à
ner ou risk owner3) ou por unidade de controle interno, medida que as partes interessadas já engajadas
podendo ainda ser executado por auditoria interna ou desejam e buscam influenciar decisões que ante-
externa, nesta última incluídas as EFS e as auditorias ou riormente não consideravam importantes, estão
controladorias de Poder. emergindo abordagens experimentais de enga-
Todas as deficiências (condição, real ou potencial, que jamento.
possa afetar o alcance de objetivos) ou oportunidades
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

para fortalecer o controle interno (aumentar as probabili- O cenário atual do engajamento de partes interes-
dades de alcance dos objetivos), devem ser comunicadas sadas é, assim, uma exibição impressionante de diver-
às pessoas que podem adotar as ações necessárias. sidade. O engajamento engloba desde pesquisas online
Partes Interessadas a parcerias, trata questões ou geografias específicos, da
Quer gostem ou não, as empresas fazem parte de qualidade e escopo do relatório corporativo anual ou do
um ecossistema e, cada vez mais, não serão capazes de futuro da estratégia dos negócios da empresa.
sobreviver a menos que reconheçam que são interde- Pode ocorrer em diferentes degraus da “escada de
pendentes em relação a outras “espécies” deste ecossis- participação”, desde a coleta de informações e consulta
tema e que estejam dispostas a cooperar com elas. Em ao envolvimento direto das partes interessadas no pro-
um contexto socioambiental que se tornará cada vez cesso de tomada de decisões da empresa. Diferentes
mais complexo nas próximas décadas, as corporações e abordagens do engajamento foram desenvolvidas para
as organizações da sociedade - em sentido mais amplo responder diferentes necessidades e dificuldades. Há um
- terão de se abrir muito mais além do que imaginam consenso  de que uma abordagem inclusiva das partes
atualmente a fim de solucionar os novos problemas com interessadas é crítica, não apenas para dar credibilidade e
os quais vão se confrontar no futuro. responder as demandas dessas partes em serem ouvidas,

16
mas também para impulsionar o conhecimento, a inova- Quais são os benefícios do Sistema de Gestão
ção e o desempenho no âmbito do negócio.  Está claro Integrada?
que para tomarem decisões significativas e acertadas as • Melhoria de qualidade e aumento da produtivi-
empresas devem estar atentos aos sinais que suas partes dade em produtos e serviços;
interessadas estão dando e que podem afetar material- • Realização de objetivos e metas da empresa;
mente, significativamente o seu negócio. Assim, necessi- • Economia de tempo e custos através da otimiza-
tam de processos que assegurem que as questões sociais ção dos processos de trabalho;
emergentes sejam debatidas nos mais elevados níveis • Transparência dos processos internos e redução
das empresas (como por exemplo, no âmbito da gover- da burocracia através da gestão documental;
nança corporativa), antes que se transformem em pro- • Fortalecimento da imagem da empresa e aumen-
blemas. Instrumentos importantes, como os princípios to na participação no mercado;
de governança corporativa da OCDE, a Norma AA1000 • Satisfação dos critérios dos investidores estraté-
de Engajamento de Partes Interessadas, as Diretrizes G3 gicos e melhoria do acesso ao capital;
da Global Reporting Initiative ou, mais recentemente, a • Oportunidades para conservação de recursos
ISO 26000, acentuam o princípio central de inclusão: as ambientais e energia;
organizações devem identificar, escutar e prestar contas • Melhoria do relacionamento com todas as partes
às partes interessadas na tomada de decisões. interessadas (Clientes, Colaboradores, Fornece-
Entretanto, a maior parte das empresas ainda se foca dores, Sociedade, Meio Ambiente e Acionistas.);
atualmente na transmissão de suas mensagens e em • Permite a consideração de custos ambientais e
“controlar” o que se diz sobre elas, ao invés de aprovei- de segurança em paralelo com os custos da qua-
tarem o que recebem de suas partes interessadas para lidade;
resolver os enormes desafios que terão de enfrentar. • Prevenção de reclamações, redução dos riscos e
Mas as abordagens de informação e comunicação com impactos ambientais, além dos riscos de aciden-
as partes interessadas estão evoluindo lentamente para tes com os colaboradores através da adoção e
o engajamento com as partes interessadas, indo em di- priorização de práticas de prevenção;
reção à cooperação entre empresa-partes interessadas e, • Melhoria do know-how e as competências com
em alguns casos, para o envolvimento das partes interes- base na definição da responsabilidade individual;
sadas em projetos de inovação ou na governança corpo-
• Possibilita a redução dos custos de seguros;
rativa da empresa. Nos próximos anos e décadas, esse
• Demonstrar, para reguladores e governo, um
novo paradigma de um trabalho aberto e colaborativo
comprometimento em obter conformidade legal
no âmbito da sustentabilidade será, sem dúvida, a chave
e regulatória.
para construir uma resiliência corporativa – uma abor-
dagem mais saudável à adaptação econômica do que a
Modelo do PDCA (Planejar – Fazer – Verificar -
“sobrevivência dos mais fortes”. Na realidade, todas as
empresas e organizações terão de melhorar sua capa-
Atuar)
cidade de lidar com as questões emergentes, recessões É o modelo no qual as normas estão apioadas cujo
econômicas e competição desleal. objetivo é controlar e melhorar os processos visando o
Sistemas de Gestão Integrada alcance de metas, resultados e a melhoria constante.
O Sistema de Gestão Integrada é um conjunto de De uma maneira simplificada, o método considera as
processos, procedimentos e práticas que a organização seguintes ações:
escolhe implementar buscando o aumento da eficiência
através da melhoria da qualidade, redução dos riscos a) Planejar (Plan): é a definição dos objetivos e do ca-
protegendo a saúde e a segurança do trabalhador e re- minho a ser seguido para alcançá-lo;
dução dos perigos e riscos ao meio ambiente e melhoria b) Fazer (Do): colocar em prática as ações planejadas,
na eficiência do uso dos recursos ambientais. nesta etapa os colaboradores são capacitados, os
Qualquer empresa que queira melhorar seus proces- equipamentos necessários são comprados e insta-
sos internos e ainda minimizar os riscos, pode adotar a lados, entre outras ações previstas no planejamen-
gestão integrada. to, varia em cada empresa
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

E os benefícios vão muito além, entre eles é possível c) Verificar (Check): verificar se as ações saíram como
destacar: o esperado, esta etapa fornecerá subsídios para o
• Melhoria da qualidade dos produtos e serviços; próximo ciclo;
• Economia de tempo e custos; d) Atuar (Act): após a verificação revise e melhore
• Fortalecimento da imagem da empresa; tudo que for necessário e retorne ao início deste
• Satisfação dos clientes, funcionários, fornecedo- ciclo para reiniciar o processo.
res e investidores;
• Prevenção de falhas, etc. ISO 9001
Qualquer organização gostaria de melhorar a for-
Uma adequada gestão integrada dos processos também ma na qual opera, quer isto signifique melhorar a sua
traz benfeitorias nas esferas social e ambiental da empresa. participação no mercado, reduzir os custos, gerenciar o
Além disso, pode certificar pela qualidade de suas risco mais eficazmente e melhorar a satisfação dos clien-
ações. O profissional ou empresa responsável pela ges- tes. Um sistema de gestão dá a estrutura necessária para
tão integrada deve liderar uma equipe de outros gesto- monitorar e melhorar o desempenho em qualquer área.
res de cada área e acompanhar todos esses trabalhos.

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A ISO 9001 é adequada para qualquer organização 9. Avaliar a eficácia das modificações ou correções
que busca melhorar a forma como opera e é gerenciada, de procedimentos implantadas.
independentemente do tamanho ou setor. Entretanto, os
melhores retornos sobre o investimento são obtidos pe- Gestão de riscos; Tipos de riscos; Gerenciamen-
las companhias que estão preparadas para implementá- to de risco: O papel do Auditor Interno
-la em toda a organização, ao invés de fazê-lo em áreas, As empresas num cenário global cada vez mais em
departamentos ou divisões específicas. constante evolução no mundo empresarial fazem uso
Adicionalmente, a ISO 9001 foi desenvolvida para de técnicas que tem o objetivo de melhorar e aprimo-
ser compatível com outras normas e especificações de rar sua gestão não só dentro da organização, mas tam-
sistemas de gestão, tais como a OHSAS 18001 de Saúde bém qual é o impacto que possui na sua relação com a
Ocupacional e de Segurança e a ISO 14001 de Meio Am- comunidade onde está inserida em que o uso de uma
biente. Elas se integram perfeitamente através da Gestão ferramenta chamada de governança corporativa visa no
Integrada. Estas normas compartilham muitos princípios alinhamento dessas ideias em que a relação harmônica
comuns, portanto a escolha de um sistema de gestão inte- entre acionistas, stakeholders, gestores de cada setor da
grada pode agregar um excelente valor ao investimento. organização possam ser fatores de transparência das in-
formações que são colocadas a público.
ISO 14001 A busca de melhores resultados unindo os conceitos
A ISO 14001 é uma norma internacionalmente reco- da governança corporativa e da gestão de risco são ob-
nhecida que define o que deve ser feito para estabelecer servadas por vários setores da economia e administra-
um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. A norma ção por exigir uma postura mais ética quando do mane-
é desenvolvida com objetivo de criar o equilíbrio entre a jo das informações que impactam no mercado em que
manutenção da rentabilidade e a redução do impacto am- normalmente a gestão corporativa depende da analise
biental; com o comprometimento de toda a organização. de risco, tendo este conotação positiva ou negativa já
Com ela é possível que sejam atingidos ambos objetivos. que a estratégia de uma empresa envolve prós e contras
quando há um risco para ser gerenciado.
OHSAS 18001 A prática da gestão de riscos aliada à governança cor-
Um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocu-
porativa traduz-se num marco em que a transparência
pacional (SGSSO) promove um ambiente de trabalho se-
empresarial é somada com práticas que visam a mini-
guro e saudável através de uma estrutura que permite à
mizar eventos que sejam favoráveis ou desfavoráveis fa-
sua organização identificar e controlar consistentemente
zendo com que a gestão de riscos seja uma ferramenta
os riscos à saúde e segurança, reduzir o potencial de aci-
útil em que vai requerer dos gestores uma postura mais
dentes, auxiliar na conformidade legislativa e melhorar o
ativa no conhecimento das diversas situações em que a
desempenho geral.
organização está exposta, ou seja, variáveis econômicas
Etapas para elaboração e implantação do SGI que fazem com que a estratégia precisa ser revista para
na empresa: melhor adequar o gerenciamento de risco da empresa.
1. Levantar e analisar os procedimentos existentes O objetivo do estudo será o de expor os conceitos de
em todas as áreas da empresa, visando à sua pa- risco e também conceitos básicos de governança corpo-
dronização e formalização em procedimentos es- rativa, e como a gestão de risco está ligada a uma boa
critos, para utilização por todos os níveis organi- prática de governança corporativa e qual o seu impacto
zacionais;  quando estes dois conceitos são integrados dentro de
2. Divulgar a política da empresa de acordo com pa- uma empresa e no tópico final serão apresentadas as
drões SGI; considerações finais do estudo onde serão recapitulados
3. Organização de cursos e palestras, visando à cons- todos os conceitos discutidos e suas implicações para
cientização e envolvimento de todas as áreas da a aplicabilidade de maneira conjunta dos conceitos ex-
empresa em relação ao SGI; postos.
4. Participar de reuniões do Comitê para análise críti-
ca do SGI; O Risco
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5. Dar tratamento estatístico aos dados relacionados O conceito de risco engloba diversos significados
com ao SGI, para elaboração de relatórios geren- conforme o escopo a ser estudado, já que o risco exis-
ciais; te nos mais diversos setores econômicos o qual depen-
6. Apoiar as demais áreas na solução de problemas, dendo da ciência que for estudado o risco poderá ter
identificando e removendo barreiras e obstáculos, um entendimento diferente do esperado. Portanto, no
atuando como facilitador para mudança de com- presente estudo será apresentado este conceito de uma
portamentos e assimilação de mudanças; forma que possa trabalhar o problema levantado o qual
7. Fazer o acompanhamento das recomendações fei- será trabalhado dentro da problemática levantada o
tas às áreas auditadas para verificar a sua imple- conceito de risco com um foco na estratégia e gestão.
mentação ou as ações corretivas adotadas; Segundo a Federação Nacional das Empresas de Se-
8. Identificar deficiências em processos, sistemas e guros Privados e de Capitalização – FENASEG [2011?]
tarefas, promovendo a conscientização das pesso- através do seu glossário de seguros disponível na In-
as e setores diretamente envolvidos, visando o seu ternet conceitua risco como “evento incerto ou de data
engajamento na busca de soluções e implementa- incerta que independe da vontade das partes contratantes
ção das ações corretivas; [...]”. Entende-se que neste conceito, o risco trata-se de

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um evento incerto porque não é possível ter uma data o prejuízo que determinado sinistro poderá ocorrer para
provável para acontecer, bem como não é fruto de uma que seja fixado um valor para cliente quando da contra-
das partes para sua origem já que o risco entendido tação de um seguro; e ser independente da vontade das
nesta definição trata-se de um evento que poderá vir partes o qual o risco deverá existir entre as partes contra-
ou não a acontecer e que a existência do risco leva as tadas ao fechar um contrato de seguro.
organizações a criarem estratégias com o objetivo de O risco quando estudado pelo lado da estratégia das
adaptar suas operações aos mais diversos cenários eco- empresas, percebe-se que tais empresas estão prepara-
nômicos, sejam estes eventos favoráveis ou não. das em lidar com margens de incertezas o que faz o
O risco possui componentes que fazem com que as planejamento das organizações contemplarem todos os
organizações estejam mais atentas quando da formula- processos dentro de uma empresa já que as decisões
ção da sua estratégia empresarial. De acordo com Dabul atingirão todas as esferas cuja importância de tomadas
e Silva [2011?] ao trazem a luz as discussões a respeito de decisões integradas visam na eficiência da gestão, re-
das características do risco, estes ressaltam que o risco duzindo eventos que sejam classificados como incerte-
possui três características básicas: O risco é possível, fu- zas, sendo de fundamental importância a existência de
turo e incerto ou aleatório. uma inteligência que seja capaz de prever e minimizar
A primeira característica ressaltada pelos autores é eventos que sejam classificados como incertezas.
que risco seja possível já que as pessoas de maneira de A gestão de risco, que será tratado no item posterior
maneira geral estão expostas as mais diversas adversi- com mais detalhes, se faz presente como mecanismo de
dades de todas as magnitudes sendo estas naturais, at- planejamento para as empresas poder melhor classificar
mosféricas ou casuais, ou seja, eventos independentes a e quantificar se determinado risco poderá ou não inter-
vontade alheia estão suscetíveis de acontecer. ferir diretamente nas suas atividades gerenciais já que
A segunda característica é que o evento é futuro, ou uma gestão eficaz e eficiente é necessária a integração
seja, os eventos não são planejados para acontecer já das esferas mais relevantes das organizações mapean-
que os sinistros podem acontecer futuramente e a qual- do eventuais eventos que poderão existir para que sejam
quer momento, ou seja, a pessoa não tem domínio so- tratados se como risco ou como incerteza as quais va-
bre o que irá acontecer num determinado intervalo por riáveis internas (comportamento e desempenho de cada
ser uma variável que foge ao seu controle alheio para setor da empresa) e externas (econômicas) podem inter-
mecanismo de planejamento. ferir nesta classificação por parte das empresas. Neste
A terceira característica é que o evento é incerto ou sentido, segundo Zamith diz que
aleatório onde não se tem o controle das variáveis exter- Pode-se depreender que a simples parametrização do
nas que determinarão o acontecimento de um evento, risco vislumbrará o grau de incerteza que norteia as ati-
ou seja, não há possibilidade de conhecer quando um vidades da instituição, o que já colabora com o processo
determinado evento adverso poderá ocorrer. decisório, uma vez que delimitam as possibilidades de in-
certezas que rondam as
O risco diferencia-se da incerteza já que na incerte-
decisões da organização. Além disso, caracterizando-
za existe uma conotação mais de desconhecido já que
-se como uma vantagem a mais a interdisciplinaridade da
diferentemente do risco que pode ser quantificado, na
análise e o envolvimento com outras tarefas gerenciais,
incerteza já não há tal possibilidade. Knight (2006) faz
mensurarão a capacidade interna para admitir e aceitar
uma importante distinção entre o risco e a incerteza uma
as consequências das previsões e das decisões oriundas do
vez que para este autor são dois eventos totalmente in-
tratamento do risco (ZAMITH, 2007, p.48).
dependentes o qual é impossível dizer qual impacto nas
O item a seguir procurará discutir em detalhes a ges-
finanças de uma, ou seja, trata-se de um elemento total- tão do risco e qual a sua importância dentro das organi-
mente desconhecido que as organizações podem ter que zações e como ela age no dia a dia das empresas.
enfrentar no dia a dia.
A gestão do risco
Portanto, Após definir e expor os ângulos que o risco tem, será
A diferença prática entre os conceitos risco e incerte- dado um enfoque neste item sobre a gestão do risco já
za é que no risco a formação da distribuição do resultado
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que por sua vez este é calculado levando-se em conta


em um grupo num determinado exemplo é conhecido (ou fenômenos e registros históricos de determinado evento
através de cálculos ou de resultados estatísticos passados), visto que a importância deste ser classificado como risco
enquanto no caso da incerteza isto não é verdadeiro por- é relevante porque as empresas possuem mecanismos
que a situação lidada constitui-se num elevado grau úni- nos seus setores para poder minimizar ou dependendo
co. (KNIGHT, 2006, p.233, tradução nossa). do caso maximizar o risco (quando do caso o risco for
A distinção do conceito de risco e de incerteza tor- entendido como ganho) que neste caso trata-se de uma
na-se de grande valia uma vez que para existir o risco, oportunidade vislumbrada com objetivo de retorno po-
este normalmente é calculado não só futuramente, mas sitivo.
também registrado em dados passados para que o ris- O conceito de gerência de risco é conceituado de
co seja devidamente quantificado e mensurado. Dabul e acordo com o Comitee of Sponsoring Organizations of
Silva [2011?] citam que o risco apresenta características the Treadway Comission-COSO citado por Dabul e Silva
adicionais indo de encontro ao pensamento de Knight, [2011] revelam que
cujas características são: Ser mensurável, o qual através A gestão de riscos corporativos é um processo efetuado
de modelos estatísticos construídos é possível ser quan- pelo conselho de administração de uma entidade, sua di-
tificado; ter natureza econômica para que seja estimado reção e todo o pessoal, aplicável à definição de estratégias

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em toda a empresa e desenhado para identificar eventos esteja preparada nos seus mais diversos setores a lidar
potenciais que podem afetar a organização, gerir seus ris- com as adversidades do seu negócio o qual todo o risco
cos dentro do risco aceito e proporcionar uma segurança (entendido da parte estratégica) gera uma remuneração
razoável sobre o alcance dos objetivos (COSO citados por extra para as pessoas que souberam superar determina-
DABUL e SILVA [2011], p.5). do risco.
A gestão de riscos trata-se de um macro-processo A estratégia da implantação de gerenciamento de
que afetará todo o pessoal da empresa já que o planeja- risco está relacionada com a capacidade de alcançar
mento da gestão de risco engloba os gestores de seto- todas as etapas mapeadas anteriormente o qual a imi-
res considerados estratégicos para que estes relatem ao nência a existência de um risco já é realidade dentro da
conselho de administração das empresas sobre a impor- organização o qual caberão aos responsáveis de cada
tância, a quantificação e a provável causa que determina- setor estratégico da empresa pela formulação de plano,
do risco poderá ter na condução da empresa já que a de- a aprovação do mesmo pelo conselho de administração
cisão final sobre como o risco deverá ser tratado cabe ao e a forma como será implantado para gerir o risco já
conselho administrativo da empresa que fará os ajustes que a integração dos diversos setores seja de produção,
necessários para que a decisão tomada reflita em toda administrativo e comercial produzirão efeitos globais no
a empresa, procurando gerir o risco de forma que cada desempenho da empresa.
setor faça a sua parte com o objetivo de minimizar ou A avaliação estratégica da gestão do risco visa a
maximizar o risco, dependendo do contexto da situação. alimentar as eventuais falhas do plano original da es-
O processo de se avaliar riscos dentro do planeja- tratégia de gerenciamento para que o ajuste realizado
mento deve ser entendido como uma “inteligência” a seja adequado a necessidade da empresa, funcionando
serviço da empresa que visa na adaptação da empresa a como uma espécie de feedback ao sistema elaborado,
situação que podem afetá-la de forma negativa ou posi- garantindo o seu pleno funcionamento e a confiabilida-
tiva. Segundo Cendrowski e Mair (2009, p.4, ) de deste quando os gestores a formularam.
“o processo de avaliação do risco consiste de 5 etapas: Portanto, a gestão de risco cria um processo de agre-
A enumeração dos riscos, a análise qualitativa, a análise gação de valor à empresa já que faz uso de uma sólida
quantitativa, a estratégia de implantação de gerencia- base de informações tanto passadas como futuras com
mento de risco e a avaliação estratégica do gerenciamento os quais envolvem o conhecimento de todos os proces-
risco.”. sos intrínsecos levantados via processos de auditoria in-
A enumeração dos riscos deve-se ao fato de levan- terna da organização dentro da empresa o qual esta deve
tar quais serão as adversidades que serão apontadas ser entendida como um sistema integrado para que pos-
dentro da organização com o objetivo de um melhor sa ter uma análise que gere valor ao acionista, garantido
planejamento nas suas atividades internas o qual esta solidez da organização quando da apresentação das suas
enumeração abrange os mais diversos setores dentro de práticas de gestão já que segundo Padoveze
uma organização, ou seja, os auditores internos já irão O foco da gestão do risco é manter um processo sustentável
inteirar-se dos processos que regem o funcionamento de criação de valor para os acionistas, uma vez que qualquer
para verificar determinadas ineficiências encontradas negócio sempre está exposto a um conjunto de riscos. Para tan-
dentro da organização para que possam repensar numa to, é necessário criar uma arquitetura informacional para moni-
outra forma trabalho que tenha um efeito negativo me- torar a exposição da empresa ao risco. (PADOVEZE. 2003, p.127)
nor para o seu gerenciamento ou maior em se tratando No item posterior será realizada uma discussão sobre
de um ganho de oportunidade considerável para a em- os principais conceitos e variáveis da governança corpo-
presa onde rativa e como esta impacta quando existe um gerencia-
Os auditores avaliam os riscos quando eles executam mento de risco ativo dentro de uma entidade.
um exame (geralmente chamada de auditoria quando en-
volvem demonstrativos contábeis). Ao executar um exa- Governança Corporativa e sua relação com o ge-
me, o auditor deve selecionar uma combinação de infor- renciamento de risco
mações de uma grande escala de evidências que limitam De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança
o risco material da distorção. Os gerentes de operação Corporativa- IBGC (2009) este é definido como:
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devem avaliar os riscos associados com as operações in- O sistema pelo qual as organizações são dirigidas, mo-
ternas do negócio (CENDROWSKI e MAIR, 2009, p.4) nitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos
A análise qualitativa refere-se ao conhecimento des- entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria
tes riscos previamente apontados pela auditoria interna e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Cor-
ou mesmo pelos gerentes internos o qual através das porativa convertem princípio em recomendações objetivas,
enumerações feitas na etapa anterior os gestores po- alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimi-
derem começar a estruturarem suas decisões que afe- zar valor da organização, facilitando seu acesso a recursos
tarão todo o comportamento e a postura empresarial e contribuindo para sua longevidade. (IBGC, 2009, p.19)
da empresa reportar todas as informações levantadas A empresa por operar dentro do conceito de sistemas
ao conselho de administração para que estes tomem as o qual todos os processos estão interligados entre si há
decisões necessárias que afetarão a empresa num todo. a necessidade de uma organização entre todos os mem-
A análise quantitativa refere-se a dar valores numé- bros da empresa, principalmente aqueles que ocupam
ricos que determinado risco poderá ter dentro da em- um posto hierárquico maior de planejarem todo o escopo
presa o qual o uso da estatística e de métodos anterio- de tal forma que o risco do planejamento da governança
res de avaliação são fundamentais para que a empresa corporativa ser o mais minimizado possível para que as

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margens de incertezas dentro do processo de planejamento da empresa estejam alinhadas com o seu negócio.
Neste sentido, práticas de governança corporativa devem ser englobadas a princípios básicos para serem seguidos
para as demais entidades já que uma vez que todos os processos estejam interligados pelo fato das decisões se refleti-
rem nas mais diversas camadas da empresa. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
citado por Brasil (2008, p.21) existem quatro princípios básicos para a governança corporativa: A Prestação de Contas ou
Accountability; a equidade; a transparência e a responsabilidade corporativa.
A prestação de contas num conceito amplo refere-se às explicações das informações que são colocadas a disposição
ao público no que tange as informações financeiras e empresariais o qual uma empresa que possui uma boa controla-
doria consegue produzir informações de qualidade para os usuários destas informações.
A equidade refere-se ao tratamento igual que é dado aos membros da companhia que optam pela governança cor-
porativa o qual não há privilégios a serem concedidos para os seus funcionários.
A transparência refere-se a divulgação das informações de tal forma que não exista favorecimentos ou privilégios a de-
terminados setores onde as informações que são disponibilizadas reflitam os reais acontecimentos dentro da organizações
onde não possa prejudicar tanto usuários internos (gerentes) quanto externos (investidores).
A responsabilidade corporativa refere-se ao papel social que a empresa possui dentro da comunidade onde atua. De
acordo com o Consejo Coodirnador Empresarial do México (2006, p.6, tradução nossa8), os elementos básicos que carac-
terizam uma boa prática da Governança Corporativa são dentre os itens mais relevantes:
a) O tratamento igualitário e a proteção dos interesses de todos os acionistas; o reconhecimento da existência de ter-
ceiros interessados no andamento e a continuidade da sociedade;
b) A emissão e a revelação responsável da informação assim como na transparência na administração;
c) A convicção de que existam guias estratégicas na sociedade, o efetivo monitoramento da administração e a respon-
sabilidade fiduciária do conselho (que é agir de boa fé com a diligência e cuidado, sempre buscando os melhores
interesses da companhia e seus acionistas);
d) A identificação dos controles e riscos que a sociedade está sujeita; a declaração de princípios éticos de responsabili-
dade social empresarial (entendido como o equilíbrio e os interesses da sociedade e da comunidade);
e) A prevenção de operações ilícitas e de conflitos de interesses; a revelação de fatos indevidos com proteção aos usuários;
f) O cumprimento das regulamentações a que a sociedade está sujeita e dar a certeza e confiança aos investidores in-
teressados sobre a condução honesta e responsável dos negócios da sociedade.

A boa prática de uma governança corporativa além de contemplar um processo disciplinado da sua gestão e alinhando in-
teresses dos diversos acionistas da empresa, também é levado em conta o valor que ela representa dentro de uma sociedade
já que uma empresa que saiba respeitar o interesse dos acionistas no que tange a transparência da gestão e o cumprimento
das leis societárias e regulatórias do setor deverá levar em conta os interesses sociais já que uma empresa quando adota prá-
ticas de governança corporativa deverá ter em mente que irá gerar valor na medida em que exista um ganho não só no meio
empresarial, mas também, no espaço onde ela atua já que a empresa deve retornar parte dos lucros em prol de melhorias que
possam alavancar a qualidade de vida da comunidade onde está inserida, fazendo com que a governança corporativa não só
contemple atos que visem na melhora da gestão e da transparência empresarial, mas também esteja inserida em valores que
visam na melhora da qualidade de vida das pessoas que moram no espaço onde a empresa está inserida.
O gerenciamento de risco constitui-se de um processo integrado e que a Governança Corporativa possui um fator vital
nas tomadas de decisões que virão a afetar o seu desempenho empresarial já que as decisões tomadas pelos gestores
afetarão não só no desempenho financeiro da empresa, mas também na sua imagem ante ao público em geral.
Lam (2003) destaca sete componentes básicos do interrelação do gerenciamento, que é representado na Figura
01- Componentes do Gerenciamento de Risco das organizações, cuja tradução do original é apresentada no anexo A
o qual segundo este autor apresenta uma visão mais gestora dos impactos que a gestão de riscos aliada a prática de
governança corporativa tem na vida da empresa.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

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A governança corporativa é estabelecida de cima principais responsáveis pelas estratégias que determina-
para baixo, ou seja, parte dos níveis superiores da orga- do risco ao ser gerido deva englobar toda a organização
nização uma vez que os formuladores das estratégias e e que as decisões sejam tomadas levando-se em conta
dos riscos que ocorrem quando da implantação de novos os fatos históricos registrados, o potencial que este risco
mecanismos de controle e de disciplinas na implantação oferece a empresa, e também os recursos tecnológicos
de uma gestão para favorecer as pessoas que num pri- envolvidos para que a decisão seja uma ferramenta ana-
meiro momento participam do sistema para que sejam lítica para os acionistas e stakeholders.
favorecidos outros membros da empresa. O risco pode ser entendido sob diversos contextos
A linha de gerenciamento deve contemplar as estra- sendo que o mesmo apresenta características básicas e
tégias e riscos que foram formulados para que a gover- que o distingue da incerteza o qual é um importante di-
nança corporativa seja eficaz onde os gestores de cada visor de marcos conceitual pelo fato do risco pode ser
setor responsável tenham um profundo conhecimento gerenciado pelas empresas que podem ou não ser uma
da sua realidade já que o alinhamento da estratégia está ameaça ao seu negócio.
diretamente ligado ao conhecimento dos riscos sendo As empresas procurando melhorar seu relacionamen-
eles de conotação ou negativa ou positiva o qual cada to com a transparência das informações que são dispo-
setor em particular contribuirá para o risco da empresa. nibilizadas para o público sobre suas práticas utilizam-
O gerenciamento do portfólio, ou seja, adequar seus -se de práticas de governança corporativa o qual visa
produtos a linha da governança corporativa para que as na apresentação de forma transparente dos dados não
informações contidas nele sejam condizentes para a sua só da sua gestão, mas também do relacionamento que
oferta onde os riscos envolvidos nele sejam conhecidos a empresa possui com o meio onde está inserida em
e que o gerenciador do portfólio, segundo o autor, deve que o social se faz presente através da socialização do
agir conforme situações e cenários quando o risco en- seu capital quando negocia ações na bolsa de valores,
contra-se numa perspectiva negativa o qual o gerencia- por exemplo, em que a transparência e a prestação de
dor deve estar mais atento a perdas que determinada contas são itens fundamentais para a socialização da
carteira pode ocorrer, ou até mesmo num cenário posi- empresa.
tivo em que o gerenciador pode adotar um comporta- As práticas de gestão de riscos quando feita de sob
mento mais agressivo para maximizar os ganhos, ou seja, a integração de práticas de governança corporativa pro-
neste caso é remunerado positivamente pelo seu risco ao piciam uma clareza adicional no que tange as suas prá-
ganhar além do esperado. ticas empresariais já que toda a empresa independente
A transferência do risco ocorre quando estudados do setor possui um risco se investir nela em que agora
qualitativa e quantitativamente a realidade da empresa serão mais detalhadas as formas de como as empresas
quando na fase do planejamento da governança cor- estão gerindo tal risco independente de ter uma conota-
porativa o que se reflete nas políticas de formulação do ção positiva ou negativa em que a presença de auditores
risco executada por cada setor responsável de tal forma internos pode ser um fator determinante na verificação
que o risco de cada setor em particular seja agregado das atividades e das rotinas das empresas o qual podem
ou subtraído no desempenho global da empresa em que ajudar a prevenir determinados eventos não favoráveis
quando os relatórios destes setores encontram-se pron- que podem comprometer a sociabilidade da empresa
tos, os acionistas traçam estratégias num nível macro o qual dentro do gerenciamento quando aplicado fer-
levando-se em conta cenários externos (entendido aqui ramentas avançadas que possibilitem a análise do risco
como cenário macroeconômico) para que o risco seja ad- tais como eventos estatísticos passados, como ocorrerá
ministrado em cada um dos setores. a transferência dentre os mais diversos setores da orga-
A análise do risco também se faz necessário o uso de nização, e como os acionistas e stakeholders irão tratar
ferramentas analíticas porque é uma forma de auxiliar os esta informação para que sejam repassadas as demais
gestores na gestão das informações relacionadas a um pessoas que fazem parte da socialização do capital da
determinado risco em particular em que os recursos tec- empresa.
nológicos e de informática poderão propiciar uma base O gerenciamento de riscos aliada a práticas de go-
de informações que possibilite aos usuários dados que vernança corporativa pode ser considerada uma revolu-
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possam ser confiáveis quando da gestão do risco, em ção não só no relacionamento entre a empresa e demais
que é de suma importância o registro de eventos passa- entidades que participam da sua “socialização”, através
dos para que seja um instrumento norteador do planeja- de uma maciça participação na composição do seu port-
mento visando um gerenciamento de risco cada vez mais fólio, mas também como é apresentado em minúcias
analítico e preciso em que nesta parte do gerenciamento dos efeitos positivos e negativos de determinado risco
de risco integrado com a governança corporativa, o uso poderá ter no andamento das atividades da empresa, o
de ferramentas computacionais aliada ao conhecimento qual as pessoas que investem na capitalização da em-
estatístico de eventos passados e a possibilidade de pre- presa são os que mais ganham por essa transparência
ver eventos futuros farão a diferença numa análise mais de informações.
acurada do risco. Ao falarmos da importância da atividade de auditoria
O gerenciamento dos stakeholders visa manter um interna na moderna gestão corporativa, precisamos fri-
bom relacionamento com os principais gerenciadores e sar dois aspectos de gestão que irão direcionar, de for-
acionistas dentro da empresa que são os responsáveis ma lógica, o nosso entendimento sobre o assunto,
pelo fornecimento de informações que visam solidificar O primeiro destes aspectos, e premissa básica de
todo o gerenciamento corporativo e que serão eles os qualquer atividade empresarial, é que ela somente exis-

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te para gerar valor às partes interessadas, seja ela uma Não é possível falar em um processo de transparência
entidade com ou sem fins lucrativos, do setor privado ou com governança corporativa sem que exista um departa-
governamental. mento de auditoria interna atuante e presente no suporte
Em outras palavras, se toda e qualquer empresa tem a alta administração e gestores.
objetivos a serem alcançados, definidos em metas es-
tratégicas que estão intimamente ligadas a sua razão de Responsabilidade social e ambiental
ser, também existem incertezas, isto é, existe uma gran- Responsabilidade Social
de chance, devido a eventos internos e/ou externos, que Considerando o princípio apresentado anteriormente no
estas metas não sejam alcançadas. que diz respeito a Responsabilidade Corporativa, torna-se
Outro conceito importante, também relacionado às necessário definir o conceito de Responsabilidade Social.
metas estratégicas, é que a empresa necessita de pro- Ashley e Cardoso (2002) definem a responsabilidade
cessos operacionais para que possa alcançar as metas social:
estratégicas definidas pela alta administração. Isto quer
dizer que os objetivos de um processo operacional de- Como o compromisso que uma organização deve ter
vem estar relacionados a uma ou mais metas estraté- para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes
que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma
gicas, bem, neste caso, também existem riscos inerentes
comunidade, de modo específico, agindo proativamente
ao processo, que são os riscos dos objetivos do processo
e coerentemente no que tange a seu papel específico na
não serem atingidos como previamente planejado.
sociedade e a sua prestação de contas para com ela. A
Observem, que em ambos os casos estamos relacio- organização, nesse sentido, assume obrigações de caráter
nando objetivos com riscos, sejam eles estratégicos ou moral, além das estabelecidas em lei, mesmo que não di-
operacionais, assim, baseado nisto podemos dizer que retamente vinculadas a suas atividades, mas que possam
uma empresa de sucesso será aquela que conseguir mini- contribuir para o desenvolvimento sustentável dos povos.
mizar a probabilidade e impacto dos riscos através de um Assim, numa visão expandida, responsabilidade social é
bem estruturado processo de gerenciamento de riscos. toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria
Este entendimento é corroborado também pelo COSO da qualidade de vida da sociedade.
– The committee of sponsoring Organization of the Trea- O website Sustentabilidade (http://www.sustentabili-
dway Commission, quando define que:  dade.org.br) informa que:
“O gerenciamento de riscos corporativos é um processo (...) é a postura que se manifesta por meio de prática
conduzido em uma organização pelo conselho de admi- cujos indicadores evidenciam (a) o favorecimento da sus-
nistração, diretoria e demais empregados, aplicado no es- tentabilidade das pessoas, (b) a promoção do desenvol-
tabelecimento de estratégias, formuladas para identificar vimento sustentável das organizações e (c) a opção pelo
em toda a organização eventos em potencial, capazes de uso de tecnologia mais econômicas e menos impactantes,
afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los com- tendo em vista políticas de (re)inclusão social e a melhoria
patível com o apetite a risco da organização e possibilitar da qualidade de vida.
garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos.” Segundo Alves (2001, p. 79):
Notem que é justamente neste ambiente corporativo O papel da empresa na sociedade não se restringe
que o auditor interno esta inserido sendo requerido dele meramente à produção de bens ou à prestação de servi-
uma participação muito mais ativa do que existia em um ços em condições eficientes, assim como não se limita à
passado recente, onde ele se limitava a avaliar se os pro- maximização do lucro para os acionistas, porém consiste,
cedimentos operacionais estavam sendo conduzidos de antes, na geração de riqueza em um sentido mais amplo.
acordo com as normas e regulamentos, sem se preocupar Essa riqueza traduz-se, entre outros, em termos de conhe-
com a eficiência e economia. cimento, tecnologia, empregos, infraestrutura energética
e de comunicações. As economias externas criadas pelas
Hoje com o advento de um processo de governan-
grandes empresas, ademais, contribuem para o desenvol-
ça corporativa melhor estruturado, o auditor interno esta
vimento sustentável, às vezes, independentemente dos ob-
muito mais próximo da gestão, e isto fica muito claro
jetivos imediatos da empresa e de seus métodos de gestão.
quando analisamos a definição que o IIA – Institute of
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Ao colaborar com o desenvolvimento, a empresa pode até


Internal Auditors sobre a auditoria interna: contribuir para a estabilidade de um país ou de uma re-
“A auditoria interna é uma atividade independente e gião, com implicações políticas e estratégicas.
objetiva, que presta serviços de avaliação e de consultoria, Gonzalez (2005, p.1) afirma que “Alguns estudiosos
e tem como objetivo adicionar valor e melhorar as opera- do assunto Governança e Responsabilidade Social Cor-
ções de uma organização. A auditoria auxilia a organiza- porativa afirmam categoricamente que a gestão deve ser
ção a alcançar seus objetivos adotando uma abordagem voltada para os acionistas, afinal o papel social pertence
sistemática e disciplinada para avaliação e melhoria da ao Estado”. Em seguida, comenta sobre essa afirmativa,
eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, de con- argumentando que “todas as empresas, não importante
trole, e governança corporativa.” de qual setor da economia podem – e devem – ser social-
Desta forma fica claro que a auditoria interna tem mente responsáveis. Afinal, estas são, desde o nascimen-
um papel muito importante no mundo corporativo, pois to, instituições sociais”.
através de suas recomendações, ela adiciona valor aos di- De maneira geral, responsabilidade social é um con-
versos processos da organização, valor este traduzido em junto de ações, realizadas pela empresa, que afetam to-
melhor eficiência, maior economia e a mitigação dos ris- dos os seus stakeholders (profissionais, acionistas, forne-
cos através de um sistema de controles internos eficazes. cedores, clientes, governos, cidadãos).

23
Responsabilidade Social versus Governança Corporativa
O objetivo fundamental na adoção de práticas de boa governança é o de melhorar a performance da companhia e
fazer com que esses ganhos sejam usufruídos por todos os grupos envolvidos.
Nesse contexto, o tema Governança Corporativa, que num primeiro momento parece remeter a questões mais bu-
rocráticas, pode facilmente ser relacionado com Responsabilidade Social. Essa ligação também pode ser estabelecida
considerando que a responsabilidade social tem como objetivo propiciar a sustentabilidade dos negócios, e para isso
leva em conta no processo decisório todos os públicos de interesse com quem a empresa interage.
Segundo Ferreira (2004, p.133):
(...) há uma concordância de que a governança corporativa deve criar um senso de justiça. Devem haver princípios e
padrões que sejam praticados por todas as empresas abertas. Isso assegura consistência às diversas atividades envolvidas
que mais importam na condução de uma empresa, como a responsabilidade dos executivos, o papel e a composição do
conselho de administração, as práticas financeiras e contábeis, os direitos dos investidores, a justa contratação e o trata-
mento dado aos empregados, o adequado fluxo de informações, os padrões e o atendimento das normas ambientais e de
segurança e o comportamento ético e moral.
Essa conexão entre governança corporativa e responsabilidade social fica mais evidente quando se observa os
quatros princípios que norteiam as boas práticas de governança, citados anteriormente neste estudo (transparência,
prestação de contas, equidade e responsabilidade corporativa). De acordo com o Superintendente de Desenvolvimen-
to da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), Roberto Gonzáles:
“os conceitos de responsabilidade social e governança corporativa estão interligados, uma vez que ambos partem do
princípio da transparência e do acesso à informação aos stakeholders”.
De acordo com Pereira (2004, p.136):
(...) o conceito de responsabilidade social corporativa está intimamente ligado à governança corporativa a partir de
uma razão simples: uma depende da outra. Para ser responsável socialmente a empresa é obrigada a praticar a gover-
nança em sua essência. Neste contexto, a valorização do acionista minoritário é apenas um aspecto. A empresa deve levar
em consideração os anseios do investidor, dos colaboradores, dos fornecedores, dos consumidores, das instâncias governa-
mentais e entidades do terceiro setor.
É importante ressaltar que, com a intensificação de discussões a respeito da conduta ética das empresas, surge um
grande desafio para o atual modelo de gestão das organizações.
Isso, pois, apenas através de boas práticas de governança corporativa é que uma companhia consegue ter credibi-
lidade, atrair capital, e se diferenciar no mercado. A não-aplicação de tais práticas, e o não-alinhamento de interesses
entre todos os agentes podem trazer consequências desastrosas para empresa, como o desgaste de sua imagem
perante investidores. Casos conhecidos como Enron e Parmalat são exemplos de que a não-aplicação de práticas de
governança corporativa tem impactos negativos, não apenas para seus acionistas, mas também para a sociedade como
um todo, com consequências econômicas e sociais.
Esse novo contexto obriga as empresas a cada vez mais ampliarem a visão quanto a seus relacionamentos com os
diversos públicos de interesse e quanto ao valor da transparência como um caminho para alcançar a tão almejada dife-
renciação no mercado. Numa visão atual de governança corporativa, a responsabilidade social consiste em um de seus
pilares fundamentais. A integração de responsabilidades social nos valores da empresa é essencial para considerá-la
uma entidade ética e bem governada.
De acordo com Coimbra (2007, p.2)
A responsabilidade social vista a partir do prisma da sustentabilidade não se reduz a mero investimento pontual e
esporádico em projetos sociais; ela precisa estar enraizada na cultura e na missão da empresa, compondo a sua entidade.
A integração transversal da sustentabilidade nos valores, estratégias, decisões e operações da empresa revela-se como
essencial para a sua boa governança corporativa.
Torna-se necessário, nesse sentido, criar uma nova cultura e novos mecanismos de gestão, para que governança e
responsabilidade social não sejam apenas discursos teóricos, mas conduzam efetivamente as decisões estratégicas nas
organizações. As ações de sustentabilidade também devem agregar valor ao negócio, transformando sustentabilidade
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

em oportunidade, como por exemplo, a busca por fontes de energias renováveis. Tais ações favorecem tanto o melhor
desempenho e mais lucratividade, quanto um clima de maior confiança no meio em que a empresa está inserida.
Nesse sentido, percebe-se que governança corporativa e responsabilidade social buscam estabelecer relações com
os vários atores sociais. Pautadas pelo princípio da transparência, ambas visam à satisfação das necessidades de todos
os públicos de interesse, favorecendo assim, a construção de uma sociedade melhor e mais justa.
O quadro abaixo apresenta um resumo das principais características comuns entre governança corporativa e res-
ponsabilidade social.

24
O comportamento socialmente responsável associado às boas práticas de governança corporativa são fundamen-
tais para que a empresa gere riqueza e valor para todos os públicos de interesse e garanta sua perenidade, em uma
base sustentável.
Responsabilidade Ambiental
Nos últimos anos, as questões ambientais invadiram os negócios e mostraram a capacidade de se criar valor para
clientes, acionistas e outras partes interessadas. As forças da globalização levaram empresas a incorporar a dimensão
socioambiental na gestão.
Hoje, as empresas querem associar suas marcas a projetos, iniciativas e parcerias com ONGs, divulgam as Metas
do Milênio, os Princípios Pacto Global, ostentam as ISOs, apresentam relatórios. Por outro lado, os gestores recebem
uma avalanche de informações, banalizando as práticas e as políticas de responsabilidade social e os processos de
gestão. Parece que as preocupações estão mais direcionadas a mostrar que somos “socialmente responsáveis” e
“sustentáveis” do que integrar a dimensão socioambiental nos negócios. E ainda se supõe que “sustentável” se refere
aos aspectos ambientais e “responsabilidade social” aos aspectos sociais, e que sustentabilidade é um novo modelo de
negócios, mais “moderno” do que responsabilidade social.
Existe uma confusão sobre a definição de sustentabilidade. Peter Senge1 afirma que evita usar a palavra “sustenta-
bilidade”, ou a utiliza o menos possível, porque é um termo tão genérico que as pessoas percebem como um “ideal a
ser atingido”, é interpretado como “ser menos mau” e envolve retóricas e controvérsias que não criam um ambiente
propício para a inovação e a busca de soluções.
Quais as razões para a confusão? O propósito deste artigo é mostrar a origem dos conceitos de sustentabilidade e
responsabilidade social empresarial (RSE) e como as retóricas e controvérsias são uma cortina de fumaça para a gestão
das organizações.
A ideia de sustentabilidade, ou desenvolvimento sustentável, começou em grande parte com a preocupação am-
biental, que acabou por envolver as dimensões econômica e social e, a partir dos anos 1990, passou a incluir a respon-
sabilidade social empresarial.
A evolução do conceito de responsabilidade social é diferente. Sua origem está nas questões éticas que envolvem
a relação entre empresas e sociedade e na filantropia empresarial.
O conceito teórico de responsabilidade social originou-se na década de 1950, quando a literatura formal sobre res-
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

ponsabilidade social corporativa aparece nos Estados Unidos e na Europa. A preocupação dos pesquisadores daquela
década era com a excessiva autonomia dos negócios e o poder destes na sociedade, sem a devida responsabilidade
pelas consequências negativas de suas atividades, como a degradação ambiental, a exploração do trabalho, o abuso
econômico e a concorrência desleal. Para compensar os impactos negativos da atuação das empresas, empresários se
envolveram em atividades sociais para beneficiar a comunidade, fora do âmbito dos negócios das empresas, como uma
obrigação moral.
A filantropia empresarial surgiu como um novo campo de atuação que vem conquistando crescente visibilidade no
Brasil, vindo compartilhar e disputar espaços com outras formas de ações privadas em benefício público2. No entanto,
a expressão “filantropia empresarial” está associada a referências históricas como caridade, paternalismo e assistencia-
lismo, que têm uma conotação negativa, porque não trouxeram transformações sociais e econômicas efetivas para o
desenvolvimento das comunidades. Hoje, quando se pensa em filantropia empresarial nota-se consenso sobre a exi-
gência de que esse investimento ocorra como uma política da empresa, e não somente como um compromisso pessoal
do empresário. Assim, buscaram termos alternativos para designar as ações próprias a esse campo, como investimento
social, ação social empresarial, participação social ou comunitária da empresa ou desenvolvimento social.

25
Uma das grandes questões que são levantadas em relação aos temas sociais e ambientais é se estes afetam a com-
petitividade das empresas. Segundo a visão clássica da empresa, incorporar as questões sociais e ambientais além da
obrigação legal eleva os custos e reduz o lucro das empresas. O debate sobre o conteúdo e extensão da responsabili-
dade social nos negócios foi intenso, no sentido de contrapor o desempenho econômico ao social e ambiental.
O papel das empresas incluiria lucros, mas, em vez da maximização do lucro de curto prazo, os negócios deveriam
buscar lucros de longo prazo, obedecer às leis e regulamentações, considerar o impacto não mercadológico de suas
decisões e procurar maneiras de melhorar a sociedade por uma atuação orientada para a responsabilidade e susten-
tabilidade dos negócios2.
O conceito de desenvolvimento sustentável está  hoje  totalmente integrado ao conceito de responsabilidade so-
cial: não haverá crescimento econômico em longo prazo sem progresso social e também sem cuidado ambiental. Todos
os lados devem ser vistos e tratados com pesos iguais. Mesmo porque estes são aspectos inter-relacionados. Da mes-
ma forma que o crescimento econômico não se sustenta sem uma equivalência social e ambiental, programas sociais
ou ambientais corporativos não se sustentarão se não houver o equilíbrio econômico da empresa.
A figura a seguir apresenta a evolução de conceitos de RSE e sustentabilidade

O modelo da sustentabilidade é uma nova forma de fazer negócios, que tem como pressuposto o novo papel da
empresa na sociedade. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o modelo de negócios a perspectiva de
longo prazo, a inclusão sistemática da visão e das demandas das partes interessadas, e a transição para um modelo em
que os princípios, a ética e a transparência precedem a implementação de processos, produtos e serviços.3
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FCC/2017 – TRT/11ª Região - AM e RR) No que diz respeito à gestão por projetos, é importante ter em mente que
nem todas as atividades desenvolvidas por uma organização correspondem a um projeto. Para que possam ser assim
enquadradas devem ostentar algumas características, entre as quais:

I. Singularidade, na medida em que todo o produto ou serviço gerado por um projeto se distingue de outros.
II. Prioridade, eis que o projeto é sempre ligado aos indicadores de planejamento estratégico.
III. Temporalidade, pois todo projeto possui início e fim definidos.
3  Adaptado de: www.dvl.ccn.ufsc.br/www.essenciasobreaforma.com.br/www.economiadomeioambiente.com.br/www.
criticalfriendsinternational.com/www.sobreadministracao.com/ www.portal2.tcu.gov.br/ www.portaleducacao.com.br/
www3.ethos.org.br/ www.aedb.br/ /Eduardo Pardini / Gustavo Periard/Edmilson Palermo Soares/ Fernanda Gabriela Bor-
ger/ Filipe Antônio Fiorini/ Nelson Alonso Junior/ Vera Lucia Chaves Alonso

26
Está correto o que se afirma APENAS em  3. (IADES/2016 – CEITEC/S.A) Quanto à governança
corporativa, é correto afirmar que:
a) I e III. 
b) I e II.  a) envolve o relacionamento entre proprietários, direto-
c) II e III.  ria, conselho de administração e órgãos de controle.  
d) III.  b) é restrita ao conselho de administração de determina-
e) II.  da organização.  
c) refere-se ao grupo de acionistas majoritários, com po-
Resposta: “A” : CARACTERÍSTICAS DOS PROJE- der de voto.
TOS (PMBOK)      d) resulta do plano estratégico anual desenvolvido por
TEMPORALIDADE =>  sempre tem início e fim defini- determinadas empresas. 
dos; e) aplica-se a empresas de sociedade anônima.
OBJETIVIDADE =>   finalidade específica;
DURABILIDADE =>   normalmente são desenvolvidos Resposta: “A” : O Instituto Brasileiro de Governança
para serem duradouros; Corporativa (IBGC) define a Governança Corporativa
SINGULARIDADE  =>  todo produto ou serviço gerado como:
por um projeto é exclusivo e diferente de outros produ- “Um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e
tos e serviços; monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas,
PROGRESSIVIDADE =>   seguem etapas progressiva- Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria In-
mente; dependente e Conselho Fiscal. As boas práticas de go-
REALIZADO POR PESSOAS  =>  são as pessoas que de- vernança corporativa têm a finalidade de aumentar
finem, planejam, executam e se beneficiam do projeto; o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e
ENVOLVEM RECURSOS =>  ao desenvolver um projeto contribuir para a sua perenidade”.
deve-se apontar o seu custo;
PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE =>  existe
um cronograma a ser cumprido, que será controlado
PROCESSO DECISÓRIO
e monitorado para se avaliar sua realização e eficácia.
Nos dias de hoje, com a competitividade cada vez
mais acirrada entre as organizações, a todo momento
2. (FCC/2017 – TRT/24ª REGIÃO - MS) Uma das defi-
necessitamos tomar decisões sempre que estamos dian-
nições de processo, no âmbito das organizações, é um
te de um problema que apresenta mais de uma alterna-
conjunto de meios articulados de forma organizada para
tiva de solução. Mesmo quando possuímos uma única
alcançar os resultados pretendidos. Entre as ferramentas
utilizadas na gestão de processos se inclui o  opção para solucioná-lo, poderemos ter a alternativa de
adotar ou não essa opção.
a) feedback, para avaliar a aderência dos processos aos O processo de escolher o caminho mais adequado
objetivos estratégicos da organização.  para a empresa, naquela circunstância, também é co-
b)  diagrama de Pareto, para identificar o grau de matu- nhecido como tomada de decisão.
ridade dos processos.  Os administradores devem ter como objetivo em
c) fluxograma, utilizado no mapeamento dos processos suas tomadas de decisão:
da organização.  • minimizar perdas;
d) mapa estratégico, com a identificação dos desafios e • maximizar ganhos; e
oportunidades apresentados à organização.  • alcançar uma situação em que, comparativamente,
e) organograma, que corresponde à representação gráfi- o gestor julgue que haverá um ganho entre o
ca de todas as etapas de cada processo.  estado em que se encontra a organização e o
estado em que irá se encontrar depois de imple-
Resposta: “C” - Alternativa A: ERRADA - Feedback -  É mentada a decisão.
uma reação a um estímulo. Tem por objetivo auxiliar •
as pessoas para que essas melhorem seu desempenho Para que se tome a melhor decisão em determinadas
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

através do fornecimento de informações, dados, críti- situações de problema, cabe à pessoa que vai tomar a
cas e orientações que permitam rever e corrigir suas decisão elaborar todas as alternativas possíveis sobre o
ações. problema em questão, visando escolher o melhor cami-
Alternativa B: ERRADA - Diagrama de Pareto – ferra- nho para otimizar a opção pela qual se decidiu, possibili-
menta que permite uma fácil visualização e identifica- tando à empresa crescer e desenvolver-se nesse contex-
ção das causas ou problemas mais importantes, pos- to de competitividade tão agressiva.
sibilitando a concentração de esforços para saná-los.
Segundo esse princípio, na maioria das situações, 80% O que significa decidir
das consequências são resultado de 20% das causas • “Tomar decisões é o processo de escolher uma
Alternativa C: CERTA dentre um conjunto de alternativas.”(Caravantes)
Alternativa D: ERRADA - Mapa estratégico – descre- • “Uma decisão pode ser descrita, de forma sim-
vem, de forma resumida, os objetivos traçados e defini- plista, como uma escolha entre alternativas ou
dos no planejamento estratégico. possibilidades com o objetivo de resolver um
Alternativa E: ERRADA - Esse é o fluxograma, que re- problema ou aproveitar uma oportunidade.”
presenta as etapas dos processos. (Sobral).

27
• “A tomada de decisão ocorre em reação a um envolve a tomada de decisões, a formulação e compro-
problema, isto é, existe uma discrepância entre o vação de hipóteses, a objetivação da análise dos fenô-
estado atual das coisas e o estado desejável que menos, dentre outros, o que lhe confere um caráter sis-
exige uma consideração sobre cursos de ação al- têmico.
ternativos. (...) O conhecimento sobre a existên- Embora o MASP derive do ciclo PDCA, é importante
cia de um problema e sobre a necessidade de que não se confunda os dois métodos, pois: O MASP
uma decisão depende da percepção da pessoa.” é um método eficaz, ele procura resolver problemas de
(Robbins). forma rápida e objetiva e com menor custo a empresa,
• “(...) Embora tudo aquilo que um administrador ou seja, é um método que tem como característica a ra-
faz envolva a tomada de decisões, isso não sig- cionalidade utilizando lógica e dados.
nifica que todas as decisões sejam complexas e
demoradas. Naturalmente, as decisões estratégi- O MASP é formado por oito etapas:
cas têm mais visibilidade, mas os administrado-
res tomam muitas pequenas decisões todos os
dias. Aliás, quase sempre as decisões gerenciais
são de rotina. No entanto, é o conjunto dessas
decisões que permite à organização resolver
problemas, aproveitar oportunidades e, com
isso, alcançar seus objetivos.” (Sobral)

Administrar é, em última análise, tomar decisões.


Para atingir os resultados organizacionais de forma
eficiente e eficaz, é preciso fazer escolhas.
Qual o negócio da organização? Qual estratégia vai
ser utilizada? Qual tecnologia vai ser empregada? Que
fonte de recursos financeiros vai ser utilizada? A máqui-
na será comprada ou alugada? Estas e inúmeras outras
perguntas precisam ser respondidas durante a gestão
de uma organização. Para respondê-las é preciso fazer
escolhas, é preciso decidir!

Técnicas de análise e solução de problemas


O MASP — Método de Análise e Solução de Proble-
mas é um método gerencial que é utilizado para a cria-
ção, manutenção ou melhoria de padrões. É uma meto-
dologia para se manter e controlar a qualidade, e deve
ser de amplo conhecimento de todos, ou seja, deve ser
dominada por todas as partes envolvidas dentro de uma 1. Identificação do problema
organização. A identificação do problema é a primeira etapa do
Esse método apresenta duas grandes vantagens: processo de melhoria em que o MASP é empregado. Se
• permite a solução de problemas de modo eficaz; feita de forma clara e criteriosa pode facilitar o desen-
• permite que os indivíduos de uma organização volvimento do trabalho e encurtar o tempo necessário à
se capacitem de maneira a solucionar os proble- obtenção do resultado.
mas que sejam de sua responsabilidade. A identificação do problema tem pelo menos duas
O MASP é um caminho ordenado, composto de pas- finalidades: (a) selecionar um tópico dentre uma série de
sos e subpassos pré-definidos para a escolha de um possibilidades, concentrando o esforço para a obtenção
problema, análise de suas causas, determinação e pla-
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

do maior resultado possível; e (b) aplicar critérios para


nejamento de um conjunto de ações que consistem uma que a escolha recaia sobre um problema que mereça ser
solução, verificação do resultado da solução e realimen- resolvido.
tação do processo para a melhoria do aprendizado e da O que é um problema?
própria forma de aplicação em ciclos posteriores. Não é fácil explicar precisamente o que é um proble-
Partindo também do pressuposto de que em toda ma, mas, de maneira geral, podemos dizer que é uma
solução há um custo associado, a solução que se preten- questão que nos propomos resolver. Perceba que solu-
de descobrir é aquela que maximize os resultados, mini- cionar um problema não significa, necessariamente, ter-
mizando os custos envolvidos. Há, portanto, um ponto -se um método para solucioná-lo.
ideal para a solução, em que se pode obter o maior be- Exemplo:
nefício para o menor esforço, o que pode ser definido – Uma pessoa enfrenta problemas para alcançar cer-
como decisão ótima (BAZERMAN). tos objetivos e não sabe que ações deve tomar para con-
A construção do MASP como método destinado a seguir solucioná-los.
solucionar problemas dentro das organizações passou Então, ao resolver um problema identificamos os se-
pela idealização de um conceito, o ciclo PDCA, para in- guintes componentes:
corporar um conjunto de ideias inter-relacionadas que • um objetivo a ser alcançado;

28
• um conjunto de ações pré-pensadas para resol- que o MASP pode trazer. O item “quanto” da fase anterior
vê-lo; e pode subsidiar a presente. Falconi afirma que nesta fase se
• a situação inicial do problema. deve responder, basicamente, a duas coisas: o que se está
Outro exemplo: perdendo e o que é possível ganhar.
Imaginemos uma produção de parafusos. Consi- Lembramos que quando nos referirmos a perdas de
dera-se normal a existência de 10 defeitos por milhão natureza qualitativa temos grande dificuldade para medir
de parafusos fabricados. Admite-se a ocorrência de um seu custo para a organização ou até mesmo podemos di-
problema apenas quando for constatado um número de zer que isso seja impossível.
defeitos que ultrapasse a razão de mais de 10 parafusos Quais podem ser os custos do aumento do número de
defeituosos por milhão produzido. ocorrências de reclamações dos clientes? Quais serão os
Nesse sentido, um problema é sempre um resultado custos para a imagem da organização, provocados pela
indesejável (Falconi), mas geralmente a solução implica o perda de credibilidade em decorrência de algum defeito
retorno a um desempenho anterior aceitável. existente em um determinado produto?
Na abordagem do autor Maximiano, “um problema Passos da Etapa 3 –
é uma situação que exige uma decisão ou solução, e para Análise
tanto oferece um conjunto de possibilidades, entre as • Levantamento das variáveis que influenciam no
quais é necessário escolher uma ou mais”. Na abordagem problema
desse autor, os problemas podem ser caracterizados por: • Escolha das causas mais prováveis (hipóteses)
(a) diferença entre situação real e ideal; (b) situação adver- • Coleta de dados nos processos
sa; (c) missões e objetivos; (d) situação que oferece esco- • Análise das causas mais prováveis; confirmação
lhas; (e) obstáculos ao tentar atingir metas; e (f) desvios do das hipóteses
comportamento esperado. • Teste de consistência da causa fundamental
• Foi descoberta a causa fundamental?
Passos da Etapa 1 –
Identificação do problema 3. Plano de Ação
• Identificação dos problemas mais comuns Uma vez que as verdadeiras causas do problema fo-
• Levantamento do histórico dos problemas ram identificadas, ou pelo menos as causas mais relevan-
• Evidência das perdas existentes e ganhos possíveis tes entre várias, as formas de eliminá-las devem então
• Escolha do problema ser encontradas Para Hosotani esta etapa consiste em
• Formar a equipe e definir responsabilidades definir estratégias para eliminar as verdadeiras causas do
• Definir o problema e a meta problema identificadas pela análise e então transformar
essas estratégias em ação. Conforme a complexidade do
2. Observação processo em que o problema se apresenta, é possível
A observação do problema é a segunda etapa do que possa existir um conjunto de possíveis soluções. As
MASP e consiste averiguar as condições em que o proble- ações que eliminam as causas devem, portanto, ser prio-
ma ocorre e suas características específicas do problema rizadas, pois somente elas podem evitar que o problema
sob uma ampla gama de pontos de vista. se repita novamente.
O ponto preponderante da etapa de Observação é Passos da Etapa 4:
coletar informações que podem ser úteis para direcionar Plano de ação
um processo de análise que será feito na etapa posterior. • Definir estratégia de ação.
Kume compara esta etapa com uma investigação crimi- • Elaborar plano de ação.
nal observando que “os detetives comparecem ao local Essa fase consiste no estabelecimento de metas a
do crime e investigam cuidadosamente o local procuran- atingir, isto é, elas devem ser alcançadas com o método
do evidências” o que se assemelha a um pesquisador ou MASP. Na maioria dos MASPs de manutenção, o objetivo
equipe que buscam a solução para um problema. é, de maneira geral, o retorno às condições ideais ante-
riores à ocorrência do problema.
3. Análise
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

A etapa de análise é aquela em que serão determina- Ação


das as principais causas do problema. Se não identifica- Na sequência da elaboração do plano de ação, está
mos claramente as causas provavelmente serão perdidos o desenvolvimento das tarefas e atividades previstas no
tempo e dinheiro em várias tentativas infrutíferas de so- plano. Esta etapa do MASP consiste em nomear os res-
lução. Por isso ela é a etapa mais importante do processo ponsáveis pela sua execução, iniciando-se por meio da
de solução de problemas. Para Kume a análise se compõe comunicação do plano com as pessoas envolvidas, pas-
de duas grandes partes que é a identificação de hipóteses sando pela execução propriamente dita, e terminando
e o teste dessas hipóteses para confirmação das causas. A com o acompanhamento dessas ações para verificar se
identificação das causas deve ser feita de maneira “cientí- sua execução foi feita de forma correta e conforme pla-
fica” o que consiste da utilização de ferramentas da qua- nejado.
lidade, informações, fatos e dados que deem ao processo Passos da Etapa 5 –
um caráter objetivo. Ação
Essa etapa consiste em fazer uma análise das perdas • Divulgação e alinhamento
que estão ocorrendo, que estão sendo causadas pelo • Execução das ações
problema em questão, assim como os potenciais ganhos • Acompanhamento das ações

29
Verificação
Essa etapa do MASP representa a fase de check do ciclo PDCA e consiste na coleta de dados sobre as causas, sobre
o efeito final (problema) e outros aspectos para analisar as variações positivas e negativas possibilitando concluir pela
efetividade ou não das ações de melhoria (contramedidas). É nesta etapa que se verifica se as expectativas foram satis-
feitas, possibilitando aumento da autoestima, crescimento pessoal e a descoberta do prazer e excitação que a solução
de problemas pode proporcionar às pessoas (HOSOTANI).
Parker observa que “nenhum problema pode ser considerado resolvido até que as ações estejam completamente
implantadas, ela esteja sob controle e apresente uma melhoria em performance”. Assim, o monitoramento e medição
da efetividade da solução implantada são essenciais por um período de tempo para que haja confiança na solução
adotada. Hosotani também enfatiza este ponto ao afirmar que os resultados devem ser medidos em termos numéricos,
comparados com os valores definidos e analisados usando ferramentas da qualidade para ver se as melhorias prescritas
foram ou não atingidas.

Passos da Etapa 6 –
Verificação
• Comparar resultados obtidos com os previstos.
• Listar efeitos colaterais não previstos.
• Verificar nível do bloqueio observado (grau de eficácia do plano de ação)

Padronização
Uma vez que as ações de bloqueio ou contramedidas tenham sido aprovadas e satisfatórias para o alcance dos ob-
jetivos ela podem ser instituídas como novos métodos de trabalho. De acordo com Kume existem dois objetivos para
a padronização. Primeiro, afirma o autor, sem padrões o problema irá gradativamente retornar à condição anterior, o
que levaria à reincidência. Segundo, o problema provavelmente acontecerá novamente quando novas pessoas (em-
pregados, transferidos ou temporários) se envolverem com o trabalho. A preocupação neste momento é, portanto, a
reincidência do problema, que pode ocorrer pela ação ou pela falta da ação humana. A padronização não se faz apenas
por meio de documentos. Os padrões devem ser incorporados para se tornar “uma dos pensamentos e hábitos dos
trabalhadores” (KUME), o que inclui a educação e o treinamento.

Passos da Etapa 7 –
Padronização
• Elaboração ou alteração de documentos
• Registro e comunicação
• Definir mudanças que devem ser incorporadas ao Procedimento Padrão Operacional — PPO.
• Revisar padrão (Modificar / Comunicar).
• Treinar pessoal (no PPO revisado).
• Comunicação clara e adequada dos motivos do treinamento.
• Auditar cumprimento do padrão

Conclusão
A etapa de Conclusão fecha o método de análise e solução de problemas. Os objetivos da conclusão são basica-
mente rever todo o processo de solução de problemas e planejar os trabalhos futuros. Parker reconhece a importância
de fazer um balanço do aprendizado, aplicar a lições aprendidas em novas oportunidades de melhoria.

Passos da Etapa 8 –
Conclusão
• Identificação dos problemas remanescentes
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

• Planejamento das ações antirreincidência


• Balanço do aprendizado
• Concluir MASP e elaborar relatório sobre o mesmo.

Apesar de muitos outros métodos terem surgido com o passar do tempo, o MASP mantem-se atual em seu uso,
atendendo às organizações regularmente, independente de seu porte.

30
FATORES QUE AFETAM A DECISÃO

Uma decisão sofre influência de diversos fatores, que vão desde objetivos, custos, fatores internos e externos, tem-
po disponível para decidir, quantidade de informações disponíveis, viabilidade das soluções, autoridade e responsabi-
lidade do tomador de decisão, estrutura de poder da organização, entre outros.
De acordo com Chiavenato, a decisão pode ser tomada tendo como base três bases condicionais, que são:

• Certeza: É a situação em que temos sob controle todos os fatores que afetam a tomada de decisão. Sabemos
quais são os riscos e probabilidades de ocorrência de eventos, temos informações sobre custos, sabemos quais
são os fatores potencializadores e restritores, temos estudos de viabilidade das alternativas etc.
• Risco: É a situação em que sabemos a probabilidade de ocorrência de um evento, mas que tomamos diferentes
decisões, de acordo com os riscos que estamos dispostos a assumir.
• Incerteza: Situação em que o tomador de decisão tem pouca ou nenhuma informação a respeito da probabili-
dade de ocorrência de cada evento futuro.

Tipos de decisões
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Maximiano ensina que uma decisão é uma escolha entre alternativas ou possibilidades.
As decisões são escolhas necessárias para a resolução de problemas ou aproveitamento de oportunidades, sejam
elas relativas a aspectos operacionais, como comprar ou alugar uma máquina, ou estratégicos, como entrar ou não no
mercado internacional.
Todos sabemos que o tipo e a qualidade de decisões tomadas nas organizações afetam todo o seu contexto, po-
dendo influenciar estratégias organizacionais, políticas ou até mesmo uma determinada parcela da sociedade onde
elas estejam inseridas.
Por essa razão, ao longo do tempo, os gestores vêm se apoiando em diversos fatores para que a tomada de decisão
seja o mais assertiva possível e o tomador de decisão possa estar mais seguro diante de possíveis e prováveis proble-
mas que possam surgir.
De maneira geral, podemos dizer que os gestores, no momento da tomada de decisão, poderão se defrontar com
dois tipos de situação que, de acordo com sua natureza, terão e abordagem diferente para se alcançar as soluções
adequadas.
O processo de tomar decisões, ou processo decisório, se compõe de uma sequência de etapas, que vão da identifi-
cação da questão a ser resolvida até a ação, quando uma alternativa de solução é colocada em prática.

31
As decisões nas organizações se dividem em duas Pelo fato de as decisões não programadas serem tão
categorias principais: as programadas e as não pro- importantes para as empresas e tão comuns para a gerên-
gramadas. cia, a eficiência de um gerente muitas vezes será julgada
Podemos considerar decisões programadas aquelas de acordo com a qualidade de sua tomada de decisão.
que tomamos quando percebemos os problemas como Também há tipos de decisão quanto ao nível organiza-
bem compreendidos, altamente estruturados, rotineiros, cional em que ela é tomada. Assim, decisões estratégicas
repetitivos e para cuja solução podemos utilizar procedi- são aquelas mais amplas, referentes à organização como
mentos e regras sistemáticos. Essas decisões são sempre um todo e sua relação com o ambiente. São tomadas nos
semelhantes. níveis mais altos da hierarquia e possuem consequências
As decisões programadas ou estruturadas compõem de longo prazo.
o acervo, o estoque de soluções armazenadas pela orga- As decisões táticas ou administrativas são tomadas nos
nização, com base nas experiências anteriores por que níveis das unidades organizacionais ou departamentos.
passou. Decisões operacionais, por sua vez, são aquelas toma-
São utilizadas, portanto, para resolver problemas que das no dia-a-dia, relacionadas a tarefas e aspectos cotidia-
já foram enfrentados antes e que possuem um compor- nos da realidade organizacional. Vimos, nos elementos da
tamento semelhante. decisão, a definição de tomador da decisão. Maximiano
Para estes tipos de problemas, não há necessidade nos ensina uma outra tipologia, referente a quem é o to-
de criação de alternativas de solução e escolha da mais mador de decisões:
adequada. Basta seguir as ações que já foram exercidas • Decisões autocráticas: São decisões tomadas sem
com sucesso nas ocasiões anteriores. Por este motivo, discussões, acordos e debates. O tomador de de-
são mais comuns no nível operacional, na base da pirâ- cisão deve ser um gerente ou alguém com res-
mide hierárquica. ponsabilidade e autoridade para tal. É uma forma
Como exemplo, podemos citar uma situação de in- rápida de tomada de decisão e não deve ser ques-
cêndio, onde já há um roteiro de etapas a serem segui- tionada. Muitas vezes, são decisões de cunho es-
tritamente técnico.
das, já se sabe qual caminho os ocupantes de cada andar
• Decisões compartilhadas: São aquelas decisões
do prédio devem seguir, pois todo o estudo da melhor
tomadas de forma compartilhada, entre geren-
rota de fuga já foi feito com antecedência. Esses são
te e equipe. Têm características marcantes, tais
exemplos de decisões programadas, pois são repetitivas
como o debate, participação e busca de consen-
e rotineiras.
so.Podem ser consultivas, quando a decisão é to-
Por este motivo, são mais comuns no nível operacional,
mada após a consulta,ou participativa, quando a
na base da pirâmide hierárquica.
decisão é tomada de forma conjunta.
As decisões não programadas ou não estruturadas são • Decisões delegadas: “São tomadas pela equipe
necessárias em situações em que as decisões programa- ou pessoa que recebeu poderes para isso. As de-
das não conseguem resolver. cisões delegadas não precisam ser aprovadas ou
Quando nos referimos a decisões não programadas revistas pela administração. A pessoa ou grupo
nos referimos àquelas que resultam de problemas que assume plena responsabilidade pelas decisões,
não são bem compreendidos, são “pobres” de estrutura- tendo para isso a informação, a maturidade, as
ção, tendem a ser singulares e não se prestam aos proce- qualificações e as atitudes suficientes para deci-
dimentos sistêmicos ou rotineiros. dir da melhor maneira possível”.
São situações inesperadas, que a organização está
enfrentando pela primeira vez e que admitem diferentes Identificamos ainda, dentro do conceito de elementos
formas de resolução, cada uma com suas vantagens e des- da decisão o item de: Certeza, risco e incerteza - Pode-
vantagens. mos chamar de incerteza aquela situação que, muitas ve-
Estas situações exigem uma análise mais profunda, um zes, se configura por existirem informações insuficientes
diagnóstico para o perfeito entendimento do problema e dúbias para os tomadores de decisão. Isso certamente
até a tomada de decisão que vai levar à ação. Por este mo- inviabiliza a clareza das alternativas e traz consigo riscos
tivo são mais comuns no nível institucional ou estratégico inerentes, fazendo com que a decisão tomada se torne
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da organização, no topo da pirâmide hierárquica. mais difícil de ser operacionalizada.


Os problemas que exigem esse tipo de decisões serão Mas, para escolher a alternativa mais eficaz, além de
solucionados a partir da habilidade dos gerentes em to- ser necessário identificar claramente qual é o problema
mar decisões, já que não existem soluções rotineiras. e de se ter em mãos informações de qualidade, o gestor
Como exemplo, podemos citar os gerentes, principal- precisa possuir também um conhecimento aprofundado
mente nos níveis mais altos da organização, que muitas do mercado em que atua, conhecendo seus concorrentes
vezes necessitam tomar decisões não programadas du- e a capacidade organizacional deles. É assim que são ge-
rante o curso de definição de metas e estratégias de uma ridas empresas bem estruturadas e administradas. Esse
empresa e em suas atividades diárias. Em muitas ocasiões grupo é composto especialmente pelas organizações de
eles utilizam sua própria experiência na solução desse tipo grande porte.
de problema, procurando princípios e soluções que pos- É importante que o gestor decida com rapidez e que
sam ser aplicados à situação, mas sempre levando em con- reduza a incerteza. Agindo assim poderá planejar de ma-
sideração que as metodologias de solução de problemas neira estratégica possíveis ações futuras que poderão
passados podem não ser aplicáveis no caso em questão. dar à sua empresa vantagem competitiva em relação às
concorrentes.

32
• decisão em condições de certeza – ocorre eliminar possíveis polêmicas. Em geral, o silêncio é a pior
quando há total conhecimento de todos os esta- atitude nesses momentos. E cuidado ao tocar em pontos
dos da natureza do processo decisório. delicados da empresa.

Chamamos de certeza saber 100% sobre a situação < https://www.racecomunicacao.com.br/blog/o-que-e-


que está ocorrendo no instante em que se está tomando -gerenciamento-de-crise/>
a decisão.
• decisão em condições de risco – ocorre quando
não são conhecidas as probabilidades associadas
a cada um dos estados da natureza do processo EXERCÍCIOS COMENTADOS
decisório.
1. (FGV/2017 – TRT/12ª Região - SC) Em um órgão pú-
A situação é pouco conhecida. Para a tomada de de- blico, as decisões são concentradas nos níveis mais altos
cisão em condições de risco, a certeza irá variar entre 0% da hierarquia. A direção do órgão gostaria de promover
e 100%. Sob condições de risco, o gestor utiliza a expe- a descentralização das decisões como forma de incenti-
riência pessoal, sua intuição ou informações secundárias var a autonomia e a responsabilização dos gerentes. No
para mensurar as chances de acerto de alternativas ou entanto, a centralização das decisões apresenta vanta-
resultados. gens em relação à descentralização, tais como: 
• decisão em condições de incerteza ou em
condições de ignorância – ocorre quando não a) torna o processo decisório mais ágil e flexível;
se obtiveram informações e dados sobre as cir- b) estimula a aprendizagem dos gerentes médios;
cunstâncias do processo decisório ou em rela- c) gera decisões mais consistentes com os objetivos glo-
ção à parcela dessa situação. Para decidir numa bais da organização;
situação dessas deve-se recorrer à intuição e à d) reduz os custos e o tempo de implementação das de-
criatividade. cisões;
• decisão em condições de competição ou em
e) facilita o fluxo de informações e a comunicação orga-
condições de conflito – ocorre quando a estra-
nizacional. 
tégia e a situação em si do processo de toma-
da de decisão são determinadas pela ação de
Resposta: Letra C. : Alternativa A, B e E: ERRADAS
competidores. Quando ocorre de um gestor, ao
Maior agilidade, gerentes médios e fluxo e comuni-
tomar uma decisão, prever que não haverá ne-
cação mais facilitados são características e vantagens
nhum resultado não previsto, classificamos essa
da descentralização.
decisão como uma decisão programada.4
Alternativa C: CERTO
Crises Alternativa D:
Todas as organizações estão sujeitas a passar por si- A redução de custo de fato é uma característica da
tuações de anormalidade e tensão, de maior ou menor centralização porém, a redução de tempo para im-
intensidade. Sendo assim, o gerenciamento de crise é plementar decisões não, esse é uma característica da
uma atividade que visa minimizar, reduzir ou se possível descentralização.
eliminar os impactos causados por essas adversidades,
para que a empresa tenha o menor prejuízo financeiro e 2. (FCC/2017 – TRT/11ª Região - AM e RR) A toma-
reputacional possível. da de decisão é uma das atividades mais típicas do ad-
A gestão de crises é um processo amplo e que envol- ministrador. Existem diferentes tipos de decisão, sendo
ve todas as áreas da empresa e seus respectivos gestores. que algumas delas se realizam por meio de um conjunto
Em situações como essa, cria-se um comitê e indica-se de normas preestabelecidas, com base em um acervo
um líder, que irá coordenar a equipe durante a emer- de soluções da organização. Tais decisões são as deno-
gência. Esse grupo irá definir quais os próximos passos minadas 
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que serão tomados consultando o manual de crise pre-


viamente elaborado, seja na área jurídica, segurança do a) Programadas. 
trabalho, suprimentos, operações etc. Caso a crise seja b) Padronizadas. 
diretamente ligada à comunicação, o manual de crise foi c) Recorrentes. 
elaborado pela equipe interna de comunicação ou pela d) Impróprias. 
agência de assessoria de imprensa ou relações públicas. e) Consultivas. 
No caso específico do papel da comunicação empresa-
rial ou corporativa, em momentos de crise, é importante Resposta: Letra A. : A teoria da decisão nasceu de
ressaltar que a empresa deve, na medida do possível, Herbert Simon, que a utilizou para explicar o com-
ser o mais transparente que puder com a imprensa. Isso portamento humano na organização. Ele distingue
significa divulgar o ponto de vista da organização sobre dois tipos:
determinado assunto da forma ágil e objetiva, visando Decisão programadas: aquelas repetitivas, comuns na
rotina e que são tomadas de forma automática, por
4  Texto adaptado de: /Maria Ester Domingues de Olivei-
exemplo, tudo aquilo que se torna hábito, que segue
ra/ Antônio Francisco Ribeiro Neto/www.blogdaqualidade.
um manual de padrão, entre outros.
com.br/Flávio Sposto Pompêo

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Decisão não programadas: são decisões que de fato trabalhistas, tributárias e regulatórias, saúde além de
dependem do decisor, não é alto rotineira, automá- questões legais e éticas envolvendo a concorrência.
tico, ou seja, são aquelas decisões que exigem uma E ainda os regulamentos internos da empresa, que
análise mais completa, como por exemplo, alterar existem para serem cumpridos.
uma linha de produção, fazer mudanças quanto à Quem já está há um bom tempo no mercado sabe
estrutura da organização, ou quanto ao quadro de que nada disso é exatamente novidade.
funcionários, enfim, são decisões que fogem de um Leis, normas, regulamentos e códigos de conduta, se-
conceito rotineiro, mecanizado. jam eles internos ou externos, sempre existiram e sempre
foi importante que fossem cumpridos.
3. (FCC/2016 – TRT/20ª REGIÃO - SE) Considere a situ- Por que, então, criar um termo novo, falar em com-
ação hipotética descrita a seguir: o gestor de um projeto pliance como se fosse algo novo?
prioritário desenvolvido pela área de modernização do Como destacamos na abertura deste artigo, o que acon-
Tribunal se defronta com redução do orçamento original tece é que o contexto atual demanda uma postura mais fir-
e precisa definir quais ações serão descontinuadas. Entre me das empresas para coibir ações escusas ou ilícitas.
os possíveis modelos preconizados pela literatura para
o processo decisório, o gestor em questão poderá ado- O que é estar em Compliance?
tar uma decisão consultiva, o que significa que a mesma
deverá Se compliance significa conformidade, uma organiza-
ção que está “em compliance” é aquela que anda confor-
a) refletir o consenso de todos os envolvidos. me as normas.
b) ser tomada mediante a submissão do problema à au- Ou seja, que cumpre rigorosamente tudo aquilo que
toridade superior. falamos no tópico anterior: legislação, normas e regula-
c) expressar, necessariamente, a opinião da maioria dos mentos internos e externos, além de uma postura ética
envolvidos. em relação à sua concorrência e preocupação genuína
com a saúde e bem-estar de seus colaboradores.
d) ser tomada por um especialista externo ao grupo en-
É importante destacar que o fato de uma empresa
volvido.
estar em compliance não está relacionado com o marke-
e) ser tomada pelo próprio gestor, que considerará as
ting que é feito em cima disso.
opiniões apresentadas pelos envolvidos.
Estar em compliance não é dar publicidade à postura
correta da empresa, mas sim dar transparência.
Resposta: Letra E. : Temos dentro do processo de-
Em outras palavras, é ser uma organização aberta,
cisório algumas formas de se chegar à uma decisão,
justamente porque não tem nada a esconder.
podendo estas ser feita democraticamente, de duas O reconhecimento do mercado e do público é conse-
formas, através da consulta aos membros e, a partir quência, mas depois falaremos mais sobre isso.
das informações, o líder decide, ou de forma partici- Antes, vamos explicar como uma empresa pode
pativa, onde o líder permite que sua equipe participe transformar o “estar em compliance” em uma condição
e em conjunto decidem. permanente, e não momentânea.

O que é programa de Compliance?


COMPLIANCE: CONCEITOS, SUPORTE DA
ALTA ADMINISTRAÇÃO, CÓDIGO DE CON- Um programa de compliance consiste na organiza-
ção interna de uma empresa para cumprir com todos os
DUTA, CONTROLES INTERNOS, TREINA-
requisitos que, segundo acabamos de explicar, implicam
MENTO E COMUNICAÇÃO. em estar em compliance.
São mecanismos e procedimentos internos que in-
cluem a criação de normas, fiscalização, auditoria, incen-
O que é Compliance? tivo à denúncias de irregularidades, aplicação do código
de conduta e promoção de campanhas de comunicação
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Compliance é uma palavra da língua inglesa cuja interna sobre esses tópicos.
tradução é conformidade. O termo advém do verbo “to É um trabalho constante, que deve ser feito mesmo
comply”, que significa obedecer, cumprir, agir de acordo quando não há um histórico de condutas inapropriadas
com uma regra. dos colaboradores da organização.
Quando o termo é relacionado ao mundo corporati- Porque o programa de compliance é preventivo, exis-
vo, ele diz respeito à conformidade de uma empresa com te para evitar que os problemas aconteçam, não para re-
as leis e normas. mediá-los.
A ligação imediata que muitos fazem é com a cor- Tenha em mente que empresas são pessoas jurídicas
rupção. compostas por várias pessoas físicas e que, sem regula-
Afinal, nos últimos anos, não foram poucas as notícias mentos que orientem suas condutas, as possibilidades
de empresas privadas envolvidas em escândalos como de ocorrerem comportamentos indesejados são maiores.
pagamento de propina a servidores públicos em troca de Só o fato de existir um programa de compliance já
determinados benefícios. comunica a essas pessoas de que a empresa não está
Compliance é isso também, mas não apenas. disposta a aceitar atitudes que não estejam de acordo
Basta lembrar que existem obrigações ambientais, com as regras.

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Por si só, isso já inibe condutas incorretas. § 2o  As sociedades controladoras, controladas, coliga-
Mas se mesmo assim elas acontecerem, o progra- das ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorcia-
ma de compliance entra em ação para que esse seja um das serão solidariamente responsáveis pela prática dos
acontecimento isolado e não se transforme em uma ver- atos previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsabi-
dadeira crise. lidade à obrigação de pagamento de multa e reparação
integral do dano causado.
REFERÊNCIA ADAPTADA
<https://www.sbcoaching.com.br/blog/negocios/ CAPÍTULO II
compliance/> DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA-
CIONAL OU ESTRANGEIRA

Art. 5o  Constituem atos lesivos à administração pú-


LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº
blica, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei,
12.846/2013 E DECRETO NO 8.420/2015.
todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas men-
cionadas no parágrafo único do art. 1o, que atentem
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e ci- contra princípios da administração pública ou contra
vil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a ad- os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil,
ministração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras assim definidos:
providências. I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente,
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
vantagem indevida a agente público, ou a terceira pes-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
soa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou
CAPÍTULO I
de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilíci-
DISPOSIÇÕES GERAIS
tos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa
Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a responsabilização ob-
jetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais
prática de atos contra a administração pública, nacio- interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos
nal ou estrangeira. praticados;
Parágrafo único.  Aplica-se o disposto nesta Lei às so- IV - no tocante a licitações e contratos:
ciedades empresárias e às sociedades simples, perso- a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
nificadas ou não, independentemente da forma de or- qualquer outro expediente, o caráter competitivo de
ganização ou modelo societário adotado, bem como a procedimento licitatório público;
quaisquer fundações, associações de entidades ou pes- b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qual-
soas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, fi- quer ato de procedimento licitatório público;
lial ou representação no território brasileiro, constituí- c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de
das de fato ou de direito, ainda que temporariamente. fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
Art. 2o  As pessoas jurídicas serão responsabilizadas d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pe- e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa ju-
los atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu rídica para participar de licitação pública ou celebrar
interesse ou benefício, exclusivo ou não. contrato administrativo;
Art. 3o  A responsabilização da pessoa jurídica não ex- f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo frau-
clui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou dulento, de modificações ou prorrogações de contratos
administradores ou de qualquer pessoa natural, auto- celebrados com a administração pública, sem autoriza-
ra, coautora ou partícipe do ato ilícito. ção em lei, no ato convocatório da licitação pública ou
§ 1o  A pessoa jurídica será responsabilizada indepen- nos respectivos instrumentos contratuais; ou
dentemente da responsabilização individual das pes- g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

soas naturais referidas no caput. dos contratos celebrados com a administração pública;
§ 2o  Os dirigentes ou administradores somente serão V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização
responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir
culpabilidade. em sua atuação, inclusive no âmbito das agências
Art. 4o  Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema
na hipótese de alteração contratual, transformação, financeiro nacional.
incorporação, fusão ou cisão societária. § 1o  Considera-se administração pública estrangeira
§ 1o  Nas hipóteses de fusão e incorporação, a respon- os órgãos e entidades estatais ou representações di-
sabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pa- plomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou
gamento de multa e reparação integral do dano cau- esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas con-
sado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe troladas, direta ou indiretamente, pelo poder público
sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei de país estrangeiro.
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da § 2o  Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à admi-
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou nistração pública estrangeira as organizações públicas
evidente intuito de fraude, devidamente comprovados. internacionais.

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§ 3o  Considera-se agente público estrangeiro, para os IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídi-
fins desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou ca com o órgão ou entidade pública lesados; e
sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função X - (VETADO).
pública em órgãos, entidades estatais ou em represen- Parágrafo único.  Os parâmetros de avaliação de
tações diplomáticas de país estrangeiro, assim como mecanismos e procedimentos previstos no inciso VIII
em pessoas jurídicas controladas, direta ou indireta- do caputserão estabelecidos em regulamento do Po-
mente, pelo poder público de país estrangeiro ou em der Executivo federal.
organizações públicas internacionais.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO III DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILI-
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ZAÇÃO

Art. 6o  Na esfera administrativa, serão aplicadas às Art. 8o  A instauração e o julgamento de processo ad-
pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos ministrativo para apuração da responsabilidade de
lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções: pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo
20% (vinte por cento) do faturamento bruto do último e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo-
exercício anterior ao da instauração do processo ad- cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
ministrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será § 1o  A competência para a instauração e o julgamento
inferior à vantagem auferida, quando for possível sua do processo administrativo de apuração de responsa-
estimação; e bilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, veda-
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. da a subdelegação.
§ 1o  As sanções serão aplicadas fundamentadamente, § 2o  No âmbito do Poder Executivo federal, a Contro-
isolada ou cumulativamente, de acordo com as pecu- ladoria-Geral da União - CGU terá competência con-
liaridades do caso concreto e com a gravidade e natu- corrente para instaurar processos administrativos de
reza das infrações. responsabilização de pessoas jurídicas ou para avocar
§ 2o  A aplicação das sanções previstas neste artigo
os processos instaurados com fundamento nesta Lei,
será precedida da manifestação jurídica elaborada
para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes
pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência
o andamento.
jurídica, ou equivalente, do ente público.
Art. 9o  Competem à Controladoria-Geral da União -
§ 3o  A aplicação das sanções previstas neste artigo
CGU a apuração, o processo e o julgamento dos atos
não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da re-
ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra a admi-
paração integral do dano causado.
nistração pública estrangeira, observado o disposto no
§ 4o  Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja
possível utilizar o critério do valor do faturamento Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção
bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
(seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões Comerciais Internacionais, promulgada pelo  Decreto
de reais). no 3.678, de 30 de novembro de 2000.
§ 5o  A publicação extraordinária da decisão condena- Art. 10.  O processo administrativo para apuração da
tória ocorrerá na forma de extrato de sentença, a ex- responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido
pensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação por comissão designada pela autoridade instauradora
de grande circulação na área da prática da infração e e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em pu- § 1o  O ente público, por meio do seu órgão de re-
blicação de circulação nacional, bem como por meio presentação judicial, ou equivalente, a pedido da co-
de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) missão a que se refere o  caput, poderá requerer as
dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercí- medidas judiciais necessárias para a investigação e
cio da atividade, de modo visível ao público, e no sítio o processamento das infrações, inclusive de busca e
eletrônico na rede mundial de computadores. apreensão.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

§ 6o  (VETADO). § 2o  A comissão poderá, cautelarmente, propor à au-


Art. 7o  Serão levados em consideração na aplicação toridade instauradora que suspenda os efeitos do ato
das sanções: ou processo objeto da investigação.
I - a gravidade da infração; § 3o  A comissão deverá concluir o processo no prazo
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da pu-
III - a consumação ou não da infração; blicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; relatórios sobre os fatos apurados e eventual respon-
V - o efeito negativo produzido pela infração; sabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma mo-
VI - a situação econômica do infrator; tivada as sanções a serem aplicadas.
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração § 4o  O prazo previsto no § 3o poderá ser prorrogado, me-
das infrações; diante ato fundamentado da autoridade instauradora.
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos in- Art. 11.  No processo administrativo para apuração
ternos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de responsabilidade, será concedido à pessoa jurídica
de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir
ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; da intimação.

36
Art. 12.  O processo administrativo, com o relatório econômico, de fato e de direito, desde que firmem o
da comissão, será remetido à autoridade instauradora, acordo em conjunto, respeitadas as condições nele es-
na forma do art. 10, para julgamento. tabelecidas.
Art. 13.  A instauração de processo administrativo es- § 6o A proposta de acordo de leniência somente se tor-
pecífico de reparação integral do dano não prejudica nará pública após a efetivação do respectivo acordo,
a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta salvo no interesse das investigações e do processo ad-
Lei. ministrativo.
Parágrafo único.  Concluído o processo e não havendo § 7o  Não importará em reconhecimento da prática do
pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniên-
ativa da fazenda pública. cia rejeitada.
Art. 14.  A personalidade jurídica poderá ser descon- § 8o  Em caso de descumprimento do acordo de le-
siderada sempre que utilizada com abuso do direito niência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar
para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do
ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão conhecimento pela administração pública do referido
patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das descumprimento.
sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus adminis- § 9o  A celebração do acordo de leniência interrompe o
tradores e sócios com poderes de administração, ob- prazo prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
servados o contraditório e a ampla defesa. § 10.  A Controladoria-Geral da União - CGU é o ór-
Art. 15.  A comissão designada para apuração da res- gão competente para celebrar os acordos de leniência
ponsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no
procedimento administrativo, dará conhecimento ao caso de atos lesivos praticados contra a administração
Ministério Público de sua existência, para apuração de pública estrangeira.
eventuais delitos. Art. 17.  A administração pública poderá também
celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
CAPÍTULO V responsável pela prática de ilícitos previstos na  Lei
DO ACORDO DE LENIÊNCIA no 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à isenção
ou atenuação das sanções administrativas estabeleci-
Art. 16.  A autoridade máxima de cada órgão ou enti- das em seus arts. 86 a 88.
dade pública poderá celebrar acordo de leniência com
as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos CAPÍTULO VI
previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
as investigações e o processo administrativo, sendo
que dessa colaboração resulte: Art. 18.  Na esfera administrativa, a responsabilidade
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
quando couber; e responsabilização na esfera judicial.
II - a obtenção célere de informações e documentos Art. 19.  Em razão da prática de atos previstos no art.
que comprovem o ilícito sob apuração. 5o desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e
§ 1o  O acordo de que trata o caput somente poderá os Municípios, por meio das respectivas Advocacias
ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os se- Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equi-
guintes requisitos: valentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar com vistas à aplicação das seguintes sanções às pes-
sobre seu interesse em cooperar para a apuração do soas jurídicas infratoras:
ato ilícito; I - perdimento dos bens, direitos ou valores que repre-
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envol- sentem vantagem ou proveito direta ou indiretamente
vimento na infração investigada a partir da data de obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou
propositura do acordo; de terceiro de boa-fé;
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
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e coopere plena e permanentemente com as investi- III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
gações e o processo administrativo, comparecendo, IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subven-
sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os ções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades
atos processuais, até seu encerramento. públicas e de instituições financeiras públicas ou con-
2o  A celebração do acordo de leniência isentará a pes- troladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1
soa jurídica das sanções previstas no inciso II do art. (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
6o e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois § 1o  A dissolução compulsória da pessoa jurídica será
terços) o valor da multa aplicável. determinada quando comprovado:
§ 3o  O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma
da obrigação de reparar integralmente o dano causado. habitual para facilitar ou promover a prática de atos
§ 4o  O acordo de leniência estipulará as condições ne- ilícitos; ou
cessárias para assegurar a efetividade da colaboração II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular in-
e o resultado útil do processo. teresses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos
§ 5o  Os efeitos do acordo de leniência serão estendi- atos praticados.
dos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo § 2o  (VETADO).

37
§ 3o  As sanções poderão ser aplicadas de forma iso- deverão informar e manter atualizados, para fins de
lada ou cumulativa. publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Ini-
§ 4o  O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou dôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, insti-
órgão de representação judicial, ou equivalente, do tuído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados
ente público poderá requerer a indisponibilidade de relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do
bens, direitos ou valores necessários à garantia do pa- disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de
gamento da multa ou da reparação integral do dano junho de 1993.
causado, conforme previsto no art. 7o, ressalvado o Art. 24.  A multa e o perdimento de bens, direitos ou
direito do terceiro de boa-fé. valores aplicados com fundamento nesta Lei serão
Art. 20.  Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades
poderão ser aplicadas as sanções previstas no art. 6o, públicas lesadas.
sem prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde Art. 25.  Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações
que constatada a omissão das autoridades competen- previstas nesta Lei, contados da data da ciência da in-
tes para promover a responsabilização administrati- fração ou, no caso de infração permanente ou conti-
va. nuada, do dia em que tiver cessado.
Art. 21.  Nas ações de responsabilização judicial, será Parágrafo único.  Na esfera administrativa ou judicial,
adotado o rito previsto na Lei no 7.347, de 24 de julho a prescrição será interrompida com a instauração de
de 1985. processo que tenha por objeto a apuração da infração.
Parágrafo único.  A condenação torna certa a obriga- Art. 26.  A pessoa jurídica será representada no pro-
ção de reparar, integralmente, o dano causado pelo cesso administrativo na forma do seu estatuto ou con-
ilícito, cujo valor será apurado em posterior liquida- trato social.
ção, se não constar expressamente da sentença. § 1o  As sociedades sem personalidade jurídica serão
representadas pela pessoa a quem couber a adminis-
CAPÍTULO VII tração de seus bens.
DISPOSIÇÕES FINAIS § 2o  A pessoa jurídica estrangeira será representada
pelo gerente, representante ou administrador de sua
Art. 22.  Fica criado no âmbito do Poder Executivo filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Bra-
federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas sil.
- CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções Art. 27.  A autoridade competente que, tendo conhe-
aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes Exe- cimento das infrações previstas nesta Lei, não adotar
cutivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de providências para a apuração dos fatos será responsa-
governo com base nesta Lei. bilizada penal, civil e administrativamente nos termos
§ 1o  Os órgãos e entidades referidos no caput deve- da legislação específica aplicável.
rão informar e manter atualizados, no Cnep, os dados Art. 28.  Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados
relativos às sanções por eles aplicadas. por pessoa jurídica brasileira contra a administração
§ 2o  O Cnep conterá, entre outras, as seguintes infor- pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
mações acerca das sanções aplicadas: Art. 29.  O disposto nesta Lei não exclui as competên-
I - razão social e número de inscrição da pessoa ju- cias do Conselho Administrativo de Defesa Econômica,
rídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa do Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda
Jurídica - CNPJ; para processar e julgar fato que constitua infração à
II - tipo de sanção; e ordem econômica.
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito Art. 30.  A aplicação das sanções previstas nesta Lei
limitador ou impeditivo da sanção, quando for o caso. não afeta os processos de responsabilização e aplica-
§ 3o  As autoridades competentes, para celebrarem ção de penalidades decorrentes de:
acordos de leniência previstos nesta Lei, também de- I - ato de improbidade administrativa nos termos
verão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e
efetivação do respectivo acordo, as informações acer- II - atos ilícitos alcançados pela  Lei no  8.666, de 21
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ca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse de junho de 1993, ou outras normas de licitações e
procedimento vier a causar prejuízo às investigações contratos da administração pública, inclusive no to-
e ao processo administrativo. cante ao Regime Diferenciado de Contratações Públi-
§ 4o  Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do cas - RDC instituído pela Lei no 12.462, de 4 de agosto
acordo de leniência, além das informações previstas de 2011.
no § 3o, deverá ser incluída no Cnep referência ao res- III -    (Vigência encerrada)
pectivo descumprimento. Art. 31.  Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta)
§ 5o  Os registros das sanções e acordos de leniência dias após a data de sua publicação.
serão excluídos depois de decorrido o prazo previa-
mente estabelecido no ato sancionador ou do cumpri- Brasília, 1o de agosto de 2013; 192o da Independência
mento integral do acordo de leniência e da reparação e 125o da República.
do eventual dano causado, mediante solicitação do DILMA ROUSSEFF
órgão ou entidade sancionadora. José Eduardo Cardozo
Art. 23.  Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Luís Inácio Lucena Adams
Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo Jorge Hage Sobrinho

38
Este texto não substitui o publicado no DOU de da existência de indícios de autoria e materialidade
2.8.2013 de atos lesivos à administração pública federal, para
decisão sobre a instauração do PAR.
DECRETO Nº 8.420, DE 18 DE MARÇO DE 2015 Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade
designará comissão, composta por dois ou mais ser-
Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de vidores estáveis, que avaliará fatos e circunstâncias
2013, que dispõe sobre a responsabilização administrati- conhecidos e intimará a pessoa jurídica para, no prazo
va de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a ad- de trinta dias, apresentar defesa escrita e especificar
ministração pública, nacional ou estrangeira e dá outras eventuais provas que pretende produzir.
providências. § 1º Em entidades da administração pública federal
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição cujos quadros funcionais não sejam formados por
que lhe confere o art. 84, caput , inciso IV, da Constitui- servidores estatutários, a comissão a que se refere o
ção, e tendo em vista o disposto na Lei nº 12.846, de 1º caput será composta por dois ou mais empregados
de agosto de 2013, públicos, preferencialmente com no mínimo três anos
de tempo de serviço na entidade.
DECRETA: § 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produ-
Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização ção de novas provas ou de juntada de provas julgadas
objetiva administrativa de pessoas jurídicas pela prá- indispensáveis pela comissão, a pessoa jurídica pode-
tica de atos contra a administração pública, nacional rá apresentar alegações finais no prazo de dez dias,
ou estrangeira, de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de contado da data do deferimento ou da intimação de
agosto de 2013 . juntada das provas pela comissão.
§ 3º Serão recusadas, mediante decisão fundamenta-
CAPÍTULO I da, provas propostas pela pessoa jurídica que sejam
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou
intempestivas.
Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa
§ 4º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa
de pessoa jurídica que possa resultar na aplicação das
informações e documentos referentes à existência e ao
sanções previstas no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013 ,
funcionamento de programa de integridade, a comis-
será efetuada por meio de Processo Administrativo de
são processante deverá examiná-lo segundo os parâ-
Responsabilização - PAR.
metros indicados no Capítulo IV, para a dosimetria das
Art. 3º A competência para a instauração e para o jul-
sanções a serem aplicadas.
gamento do PAR é da autoridade máxima da entidade
Art. 6º A comissão a que se refere o art. 5º exercerá
em face da qual foi praticado o ato lesivo, ou, em caso
de órgão da administração direta, do seu Ministro de suas atividades com independência e imparcialidade,
Estado. assegurado o sigilo, sempre que necessário à elucida-
Parágrafo único. A competência de que trata o caput ção do fato e à preservação da imagem dos envolvi-
será exercida de ofício ou mediante provocação e po- dos, ou quando exigido pelo interesse da administra-
derá ser delegada, sendo vedada a subdelegação. ção pública, garantido o direito à ampla defesa e ao
Art. 4º A autoridade competente para instauração do contraditório.
PAR, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato le- Art. 7º As intimações serão feitas por meio eletrôni-
sivo à administração pública federal, em sede de juízo co, via postal ou por qualquer outro meio que asse-
de admissibilidade e mediante despacho fundamen- gure a certeza de ciência da pessoa jurídica acusada,
tado, decidirá: cujo prazo para apresentação de defesa será contado
I - pela abertura de investigação preliminar; a partir da data da cientificação oficial, observado o
II - pela instauração de PAR; ou disposto no Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de
III - pelo arquivamento da matéria. janeiro de 1999 .
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput § 1º Caso não tenha êxito a intimação de que trata o
terá caráter sigiloso e não punitivo e será destinada caput , será feita nova intimação por meio de edital
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à apuração de indícios de autoria e materialidade de publicado na imprensa oficial, em jornal de grande


atos lesivos à administração pública federal. circulação no Estado da federação em que a pessoa
§ 2º A investigação preliminar será conduzida por co- jurídica tenha sede, e no sítio eletrônico do órgão ou
missão composta por dois ou mais servidores efetivos. entidade pública responsável pela apuração do PAR,
§ 3º Em entidades da administração pública federal contando-se o prazo para apresentação da defesa a
cujos quadros funcionais não sejam formados por ser- partir da última data de publicação do edital.
vidores estatutários, a comissão a que se refere o § 2º § 2º Em se tratando de pessoa jurídica que não possua
será composta por dois ou mais empregados públicos. sede, filial ou representação no País e sendo desconhe-
§ 4º O prazo para conclusão da investigação prelimi- cida sua representação no exterior, frustrada a intima-
nar não excederá sessenta dias e poderá ser prorroga- ção nos termos do caput , será feita nova intimação
do por igual período, mediante solicitação justificada por meio de edital publicado na imprensa oficial e no
do presidente da comissão à autoridade instauradora. sítio eletrônico do órgão ou entidade público respon-
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão envia- sável pela apuração do PAR, contando-se o prazo para
das à autoridade competente as peças de informação apresentação da defesa a partir da última data de pu-
obtidas, acompanhadas de relatório conclusivo acerca blicação do edital.

39
Art. 8º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR § 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias
por meio de seus representantes legais ou procurado- para decidir sobre a matéria alegada no pedido de re-
res, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos. consideração e publicar nova decisão.
Parágrafo único. É vedada a retirada dos autos da re- § 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora,
partição pública, sendo autorizada a obtenção de có- será concedido à pessoa jurídica novo prazo de trin-
pias mediante requerimento. ta dias para cumprimento das sanções que lhe foram
Art. 9º O prazo para a conclusão do PAR não excederá impostas, contado da data de publicação da nova de-
cento e oitenta dias, admitida prorrogação por meio cisão.
de solicitação do presidente da comissão à autoridade Art. 12. Os atos previstos como infrações administrati-
instauradora, que decidirá de forma fundamentada. vas à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , ou a outras
§ 1º O prazo previsto no caput será contado da data normas de licitações e contratos da administração pú-
de publicação do ato de instauração do PAR. blica que também sejam tipificados como atos lesivos
§ 2º A comissão, para o devido e regular exercício de na Lei nº 12.846, de 2013 , serão apurados e julgados
suas funções, poderá: conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito
I - propor à autoridade instauradora a suspensão cau- procedimental previsto neste Capítulo.
telar dos efeitos do ato ou do processo objeto da in- § 1º Concluída a apuração de que trata o caput e ha-
vestigação; vendo autoridades distintas competentes para julga-
II - solicitar a atuação de especialistas com notório mento, o processo será encaminhado primeiramente
conhecimento, de órgãos e entidades públicos ou de àquela de nível mais elevado, para que julgue no âm-
outras organizações, para auxiliar na análise da ma- bito de sua competência, tendo precedência o julga-
téria sob exame; e mento pelo Ministro de Estado competente.
III - solicitar ao órgão de representação judicial ou § 2º Para fins do disposto no caput , o chefe da uni-
equivalente dos órgãos ou entidades lesados que re- dade responsável no órgão ou entidade pela gestão
queira as medidas necessárias para a investigação e de licitações e contratos deve comunicar à autoridade
o processamento das infrações, inclusive de busca e prevista no art. 3º sobre eventuais fatos que configu-
apreensão, no País ou no exterior. rem atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846,
§ 3º Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a de 2013.
comissão elaborará relatório a respeito dos fatos apu- Art. 13. A Controladoria-Geral da União possui, no
rados e da eventual responsabilidade administrativa âmbito do Poder Executivo federal, competência:
da pessoa jurídica, no qual sugerirá, de forma moti- I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
vada, as sanções a serem aplicadas, a dosimetria da II - exclusiva para avocar os processos instaurados
multa ou o arquivamento do processo. para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes
§ 4º O relatório final do PAR será encaminhado à o andamento, inclusive promovendo a aplicação da
autoridade competente para julgamento, o qual será penalidade administrativa cabível.
precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a
órgão de assistência jurídica competente. qualquer tempo, a competência prevista no caput , se
§ 5º Caso seja verificada a ocorrência de eventuais presentes quaisquer das seguintes circunstâncias:
ilícitos a serem apurados em outras instâncias, o rela- I - caracterização de omissão da autoridade origina-
tório da comissão será encaminhado, pela autoridade riamente competente;
julgadora: II - inexistência de condições objetivas para sua reali-
I - ao Ministério Público; zação no órgão ou entidade de origem;
II - à Advocacia-Geral da União e seus órgãos vin- III - complexidade, repercussão e relevância da ma-
culados, no caso de órgãos da administração pública téria;
direta, autarquias e fundações públicas federais; ou IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica
III - ao órgão de representação judicial ou equivalente com o órgão ou entidade atingida; ou
no caso de órgãos ou entidades da administração pú-
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados
blica não abrangidos pelo inciso II.
a mais de um órgão ou entidade da administração
§ 6º Na hipótese de decisão contrária ao relatório da
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pública federal.
comissão, esta deverá ser fundamentada com base
§2º Ficam os órgãos e entidades da administração pú-
nas provas produzidas no PAR.
blica obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral
Art. 10. A decisão administrativa proferida pela autori-
da União todos os documentos e informações que lhes
dade julgadora ao final do PAR será publicada no Di-
forem solicitados, incluídos os autos originais dos pro-
ário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou
entidade público responsável pela instauração do PAR. cessos que eventualmente estejam em curso.
Art. 11. Da decisão administrativa sancionadora cabe Art. 14. Compete à Controladoria-Geral da União ins-
pedido de reconsideração com efeito suspensivo, no taurar, apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos
prazo de dez dias, contado da data de publicação da à administração pública estrangeira, o qual seguirá,
decisão. no que couber, o rito procedimental previsto neste Ca-
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas pítulo.
sanções no PAR e que não apresentar pedido de re-
consideração deverá cumpri-las no prazo de trinta
dias, contado do fim do prazo para interposição do
pedido de reconsideração.

40
CAPÍTULO II e) cinco por cento em contratos acima de R$
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMI- 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais).
NHAMENTOS JUDICIAIS Art. 18. Do resultado da soma dos fatores do art. 17
serão subtraídos os valores correspondentes aos se-
Seção I guintes percentuais do faturamento bruto da pessoa
Disposições gerais jurídica do último exercício anterior ao da instauração
do PAR, excluídos os tributos:
Art. 15. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes I - um por cento no caso de não consumação da in-
sanções administrativas, nos termos do art. 6º da Lei fração;
nº 12.846, de 2013 : II - um e meio por cento no caso de comprovação de
I - multa; e ressarcimento pela pessoa jurídica dos danos a que
II - publicação extraordinária da decisão administrati- tenha dado causa;
va sancionadora. III - um por cento a um e meio por cento para o grau
Art. 16. Caso os atos lesivos apurados envolvam in- de colaboração da pessoa jurídica com a investigação
frações administrativas à Lei nº 8.666, de 1993 , ou a ou a apuração do ato lesivo, independentemente do
outras normas de licitações e contratos da adminis- acordo de leniência;
tração pública e tenha ocorrido a apuração conjunta IV - dois por cento no caso de comunicação espontâ-
prevista no art. 12, a pessoa jurídica também estará nea pela pessoa jurídica antes da instauração do PAR
sujeita a sanções administrativas que tenham como acerca da ocorrência do ato lesivo; e
efeito restrição ao direito de participar em licitações V - um por cento a quatro por cento para comprova-
ou de celebrar contratos com a administração pública, ção de a pessoa jurídica possuir e aplicar um progra-
a serem aplicadas no PAR. ma de integridade, conforme os parâmetros estabele-
cidos no Capítulo IV.
Seção II Art. 19. Na ausência de todos os fatores previstos nos
Da Multa art. 17 e art. 18 ou de resultado das operações de
soma e subtração ser igual ou menor a zero, o valor
Art. 17. O cálculo da multa se inicia com a soma dos da multa corresponderá, conforme o caso, a:
valores correspondentes aos seguintes percentuais do I - um décimo por cento do faturamento bruto do úl-
faturamento bruto da pessoa jurídica do último exer-
timo exercício anterior ao da instauração do PAR, ex-
cício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os
cluídos os tributos; ou
tributos:
II - R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese do art. 22.
I - um por cento a dois e meio por cento havendo con-
Art. 20. A existência e quantificação dos fatores pre-
tinuidade dos atos lesivos no tempo;
vistos nos art. 17 e art. 18, deverá ser apurada no PAR
II - um por cento a dois e meio por cento para tolerân-
e evidenciada no relatório final da comissão, o qual
cia ou ciência de pessoas do corpo diretivo ou geren-
também conterá a estimativa, sempre que possível,
cial da pessoa jurídica;
III - um por cento a quatro por cento no caso de in- dos valores da vantagem auferida e da pretendida.
terrupção no fornecimento de serviço público ou na § 1º Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá
execução de obra contratada; como limite:
IV - um por cento para a situação econômica do infra- I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferi-
tor com base na apresentação de índice de Solvência da e o previsto no art. 19; e
Geral - SG e de Liquidez Geral - LG superiores a um II - máximo, o menor valor entre:
e de lucro líquido no último exercício anterior ao da a) vinte por cento do faturamento bruto do último
ocorrência do ato lesivo; exercício anterior ao da instauração do PAR, excluídos
V - cinco por cento no caso de reincidência, assim de- os tributos; ou
finida a ocorrência de nova infração, idêntica ou não b) três vezes o valor da vantagem pretendida ou au-
à anterior, tipificada como ato lesivo pelo art. 5º da Lei ferida.
nº 12.846, de 2013 , em menos de cinco anos, conta- § 2º O valor da vantagem auferida ou pretendida
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dos da publicação do julgamento da infração anterior; equivale aos ganhos obtidos ou pretendidos pela pes-
e soa jurídica que não ocorreriam sem a prática do ato
VI - no caso de os contratos mantidos ou pretendidos lesivo, somado, quando for o caso, ao valor correspon-
com o órgão ou entidade lesado, serão considerados, dente a qualquer vantagem indevida prometida ou
na data da prática do ato lesivo, os seguintes percen- dada a agente público ou a terceiros a ele relaciona-
tuais: dos.
a) um por cento em contratos acima de R$ 1.500.000,00 § 3º Para fins do cálculo do valor de que trata o § 2º,
(um milhão e quinhentos mil reais); serão deduzidos custos e despesas legítimos compro-
b) dois por cento em contratos acima de R$ vadamente executados ou que seriam devidos ou des-
10.000.000,00 (dez milhões de reais); pendidos caso o ato lesivo não tivesse ocorrido.
c) três por cento em contratos acima de R$ Art. 21. Ato do Ministro de Estado Chefe da Contro-
50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais); ladoria-Geral da União fixará metodologia para a
d) quatro por cento em contratos acima de R$ apuração do faturamento bruto e dos tributos a serem
250.000.000,00 (duzentos e cinquenta milhões de re- excluídos para fins de cálculo da multa a que se refere
ais); e o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013.

41
Parágrafo único. Os valores de que trata o caput po- Seção IV
derão ser apurados, entre outras formas, por meio de: Da Cobrança da Multa Aplicada
I - compartilhamento de informações tributárias, na
forma do inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, Art. 25. A multa aplicada ao final do PAR será inte-
de 25 de outubro de 1966 ; e gralmente recolhida pela pessoa jurídica sancionada
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela no prazo de trinta dias, observado o disposto nos §§
pessoa jurídica acusada, no país ou no estrangeiro. 1º e 3º do art. 11.
Art. 22. Caso não seja possível utilizar o critério do § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sanciona-
valor do faturamento bruto da pessoa jurídica no ano da apresentará ao órgão ou entidade que aplicou a
anterior ao da instauração ao PAR, os percentuais dos sanção documento que ateste o pagamento integral
fatores indicados nos art. 17 e art. 18 incidirão: do valor da multa imposta.
I - sobre o valor do faturamento bruto da pessoa ju- § 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a
rídica, excluídos os tributos, no ano em que ocorreu o multa tenha sido recolhida ou não tendo ocorrido a
ato lesivo, no caso de a pessoa jurídica não ter tido fa- comprovação de seu pagamento integral, o órgão ou
turamento no ano anterior ao da instauração ao PAR; entidade que a aplicou encaminhará o débito para
II - sobre o montante total de recursos recebidos pela inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias
pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano em que e fundações públicas federais.
ocorreu o ato lesivo; ou § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua
III - nas demais hipóteses, sobre o faturamento anual Dívida Ativa, o valor será cobrado independentemente
estimável da pessoa jurídica, levando em consideração de prévia inscrição.
quaisquer informações sobre a sua situação econômi- Seção V
ca ou o estado de seus negócios, tais como patrimô- Dos Encaminhamentos Judiciais
nio, capital social, número de empregados, contratos,
Art. 26. As medidas judiciais, no País ou no exterior,
dentre outras.
como a cobrança da multa administrativa aplicada
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas no caput , o
no PAR, a promoção da publicação extraordinária, a
valor da multa será limitado entre R$ 6.000,00 (seis
persecução das sanções referidas nos incisos I a IV do
mil reais) e R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de re-
caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a repara-
ais).
ção integral dos danos e prejuízos, além de eventual
Art. 23. Com a assinatura do acordo de leniência, a
atuação judicial para a finalidade de instrução ou ga-
multa aplicável será reduzida conforme a fração nele
pactuada, observado o limite previsto no § 2º do art. rantia do processo judicial ou preservação do acordo
16 da Lei nº 12.846, de 2013 . de leniência, serão solicitadas ao órgão de represen-
§ 1º O valor da multa previsto no caput poderá ser tação judicial ou equivalente dos órgãos ou entidades
inferior ao limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº lesados.
12.846, de 2013 . Art. 27. No âmbito da administração pública federal
§ 2º No caso de a autoridade signatária declarar o direta, a atuação judicial será exercida pela Procura-
descumprimento do acordo de leniência por falta im- doria-Geral da União, com exceção da cobrança da
putável à pessoa jurídica colaboradora, o valor inte- multa administrativa aplicada no PAR, que será pro-
gral encontrado antes da redução de que trata ocaput movida pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacio-
será cobrado na forma da Seção IV, descontando-se as nal.
frações da multa eventualmente já pagas. Parágrafo único. No âmbito das autarquias e funda-
ções públicas federais, a atuação judicial será exercida
Seção III pela Procuradoria-Geral Federal, inclusive no que se
Da Publicação Extraordinária da Decisão Adminis- refere à cobrança da multa administrativa aplicada
trativa Sancionadora no PAR, respeitadas as competências específicas da
Procuradoria-Geral do Banco Central.
Art. 24. A pessoa jurídica sancionada administrativa-
mente pela prática de atos lesivos contra a adminis- CAPÍTULO III
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

tração pública, nos termos da Lei nº 12.846, de 2013 DO ACORDO DE LENIÊNCIA


, publicará a decisão administrativa sancionadora na
forma de extrato de sentença, cumulativamente: Art. 28. O acordo de leniência será celebrado com as
I - em meio de comunicação de grande circulação na pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos
área da prática da infração e de atuação da pessoa lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013 , e dos ilíci-
jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação tos administrativos previstos na Lei nº 8.666, de 1993
nacional; , e em outras normas de licitações e contratos, com
II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou vistas à isenção ou à atenuação das respectivas san-
no local de exercício da atividade, em localidade que ções, desde que colaborem efetivamente com as inves-
permita a visibilidade pelo público, pelo prazo mínimo tigações e o processo administrativo, devendo resultar
de trinta dias; e dessa colaboração:
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo de trinta dias I - a identificação dos demais envolvidos na infração
e em destaque na página principal do referido sítio. administrativa, quando couber; e
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput II - a obtenção célere de informações e documentos
será feita a expensas da pessoa jurídica sancionada. que comprovem a infração sob apuração.

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Art. 29. Compete à Controladoria-Geral da União ce- de leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer
lebrar acordos de leniência no âmbito do Poder Exe- divulgação, ressalvado o disposto no § 1º do art. 31.
cutivo federal e nos casos de atos lesivos contra a ad- Art. 34. A pessoa jurídica proponente poderá desistir
ministração pública estrangeira. da proposta de acordo de leniência a qualquer mo-
Art. 30. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo mento que anteceda a assinatura do referido acordo.
de leniência deverá: Art. 35. Caso o acordo não venha a ser celebrado, os
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar documentos apresentados durante a negociação serão
para a apuração de ato lesivo específico, quando tal devolvidos, sem retenção de cópias, à pessoa jurídica
circunstância for relevante; proponente e será vedado seu uso para fins de respon-
II - ter cessado completamente seu envolvimento no sabilização, exceto quando a administração pública
ato lesivo a partir da data da propositura do acordo; federal tiver conhecimento deles independentemente
III - admitir sua participação na infração administra- da apresentação da proposta do acordo de leniência.
tiva Art. 36. O acordo de leniência estipulará as condições
IV - cooperar plena e permanentemente com as in- para assegurar a efetividade da colaboração e o re-
vestigações e o processo administrativo e comparecer, sultado útil do processo, do qual constarão cláusulas
sob suas expensas e sempre que solicitada, aos atos e obrigações que, diante das circunstâncias do caso
processuais, até o seu encerramento; e concreto, reputem-se necessárias.
V - fornecer informações, documentos e elementos Art. 37. O acordo de leniência conterá, entre outras
que comprovem a infração administrativa. disposições, cláusulas que versem sobre:
§ 1º O acordo de leniência de que trata o caput será I - o compromisso de cumprimento dos requisitos pre-
proposto pela pessoa jurídica, por seus representantes, vistos nos incisos II a V do caput do art. 30;
na forma de seu estatuto ou contrato social, ou por II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de des-
meio de procurador com poderes específicos para tal cumprimento do acordo;
ato, observado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, III - a natureza de título executivo extrajudicial do ins-
de 2013 . trumento do acordo, nos termos do inciso II do caput
§ 2º A proposta do acordo de leniência poderá ser feita do art. 585 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 ; e
até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR. IV - a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento de pro-
Art. 31. A proposta de celebração de acordo de leniên- grama de integridade, conforme os parâmetros esta-
cia poderá ser feita de forma oral ou escrita, oportuni- belecidos no Capítulo IV.
dade em que a pessoa jurídica proponente declarará Art. 38. A Controladoria-Geral da União poderá con-
expressamente que foi orientada a respeito de seus di- duzir e julgar os processos administrativos que apurem
reitos, garantias e deveres legais e de que o não aten- infrações administrativas previstas na Lei nº 12.846,
dimento às determinações e solicitações da Controla- de 2013 , na Lei nº 8.666, de 1993 , e em outras nor-
doria-Geral da União durante a etapa de negociação mas de licitações e contratos, cujos fatos tenham sido
importará a desistência da proposta. noticiados por meio do acordo de leniência.
§ 1º A proposta apresentada receberá tratamento Art. 39. Até a celebração do acordo de leniência pelo
sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será restrito aos Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da
servidores especificamente designados pela Controla- União, a identidade da pessoa jurídica signatária do
doria-Geral da União para participar da negociação acordo não será divulgada ao público, ressalvado o
do acordo de leniência, ressalvada a possibilidade de disposto no § 1º do art. 31.
a proponente autorizar a divulgação ou compartilha- Parágrafo único. A Controladoria-Geral da União
mento da existência da proposta ou de seu conteúdo, manterá restrito o acesso aos documentos e informa-
desde que haja anuência da Controladoria-Geral da ções comercialmente sensíveis da pessoa jurídica sig-
União. natária do acordo de leniência.
§ 2º Poderá ser firmado memorando de entendimen- Art. 40. Uma vez cumprido o acordo de leniência pela
tos entre a pessoa jurídica proponente e a Controla- pessoa jurídica colaboradora, serão declarados em fa-
doria-Geral da União para formalizar a proposta e vor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa-
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definir os parâmetros do acordo de leniência. mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes
§ 3º Uma vez proposto o acordo de leniência, a Con- efeitos:
troladoria-Geral da União poderá requisitar os autos I - isenção da publicação extraordinária da decisão
de processos administrativos em curso em outros ór- administrativa sancionadora;
gãos ou entidades da administração pública federal II - isenção da proibição de receber incentivos, subsí-
relacionados aos fatos objeto do acordo. dios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
Art. 32. A negociação a respeito da proposta do acordo ou entidades públicos e de instituições financeiras pú-
de leniência deverá ser concluída no prazo de cento blicas ou controladas pelo Poder Público;
e oitenta dias, contado da data de apresentação da III - redução do valor final da multa aplicável, obser-
proposta. vado o disposto no art. 23; ou
Parágrafo único. A critério da Controladoria-Geral da IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas
União, poderá ser prorrogado o prazo estabelecido no previstas nos art. 86 a art. 88 da Lei nº 8.666, de 1993 ,
caput , caso presentes circunstâncias que o exijam. ou de outras normas de licitações e contratos.
Art. 33. Não importará em reconhecimento da prá- Parágrafo único. Os efeitos do acordo de leniência se-
tica do ato lesivo investigado a proposta de acordo rão estendidos às pessoas jurídicas que integrarem o

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mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde XII - procedimentos que assegurem a pronta inter-
que tenham firmado o acordo em conjunto, respeita- rupção de irregularidades ou infrações detectadas e a
das as condições nele estabelecidas. tempestiva remediação dos danos gerados;
XIII - diligências apropriadas para contratação e, con-
CAPITULO IV forme o caso, supervisão, de terceiros, tais como, for-
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE necedores, prestadores de serviço, agentes intermedi-
ários e associados;
Art. 41. Para fins do disposto neste Decreto, programa XIV - verificação, durante os processos de fusões, aqui-
de integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurí- sições e reestruturações societárias, do cometimento
dica, no conjunto de mecanismos e procedimentos in- de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vul-
ternos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia nerabilidades nas pessoas jurídicas envolvidas;
de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de XV - monitoramento contínuo do programa de inte-
ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo gridade visando seu aperfeiçoamento na prevenção,
de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e detecção e combate à ocorrência dos atos lesivos pre-
atos ilícitos praticados contra a administração pública, vistos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013 ; e
nacional ou estrangeira. XVI - transparência da pessoa jurídica quanto a doa-
Parágrafo Único. O programa de integridade deve ser ções para candidatos e partidos políticos.
estruturado, aplicado e atualizado de acordo com as § 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata este
características e riscos atuais das atividades de cada artigo, serão considerados o porte e especificidades da
pessoa jurídica, a qual por sua vez deve garantir o pessoa jurídica, tais como:
constante aprimoramento e adaptação do referido I - a quantidade de funcionários, empregados e cola-
programa, visando garantir sua efetividade. boradores;
Art. 42. Para fins do disposto no § 4º do art. 5º, o pro- II - a complexidade da hierarquia interna e a quanti-
grama de integridade será avaliado, quanto a sua dade de departamentos, diretorias ou setores;
III - a utilização de agentes intermediários como con-
existência e aplicação, de acordo com os seguintes
sultores ou representantes comerciais;
parâmetros:
IV - o setor do mercado em que atua;
I - comprometimento da alta direção da pessoa ju-
V - os países em que atua, direta ou indiretamente;
rídica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio
VI - o grau de interação com o setor público e a impor-
visível e inequívoco ao programa;
tância de autorizações, licenças e permissões governa-
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e
mentais em suas operações;
procedimentos de integridade, aplicáveis a todos os
VII - a quantidade e a localização das pessoas jurídi-
empregados e administradores, independentemente cas que integram o grupo econômico; e
de cargo ou função exercidos; VIII - o fato de ser qualificada como microempresa ou
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de empresa de pequeno porte.
integridade estendidas, quando necessário, a terceiros, § 2º A efetividade do programa de integridade em re-
tais como, fornecedores, prestadores de serviço, agen- lação ao ato lesivo objeto de apuração será considera-
tes intermediários e associados; da para fins da avaliação de que trata o caput .
IV - treinamentos periódicos sobre o programa de in- § 3º Na avaliação de microempresas e empresas de
tegridade; pequeno porte, serão reduzidas as formalidades dos
V - análise periódica de riscos para realizar adapta- parâmetros previstos neste artigo, não se exigindo, es-
ções necessárias ao programa de integridade; pecificamente, os incisos III, V, IX, X, XIII, XIV e XV do
VI - registros contábeis que reflitam de forma comple- caput .
ta e precisa as transações da pessoa jurídica; § 4º Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Contro-
VII - controles internos que assegurem a pronta elabo- ladoria-Geral da União expedir orientações, normas
ração e confiabilidade de relatórios e demonstrações e procedimentos complementares referentes à ava-
financeiros da pessoa jurídica; liação do programa de integridade de que trata este
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes Capítulo.
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e ilícitos no âmbito de processos licitatórios, na exe- § 5º A redução dos parâmetros de avaliação para as
cução de contratos administrativos ou em qualquer microempresas e empresas de pequeno porte de que
interação com o setor público, ainda que interme- trata o § 3º poderá ser objeto de regulamentação por
diada por terceiros, tal como pagamento de tributos, ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da Secre-
sujeição a fiscalizações, ou obtenção de autorizações, taria da Micro e Pequena Empresa e do Ministro de
licenças, permissões e certidões; Estado Chefe da Controladoria-Geral da União.
IX - independência, estrutura e autoridade da instân-
cia interna responsável pela aplicação do programa CAPÍTULO V
de integridade e fiscalização de seu cumprimento; DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔ-
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e NEAS E SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL
amplamente divulgados a funcionários e terceiros, e DE EMPRESAS PUNIDAS
de mecanismos destinados à proteção de denuncian-
tes de boa-fé; Art. 43. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas
XI - medidas disciplinares em caso de violação do pro- e Suspensas - CEIS conterá informações referentes às
grama de integridade; sanções administrativas impostas a pessoas físicas ou

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jurídicas que impliquem restrição ao direito de par- Art. 47. A exclusão dos dados e informações constan-
ticipar de licitações ou de celebrar contratos com a tes do CEIS ou do CNEP se dará:
administração pública de qualquer esfera federativa, I - com fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo
entre as quais: da sanção; ou
I - suspensão temporária de participação em licitação II -mediante requerimento da pessoa jurídica interes-
e impedimento de contratar com a administração pú- sada, após cumpridos os seguintes requisitos, quando
blica, conforme disposto no inciso III do caput do art. aplicáveis:
87 da Lei nº 8.666, de 1993 ; a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa ju-
II - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- rídica sancionada, nas hipóteses dos incisos II e VI do
tar com a administração pública, conforme disposto caput do art. 43;
no inciso IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de b) cumprimento integral do acordo de leniência;
1993 ; c) reparação do dano causado; ou
III - impedimento de licitar e contratar com União, d) quitação da multa aplicada.
Estados, Distrito Federal ou Municípios, conforme dis- Art. 48. O fornecimento dos dados e informações de
posto no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de que tratam os art. 43 a art. 46, pelos órgãos e enti-
2002 ; dades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
IV - impedimento de licitar e contratar com a União, de cada uma das esferas de governo, será disciplinado
Estados, Distrito Federal ou Municípios, conforme dis- pela Controladoria-Geral da União.
posto no art. 47 da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
2011 ; CAPÍTULO VI
V - suspensão temporária de participação em licitação DISPOSIÇÕES FINAIS
e impedimento de contratar com a administração pú-
blica, conforme disposto no inciso IV do caput do art. Art. 49. As informações referentes ao PAR instaurado
33 da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 ; e no âmbito dos órgãos e entidades do Poder Executivo
VI - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- federal serão registradas no sistema de gerenciamento
tar com a administração pública, conforme disposto eletrônico de processos administrativos sancionadores
no inciso V do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de mantido pela Controladoria-Geral da União, confor-
2011. me ato do Ministro de Estado Chefe da Controladoria-
Art. 44. Poderão ser registradas no CEIS outras san- -Geral da União.
ções que impliquem restrição ao direito de participar Art. 50. Os órgãos e as entidades da administração pú-
em licitações ou de celebrar contratos com a admi- blica, no exercício de suas competências regulatórias,
nistração pública, ainda que não sejam de natureza disporão sobre os efeitos da Lei nº 12.846, de 2013, no
administrativa. âmbito das atividades reguladas, inclusive no caso de
Art. 45. O Cadastro Nacional de Empresas Punidas - proposta e celebração de acordo de leniência.
CNEP conterá informações referentes: Art. 51. O processamento do PAR não interfere no se-
I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº guimento regular dos processos administrativos espe-
12.846, de 2013 ; e cíficos para apuração da ocorrência de danos e pre-
II - ao descumprimento de acordo de leniência cele- juízos à administração pública federal resultantes de
brado com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013 . ato lesivo cometido por pessoa jurídica, com ou sem a
Parágrafo único. As informações sobre os acordos participação de agente público.
de leniência celebrados com fundamento na Lei nº Art. 52. Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Con-
12.846, de 2013 , serão registradas no CNEP após a troladoria-Geral da União expedir orientações e pro-
celebração do acordo, exceto se causar prejuízo às in- cedimentos complementares para a execução deste
vestigações ou ao processo administrativo. Decreto.
Art. 46. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de Art. 53. Este Decreto entra em vigor na data de sua
outros a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral publicação.
da União, dados e informações referentes a:
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I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica Brasília, 18 de março de 2015; 194º da Independência
sancionada; e 127º da República.
II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadas-
tro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa
física no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF; NOÇÕES DE CONTRATOS
III - tipo de sanção;
IV - fundamentação legal da sanção;
V - número do processo no qual foi fundamentada a Contrato, sejam eles de caráter público ou privado,
sanção; é a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas,
VI - data de início de vigência do efeito limitador ou com as respectivas manifestações de vontades, para
impeditivo da sanção ou data de aplicação da sanção; constituir, regulamentar ou extinguir entre as partes uma
VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da relação jurídica, sendo certo que para a validade do con-
sanção, quando couber; trato exige acordo de vontades, agente capaz, objeto lí-
VIII - nome do órgão ou entidade sancionador; e cito e forma prescrita ou não proibida em lei.
IX - valor da multa, quando couber.

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Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso An- Fiscalização: A execução do contrato deverá ser
tônio Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos acompanhada e fiscalizada por um representante da Ad-
administrativos: “É um tipo de avença travada entre a ministração Pública especialmente designado para tal
Administração e terceiros na qual, por força de lei, de fim, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
cláusulas pactuadas ou do tipo do objeto, a permanência subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
do vínculo e as condições preestabelecidas assujeitam-se O representante da Administração anotará em regis-
a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvado tro próprio todas as ocorrências relacionadas com a exe-
os interesses patrimoniais do contratante privado”. cução do contrato, determinando o que for necessário à
Em outras palavras, temos que contrato administra- regularização das faltas ou defeitos por ele observados.
tivo é a convenção firmada pela Administração Pública, As decisões e providências que ultrapassarem a com-
agindo nesta qualidade, com particulares ou então com petência do representante deverão ser solicitadas a seus
outras entidades administrativas mesmo, nos termos superiores em tempo hábil para a adoção das medidas
pactuados pela contratante (administração pública), de convenientes.
acordo com o interesse coletivo, e sob a esfera do direi- Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em
to público, ficando o particular contratado condicionado regra, contratos pessoais, e a execução dos termos con-
a suportar as cláusulas impostas pela administração, em tratados devem ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou
razão do atendimento do interesse público. jurídicas) que se obrigou diante o Poder Público. É im-
Não se pode confundir contrato administrativo com prescindível a pessoalidade nos contratos administrati-
contrato da administração, visto que nos contratos da vos, tendo em vista que há celebração após a realização
administração, temos o ajuste firmando entre a adminis- de licitação em que se busca não apenas a proposta mais
tração pública e o particular, entretanto, o poder público favorável a Administração Pública, mais também a sele-
não figura utilizando-se de suas prerrogativas, sendo que cionar a pessoa (física ou jurídica) que ofereça as con-
tal avença é regida pelo direito privado. dições necessárias de assegurar a execução do objeto
contratado.
Características

Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a #FicaDica


Administração Pública, fica autorizada a determinar alte-
rações e modificações nas prestações devidas pelo parti- Características gerais:
cular contratado, em razão das necessidades públicas, e - Personalíssimo – “intuitu personae” –
ainda tem o poder de acompanhar e fiscalizar sistemati- deve ser executado pelo próprio contrata-
camente a execução, podendo impor sanções estipula- do, vedadas, em princípio, sua substituição
das previamente quando irregularidades a ensejarem e a ou transferência;
rescindir o contrato de forma unilateral, quando houver - Comutativo – estabelece compensações
legitimo interesse público. recíprocas;
Em suma, temos que os contratos administrativos - Consensual – trata-se de acordo de von-
revelam-se na seguinte dualidade: inicialmente, temos a tades, não de ato unilateral e impositivo da
Administração Pública podendo gozar de todas as suas Administração;
prerrogativas e poderes indispensáveis a proteção aos - Oneroso – Remunerado na forma con-
direitos e interesses públicos, e de outro modo, temos vencionada;
que é de competência do particular conferir integral ga- - Formal – Expresso por escrito e com re-
rantia aos interesses privados que ditaram sua participa- quisitos especiais, sendo nulos os acordos
ção nos estreitos limites contratuais. verbais firmados com a Administração,
Assim, a doutrina administrativa identifica como prin- salvo pequenas compras com pagamento
cipais características pertinentes aos contratos adminis- imediato.
trativos seu caráter consensual, formais, onerosos, entre
outros. Entretanto, merecem maiores esclarecimentos
outras características, senão vejamos a seguir. Vigência
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Contrato de Adesão: Os contratos administrativos


têm a característica de serem típicos contratos de ade- A extinção do contrato pelo término de seu prazo é a
são, onde uma das partes (neste caso a Administração regra dos ajustes por tempo determinado. Necessário é,
Pública) propõe as cláusulas e a outra parte não pode portanto, distinguir os contratos que se extinguem pela
propor alterações, supressões ou acréscimo, simples- conclusão de seu objeto e os que terminam pela expi-
mente aceita as suas condições e cláusulas ou não. ração do prazo de sua vigência: nos primeiros, o que se
Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos tem em vista é a obtenção de seu objeto concluído, ope-
administrativos devem ser formais e escritos, sendo que rando o prazo como limite de tempo para a entrega da
todo o contrato deve mencionar obrigatoriamente os obra, do serviço ou da compra sem sanções contratuais;
nomes das partes e seus representantes legais, a finalida- nos segundos o prazo é de eficácia do negócio jurídico
de do contrato, o ato administrativo que autorizou a sua contratado, e assim sendo, expirado o prazo, extingue-se
celebração, o número do processo de licitação, da pos- o contrato, qualquer que seja a fase de execução de seu
sível dispensa ou inexigibilidade de licitação, a sujeição objeto, como ocorre na concessão de serviço público, ou
dos contratantes às normas específicas da Lei 8.666/93 e na simples locação de coisa por tempo determinado. Há,
as cláusulas contratuais. portanto, prazo de execução e prazo extintivo do contrato.

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Alterações contratuais decorrentes de interesse público superveniente e de for-
ça maior ou caso fortuito. Para tanto é necessário o estu-
Os contratos administrativos possuem características do das hipóteses previstas na Lei 8.666/93.
peculiares, diferenciando-os dos contratos privados, que
é a existência de cláusulas exorbitantes.
Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a admi- #FicaDica
nistração publica prerrogativas especificas de direito Formas de rescisão:
público, são denominadas de “exorbitantes” porque as - Unilateral – o Estado impõe o cancela-
cláusulas extrapolam aquilo que seria admitido no direito mento do contrato sem o consentimento
privado. do contratado, respeitado o contraditório
- Exigência de Garantia: A exigência de que os lici- e a ampla defesa.
tantes e contratados prestem garantias, visa asse- - Judicial – Poder Judiciário, caso não seja
gurar o adequado adimplemento do contrato, ou possível uma rescisão amigável.
nas hipóteses de inexecução do objeto contratado, - Amigável – em comum acordo entre Es-
facilitar o ressarcimento dos prejuízos sofridos pela tado e contratado.
Administração Pública. - Pleno direito – morte do contratado; fa-
- Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de lência da empresa; dissolução da empresa;
alteração unilateral do contrato efetuado entre a perecimento do objeto – não é preciso um
Administração e o contratado deve sempre ter o ato declaratório de extinção.
objetivo de sua adequação às finalidades do inte-
resse coletivo, devem ainda respeitar os direitos
do administrado, principalmente o direito ao res- Sanção administrativa
tabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro - Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na
originalmente estabelecido em contrato. execução do contrato sujeitará o contratado à
multa de mora, na forma prevista no instrumento
- Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de
convocatório ou no contrato. A aplicação da mul-
aplicação de sanções administrativas pelo Poder
ta administrativa não impede que a Administração
Público, quando verificada irregularidades do par-
Pública promova a rescisão unilateral do contrato
ticular na execução do contrato , independe de
e ainda aplique demais sanções.
prévia manifestação do Poder Judiciário.
- Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A
A multa, aplicada após regular processo administra-
possibilidade de rescindir de maneira unilateral o
tivo, será descontada da garantia do respectivo contra-
contrato administrativo se dá diante da supremacia tado, e caso a multa for de valor superior ao valor da
jurídica da administração pública perante o parti- garantia prestada, além da perda desta garantia em favor
cular, tendo em vista que o contrato administrativo da Administração, responderá o contratado pela sua di-
foi celebrado sob a esfera do direito público. ferença, a qual será descontada dos pagamentos even-
tualmente devidos pela Administração ou ainda, quando
Extinção do contrato administrativo for o caso, cobrada judicialmente.
- Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela
A extinção do contrato administrativo é o término do inexecução total ou parcial do contrato a Adminis-
vínculo de obrigações assumidas entre a administração tração poderá, sempre garantida a prévia defesa,
pública e o particular contratado. E extinção pode se dar aplicar ao contratado as seguintes sanções:
em razão de da conclusão do objete contratado, ou en- a) Advertência;
tão do termino do prazo previsto para a vigência do con- b) Multa, na forma prevista no instrumento convoca-
trato, ou ainda a ocorrência de anulação ou rescisão do tório ou no contrato;
contrato. c) Suspensão temporária de participação em licitação
- Anulação: A anulação de um contrato administrati- e impedimento de contratar com a Administração,
vo segue as regras análogas dos Atos Administra- por prazo não superior a 2 (dois) anos;
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tivos, ou seja, um contrato administrativo deve ser d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contra-
anulado quando constatado ilegalidades em sua tar com a Administração Pública enquanto perdu-
celebração. A anulação de contrato administrativo rarem os motivos determinantes da punição ou
pode ser realizada pelo próprio Poder Público, de até que seja promovida a reabilitação perante a
oficio ou quando provocado, ou então pelo Poder própria autoridade que aplicou a penalidade, que
Judiciário, mediante prévia provocação e sempre será concedida sempre que o contratado ressarcir
por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade. a Administração pelos prejuízos resultantes e após
- Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão decorrido o prazo da sanção aplicada com base no
de contrato administrativo estão descritas no arti- inciso anterior.
go 78, e seus incisos da Lei 8.666/93.
Do reequilíbrio econômico-financeiro
Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral
pela administração do contrato administrativo, e outras A alteração do contrato administrativo se dará vi-
que ensejam rescisão judicial ou rescisão consensual en- sando o restabelecimento da que relação que as partes
tre os contratantes, havendo ainda causas de rescisão pactuaram inicialmente entre encargos e remuneração,

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objetivando a manutenção do equilíbrio da equação fi- TÍTULO I
nanceira inicial na hipótese de sobrevirem fatos super- DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLI-
venientes, imprevisíveis ou previsíveis de consequências CAS E ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
incalculáveis que possam retardar ou impedir a execução
do contrato em caso de força maior, caso fortuito, fato CAPÍTULO I
do príncipe que configura uma alteração econômica ex- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
traordinária e extracontratual.
Entretanto, para que seja possível a identificação de Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da em-
eventual desequilíbrio entre os valores pactuados no presa pública, da sociedade de economia mista e de
contrato administrativo e a realidade praticada no mer- suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empre-
cado privado, é importante o acompanhamento e a ges- sa pública e sociedade de economia mista da União,
tão do contrato, bem como a fiscalização sobre a boa dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
execução das cláusulas e obrigações pactuadas. explore atividade econômica de produção ou comer-
Para tanto é conferida a Administração Pública as cialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
prerrogativas e cláusulas exorbitantes, objetivando sem- que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de
pre a supremacia do interesse coletivo sobre o interes- monopólio da União ou seja de prestação de serviços
se privado. Quando, durante a gestão e fiscalização do públicos. 
cumprimento do contrato administrativo, a Administra- § 1o  O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2o,
ção Pública verificar descumprimento de cláusula contra- 3o, 4o, 5o, 6o, 7o, 8o, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa
tual, atrasos na execução dos serviços contratados, má pública e à sociedade de economia mista que tiver, em
execução de serviços, entre outras situações que possam conjunto com suas respectivas subsidiárias, no exercí-
lesar o interesse público, o Poder Público poderá adotar cio social anterior, receita operacional bruta inferior a
as providencias no sentido de punir a empresa contra-
R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais). 
tada.
§ 2o  O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta
Lei aplica-se inclusive à empresa pública dependente,
Garantia contratual
definida nos termos do inciso III do art. 2o da Lei Com-
plementar no 101, de 4 de maio de 2000, que explore
A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por
atividade econômica, ainda que a atividade econômi-
cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado
ca esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou
nas mesmas condições pactuadas contratualmente.
seja de prestação de serviços públicos. 
Entretanto, nos casos de obras, serviços e forneci-
mentos de grande vulto envolvendo alta complexidade § 3o  Os Poderes Executivos poderão editar atos que
técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados estabeleçam regras de governança destinadas às suas
através de parecer tecnicamente aprovado pela autorida- respectivas empresas públicas e sociedades de econo-
de competente, o limite de garantia poderá ser elevado mia mista que se enquadrem na hipótese do § 1o, ob-
para até 10% (dez por cento) do valor do contrato. servadas as diretrizes gerais desta Lei. 
A garantia prestada pelo contratado será liberada § 4o  A não edição dos atos de que trata o § 3o no prazo
ou restituída após a execução do contrato e, quando em de 180 (cento e oitenta) dias a partir da publicação
dinheiro, atualizada monetariamente. Nos casos de con- desta Lei submete as respectivas empresas públicas e
tratos que importem na entrega de bens pela Adminis- sociedades de economia mista às regras de governan-
tração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor ça previstas no Título I desta Lei. 
da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. § 5o  Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a em-
presa pública e a sociedade de economia mista que
participem de consórcio, conforme  disposto no art.
279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, na
LEI 13.303/16 condição de operadora. 
§ 6o  Submete-se ao regime previsto nesta Lei a so-
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ciedade, inclusive a de propósito específico, que seja


LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016. controlada por empresa pública ou sociedade de eco-
nomia mista abrangidas no caput. 
Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, § 7o   Na participação em sociedade empresarial em
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, que a empresa pública, a sociedade de economia
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e mista e suas subsidiárias não detenham o controle
dos Municípios. acionário, essas deverão adotar, no dever de fiscalizar,
práticas de governança e controle proporcionais à re-
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no  exercício  levância, à materialidade e aos riscos do negócio do
do  cargo  de  PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber qual são partícipes, considerando, para esse fim: 
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- I - documentos e informações estratégicos do negó-
guinte Lei:  cio e demais relatórios e informações produzidos por
força de acordo de acionistas e de Lei considerados es-
senciais para a defesa de seus interesses na sociedade
empresarial investida; 

48
II - relatório de execução do orçamento e de realiza- anônima, cujas ações com direito a voto pertençam
ção de investimentos programados pela sociedade, em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
inclusive quanto ao alinhamento dos custos orçados e deral, aos Municípios ou a entidade da administração
dos realizados com os custos de mercado;  indireta. 
III - informe sobre execução da política de transações § 1o  A pessoa jurídica que controla a sociedade de
com partes relacionadas;  economia mista tem os deveres e as responsabilida-
IV - análise das condições de alavancagem financeira des do acionista controlador, estabelecidos na  Lei nº
da sociedade;  6.404, de 15 de dezembro de 1976, e deverá exercer
V - avaliação de inversões financeiras e de processos o poder de controle no interesse da companhia, res-
relevantes de alienação de bens móveis e imóveis da peitado o interesse público que justificou sua criação. 
sociedade;  § 2o  Além das normas previstas nesta Lei, a socie-
VI - relatório de risco das contratações para execução dade de economia mista com registro na Comissão
de obras, fornecimento de bens e prestação de serviços de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei
relevantes para os interesses da investidora;  no 6.385, de 7 de dezembro de 1976. 
VII - informe sobre execução de projetos relevantes
para os interesses da investidora;  CAPÍTULO II
VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da so- DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E
ciedade, de condicionantes socioambientais estabele- DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
cidas pelos órgãos ambientais; 
IX - avaliação das necessidades de novos aportes na Seção I
sociedade e dos possíveis riscos de redução da renta- Das Normas Gerais
bilidade esperada do negócio; 
X - qualquer outro relatório, documento ou informa- Art. 5o  A sociedade de economia mista será constitu-
ção produzido pela sociedade empresarial investida ída sob a forma de sociedade anônima e, ressalvado
considerado relevante para o cumprimento do co- o disposto nesta Lei, estará sujeita ao regime previsto
mando constante do caput.  na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 
Art. 2o  A exploração de atividade econômica pelo Es- Art. 6o  O estatuto da empresa pública, da sociedade
tado será exercida por meio de empresa pública, de de economia mista e de suas subsidiárias deverá ob-
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias.  servar regras de governança corporativa, de transpa-
§ 1o  A constituição de empresa pública ou de socie-
rência e de estruturas, práticas de gestão de riscos e
dade de economia mista dependerá de prévia auto-
de controle interno, composição da administração e,
rização legal que indique, de forma clara, relevante
havendo acionistas, mecanismos para sua proteção,
interesse coletivo ou imperativo de segurança nacio-
todos constantes desta Lei. 
nal, nos termos do caput do art. 173 da Constituição
Art. 7o  Aplicam-se a todas as empresas públicas, as
Federal. 
sociedades de economia mista de capital fechado e as
§ 2o  Depende de autorização legislativa a criação de
suas subsidiárias as disposições da Lei no 6.404, de 15
subsidiárias de empresa pública e de sociedade de
economia mista, assim como a participação de qual- de dezembro de 1976, e as normas da Comissão de
quer delas em empresa privada, cujo objeto social Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de
deve estar relacionado ao da investidora, nos termos demonstrações financeiras, inclusive a obrigatorieda-
doinciso XX do art. 37 da Constituição Federal.  de de auditoria independente por auditor registrado
§ 3o  A autorização para participação em empresa pri- nesse órgão. 
vada prevista no § 2o não se aplica a operações de Art. 8o  As empresas públicas e as sociedades de eco-
tesouraria, adjudicação de ações em garantia e par- nomia mista deverão observar, no mínimo, os seguin-
ticipações autorizadas pelo Conselho de Administra- tes requisitos de transparência: 
ção em linha com o plano de negócios da empresa I - elaboração de carta anual, subscrita pelos mem-
pública, da sociedade de economia mista e de suas bros do Conselho de Administração, com a explicita-
respectivas subsidiárias.  ção dos compromissos de consecução de objetivos de
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Art. 3o  Empresa pública é a entidade dotada de perso- políticas públicas pela empresa pública, pela socie-
nalidade jurídica de direito privado, com criação au- dade de economia mista e por suas subsidiárias, em
torizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo de
social é integralmente detido pela União, pelos Esta- segurança nacional que justificou a autorização para
dos, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.  suas respectivas criações, com definição clara dos re-
Parágrafo único.  Desde que a maioria do capital vo- cursos a serem empregados para esse fim, bem como
tante permaneça em propriedade da União, do Estado, dos impactos econômico-financeiros da consecução
do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no desses objetivos, mensuráveis por meio de indicadores
capital da empresa pública, a participação de outras objetivos; 
pessoas jurídicas de direito público interno, bem como II - adequação de seu estatuto social à autorização
de entidades da administração indireta da União, dos legislativa de sua criação; 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.  III - divulgação tempestiva e atualizada de informa-
Art. 4o Sociedade de economia mista é a entidade do- ções relevantes, em especial as relativas a atividades
tada de personalidade jurídica de direito privado, com desenvolvidas, estrutura de controle, fatores de risco,
criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade dados econômico-financeiros, comentários dos admi-

49
nistradores sobre o desempenho, políticas e práticas II - área responsável pela verificação de cumprimento
de governança corporativa e descrição da composição de obrigações e de gestão de riscos; 
e da remuneração da administração;  III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatu-
IV - elaboração e divulgação de política de divulgação tário. 
de informações, em conformidade com a legislação § 1o  Deverá ser elaborado e divulgado Código de Con-
em vigor e com as melhores práticas;  duta e Integridade, que disponha sobre: 
V - elaboração de política de distribuição de dividen- I - princípios, valores e missão da empresa pública e
dos, à luz do interesse público que justificou a cria- da sociedade de economia mista, bem como orienta-
ção da empresa pública ou da sociedade de economia ções sobre a prevenção de conflito de interesses e ve-
mista;  dação de atos de corrupção e fraude; 
VI - divulgação, em nota explicativa às demonstrações II - instâncias internas responsáveis pela atualização e
financeiras, dos dados operacionais e financeiros das aplicação do Código de Conduta e Integridade; 
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento
atividades relacionadas à consecução dos fins de inte-
de denúncias internas e externas relativas ao descum-
resse coletivo ou de segurança nacional; 
primento do Código de Conduta e Integridade e das
VII - elaboração e divulgação da política de transa-
demais normas internas de ética e obrigacionais; 
ções com partes relacionadas, em conformidade com
IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer
os requisitos de competitividade, conformidade, trans- espécie de retaliação a pessoa que utilize o canal de
parência, equidade e comutatividade, que deverá ser denúncias; 
revista, no mínimo, anualmente e aprovada pelo Con- V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras
selho de Administração;  do Código de Conduta e Integridade; 
VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo
anual de governança corporativa, que consolide em anual, sobre Código de Conduta e Integridade, a em-
um único documento escrito, em linguagem clara e pregados e administradores, e sobre a política de ges-
direta, as informações de que trata o inciso III;  tão de riscos, a administradores. 
IX - divulgação anual de relatório integrado ou de sus- § 2o  A área responsável pela verificação de cumpri-
tentabilidade.  mento de obrigações e de gestão de riscos deverá ser
§ 1o  O interesse público da empresa pública e da so- vinculada ao diretor-presidente e liderada por diretor
ciedade de economia mista, respeitadas as razões que estatutário, devendo o estatuto social prever as atri-
motivaram a autorização legislativa, manifesta-se por buições da área, bem como estabelecer mecanismos
meio do alinhamento entre seus objetivos e aqueles de que assegurem atuação independente. 
políticas públicas, na forma explicitada na carta anual § 3o  A auditoria interna deverá: 
a que se refere o inciso I do caput.  I - ser vinculada ao Conselho de Administração, dire-
§ 2o  Quaisquer obrigações e responsabilidades que tamente ou por meio do Comitê de Auditoria Estatu-
a empresa pública e a sociedade de economia mista tário; 
que explorem atividade econômica assumam em con- II - ser responsável por aferir a adequação do contro-
dições distintas às de qualquer outra empresa do setor le interno, a efetividade do gerenciamento dos riscos
privado em que atuam deverão:  e dos processos de governança e a confiabilidade do
I - estar claramente definidas em lei ou regulamento, processo de coleta, mensuração, classificação, acumu-
bem como previstas em contrato, convênio ou ajuste lação, registro e divulgação de eventos e transações,
visando ao preparo de demonstrações financeiras. 
celebrado com o ente público competente para esta-
§ 4o  O estatuto social deverá prever, ainda, a possi-
belecê-las, observada a ampla publicidade desses ins-
bilidade de que a área de compliance se reporte dire-
trumentos; 
tamente ao Conselho de Administração em situações
II - ter seu custo e suas receitas discriminados e di-
em que se suspeite do envolvimento do diretor-presi-
vulgados de forma transparente, inclusive no plano dente em irregularidades ou quando este se furtar à
contábil.  obrigação de adotar medidas necessárias em relação
§ 3o  Além das obrigações contidas neste artigo, as à situação a ele relatada. 
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sociedades de economia mista com registro na Co- Art. 10.  A empresa pública e a sociedade de economia
missão de Valores Mobiliários sujeitam-se ao regime mista deverão criar comitê estatutário para verificar a
informacional estabelecido por essa autarquia e de- conformidade do processo de indicação e de avaliação
vem divulgar as informações previstas neste artigo na de membros para o Conselho de Administração e para
forma fixada em suas normas.  o Conselho Fiscal, com competência para auxiliar o
§ 4o  Os documentos resultantes do cumprimento dos acionista controlador na indicação desses membros. 
requisitos de transparência constantes dos incisos I a Parágrafo único.   Devem ser divulgadas as atas das
IX do caput deverão ser publicamente divulgados na reuniões do comitê estatutário referido no caput rea-
internet de forma permanente e cumulativa.  lizadas com o fim de verificar o cumprimento, pelos
Art. 9o  A empresa pública e a sociedade de economia membros indicados, dos requisitos definidos na políti-
mista adotarão regras de estruturas e práticas de ges- ca de indicação, devendo ser registradas as eventuais
tão de riscos e controle interno que abranjam:  manifestações divergentes de conselheiros. 
I - ação dos administradores e empregados, por meio Art. 11.  A empresa pública não poderá: 
da implementação cotidiana de práticas de controle I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mo-
interno;  biliários, conversíveis em ações; 

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II - emitir partes beneficiárias.  II - preservar a independência do Conselho de Admi-
Art. 12.  A empresa pública e a sociedade de economia nistração no exercício de suas funções; 
mista deverão:  III - observar a política de indicação na escolha dos
I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração administradores e membros do Conselho Fiscal. 
dos administradores;  Art. 15.  O acionista controlador da empresa pública
II - adequar constantemente suas práticas ao Códi- e da sociedade de economia mista responderá pelos
go de Conduta e Integridade e a outras regras de boa atos praticados com abuso de poder, nos termos da Lei
prática de governança corporativa, na forma estabe- nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 
lecida na regulamentação desta Lei.  § 1o   A ação de reparação poderá ser proposta pela
Parágrafo único.  A sociedade de economia mista po- sociedade, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de
derá solucionar, mediante arbitragem, as divergências 15 de dezembro de 1976, pelo terceiro prejudicado ou
entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas pelos demais sócios, independentemente de autoriza-
controladores e acionistas minoritários, nos termos ção da assembleia-geral de acionistas. 
previstos em seu estatuto social.  § 2o  Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da
Art. 13.  A lei que autorizar a criação da empresa pú- prática do ato abusivo, a ação a que se refere o § 1o. 
blica e da sociedade de economia mista deverá dispor
sobre as diretrizes e restrições a serem consideradas Seção III
na elaboração do estatuto da companhia, em especial Do Administrador
sobre: 
I - constituição e funcionamento do Conselho de Ad- Art. 16.  Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o admi-
ministração, observados o número mínimo de 7 (sete) nistrador de empresa pública e de sociedade de eco-
e o número máximo de 11 (onze) membros;  nomia mista é submetido às normas previstas na Lei
II - requisitos específicos para o exercício do cargo de nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 
diretor, observado o número mínimo de 3 (três) dire- Parágrafo único.  Consideram-se administradores da
tores;  empresa pública e da sociedade de economia mista
III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de os membros do Conselho de Administração e da di-
periodicidade anual, dos administradores e dos mem- retoria. 
Art. 17.  Os membros do Conselho de Administração
bros de comitês, observados os seguintes quesitos mí-
e os indicados para os cargos de diretor, inclusive
nimos: 
presidente, diretor-geral e diretor-presidente, serão
a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à
escolhidos entre cidadãos de reputação ilibada e de
licitude e à eficácia da ação administrativa; 
notório conhecimento, devendo ser atendidos, alter-
b) contribuição para o resultado do exercício; 
nativamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e
c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de
“c” do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos
negócios e atendimento à estratégia de longo prazo; 
incisos II e III: 
IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal,
I - ter experiência profissional de, no mínimo: 
que exercerá suas atribuições de modo permanente;  a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área
V - constituição e funcionamento do Comitê de Audi- de atuação da empresa pública ou da sociedade de
toria Estatutário;  economia mista ou em área conexa àquela para a
VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de qual forem indicados em função de direção superior;
Administração e dos indicados para o cargo de dire- ou 
tor, que será unificado e não superior a 2 (dois) anos, b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos se-
sendo permitidas, no máximo, 3 (três) reconduções guintes cargos: 
consecutivas;  1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa
VII – (VETADO);  de porte ou objeto social semelhante ao da empresa
VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal pública ou da sociedade de economia mista, enten-
não superior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) re- dendo-se como cargo de chefia superior aquele situ-
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conduções consecutivas.  ado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários


mais altos da empresa; 
Seção II 2. cargo em comissão ou função de confiança equiva-
Do Acionista Controlador lente a DAS-4 ou superior, no setor público; 
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atu-
Art. 14.  O acionista controlador da empresa pública e ação da empresa pública ou da sociedade de economia
da sociedade de economia mista deverá:  mista; 
I - fazer constar do Código de Conduta e Integridade, c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional li-
aplicável à alta administração, a vedação à divulga- beral em atividade direta ou indiretamente vinculada
ção, sem autorização do órgão competente da em- à área de atuação da empresa pública ou sociedade de
presa pública ou da sociedade de economia mista, de economia mista; 
informação que possa causar impacto na cotação dos II - ter formação acadêmica compatível com o cargo
títulos da empresa pública ou da sociedade de econo- para o qual foi indicado; e 
mia mista e em suas relações com o mercado ou com III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade
consumidores e fornecedores;  previstas nas alíneas do inciso I do caput do art. 1o da

51
Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, com Seção IV
as alterações introduzidas pela Lei Complementar Do Conselho de Administração
no 135, de 4 de junho de 2010. 
§ 1o  O estatuto da empresa pública, da sociedade de Art. 18.   Sem prejuízo das competências previstas
economia mista e de suas subsidiárias poderá dispor no  art. 142 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
sobre a contratação de seguro de responsabilidade ci- 1976, e das demais atribuições previstas nesta Lei,
vil pelos administradores.  compete ao Conselho de Administração: 
§ 2o  É vedada a indicação, para o Conselho de Admi- I - discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo
nistração e para a diretoria:  práticas de governança corporativa, relacionamento
I - de representante do órgão regulador ao qual a com partes interessadas, política de gestão de pessoas
empresa pública ou a sociedade de economia mista e código de conduta dos agentes; 
está sujeita, de Ministro de Estado, de Secretário de
II - implementar e supervisionar os sistemas de gestão
Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo,
de riscos e de controle interno estabelecidos para a
sem vínculo permanente com o serviço público, de na-
prevenção e mitigação dos principais riscos a que está
tureza especial ou de direção e assessoramento supe-
exposta a empresa pública ou a sociedade de econo-
rior na administração pública, de dirigente estatutário
de partido político e de titular de mandato no Poder mia mista, inclusive os riscos relacionados à integrida-
Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que de das informações contábeis e financeiras e os rela-
licenciados do cargo;  cionados à ocorrência de corrupção e fraude; 
II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) III - estabelecer política de porta-vozes visando a eli-
meses, como participante de estrutura decisória de minar risco de contradição entre informações de di-
partido político ou em trabalho vinculado a organiza- versas áreas e as dos executivos da empresa pública
ção, estruturação e realização de campanha eleitoral;  ou da sociedade de economia mista; 
III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical;  IV - avaliar os diretores da empresa pública ou da so-
IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parce- ciedade de economia mista, nos termos do inciso III
ria, como fornecedor ou comprador, demandante ou do art. 13, podendo contar com apoio metodológico
ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, e procedimental do comitê estatutário referido no art.
com a pessoa político-administrativa controladora da 10. 
empresa pública ou da sociedade de economia mista Art. 19.   É garantida a participação, no Conselho de
ou com a própria empresa ou sociedade em período Administração, de representante dos empregados e
inferior a 3 (três) anos antes da data de nomeação;  dos acionistas minoritários. 
V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma § 1o  As normas previstas na Lei no 12.353, de 28 de
de conflito de interesse com a pessoa político-admi- dezembro de 2010, aplicam-se à participação de em-
nistrativa controladora da empresa pública ou da so- pregados no Conselho de Administração da empresa
ciedade de economia mista ou com a própria empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
ou sociedade.  subsidiárias e controladas e das demais empresas
§ 3o  A vedação prevista no inciso I do § 2o estende-se em que a União, direta ou indiretamente, detenha a
também aos parentes consanguíneos ou afins até o maioria do capital social com direito a voto. 
terceiro grau das pessoas nele mencionadas.  § 2o  É assegurado aos acionistas minoritários o direito
§ 4o  Os administradores eleitos devem participar, na
de eleger 1 (um) conselheiro, se maior número não
posse e anualmente, de treinamentos específicos so-
lhes couber pelo processo de voto múltiplo previsto
bre legislação societária e de mercado de capitais, di-
na Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 
vulgação de informações, controle interno, código de
Art. 20.   É vedada a participação remunerada de
conduta, a Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013 (Lei
Anticorrupção), e demais temas relacionados às ativi- membros da administração pública, direta ou indire-
dades da empresa pública ou da sociedade de econo- ta, em mais de 2 (dois) conselhos, de administração ou
mia mista.  fiscal, de empresa pública, de sociedade de economia
§ 5o  Os requisitos previstos no inciso I do caput pode- mista ou de suas subsidiárias. 
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rão ser dispensados no caso de indicação de emprega- Art. 21.  (VETADO). 


do da empresa pública ou da sociedade de economia Parágrafo único.  (VETADO). 
mista para cargo de administrador ou como membro
de comitê, desde que atendidos os seguintes quesitos Seção V
mínimos:  Do Membro Independente do Conselho de Admi-
I - o empregado tenha ingressado na empresa pública nistração
ou na sociedade de economia mista por meio de con-
curso público de provas ou de provas e títulos;  Art. 22.  O Conselho de Administração deve ser com-
II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de tra- posto, no mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de
balho efetivo na empresa pública ou na sociedade de membros independentes ou por pelo menos 1 (um),
economia mista;  caso haja decisão pelo exercício da faculdade do voto
III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão su- múltiplo pelos acionistas minoritários, nos termos
perior da empresa pública ou da sociedade de econo- do  art. 141 da Lei no  6.404, de 15 de dezembro de
mia mista, comprovando sua capacidade para assumir 1976. 
as responsabilidades dos cargos de que trata o caput.  § 1o  O conselheiro independente caracteriza-se por: 

52
I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública Conselho de Administração do ano anterior, a quem
ou a sociedade de economia mista, exceto participa- compete sua aprovação: 
ção de capital;  I - plano de negócios para o exercício anual seguinte; 
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, II - estratégia de longo prazo atualizada com análise
até o terceiro grau ou por adoção, de chefe do Poder de riscos e oportunidades para, no mínimo, os próxi-
Executivo, de Ministro de Estado, de Secretário de Es- mos 5 (cinco) anos. 
tado ou Município ou de administrador da empresa § 2o  Compete ao Conselho de Administração, sob
pública ou da sociedade de economia mista;  pena de seus integrantes responderem por omissão,
III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo promover anualmente análise de atendimento das
de qualquer natureza com a empresa pública, a socie- metas e resultados na execução do plano de negócios
dade de economia mista ou seus controladores, que e da estratégia de longo prazo, devendo publicar suas
possa vir a comprometer sua independência;  conclusões e informá-las ao Congresso Nacional, às
IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, Assembleias Legislativas, à Câmara Legislativa do Dis-
empregado ou diretor da empresa pública, da socie- trito Federal ou às Câmaras Municipais e aos respecti-
dade de economia mista ou de sociedade controlada, vos tribunais de contas, quando houver. 
coligada ou subsidiária da empresa pública ou da § 3o  Excluem-se da obrigação de publicação a que
sociedade de economia mista, exceto se o vínculo for se refere o § 2o as informações de natureza estra-
exclusivamente com instituições públicas de ensino ou tégica cuja divulgação possa ser comprovadamente
pesquisa;  prejudicial ao interesse da empresa pública ou da
V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indi- sociedade de economia mista. 
reto, de serviços ou produtos da empresa pública ou
da sociedade de economia mista, de modo a implicar Seção VII
perda de independência;  Do Comitê de Auditoria Estatutário
VI - não ser funcionário ou administrador de socieda-
de ou entidade que esteja oferecendo ou demandando Art. 24.  A empresa pública e a sociedade de econo-
serviços ou produtos à empresa pública ou à socieda- mia mista deverão possuir em sua estrutura societária
de de economia mista, de modo a implicar perda de Comitê de Auditoria Estatutário como órgão auxiliar
independência; 
do Conselho de Administração, ao qual se reportará
VII - não receber outra remuneração da empresa pú-
diretamente. 
blica ou da sociedade de economia mista além da-
§ 1o   Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário,
quela relativa ao cargo de conselheiro, à exceção de
sem prejuízo de outras competências previstas no es-
proventos em dinheiro oriundos de participação no
tatuto da empresa pública ou da sociedade de econo-
capital. 
mia mista: 
§ 2o  Quando, em decorrência da observância do per-
I - opinar sobre a contratação e destituição de auditor
centual mencionado no caput, resultar número fracio-
independente; 
nário de conselheiros, proceder-se-á ao arredonda-
mento para o número inteiro:  II - supervisionar as atividades dos auditores indepen-
I - imediatamente superior, quando a fração for igual dentes, avaliando sua independência, a qualidade dos
ou superior a 0,5 (cinco décimos);  serviços prestados e a adequação de tais serviços às
II - imediatamente inferior, quando a fração for infe- necessidades da empresa pública ou da sociedade de
rior a 0,5 (cinco décimos).  economia mista; 
§ 3o   Não serão consideradas, para o cômputo das III - supervisionar as atividades desenvolvidas nas áre-
vagas destinadas a membros independentes, aquelas as de controle interno, de auditoria interna e de ela-
ocupadas pelos conselheiros eleitos por empregados, boração das demonstrações financeiras da empresa
nos termos do § 1o do art. 19.  pública ou da sociedade de economia mista; 
§ 4o  Serão consideradas, para o cômputo das vagas IV - monitorar a qualidade e a integridade dos me-
destinadas a membros independentes, aquelas ocupa- canismos de controle interno, das demonstrações fi-
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das pelos conselheiros eleitos por acionistas minoritá- nanceiras e das informações e medições divulgadas
rios, nos termos do § 2o do art. 19.  pela empresa pública ou pela sociedade de economia
§ 5o  (VETADO).  mista; 
V - avaliar e monitorar exposições de risco da empresa
Seção VI pública ou da sociedade de economia mista, podendo
Da Diretoria requerer, entre outras, informações detalhadas sobre
políticas e procedimentos referentes a: 
Art. 23.  É condição para investidura em cargo de di- a) remuneração da administração; 
retoria da empresa pública e da sociedade de econo- b) utilização de ativos da empresa pública ou da socie-
mia mista a assunção de compromisso com metas e dade de economia mista; 
resultados específicos a serem alcançados, que deverá c) gastos incorridos em nome da empresa pública ou
ser aprovado pelo Conselho de Administração, a quem da sociedade de economia mista; 
incumbe fiscalizar seu cumprimento.  VI - avaliar e monitorar, em conjunto com a adminis-
§ 1o  Sem prejuízo do disposto no caput, a diretoria tração e a área de auditoria interna, a adequação das
deverá apresentar, até a última reunião ordinária do transações com partes relacionadas; 

53
VII - elaborar relatório anual com informações sobre dade em controle comum, direta ou indireta, que não
as atividades, os resultados, as conclusões e as reco- seja aquela relativa à função de integrante do Comitê
mendações do Comitê de Auditoria Estatutário, regis- de Auditoria Estatutário; 
trando, se houver, as divergências significativas entre IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público
administração, auditoria independente e Comitê de efetivo, ainda que licenciado, ou de cargo em comis-
Auditoria Estatutário em relação às demonstrações são da pessoa jurídica de direito público que exerça o
financeiras;  controle acionário da empresa pública ou sociedade
VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que de economia mista, nos 12 (doze) meses anteriores à
se fundamentam os cálculos atuariais, bem como o nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário. 
resultado atuarial dos planos de benefícios mantidos § 2o   Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de
pelo fundo de pensão, quando a empresa pública ou Auditoria Estatutário deve ter reconhecida experiência
a sociedade de economia mista for patrocinadora de em assuntos de contabilidade societária. 
entidade fechada de previdência complementar.  § 3o  O atendimento às previsões deste artigo deve ser
§ 2o  O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir comprovado por meio de documentação mantida na
meios para receber denúncias, inclusive sigilosas, in- sede da empresa pública ou sociedade de economia
ternas e externas à empresa pública ou à sociedade de mista pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a
economia mista, em matérias relacionadas ao escopo partir do último dia de mandato do membro do Comi-
de suas atividades.  tê de Auditoria Estatutário. 
§ 3o  O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reu-
nir quando necessário, no mínimo bimestralmente, Seção VIII
de modo que as informações contábeis sejam sempre Do Conselho Fiscal
apreciadas antes de sua divulgação. 
§ 4o  A empresa pública e a sociedade de economia Art. 26.  Além das normas previstas nesta Lei, aplicam-
mista deverão divulgar as atas das reuniões do Comitê -se aos membros do Conselho Fiscal da empresa pú-
de Auditoria Estatutário.  blica e da sociedade de economia mista as disposições
§ 5o  Caso o Conselho de Administração considere que previstas na Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
a divulgação da ata possa pôr em risco interesse legíti- relativas a seus poderes, deveres e responsabilidades,
mo da empresa pública ou da sociedade de economia a requisitos e impedimentos para investidura e a re-
mista, a empresa pública ou a sociedade de economia
muneração, além de outras disposições estabelecidas
mista divulgará apenas o extrato das atas. 
na referida Lei. 
§ 6o  A restrição prevista no § 5o não será oponível aos
§ 1o  Podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas
órgãos de controle, que terão total e irrestrito acesso
naturais, residentes no País, com formação acadêmica
ao conteúdo das atas do Comitê de Auditoria Estatu-
compatível com o exercício da função e que tenham
tário, observada a transferência de sigilo. 
exercido, por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo de
§ 7o   O Comitê de Auditoria Estatutário deverá pos-
suir autonomia operacional e dotação orçamentária, direção ou assessoramento na administração pública
anual ou por projeto, dentro de limites aprovados pelo ou cargo de conselheiro fiscal ou administrador em
Conselho de Administração, para conduzir ou deter- empresa. 
minar a realização de consultas, avaliações e investi- § 2o  O Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um)
gações dentro do escopo de suas atividades, inclusive membro indicado pelo ente controlador, que deverá
com a contratação e utilização de especialistas exter- ser servidor público com vínculo permanente com a
nos independentes.  administração pública. 
Art. 25.  O Comitê de Auditoria Estatutário será inte-
grado por, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) CAPÍTULO III
membros, em sua maioria independentes.  DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA
§ 1o  São condições mínimas para integrar o Comitê de SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
Auditoria Estatutário: 
I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores Art. 27.  A empresa pública e a sociedade de economia
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à nomeação para o Comitê:  mista terão a função social de realização do interesse


a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal coletivo ou de atendimento a imperativo da seguran-
da empresa pública ou sociedade de economia mista ça nacional expressa no instrumento de autorização
ou de sua controladora, controlada, coligada ou socie- legal para a sua criação. 
dade em controle comum, direta ou indireta;  § 1o  A realização do interesse coletivo de que trata
b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou este artigo deverá ser orientada para o alcance do
qualquer outro integrante com função de gerência de bem-estar econômico e para a alocação socialmente
equipe envolvida nos trabalhos de auditoria na em- eficiente dos recursos geridos pela empresa pública e
presa pública ou sociedade de economia mista;  pela sociedade de economia mista, bem como para o
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, seguinte: 
até o segundo grau ou por adoção, das pessoas refe- I - ampliação economicamente sustentada do acesso
ridas no inciso I;  de consumidores aos produtos e serviços da empresa
III - não receber qualquer outro tipo de remuneração pública ou da sociedade de economia mista; 
da empresa pública ou sociedade de economia mista II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasi-
ou de sua controladora, controlada, coligada ou socie- leira para produção e oferta de produtos e serviços da

54
empresa pública ou da sociedade de economia mista, § 4o  Consideram-se oportunidades de negócio a que
sempre de maneira economicamente justificada.  se refere o inciso II do § 3o a formação e a extinção de
§ 2o  A empresa pública e a sociedade de economia parcerias e outras formas associativas, societárias ou
mista deverão, nos termos da lei, adotar práticas de contratuais, a aquisição e a alienação de participação
sustentabilidade ambiental e de responsabilidade so- em sociedades e outras formas associativas, societá-
cial corporativa compatíveis com o mercado em que rias ou contratuais e as operações realizadas no âmbi-
atuam.  to do mercado de capitais, respeitada a regulação pelo
§ 3o  A empresa pública e a sociedade de economia respectivo órgão competente. 
mista poderão celebrar convênio ou contrato de pa- Art. 29.   É dispensável a realização de licitação por
trocínio com pessoa física ou com pessoa jurídica para empresas públicas e sociedades de economia mista: 
promoção de atividades culturais, sociais, esportivas, I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$
educacionais e de inovação tecnológica, desde que 100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de
a obras e serviços de mesma natureza e no mesmo
sua marca, observando-se, no que couber, as normas
local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
de licitação e contratos desta Lei. 
tantemente; 
II - para outros serviços e compras de valor até R$
TÍTULO II 50.000,00 (cinquenta mil reais) e para alienações, nos
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PúBLI- casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
CAS, ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E ÀS parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
SUAS SUBSIDIÁRIAS QUE EXPLOREM ATIVIDADE de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez; 
ECONÔMICA DE PRODUÇÃO OU COMERCIALIZA- III - quando não acudirem interessados à licitação an-
ÇÃO DE BENS OU DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, terior e essa, justificadamente, não puder ser repetida
AINDA QUE A ATIVIDADE ECONÔMICA ESTEJA SU- sem prejuízo para a empresa pública ou a sociedade
JEITA AO REGIME DE MONOPÓLIO DA UNIÃO OU de economia mista, bem como para suas respectivas
SEJA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. subsidiárias, desde que mantidas as condições prees-
tabelecidas; 
CAPÍTULO I IV - quando as propostas apresentadas consignarem
DAS LICITAÇÕES preços manifestamente superiores aos praticados no
Seção I mercado nacional ou incompatíveis com os fixados
Da Exigência de Licitação e dos Casos de Dispensa pelos órgãos oficiais competentes; 
e de Inexigibilidade V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
atendimento de suas finalidades precípuas, quando as
Art. 28.  Os contratos com terceiros destinados à pres- necessidades de instalação e localização condiciona-
tação de serviços às empresas públicas e às sociedades rem a escolha do imóvel, desde que o preço seja com-
de economia mista, inclusive de engenharia e de pu- patível com o valor de mercado, segundo avaliação
blicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação prévia; 
de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio VI - na contratação de remanescente de obra, de ser-
ou à execução de obras a serem integradas a esse pa- viço ou de fornecimento, em consequência de rescisão
trimônio, bem como à implementação de ônus real contratual, desde que atendida a ordem de classifica-
ção da licitação anterior e aceitas as mesmas condi-
sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos ter-
ções do contrato encerrado por rescisão ou distrato,
mos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; 
arts. 29 e 30. 
VII - na contratação de instituição brasileira incum-
§ 1o   Aplicam-se às licitações das empresas públicas
bida regimental ou estatutariamente da pesquisa,
e das sociedades de economia mista as disposições do ensino ou do desenvolvimento institucional ou
constantes dos  arts. 42  a  49 da Lei Complementar de instituição dedicada à recuperação social do preso,
no 123, de 14 de dezembro de 2006.  desde que a contratada detenha inquestionável repu-
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§ 2o  O convênio ou contrato de patrocínio celebrado tação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; 
com pessoas físicas ou jurídicas de que trata o § 3o do VIII - para a aquisição de componentes ou peças de
art. 27 observará, no que couber, as normas de licita- origem nacional ou estrangeira necessários à manu-
ção e contratos desta Lei.  tenção de equipamentos durante o período de garan-
§ 3o  São as empresas públicas e as sociedades de eco- tia técnica, junto ao fornecedor original desses equi-
nomia mista dispensadas da observância dos disposi- pamentos, quando tal condição de exclusividade for
tivos deste Capítulo nas seguintes situações:  indispensável para a vigência da garantia; 
I - comercialização, prestação ou execução, de forma IX - na contratação de associação de pessoas com de-
direta, pelas empresas mencionadas no caput, de pro- ficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
dutos, serviços ou obras especificamente relacionados idoneidade, para a prestação de serviços ou forneci-
com seus respectivos objetos sociais;  mento de mão de obra, desde que o preço contratado
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja as- seja compatível com o praticado no mercado; 
sociada a suas características particulares, vinculada a X - na contratação de concessionário, permissionário
oportunidades de negócio definidas e específicas, jus- ou autorizado para fornecimento ou suprimento de
tificada a inviabilidade de procedimento competitivo.  energia elétrica ou gás natural e de outras prestadoras

55
de serviço público, segundo as normas da legislação ação ou omissão, tenha dado causa ao motivo ali des-
específica, desde que o objeto do contrato tenha perti- crito, inclusive no tocante ao disposto na Lei no 8.429,
nência com o serviço público.  de 2 de junho de 1992. 
XI - nas contratações entre empresas públicas ou so- § 3o  Os valores estabelecidos nos incisos I e II do ca-
ciedades de economia mista e suas respectivas subsi- put  podem ser alterados, para refletir a variação de
diárias, para aquisição ou alienação de bens e pres- custos, por deliberação do Conselho de Administração
tação ou obtenção de serviços, desde que os preços da empresa pública ou sociedade de economia mista,
sejam compatíveis com os praticados no mercado e admitindo-se valores diferenciados para cada socie-
que o objeto do contrato tenha relação com a ativida- dade. 
de da contratada prevista em seu estatuto social;  Art. 30.  A contratação direta será feita quando houver
XII - na contratação de coleta, processamento e co- inviabilidade de competição, em especial na hipótese
mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis de: 
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele- I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros
tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas que só possam ser fornecidos por produtor, empresa
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa ou representante comercial exclusivo; 
renda que tenham como ocupação econômica a cole- II - contratação dos seguintes serviços técnicos espe-
ta de materiais recicláveis, com o uso de equipamen- cializados, com profissionais ou empresas de notória
tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e especialização, vedada a inexigibilidade para serviços
de saúde pública;  de publicidade e divulgação: 
XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produ- a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos
zidos ou prestados no País, que envolvam, cumulati- ou executivos; 
vamente, alta complexidade tecnológica e defesa na- b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
cional, mediante parecer de comissão especialmente c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias fi-
designada pelo dirigente máximo da empresa pública nanceiras ou tributárias; 
ou da sociedade de economia mista;  d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras
XIV - nas contratações visando ao cumprimento do ou serviços; 
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou admi-
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais nistrativas; 
de contratação dela constantes;  f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
XV - em situações de emergência, quando caracteri- g) restauração de obras de arte e bens de valor his-
zada urgência de atendimento de situação que possa tórico. 
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de § 1o  Considera-se de notória especialização o profis-
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, sional ou a empresa cujo conceito no campo de sua
públicos ou particulares, e somente para os bens ne- especialidade, decorrente de desempenho anterior,
cessários ao atendimento da situação emergencial e estudos, experiência, publicações, organização, apare-
para as parcelas de obras e serviços que possam ser lhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacio-
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) nados com suas atividades, permita inferir que o seu
dias consecutivos e ininterruptos, contado da ocorrên- trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais ade-
cia da emergência, vedada a prorrogação dos respec- quado à plena satisfação do objeto do contrato. 
tivos contratos, observado o disposto no § 2o;  § 2o  Na hipótese do caput e em qualquer dos casos
XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades de dispensa, se comprovado, pelo órgão de controle
da administração pública, inclusive quando efetivada externo, sobrepreço ou superfaturamento, respondem
mediante permuta;  solidariamente pelo dano causado quem houver deci-
XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de dido pela contratação direta e o fornecedor ou o pres-
interesse social, após avaliação de sua oportunidade tador de serviços. 
e conveniência socioeconômica relativamente à esco- § 3o  O processo de contratação direta será instruído,
lha de outra forma de alienação;  no que couber, com os seguintes elementos: 
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XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de cré- I - caracterização da situação emergencial ou calami-
dito e de dívida e de bens que produzam ou comer- tosa que justifique a dispensa, quando for o caso; 
cializem.  II - razão da escolha do fornecedor ou do executante; 
§ 1o  Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar III - justificativa do preço. 
a contratação nos termos do inciso VI do  caput, a
empresa pública e a sociedade de economia mista Seção II
poderão convocar os licitantes remanescentes, na Disposições de Caráter Geral sobre Licitações e
ordem de classificação, para a celebração do con- Contratos
trato nas condições ofertadas por estes, desde que o
respectivo valor seja igual ou inferior ao orçamento Art. 31.  As licitações realizadas e os contratos celebra-
estimado para a contratação, inclusive quanto aos dos por empresas públicas e sociedades de economia
preços atualizados nos termos do instrumento con- mista destinam-se a assegurar a seleção da proposta
vocatório.  mais vantajosa, inclusive no que se refere ao ciclo de
§ 2o  A contratação direta com base no inciso XV do ca- vida do objeto, e a evitar operações em que se caracte-
put não dispensará a responsabilização de quem, por rize sobrepreço ou superfaturamento, devendo obser-

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var os princípios da impessoalidade, da moralidade, da Art. 32.  Nas licitações e contratos de que trata esta Lei
igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade serão observadas as seguintes diretrizes: 
administrativa, da economicidade, do desenvolvimen- I - padronização do objeto da contratação, dos instru-
to nacional sustentável, da vinculação ao instrumento mentos convocatórios e das minutas de contratos, de
convocatório, da obtenção de competitividade e do acordo com normas internas específicas; 
julgamento objetivo.  II - busca da maior vantagem competitiva para a em-
§ 1o  Para os fins do disposto no caput, considera-se presa pública ou sociedade de economia mista, con-
que há:  siderando custos e benefícios, diretos e indiretos, de
I - sobrepreço quando os preços orçados para a licita- natureza econômica, social ou ambiental, inclusive os
ção ou os preços contratados são expressivamente su- relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e re-
periores aos preços referenciais de mercado, podendo síduos, ao índice de depreciação econômica e a outros
referir-se ao valor unitário de um item, se a licitação fatores de igual relevância; 
ou a contratação for por preços unitários de serviço, III - parcelamento do objeto, visando a ampliar a par-
ou ao valor global do objeto, se a licitação ou a con- ticipação de licitantes, sem perda de economia de
tratação for por preço global ou por empreitada;  escala, e desde que não atinja valores inferiores aos
II - superfaturamento quando houver dano ao patri- limites estabelecidos no art. 29, incisos I e II; 
mônio da empresa pública ou da sociedade de econo- IV - adoção preferencial da modalidade de licitação
mia mista caracterizado, por exemplo:  denominada pregão, instituída pela Lei no 10.520, de
a) pela medição de quantidades superiores às efetiva- 17 de julho de 2002, para a aquisição de bens e servi-
mente executadas ou fornecidas;  ços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões
b) pela deficiência na execução de obras e serviços de de desempenho e qualidade possam ser objetivamen-
engenharia que resulte em diminuição da qualidade, te definidos pelo edital, por meio de especificações
da vida útil ou da segurança;  usuais no mercado; 
c) por alterações no orçamento de obras e de serviços V - observação da política de integridade nas transa-
ções com partes interessadas. 
de engenharia que causem o desequilíbrio econômi-
§ 1o As licitações e os contratos disciplinados por esta
co-financeiro do contrato em favor do contratado; 
Lei devem respeitar, especialmente, as normas relati-
d) por outras alterações de cláusulas financeiras que
vas à: 
gerem recebimentos contratuais antecipados, distor-
I - disposição final ambientalmente adequada dos re-
ção do cronograma físico-financeiro, prorrogação in-
síduos sólidos gerados pelas obras contratadas; 
justificada do prazo contratual com custos adicionais
II - mitigação dos danos ambientais por meio de me-
para a empresa pública ou a sociedade de economia
didas condicionantes e de compensação ambiental,
mista ou reajuste irregular de preços.  que serão definidas no procedimento de licenciamento
§ 2o  O orçamento de referência do custo global de ambiental; 
obras e serviços de engenharia deverá ser obtido a III - utilização de produtos, equipamentos e serviços
partir de custos unitários de insumos ou serviços me- que, comprovadamente, reduzam o consumo de ener-
nores ou iguais à mediana de seus correspondentes gia e de recursos naturais; 
no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da
da Construção Civil (Sinapi), no caso de construção ci- legislação urbanística; 
vil em geral, ou no Sistema de Custos Referenciais de V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueo-
Obras (Sicro), no caso de obras e serviços rodoviários, lógico e imaterial, inclusive por meio da avaliação do
devendo ser observadas as peculiaridades geográficas.  impacto direto ou indireto causado por investimentos
§ 3o  No caso de inviabilidade da definição dos custos realizados por empresas públicas e sociedades de eco-
consoante o disposto no § 2o, a estimativa de custo nomia mista; 
global poderá ser apurada por meio da utilização de VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou
dados contidos em tabela de referência formalmente com mobilidade reduzida. 
aprovada por órgãos ou entidades da administração § 2o  A contratação a ser celebrada por empresa pú-
pública federal, em publicações técnicas especializa- blica ou sociedade de economia mista da qual decorra
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das, em banco de dados e sistema específico instituído impacto negativo sobre bens do patrimônio cultural,
para o setor ou em pesquisa de mercado.  histórico, arqueológico e imaterial tombados depen-
§ 4o  A empresa pública e a sociedade de economia derá de autorização da esfera de governo encarregada
mista poderão adotar procedimento de manifestação da proteção do respectivo patrimônio, devendo o im-
de interesse privado para o recebimento de propostas pacto ser compensado por meio de medidas determi-
e projetos de empreendimentos com vistas a atender nadas pelo dirigente máximo da empresa pública ou
necessidades previamente identificadas, cabendo a re- sociedade de economia mista, na forma da legislação
gulamento a definição de suas regras específicas.  aplicável. 
§ 5o   Na hipótese a que se refere o § 4o, o autor ou § 3o  As licitações na modalidade de pregão, na forma
financiador do projeto poderá participar da licitação eletrônica, deverão ser realizadas exclusivamente em
para a execução do empreendimento, podendo ser portais de compras de acesso público na internet. 
ressarcido pelos custos aprovados pela empresa públi- § 4o   Nas licitações com etapa de lances, a empresa
ca ou sociedade de economia mista caso não vença o pública ou sociedade de economia mista disponibili-
certame, desde que seja promovida a cessão de direi- zará ferramentas eletrônicas para envio de lances pe-
tos de que trata o art. 80.  los licitantes. 

