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DPE - MG
DEFENSORIA PÚBLICA DE MINAS GERAIS

Técnico da Defensoria Pública

EDITAL Nº 01/2023

CÓD: SL-012JL-23
7908433238096
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de textos................................................................................................................................................ 9
2. Tipologia textual......................................................................................................................................................................... 12
3. Gêneros textuais: estrutura e função......................................................................................................................................... 13
4. Princípios de textualidade: coesão e coerência textuais............................................................................................................ 20
5. Paragrafação............................................................................................................................................................................... 21
6. Argumentação............................................................................................................................................................................ 22
7. Conhecimentos linguísticos de acordo com a gramática tradicional: formação de palavras...................................................... 23
8. seleção vocabular....................................................................................................................................................................... 24
9. classe de palavras....................................................................................................................................................................... 25
10. colocação pronominal................................................................................................................................................................. 33
11. emprego de tempos e modos verbais........................................................................................................................................ 34
12. estruturação sintática e semântica dos termos na oração e das orações no período: coordenação e subordinação................ 35
13. regência nominal e verbal........................................................................................................................................................... 38
14. uso do sinal indicativo de crase.................................................................................................................................................. 40
15. concordância nominal e verbal................................................................................................................................................... 41
16. Variação linguística e situações de comunicação........................................................................................................................ 42
17. Emprego dos sinais de pontuação.............................................................................................................................................. 43

Informática
1. Microsoft Excel: introdução e noções básicas, compartilhamento e impressão, funções, fórmulas, operadores lógicos, erros,
importação e análise de dados, tabelas, classificação e filtragem, gráficos, tabelas dinâmicas, modelos de dados, inserção e
formatação de dados, busca e localização, layout, validação, personalização........................................................................... 53
2. Microsoft PowerPoint: introdução, colaboração, salvar e compartilhar apresentações, trabalho em conjunto, controle de
alterações, impressão e apresentação, slides e texto, imagens, gráficos e tabelas, design, modelos telas de fundo e temas,
marcas d’água, cabeçalhos e rodapés, animações, transições, áudio e vídeo............................................................................ 59
3. Microsoft Word: introdução e conceitos básicos, compartilhamento e coautoria, comentários, controle de alterações, forma-
tação de texto, lista numeradas e marcadores, espaçamento, estilos, temas, layout de página, margens, orientação, bordas,
cabeçalho e rodapé, numeração, quebra de página, sumário, tabelas, imagens, ícones, wordArt, marca d’água, régua, formas
geométricas, impressão e exportação de documentos, mala direta.......................................................................................... 65

Noções de Direito
1. Princípios constitucionais do Estado Brasileiro........................................................................................................................... 79
2. Estado Democrático de direito................................................................................................................................................... 80
3. República Federativa do Brasil: direitos e garantias fundamentais............................................................................................ 81
4. organização do Estado................................................................................................................................................................ 90
5. organização dos Poderes; atribuições dos Poderes. Poderes e deveres do administrador público............................................ 104
6. Princípios básicos da administração pública: legalidade, moralidade impessoalidade, razoabilidade, publicidade, eficiência,
segurança jurídica, motivação, ampla defesa e contraditório, e interesse público.................................................................... 120
7. Poderes administrativos.............................................................................................................................................................. 124
8. Serviços públicos. . ..................................................................................................................................................................... 126
9. Atos administrativos................................................................................................................................................................... 131

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ÍNDICE

10. Improbidade Administrativa...................................................................................................................................................... 135


11. As funções essenciais à Justiça: Ministério Público. Advocacia-Geral da União e do Estado de Minas Gerais. Defensoria Públi-
ca................................................................................................................................................................................................ 144
12. Princípios institucionais da Defensoria Pública........................................................................................................................... 148
13. Organização da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais................................................................................................. 148
14. Carreiras de Técnico da Defensoria Pública e Analista da Defensoria Pública............................................................................ 171
15. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais......................................................................................... 172
16. Súmulas, enunciados e informativos jurisprudenciais do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça............ 196
17. Teses de repercussão geral e de recursos repetitivos................................................................................................................. 196

Conhecimentos Específicos
1. Conhecimentos em administração, conceitos e funções............................................................................................................ 203
2. Ferramentas administrativas. Gráficos, planilhas, manuais, quadros, leiaute, demonstrativos, mapas administrativos, organo-
grama, fluxograma e tabelas. . ................................................................................................................................................... 209
3. Técnicas administrativas, técnicas organizativas......................................................................................................................... 210
4. Rotinas administrativas. Processos administrativos. Gestão de Processos, conceitos fundamentais........................................ 210
5. Arquivo, conceito, finalidade e função do arquivo. Classificação e tipos de arquivamento. Classificação dos documentos. Ar-
quivo fotográfico. Arquivo de catálogo impresso. Arquivos correntes e arquivos intermediários. ........................................... 216
6. Correspondência, sua classificação e caracterização. Atividades de arranjo. Atividades de descrição e publicação. Atividades
de conservação e atividades de referência. Documentos, consulta, redação e normatizações. Expedientes, informativo, rela-
tórios, ofícios, cadastros, requerimentos, parecer, cartas comerciais, circulares, atas, editais, estatutos, convites, protocolo,
registros, atestados, solicitações, procurações, notificações, convocações, bilhetes, correio eletrônico, recibos, declarações
(...). Comunicação....................................................................................................................................................................... 228
7. Comunicação organizacional conceitos, classificações e prática................................................................................................ 238
8. Recursos multimídia. Comunicação web, hipermídia................................................................................................................. 239
9. Trabalho em equipe. Personalidade e relacionamento.............................................................................................................. 240
10. Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade................................................................................................................. 242
11. Burocracia................................................................................................................................................................................... 249
12. Conhecimentos de informática. MS Office................................................................................................................................. 249
13. Noções de uso e conservação de equipamentos de escritório.Máquinas e computadores. ..................................................... 254
14. Sistema de informação de empresa. Ferramentas. Objetivos organizacionais, sentido do trabalho e comprometimento. . .... 255
15. As organizações como sistemas sociais, a organização como um sistema de papéis, desempenho de papéis.......................... 255
16. Organização, sistemas e métodos. Conceitos e práticas fundamentais...................................................................................... 255
17. Atendimento ao público. Qualidade no atendimento................................................................................................................ 256
18. Desempenho, avaliação de desempenho................................................................................................................................... 258
19. Noções fundamentais de patrimônio e inventário..................................................................................................................... 262
20. Administração de materiais e gestão de estoques, conceitos, métodos e práticas. Organização e estrutura. Localização de
materiais, classificação de materiais, inventário físico. Acondicionamento, princípios de estocagem. . ................................... 265
21. Noções de administração pública: modelos de administração pública; princípios fundamentais da administração pública; ór-
gãos, entidades e organização da administração pública; administração pública direta e indireta; descentralização, desconcen-
tração e delegação...................................................................................................................................................................... 281
22. controle interno e externo aplicados à administração pública................................................................................................... 284
23. Serviço público............................................................................................................................................................................ 289
24. Conhecimentos básicos em compras institucionais.................................................................................................................... 289

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ÍNDICE

25. Licitações e contratos na administração pública........................................................................................................................ 289


26. Noções de direito administrativo e constitucional. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021......................................................... 309
27. Conceitos fundamentais. Licitações e contratos na administração pública. Concessões. Parceria público-privada. Permissões.
Pregão......................................................................................................................................................................................... 350
28. Responsabilidade civil e administrativa...................................................................................................................................... 350
29. Constituição da República Federativa do Brasil, Título III, Capítulo VII: arts.37 a 41.................................................................. 354
30. Constituição do Estado de Minas Gerais, Título III, Capítulo I: arts. 13 a 29............................................................................... 359
31. Lei Complementar nº 65, de 16/01/2003, organiza a Defensoria Pública do estado de Minas Gerais, define sua competência,
dispõe sobre a carreira do Defensor Público e dá outras providências...................................................................................... 363
32. Lei nº 14.184, de 31/01/2002, dispõe sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Pública estadual........... 386
33. Lei nº 12.527, de 18/11/2011, que regula o acesso a informações. Decreto nº 46.644, de 06/11/2014, dispõe sobre o Código
de Conduta do Agente Público e da Alta Administração estadual. 392
34. Lei nº 13.709, de 14/08/2018, Lei Geral de Proteção de Dados................................................................................................. 398
35. Lei Estadual nº 22.790 de 27/12/2017, institui as carreiras de Técnico da Defensoria Pública e Analista da Defensoria Pública. 411
36. Deliberação nº 110, de 11/11/2019, Dispõe sobre o detalhamento das atribuições dos órgãos de apoio administrativo, dos
serviços auxiliares e dos órgãos auxiliares da Defensoria Pública do Estado, de que trata o art. 6o, IV e V, da Lei Complementar
Estadual no 65, de 16 de janeiro de 2003................................................................................................................................... 416
37. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO. Editor: Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, Módulos I, II e III............................... 432

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito 1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento. severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual. com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores. Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual): afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
Especial > 2015 afirmativa correta.
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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Gêneros Discursivos Exemplo de fato:


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- A mãe foi viajar.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Interpretação
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
dárias. sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ças sejam detectáveis.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- tro país.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do que com a filha.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um Opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
curto. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
como horas ou mesmo minutos.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- anteriores:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
imagens. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
vencer o leitor a concordar com ele. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um mos expressando nosso julgamento.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
de destaque sobre algum assunto de interesse. analisamos um texto dissertativo.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Exemplo:


za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando com o sofrimento da filha.
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo TIPOLOGIA TEXTUAL
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
Definição Geral: as tipologia textuais classificam os textos de
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO acordo com seus aspectos linguísticos, em termos de estruturação
e apresentação. Também podem ser denominados tipos textuais,
Fato modo textual ou ainda de organização do discurso, essas
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência categorizações consistem em formas distintas sob as quais um
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é texto pode ser apresentado, com fins de responder a diferentes
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- propósitos comunicativos.
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.