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Art. 33.  O objeto da licitação e do contrato dela de- vinculada a empresa pública ou sociedade de econo-
corrente será definido de forma sucinta e clara no ins- mia mista, enquanto perdurarem os efeitos da sanção; 
trumento convocatório.  IV - constituída por sócio de empresa que estiver sus-
Art. 34.  O valor estimado do contrato a ser celebrado pensa, impedida ou declarada inidônea; 
pela empresa pública ou pela sociedade de economia V - cujo administrador seja sócio de empresa suspen-
mista será sigiloso, facultando-se à contratante, me- sa, impedida ou declarada inidônea; 
diante justificação na fase de preparação prevista no VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou ad-
inciso I do art. 51 desta Lei, conferir publicidade ao ministrador de empresa suspensa, impedida ou decla-
valor estimado do objeto da licitação, sem prejuízo da rada inidônea, no período dos fatos que deram ensejo
divulgação do detalhamento dos quantitativos e das à sanção; 
demais informações necessárias para a elaboração VII - cujo administrador tenha sido sócio ou adminis-
das propostas.  trador de empresa suspensa, impedida ou declarada
§ 1o   Na hipótese em que for adotado o critério de inidônea, no período dos fatos que deram ensejo à
julgamento por maior desconto, a informação de que sanção; 
trata o  caput  deste artigo constará do instrumento VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa
convocatório.  que participou, em razão de vínculo de mesma natu-
§ 2o   No caso de julgamento por melhor técnica, o reza, de empresa declarada inidônea. 
valor do prêmio ou da remuneração será incluído no Parágrafo único.  Aplica-se a vedação prevista no ca-
instrumento convocatório.  put: 
§ 3o  A informação relativa ao valor estimado do obje- I - à contratação do próprio empregado ou dirigente,
to da licitação, ainda que tenha caráter sigiloso, será como pessoa física, bem como à participação dele em
disponibilizada a órgãos de controle externo e inter- procedimentos licitatórios, na condição de licitante; 
no, devendo a empresa pública ou a sociedade de II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro
economia mista registrar em documento formal sua grau civil, com: 
disponibilização aos órgãos de controle, sempre que
a) dirigente de empresa pública ou sociedade de eco-
solicitado. 
nomia mista; 
§ 4o  (VETADO). 
b) empregado de empresa pública ou sociedade de
Art. 35.  Observado o disposto no art. 34, o conteúdo
economia mista cujas atribuições envolvam a atuação
da proposta, quando adotado o modo de disputa fe-
na área responsável pela licitação ou contratação; 
chado e até sua abertura, os atos e os procedimentos
c) autoridade do ente público a que a empresa pública
praticados em decorrência desta Lei submetem-se à
ou sociedade de economia mista esteja vinculada. 
legislação que regula o acesso dos cidadãos às infor-
III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio,
mações detidas pela administração  pública,  parti-
cularmente aos termos da Lei no 12.527, de 18 de no- tenha terminado seu prazo de gestão ou rompido seu
vembro de 2011.  vínculo com a respectiva empresa pública ou socie-
Art. 36. A empresa pública e a sociedade de economia dade de economia mista promotora da licitação ou
mista poderão promover a pré-qualificação de seus contratante há menos de 6 (seis) meses. 
fornecedores ou produtos, nos termos do art. 64.  Art. 39.   Os procedimentos licitatórios, a pré-qualifi-
Art. 37.  A empresa pública e a sociedade de economia cação e os contratos disciplinados por esta Lei serão
mista deverão informar os dados relativos às sanções divulgados em portal específico mantido pela empresa
por elas aplicadas aos contratados, nos termos defini- pública ou sociedade de economia mista na internet,
dos no art. 83, de forma a manter atualizado o cadas- devendo ser adotados os seguintes prazos mínimos
tro de empresas inidôneas de que trata o art. 23 da Lei para apresentação de propostas ou lances, contados
no 12.846, de 1o de agosto de 2013.  a partir da divulgação do instrumento convocatório: 
§ 1o  O fornecedor incluído no cadastro referido no ca- I - para aquisição de bens: 
put não poderá disputar licitação ou participar, direta a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério
ou indiretamente, da execução de contrato.  de julgamento o menor preço ou o maior desconto; 
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§ 2o  Serão excluídos do cadastro referido no caput, b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses; 
a qualquer tempo, fornecedores que demonstrarem a II - para contratação de obras e serviços: 
superação dos motivos que deram causa à restrição a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como crité-
contra eles promovida.  rio de julgamento o menor preço ou o maior desconto; 
Art. 38.  Estará impedida de participar de licitações e b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses; 
de ser contratada pela empresa pública ou sociedade III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para
de economia mista a empresa:  licitação em que se adote como critério de julgamento
I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de a melhor técnica ou a melhor combinação de técnica
5% (cinco por cento) do capital social seja diretor ou e preço, bem como para licitação em que haja contra-
empregado da empresa pública ou sociedade de eco- tação semi-integrada ou integrada. 
nomia mista contratante;  Parágrafo único.  As modificações promovidas no ins-
II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de trumento convocatório serão objeto de divulgação nos
economia mista;  mesmos termos e prazos dos atos e procedimentos
III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo originais, exceto quando a alteração não afetar a pre-
Distrito Federal ou pela unidade federativa a que está paração das propostas. 

58
Art. 40.  As empresas públicas e as sociedades de eco- c) estética do projeto arquitetônico; 
nomia mista deverão publicar e manter atualizado d) parâmetros de adequação ao interesse público, à
regulamento interno de licitações e contratos, compa- economia na utilização, à facilidade na execução, aos
tível com o disposto nesta Lei, especialmente quanto a:  impactos ambientais e à acessibilidade; 
I - glossário de expressões técnicas;  e) concepção da obra ou do serviço de engenharia; 
II - cadastro de fornecedores;  f) projetos anteriores ou estudos preliminares que em-
III - minutas-padrão de editais e contratos;  basaram a concepção adotada; 
IV - procedimentos de licitação e contratação direta;  g) levantamento topográfico e cadastral; 
V - tramitação de recursos;  h) pareceres de sondagem; 
VI - formalização de contratos;  i) memorial descritivo dos elementos da edificação,
VII - gestão e fiscalização de contratos;  dos componentes construtivos e dos materiais de
VIII - aplicação de penalidades;  construção, de forma a estabelecer padrões mínimos
IX - recebimento do objeto do contrato.  para a contratação; 
Art. 41.   Aplicam-se às licitações e contratos regi- VIII - projeto básico: conjunto de elementos neces-
dos por esta Lei as normas de direito penal contidas sários e suficientes, com nível de precisão adequado,
nos arts. 89 a 99 da Lei no 8.666, de 21 de junho de para, observado o disposto no § 3o, caracterizar a obra
1993.  ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços
objeto da licitação, elaborado com base nas indica-
Seção III ções dos estudos técnicos preliminares, que assegure
Das Normas Específicas para Obras e Serviços a viabilidade técnica e o adequado tratamento do
impacto ambiental do empreendimento e que possi-
Art. 42.  Na licitação e na contratação de obras e ser- bilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
viços por empresas públicas e sociedades de economia métodos e do prazo de execução, devendo conter os
mista, serão observadas as seguintes definições:   seguintes elementos: 
I - empreitada por preço unitário: contratação por pre- a) desenvolvimento da solução escolhida, de forma a
ço certo de unidades determinadas;  fornecer visão global da obra e a identificar todos os
II - empreitada por preço global: contratação por pre- seus elementos constitutivos com clareza;  
ço certo e total;  b) soluções técnicas globais e localizadas, suficien-
III - tarefa: contratação de mão de obra para pequenos temente detalhadas, de forma a minimizar a neces-
trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento sidade de reformulação ou de variantes durante as
de material;  fases de elaboração do projeto executivo e de reali-
IV - empreitada integral: contratação de empreendi- zação das obras e montagem; 
mento em sua integralidade, com todas as etapas de c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao como suas especificações, de modo a assegurar os me-
contratante em condições de entrada em operação, lhores resultados para o empreendimento, sem frus-
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utili- trar o caráter competitivo para a sua execução; 
zação em condições de segurança estrutural e opera- d) informações que possibilitem o estudo e a dedu-
cional e com as características adequadas às finalida- ção de métodos construtivos, instalações provisórias e
des para as quais foi contratada;  condições organizacionais para a obra, sem frustrar o
V - contratação semi-integrada: contratação que en- caráter competitivo para a sua execução;  
volve a elaboração e o desenvolvimento do projeto exe- e) subsídios para montagem do plano de licitação e
cutivo, a execução de obras e serviços de engenharia, gestão da obra, compreendendo a sua programação,
a montagem, a realização de testes, a pré-operação e a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização
as demais operações necessárias e suficientes para a e outros dados necessários em cada caso; 
entrega final do objeto, de acordo com o estabelecido f) (VETADO); 
nos §§ 1o e 3o deste artigo;   IX - projeto executivo: conjunto dos elementos neces-
VI - contratação integrada: contratação que envolve a sários e suficientes à execução completa da obra, de
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elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e acordo com as normas técnicas pertinentes; 
executivo, a execução de obras e serviços de engenha- X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de
ria, a montagem, a realização de testes, a pré-opera- riscos e responsabilidades entre as partes e caracteri-
ção e as demais operações necessárias e suficientes zadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
para a entrega final do objeto, de acordo com o esta- contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de
belecido nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo;  eventos supervenientes à contratação, contendo, no
VII - anteprojeto de engenharia: peça técnica com mínimo, as seguintes informações: 
todos os elementos de contornos necessários e fun- a) listagem de possíveis eventos supervenientes à as-
damentais à elaboração do projeto básico, devendo sinatura do contrato, impactantes no equilíbrio eco-
conter minimamente os seguintes elementos:  nômico-financeiro da avença, e previsão de eventual
a) demonstração e justificativa do programa de ne- necessidade de prolação de termo aditivo quando de
cessidades, visão global dos investimentos e definições sua ocorrência; 
relacionadas ao nível de serviço desejado;  b) estabelecimento preciso das frações do objeto em
b) condições de solidez, segurança e durabilidade e que haverá liberdade das contratadas para inovar em
prazo de entrega;  soluções metodológicas ou tecnológicas, em obriga-

59
ções de resultado, em termos de modificação das so- de fração dele, consideradas as disposições do inciso I,
luções previamente delineadas no anteprojeto ou no entre 2 (duas) ou mais técnicas estimativas possíveis,
projeto básico da licitação;  deve ser utilizada nas estimativas de preço-base a que
c) estabelecimento preciso das frações do objeto em viabilize a maior precisão orçamentária, exigindo-se
que não haverá liberdade das contratadas para inovar das licitantes, no mínimo, o mesmo nível de detalha-
em soluções metodológicas ou tecnológicas, em obri- mento na motivação dos respectivos preços ofertados. 
gações de meio, devendo haver obrigação de iden- § 3o  Nas contratações integradas ou semi-integradas,
tidade entre a execução e a solução pré-definida no os riscos decorrentes de fatos supervenientes à con-
anteprojeto ou no projeto básico da licitação.  tratação associados à escolha da solução de projeto
§ 1o  As contratações semi-integradas e integradas básico pela contratante deverão ser alocados como de
referidas, respectivamente, nos incisos V e VI do  ca- sua responsabilidade na matriz de riscos. 
put deste artigo restringir-se-ão a obras e serviços de § 4o  No caso de licitação de obras e serviços de enge-
engenharia e observarão os seguintes requisitos:  nharia, as empresas públicas e as sociedades de eco-
I - o instrumento convocatório deverá conter:   nomia mista abrangidas por esta Lei deverão utilizar
a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação a contratação semi-integrada, prevista no inciso V
integrada, com elementos técnicos que permitam a do caput, cabendo a elas a elaboração ou a contrata-
caracterização da obra ou do serviço e a elaboração ção do projeto básico antes da licitação de que trata
e comparação, de forma isonômica, das propostas a este parágrafo, podendo ser utilizadas outras modali-
serem ofertadas pelos particulares;  dades previstas nos incisos do caput deste artigo, des-
b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço de que essa opção seja devidamente justificada.  
unitário, de empreitada por preço global, de emprei- § 5o  Para fins do previsto na parte final do § 4o, não
tada integral e de contratação semi-integrada, nos será admitida, por parte da empresa pública ou da
termos definidos neste artigo;  sociedade de economia mista, como justificativa para
c) documento técnico, com definição precisa das fra- a adoção da modalidade de contratação integrada, a
ções do empreendimento em que haverá liberdade de ausência de projeto básico. 
as contratadas inovarem em soluções metodológicas Art. 43.  Os contratos destinados à execução de obras
ou tecnológicas, seja em termos de modificação das e serviços de engenharia admitirão os seguintes regi-
soluções previamente delineadas no anteprojeto ou no mes:  
projeto básico da licitação, seja em termos de deta- I - empreitada por preço unitário, nos casos em que
lhamento dos sistemas e procedimentos construtivos os objetos, por sua natureza, possuam imprecisão ine-
previstos nessas peças técnicas;  rente de quantitativos em seus itens orçamentários;  
d) matriz de riscos;  II - empreitada por preço global, quando for possível
II - o valor estimado do objeto a ser licitado será cal- definir previamente no projeto básico, com boa mar-
culado com base em valores de mercado, em valores gem de precisão, as quantidades dos serviços a serem
pagos pela administração pública em serviços e obras posteriormente executados na fase contratual;  
similares ou em avaliação do custo global da obra, III - contratação por tarefa, em contratações de pro-
aferido mediante orçamento sintético ou metodologia fissionais autônomos ou de pequenas empresas para
expedita ou paramétrica;  realização de serviços técnicos comuns e de curta du-
III - o critério de julgamento a ser adotado será o de ração;  
menor preço ou de melhor combinação de técnica e IV - empreitada integral, nos casos em que o contra-
preço, pontuando-se na avaliação técnica as vanta- tante necessite receber o empreendimento, normal-
gens e os benefícios que eventualmente forem ofereci- mente de alta complexidade, em condição de opera-
dos para cada produto ou solução;  ção imediata;  
IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico V - contratação semi-integrada, quando for possível
poderá ser alterado, desde que demonstrada a supe- definir previamente no projeto básico as quantidades
rioridade das inovações em termos de redução de cus- dos serviços a serem posteriormente executados na
tos, de aumento da qualidade, de redução do prazo de fase contratual, em obra ou serviço de engenharia que
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execução e de facilidade de manutenção ou operação.  possa ser executado com diferentes metodologias ou
§ 2o  No caso dos orçamentos das contratações inte- tecnologias; 
gradas:  VI - contratação integrada, quando a obra ou o servi-
I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus ele- ço de engenharia for de natureza predominantemente
mentos mínimos, assim o permitir, as estimativas de intelectual e de inovação tecnológica do objeto licita-
preço devem se basear em orçamento tão detalhado do ou puder ser executado com diferentes metodolo-
quanto possível, devendo a utilização de estimativas gias ou tecnologias de domínio restrito no mercado. 
paramétricas e a avaliação aproximada baseada em § 1o  Serão obrigatoriamente precedidas pela elabo-
outras obras similares ser realizadas somente nas ração de projeto básico, disponível para exame de
frações do empreendimento não suficientemente de- qualquer interessado, as licitações para a contratação
talhadas no anteprojeto da licitação, exigindo-se das de obras e serviços, com exceção daquelas em que for
contratadas, no mínimo, o mesmo nível de detalha- adotado o regime previsto no inciso VI do caput deste
mento em seus demonstrativos de formação de preços;  artigo.  
II - quando utilizada metodologia expedita ou para- § 2o  É vedada a execução, sem projeto executivo, de
métrica para abalizar o valor do empreendimento ou obras e serviços de engenharia. 

60
Art. 44. É vedada a participação direta ou indireta nas I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses:  
licitações para obras e serviços de engenharia de que a) em decorrência da necessidade de padronização do
trata esta Lei:  objeto;  
I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o b) quando determinada marca ou modelo comercia-
anteprojeto ou o projeto básico da licitação;  lizado por mais de um fornecedor constituir o único
II - de pessoa jurídica que participar de consórcio res- capaz de atender o objeto do contrato;  
ponsável pela elaboração do anteprojeto ou do projeto c) quando for necessária, para compreensão do ob-
básico da licitação;  jeto, a identificação de determinada marca ou mo-
III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto delo apto a servir como referência, situação em que
ou do projeto básico da licitação seja administrador, será obrigatório o acréscimo da expressão “ou simi-
controlador, gerente, responsável técnico, subcontra- lar ou de melhor qualidade”;
tado ou sócio, neste último caso quando a participa- II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-
ção superar 5% (cinco por cento) do capital votante.  -qualificação e na fase de julgamento das propostas
§ 1o   A elaboração do projeto executivo constituirá ou de lances, desde que justificada a necessidade de
encargo do contratado, consoante preço previamen- sua apresentação;  
te fixado pela empresa pública ou pela sociedade de III - solicitar a certificação da qualidade do produto
economia mista.   ou do processo de fabricação, inclusive sob o aspecto
§ 2o  É permitida a participação das pessoas jurídi- ambiental, por instituição previamente credenciada. 
cas e da pessoa física de que tratam os incisos II e III Parágrafo único. O edital poderá exigir, como condição
do caput deste artigo em licitação ou em execução de de aceitabilidade da proposta, a adequação às normas
contrato, como consultor ou técnico, nas funções de da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusiva- ou a certificação da qualidade do produto por institui-
mente a serviço da empresa pública e da sociedade de ção credenciada pelo Sistema Nacional de Metrologia,
economia mista interessadas.  Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). 
§ 3o  Para fins do disposto no caput, considera-se par- Art. 48.  Será dada publicidade, com periodicidade mí-
ticipação indireta a existência de vínculos de natureza nima semestral, em sítio eletrônico oficial na internet
técnica, comercial, econômica, financeira ou traba- de acesso irrestrito, à relação das aquisições de bens
lhista entre o autor do projeto básico, pessoa física efetivadas pelas empresas públicas e pelas sociedades
ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, de economia mista, compreendidas as seguintes in-
fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos formações:  
de bens e serviços a estes necessários.   I - identificação do bem comprado, de seu preço uni-
§ 4o  O disposto no § 3o deste artigo aplica-se a empre- tário e da quantidade adquirida;  
gados incumbidos de levar a efeito atos e procedimen- II - nome do fornecedor;  
tos realizados pela empresa pública e pela sociedade III - valor total de cada aquisição. 
de economia mista no curso da licitação. 
Art. 45.  Na contratação de obras e serviços, inclusive Seção V
de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração Das Normas Específicas para Alienação de Bens
variável vinculada ao desempenho do contratado,
com base em metas, padrões de qualidade, critérios Art. 49.  A alienação de bens por empresas públicas e
de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega por sociedades de economia mista será precedida de: 
definidos no instrumento convocatório e no contrato.  I - avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas
Parágrafo único.  A utilização da remuneração variá- as hipóteses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29; 
vel respeitará o limite orçamentário fixado pela em- II - licitação, ressalvado o previsto no § 3o do art. 28. 
presa pública ou pela sociedade de economia mista Art. 50.  Estendem-se à atribuição de ônus real a bens
para a respectiva contratação.  integrantes do acervo patrimonial de empresas pú-
Art. 46.   Mediante justificativa expressa e desde que blicas e de sociedades de economia mista as normas
não implique perda de economia de escala, poderá ser desta Lei aplicáveis à sua alienação, inclusive em re-
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celebrado mais de um contrato para executar serviço lação às hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de
de mesma natureza quando o objeto da contratação licitação. 
puder ser executado de forma concorrente e simultâ-
nea por mais de um contratado.  Seção VI
§ 1o  Na hipótese prevista no caput deste artigo, será Do Procedimento de Licitação
mantido controle individualizado da execução do ob-
jeto contratual relativamente a cada um dos contra- Art. 51.  As licitações de que trata esta Lei observarão
tados.   a seguinte sequência de fases: 
§ 2o  (VETADO).   I - preparação; 
II - divulgação; 
Seção IV III - apresentação de lances ou propostas, conforme o
Das Normas Específicas para Aquisição de Bens modo de disputa adotado; 
IV - julgamento; 
Art. 47.  A empresa pública e a sociedade de economia V - verificação de efetividade dos lances ou propostas; 
mista, na licitação para aquisição de bens, poderão:   VI - negociação; 

61
VII - habilitação;  § 3o  Para efeito de julgamento, não serão considera-
VIII - interposição de recursos;  das vantagens não previstas no instrumento convo-
IX - adjudicação do objeto;  catório.
X - homologação do resultado ou revogação do pro- § 4o  O critério previsto no inciso II do caput:
cedimento.  I - terá como referência o preço global fixado no ins-
§ 1o  A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, trumento convocatório, estendendo-se o desconto ofe-
excepcionalmente, anteceder as referidas nos incisos recido nas propostas ou lances vencedores a eventuais
III a VI do caput, desde que expressamente previsto no termos aditivos;
instrumento convocatório.  II - no caso de obras e serviços de engenharia, o des-
§ 2o  Os atos e procedimentos decorrentes das fases conto incidirá de forma linear sobre a totalidade dos
enumeradas no caput praticados por empresas públi- itens constantes do orçamento estimado, que deverá
cas, por sociedades de economia mista e por licitantes obrigatoriamente integrar o instrumento convocató-
serão efetivados preferencialmente por meio eletrôni- rio.
co, nos termos definidos pelo instrumento convocató- § 5o  Quando for utilizado o critério referido no inciso
rio, devendo os avisos contendo os resumos dos editais III do caput, a avaliação das propostas técnicas e de
das licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser preço considerará o percentual de ponderação mais
previamente publicados no Diário Oficial da União, do relevante, limitado a 70% (setenta por cento).
Estado ou do Município e na internet.  § 6o  Quando for utilizado o critério referido no inciso
Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa VII do  caput, os lances ou propostas terão o objeti-
aberto ou fechado, ou, quando o objeto da licitação vo de proporcionar economia à empresa pública ou
puder ser parcelado, a combinação de ambos, obser- à sociedade de economia mista, por meio da redução
vado o disposto no inciso III do art. 32 desta Lei. de suas despesas correntes, remunerando-se o licitan-
§ 1o   No modo de disputa aberto, os licitantes apre- te vencedor com base em percentual da economia de
sentarão lances públicos e sucessivos, crescentes ou recursos gerada.
decrescentes, conforme o critério de julgamento ado- § 7o  Na implementação do critério previsto no inci-
tado. so VIII do  caput  deste artigo, será obrigatoriamente
§ 2o  No modo de disputa fechado, as propostas apre- considerada, nos termos do respectivo instrumento
sentadas pelos licitantes serão sigilosas até a data e a convocatório, a repercussão, no meio social, da finali-
hora designadas para que sejam divulgadas. dade para cujo atendimento o bem será utilizado pelo
Art. 53.  Quando for adotado o modo de disputa aber- adquirente.
to, poderão ser admitidos: § 8o  O descumprimento da finalidade a que se refere
I - a apresentação de lances intermediários; o § 7o  deste artigo resultará na imediata restituição
II - o reinício da disputa aberta, após a definição do do bem alcançado ao acervo patrimonial da empresa
melhor lance, para definição das demais colocações, pública ou da sociedade de economia mista, vedado,
quando existir diferença de pelo menos 10% (dez por nessa hipótese, o pagamento de indenização em favor
cento) entre o melhor lance e o subsequente. do adquirente.
Parágrafo único.  Consideram-se intermediários os lan- Art. 55.  Em caso de empate entre 2 (duas) propostas,
ces: serão utilizados, na ordem em que se encontram enu-
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando merados, os seguintes critérios de desempate:
adotado o julgamento pelo critério da maior oferta; I - disputa final, em que os licitantes empatados pode-
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando rão apresentar nova proposta fechada, em ato contí-
adotados os demais critérios de julgamento. nuo ao encerramento da etapa de julgamento;
Art. 54.   Poderão ser utilizados os seguintes critérios II - avaliação do desempenho contratual prévio dos
de julgamento: licitantes, desde que exista sistema objetivo de avalia-
I - menor preço; ção instituído;
II - maior desconto; III - os critérios estabelecidos no art. 3o da Lei no 8.248,
III - melhor combinação de técnica e preço; de 23 de outubro de 1991, e no § 2o do art. 3o da Lei
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IV - melhor técnica; no 8.666, de 21 de junho de 1993;


V - melhor conteúdo artístico; IV - sorteio.
VI - maior oferta de preço; Art. 56.  Efetuado o julgamento dos lances ou propos-
VII - maior retorno econômico; tas, será promovida a verificação de sua efetividade,
VIII - melhor destinação de bens alienados. promovendo-se a desclassificação daqueles que:
§ 1o  Os critérios de julgamento serão expressamente I - contenham vícios insanáveis;
identificados no instrumento convocatório e poderão II - descumpram especificações técnicas constantes do
ser combinados na hipótese de parcelamento do obje- instrumento convocatório;
to, observado o disposto no inciso III do art. 32. III - apresentem preços manifestamente inexequíveis;
§ 2o  Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos IV - se encontrem acima do orçamento estimado para
incisos III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamen- a contratação de que trata o § 1o do art. 57, ressalvada
to das propostas será efetivado mediante o emprego a hipótese prevista no caput do art. 34 desta Lei;
de parâmetros específicos, definidos no instrumento V - não tenham sua exequibilidade demonstrada,
convocatório, destinados a limitar a subjetividade do quando exigido pela empresa pública ou pela socieda-
julgamento. de de economia mista;

62
VI - apresentem desconformidade com outras exigên- § 2o  Na hipótese do § 1o, reverterá a favor da empresa
cias do instrumento convocatório, salvo se for possível pública ou da sociedade de economia mista o valor de
a acomodação a seus termos antes da adjudicação do quantia eventualmente exigida no instrumento con-
objeto e sem que se prejudique a atribuição de trata- vocatório a título de adiantamento, caso o licitante
mento isonômico entre os licitantes. não efetue o restante do pagamento devido no prazo
§ 1o  A verificação da efetividade dos lances ou pro- para tanto estipulado.
postas poderá ser feita exclusivamente em relação aos Art. 59.  Salvo no caso de inversão de fases, o procedi-
lances e propostas mais bem classificados. mento licitatório terá fase recursal única.
§ 2o  A empresa pública e a sociedade de economia § 1o   Os recursos serão apresentados no prazo de 5
mista poderão realizar diligências para aferir a exe- (cinco) dias úteis após a habilitação e contemplarão,
quibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que além dos atos praticados nessa fase, aqueles prati-
ela seja demonstrada, na forma do inciso V do caput. cados em decorrência do disposto nos incisos IV e V
§ 3o  Nas licitações de obras e serviços de engenharia, do caput do art. 51 desta Lei.
consideram-se inexequíveis as propostas com valores § 2o  Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido
globais inferiores a 70% (setenta por cento) do menor no § 1o será aberto após a habilitação e após o encer-
dos seguintes valores: ramento da fase prevista no inciso V do caput do art.
I - média aritmética dos valores das propostas supe- 51, abrangendo o segundo prazo também atos decor-
riores a 50% (cinquenta por cento) do valor do orça- rentes da fase referida no inciso IV do caput do art. 51
mento estimado pela empresa pública ou sociedade desta Lei.
de economia mista; ou Art. 60.  A homologação do resultado implica a consti-
II - valor do orçamento estimado pela empresa públi- tuição de direito relativo à celebração do contrato em
ca ou sociedade de economia mista. favor do licitante vencedor.
§ 4o  Para os demais objetos, para efeito de avaliação Art. 61.  A empresa pública e a sociedade de economia
da exequibilidade ou de sobrepreço, deverão ser es- mista não poderão celebrar contrato com preterição
tabelecidos critérios de aceitabilidade de preços que da ordem de classificação das propostas ou com ter-
considerem o preço global, os quantitativos e os pre- ceiros estranhos à licitação.
ços unitários, assim definidos no instrumento convo- Art. 62.  Além das hipóteses previstas no § 3o do art.
catório. 57 desta Lei e no inciso II do § 2o do art. 75 desta Lei,
Art. 57.  Confirmada a efetividade do lance ou propos- quem dispuser de competência para homologação do
ta que obteve a primeira colocação na etapa de julga- resultado poderá revogar a licitação por razões de in-
mento, ou que passe a ocupar essa posição em decor- teresse público decorrentes de fato superveniente que
rência da desclassificação de outra que tenha obtido constitua óbice manifesto e incontornável, ou anulá-la
colocação superior, a empresa pública e a sociedade por ilegalidade, de ofício ou por provocação de tercei-
de economia mista deverão negociar condições mais ros, salvo quando for viável a convalidação do ato ou
vantajosas com quem o apresentou. do procedimento viciado.
§ 1o  A negociação deverá ser feita com os demais li- § 1o  A anulação da licitação por motivo de ilegalidade
citantes, segundo a ordem inicialmente estabelecida, não gera obrigação de indenizar, observado o disposto
quando o preço do primeiro colocado, mesmo após no § 2o deste artigo.
a negociação, permanecer acima do orçamento esti- § 2o  A nulidade da licitação induz à do contrato.
mado. § 3o  Depois de iniciada a fase de apresentação de lan-
§ 2o  (VETADO). ces ou propostas, referida no inciso III do caput do art.
§ 3o  Se depois de adotada a providência referida no 51 desta Lei, a revogação ou a anulação da licitação
§ 1o deste artigo não for obtido valor igual ou inferior somente será efetivada depois de se conceder aos li-
ao orçamento estimado para a contratação, será revo- citantes que manifestem interesse em contestar o res-
gada a licitação. pectivo ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do
Art. 58.  A habilitação será apreciada exclusivamente direito ao contraditório e à ampla defesa.
a partir dos seguintes parâmetros: § 4o  O disposto no caput e nos §§ 1o e 2o deste artigo
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I - exigência da apresentação de documentos aptos a aplica-se, no que couber, aos atos por meio dos quais
comprovar a possibilidade da aquisição de direitos e se determine a contratação direta.
da contração de obrigações por parte do licitante;
II - qualificação técnica, restrita a parcelas do obje- Seção VII
to técnica ou economicamente relevantes, de acordo Dos Procedimentos Auxiliares das Licitações
com parâmetros estabelecidos de forma expressa no
instrumento convocatório; Art. 63.   São procedimentos auxiliares das licitações
III - capacidade econômica e financeira; regidas por esta Lei:
IV - recolhimento de quantia a título de adiantamen- I - pré-qualificação permanente;
to, tratando-se de licitações em que se utilize como II - cadastramento;
critério de julgamento a maior oferta de preço. III - sistema de registro de preços;
§ 1o  Quando o critério de julgamento utilizado for IV - catálogo eletrônico de padronização.
a maior oferta de preço, os requisitos de qualificação Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o ca-
técnica e de capacidade econômica e financeira pode- put deste artigo obedecerão a critérios claros e objeti-
rão ser dispensados. vos definidos em regulamento.

63
Art. 64.  Considera-se pré-qualificação permanente o tantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com
procedimento anterior à licitação destinado a identi- preços iguais ao do licitante vencedor na sequência
ficar: da classificação do certame, assim como dos licitantes
I - fornecedores que reúnam condições de habilitação que mantiverem suas propostas originais.
exigidas para o fornecimento de bem ou a execução § 3o  A existência de preços registrados não obriga a
de serviço ou obra nos prazos, locais e condições pre- administração pública a firmar os contratos que deles
viamente estabelecidos; poderão advir, sendo facultada a realização de licita-
II - bens que atendam às exigências técnicas e de qua- ção específica, assegurada ao licitante registrado pre-
lidade da administração pública. ferência em igualdade de condições.
§ 1o  O procedimento de pré-qualificação será público Art. 67.   O catálogo eletrônico de padronização de
e permanentemente aberto à inscrição de qualquer compras, serviços e obras consiste em sistema infor-
interessado. matizado, de gerenciamento centralizado, destinado a
§ 2o  A empresa pública e a sociedade de economia permitir a padronização dos itens a serem adquiridos
mista poderão restringir a participação em suas licita- pela empresa pública ou sociedade de economia mista
ções a fornecedores ou produtos pré-qualificados, nas que estarão disponíveis para a realização de licitação.
condições estabelecidas em regulamento. Parágrafo único.  O catálogo referido no caput poderá
§ 3o  A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ser utilizado em licitações cujo critério de julgamen-
ou segmentos, segundo as especialidades dos fornece- to seja o menor preço ou o maior desconto e conterá
dores. toda a documentação e todos os procedimentos da
§ 4o   A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, fase interna da licitação, assim como as especificações
contendo alguns ou todos os requisitos de habilitação dos respectivos objetos, conforme disposto em regu-
ou técnicos necessários à contratação, assegurada, em lamento.
qualquer hipótese, a igualdade de condições entre os
concorrentes. CAPÍTULO II
§ 5o  A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, DOS CONTRATOS
no máximo, podendo ser atualizada a qualquer tempo.
§ 6o  Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá Seção I
ser exigida a comprovação de qualidade. Da Formalização dos Contratos
§ 7o  É obrigatória a divulgação dos produtos e dos
interessados que forem pré-qualificados. Art. 68.  Os contratos de que trata esta Lei regulam-se
Art. 65.  Os registros cadastrais poderão ser mantidos pelas suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos
para efeito de habilitação dos inscritos em procedi- preceitos de direito privado.
mentos licitatórios e serão válidos por 1 (um) ano, no Art. 69.  São cláusulas necessárias nos contratos disci-
máximo, podendo ser atualizados a qualquer tempo. plinados por esta Lei:
§ 1o  Os registros cadastrais serão amplamente divul- I - o objeto e seus elementos característicos;
gados e ficarão permanentemente abertos para a ins- II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
crição de interessados. III - o preço e as condições de pagamento, os critérios,
§ 2o  Os inscritos serão admitidos segundo requisitos a data-base e a periodicidade do reajustamento de
previstos em regulamento. preços e os critérios de atualização monetária entre a
§ 3o  A atuação do licitante no cumprimento de obri- data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
gações assumidas será anotada no respectivo registro pagamento;
cadastral. IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de
§ 4o  A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso conclusão, de entrega, de observação, quando for o
ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satis- caso, e de recebimento;
fazer as exigências estabelecidas para habilitação ou V - as garantias oferecidas para assegurar a plena
para admissão cadastral. execução do objeto contratual, quando exigidas, ob-
Art. 66.  O Sistema de Registro de Preços especifica- servado o disposto no art. 68;
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mente destinado às licitações de que trata esta Lei re- VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as
ger-se-á pelo disposto em decreto do Poder Executivo tipificações das infrações e as respectivas penalidades
e pelas seguintes disposições: e valores das multas;
§ 1o  Poderá aderir ao sistema referido no caput qual- VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos
quer órgão ou entidade responsável pela execução das para alteração de seus termos;
atividades contempladas no art. 1o desta Lei. VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da
§ 2o  O registro de preços observará, entre outras, as respectiva licitação ou ao termo que a dispensou ou a
seguintes condições: inexigiu, bem como ao lance ou proposta do licitante
I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado; vencedor;
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos IX - a obrigação do contratado de manter, durante
em regulamento; a execução do contrato, em compatibilidade com as
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle obrigações por ele assumidas, as condições de habili-
e atualização periódicos dos preços registrados; tação e qualificação exigidas no curso do procedimen-
IV - definição da validade do registro; to licitatório;
V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos lici- X - matriz de riscos.

64
§ 1o  (VETADO). partes, admitida a exigência de ressarcimento dos cus-
§ 2o  Nos contratos decorrentes de licitações de obras tos, nos termos previstos na Lei no  12.527, de 18 de
ou serviços de engenharia em que tenha sido adotado novembro de 2011.
o modo de disputa aberto, o contratado deverá reela- Art. 75.  A empresa pública e a sociedade de economia
borar e apresentar à empresa pública ou à sociedade mista convocarão o licitante vencedor ou o destinatá-
de economia mista e às suas respectivas subsidiárias, rio de contratação com dispensa ou inexigibilidade de
por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos licitação para assinar o termo de contrato, observados
quantitativos e dos custos unitários, bem como do o prazo e as condições estabelecidos, sob pena de de-
detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas cadência do direito à contratação.
(BDI) e dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos § 1o  O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1
valores adequados ao lance vencedor, para fins do dis- (uma) vez, por igual período.
posto no inciso III do caput deste artigo. § 2o  É facultado à empresa pública ou à sociedade de
Art. 70.  Poderá ser exigida prestação de garantia nas economia mista, quando o convocado não assinar o
contratações de obras, serviços e compras. termo de contrato no prazo e nas condições estabe-
§ 1o  Caberá ao contratado optar por uma das seguin- lecidos:
tes modalidades de garantia: I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
I - caução em dinheiro; classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mes-
II - seguro-garantia; mas condições propostas pelo primeiro classificado,
III - fiança bancária. inclusive quanto aos preços atualizados em conformi-
§ 2o  A garantia a que se refere o caput não excederá dade com o instrumento convocatório;
a 5% (cinco por cento) do valor do contrato e terá seu II - revogar a licitação.
valor atualizado nas mesmas condições nele estabele- Art. 76.   O contratado é obrigado a reparar, corrigir,
cidas, ressalvado o previsto no § 3o deste artigo. remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas,
§ 3o  Para obras, serviços e fornecimentos de gran- no total ou em parte, o objeto do contrato em que se
de vulto envolvendo complexidade técnica e riscos fi- verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes
nanceiros elevados, o limite de garantia previsto no § da execução ou de materiais empregados, e respon-
2o poderá ser elevado para até 10% (dez por cento) do derá por danos causados diretamente a terceiros ou
valor do contrato. à empresa pública ou sociedade de economia mista,
§ 4o  A garantia prestada pelo contratado será liberada independentemente da comprovação de sua culpa ou
ou restituída após a execução do contrato, devendo dolo na execução do contrato.
ser atualizada monetariamente na hipótese do inciso I Art. 77.   O contratado é responsável pelos encargos
do § 1o deste artigo. trabalhistas, fiscais e comerciais resultantes da execu-
Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei ção do contrato.
§ 1o  A inadimplência do contratado quanto aos en-
não excederá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua
cargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere
celebração, exceto:
à empresa pública ou à sociedade de economia mista
I - para projetos contemplados no plano de negócios e
a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá
investimentos da empresa pública ou da sociedade de
onerar o objeto do contrato ou restringir a regulariza-
economia mista;
ção e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
II - nos casos em que a pactuação por prazo superior
Registro de Imóveis.
a 5 (cinco) anos seja prática rotineira de mercado e a
§ 2o  (VETADO).
imposição desse prazo inviabilize ou onere excessiva-
Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem
mente a realização do negócio. prejuízo das responsabilidades contratuais e legais,
Parágrafo único.  É vedado o contrato por prazo inde- poderá subcontratar partes da obra, serviço ou for-
terminado. necimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Art. 72.  Os contratos regidos por esta Lei somente po- empresa pública ou pela sociedade de economia mis-
derão ser alterados por acordo entre as partes, vedan- ta, conforme previsto no edital do certame.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

do-se ajuste que resulte em violação da obrigação de § 1o  A empresa subcontratada deverá atender, em re-
licitar. lação ao objeto da subcontratação, as exigências de
qualificação técnica impostas ao licitante vencedor.
Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dis- § 2o  É vedada a subcontratação de empresa ou con-
pensada no caso de pequenas despesas de pronta en- sórcio que tenha participado:
trega e pagamento das quais não resultem obrigações I - do procedimento licitatório do qual se originou a
futuras por parte da empresa pública ou da sociedade contratação;
de economia mista. II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto
Parágrafo único.  O disposto no caput não prejudicará básico ou executivo.
o registro contábil exaustivo dos valores despendidos § 3o  As empresas de prestação de serviços técnicos
e a exigência de recibo por parte dos respectivos des- especializados deverão garantir que os integrantes de
tinatários. seu corpo técnico executem pessoal e diretamente as
Art. 74.  É permitido a qualquer interessado o conhe- obrigações a eles imputadas, quando a respectiva re-
cimento dos termos do contrato e a obtenção de cópia lação for apresentada em procedimento licitatório ou
autenticada de seu inteiro teor ou de qualquer de suas em contratação direta.

65
Art. 79.  Na hipótese do § 6o do art. 54, quando não contrato, e, no caso particular de reforma de edifício
for gerada a economia prevista no lance ou propos- ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta
ta, a diferença entre a economia contratada e a efeti- por cento) para os seus acréscimos.
vamente obtida será descontada da remuneração do § 2o  Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder
contratado. os limites estabelecidos no § 1o, salvo as supressões
Parágrafo único.   Se a diferença entre a economia resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
contratada e a efetivamente obtida for superior à § 3o  Se no contrato não houverem sido contemplados
remuneração do contratado, será aplicada a sanção preços unitários para obras ou serviços, esses serão fi-
prevista no contrato, nos termos do inciso VI do  ca- xados mediante acordo entre as partes, respeitados os
put do art. 69 desta Lei. limites estabelecidos no § 1o.
Art. 80.  Os direitos patrimoniais e autorais de projetos § 4o   No caso de supressão de obras, bens ou servi-
ou serviços técnicos especializados desenvolvidos por ços, se o contratado já houver adquirido os materiais e
profissionais autônomos ou por empresas contratadas posto no local dos trabalhos, esses materiais deverão
passam a ser propriedade da empresa pública ou so- ser pagos pela empresa pública ou sociedade de eco-
ciedade de economia mista que os tenha contratado, nomia mista pelos custos de aquisição regularmente
sem prejuízo da preservação da identificação dos res- comprovados e monetariamente corrigidos, podendo
pectivos autores e da responsabilidade técnica a eles caber indenização por outros danos eventualmente
atribuída. decorrentes da supressão, desde que regularmente
comprovados.
Seção II § 5o  A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer
Da Alteração dos Contratos tributos ou encargos legais, bem como a superveni-
ência de disposições legais, quando ocorridas após a
Art. 81.  Os contratos celebrados  nos  regimes  previs- data da apresentação da proposta, com comprovada
tos  nos  incisos I a V do art. 43 contarão com cláusula repercussão nos preços contratados, implicarão a revi-
que estabeleça a possibilidade de alteração, por acor- são destes para mais ou para menos, conforme o caso.
do entre as partes, nos seguintes casos: § 6o  Em havendo alteração do contrato que aumente
I - quando houver modificação do projeto ou das es- os encargos do contratado, a empresa pública ou a
pecificações, para melhor adequação técnica aos seus sociedade de economia mista deverá restabelecer, por
objetivos; aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
II - quando necessária a modificação do valor con- § 7o  A variação do valor contratual para fazer face ao
tratual em decorrência de acréscimo ou diminuição reajuste de preços previsto no próprio contrato e as
quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por atualizações, compensações ou penalizações financei-
esta Lei; ras decorrentes das condições de pagamento nele pre-
III - quando conveniente a substituição da garantia de vistas, bem como o empenho de dotações orçamentá-
execução; rias suplementares até o limite do seu valor corrigido,
IV - quando necessária a modificação do regime de não caracterizam alteração do contrato e podem ser
execução da obra ou serviço, bem como do modo de registrados por simples apostila, dispensada a celebra-
fornecimento, em face de verificação técnica da ina- ção de aditamento.
plicabilidade dos termos contratuais originários; § 8o  É vedada a celebração de aditivos decorrentes de
V - quando necessária a modificação da forma de eventos supervenientes alocados, na matriz de riscos,
como de responsabilidade da contratada.
pagamento, por imposição de circunstâncias super-
venientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada
Seção III
a antecipação do pagamento, com relação ao crono-
Das Sanções Administrativas
grama financeiro fixado, sem a correspondente con-
traprestação de fornecimento de bens ou execução de
Art. 82.   Os contratos devem conter cláusulas com
obra ou serviço;
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sanções administrativas a serem aplicadas em decor-


VI - para restabelecer a relação que as partes pactu-
rência de atraso injustificado na execução do contrato,
aram inicialmente entre os encargos do contratado e
sujeitando o contratado a multa de mora, na forma
a retribuição da administração para a justa remune- prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
ração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando § 1o  A multa a que alude este artigo não impede que
a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro a empresa pública ou a sociedade de economia mista
inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos rescinda o contrato e aplique as outras sanções previs-
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências tas nesta Lei.
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execu- § 2o  A multa, aplicada após regular processo adminis-
ção do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, trativo, será descontada da garantia do respectivo con-
caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea tratado.
econômica extraordinária e extracontratual. § 3o  Se a multa for de valor superior ao valor da ga-
§ 1o  O contratado poderá aceitar, nas mesmas con- rantia prestada, além da perda desta, responderá o
dições contratuais, os acréscimos ou supressões que contratado pela sua diferença, a qual será descontada
se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% dos pagamentos eventualmente devidos pela empresa
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do pública ou pela sociedade de economia mista ou, ain-

66
da, quando for o caso, cobrada judicialmente. tão e aplicação do capital nacional, independentemente
Art. 83.  Pela inexecução total ou parcial do contrato de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos e
a empresa pública ou a sociedade de economia mista acordos constitutivos.
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contra- Art. 86.  As informações das empresas públicas e das
tado as seguintes sanções: sociedades de economia mista relativas a licitações e
I - advertência; contratos, inclusive aqueles referentes a bases de pre-
II - multa, na forma prevista no instrumento convoca- ços, constarão de bancos de dados eletrônicos atua-
tório ou no contrato; lizados e com acesso em tempo real aos órgãos de
III - suspensão temporária de participação em licita- controle competentes.
ção e impedimento de contratar com a entidade san- § 1o   As demonstrações contábeis auditadas da em-
cionadora, por prazo não superior a 2 (dois) anos. presa pública e da sociedade de economia mista serão
§ 1o  Se a multa aplicada for superior ao valor da ga- disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa ou da
rantia prestada, além da perda desta, responderá o sociedade na internet, inclusive em formato eletrônico
contratado pela sua diferença, que será descontada editável.
dos pagamentos eventualmente devidos pela empresa § 2o  As atas e demais expedientes oriundos de reu-
pública ou pela sociedade de economia mista ou co- niões, ordinárias ou extraordinárias, dos conselhos de
brada judicialmente. administração ou fiscal das empresas públicas e das
§ 2o   As sanções previstas nos incisos I e III do  ca- sociedades de economia mista, inclusive gravações e
put poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso filmagens, quando houver, deverão ser disponibiliza-
II, devendo a defesa prévia do interessado, no respec- dos para os órgãos de controle sempre que solicitados,
tivo processo, ser apresentada no prazo de 10 (dez) no âmbito dos trabalhos de auditoria.
dias úteis. § 3o  O acesso dos órgãos de controle às informações
Art. 84.   As sanções previstas no inciso III do art. 83 referidas no caput e no § 2o será restrito e individua-
poderão também ser aplicadas às empresas ou aos lizado.
profissionais que, em razão dos contratos regidos por § 4o  As informações que sejam revestidas de sigilo
esta Lei: bancário, estratégico, comercial ou industrial serão as-
I - tenham sofrido condenação definitiva por pratica- sim identificadas, respondendo o servidor administrati-
rem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento va, civil e penalmente pelos danos causados à empresa
de quaisquer tributos; pública ou à sociedade de economia mista e a seus acio-
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os nistas em razão de eventual divulgação indevida.
objetivos da licitação; § 5o  Os critérios para a definição do que deve ser con-
III - demonstrem não possuir idoneidade para contra- siderado sigilo estratégico, comercial ou industrial se-
tar com a empresa pública ou a sociedade de econo- rão estabelecidos em regulamento.
mia mista em virtude de atos ilícitos praticados. Art. 87.  O controle das despesas decorrentes dos con-
tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será
CAPÍTULO III feito pelos órgãos do sistema de controle interno e
DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE pelo tribunal de contas competente, na forma da le-
gislação pertinente, ficando as empresas públicas e as
Art. 85.  Os órgãos de controle externo e interno das sociedades de economia mista responsáveis pela de-
3 (três) esferas de governo fiscalizarão as empresas monstração da legalidade e da regularidade da des-
públicas e as sociedades de economia mista a elas re- pesa e da execução, nos termos da Constituição.
lacionadas, inclusive aquelas domiciliadas no exterior, § 1o  Qualquer cidadão é parte legítima para impug-
quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia nar edital de licitação por irregularidade na aplicação
da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco)
contábil, financeiro, operacional e patrimonial. dias úteis antes da data fixada para a ocorrência do
§ 1o  Para a realização da atividade fiscalizatória de certame, devendo a entidade julgar e responder à im-
que trata o caput, os órgãos de controle deverão ter pugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da
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acesso irrestrito aos documentos e às informações ne- faculdade prevista no § 2o.


cessários à realização dos trabalhos, inclusive aqueles § 2o  Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
classificados como sigilosos pela empresa pública ou jurídica poderá representar ao tribunal de contas ou
pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei aos órgãos integrantes do sistema de controle interno
no 12.527, de 18 de novembro de 2011. contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os
§ 2o  O grau de confidencialidade será atribuído pelas fins do disposto neste artigo.
empresas públicas e sociedades de economia mista no § 3o Os tribunais de contas e os órgãos integrantes
ato de entrega dos documentos e informações solici- do sistema de controle interno poderão solicitar para
tados, tornando-se o órgão de controle com o qual foi exame, a qualquer tempo, documentos de nature-
compartilhada a informação sigilosa corresponsável za contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e
pela manutenção do seu sigilo. operacional das empresas públicas, das sociedades de
§ 3o  Os atos de fiscalização e controle dispostos neste economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no
Capítulo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção
e às sociedades de economia mista de caráter e cons- das medidas corretivas pertinentes que, em função
tituição transnacional no que se refere aos atos de ges- desse exame, lhes forem determinadas.

67
Art. 88.  As empresas públicas e as sociedades de eco- ciedades de economia mista a eles vinculadas.
nomia mista deverão disponibilizar para conhecimen- Art. 93.  As despesas com publicidade e patrocínio da
to público, por meio eletrônico, informação completa empresa pública e da sociedade de economia mista
mensalmente atualizada sobre a execução de seus não ultrapassarão, em cada exercício, o limite de 0,5%
contratos e de seu orçamento, admitindo-se retardo (cinco décimos por cento) da receita operacional bruta
de até 2 (dois) meses na divulgação das informações. do exercício anterior.
§ 1o  A disponibilização de informações contratuais § 1o  O limite disposto no caput poderá ser ampliado,
referentes a operações de perfil estratégico ou que te- até o limite de 2% (dois por cento) da receita bruta do
nham por objeto segredo industrial receberá proteção exercício anterior, por proposta da diretoria da empre-
mínima necessária para lhes garantir confidencialida- sa pública ou da sociedade de economia mista justi-
de. ficada com base em parâmetros de mercado do setor
§ 2o  O disposto no § 1o não será oponível à fiscaliza- específico de atuação da empresa ou da sociedade e
ção dos órgãos de controle interno e do tribunal de aprovada pelo respectivo Conselho de Administração.
contas, sem prejuízo da responsabilização administra- § 2o  É vedado à empresa pública e à sociedade de eco-
tiva, civil e penal do servidor que der causa à eventual nomia mista realizar, em ano de eleição para cargos
divulgação dessas informações. do ente federativo a que sejam vinculadas, despesas
Art. 89.   O exercício da supervisão por vinculação da com publicidade e patrocínio que excedam a média
empresa pública ou da sociedade de economia mista, dos gastos nos 3 (três) últimos anos que antecedem
pelo órgão a que se vincula, não pode ensejar a redução o pleito ou no último ano imediatamente anterior à
ou a supressão da autonomia conferida pela lei especí- eleição.
fica que autorizou a criação da entidade supervisiona- Art. 94.   Aplicam-se à empresa pública, à sociedade
da ou da autonomia inerente a sua natureza, nem au- de economia mista e às suas subsidiárias as sanções
toriza a ingerência do supervisor em sua administração previstas na Lei no  12.846, de 1o  de agosto de 2013,
e funcionamento, devendo a supervisão ser exercida salvo as previstas nos incisos II, III e IV do caput do art.
nos limites da legislação aplicável. 19 da referida Lei.
Art. 90.  As ações e deliberações do órgão ou ente de Art. 95.  A estratégia de longo prazo prevista no art.
controle não podem implicar interferência na gestão 23 deverá ser aprovada em até 180 (cento e oitenta)
das empresas públicas e das sociedades de economia dias da data de publicação da presente Lei.
mista a ele submetidas nem ingerência no exercício Art. 96.  Revogam-se:
de suas competências ou na definição de políticas pú- I - o § 2o do art. 15 da Lei no 3.890-A, de 25 de abril
blicas. de 1961, com a redação dada pelo art. 19 da Lei
no 11.943, de 28 de maio de 2009;
TÍTULO III II - os arts. 67 e 68 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 1997.
Art. 97.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
Art. 91.  A empresa pública e a sociedade de econo- ção.
mia mista constituídas anteriormente à vigência desta
Lei deverão, no prazo de 24 (vinte e quatro) meses, Brasília, 30 de  junho  de 2016; 195o da Independên-
promover as adaptações necessárias à adequação ao cia e 128o da República.
disposto nesta Lei.
§ 1o  A sociedade de economia mista que tiver capital
fechado na data de entrada em vigor desta Lei poderá,
observado o prazo estabelecido no caput, ser trans- CONDUTA BASEADA NO CÓDIGO DE CON-
formada em empresa pública, mediante resgate, pela DUTA ÉTICA DO BRB
empresa, da totalidade das ações de titularidade de
acionistas privados, com base no valor de patrimônio
líquido constante do último balanço aprovado pela
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

assembleia-geral. TÍTULO I
§ 2o  (VETADO). ÉTICA
§ 3o  Permanecem regidos pela legislação anterior CAPÍTULO I
procedimentos licitatórios e contratos iniciados ou ce- DISPOSIÇÕES GERAIS
lebrados até o final do prazo previsto no caput. SEÇÃO I
Art. 92.  O Registro Público de Empresas Mercantis e OBJETIVOS
Atividades Afins manterá banco de dados público e
gratuito, disponível na internet, contendo a relação de Art. 1º. O Código de Conduta Ética do BRB Banco de
todas as empresas públicas e as sociedades de econo- Brasília S.A. é o documento que tem como objetivos:
mia mista. I – Estabelecer referência formal e institucional, clara
Parágrafo único.  É a União proibida de realizar trans- e acessível, para a conduta ética e profissional no âm-
ferência voluntária de recursos a Estados, ao Distrito bito do BRB;
Federal e a Municípios que não fornecerem ao Regis- II – Contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões
tro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins éticos no Banco, a partir do exemplo dado pelas auto-
as informações relativas às empresas públicas e às so- ridades de nível hierárquico superior;

68
III – Dispor sobre missão, princípios e valores da or- Organização, considerando o uso consciente dos re-
ganização, bem como orientar sobre a prevenção de cursos naturais, econômicos e sociais;
interesse de conflitos e vedação de atos de corrupção VI – Valorizar as competências individuais com vistas
e fraude; a integrá-las aos objetivos da Instituição e contribuir
IV – Minimizar a possibilidade de conflito entre o in- com o desenvolvimento dos colaboradores;
teresse privado e o dever funcional das autoridades VII – Manter a lisura, transparência, confiança, integri-
públicas; dade em todas suas atividades e respeito na relação
V – Estabelecer mecanismo de consulta destinado a com seus colaboradores, clientes, governo, acionistas,
possibilitar o prévio e pronto esclarecimento de dúvi- investidores, associações e entidades de classe, corres-
das quanto à conduta ética dos administradores; pondentes, coligadas, controladas, fornecedores e ou-
VI – Garantir a necessária integridade, lisura, legitimi- tros públicos com os quais a Instituição se relaciona;
dade e transparência à Administração; VIII – Guiar as decisões empresariais em negócios e
VII – Dispor sobre o canal de denúncias e instâncias em acordos de forma que contribuam para estimular
responsáveis pelo processo de normatização, apura- soluções economicamente viáveis, socialmente justas
ção e gestão do Código de Conduta Ética; e ambientalmente corretas;
VIII – Preservar a imagem e a reputação dos adminis- IX – Reconhecer, aceitar e valorizar a diversidade do
tradores e empregados, cujas condutas estejam de conjunto de pessoas que compõem o Conglomerado
acordo com as normas éticas estabelecidas neste Có- BRB, repudiando atitudes guiadas por discriminação
digo. de qualquer natureza.

SEÇÃO II TÍTULO I
ABRANGÊNCIA ÉTICA
CAPÍTULO III
Art. 2º. As normas contidas neste Código aplicam-se MISSÃO E VALORES
a todos os empregados, administradores, conselhei-
ros, parceiros de negócio, fornecedores, prestadores Art. 5º. A Missão do BRB é atuar como Banco Público
de serviço e colaboradores, atuando no Banco ou nas voltado ao crescimento econômico e ao desenvolvi-
Empresas Subsidiárias e Controladas. mento sustentável do Distrito Federal e regiões de in-
fluência, com soluções inovadoras e atendimento com
TÍTULO I excelência.
ÉTICA
CAPÍTULO II Art. 6º. Os valores do Banco estão diretamente ligados
PRINCÍPIOS à organização como um todo, dando ao corpo fun-
cional visão comum, espírito de unidade e coesão. Os
Art. 3º. A atuação do BRB Banco de Brasília S.A. ba- valores do BRB são:
seia-se em princípios éticos, aderentes à sua Missão, I – Foco no cliente: estar atento, identificar e atender
Visão e Valores, cujas estratégias são elaboradas pe- às necessidades dos clientes e sempre que possível su-
los seus dirigentes e compartilhadas por todos os seus perar expectativas, buscando a sua fidelização;
empregados e colaboradores, de forma a garantir o II – Ética e transparência: conduta de respeito, con-
fortalecimento, a reputação e a integridade do Banco fiança, credibilidade, transparência, acessibilidade e
no mercado. divulgação de informações relacionadas à Instituição;
III – Valorização das pessoas e respeito à diversidade:
Art. 4º. No relacionamento com os diversos setores da contamos com a diversidade de culturas, conhecimen-
sociedade, o BRB adota os seguintes princípios: tos e talentos. O BRB investe no seu quadro de pessoal
I – Manter a reputação de empresa sólida e confiável, e em sua carteira de clientes, porque acredita que só é
buscando níveis crescentes de competitividade e ren- possível alcançar a excelência nos resultados através
tabilidade, de forma justa, legal e transparente; das pessoas. O respeito à diversidade humana e cul-
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

II – Zelar pelos valores e pela imagem e patrimônio tural e a não-discriminação são princípios essenciais;
da instituição; IV – Sustentabilidade: ações e atividades humanas
III – Estabelecer e difundir as melhores práticas de go- que visam suprir as necessidades atuais dos seres hu-
vernança corporativa, preservando os compromissos manos, sem comprometer o futuro das próximas ge-
com clientes, investidores e acionistas; rações, ou seja, a sustentabilidade está diretamente
IV – Primar pela valorização, respeito, diversidade, relacionada ao desenvolvimento econômico e mate-
integridade, responsabilidade, equidade, prudência e rial sem agredir o meio ambiente, usando os recursos
diligência, tanto nas relações de trabalho, como nas naturais de forma inteligente, para que eles se man-
relações institucionais com parceiros, fornecedores, tenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, o Ban-
prestadores de serviços, comunidade, agentes públi- co busca, em suas atividades, promover o desenvolvi-
cos, concorrentes e clientes; mento sustentável;
V – Reconhecer a responsabilidade socioambiental V – Inovação: é a mudança que gera um padrão de
como uma oportunidade de inovar desempenho novo ou superior e a estratégia como ca-
processos, práticas e produtos, a fim de atingir resulta- pacidade de alinhar esforços para a implementação
dos melhores nos negócios da de uma iniciativa. A intenção da inovação é a criação

69
de valor para o negócio, enquanto a estratégia ordena Pública do Distrito Federal com que tenham tido rela-
e disciplina as condições necessárias para se chegar lá; cionamento direto e relevante nos 6 meses anteriores
VI – Comprometimento com o resultado e com a ges- à exoneração;
tão de riscos: é a busca em exercer esforços conside- IV – Divulgar informações que possam causar impacto
ráveis para alcançar os objetivos da Instituição. Para na imagem e/ou cotação de títulos da empresa.
isso, o Banco planeja, organiza, dirige e controla os
recursos humanos e materiais no sentido de minimi- TÍTULO II
zar os riscos e maximizar os resultados. CONDUTA

TÍTULO II CAPÍTULO II
CONDUTA RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

CAPÍTULO I Art. 10º. O BRB estabelece cooperações técnicas, par-


ALTA ADMINISTRAÇÃO cerias, representações, convênios, patrocínios e demais
relações com o mercado, visando à otimização de re-
Art. 7º. Além das condutas de amplo espectro, que tra- cursos próprios, mediante identificação de objetivos de
tam das relações institucionais, interesse mútuo, que somem esforços para uma fina-
aplicáveis a todos os empregados, administradores, lidade comum e assegurem os valores de integridade,
conselheiros, parceiros de negócio, fornecedores, pres- idoneidade, direitos do consumidor e respeito à comu-
tadores de serviço e colaboradores, atuando no Banco nidade e ao meio ambiente.
ou nas Empresas Subsidiárias e Controladas, existem
Condutas direcionadas exclusivamente para a Alta SEÇÃO I
Administração. RELAÇÃO COM ACIONISTAS E INVESTIDORES

SEÇÃO I Art. 11. As relações com os investidores são embasadas


DEVERES nos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
Art. 8º. São deveres dos membros da Alta Administra- além dos princípios de boas práticas reconhecidas e
exigidas pelo mercado.
ção do BRB, Subsidiárias e Controladas:
I – Esclarecer a existência de eventual conflito de in-
Art. 12. O Banco deve administrar com eficiência seus
teresses e comunicar qualquer circunstância ou fato
negócios, suas operações de mercado e seu relaciona-
impeditivo de sua participação em decisões individu-
mento com todas as partes interessadas, com vistas ao
ais ou coletivas;
seu fortalecimento financeiro.
II – Agir com lealdade e boa-fé, primando pela justiça
§ 1º O Banco será transparente em suas políticas e dire-
e honestidade no desempenho de suas funções e em
trizes, na distribuição de dividendos e nos demonstrati-
suas relações com os agentes públicos, superiores hie-
vos da situação econômico-financeira, sendo oportuno
rárquicos, empregados e clientes; e fidedigno nas informações aos acionistas.
III – Observar os princípios da ética, legalidade, im- § 2º. A divulgação das informações internas relaciona-
pessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, cor- das ao BRB Banco de Brasília S.A. segue a Política de
tesia, proporcionalidade, razoabilidade, probidade, Divulgação de Atos e Fatos Relevantes, com base nos
segurança jurídica, à clareza de posições, ao decoro, normativos legais vigentes e deve ser observada por
com vistas a motivar o respeito e a confiança dos em- todo o corpo funcional.
pregados e clientes do BRB e público em geral; § 3º. A divulgação das informações relacionadas ao
IV – Manter a conduta ética profissional sendo-lhe ve- BRB deve ser de conhecimento prévio da área respon-
dado opinar publicamente a respeito da honorabili- sável pelas relações com investidores, a fim de que os
dade e do desempenho funcional de outra autoridade riscos relacionados à sua imagem perante as partes in-
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

pública; teressadas e o seu valor de mercado sejam mitigados.


V – Participar anualmente de treinamentos sobre o § 4º. O Banco será proativo na divulgação de informa-
Código de Conduta Ética do BRB e sobre as Políticas ções ao mercado, de maneira a evitar rumores e espe-
de Gerenciamento de Riscos relacionadas ao negócio. culações.

SEÇÃO II SEÇÃO II
VEDAÇÕES RELAÇÃO COM AGENTES PÚBLICOS

Art. 9º. Além das previstas e em Lei, é vedado ao Ad- Art. 13. O BRB atua em parceria com o governo na im-
ministrador: plementação de políticas, projetos e programas socioe-
I – Ser conivente com erro ou infração a este Código; conômicos voltados para o desenvolvimento da região.
II – Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
exercício regular de direito por qualquer pessoa;
III – Intervir em benefício ou em nome de pessoa física
ou jurídica, em órgão ou entidade da Administração

70
SEÇÃO III II – Cumprimento de políticas adequadas de preserva-
RELAÇÃO COM CLIENTES ção ambiental;
III – Conduta compatível com padrões éticos e de res-
Art. 14. O atendimento ao cliente externo e interno deve ponsabilidade.
ser pautado pelos seguintes
princípios: Art. 19. Serão exigidos dos fornecedores o cumprimento
I – Impessoalidade, respeito, educação e cordialidade no fiel da legislação trabalhista,
atendimento prestado; previdenciária e fiscal;
II – Comercialização de produtos e serviços de maneira
eficaz, fornecendo informações e respostas tempestivas, SEÇÃO VII
claras e confiáveis às consultas e reclamações, permi- RELAÇÃO COM PARCEIROS
tindo ao cliente a melhor decisão nos negócios e asse-
gurando a sua satisfação; Art. 20. O BRB compartilha os valores de integridade,
III – Garantia do sigilo das informações cadastrais dos idoneidade, respeito e comprometimento junto às co-
clientes, serviços e operações munidades nas quais se insere e aos direitos dos con-
bancárias, excetuados os casos previstos em Lei; sumidores.
IV – Receptividade às manifestações do cliente, conside-
rando-as para a melhoria do Art. 21. Nos compromissos acordados, o Banco zela mu-
atendimento, aperfeiçoamento dos produtos e qualifi- tuamente pela imagem e interesses comuns.
cação nos serviços oferecidos;
V – Oferta de produtos e serviços com qualidade, se- SEÇÃO VIII
gurança e inovação, seguindo as normas internas e ex- RELAÇÃO COM IMPRENSA
ternas.
Art. 22. O relacionamento com a imprensa é pautado
SEÇÃO IV pela transparência, credibilidade e confiança. Os re-
RELAÇÃO COM A COMUNIDADE E O MEIO AM- presentantes, quando autorizados a se manifestar em
BIENTE nome do Banco, devem expressar sempre o ponto de
vista da instituição.
Art. 15. O BRB apoia ações que promovam o desenvol-
vimento e o bem-estar da comunidade, com o intuito TÍTULO II
de valorizar a melhoria das condições sociais da po- CONDUTA
pulação, a erradicação de todas as formas de trabalho
e exploração infantil, forçado e escravo, o respeito aos CAPÍTULO III
valores culturais, esportivos, credo religioso e ações re- CONDUTAS INTERNAS
lacionadas à sustentabilidade.
SEÇÃO I
Art. 16. É valorizada e incentivada a preservação am- RELAÇÕES INTERNAS
biental, em linha com o desenvolvimento sustentável.
Art. 23. No ambiente de trabalho, independente do
SEÇÃO V cargo ou função que exerçam, os
RELAÇÃO COM CONCORRENTES empregados devem manter o respeito mútuo e o bom
relacionamento com as áreas da Direção Geral e rede
Art. 17. O BRB atua no mercado e junto aos concorren- de Agências, com o objetivo de proporcionar sinergia
tes de forma ética, lícita e civilizada. entre as unidades, colaborando com a execução eficaz
Parágrafo único. A troca de informações com outras de todas as atividades.
Instituições Financeiras deve ser efetuada por fontes
previamente autorizadas, de forma lícita, transparente Art. 24. É incentivada a apresentação de sugestões e
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

e fidedigna, preservando os interesses do Banco e os reclamações por parte do corpo


princípios do sigilo bancário e estratégico. funcional, sempre que isso possa reverter em benefício
à Instituição.
SEÇÃO VI
RELAÇÃO COM PRESTADORES DE SERVIÇOS E SEÇÃO II
FORNECEDORES CONDUTAS DE INTEGRIDADE PROFISSIONAL E
PESSOAL
Art. 18. O BRB adota uma postura transparente e im-
parcial quanto aos critérios de seleção e contratação Art. 25. Todo o corpo funcional do Conglomerado BRB
dos fornecedores, em conformidade com a legislação deverá atuar em defesa dos interesses do Banco, man-
vigente, zelando pela qualidade e viabilidade econômi- tendo os negócios e as informações em absoluto sigilo,
ca dos produtos adquiridos e serviços prestados, valori- bem como preservar a imagem e patrimônio, sem co-
zando as seguintes diretrizes: locar em risco sua integridade pessoal e profissional.
I – Cumprimento do dispositivo constitucional quanto à Deverá ainda, no exercício de suas atividades:
não utilização de mão de obra infantil;

71
I – Cumprir a legislação vigente no país, bem como as Art. 26. O Banco desaprova qualquer comportamento
políticas e normas internas do Banco na realização de no ambiente profissional que caracterize algum tipo
suas atividades; de assédio, seja ele moral ou sexual.
II – Ter conduta ética condizente com as responsabili-
dades do cargo e função que exerce e assumir a inte- Art. 27. Em suas dependências, bem como em suas re-
gral responsabilidade decorrente dos atos praticados; lações institucionais, o Banco não admitirá nenhuma
III – Dedicar as horas de trabalho aos interesses da forma de exploração do trabalho que agrida a dig-
organização, abstendo-se de realizar atividades do nidade humana, principalmente o trabalho infantil,
seu interesse privado enquanto em serviço, evitando forçado, compulsório, ou escravo.
vinculá-las ao nome e à imagem do Banco;
IV – Colaborar efetivamente para o atingimento de Art. 28. Não será aceito, no ambiente profissional, o
objetivos e metas estabelecidos nos níveis operacional, consumo de substâncias que alterem o humor, a ca-
tático e estratégico; pacidade cognitiva e laborativa do empregado, admi-
V – Estar engajado na busca permanente da eficiência nistrador ou colaborador, ou consumo de quaisquer
no atendimento aos clientes, outras substâncias não permitidas por lei.
preservando a imagem do Banco;
VI – Zelar pelo estabelecimento de um ambiente de Art. 29. Em conformidade com a Lei 9.294 de
trabalho saudável, pautando as relações de trabalho 15/07/1996, o consumo de cigarros não será permiti-
com os superiores hierárquicos, colaboradores e su- do nos ambientes internos do Banco.
bordinados, pela cortesia, respeito, honestidade, im-
parcialidade, cooperação e cordialidade, independen- Art. 30. Todos devem se apresentar ao trabalho com
temente de sua origem, raça, gênero, cor, sexo, idade, vestimenta adequada ao seu cargo ou função, nature-
convicções filosóficas, credo religioso, classe social, za do serviço e ambiente (unidades do Banco, treina-
orientação sexual, capacidade física e nacionalidade; mentos, feiras, exposições, etc.).
VII – Agir com discrição, abstendo-se de comentar ma-
Art. 31. O BRB apoia e incentiva os profissionais do
térias relativas ao serviço em locais públicos ou com
seu quadro de pessoal que desejem atuar em ações
pessoas alheias ao trabalho;
de voluntariado, por meio de campanhas internas de
VIII – Respeitar a hierarquia e dar fiel cumprimento às
arrecadação ou pelo exercício de colaboração pessoal.
determinações legais de seus
superiores;
SEÇÃO III
IX – Formalizar ao superior hierárquico, ou à área do
AMBIENTE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Banco responsável pelas atividades de prevenção à la-
vagem de dinheiro, o conhecimento de indícios de si- Art. 32. O Banco disponibilizará um ambiente pro-
tuações envolvendo suspeita de lavagem de dinheiro; fissional seguro e adequado aos seus colaboradores,
X – Ter assiduidade e pontualidade ao trabalho, cum- com vistas a prevenir acidentes de trabalho e doenças
prindo com atenção e profissionalismo as atribuições ocupacionais, bem como analisará propostas de me-
impostas ao cargo e/ou função e consciência de que lhoria das áreas responsáveis pela Segurança e Saúde
sua ausência provoca prejuízos ao trabalho ordenado; no Trabalho, apresentadas pela Comissão Interna de
XI – Comunicar ao superior hierárquico, com antece- Prevenção de Acidentes – CIPA e Área de Qualidade
dência, eventuais atrasos ou ausências ao serviço, por de Vida no Trabalho.
qualquer que seja o motivo;
XII – Dar ciência ao superior hierárquico de qualquer Art. 33. O empregado, o administrador e o colabora-
irregularidade relativa ao serviço, e à área responsá- dor devem cumprir as normas e
vel, quando detectar riscos à sua saúde e segurança orientações de segurança e saúde, com o objetivo de
no trabalho; preservar a sua saúde e integridade pessoal, podendo
XIII – Comunicar, por meio do canal de denúncia da ser penalizado, em caso de recusa no cumprimento,
Instituição, qualquer ato de fraude, má-fé ou corrup- conforme normatização em vigor.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

ção de que tenha conhecimento, evitando que o Banco Art. 34. O Banco manterá limpos e em boas condições
seja ou venha a ser usado em práticas ilícitas de qual- de uso o local de trabalho e os equipamentos utili-
quer natureza, em especial, nos casos de corrupção e zados diariamente, seguindo os padrões de higiene e
lavagem de dinheiro; segurança.
XIV – Comunicar à unidade de pessoal todas as ocor-
rências que impliquem alteração no seu registro fun- SEÇÃO IV
cional, principalmente aquelas que estejam em des- TECNOLOGIA
conformidade com as normas trabalhistas vigentes;
XV – Observar os preceitos deste Código e outras dis- Art. 35. Cada empregado, administrador e colabora-
posições internas, como o Regulamento de Pessoal e o dor é responsável pelo uso correto dos equipamentos
Plano Básico Organizacional, que disciplinam os ser- de informática, softwares e sistemas colocados à sua
viços, a boa ordem dos trabalhos e o funcionamento disposição para execução de suas atividades. Todas as
do Banco; tentativas de acesso ilegal aos sistemas de informação
XVI – Realizar anualmente treinamento sobre o Códi- são registradas e monitoradas pela área de segurança
go de Conduta Ética do BRB. da informação do BRB e são passíveis de punição.

72
Art. 36. Os equipamentos de informática devem ser Art. 43. Os empregados cuja função pressupõe atri-
utilizados exclusivamente para a condução dos ne- buição de gestão de pessoas e liderança, devem, con-
gócios do Banco. Eventuais arquivos particulares não forme metodologia adotada pelo Banco, avaliar e
devem ser armazenados nos servidores corporativos. acompanhar o desempenho de sua equipe, oferecendo
feedback e oportunidades de desenvolvimento.
Art. 37. Cada empregado, administrador e colabora-
dor é responsável pela utilização das senhas de acesso Art. 44. Os processos de seleção interna para ocupar
à rede e demais sistemas corporativos a eles concedi- funções gratificadas devem ser
dos. Todas as senhas são de uso pessoal e intransferí- amplamente divulgados, com as características e
vel e não deverão ser divulgadas a terceiros em hipó- competências desejáveis ou necessárias requeridas,
tese alguma, cabendo ao empregado, administrador dos critérios de seleção e do processo de escolha, ga-
e colaborador todas as responsabilidades por ações rantindo a igualdade de direitos e oportunidades.
realizadas em seus perfis.
Art. 45. Os gestores que integram a Instituição, bem
Art. 38. A utilização da intranet, internet e do e-mail como as áreas competentes, devem propiciar igualda-
deve restringir-se às atividades de de oportunidade para promover o desenvolvimento
relacionadas aos negócios do Banco e é monitorada profissional dos empregados, não se admitindo qual-
pela área de segurança da informação do Banco por quer atitude que possa afetar a carreira profissional
meio de login, telas, filtros, endereços dos sites visita- de seus subordinados com base em favores pessoais,
dos, e-mails e palavras-chave pesquisadas, de forma privilégios ou qualquer tipo de discriminação.
a garantir a segurança dos negócios do Banco e dos
dados sigilosos de seus clientes e da Instituição. Não Art. 46. As formas de avaliação de desempenho apli-
é permitido ao empregado, administrador ou ao cola- cáveis aos empregados e administradores devem ser
borador direito de privacidade nesse sistema. previamente definidas/acordadas e realizadas perio-
dicamente, conforme normatização específica.
Art. 39. Não é permitida a utilização da internet e e-
-mail para acessos não autorizados a computadores, Art. 47. Administradores e membros de comitês, estão
redes, bancos de dados ou a informações guardadas sujeitos a realização, no mínimo anual, de avaliação
eletronicamente, bem como o acesso a sites de conte- de desempenho, individual ou coletiva, observados os
údo ofensivo ou inadequado ao ambiente de trabalho seguintes quesitos mínimos:
e troca de mensagens com declarações ofensivas ou I – Exposição de atos de gestão;
inapropriadas em função do risco de banda, do risco II – Contribuição para o resultado do exercício, e;
legal e do risco de insegurança. III – Consecução dos objetivos estabelecidos no pla-
no de negócios e atendimento à estratégia de longo
Art. 40. O BRB apoia o uso de tecnologias de mídias prazo.
sociais para ampliar a comunicação, a colaboração
e a troca de informações com seus diversos públicos, Art. 48. O conjunto de benefícios, financeiros ou não,
contribuindo, ainda, para a concretização da missão, concedidos aos empregados e/ou dirigentes, devem
valores e visão de futuro da Empresa. O uso de no- ser previamente definidos e publicados.
vas tecnologias de informação e comunicação segue
o mesmo padrão de práticas profissionais e éticas já Art. 49. Todos os colaboradores do Banco devem co-
estabelecido pelo BRB. Todos os empregados e colabo- municar imediatamente ao seu superior hierárquico,
radores do BRB devem seguir princípios de conduta de qualquer suspeita ou conhecimento de fatos que se-
qualidade, de colaboração com boa-fé, de integridade jam contrários ou pareçam contrários aos princípios
de caráter, de competência, de comprometimento, de deste Código e que possam prejudicar a Instituição.
responsabilidade, de justiça, de ética e de legalidade. Art. 50. Os empregados e colaboradores têm o direito
Tais princípios devem guiar o comportamento dos em- de manifestar livremente suas opiniões, ideias e pen-
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

pregados e colaboradores do Banco tanto no ambien- samentos, mas a falta de respeito a regras básicas,
te off line quanto na esfera online. inclusive de boa convivência, podem ser configuradas
como discriminação, calúnia e difamação, crimes pas-
SEÇÃO V síveis de penalidades previstas em lei.
CONDUTAS ESPECÍFICAS
Art. 51. Comentários infundados, negligentes, difa-
Art. 41. Todo o corpo funcional deve agir de forma que matórios, caluniosos, que prejudiquem a imagem da
seja mantido um bom relacionamento entre as depen- Empresa, publicados na internet ou fora dela, poderão
dências do Banco, visando o atingimento dos objetivos levar o empregado a responder, conforme regime dis-
propostos pela Instituição. ciplinar do Banco.

Art. 42. A conduta é pautada em atitudes e comporta- Art. 52. A todos os empregados e administradores im-
mentos que visem sua integridade pessoal e profissio- põe-se atuação profissional condizente com o cargo
nal e que não coloque em risco sua segurança finan- e a busca permanente do interesse público e do bem
ceira e patrimonial ou a do Banco. comum, observando em sua função ou fora dela, a

73
dignidade, decoro, zelo e os princípios morais em bus- XIII – Deixar de atender convocação do Banco;
ca da excelência profissional, ciente de que seus atos, XIV – Deixar de realizar o Exame Médico Periódico
comportamentos e atitudes implicam diretamente na dentro do prazo estabelecido pela área responsável;
preservação da imagem do BRB. XV – Envolver-se direta ou indiretamente em crimes
de lavagem de dinheiro, atuando interna ou externa-
Art. 53. Empregados e administradores deverão pri- mente ao Conglomerado BRB, por ação ou omissão,
mar pela divulgação tempestiva e atualizada de in- desde que tenha conhecimento dos fatos;
formações relevantes para os acionistas e sociedade. XVI – Praticar ou participar de ato de corrupção e, ain-
da, omitir-se de comunicar o fato por meio do canal
SEÇÃO VI de denúncia, quando dele tomar conhecimento;
CONDUTAS PROIBITIVAS XVII – Realizar gravações em áudio/vídeo de atendi-
mentos, processos, atividades, reuniões sem a autori-
Art. 54. Aos empregados, administradores, membros zação da Administração do Banco;
de conselhos ou colegiados superiores e colaboradores XVIII – Deixar de realizar treinamentos e certificações
do Banco e Empresas Subsidiárias e Controladas, no obrigatórias;
exercício de suas atividades, é vedado: XIX – Imputar a outrem fato desabonador da moral e
I – Receber de terceiros comissões, presentes, favores da ética que sabe não ser verdade.
ou vantagens de quaisquer espécies, em razão de suas
atribuições, excetuando-se brindes claramente identi- Art. 55. Receber salário ou outra remuneração de fon-
ficados, cujo valor comercial não ultrapasse R$ 100,00 te privada, em desacordo com a Lei, nem hospedagem,
(cem reais); transporte ou favores particulares ou outras vanta-
II – Manifestar-se em nome do Banco, divulgando da- gens que possam gerar dúvida sobre sua probidade ou
dos, notícias e informações relacionadas à qualquer honorabilidade.
das empresas do Conglomerado, sem a devida autori-
zação pela instância competente; Art. 56. Ceder às pressões que visem a obter quaisquer
III – Fazer uso em suas relações pessoais ou profis- favores, benesses ou vantagens indevidas.
sionais ou de sua condição funcional com o objetivo
Art. 57. Atuar em benefício próprio ou de pessoa física
de obter benefício pessoal ou para terceiros, ou obje-
ou jurídica, inclusive sindicato ou associação de classe,
tivando o atendimento de suas pretensões no Banco,
em processo ou negocio do qual seja parte em razão
tais como promoções, comissionamentos, transferên-
de suas atribuições.
cias, etc.;
IV – Agir, ativa ou passivamente, em nome do BRB,
TÍTULO III
salvo nos casos autorizados ou em decorrência de GESTÃO DO CÓDIGO
exercício do cargo ou função;
V – Receber benefícios, de qualquer espécie, que pos- CAPÍTULO I
sam, de forma efetiva ou potencial, influenciar ou pa- PAPÉIS E RESPONSABILIDADES
recer influenciar as ações da alta administração, con-
selhos, comitês e outras instâncias decisórias; Art. 58. A gestão do Código de Conduta Ética do BRB
VI – Estabelecer vínculos de qualquer natureza com Banco de Brasília S.A. caberá à Superintendência de
organizações ou clientes cuja conduta não seja com- Gestão de Pessoas – Sugep, no desempenho dos se-
patível com os padrões éticos e de responsabilidade; guintes papéis:
VII – Coagir ou aliciar colegas com objetivo político I – Esclarecer dúvidas e interpretações das normas do
ou religioso; Código;
VIII – Tomar ou fazer empréstimo a juros a seus co- II – Promover as alterações e atualizações periódicas
legas; deste normativo;
IX – Promover, subscrever ou fazer circular rifa, loteria III – Sensibilizar os empregados e administradores da
ou sorteios de qualquer espécie; necessidade de cumprimento dos princípios e diretri-
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

X – Praticar atos de comércio no recinto do Banco; zes deste normativo.


XI – Acumular o emprego no Banco com cargo ou em-
prego público em entidade da Art. 59. O Comitê Superior de Ética, Disciplina e Recur-
Administração Pública Direta ou da Administração sos tem como objetivo zelar pelos padrões de conduta
Pública Indireta, seja em autarquias, fundações, em- profissional exigidos aos administradores, aos empre-
presas públicas ou sociedades de economia mista, res- gados e aos contratados do BRB, suas Subsidiárias In-
salvadas as exceções previstas em Lei; tegrais, Controladas e Coligadas, a fim de estabelecer
XII – Transmitir, comunicar, transferir, divulgar ou dis- deveres e vedações de acordo com os princípios da
ponibilizar para terceiros quaisquer informações, do- ética, da moral e da justiça.
cumentos, relatórios financeiros, registros contábeis,
estratégias, cadastro de clientes, projetos, normativos Art. 60. Além das atribuições específicas previsto no
e/ou programas contendo dados sigilosos de proprie- Regulamento interno do Comitê compete-lhe ainda:
dade ou de interesse exclusivo do Banco ou retirar, I – Zelar pela ética no âmbito do Conglomerado BRB;
sem prévia autorização, qualquer documento ou ma- II – disseminar e revisar o Código de Conduta Ética
terial do recinto de trabalho; para o BRB;

74
III – apreciar as normas de conduta do BRB; dos acionistas, da direção, dos empregados, fornece-
IV – examinar e emitir parecer sobre os assuntos sub- dores e clientes do Banco e demais partes relaciona-
metidos pelas Comissões do Banco que estejam sob das e interessadas, devendo ser observado segundo
sua coordenação. suas respectivas responsabilidades.

Art. 61. Compete à Comissão de Combate ao Assédio Art. 65. No caso de violação de qualquer norma es-
Moral e Sexual: tabelecida neste Código, serão adotadas as medidas
I – orientar ações de combate ao assédio nas relações disciplinares previstas nos normativos vigentes, inter-
de trabalho; nos e externos.
II – disseminar informações sobre assédio moral e se-
xual ao corpo funcional por meio de cursos, palestras, Art. 66. O sucesso deste Código de Conduta está rela-
treinamentos e cartilhas; cionado às ações pró-ativas e positivas de cada inte-
III – solicitar a aplicação de alerta formal aos empre- grante do Banco.
gados responsáveis por condutas
inapropriadas, após a confirmação de tais atos, com Art. 67. As normas previstas neste Código aplicam-se
base em provas colhidas; sem prejuízo dos deveres funcionais e sanções disci-
IV – registrar Acordo de Conduta Pessoal e Profissional plinares previstas em Lei, bem como da apuração de
– ACPP para os empregados envolvidos em denúncias responsabilidade civil, penal e administrativa.
de assédio, após a comprovação das condutas que jus-
tifiquem a medida;
V – solicitar à instância competente a execução de
atos administrativos que preservem a integridade dos
envolvidos nas denúncias e garantam a estabilidade
do ambiente de trabalho;
VI – Propor a instauração de processo administrati-
vo disciplinar em desfavor do empregado responsável
pelo ato de assédio, conforme a gravidade das provas
colhidas ou a reincidência da ocorrência;
VII – solicitar às áreas competentes apoio ao assediado
e, quando necessário, proteção, de forma a resguardar
sua integridade física e mental;
VIII – requisitar os serviços de profissionais, como psi-
cólogos e assistentes sociais para suporte técnico da
Comissão e/ou apoio ao assediado.

TÍTULO III
GESTÃO DO CÓDIGO

CAPÍTULO II
CANAL DE DENÚNCIAS

Art. 62. O Banco disponibiliza um Canal de Denúncias,


no Portal de Negócios BRB –
Portal/Especiais/Central de Denúncias, administrado
pela Superintendência de Auditoria Interna – Suaud,
para tratamento de quaisquer denúncias que envol-
vam o descumprimento de dispositivos previstos nas
normas internas do Banco ou na legislação do País,
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

incluindo as relacionadas à violação do Código de


Conduta Ética, as fraudes, a falsificação de documen-
tos e assinaturas, a obtenção indevida de dados, a fa-
vorecimentos, a conflitos de interesses, dentre outras.

Art. 63. É resguardado ao denunciante o direito ao


anonimato, evitando-se qualquer espécie de retalia-
ção à pessoa que utilize o Canal.

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 64. O presente Código de Conduta Ética possui


os padrões de conduta estabelecidos em consonância
com os normativos vigentes, que são de conhecimento

75
4. (CESPE/2013 - CNJ) Com referência a organização e
processo decisório, julgue o próximo item.
HORA DE PRATICAR! O processo racional de tomada de decisão pressupõe
que o agente tenha conhecimento absoluto de todas as
1. (CESPE/2012 – TJ/RO) - Acerca da gestão por compe- opções disponíveis para a ação.
tência nas organizações, assinale a opção correta.
(  ) CERTO (  ) ERRADO
a) Valor social refere-se à agregação direta de resultados
às pessoas de uma organização 5. (CESPE/2013 - CNJ) Com referência a organização e
b) Comportamentos, realizações e resultados são com- processo decisório, julgue o próximo item.
ponentes do valor econômico gerado pela competên- As decisões do tipo não programadas ou descritivas são
cia nas organizações aquelas preparadas uma a uma para tratar de problemas
c) As competências humanas funcionam como elo entre que não foram resolvidos mediante a aplicação de solu-
as condutas individuais e a estratégia da organização ções padronizadas.
d) Os insumos da competência expressam o reconheci-
mento econômico da capacidade das pessoas, equi- (  ) CERTO (  ) ERRADO
pes e organizações
e) Conhecimentos, habilidades e atitudes são compo-
nentes do desempenho no trabalho.

2. (CESGRANRIO/2015 – Petrobras) A partir de 2002, GABARITO


as empresas listadas no mercado americano estão obri-
gadas a ter na sua estrutura um Comitê de Auditoria, nos
1 C
termos exigidos pela Seção 301 da Lei Sarbanes-Oxley
(SOX). 2 A
Com relação a tais comitês no Brasil, há correntes diver- 3 A
gentes quanto a isso. Uma corrente entende que as atri-
4 ERRADO
buições desse Comitê de Auditoria já estão inclusas nas
atribuições do Conselho Fiscal, capitulado na Lei societá- 5 CERTO
ria, enquanto outra corrente entende que não.
Independentemente dessa polêmica, o Comitê de Audi-
toria ou a faculdade de sua substituição pelo Conselho
Fiscal, a partir de 2005, tornou-se obrigatório às empre-
sas brasileiras

a) com papéis negociados em Bolsas norte-americanas


b) constituídas sob a forma de sociedades anônimas, mas
só as de capital aberto
c) constituídas sob a forma de sociedades anônimas, de
médio porte
d) constituídas sob a forma de sociedades anônimas, mas
só as de grande porte
e) de grande porte, indistintamente da forma de sua res-
pectiva constituição

3. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO) - Parte superior do


formulário
GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Na fase de iniciação de um projeto, antes de tudo, de-


ve-se

a) decidir se um projeto deve ser iniciado, entre vários


possíveis
b) definir as atividades necessárias para desenvolvimento
do produto a ser entregue
c) detalhar o escopo e os requisitos básicos do projeto
d) elaborar detalhadamente as informações sobre o projeto
e) escolher as pessoas certas para a implantação e ava-
liação do projeto.

76
ÍNDICE

INOVAÇÃO
Lei nº 10.973/2004 ...................................................................................................................................................................................................... 01
Empreendedorismo .................................................................................................................................................................................................... 06
Autoconhecimento e percepção de oportunidades ..................................................................................................................................... 08
O processo de inovação. Geração de ideias e o processo criativo. Inovação x Invenção. Tipos de inovação. Ecossistemas
complexos de informação ........................................................................................................................................................................................ 11
Dentre as alterações realizadas, destacaremos o novo
LEI Nº 10.973/2004. texto do artigo 19 da Lei de Inovação, que determina que
o Governo fomente a inovação nas empresas e entidades
sem fins lucrativos:
“Art. 19.  A União, os Estados, o Distrito Federal, os Mu-
nicípios, as ICTs e suas agências de fomento promo-
Partindo do princípio de que a inovação é um meio de verão e incentivarão a pesquisa e o desenvolvimento
transformação do conhecimento em riqueza e em melho- de produtos, serviços e processos inovadores em em-
ria da qualidade de vida da população, o governo federal presas brasileiras e em entidades brasileiras de direito
e alguns estados brasileiros criaram legislações específicas privado sem fins lucrativos, mediante a concessão de
para estimular a inovação tecnológica nas empresas. recursos financeiros, humanos, materiais ou de infra-
A Lei de Inovação Tecnológica Nº 10.973, aprovada estrutura a serem ajustados em instrumentos especí-
em 2 de dezembro de 2004 e  regulamentada em 11 de ficos e destinados a apoiar atividades de pesquisa, de-
outubro de 2005 pelo Decreto Nº 5.563, está organizada senvolvimento e inovação, para atender às prioridades
em torno de três eixos: das políticas industrial e tecnológica nacional.”
- a constituição de ambiente propício a parcerias es-
tratégicas entre universidades, institutos tecnoló- No parágrafo 2-A do referido artigo, o legislador
gicos e empresas; exemplifica os instrumentos de estímulo à inovação nas
- o estímulo à participação de institutos de ciência e empresas.
tecnologia no processo de inovação; e Detalhamos abaixo os instrumentos apresentados
- o estímulo à inovação na empresa. pela Lei:

Para as empresas, um dos principais benefícios é po- 1. Subvenção econômica


der abater no imposto de renda, com base no regime de
Lucro Real,  os dispêndios em P&D. Também possibilita De acordo com o conceito da Financiadora de Estu-
obter recursos públicos não-reembolsáveis para investi- dos e Projetos (Finep), a subvenção econômica “consis-
mentos em P&D. Além da subvenção econômica, a lei te na aplicação de recursos públicos não reembolsáveis
estabelece os dispositivos legais para a incubação de (que não precisam ser devolvidos) diretamente em em-
empresas no espaço público e a possibilidade de com- presas para compartilhar com elas os custos e os riscos
partilhamento de infraestrutura, equipamentos e recur- inerentes a tais atividades”.
sos humanos, públicos e privados, além de criar regras A legislação prevê duas formas de subvenção econô-
claras para a participação do pesquisador público nos mica. A primeira foi criada a partir da Lei de Inovação e
processos de inovação tecnológica desenvolvidos no se- lançada em agosto de 2006 por meio do programa Sub-
tor produtivo. venção Econômica da Finep.
Trata-se de recursos não reembolsáveis destinados
Lei 13.243/2016 - Novo Marco Legal de Ciência, às empresas para arcarem com as despesas de custeio
Tecnologia e Inovação de projetos desenvolvidos internamente, como: pessoal,
matérias- primas, serviços de terceiros, patentes e, ainda,
No ano de 2016, a Lei de Inovação (Lei nº 10.973/2004) despesas de conservação e adaptação de bens imóveis
sofreu profundas alterações pela Lei nº 13.243/2016,  vi- com destinação específica para inovação.
sando simplificar a relação entre as empresas e as insti- O projeto, para receber recursos de subvenção eco-
tuições de pesquisas. nômica, deve ter alto risco tecnológico e visar o desenvol-
vimento das áreas consideradas estratégicas nas políticas
Os principais destaques são: públicas federais. Destaca-se, também, que a empresa
- Dispensa a obrigatoriedade de licitação para com- deve apresentar contrapartida ao recurso recebido.
pra ou contratação de produtos para fins de pes- Outra forma de ser concedida a subvenção econômi-
quisa e desenvolvimento; ca está prevista no artigo 21 da Lei n.º 11.196, de 2005,
- Torna as regras simplificadas e reduz impostos para que permite, após aprovação de projeto pela agência de
importação de material de pesquisa; fomento, a subvenção do valor da remuneração de pes-
- Permite que professores das universidades públicas quisadores:
em regime de dedicação exclusiva exerçam ativi- Art. 21. A União, por intermédio das agências de fo-
dade de pesquisa também no setor privado, com mento de ciências e tecnologia, poderá subvencionar
remuneração; o valor da remuneração de pesquisadores, titulados
- Aumenta o número de horas que o professor em como mestres ou doutores, empregados em atividades
dedicação exclusiva pode se comprometer com a de inovação tecnológica em empresas localizadas no
atividades fora da universidade, de 120 horas para território brasileiro, na forma do regulamento.
416 horas anuais (8 horas/semana); Parágrafo único. O valor da subvenção de que trata o
- Permite que universidades e institutos de pesquisa caput deste artigo será de:
INOVAÇÃO

compartilhem o uso de seus laboratórios e equipes I – até 60% (sessenta por cento) para as pessoas ju-
com empresas, para fins de pesquisa (desde que rídicas nas áreas de atuação das extintas Sudene e
isso não interfira ou conflite com as atividades de Sudam;
pesquisa e ensino da própria instituição). II – até 40% (quarenta por cento), nas demais regiões.

1
Nessa modalidade, somente um Edital foi lançado em - 5o Nas empresas a que se refere o caput, o estatuto
2006, tendo sido aprovadas ao final 46 empresas com ou contrato social poderá conferir às ações ou quotas
valor total de subvenção concedido de R$ 60 milhões. detidas pela União ou por suas entidades poderes espe-
Atualmente, a modalidade de Subvenção Econômica ciais, inclusive de veto às deliberações dos demais sócios
tem disponível R$ 90 milhões dentro do Edital Inova Mi- nas matérias que especificar.
neral. Para a obtenção dos recursos é necessário obser- - 6o A participação minoritária de que trata o ca-
var: put dar-se-á por meio de contribuição financeira
• Execução de projetos de pesquisa e desenvolvi- ou não financeira, desde que economicamente
mento ou prestação de serviços tecnológicos por mensurável, e poderá ser aceita como forma de
empresas; remuneração pela transferência de tecnologia e
• Contratação de projetos de desenvolvimento ou pelo licenciamento para outorga de direito de
serviços tecnológicos com Instituições Científicas uso ou de exploração de criação de titularidade
Tecnológicas (“ICTs”) ou suas fundações de apoio;
da União e de suas entidades. (Grifos nossos)
• Despesas de custeio e capital, como contratação e
alocação de pesquisadores, mestres ou doutores,
capacitação de pessoal, compra de matérias-pri- Dessa forma, caso a empresa desenvolva produtos ou
mas ou componentes para construção de protó- processos que sejam atrativos para o governo, esse pode
tipos; comprar quotas/ações da empresa, mantendo a partici-
• Despesas de capital estão limitadas a até 20% do pação minoritária.
valor do projeto subvencionável. Com relação a esse instrumento, ainda há lacunas
que precisam ser analisadas para a sua implementação,
A contrapartida prevista varia de 20% para microem- tais como: quem será o representante legal do governo
presa e empresa de pequeno porte a 200% para grandes nesses casos, se haverá participação na governança da
empresas. empresa e, se no caso de falência, o governo responderá
com o seu patrimônio.
2. Financiamento
4. Bônus tecnológico
Nesta modalidade, as agências de fomento empres-
tam dinheiro às empresas para a promoção da inovação, A instituição desse instrumento observa os ditames
com condições especiais e acessíveis, sob a condição de da Lei Complementar nº 123, de 2006, que estabelece em
apresentação de capacidade de pagamento e de desen-
seu artigo 65 a obrigatoriedade dos entes federativos de
volvimento de projetos de PD&I. Os prazos de carência e
apoiar a inovação nas microempresas e nas empresas de
amortização e os encargos financeiros variam de acordo
com as características do projeto e da instituição toma- pequeno porte.
dora de crédito, bem como da modalidade de financia- Estabeleceu-se, assim, que o bônus tecnológico é:
mento. “Subvenção a microempresas e a empresas de pe-
queno e médio porte, com base em dotações orçamen-
3. Participação societária tárias de órgãos e entidades da administração pública,
destinada ao pagamento de compartilhamento e uso de
A Lei nº 13.243/2016 estabeleceu a possibilidade dos infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento tecnológi-
entes federativos fazerem parte do capital social de uma cos, de contratação de serviços tecnológicos especiali-
empresa, conforme dispõe artigo abaixo: zados, ou transferência de tecnologia, quando esta for
Art. 5o São a União e os demais entes federativos e meramente complementar àqueles serviços, nos termos
suas entidades autorizados, nos termos de regula- de regulamento”.
mento, a participar minoritariamente do capital social Conforme se verifica, a implementação ainda preci-
de empresas, com o propósito de desenvolver produtos sa de regulamentação, contudo trata-se de uma grande
ou processos inovadores que estejam de acordo com oportunidade para o desenvolvimento de inovação pelas
as diretrizes e prioridades definidas nas políticas de MPME.
ciência, tecnologia, inovação e de desenvolvimento in-  
dustrial de cada esfera de governo. 5. Encomenda tecnológica
- 1o A propriedade intelectual sobre os resultados
obtidos pertencerá à empresa, na forma da legis- A Encomenda Tecnológica, disciplinada no art. 20 da
lação vigente e de seus atos constitutivos. Lei de Inovação, é um mecanismo que faculta à admi-
- 2o O poder público poderá condicionar a participa- nistração pública a contratação de empresa para a rea-
ção societária via aporte de capital à previsão de lização de atividades de pesquisa, desenvolvimento e
licenciamento da propriedade intelectual para inovação que envolvam risco tecnológico, para solução
atender ao interesse público. de problema técnico específico ou obtenção de produ-
- 3o A alienação dos ativos da participação societária to, serviço ou processo inovador. Esse desenvolvimento
referida no caput  dispensa realização de licita- pode ser isolado ou em consórcio.
ção, conforme legislação vigente. Nesse caso, não é necessária a licitação, sendo firma-
- 4o Os recursos recebidos em decorrência da aliena-
INOVAÇÃO

do um contrato entre as partes que estabeleça o objeto,


ção da participação societária referida no caput de- o cronograma  físico-financeiro e normas sobre a pro-
verão ser aplicados em pesquisa e desenvolvi- priedade intelectual.
mento ou em novas participações societárias.

2
Apesar de previsto desde a promulgação da Lei de reduzir o IPI para aquisição de bens e serviços de
Inovação, em 2004, a efetiva utilização da modalidade informática e automação, com a contrapartida de
só pôde ocorrer após 2010, com a inclusão do inciso investimentos em atividades de PD&I.
XXXI no artigo 24 que se refere a dispensa de licitação da
Lei nº 8.666, de 1993. 7. Concessão de bolsas
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), no período de 2010 a 2015, somente 51 Segundo estabelece a Estratégia Nacional de Ciência,
contratos foram celebrados utilizando a encomenda tec- Tecnologia e Inovação 2016 – 2019, a concessão de bol-
nológica prevista no art. 20, da Lei de Inovação. sas é a principal forma de apoio direto aos pesquisadores
e ocorre por meio de diversas modalidades que buscam
6. Incentivos fiscais atender a diferentes finalidades. Beneficiam-se dessas
bolsas os estudantes: (I) de nível médio e de graduação,
Os incentivos fiscais são renúncias fiscais concedidas com a finalidade de despertar vocações científicas e in-
pelo governo para promover os investimentos empresa- centivar talentos; e (II) de pós-graduação, com o objetivo
riais em inovação mediante mecanismos diversos, como: de apoiar a formação de recursos humanos.
deduções, amortizações, depreciações ou crédito fiscal. Pesquisadores também são contemplados com bol-
Atualmente, os principais incentivos vigentes são: sas que cumprem várias finalidades, como: (I) a consoli-
- Lei do Bem: a Lei nº 11.196/2005, por meio de seu dação e atualização dos conhecimentos; (II) a valorização
Decreto nº 5.798/06, permite, de forma automá- da produção científica de destaque; (III) a colaboração
tica, a utilização de incentivos fiscais por pessoas entre pesquisadores de grupos emergentes e de grupos
jurídicas que realizem pesquisa tecnológica e de- consolidados; e (IV) a atração de pesquisadores do exte-
senvolvimento de inovação tecnológica. Busca-se rior. Favorecendo a relação universidade-empresa, bolsas
estimular investimentos privados em pesquisa e são também destinadas à inserção de pesquisadores no
desenvolvimento tecnológico, quer na concepção setor produtivo em ações e projetos de PD&I e na ca-
de novos produtos como no processo de fabrica- pacitação de recursos humanos em diversos temas rela-
ção, quer na agregação de novas funcionalidades cionados à tecnologia e inovação. As bolsas podem ser
ou características ao produto ou processo que im- ofertadas a pesquisadores em Instituições Científicas e
pliquem em melhorias incrementais e efetivo ga- Tecnológicas (ICTs) ou empresas, dependendo da fina-
nho de qualidade ou produtividade, resultando em lidade delineada. As principais agências que atuam na
maior competitividade no mercado. concessão de bolsas são o CNPq, a Capes e as FAPs.
- Incentivos Regionais para o Setor Automotivo – In-
centivos fiscais para o Desenvolvimento Regio- 8. Uso do poder de compra do Estado
nal do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e nas áre-
as de influência da SUDAM e da SUDENE: a Lei Esse instrumento está relacionado com a alteração da
nº 9.440/1997, regulamentada pelo Decreto n.º Lei nº 8.666/1993 pela Lei nº 12.349/2010, que incluiu
7.422/2010, dispõe sobre incentivos fiscais para o as margens adicionais de preferência para os produtos
desenvolvimento regional. manufaturados e serviços nacionais resultantes de de-
senvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.
A Lei prevê diversos incentivos fiscais relacionados ao O legislador, ao elencar o uso do poder de compra do
Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Indus- Estado como instrumento de estímulo à inovação na Lei
trializados (IPI) e isenções diversas. Ressalta-se que com de Inovação, pretende estimular que as empresas parti-
relação ao crédito presumido do IPI previsto nos artigos cipem cada vez mais dos processos de licitação e utili-
11-A e 11-B condicionou-se a utilização à realização de zem o fator de desenvolvimento de inovação tecnológica
investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação como diferencial.
tecnológica na região.
• Programa Inovar-Auto: a Lei nº 12.715/2012, regu- 9. Fundos de investimentos
lamentada pelo Decreto nº 7.819/12, dispõe sobre
o novo regime tributário para a indústria automo- É uma forma de aplicação financeira, em que diversos
bilística nacional, com o objetivo de estimular o investidores se unem, tendo em vista um objetivo comum,
investimento das empresas em PD&I, engenharia, para realizar investimento financeiro, dividindo as receitas
tecnologia industrial básica e capacitação de for- geradas e as despesas necessárias para o empreendimento.
necedores. Atualmente, existem diversos fundos de investimentos re-
gulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O Inovar-Auto prevê um crédito presumido de IPI que O Fundo Criatec 3 foi criado pelo Banco Nacional
pode alcançar até 32%, divididos da seguinte forma: ge- de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e é
ração de créditos de até 30% sobre insumos estratégicos gerido pela Inseed Investimentos. O objetivo é investir
e ferramentaria; 1% sobre investimentos em PD&I; 1% em empresas estabelecidas no Brasil, que desenvolvam
sobre os investimentos em engenharia, tecnologia indus- tecnologias inovadoras e que tenham alto potencial de
INOVAÇÃO

trial básica e capacitação de fornecedores. crescimento. Essas tecnologias devem oferecer forte bar-
• Lei de Informática: a Lei nº 8.248/1991 dispõe so- reira que impeça ou dificulte sua reprodução por outros
bre os incentivos fiscais para as atividades de pes- players. Devem, ainda, ser escaláveis e resolver um pro-
quisa no setor de informática, com o objetivo de blema de mercado que seja considerado muito relevante.

3
Os setores visados são: tecnologias da informação e da comunicação, biotecnologia, agronegócio, novos materiais
e nanotecnologia.
Os valores aportados por empresa variam de R$ 1,5 a R$ 10 milhões. Esses valores dependem da avaliação que o
Fundo faz de cada negócio. O Fundo Criatec 3 tem um total de R$ 220 milhões de capital comprometido.
A duração total do Fundo é de dez anos. A Inseed Investimentos, gestora do Fundo Criatec 3, fará os investimentos
ao longo dos quatro primeiros anos e continuará a fase de desenvolvimento de negócios por mais seis anos.
 

Já o fundo Primatec nasceu a partir do programa Inova Empresa da Finep. É gerido pela Antera Gestão de Recursos
S.A. e tem a Brain Ventures Gestão de Negócios S.A. como consultora operacional. Visa investir em companhias inova-
doras, que estejam sediadas ou sejam graduadas há menos de dois anos em Incubadoras e Parques Tecnológicos em
todo o território nacional, com alto potencial de crescimento e geração de valor nos setores de: Tecnologia da Informa-
ção e Comunicação (TICs), Energia, Sustentabilidade e Economia Criativa.
O Fundo possui R$100 milhões de capital comprometido, sendo R$40 milhões pela Finep. A quantia investida por
empresa deverá variar de acordo com o perfil, modelo de negócios, potencial de crescimento, capacidade de execução
e necessidade de caixa de cada empresa.
O Primatec analisará e investirá em empresas até consumir todo o seu recurso aplicável, o que deveria ocorrer até
o ano passado (2018). Deviam ser selecionadas entre 12 e 20 empresas no período de quatro anos.

10. Fundos de participação

Os fundos de participação são formados por recursos recebidos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, por
sua participação estabelecida na Constituição e em lei, na arrecadação de tributos federais.
Os recursos dos Fundos não possuem vinculação específica. Com isso, poderão ser utilizados para fomentar a ino-
vação, dependendo de regulamentações dos entes federativos.

11. Títulos financeiros, incentivados ou não

 Os títulos financeiros são “papeis” vendidos pelos governos ou empresas ao mercado financeiro para obter re-
cursos financeiros. Um título é como se fosse um contrato de empréstimo no qual o tomador do recurso (o lado que
recebe o dinheiro) faz uma promessa de pagamento ao comprador do título, à ordem da importância emprestada,
acrescida de juros convencionais (estipulados no contrato), caso esse título seja prefixado, e dos juros mais correção
monetária, caso seja pós-fixado.
Na hipótese da Lei de Inovação esse título deve prever cláusulas de investimento em PD&I em concessões públicas
e em regimes especiais de incentivos econômicos.
Destaca-se que esse instrumento ainda precisa de regulamentação para ser efetivamente utilizado no Brasil.

12. Previsão de investimento em pesquisa e desenvolvimento em contratos de concessão de serviços públi-


cos ou em regulações setoriais

Instrumento definido a partir da previsão de cláusulas de investimento em PD&I em concessões públicas e em


regimes especiais de incentivos econômicos, geridos por agências reguladoras, como a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

As alterações realizadas pelo novo Marco Legal da Inovação pretendem estimular as relações entre os agentes do
Cenário Brasileiro de Inovação. A tentativa é para que a legislação não seja mais um dificultador para as atividades
inovativas no País.
INOVAÇÃO

Percebe-se que o Governo estabeleceu diversos instrumentos para fomentar o ambiente de inovação no Brasil,
sendo necessário agora que os instrumentos sejam efetivamente utilizados para contribuir com o desenvolvimento do
País. Serão necessários decretos regulamentadores e nos casos em que seja necessário desembolso financeiro pode
ser necessária lei específica.

4
Por fim, é nítido que temos ainda um longo caminho Quais são os tipos de entidades beneficiadas pelo
a percorrer, no entanto, todas as iniciativas apontam para novo marco legal?
o rumo do desenvolvimento da inovação, como fator ex-
tremamente necessário ao crescimento do país, nos indi-
cando que estamos no caminho certo.

Decreto 9.283/18

O novo marco legal de ciência, tecnologia e inovação


altera regras importantes favorecendo a criação de um
ambiente de inovação mais dinâmico no Brasil.
Conhecer os princípios do novo marco legal permite
aos pequenos negócios tomarem melhor proveito das
grandes oportunidades trazidas por ele para o mercado
e o sistema de inovação como um todo.
Em 2018 – o Decreto 9.283 que regulamenta o Novo
Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº
13.243/2016), a partir da Lei nº 10.973/2004 e da Emenda
Constitucional no. 85/2015, trouxe algumas novidades.
Qual o propósito do Decreto nº 9.283 / 2018?
O que é o novo marco legal de ciência, tecnologia
e inovação? O Decreto visa regulamentar as medidas de incentivo
à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no am-
O Novo Marco Legal visa criar um ambiente mais fa- biente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica,
vorável à pesquisa, desenvolvimento e inovação nas uni- ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvi-
versidades, nos institutos públicos e nas empresas, atra- mento do sistema produtivo nacional e regional.
vés da alteração de nove Leis: O Decreto foi criado principalmente para atender
- Lei de Inovação dispositivos da Lei nº 13.243/2016 que necessitavam de
- Lei das Fundações de Apoio regulamentação.
- Lei de Licitações O Decreto também regula dispositivos das Leis nº
- Regime Diferenciado de Contratações Públicas 8.666 (1993), nº 8.010 (1990), nº 8.032 (1990), do Decreto
- Lei do Magistério Federal 6.759 (2009) e da Lei de Inovação (nº 10.973 / 2004).
- Lei do Estrangeiro
- Lei de Importações de Bens para Pesquisa Quais os pontos mais importantes do Decreto nº
- Lei de Isenções de Importações e Lei das Contrata- 9.283 / 2018?
ções Temporárias
- Estímulos à constituição de alianças estratégicas
Quais são os princípios do novo marco legal de e o desenvolvimento de projetos de cooperação
ciência, tecnologia e inovação? que envolvam empresas, instituições de ciência e
- A promoção das atividades científicas e tecnoló- tecnologia (ICT’s) e entidades privadas sem fins lu-
gicas como estratégicas para o desenvolvimento crativos.
econômico e social; - Autorização às ICT’s públicas integrantes da admi-
- A promoção da cooperação e interação entre os en- nistração pública indireta, às agências de fomento,
tes públicos, entre os setores público e privado e às empresas públicas e às sociedades de economia
entre empresas; mista a participarem minoritariamente do capital
- O estímulo à atividade de inovação nas empresas e social de empresas.
nas instituições de ciência e tecnologia (ICTs); - Tratamento prioritário e procedimentos simplifica-
- A simplificação de procedimentos para gestão de dos para processos de importação e de desemba-
projetos de ciência, tecnologia e inovação e ado- raço aduaneiro de bens e produtos utilizados em
ção de controle por resultados em sua avaliação. pesquisa científica e tecnológica ou em projetos de
  inovação.
- Os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) poderão
ser constituídos com personalidade jurídica pró-
pria, como entidade privada sem fins lucrativos,
inclusive sob a forma de fundação de apoio.
- O poder público manterá mecanismos de fomen-
to, apoio e gestão adequados à internacionaliza-
ção das ICT´s públicas, que poderão exercer fora
do território nacional atividades relacionadas com
INOVAÇÃO

ciência, tecnologia e inovação.


- Aperfeiçoamento de instrumentos para estímulo à
inovação nas empresas, como a permissão de uso

5
de despesas de capital na subvenção econômica, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
regulamentação de encomenda tecnológica e cria- 2018/2018/Decreto/D9283.htm
ção de bônus tecnológico.
- Regulamentação dos instrumentos jurídicos de par-
cerias para a pesquisa, o desenvolvimento e a ino-
vação: termo de outorga, acordo de parceria para EXERCÍCIO COMENTADO
pesquisa, desenvolvimento e inovação, convênio
para pesquisa, desenvolvimento e inovação. 1. (VUNESP/2018 – UNICAMP) Segundo o Marco Legal
- Facilidades para a transferência de tecnologia de ICT da Ciência, Tecnologia e Inovação, considera-se Institui-
pública para o setor privado. ção Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT):
- Dispensa de licitação para a aquisição ou contrata-
ção de produto para pesquisa e desenvolvimento. a) entidade sem fins lucrativos, com sede e foro no Brasil,
No caso de obras e serviços de engenharia o valor que inclua em sua missão institucional ou em seu ob-
limite passa de R$ 15 mil para R$ 300 mil. jetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou apli-
- Documentação exigida para contratação de produ- cada de caráter científico ou tecnológico ou o desen-
to para pesquisa e desenvolvimento poderá ser volvimento de novos produtos, serviços ou processos.
dispensada, no todo ou em parte, desde que para b) fundação criada com a finalidade de dar apoio a proje-
pronta entrega ou até o valor de R$ 80 mil. tos de pesquisa, ensino e extensão, projetos de desen-
- Autorização para a administração pública direta, as volvimento institucional, científico, tecnológico e pro-
agências de fomento e as ICT’s apoiarem a criação, jetos de estímulo à inovação, registrada e credenciada
a implantação e a consolidação de ambientes pro- no Ministério da Educação e no Ministério da Ciência,
motores da inovação. Tecnologia e Inovação.
- Prestação de contas simplificada, privilegiando os c) complexo planejado de desenvolvimento empresarial
resultados obtidos nos acordos de parceria e con- e tecnológico, promotor da cultura de inovação, da
vênios para pesquisa, desenvolvimento e inovação. competitividade industrial, da capacitação empresarial
- Possibilidade de transposição, remanejamento ou e da promoção de sinergias em atividades de pesquisa
transferência de recursos entre categorias de pro- científica, de desenvolvimento tecnológico e de inova-
gramação nas atividades de ciência, tecnologia e ção, entre empresas, com ou sem vínculo entre si.
inovação, de até 20% do valor do projeto, sem ne- d) estrutura instituída por uma ou mais fundações de
cessidade de anuência prévia da concedente. apoio, com ou sem personalidade jurídica própria, que
tenha por finalidade a gestão de política institucional
Alguns destaques quanto à Propriedade Intelec- de inovação e por competências mínimas as atribui-
tual ções previstas nessa Lei.

Os direitos de propriedade intelectual podem ser ne- Resposta: Letra A. Em “b”, Errado – trata-se de funda-
gociados e transferidos da instituição de ciência e tec- ção de apoio.
nologia (ICT) para os parceiros privados, nos projetos de Em “c”, Errado – trata-se de parque tecnológico.
cooperação para a geração de produtos inovadores. Em “d”, Errado – trata-se de núcleo de inovação tecno-
As partes devem prever em instrumento jurídico es- lógica, e o outro erro é que esse é constituído por uma
pecífico a titularidade da propriedade intelectual, e a ou mais ICTs e não fundações de apoio.
participação nos resultados da exploração comercial das
criações resultantes da parceria.
Os contratos de encomenda tecnológica poderão
também dispor sobre a cessão do direito de propriedade EMPREENDEDORISMO.
intelectual, o licenciamento e a transferência de tecno-
logia.1
O empreendedorismo é muito mais do que uma ca-
Através do link a seguir tenha acesso na íntegra os racterística da personalidade.
dispositivos em questão: É comum pensar que algumas pessoas simplesmen-
te nascem com uma personalidade de empreendedor e
Lei nº 10.973/2004 boas ideias. Isso, no entanto, não poderia estar mais lon-
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2004/lei- ge da verdade. O empreendedorismo possui um signifi-
-10973-2-dezembro-2004-534975-publicacaooriginal- cado mais amplo.
-21531-pl.html E o principal que você deve saber é: as características
que você precisa ter para se tornar um empreendedor
Lei nº 13.243/2016 de sucesso podem ser desenvolvidas. É possível adquirir
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- essas habilidades.
2018/2016/lei/l13243.htm O empreendedorismo pode ser entendido como a
INOVAÇÃO

disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e rea-


Decreto 9.283/18 lizar projetos. A palavra é também muitas vezes definida
como a habilidade em criar e implementar mudanças,
1 Fonte: www.sebrae.com.br/www.poli.usp.br/www.brasil.abgi-group.
inovações e melhorias a um mercado ou negócio.
com

6
Podemos dizer, então, que o empreendedorismo é - Desejo de protagonismo: finalmente, a pessoa em-
uma característica. É verdade que algumas pessoas pos- preendedora tem vontade de se destacar. Quer
suem essas disposições naturalmente. No entanto, é pre- mudar o mundo, quer melhorar a vida de outras
ciso manter em mente que é possível desenvolver essas pessoas e, principalmente, quer deixar um legado
habilidades. em seu nome.
O empreendedorismo pode não estar relacionado di-
retamente a negócios. Pessoas podem demonstrar um Tipos de empreendedores
pensamento empreendedor em casa, na escola ou na
vida pessoal. O empreendedorismo trata, afinal, de criati- Agora que você já entende melhor o que é empreen-
vidade, solução de problemas e visão estratégica. dedorismo, vamos falar um pouco sobre os tipo de em-
preendedores. Afinal, como mencionamos, não é apenas
no mundo dos negócios que essas características podem
#FicaDica te fazer brilhar.
Empreendedorismo x Empreendedor -
- Corporativo
Empreendedorismo é muito diferente de ser
O empreendedorismo corporativo se trata da iden-
um empreendedor.
tificação, desenvolvimento e implementação de novas
O que separa possuir o empreendedorismo
soluções, oportunidades e ações em um negócio ou em-
de ser, efetivamente, um empreendedor não
presa. Pode ser a exploração de um novo nicho, criação
é nada mais do que a ação.
de um novo produto ou serviço ou até mesmo o desen-
volvimento de processos mais eficientes.
Um indivíduo pode possuir todas as características O objetivo desse tipo de empreendedorismo é pro-
certas naturalmente: se não escolher agir, colocar suas mover a inovação no mercado.
ideias em prática e batalhar por elas, será impossível con-
- Social
quistar algo.
A sociedade onde estamos inseridos ainda apresenta
Por isso, é preciso saber que desenvolver o empreen-
muitos problemas. Esse tipo de empreendedorismo visa
dedorismo se trata apenas do primeiro passo para o su-
promover mudanças no âmbito social.
cesso.
Ou seja, por meio de uma ideia ou inovação, o em-
preendedor social gera desenvolvimento, qualidade de
Principais características do empreendedorismo
vida, acesso à cultura, melhorias ambientais e aprimora-
mentos para as pessoas.
- Criatividade: desenvolver a criatividade é essencial.
O empreendedorismo inclui a boa imaginação, ca- - Individual
pacidade de solucionar problemas de maneira ino- Esse é, sem dúvida, o tipo mais conhecido de em-
vadora e de pensar fora da caixa. preendedorismo. Quando mencionamos o termo, é no
- Iniciativa: a pessoa empreendedora não espera que mundo dos negócios que a maioria das pessoas pensa.
alguém lhe diga que um problema deve ser solu- O empreendedorismo individual trata da criação de
cionado. Ela está sempre procurando melhorias e novas empresas. Os negócios em desenvolvimento, sejam
novas formas de fazer as coisas. inovadores ou não, contam com os empreendedores indi-
- Pensamento estratégico: o planejamento, visão e so- viduais para garantir sua concretização e desenvolvimento.
lução de problemas são características essenciais
para as pessoas empreendedoras. Qual o impacto do empreendedorismo na sociedade?
- Autoconfiança: sem confiança em suas capacidades,
o empreendedorismo não pode perseverar. Afinal, O empreendedorismo é o fator que possibilita o de-
é necessário confiar em seu julgamento para de- senvolvimento social e econômico, em todos os setores
monstrar iniciativa ou propor soluções. de uma comunidade. Seja no âmbito pessoal, local ou
- Otimismo: encarar erros como oportunidades de mundial, as pessoas empreendedoras são aquelas que
aprendizado e a vida no geral de maneira mais po- movimentam o mundo para frente.
sitiva é uma das características mais proeminentes Vamos tomar como exemplo o avanço científico.
no empreendedorismo. Hoje, sabemos muito mais sobre nosso universo e conta-
- Resiliência: resistir, se adaptar e tentar novamen- mos com tecnologias mais incríveis do que nossos avós
te são habilidades necessárias para quem deseja poderiam sonhar. Isso é possível apenas através do em-
conquistar qualquer coisa. Aprenda mais sobre a preendedorismo.
resiliência. Seja nos negócios ou no âmbito social, a criativida-
- Adaptação: conquistar grandes objetivos inclui en- de, iniciativa e vontade de transformar o mundo ao seu
contrar obstáculos e imprevistos no caminho. Por redor dos empreendedores é o que nos permite ver o
isso, é preciso possuir a capacidade de se adaptar, avanço do ser humano como sociedade.
ajustar os planos e continuar insistindo. A base do empreendedorismo é a solução de pro-
INOVAÇÃO

- Manejo da ansiedade e riscos: o empreendedorismo, blemas de maneira criativa, eficiente e simples. Sem ele,
por definição, exige que você saia da sua zona de não teríamos nenhum avanço: da roda ao smartphone. O
conforto. Por isso é fundamental saber lidar com empreendedorismo visa tornar nossas vidas mais fáceis
riscos e ansiedades. e melhores.

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Benefícios do empreendedorismo Como funciona o Processo de Autoconhecimento?
Cultivar uma mente empreendedora oferece benefí-
cios para a sociedade, para a economia e para sua reali- O que você gosta de fazer? O que te faz feliz? Do
zação pessoal. Confira as principais vantagens de desen- que você não gosta? Quais são seus objetivos pessoais
volver essas características: e profissionais? Como e onde você deseja estar daqui a
- Promove a auto realização; 5, 10, 15, 20 ou 50 anos? Como as pessoas a sua volta o
- Estimula o desenvolvimento; definem? Quais são suas maiores qualidades? Quais seus
- Contribui para o desenvolvimento local; principais pontos de melhoria? Quais seus maiores dese-
- Solução de problemas de maneira cada vez mais jos e sonhos? Quais suas maiores realizações? Quais seus
eficiente; maiores arrependimentos?
- Ampliação da base tecnológica;2 Pode parecer muito e até mesmo bombardeador,
mas todas estas perguntas fazem parte de um podero-
so processo de autoconhecimento, uma vez que a me-
lhor maneira de definir os caminhos e os resultados que
EXERCÍCIO COMENTADO queremos alcançar em nossas vidas é saber intimamen-
te quais são as nossas motivações, crenças e valores e
1. (COPESE/UFT – 2017 – COPESE/UFT) O Empreende- de que forma estes elementos influenciam, positiva ou
dor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontece- negativamente em nossos êxitos e também em nossos
rem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, fracassos.
com habilidade financeira e capacidade para identificar Estes, entre muitos outros questionamentos, são a
oportunidades. porta de entrada para que você compreenda com muito
Assinale a alternativa CORRETA em relação às habilida- mais profundidade a maneira como você mesmo funcio-
des e aos recursos que ele pode e deve fazer. na internamente. É assim que o processo de autoconhe-
cimento se desenvolve, é isso que ele quer de você, quer
explorar todas as suas nuances de maneira aprofundada,
a) Criar negócios que se desenvolvam e que beneficiem
para que assim você tenha a oportunidade de conhecer
o meio ambiente.
os recursos internos que mais têm lhe ajudado a cres-
b) Motivar pessoas, criar oportunidades de negócios e
cer em sua vida, tanto pessoal quanto profissional, quais
fortalecer o trabalho em equipe.
os recursos que você está utilizando de maneira não tão
c) Transformar ideias em realidade para o benefício pró-
assertiva e que podem estar te atrapalhando evolutiva-
prio e da comunidade.
mente.
d) Tornar-se independente, desenvolver habilidade
criativa e buscar conhecimento de mercado.
“Conhece-te a ti mesmo”
A percepção de si mesmo é fundamental para guiar
Resposta: Letra C. Em “a”, Errado – o empreendedoris-
nossas decisões, planejar, organizar e realizar nossos
mo se aplica a qualquer área.
objetivos, metas e sonhos, desenvolver nossas com-
Em “b”, Errado – motivar e fortalecer equipe, estimulan-
petências e habilidades e administrar nossas ações as-
do as oportunidades é papel do líder.
sertivamente. Muitas vezes, por não termos este auto-
Em “d”, Errado – essas são características de fato im-
conhecimento, nos vemos perdidos diante de diversas
portantes no empreendedorismo, que somadas à
situações em nosso trabalho, em família, nos relaciona-
ação, faz de uma gestor, gerente, empresário ser de
mentos interpessoais, e assim, nos tornamos inseguros
fato um empreendedor.
e extremamente dependentes dos conselhos e interven-
ções de outras pessoas.
Dessa maneira, podemos concluir que o autoconhe-
AUTOCONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DE cimento também é uma forma de independência. Digo
OPORTUNIDADES. isso, pois quando sabemos exatamente o que desejamos
agora e também em nosso futuro, geralmente não nos
deixamos levar pela influência ou opinião das pessoas ao
Muito se discute sobre as estratégias para alcançar
nosso redor.
sucesso profissional e pessoal e evoluir continuamente.
Sendo assim, é importante dar asas à nossa própria
Entretanto, para chegar ao equilíbrio nestes quesitos é
liberdade, por meio da necessidade de nos conhecermos
preciso passar por um processo interno e, antes de tudo,
cada vez melhor, pois nem sempre podemos contar com
conhecer a si mesmo. O processo de autoconhecimento
indivíduos que nos aconselham de maneira positiva, ou
é vital para evoluir em todas as esferas possíveis, sendo
seja, evitamos, com isso, também, cair em determinadas
uma das principais ferramentas para atingir o sucesso,
armadilhas que surgem em nossa jornada.
tanto profissionalmente quanto pessoalmente.
É fundamental conhecer o poder que o autoconheci-
Benefícios do processo de autoconhecimento
mento pode exercer sobre a sua vida, pois só assim você
terá os recursos necessários para você mesmo fazer com
Através do processo de autoconhecimento nós con-
INOVAÇÃO

que as mudanças que tanto deseja, de fato aconteçam e


transformem a sua realidade verdadeiramente. seguimos extrair informações que são essenciais para
nosso aperfeiçoamento pessoal e profissional. Quando
realizado da forma correta, ele consegue agir tão profun-
2 Fonte: www.sbcoaching.com.br damente em sua consciência que tem o poder de atuar

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no inconsciente, trazendo à tona questões fundamentais O resultado disso, é uma autoestima muito mais for-
que direcionam muitas de nossas ações sem que perce- talecida, que é algo de que precisamos para nos sentir-
bamos. “Essa decisão foi inteiramente racional ou será mos muito mais otimistas, enxergando os fatos que nos
que algo no meu âmago fez com que eu a tivesse?” rodeiam com olhos mais positivos.
Estas e muitas outras questões são esclarecidas,
quando se compreende O Poder do Autoconhecimento. Fundamental para o sucesso
Confira: O processo de autoconhecimento é a ferramenta
mais importante para que o indivíduo possa ampliar suas
- Desvenda pontos fortes e de melhoria capacidades e habilidades, dando a eles a possibilidade
Todos nós somos dotados de capacidades e habilida- de modificar, efetivamente, seu comportamento. Isso
des que nos ajudam a evoluir constantemente em nossa permite que possamos evoluir tanto no âmbito profis-
vida. São os chamados pontos fortes, que contribuem sional quanto no pessoal, estando mais aptos a liderar
para que tenhamos os melhores comportamentos e ati- e ter posições de destaque em quaisquer que sejam as
tudes, mesmo diante das adversidades, ou de situações carreiras escolhidas.
que por vezes podem tirar a nossa paciência e também Isso acontece, pois quando temos ciência das nossas
a nossa paz. potencialidades, dos recursos internos que nos ajudam
Entretanto, somos dotados também de diversos pon- a crescer profissionalmente e também contribuem para
tos de melhoria, que são aqueles que acabam por nos os resultados da empresa, temos mais chances de utili-
prejudicar, em alguns momentos mais do que em outros, zar cada uma de nossas melhores habilidade de maneira
pois nos levam a ter comportamentos que podem im- ainda mais assertiva, o que nos faz estar cada vez mais
pactar negativamente nos ambientes pelos quais transi- próximos do sucesso, pessoal e profissional.
tamos, em nossos relacionamentos e também na relação
que desenvolvemos com nós mesmos. Como iniciar o seu processo de autoconhecimento?
Porém, quando estamos em processo de autoconhe- Para que o processo de autoconhecimento seja ini-
cimento, somos obrigados a ficar frente a frente com ciado, existem algumas formas que você pode incluir em
seu dia a dia e que vão te ajudar bastante.
cada um de nossos pontos fortes e pontos de melhoria,
acolhendo-os e sabendo o momento certo de utilizá-los.
- Perguntas poderosas
Veja, que em momento algum eu disse que você deve
Por meio de questionamentos, como os que evidenciei
eliminar seus pontos negativos, pelo contrário, lutar con-
no início deste artigo, é possível que você comece a se co-
tra eles só vai lhe causar dor sofrimento e frustrações. O
nhecer melhor. Faça a si mesmo perguntas poderosas que
ideal é que aprenda a conviver com eles, controlando-os,
vão te levar à reflexão, como: O que eu sei fazer de me-
para que você não seja controlado por eles.
lhor na vida? Quais são minhas melhores habilidades? Que
Assim, como é essencial conhecer os pontos fortes, comportamento tenho que pode estar me atrapalhando a
para que você tenha a oportunidade de potencializá-los crescer? Qual a minha missão? Quais os meus valores?
ainda mais, rumo ao seu processo de autodesenvolvi- Estas perguntas vão abrir seus olhos e esclarecer di-
mento. versas dúvidas que você possa ter sobre si mesmo em
sua mente.
- O autoconhecimento leva à consciência
Muito mais do que um emaranhado de informações, - Dizer não é fundamental
esse processo o conduz à próxima fase rumo a uma mu- Para que você consiga enxergar seus anseios e de-
dança real e positiva de suas ações e comportamentos: sejos com relação à vida, é fundamental que diga não
a consciência. Isso não significa apenas listar quais são sempre que for necessário. Digo isso, pois quando cede
os pontos fortes e fracos, mas verdadeiramente tomar às expectativas das pessoas ao seu redor, por medo de
ciência deles e entender que, embora eles façam parte ficar sozinho ou de que elas lhe julguem mal, você acaba
de você, não são você! suprimindo o que você realmente quer, se anulando em
Ter consciência desses fatos é saber que é possível benefício do próximo.
mudá-los e começar a trabalhar para essa finalidade. As- Assim, é essencial dizer não, para que assim você não
sim, para realizar uma transformação verdadeira, é preci- venha a se prejudicar e para que você passe a respeitar
so, antes de tudo, esforço e força de vontade, pois mudar suas próprias expectativas com relação a si mesmo.  
padrões comportamentais é uma tarefa extremamente
complicada. - Abra-se a novas experiências
A gente só sabe se gosta ou não de alguma coisa
Fortalece a autoestima e desenvolve a autocon- quando arrisca, vai lá e faz. Por isso, esta dica tem a ver
fiança com as novas experiências as quais você pode abrir as
A partir do momento que nos conhecemos melhor, portas em sua vida. Elas serão capazes de lhe trazer
desenvolvemos a autoconfiança necessária para seguir- aprendizados diversos sobre você mesmo, bem como
mos adiante na vida, sem nos deixarmos abater pelas ad- sobre o mundo à sua volta e também sobre a forma
versidades e obstáculos que venham a surgir, uma vez como você enxerga e se coloca neste mesmo mundo.
INOVAÇÃO

que confiamos em nosso potencial infinito, que nos leva, Só conseguimos aprender, crescer, nos desenvolver,
diariamente, à realização de grandes feitos em nossa jor- conforme a vida vai passando, quando nos abrimos ao
nada. novo e quando nos permitimos ir além, sem medo dos
resultados que possam surgir.

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- Que tal passar um tempo em sua própria com- expectativas do observado. Geralmente são atitudes de
panhia? próprio interesse. Para uma avaliação mais consistente, é
Que tal encontrar um hobby ou uma atividade em preciso fazer uma análise baseada nos seguintes fatores:
que você passe um tempo em sua própria companhia, - Distintividade: Averiguar se o comportamento é
longe das vozes que lhe rodeiam? Quando você investe consequente de causas internas ou externas.
nisso, tem a oportunidade de ouvir a sua própria voz em - Consenso: Se a maioria das pessoas teve o mesmo
ação, ou seja, os desejos de sua mente e de seu coração comportamento, a causa pode ser externa. Se ape-
vêm à tona com mais facilidade. nas uma pessoa teve determinada reação, a causa
Assim, a partir do momento que passa a se conhecer pode ser interna.
neste nível, você tem a possibilidade de realizar mudan- - Consistência: Quando o comportamento for indi-
ças em sua realidade, em prol da realização de seus so- vidual, tomado de forma inconsciente, as causas
nhos, metas e objetivos de vida. podem ser externas.

- Leia mais e adquira novos conhecimentos Percepção Seletiva


A leitura nos dá a capacidade de expandir a mente, Não é possível para a mente humana assimilar tudo
nos mostrando que existem diversas possibilidades que que vemos e observamos com todos os nossos sentidos.
podemos explorar no mundo e também em nós mes- Diante desta impossibilidade, a percepção é feita aos
mos. A minha dica então, é que você insira em sua rotina poucos, fazendo deste processo algo seletivo. Esta sele-
diversos tipos de leituras, como livros, jornais, revistas, tividade é pautada por nossos interesses e experiências
artigos na internet, como estes, entre outros conteúdos, anteriores. É esta percepção que nos dá a capacidade
que vão ajudá-lo neste processo de autoconhecimento. de fazer uma “leitura dinâmica” das pessoas que nos ro-
Com este autoconhecimento, o indivíduo pode dire- deiam. Nem sempre esta leitura é precisa e muitas vezes,
cionar melhor suas ações, focar na realização de seus de- nos faz ter conclusões bastante imprecisas e negativas
sejos, sonhos e objetivos, respeitando, ao mesmo tempo, sobre a outra pessoa. 
suas crenças e valores. Assim, podemos concluir que as Mas, o que explica estes mecanismos de percepção
respostas não estão fora e sim, dentro de nós. da nossa mente? Existem algumas teorias que explicam
O autoconhecimento nos deixa mais preparados para este fato. Uma delas é a Teoria do Efeito Halo. Mas, o que
que nossa percepção também se aflore. diz esta teoria? Eu te contarei a seguir, querida pessoa!
Percepção nada mais é que atribuir interpretações
a informações devidamente assimiladas e organizadas. Percepção e a Teoria do Efeito Halo
Estas informações podem estar relacionadas a pessoas, Desenvolvida na década de 1920 pelo psicólogo
fatos ou situações. americano Edward Thorndike, o “Efeito Halo” é uma teo-
ria que defende que o cérebro humano faz cognições a
Como identificar uma oportunidade? partir de características que este julgam positivas, formu-
- Enxergar além do horizonte, abrir a mente para no- lando um conceito geral sobre outra pessoa ou situação
vas possibilidades. baseando-se apenas neste fator. Estas cognições podem
- Aprender a olhar as coisas de maneiras diferente. ser feitas com base na aparência, modo de falar, pos-
Muitas vezes a oportunidade está nos lugares ób- tura, vestimenta, entre outros fatores. Os experimentos
vios, basta prestar mais atenção e ser otimista. de Thorndike foram realizados entre soldados do Exérci-
- Adotar uma postura empreendedora de sempre es- to. Ele percebeu que os comandantes classificavam seus
tar mais atento ao que está acontecendo ao seu soldados de maneira cognitiva. O especialista constatou
redor, analisar o mercado, adaptando-se às suas que as aptidões dos soldados e suas aparências tinham
constantes mudanças, identificar tendências e uma forte correlação: os mais fortes, bonitos e de melhor
principalmente ser criativo e inovador. postura eram considerados mais habilidosos.
Aplicando a percepção no âmbito organizacional te- No ambiente corporativo, entretanto, é imprescindí-
mos o aspecto do senso de observação e análise do am- vel manter a imparcialidade e sempre tomar cuidado para
biente da empresa. A partir daí é possível identificar as que o efeito halo não leve a percepções errôneas. Nesse
necessidades de melhoria dentro do ambiente de traba- sentido, a Ferramenta 360º pode auxiliar os gestores a
lho. É possível também identificar fatores positivos que elaborar uma avaliação consistente e realista, identifican-
podem ser fortalecidos. Desse modo, é estimulada uma do necessidades concretas a partir do levantamento de
cultura de alta performance. indicadores pautados em dados.3

Tipos de percepção organizacional

- Percepções externas
Quando são identificados comportamentos provoca-
dos por situações ou pelo ambiente em que o indivíduo
está inserido. Geralmente são atitudes forçadas.
INOVAÇÃO

- Percepções internas
Comportamentos realizados por estímulos pessoais,
como sentimentos, emoções, experiências passadas e
3 Fonte: www.ibccoaching.com.br

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EXERCÍCIO COMENTADO

1. (ACAFE/MPE/SC) A percepção pode ser definida como o processo cognitivo, por meio do qual as pessoas orga-
nizam e interpretam suas impressões sensoriais (SOBRAL; PECI, 2008). Para minimizar a complexidade do mundo, as
pessoas fazem uso de atalhos em seus sistemas de percepção que lhes permitem processar informações e julgar os
outros. A percepção focaliza alguns estímulos e ignora outros, provocando distorções.

Assinale a alternativa correta em relação aos principais tipos de distorções perceptivas.

a) A Percepção Seletiva ocorre quando a pessoa separa certa informação que apoia ou reforça uma convicção anterior
e filtra a informação que não confirma sua opinião.
b) A Projeção se faz presente quando os gerentes formam uma opinião geral sobre uma pessoa, baseando-se apenas
em uma característica, como a aparência, por exemplo.
c) O Efeito de Halo é a tendência para julgar os outros com base nas características do grupo ao qual pertencem.
d) Os estereótipos são tendências para reconhecer, nas outras pessoas, seus próprios sentimentos ou suas próprias
características.

Resposta: Letra A. Em “b”, Errado – projeção é um mecanismo de defesa no qual os atributos pessoais de determi-
nado indivíduo, sejam pensamentos inaceitáveis ou indesejados, sejam emoções de qualquer espécie, são atribuídos
a outra(s) pessoa(s).
Em “c”, Errado – efeito halo é uma teoria que defende que o cérebro humano faz cognições a partir de características
que este julgam positivas, formulando um conceito geral sobre outra pessoa ou situação baseando-se apenas neste
fator.
Em “d”, Errado - Estereótipo são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características.

O PROCESSO DE INOVAÇÃO. GERAÇÃO DE IDEIAS E O PROCESSO CRIATIVO. INOVAÇÃO X


INVENÇÃO. TIPOS DE INOVAÇÃO. ECOSSISTEMAS COMPLEXOS DE INFORMAÇÃO.

Com o passar do tempo notamos que o Ambiente evolui que as pessoas crescem, que alguns momentos são eter-
nos, que á vida é passageira, que o hoje pode ser esquecido amanha, que conhecimentos adquirido são levados pelo
resto da vida.
Sabe-se que estamos vivenciando um mundo que esta evoluindo depressa, altamente dinâmico, que as novas ten-
dências de mercado duram pouco tempo, e temos que nos adaptar ao meio, promovendo sempre em nosso campo de
atuação inovação, e inovar requer mudança e nem toda mudança é aceita de imediata, há sempre pessoas que tentam
continuar da mesma forma, põem obstáculos em conhecer um campo desconhecido, tem receio de errar, de não se
adaptar e falhar em alguma área.
Nas organizações esse processo também ocorre. Cada vez mais é preciso pensar o futuro da organização de forma
estratégica, colaborando para:
- propiciar o crescimento sustentado da Instituição nos próximos anos, diante do acirramento da concorrência;
- obter parâmetros de avaliação e desempenho dos serviços oferecidos;
- identificar oportunidade de negócios ou implementação de práticas que irão impulsionar o crescimento da insti-
tuição.

Dentro da organização temos um processo de inteligência organizacional, como vemos na figura abaixo, que de
acordo com a cultura organizacional, permite aos gestores identificarem fatores, analisarem cenários, estudar viabi-
lidades e decidir por mudanças e inovações em cada setor, departamento, momento ou ocasião que se apresentar
necessário um processo de adequação.
INOVAÇÃO

11
Quando falamos em inovação e mudança, estamos nos referindo à condição de permanência das organizações no
cenário, ou seja, as organizações que não estiverem aptas a se adaptar à volatilidade do mercado estão fadadas ao
fracasso.
Essa adaptabilidade permite que os ajustes necessários sejam feitos, sem que a cultura organizacional perca sua
coerência ou sua identidade, para isso, todos os envolvidos precisar ter uma postura linear diante dessas mudanças.
Pessoas diferentes interpretam a expressão gestão da mudança de modos diferentes. Profissionais de Tecnologia
da Informação podem entendê-la como sendo o gerenciamento do controle de versões de software e hardware. Ou-
tros da área de gestão de pessoas podem entendê-la como sendo comunicação e treinamento ou considerá-la como
sendo desenvolvimento organizacional. No contexto do gerenciamento de projetos, a expressão tem sido usada para
descrever mudanças no cronograma ou no escopo.
Uma definição clara de gestão da mudança é fundamental para a comunicação correta entre profissionais que
apoiam projetos e iniciativas e entre organizações que buscam desenvolver competências e alcançar melhores resulta-
dos por meio da gestão do lado humano da mudança.
Esta definição pode surgir da compreensão das relações lógicas apresentadas na figura abaixo, a partir da identifi-
cação da necessidade de melhoria dos resultados da organização.

A referência de qualquer projeto é o resultado e a melhoria organizacional. Para isto, definem-se projetos ou ini-
ciativas de mudanças técnicas. Por outro lado, em qualquer mudança é essencial que as pessoas realmente mudem
sua maneira de trabalhar para que as mudanças técnicas sejam efetivamente aproveitadas e produzam a melhoria no
resultado da organização.
Então gestão da mudança é uma abordagem que apoia indivíduos na mudança requerida pelo projeto na maneira
INOVAÇÃO

como trabalham.
Portanto gestão da mudança não é desenvolvimento organizacional e nem gestão de pessoas que são conceitos
genéricos. Gestão da mudança é uma abordagem relativamente nova que foca as mudanças necessárias na forma de
trabalhar de pessoas envolvidas em um projeto. E por ser focada, ter objetivo claro em termos de resultado e aplicar

12
estudos sobre como as pessoas passam por um processo de mudança, a gestão da mudança integra a aplicação de
vários conhecimentos, técnicas e instrumentos de um modo mais eficaz e eficiente para o sucesso de um projeto ou
iniciativa de mudança.
Já a inovação é um processo mais complexo, abrangendo vários aspectos, tais como: técnicos, sociais, econômicos
entre outros. Esses processos visam trazer novas leituras de cenários que possam estar ficando defasados ou que já não
atendam mais às necessidades da organização, ou que não estejam acompanhando as mudanças no cenário macro
social como um todo, isto é, como a figura abaixo mostra, o mercado e a organização precisam em estar em sintonia,
caminhando e evoluindo no mesmo ritmo, e a inovação, junto com ações de criatividade e soluções alternativas permi-
tem que essa sintonia se apresente de forma contínua e eficientemente responsável para resultados serem alcançados.

Essa inovação organizacional permite, por exemplo, que as organizações possam reduzir seus custos, aumentar a
produtividade, potencializar a capacitação de seus profissionais, adotar e implementar softwares de gestão, entre ou-
tras medidas visando o que falamos acima.
Nesse processo de mudanças e inovação, algumas estratégias podem ser adotas, tais como mudanças em aspectos
específicos como vemos abaixo:
Quanto ao membros da organização podemos ver uma mudança de pessoas, através de novas contratações ou de
mudanças no comportamento das que já estejam na organização.
Quanto ao modelo de trabalho, a mudança de trabalho pode se dar no formato, na carga horária, nas tarefas ou
mesmo na forma de organização.
Quanto às normas inter-relacionais, a mudança no sistema social é o caminho, através de uma adequação na cul-
tura e psicologia organizacional adotada, isso no aspecto informal da organização. Já no aspecto formal dessa, o que
temos é a mudança quanto à estrutura, através de alterações no formato de gestão da organização, ou seja, estrutura
hierárquica, papéis dos gestores, entre outros.

A mudança é tida como um processo natural ao longo da existência das organizações, e é decorrente da reação
destas à ação de forças exercidas pelo meio onde estão inseridas.
Para Pettigrew e Whipp (1992), este processo pode ser melhor entendido se dividido em três aspectos:
- Contexto da Mudança: representa os fatores contextuais fora da empresa e que podem afetar o processo de mu-
dança, como taxa de desemprego, leis trabalhistas, etc.;
- Conteúdo da Mudança: significa o que vai ser mudado. Pode ser desde uma máquina, equipamento ou material
utilizado (“hard”), ou mudanças na estrutura organizacional ou maneiras e procedimentos utilizados (“soft”).

McCalmann e Patton (1992) consideram que quanto mais relacionadas ao “hard”, mais fáceis de conduzir serão as
mudanças;
- Processo de Mudança: é o aspecto relacionado ao estilo de liderança utilizada na mudança, que pode variar do
participativo ao autocrático, e à velocidade da mudança.

Seja qual for a mudança e o seu nível dentro da organização, é preciso:


- Conhecer as razões da mudança;
- Gerenciar o processo de mudança;
- Realizar um diagnóstico organizacional;
- Definir a direção da mudança;
- Estabelecer um plano estratégico de mudança;
- Monitorar e avaliar o processo de mudança
INOVAÇÃO

Conhecendo as razões da mudança


Os motivos de qualquer mudança em uma organização estão dentro da própria organização ou no ambiente onde
ela está inserida, ou como combinação de ambos. A mudança causada por estas forças vai depender de sua natureza e
intensidade, mas também da própria capacidade e versatilidade da própria organização em enfrentá-las.

13
Quanto às forças externas à organização pode-se destacar as influências política, econômica, legal, ética e social.
Dentre as forças internas destacam-se os recursos organizacionais excedentes e novos objetivos organizacionais.
O quadro a seguir, apresentado por Kisil (1998), mostra alguns exemplos de forças externas e internas e alguns de
seus possíveis resultados.

Gerenciar a mudança
Seja qual for a mudança, é um processo que necessita ser gerenciado. Dependendo do nível de mudança e a difi-
culdade do seu gerenciamento, pode ser necessário definir uma equipe responsável pela mudança, no entanto, cada
membro da organização deve ser envolvido. Gerentes, supervisores e chefes de equipe devem liderar alguns aspectos
do processo, cada qual no seu nível.
Segundo Hodgetts (2000), as empresas têm de ser capazes de atuar em um ambiente no qual, independente do
lugar, tempo, volume ou qualquer fator, as premissas e as regras do jogo mudem continuamente. Para ele, a mudança
além de desejável, é necessária; e os executivos precisam estar preparados para ela.
Conhecer o presente e projetar um futuro melhor é o que cria a tensão que impulsiona as pessoas durante o pro-
cesso de mudança. Por isso, é desejável que a equipe responsável pela mudança tenha a capacidade de:
- usar eficientemente seu conhecimento e as informações;
- ser criativa;
- projetar o futuro dentro e fora da organização;
- trabalhar em equipe;
- ser flexível e se adaptar facilmente aos novos processos;
- motivar os demais integrantes;
- ter ótima comunicação (interna e externa à organização);
- assumir riscos e resolver conflitos;
INOVAÇÃO

Toda mudança traz incertezas, mas também oportunidades. Em geral, mudanças criam pressões dentro de qualquer
organização, especialmente quando os gerentes não têm experiência em lidar com mudanças. Assim, a sentença de
ordem dentro de uma organização que decide mudar é: APRENDER A APRENDER.

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Segundo Garvin (1998), para atender a suas necessi- A própria organização pode ser o palco da mudan-
dades de mudanças, muitas empresas já incorporaram a ça. Assim, alterações no organograma com modificações
necessidade de adquirir continuamente novos conheci- de áreas de autoridade e responsabilidade, tamanhos de
mentos organizacionais. Porque o que se aprende numa equipes de trabalho e níveis hierárquicos são procedi-
escola ou universidade, ou no próprio trabalho, torna-se mentos comuns de mudanças organizacionais.
rapidamente obsoleto e, progressivamente, as transfor- Outra mudança que pode, e deve, afetar toda a orga-
mações vividas pela sociedade fazem com que nenhuma nização refere-se às alterações na missão e planejamen-
organização tenha condições de garantir a um emprega- tos estratégicos da organização, que definem a direção
do um trabalho específico para sempre. dos esforços de todos os recursos humanos da organi-
O que dificulta um processo de mudança e coíbe o zação. Essa mudança não deve ocorrer com frequência,
aprendizado organizacional é a capacidade de aprender mas precisa refletir as pressões exercidas pelo meio onde
das pessoas e da equipe. a organização está inserida sobre seus produtos e condi-
ções de trabalho, principalmente.
Diagnóstico organizacional A cultura organizacional também pode ser o alvo da
Para mudar é necessário conhecer o que se quer mudança. Neste caso, costuma ser um processo longo e
mudar. E para fazer o estudo do processo que se deseja doloroso, pois a cultura de uma organização se forma ao
mudar é recomendável que as pessoas que irão fazer o longo de toda a existência da organização.
estudo tenham capacidade técnica e conheçam as con-
dições de atuação do processo, que tenham objetivos e Estratégias para o processo de mudança
recursos bem definidos e que estabeleçam o prazo e a Para que os objetivos da mudança sejam atingidos
profundidade do estudo antes de começá-lo. É também satisfatoriamente, é necessário que sejam planejadas
importante, neste momento, considerar a organização ações para redução dos riscos e das incertezas inerentes
como parte de um sistema maior, onde cada processo ao processo e maximizando as chances de sucesso.
mudado pode influir em outros. Dependendo do objetivo e da área da mudança, as
Fundamentalmente, a determinação do diagnóstico estratégias adotadas podem ser classificadas em especí-
da situação organizacional passa por quatro etapas bá- fica, quando a mudança está restrita a um processo defi-
sicas: nido; funcional, quando engloba uma área (departamen-
- Identificar os problemas externos e/ou internos que, to, seção) da organização; ou geral, quando se aplica aos
de alguma maneira, afetam a organização e formu- objetivos gerais da organização.
lar as hipóteses; Seja qual for a estratégia de mudança adotada, deve
- buscar informações sobre os problemas identifica- ser consistente com outras estratégias da organização,
dos; compatível com sua missão, viável (do ponto de vista
- analisar as informações obtidas (normalmente o prático) e apresentar uma vantagem competitiva real.
processo mais cuidadoso); Além disso, a estratégia precisa ser escolhida em fun-
- estabelecer conclusões aceitando ou rejeitando as ção das características das pessoas envolvidas na mu-
hipóteses formuladas. dança, do prazo em que se pretende implementar esta
mudança, da profundidade da mudança e duração dese-
Como todo diagnóstico pressupõe uma ação de mu- jada para seus efeitos.
dança futura, é fundamental a objetividade e a capaci-
dade de síntese ao se realizar o estudo. Também é evi- Métodos de mudança
dente que a maior participação de cada funcionário no Também é necessário que se escolha a abordagem
processo de diagnóstico representa maior chance de seu mais aplicável às mudanças propostas. Nesse campo, são
envolvimento nas mudanças que vierem a ser propos- quatro os métodos mais citados:
tas e que podem não afetar diretamente o trabalho que - Método Tecnológico - a mudança via introdução de
desenvolvem. Diagnóstico participativo deve ser um es- nova tecnologia na organização tem sido o méto-
forço consciente de qualquer diagnóstico organizacional. do mais usado nos últimos tempos. A nova tecno-
logia introduzida pode afetar toda organização ou
Direção da mudança parte dela.
De posse do conhecimento da situação em que se en- - Método Estrutural - são as mudanças decorrentes
contra a organização e reconhecida a necessidade de mu- de alterações no organograma da organização.
dança, a equipe que dirige a mudança precisa ter com cla- Normalmente ocorrem em função da necessidade
reza o local onde ela deve ocorrer. São identificadas quatro de maior diferenciação vertical ou horizontal na
áreas onde, normalmente, uma mudança pode ocorrer. forma como a organização é gerida, mexendo com
A mudança pode ser restrita a uma tarefa individual. áreas de autoridade e responsabilidade de cada
Nesse contexto, qualquer alteração nos insumos, maté- departamento ou seção.
ria-prima, equipamentos utilizados ou processo tecnoló- - Método Gerencial - representa toda alteração da
gico envolvido pode ocasionar alterações na forma como forma como a chefia encara a relação dos funcio-
uma tarefa deva ser desempenhada por um profissional. nários com a organização. São, basicamente, mu-
INOVAÇÃO

Dependendo do nível de alteração percebido, talvez seja danças na maneira (critérios) como os funcionários
necessário uma reciclagem de conhecimentos ou, até são avaliados e recompensados pelo seu serviço.
mesmo, a substituição do profissional por outro com - Método Humano - são as alterações das pessoas da
maior qualificação técnica. organização, através da aquisição de novas habili-

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dades, mudanças comportamentais e de atitudes. - Comprometimento - notado pela satisfação, linha de
Uma mudança pelo método humano só acontece ação bem definida e trabalho em equipe. O líder
quando as pessoas da organização interiorizam os deve procurar a manutenção desta fase estabele-
conhecimentos e treinamentos recebidos e os pra- cendo metas de longo prazo e incentivar o traba-
ticam. lho em equipe.

Treinamento ou conhecimento recebido e não pra- Em qualquer fase deve-se evitar exigir produtividade
ticado, é dinheiro jogado fora. Nesse assunto, Senge antes do tempo, ignorar a resistência e concentrar-se no
(1998) afirma que o aprendizado não tem tanta relação trabalho em equipe antes da poeira baixar.
com treinamento como imaginamos. Ele defende a ideia Conforme estabelecido na introdução do trabalho, a
de que o aprendizado ocorre no dia-a-dia, ao longo do teoria apresentada não tem a pretensão de esgotar o as-
tempo, quando as pessoas praticam e experimentam sunto, nem ser considerada uma verdade indiscutível. Na
o que aprenderam. Para ele, a aprendizagem está mais verdade, ela apresenta alguns pontos comuns que preci-
profundamente ligada à motivação e ao comprometi- sam ser considerados nos processos de mudança orga-
mento das pessoas com a missão geral da organização. nizacional, e alguns conselhos que a bibliografia sobre o
Toda a mudança, independentemente do método uti- assunto mostra sobre estes pontos.
lizado, requer (e causa) mudança nas pessoas que estão Cada ponto apresentado poderia ser discutido ampla
envolvidas com os processos mudados. Por isso, algu- e exaustivamente, o que, aliás, tem sido feito, dando iní-
mas premissas devem ser aceitas, conforme enumera cio a uma série de novos assuntos que nos últimos anos
Kisil (1998): tem aparecido com frequência nas publicações técnicas
- a maioria dos participantes busca o crescimento da área.
pessoal; Cumprindo com a proposta apresentada, este artigo
- todos são críticos em relação ao processo de mu- apresenta os conceitos e ideias básicas sobre o assunto,
dança; servindo de base para estudos mais aprofundados, pos-
- a maioria deseja e é capaz de participar positiva- sibilitando, inclusive, um direcionamento a algum ponto
mente da mudança; específico sem perder a noção da teoria geral sobre o
- as pessoas não temem a mudança, temem a perda. processo de mudanças.4

Toda a mudança traz algum tipo de perda para as Ideias e inovações


pessoas envolvidas e isso precisa ser tratado de forma O termo ideia apresenta significados diferentes con-
clara e honesta durante o processo. As perdas mais co- forme a orientação filosófica de quem o utiliza. Nesse
muns estão relacionadas à insegurança, a direção e aos trabalho, esse termo será usado para indicar um objeto
relacionamentos. do pensamento, bem como sua representação ou forma.
Uma mudança tira as pessoas de sua área de confor- Nesse sentido, uma ideia se expressa mediante opinião,
to e as remete ao desconhecido. É normal que se tenha ponto de vista, noção, conhecimento ou qualquer ou-
medo do que não se conhece. Nesse aspecto, o líder da tro meio capaz de representar a concepção mental de
mudança tem as funções básicas de explicitar ao máxi- algo concreto ou abstrato. A ideia não é apenas repre-
mo onde se quer chegar e evidenciar as oportunidades sentação mental de um objeto existente, mas também
da nova situação, minimizando as resistências. As pes- uma possibilidade ou a antecipação de algo. De acordo
soas só mudam e aceitam a mudança quando confiam com Dewey (1938), a ideia começa como uma sugestão,
e seguem o líder do processo de mudança. Mudanças mas nem toda sugestão é uma ideia. A sugestão torna-
impostas tendem a fracassar ao longo de curto espaço -se uma ideia quando examinada com referência a sua
de tempo. possibilidade de resolver uma dada situação (p. 109-10).
De modo diferente, a Japan Human Relations Associa-
Durante um processo de mudança, as pessoas envol- tion entende que uma sugestão é uma ideia explicitada e
vidas podem apresentar as seguintes fases: comunicada. Primeiro tem-se uma ideia, que se passa na
- Recusa à mudança - pode ser identificada pela apa- mente de uma pessoa, depois essa pessoa a comunica,
tia e/ou indiferença ao que está acontecendo. Para pela fala ou por escrito para outros (1997; p.24). Nesse
saírem desta fase as pessoas precisam receber trabalho não será feita tal distinção, ou seja, os termos
mais informações a respeito do processo e qual a ideia e sugestão serão usados como sinônimos e enten-
melhor maneira de se adaptarem a nova situação. didos como fontes de inovação enquanto constituintes
Demanda tempo para reflexão. do processo de invenção e inovação.
- Resistência à mudança - as pessoas podem de- Para Rogers (1995; p. 176), a invenção é o processo
monstrar raiva, incômodo ou isolamento. Ao líder de desenvolvimento de uma nova ideia. Invenção é uma
da mudança cabe ouvi-las, acolher seus sentimen- ideia ou sugestão elaborada que se apresenta na forma
tos. É um processo que demanda convencimento de planos, fórmulas, modelos, protótipos, descrições e
e tempo. outros meios que permitam registrá-la e comunicá-la. A
- Experimentação - evidenciada pelo sentimento de ideia é o embrião da invenção e entre uma e outra há
INOVAÇÃO

frustração, falta de foco, muito trabalho. Deve-se diferentes trabalhos a serem feitos, constituindo o que se
estabelecer metas de curto prazo, concentrar-se
em prioridades e estabelecer o acompanhamento 4 Fonte: www.revistas2.uepg.br – Texto adaptado de Paulo Cesar Bar-
bosa Lopes/Carlos Cesar Stadler/João Luiz Kovaleski/www.rhportal.
das ações.
com.br/

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denomina de atividade inventiva, que se caracteriza por oportunidades relacionadas com a produção e comercia-
ser um trabalho criativo, cujo resultado se apresenta nas lização de bens e serviços; e oportunidades vislumbra-
formas exemplificada acima. Segundo Thomas Alvas Ed- das com a ampliação dos conhecimentos que ocorrem
son, que produziu mais de 1000 invenções patenteadas, tanto na própria empresa quanto no seu ambiente geral.
o gênio consiste em 1% de inspiração e 99% de trans- As ideias sobre produtos, processos e negócios, novos
piração, querendo dizer 1% de ideias e 99% de traba- ou modificados, provêm das mais diversas fontes, como
lho árduo para transformá-las em invenções. Também por exemplo, vendedores, consumidores, fornecedores,
se atribui a ele a seguinte frase: não há substituto para administradores e funcionários, consultores, pessoal de
o trabalho duro. Essas expressões são atribuídas a esse P&D, literatura técnica, catálogos comerciais, feiras e ex-
grande inventor, embora não se encontram em obras es- posições, entre muitas outras.
crita pelo autor, mas dita em entrevistas e citadas pelos É conhecido o fato de que num processo de inovação
seus biógrafos. Edson queria com isso dizer que o de- nem todas as ideias geradas são aproveitadas. Muitos
senvolvimento de uma ideia requer múltiplas atividades, estudos apontaram esse fato, como o conhecido pelo
como pesquisas bibliográficas em documentos técnicos artigo de Booz, Allen & Hamilton de 1.968, na qual apre-
científicos, delineamento e realização de experimentos senta uma curva do decaimento das ideias resultante da
em diferentes situações, registros de dados, análises, rejeição progressiva de ideias e projetos pelos estágios
comparações, revisões, reformulações e muitas outras de um processo de desenvolvimento de novos produ-
até encontrar aquilo que a ideia antecipara como uma tos. Stevens e Burley (1.997) mostram que para muitas
possibilidade. indústrias são necessárias 3.000 ideias em estado inicial
Inovação é a invenção efetivamente incorporada aos (raw ideas) para se obter um novo produto que alcance
sistemas produtivos. Para Van de Ven et al. (2000, pg. 32) sucesso comercial significativo, que o autor denomina de
é a introdução de uma nova ideia e o processo de inova- jóia da coroa. Esse número pode ser menor no caso de
ção refere-se à sequência temporal de eventos pela qual inovações que representam extensões da linha de produ-
pessoas se interagem para desenvolver e implementar tos. Esses autores representam o processo de inovação
suas ideias inovadoras num contexto institucional. Ro- como uma curva de sucesso na qual o número de ideias
berts (1.997, pg. 581) considera que a inovação é a inven- vai declinando à medida que avançam para os estágios
ção e sua exploração com êxito: a invenção envolvendo mais próximos do lançamento comercial (p. 17). O que
todos os esforços para criar novas ideias e elaborá-las de leva esse declínio é o fato de que a ideia em seu estado
um modo que possam ter utilidade práticas; a exploração inicial precisa ser aperfeiçoada em conformidade com
refere-se aos estágios de desenvolvimento comercial, inúmeros condicionantes organizacionais, tecnológicos
aplicação e transferência, incluindo a focalização da ideia e mercadológicos. Por isso, gerar ideias em quantidade
da invenção para objetivos específicos, avaliação desses torna-se importante para as empresas em que a inova-
objetivos, transferências de conhecimentos da pesquisa ção constante faça parte da sua estratégia competitiva.
para os setores produtivos, entre outras atividades. Gun- Em geral, a literatura dominante sobre inovação tec-
dling (2000. 247, pg. 23) destaca os resultados esperados nológica, embora reconheça a necessidade de trabalhar
das inovações, definindo-as como novas ideias mais as com diversas fontes de ideias, apresenta um viés marca-
ações ou implementações que resultem em melhorias, do pela busca de ideias geniais que resultem em inovações
ganhos ou lucros para a empresa. com elevado grau de novidade em relação ao estado-da-
Em outras palavras, não há inovação que não teve em -arte do setor onde ela se aplica. Daí a ênfase nas atividades
sua origem uma ideia, pois como asseveram Freeman de P&D e em métodos voltados para estimular a geração
e Soete (1.997; pg. 202), a inovação é um processo que de ideias geniais, como brainstorming, pensamento lateral,
começa nas mentes de pessoas imaginativas. Não é por mapeamento contextual, relacionamentos forçados, méto-
outra razão que os modelos de inovação sempre fazem do delphi, análise de cenários, árvore de relevância, curvas
referência às fontes de ideias como uma fase do proces- de substituição, curvas envolventes e outros. Esses métodos
so de inovação. Por exemplo, no modelo descrito por Ro- são transmitidos por meio de treinamentos especiais aos
thwell (1.992; p.222-3) as ideias que decorrem de neces- profissionais envolvidos diretamente nos projetos de ino-
sidades de mercado ou de oportunidades tecnológicas vação importantes como os de P&D, Marketing, desenvol-
identificadas dão origem às atividades de P&D, design, vimento de produtos e engenharia de processo.
desenvolvimento de protótipos, manufatura, marketing O estímulo à geração de ideias por parte dos fun-
até alcançar o mercado. No famoso modelo do funil de cionários não engajados diretamente nessas atividades
Clark e Wheelwright (1.993; p. 293), o processo de ino- por meios estruturados, como os sistemas de sugestões,
vações começa com geração de ideias que depois serão recebeu pouca atenção dessa literatura pelo fato de se-
selecionadas conforme os objetivos da empresa e outros rem associados a geração de ideias para as inovações
condicionantes internos e externos a ela. A boca do funil incrementais ou melhorias de pequena monta em pro-
representa o fato de que muitas ideias devem ser gera- dutos e processos existentes. Esse tipo de inovação sem-
das e quanto mais ideias melhor, pois apenas algumas pre foi objeto de atenção das áreas produtivas, para as
poucas serão implementadas. quais foram desenvolvidos diversos métodos, tais como
análise de processo, análise do valor, análise de falhas,
INOVAÇÃO

Fontes de Ideias dentre outros. Com o movimento pela qualidade esse


Independentemente do grau de novidade da inova- tipo de ideia teve uma grande valorização como forma
ção, se radical ou incremental, as ideias surgem em fun- de assegurar a melhoria contínua em toda as áreas da
ção de dois motivos básicos: problemas, necessidades e organização.

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Não é de se entranhar, portanto, que as origens desses sistemas e seus posteriores desenvolvimentos se encontram
nas áreas relacionadas com a gestão de produção e operações.

Métodos para geração de ideias: 6 chapéus, Brainwriting e 5W+1H!


Trabalhar com geração de ideias é um grande desafio para as empresas. No processo de inovação, é preciso que
haja um esforço constante em gerar um grande fluxo de ideias, visto que essa é a primeira etapa desse processo. Para
isso, são estruturadas técnicas de apoio à geração de ideias.
A geração de ideias é responsável por desencadear todas as etapas seguintes no Processo de Inovação. Portanto, é
preciso que ela esteja integrada a todo o projeto. 
Por vezes, chegar a insights que resolvam problemas e ajudem efetivamente a equipe a tomar decisões pode ser um
processo bastante desafiador. Utilizando diferentes métodos, entretanto, é possível inspirar a equipe a produzir ideias.
Portanto, implementar métodos e técnicas para geração de ideias pode resolver essa questão e tornar o processo
mais sistematizado.
Veremos agora algumas possibilidades de técnicas que vão além do conhecido brainstorming e que podem facilitar
e agilizar seus processos. Cada método parte de abordagens diferenciadas, que podem se encaixar na forma como sua
empresa desenvolve sua cultura de inovação.

Exemplo de funil da inovação

Método dos 6 Chapéus para geração de ideias


O Método dos 6 Chapéus foi criado por Edward de Bono, nomeado Six Thinking Hats. A premissa deste étodo é
que todos os pontos de vista são importantes na resolução de um problema. Este método pode lhe ajudar na geração
de ideias para a resolução de um desafio.
Então, se você pretende fazer uma reunião ou está com dificuldade em ter ideias para resolver um desafio. Este
método pode te ajudar!
Cada um dos “Chapéus” representa uma forma diferente de pensamento. Ao utilizar um chapéu você deve fazer
uma análise do problema sob uma perspectiva definida. Entenda:
1. Chapéu Branco: o pensamento é focado em dados, naquilo que é concreto. O foco está na informação e análi-
se de resultados passados e no que foi aprendido com isso. Aqui, busca-se o conhecimento completo e sistematizado
acima de tudo.
2. Chapéu Vermelho: pensamento intuitivo e emocional. O foco está nas emoções próprias e na dos outros. Bus-
ca-se entender o lado dos outros, mesmo que se discorde de sua lógica.
3. Chapéu Preto: pensamento focado no aspecto negativo. O foco está em tudo que pode dar errado e no porquê
de a ideia não dar certo. Busca-se identificar as falhas e manter a equipe preparada para lidar com cenários adversos.
4. Chapéu Amarelo: pensamento focado no aspecto positivo. O foco está em ver todos os benefícios da questão.
Aqui, busca-se estimular e motivar as pessoas a seguirem em frente, mesmo quando a situação parece mais impene-
trável.
5. Chapéu Verde: pensamento criativo. Pensa-se em soluções diferentes e criativas para o problema. A busca é
por um pensamento livre e sem amarras.
6. Chapéu Azul: modera o processo todo. Esse chapéu visa o direcionamento para outros chapéus de acordo
com os obstáculos enfrentados. Por exemplo: quando faltam ideias, o Chapéu Azul direcionaria a abordagem para o
Chapéu Verde.
O Método dos 6 Chapéus é uma abordagem interessante para geração de ideias por lidar com pessoas com dife-
rentes perfis. Geralmente, o problema nesse tipo de situação é o de organizar os pensamentos e visões diferenciadas
que surgem. Trata-se de uma técnica muito efetiva na tomada de decisão, por preservar e considerar cada uma das
perspectivas individuais envolvidas.

Brainwriting: Método 6-3-5


O Brainwriting (6-3-5) é um método para geração de ideias surgido na década de 1960, concebido pelo profissional
de marketing alemão Bernd Rohrbach. Os números, nesse caso, se referem às regras que o método estabelece para a
geração de ideias, que são as seguintes:
INOVAÇÃO

- 6 pessoas e 6 rodadas de ideias


- 3 ideias por pessoa em cada rodada
- 5 minutos é o tempo de cada rodada.

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É importante, antes de aplicar o método, certificar-se
de que todos estejam no mesmo nível de conhecimento FIQUE ATENTO!
sobre o assunto a ser tratado. Afinal, é preciso que as Embora frequentemente invenção e inova-
ideias possam ser aplicáveis ao problema. Todas as infor- ção sejam muitas vezes utilizadas como sinô-
mações necessárias para a resolução do desafio, como nimos, essas palavras tem sim relação entre
dados básicos de personas e perfis de comportamento, si, porém é possível apontar algumas dife-
por exemplo, devem ser compartilhados entre a equipe renças básicas.
O objetivo deste método é gerar 108 ideias em 30
minutos. Cada um dos 6 participantes do brainwriting, 
recebe um papel e tem 5 minutos para escrever 3 ideias. Inovar e inventar são verbos constituídos do mesmo
Então, as folhas são passadas para a pessoa da esquerda princípio que é mudar paradigmas. Contudo, não é exa-
e se inicia uma nova rodada. A chave é não se preocu- tamente o mesmo significado trazido pelas palavras sen-
par inicialmente com a qualidade das ideias escritas, pois do que, quem inventa algo “é o primeiro a ter tal ideia” e
o objetivo é que cada rodada traga inspirações para as quem inova é quem “torna novo, aprimora algum produ-
pessoas baseadas nas ideias colocadas por seus pares. to, ideia ou projeto”.
A vantagem desse método para geração de ideias é Assim temos invenção como:
a sua eficiência. Como durante o processo não há ne- 1. Ideia que encontra na prática a solução de um pro-
nhuma comunicação além das folhas de papel escritas, blema;
o sistema acaba sendo equilibrado. Com as ideias todas 2. Descoberta de algo novo;
documentadas, o sistema de Brainwriting permite que já 3. Relacionada com produtos e processo ou ser, de
se crie uma boa base para as etapas seguintes. fato, um produto ou processo.

E inovação como
Método 5W + 1H
1. Ato de fazer algo diferente aproveitando produtos
O método 5W + 1H é uma técnica simples e bastante
e processos já existentes (oportunidades);
versátil. Os 5W e 1H são iniciais das perguntas que serão
2. Introdução de diferenciais / análise crítica da apli-
feitas na etapa de geração de ideias: cação das invenções;
- Who? (Quem?). 3. Relaciona-se com aplicação: utilização de ideias in-
- What? (O quê?). ventivas com aplicação em produtos e serviços.
- Where? (Onde?).
- When? (Quando?). Hoje, com quantidade incontável de tecnologias
- Why? (Por quê?). avançadas e novidades no mercado, nem sempre é uma
- How? (Como?). tarefa fácil criar algo novo, ou seja, inventar. O mais co-
Note que as perguntas são abertas e podem ser en- mum é inovar, transformar alguma coisa que já existe
caixadas de acordo com o contexto. Em alguns casos,  é algo mais funcional, inserindo diferenciais para tonar a
utilizado, inclusive, um segundo H (“How Much?” ou ideia, o produto, ou o conceito algo mais interessante e
“Quanto Custa?”). No entanto, em relação à geração de com maior competitividade no mercado.
ideias, ainda não há tanto a questão do custo. Essa se-
gunda questão seria algo a ser definido no começo do Tipos de inovação
desenvolvimento, por exemplo. Confira nossa breve definição sobre os principais ti-
O método 5W + 1H é ideal para dar a base necessária pos de inovação existentes.
para que ideias possam ser mais aptas a serem selecio-
nadas posteriormente. Determinar o que será feito, quais 1. Inovação em produto
profissionais e equipes serão responsáveis, locais, pro- É a introdução de um novo produto ao mercado ou
gramação, motivos, métodos, tudo fortalece as melho- de uma versão melhorada de algum produto já existente.
res ideias. É um sistema que, apesar de sua simplicidade, Não basta realizar pequenas alterações, é necessário ser
permite que todas as ideias possam ser minimamente relevante e gerar valor para o consumidor, como novas
estruturadas. funcionalidades, por exemplo.
Desde a indústria alimentícia até a mecânica de au-
Construindo uma geração de ideias sólida tomóveis, empresas de diversos setores se emprenham
nesse tipo de inovação, por se o modo mais conhecido
As técnicas apresentadas aqui são ótimas para fazer
para inovar.
com que a etapa de geração de ideias avance. Cada em-
presa, claro, pode identificar pontos fracos nos métodos
2. Inovação em serviços
que já utiliza e adicionar um ou mais métodos em seu Similar à inovação em produtos, mas focada em no-
processo. vos serviços ou na melhoria de um serviço já disponi-
No entanto, é importante lembrar de que o método bilizado. Da mesma forma, é preciso gerar valor para o
sozinho não é a fonte de geração de ideias. Implantar um cliente. Ocorre nos mais variados tipos de prestadoras
programa de ideias que possa comunicar e gerenciar um de serviços.
fluxo contínuo de ideias ainda é fundamental. Em união
INOVAÇÃO

com os métodos, todo o processo de inovação depende 3. Inovação em processo


de uma comunicação que esteja bem aparelhada e ali- É a criação de métodos, fluxos e soluções destinadas
nhada com a cultura da empresa. a desenvolver novos meios de fabricação, novas formas
de prestação de serviços, e de processos operacionais

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mais otimizados para a organização. Cria valor para o dores, que devido à unificação de vários empresários de
consumidor de maneira direta, como por exemplo: au- um determinado segmento de mercado, criam um am-
mento de produtividade, redução de custos e aumento biente de forte comércio e desenvolvimento empresarial.
da qualidade de processos ligados aos setores financei- Um exemplo real de um ecossistema bem-sucedido
ros e de recursos humanos. está no Vale do Silício, no estado da Califórnia, nos Estados
Unidos. Essa região concentra um grande número de em-
4. Inovação em marketing presas de tecnologia com aptidão empreendedora. Soma-
Novas abordagens de marketing que transformam do a isso, diversas universidades locais interagem com as
a maneira como a organização desenvolve suas ações, empresas, fornecendo conhecimento e novos talentos —
segmenta públicos, estabelece preços, se posiciona no o ambiente ideal para o surgimento de grandes inovações.
mercado, e como ela estabelece sua comunicação com A realidade é que nem todas as regiões têm um parque
os consumidores. É o caminho ideal para se diferenciar e tecnológico, mas não é por esse motivo que o empresário
fortalecer a imagem. fica sem a oportunidade de interagir com profissionais de
sua área para encontrar soluções para seu negócio.
5. Inovação organizacional Um modelo de criação e produção coletiva que visa
Como o próprio nome já diz, é um tipo de inovação desenvolver projetos e soluções é o crowdsourcing, e
que tem por finalidade alterar as estruturas organizacio- muitas empresas têm escolhido ingressar nessa forma de
nais, permitindo o aumento da capacidade competitiva. produzir, alcançando bons resultados.
São novos métodos implementados em setores como: Existem empresas no mercado que implantam e ge-
gestão de pessoas, logística, entre outros. renciam o programa de inovação corporativo por meio
de comunidades colaborativas, que ajudam sua empresa
6. Inovação de modelo de negócio a desenvolver ideias e soluções para seu negócio. Esse
É o desenvolvimento de novos negócios, ou da ma- modelo de negócios segue o bem-sucedido sistema do
neira como a organização realiza os seus negócios, a fim ecossistema de inovação e pode inovar sua empresa.5
de, conquistar vantagem competitiva e sustentável pe-
rante o mercado. Este tipo de inovação é o mais abran-
gente, pois atua tanto no que é oferecido ao consumidor,
quanto ao seu próprio modelo de operação interna. EXERCÍCIO COMENTADO
Na maioria dos processos, são considerados dois ou
três tipos de inovação simultâneos. Porém, aqui há uma 1. (FCC/2017 - TRF-5ª REGIÃO) A mudança organiza-
profundidade maior, abrangendo inovações de produ- cional é um aspecto essencial da criatividade e inovação
tos, serviços, marketing e organizacional. nas empresas atualmente. A mudança significa a passa-
gem de um estado para outro diferente. Ela constitui um
Inovação e Ecossistemas processo composto de três etapas: descongelamento,
Um ecossistema, assim como outros sistemas dinâ- mudança e recongelamento. No descongelamento temos 
micos, é considerado um sistema complexo. Uma eleição,
a economia de um país, o clima de certa região e o ecos- a) a fase intermediária da mudança. As pessoas começam a viver
sistema de uma ilha, por exemplo, são sistemas complexos, em dissonância cognitiva entre o novo e o velho costume. 
porque seus diferentes estados ao longo do tempo decor- b) a etapa em que novas ideias e práticas são experi-
rem de relações imprevisíveis entre suas partes constitutivas. mentadas. A adoção de novas crenças e atitudes são
Sistemas complexos são compostos por vários aspectos que imediatamente instaladas. 
interagem entre si, formando uma nova estrutura, que por c) a morte simbólica da cultura organizacional presente
sua vez construirá novas e mais complexas relações, e assim e a instalação de novos símbolos para que as pesso-
por diante. Os sistemas complexos não são simplesmente a as possam aderir ao novo modelo mental apagando
soma da atuação de suas partes, como um relógio ou um qualquer vestígio do passado e definitivamente incor-
motor; são muito mais complicados. Não é por outra razão porando novos comportamentos. 
que para se estudar o desenvolvimento destes sistemas, são d) a fase inicial da mudança. Representa a abdicação ao
necessários computadores de altíssima potência, processan- padrão atual de comportamento para ser substituído
do bilhões de informações por segundo. por um novo padrão. 
Ecossistema é um ambiente em que vive um conjunto e) a etapa final que representa a total estabilização da
de formas de vida que interagem entre si, formando um mudança. 
sistema estável. Essa definição é muito conhecida entre
os biólogos, mas com algumas adaptações, o mundo Resposta: Letra D. Em “a”, Errado – é a fase inicial
corporativo inseriu a palavra “ecossistema” no seu voca- Em “b”, Errado – isso é o que acontece na etapa da mudança.
bulário, referindo-se a uma forte tendência presente no Em “c”, Errado - na primeira parte (morte simbólica da
meio empresarial. cultura organizacional presente) temos a primeira fase,
porém, desse ponto a diante na afirmação já temos a
Ecossistemas de inovação ocorrência da fase da mudança.
Várias pessoas, empresas e organizações interagem Em “e”, Errado – a etapa final é o recongelamento.
INOVAÇÃO

entre si com o objetivo de desenvolver projetos, forman- A Mudança significa a transição de uma situação para outra.
do um ambiente de aprendizagem e criação inovadora
— esse é o conceito de ecossistema de inovação. Essa 5 Fonte: www.pesquisa-eaesp.fgv.br/www.blog.aevo.com.br/www.ad-
ideologia de cooperação remete aos polos empreende- ministradores.com.br/www.all-affective.com.br/www.biomassabioe-
nergia.com.br/www.blog.simplez.com.br/

20
a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
b) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
HORA DE PRATICAR! c) Somente as afirmativas III, IV e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, III e V estão corretas.
1. (UFRN/COMPERVE – 2018 - SESAP/RN) O Presiden-
te da República assinou e publicou, em fevereiro desse 4. (PUC/PR – 2012 – FEAES/PR) Ao analisarmos os pro-
ano, um decreto que regulamenta o disposto na Lei do cessos de sensação e de percepção, afirma-se:
Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei no I. A sensação se refere às informações sensoriais que
13.243/2016) que traz a expectativa de desburocratizar o cérebro recebe dos sentidos da visão, audição, paladar,
as atividades de pesquisa e inovação no país. As novas olfato, toque, equilíbrio e dor. A percepção, que ocorre
regras dessa lei criam no cérebro, é o processo de organizar, interpretar e dar
significado para essas informações a fim de compreen-
a) incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnoló- der o que acontece ao redor.
gica no ambiente produtivo. II. As ilusões visuais ocorrem quando empregamos
b) mecanismos de inovação para importar tecnologias e diversas pistas sensoriais para gerar experiências percep-
mão de obra especializada. tivas que na verdade não existem. Podem ser ilusões físi-
c) incentivos à inovação para exportar pesquisadores e cas ou em alguns casos ilusões perceptivas, que ocorrem
avançar tecnologicamente. porque um estímulo contém pistas enganosas que levam
d) mecanismos de inovação para exportar matéria prima a percepções imprecisas.
e importar tecnologia. III. A constância perceptiva é a tendência que temos
de perceber os objetos como inalteráveis diante de mu-
2. (FAU/2017 – PREFEITURA DE IVAIPORÃ/PR) Sabe- dança do estímulo sensorial. Uma vez formada a percep-
-se que a inovação hoje é vital para as organizações, o ção estável de um objeto, somos capazes de reconhecê-
fator isolado mais importante para que os negócios cres- -lo a partir de praticamente qualquer ângulo.
çam é a capacidade da empresa em transformar novas IV. A ilusão autocinética, percepção de movimento
ideias em produtos e/ou serviços. Sobre INOVAÇÃO é criada por um único objeto estacionário é um exemplo
INCORRETO afirmar: de movimento aparente, bem como o movimento estro-
boscópico que ocorre quando luzes acesas em sequência
a) As organizações que não inovam tendem a não per- são vistas como se estivessem em movimento.
manecer no mercado por muito tempo. V. Nossa percepção é influenciada por nossa maneira
individual de nos relacionarmos com o ambiente que nos
b) Uma empresa pode inovar em produtos novos que
cerca e por nossa cultura, valores, motivação, personali-
colocará no mercado, sem dúvida, mas pode inovar
dade e estilo cognitivo.
em outras áreas também: em processos, em sistemas
logísticos, controles administrativos, formas de con-
Está(ão) CORRETA(S):
tratação de funcionários ou fornecedores, organiza-
ção do trabalho, etc.
a) Somente as afirmativas II, III, IV e V.
c) A inovação depende de investimento financeiro, capi-
b) Somente as afirmativas I, II, III e V.
tal intelectual e ambiente facilitador.
c) Somente as afirmativas I, II, III e IV.
d) A inovação sempre representa um passo atrás (retro- d) Somente as afirmativas II, III e IV.
cesso) por parte da empresa em relação ao seu está- e) Todas as afirmativas.
gio atual.
e) É necessário existir na empresa uma cultura de aceita- 5. (FCC/2017- TRT/21ª REGIAO) A mudança é um as-
ção da inovação para favorecer tal processo. pecto da inovação nas organizações abordado de forma
central no âmbito do desenvolvimento organizacional.
3. (COPESE/UFT – 2017 – UFT) No contexto do empre- As ações de desenvolvimento organizacional relaciona-
endedorismo, o espírito empreendedor, aspecto esse das com os processos de mudança englobam, por exem-
relacionado ao indivíduo que empreende, é compreen- plo, a retroação de dados, que corresponde
dido como uma série de aspectos e qualidades que se
complementam e que não podem existir separadamente. a) ao descongelamento, assim entendido como a fase
Assim, valendo-se da explicação, analise as alternativas inicial do processo de mudança, no qual as antigas
abaixo sobre quais são as três características básicas que práticas são abandonadas.
identificam o espirito empreendedor. b) à denominada análise transacional, que visa ao auto-
diagnóstico das relações interpessoais presentes no
Analise as afirmativas a seguir. processo.
I. Necessidade de realização. c) a uma técnica de mudança de comportamento que
II. Disposição para assumir riscos. proporciona aprendizagem de novos dados a respei-
III. Autoconfiança. to de si mesmo, do grupo ou da dinâmica de toda a
INOVAÇÃO

IV. Percepção de Mercado. organização.


V. Experiência. d) ao recongelamento, ou etapa final do processo de
mudança, no qual ocorre a integralização e estabiliza-
Marque a alternativa CORRETA. ção das mudanças.

21
e) ao diagnóstico preliminar à implementação do pro-
cesso de mudança, efetuado pela aplicação de um ANOTAÇÕES
questionário para identificar os principais erros da or-
ganização.
________________________________________________
6. (FUNRIO/2015 – UFRB) “...capacidade de identificar
os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos _________________________________________________
motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e
_________________________________________________
nos nossos relacionamentos.” (Conceito de Inteligência
Emocional por Daniel Goleman) _________________________________________________
Sobre o enunciado, assinale a ÚNICA ALTERNATIVA COR-
RETA que contém as cinco habilidades da Inteligência _________________________________________________
Emocional mapeadas por Goleman:
_________________________________________________
a) Autoconhecimento Emocional – Controle Emocional _________________________________________________
– Automotivação – Reconhecimento de emoções em
outras pessoas – Habilidade em relacionamentos in- _________________________________________________
terpessoais
b) Auto Análise Emocional – Controle Multidirecionado – _________________________________________________
Auto Estímulo – Empatia – Comunicação Interpessoal
c) Autoconhecimento Emocional – Controle Intrarrelacio- _________________________________________________
nal – Automotivação – Reconhecimento das emoções _________________________________________________
em outras pessoas – Habilidade de relacionamentos
interpessoais _________________________________________________
d) Autoconhecimento Emocional - Controle Emocional –
Automotivação – Empatia – Comunicação Interpessoal _________________________________________________
e) Auto Análise Emocional – Controle Multidirecionado
_________________________________________________
– Auto Estímulo – Reconhecimento das emoções em
outras pessoas – Habilidade de relacionamentos in- _________________________________________________
terpessoais
_________________________________________________

_________________________________________________

GABARITO _________________________________________________

_________________________________________________
1 A
_________________________________________________
2 D
_________________________________________________
3 A
4 B _________________________________________________
5 C _________________________________________________
6 A
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
INOVAÇÃO

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

22
ÍNDICE

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS


SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
Lei Orgânica do Distrito Federal. Título I - Dos Fundamentos da Organização dos Poderes e do Distrito Federal. Título II
- Da Organização do Distrito Federal. Capítulos II, III..................................................................................................................................... 01
Capitulo IV e V ............................................................................................................................................................................................................... 03
Título III - Da Organização dos Poderes: Capítulos I e III ............................................................................................................................. 06
Título IV - Da Tributação e do Orçamento do Distrito Federal: Capítulos I ............................................................................................ 09
Capitulo II ....................................................................................................................................................................................................................... 12
Título V - Da Ordem Econômica do Distrito Federal: Capítulo I ................................................................................................................ 13
Título VI - Da Ordem Social e do Meio Ambiente: Capítulos VI, VIII, IX .................................................................................................. 15
Capitulo X e XI ............................................................................................................................................................................................................... 16
Lei Complementar no 840/2011 - dispõe sobre o regime jurídicos dos servidores públicos civis do Distrito Federal, das
autarquias e das fundações públicas distritais .................................................................................................................................................. 19
sob a inscrição nº 532 do Livro do Tombo Histórico, res-
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL. TÍ- peitadas as definições e critérios constantes do Decreto
TULO I - DOS FUNDAMENTOS DA ORGANI- nº 10.829, de 2 de outubro de 1987, e da Portaria nº 314,
ZAÇÃO DOS PODERES E DO DISTRITO FE- de 8 de outubro de 1992, do então Instituto Brasileiro do
DERAL Patrimônio Cultural - IBPC, hoje Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
- promover, proteger e defender os direitos da crian-
O Distrito Federal, no pleno exercício de sua auto- ça, do adolescente e do jovem.
nomia política, administrativa, financeira, observados os - valorizar a vida e adotar políticas públicas de saúde,
princípios constitucionais, será regido por está Lei Orgâ- de assistência e de educação preventivas do suicídio.
nica que iniciamos os estudos. É assegurado o exercício do direito de petição ou re-
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio presentação, independentemente de pagamento de ta-
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da xas ou emolumentos, ou de garantia de instância.
Constituição Federal e desta Lei Orgânica. A soberania popular será exercida pelo sufrágio uni-
O Distrito Federal integra a união indissolúvel da Re- versal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
pública Federativa do Brasil e tem como valores funda- todos e, nos termos da lei, mediante:
mentais: - plebiscito;
- a preservação de sua autonomia como unidade fe- - referendo;
derativa; - iniciativa popular.
- a plena cidadania;
- a dignidade da pessoa humana;
- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
- o pluralismo político. TÍTULO II - DA ORGANIZAÇÃO DO DISTRI-
Ninguém será discriminado ou prejudicado em razão TO FEDERAL. CAPÍTULO II - DA ORGANIZA-
de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, característi- ÇÃO ADMINISTRATIVA DO DISTRITO FEDE-
cas genéticas, estado civil, trabalho rural ou urbano, re- RAL
ligião, convicções políticas ou filosóficas, orientação se-
xual, deficiência física, imunológica, sensorial ou mental,
O Distrito Federal organiza-se em Regiões Adminis-
por ter cumprido pena, nem por qualquer particularida-

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
trativas, com vistas à descentralização administrativa, à
de ou condição, observada a Constituição Federal.
utilização racional de recursos para o desenvolvimento
Cada um dos itens abaixo é necessário memorizar,
sócio econômico e à melhoria da qualidade de vida.
pois são objetivos prioritários do Distrito Federal e sem-
A lei disporá, ou seja, uma lei específica tratará do
pre fazem parte das questões de prova.
tema sobre a participação popular, no processo de esco-
Vamos ver quais são os objetivos prioritários do DF:
lha do Administrador Regional.
- garantir e promover os direitos humanos assegu-
A remuneração dos Administradores Regionais não
rados na Constituição Federal e na Declaração Universal
poderá ser superior a fixada para os Secretários de Go-
dos Direitos Humanos;
verno do Distrito Federal.
- assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de
As Administrações Regionais integram a estrutura ad-
iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da le-
ministrativa do Distrito Federal.
galidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da
Cada Região Administrativa do Distrito Federal terá
eficácia dos serviços públicos;
um Conselho de Representantes Comunitários, com fun-
- preservar os interesses gerais e coletivos;
ções consultivas e fiscalizadoras, na forma da lei.
- promover o bem de todos;
A criação ou extinção de Regiões Administrativas
- proporcionar aos seus habitantes condições de vida
ocorrerá mediante lei aprovada pela maioria absoluta
compatíveis com a dignidade humana, a justiça social e
dos Deputados Distritais.
o bem comum;
Com a criação de nova região administrativa, fica cria-
- dar prioridade ao atendimento das demandas da
do, automaticamente, conselho tutelar para a respectiva
sociedade nas áreas de educação, saúde, trabalho, trans-
região.
porte, segurança pública, moradia, saneamento básico,
lazer e assistência social;
- garantir a prestação de assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
CAPÍTULO III - DA COMPETÊNCIA DO DIS-
- preservar sua identidade, adequando as exigências
do desenvolvimento à preservação de sua memória, tra- TRITO FEDERAL
dição e peculiaridades;
- valorizar e desenvolver a cultura local, de modo a
contribuir para a cultura brasileira. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
- assegurar, por parte do poder público, a proteção legislativas reservadas aos Estados e Municípios, caben-
individualizada à vida e à integridade física e psicológica do-lhe exercer, em seu território, todas as competências
das vítimas e testemunhas de infrações penais e de sues que não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal.
respectivos familiares. Os artigos 15, 16 e 17, desta Lei Orgânica, são muito
- zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, tombado importantes e exigidos nas bancas:

1
Art. 15. Compete privativamente ao Distrito Federal: XXIII - exercer inspeção e fiscalização sanitária, de
I - organizar seu Governo e Administração; postura ambiental, tributária, de segurança pública e
II - criar, organizar ou extinguir Regiões Administrati- do trabalho, relativamente ao funcionamento de esta-
vas, de acordo com a legislação vigente; belecimento comercial, industrial, prestador de servi-
III - instituir e arrecadar tributos, observada a compe- ços e similar, no âmbito de sua competência, respeita-
tência cumulativa do Distrito Federal; da a legislação federal;
IV - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas e preços públicos de XXIV - adquirir bens, inclusive por meio de desapro-
sua competência; priação, por necessidade, utilidade pública ou interes-
V - dispor sobre a administração, utilização, aquisição se social, nos termos da legislação em vigor;
e alienação dos bens públicos; XXV - licenciar a construção de qualquer obra;
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de XXVI - interditar edificações em ruína, em condições
concessão ou permissão, os serviços de interesse local, de insalubridade e as que apresentem as irregularida-
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter es- des previstas na legislação específica, bem como fazer
sencial; demolir construções que ameacem a segurança indi-
VII - manter, com a cooperação técnica e financeira da vidual ou coletiva;
União, programas de educação, prioritariamente de XXVII - dispor sobre publicidade externa, em especial
ensino fundamental e pré-escolar; sobre exibição de cartazes, anúncios e quaisquer ou-
tros meios de publicidade ou propaganda, em logra-
VIII - celebrar e firmar ajustes, consórcios, convênios,
douros públicos, em locais de acesso público ou destes
acordos e decisões administrativas com a União, Esta-
visíveis.
dos e Municípios, para execução de suas leis e serviços;
IX - elaborar e executar o plano plurianual, as diretri- Art. 16. É competência do Distrito Federal, em comum
zes orçamentárias e o orçamento anual; com a União:
X — elaborar e executar o Plano Diretor de Ordena- I - zelar pela guarda da Constituição Federal, desta
mento Territorial, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e Lei Orgânica, das leis e das instituições democráticas;
Planos de Desenvolvimento Local, para promover ade- II - conservar o patrimônio público;
quado ordenamento territorial, integrado aos valores III - proteger documentos e outros bens de valor his-
ambientais, mediante planejamento e controle do uso, tórico e cultural, monumentos, paisagens naturais no-
parcelamento e ocupação do solo urbano; táveis e sítios arqueológicos, bem como impedir sua
XI - autorizar, conceder ou permitir, bem como regular, evasão, destruição e descaracterização;
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

licenciar e fiscalizar os serviços de veículos de aluguéis; IV - proteger o meio ambiente e combater a poluição
XII - dispor sobre criação, transformação e extinção de em qualquer de suas formas;
cargos, empregos e funções públicas; V - preservar a fauna, a flora e o cerrado;
XIII - dispor sobre a organização do quadro de seus VI - proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu-
servidores; instituição de planos de carreira, na admi- cação e à ciência;
nistração direta, autarquias e fundações públicas do VII -prestar serviços de assistência à saúde da popu-
Distrito Federal; remuneração e regime jurídico único lação e de proteção e garantia a pessoas portadoras
dos servidores; de deficiência com a cooperação técnica e financeira
da União;
XIV - exercer o poder de polícia administrativa;
VIII - combater as causas da pobreza, a subnutrição e
XV - licenciar estabelecimento industrial, comercial, os fatores de marginalização, promovendo a integra-
prestador de serviços e similar ou cassar o alvará de ção social dos segmentos desfavorecidos;
licença dos que se tornarem danosos ao meio ambien- IX - fomentar a produção agropecuária e organizar o
te, à saúde, ao bem-estar da população ou que infrin- abastecimento alimentar;
girem dispositivos legais; X - promover programas de construção de moradias
XVI - regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, e a melhoria das condições habitacionais e de sane-
inclusive o de papéis e de outros resíduos recicláveis; amento básico;
XVII - dispor sobre a limpeza de logradouros públi- XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
cos, remoção e destino do lixo domiciliar e de outros direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos
resíduos; e minerais em seu território;
XVIII - dispor sobre serviços funerários e administra- XII - estabelecer e implantar política para a segurança
ção dos cemitérios; do trânsito.
XIX - dispor sobre apreensão, depósito e destino de Parágrafo único. Lei complementar deve fixar norma
animais e mercadorias apreendidas em decorrência para a cooperação entre a União e o Distrito Federal,
de transgressão da legislação local; tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e o
XX - disciplinar e fiscalizar, no âmbito de sua compe- bem-estar no âmbito do território do Distrito Federal.
tência, competições esportivas, espetáculos, diversões
públicas e eventos de natureza semelhante, realizados Art. 17. Compete ao Distrito Federal, concorrentemen-
te com a União, legislar sobre:
em locais de acesso público;
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econô-
XXI - dispor sobre a utilização de vias e logradouros
mico e urbanístico;
públicos;
II - orçamento;
XXII - disciplinar o trânsito local, sinalizando as vias
III - junta comercial;
urbanas e estradas do Distrito Federal;
IV - custas de serviços forenses;

2
V - produção e consumo; I – os cargos, os empregos e as funções públicas são
VI - cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da natu- acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
do meio ambiente e controle da poluição; forma da legislação;
VII - proteção do patrimônio histórico, cultural, artísti- II – a investidura em cargo ou emprego público de-
co, paisagístico e turístico; pende de aprovação prévia em concurso público de
VIII - responsabilidade por danos ao meio ambiente, provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature-
ao consumidor e a bens e direitos de valor artístico, es- za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
tético, histórico, espeleológico, turístico e paisagístico; prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
em comissão declarado, em lei, de livre nomeação e
X - previdência social, proteção e defesa da saúde;
exoneração;
XI – defensoria pública e assistência jurídica nos ter-
mos da legislação em vigor; III - o prazo de validade do concurso público será de
XII – proteção e integração social das pessoas com de- até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
ficiência; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
XIII - proteção à infância e à juventude; de convocação, o aprovado em concurso público de
XIV - manutenção da ordem e segurança internas; provas ou de provas e títulos será convocado com prio-
XV - procedimentos em matéria processual; ridade sobre novos concursados, para assumir cargo
XVI - organização, garantias, direitos e deveres da po- ou emprego na carreira;
lícia civil. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
§ 1º O Distrito Federal, no exercício de sua competên- por servidores ocupantes de cargo efetivo, e pelo me-
cia suplementar, observará as normas gerais estabele- nos cinqüenta por cento dos cargos em comissão, a se-
cidas pela União. rem preenchidos por servidores de carreira nos casos
§ 2º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Dis- e condições previstos em lei, destinam-se apenas às
trito Federal exercerá competência legislativa plena, atribuições de direção, chefia e assessoramento;
para atender suas peculiaridades. VII - a lei reservará percentual de cargos e empregos
§ 3º A superveniência de lei federal sobre normas ge- públicos para portadores de deficiência, garantindo as
rais suspende a eficácia de lei local, no que lhe for adaptações necessárias a sua participação em concur-
contrário. (grifo nosso)
sos públicos, bem como definirá critérios de sua ad-
missão;

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
VIII - a lei estabelecerá os casos de contratação de pes-
CAPÍTULO IV - DAS VEDAÇÕES soal por tempo determinado para atender a necessi-
dade temporária de excepcional interesse público;
IX – a remuneração dos servidores públicos e o sub-
É vedado ao Distrito Federal: sídio de que trata o art. 33, § 5º, somente podem ser
- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio- fixados ou alterados por lei específica, observada a
ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
eles ou seus representantes relações de dependência ou geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de in- de índices;
teresse público; X – para fins do disposto no art. 37, XI, da Constitui-
- recusar fé aos documentos públicos; ção da República Federativa do Brasil, fica estabeleci-
- subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com do que a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
recursos públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão, cargos, funções e empregos públicos, dos membros de
serviço de alto-falante ou qualquer outro meio de co- qualquer dos Poderes e dos demais agentes políticos
municação, propaganda político-partidária ou com fins
do Distrito Federal, bem como os proventos de apo-
estranhos à administração pública;
sentadorias e pensões, não poderão exceder o subsídio
- doar bens imóveis de seu patrimônio ou constituir
sobre eles ônus real, bem como conceder isenções fis- mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribu-
cais ou remissões de dívidas, sem expressa autorização nal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, na for-
da Câmara Legislativa, sob pena de nulidade do ato. ma da lei, não se aplicando o disposto neste inciso aos
subsídios dos Deputados Distritais;
XI - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Exe-
CAPÍTULO V - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA cutivo;
XII – é vedada a vinculação ou equiparação de quais-
quer espécies remuneratórias para o efeito de remu-
neração de pessoal do serviço público;
Art. 19. A Administração Pública direta e indireta de XIII – os acréscimos pecuniários percebidos por ser-
qualquer dos poderes do Distrito Federal obedece aos vidor público não são computados nem acumulados
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
publicidade, razoabilidade, motivação, participação XIV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
popular, transparência, eficiência e interesse público, cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalva-
e também ao seguinte: do o disposto:

3
a) nos incisos X e XIII deste artigo e no art. 125, V; – diretores de empresas públicas, sociedades de eco-
b) nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da nomia mista, autarquias e fundações;
Constituição Federal; - Administradores Regionais;
XV – é vedada a acumulação remunerada de cargos - Procurador-Geral do Distrito Federal
públicos, exceto quando houver compatibilidade de - Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Fe-
horários e observado, em qualquer caso, o disposto deral;
no inciso X: - Defensor Público-Geral do Distrito Federal.
a) a de dois cargos de professor; Para efeito do limite remuneratório de que trata o
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou inciso XI, não serão computadas as parcelas de caráter
científico; indenizatório previstas em lei.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro- Aplica-se o disposto no inciso X a todas as empresas
fissionais de saúde, com profissões regulamentadas; públicas e às sociedades de economia mista distritais, e
XVI – a proibição de acumular estende-se a empre- suas subsidiárias.
gos e funções e abrange autarquias, fundações, em- Do percentual definido no inciso V excluem-se os car-
presas públicas, sociedades de economia mista, suas gos em comissão dos gabinetes parlamentares e lideran-
subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indi-
ças partidárias da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
retamente, pelo Poder Público;
A privatização de empresa pública ou sociedade de
XVII - a administração fazendária e seus agentes fis-
economia mista, de que trata o inciso VXIII, condiciona-
cais, aos quais compete exercer privativamente a fis-
calização de tributos do Distrito Federal, terão, em da à autorização legislativa nos termos deste parágrafo,
suas áreas de competência e jurisdição, precedência depende de manifestação favorável da população, sob a
sobre os demais setores administrativos, na forma da forma de referendo;
lei; A lei que autorizar a privatização, mediante alienação
XVIII – somente por lei específica pode ser: de ações de empresa pública e sociedade de economia
a) criada autarquia e autorizada a instituição de em- mista, estabelecerá a exigência de cumprimento pelo ad-
presa pública, de sociedade de economia mista e de quirente de metas de qualidade do serviço de atendi-
fundação, cabendo a lei complementar, neste último mento aos objetivos sociais inspiradores da constituição
caso, definir as áreas de sua atuação; da entidade.
b) transformada, fundida, cindida, incorporada, priva-
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

tizada ou extinta entidade de que trata a alínea a;


XIX - depende de autorização legislativa, em cada
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio- FIQUE ATENTO!
nadas no inciso anterior, assim como a participação
É proibida a designação para função de con-
de qualquer delas em empresa privada;
fiança ou a nomeação para emprego ou cargo
XX - ressalvada a legislação federal aplicável, ao ser-
em comissão, incluídos os de natureza espe-
vidor público do Distrito Federal é proibido substituir,
sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas pri- cial, de pessoa que tenha praticado ato tipifi-
vadas em greve; cado como causa de inelegibilidade prevista
XXI - todo agente público, qualquer que seja sua ca- na legislação eleitoral. Esta proibição se apli-
tegoria ou a natureza do cargo, emprego, função, é ca à nomeação de administrador regional.
obrigatório a declarar seus bens na posse, exoneração
ou aposentadoria;
XXII - lei disporá sobre cargos que exijam exame psi- Fica vedada a nomeação de cônjuge, companheiro ou
cotécnico para ingresso e acompanhamento psicoló- parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
gico para progressão funcional. terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
XXIII - aos integrantes da carreira de Fiscalização e servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
Inspeção é garantida a independência funcional no direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
exercício de suas atribuições, exigido nível superior de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
escolaridade para ingresso na carreira. gratificada, na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes do Distrito Federal, compreendido
É direito do agente público, entre outros, o acesso na vedação o ajuste mediante designações recíprocas.
à profissionalização e ao treinamento como estímulo à A vedação acima não se aplica aos ocupantes de car-
produtividade e à eficiência. go efetivo da carreira em cuja estrutura esteja o cargo em
A lei estabelecerá a punição do servidor público que comissão ou a função gratificada ocupada.
descumprir os preceitos estabelecidos neste artigo.
A apuração do percentual de que trata o inciso V é
São obrigados a fazer declaração pública anual de
feita em relação ao somatório dos cargos em comissão
seus bens, sem prejuízo do disposto no art. 97 (Art. 97. O
providos na administração direta, autárquica e fundacio-
Governador e o Vice-Governador deverão, no ato da pos-
nal de cada Poder.
se e no término do mandato, fazer declaração pública de
A lei deve dispor sobre os requisitos e as restrições ao
bens), os seguintes agentes públicos:
- Governador; ocupante de cargo ou emprego da administração direta
- Vice-Governador; e indireta que possibilite o acesso a informações privile-
- Secretários de Governo; giadas.

4
A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos b) ser suspensa noventa dias antes das eleições, res-
órgãos e entidades da administração pública pode ser salvadas aquelas essenciais ao interesse público.
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus – a todos são assegurados a razoável duração do pro-
administradores e o Poder Público, que tenha por objeto cesso administrativo e os meios que garantam a celerida-
a fixação de metas de desempenho para o órgão ou a de de sua tramitação.
entidade, cabendo à lei dispor sobre: Os Poderes do Distrito Federal, com base no plano
– prazo de duração do contrato; anual de publicidade, ficam obrigados a publicar, nos
– controles e critérios de avaliação de desempenho, seus órgãos oficiais, quadros demonstrativos de despe-
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; sas realizadas com publicidade e propaganda, conforme
– remuneração do pessoal. dispuser a lei.
Os Poderes do Distrito Federal mandarão publicar,
trimestralmente, no Diário Oficial demonstrativo das
FIQUE ATENTO! despesas realizadas com propaganda e publicidade de
É vedada a percepção simultânea de proven- todos os seus órgãos, inclusive os da administração indi-
tos de aposentadoria decorrentes do art. 40 reta, empresas públicas, sociedades de economia mista e
ou dos arts. 42 e 142 da Constituição Federal fundações mantidas pelo Poder Público, com a discrimi-
com a remuneração ou subsídio de cargo, nação do beneficiário, valor e finalidade, conforme dis-
emprego ou função pública, ressalvados os puser a lei.
cargos acumuláveis na forma desta Lei Or- Os Poderes do Distrito Federal mandarão publicar,
gânica, os cargos eletivos e os cargos em co- mensalmente, nos respectivos sítios oficiais na internet,
missão declarados, em lei, de livre nomeação demonstrativo de todas as despesas realizadas por to-
e exoneração. dos os seus órgãos, de forma clara e compreensível ao
cidadão, inclusive os da administração indireta, empre-
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito sas públicas, sociedades de economia mista e fundações
privado, prestadoras de serviços públicos, responderão mantidas pelo Poder Público, com a discriminação do
pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causa- beneficiário, do valor e da finalidade, conforme dispuser
rem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra a lei.
o responsável nos casos de dolo ou culpa. A lei deve disciplinar as formas de participação do

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
É vedado discriminar ou prejudicar qualquer pessoa usuário na administração pública direta e indireta, regu-
pelo fato de haver litigado ou estar litigando contra os lando especialmente:
órgãos públicos do Distrito Federal, nas esferas adminis- – as reclamações relativas à prestação dos serviços
trativa ou judicial. públicos em geral, assegurada a manutenção de serviços
As pessoas físicas ou jurídicas que se considerarem de atendimento ao usuário e a avaliação periódica exter-
prejudicadas poderão requerer revisão dos atos que de- na e interna da qualidade dos serviços;
rem causa a eventuais prejuízos. – o acesso dos usuários a registros administrativos e
Os atos da administração pública de qualquer dos informações sobre atos de governo, observado o dispos-
Poderes do Distrito Federal, além de obedecer aos prin- to no art. 5º, X e XXXIII, da Constituição Federal (respec-
cípios constitucionais aplicados à administração pública, tivamente: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
devem observar também o seguinte: honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
- os atos administrativos são públicos, salvo quando a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
lei, no interesse da administração, impuser sigilo;
sua violação; e todos têm direito a receber dos órgãos
- a administração é obrigada a fornecer certidão ou
públicos informações de seu interesse particular, ou de
cópia autenticada de atos, contratos e convênios admi-
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
nistrativos a qualquer interessado, no prazo máximo de
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
trinta dias, sob pena de responsabilidade de autoridade
competente ou servidor que negar ou retardar a expe- cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
dição; e do Estado);
- é garantida a gratuidade da expedição da primeira – a representação contra o exercício negligente ou
via da cédula de identidade pessoal; abusivo de cargo, emprego ou função na administração
- no processo administrativo, qualquer que seja o ob- pública.
jeto ou procedimento, observar-se-ão, entre outros re- A administração pública é obrigada a:
quisitos de validade, o contraditório, a ampla defesa e o - atender a requisições judiciais nos prazos fixados
despacho ou decisão motivados; pela autoridade judiciária;
- a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e - fornecer a qualquer cidadão, no prazo máximo de
as campanhas dos órgãos e entidades da administração dez dias úteis, independentemente de pagamento de
pública, ainda que não custeada diretamente pelo erário, taxas ou emolumentos, certidão de atos, contratos, de-
obedecerá ao seguinte: cisões ou pareceres, para defesa de seus direitos e escla-
a) ter caráter educativo, informativo ou de orientação recimento de situações de interesse pessoal ou coletivo.
social, dela não podendo constar símbolos, expressões, A autoridade ou servidor que negar ou retardar o dis-
nomes ou imagens que caracterizem promoção pessoal posto neste artigo incorrerá em pena de responsabilida-
de autoridades ou servidores públicos; de, excetuados os casos de comprovada impossibilidade.

5
A direção superior das empresas públicas, autarquias,
fundações e sociedades de economia mista terá repre-
CAPÍTULO III - DO PODER EXECUTIVO
sentantes dos servidores, escolhidos do quadro funcio-
nal, para exercer funções definidas, na forma da lei.
Os serviços públicos constituem dever do Distrito Fe-
deral e serão prestados, sem distinção de qualquer natu- O Poder Executivo é exercido pelo Governador do
reza, em conformidade com o estabelecido na Constitui- Distrito Federal, auxiliado pelos Secretários de Governo.
ção Federal, nesta Lei Orgânica e nas leis e regulamentos A eleição do Governador e do Vice-Governador do
que organizem sua prestação. Distrito Federal será realizada noventa dias antes do tér-
Observada a legislação federal, as obras, compras, mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocor-
alienações e serviços da administração serão contrata- rerá no dia 1º de janeiro do ano subsequente.
dos mediante processo de licitação pública, nos termos A eleição do Governador do Distrito Federal importa-
da lei. rá a do Vice-Governador com ele registrado.
Os atos de improbidade administrativa importarão A eleição do Governador do Distrito Federal é feita
suspensão dos direitos políticos, perda da função públi- por sufrágio universal e por voto direto e secreto.
ca, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, O mandato do Governador do Distrito Federal será de
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da quatro anos, permitida a reeleição para um único perío-
ação penal cabível. do subsequente.
É vedada a contratação de obras e serviços públicos São condições de elegibilidade para Governador e Vi-
sem prévia aprovação do respectivo projeto, sob pena de ce-Governador do Distrito Federal:
nulidade do ato de contratação. - nacionalidade brasileira;
À administração tributária incumbe as funções de - pleno exercício dos direitos políticos;
lançamento, fiscalização e arrecadação dos tributos de - domicílio eleitoral na circunscrição do Distrito Fede-
competência do Distrito Federal e o julgamento admi- ral pelo prazo fixado em lei;
nistrativo dos processos fiscais, os quais serão exercidos, - filiação partidária;
privativamente, por integrantes da carreira de auditoria - idade mínima de trinta anos;
tributária. - alistamento eleitoral.
O julgamento de processos fiscais em segunda ins- Será considerado eleito Governador do Distrito Fede-
tância será de competência de órgão colegiado, inte- ral o candidato que, registrado por partido político, obti-
ver a maioria absoluta de votos, não computados os em
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

grado por servidores da carreira de auditoria tributária e


representantes dos contribuintes. branco e os nulos.
Excetuam-se da competência privativa referida acima Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta no
primeiro turno, faz-se nova eleição, na qual concorrem os
o lançamento, a fiscalização e a arrecadação das taxas
dois candidatos mais votados, sendo considerado eleito
que tenham como fato gerador o exercício do poder de
o que obtiver a maioria dos votos válidos.
polícia, bem como o julgamento de processos adminis-
Se, ante de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
trativos decorrentes dessas funções, na forma da Lei. desistência ou impedimento legal de candidato, convo-
A administração tributária, atividade essencial ao fun- car-se-á, entre os remanescentes, o de maior votação.
cionamento do Distrito Federal, exercida por servidores Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanes-
da carreira auditoria tributária, tem recursos prioritários cer, em segundo lugar, mais de um candidato com a
para a realização de suas atividades e atua de forma in- mesma votação qualificar-se-á o mais idoso.
tegrada com as administrações tributárias da União, es- O Governador e o Vice-Governador do Distrito Fe-
tados e municípios, inclusive com o compartilhamento deral tomarão posse em sessão da Câmara Legislativa,
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou quando prestarão o compromisso de manter, defender
de convênio. e cumprir a Constituição Federal e a Lei Orgânica, obser-
Lei específica disciplinará a organização e funciona- var as leis e promover o bem geral do povo do Distrito
mento da administração tributária, bem como tratará da Federal.
organização e estruturação da carreira específica de au- Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse,
ditoria tributária. o Governador ou o Vice-Governador do Distrito Federal,
salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo,
este será declarado vago.
Cabe ao Vice-Governador substituir o Governador em
TÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO DOS PO- sua ausência ou impedimento e suceder-lhe no caso de
vaga.
DERES. CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES
O Vice-Governador do Distrito Federal, além de suas
GERAIS atribuições que lhe forem conferidas por lei complemen-
tar, auxiliará o Governador, sempre que por ele convoca-
do para missões especiais.
São Poderes do Distrito Federal, independentes e har- Em caso de impedimento do Governador e do Vi-
mônicos entre si, o Executivo e o Legislativo. ce-Governador, ou de vacância dos respectivos cargos,
É vedada a delegação de atribuições entre os Poderes. serão sucessivamente chamados ao exercício da chefia
O cidadão, investido na função de um dos Poderes, do Poder Executivo o Presidente da Câmara Legislativa e
não poderá exercer a de outro, salvo as exceções previs- o Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
tas nesta Lei Orgânica. Territórios.

6
Vagando os cargos de Governador e Vice-Governa- XI – remeter mensagem à Câmara Legislativa por oca-
dor do Distrito Federal, se fará eleição noventa dias de- sião da abertura da sessão legislativa, expondo a situ-
pois de aberta a última vaga. ação do Distrito Federal e indicando as providências
Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do man- que julgar necessárias;
dato, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias XII - nomear os Conselheiros do Tribunal de Contas do
depois da última vaga, pela Câmara Legislativa, na forma Distrito Federal, após a aprovação pela Câmara Le-
da Lei. gislativa, observado o disposto no art. 82, §§ 1º e 2º e
Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar seus incisos;
o período de seus antecessores. XIII - nomear e destituir o Procurador-Geral do Distrito
O Governador e o Vice-Governador deverão residir Federal, na forma da lei;
no Distrito Federal. XIV - nomear os membros do Conselho de Governo, e
O Governador e o Vice-Governador não poderão, que se refere no art. 108;
sem licença da Câmara Legislativa, ausentar-se do Distri- XV - nomear e destituir presidente de instituições fi-
to Federal por período superior a quinze dias, sob pena nanceiras controladas pelo Distrito Federal, após a
de perda do cargo. aprovação pela Câmara Legislativa, na forma do art.
A licença a que se refere o caput deverá ser justifica- 60, XXXV;
da. XVI - enviar à Câmara Legislativa projetos de lei rela-
O Governador e o Vice-Governador do Distrito Fe- tivos a plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
deral poderão afastar-se durante trinta dias, a título de çamento anual, dívida pública e operações de crédito;
férias, em cada ano de seu mandato. XVII - prestar anualmente à Câmara Legislativa, no
O Governador e o Vice-Governador deverão, no ato prazo de sessenta dias após a abertura da sessão le-
da posse e no término do mandato, fazer declaração pú- gislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
blica de bens. XVIII - prover e extinguir os cargos públicos do Distrito
Aplicam-se ao Governador e ao Vice-Governador, no Federal, na forma da lei;
que couber, as proibições e impedimentos estabelecidos XIX - nomear e demitir diretores de sociedades de eco-
para os Deputados Distritais, fixados no art. 62. nomia mista, empresas públicas e fundações mantidas
Perderá o mandato o Governador que assumir outro pelo Poder Público;
cargo ou função na administração pública direta ou indi- XX - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumen-
reta, federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, tar capital, desde que haja recursos disponíveis, de

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ressalvada a posse em virtude de concurso público. sociedade de economia mista ou de empresa pública,
Vamos conhecer agora as competências do Governa- bem como dispor, a qualquer título, no todo ou em
dor do Distrito Federal: parte, de ações ou capital que tenham subscrito, ad-
quirido, realizado ou aumentado, mediante autoriza-
Art. 100. Compete privativamente ao Governador do ção da Câmara Legislativa;
Distrito Federal:
XXI - delegar, por decreto, a qualquer autoridade do
I - representar o Distrito Federal perante o Governo da
Executivo atribuições administrativas que não sejam
União e das Unidades da Federação, bem como em
de sua exclusiva competência;
suas relações jurídicas, políticas, sociais e administra-
tivas; XXII - solicitar intervenção federal na forma estabele-
II - nomear, observado o disposto no caput do art. 244 cida pela Constituição da República;
e em seu parágrafo único, os membros do Conselho de XXIII - celebrar ou autorizar convênios, ajustes ou
Educação do Distrito Federal; acordos com entidades públicas ou particulares, na
III - nomear e exonerar Secretários de Governo; forma da legislação em vigor;
IV - exercer, com auxílio dos Secretários de Governo, a XXIV - realizar operações de crédito autorizadas pela
direção superior da administração do Distrito Federal; Câmara Legislativa;
V - exercer o comando superior da Polícia Militar e XXV - decretar situação de emergência e estado de
do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, e calamidade pública no Distrito Federal;
promover seus oficiais; XXVI - praticar os demais atos de administração, nos
VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos limites da competência do Poder Executivo;
previstos nesta Lei Orgânica; XXVII – nomear, dispensar, exonerar, demitir e destituir
VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem servidores da administração pública direta, autárqui-
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel ca e fundacional.
execução; XXVIII – nomear e destituir o Defensor Público-Geral
VIII - nomear, na forma da lei, os Comandantes-Gerais do Distrito Federal, na forma da lei.
da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do XXIX - nomear, na forma da lei, o Diretor-Geral do
Distrito Federal, bem como o Diretor-Geral da Polícia Departamento de Trânsito do Distrito Federal, dentre
Civil do Distrito Federal, observado o disposto no pa- os servidores efetivos, indicado em lista tríplice elabo-
rágrafo único deste artigo. rada pela categoria do órgão.
IX - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Parágrafo único. A nomeação do Diretor-Geral da Po-
X - dispor sobre a organização e o funcionamento da lícia Civil do Distrito Federal dá-se por indicação em
administração do Distrito Federal, na forma desta Lei lista tríplice elaborada pelos Delegados de Polícia e
Orgânica; Policiais Civis do Distrito Federal.

7
E agora vamos ver as responsabilidades do Governa- Admitida acusação contra o Governador, por dois
do do Distrito Federal: terços da Câmara Legislativa, será ele submetido a julga-
mento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas infra-
Art. 101. São crimes de responsabilidade os atos do ções penais comuns, ou perante a própria Câmara Legis-
Governador do Distrito Federal que atentem contra lativa, nos crimes de responsabilidade.
a Constituição Federal, esta Lei Orgânica e, especial- O Governador ficará suspenso de suas funções:
mente, contra: - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia
I - a existência da União e do Distrito Federal; ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;
II - o livre exercício do Poder Executivo e do Poder Le- - nos crimes de responsabilidade, após a instauração
gislativo ou de outras autoridades constituídas; do processo pela Câmara Legislativa.
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e so- Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julga-
ciais; mento não estiver concluído, cessará o afastamento do
IV - a segurança interna do País e do Distrito Federal; Governador não estará sujeito a prisão.
V - a probidade na administração; Enquanto não sobrevier sentença condenatória nas
VI - a lei orçamentária; infrações comuns, o Governador não estará sujeito a pri-
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. são.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo O Governador, na vigência de seu mandato, não pode
serão definidos em lei especial, que estabelecerá as ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de
normas de processo e julgamento. suas funções.
A condenação do Governador ou do Vice-Governa-
Importante: crimes de responsabilidade do Governa- dor do Distrito Federal implica a destituição do cargo,
dor do Distrito Federal: sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis.
Os Secretários de Estado serão escolhidos entre bra-
Art. 101-A. São crimes de responsabilidade os atos dos sileiros maiores de vinte e um anos, no exercício dos di-
secretários de governo, dos dirigentes e servidores da reitos políticos.
administração pública direta e indireta, do Procura- Compete aos Secretários de Governo, além de ou-
dor-Geral, dos comandantes da Polícia Militar e do tras atribuições estabelecidas nesta Lei Orgânica e nas
Corpo de Bombeiros Militar e do Diretor-Geral da Polí- demais leis:
cia Civil que atentarem contra a Constituição Federal, - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
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esta Lei Orgânica e, especialmente, contra: órgãos e entidades da administração do Distrito Federal,
I - a existência da União e do Distrito Federal; na área de sua competência;
II - o livre exercício dos Poderes Executivo e Legislativo - referendar os decretos e os atos assinados pelo Go-
e das outras autoridades constituídas; vernador, referentes à área de sua competência;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e so- - expedir instruções para a execução das leis, decretos
ciais; e regulamentos;
IV - a segurança interna do País e do Distrito Federal; - apresentar ao Governador relatório anual de sua
V - a probidade na administração; gestão;
VI - a lei orçamentária; - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
VII - o cumprimento das leis e decisões judiciais; forem outorgadas ou delegadas pelo Governador do
§ 1° A recusa em atender a convocação da Câmara Le- Distrito Federal;
gislativa ou de qualquer das suas comissões constitui - comparecer à Câmara Legislativa ou a suas comis-
igualmente crime de responsabilidade. sões nos casos e para os fins indicados nesta Lei Orgâ-
§ 2° A Mesa Diretora, as Comissões Permanentes e os nica;
Deputados Distritais poderão apresentar ao plenário - delegar a seus subordinados, por ato expresso, atri-
denúncia solicitando a instauração de processo por buições previstas na legislação.
crime de responsabilidade contra qualquer das autori- Os Secretários de Governo poderão comparecer à
dades elencadas no caput. Câmara Legislativa do Distrito Federal ou a qualquer de
§ 3º Admitida a acusação constante da denúncia, por suas comissões, por sua iniciativa ou por convocação,
maioria absoluta dos deputados distritais, será a auto- para expor assunto relevante de sua secretaria.
ridade julgada perante a própria Câmara Legislativa. Os Secretários de Governo serão, nos crimes de co-
§ 4º Após admitida a denúncia pela Câmara Legis- muns e nos de responsabilidade, processados e julgados
lativa a autoridade será afastada imediatamente de pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios,
seu cargo. ressalvada a competência dos órgãos judiciários federais.
§ 5º Aos ex-governadores e aos ex-ocupantes dos car- São crimes de responsabilidade dos Secretários de
gos referidos no caput, aplica-se o disposto no § 1º Governo os referidos nos arts. 60, XII (autorizar o Gover-
quando a convocação referir-se a atos praticados no nador e o Vice-Governador a se ausentarem do Distrito
período de mandato ou gestão dos respectivos cargos.” Federal por mais de quinze dias) e 101, acima citado, bem
como os demais previstos em lei, incluída a recusa ou o
Qualquer cidadão, partido político, associação ou en- não comparecimento à Câmara Legislativa ou a qualquer
tidade sindical poderá denunciar à Câmara Legislativa o de suas comissões quando convocados, além da não
Governador, o Vice-Governador e os Secretários de Go- prestação de informações no prazo de trinta dias ou o
verno por crime de responsabilidade. fornecimento de informações falsas.

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O acolhimento da denúncia pela prática de crime de Nenhuma taxa, à exceção das decorrentes do exercí-
responsabilidade acarreta o afastamento do Secretário cio do poder de polícia, poderá ser aplicada em despesas
de Governo do exercício de suas funções. estranhas aos serviços para os quais foi criada.
O Conselho de Governo é o órgão superior de con- O Distrito Federal poderá, mediante convênio com
sulta do Governador do Distrito Federal, que o preside e a União, Estados e Municípios, delegar ou deles receber
do qual participam: encargos de administração tributária.
- o Vice-Governador do Distrito Federal; É facultada a cobrança da contribuição de que trata o
- o Presidente da Câmara Legislativa; inciso IV na fatura de consumo de energia elétrica.
- os líderes da maioria e da minoria na Câmara Le- A contribuição de que trata o inciso V não pode ter
gislativa; alíquota inferior à da contribuição dos servidores públi-
- quatro cidadãos brasileiros natos, residentes no Dis- cos efetivos da União.
trito Federal há pelo menos dez anos, maiores de trinta O sistema tributário do Distrito Federal obedecerá ao
anos de idade, todos com mandato de dois anos, vedada disposto no art. 146 da Constituição Federal, em reso-
a recondução, sendo dois nomeados pelo Governador e lução do Senado Federal, nesta Lei Orgânica e em leis
dois indicados pela Câmara Legislativa. ordinárias, no tocante a:
Compete ao Conselho de Governo pronunciar-se - conflitos de competência em matéria tributária en-
sobre questões relevantes suscitadas pelo Governo do tre pessoas de direito político;
Distrito Federal, incluída a estabilidade das instituições - limitações constitucionais ao poder de tributar;
e os problemas emergentes de grave complexidade e - definição de tributos e de suas espécies, bem como
magnitude. em relação aos impostos constitucionais discriminados,
A lei regulará a organização e funcionamento do dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e con-
Conselho de Governo e as atribuições de seus membros, tribuintes;
que as exercerão independentemente de qualquer remu- - obrigação, lançamento, crédito, prescrição e deca-
neração. dência tributários;
- adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
praticado pelas sociedades cooperativas.
Ao sistema tributário do Distrito Federal aplica-se o
TÍTULO IV - DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇA- seguinte:
MENTO DO DISTRITO FEDERAL. CAPÍTULO - as normas gerais aplicáveis aos diferentes impostos

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
I - DO SISTEMA TRIBUTÁRIO DO DISTRITO e demais tributos são objeto do código tributário;
FEDERAL - cada imposto ou contribuição, observadas as exce-
ções desta Lei Orgânica, deve ser objeto de lei ordinária
específica e de conteúdo exclusivo.
Compete ao Distrito Federal instituir os seguintes tri- As disposições de vigência temporária em matéria tri-
butos: butária podem ser instituídas em leis diversas das men-
- impostos de sua competência previstos na Consti- cionadas da lei ordinária específica de conteúdo exclu-
tuição Federal; sivo.
- taxas em razão do exercício do poder de polícia ou Ao Distrito Federal compete, cumulativamente, os
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos impostos reservados aos Estados e Municípios nos ter-
de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao mos dos arts. 155 e 156 da Constituição Federal.
contribuinte ou postos a sua disposição; As limitações do poder de tributar encontramos no
- contribuição de melhoria, decorrente de obras pú- art. 128, da Lei Orgânica do DF:
blicas.
- contribuição para o custeio do serviço de ilumina- Art. 128. Sem prejuízo de outras garantias assegura-
ção pública; das ao contribuinte, é vedado ao Distrito Federal:
- contribuição previdenciária, cobrada dos servidores I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
públicos, dos aposentados e dos pensionistas para o cus- II - instituir tratamento desigual entre contribuintes
teio, em benefício deles, do regime próprio de previdên- que se encontrem em situação equivalente, proibida
cia social. qualquer distinção em razão de ocupação profissio-
A função social dos impostos incorpora o princípio de nal ou função por eles exercida, independentemente
justiça fiscal e o critério de progressividade a ser obser- da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
vados na legislação. direitos;
Sempre que possível, os impostos terão caráter pes- III - cobrar tributos:
soal e serão graduados segundo a capacidade econômi- a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do
ca do contribuinte, facultado à administração tributária, início da vigência da lei que os houver instituído ou
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, aumentado;
identificar o patrimônio, rendimentos e atividades eco- b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido pu-
nômicas do contribuinte, respeitados os direitos indivi- blicada a lei que os institui ou aumentou;
duais e nos termos da lei. c) antes de decorridos noventa dias da data em que
As taxas não poderão ter base de cálculo própria de tiver sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
impostos. observado o disposto na alínea b;

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IV - utilizar tributo com efeito de confisco; § 7º A lei pode atribuir a sujeito passivo de obriga-
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou ção tributária a condição de responsável pelo paga-
de bens por meio de tributos, ressalvada a cobrança mento de imposto ou contribuição cujo fato gerador
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e
Distrito Federal; preferencial restituição da quantia paga, caso não se
VI - instituir impostos sobre: realize o fato gerador presumido.
a) patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e
Municípios; A lei poderá isentar, reduzir ou agravar tributos, para
b) templos de qualquer culto; favorecer atividades de interesse público ou para conter
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, atividades incompatíveis com este, obedecidos os limites
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos de prazo e valor.
trabalhadores, das instituições de educação e assis- Para efeito de redução ou isenção da carga tributária,
tência social sem fins lucrativos, atendidos os requi- a lei definirá os produtos que integrarão a cesta básica,
sitos da lei; para atendimento da população de baixa renda, observa-
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua das as restrições da legislação federal.
impressão; São isentas de impostos de competência do Distrito
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzi- Federal as operações de transferência de imóveis desa-
dos no Brasil contendo obras musicais ou literomusi- propriados para fins de reforma agrária.
cais de autores brasileiros ou obras em geral interpre- Outro artigo importante exigido nos certames:
tadas por artistas brasileiros, bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, sal- Art. 131. As isenções, anistias, remissões, benefícios e
vo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas incentivos fiscais que envolvam matéria tributária e
de leitura a laser. previdenciária, inclusive as que sejam objeto de con-
VII - estabelecer diferença tributária entre bens e ser- vênios celebrados entre o Distrito Federal e a União,
viços de qualquer natureza, em razão de sua proce- Estados e Municípios, observarão o seguinte:
dência ou destino. I - só poderão ser concedidos ou revogados por meio
§ 1º A vedação do inciso VI, a, é extensiva a autar- de lei específica, aprovada por dois terços dos mem-
quias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder bros da Câmara Legislativa, obedecidos os limites de
Público, no que se refere a patrimônio, renda e servi- prazo e valor;
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

ços vinculados a suas finalidades essenciais ou delas II – não serão concedidos no último exercício de cada
decorrentes. legislatura, salvo os benefícios fiscais relativos ao im-
§ 2º As vedações do inciso VI, a, e as do parágrafo posto sobre operações relativas à circulação de mer-
anterior não se aplicam a patrimônio, renda e serviços cadorias e sobre prestações de serviços de transporte
relacionados com a exploração de atividades econô- interestadual e intermunicipal e de comunicação, deli-
micas regidas pelas normas aplicáveis a empreen- berados na forma do inciso VII do § 5º do art. 135, e no
dimentos privados, ou em que haja contraprestação caso de calamidade pública, nos termos da lei.
ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem III - não serão concedidos às empresas que utilizem
exoneram o promitente comprador da obrigação de
em seu processo produtivo mão-de-obra baseada no
pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
trabalho de crianças e de adolescentes, em desacordo
§ 3º As vedações do inciso VI, alíneas b e c, compreen-
com o disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Fe-
dem somente patrimônio, renda e serviços relaciona-
deral.
dos com as finalidades essenciais das entidades nelas
Parágrafo único. Os convênios celebrados pelo Distrito
mencionadas.
Federal na forma prescrita no art. 155, § 2º, XII, g, da
§ 4º Os projetos de lei que instituam ou majorem tri-
Constituição Federal, deverão observar o que dispõe o
butos só podem ser apreciados pela Câmara Legisla-
tiva, no mesmo exercício financeiro, se a ela encami- texto constitucional e legislação complementar perti-
nhados antes de noventa dias de seu encerramento, nente.
ressalvados os casos:
I – autorizados na lei de diretrizes orçamentárias; Sobre os impostos do DF, vamos estudar o art. 132,
II – de alteração tributária efetuada na legislação fe- da Lei Orgânica do Distrito Federal:
deral;
III – de proposta ou convênio advindo do Conselho Art. 132. Compete ao Distrito Federal instituir:
Nacional de Política Fazendária – CONFAZ; I - impostos sobre:
IV – de tributo sujeito à noventena prevista no inciso a) transmissão causa mortis e doação de quaisquer
III, c. bens ou direitos;
§ 5º A vedação prevista no inciso III, b, não se aplica à b) operações relativas à circulação de mercadorias e
contribuição previdenciária de que trata o art. 125, V. sobre prestações de serviços de transporte interesta-
§ 6º A vedação prevista no inciso III, c, não se aplica à dual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
fixação da base de cálculo: operações e as prestações se iniciem no exterior;
I – do imposto sobre propriedade de veículos automo- c) propriedade de veículos automotores;
tores; d) propriedade predial e territorial urbana;
II – do imposto sobre propriedade predial e territorial e) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
urbana. oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão fí-

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sica, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de ga- § 1º Caberá ao Distrito Federal o imposto correspon-
rantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; dente à diferença entre a alíquota interna e a inte-
g) serviços de qualquer natureza, não compreendidos restadual, nas operações e prestações interestaduais
na alínea b, definidos em lei complementar federal; que lhe destinem mercadorias e serviços, quando o
(material atualizado, sem texto revogado) destinatário, situado no seu território, for contribuinte
do imposto.
O imposto sobre a transmissão causa mortis e doação § 2º O imposto incide também:
de quaisquer bens ou direitos: I – sobre a entrada de bem ou mercadoria importados
- incidirá sobre: do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não
a) bens imóveis situados no Distrito Federal e respec- seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que
tivos direitos; seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço pres-
b) bens imóveis, títulos e créditos quando o inventá- tado no exterior, cabendo o imposto ao Distrito Fede-
rio ou arrolamento se processar no Distrito Federal ou o ral, se nele estiver situado o domicílio ou o estabeleci-
doador nele tiver domicílio; mento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
- terá a competência para sua instituição regulada por II – sobre o valor total da operação, quando merca-
lei complementar federal; dorias forem fornecidas com serviços não sujeitos ao
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exte- imposto sobre serviços de qualquer natureza.
rior; § 3º O imposto não incide:
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domi- I – sobre operações que destinem mercadorias para o
ciliado, ou teve o seu inventário processado no exterior; exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários
- obedecerá a alíquotas máximas fixadas por resolu- no exterior, assegurada a manutenção e o aproveita-
ção do Senado Federal. mento do montante do imposto cobrado nas opera-
O imposto sobre operações relativas à circulação de ções e prestações anteriores;
mercadorias e sobre prestações de serviços de trans- II – sobre operações que destinem a outro Estado pe-
portes interestadual e intermunicipal e de comunicação tróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e
atenderá ao seguinte: gasosos dele derivados e energia elétrica;
- será não cumulativo, compensando-o o que for de- III - sobre o ouro, quando definido em lei federal, nas
vido em cada operação relativa à circulação de mercado- hipóteses previstas no art. 153, § 5º da Constituição
rias ou prestação de serviços com o montante cobrado Federal.

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
nas anteriores pelo Distrito Federal ou outro Estado; IV – nas prestações de serviço de comunicação nas
- a isenção ou não-incidência, salvo determinação em
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e ima-
contrário da legislação:
gens de recepção livre e gratuita.
a) não implicará crédito para compensação com o
§ 4º O imposto não compreenderá, em sua base de
montante devido nas operações ou prestações seguintes;
cálculo, o montante do imposto sobre produtos indus-
b) acarretará a anulação do crédito às operações an-
trializados, quando a operação, realizada ente contri-
teriores;
buintes e relativa a produto destinado a industrializa-
- poderá ser seletivo, em função da essencialidade
ção ou a comercialização, configure fato gerador dos
das mercadorias e dos serviços;
- terá as alíquotas aplicáveis a operações e prestações dois impostos.
interestaduais e de exportação fixadas por resolução do § 5º Observar-se-á a lei complementar federal para:
Senado Federal. I - definir seus contribuintes;
Observe o disposto abaixo: II - dispor sobre substituição tributária;
III - disciplinar o regime de compensação do imposto;
Art. 135. O Distrito Federal fixará as alíquotas do im- IV - fixar, para efeito de sua cobrança e definição do
posto de que trata o artigo anterior para as operações estabelecimento responsável, o local das operações
internas, observado o seguinte: relativas à circulação de mercadorias e das prestações
I - limite mínimo não inferior ao estabelecido pelo Se- de serviços;
nado Federal para as operações interestaduais, salvo: V - excluir da incidência do imposto, nas exportações
a) deliberação em contrário, estabelecida na forma da para o exterior, serviços e outros produtos além dos
lei complementar federal, conforme previsto no art. mencionados no § 3º, I;
155, § 2º, VI da Constituição Federal; VI - prever casos de manutenção de crédito, relativa-
b) resolução do Senado Federal, na forma do art. 155, mente a remessa para outro Estado e exportação para
§ 2º, V, a da Constituição Federal; o exterior de serviços e de mercadorias;
II - limite máximo, na hipótese de resolução do Senado VII - regular a forma como, mediante deliberação dos
Federal, para solução de conflito específico que envol- Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e be-
va interesse do Distrito Federal e dos Estados; nefícios fiscais serão concedidos e revogados.
III - em relação a operações e prestações que destinem VIII – definir os combustíveis e lubrificantes sobre os
bens e serviços a consumidor final localizado em outro quais o imposto incide uma única vez, qualquer que
Estado, adotar-se-á: seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplica o
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for disposto no § 3º, II;
contribuinte do imposto; IX – fixar a base de cálculo, de modo que o montante
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for do imposto a integre, também na importação do exte-
contribuinte do imposto. rior de bem, mercadoria ou serviço.

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§ 6º As deliberações tomadas nos termos do § 5º, VII, Art. 142. Constituem receitas do Distrito Federal:
no tocante a convênios de natureza autorizativa, se- I - o produto da arrecadação do imposto da União so-
rão estabelecidos sob condições determinadas de li- bre renda e proventos de qualquer natureza, incidente
mites de prazo e valor e somente produzirão efeito no na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título,
Distrito Federal após sua homologação pela Câmara pelo Distrito Federal, suas autarquias e pelas funda-
Legislativa. ções que instituir e mantiver;
§ 7º À exceção do imposto de que trata o art. 134, II - vinte por cento do produto da arrecadação do im-
nenhum outro imposto de competência do Distrito Fe- posto que a União instituir no exercício da competên-
deral pode incidir sobre operações relativas a energia cia que lhe é atribuída pelo art. 154, I da Constituição
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de Federal;
petróleo, combustíveis e minerais do País. III – 50% do produto da arrecadação do imposto da
União sobre a propriedade territorial rural, relativa-
mente aos imóveis situados no Distrito Federal, ca-
Ao imposto sobre propriedade de veículos automo-
bendo a totalidade na hipótese da opção a que se re-
tores aplica-se o seguinte:
fere o art. 153, § 4º, III, da Constituição Federal;
• não pode ter alíquotas inferiores às mínimas fi-
IV – a parcela que lhe couber na forma do art. 159 da
xadas pelo Senado Federal;
Constituição Federal;
• pode ter alíquotas diferenciadas em função do V - o produto da arrecadação do imposto que a União
tipo e da utilização. instituir no exercício da competência que lhe é atribu-
ída pelo art. 153, V e seu § 5º da Constituição Federal.
Mais um artigo importante exigido em provas:

Art. 136. Ao imposto sobre propriedade predial e terri-


torial urbana aplica-se o seguinte: CAPÍTULO II - DAS FINANÇAS PÚBLICAS
I – pode ser progressivo:
a) no tempo, na forma do art. 323;
b) em razão do valor do imóvel;
II – pode ter alíquotas diferentes de acordo com a lo- A receita pública será constituída por:
calização e o uso do imóvel; • tributos;
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

III – deve, nos termos de lei específica, assegurar o • contribuições financeiras e preços públicos;
cumprimento da função social da propriedade, consi- • multas;
derados, entre outros aspectos: • rendas provenientes de concessão, permissão, ces-
a) valor real do imóvel, corrigido a cada ano fiscal; são, arrendamento, locação e autorização de uso;
b) existência ou não de área construída; • produto de alienação de bens móveis, imóveis,
c) utilização própria ou locatícia. ações e direitos, na forma da lei;
• doações e legados com ou sem encargos;
O imposto sobre transmissão inter vivos de bens imó- • outras definidas em lei.
veis e de direitos a eles relativos não incide sobre a trans-
missão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio A arrecadação de todas e quaisquer receitas de com-
de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre petência do Distrito Federal far-se-á na forma disciplina-
a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, da pelo Poder Executivo, devendo seu produto ser obri-
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo gatoriamente recolhido ao Banco de Brasília S.A., à conta
do Tesouro do Distrito Federal.
se, nesses casos, a atividade preponderante do adquiren-
O Banco de Brasília S.A. é o agente financeiro do Te-
te for a compra e venda desses bens ou direitos, locação
souro do Distrito Federal e o organismo fundamental de
de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
fomento da região.
As alíquotas mínimas e máximas do imposto sobre
A disponibilidade de caixa e os recursos colocados
serviços de qualquer natureza são as fixadas em lei com- à disposição dos órgãos da administração direta, bem
plementar federal. como das autarquias e fundações instituídas ou mantidas
O Distrito Federal divulgará, até o último dia do mês pelo Poder Público e das empresas públicas e sociedades
subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada de economia mista e demais entidades em que o Distri-
um dos tributos arrecadados e dos demais recursos re- to Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria
cebidos, inclusive os transferidos pela União. do capital social com direito a voto, serão depositados e
O Distrito Federal orientará os contribuintes com vis- movimentados no Banco de Brasília S.A., ressalvados os
tas ao cumprimento da legislação tributária, que conterá, casos previstos em lei.
entre outros princípios, o da justiça fiscal, bem como de- A execução financeira dos órgãos e entidades manti-
terminará mediante lei medidas para esclarecer os con- dos com recursos do orçamento do Distrito Federal será
sumidores acerca de impostos que incidam sobre mer- feito por sistema integrado de caixa, conforme disposto
cadorias e serviços, fazendo ainda publicar anualmente a em lei.
legislação tributária consolidada. Os pagamentos das remunerações, de qualquer na-
Sobre as receitas do Distrito Federal, observe o que tureza, devidas pelo Distrito Federal aos servidores da
dispõe o art. 142, da Lei Orgânica: administração direta, aos servidores das autarquias e das

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fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, - autonomia econômico-financeira;
aos empregados das empresas públicas e das socieda- - propriedade privada;
des de economia mista, bem como aos empregados das - função social da propriedade;
demais entidades em que o Distrito Federal, direta ou - livre concorrência;
indiretamente, detenha a maioria do capital social com - defesa do consumidor;
direito a voto, serão efetuados pelo Banco de Brasília - defesa do meio ambiente, inclusive mediante trata-
S/A – BRB, para concretizar-lhe e preservar-lhe a função mento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
social. Isso se aplica inclusive aos pagamentos dos servi- produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
dores cujas remunerações sejam custeadas por recursos prestação;
oriundos de repasses feitos pela União. - redução das desigualdades econômico-sociais;
Os recursos financeiros correspondentes às dotações - busca do pleno emprego;
orçamentárias da Câmara Legislativa do Distrito Federal, - integração com a região do entorno do Distrito Fe-
do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria deral.
Pública do Distrito Federal são repassados em duodéci- - fomento à inovação, dando-se prioridade à pesqui-
mos, até o dia 20 de cada mês, em cotas estabelecidas na sa em desenvolvimento científico e tecnológico superior
programação financeira, exceto em caso de investimento, e, principalmente, ao ensino técnico profissionalizante.
em que se obedecerá ao cronograma estabelecido. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer
atividade econômica, independentemente de autoriza-
ção de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
FIQUE ATENTO! O Poder Público só participará diretamente na ex-
Lei complementar, observados os princípios ploração da atividade econômica nos casos previstos na
estabelecidos na Constituição da República e Constituição Federal e, na forma da lei, como agente in-
as disposições de lei complementar federal e dutor do desenvolvimento sócio econômico do Distrito
resoluções do Senado Federal, disporá sobre: Federal, em investimentos de caráter estratégico ou para
• finanças públicas; atender relevante interesse coletivo.
• emissão e resgate de títulos da dívida A empresa pública, a sociedade de economia mista e
pública; suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
• concessão de garantia pelas entidades produção ou comercialização de bens ou de prestação
públicas do Distrito Federal; de serviços sujeitam-se ao estatuto jurídico de que trata

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
• fiscalização financeira da administra- o art. 173, § 1º, da Constituição Federal.
ção pública direta e indireta. As empresas públicas e as sociedades de economia
mista não poderão gozar de privilégios fiscais que não
Fica vedada ao Distrito Federal, salvo disposição em sejam extensivos às do setor privado.
contrário de norma federal, a contratação de emprésti- Na aquisição de bens e serviços, os órgãos e as enti-
mos sob garantias futuras, sem previsão do impacto a dades da administração pública, sem prejuízo dos prin-
recair nas subsequentes administrações financeiras do cípios de publicidade, legitimidade e economicidade,
Distrito Federal. devem dar tratamento preferencial, nos termos da lei, às
A aquisição de títulos públicos pelo Banco de Brasília atividades econômicas exercidas em seu território e, em
S.A. será disciplinada em lei específica. especial, a empresas brasileiras.
O lançamento de títulos da dívida pública e a contra- O regime de gestão das empresas públicas, socieda-
tação de operações de crédito interno ou externo depen- des de economia mista e fundações instituídas pelo Po-
derão de prévia autorização da Câmara Legislativa, ob- der Público do Distrito Federal implica:
servadas as disposições pertinentes da legislação federal. - composição de pelo menos um terço da diretoria
O Poder Executivo encaminhará à Câmara Legislativa, executiva por representantes de seus servidores, esco-
até o último dia de cada mês, a posição contábil da dí- lhidos pelo Governador entre os indicados em lista trí-
vida fundada interna e externa e da dívida flutuante do plice para cada cargo, mediante eleição pelos servidores,
Poder Público no mês anterior. atendidas as exigências legais para o preenchimento dos
referidos cargos;
- assinatura de contratos de gestão que estabeleçam
metas de desempenho e responsabilidade, bem como
TÍTULO V - DA ORDEM ECONÔMICA DO assegurem a autonomia necessária ao alcance dos resul-
DISTRITO FEDERAL. CAPÍTULO I - DAS DIS- tados estabelecidos.
POSIÇÕES GERAIS Excetuam-se do percentual indicado no inciso I as
instituições financeiras controladas pelo Governo do Dis-
trito Federal, facultada a participação de um servidor no
A ordem econômica do Distrito Federal, fundada no Conselho de Administração.
primado da valorização do trabalho e das atividades pro- O Poder Público como agente normativo e regulador
dutivas, em cumprimento ao que estabelece a Consti- da atividade econômica exercerá as funções de planeja-
tuição Federal, tem por fim assegurar a todos existência mento, incentivo e fiscalização, na forma da lei.
digna, promover o desenvolvimento econômico com jus- A lei estabelecerá diretrizes e bases do processo de
tiça social e a melhoria da qualidade de vida, observados planejamento governamental do Distrito Federal, o qual
os seguintes princípios: incorporará e compatibilizará:

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- o Plano Diretor de Ordenamento Territorial e os Pla- XVI – a adoção de políticas que viabilizem geração de
nos de Desenvolvimento Local; empregos e aumento de renda.
- as ações de integração com a região do entorno do
Distrito Federal; O plano plurianual a ser aprovado em lei para o pe-
- o plano plurianual; ríodo de quatro anos, incluído o primeiro ano da admi-
- as diretrizes orçamentárias; nistração subsequente, é o instrumento básico que de-
- o orçamento anual. talha diretrizes, objetivos e metas quantificadas física e
O Plano Diretor de Ordenamento Territorial é o ins- financeiramente para as despesas de capital e outras de-
trumento básico da política de expansão e desenvolvi- las decorrentes, bem como para as relativas a programas
mento urbanos, de longo prazo e natureza permanente. de duração continuada.
As ações de integração com a região do entorno do A lei de diretrizes orçamentárias é instrumento básico
Distrito Federal são constituídas pelo conjunto de políti- que compreende as metas e prioridades da administra-
cas para o desenvolvimento das áreas do entorno, com ção pública do Distrito Federal para o exercício subse-
vistas a integração e harmonia com o Distrito Federal, quente e deverá:
em regime de corresponsabilidade com as unidades da - dispor sobre as alterações da legislação tributária;
Federação às quais pertencem, preservada a autonomia - estabelecer a política de aplicação das agências fi-
administrativa e financeira das unidades envolvidas. nanceiras oficiais de fomento;
A promoção do desenvolvimento socioeconômico do - servir de base para a elaboração da lei orçamentária
DF está assim disposto: anual;
- ser proposta pelo Executivo e aprovada pelo Legis-
Art. 165. As diretrizes, os objetivos e as políticas públi- lativo.
cas que orientam a ação governamental para a pro- O orçamento anual é instrumento básico de deta-
moção do desenvolvimento socioeconômico do Distri- lhamento financeiro das receitas e das despesas para o
to Federal devem observar o seguinte: exercício subsequente ao de sua aprovação, na forma da
I – as demandas da sociedade civil e os planos e po- lei.
líticas econômicas e sociais de instituições não gover- O processo de planejamento do desenvolvimento do
namentais que condicionem o planejamento governa- Distrito Federal atenderá aos princípios da participação,
mental; da coordenação, da integração e da continuidade das
II – as diretrizes estabelecidas no plano diretor de or- ações governamentais.
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

denamento territorial e nos planos de desenvolvimen- As definições consequentes do processo de planeja-


to locais, bem como ações de integração com a região mento governamental são determinativas para o setor
público e indicativas para o setor privado.
do entorno do Distrito Federal;
A lei disporá sobre a implementação e permanente
III – os planos e as políticas do Governo Federal;
atualização de sistema de informações capaz de apoiar
IV – os planos regionais que afetem o Distrito Federal;
as atividades de planejamento, execução e avaliação das
V – a singular condição de Brasília como Capital Fe-
ações governamentais.
deral;
Poderão ser concedidos a empresas situadas no Dis-
VI – a compatibilização do ordenamento de ocupação
trito Federal incentivos e benefícios, na forma da lei:
e uso do solo com a concepção urbanística do Plano
• especiais e temporários, para desenvolver ati-
Piloto e das cidades satélites e com a contenção da vidades consideradas estratégicas e imprescindíveis ao
especulação, da concentração fundiária e imobiliária desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal;
e da expansão desordenada da área urbana; • prioritários para as empresas que em seus es-
VI – a condição de Brasília como Patrimônio Cultural tatutos estabeleçam a participação dos empregados em
da Humanidade; sua gestão e resultados;
VIII – a concepção do Distrito Federal que pressupõe • para prestar assistência tecnológica e gerencial
limitada extensão territorial como espaço modelar; e estimular o desenvolvimento e transferência de tecno-
IX – a superação da disparidade sociocultural e econô- logia a atividades econômicas públicas e privadas, pro-
mica existente entre as regiões administrativas; piciando:
X – a concepção do Distrito Federal como polo cientí- a) acesso às conquistas da ciência e tecnologia por
fico, tecnológico e cultural; quantos exerçam atividades ligadas à produção e ao
XI – a defesa do meio ambiente e dos recursos natu- consumo de bens;
rais, em harmonia com a implantação e a expansão b) estímulo à integração das atividades de produção,
das atividades econômicas, urbanas e rurais; serviços, pesquisa e ensino;
XII – a necessidade de elevar progressivamente os pa- c) incentivo a novas empresas que invistam em seu
drões de qualidade de vida de sua população; território com alta tecnologia e alta produtividade.
XIII – a condição do trabalhador como fator preponde- O agente econômico inscrito na dívida ativa junto ao
rante da produção de riquezas; fisco do Distrito Federal, ou em débito com o sistema
XIV – a participação da sociedade civil, por meio de de seguridade social conforme estabelecido em lei, não
mecanismos democráticos, no processo de planeja- poderá contratar com o Poder Público nem dele receber
mento; benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
XV – a articulação e a integração dos diferentes níveis A lei e as políticas governamentais apoiarão e esti-
de governo e das respectivas entidades administrati- mularão atividades econômicas exercidas sob a forma de
vas; cooperativa e associação.

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O Poder Público do Distrito Federal dará tratamento O sistema de defesa do consumidor, integrado por
favorecido a empresas sediadas em seu território e dis- órgãos públicos das áreas de saúde, alimentação, abas-
pensará a microempresas e empresas de pequeno porte, tecimento, assistência judiciária, crédito, habitação, se-
definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, com gurança, educação e por entidades privadas de defesa
vistas a incentivá-las por meio da simplificação, redução do consumidor, terá atribuições e composição definidas
ou eliminação de suas obrigações administrativas, tribu- em lei.
tárias ou creditícias, na forma da lei. O Poder Público adotará medidas de descentralização
dos órgãos que tenham atribuições de defesa do consu-
midor.

TÍTULO VI - DA ORDEM SOCIAL E DO MEIO


AMBIENTE. CAPÍTULO VI - DA DEFESA DO
CONSUMIDOR.
CAPÍTULO VIII - DO IDOSO

Sobre a defesa do consumidor:


É dever da família, da sociedade e do Poder Público
Art. 263. Cabe ao Poder Público, com a participação garantir o amparo a pessoas idosas e sua participação
da comunidade e na forma da lei, promover a defesa na comunidade; defender sua dignidade, bem-estar e o
do consumidor, mediante: direito à vida, bem como colocá-las a salvo de toda for-
I - adoção de política governamental própria; ma de negligência, discriminação, exploração, violência,
II - pesquisa, informação e divulgação de dados de crueldade e opressão.
consumo, junto a fabricantes, fornecedores e consu- Entende-se por idoso a pessoa com idade igual ou
midores; superior a 60 (sessenta) anos.
III - atendimento, orientação, conciliação e encami- O Poder Público incentivará as entidades não gover-
nhamento do consumidor por meio de órgãos com- namentais, sem fins lucrativos, atuantes na política de
petentes, incluída a assistência jurídica, técnica e ad- amparo e bem-estar do idoso, devidamente registradas
ministrativa; nos órgãos competentes, subvencionando-as com auxí-

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
IV - conscientização do consumidor, habilitando-o lio financeiro e apoio técnico, na forma da lei.
para o exercício de suas funções no processo econô- O Poder Público assegurará a integração do idoso na
mico; comunidade, defendendo sua dignidade e seu bem-es-
V - proteção contra publicidade enganosa; tar, na forma da lei, especialmente quanto:
VI - incentivo ao controle de qualidade de bens e ser-
- ao acesso a todos os equipamentos, serviços e pro-
viços;
gramas culturais, educacionais, esportivos, recreativos,
VII - fiscalização de preços, pesos e medidas;
bem como à reserva de áreas em conjuntos habitacionais
VIII - estímulo a ações de educação sanitária;
IX - esclarecimento ao consumidor acerca do preço destinados a convivência e lazer;
máximo de venda de bens e serviços, quando tabela- - à gratuidade do transporte coletivo urbano para os
dos ou sujeitos a controle; maiores de 65 anos, vedada a criação de qualquer tipo de
X - proteção de direitos dos usuários de serviços pú- dificuldade ou embaraço ao beneficiário, e à progressiva
blicos. extensão desse direito às pessoas com idade entre 60 e
64 anos, na forma da lei;
O Poder Público adotará medidas necessárias à defe- - à criação de núcleos de convivência para idosos;
sa, promoção e divulgação dos direitos do consumidor, - ao atendimento e orientação jurídica no que se re-
em ação coordenada com órgãos e entidades que tenhas fere a seus direitos;
estas atribuições, na forma da lei. - à criação de centros destinados ao trabalho e expe-
O Poder Público, na forma da lei, adotará medidas rimentação laboral e programas de educação continua-
para: da, reciclagem e enriquecimento cultural;
- esclarecer o consumidor acerca dos impostos que - à preferência no atendimento em órgãos e reparti-
incidam sobre bens e serviços; ções públicas.
- assegurar que estabelecimentos comerciais apre-
sentem seus produtos e serviços com preços e dados in-
dispensáveis à decisão consciente do consumidor;
- garantir os direitos assegurados nos contratos que
CAPÍTULO IX - DOS PORTADORES DE DEFI-
regulam as relações de consumo, vedado qualquer tipo
de constrangimento ou ameaça ao consumidor; CIÊNCIA
- garantir o acesso do consumidor a informações so-
bre ele existentes em bancos de dados, cadastros, fichas,
registros de dados pessoais e de consumo, vedada a uti- É dever da família, da sociedade e do Poder Público
lização de qualquer informações que possam impedir ou assegurar a pessoas portadoras de deficiência a plena
dificultar novo acesso ao crédito, quando consumada a inserção na vida econômica e social e o total desenvolvi-
prescrição relativa à cobrança de débitos. mento de suas potencialidades.

15
O Poder Público garantirá o direito de acesso ade- coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
quado a logradouros e edifícios de uso público pelas presentes e futuras gerações.
pessoas portadoras de deficiência, na forma da lei, que Entende-se por meio ambiente o conjunto de condi-
disporá quanto a normas de construção, observada a le- ções, leis, influências e interações de ordem física, quí-
gislação federal. mica e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
As empresas de transporte coletivo garantirão a pes- todas as suas formas.
soas portadoras de deficiência facilidade para a utiliza-
ção de seus veículos. Art. 279. O Poder Público, assegurada a participação
O Poder Público reservará, em estacionamentos pú- da coletividade, zelará pela conservação, proteção e
blicos, vagas para veículos adaptados para portadores de recuperação do meio ambiente, coordenando e tor-
deficiência. nando efetivas as ações e recursos humanos, finan-
O Poder Público disporá sobre linhas de crédito das ceiros, materiais, técnicos e científicos dos órgãos da
entidades ou instituições financeiras, vinculadas ao Dis- administração direta e indireta, e deverá:
trito Federal, destinadas a pessoas carentes e portadoras I - planejar e desenvolver ações para a conservação,
de deficiência para aquisição de equipamentos de uso preservação, proteção, recuperação e fiscalização do
pessoal que permitam correção, diminuição e superação meio ambiente;
de suas limitações. II - promover o diagnóstico e zoneamento ambiental
do território, definindo suas limitações e condicionan-
tes ecológicas e ambientais para ocupação e uso dos
espaços territoriais;
] CAPÍTULO X - DA MULHER, DO NEGRO E ] III - elaborar e implementar o plano de proteção ao
DAS MINORIAS meio ambiente, definindo áreas prioritárias de ação
governamental;
IV - estabelecer normas relativas ao uso e manejo de
Art. 276. É dever do Poder Público estabelecer políticas recursos ambientais;
de prevenção e combate à violência e a discriminação, V - estabelecer normas e padrões de qualidade am-
particularmente contra a mulher, o negro e as mino- biental para aferição e monitoramento dos níveis de
rias, por meio dos seguintes mecanismos: poluição do solo, subsolo, do ar, das águas e acústica,
I - criação de delegacias especiais de atendimento à entre outras;
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

mulher vítima de violência e ao negro vítima de dis- VI - exercer o controle e o combate da poluição am-
criminação; biental;
II - criação e manutenção de abrigos para mulheres VII - estabelecer diretrizes específicas para proteção
vítimas de violência doméstica; de recursos minerais, no território do Distrito Federal;
III - criação e execução de programas que visem à VIII - estabelecer padrões de qualidade ambiental a
coibição da violência e a discriminação sexual, racial, ser obedecidos em planos e projetos de ação, no meio
social ou econômica; ambiente natural e construído;
IV - vedação da adoção de livro didático que dissemi- IX - implantar sistema de informações ambientais,
ne qualquer forma de discriminação ou preconceito; comunicando sistematicamente à população dados
V - criação e execução de programas que visem a as- relativos a qualidade ambiental, tais como níveis de
sistir gestantes carentes, observado o disposto no art. poluição, causas de degradação ambiental, situações
123, parágrafo único; de risco de acidentes e presença de substâncias efetiva
VI - incentivo e apoio às comemorações das datas im- ou potencialmente danosas à saúde;
portantes para a cultura negra. X - promover programas que assegurem progressiva-
mente benefícios de saneamento à população urbana
As empresas e órgãos públicos situados no Distrito e rural;
Federal que, comprovadamente, discriminem a mulher XI - implantar e operar sistema de monitoramento
nos procedimentos de seleção, contratação, promoção, ambiental;
aperfeiçoamento profissional e remuneração, bem como XII - licenciar e fiscalizar o desmatamento ou qualquer
por seu estado civil, sofrerão sanções administrativas, na outra alteração da cobertura vegetal nativa, primitiva
forma da lei. ou regenerada, bem como a exploração de recursos
Aplicam-se as sanções referidas neste artigo a em- minerais;
presas e órgãos públicos que exijam documento médico XIII - promover medidas judiciais e administrativas ne-
para controle de gravidez ou fertilidade. cessárias para coibir danos ao meio ambiente, respon-
sabilizados os servidores públicos pela mora ou falta
de iniciativa;
XIV - colaborar e participar de planos e ações de inte-
CAPÍTULO XI - DO MEIO AMBIENTE resse ambiental em âmbito nacional, regional e local;
XV - condicionar a concessão de benefícios fiscais e
creditícios a pessoas físicas e jurídicas condenadas
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente por atos cujas obrigações ambientais ainda estejam
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à pendentes ao compromisso de quitação dessas obri-
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e gações;

16
XVI - estimular e promover o reflorestamento com es- - seu controle, de modo a evitar ou minimizar os im-
pécies nativas em áreas degradadas, com o objetivo pactos danosos causados por eventos meteorológicos;
de proteger especialmente encostas e recursos hídri- - a utilização das águas para abastecimento público,
cos, bem como manter índices mínimos de cobertura pscicultura, pesca e turismo;
vegetal original necessários à proteção da fauna na- - a exploração racional dos depósitos naturais de
tiva; água, águas subterrâneas e afluentes.
XVII - avaliar e incentivar o desenvolvimento, produ- Compete ao Distrito Federal:
ção e instalação de equipamentos, bem como a cria- - instituir normas de gerência e monitoramento dos
ção, absorção e difusão de tecnologias compatíveis recursos hídricos no seu território;
com a melhoria da qualidade ambiental; - adotar a bacia hidrográfica como base unitária de
XVIII - conceder licenças, autorizações e fixar limita- gerenciamento, considerado o ciclo hidrológico em to-
ções administrativas relativas ao meio ambiente; das as suas fases;
XIX - garantir a participação comunitária no planeja- - cadastrar, registrar, acompanhar e fiscalizar as con-
mento, execução e vigilância de atividades que visem cessões de atividades de pesquisa ou exploração de re-
à proteção, recuperação ou melhoria da qualidade cursos hídricos concedidas ou efetuadas pela União.
ambiental; A exploração de recursos hídricos no Distrito Federal
XX - avaliar níveis de saúde ambiental, promovendo não poderá comprometer a preservação do patrimônio
pesquisas, investigações, estudos e outras medidas ne- natural e cultural do seu território.
cessárias; Incumbe ao Poder Público estabelecer normas, pa-
XXI - identificar, criar e administrar unidades de con- drões e parâmetros para prevenir, combater e controlar
servação e demais áreas de interesse ambiental, esta- a poluição e a erosão do solo em quaisquer de suas for-
belecendo normas a serem observadas nestas áreas, mas, bem como fixas as medidas necessárias a seu mane-
incluídos os respectivos planos de manejo; jo, respeitada sua vocação quanto à capacidade de uso.
XXII - promover a educação ambiental, objetivando a O Distrito Federal, de comum acordo com a União,
conscientização pública para a preservação, conserva- zelará pelos recursos minerais de seu território, fiscali-
ção e recuperação do meio ambiente; zando a exploração de jazidas e estimulando estudos e
XXIII - controlar e fiscalizar obras, atividades, pro-
pesquisas de solos, geológicas e de tecnologia mineral.
cessos produtivos e empreendimentos que, direta ou
O Poder Público manterá permanente fiscalização
indiretamente, possam causar degradação ao meio
e controle da emissão de gases e partículas poluidoras

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ambiente, bem como adotar medidas preventivas ou
produzidas pelas fontes estacionárias e não estacioná-
corretivas e aplicar sanções administrativas pertinen-
rias, obrigatório nessas atividades o uso de equipamen-
tes.
tos antipoluentes.
O Poder Público estimulará a eficiência energética e
As terras públicas, consideradas de interesse para a
a conservação de energia, incluída a utilização de fontes
proteção ambiental, não poderão ser transferidas a par-
ticulares, a qualquer título. alternativas não poluidoras.
O Poder Público poderá estabelecer restrições admi- Cabe ao Poder Público, na forma da lei, exigir a rea-
nistrativas de uso de áreas privadas para fins de proteção lização de estudo prévio de impacto ambiental para
a ecossistemas. construção, instalação, reforma, recuperação, ampliação
Cabe ao Poder Público estabelecer diretrizes especí- e operação de empreendimentos ou atividades poten-
ficas para proteção de mananciais hídricos, por meio de cialmente causadoras de significativa degradação ao
planos de gerenciamento, uso e ocupação de áreas de meio ambiente, ao qual se dará publicidade, ficando à
drenagem de bacias e sub bacias hidrográficas, que de- disposição do público por no mínimo trinta dias antes da
verão dar prioridade à solução de maior alcance ambien- audiência pública obrigatória.
tal, social e sanitário, além de respeitar a participação dos Os projetos de parcelamento do solo no Distrito Fe-
usuários. deral terão sua aprovação condicionada a apresentação
Cabe ao órgão ambiental do Distrito Federal a gestão de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório,
do sistema de gerenciamento de recursos hídricos. para fins de licenciamento.
O órgão ambiental do Distrito Federal deverá divul- Quando da aprovação pelo Poder Público de proje-
gar, a cada semestre, relatório de qualidade da água dis- to de parcelamento do solo, o respectivo licenciamento
tribuída à população. constará do ato administrativo de aprovação, com as li-
Os recursos hídricos do Distrito Federal constituem mitações administrativas, caso existam.
patrimônio público. O estudo prévio de impacto ambiental será realizado
É dever do Governo do Distrito Federal, do cidadão por equipe multidisciplinar, cujos membros deverão ser
e da sociedade zelar pelo regime jurídico das águas, de- cadastrados no órgão ambiental do Distrito Federal.
vendo o Poder Público disciplinar: A execução das atividades referidas no caput depen-
- o uso racional dos recursos hídricos para toda a co- derá de prévio licenciamento pelo órgão ambiental, sem
letividade; prejuízo de outras licenças exigidas por lei.
- a proteção das águas contra ações ou eventos que Poderá ser exigido estudo de impacto ambiental e
comprometam a utilização atual e futura, bem como a respectivo relatório em empreendimento ou atividades
integridade e renovação física, química e biológica do ci- já instaladas, a qualquer tempo, na hipótese de realiza-
clo hidrológico; ção de auditoria ambiental.

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Na aprovação de projetos de parcelamento do solo É vedada a implantação de aterros sanitários próxi-
para fins urbanos com área igual ou inferior a sessenta mos a rios, lagos e demais fontes de recursos hídricos,
hectares, ou com área igual ou inferior a cem hectares no respeitado o afastamento mínimo definido, em cada
caso de projetos urbanísticos de habitação de interesse caso específico, pelo órgão ambiental do Distrito Federal.
social com pequeno potencial de impacto ambiental, e As unidades de conservação, os parques, as praças, o
de parcelamento do solo com finalidade rural com área conjunto urbanístico de Brasília, objeto de tombamento
igual ou inferior a duzentos hectares cuja fração míni- e Patrimônio Cultural da Humanidade, bem como os de-
ma corresponda à definida nos planos diretores, o órgão mais bens imóveis de valor cultural, são espaços territo-
ambiental pode substituir a exigência de apresentação riais especialmente protegidos e sua utilização será feita
de estudo de impacto ambiental e do respectivo relató- na forma da lei.
rio pela avaliação de impacto ambiental definida em lei Cabe ao Poder Público estabelecer e implantar con-
específica ou pelo licenciamento ambiental simplificado, trole da poluição visual no Distrito Federal, de modo a
referentes, entre outros fatores, às restrições ambientais, assegurar a preservação da estética dos ambientes.
à capacidade de abastecimento de água, às alternativas Na criação pelo Poder Público de unidades de conser-
de esgotamento sanitário e de destinação final de águas vação, serão alocados recursos financeiros, estabelecidos
pluviais, mantida a obrigatoriedade da realização de au- prazos para regularização fundiária, demarcação, zonea-
diência pública. mento e implantação da estrutura de fiscalização.
Para fins de licenciamento ambiental de projetos de Nas unidades de conservação do Distrito Federal,
parcelamento do solo em imóveis rurais de propriedade criados com a finalidade de preservar a integridade de
da Administração Pública direta ou indireta, com objetivo exemplares dos ecossistemas que possuam caracterís-
de regularizar a situação fundiária de ocupações consoli- ticas naturais peculiares ou abriguem exemplares raros
dadas em consonância com as definições do Plano Dire- da biota regional, é vedada qualquer atividade ou em-
tor de Ordenamento territorial – PDOT, o órgão ambien- preendimento público ou privado que degrade ou altere
tal substituirá a exigência de apresentação do Estudo de as características naturais.
Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental Cabe ao Poder Público proteger e preservar a flora e
pelo Relatório de Controle Ambiental – RCA e pelo Plano a fauna, as espécies ameaçadas de extinção, as vulnerá-
de Controle Ambiental – PCA. veis e raras, vedadas as práticas cruéis contra animais, a
O Poder Público estabelecerá, na forma da lei com- pesca predatória, a caça, sob qualquer pretexto, em todo
plementar, tributação das atividades que utilizem re- o Distrito Federal.
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cursos ambientais e impliquem significativa degradação Os proprietários ou concessionários rurais ficam obri-
ambiental. gados, na forma da lei, a conservar o ambiente de sua
Os projetos com significativo potencial poluidor, após propriedade ou lotes rurais, ou a recuperá-lo, preferen-
a realização do estudo de impacto ambiental e da au- cialmente com espécies nativas.
diência pública, serão submetidos a apreciação do Con- As coberturas vegetais nativas existentes no Distrito
selho de Meio Ambiente do Distrito Federal. Federal não poderão ter suas áreas reduzidas, salvo nos
As pessoas físicas e jurídicas, públicas ou privadas, casos previstos em lei.
que exerçam atividades consideradas efetiva ou poten- O Distrito Federal adotará políticas de estímulo ao
cialmente poluidoras, temporárias ou permanentes, são reflorestamento ecológico em áreas degradadas, a fim
responsáveis, direta ou indiretamente, pela coleta, acon- de proteger encostas e recursos hídricos e de manter os
dicionando, tratamento, esgotamento e destinação final índices mínimos de cobertura vegetal.
dos resíduos produzidos. Será estimulado o reflorestamento econômico inte-
O Poder Público promoverá o controle e avaliação de grado, com essências diversificadas, em áreas ecologica-
irregularidades que agridam ao meio ambiente e, na for- mente adequadas.
ma da lei, exigirá adoção das medidas corretas necessá- O Poder Público promoverá e estimulará ampla e per-
rias e aplicará as penalidades cabíveis aos responsáveis. manente arborização de logradouros públicos.
O processamento, controle, e destinação de resíduos A prática do carvoejamento visando à produção de
rurais e urbanos obedecerão a normas previstas na le- carvão vegetal para fins industriais é proibida no territó-
gislação local de proteção ambiental, sem prejuízo dos rio do Distrito Federal.
demais dispositivos legais indicentes. A Lei Orgânica do DF estabelece quais são as áreas de
O Poder Público implementará política setorial com preservação permanente:
vistas à coleta seletiva, transporte, tratamento e disposi-
ção final de resíduos urbanos, com ênfase nos processos Art. 301. São áreas de preservação permanente:
que envolvam sua reciclagem. I - lagos e lagoas;
É vedado, no território do Distrito Federal, lançar es- II - nascentes, remanescentes de matas ciliares ou de
gotos hospitalares, industriais, residenciais e de outras galerias, mananciais de bacias hidrográficas e faixas
fontes, diretamente em cursos ou corpos d’água, sem marginais de proteção de águas superficiais, conforme
prévio tratamento. definidas pelo órgão ambiental do Distrito Federal;
Cabe ao Poder Público regulamentar a permissão III - áreas que abriguem exemplares da fauna e flora
para uso dos recursos naturais como via der esgotamen- ameaçados de extinção, vulneráveis, raros ou menos
to dos dejetos citados acima, após conveniente trata- conhecidos, bem como aquelas que sirvam como local
mento, controle e avaliação dos teores poluentes. de pouso, alimentação ou reprodução;

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IV - áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, • a fabricação, comercialização e utilização de
paisagístico e cultural; substâncias que emanem o composto cloro-flúor-carbo-
V - aquelas assim declaradas em lei. no (CFC);
• a fabricação, comercialização e utilização de
São espaços territoriais especialmente protegidos, equipamentos e instalações nucleares, à exceção dos
cuja utilização dependerá de prévia autorização dos ór- destinados a pesquisa científica e a uso terapêutico, que
gãos competentes, de modo a preservar seus atributos dependerão de licenciamento ambiental;
essenciais: • a instalação de depósitos de resíduos tóxicos ou
- as coberturas florestais nativas; radioativos de outros Estados e países.
- as unidades de conservação já existentes; Ao Poder Público incumbe, na forma da lei, implantar
- aquelas assim declaradas em lei. unidades técnicas preventivas, curativas e emergenciais,
O Poder Público criará sistema permanente de prote- para atendimento a pessoas e instalações afetadas por
ção, na forma da lei, que desenvolva ações permanentes emanações tóxicas ou quaisquer outras causas nocivas à
de proteção, recuperação e fiscalização do meio ambien- população e ao meio ambiente.
te, primordialmente para preservar a diversidade e inte- O Poder Público disporá de laboratórios para análises
gridade do patrimônio genético contido em seu territó- físico-químico-biológicas, bem como incentivará e facili-
rio, incluídas a manutenção e ampliação de bancos de tará a participação da sociedade civil na apresentação de
germoplasma e a fiscalização das entidades dedicadas a amostras de substâncias suspeitas de potencial poluidor,
pesquisa e a manipulação de material genético. cuja análise terá resultados públicos.
É garantida a participação do Sistema Único de Saúde As normas de preservação ambiental quanto à polui-
nas ações de preservação do meio ambiente. ção sonora, fixando níveis máximos de emissão de sons e
Compete ao Poder Público promover a conscientiza- ruídos, de acordo com o local e a duração da fonte, serão
ção da sociedade para a preservação do meio ambiente, estabelecidas na forma da lei, observada a legislação fe-
conservação de energia e sadia qualidade de vida. deral pertinente.
O bioma cerrado, sua flora e fauna, bem como as re-
lações ecológicas existentes e formas de conservação,
preservação, manejo, ocupação e exploração, deverão EXERCÍCIO COMENTADO
receber atenção especial do Poder Público.
O Distrito Federal deverá manter mapa atualizado
1. (Inédita) O Distrito Federal possui competência legis-

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que indique as unidades de conservação e demais áreas
lativa privativa, concorrente com a União e comum com a
de proteção ambiental de seu território.
União. Isso ocorre pelo fato de o Distrito Federal, dentre
Cabe ao Poder Público garantir à população o acesso outras características, ter competência legislativa:
sistemático a informações referentes a níveis de poluição
e causas da degradação ambiental de qualquer natureza a) reservada aos Estados e Municípios.
e origem. b) específica dos Estados.
Compete ao Poder Público instituir órgãos próprios c) comum dos Estados.
para estudar, planejar e controlar a utilização racional do d) comum e concorrente aos Estados.
meio ambiente, bem como daquelas tecnologias menos
agressivas ao meio ambiente, contempladas também as Resposta: Letra A.
práticas populares e empíricas, utilizadas secularmente. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
Parágrafo único. Com a finalidade de assegurar a prá- legislativas reservadas aos Estados e Municípios, ca-
tica e o efetivo controle das ações que objetivem a prote- bendo-lhe exercer, em seu território, todas as compe-
ção do meio ambiente, o Distrito Federal deverá manter: tências que não lhe sejam vedadas pela Constituição
• Subprocuradoria especializada em tutela am- Federal.
biental, defesa de interesses difusos e do patrimônio his-
tórico, cultural, paisagístico, arquitetônico e urbanístico,
integrante da Procuradoria-Geral do Distrito Federal;
• Delegacias policiais especializadas e unidades LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011, DISPÕE
de policiamento ambiental integrantes da Polícia Militar SOBRE O REGIME JURÍDICO DOS SERVI-
do Distrito Federal, incumbidas da prevenção, da repres- DORES PÚBLICOS CIVIS DO DISTRITO FE-
são e da apuração dos ilícitos ambientais, sem prejuízo DERAL, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDA-
das ações dos demais órgãos de fiscalização especiali- ÇÕES PÚBLICAS DISTRITAIS
zados.
O Poder Público regulamentará, controlará e fiscaliza-
rá a produção, estocagem, manejo, transporte, comercia- Para os efeitos desta Lei Complementar, que inicia-
lização, consumo, uso, disposição final, pesquisa e expe- mos os estudos, vamos compreender os seguintes con-
rimentação de substâncias nocivas à saúde, à qualidade ceitos:
de vida e ao meio ambiente. • Servidor público é a pessoa legalmente investi-
São vedadas no território do Distrito Federal, obser- da em cargo público.
vada a legislação federal: • Cargo público é o conjunto de atribuições e res-
• a instalação de indústrias químicas de agrotóxi- ponsabilidades previstas na estrutura organizacional e
cos, seus componentes e afins; cometidas a um servidor público.

19
Os cargos públicos são criados por lei, com denomi- O ato de provimento de cargo público compete ao:
nação própria e subsídio ou vencimentos pagos pelos • Governador, no Poder Executivo;
cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou • Presidente da Câmara Legislativa;
em comissão. • Presidente do Tribunal de Contas.
A investidura em cargo de provimento efetivo depen-
de de prévia aprovação em concurso público. As normas gerais sobre concurso público são as fixa-
Os cargos em comissão estão dispostos no art. 5º das em lei específica. O concurso público é de provas ou
desta Lei Complementar: de provas e títulos, conforme dispuser a lei do respectivo
plano de carreira.
Art. 5º Os cargos em comissão, destinados exclusiva- O edital de concurso público tem de reservar vinte
mente às atribuições de direção, chefia e assessora- por cento das vagas para serem preenchidas por pessoa
mento, são de livre nomeação e exoneração pela au- com deficiência, desprezada a parte decimal.
toridade competente. A vaga não preenchida na forma do caput reverte-se
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se para provimento dos demais candidatos.
cargo em comissão: A deficiência e a compatibilidade para as atribuições
I – de direção: aquele cujo desempenho envolva atri- do cargo são verificadas antes da posse, garantido recur-
buições da administração superior; so em caso de decisão denegatória, com suspensão da
II – de chefia: aquele cujo desempenho envolva rela- contagem do prazo para a posse.
ção direta e imediata de subordinação; Não estão abrangidas pelos benefícios deste artigo a
III – de assessoramento: aquele cujas atribuições sejam pessoa com deficiência apta para trabalhar normalmente
para auxiliar: e a inapta para qualquer trabalho.
a) os detentores de mandato eletivo; O concurso público tem validade de até dois anos, a
b) os ocupantes de cargos vitalícios; qual pode ser prorrogada uma única vez, por igual perío-
c) os ocupantes de cargos de direção ou de chefia. do, na forma do edital.
§ 2º Pelo menos cinquenta por cento dos cargos em No período de validade do concurso público, o candi-
comissão devem ser providos por servidor público de dato aprovado deve ser nomeado com prioridade sobre
carreira, nos casos e condições previstos em lei. novos concursados para assumir cargo na carreira.
§ 3º É proibida a designação para função de confiança O candidato aprovado em concurso público, no prazo
ou a nomeação para cargo em comissão, incluídos os de cinco dias contados da publicação do ato de nomea-
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de natureza especial, de pessoa que tenha praticado ção, pode solicitar seu reposicionamento para o final da
ato tipificado como causa de inelegibilidade prevista lista de classificação.
na legislação eleitoral, observado o mesmo prazo de
incompatibilidade dessa legislação.
FIQUE ATENTO!
As funções de confiança, privativas de servidor efe- Art. 14. A nomeação faz-se em cargo:
tivo, destinam-se exclusivamente às atribuições de dire- I – de provimento efetivo;
ção, chefia e assessoramento. II – em comissão.
São requisitos básicos para investidura em cargo pú-
blico:
• a nacionalidade brasileira; A nomeação para cargo efetivo deve observar a or-
• o gozo dos direitos políticos; dem de classificação e o prazo de validade do concurso
• a quitação com as obrigações militares e elei- público.
torais; O candidato aprovado no número de vagas previstas
• o nível de escolaridade exigido para o exercício no edital do concurso tem direito à nomeação no cargo
do cargo; para o qual concorreu.
• a idade mínima de dezoito anos; O servidor ocupante de cargo em comissão pode ser
• a aptidão física e mental. nomeado para ter exercício, interinamente, em outro car-
A lei pode estabelecer requisitos específicos para a go em comissão, hipótese em que deve:
investidura em cargos públicos. • acumular as atribuições de ambos os cargos;
O provimento de cargo público por estrangeiro deve • optar pela remuneração de um deles durante o
observar o disposto em Lei federal. período da interinidade.
Os requisitos para investidura em cargo público de-
vem ser comprovados por ocasião da posse. Art. 16. É vedada a nomeação, para cargo em comis-
são ou a designação para função de confiança, do
São formas de provimento de cargo público: cônjuge, de companheiro ou de parente, por consan-
• nomeação; guinidade até o terceiro grau ou por afinidade:
• reversão; I – do Governador e do Vice-Governador, na adminis-
• aproveitamento; tração pública direta, autárquica ou fundacional do
• reintegração; Poder Executivo;
• recondução. II – de Deputado Distrital, na Câmara Legislativa;
É vedado editar atos de nomeação, posse ou exercício III – de Conselheiro, Auditor ou Procurador do Ministé-
com efeito retroativo. rio Público, no Tribunal de Contas;

20
§ 1º As vedações deste artigo aplicam-se: A declaração acima deve ser feita em formulário for-
I – aos casos de reciprocidade de nomeação ou desig- necido pelo setor de pessoal da repartição, e dele deve
nação; constar campo para informar bens, valores, dívidas e
II – às relações homoafetivas. ônus reais exigidos na declaração anual do imposto de
§ 2º Não se inclui nas vedações deste artigo a nomea- renda da pessoa física, com as seguintes especificações:
ção ou a designação: • a descrição do bem, com sua localização, espe-
I – de servidor ocupante de cargo de provimento efe- cificações gerais, data e valor da aquisição, nome do ven-
tivo, incluídos os aposentados, desde que seja obser- dedor e valor das benfeitorias, se houver;
vada: • as dívidas e o ônus real sobre os bens, com suas
a) a compatibilidade do grau de escolaridade do car- especificações gerais, valor e prazo para quitação, bem
go efetivo com o cargo em comissão ou a função de como o nome do credor;
confiança; • a fonte de renda dos últimos doze meses, com a
b) a compatibilidade e a complexidade das atribuições especificação do valor auferido no período.
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
do cargo efetivo com o cargo em comissão ou a fun-
cargo público.
ção de confiança;
O servidor não pode entrar em exercício:
II – realizada antes do início do vínculo familiar entre
• se ocupar cargo inacumulável, sem comprovar a
o agente público e o nomeado ou designado; exoneração ou a vacância;
III – de pessoa já em exercício no mesmo órgão, autar- • se ocupar cargo acumulável, sem comprovar a
quia ou fundação antes do início do vínculo familiar compatibilidade de horários;
com o agente público, para cargo, função ou emprego • se receber proventos de aposentadoria ina-
de nível hierárquico igual ou mais baixo que o ante- cumuláveis com a remuneração ou subsídio do cargo
riormente ocupado. efetivo, sem comprovar a opção por uma das formas de
§ 3º Em qualquer caso, é vedada a manutenção de pagamento.
familiar ocupante de cargo em comissão ou função de É de cinco dias úteis o prazo para o servidor entrar em
confiança sob subordinação hierárquica mediata ou exercício, contado da posse.
imediata. Compete ao titular da unidade administrativa onde
for lotado o servidor dar-lhe exercício.
A posse ocorre com a assinatura do respectivo termo, Com o exercício, inicia-se a contagem do tempo efe-

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do qual devem constar as atribuições, os direitos e os tivo de serviço.
deveres inerentes ao cargo ocupado. O servidor que não entrar em exercício no prazo de
A posse deve ocorrer no prazo de trinta dias, conta- cinco dias será exonerado.
dos da publicação do ato de nomeação. Ao entrar em exercício, o servidor tem de apresentar
O prazo de trinta dias pode ser prorrogado para ter ao órgão competente os documentos necessários aos
início após o término das licenças ou dos afastamentos assentamentos individuais.
seguintes: O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do
– licença médica ou odontológica; exercício são registrados nos assentamentos individuais
– licença maternidade; do servidor.
– licença paternidade; O exercício de função de confiança inicia-se com a
– licença para o serviço militar. publicação do ato de designação, salvo quando o servi-
A posse pode ocorrer mediante procuração com po- dor estiver em licença ou afastado por qualquer motivo
legal, hipótese em que o exercício se inicia no primeiro
deres específicos.
dia útil após o término do impedimento, que não pode
Só há posse nos casos de provimento por nomeação.
exceder a trinta dias da publicação.
Deve ser tornado sem efeito o ato de nomeação se a
E o Estágio Probatório?
posse não ocorrer no prazo de trinta dias.
Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-
Por ocasião da posse, é exigido do nomeado apre- go de provimento efetivo fica sujeito ao estágio proba-
sentar: tório pelo prazo de três anos.
• os comprovantes de satisfação dos requisitos de Na hipótese de acumulação lícita de cargos, o estágio
nomeação, já especificados acima, e nas normas especí- probatório é cumprido em relação a cada cargo em cujo
ficas para a investidura no cargo; exercício esteja o servidor, vedado o aproveitamento de
• declaração: prazo ou pontuação.
a) de bens e valores que constituem seu patrimônio; O servidor pode desistir do estágio probatório e ser
b) sobre acumulação ou não de cargo ou emprego reconduzido ao cargo de provimento efetivo anterior-
público, bem como de proventos da aposentadoria de mente ocupado no qual já possuía estabilidade.
regime próprio de previdência social; Não pode desistir do estágio probatório o servidor
c) sobre a existência ou não de impedimento para o que responde a processo disciplinar.
exercício de cargo público. É vedado à administração pública conceder licença
É nulo o ato de posse realizado sem a apresentação não remunerada ou autorizar afastamento sem remune-
dos documentos acima citados. ração ao servidor em estágio probatório.
A aptidão física e mental é verificada em inspeção Excetua-se do disposto acima o afastamento para o
médica oficial. serviço militar ou para o exercício de mandato eletivo.

21
A vedação de que trata este artigo aplica-se ao gozo Para proceder à avaliação especial, a comissão deve
de licença-prêmio por assiduidade. observar os seguintes procedimentos:
O servidor em estágio probatório pode: • adotar, como subsídios para sua decisão, as ava-
• exercer qualquer cargo em comissão ou função liações feitas na forma do art. 28, incluídos eventuais pe-
de confiança no órgão, autarquia ou fundação de lota- didos de reconsideração, recursos e decisões sobre eles
ção; proferidas;
• ser cedido a outro órgão ou entidade para ocu- • ouvir, separadamente, o avaliador e, em segui-
par cargo de natureza especial ou de equivalente nível da, o avaliado;
hierárquico. • realizar, a pedido ou de ofício, as diligências que
Fica suspensa a contagem do tempo de estágio pro- eventualmente emergirem das oitivas do avaliador e do
batório quando ocorrer: avaliado, em separado;
• o afastamento sem remuneração e afastar-se do • aprovar ou reprovar o servidor no estágio pro-
cargo ocupado para participar de curso de formação pre- batório, por decisão fundamentada.
visto como etapa de concurso público; Contra a reprovação no estágio probatório cabe pe-
• licença remunerada por motivo de doença em dido de reconsideração ou recurso, a serem processados
pessoa da família do servidor. na forma desta Lei Complementar.
Durante o estágio probatório, são avaliadas a apti- As autoridades: Presidente da Câmara Legislativa,
dão, a capacidade e a eficiência do servidor para o de- Presidente do Tribunal de Contas e Secretário de Estado
sempenho do cargo, com a observância dos fatores: são competentes para:
• assiduidade; – julgar, em única e última instância, qualquer recurso
• pontualidade; interposto na forma do art. 29;
• disciplina; – homologar o resultado da avaliação especial feita
• capacidade de iniciativa; pela comissão e, como consequência, efetivar o servidor
• produtividade; no cargo, quando ele for aprovado no estágio probató-
• responsabilidade. rio.
O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legislativo O servidor reprovado no estágio probatório deve ser,
devem regulamentar, em seus respectivos âmbitos de conforme o caso, exonerado ou reconduzido ao cargo
atuação, os procedimentos de avaliação do estágio pro- de origem.
batório, observado, no mínimo, o seguinte: O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo
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• até o trigésimo mês do estágio probatório, a regularmente aprovado no estágio probatório adquire
estabilidade no serviço público ao completar três anos
avaliação é feita semestralmente, com pontuação por
de efetivo exercício.
notas numéricas de zero a dez;
Só para lembrar: o servidor estável só perde o cargo
• as avaliações de que trata o inciso I são feitas
nas hipóteses previstas na Constituição Federal.
pela chefia imediata do servidor, em ficha previamente Um ponto também importante, trata-se da reversão,
preparada e da qual conste, pelo menos, o seguinte: que é o retorno do servidor aposentado à atividade.
a) as principais atribuições, tarefas e rotinas a serem
desempenhadas pelo servidor, no semestre de avaliação; Art. 34. Reversão é o retorno à atividade de servidor
b) os elementos e os fatores previstos neste artigo; aposentado:
c) o ciente do servidor avaliado. I – por invalidez, quando, por junta médica oficial, fi-
Em todas as avaliações, é assegurado ao avaliado: car comprovada a sua reabilitação;
• o amplo acesso aos critérios de avaliação; II – quando constatada, administrativa ou judicial-
• o conhecimento dos motivos das notas que lhe mente, a insubsistência dos fundamentos de conces-
foram atribuídas; são da aposentadoria;
• o contraditório e a ampla defesa, nos termos III – voluntariamente, desde que, cumulativamente:
desta Lei Complementar. a) haja manifesto interesse da administração, expresso
• As avaliações devem ser monitoradas pela co- em edital que fixe os critérios de reversão voluntária
missão que realiza avaliação especial. aos interessados que estejam em igual situação;
A avaliação especial, prevista na Constituição Federal b) tenham decorrido menos de cinco anos da data de
como condição para aquisição da estabilidade, deve ser aposentadoria;
feita por comissão, quatro meses antes de terminar o es- c) haja cargo vago.
tágio probatório. § 1º É de quinze dias úteis o prazo para o servidor re-
A comissão de que trata este artigo é composta por tornar ao exercício do cargo, contados da data em que
três servidores estáveis do mesmo cargo ou de cargo de tomou ciência da reversão.
escolaridade superior da mesma carreira do avaliado. § 2º Não pode reverter o aposentado que tenha com-
Não sendo possível a aplicação do disposto acima, a pletado setenta anos.
composição da comissão deve ser definida, conforme o
caso: A reversão deve ser feita no mesmo cargo ou no car-
• pelo Presidente da Câmara Legislativa; go resultante de sua transformação.
• pelo Presidente do Tribunal de Contas; Nas hipóteses citadas acimas, mais precisamente no
• pelo Secretário de Estado a que o avaliado es- art. 34, I e II, encontrando-se provido o cargo, o servi-
teja subordinado, incluídos os servidores de autarquia, dor deve exercer suas atribuições como excedente, até a
fundação e demais órgãos vinculados. ocorrência de vaga.

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Muita atenção. É de trinta dias o prazo para o servidor retornar ao
Agora vamos estudar a reintegração. exercício, contados da data em que tomou ciência do
Cuidado para não confundir reversão com reintegra- aproveitamento.
ção. Deve ser tornado sem efeito o aproveitamento e ser
Então, a reintegração é a reinvestidura do servidor no cassada a disponibilidade, se o servidor não retornar ao
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de exercício no prazo de trinta dias, salvo se por doença
sua transformação, quando invalidada a sua demissão comprovada por junta médica oficial.
por decisão administrativa ou judicial, com o restabeleci- Vamos avançando gradualmente.
mento dos direitos que deixou de auferir no período em Se ainda tem dúvidas nas definições retome os con-
que esteve demitido. ceitos que já estudamos.
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor fica
em disponibilidade. Remoção é o deslocamento da lotação do servidor,
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu- no mesmo órgão, autarquia ou fundação e na mesma
pante deve ser reconduzido ao cargo de origem, sem di- carreira, de uma localidade para outra.
reito a indenização, ou aproveitado em outro cargo ou, A remoção é feita a pedido de servidor que preencha
ainda, posto em disponibilidade. as condições fixadas no edital do concurso aberto para
É de cinco dias úteis o prazo para o servidor retornar essa finalidade.
ao exercício do cargo, contados da data em que tomou O sindicato respectivo tem de ser ouvido em todas as
ciência do ato de reintegração. etapas do concurso de remoção.
A remoção de ofício destina-se exclusivamente a
Vamos acrescentando mais conceitos.
atender a necessidade de serviços que não comporte o
Agora recondução.
concurso de remoção.
É lícita a permuta entre servidores do mesmo cargo,
Art. 37. A recondução é o retorno do servidor estável mediante autorização prévia das respectivas chefias.
ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no Mais um conceito: redistribuição.
art. 202, § 3º, e decorre de: Redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado
I – reprovação em estágio probatório; ou vago, para outro órgão, autarquia ou fundação do
II – desistência de estágio probatório; mesmo Poder.
III – reintegração do anterior ocupante. A redistribuição dá-se:
§ 1º Encontrando-se provido o cargo de origem, o

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• para cargo de uma mesma carreira, no caso de
servidor tem de ser aproveitado em outro cargo, obser- reorganização ou ajustamento de quadro de pessoal às
vado o disposto no art. 39. necessidades do serviço;
§ 2º O servidor tem de retornar ao exercício do cargo • no caso de extinção ou criação de órgão, autar-
até o dia seguinte ao da ciência do ato de recondução. quia ou fundação.
Nessa última hipóteses devem ser observados o in-
E a disponibilidade? teresse da administração pública, a vinculação entre os
O servidor só pode ser posto em disponibilidade nos graus de complexidade e responsabilidade do cargo, a
casos previstos na Constituição Federal. A remuneração correlação das atribuições, a equivalência entre os venci-
do servidor posto em disponibilidade, proporcional ao mentos ou subsídio e a prévia apreciação do órgão cen-
tempo de serviço, não pode ser inferior a um terço do tral de pessoal.
que percebia no mês anterior ao da disponibilidade. Observe que o ocupante de cargo ou função de di-
Observe com atenção o art. 39, da Lei Complementar reção ou chefia tem substituto indicado no regimento
que estamos estudando. interno ou, no caso de omissão, previamente designado
pela autoridade competente.
Art. 39. O retorno à atividade de servidor em disponi- O substituto deve assumir automaticamente o exercí-
bilidade é feito mediante aproveitamento: cio do cargo ou função de direção ou chefia:
I – no mesmo cargo; - em licenças, afastamentos, férias e demais ausências
ou impedimentos legais ou regulamentares do titular;
II – em cargo resultante da transformação do cargo
- em caso de vacância do cargo.
anteriormente ocupado;
O substituto faz jus aos vencimentos ou subsídio pelo
III – em outro cargo, observada a compatibilidade de
exercício do cargo de direção ou chefia, pagos na pro-
atribuições e vencimentos ou subsídio do cargo ante- porção dos dias de efetiva substituição. Isso se aplica aos
riormente ocupado. titulares de unidades administrativas organizadas em ní-
vel de assessoria.
Reversão é o retorno do servidor aposentado à ativi-
dade. Anote aí:
Aproveitamento é o retorno a atividade do servidor
Art. 46. É proibida a acumulação remunerada de car-
que estava em disponibilidade.
gos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, para:
É obrigatório o imediato aproveitamento de servidor
I – dois cargos de professor;
em disponibilidade, assim que houver vaga em órgão, II – um cargo de professor com outro técnico ou cien-
autarquia ou fundação. tífico;

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III – dois cargos ou empregos privativos de profissio- coletiva ou assemelhado, na administração direta, autár-
nais de saúde, com profissões regulamentadas. quica ou fundacional do Distrito Federal.
§ 1º Presume-se como cargo de natureza técnica ou É vedada a remuneração pela participação em mais
científica, para os fins do inciso II, qualquer cargo pú- de um conselho.
blico para o qual se exija educação superior ou educa- É permitida, reconhecida a boa-fé, exonerar o servi-
ção profissional, ministrada na forma e nas condições dor do cargo vinculado ao órgão, autarquia ou fundação
previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na- onde o processo foi instaurado, a participação remunera-
cional. da de servidor em conselho de administração ou conse-
§ 2º A proibição de acumular estende-se: lho fiscal de empresa pública ou sociedade de economia
I – a empregos e funções e abrange autarquias, funda- mista em que o Distrito Federal detenha, direta ou indi-
ções, empresas públicas, sociedades de economia mis- retamente, participação no capital social.
ta, suas subsidiárias e sociedades controladas direta A vacância do cargo público decorre de:
ou indiretamente pelo poder público; - exoneração;
II – aos proventos de aposentadoria pagos por regime - demissão;
próprio de previdência social do Distrito Federal, da - destituição de cargo em comissão;
União, de Estado ou Município, ressalvados os proven- - aposentadoria;
tos decorrentes de cargo acumulável na forma deste - falecimento;
artigo. - perda do cargo, nos demais casos previstos na
§ 3º O servidor que acumular licitamente cargo públi- Constituição Federal.
co fica obrigado a comprovar anualmente a compati- A exoneração de cargo de provimento efetivo dá-se a
bilidade de horários. pedido do servidor ou de ofício.
A exoneração de ofício dá-se, exclusivamente, quan-
Ressalvados os casos de interinidade e substituição, o do o servidor:
servidor não pode: - for reprovado no estágio probatório;
- exercer mais de um cargo em comissão ou função - tendo tomado posse, não entrar em exercício no
de confiança; prazo estabelecido.
- acumular cargo em comissão com função de con- A exoneração de cargo em comissão dá-se:
fiança. - a critério da autoridade competente;
Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal - a pedido do servidor.
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de cargos, empregos, funções públicas ou proventos de


aposentadoria, o servidor deve ser notificado para apre-
sentar opção no prazo improrrogável de dez dias, conta- FIQUE ATENTO!
dos da data da ciência da notificação. A servidora gestante que ocupe cargo em
Em decorrência da opção, o servidor deve ser exo- comissão sem vínculo com o serviço público
nerado do cargo, emprego ou função porque não mais não pode, sem justa causa, ser exonerada de
tenha interesse. ofício, desde a confirmação da gravidez até
Com a opção pela renúncia aos proventos de aposen- cinco meses após o parto, salvo mediante
tadoria, o seu pagamento cessa imediatamente. indenização paga na forma do regulamento.
Se o servidor não fizer a opção no prazo deste artigo, Deve ser tornado sem efeito o ato de exo-
o setor de pessoal da repartição deve solicitar à autori- neração, quando constatado que a servidora
dade competente a instauração de processo disciplinar estava gestante e não foi indenizada.
para apuração e regularização imediata.
Instaurado o processo disciplinar, se o servidor, até o
último dia de prazo para defesa escrita, fizer a opção de
que trata este artigo, o processo deve ser arquivado, sem Ao tomar posse em outro cargo inacumulável de
julgamento do mérito. qualquer órgão, autarquia ou fundação do Distrito Fe-
Isso que foi disposto acima não se aplica se houver deral, o servidor estável pode pedir a vacância do cargo
declaração falsa feita pelo servidor sobre acumulação de efetivo por ele ocupado, observando-se o seguinte:
cargos. • durante o prazo de trinta dias, o servidor pode
Caracterizada no processo disciplinar a acumulação retornar ao cargo anteriormente ocupado;
ilegal, a administração pública deve observar o seguinte: • o cargo para o qual se pediu vacância pode ser
• reconhecida a boa-fé, exonerar o servidor do provido pela administração pública.
cargo vinculado ao órgão, autarquia ou fundação onde Os cargos de provimento efetivo são organizados em
o processo foi instaurado; carreira, criada por lei, que deve fixar:
• provada a má-fé, aplicar a sanção de demissão, - a denominação, o quantitativo e as atribuições dos
destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibili- cargos;
dade em relação aos cargos ou empregos em regime de - os requisitos para investidura no cargo e desenvol-
acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entida- vimento na carreira;
des de vinculação devem ser comunicados. - a estrutura da carreira com a fixação dos vencimen-
É vedada a participação de servidor, salvo na condi- tos ou do subsídio;
ção de Secretário de Estado, ainda que suplente, em mais - os critérios de capacitação;
de um conselho, comissão, comitê, órgão de deliberação - o regime e a jornada de trabalho.

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As alterações de requisitos para provimento de cargo III - matriculado em curso da educação básica e da
público de carreira aplicam-se, exclusivamente, àqueles educação superior, quando comprovada a incompati-
servidores cujo ingresso se der após elas terem sido pu- bilidade entre o horário escolar e o da unidade admi-
blicadas. nistrativa, sem prejuízo do exercício do cargo;
As alterações de requisitos para provimento de cargo IV - na hipótese do art. 100, § 2º. (Art. 100. ... § 2º A
público de carreira aplicam-se, exclusivamente, àqueles gratificação por encargo de curso ou concurso somen-
servidores cujo ingresso se der após elas terem sido pu- te pode ser paga se as atividades referidas nos incisos
blicadas. do caput forem exercidas sem prejuízo das atribuições
Sem prejuízo da gratificação por encargo de curso ou do cargo de que o servidor for titular, devendo implicar
concurso, a docência no ensino superior público do Dis- compensação de horário quando desempenhadas du-
trito Federal é função inerente a todos os cargos de nível rante a jornada de trabalho, na forma do art. 61, § 2º).
superior de todas as carreiras existentes e das que vierem § 1º Nas hipóteses dos incisos I e II, o horário especial
a ser criadas, na forma da lei e atendidos os requisitos consiste na redução de até 20% da jornada de tra-
estabelecidos quando do chamamento público. balho e sua necessidade deve ser atestada por junta
Salvo disposição legal em contrário, a promoção é médica oficial.
a movimentação de servidor do último padrão de uma § 2º Nos casos dos incisos III e IV, é exigida do servidor
classe para o primeiro padrão da classe imediatamente a compensação de horário na unidade administrativa,
superior. de modo a cumprir integralmente o regime semanal
A promoção será por merecimento ou por antigui- de trabalho.
dade, na forma do plano de carreira de cada categoria § 3º O servidor estudante deve comprovar, mensal-
funcional. mente, a sua frequência escolar.
A promoção não interrompe o tempo de exercício no
cargo. Art. 62. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio, o
Salvo disposição legal em contrário, o servidor efetivo servidor pode ausentar-se do serviço, mediante comu-
fica sujeito ao regime de trabalho de trinta horas sema- nicação prévia à chefia imediata:
nais. I – por um dia para:
Por que disposição em contrário? a) doar sangue;
Porque há profissões que há regulamentação de que b) realizar, uma vez por ano, exames médicos preven-
o profissional tem limite de 25 horas semanais. tivos ou periódicos voltados ao controle de câncer de

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No interesse da administração pública e mediante próstata, de mama ou do colo de útero;
anuência do servidor, o regime de trabalho pode ser am- II – por até dois dias, para se alistar como eleitor ou
pliado para quarenta horas semanais, observada a pro- requerer transferência do domicílio eleitoral;
porcionalidade salarial. III – por oito dias consecutivos, incluído o dia da ocor-
É vedado aplicar ao regime de trabalho interpretação rência, em razão de:
por analogia, extensão ou semelhança de atribuições. a) casamento;
A jornada de trabalho em sistema de escala de re- b) falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro ho-
vezamento deve ser definida em lei ou regulamento, moafetivo, pai, mãe, padrasto, madrasta, filho, irmão,
observando o registro em folha de ponto do horário de enteado ou menor sob guarda ou tutela.
entrada e de saída.
O servidor ocupante de cargo em comissão ou no Em caso de falta ao serviço, atraso, ausência ou saída
exercício de função de confiança tem regime de trabalho antecipada, desde que devidamente justificados, é facul-
de quarenta horas semanais, com integral dedicação ao tado à chefia imediata, atendendo a requerimento do in-
serviço. teressado, autorizar a compensação de horário a ser rea-
No serviço noturno, a hora é considerada como tendo lizada até o final do mês subsequente ao da ocorrência.
cinquenta e dois minutos e trinta segundos. O atraso, a ausência justificada ou a saída antecipada
Considera-se noturno o serviço prestado entre as são computados por minutos, a serem convertidos em
vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia hora, dentro de cada mês. Apurado o tempo, são despre-
seguinte. zados os resíduos inferiores a sessenta minutos.
Para atender a situações excepcionais e temporárias Toda compensação de horário deve ser registrada
do serviço, a jornada de trabalho pode ser ampliada, a pela chefia imediata junto ao setor de pessoal da repar-
título de serviço extraordinário, em até duas horas. tição.
Nos casos de risco de comprometimento da ordem e As faltas injustificadas ao serviço configuram:
da saúde públicas, o Governador pode autorizar, excep- - abandono do cargo, se ocorrerem por mais de trinta
cionalmente, a extrapolação dos limites previstos neste dias consecutivos;
artigo, para os servidores que atuem diretamente nas - inassiduidade habitual, se ocorrerem por mais de
áreas envolvidas. sessenta dias, interpoladamente, no período de doze
meses.
Art. 61. Pode ser concedido horário especial ao servi- Salvo na hipótese de licença ou afastamento, conside-
dor: ra-se falta injustificada, especialmente, a que decorra de:
I - com deficiência ou com doença falciforme; - não retorno ao exercício, no prazo fixado nesta Lei
II - que tenha cônjuge ou dependente com deficiência Complementar, em caso de reversão, reintegração, re-
ou com doença falciforme; condução ou aproveitamento;

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- não apresentação imediata para exercício no órgão, O valor do teto de remuneração ou subsídio deve ser
autarquia ou fundação, em caso de remoção ou redistri- publicado no Diário Oficial do Distrito Federal pelo Poder
buição; Executivo sempre que se alterar o subsídio dos Desem-
- interstício entre: bargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
a) o afastamento do órgão, autarquia ou fundação de Territórios.
origem e o exercício no órgão ou entidade para o qual o Excluem-se do valor do teto de remuneração o déci-
servidor foi cedido ou colocado à disposição; mo terceiro salário, o adiantamento de férias, o adicional
b) o término da cessão ou da disposição de que trata de férias, o auxílio-natalidade, o auxílio pré-escolar e as
a alínea a e o reinício do exercício no órgão, autarquia ou vantagens de caráter indenizatório.
fundação de origem. O vencimento básico é fixado por padrão na tabela
A retribuição pecuniária pelo exercício de cargo pú- de remuneração da carreira.
blico é fixada em lei, sob a forma de subsídio ou remu- Na fixação do subsídio ou dos padrões do vencimen-
neração mensal. to básico e das demais parcelas do sistema remunerató-
rio, devem ser observados:
O valor diário da remuneração ou subsídio obtém-se
• a natureza, o grau de responsabilidade e a com-
dividindo-se o valor da retribuição pecuniária mensal por
plexidade dos cargos componentes de cada carreira;
trinta. • os requisitos para investidura;
O valor horário da remuneração ou subsídio obtém- • as peculiaridades dos cargos.
-se dividindo-se a retribuição pecuniária mensal pelo O subsídio ou o vencimento básico inicial da carreira
quíntuplo da carga horária semanal. não pode ser inferior ao salário-mínimo.
Na retribuição pecuniária mensal, não se incluem: O valor do subsídio ou do vencimento básico deve ser
- as vantagens de natureza periódica ou eventual, as complementado, sempre que ficar abaixo do salário-mí-
de caráter indenizatório, o adicional noturno e o adicio- nimo. Sobre o valor da complementação, devem incidir
nal por serviço extraordinário; as parcelas da remuneração que incidem sobre o venci-
- os acréscimos de que trata o art. 67, I a VII abaixo mento básico.
transcritos. Além do vencimento básico, podem ser pagas ao ser-
vidor, como vantagens, as seguintes parcelas remunera-
Art. 67. O subsídio é constituído de parcela única, e a tórias:
ele pode ser acrescido, exclusivamente: • gratificações;
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I – o décimo terceiro salário; • adicionais;


II – o adicional de férias; • abonos;
III – o auxílio-natalidade; • indenizações.
As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
IV – o abono de permanência;
vencimento, nos casos e nas condições indicados em lei.
V – o adicional por serviço extraordinário;
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou
VI – o adicional noturno; provento para qualquer efeito.
VII – as vantagens de caráter indenizatório; As vantagens pecuniárias não são computadas, nem
VIII – a remuneração ou subsídio: acumuladas, para efeito de concessão de qualquer outro
a) pelo exercício de cargo em comissão ou de função de acréscimo pecuniário ulterior.
confiança, de que trata o art. 77; As vantagens permanentes relativas ao cargo, criadas
b) decorrente de substituições. por lei, compreendem as gratificações e os adicionais
vinculados aos cargos de carreira ou ao seu exercício.
A remuneração é constituída de parcelas e com- Sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo
preende: efetivo, o servidor faz jus:
• os vencimentos, que se compõem: do venci- • ao valor integral da função de confiança para a
mento básico e das vantagens permanentes relativas ao qual foi designado;
cargo; • a oitenta por cento dos vencimentos ou subsí-
• as vantagens relativas às peculiaridades de tra- dio do cargo em comissão por ele exercido, salvo dispo-
balho; sição legal em contrário.
• as vantagens pessoais; As férias, o adicional de férias e o décimo terceiro sa-
• as vantagens de natureza periódica ou eventual; lário são pagos proporcionalmente aos meses de efetivo
exercício do servidor efetivo no cargo em comissão ou
• as vantagens de caráter indenizatório.
função de confiança.
Os vencimentos ou o subsídio são irredutíveis.
O servidor efetivo pode optar pelo valor integral do
A remuneração ou o subsídio dos ocupantes de car- cargo em comissão, hipótese em que não pode perceber
gos e funções públicos da administração direta, autár- o subsídio ou a remuneração do cargo efetivo. Isso se
quica e fundacional, incluídos os cargos preenchidos por aplica ao servidor ou empregado requisitado de qual-
mandato eletivo, e os proventos, as pensões ou outra quer órgão ou entidade dos Poderes do Distrito Federal,
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou da União, de Estado ou Município.
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou- O servidor que trabalha com habitualidade em locais
tra natureza, não podem exceder o subsídio mensal, em insalubres ou em contato permanente com substâncias
espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do tóxicas, radioativas ou com risco de vida faz jus a um adi-
Distrito Federal e Territórios. cional de insalubridade ou de periculosidade.

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O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubrida- Independentemente de solicitação, é pago ao servi-
de e de periculosidade tem de optar por um deles. dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente
O direito ao adicional de insalubridade ou periculosi- a um terço da remuneração ou subsídio do mês em que
dade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos as férias forem iniciadas.
que deram causa a sua concessão. No caso de o servidor efetivo exercer função de con-
Deve haver permanente controle da atividade de ser- fiança ou cargo em comissão, a respectiva vantagem é
vidores em operações ou locais considerados insalubres considerada no cálculo do adicional de que trata este
ou perigosos. artigo, observada a proporcionalidade nos casos de dis-
A servidora gestante ou lactante, enquanto durar a pensa da função de confiança ou exoneração de cargo
gestação e a lactação, deve exercer suas atividades em em comissão.
local salubre e em serviço não perigoso. O adicional de férias incide sobre o valor do abono
Na concessão dos adicionais de insalubridade ou de pecuniário.
periculosidade, devem ser observadas as situações esta- A base para o cálculo do adicional de férias não pode
belecidas em legislação específica. ser superior ao teto de remuneração ou subsídio, salvo
Os locais de trabalho e os servidores que operam em relação ao abono pecuniário.
com raios X ou substâncias radioativas devem ser man- O décimo terceiro salário corresponde à retribuição
tidos sob controle permanente, de modo que as doses pecuniária do mês em que é devido, à razão de um doze
de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo avos por mês de exercício nos doze meses anteriores.
previsto na legislação própria. A fração superior a quatorze dias é considerada como
Os servidores a que se refere acima devem ser sub- mês integral.
metidos a exames médicos a cada seis meses. O décimo terceiro salário é devido sobre a parcela
O adicional de insalubridade ou de periculosidade é da retribuição pecuniária percebida por servidor efeti-
devido nos termos das normas legais e regulamentares vo pelo exercício de função de confiança ou cargo em
pertinentes aos trabalhadores em geral, observados os comissão, observada a proporcionalidade dos casos de
percentuais seguintes, incidentes sobre o vencimento dispensa da função de confiança ou exoneração de cargo
em comissão.
básico:
• cinco, dez, ou vinte por cento, no caso de insa-
Importante destacar:
lubridade nos graus mínimo, médio ou máximo, respec-
tivamente;

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Art. 93. O décimo terceiro salário é pago:
• dez por cento, no caso de periculosidade.
I – no mês de aniversário do servidor ocupante de car-
O adicional de irradiação ionizante deve ser concedi-
go de provimento efetivo, incluído o requisitado da
do nos percentuais de cinco, dez ou vinte por cento, na
administração direta, autárquica ou fundacional de
forma do regulamento.
qualquer Poder do Distrito Federal, da União, de Es-
A gratificação por trabalhos com raios X ou substân-
cias radioativas é concedida no percentual de dez por tado ou Município;
cento. II – até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano,
O serviço extraordinário é remunerado com acrésci- para os servidores não contemplados no inciso I.
mo de cinquenta por cento em relação ao valor da remu- § 1º No mês de dezembro, o servidor efetivo faz jus a
neração ou subsídio da hora normal de trabalho. eventuais diferenças entre o valor pago como décimo
O serviço noturno é remunerado com acréscimo de terceiro salário e a remuneração devida nesse mês.
vinte e cinco por cento sobre o valor da remuneração ou § 2º O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legisla-
subsídio da hora trabalhada. O adicional noturno incide tivo podem alterar a data de pagamento do décimo
sobre o adicional de serviço extraordinário. terceiro salário, desde que ele seja efetivado até o dia
Consideram-se pessoais as parcelas da remuneração vinte de dezembro de cada ano.
que dependam da situação individual de cada servidor
perante a administração pública. Ao servidor demitido, exonerado ou que entre em
As vantagens pessoais, uma vez adquiridas, incorpo- licença sem remuneração, é devido o décimo terceiro
ram-se à remuneração. salário, proporcionalmente aos meses de exercício, cal-
O adicional por tempo de serviço é devido à razão culado sobre o subsídio ou a remuneração do mês em
de um por cento sobre o vencimento básico do cargo de que ocorrer o evento.
provimento efetivo por ano de efetivo serviço. Se o servidor reassumir o cargo, o décimo terceiro
O adicional de tempo de serviço é devido a partir do salário deve ser pago proporcionalmente aos meses de
mês em que o servidor completar o anuênio. exercício após a reassunção.
O adicional de qualificação, instituído por lei especí- O décimo terceiro salário não pode ser considerado
fica, destina-se a remunerar a melhoria na capacitação para cálculo de qualquer outra vantagem, bem como não
para o exercício do cargo efetivo. pode ser superior ao valor do teto de remuneração a que
Os conteúdos dos cursos de qualificação devem o servidor está submetido.
guardar pertinência com as atribuições do cargo efetivo O auxílio-natalidade é devido à servidora efetiva por
ou da unidade de lotação e exercício. motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente
As vantagens pessoais nominalmente identificáveis ao menor vencimento básico do serviço público distrital,
são definidas em lei ou reconhecidas em decisão judicial. inclusive no caso de natimorto.

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Na hipótese de parto múltiplo, o valor deve ser acres- mente autorizado pela autoridade máxima do órgão,
cido de cinquenta por cento por nascituro. autarquia ou fundação, a duzentas e quarenta horas
O auxílio-natalidade deve ser pago ao cônjuge ou anuais;
companheiro servidor público, quando a parturiente não III – o valor máximo da hora trabalhada correspon-
for servidora pública distrital. de aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior
Tudo isso se aplica também nos casos de adoção. vencimento básico da tabela de remuneração ou sub-
O auxílio-funeral é devido à família do servidor efeti- sídio do servidor:
vo falecido em atividade ou aposentado, em valor equi- a) dois inteiros e dois décimos por cento, em se tratan-
valente a um mês da remuneração, subsídio ou provento. do de atividades previstas nos incisos I e II do caput;
No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio-fu- b) um inteiro e dois décimos por cento, em se tratando
neral é pago somente em razão do cargo de maior remu- de atividade prevista nos incisos III e IV do caput.
neração ou subsídio. § 2º A gratificação por encargo de curso ou concurso
O auxílio-funeral deve ser pago no prazo de quarenta somente pode ser paga se as atividades referidas nos
e oito horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à incisos do caput forem exercidas sem prejuízo das atri-
pessoa da família que houver custeado o funeral. buições do cargo de que o servidor for titular, devendo
No caso de servidor aposentado, o auxílio-funeral é implicar compensação de horário quando desempe-
pago pelo regime próprio de previdência social, median- nhadas durante a jornada de trabalho, na forma do
te ressarcimento dos valores pelo Tesouro do Distrito art. 61, § 2º.
Federal. § 3º A gratificação por encargo de curso ou concur-
O terceiro que custear o funeral tem direito de ser so não se incorpora à remuneração do servidor para
indenizado, não podendo a indenização superar o valor qualquer efeito e não pode ser utilizada como base
de um mês da remuneração, subsídio ou provento. para cálculo de qualquer outra vantagem, nem para
Em caso de falecimento de servidor em serviço fora fins de cálculo dos proventos de aposentadoria ou das
do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas pensões.
de transporte do corpo correm à conta de recursos do
Distrito Federal, da autarquia ou da fundação pública. Tem caráterindenizatório o valor das parcelas relativas a:
Vamos observar o art. 100, da Lei Complementar em - diária e passagem para viagem;
estudo: - transporte;
- alimentação;
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

Art. 100. A gratificação por encargo de curso ou con- - creche ou escola;


curso é devida ao servidor estável que, em caráter - fardamento;
eventual: - conversão de férias ou de parte delas em pecúnia;
I – atuar como instrutor em curso de formação, de de- - abono de permanência;
senvolvimento ou de treinamento regularmente insti- - créditos decorrentes de demissão, exoneração e
tuído nos Poderes Executivo ou Legislativo; aposentadoria, ou relativos a férias, adicional de férias ou
II – participar de banca examinadora ou de comissão conversão de licença-prêmio em pecúnia.
de concurso para: Os valores das indenizações, assim como as condições
a) exames orais; para a sua concessão, são estabelecidos em lei ou regula-
b) análise de currículo; mento, observadas as disposições dos artigos seguintes.
c) correção de provas discursivas; O valor das indenizações não pode ser:
d) elaboração de questões de provas; - incorporado à remuneração ou ao subsídio;
e) julgamento de recursos interpostos por candidatos; - computado na base de cálculo para fins de incidên-
III – participar da logística de preparação e de reali- cia de imposto de renda ou de contribuição para a previ-
zação de concurso público envolvendo atividades de dência social, ressalvadas as disposições em contrário na
planejamento, coordenação, supervisão, execução e legislação federal;
avaliação de resultado, quando tais atividades não - computado para cálculo de qualquer outra vanta-
estiverem incluídas entre as suas atribuições perma- gem pecuniária.
nentes; O servidor que, a serviço, se afastar do Distrito Federal
IV – participar da aplicação de provas de concurso pú- em caráter eventual ou transitório faz jus a passagem e
blico, fiscalizá-la ou avaliá-la, bem como supervisio- diária, para cobrir as despesas de pousada, alimentação e
nar essas atividades. locomoção urbana.
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratifi- A diária é concedida por dia de afastamento, sendo
cação para as atividades de que trata este artigo são devida pela metade quando o deslocamento não exigir
fixados em regulamento, observados os seguintes pa- pernoite.
râmetros: Nos casos em que o afastamento do Distrito Federal
I – o valor da gratificação deve ser calculado em horas, constituir exigência permanente do cargo, o servidor não
observadas a natureza e a complexidade da atividade faz jus a diária.
exercida; O servidor que receber diária ou passagem e não se
II – o período de trabalho nas atividades de que tra- afastar do Distrito Federal, por qualquer motivo, fica obri-
ta este artigo não pode exceder a cento e vinte horas gado a restituí-las integralmente, no prazo de setenta e
anuais ou, quando devidamente justificado e previa- duas horas, contadas da data em que deveria ter viajado.

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Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo O pagamento do auxílio-transporte, em pecúnia ou
menor do que o previsto para o seu afastamento, tem de em vale-transporte, deve ser efetuado no mês anterior
restituir, no prazo previsto neste artigo, as diárias recebi- ao da utilização de transporte coletivo, salvo nas seguin-
das em excesso. tes hipóteses, quando pode ser feito até o mês imediata-
O servidor que realiza despesas com a utilização de mente subsequente:
meio próprio de locomoção para a execução de serviços • efetivo exercício no cargo em razão de primeira
externos, por força das atribuições próprias do cargo, faz investidura ou reinício do exercício decorrente de licença
jus à indenização de transporte, na forma do regulamento. ou afastamento previstos em lei;
• modificação no valor da tarifa do transporte co-
Art. 107. Ao servidor é devido auxílio-transporte, a ser letivo, no endereço residencial, no local de trabalho, no
pago em pecúnia ou em vale-transporte, destinado ao trajeto ou no meio de transporte utilizado, quando passa
custeio parcial das despesas realizadas com transpor- a ser devida a complementação correspondente;
te coletivo, inclusive interestadual, no início e no fim • mudança de exercício financeiro.
da jornada de trabalho, relacionadas com o desloca- A concessão do auxílio-transporte fica condicionada
mento da residência para o trabalho e vice-versa. à apresentação de declaração, firmada pelo próprio ser-
§ 1º O auxílio-transporte não pode ser computado vidor, de que realiza despesas com transporte coletivo.
para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária. O servidor deve manter atualizados os dados cadas-
§ 2º O auxílio-transporte não é devido: trais que fundamentam a concessão do auxílio-transpor-
I – quando o órgão, autarquia ou fundação propor- te.
cionar, por meios próprios ou por meio de terceiros Sem prejuízo da fiscalização da administração públi-
contratados, o transporte do servidor para o trabalho ca e de eventual responsabilidade administrativa, civil ou
e vice-versa; penal, presumem-se verdadeiras as informações cons-
II – durante as férias, licenças, afastamentos ou ausên- tantes da declaração prestada pelo servidor.
cias ao serviço, exceto nos casos de: É devido ao servidor, mensalmente, o auxílio-alimen-
a) cessão do servidor para órgão da administração tação, com o valor fixado na forma da lei.
direta, autárquica ou fundacional do Distrito Federal, O auxílio-alimentação sujeita-se aos seguintes crité-
cujo ônus da remuneração recaia sobre o órgão ce- rios:
dente; • o pagamento é feito em pecúnia, sem contra-
b) participação em programa de treinamento regular- partida;

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mente instituído; • não pode ser acumulado com outro benefício
c) participação em júri e outros serviços obrigatórios da mesma espécie, ainda que pago in natura;
por lei; • depende de requerimento do servidor interes-
III – quando a despesa mensal com transporte coletivo sado, no qual declare não receber o mesmo benefício em
for igual ou inferior ao valor resultante da aplicação outro órgão ou entidade;
do percentual de que trata o art. 108; • o seu valor deve ser atualizado anualmente pelo
IV – cumulativamente com outro benefício ou vanta- mesmo índice que atualizar os valores expressos em
gem de natureza igual ou semelhante ou com vanta- moeda corrente na legislação do Distrito Federal;
gem pessoal originária de qualquer forma de indeni- O auxílio-alimentação não é devido ao servidor em
zação ou auxílio pago sob o mesmo título ou idêntico caso de:
fundamento, salvo nos casos de: a) licença ou afastamento sem remuneração;
a) acumulação lícita de cargos públicos; b) licença por motivo de doença em pessoa da família;
b) servidor que exerça suas atribuições em mais de c) afastamento para estudo ou missão no exterior;
uma unidade administrativa do órgão ou entidade d) suspensão em virtude de pena disciplinar;
a que esteja vinculado, aqui compreendidos os esta- e) falta injustificada e não compensada.
belecimentos públicos de ensino e saúde do Distrito No caso de pagamento indevido do auxílio-alimen-
Federal. tação, o valor indevidamente recebido deve ser devol-
§ 3º É facultado ao servidor optar pela percepção do vido pelo servidor em parcela única no prazo de setenta
auxílio referente ao deslocamento: e duas horas, contados da data em que o servidor foi
I – da repartição pública para outro local de trabalho comunicado.
ou vice-versa; A conversão de um terço das férias em abono pecu-
II – do trabalho para instituição de ensino onde esteja niário depende de autorização do Governador, do Presi-
regulamente matriculado ou vice-versa. dente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribu-
Art. 108. O valor mensal do auxílio-transporte cor- nal de Contas.
responde ao montante das despesas realizadas com Sobre o valor do abono pecuniário, incide o adicional
transporte coletivo, nos termos do art. 107, subtraído de férias.
o montante de seis por cento incidente exclusivamente A base para o cálculo do abono pecuniário não pode
sobre: ser superior ao teto de remuneração ou subsídio.
I – subsídio ou vencimento básico do cargo efetivo O servidor que permanecer em atividade após ter
ocupado pelo servidor; completado as exigências para aposentadoria voluntária
II – retribuição pecuniária de cargo em comissão, faz jus a um abono de permanência equivalente ao valor
quando se tratar de servidor não detentor de cargo da sua contribuição previdenciária, na forma e nas condi-
efetivo. ções previstas na Constituição Federal.

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Se não for feita a compensação de horário, o servidor - se tratar de servidor efetivo, hipótese em que faz
perde: jus à percepção dos créditos daí decorrentes, inclusive o
- a remuneração ou subsídio dos dias em que faltar décimo terceiro salário e as férias, na proporção prevista
ao serviço, sem motivo justificado; nesta Lei Complementar.
- a parcela da remuneração ou subsídio diário, pro- Nas hipóteses acima, havendo débito do servidor
porcional aos atrasos, ausências injustificadas e saídas com o erário, tem ele de ser deduzido integralmente dos
antecipadas. créditos que tenha ou venha a ter em virtude do cargo
Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne- ocupado.
nhum desconto pode incidir sobre a remuneração ou Sendo insuficientes os créditos, o débito não deduzi-
subsídio. do tem de ser quitado no prazo de sessenta dias.
Mediante autorização do servidor e a critério da ad- O débito não quitado na forma descrita acima deve
ministração pública, pode haver consignação em folha ser descontado de qualquer valor que o devedor tenha
de pagamento a favor de terceiros, com reposição de ou venha a ter como crédito junto ao Distrito Federal, in-
custos, na forma definida em regulamento. clusive remuneração ou subsídio de qualquer cargo pú-
A soma das consignações não pode exceder a trinta blico, função de confiança, proventos de aposentadoria
por cento da remuneração ou subsídio do servidor. ou pensão.
A consignação em folha de pagamento não traz ne- A não quitação do débito no prazo previsto implica
nhuma responsabilidade para a administração pública, sua inscrição na dívida ativa.
salvo a de repassar ao terceiro o valor descontado do Os créditos a que o ex servidor faz jus devem ser qui-
servidor. tados no prazo de até sessenta dias, salvo nos casos de
O subsídio, a remuneração ou qualquer de suas par- insuficiência de dotação orçamentária, observado o re-
celas tem natureza alimentar e não é objeto de arresto, gulamento.
sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de Em caso de falecimento do servidor e após a apura-
alimentos resultantes de decisão judicial. ção dos valores e dos procedimentos administrativos, o
saldo remanescente deve ser:
O crédito em conta bancária não descaracteriza a na-
- pago aos beneficiários da pensão e, na falta destes,
tureza jurídica do subsídio ou remuneração.
aos sucessores judicialmente habilitados;
A quitação da folha de pagamento é feita até o quin-
- cobrado na forma da lei civil, se negativo.
to dia útil do mês subsequente.
O débito do servidor com o erário ou o crédito que
No caso de erro desfavorável ao servidor no proces-
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venha a ser reconhecido administrativa ou judicialmente


samento da folha de pagamento, a quitação do débito
deve:
deve ser feita no prazo de até setenta e duas horas, con-
- ser atualizado pelo mesmo índice que atualizar os
tados do quito dia útil.
valores expressos em moeda corrente na legislação do
As reposições e indenizações ao erário devem ser Distrito Federal;
comunicadas ao servidor para pagamento no prazo de - sofrer compensação de mora, na forma da legisla-
até dez dias, podendo, a seu pedido, ser descontadas da ção vigente.
remuneração ou subsídio. É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
O desconto deve ser feito: casos previstos em lei.
- em parcela única, se de valor igual ou inferior à dé- A cada período de doze meses de exercício, o servi-
cima parte da remuneração ou subsídio; dor faz jus a trinta dias de férias.
- em parcelas mensais iguais à décima parte do sub- Para o primeiro período aquisitivo de férias, são exi-
sídio ou remuneração, devendo o resíduo constituir-se gidos doze meses de efetivo exercício. Não se aplica aos
como última parcela. casos de férias coletivas, hipótese em que as primeiras
No caso de erro no processamento da folha de paga- férias são proporcionais ao efetivo exercício.
mento, o valor indevidamente recebido deve ser devol- É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao ser-
vido pelo servidor em parcela única no prazo de setenta viço.
e duas horas, contados da data em que o servidor foi As férias podem ser acumuladas por até dois perío-
comunicado. dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as
O pagamento efetuado pela administração pública hipóteses previstas em legislação específica.
em desacordo com a legislação não aproveita ao servidor Mediante requerimento do servidor e no interesse da
beneficiado, ainda que ele não tenha dado causa ao erro. administração pública, as férias podem ser parceladas
É vedado exigir reposição de valor em virtude de apli- em até três períodos, nenhum deles inferior a dez dias.
cação retroativa de nova interpretação da norma de re- Até dois dias antes de as férias serem iniciadas, de-
gência. vem ser pagos ao servidor:
Em caso de demissão, exoneração, aposentadoria ou - o adicional de férias;
qualquer licença ou afastamento sem remuneração, o - o abono pecuniário, se deferido;
servidor tem direito de receber os créditos a que faz jus - o adiantamento de parcela correspondente a qua-
até a data do evento. renta por cento do valor líquido do subsídio ou remune-
O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, aos casos ração, desde que requerido.
de dispensa da função de confiança ou exoneração de O adiantamento é descontado do subsídio ou remu-
cargo em comissão, quando: neração do servidor em quatro parcelas mensais e suces-
- seguidas de nova dispensa ou nomeação; sivas de idêntico valor.

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O servidor que opera direta e permanentemente com - exercer mandato eletivo em Estado ou Município
raios X ou substâncias radioativas tem de gozar vinte dias não compreendido na RIDE.
consecutivos de férias, por semestre de atividade profis- A licença é por prazo de até cinco anos e sem remu-
sional, proibida em qualquer hipótese a acumulação. O neração ou subsídio.
servidor referido neste artigo não faz jus ao abono pe- A manutenção do vínculo conjugal deve ser compro-
cuniário. vada anualmente, sob pena de cancelamento da licença.
As férias somente podem ser suspensas por motivo Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de
de calamidade pública, comoção interna, convocação doença do cônjuge ou companheiro, padrasto ou ma-
para júri, serviço militar ou eleitoral ou por necessidade drasta, ascendente, descendente, enteado e colateral
do serviço. consanguíneo ou afim até o segundo grau civil, mediante
comprovação por junta médica oficial.
A licença somente pode ser deferida se a assistência
FIQUE ATENTO! direta do servidor for indispensável e não puder ser pres-
tada simultaneamente com o exercício do cargo.
A suspensão das férias depende de:
A licença é concedida sem prejuízo da remuneração
- portaria do Secretário de Estado ou autori- ou subsídio do cargo efetivo.
dade equivalente, no Poder Executivo; Nenhum período de licença pode ser superior a trinta
- ato do Presidente da Câmara Legislativa ou dias, e o somatório dos períodos não pode ultrapassar
do Tribunal de Contas, nos respectivos ór- cento e oitenta dias por ano, iniciando-se a contagem
gãos. com a primeira licença.
Comprovada por junta médica oficial a necessidade
de licença por período superior a cento e oitenta dias,
Em caso de demissão, destituição de cargo em comis- a licença é sem remuneração ou subsídio, observado o
são, exoneração ou aposentadoria, as férias não gozadas prazo inicial de trinta dias.
são indenizadas pelo valor da remuneração ou subsídio É vedado o exercício de atividade remunerada duran-
te o usufruto da licença acima citada.
devido no mês da ocorrência do evento, acrescido do
São considerados como faltas injustificadas ao servi-
adicional de férias.
ço, para todos os efeitos legais, os dias em que for cons-
O período de férias incompleto é indenizado na pro- tatado, em processo disciplinar, o exercício de atividade
porção de um doze avos por mês de efetivo exercício. remunerada durante a licença acima, ainda que a licença

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Para esses efeitos, a fração superior a quatorze dias é se tenha dado sem remuneração ou subsídio.
considerada como mês integral. Ao servidor convocado para o serviço militar é con-
Além do abono de ponto, o servidor faz jus a licença: cedida licença, na forma e nas condições previstas na le-
• por motivo de afastamento do cônjuge ou com- gislação específica.
panheiro; Concluído o serviço militar, o servidor tem até trinta
• por motivo de doença em pessoa da família; dias sem remuneração para reassumir o exercício do car-
• para o serviço militar; go.
• para atividade política;
• prêmio por assiduidade; Art. 137. O servidor tem direito a licença para ativida-
• para tratar de interesses particulares; de política nos períodos compreendidos entre:
• para desempenho de mandato classista; I – a data de sua escolha em convenção partidária
• paternidade; como candidato a cargo eletivo e a véspera do registro
• maternidade; da candidatura perante a Justiça Eleitoral;
• médica ou odontológica. II – o registro da candidatura perante a Justiça Eleito-
ral e até dez dias após a data da eleição para a qual
concorre.
A concessão da licença-maternidade sujeita-se às
§ 1º No caso do inciso I, a licença é sem remuneração
normas do regime de previdência social a que a servido- ou subsídio; no caso do inciso II, é com remuneração
ra se encontra filiada. ou subsídio.
A licença concedida dentro de sessenta dias do tér- § 2º Negado o registro ou havendo desistência da can-
mino de outra da mesma espécie é considerada como didatura, o servidor tem de reassumir o cargo imedia-
prorrogação. tamente.
Ao término das licenças por motivo de doença em § 3º O servidor candidato a cargo eletivo que exerça
pessoa da família e médica ou odontológica, o servidor cargo em comissão ou função de confiança dele deve
tem o direito de retornar à mesma lotação, com a mesma ser exonerado ou dispensado, observados os prazos da
jornada de trabalho de antes do início da licença, desde legislação eleitoral.
que uma ou outra não tenha sofrido alteração normativa. Art. 138. O servidor efetivo que pretenda ser candida-
Pode ser concedida licença ao servidor estável para to deve ficar afastado de suas atribuições habituais,
acompanhar cônjuge ou companheiro que for deslocado quando assim o exigir a legislação eleitoral.
para: § 1º Ao servidor afastado na forma deste artigo, sem
- trabalhar em localidade situada fora da Região Inte- prejuízo da remuneração ou subsídio, devem ser co-
grada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Fede- metidas atribuições compatíveis com seu cargo e a
ral e Entorno – RIDE; legislação eleitoral.

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§ 2º O afastamento de que trata o § 1º encerra-se na - o servidor tem de ser eleito dirigente sindical pela
data da convenção partidária, aplicando-se a partir categoria;
daí o disposto no art. 137, I e II. - cada sindicato tem direito à licença de:
a) dois dirigentes, desde que tenha, no mínimo, tre-
Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o zentos servidores filiados;
servidor efetivo faz jus a três meses de licença-prêmio b) um dirigente para cada grupo de dois mil servido-
por assiduidade, sem prejuízo da remuneração ou subsí- res filiados, além dos dirigentes previstos na alínea a, até
dio do cargo efetivo. o limite de dez dirigentes.
A contagem do prazo para aquisição da licença-prê- Para cada dois dirigentes sindicais licenciados na for-
mio é interrompida quando o servidor, durante o perío- ma deste artigo, observado o regulamento, pode ser li-
do aquisitivo: cenciado mais um, devendo o sindicato ressarcir ao órgão
- sofrer sanção disciplinar de suspensão; ou entidade o valor total despendido com remuneração
- licenciar-se ou afastar-se do cargo sem remunera- ou subsídio, acrescido dos encargos sociais e provisões
ção. para férias, adicional de férias, décimo terceiro salário e
As faltas injustificadas ao serviço retardam a conces- conversão de licença-prêmio em pecúnia.
são da licença prevista neste artigo, na proporção de um Para o desempenho de mandato em central sindical,
mês para cada falta. confederação ou federação, pode ser licenciado um ser-
O número de servidores em gozo simultâneo de li- vidor para cada grupo de vinte e cinco mil associados por
cença-prêmio não pode ser superior a um terço da lo- instituição.
tação da respectiva unidade administrativa do órgão, O grupo de servidores referido no caput é aferido
autarquia ou fundação. pelo número de servidores associados aos sindicatos fi-
Os períodos de licença-prêmio adquiridos e não go- liados a cada instituição de que trata este artigo.
zados são convertidos em pecúnia, quando o servidor for O servidor deve ser eleito dirigente pela categoria.
aposentado. A licença tem duração igual à do mandato, podendo
Em caso de falecimento do servidor, a conversão em ser prorrogada no caso de reeleição.
pecúnia de que trata este artigo é paga aos beneficiários O servidor investido em mandato classista, durante o
da pensão ou, não os havendo, aos sucessores judicial-
mandato e até um ano após o seu término, não pode ser
mente habilitados.
removido ou redistribuído de ofício para unidade admi-
Fica assegurado às servidoras públicas o direito de
nistrativa diversa daquela de onde se afastou para exer-
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iniciar a fruição de licença-prêmio por assiduidade logo


cer o mandato.
após o término da licença-maternidade.
Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor tem
O direito assegurado neste artigo aplica-se à licença-
direito a licença paternidade de sete dias consecutivos,
-prêmio por assiduidade cujo período de aquisição for
incluído o dia da ocorrência.
completado até dez dias antes do término da licença-
O servidor que não tiver falta injustificada no ano an-
-maternidade.
A critério da administração pública, pode ser conce- terior faz jus ao abono de ponto de cinco dias.
dida ao servidor estável licença para tratar de assuntos Para aquisição do direito ao abono de ponto, é neces-
particulares, pelo prazo de até três anos consecutivos, sário que o servidor tenha estado em efetivo exercício de
sem remuneração, desde que: 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano aquisitivo.
- não possua débito com o erário relacionado com O direito ao gozo do abono de ponto extingue-se em
sua situação funcional; 31 de dezembro do ano seguinte ao do ano aquisitivo.
- não se encontre respondendo a processo disciplinar. O gozo do abono de ponto pode ser em dias inter-
A licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, a calados.
pedido do servidor ou a critério da administração. O número de servidores em gozo de abono de ponto
O servidor não pode exercer cargo ou emprego pú- não pode ser superior a um quinto da lotação da res-
blico inacumulável durante a licença de que trata este pectiva unidade administrativa do órgão, autarquia ou
artigo. fundação.
A licença pode ser prorrogada por igual período, uma Ocorrendo a investidura após 1º de janeiro do pe-
única vez. ríodo aquisitivo, o servidor faz jus a um dia de abono de
Fica assegurado ao servidor estável o direito a licen- ponto por bimestre de efetivo exercício, até o limite de
ça para o desempenho de mandato em central sindical, cinco dias.
confederação, federação ou sindicato representativos de
servidores do Distrito Federal, regularmente registrados Art. 152. Desde que não haja prejuízo para o serviço, o
no órgão competente. servidor efetivo pode ser cedido a outro órgão ou en-
A licença prevista neste artigo é considerada como tidade dos Poderes do Distrito Federal, da União, dos
efetivo exercício. Estados ou dos Municípios, para o exercício de:
A remuneração ou subsídio do servidor licenciado na I – emprego ou cargo em comissão ou função de con-
forma deste artigo e os encargos sociais decorrentes são fiança, cuja remuneração ou subsídio seja superior a:
pagos pelo órgão ou entidade de lotação do servidor. a) um décimo do subsídio de Secretário de Estado no
A licença de servidor para sindicato representativo de caso do Distrito Federal;
categoria de servidores civis do Distrito Federal é feita da b) um quinto do subsídio de Secretário de Estado nos
forma seguinte: demais casos;

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II – cargos integrantes da Governadoria ou Vice-Go- § 3º Fica autorizada a compensação de valores, quan-
vernadoria do Distrito Federal ou da Casa Civil e do do o Distrito Federal for cedente e cessionário de ser-
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da vidores.
República; Art. 156. O servidor, quando no exercício de cargo em
III – cargo em comissão ou função de confiança em comissão ou função de confiança, fica afastado das
gabinete de Deputado Federal ou Senador da Repúbli- atribuições do seu cargo de provimento efetivo.
ca integrante da bancada do Distrito Federal; § 1º O disposto neste artigo aplica-se ao servidor que
IV – cargo em comissão ou função de confiança de acumular licitamente dois cargos efetivos.
Secretário Municipal nos Municípios que constituem § 2º No caso do § 1º, a remuneração do segundo car-
a RIDE; go efetivo depende da contraprestação de serviço e da
V – cargo em comissão ou função de confiança, nas compatibilidade de horário com o cargo em comissão
áreas correlatas da União, de servidores das áreas de ou função de confiança.
saúde, educação ou segurança pública. § 3º A contraprestação de serviço e a compatibilidade
§ 1º À cessão de servidor do Poder Executivo para ór- de horário com o cargo em comissão ou função de
gão do Poder Legislativo aplica-se o seguinte: confiança de que trata o § 2º devem ser declaradas
I – no caso da Câmara Legislativa, podem ser cedidos pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades
envolvidos.
até cinco servidores por Gabinete Parlamentar;
§ 4º Independentemente da contraprestação do ser-
II – no caso do Congresso Nacional, podem ser cedidos
viço, se a soma das horas de trabalho dos cargos em
até dois servidores por gabinete de Deputado Federal
regime de acumulação não superar quarenta e quatro
ou Senador da República eleito pelo Distrito Federal. horas semanais, o servidor afastado na forma deste
§ 2º A cessão de servidor é autorizada pelo: artigo faz jus à remuneração ou subsídio dos dois car-
I – Governador, no Poder Executivo; gos efetivos, salvo no caso da opção de que trata o art.
II – Presidente da Câmara Legislativa; 77, § 2º.
III – Presidente do Tribunal de Contas.
§ 3º Em caráter excepcional, pode ser autorizada ces- O servidor estável, sem prejuízo da remuneração ou
são e requisição fora das hipóteses previstas neste ar- subsídio e dos demais direitos relativos ao cargo efeti-
tigo e no art. 154. vo, pode ser colocado à disposição de outro órgão ou
§ 4º O servidor tem garantidos todos os direitos refe- entidade para o exercício de atribuições específicas, nos
rentes ao exercício do cargo efetivo durante o período

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seguintes casos:
em que estiver cedido. • interesse do serviço;
Art. 153. A cessão termina com a: • deficiência de pessoal em órgão, autarquia ou
I – exoneração do cargo para o qual o servidor foi ce- fundação sem quadro próprio de servidores de carreira;
dido, salvo se houver nova nomeação na mesma data; • requisição da Presidência da República;
II – revogação pela autoridade cedente. • requisição do Tribunal Superior Eleitoral ou do
Parágrafo único. Terminada a cessão, o servidor tem Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.
de apresentar-se ao órgão, autarquia ou fundação de O interesse do serviço caracteriza-se quando o rema-
origem até o dia seguinte ao da exoneração ou da re- nejamento de pessoal se destina a:
vogação, independentemente de comunicação entre o • lotar pessoal de órgão ou unidade orgânica
cessionário e o cedente. reestruturado ou com excesso de pessoal;
Art. 154. O ônus da cessão é do órgão ou entidade • promover o ajustamento de pessoal às necessi-
cessionária. dades dos serviços para garantir o desempenho das ati-
Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo, vidades do órgão cessionário;
passando o ônus para o órgão, autarquia ou fundação Nesses casos, o afastamento do cargo efetivo restrin-
ge-se ao âmbito do mesmo Poder e só pode ser para fim
cedente, a cessão para exercício de cargo:
determinado e a prazo certo.
I – previsto no art. 152, II a V e § 1º;
• viabilizar a execução de projetos ou ações com
II – em comissão da administração direta, autárquica
fim determinado e prazo certo.
ou fundacional de qualquer dos Poderes do Distrito Em caráter excepcional, pode ser autorizada a dispo-
Federal. sição fora das hipóteses previstas neste artigo, precedida
Art. 155. Na cessão com ônus para o cessionário, são de autorização por autoridade competente.
ressarcidos ao órgão cedente os valores da remune-
ração ou subsídio, acrescidos dos encargos sociais e Art. 158. Ao servidor efetivo investido em mandato
das provisões para férias, adicional de férias, décimo eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
terceiro salário e licença-prêmio por assiduidade. I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distri-
§ 1º O órgão ou entidade cedente tem de apresentar tal, fica afastado do cargo;
ao cessionário, mensalmente, a fatura com os valores II – investido no mandato de prefeito, fica afastado do
discriminados por parcelas remuneratórias, encargos cargo, sendo-lhe facultado optar pela remuneração do
sociais e provisões. cargo efetivo;
§ 2º Havendo atrasos superiores a sessenta dias no III – investido no mandato de vereador:
ressarcimento, a cessão tem de ser revogada, devendo a) havendo compatibilidade de horário, percebe as van-
o servidor reapresentar-se ao seu órgão, autarquia ou tagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
fundação de origem. cargo eletivo;

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b) não havendo compatibilidade de horário, é afasta- É vedado autorizar novo afastamento:
do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela remune- - para curso do mesmo nível;
ração do cargo efetivo. - antes de decorrido prazo igual ao de afastamento
§ 1º O servidor de que trata este artigo, durante o já concedido.
mandato e até um ano após o seu término, não pode O servidor beneficiado pelos afastamentos citados
ser removido ou redistribuído de ofício para unidade acima tem de:
administrativa diversa daquela de onde se afastou - apresentar o título ou grau obtido com o curso que
para exercer o mandato. justificou seu afastamento;
§ 2º O servidor tem garantidos todos os direitos refe- - compartilhar com os demais servidores de seu ór-
rentes ao exercício do cargo efetivo durante o período gão, autarquia ou fundação os conhecimentos adquiri-
em que estiver em cargo eletivo. dos no curso;
- permanecer no efetivo exercício de suas atribuições
Mediante autorização do Governador, do Presidente após o seu retorno por um período igual ao do afasta-
da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal de mento concedido.
Contas, o servidor estável pode ausentar-se do Distrito E, ainda, o servidor beneficiado tem de ressarcir a
Federal ou do País para: despesa havida com seu afastamento, incluídos a remu-
• estudo ou missão oficial, com a remuneração ou neração ou o subsídio e os encargos sociais, da forma
subsídio do cargo efetivo; seguinte:
• serviço sem remuneração em organismo inter- - proporcional, em caso de exoneração, demissão,
nacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. aposentadoria voluntária, licença para tratar de interesse
A ausência não pode exceder a quatro anos, nem particular ou vacância em razão de posse em outro car-
pode ser concedida nova licença antes de decorrido igual go inacumulável, antes de decorrido período igual ao do
período. afastamento;
Em caso de exoneração, demissão, aposentadoria - integral, em caso de não obtenção do título ou grau
voluntária, licença para tratar de interesse particular ou que justificou seu afastamento, salvo na hipótese com-
vacância em razão de posse em outro cargo inacumulá- provada de força maior ou de caso fortuito.
vel antes de decorrido período igual ao do afastamento, O servidor pode afastar-se do cargo ocupado para
o servidor beneficiado pelo disposto no inciso I tem de participar de curso de formação previsto como etapa de
ressarcir proporcionalmente a despesa, incluída a remu- concurso público, desde que haja:
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neração ou o subsídio e os encargos sociais, havida com - expressa previsão do curso no edital do concurso;
seu afastamento e durante ele. - incompatibilidade entre os horários das aulas e os
Mediante autorização do Governador, do Presidente da repartição.
da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal de Havendo incompatibilidade entre os horários das au-
Contas, pode ser autorizado o afastamento remunerado las e os da repartição, o servidor fica afastado:
do servidor estável: - com remuneração ou subsídio, nos casos de curso
• para participar de competição desportiva nacio- de formação para cargo efetivo de órgão, autarquia ou
nal para a qual tenha sido previamente selecionado; fundação dos Poderes Legislativo ou Executivo do Distri-
• quando convocado para integrar representação to Federal;
desportiva nacional, no País ou no exterior. - sem remuneração, nos casos de curso de formação
O afastamento acima estudado é pelo prazo da com- para cargo não contemplado acima.
petição e gera como única despesa para o órgão, autar- O servidor pode optar por eventual ajuda financeira
quia ou fundação. paga em razão do curso de formação, vedada a percep-
O servidor estável pode, no interesse da adminis- ção da remuneração ou subsídio, nos casos de curso de
tração pública, e desde que a participação não possa formação para cargo efetivo de órgão, autarquia ou fun-
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou dação dos Poderes Legislativo ou Executivo do Distrito
mediante compensação de horário, afastar-se do exer- Federal.
cício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração ou Salvo disposição legal em contrário, é contado para
subsídio, para participar de programa de pós-graduação todos os efeitos o tempo de serviço público remunerado,
stricto sensu em instituição de ensino superior, no País prestado a órgão, autarquia ou fundação dos Poderes
ou no exterior. Executivo e Legislativo do Distrito Federal.
O titular do órgão, autarquia ou fundação deve defi- A contagem do tempo de serviço é feita em dias, que
nir os programas de capacitação e os critérios para par- são convertidos em anos, considerado o ano como de
ticipação em programas de pós-graduação, com ou sem trezentos e sessenta e cinco dias.
afastamento do servidor, observado o regulamento. É vedado proceder:
O afastamento para realização de programas de mes- • ao arredondamento de dias faltantes para com-
trado, doutorado ou pós-doutorado somente pode ser plementar período, ressalvados os casos previstos nesta
concedido ao servidor estável que esteja em efetivo exer- Lei Complementar;
cício no respectivo órgão, autarquia ou fundação há pelo • a qualquer forma de contagem de tempo de
menos: serviço fictício;
• três anos consecutivos para mestrado; • à contagem cumulativa de tempo de serviço
• quatro anos consecutivos para doutorado ou prestado concomitantemente:
pós-doutorado. a) em diferentes cargos do serviço público;

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b) em cargo do serviço público e em emprego na ad- • o tempo de mandato eletivo federal, estadual,
ministração indireta ou na iniciativa privada; municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço pú-
• à contagem do tempo de serviço já computado: blico do Distrito Federal;
a) em órgão ou entidade em que o servidor acumule • o afastamento para frequência em curso de for-
cargo público; mação, quando remunerado.
b) para concessão de aposentadoria em qualquer re- Faz-se na forma da legislação previdenciária a conta-
gime de previdência social pelo qual o servidor receba gem do tempo:
proventos. • de contribuição;
Salvo disposição legal em contrário, não são conta- • no serviço público;
dos como tempo de serviço: • de serviço no cargo efetivo;
• a falta injustificada ao serviço e a não compen- • de serviço na carreira.
sada na forma desta Lei Complementar; É assegurado ao servidor o direito de petição junto
• o período em que o servidor estiver: aos órgãos públicos onde exerce suas atribuições ou jun-
a) licenciado ou afastado sem remuneração; to àqueles em que tenha interesse funcional.
b) cumprindo sanção disciplinar de suspensão; O direito de petição compreende a apresentação de
• o período decorrido entre: requerimento, pedido de reconsideração, recurso ou
a) a exoneração e o exercício em outro cargo de pro- qualquer outra manifestação necessária à defesa de di-
vimento efetivo; reito ou interesse legítimo ou à ampla defesa e ao contra-
b) a concessão de aposentadoria voluntária e a re- ditório do próprio servidor ou de pessoa da sua família.
versão; Para o exercício do direito de petição, é assegurada:
c) a data de publicação do ato de reversão, reinte- • vista do processo ou do documento, na reparti-
gração, recondução ou aproveitamento e o retorno ao ção, ao servidor ou a procurador por ele constituído;
exercício do cargo. • cópia de documento ou de peça processual, ob-
São considerados como efetivo exercício: servadas as normas daqueles classificados com grau de
• as férias; sigilo.
• as ausências justificadas; A cópia de documento ou de peça processual pode
• a licença: ser fornecida em meio eletrônico.
a) maternidade ou paternidade; O requerimento, o pedido de reconsideração ou o re-
b) médica ou odontológica; curso é dirigido à autoridade competente para decidi-lo.

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c) prêmio por assiduidade; A autoridade competente, desde que fundamente
d) para o serviço militar obrigatório; sua decisão, pode dar efeito suspensivo ao recurso.
• o abono de ponto; Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
• o afastamento para: houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão,
a) exercício em outro órgão ou entidade, inclusive em não podendo ser renovado.
cargo em comissão ou função de confiança, de qualquer Cabe recurso:
dos Poderes do Distrito Federal, União, Estado ou Muni- - do indeferimento do requerimento, desde que não
cípio; tenha sido interposto pedido de reconsideração;
b) estudo ou missão no exterior, com remuneração; - da decisão sobre pedido de reconsideração ou de
c) participação em competição desportiva; outro recurso interposto.
d) participação em programa de treinamento regu- O recurso é dirigido à autoridade imediatamente su-
larmente instituído ou em programa de pós-graduação perior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão
stricto sensu; e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais au-
• o período entre a demissão e a data de publica- toridades.
ção do ato de reintegração; O prazo para interposição de pedido de reconside-
• a participação em tribunal do júri ou outros ser- ração ou de recurso é de trinta dias, contados da publi-
viços obrigatórios por lei. cação ou da ciência pelo interessado da decisão impug-
A licença para o desempenho de mandato classista nada.
ou o afastamento para exercer mandato eletivo federal, O requerimento, o pedido de reconsideração ou o
estadual, distrital ou municipal são considerados como recurso deve ser despachado no prazo de cinco dias e
efetivo exercício. decidido dentro de trinta dias, contados da data de seu
Conta-se para efeito de disponibilidade: protocolo.
• o tempo de serviço prestado a Município, Esta- Em caso de provimento do pedido de reconsideração
do ou União, inclusive o prestado ao Tribunal de Justiça, ou do recurso, os efeitos da decisão retroagem à data do
Ministério Público ou Defensoria Pública do Distrito Fe- ato impugnado.
deral e Territórios; O direito de requerer prescreve:
• o tempo de serviço em atividade privada, vin- • em cinco anos, quanto aos atos de demissão,
culada ao regime geral de previdência social, inclusive o de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou de
prestado à empresa pública ou à sociedade de economia destituição do cargo em comissão;
mista de qualquer ente da federação; • em cinco anos, quanto ao interesse patrimonial
• a licença remunerada por motivo de doença em ou créditos resultantes das relações de trabalho;
pessoa da família do servidor; • em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo
• a licença remunerada para atividade política; disposição legal em contrário.

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E, o prazo de prescrição é contado da data: a) o público em geral, prestando as informações re-
• da publicação do ato impugnado; queridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
• da ciência pelo interessado, quando o ato não b) os requerimentos de expedição de certidões para
for publicado; defesa de direito ou esclarecimento de situações de
• do trânsito em julgado da decisão judicial. interesse pessoal;
O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca- c) as requisições para a defesa da administração pú-
bíveis, interrompem a prescrição. blica.
A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
relevada pela administração pública. O servidor responde penal, civil e administrativamen-
A administração pública deve rever seus atos, a qual- te pelo exercício irregular de suas atribuições.
quer tempo, quando eivados de vícios que os tornem ile- As sanções civis, penais e administrativas podem
gais, assegurado o contraditório e a ampla defesa. cumular-se, sendo independentes entre si.
Os atos que apresentarem defeitos sanáveis podem A responsabilidade administrativa do servidor é afas-
ser convalidados pela própria administração pública, tada no caso de absolvição penal que negue a existência
desde que não acarretem lesão ao interesse público, nem do fato ou sua autoria, com decisão transitada em jul-
prejuízo a terceiros. gado.
O direito de a administração pública anular os atos A responsabilidade administrativa perante a adminis-
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para tração pública não exclui a competência do Tribunal de
o servidor decai em cinco anos, contados da data em que Contas prevista na Lei Orgânica do Distrito Federal.
foram praticados, salvo em caso de comprovada má-fé. A responsabilidade penal abrange crimes e contra-
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo venções imputados ao servidor, nessa qualidade.
de decadência é contado da percepção do primeiro pa- A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
gamento. comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
No caso de ato sujeito a registro pelo Tribunal de erário ou a terceiro.
Contas do Distrito Federal, o prazo de que trata o deca- A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
dencial começa a ser contado da data em que o processo erário somente pode ser liquidada na forma prevista no
respectivo lhe foi encaminhado. art. 119, desta Lei Complementar nº 840/2011, e seguin-
São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos tes na falta de outros bens que assegurem a execução do
neste Capítulo, salvo por motivo de força maior. débito pela via judicial.
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Quais os deveres do servidor?


Vamos ao art. 180, da Lei Complementar nº 840/2011: Art. 119. As reposições e indenizações ao erário devem
ser comunicadas ao servidor para pagamento no pra-
Art. 180. São deveres do servidor: zo de até dez dias, podendo, a seu pedido, ser descon-
I – exercer com zelo e dedicação suas atribuições; tadas da remuneração ou subsídio.
II – manter-se atualizado nos conhecimentos exigidos
para o exercício de suas atribuições; Tratando-se de dano causado a terceiros, responde o
III – agir com perícia, prudência e diligência no exercí- servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
cio de suas atribuições; A obrigação de reparar o dano estende-se aos su-
IV – atualizar, quando solicitado, seus dados cadas- cessores, e contra eles tem de ser executada, na forma
trais; da lei civil.
V – observar as normas legais e regulamentares no A responsabilidade perante o Tribunal de Contas de-
exercício de suas atribuições; corre de atos sujeitos ao controle externo, nos termos da
VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando ma- Lei Orgânica do Distrito Federal.
nifestamente ilegais; A perda do cargo público ou a cassação de aposen-
VII – levar ao conhecimento da autoridade superior tadoria determinada em decisão judicial transitada em
as falhas, vulnerabilidades e as irregularidades de que julgado dispensa a instauração de processo disciplinar
tiver ciência em razão do cargo público ou função de e deve ser declarada pela autoridade competente para
confiança; fazer a nomeação.
VIII – representar contra ilegalidade, omissão ou abu- A responsabilidade administrativa está no art. 186, da
so de poder; Lei Complementar nº 840/2011:
IX – zelar pela economia do material e pela conserva-
ção do patrimônio público; Art. 186. A responsabilidade administrativa, apurada
X – guardar sigilo sobre assunto da repartição; na forma desta Lei Complementar, resulta de infração
XI – ser leal às instituições a que servir; disciplinar cometida por servidor no exercício de suas
XII – ser assíduo e pontual ao serviço; atribuições, em razão delas ou com elas incompatí-
XIII – manter conduta compatível com a moralidade veis.
administrativa; § 1º A responsabilidade administrativa do servidor,
XIV – declarar-se suspeito ou impedido nas hipóteses observado o prazo prescricional, permanece em rela-
previstas em lei ou regulamento; ção aos atos praticados no exercício do cargo:
XV – tratar as pessoas com civilidade; I – após a exoneração;
XVI – atender com presteza: II – após a aposentadoria;

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III – após a vacância em razão de posse em outro car- X – cometer a servidor atribuições estranhas ao cargo
go inacumulável; que ocupa, exceto em situações de emergência e em
IV – durante as licenças, afastamentos e demais au- caráter transitório;
sências previstos nesta Lei Complementar. XI – manter sob sua chefia imediata, em cargo em co-
§ 2º A aplicação da sanção cominada à infração dis- missão ou função de confiança, o cônjuge, o compa-
ciplinar decorre da responsabilidade administrativa, nheiro ou parente, por consanguinidade até o terceiro
sem prejuízo: grau, ou por afinidade;
I – de eventual ação civil ou penal; XII – promover manifestação de apreço ou desapreço
II – do ressarcimento ao erário dos valores correspon- no recinto da repartição;
dentes aos danos e aos prejuízos causados à adminis- XIII – perturbar, sem justa causa, a ordem e a sereni-
tração pública; dade no recinto da repartição;
III – da devolução ao erário do bem ou do valor públi- XIV – acessar, armazenar ou transferir, intencional-
co desviado, nas mesmas condições em que se encon- mente, com recursos eletrônicos da administração
travam quando da ocorrência do fato, com a conse- pública ou postos à sua disposição, informações de
quente indenização proporcional à depreciação. conteúdo pornográfico ou erótico, ou que incentivem
a violência ou a discriminação em qualquer de suas
Vamos a partir de agora estudar as infrações discipli- formas;
nares. XV – usar indevidamente a identificação funcional ou
A infração disciplinar decorre de ato omissivo ou co- outro documento que o vincule com o cargo público
missivo, praticado com dolo ou culpa, e sujeita o servidor ou função de confiança, em ilegítimo benefício próprio
às sanções previstas nesta Lei Complementar. ou de terceiro.
As infrações disciplinares classificam-se, para efeitos
de cominação da sanção, em leves, médias e graves. Art. 191. São infrações médias do grupo I:
As infrações médias e as infrações graves são subclas- I – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
sificadas em grupos, na forma desta Lei Complementar. casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
Para efeitos desta Lei Complementar, considera-se
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi-
reincidência o cometimento de nova infração disciplinar
nado;
do mesmo grupo ou classe de infração disciplinar an-
II – ausentar-se do serviço, com frequência, durante o
teriormente cometida, ainda que uma e outra possuam
expediente e sem prévia autorização da chefia ime-

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características fáticas diversas.
diata;
Entende-se por infração disciplinar anteriormente
III – exercer atividade privada incompatível com o ho-
cometida aquela já punida na forma desta Lei Comple-
rário do serviço;
mentar.
IV – praticar ato incompatível com a moralidade ad-
Anote bem:
ministrativa;
Art. 190. São infrações leves: V – praticar o comércio ou a usura na repartição;
I – descumprir dever funcional ou decisões administra- VI – discriminar qualquer pessoa, no recinto da re-
tivas emanadas dos órgãos competentes; partição, com a finalidade de expô-la a situação hu-
II – retirar, sem prévia anuência da chefia imediata, milhante, vexatória, angustiante ou constrangedora,
qualquer documento ou objeto da repartição; em relação a nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo,
III – deixar de praticar ato necessário à apuração de estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, con-
infração disciplinar, retardar indevidamente a sua prá- vicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, de-
tica ou dar causa à prescrição em processo disciplinar; ficiência física, imunológica, sensorial ou mental, por
IV – recusar-se, quando solicitado por autoridade ter cumprido pena, ou por qualquer particularidade
competente, a prestar informação de que tenha co- ou condição.
nhecimento em razão do exercício de suas atribuições;
V – recusar-se, injustificadamente, a integrar comissão Art. 192. São infrações médias do grupo II:
ou grupo de trabalho, ou deixar de atender designa- I – ofender fisicamente a outrem em serviço, salvo em
ção para compor comissão, grupo de trabalho ou para resposta a injusta agressão ou em legítima defesa pró-
atuar como perito ou assistente técnico em processo pria ou de outrem;
administrativo ou judicial; II – praticar ato de assédio sexual ou moral;
VI – recusar fé a documento público; III – coagir ou aliciar subordinado no sentido de filiar-
VII – negar-se a participar de programa de treinamen- -se a associação, sindicato, partido político ou qual-
to exigido de todos os servidores da mesma situação quer outra espécie de agremiação;
funcional; IV – exercer atividade privada incompatível com o
VIII – não comparecer, quando convocado, a inspeção exercício do cargo público ou da função de confiança;
ou perícia médica; V – usar recursos computacionais da administração
IX – opor resistência injustificada ou retardar, reitera- pública para, intencionalmente:
damente e sem justa causa: a) violar sistemas ou exercer outras atividades prejudi-
a) o andamento de documento, processo ou execução ciais a sites públicos ou privados;
de serviço; b) disseminar vírus, cavalos de tróia, spyware e outros
b) a prática de atos previstos em suas atribuições; males, pragas e programas indesejáveis;

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c) disponibilizar, em sites do serviço público, propa- b) improbidade administrativa;
ganda ou publicidade de conteúdo privado, informa- II – usar conhecimentos e informações adquiridos no
ções e outros conteúdos incompatíveis com os funda- exercício de suas atribuições para violar ou tornar vul-
mentos e os princípios da administração pública; nerável a segurança, os sistemas de informática, sites
d) repassar dados cadastrais e informações de servi- ou qualquer outra rotina ou equipamento da repar-
dores públicos ou da repartição para terceiros, sem tição;
autorização; III – exigir, solicitar, receber ou aceitar propina, gratifi-
VI – permitir ou facilitar o acesso de pessoa não auto- cação, comissão, presente ou auferir vantagem indevi-
rizada, mediante atribuição, fornecimento ou emprés- da de qualquer espécie e sob qualquer pretexto.
timo de senha ou qualquer outro meio: IV – valer-se do cargo para obter proveito indevido
a) a recursos computacionais, sistemas de informa- para si ou para outrem, em detrimento da dignidade
ções ou banco de dados da administração pública; da função pública;
b) a locais de acesso restrito. V – utilizar-se de documento sabidamente falso para
prova de fato ou circunstância que crie direito ou ex-
Art. 193. São infrações graves do grupo I: tinga obrigação perante a administração pública dis-
I – incorrer na hipótese de: trital.
a) abandono de cargo; Parágrafo único. Para efeitos do inciso III, não se con-
b) inassiduidade habitual; sidera presente o brinde definido na legislação.
II – acumular ilegalmente cargos, empregos, funções
públicas ou proventos de aposentadoria, salvo se for São sanções disciplinares:
feita a opção na forma desta Lei Complementar; • advertência;
III – proceder de forma desidiosa, incorrendo repetida- • suspensão;
mente em descumprimento de vários deveres e atri- • demissão;
buições funcionais; • cassação de aposentadoria ou de disponibilida-
IV – acometer-se de incontinência pública ou ter con- de;
duta escandalosa na repartição que perturbe a ordem, • destituição do cargo em comissão.
o andamento dos trabalhos ou cause dano à imagem As sanções disciplinares são aplicadas às infrações
da administração pública; disciplinares tipificadas em lei.
V – cometer insubordinação grave em serviço, subver- Na aplicação das sanções disciplinares, devem ser
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tendo a ordem hierárquica de forma ostensiva; considerados:


VI – dispensar licitação para contratar pessoa jurídica • a natureza e a gravidade da infração disciplinar
cometida;
que tenha, como proprietário, sócio ou administrador:
• os danos causados para o serviço público;
a) pessoa de sua família ou outro parente, por consan-
• o ânimo e a intenção do servidor;
guinidade até o terceiro grau, ou por afinidade;
• as circunstâncias atenuantes e agravantes;
b) pessoa da família de sua chefia mediata ou imedia-
• a culpabilidade e os antecedentes funcionais do
ta ou outro parente dela, por consanguinidade até o
servidor.
terceiro grau, ou por afinidade;
A infração disciplinar de menor gravidade é absorvida
VII – dispensar licitação para contratar pessoa física
pela de maior gravidade.
de família ou parente mencionado no inciso VI, a e b; Nenhuma sanção disciplinar pode ser aplicada:
VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado • sem previsão legal;
estrangeiro; • sem apuração em regular processo disciplinar
IX – exercer o comércio, exceto na qualidade de acio- previsto nesta Lei Complementar.
nista, cotista ou comanditário; São circunstâncias atenuantes:
X – participar de gerência ou administração de socie- • ausência de punição anterior;
dade ou empresa privada, personificada ou não per- • prestação de bons serviços à administração pú-
sonificada, salvo: blica distrital;
a) nos casos previstos nesta Lei Complementar; • desconhecimento justificável de norma adminis-
b) nos períodos de licença ou afastamento do cargo trativa;
sem remuneração, desde que não haja proibição em • motivo de relevante valor social ou moral;
sentido contrário, nem incompatibilidade; • estado físico, psicológico, mental ou emocional
c) em instituições ou entidades beneficentes, filantró- abalado, que influencie ou seja decisivo para a prática da
picas, de caráter social e humanitário e sem fins lucra- infração disciplinar;
tivos, quando compatíveis com a jornada de trabalho. • coexistência de causas relativas à carência de
Parágrafo único. A reassunção das atribuições, depois condições de material ou pessoal na repartição;
de consumado o abandono de cargo, não afasta a res- • o fato de o servidor ter:
ponsabilidade administrativa, nem caracteriza perdão a) cometido a infração disciplinar sob coação a que
tácito da administração pública, ressalvada a prescri- podia resistir, ou em cumprimento a ordem de autori-
ção. dade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto provindo de terceiro;
Art. 194. São infrações graves do grupo II: b) cometido a infração disciplinar na defesa, ainda
I – praticar, dolosamente, ato definido em lei como: que putativa ou com excesso moderado, de prerrogativa
a) crime contra a administração pública; funcional;

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c) procurado, por sua espontânea vontade e com efi- A advertência e a suspensão têm seus registros can-
ciência, logo após a infração disciplinar, evitar ou minorar celados, após o decurso de três e cinco anos de efeti-
as suas consequências; vo exercício, respectivamente, se o servidor não houver,
d) reparado o dano causado, por sua espontânea nesse período, praticado nova infração disciplinar, igual
vontade e antes do julgamento. ou diversa da anteriormente cometida.
São circunstâncias agravantes: O cancelamento da sanção disciplinar não surte efei-
• a prática de ato que concorra, grave e objetiva- tos retroativos e é registrado em certidão formal nos as-
mente, para o desprestígio do órgão, autarquia ou fun- sentamentos funcionais do servidor.
dação ou da categoria funcional do servidor; Cessam os efeitos da advertência ou da suspensão, se
• o concurso de pessoas; lei posterior deixar de considerar como infração discipli-
• o cometimento da infração disciplinar em pre- nar o fato que as motivou.
juízo de criança, adolescente, idoso, pessoa com defi- A sanção disciplinar cancelada nos termos deste arti-
ciência, pessoa incapaz de se defender, ou pessoa sob
go não pode ser considerada para efeitos de reincidên-
seus cuidados por força de suas atribuições;
cia.
• o cometimento da infração disciplinar com vio-
A demissão é a sanção pelas infrações disciplinares
lência ou grave ameaça, quando não elementares da in-
graves, pela qual se impõe ao servidor efetivo a perda
fração;
• ser o servidor quem: do cargo público por ele ocupado, podendo ser comi-
a) promove ou organiza a cooperação ou dirige a ati- nada com o impedimento de nova investidura em cargo
vidade dos demais coautores; público.
b) instiga subordinado ou lhe ordena a prática da in- A demissão de que trata este artigo também se aplica
fração disciplinar; no caso de:
c) instiga outro servidor, propõe ou solicita a prática • infração disciplinar grave, quando cometida por
da infração disciplinar. servidor efetivo no exercício de cargo em comissão ou
A advertência é a sanção por infração disciplinar leve, função de confiança do Poder Executivo ou Legislativo
por meio da qual se reprova por escrito a conduta do do Distrito Federal;
servidor. • reincidência em infração disciplinar média do
No lugar da advertência, pode ser aplicada, motiva- grupo II.
damente, a suspensão até trinta dias, se as circunstâncias Se o servidor já tiver sido exonerado quando da apli-

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assim o justificarem. cação da sanção prevista neste artigo, a exoneração é
A suspensão é a sanção por infração disciplinar média convertida em demissão.
pela qual se impõe ao servidor o afastamento compulsó- Também se converte em demissão a vacância em de-
rio do exercício do cargo efetivo, com perda da remune- corrência de posse em outro cargo inacumulável ocor-
ração ou subsídio dos dias em que estiver afastado. rida antes da aplicação da sanção prevista neste artigo.
A cassação de aposentadoria é a sanção por infração
disciplinar que houver sido cometida pelo servidor em
FIQUE ATENTO! atividade, pela qual se impõe a perda do direito à apo-
A suspensão não pode ser: sentadoria, podendo ser cominada com o impedimento
• superior a trinta dias, no caso de infração de nova investidura em cargo público.
disciplinar média do grupo I; A cassação de aposentadoria é aplicada por infração
• superior a noventa dias, no caso de infra- disciplinar punível com demissão.
A cassação de disponibilidade é a sanção por infra-
ção disciplinar média do grupo II. ção disciplinar que houver sido cometida em atividade,
pela qual se impõe a perda do cargo público ocupado
e dos direitos decorrentes da disponibilidade, podendo
Aplica-se a suspensão de até:
• trinta dias, quando o servidor incorrer em reinci- ser cominada com o impedimento de nova investidura
dência por infração disciplinar leve; em cargo público.
• noventa dias, quando o servidor incorrer em re- A cassação de disponibilidade é aplicada por infração
incidência por infração disciplina média do grupo I. disciplinar punível com demissão e na hipótese do art.
Quando houver conveniência para o serviço, a pena- 40, § 2º.
lidade de suspensão pode ser convertida em multa, ob-
servado o seguinte: Art. 40. É obrigatório o imediato aproveitamento de
• a multa é de cinquenta por cento do valor diário servidor em disponibilidade, assim que houver vaga
da remuneração ou subsídio, por dia de suspensão; em órgão, autarquia ou fundação.
• o servidor fica obrigado a cumprir integralmente § 1º É de trinta dias o prazo para o servidor retornar
a jornada de trabalho a que está submetido. ao exercício, contados da data em que tomou ciência
É aplicada multa ao servidor inativo que houver pra- do aproveitamento.
ticado na atividade infração disciplinar punível com sus- § 2º Deve ser tornado sem efeito o aproveitamento e
pensão. ser cassada a disponibilidade, se o servidor não retor-
Essa multa corresponde ao valor diário dos proventos nar ao exercício no prazo do § 1º, salvo se por doença
de aposentadoria por dia de suspensão cabível. comprovada por junta médica oficial.

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A destituição do cargo em comissão é a sanção por Diante de indícios de infração disciplinar, ou diante
infração disciplinar média ou grave, pela qual se impõe de representação, a autoridade administrativa compe-
ao servidor sem vínculo efetivo com o Distrito Federal a tente deve determinar a instauração de sindicância ou
perda do cargo em comissão por ele ocupado, podendo processo disciplinar para apurar os fatos e, se for o caso,
ser cominada com o impedimento de nova investidura aplicar a sanção disciplinar.
em outro cargo efetivo ou em comissão. São competentes para instaurar sindicância ou pro-
Se o servidor já tiver sido exonerado quando da apli- cesso disciplinar as autoridades definidas no art. 255, em
cação da sanção prevista acima, a exoneração é converti- relação às infrações disciplinares ocorridas em seus res-
da em destituição do cargo em comissão. pectivos órgãos, autarquias ou fundações, independen-
A demissão, a cassação de aposentadoria ou dispo- temente da sanção cominada.
nibilidade ou a destituição de cargo em comissão, mo-
tivada por infração disciplinar grave do grupo II, impli- Art. 255. Salvo disposição legal em contrário, o julga-
ca a incompatibilização para nova investidura em cargo
mento do processo disciplinar e a aplicação da sanção
público do Distrito Federal pelo prazo de dez anos, sem
disciplinar, observada a subordinação hierárquica ou
prejuízo de ação cível ou penal e das demais medidas
a vinculação do servidor, são da competência:
administrativas.
I – no Poder Legislativo, do Presidente da Câmara Le-
A punibilidade é extinta pela morte do servidor ou
prescrição. gislativa ou do Tribunal de Contas;
A ação disciplinar prescreve em: II – no Poder Executivo:
• cinco anos, quanto à demissão, destituição de (...)
cargo em comissão ou cassação de aposentadoria ou
disponibilidade; A competência para instaurar processo disciplinar
• dois anos, quanto à suspensão; para apurar infração cometida por servidor efetivo no
• um ano, quanto à advertência. exercício de cargo em comissão ou função de confiança
O prazo de prescrição começa a correr da primeira do qual foi exonerado ou dispensado é da autoridade do
data em que o fato ou ato se tornou conhecido pela che- órgão, autarquia ou fundação onde a infração disciplinar
fia da repartição onde ele ocorreu, pela chefia mediata foi cometida.
ou imediata do servidor, ou pela autoridade competente Por solicitação ou determinação da autoridade com-
para instaurar sindicância ou processo disciplinar. petente, a apuração da infração disciplinar pode ser feita
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A instauração de processo disciplinar interrompe a pelo órgão central do sistema de correição, preservada a
prescrição, uma única vez. competência para o julgamento.
Interrompida a prescrição, sua contagem é reiniciada Os conflitos entre servidores podem ser tratados em
depois de esgotados os prazos para conclusão do pro- mesa de comissão de mediação, a ser disciplinada em lei
cesso disciplinar, previstos nesta Lei Complementar, in- específica.
cluídos os prazos de prorrogação, se houver. A infração disciplinar cometida por servidor é apura-
O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a ins- da mediante:
tauração ou a tramitação do processo disciplinar ou a • sindicância;
aplicação de sanção disciplinar estiver obstada por de- • processo disciplinar.
terminação judicial. A representação sobre infração disciplinar cometida
Os prazos de prescrição previstos na lei penal, haven- por servidor deve ser formulada por escrito e conter a
do ação penal em curso, aplicam-se às infrações discipli- identificação e o endereço do denunciante.
nares capituladas também como crime.
No caso de denúncias anônimas, a administração
Não é punido o servidor que, ao tempo da infração
pública pode iniciar reservadamente investigações para
disciplinar, era inteiramente incapaz de entender o ca-
coleta de outros meios de prova necessários para a ins-
ráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
tauração de sindicância ou processo disciplinar.
esse entendimento, devido a:
• insanidade mental, devidamente comprovada Em caso de infração disciplinar noticiada pela impren-
por laudo de junta médica oficial; sa, nas redes sociais ou em correspondências escritas, a
• embriaguez completa, proveniente de caso for- autoridade competente, antes de instaurar sindicância
tuito ou força maior. ou processo disciplinar, deve verificar se há indícios míni-
A punibilidade não se exclui pela embriaguez, volun- mos de sua ocorrência.
tária ou culposa, por álcool, entorpecente ou substância Na hipótese acima, no caso de não comprovação dos
de efeitos análogos. fatos, a autoridade competente deve se pronunciar por
Fica isento de sanção disciplinar o servidor cuja con- escrito sobre o motivo do arquivamento da verificação.
duta funcional, classificada como erro de procedimento, Se houver indícios suficientes quanto à autoria e à
seja caracterizada, cumulativamente, pela: materialidade da infração disciplinar, a autoridade admi-
• ausência de dolo; nistrativa pode instaurar imediatamente o processo dis-
• eventualidade do erro; ciplinar, dispensada a instauração de sindicância.
• ofensa ínfima aos bens jurídicos tutelados; Não é objeto de apuração em sindicância ou proces-
• prejuízo moral irrelevante; so disciplinar o fato que:
• reparação de eventual prejuízo material antes • não configure infração disciplinar prevista nesta
de se instaurar sindicância ou processo disciplinar. Lei Complementar ou em legislação específica;

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• já tenha sido objeto de julgamento pelo Poder Agora vamos estudar o processo disciplinar:
Judiciário em sentença penal transitada em julgado que
reconheceu a inexistência do fato ou a negativa da auto- Art. 217. O processo disciplinar é o instrumento desti-
ria, salvo se existente infração disciplinar residual. nado a apurar responsabilidade do servidor por infra-
O servidor não responde: ção disciplinar.
• por ato praticado com fundamento em lei ou re- § 1º. O prazo para a conclusão do processo disciplinar
gulamento posteriormente considerado inconstitucional é de até sessenta dias, prorrogável por igual período.
pelo Poder Judiciário; § 2º Todos os prazos nos processos administrativos dis-
• quando a punibilidade estiver extinta. ciplinares no Distrito Federal, ainda que regidos por
Deve ser arquivada eventual denúncia ou represen- leis especiais, ficam suspensos no período de 20 de de-
tação que se refira a qualquer das hipóteses previstas zembro a 20 de janeiro, inclusive.
acima.
E quando se instaura sindicância?
Os autos da sindicância, se houver, são apensados
Qual a finalidade da sindicância?
aos do processo disciplinar, como peça informativa da
Art. 214. A sindicância é o procedimento investigativo instrução.
destinado a: O processo disciplinar obedece aos princípios da le-
I – identificar a autoria de infração disciplinar, quando galidade, moralidade, impessoalidade, publicidade, efi-
desconhecida; ciência, interesse público, contraditório, ampla defesa,
II – apurar a materialidade de infração disciplinar so- proporcionalidade, razoabilidade, motivação, segurança
bre a qual haja apenas indícios ou que tenha sido apenas jurídica, informalismo moderado, justiça, verdade mate-
noticiada. rial e indisponibilidade.
§ 1º O ato de instauração da sindicância deve ser pu- Os atos do processo disciplinar não dependem de
blicado no Diário Oficial do Distrito Federal. forma determinada senão quando a lei expressamente o
§ 2º O prazo para conclusão da sindicância é de até exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro
trinta dias, prorrogável por igual período, a critério da modo, preencham sua finalidade essencial.
autoridade competente. É permitida:
• a notificação ou a intimação do servidor acusa-
Art. 215. Da sindicância pode resultar: do ou indiciado ou de seu procurador em audiência;
I – o arquivamento do processo; a comunicação, via postal, entre a comissão pro-

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II – instauração de processo disciplinar; cessante e o servidor acusado ou indiciado;
III – aplicação de sanção de advertência ou suspensão • a utilização de meio eletrônico, se confirmado o
de até trinta dias.
recebimento pelo destinatário ou mediante certificação
§ 1º Constatado na sindicância que a infração classi-
digital, para:
fica-se como leve ou média do grupo I, a comissão de
a) a entrega de petição à comissão processante, salvo
sindicância deve citar o servidor acusado para acom-
panhar o prosseguimento da apuração nos mesmos a defesa escrita prevista no art. 245, desde que o meio
autos. utilizado pelo remetente seja previamente cadastrado na
§ 2º Aplicam-se, a partir do ato processual de que tra- comissão processante;
ta o § 1º, as normas do processo disciplinar, incluídas b) a notificação ou a intimação sobre atos do proces-
as garantias ao contraditório e à ampla defesa e as so disciplinar, desde que o meio eletrônico tenha sido
normas relativas à comissão processante. previamente cadastrado pelo servidor acusado ou indi-
ciado na comissão processante.
Diante de fundados indícios de enriquecimento ilíci- Se a comissão notificar ou intimar o servidor por meio
to de servidor ou de evolução patrimonial incompatível eletrônico, deve, sempre que possível, avisá-lo por meio
com a remuneração ou subsídio por ele percebido, pode telefônico de que a comunicação foi enviada.
ser determinada a instauração de sindicância patrimonial. O uso dos meios permitidos citados acima deve ser
São competentes para determinar a instauração de certificado nos autos, juntando-se cópia das correspon-
sindicância patrimonial: dências recebidas ou enviadas.
• o Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribu- Não é causa de nulidade do ato processual a ausên-
nal de Contas, nos respectivos órgãos; cia:
• o Governador ou o titular do órgão central de • do servidor acusado ou de seu procurador na
sistema de correição, no Poder Executivo. oitiva de testemunha, quando o servidor tenha sido pre-
A sindicância patrimonial constitui-se de procedi- viamente notificado;
mento sigiloso com caráter exclusivamente investigativo.
• do procurador no interrogatório do servidor
O procedimento de sindicância patrimonial é condu-
acusado.
zido por comissão composta por três servidores estáveis.
O prazo para conclusão do procedimento de sindi- Os autos do processo disciplinar, as reuniões da co-
cância patrimonial é de trinta dias, prorrogável por igual missão e os atos processuais têm caráter reservado.
período. Os autos do processo disciplinar não podem ser reti-
Concluídos os trabalhos da sindicância patrimonial, a rados da repartição onde se encontram.
comissão responsável por sua condução deve elaborar É lícito o fornecimento de cópia de peças dos autos
relatório sobre os fatos apurados, concluindo pelo arqui- ao servidor ou ao seu procurador, observado o disposto
vamento ou pela instauração de processo disciplinar. no art. 168, §§ 2º e 3º.