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Critérios utilizados pela tipologia textual: elementos sintáticos, de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos
objetivo da comunicação, vocabulário, estrutura, construções tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto
frásicas, linguagem, emprego dos tempos verbais, modo de com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais
interação com o leitor, conexões lógicas, entre outros.   são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
Objetivos comunicativos: os elementos que compõem um as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe
texto diversificam-se conforme a finalidade do texto, que pode ser abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
narrar, argumentar, informar, descrever e etc.   inserem em cada tipo textual:
Os tipos de texto: de acordo com as tipologias textuais, um Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação,
texto pode ser narrativo, descritivo, dissertativo (argumentativo e desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
expositivo) ou explicativo (prescritivo e injuntivo). pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
Tipologia textual x gênero textual: são dois modos de ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
classificação de um texto que se baseiam em critérios distintos. e fábulas.
Enquanto o gênero textual se dedica aos aspectos formais (modelo Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
de apresentação do texto e função social), as tipologias textuais lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
têm seu foco na estrutura linguística de um texto, na organização texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
do discurso e suas características morfossintáticas. em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
— Texto dialogal Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
Essa tipologia apresenta um diálogo entre, pelo menos, dois ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
locutores. O que difere essa classe da narração é o fato de que, no conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
texto dialogal, o narrador não é obrigatório e, nos casos em que ele jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
se apresenta, sua função se limita a introduzir o diálogo; este, por expositivos.
sua vez, se dará na primeira pessoa. Os principais gêneros textuais Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
que se enquadram nessa tipologia são: peças de teatro, debates, de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
entrevistas, conversas em aplicativos eletrônicos.   caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
As principais características do texto dialogal: composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
– Predomínio dos verbos na primeira pessoa do singular; argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
– Discurso direto: emprego de verbos elocutivos e dos sinais abaixo-assinado.
dois-pontos, aspas ou travessões para, respectivamente, indicar o Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
princípio de uma fala ou para marcá-las; orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
– Traços na linguagem oral. procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
— Texto explicativo a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
A finalidade básica dessa tipologia é instruir o leitor em relação de instruções, entre outros.
a um procedimento específico. Para isso, o texto expõe informações Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
que prepara o leitor para agir conforme uma determinada o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
conduta. Essa tipologia se divide dois subtipos: impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
– Texto explicativo prescritivo: exige que o leitor se conduza de siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
um modo determinado. Ex.: editais de concursos, leis e cláusulas texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
contratuais.
– Texto explicativo injuntivo: permite que o leitor proceda com
certa autonomia. Ex.: manuais de instruções, receitas culinárias e GÊNEROS TEXTUAIS: ESTRUTURA E FUNÇÃO.
bulas.
GÊNEROS TEXTUAIS
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
Na hora de escrever, é necessário pensar qual a situação de
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
escrita proposta. Diversas são as situações de comunicação e seu
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
texto pode se estruturar de diversas maneiras de acordo com a situ-
classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
ação e com o objetivo de comunicação.
são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
Existem situações comunicativas em que a linguagem é usada
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
de uma forma mais padronizada. Por exemplo, quando você precisa
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
ensinar alguém a fazer um bolo, a linguagem aparece quase sem-
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
pre na forma de uma receita. Se a intenção for anunciar ou vender
um determinado produto utilizamos anúncios publicitários. Se o
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais
objetivo for, no entanto, relatar para a população um fato ocorrido,
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
recorremos à notícia. Ou seja, quantas forem as situações de comu-
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
nicação, assim serão as diversas formas de uso da linguagem.
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
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Há aquelas constituídas pelo verbal (representadas na imagem vo-argumentativo, injuntivo, preditivo e dialogal. Cada uma dessas
pelo livro, pela pena e o papel), outras pelo visual (representadas na classificações varia de acordo como o texto se apresenta e com a
imagem pela câmera fotográfica, pela paleta e o pincel, pelas más- finalidade para o qual foi escrito.
caras do teatro mudo), aquelas constituídas pelo vocal (representa- Exporemos abaixo os gêneros discursivos mais comuns. Cada
das na imagem pela nota musical, pelas imagens de instrumento), um dos gêneros são agrupados segundo a predominância do tipo
e ainda as constituídas pela junção dessas três linguagens (repre- textual.
sentadas pelo cinema e pelo teatro). Em cada uma dessas situações
a linguagem se comporta de formas características, com forma e Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narra-
conteúdo específicos. tivo
Esses textos mais cristalizados que utilizamos recorrentemente
em nosso cotidiano de acordo com as situações diversas de comu- Romance
nicação são chamados de gêneros textuais. Eles dizem respeito a É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem
forma como a língua é estruturada nos textos nas interações em definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des-
sociedade. critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As
Ao longo do tempo, de acordo com as diversas situações sócio- ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de
-comunicativas-culturais, são elaborados diferentes gêneros. Cada um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher,
um possui uma forma de organização da linguagem, com conteú- muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances
do (assunto) característico daquele tipo de situação comunicativa e com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li-
pode estar mais aberto ou mais fechado ao estilo (marca pessoal) gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as
de escrita do autor. reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais
. É importante lembrar que um texto não precisa ter apenas um (retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis-
gênero textual, porém há apenas um que se sobressai. Os textos, tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos
tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer al- os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães
gum tipo de comunicação, possuem algumas características básicas Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o texto
se encaixa. Algumas dessas características são: o tipo de assunto Conto
abordado, quem está falando, para quem está falando, qual a fi- É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,
nalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen-
instrucional, etc.). te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-
-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
Distinguindo Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma
narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma
Existem diferentes nomenclaturas1 relacionadas à questão dos única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação
gêneros, porém nem todas se referem a mesma coisa. É essencial já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes
saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo tex- e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a
tual. Cada uma dessas classificações é referente aos textos, porém construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
é preciso ter atenção, cada uma possui um significado totalmente Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrati-
diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
literário e um tipo textual: contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto
Gênero Textuais: referem-se às formas de organização dos tex- mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con-
tos de acordo com as diferentes situações de comunicação. Podem tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
ocorrer nas diferentes esferas de comunicação (literária, jornalísti- sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté-
ca, digital, judiciária, entre outras). São exemplos de gêneros textu- rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério.
ais: romance, conto, receita, notícia, bula de remédio.
Gênero Literário – são os gêneros textuais em que a consti- Fábula
tuição da forma, a aplicação do estilo autoral e a organização da É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As
linguagem possuem uma preocupação estética. São classificados de personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir
acordo com a sua forma, podendo ser do gênero lírico, dramático alguma lição de moral.
ou épico. Pode-se afirmar que todo gênero literário é um gênero
textual, mas nem todo gênero textual é um gênero literário. Novela
Tipo Textual - é a forma como a linguagem se estrutura dentro É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi-
de cada um dos gêneros. Refere-se ao emprego dos verbos, poden- dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído
do ser classificado como narrativo, descritivo, expositivo, dissertati- por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife-
rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo.
1 O gênero textual também pode ser denominado de gênero discursivo. Essa Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista,
nomenclatura se altera de acordo com a perspectiva teórica, sendo que em uma de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
as questões discursivas ideológicas e sociais são levadas mais em consideração,
enquanto em outra há um enfoque maior na forma. Nesse momento não trabalha-
remos com essa diferença.