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I – arguir a incompetência, o impedimento ou a sus-
Art. 168. É assegurado ao servidor o direito de petição peição:
junto aos órgãos públicos onde exerce suas atribuições ou a) da autoridade instauradora ou julgadora da sindi-
junto àqueles em que tenha interesse funcional. cância ou processo disciplinar;
§ 1º O direito de petição compreende a apresenta- b) de qualquer membro da comissão processante;
ção de requerimento, pedido de reconsideração, recur- II – constituir procurador;
so ou qualquer outra manifestação necessária à defesa III – acompanhar depoimento de testemunha, pessoal-
de direito ou interesse legítimo ou à ampla defesa e ao mente ou por seu procurador;
contraditório do próprio servidor ou de pessoa da sua IV – arrolar testemunha;
família. V – reinquirir testemunha, por intermédio do presiden-
§ 2º Para o exercício do direito de petição, é assegu- te da comissão processante;
rada: VI – contraditar testemunha;
I – vista do processo ou do documento, na repartição, VII – produzir provas e contraprovas;
ao servidor ou a procurador por ele constituído; VIII – formular quesitos, no caso de prova pericial;
II – cópia de documento ou de peça processual, obser- IX – ter acesso às peças dos autos, observadas as regras
vadas as normas daqueles classificados com grau de sigilo. de sigilo;
§ 3º A cópia de documento ou de peça processual X – apresentar pedido de reconsideração, recurso ou
pode ser fornecida em meio eletrônico. revisão do julgamento.
§ 1º A arguição de que trata o inciso I do caput deve
Salvo quando autorizado pela autoridade instaurado- ser resolvida:
ra, é vedado deferir ao servidor acusado, desde a instau- I – pela autoridade imediatamente superior, no caso
ração do processo disciplinar até a conclusão do prazo do inciso I, a, ou pelo substituto legal, se exaurida a via
para defesa escrita: hierárquica;
• gozo de férias; II – pela autoridade que instaurou o processo discipli-
• licença ou afastamento voluntários; nar, no caso do inciso I, b.
• exoneração a pedido; § 2º É do servidor acusado o custo de perícias ou exa-
• aposentadoria voluntária. mes por ele requeridos, se não houver técnico habilitado
Como medida cautelar e a fim de que o servidor não nos quadros da administração pública distrital.
venha a influir na apuração da infração disciplinar, a au-
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toridade instauradora do processo disciplinar pode de- Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
terminar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo servidor acusado, a comissão processante deve propor à
prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da remuneração. autoridade competente que ele seja submetido a exame
O afastamento preventivo pode: por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um
- ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessam médico psiquiatra.
os seus efeitos, ainda que não concluído o processo dis- O incidente de sanidade mental deve ser processado
ciplinar; em autos apartados e apenso ao processo principal, após
- cessar por determinação da autoridade competente. a expedição do laudo pericial.
Salvo motivo de caso fortuito ou força maior, o servi- Estando preso o servidor acusado, aplica-se o seguin-
dor afastado não pode comparecer à repartição de onde te:
foi afastado, exceto quanto autorizado pela autoridade • a citação inicial e a intimação para defesa escrita
competente ou pela comissão processante. são promovidas onde ele estiver recolhido;
Em substituição ao afastamento preventivo, a autori- • o acompanhamento do processo disciplinar é
dade instauradora pode, no prazo de até sessenta dias, promovido por procurador por ele designado ou, na au-
determinar que o servidor tenha exercício provisório em sência, por defensor dativo;
outra unidade administrativa do mesmo órgão, autarquia • o interrogatório é realizado em local apropria-
ou fundação de sua lotação. do, na forma previamente acordada com a autoridade
No processo disciplinar, é sempre assegurado ao ser- competente.
vidor acusado o direito ao contraditório e à ampla defesa. A sindicância ou o processo disciplinar é conduzido
O servidor acusado deve ser: por comissão processante, de caráter permanente ou es-
• citado sobre a instauração de processo discipli- pecial.
nar contra sua pessoa; A comissão é composta de três servidores estáveis
• intimado ou notificado dos atos processuais; designados pela autoridade competente.
• intimado, pessoalmente, para apresentação de Os membros da comissão processante são escolhidos
defesa escrita; pela autoridade competente entre os ocupantes de car-
• intimado da decisão proferida em sindicância ou go para o qual se exija escolaridade igual ou superior à
processo disciplinar, sem suspensão dos efeitos decor- do servidor acusado.
rentes da publicação no Diário Oficial do Distrito Federal. Nos casos de carreira organizada em nível hierárqui-
A intimação de que trata acima deve ser feita com co, os membros da comissão devem ser ocupantes de
antecedência mínima de três dias da data de compare- cargo efetivo superior ou do mesmo nível do servidor
cimento. acusado.
Compete ao presidente da comissão manter a ordem
Art. 226. Ao servidor acusado é facultado: e a segurança das audiências, podendo requisitar força

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policial, se necessária. As reuniões da comissão processante têm de ser re-
A Comissão tem como secretário servidor designado gistradas em ata, da qual deve constar o detalhamento
pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um das deliberações adotadas.
de seus membros. Sempre que necessário, a comissão processante deve
A comissão processante, quando permanente, deve dedicar tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus
ser renovada, no mínimo, a cada dois anos, vedado ao membros dispensados dos trabalhos na repartição de
mesmo membro servir por mais de quatro anos conse- origem, até a entrega do relatório final.
cutivos. São asseguradas passagens e diárias aos membros
Nas licenças, afastamentos, férias e demais ausências da comissão e ao servidor acusado, nos casos de atos
de membro da comissão processante, a autoridade com- processuais serem praticados fora do território da RIDE.
petente pode designar substituto eventual. O processo disciplinar desenvolve-se nas seguintes
O local e os recursos materiais para o funcionamento fases:
dos trabalhos da comissão processante devem ser forne- • instauração;
cidos pela autoridade instauradora da sindicância ou do • instrução;
processo disciplinar. • defesa;
Podem participar como membros da comissão pro- • relatório;
cessante servidores integrantes de outros órgãos da ad- • julgamento.
ministração pública, distintos daquele onde ocorreram as O processo disciplinar é instaurado pela autoridade
infrações disciplinares, se conveniente para o interesse competente.
público.
A comissão funciona com a presença de todos os Art. 237. Para a instauração de processo disciplinar,
seus membros. deve constar dos autos:
O servidor não pode participar de comissão proces- I – a indicação da autoria, com nome, matrícula e car-
sante quando o servidor acusado for pessoa de sua fa- go do servidor;
mília, seu padrasto, madrasta, enteado ou parente, na II – a materialidade da infração disciplinar.
forma da lei civil. Parágrafo único. A instauração de processo disciplinar
Também não pode participar de comissão processan- depende de ato publicado no Diário Oficial do Distrito Fe-
te o servidor que: deral, do qual conste:
• seja amigo íntimo ou inimigo capital, credor ou I – a comissão processante;

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devedor, tutor ou curador do servidor acusado; II – o número do processo que contém as informa-
• seja testemunha ou perito no processo discipli- ções previstas no caput, I e II.
nar;
• tenha sido autor de representação objeto da Instaurado o processo disciplinar, o servidor acusado
apuração; deve ser citado para, se quiser, acompanhar o processo
• tenha atuado em sindicância, auditoria ou in- pessoalmente ou por intermédio de procurador.
vestigação da qual resultou a sindicância ou o processo A citação deve ser acompanhada de cópia, eletrônica
disciplinar; ou em papel, das peças processuais previstas e conter
• atue ou tenha atuado como procurador do ser- número do telefone, meio eletrônico para comunicação,
vidor acusado; endereço, horário e dias de funcionamento da comissão
• tenha interesse em decisão administrativa a ser processante.
tomada pelo servidor acusado; O servidor acusado que mudar de residência fica
• tenha interesse no assunto que resultou na ins- obrigado a comunicar à comissão processante o lugar
tauração da sindicância ou do processo disciplinar; onde pode ser encontrado.
• esteja litigando, judicial ou administrativamente, Estando o servidor acusado em local incerto ou não
com o servidor sindicado, acusado ou indiciado, ou com sabido, a citação de que se trata acima é feita por edital
o respectivo cônjuge ou companheiro; publicado no Diário Oficial do Distrito Federal e em jornal
• responda a sindicância ou processo disciplinar; de grande circulação no Distrito Federal.
• tenha sido punido por qualquer infração disci- Se, no prazo de quinze dias contados da publicação,
plinar; o servidor acusado não se apresentar à comissão proces-
• seja cônjuge, companheiro, padrasto, madrasta, sante, a autoridade instauradora deve designar defensor
enteado ou parente, na forma da lei civil, de outro mem- dativo, para acompanhar o processo disciplinar enquan-
bro da mesma comissão processante. to o servidor acusado não se apresentar.
A comissão processante exerce suas atividades com Na fase da instrução, a comissão processante deve
independência e imparcialidade, assegurado o acesso, promover tomada de depoimentos, acareações, inves-
nas repartições públicas, a informações, documentos e tigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de
audiências necessários à elucidação do fato em apura- prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peri-
ção. tos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
O presidente da comissão de sindicância ou de pro- Para a produção de provas, a comissão processante
cesso disciplinar pode requisitar apoio, inclusive policial, pode, de ofício ou a requerimento do servidor acusado:
dos órgãos da administração pública para realização de • tomar depoimentos de testemunhas;
diligência, segurança ou locomoção até o local de coleta • fazer acareações;
de prova ou de realização de ato processual. • colher provas documentais;

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• colher provas emprestadas de processos admi- Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que
nistrativos ou judiciais; se infirmem, pode-se proceder à acareação entre os de-
• proceder à reconstituição simulada dos fatos, poentes.
desde que não ofenda a moral ou os bons costumes; O servidor acusado, seu procurador ou ambos podem
• solicitar, por intermédio da autoridade compe- assistir à inquirição das testemunhas, sendo-lhes:
tente: • vedado interferir nas perguntas e nas respostas;
a) realização de buscas e apreensões; • facultado reinquiri-las, por intermédio do presi-
b) informações à Fazenda Pública, na forma autoriza- dente da comissão processante.
da na legislação; Concluída a inquirição das testemunhas e a coleta das
c) quebra do sigilo bancário ou telefônico; demais provas, a comissão processante deve promover o
d) acesso aos relatórios de uso feito pelo servidor interrogatório do servidor acusado.
acusado em sistema informatizado ou a atos que ele te- No caso de mais de um servidor acusado, o interro-
nha praticado; gatório é feito em separado e, havendo divergência entre
e) exame de sanidade mental do servidor acusado ou suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, pode ser
indiciado; promovida a acareação entre eles.
• determinar a realização de perícias; O não comparecimento do servidor acusado ao inter-
• proceder ao interrogatório do servidor acusado. rogatório ou a sua recusa em ser interrogado não obsta o
O presidente da comissão processante, por despacho prosseguimento do processo, nem é causa de nulidade.
fundamentado, pode indeferir: O procurador do servidor acusado pode assistir ao
• pedidos considerados impertinentes, meramen- interrogatório, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas
te protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclare- e nas respostas, sendo facultado, porém, propor pergun-
cimento dos fatos; tas, por intermédio do presidente da comissão proces-
• pedido de prova pericial, quando a comprova- sante, após a inquirição oficial.
ção do fato independer de conhecimento especial. Encerrada a instrução e tipificada a infração discipli-
São classificados como confidenciais, identificados nar, deve ser formulada a indiciação do servidor, com a
pela comissão processante e autuados em autos aparta- especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas
dos, os documentos: provas.
• de caráter sigiloso requeridos pela comissão Não cabe a indiciação do servidor se, com as provas
processante ou a ela entregues pelo servidor acusado ou colhidas, ficar comprovado que:
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indiciado; • não houve a infração disciplinar;


• sobre a situação econômica, financeira ou patri- • o servidor acusado não foi o autor da infração
monial do servidor acusado ou indiciado; disciplinar;
• sobre as fontes de renda do servidor acusado • a punibilidade esteja extinta.
ou indiciado; Ocorrendo a hipótese do acima, a comissão proces-
• sobre os relacionamentos pessoais do servidor sante deve elaborar o seu relatório, concluindo pelo ar-
acusado ou indiciado. quivamento dos autos.
Os documentos citados acima são de acesso restrito: O servidor, uma vez indiciado, deve ser intimado pes-
• aos membros da comissão processante; soalmente por mandado expedido pelo presidente da
• ao servidor acusado ou ao seu procurador; comissão processante para apresentar defesa escrita, no
• aos agentes públicos que devam atuar no pro- prazo de dez dias.
cesso. A citação não exclui o cumprimento do disposto aci-
Os documentos em idioma estrangeiro trazidos aos ma.
autos pela comissão processante devem ser traduzidos No caso de recusa do servidor indiciado em apor o
para a língua portuguesa, dispensada a tradução jura- ciente na cópia da intimação, o prazo para defesa conta-
mentada, se não houver controvérsia relevante para o -se da data declarada, em termo próprio, pelo membro
julgamento da infração disciplinar. ou secretário da comissão processante que fez a intima-
As testemunhas são intimadas a depor mediante ção, com a assinatura de duas testemunhas.
mandado expedido pelo presidente da comissão proces- Quando, por duas vezes, o membro ou o secretário
sante, devendo a segunda via, com o ciente do interessa- da comissão processante houver procurado o servidor
do, ser anexada aos autos. indiciado, em seu domicílio, residência, ou repartição de
Se a testemunha for servidor público, a expedição do exercício, sem o encontrar, deve, havendo suspeita de
mandado deve ser comunicada ao chefe da repartição ocultação, intimar a qualquer pessoa da família ou, em
onde tem exercício, com a indicação do dia e da hora sua falta, a qualquer vizinho, que voltará em dia e hora
marcados para inquirição. designados, a fim de efetuar a intimação.
A ausência injustificada de servidor público devida- No dia e hora designados, o membro ou o secretário
mente intimado como testemunha deve ser comunicada da comissão processante deve comparecer ao domicílio
à autoridade competente, para apuração de responsabi- ou à residência do servidor indiciado, a fim de intimá-lo.
lidade. Se o servidor indiciado não estiver presente, o mem-
O depoimento de testemunha é feito oralmente, sob bro ou o secretário da comissão processante deve:
compromisso, e reduzido a termo, não sendo lícito à tes- • informar-se das razões da ausência e dar por fei-
temunha trazê-lo por escrito. ta a citação, lavrando de tudo a respectiva certidão;
As testemunhas são inquiridas separadamente. • deixar cópia do mandado de intimação com

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pessoa da família do servidor indiciado ou com qualquer tituição de cargo em comissão ou cassação de aposenta-
vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. doria ou disponibilidade;
Junto à intimação para apresentar a defesa escrita, b) de Secretário de Estado ou autoridade equivalente,
deve ser apresentada ao servidor acusado cópia da in- quando se tratar de suspensão superior a trinta dias ou,
diciação. ressalvado o disposto na alínea a, das demais sanções
O servidor indiciado que se encontrar em lugar incer- a servidor que a ele esteja imediatamente subordinado;
to e não sabido deve ser intimado por edital para apre- c) de administrador regional, dirigente de órgão rela-
sentar defesa. tivamente autônomo, subsecretário, diretor regional ou
O edital de citação deve ser publicado no Diário Ofi- autoridade equivalente a que o servidor esteja mediata
cial do Distrito Federal e em jornal de grande circulação ou imediatamente subordinado, quando se tratar de san-
no Distrito Federal. ção não compreendida nas alíneas a e b.
Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa é de No caso de servidor de autarquia ou fundação do Po-
quinze dias, contados da última publicação do edital. der Executivo, o julgamento do processo disciplinar e a
Considera-se revel o servidor indiciado que, regular- aplicação da sanção disciplinar são da competência:
mente intimado, não apresentar defesa no prazo legal. • do Governador, quando se tratar de demissão,
A revelia deve ser declarada em termo subscrito pelos destituição de cargo em comissão ou cassação de apo-
integrantes da comissão processante nos autos do pro- sentadoria ou disponibilidade;
cesso disciplinar. • do respectivo dirigente máximo, quanto se tra-
Para defender o servidor revel, a autoridade instau- tar de sanção disciplinar não compreendida acima.
radora do processo deve designar um servidor estável No caso de servidor de conselho ou outro órgão de
como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual deliberação coletiva instituído no Poder Executivo, o jul-
ou superior ao do servidor indiciado, preferencialmente gamento do processo disciplinar e a aplicação da sanção
com formação em Direito. disciplinar são da competência:
O prazo para apresentar defesa escrita é de dez dias. • o Governador, quando se tratar de demissão,
Havendo dois ou mais servidores indiciados, o prazo destituição de cargo em comissão ou cassação de apo-
é comum e de vinte dias. sentadoria ou disponibilidade;
O prazo de defesa pode ser prorrogado pelo dobro, • de Secretário de Estado ou autoridade equiva-
para diligências reputadas indispensáveis. lente a cuja Secretaria de Estado o conselho ou o órgão
Cumpridas eventuais diligências requeridas na defesa esteja vinculado, quando se tratar de suspensão;

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escrita, a comissão processante deve declarar encerradas • do respectivo presidente, quando se tratar de
as fases de instrução e defesa. advertência.
A comissão pode alterar a indiciação formalizada ou A competência para julgar o processo disciplinar re-
propor a absolvição do servidor acusado em função dos gula-se pela subordinação hierárquica existente na data
fatos havidos das diligências realizadas. do julgamento.
Concluída a instrução e apresentada a defesa, a co- Da decisão que aplicar sanção de advertência ou sus-
missão processante deve elaborar relatório circunstan- pensão cabe recurso hierárquico vedado o agravamento
ciado, do qual constem: da sanção.
• as informações sobre a instauração do processo; No prazo de vinte dias, contados do recebimento dos
• o resumo das peças principais dos autos, com autos do processo disciplinar, a autoridade competente
especificação objetiva dos fatos apurados, das provas deve proferir sua decisão.
colhidas e dos fundamentos jurídicos de sua convicção; Se a sanção a ser aplicada exceder a alçada da autori-
• a conclusão sobre a inocência ou responsabili- dade instauradora do processo disciplinar, este deve ser
dade do servidor indiciado, com a indicação do disposi- encaminhado à autoridade competente para decidir no
tivo legal ou regulamentar infringido, bem como as cir- mesmo prazo acima.
cunstâncias agravantes ou atenuantes; Havendo mais de um servidor indiciado e diversida-
• a indicação da sanção a ser aplicada e do dispo- de de sanções propostas no relatório da comissão pro-
sitivo desta Lei Complementar em que ela se encontra. cessante, o julgamento e a aplicação das sanções cabe à
A comissão processante deve remeter à autoridade autoridade competente para a imposição da sanção mais
instauradora os autos do processo disciplinar, com o res- grave.
pectivo relatório. O julgamento fora do prazo legal não implica nulida-
Na hipótese de o relatório concluir que a infração de do processo, observada a prescrição.
disciplinar apresenta indícios de infração penal, a auto- A autoridade julgadora deve decidir, motivadamente,
ridade competente deve encaminhar cópia dos autos ao conforme as provas dos autos.
Ministério Público. A autoridade julgadora pode converter o julgamento
Salvo disposição legal em contrário, o julgamento do em diligência para repetição de atos processuais ou co-
processo disciplinar e a aplicação da sanção disciplinar, leta de novas provas, caso seja necessário para a elucida-
observada a subordinação hierárquica ou a vinculação ção completa dos fatos.
do servidor, são da competência: Em caso de divergência com as conclusões do rela-
• no Poder Legislativo, do Presidente da Câmara tório da comissão processante, a autoridade julgadora
Legislativa ou do Tribunal de Contas; pode agravar a sanção disciplinar proposta, abrandá-la
• no Poder Executivo: ou isentar o servidor de responsabilidade.
a) do Governador, quando se tratar de demissão, des- A autoridade competente para aplicar a sanção dis-

45
ciplinar mais grave é também competente para aplicar é da autoridade administrativa que aplicou, originaria-
sanção disciplinar mais branda ou isentar o servidor de mente, a sanção disciplinar.
responsabilidade, nas hipóteses previstas acima. O prazo para julgamento é de vinte dias, contados do
Se discordar da proposta de absolvição ou da inocên- recebimento dos autos do processo disciplinar, durante o
cia do servidor acusado não anteriormente indiciado, a qual a autoridade julgadora pode determinar diligências.
autoridade julgadora deve designar nova comissão pro- Julgada procedente a revisão, será declarada sem
cessante para elaborar a indiciação e praticar os demais efeito a penalidade aplicada.
atos processuais posteriores. Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela
Verificada a existência de vício insanável, a autorida- inocência do servidor punido, deve ser declarada sem
de julgadora deve declarar a nulidade total ou parcial do efeito a sanção disciplinar aplicada, restabelecendo-se
processo disciplinar e ordenar, conforme o caso: todos os direitos do servidor, exceto em relação à des-
• a realização de diligência; tituição de cargo em comissão, que deve ser convertida
• a reabertura da instrução processual; em exoneração.
• a constituição de outra comissão processante, Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela ina-
para instauração de novo processo. dequação da sanção disciplinar aplicada, deve-se proce-
Os atos não contaminados pelo vício devem ser rea- der à nova adequação, restabelecendo-se todos os direi-
proveitados. tos do servidor naquilo que a sanção disciplinar aplicada
Nenhum ato é declarado nulo, se da nulidade não re- tenha excedido.
sultar prejuízo para a apuração dos fatos, para a defesa Da revisão do processo não pode resultar agrava-
ou para a conclusão do processo. mento de sanção disciplinar.
O vício a que o servidor acusado ou indiciado tenha A seguridade social do servidor público distrital com-
dado causa não obsta o julgamento do processo. preende um conjunto integrado de ações destinadas a
O ato de julgamento do processo disciplinar deve: assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e à as-
• mencionar sempre o fundamento legal para im- sistência social.
posição da penalidade; A previdência social destina-se exclusivamente aos
• indicar a causa da sanção disciplinar; servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo, na
• ser publicado no Diário Oficial do Distrito Fede- forma prevista na Constituição Federal e em lei comple-
ral. mentar específica.
O processo disciplinar pode ser revisto, a qualquer A assistência social deve ser prestada na forma da le-
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

tempo, a pedido ou de ofício, quando forem aduzidos fa- gislação específica e segundo os programas patrocina-
tos novos ou circunstâncias não apreciadas no processo dos pelo órgão, autarquia ou fundação.
originário, suscetíveis de justificar a inocência do servidor A assistência à saúde do servidor ativo ou inativo, de
punido ou a inadequação da sanção disciplinar aplicada. seu cônjuge, companheiro, dependentes e do pensionis-
Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen- ta compreende a assistência médica, hospitalar, odonto-
to do servidor, qualquer pessoa da família pode requerer lógica, psicológica e farmacêutica e é prestada:
a revisão do processo. • pelo Sistema Único de Saúde;
No caso de incapacidade mental do servidor, a revi- • diretamente pelo serviço de saúde do órgão, au-
são pode ser requerida pelo respectivo curador. tarquia ou fundação a que o servidor estiver vinculado;
A simples alegação de injustiça da sanção disciplinar • pela rede privada de saúde, mediante creden-
aplicada não constitui fundamento para a revisão. ciamento por convênio, na forma estabelecida em lei ou
Não é admitido pedido de revisão quando a perda do regulamento;
cargo público ou a cassação de aposentadoria decorrer • na forma de auxílio, mediante ressarcimento
de decisão judicial. parcial do valor despendido com planos ou seguros pri-
No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- vados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
querente. regulamento.
Na petição inicial, o requerente deve pedir dia e hora O servidor deve ser submetido a exames médicos pe-
para produção de provas e inquirição das testemunhas riódicos gratuitos, nos termos e condições definidos em
que arrolar. regulamento.
O requerimento de revisão do processo deve ser di- Pode ser concedida licença médica ou odontológica
rigido, conforme o caso, à autoridade administrativa que para o servidor tratar da própria saúde, sem prejuízo da
julgou, originariamente, o processo disciplinar. remuneração ou do subsídio.
Autorizada a revisão, o pedido deve ser encaminhado Após 24 meses consecutivos de licença para trata-
ao dirigente do órgão, autarquia ou fundação onde se mento de saúde, ou 24 meses cumulativos ao longo do
originou o processo disciplinar, para providenciar a cons- tempo de serviço prestado ao Distrito Federal, em cargo
tituição de comissão revisora. efetivo, em razão da mesma doença, o servidor deve ser
Não pode integrar a comissão revisora o servidor que submetido à perícia médica, que opinará pela possibi-
tenha atuado na sindicância ou no processo disciplinar lidade de retorno ao serviço, pela readaptação ou pela
cujo julgamento se pretenda revisar. aposentadoria por invalidez.
A revisão corre em apenso ao processo originário. Caso o servidor seja readaptado após o período men-
A comissão revisora tem o prazo de sessenta dias cionado acima e volte a se afastar em razão da mesma
para a conclusão dos trabalhos. doença, deve ter seu quadro de saúde analisado por Jun-
A competência para julgamento do pedido de revisão ta Médica Oficial.

46
No caso de servidor sem vínculo efetivo com o Dis- a) sem expediente;
trito Federal, suas autarquias ou fundações, aplicam-se b) de ponto facultativo;
à licença médica ou odontológica as normas do regime c) em que a repartição ficou fechada;
geral de previdência social. d) cujo expediente foi encerrado antes do horário ha-
A licença médica ou odontológica depende de inspe- bitual;
ção feita por médico ou cirurgião-dentista do setor de II – pela interrupção, extingue-se a contagem do prazo
assistência à saúde. já feita e reinicia-se nova contagem a partir da data
Se necessário, a inspeção de que trata este artigo em que o prazo foi interrompido;
pode ser realizada onde o servidor se encontrar. III – durante a suspensão, a contagem do prazo fica
O atestado de médico ou de cirurgião-dentista parti- paralisada, devendo ser retomada de onde parou na
cular só produz efeitos depois de homologado pelo setor data em que cessar a causa suspensiva.
de assistência à saúde do respectivo órgão, autarquia ou § 1º Salvo disposição legal em contrário, os prazos são
fundação. contínuos, não se interrompem, não se suspendem,
No caso de atestado de comparecimento a serviços nem se prorrogam.
médicos, odontológicos ou laboratoriais, a ausência ao § 2º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se
serviço restringe-se ao turno em que o servidor foi aten- de data a data.
dido. § 3º Se no mês do vencimento não houver o dia equi-
O atestado ou o laudo da junta médica não pode se valente ao do começo do prazo, tem-se como termo o
referir ao nome ou natureza da doença, salvo quando último dia do mês.
se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço,
doença profissional ou qualquer das doenças especifica- Em razão de nacionalidade, naturalidade, condição
das na legislação do regime próprio de previdência dos social, física, imunológica, sensorial ou mental, nascimen-
servidores públicos do Distrito Federal. to, idade, escolaridade, estado civil, etnia, raça, cor, sexo,
O atestado médico de até três dias durante o bimes- orientação sexual, convicção religiosa, política ou filosófi-
tre do ano civil pode ser recebido pela chefia imediata, ca, de ter cumprido pena ou de qualquer particularidade
sem a homologação do serviço de saúde. ou condição, o servidor não pode:
O servidor que apresentar indícios de lesões orgâni- • ser privado de qualquer de seus direitos;
cas ou funcionais deve ser submetido à inspeção médica. • ser prejudicado em seus direitos ou em sua vida
A administração pública deve adotar programas de funcional;

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
• sofrer discriminação em sua vida funcional ou
prevenção a moléstia profissional.
pessoal;
O servidor acidentado em serviço que necessite de
• eximir-se do cumprimento de seus deveres.
tratamento especializado pode ser tratado em instituição
Ao servidor público civil são assegurados, nos termos
privada, às expensas do Distrito Federal.
da Constituição Federal, o direito à livre associação sindi-
O tratamento referido neste artigo constitui medida
cal e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
de exceção e somente é admissível quando inexistirem
• representação pelo sindicato, inclusive como
meios e recursos adequados em instituição pública.
substituto processual;
Ao servidor efetivo que sofrer redução da capacida- • desconto em folha, sem ônus para a entidade
de laboral, comprovada em inspeção médica, devem ser sindical a que for filiado, do valor das mensalidades e
proporcionadas atividades compatíveis com a limitação contribuições definidas em assembleia geral da categoria.
sofrida, respeitada a habilitação exigida no concurso pú- Para efeitos da Lei Complementar em estudo, consi-
blico. deram-se da família do servidor o cônjuge ou o compa-
O servidor readaptado não sofre prejuízo em sua re- nheiro, os filhos e, na forma da legislação federal sobre
muneração ou subsídio. imposto de renda da pessoa física, os que forem seus
O dia do servidor público é comemorado em vinte e dependentes econômicos.
oito de outubro. O servidor pode requerer o registro em seus assen-
Podem ser instituídos os seguintes incentivos funcio- tamentos funcionais de qualquer pessoa de sua família.
nais, além daqueles já previstos nos respectivos planos A dependência econômica deve ser comprovada, por
de carreira: ocasião do pedido, e a sua comprovação deve ser reno-
• prêmio pela apresentação de ideias, inventos ou vada anualmente, na forma do regulamento.
trabalhos que favoreçam o aumento de produtividade e Equiparam-se à condição de companheira ou com-
a redução dos custos operacionais; panheiro os parceiros homoafetivos que mantenham re-
• concessão de medalha, diploma de honra ao lacionamento civil permanente, desde que devidamente
mérito, condecoração e elogio. comprovado.
Das disposições gerais da Lei Complementar nº As orientações normativas para a uniformização dos
840/2011, destaca-se: procedimentos de aplicação desta Lei Complementar são
formuladas, no Poder Executivo, pelo órgão central do
Art. 280. Aos prazos previstos nesta Lei Complementar, sistema de:
salvo disposição legal em contrário, aplica-se o seguinte: • correição, sobre questões atinentes ao regime, à
I – sua contagem é feita em dias corridos, excluindo-se sanção e ao processo disciplinar, sem prejuízo das com-
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando petências de corregedorias específicas;
prorrogado para o primeiro dia útil seguinte o começo ou • pessoal, sobre as questões não compreendidas
o vencimento do prazo que cair em dia: no item acima.

47
C) Legislativo, Executivo e Judiciário.
D) Executivo e Judiciário.
EXERCÍCIO COMENTADO
5. (Inédita) O mandato do Governador do Distrito Fe-
1. (Inédita) Ao servidor do Distrito Federal é possível, deral será de _____ anos, permitida a reeleição para um
desde que preenchidas as condições fixadas em edital único período subsequente:
específico, o deslocamento na mesma autarquia, na mes-
ma carreira, de uma localidade para a outra. Essa possibi- A) quatro.
lidade garantida em lei é denominada de: B) cinco.
C) seis.
a) transferência. D) oito.
b) recondução.
c) remoção. 6. (Inédita) Os pagamentos das remunerações, de qual-
d) readaptação. quer natureza, devidas pelo Distrito Federal aos servi-
dores da administração direta, aos servidores das autar-
Resposta: Letra C. quias e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder
Remoção é o deslocamento da lotação do servidor, Público, aos empregados das empresas públicas e das
no mesmo órgão, autarquia ou fundação e na mesma sociedades de economia mista, bem como aos empre-
carreira, de uma localidade para outra. A remoção é gados das demais entidades em que o Distrito Federal,
feita a pedido de servidor que preencha as condições direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital so-
fixadas no edital do concurso aberto para essa finali-
cial com direito a voto, serão efetuados pelo:
dade.
A) Banco de Brasília.
B) Banco do Brasil.
C) banco ou instituição financeira aprovado pelo gover-
HORA DE PRATICAR! no distrital.
D) banco ou instituição financeira a critério do governo
distrital.
1. (Inédita) De acordo com a Lei Orgânica do Distrito
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL

Federal, a remuneração dos Administradores Regionais


não poderá ser superior à fixada para os: 7. (Inédita) A pessoa legalmente investida em cargo pú-
blico é:
A) Secretários de Governo do Distrito Federal.
B)Juízes do Distrito Federal. A) empregado público.
C) Ministros do Superior Tribunal de Justiça. B) servidor público.
D) Ministros do Supremo Tribunal Federal. C) trabalhador público.
D) aquele que exerce atividade em cargo de confiança.
2. (Inédita) Sobre a competência legislativa do Distrito
Federal, quando se trata de direito tributário, financei- 8. (Inédita) A provimento de cargo público para o Distri-
ro, penitenciário, econômico e urbanístico, diz-se que é to Federal compete, EXCETO:
tema:
A) Governador, no Poder Executivo.
A) comum com a União. B) Presidente da Câmara Legislativa.
B) comum com os Estados e Municípios. C) Presidente da Tribunal Distrital.
C) concorrente com a União. D) Presidente do Tribunal de Contas.
D) privativo do Distrito Federal.
9. (Inédita) Aos servidores do Distrito Federal, a gratifi-
3. (Inédita) Observada a legislação federal, as obras, cação por trabalhos com raios X ou substâncias radioati-
compras, alienações e serviços da administração, o Dis- vas é concedida no percentual de:
trito Federal realizará contratados mediante:
A) dez por cento.
A) acordo prévio com as empresas. B) quinze por cento.
B) processo de licitação pública, nos termos da lei. C) vinte por cento.
C) acordo de exclusividade da empresa com o Distrito D) vinte e cinco por cento.
Federal.
D) contrato pré-estabelecido com a União. 10. (Inédita) O servidor do Distrito Federal, no caso de
exercício irregular de suas atribuições, responderá:
4. (Inédita) O São Poderes do Distrito Federal, indepen-
dentes e harmônicos entre si: A) administrativamente.
B) penal e administrativamente.
A) Legislativo e Judiciário. C) penal, civil e administrativamente.
B) Legislativo e Executivo. D) civil e administrativamente.

48
11. (Inédita) A destituição do cargo em comissão se im-
põe ao servidor sem vínculo efetivo com o Distrito Fe- ANOTAÇÕES
deral a perda do cargo em comissão por ele ocupado,
podendo ser cominada com o impedimento de nova in-
vestidura em outro cargo efetivo ou em comissão. Por- ________________________________________________
tanto, a destituição é a sanção por infração disciplinar:
_________________________________________________
A) média ou grave.
_________________________________________________
B) leve ou média.
C) leve, média ou grave. _________________________________________________
D) somente grave.
_________________________________________________
12. (Inédita) A infração disciplinar cometida por servidor
é apurada mediante: _________________________________________________

_________________________________________________
A) sindicância.
B) Processo disciplinar. _________________________________________________
C) conselho de disciplina.
D) sindicância ou processo disciplinar. _________________________________________________

_________________________________________________

GABARITO _________________________________________________

_________________________________________________
1 A _________________________________________________
2 C
_________________________________________________
3 B
4 B _________________________________________________

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL
5 A _________________________________________________
6 A
_________________________________________________
7 B
_________________________________________________
8 C
9 A _________________________________________________
10 C _________________________________________________
11 A
_________________________________________________
12 D
_________________________________________________

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ANOTAÇÕES

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50
ÍNDICE

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE


Realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do Distrito Federal e da Região Integrada
de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE) ............................................................................................................................................. 01
Os primórdios da ocupação
REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, No contexto que antecede a formação do Brasil até
GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E ECO- a chegada dos portugueses ao litoral, no século XVI, a
NÔMICA DO DISTRITO FEDERAL E DA RE- porção central do país, na qual se inclui o atual Distrito
GIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO Federal, era ocupada por indígenas do tronco linguístico
DO DISTRITO FEDERAL (RIDE). macro-jê, como os acroás, os xacriabás, os xavantes, os
caiapós, os javaés, dentre outros.
Nesse contexto, no século XVIII, a atual região ocu-
pada pelo Distrito Federal, que era cortada pela linha do
Contextualizando Tratado de Tordesilhas (1494), o qual dividia os domínios
portugueses dos espanhóis, tornou-se rota de passagem
Ao analisarmos o processo formador do Distrito Fede- para os garimpeiros de origem portuguesa em direção
ral, precisamos entender que ele é uma das 27 unidades às minas de Mato Grosso e Goiás. Data dessa época a
federativas do Brasil. Situado na Região Centro-Oeste, é fundação do povoado de São Sebastião de Mestre d’Ar-
a menor unidade federativa brasileira e a única que não mas (atual região administrativa de Planaltina, no Distrito
tem municípios, dividido em 31 regiões administrativas, Federal).
totalizando uma área de 5.780 km².
Deste modo, em seu território, está localizada a ca- As primeiras capitais do Brasil e a concepção mu-
pital federal do Brasil, Brasília, que é também a sede de dancista
governo  do Distrito Federal. O Distrito Federal é prati- No processo de formação do Brasil, a cidade de Sal-
camente um enclave  no estado de Goiás, não fosse a vador foi a primeira sede administrativa do Brasil durante
pequena divisa de pouco mais de dois quilômetros de o período que vai de 1549 a 1763, quando foi transferida
extensão com o estado de Minas Gerais, marcada pela para o Rio de Janeiro.
passagem da rodovia DF-285. Por via terrestre, o Distri- Os participantes da conjuração Mineira de 1789 de-
fendiam que a capital do país deveria ser a cidade de
to Federal se conecta a Minas Gerais por uma pequena
São João del-Rei, enquanto os nordestinos da Revolução
ponte de 130 metros sobre o rio Preto.
Pernambucana defendiam que a capital do Brasil deve-
ria ficar no Nordeste e nas proximidades do mar. Mesmo
com todas essas divergências, havia o consenso de que
#FicaDica o Brasil deveria ter, como sede administrativa, uma cida-
de que facilitasse tanto o desenvolvimento do país como
A rodovia DF-285 é uma rodovia transver- sua defesa.
sal do Distrito Federal brasileiro, sob admi- Deste modo, havia preferências para que esta sede
nistração da respectiva unidade federativa. funcionasse no interior do país, pois isto estimularia a
Liga a BR-251 a Unaí, em Minas Gerais, pas- ocupação do interior do Brasil, bem como tornaria a ca-
sando pelo município mineiro de Cabeceira pital menos predisposta às invasões estrangeiras, que
Grande, mais especificamente no distrito aconteciam com mais frequência na zona litorânea.
de Palmital de Minas. Assim sendo, o sonho com Brasília, a capital federal,
começou a existir a partir de 1823, na primeira Consti-
tuinte no Império Brasileiro, com uma proposta feita por
José Bonifácio de Andrada e Silva, que defendeu a mu-
Sendo assim, durante o período Imperial, o prede- dança da capital para uma região mais central no país,

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE


cessor ao Distrito Federal atual era o Município Neutro, mostrando as vantagens de se construir a capital em uma
onde se situava a corte, na cidade do Rio de Janeiro. Po- das vertentes do Rio São Francisco. Durante a defesa de
rém, depois da proclamação da república, a cidade do sua proposta, ele até sugeriu o nome da cidade tal qual
Rio de Janeiro tornou-se a capital federal, que, no início conhecemos hoje. Porém, somente partir de 1839 ini-
da década de 1960, foi transferida para Brasília, no centro ciou-se uma reflexão sobre a construção de uma cidade
do Brasil, no leste do estado de Goiás e a oeste do estado no cerrado do planalto central, nas proximidades do rio
de Minas Gerais, no atual Distrito Federal. São Francisco.
Desta forma, quando de sua transferência, o território Em 1852, essa questão despertou o interesse do his-
onde se localizava anteriormente o antigo distrito Fede- toriador Varnhagem, que defendeu essa ideia em vários
ral, no qual a cidade do Rio de Janeiro se situava, passou artigos, reunidos em um pequeno bloco de textos, com
a ser o estado da Guanabara (de 1960 a 1975). Destarte, o nome “A Questão da Capital Marítima ou no Interior”.
com a reordenação republicana do território  brasileiro, Para a sua satisfação pessoal, Varnhagen, em 1877, fez a
as províncias passaram a estados e cada um deles passou primeira visita prática ao local, onde definiu o lugar mais
a ser uma unidade da federação. Quase todos os estados apropriado para a construção da futura capital: um triân-
surgiram de províncias com os mesmos nomes, exceto gulo formado pelas lagoas Feia, Formosa e Mestre d’Ar-
o Distrito Federal e outros estados criados pela divisão mas. A construção da Capital Federal ficou consolidada
territorial. no artigo 3° da Constituição da república de 1819, que
Ademais, o atual Distrito Federal foi idealizado por estabelece: “Fica pertencente à União, no Planalto Cen-
um projeto do então presidente Juscelino Kubitschek, de tral, uma zona de 14 400 km², que será oportunamente
mudança da capital nacional da cidade do Rio de Janei- demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Fe-
ro para o centro do país. deral”.

1
Desta forma, Floriano Peixoto, o segundo presidente
da república, pretendendo dar continuidade ao que tinha
EXERCÍCIO COMENTADO
sido determinado pelo texto da Constituição, estabele-
ceu, em 1892, a Comissão Exploradora do Planalto Cen-
tral do Brasil que foi chefiada pelo geógrafo Luís Cruls. 1 - Avalie as afirmativas abaixo sobre a Comissão Ex-
Este, após seu retorno, apresentou um relatório, no qual ploradora do Planalto Central:
I – Foi nomeada em 1892 pelo então presidente Flo-
delimitava uma área retangular, no mesmo ponto defini-
riano Peixoto para iniciar os preparativos para cumprir a
do por Varnhagen, a qual ficou conhecida como Retân- determinação constitucional de mudança da capital para
gulo Cruls. Após essa expedição, devido às dimensões o Planalto Central.
desse empreendimento, o plano de construção foi um II – Foi chefiada pelo General Djalma Poli Coelho.
pouco esquecido, porém, com a vitória da Revolução de III – Demarcou uma área de 14.400 km2 para o novo
1930, o assunto voltou à tona. Distrito Federal.
Sendo assim, em 1922, uma comissão do governo fe- IV – A área demarcada por esta comissão é menor do
deral estabeleceu a localização no cerrado goiano, mas o que a área do atual Distrito Federal.
projeto ficou engavetado. No dia do centenário da Inde-
pendência, o presidente Epitácio Pessoa  mandou erigir Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas ver-
no Morro do Centenário, em Planaltina, um obelisco com dadeiras:
os seguintes dizeres: “Sendo Presidente da República o
a) I e II
Exmo. Sr. Dr. Epitácio da Silva Pessôa, em cumprimento b) III e IV
ao disposto no decreto 4494 de 18 de janeiro de 1922, foi c) I e III
aqui collocada em 7 de setembro de 1922, ao meio-dia, d) II e IV
a Pedra Fundamental da Futura Capital Federal dos Esta- e) II e III
dos Unidos do Brasil”
Resposta: Letra C.
A afirmativa número I é verdadeira. Depois que a
Constituição de 1891 determinou que uma área fos-
FIQUE ATENTO! se demarcada no Planalto Central para ser a nova ca-
O projeto de interiorização da capital ocorre pital federal, o presidente Floriano Peixoto nomeia a
muito antes de Juscelino Kubitschek. Porém, Comissão Exploradora do Planalto Central para dar
devemos demarcar a importância de Vargas prosseguimento à questão. A afirmativa II é incorreta
no lançamento da “Ponta de Flecha”, visando já que quem comanda a Comissão foi o cientista Luís
construir um polo de integração na região Cruls. Poli Coelho comanda a Comissão de Estudos
centro-oeste com o restante do país. para a Localização da Nova Capital do Brasil em 1946.
A afirmativa III é verdadeira, uma área de foi 14.400
km2 demarcada. Por fim, a afirmativa IV é falsa já que
Este momento trouxe algumas transformações que a atual área do DF é menor do que aquela delimitada
impactaram o território do centro-oeste. A primeira delas pela Missão Cruls.
é que, com a aprovação da Constituição de 1891, fica-
va estabelecido o federalismo. Ou seja, o Brasil não seria
CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE

mais comandado apenas pelo poder central (centralis- Pela primeira vez, a capital passa por uma interio-
rização
mo) localizado no Rio de Janeiro, o poder seria dividido
No ano de 1946, uma comissão chefiada por Poli
entre as províncias (descentralização). Coelho atestou a excelente qualidade do lugar já prees-
Ademais, fica estabelecido nesta carta que a capital tabelecido para a construção. Em 1954, outra comissão,
federal seria transferida para o interior, mais precisamen- chefiada pelo general José Pessoa, finalizou os estudos já
te para o Planalto Central. Getúlio Vargas e a Aliança Li- realizados e definiu que a área da futura capital seria o
beral chegam ao poder, derrotando as oligarquias, a par- espaço delimitado pelos rios Preto e Descoberto e pelos
tir da Revolução de 1930. Apoiado por um leque amplo paralelos 15°30 e 16°03, que abrangia áreas territoriais
e heterogêneo de grupos sociais, que incluíam as classes de três municípios goianos.
médias, oligarquias dissidentes, burguesia industrial, te-
nentes e trabalhadores urbanos e rurais, o governo de O território do Goiás, já havia passado por uma gran-
Vargas vai promover profundas transformações no país. de alteração, que foi a construção da nova Capital du-
rante a Era Vargas, assim sendo, mesmo com a resistên-
Sendo assim, entre estas mudanças estavam a “Mar-
cia dos antigos grupos oligárquicos que dominavam a
cha para o Oeste”, que tinha como objetivo ocupar os vida política goiana, o grupo de Pedro Ludovico acabou
“sertões” do país e integrá-los à onda de desenvolvimen- confirmando o projeto da mudança no ano de 1933. Na
to. É neste contexto que é construída uma nova capital data de 24 de outubro daquele mesmo ano foi lançada
para Goiás, mas a construção da nova capital federal não a pedra fundamental que daria início aos trabalhos de
sai do papel, o que só ocorreria a partir da década de construção da cidade de Goiânia, porém, a inauguração
1950, com Juscelino Kubitschek.  efetiva ocorreu apenas em 1937.

2
Deste modo, em 1955, durante um comício na cidade 1960, data escolhida em homenagem a Tiradentes, por
goiana de Jataí, Juscelino Kubitschek, que em seus dis- Juscelino Kubitschek. Quando o cargo foi transformado
cursos sempre defendia o respeito à Constituição  e às em governador, o indicado pelo presidente da República,
leis, foi perguntado se respeitaria, se eleito, a Constitui- foi Hélio Prates.
ção e mudaria a capital federal para o Planalto, de acor- Sendo assim, em 1987, ano em que Brasília é declara-
do com o que ela determinava. Juscelino respondeu que da Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pela
cumpriria com o que a Constituição decretava. Organização das Nações Unidas para a Educação, a ciên-
Assim sendo, em 1956, após ser eleito para a presi- cia e a Cultura, a Comissão de Sistematização da Assem-
dência da República, Juscelino Kubitschek, por iniciativa bleia Nacional Constituinte aprovou a autonomia política
própria, enviou ao congresso uma mensagem propondo do Distrito Federal, o que resultou, pela promulgação da
a criação da Companhia Urbanizadora na Nova Capital Constituição em 1988, nas eleições diretas para governa-
(NOVACAP). Após a aprovação desse projeto pelo con- dor, vice-governador e 24 deputados distritais. O primei-
gresso, em setembro do mesmo ano, o presidente san- ro governador eleito pelo voto direto foi Joaquim Roriz,
cionou a lei que criou a empresa. Com isso, a NOVACAP, que teve o seu mandato compreendido de 1988 a 1990.
empresa de caráter público, foi incumbida de planejar e
executar a construção da capital federal na região delimi-
tada pelo general José Pessoa.
Após um concurso público que selecionaria o pla-
no-piloto da cidade, uma comissão julgadora escolheu EXERCÍCIO COMENTADO
o projeto urbanístico do arquiteto Lúcio Costa, que
foi aprovado, como lei, por unanimidade na Câmara e 1. A antiga Cidade Livre foi idealizada por Bernardo
no Senado. Com isso, também foi oficializado o nome Sayão, em 1956, para ser um centro comercial e recreati-
Brasília, bem como a escolha de Oscar Niemeyer como vo para os trabalhadores de Brasília. Ganhou esse nome
arquiteto e de Joaquim Cardozo  como engenheiro es- porque lá era permitido não só residir como também
trutural. Em 2 de outubro de 1956, Juscelino Kubitschek negociar, com isenção de tributação. A perspectiva era
assinou, no local da futura capital federal, o primeiro ato, de que a cidade desaparecesse com a inauguração de
nomeando Mário Meneghetti como ministro da Agricul- Brasília. Com isso, os lotes não foram vendidos, mas em-
tura, ocasião em que proclamou o seguinte: “Deste pla- prestados em forma de comodato àqueles interessados
nalto central desta solidão que em breve se transformará em estabelecer residência ou comércio. A partir de 1960,
em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos os contratos de comodato foram cancelados e os comer-
sobre o amanhã do meu país e ante vejo esta alvorada ciantes, transferidos para a Asa Norte. Os terrenos deso-
com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no cupados foram invadidos por famílias de baixa renda. Em
seu grande destino” 1961, o governo, pressionado pelo movimento popular,
cria oficialmente a cidade com o nome de Núcleo Ban-
#FicaDica deirante.
CARDOSO, H. H. P. Narrativas de um candango em
Nova Capital, colocava as decisões políticas Brasília. Revista Brasileira de História, n. 47, 2004 (adap-
do Brasil em uma porção interiorana, total- tado).
mente fora das turbulências políticas ocor-
rida no Rio de Janeiro, além disso, a cidade Essa dinâmica expõe uma forma de desigualdade social
foi totalmente planejada para isso. comum nas cidades brasileiras associada à dificuldade de

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE


ter acesso
Edificação de Brasília
No ano de 1956, deu-se início às obras, sob a fiscali- a) às áreas com lazer gratuito.
zação de Oscar Niemeyer, com o projeto arquitetônico e b) ao mercado imobiliário formal.
Israel Pinheiro, como engenheiro responsável. Formou- c) ao transporte público eficiente.
-se, então, o Núcleo Bandeirante, com candangos. Os d) aos reservatórios com água potável.
trabalhos de terraplanagem foram iniciados em novem- e) ao emprego com carteira assinada.
bro de 1956. Trinta mil operários construíram Brasília em
41 meses. Resposta: Letra B.
O exemplo citado no texto, ocorrido em Brasília, era e
ainda é comum a boa parte dos grandes centros ur-
FIQUE ATENTO! banos brasileiros. Devido às altas taxas para compra
Os candangos foram os trabalhadores que e regularização de terrenos e casas, a população de
atuaram na construção de Brasília vindos, baixa renda fica de fora do chamado mercado imobi-
liário formal.
inicialmente, de Goiás, Minas Gerais e princi-
palmente do Nordeste.
Leia o texto, para a próxima questão:

Ademais, Israel Pinheiro foi nomeado o primeiro pre- Na América Latina do século XX, em incontáveis
feito do Distrito Federal em 17 de abril de 1960, um pou- momentos, a criação artística articulou-se com utopias
co antes da sua inauguração, ocorrida em 21 de abril de ou perspectivas de transformação social. Em diferentes

3
contextos, artistas usaram sua produção para corrobo- Assim sendo, as regiões administrativas  possuem
rar determinados projetos políticos ou consentiram que certa autonomia em suas administrações, pois para cada
suas criações fossem apropriadas e sustentadas por mo- uma delas, inclusive para a região administrativa de Bra-
vimentos políticos, dentro ou fora do Estado. sília, é nomeado um administrador. Deste modo, Brasília
PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINO, Gabriela. História é uma cidade totalmente planejada que foi projetada por
da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014, p. 187-188. Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Joaquim Cardozo. O Dis-
trito Federal possui o formato de um avião  e engloba
2 . A construção de Brasília contou com apaixonados Asa Norte, Asa Sul, Setor Militar Urbano, Setor de Ga-
simpatizantes e ferrenhos críticos do projeto, entre ar- ragens e Oficinas, Setor de Indústrias Gráficas, Área de
tistas e profissionais liberais de distintos ramos. Dentre Camping, Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios,
as polêmicas que ainda hoje cercam o projeto conhecido Setor de Embaixadas Sul e Norte, Vila Planalto, Granja
como Plano Piloto, destaca-se do Torto, Vila Telebrasília, Setor de áreas Isoladas Norte e
sedia os três poderes da República: Executivo, Legislativo
a) a incapacidade de inclusão das populações pobres e Judiciário.
que migraram para a região para a execução da obra,
como os “candangos”, trabalhadores que se estabe- Região Metropolitana – RIDE
leceram na periferia da cidade e contribuíram para o Conhecida como RIDE – Região Integrada de Desen-
surgimento das cidades satélites, hoje densamente volvimento do Distrito Federal e Entorno compreende
povoadas. o  Distrito Federal  mais os municípios goianos de Aba-
b) o alto custo desse investimento para os cofres públi- diânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexâ-
cos, uma vez que foi necessário ao governo brasilei- nia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Barro Alto,
ro contrair empréstimos nos Estados Unidos para a Cabeceiras, Cavalcante, Cidade ocidental, Cocalzinho
construção da cidade, que só deixou de representar de Goiás, Corumbá de Goiás, Flores de Goiás, Formo-
um peso orçamentário ao ser reconhecida como pa- sa, Goianésia, Luzitânia, Mimoso de Goiás, Niquelândia,
trimônio da humanidade e passar a ser mantida, na Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, San-
atualidade, por entidades internacionais. to Antônio do descoberto, São João d`Aliança, Simolân-
c) a inadequação do projeto à locomoção na cidade, bem dia, Valparaíso de Goiás, Vila Boa e Vila Propício, e os
como o isolamento, por guarnições militares, do setor munícipios mineiros de Arinos, Buritis, Cabeceira Gran-
de edifícios que sempre abrigaram os poderes gover- de e Unaí. Em 2017, contava com 4.560.505 habitantes
namentais, características que se vinculavam ao auto- (IBGE/2018).
ritarismo vigente no país sob o mandato de Juscelino Ademais, segundo a geógrafa Nelba Azevedo Penna,
Kubitschek. do Departamento de Geografia da UNB – Universidade
d) a marca stalinista presente na arquitetura monumental Brasília, “em consequência dos processos de ordena-
empregada, na divisão da cidade em “setores”, na nu- mento de seu território, ocorreu uma intensa expansão
meração de ruas e blocos, e que ecoava as inclinações da urbanização para a periferia limítrofe ao Distrito Fede-
políticas dos idealizadores do projeto, Oscar Niemeyer ral, que deu origem a formação da região metropolitana
e Roberto Burle Marx, que já gozavam de renome in- de Brasília (atualmente institucionalizada com RIDE – Re-
ternacional. gião Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal
e) o prejuízo que a transferência da capital federal signi- e Entorno)”.
ficou para o Rio de Janeiro, uma vez que resultou em
milhares de funcionários públicos desempregados,
CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE

crise que favoreceu o fortalecimento político de Carlos


Lacerda, artífice do golpe de 64 e defensor do regime
militar durante toda a ditadura.

Resposta: Letra A.
O governo de JK fez grande campanha para que ocor-
resse a migração interna de pessoas para trabalhar na
construção de Brasília. Mas, uma vez pronta, a cida-
de não planejava absorver essas pessoas, que tiveram
que ocupar as periferias e acabaram por fundar as
chamadas cidades-satélites de Brasília.

As concepções geográficas de Brasília


Ao pensar em Brasília, precisamos entender que o
Distrito Federal é uma unidade federativa diferente das
demais, pois não é um estado, nem um munícipio. É, na
realidade, um território autônomo, dividido em regiões
administrativas, cujos administradores são indicados
pelo Governador, sendo constitucionalmente vedada a FONTE: SUDECO - Superintendência do Desenvolvi-
existência de municípios no interior do Distrito Federal. mento do Centro-Oeste

4
Em 1972 foi criada a região geoeconômica de Brasí- Desta forma, em 2015 a RIDE do Distrito Federal e En-
lia através da Política de Integração Nacional (PIN). Já em torno teve um produto interno bruto de R$ 239,8 Bilhões,
1975 é criado o Programa Especial da Região Geoeconô- dados do IBGE/2015. Pode-se dizer que é a terceira re-
mica de Brasília (PERGEB) com cinco áreas de aplicação gião mais rica do Brasil, ainda que a região não siga os
de recursos: eixo Ceres-Anápolis, área da BR04/050, área mesmos parâmetros técnicos de organização espacial de
de mineração, área do Paranã e área de Paracatu. outras regiões do país.
Em 1979, é criada a Associação dos Municípios Adja- Ademais, não é uma região metropolitana, nem me-
centes a Brasília (AMAB) pelos próprios municípios para sorregião, tampouco pode ser classificada como uma
coordenar ações e medidas comuns, promover a coo- microrregião, quando na verdade é composta por vinte
peração intermunicipal e intergovernamental, prestar municípios da Microrregião do Entorno do Distrito Fede-
assessoria administrativa, financeira, tributária e de pla- ral, três municípios Microrregião da Chapada dos Veadei-
nejamento aos municípios, promover estudos regionais, ros, três municípios da Microrregião do Vão do Paranã,
representar os municípios e realizar promoção social. dois municípios da Microrregião de ceres e um município
A  Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito da Microrregião de Porangatu, microrregiões do estado
Federal e Entorno foi criada com a Lei Complementar nº de Goiás, de quatro municípios da Microrregião de Unaí,
94, de 19 de fevereiro de 1998, e composta pelo Distrito no estado de Minas Gerais e do próprio Distrito Federal.
Federal, por 19 municípios do estado de Goiás  e 2 do Somente o Distrito Federal, independentemente dos mu-
estado de Minas Gerais. Com a publicação da lei comple- nicípios que compõem essa RIDE, só tem PIB menor que
mentar nº 163, de 14 de junho de 2018, foram incorpora- a Mesorregião Metropolitana de São Paulo e a Mesorre-
dos mais 12 municípios. gião Metropolitana do Rio de Janeiro.
Em 2009, é recriada a SUDECO - Superintendência do Deste modo, o Distrito Federal concentra 89,90% do
Desenvolvimento do Centro-Oeste pela Lei Complemen- PIB, sobretudo no setor de serviços, mas tem participa-
tar nº 129 e em 4 maio de 2011, com o Decreto Presiden- ção expressiva também nos demais setores, apresentan-
cial nº 7.471, a SUDECO volta a existir. A administração da do o 10° maior PIB industrial e o 16° maior PIB agrope-
RIDE passa a ser realizada por essa autarquia. cuário entre os municípios brasileiros segundo dados do
Assim sendo, consideram-se de interesse da RIDE os IBBGE/2015.
serviços públicos comuns ao Distrito Federal, Estados de No setor da agropecuária, em 2015 Cristalina  teve
Goiás, Minas Gerais e aos Municípios que a integram, re- um PIB agropecuário de R$ 726 milhões, o 13º maior PIB
lacionados com as seguintes áreas: agropecuário entre os municípios brasileiros, e represen-
tando 18,03% do PIB Agropecuário da RIDE e com 41,02%
Infraestrutura;
 do PIB Municipal desse setor, predominando a cultura de
Geração de empregos e capacitação profissional;

soja e milho. O Distrito Federal  de R$ 627 milhões, re-
Saneamento básico, em especial o abastecimento

presentando 15,57% do PIB Agropecuário da RIDE, mas
de água, a coleta e o tratamento de esgoto e o
apenas 0,34% do PIB Distrital desse setor, e Unaí de R$
serviço de limpeza pública;
517 milhões com 12,83% do PIB Agropecuário da RIDE e
Uso, parcelamento e ocupação do solo;

23,30% do PIB Municipal desse setor, segundo dados do
Transportes e sistema viário;

IGE/2015, Luziânia e Buritis também apresentam valores
Proteção ao meio ambiente e controle da poluição

significativos, com 7,30% e 5,27% do PIB Agropecuário
ambiental;
da RIDE, respectivamente.
Aproveitamento de recursos hídricos e minerais;

Desta forma, com relação ao perfil econômico, o

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE


Saúde e assistência social;

Educação e cultura;
 município de Água Fria de Goiás  é o que possui maior
Produção agropecuária e abastecimento alimentar;
 proporção do setor agropecuário, com 65,85% do PIB
Habitação popular;
 Municipal desse setor, mas representa apenas 3,16% do
Serviços de telecomunicação;
 PIB Agropecuário da RIDE. Em seguida, Vila Propício com
Turismo; e
 63,68%, Cabeceiras com 59,66%, São José d`Aliança com
Segurança pública. 
 48,64%, Mimoso de Goiás  com 42,22% e Vila Boa  com
41,31%, mas também com pouca representatividade no
total do PIB Agropecuário da RIDE.
Já no setor da indústria, em 2015 o Distrito Fede-
#FicaDica ral  teve um PIB Industrial de quase R$ 10 bilhões, cor-
A RIDE – Região Integrada de Desenvolvi- respondendo a 71,32% de todo o PIB Industrial da RIDE
mento do Distrito Federal e Entorno é uma e 5,37% do PIB Distrital, segundo dados do IBGE/2015. A
região integrada de desenvolvimento eco- grande força industrial da região é a construção civil. Esse
nômico criada pela Lei Complementar n.º nicho corresponde a 56,6% do setor industrial. Assim
94, de 19 de fevereiro de 1998, e regula- sendo, Luziânia é o principal município do entorno que
mentada pelo Decreto n.° 7.49, de 04 maio tem um parque industrial de destaque, sobretudo devido
de 2011, para efeitos de articulação da ação à indústria de alimentos. Em 2015 teve movimentação
administrativa da União, dos Estados de industrial de aproximadamente R$ 892 milhões, corres-
Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal. pondendo a 6,36% do PIB Industrial da RIDE e 29,13% do
PIB Municipal, segundo dados do IBGE/2015.

5
Com a inclusão de barro Alto, Cavalcante e Niquelân- Unaí, ocupando em 2017 a 213ª posição, totalizando US$
dia, a RIDE do Distrito Federal e Entorno incorporou im- 172,85 milhões de dólares. O principal produto exporta-
portantes polos de indústria extrativa. Niquelândia con- do foi a soja com 98%, principalmente para a China com
tribui com 3,22% do PIB Industrial da RIDE, logo após o 84% das exportações.
Distrito Federal e Luziânia, e 39,83% do PIB Municipal é
devido à indústria. Com relação ao perfil industrial, os
municípios de Barro Alto, com 66,28% do PIB Municipal
devido ao setor industrial e predomínio da indústria ex- #FicaDica
trativa do níquel, Cavalcante, com 66,28% do PIB Muni-
Com a RIDE, a região centro-oeste passa a
cipal devido ao setor industrial, também indústria extra-
receber um grande número de investido-
tiva e Cabeceira Grande, com 45,73% do PIB Municipal
res, afinal, ela acaba se tornando um gran-
devido ao setor industrial são os que apresentam maior
de núcleo econômico para o Brasil.
proporção, seguidos de Niquelândia.
Além disso, no setor de serviços no Distrito Federal
responde por 94,30% do PIB Distrital, com R$ 175,7 bi-
Com isso, o processo de expansão imobiliária, fez
lhões, sendo R$ 83,3 bilhões referentes a administração,
emergir um novo fluxo na região, afinal, com os altos pre-
defesa, educação e saúde públicas e seguridade social e
ços de moradia no Distrito Federal levaram à valorização
o restante, R$ 92,4 bilhões. Com relação à totalidade da
RIDE, o Distrito Federal responde por 92,22% de todo o das terras das áreas do entorno e geraram um processo
PIB de serviços da RIDE, logo em seguida, vêm Luziânia, especulativo de investimentos imobiliários. Municípios
com 0,98% e Valparaíso de Goiás, com 0,89%. mais acessíveis pelas rodovias foram os mais afetados,
Deste modo, a Administração Pública  tem grande como Luziânia  e seus municípios que foram desmem-
peso na formação do PI – Produto Interno Bruto do Dis- brados, Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama, Val-
trito Federal, 44,7% do PIB em 2015, e por vezes promove paraíso de Goiás e Cidade Ocidental. Já o município de
um falso julgamento de que toda a economia do Distrito Águas lindas de Goiás,  cresceu ao longo da BR-070. O
Federal se resume a esse nicho. Na verdade, no Distrito mesmo processo se deu em Planaltina e Formosa.
Federal o setor público funciona como estímulo e outros
serviços se desenvolveram fortemente, destacando-se
serviços financeiros, serviços de informação, atividades
FIQUE ATENTO!
imobiliárias, serviços prestados a empresas e comércio
de uma forma geral, que em 2015 chegaram a 49,6% do A BR-070 é uma rodovia federal radial brasi-
PIB conforme dados do IBGE/2015. leira. Seu ponto inicial fica na cidade de Bra-
Assim sendo, na realidade, o integrante da RIDE em sília, e o final, no distrito de Corixa, no muni-
que o setor público possui maior peso na formação cípio de Cáceres, na fronteira com a Bolívia.
do PIB Municipal é Santo Antônio do Descoberto, com Passa pelo Distrito Federal e pelos estados de
47,31% e, em seguida, o Distrito Federal, com 44,7%. Os Goiás e Mato Grosso. Serve, dentre outras, as
municípios da RIDE em que o peso relativo do setor de seguintes cidades: Águas Lindas de Goiás.
serviços na formação do PIB Municipal supera os 90% são
Novo Gama, com 91,18%, Santo Antônio do Descoberto,
com 90,60%, e Águas Lindas de Goiás, com 90,11%. No
CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE

Por fim, o primeiro projeto industrial de larga esca-


entanto, Valparaíso de Goiás é o que possui maior peso la na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito
relativo do setor de serviços excluídos administração, de-
Federal e do Entorno foi elaborado em 2017 pela SU-
fesa, educação e saúde públicas e seguridade social, com
DECO para a construção de uma fábrica de cimento no
59,65% do PIB Municipal.
município de Formosa, no valor de R$ 270 milhões. Esti-
No que tange ao comércio interior, com a inclusão do
ma-se que obra possa gerar até 2 mil empregos diretos
município de Barro Alto, esse se tornou o maior Exporta-
e indiretos no período de instalação. Sendo assim, cada
dor da RIDE do Distrito Federal e Entorno, ocupando em
2017 a 133ª posição no Ranking Nacional de acordo com vez mais a região centro-oeste recebe investimentos e
publicação do Ministério do Desenvolvimento, Indús- estruturas, proporcionando, assim, o maior desenvolvi-
tria e Comércio Exterior, totalizando US$ 309,18 milhões mento da região.
de dólares em 2017. O principal produto exportado foi
ferro-ligas, com 100% de participação nas exportações,
principalmente para a China, com 35% das exportações, #FicaDica
seguidos da Holanda, com 15% e dos Estados Unidos, Superintendência de Desenvolvimento do
com 10%. Luziânia destaca-se também como grande ex- Centro-Oeste ou SUDECO é uma autarquia
portador, ocupando em 2017 a 161ª posição no Ranking federal brasileira criada por meio da lei nº
Nacional, totalizando US$ 246,73 milhões de dólares em 5.365, de 1º de dezembro de 1967, com o
2017. Os principais produtos exportados foram a soja, objetivo de promover o desenvolvimento
83%, e o milho, 8,4%, principalmente para a China com econômico da região Centro-Oeste.
51% das exportações. Por fim, em terceiro lugar vem

6
Política em Brasília
A política e a administração do Distrito Federal distin-
EXERCÍCIO COMENTADO guem-se das demais unidades da federação em alguns
pontos particulares, conforme definido na Constituição
1 . Leia o fragmento, análise a imagem abaixo, e respon- do Brasil de 1988, sendo eles:
da:  O Distrito Federal rege-se por lei orgânica, típica
de municípios, e não por uma constituição estadual. Acu-
“A RIDE foi criada pela Lei Complementar n° 94, de mula as competências legislativas reservadas aos estados
19 de fevereiro e regulamentada pelo Decreto n° 2.710, e municípios, não vedadas pela Constituição.
de 04 de agosto de 1998, alterada pelo Decreto n° 3.445,  O caráter híbrido do Distrito Federal é observá-
de 04 de maio de 2000. A RIDE é constituída pelo Distri- vel por sua Câmara Legislativa, mistura de Câmara Muni-
to Federal, pelos municípios de Abadiânia, Água Fria de cipal (Poder Legislativo Municipal) e Assembleia Legisla-
Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Ci- tiva (Poder Legislativo Estadual).
dade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás,  O Poder Legislativo do Distrito Federal é exer-
Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo cido pela câmara legislativa, com 24 deputados dis-
Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo An- trais eleitos; sendo que o chefe do Poder Executivo é o
tônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, no governador.
Estado de Goiás, e de Unaí, Buritis e Cabeceira Grande,
no Estado de Minas Gerais.” O Distrito Federal é pessoa jurídica de direito públi-
co interno, ente da estrutura político-administrativa do
Brasil  de natureza sui generis, pois não é nem um es-
tado nem um município, mas sim um ente especial que
acumula as competências legislativas reservadas aos es-
tados e aos municípios, conforme dispõe o art. 32, § 1º da
Constituição Federal, o que lhe dá uma natureza híbrida
de estado e município.
O artigo 32 da Constituição Federal de 1988  proíbe
expressamente que o Distrito Federal seja dividido em
municípios, sendo considerado uno. Sendo assim, o po-
der executivo do Distrito Federal foi representado pelo
prefeito do Distrito Federal até 1969, quando o cargo foi
transformado em governador do Distrito Federal.
O poder legislativo do Distrito Federal é representado
pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, cuja nomen-
clatura representa uma mescla de assembleia legislati-
va (poder legislativo das demais unidades da federação)
e de câmara municipal (legislativo dos municípios). A Câ-
mara Legislativa é formada por 24 deputados distritais. O
poder judiciário que atende ao Distrito Federal também
atende a territórios federais. O Brasil não possui territó-
rios atualmente, portanto, o Tribunal de Justiça do Distri-

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE


to Federal e dos territórios só atende ao Distrito Federal.
Desta forma, parte do orçamento do Governo do Dis-
trito Federal provém do Fundo Constitucional do Distrito
Federal. Em 2012, o fundo totalizou 9,6 bilhões de reais.
Sobre a RIDE, assinale a alternativa incorreta: Para 2015, a previsão era de 12,4 bilhões de reais, sendo
mais da metade (6,4 bilhões) destinado aos gastos com
a) Tem como objetivo geração de empregos e capacita- segurança pública.
ção profissional.
b) Diminuir os avanços de infraestrutura entre os mem-
bros participantes. #FicaDica
c) Edificação de um sistema de saneamento básico. A formação política do Distrito Federal é
d) Garantia da segurança pública. única, uma vez que devido à Constituição
e) Proteção ao meio ambiente e controle da poluição Federal, em seu artigo 32, a divisão em mu-
ambiental. nicípios é proibida.
Resposta: Letra B.
Pelo contrário, a RIDE tem como objetivo, promover No que tange a divisão territorial e administrativa, no
um crescimento na infraestrutura dos membros parti- Brasil, por definição legal, cidade é a sede de um muni-
cipantes, afinal, esse modelo visa um fortalecimento e cípio. A partir do Estado Novo, pelo decreto-lei nº 311,
uma grande integração entre as regiões próximas ao todas as sedes dos municípios passaram a ser cidades,
centro-oeste. sendo que, até então, as menores sedes de municípios

7
eram denominadas vilas. No Distrito Federal, porém, são com novas divisões geográficas denominadas, respecti-
chamados de cidades os diversos núcleos urbanos, sen- vamente, regiões geográficas intermediárias e imedia-
do o principal deles a região administrativa de Brasília, tas. Segundo a divisão vigente, a partir de então, a en-
que por sua vez também se confunde com a ideia do tidade é composta pela Região Geográfica Intermediária
Plano Piloto. A rigor, os outros núcleos estão mais para do Distrito Federal, que por sua vez abrange a Região
bairros distantes da capital do país do que para cidades Geográfica Imediata do Distrito Federal.
distintas, pois a Constituição do Brasil veda expressa- Por fim, a Constituição de 1988, em seu artigo 32,
mente a divisão do Distrito Federal em municípios. veda expressamente a divisão do Distrito Federal em
Desta forma, Brasília é constituída por toda a área ur- municípios. Sendo assim, o Distrito Federal é dividido em
bana do Distrito Federal e não apenas a parte tombada 31 regiões administrativas, sendo a região administrativa
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a de Brasília a principal delas, dessas apenas dezenove são
Ciência e a Cultura  (UNESCO) ou a região administrati- reconhecidas pelo IBGE,  pelo fato de os limites das re-
va central, pois a cidade é polinucleada, constituída por giões restantes ainda não terem passado por aprovação
várias regiões administrativas, de modo que as regiões na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
afastadas estão articuladas às centrais.
Sendo assim, há quem argumente que por todo o
Brasil há regiões metropolitanas, onde cidades afasta-
#FicaDica
das acabam articuladas em relação às cidades principais, As três regiões administrativas mais popu-
sem que deixem por isso de ser consideradas cidades. losas de Brasília são respectivamente Cei-
A diferença é que elas são sedes de município. Apesar lândia, Taguatinga e Plano Piloto.
disso, outros núcleos urbanos do Distrito Federal, hoje
chamados regiões administrativas, sempre foram co-
nhecidos por cidades-satélites. Alguns, atualmente, en-
tendem como Brasília apenas a região administrativa de
Brasília (formada por parte do Plano Piloto e pelo Parque EXERCÍCIO COMENTADO
Nacional de Brasília), e não todo o Distrito Federal.
Contundo, alguns destes núcleos urbanos, como Pla- 1. Brasília foi inaugurada em 1960, poucos anos depois
naltina e Brazlândia, são mais antigos do que a própria do início de sua construção. Planejada por Lúcio Costa e
Brasília. Planaltina já existia como município de Goiás, Oscar Niemeyer, a nova capital do Brasil foi estruturada
antes de perder parte de seu território ao Distrito Fe- a partir de dois grandes eixos que se cruzam: o Eixo Ro-
deral. Por outro lado, a lei de organização do Distrito doviário, em torno do qual estão as áreas residenciais, e
Federal é uma lei orgânica, típica de municípios e não o Eixo Monumental, onde se localizam os órgãos gover-
uma constituição, como ocorre nos estados da federação namentais e culturais. Em uma das extremidades do Eixo
brasileira, embora esta lei orgânica regule tanto matérias Monumental, encontra-se a Praça dos Três Poderes.
típicas de leis orgânicas municipais quanto de constitui-
ções estaduais. O nome dessa praça faz referência à teoria
Ademais, todas as regiões administrativas do Distri-
to Federal dispõem de certa autonomia administrativa, a) da divisão das responsabilidades sobre o país que,
sendo seus administradores regionais indicados pela com a Constituição de 1891, definiu que o presidente,
população local de cada região administrativa, através os governadores e os prefeitos exerceriam o poder de
de um processo seletivo dos candidatos indicados pe- forma compartilhada.
CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE

las entidades representativas dos diversos segmentos da b) do Estado tripartido, de origem medieval, que definia
sociedade.   as funções que deveriam ser desempenhadas pela no-
breza, pela burguesia e pelos trabalhadores em bene-
fício da sociedade.
FIQUE ATENTO! c) da organização da república, proposta por Platão, em
que o presidente, o povo e os deputados debatem a
Vale esclarecer que órgãos oficiais de pes- respeito do funcionamento da sociedade.
quisa, como o IBGE, o Dieese e o IPEA, não d) do Estado moderno europeu, segundo a qual o Sena-
distinguem Brasília do Distrito Federal para do, a Câmara e a Presidência da República exercem os
efeitos de contagem e estatística, pois seus poderes conferidos pela população por meio do voto
dados são sempre elaborados levando-se em direto e secreto.
conta o município. Como o Distrito Federal e) da separação dos poderes, proposta por Montesquieu,
não possui municípios, é considerado como em que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário de-
um único ente. vem exercer os seus poderes de forma independente
e equilibrada entre si.
Entre 1989 e 2017, com a vigência das divisões re-
gionais em mesorregião e microrregiões, a unidade fe- Resposta: Letra E.
derativa era formada unicamente pela mesorregião do Somente a proposição [E] está correta. Em meados do
Distrito Federal, composta apenas pela microrregião de século XVIII, o filósofo francês Montesquieu escreveu
Brasília. Em 2017, o IBGE extinguiu as mesorregiões e mi- a obra “O Espírito das Leis” um clássico dentro do eixo
crorregiões, criando um novo quadro regional brasileiro, temático vinculado à Política. Neste livre, o pensador

8
critica o absolutismo e a centralização do poder e de- pela busca de metais preciosos e pela atividade agrope-
fende a divisão do poder em três partes (Executivo, cuária. Na área também se instalaram negros escraviza-
Legislativo e Judiciário) que devem atuam de maneira dos fugitivos das minas de Paracatu e de Goiás.
equilibrada e independente. Deste modo, com a transferência da capital do Brasil
do Rio de Janeiro  para o atual Distrito Federal, as ter-
ras dessa região foram desapropriadas pelo governo do
Economia em Brasília estado de Goiás, no período de 1956 a 1958, sob res-
Para entender o processo de formação econômica ponsabilidade da Comissão Goiana de Cooperação para
de Brasília, precisamos compreender que além de abri- a Mudança da Capital do Brasil, tendo, por presidente,
gar o centro político, o Distrito Federal também é um Altamiro de Moura Pacheco.
importante centro econômico, sendo a oitava unidade Portanto, em 1969, com apenas nove anos de fun-
federativa com o maior PIB – Produto Interno Bruto do dação, Brasília já tinha 79.128 habitantes em ocupações
Brasil (235,479 bilhões de reais – 2015) e o maior PIB per irregulares, que moravam em aglomerados próximos ao
capita do país, 79.099,77 reais (IBGE/2018). centro da capital, local de trabalho da maioria dessas
A principal atividade econômica da capital federal pessoas, para uma população de 500 mil habitantes em
resulta de sua função administrativa. Por isso seu plane- todo o Distrito Federal. Naquele ano, foi realizado, em
jamento industrial é estudado com muito cuidado pelo Brasília, um seminário sobre problemas sociais no recém-
Governo do Distrito Federal. Por ser uma cidade tomba- -criado Distrito Federal.
da pelo IPHAN e que recebeu o Título de Patrimônio Cul-
tural da Humanidade pela Unesco a ocupação do terri-
tório do Distrito Federal tem características diferenciadas #FicaDica
para preservação da cidade. Assim, o Governo do Distrito
Federal tem optado em incentivar o desenvolvimento de No plano piloto de Brasília não havia um
indústrias não poluentes como a de software, cinema, ví- espaço efetivo para os pobres e os can-
deo, gemologia, dentre outras, com ênfase na preserva- dangos que edificaram toda a estrutura da
Nova Capital do Brasil.
ção ambiental e na manutenção do equilíbrio ecológico,
preservando o patrimônio da cidade.
Sendo assim, a economia do Distrito Federal sempre
O surgimento de áreas urbanas carentes de infraes-
teve como principais bases a construção civil  e o vare-
trutura foi o ponto mais discutido naquele momento.
jo. Foi construída em terreno totalmente livre, portanto
Reconhecendo a gravidade do problema e suas conse-
ainda existem muitos espaços nos quais se pode cons-
quências, o governador Hélio Prates da Silveira solicitou
truir novos edifícios. À medida que a cidade recebe no-
a erradicação das favelas  à Secretaria de Serviços So-
vos moradores, a demanda pelo setor terciário aumenta,
ciais, comandada por Otamar Lopes Cardoso. No mesmo
motivo pelo qual Brasília tem uma grande quantidade de ano, foi criado um grupo de trabalho que, mais tarde, se
lojas, com destaque para o shopping Conjunto Nacional, transformou em Comissão de Erradicação de Favelas.
localizado no centro da capital. A agricultura e a avicul- Assim sendo, foi criada, então, a “Campanha de Er-
tura ocupam lugar de destaque na economia brasiliense. radicação das Invasões”, (CEI, que deu origem a “Cei-
Um cinturão verde na Região Integrada de Desenvolvi- lândia”), presidida pela então primeira-dama, dona Vera
mento abastece a cidade e já exporta alimentos para ou- de Almeida Silveira. Em 1971, já estavam demarcados
tros locais. 17.619 lotes, numa área de 20 quilômetros quadrados,

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE


Ademais, a economia do Distrito Federal também está que, posteriormente, foi ampliada para 231,96 quilôme-
baseada na pecuária  (criação de suínos, bovinos, equi- tros quadrados, pelo Decreto 2 842, de 10 de agosto de
nos, asininos, muares, bubalinos coelhos, ovinos, apicul- 1988. Os lotes ficavam ao norte de Taguatinga, nas anti-
tura e aves), já na agricultura permanente (plantação de gas terras da Fazenda Guariroba. Os lotes eram destina-
banana, café, abacate, goiaba, laranja, mamão, manga, dos à transferência dos moradores das invasões do IAPI;
maracujá, tangerina, urucum e uva) e temporária (tem das Vilas Tenório, Esperança, Bernardo Sayão e Colom-
o cultivo de abacaxi, algodão, alho, amendoim, bata-in- bo; dos morros do Querosene e do Urubu; e Curral das
glesa, cana-de-açúcar, batata-doce, cebola, mandioca, Éguas e Placa das Mercedes, invasões com mais de 15 mil
melancia, milho, sorgo granífero, soja, trigo, feijão e to- barracos e mais de 80 mil moradores. A NOVACAP fez a
mate, na indústria alimentícia, pesqueira, extrativistas, de demarcação em 97 dias, com início em 15 de outubro de
transformação, produção e distribuição elétrica e de gás, 1970.
indústria de transporte e imobiliária, comércio e serviços.  Portanto, em 27 de março de 1971, o governador Hé-
lio Prates lançava a pedra fundamental da então cida-
Breve histórico da formação do cenário social de de-satélite de Ceilândia. Às 9 horas do mesmo dia, tinha
Brasília início o processo de assentamento das vinte primeiras
Antes da chegada dos portugueses, o território era famílias da invasão do IAPI. Ceilândia, possui cerca de
habitado por índios (da tribo dos cataguás). Os primei- 398.374 habitantes (PDAD 2010/2011), e é a região ad-
ros registros de ocupação de origem europeia na região ministrativa de maior população do Distrito Federal.
datam do século XVIII, e mostram que, como tradicional- Deste modo, Brasília possui a maior desigualdade de
mente ocorreu em outras regiões brasileiras, os primei- renda entre as capitais brasileiras, além de ser uma das
ros povoamentos de origem europeia foram estimulados capitais em que mais se registram homicídios para cada

9
cem mil habitantes no país. Na região administrativa de
Ceilândia, está localizada a segunda mais populosa fa-
vela do Brasil, a comunidade do Sol Nascente,  com 61 HORA DE PRATICAR!
mil habitantes. Porém, segundo estimativas de lideranças
locais, no entanto, a população seria de 100 mil pessoas, 1. A inauguração da cidade de Brasília em 1960 aconte-
que superaria a da Rocinha, no Rio de Janeiro. ceu em um dia especialmente escolhido para homena-
Ademais, os índices de criminalidade são altos princi- gear um herói da história brasileira. Assinale a alternativa
palmente no Entorno do Distrito federal. Segundo soció- que o apresenta:
logos, a criminalidade no Distrito Federal, principalmen-
te nas cidades-satélites, é uma herança do crescimento a) José Bonifácio
desordenado, ainda que assentado em núcleos urbanos b) Tiradentes
planejados. Os níveis de criminalidade no DF estão entre c) D. Pedro I
os maiores do Brasil, chegando ao ponto de haver uma d) Marechal Deodoro
média de até dois assassinatos diários.  e) Getúlio Vargas

Os gentílicos de Brasília 2. Marco da arquitetura e urbanismo modernos, Brasília


Para denominar a população residente em Brasília, é detentora da maior área tombada do mundo – 112,25
usa-se a termologia “Brasiliense”, que é o nome que se km² – e foi inscrita pela UNESCO na lista de bens do Pa-
dá a quem nasceu em Brasília. Porém, utiliza-se também trimônio Mundial, sendo o único bem contemporâneo a
“Candango”, que é outro termo utilizado para designar merecer essa distinção. O Patrimônio cultural de Brasí-
os brasilienses, sendo, originalmente, usado para se re- lia é composto por monumentos, edifícios ou sítios que
ferir aos trabalhadores que, em sua maioria provenientes tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico,
da Região Nordeste do Brasil, migravam à futura capital etnológico ou antropológico, e a compreensão da sua
para trabalhar em sua construção. Uma das vertentes preservação reafirma a necessidade de se executar po-
etimológicas diz que o termo “candango” vem do termo líticas públicas capazes de assegurar a proteção desse
quimbundo  kangundu, diminutivo  de  kingundu  (ruim, patrimônio”
ordinário, vilão). Era o termo usado pelos africanos para
designar os portugueses. Contudo, de acordo com o di- Assinale a alternativa que apresenta corretamente o ano
cionário Michaelis, “candango” significa: “trabalhador, es- em que Brasília foi considerada pela UNESCO como Pa-
tudante vindo de fora da região para estabelecimento de trimônio Cultural da Humanidade:
residência. Nome com que se designam os trabalhadores
comuns que colaboraram na construção de Brasília.” a) 1960
b) 1987
c) 1998
d) 2010
FIQUE ATENTO!
e) 2013
O processo de formação de Brasília, ocorre
uma forte migração da população de Goiás e 3. “Em 1957 chegaram ao local da futura capital os pri-
Minas Gerais, entretanto, o maior número de meiros trabalhadores: uma massa humana de diferentes
trabalhadores a chegarem em Brasília foram origens e características sociais que, mesmo sem garan-
os Nordestinos. Sendo assim, é possível ver tia de conforto ou de bem-estar, dispunha-se a trabalhar
CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE

uma grande mescla cultural no fomento for- para a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (NO-
mado da Capital. VACAP)”

Caminhão de operários passa próximo ao futuro pré-


dio do Congresso Nacional, em 1959.
(Foto: Mário Fontenelle/Arquivo Público do DF)

10
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o c) Escolha do nome Brasília para a capital e criação da
nome como eram chamados os operários que constru- Comissão de Localização da Nova Capital Federal.
íram Brasília: d) nomeação de Lúcio Costa como responsável pelo pro-
jeto arquitetônico de Brasília e escolha do sítio casta-
a) Precursores nho como local da capital.
b) Boias-frias e) criação da Novacap e escolha do nome Brasília para
c) Candangos a capital.
d) Mamelucos
e) Fundadores 7. A queda de Vargas e a redemocratização trouxeram
um novo fôlego para os defensores da ideia. Após a
4. O desejo de mudar a capital do Brasil para o interior é aprovação da Constituição de 1946, é criada a Comissão
antigo, remontando ao século XVIII. Diversos argumen- de Estudos para a Localização da Nova Capital do Brasil.
tos foram levantados pelos defensores desta tese para
justificar a importância da transferência. Entre estes mo- Assinale a afirmativa que apresenta o nome de quem co-
tivos não podemos incluir: mandou a comissão:

a) Contribuir para a integração de todo território nacio- a) Luís Cruls


nal, colocando a capital no centro do país. b) Djalma Poli Coelho
b) Aproximar a capital das regiões onde as populações c) Aguinaldo Caiado de Castro
indígenas, originários da terra, eram mais presentes. d) José Pessoa
c) Facilitar a segurança nacional, retirando a capital do e) Ernesto Silva
litoral e dificultando, assim, possíveis ataques.
d) Interiorizar o povoamento do interior já que grande 8. A construção de Brasília duraria 4 anos, entre 1956 e
parte da população brasileira vivia no litoral. 1960, e mudaria completamente a paisagem da região.
e) Afastar o governo das pressões que a população ca- Assinale a alternativa que apresenta o nome do enge-
rioca faziam, tornando a cidade do Rio de Janeiro um nheiro que JK nomeou para presidir a NOVACAP e co-
verdadeiro caldeirão político. mandar as obras:

5. Sobre a construção da capital do Brasil no Planalto a) Israel Pinheiro


Central, avalie as afirmativas abaixo: b) Bernardo Sayão
I – A construção de Brasília veio corrigir uma incoe- c) Luís Cruls
rência histórica do nosso país já que desde a colonização d) Ernesto Silva
portuguesa o interior era muito mais povoado do que o e) Oscar Niemeyer
litoral, mas as capitais até 1960 estavam localizadas pró-
ximas ao mar como Salvador e Rio de Janeiro.
II – Retirar a capital do Rio de Janeiro seria uma forma
de afastar o governo e as decisões políticas de todos os
protestos e tumultos causados pela população carioca, GABARITO
como a Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata e outras.
III – A nova capital seria o símbolo de um Brasil Novo, 1 B
cada vez mais urbano e industrializado, conectado com

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE


o que tinha de mais moderno no mundo daquela época. 2 B
3 C
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas ver-
4 B
dadeiras:
5 C
a) I e II 6 E
b) I e III
7 B
c) II e III
d) I, II e III 8 A
e) nenhuma

6. Assim que JK assume o poder em 1956 ele, para dar


andamento ao processo de mudança da capital para o
Planalto Central, envia para o Congresso Nacional a Men-
sagem de Anápolis. Assinale a alternativa que apresenta
as iniciativas tomadas a partir desta mensagem:

a) nomeação de Lúcio Costa como responsável pelo pro-


jeto arquitetônico de Brasília e criação da Novacap.
b) Escolha do sítio castanho como local da capital e cria-
ção da Novacap.

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ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE

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ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Conselho Monetário Nacional. Banco Central do Brasil. COPOM - Comitê
de Política Monetária. Comissão de Valores Mobiliários. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
Bancos múltiplos; bancos comerciais; caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos comerciais cooperativos;
administradoras de consórcios; corretoras de câmbio; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; sociedades
de crédito, financiamento e investimento; sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras de títulos
e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; sociedades de crédito imobiliário;
associações de poupança e empréstimo. BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Agências
de Fomento ................................................................................................................................................................................................................... 01
Sociedades de fomento mercantil (factoring). Sociedades administradoras de cartões de crédito. Produtos e serviços
financeiros. Depósitos e transferências. Letras de câmbio. Cobrança e pagamento de títulos e carnês. Transferências
automáticas de fundos. Cartões de crédito e débito. Arrecadação de tributos e tarifas públicas. Crédito rotativo.
Descontos de títulos. Financiamento de capital de giro. Leasing: tipos, funcionamento, bens. Financiamento de capital
fixo. Crédito direto ao consumidor. Crédito rural. Cadernetas de poupança. Cartões de crédito. Títulos de capitalização.
Planos de aposentadoria e pensão privados.Planos de seguros. Abertura e movimentação de contas: documentos
básicos. Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio. Tipos de sociedade:
em nome coletivo, por quotas de responsabilidade limitada, anônimas, firma individual ou empresária. Documentos
comerciais e títulos de crédito: nota promissória, duplicata, fatura. Cheque: requisitos essenciais, circulação, endosso,
cruzamento e compensação. Sistema de Pagamento Brasileiro .............................................................................................................. 23
Mercado de capitais. Ações: características e direitos. Debêntures. Notas promissórias comerciais. Diferenças entre
companhias abertas e fechadas. Funcionamento do mercado à vista de ações. Mercado de balcão. Operações com
ouro .................................................................................................................................................................................................................................. 49
Mercado de câmbio. Instituições autorizadas a operar. Operações básicas. Características dos contratos de câmbio.
Taxas de câmbio. Remessas ..................................................................................................................................................................................... 59
Garantias do Sistema Financeiro Nacional. Aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças
bancárias; Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ................................................................................................................................................. 65
Crime de lavagem de dinheiro. Conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº
9.613/1998, Circular Bacen 3.461/2009 e Carta- Circular Bacen 3.542/2012. COAF - Conselho de Controle de Atividades
Financeiras ..................................................................................................................................................................................................................... 69
Autorregulação Bancária .......................................................................................................................................................................................... 74
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. CONSELHO MONETÁRIO NACIO-
NAL. BANCO CENTRAL DO BRASIL. COPOM - COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA. CO-
MISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINAN-
CEIRO NACIONAL. BANCOS MÚLTIPLOS; BANCOS COMERCIAIS; CAIXAS ECONÔMICAS;
COOPERATIVAS DE CRÉDITO; BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS; ADMINISTRADO-
RAS DE CONSÓRCIOS; CORRETORAS DE CÂMBIO; BANCOS DE INVESTIMENTO; BANCOS
DE DESENVOLVIMENTO; SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO;
SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL; SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTU-
LOS E VALORES MOBILIÁRIOS; SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES
MOBILIÁRIOS; SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO; ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E
EMPRÉSTIMO. BNDES - BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SO-
CIAL. AGÊNCIAS DE FOMENTO.

Depois de uma breve síntese, faremos uma abordagem mais detalhada sobre o sistema financeiro nacional.
A função do Sistema Financeiro Nacional-SFN é a de ser um conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e exe-
cuta as operações necessárias à circulação da moeda e do crédito na economia. É composto por diversas instituições.
Se o dividirmos, teremos dois subsistemas. O primeiro é o normativo, formado por instituições que estabelecem as
regras e diretrizes de funcionamento, além de definir os parâmetros para a intermediação financeira e fiscalizar a
atuação das instituições operativas. Tem em sua composição: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central
do Brasil (Bacen), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as Instituições Especiais (Banco do Brasil, BNDES e Caixa
Econômica Federal).
O segundo subsistema é o operativo. Em sua composição estão as instituições que atuam na intermediação finan-
ceira e tem como função operacionalizar a transferência de recursos entre fornecedores de fundos e os tomadores de
recursos, a partir das regras, diretrizesW e parâmetros definidos pelo subsistema normativo. Estão nessa categoria as
instituições financeiras bancárias e não-bancárias, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), além das
instituições não financeiras e auxiliares.
A atuação das instituições que integram o subsistema operativo é caracterizada pela sua relação de subordinação
à regulamentação estabelecida pelo CMN e pelo Bacen. As instituições podem sofrer penalidades caso não cumpram
as normas editadas pelo CMN. As multas vão desde as pecuniárias até a própria suspensão da autorização de funcio-
namento dessas instituições e seus dirigentes.1

O Sistema Financeiro Nacional

Conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômi-
cos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários.
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de mercados financeiros existentes numa dada economia, pelas
instituições financeiras participantes e suas inter-relações e pelas regras de participação e intervenção do poder público

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


nesta atividade. Uma conceituação mais abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituições
dedicado ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupa-
dores e investidores. O mercado financeiro, onde se processam essas transações, permite que um agente econômico
(um indivíduo ou uma empresa, por exemplo), sem perspectivas de aplicação em algum empreendimento próprio, da
poupança que é capaz de gerar (denominado agente econômico superavitário), seja colocado em contato com outro,
cujas perspectivas de investimento superem as respectivas disponibilidades de poupança (denominado agente econô-
mico deficitário).
Para que possamos entender por que sistemas financeiros são organizados de forma tão diferenciada nos diversos
países, as qualidades e limitações de cada tipo de sistema financeiro, e sua evolução, é preciso conhecer as razões
materiais que levaram à criação de cada tipo de sistema, mas também, e principalmente, sua história e a da sociedade
em que se insere.
Com este propósito, seguem-se alguns tópicos sobre a formação do Sistema Financeiro Nacional, a sua evolução
recente e a sua estrutura atual.

A Evoluçäo do Sistema Financeiro Nacional (SFN) até 1964/65

Do Império aos Primeiros Anos da República


O surgimento da intermediaçäo financeira no Brasil coincide com o término do período colonial, no decurso do
qual prevaleceram idEias e procedimentos de política econômica mercantilista, que bloqueavam quaisquer iniciativas
que promovessem o desenvolvimento da colônia, conforme os interesses da Coroa portuguesa. As grandes compa-
1 Fonte: www.febraban.org.br

1
nhias de comércio dominavam o cenário econômico do Havia, entretanto, condiçöes para que se implantas-
Brasil colonial, exercendo grande influência, não só na sem no país atividades de intermediaçäo financeira, so-
distribuição como no próprio financiamento da produ- bretudo se ligadas ao setor cafeeiro e aos projetos finan-
ção interna. ceiramente viáveis no setor de infra-estrutura econômica.
Com a transferência da família real para o Brasil, em Assim, em 1838, um grupo privado criou e estabeleceu o
1808, criaram-se as pré-condiçöes necessárias para o sur- Banco Comercial do Rio de Janeiro. A solidez e o cres-
gimento da intermediaçäo financeira no país, mediante a cimento dessa instituição ensejaram o surgimento, em
constituição de bancos comerciais. Com a abertura dos outras praças, de outras instituições congêneres, como o
portos, com a celebração de novos acordos comerciais e Banco da Bahia (1845), o Banco do Maranhão (1847) e o
com a articulação de relações econômicas e financeiras Banco de Pernanbuco (1851).
Também em 1851 foi constituído o terceiro Banco do
com a Europa, as colônias africanas e asiáticas e diversos
Brasil (o segundo a funcionar com este nome), por ini-
países sul-americanos, tornou-se necessária a implanta-
ciativa do Baräo de Mauá. Dois anos depois, em 1853,
ção de um mercado financeiro capaz de dar assistência verificar-se-ia no país a primeira experiência de fusäo
às atividades de importação e exportação. bancária: os Bancos Comercial do Rio de Janeiro e do
Estabelecidas estas pré-condições, foi então criada, Brasil fundiam-se com o objetivo de criar um novo es-
em outubro de 1808, a primeira instituiçäo financeira do tabelecimento, sob a denominação de Banco do Brasil
país, o Banco do Brasil, cujas operaçöes seriam iniciadas (o quarto estabelecimento sob esta denominação e o
só um ano depois, em 1809, devido, principalmente, às terceiro a funcionar efetivamente). Surgiram, na mesma
dificuldades de subscrição do capital mínimo requerido época, novas casas bancárias, também com autorização
para o início de suas atividades. As operaçöes permitidas para emissão de notas bancárias, como o Banco Comer-
abrangiam, privilegiadamente, o desconto de letras de cial e Agrícola e o Banco Rural e Hipotecário (ambos no
câmbio, o depósito de metais preciosos, papel-moeda e Rio de Janeiro), o Banco da Província do Rio Grande do
diamantes, a emissäo de notas bancárias, a captaçäo de Sul e o Banco Comercial do Pará.
depósitos a prazo, o monopólio da venda de diamantes, A partir do início da década de 1860, as atividades de
pau-brasil e marfim e o direito exclusivo das operaçöes intermediaçäo financeira no país seriam ampliadas, com
financeiras do governo. a chegada dos primeiros bancos estrangeiros. Os dois
Devido ao fraco desempenho da economia de expor- primeiros (ambos em 1863) foram o London & Brazilian
tação no início do Império e ainda ao fato do Banco do Bank e o The Brazilian and Portuguese Bank. À mesma
época (1866), capitalistas alemães fundaram o Deutsche
Brasil converter-se em fornecedor de recursos não las-
Brasilianische Bank, cujas atividades foram encerradas
treados para o governo, a continuidade de suas opera-
em 1875, após acirrada concorrência com os bancos in-
çöes tornou-se insustentável com a volta de Dom Joäo gleses que operavam no país.
VI a Portugal em 1821. Esse monarca teria recambiado No final do Império, a libertação dos escravos (1888)
para Portugal boa parte do lastro metálico depositado alterou substancialmente a ordem econômica e finan-
no banco, com o que se enfraqueceu a já abalada con- ceira do país. A liberdade concedida a 800.000 escravos
fiança nessa primeira instituição financeira no país. Oito aniquilou fortunas rurais, motivou perdas de 40% a 50%
anos depois, em 1829, após insustentável período crítico, das colheitas, provocou a escassez e a inflação e motivou
seria autorizada a liquidaçäo do primeiro Banco do Brasil, um primeiro surto de industrialização. Ainda no Império,
cujas operaçöes se encerraram definitivamente em 1835, para atender às pressões por maior volume de crédito,
a despeito das muitas tentativas empreendidas para evi- em virtude da expansão da massa salarial e das necessi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tar sua extinçäo. dades de financiamento dos novos empreendimentos, o


Em vez de cumprir funções básicas de intermediação poder emissor, que se encontrava a cargo do Tesouro, foi
para o crescimento das atividades produtivas internas, estendido aos bancos.
este banco converteu-se em fornecedor de recursos para Este clima econômico e financeiro prosseguiu nos pri-
pagar as despesas governamentais, basicamente decor- meiros anos do governo republicano. Embora a criação
rentes das compensaçöes devidas a Portugal em funçäo de meios de pagamento tenha sido redisciplinada, a ex-
do reconhecimento da independência do Brasil, das des- pansão imoderada de crédito não foi interrompida. No
entanto, em seguida a um curto período de crescimento
pesas militares com a guerra no sul do país (anexação da
acelerado, não tardaram a aparecer focos de especula-
Província Cisplatina) e dos gastos com a criaçäo de um
çäo. Houve o encilhamento (1889/91), período caracteri-
exército e de uma marinha de guerra (Lopes & Rossetti, zado pela galopante expansão dos meios de pagamento,
p.308). pela excitação das atividades de intermediação financei-
Em 1833, foi aprovada a criaçäo de um segundo Ban- ra e por decorrente surto inflacionário.
co do Brasil. Mas, em virtude dos traumas decorrentes Após o Encilhamento, o país foi conduzido a uma
do insucesso da experiência pioneira, näo se conseguiu a fase de contra-reforma (1892-1906), caracterizada, nos
subscriçäo do capital mínimo exigido para sua instalaçäo. três primeiros anos, por um esforço de estabilização e,
Em 1836 foi estabelecido o primeiro banco comercial nos dois anos subseqüentes, por breve relaxamento da
privado do país, o Banco do Ceará, que, entretanto, en- austeridade implantada e, finalmente, já então na virada
cerrou suas atividades em 1839, basicamente em função do século, por generalizada recessão.
da concessäo de créditos a longo prazo, sem que hou- Os esforços de estabilizaçäo pós-encilhamento leva-
vesse captaçöes de recursos também resgatáveis a longo ram o sistema bancário do país, inclusive o Banco do Bra-
prazo. sil, a enfrentar dificuldades operacionais. Resultaram daí

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novas fusöes bancárias, envolvendo o próprio Banco do • a implantaçäo de órgäo normativo, de assessoria e
Brasil, que em 1892 se incorporou ao Banco da República de fiscalizaçäo do sistema financeiro, como primei-
dos Estados Unidos do Brasil, resultando no Banco da Re- ro passo para a criaçäo de um banco central no
pública do Brasil. Verificaram-se outras fusöes e incorpo- país, a Superintendência da Moeda e do Crédito
raçöes, notadamente nos cinco primeiros anos do século, - SUMOC;
quando, entäo, näo resistindo à recessäo econômica do • a criaçäo de uma instituiçäo de fomento, o Banco
período, muitas casas bancárias foram liquidadas. O pró- Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE,
prio Banco da República do Brasil (o quarto a funcionar) para a centralizaçäo e a canalizaçäo de recursos de
foi também liquidado em 1905. longo prazo, inicialmente destinados à implanta-
A partir de 1906, ao final da crise financeira do início çäo de infra-estrutura no país;
do século, a intermediaçäo financeira no país voltou gra- • a criaçäo de instituiçöes financeiras de apoio a re-
dativamente à normalidade. Nesse ano foram reativadas giöes carentes, como o Banco do Nordeste do Bra-
as operaçöes do Banco do Brasil, o quinto a funcionar sil - BNB, o Banco de Crédito da Amazônia e, já no
sob esta denominaçäo (Lopes & Rossetti, p.310). final do período, o Banco Regional de Desenvolvi-
mento do Extremo Sul - BRDE;
O Período das Guerras e da Depressäo • desenvolvimento espontâneo de companhias de
O período que se estende de 1914 a 1945 apresentou crédito, financiamento e investimento, para a cap-
considerável importância no quadro da intermediaçäo taçäo e aplicaçäo de recursos em prazos compatí-
financeira no Brasil. Entre os principais, são destacados veis com a crescente demanda de crédito para o
os seguintes: consumo de bens duráveis e bens de capital, em
• expansäo do sistema de intermediaçäo financeira de decorrência da implantaçäo de novos setores in-
curto e médio prazos no país; dustriais no país, produtores desses bens (Lopes;
• disciplinamento, integração e ampliaçäo do nível Rossetti, p.315).
de segurança da intermediaçäo financeira no país,
mediante a criaçäo da Inspetoria Geral dos Ban- Arrecadação de Tributos e Pagamento de Benefícios
cos (1920), posteriormente substituída pela Caixa Até a década de 60, quase todo o relacionamento en-
de Mobilizaçäo e Fiscalizaçäo Bancária (1942), a tre população e órgãos públicos era feito diretamente
instalaçäo da Câmara de Compensaçäo (1921) e a entre as partes. Cada entidade mantinha a própria estru-
implantaçäo da Carteira de Redescontos do Banco tura para arrecadação de impostos e taxas de serviços,
do Brasil (1921); ou para o pagamento de benefícios. Assim, na maioria
• elaboraçäo de projetos com vista à criaçäo de insti- dos municípios, eram mantidas as Coletorias Federais e
tuiçöes especializadas no financiamento de longo Estaduais. As empresas de serviços públicos (luz, água,
prazo. Mas a vigência da Lei da Usura, de 1933, que gás e telefone), por sua vez, mantinham órgãos específi-
estabelecia um teto máximo de 12% ao ano para a cos para a arrecadação das taxas que lhes eram devidas.
Por outro lado, os bancos constituíam-se em pequenas
taxa nominal de juros, teria retardado o surgimen-
redes de agências, voltadas basicamente para os servi-
to espontâneo de intermediários financeiros ban-
ços de depósitos e descontos. As funções de caixa e em-
cários ou näo bancários dispostos a operar a lon-
préstimo a clientes eram os objetivos únicos da empresa
gos prazos em um contexto de inflaçäo crescente
bancária. Com o desenvolvimento da sociedade brasilei-
(a criação do Banespa, em São Paulo, e do Banrisul
ra, a crescente complexidade das relações econômicas e
(então BERGS), no Rio Grande do Sul, ocorreu nes-
o aumento na execução de serviços públicos e na con-
sa época);

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


cessão de benefícios, os sistemas de arrecadação pró-
• início de estudos e esforços convergentes para a prios passaram a consumir recursos crescentes. Por outro
criaçäo de um Banco Central no país. lado, para os bancos, o desenvolvimento da economia
possibilitou a disseminação de sua rede de agências por
A captação de recursos e os empréstimos concedidos todo o território nacional, para atender à crescente ne-
pelos bancos comerciais elevaram-se de forma consis- cessidade de transferência de ativos financeiros entre as
tente durante todo o período, não obstante a interrupção entidades econômicas. Estruturados para processar com
(não muito acentuada) nos anos da Grande Depressão. rapidez as transferências de numerário, os bancos passa-
Do Pós-Guerra às Reformas de 1964-65 ram a substituir as coletorias e postos de recebimento de
O período que se estende de 1945 a 1964 é geral- taxas de serviços públicos e pagamentos de benefícios,
mente considerado como de transição entre a estrutura servindo de intermediários entre os órgãos públicos e o
ainda simples de intermediação financeira que se firmou contribuinte.
ao longo da primeira metade do século e a complexa
estrutura montada a partir das reformas institucionais As Reformas de 1964-65 e a Evolução Posterior do
de 1964-65. Nesses vinte anos de transiçäo, em paralelo SFN
às mudanças que se observaram em toda a estrutura da A próxima fase da evolução da intermediação finan-
economia do país, o sistema financeiro nacional foi ob- ceira no país inicia-se no biênio 1964-65, com quatro leis,
jeto de marcantes transformaçöes. As principais foram: que introduziram profundas alteraçöes na estrutura do
• a consolidaçäo e penetraçäo no espaço geográfi- sistema financeiro nacional:
co da rede de intermediaçäo financeira de curto • Lei n. 4.357, de 1964 (Lei da Correção Monetária),
e médio prazos, com a expansäo do número de que instituiu normas para a indexação de débitos
agências bancárias nas diferentes regiöes do país; fiscais, criou títulos públicos federais com cláusula

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de correção monetária (ORTN), destinados a ante- A partir desses institutos legais, o sistema financeiro
cipar receitas, cobrir déficit público e promover in- brasileiro passou a contar com maior e mais diversifica-
vestimentos. Esta foi a solução buscada para o pro- do número de intermediários financeiros näo bancários,
blema da limitação da taxa de juros em 12% ao ano, com áreas específicas e bem determinadas de atuaçäo.
imposta pela Lei da Usura, ao lado da persistência Ao mesmo tempo, foi significativamente ampliada a
de inflação anual acima desse patamar, o que li- pauta de ativos financeiros, abrindo-se novo leque de
mitava a capacidade do poder público financiar-se opçöes para captaçäo e aplicaçäo de poupanças e crian-
mediante a emissão de títulos próprios, restando- do-se, assim, condiçöes mais efetivas para a ativaçäo do
-lhe apenas a emissão primária de moeda. processo de intermediaçäo.
• Lei n. 4.380, de 21.08.64 (Lei do Plano Nacional da
As reformas bancária e do mercado de capitais foram
Habitação), que instituiu a correçäo monetária nos
inspiradas no sistema norte-americano de organização
contratos imobiliários, criou o Banco Nacional da
do sistema financeiro, voltando-se para a especialização
Habitaçäo-BNH e institucionalizou o Sistema Fi-
nanceiro da Habitaçäo, criou as Sociedades de das instituições. Apesar desta opção, em virtude de con-
Crédito Imobiliário e as Letras Imobiliárias. O BNH dicionamentos econômicos e, em especial, da necessida-
tornou-se o órgão gestor do Sistema Brasileiro de de de buscar economia de escala e melhor racionalização
Habitação (também denominado Sistema Brasilei- do sistema, os bancos comerciais passaram a assumir o
ro de Poupança e Empréstimo-SBPE), destinado a papel de líderes de grandes conglomerados, no âmbito
fomentar a construção de casas populares e obras do qual atuavam coordenadamente diversas instituições
de saneamento e infraestrutura urbana, com moe- especializadas nas diferentes modalidades financeiras
da própria (UPC-Unidade Padrão de Capital) e seus que, embora com grande número de pequenos bancos
próprios instrumentos de captação de recursos: regionais, passaram a deter o maior volume de negócios
Letras Hipotecárias, Letras Imobiliárias e Caderne- de intermediação financeira e prestação de serviços.
tas de Poupança. Posteriormente, a esses recursos Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis
foram adicionados os do Fundo de Garantia por importantes para o reordenamento institucional do Sis-
Tempo de Serviço-FGTS. Esta lei buscou incentivar tema Financeiro Nacional, quais sejam:
a criação de empregos na construção civil, como • Lei n. 6385, de 1976 (Lei da CVM), que criou a Co-
solução para o emprego de mão-de-obra não qua- missão de Valores Mobiliários-CVM, transferindo
lificada, no cenário econômico de recessão que ca- do Banco Central a responsabilidade pela regula-
racterizou os anos 1960. mentação e fiscalização das atividades relaciona-
• Lei n. 4.595, de 31.12.64 (Lei da Reforma do Sistema das ao mercado de valores mobiliários (ações, de-
Financeiro Nacional), que dispôs sobre a política bêntures etc.). Esta lei deu solução à falta de uma
e as instituiçöes monetárias, bancárias e credití- entidade que absorvesse a regulação e fiscalização
cias, criou o Conselho Monetário Nacional-CMN do mercado de capitais, especialmente no que se
e o Banco Central do Brasil e foi a base da refor-
referia às sociedades de capital aberto.
ma bancária, reestruturando o sistema financeiro
• Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas),
nacional, mediante o estabelecimento de normas
que estabeleceu regras quanto às características,
operacionais, rotinas de funcionamento e procedi-
forma de constituição, composição acionária, es-
mentos de qualificação aos quais as entidades do
sistema deveriam se subordinar, bem como definiu trutura de demonstrações financeiras, obrigações
as características e as áreas específicas de atuaçäo societárias, direitos e obrigações de acionistas e ór-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

das instituiçöes financeiras. Esta lei reordenou os gãos estatutários e legais. Esta lei veio ao encontro
órgãos de aconselhamento e de gestão da política da necessidade de atualização da legislação sobre
monetária, do crédito e das finanças públicas, até as sociedades anônimas brasileiras, especialmente
então concentrados no Ministério da Fazenda, na quanto aos aspectos de composição acionária, ne-
Superintendëncia da Moeda e do Crédito-SUMOC gociação de valores mobiliários (ações, debêntures
e no Banco do Brasil, estrutura esta que não mais etc.) e modernização do fluxo de informação.
suporava os crescentes encargos e responsabilida- • Lei n. 10.303, de 2001 (Nova Lei das S.A.), Decreto
des da condução da política econômica. 3.995 e MP 8 (estes de 2002), que consolidam os
• Lei n. 4.728, de 14.07.65 (Lei do Mercado de Ca- dispositivos da Lei da CVM e da Lei das S.A., melho-
pitais), que disciplinou e reformou o mercado de rando a proteção aos minoritários e dando força à
capitais, bem como estabeleceu medidas para seu ação da CVM como órgão regulador e fiscalizador
desenvolvimento. Estabeleceu normas e regula- do mercado de capitais, incluindo os fundos de in-
mentos básicos para a estruturação de um sistema vestimento e os mercados de derivativos. A quesão
de investimentos destinado a apoiar o desenvol- associada a esta legislação é que o mercado de ca-
vimento nacional e atender à crescente deman- pitais cada vez mais perdia espaço para o exterior
da por crédito. O problema de popularização do pela ausência de proteção ao acionista minoritário
investimento estava contido na nítida preferência e insegurança quanto às aplicações financeiras.
dos investidores por imóveis de renda e de reserva
de valor. Ao governo interessava a evolução dos O elenco de normas e a disciplina operacional säo
níveis de poupança internos e o seu direcionamen- impostos ao sistema por meio de resoluçöes, circulares,
instruçöes e atos declaratórios, direta ou indiretamente
to para investimentos produtivos.

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decorrentes de decisöes do CMN. O conjunto destes atos Atualmente, a estrutura institucional do Sistema Fi-
normativos compõe o MNI - Manual de Normas e Instru- nanceiro Nacional está composta na forma apresentada
ções do Banco Central do Brasil. a seguir, conforme o site do Banco Central do Brasil na
A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 internet.
foi a seguinte:
Órgãos Normativos
Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional - CMN
• Autoridades Monetárias Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP
• Autoridades de Apoio Conselho Nacional de Previdência Complementar -
• Instituições Financeiras CNPC

Autoridades Monetárias: Entidades Supervisoras


• Conselho Monetário Nacional: Comissöes Consultivas Banco Central do Brasil – Bacen e Comissão de Valo-
• Banco Central do Brasil res Mobiliários – CVM (vinculados ao CMN)
Superintendência de Seguros Privados – Susep (vin-
Autoridades de Apoio: culados ao CNSP)
• Comissäo de Valores Mobiliários Superintendência Nacional de Previdência Comple-
• Banco do Brasil S/A mentar – PREVIC (vinculada ao CNPC)
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social Operadores (Supervisionados pelo Bacen)
Instituições Financeiras: Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à
• Bancos Comerciais Públicos e Privados Vista
• Bancos Estaduais de Desenvolvimento Bancos Múltiplos (inclusive o Banco do Brasil)
• Bancos Regionais de Desenvolvimento Bancos Comerciais
• Banco Nacional da Habitaçäo (BNH) Caixa Econômica Federal
• Caixa Econômica Federal (CEF)
Cooperativas de Crédito (e Bancos Cooperativos)
• Caixas Econômicas Estaduais
• Sociedades de Crédito Imobiliário
Demais Instituições Financeiras
• Associaçöes de Poupança e Empréstimo
Agências de Fomento
• Cooperativas Habitacionais
Associações de Poupança e Empréstimo
• Soc. de Créd. Financ. e Investimento
Bancos de Desenvolvimento
• Bancos de Investimento
• Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) Bancos de Investimento
• Cooperativas de Crédito Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
• Bolsas de Valores Social (BNDES)
• Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Companhias Hipotecárias
• Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários Cooperativas Centrais de Crédito
• Seguradoras Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento
• Outras Instituiçöes Sociedades de Crédito Imobiliário
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Na cúpula do subsistema normativo encontra-se,
desde então, o Conselho Monetário Nacional. Abaixo, Outros Intermediários Financeiros e Administradores
encontram-se o Banco Central do Brasil e a Comissäo de de Recursos de Terceiros
Valores Mobiliários (criada pela Lei n. 6.385, de 07.12.76). Administradores de Consórcio
Esses órgäos normativos regulam, controlam e fiscalizam as Sociedades de Arrendamento Mercantil
instituiçöes de intermediaçäo, disciplinando todas as mo- Sociedades Corretoras de Câmbio
dalidades de operaçöes de crédito, ativas e passivas, assim Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliá-
como a emissäo e distribuiçäo de valores mobiliários. rios
Cabe ainda assinalar que se estabeleceram relaçöes Sociedades de Crédito Imobiliário
estreitas entre o subsistema normativo e os agentes es- Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliá-
peciais do subsistema de intermediaçäo, porque a regu- rios
laçäo e o controle do subsistema de intermediaçäo näo
se realizam apenas por meio das normas legais expe- Operadores (Supervisionados pela CVM)
didas pelas autoridades monetárias, mas também “pela Bolsas de Mercadorias e de Futuros
oferta seletiva de crédito, levada a efeito pelo Banco do Bolsas de Valores
Brasil e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social” (Barbosa, op.cit. Lopes e Rossetti). Operadores (Supervisionados pela Susep)
As demais instituições de intermediaçäo, bancárias, Sociedades Seguradoras
näo bancárias e auxiliares, passaram a operar em seg- Sociedades de Capitalização
mentos específicos dos mercados monetário, de crédito, Entidades Abertas de Previdência Complementar
de capitais e cambial, subordinando-se às normas ema-
nadas dos órgäos superiores.

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Operadores (Supervisionados pela PREVIC) • propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos
Entidades Fechadas de Previdência Complementar instrumentos financeiros, de forma a tornar mais
(Fundos de Pensão) eficiente o sistema de pagamento e mobilização
de recursos;
Sistemas de Liquidação e Custódia • zelar pela liquidez e pela solvência das instituições
Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC financeiras;
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Tí- • coordenar as políticas monetária, creditícia, orça-
tulos – CETIP mentária, fiscal e da dívida pública interna e ex-
Caixas de Liquidação e Custódia terna; e
• estabelecer a meta de inflação.
No que tange às instituições financeiras, a Lei da
Reforma Bancária (4.595/64), art. 17, caracteriza-as da O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
seguinte forma: “Consideram-se instituições financeiras, É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas
para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas da política de seguros privados. É composto pelo Minis-
públicas e privadas, que tenham como atividade principal tro da Fazenda (Presidente), representante do Ministério
ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de da Justiça, representante do Ministério da Previdência
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda Social, Superintendente da Superintendência de Seguros
nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de proprie- Privados, representante do Banco Central do Brasil e re-
dade de terceiros”. presentante da Comissão de Valores Mobiliários. Dentre
Em complemento, no seu parágrafo único, estabele- as funções do CNSP estão:
ce: “Para os efeitos desta Lei e da legislação em vigor, equi- • regular a constituição, organização, funcionamento
param-se às instituições financeiras as pessoas físicas que e fiscalização dos agentes que exercem atividades
exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Pri-
forma permanente ou eventual”. vados, inclusive aplicar penalidades;
• fixar itens gerais dos contratos de seguro, previdên-
Os Órgãos Normativos (autoridades monetárias) do cia privada aberta, capitalização e resseguro;
SFN • prescrever os critérios de constituição das Socieda-
des Seguradoras, de Capitalização, Entidades de
O Conselho Monetário Nacional Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com
Como órgão normativo, por excelência, não lhe ca- fixação dos limites legais e técnicos das respectivas
bem funções executivas, sendo o responsável pela fi- operações e disciplinar a corretagem de seguros e
xação das diretrizes da política monetária, creditícia e a profissão de corretor.
cambial do País. Pelo envolvimento destas políticas no
cenário econômico nacional, o CMN acaba transforman- O Conselho Nacional de Previdência Complemen-
do-se num conselho de política econômica. tar (CNPC)
Ao longo da sua existência, o CMN teve diferentes Tem por finalidade regular o regime de previdência
constituições de membros, de acordo com as exigências complementar operado pelas entidades fechadas de
políticas e econômicas de cada momento, desde quatro previdência complementar, nova denominação do então
membros, no governo Costa e Silva, até 15 membros, Conselho de Gestão da Previdência Complementar.
no governo Sarney. A Medida Provisória no. 542, de
30.06.94, que editou o Plano Real, simplificou a compo- As Entidades Supervisoras do SFN
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

sição do CMN, caracterizando seu perfil monetário, que


passou a ser integrado pelos seguintes membros: O Banco Central do Brasil
• Ministro da Fazenda (Presidente), A Superintendência da Moeda e do Crédito, através
• Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão, da Lei n. 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autar-
• Presidente do Banco Central. quia federal, tendo sede e fôro na Capital da República,
sob a denominaçäo de Banco Central do Brasil. Além da
O CMN é a entidade superior do sistema financeiro, sua sede em Brasília, o BC (ou Bacen) possui representa-
sendo sua competência: ções regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, For-
• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais taleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen
necessidades da economia nacional e ao seu pro- pode ser considerado como:
cesso de desenvolvimento; • • banco dos bancos;
• regular o valor interno da moeda, prevenindo ou - depósitos compulsórios;
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacioná- - redescontos de liquidez;
rios de origem interna ou externa; • gestor do Sistema Financeiro Nacional;
• regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do - normas, autorizações, fiscalização, intervenção;
balanço de pagamentos do país; • executor da política monetária;
• orientar a aplicação dos recursos das instituições fi- - determinação da taxa Selic;
nanceiras públicas ou privadas, de forma a garantir - controle dos meios de pagamento (liquidez do mer-
condições favoráveis ao desenvolvimento equili- cado);
brado da economia nacional; - orçamento monetário, instrumentos de política mo-
netária;

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• banco emissor de moeda; voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscaliza-
- emissão do meio circulante; ção do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo
- saneamento do meio circulante; sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional - basicamente,
• banqueiro do governo; o mercado de ações e debêntures, cupões desses títulos
- financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e e bônus de subscrição. É uma entidade auxiliar, autôno-
venda de títulos públicos); ma e descentralizada, mas vinculada, como autarquia, ao
- administração da dívida pública interna e externa; Governo Federal.
- gestor e fiel depositário das reservas internacionais do A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a
país; Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e
- representante, junto às intituições financeiras inter- alterou os dispositivos da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei
nacionais, do Sistema Financeiro Nacional; das Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das peque-
• centralizador do fluxo cambial; nas modificações em ambas introduzidas, anteriormente,
- normas, autorizações, registros, fiscalização, interven- pela Lei 9.457, de 15/05/1997.
ção. Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM fo-
ram ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e Fu-
Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém turos, as entidades do mercado de balcão organizado e
diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na as entidades de compensação e liquidação de operações
economia. com valores mobiliários que, da mesma forma que a Bolsa
Para poder atuar como autoridade monetária plena, o de Valores, funcionam como órgãos auxiliares da Comis-
Banco Central exigiu cerca de 25 anos de aprimoramento. são de Valores Mobiliários.
As dificuldades residiam no fato de, até a sua criação, as Elas operam com autonomia administrativa, financeira
funções de banco central estarem sendo exercidas pela e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta de
Superintendência da Moeda e do Crédito, pelo Banco do seus respectivos membros e das operações com valores
Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalidade mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a su-
de exercer o controle monetário, a fiscalização dos ban- pervisão da CVM.
cos comerciais e a orientação da política cambial. O Ban- Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram conso-
co do Brasil era o executor das normas estabelecidas pela lidadas as seguintes atividades:
Sumoc e exercia as funções de Banco do Governo Federal, • emissão e distribuição de valores mobiliários no
controlador das operações de comércio exterior, recebe- mercado;
dor dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos • negociação e intermediação no mercado de valores
comerciais e, ainda, Banco de crédito agrícola, comercial mobiliários;
e industrial. O Tesouro Nacional era o órgão emissor de • negociação e intermediação no mercado de deriva-
papel-moeda. tivos;
Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor, • organização, funcionamento e operações das Bolsas
mas realizava as emissões em função das necessidades de Valores;
do Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos, mas • organização, funcionamento e operações das Bolsas
não detinha com exclusividade os depósitos das institui- de Mercadorias e Futuros;
ções financeiras. Era agente financeiro do Governo, pois • auditoria das companhias abertas;
fora encarregado de administrar a dívida pública federal, • serviços de consultor e analista de valores mobili-
mas não era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista ários.
que esta função era atribuída ao Banco do Brasil. Também

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


era o órgão formulador e executor da política de crédito, Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao re-
mas não tinha o pleno controle do crédito, porque outros gime da nova Lei, como sendo:
organismos governamentais tinham idêntico poder. • ações, debêntures e bônus de subscrição;
Operacionalmente, os recursos do Banco Central eram • cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados
acessados automaticamente pelo Banco do Brasil, através de desdobramento de valores mobiliários;
da “Conta Movimento”, para expansão do crédito e para • certificados de depósito de valores mobiliários;
o custeio do Governo. Até 1988, as funções de autoridade • cédulas de debêntures;
monetária exercidas pelo Banco do Brasil foram progres- • cotas de fundos de investimento em valores mobi-
sivamente transferidas ao Banco Central, e as atividades liários ou de clubes de investimento em quaisquer
de administração da dívida pública federal, que vinham ativos;
sendo exercidas pelo Banco Central, foram transferidas ao • notas comerciais;
Tesouro Nacional. • contratos futuros, de opções e outros derivativos,
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
A Comissão de Valores Mobiliários • outros contratos derivativos, independentemente
A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada dos ativos subjacentes; e,
pela Lei 6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida como • quando ofertados publicamente, quaisquer outros
a Lei da CVM, pois, até aquela data, faltava uma entidade títulos ou contratos de investimento coletivo, que
que absorvesse a regulação e a fiscalização do mercado gerem direito de participação, de parceria ou de
de capitais, especialmente no que se referia às socieda- remuneração, inclusive resultante de prestação de
des de capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do
órgão normativo do sistema financeiro, especificamente empreendedor ou de terceiros.

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Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei: • 1 representante do BaCen;
• os títulos da dívida pública federal, estadual ou mu- • 1 representante da CVM;
nicipal; • 4 representantes das entidades privadas represen-
• os títulos cambiais de responsabilidade de institui- tativas de classe;
ção financeira, exceto as debêntures.
Fique atento porque a composição mudou há poucos
Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA (So- anos. Na composição antiga havia 1 representante do
ciedade Operadora do Mercado de Ativos), a CVM tem Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e
por objetivos fundamentais: a) estimular a aplicação de apenas 1 representante do Ministério da Fazenda.
poupança no mercado acionário; b) assegurar o funcio- As entidades representativas de classe são divididas
namento eficiente e regular das bolsas de valores e de em 2 grupos: as titulares e as suplentes. A idéia é bem
outras instituições auxiliares que operam nesse mercado; óbvia, caso um representante de uma entidade titular
c) proteger os titulares de valores mobiliários (notada- não puder participar da reunião, vai um suplente. São
mente os pequenos e minoritários) contra emissões ir- elas:
regulares e outros tipos de atos ilegais, que manipulem
preços de valores mobiliários nos mercados primário e Titulares:
secundário de ações; d) fiscalização da emissão, do regis- Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto
tro, da distribuição e da negociação de títulos emitidos (ABRASCA);
pelas sociedades anônimas de capital aberto. Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Fi-
nanceiro e de Capitais (ANBIMA);
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Na- Comissão Nacional de Bolsas (CNB);
cional Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN);
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Na- Suplentes:
cional (CRSFN) é um conselho que julga em segunda e Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobi-
última instância administrativa os recursos interpostos liário e Poupança - ABECIP;
contra BaCen, CVM e Secretaria de Comércio Exterior (do Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio). de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Merca-
O - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de dorias – ANCORD;
15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacio- Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organiza-
nal - CMN para o CRSFN a competência para julgar, em ção das Cooperativas Brasileiras – OCB/CECO;
segunda e última instância administrativa, os recursos Instituto dos Auditores Independentes do Brasil –
interpostos das decisões relativas à aplicação das penali- IBRACON;
dades administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1° Os representantes são indicados em lista tríplice e es-
do referido Decreto. Permanece com o CMN a compe- colhidos pelo Ministro da Fazenda (dão 3 opções de re-
tência residual para julgar os demais casos ali previstos, presentante e o Ministro decide quem é o “melhor”). Eles
por força do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64. têm mandato de 2 anos e podem ser reconduzidos por
Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais mais 2 anos.2
especificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo
único, ampliou-se a competência do CRSFN, que rece- A Superintendência de Seguros Privados (Susep)
beu igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, res-
recursos interpostos contra as decisões do Banco Central ponsável pelo controle e fiscalização do mercado de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do Brasil relativas a aplicação de penalidades por infra- seguro, previdência aberta e capitalização. Dentre suas
ção à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de cré- atribuições estão:
dito rural e industrial. O CRSFN tem o seu Regimento In- • fiscalizar a constituição, organização, funcionamen-
terno aprovado pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com to e operação das sociedades seguradoras, de ca-
a nova redação dada pelo Decreto nº 2.277, de 17.07.97, pitalização, entidades de previdência privada aber-
dispondo sobre as competências, prazos e demais atos ta e resseguradores, na qualidade de executora da
processuais vinculados às suas atividades. política traçada pelo CNSP;
• atuar no sentido de proteger a captação de poupan-
Atribuições ça popular que se efetua através das operações de
São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em seguro, previdência privada aberta, de capitaliza-
segunda e última instância administrativa os recursos ção e resseguro;
interpostos das decisões relativas às penalidades admi- • zelar pela liquidez e solvência das sociedades que
nistrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela integram o mercado;
Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Co- • disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas
mércio Exterior; nas infrações previstas na legislação. entidades, em especial os efetuados em bens ga-
O Conselho tem ainda como finalidade julgar os re- rantidores de provisões técnicas;
cursos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira • cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e
instância, das decisões que concluírem pela não aplica- exercer as atividades por este lhe delegadas;
ção das penalidades previstas no item anterior. • prover os serviços de secretaria executiva do CNSP.
A atual composição do CRSFN é a seguinte:
• 2 representantes do Ministério da Fazenda;
2 Fonte: www.conhecimentosbancarios.blogspot.com.br

8
Superintendência Nacional de Previdência Comple- rado financeiro de ponta, que, aos poucos, se ajustou à
mentar – PREVIC estrutura de um banco múltiplo tradicional, embora ain-
É uma autarquia de natureza especial, dotada de da opere, em muitos casos, como agente financeiro do
autonomia administrativa e financeira e patrimônio Governo Federal. É o principal executor da política oficial
próprio, vinculada ao Ministério da Fazenda, com de crédito rural. Conserva, ainda, funções que não são
sede e foro no Distrito Federal, tendo atuação em próprias de um banco comercial comum, mas típicas do
todo o território nacional como entidade de fiscaliza- parceiro principal do governo federal na prestação de
ção e supervisão das atividades das entidades fecha- serviços bancários, como:
das de previdência complementar e de execução das • administrar a Câmara de Compensação de cheques
políticas para o regime de previdência complementar e outros papéis;
operado pelas referidas entidades. • efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à
execução do Orçamento Geral da União;
Alguns Operadores do SFN • a aquisição e o financiamento dos estoques de pro-
dução exportável;
Os Bancos Múltiplos • agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora
Após as reformas do início dos anos 1960, a mais do país;
significativa mudança introduzida no Sistema Financei- • a execução da política de preços mínimos dos pro-
ro Nacional foi a instituiçäo dos Bancos Múltiplos, pela dutos agropastoris;
Resoluçäo n. 1.524, de 21.09.1988, do Banco Central do • a execução do serviço da dívida pública consolidada;
Brasil. Por esta resoluçäo, foi facultado aos bancos co- • a realização, por conta própria, de operações de
merciais, bancos de desenvolvimento, bancos de inves- compra e venda de moeda estrangeira e, por conta
timento, sociedades de crédito imobiliário e sociedades do BC, nas condições estabelecidas pelo CMN;
de crédito, financiamento e investimento a organizaçäo • o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das
opcional em uma única instituiçäo financeira, através de importâncias provenientes da arrecadação de tri-
processos de fusäo, incorporaçäo, cisäo e transformaçäo butos ou rendas federais; e,
- ou ainda por constituiçäo direta. Os bancos múltiplos • como principal executor dos serviços bancários de
passaram a operar em todos os segmentos do sistema interesse do Governo Federal, inclusive suas autar-
de intermediaçäo financeira, mediante as seguintes car- quias, receber em depósito, com exclusividade, as
teiras especiais, sem vinculação entre as fontes de recur- disponibilidades de quaisquer entidades federais,
sos captados e as suas aplicaçöes: compreendendo as repartições de todos os mi-
• carteira comercial; nistérios civis e militares, instituições de previdên-
• carteira de desenvolvimento (no caso de bancos cia e outras autarquias, comissões, departamentos,
múltiplos públicos); entidades em regime especial de administração e
• carteira de investimentos (no caso de bancos múlti- quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis
plos privados); por adiantamentos.
• carteira de crédito imobiliário;
• carteira de crédito, financiamento e investimento; Os Bancos Comerciais
• carteira de arrendamento mercantil. Os bancos comerciais se dedicam à captação e apli-
cação de recursos financeiros em operações de curto e
O Banco do Brasil médio prazos, normalmente de até um ano, bem como
O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de prestam serviços de pagamentos e recebimentos ao pú-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


autoridade monetária até janeiro de 1986, quando, por blico em geral, a partir de uma estrutura descentralizada
decisão do CMN, foi suprimida a conta movimento, que que é proporcionada por sua capacidade de abrir agên-
colocava o BB na posição privilegiada de banco co-res- cias bancárias. No Brasil, atualmente, os bancos comerciais
ponsável pela emissão de moeda, via ajustamento das geralmente estão integrados em uma estrutura de banco
contas das autoridades monetárias e do Tesouro Nacio- múltiplo, a partir da qual exercem, total ou parcialmente,
nal. uma diversificada gama de operações monetárias e finan-
No período do pós-guerra até as reformas de 1964- ceiras.
65, a despeito da criaçäo da SUMOC, o Banco do Brasil Para atender aos seus objetivos, os bancos comerciais
continuou exercendo funçöes executivas de autoridade podem: a) descontar títulos; b) realizar operações de aber-
monetária, atuando como banco dos bancos, agente tura de crédito simples ou em conta corrente (contas ga-
financeiro do governo, depositário e administrador das rantidas); c) realizar operações especiais, inclusive de cré-
reservas internacionais do país e emprestador de última dito rural, de câmbio e comércio internacional; d) captar
instância do sistema financeiro. depósitos à vista e a prazo e recursos nas instituições ofi-
Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil per- ciais, para repasse aos clientes; e) obter recursos externos
deu a maior parte das atribuiçöes típicas de um banco para repasse; e f) efetuar a prestação de serviços, inclusive
central, como a Carteira de Redescontos, a Caixa de Mo- mediante convênio com outras instituições.
bilizaçäo Bancária, a concessäo de créditos ao Tesouro É importante frisar que a captação de depósitos à vista,
Nacional. Com a reforma de 1986, e as consequentes que nada mais são do que as contas correntes livremente
redefiniçöes de papéis do Bacen e do Banco do Brasil, movimentáveis, é a atividade básica dos bancos comer-
este passou a operar sob padröes bem próximos de um ciais, configurando-os como instituições financeiras mo-
banco comercial qualquer. Hoje, o BB é um conglome- netárias. Tal captação de recursos, junto com a captação

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via CDB e RDB, cobrança de títulos e arrecadação de tri- Bancos de Câmbio
butos e tarifas públicas, permite aos bancos repassar tais Os bancos de câmbio são instituições financeiras au-
recursos aos seus clientes, em especial às empresas, sob a torizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio
forma de empréstimos que vão girar a atividade produtiva e operações de crédito vinculadas às de câmbio, como
(estoques, salários etc.). financiamentos à exportação e importação e adiantamen-
tos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósi-
A Caixa Econômica Federal tos em contas sem remuneração, não movimentáveis por
As caixas econômicas são instituições de cunho emi- cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos
nentemente social, concedendo empréstimos e finan- sejam destinados à realização das operações acima cita-
ciamentos a programas e projetos de assistência social, das. Na denominação dessas instituições deve constar a
saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte, expressão “Banco de Câmbio” (Res. CMN 3.426, de 2006).
sendo seu único representante, hoje, a Caixa Econômica
Federal, resultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de Bancos Cooperativos
12/08/1969, das 23 Caixas Econômicas Federais até então O Banco Central, através da Resolução 2.193, de
existentes. 31/08/1995, autorizou a constituição de bancos comer-
Suas origens confundem-se com as dos primeiros ban- ciais na forma de sociedades anônimas de capital fecha-
cos comerciais. Estes, pela falta de interesse em captar pe- do, com participação exclusiva de cooperativas de crédito
quenos valores e pelos altos riscos dos empreendimentos singulares, exceto as do tipo Luzzati (as que admitem a
em que se envolviam, afastavam os pequenos depositan- participação de não-cooperados) e centrais de coopera-
tes. Assim, surgida da iniciativa particular, a primeira caixa tivas, bem como de federações e confederações de coo-
econômica que se constituiu no país (Rio de Janeiro) re- perativas de crédito, com atuação restrita à Unidade da
monta a 1831, que näo obteve êxito. Em 1860, o Governo Federação de sua sede, cujo Patrimônio de Referência-PR
Imperial criou outra instituiçäo do gênero, que começou a deverá estar enquadrado nas regras do Acordo de Basi-
léia. Não podem participar no capital social de instituições
operar em 1861 (que corresponde hoje à Caixa Econômica
financeiras autorizadas a funcionar pelo BC, nem realizar
Federal do Rio de Janeiro). Em 1955, o Parlamento rejeitou
operações de swap por conta de terceiros.
projeto de lei para autorizar a caixa a conceder financia-
O Banco Central deu autorização para que as coopera-
mentos para a casa própria, permanecendo suas opera-
tivas de crédito abrissem seus próprios bancos comerciais,
çöes limitadas ao atendimento de necessidades populares
podendo fazer tudo o que qualquer outro banco comer-
de curto prazo. Atendendo a essa faixa de crédito, a caixa
cial faz: ter talão de cheques, emitir cartão de crédito, fazer
federal abriu agências em todos os Estados da Uniäo. Ao
a compensação de documentos e, principalmente, passar
mesmo tempo, devido a sua reduzida flexibilidade ope- a administrar a carteira de crédito antes sob responsabili-
racional, ensejou o aparecimento de caixas estaduais, ini- dade das cooperativas.
cialmente em Säo Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Através da Resolução 2.788, de 30/11/2000, o BC renovou
Catarina e Goiás. Mas só a partir de 1964, com a instituiçäo as regras para a constituição de bancos cooperativos, cuja
do mecanismo da correçäo monetária, com a criaçäo das atuação deve observar no cálculo do patrimônio líquido exigi-
cadernetas de poupança e com a integraçäo das caixas do os mesmos fatores e parâmetros estabelecidos pela regu-
econômicas no SFH e no SBPE, é que as atividades dessas lamentação em vigor para os bancos comerciais e múltiplos.
instituiçöes foram dinamizadas. Hoje encontram-se todas
extintas, exceto a CEF. Administradoras de Consórcio
A CEF é uma instituição financeira responsável pela Pessoas físicas e jurídicas podem usar os serviços de
operacionalização das políticas do Governo Federal para
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

uma administradora para adquirir bens e serviços na forma


habitação popular e saneamento básico, caracterizando- de autofinanciamento.
-se cada vez mais como o banco de apoio ao trabalhador Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas
de baixa renda. em grupo, com prazo de duração e número de cotas pre-
À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades relati- viamente determinados, promovida por administradora
vas a bancos comerciais, sociedades de crédito imobiliário de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus inte-
e de saneamento e infra-estrutura urbana, além de presta- grantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou servi-
ção de serviços de natureza social, delegada pelo Governo ços, por meio de autofinanciamento.
Federal. A administradora de consórcios é a pessoa jurídica
Suas principais atividades estão relacionadas com a prestadora de serviços com objeto social principal voltado
captação de recursos em cadernetas de poupança, em à administração de grupos de consórcio, constituída sob a
depósitos judiciais e a prazo, e sua aplicação em emprés- forma de sociedade limitada ou sociedade anônima.
timos vinculados, preferencialmente à habitação. Os re- A adesão de um consorciado a um grupo de consór-
cursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de cio se dá mediante assinatura de contrato de participação.
Serviço-FGTS são direcionados, quase na sua totalidade, Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e os de-
para as áreas de saneamento e infra-estrutura urbana. veres das partes, tais como a descrição do bem a que o
A CEF exerce a administração de loterias, de fundos contrato está referenciado e seu respectivo preço(que será
e de programas, entre os quais destacavam-se o FGTS, adotado como referência para o valor do crédito e para o
o Fundo de Compensação de Variações Salariais-FCVS, cálculo das parcelas mensais do consorciado). No contrato
o Programa de Integração Social-PIS, o Fundo de Apoio deve haver, ainda, as condições para concorrer à contem-
ao Desenvolvimento Social-FAS e o Fundo de Desenvolvi- plação por sorteio, bem como as regras da contemplação
mento Social-FDS. por lance.

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O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o interesse individual do consorciado. Os grupos de consórcio
caracterizam-se como sociedade não personificada com patrimônio próprio, o qual não deve ser confundido com o pa-
trimônio dos demais grupos nem com o da administradora.

Contemplação no consórcio
A contemplação é atribuição de crédito ao consorciado para a aquisição de bem ou serviço.

FIQUE ATENTO!
O vendedor do consórcio não pode prometer a contemplação imediata. Mesmo se houver quitação ou an-
tecipação do pagamento de prestações, só há duas maneiras de você ser contemplado: o sorteio e o lance.

Os critérios para participar dos sorteios e para oferecimento de lances devem estar previstos no seu contrato, que
deve, inclusive, indicar se há possibilidade de oferecimento de lance ou realização de sorteios pela internet. Os critérios
de desempate também devem estar previamente definidos.
Lembre-se de que as contemplações dependem da existência de recursos em seu grupo.
A contemplação por lance somente pode ocorrer depois de efetuadas as contemplações por sorteio ou se estas não
forem realizadas por insuficiência de recursos do grupo de consórcio.
Uma vez contemplado, o consorciado terá a faculdade de escolher o fornecedor e o bem desde que respeitada a
categoria em que o contrato estiver referenciado.
O fato de a administradora eventualmente ser vinculada a alguma concessionária, revendedora ou montadora de
bens não pode restringir a liberdade de escolha do consorciado.

#FicaDica
O que fazer quando o bem de interesse do consorciado for de valor diferente ao do contrato:
- Para adquirir um bem de maior valor, o consorciado ficará responsável pelo pagamento da diferença de
preço.
- Caso você decida adquirir bem, conjunto de bens, serviço ou conjunto de serviços com preço inferior ao
valor do respectivo crédito, a diferença deve ser utilizada, a seu critério, para:
- pagamento de obrigações financeiras, vinculadas ao bem ou serviço, observado o limite total de 10% do
valor do crédito objeto da contemplação, relativamente às despesas com transferência de propriedade,
tributos, registros cartoriais, instituições de registro e seguros;
- quitação das prestações vincendas na forma estabelecida no contrato;
- devolução do crédito em espécie ao consorciado quando suas obrigações financeiras para com o grupo
estiverem integralmente quitadas.

Corretoras de câmbio

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


As corretoras de câmbio atuam, exclusivamente, no mercado de câmbio, intermediando operações entre clientes e
bancos ou comprando e vendendo moedas estrangeiras de/para seus clientes.
Popularmente conhecidas como casas de câmbio, por sua expressiva atuação na compra e venda de moeda estran-
geira em espécie, as corretoras de câmbio também realizam operações financeiras de ingresso e remessa de valores
do/para o exterior e operações vinculadas a importação e exportação, desde que limitadas ao valor de US$ 100.000,00
ou o seu equivalente em outras moedas.

#FicaDica
Diferença entre banco de câmbio e corretora de câmbio:
A diferença com relação aos bancos que operam em câmbio é que estes, além de atuarem sem limites de
valor, podem realizar outras modalidades de operação como financiamentos a exportações e importações,
adiantamentos sobre contratos de câmbio e operações no mercado futuro de dólar em bolsa de valores.

Cooperativas de Crédito
A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Política Nacional de Cooperativismo como sendo a atividade decorrente das
iniciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias de setor público ou privado, isoladas ou coordenadas entre si,
desde que reconhecido o seu interesse público, e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas. Na lei ficou
estabelecido que celebram o contrato de sociedade cooperativa as pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contri-
buir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro, e
classificou as sociedades cooperativas como:

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• singulares, as constituídas pelo número mínimo de prazo fixo. Além disso, esses bancos repassam recursos
20 (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmen- de instituições oficiais do país, notadamente do BNDES.
te permitida a admissão de pessoas jurídicas que Contam ainda com recursos decorrentes da colocação,
tenham por objeto as mesmas ou correlatas ati- no mercado de capitais, de títulos e debêntures, assim
vidades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, como de venda de quotas de fundos de investimento por
aquelas sem fins lucrativos; eles administrados.
• centrais de cooperativas ou federações de coope-
rativas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três) sin- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
gulares, podendo, excepcionalmente, admitir asso- Social
ciados individuais. O BNDES é a instituição responsável pela política de
Quanto aos tipos de operações a que estão autoriza- investimentos de longo prazo do Governo Federal. É a
das, as cooperativas de crédito podem: principal instituição financeira de fomento do país e tem
• na ponta da captação: a) captar depósitos, somente como objetivos: a) impulsionar o desenvolvimento eco-
de associados, sem emissão de certificado; b) obter nômico e social do país; b) fortalecer o setor empresarial
empréstimos ou repasses de instituições financei- nacional; c) atenuar os desequilíbrios regionais, criando
ras nacionais ou estrangeiras; c) receber recursos novos pólos de produção; d) promover o desenvolvi-
oriundos de fundos oficiais e recursos, em caráter mento integrado das atividades agrícolas, industriais e
eventual, isentos de remuneração, ou a taxas favo- de serviços; e) promover o crescimento e a diversificação
recidas, de qualquer entidade, na forma de doa- das exportações.
ções, empréstimos ou repasses; Para a consecução desses objetivos, conta com um
• na ponta de empréstimos: a) conceder créditos e conjunto de fundos e programas especiais de fomento.
prestar garantias, inclusive em operações realiza- Foi também da responsabilidade do BNDES, durante os
das ao amparo da regulamentação do crédito ru- governos Collor, Itamar e FHC, o encargo de gerir todo o
ral, em favor de produtores rurais, somente a asso- processo de privatização das empresas estatais.
ciados; b) aplicar recursos no mercado financeiro,
inclusive em depósitos à vista e a prazo, com ou As Sociedades Administradoras de Cartões de Cré-
sem a emissão de certificado, observadas eventu- dito
ais restrições legais e regulamentares específicas São empresas prestadoras de serviços, que fazem a
de cada aplicação;
intermediação entre os portadores de cartões, os estabe-
• na ponta de serviços: a) prestar serviços de cobran-
lecimentos afiliados, as bandeiras (Visa, MasterCard etc.)
ça, de custódia, de recebimentos e pagamentos
e as instituições financeiras.
por conta de terceiros, sob convênio com institui-
ções públicas e privadas; b) prestar serviços de cor-
respondente no país, nos termos da regulamenta-
#FicaDica
ção em vigor.
Características
Bancos de Investimento • São empresas NÃO financeiras;
As bases para a criação de bancos de investimento • Constituídas sobre a forma de uma S.A;
no Brasil foram estabelecidas pela Lei n. 4.728/65, que
disciplinou o mercado de capitais, fixou diretrizes para Receitas das Administradoras de Cartão de
seu desenvolvimento, instituiu as condições de acesso Crédito
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a esse mercado e estruturou o sistema de distribuição • Anuidade: cobrada ao portador para se as-
de títulos ou valores mobiliários. Criados para canalizar sociar a sistema de cartão de crédito.
recursos de médio e longo prazo para o suprimento de • Algumas administradoras já estão deixan-
capital fixo ou de giro das empresas privadas, os bancos do de cobrar essa tarifa;
de investimento operam em um segmento bem especí- • Comissão: percentual pago pelo estabe-
fico do sistema de intermediação financeira, viabilizando lecimento a administradora pela utilização
operações diferenciadas, quanto aos prazos e montan-
por parte do usuário;
tes, das praticadas pelos bancos comerciais.
• Remuneração de Garantia e Taxa de Ad-
Em síntese, são as seguintes as operações ativas que
ministração: cobradas ao portador quando
podem ser praticadas pelos BIs: a) empréstimos, a prazo
este efetua compra parceladas pelo cartão.
mínimo de um ano, para financiamento de capital fixo; b)
empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para financia-
mento de capital de giro; c) aquisição de ações, obriga- Administradoras de cartões de crédito em sentido
ções e quaisquer outros títulos e valores mobiliários, para estrito: conceito e fiscalização pelos entes reguladores
investimento ou revenda no mercado de capitais (opera- do Sistema Financeiro Nacional
ções de underwriting); d) repasses de empréstimos ob- Quando não há o pagamento integral da fatura, as
tidos no exterior; e) prestação de garantia em emprés- administradoras de cartão de crédito em sentido estrito
timos no país ou provenientes do exterior; f) gestão de que atuam como emissoras representam o portador do
fundos de investimentos. cartão perante uma instituição financeira, que assume
Para atender a esse conjunto de operações, os ban- a posição de credora na relação jurídica do contrato de
cos de investimentos podem captar recursos no país e no mútuo.
exterior. A captação interna é feita mediante depósitos a

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O art. 17 da Lei nº 4.595/64 determina que só podem Em caso de pagamento inferior ao valor total da fatura
ser consideradas instituições financeiras as pessoas que mensal, o saldo restante passa, automaticamente, ao crédito
tenham como atividade principal ou acessória a coleta, rotativo e é corrigido até que ocorra o pagamento integral.
intermediação ou aplicação de recursos financeiros. Esse pagamento parcial dá ensejo à celebração de um
Em outras palavras, para os efeitos da legislação em contrato de mútuo e, nas hipóteses em que as instituições
vigor, só é instituição financeira a entidade que pratica financeiras são as emissoras do cartão, elas próprias assu-
reiteradamente um conjunto de atos tendentes à finali- mem a posição de mutuante.
dade de intermediação econômica, consistente na apro- Situação diversa ocorre nos casos em que as admi-
ximação entre poupadores e tomadores de recurso. Con- nistradoras em sentido estrito figuram como emissoras,
fira-se o ensinamento da doutrina a esse respeito: porquanto, nessas hipóteses, por não captarem recursos
Outra forma tão ou mais importante de interme- junto aos poupadores e não atuarem como intermedia-
diação financeira consiste na transferência de fundos doras financeiras, elas não podem ser mutuantes. Então,
dos agentes econômicos superavitários para os defi- para financiar as dívidas de seus clientes, elas represen-
citários. Indivíduos e empresas trabalham e produzem, tam os portadores perante instituições financeiras, obten-
gerando renda, ao mesmo tempo em que consomem e do financiamentos cujos encargos são suportados pelos
investem. Tipicamente, ao longo da vida há fases em que clientes. Atuam, pois, como simples mandatárias desses.
se gera mais renda do que é necessário para financiar os A permissão para a administradora obter o financia-
gastos, e outras em que se observa o oposto. No primei- mento é dada pela chamada cláusula-mandato, por meio
ro caso, há um excedente líquido, que pode ser poupado da qual o titular outorga mandato especial para ela re-
para financiar gastos acima da renda em outras fases. presentá-lo junto a qualquer instituição financeira e obter
Um dos principais papeis do sistema financeiro é in- financiamento no valor do saldo devedor.
termediar recursos entre as unidades econômicas que, em Isso porque, como dito, independentemente da natu-
determinado momento, estão superavitárias e as que, na reza da entidade emissora, os financiamentos são feitos
mesma época, estão deficitárias. por bancos, haja vista que as administradoras de car-
(...) tões de crédito não financeiras são proibidas de finan-
De um lado, as instituições financeiras tipicamente ciar seus clientes. Se o fizerem, atuando indevidamente
aceitam pequenas aplicações financeiras, como muitas como instituições financeiras, serão submetidas a sanções
realizadas com o uso da popular caderneta de poupan- administrativas e penais, previstas nas Leis nº 4.595/64 e
ça, juntando-as depois em empréstimos de elevado valor, 7.492/86, respectivamente.
como costuma ser o caso de créditos imobiliários ou às Resta evidente, por conseguinte, que, nos casos em
empresas. Ao fazerem essa transmutação de tamanho, as que não há o pagamento integral da fatura e as adminis-
instituições financeiras permitem que os pequenos poupa- tradoras de cartão de crédito em sentido estrito figuram
dores invistam, indiretamente, em grandes operações, sem como emissoras, essas realizam mera representação do
que seja necessário as partes incorrerem nos elevados cus- portador do cartão (seu cliente) perante uma instituição
tos de transação que seriam inevitáveis no caso de uma financeira, que assume a posição de credora na relação
operação direta. jurídica do contrato de mútuo.
No bojo do plexo de operações envolvidas no siste- Tal representação decorre do mandato conferido pelo
ma de cartões de crédito, as administradoras são tidas titular do cartão e não se confunde, de forma alguma,
como emissoras, ou seja, como entidades que emitem com o conceito técnico de intermediação financeira.
e gerenciam os cartões de crédito, mantendo relaciona- Como mencionado alhures, o art. 17 da Lei nº 4.595/64
mento com o portador para qualquer questão decorrente evidencia que a atividade de intermediação financeira só

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


da posse e do uso de seus cartões. pode estar caracterizada quando presentes alguns pres-
Assim, cabe a tais administradoras a relação com o supostos indispensáveis, consistentes na demonstração
portador do cartão de pagamento quanto à: de que determinado ente atua de forma profissional no
(a) habilitação, sentido de captar recursos junto aos agentes superavitá-
(b) identificação, rios da economia (poupadores), por meio de um plexo de
(c) autorização, ( operações passivas, para transmiti-los aos agentes defi-
d) liberação de limite de crédito ou saldo em conta citários (tomadores), por intermédio de um conjunto de
corrente, operações ativas.
(e) fixação de encargos financeiros, (f) cobrança de De forma bastante simplificada, essa é a tarefa prin-
fatura e ( cipal desempenhada por instituições financeiras. E é o
g) definição de programas de benefícios. descasamento entre os prazos dos dois tipos de operação
(passiva e ativa), combinado ao risco das atividades envol-
Atualmente, no Brasil, dois tipos de instituição podem vidas, um dos fatores que justificam a fiscalização das ins-
emitir cartões de crédito, quais sejam: tituições financeiras por parte das entidades reguladoras.
1) instituições financeiras, que emitem e administram Ora, as administradoras de cartões de crédito em sen-
cartões próprios ou de terceiros e concedem finan- tido estrito não realizam operações passivas de capta-
ciamento direto aos portadores; ção de recursos no mercado (poupança, conta corrente
2) administradoras em sentido estrito, que são em- etc.), nem operações ativas. Isso porque, na qualidade de
presas não financeiras que emitem e administram mandatárias de seus clientes, elas não figuram como cre-
cartões próprios ou de terceiros, mas não finan- doras ou devedoras dos financiamentos obtidos junto a
ciam os seus clientes. bancos.

13
Na relação jurídica atinente a tais contratos de mútuo, instituição financeira, um contrato de abertura de crédito
figuram, como credora, a instituição financeira (que não (ou de financiamento em geral, quais sejam as condições,
se confunde com a administradora em sentido estrito), e, como por exemplo o chamado credit revolving); (...). Desta
como devedor, o portador do cartão, representado pela forma, é difícil de aceitar o papel da sociedade emissora,
administradora. Há, ressalte-se, mera representação, de- senão como um providencial intermediário em favor do
corrente do mandato embutido na operação com cartão fornecedor e da instituição financeira.
de crédito, mas não intermediação financeira propria- No trecho, o doutrinador não diz que a emissora rea-
mente dita. liza intermediação financeira; apenas menciona que ela
Note-se que o fato de a administradora ser interme- faz (mera) intermediação de operação, que beneficia a
diária de operação financeira (entre portador de cartão instituição financeira (pessoa jurídica distinta). Em outra
de crédito e instituição financeira), nesses termos, não passagem da mesma obra, ele deixa clara a distinção en-
significa que ela própria realize intermediação financeira. tre a sociedade emissora do cartão (em sentido estrito) e
Mesmo porque, como dito, não faz parte de sua ativida- a instituição financeira, verbis:
de a captação de recursos de poupadores e sua transmis- A sociedade emite o cartão em favor do titular, que
dele poderá utilizar-se junto à rede de fornecedores, presa
são a tomadores.
por um contrato com a sociedade emissora; o titular auto-
A esse propósito, são bastante elucidativas as pala-
riza ainda a sociedade emissora a contrair financiamento
vras de Eduardo Fortuna, expostas na clássica obra Mer-
com os bancos, em seu nome, o que lhe permitirá saldar as
cado Financeiro: produtos e serviços: contas, em prazo e condições determinados pelos mesmos
As administradoras de Cartões de Crédito não são bancos. (Ressaltou-se)
empresas financeiras e sim empresas prestadoras de ser- No mesmo sentido, Waldo Fazzio Júnior esclarece
viço, que fazem a intermediação entre os portadores de que “a diferença entre os cartões de crédito bancários e
cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras (Visa, não bancários reside na natureza da instituição emissora”
Mastercard etc.) e as instituições financeiras. Eventual- e que
mente, para, entre outras razões, contornar as dificuldades a distinção adquire relevância quando se contemplam
legais e fiscais envolvidas na cobrança das taxas de juros as relações entre usuários e as sociedades administradoras
do parcelamento das vendas a prazo através do cartão, as de cartões. Quando a empresa emissora do cartão não é
administradoras estão se transformando em instituições uma instituição bancária, e em caso de parcelamento do
financeiras (...). (Ressaltou-se) saldo devedor pelo usuário, o contrato já contém estipu-
Ainda, são oportunas as lições do professor Alcio Ma- lação autorizando à administradora valer-se da cláusula-
noel de Sousa Figueiredo: -mandato. (Ressaltou-se)
Da interpretação conjunta dos arts. 17 e 18, da Lei Saliente-se que o Superior Tribunal de Justiça, em
4.595/64, art. 1º da Lei 7.492/86, somente são considera- vários julgados, reconhece a distinção entre as ativida-
das instituições financeiras as empresas públicas ou pri- des desempenhadas por administradoras de cartões de
vadas que efetuem captação de recursos financeiros em crédito em sentido estrito e aquelas desenvolvidas por
moeda corrente, o que não ocorre no contrato de cartão instituições financeiras.
de crédito entre a administradora e o consumidor, haja vis- Nessa linha, cumpre trazer à baila trechos do voto
ta que a relação jurídica entre consumidor e emissora do condutor do acórdão prolatado no julgamento do Re-
curso Especial nº 473.627/RS, em que se discutiu a via-
cartão de crédito consiste na prestação de serviços, para a
bilidade de ajuizamento de ação de prestação de contas
aquisição de produtos e serviços no mercado de consumo. com o objetivo de verificar a exatidão e a legitimidade
(...) dos valores cobrados por administradora de cartão de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Da simples análise das operações econômicas entre a crédito:


emissora do cartão de crédito e o titular do cartão (consu- (...) Os contratos que disciplinam o financiamento
midor), não se verifica qualquer atividade de captação ou parcial das compras do consumidor através de cartão de
intermediação de recursos no mercado financeiro. A busca crédito contêm cláusula segundo a qual a administradora
de recursos para o pagamento das notas de compras em deverá obter, no mercado financeiro, recursos para o par-
poder dos fornecedores credenciados não possui qualquer celamento das compras, o que faz em nome do consumi-
relação jurídica com o contrato de adesão e prestação de dor, como sua procuradora.
serviços que originou as notas de compras efetuadas pelo (...)
consumidor (...). A natureza jurídica desta cláusula é a de contrato
Convém destacar, ademais, que os ensinamentos (acessório) de mandato, inserido no contrato (principal)
de cartão de crédito firmado entre recorrente e recorrida.
doutrinários de Waldirio Bulgarelli corroboram a argu-
Por meio desse mandato, a administradora de cartões de
mentação aqui desenvolvida, porquanto evidenciam que crédito é constituída mandatária para praticar ato no inte-
o cartão de crédito envolve um complexo de operações e resse do titular do cartão de crédito, qual seja, o de saldar
que a ora denominada administradora em sentido estri- o seu débito no vencimento com recursos captados em seu
to, quando atua como mandatária de seus clientes, firma, nome.
em nome deles, contratos de abertura de crédito com (...)
instituições financeiras. Ademais, não é crível que a administradora não consi-
Assim, afirma o autor que “o cartão de crédito é um ga comprovar o valor das despesas efetuadas junto a insti-
negócio jurídico complexo, verdadeira ‘operação polifa- tuições financeiras e que são repassadas ao titular, depois
cética”, que envolve contrato de adesão entre o titular por de serem somadas à remuneração cobrada por ela, a título
si, ou pela sociedade emissora como sua mandatária, e a de custo de financiamento e demais encargos, se os res-

14
pectivos débitos são lançados à conta do usuário do cartão Por onde quer que se veja a questão, deve-se concluir
em valor determinado pela própria administradora. Des- que há estreita cooperação entre a instituição financeira, a
tarte, o interesse do mandante é patente, haja vista que, administradora do cartão de crédito e a ‘bandeira’, pois só
segundo jurisprudência do STJ, esse “tem o direito de saber assim a prestação do serviço se torna viável.(Ressaltou-se)
como a mandatária está cumprindo com a sua obrigação, Assim, como demonstrado, as administradoras de car-
que deve ser a de preservar o interesse da mandante e ce- tão de crédito em sentido estrito não exploram dinheiro
lebrar contratos mais favoráveis à pessoa que representa.” como mercadoria, haja vista que o objeto principal de sua
(RESP 457.391/RS, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ de atividade é a prestação remunerada de serviços, consisten-
16.12.2002). tes na concessão de autorizações de compras, na resolu-
Cumpre salientar que o art. 1º, § 1º, inciso VI, da Lei ção de questões decorrentes da posse e do uso do cartão
Complementar nº 105/01 não justifica a classificação e no pagamento das transações procedidas pelo portador,
das administradoras de cartões de crédito como institui- entre outros.
ções financeiras, porquanto nesse dispositivo está dito, Destarte, sendo apenas empresas comerciais e pres-
de forma peremptória, que aquelas empresas são con- tadoras de serviços, elas não se inserem na definição
sideradas instituições financeiras tão somente para os contida no art. 17 da Lei nº 4.595/64. Por isso, não preci-
efeitos da referida Lei Complementar. É o que demons- sam de autorização do Banco Central do Brasil para fun-
tra o pronunciamento do saudoso Min. Carlos Alberto cionar e não sofrem a ingerência direta dessa autarquia e
Menezes Direito no julgamento do Recurso Especial nº do Conselho Monetário Nacional.
466.784/RS (Terceira Turma, DJ de 25/8/2003), in verbis: Destaque-se, ao ensejo, que, no caso das adminis-
Entendo, tal e qual o Acórdão recorrido, que as admi- tradoras de cartão de crédito que, a um só tempo, são
nistradoras de cartão de crédito não são instituições fi- instituições financeiras, recaem sobre elas a referida re-
nanceiras, como destaquei em voto no REsp nº 399.353/ gulação e a supervisão, nos termos do art. 10, inciso IX,
RS, antes mencionado, pedindo vênia para reproduzir o da Lei nº 4.595/64.
trecho que se segue, verbis:
“(...) Sociedades de Crédito, Financiamento e Investi-
Mas, de todos os modos, até o momento não encontro mento
razão suficiente para alterar meu convencimento. Nem As sociedades de crédito, financiamento e investi-
mento surgiram espontaneamente no país, nos primeiros
mesmo com a Lei Complementar nº 105, de 10 de janei-
anos do pós-guerra, para atender à demanda de crédi-
ro de 2001, que dispõe sobre o sigilo nas operações de
to a prazos médio e longo, gerada pela implantaçäo de
instituições financeiras, entende que as administradoras
novos setores industriais, produtores de bens de capital
são instituições financeiras. O que a Lei Complementar
e de bens duráveis de consumo. Atualmente, as socieda-
estabeleceu foi a equiparação delas às instituições finan-
des de crédito, financiamento e investimento estäo, em
ceiras para efeito do sigilo ‘em suas operações ativas e
sua maioria, integradas em bancos múltiplos.
passivas e serviços prestados’. Mas, não teve ela o condão
de modificar a natureza jurídica do contrato decorrente
Bancos de Desenvolvimento
da utilização de cartão de crédito, que, a meu sentir, não é Os bancos estaduais de desenvolvimento, ainda exis-
financeira, mas, como assinalou Nelson Eizerik, ‘contrato tentes, são instituições financeiras controladas pelos
misto, de prestação de serviços e de garantia do paga- governos estaduais e destinadas ao fornecimento de
mento dos bens e serviços adquiridos por parte do titu- crédito de médio e longo prazo às empresas localizadas
lar’”. (sem destaque no original). nos respectivos estados. Normalmente operam como

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Ressalte-se, finalmente, a existência de precedente órgãos financeiros repassadores de recursos do BNDES.
do Superior Tribunal de Justiça no qual os Ministros, por
unanimidade, reconheceram que, no mercado de car- Companhias Hipotecárias
tões de crédito, existe uma ampla cadeia de serviços, na O Banco Central autorizou o funcionamento
qual atuam as administradoras de cartões de crédito e dessas companhias através da resolução 2.122, de
as instituições financeiras, entidades distintas. O voto da 30/11/94. As companhias hipotecárias podem captar
Eminente Relatora, Ministra Nancy Andrighi, é elucidati- recursos através da emissão de letras e cédulas hipo-
vo a esse respeito: tecárias, debêntures e outras formas de captação devi-
Na hipótese concreta, há uma verdadeira cadeia de damente autorizada pelo Banco Central. Podem obter
fornecimento de serviços. Há clara colaboração entre a empréstimos e financiamentos no país e no exterior,
instituição financeira, a administradora do cartão de cré- cujo objetivo básico é oferecer crédito para a produção,
dito e a ‘bandeira’ Visa, que fornecem serviços conjunta- reforma ou comercialização de imóveis e lotes urbanos.
mente e de forma coordenada.
Independente de manter relação contratual com o au- Agências de Fomento
tor, não administrar cartões de crédito e não proceder ao A Resolução nº 2.828, de 30/03/2001, do Banco
bloqueio do cartão, as ‘bandeiras’, de que são exemplos Central, estabeleceu as regras atuais que dispõem so-
Visa, Mastercard e American Express , concedem o uso de bre a constituição e o funcionamento das agências de
sua marca para a efetivação de serviços, em razão da cre- fomento. A expressão “Agência de Fomento”, acrescida
dibilidade no mercado em que atuam, o que atrai consu- da indicação da unidade da federação que a controla,
midores e gera lucro. deve constar, obrigatoriamente, da denominação social
dessas sociedades.

15
As agências de fomento somente podem praticar - Operações de arrendamento mercantil de bens mó-
operações de repasse de recursos captados no país e no veis, de produção nacional ou estrangeira,
exterior, orginários de: a) fundos constitucionais; b) or- - Operações de arrendamento mercantil bens imóveis
çamentos federal, estaduais e municipais; c) organismos adquiridos pela entidade arrendadora para fins de
e instituições financeiras nacionais e internacionais de uso próprio do arrendatário.
desenvolvimento.
Às agências de fomento são facultadas: a) a realiza- Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobi-
ção de operações de financiamento de capitais fixo e liários
de giro associados a projetos na unidade da federação As corretoras são instituições típicas do mercado fi-
onde tenham sede; b) a prestação de garantias, na forma nanceiro que atuam na bolsa de valores e de mercado-
da regulamentação em vigor; c) a prestação de serviços rias, comprando, vendendo e administrando esses valo-
de consultoria e de agente financeiro; d) a prestação de res como representante dos investidores.
administrador de fundos de desenvolvimento, observa-
do o disposto no artigo 35 da Lei Complementar 101, de Características
04/05/2000. • Operam com compra, venda e distribuição de títulos
Às agências de fomento são vedados: a) o acesso a e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de
linhas de assistência financeira e de redesconto do Ban- terceiros;
co Central; b) o acesso à conta Reservas Bancárias no • Constituídas sob a forma de sociedade anônima
Banco Central; c) a captação de recursos junto ao públi- (S.A.) ou por quotas de responsabilidade limitada
co, inclusive o de recursos externos; d) a contratação de (LTDA);
depósitos interfinanceiros – DI – na qualidade de depo- • A constituição e o funcionamento dependem de au-
sitante ou depositária; e) a participação societária, direta torização do BACEN;
ou indireta, no país ou no exterior, em outras instituições • O exercício de sua atividade depende de aprovação
financeiras e em outras empresas coligadas ou controla- da CVM;
das, direta ou indiretamente, pela unidade da federação
que detenha seu controle. Atividades
As agência de fomento devem observar limites mí- • Operar em bolsas de valores, subscrever emissões
nimos de capital realizado e patrimônio de referência – de títulos e valores mobiliários no mercado;
PR – de R$4 milhões e o seu patrimônio líquido exigido • Comprar e vender títulos e valores mobiliários por
– PLE – deve seguir as regras do Acordo de Basiléia com conta própria e de terceiros;
um fator de alavancagem de recursos equivalente a 3,3 • Encarregar-se da administração de carteiras e da
vezes o PLE. custódia de títulos e valores mobiliários;
• Exercer funções de agente fiduciário; instituir, orga-
Sociedades de arrendamento mercantil. nizar e administrar fundos e clubes de investimen-
São sociedades constituídas sob a forma de socieda- to;
de anônima cuja atividade principal é o leasing. • Emitir certificados de depósito de ações e cédulas
Leasing ou locação financeira ou arrendamento pignoratícias de debêntures;
mercantil, é um contrato através do qual a arrendado- • Intermediar operações de câmbio;
ra ou locadora (a empresa que se dedica à exploração • Praticar operações no mercado de câmbio de taxas
de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente flutuantes;
(o arrendatário, ou locatário) para, em seguida, alugá-lo • Praticar operações de conta margem;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a este último, por um prazo determinado. • Realizar operações compromissadas;


• Praticar operações de compra e venda de metais
Características: preciosos, no mercado físico, por conta própria e
- O lucro da atividade está associado ao uso do equi- de terceiros;
pamento e não a atividade; • Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por
- Operações semelhantes à locação, tendo o cliente conta própria e de terceiros.
ao final do contrato renovar, devolver ou adquirir
o bem; São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil
- Constituída sob a forma de sociedade anônima; (Resolução CMN 1.655, de 1989). Os FUNDOS DE INVES-
- Denominação social: “Arrendamento Mercantil”; TIMENTO, administrados por corretoras ou outros in-
- São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil termediários financeiros, são constituídos sob forma de
(Resolução CMN 2.309, de 1996). condomínio e representam a reunião de recursos para
a aplicação em carteira diversificada de títulos e valores
Operações passivas: mobiliários, com o objetivo de propiciar aos condôminos
- Emissão de debêntures, valorização de quotas, a um custo global mais baixo. A
- Dívida externa, normatização, concessão de autorização, registro e a su-
- Empréstimos e pervisão dos fundos de investimento são de competên-
- Financiamentos de instituições financeiras. cia da Comissão de Valores Mobiliários.
Operações ativas:
- Títulos da dívida pública,
- Cessão de direitos creditórios e,

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Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores - Financiamento de capital de giro a empresas incor-
Mobiliários poradoras, produtoras e distribuidoras de material
São instituições financeiras também autorizadas a de construção
funcionar pelo Banco Central do Brasil e pela CVM, atuan-
do na intermediação de títulos e valores mobiliários. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Até o início de março de 2009, as Sociedades Distri- Buscam facilitar o acesso ao crédito da população
buidoras de Títulos e Valores Mobiliários não estavam com acesso restrito ao sistema bancário tradicional. É
autorizadas a operar em bolsas de valores e, quando o constituída na forma de companhia fechada, conforme a
faziam, operavam por meio de uma Corretora de Valores. lei 6.404, de 15/12/76. Essas sociedades podem conce-
Contudo, em 02.03.2009, a Decisão-Conjunta BACEN/ der empréstimos e prestar garantias a pessoas físicas ou
CVM Nº 17 estabeleceu que as Sociedades Distribuido- microempresas para investimentos de pequeno porte, de
ras de Títulos e Valores Mobiliários ficariam autorizadas natureza profissional, comercial ou industrial.
a operar diretamente nos ambientes e sistemas de ne-
gociação dos mercados organizados de bolsa de valores.
Associações de poupança e empréstimo (APE)
Da mesma forma que as Corretoras, as Distribuidoras
As associações de poupança e empréstimo são cons-
de Valores cobram taxas e comissões por seus serviços.
tituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de proprie-
Características dade comum de seus associados.
- São constituídas sob a forma de sociedade anônima
(S.A.) ou por quotas de responsabilidade limitada Características:
(LTDA); - Sem finalidade de lucro;
- Em sua denominação social deve constar a expres- - Sociedade civil (os poupadores são proprietários da
são “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”. associação);
- São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil - A remuneração da poupança funciona com dividen-
(Resolução CMN 1.120, de 1986). dos;

Atividades Operações ativas


- Intermedeiam a oferta pública e distribuição de títu- - Financiamento imobiliário (Sistema Financeiro da
los e valores mobiliários no mercado; Habitação);
- Administram e custodiam as carteiras de títulos e
valores mobiliários; Operações passivas
- Instituem, organizam e administram fundos e clubes - Emissão de letras e cédulas hipotecárias,
de investimento; - Depósitos de cadernetas de poupança,
- Operam no mercado acionário, comprando, ven- - Depósitos interfinanceiros e
dendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, - Empréstimos externos.
inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros;
- Fazem a intermediação com as bolsas de valores e Exemplo: POUPEX, poupança do exército administra-
de mercadorias; da pelo BB.
- Efetuam lançamentos públicos de ações;
- Operam no mercado aberto e intermedeiam opera- Instituições de Pagamento
ções de câmbio. Instituição de pagamento (IP) é a pessoa jurídica que

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


viabiliza serviços de compra e venda e de movimentação
Sociedades de crédito imobiliário (SCI)
de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento,
As sociedades de crédito imobiliário são instituições
sem a possibilidade de conceder empréstimos e finan-
financeiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de
1964, para atuar no financiamento habitacional. ciamentos a seus clientes.
As instituições de pagamento possibilitam ao cida-
Características: dão realizar pagamentos independentemente de relacio-
- Entidade com fins lucrativos; namentos com bancos e outras instituições financeiras.
- Constituídas sob a forma de sociedade anônima Com o recurso financeiro movimentável, por exemplo,
(S.A.); por meio de um cartão pré-pago ou de um telefone ce-
- Denominação social a expressão “Crédito Imobili- lular, o usuário pode portar valores e efetuar transações
ário”; sem estar com moeda em espécie. Graças à interopera-
bilidade, o usuário pode, ainda, receber e enviar dinheiro
Operações passivas para bancos e outras instituições de pagamento.
- Depósitos de poupança, Importante lembrar que serviços de pagamento são
- Emissão de letras e cédulas hipotecárias prestados não só por IPs, mas também por instituições
- Depósitos interfinanceiros. financeiras, especialmente bancos, financeiras e coope-
rativas de crédito.
Operações ativas Nesse tipo de transação, é necessário haver:
- Financiamento para construção de habitações, • uma instituição de pagamento ou uma instituição
- Abertura de crédito para compra ou construção de financeira que tenham aderido a um arranjo de pa-
casa própria, gamento;

17
• o instrumento de pagamento, que é o dispositivo No atual regime de metas para a inflação, o princi-
utilizado para comprar produtos/serviços ou para pal objetivo da política monetária implementada pelo
transferir recursos, como o cartão de débito ou de Copom é o alcance das metas de inflação estabelecidas
crédito, o boleto ou o telefone celular; pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Se, em um
• o instituidor do arranjo de pagamento, que é a pes- determinado ano, a inflação ultrapassar a meta estabe-
soa jurídica responsável pela criação e organização lecida pelo CMN, o presidente do Banco Central deverá
do arranjo, como as bandeiras de cartão de crédito; encaminhar uma Carta Aberta ao ministro da Fazenda,
• os arranjos de pagamento criados pelo instituidor, explicando as razões do não cumprimento da meta, bem
que são as regras e procedimentos que disciplinam como as medidas necessárias para trazer a inflação de
a prestação de serviços de pagamento ao público; volta à trajetória predefinida e o tempo esperado para
entre estas regras estão: que essas medidas surtam efeito.
- os prazos de liquidação; Para manter a inflação controlada, um rigoroso con-
- as condições para uma instituição de pagamento ou trole sobre o consumo e os preços vem sendo efetuado
financeira aderir ao arranjo; desde então pelo Banco Central, aquecendo ou desaque-
- as regras de segurança para proteger consumidores cendo a economia, através de seu principal instrumento
e lojistas de riscos, fraudes, clonagem de cartões de política monetária: a Taxa Selic.
etc.
Taxa Selic
Todos os envolvidos no pagamento devem aderir e Também chamada de taxa básica de juros da econo-
aceitar as regras do arranjo (emissores dos instrumentos mia brasileira, a Taxa Selic é a taxa de financiamento uti-
de pagamento e credenciadores desses instrumentos). A lizada no mercado interbancário para remunerar as ope-
participação em um arranjo une todos os integrantes da rações de um dia de duração (overnight), que possuem
cadeia de pagamento, permitindo que, por meio de suas lastro em títulos públicos federais listados e negociados
instituições, o pagador e o recebedor consigam realizar e no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC)
aceitar pagamentos; do Banco Central do Brasil (BC). Em outras palavras, a
• a conta de pagamento, que é o registro individua- Taxa Selic é a taxa de juros utilizada para transações de
lizado das transações (transferências, pagamento empréstimo de curto prazo de banco para banco, que
de contas e de compras, saques e aportes). utilizam títulos públicos federais como garantia, visando
Instituições de pagamento não são instituições finan- reduzir o risco, e, consequentemente, a remuneração da
ceiras, portanto não podem realizar atividades privativas transação. Essa taxa é expressa na forma anual para 252
destas instituições, como empréstimos e financiamentos. dias úteis.
Ainda assim, estão sujeitas à supervisão do Banco Cen- Como os bancos utilizam títulos públicos federais
tral. Devem constituir-se como sociedade empresária li- como lastro para as operações registradas no Sistema
mitada ou anônima.´ Especial de Liquidação e de Custódia, transferindo todo
o risco final para o Governo Federal, e como o prazo des-
Copom sas operações é o mais curto possível, de apenas um dia,
O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão a Taxa Selic acaba sendo utilizada como referência para
decisório da política monetária do Banco Central do Bra- todas as demais taxas de juros utilizadas na economia
sil (BC) e o responsável por estabelecer a meta para a brasileira. Essa taxa não é fixa e varia praticamente todos
Taxa Selic. O Copom foi constituído em 20 de Junho de os dias, mas dentro de um intervalo de oscilação muito
1996, com o objetivo de estabelecer um ritual adequado pequeno, já que, na grande maioria das vezes, ela tende
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ao processo decisório de política monetária e aprimorar a se aproximar da meta da Taxa Selic, determinada a cada
sua transparência. 45 (quarenta e cinco) dias pelo Comitê de Política Mone-
Formalmente, os objetivos do Copom são: “imple- tária (Copom) do Banco Central (BC).
mentar a politica monetária, definir a meta da Taxa Selic É a partir da Taxa Selic que os bancos definem a re-
e seu eventual viés, e analisar o Relatório da Inflação”. A muneração de algumas aplicações financeiras realizadas
taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para por seus clientes. A Taxa Selic também é usada como
a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com referência de juros para empréstimos e financiamentos.
lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial Vale ressaltar que a Taxa Selic não é a utilizada para em-
de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o pe- préstimos e financiamentos na ponta final (pessoas físi-
ríodo entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, cas e empresas). Os bancos tomam dinheiro emprestado
o Copom também pode definir o viés, que é a prerroga- pela Taxa Selic, porém ao emprestar para seus clientes a
tiva dada ao presidente do Banco Central para alterar, na taxa de juros bancários é muito maior. Isto ocorre, pois
direção do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer mo- os bancos embutem seu lucro, custos operacionais e ris-
mento entre as reuniões ordinárias. (BANCO CENTRAL, cos de não obter de volta o valor emprestado. 
2014,p. 1)
Elevação da Taxa Selic
Copom e Inflação A Taxa Selic é aumentada para que não ocorram re-
O Brasil possui um sistema de metas para inflação marcações de preços. Sempre que os valores sobem aci-
que foi instituído em Junho de 1999 pelo Banco Central ma do estabelecido, o Banco Central utiliza a taxa de juro
(BC). O indicador considerado para mensuração da infla- para diminuir o dinheiro em circulação, conter a expan-
ção é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). são do crédito e, assim, evitar que a espiral inflacionária

18
dispare. Com menos pessoas e empresas consumindo para a seleção das ações que formam determinado índi-
bens e serviços, os preços tendem a cair. Sempre que a ce são definidas pela própria bolsa de valores. A variação
Taxa Selic sobe, o juro sobre a dívida pública cresce. destes índices funciona como um termômetro para se
Metade da dívida pública brasileira é atrelada ao juro. avaliar o desempenho médio dos ativos negociados na
Toda vez que o Copom eleva os juros para combater a bolsa de valores.
inflação, essa metade da dívida aumenta. Como países
com dívida alta em relação ao PIB precisam de juros mais Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
altos, cria-se um círculo vicioso do qual só se sai com A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBO-
cortes profundos de gastos. VESPA) foi criada em maio de 2008 com a integração da
  Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bovespa
Redução da Taxa Selic Holding. Juntas, essas companhias originaram uma das
Quando há redução da Taxa Selic  a economia fica maiores bolsas do mundo em valor de mercado.
estimulada e há crescimento. O efeito é exatamente o
inverso daquele obtido pelo aumento da taxa de juros: Negociações
o sistema de crédito cresce, o volume de dinheiro em • Compra e venda de ações (empresas de sociedade
circulação aumenta e as pessoas consomem mais. A faci- aberta: Petrobrás);
lidade em obter financiamentos pode, por exemplo, fazer • Ouro;
com que as pequenas empresas cresçam, novos negó- • Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto);
cios surjam e os empregos se multipliquem. • Ativos (títulos públicos federais);
Uma redução abrupta da taxa de juros pode trazer • Fundos (imobiliários);
inflação, tamanho é o estímulo dado à economia. Existe • Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo
também certo consenso de que os juros reais – que é o de Desenvolvimento Limpo);
resultado da Taxa Selic menos a inflação anual – não po- • Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps
dem ficar abaixo de oito por cento ao ano, sob o risco de (mercadoria ou ativo financeiro);
despertar o dragão inflacionário. Abaixo desse patamar, • Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, mi-
a economia ficaria sujeita a dois choques. Um interno, lho);
devido ao superaquecimento da atividade, que causa in-
flação. Outro externo, porque os juros passariam a ser Clearings e Central Depositária
menos atraentes para os investidores, o que levaria à É a responsável pela compensação e liquidação das
uma fuga de capitais e disparada do dólar. operações realizadas nos mercados a vista e de liquida-
Basicamente todo o funcionamento do juros no mer- ção futura, bem como pelo registro e pelo controle das
cado financeiro vem das decisões tomadas pelo Copom, operações de empréstimo de títulos (BTC).
as quais as ordens são passadas pela CMN com o objeti-
vo especifico de controlar a inflação do país. Central Depositária
Local onde ficam guardadas as ações, em contas de
Bolsa de Valores custódia (semelhantes a contas correntes).
O termo bolsa de valores refere-se ao ambiente onde
são realizados negócios envolvendo ações, títulos de Agentes de compensação
renda fixa, títulos públicos federais, moedas, commodi- São instituições responsáveis por receber ações e di-
ties agropecuárias e diversos tipos de derivativos finan- nheiro, das corretoras que intermediaram as operações,
ceiros, como as opções de compra e venda de ações e os e repassá-los para a central depositária da Bolsa (podem

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


contratos futuros.  ser as corretoras).
Uma bolsa de valores funciona como um mercado
organizado, que promove o encontro entre investidores Agente de custódia
interessados em negociar valores e mercadorias. A bol- É responsável pela manutenção da conta de custódia
sa de valores também é responsável por estabelecer as do investidor (podem ser as corretoras).
regras de negociação e por criar um ambiente seguro e
transparente para a realização destes negócios.   Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC)
Por meio de sua plataforma de negociação, a bolsa O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Se-
de valores realiza o registro, a compensação, a liquida- lic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informati-
ção e a listagem de todos os ativos e valores mobiliários zado que se destina à custódia de títulos escriturais de
negociados, assim como divulga diversas informações de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à
suporte ao mercado. liquidação de operações com esses títulos.
A bolsa de valores também pode atuar como depo- As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio
sitária central dos ativos negociados em seus ambientes do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery
(agente de custódia), exercer atividades de gerenciamen- versus Payment — DVP), que opera no conceito de Liqui-
to de riscos das operações realizadas por meio de seus dação Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações
sistemas (agente de clearing), além de licenciar softwares liquidadas uma a uma por seus valores brutos em tempo
e índices. real.
Cada bolsa de valores possui seus próprios índices, O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos
compostos pela performance das cotações de um nú- pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e
mero pré-estabelecido de ações de empresas. As regras nessa condição processa, relativamente a esses títulos,

19
a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custó- tódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por
dia. O sistema processa também a liquidação das ope- parte do comprador. Se a conta de custódia do vende-
rações definitivas e compromissadas registradas em seu dor não apresentar saldo suficiente de títulos, a opera-
ambiente, observando o modelo 1 de entrega contrapa- ção é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60
gamento. Todos os títulos são escriturais, isto é, emiti- minutos ou até 18h30, o que ocorrer primeiro (não se
dos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da enquadram nessa restrição as operações de venda de
ponta financeira de cada operação é realizada por inter- títulos adquiridos em leilão primário realizado no dia).
médio do Sistema de Transferência de Reservas (STR), ao A operação só é encaminhada ao STR para liquida-
qual o SELIC é interligado. ção da ponta financeira após o bloqueio dos títulos ne-
O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil gociados, sendo que a não liquidação por insuficiência
e é por ele operado em parceria com a Anbima, tem seus de fundos implica sua rejeição pelo STR e, em seguida,
centros operacionais (centro principal e centro de con- pelo SELIC. Na forma do regulamento do sistema, são
tingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. Para admitidas algumas associações de operações. Nesses ca-
comandar operações, os participantes liquidantes e os sos, embora ao final a liquidação seja feita operação por
participantes responsáveis por sistemas de compensação operação, são considerados, na verificação da disponibi-
e de liquidação encaminham mensagens por intermédio lidade de títulos e de recursos financeiros, os resultados
da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN), obser- líquidos relacionados com o conjunto de operações as-
vando padrões e procedimentos previstos em manuais sociadas.
específicos da rede. Os demais participantes utilizam ou- O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Se-
tras redes, conforme procedimentos previstos no regula- lic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informati-
mento do sistema. zado que se destina à custódia de títulos escriturais de
Participam do sistema, na qualidade de titular de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à
conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco liquidação de operações com esses títulos.
Central do Brasil, bancos comerciais, bancos múltiplos, As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio
bancos de investimento, caixas econômicas, distribuido- do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery
ras e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades versus Payment — DVP), que opera no conceito de Liqui-
operadoras de serviços de compensação e de liquidação, dação Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações
fundos de investimento e diversas outras instituições in- liquidadas uma a uma por seus valores brutos em tempo
tegrantes do Sistema Financeiro Nacional. real.
São considerados liquidantes, respondendo direta- Além do sistema de custódia de títulos e de registro
mente pela liquidação financeira de operações, além e liquidação de operações, integram o Selic os seguintes
do Banco Central do Brasil, os participantes titulares de módulos complementares:
conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa situa- a) Oferta Pública (Ofpub);
ção, obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos b) Oferta a Dealers (Ofdealers);
múltiplos com carteira comercial e as caixas econômi- c) Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e
cas, e, opcionalmente, os bancos de investimento. d) Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação).
s não liquidantes pagam suas operações por inter-
médio de participantes liquidantes, conforme acordo Os módulos Ofpub e Ofdealers são sistemas eletrô-
entre as partes, e operam dentro de limites fixados por nicos que têm por finalidade acolher propostas e apu-
eles. Cada participante não liquidante pode utilizar os rar resultados de ofertas públicas (leilões) de venda ou
serviços de mais de um participante liquidante, exceto de compra definitiva de títulos; de venda de títulos com
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

no caso de operações específicas, previstas no regu- compromisso de recompra ou de compra de títulos com
lamento do sistema, tais como pagamento de juros e compromisso de revenda; e de outras operações, a cri-
resgate de títulos, que são obrigatoriamente liquidadas tério do Administrador do Selic. Podem participar do
por intermédio de um liquidante-padrão previamente Ofpub todas as instituições financeiras e demais insti-
indicado pelo participante não liquidante. tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Os participantes não liquidantes são classificados Brasil, desde que participantes do Selic. Já do Ofdealers
como autônomos ou como subordinados, conforme re- participam apenas as instituições credenciadas a operar
gistrem suas operações diretamente ou o façam por in- com o Departamento de Operações do Mercado Aberto
termédio de seu liquidante-padrão. Os fundos de inves- (Demab) do Banco Central do Brasil e com a Coordena-
timento são normalmente subordinados e as corretoras ção-Geral de Operações da Dívida Pública (Codip) da Se-
e distribuidoras, normalmente autônomas. cretaria do Tesouro Nacional.
As entidades responsáveis por sistemas de com- O módulo Lastro tem por finalidade auxiliar a espe-
pensação e de liquidação são obrigatoriamente parti- cificação dos títulos objeto das operações compromissa-
cipantes autônomos. Também, obrigatoriamente, são das (venda ou compra de títulos com o compromisso de
participantes subordinados as sociedades seguradoras, recompra ou revenda).
as sociedades de capitalização, as entidades abertas de O módulo Negociação consiste em uma plataforma
previdência, as entidades fechadas de previdência e as eletrônica de negociação de títulos públicos federais
resseguradoras locais. acessível aos participantes do Selic. O módulo dispõe
Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo de duas funções: Negociação, para o cadastramento
real, a liquidação de operações é sempre condicionada de ordens de compra e de venda e o fechamento dos
à disponibilidade do título negociado na conta de cus- negócios; e Especificação, para a definição das contas e

20
dos percentuais de distribuição, entre essas contas, da sociedade brasileira. A empresa é, também, a maior de-
quantidade negociada em cada ordem. As duas funções positária de títulos privados de renda fixa da América
são exclusivas dos dealers. Os demais participantes têm Latina e a maior câmara de ativos privados do país.
acesso apenas para fins de consulta de ordens e taxas. É
permitido, contudo, que os dealers especifiquem ordens Participantes
para terceiros, por meio da utilização de sua conta de Fundos de investimento; bancos comerciais, múlti-
corretagem (intermediação). O funcionamento do mó- plos e de investimento; corretoras e distribuidoras; fi-
dulo Negociação encontra-se disciplinado na Carta-Cir- nanceiras, consórcios, empresas de leasing e crédito
cular 3.568, de 19/10/2012. imobiliário; cooperativas de crédito e investidores es-
A administração do Selic e de seus módulos comple- trangeiros; e empresas não financeiras, como fundações,
mentares é de competência exclusiva do Demab e o sis- concessionárias de veículos e seguradoras.
tema é operado em parceria com a Associação Brasilei-
ra das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais Organização
(Anbima). A Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Deriva-
tivos é uma sociedade anônima de capital aberto, cuja
Base Regulamentar instância máxima de decisões é a Assembleia de Acio-
A implantação do Selic ocorreu em 14/11/1979, sob a nistas.
égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco Central
do Brasil, que aprovou o Regulamento do Sistema Espe- Custódia
cial de Liquidação e de Custódia de Letras do Tesouro A custódia de todos os ativos registrados na Cetip
Nacional. é feita de forma escritural, desmaterializada e segrega-
A Circular 3.587, de 26/3/2012, com alterações da da, por meio de registro eletrônico, em conta aberta em
Circular 3.610, de 26/9/2012, normativo atualmente em nome do titular.
vigor, aprovou algumas alterações; dentre elas, as princi-
pais foram: implantação das operações compromissadas Liquidação Financeira
longas, permitindo três novos tipos de compromisso (de Compensação multilateral entre todas as instituições
revenda conjugado com o de recompra para liquidação participantes;
a qualquer tempo, durante determinado prazo, a critério Compensação bilateral (entre dois participantes);
de qualquer das partes; de recompra liquidável, a cri- Valor bruto de cada operação realizada, lançada dire-
tério exclusivo do comprador, em data determinada ou tamente nas contas dos bancos no STR;
dentro de prazo estabelecido; e de revenda liquidável, a Book transfer, transferência entre contas, quando es-
critério exclusivo do vendedor, em data determinada ou tiverem sob um mesmo banco liquidante.3
dentro de prazo estabelecido); módulo de negociação
eletrônica e registro de promessa de compra ou de ven-
da, que permite o registro antecipado de negócios com
investidores estrangeiros com a liquidação ocorrendo FIQUE ATENTO!
dois ou três dias depois. Em 2017, após a fusão da Bolsa de Valo-
A Circular 3.610, de 26/9/2012 trouxe alterações à res, Mercadorias e Futuros de São Paulo
Circular 3587, como, por exemplo, a inclusão da hipó- (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia
tese de transmissão automática de comandos no Selic e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP),
oriundos do módulo Negociação. foi criada a B3, que é hoje, a bolsa de valores

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


A íntegra das circulares pode ser obtida por meio da oficial do Brasil.
ferramenta de “Busca de Normas”, disponível no site do
Banco Central do Brasil.

Documentação
O Manual do Usuário do Selic (MUS) descreve os EXERCÍCIOS COMENTADOS
principais recursos e os diferentes controles e comandos
utilizados no sistema. Foi elaborado com o intuito de 1. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL) Admita
auxiliar o usuário do Selic a entender as suas funcionali- que um empresário brasileiro, acionista majoritário de
dades básicas, explicando os procedimentos necessários uma empresa em situação pré-falimentar, venha a ser
ao perfeito e adequado uso do sistema. acusado pelos acionistas minoritários de uso de infor-
mação privilegiada e manipulação de preços das ações
Central de Liquidação Financeira e de Custódia de negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
Títulos (CETIP) de São Paulo (BM&F Bovespa). O órgão responsável pelo
Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma eventual julgamento do processo administrativo contra
companhia de capital aberto que oferece produtos e o empresário é o(a)
serviços de registro, custódia, negociação e liquidação
de ativos e títulos. Por meio de soluções de tecnologia e
infraestrutura, proporciona liquidez, segurança e trans-
parência para as operações financeiras, contribuindo 3Fonte:www.cetip.com.br/www.jlpsmatos.blogspot.com.br/www.pt.s-
cribd.com/Raul Dutra/www.bcb.gov.br/www.br.advfn.com/www.por-
para o desenvolvimento sustentável do mercado e da
taleducacao.com.br/www.jus.com.br/www.ufrgs.br

21
a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Resposta: Letra E. Essa está simples de associar a al-
b) Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo ternativa correta, pois, falar em COPOM é falar em taxa
(BM&F Bovespa) de juros, portanto, alternativa E.
c) Supremo Tribunal Federal (STF)
e) Supremo Tribunal de Justiça (STJ) 3. (IADES/2018 – IGEPREV/PA) Os bancos múltiplos
e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são instituições financeiras privadas ou públicas, que
realizam as operações ativas, passivas e acessórias das
Resposta: Letra E. Nos termos da legislação, o exercí- diversas instituições financeiras. A respeito das carteiras
cio das atribuições da CVM tem como objetivo: que um banco múltiplo pode operar, assinale a alterna-
1. Estimular a formação de poupança e sua aplicação tiva correta.
em valores mobiliários;
2. Promover a expansão e o funcionamento eficiente a) A carteira de desenvolvimento pode ser operada por
e regular do mercado de ações e estimular as apli- instituições públicas ou privadas.
cações permanentes em ações do capital social de b) Bancos múltiplos devem operar, no mínimo, duas car-
companhias abertas sob controle de capitais privados teiras, sendo uma delas obrigatoriamente a carteira
nacionais; comercial.
3. Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos c) Somente bancos múltiplos com carteira comercial são
mercados de bolsa e de balcão; autorizados a captar depósitos à vista.
4. Proteger os titulares de valores mobiliários e os inves- d) Bancos múltiplos privados não são autorizados a ope-
tidores do mercado contra: rar a carteira de investimento.
a.) emissões irregulares de valores mobiliários; e) Bancos múltiplos organizados sob a forma de socie-
b.) atos ilegais de administradores e acionistas das dade limitada só podem operar uma única carteira.
companhias abertas, ou de administradores de carteira
de valores mobiliários; Resposta: Letra C. Em “a”, Errado – não pode ser ope-
rada por instituição privada.
c.) o uso de informação relevante não divulgada no
Em “b”, Errado – a obrigatoriedade se aplica à carteira
mercado de valores mobiliários.
comercial ou investimento.
5. evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipula-
Em “d”, Errado – investimento é uma das duas carteiras
ção destinadas a criar condições artificiais de demanda,
que o banco múltiplo obrigatoriamente deve operar.
oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
Em “e”, Errado – deve ser organizado sob a forma de
mercado;
sociedade anônima.
6. assegurar o acesso do público a informações sobre os
valores mobiliários negociados e as companhias que os 4. (CESGRANRIO/2014 – BANCO DO BRASIL) Tradi-
tenham emitido; cionalmente, o rendimento da Caderneta de Poupança
7. assegurar a observância de práticas comerciais equi- sempre foi determinado pela variação da TR (Taxa Refe-
tativas no mercado de valores mobiliários; e rencial) mais juros de 0,5% ao mês. Entretanto, os depó-
8. assegurar a observância no mercado, das condições sitos realizados a partir de 04/05/2012 têm rendimento
de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetá- vinculado à meta da taxa Selic.
rio Nacional. Desde então, se esta meta for igual ou menor que 8,5%
(Fonte: http://www.portaldoinvestidor.gov.br) ao ano, os juros da Caderneta de Poupança são
Portanto, podemos destacar algumas palavras chave
que, geralmente, estão relacionadas à CVM, tais como:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a) aumentados para 130% da Selic


ações; acionista, fundo de investimento, bolsa de valo- b) aumentados para 130% da Selic mais a TR
res, valores mobiliários, sociedades anônimas e com- c) aumentados para 100% da Selic
panhias de capital aberto, entre outras. d) reduzidos para 70% da Selic
Dessa forma, temos, entre as alternativas, como corre- e) reduzidos para 70% da Selic mais a TR
ta a E, porém, convém frisar que essa punição compete
à CVM desde que seja em primeira instancia. Resposta: Letra D. Desde 1861, a caderneta tinha
um rendimento assegurado em, pelo menos, 6% ao
2. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL) Periodi- ano. Mas, em 2012, o governo alterou as regras de re-
camente, o Banco Central do Brasil determina, nas reu- muneração da poupança com a intenção de diminuir
niões de seu Comitê de Política Monetária (Copom), o(a) os juros. Desde então, ela é formada por duas partes:
a) valor máximo do volume de operações de compra e 1) A remuneração básica
venda de títulos públicos pelo sistema bancário bra- Essa parte é composta pela TR (Taxa Referencial), uma
sileiro. taxa calculada diariamente pelo Banco Central. Inde-
b) quantidade de papel moeda e moeda metálica em cir- pendente do banco, a Taxa Referencial é a mesma,
culação, dentro dos limites autorizados pelo Conselho portanto a remuneração básica é igual para todos os
Monetário Nacional. bancos.
c) valor máximo de todas as formas de crédito no país. Veja a Taxa referencial atual na Tabela TR.
d) valor máximo do fluxo de entrada no país de capitais 2) A remuneração adicional
financeiros vindo do exterior. Essa parte da rentabilidade depende da Taxa Selic, a
e) taxa de juros de referência para as operações de um taxa básica de juros da economia no Brasil. Seu valor
dia com títulos públicos. poderá ser de:

22
0,5% ao mês - quando a meta da Taxa Selic for superior a 8,5%
70% da meta anual da Taxa Selic - quando ela for igual ou menor que 8,5%
Isso quer dizer que a remuneração adicional também é igual para todos os bancos, porque sua base de cálculo é a
mesma.

5. (CESGRANRIO/2013 – BANCO DO BRASIL) No Brasil, a condução e a operação diárias da política monetária, com
o objetivo de estabilizar a economia, atingindo a meta de inflação e mantendo o sistema financeiro funcionando ade-
quadamente, são uma responsabilidade do(a)

a) Caixa Econômica Federal


b) Comissão de Valores Mobiliários
c) Banco do Brasil
d) Banco Central do Brasil
e) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Resposta: Letra D. A palavra chave do enunciado é “condução”, pois, o CMN dita as diretrizes da politica monetária
e compete ao Banco Central do Brasil realizar ações para que essas diretrizes sejam cumpridas, mantendo assim a
economia do país nos trilhos.

SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL (FACTORING). SOCIEDADES ADMINISTRA-


DORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO. PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS. DEPÓSITOS
E TRANSFERÊNCIAS. LETRAS DE CÂMBIO. COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS
E CARNÊS. TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOS. CARTÕES DE CRÉDITO E
DÉBITO. ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS. CRÉDITO ROTATIVO.
DESCONTOS DE TÍTULOS. FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO. LEASING: TIPOS,
FUNCIONAMENTO, BENS. FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO. CRÉDITO DIRETO AO
CONSUMIDOR. CRÉDITO RURAL. CADERNETAS DE POUPANÇA. CARTÕES DE CRÉDI-
TO. TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO. PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVA-
DOS. PLANOS DE SEGUROS. ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMEN-
TOS BÁSICOS. PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE
CIVIL, REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO. TIPOS DE SOCIEDADE: EM NOME COLETIVO,
POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA, ANÔNIMAS, FIRMA INDIVIDUAL
OU EMPRESÁRIA. DOCUMENTOS COMERCIAIS E TÍTULOS DE CRÉDITO: NOTA PRO-
MISSÓRIA, DUPLICATA, FATURA. CHEQUE: REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO,
ENDOSSO, CRUZAMENTO E COMPENSAÇÃO. SISTEMA DE PAGAMENTO BRASILEIRO.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Existem diversos produtos financeiros: empréstimos em conta-corrente, credito pessoal, desconto de títulos, opera-
ções de cambio, adiantamento a depositantes, cheque especial, hotmoney, capital de giro, repasses de BNDES, opera-
ções de factoring e credito rural, etc.
Os produtos financeiros atuam realizando o rendimento de valores investidos, ou seja, proporcionando um ganho
sobre o valor que a pessoa ou instituição já possui.
Os produtos financeiros são comercializados por instituições financeiras como bancos, cooperativas e corretoras de
valores, cada uma delas oferecendo produtos específicos.
Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de câmbio.
O  depósito  nada mais é que a entrega de um numerário (dinheiro)  ao Banco, para que este o guarde (ou aplique)
para o cliente, e lhe restitua, total ou parcialmente, ou na época combinada, ou quando este pedir. Os depósitos são
classificados em “depósito a vista” e “depósito a prazo”.
Os depósitos a vista são aqueles que o cliente quer deixar o dinheiro à sua disposição, para sacar tudo ou uma par-
cela, a qualquer hora que lhe seja necessário. Normalmente os depósitos a vista são feitos em conta corrente.
Já os depósitos a prazo são  investimentos que não estão à imediata disposição e liberação ao cliente. Este deve
ou aguardar um prazo de vencimento, para resgatá-los, ou dar um aviso antecipado, a instituição financeira de que
pretende seu numerário.
Normalmente os depósitos são feitos no Caixa do Banco, que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito que
vale como prova de que foi feito o depósito e que o cliente entregou o dinheiro ao Banco.
As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo cliente ou por funcionário do Banco, normalmente por funcioná-
rios do Banco, constando, especificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sendo que uma das vias da ficha será
entregue ao cliente e a outra será o documento contábil do caixa.

23
O depósito tanto pode ser feito em dinheiro corrente, Rentabilidade
como em cheques, que serão resgatados pelo Banco de- A taxa paga pelos bancos pode ser pré-fixada, pós-fi-
positário junto ao serviço de compensação de cheques, xada ou flutuante, essa última atrelada a um percentual
ou pelo serviço de cobrança. da variação de um índice, que pode ser a TR, TJLP, CDI,
Os depósitos em dinheiro produzem o imediato cré- ou um índice de inflação, como o IGP-DI ou IGP-M. Nos
dito na conta corrente em que foi depositado, mas os CDBs pré-fixados, como o próprio nome já sugere, você
depósitos em cheque só terão o crédito liberado após sabe na hora da compra quanto irá receber em juros, en-
sua compensação. quanto nos pós-fixados a remuneração que você recebe-
rá só será definida depois do vencimento do título.
RDB Normalmente, as aplicações têm prazos que variam
Recibo de Depósito Bancário. Ativo de Renda Fixa entre 30 dias e 180 dias. Em geral os bancos concedem
destinado às aplicações de pessoas físicas e jurídicas. taxas melhores de acordo com o volume investido, isto é,
Com prazo de vencimento predefinido, o RDB conta quanto maior o investimento, melhor deve ser a taxa que
com rentabilidade fixada no ato de sua emissão, pré ou você receberá do banco.
pós-fixada. Assim, no final do prazo contratado, o inves-
tidor recebe o valor aplicado (principal), acrescido da re- Riscos de investimento
muneração prevista. Ao aplicar seu dinheiro em um CDB, o maior risco é
O RDB pode ser emitido por bancos comerciais, múlti- de que o banco que emitiu o CDB fique inadimplente, ou
plos, de desenvolvimento e de investimento, e por socie- seja, que o banco quebre antes de pagar seus clientes.
dades de crédito, financiamento e investimento. Por ser Nesse caso, a aplicação é garantida pelo Fundo Garanti-
um título nominativo, intransferível, não é admitida ne- dor de Crédito (FGC), vinculado ao Governo Federal, até
gociação em mercado secundário. Mas pode ser resga- um valor máximo de R$ 20.000,00 por CPF. Vale lembrar
tado junto à instituição emissora antes do prazo contra- que os fundos de investimento não se beneficiam com
tado, desde que decorrido o prazo mínimo de aplicação. recursos do FGC.
Antes do prazo mínimo não são auferidos rendimentos. Assim como grande parte dos fundos de renda fixa,
os CDBs pré-fixados se beneficiam de liquidez diária, isto
CDB é, você pode sacar seu dinheiro a qualquer momento,
Certificado de Depósito Bancário . Um dos investi- mas assim como acontece com os fundos, se o saque
mentos mais populares do mercado, instrumento tem acontecer antes de 30 dias terá de pagar IOF regressi-
como atrativos liquidez e cobertura do Fundo Garan- vo, isto é, quanto mais tempo deixar o dinheiro inves-
tidor de Crédito* tido menos paga em IOF. No vencimento do CDB, você
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos recebe um crédito automático em sua conta corrente, já
instrumentos financeiros mais tradicionais do mercado descontado o pagamento de imposto de renda sobre o
brasileiro e o título de Renda Fixa mais adquirido pelo rendimento bruto do CDB no período.
investidor pessoa física. Instituído pela Lei Nº 4.728, de
14 de julho de 1965, o papel é também uma importante DPGE
fonte de captação de recursos para as instituições finan-
ceiras. Depósito a Prazo com Garantia Especial. Instru-
Para os investidores, os principais atrativos do CDB mento de captação de instituições financeiras
estão na possibilidade de contratação do ativo com li- O DPGE é um título de renda fixa representativo de
quidez diária e o fato do instrumento ser elegível à co- depósito à prazo criado para auxiliar instituições finan-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

bertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)*. O risco ceiras – bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvi-
de quem adquire um CDB está diretamente associado à mento, de investimento, além de sociedades de crédito,
solidez de seu emissor, uma instituição financeira. financiamento e investimentos e caixas econômicas – de
As características do CDB são determinadas no mo- porte pequeno e médio a captar recursos. Assim, confere
mento de sua contratação. Na ocasião, prazo e forma de ao seu detentor um direito de crédito contra o emissor.
rendimento são previamente definidos. Sua remunera- Criado em abril de 2009, quando o Conselho Mo-
ção, que pode ser prefixada ou pós-fixada, é baseada em netário Nacional - CMN emitiu a Resolução no. 3692,
diversos indexadores. O mais utilizado é a Taxa-DI Cetip. é destinado a investidores pessoa física e jurídica. Em
As aplicações em CDBs acima de R$ 5 mil devem ser 2012, o CMN, por intermédio da Resolução no. 4415,
registradas em uma câmara de ativos e contar com a criou uma nova modalidade do ativo, conhecida como
identificação do nome do investidor. Essa obrigatorieda- DPGE II. Esta versão tem como diferencial ser elegível
de é válida quando o CDB for emitido por uma mesma ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC).  Além disso, os
instituição financeira, em um mesmo dia, em favor de um prazos devem se ajustar aos empréstimos que os bancos
mesmo investidor. A Circular 3709, que de passou a vi- usarão como lastro. As demais características são iguais
gorar em março de 2015 para novos CDBs e valerá em às da primeira modalidade de DPGE.
agosto para CDBs os antigos, é que determina essa regra. Os DGPEs podem remunerar a taxas pré ou pós-fixa-
A Cetip faz registro de CDBs desde 1986 e é líder nesse das. O prazo de resgate é determinado no momento da
mercado. contratação, mas não pode ser inferior a 12 meses nem
*Até os limites estabelecidos pelo fundo para depósi- superior a 36. Uma característica importante é a não po-
tos ou créditos por CPF/CNPJ e por instituição financeira der resgatar antecipadamente nem parcialmente. 4
de um mesmo conglomerado.
4 Fonte: www.cetip.com.br

24
Letra de Cambio O baixo risco de crédito (calote) da poupança se dá
Ao contrário do que a maioria das pessoas imagi- pela proteção assegurada pelo Fundo Garantidor de Cré-
nam, a Letra de Câmbio (LC) não é um investimento em ditos (FGC) que, em caso da falência de uma instituição
renda variável e muito menos possui relação com negó- financeira, garante ressarcimento aos seus investidores
cios feitos em moeda estrangeira. de até R$ 250 mil, por CPF e por instituição.
Essa informação é uma surpresa para você? Todas as instituições financeiras são associadas obri-
Pois você se espantará ainda mais ao descobrir, ao gatoriamente ao FGC, contribuindo com uma porcenta-
final desta colocação, que os investimentos em LCs (caso gem dos depósitos (2%) para a manutenção do fundo.
sejam feitos com a estratégia adequada), são muito inte- A questão é que o FGC não ampara apenas os inves-
ressantes quando o assunto é renda fixa! timentos em poupança. CDB, LCI/LCA e, é claro, as Letras
Não tire os olhos das próximas linhas, pois muitos de Câmbio (LC), também possuem a mesma proteção da
investidores estão perdendo a oportunidade de investir caderneta. Apesar de terem a mesma proteção, a Letra
nessa aplicação de baixo risco e alta rentabilidade por de Câmbio tem rentabilidade superior à da poupança. 
puro desconhecimento! 
Como funciona o rendimento das Letras de Câm-
O que é Letra de Câmbio (LC)? bio?
Se você sabe alguma coisa sobre o investimento em Assim como o CDB e o Tesouro Direto, as Letras de
CDB ou no Tesouro Direto, vai ser bem fácil entender o Câmbio podem ser remuneradas de forma pré ou pós-
que é uma Letra de Câmbio - na sigla: LC. -fixada.
Assim como os CDBs são títulos privados emitidos É mais comum encontrar Letra de Câmbio pós-fixada,
pelos bancos para financiar suas atividades e o papéis com rendimento atrelado a um percentual do CDI. Mas,
do Tesouro Direto são títulos públicos lançados pelo go- em teoria, elas podem ser de 3 tipos distintos de cálculo
verno pela mesma razão, as Letras de Câmbio são papéis do retorno:
emitidos para capitalizar as financeiras (como Fininvest,
BV Financeira, Cacique, Crefisa, etc.). Letra de Câmbio pós-fixada
O nome Letra de Câmbio vem do sentido de troca. Nessa forma de remuneração, você não conhece pre-
Câmbio no sentido de trocar o investimento feito agora viamente qual rendimento sua aplicação terá, mas sabe
pela rentabilidade que será recebida no futuro. Não tem qual índice vai norteá-la. Em geral, a LC pós-fixada é atre-
nada a ver com dólar. lada ao CDI, um índice que está sempre próximo à Selic.
Essas financeiras (sociedades de crédito, financia- Nessas LCs, paga-se um percentual do CDI (por exem-
mento e investimento) são muito menores do que os plo, 120%). Entretanto, existem também Letras de Câm-
bancos e emitem esses títulos que ainda são pouco co- bio vinculadas a outros referenciais, como IPCA ou IGPM.
nhecidos dos investidores. São por essas duas razões Letra de Câmbio prefixada
que as LCs costumam ter boa remuneração, o que as tor- Na LC prefixada, você sabe exatamente qual rendi-
nam um investimento bastante interessante. mento terá já no momento da aplicação. Por exemplo:
Vale a pena destacar que, assim como o crédito da Letra de Câmbio que renda 11% ao ano.
Letra de  Crédito Imobiliário (LCI) só pode ser lastreado Letra de Câmbio híbrida
em projetos do ramo imobiliário (e a Letra de Crédito do Está atrelada a mais de um indicador. Por exemplo,
Agronegócio - LCA, nos do agronegócio), os recursos da Letras de Câmbio vinculadas ao CDI e ao IPCA (como, por
LC apenas podem ser direcionados a operações de com- exemplo, CDI + 2% ou IPCA + 6% ao ano).
pra de bens e serviços (financiamentos).

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Como investir em LC?
Letra de Câmbio: vantagens e desvantagens Antes de investir em LC, é preciso pesquisar os diver-
Vantagens sos títulos disponíveis no mercado financeiro, uma vez
• baixo risco; que, como dissemos acima, as instituições menores cos-
•​proteção do Fundo Garantidor de Créditos (será ex- tumam pagar mais para atrair investidores.
plicado abaixo); Para o sucesso dessa tarefa, o ideal é recorrer a uma
•​podem ser pré ou pós-fixadas; corretora de valores independente (que trabalha com di-
•​rentabilidade, em geral, bem maior do que a pou- versas instituições, diferentemente de um banco, que só
pança. comercializa os produtos de sua própria instituição).5

Desvantagens 
• sofre incidência de Imposto de Renda (IR);
• pode ter carência (o que exige do investidor a apli-
cação de recursos que ele não necessite no curto
prazo).

Letras de Câmbio são tão seguras quanto a poupança?


Certamente. Todo mundo diz que a caderneta de
poupança é segura. Mas você já parou para se perguntar
por qual razão?
5 Fonte: www.blog.magnetis.com.br - por Mariana Congo

25
Cobrança e pagamento de títulos e carnês dual, municipal e do Distrito Federal, utilizadas nas
áreas de saúde e de assistência social.

Ambas as modalidades de transferências legais dis-


pensam a celebração de convênio, ajuste, acordo ou con-
trato.

Público-alvo
As transferências automáticas e fundo a fundo são
realizadas, regular e automaticamente, da União para os
estados e municípios, para o financiamento de ações e/
ou programas de interesse do governo federal, mediante
emissão de Ordem Bancária do Tesouro para crédito au-
tomático nas contas correntes dos favorecidos (estados,
municípios, organizações não-governamentais etc)7

Arrecadação de tributos e tarifas públicas


A arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas é um ser-
viço prestado às instituições públicas, em regra por força
A cobrança bancária tem por finalidade processar de acordos e convênios específicos, que estabelecem as
mediante registro a cobrança de títulos entregues ao condições de arrecadação e repasse desses tributos/ta-
Banco através de borderaux de cobrança, referentes ao rifas.
faturamento das empresas. Para os entes estatais a vantagem é a facilitação da
Para tal são emitidos bloquetes e entregues aos sa- arrecadação, à medida que oterá maior facilidade para o
cados, ficando o Banco incumbido do controle, acatando pagamento, o que contribui, decisivamente, para o adim-
sempre que solicitado pelo cedente instruções para al- plemento pontual dos débitos.
terações de cobrança necessárias. Os boletos são emi- Acresça-se, ainda, que a centralização da arrecadação
tidos em substituição às duplicatas, notas promissórias, em determinados Bancos facilita o controle de caixa e dos
de câmbio, recibos ou cheques e têm o poder de circular débitos dos contribuintes. 
pela câmara de compensação. Para os bancos também há vantagens: se de um lado
Pelo motivo da grande concorrência e à necessida- despende com a estrutura de sua máquina para um servi-
de de qualificar cada vez mais o produto, foram criados ço em favor da Entidade Pública, de outro lado recebe um
diferentes e sofisticados tipos de cobrança baseados na fluxo maior de recursos, que permanecem em seu caixa,
tecnologia dos recursos da informática. além, é claro, de ser um fato de aproximação, senão até
O fluxo de cobrança bancária se resume: em quem de expansão, de sua clientela.8
vende (cedente) e quem compra (sacado) e no banco,
que faz a intermediação da operação, recebendo o valor Internet banking
do sacado e repassando ao cedente. Dos serviços disponíveis no mercado, se destaca o
Os Bancos oferecem diversas formas de procedimen- Internet/Home-Ofice Banking, que disponibiliza para o
tos, os quais tem custos valores diferenciados se guindo cliente, a obtenção da quase totalidade dos serviços obti-
as modalidades apresentadas a  seguir: dos nas redes de Agências, os quais passam a ser tratados
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a)  convencional; pelo próprio cliente, que mediante senha específica, efe-
b)  cobrança pré-impressa sem registro; tua transferências de valores, obtém extratos, saldos, mo-
c)  cobrança pré impressa com registro; vimenta suas aplicações nas mais diversas modalidades,
d)  cobrança escritural; efetua o pagamento de suas contas, transmite dados para
e)  cobrança por teleprocessamento. o processamento de cobrança bancária e suas instruções,
acessando ainda toda a movimentação da mesma.
A cobrança de títulos é de extrema importância aos O Home Banking conecta o computador do cliente ao
bancos comerciais, pois estreitam relações entre o ban- do banco com o intuito de trocarem informações a res-
co e seus clientes podendo assim ofertar outros tipos de peito de saldo e movimentação em conta corrente, de co-
produtos de seu portifólio.6 brança, aplicações, resgates, operações de empréstimos,
cotação de moedas, índices e bolsas de valores, saldo de
Transferências automáticas poupança.
As transferências legais são regulamentadas em leis A comunicação é constituída de duas vias, tanto o
específicas. Essas leis determinam a forma de habilitação, banco pode obter informações do que o cliente necessita
transferência, aplicação de recursos e prestação de con- quanto o cliente pode obter informações sobre o banco.
tas. Há d • uas formas de transferências legais: Pode ser feita por linha telefônica ou através de co-
Transferências automáticas; municação do próprio banco, via satélite, com garantia
• Transferências fundo a fundo: repasse por meio da total de conexão, proporcionando segurança, velocidade
descentralização de recursos  diretamente de fun- e qualidade.
dos da esfera federal para fundos  da  esfera esta-
7 Fonte: www.bb.com.br
6 Fonte: www.portaleducacao.com.br 8 Fonte: www.portaleducacao.com.br

26
As condições de segurança oferecida pelo banco di- garantias reais são as que o credor indica um bem do
zem respeito principalmente ao acesso, ao home banking, seu patrimônio que sofrerá o ônus no caso de não pa-
através de senha com absoluto sigilo e limita o acesso às gamento do débito. A garantia fidejussória é a garantia
informações. pessoal, no caso o aval, quando uma pessoa assegura o
Para garantir a segurança da transmissão os dados são pagamento por outra. Somente pode ter uma garantia
criptografados(codificação secreta e segura). por título, sendo vedada a cumulação.
O Home Banking tem sido mais utilizado ultimamente Na CCB também poderão ser pactuadas cláusulas
através da Internet passando a ser chamado de Internet acessórias, tais como juros, critérios de sua incidência,
Home Banking ¨Cmas os serviços oferecidos são exata- capitalização, despesas e encargos da obrigação e obri-
mente os mesmos do Home Banking sem a Internet. gações do credor, o que, em princípio, dificulta a sua
De modo geral podemos ainda afirmar que as ins- contestação judicial.10
tituições bancárias, disponibilizam aos seus clientes, a
quase totalidade das suas operações de prestação de Hot Money
serviços e investimentos para o acesso e o conforto dos Imagine a seguinte situação: sua empresa precisa
seus clientes, das suas próprias residências, como Verda- realizar um pagamento de alto valor de um fornecedor e
deiros bancos virtuais. não tem Capital de Giro para isso.
Como a tesouraria precisa do dinheiro para ontem, o
Remote Banking (Banco Virtual) que mais quer é evitar burocracias que atrasem o pro-
Para que houvesse uma redução de custos de inter- cesso. Hot Money foi uma das alternativas cogitadas.
mediação financeira, os bancos concluíram que havia
necessidade de reduzir o trânsito e a fila de clientes nas O que é Hot Money?
agências. Apesar de ter um nome um tanto quanto diferente
Esse o motivo para o aprimoramento dos Bancos 24 (para não dizer peculiar), Hot Money é um empréstimo
horas, onde se dá o atendimento remoto (fora das agên- de dinheiro. A diferença é que ele trata de empréstimos
cias) da clientela. em curto prazo (ou curtíssimo), entre 1 a 29 dias.
Esse tipo de atendimento se utiliza da rede banco 24 Lembra daquela brincadeira chamada “batata quen-
horas (saques, depósitos, pagamento de contas, solicita- te”? Pois bem, traduzindo, Hot Money significa dinhei-
ção de entrega de talões de cheques, etc), empresas tipo ro quente. Imagine que seja como na brincadeira: você
balcão eletrônico,cartões magnéticos em redes de postos pega o objeto e passa correndo para outra pessoa (no
de gasolina, redes de lojas e etc.9 caso, a empresa recebe o empréstimo e vai correndo
cumprir suas obrigações).
Cédulas de Crédito Bancário – CCB Observe que a definição de Hot Money deixa claro
A Cédula de Crédito Bancário (CCB) é talvez o título que ele é uma alternativa para empresas que precisam
de crédito mais utilizado ultimamente, mas que poucos realizar um pagamento e não têm Capital de Giro. Serve
sabem como funciona ou mesmo que ela existe. Esse tí- como um ajuste do deslocamento de dinheiro do caixa
tulo foi instituída pela medida provisória 1925, de 11 de de uma forma muito mais rápida, para cobrir despesas
novembro de 1999, que foi sendo reeditada até que em imediatas sem burocracia.
2004 foi introduzida nos artigos 26 a 45 da Lei n. 10.931. Resumindo: o objetivo do Hot Money é resolver pro-
A CCB é um título de crédito que pode ser emitido blemas pontuais da tesouraria. Exatamente por isso ele é
por pessoa física ou jurídica, na forma cartular (em pa- considerado como um crédito de curto prazo.
pel) ou escritural, em favor de uma instituição do Siste- Claro que o ideal é não ter que recorrer ao Hot Mo-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


ma Financeiro Nacional, representando uma promessa ney e, por isso, administrar o capital de giro da empresa
de pagamento, em dinheiro, decorrente de operação de significa avaliar se falta ou sobra recursos financeiros e
crédito de qualquer modalidade. A instituição do Siste- analisar os reflexos gerados por decisões tomadas em
ma Financeiro Nacional em favor da qual é emitida a relação a compras e vendas.
CCB é a Instituição Registradora da CCB. Todavia, o primeiro passo para a empresa evitar cor-
Toda vez que alguém contrata um empréstimo com rer atrás de Hot Money é ela planejar e estimar os ga-
uma instituição financeira, como cartão de crédito, cré- nhos, despesas e investimentos que terá em um período
dito rotativo na conta corrente é emitido contra si uma futuro, geralmente de 1 a 3 anos. Isso é possível por meio
cédula de crédito bancário. do Orçamento Empresarial.
A principal característica da CCB é ser um título exe-
cutivo extrajudicial, ou seja, não depende do aval do juiz Quando usar o Hot Money?
para cobrança, e representa dívida em dinheiro, certa, A principal finalidade do Hot Money, e também sua
líquida e exigível, seja pela soma nela indicada. Para tan- principal importância, é ser uma ferramenta utilizada por
to, basta que a instituição financeira apresente o saldo pessoas jurídicas exclusivamente para cobrir necessi-
devedor demonstrado em planilha de cálculo ou nos dades imediatas de recursos de curtíssimo prazo.
extratos da conta corrente elaborados pela Instituição Importante ressaltar que essas obrigações entram
Registradora. no Balanço Patrimonial (BP) da empresa como passivos
Ela é garantida tanto por meios reais quanto por (contas onde são registrados os deveres e obrigações da
meios fidejussórias constituídas no próprio título. As organização, como por exemplo, fornecedores, emprés-
timos e financiamentos, obrigações fiscais e sociais etc.).
9 Fonte: www.conhecimentosbancarios.com.br/ www.portaleducacao.
com.br 10 Fonte: www.revistadireito.com

27
O Balanço Patrimonial é essencial para manter um controle de custos e também para acompanhamento do patri-
mônio da empresa. Além disso, com ele é possível ter a visão consolidada da evolução da empresa em um determinado
intervalo de tempo. Preparamos um modelo de planilha, no qual você conseguirá ter essa visão melhor.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

E já que o BP demonstra todos os ativos (bens e direitos) e passivos (dívidas e deveres) da empresa, bem como se
o patrimônio acumulado está em ascensão ou declínio, é fundamental utilizá-lo para controlar o dinheiro que entra e
sai da empresa (e, por consequência, avaliar tomadas de decisão que dizem respeito à necessidade de empréstimos).
Vantagens e desvantagens do empréstimo de curto prazo
O Hot Money é uma ferramenta emergencial e serve para apagar incêndios da área de tesouraria. Sua principal van-
tagem é permitir organizações resolverem, de maneira bem pontual, as necessidades da tesouraria com financiamentos
de curtíssimo prazo.  
Por ter menos burocracia (o que é outro ponto positivo) o Hot Money permite que os fundos necessários para
apoiar o capital da empresa sejam disponibilizados rapidamente.
Se a utilização do Hot Money é uma vantagem quando a empresa precisa resolver casos emergenciais ou pontuais,
dependendo do ponto de vista, esse crédito de curto prazo pode sinalizar uma desvantagem. Isso porque se a empresa
recorrer a essa ferramenta com muita frequência pode estar com um problema sério que poderá acarretar em conse-
quências negativas no futuro.
Como as taxas de juros do Hot Money são altas e os prazos para pagamento da dívida são mais estreitos, depen-
dendo do caso, a solução é procurar por uma linha de crédito com taxas de juro menores e prazos alargados. Recorrer
a Capital de Terceiros pode ser uma alternativa nesse caso.

28
Capital Próprio ou Capital de Terceiros?
Entendemos que Hot Money é utilizado em casos de emergência. Todavia, se a utilização do crédito de curto prazo
é algo frequente, sugerimos que o controller avalie se não está na hora de buscar por Capital de Terceiros ou investir
em Capital Próprio:
• Capital Próprio tem a ver com o patrimônio líquido (PL), ou seja, sua origem está na própria atividade econômica
e pode ser avaliado pelos lucros, por exemplo. Em outras palavras: são os recursos que provém dos proprietários
(ou de sócios e acionistas).
Capital de Terceiros está relacionado com o passivo real ou passivo exigível (obrigações da empresa com terceiros)
e representa todos os investimentos feitos por meio de recursos de entidades externas. Um dos exemplos mais
comuns nesse caso são os financiamentos e empréstimos, sejam de curto, médio ou longo prazo. O fluxo de caixa
neste caso é contratual, representado pela obrigatoriedade do pagamento de encargos contratuais.
Hot Money ou outra alternativa de injeção de capital?
Existem várias maneiras de a empresa conseguir injeção de capital. No caso do Hot Money, ele é uma alternativa
emergencial, ou seja, somente deve ser usado para cobrir necessidades imediatas de recursos de curtíssimo prazo. Caso
a empresa comece a fazer uso frequente desta opção de crédito, é porque algo pode estar errado e sua empresa vai
pagar caro por isso.
O controller é o profissional indicado para fazer esta avaliação. Quando a empresa precisa constantemente injetar
capital de forma emergencial é porque, talvez, esteja na hora de pensar em um investimento que traga maior retorno
financeiro e evite que o Hot Money seja utilizado para apagar incêndios.
Além disso, é necessário também investigar a raiz do problema, analisando as divergência do orçamento. Conve-
nhamos que, se a empresa não possui métricas suficientes para identificar o que está acontecendo com suas vendas e
despesas, fica quase impossível resolver os problemas, certo?
No entanto, antes mesmo de pensar em quem poderá ajudar a injetar capital na empresa (ou como isso será feito)
é preciso fazer uma análise bem completa sobre a viabilidade do investimento. Para essa tarefa, profissionais da área
de finanças fazem uso de um arsenal de ferramentas conhecidas como Indicadores Financeiros para Análise de Investi-
mentos.

Contratando Hot Money


O crédito de curto prazo Hot Money é contratado via banco ou qualquer outra instituição financeira. Geralmente, a
agência bancária recebe a proposta do cliente, avalia e, se aprovada, cria um contrato de Hot.
No contrato são estabelecidas regras, prazos de pagamento (até 29 dias) e taxas de juros. Como cada banco possui
suas tarifas, a recomendação é que a empresa procure a instituição financeira que possui conta bancária. Mas para você
ter uma ideia, a taxa do hot money é definida pela taxa do CDI do dia da operação acrescida do custo do PIS e da Cofins
sobre o faturamento da operação.

#FicaDica
O Hot Money é um tipo de empréstimo de curto prazo, sendo uma alternativa para empresas que preci-
sam realizar um pagamento e não tem Capital de Giro.
Dizemos ainda que seu objetivo é o de resolver problemas pontuais da tesouraria. Por isso, operações de

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Hot Money são consideradas como um crédito de curto prazo.
Ressaltamos que assim como qualquer empréstimo, é preciso ter cautela ao optar pelo Hot Money e ava-
liar todas as alternativas da empresa. Os Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos permitem
ao controller fazer uma análise mais completa das opções que possui para injetar capital.
Além disso, é necessário verificar a Necessidade de Capital de Giro e, avaliar os prazos médios de paga-
mento e recebimento.1

1 Fonte: www.treasy.com.br

Contas garantidas
Modalidade de Capital de Giro, onde a instituição financeira disponibiliza um limite de crédito, mediante abertura de
uma conta corrente, com garantia de recebíveis ou até mesmo garantia real.
A conta garantida é uma conta empréstimo separada da conta corrente, com limite de crédito de utilização rotativa
destinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro de pessoas jurídicas em geral.
O limite de crédito é definido pela instituição financeira conforme capacidade de pagamento da empresa.
O prazo é definido pela instituição financeira - em média os contratos são formalizados em 120 dias -.
Por solicitação do cliente, a instituição financeira transfere o valor desejado, até o limite contratado, para a conta
corrente.
Para cálculo dos juros devidos, as instituições financeiras somam os valores utilizados em um determinado período
(mês cheio ou 30 dias corridos) e, sobre o somatório, aplicam a taxa mensal de juros convertida para um dia.
Além do IOF incidente sobre os prazos e valores utilizados, conforme legislação em vigor .

29
Nessa modalidade, o IOF é cobrado somente após a cial”, equivalente ao cheque especial, que vem perden-
utilização do crédito e para calcular o valor devido as ins- do espaço nos últimos anos como fonte emergencial de
tituições financeiras somam os valores utilizados em um renda. Algumas características do crédito rotativo são:
determinado período (mês cheio ou 30 dias corridos). • É realizada uma análise prévia de crédito, para saber
Sobre o somatório, aplicam a alíquota para um dia. se o tomador tem condições financeiras de pagar
A forma de pagamento dos encargos ocorre ao final os limites que utilizar;
de cada mês ou na data de aniversário do contrato. • Tomador pode utilizar ou retirar fundos até um limi-
O principal poderá se amortizado total ou parcialmen- te de crédito pré-aprovado;
te a qualquer tempo, durante a vigência do contrato, por • Quantidade de crédito disponível aumenta e dimi-
solicitação à instituição financeira, que transferirá o va- nui na medida em que o dinheiro é utilizado ou
lor solicitado para amortização, da conta corrente para a pago;
conta garantida. • Crédito pode ser usado repetidamente;
As garantias são nota Promissória com aval dos sócios • Tomador faz pagamentos com base apenas no valor
ou terceiros que possam apresentar algum bem; penhor que ele realmente utilizou e apenas esse valor será
de títulos de crédito (caução de duplicatas ou cheques acrescido de juros e eventuais impostos;
pré-datados); alienação fiduciária; hipoteca; por exemplo. • Tomador pode pagar parceladamente (sujeito a exi-
O percentual da garantia será definido pela institui- gências de pagamento mínimo), ou integralmente,
ção financeira.11 a qualquer momento.

Vantagens Como funciona o crédito rotativo?


Pode-se utilizar o limite de crédito para cumprir as O crédito disponível diminui na medida em que o
obrigações por período curto, com isso, pagando menos cliente (tomador) utiliza o crédito e aumenta na medida
juros e, consequentemente, diminuir os custos financei- em que é feito o pagamento do principal que já foi uti-
ros. lizado. Ou seja, seu limite de crédito é recuperado com
Como as duplicatas estão em garantia, a empresa pa- o pagamento dos juros + extras do principal. Neste tipo
gará uma tarifa menor pela cobrança da mesma, fato este de crédito o cliente paga encargos e impostos somente
que, geralmente, não ocorre no desconto de duplicata. pelos recursos usados e pelo tempo que os utilizou.

Desvantagens Como tenho acesso ao crédito rotativo?


Um dos grandes vilões desta operação é o IOF, pois Após análise de crédito, seu banco irá determinar os
cada vez que o cliente realiza um saque na conta garan- limites de seu cartão, incluindo o crédito rotativo. Você
tida, está tomando um empréstimo, e será tributado com precisará também de obter um cartão de crédito, que
uma alíquota de IOF de 0,38% sobre o valor da operação. tem uma anuidade para ser paga dando direito ao seu
Assim, se o cliente necessita utilizar a conta garantida uso.
por um curto período, por exemplo, 03 (três) dias, e paga Cuidado, pois o crédito rotativo pode ser o início de
a conta garantida após este período, e 02 (dois) dias de- uma grande armadilha financeira, mesmo com todo pla-
pois pretende usá-la novamente, deve fazer as contas, nejamento possível. (Foto: www.bradesco.com.br)
pois pagará IOF pelas duas utilizações, 038% por cada. Se
a empresa não tomar cuidado, o IOF da operação pode Os perigos do crédito rotativo
ficar mais caro que os juros cobrados. Ao optar optar por pagar apenas um mínimo ou um
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

valor entre o mínimo e o total da fatura do cartão de cré-


Crédito Rotativo dito, você está optando pelas taxas de juros mais altas do
O crédito rotativo do cartão de crédito é usado pela mercado, e no mês seguinte lhe serão cobrados mais ju-
pessoa que não quer ou não pode pagar o valor total da ros e encargos acumulados. Resumindo bem, uma dívida
sua fatura no vencimento, mas pretende pagar o saldo pode ser pequena, mas aumentar muito com o decorrer
em breve. Para usar o crédito rotativo no vencimento da do tempo e acúmulo de gastos no cartão.
fatura, a pessoa deve fazer o pagamento de qualquer va- Além disso, os brasileiros geralmente tem uma má
lor entre o mínimo e total. O restante é automaticamente educação financeira e o acesso ao crédito rotativo utiliza
financiado e lançado no mês seguinte, com juros. Finan- deste pequeno conhecimento como forma de explorar o
ciar a fatura geralmente é melhor do que pagar multa e povo a pensar que as parcelas com juros altos do crédito
juros de mora. Mas vamos entender melhor o que é o rotativo são as melhores opções que eles tem para par-
crédito rotativo antes de assumir qualquer conselho fi- celar uma fatura.
nanceiro para nossos leitores. Mesmo quando o crédito rotativo é a única opção,
brasileiros acabam não planejando o pagamento total da
O que é exatamente o crédito rotativo? fatura nos próximos meses e pagam muito mais do que
É uma linha de crédito aberto para uma pessoa física inicialmente devia.
ou jurídica com limite pré-estabelecido e que pode ser
utilizado de forma automática pelo tomador, de acordo Os cuidados com o crédito rotativo
com suas necessidades. No caso, podemos considerar O crédito rotativo deve ser apenas um empréstimo
este crédito rotativo como um “empréstimo emergen- emergencial, quando você não tem mais nenhuma opção
11 Por Rodrigo O. Barbati / www.buscajus.com.br em vista. O melhor a ser feito é utilizar um empréstimo

30
bancário como alternativa para escapar das dívidas com Desconto de títulos
cartão de crédito, pagando a fatura por inteiro e parce- Em contabilidade, chama-se desconto a operação
lando com juros menores do empréstimo pessoal. bancária de entrega do valor de um título ao seu deten-
tor, antes do prazo do vencimento, e mediante o paga-
Como incidem os juros no crédito rotativo? mento de determinada quantia por parte deste.
No financiamento da fatura pelo crédito rotativo, os O desconto de títulos ou duplicatas é um adiantamen-
juros somente incidem sobre o saldo verificado entre o to de recursos, feito pelo banco, sobre os valores dos res-
valor da fatura e o valor pago. Como exemplo: pectivos títulos (duplicatas ou notas promissórias). Neste
Pagamento total até o dia 30: R$ 400,00 tipo de operação, o cliente recebe antecipadamente valor
Pagamento mínimo: R$ 80,00 correspondente às suas vendas a prazo, transferindo para
Saldo: R$ 320,00 o banco o risco de suas vendas a prazo.
Ao apresentar um título de vencimento futuro para
Neste caso, somente ao saldo de R$320,00 é que se- desconto no presente o cliente não recebe seu valor to-
rão acrescidos os juros do crédito rotativo. Na fatura do tal. Sobre esse valor o banco deduz a chamada taxa de
cartão de crédito deverão estar expressas a taxa de juros desconto, além de impostos (como o IOF) e encargos ad-
que incidirá no período da fatura e, ainda, a do próximo ministrativos.
período. Normalmente, as empresas negociam suas duplicatas
Queremos enfatizar que utilizar o crédito rotativo deve a receber com instituições financeiras, visando obter capi-
ser a última opção em qualquer hipótese, esgotadas todas tal de giro, isto é, recursos financeiros a serem utilizados
as outras possibilidades. O mais correto é você sempre se em suas atividades operacionais.
planejar par apagar o total da fatura. Mas caso isso não Chama-se taxa de desconto a porcentagem de redução
seja possível, além das várias dicas que demos em nossos aplicada a uma série de fluxos de caixa futuros, de forma a
artigos, você deve optar por empréstimos pessoais de ju- obter o valor presente desses fluxos. Reduz-se do valor a
ros baixos para realmente pagar sua dívida sem grandes ser obtido no futuro, a fim de torná-lo comparável ao valor
prejuízos.12 presente.
A taxa de desconto pode ser considerada como similar
O que mudou no crédito rotativo? à taxa de juros e reflete o grau de preferência pela liquidez
(preferência temporal por dinheiro) dos agentes econômi-
cos. Assim, uma alta preferência temporal por dinheiro im-
#FicaDica plica uma alta taxa de desconto.
Nas novas regras de uso do rotativo, os clien- Diferentemente de uma operação de factoring, o des-
tes podem pagar o mínimo por apenas um conto de títulos não é uma operação de compra e venda,
mês. e o banco tem direito de regresso, ou seja, no vencimen-
É necessário que as instituições financeiras to, caso o título não seja pago pelo sacado (o devedor), o
ofereçam, posteriormente a isso, outra forma cedente (a empresa que descontou a duplicata) assume a
de empréstimo ao cliente, a juros bem me- responsabilidade pelo pagamento, incluindo juros de mora
nores. e multa pelo eventual pagamento em atraso. Portanto, en-
quanto a duplicata não for quitada, a empresa cedente
mantém uma obrigação para com o banco, devendo reem-
A intenção é incentivar os consumidores a quitarem bolsá-lo, se o título vencido não for pago.13

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


suas dívidas sem serem devorados por essa bola de neve
do juros do rotativo. Financiamento de capital de giro
Como o cliente só pode pagar o mínimo por um mês, Qualquer tipo de empreendimento econômico exige
na fatura seguinte, o banco precisa garantir crédito para uma aplicação de capital. O volume de capital emprega-
o consumidor parcelas a dívida do cartão com taxas me- do normalmente é decomposto em duas porções básicas:
nores que os atuais juros do cartão. uma destinada à aplicação em ativos fixos e outra destina-
Apesar dessas mudanças, a dica mais eficiente para o da ao giro.
usuário de cartão de crédito é fazer com que o uso desse Neste texto pretendemos apresentar as noções básicas
método de pagamento seja feito de maneira consciente. a respeito do capital de giro, principalmente no que tange
Apesar de ter um limite aprovado no cartão, o cliente a sua composição, dimensionamento e financiamento.
precisa se lembrar que aquele valor não é real, não é um
dinheiro que ele já tem, que lhe pertence, mas funciona Definição de Capital de Giro
como um empréstimo a juros altíssimos. Uma vez caracterizado, podemos definir capital de giro
Em outras palavras, é necessário colocar na balança e como o montante de recursos necessários para o funcio-
avaliar se é necessário comprar no cartão de crédito ou se namento da empresa.
outras formas de pagamentos são mais viáveis. Embora seja uma definição bastante simples, ela expli-
Essa consciência de usar o cartão em casos extrema- cita claramente a destinação que se dá a essa porção do
mente necessários, optando por comprar à vista ou no capital, em contraposição à outra porção, destinada à ins-
débito, sempre que possível, faz com que o usuário do talação da empresa.
cartão de crédito esteja de certa forma blindado contra
os juros do rotativo.
12 Fonte:www.creditooudebito.com.br/www.bidu.com.br 13 Fonte: www.jlpsmatos.blogspot.com.br

31
FIQUE ATENTO!
Capital fixo - montante de recursos necessários à instalação da empresa;
Capital de giro - montante de recursos necessários ao funcionamento da empresa.

Conforme o próprio nome indica, o capital de giro está relacionado com todas as contas financeiras que giram ou
movimentam o dia a dia da empresa.
Se o capital de giro está relacionado com as contas financeiras que giram ou movimentam o dia a dia da empresa,
podemos concluir que:
• Toda empresa que vende a prazo precisa de recursos para financiar seus clientes;
• Toda empresa que mantém estoque de matéria-prima ou de mercadorias precisa de recursos para financiá-lo;
• Quando a empresa compra a prazo (matéria-prima ou mercadorias) significa que os fornecedores financiam parte
ou todo o estoque;
• Quando a empresa tem prazos para pagar as despesas (impostos, energia, salários e outros gastos) significa que
parte ou o total dessas despesas é financiada pelos fornecedores de serviços.

A interpretação das situações acima nos leva a determinar em quais contas a empresa precisa aplicar recursos e de
que contas a empresa obtém recursos para financiar o capital de giro.
Um conceito importante para entendimento do capital de giro está relacionado à necessidade desse dinheiro. Essa
necessidade indica o montante de recursos que a empresa precisa para financiar suas operações, ou seja, o valor dos
recursos que a empresa precisa para que seus compromissos sejam pagos nos prazos de vencimento.
A necessidade de capital de giro representa a diferença entre o montante de recursos aplicados (I) menos o total
dos recursos que a empresa consegue para financiar o capital de giro (II).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Fonte: www.sebrae.com.br
Modalidades de financiamento
Os empréstimos para capital de giro podem ser liberados de duas formas:
- Isoladamente (capital de giro puro) – na maioria das vezes, este tipo de empréstimo não necessita da comprova-
ção de sua destinação.
- Associado a investimentos fixo (capital de giro associado) – destinado à compra de insumos e/ou mercadorias.

Características:
• • Taxa de juros pré-fixada;
• • Financiamentos de curto prazo e sem carência;
• • Possibilidade de garantia por meio do próprio sócio.
 

32
Investimento Fixo Vendorfinance/comprorfinance
Operações de crédito de longo prazo destinadas a Vendor Finance
financiar implantação, expansão e modernização empre-
sas, e, ainda, reposição de máquinas, equipamentos, mó-
veis, utensílios e veículos; obras civis e instalações.
Essas operações financiam os ativos imobilizados das
empresas: itens de permanência duradoura, destinados
ao funcionamento das atividades da empresa.
 
Investimento Misto
 Trata-se do capital de giro associado ao investimen-
to. Por exemplo, a empresa financiou uma máquina e po-
derá necessitar de capital de giro para a matéria-prima.
 
Características:
• Taxa de juros pré-fixada;
• Financiamento de longo prazo e com carência;
• Exigência de garantias reais, como bens e imóveis;
• Exigência de recursos próprios.
 
Antecipação de Receita
Os recebíveis de sua empresa, ou seja, os valores a
receber das vendas a prazo podem se transformar em
garantias ou recursos à vista, por meio das seguintes for- É uma operação de financiamento de vendas com
mas de financiamento:
base na cessão de crédito, permitindo que uma empresa
desconto de duplicatas e promissórias: a empresa
venda seu produto a prazo e receba o pagamento à vista.
cede esses títulos ao banco e obtém capital de
Envolve transações de compra e venda entre pessoas
giro para alavancar seus negócios, antecipando os
jurídicas.
recebimentos de suas vendas a prazo;
Supõe que a empresa compradora seja cliente tradi-
desconto de cheques: os cheques pré-datados são
cional da vendedora, pois será a vendedora quem assu-
entregues e descontados antecipadamente no
banco, que fornece à empresa recursos para cobrir mirá o risco do negócio, como intermediadora.
eventuais necessidades de caixa; A empresa vendedora transfere o crédito decorrente
faturas de cartões de crédito: a empresa cede seus da venda ao banco que em troca de uma taxa de inter-
créditos futuros ao banco e obtém capital de giro mediação paga à vista ao próprio vendedor e financia o
para alavancar seus negócios, colocando as faturas comprador.
de cartão como garantia da operação. Como a venda não é financiada diretamente pela em-
presa vendedora, a base de cálculo para a cobrança de
Venda tributos, comissões e royalties, torna-se menor.
A empresa pode obter um empréstimo direto do Reduz também a carga de IPI, ICM, PIS e Cofins que
banco para os seus compradores e, assim, receber suas incide sobre o preço da Nota Fiscal da empresa vende-
vendas à vista. dora.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


  Se a própria vendedora financiasse a venda, iria em-
Compra butir no preço os custos financeiros, aumentando mais
Permite que a empresa compre à vista de seus for- ainda os impostos a pagar.
necedores com redução de custos. O banco deposita o Com o vendor é possível vender por um preço mais
valor da compra na conta do fornecedor e a empresa competitivo, além do que ao receber a vista tem imedia-
paga ao banco a prazo. to reforço no seu caixa.
 Conta Garantida O cliente comprador beneficia-se com taxas menores
Linha de crédito rotativo vinculada à conta corrente que as do mercado para o financiamento isolado de uma
da empresa. Os recursos são disponibilizados a qualquer empresa, pois estará obtendo uma taxa que leva em con-
momento, por solicitação do cliente. A garantia pode ser ta o risco do vendedor.
constituída com caução de cheques pré-datados, dupli- Em resumo, é uma modalidade de financiamento de
catas ou notas promissórias. As taxas são, geralmente, vendas na qual quem contrata o crédito é o vendedor do
maiores que das modalidades anteriores.14 bem, mas quem paga o crédito é o comprador.
A operação é formalizada com a assinatura de um
contrato, com direito de regresso entre o banco e a em-
presa vendedora (fornecedora) e um contrato de abertu-
ra de crédito entre as partes:
- empresa vendedora,
- banco
- empresa compradora.

14 Fonte:www.sebraepr.com.br

33
Compror Finance

É a operação inversa do vendor.


É uma operação de financiamento de compras com base na cessão de crédito, permitindo que uma empresa com-
pre o seu produto a prazo e o vendedor receba o pagamento à vista.
Ocorre quando pequenas indústrias, fabricantes de componentes, vendem para grandes montadoras, indústrias de
veículos e eletrodomésticos.
Nesse caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como
tal.
É um instrumento de crédito que dilata o prazo de pagamento de compra sem envolver o vendedor (fornecedor).
O título a pagar funciona como um “lastro” para o banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data futura pré
combinada, acrescido de juros e IOF.
Como no vendor, este produto exige um contrato-mãe definindo as condições básicas da operação, que será
efetivada quando do envio ao banco dos contratos-filhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que serão
financiados.15

Leasing (tipos, funcionamento, bens).


O contrato de leasing, denominado no Brasil como arrendamento mercantil, é resultante do processo de desen-
volvimento, oriundo dos interesses dos comerciantes em aperfeiçoar as suas relações profissionais, visando adquirir
produtos necessários sem os recursos suficientes para a sua devida obtenção.
Arnold Wald conceitua o contrato de arrendamento mercantil ou leasing da seguinte forma:
“trata-se de um contrato de origem norte-americana, em que um comerciante ou industrial, necessitando de certos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

equipamentos, que não lhe convém adquirir, obtém de uma instituição financiadora que os cumpre e os alugue, permitin-
do à locatária no fim do período da locação a aquisição por preço que leve em conta os aluguéis”.
Vale salientar que, segundo o art. 1º da lei nº 6.099 de 12 de setembro de 1974, o contrato será exercido por apenas
pessoas jurídicas, limitando, portanto, os sujeitos do referido contrato.
Entretanto, diante do elevado índice de aceitação das pessoas físicas, os dispositivos legais autorizaram a sua parti-
cipação, conforme o parágrafo único do art. 1º da referida lei com a nova redação dada lei nº 7.132, de 26 de outubro
de 1983:
“considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica,
na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arren-
damento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso desta”.
Portanto, compreende-se de que se trata de um contrato misto em que uma pessoa jurídica, o arrendante, compra
um bem, móvel ou imóvel e o arrenda a uma pessoa física ou jurídica, o arrendatário, por um determinado tempo, sob
as indicações deste, ficando este com o direito de, no final do contrato, adquirir o referido bem, mediante o pagamento
residual, cujo valor poderá ser determinado anteriormente.

Natureza jurídica
Em face das suas características complexas, há diversos posicionamentos doutrinários acerca da sua natureza jurídi-
ca, pois inclusive há o entendimento de que se trata somente de uma espécie de locação.
Fran Martins, por sua vez, o considera como um negócio jurídico compreendendo uma locação, uma promessa
unilateral de venda e em alguns casos, um mandato.
15 Por Cid Roberto

34
Seguindo o entendimento do autor, o leasing é re- Classificação
sultante da complexidade dos contratos acima mencio- Em face das exposições acima, e em atendimento à
nados, pois há entrega de um bem, em contrapartida ao classificação doutrinária sobre os tipos de contrato, no-
pagamento das prestações; além da obrigação unilateral ta-se que se trata de um contrato:
do arrendador no cumprimento posterior, em vender o - consensual – para gerar direitos e obrigações é ne-
bem, findo o contrato, pelo preço residual, momento cessário apenas o consentimento das partes;
em que o arrendatário decidirá se irá comprar o bem, - bilateral – há obrigações para ambas as partes;
renovar o contrato, restituir o bem; e, por fim, pela res- - oneroso – assim como os demais contratos mercan-
ponsabilidade do arrendador pelos atos praticados pelo tis, possui característica lucrativa;
arrendatário. - nominado – a lei nº 6.099/74 estabelece a deno-
Todavia, nota-se também que a complexidade do minação do contrato, assim como as suas regras
contrato de leasing é mais ampla do que a explanação jurídicas;
do referido autor. Conforme demonstraremos posterior- - formal – é necessário que seja de forma escrita, em-
mente, uma das obrigações do arrendador, é adquiri-lo bora haja posicionamento doutrinário acerca da
sob as indicações do arrendatário, mediante um contra- possibilidade de ser realizado verbalmente;
to de compra e venda, e posteriormente, o arrendatário - por tempo determinado e de execução sucessiva
poderá comprar o bem sob o preço residual, resultando, – a execução do contrato ocorre sucessivamente,
portanto, em uma possível relação de compra e venda mediante o cumprimento das obrigações, por um
entre as partes. Desta forma, trata-se de um contrato prazo determinado;
com características bastante distintas em virtude da sua - intuitu personae – há uma peculiaridade entre as par-
finalidade de atender determinadas necessidades espe- tes, em face das suas características, cujas obrigações
cíficas. decorrentes do contrato não poderão ser cumpridas
por outra pessoa senão a quem foi feito o contrato.
Partes contratantes
Como estipulado acima, as partes são denomina- Espécies
das de arrendador e arrendatário. O arrendador, o qual Visando suprir as necessidades existentes, surgiram
é aquele que arrenda o bem, deve necessariamente ser diversos contratos com algumas características específi-
uma empresa, inclusive ser constituída como sociedade cas, mas considerados como modalidades do arrenda-
anônima, conforme regulamentação do Banco Central mento mercantil.
por meio da Resolução nº 351/75. Tais acontecimentos ocasionam divergências doutri-
O arrendatário é a pessoa física ou jurídica, que, em nárias sobre este tema, tendo em vista a diversidade des-
vez de comprar o bem que necessita, utilizará o leasing te contrato nos ordenamentos jurídicos.
para suprir as suas necessidades, indicando as especifica- Em face disto, analisaremos apenas os mais utilizados
ções do bem ao arrendador. pela doutrina brasileira.
Entretanto, além destes, há também o vendedor do O leasing financeiro é basicamente o leasing puro. O
bem. Conforme o conceito mencionado no parágrafo bem, que inicialmente não pertence ao arrendador, será
único da lei nº 6.099 de 12/09/74, o arrendador irá ad- comprado por este, sob as indicações do arrendatário.
quirir bens. Desta forma, reconhece a participação deste, As contraprestações deverão ser cumpridas pelo arren-
tendo em vista que o objeto contratual será obtido me- datário, mesmo que este queira devolver o bem antes do
diante contrato de compra e venda entre o vendedor do pactuado. Concluído o contrato, caberá ao arrendatário
bem com o arrendador.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


o direito de comprar o bem pelo preço residual, geral-
mente pré-fixado.
Obrigações das partes O leasing operacional é aquele em que a empresa ar-
Para uma melhor compreensão sobre o contrato de rendadora é a fabricante ou fornecedora do bem, onde
leasing, torna-se necessária uma análise acerca das obri- esta também se responsabilizará pela prestação de as-
gações do arrendador e arrendatário, notadamente para sistência ao arrendatário no período em que o arrenda-
comprovar as características distintas do referido contra- mento mercantil estiver em vigor. Semelhante a este é
to. o contato de renting, em que os arrendatários pactuam,
São deveres do arrendador: a) adquirir de um terceiro por prazos curtos, visando apenas a locação do bem.
o bem sob as indicações do arrendatário; b) entregar o O leasing de retorno, ou lease back, consiste aquele
direito de uso e gozo do bem ao arrendatário; c) con- em que uma empresa aliena um bem, móvel ou imóvel, a
cluído o prazo contratual, submeter-se à vontade do ar- outra empresa. Posteriormente, está irá arrendar o bem à
rendatário, que decidirá pela compra do bem pelo preço primeira. Desta forma, esta, além de ampliar o seu capital
residual, restituição do bem ou renovação do contrato. de giro, possui o uso e gozo do bem e, findo o contato, po-
São deveres do arrendatário: a) o pagamento das derá readquiri-lo, mediante a compra pelo preço residual.
contraprestações, inclusive em caso da interrupção con- O leasing de intermediação trata-se daquele em que
tratual de sua responsabilidade; b) zelar pela devida con- o arrendador é intermediário do fabricante do bem e do
servação do bem, e, se preciso, responder pelos prejuízos arrendatário. O leasing simples, por sua vez, se caracteri-
causados pelo seu descumprimento; c) devolver o bem za pela participação do arrendador em apenas adquirir e
ao arrendador, findo o contrato, caso não queira com- alugar o bem, enquanto que no leasing de manutenção
prar o bem pelo preço residual ou renovar o contrato. também se responsabilizará pela prestação técnica do
bem.

35
Leasing e locação Entretanto, o mercado ainda não estava reagindo
Alguns doutrinadores consideram o leasing como uma como se esperava, tendo em vista que a utilização do
espécie de locação, em face das características semelhan- leasing conforme estes dispositivos era bastante reduzi-
tes entre estes dois contratos. da. Jorge Pereira Andrade justifica tal ocorrência:
Silvio Rodrigues, embora reconhecendo a complexida- “Verifica-se que há uma alteração constante, no que
de do arrendamento mercantil, segue este entendimento. se refere às pessoas que podem participar da operação do
Há, sem dúvida, semelhanças entre o leasing e a loca- leasing, o que certamente leva-nos a crer que isto decorre
ção. O locatário, além de pagar o aluguel, deverá restituir do interesse monetário brasileiro detectado pelo Conselho
a coisa em bom estado. O mesmo ocorre com o arrenda- Monetário Nacional, para incrementar ou diminuir a inci-
mento, em que o arrendatário paga a remuneração, como dência desse tipo contratual. Fácil verificar, pelas pesquisas
também deverá restituir o bem. Na locação, há faculdade feitas pela ABEL (Associação Brasileira das Empresas de
de purgação da mora pelo locatário, e no leasing, pelo ar- Leasing), que quando só se permite a operação com pessoas
rendatário. Da mesma forma, em ambos os contratos, há jurídicas, o número de contratos diminui substancialmente
presunção de como ocorrerá a utilização da coisa, a inver- e aumenta consideravelmente quando há a participação de
são do ônus tributário, ações para a defesa do locatário e pessoas físicas”.
do arrendatário, além das prestações estarem sujeitas a Diante da necessidade em suprir tal fato, a lei nº
correção monetária. 6.099/74 e o Regulamento foram alteradas pela lei nº
Entretanto, não é conveniente considerar a locação 7.132, de 26 de outubro de 1983, permitindo a participa-
como o gênero e o arrendamento mercantil como espécie. ção de pessoas físicas como arrendatárias.
Entre as distinções existentes, algumas decorrem como Posteriormente, depois de vários dispositivos referen-
conseqüência das contraprestações do leasing serem mais tes a participação ou não de pessoas físicas no arrenda-
elevados que o pagamento do aluguel da locação, caben- mento mercantil, a Resolução nº 2.309, de 28 de agosto
do ao arrendador garantir a amortização e os custos do de 1996, e seu Regulamento anexo, do Banco Central do
financiamento. O locador, além de lhe pertencer os ris- Brasil, veio finalmente disciplinar as operações do arren-
cos da coisa, tem por obrigação garantir o uso pacífico do damento mercantil.
bem, enquanto que no leasing, tais deveres pertencem ao
arrendatário. Extinção
Outra distinção entre tais contratos é referente à ob-
Sendo um contato por tempo determinado, como vi-
tenção da coisa. No arrendamento mercantil, o arrendador
mos na sua classificação, decorrido o prazo contratual, o
adquire o bem visando entregar ao arrendatário, sob suas
arrendamento mercantil será extinto.
indicações, enquanto que na locação o bem em questão
Todavia, há várias outras formas de extinção, como o
já pertence ao locador.
consentimento mútuo dos contratantes, ou seja, a resili-
E provavelmente, a principal diferença ocorre no final
ção bilateral ou distrato.
do contrato. No leasing, cabe ao arrendatário o direito de
Havendo prejuízo para uma das partes, esta pode ex-
renovar o contrato, adquirir o bem mediante o pagamen-
tinguir o contrato, cabendo-lhe o ressarcimento dos pre-
to do preço residual ou restituí-lo. Na locação, o locatário
deverá restituir o bem. juízos. Da mesma forma, a substituição de uma das par-
tes, por tratar-se de um contrato intuitu personae, como
Leasing na legislação brasileira também da falência da empresa contratante, resultam na
A lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, introduziu extinção do contrato.
este contrato no ordenamento jurídico, dispondo sobre o Os demais modos de inadimplemento resultam na ex-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tratamento tributário. tinção contratual, como o decorrente por motivos alheios


Posteriormente, foi parcialmente alterada pela lei nº à vontade das partes, como caso fortuito ou força maior.
7.132, de 26 de outubro de 1983. Todavia estes dispositi-
vos limitavam-se ao tratamento tributário do leasing, uma Leasing: Vantagens e desvantagens
área bastante utilizada, mas sem a devida importância nos Diante da intensa evolução tecnológica, em que pro-
preceitos normativos. dutos considerados de última geração em poucos meses
Entretanto, o art. 9º da lei do Mercado de Capitais, nº tornam-se praticamente obsoletos e ultrapassados, torna-
4.595, de 31 de dezembro de 1964, estabelece a compe- -se inviável o emprego do capital de giro de uma empresa
tência do Banco Central do Brasil a por em prática as nor- na compra de equipamentos.
mas do Conselho Monetário Nacional, inclusive as refe- O leasing é um dos meios empregados para atender
rentes ao leasing. aqueles que não tenham recursos suficientes para a ob-
Um ano depois da lei nº 6.099/74, foi criada a Resolu- tenção de instalações atualizadas ou pela inviabilidade
ção nº 351, de 17 de novembro de 1975, com um Regu- de compras constantes de equipamentos avançados para
lamento anexo, na sessão deste conselho, no dia 12 do não se tornarem inferiores às suas concorrentes.
referido mês, veio estabelecer os dispositivos referentes às Desta forma, permite a renovação de equipamentos e
operações deste contrato, inclusive a participação somen- de instalações sem prejuízo no capital de giro, além de
te de pessoas jurídicas, seguindo o mesmo entendimento desenvolver a economia sob diversos aspectos.
da lei nº 6.099/74. Visando a ampliação prática deste con- Todavia, assim como nos demais negócios jurídicos, há
trato, o arredamento mercantil de bens importados foi a necessidade das partes em antes de pactuarem, verifi-
posteriormente regulado pela Resolução nº 666, de 17 carem a possibilidade de riscos. É o que leciona Jorge
de dezembro de 1980. Pereira Andrade:

36
“No leasing, o empresário deve considerar com aten- Vantagens do Capital de Giro
ção o tipo de equipamento a ser arrendado, pois que al- Não precisa comprovar a destinação dos recursos; a
guns oferecem maior risco que outros, durante e no final contratação do empréstimo é totalmente descomplicado;
do contrato. É o caso dos bens eletrônicos em geral, pois, os prazos para pagamento podem ser negociados de acor-
como se sabe, o que se compra hoje como última novi- do com a necessidade.
dade em pouco tempo será superado. Num contrato de A movimentação dos recursos é realizada por meio de
prazo longo, já estariam suplantados, e se substituídos transferências para a conta corrente do cliente.
por novos, para evitar a diminuição tecnológica, acarre- O limite do financiamento de Capital de giro é definido
tariam grave prejuízo”. de acordo com a capacidade de pagamento da sua em-
Outra questão relevante se refere à desvantagem presa.
para alguém optar pelo leasing para adquirir o uso e A maioria dos bancos comerciais disponibiliza um leque
gozo de determinado equipamento caso não haja in- enorme produtos e serviços destinados ao financiamento
teresse na compra do referido bem arrendado findo o de capital de giro das empresas, entre existem algumas di-
contrato de arrendamento mercantil, posto que as suas ferenças principais na liberação do crédito como: prazos;
contraprestações são mais elevadas que os aluguéis nos taxas e juros (custo); tributação de impostos; garantias;
contratos de locações. critérios e regras bancárias operacionais de cada um: con-
Para finalizar, concluímos que o arrendamento mer- centração de crédito com clientes, garantias exigidas, etc.;
cantil é um dos contratos que obtiveram atualmente uma e ainda restrições impostas pelo Banco Central do Brasil.
intensa aceitação, tanto nos países avançados economi- Em geral o empréstimo de capital de giro tem taxas de
camente como também nos subdesenvolvidos. juros mais baixas quando é dado como garantia as dupli-
Embora seja também bastante empregado nas em- catas em uma relação de 120 a 150% do principal empres-
presas, o crescente mercado de lazer pessoal é sem dúvi- tado. Quando a garantia do crédito para Capital de giro en-
da uma das causas para os elevados índices de aceitação volve outras garantias, como avalista, hipotecas de imóveis
deste contrato. e notas promissórias, os juros são mais altos.17
No Brasil, o leasing foi bastante aceito para a aquisi-
ção de bens importados, em face da conduta governa-
Crédito direto ao consumidor
mental, há alguns anos, em incentivar o referido comér-
O CDC – Crédito Direto ao Consumidor é um financia-
cio, mediante a redução dos tributos de importação.
mento destinado a aquisição de bens duráveis e servi-
Por ser um contrato moderno, acompanhando as
ços ou mesmo sem propósito específico. São os valores
necessidades oriundas da atual atividade mercantil, em
emprestados por bancos ou financeiras destinados a itens
uma economia a nível global, a utilização do leasing per-
sem financiamentos específicos como eletrodomésticos ou
manecerá crescente, principalmente pelo avanço tecno-
veículos.
lógico, inviabilizando a aquisição de produtos por meio
diverso. 16 O bem adquirido serve de garantia da operadora, fi-
cando a ela vinculado pela figura da alienação fiduciária (a
Financiamento de capital fixo propriedade do bem adquirido fica com a financeira até a
Quem possui empresa sabe da necessidade constan- quitação do empréstimo).
te de movimentação financeira, e que uma vez ou outra Para exemplificar, temos o financiamento de veículos
precisa de dinheiro para capitalizar, nessa hora é bom onde o bem (automóvel) fica alienado ao banco até o pa-
pegar um Capital de giro, tipo de financiamento para gamento total da dívida.
empresas  de curto, médio ou longo prazo destinado a Para obter um CDC é necessário que não hajam restri-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


suprir necessidades de caixa, normalmente utilizado para ções no cadastro e os dados financeiros do cliente. Após a
reorganizar o fluxo financeiro ou, mas também muito aprovação do crédito é possível retirar o valor diretamente
usado para desenvolvimento de novos projetos e em- no caixa eletrônico no caso de bancos ou a retirada do ele-
preendimentos. trodoméstico a exemplo das grandes redes de varejistas.
No Financiamento para Capital de giro as modalida-
des de pagamentos são diversas, o tomador do crédito Características do CDC – Crédito Direto ao Consu-
pode optar em pagar em 1, 2, 6, 12 ou mais parcelas, midor
tudo depende da necessidade do empresário e do fluxo • CDC (Crédito Direto ao Consumidor) gera IOF (Im-
de caixa. posto sobre Operações Financeiras);
• O Prazo Máximo é de 60 meses;
Garantias do Financiamento do Capital de giro • As taxas são livremente acordadas entre a institui-
O empresário ou empresa pode oferecer como ga- ção financeira e o cliente, porém a taxa padrão do
rantia, máquinas, equipamentos e veículos através de CDC de cada banco pode ser consultada no site do
Alienação Fiduciária, Hipoteca, Penhor de Recebíveis, Pe- Banco Central;
nhor Mercantil, Cessão de Crédito, Penhor de Quotas de
Sociedade Limitada, Penhor de Ações, Penhor de Títulos/ Vantagens do CDC – Crédito Direto ao Consumidor
Penhor de Direitos Creditórios, Duplicatas, Cheques pré- • As prestações podem ser antecipadas e o plano
-datados entre outros. quitado a qualquer momento;
• O cliente escolhe quanto vai dar de entrada e
quanto vai financiar;
16 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de George
Aguiar Dias 17 Fonte: www.jlpsmatos.blogspot.com.br

37
• Nos contratos prefixados, que já têm os juros em- poupança é o investimento mais popular e tradicional do
butidos na prestação, é possível saber quanto vai país devido, principalmente, a sua simplicidade de apli-
se pagar ao longo do período; cação e de resgate. É uma aplicação segura e suas regras
• Na opção prefixada, as prestações são fixas em re- de funcionamento são estipuladas pelo Banco Central, por
ais e não sofrem correção. isso existe uma padronização de taxas e de funcionamento
em todas as instituições financeiras. Para abrir uma conta
Desvantagens do CDC – Crédito Direto ao Consumi- poupança basta ter em mãos os seguintes documentos:
dor CPF, documento de identidade; e comprovante de residên-
• As taxas de juros são mais baixas nos prazos de fi- cia.TR (Taxa Referencial)
nanciamentos curtos e mais elevadas no caso de A TR serve como referência para o juro praticado no
financiamentos mais longos. mercado financeiro. Inicialmente foi criada para ser uma
• Em períodos longos, o consumidor acaba pagando taxa básica dos juros praticada no mês. Atualmente, a TR
uma pesada parcela de juros.18 é utilizada no cálculo do rendimento de vários investimen-
tos, caderneta de poupança, empréstimos do SFH, paga-
Crédito rural mentos a prazo e seguros em geral.
O crédito rural é um financiamento destinado a pro- A poupança é um investimento seguro para os pou-
dutores rurais  e cooperativas ou associações de produ- padores e um dos motivos é que ela conta com a garantia
tores rurais. Seu objetivo é estimular os investimentos e do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até a quantia de R$
ajudar no custeio da produção e comercialização de pro- 60.000,00 por instituição financeira.
dutos agropecuários.
Para conseguir o crédito, o tomador deve ser idôneo, Fundo Garantidor de Crédito – FGC
apresentar um projeto, plano ou orçamento que justifique É uma entidade privada, sem fins lucrativos, que ad-
o valor pedido são também beneficiárias do crédito rural ministra o mecanismo de proteção aos correntistas, pou-
empresas agropecuárias de pesquisa  ou produção de mu- padores e investidores, contra instituições financeiras em
das, sementes e de sêmem para inseminação artificial, de caso de intervenção, liquidação ou falência.
prestação de serviços mecanizados e inseminação artificial
e outras companhias com finalidade comercial no ramo da Reajuste Monetário
pesca, aquicultura, medição de lavouras e atividades flo- Os valores depositados na poupança são atualizados
restais. com base na TR – taxa referencial - do dia do depósito. O
cálculo da TR é feito a partir da média das taxas de CDB,
Onde obter: prefixado, de 30 dias e sobre ela aplica-se um redutor defi-
Nos bancos e cooperativas integrantes do Sistema
nido pelo Banco Central.
Nacional de Crédito Rural.
Juros
Prazos:
Para pessoas físicas, além do reajuste monetário, os va-
Variam conforme a  fonte de recursos, a finalidade  e
lores depositados na poupança são atualizados por juros
o plano de produção apresentado.
de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Só recebem remuneração
os depósitos mantidos por prazo superior a 30 dias.
Juros e encargos:
Dependem das fonte de recursos que darão suporte
ao financiamento. Para recursos controlados, relativos a Imposto de renda
As pessoas físicas não pagam imposto de renda em
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

aplicações obrigatórias dos bancos ao amparo da exigi-


bilidade dos depósitos à vista, os juros  estão fixados à suas aplicações em poupança.
taxa efetiva de juros de 6,75 % ao ano, de modo geral,
sendo que se concedidos no âmbito do Pronaf podem Valor mínimo
variar de 1,0 % a 5,5% ao ano. Nas operações de crédito Não existe valor mínimo estipulado para depósito e
rural a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras nem para resgate/retirada. Só que nas contas de poupança
(IOF) é zero. com resgate automático o saldo mínimo é de R$ 5,00.

Garantias: Aniversário da poupança


Podem ser acertadas entre o financiado e o finan- Para cada depósito efetuado em data diferente, é cria-
ciador, de acordo com a natureza e o prazo do crédito. da automaticamente uma nova data base. Essas datas são
As garantias podem ser o penhor (agrícola, pecuário ou referência para a remuneração mensal do investimento. A
mercantil); a alienação fiduciária; a hipoteca comum ou abertura de apenas uma conta poupança permite ao clien-
cedular; o aval ou fiança e outras que o Conselho Mone- te ter diferentes datas base, o que possibilita movimenta-
tário Nacional (CMN) permitir.19 ções em qualquer dia.

Cadernetas de poupança. Aniversário da poupança aos sábados, domingos e


A poupança é uma conta de depósitos remunerados feriados
pela TR – Taxa Referencial – acrescida de juros mensais Quando a data base cai em dia não útil, a remuneração
para pessoas físicas e trimestrais para pessoas jurídicas. A da poupança acontecerá no primeiro dia útil subseqüen-
te e o valor incorporado ao saldo da data base.
18 Fonte: www.topinvest.com.br
19Fonte: www.brasil.gov.br/ Pronaf / Banco Central do Brasil

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Depósitos no final de mês • fornecimento de até dois extratos, por mês, conten-
Quando os depósitos de poupança acontecem nos do a movimentação dos últimos trinta dias;
dias 29, 30, 31 - o próprio sistema define como data base • realização de consultas mediante utilização da in-
o dia primeiro do mês seguinte. ternet;
• fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do
Resgate antes do aniversário extrato consolidado, discriminando, mês a mês, os
Como é possível sacar da poupança a qualquer mo- valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas;
mento e a sua rentabilidade é calculada mensalmente (na e
data base), não há rendimento para os resgates feitos • prestação de qualquer serviço por meios eletrôni-
antes do aniversário. cos, no caso de contas cujos contratos prevejam
Caso o cliente saque um valor maior que o saldo de utilizar exclusivamente meios eletrônicos.
uma determinada data base, o débito ocorrerá nas datas
anteriores mais próximas, preservando a rentabilidade Financiamento à importação e à exportação/re-
das datas base que não fizeram aniversário. passes de recursos do BNDES

Depósito em cheque Financiamentos à importação - são linhas de crédito


Quando se faz um depósito em cheque, desde que captadas no exterior para financiamento aos importado-
o mesmo não seja devolvido, a remuneração passa a ser res por um prazo negociado com o banco. Podem ser
feita a partir da data do depósito, independentemente obtidas pelo importador com o banqueiro no exterior ou
do prazo de liberação. Portanto será criada nova data com o banco brasileiro.
base no dia do depósito e não quando este for liberado. Financiamentos à exportação - são linhas de crédito
que podem ser com recursos do BNDES (Banco Nacio-
Serviços essenciais que não podem ser cobrados nal de Desenvolvimento Econômico e Social), dos bancos
nas Cadernetas de Poupança nacionais e do Tesouro Nacional, já que é de interesse do
• fornecimento de cartão com função movimentação;
país que ocorra a exportação para que ocorra a entrada
• fornecimento de segunda via do cartão, exceto nos
de divisas no país.
casos de pedidos de reposição formulados pelo
correntista, decorrentes de perda, roubo, furto, da-
Entre as linhas de financiamento, podemos citar:
nificação e outros motivos não imputáveis à insti-
1. ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio -
tuição emitente;
Forma de antecipação de receita para exportado-
• realização de até dois saques, por mês, em guichê
res que já tenha fechado o contrato de venda e
de caixa ou em terminal de autoatendimento;
que, portanto, já tenham uma data prevista para
• realização de até duas transferências, por mês, para
conta de depósitos de mesma titularidade; o embarque das mercadorias e posterior ingresso
• fornecimento de até dois extratos, por mês, conten- das divisas.
do a movimentação dos últimos trinta dias; 2. O contrato de câmbio será negociado com um ban-
• realização de consultas mediante utilização da inter- co local, que adianta ao exportador os reais equi-
net; valentes ao valor da exportação. O contrato de
• fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do câmbio pode ser encerrado, também, sem liquida-
extrato consolidado, discriminando, mês a mês, os ção financeira. É quando o ACC vira um ACE.
valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; 3. ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues

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e - Com o embarque das mercadorias e a entrega
• prestação de qualquer serviço por meios eletrôni- dos documentos, o ACC poderá ser contabilmente
cos, no caso de contas cujos contratos prevejam transformado em ACE ou, no caso do exportador
utilizar exclusivamente meios eletrônicos. não ter feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até
60 dias após o embarque.
Manutenção e Tarifação 4. ACE é, portanto, um financiamento após o embar-
Segundo o site do BACEN (FAQ – Aplicações Financei- que das mercadorias com a entrega de documen-
ras), o banco não pode cobrar manutenção em conta de tos e depende da necessidade do exportador em
poupança e, também, deve disponibilizar gratuitamen- estender o prazo de pagamento para seus com-
te os seguintes serviços ditos “essenciais” (Resolução pradores (importadores).
3919/2010). 5. ACCI – Adiantamento Contrato de Câmbio Insu-
• fornecimento de cartão com função movimentação; mos - Conhecido como exportação indireta. Tem
• fornecimento de segunda via do cartão, exceto nos a função de conceder recursos aos fornecedores
casos de pedidos de reposição formulados pelo de insumos que integrem o processo produtivo,
correntista, decorrentes de perda, roubo, furto, da- montagem e embalagem de mercadorias para ex-
nificação e outros motivos não imputáveis à insti- portação.
tuição emitente; 6. FINAMEX - Financiamento exclusivo por agentes
• realização de até dois saques, por mês, em guichê credenciados pelo BNDES. Para estimular a indús-
de caixa ou em terminal de autoatendimento; tria brasileira a exportar máquinas e equipamentos
• realização de até duas transferências, por mês, para novos fabricados no país, tornando o preço com-
conta de depósitos de mesma titularidade; petitivo com o mercado internacional.

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7. Existe o Finamex pré-embarque, que financia a pro- em cada operação, a empresa de factoring recolhe o ISS
dução de máquinas e equipamentos a serem ex- à Prefeitura local. Em relação ao imposto de renda, ele
portados, e o Finamex pós-embarque, que finan- incide sobre toda a receita bruta auferida.
cia a comercialização, no exterior, dessas mesmas Finalmente, vale insistir na diferenciação das ativida-
máquinas e equipamentos, refinanciando o expor- des de factoring, que não devem se confundir com um
tador, mediante desconto de títulos ou cessão de simples empréstimo, desconto de duplicatas, adianta-
direitos de carta de crédito. mento de recursos, compra de duplicatas ou de fatura-
8. PROEX - linha de crédito com recursos do Tesouro mento, crédito pessoal ou crédito direto ao consumidor,
Nacional ou de bancos nacionais, objetiva finan- captação de recursos em real ou dólar, administração de
ciar as exportações brasileiras, tanto manufatura- consórcios, etc. Todas essas atividades são desempenha-
das quanto serviços. Financiamento que pode ter das ora por instituições financeiras, ora por administra-
prazo até 10 anos.20 doras de consórcio, sendo que estão sob a égide da Lei
nº 4.595/64 e da Lei nº 8.177/91, respectivamente, e se
Fomento Mercantil (factoring) subordinam à fiscalização e controle do Banco Central.
Preliminarmente cabe-nos fazer uma fundamental Na verdade, o factoring é uma atividade comercial
distinção entre uma instituição financeira e uma empresa mista atípica, resumindo-se na equação de prestação de
de factoring. serviços + compra de créditos (direitos creditórios) resul-
tantes de vendas mercantis.
Factoring é, pois, fomento mercantil, porque expande
#FicaDica os ativos de seus clientes, aumenta-lhes as vendas, eli-
mina seu endividamento e transforma as suas vendas a
Factoring não é banco, nem instituição fi-
prazo em vendas à vista.
nanceira.
O que fazem as empresas de factoring?
Compreendida a clássica distinção entre as empresas
Banco capta recursos, empresta dinheiro e necessita
de factoring e os bancos, fica mais fácil entender a ope-
de autorização do Banco Central para funcionar. Facto-
racionalidade de suas atividades. Por sua definição e filo-
ring presta serviços e compra créditos. Empresa que cap-
sofia operacional, as empresas de factoring não podem
ta recursos no mercado, empresta dinheiro com juros, faz
fazer a intermediação de dinheiro no mercado financei-
crédito direto ao consumidor ou crédito pessoal ou, ain-
ro. São empresas comerciais de atividade complexa que
da, administra consórcios, embora se rotule de factoring,
conjugam prestação de serviços com compra de direitos.
é uma empresa conhecida como marginal de mercado,
Dependem fundamentalmente de seus recursos próprios
porque está à margem da lei. Quem não estiver autori- e o segredo de seu sucesso reside na administração efi-
zado a funcionar pelo BACEN, exercendo as atividades ciente do seu passivo. O factoring é uma atividade com-
acima mencionadas, está sujeito às penalidades previstas plexa, cujo fundamento é a prestação de serviços, ampla
no art. 44, § 7º, da Lei nº 4.595/64, e no art. 16 da Lei nº e abrangente, que pressupõe sólidos conhecimentos de
7.492/86. Neste caso, o BACEN tem competência legal mercado, de gerência financeira, de matemática finan-
para punir todos quantos praticam operações com carac- ceira, de estratégia operacional e de contabilidade, para
terísticas daquelas privativas das instituições financeiras. exercer suas funções de parceiros dos clientes.
Diferentemente das instituições financeiras, que são A filosofia operacional do factoring pode produzir
tuteladas pela Lei nº 4.595/64, sendo fiscalizadas pelo profundas mudanças na estrutura organizacional, finan-
BACEN, a empresa de factoring é uma sociedade mer-
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ceira e produtiva do cliente:


cantil, limitada ou anônima, cuja existência legal nasce a) elimina o endividamento;
com o arquivamento de seus atos constitutivos na Junta b) melhora a competitividade de seu produto;
Comercial. O funcionamento de umasociedade de fo- c) provoca uma redução de custos e otimiza o tem-
mento mercantil, que se propõe efetivamente a praticar po do administrador da empresa, que diminui a
o factoring, não necessita de autorização do BACEN. necessidade de buscar recursos junto aos bancos,
Com a fundação da Associação Nacional de Factoring- num processo desgastante de negociação.
ANFAC, em 1982, sediada em São Paulo, as empresas de
factoring passaram a contar com um rigoroso programa Consagrado o princípio de que banco capta e em-
de treinamento para operadores, além da transmissão de presta dinheiro e a empresa de factoring presta serviços
“know-how”, que envolve elaboração de contratos, defi- e compra direitos, não resta dúvida de que estão bem
nição de mercado-alvo, estrutura organizacional, dentre demarcadas as fronteiras de atuação de ambas institui-
outros itens importantes. ções. Bancos emprestam dinheiro que é antecipado ou
Convém esclarecer ainda que, como empresa, a facto- adiantado. Há o direito de regresso permitido através do
ring tem diretores, gerentes, operadores e funcionários, endosso que é feito pelo sacador ao banco. O pagamen-
contabiliza seus negócios regularmente e paga impostos. to pelo uso do dinheiro é feito através da cobrança de ju-
A receita operacional das empresas de factoring tem dois ros a seus clientes. A empresa de factoring faz a compra
componentes: a comissão cobrada dos serviços que tem definitiva dos ativos representados por títulos de crédito
de prestar (de 0,5% a 3% “ad valorem”) e o diferencial (sendo que, no Brasil, 90% desses títulos são duplicatas) a
na compra dos créditos mercantis oriundos das vendas preço certo. Bancos prestam serviços creditícios ou não.
de seus clientes. Sobre a nota fiscal de serviços emitida É fundamental a empresa de factoring colocar à disposi-
ção do cliente uma série de serviços não-creditícios.
20 Fonte: www.portaleducacao.com.br

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A empresa de factoring se organiza sob a forma de critórios de factoring”, manchando o nome da atividade
sociedade mercantil e trabalha com poucos clientes. Há de fomento mercantil, que fica no imaginário das pes-
quem entenda as empresas de factoring como filtros se- soas, como se fosse algo “suspeito”.
letores dos riscos do sistema econômico, pois o factoring É preciso acabar de vez com esta confusão. A ativi-
atende um nicho de empresas que não é normalmente dade de fomento mercantil desempenha um papel fun-
cliente dos bancos e presta serviços que os bancos não damental no fortalecimento da economia nacional, es-
têm interesse em fazê-lo. pecialmente no apoio à pequena e média empresa, que
Enquanto os bancos têm por atividade básica e es- são as que mais empregos geram neste país e que, mui-
sencial fazer a intermediação de recursos no mercado, tas vezes, como mais acima do Globo, não conseguem
cobrando um “spread” (que é a diferença entre o cus- apoio das instituições financeiras, sobretudo em épocas
to de captação e o de aplicação de recursos feita pelos de aperto como as atuais.
bancos); o factoring como atividade comercial cobra um O fomento mercantil se desenvolve pela compra (pela
preço certo pela compra de sua mercadoria (créditos).21 empresa de factoring) de direitos creditórios resultantes
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços,
Factoring, Agiotagem e Direito de Regresso conjugado com assessoria creditícia, de seleção de riscos
A diferença fundamental entre Factoring e Descon- e de administração de contas a pagar, prestando às pe-
to Bancário está no direito de regresso, na hipótese de quenas e médias empresas serviço fundamental para que
inadimplemento pelo terceiro devedor. Tal direito não possam se dedicar à sua finalidade.
existe na faturização, mas está presente no desconto. As- Trata-se de atividade absolutamente legal (muito bem
sim, a empresa de factoring, ou seja, o factor, assume os tributada), fonte de orgulho para aqueles que a praticam
riscos da cobrança e, eventualmente, da insolvência do e de satisfação para os clientes. Existe inclusive, projeto
devedor, recebendo uma remuneração ou comissão, ou de lei no Senado Federal para que sua regulação passe a
fazendo a compra dos créditos com redução em relação ser feita em lei específica (como ocorreu em 1994 com a
ao valor dos mesmos. Tal preceito é consagrado também Lei de franquia).
por nossos tribunais: Ocorre que, como em todas as áreas, existem os bons
“Tratando-se de contrato de factoring, incabível o di- e os maus profissionais, os bem e os mal-intencionados,
reito de regresso contra o faturizado, uma vez que, ope- também temos esse quadro com o factoring. Existem
rada a transferência definitiva do crédito, exonera-se de empresas sérias e compromissadas, que agem dentro
responder pela satisfação da dívida, sendo da essência da lei e existem aquelas que praticam, na verdade, uma
da avença a responsabilidade do faturizador pelos riscos agiotagem disfarçada. Portanto, deve-se ter cuidado.
da impontualidade e da insolvência do sacado” (6ª Câm. Agiotagem é a especulação fundada nos emprésti-
do TAMG, Apel. 1882104/95). mos de dinheiro a juros extorsivos. Seu principal objetivo
 Convém lembrar que o Factoring não é uma ativi- é obter lucros excessivos. Emprestar dinheiro, mediante
dade financeira. A empresa de Factoring não pode fazer cobrança de juros, sem o aval do Banco Central, é práti-
captação de recursos de terceiros, nem intermediar para ca criminosa prevista na legislação pátria. Agiotagem é
emprestar estes recursos, como os bancos. À sociedade crime e deve ser denunciada. O agiota profissional é pe-
de fomento mercantil é proibido, por lei, fazer captação rigoso. É um lobo em pele de cordeiro. Pode ser pessoa
de recursos de terceiros no mercado e emprestar dinhei- jurídica, sob fachada de factoring, mas não se confunde
ro, pois esta é uma atribuição dos bancos, que depen- com este instituto, que visa ao fomento mercantil, aju-
dem de autorização do Banco Central para operarem dando às pequenas e médias empresas.
livremente. Não se pode esquecer também que as factorings não

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  Deve-se ressaltar que, ocorrendo descaracterização podem cobrar juros superiores ao limite da Lei da Usura
da essência e finalidade do Factoring, há a possibilidade (12% ao ano) enquanto não se considerarem instituições
de se responder por processo administrativo e criminal. financeiras. Já os agiotas, freqüentemente incorrem em
 O Factoring não desconta títulos e não faz financia- crime de usura, extorquindo a tudo e a todos.
mentos. Portanto, factoring não é banco. Assim, opera- Enfim, é considerado agiota aquele que emprestar
ções onde o contratante não seja pessoa jurídica, em- dinheiro, estipulando ou cobrando juros, comissões ou
préstimo via cartão de crédito, alienação de bens móveis correção monetária acima do índice oficial (IGP, IPC são
e imóveis e operações privativas de instituições financei- índices aceitáveis para correção monetária e 0,5% e 1,0%
ras não constituem factoring. são juros legais permitidos). Portanto, não há que se falar
O fomento mercantil deve ser encarado como me- em agiotagem na prática de factoring, pela singela razão
canismo de suporte ao segmento da pequena e média que factoring não faz empréstimo, apenas presta servi-
empresa e não como alternativa para mascarar negócios ços, compra créditos e antecipa recursos não-financeiros
legalmente privativos de instituição financeira ou para (estoque, insumo e matéria-prima).
justificar sofisticados planejamentos tributários ou ou- Também deve ser ressaltado que a empresa de fac-
tros tipos de negócios pouco lícitos acobertados com a toring não capta recursos populares, não faz emprésti-
“placa” de factoring. Agiotagem é caso de polícia. Facto- mos, intermediação ou aplicação de recursos financeiros,
ring é um instituto legalizado em nosso país. apenas presta serviços, compra créditos (cheques ou du-
Dessa forma, empresas que não têm rigorosamente plicatas) vencíveis de empresas oriundos de operações
nada a ver com o factoring, e que praticam um “negócio” mercantis desta (venda e compra de produto e prestação
ilegal (agiotagem), têm se apresentado como sendo “es- de serviços, com pagamento a prazo, que poderá estar re-
21 Fonte: www.bd.camara.gov.br - Por Guilherme J. Falcão
presentado por cheques pré-datados ou duplicatas), com

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recursos próprios, mediante preço certo e ajustado com o Alguns anos depois, o factoring se tornou regula-
faturizado. Poderá, ainda, antecipar recursos não-financei- mentado pelo Código Civil, nos artigos 1065 a 1078, e
ros, adquirindo, para o cliente faturizado, matéria-prima, no Código Comercial, nos artigos 191 a 220, com respal-
insumos e estoques. do das leis 8891/1995 e 9065/1995, além da Resolução
O fato de o factoring não possuir legislação específica 2144/1995 do Banco Central.
não quer dizer que essa atividade – amplamente pratica-
da no mercado nacional – possa ser considerada ilegal. O crescimento das operações de factoring
Entretanto, o ideal seria a plena regularização da situação As operações de factoring tiveram grande crescimen-
do factoring em nosso ordenamento jurídico. Assim, po- to a partir de 1988, quando a cifra de negociações che-
deriam ser criados instrumentos mais eficazes de controle, gou ao patamar de US$ 2,5 milhões. Em 1996, os valores
fiscalização e punição para aquelas empresas que detur- negociados pelas empresas de factoring chegaram a US$
pam o mencionado instituto. 11 bilhões.
Portanto, pode-se afirmar que o factoring é uma tênue Com base na legislação existente até então, as opera-
linha reta traçada. Ao seu lado esquerdo temos o merca- ções de factoring tornaram-se legalizadas, muito embora
do marginal e ao seu lado direito, temos contravenções diversas empresas e pessoas continuassem julgando que
penais. Assim, essa atividade, já consagrada no Brasil, mas a atividade era mais ligada à agiotagem, ou seja, um cri-
ainda carente de uma legislação específica, deve estar sob me perante a legislação federal.
atenta vigilância, caso contrário, cairá no veneno ilegal da A Anfac, em 1995, encaminhou um projeto de lei atra-
agiotagem.22 vés de deputados ao Congresso Nacional, buscando criar
uma legislação específica para as empresas de factoring.
A legislação que regula as empresas de Factoring O Projeto de Lei n° 230/95, de autoria do então senador
O Brasil ainda não possui uma legislação específica so- José Fogaça, ainda se encontra em tramitação no Con-
bre as operações de factoring. Em razão isso, entende-se gresso, inclusive com diversas alterações e retificações.
que essas empresas utilizam as regras da cessão de crédito Como o projeto de lei ainda não está aprovado, as
do Código Civil, utilizando o artigo 286 e seguintes. empresas de factoring continuam tomando como base o
No entanto, a legislação apresenta uma lei, a Lei Com- que estabelece a legislação, com destaque para a Lei n°
plementar n° 123/06, que estabelece um conceito para as 9.613/98 e a Medida Provisória n° 1820/99, que tratam
operações de factoring em seu artigo 17: do assunto em alguns de seus artigos.
• • Não poderão recolher os impostos e contribui-
ções na forma do Simples Nacional a microempresa ou A importância dos Códigos Civil e Comercial para
empresa de pequeno porte que explorem atividades de o factoring
prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria As operações de factoring praticadas pelas empre-
creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração sas voltadas para essa atividade, mesmo não possuindo
de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos uma legislação específica, encontram respaldo, portanto,
(assets management), compras de direitos creditórios re- nos Códigos Civil e Comercial, sendo uma atividade per-
sultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de feitamente legal, uma vez que trabalham no sentido de
serviços (factoring). oferecer capital de giro para as empresas que oferecem
Através desse artigo, é estabelecida uma base para as produtos e serviços a prazo.
empresas de factoring, entendendo que um contrato des- De acordo com o Professor Luiz Lemos Leite, o en-
sa natureza é perfeitamente legal e que está dentro do que quadramento legal do factoring está respaldado no Di-
estabelece a legislação para seu funcionamento. reito brasileiro através do Código Civil, em sua parte que
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estabelece regras para a prestação de serviços, e no Có-


A história do factoring no Brasil digo Comercial, na parte que se refere à compra de di-
É fácil perceber porque não existe ainda uma legislação reitos comerciais regidos pela compra e venda mercantil.
de factoring no Brasil. A atividade surgiu apenas em 1982, A legislação brasileira, portanto, embora não te-
quando houve a fundação da Associação Nacional de nha ainda uma lei específica para tratar das regras de
Factoring, a Anfac. factoring, oferece total respaldo para as empresas que
Nessa época, logo no início, as empresas de factoring trabalham com fomento comercial, principalmente por
encontraram grande resistência das instituições financei- atuarem num mercado em que se facilitam as operações
ras e dos órgãos públicos fiscalizadores, principalmente mercantis feitas a prazo.23
do Banco Central do Brasil.
O Banco Central, por não conhecer a fundo as pre- Cartões de Crédito
tensões da Anfac, entendeu que o fomento mercantil A modernidade fez da pecúnia uma coisa obsoleta.
era uma operação que iria invadir a área privativa das Os cartões de crédito têm hoje maior poder liberatório
instituições financeiras, chegando mesmo a proibir indi- que qualquer moeda, sendo mesmo o preferido nas tran-
retamente as operações de factoring através da Circular sações comerciais, pela maior facilidade e segurança, que
n° 703, de 1982, colocando essa atividade como crime. propicia aos contratantes.
Depois de muitas discussões administrativas e judi-
ciais, o Banco Central eliminou os obstáculos que impe- Há por trás de um cartão de crédito vários contratos,
diam as operações de factoring por empresas que não imprescindíveis à sua utilização:
fossem instituições financeiras, como os bancos, embora 1. Primeiramente, um contrato de crédito entre a en-
isso só tenha ocorrido em 1988. tidade financeira e o usuário;
22 Fonte: www.egov.ufsc.br/Paulo Gustavo Bastos de Souza 23 Fonte: www.tributus.cnt.br

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2. Depois, outro contrato de crédito entre o comer- Limite do cartão de crédito
ciante e a entidade financeira; Ele é uma quantia fixada que – como diz o nome –
3. E, finalmente, o contrato entre o usuário e o co- limita seu gasto a um determinado valor. Esse valor vai
merciante, em que o pagamento será feito com o ser definido no momento de contratação do cartão, onde
débito no cartão de crédito. sua renda será analisada, juntamente com uma estimati-
va de quanto você pode gastar por mês, de acordo com
A entidade financeira é denominada “emissor“, en- seu salário. Ou seja, ele é definido pelo banco e apenas
quanto o comerciante (ou prestador de serviços), que o ele pode alterar.
aceitará, se chama “fornecedor”, e o usuário é o “titular Ex: Uma pessoa possui um cartão com limite de 800
do cartão”. reais, e gasta 300 desse limite em uma compra parcelada
Ao emissor cabe a tarefa de dar lastro ao crédito, pois por 3 vezes sem juros. Seu limite agora irá baixar para
sua obrigação será pagar o fornecedor, ainda que não 500 reais (R$ 800,00 – R$ 300,00). A cada mês, conforme
receba do “titular do cartão”: é dele o maior risco da ope- for pagando as parcelas, seu limite irá subir – consideran-
ração, razão por que lhe caberá o zelo de não conceder o do que, nesse caso, pagaria 100 reais por mês, no primei-
crédito a quem o não mereça. Naturalmente, será remu- ro mês o limite de compra subiria de 500 para 600 reais,
nerado não só pelo titular do cartão, como também pelo e assim por diante.
fornecedor, já que concede crédito ao primeiro e facilita Lembrando que, se você gastar 300 reais do seu limite
a venda para o segundo. – dado no exemplo, você não poderá comprar nada de
O titular do cartão é o beneficiário do crédito conce- 800 reais até quitar a dívida, pois o único limite que terá
dido pelo emissor, e haverá de ser pessoa maior e capaz, disponível no primeiro mês será de 500 reais, com acrés-
para poder assumir as obrigações financeiras conexas ao cimo de 100 reais cada mês.
uso do cartão, desde o pagamento das despesas, que
fizer, até o pagamento do custo do crédito, que lhe foi E como eu faço para aumentar meu limite do car-
dado pelo emissor. tão de crédito?
É oportuna a consideração de que no contrato en- É comum uma pessoa começar a ganhar mais e que-
tre o titular e o emissor há previsão da possibilidade de rer aumentar o limite do seu cartão de crédito. Mas nem
o débito ser parcelado, porém, respondendo o devedor só de renda se faz o teto do cartão. Fatores como ina-
por pesados juros. dimplência ou atrasos em pagamentos podem ser uma
Finalmente, o fornecedor (vendedor ou prestador de barreira na hora de aumentar o seu crédito. Então, nada
serviço) assume perante o emissor a obrigação de aceitar de deixar de pagar sua fatura ou esquecer de fazer o pa-
o valor do preço da mercadoria vendida ou do serviço gamento das contas!
prestado, mediante a apresentação do cartão de crédi- Os fatores, no entanto, variam muito entre as insti-
to pelo usuário: será preenchido um documento, devi- tuições financeiras que oferecem o serviço de crédito. É
damente assinado pelo titular do cartão, que produzirá sempre bom conversar com o gerente e ficar atento aos
o crédito do fornecedor junto ao emissor (desse crédi- detalhes e prazos estipulados em contrato.
to será descontada uma comissão de remuneração do
emissor por ter intermediado o negócio). Limite de crédito x limite de saque
Embora os fornecedores – de regra – obriguem-se a Há diferenças entre esses dois diferentes tipos de li-
aceitar os cartões e não lançarem no preço da mercado- mite do seu cartão de crédito. O limite de crédito pes-
ria/serviço qualquer acréscimo, a realidade do mercado soal, como já dito acima, é o valor total que a instituição
tem mostrado uma distorção contratual, pois àqueles que gere o cartão disponibiliza para o cliente. É definido

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que pagam em cash (dinheiro) ou em cheque, alguns co- no momento em que o cartão é adquirido, e leva como
merciantes concedem desconto (não raro em valor supe- base sua renda e perfil de compras.
rior ao da comissão, que pagarão a financeiras emissoras Já o limite de saque é o serviço que alguns cartões
de cartão): é que só receberão do emissor algum tempo disponibilizam, funcionando como um saque emergen-
depois, e muitas vezes têm necessidades de caixa (paga- cial. Não costuma estar vinculado ao limite de crédito,
mento de duplicatas, funcionários, etc.), que antecedem portanto o cliente pode fazer o saque emergencial sem
àquela data do recebimento. modificações no valor do limite para compras. Essa forma
de saque, no entanto, está sujeita a juros e taxas, fazendo
Natureza Jurídica dos Cartões de Crédito com que se torne necessário somente em uma ocasião de
O cartão concede crédito ao titular e facilita o negó- verdadeira necessidade.
cio (venda ou serviço) para o fornecedor: é, pois, uma Há ainda o limite disponível que, como indica o pró-
contratação acessória, que constitui relevantíssima pres- prio nome, mostra o valor que está a disposição do clien-
tação de serviço ao negócio principal, entre o usuário e o te no momento da consulta. Ao comprar um produto de
comerciante (ou prestador de serviços). 400 reais em um limite de 1000, o limite do cartão de
Dessa natureza de prestação de serviços decorre crédito disponível será de 600 reais, por exemplo.25
que o emissor se sujeitará à incidência do I.S.S. sobre
suas operações todas, conforme já decidiu o Supremo Títulos de capitalização
Tribunal Federal (decisão em Recurso Extraordinário nº Começamos dizendo que o Título de Capitalização
75.952-SP).24 não é um investimento.

24 Fonte: www.portaleducacao.com.br 25 Fonte: www.bidu.com.br

43
Diferente do que muitos acreditam, essa modalidade • Santander: CapSorte do Milhão, CapSorte Total e
não pode ser considerada um investimento. CapSorte Universitário.
Na verdade, a sua classificação está mais para um se-
guro do qualquer outra coisa. É claro que pode haver algumas variações.
Uma prova disso é o fato de o mercado de capitaliza- A Caixa, por exemplo, oferece alguns títulos focados
ção ser controlado e fiscalizado pela SUSEP, ou Superin- em aposentados, servidores públicos e empresários.
tendência de Seguros Privados. Porém, o funcionamento do título é basicamente o
Em palavras simples, poderíamos dizer que o Título mesmo para todos os casos.
de Capitalização é uma forma de economia programada O que varia é:
com um prazo definido. • A forma de pagamento: (única, mensal ou periódi-
Isso porque seu funcionamento depende de paga- ca);
mentos que você faz para o “emissor” do título. • O resgate (total ou parcial);
Esse pagamento pode acontecer de forma única, por • O tamanho da série;
meio de parcelas mensais (o mais comum) ou periódicas. • A carência;
Ao final do prazo, você poderá resgatar os pagamen- • E alguns outros fatores.
tos realizados.
Esse resgate pode envolver a totalidade do valor pago, Em resumo, temos a seguinte definição:
parte do valor pago ou até mesmo o valor pago acrescido O Título de Capitalização é uma forma de guardar
de uma mísera taxa de juros (muito inferior às taxas que dinheiro e, ao mesmo tempo, participar de sorteios.
você conseguiria investindo seu dinheiro).
Vantagens dos títulos de capitalização
Por que escolher um título de capitalização para Vamos começar com a vantagem mais “divulgada”
“investir”? pelos principais emissores de títulos de capitalização:
Se muitas vezes você não conseguirá resgatar a tota-
lidade do valor pago e, em outras, receberá o valor pago #1 – Forma forçada de poupar
acrescido de uma pequena taxa de juros, por que optar Agora que já entendemos o que é um Título de Capi-
por um título de capitalização? talização, é fácil concluir que essa é uma forma forçada
Aqui entra o maior atrativo para aqueles que optam de poupar.
por essa modalidade de poupança: os sorteios. E por que isso é uma vantagem?
Ao pagar um título de capitalização, você passa a con- Simples: porque há pessoas que simplesmente não
correr a um – ou alguns – sorteios. possuem disciplina para guardar dinheiro.
O valor dos prêmios distribuídos nesses sorteios pode Por meio de um contrato de capitalização, o indiví-
variar bastante. duo fica “obrigado” a pagar o título sob pena de multa e
Alguns contratos preveem o pagamento de quantias atualização monetária em caso de atrasos.
pequenas. Além disso, o contratante perde o direito de partici-
Outros, entretanto, podem sortear valores que che- par dos sorteios.
gam a milhares ou até milhões de reais. E esse acaba sendo o motivo mais forte que força
Tudo isso, é claro, está embutido dentro do seu pa- muitas pessoas a se manterem fiéis ao Título de Capi-
gamento. talização.
Quem emite um título de capitalização? Para quem tem controle zero sobre os gastos, essa
Mas afinal, quem são os responsáveis por emitir os pode até ser uma opção a ser considerada.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Títulos de Capitalização? Entretanto, eu nunca recomendo esse caminho.


Geralmente estamos falando de grandes instituições Afinal, há outras formas de se forçar a fazer aportes
financeiras, como os bancos. financeiros que podem ser considerados investimentos.
Se você já foi abordado com alguma oferta de capi- O fato de você desenvolver um planejamento finan-
talização, é muito provável que tenha ouvido algum dos ceiro formal, por exemplo, é uma delas.
seguintes nomes: À medida que se estuda e se conhece outros produ-
• Banco do Brasil: Ourocap Único 36, Ourocap Men- tos financeiros, mais opções (muito mais interessantes)
sal 36, Ourocap Mensal 48, Ourocap Mensal 60, começam a surgir.
Ourocap Flex e Ourocap Multi Sorte;
• Bradesco: Pé Quente Max Prêmios Bradesco Capita- #2 – Comodidade
lização (Pagamento Mensal ou Único), Pé Quente Quem vai com frequência ao banco para conversar
Bradesco SOS Mata Atlântica, Pé Quente Bradesco com o gerente sabe como é “fácil” dizer um “sim” para
Cem, Pé Quente Bradesco Mil, Pé Quente Bradesco uma oferta que parece tentadora.
Nikkei, Pé Quente Bradesco Empresarial, Pé Quen- O profissional do banco, alegando que precisa de
te Bradesco SOS Mata Atlântica Empresarial e Pé uma ajudinha para fechar a meta do mês, acaba florean-
Quente; do o Título de Capitalização.
• Caixa Econômica Federal: Cap Torcedor, Ideal Cap, Como resultado, os aportes para essa modalidade
Caixacap Sucesso, SuperXcap e Caixa Cap Aluguel; acabaram se transformando em algo extremamente “in-
• Itaú: PIC (R$ 20), PIC (R$ 30), PIC (R$ 70), PIC (R$ dolor” para o consumidor.
100), SUPER PIC 500 (R$ 500) e Super PIC (R$ Basta apenas dizer um “sim” ou um “ok”.
1.000); No final das contas, o cliente não faz nada.

44
Só precisa acompanhar os aportes financeiros e tor- Desvantagens dos títulos de capitalização
cer para ser sorteado. A grande verdade, aqui, é que as desvantagens são
Além dessa comodidade, outro aspecto que acaba re- muito mais importantes do que as aparentes vantagens.
forçando essa vantagem são exatamente os valores dos Portanto, sugiro especial atenção nos tópicos seguin-
aportes (no caso dos pagamentos mensais). tes deste artigo.
Em alguns contratos, os preços começam em apenas Vamos lá!
R$ 30.
Para muitos, esse é um valor bem baixo a ser pago #1 – Baixa rentabilidade
para concorrer a 1.000 vezes esse mesmo valor. Para atrair mais clientes, as empresas oferecem de-
O raciocínio é simples: volução de 100% do valor pago durante a vigência do
“Eu pago R$ 30 por mês e concorro a R$ 300 mil. Existe Título de Capitalização.
coisa melhor?” Essa parece uma coisa boa, não é?
Realmente não há como negar que as instituições fi- Mas não se engane!
nanceiras facilitam o acesso ao Título de Capitalização e Se você está cedendo o seu dinheiro, o mínimo espe-
o transformam em uma alternativa aparentemente inte- rado é que ele seja de alguma forma corrigido na hora
ressante. da devolução.
Afinal, eles são “mestre” nisso. Isso é o que boa parte das instituições financeiras fazem.
O importante aqui é que você não confunda a “co- Porém, a rentabilidade é tão baixa que não chega a
modidade”, que de fato não deixa de ser uma vantagem, superar nem mesmo a inflação, o que significa que o di-
com “qualidade”. nheiro desvalorizou.
Afinal, como eu já comentei, os títulos de capitaliza- Ou seja: houve perda financeira por causa da desva-
ção não estão nem perto de serem considerados como lorização.
boas opções de investimento. A remuneração é baixa porque somente uma parte
Portanto, tenha muito cuidado com a comodidade. do valor pago é corrigido pelos juros.
Essa quantidade é chamada de cota de capitalização.
#3 – Sorteios
Dependendo do tipo de pagamento (único, mensal
É aqui que está a “cereja do bolo” para quem compra
ou periódico), esse valor pode variar de 10% a 70%.
um Título de Capitalização.
Isso significa que, na pior das hipóteses, somente
É nesse ponto que os bancos e outras instituições fi-
10% do valor pago estaria sendo corrigido pelos juros da
nanceiras acabam ganhando os consumidores.
Taxa Referencial (TR).
Afinal, é bem fácil ceder à tentação de sonhar com a
Dessa forma, podemos dizer que o Título de Capi-
possibilidade de ganhar uma grande bolada.
Ainda mais se você é brasileiro e vive a nossa “cultura talização é uma modalidade pior que a Caderneta de
da loteria”. Poupança, que também considera a TR para compor seu
Às vezes os prêmios realmente são bem convidativos. rendimento.
Quer ver só? Lembrando apenas que a capitalização não pode ser
Vamos usar o Banco do Brasil como exemplo. considerada um tipo de investimento, diferente do que
A modalidade Ourocap Mensal 36 pede aportes que acontece com a tradicional Poupança, embora ela tam-
variam de R$ 200 a R$ 1.000 mensais durante 36 meses bém possa apresentar uma remuneração bem baixa.
para concorrer a: Na melhor das hipóteses, é uma forma de poupar di-
• Prêmios mensais de R$ 10 mil; nheiro com um bônus de eventualmente (e com muita
sorte) você ser premiado com um sorteio.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


• Prêmios mensais especiais de até R$ 100 mil;
• Prêmios semestrais de até R$ 10 milhões. Feita essa consideração, vamos ao segundo ponto:

Parece tentador, não é mesmo? #2 – Baixa liquidez


São mais de 36 vezes a chance de ganhar uma bolada Nem todos os Títulos de Capitalização permitem um
gigantesca. resgate antecipado.
Só o prêmio mais baixo (R$ 10 mil) seria o suficien- Alguns contratos dispõem do chamado prazo de ca-
te para superar o montante que você estaria pagamento rência, que é o tempo mínimo por meio do qual o dinhei-
pelo título, que soma o valor de R$ 7.200,00. ro precisa ficar guardado.
Com base nessa perspectiva, é bem fácil entender Somente depois desse período você poderá resgatar
porque tantos clientes acabam comprando Títulos de o valor pago.
Capitalização. Na hipótese de ser permitido o resgate antecipado
Ser sorteado transformaria o título em uma verdadei- (total ou parcial), o cliente pode estar sujeito ao paga-
ra mina de ouro. mento de multa para a emissora do título.
Aqui, um parênteses muito importante precisa ser fei- O dinheiro fica literalmente “preso” ao banco.
to: não existe almoço grátis. Caso o consumidor decida não pagar o Título de Ca-
Os prêmios distribuídos nos sorteios já estão “embu- pitalização, ele pode ter o seu título suspenso, o que tira
tidos” na sua mensalidade do título. o direito de participar dos sorteios.
Ou seja: a probabilidade de você realmente mudar de Se o atraso no pagamento superar quatro meses, o
vida com um desses sorteios é realmente baixa e a rela- título é cancelado.
ção entre “custo x benefício” de um título de capitaliza- Nesse caso, parte do valor é devolvido, funcionando
ção jamais é positiva. como uma espécie de resgate antecipado.

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#FicaDica
Não é investimento
Caso você ainda não tenha entendido, eu volto a reforçar: o Título de Capitalização não é um investimento.
Essa modalidade funciona mais como um seguro com direito à premiação, que acaba sendo o seu maior
apelo.
Além de não garantir o retorno do valor aplicado ao longo do período de vigência, as chances de ser
sorteado são bem remotas.
Isso sem falar sobre o imposto de renda sobre os prêmios, que pode chegar a até 30%.
Apesar disso, várias instituições acabam vendendo a capitalização como uma forma de fazer o dinheiro
crescer.
Algumas até a chamam de uma “boa opção de investimento” para quem quer guardar dinheiro e concor-
rer a prêmios.
Pura falácia, ao menos no que se refere a parte de ser uma opção de investimento.
Pelo menos algumas mudanças recentes na regulamentação ajudam a aumentar a transparência nas con-
dições de comercialização dos Títulos de Capitalização.
Porém, muitos ainda acabam sendo “enganados” por gerentes de bancos que usam os títulos como moe-
da de troca para oferecer outros benefícios, como uma taxa mais baixa na contratação de crédito.
Por isso é sempre bom anotar muito bem todos os números passados para poder se defender posterior-
mente.
Há casos em que essa imposição acontece de forma tão veemente que pode acabar sendo caracterizada
de forma ilegal.
Portanto, não caia na pegadinha de quem diz que o Título de Capitalização é um investimento.
Enfim, como os títulos de capitalização se prestam, teoricamente, a disciplinar as pessoas a guardarem di-
nheiro, eles acabam sendo a primeira aquisição de muita gente, que do contrário iria gastar esse dinheiro
e não o guardar.
Portanto, poderíamos dizer, também, que ele pode servir como uma “porta de entrada” para uma vida
financeira mais regrada.1

1 Fonte: www.clubedovalor.com.br

Planos de aposentadoria e pensão privados

Fundo de aposentadoria programada individual – FAPI


É constituído sob a forma de um condomínio aberto e administrado por instituições financeiras credenciadas no
SISBACEN, ou seguradoras autorizadas pela SUSEP.
Trata-se de um fundo de investimento como os FIF, cujo objetivo é constituir para o aplicador um plano de comple-
mentação da aposentadoria básica da Previdência Social na forma de um condomínio capitalizado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Qualquer pessoa física poderá aplicar no Fapi mediante a abertura de uma conta específica em banco múltiplo,
comercial, de investimento, caixa econômica ou seguradora.
O público-alvo são as pessoas físicas que não dispõem de fundos de pensão, tais como profissionais liberais, em-
presários e funcionários de pequenas e médias empresas.

PGBL - PLANO GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE - Os planos denominados (sob a sigla) PGBL, durante o período
de diferimento, terão como critério de remuneração da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade
da carteira de investimentos do FIE instituído para o plano, ou seja, durante o período de diferimento não há garantia
de remuneração mínima. As contribuições pagas permitem a dedução do Imposto de Renda até o limite de 12% da
renda bruta anual.
O Plano PGBL poderá ter sua carteira de investimentos estruturada sob as seguintes modalidades: SOBERANO,
RENDA FIXA OU COMPOSTO.
O objetivo do Plano é a concessão de benefícios de previdência aberta complementar (não confundir com fundos
de investimento de mercado financeiro). O valor do benefício será calculado em função da provisão matemática de
benefícios a conceder na data da concessão do benefício e do tipo de benefício contratado, de acordo com os fatores
de renda apresentados na Proposta de Inscrição.
É uma aplicação oferecida pelos bancos, seguradoras e empresas de previdência privada como mais uma alterna-
tiva de complementação de aposentadoria.
Ao invés de garantir uma rentabilidade mínima, corno na previdência privada aberta, oferece ao investidor três
modalidades distintas de investimentos, com riscos distintos:
- Plano soberano: aplica os recursos em títulos públicos federais;
- Plano renda fixa: aplica os recursos em títulos públicos federais e outros títulos com características de renda fixa;

46
- Plano composto: aplica os recursos em títulos pú- o qual contribuem a empresa e os funcionários. Portan-
blicos federais, outros títulos com característica de to, não é aberto à participação de outras pessoas e tem
renda fixa e até 49% dos valores em renda variável. características diferentes de uma empresa para outra.26

A rentabilidade vai depender do plano escolhido, da Seguros, Previdência complementar, Capitaliza-


capacidade do administrador e das tendências da eco- ção
nomia. A previdência sempre foi muito associada com apo-
As principais características do PGBL são: flexibilida- sentadoria, mas, além disso, é também uma maneira de
de na contribuição ao fundo, liberdade na escolha de formar uma reserva financeira, ou seja, segurar o futuro
aplicar os recursos financeiros e liberdade de resgate. através de planos de médio e longo prazo.
O Regime de Previdência Complementar – RPC tem
VGBL – VIDA GERADO DE BENEFICIO LIVRE - é por finalidade proporcionar ao trabalhador uma prote-
uma das modalidades de plano previdenciário privado ção previdenciária adicional àquela oferecida pelo Regi-
(previdência privada) adotada no Brasil. me Geral de Previdência Social – RGPS ou pelo Regime
É um plano de seguro de pessoas com cobertura por Próprio de Previdência Social – RPPS, para os quais as
sobrevivência, cuja principal característica é a ausência contribuições dos trabalhadores são obrigatórias.
de rentabilidade mínima garantida durante a fase de  A adesão ao RPC é facultativa e desvinculada da pre-
acumulação dos recursos, sendo a rentabilidade da pro- vidência pública (RGPS e RPPS), conforme previsto no
visão idêntica à rentabilidade do fundo onde os recursos art. 202 da Constituição Federal. Nesse contexto, o RPC
estão aplicados. possui regras específicas estabelecidas pelas Leis Com-
O VGBL é ideal para quem declara Imposto de Ren- plementares nºs. 108 e 109 de 29/05/2001.
da no formulário simplificado ou para quem excedeu o  No RPC o benefício de aposentadoria será pago com
limite de dedução do Imposto de Renda (12% da renda base nas reservas acumuladas ao longo dos anos de
bruta anual) com contribuições a outros planos de pre- contribuição, ou seja, o que o trabalhador contribui hoje
vidência, como por exemplo, o PGBL. formará a poupança que será utilizada no futuro para o
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa pagamento de seu benefício. Esse sistema é conhecido
por duas fases: o período de investimento e o período como Regime de Capitalização.
de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando   O RPC é composto por dois segmentos: aberto,
estamos trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase
operado pelas Entidades Abertas de Previdência Com-
de formação de patrimônio. Já o período de benefício
plementar – EAPC e o fechado, operado pelas Entidades
começa a partir da idade que você escolhe para come-
Fechadas de Previdência Complementar – EFPC, cada
çar a desfrutar do dinheiro acumulado durante anos de
qual com suas especificidades e características próprias,
trabalho.
sendo fiscalizadas por órgãos de governo específico para
A maneira de recebimento dos recursos fica a critério
cada segmento: o fechado pela Superintendência Na-
de escolha do comprador do plano. É possível resgatar
cional de Previdência Complementar – Previc e o aberto
o patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de be-
nefício (renda) para passar a receber, mensalmente, da pela Superintendência de Seguros Privados – Susep.
empresa seguradora. As EFPC administram planos de benefícios de cará-
A grande diferença entre os VGBL e os PGBL é que o ter previdenciário para indivíduos que possuam vínculo
imposto de renda no resgate do VGBL incide sobre os empregatício ou associativo com empresas, órgãos pú-
lucros do investimento, enquanto que no PGBL incide blicos, sindicatos e/ou associações representativas. Já o
segmento aberto oferece planos de benefícios de caráter

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


sobre o patrimônio total do investimento.
previdenciário concedidos em forma de renda continua-
Previdência privada aberta – PPA da ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas
É uma opção de aposentadoria complementar ofe- físicas.27
recida pelos bancos e seguradoras. Há duas opções de
acordo com o plano adquirido: Capitalização
- Benefício definido: o participante determina a futu- O Regime de Capitalização tem como característica
ra renda mensal, mas suas contribuições não são principal o pré-financiamento do benefício, ou seja, o
fixas. próprio trabalhador, durante a sua fase laborativa, pro-
- Contribuição definida: o valor do benefício vai de- duzirá um montante de recursos necessários para sus-
pender do saldo ao final do prazo de contribuição, tentar o seu benefício previdenciário. Dessa forma, não
determinado pelo contribuinte. A contribuição é existe o pacto direto entre as gerações, pois é a geração
fixa, mas o benefício não. atual (o próprio beneficiado) que financia os seus bene-
fícios previdenciários.
Na PPA, o participante contribui com a aposenta- A lógica do regime capitalizado consiste em que o
doria por sobrevivência, e poderá garantir, desde que próprio trabalhador, durante a sua fase laborativa, gere o
contribua com as parcelas: aposentadoria por invalidez, montante de recursos necessários para suportar o Custo
renda vitalícia por morte e pecúlio por morte. Total da sua aposentadoria. Por isso, é chamado de regi-
me de pré-financiamento.
Previdência Privada Fechada (Fundo De Pensão)
É uma aposentadoria complementar oferecida pelas
empresas aos empregados. Um fundo de pensão para 26 Fonte: www.portaleducacao.com.br
27 Fonte: www.previdencia.gov.br

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Os fatores que mais impactam o Regime de Capitali- pelos bancos para financiar suas atividades e o papéis
zação são as alterações das taxas de juros e da expecta- do Tesouro Direto são títulos públicos lançados pelo
tiva de vida da sociedade.28 governo pela mesma razão, as Letras de Câmbio são
papéis emitidos para capitalizar as financeiras (como
Fininvest, BV Financeira, Cacique, Crefisa, etc.).
O nome Letra de Câmbio vem do sentido de troca.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Câmbio no sentido de trocar o investimento feito agora
pela rentabilidade que será recebida no futuro.
1. (FADESP/2018 – BANPARÁ) Ainda em relação ao
Recibo de Depósito Bancário (RDB) e ao Certificado 3. (FCC/2011 - Banco do Brasil) A Cédula de Crédito
de Depósito Bancário (CDB), é correto afirmar que Bancário (CCB) é

a) os CDB e RDB são títulos de renda fixa que servem a) um título de crédito judicial, dotado de liquidez, certe-
como captação de recursos dos bancos. Ambos são za e exigibilidade.
empréstimos que o banco faz para seus clientes e a b) emitida sem prazo mínimo de vencimento.
rentabilidade vem dos juros pagos pelo cliente à ins- c) um título com garantia do Fundo Garantidor de Cré-
tituição. dito (FGC).
b) o RDB é um recibo que pode ser negociado a qual- d) negociável no mercado secundário.
quer momento desde que seja entre correntistas do e) emitida obrigatoriamente com garantia real.
mesmo banco. 
c) o CDB, por ser um depósito à vista, permite negocia- Resposta: Letra D. Em “a”, Errado – é um titulo execu-
ção do título antes do vencimento. tivo extrajudicial
d) o RDB, por ser um depósito à vista, é inegociável e Em “b”, Errado - representa dívida certa, líquida e exi-
intransferível. gível.
e) o CDB, por ser considerado um título de crédito, é ne- Em “c” e “e”, Errado - é garantida tanto por meios reais
gociável e pode ser endossável e vendido para outra quanto por meios fidejussórias constituídas no próprio tí-
pessoa. tulo.

Resposta: Letra E. Em “a”, Errado – não são emprésti- 4. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) Atual-
mos feitos e sim investimos que o cliente faz. mente, os bancos possuem diversos tipos de produtos
Em “b”, Errado – trata-se de um título nominativo, in- para financiar as relações comerciais, desde as realiza-
transferível, não é admitida negociação em mercado das por microempresas até as realizadas por grandes
secundário. empresas. Qual é o nome da operação realizada quando
Em “c” e “d”, Errado – são depósitos a prazo e não a pequenas indústrias vendem para grandes lojas comer-
vista. ciais e estas procuram os bancos para dilatar o prazo de
pagamento mediante a retenção de juros?
2. (CESGRANRIO/2018 - Banco da Amazônia) O mer- a) Compror Finance
cado financeiro capta recursos junto ao público, median- b) Vendor Finance
te a emissão de diversos títulos de crédito, diferenciados c) Capital de Giro
por características, tais como o tipo de emissor (bancos, d) Contrato de Mútuo
entidades de crédito e financiamento, governos, etc.), e) Crédito Rotativo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

formas de remuneração (renda fixa ou variável), dentre


outras. Existe, por exemplo, um título de renda fixa, emi- Resposta: Letra A. Vendor Finance
tido pelas sociedades de crédito, financiamento e inves- É uma operação de financiamento de vendas basea-
timento (“financeiras”), destinado à captação de recur- das no princípio da cessão de crédito, que permite a
sos que serão utilizados, sobretudo, no financiamento uma empresa vender seu produto a prazo e receber o
de operações de crédito entre financiadoras e comer- pagamento à vista. A operação de Vendor supõe que a
ciantes. empresa compradora seja cliente tradicional da vende-
dora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio
O título descrito acima é o(a)  junto ao banco. Em síntese: Vendor: financia suas ven-
a) certificado de depósito bancário (CDB) das.
b) título do Tesouro Nacional Compror Finance
c) letra financeira do Tesouro (LFT)  Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada
d) caderneta de poupança Compror, que ocorre quando pequenas indústrias ven-
e) letra de câmbio dem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez
de o vendedor (indústria) ser o fiador do contrato, o
Resposta: Letra E. Considerando que o enunciado se próprio comprador é que funciona como tal. Trata-se,
refere a título de renda fixa e emitido por financei- na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de
ras, fica fácil saber que a alternativa correta é Letra pagamento de compra sem envolver o vendedor (for-
de Cambio. necedor). Em síntese: Compror: financia suas compras
Assim como os CDBs são títulos privados emitidos Como o enunciado diz, são as grandes lojas que buscam
os bancos, ou seja, quem está comprando, portanto,
28 Fonte: www.agros.org.br

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5. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) No mer- se caracteriza também pelas negociações realizadas fora
cado financeiro, além dos bancos, existem outras insti- das bolsas, em negociações que denominamos como
tuições que podem realizar transações financeiras. Entre mercado de balcão, trazendo dessa forma mais liquidez
elas, estão as Sociedades de Fomento Mercantil, que para esses ativos financeiros.
prestam o serviço de compra de direitos de um contra- Segundo Fortuna (2005) “Mercado de Balcão é um
to de venda mercantil, como, por exemplo, a compra de mercado sem local físico determinado para a realização
duplicatas de uma empresa mediante um deságio. No das transações. Elas são realizadas por telefone, entre as
mercado financeiro, essa operação é denominada instituições financeiras. Neste mercado, normalmente,
são negociadas ações de empresas não registradas na
a) Aval bancário BOVESPA, além de outras espécies de títulos. O mercado
b) Hot Money de balcão é dito organizado quando se estrutura como
c) Leasing um sistema de negociações de títulos e valores mobiliá-
d) Factoring rios administrados por entidade autorizada pela CVM.”
e) Finança bancária
Por que investir no Mercado de Capitais?
Resposta: Letra D. Vejamos cada uma das alternati- À medida que cresce o nível de poupança individual
vas: e a poupança das empresas (entende-se por poupança o
AVAL BANCÁRIO – o banco avaliza a transação, ou seja, lucro das mesmas) constituem a fonte principal do finan-
dá uma garantia de cumprimento da obrigação assu- ciamento dos investimentos de um país. Tais investimen-
mida pelo cliente em operações de livranças ou em tos são o motor do crescimento econômico e este, por
letras sacadas, aceites ou endossadas pelo seu cliente. sua vez, gera aumento de renda, com conseqüente au-
HOT-MONEY – trata-se de uma tipo de financiamento mento da poupança e do investimento, assim por diante.
para despesas de curtíssimo prazo, normalmante, den- As empresas, à medida que se expandem, carecem de
tro de 30 dias. mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio
FIANÇA BANCÁRIA - contrato onde o banco consta de
como fiador, garantindo que a obrigação assumida pelo • Empréstimos.
cliente será cumprida. Vale para diversas modalidades. • Reinvestimentos de lucros
Agora, para não você não se confundir mais, basta lem- • Participação de acionistas.
brar dessa associação:
Fomento mercantil, associar com o factoring. As duas primeiras fontes de recursos são limitadas.
Arrendamento mercantil, associar com o Leasing. Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua
atividade operacional.
Mas é pela participação de novos sócios – nesse caso
MERCADO DE CAPITAIS. AÇÕES: CARAC- os acionistas – que uma empresa ganha condição de ob-
TERÍSTICAS E DIREITOS. DEBÊNTURES. ter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à
NOTAS PROMISSÓRIAS COMERCIAIS. DI- participação no seu capital.
Com esses novos recursos, as empresas têm condi-
FERENÇAS ENTRE COMPANHIAS ABERTAS
ções de investir em novos equipamentos ou no desen-
E FECHADAS. FUNCIONAMENTO DO MER- volvimento de pesquisas melhorando seu processo pro-
CADO À VISTA DE AÇÕES. MERCADO DE dutivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a
BALCÃO. OPERAÇÕES COM OURO. comunidade. O investidor em ações contribui assim para

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


a produção de bens, dos quais ele também é consumi-
dor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se benefi-
O mercado de capitais é um sistema de distribuição cia da distribuição de dividendos sempre que a empresa
de valores mobiliários, que tem o objetivo de proporcio- obtiver lucros.
nar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabili- Essa é a mecânica da democratização do capital de
zar seu processo de capitalização. uma empresa e da participação em seus lucros.
Antes de investir no mercado de capitais deve-se
Estrutura do mercado de capitais também analisar o tipo de investidor que você é, pois no
O Mercado de Capitais é constituído pelas bolsas de mercado de capitais você possui diversas formas de ob-
valores, sociedades corretoras e outras instituições finan- ter retorno buscando equilibrar os três aspectos básicos
ceiras autorizadas. O mesmo é subdividido em Mercado em um investimento: retorno, prazo e proteção. Ao ava-
Primário e o Mercado Secundário. liá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez
No Mercado Primário é onde se negocia a subscri- e grau de risco. A rentabilidade é sempre diretamente
ção de novas ações ao público, isto é, onde os valores relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de
mobiliários circulam pela primeira vez e onde a empresa risco que está disposto a correr, em função de obter uma
obtém o capital para seus empreendimentos, pois o di- maior ou menor lucratividade. Tornando-se desta forma
nheiro da venda vai para a empresa. uma ótima forma de investir seu dinheiro com diversas
Já o Mercado Secundário são as demais negociações formas de rentabilidade de pequeno, médio e grande
com esses títulos, como simples trocas de possuidores, risco, sendo de pequena, media e grande rentabilidade
pois a empresa emissora já não terá mais contato com o respectivamente.
dinheiro proveniente dessas trocas. Esse último mercado

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Principais Benefícios do Mercado Acionário Como investir e operar no mercado de capitais?
Para que o Mercado Acionário se desenvolva, consi- Para operar no mercado secundário de ações é ne-
ga cumprir com sua função e traga benefícios para as cessário que o investidor se dirija a uma sociedade cor-
partes envolvidas, o ambiente de negócios no país de retora membro de uma bolsa de valores, na qual funcio-
atuação deve ter total liberdade e possuir regras claras nários especializados poderão fornecer os mais diversos
e definidas. esclarecimentos e orientação na seleção do investimen-
Eis abaixo alguns dos principais benefícios que um to, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador.
Mercado de Ações desenvolvido pode propiciar a uma Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja,
nação: no mercado primário, o investidor deverá procurar um
• Financia a produção e os negócios, pois através da banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores
venda de ações as empresas obtêm recursos para mobiliários, que participem do lançamento das ações
expandir seu capital, com obrigações apenas no pretendidas.29
longo prazo;
• Possibilita que os recursos poupados se tornem inves- Ações: características e direitos.
timentos, proporcionando crescimento econômico O mercado de capitais é um sistema de distribuição
e crescimento de produtividade com a inserção de valores mobiliários, que tem o propósito de propor-
das poupanças no setor produtivos; cionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e via-
• Constitui uma forma de crescimento das companhias, bilizar seu processode capitalização.
que podem aumentar sua participação no mercado É constituído pelas bolsas de valores, sociedades cor-
através da distribuição de ações, além de possibili- retoras e outras instituições financeiras autorizadas.
tar a elas aumentar seus ativos e valor de mercado; No mercado de capitais, os principais títulos negocia-
• Auxilia a redistribuição de renda, à medida que pode dos são os representativos do capital de empresas - as
proporcionar a seus investidores ganhos decorren- ações - ou de empréstimos tomados, via mercado, por
tes de valorizações do valor da ação e distribuição empresas - debêntures conversíveis em ações, bônus de
de dividendos, compartilhando assim o lucros das subscrição e “commercial papers” -,que permitem acir-
empresas; culação de capital para custear o desenvolvimento eco-
• Aprimoramento dos princípios da Governança Corpo- nômico.
rativa, através de melhorias na administração e efi- O mercado de capitais abrange, ainda, as negocia-
ciência, visto que as companhias abertas precisam ções com direitos e recibos de subscrição de valores
cumprir a regras cada vez mais rígidas propostas mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais
pelo governo e pelas Bolsas de Valores, além de derivativos autorizados à negociação.
deixar o mercado mais transparente;
• Possibilita a inserção de pequenos investidores, já Ações- características e direitos
que para investir em ações não há a necessidade O empresário para a realização de investimentos con-
de grandes somas de capital como outros tipos de ta com fontes internas e externas de financiamento. 
investimentos; As empresas à medida que se expandem carecem de
• O Mercado de Ações atua como indicador econômi- mais recursos que podemser obtidos basicamente através
co, uma vez que é extremamente sensível e a cota- de:
ção das ações pode refletir as forças do mercado, - empréstimos de terceiros, 
como momentos de recessão, estabilidade, cresci- - reinvestimentos dos lucros e 
mento, etc. - participação dos acionistas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Investimentos em Títulos As duas primeiras geralmente são utilizadas para


• Renda: Divido em fixa e variável. A renda é fixa quan- manter sua atividade operacional. Através da participa-
do se conhece previamente a forma do rendimento que ção de acionistas (venda de ações) uma empresa ganha
será conferida ao título. Nesse caso, o rendimento pode condição de obter novos recursos,não exigíveis, como
ser pós ou prefixado, como ocorre, por exemplo, com o contrapartida à participação no seu capital.
certificado de depósito bancário. A renda variável será
definida de acordo com os resultados obtidos pela em- Mercado Primário de Ações
presa ou instituição emissora do respectivo título. O mercado primário de ações é onde se negocia a
• Prazo: Há títulos com prazo de emissão variável ou subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja,
indeterminado, isto é, não têm data definida para resga- onde a empresa obtém recursos para seus empreendi-
te ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro mentos.
ser feita a qualquer momento. Já os títulos de prazo fixo É a primeira negociação da ação e o dinheiro da ven-
apresentam data estipulada para vencimento ou resgate, da vai para a empresa.
quando seu detentor receberá o valor correspondente à Os lançamentos de ações novas no mercado de uma
sua aplicação, acrescido da respectiva remuneração. forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais acio-
• Emissão: Os títulos podem ser particulares ou públi- nistas, chamam-se lançamentos públicos de ações ou 
cos. Particulares, quando lançados por sociedades anôni- operações de UNDERWRITING.
mas ou instituições financeiras autorizadas pela CVM ou
pelo Banco Central do Brasil, respectivamente; público,
se emitidos pelo governo federal, estadual ou municipal.
29 Fonte: www.bertolo.pro.br/MatFin/HTML/Mercado_capitais.htm

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Mercado Secundário de Ações - Preferenciais (PN): ações que oferecem preferência
O mercado secundário de ações é onde se transferem na distribuição de resultados ou no reembolso do
títulos entre investidores e/ou instituições (Bolsas de Va- capital em caso de liquidação da companhia, não
lores e Mercado de Balcão). concedendo o direito de voto.
O Mercado de Balcão é simplesmente um mercado
organizado de títulos, mas cuja  negociação não faz em O acionista preferencial recebe 10% a mais de divi-
local determinado e sim por telefone ou por meio eletrô- dendos do que os acionistas ordinários, caso o estatuto
nico, através do qual os operadores promovem entre si social da Cia. não estabeleça um dividendo mínimo.
ofertas de compra e venda de títulos, cumprindo ordens
de seus clientes ou por conta própria. • Quanto à forma:
Um mercado secundário organizado e eficiente é ex- - Nominativas registradas: quando a empresa mantém
tremamente importante. É condição para a existência do um registro do controle de propriedade das ações.
Mercado Primário. Este controle também pode ser efetuado por tercei-
ros.
Classificação das Ações: 
Ações ordinárias: caracterizam-se, principalmente, Pode ocorrer ou não a emissão de certificados que
pelo direito de voto que dão aos seus possuidores (além, apresentam o nome do acionista, cuja transferência é fei-
naturalmente, da participação nos lucros da sociedade).  ta com a entrega de cautela e a averbação de termo, em
Normalmente, a cada ação corresponde um voto e, livro próprio da empresa emitente, identificando o novo
portanto, quando a diretoria é eleita, os indivíduos que acionista.
detém o maior número de ações podem eleger os dire- O termo denominado para a guarda destes títulos se
tores. chama custódia infungível, onde os títulos são manti-
No Brasil, na maioria dos casos, os dirigentes da em- dos discriminadamente por depositante.
presa são os próprios acionistas majoritários. Na medida
em que a sociedade se desenvolve, cada vez mais pro- - Escriturais nominativas: neste caso não há emissão
priedade e administração vão se dissociando.  de cautelas ou movimentação física dos documen-
Isto é, as empresas tendem a ser administradas por tos.
profissionais especializados e não por aqueles que de- Hoje em dia, quase a totalidade das ações é do tipo
tém o maior número de ações.  escritural, controlada por meio eletrônico e custodiadas
O acionista, possuidor dessas ações, tem responsabi- na CBLC, empresa responsável pelo serviço de custódia
lidades e obrigações correspondentes ao montante das fungível das ações.
ações possuídas. 
O fato de poder votar permite ao seu titular tomar
parte ativa na administração da sociedade: influir na mo- #FicaDica
dificação de estatutos, na eleição da diretoria, na autori-
O termo custódia fungível é quando as ações
zação de venda de bens fixos, etc.
ou os valores mobiliários quando deposita-
dos podem ser substituídos, na retirada, por
Ações preferenciais: geralmente garantem ao acio-
outros iguais (mesma espécie, qualidade e
nista a prioridade no recebimento dos dividendos e, em
quantidade).1
caso de dissolução da empresa, têm também prioridade
(em relação aos acionistas possuidores de ações ordiná-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


1 Fonte: www.campossalles.edu.br
rias) no reembolso do capital, mas, normalmente, não
dão direito a voto.
Existem três casos em que os acionistas preferenciais Debêntures.
passam a ter direito ao voto: quando a empresa passa Pouco conhecidas, ao menos por enquanto, pela
três anos consecutivos sem pagar dividendos; quando maioria dos investidores, as debêntures aparecem como
são títulos conversíveis; e quando as ações preferenciais a principal forma de captação de recursos por parte das
tem direito a voto, conforme os estatutos. empresas. Dada sua versatilidade, elas se ajustam às ne-
Pode ser assegurado um dividendo mínimo às ações cessidades de financiamento das companhias, combi-
preferenciais. Entretanto, após o pagamento desse divi- nando custos competitivos com prazos longos.
dendo e ao das ordinárias, aquelas participam, , dos lu- Para se ter uma idéia, em 2005, as empresas brasilei-
cros remanescentes.  ras captaram cerca de R$ 43,5 bilhões em debêntures, de
Em alguns casos as ações preferenciais têm assegura- acordo com dados da CVM (Comissão de Valores Mobi-
do odireito a um dividendo fixo.30 liários), dez vezes mais do que em ações.
Boa parte destes títulos foi parar nas mãos de investi-
Tipos de Ações dores institucionais, como administradores de recursos e
fundos de pensão. No entanto, existem estudos avançados
• Quanto à espécie: para popularizar esta aplicação. Assim, vale a pena saber
- Ordinárias (ON): ações que concedem àqueles que um pouco mais sobre estes títulos, que prometem estar
as possuem o poder de voto nas assembleias deli- cada vez mais presentes nas carteiras dos pequenos inves-
berativas da companhia. tidores.
30 Fonte: www.conhecimentosbancarios.com.br

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O que são debêntures? O que isso implica? Em termos de garantia para o in-
As debêntures são títulos de dívida de médio e longo vestidor, a debênture é mais segura do que a ação, pois
prazo emitidos por empresas, que conferem ao detentor o debenturista recebe antes dos acionistas no caso de
do título, o debenturista, um direito de crédito contra a falência da empresa, por ser classificado como credor.
emissora. Assim, ao comprar uma debênture, você passa Como vantagens, o ganho do investidor é mais certo
a ser credor da empresa. no caso da debênture, pois o principal risco de não rece-
As debêntures podem ser conversíveis em ações, sim- ber o que investiu é se a empresa não honrara seus com-
ples ou permutáveis. As primeiras podem ser convertidas promissos. Mas a existência de garantias e de um agente
em ações de emissão da empresa, nas condições estabe- fiduciário, que tem como obrigação emitir relatórios pe-
lecidas pela escritura de emissão. As segundas são aque- riódicos sobre a empresa, reduz esse risco.
las que são resgatáveis exclusivamente em moeda local. Como desvantagem na comparação com as ações, um
Já as terceiras podem ser transformadas em ações ponto é que seu mercado secundário ainda é bem menos
de emissão de outra companhia que não a emissora de desenvolvido. Ou seja, as debêntures apresentam maior
papéis, ou ainda, menos freqüente, em outros tipos de dificuldade para serem vendidas e compradas.31
bens, tais como títulos de crédito.
Notas Promissórias Comerciais (“comercial pa-
Quais são as garantias? pers”)
Uma pergunta importante que as pessoas que in- Assim como as debêntures, os commercial papers são
vestem devem fazer diz respeito ao risco. Vale detalhar títulos de dívida emitidos por empresas, que podem, ou
aqui as garantias que podem ser dadas à emissão. Com não, ser financeiras. Contudo, ao contrário das debêntu-
respeito a isso, existem basicamente quatro tipos de de- res, têm um prazo mais curto de duração, e são indicados
bêntures: com garantia real, com garantia flutuante, qui- para investidores interessados em aplicações de curto
rográfica e subordinada. prazo.
Debêntures com garantia real são garantidas por O prazo mínimo dos commercial papers é de 30 dias e
o máximo de 360 dias. Os recursos obtidos com a emissão
bens dados em hipoteca, penhor ou anticrese, pela com-
dos commercial papers em geral são usados para finan-
panhia emissora, por empresas de seu conglomerado ou
ciar as atividades de curto prazo da empresa, ou necessi-
por terceiros. Já as debêntures com garantia flutuante
dades de capital de giro, como a compra de estoques, o
são aquelas com privilégio geral sobre o ativo da empre-
pagamento de fornecedores, etc.
sa, o que não impede, entretanto, a negociação dos bens
que compõem esse ativo. Elas possuem, porém, prefe-
Rentabilidade
rência de pagamento sobre outros créditos.
A rentabilidade dos commercial papers é definida pe-
As quirográficas são aquelas sem as vantagens dos los juros pagos pela empresa ao investidor, juros estes
dois tipos citados acima. Por fim, as subordinadas são que podem ser pré-fixados (maioria dos casos), pós-fixa-
debêntures sem garantia, que preferem apenas aos acio- dos, neste caso baseado no desempenho de um indexa-
nistas no ativo remanescente, em caso de liquidação da dor definido no contrato. Também existe a possibilidade
companhia. de emissão de commercial papers em dólares, que são
uma boa alternativa para quem está buscando aplicar em
Como é feita a remuneração? dólar.
As formas de remuneração podem variar muito de Por se tratar de emissões de curto prazo, a garantia da
debênture para debênture. Elas podem ser representadas operação em geral está vinculada à situação financeira da
por juros fixos ou variáveis, participação e/ou prêmios.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

empresa. Da mesma forma que com as debêntures, há a


Em suma, a remuneração dependerá do contrato necessidade de registrar a emissão junto à Comissão de
pactuado na escritura de emissão da debênture. Essa he- Valores Mobiliários (CVM) e contratação de uma institui-
terogeneidade na remuneração é apontada por alguns ção financeira para a intermediação.
especialistas como um dos fatores que limita a expansão Se desejar é possível vender um commercial paper an-
desse mercado. tes do vencimento para outro investidor, para isso basta
Atualmente, a maioria das debêntures emitidas para transferir a sua titularidade através de endosso. Por outro
colocação junto a investidores em mercado de capitais lado, a empresa também pode resgatar antecipadamente
é efetuada utilizando como indexador o IGP-M (Índice um commercial paper, mas para isso é preciso que tenha
Geral de Preços - Mercado) ou a variação do CDI (Certifi- decorrido o prazo mínimo de 30 dias.
cado de Depósito Interfinanceiro). Agora que você já sabe um pouco mais sobre outras
aplicações em renda fixa além do CDB, fica a dúvida sobre
Debêntures ou ações? onde comprar, ou o que fazer para investir o seu dinheiro.
Você pode se perguntar também se vale mais a pena No caso dos títulos emitidos pelas instituições financeiras,
comprar a ação de uma empresa ao invés de debêntu- como os CDBs e as letras hipotecárias, a resposta é bas-
res emitidas por ela. A principal diferença entre os dois tante simples. Basta entrar em contato com o banco onde
investimentos é que quem adquire uma debênture vira você tem conta ou qualquer outra instituição financeira
credor da empresa. Já quem compra ações dela vira acio- para saber das oportunidades de investimento.
nista, ou seja, sócio da empresa, com direito à participa- Já no caso das debêntures, apesar de poderem ser
ção nos lucros, mas também sujeito às oscilações diárias negociadas em Bolsa de Valores, na maioria das vezes
do valor do papel no mercado. as debêntures são negociadas em mercado de balcão. O
31 Fonte: www.conhecimentosbancarios.com.br

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mercado de balcão define a compra e venda de títulos Underwriter é a denominação da instituição financeira
fora do ambiente das bolsas, através de contato direto que realiza operações de lançamento de ações no mer-
com os bancos de investimentos, bancos múltiplos com cado primário, que podem ser bancos múltiplos, bancos
carteira de investimento, sociedades corretoras e socie- de investimentos, sociedades corretoras e distribuidoras
dades distribuidoras. de títulos e valores mobiliários.
Em junho de 1998 a negociação de debêntures foi As operações de underwriting são ofertas públicas de
simplificada com a criação do SND - Sistema Nacional títulos em geral (ações por exemplo), e de títulos de cré-
de Debêntures. O SND tem como objetivo de registrar, dito representativo de empréstimo (debênture por exem-
permitir a negociação, custódia e a liquidação financeira plo), em particular, por meio de subscrição, cuja prática é
de operações realizadas com debêntures no mercado de permitida somente pela instituição financeira autorizada
balcão brasileiro, facilitando a negociação destes papéis. pelo Banco Central do Brasil (BACEN) para esse tipo de
Exatamente por isso a maioria das emissões públicas de intermediação.
debêntures é registrada no SND.32
Os lançamentos públicos de ações podem ser basi-
Diferenças entre companhias abertas e compa- camente de três tipos:
nhias fechadas. Underwriting puro ou firme – É a modalidade de lan-
Sociedade anônima (normalmente abreviado por S.A., çamento no qual a instituição financeira, ou consórcio de
SA ou S/A) é uma forma de constituição de empresas na instituições subscreve a emissão total, encarregando-se,
qual o capital social não se encontra atribuído a um nome por sua conta e risco, de colocá-la no mercado junto aos
em específico, mas está dividido em ações que podem ser investidores individuais (público) e institucionais. Neste
transacionadas livremente, sem necessidade de escritura tipo de operação, no caso de um eventual fracasso, a em-
pública ou outro ato notarial. Por ser uma sociedade de presa já recebeu integralmente o valor correspondente
capital, prevê a obtenção de lucros a serem distribuídos às ações emitidas. O risco é inteiramente do underwriter
aos acionistas. (intermediário financeiro que executa uma operação de
Há duas espécies de sociedades anônimas: underwriting).
1. Companhia aberta (também chamada de empresa O fato de uma emissão ser colocada por meio de
Underwriting Firme oferece uma garantia adicional ao
de capital aberto), serão assim consideradas se os
investidor, porque, se as instituições financeiras do con-
valores imobiliários de sua emissão estiverem sen-
sórcio estão dispostas a assumir o risco da operação, é
do negociados em Bolsas ou n mercado de Balcão
porque confiam no êxito do lançamento, uma vez que
que capta recursos junto ao público e é fiscalizada
não há interesse de sua parte em imobilizar recursos por
pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
muito tempo.
2. Companhia fechada (também chamada de empre-
Melhor esforço ou best-effort underwriting – É a mo-
sa de capital fechado), que obtém seus recursos
dalidade de lançamento de ações, no qual a instituição
dos próprios acionistas. Não possuem registro na
financeira assume apenas o compromisso de fazer o
CVM; são, na sua maior parte, empresas familiares; melhor esforço para colocar o máximo de uma emissão
o controle é interno, dos seus sócios majoritários. junto à sua clientela, nas melhores condições possíveis e
num determinado período de tempo. As dificuldades de
No Brasil, as sociedades anônimas ou companhias são colocação das ações irão se refletir diretamente na em-
reguladas pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 presa emissora. Neste caso o investidor deve proceder a
(Lei das SA), com as alterações dadas pelas Leis 9.457, de uma avaliação mais cuidadosa, tanto das perspectivas da

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maio de 1997, 10.303, de 31 de outubro de 2001, 11.638, empresa quanto das instituições financeiras encarrega-
de 28 de dezembro de 2007 e 11.941, de 27 de maio de das do lançamento.
2009. Residual ou stand-by underwriting – nessa forma de
Não houve alteração em decorrência da entrada em subscrição pública, a instituição financeira não se respon-
vigor do novo Código Civil (art.1089). De acordo com o sabiliza, no momento do lançamento, pela integralização
artigo 1º (primeiro) deste diploma legal “A companhia ou total das ações emitidas. Há um comprometimento, en-
sociedade anônima terá o capital dividido em ações e a tre a instituição e a empresa emitente, de negociar as
responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada novas ações junto ao mercado durante certo tempo, fin-
ao preço da emissão das ações subscritas ou adquiridas”. do no qual, poderá ocorrer à subscrição total, por parte
da instituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das
Operações de distribuição de valores mobiliários ações que não foram absorvidas pelos investidores indi-
de renda variável e de títulos de dívida (“underwri- viduais e institucionais.
ting”)
Underwriting ou subscrição ocorre quando uma com- Aspectos Operacionais do Underwriting:
panhia contrata um intermediário financeiro, que será o A decisão de emitir ações, seja pela oferta pública
responsável pela colocação de uma subscrição pública de tanto para abertura ou aumento do capital, pressupõe
ações ou obrigações no mercado. Geralmente a operação que a sociedade ofereça certas condições de atratividade
é organizada por um consórcio (pool) de instituições sob econômica, bem como supõe um estudo da conjuntura
coordenação de uma ou mais instituição líder (coordena- econômica global a fim de evitar que não obtenha êxi-
dor). to por falta de senso de oportunidade. É preciso que se
avaliem, pelo menos, os seguintes aspectos: existência
32 Fonte: InfoMoney

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de um clima de confiança nos resultados da economia, b) After market - É o pregão eletrônico que acontece
estudo setorial, estabilidade política, inflação controlada, diariamente após o fechamento do mercado. No
mercado secundário e motivações para oferta dos novos After Market, só podem ser feitas operações no
títulos.33 mercado à vista.

Funcionamento do mercado à vista de ações Desde 29/03/99, também entrou em operação um


É a compra ou venda de uma determinada quantida- novo conceito de atendimento e de realização de ne-
de de ações, a um preço estabelecido em pregão. Assim, gócios no mercado acionário: o Home Broker. O Home
quando há a realização de um negócio, ao comprador Broker é um moderno canal de relacionamento entre os
cabe arcar com o valor financeiro envolvido na operação, investidores e as Sociedades Corretoras, que torna ainda
sendo que o vendedor deve fazer a entrega dos títulos- mais ágil e simples as negociações no mercado acioná-
-objeto da transação, nos prazos estabelecidos pela Bol- rio, permitindo o envio de ordens de compra e venda de
sa de Valores de São Paulo - BOVESPA e pela Companhia ações pela Internet, e possibilitando o acesso às cotações,
Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC. o acompanhamento de carteiras de ações, entre vários
outros recursos.
Título-objeto
Todas as ações de emissão de empresas admitidas à Liquidação
negociação na BOVESPA. Após a execução da ordem, é feita a liquidação física
e financeira, processo pelo qual se dá a transferência da
Formação de Preços propriedade dos títulos e o pagamento e/ou recebimento
Os preços são formados em pregão, pela dinâmica do montante financeiro envolvido, dentro do calendário
das forças de oferta e demanda de cada papel, o que tor- específico estabelecido pela bolsa para cada mercado.
na a cotação praticada um indicador confiável do valor
que o mercado atribui às diferentes ações. A maior ou No mercado à vista, vigora o seguinte calendário
menor oferta e procura por determinado papel está di- de liquidação:
retamente relacionada ao comportamento histórico dos • D+0 – dia da operação;
preços e, sobretudo, às perspectivas futuras da empre- • D+1 – prazo para os intermediários financeiros es-
sa emissora, aí se incluindo sua política de dividendos, pecificarem as operações por eles executadas junto
prognósticos de expansão de seu mercado e dos seus à bolsa;
• D+2 – entrega e bloqueio dos títulos para a liquida-
lucros, influência da política econômica sobre as ativida-
ção física da operação, caso ainda não estejam na
des da empresa etc.
custódia da CBLC;
• D+3 – liquidação física e financeira da operação.
Negociação
A realização de negócios no mercado a vista requer a
A liquidação é realizada por meio de empresas de
intermediação de uma Sociedade Corretora que poderá
compensação e liquidação de negócios, que podem ser li-
executar, em pregão, a ordem de compra ou venda de
gadas à bolsa ou independentes. A BM&FBOVESPA utiliza
seu cliente, por meio de um de seus representantes (ope- a CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia
radores), ou ainda autorizar seu cliente a registrar suas para liquidar as operações realizadas em seus mercados.
ordens no sistema eletrônico de negociação do MEGA As corretoras da BM&FBOVESPA e outras instituições fi-
BOLSA, utilizando para isso o Home Broker da Corretora.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

nanceiras são os agentes de compensação da CBLC, res-


É possível acompanhar o andamento das operações ponsáveis pela boa liquidação das operações que execu-
a vista, durante todo o pregão, por meio da rede de ter- tam para si ou para seus clientes.
minais da BOVESPA, dos terminais de um “Vendor” de
informações, do serviço de videotexto da Telefônica e da Liquidação Física
rede nacional ou internacional de telex, bem como por É a entrega dos títulos à CBLC (Companhia Brasileira
telefone, pelo serviço Disque Bovespa. Além disso, tam- de Liquidação e Custódia), pela corretora que representa o
bém é possível acompanhar as informações relevantes «vendedor». Ocorre no segundo dia útil após a realização
sobre os negócios a vista no site da BOVESPA e, após o do negócio em pregão (D+2). As ações só ficam disponí-
encerramento das negociações, no BDI - Boletim Diário veis ao «comprador» após a liquidação financeira.
de Informações da BOVESPA e nos jornais de grande cir-
culação. Liquidação Financeira
Compreende o pagamento do valor total da operação,
Formas de Negociação pela corretora intermediária do “comprador”, e o respec-
a) Sistema Eletrônico de Negociação - é um sistema tivo recebimento pelo “vendedor”. Ocorre no terceiro dia
que permite às corretoras cumprir as ordens de útil após a realização do negócio em pregão (D+3). No
clientes diretamente de seus escritórios. Pelo S.E.N., caso de operações o pagamento ocorre em (D+1).
a oferta de compra ou venda é feita por meio de
terminais de computador. O encontro das ofertas Custos de Transação
e o fechamento de negócios realizados automati- Sobre as operações realizadas no mercado à vista, inci-
camente pelos computadores. dem a taxa de corretagem pela intermediação – livremen-
33 Fonte: www.portaleducacao.com.br mercado à vista d
te pactuada entre o cliente e a Corretora e incidente sobre

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o movimento financeiro total (compras mais vendas) das É a companhia que oferece a este mercado suporte ao
ordens realizadas em nome do investidor, por uma mesma registro eletrônico, depósito, negociação e liquidação fi-
Corretora e em um mesmo pregão – os emolumentos e nanceira das negociações – garantindo maior transparên-
o Aviso de Negociações com Ações - ANA, cobrado por cia e segurança nas transações.
pregão em que tenham ocorrido negócios por ordem do
investidor, independentemente do número de transações Mercado de balcão organizado
em seu nome (esse aviso, no momento, está isento de cus- O mercado de balcão organizado é aquele que possui
to por tempo indeterminado). uma estrutura – como já diz o nome – organizada para
negociação de títulos e valores mobiliários.
Tributação Neste caso, existe um sistema que permite que as
O nível atual de tributação no mercado de ações é operações de compra e venda sejam realizadas – como
composto de Imposto de renda pela de 15% aplicada so- o sistema eletrônico, permitindo que instituições e inves-
bre os ganhos de capital (diferença entre o preço médio tidores processem suas ordens e fechem seus negócios
de aquisição da ação e o que você recebeu pela venda). eletronicamente e remotamente.
Essa alíquota vale para todos os tipos de operações nos
vários mercados de ações, com exceção das operações de Mercado de balcão “desorganizado”
day trade em que a alíquota é de 20%.34 O mercado de balcão “desorganizado” nos dias de
hoje é representado pelos intermediários que atuam neste
Mercado de balcão. ambiente. Entre estes agentes estão as instituições finan-
O mercado de balcão nada mais é que mais um seg- ceiras, bancos de investimento, sociedades que compram
mento do mercado de capitais, no qual são negociados e revendem valores imobiliários e corretores de valores
títulos autorregulados sob fiscalização da Comissão de mobiliários.
Valores Mobiliários (CVM). Neste segmento, não existe
um local físico determinado para as operações de compra Ativos negociados no mercado de balcão
e venda de ativos – que costumam acontecer por telefone São negociados, no mercado de balcão organizado, ati-
ou através de sistemas eletrônicos. vos e títulos, como debêntures, índices representativos de
Enquanto a Bolsa de Valores é um mercado organiza- carteira de ações, ações de companhias abertas, opções de
do onde ativos financeiros são negociados, o mercado de compra e venda de valores mobiliários, quotas de fundos fe-
balcão –  também conhecido como OTC – é um mercado chados de investimento, quotas de Fundos Imobiliários, etc.
onde são negociados os mais diversos títulos de valores No Brasil, valores mobiliários como debêntures, fundos
mobiliários que não possuem autorização para serem ne- de investimento, ações, fundos fechados, certificados de
gociados na Bolsa de Valores. recebíveis imobiliários (CRIs), entre outros, são negociados
Apesar disso, todas  as negociações no mercado de na SOMA FIX, no mercado paulista.
balcão devem respeitar determinadas regras – que têm
como objetivo prezar pela manutenção da transparência Como operar no mercado de balcão?
das negociações. Os investidores que desejam realizar negociações no
Para muitas empresas, o mercado de balcão é de vital mercado de balcão organizado devem buscar orientação
importância. Isso porque existe uma série de condições das corretoras ou bancos dos quais são clientes sobre as
que devem ser preenchidas pelas companhias para que regras de operação sobre os negócios que podem ser exe-
ações e outros ativos sejam negociados em bolsa de valo- cutados neste ambiente.
res. E muitas destas empresas que não conseguem preen- Em geral, as operações são realizadas de modo sim-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


cher todos estes requisitos. ples e sem burocracia. É importante, no entanto, escolher
Já no mercado de balcão, as exigências são menores e uma instituição devidamente habilitada para realizar estas
mais flexíveis, permitindo que mais empresas possam par- negociações no mercado com maior segurança.35
ticipar deste mercado e se aproximar dos investidores. Sem
o mercado de balcão, portanto, muitas empresas – especial- Fundos de Investimentos.
mente as menores – não teriam como ter acesso ao mercado O fundo de investimento é um mecanismo de investi-
de capitais. mento coletivo, ou seja, que reúne o dinheiro de diversas
pessoas (chamadas de cotistas) com o objetivo contratar
Mercado de balcão SOMA um gestor para cuidar do dinheiro ali investido. O objetivo
O primeiro mercado de balcão organizado destinado final dos cotistas é obter ganhos a partir da aplicação no
às negociações de ativos no Brasil foi a SOMA – Socie- mercado financeiro.
dade Operadora de Mercados Ativos, que foi adquirida Tecnicamente, diz-se que a figura é de um condomí-
pela BM&FBovespa (atual B3) em 2002.  Após o negócio, a nio — e essa comparação ajuda muito a compreender sua
SOMA passou a se chamar de SOMA FIX – atual mercado estrutura. O fundo funciona de maneira semelhante a um
de balcão organizado de títulos de renda fixa da bolsa de condomínio residencial, onde cada condômino é dono de
São Paulo. uma cota (um apartamento) e paga a alguém (síndico ou
A maior parte das negociações eletrônicas envolvendo administrador) para administrar e coordenar as diversas
ativos, títulos e derivativos que acontece no mercado de tarefas do condomínio (jardineiro, limpeza, porteiro, ma-
balcão brasileiro é registrada pela Cetip (Central de Custó- nutenção de elevadores e equipamentos de academia,
dia e Liquidação Financeira de Títulos Privados). entre outros).
34 Fonte: www.portaleducacao.com.br 35 Fonte: www.andrebona.com.br

55
Assim como no condomínio residencial, o fundo de Fundos Multimercado
investimento possui um regulamento, onde estão es- Os fundos multimercado são compostos por diversos
tabelecidas as regras de funcionamento que se aplicam ativos da renda fixa e variável. Neste caso, o gestor possui
igualmente a todos os cotistas. uma gama de investimentos maior do que para as demais
Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista categorias. 
aceita suas regras de funcionamento (aplicação, resgate, Esse tipo de aplicação é ideal para os investidores que
horários, custos, etc), e passa a pagar uma taxa de admi- buscam rentabilidade mais atrativas com riscos menores.
nistração para que um administrador coordene o funcio- Além disso, a maioria dos fundos multimercado são
namento do fundo. altamente diversificados. Se você busca pulverizar os seus
Os fundos de investimentos são classificados de acor- investimentos, eles são ótimas opções. 
do com a composição da carteira, objetivo de rentabilida-
de e prazo de aplicação.  Fundos Imobiliários
Os Fundos de Investimentos Imobiliários, conhecidos
Saiba mais:  como FIIs, são feitos de investimentos do setor imobiliário. 
Ao aplicar no setor imobiliário por meio destes ativos,
Fundos de ações você possui pequenas partes de imóveis. 
Os fundos de investimento em ações direcionam cerca Os Fundos Imobiliários têm um profissional especia-
de 67% dos seus investimentos em ações da bolsa de va- lizado para fazer a gestão do FI e, conforme os resulta-
lores. Dessa forma, a rentabilidade esperada depende da dos, alocações são feitas, com foco na maior rentabilidade.
valorização dos papéis.
Além disso, eles pode ser classificados como:  Fundos Referenciados
• Fundos passivos: as ações são alocadas de forma a Um fundo referenciado possui um benchmark como
obter rendimentos atrelados à um índice, como o objetivo de rentabilidade. Então, a composição deve ter
Ibovespa.  95% de ativos que estejam atrelados à esta referência. 
• Fundos ativos: a composição da carteira é feita com Ele é um investimento seguro, pois, o patrimônio pos-
base em análises macroeconômicas.  sui cerca de 80% de títulos públicos ou privados com bai-
xo risco de crédito. 
Fundos de Curto Prazo Nesta categoria, você encontra os fundos DI. A no-
Os fundos de curto prazo buscam  acompanhar as menclatura é porque eles são referenciados na taxa CDI. 
variações das taxas de juros com investimento exclusivo
em títulos públicos prefixados ou privados de baixo risco Estratégia de investimento dos fundos
de crédito. Existem diversos tipos de fundos, como os que in-
Em geral, a rentabilidade destes fundos está atrelada vestem em ações, em renda fixa, fundos DI e os fundos
à Selic ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). multimercados, por exemplo. Os aspectos estruturais de
Os fundos de curto prazo são considerados investi- funcionamento são os mesmos, mas cada um tem uma
mentos conservadores e de baixíssimo risco.  diretriz de investimento própria, chamada política de in-
vestimento. É essa política que determina o tipo de inves-
Fundos de Renda Fixa timento que você está escolhendo.
Os  fundos de renda fixa direcionam, no mínimo, Na prática, o investidor não precisa se preocupar com
80% dos seus investimentos em ativos de renda fixa prefi- as atividades do dia a dia do fundo, apenas com a esco-
xados ou pós-fixados. lha do gestor e do fundo que estejam alinhados às suas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A porção de 20% pode ser alocada em derivativos. Isso expectativas. Toda a parte operacional fica a cargo de um
é feito para aumentar a sua rentabilidade, que costuma grande banco, inclusive o recolhimento de impostos.
seguir o CDI.  Toda essa estrutura tem um preço. É importante aten-
Os fundos de renda fixa são indicados para o perfil tar também para os custos dos fundos de investimento,
conservador, principalmente para aqueles que buscam pois eles podem ter um impacto enorme na sua rentabi-
bons rendimentos sem abrir mão da segurança.  lidade.

Fundos Cambiais Tributação dos fundos de investimento


Os fundos cambiais são compostos por investimentos A tributação nos fundos de investimento é simples.
em moeda estrangeira, como os títulos públicos de outros O fundo em si é isento de Imposto de Renda sobre
países. Os mais comuns são os de dólar e euro. os ganhos que acumula, ou seja, o fundo não recolhe IR
quando vende um ativo para comprar outro. O ganho das
Fundos da Dívida Externa operações vai ficando acumulado na valorização das cotas,
Estes fundos são compostos por, no mínimo, 80% de e o fundo vai provisionando o imposto que seria devido
títulos da dívida externa da União. A sua rentabilidade é pelo cotista, um sistema conhecido como come-cotas.36
determinada por uma combinação entre:
• Taxas de juros pagas pelos ativos
• Desempenho dos papéis no mercado internacional
• Taxa de câmbio do dólar ante o real
36 Fonte: www.serranafidc.com.br/ www.verios.com.br/ www.tesou-
roinvest.com.br

56
Conceitos e operações de “corporate finance”
Corporate Finance, ou traduzindo, Finanças Corporativas ou Finanças Societárias é uma área de finanças envolvendo
as decisões financeiras tomadas pelos negócios e as ferramentas e analises também usadas para tomar estas decisões.
O objetivo principal da finança corporativa é a simultânea maximização da valorização da sociedade e a administração

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


dos riscos financeiros da empresa.
No serviço de Corporate Finance  são realizadas operações com o objetivo de fundamentar análises e decisões
financeiras estratégicas voltadas para o benefício do seu negócio. O principal objetivo é a administração dos riscos fi-
nanceiros, e ao mesmo tempo, a valorização da empresa.
Em um ambiente marcado pela facilidade do fluxo de capitais entre organizações e instituições financeiras de diver-
sos países e pela necessidade de novas oportunidades, as soluções de Coporate Finance podem aumentar a geração
de valor para as empresas.
A seguir cinco razões que justificam o uso do serviço de Corporate Finance:
1. A intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorporações de empresas, ou seja, são utilizados conhecimentos
do mundo das operações financeiras e de investimentos de forma a tornar possível essas operações, seja com
recursos nacionais ou recorrendo a recursos do exterior;
2. A intermediação de processos de reorganização, avaliações econômico-financeiras e assessoria em litígios, tam-
bém auxiliando e avaliando o melhor retorno para o seu negócio;
3. O suporte à reestruturação do capital financeiro ou de dívida, visando sanar problemas financeiros e permitir a
continuidade dos negócios, através de fundos de investimento disponíveis no mercado;
4. As estratégias de inversões, desinvestimentos, e definição de alianças estratégicas, referindo-se e seguindo as
tendências de evolução dos investimentos empresariais;
5. E o auxílio na prevenção e no gerenciamento de crises financeiras, e em sua reestruturação. Desta forma, já se
identifica, planeja e previne qualquer crise futura.37

37 Fonte: www.blog.msbrasil.com.br

57
tais. Como é denominada a operação de venda dos lotes
de ações, realizada por essas instituições financeiras no
EXERCÍCIOS COMENTADOS mercado de capitais?

1. (FGV/2018 – Banestes) O mercado de capitais é um a) Emissão de Debêntures


sistema de distribuição de valores mobiliários que visa b) Securitização
proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empre- c) Warrants
sas e viabilizar seu processo de capitalização. d) Vendor Finance
É constituído pelas bolsas, corretoras e outras institui- e) Underwriting (Subscrição)
ções financeiras autorizadas, e seus produtos principais
incluem: Resposta: Letra E. a) emissão de debêntures correspon-
de apenas às S/A.
a) certificados de depósitos bancários e letras financeiras; b) Securitização é uma prática financeira que consiste
b) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional; em agrupar vários tipos de passivos financeiros, conver-
c) cartas de fiança e garantias;  tendo-os em títulos padronizados negociáveis no mer-
d) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos; cado de capitais interno e externo. Não tem nada a ver
e) ações e debêntures. com lotes de ações.
c) um título de garantia, emitido pela empresa encar-
Resposta: Letra E. No mercado de capitais, os princi- regada da guarda e conservação de mercadorias, que
pais títulos negociados são os representativos do capital poderão ser vendidas ou negociadas, e que atesta ao seu
de empresas - as ações - ou de empréstimos tomados, portador as propriedade do objeto em custódia. Além de
via mercado, por empresas - debêntures conversíveis ser um instrumento de crédito, que permite ao deposi-
em ações, bônus de subscrição e “commercial papers” tante contrair empréstimo por meio de sua Caução ou
-,que permitem acirculação de capital para custear o desconto.
desenvolvimento econômico. d) É uma operação de financiamento de vendas base-
adas no princípio da cessão de crédito, que permite a
2. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) Atual- uma empresa vender seu produto a prazo e receber o
mente, o mercado financeiro oferece para as empresas pagamento à vista.
algumas modalidades de captação de recursos, algumas
delas sem a intermediação bancária. Com essa caracterís- 4. (CESGRANRIO/2010 – BANCO DO BRASIL) Atual-
tica, o título de crédito emitido pelas empresas visando mente os grandes bancos do mercado financeiro realizam
à captação pública de recursos para o seu capital de giro desde as atividades mais simples, como o pagamento de
é denominado um título, até as mais complexas, como as operações de
Corporate Finance, que envolvem a
a) Factoring
b) Hot Money a) realização de um contrato de câmbio para viabilizar as
c) Export Note exportações e as importações.
d) Commercial Paper b) realização de atividades corporativas no exterior.
e) Certificado de Depósito Bancário (CDB) c) gestão de ativos financeiros no segmento corporativo.
d) manutenção de contas-correntes de expatriados no
Resposta: Letra D. Bem, como se trata de título de exterior.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

crédito emitido PELA empresa, já podemos descartar e) intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorpo-
alternativas A, B e E. (esses conceitos já foram aborda- rações de empresas.
dos em outras questões).
Aí cabe saber o que significa Export Note e Commer- Resposta: Letra E. Corporate Finance ou Finanças
cial Paper; vejamos: Corporativas são operações realizadas pelas empresas
Export Note; títulos representativos de créditos em com o objetivo de fundamentar análises e decisões
moeda estrangeira a serem recebidos futuramente, financeiras estratégicas voltadas para o benefício do
originados da venda de mercadorias ou serviços para negócio. Envolve, principalmente, a intermediação de
o exterior. fusões, cisões, aquisições e incorporações de empre-
Commercial Paper: títulos de crédito emitidos por socie- sas, além de processos de reorganização, avaliações
dades anônimas, visando captação pública de recursos econômico-financeiras e assessoria em litígios. (fonte:
para seu capital de giro. www.blog.msbrasil.com.br)
A única alternativa que trata de títulos emitidos pela
própria empresa é a D, Commercial Paper. 5. (CESGRANRIO/2010 – BANCO DO BRASIL) Com
a finalidade de captação de recursos, muitas empresas
3. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) A oferta abrem seu capital e emitem ações para serem negocia-
pública de ações representa uma das formas mais van- das no mercado primário ou secundário, dependendo
tajosas que as Sociedades Anônimas ou Companhias de da ocasião da emissão das ações. A emissão de ações no
Capital Aberto possuem para levantar recursos. Para a mercado primário ocorre quando a
realização dessa oferta de ações, tais empresas precisam
procurar uma instituição financeira do mercado de capi- a) negociação é realizada no pregão da Bolsa de Valores.

58
b) negociação das ações não se concretizou no mercado Japão possui yen, com o qual pagará o fabricante nos
secundário. EUA. Assim, existem duas possibilidades dessa operação
c) empresa emite ações para negociação somente com entre os EUA e o Japão, pois o exportador americano fa-
empresas do setor primário. tura o importador japonês em dólares ou em yens:
d) empresa emite pela primeira vez ações para serem ne- •  Se o exportador americano faturar em dólares, o
gociadas no mercado. importador japonês venderá yens para comprar
e) rentabilidade das ações não atingiu o patamar dese- dólares americanos no mercado de câmbio;
jado. •  Se o exportador americano faturar em yens, o ex-
portador deve vender os yens para comprar dóla-
Resposta: Letra D. Mercado Primario X Mercado Se- res.
cundário Qualquer que seja a moeda da fatura, alguém irá ao
Uma das principais funções do mercado de capitais é mercado de câmbio vender yens para comprar dólares.
possibilitar que as companhias ou outros emissores de
valores mobiliários, com o intuito de viabilizar projetos Mercado de Câmbio no Brasil
de investimento, captem recursos diretamente do públi- O mercado de câmbio negocia moedas estrangeiras
co investidor em condições mais vantajosas do que as conversíveis. Existem duas formas de se negociar moedas
oferecidas pelos empréstimos e financiamentos bancá- estrangeiras. A primeira é a negociação direta com o Ex-
rios. Quando as companhias decidem levantar recursos terior. A segunda é internamente no Brasil.
dessa forma, elas realizam uma nova emissão de valo- A primeira é formalmente restrita a bancos comerciais
res mobiliários no mercado. e de investimento, licenciados pelo Banco Central , pois
O mercado primário é aquele em os valores mobiliários este mercado é essencial para equilibrar a Balança de Pa-
de uma nova emissão da companhia são negociados di- gamentos, e nela incluem a Balança Comercial, Balança
retamente entre a companhia e os investidores – subs- de Serviços, Balança de Capitais e Transferências.
critores da emissão -, e os recursos são destinados para No mercado interno existe a negociação de câmbio
os projetos de investimento da empresa ou para o caixa. entre vários participantes, como corretoras e casas de
Entretanto, alguns desses valores mobiliários, como as câmbio e investidores em geral.
ações, representam frações patrimoniais da companhia A principal moeda negociada é o dólar. São quatro as
e, dessa forma, não são resgatáveis em data pré-defini- taxas atuais de cotação do dólar:
da. Da mesma forma, outros podem ter prazos de ven- •  Comercial : formada pelas operações oficiais de
cimento muito longo. Essas características, entre outras, compra e venda de moedas entre bancos e empre-
poderiam afastar muitos dos investidores do mercado sas como exportações, importações, captações ou
de capitais, caso eles não tivessem como negociar com empréstimos.
terceiros os valores mobiliários subscritos, dificultando •  Interbancário : formada pela negociação entre
o processo de emissão das companhias. bancos, com prazo de liquidação financeira D+2.
O mercado secundário cumpre essa função. É o local •  Paralelo : formada pelas operações informais de
onde os investidores negociam e transferem entre si os negociação de moeda realizadas em casas de câm-
valores mobiliários emitidos pelas companhias. Nesse bio ou doleiros.
mercado ocorre apenas a transferência de propriedade •  Turismo : formada pela negociação de dólares en-
e de recursos entre investidores. A companhia não tem tre pessoas que irão viajar para o Exterior e casas
participação. Portanto, o mercado secundário oferece de câmbio autorizadas.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


liquidez aos títulos emitidos no mercado primário
#FicaDica
MERCADO DE CÂMBIO. INSTITUIÇÕES AU- Taxas de Câmbio:
TORIZADAS A OPERAR. OPERAÇÕES BÁSI- • Exportação - COMPRA de câmbio.
CAS. CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS • Importação -VENDA de câmbio.
DE CÂMBIO. TAXAS DE CÂMBIO. REMESSAS.
No Brasil, as taxas de câmbio são livremente pactua-
das entre as partes contratantes, ou seja, entre o compra-
No mercado de câmbio são negociados ativos finan- dor ou vendedor da moeda estrangeira e o agente autori-
ceiros (não todos da mesma moeda) com vencimento zado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio.
determinado, cujos papéis em uma determinada moeda Quanto aos contratos de câmbio:
podem ser negociados contra papéis em outra moeda. • De Compra: Quando os bancos compram moedas
Esse mercado existe porque as nações querem manter estrangeiras.
seu direito soberano de ter e controlar suas moedas pró- • De Venda: Quando os bancos vendem moedas es-
prias. Caso todos os países do mundo usassem a mesma trangeiras.
moeda, o mercado de câmbio não existiria.
O início de uma operação no mercado de câmbio A formação da taxa de câmbio é determinada direta-
ocorre quando, por exemplo, uma empresa dos EUA ex- mente pela oferta e procura da moeda (dólar). Constan-
porta produtos para o Japão. O fabricante dos EUA pre- temente o Banco Central interfere na oferta e/ou procura
cisa ser pago em dólares americanos, já o comprador no em função de fatores como: conjuntura socioeconômica

59
interna e externa, política monetária e nível de reservas cambiais. Em 1998 certamente foi o ano que a comunidade
empresarial brasileira começou a se preocupar com medidas mais concretas para aumentar o volume de exportações,
principalmente em função das desvalorizações das moedas dos países do sudeste asiático (alguns economistas até
falavam em dumping cambial). A maioria das nossas médias e pequenas empresas têm pouco know-how para exportar,
sem mencionar a carência de linhas de financiamento e instrumentos financeiros adequados para alavancar a partici-
pação do Brasil no mercado global. Nesse contexto, é muito importante que principalmente os profissionais da área
de tesouraria, vendas e suprimentos entendam corretamente a formação e as nuanças acerca do mercado de câmbio
Exemplo:
Uma empresa A exportou bens e tem de receber dólar do importador estrangeiro. Para isso ela deve encontrar um
banco que receba esses dólares no Exterior e os converta em reais. Após fechar uma taxa comercial com o Banco X, a
empresa receberá os reais em dois dias úteis e pagará uma taxa de fechamento de câmbio para o banco.
O Banco X acabou comprando dólares da empresa A e no mercado interbancário (entre bancos) esses dólares serão
provavelmente revendidos a uma taxa mais alta, garantindo um pequeno lucro na transação.
Quando ocorre uma crise ou um descontrole na cotação do dólar, o Banco Central intervém no mercado interbancá-
rio vendendo ou comprando grandes lotes de dólares com o objetivo de equilibrar a cotação e tranquilizar o mercado.