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Crônica Verbete de dicionário


É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor
linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de conceitos e significados de palavras de uma língua.
crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti-
go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira Relatório Científico
vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe- Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de
cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados.
entre outros.
Conferência
Diário Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam-
É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado
há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral.
que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
momentos desabafar. Veja um exemplo: expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc.

“Domingo, 14 de junho de 1942 Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos


Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quan-
do o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversá- Artigo de Opinião
rio. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não É comum2 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas,
contava.) nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen-
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através
de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levan- do artigo de opinião.
tar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem
quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre- apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini-
gando-se em minhas pernas.” ões.
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais
do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri-
tivo Discurso Político
O discurso político3 é um texto argumentativo, fortemente per-
Currículo suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações
Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos
uma determinada pessoa. e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade
Laudo e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em
Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias, períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res-
tanto em questões médicas como em questões técnicas. posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis-
descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas- curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para
sificados; etc. que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem.
Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo- da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
sitivo e sentimentos.
O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida
Resumos e Resenhas do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine- cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável
matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra- pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça
balho de forma resumida. onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado
com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese- na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo.
nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são
estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de- 2 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-
vido a suas críticas ou elogios. -SIMPATICO
3 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
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O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci- Notícia


dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos, Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua
recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor-
de sedução, através de recursos estéticos como certas construções, mar algo que aconteceu.
metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis-
da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome- tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada
tendo o que pode ser feito. ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge-
ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais
Requerimento ou revistas.
Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri- Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara,
mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen- objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam
to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta- ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma
ção com vistas ao convencimento vez que se trata de uma informação.

Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos Editorial


argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc. O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa-
rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com-
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun- põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos
tivo opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar
Bulas de remédio certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam
A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja,
aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi-
instruções quanto ao seu uso. cados, entre outros.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam
Manual de instruções as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do au-
O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
procedimentos de uso ou montagem de um determinado equipa- (revista, jornal, rádio, etc.).
mento. Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi-
toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injunti- Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar
vos são: receitas culinárias, instruções em geral. em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos
em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescri- em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão
tivo formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin-
gular, ocupa lugar de destaque.
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescri-
tivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos; Reportagem
receitas médicas, etc. Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos
meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo
Outros Exemplos mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques-
tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so-
Carta mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen-
destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no
formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do
intimidade. fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes es- de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu-
tilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como
cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo todo texto jornalístico.
da carta e para finalizar a despedida. O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri-
Propaganda buindo para formar sua opinião.
Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio- A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi-
ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua- ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de
gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem
fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa- acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais
ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é
claro e objetivo.

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informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im- Acróstico


pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for-
fatos ou sua interpretação.4 mam uma palavra ou frase. Ex.:

Gêneros Textuais e Gêneros Literários Amigos são


Muitas vezes os
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe- Irmãos que escolhemos.
rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re- Zelosos, eles nos
ferem apenas aos textos literários. Ajudam e
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e
formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité- Eterna
rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. https://www.todamateria.com.br/acrostico/
- Gênero lírico;
- Gênero épico ou narrativo; Balada
- Gênero dramático. Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se
Gênero Lírico destinam à dança.
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo- Canção (ou Cantiga, Trova)
ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente Poema oral com acompanhamento musical.
os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
função emotiva da linguagem. Gazal (ou Gazel)
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
Elegia
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor- Soneto
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema tos e dois tercetos.
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William
Shakespeare. Vilancete
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
Epitalâmia nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro-
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é Gênero Épico ou Narrativo
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
Ode (ou hino) o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom- a crônica, a fábula.
panhamento musical.
Épico (ou Epopeia)
Idílio (ou écloga) Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com
diálogos (muito rara). Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
Sátira expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
tos políticos, ou pessoas de relevância social. cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
Acalanto caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
Canção de ninar. cke.

4 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação.


São Paulo, Atual Editora, 2000
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Gênero Dramático valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnivelamento.


Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onis-
tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte- ciente, em resumo, o todo-poderoso. Os seres humanos, os ouvin-
ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os tes, são mortais, efêmeros e finitos.
papéis das personagens nas cenas. - Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se
fala em seus representantes (Padre, pastor, profeta), essa é uma
Tragédia forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar os mecanismos de incorporação da voz, aspecto que caracteriza a
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re- mistificação.
presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em - O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve seguir regras restritas
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare. reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se
manter distância entre ‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’.
Farsa - A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de não podem ser quaisquer sentidos: o discurso religioso tende forte-
processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca- mente para a monossemia”.
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o - Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano hu-
engano. mano e plano divino; ordem temporal e ordem espiritual; sujeitos e
Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano
Comédia para outro e pode ter duas direções: de cima para baixo, ou seja,
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu- propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para
lares. cima, quando o homem se alça a Deus, principalmente, através da
visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’.
Tragicomédia - Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis,
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- “os convictos dos não-convictos. Logo, é o parâmetro pelo qual de-
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. limita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em
suas duas formações características: para os que creem, o discurso
Poesia de cordel religioso é uma promessa, para os que não creem é uma ameaça.
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estru-
realidade vivida por este povo. turas rígidas quanto aos papéis dos interlocutores (a divindade e os
seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são
Discurso Religioso5 intocáveis. “Deus define-se (...) a si mesmo como sujeito por exce-
lência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele que
A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a aborda- interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.”
gem das relações (internas e recíprocas) entre linguagem e socie- Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e
dade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são do vocativo – características inerentes de discursos de doutrinação;
resultantes da estruturação social da linguagem que os consome uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura
e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também apropriada para as metáforas utilizadas; uso de citações no original
potencialmente transformadores dessa estruturação social da lin- (grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso através de
guagem, assim como os eventos sociais são tanto resultado quanto perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o má-
substrato dessas estruturas sociais. ximo o efeito de sentido advindo da língua original; o uso de perfor-
O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espon- mativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso
tânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais informal”; enquanto de sintagmas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas.
o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o
religiosa e o sagrado se faz por uma sistematização dogmática das uso de determinadas formas simbólicas do DR como as parábolas, a
verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a
faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo vida eterna, o galardão, entre outros. Acrescenta-se também como
cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém, podemos falar em DR marca a intertextualidade.
de maneira globalizante.
Assim, temos: Discurso Jurídico6
- Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ou-
vinte – o locutor está no plano espiritual (Deus), e o ouvinte está no O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico
plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são to- e dominante, baseado numa estrutura de exclusão e discriminação
talmente diferentes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homos-
5 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/downloa- sexuais, as mulheres, etc. A especificidade da linguagem jurídica,
d/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20aquele,discur- e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área
so%20(Orlandi%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20no%20plano%20 (advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das es-
espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores). 6 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/download/23353/21030/0
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tratégias utilizadas pelo sistema jurídico para manter o discurso le- Percebe-se, então, que o texto técnico possui características
gal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de que o diferenciam dos demais tipos de textos. No entanto, não se
análises e críticas. deve afirmar que ele seja desprovido de marcas autorais. Tanto é
Como em todo discurso dominante, as posições de poder cria- verdade, que alguns autores de textos técnicos não dispensam o
das para os participantes de textos legais são particularmente assi- uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes
métricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu; que têm a função de modalizar o discurso.
entre o juiz e as testemunhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma
um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso privi- implícita e/ou explícita. Sob essa última forma, verificam-se o apa-
legiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos recimento de construções específicas, tais como as nominalizações,
textos legais). Portanto, é a visão de mundo do juiz que prevalece a voz passiva, o emprego de determinadas conjunções e preposi-
nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas. ções.
Além de relações de poder, os textos legais também expressam
relações de gênero. A lei e a cultura masculina estão intimamen- Discurso Acadêmico/Científico8
te ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado
por homens (só recentemente as mulheres passaram a fazer parte O texto como objeto abstrato se configura no campo da lin-
de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão guística como teoria geral. Já discurso é uma realidade de intera-
masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos le- ção-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos,
gais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas, etc.) estão expostas a um como objetos concretos, são aqueles que se apresentam completos
duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre
ocupam uma posição desfavorecida se comparadas com militantes produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se
legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo, elas são estig- que texto e discurso se complementam, pois, para o autor, “a sepa-
matizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento ração do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”,
social e sexual avaliado e controlado pelo discurso jurídico. o que leva à distinção entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e
discurso são unidades complementares.
Discurso Técnico7 A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre
o que vem ser discurso científico. Para Guimarães é aquele em que
Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas carac- “o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor
terísticas intrínsecas, as quais são responsáveis pelo “rótulo” que é fazer o leitor ou pesquisador saber como os resultados daquela
cada tipo textual carrega. pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir os
Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares.
são percebidas, de maneira mais ou menos clara pelo leitor/ouvin- Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação
te. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se da linguagem que circula na comunidade científica em todo o mun-
destinam. do. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva
Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo con- sobre um objeto, que é metodologicamente analisado à luz de uma
cordam que ele apresenta as seguintes características: teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá apenas
• Linguagem monossêmica; pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também
• Vocabulário específico ou léxico especializado; pela aceitabilidade dos pares que compõem a comunidade espe-
• Objetividade; cífica.
• Emprego de voz passiva; Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunica-
• Preferência pelo emprego do tempo verbal presente. ção científica está respaldada em parâmetros normativos referen-
tes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o
As características apontadas acima coadunam-se com o obje- discurso acadêmico se estabeleceu dentro de convenções instituí-
tivo principal de qualquer produção de cunho técnico: transmissão das pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se expres-
de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetivida- sa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza,
de e a neutralidade sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se precisão, modéstia, simplicidade, fluência, dentre outros.
pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a
autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações. problemática entre o discurso informativo (DI) e discurso científico
Quando há a troca da 3ª pessoa do singular pela 1ª pessoa do plu- (DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da
ral, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu in- prova. “[...] o primeiro se atém essencialmente a uma prova pela
terlocutor, tornando-o um parceiro “na assunção das informações designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemu-
dadas, numa forma de estratégia argumentativa.” nho, do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a
Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa apa- prova num programa de demonstração racional.”.
rece de modo mais intenso e explícito em alguns textos e de modo Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é
menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirma- transmitir uma verdade através dos fatos. Já o discurso científico se
ção dessas autoras, cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumen-
sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou tatividade. E mais, este deve se comprometer com a logicidade das
imparcial. ideias para estas se tornem mais convincentes.
8 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/
MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_.pdf?se-
7 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/ quence=1&isAllowed=y
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Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro-
esfera de comunicação relativamente definida chamada de comuni- cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas
dade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar mo- que diferenciam o texto literário de outros textos.
delos de discurso acadêmico que já se tornaram consagrados para A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen-
essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará especifica- ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural-
mente alguns deles. mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção
O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época
uma organização de ideias advindas de bibliografias selecionadas ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de
sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma aná- pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu-
lise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já consagrado dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra
pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen-
autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia tativo do ser humano.
pertinente ao tema; levantamento de dados específicos da área sob
estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis;
análise e interpretação das informações; conclusões e resultados. PRINCÍPIOS DE TEXTUALIDADE: COESÃO E COERÊNCIA
No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica, TEXTUAIS.
faz-se uma análise interpretativa de dados primários, com apoio de
fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, mode-
los ou teorias. A partir dos dados primários e secundários, o autor — Definições e diferenciação
/pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao modelo Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
objetivo proposto; bibliografia e dados secundários; teoria perti- entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais
nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá- para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão
rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica; textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação
análise; conclusões e resultados. interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação
No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/ externa da mensagem.
pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre
um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico — Coesão Textual
adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi- Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado
tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi- parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se
zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre- realiza por meio de palavras denominadas conectivos.
tação das informações; conclusões e resultados.
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades, As técnicas de coesão
mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos
bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico. principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como
Discurso Literário9 endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi-
mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta- As regras de coesão
mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as
está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ- regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
ência das instituições que o cercam na escolha de determinados
procedimentos de linguagem. Referência
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de ele- – Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos Exemplo:
realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que «Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de
demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite- departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica
rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex- (retoma termo já mencionado).
traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do
movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização – Comparativa: emprego de comparações com base em
da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis- semelhanças.
tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma Exemplo:
obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em “Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é comparativa endofórica.
a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina-
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
9 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Lin- demonstrativos.
guaPortuguesa/artigo12.pdf
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Exemplo: Fatores de Coerência