Operações de arbitragem
Operações realizadas pelos operadores de câmbio. Consiste na compra de uma moeda estrangeira e na venda de
outra moeda noutro mercado, conseguindo com isso uma diferença de taxas.38

Formação da taxa de câmbio


Brasil opera num sistema de câmbio flutuante, no qual as taxas são estabelecidas em mercado e flutua em função
da oferta e demanda de divisas.
As taxas de fechamento do dia (PTAX) são calculadas pelo BC a partir de informações de mercado.
Taxas PTAX são calculadas com base em dados obtidos mediante consultas feitas pelo Banco Central do Brasil, de
forma automática e eletrônica, em todos os dias úteis, às instituições credenciadas para realizar operações de compra
e venda de moeda estrangeira com o Banco Central do Brasil, denominados Dealers de câmbio.
Os preços à vista informados refletem os preços observados para o dólar à vista naquele momento. Os preços são
formados com base no mercado de contratos de câmbio futuro da BVM&F, onde participantes de todo o mercado
financeiro negociam taxas para compra e venda, definindo bandas muito estreitas de preço, considerados os “preços
de mercado” e utilizados como base para a formação do preço do dólar à vista.

São realizadas quatro consultas diárias, com escolha aleatória do início de cada consulta dentro dos seguintes in-
tervalos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para cada consulta, cada Dealer, obrigatoriamente, necessita fornecerem até dois minutos uma cotação de compra
e uma de venda para a taxa de câmbio no mercado interbancário à vista, com liquidação em D+2, que melhor repre-
sentem as condições de mercado no preciso instante do início da consulta.
Nos dias úteis em que houver horário de funcionamento diferenciado no mercado interbancário de câmbio, a defi-
nição do número de consultas e do horário de sua realização será informada aos Dealers mediante prévio Comunicado
do Banco Central do Brasil
As taxas de câmbio de compra e de venda referentes a cada consulta corresponderão, respectivamente, às médias
das cotações de compra e de venda efetivamente fornecidas pelos Dealers, excluídas, em cada caso, as duas maiores
e as duas menores.
O resultado da consulta será imediatamente divulgado após os procedimentos de apuração e validação pelo BACEN.
As taxas PTAX de compra e de venda do dia corresponderão, respectivamente, às médias aritméticas das taxas de
compra e das taxas de venda obtidas na forma explicita da acima, sendo divulgadas pelo Banco Central do Brasil con-
juntamente como resultado da última consulta do dia.
As taxas PTAX de compra e de venda do dia, bem como os boletins de abertura e intermediários, serão divulgados
nas páginas do Banco Central do Brasil na internet, sem prejuízo da divulgação através de outros canais de comunica-
ção que forem considerados relevantes pelo Banco Central do Brasil
38 Fonte: www.bertolo.pro.br

60
Atualmente existem 14 Dealers de câmbio credenciados pelo Banco Central do Brasil.
O período de validade de cada credenciamento de Dealers é de 12 (doze) meses. A cada novo período são substi-
tuídos até 2 (dois) Dealers, mediante avaliação de desempenho realizada com base na apuração de média ponderada
dos seguintes itens:
•relacionamento com a mesa de câmbio do Banco Central do Brasil;
•participação nos leilões de câmbio e swaps cambiais;
•participação nas consultas para formação da PTAX;
•volume negociado no mercado interbancário de câmbio; e
•volume negociado no mercado primário de câmbio.

Constitui fator de descredenciamento de uma instituição, entre outros, a utilização da condição de Dealer para
dominar, manipular ou impor condições que ensejem a formação artificial de preços, bem como o emprego de outros
métodos que, na avaliação do Banco Central do Brasil, contrariem as práticas regulares e saudáveis de mercado.

Enquadramento das regras de PLD


Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro
O processo é com posto por um conjunto de ações de controle que deve ser adotado de forma organizada e inte-
grada, para melhor eficácia:
I. Conheça seu Cliente (KYC –“KnowYourCustomer”)
II. Conheça seu Funcionário (KYE –“KnowYourEmployee”)
III. Conheça seu Fornecedor (KYS –“KnowYourSupplier”)
IV. Conheça seu Parceiro (KYP –“KnowYourPartner”)
V. Conheça seu Correspondente
VI. Avaliação de Novos Produtos e Serviços
VII. Monitoramento de Operações
VIII. Comunicação de Operações Suspeitas; e
IX. Treinamento

Essas regras devem ser adotadas em âmbito nacional e também pelas dependências e subsidiárias no exterior, ex-
ceto no caso de existência de legislação ou regulamentação local que impeça ou limite tal ato, caso em que o diretor
responsável pelo setor de compliance reportará a situação por escrito ao Banco Central do Brasil.39
Tipos de taxa de câmbio:
- Taxa Comercial: Uso em operações comerciais de im/exportação.
- Taxa Flutuante: Uso em operações financeiras não comerciais (turismo, manutenção de residente).

Obs.: Na prática, há uma generalização no nome, passando ambas a se chamar apenas Câmbio Oficial, não se
falando mais em taxas flutuantes.
- Taxa Interbancária: Uso em operações financeiras entre os bancos.
- Taxa de Repasse e Cobertura: Uso em operações do BACEN com os bancos.
- Taxa de Mercado Paralelo: É o mercado não oficial (câmbio negro), via doleiros. Esse mercado existe justamente
por não existir um mercado de câmbio inteiramente livre.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Sistema de controle

SISCOMEX-É o Sistema Integrado de Comércio Exterior,que interliga importadores, exportadores, despachantes


aduaneiros, Receita Federal, portos e aeroportos alfandegados, agentes de carga internacional, depositários de cargas,
entre outros.Destina-se ao registro de entrada e saída de mercadorias (im/exportação), além de controle de licenças
de im/exportação.

SISBACEN–Registra a movimentação financeira (compras e vendas de moedas estrangeiras), provenientes de im-


portações e exportações de mercadorias, além de outras operações de remessas de moeda estrangeira do ou para o
exterior.40

39 Fonte: www.legis.senado.leg.br
40 Por Nelson Guerra

61
No link a seguir terá acesso Instituições habilitadas a intermediar operações de câmbio:
https://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_intermediarias.asp

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FCC/2017 – DPE/RS) Na presença de uma crise interna com deterioração fiscal, 

a) o regime de câmbio flutuante pode acelerar os benefícios das rendas geradas com as exportações. 
b) o câmbio fixo contribuirá para a normalização do cenário, já que a crise fiscal não se comunica com os pressupostos
desse regime cambial. 
c) a inexistência de reservas cambiais sinaliza a conveniência de se adotar o regime de câmbio fixo. 
d) as exportações devem ser coibidas, já que estas causarão desequilíbrios monetários internos. 
e) políticas contracionistas produzem imediata contribuição para a volta ao crescimento.

Resposta: Letra A. Quanto à politica cambial temos a adoção do cambio flutuante, havendo sim uma comunicação
entre crise e regime, se o cambio aumenta a moeda interna desvaloriza e vice-versa, outro aspecto a destacar é, se
a reserva cambial é inexistente não há como ocorrer “manipulação” no mercado com a compra ou venda da moeda
em questão.
Outro fator que deve ser considerado é o de que as exportações em um cenário como o apresentado é uma forma de
aquecer o mercado interno, portanto, não devem ser coibidas e, por ultimo, a politica contracionista reduz a oferta de
moeda, o que gera aumento na taxa de juros e consequentemente reduz investimentos.

2. (CESGRANRIO/2014 – BANCO DO BRASIL) Uma desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à
moeda norte-americana (dólar), implica a(o)

a) diminuição do número de reais necessários para comprar um dólar


b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do Brasil
c) diminuição do preço em reais de um produto importado dos EUA
d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA
e) aumento das cotações das ações das empresas importadoras na bolsa de valores

Resposta: Letra D. Analisemos as alternativas:


a) Se a moeda nacional sofre desvalorização, significa que vou gastar mais para comprar um dólar.
b) essa diminuição é um dos fatores da desvalorização
c) se a moeda está desvalorizada, fica mais caro importar um produto em dólar
d) se a moeda está mais baixa, maior será o interesse do mercado estrangeiro.
e) as cotações caem, não aumentam

3. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem


operações de negociação com moedas internacionais. A operação que envolve compra e venda de moedas es-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

trangeiras em espécie é denominada


A. câmbio manual
B. câmbio sacado
C. exportação
D. importação
E. transferência

Resposta: Letra A. Essa também está fácil, até porque, como o enunciado refere-se ao mercado cambial, eliminamos
de cara três alternativas (C, D e E).
Aí temos dois tipos de cambio restando, vejamos a diferença entre eles, que também é bem simples:
Câmbio manual – olhem só – manual – o próprio nome diz, troca física de moeda em espécie ou travellers checks
Câmbio sacado - troca ocorre na propria conta corrente através de operações de débito ou crédito.

OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS: CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO FUNCIONAMENTO DO MERCA-


DO A TERMO, DO MERCADO DE OPÇÕES, DO MERCADO FUTURO E DAS OPERAÇÕES DE SWAP.

Você já deve ter percebido que a palavra “derivativo” é utilizada em várias situações, para descrever, às vezes, coi-
sas diferentes. Isso provoca confusão para as pessoas menos acostumadas ou mais distantes do jargão do mercado
financeiro. Um dos significados dessa palavra é “relativo à derivação”. Antes de ingressar na discussão sobre o tema,
vejamos outras definições:

62
Derivativos Isso quer dizer que o valor de um simples empréstimo
Instrumentos financeiros cujo preço de mercado deri- negociado junto a um banco pode ter sido anteriormen-
va (daí o nome) do preço de mercado de um bem ou de te objeto de uma operação em derivativos.
outro instrumento financeiro. (Dicionário de Derivativos, Esses instrumentos fazem parte de uma cadeia de
José Evaristo dos Santos. Editora Atlas, 1998). operações que podem estar amparando contratos co-
merciais em diferentes partes do mundo.
Instrumento ou produto derivativo
Contrato ou título conversível cujo valor depende Quando surgiram as primeiras operações com de-
integral ou parcialmente do valor de outro instrumento rivativos
financeiro. (Dicionário de Administração de Risco Finan- É no Japão feudal do século XVII que está a origem
ceiro, Gary L. Gastineau e Mark P. Kritzman. BM&F, 1999). da primeira modalidade de derivativo: o contrato a termo
Das definições acima, você tira a seguinte conclu- (como será visto adiante). Trata-se do primeiro registro
são: de comércio organizado para entrega de bens no futuro.
Os derivativos são instrumentos financeiros cujos Os grandes proprietários rurais e os senhores feudais
preços estão ligados a outro instrumento que lhes serve encontravam-se espremidos entre uma economia mone-
de referência. Por exemplo: o mercado futuro de petró- tária em expansão, nas cidades, e sua fonte de recursos,
leo é uma modalidade de derivativo cujo preço depende a agricultura primária. Os pagamentos que recebiam dos
dos negócios realizados no mercado a vista de petróleo, arrendatários eram feitos na forma de participação na
seu instrumento de referência. colheita anual de arroz.
O contrato futuro de dólar deriva do dólar a vista; o Essa renda era irregular e sujeita a fatores incontrolá-
futuro de café, do café a vista, e assim por diante. veis, como clima e outros fatores sazonais.
Observe, a seguir, citação do The Bankers sobre o Uma vez que a economia monetária exigia que a
tema, encontradas em publicações sobre o mercado fi- nobreza tivesse caixa disponível todo o tempo, a insta-
nanceiro. bilidade nas receitas estimulou a prática do embarque
Não se pode dizer que uma operação com deriva- marítimo do arroz excedente para os centros principais,
tivos é um investimento. Na realidade, representa uma Osaka e Tóquio, onde a mercadoria podia ser armazena-
expectativa da direção, dimensão, duração e velocidade da e vendida quando conveniente.
das mudanças do valor de outro bem que lhe serve de Para levantar dinheiro com rapidez, os senhores das
referência. (Martin Mayer, em seu artigo “The Next Gene- terras começaram a vender recibos de armazenagem de
ration”, publicado na revista The Bankers, 1997.) bens estocados em armazéns urbanos ou rurais.
Assim sendo chegamos às seguintes conclusões: Os comerciantes, por sua vez, compravam esses reci-
– se a formação de preços no mercado de derivativos bos como meio de antecipar suas necessidades, pois estes
está sujeita à variação de preços de outros ativos também sofriam com a flutuação de safras incertas. Final-
no mercado a vista, os derivativos não são causa, mente, para facilitar as transações, os recibos de arroz tor-
mas efeito, pois derivam desses mercados; naram-se amplamente aceitos como moeda corrente. Al-
– os derivativos representam a forma de negociar a gumas vezes, as reservas de arroz eram insuficientes para
oscilação de preços dos ativos, sem haver, necessaria- suprir as necessidades da nobreza – situação em que os
mente, a negociação física do bem ou da mercadoria. comerciantes emprestavam dinheiro a juros aos senhores
de terras, antes da venda efetiva dos recibos de arroz.
Embora haja muita discussão sobre a questão da es- Ao final do século XVII, o mercado de Dojima carac-
terizava-se pelo fato de ser permitido negociar apenas

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


peculação com derivativos, o que se pode afirmar é que
sua utilização aumenta a velocidade com que os agentes para liquidação futura. Por volta de 1730, o xogunato
de mercado trocam de posição, ou seja, migram do ativo Tokugawa (governo imperial) designou e reconheceu
A para o ativo B, sem ter de se desfazer do ativo A. oficialmente o mercado como cho-ai-mai, literalmente
As posições especulativas com derivativos, principal- arroz comercializado no livro, ou seja, arroz escritural.
mente aquelas que apresentam baixa liquidez, devem ser Várias normas desse mercado eram surpreendentemente
muito bem geridas por seus administradores. similares às operações atuais a termo.

A importância dos derivativos Tipos de mercados derivativos


Não se conhece bem a dimensão exata desse merca- São quatro: a termo, futuro, de opções e de swap.
do. O Bank for International Settlements (BIS), com sede Alguns analistas não consideram os swaps uma moda-
na Suíça, divulga trimestralmente os valores referenciais lidade de derivativo devido a sua semelhança com o
dos contratos negociados em bolsa ou no mercado de mercado a termo.
balcão (fora da bolsa).
O boletim disponível em março de 2007 indica o valor - Mercado a termo
referencial de US$57,80 trilhões em bolsas (base setembro Como comprador ou vendedor do contrato a termo,
de 2006) e US$369 trilhões no balcão (base junho de 2006). você se compromete a comprar ou vender certa quan-
Se esses mercados parassem de ser negociados, a tidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por
economia mundial sofreria bastante, pois todo proces- um preço fixado, ainda na data de realização do negócio,
so de negociação mundial está ancorado em coberturas para liquidação em data futura. Os contratos a termo so-
(hedge) contra riscos de preços e taxas por meio de de- mente são liquidados integralmente no vencimento. Po-
rivativos. dem ser negociados em bolsa e no mercado de balcão.

63
- Mercado futuro ros são um importante instrumento financeiro, uma vez
Deve-se entender o mercado futuro como uma evo- que permite sejam negociados hoje, direitos futuros em
lução do mercado a termo. condições de incerteza.
Você se compromete a comprar ou vender certa b) Podemos definir operação de hedge como uma tran-
quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financei- sação compensatória que visa proteger o indivíduo ou
ro) por um preço estipulado para a liquidação em data a instituição contra prejuízos oriundos da oscilação de
futura. preços. O hedge é definido pelo preço estabelecido para
A definição é semelhante, tendo como principal di- o futuro com base nas cotações no momento do negó-
ferença a liquidação de seus compromissos somente cio. O hedge é a garantia de cotação a um preço pré-
na data de vencimento, no caso do mercado a termo. -definido.
Já no mercado futuro, os compromissos são ajustados c) Uma Opção é um contrato de direito sobre determi-
financeiramente às expectativas do mercado referentes nado ativo. As opções são um tipo de derivativo que dá
ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender
(mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os um ativo em uma determinada data a um determinado
contratos futuros são negociados somente em bolsas. preço.
d) Um swap nada mais é do que uma troca de riscos
- Mercado de opções entre duas partes.
No mercado de opções, negocia-se o direito de com- Na definição mais formal, swap consiste em um acordo
prar ou de vender um bem (mercadoria ou ativo financei- para duas partes trocarem o risco de uma posição ativa
ro) por um preço fixo numa data futura. (credora) ou passiva (devedora), em data futura, confor-
Quem adquirir o direito deve pagar um prêmio ao me critérios preestabelecidos.
vendedor tal como num acordo de seguro. Essas trocas (swaps) são bastante comuns com posições
envolvendo taxas de juro, moedas e commodities. Ape-
- Mercado de swap sar de muitos autores de livros didáticos considerarem
No mercado de swap, negocia-se a troca de rentabili- o swap uma evolução, sua estrutura é bastante seme-
dade entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros). lhante à dos antigos contratos a termo.
Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, e) Nas finanças, um contrato a termo ou simplesmen-
entre duas partes, que estabelecem a troca de fluxo de te termo é um contrato não padronizado entre duas
caixa tendo como base a comparação da rentabilida- partes para comprar ou vender um ativo em uma data
de entre dois bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa no futuro a um preço acordado hoje, sendo um tipo
prefixada. Se, no vencimento do contrato, a valorização de contrato derivativo. Ele é diferente do contrato a
do ouro for inferior à taxa prefixada negociada entre as vista, que é um acordo para comprar ou vender um ati-
partes, receberá a diferença a parte que comprou taxa vo hoje.
prefixada e vendeu ouro. Se a rentabilidade do ouro for
superior à taxa prefixada, receberá a diferença a parte 2. (CESGRANRIO/2010 – BANCO DO BRASIL) Deriva-
que comprou ouro e vendeu taxa prefixada. Você deve tivos são instrumentos financeiros que se originam do
observar que a operação de swap é muito semelhante valor de outro ativo, tido como ativo de referência. As
à operação a termo, uma vez que sua liquidação ocorre transações com derivativos são realizadas no mercado
integralmente no vencimento.41 futuro, a termo, de opções e swaps, entre outros. Os
swaps são
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

EXERCÍCIOS COMENTADOS a) ativos garantidores de operações em moeda estran-


geira, adquiridos mediante a troca de ações, direitos e
1. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) No mer- obrigações entre duas partes.
cado financeiro, os derivativos são instrumentos que de- b) ativos que podem ser comprados por uma empresa
pendem do valor de um outro ativo, tido como ativo de investidora com o intuito de se proteger de uma even-
referência. Em relação aos derivativos, os contratos que tual redução de preços de outro ativo da mesma car-
preveem a troca de obrigações de pagamentos periódi- teira de investimento.
cos ou fluxos de caixa futuros, por um certo período de c) direitos adquiridos de comprar ou vender um ativo em
tempo, são denominados contratos de uma determinada data por preço e condições previa-
mente acertados entre as partes envolvidas na nego-
a) futuro ciação.
b) hedge d) acordos de compra e venda de ativos para serem en-
c) opções tregues em uma data futura, a um preço previamente
d) swaps estabelecido, sem reajustes periódicos.
e) termo e) acordos entre duas partes que preveem a troca de
obrigações de pagamentos periódicos ou fluxos de
Resposta: Letra D. a) contrato de futuro é um com- caixa futuros por um certo período de tempo, obe-
promisso assumido entre duas partes, compromisso de decendo a uma metodologia de cálculo predefinida.
comprar ou vender determinado ativo numa data de-
terminada a um determinado preço. Os contratos futu- Resposta: Letra E. Um swap nada mais é do que uma
troca de riscos entre duas partes.
41 Fonte: www.edisciplinas.usp.br

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Na definição mais formal, swap consiste em um acor- devedor sejam excutidos em primeiro lugar, salvo se foi
do para duas partes trocarem o risco de uma posi- estipulada solidariedade no contrato de fiança. O fiador
ção ativa (credora) ou passiva (devedora), em data fu- tem a prerrogativa de renunciar a este direito.
tura, conforme critérios preestabelecidos. A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando
Essas trocas (swaps) são bastante comuns com po- o outro der seu consentimento. A este requisito se dá o
sições envolvendo taxas de juro, moedas e commo- nome de outorga uxória. A falta da autorização torna o
dities. Apesar de muitos autores de livros didáticos ato anulável.
considerarem o swap uma evolução, sua estrutura é
bastante semelhante à dos antigos contratos a termo. Fiança bancária
É um compromisso contratual pelo qual uma insti-
3. (CESPE/2016 – FUNPRESP/JUD) No que concerne tuição financeira garante o cumprimento de obrigações
às características formais dos derivativos, julgue o item de seus clientes. O público alvo são as pessoas físicas e
seguinte. jurídicas. A fiança bancária é uma obrigação por escrito
Os contratos de swap consistem em acordos entre duas (carta de fiança) assumida pelo banco, responsabilizan-
partes para a troca de risco de uma posição ativa (credo- do-se por dívida total ou parcial de cliente que queira
ra) ou de uma posição passiva (devedora), em data futu- assumir uma obrigação perante terceiros.
ra, conforme critérios preestabelecidos pelas bolsas de Regulamentação do CMN estipula o limite máximo
valores e com ajustes diários. de exposição por cliente a ser observado pelas institui-
ções financeiras na prestação de garantia de fiança ban-
( ) CERTO ( ) ERRADO cária. A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que
a garantia oferecida pelos bancos goza de grande res-
Resposta: Errado. No mercado de swap, negocia-se peitabilidade no mundo dos negócios. A fiança bancária
a troca de rentabilidade entre dois bens, com critérios está sujeita a cobrança de tarifas, mas não se sujeita a
preestabelecidos, sem ajustes diários. cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato.

Garantias Reais
Vinculam patrimônio ao cumprimento da obrigação
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO assumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou
NACIONAL. AVAL; FIANÇA; PENHOR MER- imóveis do patrimônio do devedor ou de terceiro; se ele
CANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA; HIPOTE- não pagar, haverá um processo de execução em que será
CA; FIANÇAS BANCÁRIAS; FUNDO GARAN- requerida a venda judicial do bem, pagando-se preferen-
TIDOR DE CRÉDITO (FGC). cialmente o credor.

Penhor
Garantias Pessoais É um direito real que consiste na tradição de coisa
Baseiam-se na confiança, isto é, se o devedor não pa- móvel, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou
gar, uma terceira pessoa (que prestou a garantia pessoal) por terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do
será obrigada a pagar no lugar dele. Nesta modalidade débito. Tem como sujeitos o devedor pignoratício (pode
de garantia temos o aval e a fiança. ser tanto o sujeito passivo da obrigação principal como
terceiro que ofereça o ônus real) e o credor pignoratício
Aval (o que empresta o dinheiro).

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


O aval é a garantia de pagamento formal e solidária
firmada por terceiro em um título de crédito, onde os Penhor mercantil
intervenientes são: o avalista (aquele que presta o aval), É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coi-
o avalizado (aquele que recebe o aval) e o credor. Para sa onerada, ou seja, o devedor continua na sua posse,
tanto, basta que se lance o aval no próprio título ou na equiparando-se ao depositário para todos os efeitos.
folha de alongamento. A simples assinatura no anverso Visa garantir obrigação comercial.
do título é suficiente para configurar o aval. Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empe-
Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando- nhado faz parte integrante do negócio comercial. Pode
-se de garantia solidária, implica que o avalista é coobri- abranger tanto estoques de matérias-primas quanto es-
gado, isto é, é co-devedor principal. toques de produtos acabados. Os estoques objeto de
penhor mercantil são confiados a fiel depositário, que se
Fiança torna responsável pela guarda, existência e conservação
Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satis- dos bens dados em garantia.
fazer determinada obrigação, caso o respectivo devedor
não a cumpra. A fiança é um contrato acessório; pode Hipoteca
ser gratuito ou oneroso. Os intervenientes são: o devedor A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou
(afiançado), o fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e aos que forem a ele equiparados, que tem por objetivo as-
o credor. Caso o devedor principal não cumpra a obri- segurar o pagamento de uma dívida. A posse do bem gra-
gação e o fiador venha a ser acionado para responder vado não se transfere ao credor. A hipoteca abrange todas
pela dívida, sem que antes tenha sido acionado aquele, as acessões, melhoramentos ou construções no imóvel e
poderá alegar o benefício de ordem para que os bens do deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.

65
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus aces- venção em uma instituição financeira, esse montante é
sórios, as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas usado para quitar o valor devido a correntistas e inves-
e vagões), as minas e pedreiras, os navios e os aviões. tidores.
Bancos e financeiras são algumas das instituições as-
Alienação fiduciária sociadas.
Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor Mas não apenas eles. Também compõem o quadro
transfere ao credor a propriedade de uma coisa móvel ou do FGC:
imóvel, até que a dívida daquele seja inteiramente paga. • Bancos de desenvolvimento
O devedor é chamado fiduciante e o credor denomina-se • Sociedades de crédito, financiamento e investimen-
fiduciário. Uma vez completado o pagamento, a proprie- to
dade do bem alienado volta ao fiduciante. • Sociedades de crédito imobiliário
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo • Companhias hipotecárias
Decreto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo • Associações de poupança e empréstimo.
Código Civil os contratos de empréstimos com garan-
tia de alienação fiduciária de coisa móvel só podiam ser Quais os investimentos são garantidos pelo FGC?
pactuados entre instituições financeiras e o financiado, A garantia do FGC não abrange todos os investimen-
pessoa física ou jurídica. A partir de da entrada em vigor tos. Ela se restringe aos seguintes saldos, de acordo com
da Lei 9.514/97, passou a existir também a alienação fi- o Banco Central:
duciária da coisa imóvel. • Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita • Depósitos de poupança
ao fiduciário requerer em juízo a busca e apreensão do • Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certifi-
bem móvel objeto do contrato, para vendê-lo a terceiros cado (CDB/RDB)
e tornar efetiva a sua garantia. Se o bem móvel não for • Depósitos mantidos em contas não movimentáveis
encontrado na posse do fiduciante, a busca e apreensão por cheques destinadas ao registro e controle do
podem transformar-se em ação de depósito; se ele não fluxo de recursos referentes à prestação de servi-
entregar a coisa, poderá ser considerado depositário in- ços de pagamento de salários, vencimentos, apo-
fiel.
sentadorias, pensões e similares
A lei faculta a venda da coisa independentemente de
• Letras de câmbio
leilão, avaliação prévia ou interpelação do devedor. O
• Letras imobiliárias
credor deve aplicar o preço da venda no pagamento de
• Letras hipotecárias
seu crédito e das despesas decorrentes, entregando ao
• Letras de crédito imobiliário
devedor o saldo apurado, se houver.42
• Letras de crédito do agronegócio
• Operações compromissadas que têm como objeto
FCG - Fundo Garantidor de Créditos
FGC é a sigla que designa o Fundo Garantidor de Cré- títulos emitidos após 08 de março de 2012 por em-
ditos. Ela é uma entidade que administra uma proteção presa ligada.
aos correntistas e investidores, que permite recuperar até
R$ 250 mil em depósitos ou créditos em instituições fi- Vamos entender melhor quais são os principais inves-
nanceiras em caso de falência, intervenção ou liquidação. timentos cobertos pelo FGC?
Essa entidade é uma instituição privada, sem fins lu-
crativos. Os associados são a Caixa Econômica Federal, Poupança
A poupança é o investimento preferido do brasileiro,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

os bancos, sociedades de crédito, financiamento, inves-


timento e crédito imobiliário, companhias hipotecárias e embora não seja recomendado por especialistas. Ela tem
associações de poupança. um retorno pequeno e compete apenas com a inflação.
Para o investidor, o FGC representa a segurança de Com a taxa de juros básicos da economia, a Selic, no
que suas aplicações estão seguras mesmo em eventos patamar atual, a poupança paga 0,5% de juros ao mês
extremos, como a falência de uma instituição financeira. mais uma Taxa Referencial (TR), que representa um valor
O que muita gente não sabe é que essa é uma asso- bem pequeno.
ciação civil, que depende dos aportes mensais de seus Em 2015, por exemplo, quem deixou dinheiro na ca-
associados, que são bancos, outras instituições financei- derneta teve seu poder de compra corroído em 2,28%.
ras. Em 2016, o ganho real, depois do desconto da infla-
Eles participam com essas contribuições para garantir ção, foi de 1,9%, o melhor rendimento desde 2009 (acre-
um sistema financeiro mais saudável para o país e para dite!).
todos os investidores. Um detalhe pouco comentado é que a remuneração
Mesmo assim, há diversas regras que limitam a atua- da caderneta ocorre apenas uma vez por mês, no aniver-
ção do FGC. A seguir, você vai conhecer algumas delas, sário do depósito.
vai descobrir quais aplicações se beneficiam do fundo e Isso significa que, se você decidir sacar o valor de uma
se é preciso se preocupar com investimentos que não hora para a outra, pode perder muitos dias de rendimen-
estão cobertos. tos. Ou seja, não se trata de um investimento tão líquido
O Fundo Garantidor de Créditos funciona assim: os quanto a maioria pensa.
associados repassam mensalmente um percentual de Pelo menos, quem investe na poupança tem, depen-
suas contas para o FGC. Em caso de falência ou inter- dendo do valor investido, até o montante de R$ 250 mil
assegurados pelo Fundo Garantidor de Créditos.
42 Fonte: www.blogcasadoestudante.blogspot.com.br

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CDB • Aplicações na bolsa de valores (ações, opções e
O CDB é o Certificado de Depósito Bancário. Ele é quaisquer derivativos).
um título emitido por bancos e corretoras para captar Esses investimentos acima, não cobertos pelo fundo,
dinheiro de pessoas físicas e o emprestar para terceiros. não são necessariamente arriscados, mas devem ser ana-
O rendimento do CDB pode ser pós-fixado ou pre- lisados com cautela, de preferência com algum conhe-
fixado. O pós-fixado normalmente é associado ao CDI, cimento mais aprofundado sobre o ativo e a instituição
que é uma taxa de referência bem próxima da Selic. financeira que o oferece.
Trata-se de um investimento com liquidez menor do Se você estiver estudando a alocação de recursos em
que outros títulos, como o Tesouro Direto. Letras Financeiras, Debêntures e Certificados de Recebí-
Além disso, paga Imposto de Renda, de 22,5% a 15%, veis, verifique o histórico e solidez do banco ou da corre-
dependendo do tempo de permanência da aplicação. tora antes de tomar qualquer decisão.
Pode, no entanto, ter rentabilidade que seja competitiva Para fundos de investimentos, a preocupação não
e mais vantajosa quando comparada a outros títulos. deve ser tanto com a chance de a instituição financeira
Também é assegurado pelo Fundo Garantidor de Cré- quebrar, e sim com as condições e o regulamento, já que
ditos. o patrimônio do banco ou corretora não se confunde
com o dos fundos.
LCI e LCA Em caso de falência, por exemplo, os cotistas podem
LCI e LCA são as Letras de Crédito Imobiliário e do se reunir em assembleia e transferir a gestão para outra
Agronegócio. Para o investidor, funcionam de maneira instituição.
bastante semelhante ao CDB e também têm rendimento Na bolsa de valores, a preocupação com quebra ou
atraente, normalmente atrelado ao CDI. falência das corretoras ou dos bancos também não deve
Uma vantagem desses investimentos é que sobre eles ser tão grande, já que os papéis em nome do investidor
não incide o Imposto de Renda. É um benefício interes- são garantidos pela Câmara de Ações, administrada pela
sante, já que o IR leva no mínimo 15% dos rendimentos BM&FBOVESPA. Nesse caso, basta transferir a custódia
de boa parte das outras aplicações. dos papéis para outra instituição financeira.
Elas podem ter carência para retirada maior do que Além disso, na conta da corretora ou do banco de
o CDB, e muitos desses títulos exigem investimento de investimentos, até R$ 120 mil de saldo podem ser res-
pelo menos R$ 10.000,00. tituídos com base no Mecanismo de Ressarcimento de
Prejuízos da BM&F Bovespa.
LC Para o Tesouro Direto, não faz sentido a preocupação
As Letras de Câmbio (LC) também são títulos seme- com o risco de calote, a menos que o país quebre, já que
lhantes ao CDB (pelo menos, na visão do investidor). os títulos são dívidas do Tesouro Nacional.
Muitas pessoas as confundem com fundos de ações ou Como o governo pode imprimir mais dinheiro para
investimentos atrelados a moedas por causa do nome. Na pagar suas contas, o principal risco é o que se chama de
verdade, “câmbio” aqui se refere a uma “troca”, e não a calote branco, que seria a inflação provocada por esse
moedas. fluxo maior de valores no mercado decorrente das difi-
A diferença para um CDB é que as LCs são emitidas culdades financeiras do país.
por uma financeira, e não por um banco ou corretora.
Eles contam com a proteção do Fundo Garantidor Qual o valor máximo garantido pelo FGC?
de Crédito para o mesmo valor de CDB, poupança, LCI e O valor máximo garantido pelo FGC é de R$ 250 mil
LCA: até R$ 250 mil, dependendo do montante investido.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


por CPF por instituição financeira (ou instituições finan-
Aqui há incidência do Imposto de Renda (22,5% a ceiras do mesmo conglomerado financeiro).
15% dos rendimentos, dependendo do período de apli-
cação) e carência mínima para o resgate, que varia muito
conforme a corretora ou banco de investimentos. FIQUE ATENTO!
Contas conjuntas têm limite único
O que o FGC não garante Já uma conta conjunta em um banco tem
O FGC não garante o crédito de qualquer investimen- limite máximo de R$ 250 mil, que serão
to que não conste na relação acima e de qualquer crédi- divididos pelo número de titulares. Dessa
to que ultrapasse o limite de R$ 250 mil por pessoa por forma, caso o saldo investido em títulos ga-
instituição financeira. rantidos pelo FGC em uma conta conjunta
Alguns investimentos que não são protegidos pelo de 2 titulares fosse R$ 300.000,00, o valor
FGC: garantido seria o de R$ 250.000,00, ou seja,
• Letras Financeiras (semelhante ao CDB) R$ 125.000,00 por titular.
• Debêntures (títulos de crédito de empresas priva- Esse limite não impede que um investidor
das) com fundos superiores a essa quantia invis-
• Fundos de investimento (de todos os tipos) ta em diferentes instituições financeiras.
• Certificados de Recebíveis Imobiliários (emitidos por Exemplo: se você tem R$ 300 mil, é mais se-
companhias securitizadoras) guro dividir esse valor em diferentes aplica-
• Certificados de Recebíveis do Agronegócio (emiti- ções em duas ou três corretoras ou bancos
dos por companhias securitizadoras) de investimento.
• Tesouro Direto (títulos do Tesouro Nacional)

67
#FicaDica
Fundos de investimento não têm garantia do GFC devido a uma divisão entre o patrimônio da instituição
financeira e o dos cotistas que formam o fundo. Ou seja, os valores do fundo funcionam de forma inde-
pendente.
Na prática, os fundos são entidades constituídas sob a forma de condomínios abertos. Eles ficam sujeitos
à supervisão e acompanhamento da Comissão de Valores Mobiliários.
Assim, se ocorrer a falência do administrador do fundo, uma assembleia poderá ser convocada para e optar
por outra instituição financeira, sem prejuízo de seus investimentos.

História do FGC
A estabilidade do sistema financeiro é uma das principais preocupações de qualquer governo.
Desde a década de 1990, começou a surgir uma série de sistemas de proteção a investidores em todo o mundo. O
Brasil entrou nessa lista em 1995, com a Resolução 2.197, de 31.08.1995.
Nela, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos,
destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras”.
O estatuto e o regulamento da nova entidade, o Fundo Garantidor de Créditos, foram aprovados em novembro
daquele ano.
O objetivo dessa entidade, desde sua criação, é prestar garantia de créditos contra as instituições associadas nas
seguintes situações:
• Decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial de instituição associada
• Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência de instituição associada que, nos termos
da legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes referidos no item anterior.

Além da garantia de créditos, o FGC se preocupa com a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e a prevenção
de crises sistêmicas do sistema bancário.
Por isso, tem a atribuição de contratar, em casos de necessidade, diferentes operações de assistência ou suporte
financeiro, incluindo operações de liquidez com as instituições associadas.43

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FGV/2018 – BANESTES) A fiança bancária é uma operação tradicional no mercado brasileiro, em que um banco,
por meio da “carta de fiança”, assume o papel de fiador de uma outra companhia numa operação comercial, concor-
rência pública ou de crédito.
Do ponto de vista dos riscos envolvidos para as partes, há mitigação do risco:

a) de crédito envolvido entre o fiador (banco) e o afiançado (empresa);


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

b) de mercado envolvido entre a empresa afiançada e sua contraparte – um fornecedor, por exemplo; 
c) operacional envolvido entre a empresa afiançada e sua contraparte – um fornecedor, por exemplo;
d) de crédito envolvido entre a empresa afiançada e sua contraparte – um fornecedor, por exemplo;
e) de mercado envolvido entre o fiador (banco) e o afiançado (empresa).

Resposta: Letra A. A fiança bancária é um compromisso contratual pelo qual uma instituição financeira garante o
cumprimento de obrigações de seus clientes, ou seja, os riscos do crédito envolvidos na operação junto ao afiançado e
ao fiador são atenuados através dessa garantia.

2. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) Devido à grande exposição ao risco de crédito, os bancos precisam
utilizar meios para garantir suas operações e salvaguardar seus ativos. Qual o tipo de operação que garante o cumpri-
mento de uma obrigação na compra de um bem a crédito, em que há a transferência desse bem, móvel ou imóvel, do
devedor ao credor?

a) Hipoteca
b) Fiança bancária
c) Alienação fiduciária
d) Penhor
e) Aval bancário

43 Fonte: www.btgpactualdigital.com

68
Resposta: Letra C. Nessa questão vamos aproveitar al- Sendo pacífico que as organizações criminosas, de
gumas palavras chave que o enunciado apresenta: modo geral, têm sua atuação no eixo dinheiro/poder e
- COMPRA DE UM BEM A CREDITO que o seu êxito está intimamente vinculado ao sucesso
- TRANSFERENCIA DE BEM DO DEVEDOR AO CREDOR da lavagem de dinheiro, há um forte impulso para que
- BEM MOVEL OU IMOVEL estas organizações pratiquem o referido processo de re-
Se eu compro um bem a crédito, significa que o próprio ciclagem.
bem é a garantia, ou seja, garantia real, depois existe Ocorrida a reciclagem do dinheiro, este pode ser in-
a transferência do bem para o credor, aí fica fácil, pois, vestido sem levantar suspeitas e contribuir para que os
ao se tratar de garantia real, eu elimino aval e fian- seus detentores eliminem empreendimentos legítimos
ça, aí temos a transferência do bem, o que elimina a sob a cobertura de atividades honráveis, gerando o ine-
hipoteca, pois, nessa, o bem continua na propriedade gável risco de que economias inteiras se submetam ao
e posse do devedor e, por quê não o penhor? Porque seu controle, provocando alterações nos mercados fi-
existe penhor onde a posse é do credor, nos restando, nanceiros.
portanto, a alienação fiduciária. Neste contexto, vários países fomentam seus apare-
Na alienação fiduciária, a garantia é real (próprio bem lhos de cooperação internacional para a persecução de
é a garantia), a transferência do bem se dá em caso de crimes de lavagem de capitais e outros praticados por
inadimplência do devedor e, a propriedade é do credor, po- organizações criminosas.
rém a POSSE é do devedor que passa ser o fiel depósitário.
O crime de lavagem de dinheiro
3. (CESGRANRIO/2013 – BANCO DO BRASIL) O Fundo O crime de “lavagem de dinheiro”, cuja expressão re-
Garantidor de Crédito foi criado para, dentre outras fina- monta às organizações mafiosas norte-americanas, que,
lidades, proteger depositantes e investidores no âmbito na década de 1920, aplicavam em lavanderias o capital
do sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela proveniente das muitas espécies do comércio criminoso,
regulamentação. Tal fundo é pessoa jurídica caracteriza- é uma forma genérica de referir-se ao processo ou con-
da como junto de operações de ocultar a origem do dinheiro ou
dos bens resultantes das atividades delitivas e integrá-los
a) sociedade por ações no sistema econômico ou financeiro, em operações ca-
b) sociedade de economia mista pazes de converter o dinheiro sujo em dinheiro limpo.
c) autarquia especial Nas palavras de André Luís Callegari é a atividade de
d) associação civil investir, ocultar, substituir ou transformar e restituir o di-
e) empresa financeira nheiro de origem sempre ilícita aos circuitos econômi-
co-financeiros legais, incorporando-o a qualquer tipo de
Resposta: Letra D. O Fundo Garantidor de Créditos negócio como se fosse obtido de forma lícita.
(FGC) é uma associação civil, sem fins lucrativos, Faz-se necessário esclarecer que o crime de lavagem
que administra um mecanismo de proteção aos cor- de capitais é um delito parasitário ou derivado, depen-
rentistas, poupadores e investidores, que permite recu- dendo, necessariamente, da existência de um delito
perar os depósitos ou créditos mantidos em instituição antecedente para que se configure. Por assim ser, no
financeira, em caso de intervenção, de liquidação ou de delito de lavagem de dinheiro a punição volta-se, exclu-
falência. (www.bcb.gov.br) sivamente, para a utilização que se faz do dinheiro sujo,
ou seja, às formas de movimentar, ocultar, dispor ou se
apropriar dos ativos oriundos de atividades ilícitas. 

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Diante da importância deste assunto, e dos efeitos de-
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO. CON-
vastadores provocados por este delito, Vladimir Aras defen-
CEITO E ETAPAS. PREVENÇÃO E COMBA-
de que os Estados nacionais não podem ignorar, diante da
TE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEI- complexa problemática que envolve a questão, o fenômeno
RO: LEI Nº 9.613/1998, CIRCULAR BACEN da lavagem de dinheiro, uma vez que não se restringe a uma
3.461/2009 E CARTA CIRCULAR BACEN abstração que se cinja a números, pois, ao contrário disto:
3.542/2012. COAF - CONSELHO DE CON- “São concretos e às vezes dolorosos, os danos causados
TROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS. à sociedade pela lavagem de dinheiro. De um lado, desem-
prego, vultosos prejuízos econômicos para empresários e
investidores, diminuição dos índices de desenvolvimento
Certo é que o crime organizado disponibiliza fundos humano, corrupção, insegurança pública e redução da ar-
incalculáveis e envolve milhares de pessoas, com siste- recadação de impostos e de investimentos em educação e
ma funcional implantado e bem estruturado. Entretanto, saúde. De outro lado, o enriquecimento ilícito e a utilização
apesar de se tratar de uma atividade altamente lucrativa, indevida de valores oriundos de graves crimes.”
para serem utilizados seus rendimentos é imprescindível
a ocultação de sua origem. Fases ou técnicas de lavagem de dinheiro
Desta necessidade de uso, movimentação, ocultação Considerando que a lavagem de capitais é um pro-
e disposição de ativos oriundos das mais variadas espé- cedimento complexo, pode-se afirmar que a conduta do
cies do comércio criminoso surge a lavagem de dinheiro, agente passa por um modus operandi bastante linear e
com a finalidade de evitar que se descubra a cadeia cri- multifacetado. Vários são os métodos ou fases utilizados
minal, bem como a identificação de seus agentes. com a finalidade de lavar o dinheiro:

69
a) A primeira delas é a fase da ocultação, na qual há desta multimencionada conduta. Ademais, a base ética
uma tentativa dos agentes de conseguir menor vi- à criminalização consistiu em evitar que a circulação do
sibilidade do dinheiro oriundo da prática de ativi- dinheiro sujo em circulação no mercado, bem como im-
dade ilícitas. Para tanto, costuma-se utilizar o sis- pedir que o dinheiro lavado proporcione outros ilícitos.
tema financeiro, negócios de condições variadas,
enfim, emprega “intermediários” que trocarão os Unidades de inteligência financeira
valores ilicitamente recebidos. As unidades de inteligência são responsáveis por re-
b) Com a posse do dinheiro, tem início a segunda ceber, além de requisitar, informações sobre operações
fase: a cobertura, fase de controle, ou ainda, mas- financeiras atípicas ou suspeitas, analisar e informar às
caramento. Consistente em desligar os fundos de autoridades competentes aquelas que constituem indí-
sua origem, em outras palavras, fazer desaparecer cios do crime de lavagem.
o vínculo entre o agente e o bem precedente de Essas unidades apresentam diferentes estruturas a
sua atuação. São comuns múltiplas transferências depender de sua vocação institucional e das tradições
de dinheiro, compensações financeiras, remessas jurídicas de cada país.
aos paraísos fiscais, super faturação de exporta- Existem basicamente três espécies de Unidades de
ções, dentre outros. Inteligência Financeira, sem considerar as híbridas que
c) Finalmente, o dinheiro deve retornar ao circuito mesclam elementos de cada uma delas. Vejamos:
econômico, transparecendo a imagem de produto - As unidades judiciais são previstas, em geral, nos
normal de uma atividade comercial, é a chamada países em que o Ministério Público é parte inte-
fase de integração.  Neste momento, há a conver- grante do Judiciário. Nesses países as unidades
são de dinheiro sujo em capital lícito, adquirindo tem natureza persecutória penal porque o próprio
propriedades e bens, constituindo estabelecimen- órgão responsável pela acusação possui instru-
tos lícitos, financiando atividades de terceiros, mentos de acompanhamento ou recebimento de
além de investir parte deste dinheiro na prática de informações sobre operações suspeitas.
novos delitos. - As unidades coercitivas são exclusivamente admi-
nistrativas, mas podem determinar medidas pre-
Criminalização da lavagem de dinheiro ventivas como suspensão de transações, congela-
Cumpre ressaltar que o início das preocupações mento e sequestro de bens.
mundiais com a lavagem de dinheiro data da Convenção - As unidades administrativas tem atribuição exclu-
de Viena de 1988, ocasião em que os membros da Orga- siva de sistematização de informações e produção
nização das Nações Unidas aprovaram a Resolução que de análises sobre possíveis operações ilegais ou
os obrigava a penalizar a lavagem de capitais oriundos atípicas. Não tem poder de determinar medidas
do tráfico de entorpecentes. de coerção ou de iniciar processos judiciais. Ape-
Desde então, várias nações passaram a inserir no seu nas colhem a informação e enviam para os órgãos
corpo de normas, dispositivos legais reservados a repri- competentes para a persecução penal ou inves-
mir a utilização de bens, direitos ou valores provenien- tigação, como o Ministério Público e a Polícia. O
tes, direta ou indiretamente, de crimes. Brasil segue esse modelo.
Neste sentido, Roberto Podval, ao discorrer sobre o
bem jurídico do delito de lavagem de dinheiro, assevera A lei 9.613/98 e seus aspectos penais
que: A Lei nº 12.683/12 alterou a Lei nº 9.613/98 para tor-
“O que se nota é que a criminalização da lavagem nar mais eficiente o combate e a prevenção de lavagem
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de dinheiro surge como forma de coibir o tráfico ilícito de dinheiro. Foram diversas as alterações realizadas, e
de entorpecentes, já que não obstante a intervenção do dentre elas podem ser destacadas a exclusão do rol de
Direito Penal nessa matéria (através de leis cada vez mais crimes antecedentes à lavagem de dinheiro, manutenção
severas e com penas menos brandas), tal criminalidade da pena de três a dez anos de reclusão para os pratican-
não só persiste como aumenta. Assim, uma vez eviden- tes do crime, elevação do valor máximo da multa a ser
ciada a impossibilidade de o Direito Penal evitar o tráfico aplicada para 20 milhões de Reais, e aumento do número
de drogas, houveram por bem os Estados punir suas con- de profissionais que devem reportar-se ao COAF, alcan-
sequências”. çando empresários que negociam direitos de atletas, co-
Observa-se, portanto, que frente à fracassada e merciantes de artigos de luxo, e prestadores de serviços
inoperante estratégia de atacar as antecedentes ativida- como por exemplo os contadores.
des ilícitas, há um redirecionamento do Direito Penal em A fim de garantir o uso, movimentação, ocultação e
controlar os efeitos destas, quais sejam, os fluxos finan- disposição de ativos oriundos das mais variadas espé-
ceiros oriundos das primeiras atuações ilegais. cies do comércio criminoso, surge a lavagem de dinheiro,
Seguindo, portanto, a mesma tendência mundial e com o intuito de evitar que se descubra a cadeia criminal,
diante dos índices de ocorrências envolvendo crime or- bem como a identificação de seus agentes.
ganizado, desvio e lavagem de dinheiro, provenientes A lavagem de capitais é uma forma genérica de refe-
de variadas transações ilícitas, e da inserção destes te- rir-se ao processo ou conjunto de operações de ocultar
mas no rol de destaque da construção dogmática e da a origem do dinheiro ou dos bens resultantes das ativi-
política criminal, houve nítido interesse do Direito Penal dades delitivas e integrá-los no sistema econômico ou fi-
Brasileiro em atingir um efetivo controle da circulação nanceiro, em operações capazes de converter o dinheiro
de capitais e suas origens, por meio da criminalização sujo em dinheiro limpo.

70
Considerando que a lavagem de capitais é um proce- Conselho de Controle de Atividades Financeiras -
dimento complexo, vários são os métodos ou fases uti- COAF
lizados com a finalidade de lavar o dinheiro: ocultação, O COAF é um órgão administrativo, no âmbito do
mascaramento e integração. Ministério da Fazenda, com sede no Distrito Federal, e
Seguindo a mesma tendência mundial e diante dos funciona como agência de inteligência brasileira no com-
índices de ocorrências envolvendo crime organizado, bate ao crime de lavagem de dinheiro.  É a unidade de
desvio e lavagem de dinheiro, e da inserção destes te- inteligência financeira do Brasil.
mas no rol de destaque da construção dogmática e da É responsável pela prevenção e fiscalização da prática
política criminal, houve nítido interesse do Direito Penal do delito de lavagem, foi instituído pela Lei no 9.613/98.
Brasileiro em atingir um efetivo controle da circulação de Tem por finalidade disciplinar, aplicar penas administrati-
capitais e suas origens, por meio da criminalização desta vas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspei-
multimencionada conduta. tas de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da
A exemplo e por imposição das comunidades inter- competência de outros órgãos e entidades.
nacionais, bem como em razão da globalização do mun- Essa lei atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diver-
do moderno, em 1998 foi editada Lei Especial nº. 9.613, sos setores econômico-financeiros maior responsabilida-
destinada a coibir as ações dos chamados “lavadores de de na identificação de clientes e manutenção de registros
dinheiro”. de todas as operações e na comunicação de operações
Ocorre que há alguns pontos controvertidos que, suspeitas, sujeitando-as ainda às penalidades adminis-
almejando asseverar a pena, suprimiram direitos fun- trativas pelo descumprimento das obrigações.
damentais, tais como proibição de fiança e inversão do Para efeitos de regulamentação e aplicação das pe-
Ônus da Prova em relação à ilicitude dos bens que foram nas, o legislador preservou a competência dos órgãos re-
objeto de apreensão e ao sequestro. guladores já existentes, cabendo ao COAF a regulamen-
Respeitar a ordem constitucional, neste caso específi- tação e supervisão dos demais setores.
co, revela  enorme dificuldade no efetivo combate à lava- Em 2012, a Lei nº 9.613, de 1998, foi alterada pela Lei
nº 12.683, de 2012, que trouxe importantes avanços para
gem de dinheiro, isto porque enquanto os agentes crimi-
a prevenção e combate à lavagem de dinheiro, tais como:
nosos não têm limitações na realização de suas condutas,
• a extinção do rol taxativo de crimes antecedentes,
o Estado tem de respeitar os direitos fundamentais.
admitindo-se agora como crime antecedente da
Por tudo quanto exposto, concluímos que para o êxi-
lavagem de dinheiro qualquer infração penal;
to nas operações de combate à lavagem de dinheiro, e,
• a inclusão das hipóteses de alienação antecipada e
por conseguinte, na recuperação de ativos, é necessária
outras medidas assecuratórias que garantam que
reforma legislativa que atinja as normas-chave, aprofun-
os bens não sofram desvalorização ou deterioração;
damento de programas de capacitação de autoridades e • inclusão de novos sujeitos obrigados tais como car-
servidores, bem como da especialização de juízos e uni- tórios, profissionais que exerçam atividades de as-
dades do Ministério Público e da Polícia. sessoria ou consultoria financeira, representantes
de atletas e artistas, feiras, dentre outros;
Acessse o link a seguir e veja na íntegra o texto da lei • aumento do valor máximo da multa para R$ 20 mi-
acima citada: lhões.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9613.htm
Com base na análise de operações suspeitas ou atípi-
Circular Bacen nº 3461, de 2009 e suas alterações cas, o COAF prepara um relatório que é enviado ao Mi-
Consolida as regras sobre os procedimentos a serem

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


nistério Público e à Polícia, para que seja averiguado o
adotados na prevenção e combate às atividades relacio- cometimento ou não de algum delito.
nadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de O COAF faz parte do GAFI e do Grupo de Egmont,
março de 1998. constituído por algumas unidades financeiras de inteli-
Acesse o link a seguir e veja na íntegra o texto: gência, que se reuniram pela primeira vez no Palácio de
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?ur- Egmont-Arenberg, em Bruxelas, com o intuito de pro-
l=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fnormativos%- mover um fórum objetivando impulsionar o apoio aos
2Fbusca%2Fnormativo.asp%3Ftipo%3DCirc%26ano%- programas nacionais de combate à Lavagem de Dinheiro
3D2009%26numero%3D3461 dos países que o integram.
Referido apoio engloba a ampliação de cooperações
Carta-Circular Bacen nº 3.542, de 2012 entre os países e a sistematização do intercâmbio de ex-
Divulga relação de operações e situações que podem periências e de informações de inteligência financeira,
configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na aperfeiçoando a capacidade e a perícia dos funcionários
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, passíveis de comuni- das unidades e proporcionando uma efetiva comunica-
cação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras ção por meio de aplicação de tecnologia específica.
(Coaf). Os organismos internacionais indicam uma série de
Acesse o link a seguir e veja na íntegra o texto: regras para a persecução penal referente ao crime em
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?ur- questão, que, em resumo, se traduzem na cooperação
l=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fnormativos%- das instituições e empresas que possam ser utilizadas
2Fbusca%2Fnormativo.asp%3Ftipo%3DC_Circ%26ano%- para lavagem, sujeitas a deveres de identificação dos
3D2012%26numero%3D3542 clientes, conservação dos registros e comunicação de
operações consideradas suspeitas.

71
Desse modo, o COAF é o principal órgão brasileiro de Secretaria de Previdência Complementar – SPC, Supe-
inteligência ao combate ao crime em comento, além de rintendência de seguros privados – SUSEP, Conselho
ser responsável por elaborar autoavaliações, cujos rela- Federal de Corretores de Imóveis – COFECI, Associação
tórios são enviados anualmente ao GAFI.  Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços
– ABECS, Associação Brasileira das Entidades Fechadas
Composição do COAF de Previdência Privada – ABRAPP, Federação Brasileira
O Conselho é composto de servidores públicos de re- de Bancos – FEBRABAN.
putação ilibada e reconhecida competência, designados Esta integração tem por finalidade evitar que esses
em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os in- setores sejam utilizados para a prática de lavagem de di-
tegrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central nheiro. Desta forma, os órgãos supervisores e as entidades
do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Supe- representativas que se depararem com operações atípicas
rintendência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral praticadas por seus clientes, tem o dever de informar o
da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de COAF.
órgão de inteligência do Poder Executivo, do Departa- O Banco Central do Brasil, visando auxiliar na inter-
mento de Polícia Federal, do Ministério das Relações Ex- pretação do que seriam essas operações consideradas
teriores e da Controladoria-Geral da União, atendendo, atípicas ou suspeitas, apresentou a Carta-Circular nº.
nesses quatro últimos casos, à indicação dos respectivos 2.826/1998, que foi posteriormente complementada pela
Ministros de Estado. Carta-Circular nº. 3.098/2003, contendo um extenso rol
O presidente do Conselho é nomeado pelo Presiden- dessas operações.
te da República, cuja indicação é do Ministro de Estado Ressalte-se que referido rol de hipóteses é apenas
da Fazenda. exemplificativo, com intuito de orientar as entidades na
identificação de operações suspeitas, sendo possível a
Das pessoas sujeitas à lei ocorrência de outras operações que não estejam nele
O art. 9º da Lei de Lavagem apresenta o rol das pes- previstas.
soas obrigadas a comunicar o COAF, em razão das ati- Além disso, as entidades também deverão manter
vidades que exercem, a respeito de qualquer atividade cadastros que possibilitem a identificação do cliente. Da
atípica ou operações consideradas suspeitas. mesma forma, os órgãos verificarão se há compatibili-
Dentre essas atividades estão a captação, a interme- dade financeira entre as movimentações efetuadas pelo
diação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, cliente e a sua capacidade econômica. Este controle deve
em moeda nacional ou estrangeira; a compra e venda abranger não só a totalidade das operações de um indi-
de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou víduo, mas também aquelas feitas por grupos e conglo-
instrumento cambial; a custódia, emissão, distribuição, merados, conforme recomendação contida na Circular
liquidação, negociação, intermediação ou administração nº. 2.852/1999 do Banco Central do Brasil.
de títulos ou valores mobiliários; entre outras previstas O COAF, após receber a comunicação, avaliará as
no parágrafo único do artigo retro mencionado. operações suspeitas e, se existirem evidencias de ocor-
As obrigações a que essas pessoas estão sujeitas se rência do crime de lavagem, efetuará um intercâmbio de
traduzem em identificar seus clientes e manter registros, informações com as autoridades competentes, conforme
bem como comunicar as operações suspeitas aos órgãos preconiza o art. 15 da Lei.
de inteligência financeira, conforme dispõe os arts. 10 e Cumpre esclarecer que são consideradas autoridades
11 da Lei. competentes, a Polícia Federal e o Ministério Público Fe-
Descrever essas operações consideradas suspeitas ou deral que, de posse dessas de informações, tomarão as
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

atípicas é uma atribuição da autoridade competente, que medidas necessárias.


por meio da elaboração de uma lista que, a depender das Diante da necessidade de promover esse intercambio
pessoas envolvidas, dos valores, das formas de realiza- de informações entre o COAF e outros organismos, na-
ção, dos instrumentos utilizados, ou pela falta de funda- cionais e internacionais, foi desenvolvido um sistema in-
mento econômico ou legal, possam demonstrar ilicitude. formatizado que permite ao Conselho desempenhar suas
Se houver descumprimento das obrigações elencadas funções com maior agilidade e segurança, o SISCOAF –
no art. 9º, caberá aplicação de sanções administrativas Sistema de Informações COAF, que auxilia nos processos
pela autoridade competente, conforme previsto no art. internos de tomada de decisão, representa um veículo
12 da Lei, a saber: advertência, multa pecuniária, inabili- rápido e eficaz de captação, tratamento, disponibilização
tação temporária para o exercício do cargo de adminis- e guarda de dados.
trador, e até cassação ou suspensão da autorização para O COAF não é dotado de poderes de investigação,
operação ou funcionamento. tem competência para realizar a troca de informações e
O procedimento para aplicação das sanções será re- solicitar a abertura de investigações às autoridades, caso
gulado por decreto, sendo assegurado o contraditório e verifique, nas informações recebidas, solicitadas ou em
a ampla defesa, cabendo recurso ao Ministro de Estado decorrência de suas análises, forte indício de operações
da Fazenda. consideradas suspeitas.
Além disso, também tem o poder de requisitar infor-
A atuação do Coaf mações cadastrais bancárias e financeiras aos Órgãos da
O COAF atua de forma integrada com órgãos super- Administração Pública de pessoas envolvidas em ativida-
visores e entidades representativas de diversos segmen- des suspeitas (art. 14, §3º. da Lei 9.613/98).
tos, tais como: Comissão de Valores Mobiliários – CVM,

72
O papel do COAF no combate à lavagem de dinheiro
O COAF, além do seu papel como Unidade de Inte-
ligência Financeira, é também um órgão de regulação EXERCÍCIOS COMENTADOS
e repressão dos setores econômicos que não possuem
instituição supervisora própria, tais como as empresas de 1. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL) Sr. X é
factoring, de comércio de joias e metais preciosos, pe- cidadão brasileiro, possuindo bens, direitos e obrigações
dras, objetos de arte e antiguidades. no Brasil, bem como atividades negociais no exterior.
No campo regulatório cabe ao COAF elaborar regras Por força de suas atividades empresariais, ele possui um
voltadas a estes setores sobre a forma e método de re- cartão de crédito ilimitado, com validação fora do país,
gistro de informações de clientes e sobre os atos suspei- emitido por instituição financeira transnacional com au-
tos de lavagem que devem ser comunicados, além dos torização para atuar no país. Em determinado momento,
previsto em Lei.  Por fim, a função de regulação consiste as sociedades empresariais das quais participa não atin-
em o Órgão editar normas que orientem os setores obri- gem as suas metas, gerando prejuízos. Apesar disso, o ní-
gados no art. 9º da Lei 9.613/98. vel dos seus gastos e transferências externos aumenta, o
A atividade repressiva decorre da competência do que gera comunicação preventiva aos órgãos de controle.
COAF para instaurar processo administrativo e aplicar Nos termos da Lei no 9.613/1998, a comunicação em
sanções as entidades e pessoas que descumprirem as resposta à requisição do órgão competente ocorrerá por
regras previstas nos arts. 10 e 11 da Lei de Lavagem. meio da
As empresas que contam com órgão de controle es-
a) seção de auditoria
pecífico, como bancos (regulados pelo Banco Central
b) gerência especial
do Brasil) ou agentes de custódia, emissão, distribuição,
c) área de inteligência
liquidação de títulos ou valores imobiliários (regulados
d) responsável financeira
pela CVM), empresas de seguro, capitalização ou previ-
e) matriz no Brasil
dência privada (regulados pela Susep) devem observar
as regras estabelecidas pelo órgão regulatório corres- Resposta: Letra E. A Lei 9.613 discorre sobre o cri-
pondente (art. 11, §1º. da Lei de Lavagem) e perante es- me de lavagem de dinheiro, basicamente, consiste na
tes processados administrativamente. É do órgão regu- análise: CADASTRO x MOVIMENTAÇÃO (verificar se
lador o papel de normatizador e repressor.  o dinheiro movimentado possui lastro, verificar se o
No entanto, todas as entidades responsáveis pelos dinheiro é lícito, a maneira como ele foi adquirido é
setores sensíveis (art. 9º. da Lei), tenham ou não órgão lícita). 
regulador próprio, devem atender as requisições de in- As instituições financeiras são obrigadas a informar aos
formações formuladas pelo COAF. órgãos responsáveis movimentações atípicas de seus
É função do COAF a organização de estudos e diag- clientes: no caso da questão, a matriz no Brasil (da ins-
nósticos sobre lavagem de dinheiro e formulação de es- tituição responsável pelo cartão) é obrigada a comuni-
tratégias de combate à prática. Para tanto, o órgão tem car acerca desta movimentação atípica no exterior. Ob-
participado de fóruns nacionais e internacionais para o servação: a Lei não especifica qual a área da instituição
desenvolvimento de boas práticas para o enfrentamen- responsável por informar as autoridades competentes,
to do delito, como, por exemplo, da ENCLLA (Estratégia como afirmam as demais alternativas.
Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Di- Capítulo V - DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO
nheiro) e do Grupo de Egmont,  que reúne as Unidades DE CONTROLE
de Inteligência Financeira de diversos países para apoio

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Art 9°  Parágrafo Único: 
mútuo, formação conjunta e assistência técnica para XVIII- as dependências no exterior das entidades men-
prevenção e repressão a lavagem de dinheiro. cionadas neste artigo, por meio de sua matriz no
O crime de lavagem de dinheiro é um fenômeno Brasil, relativamente a residentes no país.(Incluído pela
mundial, de amplitude internacional, que não atinge lei 12.683, de 2012)
apenas as esferas econômicas e financeiras, mas tam- (Fonte: ww.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9613.htm)
bém as sociais, uma vez que fomenta a prática de outros
delitos, fazendo-se necessária a união de esforços, bem 2. (CESPE/2016 – FUNPRESP/EXE) A respeito da pre-
como a cooperação mútua entre os países para comba- venção e do combate à lavagem de dinheiro, julgue os
tê-lo e o COAF, na qualidade de unidade de inteligên- item que se segue.
cia financeira, tem desempenhado um importante papel As comercializações feitas por pessoas físicas estão ex-
neste certame.44   cluídas do escopo do monitoramento e da prevenção à
lavagem de dinheiro.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado O art. 9º da Lei de Lavagem apre-


senta o rol das pessoas obrigadas a comunicar o COAF,
em razão das atividades que exercem, a respeito de
qualquer atividade atípica ou operações consideradas
suspeitas, sendo que, nesse rol consta pessoas físicas ou
44Fonte: www.ambito-juridico.com.br/Dayane Sanara de Matos Lus- jurídicas.
tosa/www.conteudojuridico.com.br/Norma Jeane Fontenelle Marques

73
3. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL) Sr. Q é mais eficaz, clara e transparente, em benefício não só do
diretor executivo do Banco LX & T, tendo sido designado próprio setor, mas de todos os envolvidos nesse proces-
para ser responsável pela implementação das medidas so: os consumidores e a sociedade, como um todo.
previstas na Circular do Bacen no 3.461/2009, bem como Todas as Instituições Financeiras associadas à FE-
pelas comunicações aos órgãos nela indicados para a BRABAN são Signatárias da Autorregulação de forma
prevenção da lavagem de dinheiro. Não sendo a insti- automática no que se refere ao Código de Conduta Éti-
tuição integrante de um conglomerado financeiro, não ca - que traz disposições gerais sobre princípios éticos,
poderá o diretor, nos termos da citada Circular, exercer relacionamento com o consumidor, livre concorrência,
função relativa à responsabilidade socioambiental, prevenção à lavagem
de dinheiro, dentre outros temas. São as chamadas Sig-
A) gerência de contas de pessoas jurídicas natárias “nível I”.
B) comissão governamental São consideradas “nível II” as Instituições Financeiras
C) avaliação de recursos humanos Signatárias que aderirem voluntariamente a pelo menos
D) administração de recursos de terceiros um dos eixos normativos acima descritos e “nível III”
E) participação em entes associativos aquelas que aderirem a todos os eixos.

Resposta: Letra D.
FIQUE ATENTO!
Por isso a importância dos dispositivos, a resposta
quase sempre está “ao pé da letra”. Em 2018, o modelo original passou por um
Art. 18 - § 1º Para fins da  responsabilidade de que tra- diagnóstico que resultou na identificação
ta o caput, admite-se que o diretor indicado desem- de oportunidades de melhoria com vistas
penhe outras funções na instituição, exceto a relativa ao seu fortalecimento. A partir de 1º de ja-
à administração de recursos de terceiros. neiro de 2019, o texto original do Código
de Autorregulação, dará lugar ao Código de
Conduta Ética e Autorregulação, de obser-
vância obrigatória por todas as Instituições
Financeiras associadas à FEBRABAN.
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA
Com o novo modelo, qualquer associada à
FEBRABAN, além de observar as normas de
caráter principiológico do Código de Con-
duta Ética e Autorregulação, pode também
Há aproximadamente 10 anos, a partir da iniciativa de
aderir a um ou mais eixos Normativos da
7 dos maiores bancos do país, de profissionais da equipe
Autorregulação, de acordo com o seu inte-
da própria FEBRABAN e com o apoio de uma empresa de
resse e área de atuação:
consultoria contratada especificamente para esse fim, foi
I – relacionamento com o consumidor;
criado um Grupo de Trabalho que deu início ao projeto, a
II – combate ao financiamento ao terroris-
partir de um levantamento dos principais pontos objetos
mo e prevenção à lavagem de dinheiro; e/
de demandas de consumo em face dos bancos junto ao ou
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. III – responsabilidade socioambiental.
A construção da Autorregulação começou a ganhar
vida em 2007, quando a Diretoria da FEBRABAN definiu
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

aquele que deveria ser o primeiro tema a ser trabalhado:


Mais do que acrescentar um conjunto de normas à
o relacionamento entre os bancos e seus consumidores
extensa e rigorosa lista de regras aplicáveis ao sistema
pessoa física. Desde a aprovação do Código de Autor-
bancário, o compromisso da Autorregulação FEBRABAN
regulação Bancária, em agosto de 2008, até hoje, a Au-
é estabelecer padrões ainda mais elevados de conduta
torregulação ampliou seu escopo de atuação e passou a às Instituições Financeiras, reconhecendo que é possível
tratar também de temas como Prevenção e Combate à e oportuno ir além do estritamente legal.
Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo As normas da Autorregulação abrangem todos os
e a Responsabilidade Socioambiental. produtos e serviços ofertados ou disponibilizados pelas
A autorregulação bancária é um sistema de normas, Signatárias a qualquer pessoa física, cliente ou não clien-
criado pelo próprio setor, com o propósito básico de te e ainda, quando expressamente previstas, à pessoa ju-
criar um ambiente ainda mais favorável à realização dos rídica e não devem ser interpretadas em desacordo com
4 grandes princípios que o orientam: as disposições previstas nas normas e regulamentação
I - ética e legalidade; vigentes, inclusive aquelas expedidas pelos órgãos regu-
II - respeito ao consumidor; ladores e entidades de Autorregulação setorial.45
III - comunicação eficiente; Para conhecer o Código e os normativos referente à
IV - melhoria contínua. autorregulação vide o link a seguir:
http://www.autorregulacaobancaria.com.br/pagi-
Nesse Sistema, os bancos estabelecem uma série de na/17/16/pt-br/normativos
compromissos de conduta que, em conjunto com as di-
versas outras normas aplicáveis às suas atividades, con-
tribuirão para que o mercado funcione de forma ainda 45 Fonte: www.abecip.org.br/www.autorregulacaobancaria.com.br

74
EXERCÍCIO COMENTADO HORA DE PRATICAR!

1. (FCC/2011 - Banco do Brasil) O Sistema de Autorre- 1. (CÂMARA DE GOIÂNIA-GO – CS-UFG – 2018)


gulação Bancária da Federação Brasileira de Bancos (FE- Qual item financeiro pode ser considerado como ren-
BRABAN) dispõe que da variável?
a) as normas do seu código abrangem produtos destina-
dos a pessoas jurídicas. a) Caderneta de poupança.
b) comunicação eficiente e respeito ao consumidor são b) Títulos públicos pré e pós-fixados.
princípios a serem observados. c) Certificado de depósito bancário (CDB).
c) sua administração é feita em conjunto com represen- d) Contratos futuros de opções.
tantes dos clientes.
d) suas regras são revisadas semestralmente pelo Banco 2. (BANPARÁ – FADESP – 2018) O Sistema Financeiro
do Brasil. Nacional encontra-se estruturado pelo Conselho Mone-
e) suas regras conflitam com os princípios do Código de tário Nacional, pelo Banco Central do Brasil, pelo Banco
Defesa do Consumidor. do Brasil, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e pelas demais instituições financeiras públicas e
Resposta: Letra B. privadas. Nesse sentido, pode-se afirmar que
Vamos aos aspetos a serem destacados:
- as normas se aplicam a qualquer pessoa física, in- a) compete, privativamente ao Banco Central do Brasil e
dependente desta ser cliente do banco ou não e, às ao Banco do Brasil, a emissão de papel-moeda e mo-
pessoas jurídicas quando expressamente prevista. eda metálica, nas condições e nos limites autorizados
- são 4 os princípios que orientam o sistema de au- pelo Conselho Monetário Nacional.
torregulaçao b) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico
I - ética e legalidade; opera como agente financeiro do Governo Federal e
II - respeito ao consumidor; é o principal executor das políticas de crédito rural e
III - comunicação eficiente; industrial e de banco comercial do governo.
IV - melhoria contínua. c) as demais instituições financeiras públicas e privadas
- esse sistema é administrado pela FEBRABAN junto são responsáveis pela política de investimentos a lon-
com as Instituições Financeiras. go prazo do Governo Federal, necessários ao fortale-
- é o Conselho de Autorregulação que faz a revisão (a cimento da empresa privada nacional.
cada dois anos) d) o Banco Central do Brasil opera exclusivamente com
- e por ultimo, esse sistema surgiu a partir de um le- instituições financeiras públicas e privadas, vedadas
vantamento dos principais pontos objetos de deman- operações bancárias de qualquer natureza com outras
das de consumo em face dos bancos junto ao Sistema pessoas de direito público ou privado, salvo as expres-
Nacional de Defesa do Consumidor, portanto, não se samente autorizadas por lei.
sobrepõe, e sim, atua de forma harmônica. e) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico tem
a responsabilidade primordial de formular a política
da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


moeda e o desenvolvimento econômico e social do
País.

3. (BANPARÁ – FADESP – 2018) De acordo com a subdi-


visão do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em entidades
normativas, supervisoras e operacionais, pode-se afirmar
que:

a) funcionam como entidades normativas: o Banco Cen-


tral do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliá-
rios (CVM), a Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) e a Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIC).
b) funcionam como entidades supervisoras: o Conselho
Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de
Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de
Previdência Complementar (CNPC).
c) funcionam como entidades operacionais: Agências de
Fomento, Associações de Poupança e Empréstimo,
Bancos de Câmbio, Bancos de Desenvolvimento, Ban-
cos de Investimento, Companhias Hipotecárias, Coo-
perativas Centrais de Crédito, Sociedades de Crédito,

75
Financiamento e Investimento, Sociedades de Crédito a) Ações, debêntures e bônus de subscrição.
Imobiliário e Sociedades de Crédito ao Microempre- b) Notas comerciais.
endedor. c) Títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal
d) funcionam como entidades supervisoras: entidades e os títulos cambiais de responsabilidade de institui-
operadoras auxiliares, administradores de mercados ção financeira, exceto as debêntures.
organizados de valores mobiliários, como os de Bolsa, d) Cédulas de debêntures.
de Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado, as e) Quando ofertados publicamente, quaisquer outros tí-
companhias seguradoras, as sociedades de capitaliza- tulos ou contratos de investimento coletivo, que ge-
ção, as entidades abertas de previdência complemen- rem direito de participação, de parceria ou de remu-
tar e os fundos de pensão. neração, inclusive resultante de prestação de serviços,
e) funcionam como entidades operacionais o Banco Cen- cujos rendimentos advêm do esforço do empreende-
tral do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliá- dor ou de terceiros.
rios (CVM), a Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) e a Superintendência Nacional de Previdência 9. (IGEPREV-PA – IADES – 2018) Entre os operadores
Complementar – PREVIC. do Sistema Financeiro Nacional (SFN), incluem-se as en-
tidades fechadas de previdência complementar. Acerca
4. (FUNPRESP-EXE – CESPE – 2016) Julgue o item a se- dessas entidades, assinale a alternativa correta.
guir, relativos ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao
mercado de valores mobiliários. a) São supervisionadas pela Superintendência Nacional
Bolsas de valores são instituições financeiras que repre- de Previdência Complementar (Previc).
sentam o mercado secundário de ações, no qual corre- b) Assemelham-se às sociedades seguradoras, portanto,
toras de valores criam a infraestrutura de negociação de subordinam-se às normas da Superintendência de Se-
ações. guros Privados (Susep).
c) Classificam-se como órgãos normativos do SFN.
d) São responsáveis pela autorização de funcionamento e
( ) CERTO ( ) ERRADO
supervisão das empresas de previdência privada fechada.
e) Regem-se pelas normas expedidas pelo Conselho Mo-
5. (BANCO DA AMAZÔNIA – CESGRANRIO – 2018)
netário Nacional (CMN).
Recentemente duas instituições se fundiram criando
a B3.
10. (BANCO DO BRASIL – CESGRANRIO – 2014) Uma
As instituições que se fundiram foram
desvalorização cambial da moeda brasileira (real)
frente à moeda norte-americana (dólar), implica a(o)
a) Susep e Cetip 
b) Cetip e Bacen  a) diminuição do número de reais necessários para com-
c) Bacen e CVM prar um dólar
d) BM&FBovespa e Bacen b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central
e) BM&FBovespa e Cetip do Brasil
c) diminuição do preço em reais de um produto impor-
6. (BANPARÁ – FADESP – 2018) Em relação ao Recibo tado dos EUA
de Depósito Bancário (RDB) e ao Certificado de De- d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA
pósito Bancário (CDB), é correto afirmar que e) aumento das cotações das ações das empresas impor-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tadoras na bolsa de valores


a) o RDB é considerado um depósito à vista enquanto o
CDB é considerado um depósito a prazo. 11. (BANPARÁ – FADESP – 2018) As instituições finan-
b) o RDB é considerado um depósito a prazo enquanto o ceiras podem receber depósitos à vista e depósitos
CDB é considerado um depósito à vista. a prazo. As instituições financeiras que não recebem
c) o RDB e o CDB são considerados depósitos à vista. depósitos à vista são
d) o RDB e o CDB são considerados depósitos a prazo.
e) o RDB e o CDB podem ser tanto depósitos à vista a) bancos comerciais e bancos cooperativos.
quanto depósitos a prazo. b) bancos comerciais e bancos de investimentos.
c) bancos de investimentos e bancos de desenvolvimen-
7. (FUNPRESP-JUD – CESPE – 2016) No que se refere to.
aos investidores qualificados e não residentes e aos d) bancos de desenvolvimento e bancos comerciais.
títulos corporativos, julgue o item subsequente. e) bancos cooperativos e cooperativas de crédito.
É permitido por lei que cédula de crédito bancário em
favor de instituição domiciliada no exterior seja emitida 12. (CAMARA DOS DEPUTADOS – CESPE – 2014) Com
em moeda estrangeira. relação ao mercado de capitais, julgue o item.
A Lei da Reforma Bancária, de 1964, reestruturou o sistema
( ) CERTO ( ) ERRADO financeiro nacional e, um ano depois, a Lei do Mercado de
Capitais disciplinou esse mercado e estabeleceu as medi-
8. (CASAN – AOCP – 2016) Assinale a alternativa que das necessárias para seu desenvolvimento.
apresenta ativos que se encontram expressamente exclu-
ídos do mercado de valores mobiliários. ( ) CERTO ( ) ERRADO

76
13. (CAMARA DOS DEPUTADOS – CESPE – 2014) Com 17. (BANPARÁ – FADESP – 2018) Refere-se a uma
relação ao mercado de capitais, julgue o item. operação de crédito bancário com um valor limite. Nor-
As bolsas de valores são sociedades anônimas que man- malmente é movimentada pelo cliente através de seus
têm local e sistema adequados ao encontro de seus cheques, desde que não haja saldo disponível em sua
membros para realização de transações de compra e conta corrente de movimentação. À medida que entram
venda de títulos e valores mobiliários; tais sociedades recursos na conta corrente do cliente, eles são usados
não possuem, porém, autonomia financeira, patrimonial para cobrir o saldo devedor. Essas características dizem
e administrativa. respeito ao(às)

( ) CERTO ( ) ERRADO a) Hot Money.


b) Crédito Rotativo. 
14. (CAIXA– CESPE – 2014) No que diz respeito às ca- c) Contas Garantidas.
racterísticas das ações e das debêntures, bem como ao d) Banco Virtual.
funcionamento do mercado de capitais, julgue o próximo e) transferências automáticas de fundos.
item.
Em caso de alienação do controle acionário de uma 18. (BANESTES – FGV – 2018) Uma das garantias ao
companhia, o acionista adquirente é obrigado a realizar cumprimento de um contrato celebrado no âmbito do
oferta pública de aquisição das demais ações ordinárias e Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) é a alienação
preferenciais, podendo, nesse caso, aplicar um desconto fiduciária. Sobre o instituto e suas disposições legais,
de, no máximo, 10% em relação ao valor pago pelo bloco analise as afirmativas a seguir.
de controle. I. Por meio da alienação fiduciária o devedor, ou fidu-
ciante, com a finalidade de garantia, contrata a transfe-
( ) CERTO ( ) ERRADO rência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel
de bem imóvel.
15. (INSTITUTO RIO BRANCO – CESPE – 2017) Virtual- II. A alienação fiduciária poderá ser contratada por pes-
mente, todos os grandes países estabeleceram um ban- soa física ou jurídica, não sendo privativa das entidades
co central como “emprestador de última instância” para que operam no SFI.
reduzir a probabilidade de que uma falta de liquidez se III. Constitui-se a propriedade fiduciária de bem imóvel
torne uma crise de solvência. A prática levou à questão através do registro do contrato que lhe serve de título no
do papel de um “emprestador internacional de última competente Registro de Imóveis.
instância” que pudesse auxiliar os países a estabilizar o Está correto o que se afirma em:
valor das suas moedas e reduzir a probabilidade de sua
forte desvalorização em consequência da falta de liqui- a) somente I;
dez, que, por sua vez, poderia causar um grande número b) somente II; 
de falências. c) somente I e III;
Charles Kindleberger. Manias, pânicos e crises. 6.ª ed. São d) somente II e III;
Paulo: Saraiva. e) I, II e III.
Tendo como referência inicial esse fragmento de texto,
julgue (C ou E) o item a seguir, pertinentes às funções e 19. (BANCO DO BRASIL – CESGRANRIO – 2015) Um
competências de um banco central. cliente interessado na compra de um imóvel próprio en-
Dada a relação existente entre as políticas monetária e contra, entre outras, as seguintes informações no website

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


cambial, os efeitos da política monetária executada pelo do Banco do Brasil:
banco central de um país dependem fundamentalmente • Percentual máximo financiável: até 90% do valor do
do tipo de regime cambial adotado. Assim, em um sis- imóvel, baseado no menor dos seguintes valores: avalia-
tema de taxas de câmbio flexíveis com mobilidade in- ção ou compra e venda;
ternacional de capital, a fixação da taxa de juros básica • Forma de pagamento: débito em conta-corrente;
como instrumento para o objetivo de estabilizar preços • Prazo máximo: financiamento em até 420 meses (35
é inalcançável. anos);
• Tipos de imóvel: novo ou usado; residencial ou comer-
( ) CERTO ( ) ERRADO cial; edificado em alvenaria; localizado em área urbana;
• Garantia: alienação fiduciária do imóvel.
16. (FUNPRESP-JUD – CESPE – 2016) No que concer- Disponível em: <http://www.bb.com.br/portalbb/
ne às características formais dos derivativos, julgue o page44, 116,2117,1,0,1,1.bb?codigoMenu=172&codigo
item seguinte. Noticia= 9518&codigoRet=184&bread=5>. Acesso em:
Os contratos a termo são comumente negociados no 01 ago. 2015. Adaptado.
mercado de balcão e geralmente são liquidados integral- A garantia informada
mente apenas no vencimento, não havendo a possibili-
dade de o vendedor sair da posição antes disso. a) concede ao devedor a propriedade do imóvel, asse-
gurada por registro em cartório logo depois do paga-
( ) CERTO ( ) ERRADO mento da primeira prestação.
b) é um tipo de garantia, tal como a fiança, baseada na
confiança.

77
c) possui o mesmo teor legal da hipoteca, já que propor-
ciona ao credor o direito de reaver o imóvel em caso
de inadimplência do devedor, depois de finalizado o GABARITO
processo judicial.
d) possibilita ao credor, diferentemente da hipoteca, 1 D
executar o bem sob garantia sem que seja necessário
recorrer ao poder judiciário, caso o devedor se torne 2 D
irremediavelmente inadimplente. 3 C
e) permite que o credor coloque o imóvel em leilão pú-
4 ERRADO
blico em caso de inadimplência do devedor, ficando
aquele obrigado a repassar à União eventuais diferen- 5 E
ças, quando houver, entre o valor arrecadado e o valor 6 D
da dívida.
7 CERTO
20. (FUNPRESP-JUD – CESPE– 2016 ) Acerca dos con- 8 C
troles internos aplicados à prevenção e ao combate à 9 A
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo,
julgue o item que se segue. 10 D
Nos fundos de investimentos, dada a variedade de estru- 11 C
turas permitidas, existe o risco de uma operação envol- 12 ERRADO
ver lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo,
o que requer a adoção de procedimentos com vista ao 13 ERRADO
aperfeiçoamento do controle prévio. Assim, recomenda- 14 ERRADO
-se que a realização de várias aplicações, com valores 15 ERRADO
muito diferentes e em intervalos regulares de tempo, em
contas de investimentos em fundos seja comunicada ao 16 CERTO
COAF. 17 C
18 E
( ) CERTO ( ) ERRADO
19 D
20 ERRADO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

78
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico”.Banco digitalizado x banco digital.......................................................... 01


Mobile banking.............................................................................................................................................................................................................. 03
Open banking................................................................................................................................................................................................................. 03
O comportamento do consumidor na relação com o banco...................................................................................................................... 05
A experiência do usuário............................................................................................................................................................................................ 06
Segmentação e interações digitais........................................................................................................................................................................ 07
Inteligência artificial cognitiva. ............................................................................................................................................................................... 07
Fintechs e startups........................................................................................................................................................................................................ 08
Soluções mobile e service design........................................................................................................................................................................... 09
O dinheiro na era digital: Blockchain, Bitcoin e demais criptomoedas.................................................................................................... 10
O desafio dos bancos na era digital............................................................ ........................................................................................................ 12
• Além do certificado de segurança enviado pelo
INTERNET BANKING, BANCO VIRTUAL banco, procure manter o antivírus do seu PC atuali-
E “DINHEIRO DE PLÁSTICO”. BANCO zado. Isso também evita que alguém tente acessar
DIGITALIZADO X BANCO DIGITAL sua conta-corrente por outro computador, causan-
do muitos transtornos;
• Acesse o Internet Banking apenas do seu compu-
Quando o assunto é Gestão de Projetos, do que es-
tador;
tamos falando? Trata-se de um conjunto de atividades
• Não acesse sua conta-corrente pela internet por
temporárias, realizadas em grupo, destinadas a produzir
meio de outros computadores. Escolha no máximo
um produto, serviço ou resultado únicos.
dois computadores para ter acesso a conta-corren-
te;
Internet banking é uma ferramenta online, que per-
mite acessar a sua conta corrente pela internet. Com esse
E-mails suspeitos
recurso você pode verificar seu saldo, fazer transferên-
cias, pagar contas, solicitar empréstimos, realizar investi-
Os bancos não enviam e-mail com dados do Internet
mentos e muitas outras transações. 
Banking. Caso você receba mensagens com link, não cli-
que, pois podem ser vírus que permitem a invasão da sua
#FicaDica conta-corrente online.
Se puder, também comunique ao banco o recebi-
Além do Internet Banking, existem os Apps mento desta mensagem para que o fato seja investigado.
de cada banco!
É uma opção bastante útil, já que você não Erros na hora de digitar no Internet Banking
precisa se deslocar até a agência bancária,
fazendo suas operações no conforto da sua Para acessar sua conta-corrente online é preciso di-
casa. gitar diversos dados, como os da conta, login, senha de
acesso. Atenção para não digitar dados errados.
Caso as tentativas de acesso sejam ultrapassadas, seu
Como usar o Internet Banking
Internet Banking pode ser bloqueado para a sua segu-
rança – o que exigirá o seu comparecimento à agência
Primeiramente, é preciso acessar o site do banco
bancária para regularizar a situação.
onde você tem a sua conta-corrente ou poupança. Já o
acesso depende das regras de cada banco. 
Sites fake
Para acessar o Internet Banking do seu Banco, geral-
mente, é preciso fazer um cadastro no site com seus da-
Saiba que alguns hackers já conseguiram criar sites
dos pessoais e os dados da sua conta.
falsos, com o endereço muito semelhante aos sites dos
É necessário também que se cadastre uma senha
bancos. Portanto, certifique-se de que você está no site
específica para acessar a sua conta. Alguns bancos per-
verdadeiro da instituição para não digitar seus dados e
mitem que essa chave de segurança seja cadastrada na
deixar que pessoas más intencionadas acessem a sua
hora, pela internet mesmo. Outros bancos exigem que
conta
o usuário compareça a agência para criar a senha da in-
ternet.
Verifique com o seu banco o procedimento para se

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


FIQUE ATENTO!
cadastrar e usar o Internet Banking. Saia sempre do Internet Banking
Nunca deixe a Internet Banking aberto.
Dicas e cuidados para acessar a Internet Banking Sempre que terminar de realizar as suas
operações bancárias saia corretamente do
Segurança é um assunto importante, e nunca é de- site.
mais. Escrevemos um artigo para ajudar um pouco mais! Deixar a página logada facilita a invasão do
Leia: site por terceiros, mesmo que você tenha
seguido todos os passos de segurança.
Passo a Passo para acessar o Internet Banking com
Segurança!
Nos últimos anos, o mercado financeiro brasileiro
Agora que você já sabe sobre o Internet banking,
vem passando por algumas transformações. O século XXI
confira algumas dicas e cuidados para usar acessar a sua
pediu serviços mais rápidos, seguros e personalizados e
conta com segurança e tranquilidade:
surgiu, então, o conceito de banco digital. 
• Baixe o certificado de segurança da Internet Banking;
Com a necessidade de cortar custos e investir em
• Muitos bancos enviam um link para que seja bai-
tecnologia, muitos bancos tradicionais estão fechando
xado um certificado que garantirá a segurança do
agências físicas e incentivando o uso da internet para
seu acesso a conta. Não deixe esse procedimento
melhorar seus serviços financeiros. O foco é oferecer os
de lado, pois ele evita possíveis invasões ao site;
mesmos produtos de um banco tradicional, porém com
• Atualize o antivírus do seu computador;
menos burocracias.

1
O que é banco digital
FIQUE ATENTO!
Como o próprio nome diz, banco digital é uma insti- Essas instituições são regulamentadas pelo
tuição financeira que concede a maior parte de seus pro- Banco Central para garantir sua segurança e
dutos e serviços de forma online. para evitar qualquer tipo de problema com
Nessa instituição, você pode acessar sua conta pelo os serviços online. Além disso, essas empre-
computador ou por um aplicativo no celular. Assim, con- sas investem cada vez mais em tecnologia
segue ver seu extrato bancário e realizar transações fi- para evitar qualquer tipo de problema.
nanceiras a qualquer momento do dia. Isso é chamado
de Internet Banking.
Além disso, consegue abrir uma conta, enviar docu- Principais bancos digitais do Brasil
mentos, dados e até resolver problemas com o banco
pelo meio digital. Hoje, os bancos digitais se dividem entre instituições
Isso é extremamente econômico uma vez que não é tradicionais que disponibilizam serviços online e fintechs
necessário se deslocar até uma agência física, nem usar o que já surgiram assim. O número de visitas mensais nos
telefone, na maioria das vezes. sites só cresce a cada ano. Um levantamento da Febra-
ban mostrou que, só em 2017, mais de 3 milhões de pes-
Fintech X Banco digital
soas físicas e jurídicas tinham contas abertas por meio
eletrônico.
Embora bancos digitais estejam mudando aos pou-
Mas, algumas empresas, em especial, se destacam
cos o modo de oferecer serviços financeiros, a transfor-
no cenário brasileiro. Confira a lista com os 7 maiores do
mação é lenta e continuam com uma estrutura enrijecida.
Brasil.
Por outro lado, as fintechs investem pesadamente em
tecnologia para tornar os processos financeiras mais efi-
cientes. São antes de tudo consideradas startups, ou seja, • NuBank  
instituições jovens que buscam desenvolver um novo • Banco Inter
modelo de negócio. Visam um crescimento rápido a par- • Banco Original
tir de investimentos de grandes empresas. • Superdigital
Muitas vezes, os bancos fazem parcerias com • Agibank
as fintechs para aproveitar esse desenvolvimento • Next
tecnológico para melhorar seus serviços. Por outro lado, • Neon
as startups conseguem usufruir da base de clientes das
instituições tradicionais e têm a oportunidade de validar Dinheiro de Plástico
e dar consistência à marca.
Primeiro, é preciso esclarecer que você não precisa O termo dinheiro de plástico é muitas vezes utilizado
pagar por um pacote de serviços. É possível escolher uma em reportagens sobre formas de pagamento e opções
cesta com serviços essenciais gratuitos, como saque na de crédito em geral. Dinheiro de plástico significa “cartão
agência ou no caixa automático e folha de cheque. Ou de crédito” ou “cartão de débito” que são usados para
seja, se você não usar nada além disso, não será cobrado. pagar contas ao invés do dinheiro em espécie, no papel
Existe, ainda, a opção de conta digital. Aqui você tam- moeda comum.
bém não tem custos desde que só use os produtos pelo Dinheiro de plástico é, portanto devido aos cartões
meio eletrônico. Isso porque os bancos não são obriga- serem feitos de plástico e terem se tornado a principal
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

dos a oferecer um pacote online e podem impor tarifas forma de pagamento em vários tipos de estabelecimen-
se você fizer qualquer ação fora do básico. tos. Postos de gasolina, restaurantes, supermercados
e compras pela internet lideram o grupo de serviços e
Para abrir uma conta é necessário: produtos em que a principal forma de pagamento é o
Ficha de dados: para abrir uma conta você deve cartão. O motivo para isto é a comodidade, segurança e
preencher uma ficha com alguns dados básicos e criar atrativos oferecidos pelo cartão.
um cadastro no Internet Banking ou no aplicativo do Comodidade pelo fato de não ter que perder tem-
banco. Em seguida, serão solicitados alguns documentos po sacando o dinheiro em espécie no banco ou no caixa
(comprovante de residência, RG, etc.), que podem ser en- eletrônico. No momento de pagar é necessário também
viados por meio de fotos. calcular e fornecer o troco, algo que não ocorre no caso
Análise de crédito: nessa etapa a empresa avalia sua do pagamento com dinheiro de plástico. Além disso nas
situação financeira para estipular um limite de crédito e compras pela internet o pagamento é aprovado na hora
determinar tarifas, taxa de juros, etc. Depois de aprova- quando o cartão é usado. É mais rápido e mais fácil que
do, pode usar a conta normalmente uma vez que a ins- o boleto, por exemplo.
tituição liberar. Segurança se traduz em “não ter que andar com di-
Troca de e-mails e mensagens: ao longo do processo nheiro” em espécie. Se o dinheiro for roubado ele certa-
você poderá entrar em contato com a empresa por meio mente estará perdido. Se o cartão for roubado ele pode-
de e-mails e, eventualmente, até por mensagens instan- rá ser bloqueado e muitas vezes não irá causar nenhum
tâneas. Esse meio serve para te atualizar sobre possíveis prejuízo maior à vítima. Há também a questão de você
mudanças e novidades (principalmente quando você está ficar imune às falsificações de cédulas, outro problema
esperando um cartão de crédito chegar, por exemplo). cada vez mais comum.

2
E há também os atrativos que as administradoras e
bandeiras criam para incentivar a utilização dos cartões. OPEN BANKING
São milhas e pontos para serem trocados por passagens
em companhias aéreas, sorteios de prêmios, descontos O Open Banking promete mudar o modo que o mer-
em alguns estabelecimentos e até mesmo isenção da cado financeiro funciona hoje.
anuidade. Para os bancos é duplamente lucrativo que O modelo de funcionamento do sistema bancário
os clientes usem os cartões de crédito e débito. Os co- está passando por mudanças rápidas nos últimos anos.
merciantes pagam taxas e o caixas eletrônicos e agências Os avanços da tecnologia permitiram que as instituições
bancárias ficam mais vazios com menos pessoas preci- financeiras adotassem métodos mais flexíveis e meios de
sando sacar dinheiro. funcionamento mais inovadores.
Esse é o caso, por exemplo, dos bancos digitais e das
fintechs. Essas empresas contam com as vantagens de
MOBILE BANKING novas tecnologias para manter operações com foco em
ambientes digitais e planos flexíveis.
Além disso, há a ideia do Open Banking, que está sen-
Segundo dados da FEBRABAN até 2015, no Brasil ha- do aplicada em todas as instituições que buscam formas
via 33 milhões de contas ativas com mobile banking, pro- de criar serviços mais inovadores e eficazes. Saiba mais
duzindo 11,2 bilhões de transações bancárias. No ano se- sobre esse conceito!
guinte, os números mudaram drasticamente. O número
de contas cresceu para 42 milhões e as transações foram O que é Open Banking?
ainda mais longe! Com aumento para 21,9 bilhões, o Bra-
sil está realizando 140% mais transações financeiras sem Instituições financeiras são conhecidas por terem um
precisar sair do lugar, apenas com o smartphone. modelo de funcionamento em que todos os serviços e
Tiramos o celular da bolsa, do painel do carro, de aplicativos são criados e gerenciados internamente. Esse
cima da mesa, da bolsa o tempo todo! Verificamos men- modelo dispõe ao negócio total controle sobre cada
sagens, compromissos na agenda, ligações registradas, aspecto das suas operações de como cada atividade será
mídias na galeria e, obviamente, todas as nossas noti- executada.
ficações. Esse comportamento possibilita o aumento na No entanto, os custos operacionais são elevados,
quantidade de acesso aos aplicativos de banco. Assim, a uma vez que a companhia terá que investir diretamente
visita a agência bancária, que antes era feita duas vezes em uma série de rotinas e, também, na manutenção de
por semana, torna-se um hábito que pode se repetir até equipes especializadas.
10 vezes por dia. Afinal, basta tirar o celular do bolso. É O Open Banking é um modelo de negócios que
mais fácil esquecermos a carteira do que o celular. funciona de uma forma diferente. A empresa passa a
ter foco maior nos seus processos críticos, liberando
interfaces baseadas em APIs (Interface de Programação
#FicaDica de Aplicações ou Application Programming Interface)
para que outras empresas possam criar aplicativos que
Os bancos investem cada vez mais alto valorizem os serviços do negócio.
para melhorar a segurança e evitar fraudes. Assim, os bancos podem focar em seu serviço primá-
Todas as transações feitas pelo smartpho- rio, enquanto o desenvolvimento de aplicativos ou inte-
ne são criptografadas, ou seja, os dados não grações passa a ser de responsabilidade de uma comuni-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


podem ser decifrados por um criminoso vir- dade de servidores.
tual. Além disso, os dispositivos utilizados
passam por um cadastro criterioso, garan- Como esse conceito funciona?
tindo que a utilização dos serviços seja libe-
rada apenas ao smartphone cadastrado. Por O Open Banking é um conceito recente e que está
meio de um dispositivo gerador de senhas, ganhando força em vários países, especialmente na Eu-
o token para mobile, códigos de verificação ropa. Em resumo, a ideia principal é permitir que tercei-
são enviados para que o acesso à conta seja ros desenvolvam aplicações em torno das instituições
aceito. financeiras. Estas, por sua vez, teriam que abrir suas APIs 
um conjunto de padrões de programação que permite a
construção de aplicativos.
Hoje é possível pagar boletos e faturas de cartão de Isso possibilita, por exemplo, que um aplicativo de
crédito, pedir folhas de cheque, realizar empréstimos, controle de gastos possa se conectar diretamente aos
consultar o extrato, verificar o rendimento da poupança, sistemas do banco. Assim, ele consegue capturar os gas-
entre muitas opções. Mas a expectativa é de mais! Uma tos do usuário automaticamente, bem como os rendi-
inovação muito aguardada é o gerador automático de mentos de seus investimentos e outros serviços disponi-
código para quitação de dívidas. Nele constará o valor bilizados pelas instituições em suas APIs.
e dados bancários. O código poderá ser gerado pelo fa- Para que isso seja possível, a instituição financeira
vorecido e enviado, se o mesmo preferir, por Whatsapp, deve criar um conjunto de APIs abertas (ou restritas a
para que o valor seja pago com apenas um clique. Adeus parceiros selecionados) e bem documentadas. Isso criará
formulários de pagamento! uma comunidade em volta da instituição financeira, com

3
equipes de desenvolvedores expandindo as possibilida- Desafios do Open Banking?
des dos serviços do negócio e tornando os clientes mais
fidelizados. Assim como em qualquer segmento, junto às van-
tagens também surgem novos desafios. Em relação ao
Open Banking, podemos elencar alguns:
FIQUE ATENTO! - A regulação é um dos principais desafios do Open
Desde a criação do The Open Banking Wor- Banking. É preciso definir exatamente quais dados ban-
king Group, em 2015, o Open Banking tor- cários poderão ser passados e as regras para isso. Aqui
nou-se um conceito mais sólido e padro- estamos falando desde o cadastro dos clientes até o lado
nizado. Essa iniciativa, que une instituições transacional, com movimentação de contas e saldo.
bancárias, fintechs e outras companhias do - Essas questões devem ser levadas em consideração
setor financeiro, tem como principal objeti- para elaborar uma regulamentação que realmente dê
vo integrar as iniciativas de abertura desse lugar à inovação que essa tecnologia permite, ao mes-
mercado, dando mais agilidade e uniformi- mo tempo em que mantém a segurança dos dados do
dade aos procedimentos adotados pelos cliente.
bancos. - A Padronização também é um grande desafio.
No Brasil, algumas instituições já fazem - A solução acaba sendo a criação de um API próprio,
parte dessa iniciativa. Elas buscam benefí- isso inviabiliza que uma startup consiga se conectar si-
cios como maior engajamento de usuários, multaneamente com múltiplas instituições.
possibilidade de aumentar a venda de pro- No Brasil, onde o grau de concentração bancária é re-
dutos e serviços a partir do uso de suas APIs lativamente alto, corre-se o risco de ter startups conecta-
e ter um posicionamento de destaque no das a apenas um banco, o que faria com que se perdesse
mercado. um dos benefícios, que é justamente o da diversificação
da oferta. Então essa ainda é uma questão que vai exigir
mais trabalho.
Benefícios do Open Banking? A segurança é sempre uma questão importante
quando falamos de mercado financeiro. Nesse sentido,
A adoção do Open Banking como toda nova tecno- o entendimento é que os bancos e as fintechs estejam
logia traz benefícios aos clientes e às instituições finan- preparados para oferecer a segurança necessária aos
ceiras. clientes, uma vez que ambos precisam passar pelo crivo
Em relação a experiência dos usuários, canais como do Banco Central para poder operar.
Uber, Spotify e até mesmo Netflix são distribuidores de Em resumo, a adoção do Open Banking coloca a em-
produtos que não foram feitos necessariamente por eles, presa em um lugar de destaque no mercado. A compa-
mas oferecem uma variedade enorme de opções para o nhia será conhecida pelo seu impulso por mais inova-
cliente. Por algoritmos, conseguem chegar àquilo que ção e integração com a comunidade de desenvolvedores
mais se aproxima do gosto do consumidor, com uma lin- da área.
guagem leve e sem burocracias. Com um ecossistema de aplicativos de terceiros inte-
No setor financeiro, o Open Banking propicia uma grados aos seus serviços, a possibilidade de criar negó-
experiência semelhante. Os produtos financeiros dos cios é elevada ao máximo.
bancos podem ser fornecidos em diversas plataformas,
que podem, por exemplo, ser especializadas em um úni-
#FicaDica
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

co tipo de produto, como seguros ou empréstimos — e


o usuário conta com um leque muito maior de escolha.
Implementação do Open Banking: No dia
Existe também a possibilidade da diversificação de
24/04/2019, o Banco Central divulgou as
fontes de receita, afinal, para os bancos e instituições fi-
diretrizes fundamentais que vão orientar
nanceiras, é que eles ganham diversos canais para ofere-
a regulamentação do open banking no Bra-
cer seus produtos.
sil. São medidas que seguem a Lei Geral de
Assim, se antes o consumidor tinha que ir até o canal es-
Proteção de Dados (LGPD) com o objetivo
pecífico do banco, e muitas vezes passar pela burocracia de
de regular o modelo e assegurar a eficiência
abrir uma conta corrente, agora esse mesmo usuário pode
das instituições financeiras, de pagamento e
acessar o produto em diversas plataformas diferentes.
demais instituições em compliance também
Para o banco, a vantagem está na diversificação das fon-
com as regras do BACEN.
tes de receita. Em uma comparação com o varejo, é como se
antes o consumidor tivesse que comprar os produtos dire-
tamente da fábrica e agora pudesse escolher entre diversas Quando autorizados pelo cliente, o modelo a ser ado-
opções (e de fabricantes distintos) em um mercado. tado deverá compartilhar:
Há também o benefício de contar com a inteligência
da plataforma para sugerir as alternativas que são mais • Dados relativos aos produtos e serviços ofereci-
adequadas para ele. dos pelas instituições participantes (localização de
Ainda em relação à diversificação de receitas, o banco pontos de atendimento, características de produ-
ganha a possibilidade de participar das vendas de outros tos, termos e condições contratuais e custos finan-
produtos que não fazem parte do seu core business. ceiros, entre outros);

4
• Dados cadastrais dos clientes (nome, filiação, en- Esse movimento reforça a preocupação dos bancos
dereço, entre outros); com a prestação de serviços e com a experiência do
• Dados transacionais dos clientes (dados relativos a usuário, para oferecer mais eficiência, segurança e co-
contas de depósito, a operações de crédito, a de- modidade em seus canais de atendimento. Os reflexos
mais produtos e serviços contratados pelos clien- de todo o investimento já se confirmam em números, e,
tes, entre outros); e hoje, já é possível notar uma mudança de comportamen-
• Serviços de pagamento (inicialização de pagamen- to dos brasileiros, que estão utilizando cada vez mais os
to, transferências de fundos, pagamentos de pro- novos canais. Segundo o estudo da FEBRABAN, mais da
dutos e serviços, entre outros). metade (52%) das transações bancárias feitas no Brasil
foram realizadas via internet e mobile banking em 2014.
Para viabilizar o consentimento prévio do cliente para Além disso, 47% das contas ativas no País utilizaram o
compartilhamento dos dados citados, o processo deve internet banking (51 milhões de contas) e 24% tinham
ser conduzido de maneira a proporcionar uma experiên- mobile banking (25 milhões).
cia simples, eficiente e segura para o cliente. Principalmente em mobile banking, houve um cres-
A expectativa é que o Banco Central submeta a con- cimento significativo no volume de movimentações fi-
sulta pública as minutas no segundo semestre de 2019 e nanceiras em 2014, quando comparado ao ano anterior.
que o modelo de Open Banking descrito seja implemen- Transferências, DOCs, TEDs e pagamentos de contas fei-
tado a partir do segundo semestre de 2020. tos por meio deste canal apresentaram incremento de
180%, totalizando 260 milhões de transações com mo-
vimentação financeira. Outro destaque foi a contratação
O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR de crédito pelo mobile banking, que registrou aumento
NA RELAÇÃO COM O BANCO de 190% e chegou a 10 milhões de transações.
Mesmo com as altas porcentagens de incremento,
ainda há muito potencial a ser explorado, já que inter-
Existem duas variáveis principais relativas ao compor- net e mobile somam 20% do volume das operações com
tamento digital no que se refere aos bancos. A primeira movimentações financeiras. A tendência é que, com o
é o enorme aumento do número de usuários migrando passar dos anos, a internet e o mobile banking ganhem
do atendimento convencional. Já a segunda, está relacio- cada vez mais adeptos.
nada à influência das fintechs nos hábitos e expectativas
do consumidor.
Essas empresas oferecem novas soluções com
#FicaDica
um modelo de negócios inovador, facilidades de uso e Se engana quem pensa que as agências
desburocratização dos procedimentos. Vejamos, então, o bancárias estão perdendo espaço. Com essa
que esse novo cliente espera dos serviços bancários. nova configuração, elas passaram a ter um
Automaticamente, como o acesso à internet no Brasil papel mais de relacionamento e consultivo,
vem melhorando, segundo análise da empresa de pes- já que os clientes as procuram para saber
quisas eMarketer atingiu a marca de 125,9 milhões de mais sobre oportunidades de investimento
internautas em 2018, e a alta penetração de smartphones e outros serviços. Tanto que o número de
no Brasil, que já alcançou o número de 163 milhões de agências continua aumentando pelo País,
aparelhos, de acordo com estudo da Fundação Getúlio principalmente nas regiões Norte e Nordes-
Vargas, os usuários devem se tornar cada vez mais exi- te.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


gentes e ávidos por novas tecnologias.
Percebendo a necessidade de se adequar, as institui-
ções financeiras, por sua vez, investiram grandes somas Agora que a consolidação dos canais digitais foi atin-
para melhorar a experiência de seus clientes com interfa- gida, o setor deve continuar o planejamento de inves-
ces amigáveis, conquistando assim mais usuários. Só em timentos de forma adequada, balanceando eficiência e
2014, as despesas e investimentos dos bancos em tec- experiência do consumidor por meio de uma plataforma
nologia totalizaram R$ 21,5 bilhões, segundo a Pesquisa integrada de canais e de ofertas aos clientes. Em 2014,
FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2014. O levantamen- um importante passo foi dado, uma vez que dados da
to, divulgado recentemente, foi realizado com 20 institui- Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária mostram
ções financeiras que operam no País e englobou 95% do que a maior parte dos recursos (43%) foi aplicada em
setor bancário em relação ao número total de agências. hardware para melhorar e ampliar a capacidade de arma-
Para se ter uma ideia, os gastos das instituições finan- zenagem de dados dos bancos e outros 39% foram des-
ceiras com tecnologia representaram 18% da totalidade tinados ao desenvolvimento de softwares. Ainda assim,
das indústrias de TI do País no ano passado – sendo con- reunir grandes players do setor para discutir os próximos
siderado o setor que mais investiu em 2014 e ficaram passos e conhecer tendências e soluções é essencial para
em paridade com países como Estados Unidos e França.  evoluir.
Nesse contexto, o desenvolvimento de softwares apre-
sentou em 2014, na comparação com 2013, o maior in-
cremento em volume de investimento (16%), seguidos
por hardware (6%), telecom (2%) e outros (1%).

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• Localizável (Findable): Quando você quer um novo
A EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO cartão de crédito, é fácil encontrar ofertas e solici-
tá-lo online.
• Valioso (Valuable): As funcionalidades self-service
Experiência do Usuário (UX, de User Experience) é um no site diminuem os custos do atendimento e me-
tema bastante subjetivo. É difícil de maneira objetiva e lhoram a satisfação do usuário, criando uma expe-
direta dizer como desenhar uma experiência do usuário, riência que vale a pena para clientes, bem como
mas é possível aprendermos como desenhar um produto, um bom investimento para os negócios.
serviço ou ambiente que proporcione uma experiência
satisfatória para alguém que os use, identificando todos
os aspectos da interação do usuário com esse produto FIQUE ATENTO!
(ou serviço ou ambiente). Alguns bancos já nasceram digitais e larga-
ram na frente. Outros ainda estão se adap-
#FicaDica tando a essa nova realidade. No entanto,
mais cedo ou mais tarde todos os bancos
Experiência do Usuário Como uma pessoa terão uma estratégia de experiência do
se sente ao usar um produto. Ou mais for- usuário consistente.
malmente, de acordo com a definição dada
pela ISO 9241-210, são as respostas e per-
cepções de uma pessoa resultantes do uso Enquanto no passado essa preocupação era um detalhe
de um produto, sistema ou serviço. na estratégia digital dos bancos, em breve a aquisição e a
manutenção de clientes terá a sua estratégia centrada no
design da experiência do usuário. Todos os bancos terão in-
A experiência do usuário descreve o que as pessoas ex- vestimentos pesados para aprimorar a interface, o design e
perimentam quando navegam por um site, utilizando um as funções que podem ser acessadas em seus canais digitais.
aplicativo móvel ou interagindo de alguma outra maneira A experiência de usuário vai ditar a tomada de de-
com produtos ou serviços digitais da empresa. Há vários cisões do alto escalão do banco. Essa é uma tendência
elementos que contribuem para a concepção de boas ex- clara para quem acompanha fintechs e bancos digitais,
periências para o público, como a interface do usuário, usa- que já possuem estratégias de UX e, por isso, estão con-
bilidade e mecanismos de busca. No entanto, o design da quistando fatias importantes do mercado.
experiência não é o mesmo que experiência do usuário. Pa- Apesar de as estratégias dos bancos digitais já consi-
rece redundante, mas UX é o que as pessoas de fato expe- derarem a experiência do usuário como algo fundamen-
rienciam, e não os elementos separados que profissionais tal, a falta de transparência ainda é um obstáculo que
de UX reúnem para influenciar a experiência. Otimizar e re- precisa ser superado. Muitas vezes, entender as compras
finar os componentes do design podem consideravelmente em extrato, por exemplo, é um desafio para o cliente.
afetar como o usuário final se sente, mas sempre haverá A tendência é que isso evolua. Usuários vão optar
alguns elementos que estão fora do controle do designer. por interfaces que deixem disponíveis todas informações
Para projetar boas experiências do usuário, deve-se úteis para ele. Para ser transparente, não basta que os
partir do pressuposto de sempre deixar o usuário final dados sejam acessíveis: eles precisam estar dispostos em
feliz. Isso significa que, antes que o UX possa ser desen- uma estratégia coerente de UX, de uma maneira que o
volvido, as empresas devem ter um entendimento claro cliente tenha a visibilidade sempre que precisar deles.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

das necessidades e prioridades do seu público. Uma pes-


quisa detalhada do usuário permite que os designers de Bancos terão interfaces com integração completa
UX tomem decisões sobre funcionalidades e o valor de de serviços
cada aspecto da experiência.
Usando como exemplo um site de um banco, e enten- Atualmente, são poucos os bancos em que é possível
da como esses 7 elementos seriam aplicados na prática: realizar todos os serviços apenas em canais digitais. Al-
• Útil (Useful): O site oferece serviços com extrato da gumas experiências pioneiras já permitem fazer de tudo,
conta e pagamentos. da abertura ao fechamento da conta, sem agências físi-
• Utilizável (Usable): Quando você visualiza o extrato cas, caixas eletrônicos e ligações telefônicas.
da conta, a informação é acurada e pode ser pes- No entanto, a tendência é que a oferta de serviços
quisada, permitindo que você reveja depósitos e integrados em uma interface se torne ainda mais com-
saques recentes. Em outras palavras, funciona da pleta. Os bancos digitais permitirão que seus clientes fi-
maneira que você espera e de forma constante. nanciem apartamentos, carros e façam investimentos na
• Desejável (Desirable): A interface torna mais fácil bolsa aconselhados por chatbots em um mesmo canal de
gerenciar suas finanças do que ir a uma agência. acesso, como um aplicativo no celular.
• Acessível (Accessible): O site conta com recursos A automação bancária vai permitir que a maior parte
de acessibilidade, como funções para deficientes das ações realizadas por clientes no banco aconteçam
visuais ou outras deficiências. sem a necessidade de um atendimento guiado por um
• Confiável (Credible): Acesso seguro ao portal, as- ser humano. Isso permitirá mais serviços integrados em
sim como outras funcionalidades de segurança, uma interface ágil e prática.
como logout automático ao finalizar sua sessão.

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É difícil prever quais serão os produtos e serviços dis-
FIQUE ATENTO! poníveis no futuro, mas já podemos apostar que muitos
Longas filas de espera e senhas de atendi- deles partirão de bancos digitais que adotam o Design
mento já são coisa do passado para quem Thinking.
aderiu às contas digitais. A tendência é que
a burocracia seja ainda menor com a evolu-
ção dos bancos. SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS
Com mais automatização bancária e mais
serviços disponíveis em meios digitais, a re-
dução na burocracia para serviços bancários Com o mundo digital, o aumento da interação ga-
será significativa — e o melhor, sem com- nhou escalas proporcionais. Assim o marketing digital
prometer a segurança dos clientes. é essencial para a comunicação das atividades de uma
marca, afinal é possível se posicionar e garantir uma au-
diência qualificada. A, estratégia é ainda mais assertiva
Já é possível, por exemplo, depositar cheques na con- quando as ações e campanhas de marketing são perso-
ta utilizando a câmera do celular no aplicativo do banco, nalizadas de acordo com o público e compartilhadas no
o que reduz a necessidade de ir pessoalmente em um momento certo para atingir o cliente.
caixa eletrônico. Em breve, passar horas no telefone es- Ao estabelecer um planejamento para a divulgação
perando ser atendido para cancelar um cartão de crédito de uma campanha nas mídias em geral, é necessário se-
será uma lembrança de um passado distante. lecionar, dentre os diversos filtros demográficos e perfis
de interação, quem deverá ser impactado por sua publi-
Personalização da experiência do usuário cação.
Por isso é muito importante segmentar as ações e fa-
Com mais informações sobre o usuário, os bancos zer campanhas específicas para o seu público, não des-
permitirão uma experiência mais personalizada o clien- perdiçando uma mídia que não seja alvo para determi-
te. Além do que será coletado, partindo das próprias in- nados clientes. Saber quem são seus clientes e em quais
terações com o banco, será possível minerar dados em produtos eles tem interesse são fundamentais.
outras fontes.
Os bancos poderão coletar dados nas redes sociais,
por exemplo, para disponibilizar ofertas de crédito para #FicaDica
quem pretende viajar ou investimentos no tesouro para
Criação de Personas: Definir as caracterís-
aquele cliente de perfil conservador, com muito saldo
ticas da pessoa que você quer atingir por
disponível.
meio da associação com seus valores e in-
Os maiores bancos se organizam em segmentos que
formações facilita a seleção de interesses
dividem os clientes apenas pela renda, mas os bancos
que contribuam para uma segmentação
digitais compreendem outras dimensões desses clientes,
eficaz. Selecione fatores como idade, profis-
provendo uma experiência verdadeiramente personali-
são, hobbies, gostos culturais e atividades
zada e mais efetiva.
praticadas regularmente.
Gamificação e Design Thinking

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


Uma forma de fortalecer o engajamento de clientes
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COGNITIVA
é a gamificação: utilizar formas lúdicas para estimular a
interação do usuário, aproveitando elementos que origi-
nalmente vieram de jogos eletrônicos.
A inteligência artificial é a capacidade das máquinas
Instituições financeiras capazes de incluir a gamifica-
pensarem como seres humanos. Sendo assim, inclui a
ção em sua estratégia de experiência de usuário terão em
prática de raciocinar e tomar decisões como nós. Por isso
troca um cliente mais envolvido com a oferta de produ-
exige-se conhecimentos em big data, computação em
tos do banco. Essa forma de incentivo aumenta o consu-
nuvem e bons modelos de dados. De modo geral, esse
mo desses produtos e a compreensão do usuário sobre
processo envolve três bases:
os benefícios e as regras de cada um deles.
1. Modelos e dados bons;
Apesar de o Design Thinking já ser adotado em algu-
2. Grande quantidade de dados;
mas grandes instituições financeiras, esse método criati-
3. Máquinas de alta capacidade.
vo de solução de problemas será uma das formas que os
bancos digitais utilizarão para moldar seus serviços.
Recomendações personalizadas, resultados de pes-
O Design Thinking propõe a busca por diversos ân-
quisas interessantes a você, reconhecimento de imagens,
gulos e perspectivas diferentes para solucionar proble-
reprodução de voz etc., são exemplos de usos no nosso
mas. Com uma oferta de dados de clientes maior e uma
dia-a-dia. Ou seja, você gosta da AI, só não sabia disso
tecnologia mais avançada, os bancos digitais utilizarão
até agora.
este método para definir uma nova onda de produtos
bancários que se encaixam melhor às necessidades dos
Amazon, Google, Apple, Microsoft e várias outras em-
clientes.

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presas, grandes ou pequenas, utilizam inteligência arti- Tudo isso significa que é possível produzir, rápida e
ficial no seu cotidiano. A Amazon recomenda produtos automaticamente, modelos capazes de analisar dados
para você assim como o Google seleciona por meio de maiores e mais complexos, e entregar resultados mais
algoritmos o que irá aparecer em suas pesquisas. rápidos e precisos – mesmo em grande escala. E, ao
A Inteligência cognitiva está bem perto da inteligên- construir modelos precisos, uma organização tem mais
cia artificial, mas a diferença dos conceitos é que a inteli- chances de identificar oportunidades lucrativas – ou de
gência cognitiva é a capacidade de aprimorar o aprendi- evitar riscos desconhecidos.
zado da máquina. Ou seja, se um sistema de inteligência
artificial, por definição, consegue aprender. Com a inteli-
gência cognitiva ele aprende a aprender mais, tornando #FicaDica
o processo muito mais eficaz. 
Mineração de Dados (Data Mining) é o pro-
cesso de explorar grandes quantidades de
FIQUE ATENTO! dados à procura de padrões consistentes,
A inteligência cognitiva se confunde mui- como regras de associação ou sequências
to com a computação cognitiva. Este é um temporais, para detectar relacionamentos
assunto dentro da programação que lida sistemáticos entre variáveis, detectando as-
diretamente com o uso de algoritmos para sim novos subconjuntos de dados
fazer tanto a inteligência artificial quanto a
inteligência cognitiva funcionarem. Ou seja,
computação cognitiva é o que dá vida a to- FINTECHS E STARTUPS
dos esses processos.

Já imaginou um mundo sem agências bancárias físi-


Um dos exemplos da inteligência cognitiva é o Wat- cas, em que todos os serviços pudessem ser resolvidos a
son, da IBM. Seu sistema tem várias utilidades, como qualquer hora do dia por meio de seu smartphone com
atendimento ao cliente, análise de negócios, diagnósti- direito a atendimento de qualidade à sua disposição?
cos médicos e várias outras possibilidades.  Imagine, ainda, um cenário em que você pudesse au-
Esses conceitos muitas vezes considerados extrema- mentar e reduzir o limite de seu cartão de crédito sem
mente futuristas estão em nosso presente. Seu computa- falar com ninguém, com apenas 1 clique no aplicativo.
dor tem AI, celular e a maior parte das plataformas que Para o terror dos bancos tradicionais, que se agarram
utilizamos cotidianamente. É difícil acreditar que esse à burocracia para amarrar seus clientes, esse mundo já
mundo está ao nosso redor e, muitas vezes, pode ser até existe e se chama fintech.
assustador – e empolgante ao mesmo tempo. Esse senti- As fintechs são frutos da 4ª Revolução Industrial que
mento é compreensível a medida que desconhecemos o marca nossa vida atualmente. No setor produtivo, fábri-
mundo, mas lidamos com essa tecnologia todos os dias. cas inteligentes já começam a produzir itens customiza-
dos em larga escala, sem a necessidade de estoques. No
Machine Learning mercado financeiro, essa revolução também vem mu-
dando conceitos antigos e transformando o setor.
Graças às novas tecnologias computacionais, o ma-
chine learning de hoje não é como no passado. Ele nas- O que é Fintech?
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

ceu do reconhecimento de padrões e da teoria de que


computadores podem aprender sem serem programa- Muita gente já usa os serviços dessas empresas, mas
dos para realizar tarefas específicas. Pesquisadores in- sem saber essencialmente o que significa fintech. As fin-
teressados em inteligência artificial queriam saber se as techs são empresas que redesenham a área de serviços
máquinas poderiam aprender com dados.  financeiros com processos inteiramente baseados em
O aspecto iterativo do aprendizado de máquina é im- tecnologia.
portante porque, quando os modelos são expostos a no-
vos dados, eles são capazes de se adaptar independente-
mente. Eles aprendem com computações anteriores para
#FicaDica
produzir decisões e resultados confiáveis, passíveis de Fintech é a junção das palavras financial (fi-
repetição. Isso não é uma ciência nova – mas uma ciência nanceiro) e technology (tecnologia).
que está ganhando um novo impulso.
O interesse renovado no aprendizado de máquina
se deve aos mesmos fatores que tornaram a mineração Esses serviços inovadores não se resumem a bancos
de dados e a análise Bayesiana mais populares do que digitais. Apesar de estarem sob um mesmo nome, essas
nunca: coisas como os crescentes volume e variedade de empresas podem oferecer produtos e serviços diferentes
dados disponíveis, o processamento computacional mais entre si.
barato e poderoso, o armazenamento de dados acessível Existem várias áreas de atuação que uma fintech. As
etc. fintechs de pagamento surgem para facilitar nossa vida
quando o assunto é compra e venda. Podem oferecer
novidades em cartões de crédito ou máquinas de cartão,

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por exemplo. Nessa categoria, entra o Nubank, que sur- Costuma-se também atribuir o conceito de startup
giu como uma empresa de cartão de crédito sem taxas e a empresas que possuem poucos funcionários ou estão
anuidade, além de cobrar juros rotativos abaixo da média no seu começo de vida – algumas inclusive sem CNPJ.
de mercado. Mas essa definição não está completamente correta. Um
Já as Fintchs de crédito ou empréstimo aproxima prestador de serviços, por exemplo, não pode ser con-
quem precisa de dinheiro e quem pode emprestar co- siderado como startup exatamente pelos motivos que
brando juros menores, ou seja, a ideia das fintechs de citamos acima.
crédito ou empréstimo possuem estrutura enxuta e rea-
lizam análise de crédito a partir de soluções tecnológicas
para melhorar a dinâmica dos serviços financeiros. FIQUE ATENTO!
Existe também as Fintechs de crowdfunding, que aju- Para aqueles que acompanham o mundo
da a materializar uma ideia de negócio, com a febre dos das startups, o bootstrapping é o primei-
Bitcoins mundo afora, surgiram fintechs de bitcoins para ro passo dos investimentos. Neste caso, o
facilitar as transações dos investidores por aqui. empreendedor, ou o grupo de empreende-
Para quem precisa manter as finanças em ordem, vie- dores, tira dinheiro do próprio bolso para
ram as fintechs de controle financeiro. Um exemplo desse investir na empresa. Praticamente todas as
tipo é o Organizze, que auxilia no controle de despesas startups criadas começam com o sistema
pelo celular, permitindo a criação de categorias de gas- bootstrapping até conseguirem investimen-
tos e definição de metas. tos maiores.
Para oferecer mais facilidade na hora de fazer seu di-
nheiro render, vieram as fintechs de investimentos.

O que é Startup? SOLUÇÕES MOBILE E SERVICE DESIGN.

Uma das características mais importantes de uma


startup está em sua capacidade de ganhar escala rapi- Aplicativos (Apps) para a área móvel (mobile) têm se
damente, ou seja, de ter seus produtos utilizados por um tornado a última tendência no mercado, e isso cresce a
número grande de pessoas em pouco tempo. Uma star- demanda de negócios nesse setor. Os Apps são desen-
tup também costuma apresentar baixo esforço de repli- volvidos por uma equipe que conhece as necessidades
cação de seus produtos, isto é, custos de operação que dos clientes. A ideia é fornecer aos usuários um layout
cresçam proporcionalmente a taxas menores que sua aprimorado com uma linguagem fácil e intuitiva. Nor-
receita, na medida em que a empresa ganha escala. Por malmente são utilizadas metodologias ágeis para trans-
essa razão, utilizam de forma intensiva a tecnologia, em formar problemas e ideias em aplicativos para disposi-
especial as tecnologias da informação e a Internet. Outra tivos móveis (smartphones e tablets), das plataformas
característica importante de uma startup é o ambiente Android e iOS (iPhone e iPad). As interfaces focadas na
de incerteza no qual ela está inserida. Em sua fase inicial, experiência do usuário (UX), para garantir a facilidade e
muitos elementos que compõem seu modelo de negócio naturalidade na utilização dos sistemas.
estão ainda incertos e pouco definidos.
Dentre as principais características que diferenciam e
definem uma startup, destacam-se: #FicaDica
• Inovação: a startup apresenta um produto ou ser- O Scrum é um framework de trabalho que

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


viço novo – ou com aspectos novos em seu mode- emprega diversas ferramentas para o de-
lo de negócio – para o mercado a que se destina, senvolvimento iterativo e incremental utili-
como elementos de diferenciação. zado no gerenciamento de projetos diver-
• Escalabilidade: o modelo de negócio de uma star- sos e no desenvolvimento de software ágil.
tup precisa ser escalável, isto é, poder atingir ra- Scrum possui seu foco no gerenciamento e
pidamente muitos usuários a custos relativamente projeto da organização onde é difícil plane-
baixos. jar à frente.
• Repetibilidade:  o modelo de negócios de uma
startup deve ser repetível, ou seja, deve ser possível
replicar ou reproduzir a experiência de consumo Investir em soluções mobile proporciona uma maior
de seu produto ou serviço de forma relativamente aproximação com o cliente. Afinal, quem opta por instalar um
simples, sem exigir o crescimento na mesma pro- aplicativo no celular aceita uma comunicação mais frequente
porção de recursos humanos ou financeiros. da empresa, da marca ou do serviço por trás desse aplicativos.
• Flexibilidade e rapidez: em função de sua carac- Portanto, está disposto a ser abordado ao longo da
terística inovadora, do ambiente incerto e altamen- sua rotina sem maiores problemas. Sendo assim, é pos-
te competitivo, a startup deve ser capaz de atender sível fazer com que sua empresa esteja sempre presente
e se adaptar rapidamente demandas do mercado. no dia a dia do cliente por meio de notificações nos seus
Geralmente, tem estruturas enxutas, com equipes dispositivos mobile.
formadas por poucas pessoas, com flexibilidade e Essas notificações podem ser tanto lembretes quanto
autonomia. oportunidades de compra. O importante é que o cliente
sinta que elas são úteis e fazem diferença na sua vida.

9
Outro benefício que um aplicativo mobile gera é a  Blockchain
obtenção de mais detalhes sobre o perfil do consumidor.
Ficará muito mais fácil traçar o perfil do seu público-al- O blockchain é uma das tecnologias por trás do Bit-
vo e entender como ele consome seus produtos e servi- coin. De uma maneira bem simples, ele pode ser enten-
ços, além de entender melhor quais são suas dores. dido como um banco de dados online, público e descen-
É possível também utilizar esses dados a fim de me- tralizado, criado para tornar a distribuição de informação
lhorar sua experiência relacionada ao contato com sua transparente e confiável, sem precisar de um agente ex-
empresa. Isso pode parecer pouca coisa, mas ajuda mui- terno e centralizador que valide o processo. Foi graças a
to na competitividade do negócio. Principalmente em essas características que o blockchain tornou possível a
tempos em que o cliente valoriza cada vez mais a expe- criação de uma moeda digital descentralizada, como o
riência e o relacionamento com a empresa, muitas vezes bitcoin.
até mais do que o produto ou serviço em si. O blockchain é formado por uma rede de computa-
dores interligados — é o que chamamos de rede peer-to-
Service Design -peer. Há o blockchain do bitcoin, o blockchain do ethe-
reum, o blockchain do litecoin e assim por diante — hoje,
Design de Serviços é a atividade de planejar e organi- são mais de 1,7 mil criptomoedas no mercado.
zar pessoas, infraestrutura, comunicação e componentes No caso do bitcoin, os computadores da rede são res-
materiais de um serviço de forma a melhorar sua quali- ponsáveis por validar as transações, de acordo com algu-
dade e a interação entre a empresa provedora do serviço mas regras. Toda vez que uma transação é realizada com
e os consumidores. uma criptomoeda, ela é verificada pelos membros da
Essencialmente, o Service Design tenta responder a rede e registrada no blockchain correspondente. A inter-
algumas perguntas básicas que dizem respeito à expe- valos regulares de tempo — no caso do bitcoin, são cerca
riência das pessoas ao interagirem com determinado de 10 minutos — , essas novas transações são reunidas
serviço. em bloco, criptografadas e adicionadas a uma cadeia de
• Como deve ser a experiência do consumidor ao blocos que guarda também as transações passadas. É daí
usar este serviço? que vêm o nome da tecnologia, blockchain, ou “cadeia
• Como deve ser a experiência do funcionário ao de blocos”.
prestar este serviço? O blockchain é inviolável, porque qualquer tentativa
• Como uma empresa se mantém fiel à sua missão e de alterar o registro de uma transação passada é facil-
se mantém relevante para o consumidor, ao mes- mente identificada pelos computadores da rede, respon-
mo tempo? sáveis por validar o processo, levando em consideração
um algoritmo de consenso. Além disso, tentativas de
Utilizando metodologias do Design, o Service Design fraudar o histórico de transações exigiriam um poder
trabalha para entender o perfil dos consumidores, seus computacional enorme, o que inviabilizaria essa tentativa
desejos e suas necessidades a fim de garantir que deter- de alterar o passado. Se um integrante da rede suspeitar
minado serviço seja competitivo para o mercado e rele- de fraude, a informação é simplesmente descartada. Por
vante para quem o usa. isso fraudar o sistema é praticamente impossível.
Os serviços têm mudado bastante nos últimos anos,
assim como a expectativa das pessoas em relação a eles.
A tecnologia tem permitido que os consumidores inte- #FicaDica
rajam com as marcas de formas completamente novas.
A variedade de aplicações potenciais do
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

Com a evolução da tecnologia nos últimos anos e


blockchain é imensa, indo muito além das
com a existência de serviços cada vez mais “digitais”, as
criptomoedas. Com certas adaptações, tec-
empresas prestadoras de serviços perceberam que deve-
nologias inspiradas no blockchain tem o
riam começar a abraçar a tecnologia caso não quisessem
potencial para transformar profundamente
ser passadas para trás. E nesse sentido, o Service Design
setores inteiros da economia, dos bancos às
começou a esbarrar na área de atuação do User Expe-
indústrias de seguros e de alimentos.
rience Design e do Interaction Design.

Bitcoin
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL:
BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS O Bitcoin ganhou muito destaque no ano de 2017
CRIPTOMOEDAS pelo fato de ter aumentando muito seu valor de mercado
e pela valorização de quase 14.000% em poucos meses.
Se por um lado essa valorização chamou a atenção de
Assim como todos os outros setores, o financeiro se especuladores, por outro despertou como nunca o inte-
beneficiou enormemente dos avanços das tecnologias. resse da mídia.
Agora é muito mais fácil fazer investimentos, acompa- A maneira como o sistema financeiro trabalha até
nhar o desempenho e ter acesso a informação de todo hoje é relativamente arcaica, dado que as informações de
tipo até sobre produtos que estão aí há décadas: pou- pagamento passaram a ser armazenadas digitalmente há
pança, fundos, ações na bolsa de valores, e as criptomoe- mais de 20 anos e tiveram poucas alterações em termos
das não ficaram para trás. de eficiência e segurança. O Bitcoin é inovador em diver-

10
sos aspectos. Primeiro pelo fato de ser descentralizado, chave privada (a carteira) relativa à uma chave pública
ou seja, não é necessário um órgão central que controle (um endereço) pode assinar mensagens digitais criadas
tudo, um único agente em que todos “confiam”. A con- com esse endereço.
fiança da rede está no próprio sistema, nas pessoas que O protocolo Bitcoin guarda na verdade quantos Bit-
utilizam a moeda digital. Por meio de votos, a mineração coins cada endereço tem. Só o detentor da carteira relati-
e os full nodes, a verificação e a validação de novas tran- va à esse endereço a pode assinar transferências digitais
sações ocorrem mediante aprovação da maioria da rede. de Bitcoins de um endereço para outro. É assim que os
Isso torna o sistema mais imune a falhas, pois não há um Bitcoins são transferidos: é criada uma mensagem digital
único órgão centralizador que se possa atacar para rou- originária do endereço que tem algum Bitcoin, transfe-
bar informações ou adulterar as transações. rindo-a para outro endereço. A mensagem tem que ter
Outro aspecto que faz a moeda digital ser inovadora uma assinatura digital válida, e só quem consegue gerar
frente às moedas legalizadas são a velocidade e as taxas essa assinatura é o detentor da chave privada (carteira)
das transações. Se alguém deseja enviar dinheiro legali- associada à chave pública (endereço).
zado para outro país, isso custa caro e leva muitos dias, O criador da mensagem de transação, então, a trans-
com muita burocracia para a aprovação. Com o Bitcoin, é fere para outros usuários do Bitcoin, e cada um passa a
muito simples, basta que você digite o endereço (chave mensagem adiante para os seus pares também, em cas-
pública) do destinatário e envie seus BTCs para a pessoa. cata. Desse modo, em apenas alguns segundos, após a
Depois da confirmação de 2 blocos (cerca de 20 minutos) transmissão da mensagem pelo autor, todos os partici-
o dinheiro será enviado, independentemente de ser um pantes do Bitcoin ficam sabendo que a transação acon-
vizinho ou alguém do outro lado do mundo. teceu.
Em relação ao armazenamento, quem guarda o ban- Quando um participante do protocolo recebe uma
co de dados com a informação de qual chave digital tem mensagem digital contento uma transação de Bitcoin
um certo bitcoin associado a ela? Quem é responsável de alguém, ele primeiro verifica se a transação é válida
por atualizar esse banco de dados à medida que as tran- (assinatura digital certinha e transferindo Bitcoins que,
de acordo com o banco de dados local dele, realmente
sações são feitas? Quem é responsável por verificar se as
são de propriedade do endereço de origem). Apenas se
transações não são fraudulentas, e que dinheiro não está
a mensagem for válida, ele a transmite para seus pares, e
sumindo ou aparecendo do nada?
atualiza seu banco de dados interno, aplicando a trans-
A resposta é simples: todo mundo. Todo usuário do
ferência.
bitcoin, ao utilizar algum software com o protocolo Bit-
Se um participante tentar alterar uma transação, por
coin, se conecta a vários outros usuários do protocolo
exemplo, colocando o endereço dele no lugar do que
através da Internet. Na primeira vez que o usuário en-
está recebendo os Bitcoins, e tentar transmitir essa tran-
tra no serviço, ele baixa dos outros usuários uma cópia sação forjada, a assinatura digital deixa de ser válida. Se
completa do banco de dados contendo absolutamente qualquer pedacinho da transação original mudar, a assi-
todos as chaves digitais que possuem propriedade sobre natura digital já deixa de ser válida. Outros participantes
algum valor em Bitcoin. simplesmente descartam todas as transações que não
Isso significa que uma pessoa que tem Bitcoins não forem válidas. Isto é, transações que não são feitas pelo
armazena o Bitcoin em si, mas uma chave digital, que verdadeiro dono da carteira em questão são sumaria-
todo mundo está em consenso que tem autoridade so- mente descartadas, não importa se quem criou elas foi a
bre um determinado valor em Bitcoin. Dilma, o Obama ou o Papa.
As informações sobre as transações passam de um Essa carteira, ou chave digital privada, é simplesmen-
usuário de Bitcoin para outro, de forma descentralizada. te um número muito grande, que é um segredo que só

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


Mais adiante vamos entender como isso pode fun- o detentor da carteira conhece. Quem souber o número
cionar na prática. O ponto importante a capturar agora é tem acesso total à carteira. Esse número é imenso: ele
que todos os usuários do Bitcoin devem possuir uma có- pode variar de zero até um número com mais de 70 dí-
pia do banco de dados completo: qual chave digital tem gitos. Se você escolher um número aleatório qualquer
quantos Bitcoins. Lembre-se também que um usuário de nesse espaço, não tem a menor chance de alguém “adi-
Bitcoin está sempre conectado a outros pares, enviando vinhar” qual número você escolheu, mesmo usando o
e recebendo novidades a cerca das transações que estão poder de todos os computadores do mundo por vários
sendo realizadas. bilhões de anos.
A chave pública, ou endereço, também é um número,
#FicaDica que é gerado a partir da chave privada (carteira), de for-
ma que cada endereço tem uma carteira associada a ela.
Em relação a transferência de bitcoins, a No protocolo Bitcoin, esse número é transformado para
melhor maneira de se entender, é chamar o formato textual, o famoso endereço Bitcoin.
as chaves públicas em Bitcoin de endereços,
e as chaves privadas de carteiras (wallets). Outras Criptomoedas

Existem muitas criptomoedas. No site a seguir estão


A matemática brilhante por trás dessas chaves digitais suas principais características, sendo possível acompa-
dão uma propriedade interessante a elas: da mesma for- nhar a cotação em tempo real das 100 principais crip-
ma que só quem tem a senha de um certo e-mail pode tomoedas do mercado. Acesse: https://br.investing.com/
enviar mensagens usando esse e-mail, só quem sabe a crypto/currencies

11
O DESAFIO DOS BANCOS NA ERA DIGITAL
crypto/currencies
HORA DE PRATICAR!

Depois de tudo que foi apresentado aqui, fica claro 1. (PC-SP – PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP –
que vivemos em uma nova era. Não é à toa que esses 2018) Dentre as tecnologias em uso de armazenamento
assuntos entram no edital do concurso, e é fundamental externo de dados, assinale a mais recente.
que você saiba que está se atualizando não só para os
estudos do concurso, mas também se preparando para a) BluRay.
os novos desafios que a tecnologia trouxe para o mundo b) Solid state drive.
dos bancos. c) Compact disk.
Você não tem que escolher se vai aderir ou não. Afi- d) Secure digital.
nal, a ponte está dinamitada e não tem mais volta, a tec- e) Hard disk.
nologia está no mundo dos bancos.
Os serviços financeiros estão mudando e você, com 2. (PC-SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLI-
certeza, já deve ter percebido isso. Hoje, já não vemos CIAL – VUNESP – 2018) O usuário de um computador
apenas as instituições financeiras tradicionais, mas tam- com o sistema operacional Windows faz uso, com frequ-
bém um movimento de criação de novas empresas basea- ência, da Área de Transferência, que é
das em tecnologia na prestação de serviços financeiros.
Com o surgimento de novas tecnologias, o setor ban- a) um recurso para a realização de cópias de segurança
cário tem desenvolvido uma série de soluções que visam (backups) a serem transferidas para discos externos de
melhorar e amparar os seus clientes, trabalhando direta- armazenamento.
mente com suas preferências. b) o recurso para que o usuário possa transferir e-mails.
Isso quer dizer que uma nova tendência está se for- c) o local que permite ao usuário colocar os ícones para
mando com um sistema financeiro que se adapta aquilo os programas e arquivos de seu interesse.
que o cliente espera, buscando manter sua conta e não d) uma região de memória que armazena de forma tem-
perdê-la para outras instituições. porária os objetos copiados ou recortados, enquanto
aguardam para serem colados.
FIQUE ATENTO! e) o recurso para que o usuário possa transferir arquivos
No campo regulatório, os bancos digitais entre computadores ligados em rede.
enfrentam a abertura do mercado nacional
para uma acirrada concorrência. Além disso, 3. (PC-SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLI-
têm que adaptar seus processos e estrutu- CIAL – VUNESP – 2018) O tipo de dispositivo que pode
ras para as adequações exigidas por novas ser acoplado a uma porta USB de um microcomputador
leis dos setores financeiro e tecnológico.  e que visa utilizar, normalmente, uma rede Wi-Fi para co-
Esse movimento começa ainda em 2016, nexão do computador à Internet é o
quando a resolução nº 4.480 do CMN esta-
beleceu diretrizes para a abertura e fecha- a) scanner.
mento de contas online por todas as insti- b) conversor HDMI.
tuições que têm funcionamento autorizado c) adaptador wireless.
pelo Banco Central.  d) blue ray.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

Essa mesma norma fez com que os bancos e) conversor DVI.


digitais precisassem adotar soluções a fim
de garantir a identidade dos proponentes 4. (TRT-16ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA
e autenticidade das informações apresen- ADMINISTRATIVA – FCC – 2014) Para que funcionários
tadas, além de instaurar procedimentos de tenham acesso à intranet de uma empresa, seus compu-
combate à lavagem de dinheiro e terroris- tadores precisam estar conectados ...I... da organização.
mo.  Eles também precisarão dispor de browsers para permitir
Já em 2018, a resolução nº 4.656 do Conse- o acesso à web. O software e hardware ...II... atuam como
lho Monetário Nacional (CMN) permitiu que mecanismos de proteção, interpondo-se entre a internet
as fintechs trabalhassem com operações de e a intranet da empresa, monitorando todos os dados
empréstimo e financiamento entre pessoas, que chegam e saem em busca de solicitações suspeitas
ampliando as oportunidades para empresas ou não autorizadas. Para criar, publicar e administrar o
que não atuam no segmento bancário.  conteúdo de uma intranet, a maioria das empresas utiliza
No mesmo ano, é sancionada também a Lei um ...III..., aplicativo disponível via web, que facilita a cria-
Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) ção de informações padronizadas para a web, sem que
— ela traz novas preocupações aos bancos o usuário precise conhecer as linguagens de marcação e
digitais, que precisam implementar proces- de programação.
sos e ferramentas para ficarem em com-
pliance com a nova regulamentação até o As lacunas são, correta e respectivamente, preenchidas
início de sua vigência, em agosto de 2020.  por:

12
a) à rede de local (LAN) − de firewall − sistema de gestão a) Slide mestre.
de conteúdo (CMS) b) Clip-art.
b) ao modem − cliente/servidor − sistema de gestão em- c) Texto instantâneo.
presarial (ERP) d) Plano de fundo.
c) à internet − de firewall − sistema de gestão empresa-
rial (ERP) 8. (PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP –
d) à rede de local (LAN) − TCP/IP − sistema de gestão de 2018) Analise a seguinte planilha editada no MS-Excel
conhecimento (KMS) 2016, em sua versão em português e configuração pa-
e) ao modem − antimalware − sistema de gestão de co- drão.
nhecimento (KMS)

5. (PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP –


2018) O site da Secretaria de Estado da Segurança Públi-
ca (http://www.ssp.sp.gov.br/) apresenta, dentre outros,
o seguinte recurso localizado próximo ao rodapé da pá-
gina:

Caso seja inserida a fórmula


=MENOR(A2:C4;3)
Quando ativo e configurado, esse recurso é utilizado para na célula D6, o resultado produzido nessa célula será:

a) acessar o site de forma anônima e segura. a) 6


b) receber, de forma automática, as notícias e novidades b) 4
do site. c) 3
c) alterar o formato da página para os dispositivos mó- d) 5
veis. e) 7
d) enviar o link do site para os dispositivos móveis.
e) Ajustar o formato da página para os dispositivos mó- 9. (PC-SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLI-
veis. CIAL – VUNESP – 2018) Considere a seguinte planilha
editada no MS-Excel 2016 (em português e em sua con-
6. (PREFEITURA DE JUTI/MS – TÉCNICO EM INFOR- figuração padrão).
MÁTICA – MSCONCURSOS – 2019) No Microsoft Word
2016, você pode usar __________ para aplicar rapidamente
um conjunto de opções de formatação de forma con-
sistente em todo o documento. Se você quiser opções
que não estão disponíveis dos __________ internos e temas
disponíveis no Word de formatação, você pode modifi-
car um __________ existente e personalizá-lo para atender

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


às suas necessidades. Você pode alterar a formatação
(como o recuo de texto, cor e tamanho da fonte) nos
__________ aplicados a títulos, cabeçalhos, parágrafos, lis-
tas e assim por diante. Você também pode selecionar o
texto formatado em seu documento para criar um novo
__________ na Galeria de __________. A palavra que comple- Ainda, as seguintes fórmulas foram inseridas nas células
ta adequadamente as lacunas está descrita na alternativa: A6, B6 e C6.
A6: =SOMA(A1:C4)
a) Layouts B6: =MÁXIMO(B1:B4)
b) Parágrafos C6: =A6+B6
c) Estilos
d) Designs O resultado produzido na célula C6 foi:

7. (PREFEITURA DE JUTI/MS – TÉCNICO EM INFOR- a) 37


MÁTICA – MSCONCURSOS – 2019) No Power Point b) 35
2016, você pode inserir figuras, fotos, clip-art ou outras c) 36
imagens do seu computador ou da internet em sua apre- d) 33
sentação de slides. Mas, se você quiser que uma imagem e) 34
apareça em cada slide de um tipo específico no seu mo-
delo PowerPoint, você deve adicionar um:

13
10. (PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP – 2018) No MS-Word 2016, em sua versão em português e
configuração padrão, existem várias formas de alinhamento de parágrafo, que são:

a) anterior, posterior, real e virtual.


b) centralizada, justificada, superior e inferior.
c) esquerda, direita, superior e inferior.
d) anterior, posterior, superior e inferior.
e) esquerda, centralizada, direita e justificada.

11. (PC-SP – PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2018) Considerando a mensagem de correio eletrônico do
MS-Outlook 2010, em sua configuração original, apresentada a seguir, assinale a alternativa que contém a opção que
permitiu incluir os anexos.

a) Item do Outlook.
b) Clip-Art.
c) Partes Rápidas.
d) SmartArt.
e) Anexar Arquivo.

12. (PC-SP – AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2018) Deseja-se, no MS-Word 2016 (em portu-
guês e em sua configuração padrão), configurar a página de um documento em colunas. Na janela Colunas, acessível
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

por meio da guia Layout da Página, algumas das opções predefinidas de colunas são:

a) De textos, De imagens e De figuras.


b) Principal, Secundária e Oculta.
c) Larga, Normal e Estreita.
d) Uma, Duas e Três.
e) Simples, Dupla e Quádrupla.

13. (IPSM – ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL – VUNESP – 2018) Observe os layouts de slide exibidos a seguir,
retirados do MS-PowerPoint 2010, em sua configuração padrão.

14
Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, os nomes dos layouts A e B.

a) Título e Conteúdo; Comparação.


b) Duas Partes de Conteúdo; Slide de Título.
c) Comparação; Slide de Título.
d) Somente Título; Cabeçalho da Seção.
e) Duas Partes de Conteúdo; Cabeçalho da Seção.

14. (PM-SP – SOLDADO PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017) No Microsoft PowerPoint 2010, em sua configuração
padrão, um usuário criou uma apresentação com 20 slides, mas deseja que o slide 5, sem ser excluído, não seja exibido
na apresentação de slides. Assinale a alternativa que indica a ação correta a ser aplicada ao slide 5 para que ele não
seja exibido durante a apresentação.

a) Animação Desaparecer.
b) Ocultar Slide.
c) Transição de slides Cortar.
d) Plano de fundo Branco.
e) Transição com duração de 0 segundo.

15. (PC-SP – PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2018) Observe a janela e guias do Google Chrome, em sua
configuração padrão, apresentadas na figura a seguir.

Para mostrar ou ocultar o botão Página Inicial é necessário clicar na respectiva opção na seguinte seção da guia
Configurações:

a) Privacidade e segurança.
b) Inicialização.
c) Navegador padrão.
d) Aparência.
e) Mecanismo de pesquisa.

16. (TRT-20ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-
DOR FEDERAL – FCC – 2016) Um Analista realizou a seguinte sequência de comandos em um navegador web em sua
versão em português:
clicou no botão Ferramentas e em Opções da Internet
na guia Geral, em Home page, digitou http://www.trt20.jus.br/
clicou em Aplicar e OK

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


O Analista:

a) fará a home page digitada bloquear cookies automaticamente na próxima vez que abrir o navegador.
b) estava utilizando o Google Chrome e incluindo a home page digitada nos Favoritos.
c) estava utilizando o Mozilla Firefox e marcando a home page digitada como página confiável.
d) terá a home page digitada carregada automaticamente nas próximas vezes que abrir o navegador.
e) estava utilizando o Internet Explorer 11 e liberando a home page digitada da verificação do antivírus.

17. (PC-SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLICIAL – VUNESP – 2018) O URL utilizado na Barra de endereço
de um navegador identifica o tipo de informação que será encontrado no site visitado. No Brasil, o domínio REC.BR é
utilizado para identificar sites de empresas com atividades de

a) televisão.
b) turismo.
c) radiodifusão pela rede.
d) esportes.
e) entretenimento.

15
18. (PC-SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLI- a) endereços de e-mail.
CIAL – VUNESP – 2018) O recurso de armazenamento b) redes sociais.
na nuvem (Cloud Storage) é bastante eficiente e útil para c) nomes de domínio.
as necessidades de processamento e armazenamento d) endereços de servidores de páginas.
de dados. Entretanto, deve-se tomar alguns cuidados no e) um site específico.
uso desse recurso, como
Instrução: Em algumas das questões a seguir, preen-
a) acessar o sistema de armazenamento utilizando dispo- cha nos campos a seguir o campo designado com o có-
sitivos móveis que permitem a comunicação de vários digo C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado
lugares. com o código E, caso julgue o item ERRADO.
b) acessar o sistema de armazenamento utilizando uma
conexão sem fio com WPA-2. 21. (Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) 2018 -
c) realizar backups próprios, uma vez que não há esque- Oficial de Inteligência – CESPE – 2018) A respeito de
ma de backup no armazenamento na nuvem. Internet das coisas (IoT), julgue os itens que se seguem.
d) não realizar o compartilhamento dos arquivos, pois Em uma residência, caracteriza uma solução de IoT a ins-
não há como configurar as permissões de acesso no talação de um detector de fumaças capaz de gerar aler-
armazenamento na nuvem. tas em caso de fumaça e ser acionado, a partir de um
e) acessar o sistema de armazenamento utilizando os re- smartphone, para iniciar um mecanismo de reação.
cursos de criptografia e segurança da informação.
(   ) CERTO                (   ) ERRADO
19. (TRT-20ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA
JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA 22. (Defensoria Pública do Estado do Mato Grosso -
AVALIADOR FEDERAL – FCC – 2016) Smartphones, ta- DPE/MT - Assistente Administrativo - FGV - 2015) As
blets, ultrabooks etc impulsionaram o uso de redes mó- opções a seguir exemplificam aplicações da tecnologia
veis e o conceito de BYOD − Bring Your Own Device no
conhecida como “internet das coisas“, a qual possibilita
meio corporativo. Neste cenário, é correto afirmar que
conectar objetos do nosso dia a dia à rede mundial de
computadores, à exceção de uma. Assinale-a.
a) aplicativos como digital vallets (carteiras digitais) per-
mitem compras seguras através do dispositivo móvel
a) Tênis inteligente
e todos os bancos já oferecem um app para celulares
b) CD Player portátil
que utiliza o bluetooth para ler o QR Code (código de
c) Óculos conectados
barras) e pagar uma conta.
d) Refrigerador High Tech
b) com a disponibilidade de tecnologias VPN (rede pú-
blica construída sobre uma rede privada) para disposi- e) Smart TV
tivos móveis, o meio corporativo passou a aceitar que
acessar ferramentas de trabalho pelo dispositivo mais 23. (BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO – BB – CES-
confortável para o funcionário pode trazer aumento GRANRIO - 2012) Com o crescente avanço tecnológico,
de produtividade. está cada vez mais fácil realizar operações bancárias sem
c) ao invés do client-server passa-se a ter client-cloud − o que se precise ir pessoalmente a uma agência.
cliente utiliza as funcionalidades nativas dos sistemas Que nome se dá ao tipo de acesso bancário realizado em
operacionais para desktop como iOS e Android com terminais de computadores, caixas eletrônicos e bancos
24 horas?
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

esquemas de segurança e criptografia, integrando ou-


tras ferramentas nativas dos dispositivos.
d) novos apps estão explorando o uso da câmera e do a) Banco de Dados.
GPS e para isso há um componente importante na b) Débito Automático.
arquitetura das novas aplicações corporativas: o Fir- c) Home Office Banking.
mwhere, que é uma camada de software entre a apli- d) Internet Banking.
cação e o sistema operacional, que facilita o seu de- e) Remote Banking.
senvolvimento.
e) utilizar apps que permitem o trabalho offline e, quan- 24. (MPE/AP - ANALISTA MINISTERIAL - TECNOLO-
do a rede fica disponível, promovem a sincronização GIA DA INFORMAÇÃO - FCC - 2012) Sobre spyware é
dos dados com a nuvem, é uma característica que as correto afirmar:
aplicações corporativas podem ter para evitar paradas
no trabalho caso a rede não esteja disponível a) Trojans são programas spyware que parecem ser ape-
nas cartões virtuais animados, álbuns de fotos, jogos
20. (PC-SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES POLI- ou protetores de tela e que são instalados automati-
CIAL – VUNESP – 2018) O site de pesquisa (busca) na camente no computador do usuário com o objetivo
Internet Google possibilita a realização de pesquisas di- de obter informações digitadas por meio do teclado
recionadas utilizando-se símbolos em conjunto com pa- físico ou virtual.
lavras e frases. Por exemplo, o uso do símbolo @ antes b) Adware é um programa spyware projetado especifica-
de uma palavra direciona a pesquisa para mente para apresentar propagandas. É usado apenas
para fins legítimos, incorporado a programas e servi-

16
ços, como forma de patrocínio ou retorno financeiro
para quem desenvolve programas livres ou presta ser- ANOTAÇÕES
viços gratuitos.
c) São softwares exclusivamente de uso malicioso pro-
jetados para monitorar as atividades de um sistema e ________________________________________________
enviar as informações coletadas para terceiros. Execu-
tam ações que podem comprometer a privacidade do _________________________________________________
usuário e a segurança do computador. _________________________________________________
d) Keylogger é um programa spyware capaz de captu-
rar e armazenar as teclas digitadas pelo usuário. Sua _________________________________________________
ativação não pode ser condicionada a uma ação pré-
via do usuário, como o acesso a um site de Internet _________________________________________________
Banking.
_________________________________________________
e) Screenlogger é um tipo de spyware capaz de armaze-
nar a posição do cursor e a tela apresentada no mo- _________________________________________________
nitor nos momentos em que o mouse é clicado, ou a
região que circunda a posição onde o mouse é clica- _________________________________________________
do. É bastante utilizado por atacantes para capturar
as teclas digitadas pelos usuários em teclados virtuais. _________________________________________________

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GABARITO _________________________________________________

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1. B _________________________________________________
2. D
_________________________________________________
3. C
_________________________________________________
4. A
5. B _________________________________________________
6. C _________________________________________________
7. A
_________________________________________________
8. A
_________________________________________________
9. A
10. E _________________________________________________
11. A _________________________________________________
12. D _________________________________________________

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL


13. B
_________________________________________________
14. B
15. D _________________________________________________

16. D _________________________________________________
17. E _________________________________________________
18. E
_________________________________________________
19. E
_________________________________________________
20. B
21. A _________________________________________________
22. B _________________________________________________
23. E
_________________________________________________
24. E
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17
ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - OS BANCOS NA ERA DIGITAL

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18
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E


DIVERSIDADE
Satisfação, valor e retenção de clientes. Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento
pessoal e telefônico ..................................................................................................................................................................................................... 01
Noções de Marketing de Relacionamento. Noções de imaterialidade ou intangibilidade, inseparabilidade e variabilidade
dos produtos bancários .............................................................................................................................................................................................. 17
Lei nº 10.048/2000. Lei nº 10.098/2000 ............................................................................................................................................................... 27
Decreto nº 5.296/2004, que regulamenta a Lei nº 10.048/2000 ................................................................................................................ 30
Temática de gênero, raça e etnia, conforme Decreto nº 48.598/2011. Política Nacional para Mulheres. Política Nacional
de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Estatuto Nacional da Igualdade Racial ............................................................ 40
SATISFAÇÃO, VALOR E RETENÇÃO DE CLIENTES. ETIQUETA EMPRESARIAL: COMPORTAMENTO,
APARÊNCIA, CUIDADOS NO ATENDIMENTO PESSOAL E TELEFÔNICO.

Não há como dizer que existe uma receita para um bom atendimento, afinal, ao falar de atendimento está intrín-
seco o elemento ”pessoa”. Como sabemos, cada pessoa é única, com seus próprios desejos, anseios, necessidades,
valores e perfil.
Dito isso, fica claro entender que atendimento é uma atividade que deve considerar o outro, isto é, levar em con-
sideração as características individuais de seu cliente, fazendo com que ele se sinta importante e valorizado. Nessa
relação entre atendente e cliente, algumas habilidades e alguns fatores são imprescindíveis:
- Honestidade e sinceridade
- Transparência
- Satisfação e realização
- Desenvolvimento de relacionamento
- Empatia
Ao sentir tudo isso no atendimento, o cliente passa a ver aquela organização como sendo a melhor para ele não
por conveniência e sim por convicção, gerando uma relação de longo prazo, que gerará lucros e boas relações pro-
fissionais, favorecendo a produtividade.A ÉTICA é um elemento base na relação interpessoal entre a instituição e o
cliente.
A passagem do marketing transacional para o movimento do marketing de relacionamento estimulou os pesqui-
sadores a desenvolverem modelos para as interações comprador-vendedor.
Os pioneiros na pesquisa sobre a díade comprador-vendedor foram Willet e Pennington (1966), os primeiros a
reconhecer que esta interação é dependente tanto das características individuais dos vendedores quanto as dos com-
pradores.
De qualquer forma, este conceito não foi desenvolvido substancialmente até que Weitz (1981) começou a explorar
rigorosamente a natureza da díade comprador-vendedor com seu modelo contingencial da efetividade do vendedor.
O modelo de Weitz (1981) incorporou um grande número de influências na efetividade de vendas e a conseqüência
foi um dos modelos mais compreensivos nesta área. Embora, pesquisas subseqüentes tenham descoberto variáveis
adicionais que são cruciais para o entendimento do processo de interação entre compradores e vendedores.
Um segundo importante esforço nesta área foi o modelo organizacional do comportamento do comprador rea-
lizado por Campbell (1985). A essência deste trabalho é a identificação de parâmetros específicos para os gerentes
de marketing no sentido de escolher uma estratégia de interação apropriada para cada tipo de mercado (mercado
doméstico, mercado de vendas, etc). Infelizmente, embora este modelo de interação incluísse um grande número de

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


variáveis, uma discussão relativamente pequena foi dada aos mecanismos da interação. Fatores importantes como a
troca de informação, resolução de conflitos, adaptações, compromisso e confiança, embora citadas no modelo, não
foram discutidas no artigo.
Dwyer et al. (1987) desenvolveram um modelo do relacionamento entre compradores e vendedores que focava
as trocas relacionais entre as partes. Este modelo foi muito importante porque reconhecia os diversos subprocessos
(comunicação, valores partilhados, compromisso) que ocorrem durante os vários estágios do relacionamento, mas,
nenhuma tentativa foi feita no sentido de incorporar fatores externos relatados no processo de interação comprador-
-vendedor (características pessoais, variáveis de comunicação, situação de vendas).
De qualquer forma, este modelo é um dos mais relevantes no entendimento do relacionamento entre comprado-
res e vendedores.
O modelo desenvolvido por Williams et al. (1990), assim como de Weitz (1981), é um modelo relativamente com-
preensivo. A importância desta pesquisa é o reconhecimento que o relacionamento entre clientes e vendedores é inte-
rativo e bidirecional. O artigo é uns dos primeiros a incorporar a comunicação como um elemento chave na interação
do processo, embora, exista apenas uma pequena discussão relatando estes aspectos da comunicação para outros
componentes na interação do processo (comportamento dos vendedores, comportamento dos compradores, caracte-
rísticas estruturais). Esta falha na integração limita a aplicabilidade geral do modelo.
Ganesan (1994) contribui de forma importante para explicar o relacionamento entre compradores e vendedores.
Pesquisando os canais de marketing, construiu um modelo que reflete o paradigma entre a exploração e o desenvol-
vimento em longo prazo das orientações relacionais. Um aspecto crucial desta pesquisa é o reconhecimento, assim
como Anderson e Weitz (1992), que o entendimento no relacionamento entre compradores e vendedores necessita da
percepção de ambas as partes. Infelizmente, este modelo é limitado no escopo e negligencia muitos outros fatores do
sucesso em relacionamentos de longo prazo.
Wren e Simpson (1996), após realizarem uma profunda análise dos cinco modelos significativos desenvolvidos por
Weitz (1981), Campbell (1985), Dwyer et al. (1987), Williams et al. (1990) e Ganesan (1994), apresentam um modelo da
interação comprador vendedor mais compreensivo que os anteriores, conforme Figura 4.

1
Figura 4 - Ambiente de interação do relacionamento comprador-vendedor
Fonte: adaptado de Wren e Simpson (1996)

O modelo apresentado na FIGURA 4 integra quatro dimensões. A primeira – características do vendedor e variáveis
de seu comportamento – reconhece que cada vendedor se apresenta com um único conjunto de habilidades e capaci-
dades que impacta o ambiente relativo às vendas. Colaboram para tal suas características pessoais, técnicas em venda
adaptativa e certo nível de conhecimento sobre o cliente. A segunda dimensão – características do cliente – considera
os fatores relativos às tarefas de compras, estrutura do centro de compras e estratégias de compras. A terceira dimen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

são – ambiente de interação – procura enfatizar o papel das interações entre as pessoas na determinação da efetividade
na interface comprador-vendedor. Ela compõe-se de duas sub-dimensões: estrutura dos relacionamentos e clima da
comunicação. A quarta dimensão – resultados da interação – inclui as variáveis que refletem as consequências baseadas
nas atitudes e nos desempenhos de ambos.
Keillor et al. (2000) fizeram um estudo com objetivo de medir o efeito das características individuais dos vendedo-
res em suas performances de vendas anuais, usando como variáveis independentes três características frequentes em
outros estudos: orientação para vendas/clientes, adaptabilidade, orientação para serviço.
No estudo de Keillor et al. (2000) foram levantadas três hipóteses: H1 – Vendedores com alto nível de orientação
para clientes terão alto desempenho em vendas. H2 – Vendedores com alto nível de adaptabilidade terão alto desem-
penho em vendas. H3 – Vendedores com alto nível de orientação para serviço terão alto desempenho em vendas.
Após a realização de 400 entrevistas com profissionais relevantes no setor de vendas, o resultado deste estudo iden-
tificou que os vendedores que mostraram ter orientação para cliente são os que têm os melhores desempenhos. Uma
outra importante contribuição desta pesquisa foi mostrar a influência do comportamento relacional no desempenho
de vendas.
Segundo Werani (2001), nos relacionamentos entre as empresas, os compradores e vendedores somam compe-
tências. Estas competências podem envolver diferentes curvas de aprendizagem e níveis de eficiência que combinadas
permitem a criação de valor superior no mercado. O valor representa o resultado das relações estimadas entre bene-
fícios e sacrifícios das diferentes partes, tendo a interação cooperativa comprador-vendedor como seu antecedente.
Assim, na perspectiva de fornecer um melhor entendimento sobre a importância deste relacionamento entre ven-
dedores e compradores é apropriado destacar e conceituar os principais constructos presentes e produtos da interação
entre esses profissionais quando em relacionamentos de longo prazo que caracterizam a estratégia de marketing de
relacionamento. Conforme Lindgreen (2001), os constructos são: comunicação, confiança, compromisso, cooperação,
valores partilhados, conflito, poder, comportamento sem oportunismo e interdependência.
A comunicação é um processo complexo (LITTLEJOHN, 1998), é a primeira variável presente no início de qualquer
entrevista de vendas, que pode ser provocada por uma comunicação escrita ou oral. O estilo da redação, a tonalidade
da voz e o conteúdo da comunicação inicial definem, provavelmente, as primeiras impressões de uma ou ambas as
partes, e poderá afetar a natureza do relacionamento que se inicia.

2
Conforme anteriormente abordado, a comunicação da outra parte em uma troca. Valores compartilhados,
também pode ser não verbal. Segundo Furnham (2001) comunicação e ausência de comportamento oportunis-
na observação dos movimentos sutis na linguagem cor- ta representam antecedentes da confiança, porém suas
poral pode conhecer os sentimentos e sensações da ou- afirmações ignoram o poder. Esses autores não negam a
tra parte. Este processo é fundamental porque grande importância quanto ao entendimento do poder, porém,
parte das pessoas tende a formar uma impressão sobre como na ciência médica que procura entender doença
os outros no primeiro contato (CARVALHAL et al., 2006). e saúde, a ciência de marketing deve entender os rela-
A comunicação torna-se, assim, o mecanismo para se cionamentos como funcionais ou disfuncionais. Assim, o
transmitir informações persuasivas, exercício do poder, sucesso de um relacionamento de longo prazo está mais
coordenar e controlar atividades de marketing entre as associado à ausência do exercício do poder coercitivo e
partes (WREN; SIMPSON, 1996). As informações entre as à presença da confiança e compromisso. Para Ganesan
partes são os elos que constituem os relacionamentos, (1994), confiança é um ingrediente necessário para os re-
inclusive os comerciais e outros envolvidos nos negócios. lacionamentos de longo prazo pela provocação da mu-
Por ser mais intensiva no marketing de relacionamento, dança de foco às condições futuras.
em todos os níveis, a comunicação necessita um geren- Doney e Cannon (1997) afirmam que o comporta-
ciamento entre as funções no planejamento e monitora- mento do vendedor no campo é parcialmente atribuí-
mento das mensagens para uma estratégia consistente e do à cultura, sistema de recompensas e programas de
inconsistente (DUNCAN; MORIARTY, 1998). treinamento de sua empresa. As empresas compradoras
A comunicação é, também, um processo interdepen- assumem que esse comportamento reflete os valores e
dente e adaptativo, em que os comunicadores afetam-se predisposições do fornecedor. Nos casos em que o com-
mútua e simultaneamente, envolvendo feedback. Com- prador possui experiência limitada com o fornecedor, a
prador e vendedor, no caso, ajustam-se e adaptam-se confiança nesse fornecedor será inferida com base na
continuamente, ao mundo das pessoas e aos objetos percepção da confiabilidade no vendedor. Assim, há uma
às suas voltas. Através do feedback, reverso do fluxo da transferência da confiança no vendedor para sua empre-
mensagem pelo qual cada um pode reagir rapidamen- sa e vice-versa. Daí, a confiança do comprador em um
te aos signos resultantes dos próprios signos, ambos se fornecedor baseia-se nos encontros com o vendedor,
ajustam e se regulam constantemente para realização de contribuindo para reduzir a percepção de risco associado
uma interação efetiva (LITTLEJOHN, 1999). a um possível comportamento oportunista do fornece-
Anderson e Narus (1990) ressaltam que a comuni- dor (GANESAN, 1994).
cação representa um papel significativo no desenvol-
vimento da segurança quanto à continuidade do rela- Compromisso representa uma parte integral e cen-
cionamento, servindo para reduzir o nível dos conflitos tral de qualquer relacionamento de negócios (MORGAN;
disfuncionais que possam ocorrer. Anderson e Weitz
HUNT, 1994). Em muitos estudos ele é descrito como uma
(1992), ao examinarem a utilização de promessas nos
espécie de intenção permanente para construir e manter
canais de marketing, observaram que uma comunicação
um relacionamento de longo prazo (ANDERSON; WEITZ,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


aberta representa grandes benefícios às partes, como
1992; DWYER et al., 1987). Quando empresas compra-
fruto de encorajamento de alto nível no comprometi-
doras e vendedoras usam parceria para realizarem be-
mento entre estas. Adicionalmente, notaram que os fa-
nefícios mútuos, elas necessitam ter consciência da ne-
bricantes e canais têm compromissos mais significativos
cessidade de desenvolverem compromissos recíprocos
às suas relações quando percebem um alto nível de co-
municação aberta nos relacionamentos. Ocorrem mais (LANDEROS et al., 1995). E este processo é fundamental
e melhores comunicações nas relações que envolvem para o processo da negociação conforme visto no item
grandes interesses para uma ou ambas as partes e nas 2.6. A negociação não tem êxito quando não há com-
quais as pessoas da direção são percebidas como sendo promisso de ambas as partes em concretizar um acordo.
competentes (ANDERSON & WEITZ, 1989). Empresas mutuamente compromissadas inclinam-se
Na literatura sobre canais de marketing, diversos es- à cooperação e ação recíproca no atendimento às soli-
tudos destacam a confiança como um constructo central citações, tornam-se flexíveis, trocam informações e en-
para o entendimento da constituição e manutenção dos gajam-se na solução de problemas (NOORDEWIER et
relacionamentos (DWYER ET AL., 1987). al., 1990). Como resultado há melhorias no processo de
Segundo Santos (2001), a confiança impacta direta- troca e aumento de lucratividade para ambas as partes
mente na lealdade e é fundamental para o desenvolvi- (ANDERSON; WEITZ, 1992).
mento de fortes e longos relacionamentos. Evidências
empíricas demonstram que a confiança representa uma Cooperação representa um fator necessário para o
variável relacionada à “qualificação do vendedor” e não sucesso de relacionamentos nos quais os recursos dos
uma variável relacionada ao vendedor “vencedor do pe- participantes são utilizados nos processos decisórios.
dido” (DONEY; CANNON, 1997), promove a cooperação Assim, a interdependência das partes se toma presente
entre comprador-vendedor, aumenta o compromisso e, na medida em que cresce, aumenta a necessidade de
com o relacionamento (MORGAN; HUNT, 1994) e reduz comunicação (BEEBE; MASTERSON, 1994). Cooperação
os conflitos (ANDERSON; NARUS, 1990). dá-se em situações nas quais as partes trabalham juntas
Para Morgan e Hunt (1994, p. 23), confiança é a cren- para realizar objetivos mútuos ou resultados singulares
ça existente em um relacionamento no qual uma par- com expectativas de reciprocidade ao longo do tempo
te tem segurança quanto à confiabilidade e integridade (ANDERSON; NARUS, 1990).

3
De acordo com a teoria de dependência dos recur- • Competitivo - cria situação perda/ganho, rivalidade,
sos (UIRICH & BARNEY, 1984), o ambiente é visto como utiliza jogos de poder, força submissão.
uma fonte de recursos raros, valiosos e essenciais para • Acomodador - cede, submete-se e obedece às con-
a sobrevivência da organização. As organizações são in- formidades.
capazes de gerarem internamente todos os recursos ou • Colaborador - soluciona problemas, confronta dife-
funções requeridas para as próprias sustentações. Desta renças e divide idéias, procura soluções integrati-
maneira, elas necessitam realizar transações e relaciona- vas, busca o ganha-ganha, vê problemas e confli-
mentos com outras instituições do ambiente que pos- tos como desafios.
sam supri-las dos recursos e serviços necessários. Assim,
dois problemas potenciais surgem: primeiro, uma falta No campo das relações sociais, designa-se como
de auto-suficiência cria dependência potencial de outras “poder” a capacidade de uma pessoa (A) mudar o com-
partes; e segundo, surgem incertezas no processos deci- portamento, a atitude e a convicção de outra pessoa (B)
sórios da empresa pelo não controle do fluxo dos recur- (BRUNNER; ZELTNER, 2000). Organizações e indivíduos
sos por falta de uma previsão acurada. Para restringir as buscam o poder para promover seus próprios interesses.
incertezas, as empresas procuram desenvolver relações Quanto maior a capacidade de impor tal aspiração e al-
de trocas cooperadas com vistas a manter negociações cançar a apropriada finalidade, maior o poder da organi-
quanto à disponibilidade dos recursos e tomar mais pre- zação ou do indivíduo (GALBRAITH,1984).
visíveis as ações mercadológicas. Morgan e Hunt (1994) Assim, o poder na relação comprador-vendedor re-
afirmam que para o sucesso do marketing de relacio- fere-se à capacidade de um deles para controlar ou in-
namento é necessário comportamento cooperativo dos fluenciar a estratégia de marketing do outro membro,
parceiros em todos os contextos. tornando possível a mudança de seu comportamento,
ou forçá-lo a seguir uma atividade que não cumpriria
Valores partilhados representam um conjunto relati- normalmente. O poder de cada parte está diretamente
vo de crenças e atitudes sobre o que é ou não apropria- ligado à interdependência da relação entre ambos. Po-
do a ser feito. De maneira geral, os valores que moldam der desbalanceado está relacionado à dependência do
os comportamentos dos funcionários são derivados de outro parceiro, sendo que o acesso a recursos escassos
duas fontes: do próprio indivíduo ou da organização. Este dá a uma organização mais poder do que àquela que de-
sistema de valores dá origem à cultura corporativa, que pende desses recursos. Aquele que tem mais poder pode
influencia os valores individuais dos funcionários (SCHER- usá-lo para realizar demandas sobre a parte mais fraca
MERHOM, 1984). (ROSENBLOOM, 1995).
Morgan e Hunt (1994) afirmam que, nos casos em que
os parceiros de um relacionamento compartilham valo- Comportamento sem oportunismo tem sua origem
res, eles demonstram mais comprometimento com esse na teoria de custos de transação.
relacionamento. Os valores compartilhados referem-se a Como comportamentos oportunistas sugere-se
comportamentos relacionados à ética, qualidade de pro- aqueles envolvidos com mentiras e fraudes, bem como
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

dutos, táticas promocionais, serviços etc. Adicionalmente, formas sutis de desonestidade, como as que violam os
têm-se dado atenção aos comportamentos relacionados acordos (LINDGREEN, 2001).
às normas quanto à flexibilidade, troca de informações, Para Morgan e Hunt (1994), quando uma parte acre-
investimentos idiossincráticos, contratos e solidariedade dita que a outra parte se apresenta com comportamento
entre os parceiros (ANDERSON; WEITZ, 1992). oportunista, ela perde sua confiança sobre o outro, pro-
Segundo Brunner e Zeltner (2000, p.58), conflito com- vocando uma queda no compromisso do relacionamen-
preende a existência simultânea de interesses totais ou to. Os parceiros passam a não se acreditarem mais.
parcialmente não conciliáveis entre duas ou mais pes-
soas. Ele também ocorre quando metas objetivas de al- Interdependência se dá quando as partes realizam,
guma estrutura social como as de grupos, de instituições em conjunto, investimentos específicos e compartilham
ou de organizações, contradizem as necessidades e inte- interesses na manutenção do relacionamento. Porém, as
resses de seus membros. partes são vulneráveis da dependência e precisam pro-
Para Morgan (1996, p. 197), a existência de pontos de teger seus investimentos. Ativos em conjunto podem
vista rivais, bem como de diferentes orientações e obje- contribuir positiva ou negativamente, como a interde-
tivos, pode contribuir muito para melhorar a qualidade pendência assimétrica pode levar ambas à situação de
de tomada de decisão das partes. O conflito facilita o reféns. Muitos investimentos específicos para o relacio-
processo de acomodação mútua através da exploração namento são prováveis custos invisíveis, próprios a esse
e resolução de diferenças, ajudando, assim, a estimular e inservíveis para outras atividades (LINDGREEN, 2001).
mudanças ou a manter a situação. Há cinco estilos di- Um estudo realizado entre julho de 2001 e julho de
ferentes que podem ser adotados pelos parceiros para 2005 (CARVALHAL apud DUZERT, 2007, p.111) classificou
se chegar a um acordo e balanceamento dos interesses: os adjetivos que melhor qualificam o negociador brasi-
• Impeditivo - ignora os conflitos, coloca os problemas leiro separando como:
em suspenso. Evita confrontação pelo uso de sigi- - os que podem favorecer o relacionamento: adap-
lo, usa as regras burocráticas para evitar o conflito. tável, afável/afetivo, alegre, calmo, cordial, cortês/
• Negociador - negocia, procura entendimentos e educado, extrovertido, flexível, prestativo, sociável.
compromissos, encontra soluções que satisfaçam - os que podem desfavorecer o relacionamento: an-
ambos. sioso, arraigado, arrogante, dissimulado, frio/seco,

4
grosseiro/rude, impulsivo, indolente/passivo, ma- Algumas vezes, clientes hostis podem ser desarma-
landro, preguiçoso, vaidoso. dos com um bom evento social que ajude a cultivar um
- os que favorecem a assertividade: concentrado/ob- bom relacionamento com vendedor. Encontros sociais
jetivo, corajoso, criativo, determinado, dinâmico/ são muitos efetivos porque o ambiente formal de um
ativo, firme/confiante, organizado, prático, racio- escritório impede a aproximação das pessoas. Nestes
nal, trabalhador. eventos, assuntos informais podem resultar em bons ne-
- os que desfavorecem a assertividade: acomodado, gócios.
agressivo, alienado, arbitrário, atrasado/obsoleto, O terceiro tipo seria o relacionamento “sem man-
autocrático, complacente, dispersivo, ingênuo, len- chas”. Em contraste aos que acreditam somente em re-
to/vagaroso, radica/extremista. lacionamentos baseados em negócios e naqueles que
cultivam um relacionamento amigável baseado em inte-
Em resumo, os constructos subjacentes às questões resses, este terceiro tópico afirma que negócio é para ser
comprador-vendedor, quando em relacionamento de feito somente com pessoas amigas. O foco não está no
longo prazo, são complexos e interdependentes. Por resultado da venda, mas na manutenção do relaciona-
exemplo, cooperação conduz à confiança que, por seu mento. Para isto, existe a confiança mútua no que a outra
turno, leva a grande disposição em cooperar no futuro, parte diz.
que daí gera grande confiança e assim por diante (AN- Uma das características deste tipo de interação é que
DERSON; NARUS, 1990). o vendedor tem um profundo interesse no desenvolvi-
mento do comprador para que ele continue sendo seu
Tipos de relacionamento interpessoal parceiro de negócios.
Geiger e Turley (2003) desenvolveram um estudo Em produtos tangíveis, com valor de mercado esta-
belecido, este tipo de interação vai envolver uma grande
onde definiram três tipos de relacionamento interpessoal
negociação de preços onde será necessária muita in-
entre vendedores e clientes: relacionamento baseado em
fluência pessoal. Em produtos intangíveis, onde o valor
negócios, relacionamentos cultivados e relacionamentos
de mercado não pode ser demarcado com facilidade, um
sem manchas.
alto nível de confiança será necessário para que ambas as
O primeiro seria o relacionamento baseado apenas partes estejam asseguradas da lucratividade ideal.
em negócios. Os vendedores com este perfil acreditam Os encontros sociais neste tipo de relacionamento
que ter clientes como amigos significa não conseguir fa- são oportunidades de mostrar o lado real de cada um
zer o melhor negócio. Eles focam seus esforços somente retirando os personagens de comprador e vendedor.
na venda, com medo que o elemento humano por de Em resumo, os tipos de relacionamento serão utili-
trás de cada negócio possa ser interpretado como fra- zados dependendo da situação, do tipo de indústria, da
queza na negociação pelo outro jogador, e assim, explo- cultura organizacional e da predisposição dos participan-
rar a situação. Muita amizade e intimidade na interação tes. Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: a conti-
podem ser consideradas como falta de profissionalismo nuidade da relação tanto do ponto de vista econômico

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


e prejudicar a credibilidade do vendedor no longo prazo. quanto social.
Um dos vendedores que responderam a esta pesqui- Portanto, como vimos no decorrer desse tópico, o
sa afirmou: sucesso nas relações interpessoais depende no grau de
“Não tenho clientes como amigos. Não que eu consi- interação existente entre vendedor e cliente.
dere, e eu não acredito que eles me considerem um amigo.
Se eu tivesse que comprar algo de alguém, eu preferiria Vamos analisar alguns pontos relevantes nessa intera-
comprar algo de um amigo, mas provavelmente eu pensa- ção.
ria que não consegui o melhor negócio. Eu sempre pensei • Depende das características individuais do vende-
que é praticamente impossível tirar o melhor de alguém dor e do cliente
que é seu melhor amigo. É o mesmo que comprar algo da • Trocas relacionais entre as partes (comunicação, va-
sua família, você nunca conseguirá tirar o melhor da outra lores partilhados, compromisso).
parte porque não será duro com eles.” • Trata-se de um relacionamento interativo e bidire-
O tipo dominante entre os entrevistados seria o re- cional.
lacionamento cultivado. Neste tipo de interação tanto • Somatória de competências.
a dimensão pessoal quanto os aspectos negociais são • Observação de linguagem corporal, identificando
sentimentos e sensações da outra parte.
igualmente alimentados pelos participantes. Elementos
• Desenvolvimento de confiança, fortalecendo laços
relacionais entram neste tipo de relacionamento apenas
fortes e duradouros e gerando lealdade.
por razões táticas. Certo nível de intimidade e amizade
• Desenvolvimento de Inteligência Emocional
está presente nestes tipos de negociações, mas ambas
as partes sabem que se trata de um contexto estratégico Mapeamento da I.E (Inteligência Emocional)
para conseguir seus interesses. Mesmo que os clientes A I.E pode ser dividida entre habilidades, entre elas:
sejam tratados como reais amigos o interesse comercial Aspectos de inteligência intrapessoal
que os une mantém certa distância. Caso os jogadores 1. Autoconhecimento (reconhece o sentimento quan-
consigam manter o equilíbrio entre o lado pessoal e o do ele se manifesta)
econômico, isto pode representar o cenário ideal para 2. Controle Emocional (saber lidar com seus senti-
parcerias lucrativas de longo prazo. mentos)

5
3. Automotivação (objetivar emoções) empresa deve destacar-se das demais. Coisas extras de-
vem ser feitas. Também, mostrar preocupação com o pro-
Aspectos de inteligência interpessoal blema e interesse à sua necessidade são fundamentais
4. Reconhecimento de emoções alheias para que o cliente queira construir um relacionamento.
5. Habilidades de relações interpessoais.
Ferramentas para acompanhar e medir a satisfa-
É fundamental que essas inteligências sejam estimu- ção de clientes
ladas em ambas as partes, para que haja um equilíbrio de - Sistemas de reclamações e sugestões: podem ser fei-
comportamento. tos em forma de caixa de sugestões, SAC e centrais
de atendimento. Esses sistemas visam melhorar,
Como atrair e manter o cliente aperfeiçoar e mudar gestões e serviços que não
Hoje além de elaborar estratégias para atrair novos estejam de acordo com as necessidades dos clien-
clientes e criar transações com eles, as empresas empe- tes.
nham-se em reter os clientes existentes e construir com - Pesquisas de satisfação de clientes: São pesquisas re-
eles relacionamentos lucrativos e duradouros. E para alizadas através de empresas contratadas, ou, pela
construir esses relacionamentos duradouros é necessário própria empresa interessada. Essas pesquisas têm
criar valor e satisfazer o cliente de forma superior. como intuito ouvir, saber e entender a opinião do
Clientes satisfeitos tem maior probabilidade de se público.
tornarem clientes fiéis. E clientes fiéis tem maior probabi- - Compras simuladas: É uma técnica de pesquisa de
lidade de dar às instituições uma participação maior em compreensão da satisfação dos clientes. É a simu-
sua preferência. lação de uma compra, ou, contratação de um ser-
viço, solicitada pela própria empresa. E serve para
• Satisfação testar a qualidade de atendimento de seus funcio-
Consiste na sensação de prazer ou desapontamento nários.
resultante da comparação do desempenho (ou resulta- - Análise de clientes perdidos: Consiste em analisar os
do) percebido de um produto em relação às expectativas reais motivos que fizeram os clientes perdidos dei-
do comprador. xarem de fazer uso de seus produtos ou serviços.
- Cliente insatisfeito: desempenho do produto não al-
cança expectativas. • Valor
- Cliente satisfeito: desempenho do produto alcança Valor para o cliente é a diferença entre o valor total
expectativas. para o cliente e o custo total para o cliente.
- Cliente altamente satisfeito (encantado): supera ex- O valor total é o conjunto de benefícios que os clien-
pectativas. tes esperam de um determinado produto ou serviço. O
custo total é o conjunto de custos em que os consumi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

Satisfazer o cliente é ter conhecimento profundo de dores esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar e des-
seus desejos. É conseguir entender o que ele quer e aten- cartar um produto ou serviço.
der suas expectativas. Ou seja, valor total é tudo o que o produto ou serviço
A satisfação dos clientes não é uma opção, é uma representa. Os benefícios e qualidades agregam valor ao
questão de sobrevivência para as empresas. produto ou serviço. E é isso o que os clientes esperam.
O atendimento é fundamental para o alcance dessa Cliente quer valor.
satisfação. Os clientes não procuram apenas preços e Custo total é o preço que o cliente desembolsa para
qualidade. Eles esperam mais. Clientes desejam atendi- garantir o produto ou serviço. É a quantia em espécie
mentos personalizados, atenção, serviços de pós-venda paga.
e transparência. E atender bem o cliente, significa anteci- O valor para o cliente é a diferença entre esses dois. É
par-se às suas necessidades. quando o cliente tem a percepção que o valor do produ-
De acordo com o U.S. Office of Consumer Affairs, por to ou serviço é maior do que o preço.
cada cliente insatisfeito que reclama, há 16 que não o Exemplo: Um cliente que compra um carro. Se ele
fazem. Cada cliente insatisfeito transmite a sua insatisfa- chegar a conclusão que o custo do carro compensou e
ção, em média, a um grupo de 8 a 16 pessoas. foi menor do que todos os benefícios garantidos, como:
Dos clientes insatisfeitos, 91% não voltam à empresa. segurança, conforto e beleza; pronto! O valor do carro
95% dos clientes insatisfeitos têm a sensação de que não para ele foi maior. E, portanto, esse cliente saiu satisfeito,
vale a pena reclamar porque não são atendidos. e a probabilidade de construir um relacionamento dura-
É mais provável que o cliente que apresenta reclama- douro será muito maior.
ção continue como cliente do que o que não se queixa.
Por isso, um cliente que apresenta queixa deve ser consi- •Retenção
derado como um elemento favorável. Atrair um cliente não é uma tarefa fácil. E reter, se tor-
Satisfazer um cliente é ouvi-lo, entendê-lo, estreitar o na ainda mais difícil.
relacionamento para que sempre os produtos e serviços Hoje muitas empresas se preocupam em apenas
sejam ofertados à eles de maneira adequada, consciente atrair os clientes. E para isso, traçam várias estratégias
e efetiva. para chamar atenção do público. Porém, esquecem-se da
Portanto, para satisfazer o cliente, o atendimento da importância de retê-los.

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Atrair significa chamar a atenção, seduzir, aproximar. 2º Satisfaça: Primeiro satisfaça o Cliente nas necessi-
E isso tem que ser feito através de um diferencial. Algo dades básicas, no trivial.
que sobressaia. No que foi prometido...
Reter significa manter. Ou seja, mantê-los fiéis. É fazer
com que, para esses clientes, a empresa, seus produtos e 3º Extrapole, encante: ...só depois extrapole, encante.
serviços virem referenciais de qualidade. Faça o que ninguém faz, ou da maneira que outros
Portanto, atraí-los, significa promover isso à eles. Re- não fazem, ainda.
tê-los, é além de atender essas expectativas, superá-las. E
isso, não se faz, apenas através de produtos de qualidade Valor percebido pelo cliente.
e bons preços. Reter clientes e fideliza-los é um trabalho Como diferenciar-se no mercado?
de relacionamento, que é feito através do atendimento. E Muita se fala sobre o que leva uma empresa a aumen-
também, através de suprimento de dúvidas, atendimento tar suas vendas e lucratividade.
de sugestões e críticas. Dentre tantas dessas ferramentas poderíamos citar as
O desafio não é deixar os clientes satisfeitos; vários
vantagens competitivas.
concorrentes podem fazer isso. O desafio é conquistar
Passamos agora a falar de um conceito vital nesse
clientes fiéis. Ou seja, fideliza-los através de atendimen-
processo de compra e venda.
tos que superem as expectativas.
Tornando-o um aliado.
Sabemos, portanto que, atualmente os clientes fazem
sua escolha com base em suas percepções de qualidade, #FicaDica
serviço e valor.
Essa percepção se dá desde o primeiro contato dele O que o cliente leva em consideração ao efe-
com a empresa e o atendimento. tivamente adquirir um produto ou serviço?
E então ocorre o que chamamos de:

MOMENTO DA VERDADE (MVs) - Valor? ou


- Encantado – quando a experiência é positiva. - Preço?
- Desencantado – quando a experiência é negativa. Existe uma grande diferença entre os dois conceitos.
- Apático – quando a experiência é indiferente. O primeiro tem a ver com a significação do produto
ou serviço para quem o adquire, ou seja, como isso irá
Características de MVs impactar a vida da pessoa.
• MVs não são apenas os primeiros contatos Já o preço está relacionado apenas ao custo financei-
• MVs acontecem por meio de múltiplos canais ro, que pode ser baixo ou alto frente à importância do
produto/serviço.
Ter MVs com os clientes não é exclusividade de nin- Foi realizado uma pesquisa para encontrar a resposta
guém na empresa, portanto, deve ser meta de toda a or- a esse questionamento.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


ganização: Essa pesquisa apontou quesitos para encontrar o
IPMC (Índice de Prestígio da Marca Corporativa), como
Os mandamentos do Encantamento do Cliente são vemos agora:
classificados em três níveis: 1. Qualidade dos produtos e serviços
- 1º - não desencantar 2. Admiração e Confiança
- 2º - satisfazer 3. Responsabilidade Social e Ambiental
- 3º - surpreender 4. Inovação e
5. Histórico e Evolução
O principal objetivo da organização deve ser tirar do
cliente a expressão: Como pudemos perceber, os aspectos elencados es-
tão todos relacionados ao VALOR e não ao PREÇO.
A pesquisa aponta além do grau de identificação e
importância dada a cada um dos quesitos, mostrando
que:
“Tornou-se fundamental agregar Valor ao Cliente, po-
dendo este estar presente em qualquer ação que ocorra no
processo de atendimento e venda.
Muitos desses valores são considerados intangíveis,
como, boa prestação de serviço, atenção dispensada, ou
seja, ações que permaneçam na memória do cliente.
Os mandamentos do Encantamento do Cliente são Conhecer quais são esses valores percebidos pelos
classificados em três níveis: clientes, conhecer os valores desenvolvidos pela concor-
rência, além de adotar estratégias que potencializem es-
1º - Não desencante: Não adianta se fazer um fantás- ses valores, levam a empresa a alcançar a vantagem com-
tico atendimento, se a empresa insiste em cometer petitiva necessária para que os clientes se tornem leais.
erros primários. Um bom atendimento, nesse caso, Alguns fatores podem melhorar a percepção dos
funciona como uma tentativa de “tapar-se o sol clientes em relação ao produto ou serviço, entre eles ci-
com a peneira”. tamos:

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1. Acessibilidade – facilidade para obter o serviço (no Telemarketing
caso de bancos: muitos caixas eletrônicos, horários Telemarketing é a prática de promoção de vendas ou
amplos, diretores presentes...) serviços por meio do  telefone (ativa e passiva) e também
2. Comunicação – as vantagens devem ser comunica- pode incluir atendimento ao cliente, SAC e suporte aos
das para que possam ser avaliadas clientes.
3. Participação do cliente – através de manifestação Porém, na verdade, não é disso que falamos quando
de opinião, alternativas... nos referimos ao o que é telemarketing, pois esta pode
4. Incorporar serviços adicionais – acrescentar ao ser uma excelente ferramenta em sua empresas, desde
serviço básico padrão com serviços adicionais ou que seja usada corretamente.
complementares A grande parte dos problemas é organizacional e sim,
5. Programar ações para melhorar a percepção dos é possível organizar o telemarketing para que ele ajude
atributos (ex. limpeza do quarto de hotel) na geração de negócios de sua empresa.
6. Colaboradores com orientação ao consumidor - in- Mesmo com a internet em alta e as diversas formas
teração dos clientes com os colaboradores. de marketing digital fervilhando, grande parte das pes-
soas ainda precisam de um contato pessoal para se sentir
Estratégia de Precificação seguras o suficiente na decisão de uma compra.
Matéria divulgada na revista HSM Management, A prova disso é que muitas empresas de e-commer-
aponta que a precificação de produtos e serviços é feita ce possuem canal de televendas porque muita gente se
da seguinte forma: sente mais segura comprando, quando está falando dire-
• 44% - estratégias orientadas pela concorrência tamente com outra pessoa.
• 37% - estratégias baseadas em custos O telemarketing é uma ferramenta de venda e relacio-
• 17% - estratégias orientadas pelo valor percebido namento.
pelo cliente e Pensando no que é telemarketing de verdade, ela-
• 03% outras estratégias boramos um pequeno guia de como organizar os pro-
cessos da ferramenta de telemarketing na sua empresa,
Segundo Kotler (1998) o valor percebido pelo cliente para que ela ajude no desenvolvimento de negócios e
é o resultado da diferença entre o valor total esperado clientes.
e o custo total envolvido na transação, desse modo, se
o consumidor considerar que o valor recebido foi maior
1. Use o telemarketing para qualificar leads
que o esperado, ele ficará satisfeito com a aquisição, po-
Lead é a pessoa ou organização com potencial para
rém se o resultado for negativo ocorrerá o sentimento
se tornar cliente.
de frustração.
A melhor maneira de fazer uma abordagem por tele-
Alguns dos principais benefícios analisados em rela-
fone é quando a pessoa já conhece a empresa. Por esse
ção às ofertas podem ser descritos como suas caracterís-
motivo é que eventos, roadshows, e-books, webinar e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

ticas intrínsecas, a imagem da marca perante o mercado,


outras ferramentas, são excelentes captadores de leads.
garantias extras, explicações de funcionamento, o aten-
dimento recebido durante o processo de escolha das op-
O telemarketing de hoje é um desperdício de oportu-
ções e compra, vantagens do local e conquista de status.
nidades.
Para conseguirmos, então, aumentar o valor percebi-
As pessoas pegam leads totalmente desqualificados
do devemos ter como meta aumentar essa série de que-
para abordar. Assim, a taxa de conversão em compras é
sitos, porém não chegaremos a um resultado efetivo se
minúscula.
não analisarmos também os custos, financeiros ou não,
Não desperdice seus investimentos em ações de tele-
como por exemplo, o preço monetário em si, a carga
marketing que não sejam segmentadas ou qualificadas.
de impostos aplicados, o custo que pode ser gerado no Dê preferência aos contatos que a sua empresa captura
processo de entrega, o tempo que é despendido para através dos processos receptivos.
realizar a compra, o risco que é assumido para realizar a O telemarketing pode ser um grande aliado na gera-
escolha e usufruir do produto, as tensões e os problemas ção de leads.
emocionais.
Neste contexto o valor percebido ideal é aquele que 2. O telemarketing como ferramenta de promoção
maximiza os benefícios que os clientes mais valorizam Um cliente que compra da sua empresa pode se in-
e simultaneamente busca reduzir os custos inerentes ao teressar pelas promoções que você promove em épocas
processo de compra. especiais do ano – seja de queima de estoque, seja devi-
Concluímos, assim, que as atividades para aumentar o do à sazonalidade – e para isso, o telemarketing é uma
valor percebido pelo cliente devem estar em consonân- poderosa ferramenta.
cia com o que este espera, e anseia do produto, oferta, Diferentemente do disparo de e-mail marketing ou
serviço ou empresa. de malas diretas, nesse caso, o telefone cria uma conexão
A equação será positiva, quando conseguirmos am- entre a empresa e o cliente.
plificar os benefícios mais valorizados, assim como, di- Isso porque as pessoas se sentem lembradas quando
minuir os custos e riscos que estes consideram como de são avisadas pessoalmente que haverá uma promoção
maior peso. da empresa que ela gosta.

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Organizar o telemarketing da empresa como uma - Telemarketing Receptivo (In Bound)
ferramenta de comunicar novidades, boas novas e lança- Trata-se do estilo no qual os operadores recebem
mentos (além de promoções), é uma excelente maneira as chamadas efetuadas pelos clientes ou os possíveis
de mostrar aos clientes que a sua empresa se importa clientes da empresa.
com ele. • Antigamente era conhecido como “Passivo”, mas
como o termo era impróprio para designar atitu-
3. Aproveite o telemarketing como um canal de des adequadas ao atendimento telefônico o nome
comunicação com o mercado foi abolido.
As pessoas não gostam de pesquisas. • É chamado In Bound, pois significa salto para den-
Uma pesquisa é chata, demora alguns minutos e as tro, ou seja, a iniciativa se dá de fora da empresa
pessoas respondem com má vontade. para dentro.
Como uma alternativa para incentivar a participação, • O cliente liga para a empresa para receber uma in-
algumas empresas sorteiam produtos ou descontos en- formação ou efetuar uma compra.
tre os participantes das pesquisas. Isso funciona bem. • Em casos de venda, as ligações externas são sem-
Com base nisso, o telefone pode ter um importante pre consequências de um estímulo provocado pela
papel na hora de fazer as pesquisas de opinião com os ação da propaganda de resposta direta.
clientes.
Então use o telefone para fazer pesquisas de mercado Como aqui a iniciativa já partiu do cliente, a empresa
com seus clientes e aproveite para se relacionar com eles! deve demonstrar o máximo de preocupação e compro-
Saber como foi a entrega de um produto, se ele che- misso com o cliente.
gou intacto, ou como está o retorno do serviço, é uma Para isso, o atendente deve sempre ser cordial e edu-
ótima oportunidade de medir a satisfação do cliente e cado e evitar deixar o cliente sem informações durante
ao mesmo tempo, mostrar que você se preocupa com a o processo de atendimento. Quem nunca achou que a
opinião dele. ligação caiu simplesmente por que o atendente ficou em
Por não ser um contato tão frio quanto formulários e completo silêncio durante alguns minutos?
e-mails, o telefone é um ótimo termômetro para captar O telemarketing receptivo se concentra não somen-
as informações sobre a sua empresa e sobre o mercado. te no serviço de atendimento ao consumidor (SAC) mas
também na área de vendas. Muitas vezes, clientes em
potencial ligam para a empresa procurando mais infor-
FIQUE ATENTO! mações e é nesse momento que o atendente tem um
papel fundamental. Ele deve identificar as necessidades
O telemarketing pode ser desenvolvido de
da pessoa e deixar o mais claro o possível os benefícios
duas formas: o telemarketing ativo e o tele-
da compra.
marketing receptivo.
Você sabe a diferença entre os dois?
Quais características o profissional de telemarketing

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


receptivo deve ter?
A maior parte das ligações na área de telemarketing
- Telemarketing Ativo (Out Bound) receptivo envolvem o serviço de atendimento ao consu-
Trata-se do estilo no qual os operadores ligam para midor (SAC), que geralmente envolvem o contato com
os clientes ou os possíveis clientes da empresa. clientes insatisfeitos. E o profissional que vai lidar com
Podemos dizer que se chama Out Bound, porque a essas pessoas deve estar bastante preparado, ser calmo,
iniciativa da ação se dá de dentro da empresa para fora. paciente e sabe distinguir muito bem o lado profissional
A empresa vai até o cliente para obter informação ou do lado pessoal. Clientes insatisfeitos normalmente estão
efetuar uma venda. irritados e lidar com isso da maneira correta é essencial
Ao ligar para alguém oferecendo produtos ou servi- para não prejudicar a empresa.
ços, o profissional deve saber como agir em cada situa- Trabalhar a fala, entonação e maneira de se falar com
ção, as horas certas de falar e de escutar e como identifi- os clientes são pontos decisivos para o sucesso nos nú-
car quão próximo o cliente em potencial está de adquirir meros de vendas de uma empresa. Este é o ponto estra-
seu produto ou serviço. E além de uma ligação de ven- tégico crucial para quase todo negócio, e os melhores
das, o telemarketing ativo também pode se concentrar profissionais do ramo com certeza terão um futuro bri-
em realizar pesquisas com seus clientes ou um grupo lhante pela frente.
populacional interessante para a empresa.
Etiqueta empresarial
Quais características o profissional de telemarketing O saber se comportar e a aparência são questões
ativo deve ter? cada vez mais exigidas para o executivo moderno.
O profissional que trabalha com telemarketing ati- Ele chegou com uma hora de atraso ao almoço de
vo deve conhecer muito bem o produto ou serviço em negócios, na pressa deixou de fazer a barba, foi desele-
questão, assim como seu público-alvo e a melhor manei- gante com uma funcionária, subiu pelo elevador falando
ra de se comunicar com essas pessoas. A organização e ao celular e deu boas tragadas onde se lia “é proibido
preparação não podem ser deixadas de lado. A cordiali- fumar”. Detalhe: é formado em Administração, Econo-
dade, bons modos e boa dicção também são habilidades mia, fala três línguas e tem MBA. Apesar do currículo, seu
essenciais para essa área. negócio foi por água abaixo após a reunião. Comporta-

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mentos como o do jovem executivo em compromissos fazem falta. “Os erros se tornam visíveis na aparência
de trabalho, que, para alguns, podem significar um mero pessoal, nos gestos, na entonação e no palavreado, pas-
jeito de ser, seja por displicência ou desvalorização de sando depois para os modos, apertos de mão, troca de
delicadezas, impossibilitam uma carreira promissora. An- cartões de visita, conduta em elevadores e restaurantes e
tes restritas ao mundo social, as boas maneiras, hoje, são uso do telefone e do celular”, diz o consultor, lembrando
ferramentas essenciais à vida profissional. que as pessoas nem se dão conta das gafes que come-
Prova disso é a grande procura pelos cursos de eti- tem, prejudicando sua carreira e arranhando a imagem
queta empresarial, que atraem não só empresários, mas das empresas onde trabalham.
executivos, políticos, profissionais liberais e da área de Cláudio Pelizari relata que há grande procura de pro-
vendas, gerentes, secretárias, administradores, aspirantes fissionais mineiros pelo curso. Na visão dos dois espe-
à carreira diplomática e pessoas em busca de recoloca- cialistas, os mineiros em geral tratam com mais cuidado
ção no mercado. Parceira da Fundação Getúlio Vargas o quesito aparência. Muitos os procuram com dúvidas
(FGV), a empresa Etiqueta Empresarial Executive Manners quanto à maneira correta de se vestir e se comportar.
Consulting, com atuação no eixo Rio/São Paulo, progra- “Valorizam também o ato de receber pessoas em casa,
ma para este mês (maio) um curso e uma palestra para decoração de ambientes profissionais e domésticos e
ensinar bons modos a profissionais mineiros. O primeiro boas maneiras à mesa”, destaca Cláudio, cuja empresa
trabalho da empresa no Estado aconteceu no Hotel Ouro conta também com dinâmicas de grupo, atividades de
Minas, em maio de 2002, onde 300 pessoas assistiram ao psicomotricidade laboral e oficina de memória.
curso de Etiqueta Empresarial, definida como o conjunto
de normas que regem o comportamento no mundo dos Dicas de Etiqueta Empresarial
negócios.
Há 20 anos treinando profissionais, a professora Ma- - Expressar-se verbalmente: jamais fale palavrões.
ria Aparecida Araújo diz que pontualidade, aparência - Escrever cartas, cartões, memorandos ou bilhetes:
bem cuidada e saber portar-se bem à mesa, além de ser dê sempre um cunho elegante e positivo nos tex-
elegante ao telefone, são atitudes imprescindíveis. Nas tos.
aulas, ela ensina desde formas corretas de cumprimento, - Manter amizades: lembre-se de sempre de ser gentil
apresentação, vestuário e comportamento, sem contar com os amigos e familiares nas datas importantes.
orientações sobre como usufruir de recursos eletrônicos,
- Respeitar os ausentes: pessoas elegantes não per-
como telefone, videoconferência e e-mail. “O treinamen-
dem seu tempo com fofocas e comentários sobre
to também faz com que as pessoas aprimorem a comu-
a vida alheia.
nicação, aprendendo a ouvir e falar na hora certa e com a
- Tratar com pessoas socialmente carentes: não des-
entonação adequada”, cita o economista Cláudio Pelizari,
considerar os menos favorecidos, tratar a todos
diretor da Etiqueta Empresarial Executive Manners Con-
com respeito independentemente da hierarquia.
sulting.
- Conduzir os negócios conservando a ética e a ho-
Quem faz o curso aprende ainda a criticar com resulta-
nestidade em suas relações com clientes, empre-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

dos positivos, transformar reclamações em vendas e lidar


com colegas e clientes de temperamento difícil, apresen- gados fornecedores.
tar ideias e projetos com eficiência, conduzir reuniões e, - Dirigir e estacionar o carro: quem é grosseiro no
até mesmo, contornar situações mais graves como o assé- trânsito, certamente será grosseiro em outras si-
dio sexual. E em tempos de globalização, os empresários tuações.
recebem conhecimentos para transitar com desenvoltura - Ceder espontaneamente o seu lugar para idosos,
em qualquer parte do mundo, respeitando as diferenças gestantes ou deficientes físicos.
culturais. - Cumprimentar e agradecer os profissionais que o
Mas por que as regras de boa conduta, antes ensina- transportaram.
das na infância pelos pais ou nos colégios frequentados - Entrar ou sair do táxi: cumprimentando o motorista
por filhos de famílias tradicionais, chegam hoje a um cur- ao embarcar, agradecendo ao sair e não fazendo
so voltado para adultos, muitos já até pós-graduados? questão de trocos irrisórios.
Para Cláudio Pelizari, as causas estão na migração das - No elevador: sabendo que em seu interior não se
mulheres do papel de educadoras integrais dos filhos fuma, não se conversa nem se fala ao celular. Fun-
para o trabalho fora de casa. damental é cumprimentar o ascensorista ao entrar
“Desde que as mulheres foram obrigadas a deixar e agradecer ao sair.
seus lares para buscar posições no mercado de traba-
lho, a educação chamada de berço passou a ser delega- Ser bem-educado é:
da a outras pessoas, trazendo como consequência a falta
quase total de conhecimento das regras mais básicas de - Adotar práticas corretas de conduta e caráter.
boas maneiras e polidez. As escolas também substituí- - Cuidar da linguagem corporal, dos gestos, da ex-
ram as aulas dessa disciplina, muito valorizadas no Brasil pressão facial, da postura quando em pé ou sen-
até a década de 60, por conteúdos que julgavam mais tado.
importantes”, acredita o economista. - Saber sentar, levantar-se, comer, apresentar corre-
Cláudio e Maria Aparecida contam que muitos pro- tamente as pessoas, usar cartões de visita, cum-
fissionais, após deixarem as universidades, chegam ao primentar, presentear e ser presenteado, pedir li-
mundo corporativo e percebem que essas competências cença, agradecer, dizer não, criticar sem ofender,

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ser pontual, conversar de forma agradável, ser um Apresentações
bom ouvinte e, principalmente, ter autocrítica e O sorriso é fundamental quando nos apresentamos.
perceber quando deve desculpar-se. Cara fechada fecha as portas para o sucesso. Com bom
humor e um sorriso, o relacionamento com as pessoas
A apresentação pessoal diz muito da nossa persona- melhora.
lidade, daí ser tão precioso vestir-se bem. Sabemos que A primeira impressão que temos de uma pessoa, é
somos julgados o tempo todo e se não nos apresenta- normalmente formada no momento em que você o cum-
mos conforme a situação pede, podemos ser mal inter- primenta com um aperto de mãos. O aperto de mãos é
pretados. Se você gosta de usar roupas que não dizem um gesto simbólico de satisfação, portanto, dar a mão
muito com sua profissão, por exemplo, saiba que pode mole ou só com a ponta dos dedos significa displicência
e pouco caso.
estar sendo visto com “maus olhos” pelas pessoas que
Ao apresentar-se, utilize as palavras: Como vai?/Tudo
convivem no seu ambiente de trabalho.
bem?/Como está?
Dicas de apresentação pessoal Aparência Pessoal
A aparência pessoal é de fundamental importância
Gestos: para o sucesso social e profissional.
O gesto é um complemento discreto para ilustrar a • Valorizem a aparência pessoal cuidando com cari-
ideia, e não para impor a palavra. Gesticular em excesso nho de seus cabelos, pele e mãos;
não tornará o interlocutor mais atento ao que você tem a • Fiquem sempre atentos quanto ao vestuário (meias,
dizer. Todo gesto deve ser comedido e harmonioso. Evite sapatos, bolsa, pasta, etc);
a mímica e o excesso de gesticulação. • Mantenham o equilíbrio visual, ou seja, sejam distin-
tos e discretos.
É deselegante ao conversar:
• Roer unhas ou morder os lábios; Noções de Boa Postura
• Torcer as mãos ou gesticular nervosamente; O mais importante para obtermos uma boa postura é
• Segurar o rosto ou o queixo, mexer no cabelo ou manter a coluna reta.
fazer cachinhos; Para isso é preciso lembrar o seguinte:
• Colocar as mãos na cabeça ou nos bolsos, brincar • Manter a cabeça levantada com o queixo paralelo
ao chão.
com joias (anel, brinco, colar, etc);
• Levantar o tórax sem forçar os ombros, estes devem
ficar naturalmente relaxados.
O gesto diz muito da pessoa. Quanto mais educada e
• Levantar os quadris, projetando-os um pouco para
segura de si, menos uso ela faz da gesticulação. frente, evitando assim descansar o corpo sobre as
A voz: pernas.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


A voz deve ter clareza e simpatia. Quanto ao tom, não • Braços: Devemos deixá-los relaxados e caídos ao
pode ser muito alto a ponto de incomodar as pessoas, lado do corpo com os cotovelos esticados e as
nem tão baixo a ponto de não ouvirem. mãos em perfil. Ao andar, os braços devem se mo-
ver como pêndulos, tocando o corpo. Só os braços
A palavra: devem se mexer a partir da junta dos ombros, es-
Antes de falar sempre reflita sobre, veja se isso não tes não se movimentam.
será considerado como uma ofensa. O bom vocabulá- • Pernas: Ao andar não as cruze. Os joelhos devem dar
rio também é importante. Para isso, leia, adquira novas os passos flexionando e esticando as pernas. Não
ideias, atualize-se. deixá-los flexionados no final dos passos.
Aprenda a falar, calar e tornar a falar num instante • Pés: Devem pisar no chão por inteiro, a ponta e o
calcanhar, um ao lado do outro e retos.
preciso. Diga a palavra certa, na hora exata e cale-se no
momento oportuno.
O conceito de qualidade é amplo e permite várias
interpretações. As mais expressivas se referem, por um
É falta de ética ao conversar: lado, à definição de qualidade como busca da satisfação
• Elogiar persistentemente; do cliente, e, por outro, à busca da excelência para todas
• Uso de gírias; as atividades de um processo, através da transformação
• Empregar sempre a primeira pessoa do singular no modo como a organização se relaciona com seus
(EU); clientes, agregando valor aos serviços a ele destinados,
• Usar chavões como “entende”, “compreende”, “eu como por exemplo a eficiência, a eficácia, a ética profis-
não disse”. sional, a agilidade no atendimento, entre outros.
• A maledicência: Falar mal das pessoas revela falta de
assunto e falta de cultura, não devendo ser tema Atendimento
de conversação. Conceitos:
• As interrupções: Quando interromper alguém vol- • Atendimento é o ato ou efeito de atender.
• Atendimento é a maneira como habitualmente são
te atrás e desculpe-se. É importante deixar que as
atendidos os usuários de determinado serviço.
pessoas concluam seus pensamentos.

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• Atendimento é prestar assessoria, consultoria, sanar 6. Agir com rapidez – O tempo é muito importante
dúvidas. tanto para você como para o seu cliente. Ele deseja
• Atender é acolher. que o seu problema seja solucionado o mais rápi-
• Atender é receber com atenção e cortesia. Atender do possível e você, deve atendê-lo com agilidade
é dar ou prestar atenção a algo. para que possa dar andamento ao atendimento
dos demais clientes. Mas lembre-se que rapidez
O atendimento pressupõe uma ajuda de uma pessoa não é sinônimo de descaso ou irritação. Nunca de-
à outra. Sempre que você atende, você está relacionan- monstre ao cliente que está sendo rápido para se
do-se com outra pessoa. livrar dele.
O atendimento tem por objetivo assistir o cliente em 7. Não dê ordens - Jamais ordene algo ao cliente. Uma
suas necessidades que geraram a procura pelo serviço. expressão cordial é o necessário para que o cliente
Na atualidade, o objetivo principal do atendimento é faça o que você quiser. “Por favor, o Senhor pode
encantar o cliente, permitindo torná-lo um parceiro da assinar nesta linha?”
instituição, capaz de agregar desenvolvimento e aprimo- 8. Em casos especiais chame o superior – Diante de
ramento. um cliente imperioso (e muitas vezes sem razão),
o funcionário deve buscar ajuda com habilidade é
Aspectos necessários para um bom atendimento: claro, e sem demonstrar ao cliente insegurança ou
pouco conhecimento do assunto.
• Preparo: Conhecimento do seu serviço e do funcio- 9. Evitar atitudes negativas – expressões negativas
namento da instituição em suas partes e no todo. tendem a criar um clima negativo. Evite: “não
• Dedicação: O atendente deve estar sempre atualiza- deve”, “não pode”, “não dá”.
do nas informações que possui e que sua função 10. Falar a verdade – A verdade é extremamente im-
exige. portante nas informações dadas, mas lembre-se
• Presença de espírito: Permite que o atendente seja que nem sempre o nosso superior coopera para
criativo e assertivo em sua conduta, em especial
que digamos a verdade, e nesses casos a mentira
nas situações de conflito e tensão.
não é sua, você está apenas cumprindo ordens.
• Intuição: Deve basear-se na observação atenta das
11. Agir como o melhor cartão de visitas – Lembre-se
necessidades do cliente, as verbalizadas e as não-
de que sua imagem equivale a imagem da empre-
-verbalizadas, mas que podem ser percebidas. Por
sa, seu local de trabalho deve estar sempre limpo,
exemplo, quando o cliente não compreender com
organizado, a sua linguagem deve ser a mais cor-
clareza a informação, mas não tem coragem de
reta, sem exageros, o seu vestuário deve ser o mais
dizer ao atendente; ou quando o cliente chega à
sóbrio possível, sem exageros.
instituição e não tem certeza do que quer.
Atendimento Presencial
Princípios Básicos para o Bom Atendimento Pes-
Princípios para a qualidade ao atendimento presen-
soal
cial:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

• Competência - O usuário espera que cada pessoa


1. Ser cortês – atender bem a qualquer clientela que
que o atenda detenha informações detalhadas so-
se dirija a empresa. Para isso, o funcionário precisa
bre o funcionamento da organização e do setor
suplantar seus próprios preconceitos ou eventual
que ele procurou.
má impressão inicial que tenha do cliente.
• Legitimidade - O usuário deve ser atendido com éti-
2. Dar boas vindas - Cumprimentar a todos com um
ca, respeito, imparcialidade, sem discriminações,
sorriso natural e espontâneo, facilitando o contato
com justiça e colaboração.
com o cliente. Sempre que possível chamá-lo pelo
• Disponibilidade - O atendente representa, para o
nome, pronunciando corretamente. E nunca diga
usuário, a imagem da organização. Assim, deve
que o nome do seu cliente é horrível, estranho, en-
haver empenho para que o usuário não se sinta
graçado e etc.
abandonado, desamparado, sem assistência. O
3. Atender de imediato – O cliente deve ser prioriza-
atendimento deve ocorrer de forma personalizada,
do em qualquer atendimento, lembre-se que para
atingindo-se a satisfação do cliente.
quem chega a sua empresa você é o responsável
• Flexibilidade - O atendente deve procurar identificar
pela primeira impressão e um minuto de espera
claramente as necessidades do usuário e esforçar-
pode representar uma eternidade.
-se para ajudá-lo, orientá-lo, conduzi-lo a quem
4. Mostre boa vontade - Mesmo fora de sua área de
possa ajudá-lo adequadamente.
trabalho, o funcionário pode cumprimentar a to-
dos e tentar ajudar, na medida do possível, a gen-
Para que o cliente ou usuário possa se sentir bem
tileza não precisa ficar restrita ao setor de trabalho
atendido, existem, também, algumas estratégias verbais,
ou às pessoas que conhece. É sempre gratificante
não-verbais e ambientais.
para o cliente ser atendido ou cumprimentado por
um funcionário da empresa que o reconheça.
Estratégias verbais
5. Dispensar atenção ao cliente – Dar tempo para o
₋ Reconhecer, o mais breve possível, a presença das
cliente explicar o que deseja. Escutá-lo e não ape-
pessoas;
nas ouvir. Lembre-se de manter uma atitude agra-
₋ pedir desculpas se houver demora no atendimento;
dável buscando principalmente respeitar a opinião
₋ se possível, tratar o usuário pelo nome;
de seu cliente.

12
₋ Demonstrar que quer identificar e entender as ne- • Use sempre: Senhor, Senhora, por favor, e muito
cessidades do usuário; obrigado;
₋ Escutar atentamente, analisar bem a informação, • Não deixe o interlocutor “pendurado na linha”;
apresentar questões; • Transfira corretamente a ligação e avise ao ramal
transferido quem está na linha;
Estratégias não-verbais • Ofereça um retorno de ligação, no caso de o ramal
₋ Olhar para a pessoa diretamente e demonstrar aten- estar ocupado;
ção; • Tome nota de todos os dados importantes e repita-
₋ Prender a atenção do receptor; -os para o interlocutor
₋ Não escrever enquanto estiver falando com o usuá- • Nunca fale “comendo” / de boca cheia
rio; • Não mantenha conversas paralelas. Concentre-se
₋ Prestar atenção à comunicação não-verbal; na ligação que está atendendo.
• Faça suas próprias ligações
Estratégias ambientais
• Comunique a telefonista quando não estiver na
₋ Manter o ambiente de trabalho organizado e limpo;
sala.
₋ Assegurar acomodações adequadas para o usuário;
• Fique disponível quando solicitar uma ligação.
₋ Evitar pilhas de papel, processos e documentos de-
sorganizados sobre a mesa.
Pronúncia correta das palavras
Princípios básicos para o bom atendimento tele- Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
fônico  - Usar os sons corretos para vocalizar as pala-
O uso da comunicação telefônica tornou-se impres- vras;
cindível em todas as áreas, tanto no campo de recepção  - Enfatizar a sílaba certa;
das empresas quanto nos serviços especializados, cha-  - Dar a devida atenção aos sinais diacríticos
mado de Telemarketing, que apresenta algumas vanta-
gens, tais como: Por que é importante?
1. Interatividade: é a mídia mais pessoal e interativa A pronúncia correta confere dignidade à mensagem
que existe; que pregamos. Permite que os ouvintes se concentrem
2. Flexibilidade: muitas operações são montadas du- no teor da mensagem sem ser distraídos por erros de
rante um curto período para atender as exigências pronúncia.
da empresa;
3. Replanejamento: a qualquer momento uma estraté- - Fatores a considerar.
gia poder ser modificada, já que as informações de Não há um conjunto de regras de pronúncia que se
seu sucesso chegam rapidamente; aplique a todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um
4. Otimização: num mesmo contato muitas informa- alfabeto. Além do alfabeto latino, há também os alfabe-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


ções podem ser repassadas ou cadastradas de um tos árabe, cirílico, grego e hebraico. No idioma chinês,
mesmo cliente; a escrita não é feita por meio de um alfabeto, mas por
5. Controle: é razoavelmente fácil controlar uma ope- meio de caracteres que podem ser compostos de vários
ração de telemarketing, já que todas as informa- elementos. Esses caracteres geralmente representam
ções trafegam em sistema; uma palavra ou parte de uma palavra. Embora os idio-
6. Foco: condições especiais de preço e conteúdo mas japonês e coreano usem caracteres chineses, estes
podem ser ofertadas para clientes da mesma em- podem ser pronunciados de maneiras bem diferentes e
presa; nem sempre ter o mesmo significado.
7. Cobertura: pode atingir distâncias continentais em Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige
segundos; que se use o som correto para cada letra ou combina-
8. Comodidade: tanto para o comprador quanto para ção de letras. Quando o idioma segue regras coerentes,
o vendedor; como é o caso do espanhol, do grego e do zulu, a tarefa
9. Custo: é mais barato vender pelo telemarketing, não é tão difícil. Contudo, as palavras estrangeiras in-
pois os custos de comissões, estrutura e logística corporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronún-
são muito menores do que em uma loja; cia parecida à original. Assim, determinadas letras, ou
10. Velocidade: um operador de telemarketing pode combinações de letras, podem ser pronunciadas de di-
efetuar 70 contatos com empresas no mesmo dia, versas maneiras ou, às vezes, simplesmente não ser pro-
já um vendedor de campo pode, em média, visitar nunciadas. Você talvez precise memorizar as exceções e
12 clientes. então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês, a
Porém, causa restrições por ter natureza intrusiva. pronúncia correta exige a memorização de milhares de
caracteres. Em alguns idiomas, o significado de uma pa-
Indicamos as principais regras básicas para um aten- lavra muda de acordo com a entonação. Se a pessoa não
dimento excelente, na área de trabalho: der a devida atenção a esse aspecto do idioma, poderá
• Atenda com rapidez, clareza, simpatia, de forma transmitir ideias erradas.
atenciosa e educada; Se as palavras de um idioma forem compostas de
• Identifique-se e identifique o interlocutor; sílabas, é importante enfatizar a sílaba correta. Muitos

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idiomas que usam esse tipo de estrutura têm regras bem minada por indicadores percebidos pelo próprio usuário
definidas sobre a posição da sílaba tônica (aquela que relativamente a:
soa mais forte). As palavras que fogem a essas regras • competência – recursos humanos capacitados e re-
geralmente recebem um acento gráfico, o que torna re- cursos tecnológicos adequados;
lativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Con- • confiabilidade – cumprimento de prazos e horários
tudo, se houver muitas exceções às regras, o problema estabelecidos previamente;
• credibilidade – honestidade no serviço proposto;
fica mais complicado. Nesse caso, exige bastante me-
• segurança – sigilo das informações pessoais;
morização para se pronunciar corretamente as palavras. • facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao
Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas ar- pessoal de contato;
madilhas. A precisão exagerada pode dar a impressão de • comunicação – clareza nas instruções de utilização
afetação e até de esnobismo. O mesmo acontece com as dos serviços.
pronúncias em desuso. Tais coisas apenas chamam aten-
ção para o orador. Por outro lado, é bom evitar o outro Em casos onde você se depara com uma situação
extremo e relaxar tanto no uso da linguagem quanto na que represente conflito ou problema, é necessário ade-
pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo- quar a sua reação à cada circunstância. Abaixo alguns
ram discutidas no estudo “Articulação clara”. exemplos.
Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
de um país para outro — até mesmo de uma região para
- Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a
outra no mesmo país. Um estrangeiro talvez fale o idio- raiva.
ma local com sotaque. Os dicionários às vezes admitem - Acima de tudo, mantenha-se calmo.
mais de uma pronúncia para determinada palavra. Espe- - Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em
cialmente se a pessoa não teve muito acesso à instrução um estado de nervosismo.
escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene- - Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está
ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o muito nervoso (a), tente acalmar-se”.
idioma local e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas Use frases adequadas ao momento. Frases que aju-
de Jeová queremos falar de uma maneira que dignifique dam acalmar o Cliente, deixando claro que você
a mensagem que pregamos e que seja prontamente en- está ali para ajudá-lo
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer?
tendida pelas pessoas da localidade.
- O tratamento deverá ser sempre positivo, indepen-
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se dentemente das circunstâncias.
está bem familiarizado. Normalmente, a pronúncia não - Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a
constitui problema numa conversa, mas ao ler em voz alta entender que você não é o alvo.
você poderá se deparar com palavras que não usa no co- - Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando
tidiano. para não parecer ironia. Quando você toma a ini-
ciativa e age positivamente, coloca uma pressão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

- Maneiras de aprimorar.  psicológica no Cliente, para que ele reaja de modo


Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia positivo.
não se dão conta disso.
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em 3ª – Diante de erros ou problemas causados pela em-
público, consulte num dicionário as palavras que não co- presa
nhece. Se não tiver prática em usar o dicionário, procure - ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido pos-
em suas páginas iniciais, ou finais, a explicação sobre as sível.
abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos usados - Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que es-
ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê- tiver ao seu alcance para que o problema seja re-
-los. Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias solvido.
diferentes, dependendo do contexto. Alguns dicionários - CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai
indicam a pronúncia de letras que têm sons variáveis corrigir.
bem como a sílaba tônica. Antes de fechar o dicionário, - Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
repita a palavra várias vezes em voz alta. - EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler - Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFI-
para alguém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe QUE, mas com muita prudência. O Cliente não se
que corrija seus erros. interessa por “justificativas”. Este é um problema
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é pres- da empresa.
tar atenção aos bons oradores.
4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
Atendimento e tratamento - Concentre-se para entender o que realmente o
O atendimento está diretamente relacionado aos ne- Cliente quer ou, exatamente, o que ele não está
gócios de uma organização, suas finalidades, produtos e entendendo e o porquê.
serviços, de acordo com suas normas e regras. O aten- - Caso necessário, explique novamente, de outro jei-
dimento estabelece, dessa forma, uma relação entre o to, até que o Cliente entenda.
atendente, a organização e o cliente. - Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o
A qualidade do atendimento, de modo geral, é deter- gerente, o chefe, o encarregado, mas evite, na me-

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dida do possível, que o Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.
5ª – Discussão com o Cliente
Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você sempre perde!
Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre
alerta -, de forma que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do Cliente, quando esta for negativa.
Exemplos:

O Cliente está... Reaja de forma oposta


Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
Irritado Mantenha a calma.
Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
Diga-lhe que é possível resolver o problema
Ameaçando
sem a necessidade de uma ação extrema.
Diga-lhe que o compreende, que gostaria que
Ofendendo
ele lhe desse uma oportunidade para ajudá-lo.

6ª – Equilíbrio Emocional
Em uma época em que manter um excelente relacionamento com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um
alto coeficiente de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os profissionais, particularmente os que
trabalham diretamente no atendimento a Clientes.

A Inteligência Emocional é uma grande aliada de quem trabalha com atendimento e ela pode ser melhor aproveitada
à medida que:
- For paciente e compreensivo com o Cliente.
- Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pessoais dos problemas da empresa.
- Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas, sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie
de “para-raios”.
- Não fizer pré julgamentos dos clientes.
- Entender que cada cliente é diferente do outro.
- Entender que para você o problema apresentado pelo cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente não,
o problema é único, é o problema dele.
- Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível.
- Entender que você e a empresa dependem do cliente, não ele de vocês.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


- Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o futuro da relação do cliente com a empresa.

Fonte e texto adaptado de: www.ibliotecadigital.fgv.br/www.agendor.com.br/www.sos.com.br/Emanuel Ricardo de


Souza Ferreira/João Henrique Rafael Junior/Bruno Mendonça (Publicitário & Coach Profissional) / Enio Klein (Business
School São Paulo – BSP) / Caio Volpe / Daniel Santa Cruz / Guilherme Françolin / Jean Michel Soldatelli / Victor Brunetti
/ Márcia Queiros / Maria Aparecida Araújo/ Marcineia de Oliveira – Não atenda clientes, atenda pessoas.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESGRANRIO - 2015 – BB) Ao selecionar um determinado banco para abrir uma conta, um empresário analisou
os benefícios que a instituição lhe proporcionaria em relação aos custos que lhe seriam cobrados pelos serviços pres-
tados. Entre os atributos de sua análise constavam a solidez do banco, as conveniências proporcionadas, a qualidade
dos serviços prestados e o relacionamento interpessoal estabelecido. Essa análise realizada pelo empresário compõe
o que se denomina

A) lealdade do cliente
B) valor percebido pelo cliente
C) benevolência
D) análise de marketing
E) potencial de mercado

Resposta: Letra B.
Valor percebido pelo cliente é a análise que ele faz entre o custo e o benefício que o produto ou serviço apresenta,
determinando assim, se compensa pagar por aquilo, ou seja, o benefício compensa o custo?
Não se trata apenas de “preço”, e sim de valor.

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2. (CESGRANRIO - 2015 – BB) O setor bancário tem 4. CESGRANRIO - 2014 – BB) Uma das formas de au-
como prática utilizar o serviço de telemarketing para a mentar a retenção de clientes é reduzir as deserções.
oferta de produtos e serviços aos seus clientes atuais e Um banco que não tenha o pessoal treinado de forma
potenciais. Em uma análise sobre essa prática, correla- adequada, cujos gerentes não cumpram as promessas
cionando as informações existentes sobre o processo de serviços feitas e cujos funcionários responsáveis pelo
de vendas e as reclamações dos clientes, foi identificado atendimento ajam com rudeza, está estimulando a de-
que estes têm rejeição a serem contatados pelo banco serção
via telemarketing. Eles preferem que o canal de comu-
nicação com o banco esteja disponível para que possam A) de gestão
entrar em contato quando sentirem necessidade ou de- B) de serviço
sejo de fazê-lo. Com base na análise feita, verifica-se que C) de mercado
os clientes preferem, como canal de comunicação com o D) tecnológica
banco, o(a) E) organizacional

A) marketing ativo Resposta: Letra B.


B) comunicação proativa A questão trata da deserção de clientes e, dentre as
C) marketing direto alternativas, a única que pode envolver o cliente é a
D) telemarketing receptivo deserção de serviço, ou seja, um serviço de baixa quali-
E) marketing de resposta dade afasta os clientes, todas as demais, são relativas à
própria empresa.
Resposta: Letra D.
Visto que se trata do uso de um canal de comunicação 5. (CESGRANRIO - 2015 – BB) Roupas adequadas para
disponível, podemos eliminar as alternativas A, C e D, o trabalho demonstram uma postura profissional no
que não são canais de comunicação. atendimento aos clientes porque o modo como o escri-
Nos resta a comunicação proativa e o telemarketing turário se veste
receptivo.
Em se tratando do cliente acionar o banco, a alternati-
A) é um elemento da comunicação não verbal com o
va correta é o telemarketing receptivo.
cliente.
B) significa um dos fatores da pré-abordagem ao cor-
3. (CESGRANRIO - 2014 – BB) A diretoria de um ban-
rentista.
co detectou que o maior problema de uma agência era
C) amplia as possibilidades de encerramento da venda.
a demora no atendimento aos clientes. O gerente da
D) convence o cliente em caso de alguma objeção à ven-
agência, então, determinou que os atendimentos aos
da.
clientes deveriam ser divididos em três etapas. A pri-
E) reforça os benefícios do produto para o cliente.
meira etapa, a triagem, serviria para direcionar o cliente
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

ao local de atendimento correto e deveria ser cumprida


em até três minutos. A segunda etapa, o atendimento Resposta: Letra A.
direto, deveria ser feita em até dez minutos. Finalmen- Quando falamos em atendimento a clientes, nos reme-
te, se fosse necessária a interferência do gerente, o seu temos a alguns cuidados específicos, como, comunica-
atendimento deveria ter a duração de, no máximo, doze ção, imagem, postura, conduta, entre outros.
minutos. A ideia era de que nenhum cliente gastasse No tocante ao enunciado, ao falar sobre as roupas, es-
mais do que vinte e cinco minutos dentro da agência e tamos falando sobre imagem e, esta também está inse-
um grupo de funcionários munidos de cronômetros foi rida no contexto da comunicação não verbal, ou seja,
destacado para verificar se as tarefas eram executadas ela passa uma informação não-verbal (que pode gerar
dentro dos prazos definidos. uma percepção positiva ou negativa) a respeito da pes-
A função desse grupo de funcionários é verificar a(o) soa, quanto a adequação, postura, compromisso, etc.

A) qualidade técnica do serviço 6. (BIO/RIO – 2015 – IF/RJ) “No atendimento telefônico,


B) lacuna de serviço a linguagem é o fator principal para garantir a qualidade
C) satisfação do cliente da comunicação. É preciso que o atendente saiba ouvir o
D) recuperação do serviço interlocutor para responder a suas demandas de maneira
E) benchmarking cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua
portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores
Resposta: Letra A. importantes para assegurar uma boa comunicação tele-
Vamos resolver essa questão por exclusão, afinal sa- fônica. É fundamental que o atendente transmita a seu
tisfação do cliente não se mede por etapas, benchma- interlocutor segurança, compromisso e credibilidade.
rking é um processo de pesquisa que aponta um parâ- Em toda e qualquer situação de comunicação em meio
metro de referência, lacuna de serviço não existe, e sim empresarial ou institucional, é preciso enfatizar o foco no
um deficiência e, por ultimo, recuperação de serviço cliente ou no usuário. Em muitos casos, o público cons-
trata-se de esforços sistemáticos para correção de uma trói uma representação extremamente positiva da orga-
falha. nização apenas com base na qualidade do atendimento
Portanto, resta-nos a alternativa A. telefônico que lhe é dispensado.”

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(Cartilha de Excelência no Atendimento e Boas Práticas car a satisfação total do cliente, antever necessidades e
na PGU, AGU/PGU, 2012) desejos, ser tratado com dignidade e respeito oferecen-
Nesse sentido, avalie se as seguintes recomendações são do produtos adequados ao cliente.
falsas (F) ou verdadeiras (V): Isso é feito através do entendimento das necessida-
- atender rapidamente a chamada, e imediatamente di- des e expectativas do cliente, baseado lógicamente nas
zer o seu nome e identificar a organização ou o setor. informações colhidas.
- ouvir o usuário com atenção, para compreender “o CRM é principalmente cultura, sim, você leu cultura,
que” é dito e “como” é dito. pois de nada adianta um ótimo sistema se não existe
- prestar informações de forma objetiva, não apressar a uma cultura na empresa voltada para atender o cliente
chamada; é importante ouvir calmamente o que o usu- e obter informações úteis. Por este motivo a Consultoria
ário tem a dizer e não interromper o raciocínio do inter- de CRM é de fundamental importância.
locutor. No geral o CRM abrange três áreas: automação de
- usar frases como “Não pode”, “Impossível”, “De jeito gestão do marketing , gestão comercial e a gestão de
algum” rapidamente, para não alimentar falsas expecta- serviços\produtos ao cliente.
tivas. Essas tarefas e processos, que alimentam o sistema
resultam no banco de dados de informações, se utili-
As recomendações são respectivamente: zadas de forma adequada podem ser consultadas a
qualquer hora e por qualquer departamento para uma
a) V, V, V e V. tomada de decisão.
b) V, V, V e F. Todas as atividades com o cliente devem ser regis-
c) V, F, V e F. tradas de uma forma padronizada, independente da for-
d) F, V, F e V. ma de contato como: email, orçamento, twitter, orkut,
e) F, F, F e F. contatos telefônicos e outras atividades ou informações
sobre o cliente. Isso tudo depois é analisado e se torna
Resposta: Letra B. fonte para relatórios gerenciais.
As três primeiras afirmativas são coerentes com as
orientações quanto a atendimento, no entanto, a ulti- Podemos dividir o CRM em três partes ou tipos:
ma afirmativa faz uso de expressões negativas, e como A parte operacional: que visa os canais de relaciona-
sabemos, essas devem ser evitadas.
mento, mas exatamente a criação de canais de vendas.
Toda comunicação deve enfatizar os aspectos positivos,
A parte analítica: como o nome já diz é a análise dos
mesmo quando o assunto tratar de problemas ou situ-
dados e informações, de forma que os dados gerem um
ações negativas ou conflitantes, é o positivo que deve
ser priorizado. conhecimento voltado a criar negócios, a parte de inte-
ligência do processo. Tem como objetivo identificar as
necessidades dos clientes através do acompanhamento
de seus hábitos.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


NOÇÕES DE MARKETING DE RELACIONA- Por último, a parte colaborativa: onde o foco é a ob-
MENTO. NOÇÕES DE IMATERIALIDADE OU tenção do valor do cliente, fundamentada em conheci-
INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE E mento e interação com o cliente.
VARIABILIDADE DOS PRODUTOS BANCÁ- Alguns autores citam o CRM também como uma
RIOS. estratégia de negócio, muito apoiado nos sistemas de
informação.
Existe um desafio grande em conseguir fazer a inte-
Noções de Marketing de Relacionamento gração entre os sistemas de CRM e os sistemas atuais
O CRM (Customer Relationship Management) é um de uma empresa, reunindo todas as informações obti-
termo usado para o gerenciamento do relacionamento das nos mais diversos canais de vendas, agrupando tudo
com o cliente ou ainda um sistema integrado de gestão isso em uma base de dados única e deixando disponível
com foco no cliente, que reune vários processos\tarefas para todos os departamentos da empresa, lembrando
de uma forma organizada e integrada. sempre que o foco principal é o cliente. Alguns clientes
Como conceito, o CRM é uma estratégia de negócio que conheço utilizam o CRM diretamente com a ferra-
voltada ao entendimento e antecipação das necessida- menta de BI (Inteligência de negócios) para ter uma aná-
des e potenciais de uma empresa, de acordo com o Gart- lise melhor das informações.
ner Group. Ao adotar a estratégia de CRM a empresa interage
Para auxiliar estas tarefas e rotinas automatizadas é com todos os clientes, conhece os seus hábitos, criando
necessário um software, geralmente chamado de soft- eventos, promoções e campanhas direcionadas, torna o
ware CRM ou sistema CRM. Não que uma empresa não atendimento mais personalizado e consegue a fideliza-
possa pensar em CRM sem ter um software. ção do cliente.
Um dos objetivos do “CRM”, é fidelizar clientes, em- Uma empresa consegue identificar clientes potencias
bora este seja um termo confuso, pois leva a imaginar e estabelecer um estreitamento no relacionamento pos-
que você ganha um cartão com seu nome e alguns des- sibilitando que o mesmo passe a ser cliente efetivo. Con-
contos ou milhas simplesmente. A fidelização vai muito tudo, para isto é preciso ter uma visão única do cliente
além disso, como já comentei em um outro artigo, é bus- com seus dados históricos, contatos e transações. CRM

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mantém seus clientes, aumenta seu faturamento, cria As interações com quaisquer dos focos poderão ocor-
novos clientes e torna sua empresa referência no mer- rer dentro de um ciclo de vendas ou não. No entanto
cado. aquelas classificadas como sendo orientadas ao relacio-
namento ocorrem com maior intensidade fora do ciclo
Método para implementação de MKT relacional = de vendas e as com foco na oportunidade acontecem em
IDIC maior grau durante o mesmo.
• I – Identificar Interações focalizadas na oportunidade que acon-
• D – Diferenciar tecem durante um ciclo de vendas são importantes o
• I – Interagir suficiente para que sejam classificadas como críticas. Es-
• C - Customizar senciais para a execução do processo de vendas, e parte
de sua espinha dorsal, são assim chamadas por formar
É sabido de todos que o custo para conquistar no- um conjunto de insumos essencial para a execução de
vos clientes é muito superior ao de manter aqueles estratégias vencedoras. Em muito do nosso aprendiza-
que já o são, visto que, a confiança dos antigos clien- do em vendas, escutamos que o processo de vendas é
tes permite que eles não troquem a organização sem
o “melhor grupo de estratégias e táticas a serem usadas
que haja uma razão muito forte, e também o volume
para ganhar a venda”. É verdade. No entanto as táticas –
de negócios por eles gerados é superior ao de novos
ferramentas da execução da estratégia – são executadas
clientes, que ainda terão que passar por todo esse
através da interação crítica. Assim, é parte da automa-
processo de construção de valores e relação.
ção de vendas, que se desenvolvam processos de ven-
O CRM demonstra que todo relacionamento é um
das avaliando oportunidades anteriores e agrupando as
aprendizado. Quando a organização usa dessa ferramen-
ta ela está se propondo a aprender com seu cliente, ou interações críticas ocorridas que foram bem sucedidas e
seja, ela se propõe a ouvir, a atender as observações e su- eficazes.
gestões por eles colocadas, unindo esforços e interesses, É aceitável que processos de vendas variem muito,
direciona suas ações para um bem comum, onde um se pois dependem fortemente da complexidade do produto
torna suporte do outro, gerando assim um relacionamen- ou serviço e do seu valor. Mercados e processos de com-
to além de lucrativo, sólido e sustentável.1 pra têm também a sua influência. Porém, processos de
venda são, de fato, reações à forma essencial de comprar.
Interação entre vendedor e cliente. Em outras palavras, o processo de vendas evolui como
Ao procurar a palavra interagir em um dicionário você resposta ao processo de compra do cliente. E este é, em
encontrará “relacionar-se com”. É o que define a cone- geral, guiado por um fluxo linear relativamente simples:
xão entre interações com clientes e relacionamento com definição de necessidades, investigação das alternativas
clientes. Não existe relacionamento sem interação. de solução possíveis e negociação do acordo final. O
É comum vermos as interações como vias de duas processo de vendas deve reagir de acordo com o an-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

mãos – uma conversa presencial ou por telefone. No damento deste fluxo com os vendedores ajustando suas
entanto elas podem ser de uma única mão. Estas ocor- habilidades conforme a necessidade de cada etapa.
rem sempre que uma parte tenta contatar a outra sem a Na construção de um processo de vendas bem suce-
garantia de uma resposta. E-mails ou recados em caixas dido, deve-se não somente especificar o tipo da intera-
postais são bons exemplos. Quando acontece a resposta ção crítica, mas também sua posição no ciclo de vendas
elas passam a ser de duas mãos, mas sabemos que é mui- e seu tempo em relação àquelas que ocorreram antes e
to comum que não aconteçam. que virão depois. Supõem-se as interações críticas ocor-
Algumas formas de interações nem parecem sê-las. A rendo sequencialmente, uma após a anterior ser comple-
proposta que enviamos ao cliente em um dado ponto do tada. Mas não é sempre assim. Bem cedo, vendedores
ciclo de vendas ou um pedido de compra por ele enviado aprendem que a vida real não segue modelos ideais e
ao término de uma negociação bem sucedida são exem- entendem que as interações precisam andar de maneira
plos de interações. Seja como for, é objetivo do vendedor diferente.
buscar o maior valor possível em cada interação. A automação de vendas aplicada com precisão en-
As interações podem ser vistas com duas perspectivas, tende esta necessidade e sincroniza os eventos da vida
a primeira focalizada no relacionamento com o cliente real com aqueles propostos pelo modelo de vendas e
quando o vendedor busca criar, manter ou elevar a con- ajuda o vendedor a se posicionar adequadamente no ci-
fiança do cliente. A outra, com foco na oportunidade, é clo de vendas, entender qual a sua situação e tomar o
o instrumento utilizado pelo vendedor para desenvolver, melhor caminho naquele momento.
descobrir oportunidades ou promover e defender o valor
de sua proposta. Esta “dupla personalidade” da interação A evolução da venda pessoal
com o cliente sugere uma forma de aproveitar os benefí- Para Weitz et al. (1995) a evolução da venda pessoal
cios diretos da automação de vendas mantendo os requi-
coincide com as orientações dadas aos vendedores nos
sitos do CRM. Determine a essência da interação, se ela
diferentes períodos, conforme mostra o QUADRO 1. Es-
está com foco no relacionamento ou na oportunidade e
sas orientações, não obstante, ainda existem em muitos
ela estará classificada.
negócios hoje em dia.
1 Fonte: www.administradores.com.br

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Quadro 1 - A evolução da venda pessoal

Na era da produção, antes de 1930, a demanda pelos produtos excedia a oferta, sem qualquer competição entre as
empresas. Os fabricantes tinham os produtos como foco, sem qualquer preocupação com as necessidades dos com-
pradores. Ao vendedor cabia o papel de tirar o pedido. Na era de vendas, após o crash da Bolsa de Valores de Nova
York, em 1929, não existiam compradores suficientes para comprar os produtos e a competição tomou-se intensa entre
os fabricantes. Ao vendedor cabia o papel de criar a demanda pelos produtos com a aplicação de técnicas de vendas

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


persuasivas. Na era do marketing, com a utilização da filosofia do marketing cuja ênfase era a satisfação das necessida-
des dos clientes, os vendedores tomaram-se solucionadores de problemas. Eles procuravam identificar as necessidades
dos clientes e demonstravam como os produtos poderiam atendê-las. Na era da parceria, que se iniciou após 1990, os
vendedores e os compradores reconheceram que poderiam desenvolver estratégias com vantagens sobre os concor-
rentes por meio de um trabalho em conjunto. O vendedor tornou-se um criador de valor, aplicando-se no desenvolvi-
mento de soluções que aumentassem a lucratividade das empresas (WEITZ et al., 1995).

O relacionamento vendedor-comprador no processo de negociação


“O negociador tem dois tipos de interesses: na substância e na relação. Todo negociador quer chegar a um acordo que
satisfaça seus interesses substantivos. É por isso que se negocia. Além disso, o negociador também tem interesses em seu
relacionamento com o outro lado” (FISHER, et al., 1994, p.38)
As melhores negociações acabam com uma resolução satisfatória para todos. É comum as negociações de sucesso
terminarem em trocas. Nessas trocas, cada lado da negociação entrega ou desiste de algo menor em troca de algo
maior. (BAZERMAN, 1998, p.33).
“Cada vez mais pessoas trocam ideias com o intuito de modificar suas relações, cada vez que chegam a um acordo,
estão negociando. A negociação depende da comunicação, e ocorre entre pessoas que representam a si ou grupos orga-
nizados” (NIERENBERG, 1991, p.16).
Uma negociação distributiva envolve apenas a questão do quanto uma pessoa ganha à custa da outra. Por exemplo,
tentar comprar um produto pagando sempre um preço menor que o de marcação. Neste modelo os interesses de um
lado – comprar pelo menor preço são opostos com os interesses da outra parte – vender pelo melhor preço (BAZERMAN,
1998, p.33).
Negociações são mais do que uma simples luta sobre quem fica com quanto. Em uma disputa, os lados têm interes-
ses opostos e raramente avaliam a importância e prioridades de cada um. Em nossa sociedade, a cultura do ganha ou
perde faz o ponto de vista competitivo dominar o que resulta numa predominância do método distributivo em todas
as negociações (BAZERMAN, 1998, p.35).
Negociação é a busca de soluções criativas para resoluções de problemas. A maioria das pessoas usa habilidades
lógicas de decisão para solucionar problemas. Por exemplo, tentar fazer quatro linhas retas para conectar todos os
pontos do diagrama sem tirar a caneta do papel:

19
Figura 1 – Diagrama A
Fonte: Bazerman, 1998, p.35.

As pessoas geralmente tentam as seguintes soluções:

Figura 2 – Diagrama B
Fonte: Bazerman, 1998, p.35.

Segundo Bazerman (1998), a maioria das pessoas tenta usar habilidades lógicas de decisão para solucionar o pro-
blema, criando pressuposições que acabam enquadrando a criatividade e limitando outras possibilidades de solução.
Segundo o autor, esta é a maior barreira imposta à solução criativa de problemas.
Para ter criatividade é importante pensar fora dos padrões comuns e um bom vendedor precisa exercitar este lado
para buscar soluções para seus clientes. Soluções criativas geram mais valor, sendo possível conseguir uma fatia maior
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

do investimento de um cliente quando se oferece uma solução melhor para seu problema.
Descartada a pressuposição de existir uma barreira ao redor dos nove pontos é possível chegar a uma solução
semelhante a esta:

Figura 3 – Diagrama C
Fonte: Bazerman, 1998, p.36.

Segundo Bazerman (2004), as pessoas fazem avaliações partindo de um valor inicial e ajustando até produzir uma
decisão final. Neste contexto, o papel do vendedor é de extrema relevância, pois a criatividade da solução pode criar
um grande valor para ambas as partes, além da qualidade de seu relacionamento com o comprador facilitar a obtenção
do melhor acordo possível.
O processo de negociação compreende quatro etapas: preparação, criação de valor, distribuição de valor e imple-
mentação. Na negociação as partes lutam pelo poder, conjugando seus interesses no fechamento de um acordo.

20
Quadro 2 – As quatro etapas do processo de negociação

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


Processo de negociação em quatro etapas

Durante a etapa de PREPARAÇÃO, os negociadores dedicam tempo para desenvolver aspectos que poderão servir
como diferenciais durante a negociação na qual pretendem se envolver. O objetivo desta fase é elaborar a melhor pre-
visão possível sobre necessidades, conflitos, moedas de trocas, autonomia, alternativas, interesses comuns que estarão
presentes na rodada de negociação.
O relacionamento entre as partes é assunto central na etapa de CRIAÇÃO DE VALOR. Nesta fase são afirmados valo-
res e desenvolvidas visões comuns e, é nela que se origina o dilema entre competir e cooperar. Maior será o valor criado
na medida em que haja um compartilhamento pertinente de informações e visões. Algumas atividades comuns desta
etapa são: exploração dos interesses de todas as partes, criação de opções de aumento do valor disputado, suspensão
de críticas, adoção de mediadores neutros para melhoria da comunicação (DUZERT, 2007).
Na etapa de DISTRIBUIÇÃO DE VALOR o dilema entre competir e cooperar assume uma força maior. A declaração de
compromissos toma lugar de grande importância, o uso de padrões surge como uma opção importante no momento
da divisão. Tipicamente são desenvolvidos os seguintes pontos: desenvolvimento de um clima de mútua confiança,
discussão de definições de critérios para distribuição de valor e utilização de elementos neutros na sugestão de alter-
nativas na distribuição do valor criado (DUZERT, 2007).
As relações de longo prazo surgem da experiência obtida na fase da EXECUÇÃO. Se a experiência for positiva, a
negociação poderá manter-se por longo prazo. A conformidade e o tempo são fatores preponderantes a serem con-
siderados porque alimentam a mútua confiança entre as partes. Os pontos importantes desta fase são: montagem de
acordos sobre monitoramento e controle das decisões tomadas, desenvolvimento de aspectos que facilitem a susten-
tação dos acordos firmados, melhoria de relacionamento, alinhamento de incentivos e controles organizacionais.
“A satisfação das necessidades motiva praticamente a conduta humana.” A partir deste pressuposto, Nierenberg
(1991, p.93-118) propõe uma teoria das necessidades das negociações considerando que para iniciar uma negociação
as duas partes devem estar movidas por necessidades.
Segundo Duzert et al. (2007) e Fisher (1994), uma negociação é composta por dez elementos que são fundamentais
em cada fase da negociação conforme QUADRO 3:

21
Quadro 3 – Matriz de negociações complexas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

1- Interesses – Interesses são diferentes de posições. As posições podem ser traduzidas como exigências das
partes. Sustentando as posições estão sempre os interesses, que são os motivadores das partes engajadas nas
negociações. Os interesses podem ser: necessidades, preocupações, esperanças, desejos e temores. Melhor será
o negócio quanto maior for a satisfação destes interesses.
Fisher et al. (1994, p.58-70) descrevem que os interesses mais poderosos são as necessidades humanas básicas.
Ao buscar os interesses por trás de uma posição, os autores afirmam que os negociadores devem procurar interesses
fundamentais que motivam as pessoas. A motivação é obter aquilo de que precisam, alcançar o que almejam, suprir o
que lhes falta.
Segundo os autores, “a conciliação de interesses, em vez de posições, funciona por dois motivos. Primeiro porque,
para cada interesse, geralmente existem diversas posições possíveis e capazes de satisfazê-lo. (...) E também porque,
por trás das posições opostas, há muito mais interesses em comum do que conflitantes”.

2- Opções – Opções constituem a totalidade de possibilidades pelas quais as partes podem tecnicamente chegar
a um acordo. Fisher et al. (1994) sugerem criar diversas possibilidades antes de decidir o que fazer. Eles afirmam
que as opções podem ampliar a possibilidade de acordo. Um acordo será melhor se for originário das diversas
opções possíveis, principalmente se explorar todo potencial de ganho mútuo.

22
3 – Alternativas - As alternativas são possibilidades percepção e de sua experiência. Não basta apenas
de caminho que cada parte tem em comparação passar a informação e esperar que o outro compre-
ao acordo em negociação. O acordo negociado enda. É preciso verificar se após ter recebido a in-
sempre poderá ser comparado às alternativas pos- formação, a interpretação da realidade é a deseja-
síveis fora da negociação. da. Uma boa validação faz a comunicação ficar em
Portanto, é fundamental responder algumas questões sintonia com a outra parte. Uma boa comunicação
básicas: qual a alternativa ao problema, qual limite míni- faz a verdade ser entendida na sua melhor ótica,
mo para um acordo negociado; até que ponto cada parte elevando o nível ético das negociações. Elevar o
está disposta a ser flexível; e quais as concessões que nível ético do processo de negociação permite o
as partes estão dispostas a fazer. Para a definição destes estabelecimento de compromissos factíveis e res-
fatores utilizam-se os seguintes conceitos: BATNA – (Best peitados pelas partes, resultando no melhor acordo
alternative to a Negotiated Agreement) – é uma aborda- (CARVALHAL et al., 2006, p.143-145).
gem que assume diversas denominações: MAAN – me-
O corpo também é uma forma de passar informações.
lhor alternativa ao acordo negociado; MAPAN – melhor
Por meio da leitura corporal do interlocutor (expressões
alternativa para o acordo negociado; MAPUANA – me-
faciais, alterações do ritmo respiratório, gestos, movi-
lhor alternativa para um acordo não alcançado; MACNA mentos de cabeça, transpiração, movimento dos olhos,
– melhor alternativa em caso de não acordo. Todas estas postura, proximidade física ou rubor), o negociador pode
siglas têm o mesmo sentido: construir uma ação preven- obter sinais de maior ou menor adesão a uma determi-
tiva buscando alternativas no caso de não se chegar a nada proposição. Suas reações podem traduzir emoções
um acordo dentro dos limites aceitáveis. Este conceito (surpresa, raiva, tédio, ansiedade, culpa, vergonha, cons-
é importante porque define se o negociador deve pros- trangimento ou alegria), que significam aprovação, des-
seguir com a negociação e fechar o acordo, ou se deve conforto ou insatisfação com o rumo que as negociações
interromper o processo (CARVALHAL et al, 2006, p.43). estejam tomando (DAVIS, 1979).
ZOOPA – Zone of possible agreement ou zona de pro- “É claro que certo conhecimento sobre comunicação
vável acordo é a área de barganha compreendida entre não verbal e a linguagem do corpo é de grande utilida-
o desejável e o limite aceitável (máximo ou mínimo). É o de na vida profissional. Compreender as motivações, os
limite até onde as partes estão dispostas a chegar para receios e os pontos fortes das pessoas que participam de
firmar um acordo (CARVALHAL et al, 2006, p.44). situações onde haja negociações é um trunfo considerável
Fisher et al. (1994) recomendam construir a área de no mundo ocupacional. A observação dos mais sutis mo-
acordos possíveis (ZOOPA) e conhecer a melhor alterna- vimentos na linguagem do corpo, enquanto acompanha
tiva para o acordo negociado (BATNA) da outra parte, a fala, pode ser uma das melhores maneiras de se obter
desenvolvendo ao máximo o seu próprio BATNA para vantagem. E o conhecimento da linguagem do corpo pode
aumentar o poder na negociação. ainda ajudar uma pessoa a melhorar seu desempenho em
conferências, avaliações e mesmo nas situações do dia-a-
4 - Legitimidade – Legitimidade ou padrões se refere -dia” (FURNHAM, 2001, p.14).

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


à percepção de justiça sobre o acordo negociado,
7 - Relacionamento – Relacionamento é a forma
envolvendo conceitos de equidade e justiça sobre
que as partes interagem no processo da nego-
o equilíbrio das negociações. Leis, regulamentos,
ciação. Um das mais importantes descobertas em
políticas, princípios e normas servirão de base para
pesquisas de vendas foi o reconhecimento que a
decisões para ambas as partes envolvidas na ne-
chave para um longo contrato de sucesso está no
gociação.
relacionamento advindo da interação comprador-
-vendedor (DWYER et al.,1987). A ideia básica do
5 – Compromissos – Os compromissos e concessões sucesso da interação vendedor-comprador depen-
são declarações verbais ou escritas que definem o de do comportamento das características individu-
que uma parte fará ou deixará de fazer no processo ais do comprador interagindo com as do vendedor
de negociação. Um acordo será mais sólido quan- (WEITZ, 1981.)
do estiver baseado em compromissos e conces-
sões bem estruturadas, de maneira que possa ser Indivíduos com habilidades de relacionamentos são
implementado, entendido e verificado por ambas afáveis, sagazes, simpáticos, sociáveis e até encantado-
as partes. res, ou seja, apresentam um quociente de inteligência
emocional (QE) elevado, o qual está relacionado a inteli-
6 – Comunicação – A comunicação está relacionada gência intrapessoal e interpessoal. O QE é composto por
a capacidade de ser entendido e entender a outra três habilidades adaptativas: a expressão da emoção, a
parte. Na comunicação de qualidade, as mensa- regulação da emoção com relação a si mesmo e aos ou-
gens não se deturpam, promovendo um mútuo en- tros e a utilização das emoções na solução de problemas.
tendimento entre os negociadores mesmo diante Indivíduos com elevado QE sabem ouvir críticas e uti-
de uma discordância ou impasse. Uma parte fun- lizá-las para a melhoria e desenvolvimento, valorizam a
damental do processo é visualizar as característi- diversidade e estabelecem eficientemente redes de con-
cas pessoais dos negociadores envolvidos e testar tatos relacionais. Aprofundar a percepção, aprimorar a
a qualidade da comunicação na negociação. As criatividade, fortalecer a comunicação verbal e não ver-
partes interpretam as informações criando idéias e bal contribuem para elevar os níveis de inteligência geral
modelos mentais advindos de sua capacidade de (FURNHAM, 2001).

23
Para alcançar objetivos que envolvam outras pessoas, tos, portanto a ênfase na transação da venda está sendo
é necessário focar no relacionamento. Nas negociações trocada pelo enfoque relacional. Em mercados altamente
como em qualquer situação competitiva, existe um clima competitivos, a habilidade de reter um cliente satisfei-
de tensão natural decorrente do assunto que será trata- to representa uma grande vantagem. Com isto a teoria
do. A tarefa de estabelecer um relacionamento propício da negociação está perdendo espaço para a gestão da
para se negociar será facilitada através da criação de um experiência do cliente, onde a força de vendas tem um
vínculo no qual impere o respeito e a confiança entre as papel fundamental na construção de relacionamentos
partes. Quanto maior for o relacionamento interpessoal sólidos com os clientes. (KELLEY, 1992).
mais agradável será o clima da negociação.
Porém, se de um lado é sempre mais fácil construir A gestão da experiência do cliente
vínculos com as pessoas com as quais há identificação, A gestão da experiência do cliente é um modelo que
por outro lado é preciso desenvolver a habilidade de não considera as diversas experiências que um cliente pode
permitir perdas relacionais quando não há este tipo de ter com uma marca, produto, serviço ou empresa. É uma
afinidade interpessoal. abordagem voltada para o resultado das experiências
Grande parte das pessoas tende a formar uma im- de consumo, analisando como o ato de consumir faz os
pressão sobre os outros no primeiro contato. Tal impres- clientes se sentirem, quais associações emocionais os
são é decorrente de estereótipos, generalizações e pre- consumidores têm a partir dele e como isto os ajudam no
conceitos. A primeira impressão é relevante na formação relacionamento com outras pessoas ou grupos sociais.
de opinião e sentimentos sobre os interlocutores. Assim, Segundo Schmitt (2004), estas experiências podem
os primeiros momentos relacionais devem ser tratados ser vivenciadas de cinco maneiras diferentes. A experiên-
cuidadosamente, pois tenderão a afetar os comporta- cia da sensação apela para os cinco sentidos: a beleza
mentos posteriores entre as partes (CARVALHAL et al., do que pode ser observado, a qualidade do som, do to-
2006). que, do gosto e do olfato. A experiência afetiva apela
aos sentimentos e emoções mais íntimas do cliente. A
8 – Tempo – É o uso do cronograma das etapas da experiência do pensamento apela ao intelecto, criando
negociação de forma inteligente. O tempo é uma valor para os clientes ao envolvê-los criativamente. A ex-
ferramenta muito importante nas negociações periência da ação apela aos comportamentos e estilos,
porque pode ser utilizado de forma diferente de criando valor aos clientes ao mostrar estilos de vida al-
acordo com as situações. Retardar o tempo sig- ternativos ou atitudes diferentes. A experiência da identi-
nifica buscar outras opções ou preparar melhores ficação comporta experiências sociais. Ela cria valor para
alternativas, enquanto acelerar o tempo significa o cliente proporcionando-lhe uma identificação social e
pressionar a outra parte por uma conclusão. A ne- um sentimento de integração.
cessidade de maior ou menor tempo nas negocia- Os relacionamentos gerados entre vendedores e com-
ções dependerá do nível de dificuldade inicial en- pradores influem na retenção porque os intercâmbios e
tre as partes nas trocas de concessões no sentido interações que oferecem determinam se os clientes con-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

do acordo. sideram seu relacionamento com a empresa satisfatório


O elemento tempo pode ser vantajoso quando pro- e, também, se irão ou não comprar seu produto ou ser-
picia uma melhor produtividade das negociações. Em viço. Quando se consegue criar novos valores mediante
contrapartida, quando mal administrado, resulta em de- uma interface amistosa, conveniente e agradável para
cisões equivocadas e impasses. os clientes, eles certamente voltam a comprar de quem
apresentou tudo isso em seu benefício. Portanto, há um
9 – Conformidade – Diz respeito à legalidade dos mundo inteiro de conexões experienciais a ser explorado.
contratos firmados nas negociações. As leis perti- As relações entre os diferentes aspectos da experiên-
nentes ao ambiente onde a negociação se trans- cia do cliente são regras fundamentais para conquistar,
creve devem ser observadas e respeitadas, de reter e vender mais produtos e serviços (SCHMITT, 2004).
forma que não haja riscos na implementação dos
acordos firmados.
Código de Proteção e Defesa do Consumidor
10 – Contexto – Cenário político, econômico, social, As denominadas relações de consumo estão estrita-
ambiental, comercial, entre outros, onde se desen- mente relacionadas às relações de cunho comercial. Com
volve negociação. A análise do contexto normal-
o passar do tempo, essas práticas foram acompanhando
mente é desenvolvida no sentido de visualização
do todo e de todas as inter-relações dos fatos e o crescimento do comércio, o avanço das tecnologias, até
situações. que se o Estado, regulamentou essas práticas e garantiu
Considerando-se o contexto, determina-se a estraté- mecanismos de defesa dos direitos dos envolvidos, atra-
gia da negociação. O contexto é dinâmico e a capacidade vés da Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor),
dos negociadores em acompanhar suas mudanças cons- que passou a tutelar essa relação, revestindo-a de caráter
titui um diferencial importante. público, afim de resguardar os interesses da coletividade.
O processo de negociação tradicionalmente dá ênfa- Tendo em vista que essas relações envolvem duas ou
se ao fechamento da venda, na obtenção do resultado. O mais pessoas, faz-se necessário a presença de dois ele-
mercado está cada vez mais competitivo tanto no núme-
mentos para caracterizar tal relação, sejam eles Consumi-
ro de competidores quanto na qualidade de seus produ-

24
dor e Fornecedor. Variabilidade: Aqui nos referimos à dificuldade exis-
De acordo com o artigo 2º da lei 8078/90, Consumi- tente nas instituições de padronizar suas prestações de
dor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza serviço, até porque estamos aqui falando em situações
produtos ou serviços como destinatário final, entenda- que são desenvolvidas por pessoas, sendo que, por mais
-se aqui destinatário final como aquela pessoa, física ou que haja um modelo ou padrão a ser seguido na ten-
tativa de minimizar percepções diferenciadas aos clien-
jurídica que adquire ou se utiliza de produtos ou servi-
tes, de maneira que todos tenham o mesmo tratamento,
ços em benefício próprio, ou seja, é aquele que busca a
vários fatores interferem aqui, temos como já citamos
satisfação de suas necessidades através de um produto o comportamento do prestador de serviço, mas temos
ou serviço, sem ter o interesse de repassar este serviço também a colocação que cada cliente faz em relação às
ou esse produto a terceiros (Caso este produto ou ser- suas necessidades, sendo que cada um tem uma forma
viço seja repassado a terceiros, mediante remuneração, de expor essas necessidades, outro fator são diferenças
inexiste a figura do consumidor e surge imediatamente que podem existir entre estruturas, cidades, culturas, en-
a do fornecedor). Já, fornecedor é toda pessoa física ou fim, compete à instituição implantar estratégias e cultura
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem organizacional que incentive os colaboradores a presta-
como os entes despersonalizados, que desenvolvem ati- rem serviços de qualidade que atenda aquela tida como
vidades de produção, montagem, criação, construção, meta, além de acompanhar aquele que melhor lhe dirá se
o que tem sido oferecido é o melhor, ou seja, o cliente.
transformação, importação, exportação, distribuição ou
Necessário se faz um acompanhamento das percepções
comercialização de produtos ou prestação de serviços,
e avaliações que o cliente consumidor desse serviço tem
conforme o art. 4º da lei 8078/90. apontado.

Veja o conteúdo da referida Lei na íntegra acessando Fonte e texto adaptado de: www.ibliotecadigital.fgv.
o link a seguir: br/www.agendor.com.br/www.sos.com.br/Emanuel Ricar-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm do de Souza Ferreira/João Henrique Rafael Junior/Bruno
Mendonça (Publicitário & Coach Profissional) / Enio Klein
(Business School São Paulo – BSP) / Caio Volpe / Daniel
Santa Cruz / Guilherme Françolin / Jean Michel Soldatelli /
Noções de Imaterialidade ou intangibilidade, Inse- Victor Brunetti / Márcia Queiros / Maria Aparecida Araú-
parabilidade e Variabilidade dos produtos bancários. jo/ Marcineia de Oliveira – Não atenda clientes, atenda
pessoas.
Intangibilidade: Quando falamos em algo intangível,
nos referimos a algo que não conseguimos perceber fi-
sicamente, ou seja, não vemos, não pegamos, não sen- EXERCÍCIOS COMENTADOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


timos. Essa característica deixa o indivíduo fora de sua
zona de conforto, isto porque ele adquire algo que não
1. (BANPARÁ – TECNICO BANCARIO – EXATUS –
pode de pronto perceber, a subjetividade desses servi-
2015) O objetivo do marketing de relacionamento não é
ços gera uma insegurança ao cliente quanto à qualidade
vender mais para o maior número de clientes, e sim ven-
daquele serviço. Diante disso, as instituições devem estar
der mais para cada cliente atual. Diante dessa afirmação,
atentas àquilo que o cliente no momento da prestação
assinale a alternativa correta a respeito de marketing de
do serviço pode usar de referência em suas avaliações,
relacionamento: 
como por exemplo, a estrutura do lugar, a agilidade do
serviço, a qualidade no atendimento, a presteza nas in- a) O marketing de relacionamento defende que o traba-
formações prestadas, os canais de comunicação, custo lho de marketing deve ser direcionado para a massa e
dos serviços, enfim, todos os meios que na avaliação do não para cada cliente individual.
cliente o deixe mais tranquilo e positivo quanto a aquisi- b) O marketing de relacionamento trata de uma mudan-
ção do serviço. ça profunda na forma de entender e trabalhar o rela-
cionamento com os mercados.
Inseparabilidade: Quando falamos em serviços, fala- c) O marketing de relacionamento é de extrema dificul-
mos de algo que seu consumo ocorre ao mesmo tempo dade por não ser possível a utilização de banco de da-
em que é produzido, ou seja, não é possível separar o dos para a manutenção continua de duas vias com os
serviço de quem o presta ou realiza, um é inerente ao clientes.
outro. Essa é razão pela qual falamos em interação entre d) A vantagem do marketing de relacionamento é a fa-
vendedor e cliente, porque ambos afetam diretamente o cilidade de ser implantado sem o envolvimento dos
resultado do processo. Diante disso, vale destacar a im- funcionários.
portância da preparação tanto técnica quanto comporta- e) O marketing de relacionamento deve buscar o conhe-
mental dos profissionais que desenvolverão esse tipo de cimento íntimo do indivíduo para estimular a compra
serviço, afinal, seu desempenho está intimamente ligado de produtos na concorrência.
à qualidade e eficácia final do processo de venda de ser-
viços. Resposta: Letra B.

25
Em “a”, ERRADO – o MKT de relacionamento é um ca- Em “d”, ERRADO – a afirmativa é coerente com o MKT
nal de estreitamento de relação, o que não é compatí- de relacionamento porque este realmente requer a ne-
vel com comunicação em massa. cessidade da participação e envolvimento dos funcio-
Em “b”, CORRETO - o MKT de relacionamento propõe nários.
uma valorização mais profunda do cliente, e não ape- Em “e”, CORRETO – é um erro aplicar a ferramenta
nas no momento da negociação, deixando o contexto apenas para os clientes já existentes, pois, a busca por
de conveniência de lado, e adotando o conceito de novos clientes deve andar em conjunto com a manu-
convicção da importância dele. tenção dos já existentes, ambos são fundamentais na
Em “c”, ERRADO – o uso das informações colhidas so- manutenção da organização no mercado.
bre o cliente é exatamente um dos grandes aliados no
desenvolvimento dessa ferramenta. 3. (CESGRANRIO - 2015 – BB) Um banco que atua no
Em “d”, ERRADO – o envolvimento dos funcionários é varejo está buscando ampliar a sua carteira de cliente e,
extremamente importante na implantação dessa fer-
para isso, estabeleceu uma nova estratégia de atuação
ramenta.
visando a fidelizar seus clientes e captar novos, no mer-
Em “e”, ERRADO – não faz sentido desenvolver um ca-
cado em que opera.
nal de relacionamento que tenha por proposta levar
Uma estratégia a ser utilizada pelo banco para atingir
esse cliente para a concorrência.
seus objetivos é
2. (BANPARÁ – TECNICO BANCARIO – INAZ DO Pará –
2014) Em contexto no qual a concorrência não dá chan- a) ampliar a automação de suas atividades, diminuindo a
ce aos erros, organizações que não evoluem são suprimi- interação do banco com seus clientes e possibilitando
das. Os relacionamentos com os clientes nestes cenários um relacionamento formal e impessoal.
complexos se tornam imprescindíveis, pois para que os b) estabelecer metas ambiciosas de curto prazo aos ven-
compradores permaneçam fiéis à firma, depende de dedores, para que estes contatem o maior número de
como criam laços e vínculos de interatividade e cocriação clientes apenas na ocasião da venda.
que proporcione valor. Ganham as empresas que ofere- c) atuar em nichos de mercado, oferecendo seus pro-
cem maiores valores e satisfação do que a concorrência. dutos e serviços ao mercado, de maneira geral, por
Parte desta discussão de proposição de valor emerge da intermédio de seu serviço de telemarketing, atraindo,
lógica do serviço (VARGO, LUSCH, 2004).  assim, um maior número de clientes.
Diante do exposto, assinale a alternativa INCORRETA a d) manter um sistema de análise mercadológica que pos-
respeito do Marketing de relacionamento: sibilite compreender as necessidades dos clientes e,
dessa forma, oferecer produtos e serviços que aten-
a) A interação entre fornecedor e consumidor deve ser dam às suas expectativas.
realizada com o intuito de perpetuar o relacionamento e) possibilitar que o vendedor de seus produtos e servi-
para com a empresa. ços os adapte, durante o processo de vendas, focando
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

b) O marketing de relacionamento atenta para as neces- no atendimento aos objetivos do banco.


sidades de criar, manter e acentuar sólidos relaciona-
mentos com os clientes e outros públicos. Resposta: Letra D.
c) Faz-se necessário, também, destinar atenção a consu- Vamos analisar cada uma das alternativas:
midores que já transacionaram com a empresa even- a) relações impessoais não é uma estratégia inteligen-
tualmente, visto que o custo para atrair novos clientes te para fidelização de clientes, tão pouco gerar novas
é consideravelmente maior do que para manter os relações.
atuais. b) instigar um comportamento de busca por novos
d) De modo geral o sucesso no relacionamento de ma- clientes e a ambição por melhores resultados deve ser
rketing está nas ações bem sucedidas das pessoas que uma constante e não uma ação pontual.
as aplicam, ou seja, os indivíduos que estão na linha c) se o público alvo será um “nicho de mercado”, seu
de frente da organização. produto e serviço deve ser específico, e não de maneira
e) As empresas devem atentar somente para os seus geral.
clientes reais, pois são estes que fazem com que a or- d) a melhor estratégia de atendimento e vendas é co-
ganização se mantenha diante do mercado competi- nhecer o seu cliente, seus desejos e suas necessidades,
tivo. que são os fatos geradores de qualquer compra.
e) no tipo de serviço e produto em questão, não cabe
Resposta: Letra E. adaptação, e sim, identificação daquele que melhor
Em “a”, ERRADO – tornar o relacionamento mais longo atenda ou supra a necessidade do cliente. 
e profundo é realmente a proposta do MKT de rela-
cionamento. 4. (CESGRANRIO - 2015 – BB) As diversas etapas da
Em “b” ERRADO – esse relacionamento que ultrapassa venda devem ser consideradas no planejamento dos ser-
a superficialidade é exatamente o que propõe o MKT viços bancários.
de relacionamento. Uma delas, a pré-venda, engloba uma série de atividades
Em “c”, ERRADO – é uma ferramenta que visa fidelizar relacionadas diretamente com os escriturários, na medi-
tantos os clientes já existentes, mesmo aqueles eventu- da em que é uma etapa planejada para
ais, como os novos.

26
a) definir o valor a ser cobrado pelos serviços do banco. to prazo e longo prazo, economia e desenvolvimento.
b) pesquisar as necessidades e desejos dos correntistas. (Por Carlos Barreiro)
c) analisar o ambiente mercadológico no momento. Na questão acima, vimos que o papel do gerente está
d) aumentar o conhecimento dos produtos comerciali- bem definido, não é ambíguo, ou seja, não tem mais de
zados. um sentido ou função, tão pouco trata-se de um papel
e) levantar os fatores externos que interferem nas nego- indiferente, pelo contrário, é encarado como o respon-
ciações. sável por eliminar uma situação ruim, e muito menos
desativado.
Resposta: Letra D. O que temos é nitidamente um conflito de papéis, pois,
Vamos por exclusão: existe a necessidade de resolver uma questão proble-
Alternativas A, C e E são ações desenvolvidas no mo- mática para o banco, que deve ser uma preocupação do
mento da venda. gerente, afinal, a função de vendas é responsável pela
lucratividade dos bancos, mas também tem o papel do
Restam-nos as alternativas B e D.
gerente enquanto aquele que atende a necessidade e o
Muitas controvérsias a respeito dessa questão, poderia,
interesse de seu cliente, e diante do exposto, ele ve-se
inclusive, ser passível de recurso.
tendo que abrir mão de um para atender o outro, o que
Mas, vamos tentar pensar com a cabeça do examinador.
caracteriza um conflito.
O gabarito apontado pela banca é o D.
De fato, aumentar o conhecimento dos produtos é uma
tarefa que antecede a venda. Está CORRETO.
Pesquisar as necessidades e desejos dos concorrentes, LEI Nº 10.048/2000
também é, de modo geral, uma tarefa que, teoricamen-
te deve anteceder a venda, de tal forma que, a única
explicação que encontramos para que a banca tenha LEI Nº 10.048. DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000
considerado a alternativa B como errada é a de estar-
mos falando do fato do escriturário, diante do cliente, e As pessoas com deficiência, os idosos com idade
daquilo por ele exposto, encontrar o produto ou serviço igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as
que melhor lhe caiba, e isso aconteceria no momento lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos
da venda. terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.
Mas, ainda sim, no tema vendas, vale a máxima que diz: As repartições públicas e empresas concessionárias
pesquisar sobre as necessidades e desejos dos clientes de serviços públicos estão obrigadas a dispensar atendi-
deve ser uma tarefa feita no momento da pré-venda. mento prioritário, por meio de serviços individualizados
Portanto, de acordo com a banca examinadora: que assegurem tratamento diferenciado e atendimento
imediato às pessoas acima referidas.
5. (CESGRANRIO - 2015 – BB) Os gerentes das agências É assegurada, em todas as instituições financeiras, a

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


de uma determinada região vivem uma situação difícil. A prioridade de atendimento às pessoas supramenciona-
direção do banco exige que as operações de crédito se- das.
jam de curto prazo e dificulta as mudanças das condições As empresas públicas de transporte e as concessio-
das contratações de crédito, ao passo que os clientes de- nárias de transporte coletivo reservarão assentos, devi-
sejam prazos mais longos de pagamento e condições de damente identificados, aos idosos, gestantes, lactantes,
contratação que levem em conta o histórico de relacio- pessoas portadoras de deficiência e pessoas acompa-
namento com o banco. Por conta disso, não é possível nhadas por crianças de colo.
que os gerentes atendam aos interesses do banco e dos Os logradouros e sanitários públicos, bem como os
clientes. Muitos gerentes têm simplesmente deixado de edifícios de uso público, terão normas de construção,
oferecer crédito aos clientes e se sentem muito desmo- para efeito de licenciamento da respectiva edificação,
tivados. baixadas pela autoridade competente, destinadas a faci-
Com base na teoria do papel, a motivação dos gerentes, litar o acesso e uso desses locais pelas pessoas portado-
nessa situação, está sendo minada porque há ras de deficiência.
Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos
a) indiferença de papéis após doze meses da publicação da Lei nª 10.048/2000
b) ambiguidade de papéis serão planejados de forma a facilitar o acesso a seu inte-
c) conflito de papéis rior das pessoas portadoras de deficiência.
d) indefinição de papéis Os proprietários de veículos de transporte coletivo
e) desativação de papéis em utilização terão o prazo de cento e oitenta dias, a
contar da regulamentação da Lei nº 10.048/2000, para
Resposta: Letra C. proceder às adaptações necessárias ao acesso facilitado
O papel organizacional se baseia no entendimento das pessoas portadoras de deficiência.
claro de como as pessoas devem se comportar e o que A infração ao disposto na Lei nº 10.048/2000, sujeita-
entregar em cada nível organizacional. As pessoas sa- rá os responsáveis:
bem o que entregar quantitativamente, mas somente o – no caso de servidor ou de chefia responsável pela
desempenho do papel lhes dirá como entregar qualita- repartição pública, às penalidades previstas na le-
tivamente. Pois, é no papel organizacional que se junta gislação específica;
valores e normas, cultura e clima, ação e intenção, cur-

27
– no caso de empresas concessionárias de serviço pú- tiva na sociedade em igualdade de condições com
blico, a multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ as demais pessoas;
2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), por veículos - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha,
sem as condições previstas acima; por qualquer motivo, dificuldade de movimentação,
permanente ou temporária, gerando redução efeti-
Para quem acompanha o material com a lei, observe va da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação
que no caso das instituições financeiras, às penalidades motora ou da percepção, incluindo idoso, gestan-
previstas no art. 44, incisos I, II e III, da Lei no 4.595, de 31 te, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
de dezembro de 1964, esse artigo mencionado foi revo- - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
gado pela Lei nº 13.506/2017. com deficiência, podendo ou não desempenhar as
As penalidades de que aqui se trata serão elevadas ao funções de atendente pessoal;
dobro, em caso de reincidência. - elemento de urbanização: quaisquer componentes
de obras de urbanização, tais como os referentes a
pavimentação, saneamento, encanamento para es-
gotos, distribuição de energia elétrica e de gás, ilu-
LEI Nº 10.098/2000 minação pública, serviços de comunicação, abas-
tecimento e distribuição de água, paisagismo e os
que materializam as indicações do planejamento
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 urbanístico;
- mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas
A Lei nº 10.098/2000 estabelece normas gerais e cri- vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicio-
térios básicos para a promoção da acessibilidade das pes- nados aos elementos de urbanização ou de edifica-
soas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzi- ção, de forma que sua modificação ou seu traslado
da, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas não provoque alterações substanciais nesses ele-
vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na constru- mentos, tais como semáforos, postes de sinalização
ção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos,
comunicação.
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de
Esta lei tem como finalidade estabelecer as seguintes
natureza análoga;
definições:
- tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
- acessibilidade: possibilidade e condição de alcan-
equipamentos, dispositivos, recursos, metodolo-
ce para utilização, com segurança e autonomia, de
gias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edifi-
promover a funcionalidade, relacionada à atividade
cações, transportes, informação e comunicação, in- e à participação da pessoa com deficiência ou com
clusive seus sistemas e tecnologias, bem como de mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, in-
outros serviços e instalações abertos ao público, de dependência, qualidade de vida e inclusão social;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

uso público ou privados de uso coletivo, tanto na - comunicação: forma de interação dos cidadãos que
zona urbana como na rural, por pessoa com defici- abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive
ência ou com mobilidade reduzida; a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização
- barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou
comportamento que limite ou impeça a participação de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o dispositivos multimídia, assim como a linguagem
exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberda- simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os
de de movimento e de expressão, à comunicação, meios de voz digitalizados e os modos, meios e
ao acesso à informação, à compreensão, à circulação formatos aumentativos e alternativos de comuni-
com segurança, entre outros, classificadas em: cação, incluindo as tecnologias da informação e
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos es- das comunicações;
paços públicos e privados abertos ao público ou de - desenho universal: concepção de produtos, am-
uso coletivo; bientes, programas e serviços a serem usados por
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios todas as pessoas, sem necessidade de adaptação
públicos e privados; ou de projeto específico, incluindo os recursos de
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas tecnologia assistiva.
e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qual- O planejamento e a urbanização das vias públicas,
quer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento dos parques e dos demais espaços de uso público de-
que dificulte ou impossibilite a expressão ou o rece- verão ser concebidos e executados de forma a torná-los
bimento de mensagens e de informações por inter- acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas
médio de sistemas de comunicação e de tecnologia com deficiência ou com mobilidade reduzida.
da informação; O passeio público, elemento obrigatório de urbaniza-
- pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento ção e parte da via pública, normalmente segregado e em
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual nível diferente, destina-se somente à circulação de pe-
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais destres e, quando possível, à implantação de mobiliário
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efe- urbano e de vegetação.

28
As vias públicas, os parques e os demais espaços de A construção, ampliação ou reforma de edifícios pú-
uso público existentes, assim como as respectivas ins- blicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser
talações de serviços e mobiliários urbanos deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis
adaptados, obedecendo-se ordem de prioridade que às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
vise à maior eficiência das modificações, no sentido de reduzida.
promover mais ampla acessibilidade às pessoas portado- Sendo assim, na construção, ampliação ou reforma de
ras de deficiência ou com mobilidade reduzida. edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo
No mínimo 5% (cinco por cento) de cada brinquedo deverão ser observados, pelo menos, os seguintes requi-
e equipamento de lazer existentes nos locais acima refe- sitos de acessibilidade:
ridos devem ser adaptados e identificados, tanto quanto – nas áreas externas ou internas da edificação, desti-
tecnicamente possível, para possibilitar sua utilização por nadas a garagem e a estacionamento de uso pú-
pessoas com deficiência, inclusive visual, ou com mobili- blico, deverão ser reservadas vagas próximas dos
dade reduzida.
acessos de circulação de pedestres, devidamente
O projeto e o traçado dos elementos de urbanização
sinalizadas, para veículos que transportem pessoas
públicos e privados de uso comunitário, nestes com-
preendidos os itinerários e as passagens de pedestres, os portadoras de deficiência com dificuldade de loco-
percursos de entrada e de saída de veículos, as escadas moção permanente;
e rampas, deverão observar os parâmetros estabelecidos – pelo menos um dos acessos ao interior da edifica-
pelas normas técnicas de acessibilidade da Associação ção deverá estar livre de barreiras arquitetônicas e
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. de obstáculos que impeçam ou dificultem a aces-
Os banheiros de uso público existentes ou a construir sibilidade de pessoa portadora de deficiência ou
em parques, praças, jardins e espaços livres públicos de- com mobilidade reduzida;
verão ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um sanitário – pelo menos um dos itinerários que comuniquem
e um lavatório que atendam às especificações das normas horizontal e verticalmente todas as dependências
técnicas da ABNT. e serviços do edifício, entre si e com o exterior, de-
Em todas as áreas de estacionamento de veículos, lo- verá cumprir os requisitos de acessibilidade de que
calizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser
trata a lei em estudo; e
reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de
– os edifícios deverão dispor, pelo menos, de um ba-
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que
nheiro acessível, distribuindo-se seus equipamen-
transportem pessoas portadoras de deficiência com difi-
culdade de locomoção. tos e acessórios de maneira que possam ser utili-
As vagas a que se refere o caput deste artigo deverão zados por pessoa portadora de deficiência ou com
ser em número equivalente a dois por cento do total, ga- mobilidade reduzida.
rantida, no mínimo, uma vaga, devidamente sinalizada e
com as especificações técnicas de desenho e traçado de Os locais de espetáculos, conferências, aulas e outros
acordo com as normas técnicas vigentes. de natureza similar deverão dispor de espaços reserva-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


Os sinais de tráfego, semáforos, postes de iluminação dos para pessoas que utilizam cadeira de rodas, e de lu-
ou quaisquer outros elementos verticais de sinalização gares específicos para pessoas com deficiência auditiva e
que devam ser instalados em itinerário ou espaço de aces- visual, inclusive acompanhante, de acordo com a ABNT,
so para pedestres deverão ser dispostos de forma a não de modo a facilitar-lhes as condições de acesso, circula-
dificultar ou impedir a circulação, e de modo que possam ção e comunicação.
ser utilizados com a máxima comodidade. Os centros comerciais e os estabelecimentos congê-
Os semáforos para pedestres instalados nas vias públi- neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, moto-
cas deverão estar equipados com mecanismo que emita rizados ou não, para o atendimento da pessoa com defi-
sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com ciência ou com mobilidade reduzida.
mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação
Os edifícios de uso privado em que seja obrigatória a
para a travessia de pessoas portadoras de deficiência vi-
instalação de elevadores deverá ser construídos atenden-
sual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosi-
do aos seguintes requisitos mínimos de acessibilidade:
dade da via assim determinarem.
Os semáforos para pedestres instalados em vias públi- – percurso acessível que una as unidades habitacio-
cas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi- nais com o exterior e com as dependências de uso
ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equi- comum;
pados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para – percurso acessível que una a edificação à via pú-
orientação do pedestre. blica, às edificações e aos serviços anexos de uso
Os elementos do mobiliário urbano deverão ser pro- comum e aos edifícios vizinhos;
jetados e instalados em locais que permitam sejam eles – cabine do elevador e respectiva porta de entrada
utilizados pelas pessoas portadoras de deficiência ou com acessíveis para pessoas portadoras de deficiência
mobilidade reduzida. ou com mobilidade reduzida.
A instalação de qualquer mobiliário urbano em área
de circulação comum para pedestre que ofereça risco de Os edifícios a serem construídos com mais de um pa-
acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada me- vimento além do pavimento de acesso, à exceção das
diante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as habitações unifamiliares, e que não estejam obrigados
normas técnicas pertinentes. à instalação de elevador, deverão dispor de especifica-

29
ções técnicas e de projeto que facilitem a instalação de O Poder Público promoverá campanhas informativas
um elevador adaptado, devendo os demais elementos e educativas dirigidas à população em geral, com a fina-
de uso comum destes edifícios atender aos requisitos de lidade de conscientizá-la e sensibilizá-la quanto à aces-
acessibilidade. sibilidade e à integração social da pessoa portadora de
Caberá ao órgão federal responsável pela coordena- deficiência ou com mobilidade reduzida.
ção da política habitacional regulamentar a reserva de Os dispositivos desta lei se aplicam aos edifícios ou
um percentual mínimo do total das habitações, conforme imóveis declarados bens de interesse cultural ou de valor
a característica da população local, para o atendimen- histórico-artístico, desde que as modificações necessá-
to da demanda de pessoas portadoras de deficiência ou rias observem as normas específicas reguladoras destes
com mobilidade reduzida. bens.
Os veículos de transporte coletivo deverão cumprir As organizações representativas de pessoas portado-
os requisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas ras de deficiência terão legitimidade para acompanhar o
técnicas específicas. cumprimento dos requisitos de acessibilidade estabele-
cidos nesta lei.
O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras
na comunicação e estabelecerá mecanismos e alterna-
tivas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de co-
municação e sinalização às pessoas portadoras de defi- DECRETO Nº 5.296/2004, QUE REGULAMEN-
ciência sensorial e com dificuldade de comunicação, para TA A LEI Nº 10.048/2000
garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comuni-
cação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura,
ao esporte e ao lazer. DECRETO 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
O Poder Público implementará a formação de pro-
fissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de Este Decreto regulamenta as duas lei que estuda-
sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo mos acima: Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, e
de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
sensorial e com dificuldade de comunicação. Ficam sujeitos ao cumprimento das disposições des-
Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e ima- te decreto que iniciaremos agora o estudo, sempre que
gens adotarão plano de medidas técnicas com o objetivo houver interação com a matéria nele regulamentada:
de permitir o uso da linguagem de sinais ou outra subti- - a aprovação de projeto de natureza arquitetôni-
tulação, para garantir o direito de acesso à informação às ca e urbanística, de comunicação e informação,
pessoas portadoras de deficiência auditiva, na forma e no de transporte coletivo, bem como a execução de
prazo previstos em regulamento. qualquer tipo de obra, quando tenham destinação
O Poder Público promoverá a supressão de barreiras pública ou coletiva;
urbanísticas, arquitetônicas, de transporte e de comuni- - a outorga de concessão, permissão, autorização ou
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

cação, mediante ajudas técnicas. habilitação de qualquer natureza;


O Poder Público, por meio dos organismos de apoio -  a aprovação de financiamento de projetos com a
à pesquisa e das agências de financiamento, fomentará utilização de recursos públicos, dentre eles os pro-
programas destinados: jetos de natureza arquitetônica e urbanística, os to-
– à promoção de pesquisas científicas voltadas ao tra- cantes à comunicação e informação e os referen-
tes ao transporte coletivo, por meio de qualquer
tamento e prevenção de deficiências;
instrumento, tais como convênio, acordo, ajuste,
– ao desenvolvimento tecnológico orientado à pro-
contrato ou similar; e
dução de ajudas técnicas para as pessoas portado-
- a concessão de aval da União na obtenção de em-
ras de deficiência;
préstimos e financiamentos internacionais por en-
– à especialização de recursos humanos em acessi-
tes públicos ou privados.
bilidade.
Serão aplicadas sanções administrativas, cíveis e pe-
É instituído, no âmbito da Secretaria de Estado de nais cabíveis, previstas em lei, quando não forem obser-
Direitos Humanos do Ministério da Justiça, o Programa vadas as normas deste Decreto.
Nacional de Acessibilidade, com dotação orçamentária O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Porta-
específica, cuja execução será disciplinada em regula- dora de Deficiência, os Conselhos Estaduais, Municipais
mento. e do Distrito Federal, e as organizações representativas
A Administração Pública federal direta e indireta des- de pessoas portadoras de deficiência terão legitimidade
tinará, anualmente, dotação orçamentária para as adap- para acompanhar e sugerir medidas para o cumprimento
tações, eliminações e supressões de barreiras arquitetô- dos requisitos estabelecidos neste Decreto.
nicas existentes nos edifícios de uso público de sua pro- Sobre o atendimento prioritário, os órgãos da admi-
priedade e naqueles que estejam sob sua administração nistração pública direta, indireta e fundacional, as em-
ou uso. presas prestadoras de serviços públicos e as instituições
A implementação das adaptações, eliminações e su- financeiras deverão dispensar atendimento prioritário às
pressões de barreiras arquitetônicas referidas no caput pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
deste artigo deverá ser iniciada a partir do primeiro ano reduzida.
de vigência da lei em estudo.

30
O Decreto que estudamos considera: O atendimento prioritário compreende tratamen-
- pessoa portadora de deficiência, além daquelas pre- to diferenciado e atendimento imediato às pessoas nas
vistas na Lei no 10.690, de 16 de junho de 2003, a condições acima citadas.
que possui limitação ou incapacidade para o de- O tratamento diferenciado inclui, dentre outros:
sempenho de atividade e se enquadra nas seguin- - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e
tes categorias: instalações acessíveis;
a) deficiência física: alteração completa ou parcial de - mobiliário de recepção e atendimento obrigato-
um ou mais segmentos do corpo humano, acar- riamente adaptado à altura e à condição física de
retando o comprometimento da função física, pessoas em cadeira de rodas, conforme estabeleci-
apresentando-se sob a forma de paraplegia, pa-
do nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT;
raparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
-  serviços de atendimento para pessoas com defici-
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, he-
miparesia, ostomia, amputação ou ausência de ência auditiva, prestado por intérpretes ou pessoas
membro, paralisia cerebral, nanismo, membros capacitadas em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
com deformidade congênita ou adquirida, exceto e no trato com aquelas que não se comuniquem
as deformidades estéticas e as que não produzam em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, prestado
dificuldades para o desempenho de funções; por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas nes-
b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou to- te tipo de atendimento;
tal, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, afe- - pessoal capacitado para prestar atendimento às
rida por audiograma nas frequências de 500Hz, pessoas com deficiência visual, mental e múltipla,
1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; bem como às pessoas idosas;
c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade vi- - disponibilidade de área especial para embarque e
sual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, desembarque de pessoa portadora de deficiência
com a melhor correção óptica; a baixa visão, que
ou com mobilidade reduzida;
significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor
- sinalização ambiental para orientação de pessoas
olho, com a melhor correção óptica; os casos nos
quais a somatória da medida do campo visual em com deficiência visual;
ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a - divulgação, em lugar visível, do direito de atendi-
ocorrência simultânea de quaisquer das condições mento prioritário das pessoas portadoras de defi-
anteriores; ciência ou com mobilidade reduzida;
d) deficiência mental: funcionamento intelectual sig- - admissão de entrada e permanência de cão-guia
nificativamente inferior à média, com manifestação ou cão-guia de acompanhamento junto de pes-
antes dos dezoito anos e limitações associadas a soa portadora de deficiência ou de treinador, bem
duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como nas demais edificações de uso público e na-
como: quelas de uso coletivo, mediante apresentação da
1. comunicação; carteira de vacina atualizada do animal; e
- a existência de local de atendimento específico para

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


2. cuidado pessoal;
3. habilidades sociais; determinado grupo de pessoas.
4. utilização dos recursos da comunidade;
5. saúde e segurança; Nos serviços de emergência dos estabelecimentos pú-
6. habilidades acadêmicas; blicos e privados de atendimento à saúde, a prioridade con-
7. lazer; e ferida pelo Decreto que ora estudamos, fica condicionada à
8. trabalho; avaliação médica em face da gravidade dos casos a atender.
e) deficiência múltipla - associação de duas ou mais Os órgãos, empresas e instituições referidos acima
deficiências; e devem possuir, pelo menos, um telefone de atendimento
- pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não adaptado para comunicação com e por pessoas portado-
se enquadrando no conceito de pessoa portadora ras de deficiência auditiva.
de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificul- O atendimento prioritário no âmbito da administra-
dade de movimentar-se, permanente ou tempora- ção pública federal direta e indireta, bem como das em-
riamente, gerando redução efetiva da mobilidade, presas prestadoras de serviços públicos, obedecerá às
disposições deste Decreto, além do que estabelecido em
flexibilidade, coordenação motora e percepção.
outras legislações.
Cabe aos Estados, Municípios e ao Distrito Federal, no
Todas essas considerações se aplicam às pessoas com
âmbito de suas competências, criar instrumentos para a
idade igual ou superior a sessenta anos, gestantes, lac-
efetiva implantação e o controle do atendimento priori-
tantes e pessoas com criança de colo.
tário
O acesso prioritário às edificações e serviços das
Para os fins de acessibilidade, considera-se:
instituições financeiras deve seguir os preceitos estabe-
- acessibilidade: condição para utilização, com segu-
lecidos no presente decreto e nas normas técnicas de rança e autonomia, total ou assistida, dos espaços,
acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Téc- mobiliários e equipamentos urbanos, das edifica-
nicas - ABNT, no que não conflitarem (apenas para co- ções, dos serviços de transporte e dos dispositivos,
nhecimento) com a Lei no 7.102, de 20 de junho de 1983, sistemas e meios de comunicação e informação,
observando, ainda, a Resolução do Conselho Monetário por pessoa portadora de deficiência ou com mo-
Nacional no 2.878, de 26 de julho de 2001. bilidade reduzida;

31
- barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite I - a priorização das necessidades, a programação em
ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a cronograma e a reserva de recursos para a implan-
circulação com segurança e a possibilidade de as tação das ações; e
pessoas se comunicarem ou terem acesso à infor- II - o planejamento, de forma continuada e articulada,
mação, classificadas em: entre os setores envolvidos.
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públi-
cas e nos espaços de uso público; CAPÍTULO IV
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE ARQUI-
e interior das edificações de uso público e coletivo TETÔNICA E URBANÍSTICA
e no entorno e nas áreas internas de uso comum
nas edificações de uso privado multifamiliar; Seção I
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços Das Condições Gerais
de transportes; e
d) barreiras nas comunicações e informações: qual- Art. 10.A concepção e a implantação dos projetos ar-
quer entrave ou obstáculo que dificulte ou impos- quitetônicos e urbanísticos devem atender aos princípios
sibilite a expressão ou o recebimento de mensa- do desenho universal, tendo como referências básicas as
gens por intermédio dos dispositivos, meios ou normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislação
sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, específica e as regras contidas neste Decreto.
bem como aqueles que dificultem ou impossibili- § 1oCaberá ao Poder Público promover a inclusão de
tem o acesso à informação; conteúdos temáticos referentes ao desenho universal
- elemento da urbanização: qualquer componente nas diretrizes curriculares da educação profissional e
das obras de urbanização, tais como os referentes tecnológica e do ensino superior dos cursos de Enge-
à pavimentação, saneamento, distribuição de ener- nharia, Arquitetura e correlatos.
gia elétrica, iluminação pública, abastecimento e § 2oOs programas e as linhas de pesquisa a serem de-
distribuição de água, paisagismo e os que materia- senvolvidos com o apoio de organismos públicos de
lizam as indicações do planejamento urbanístico; auxílio à pesquisa e de agências de fomento deverão
- mobiliário urbano: o conjunto de objetos existen- incluir temas voltados para o desenho universal.
tes nas vias e espaços públicos, superpostos ou Art. 11.A construção, reforma ou ampliação de edifi-
adicionados aos elementos da urbanização ou da cações de uso público ou coletivo, ou a mudança de
edificação, de forma que sua modificação ou tras- destinação para estes tipos de edificação, deverão ser
lado não provoque alterações substanciais nestes executadas de modo que sejam ou se tornem acessí-
elementos, tais como semáforos, postes de sinali- veis à pessoa portadora de deficiência ou com mobi-
zação e similares, telefones e cabines telefônicas, lidade reduzida.
fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises, quios- § 1oAs entidades de fiscalização profissional das ati-
ques e quaisquer outros de natureza análoga; vidades de Engenharia, Arquitetura e correlatas, ao
- ajuda técnica: os produtos, instrumentos, equipa- anotarem a responsabilidade técnica dos projetos,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

mentos ou tecnologia adaptados ou especialmen- exigirão a responsabilidade profissional declarada do


te projetados para melhorar a funcionalidade da atendimento às regras de acessibilidade previstas nas
pessoa portadora de deficiência ou com mobili- normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legis-
dade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, lação específica e neste Decreto.
total ou assistida; § 2oPara a aprovação ou licenciamento ou emissão de
-  edificações de uso público: aquelas administradas certificado de conclusão de projeto arquitetônico ou
por entidades da administração pública, direta e urbanístico deverá ser atestado o atendimento às re-
indireta, ou por empresas prestadoras de serviços gras de acessibilidade previstas nas normas técnicas
públicos e destinadas ao público em geral; de acessibilidade da ABNT, na legislação específica e
-  edificações de uso coletivo: aquelas destinadas às neste Decreto.
atividades de natureza comercial, hoteleira, cultu- § 3oO Poder Público, após certificar a acessibilidade
ral, esportiva, financeira, turística, recreativa, social, de edificação ou serviço, determinará a colocação, em
religiosa, educacional, industrial e de saúde, inclu- espaços ou locais de ampla visibilidade, do “Símbolo
sive as edificações de prestação de serviços de ati- Internacional de Acesso”, na forma prevista nas nor-
vidades da mesma natureza; mas técnicas de acessibilidade da ABNT e na Lei no
VIII - edificações de uso privado: aquelas destinadas à 7.405, de 12 de novembro de 1985.
habitação, que podem ser classificadas como uni- Art. 12.Em qualquer intervenção nas vias e logradou-
familiar ou multifamiliar; e ros públicos, o Poder Público e as empresas conces-
IX - desenho universal: concepção de espaços, artefa- sionárias responsáveis pela execução das obras e dos
tos e produtos que visam atender simultaneamen- serviços garantirão o livre trânsito e a circulação de
te todas as pessoas, com diferentes características forma segura das pessoas em geral, especialmente das
antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
segura e confortável, constituindo-se nos elemen- reduzida, durante e após a sua execução, de acordo
tos ou soluções que compõem a acessibilidade. com o previsto em normas técnicas de acessibilidade
Art. 9oA formulação, implementação e manutenção da ABNT, na legislação específica e neste Decreto.
das ações de acessibilidade atenderão às seguintes Art. 13. Orientam-se, no que couber, pelas regras pre-
premissas básicas: vistas nas normas técnicas brasileiras de acessibilida-

32
de, na legislação específica, observado o disposto na I - as marquises, os toldos, elementos de sinalização,
Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e neste Decreto: luminosos e outros elementos que tenham sua proje-
I - os Planos Diretores Municipais e Planos Diretores ção sobre a faixa de circulação de pedestres;
de Transporte e Trânsito elaborados ou atualizados a II - as cabines telefônicas e os terminais de auto-aten-
partir da publicação deste Decreto; dimento de produtos e serviços;
II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei de Uso III - os telefones públicos sem cabine;
e Ocupação do Solo e a Lei do Sistema Viário; IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos co-
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; mandos e outros sistemas de acionamento do mobi-
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de san- liário urbano;
ções, incluindo a vigilância sanitária e ambiental; e V - os demais elementos do mobiliário urbano;
V - a previsão orçamentária e os mecanismos tributá- VI - o uso do solo urbano para posteamento; e
rios e financeiros utilizados em caráter compensatório VII - as espécies vegetais que tenham sua projeção so-
ou de incentivo. bre a faixa de circulação de pedestres.
§ 1oPara concessão de alvará de funcionamento ou § 2oA concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comu-
sua renovação para qualquer atividade, devem ser tado - STFC, na modalidade Local, deverá assegurar
observadas e certificadas as regras de acessibilidade que, no mínimo, dois por cento do total de Telefones
previstas neste Decreto e nas normas técnicas de aces- de Uso Público - TUPs, sem cabine, com capacidade
sibilidade da ABNT. para originar e receber chamadas locais e de longa
§ 2oPara emissão de carta de “habite-se” ou habilita- distância nacional, bem como, pelo menos, dois por
ção equivalente e para sua renovação, quando esta ti- cento do total de TUPs, com capacidade para originar
ver sido emitida anteriormente às exigências de aces- e receber chamadas de longa distância, nacional e in-
sibilidade contidas na legislação específica, devem ser ternacional, estejam adaptados para o uso de pessoas
observadas e certificadas as regras de acessibilidade portadoras de deficiência auditiva e para usuários de
previstas neste Decreto e nas normas técnicas de aces- cadeiras de rodas, ou conforme estabelecer os Planos
sibilidade da ABNT. Gerais de Metas de Universalização.

Seção II As botoeiras e demais sistemas de acionamento dos


Das Condições Específicas terminais de auto atendimento de produtos e serviços, e
outros equipamentos em que haja interação com o
Art. 14.Na promoção da acessibilidade, serão observa- público, devem estar localizados em altura que possibili-
das as regras gerais previstas neste Decreto, comple- te o manuseio por pessoas em cadeira de rodas, possuin-
mentadas pelas normas técnicas de acessibilidade da do mecanismos para utilização autônoma por deficientes
ABNT e pelas disposições contidas na legislação dos visuais e auditivos, conforme padrões estabelecidos nas
Estados, Municípios e do Distrito Federal. normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
Os semáforos para pedestres instalados nas vias pú-
Art. 15.No planejamento e na urbanização das vias,
blicas deverão estar equipados com mecanismo que

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


praças, dos logradouros, parques e demais espaços de
sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoa
uso público, deverão ser cumpridas as exigências dis- portadora de deficiência visual, ou com mobilidade re-
postas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. duzida, em todos os locais onde a intensidade do fluxo
§ 1o Incluem-se na condição estabelecida no caput: de veículos, de pessoas ou a periculosidade na via assim
 I - a construção de calçadas para circulação de pedes- determinarem, bem como mediante solicitação dos in-
tres ou a adaptação de situações consolidadas; teressados.
II - o rebaixamento de calçadas com rampa acessível   A construção de edificações de uso privado multi-
ou elevação da via para travessia de pedestre em ní- familiar e a construção, ampliação ou reforma de edifi-
vel; e cações de uso coletivo devem atender aos preceitos da
III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta. acessibilidade na interligação de todas as partes de uso
§ 2oNos casos de adaptação de bens culturais imóveis comum ou abertas ao público, conforme os padrões das
e de intervenção para regularização urbanística em normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
áreas de assentamentos subnormais, será admitida, Também estão sujeitos ao disposto no caput os aces-
em caráter excepcional, faixa de largura menor que sos, piscinas, andares de recreação, salão de festas e reu-
o estabelecido nas normas técnicas citadas no caput, niões, saunas e banheiros, quadras esportivas, portarias,
desde que haja justificativa baseada em estudo téc- estacionamentos e garagens, entre outras partes das
nico e que o acesso seja viabilizado de outra forma, áreas internas ou externas de uso comum das edificações
de uso privado multifamiliar e das de uso coletivo.
garantida a melhor técnica possível.
A construção, ampliação ou reforma de edificações
Art. 16.As características do desenho e a instalação do
de uso público deve garantir, pelo menos, um dos aces-
mobiliário urbano devem garantir a aproximação segu- sos ao seu interior, com comunicação com todas as suas
ra e o uso por pessoa portadora de deficiência visual, dependências e serviços, livre de barreiras e de obstácu-
mental ou auditiva, a aproximação e o alcance visual e los que impeçam ou dificultem a sua acessibilidade.
manual para as pessoas portadoras de deficiência física, No caso das edificações de uso público já existen-
em especial aquelas em cadeira de rodas, e a circulação tes, terão elas prazo de trinta meses a contar da data
livre de barreiras, atendendo às condições estabelecidas de publicação deste Decreto para garantir acessibilidade
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
§ 1o Incluem-se nas condições estabelecida no caput: reduzida.

33
Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o Poder O citado dispositivo diz que os espaços e acentos de-
Público buscará garantir dotação orçamentária para am- vem ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de
pliar o número de acessos nas edificações de uso público boa visibilidade, em todos os setores, próximos aos corre-
a serem construídas, ampliadas ou reformadas. dores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segre-
Na ampliação ou reforma das edificações de uso pú- gadas de público e obstrução das saídas, em conformida-
bico ou de uso coletivo, os desníveis das áreas de circu- de com as normas de acessibilidade.
lação internas ou externas serão transpostos por meio de Os espaços e os assentos a serem instalados e sinaliza-
rampa ou equipamento eletromecânico de deslocamen- dos devem estar conforme os requisitos estabelecidos nas
to vertical, quando não for possível outro acesso mais normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira
cômodo para pessoa portadora de deficiência ou com
de Normas Técnicas - ABNT, devem:
mobilidade reduzida, conforme estabelecido nas normas
- ser disponibilizados, no caso de edificações com ca-
técnicas de acessibilidade da ABNT.
pacidade de lotação de até mil lugares, na propor-
Os balcões de atendimento e as bilheterias em edi-
ficação de uso público ou de uso coletivo devem dispor ção de:
de, pelo menos, uma parte da superfície acessível para a) dois por cento de espaços para pessoas em cadeira
atendimento às pessoas portadoras de deficiência ou de rodas, com a garantia de, no mínimo, um espaço;
com mobilidade reduzida, conforme os padrões das nor- e
mas técnicas de acessibilidade da ABNT. b) dois por cento de assentos para pessoas com defici-
No caso do exercício do direito de voto, as urnas ência ou com mobilidade reduzida, com a garantia
das seções eleitorais devem ser adequadas ao uso com de, no mínimo, um assento; ou
autonomia pelas pessoas portadoras de deficiência ou - ser disponibilizados, no caso de edificações com capa-
com mobilidade reduzida e estarem instaladas em local cidade de lotação acima de mil lugares, na proporção
de votação plenamente acessível e com estacionamento de:
próximo. a) vinte espaços para pessoas em cadeira de rodas
A construção, ampliação ou reforma de edificações mais um por cento do que exceder mil lugares; e
de uso público ou de uso coletivo devem dispor de sani- b) vinte assentos para pessoas com deficiência ou
tários acessíveis destinados ao uso por pessoa portadora com mobilidade reduzida mais um por cento do
de deficiência ou com mobilidade reduzida. que exceder mil lugares.
Nas edificações de uso público a serem construídas,
os sanitários destinados ao uso por pessoa portadora de Cinquenta por cento dos assentos reservados para
deficiência ou com mobilidade reduzida serão distribuídos pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida
na razão de, no mínimo, uma cabine para cada sexo em devem ter características dimensionais e estruturais para
cada pavimento da edificação, com entrada independente o uso por pessoa obesa, conforme norma técnica de
dos sanitários coletivos, obedecendo às normas técnicas
acessibilidade da ABNT, com a garantia de, no mínimo,
de acessibilidade da ABNT.
um assento.
Nas edificações de uso público já existentes, terão elas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

prazo de trinta meses a contar da data de publicação deste Os espaços e os assentos a que se refere este artigo
Decreto para garantir pelo menos um banheiro acessível deverão situar-se em locais que garantam a acomodação
por pavimento, com entrada independente, distribuindo- de um acompanhante ao lado da pessoa com deficiência
-se seus equipamentos e acessórios de modo que possam ou com mobilidade reduzida, resguardado o direito de se
ser utilizados por pessoa portadora de deficiência ou com acomodar proximamente a grupo familiar e comunitário.
mobilidade reduzida. Nesses locais, ainda, haverá, obrigatoriamente, rotas
Nas edificações de uso coletivo a serem construídas, de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme pa-
ampliadas ou reformadas, onde devem existir banheiros drões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a
de uso público, os sanitários destinados ao uso por pessoa fim de permitir a saída segura de pessoas com deficiência
portadora de deficiência deverão ter entrada independen- ou com mobilidade reduzida, em caso de emergência.
te dos demais e obedecer às normas técnicas de acessibi- As áreas de acesso aos artistas, tais como coxias e
lidade da ABNT. camarins, também devem ser acessíveis a pessoas com
Nas edificações de uso coletivo já existentes, onde haja deficiência ou com mobilidade reduzida.
banheiros destinados ao uso público, os sanitários prepa- Na hipótese de não haver procura comprovada pelos
rados para o uso por pessoa portadora de deficiência ou espaços livres para pessoas em cadeira de rodas e as-
com mobilidade reduzida deverão estar localizados nos sentos reservados para pessoas com deficiência ou com
pavimentos acessíveis, ter entrada independente dos de- mobilidade reduzida, esses podem, excepcionalmente,
mais sanitários, se houver, e obedecer a normas técnicas ser ocupados por pessoas sem deficiência ou que não
de acessibilidade da ABNT. tenham mobilidade reduzida.
Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de A reserva de assentos será garantida a partir do início
esporte, locais de espetáculos e de conferências e simila- das vendas até vinte e quatro horas antes de cada even-
res, serão reservados espaços livres para pessoas em ca- to, com disponibilidade em todos os pontos de venda de
deira de rodas e assentos para pessoas com deficiência ou
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais.
com mobilidade reduzida, de acordo com a capacidade
No caso de eventos realizados em estabelecimentos
de lotação da edificação, conforme o disposto no art. 44 §
com capacidade superior a dez mil pessoas, a reserva de
1º, da Lei 13.146, de 2015, e não da Lei nº 13.446, de 2015,
assentos será garantida a partir do início das vendas até
como está na redação original deste decreto em estudo.

34
setenta e duas horas antes de cada evento, com disponi- Os veículos estacionados nas vagas reservadas deve-
bilidade em todos os pontos de venda de ingresso, sejam rão portar identificação a ser colocada em local de am-
eles físicos ou virtuais. pla visibilidade, confeccionado e fornecido pelos órgãos
Os espaços e os assentos de, em cada setor, somente de trânsito, que disciplinarão sobre suas características e
serão disponibilizados às pessoas sem deficiência ou sem condições de uso, observando o disposto na Lei no 7.405,
mobilidade reduzida depois de esgotados os demais as- de 1985.
sentos daquele setor Nas edificações de uso público ou de uso coletivo, é
obrigatória a existência de sinalização visual e tátil para
Nos cinemas, a reserva de assentos será garantida a
orientação de pessoas portadoras de deficiência auditiva
partir do início das vendas até meia hora antes de cada e visual, em conformidade com as normas técnicas de
sessão, com disponibilidade em todos os pontos de ven- acessibilidade da ABNT.
da de ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. A instalação de novos elevadores ou sua adaptação
Os espaços livres para pessoas em cadeira de rodas em edificações de uso público ou de uso coletivo, bem
e assentos reservados para pessoas com deficiência ou assim a instalação em edificação de uso privado multifa-
com mobilidade reduzida serão identificados no mapa miliar a ser construída, na qual haja obrigatoriedade da
de assentos localizados nos pontos de venda de ingresso presença de elevadores, deve atender aos padrões das
e de divulgação do evento, sejam eles físicos ou virtuais. normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
Os pontos físicos e os sítios eletrônicos de venda de No caso da instalação de elevadores novos ou da
ingressos e de divulgação do evento deverão: troca dos já existentes, qualquer que seja o número de
- ser acessíveis a pessoas com deficiência e com mo- elevadores da edificação de uso público ou de uso coleti-
bilidade reduzida; e vo, pelo menos um deles terá cabine que permita acesso
- conter informações sobre os recursos de acessibili- e movimentação cômoda de pessoa portadora de defi-
ciência ou com mobilidade reduzida, de acordo com o
dade disponíveis nos eventos.
que especifica as normas técnicas de acessibilidade da
Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível,
ABNT.
etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcio-
Junto às botoeiras externas do elevador, deverá estar
narão condições de acesso e utilização de todos os seus
sinalizado em braile em qual andar da edificação a pes-
ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras
soa se encontra.
de deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive sa-
Os edifícios a serem construídos com mais de um pa-
las de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações
vimento além do pavimento de acesso, à exceção das ha-
desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários.
Para a concessão de autorização de funcionamento, bitações unifamiliares e daquelas que estejam obrigadas
de abertura ou renovação de curso pelo Poder Público, o à instalação de elevadores por legislação municipal, de-
estabelecimento de ensino deverá comprovar que: verão dispor de especificações técnicas e de projeto que
- está cumprindo as regras de acessibilidade arquite- facilitem a instalação de equipamento eletromecânico de
tônica, urbanística e na comunicação e informação deslocamento vertical para uso das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


previstas nas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT, na legislação específica ou continho neste As especificações técnicas referidas acima devem aten-
Decreto em estudo; der:
- coloca à disposição de professores, alunos, servi- - a indicação em planta aprovada pelo poder munici-
dores e empregados portadores de deficiência ou pal do local reservado para a instalação do equipa-
com mobilidade reduzida ajudas técnicas que per- mento eletromecânico, devidamente assinada pelo
mitam o acesso às atividades escolares e adminis- autor do projeto;
trativas em igualdade de condições com as demais - a indicação da opção pelo tipo de equipamento
pessoas; e (elevador, esteira, plataforma ou similar);
- seu ordenamento interno contém normas sobre o - a indicação das dimensões internas e demais aspec-
tratamento a ser dispensado a professores, alunos, tos da cabine do equipamento a ser instalado; e
servidores e empregados portadores de deficiên- -  demais especificações em nota na própria planta,
cia, com o objetivo de coibir e reprimir qualquer tais como a existência e as medidas de botoeira,
tipo de discriminação, bem como as respectivas espelho, informação de voz, bem como a garantia
sanções pelo descumprimento dessas normas. de responsabilidade técnica de que a estrutura da
edificação suporta a implantação do equipamento
Nos estacionamentos externos ou internos das edi- escolhido.
ficações de uso público ou de uso coletivo, ou naqueles
localizados nas vias públicas, serão reservados, pelo me- Na habitação de interesse social, deverão ser promo-
nos, dois por cento do total de vagas para veículos que vidas as seguintes ações para assegurar as condições de
transportem pessoa portadora de deficiência física ou vi- acessibilidade dos empreendimentos:
sual definidas no Decreto, sendo assegurada, no mínimo, - definição de projetos e adoção de tipologias cons-
uma vaga, em locais próximos à entrada principal ou ao trutivas livres de barreiras arquitetônicas e urbanís-
elevador, de fácil acesso à circulação de pedestres, com ticas;
especificações técnicas de desenho e traçado conforme -  no caso de edificação multifamiliar, execução das
o estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da unidades habitacionais acessíveis no piso térreo e
ABNT. acessíveis ou adaptáveis quando nos demais pisos;
- execução das partes de uso comum, quando se tra-

35
tar de edificação multifamiliar, conforme as nor- Os responsáveis pelos terminais, estações, pontos de
mas técnicas de acessibilidade da ABNT; e parada e os veículos, no âmbito de suas competências, as-
-  elaboração de especificações técnicas de projeto segurarão espaços para atendimento, assentos preferen-
que facilite a instalação de elevador adaptado para ciais e meios de acesso devidamente sinalizados para o uso
uso das pessoas portadoras de deficiência ou com das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
mobilidade reduzida. reduzida.
As empresas concessionárias e permissionárias e as
Os agentes executores dos programas e projetos des- instâncias públicas responsáveis pela gestão dos servi-
tinados à habitação de interesse social, financiados com ços de transportes coletivos, no âmbito de suas compe-
recursos próprios da União ou por ela geridos, devem tências, deverão garantir a implantação das providências
observar os requisitos estabelecidos acima. necessárias na operação, nos terminais, nas estações, nos
Ao Ministério das Cidades, no âmbito da coordena- pontos de parada e nas vias de acesso, de forma a as-
ção da política habitacional, compete: segurar as condições previstas no art. 34 deste Decreto.
- adotar as providências necessárias para o cumpri-  Parágrafo único.As empresas concessionárias e per-
mento do disposto acima; e missionárias e as instâncias públicas responsáveis pela
- divulgar junto aos agentes interessados e orientar gestão dos serviços de transportes coletivos, no âmbito
a clientela alvo da política habitacional sobre as de suas competências, deverão autorizar a colocação do
iniciativas que promover em razão das legislações “Símbolo Internacional de Acesso” após certificar a aces-
federal, estaduais, distrital e municipais relativas à sibilidade do sistema de transporte.
acessibilidade. Cabe às empresas concessionárias e permissionárias
e as instâncias públicas responsáveis pela gestão dos
As soluções destinadas à eliminação, redução ou su- serviços de transportes coletivos assegurar a qualifica-
peração de barreiras na promoção da acessibilidade a to- ção dos profissionais que trabalham nesses serviços, para
dos os bens culturais imóveis devem estar de acordo com que prestem atendimento prioritário às pessoas porta-
o que estabelece a Instrução Normativa no 1 do Instituto doras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, de No prazo de até vinte e quatro meses a contar da
25 de novembro de 2003. data de edição das normas técnicas infra citadas, todos
Para os fins de acessibilidade aos serviços de trans- os modelos e marcas de veículos de transporte coletivo
porte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, considera-se rodoviário para utilização no País serão fabricados aces-
síveis e estarão disponíveis para integrar a frota operan-
como integrantes desses serviços os veículos, terminais,
te, de forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras
estações, pontos de parada, vias principais, acessos e
de deficiência ou com mobilidade reduzida.
operação.
As normas técnicas para fabricação dos veículos e
Os serviços de transporte coletivo terrestre são:
dos equipamentos de transporte coletivo rodoviário, de
- transporte rodoviário, classificado em urbano, me-
forma a torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas ins-
tropolitano, intermunicipal e interestadual;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

tituições e entidades que compõem o Sistema Nacional


II - transporte metroferroviário, classificado em urba- de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, e
no e metropolitano; e estarão disponíveis no prazo de até doze meses a contar
III - transporte ferroviário, classificado em intermuni- da data da publicação deste Decreto.
cipal e interestadual. A substituição da frota operante atual por veículos
acessíveis, a ser feita pelas empresas concessionárias e
As instâncias públicas responsáveis pela concessão e permissionárias de transporte coletivo rodoviário, dar-
permissão dos serviços de transporte coletivo são: -se-á de forma gradativa, conforme o prazo previsto nos
- governo municipal, responsável pelo transporte co- contratos de concessão e permissão deste serviço.
letivo municipal; A frota de veículos de transporte coletivo rodoviário
- governo estadual, responsável pelo transporte cole- e a infraestrutura dos serviços deste transporte deverão
tivo metropolitano e intermunicipal; estar totalmente acessíveis no prazo máximo de cento e
- governo do Distrito Federal, responsável pelo trans- vinte meses a contar da data de publicação deste Decre-
porte coletivo do Distrito Federal; e to que estudamos.
- governo federal, responsável pelo transporte coleti- Os serviços de transporte coletivo rodoviário urbano
vo interestadual e internacional. devem priorizar o embarque e desembarque dos usuá-
rios em nível em, pelo menos, um dos acessos do veículo.
No prazo de até vinte e quatro meses a contar da
Os sistemas de transporte coletivo são considerados
data de implementação dos programas de avaliação, as
acessíveis quando todos os seus elementos são concebi-
empresas concessionárias e permissionárias dos servi-
dos, organizados, implantados e adaptados segundo o ços de transporte coletivo rodoviário deverão garantir a
conceito de desenho universal, garantindo o uso pleno acessibilidade da frota de veículos em circulação, inclusi-
com segurança e autonomia por todas as pessoas. ve de seus equipamentos.
A infraestrutura de transporte coletivo a ser implan- As normas técnicas para adaptação dos veículos e
tada a partir da publicação deste Decreto deverá ser dos equipamentos de transporte coletivo rodoviário em
acessível e estar disponível para ser operada de forma a circulação, de forma a torná-los acessíveis, serão elabo-
garantir o seu uso por pessoas portadoras de deficiência radas pelas instituições e entidades que compõem o Sis-
ou com mobilidade reduzida. tema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

36
Industrial, e estarão disponíveis no prazo de até doze No prazo de até trinta e seis meses a contar da data da
meses a contar da data da publicação deste Decreto em publicação deste Decreto, todos os modelos e marcas de
questão. veículos de transporte coletivo metroferroviário e ferroviá-
Caberá ao Instituto Nacional de Metrologia, Norma- rio serão fabricados acessíveis e estarão disponíveis para
lização e Qualidade Industrial - INMETRO, quando da integrar a frota operante, de forma a garantir o seu uso
elaboração das normas técnicas para a adaptação dos por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
veículos, especificar dentre esses veículos que estão em reduzida.
operação quais serão adaptados, em função das restri- Os serviços de transporte coletivo metroferroviário e
ções previstas no art. 98 da Lei no 9.503, de 1997. ferroviário existentes deverão estar totalmente acessíveis
As adaptações dos veículos em operação nos servi- no prazo máximo de cento e vinte meses a contar da data
ços de transporte coletivo rodoviário, bem como os pro- de publicação deste Decreto em pauta.
cedimentos e equipamentos a serem utilizados nestas As empresas concessionárias e permissionárias dos
adaptações, estarão sujeitas a programas de avaliação de serviços de transporte coletivo metroferroviário e ferroviá-
conformidade desenvolvidos e implementados pelo Ins- rio deverão apresentar plano de adaptação dos sistemas
tituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade existentes, prevendo ações saneadoras de, no mínimo,
Industrial - INMETRO, a partir de orientações normativas oito por cento ao ano, sobre os elementos não acessíveis
elaboradas no âmbito da ABNT. que compõem o sistema.
No prazo de até trinta e seis meses a contar da data No prazo de até trinta e seis meses, sempre a contar da
de edição das normas técnicas, todos os modelos e mar- data da publicação do Decreto em estudo, os serviços de
cas de veículos de transporte coletivo aquaviário serão transporte coletivo aéreo e os equipamentos de acesso
fabricados acessíveis e estarão disponíveis para integrar a às aeronaves estarão acessíveis e disponíveis para serem
frota operante, de forma a garantir o seu uso por pessoas operados de forma a garantir o seu uso por pessoas por-
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. tadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
As normas técnicas para fabricação dos veículos e Caberá ao Poder Executivo, com base em estudos e
dos equipamentos de transporte coletivo aquaviário
pesquisas, verificar a viabilidade de redução ou isenção
acessíveis, a serem elaboradas pelas instituições e enti-
de tributo:
dades que compõem o Sistema Nacional de Metrologia,
- para importação de equipamentos que não sejam
Normalização e Qualidade Industrial, estarão disponíveis
produzidos no País, necessários no processo de
no prazo de até vinte e quatro meses a contar da data da
adequação do sistema de transporte coletivo, des-
publicação deste Decreto.
de que não existam similares nacionais; e
As adequações na infraestrutura dos serviços desta
modalidade de transporte deverão atender a critérios ne- - para fabricação ou aquisição de veículos ou equipa-
cessários para proporcionar as condições de acessibilida- mentos destinados aos sistemas de transporte cole-
de do sistema de transporte aquaviário. tivo.
No prazo de até cinquenta e quatro meses a contar da
data de implementação dos programas de avaliação, as No prazo de até doze meses a contar, mais uma vez,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


empresas concessionárias e permissionárias dos serviços da data de publicação do Decreto em questão, será obri-
de transporte coletivo aquaviário, deverão garantir a aces- gatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos
sibilidade da frota de veículos em circulação, inclusive de da administração pública na rede mundial de computa-
seus equipamentos. dores (internet), para o uso das pessoas portadoras de
As normas técnicas para adaptação dos veículos e deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às in-
dos equipamentos de transporte coletivo aquaviário em formações disponíveis.
circulação, de forma a torná-los acessíveis, serão elabo- Nos portais e sítios de grande porte, desde que seja
radas pelas instituições e entidades que compõem o Sis- demonstrada a inviabilidade técnica de se concluir os
tema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade procedimentos para alcançar integralmente a acessibili-
Industrial, e estarão disponíveis no prazo de até trinta e dade, o prazo definido no caput será estendido por igual
seis meses a contar da data da publicação deste Decreto período.
que estudamos. Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas portadoras
As adaptações dos veículos em operação nos serviços de deficiência conterão símbolo que represente a acessi-
de transporte coletivo aquaviário, bem como os procedi- bilidade na rede mundial de computadores (internet), a
mentos e equipamentos a serem utilizados nestas adapta- ser adotado nas respectivas páginas de entrada.
ções, estarão sujeitas a programas de avaliação de confor- Os telecentros comunitários instalados ou custea-
midade desenvolvidos e implementados pelo INMETRO, dos pelos Governos Federal, Estadual, Municipal ou do
a partir de orientações normativas elaboradas no âmbito Distrito Federal devem possuir instalações plenamente
da ABNT. acessíveis e, pelo menos, um computador com sistema
A frota de veículos de transporte coletivo metroferro-
de som instalado, para uso preferencial por pessoas por-
viário e ferroviário, assim como a infraestrutura dos servi-
tadoras de deficiência visual.
ços deste transporte deverão estar totalmente acessíveis
Após doze meses da edição, vamos lá, mais uma vez,
no prazo máximo de cento e vinte meses a contar da data
de publicação deste Decreto que analizamos. deste Decreto, a acessibilidade nos portais e sítios ele-
A acessibilidade nos serviços de transporte coletivo trônicos de interesse público na rede mundial de compu-
metroferroviário e ferroviário obedecerá ao disposto nas tadores (internet), deverá ser observada para obtenção
normas técnicas de acessibilidade da ABNT. do financiamento, comentado no início do estudo deste
Decreto.

37
As empresas prestadoras de serviços de telecomuni- - circuito de decodificação de legenda oculta;
cações deverão garantir o pleno acesso às pessoas por- - recurso para Programa Secundário de Áudio (SAP); e
tadoras de deficiência auditiva, por meio das seguintes - entradas para fones de ouvido com ou sem fio.
ações: Os procedimentos a serem observados para imple-
- no Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC, dispo- mentação do plano de medidas técnicas, serão regula-
nível para uso do público em geral: mentados, em norma complementar, pelo Ministério das
a)  instalar, mediante solicitação, em âmbito nacio- Comunicações.
nal e em locais públicos, telefones de uso público A regulamentação de que trata o caput deverá pre-
adaptados para uso por pessoas portadoras de ver a utilização, entre outros, dos seguintes sistemas de
deficiência; reprodução das mensagens veiculadas para as pessoas
b) garantir a disponibilidade de instalação de telefo- portadoras de deficiência auditiva e visual:
nes para uso por pessoas portadoras de deficiên- - a subtitulação por meio de legenda oculta;
cia auditiva para acessos individuais;
- a janela com intérprete de LIBRAS; e
c) garantir a existência de centrais de intermediação
- a descrição e narração em voz de cenas e imagens.
de comunicação telefônica a serem utilizadas por
pessoas portadoras de deficiência auditiva, que
A Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
funcionem em tempo integral e atendam a todo o
Portadora de Deficiência - CORDE da Secretaria Especial
território nacional, inclusive com integração com
o mesmo serviço oferecido pelas prestadoras de dos Direitos Humanos da Presidência da República assis-
Serviço Móvel Pessoal; e tirá o Ministério das Comunicações no procedimento de
d) garantir que os telefones de uso público conte- implantação do plano de medidas técnicas.
nham dispositivos sonoros para a identificação Caberá aos órgãos e entidades da administração
das unidades existentes e consumidas dos cartões pública, diretamente ou em parceria com organizações
telefônicos, bem como demais informações exibi- sociais civis de interesse público, sob a orientação do Mi-
das no painel destes equipamentos; nistério da Educação e da Secretaria Especial dos Direitos
- no Serviço Móvel Celular ou Serviço Móvel Pessoal: Humanos, por meio da CORDE, promover a capacitação
a) garantir a interoperabilidade nos serviços de telefo- de profissionais em LIBRAS.
nia móvel, para possibilitar o envio de mensagens O projeto de desenvolvimento e implementação da
de texto entre celulares de diferentes empresas; e televisão digital no País deverá contemplar obrigatoria-
b) garantir a existência de centrais de intermediação mente os três tipos de sistema de acesso à informação.
de comunicação telefônica a serem utilizadas por A Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão
pessoas portadoras de deficiência auditiva, que Estratégica da Presidência da República editará, no pra-
funcionem em tempo integral e atendam a todo zo de doze meses a contar da data da publicação deste
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

o território nacional, inclusive com integração com Decreto, normas complementares disciplinando a utiliza-
o mesmo serviço oferecido pelas prestadoras de ção dos sistemas de acesso à informação, na publicidade
Serviço Telefônico Fixo Comutado. governamental e nos pronunciamentos oficiais transmi-
tidos por meio dos serviços de radiodifusão de sons e
Além das ações acima citadas, deve-se considerar o imagens.
estabelecido nos Planos Gerais de Metas de Universali- Sem prejuízo do disposto acima e observadas as condi-
zação. ções técnicas, os pronunciamentos oficiais do Presidente da
O termo pessoa portadora de deficiência auditiva e República serão acompanhados, obrigatoriamente, no prazo
da fala utilizado nos Planos Gerais de Metas de Univer- de seis meses a partir da publicação, de novo, deste Decreto,
de sistema de acessibilidade mediante janela com intérprete
salização é entendido neste Decreto como pessoa porta-
de LIBRAS.
dora de deficiência auditiva, no que se refere aos recur-
O Poder Público adotará mecanismos de incentivo
sos tecnológicos de telefonia.
para tornar disponíveis em meio magnético, em formato
A Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL
de texto, as obras publicadas no País.
regulamentará, no prazo de seis meses a contar da data
A partir de seis meses da edição deste Decreto, a in-
de publicação do Decreto, os procedimentos a serem ob- dústria de medicamentos deve disponibilizar, mediante
servados para implementação. solicitação, exemplares das bulas dos medicamentos em
Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de apare- meio magnético, braile ou em fonte ampliada.
lhos de telefonia celular que indiquem, de forma sonora, A partir de seis meses da edição deste Decreto, os
todas as operações e funções neles disponíveis no visor. fabricantes de equipamentos eletroeletrônicos e mecâ-
Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de apa- nicos de uso doméstico devem disponibilizar, median-
relhos de televisão equipados com recursos tecnológicos te solicitação, exemplares dos manuais de instrução em
que permitam sua utilização de modo a garantir o direito meio magnético, braile ou em fonte ampliada.
de acesso à informação às pessoas portadoras de defi- O Poder Público apoiará preferencialmente os con-
ciência auditiva ou visual. gressos, seminários, oficinas e demais eventos científi-
Incluem-se entre os recursos referidos acima: co-culturais que ofereçam, mediante solicitação, apoios

38
humanos às pessoas com deficiência auditiva e visual, - promoção da inclusão de conteúdos temáticos refe-
tais como tradutores e intérpretes de LIBRAS, ledores, rentes a ajudas técnicas na educação profissional,
guias-intérpretes, ou tecnologias de informação e comu- no ensino médio, na graduação e na pós-gradua-
nicação, tais como a transcrição eletrônica simultânea. ção;
Os programas e as linhas de pesquisa a serem desen- - apoio e divulgação de trabalhos técnicos e científi-
volvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio cos referentes a ajudas técnicas;
à pesquisa e de agências de financiamento deverão con- - estabelecimento de parcerias com escolas e centros
templar temas voltados para tecnologia da informação de educação profissional, centros de ensino uni-
acessível para pessoas portadoras de deficiência. versitários e de pesquisa, no sentido de incremen-
Será estimulada a criação de linhas de crédito para tar a formação de profissionais na área de ajudas
a indústria que produza componentes e equipamentos técnicas; e
relacionados à tecnologia da informação acessível para - incentivo à formação e treinamento de ortesistas e
pessoas portadoras de deficiência.
protesistas.
Consideram-se ajudas técnicas os produtos, instru-
mentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou es-
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos instituirá
pecialmente projetados para melhorar a funcionalidade
Comitê de Ajudas Técnicas, constituído por profissionais
da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
que atuam nesta área, e que será responsável por:
reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou as-
sistida. - estruturação das diretrizes da área de conhecimen-
Os elementos ou equipamentos definidos como aju- to;
das técnicas serão certificados pelos órgãos competen- - estabelecimento das competências desta área;
tes, ouvidas as entidades representativas das pessoas - realização de estudos no intuito de subsidiar a ela-
portadoras de deficiência. boração de normas a respeito de ajudas técnicas;
Para os fins deste Decreto, os cães-guia e os cães-guia - levantamento dos recursos humanos que atualmen-
de acompanhamento são consideradas ajudas técnicas. te trabalham com o tema; e
Os programas e as linhas de pesquisa a serem desen- - detecção dos centros regionais de referência em
volvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio ajudas técnicas, objetivando a formação de rede
à pesquisa e de agências de financiamento deverão con- nacional integrada.
templar temas voltados para ajudas técnicas, cura, trata-
mento e prevenção de deficiências ou que contribuam O Comitê de Ajudas Técnicas será supervisionado
para impedir ou minimizar o seu agravamento. pela CORDE e participará do Programa Nacional de Aces-
Será estimulada a criação de linhas de crédito para a sibilidade, com vistas a garantir o disposto no Decerto
indústria que produza componentes e equipamentos de estudado.
ajudas técnicas. Os serviços a serem prestados pelos membros do Co-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


O desenvolvimento científico e tecnológico voltado mitê de Ajudas Técnicas são considerados relevantes e
para a produção de ajudas técnicas dar-se-á a partir da não serão remunerados.
instituição de parcerias com universidades e centros de O Programa Nacional de Acessibilidade, sob a coor-
pesquisa para a produção nacional de componentes e denação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
equipamentos. por intermédio da CORDE, integrará os planos plurianuais,
Os bancos oficiais, com base em estudos e pesquisas as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.
elaborados pelo Poder Público, serão estimulados a con- A Secretaria Especial dos Direitos Humanos, na con-
ceder financiamento às pessoas portadoras de deficiên- dição de coordenadora do Programa Nacional de Acessi-
cia para aquisição de ajudas técnicas. bilidade, desenvolverá, dentre outras, as seguintes ações:
Caberá ao Poder Executivo, com base em estudos e - apoio e promoção de capacitação e especialização
pesquisas, verificar a viabilidade de: de recursos humanos em acessibilidade e ajudas
- redução ou isenção de tributos para a importação técnicas;
de equipamentos de ajudas técnicas que não se- - acompanhamento e aperfeiçoamento da legislação
jam produzidos no País ou que não possuam simi- sobre acessibilidade;
lares nacionais; - edição, publicação e distribuição de títulos referentes
- redução ou isenção do imposto sobre produtos in- à temática da acessibilidade;
dustrializados incidente sobre as ajudas técnicas; e - cooperação com Estados, Distrito Federal e Municí-
- inclusão de todos os equipamentos de ajudas técni- pios para a elaboração de estudos e diagnósticos
cas para pessoas portadoras de deficiência ou com sobre a situação da acessibilidade arquitetônica, ur-
mobilidade reduzida na categoria de equipamen- banística, de transporte, comunicação e informação;
tos sujeitos a dedução de imposto de renda. - apoio e realização de campanhas informativas e edu-
cativas sobre acessibilidade;
Caberá ao Poder Público viabilizar as seguintes diretri- - promoção de concursos nacionais sobre a temática
da acessibilidade; e
zes:
- estudos e proposição da criação e normatização do
- reconhecimento da área de ajudas técnicas como
Selo Nacional de Acessibilidade.
área de conhecimento;

39
D. ocorrerá a manutenção do registro no cadastro de
inadimplentes como forma de proteção ao comércio.
EXERCÍCIOS COMENTADOS E. será retirada a inscrição do registro no cadastro de
inadimplentes somente se houver medida judicial.
1. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
RIO – 2015) Um gerente de um determinado banco tem, Resposta: Letra B.
dentre a programação determinada pela alta direção do A regra do Código de Defesa do Consumidor é no
estabelecimento financeiro, a função de indicar aos clien- sentido de que no determinado momento de consta-
tes cartões de crédito administrados por sociedades em- tação de pagamento da dívida cabe o credor retirar o
presárias parceiras. Um dos clientes do banco utiliza um nome da restrição negativa dentro de cinco dias.
cartão de crédito ilimitado, devidamente autorizado por GABARITO OFICIAL: B
esse banco e pela administradora de cartões. Em viagem
de núpcias pela Itália, o cliente é surpreendido pela nega- 3. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
tiva de autorização para pagamento do hotel em que ele RIO – 2015) Um cliente de longa data do Banco X S/A
se hospedara. Apesar das tentativas de contato para au- emitiu cheque vinculado à sua conta-corrente no valor
torização das despesas, este ato inocorreu. Sendo pessoa
de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Apesar da existência de
de posses, esse cliente pagou as despesas em dinheiro.
provisão de fundos, o cheque não foi pago, por causa
Retornando ao Brasil, requereu ao banco explicações, por
escrito, do ocorrido — ao que lhe foi respondido não ter da não certificação da assinatura no referido título por
o banco qualquer responsabilidade pelo evento, uma vez preposto do Banco. Após reclamação formal, constatou-
que a gerência do cartão de crédito seria exclusivamente -se que a assinatura conferia com as dos cadastros ar-
da sociedade empresária que administra o cartão. quivados no Banco.
Nesse contexto, nos termos do Código de Proteção e De- Nesse caso, de acordo com as regras do Código de De-
fesa do Consumidor, a responsabilidade fesa do Consumidor ocorreu

A. é do fornecedor que prestou serviços defeituosos, ex- A. prática abusiva


cluindo, em qualquer caso, os demais fornecedores. B. responsabilidade continuada
B.  da instituição financeira é separada da dos demais for- C. força maior
necedores. D. defeito do serviço
C. é subjetiva e exclusiva da administradora de cartões de E. publicidade enganosa
crédito.
D. é solidária e abrange a cadeia de fornecedores, o que Resposta: Letra D.
inclui o Banco. A regra do Código de Defesa do Consumidor é o for-
E. da sociedade empresária depende da prova de culpa necedor de serviços responde, independentemente
de um dos seus prepostos.
da existência de culpa, pela reparação dos danos cau-
sados aos consumidores por defeitos relativos à pres-
Resposta: Letra D.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

tação dos serviços, bem como por informações insufi-


O art. 7º, do Código de Defesa do Consumidor, diz
cientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
que tendo mais de um autor a ofensa, todos respon-
derão solidariamente pela reparação dos danos pre-
vistos nas normas de consumo. TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA,
CONFORME DECRETO Nº 48.598/2011
2. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
RIO – 2015) Uma cidadã, por dificuldades financeiras
momentâneas, deixou de pagar em dia as suas dívidas,
O Decreto estadual nº 48.598, de 19 de novembro de
vindo, por força de sua mora e do seu inadimplemento,
a ser inscrita em cadastro de devedores. Com o passar 2011, fixou a obrigatoriedade de cobrança de conteúdos
do tempo, a sua situação foi melhorando e, após muito relativos à temática de gênero, raça e etnia em concur-
sacrifício pessoal, conseguiu quitar as suas dívidas. Em sos promovidos no âmbito do Estado do Rio Grande do
determinado momento, no entanto, foi surpreendida Sul. Neste sentido, abrangem-se temas como Política
com negativa de crédito, em estabelecimento comercial, Nacional para Mulheres, Política Nacional de Enfrenta-
por estar o seu nome inscrito no cadastro de devedores mento à Violência contra as Mulheres, Estatuto Nacional
inadimplentes. da Igualdade Racial e Estatuto Estadual da Igualdade Ra-
A melhor interpretação do Código de Defesa do Consu- cial, que serão estudados adiante.
midor indica que

A. caberia à devedora buscar o cancelamento dos regis-


#FicaDica
tros nos cadastros de inadimplentes. O Decreto estadual nº 48.598, de 19 de no-
B. é ônus do credor, após a constatação do pagamento vembro de 2011, dispõe sobre a inclusão da
efetivo da dívida, retirar o nome do devedor do ca- temática de gênero, raça e etnia nos concur-
dastro de inadimplentes. sos públicos para provimento de cargos de
C. deve ocorrer a retirada do registro de inadimplente pessoal efetivo no âmbito da Administração
somente cinco anos após o ingresso, mesmo no caso Pública Direta e Indireta do Estado do Rio
de pagamento. Grande do Sul.

40
tituição e leis infraconstitucionais e pelos instru-
mentos internacionais que deverão ser ratificados
POLÍTICA NACIONAL PARA MULHERES. PO-
tão logo possível;
LÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À
- educação da opinião pública e direcionamento das
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES. ESTA- aspirações nacionais à erradicação da discrimina-
TUTO NACIONAL DA IGUALDADE RACIAL. ção e à abolição de práticas e conceitos machistas;
garantia em condição de igualdade do direito ao
voto e ao desempenho de funções públicas;
Quando se fale em igualdade jurídica, por sua vez, - garantia dos mesmos direitos que os homens re-
tem-se que todos são iguais perante a lei. No entan- lativamente à aquisição, mudança ou conservação
to, a verdadeira igualdade é aquela que tem em mente de nacionalidade, nunca sendo obrigada a adotar
que nem todas pessoas podem ser tratadas da mesma a nacionalidade do marido sob pena de ficar apá-
forma, pois possuem necessidades especiais. Assim, a trida;
igualdade meramente formal é injusta. Deve ser busca- - previsão legal, em condições de igualdade com os
da a igualdade material, permitindo que a lei estabeleça homens, do direito de adquirir, herdar e adminis-
diferenciações entre pessoas pertencentes a grupos vul- trar bens (inclusive durante o casamento), de igual-
neráveis, por exemplo, mulheres, crianças, negros, ho- dade na capacidade jurídica e no seu exercício, de
mossexuais, portadores de deficiência, etc. livre circulação, de liberdade de escolha matri-
O governo traça políticas para atender a estes gru- monial, de preservação do superior interesse da
pos vulneráveis e promover uma sociedade mais justa criança na constância e dissolução do casamento
e igualitária. Contudo, cabe ao cidadão interferir e, no (impedindo que no divórcio a criança fique obriga-
exercício da justiça participativa, opinar no processo de toriamente com o pai), de igualdade de responsa-
escolha das diretrizes de ação. Neste sentido, petições bilidade quanto aos filhos entre pai e mãe;
on-line, passeatas públicas, entre outros são mecanis- - revogação de todas disposições do direito penal
mos que permitem ao cidadão interferir de alguma for- que sejam discriminatórias contra as mulheres;
ma na escolha de políticas públicas, chamando atenção - igualdade na educação e no exercício do trabalho
do governo às necessidades sociais, e que vão muito (inclusive remuneração, respeitadas as particulares
além do simples exercício do direito de voto. necessidades das mulheres, por exemplo, licença-
-maternidade).
a) Proteção das mulheres Já a Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas
A garantia desta igualdade sem uma proteção espe- as Formas de Discriminação contra a Mulher vem para
cífica é insuficiente, pois muitas mulheres ainda se en- complementar a mencionada Declaração, diferenciando-
contram numa posição subjugada da sociedade e, em -se dela na medida em que é um tratado internacional
casos extremos, vítimas do domínio masculino. Assim, comum, aberto à assinatura de Estados-partes, ao passo

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


as mulheres formam uma categoria vulnerável que me- que a Declaração é aprovada pela Assembleia Geral da
rece proteção especial para que seja possível garantir a organização e, por isso, aceita por todos os seus Estados-
igualdade material entre os sexos. A razão desta vulne- -membros. Não obstante, tem caráter mais amplo que a
rabilidade reside no fato de que as conquistas femininas Declaração, merecendo destaque a instituição de órgão
de independência pessoal e financeira são relativamente protetivo próprio, qual seja o Comitê sobre a Eliminação
recentes na história da humanidade. da Discriminação contra a Mulher.
Internacionalmente, esta fragilidade feminina é reco- Nesta linha, o artigo 1º da mencionada Convenção
nhecida, notadamente, na Declaração da ONU sobre a traz um conceito de discriminação contra a mulher, o que
Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, de 7 de não foi feito na Declaração: “[...] toda distinção, exclusão
novembro de 1967; na Convenção da ONU sobre a Eli- ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou
minação de Todas as Formas de Discriminação contra a resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou
Mulher, de 18 de dezembro de 1979; e na Convenção In- exercício pela mulher, independentemente de seu estado
teramericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos
contra a Mulher, de 9 de junho de 1994. direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
Sintetiza o artigo 1º da Declaração da ONU sobre a político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer
Eliminação da Discriminação contra as Mulheres: “a dis- outro campo”. As medidas descritas nos artigos 2º, 3º, 5º,
criminação contra as mulheres, na medida em que nega 7º, 8º, 9º, 10, 11, 15 e 16 se aproximam muito das espe-
cificadas na Declaração. No entanto, o artigo 4º inova ao
ou limita a sua igualdade de direitos em relação aos ho-
reforçar o conceito de igualdade material, aceitando me-
mens, é fundamentalmente injusta e constitui uma ofen-
didas temporárias para acelerar a igualdade de fato en-
sa à dignidade humana”.
tre homens e mulheres, no que não se inserem medidas
Algumas medidas apropriadas voltadas ao fim da dis-
protetivas da maternidade que sempre serão necessárias.
criminação das mulheres se encontram nos artigos 2º a Por sua vez, o artigo 6º veda o tráfico de mulheres e a
10: exploração da prostituição delas. Ainda, o artigo 12 traz
- abolição das leis, costumes, regulamentos e práticas a igualdade entre homens e mulheres no tratamento da
discriminatórias, assegurando a proteção jurídica saúde e o artigo 13 traz tal igualdade no recebimento de
das mulheres pelo princípio da igualdade na Cons- benefícios familiares, na obtenção de crédito financeiro e

41
no acesso a atividades recreativas. Já o artigo 14 destaca ricana de Direitos Humanos que reconheceu a violação
a necessidade de proteção especial às mulheres que se do direito feminino de proteção contra a violência do-
encontram na zona rural. méstica e familiar, diante dos fatos que cercaram o caso
No âmbito regional, reforçando este sistema de prote- de Maria da Penha. A decisão no âmbito regional gerou
ção específico, o artigo 1º da Convenção Interamericana a aprovação, no plano nacional, da Lei nº 11.340, de 07
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher de agosto de 2006, que cria mecanismos para coibir a
conceitua violência contra a mulher como “qualquer ação violência doméstica e familiar contra a mulher, conhecida
ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano como Lei Maria da Penha.
ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto No entorno da Lei Maria da Penha que se desenvol-
no âmbito público como no privado”. Tal Convenção foi ve toda a Política Nacional de Enfrentamento à Violência
assinada no Brasil, em Belém do Pará, sendo também co- contra as Mulheres.
nhecida como Convenção de Belém do Pará. É fato que a Lei Maria da Penha foi recebida pelos
Pelo próprio título da Convenção e por seu primeiro juristas com desconfiança, constituindo objeto de várias
artigo nota-se que o foco é mais específico do que a dis- críticas, que em geral buscam desqualificá-la, suscitan-
criminação contra a mulher, qual seja, a violência contra do dúvidas, apontando erros, identificando imprecisões
ela. Nesta linha, delimita o artigo 2º: “Entender-se-á que e até mesmo proclamando inconstitucionalidades, tudo
violência contra a mulher inclui violência física, sexual e isto servindo de motivo para impedir sua efetividade.
psicológica: a) que tenha ocorrido dentro da família ou No entanto, todas estas críticas apenas demonstram
unidade doméstica ou em qualquer outra relação inter- uma injustificável resistência às mudanças na postura de
pessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no enfrentamento da violência doméstica, que sempre foi
mesmo domicílio que a mulher e que compreende, entre alvo de absoluto descaso por parte do ordenamento ju-
outros, estupro, violação, maus-tratos e abuso sexual; b) rídico, principalmente a partir do momento no qual a le-
que tenha ocorrido na comunidade e seja perpetrada por são corporal leve passou a ser considerada como crime
qualquer pessoa e que compreende, entre outros, viola- de pequeno potencial ofensivo (podendo os conflitos ser
ção, abuso sexual, tortura, maus tratos de pessoas, tráfico solucionados de forma consensual). Além disso, tornou-se
de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio se- popular a punição com o pagamento de cestas básicas,
xual no lugar de trabalho, bem como em instituições edu- o que banalizou ainda mais a violência doméstica e a in-
cacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro tegridade física da vítima. A Lei Maria da Penha veio para
lugar, e c) que seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou mudar esta perspectiva.
seus agentes, onde quer que ocorra”. A Lei Maria da Penha trouxe benefícios significativos e
Ao delimitar os direitos protegidos, a Convenção de efeito imediato. O maior avanço foi a criação dos Jui-
inicia garantindo o direito a uma vida livre de violência, zados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
delimitando a seguir direitos civis e políticos e direitos (JVDFM), com competência cível e criminal (artigo 14).
econômicos, sociais e culturais que devem ser garantidos O ideal seria que os JVDFM fossem instalados em
igualmente, e encerrando ao prever a discriminação e o todas as comarcas imediatamente, com especialistas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

tratamento estereotipado como formas de violência (ar- (juízes, promotores e defensores) no atendimento das
tigos 3º a 6º). demandas, equipes de atendimento multidisciplinar in-
Dos artigos 7º a 9º são abrangidas medidas preventi- tegrada por profissionais das áreas psicossocial, jurídica
vas e repressivas contra a violência à mulher, notadamen- e de saúde (artigo 29) e serviço de assistência judiciária
te com relação àquelas que se encontram em situações (artigo 34). No entanto, até que isto ocorra foi atribuída
de maior vulnerabilidade, destacando-se: às Varas Criminais competência cível e criminal (artigos
- abstenção estatal de práticas que consistam em vio- 11 e 33), o que se justifica diante do afastamento da apli-
lência contra a mulher; cação da Lei 9.099/95 (Juizados Especiais Cíveis e Crimi-
- atuação diligente para punir, investigar e prevenir a nais) (artigo 41).
violência contra a mulher; Outro avanço se encontra no artigo 27, que garante à
- proteção por leis e medidas judiciais específicas (no vítima o acesso aos serviços da Defensoria Pública e à as-
que incluem as chamadas medidas de proteção); sistência judiciária tanto na fase policial como na judicial.
- acesso à reparação do dano; educação voltada à A Lei Maria da Penha criou ainda nova hipótese de
promoção de consciência social sobre a violência prisão preventiva, visando garantir a execução das medi-
contra a mulher; das de urgência (artigo 42). Com isso, a prisão preventiva
- modificação paulatina dos padrões socioculturais; deixou de ser restrita aos crimes apenados com reclusão.
- aplicação de serviços especializados apropriados; Ela pode ser decretada de ofício pelo juiz, a requerimento
- acesso a programas de reabilitação e capacitação; e do Ministério Público ou mediante representação da au-
- divulgação de informações por meios de comunica- toridade policial (artigo 20).
ção em geral. Para acessar o inteiro teor da Lei Maria da Penha, insi-
Dos artigos 10 a 12 institui-se a Comissão Interameri- ra o link em seu navegador:
cana de Mulheres, relembrando o mecanismo de petição http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
aberto a pessoas, grupos de pessoas ou organizações 2006/2006/Lei/L11340.htm
Da mesma forma, para ler detalhes sobre a Política
representativas da Comissão Interamericana de Direitos
Nacional para Mulheres e a Política Nacional de Enfrenta-
Humanos.
mento à Violência contra as Mulheres acesse os seguin-
Regionalmente, uma grande vitória das mulheres na
tes links:
busca de proteção foi a decisão da Comissão Interame-

42
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpm_ 11 tratam da necessária cooperação internacional para
compacta.pdf o respeito dos direitos humanos quanto à discriminação
http://www.spm.gov.br/sobre/publicacoes/publica- por motivo de raça, cor ou etnia.
coes/2011/politica-nacional Partindo para o estudo da Convenção, tem-se o ar-
tigo 1º, de caráter conceitual: “1. Nesta Convenção, a
expressão ‘discriminação racial’ significará qualquer dis-
#FicaDica tinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em
raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica
A Política Nacional da Mulher abrange uma que tem por objetivo ou efeito anula ou restringir o re-
série de diretrizes e ações que buscam conhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano, (em
consolidar o papel da mulher na sociedade igualdade de condição), de direitos humanos e liberda-
sem preconceitos e discriminações, de for- des fundamentais no domínio político econômico, social,
ma compatível com os direitos humanos. cultural ou em qualquer outro domínio de sua vida. 2.
Um de seus principais aspectos é o enfren- Esta Convenção não se aplicará às distinções, exclusões,
tamento da violência doméstica, aspecto restrições e preferências feitas por um Estado Parte nes-
tão relevante que conta com Política autô- ta Convenção entre cidadãos. 3. Nada nesta Convenção
noma. No campo da violência doméstica, poderá ser interpretado como afetando as disposições
papel notório vem sendo desempenhado legais dos Estados Partes, relativas a nacionalidade, ci-
pela aplicação da Lei nº 11.340/2006 – Lei dadania e naturalização, desde que tais disposições não
Maria da Penha. discriminem contra qualquer nacionalidade particular. 4.
Não serão consideradas discriminações racial as medi-
das especiais tomadas como o único objetivo de asse-
b) Proteção contra a discriminação e o preconcei- gurar progresso adequado de certos grupos raciais ou
to racial e étnico étnicos ou indivíduos que necessitem da proteção que
Muito embora a sociedade brasileira seja pluralista e possa ser necessária para proporcionar a tais grupos ou
altamente miscigenada, ainda são comuns os casos de indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e
preconceito racial e étnico, o que coloca pessoas como liberdades fundamentais, contanto que, tais medidas não
negros, índios e membros de grupos étnicos minoritários conduzam, em consequência , á manutenção de direi-
em geral na situação de vulnerabilidade que assegura tos separados para diferentes grupos raciais e não pros-
uma especial proteção sob o viés da igualdade material. sigam após terem sidos alcançados os seus objetivos”.
Há diversos documentos internacionais específicos Com efeito, após o estabelecimento de um conceito de
voltados à proteção deste grupo vulnerável, destacando- discriminação racial, delimita-se que ela pode consistir
-se: Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de em distinções, exclusões, restrições e preferências, sem
Todas as Formas de Discriminação Racial, de 20 de novem- que isto signifique que exista alguma obrigação estatal
bro de 1963; Convenção Internacional sobre a Eliminação quanto à nacionalidade, cidadania e naturalização, desde

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 21 de de- que não se discrimine uma nacionalidade em particular,
zembro de 1965 (Decreto nº 65.810 de 8 de dezembro de e encerra-se prevendo que as ações discriminatórias po-
1969); e, recentemente, a Convenção Interamericana con- sitivas feitas pelo Estado em prol da igualdade material
tra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas não caracterizam violação.
de Intolerância, de 5 de junho de 2013 (ainda não incorpo- No plano nacional, destaca-se que um dos objetivos
rada ao ordenamento interno brasileiro, mas já assinadas da República Federativa do Brasil é, nos termos do artigo
pelo Brasil). 3º, IV, CF: “promover o bem de todos, sem preconcei-
O artigo 1º da Declaração da ONU sintetiza bem a tos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
preocupação internacional com as constantes práticas formas de discriminação”. A intenção de construir uma
de discriminação racial e étnica: “A discriminação entre sociedade livre de preconceitos de qualquer espécie, na
seres humanos em razão da raça, cor ou origem étnica é verdade, já desponta no próprio preâmbulo do texto
uma ofensa à dignidade humana e será condenado como constitucional: “Nós, representantes do povo brasileiro,
uma negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para ins-
como uma violação dos direitos humanos e liberdades tituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
fundamentais proclamados na Declaração Universal dos exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
Direitos Humanos, como um obstáculo às relações ami- a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
gáveis e pacíficas entre as nações e como um fato capaz dade e a justiça como valores supremos de uma socie-
de perturbar a paz e a segurança entre os povos”. dade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
Em relação às medidas estatais, o artigo 2º frisa a ne- na harmonia social e comprometida, na ordem interna
cessidade de medidas de prevenção e combate a práticas e internacional, com a solução pacífica das controvér-
discriminatórias com base na raça, cor ou origem étnica; sias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
o artigo 4º aborda a necessidade de medidas para rescin- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.
dir leis e regulamentos que têm o efeito de criar e perpe- Neste sentido, no artigo 5º da CF destacam-se: “ XLI - a
tuar a discriminação racial, ao passo que o artigo 5º veda lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
políticas de segregação racial (em especial apartheid); o tos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racis-
artigo 8º prevê que as medidas em questão também de- mo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
vem ser tomadas na área da educação; e os artigos 10 e pena de reclusão, nos termos da lei”.

43
Com efeito, “o Estatuto da Igualdade Racial, instituí- III - desigualdade de gênero e raça: assimetria
do pela Lei nº 12.888, de 20 de julho de 2010, visa ‘ga- existente no âmbito da sociedade que acentua a dis-
rantir à população negra a efetivação da igualdade de tância social entre mulheres negras e os demais
oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, segmentos sociais;
coletivos e difusos e o combate à discriminação e às de- IV - população negra: o conjunto de pessoas que se
mais formas de intolerância étnica’ (art. 1º), ou seja, coi- autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito
bir práticas de discriminação racial e estabelecer políticas cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro
públicas para diminuir a desigualdade social existente de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam au-
entre os diferentes grupos raciais no Brasil. A edição do todefinição análoga;
Estatuto da Câmara dos Deputados traz também as le- V - políticas públicas: as ações, iniciativas e pro-
gislações correlatas à Lei nº 12.888, como: a Convenção gramas adotados pelo Estado no cumprimento de
Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de suas atribuições institucionais;
Discriminação Racial; a Lei Antirracismo nº 7.716, de 5 de
VI - ações afirmativas: os programas e medidas
janeiro de 1989; a Lei da Discriminação no Emprego nº
especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa pri-
9.029, de 13 de abril de 1995, entre outras.
vada para a correção das desigualdades raciais e
A Lei nº 12.888/10 é bem abrangente e trata dos di-
para a promoção da igualdade de oportunidades.
reitos fundamentais para igualdade racial, dentre eles o
direito à saúde, à educação, cultura, esporte e lazer, li- O parágrafo único do artigo 1º traz conceitos que
berdade de consciência, de crença e religiosa, acesso à serão utilizados para fins de aplicação desta lei. Vol-
moradia e trabalho. tar atenção especial, porque podem cair nos testes
A Lei determina também a instituição do SINAPIR das provas.
(Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial),
‘como forma de organização e de articulação voltadas à Art. 2º É dever do Estado e da sociedade garantir a
implementação do conjunto de políticas e serviços des- igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo
tinados a superar as desigualdades étnicas existentes cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da
no País’ (art. 47)”2. cor da pele, o direito à participação na comunida-
Abaixo, comentamos e grifamos os principais aspec- de, especialmente nas atividades políticas, econômi-
tos dos títulos I e II do Estatuto de Igualdade Racial: cas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas,
TÍTULO I defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES culturais.
Promover a igualdade não é só responsabilidade do
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, Estado, mas da sociedade como um todo.
destinado a garantir à população negra a efetiva- Art. 3º Além das normas constitucionais relativas
ção da igualdade de oportunidades, a defesa dos aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias
direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

combate à discriminação e às demais formas de culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como
intolerância étnica. diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas
Logo, o estatuto volta-se à população negra brasilei- de desigualdade étnico-racial, a valorização da
ra, buscando garantir a igualdade material em rela- igualdade étnica e o fortalecimento da identida-
ção aos demais. Significa que este grupo vulnerável
de nacional brasileira.
socialmente receberá um tratamento próprio espe-
São 3 as diretrizes político-jurídicas do estatuto, as
cífico para que de fato, na prática, tenha os mesmos
quais são complementadas pelas normas constitu-
direitos dos demais brasileiros.
cionais.
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, conside-
ra-se:
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda dis- Art. 4º A participação da população negra, em con-
tinção, exclusão, restrição ou preferência baseada dição de igualdade de oportunidade, na vida econô-
em raça, cor, descendência ou origem nacional ou mica, social, política e cultural do País será promovi-
étnica que tenha por objeto anular ou restringir o da, prioritariamente, por meio de:
reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvi-
condições, de direitos humanos e liberdades funda- mento econômico e social;
mentais nos campos político, econômico, social, cul- II - adoção de medidas, programas e políticas de ação
tural ou em qualquer outro campo da vida pública ou afirmativa;
privada; III - modificação das estruturas institucionais do Es-
II - desigualdade racial: toda situação injustifica- tado para o adequado enfrentamento e a superação
da de diferenciação de acesso e fruição de bens, das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito
serviços e oportunidades, nas esferas pública e pri- e da discriminação étnica;
vada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiço-
nacional ou étnica; ar o combate à discriminação étnica e às desigualda-
2 http://www.portalconscienciapolitica.com.br/products/
des étnicas em todas as suas manifestações individu-
estatuto-da-igualdade-racial/ ais, institucionais e estruturais;

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V - eliminação dos obstáculos históricos, sociocul- Art. 8º Constituem objetivos da Política Nacional
turais e institucionais que impedem a representação de Saúde Integral da População Negra:
da diversidade étnica nas esferas pública e privada; I - a promoção da saúde integral da população ne-
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas gra, priorizando a redução das desigualdades étnicas
oriundas da sociedade civil direcionadas à promo- e o combate à discriminação nas instituições e serviços
ção da igualdade de oportunidades e ao combate às do SUS;
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informa-
desigualdades étnicas, inclusive mediante a imple-
ção do SUS no que tange à coleta, ao processamen-
mentação de incentivos e critérios de condicionamen-
to e à análise dos dados desagregados por cor, etnia
to e prioridade no acesso aos recursos públicos; e gênero;
VII - implementação de programas de ação afirma- III - o fomento à realização de estudos e pesquisas
tiva destinados ao enfrentamento das desigualdades sobre racismo e saúde da população negra;
étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população
lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios negra nos processos de formação e educação per-
de comunicação de massa, financiamentos públi- manente dos trabalhadores da saúde;
cos, acesso à terra, à Justiça, e outros. V - a inclusão da temática saúde da população negra
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa nos processos de formação política das lideranças
constituir-se-ão em políticas públicas destinadas a de movimentos sociais para o exercício da participa-
reparar as distorções e desigualdades sociais e ção e controle social no SUS.
demais práticas discriminatórias adotadas, nas esfe- Parágrafo único. Os moradores das comunidades de
ras pública e privada, durante o processo de formação remanescentes de quilombos serão beneficiários de
incentivos específicos para a garantia do direito à
social do País.
saúde, incluindo melhorias nas condições ambientais,
O artigo 4º trata dos meios que serão utilizados para
no saneamento básico, na segurança alimentar e nu-
a promoção da igualdade racial. tricional e na atenção integral à saúde.
Com efeito, o capítulo 1 do título II trata de um viés
Art. 5º Para a consecução dos objetivos desta Lei, é específico de promoção da igualdade da população
instituído o Sistema Nacional de Promoção da negra que é o direito à saúde. Isto envolve não só a
Igualdade Racial (Sinapir), conforme estabelecido no promoção de um acesso justo e igualitário ao SUS,
Título III. mas também a busca de desenvolvimento de es-
TÍTULO II tudos e pesquisas específicos, além da vedação de
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS discriminação nos setores privados (ex: seguradoras
de saúde).
CAPÍTULO I
DO DIREITO À SAÚDE CAPÍTULO II

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ES-
Art. 6º O direito à saúde da população negra será ga- PORTE E AO LAZER
rantido pelo poder público mediante políticas uni-
versais, sociais e econômicas destinadas à redu- Seção I
ção do risco de doenças e de outros agravos. Disposições Gerais
§ 1º O acesso universal e igualitário ao Sistema Úni-
co de Saúde (SUS) para promoção, proteção e recu- Art. 9º A população negra tem direito a participar
peração da saúde da população negra será de respon- de atividades educacionais, culturais, esportivas
sabilidade dos órgãos e instituições públicas federais, e de lazer adequadas a seus interesses e condições,
estaduais, distritais e municipais, da administração de modo a contribuir para o patrimônio cultural de
direta e indireta. sua comunidade e da sociedade brasileira.
§ 2º O poder público garantirá que o segmento da
população negra vinculado aos seguros privados Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9º,
de saúde seja tratado sem discriminação. os governos federal, estaduais, distrital e municipais
adotarão as seguintes providências:
Art. 7º O conjunto de ações de saúde voltadas à popu- I - promoção de ações para viabilizar e ampliar
lação negra constitui a Política Nacional de Saúde o acesso da população negra ao ensino gratuito e às
Integral da População Negra, organizada de acordo atividades esportivas e de lazer;
com as diretrizes abaixo especificadas: II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham
I - ampliação e fortalecimento da participação de li- espaço para promoção social e cultural da população
deranças dos movimentos sociais em defesa da saúde negra;
da população negra nas instâncias de participação e
III - desenvolvimento de campanhas educativas,
controle social do SUS;
inclusive nas escolas, para que a solidariedade aos
II - produção de conhecimento científico e tecnoló-
membros da população negra faça parte da cultura
gico em saúde da população negra;
de toda a sociedade;
III - desenvolvimento de processos de informação,
IV - implementação de políticas públicas para o for-
comunicação e educação para contribuir com a re-
talecimento da juventude negra brasileira.
dução das vulnerabilidades da população negra.

45
Nota-se que envolve não somente uma postura es- Art. 15. O poder público adotará programas de ação
tatal ativa, mas também uma de apoio às atitudes da afirmativa.
sociedade como um todo neste sentido.
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos ór-
Seção II gãos responsáveis pelas políticas de promoção da
Da Educação igualdade e de educação, acompanhará e avaliará
os programas de que trata esta Seção.
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamen- Logo, no âmbito da educação foca-se no estudo crí-
tal e de ensino médio, públicos e privados, é obri- tico dos precedentes da cultura negra, reforçando a
gatório o estudo da história geral da África e da sua contribuição social, bem como o apoio às inicia-
história da população negra no Brasil, observado tivas de pesquisa voltadas a este grupo social.
o disposto na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996.
Seção III
Da Cultura
§ 1º Os conteúdos referentes à história da popula-
ção negra no Brasil serão ministrados no âmbito de
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento
todo o currículo escolar, resgatando sua contribui- das sociedades negras, clubes e outras formas de
ção decisiva para o desenvolvimento social, econô- manifestação coletiva da população negra, com
mico, político e cultural do País. trajetória histórica comprovada, como patrimônio his-
§ 2º O órgão competente do Poder Executivo fomen- tórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da
tará a formação inicial e continuada de professores Constituição Federal.
e a elaboração de material didático específico para
o cumprimento do disposto no caput deste artigo. Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comu-
§ 3º Nas datas comemorativas de caráter cívico, os nidades dos quilombos o direito à preservação de
órgãos responsáveis pela educação incentivarão a seus usos, costumes, tradições e manifestos reli-
participação de intelectuais e representantes do mo- giosos, sob a proteção do Estado.
vimento negro para debater com os estudantes suas Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos
vivências relativas ao tema em comemoração. sítios detentores de reminiscências históricas dos an-
Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de tigos quilombos, tombados nos termos do § 5º do art.
fomento à pesquisa e à pós-graduação poderão criar
216 da Constituição Federal, receberá especial aten-
incentivos a pesquisas e a programas de estudo
ção do poder público.
voltados para temas referentes às relações étnicas,
aos quilombos e às questões pertinentes à população
negra. Art. 19. O poder público incentivará a celebração
das personalidades e das datas comemorativas
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos ór- relacionadas à trajetória do samba e de outras mani-
gãos competentes, incentivará as instituições de festações culturais de matriz africana, bem como sua
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da comemoração nas instituições de ensino públicas e
legislação em vigor, a: privadas.
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e
apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos di- Art. 20. O poder público garantirá o registro e a pro-
versos programas de pós-graduação que desenvolvam teção da capoeira, em todas as suas modalidades,
temáticas de interesse da população negra; como bem de natureza imaterial e de formação da
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos identidade cultural brasileira, nos termos do art. 216
de formação de professores temas que incluam va- da Constituição Federal.
lores concernentes à pluralidade étnica e cultural da
Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por
sociedade brasileira;
III - desenvolver programas de extensão universitá- meio dos atos normativos necessários, a preservação
ria destinados a aproximar jovens negros de tecnolo- dos elementos formadores tradicionais da capoeira
gias avançadas, assegurado o princípio da proporcio- nas suas relações internacionais.
nalidade de gênero entre os beneficiários; Aspectos ligados à cultura negra, como a capoeira
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, e os costumes em geral praticados nos quilombos,
nos estabelecimentos de ensino públicos, privados e devem ser preservados, cabendo ainda a instituição
comunitários, com as escolas de educação infantil, de datas comemorativas específicas em homenagem
ensino fundamental, ensino médio e ensino técnico, à cultura negra.
para a formação docente baseada em princípios
de equidade, de tolerância e de respeito às dife- Seção IV
renças étnicas. Do Esporte e Lazer
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações
Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da
socioeducacionais realizadas por entidades do mo-
vimento negro que desenvolvam atividades voltadas população negra às práticas desportivas, consoli-
para a inclusão social, mediante cooperação técnica, dando o esporte e o lazer como direitos sociais.
intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros me-
canismos.

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Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de Art. 26. O poder público adotará as medidas neces-
criação nacional, nos termos do art. 217 da Constitui- sárias para o combate à intolerância com as reli-
ção Federal. giões de matrizes africanas e à discriminação de
§ 1º A atividade de capoeirista será reconhecida em seus seguidores, especialmente com o objetivo de:
todas as modalidades em que a capoeira se manifes- I - coibir a utilização dos meios de comunicação social
ta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo para a difusão de proposições, imagens ou aborda-
livre o exercício em todo o território nacional. gens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao
§ 2º É facultado o ensino da capoeira nas instituições desprezo por motivos fundados na religiosidade de
públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tra-
matrizes africanas;
dicionais, pública e formalmente reconhecidos.
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos,
Em destaque, a capoeira não é vista apenas como
obras e outros bens de valor artístico e cultural, os
manifestação cultural, mas também como esporte.
monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos
CAPÍTULO III vinculados às religiões de matrizes africanas;
DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE III - assegurar a participação proporcional de repre-
CRENÇA E AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELI- sentantes das religiões de matrizes africanas, ao lado
GIOSOS da representação das demais religiões, em comissões,
conselhos, órgãos e outras instâncias de deliberação
Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de vinculadas ao poder público.
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos As religiões africanas devem ser respeitadas assim
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos como as demais, possuindo espaço próprio para a
locais de culto e a suas liturgias. manifestação da crença religiosa individualmente ou
em grupo, coibindo-se a discriminação. Isto não sig-
Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de cren- nifica tolerar práticas contrárias à lei, que deverão ser
ça e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz coibidas.
africana compreende: CAPÍTULO IV
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões re- DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA
lacionadas à religiosidade e a fundação e manuten-
ção, por iniciativa privada, de lugares reservados Seção I
para tais fins; Do Acesso à Terra
II - a celebração de festividades e cerimônias de
acordo com preceitos das respectivas religiões; Art. 27. O poder público elaborará e implementará
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa pri- políticas públicas capazes de promover o acesso
vada, de instituições beneficentes ligadas às res- da população negra à terra e às atividades produ-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


pectivas convicções religiosas; tivas no campo.
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e
o uso de artigos e materiais religiosos adequados Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das ati-
vidades produtivas da população negra no campo,
aos costumes e às práticas fundadas na respectiva re-
o poder público promoverá ações para viabilizar e
ligiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por le- ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola.
gislação específica;
V - a produção e a divulgação de publicações re- Art. 29. Serão assegurados à população negra a assis-
lacionadas ao exercício e à difusão das religiões de tência técnica rural, a simplificação do acesso ao
matriz africana; crédito agrícola e o fortalecimento da infraestru-
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas tura de logística para a comercialização da produção.
naturais e jurídicas de natureza privada para a manu-
tenção das atividades religiosas e sociais das respec- Art. 30. O poder público promoverá a educação e a
tivas religiões; orientação profissional agrícola para os trabalha-
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunica- dores negros e as comunidades negras rurais.
ção para divulgação das respectivas religiões;
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos qui-
VIII - a comunicação ao Ministério Público para aber- lombos que estejam ocupando suas terras é reconhe-
tura de ação penal em face de atitudes e práticas cida a propriedade definitiva, devendo o Estado
de intolerância religiosa nos meios de comunicação emitir-lhes os títulos respectivos.
e em quaisquer outros locais.
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desen-
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos volverá políticas públicas especiais voltadas para o de-
praticantes de religiões de matrizes africanas in- senvolvimento sustentável dos remanescentes das co-
ternados em hospitais ou em outras instituições de munidades dos quilombos, respeitando as tradições
internação coletiva, inclusive àqueles submetidos a de proteção ambiental das comunidades.
pena privativa de liberdade.

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Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescen- CAPÍTULO V
tes das comunidades dos quilombos receberão dos DO TRABALHO
órgãos competentes tratamento especial diferen-
ciado, assistência técnica e linhas especiais de Art. 38. A implementação de políticas voltadas para
financiamento público, destinados à realização de a inclusão da população negra no mercado de
suas atividades produtivas e de infraestrutura. trabalho será de responsabilidade do poder público,
observando-se:
I - o instituído neste Estatuto;
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos qui-
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar
lombos se beneficiarão de todas as iniciativas previstas
a Convenção Internacional sobre a Eliminação de
nesta e em outras leis para a promoção da igualdade Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965;
étnica. III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratifi-
Garante-se, assim, à população negra o acesso à ati- car a Convenção nº 111, de 1958, da Organização
vidade agrícola. Em especial, tal garantia volta-se à Internacional do Trabalho (OIT), que trata da discri-
população remanescente dos quilombos. minação no emprego e na profissão;
IV - os demais compromissos formalmente assu-
Seção II midos pelo Brasil perante a comunidade internacio-
Da Moradia nal.

Art. 35. O poder público garantirá a implementação Art. 39. O poder público promoverá ações que as-
segurem a igualdade de oportunidades no mer-
de políticas públicas para assegurar o direito à
cado de trabalho para a população negra, inclusi-
moradia adequada da população negra que vive em ve mediante a implementação de medidas visando
favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas, degra- à promoção da igualdade nas contratações do setor
dadas ou em processo de degradação, a fim de reinte- público e o incentivo à adoção de medidas similares
grá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no nas empresas e organizações privadas.
ambiente e na qualidade de vida. § 1º A igualdade de oportunidades será lograda me-
Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para diante a adoção de políticas e programas de forma-
os efeitos desta Lei, inclui não apenas o provimento ção profissional, de emprego e de geração de ren-
habitacional, mas também a garantia da infraestru- da voltados para a população negra.
tura urbana e dos equipamentos comunitários as- § 2º As ações visando a promover a igualdade de
sociados à função habitacional, bem como a assistên- oportunidades na esfera da administração pública
cia técnica e jurídica para a construção, a reforma far-se-ão por meio de normas estabelecidas ou a
ou a regularização fundiária da habitação em área serem estabelecidas em legislação específica e em
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

urbana. seus regulamentos.


§ 3º O poder público estimulará, por meio de incen-
Art. 36. Os programas, projetos e outras ações go- tivos, a adoção de iguais medidas pelo setor pri-
vernamentais realizadas no âmbito do Sistema Na- vado.
cional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), § 4º As ações de que trata o caput deste artigo asse-
regulado pela Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005, gurarão o princípio da proporcionalidade de gêne-
devem considerar as peculiaridades sociais, econômi- ro entre os beneficiários.
cas e culturais da população negra. § 5º Será assegurado o acesso ao crédito para a
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os pequena produção, nos meios rural e urbano, com
Municípios estimularão e facilitarão a participação de ações afirmativas para mulheres negras.
organizações e movimentos representativos da popu- § 6º O poder público promoverá campanhas de sen-
lação negra na composição dos conselhos constituídos sibilização contra a marginalização da mulher
para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habi-
negra no trabalho artístico e cultural.
tação de Interesse Social (FNHIS).
§ 7º O poder público promoverá ações com o obje-
tivo de elevar a escolaridade e a qualificação pro-
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados,
fissional nos setores da economia que contem com
promoverão ações para viabilizar o acesso da po-
pulação negra aos financiamentos habitacionais. alto índice de ocupação por trabalhadores negros de
Ao lado do direito de acesso à terra é garantido o baixa escolarização.
direito à moradia, o que envolve, notadamente, o di-
reito de acesso a verbas de financiamento e de assis- Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Am-
tência técnica e jurídica para a compra, construção e paro ao Trabalhador (Codefat) formulará políticas,
reforma de moradia. programas e projetos voltados para a inclusão da po-
pulação negra no mercado de trabalho e orientará a
destinação de recursos para seu financiamento.

48
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de financiamento para constituição e ampliação de
pequenas e médias empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o estímulo à promoção de em-
presários negros.
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades voltadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monu-
mentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população negra.

Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios para provimento de cargos em comissão e fun-
ções de confiança destinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir a estrutura da distribuição
étnica nacional ou, quando for o caso, estadual, observados os dados demográficos oficiais.
Cabe ao poder público garantir à população negra o acesso igualitário ao emprego, o que envolve também o di-
reito à qualificação para ocupar tais cargos, bem como o incentivo ao negócio próprio.

CAPÍTULO VI
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a participação da
população negra na história do País.
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cine-
matográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e
técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos filmes e programas que abordem especificidades
de grupos étnicos determinados.

Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas emissoras de televisão e em
salas cinematográficas o disposto no art. 44.

Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, as empresas pú-
blicas e as sociedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de participação de artistas negros
nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
§ 1º Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, nas especificações para contratação de serviços de
consultoria, conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças publicitárias, a obrigatoriedade
da prática de iguais oportunidades de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço contrata-
do.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


§ 2º Entende-se por prática de iguais oportunidades de emprego o conjunto de medidas sistemáticas executadas
com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vinculada ao projeto ou serviço
contratado.
§ 3º A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de iguais oportunidades de
emprego, requerer auditoria por órgão do poder público federal.
§ 4º A exigência disposta no caput não se aplica às produções publicitárias quando abordarem especificidades de
grupos étnicos determinados.
Nos meios de comunicação vinculados à imprensa é preciso garantir espaço aos atores negros, tanto nas ati-
vidades artísticas em si quanto na publicidade. Veda-se a discriminação, mas não é tida como discriminação a
realização de obra artística que mostre o contexto de discriminação racial (ex: novela que se passe nos tempos
da escravidão).