“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” – As inferências: se partimos do pressuposto que os
Temos uma referência demonstrativa catafórica. interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências
podem simplificar as informações.
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja Exemplo:
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido. “Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
Analise o exemplo: voltagem da lavadora é 220w”.
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
quaisquer informações ao texto. memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
Exemplo: sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que Exemplo:
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
ciente de que o locutor está procurando por Ana.
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações. frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
Exemplo: chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente nada têm a ver com o Natal.
aconteceu.” Conjunção concessiva.

– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem


parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido PARAGRAFAÇÃO
aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
entre outros.
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
Exemplo:
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
dando conta da demanda populacional.”
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
— Coerência Textual
e o do leitor.
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
Parágrafo
dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma-
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto
prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre-
dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
sentada na introdução.
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos:
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
inacabado.
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos
parágrafos curtos, é raro haver conclusão.
não consomem produtos de origem animal.
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz
Princípios Básicos da Coerência
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
prova.

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Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e – Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possível marcos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo:
usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até “A desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. desempenhadas instituições e pela população desde o início do
século XVI, conhecido como período escravista.”
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado – Argumentação de exemplificação: recorre a narrativas do
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras cotidiano para chamar a atenção para um problema e, com isso,
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma auxiliar na fundamentação de uma opinião a respeito. Exemplo:
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias “Os casos de feminicídio e de agressões domésticas sofridas pelas
conclusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. mulheres no país são evidenciados pelos sucessivos episódios de
violência vividos por Maria da Penha no período em que ela esteve
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- casada com seu ex-esposo. Esses episódios motivaram a criação de
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais uma lei que leva seu nome, e que visa à garantia da segurança das
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as mulheres.”
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí- – Argumentação de comparação: equipara ideias divergentes
odo, e o tópico que o antecede. com o propósito de construir uma perspectiva indicando as
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto diferenças ou as similaridades entre os conceitos abordados.
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também Exemplo: No reino Unido, os desenvolvimentos na educação
para a clareza do texto. passaram, em duas décadas, por sucessivas políticas destinadas
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- ao reconhecimento do professor e à sua formação profissional. No
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas Brasil, no entanto, ainda existe um um déficit na formação desses
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, profissionais, e o piso nacional ainda é muito insuficiente.”
sem coerência. – Argumentação por raciocínio lógico: recorre-se à relação
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta- de causa e efeito, proporcionando uma interpretação voltada
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. diretamente para o parecer defendido pelo emissor da mensagem.
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es- Exemplo: “Promover o aumento das punições no sistema penal
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento em diversos países não reduziu os casos de violência nesses locais,
mais direto. assim, resultados semelhantes devem ser observados se o sistema
penal do Brasil aplicar maiores penas e rigor aos transgressores das
leis.”
ARGUMENTAÇÃO Os gêneros argumentativos
– Texto dissertativo-argumentativo: esse texto apresenta um
— Definição tema, de modo que a argumentação é um recurso fundamental de
Argumentação é um recurso expressivo da linguagem seu desenvolvimento. Por meio da argumentação, o autor defende
empregado nas produções textuais que objetivam estimular as seu ponto de vista e realiza a exposição de seu raciocínio. Resenhas,
reflexões críticas e o diálogo, a partir de um grupo de proposições. ensaios e artigos são alguns exemplos desse tipo de texto.  
A elaboração de um texto argumentativo requer coerência e – Resenha crítica: a argumentação também é um recurso
coesão, ou seja, clareza de ideia e o emprego adequado das fundamental desse tipo de texto, além de se caracterizar pelo pelo
normas gramaticais. Desse modo, a ação de argumentar promove juízo de valor, isto é, se baseia na exposição de ideias com grande
a potencialização das capacidades intelectuais, visto que se pauta potencial persuasivo.
expressão de ideias e em pontos de vista ordenados e estabelecidos – Crônica argumentativa: esse tipo de texto se assemelha aos
com base em um tema específico, visando, especialmente, artigos de opinião, e trata de temas e eventos do cotidiano. Ao
persuadir o receptor da mensagem. É importante ressaltar que a contrário das crônicas cômicas e históricas, a argumentativa recorre
argumentação compreende, além das produções textuais escritas, ao juízo de valor para acordar um dado ponto de vista sempre com
as propagandas publicitárias, os debates políticos, os discursos vistas ao convencimento e à persuasão do leitor.  
orais, entre outros.   – Ensaio: por expor ideias, pensamentos e pontos de vista,
esse texto caracteriza-se como argumentativo. Recebe esse
Os tipos de argumentação nome exatamente por estar relacionado à ação de ensaiar, isto
– Argumentação de autoridade: recorre-se a uma é, demonstrar as proposições argumentativas com flexibilidade e
personalidade conhecida por sua atuação em uma determinada despretensão.
área ou a uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os – Texto editorial: dentre os textos jornalísticos, o editorial é
conceitos influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao aquele que faz uso da argumentação, pois se trata de uma produção
parecer de um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre que considera a subjetividade do autor, pela sua natureza crítica e
os riscos de contrair o novo corona vírus.   opinativa.
– Artigos de opinião: são textos semelhantes aos editoriais, por
apresentarem a opinião ao autor acerca de assuntos atuais, porém,
em vez de uma síntese do tema, esses textos são elaborados por
especialistas, pois seu objetivo é fazer uso da argumentação para
propagar conhecimento.
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Exemplos
CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS DE ACORDO COM A GRA- chaLeira, cafeZal.
MÁTICA TRADICIONAL: FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico
da língua baseia-se em dois principais processos morfológicos
(combinação de morfemas): a derivação e a composição.
As palavras são formadas por estruturas menores, com signifi-
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra
cados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem para
derivada) com base em uma outra que já existe na língua (palavra
a formação das palavras.
primitiva ou radical).
Estrutura das palavras
1 – Prefixal por prefixação: um prefixo ou mais são adicionados
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas
à palavra primitiva.
menores - os morfemas, também chamados de elementos mórfi-
cos:
– radical e raiz; PALAVRA
PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA
– vogal temática; DERIVADA
– tema; inf fiel infiel
– desinências;
– afixos; sobre carga sobrecarga
– vogais e consoantes de ligação.
2 – Sufixal ou por sufixação: é a adição de sufixo à palavra
Radical: Elemento que contém a base de significação do vocá- primitiva.
bulo.
Exemplos PALAVRA PALAVRA
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR. SUFIXO
PRIMITIVA DERIVADA

Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos. gol leiro goleiro
feliz mente felizmente
Dividem-se em:
3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do
Nominais sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para formação de uma
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos. nova palavra.
Exemplos
pequenO, pequenA, alunO, aluna.
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas. PALAVRA PALAVRA
PREFIXO SUFIXO
PRIMITIVA DERIVADA
Verbais inf feliz – Infeliz
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos – feliz mente Felizmente
Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo) des igual – desigual
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número) – igual dade igualdade

Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem. 4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo
Exemplos e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemente do tipo
1ª conjugação: – A – cantAr anterior, para existência da nova palavra, ambos os acréscimos são
2ª conjugação: – E – fazEr obrigatórios. Esse processo parte de substantivos e adjetivos para
3ª conjugação: – I – sumIr originar um verbo.
Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica PALAVRA PALAVRA
PREFIXO SUFIXO
oposição masculino/feminino. PRIMITIVA DERIVADA
Exemplos em pobre cer empobrecer
livrO, dentE, paletó.
em trist ecer estristecer
Tema: União do radical e a vogal temática.
Exemplos
CANTAr, CORREr, CONSUMIr.

Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se inter-


põem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
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5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra derivada. Esse origina
substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras recebem o nome de deverbais. Tal composição
ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das
vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”

VERBO RADICAL DESINÊNCIA VOGAL TEMÁTICA SUBSTANTIVO


debater debat er e debate
sustentar sustent ar o sustento
vender vend er a venda

6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva, mas não modifica
sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me para jantar”, mas também pode ser um substantivo na
frase “O jantar estava maravilhoso”.

Composição: é o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se realizar por
justaposição ou por aglutinação.   
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira + sol = girassol.  
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta + arte = destarte.

SELEÇÃO VOCABULAR

Adequação vocabular” é adequar as palavras a situação de fala. As gírias, por exemplo, podem ser perfeitamente ajustadas a certos
contextos.
A adequação vocabular trata das corretas situações em que devemos usar as melhores situações vocabulares. Isto é, trata dos mo-
mento em que determinadas linguagens devem ser usada.
É o caso por exemplo de quando estamos diante de uma situação informal, com amigos, e conhecidos, onde podemos usar gírias
além de demais palavras menor formais. Diferente de situações em que estamos diante de momento mais formais, como o trabalho por
exemplo.

O ato de escrever
O que para alguns parece fácil e agradável, para outros representa um sacrifício sem perspectivas favoráveis. Nas práticas escolares,
não se prepara o aluno para ser escritor, mas para escrever satisfatoriamente numa linguagem que revele precisão vocabular e clareza de
ideias.
Um texto correto e preciso resulta de um pensamento organizado, ao qual se somam a capacidade para aproveitar os recursos ex-
pressivos da língua e a interpretação analítica da realidade, em especial na dissertação. Qualquer que seja a modalidade redacional, sua
finalidade é concretizar a comunicação de ideias (conteúdo), valorizadas por uma expressão estética da linguagem (forma). Não basta,
pois, saber o que escrever, mas como escrever.
As dificuldades para redigir podem ter origem na timidez, no receio da iniciativa inovadora, na falta de estímulos, em métodos didáti-
cos desinteressantes ou ainda num conjunto de fatores que bloqueiam a escrita.
Há quem atribua as deficiências da escrita aos meios de comunicação de massa que, saturando nossos sentidos com imagem e som,
pouco exigem de nossa capacidade reflexiva, ocupando um espaço que poderia ser preenchido pela leitura.
Quaisquer que sejam os entraves na escrita, é no aprimoramento da linguagem que temos o instrumento mais eficaz para expressar
o pensa mento. A habilidade com que a usamos permite-nos apreender o mundo e agir sobre ele.
Ao escrevermos, fazemos da linguagem nossa conquista maior, combinando as impressões dos sentidos, a vivência pessoal e o pensa-
mento crítico. Para aperfeiçoar o exercício redacional, devemos aguçar a capacidade de interpretação, o espírito questionador e analítico,
bem como o desprendimento para criar e inovar.
Assim, a redação, como atividade compensadora e satisfatória, é produto de um saber linguístico, da ordenação do pensamento e da
imaginação criadora, num contínuo e diletante processo de aprendizagem.

Da palavra ao texto
A palavra existe a serviço da comunicação. As circunstâncias históricas, o mundo concreto e os anseios espirituais, ao longo de seus pro-
cessos de desenvolvimento, foram criando a necessidade de nomeação dos objetos. Assim, o desejo de comunicar nossas ideias fica mediado por
uma unidade menor que se chama signo. O signo é o símbolo dos objetos ou ideias que queremos veicular (oral ou textualmente): a maneira de
articular as palavras e de organizá-las na frase, no texto determina nosso discurso, nosso estilo (forma de expressão pessoal).

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A linguagem culta ou padrão


É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas
instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, con-
ferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.

A linguagem popular ou coloquial


É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios
de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem po-
pular está presente nas mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV
(sobretudo os de auditório), novelas, expressão dos estados emocionais etc.

CLASSE DE PALAVRAS

— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

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PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer
que seja nomeado.

Os tipos de adjetivos
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo
lamentável).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  

O gênero dos adjetivos


Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” / “Ana
é uma amiga leal.”  
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina
travessa”.

O número dos adjetivos


Por concordarem com o número do substantivo a que se referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, a sua
composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo (compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).

Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quanto o anterior.”  


Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do que Luciana.”
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento do que a equipe.”   
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, podendo ser:
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.”
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”

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Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: Pronomes pessoais


– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
Pronome adjetivo (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses um correspondente oblíquo.
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer CASO RETO CASO OBLÍQUO
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o Eu Me, mim, comigo.
substantivo comum professora). Tu Te, ti, contigo.

Locução adjetiva Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.


Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, Nós Nos, conosco.
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
Vós Vos, convosco.
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
Exemplos: Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
– Paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe os exemplos:
– Associação de comércios (associação comercial). – Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível
é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
— Verbo – Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las,
têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe Pronomes possessivos
o exemplo do verbo “nutrir”: Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu pessoa do discurso.
significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, PESSOA DO DISCURSO PRONOME
tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular
ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo 1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
(pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse 2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; 3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas
tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o
regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito Pronomes de tratamento
do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados
vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles
conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar têm a função de promover uma referência direta do locutor para
duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o
fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome
seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução
(diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda
— Pronome pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem verbos devem ser usados em 3a pessoa.
fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
relativos.

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PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1a pessoa Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

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CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

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— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:
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CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.

Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
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– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e Classificação das preposições


feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/ Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.   podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
Exemplo: A carne de segunda está na promoção.   outras.
Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
quartos (¾), 1/12 avos.   por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de Locuções prepositivas
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.    Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. prepositivas.
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.  
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando abaixo de de acordo junto a
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, acerca de debaixo de junto de
duplos sentidos. acima de de modo a não obstante

Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem a fim de dentro de para com
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 à frente de diante de por debaixo de
unidades).
antes de embaixo de por cima de
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. a respeito de em cima de por dentro de
atrás de em frente de por detrás de
— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações através de em razão de quanto a
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e com respeito a fora de sem embargo de
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, — Interjeição
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc.,
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades
gera significado e sentido, esteja presente, possui um valor menor. autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
Classificação das preposições também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do
Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, – Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
sob, sobre, trás. – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»
ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades Os tipos de interjeição
linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas De acordo com as reações que expressam, as interjeições
conforme o contexto. podem ser de:

Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei


o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!”
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/ ALÍVIO “Ah!, “Ufa!”
instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
valor estrutural (gramática). APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!”