O inteiro teor da Lei nº 12.288/2010, incluindo a regulamentação do SINAPIR e as disposições finais da lei, podem
ser acessados em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm

Seguindo essa mesma linha, no Estado do Rio Grande do Sul foi promulgada e publicada a Lei nº 13.694, de 19 de
janeiro de 2011, disponível no seguinte link:
http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNormas=55774&hTexto=&Hid_
IDNorma=55774

49
#FicaDica
O Estatuto da Igualdade Racial tem como seus principais aspectos:
- Saúde: serão elaboradas políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de
doenças;
- Educação: o estudo da história africana e da população negra no Brasil é obrigatório em estabelecimen-
tos de ensino fundamental e médio, públicos e privados;
- Cultura: serão reconhecidos como patrimônio histórico e cultural os clubes, as sociedades negras e ou-
tras formas de manifestação coletiva, com trajetória histórica comprovada;
- Capoeira: a capoeira será reconhecida, em todas as suas modalidades, como bem de natureza imaterial
e de formação da identidade cultural;
- Liberdade religiosa: o estatuto garantirá o livre exercício de cultos religiosos e a proteção aos locais de
manifestação de matrizes africanas. Será assegurada ainda assistência religiosa para os que cumprem
medida privativa de liberdade;
- Trabalho: será garantida a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra,
com medidas que incentivem a igualdade nas contratações do setor público e de empresas e organiza-
ções privadas;
- Comunicação: a participação de atores, figurantes e técnicos negros será incentivada em filmes e progra-
mas de TV, sendo proibida qualquer discriminação política, ideológica, étnica ou artística.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (EMBASA - ANALISTA DE SANEAMENTO - ENFERMEIRO DO TRABALHO - IBFC/2015) Assinale a alternativa


correta considerando as disposições da lei federal n° 12.288, de 20/07/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial.

a) É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em
outras instituições de internação coletiva, excluídos os casos de pena privativa de liberdade.
b) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados por meio de componente curri-
cular específico, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural
do País.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

c) É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas formados em educação física.
d) Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, o poder público pro-
moverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola.

Resposta: Letra D. Corresponde ao teor do artigo 28 da lei: “Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro-
dutivas da população negra no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao
financiamento agrícola”.
A. Incorreta porque “é assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados
em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, INCLUSIVE àqueles submetidos a pena privativa de
liberdade” (art. 25).
B. Incorreta porque “os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados NO ÂMBITO
DE TODO O CURRÍCULO ESCOLAR, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico,
político e cultural do País” (art. 11, § 1º).
C. Incorreta porque “é facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas E MES-
TRES TRADICIONAIS, PÚBLICA E FORMALMENTE RECONHECIDOS” (art. 21, §2º).

50
d) a mensagem de venda, marketing e relacionamento
flui da empresa para o cliente.
HORA DE PRATICAR! e) obrigatoriamente, utiliza-se técnicas específicas de
pesquisa de mercado para a construção de scripts.
1. (FCC - 2018 – SABESP) O código de conduta difere
do que chamamos de etiqueta corporativa ou empre- 5. (FGV - 2018 – BANESTES) Com relação à satisfação
sarial. A etiqueta corporativa refere-se  do cliente, pode-se dizer que é: 
a) aos preceitos educativos, que cada funcionário in- a) o fruto do julgamento do colaborador de atendimen-
corporou ao longo de sua educação familiar, e que o
to;
orientam no relacionamento com outras pessoas. 
b) o resultado da criação de uma expectativa alta;
b) às regras implícitas que não estão escritas em um ma-
c) o encantamento do cliente com o que ele recebeu do
nual, mas que brotam do comportamento, vestimenta
e relacionamento do grupo e seus indivíduos.  serviço;
c) às normas que disciplinam o comportamento dos fun- d) o conjunto de percepções do serviço positivas e co-
cionários com foco em alcançar resultados que sejam muns aos clientes;
importantes para a empresa e seus clientes.  e) a relação entre o que o cliente percebeu do serviço e
d) às políticas e procedimentos empresariais que regem o que ele esperava.
o relacionamento entre empresa, funcionários e clien-
tes, visando o bom atendimento.  6. (COPS - UEL – 2018 - Câmara de Cambé/PR) Assi-
e) ao direcionamento oferecido pela empresa para a prá- nale a alternativa que apresenta, corretamente, uma
tica de seus valores corporativos, de tal forma que eles ação positiva no atendimento ao público.
se reflitam na vida pessoal e profissional dos funcio-
nários.  a) Espelhar a comunicação corporal no comportamento
do público.
2. (FCC - 2015 – DPE/RR) Os sete “pecados” no aten- b) Focar no processo organizacional.
dimento ao público são:  c) Apresentar resiliência no momento de administrar re-
clamações do público. 
a) agressividade, informalidade, apatia, otimismo, bom d) Apressar o atendimento realizado.
senso, atenção e desinteresse.  e) Utilizar gírias como forma de criar empatia com o pú-
b) apatia, má vontade, frieza, desdém, robotismo, apego blico. 
demasiado às normas e jogo de responsabilidade. 
c) simpatia, atenção, apatia, delicadeza, otimismo, impa- 7. (IADES - 2018 - APEX Brasil) O telefone ainda é um
ciência e cordialidade.  instrumento de comunicação muito importante nas
d) cordialidade, apatia, simpatia, atenção, agressividade,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE


organizações. A qualidade no atendimento às chama-
robotismo e empatia.  das telefônicas transmite cortesia e atenção. Quanto
e) apatia, agressividade, cordialidade, atenção, jogo de
às boas práticas no atendimento telefônico corpora-
responsabilidade, otimismo e má vontade. 
tivo, assinale a alternativa correta. 
3. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURARIO – FCC – 2011)
a) Ao atender o telefone, seja breve. Fale apenas o habi-
No âmbito empresarial, o conjunto de regras cerimonio-
tual “alô”. 
sas de trato entre as pessoas, por meio do qual se in-
forma aos outros que se está preparado para o convívio b) Use o computador para digitar as informações e reca-
harmonioso no grupo, e que trata também do compor- dos enquanto você recebe a ligação. 
tamento social, é denominado c) Caso o seu chefe não esteja disponível para atender o
telefone, peça gentilmente para quem fez a chamada
a) Diretrizes e políticas. ligar mais tarde ou de novo.
b) Marketing pessoal. d) Quando for transferir uma ligação externa a alguém
c) Dinâmica de grupo. internamente da sua organização, adiante o assunto
d) Regimento interno. ao colega de trabalho e só assim transfira a ligação. 
e) Etiqueta empresarial. e) Seja descontraído(a) ao receber uma ligação telefôni-
ca. O uso de gírias e diminutivos torna a comunicação
4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURARIO – FCC – 2010) mais fluída. 
No telemarketing ativo 8. (IADES/2014 – METRÔ/DF) À capacidade de de-
monstrar postura e aparência adequadas para o bom
a) não é permitida a venda de outros produtos para atendimento ao público se dá o nome de
clientes atuais da empresa. a) discrição.
b) a prioridade é responder aos potenciais clientes as dú- b) apresentação.
vidas sobre marketing, vendas e relacionamento. c) conduta.
c) a mensagem de relacionamento flui do cliente para a d) cortesia.
empresa. e) comunicabilidade.

51
9. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURARIO - FCC – 2013)
Os profissionais que desempenham funções de aten-
dimento ao cliente, que ultrapassam os limites entre
GABARITO
o “interno e o externo à organização”, são chamados
de “linha de frente” e constituem um insumo fun- 1 B
damental para a excelência do serviço e a vantagem
competitiva de uma organização. O Banco FGH, dese- 2 B
jando constituir uma “linha de frente” capaz de pro- 3 E
porcionar melhorias no atendimento aos clientes, 4 D
a) deverá reduzir custos com treinamento de pessoal, 5 E
uma vez que o estabelecimento de um compromis- 6 C
so emocional com a empresa e o desenvolvimento de 7 D
habilidades interpessoais se dá, naturalmente, no de-
sempenho da função. 8 B
b) não deverá se preocupar com qualidades, tais como 09 D
a disposição para o trabalho, a atenção a detalhes, a
10 E
cortesia e a boa apresentação, na contratação do pes-
soal para compor sua “linha de frente”.
c) deverá adotar um manual de regras que possibilitem
a definição de um padrão rígido de atendimento, in-
dependentemente das especificidades das situações e
da variabilidade dos clientes.
d) deverá criar equipes de alto desempenho a partir do
agrupamento de pessoas com habilidades comple-
mentares, que sejam treinadas e estejam focadas em
um propósito comum.
e) deverá centralizar as decisões, extinguindo a autono-
mia dos profissionais para que se evitem discordâncias
no padrão de atendimento.

10. (CESGRANRIO/2014 – BB) Uma forma de aumen-


tar o valor percebido pelos clientes nos serviços ban-
cários é diminuir o conjunto de custos envolvidos
na relação com os bancos. Nesse sentido, durante o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE

atendimento aos clientes nas agências bancárias, os


funcionários devem dedicar-se a

a) empurrar produtos, como seguro de vida, para os me-


lhores clientes.
b) explicar os aspectos dos serviços sob a ótica da insti-
tuição financeira.
c) igualar os benefícios e os custos envolvidos no proces-
so de compra.
d) prestar um serviço com baixo valor percebido pelos
correntistas.
e) reduzir o dispêndio de tempo e a energia gasta pelos
clientes.

52
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

Resolução CMN nº 3.849/2010..................................................................................................................................................................... 01


Lei nº 8.078/1990 - Código de Defesa do Consumidor........................................................................................................................ 03
Decreto Lei nº 6.523/2008, que regulamenta a Lei nº 8.078/1990................................................................................................. 09
Resolução CMN nº 3.694/2009..................................................................................................................................................................... 10
Código de Defesa do Consumidor Bancário........................................................................................................................................... 10
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, consi-
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.849/2010 dera-se primário o atendimento habitual realizado
em quaisquer pontos ou canais de atendimento, in-
cluídos os correspondentes no País e o Serviço de
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.849, DE 25 DE JULHO DE 2010 Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o
(REVOGADA) Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.

Documento normativo revogado pela Resolução nº CAPÍTULO III


4.433, de 27/7/2015. DA ORGANIZAÇÃO

RESOLUÇÃO CMN Nº 4.433, DE 23 DE JULHO DE 2015 Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí-
vel com a natureza e a complexidade dos produtos,
Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de serviços, atividades, processos e sistemas de cada
componente organizacional de ouvidoria pelas institui- instituição.
ções financeiras e demais instituições autorizadas a fun- Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vin-
cionar pelo Banco Central do Brasil. culada a componente organizacional da instituição
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei que configure conflito de interesses ou de atribui-
nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que ções, a exemplo das unidades de negociação de
o Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em produtos e serviços, da unidade responsável pela
23 de julho de 2015, com base no art. 4º, inciso VIII, da gestão de riscos e da unidade executora da ativida-
referida Lei, de de auditoria interna.
Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria
RESOLVEU nos seguintes casos:
I - instituição que integre conglomerado compos-
CAPÍTULO I to por pelo menos duas instituições autorizadas a
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO funcionar pelo Banco Central do Brasil, podendo ser
constituída a ouvidoria em qualquer das institui-
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o ções autorizadas a funcionar;
funcionamento de componente organizacional de II - instituição que não integre conglomerado com-
ouvidoria pelas instituições que especifica. posto por pelo menos duas instituições autorizadas
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria a funcionar pelo Banco Central do Brasil, podendo
deve ser constituído pelas instituições financeiras ser constituída a ouvidoria:
e demais instituições autorizadas a funcionar pelo a) em empresa ligada, conforme definição constan-
Banco Central do Brasil que tenham clientes pessoas te do art. 1º, § 1º, incisos I e III, da Resolução nº
naturais ou pessoas jurídicas classificadas como mi- 2.107, de 31 de agosto de 1994; e
croempresas e empresas de pequeno porte, confor- b) na associação de classe a que seja filiada ou na
me a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e futuros
de 2006. ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros nas
Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ou- quais realize operações;
vidoria os bancos comerciais sob controle societário III - cooperativa singular de crédito filiada a coope-
de bolsas de valores, de bolsas de mercadorias e fu- rativa central, podendo ser constituída a ouvidoria

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR


turos ou de bolsas de valores e de mercadorias e fu- na respectiva cooperativa central, confederação de
turos que desempenhem exclusivamente funções de cooperativas de crédito ou banco do sistema coo-
liquidante e custodiante central, prestando serviços perativo; e
às bolsas e aos agentes econômicos responsáveis IV - cooperativa singular de crédito não filiada a
pelas operações nelas cursadas. cooperativa central, podendo ser constituída a ou-
vidoria em cooperativa central, federação de coo-
CAPÍTULO II perativas de crédito, confederação de cooperativas
DAS ATRIBUIÇÕES de crédito ou associação de classe da categoria.
§ 1º O disposto no inciso II, alínea “b”, não se aplica
Art. 3º São atribuições da ouvidoria: a bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas eco-
I - prestar atendimento de última instância às de- nômicas, sociedades de crédito, financiamento e
mandas dos clientes e usuários de produtos e servi- investimento, associações de poupança e emprés-
ços que não tiverem sido solucionadas nos canais de timo e sociedades de arrendamento mercantil que
atendimento primário da instituição; realizem operações de arrendamento mercantil fi-
II - atuar como canal de comunicação entre a institui- nanceiro.
ção e os clientes e usuários de produtos e serviços, § 2º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV so-
inclusive na mediação de conflitos; e mente se aplica a associação de classe ou bolsa que
III - informar ao conselho de administração ou, na possuir código de ética ou de autorregulação efe-
sua ausência, à diretoria da instituição a respeito das tivamente implantado, ao qual a instituição tenha
atividades de ouvidoria. aderido.

1
CAPÍTULO IV II - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuá-
DO FUNCIONAMENTO rios ao atendimento da ouvidoria, por meio de canais
ágeis e eficazes, inclusive por telefone, cujo número
Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as se- deve ser:
guintes atividades: a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamen- público no recinto das suas dependências e nas de-
to formal e adequado às demandas dos clientes e pendências dos correspondentes no País, bem como
usuários de produtos e serviços; nos respectivos sítios eletrônicos na internet, acessí-
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca vel pela sua página inicial;
do andamento das demandas, informando o prazo b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive
previsto para resposta; eletrônicos, contratos, materiais de propaganda e de
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda publicidade e demais documentos que se destinem
no prazo previsto; aos clientes e usuários; e
IV - manter o conselho de administração ou, na sua c) registrado e mantido permanentemente atualiza-
ausência, a diretoria da instituição, informado sobre do em sistema de informações, na forma estabeleci-
os problemas e deficiências detectados no cumpri-
da pelo Banco Central do Brasil.
mento de suas atribuições e sobre o resultado das
medidas adotadas pelos administradores da institui-
CAPÍTULO V
ção para solucioná-los; e
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS
V - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao co-
mitê de auditoria, quando existente, e ao conselho
de administração ou, na sua ausência, à diretoria Art. 9º O estatuto ou o contrato social das institui-
da instituição, ao final de cada semestre, relatório ções referidas no art. 2º, conforme a natureza jurídica
quantitativo e qualitativo acerca das atividades de- da sociedade, deve dispor, de forma expressa, sobre
senvolvidas pela ouvidoria no cumprimento de suas os seguintes aspectos:
atribuições. I - as atribuições e atividades da ouvidoria;
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria: II - os critérios de designação e de destituição do
I - deve ser identificado por meio de número de pro- ouvidor e o tempo de duração de seu mandato; e
tocolo, o qual deve ser fornecido ao demandante; III - o compromisso expresso da instituição no sen-
II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, tido de:
e, quando realizado por meio de documento escrito a) criar condições adequadas para o funcionamento
ou por meio eletrônico, arquivada a respectiva docu- da ouvidoria, bem como para que sua atuação seja
mentação; e pautada pela transparência, independência, impar-
III - pode abranger: cialidade e isenção; e
a) excepcionalmente, as demandas não recepciona- b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações
das inicialmente pelos canais de atendimento primá- necessárias para a elaboração de resposta adequada
rio; e às demandas recebidas, com total apoio administra-
b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central tivo, podendo requisitar informações e documentos
do Brasil, por órgãos públicos ou por outras entida- para o exercício de suas atividades no cumprimento
des públicas ou privadas. de suas atribuições.
§ 2º O prazo de resposta para as demandas não pode § 1º As exigências previstas no caput devem ser in-
ultrapassar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, cluídas no estatuto ou contrato social da instituição
excepcionalmente e de forma justificada, uma única
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

na primeira alteração que ocorrer após a constituição


vez, por igual período, limitado o número de prorro-
da ouvidoria ou após o início da vigência desta Re-
gações a 10% (dez por cento) do total de demandas
solução.
no mês, devendo o demandante ser informado sobre
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi-
os motivos da prorrogação.
das por esta Resolução relativas às instituições que
Art. 7º A instituição deve manter sistema de infor-
mações e de controle das demandas recebidas pela optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos I
ouvidoria, de forma a: e III, podem ser promovidas somente pela instituição
I - registrar o histórico de atendimentos, as informa- que constituir a ouvidoria.
ções utilizadas na análise e as providências adotadas; § 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
e própria em decorrência da faculdade prevista no art.
II - controlar o prazo de resposta. 5º, incisos II e IV, devem ratificar a decisão na primei-
Parágrafo único. As informações de que trata este ar- ra assembleia geral ou na primeira reunião de direto-
tigo devem permanecer registradas no sistema pelo ria realizada após tal decisão.
prazo mínimo de cinco anos, contados da data da Art. 10. As instituições referidas no art. 2º devem de-
protocolização da ocorrência. signar perante o Banco Central do Brasil os nomes
Art. 8º A instituição deve: do ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria.
I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvi- § 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode de-
doria, suas atribuições e forma de acesso, inclusive sempenhar outras funções na instituição, inclusive a
nos canais de comunicação utilizados para difundir de ouvidor, exceto a de diretor de administração de
os produtos e serviços; e recursos de terceiros.

2
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múl- CAPÍTULO VII
tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito, DA CERTIFICAÇÃO
financiamento e investimento, associações de pou-
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem
mercantil que realizem operações de arrendamento adotar providências para que os integrantes da ouvi-
mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obriga- doria que realizem as atividades mencionadas no art.
toriedade de constituição de comitê de auditoria, na 6º sejam considerados aptos em exame de certifica-
forma da Resolução nº 3.198, de 27 de maio de 2004, ção organizado por entidade de reconhecida capaci-
o ouvidor não poderá desempenhar outra função, dade técnica.
exceto a de diretor responsável pela ouvidoria. § 1º O exame de certificação deve abranger, no míni-
§ 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe mo, temas relacionados à ética, aos direitos e defesa
outra atividade na instituição, essa atividade não do consumidor e à mediação de conflitos.
pode configurar conflito de interesses ou de atribui- § 2º A designação dos integrantes da ouvidoria refe-
ções. ridos no caput fica condicionada à comprovação de
§ 4º Os dados relativos ao diretor responsável pela aptidão no exame de certificação, além do atendi-
ouvidoria e ao ouvidor devem ser inseridos e manti- mento às demais exigências desta Resolução.
dos atualizados em sistema de informações, na for- § 3º As instituições referidas no art. 2º são respon-
ma estabelecida pelo Banco Central do Brasil. sáveis pela atualização periódica dos conhecimentos
Art. 11. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III dos integrantes da ouvidoria.
e IV, o ouvidor deve: § 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à
I - responder por todas as instituições que compar- formalidade prevista no caput, caso exerça a função
tilharem a ouvidoria; e de ouvidor.
II - integrar os quadros da instituição que constituir § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV,
a ouvidoria. aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes da
ouvidoria da associação de classe, entidade e empre-
Art. 12. Para cumprimento do disposto no caput do
sa que realize as atividades mencionadas no art. 6º.
art. 10, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as
instituições devem:
CAPÍTULO VIII
I - designar perante o Banco Central do Brasil ape-
DISPOSIÇÕES FINAIS
nas o nome do respectivo diretor responsável pela
ouvidoria; e
Art. 17. O Banco Central do Brasil poderá adotar me-
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
didas complementares necessárias à execução do
ouvidor da associação de classe, bolsa de valores,
disposto nesta Resolução.
bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e
Art. 18. Os relatórios e a documentação relativa aos
de mercadorias e futuros, entidade ou empresa que atendimentos realizados, de que tratam os arts. 6º,
constituir a ouvidoria. inciso V e § 1º, 7º e 13, bem como a gravação telefô-
nica do atendimento, devem permanecer à disposi-
CAPÍTULO VI ção do Banco Central do Brasil na sede da instituição
DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES pelo prazo mínimo de cinco anos.
Art. 13. O diretor responsável pela ouvidoria deve

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR


elaborar relatório semestral referente às atividades LEI Nº 8.078/1990 - CÓDIGO DE DEFESA DO
desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30
CONSUMIDOR
de junho e 31 de dezembro.
Parágrafo único. O relatório de que trata o caput
deve ser encaminhado à auditoria interna, ao co- LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990
mitê de auditoria, quando existente, e ao conselho
de administração ou, na sua ausência, à diretoria da Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que ad-
instituição. quire ou utiliza produto ou serviço como destinatário fi-
Art. 14. As instituições devem divulgar semestral- nal.
mente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet, Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
as informações relativas às atividades desenvolvidas ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-
pela ouvidoria. ções de consumo.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil poderá Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
estabelecer o conteúdo mínimo das informações de ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
que trata o caput. despersonalizados, que desenvolvem atividade de pro-
Art. 15. O Banco Central do Brasil estabelecerá o dução, montagem, criação, construção, transformação,
conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo de re- importação, exportação, distribuição ou comercialização
messa de dados e de informações relativos às ativi- de produtos ou prestação de serviços.
dades da ouvidoria. Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.

3
Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado São direitos básicos do consumidor:
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de na- I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os
tureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo riscos provocados por práticas no fornecimento
as decorrentes das relações de caráter trabalhista. de produtos e serviços considerados perigosos ou
A Política Nacional das Relações de Consumo tem por nocivos;
objetivo o atendimento das necessidades dos consumi- II - a educação e divulgação sobre o consumo ade-
dores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a quado dos produtos e serviços, asseguradas a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da liberdade de escolha e a igualdade nas contrata-
sua qualidade de vida, bem como a transparência e har- ções;
monia das relações de consumo, atendidos os seguintes III - a informação adequada e clara sobre os diferen-
princípios: tes produtos e serviços, com especificação correta
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor de quantidade, características, composição, quali-
no mercado de consumo; dade, tributos incidentes e preço, bem como sobre
II - ação governamental no sentido de proteger efeti- os riscos que apresentem;
vamente o consumidor: IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abu-
a) por iniciativa direta; siva, métodos comerciais coercitivos ou desleais,
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de as- bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
sociações representativas; impostas no fornecimento de produtos e serviços;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; V - a modificação das cláusulas contratuais que es-
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões tabeleçam prestações desproporcionais ou sua
adequados de qualidade, segurança, durabilidade revisão em razão de fatos supervenientes que as
e desempenho. tornem excessivamente onerosas;
III - harmonização dos interesses dos participantes VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-
das relações de consumo e compatibilização da moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
proteção do consumidor com a necessidade de VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos
desenvolvimento econômico e tecnológico, de com vistas à prevenção ou reparação de danos pa-
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda trimoniais e morais, individuais, coletivos ou difu-
a ordem econômica), sempre com base na boa-fé sos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa
e equilíbrio nas relações entre consumidores e for- e técnica aos necessitados;
necedores; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
IV - educação e informação de fornecedores e consu- com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
midores, quanto aos seus direitos e deveres, com processo civil, quando, a critério do juiz, for veros-
vistas à melhoria do mercado de consumo; símil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios segundo as regras ordinárias de experiências;
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi-
eficientes de controle de qualidade e segurança de
cos em geral.
produtos e serviços, assim como de mecanismos
alternativos de solução de conflitos de consumo;
Os direitos aqui estudados não excluem outros de-
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abu-
correntes de tratados ou convenções internacionais de
sos praticados no mercado de consumo, inclusive
que o Brasil é signatário, da legislação interna ordinária,
a concorrência desleal e utilização indevida de in-
de regulamentos expedidos pelas autoridades adminis-
ventos e criações industriais das marcas e nomes
trativas competentes, bem como dos que derivem dos
comerciais e signos distintivos, que possam causar princípios gerais do direito, analogia, costumes e equi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

prejuízos aos consumidores; dade.


VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
VIII - estudo constante das modificações do mercado qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes
de consumo. diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes
da disparidade com as indicações constantes da oferta
Para a execução da Política Nacional das Relações de ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
Consumo, contará o poder público com os seguintes ins- alternativamente e à sua escolha:
trumentos, entre outros: - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gra- quando cabível;
tuita para o consumidor carente; - a restituição imediata da quantia paga, monetariamen-
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do te atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; - o abatimento proporcional do preço.
III - criação de delegacias de polícia especializadas no A reexecução dos serviços poderá ser confiada a ter-
atendimento de consumidores vítimas de infrações ceiros devidamente capacitados, por conta e risco do
penais de consumo; fornecedor.
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas No fornecimento de serviços que tenham por obje-
e Varas Especializadas para a solução de litígios de tivo a reparação de qualquer produto será considerada
consumo; implícita a obrigação do fornecedor de empregar com-
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvi- ponentes de reposição originais adequados e novos, ou
mento das Associações de Defesa do Consumidor. que mantenham as especificações técnicas do fabricante,

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salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário ponsáveis pelas obrigações decorrentes do Código de
do consumidor. Defesa do Consumidor.
Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, conces- As sociedades coligadas só responderão por culpa.
sionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídi-
de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços ca sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
contínuos. consumidores.
Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das Vamos estudar agora as práticas comerciais.
obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurí- Toda informação ou publicidade, suficientemente
dicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos cau- precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comu-
sados, na forma prevista no Código de Defesa do Consu- nicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou
midor. apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular
A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualida- ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser ce-
de por inadequação dos produtos e serviços não o exime lebrado.
de responsabilidade. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
A garantia legal de adequação do produto ou serviço devem assegurar informações corretas, claras, precisas,
independe de termo expresso, vedada a exoneração con- ostensivas e em língua portuguesa sobre suas caracterís-
tratual do fornecedor. ticas, qualidades, quantidade, composição, preço, garan-
É vedada a estipulação contratual de cláusula que im- tia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem
possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar
como sobre os riscos que apresentam à saúde e seguran-
prevista nesta e nas seções anteriores.
ça dos consumidores.
Havendo mais de um responsável pela causação do
Em caso de oferta ou venda por telefone ou reem-
dano, todos responderão solidariamente pela reparação
prevista nesta e nas seções anteriores. bolso postal, deve constar o nome do fabricante e ende-
Sendo o dano causado por componente ou peça in- reço na embalagem, publicidade e em todos os impres-
corporada ao produto ou serviço, são responsáveis soli- sos utilizados na transação comercial.
dários seu fabricante, construtor ou importador e o que É proibida a publicidade de bens e serviços por tele-
realizou a incorporação. fone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil a origina.
constatação caduca em: O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
- trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e responsável pelos atos de seus prepostos ou represen-
de produtos não duráveis; tantes autônomos.
- noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum-
e de produtos duráveis. primento à oferta, apresentação ou publicidade, o con-
Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
entrega efetiva do produto ou do término da execução - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter-
dos serviços. mos da oferta, apresentação ou publicidade;
Obstam a decadência: - aceitar outro produto ou prestação de serviço equi-
- a reclamação comprovadamente formulada pelo valente;
consumidor perante o fornecedor de produtos e - rescindir o contrato, com direito à restituição de
serviços até a resposta negativa correspondente, quantia eventualmente antecipada, monetaria-
que deve ser transmitida de forma inequívoca; mente atualizada, e a perdas e danos.
- a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR


A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia- consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou
Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos serviços, manterá, em seu poder, para informação dos
danos causados por fato do produto ou do serviço, ini-
legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e cien-
ciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento
tíficos que dão sustentação à mensagem.
do dano e de sua autoria.
É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, É enganosa qualquer modalidade de informação ou
houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcial-
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato mente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por
social. A desconsideração também será efetivada quando omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a res-
houver falência, estado de insolvência, encerramento ou peito da natureza, características, qualidade, quantidade,
inatividade da pessoa jurídica provocados por má admi- propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados
nistração. sobre produtos e serviços.
As sociedades integrantes dos grupos societários e as É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória
sociedades controladas, são subsidiariamente responsá- de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o
veis pelas obrigações decorrentes do Código de Defesa medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de
do Consumido. julgamento e experiência da criança, desrespeita valores
As sociedades consorciadas são solidariamente res- ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor

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a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-
saúde ou segurança. mento pelo consumidor.
Para os efeitos do Código de Defesa do Consumidor, Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento
a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de obriga os contraentes e somente pode ser alterado me-
informar sobre dado essencial do produto ou serviço. diante livre negociação das partes.
O ônus da prova da veracidade e correção da infor- O consumidor não responde por quaisquer ônus ou
mação ou comunicação publicitária cabe a quem as pa- acréscimos decorrentes da contratação de serviços de
trocina. terceiros não previstos no orçamento prévio.
Sobre as práticas abusivas, é vedado ao fornecedor No caso de fornecimento de produtos ou de servi-
de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: ços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de
- condicionar o fornecimento de produto ou de ser- preços, os fornecedores deverão respeitar os limites ofi-
viço ao fornecimento de outro produto ou serviço, ciais sob pena de não o fazendo, responderem pela resti-
bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; tuição da quantia recebida em excesso, monetariamente
- recusar atendimento às demandas dos consumido- atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha,
res, na exata medida de suas disponibilidades de o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras san-
estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e ções cabíveis.
costumes; No que se refere a cobrança de dívida, o Código de
- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação Defesa do Consumidor diz que, na cobrança de débitos,
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
serviço; nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento
- prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consu- ou ameaça.
midor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci- O consumidor cobrado em quantia indevida tem di-
mento ou condição social, para impingir-lhe seus reito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do
produtos ou serviços; que pagou em excesso, acrescido de correção monetária
- exigir do consumidor vantagem manifestamente ex- e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
cessiva; Em todos os documentos de cobrança de débitos
- executar serviços sem a prévia elaboração de or- apresentados ao consumidor, deverão constar o nome,
çamento e autorização expressa do consumidor, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pes-
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores soas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa
entre as partes; Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço cor-
- repassar informação depreciativa, referente a ato respondente.
praticado pelo consumidor no exercício de seus O consumidor terá acesso às informações existen-
direitos; tes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
- colocar, no mercado de consumo, qualquer produ- consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
to ou serviço em desacordo com as normas ex- respectivas fontes.
pedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se Os cadastros e dados de consumidores devem ser
normas específicas não existirem, pela Associação objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade compreensão, não podendo conter informações negati-
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrolo- vas referentes a período superior a cinco anos.
gia, Normalização e Qualidade Industrial (Conme- A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-
tro); soais e de consumo deverá ser comunicada por escrito
- recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, ao consumidor, quando não solicitada por ele.
diretamente a quem se disponha a adquiri-los me- O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

diante pronto pagamento, ressalvados os casos de seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata cor-
intermediação regulados em leis especiais; reção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis,
- elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser- comunicar a alteração aos eventuais destinatários das in-
viços; formações incorretas.
- deixar de estipular prazo para o cumprimento de Os bancos de dados e cadastros relativos a consumi-
sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo ini- dores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres
cial a seu exclusivo critério; são considerados entidades de caráter público.
- aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do le- Consumada a prescrição relativa à cobrança de débi-
gal ou contratualmente estabelecido; tos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respecti-
- permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais vos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informa-
ou de serviços de um número maior de consumi- ções que possam impedir ou dificultar novo acesso ao
dores que o fixado pela autoridade administrativa crédito junto aos fornecedores.
como máximo. Todas essas informações devem ser disponibilizadas
em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com defi-
O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao ciência, mediante solicitação do consumidor.
consumidor orçamento prévio discriminando o valor da Os órgãos públicos de defesa do consumidor mante-
mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem rão cadastros atualizados de reclamações fundamenta-
empregados, as condições de pagamento, bem como as das contra fornecedores de produtos e serviços, devendo
datas de início e término dos serviços. divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará
Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

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É facultado o acesso às informações lá constantes teralmente, sem que igual direito seja conferido ao
para orientação e consulta por qualquer interessado. consumidor;
O Código de Defesa do Consumidor trata também - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de co-
dos contratos. brança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
Os contratos que regulam as relações de consumo seja conferido contra o fornecedor;
não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente
a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redi- celebração;
gidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido - infrinjam ou possibilitem a violação de normas am-
e alcance. bientais;
As cláusulas contratuais serão interpretadas de ma- - estejam em desacordo com o sistema de proteção
neira mais favorável ao consumidor. ao consumidor;
As declarações de vontade constantes de escritos - possibilitem a renúncia do direito de indenização
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações por benfeitorias necessárias.
de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive
execução específica. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vanta-
O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de gem que:
7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebi- - ofende os princípios fundamentais do sistema jurí-
mento do produto ou serviço, sempre que a contratação dico a que pertence;
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do - restringe direitos ou obrigações fundamentais
estabelecimento comercial, especialmente por telefone inerentes à natureza do contrato, de tal modo a
ou a domicílio. ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
A garantia contratual é complementar à legal e será - se mostra excessivamente onerosa para o consu-
conferida mediante termo escrito. midor, considerando-se a natureza e conteúdo do
O termo de garantia ou equivalente deve ser padro- contrato, o interesse das partes e outras circuns-
nizado e esclarecer, de maneira adequada em que con- tâncias peculiares ao caso.
siste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e
o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não
do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamen-
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, ape-
te preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
sar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo
acompanhado de manual de instrução, de instalação e
a qualquer das partes.
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
É facultado a qualquer consumidor ou entidade que
Cuidado com as cláusulas abusivas!
o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a
São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
competente ação para ser declarada a nulidade de cláu-
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e ser-
sula contratual que contrarie o disposto neste código ou
viços que:
de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre
- impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
direitos e obrigações das partes.
sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
natureza dos produtos e serviços ou impliquem No fornecimento de produtos ou serviços que envol-
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de va outorga de crédito ou concessão de financiamento ao
consumo entre o fornecedor e o consumidor pes- consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisi-
tos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR


soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis; - preço do produto ou serviço em moeda corrente
- subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da nacional;
quantia já paga, nos casos previstos no Código de - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual
Defesa do Consumidor; de juros;
- transfiram responsabilidades a terceiros; - acréscimos legalmente previstos;
- estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abu- - número e periodicidade das prestações;
sivas, que coloquem o consumidor em desvan- - soma total a pagar, com e sem financiamento.
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
boa-fé ou a equidade; As multas de mora decorrentes do inadimplemento
- estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo de obrigações no seu termo não poderão ser superior a
do consumidor; dois por cento do valor da prestação.
- determinem a utilização compulsória de arbitragem; É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada
- imponham representante para concluir ou realizar do débito, total ou parcialmente, mediante redução pro-
outro negócio jurídico pelo consumidor; porcional dos juros e demais acréscimos.
- deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó-
contrato, embora obrigando o consumidor; veis mediante pagamento em prestações, bem como
- permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se
variação do preço de maneira unilateral; nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a
- autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unila- perda total das prestações pagas em benefício do credor

7
que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução - proibição de fabricação do produto;
do contrato e a retomada do produto alienado. - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
Nos contratos do sistema de consórcio de produtos - suspensão temporária de atividade;
duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas - revogação de concessão ou permissão de uso;
quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além - cassação de licença do estabelecimento ou de ati-
da vantagem econômica auferida com a fruição, os pre- vidade;
juízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo. - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
Os contratos de que trata o caput deste artigo serão obra ou de atividade;
expressos em moeda corrente nacional. - intervenção administrativa;
Os contratos de adesão também são protegidos pelo - imposição de contrapropaganda.
Código de Defesa do Consumidor.
Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham As sanções previstas serão aplicadas pela autorida-
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabe- de administrativa, no âmbito de sua atribuição, poden-
lecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou do ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modi- cautelar, antecedente ou incidente de procedimento ad-
ficar substancialmente seu conteúdo.  ministrativo.
A inserção de cláusula no formulário não desfigura a A pena de multa, graduada de acordo com a gravi-
natureza de adesão do contrato. dade da infração, a vantagem auferida e a condição eco-
Nos contratos de adesão admite-se cláusula reso- nômica do fornecedor, será aplicada mediante procedi-
lutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao mento administrativo, revertendo para o Fundo de que
consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores
anterior. cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou mu-
Os contratos de adesão escritos serão redigidos em nicipais de proteção ao consumidor nos demais casos.
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo
A multa será em montante não inferior a duzentas e
tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de
não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade
modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que ve-
As cláusulas que implicarem limitação de direito do
nha a substituí-lo.
consumidor deverão ser redigidas com destaque, permi-
As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
tindo sua imediata e fácil compreensão.
de proibição de fabricação de produtos, de suspensão
E quais são as sanções administrativas previstas no
do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do
Código de Defesa do Consumidor?
registro do produto e revogação da concessão ou per-
A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação missão de uso serão aplicadas pela administração, me-
administrativa, baixarão normas relativas à produção, diante procedimento administrativo, assegurada ampla
industrialização, distribuição e consumo de produtos e defesa, quando forem constatados vícios de quantidade
serviços. ou de qualidade por inadequação ou insegurança do
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- produto ou serviço.
pios fiscalizarão e controlarão a produção, industrializa- As penas de cassação de alvará de licença, de in-
ção, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e terdição e de suspensão temporária da atividade, bem
o mercado de consumo, no interesse da preservação da como a de intervenção administrativa, serão aplicadas
vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem- mediante procedimento administrativo, assegurada am-
-estar do consumidor, baixando as normas que se fize- pla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

rem necessárias. infrações de maior gravidade previstas neste código e


Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e na legislação de consumo.
municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o A pena de cassação da concessão será aplicada à
mercado de consumo manterão comissões permanen- concessionária de serviço público, quando violar obriga-
tes para elaboração, revisão e atualização das normas de ção legal ou contratual.
proteção ao consumidor, sendo obrigatória a participa- A pena de intervenção administrativa será aplicada
ção dos consumidores e fornecedores. sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem
Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos a cassação de licença, a interdição ou suspensão da ati-
fornecedores para que, sob pena de desobediência, vidade.
prestem informações sobre questões de interesse do Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposi-
consumidor, resguardado o segredo industrial. ção de penalidade administrativa, não haverá reincidên-
As infrações das normas de defesa do consumidor cia até o trânsito em julgado da sentença.
ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções ad- A imposição de contrapropaganda será cominada
ministrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade
das definidas em normas específicas: enganosa ou abusiva.
- multa; A contrapropaganda será divulgada pelo responsá-
- apreensão do produto; vel da mesma forma, frequência e dimensão e, prefe-
- inutilização do produto; rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário,
- cassação do registro do produto junto ao órgão de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade
competente; enganosa ou abusiva.

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A transferência dessa ligação será efetivada em até
DECRETO LEI Nº 6.523/2008, QUE sessenta segundos. 
REGULAMENTA A LEI Nº 8.078/1990 Nos casos de reclamação e cancelamento de serviço,
não será admitida a transferência da ligação, devendo
todos os atendentes possuir atribuições para executar
essas funções. 
DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008 O sistema informatizado garantirá ao atendente o
acesso ao histórico de demandas do consumidor. 
Para os fins deste Decreto que iniciamos o estudo, Os dados pessoais do consumidor serão preservados,
compreende-se por SAC o serviço de atendimento te- mantidos em sigilo e utilizados exclusivamente para os
lefônico das prestadoras de serviços regulados que te- fins do atendimento. 
nham como finalidade resolver as demandas dos consu- É vedado solicitar a repetição da demanda do consu-
midores sobre informação, dúvida, reclamação, suspen-
midor após seu registro pelo primeiro atendente. 
são ou cancelamento de contratos e de serviços. 
O sistema informatizado deve ser programado tecni-
Excluem-se do âmbito de aplicação deste Decreto a
camente de modo a garantir a agilidade, a segurança das
oferta e a contratação de produtos e serviços realizadas
informações e o respeito ao consumidor. 
por telefone. 
As ligações para o SAC serão gratuitas e o atendimen- É vedada a veiculação de mensagens publicitárias du-
to das solicitações e demandas previsto neste Decreto rante o tempo de espera para o atendimento, salvo se
não deverá resultar em qualquer ônus para o consumi- houver prévio consentimento do consumidor. 
dor.  Será permitido o acompanhamento pelo consumidor
O SAC garantirá ao consumidor, no primeiro menu de todas as suas demandas por meio de registro numé-
eletrônico, as opções de contato com o atendente, de rico, que lhe será informado no início do atendimento. 
reclamação e de cancelamento de contratos e serviços.  Para fins do disposto acima, será utilizada sequência
A opção de contatar o atendimento pessoal constará numérica única para identificar todos os atendimentos. 
de todas as subdivisões do menu eletrônico.  O registro numérico, com data, hora e objeto da de-
O consumidor não terá a sua ligação finalizada pelo manda, será informado ao consumidor e, se por este soli-
fornecedor antes da conclusão do atendimento.  citado, enviado por correspondência ou por meio eletrô-
O acesso inicial ao atendente não será condicionado nico, a critério do consumidor. 
ao prévio fornecimento de dados pelo consumidor.  É obrigatória a manutenção da gravação das chama-
Regulamentação específica tratará do tempo máximo das efetuadas para o SAC, pelo prazo mínimo de noventa
necessário para o contato direto com o atendente, quan- dias, durante o qual o consumidor poderá requerer aces-
do essa opção for selecionada.   so ao seu conteúdo. 
O SAC estará disponível, ininterruptamente, durante O registro eletrônico do atendimento será mantido
vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana, res- à disposição do consumidor e do órgão ou entidade fis-
salvado o disposto em normas específicas.  calizadora por um período mínimo de dois anos após a
O acesso das pessoas com deficiência auditiva ou de solução da demanda. 
fala será garantido pelo SAC, em caráter preferencial, fa- O consumidor terá direito de acesso ao conteúdo
cultado à empresa atribuir número telefônico específico do histórico de suas demandas, que lhe será enviado,
para este fim.  quando solicitado, no prazo máximo de setenta e duas
O número do SAC constará de forma clara e objetiva
horas, por correspondência ou por meio eletrônico, a
em todos os documentos e materiais impressos entre-
seu critério.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR


gues ao consumidor no momento da contratação do ser-
As informações solicitadas pelo consumidor serão
viço e durante o seu fornecimento, bem como na página
prestadas imediatamente e suas reclamações, resolvidas
eletrônica da empresa na INTERNET.
No caso de empresa ou grupo empresarial que oferte no prazo máximo de cinco dias úteis a contar do registro.
serviços conjuntamente, será garantido ao consumidor O consumidor será informado sobre a resolução de
o acesso, ainda que por meio de diversos números de sua demanda e, sempre que solicitar, será enviada a com-
telefone, a canal único que possibilite o atendimento de provação pertinente por correspondência ou por meio
demanda relativa a qualquer um dos serviços oferecidos.  eletrônico, a seu critério. 
O SAC obedecerá aos princípios da dignidade, boa-fé, A resposta do fornecedor será clara e objetiva e deve-
transparência, eficiência, eficácia, celeridade e cordialida- rá abordar todos os pontos da demanda do consumidor. 
de.  Quando a demanda versar sobre serviço não solicita-
O atendente, para exercer suas funções no SAC, deve do ou cobrança indevida, a cobrança será suspensa ime-
ser capacitado com as habilidades técnicas e procedi- diatamente, salvo se o fornecedor indicar o instrumento
mentais necessárias para realizar o adequado atendi- por meio do qual o serviço foi contratado e comprovar
mento ao consumidor, em linguagem clara.  que o valor é efetivamente devido. 
Ressalvados os casos de reclamação e de cancela- O SAC receberá e processará imediatamente o pedi-
mento de serviços, o SAC garantirá a transferência ime- do de cancelamento de serviço feito pelo consumidor. 
diata ao setor competente para atendimento definitivo O pedido de cancelamento será permitido e assegu-
da demanda, caso o primeiro atendente não tenha essa rado ao consumidor por todos os meios disponíveis para
atribuição.  a contratação do serviço. 

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Os efeitos do cancelamento serão imediatos à soli- IX - a identificação dos usuários finais beneficiários
citação do consumidor, ainda que o seu processamento de pagamento ou transferência em demonstrativos
técnico necessite de prazo, e independe de seu adimple- e faturas do pagador, inclusive nas situações em que
mento contratual.  o serviço de pagamento envolver instituições partici-
O comprovante do pedido de cancelamento será ex- pantes de diferentes arranjos de pagamento.
pedido por correspondência ou por meio eletrônico, a Parágrafo único. Para fins do cumprimento do dis-
critério do consumidor.  posto no inciso III, no caso de abertura de conta
de depósitos ou de conta de pagamento, deve ser
fornecido também prospecto de informações essen-
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 ciais, explicitando, no mínimo, as regras básicas, os
riscos existentes, os procedimentos para contratação
e para rescisão, as medidas de segurança, inclusive
Resolução nº 3.694, de 26 de março de 2009 em caso de perda, furto ou roubo de credenciais, e a
periodicidade e forma de atualização pelo cliente de
Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação seus dados cadastrais.
de operações e na prestação de serviços por parte de Art. 2º (Revogado pela Resolução nº 4.479, de
instituições financeiras e demais instituições autorizadas 25/4/2016.)
a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de seus
nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que produtos e serviços, o acesso aos canais de aten-
o Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em dimento convencionais, inclusive guichês de caixa,
26 de março de 2009, com base no art. 4º, inciso VIII, da mesmo na hipótese de oferecer atendimento alter-
referida lei, nativo ou eletrônico.
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependên-
RESOLVEU: cias exclusivamente eletrônicas nem à prestação de
serviços de cobrança e de recebimento decorrentes
Art. 1º As instituições financeiras e demais institui- de contratos ou convênios que prevejam canais de
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do atendimento exclusivamente eletrônicos.
Brasil, na contratação de operações e na prestação § 2º A opção pela prestação de serviços por meios
de serviços, devem assegurar alternativos aos convencionais é admitida desde que
I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou adotadas as medidas necessárias para preservar a in-
recomendados às necessidades, interesses e objeti- tegridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das
vos dos clientes e usuários; transações realizadas, assim como a legitimidade dos
II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o serviços prestados, em face dos direitos dos clientes
sigilo das transações realizadas, bem como a legi- e dos usuários, devendo as instituições informá-los
timidade das operações contratadas e dos serviços dos riscos existentes.
prestados; § 3º As instituições devem divulgar, em suas depen-
III - a prestação das informações necessárias à livre dências e nas dependências dos estabelecimentos
escolha e à tomada de decisões por parte de clientes onde seus produtos são ofertados, em local visível
e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deve- e em formato legível, informações relativas às situa-
res, responsabilidades, custos ou ônus, penalidades ções que impossibilitem a realização de pagamentos
e eventuais riscos existentes na execução de opera- ou de recebimentos nos canais de atendimento exis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

ções e na prestação de serviços; tentes, a exemplo dos contratos ou convênios que


IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário prevejam canais de atendimento exclusivamente ele-
de contratos, recibos, extratos, comprovantes e ou- trônicos, dos boletos de pagamento vencidos ou fora
tros documentos relativos a operações e a serviços; do padrão, bem como dos pagamentos com cheque.
V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada
à natureza e à complexidade da operação ou do ser-
viço, em contratos, recibos, extratos, comprovantes e CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
documentos destinados ao público, de forma a per- BANCÁRIO
mitir o entendimento do conteúdo e a identificação
de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e
demais condições; 1. INTRODUÇÃO
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de É oportuna e necessária a intervenção do Banco Cen-
contratos; tral do Brasil e do Conselho Monetário Nacional na or-
VII - a formalização de título adequado estipulando ganização do Sistema Financeiro Nacional no sentido de
direitos e obrigações para abertura, utilização e ma- limitar os poderes das Instituições Financeiras na contra-
nutenção de conta de pagamento pós-paga; tação de operações e na prestação de serviços aos clien-
VIII - o encaminhamento de instrumento de paga- tes consumidores e ao público em geral .
mento ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua Diante disto foi outorgado a Resolução 2878 ou o
habilitação somente em decorrência de sua expressa Código de Defesa do Cliente Bancário onde os precei-
solicitação ou autorização; tos positivados pelo Código de Defesa do Consumidor.

10
Na verdade a Resolução 2878 veio em consolidar muitas das cláusulas dos contratos bancários, bem como o
teses já sufragadas pela nossa doutrina e nossa jurispru- fácil entendimento, dispondo os valores a serem nego-
dência e principalmente dentro dos dogmas já delimita- ciados, as taxas de juros, de mora e de administração,
dos pelo Codex do Consumidor. comissão de permanência, encargos moratórios e mul-
Portanto, a atividade bancária tout court é conside- tas por inadimplemento.
rada como de comércio, por expressa disposição dos
arts. 119 do Código Comercial, 2 da Lei de S. A . , e 2 da 2-Medidas a serem adotadas pelas Instituições
Lei 4594-/64, de como que os Bancos são considerados Financeiras e demais Instituições Autorizadas pelo
fornecedores porque exercem comércio, subsumindo-se Banco Central do Brasil no sentido de informações
na atividade designada no caput do Art. 3 do Codex do que assegurem totalconhecimento aos Consumido-
Consumidor. res : (Cláusula Segunda)
Em sendo portanto a atividade bancária sujeita a nor- Trata-se efetivamente de uma determinação admi-
matização do Código do Consumidor, a relação jurídica
nistrativa do Banco Central do Brasil onde deve facili-
que o Banco celebra como o Consumidor-correntista é
tar também o pleno conhecimento acerca de situações
de consumo. Assim, para não apenas delimitar o que já
que possam implicar recusa de documentos por parte
está consagrado nas normas de defesa do consumidor
ou em nossa legislação civil e comercial, vêm o Banco do Banco. Para manutenção do equilibrio das relações
Central do Brasil através do Conselho Monetário Nacio- exige lealdade de informação e publicidade dos servi-
nal em delimitar os poderes das Instituições Financeiras e ços bancários.Neste sentido destacamos a informações
Administradoras de Cartões de Crédito com a Resolução apresentadas pela Federação dos Bancos a respeito da
2878. cobrança dos serviços bancários, os motivos de devo-
Outrossim é importante que o Consumidor-corren- lução de documentos no serviço de compensação de
tista venha em conhecer os seus direitos . Destacamos cheques e que as Instituições Financeiras devem infor-
inicialmente algumas ponderações apresentadas em es- mar com ampla publicidade para os seus clientes-con-
tudo da Fundação Procon de Sâo Paulo sobre os serviços sumidores
bancários: &#8220; Os serviços bancários e financeiros
estão sujeitos às normas do Código de Defesa do Con- 3-Medidas a serem adotadas pelas Instituições
sumidor, conforme determina o art. 2º da Lei Federal Financeiras e demais Instituições Autorizadas pelo
8078/90 Banco Central do Brasil no sentido de evidenciar aos
É certo que, a Resolução 2878 nos aspectos ligados clientes consumidores das Condições Contratuais:
aos serviços bancários nada mais é que uma aplicação (Cláusula Terceira)
das normas contida no Código de Defesa do Consumidor Trata-se de uma condicionante da Responsabilidade
e que já deveriam ser obedecidas pelas Instituições Fi- Civil e Criminal na emissâo de cheques sem a provisão
nanceiras e pelas demais Instituições autorizadas a fun- de fundos e das situações da inscrição do correntista no
cionar pelo Banco Central do Brasil. cadastro de emitentes de cheques sem fundos. E ainda
Por conseguinte vamos fazer uma ampla análise nos uma obrigatoriedade de publicidade pelos Bancos das
tópicos de cunho jurídico contido na Resolução 2878 e condições contratuais e as tarifas cobradas pela insti-
propriamente a visâo jurisprudencial a respeito do tema tuição. As regras devem ser bem claras para o corren-
de amplo interesse nacional tista, em especial envolvendo os contratos de abertura
de crédito em conta corrente ou cheque especial além
2. NOÇÕES GERAIS DA RESOLUÇÃO N 2878 dos dispositivos aos direitos e as obrigações entre as
duas partes
1-Medidas a serem adotadas pelas Instituições Fi-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR


nanceiras e demais Instituições Autorizadas pelo Ban-
co Central do Brasil na contratação de operações e na 4-Medidas a serem adotadas pelas Instituições
Prestação De Serviços Bancários: (Cláusula Primeira) Financeiras e demais Instituições Autorizadas pelo
Trata-se efetivamente do dever de informação con- Banco Central do Brasil no sentido de evidenciar
tido no Código de Defesa do Consumidor em seus arti- aos clientes consumidores uma ampla publicidade
gos 30,31 e 46. Não há portanto nenhuma novidade do dos seus Contratos e Serviços Bancários: (Cláusula
Banco Central do Brasil, pois o nosso Código já garante o Quarta, Quinta e Sexta)
direito pleno do consumidor-correntista de Banco em ter No artigo 4 temos a obrigatoriedade do cumpri-
plena a publicidade em seus contratos bancários. mento das informações ou publicidade referente aos
Devemos expor que pelo dispositivo primeiro da re- contratos, operações e serviços oferecidos ou prestados
solução 2878 temos que não pode ocorrer a publicidade pelos Bancos. E no supra parágrafo único temos que a
enganosa, bem como a transparência nas relações con- publicidade deve ser de forma clara, simples e imediata.
tratuais e a fixação das cláusulas contratuais bancárias de No artigo 5 temos que é vedado a prática da publici-
forma clara e de fácil compreensão por parte do clien- dade enganosa ou abusiva No artigo seguinte temos
te-consumidor. Forma objetiva, simples e clara, como que a Instituição Financeira quando solicitada pelo cor-
determina a lei contratual e defesa do consumidor. O rentista, deve comprovar a veracidade e a exatidão da
correntista não pode ficar a mercê da boa vontade do informação divulgada.
Banco, que deve formular e obedecer contratos equili-
brados 5- Medidas a serem adotadas pelas Instituições
Portanto, é necessário a transparência nas relações Financeiras e demais Instituições Autorizadas pelo
contratuais mediante prévio e integral conhecimento Banco Central do Brasil no sentido de evidenciar aos

11
clientes consumidores o direito de uma Liquidação -correntista. A disposição limita-se, no entanto, para os
Antecipada, da facilidade de compreensão de suas casos em que os saques são realizados, em espécie, em
tabelas e de garantia de um pleno atendimento aos conta corrente de depósitos à vista na agência em que
não clientes e Portadores De Deficiência Física: (Cláu- o correntista mantenha conta. A regra agora é a de que
sulas Sétima a Décima Quarta) saques inferiores a R$ 5.000,00 devem ser pagos no ato
Não se faz nenhuma novidade o contido no artigo sé- pelo banco e os superiores devem ser pagos no mes-
timo da Resolução 2878 a respeito do direito á liquidação mo dia, desde que o cliente venha em requerer com até
antecipada do débito, pois o próprio Código de Defesa 4 horas de antecedência do fechamento do expediente
do Consumidor já prevê em seu Artigo 52 inciso 2 o di- bancário (art. 16).
reito do Consumidor-correntista onde em caso de an- No que tange a venda casada fica terminantemente
tecipação de pagamento de seus débitos, descontados proibida em função do Artigo 17 da Resolução 2878 do
proporcionalmente os juros (Resolução, art. 7º) e outros BCB e do dispositivo consagrado no Artigo 39 I do Có-
acréscimos antecipados pela Instituição Financeira. digo Civil Brasileiro. Todavia, não se retira do Banco o
O artigo oitavo trata de uma obrigatoriedade para poder de impor o débito em conta corrente como única
as Instituições Financeiras em utilizar de forma clara e forma de pagamento de obrigações, o que é uma das
inequivoca de tabelas de tarifas de serviços, de informa- maiores formas de pressão de uma instituição financeira
tivos e demonstrativos de movimentação, para uma clara para fazer com que os clientes que, mesmo não concor-
identificação e entendimento das operações realizadas. dando com alguma prática realizada pelo banco, se sub-
Finalmente temos o artigo nono onde trata também de metam a ela de qualquer forma.
uma obrigatoriedade aos Bancos que venham em facili-
tar o acesso e atendimento prioritário para pessoas por- 7-Medidas vedadas pelas instituições financeiras e
tadoras de deficiencia fisica ou com mobilidade reduzi- demais instituições autorizadas pelo banco central do
da, temporaria ou definitiva, idosos, com idade igual ou brasil: (cláusulas décima oitava e seguintes)
superior a sessenta e cinco anos, gestantes, lactantes e No artigo 18 temos as vedações para as Instituições
pessoas acompanhadas por criança de colo. E concede Financeiras onde destacamos :
um prazo de 720 dias para que venham em se adequar 1) Inicialmente temos a vedação a transferência au-
as normas contida na Resolução 2878. As novas agências tomática de recursos de conta de depósitos à vista e de
somente poderão funcionar caso atendam às disposições conta de depósitos de poupança para qualquer modali-
do art. 9º. Essa norma não é nada mais do que atendi- dade de investimento, bem como a realização de qual-
mento a princípio constitucional que já existia para edi- quer outra operação ou prestação de serviço sem prévia
fícios de uso público (CF, art. 227, § 2º e 244), mas que autorização do cliente ou do usuário, salvo em decorrên-
tem cunho orientativo para o setor privado; todavia, tem cia de ajustes anteriores entre as partes. A autorização do
grande valia na medida em que fixa prazo para seu aten- cliente deve ser passada pôr escrito (arts. 18 e parágrafo
dimento, apesar de extremamente extenso. 1º). Essa previsão reprime nada mais do que uma prática
Observa-se também uma preocupação com o forne- abusiva comum (CDC, art. 39, V e 51, IV) e até mesmo in-
cimento de informações sobre o conteúdo do contrato constitucional, na medida em que feria o direito de pro-
para os deficientes visuais e auditivos, obrigando-se a lei- priedade (CF, art. XXII).
tura do contrato aos deficientes visuais, na presença de 2) Posteriormente temos a vedação sobre o elevar,
duas testemunhas (art. 12, parágrafo único, I) e a leitura sem justa causa, o valor das taxas, tarifas ou qualquer
do contrato pelo deficiente auditivo, antes da sua assi- outra forma de remuneração das operações e serviços
natura (art. 12, parágrafo único, II). A norma, apesar de contratados, ou cobrá-las em valor superior ao legal-
parecer ter um bom objetivo, pode ter o inconveniente mente admissível (art. 18, III). Trata-se efetivamente de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

de legitimar os abusos das instituições financeiras, pos- uma condição preponderante para a manutenção do
to que não há previsão de fiscalização do cumprimento equilíbrio econômico, contratual e financeiro.
da leitura do contrato pelo banco, ou mesmo punição 3) No mesmo sentido temos a vedação a aplicação de
para o caso de desrespeito; assim, ter-se-ia a presunção fórmula ou índice de reajuste diverso (IV), pois pelo Códi-
de que ao deficiente visual foi oportunizada a oitiva do go de Defesa do Consumidor é uma condição potestati-
contrato por um funcionário do banco, razão pela qual va, como por exemplo o uso de cláusula de flutuação no
não poderia alegar que desconhecia os termos do ins- uso de indexadores monetários.
trumento. 4) Não podemos deixar de expor que o conteúdo o
item VII a respeito de cobrança de dívida, o Consumidor-
6-Medidas a serem adotadas pelas Instituições -correntista já tem apoio das normas regidas pelo Códi-
Financeiras e demais Instituições Autorizadas pelo go de Defesa do Consumidor.
Banco Central do Brasil no sentido de evidenciar aos Destarte finalmente que os Bancos devem obede-
clientes consumidores o direito de um pleno atendi- cer aos termos da Resolução do Banco Central do Brasil,
mento, sendo vedada operações casadas ou condicio- como bem delimita o Artigo 19, sob pena das sanções
nadas: (Cláusulas Décima Quinta e Sexta e Sétima) prevista na legislação.
Nos artigos acima descritos temos duas questões
fundamentais. Os saques imediatos e a venda casada. 3.CONCLUSÕES FINAIS
No que tange aos saques imediatos temos que termina Devemos concluir o nosso trabalho com a certeza
também a recusa das Instituições Financeiras em pagar que em função da Resolução 2878 tivemos um avanço
saques em espécie no ato da solicitação do Consumidor- nos procedimentos que as instituições financeiras serão

12
obrigadas a cumprir na prestação de serviços bancários
no sentido de uma manutenção do equilíbrio econômi-
co, contratual, jurídico e financeiro. HORA DE PRATICAR!
Importante ainda que a comunidade venha em so-
licitar o cumprimento integral do Código de Defesa do 01. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
Cliente Bancário pelas Instituições Financeiras, pois o seu RIO – 2012) O município W possui uma única agência do
direito também encontra-se expresso nas normas de De- banco Y. Gilberto, que trabalha e reside nesse município,
fesa dos Direitos dos Consumidores . é correntista do banco. Um dia, ao dirigir-se à agência,
Trata-se portanto a presente Resolução de um reforço ele é surpreendido pela ausência completa de bancários,
dos direitos dos consumidores e com certas inovações estando o atendimento limitado aos terminais eletrôni-
administrativas. Entre suas principais inovações cabe res- cos. Utilizando um telefone disponibilizado na agência,
saltar novamente a questão da formulação do consu- Gilberto recebe a informação de que, por motivo de corte
midor dos serviços bancários e ao fornecedor como a de custos, a agência com atendimento físico mais pró-
própria Instituição Financeira, que atua no mercado de ximo está, agora, a sessenta quilômetros dali, mas que,
consumo, abrangendo essencialmente as operações de para evitar prejuízos aos correntistas, um bancário, com
crédito; um elenco de direitos básicos dos consumidores múltiplas funções, passará a ir à sua agência, de quinze
dos serviços bancários e instrumento de implementação; em quinze dias. Em relação ao atendimento bancário, as
regramento de publicidade dos contratos e das tarifas normas da Resolução CMN nº 3.694/2009 estabelecem
bancárias; controle das práticas e cláusulas abusivas, que a(o).
bancos de dados e cobrança de dívidas de consumo e ao
incentivo à composição entre os Consumidores-corren- A. adoção de tecnologia de atendimento bancário, nas
tistas dos serviços bancários e as Instituições Financeiras. agências das instituições financeiras, é vedada.
Essas são regras absolutamente razoáveis e com elas B. prestação de atendimento físico no local não é obriga-
o Banco Central do Brasil e o Conselho Monetário Na- tória quando as dependências da instituição financeira
cional pretendem tornar mais clara e estável a relação são exclusivamente eletrônicas.
das Instituições Financeiras com os seus clientes e com C. transformação de agências físicas em eletrônicas carac-
a população em geral, de maneira a evitar que as auto- teriza um obstáculo indevido ao consumidor.
ridades monetárias tenham que punir Bancos e Institui- D. transformação de agências físicas em eletrônicas de-
ções como as Administradoras de Cartões de Crédito ou pende da concordância dos correntistas.
que os Consumidores tenham que recorrer á justiça para E. atendimento realizado por bancários, durante o horário
fazer valer seus direitos já consolidados nas normas de de expediente ao público, é obrigatório em todas as
defesa do consumo. agências ou dependências com serviços eletrônicos.
Finalmente devemos expor que a condensação de
normas de prestação do serviço bancário, sejam elas no- 02. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – FCC – 2011)
vas ou não, em uma resolução do Banco Central do Brasil Em conformidade com a Resolução no 3.694/2009, as
ou do Conselho Monetário Nacional tende a dar mais instituições financeiras e demais instituições autorizadas
visibilidade a essas regras, o que contribui para torná- a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem contem-
-las efetivas. E sempre devemos lembrar que temos uma plar, em seus sistemas de controles internos, a adoção de
experiência bastante positiva que o País tem há mais de procedimentos que assegurem:
uma década com o Código de Defesa do Consumidor.
A. a prestação das informações necessárias à livre escolha
REFERÊNCIA PARA MAIS INFORMAÇÕES e à tomada de decisões por parte dos dirigentes do

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR


< http://www.ditizio.adv.br/cdcb.html> Banco e do seu Conselho Diretor.
B. a utilização, em contratos e documentos, de redação
clara, objetiva e adequada à natureza e à complexidade
da operação ou do serviço prestado, de forma a permi-
tir o entendimento, por parte de seus clientes e usuá-
rios, do conteúdo e a identificação de prazos, valores,
encargos, multas, datas, locais e demais condições.
C. a divulgação de informações apenas em suas depen-
dências internas, em local visível e em formato legível,
exclusivamente aos funcionários do SAC - Serviço de
Atendimento ao Consumidor.
D. a utilização em contratos e documentos operacionais
de redação técnica bancária, de entendimento especí-
fico dos funcionários envolvidos na operação do servi-
ço prestado.
E. a prestação das informações acerca das cláusulas con-
tratuais ou práticas que impliquem deveres e respon-
sabilidades do cliente e usuários nas operações ou ser-
viço contratado, exclusivamente à auditoria do Banco
e à Receita Federal.

13
03. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – FCC – B. clientes devem receber cópias impressas ou por meio
2011) Conforme a Resolução n° 3.694/2009, é vedado eletrônico dos contratos firmados com as instituições
às instituições financeiras: financeiras.
C. números da Central de Atendimento ao público do
A. explicitar as cláusulas contratuais das operações con- Banco Central do Brasil ficarão de posse dos gerentes
tratadas ou práticas que impliquem deveres e obriga- e serão acessados pelos clientes, caso solicitados.
ções dos clientes ou usuários. D. contratos devem possuir clareza e formato que permi-
B. fornecer cópia de contratos, recibos, extratos, compro- tam fácil leitura, não havendo necessidade de especi-
vantes e outros documentos relativos a operações e a ficação de prazos, valores negociados, taxas de juros,
serviços prestados. de mora e de administração
C. recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de seus E. instituições financeiras devem ter serviço de ouvidoria
produtos e serviços, o acesso aos canais de atendi- para receber as reclamações dos clientes, vedada a re-
mento convencionais, inclusive guichês de caixa, mes- clamação na agência do correntista.
mo na hipótese de oferecer atendimento alternativo
eletrônico.
D. assegurar aos clientes e usuários procedimentos de
controles internos que demonstrem a clareza e a se-
gurança das operações e serviços prestados. GABARITO
E. divulgar informações relativas a situações que impli-
quem recusa à realização de pagamentos ou à recep-
ção de cheques, fichas de compensação, documentos, 1 B
inclusive de cobrança, contas e outros. 2 B
3 C
04. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – FCC –
2011) A Resolução CMN nº 3.694 assegura aos clientes e 4 A
usuários de instituições financeiras e demais instituições 5 B
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil
I. o recebimento de cópias simplificadas de contratos, ex-
ceto de recibos, extratos, comprovantes e documentos
relativos a operações e a serviços prestados.
II. a redação de contratos e documentos clara, objetiva e
adequada à natureza e à complexidade da operação ou
do serviço prestado de forma a permitir o entendimento
do conteúdo e demais condições.
III. o direito a informações por parte destas instituições
financeiras, relativas a situações que impliquem recusa à
realização de pagamentos ou à recepção de cheques, fi-
chas de compensação, documentos, inclusive de cobran-
ça, contas e outros.
IV. a facilidade de acesso aos canais de atendimento con-
vencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipó-
tese de oferecer atendimento alternativo ou eletrônico.
V. a opção pela prestação de serviços por meio alternati-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - DEFESA DO CONSUMIDOR

vos aos convencionais, não sendo obrigatório as institui-


ções informá-los acerca dos riscos existentes e sigilo das
transações realizadas.
Está correto o que se afirma APENAS em:

A. II, III e IV.


B. II, IV e V.
C. III e V.
D. I e II.
E. I, III e IV.

05. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – FCC – 2011)


Nos termos da normatização editada pelo Conselho Mo-
netário Nacional, sobre as relações do consumidor ban-
cário com as instituições financeiras, sabe-se que os(as)

A. recibos e demais documentos comprobatórios das


transações bancárias devem ficar sob a guarda da
instituição, sem acesso ao consumidor por conta do
sigilo bancário.

14
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA


INFORMAÇÃO
Rotinas de backup e prevenção de vírus. Rotinas de segurança da informação e recuperação de arquivos. Política de
confidencialidade. Confidencialidade, disponibilidade e integridade da informação.......................................................................... 01
Confidencialidade, disponibilidade e integridade da informação................................................................................................................. 01
Diretrizes para uso da informação em ambientes corporativos. Processos e controles para proteção da informação........... 08
Lei nº 13.709/2018 - dispõe sobre a proteção de dados pessoais............................................................................................................... 15
tendo modificações ou não. Esta é a razão pela qual os
backups completos não são feitos o tempo todo. Todos
ROTINAS DE BACKUP E PREVENÇÃO DE VÍ- os arquivos seriam gravados na mídia de backup. Isto sig-
RUS. ROTINAS DE SEGURANÇA DA INFOR- nifica que uma grande parte da mídia de backup é usada
MAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ARQUIVOS. mesmo que nada tenha sido alterado. Fazer backup de
POLÍTICA DE CONFIDENCIALIDADE. CONFI- 100 gigabytes de dados todas as noites quando talvez
DENCIALIDADE, DISPONIBILIDADE E INTE- 10 gigabytes de dados foram alterados não é uma boa
GRIDADE DA INFORMAÇÃO. prática; por este motivo os backups incrementais foram
criados.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o
Procedimentos de backup horário de seu último backup. Por exemplo, já atuei em
uma Instituição onde todos os backups eram programa-
O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão dos para a quarta-feira.
acidentais, ou até mesmo de falhas. Por exemplo, se os A vantagem principal em usar backups incrementais
dados originais do disco rígido forem apagados ou subs- é que rodam mais rápido que os backups completos. A
tituídos acidentalmente, ou se ficarem inacessíveis devi- principal desvantagem dos backups incrementais é que
do a um defeito do disco rígido, você poderá restaurar para restaurar um determinado arquivo pode ser neces-
facilmente os dados usando a cópia arquivada. sário procurar em um ou mais backups incrementais até
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de ar-
1. Tipos de Backup quivo completo, é necessário restaurar o último backup
completo e todos os backups incrementais subsequen-
Fazer um backup é simples. Basta copiar os arqui- tes. Numa tentativa de diminuir a necessidade de procu-
vos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o rar em todos os backups incrementais, foi implementada
backup. Mas e se eu alterar um arquivo? E se eu excluir uma tática ligeiramente diferente. Esta é conhecida como
acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrom- backup diferencial.
peu? Bem, é aí que a coisa começa a ficar mais legal. É Os backups diferenciais também só copiam arquivos
nessa hora que entram as estratégias de backup. alterados desde o último backup. Mas existe uma dife-
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado rença: eles mapeiam as alterações em relação ao último
com backups, a maioria pensará que um backup é somen- backup completo. É importante mencionar que essa téc-
te uma cópia idêntica de todos os dados do computador. nica ocasiona o aumento progressivo do tamanho do
Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de arquivo.
terça-feira, e nada mudou no computador durante o dia Os backups delta sempre armazenam a diferença en-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta tre as versões correntes e anteriores dos arquivos, co-
seria idêntico àquele criado na terça. Apesar de ser pos- meçando a partir de um backup completo. A partir daí, a
sível configurar backups desta maneira, é mais provável cada novo backup são copiados somente os arquivos que
que você não o faça. Para entender mais sobre este as- foram alterados enquanto são criados hardlinks para os
sunto devemos primeiro entender os tipos diferentes de arquivos que não foram alterados desde o último backup.
backup que podem ser criados. Estes são: Esta é a técnica utilizada pela Time Machine da Apple e
• Backups completos; por ferramentas como o rsync.
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais; 2. Mídias
• Backups delta;
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de da-
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de dos removível amplamente utilizado. Tem os benefícios
todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os de custo baixo e uma capacidade razoavelmente boa de
dispositivos de backup correspondentes), independente armazenamento. Entretanto, a fita tem algumas desvan-
de versões anteriores ou de alterações nos arquivos des- tagens. Ela está sujeita ao desgaste e o acesso aos dados
de o último backup. Este tipo de backup é o tradicional na fita é sequencial por natureza. Estes fatores significam
e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando que é necessário manter o registro do uso das fitas (apo-
pensam em backup: guardar TODAS as informações. Ou- sentá-las ao atingirem o fim de suas vidas úteis) e tam-
tra característica do backup completo é que ele é o ponto bém que a procura por um arquivo específico nas fitas
de início dos outros métodos citados abaixo. Todos usam pode ser uma tarefa longa.
este backup para assinalar as alterações que deverão ser Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados
salvas em cada um dos métodos. como um meio de backup. No entanto, os preços de ar-
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos,
para a mídia de backup. Conforme mencionado anterior- usar drives de disco para armazenamento de backup faz
mente, se os dados sendo copiados nunca mudam, cada sentido. A razão principal para usar drives de disco como
backup completo será igual aos outros. Esta similaridade um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de
ocorre devido ao fato de que um backup completo não armazenamento em massa mais rápido. A velocidade
verifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; pode ser um fator crítico quando a janela de backup do
copia tudo indiscriminadamente para a mídia de backup, seu centro de dados é curta e a quantidade de dados a
serem copiados é grande.

1
O armazenamento deve ser sempre levado em consi- • Os dados são recebidos e desencapsulados.
deração. O administrador desses backups deve se preo- • Finalmente os dados são descriptografados e ar-
cupar em encontrar um equilíbrio que atenda adequa- mazenados no computador de destino
damente às necessidades de todos, e também assegurar
que os backups estejam disponíveis para a pior das si- 5. Computação na nuvem (cloud computing)
tuações.
Após todas as técnicas de backups estarem efetivadas Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela
deve-se garantir os testes para que com o passar do tem- internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
po não fiquem ilegíveis. tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli-
cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
3. Recomendações para proteger seus backups diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
os dados não se encontram em um computador específi-
Fazer backups é uma excelente prática de segurança co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o
básica. A seguir apresentamos conselhos simples para Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta
que você esteja a salvo no dia em que precisar deles: aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, como o One Drive.
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incên- Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é
dios, como os cofres onde você guarda seus documentos possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o traba-
e valores importantes. lho que for feito para acessá-lo depois de qualquer lugar
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as — é justamente por isso que o seu computador estará nas
mantenha em lugares separados. nuvens, pois você poderá acessar os aplicativos a partir de
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, qualquer computador que tenha acesso à internet.
é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito anti-
gos (quase todos os programas de backup contam com
essa opção), assim você não desperdiça espaço útil. #FicaDica
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira Basta pensar que, a partir de uma conexão
que sua informação fique criptografada o suficiente para com a internet, você pode acessar um servidor
que ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é capaz de executar o aplicativo desejado, que
importante para seus entes queridos, implemente algu- pode ser desde um processador de textos
ma forma para que eles possam saber a senha se você até mesmo um jogo ou um pesado editor
não estiver presente. de vídeos. Enquanto os servidores executam
um programa ou acessam uma determinada
4. VPN informação, o seu computador precisa apenas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

do monitor e dos periféricos para que você


É o acrônimo de (Virtual Private Network), que signifi-
interaja.
ca Rede Particular Virtual, que define-se como a conexão
de dois computadores utilizando uma rede pública (In-
ternet), imagine uma empresa que quer ligar suas filiais,
esse é um caso clássico, ou também pensando na mo- Segurança da informação: procedimentos de se-
dalidade de trabalho homeoffice, em que o funcionário gurança
pode, da casa dele, acessar todos seus arquivos e softwa-
res específicos da empresa. A Segurança da Informação refere-se às proteções
A palavra tunelamento é algo normal ao se trabalhar existentes em relação às informações de uma determi-
com VPNs, é como se criasse um túnel para que os dados nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
possam ser enviados sem que outros usuários tenham seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto
acesso. às pessoais.
Para criar uma rede VPN não é preciso mais do que Entende-se por informação todo e qualquer conteú-
dois (ou mais) computadores conectados à Internet e um do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou
programa de VPN instalado em cada máquina. O proces- pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou ex-
so para o envio dos dados é o seguinte: posta ao público para consulta ou aquisição.

• Os dados são criptografados e encapsulados.


• Algumas informações extras, como o número de #FicaDica
IP da máquina remetente, são adicionadas aos da- Antes de proteger, devemos saber:
dos que serão enviados para que o computador - O que proteger;
receptor possa identificar quem mandou o pacote - De quem proteger;
de dados. - Pontos frágeis;
• O pacote contendo todos os dados é enviado por - Normas a serem seguidas.
meio do “túnel” criado até o computador de des-
tino. A Segurança da Informação se refere à proteção exis-
• A máquina receptora irá identificar o computador tente sobre as informações de uma determinada empre-
remetente por meio das informações anexadas ao sa ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações cor-
pacote de dados. porativas quanto às pessoais. Entende-se por informação

2
todo conteúdo ou dado que tenha valor para alguma or- ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, algo-
ganização ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso ritmos determinados e uma chave secreta para, a
restrito ou exibida ao público para consulta ou aquisição. partir de um conjunto de dados não criptografa-
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou dos, produzir uma sequência de dados criptogra-
não de ferramentas) para definir o nível de segurança fados. A operação contrária é a decifração.
que há e, com isto, estabelecer as bases para análise de - Assinatura digital: Um conjunto de dados criptografa-
melhorias ou pioras de situações reais de segurança. A dos, agregados a um documento do qual são função,
segurança de certa informação pode ser influenciada garantindo a integridade e autenticidade do docu-
por fatores comportamentais e de uso de quem se utiliza mento associado, mas não ao resguardo das infor-
dela, pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por mações.
pessoas mal-intencionadas que têm o objetivo de furtar, - Mecanismos de garantia da integridade da infor-
destruir ou modificar tal informação. mação: Usando funções de “Hashing” ou de checa-
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi- gem, é garantida a integridade através de compa-
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade ração do resultado do teste local com o divulgado
— representa as principais características que, atualmen- pelo autor.
te, orientam a análise, o planejamento e a implementa- - Mecanismos de controle de acesso: Palavras-cha-
ção da segurança para um certo grupo de informações ve, sistemas biométricos, firewalls, cartões inteli-
que se almeja proteger. Outros fatores importantes são gentes.
a irrevogabilidade e a autenticidade. Com a evolução do - Mecanismos de certificação: Atesta a validade de
comércio eletrônico e da sociedade da informação, a pri- um documento.
vacidade é também uma grande preocupação. - Integridade: Medida em que um serviço/informa-
Portanto as características básicas, de acordo com os ção é autêntico, ou seja, está protegido contra a
padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as se- entrada por intrusos.
guintes: - Honeypot: É uma ferramenta que tem a função
- Confidencialidade – especificidade que limita o proposital de simular falhas de segurança de um
acesso a informação somente às entidades autên- sistema e obter informações sobre o invasor en-
ticas, ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário ganando-o, e fazendo-o pensar que esteja de fato
da informação. explorando uma fraqueza daquele sistema. É uma
- Integridade – especificidade que assegura que a espécie de armadilha para invasores. O HoneyPot
informação manipulada mantenha todas as carac- não oferece forma alguma de proteção.
terísticas autênticas estabelecidas pelo proprietá- - Protocolos seguros: Uso de protocolos que garan-
rio da informação, incluindo controle de mudanças tem um grau de segurança e usam alguns dos me-
e garantia do seu ciclo de vida (nascimento, manu- canismos citados.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


tenção e destruição).
- Disponibilidade – especificidade que assegura que 3. Mecanismos de encriptação
a informação esteja sempre disponível para o uso
legítimo, ou seja, por aqueles usuários que têm au-
torização pelo proprietário da informação. #FicaDica
- Autenticidade – especificidade que assegura que
a informação é proveniente da fonte anunciada e A criptografia vem, originalmente, da fusão
que não foi alvo de mutações ao longo de um pro- entre duas palavras gregas:
• CRIPTO = ocultar, esconder.
cesso.
• GRAFIA= escrever
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade
que assegura a incapacidade de negar a autoria
em relação a uma transação feita anteriormente. Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em
códigos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam
2. Mecanismos de segurança uma mensagem ininteligível, e permite apenas que o
destinatário que saiba a chave de encriptação possa de-
O suporte para as orientações de segurança pode ser criptar e ler a mensagem com clareza.
encontrado em: Permitem a transformação reversível da informação
Controles físicos: são barreiras que limitam o contato de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se
ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que para isso, algoritmos determinados e uma chave secreta
assegura a existência da informação) que a suporta. para, a partir de um conjunto de dados não encriptados,
Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou produzir uma continuação de dados encriptados. A ope-
limitam o acesso à informação, que está em ambien- ração inversa é a desencriptação.
te controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave pri-
modo, ficaria exibida a alteração não autorizada por ele- vada.
mento mal-intencionado. A chave pública é usada para codificar as informa-
Existem mecanismos de segurança que sustentam os ções, e a chave privada é usada para decodificar.
controles lógicos:
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para
a modificação da informação de forma a torná-la ‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não

3
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o utilizados, será praticamente impossível descobrir
emissor e receptor original possui. o código. A chave privada do RSA são os números
Hoje, a criptografia pode ser considerada um método que são multiplicados e a chave pública é o valor
100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e que será obtido.
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes - El Gamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é
e tentativas de invasão. um problema matemático que o torna mais segu-
Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são ro. É muito usado em assinaturas digitais.
usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quan-
to mais bits forem utilizados, mais segura será essa crip- Segurança na internet; vírus de computadores;
tografia. Spyware; Malware; Phishing; Worms e pragas vir-
Um exemplo disso é se um algoritmo usa uma chave tuais e Aplicativos para segurança (antivírus, fire-
de 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para wall e antispyware)
decodificar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a
256. Assim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas Firewall é uma solução de segurança fundamentada
de combinações e decodificar a mensagem, que mes- em hardware ou software (mais comum) que, a partir de
mo sendo uma tarefa difícil, não é impossível. Portanto, um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego
quanto maior o número de bits, maior segurança terá a de rede para determinar quais operações de transmissão
criptografia. ou recepção de dados podem ser realizadas. “Parede de
Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o
simétricas e as chaves assimétricas firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defe-
Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é sa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear trá-
usada para a codificação e decodificação. Entre os algo- fego de dados indesejados e liberar acessos desejados.
ritmos que usam essa chave, estão: Para melhor compreensão, imagine um firewall como
- DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces-
de 56 bits, que corresponde à aproximadamente sário obedecer a determinadas regras, como se identifi-
72 quatrilhões de combinações. Mesmo sendo um car, ser esperado por um morador e não portar qualquer
número extremamente elevado, em 1997, quebra- objeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não
ram esse algoritmo através do método de ‘tentati- se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a
va e erro’, em um desafio na internet. devida autorização.
- RC (Ron’s Code ou RivestCipher): É um algoritmo Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de
muito utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a ações maliciosas: um malware que utiliza determinada
1024 bits. Além disso, ele tem várias versões que porta para se instalar em um computador sem o usuário
diferenciam uma das outras pelo tamanho das saber, um programa que envia dados sigilosos para a in-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

chaves. ternet, uma tentativa de acesso à rede a partir de compu-


- EAS (Advanced Encryption Standard): Atualmente é tadores externos não autorizados, entre outros.
um dos melhores e mais populares algoritmos de Você já sabe que um firewall atua como uma espécie
criptografia. É possível definir o tamanho da chave de barreira que verifica quais dados podem passar ou
como sendo de 128 bits, 192 bits ou 256 bits. não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabele-
- IDEA (International Data Encryption Algorithm): É cimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
um algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido usuário.
com o DES. Seu ponto forte é a fácil execução de Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
software. configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
computador ou na rede. O problema é que esta condi-
As chaves simétricas não são absolutamente seguras ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
quando referem-se às informações extremamente valio- criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
sas, principalmente pelo emissor e o receptor precisa- aguarde autorização do usuário ou administrador para
rem ter o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusive
a transmissão pode não ser segura e o conteúdo pode ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes se-
chegar a terceiros. rão automaticamente permitidos.
Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
pública. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave figurado para permitir automaticamente o tráfego de de-
pública para codificar e a chave privada para decodificar, terminados tipos de dados, como requisições HTTP (veja
considerando-se que a chave privada é secreta. Entre os mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras,
algoritmos utilizados, estão: como conexões a serviços de e-mail.
- RSA (Rivest, Shmirand Adleman): É um dos algo- Perceba como estes exemplos tem políticas de um
ritmos de chave assimétrica mais usados, em que firewall que são baseadas, inicialmente, em dois princí-
dois números primos (aqueles que só podem ser pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli-
divididos por 1 e por eles mesmos) são multipli- citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o
cados para obter um terceiro valor. Assim, é preci- que está explicitamente bloqueado.
so fazer fatoração, que significa descobrir os dois
primeiros números a partir do terceiro, sendo um Firewalls mais avançados podem ir além, direcionan-
cálculo difícil. Assim, se números grandes forem do determinado tipo de tráfego para sistemas de segu-

4
rança internos mais específicos, ou oferecendo um refor- Este controle amplo também possibilita o uso do pro-
ço extra em procedimentos de autenticação de usuários, xy para tarefas complementares: o equipamento pode
por exemplo. registrar o tráfego de dados em um arquivo de log; con-
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias teúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espé-
formas. O que define uma metodologia ou outra são fa- cie de cache (uma página Web muito acessada fica guar-
tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es- dada temporariamente no proxy, fazendo com que não
pecíficas do que será protegido, características do siste- seja necessário requisitá-la no endereço original a todo
ma operacional que o mantém, estrutura da rede e assim instante, por exemplo); determinados recursos podem
por diante. É por isso que podemos encontrar mais de ser liberados apenas mediante autenticação do usuário;
um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos. entre outros.
Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja
soluções de firewall surgiram na década de 1980, basean- visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis-
do-se em filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), tentes na internet, fazendo com que, dependendo das
uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija
embora ofereça um nível de segurança significativo. muito trabalho de configuração para bloquear ou autori-
Para compreender, é importante saber que cada pa- zar determinados acessos.
cote possui um cabeçalho com diversas informações a Proxy transparente: No que diz respeito a limitações,
seu respeito, como endereço IP de origem, endereço IP é conveniente mencionar uma solução chamada de pro-
do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Fi- xy transparente. O proxy “tradicional”, não raramente,
rewall então analisa estas informações de acordo com as exige que determinadas configurações sejam feitas nas
regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja ferramentas que utilizam a rede (por exemplo, um na-
para sair ou para entrar na máquina/rede), podendo tam- vegador de internet) para que a comunicação aconteça
bém executar alguma tarefa relacionada, como registrar sem erros. O problema é, dependendo da aplicação, este
o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de log. trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O firewall de aplicação, também conhecido como O proxy transparente surge como uma alternativa para
proxy de serviços (proxy services), ou apenas proxy, é estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede
uma solução de segurança que atua como intermediária não precisam saber de sua existência, dispensando qual-
entre um computador (ou uma rede interna) e outra rede quer configuração específica. Todo acesso é feito normal-
(normalmente externa), como a internet. Geralmente ins- mente do cliente para a rede externa e vice-versa, mas o
talados em servidores potentes por precisarem lidar com proxy transparente consegue interceptá-lo e responder
um grande número de solicitações, firewalls deste tipo adequadamente, como se a comunicação, de fato, fosse
são opções interessantes de segurança porque não per- direta.
mitem a comunicação direta entre origem e destino. É válido ressaltar que o proxy transparente também

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


A imagem a seguir ajuda na compreensão do concei- tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy “nor-
to. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar mal” é capaz de barrar uma atividade maliciosa, como
diretamente com a internet, há um equipamento entre um malware enviando dados de uma máquina para a
ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e internet; o proxy transparente, por sua vez, pode não
entre o proxy e a internet. bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para con-
seguir se comunicar externamente, o malware teria que
Observe: ser configurado para usar o proxy “normal” e isso geral-
mente não acontece; no proxy transparente não há esta
limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

1. Limitações dos firewalls

#FicaDica
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que
estas variam conforme o tipo de solução e
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são
recursos de segurança bastante importantes,
mas não são perfeitos em todos os sentidos.

Seguem abaixo algumas dessas limitações:


Figura 91: Proxy - Um firewall pode oferecer a segurança desejada,
mas comprometer o desempenho da rede (ou
Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar mesmo de um computador). Esta situação pode
pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, esta- gerar mais gastos para uma ampliação de infraes-
belecer regras que impeçam o acesso de determinados trutura capaz de superar o problema;
endereços externos, assim como que proíbam a comu-
nicação entre computadores internos e determinados - A verificação de políticas tem que ser revista pe-
serviços remotos. riodicamente para não prejudicar o funcionamento

5
de novos serviços; informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devi- ou série de arquivos cada vez que o usuário exija. Nor-
damente tratados por proxies já implementados; malmente, o antivírus também pode verificar e-mails e
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma sites de entrada e saída visitados.
atividade maliciosa que se origina e se destina à Um antivírus pode ser complementado por outros
rede interna; aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywa-
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma res que cumprem funções auxiliares para evitar a entrada
atividade maliciosa que acontece por descuido do de vírus.
usuário - quando este acessa um site falso de um Então, antivírus são os programas criados para man-
banco ao clicar em um link de uma mensagem de ter seu computador seguro, protegendo-o de programas
e-mail, por exemplo; maliciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata- dados de seu computador.
cantes experientes podem tentar descobrir ou ex- Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
plorar brechas de segurança em soluções do tipo; colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers es-
- Um firewall não pode interceptar uma conexão tão usando este mercado para enganar pessoas com fal-
que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuá- sos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa
rio acessar a internet em seu computador a partir seu computador vulnerável aos ataques.
de uma conexão 3G (justamente para burlar as res- E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado
trições da rede, talvez), o firewall não conseguirá ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos,
interferir. e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de infor-
mação.
2. Sistema antivírus Os vírus que se anexam a arquivos infectam também
todos os arquivos que estão sendo ou e serão execu-
Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, tados. Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo
spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um
precisou formatar seu computador?
espaço considerável (que é sempre muito precioso) em seu
Os vírus representam um dos maiores problemas
disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre os es-
para usuários de computador. Para poder resolver esses
paços do programa original, para não dar a menor pista de
problemas, as principais desenvolvedoras de softwares
sua existência.
criaram o principal utilitário para o computador, os an-
Cada vírus possui um critério para começar o ataque
tivírus, que são programas com o propósito de detectar
propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou
gados, o micro começa a travar, documentos que não
depois de ingressar no sistema.
são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mos-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de pro-


gramas de software que são implementados sem o con- tram mensagens chatas, outros mais elaborados fazem
sentimento (e inclusive conhecimento) do usuário ou estragos muito grandes.
proprietário de um computador e que cumprem diver- Existe uma variedade enorme de softwares antivírus
sas funções nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-
perda de dados, alteração de funcionamento, interrup- -o sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos
ção do sistema e propagação para outros computadores. todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência
Os antivírus são aplicações de software projetadas deles para proteger seu sistema operacional.
como medida de proteção e segurança para resguardar A maioria dos softwares antivírus possuem serviços
os dados e o funcionamento de sistemas informáticos de atualização automática. Abaixo há uma lista com os
caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas antivírus mais conhecidos:
comumente como vírus ou malware que tem a função de Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br
alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos - Possui versão de teste.
computadores. McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Pos-
Um programa de proteção de vírus tem um funcio- sui versão de teste.
namento comum que com frequência compara o código AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga
de cada arquivo que revisa com uma base de dados de e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun-
códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode de- cionalidades).
terminar se trata de um elemento prejudicial para o sis- Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoft-
tema. Também pode reconhecer um comportamento ou ware.com.br - Possui versão de teste.
padrão de conduta típica de um vírus. Os antivírus podem É importante frisar que a maioria destes desenvolve-
registrar tanto os arquivos encontrados dentro do siste- dores possuem ferramentas gratuitas destinadas a re-
ma como aqueles que procuram ingressar ou interagir mover vírus específicos. Geralmente, tais softwares são
com o mesmo. criados para combater vírus perigosos ou com alto grau
de propagação.
Como novos vírus são criados de maneira quase
constante, sempre é preciso manter atualizado o pro-
grama antivírus de maneira de que possa reconhecer as
novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode perma-
necer em execução durante todo tempo que o sistema

6
“espionando” as atividades dos internautas ou capturam
informações sobre eles. Para contaminar um computa-
dor, os spywares podem vir embutidos em softwares
desconhecidos ou serem baixados automaticamente
quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado.
O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram»
navegadores de Internet, principalmente o Internet Ex-
plorer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página ini-
Figura 92: Principais antivírus do mercado atual cial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe
propagandas em pop-ups ou janelas novas, instala bar-
2. Tipos de Vírus ras de ferramentas no navegador e podem impedir aces-
so a determinados sites (como sites de software antivírus,
Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” por exemplo).
(Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permi- Os spywares e os keyloggers podem ser identifica-
tem a invasão de um computador alheio com espanto- dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des-
sa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem
artefato militar fabricado pelos gregos espartanos. Um ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus.
“amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma
grego”, que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo ferramenta desenvolvida especialmente para combater
o executa, o programa atua de forma diferente do que aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar
era esperado. no sistema operacional de uma forma que nem antivírus
Ao contrário do que é erroneamente informado na nem anti-spywares conseguem “pegar”.
mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele
não se reproduz e não tem nenhuma comparação com Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de
vírus de computador, sendo que seu objetivo é total- correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de
mente diverso. Deve-se levar em consideração, também, computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um
que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classi- novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na
ficam como tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, ex- rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a
clusivamente, como definição para programas que cap- mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


turam dados sem o conhecimento do usuário. O Cavalo em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem
de Tróia é um programa que se aloca como um arquivo hoax normalmente costuma dizer que a informação par-
no computador da vítima. Ele tem o intuito de roubar tiu de uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e
informações como passwords, logins e quaisquer dados, que tal vírus poderá danificar a máquina do usuário. Des-
sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando considere a mensagem.
a máquina contaminada por um Trojan conectar-se à In-
ternet, poderá ter todas as informações contidas no HD 3. Política de segurança da Informação
visualizadas e capturadas por um intruso qualquer. Estas
visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve Hoje as informações são bens ativos da empresa,
dentro de um computador alheio sabe as possibilidades imagine uma Universidade perdendo todos os dados
oferecidas. dos seus alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com
Worms (vermes) podem ser interpretados como um isso pode-se dizer que a informação se tornou o ativo
tipo de vírus mais inteligente que os demais. A princi- mais valioso das organizações, podendo ser alvo de uma
pal diferença entre eles está na forma de propagação: série de ameaças com a finalidade de explorar as vulne-
os worms podem se propagar rapidamente para outros rabilidades e causar prejuízos consideráveis. A informa-
computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma ção é encarada, atualmente, como um dos recursos mais
rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de ma- importantes de uma organização, contribuindo decisiva-
neira discreta e o usuário só nota o problema quando o mente para a uma maior ou menor competitividade, por
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz isso é necessária a implementação de políticas de segu-
destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de rança da informação que busquem reduzir as chances de
propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail fraudes ou perda de informações.
em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema A Política de Segurança da Informação é um docu-
de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio mento que contém um conjunto de normas, métodos e
que permita a contaminação de computadores (normal- procedimentos, que obrigatoriamente precisam ser co-
mente milhares) em pouco tempo. municados a todos os funcionários, bem como analisado
e revisado criticamente, em intervalos regulares ou quan-
Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não do mudanças se fizerem necessárias.
serem necessariamente vírus, estes três nomes também Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor-
representam perigo. Spywares são programas que ficam mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC

7
27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas
para a gestão de segurança da informação, na qual po- DIRETRIZES PARA USO DA INFORMAÇÃO
dem ser encontradas as melhores práticas para iniciar, EM AMBIENTES CORPORATIVOS.
implementar, manter e melhorar a gestão de segurança PROCESSOS E CONTROLES PARA
da informação em uma organização. PROTEÇÃO DA INFORMAÇÃO.
Importante mencionar que conforme a ISO/IEC
27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados
que representa um ponto de vista, um dado processado A partir do avanço tecnológico nas organizações, no-
é o que gera uma informação. Um dado não tem valor vas formas de trabalho foram introduzidas, beneficiando,
antes de ser processado, a partir do seu processamento, assim, diversas etapas do processo. Porém, elas trouxe-
ele passa a ser considerado uma informação, que pode ram novas mudanças e comportamentos para empresa,
gerar conhecimento, logo, a informação é o conhecimen- o que favoreceu as atividades tanto para planejamento,
to produzido como resultado do processamento de da- processo e controle, quanto para a introdução da inter-
dos. net - favorecendo principalmente a comunicação, per-
De fato, com o aumento da concorrência de mercado, mitindo diversas melhorias entre consultas e busca no
tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em to- acesso de diversos ambientes virtuais em questões de
dos os níveis. Como resultado deste significante aumen- minutos (MORAES, 2003).
to da interconectividade, a informação está agora expos- No entanto, percebeu-se também um grande risco
ta a um crescente número e a uma grande variedade de com relação à própria questão de Segurança da Informa-
ameaças e vulnerabilidades. ção fazendo com que as empresas implantassem proce-
Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix), dimentos de trabalhos para adequação de seus sistemas,
“segurança da informação é a proteção da informação de estabelecendo regras de conduta que resguardem assim
vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do seus direitos, além de uma mudança de cultura, em fun-
negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o re- ção dos riscos e consequências que estes acabam às ve-
torno sobre os investimentos e as oportunidades de ne- zes gerando para a empresa. Este fato ocorre até mesmo
gócio, para isso é muito importante a confidencialidade, por conta da transmissão de dados e compartilhamento
integridade e a disponibilidade, onde: de informações que passam a ser sigilosas, podendo as-
A confidencialidade é a garantia de que a informa- sim interferir também na própria questão de compliace
ção é acessível somente por pessoas autorizadas a terem que é um assunto bem discutido atualmente nas organi-
acesso (NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação zações (MORAES, 2003).
seja acessada por uma pessoa não autorizada, intencio- Bernstein (2000) explica que o conceito de segurança
nalmente ou não, ocorre a quebra da confidencialidade. da informação é denominado como um conjunto de da-
A quebra desse sigilo pode acarretar danos inestimáveis
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

dos de valor que determina uma organização ou pessoa,


para a empresa ou até mesmo para uma pessoa física. sendo um recurso de extremo valor para sociedade atual.
Um exemplo simples seria o furto do número e da senha Com a utilização dos sistemas informatizados e conec-
do cartão de crédito, ou até mesmo, dados da conta ban- tados por meio de redes, as empresas passaram a ficar
cária de uma pessoa. sujeitas a ameaças de diversos fatores, pois colocam em
A integridade é a garantia da exatidão e completeza risco a integridade dos sistemas e comprometem as or-
da informação e dos métodos de processamento (NBR ganizações em função das trocas de informações confi-
ISO/IEC 27002:2005) quando a informação é alterada, denciais que acabam sendo essenciais para concorrentes.
falsificada ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A Diante deste contexto, a proposta deste estudo é
integridade é garantida quando se mantém a informação avaliar por meio da pesquisa bibliográfica os termos e
no seu formato original. conceitos recentes que tratam sobre o tema, bem como
A disponibilidade é a garantia de que os usuários fazer uma análise histórica sobre a questão da segurança
autorizados obtenham acesso à informação e aos ati- da informação, métodos de trabalho, ferramentas e pro-
vos correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/ cedimentos de segurança, visando assim resguardar-se
IEC 27002:2005). Quando a informação está indisponí- frente à integridade da empresa.
vel para o acesso, ou seja, quando os servidores estão Além disso, apresenta-se também as principais for-
inoperantes por conta de ataques e invasões, considera- mas de prevenção realizada pelas empresas, o papel das
-se um incidente de segurança da informação por quebra pessoas e dos responsáveis, a necessidade do estabele-
de disponibilidade. Mesmo as interrupções involuntárias cimento de uma política de segurança confiável para que
de sistemas, ou seja, não intencionais, configuram que- se resguarde e atue desde a contratação de um simples
bra de disponibilidade. funcionário, levando-se assim ao entendimento e ao co-
nhecimento de todos.
O próprio termo segurança é definido como uma for-
ma de minimizar a vulnerabilidade dos bens (quaisquer
coisas de valor) e seus recursos, pois a segurança da in-
formação não é apenas uma atitude, mas sim um conjun-
to de ações que visa garantir a segurança da própria rede
de uma organização (SOARES, 1995).

Neste sentido, observando as palavras de Soares

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(1995), o qual explica que as empresas para trabalhar ou sistema é acessível apenas às pessoas previamente
com a segurança da informação devem primeiramente autorizadas a terem acesso.
conscientizar seus colaboradores, estabelecendo regras Ou seja, sempre que uma informação confidencial
e deixando as de forma clara, pois a partir do momento é acessada por um indivíduo não autorizado, intencio-
que um computador está conectado em rede, já apre- nalmente ou não, ocorre o que se chama de quebra da
senta um risco de segurança. Além disso, é muito comum confidencialidade. A ruptura desse sigilo, a depender do
também as empresas disponibilizarem acesso às informa- teor das informações, pode ocasionar danos inestimáveis
ções para usuários via remoto. Observa-se, porém, que para a empresa, seus clientes e até mesmo para todo o
muitos atos ocorrem em função da falta de conhecimento mercado.
e até mesmo por irresponsabilidade dos usuários, poden- A exemplo, instituições financeiras, detentoras de da-
do assim colocar em riscos dados confidenciais. dos pessoais e bancários de uma infinidade de usuários,
não só precisam, mas devem manter a confidencialidade
O que é uma política de segurança da informação? de todas as informações em seu domínio. A quebra desse
sigilo significaria expor à riscos uma grande quantidade
Para realmente entender o que é essa política, você de pessoas, causando prejuízos incalculáveis.
precisa saber o que exatamente significa segurança da
informação. De acordo com a definição da norma  ISO Integridade
27001, que estabelece as diretrizes gerais para a gestão
da informação de uma empresa, segurança da infor- Quando empresas lidam com dados, um dos seus
mação nada mais é que o ato de proteger os dados da grandes deveres é mantê-los intocados, de maneira a
empresa  (especialmente aqueles confidenciais) contra preservar a sua originalidade e confiabilidade. Caso con-
diversos tipos de ameaças e riscos — espionagens, sabo- trário, erros podem ocorrer na interpretação dessas in-
tagens, incidentes com vírus ou códigos maliciosos e até formações, gerando também rupturas no compliance do
acidentes, como incêndio e inundação. negócio e, no pior dos casos, sanções penais pesadas.
A segurança da informação é, então, obtida pela im- Nesse contexto, garantir a integridade é, pois, adotar
plantação de uma gama de controles que incluem pro- todas as precauções necessárias para que a informação
cedimentos de rotina (como as verificações de antivírus), não seja modificada ou eliminada sem autorização, isto
infraestrutura de hardware e software (como a gestão é, que mantenha a sua legitimidade e consistência, con-
de soluções para assinatura eletrônica de documentos),
dizendo exatamente com a realidade.
além da criação de uma política devidamente documen-
Qualquer falha nesse quesito, seja por uma alteração,
tada.
falsificação ou acesso irregular, gera a quebra da integri-
Chegamos, assim, à política de segurança da infor-
dade. Da mesma forma que a quebra de confidenciali-
mação, definida como as regras que ditam o acesso, o
dade, a ruptura na integridade das informações também

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


controle e a transmissão da informação em uma organi-
pode implicar impactos negativos de grande monta em
zação. Lembrando que uma política de segurança não é
uma empresa, sobretudo de grande porte, em que os da-
um documento imutável ou inquestionável. Muito pelo
contrário, requer atualização constante e participação dos e informações têm um valor ainda maior.
não só da diretoria da empresa, mas também dos funcio-
nários e da equipe de TI. Disponibilidade

Quais os princípios básicos da segurança da infor- A relação da segurança da informação com a dispo-
mação? nibilidade é basicamente a garantia de acesso aos dados
sempre que necessário. Ou seja, é a possibilidade de os
Como se trata de uma verdadeira metodologia de colaboradores e membros da organização acessarem os
proteção às informações da empresa, a PSI é imple- dados de maneira fluida, segura e eficiente.
mentada nas organizações por intermédio de alguns No contexto corporativo, a disponibilidade das informa-
princípios básicos, os quais garantem que cada variável ções é matéria de extrema importância, visto que o negócio
importante receba a devida atenção e corrobore com o pode depender da disponibilidade dos seus dados e sis-
objetivo central da ação que é aumentar a integridade temas para fechar contratos, vendas e atender os clientes.
dos sistemas de informações. Imagine como pode ser prejudicial para uma empre-
Os princípios mencionados são: confidencialidade, in- sa que trabalha com vendas sofrer algum ataque na sua
tegridade e disponibilidade. Cada um deles denota uma base de dados e, em razão disso, ter o sistema derruba-
postura diferente dentro da empresa, exigindo ações do por um dia inteiro. Além do prejuízo à imagem, há
pontuais para que se mantenham sempre presentes. também perdas financeiras com o não fechamento de
A seguir explicaremos de forma mais detalhada um a vendas. Logo, a disponibilidade também figura como um
um. Acompanhe: dos pilares para a segurança da informação.

Confidencialidade Que benefícios ela traz à gestão da empresa?

O conceito de confidencialidade não foge muito à no- O bem mais importante que qualquer empresa possui
ção que o próprio termo nos passa. A confidencialidade, é justamente a informação. E especialmente hoje, com o
no contexto da segurança da informação, nada mais é mercado sendo obrigado a lidar com quantidades mas-
do que a garantia de que determinada informação, fonte sivas de informação em diversas camadas, é preciso se

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manter constantemente atento às situações que envol- mento de riscos;
vem o manuseio de dados. • definição das políticas de atualização de softwares
Ataques à integridade dos sistemas das empresas
vêm crescendo tanto em número como em sofisticação. Todas essas medidas, de alguma forma, impactam o
Assim, informações críticas e confidenciais correm o risco trabalho de diferentes setores da empresa. Daí a impor-
de serem corrompidas, perdidas ou até mesmo de cair tância de que todos participem, já que ações pontuais,
nas mãos da concorrência. De toda forma, os prejuízos realizadas por cada funcionário, quando somadas, for-
são incalculáveis. mam um ambiente mais seguro.
Com uma política de segurança da informação bem
desenhada, é possível reduzir consideravelmente esses Classificação das informações da empresa
riscos, dando à organização a devida proteção contra
ameaças internas e falhas de segurança. Outra etapa importante para a criação de uma boa
Ao determinar e comunicar o time sobre as diretrizes PSI é a classificação dos dados entre públicos, internos,
do uso aceitável da informação, garante-se que os fun- confidenciais e secretos. Essa ação é necessária porque
cionários saibam qual é a postura esperada na hora de li- dependendo da empresa o mesmo tipo de dado pode
dar com os diversos níveis de confidencialidade e impor- receber classificações distintas.
tância, conhecimento que previne violações acidentais. A exemplo, para a maior parte das empresas, dados
Uma vez implantada a política de segurança da informa- relacionados ao faturamento e balanço financeiro são ti-
ção, o aumento da transparência e a elevação da eficiência dos como confidenciais, fazendo parte da estratégia de
do negócio surgem como consequências naturais. Essa po- negócio. Por outro lado, Sociedade Anônimas, de capital
lítica deve ser mais clara possível, para que os colaboradores aberto, não tem sigilo nesse tipo de informação, dada
entendam como organizar a informação seguindo um pa- a necessidade de os investidores conhecerem esses nú-
drão para facilitar os fluxos de processos em todas as escalas. meros.
A execução adequada das regras de segurança da É com base nessa classificação dos dados é que os
informação leva a uma evolução proporcional à drásti-
níveis de acesso de cada colaborador às informações po-
ca redução dos danos à infraestrutura de TI da empresa.
derão ser estabelecidos, mantendo-se o rigor no manu-
Assim, a experiência do usuário também se beneficia sig-
seio dos dados.
nificativamente, dando um salto de qualidade.
E quais são suas etapas de implantação?
Como elaborar uma política de segurança da in-
formação?
Agora que você já sabe o que é e por que é tão im-
A segurança da informação, como dito, se desenvolve portante para sua empresa, é hora de saber que etapas
deve seguir na hora de implantar uma política de segu-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

como uma metodologia, seguindo-se uma sistemática e


conceitos próprios da área. Assim, é fundamental estudar rança da informação.
e planejar essa tarefa para que possa se adaptar à empre- Antes, porém, precisamos destacar que, para que o
sa e, mais do que isso, cumprir o seu papel. documento tenha aceitação na organização, deve não
A elaboração de uma PSI depende de alguns cuida- só ser apoiado pela cúpula estratégica da empresa, mas
dos básicos, algumas ações prévias que ajudarão a com- contar com sua participação ativa durante o processo.
por a estrutura necessária e a cultura mais indicada para Dito isso, vamos aos passos:
que todos saibam lidar com os conceitos e ferramentas.
A seguir, listamos alguns pontos que merecem ser Planejamento e levantamento do perfil da empresa
destacados na elaboração dessa política. Vejamos:
Deve ser feito um planejamento que inclua o obje-
Definição dos contornos e ferramentas necessárias tivo máximo da política, determine seus responsáveis
e os prazos para conclusão, analisando o que deve ser
Com já dito, uma política de informação deve aten- protegido, tanto em relação ao tráfego externo como ao
der aos requisitos da empresa. No entanto, essa etapa interno.
não pode ser feita só com profissionais do setor de TI,
mas por todos os setores da organização, abrangendo Elaboração das normas e proibições
diferentes equipes, visto que ela será aplicada e replicada
todos os funcionários. Etapa de criação das normas relativas ao uso de pro-
Nesta etapa serão definidos os processos e tarefas gramas, internet, dispositivos móveis, acesso à rede da
que poderão ser alterados para garantir a segurança. A empresa, bloqueio de sites, uso do e-mail corporativo, de
exemplo, podemos citar: aplicativos de mensagens de texto e voz — resumindo:
• definição de cronogramas de backup; recursos tecnológicos em geral.
• estabelecimento de regras para o uso de senhas e
credenciais de acesso; Alinhamento com as demais políticas do negócio
• controle de acesso aos espaços físicos;
• definição de diretrizes para o acesso à informação Esse é o momento de estudar as demais políticas da
de diferentes profissionais e times, estabelecendo empresa, bem como sua visão, sua missão e seus valores,
graus de acessibilidade; para que tudo esteja devidamente alinhado.
• criação de planos de contingência e de gerencia- Aprovação pelo RH

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Além da diretoria, o RH da empresa também deve Os sistemas de seguranças nas empresas podem va-
ler o documento e aprovar suas premissas, de acordo riar de acordo com o segmento da mesma, como é o
com as leis trabalhistas e com o manual interno dos em- caso das instituições financeiras os quais precisam operar
pregados da organização. com sistemas eficientes e eficazes, de modo a garantir a
segurança de seus clientes, já em uma organização de
Aplicação e treinamento dos colaboradores menor porte e com menor número de funcionários esta
apresenta menor risco, porém recomenda-se o bom uso
Trata-se de efetivamente implantar a política. Nesse do sistema, pois prevenir é a melhor forma de utilizar-se
momento, é preciso comunicar todos os funcionários, dos recursos das empresas (ZWICK et. al. 2000).
que devem receber uma cópia do documento, além de É válido destacar que a área de Tecnologia da Infor-
um treinamento prático que apresente seus pontos prin- mação deve atuar com ações de proteção do ambiente
cipais. de trabalho, avaliando recursos, analisando ainda possí-
A política deve estar sempre acessível aos colabora- veis pontos de ataques, ou seja, evitar quaisquer tipos de
dores e a assinatura de cada um deles, com uma decla- riscos para as empresas, o que recomenda-se assim que
ração de comprometimento, deve ser recolhida após o realize adequações dos processos de trabalho, orienta-
treinamento. ção dos colaboradores, melhorias e investimentos em
Vale mencionar, ainda, a importância do desenvolvi- novas tecnologias. Portanto, a proposta deste trabalho
mento de planos de contingência, cujo objetivo é deixar é apresentar os principais métodos utilizados com rela-
claro para os colaboradores, gestores e profissionais de ção às medidas de segurança baseado na prevenção, o
TI o que pode — e deve ser feito — em caso de ruptura qual será utilizado uma empresa de médio porte, porém
na segurança. Assim, se garante respostas mais rápidas e será utilizado um nome fantasia para demonstração dos
efetivas às ameaças, reduzindo eventuais danos. resultados.
Neste sentido, Zwick et. al. (2000) explica que a par-
Avaliação periódica tir do momento que um computador está conectado a
rede ou internet, existem três riscos, dados, recursos e
Na verdade, essa etapa consiste em ações contínuas, reputação, porém eles serão previamente trabalhados e
já que a política deve ser revisada regularmente, a fim de discutidos ao longo deste projeto. Entre outras palavras
atualizá-la, caso seja necessário. A segurança da informa- é válido afirmar que a Segurança da Informação deve
ção, por ter uma íntima relação com a tecnologia, está atuar na forma de prevenção contra possíveis hackers,
em constante evolução. cujo propósito é invadir o ambiente de trabalho sendo
Por esse e outros motivos, é imperioso manter uma necessário assim estabelecer regras de segurança (BER-
rotina de avaliação, comparando os recursos de proteção NSTEIN, 2000).

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


internos da empresa à sofisticação das ameaças e, caso
necessário, compatibilizando-os para que sejam suficien- FIQUE ATENTO!
tes e eficiente no combate às vulnerabilidades.
Como vimos anteriormente, confidenciali-
dade, disponibilidade e integridade são os
Atenção a novas tecnologias
princípios da segurança da informação, no
entanto, o aspecto da prevenção e proteção
O setor de TI deve estar sempre atento ao surgi-
são tão importantes quanto os três aspec-
mento de  novas tecnologias  no mercado, aquelas que
tos citados.
podem alterar as regras da política empresarial, subme-
tendo-a às atualizações necessárias. Como exemplo aqui
De acordo com Pelissare (2002) a Segurança da Infor-
podemos citar a substituição das cartas registradas por
mação busca a confidencialidade, disponibilidade e a in-
soluções no e-mail corporativo.
tegridade bem como garantir o uso de forma adequada
Não se esqueça de que uma política de segurança da
evitando-se assim riscos tanto para empresa como para
informação é tão eficaz quanto o grau em que é prati-
seus usuários. Nesta linha, pode-se observar as caracte-
cada dentro da organização. Portanto, uma boa política
rísticas e aspectos essenciais no que tange a segurança
é aquela de fácil entendimento e acessível, atingindo e
da informação, como se divide:
informando eficientemente todos os funcionários.
- Prevenção: tem como propósito evitar que ocorra
Também ser flexível e aberta a mudanças de requi-
assim um risco;
sitos e à evolução do negócio, além de constantemente
- Proteção do hardware: compreende na segurança
atualizada para permanecer relevante. Afinal, as informa-
física considerado de vital importância. Sua função
ções da sua organização devem ser preservadas e res-
é negar acessos físicos inutilizados diante de uma
guardadas de todas as formas possíveis.
estrutura de rede, evitando-se assim que ocorram
Como você pôde ver, a concepção e a consequente
possíveis roubos de dados, desligamento de equi-
implantação de uma política de segurança da informação
pamentos e demais danos possíveis;
é uma empreitada que, além de garantir proteção, traz
- Proteção de arquivos e dados: compreende no con-
maior transparência e eficiência para toda a empresa.
trole de acesso antivírus, no processo de autentica-
ção e verificação se o mesmo está pedindo acesso
considerado de real importância. Neste processo
Aspectos de Segurança da Informação

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de autenticação, é verificado também os pedidos, computador é um programa pequeno desenvolvido para
acessos, e quais as transações são controladas e alterar a forma como um computador opera, sem a per-
pertinentes. Um exemplo, citado pelo autor, são o missão ou conhecimento do seu usuário. Os vírus podem
compartilhamento de arquivos protegidos como invadir tanto computadores desktops, notebooks como
somente disponível para leitura, ou acesso limita- servidores de rede.
do aos arquivos e ou pastas. Estas são as formas O ideal seria jamais ser infectado, mas pode-se afir-
que as empresas buscam restringir a segurança da mar que nenhum computador está imune aos vírus ou
informação; spyware e que não existem programas que possam nos
- Proteção do perímetro da rede: compreende nas dar 100% de proteção para todos os tipos de vírus. Por-
ferramentas firewall, relacionado com os aspectos tanto, é preciso ficar atento com as possibilidades do
que mantém a protegida contra invasão de usuá- computador ser contaminado.
rios não autorizados. Para se proteger desses indesejaveis vírus existem al-
gumas ferramentas gratuitas, entre os antivírus gratuitos
A própria ISO/IEC 27702 define e controla o geren- mais conhecidos estão: AVG, Avast, Avira, A diferença do
ciamento de riscos da segurança da informação, estabe- antivírus gratuito para o pago é a quantidade de cama-
lecendo assim procedimento, diretrizes, práticas e estru- das de proteção. O pago tem como proteção contra spy-
turas organizacionais, devendo ser realizada de natureza ware, anti-spam, firewall próprio e mecanismo de buscas
administrativa e com técnica de gestão legal. Seu con- seguras, já o gratuito tem menos barreiras de proteção
trole deve ser adotado como uma medida de segurança. eles fazem apenas a detecção e remoção de vírus.
Portanto, para cada funcionário novo ao ser contratado
os procedimentos devem estabelecer o comprometi- Proxy Squid
mento quanto às políticas de segurança da empresa.
A informação e seus processos de apoio, sistemas Nos últimos nota-se que com avanço da tecnologia
e redes são negócios definidos, estabelecendo metas, houve um grande desafio para as empresas referente a
realizando melhorias que são atividades essenciais para
segurança da informação, mesmo porque com o cres-
garantir assim a competitividade das empresas. Além
cente avanço da internet embora apresentou diversos
disso, elas devem atuar de formas legais, atendendo os
benefícios este também possibilitou novos riscos para
requisitos, imagem das organizações, evitando-se assim
as empresas, como já destacado ao longo deste estudo.
qualquer tipo de ameaça para uma organização (ISO IEC
Estas ações se tornam necessárias a partir das ações de
27002).
vários usuários em geral. Além disso, em função de um
Com base nas características de segurança apresen-
número excessivo de usuários que se conecta também
tada a melhor forma de alcançar e melhorar o sistema de
segurança é evitar danos também causados por códigos diariamente aumenta de forma favorável principalmente
em redes corporativas, o que demonstram-se cada vez
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

maliciosos, que também são conhecidos como “hackers”


sofisticados, o que deve atender as leis de mercado, so- mais ineficientes para atender a demanda (BRIAN, 2001).
brevivendo a corrente de seus clientes e fornecedores, Outro impacto este no tempo de resposta utilizado
mesmo porque eles incluem ações ilegais, desconfiança, para muitos usuários frente à disponibilidade de infor-
fraudes eletrônicas, vandalismo, sabotagem e espiona- mações e utilização incorreta de recursos para alta carga
gem, que podem comprometer toda integridade de uma nos servidores. Para isto deve-se minimizar também o
pessoa como a imagem da própria empresa. É com base tempo, para recuperar-se um arquivo, o que se torna ain-
neste risco que muitas empresas vêm buscando soluções da mais complexo em redes corporativas (BRIAN, 2001).
no mercado para evitar-se quaisquer tipos de riscos (PE- Ainda sob a visão de Brian (2001) para se ter seguran-
LISSARE, 2002). ça às empresas devem precaver-se, resguardando assim
Portanto, é fundamental que as empresas trabalhem seus documentos, caso estes venham ser danificados. No
desta forma, visando assim resguardar-se. caso da Web este também é complicado, pois o tempo
Veremos agora os principais Sistemas de Segurança de resposta ainda é bastante demorado, uma vez que ele
utilizados nas empresas, a fim de garantir a segurança depende de uma série de fatores como o tipo de cone-
e os dados da organização. Neste estudo destacam-se xão, tamanho do arquivo e localização dos mesmos.
o conceito de Antivírus, Proxy, Autenticação da Rede e Como consequências deste crescimento deve-se
o Firewall. adotar alguns métodos como é o caso da utilização dos
servidores que compreende na alteração dos meios físi-
Antivírus cos (cabos, roteadores e switches) para aumentar assim
a taxa de transferência, o que não é economicamente
Segundo a Enciclopédia Encarta (ENCARTA, 2003), viável, pois envolve uma série de fatores para uma única
o vírus é um programa contagioso de computador: um transação da Web (TANENBAUM, 1997).
programa de computador que é parte de outro que se Para isto vem sendo desenvolvidos e adotados os ser-
insere e replica-se. Um vírus transporta-se com o progra- vidores Proxy que na verdade passa a ser um espelho dos
ma que contém e pode danificar a integridade dos dados arquivos. Esta solução bastante inteligente e já implan-
armazenados. tada em muitas organizações favorece na segurança de
O vírus é um programa que tenta se espalhar de com- dados, além de contribuir também para atender todas as
putador em computador, causando danos apagando ou requisições de seus usuários de forma eficiente. Este tipo
corrompendo os dados. de servidor direciona ainda as requisições dos usuários
Segundo a Symantec (SYMANTEC, 2003), um vírus de para determinado serviço, funcionando como um filtro,

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pois sua função é analisar a requisição e defini-la de forma Microsoft sendo um software proprietário, utilizando-se
adequada podendo ou não ser direcionada para o servi- dos sistemas operacionais de redes, porém ele se faz pre-
dor, como destacado na Figura 1 (TANENBAUM, 1997). sente desde a versão Windows Server 2000 até sua ver-
são atual Windows Server para 2012. Este foi criado com
objetivo de atender o acesso rápido das informações em
diretórios.
As ferramentas da Microsoft AD é um software pago
que apresenta um custo para empresas, sendo necessá-
rio também que o seu uso seja realizado por meio de um
sistema operacional Windows Server, porém ressalta-se
que o mesmo depende de licença do sistema operacio-
nal, porém outro ponto crítico para empresas é que ele
também requer de Licença de Acesso Cliente, para que se
tenha assim o direito de acessar computadores na rede,
serviços e tecnologias nas máquinas para seus clientes e
ou por usuários (SAMBA ORG-1, 2013).
Como recomendações para empresas o AD é um ser-
viço que gerencia de forma eficaz os recursos da rede, ar-
mazenando as informações generalizadas sobre todos os
Figura 1: Função do Proxy (Tanenbaum,1997). recursos disponíveis, facilitando a pesquisa, bem como
a autenticação. Um serviço de diretório pode armazenar
Este processo também é conhecido como autenticação informações de forma organizada, para que assim facilite
de usuários realizado pelo servidor Proxy, tem como papel a recuperação das mesmas (STANEK, 2009).
trabalhar as informações de modo seguro, sendo que qual- Stanek (2009) explica também que os serviços de Di-
quer analisador pode interceptar nos dados. Um exemplo retórios estão disponíveis no mercado através de alguns
ocorre quando um computador é adquirido a um endereço softwares proprietários a partir de um número de forne-
na internet, cadastrando-se assim o nome do usuário e a cedores. Em sua forma básica este requer de pesquisas
senha, que são solicitadas pelo servidor Proxy para liberação de chaves e valores atribuindo assim seus respectivos va-
da sessão e navegação como explica Tanenbaum (1997). lores nas informações estruturadas.
Este código e senha é facilmente identificado, porém Como recomendações toda hierarquia da empresa
nenhum mecanismo de autenticação é mais seguro, reali- deve ser realizada de forma organizada, uma vez que ele
zando ainda processo de login para garantir a segurança integra um conjunto de protocolos modernos de auten-
da informação, juntamente com a requisição de dados. ticação para redes de computadores, mantendo assim

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


Este protocolo realiza um processo de autenticação por protocolos antigos como o NT4 que é um serviço de Di-
meio do mecanismo denominado de “challenge-respon- retório NT (STANEK, 2009).
se”, estabelecendo assim uma comunicação criptografa- O Serviço de Diretório emprega também vários pro-
da para atender a validade da senha e por conseguinte a tocolos para seu funcionamento, sendo que o protocolo
autenticação do usuário (TANENBAUM, 1997). principal é o acesso ao Active Directory e o LDAP (Ligh-
Este ferramenta é de grande importância para organiza- weight Directory Acess Protocol) que na verdade é um
ções, pois é uma forma de garantir a segurança dos usuá- protocolo padrão do setor para acesso a diretórios admi-
rios em rede, eliminando também a possibilidade de outro nistrados pela TCP / IP.
usuário entrar com outra conta para acesso a Internet, pois a É válido destacar que os protocolos envolvidos se tor-
autenticação do Proxy utilizará de forma automatica a con- nam assim regras usadas para que haja comunicação de
ta devidamente fornecida para este processo de login no dados entre computadores que fazem com que dois ou
computador, favorecendo de forma eficiente no processo mais computadores possam realizar a troca de mensa-
da garantia da informação (TANENBAUM, 1997). gens entre si (COMER, 2007).
Outra necessidade de adequação frente ao proces-
so de segurança da informação é autenticação da Rede, Firewall
como se destaca a seguir.
O Firewall tem como função restringir-se a comuni-
Autenticação de Rede (AD) cação para Internet oferecendo um modelo de conecti-
vidade sem limites, porém ele não oferece solução aos
O Active Directory (AD) tem um importante papel problemas de segurança, mas sua configuração é reali-
central para Tecnologia da Informação tendo como pro- zada por meio da função de ser atingida. Inicialmente
pósito fornecer um local para armazenamento de dados este processo foi utilizado e inserido em roteadores na
centralizado para contas de usuário, adesões de grupos década de 80, por apresentar posição privilegiada (SILVA,
e configurações de software. 2003).
Seu papel é disponibilizado por meio da autenticação As regras de filtragem são baseadas nas origens, des-
de usuário, acesso a objetos como as impressoras e arqui- tinos e tipo de pacote, porém com advento da Web, foi
vos os quais passam a ser disponibilizados em seus dire- necessário separar também sua funcionalidade do fire-
tórios com seus devidos atributos (SAMBA ORG-1, 2013). wall para roteadores, prestando assim atenção para as-
O AD é um serviço de diretório desenvolvido pela sunto de segurança e da própria dificuldade, aparecendo

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várias tecnologias e pacotes, tais como, proxies, híbridos da própria estrutura física, infraestrutura da tecnológica
e adaptativos (SILVA, 2003). bem como das aplicações e conscientizações organiza-
Com estas mudanças foram necessários também cionais, porém cada uma apresenta um risco e ameaça
maiores focos e atenção para os filtros de pacotes, como que podem minimizar o nível de exposição exposta, visto
é o caso do gerenciamento da banda, balanceamento de que seu principal foco esta na própria segurança da in-
cargas entre outros. Sua funcionalidade envolve um con- formação que é seu maior patrimônio.
junto de sistemas que exerce influência no plano de se- É muito comum as empresas se protegerem com
gurança de dados existentes da organização e principal- sistemas de antivírus e de firewall como destacado ao
mente de usuários não pertencente a elas (SILVA, 2003). longo deste estudo, que são questões importantes que
Este conjunto de técnicas diferentes visa resolver pro- oferecem meios seguros no ambiente de trabalho, po-
blemas e soluções que dependem de serviços para em- rém muitas vezes a segurança da informação depende
presa, planejando quais são os possíveis riscos que se também do próprio uso adequado de seus colaborado-
consideram aceitáveis, porém o mesmo demanda tempo, res, principalmente na execução de download, no com-
recursos financeiros e conhecimento técnico disponível partilhamento e recebimento de dados e ou ainda nos
na empresa. O objetivo do firewall é formar uma linha acessos realizados por meio de comunicação, como é o
fechada de defesa projetada para proteger assim os bens caso do e-mail, então por causa desses motivos a empre-
internos da empresa o qual requer de conhecimento e sa realizou algumas reuniões com cada departamento,
de uma boa administração para se ter bons resultados para que fossem orientados a seguir os novas normas e
(NAKAMURA, 2002). procedimentos.
Para tal, deve-se ainda assegurar as condições, as Outros fatores que também podem comprometer a
partes integrantes e o estabelecimento de uma política segurança da informação é que este deve ser limitada,
de segurança de informação, pois todo tráfego de dados atendendo aos requisitos do ambiente corporativo, da
dentro e fora da rede corporativa deve ser administra- tecnologia, dos processos e das pessoas. Para isto, as
do passando a ser obrigatoriamente pelo firewall, o qual empresas devem estabelecer Políticas de Segurança ade-
quadas, normas e procedimentos.
realiza assim um tipo de inspeção (NAKAMURA, 2002).
Estas mudanças envolve uma própria mudança de
Deve-se ainda permitir a passagem de tráfego de
cultura da empresa como de seus colaboradores, porém
forma específica autorizando assim uma política con-
é válido destacar também que é necessário implantar a
servadora bloqueando imediatamente qualquer tipo de
adequação de rede, de modo a obter-se também um
acesso e até mesmo por conta dos próprios usuários
armazenamento adequado de informações, realizando
que apresentam riscos. Portanto, a tecnologia do firewall
backups diários, trabalhando com informações generali-
atualmente se torna indispensável para organizações,
zadas de forma organizada facilitando a recuperação das
pois ela controla o tráfego entre duas redes, bloqueando mesmas.
redes exteriores (NAKAMURA, 2002).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Estas ações demonstram eficiências para empresa,


Este processo é necessário para empresas que traba- embora sejam recursos com custo elevado, atualmente
lham com clientes remotos, além de oferecer vantagens existem diversas formas de se proteger como sistemas
deste sistema o mesmo pode assegurar, destacando os de antivírus que hoje já são disponibilizados de forma
facilitadores que devem criar um ponto único de contro- gratuita, porém alguns métodos devem ser adquiridos
le bloqueando acessos não autorizados, não permitindo para que a segurança da informação deva ser resguarda-
serviços e dados vulneráveis da rede interna e conceber da, pois trata-se do patrimônio empresarial.
proteção contra diversos tipos de ataques, oferendo pos- Os sistemas de spam também demonstram-se eficien-
sibilidade de monitoração centralizada e criação de alar- tes, podendo ser adequado de acordo com perfil de cada
mes de invasão (NAKAMURA, 2002). colaborador. Entre as principais operações realizadas
Entre outras palavras este sistema protege também pela empresa foi o estabelecimento de procedimentos
para que não ocorram ataques provenientes do uso de de trabalho para seus colaboradores, a conscientização
internet, porém as empresas devem investir em tecnolo- dos mesmos, o qual implantou sistemas de bloqueio de
gias adequadas para gerar relatórios (SILVA, 2003). telas de antivírus, bloqueio de sites que oferecem riscos
Enfim, diante da rapidez com que a informação circu- para empresa, como acesso as redes sociais, jogos e ou-
la nos dias atuais e de mudanças tão rápidas na rotina da tros sites de riscos, adequação de perfis e a criptografia.
pessoas, a área de segurança da informação se vê cons- Para obter maior segurança a empresa também im-
tantemente desafiada a acompanhar essas mudanças e plantou um Proxy Squid que bloqueia sites e firewall,
velocidade, e isso também se aplica ao ambiente corpo- bloqueando a saída e entrada de dados da rede.
rativo, onde cada dia surge uma nova forma de conecti- Com isto, é válido destacar que a segurança da in-
vidade e comunicação entre os mais variados elementos, formação não depende somente das ações de hackers,
requerendo assim sistemas de segurança adequados por mas sim das próprias ações das pessoas que a executam,
meio de assinaturas, logon, criptografias e protocolos sendo necessário assim realizar ações com confidenciali-
que são ferramentas e aplicativos operacionais que de- dade, integridade e disponibilidade, ou seja, apenas para
vem ser adequados dentro da estrutura física. as entidades autorizadas. Estas ações também devem ser
Além disso, é muito comum ocorrer também ataque aplicadas pelos funcionários durante a execução de tra-
de hackers, portanto, é por conta deste que as empresas balhos em terceiros, como no caso da realização de tra-
vêm buscando investir cada vez mais na segurança da balhos em cliente, a fim de proteger também e garantir a
informação estabelecendo ações e melhorias, pois é uma execução dos trabalhos de forma eficiente.
forma de se cobrir diversas áreas de riscos, sejam através Entre outras palavras a segurança da informação é um

14
método de trabalho que deve ser implantando em todas tório nacional;
as empresas, pois seu maior patrimônio encontra-se no II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a
conhecimento ali aplicado, portanto, como recomenda- oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o tra-
ções sugere-se adoção da implantação dos antivírus e tamento de dados de indivíduos localizados no terri-
das ferramentas do firewall, da autenticação de rede e tório nacional ou;
principalmente do proxy. Portanto, conclui-se que estas III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham
ações se tornam favoráveis para garantir assim a segu- sido coletados no território nacional” (grifamos).
rança da informação.
Como recomendações sugere-se um estudo mais Ainda segundo o dispositivo (artigo 5º, inciso I), dado
aprofundado sobre os principais tipos de servidores e pessoal seria “informação relacionada à pessoa natural
backup, quais são suas funções e como elas agem dentro identificada ou identificável”. Ou seja, vale para toda e
do ambiente corporativo.1 qualquer informação que permita a identificação de al-
guém (nome, apelido, endereço etc.).
Já os dados pessoais sensíveis, objeto de proteção
maior, são definidos pelo inciso II do mesmo artigo:
EXERCÍCIO COMENTADO “II – dado pessoal sensível: dado pessoal sobre a ori-
gem racial ou étnica, a convicção religiosa, a opinião
1. (CESPE - 2015 – STJ) Confidencialidade é a garantia política, a filiação a sindicato ou a organização de ca-
de que a informação será protegida contra alterações ráter religioso, filosófico ou político, dado referente à
não autorizadas e que será mantida sua exatidão e intei- saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico,
reza, tal como foi ela armazenada e classificada em níveis quando vinculado a uma pessoa natural”.
de disponibilização, de acordo com as necessidades da
empresa disponibilizadora da informação. Embora seja às vezes noticiada como algo que atin-
ja empresas ligadas à internet, a norma abarca todos os
demais meios, incluídos aí cadastros físicos e até manus-
( ) CERTO ( ) ERRADO
critos, não havendo também qualquer restrição de sua
aplicabilidade às pessoas e empresas que atuem on-line.
Resposta: Errado. Note-se, por exemplo, a inclusão dos dados sobre a saúde
O enunciado está se referindo ao princípio da integri- no rol daqueles “sensíveis”, o que afeta diretamente hospitais,
dade. Quando falamos em confidencialidade estamos consultórios, planos de saúde, laboratórios, drogarias etc.
nos referindo ao fato de uma informação confidencial Quanto ao que seria “tratamento de dados”, cabe tra-
não se acessada por um indivíduo não autorizado. zer os termos do inciso X do artigo 5º da LGPD:
“X – tratamento: toda operação realizada com dados

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


pessoais, como as que se referem a coleta, produção,
LEI Nº 13.709/2018 - DISPÕE SOBRE A recepção, classificação, utilização, acesso, reprodu-
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS. ção, transmissão, distribuição, processamento, arqui-
vamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
controle da informação, modificação, comunicação,
Em agosto de 2018, foi sancionada pelo Presidente transferência, difusão ou extração”.
Michel Temer, com vetos parciais, a Lei Geral de Prote-
ção de Dados - Lei 13.709 de 2018 – sendo que essa lei Uma vasta gama de ações e possibilidades, abran-
representa uma marco legal para a proteção de dados gendo inúmeros segmentos, mesmo aqueles em nada
pessoais e a privacidade no Brasil. ligados à internet.
Embora tenha vindo na esteira dos avanços tecno- Desse modo, toda pessoa/empresa que lide com da-
lógicos — e em muito influenciada pelo recentemente dos de outras pessoas/empresas deverá estar em con-
aprovado GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de formidade com a LGPD, independentemente do meio em
Dados) europeu —, a norma não abarca apenas os meios que atue — ou no qual foram coletados — e também
digitais. Já em seu artigo primeiro, fica determinado o qualquer que seja a natureza de sua atividade.
seguinte: Guardadas as devidas — e imensas — proporções,
serve como referência o que houve com o Código de De-
“Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados
fesa do Consumidor, ocasião em que diversos segmentos
pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natu-
empresariais precisaram se adequar a uma norma prote-
ral ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,
tiva; algo que se acentuou quando as penas passaram a
com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de
ser aplicadas a olhos vistos.
liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da
personalidade da pessoa natural”.
Crianças
O artigo 3º reforça:
“Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tra- Há proteção especial garantida às crianças, conforme
tamento realizada por pessoa natural ou por pessoa disposto na Seção III (artigo 14), sendo atribuídas obri-
jurídica de direito público ou privado, independente- gações específicas às pessoas/empresas que lidam com
mente do meio, do país de sua sede ou do país onde dados de menores de 18 anos — caso de boa parte das
estejam localizados os dados, desde que: instituições de ensino, por exemplo.
I - a operação de tratamento seja realizada no terri- Nessas hipóteses, para além das demais garantias es-
1 Fonte: www.eumed.net/www.docusign.com.br

15
tabelecidas em caráter geral, há os seguintes aspectos Poder Legislativo.
especiais: A Lei Geral de Proteção de Dados é oriunda da Câ-
a) consentimento específico e em destaque por pelo mara dos Deputados, e a criação da Autoridade Nacional
menos um dos pais ou responsável. Exceções: implicaria, por exemplo, na abertura de cargos e no au-
quando a coleta for necessária para contatá-los ou mento de despesas.
para proteger os menores. Ainda assim, tais dados Isso contraria a Constituição Federal (artigo 61), que
deverão ser utilizados uma única vez e sem arma- estabelece como prerrogativa exclusiva da Presidência
zenamento; frise-se que em nenhum caso poderão da República a iniciativa de lei que disponha, entre outros
ser repassados a terceiros sem o consentimento assuntos, sobre “criação de cargos, funções ou empregos
dos pais ou responsável; públicos na administração direta e autárquica ou aumen-
b) deverão ser realizados “todos os esforços razoá- to de sua remuneração” e “organização administrativa e
veis para verificar que tal consentimento pelo res- judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços pú-
ponsável pela criança, consideradas as tecnologias blicos e pessoal da administração dos Territórios”.
disponíveis”; Soma-se a isso o quanto disposto no artigo 63, tam-
c) deverão ser mantidas públicas as seguintes in- bém da CF, segundo o qual são vedadas iniciativas par-
formações: os tipos de dados coletados, a forma lamentares, em lei cuja matéria seja prerrogativa do Exe-
como são coletados, como serão utilizados e também cutivo, que decorram no aumento de despesas — e tal
os procedimentos para exercício dos direitos contidos princípio inclui até mesmo as emendas parlamentares.
no artigo 18 da lei (exemplos: direito de acesso aos Mesmo o eventual argumento de que sanção presi-
dados, direito de correção de dados incompletos, di- dencial “convalidaria” tal vício também não prosperaria,
reito de anomimização/bloqueio/eliminação, direito pois o Supremo Tribunal Federal, em decisão relatada
de peticionar perante autoridade nacional etc.); pelo ministro Celso de Mello, já sedimentou entendi-
d) tais informações “deverão ser fornecidas de manei- mento no sentido contrário: “A sanção do projeto de lei
ra simples, clara e acessível, consideradas as carac- não convalida o vício de constitucionalidade resultante
da usurpação do poder de iniciativa”.
terísticas físico-motoras, perceptivas, sensoriais, inte-
Haveria o risco de a ANPD, criada dessa forma, ser
lectuais e mentais do usuário, com uso de recursos
questionada no Judiciário e, assim, suas multas acaba-
audiovisuais quando adequado, de forma a propor-
riam anuladas.
cionar a informação necessária aos pais ou respon-
Risco maior, aliás, seria não haver autoridade nacional
sável legal e adequada ao entendimento da criança”;
específica. Nesse caso, diversas “autoridades” poderão to-
e) o acesso a jogos, aplicações de internet (websites
mar para si a prerrogativa, e o caos jurídico será instalado.
no geral) ou outras atividades não deve ser condi-
Criando-se a ANPD por meio de medida provisória
cionado ao fornecimento de informações pessoais (mais célere) ou projeto de lei, sua constitucionalidade e
além das estritamente necessárias à atividade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

legitimidade para aplicar sanções serão mais dificilmente


questionáveis junto ao Poder Judiciário.
Segundo o ECA, são consideradas crianças as pessoas
de até 12 anos, e, reiterando-se que isso vale para toda Responsabilidade e ressarcimento de danos
e qualquer pessoa ou empresa — em quaisquer meios
possíveis —, considerável parte das instituições de ensi- Além das sanções que poderão ser aplicadas pela Au-
no do país, por exemplo (e entre infinitos outros), preci- toridade Nacional, a LGPD também garante às pessoas o
sarão estar ajustadas à norma. direito a indenização em caso de dano causado no trata-
mento de seus dados, no seguintes termos:
Autoridade Nacional de Proteção de Dados “Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão
(ANPD) do exercício de atividade de tratamento de dados pes-
soais, causar a outrem dano patrimonial, moral, indi-
vidual ou coletivo, em violação à legislação de prote-
FIQUE ATENTO! ção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
A criação de autoridade fiscalizadora – § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titu-
ANPD (Agencia Nacional de Proteção de lar dos dados:
Dados Pessoais) era um dos principais pon- I - o operador responde solidariamente pelos danos
tos para a eficácia na nova lei, porém, ela foi causados pelo tratamento quando descumprir as obri-
vetada do texto. gações da legislação de proteção de dados ou quando
não tiver seguido as instruções lícitas do controlador,
hipótese em que o operador equipara-se ao controla-
De acordo com o presidente em exercício à época, o
dor, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43
problema seria solucionado por meio de projeto de lei, ou
desta Lei;
então, para ser mais célere, por meio de Medida Provisória.
II - os controladores que estiverem diretamente en-
A redação da LGPD aprovada pelo Senado previa a
volvidos no tratamento do qual decorreram danos ao
criação da ANPD como autarquia vinculada ao Ministério
titular dos dados respondem solidariamente, salvo nos
da Justiça que teria como principais funções zelar pela
casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei” (gri-
proteção de dados pessoais e fiscalizar e aplicar sanções famos).
em caso de descumprimento da legislação aplicável. Também aqui vale fazer um paralelo — novamente
A razão para o veto à ANPD foi o alegado vício de guardando-se as imensas proporções — com o Código
iniciativa para sua criação, por ser resultante de ato do

16
de Defesa do Consumidor. O direito à indenização ine- formidade com as obrigações nela estabelecidas.
quivocamente decorrerá em demandas judiciais que, nos Tal tendência é global. Os debates sobre proteção de
casos mais estrondosos, não serão poucas. dados ganham cada vez mais espaço e relevância. Mes-
mo nos EUA, terra da liberdade dos negócios, um em-
O encarregado pelo tratamento de dados pessoais presário bilionário e notório foi convocado ao Congresso
para se explicar sobre escândalo de dados vazados. A ex-
As empresas que tratam de dados pessoais precisa- clusão do Brasil desse processo fatalmente inviabilizaria
rão indicar um encarregado para o setor, cujas atribui- nossas empresas no cenário global já em médio prazo.
ções e responsabilidades são as seguintes: Será trabalhosa a adaptação, sem dúvida, mas há
“Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado bom prazo para isso. E não há mais como, nos dias de
pelo tratamento de dados pessoais. hoje, desconsiderar a privacidade como um direito a ser
§ 1º A identidade e as informações de contato do en- efetivamente protegido, bem como negar que as pes-
carregado deverão ser divulgadas publicamente, de soas sejam titulares dos dados/informações que as iden-
forma clara e objetiva, preferencialmente no sítio ele- tificam — tanto mais aqueles sensíveis.2
trônico do controlador.
§ 2º As atividades do encarregado consistem em:
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, #FicaDica
prestar esclarecimentos e adotar providências;
Diferença entre LGPD e GDPR - Ambas são
II - receber comunicações da autoridade nacional e
conjuntos de regras jurídicas para coleta,
adotar providências;
armazenagem e processamento de dados
III - orientar os funcionários e os contratados da en-
pessoais determinados ou determináveis,
tidade a respeito das práticas a serem tomadas em
efetuados por pessoas físicas, empresas e
relação à proteção de dados pessoais; e
organizações do Estado.
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo
controlador ou estabelecidas em normas complemen-
tares.
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas A brasileira (LGPD), ainda não está vigente (tem pre-
complementares sobre a definição e as atribuições do visão de entrada em vigor, com todos os efeitos, em
encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da ne- 15/08/20). Contudo, alguns de seus aspectos jurídicos
cessidade de sua indicação, conforme a natureza e o começam a ser debatidos à luz do Marco Civil da Inter-
porte da entidade ou o volume de operações de trata- net e, sobretudo, com o Código de Defesa do Consumi-
mento de dados”. dor (CDC), a exemplo do recente vazamento de dados da
empresa Netshoes em que o MPDFT acordou um Termo

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


Pelas atribuições estabelecidas, não se trata de em- de Ajustamento de Conduta (TAC) com a empresa.
pregado comum, subordinado como os demais a chefias A Lei europeia (GDPR) está vigente, estabelecendo as
da empresa, mas, sim, alguém mais próximo do que hoje regras atinentes ao tratamento de dados pessoais relati-
seria um (verdadeiro) “compliance office”. vos a pessoas situadas na União Europeia. É bom lembrar
O parágrafo terceiro aponta para a possibilidade de que as empresas e órgãos estatais brasileiros que man-
flexibilização da regra para empresas menores (o que é tenham negócios com os países europeus terão a obri-
razoável), mas certamente as grandes empresas, que li- gatoriedade de garantir que suas políticas de tratamento
dam com quantidades imensas de dados pessoais, aca- de dados estão em conformidade com a GDPR, sob o
barão precisando montar departamentos inteiros, com risco de penalidades, bem como perda de clientela, valor
equipamentos e pessoas bastantes para atender a LGPD de marca e credibilidade no mercado internacional.
e os questionamentos e fiscalizações da Autoridade Na-
cional. Tenha acesso ao dispositivo na íntegra, já com as al-
teração trazidas pela pela Medida Provisória nº 869,
Vigência de 2018, acessando o link a seguir:

A LGPD passará a viger a partir de 2020. Aqueles que http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-


tratam dados pessoais, portanto, tem um ano e meio para 2018/2018/lei/L13709.htm
entrar em conformidade com todas as suas exigências.
Repita-se: não apenas os que atuam on-line ou com
dados colhidos/tratados em ambientes digitais.
A Lei Geral de Proteção de Dados, transformando a
privacidade em um direito efetivamente tutelado, bem
como estabelecendo as pessoas como titulares de seus
dados, é inequívoco avanço jurídico.
Além desse positivíssimo aspecto, que bastaria por
si próprio, será também um passo importante para a
competitividade internacional das empresas brasileiras.
Quanto a isso, serve de exemplo a GDPR, que só permite
a atuação na Europa de empresas que estejam em con-
2 Fonte: www.politica.estadao.com.br/www.conjur.com.br

17
EXERCÍCIO COMENTADO HORA DE PRATICAR!

1. (NOVA) A LGPD e GDPR se igualam em objetivos e 1. (CESPE - 2018 – STM) Acerca de segurança da infor-
aplicação, destacando ainda que, a aplicação proposta mação, julgue os itens a seguir.
na LGPD se dá apenas para informações on-line ou de A integridade tem por finalidade permitir que um usuário
ambiente digital. autorizado tenha condições de alterar, de maneira legíti-
ma, dado ou informação no sistema.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado.
2. (QUADRIX - 2014 – COBRA TECNOLOGIA S/A {BB})
Temos aqui dois pontos a destacar:
Quanto à segurança de um microcomputador, qual sof-
Primeiramente vale lembrar que para empresas/órgãos
tware é utilizado para proteção na execução de arquivos
que desenvolvam com os países europeus terão a obri-
ou programas maliciosos?
gatoriedade de garantir que suas políticas de tratamen-
to de dados estão em conformidade com a GDPR.
a) AntiSpam.
Depois temos o erro quanto à restrição apontada, fato
b) Antivírus.
esse que não se aplica, visto que, a norma abarca to-
c) Firewall.
dos os demais meios, incluídos aí cadastros físicos e até
d) PROXY.
manuscritos.
e) Compactador de arquivo.

3. (IF-CE – 2017 – IF/CE) São princípios da Segurança da


Informação:

a) vulnerabilidade, confiabilidade e autenticidade.


b) confidencialidade, integridade e vulnerabilidade.
c) vulnerabilidade, disponibilidade e autenticidade.
d) confidencialidade, ameaça e integridade.
e) confidencialidade, confiabilidade e integridade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

GABARITO

1 ERRADO
2 B
3 E

18
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Análise combinatória. Noções de probabilidade. Teorema de Bayes. Probabilidade condicional. .................................................. 01


Noções de estatística. População e amostra. Análise e interpretação de tabelas e gráficos. Regressão, tendências,
extrapolações e interpolações. Tabelas de distribuição empírica de variáveis e histogramas. Estatística descritiva.................. 07
4. Demonstração das Propriedades
ANÁLISE COMBINATÓRIA. NOÇÕES DE
PROBABILIDADE. TEOREMA DE BAYES. Considerando S como um espaço finito e não vazio, te-
PROBABILIDADE CONDICIONAL. mos:

Probabilidade

1. Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento

Em uma tentativa com um número limitado de re-


sultados, todos com chances iguais, devemos considerar
três definições fundamentais:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos re- A∪�
A=S
� � =∅
A∩A
sultados possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos re-
sultados possíveis; será representado por S e o número
de elementos do espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do es-
paço amostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A). 5.União de Eventos

Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, Considere A e B como dois eventos de um espaço


portanto são eventos. amostral S, finito e não vazio, temos:
Ø = evento impossível.
S = evento certo.

2. Conceito de Probabilidade

As probabilidades têm a função de mostrar a chance


de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A),
de um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente en- n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔
tre o número de elementos A e o número de elemento S.
Representando: n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B)
n(A) ↔ = + −
P A = n(S) n(S) n(S) n(S)
N(S)

Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B)


Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1
a 6, e observar o lado virado para cima, temos:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


6. Eventos Mutuamente Exclusivos
a) um espaço amostral, que seria o conjunto S
{1,2,3,4,5,6}..
b) um evento número par, que seria o conjunto A1 =
{2,4,6} C S.
c) o número de elementos do evento número par é
n(A1) = 3.
d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
n(A1 ) 3 1
P A = = =
N(S) 6 2
Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão de-
nominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B
3.Propriedades de um Espaço Amostral Finito e
= 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos
Não Vazio
A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de dois em dois, sempre mu-
tuamente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a
zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a
1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1 P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An )
b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A)
≤ 1.
c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A) =
1 - P(A)

1
7. Eventos Exaustivos Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo
produto deste número e seus antecessores, até se chegar
Quando os eventos A , A , A , … , A de S forem, no número 1. Vejam os exemplos abaixo:
de dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão de-
1 2 3 n

nominados exaustivos se: 3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6

A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S 5! = 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120

Contagem e Análise Combinatória Assim, basta ir multiplicando os números até se che-


gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam
1. Princípio fundamental da Contagem muito rápido, veja quanto é 10!:

O princípio fundamental da contagem permite quan- 10! = 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 3628800


tificar situações ou casos de uma determinada situação
ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti- Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar-
ca de “contar” a quantidade de “coisas”. mos com valores tão altos, as operações com fatoriais
A base deste princípio se dá pela separação de ca- são normalmente feitas por último, procurando fazer o
sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul- maior número de simplificações possíveis. Observe este
tiplicação de todos estes números é feita para achar a exemplo:
quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir
irá ilustrar isso. Calcule
10!
Exemplo: João foi almoçar em um restaurante no cen- 7!
tro da cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem
3 tipos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes
Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10!
e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas
ele pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de cada separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria
alimento? muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro.
Resolução: O princípio da contagem depende forte- Pela definição de fatorial, temos o seguinte:
mente de uma organização do problema. A sugestão é 10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a =
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis-
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer
4 traços: Observe que o denominador pode ser inteiramente
cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa
é uma particularidade interessante e facilitará demais a
simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-
Agora, preencheremos a quantidade de possibilida- to de 3 termos:
des de cada caso:
10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
= = 10 ∙ 9 ∙ 8 = 720
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1

Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato-


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

riais desde o começo!


Finalmente, multiplicamos os números: Agora que sabemos o que é fatorial e como simplifi-
cá-lo, podemos passar para os casos particulares de con-
tagem: Permutações, Combinações e Arranjos.

3. Permutações

Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se As permutações são definidas como situações onde o
montar um prato. número de elementos é igual ao número de posições que
podemos colocá-los. Considere o exemplo onde temos 5
2.Fatorial pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber de quan-
tas maneiras diferentes podemos posicionar essas pessoas.
Antes de definirmos casos particulares de contagem, Esquematizando o problema, chamando de P as pessoas e
iremos definir uma operação matemática que será utili- C as cadeiras:
zada nas próximas seções, o fatorial. Define-se o sinal de
fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja “ ! “. Assim,
quando encontrarmos 2! Significa que estaremos calcu-
lando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fato-
rial está apresentada a seguir:

n! = n ∙ n − 1 ∙ n − 2 ∙ n − 3 … 3 ∙ 2 ∙ 1

2
Em problemas onde o número de elementos é igual Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas
ao número de posições, teremos uma permutação. A fór- posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição
mula da permutação, considerando que não há repetição entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
de elementos é a seguinte: rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da
Pn = n! permutação da seguinte forma:

Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições,


n!
Pna =
basta eu calcular o fatorial de 5: a!
P5 = 5! = 120 Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos
com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7
Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei- letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
ras diferentes na fileira de cadeiras.
Observe que a fórmula da permutação é utilizada 7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
P73 = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 = 840
como não há repetição de elementos, mas e quando 3! 3∙2∙1
ocorre repetição? Neste caso, a fórmula da permutação
terá uma complementação, para desconsiderar casos re-
petidos que serão contados 2 ou mais vezes se utilizar- Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas possí-
mos a fórmula diretamente. veis.
O exemplo mais comum destes casos é o que chama- Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
mos de Anagrama. Os anagramas são permutações das é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a plo, calcule os anagramas da palavra TALITA:
necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira-
mente um exemplo sem repetição, conte quantos ana-
gramas podemos formar com o nome BRUNO.

Montando a esquematização:

Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”


também repete duas vezes. Na fórmula da permutação
com repetição, faremos duas divisões:
n!
Pna,b =
a! b!
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas
correspondentes e neste caso, é um problema de permu- Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,
tação sem repetição: a correção é feita, dividindo pelas repetições de cada um.
Como ambos repetem duas vezes:
P5 = 5! = 120

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


6! 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 360
P62,2 = = = = = 180
Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala- 2! 2! 2∙1 ∙ 2∙1 2∙1 2
vra BRUNO. Agora, vamos olhar a palavra MARIANA. Ela
possui 7 letras, logo teremos 7 posições: Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.

4. Combinações

As combinações e os arranjos, que serão apresenta-


dos a seguir, possuem uma característica diferente da
permutação. A diferença está no fato do número de po-
sições ser MENOR que o número de elementos, ou seja,
quando os elementos forem agrupados, sobrarão alguns.
Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que Veja este exemplo: De quantas maneiras podemos for-
acontece quando montarmos um anagrama qualquer da mar uma comissão de 3 membros, dentro os 7 funcioná-
palavra: rios de uma empresa?

Resolução: Este exemplo mostrará também como


diferenciar combinação de arranjo. Logo de início, po-
demos ver que não se trata de um problema de permu-
tação, pois temos 3 posições para 7 elementos. Para di-
ferenciar combinação e arranjo, temos que verificar se

3
a ordem de escolha dos elementos importa ou não. Neste caso, a ordem não importa, pois estamos escolhendo 3
pessoas e não importa a ordem que escolhemos elas pois a comissão será a mesma. Observe a esquematização:

As pessoas foram chamadas pelas letras de A até G. Vamos supor que escolheremos as pessoas A,D e G mas em
ordens diferentes:

É importante notar que as comissões ADG e GAD não possuem diferenças, já que as casas C1,C2 e C3 não possuem
nenhuma particularidade descrita no enunciado. Assim, trata-se de um problema de combinação. A fórmula da combi-
nação depende do número de elementos “n” e o número de posições “p”:

n!
Cn,p =
p! (n − p)!

No exemplo, temos 7 elementos e 3 posições, assim:

n! 7! 7! 7∙6∙5∙4∙3∙2∙1 7∙6∙5
Cn,p = = = = = = 7 ∙ 5 = 35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

p! (n − p)! 4! 7 − 4 ! 4! .3! 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 3 ∙ 2 ∙ 1

Ou seja, podemos formar 35 comissões distintas.

5. Arranjos

Os arranjos seguem a mesma linha da combinação, onde o número de elementos deve ser maior que o número de
posições possíveis, mas com a diferença que a ordem de escolha dos elementos deve ser considerada. Vamos utilizar o
mesmo exemplo descrito na combinação, mas com algumas diferenças:
De quantas maneiras podemos formar uma comissão de 3 membros, composta por um presidente, um vice-presi-
dente e um secretário, dentro os 7 funcionários de uma empresa?

Observe que agora o enunciado classifica explicitamente as posições, e podemos montar o esquema da seguinte forma:

4
As posições agora foram classificadas de acordo com a posição que foi pedida no enunciado. Vamos observar agora
o que acontece quando selecionando novamente as pessoas A,D e G:

Neste caso, as duas comissões são diferentes, pois em uma a pessoa A é presidente e na outra ela é vice-presidente.
Como a ordem importa, temos um problema de arranjo. A fórmula de arranjo é mais simples que a fórmula de com-
binação:

n!
An,p =
(n − p)!

Tomando n=7 e p = 3 novamente:


n! 7! 7! 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
An,p = = = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 = 210
(n − p)! 7 − 3 ! 4! 4∙3∙2∙1

Ou seja, é possível formar 210 comissões neste caso. Veja que o número é maior que o número da combinação. A
razão é que comissões que antes eram repetidas na combinação, deixaram de ser no arranjo.

PROBABILIDADE CONDICIONAL E TEOREMA DE BAYES

Seguindo a linha de obtenção da probabilidade quando temos mais de um evento, muitas vezes vamos querer sa-
ber a probabilidade de algo acontecer, dada alguma condição. Por exemplo, em uma escola podemos querer calcular a
probabilidade do aluno ter nota vermelha, dado que é menino. Essa probabilidade pode ser diferente da probabilidade
de se ter nota vermelha, dado que é uma menina. Para melhor visualização, considere a tabela abaixo com os alunos
aprovados e reprovados nas primeiras provas de cada disciplina.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Se escolhermos aleatoriamente um aluno, qual a probabilidade dele estar aprovado em matemática dado que é um
menino?
Temos um total de 13 meninos, sendo que 6 estão aprovados. Logo, a probabilidade é 6/13.
A mesma pergunta, aplicado ao caso de que tenha sido escolhida uma menina resultaria em 5/14.
Ou seja, precisamos fazer pequenos ajustes no que consideramos nosso espaço amostral.
Utilizando as notações adequadas, temos que dado dois eventos A e B, a probabilidade condicional de A dado B,
denotada por P(A|B) é:

5
Resposta: Letra B.Deve-se contar todos os números
anteriores a ele. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4! = 24
números; iniciando com 2 _ _ _ _ temos outros 24 nú-
meros, assim como iniciando com 3_ _ _ _. Depois temos
Ou seja, no nosso exemplo, queremos P(aprovado | os números iniciados com “71_ _ _” que são 6 (3!), assim
menino) e a resposta será a interseção dos dois eventos como os iniciados em “72_ _ _” e “73_ _ _”. Depois apa-
dividido pela probabilidade de ser menino. rece o iniciado com “781_ _” que são 2 números, assim
A probabilidade de ser homem e estar aprovado em como o “782 _ _”. O próximo já será o 78312. Somando:
matemática é 6/27, temos 6 meninos aprovados em ma- 24+24+24+6+6+6+2+2=94. Logo, ele será o 95ª nú-
temática de um total de 27 alunos. mero.
Como temos 13 meninos em uma sala de 27 alunos, a
probabilidade de ser menino é 13/27. 2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos
Logo, P(aprovado|menino) = 6/27 ÷ 13/27 = 6/13. escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?
Isso é o que chamamos de probabilidade condicional.
Um teorema muito importante quando se fala de Resposta: Esse exercício pode ser feito tanto com a fór-
probabilidade condicional é o Teorema de Bayes. O que mula, quanto usando a princípio fundamental da con-
este teorema nos fornece é uma forma de relacionar as tagem.
probabilidades condicionais ao seu inverso. Por exemplo, 1ª maneira: usando o princípio fundamental da conta-
se você precisa saber a probabilidade de um evento A gem.
ocorrer dado que ocorreu um evento B, e você sabe a Como o exercício indica que não ocorrerá repetição
probabilidade de um evento B ocorrer dado que o even- nos algarismos que irão compor a senha, então tere-
to A ocorreu, o teorema vai te levar a resposta. A fórmula mos a seguinte situação:
principal do teorema é: • 9 opções para o algarismo das unidades;
• 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já
utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode repetir;
• 7 opções para o algarismo das centenas, pois já utili-
zamos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
• 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que
tirar os que já usamos anteriormente.
BÔNUS: Agora, e se quisermos saber a probabilidade
Assim, o número de senhas será dado por:
de sair coroa em um lançamento de moeda, dado que no
lançamento anterior saiu cara? 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 = 3 024 senhas
Essa é uma pergunta que confunde muitas pessoas.
Nem todos responderiam 1/2, que é a resposta correta. 2ª maneira: usando a fórmula
Pense comigo, se você está lançando uma moeda, in- Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber
dependente do que já aconteceu no passado, a chance que a ordem dos algarismos é importante. Por exem-
de cair coroa é 50%. O fato de ter saído cara, ou coroa, em plo 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fór-
um primeiro lançamento não alterou nada na moeda que mula de arranjo.
faça com que ela agora tenha um peso diferente e pro- Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4
vavelmente vai sair cara (ou coroa). Se você quiser saber a 4. Desta maneira, o cálculo será:
a probabilidade de ocorrer coroa nos dois lançamentos 9! 9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
consecutivos, isso sim altera nosso resultado final, pois A9,4 = = = = 3024 senhas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

9 − 4 ! 5! 5!
estamos avaliando os dois eventos simultaneamente.

REFERÊNCIA
<https://estatsite.com/2016/07/30/probabilida-
de-condicional-e-o-teorema-de-bayes/>

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) Na sequência cres-


cente de todos os números obtidos, permutando-se os
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a :

a) 94ª
b) 95ª
c) 96ª
d) 97ª
e) 98ª

6
NOÇÕES DE ESTATÍSTICA. POPULAÇÃO E AMOSTRA. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TABE-
LAS E GRÁFICOS. REGRESSÃO, TENDÊNCIAS, EXTRAPOLAÇÕES E INTERPOLAÇÕES. TABELAS
DE DISTRIBUIÇÃO EMPÍRICA DE VARIÁVEIS E HISTOGRAMAS. ESTATÍSTICA DESCRITIVA.

ESTATÍSTICA

Definições Básicas

Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar na tomada de decisões por meio da obtenção, análise, organi-
zação e interpretação de dados.

População: conjunto de entidades (pessoas, objetos, cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que apresen-
tem no mínimo uma característica em comum. Exemplos: pessoas de uma determinada cidade, preços de um produto,
médicos de um hospital, estudantes que prestam determinado concurso, etc.

Amostra: É uma parte da população que será objeto do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar a
população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho significativo (há métodos para determinar isso) que retrate o
comportamento da população. Exemplo: pesquisa de intenção de votos de uma eleição. Algumas pessoas são entre-
vistadas e a pesquisa retrata a intenção de votos da população.

Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chamado de e cada valor desse dado será chamado de . Essa variável
pode ser quantitativa (assume valores) ou qualitativa (assume características ou propriedades).

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL

São medidas que auxiliam na análise e interpretação de dados para a tomada de decisões. As três medidas de ten-
dência central são:

Média aritmética simples: razão entre a soma de todos os valores de uma mostra e o número de elementos da
amostra. Expressa por . Calculada por:
∑xi
x� =
n
Média aritmética ponderada: muito parecida com média aritmética simples, porém aqui cada variável tem um
peso diferente que é levado em conta no cálculo da média.
∑xi pi

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


x� =
∑pi

Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em caso de número para de elementos, a mediana é a média entre
os elementos intermediários

Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma amostra.


Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução
Média:
1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
x� = = = 3,92
14 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}

Como a amostra tem 14 valores (número par), os elementos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse exem-
3+4 7
plo, são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a média entre eles: = 2 = 3,5
2

7
Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 1 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,10} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução:
Média:
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14

Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual a 9.

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a
segunda tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na
segunda e 6 na terceira.

Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

TABELAS E GRÁFICOS

Tabelas
Tabelas podem ser utilizadas para expressar os mais diversos tipos de dados. O mais importante é saber interpretá-
-las e, para isso, é conveniente saber como uma tabela é estruturada.
Toda tabela possui um título que indica sobre o que se trata a tabela. Toda tabela é dividida em linhas e colunas
onde, no começo de uma linha ou de uma coluna, está indicado qual o tipo de dado que aquela linha/coluna exibe.
Ex:
Tabela 1 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso

Curso Número de Estudantes


Administração 2000
Arquitetura 1450
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Direito 2500
Economia 1800
Enfermagem 800
Engenharia 3500
Letras 750
Medicina 1500
Psicologia 1000
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso e número de estudantes. E cada linha corresponde a um dos cursos da Universi-
dade com o respectivo número de alunos de cada curso.
Tabela 2 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso e gênero

Curso Gênero Número de Estudantes


Homem 1200
Administração
Mulher 800

8
Homem 850
Arquitetura
Mulher 600
Homem 1600
Direito
Mulher 900
Homem 800
Economia
Mulher 1000
Homem 350
Enfermagem
Mulher 450
Homem 2500
Engenharia
Mulher 1000
Homem 200
Letras
Mulher 550
Homem 700
Medicina
Mulher 800
Homem 400
Psicologia
Mulher 600
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso, gênero e número de estudantes. E cada linha corresponde a um dos cursos da
Universidade com o respectivo número de alunos de cada curso separados por gênero.

#FicaDica
Acima foram exibidas duas tabelas como exemplos. Há uma infinidade de tabelas cada uma com sua par-
ticularidade o que torna impossível exibir todos os tipos de tabelas aqui. Porém em todas será necessário
identificar linhas, colunas e o que cada valor exibido representa.

GRÁFICOS

Para falar de gráficos em estatística é importante apresentar o conceito de frequência.

Frequência: Quantifica a repetição de valores de uma variável estatística.

Tipos de frequência
Absoluta: mede a quantidade de repetições.
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência absoluta:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


fi = 4
Relativa: Relaciona a quantidade de repetições com o total (expresso em porcentagem)
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência relativa:
6
fr = ∙ 100 = 20%
30

Tipos de Gráficos

Gráficos de coluna: gráficos que têm como objetivo atribuir quantidades a certos tipos de grupos. Na horizontal
são apresentados os grupos (dados qualitativos) dos quais deseja-se apresentar dados enquanto na vertical são apre-
sentados os valores referentes a cada grupo (dados quantitativos ou frequências absolutas)

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de
estudantes separados pelos seus continentes de origem:

9
Gráficos em pizzas: gráficos nos quais são expressas
Estudantes da Universidade ALFA relações entre grandezas em relação a um todo. Nesse
700 gráfico é possível visualizar a relação de proporcionalida-
600 de entre as grandezas. Recebe esse nome pois lembram
uma pizza pelo formato redondo com seus pedaços (fre-
500
quências relativas).
400

300 Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo


200
todo. A seguir há um gráfico que mostra a distribuição de
estudantes de acordo com seus continentes de origem
100

0
América do América do América Europa Ásia África Oceania
Norte Sul Central
Estudantes da Universidade ALFA
30

Gráficos de barras: gráficos bastante similares aos 150

de colunas, porém, nesse tipo de gráfico, na horizontal 260 630

são apresentados os valores referentes a cada grupo (da-


dos quantitativos) enquanto na vertical são apresentados
os grupos (dados qualitativos) 440

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo 150


520

todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de


estudantes separados pelos seus continentes de origem:
América do Norte América do Sul América Central Europa Ásia África Oceania

Estudantes da Universidade ALFA


Ex: Foi feito um levantamento do idioma falado pelos
Oceania
alunos de um curso da Universidade ALFA.

África Frequências absolutas:


Ásia

Europa

América Central

América do Sul

América do Norte

0 100 200 300 400 500 600 700

Gráficos de linhas: gráficos nos quais são exibidas


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

séries históricas de dados e mostram a evolução dessas


séries ao longo do tempo.

Ex: A Universidade ALFA tem 10 anos de existências


e seu reitor apresentou um gráfico mostrando o número
de alunos da Universidade ao longo desses 10 anos.
Frequências relativas:

Estudantes da Universidade ALFA ao longo de 10 anos

2500

2000

1500

1000

500

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

10
x
= 6
EXERCÍCIO COMENTADO
5
x = 6 ∙ 5
x = 30
1. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual –
FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimento Do mesmo modo, se a turma tem 25 meninas
ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que (Me é a média aritmética de suas notas), o quociente
atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento da soma das notas das meninas (y) e a quantidade de
recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses meninas (25) deve ser igual a Me, isto é:
funcionários em um determinado dia. (x + y)/(25+5) = 7
y = 25∙Me
Para calcular a média da turma, devemos somar as no-
tas dos meninos (30) às notas das meninas (y) e dividir
pela quantidade de alunos (25 + 5 = 30). O resultado
deverá ser 7. Sendo assim, temos:

x + y
= 7
Considerando a totalidade das 95 avaliações desse dia, 25 + 5
é correto afirmar que a média das notas dista da moda
dessas mesmas notas um valor absoluto, aproximada- 30 + 25 ∙ Me
= 7
mente, igual a: 30
30 + 25 ∙ Me = 7 • 30
a) 0,33
b) 0,83 30 + 25 ∙ Me = 210
c) 0,65 25 ∙ Me = 210 – 30
d) 0,16
e) 0,21 25 ∙ Me = 180

Resposta: Letra C Trata-se de um caso de média arit-


Me = 7,2
mética ponderada. Considerando as 95 avaliações, o
peso de cada uma das notas é igual ao total de pes- Portanto, a média aritmética das notas das meninas
soas que atribuiu a nota. Analisando a tabela é 7,2. A alternativa correta é a letra b.
8 pessoas atribuíram nota 1
18 pessoas atribuíram nota 2
21 pessoas atribuíram nota 3
29 pessoas atribuíram nota 4
19 pessoas atribuíram nota 5
Assim, a média das 95 avaliações é calculada por:
8 ∙ 1 + 18 ∙ 2 + 21 ∙ 3 + 29 ∙ 4 + 19 ∙ 5 318
x� = = = 3,34
Então, logo:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


8 + 18 + 21 + 29 + 19 95

2. (UFC - 2016) A média aritmética das notas dos alunos


P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = P A1 + P A2 + ⋯ + P(An )
de uma turma formada por 25 meninas e 5 meninos é �
igual a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = P S = 1
é igual a 6, a média aritmética das notas das meninas é
igual a: Portanto:
P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An ) = 1
a) 6,5
b) 7,2
c) 7,4 Probabilidade Condicionada
d) 7,8
e) 8,0 Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
S, finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a
Resposta: Letra B. Primeiramente, será identificada a A é dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo
soma das notas dos meninos por x e a da nota das que já ocorreu A. É representada por P(B/A).
meninas por y. Se a turma tem 5 meninos e a média n(A ∩ B)
Veja: P(B/A) =
aritmética de suas notas é igual a 6, então a soma das n(A)
notas dos meninos (x) dividida pela quantidade de
meninos (5) deve ser igual a 6, isto é:

11
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas


verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta
bola ser verde?

Resposta: 5/12. Neste exercício o espaço amostral


possui 12 elementos, que é o número total de bolas,
portanto a probabilidade de ser retirada uma bola ver-
de está na razão de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de
uma bola verde, matematicamente podemos repre-
sentar a resolução assim:

Eventos Independentes n E
P E =
n S
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente
5
quando: P E =
12
P(A/B) = P(A)
P(B/A) = P(B) Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.

2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cin-


Intersecção de Eventos co números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao
acaso e o produto deles dois é calculado. A probabilida-
Considerando A e B como dois eventos de um espaço de desse produto ser um número par é:
amostral S, finito e não vazio, logo:
a) 60%
b) 75%
P(B/A) =
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)
= = c) 80%
n(A) n A + n(S) P(A) d) 85%
e) 90%
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)
P(A/B) = = =
n(B) n B + n(S) P(B) Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do es-
paço amostral, basta calcularmos a combinação dos
Assim sendo: 5 elementos tomados 2 a 2 (a ordem não impor-
ta, pois a ordem dos fatores não altera o produto):
.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A) 5! 5 ∙ 4


C5,2 = = = 10
P A ∩ B = P B ∙ P(A/B) 2! 3! 2

Para o produto ser par, os dois números escolhidos


Considerando A e B como eventos independentes, deverão ser par ou um deles é par. O único caso onde
logo P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) o produto não dá par é quando os dois números são
= P(A)∙ P(B). Para saber se os eventos A e B são indepen- ímpares. Assim, apenas o produto 3 5 não pode ser
dentes, podemos utilizar a definição ou calcular a proba- escolhido. Logo, se 1/10 = 10% não terá produto par,
bilidade de A ∩ B. Veja a representação: os outros 90% terão.

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B) GRÁFICOS E TABELAS

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre


FIQUE ATENTO! dois dados relacionados entre si.
Um exercício de probabilidade pode envol- A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
ver aspectos relativos à análise combinató- vão depender do contexto, mas de uma maneira geral
ria. É importante ter em mente a diferença um bom gráfico deve:
conceitual que existe entre ambos. -Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar cla-
ro o contexto, o conteúdo e a mensagem.

12
-Complementar ou melhorar a visualização sobre as-
pectos descritos ou mostrados numericamente através
de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos da-
dos.

Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada peda-
ço como numa pizza.

Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

Barra horizontal

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas

São gráfico de barra que mostram a frequência de


uma variável específica e um detalhe importante que são Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar
faixas de valores em x. mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.

13
d) 75%.
e) 90%.

Resposta: Letra E. 13,7/7,2=1,90


Houve um aumento de 90%.

2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a
distribuição, percentual e quantitativa, da frota de uma
empresa de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de
uso destes.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua


casa?
O número total de ônibus dessa empresa é
aparelho quantidade
a) 270.
televisão 3 b) 250.
celular 4 c) 220
d) 180.
Geladeira 1 e) 120.
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio Resposta: Letra D
lógico 81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5)
EXERCÍCIOS COMENTADOS 108-----60
x--------100
1. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) x=10800/60=180
Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con-
tínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), foram obtidos os dados da taxa de 3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-
desocupação da população em idade para trabalhar. Es- NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros ven-
ses dados, em porcentagem, encontram-se indicados na didos por uma concessionária nos cinco dias subsequen-
apresentação gráfica abaixo, ao longo de trimestres de tes à veiculação de um anúncio promocional.
2014 a 2017.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a


melhor aproximação para o aumento percentual da taxa O número médio de carros vendidos por dia nesse
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em re- período foi igual a
lação à taxa de desocupação do primeiro trimestre de a) 10.
2014. b) 9.
c) 8.
a) 15%. d) 7.
b) 25%. e) 6.
c) 50%.

14
Resposta: Letra C. Tendo como referência o gráfico precedente, que mostra
os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Pa-
raná nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção
correta.
4. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de a) No ano considerado, o segundo trimestre caracteri-
setores para representar a distribuição, em porcentagem, zou-se por uma queda contínua na arrecadação de
dos cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas receitas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
obtidas pelos alunos de uma determinada classe em uma b) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um período
prova de matemática. Observe que, nesse gráfico, as por- de queda simultânea dos gastos com despesas e da
centagens referentes a cada conceito foram substituídas arrecadação de receitas e dois períodos de aumento
por x ou por múltiplos e submúltiplos de x. simultâneo de gastos e de arrecadação.
c) No último bimestre do ano de 2015, foram registrados
tanto o maior gasto com despesas quanto a maior ar-
recadação de receitas.
d) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os úni-
cos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas.
e) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor
gasto mensal com despesas foram verificados, respec-
tivamente, no primeiro e no segundo semestre do ano
de 2015.

Resposta: Letra B. Analisando o primeiro quadrimes-


tre, observamos que os dois primeiros meses de recei-
ta diminuem e os dois meses seguintes aumentam, o
Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida do mesmo acontece com a despesa.
ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a

a) 144º.
b) 135º.
c) 126º
d) 117º
e) 108º.

Resposta: Letra A.
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

5. (TCE/PR – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CES-


PE/2016)

15
6. (BRDE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FUN- 7. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VU-
DATEC/2015) Assinale a alternativa que representa a NESP/2015) A distribuição de salários de uma empresa
nomenclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. com 30 funcionários é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que

a) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.


b) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3 sa-
lários.
c) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
d) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da renda
total.
e) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da renda
total.

Resposta: Letra D. a) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x


2+15,0x1=104 salários
b) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
c)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
d) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
e) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20

8. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2015) Considere a tabela de distribuição de fre-
quência seguinte, em que xi é a variável estudada e fi é a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

frequência absoluta dos dados.

a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de xi fi


Linha.
c) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de Ten- 30-35 4
dência. 35-40 12
c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de Li- 40-45 10
nha.
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de Bar- 45-50 8
ras. 50-55 6
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
TOTAL 40
de Linha.

Resposta: Letra C. Como foi visto na teoria, gráfico de


barras, de setores ou pizza e de linha

16
Assinale a alternativa em que o histograma é o que melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

a)

b)

c)

d)

e)

Resposta: Letra A. Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, 40-45, 35-40,

9. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – CESPE/2015)

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário Nacional — Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –


InfoPen, Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional Brasileiro, dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com
adaptações)
A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse
ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e a quan-
tidade de detentos no sistema penitenciário — registrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média nacional,
havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, julgue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se encontrava na região Sudeste.

( ) CERTO ( ) ERRADO

17
Resposta: CERTO.
555----100%
x----55%
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

ESTATÍSTICA DESCRITIVA

Teste de Hipóteses

Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula-
cional.

Para testar um parâmetro populacional, você deve afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que repre-
sente a afirmação e outra, seu complemento. Quando uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipótese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém afir-
mação de desigualdade, como <, ≠, >.

Vamos ver como montar essas hipóteses


Um caso bem simples.

Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira


Há uma regrinha para formular essas hipóteses

Formulação verbal H0 Formulação Matemática Formulação verbal Ha


A média é A média é
...maior ou igual a k. ...menor que k
....pelo menos k. ... abaixo de k
...não menos que k. ...menos que k.
...menor ou igual a k. ..maior que k
....no máximo k. ... acima de k
...não mais que k. ...mais do que k.
... igual a k. ... não igual a k.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

.... k. .... diferente de k.


...exatamente k. ...não k.

Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é menor
que 2,5 galões por minuto.

Referências
LARSON, Ron. Estatística Aplicada. 4 Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

FREQUÊNCIAS

A primeira fase de um estudo estatístico consiste em recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre uma
população estatística ou sobre uma amostra dessa população.

1. Frequência Absoluta

É o número de vezes que a variável estatística assume um valor.

18
1.1. Frequência Relativa 2. Média aritmética

É o quociente entre a frequência absoluta e o número Média aritmética de um conjunto de números é o va-
de elementos da amostra. lor que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: número de elementos do conjunto.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável en-
volvida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido cal-
cular a média aritmética para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística
entre diferentes grupos, se for possível calcular a média,
ficará mais fácil estabelecer uma comparação entre esses
grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das
alturas dos jogadores é:

1.2. Distribuição de frequência sem intervalos de


classe:

É a simples condensação dos dados conforme as re- Se dividirmos esse valor pelo número total de joga-
petições de seu valores. Para um ROL  de tamanho ra- dores, obteremos a média aritmética das alturas:
zoável esta distribuição de frequência é inconveniente, já
que exige muito espaço. Veja exemplo abaixo:

Dados Frequência
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
41 3
42 2 2.1. Média Ponderada
43 1 A média dos elementos do conjunto numérico A re-
44 1 lativa à adição e na qual cada elemento tem um “deter-
minado peso” é chamada média aritmética ponderada.
45 1
46 2
50 2
51 1 2.2. Mediana (Md)
52 1
Sejam os valores escritos em rol:
54 1
57 1

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


58 2
Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que
60 2 o número de termos da sequência que precedem é
Total 20 igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
termo médio da sequência ( ) em rol.
Distribuição de frequência com intervalos de classe: Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela
média aritmética entre os termos e , tais que o nú-
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais ra- mero de termos que precedem é igual ao número de
cional efetuar o agrupamento dos valores em vários in- termos que sucedem , isto é, a mediana é a média
tervalos de classe. aritmética entre os termos centrais da sequência ( ) em
rol.
Classes Frequências
Exemplo 1:
41 |------- 45 7 Determinar a mediana do conjunto de dados:
45 |------- 49 3 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
49 |------- 53 4 Solução:
53 |------- 57 1 Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio des-
57 |------- 61 5
se rol. Logo: Md=12
Total 20 Resposta: Md=12.

19
Exemplo 2:
Jogo Número de pontos
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 1 22
2 18
Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, 3 13
tem-se: 4 24
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit-
5 26
mética entre os dois termos centrais do rol.
6 20
Logo: 7 19

Resposta: Md=15 8 18

3. Moda (Mo) a) Qual a média de pontos por jogo?


Num conjunto de números: , chama-se b) Qual a variância do conjunto de pontos?
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. Solução:

Observação: a) A média de pontos por jogo é:


A moda pode não existir e, se existir, pode não ser
única.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.
b) A variância é:
Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

4. Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de
tendência central semelhantes podem apresentar ca- Desvio médio
racterísticas diversas. Necessita-se de outros índices
numéricas que informem sobre o grau de dispersão ou Definição
variação dos dados em torno da média ou de qualquer
outro valor de concentração. Esses índices são chamados Medida da dispersão dos dados em relação à média
medidas de dispersão. de uma sequência. Esta medida representa a média das
distâncias entre cada elemento da amostra e seu valor
Variância médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elemen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

tos de um conjunto de números em relação a sua média


aritmética, e que é chamado de variância. Esse índice é
assim definido:
Desvio padrão
Seja o conjunto de números , tal que
é sua média aritmética. Chama-se variância desse con-
Definição
junto, e indica-se por , o número: Seja o conjunto de números , tal que
é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse
conjunto, e indica-se por , o número:

Isto é:

E para amostra Isto é:

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

20
Exemplo: 2. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
As estaturas dos jogadores de uma equipe de bas- VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para respon-
quetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. der a questão.
Calcular: A tabela apresenta o número de acertos dos 600 can-
a) A estatura média desses jogadores. didatos que realizaram a prova da segunda fase de um
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas. concurso, que continha 5 questões de múltipla escolha

Solução:
Número de acertos Número de candidatos
Sendo a estatura média, temos: 5 204
4 132
3 96
2 78
Sendo o desvio padrão, tem-se:
1 66
0 24

A média de acertos por prova foi de

a) 3,57.
b) 3,43
c) 3,32.
d) 3,25.
EXERCÍCIOS COMENTADOS e) 3,19.

1. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU- Resposta: Letra B.


NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no to-
tal: 70 possuem curso superior e 50 não possuem curso
superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa
é de R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos fun-
cionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. 3. (PREF. GUARULHOS/SP – ASSISTENTE DE GES-
Desse modo, é correto afirmar que a média salarial dos TÃO ESCOLAR – VUNESP/2016) Certa escola tem 15
funcionários dessa empresa que não possuem curso su- classes no período matutino e 10 classes no período ves-
perior é de pertino. O número médio de alunos por classe no perío-
do matutino é 20, e, no período vespertino, é 25. Consi-
derando os dois períodos citados, a média aritmética do
a) R$ 4.000,00.
número de alunos por classe é
b) R$ 3.900,00.
c) R$ 3.800,00. a) 24,5.
d) R$ 3.700,00. b) 23.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


e) R$ 3.600,00. c) 22,5.
d) 22.
Resposta: Letra E. S=cursam superior e) 21.
M=não tem curso superior
Resposta: Letra D.

S+M=600000
M=300

S=420000
M=600000-420000=180000 V=250

21
4. (SEGEP/MA – TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL a) 1,5
– FCC/2016) Para responder à questão, considere as in- b) 2
formações abaixo. c) 2,5
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente d) 3
de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuí- e) 3,5
ram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido.
A tabela mostra as notas recebidas por esses funcioná- Resposta: Letra B. Como 24 é um número par, deve-
rios em um determinado dia. mos fazer a segunda regra:

6. (UFAL – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – COPE-


VE/2016) A tabela apresenta o número de empréstimos
Considerando a avaliação média individual de cada fun- de livros de uma biblioteca setorial de um Instituto Fede-
cionário nesse dia, a diferença entre as médias mais pró- ral, no primeiro semestre de 2016.
ximas é igual a
Mës Empréstimos
a) 0,32.
b) 0,21. Janeiro 15
c) 0,35. Fevereiro 25
d) 0,18.
e) 0,24. Março 22
Abril 30
Resposta: Letra B.
Maio 28
Junho 15

Dadas as afirmativas,
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por mês.
II. A mediana da série de valores é igual a 26.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
Verifica-se que está(ão) correta(s)

a) II, apenas.
3,36-3,15=0,21 b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
5. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – d) I e III, apenas.
UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que e) I, II e III.
x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual a
x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética Resposta: Letra D.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for par. Uma prova composta


por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A
tabela seguinte relaciona o número de acertos obtidos
na prova com o número de alunos que obtiveram esse
número de acertos. Mediana
Vamos colocar os números em ordem crescente
Número de acertos Número de alunos
15,15,22,25,28,30
0 4
1 5
2 4 Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.
3 3
7. (COSANPA - QUÍMICO – FADESP/2017) Algumas
4 5
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1)
5 3 foram executadas (em triplicata) paralelamente por qua-
tro laboratórios e os resultados são mostrados na tabela
A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica abaixo.
que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na
prova. A mediana dos números de acertos é igual a

22
c) R$ 2.010,00.
Replicatas Laboratório
d) R$ 2.004,00.
1 2 3 4 e) R$ 2.008,00.
1 30,3 30,9 30,3 30,5
Resposta: Letra C. Vamos chamar de x a soma dos
2 30,4 30,8 30,7 30,4 salários dos 13 funcionários
3 30,0 30,6 30,4 30,7 x/13=1998
X=13.1998
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
X=25974
Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15 Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
Padrão nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior,
pois ele ganha y+10% de y
Utilize essa tabela para responder à questão. Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o de 25974+2,1y=15∙2013
número 2,1y=30195-25974
2,1y=4221
a) 1. Y=2010
b) 2.
c) 3. 10. (PREF. DE NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO –
d) 4. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da
prefeitura foram submetidos a um teste de avaliação de
Resposta: Letra C. Como o desvio padrão é maior no conhecimentos de computação e a pontuação deles, em
3, o erro padrão é proporcional, portanto também é uma escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
maior em 3.
50 55 55 55 55 60
8. (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO- 62 63 65 90 90 100
ESAF/2016) Os valores a seguir representam uma amos-
tra O número de funcionários com pontuação acima da mé-
dia é:
331546248
a) 3;
Então, a variância dessa amostra é igual a b) 4;
c) 5;
a) 4,0 d) 6;
b) 2,5. e) 7.
c) 4,5.
d) 5,5 Resposta: Letra A.
e) 3,0

Resposta: Letra C.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

Prezado candidato, alguns assuntos específicos


referente a Regressão, Extrapolações e itens relacio-
nados podem ser encontrados em nosso site para
consulta em um material separado para seu estudo.
Não deixe de conferir em https://www.novaconcur-
sos.com.br/retificacoes. Além disso, estude toda a
9. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU- apostila na íntegra no que diz respeito a matemática
NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de e probabilidade e completo seus conhecimentos so-
uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários bre os tópicos como um todo.
foram contratados, um com o salário 10% maior que o
do outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a
ser R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos
funcionários, é igual a

a) R$ 2.002,00.
b) R$ 2.006,00.

23
HORA DE PRATICAR!

1. (UNESP – Assistente Administrativo – VUNESP/2017) Utilize os dados do gráfico a seguir, que mostra o número
de rascunho vendas realizadas pelo vendedor Carlos em seis dias de uma semana, para responder à questão.

A média diária de vendas de Carlos, nessa semana, é, aproximadamente, igual a:

a) 12
b) 15
c) 18
d) 20
e) 21

2. (TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – UNVUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Analisando-se as informações apresentadas na tabela, é correto afirmar que:

a) mais da metade dos candidatos acertou menos de 50% da prova.


b) menos da metade dos candidatos acertou mais de 50% da prova.
c) exatamente 168 candidatos acertaram, no mínimo, 2 questões.
d) 264 candidatos acertaram, no máximo, 3 questões.
e) 132 candidatos acertaram a questão de número 4.

3. (IF-BA – Professor de Matemática – AOCP/2016) Sobre medidas de tendência central, considerando o conjunto
T das temperaturas, em grau Celsius, registradas nos dez primeiros dias do mês de junho em determinada região, res-
pectivamente: 11°C; 11°C; 6°C; 6°C; 3°C; 3°C; 0°C; 3°C; 5°C; 6°C, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta
a(s) correta(s).

I. A média aritmética das temperaturas é 6°C.


II. A mediana é igual a 5°C ou 6°C.
III. P é multimodal.

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a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) Apenas II e III

4. (SEGEP-MA - Analista Ambiental – FCC/2016) Considere a tabela abaixo.

(Adaptado de: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familiares. 2008-2009)

A partir dos dados da tabela, é possível concluir que, nas áreas urbanas consideradas, a média da aquisição per capita
anual de arroz supera a da aquisição per capita de feijão em, aproximadamente,

a) 10 kg
b) 20 kg
c) 15 kg
d) 5 kg
e) 25 kg

5. (SEGEP-MA – Auditor Fiscal da Receita Estadual – FCC/2016) Os registros da temperatura máxima diária dos primeiros
6 dias de uma semana foram: 25 °C; 26 °C, 28,5 °C; 26,8 °C; 25 °C; 25,6 °C. Incluindo também o registro da temperatura
máxima diária do 7º dia dessa semana, o conjunto dos sete dados numéricos será unimodal com moda igual a 25 °C,
e terá mediana igual a 26 °C. De acordo com os dados, é correto afirmar que, necessariamente, a temperatura máxima
diária do 7º dia foi

a) Inferior a 25°C
b) Superior a 26,8°C
c) Igual a 26°C
d) Inferior a 25,6°C
e) Superior a 26°C

7. (SEGEP-MA – Auditor Fiscal da Receita Estadual – FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimento ao
Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um determinado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a:

a) 0,32
b) 0,21
c) 0,35
d) 0,18
e) 0,24

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8. (Pref. de Carpina-PE – Assistente Adiministrativo – CONPASS/2016) Efetuou-se uma pesquisa com 30 pessoas,
escolhidas aleatoriamente, para saber o número de livros que liam por ano. Com base nas respostas obtidas, elaborou-
-se o seguinte gráfico:

Pode-se afirmar que o número de pessoas que, num ano, não leem livro algum é:

a) 6
b) 2
c) 14
d) 20
e) 12

9. (Pref. Lauro Muller-SC – Auxiliar Administrativo FAPESUL/2016) Assinale a assertiva que apresenta a média arit-
mética simples, a moda e a mediana, respectivamente, da sequência (8,9,6,4,3,11,7,10,14,14).

a) 8,6 – 8 – 14
b) 8,6 – 14 – 8
c) 8,6 – 14 – 8,5
d) 8 – 14 – 9,1
e) 7,8 – 14 – 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

10. (Professor – Pref. Rio de Janeiro/2016) A tabela abaixo representa o consumo de carne mensal, em kg, de uma
determinada família durante um semestre.

A mediana das seis quantidades de carne mostradas na tabela é igual a:

a) 9,0
b) 9,2
c) 9,5
d) 9,7

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ANOTAÇÕES
GABARITO
1 C
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2 D
3 C __________________________________________________
4 B _________________________________________________
5 E
__________________________________________________
6 B
__________________________________________________
7 A
8 C __________________________________________________
9 C __________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


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ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

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