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APLAUSO “Bravo!”, “Bis!” Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
indicativo: Trago-te flores.
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!” Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
DESEJO “Tomara!” posição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
DOR “Ai!”, “Ui!” outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!” Apressei-me a convidá-los.
ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
Mesóclise
IMPACIÊNCIA Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
“Puxa!”
(FRUSTRAÇÃO)
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!” Dir-lhe-ei toda a verdade.
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!” Far-me-ias um favor?

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de


COLOCAÇÃO PRONOMINAL qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Colocação do pronome átono nas locuções verbais
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
após o verbo – ênclise. não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Exemplos:
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Devo-lhe dizer a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Devo dizer-lhe a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- do auxiliar ou depois do principal.
dique a eufonia da frase. Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Próclise Não devo dizer-lhe a verdade.
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. auxiliar.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- do infinitivo.
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Exemplos:
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Hei de dizer-lhe a verdade.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Tenho de dizer-lhe a verdade.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Observação
tudo dá. Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- Devo-lhe dizer tudo.
tentos são para nos prejudicarem. Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.

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Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, dançaría-


mos, dançaríeis, dançariam.
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS

2ª Conjugação: -ER
Flexão de tempo e de modo: os tempos situam o fato ou a
ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em plena Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos, comes-
básicas, mas não únicas, são: presente, pretérito e futuro. tes, comeram.
Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos, co-
O modo indica as diversas atitudes do falante com relação ao
míeis, comiam.
fato que enuncia. São três os modos:
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão. Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras, comera,
O fato é ou foi uma realidade. Apresenta presente, pretérito perfei- comêramos, comêreis, comeram.
to, imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá, comeremos,
pretérito. comereis, comerão.
- Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de dú-
vida, exprime uma possibilidade. O subjuntivo expressa uma incer- Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria, comería-
teza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente, pretérito mos, comeríeis, comeriam.
imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Lourdes; Se tivesse dinhei-
ro compraria um carro zero; Quando o vir, dê lembranças minhas. 3ª Conjugação: -IR
- Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um dese-
Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
jo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um pedido,
uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e imperativo nega- Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes,
tivo. partiram.
Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos, par-
Emprego dos Tempos do Indicativo tíeis, partiam.
- Presente do Indicativo: para enunciar um fato momentâneo.
Ex.: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que ocorre com fre- Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira, partí-
quência. Ex.: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. Na ramos, partíreis, partiram.
indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais. Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá, partiremos,
Ex.: A água é incolor, inodora, insípida. partireis, partirão.
- Pretérito Imperfeito: para expressar um fato passado, não Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos,
concluído. Ex.: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava muito partiríeis, partiriam.
bem.
- Pretérito Perfeito: é usado na indicação de um fato passado Emprego dos Tempos do Subjuntivo
concluído. Ex.: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi... - Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou duvi-
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: expressa um fato passado ante- doso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição. Ex.: Duvido de
rior a outro acontecimento passado. Ex.: Nós cantáramos no con- que apurem os fatos; Que surjam novos e honestos políticos.
gresso de música. - Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condição
- Futuro do Presente: na indicação de um fato realizado num ou hipótese. Ex.: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade.
instante posterior ao que se fala. Ex.: Cantarei domingo no coro da - Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode ou
igreja matriz. não acontecer. Quando você fizer o trabalho, será generosamente
- Futuro do Pretérito: para expressar um acontecimento poste- gratificado.
rior a um outro acontecimento passado. Ex.: Compraria um carro se
tivesse dinheiro 1ª Conjugação –AR
Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós
1ª Conjugação: -AR dancemos, que vós danceis, que eles dancem.
Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam. Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se ele
Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, dan- dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles danças-
çastes, dançaram. sem.
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele
Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava, dançáva- dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quando
mos, dançáveis, dançavam. eles dançarem.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: dançara, dançaras, dançara,
dançáramos, dançáreis, dançaram. 2ª Conjugação -ER
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós
Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará, dançare-
comamos, que vós comais, que eles comam.
mos, dançareis, dançarão.
Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele co-
messe, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles comessem.
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Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele co- Frase


mer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando eles Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
comerem. que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
3ª conjugação – IR não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
partamos, que vós partais, que eles partam. discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele par-
tisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem. A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada,
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele partir, a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles partirem. compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.”
Emprego do Imperativo Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” ,
Imperativo Afirmativo sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a
- Não apresenta a primeira pessoa do singular. já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do sub- ser compreendida pelo interlocutor.
juntivo.
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”. Oração
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo. É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração,
Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós ama- desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem
mos, vós amais, eles amam. sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame, importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
Imperativo afirmativo: ama tu, ame ele, amemos nós, amai vós, 1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não
amem vocês. contém verbo.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase
Imperativo Negativo como oração.
- É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira
pessoa do singular. Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma
- Não retira os “s” do tu e do vós. oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No
Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. “Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem.
Imperativo negativo: não ames tu, não ame você, não amemos Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
nós, não ameis vós, não amem vocês. ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
sintática diferente.
Além dos três modos citados (Indicativo, Subjuntivo e Impera-
tivo), os verbos apresentam ainda as formas nominais: infinitivo –
impessoal e pessoal, gerúndio e particípio. Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
ESTRUTURAÇÃO SINTÁTICA E SEMÂNTICA DOS TERMOS compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
NA ORAÇÃO E DAS ORAÇÕES NO PERÍODO: COORDENA- Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
ÇÃO E SUBORDINAÇÃO duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o
noticiário”.
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
Período
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
Vejamos:
apresenta apenas um verbo.
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
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— Análise Sintática – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
estrutura de um período e das orações que compõem um período. que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
a seguir as especificidades de cada tipo. – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração cair, mergulhar, correr.
Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual – Verbo de ligação: servem para expressar características de
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”),
isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação
respectivos exemplos a seguir: (“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome
sobre o sujeito). (substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração.
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade,
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
respectivos casos: ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é
“Fred fez um lindo discurso.” inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja,
“Um lindo discurso Fred fez.” é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo
“Fez um lindo discurso, Fred.” “ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou
concordância verbal. palavra substantivada.
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” aula. Por isso, estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
concordância do verbo o destaca de forma indireta. 2 – Termos integrantes da oração
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
determiná-lo. verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
Esse sujeito pode aparecer com: completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. – Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se exigindo preposição.
padeiro.”». – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
estiver lá.” seja compreendido.

– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, Quanto ao objeto direto, podemos ter:
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o
natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos acontecido.”
de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
“Choveu muito ontem”. os aparelhos.»
“Era uma hora e quinze”.
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
também recebem sua classificação, conforme abaixo: os exemplos:

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– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
nominal.
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
“rapidamente” é advérbio de modo. com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
substantivo. do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam apelo. Observe:
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz “Vista o casaco, filha!”
passiva:
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.” — Estudo da relação entre as orações
– “O cachorro foi alvo do meu medo.” Os períodos compostos são formados por várias orações.
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.” As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
subordinação.
3 – Termos acessórios da oração – Período composto por coordenação: é formado por
Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas
para complementar a informação, exprimindo circunstância, individualmente porque apresentam sentidos completos.
determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
abaixo quais são eles: – Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido doces.”
do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos: – Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não
“Dormimos muito.” preparei os doces.”
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”. preparo os doces.”
“Ele ficou pouco animado com a notícia.” – Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante,
logo, passou no exame.”
O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado” – Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame
“Maria escreve bastante bem.” porque estudou bastante.”

O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”. – Período composto por subordinação: são constituídos por
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
Os adjuntos adverbiais podem ser: apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc. de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
tempo). que o suspeito era realmente o culpado.”
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, queria que isso acontecesse.”
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
pronomes adjetivos. Analise o exemplo: – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
de escola.” – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
– Sujeito: “jovem apaixonado” é que meus pais são saudáveis.”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os felizes que pulamos de alegria.”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
informação já completa. Observe os exemplos:
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– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, espero por você.»
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia como se ainda vivesse no interior.”
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais me exercito, mais tenho disposição.”
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”

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convocação NÃO “Chame todos!”


“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

USO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união representado
pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: “Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na construção
sintática.

Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da palavra
feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.”

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2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, Casos específicos de concordância verbal
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
deve ser empregado. I – Quando houver um sujeito definido;
Exemplos: II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.” III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.” forem distintos.
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
Observe os exemplos:
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não “Isto é para nós solicitarmos.”
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá. Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
Exemplos: verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
de estudar / Insiste em estudar.” em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua imperativos.
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Exemplos:
Gosto de você / Penso em você.” “Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que
expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase. tendo em vista que não existe um sujeito.
Exemplos: Observe os casos a seguir:
“Tudo às avessas.” – Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
“Barcos à deriva.” nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão – O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas
“moda de”, ficando somente o à explícito. professoras vigiando as crianças.”
Exemplos: – O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
“Arroz à (moda) grega.” duas horas que estamos esperando.”
“Bife à (moda) parmegiana.”

Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
de horas especificadas e definidas: Exemplos: tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
“À uma hora.” verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
“Às cinco e quinze”. no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
do que ocorreria.”
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo,
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. permanece na 3a pessoa do singular:
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é concorda com o termo que antecede o pronome:
flexionado para concordar com o sujeito. – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
concordância ocorre em gênero e pessoa ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

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Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo


concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E SITUAÇÕES DE COMUNICAÇÃO.
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
— Definição
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, A língua é a expressão básica de um povo e, portanto, passa por
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com mudanças conforme diversos fatores, como o contexto, a época, a
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode região, a cultura, as necessidades e as vivências do grupo e de cada
ser empregada: indivíduo nele inserido. A essas mudanças na língua, damos o nome
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos de variações ou variantes linguísticas. Elas consistem nas diversas
entraram.” formas de expressão de um idioma de um país, tendo em vista que
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das a língua padrão de uma nação não é homogênea. A construção do
pessoas entenderam.” enunciado, a seleção das palavras e até mesmo a tonalidade da fala,
entre outras características, são considerados na análise de uma
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve variação linguística.
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
mas também concordar com a forma no masculino plural: Confira a seguir os quatro tipos de variantes linguísticas
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.” existentes.
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.” – Variações sociais (diastráticas): são as diferenças relacionadas
ao grupo social da pessoa que fala. As gírias, por exemplo, fazem
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo parte da linguagem informal dos grupos mais jovens. Assim como
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais: ocorre com os mais novos.
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.” – Os jargões de grupos sociais específicos: outras turmas
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.” têm seu vocabulário particular, como é o caso dos capoeiristas,
por exemplo, no meio dos quais a expressão “meia-lua” tem um
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois significado bem diverso daquele que fará sentido para as pessoas
ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, que não integram esse universo; o mesmo ocorre com a expressão
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o “dar a caneta”, que, entre os futebolistas é compreendida como um
substantivo deve estar no plural: tipo de driblar o adversário, bem diferente do que será assimilado
pela população em geral.
– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o – Os jargões profissionais: em razão dos tempos técnicos, as
xadrez.” profissões também têm bastante influência nas variantes sociais.
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e São termos cuja utilização é restrita a um círculo profissional. Os
xadrez.” contadores, por exemplo, usam os temos “ativo” e “passivo”
para expressar ideias bem diferentes daquelas empregadas pelas
Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas pessoas em geral.
expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que – Variações históricas (diacrônicas): essas variantes estão
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista relacionadas ao desenvolvimento da história. Determinadas
esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino expressões deixar de existir, enquanto outras surgem e outras se
singular: transformam conforme o tempo foi passando. Exemplos:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É – Vocabulário: a palavra defluxo foi substituída, com o tempo,
proibido circulação de pessoas não identificadas.” por resfriado; o uso da mesóclise era muito comum no século XIX,
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada hoje, não se usa mais.
de crianças acompanhadas.” – Grafia: as reformas ortográficas são bastante regulares,
Concordância nominal com menos: a palavra menos sendo que, na de 1911, uma das mudanças mais significativas foi
permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela a substituição do ph por f (pharmácia – farmácia) e, na de 2016, a
advérbio ou adjetivo: queda do trema foi apenas uma delas (bilíngüe – bilingue).
– “Menos pessoas / menos pessoas”. – Variações geográficas (diatópicas): essa variante está
– “Menos problema /menos problemas.” relacionada com à região em que é gerada, assim como ocorre o
português brasileiro e os usos que se fazem da língua portuguesa
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, em Angola ou em Portugal, denominadas regionalismo. No
barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em contexto nacional, especialmente no Brasil, as variações léxicas, de
gênero e número com o substantivo quando exercem função de fonemas são abundantes. No interior de um estado elas também
adjetivo: são recorrentes.
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.” – Exemplos: “abóbora”, “jerimum” e “moranga” são três
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”. formas diferentes de se denominar um mesmo fruto, que
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.” dependem da região onde ele se encontra. Exemplo semelhante é
o da “mandioca”, que recebe o nome de “macaxeira” ou mesmo
de “aipim”.

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– Variações situacionais (diafásicas): também chamadas de 2 – Isolar o vocativo


variações estilísticas, referem-se ao contexto que requer a adaptação “Crianças, venham almoçar!”
da fala ou ao estilo dela. É o caso das questões de linguagem formal “Quando será a prova, professora?”
e informal, adequação à norma-padrão ou descaso com seu uso.
A utilização de expressões aprimoradas e a obediência às normas- 3 – Separar apostos
padrão da língua remetem à linguagem culta, oposta à linguagem “O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
coloquial. Na fala, a tonalidade da voz também importante. Dessa
forma, a maneira de se comunicar informalmente e a escolha
vocabular não serão, naturalmente, semelhantes em ocasiões 4 – Isolar expressões explicativas:
como uma entrevista de emprego. Essas variações observam o “As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi
contexto da interação social, considerando tanto o ambiente em responsabilizado.”
que a comunicação se dá quanto as expectativas dos envolvidos.
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. 6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
— Visão Geral funcionários do setor.”
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais “Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) “Estas alegações, não as considero legítimas.”
em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
compreensão da frase. por conjunções)
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades: “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
tipos textuais; 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados; “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. 10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um “fazer”).
enunciado
• Entre as sentenças
Vírgula 1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado “Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, 2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em ajudasse.”
outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
empregada: 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
principal:
• No interior da sentença “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal:
ENUMERAÇÃO
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. atenção!
Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
REPETIÇÃO atenção!
Os arranjos estão lindos, lindos!
5 – Separar as sentenças intercaladas:
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada. “Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
leito, até que você se recupere por completo.”

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• Antes da conjunção “e” 2 – Para introduzirem citação direta:


1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire “Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
valores que não expressam adição, como consequência ou muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se
diversidade, por exemplo. transforma’.”
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” 3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente:
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre – Sou inocente!”
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
alguma ideia, por exemplo: Reticências
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; 1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o sintaticamente:
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha) “Quem sabe um dia...”

3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas 2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
apresentam sujeitos distintos, por exemplo: “Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.” ainda.”

O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito 3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome objetivo de prolongar o raciocínio:
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
apositiva nem se apresente inversamente).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
Ponto “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
1 – Para indicar final de frase declarativa: Raimundo Fagner).
“O almoço está pronto e será servido.”
Ponto de Interrogação
2 – Abrevia palavras: 1 – Para perguntas diretas:
– “p.” (página) “Quando você pode comparecer?”
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor) 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
destacar o enunciado:
3 – Para separar períodos: “Não brinca, é sério?!”
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto de Exclamação
Ponto e Vírgula 1 – Após interjeição:
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou “Nossa Que legal!”
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; 2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
nossa amiga, de praticar esportes.” “Infelizmente!”

2 – Para separar os itens de uma sequência de itens: 3 – Após vocativo


“Os planetas que compõem o Sistema Solar são: “Ana, boa tarde!”
Mercúrio;
Vênus; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Terra; “Entre já!”
Marte;
Júpiter; Parênteses
Saturno; a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
Urano; intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
Netuno.” a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
Dois Pontos sempre)
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, quem seria promovido.”
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores. Travessão
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.” 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela “O rapaz perguntou ao padre:
grande ofensa.” — Amar demais é pecado?”

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2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: 2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio-
“— Vou partir em breve. teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho.
— Vá com Deus!” Ele tem braços, dentes, corpo, coração,
muitas vezes homicida,
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: foi ele quem levou o meu irmão.
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
É muito calmo o rio de minha terra.

4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: Suas águas são feitas de argila e de mistérios.
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.” Nas solidões das noites enluaradas
a maldição de Crispim desce
Aspas sobre as águas encrespadas.
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
O rio de minha terra é um deus estranho.
arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
“A reunião será feita ‘online’.”
para subir as poucas rampas do seu cais.
2 – Para indicar uma citação direta: Foi conhecendo o movimento da cidade,
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de a pobreza residente nas taperas marginais.
Assis)
Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
QUESTÕES Mas ele prosseguiu indiferente,
carregando no seu dorso bois e gente,
até roçados de arroz e de feijão.
1. PREFEITURA DE LUZIÂNIA-GO – PROFESSOR I – AROEIRA –
2021 Na sua obstinada e galopante caminhada,
Nos enunciados abaixo, pode-se observar a presença de dife- destruiu paredes, casas, barricadas,
rentes tipologias textuais como base dos gêneros materializados deixando no percurso mágoa e dor.
nas sequências enunciativas. Numere os parênteses conforme o
código de cada tipologia. Depois subiu os degraus da igreja santa
( ) 1 - --- Não; é casada. --- Com quem? --- Com um estancieiro e postou-se horas sob os pés do Criador.
do Rio grande. --- Chama-se? --- Ele? Fonseca, ela, Maria Cora. --- O
marido não veio com ela? --- Está no Rio Grande. (ASSIS, Machado E desceu devagarinho, até deitar-se
de Assis.Maria Cora.) novamente no seu leito.
( ) 2 - Ao acertar os seis números na loteria, Paulo foi para casa,
entrou calado no quarto e dormiu. Mas toda noite o seu olhar de rio
( ) 3 - Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a fica boiando sob as luzes da cidade.
compaixão, a generosidade, a alegria e o otimismo.
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha
( ) 4 - No meu ponto de vista, a mulher ideal deve ter como ca-
terra. Disponível em: https://www.escritas.org)
racterísticas físicas o cabelo liso, pele macia, olhos claros, nariz fino.
Ser amiga, compreensiva e, acima de tudo, ser fiel. (ALVES, André,
No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas-
Escola. Estadual Pereira Barreto. Texto adaptado.)
sifica-se como
( ) 5 - As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais
(A) pronome.
negativos do que os traumas físicos.
(B) preposição.
(C) artigo.
( 1 ) narrativa;
(D) advérbio.
( 2 ) dialogal;
(E) conjunção.
( 3 ) argumentativa;
( 4 ) injuntiva;
( 5 ) descritiva.

Está correta a alternativa:


(A) 1 - 2 - 3 - 4 - 5.
(B) 1 - 3 - 2 - 4 - 5.
(C) 2 - 1 - 4 - 5 - 3.
(D) 4 - 3 - 2 - 5 - 1.

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3. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.

Texto 01

Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/38102601. Acesso em: 18 set. 2022.


De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velocidade pelo vidro da frente” indica uma

(A) solução.
(B) alternativa.
(C) prevenção.
(D) consequência.
(E) precaução.

4. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal- “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos,
às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:
(A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa;
(B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.

5. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Informação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo menos
do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada, um dicionário
muito mais maravilhoso.”
Depreende-se desse pensamento que seu autor:

(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;


(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.

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6. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.

Texto 01

Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/triste-fim-relacoes-afetivas/. Acesso em: 18 set. 2022.

A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com a norma para separar um

(A) vocativo.
(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.

7. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Médico Texto CG1A1


Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem
uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com
transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Europa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preocupar
com esse grupo.
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era conhe-
cido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da França,
teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto Nacional
de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Impe-
rial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais
significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcionamento até
hoje! Essa mudança refletia o princípio de modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com suas discussões sobre
educação de surdos.
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhando
espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda defen-
diam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio de línguas
orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em
11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetividade
desse método na educação das pessoas surdas.
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Libras
continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais, e os
surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. Porém, apenas
em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão
no país.

Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)

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Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas ver- amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões incen-
bais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1. diárias.
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preser-
vadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas” 9. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36 ho-
(primeiro período do quarto parágrafo) fosse eliminada. ras - Assinale o item que contém erro de ortografia.
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro pará- (A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
grafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo aos inflinge as regras da lealdade.
sentidos e à correção gramatical do texto. (B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen-
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto pa- tiu-se frustrado.
rágrafo) está flexionada no singular para concordar com o artigo (C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados
definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo à corre- durante a sessão de terapia.
ção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que estabele- (D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e
ceria concordância com o termo “Libras”. autoafirmação.
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro
parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexiona- 10. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi-
da no plural. nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale
(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul- as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso.
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”. ( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente, pro-
paroxítona e oxítona.
8. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - ( ) “Nós” é uma palavra oxítona.
Área Judiciária- A chama é bela ( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona.
( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona.
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma ( ) “Café” é uma palavra paroxítona.
bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do A sequência correta de cima para baixo é:
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamen- (A) F, V, V, F, V.
te novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam a (B) V, V, F, V, F.
televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qualquer (C) V, F, V, F, V.
programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas fixos (D) V, V, V, F, F.
como um programa televisivo.
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- 11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar o A história da saúde não é a história da medicina, pois apenas
Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente ames- de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina, e essa por-
trado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de claro- centagem era ainda menor nos séculos anteriores. Os outros três
-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos obriga a determinantes da saúde são o comportamento, o ambiente e a bio-
imaginar coisas sem nome... logia – idade, sexo e genética. As histórias da medicina centradas
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância no atendimento à saúde não permitem uma compreensão global da
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à cha- melhoria da saúde humana. A história dessa melhoria é uma história
ma branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a na- de superação. Antes dos primeiros progressos, a saúde humana es-
tureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, con- tava totalmente estagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil anos,
tudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da até meados do século XVIII, a expectativa de vida dos seres humanos
Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é ocidentais não evoluíra de modo significativo. Estava paralisada na
também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade. faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que o equilíbrio
histórico se modificou positivamente. Vários elementos alteraram
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: esse contexto, provocando um aumento praticamente contínuo da
Record, 2021, p. 54-55) longevidade. Há 200 anos, as suecas detinham o recorde mundial
Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: com uma longevidade de 46 anos. Em 2019, eram as japonesas que
(A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es- ocupavam o primeiro lugar, com uma duração média de vida de 88
pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean- anos. Mesmo sem alcançar esse recorde, as populações dos países
tes. industrializados podem esperar viver atualmente ao menos 80 anos.
(B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu- Desde 1750, cada geração vive um pouco mais do que a anterior e
tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó- prepara a seguinte para viver ainda mais tempo.
ricas.
(C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida, pode Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver cada
ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la. vez mais?
(D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11
insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo (com adaptações).
do fogo.
(E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando, por
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No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul- Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
gue o item seguinte. país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au- muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen- os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
tido original do texto. podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
( )CERTO máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
( )ERRADO um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
12. FGV - 2022 - SEAD-AP - Cuidador Uma das marcas da textu- atônita, estupefata.
alidade é a coerência. Entre as frases abaixo, assinale aquela que se (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurí-
mostra coerente. cio Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, passim)
(A) Avise-me se você não receber esta carta. As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
(B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina. observadas em:
(C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca
ocorreram. (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
(D) Todos os casos são únicos e iguais a outros. por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
(E) Como eu disse antes, eu nunca me repito. (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
falta a espontaneidade dos bons escritos.
13. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro - (C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal, cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi- (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
minha vida. tora, do que os que a levaram a imaginar histórias.
( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada?
( ) É proibido a entrada de animais na praia. 15. SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em
Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do
(A) C - E - C. acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está
(B) C - E - E. corretamente substituído em:
(C) E - E - C.
(D) E - C - E. (A) inerentes à determinado momento
(B) inerentes à regras de convivência
14. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário (C) inerentes à regulamentos anteriores
- Área Judiciária (D) inerentes à evidência de incorreções

O meu ofício 16. Assinale a frase com desvio de regência verbal.

O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. (A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas.
Espero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo (B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno-
que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extra- logia.
ordinariamente à vontade e me movo num elemento que tenho (C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico.
a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instru- (D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber.
(E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande
mentos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes
cientista.
em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma lín-
gua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar
17. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas,
conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser-
surda como uma náusea dentro de mim.
vância das normas da língua portuguesa:
( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta.
Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
( ) Visitei a cidade onde você nasceu.
mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me im-
( ) É perigoso o local a que você se dirige.
porta nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escre-
( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram
ver histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo
milhões.
sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen-
(A) E – E – E – C
sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
(B) C – C – C – E
ou furtadas aqui e ali.

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(C) C – E – E – E gradiente entre o que é real e o que se presume, algo que favorece
(D) C – C – C – C os acidentes de trânsito.
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início do
18. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Admi- texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às partes
nistrativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os deba- centrais da pista, por onde os carros preferencialmente circulam
tes políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o último carro
portuguesa, um desvio de: passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista permaneceria
(A) Concordância nominal. vazio por um intervalo de tempo seguro para a travessia. As late-
(B) Concordância verbal. rais da pista, locais em que motocicletas geralmente trafegam, não
(C) Regência verbal. tiveram a atenção merecida, e a velocidade da moto não estava no
(D) Regência nominal padrão esperado.
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e
19. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que pos-
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)- samos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa sobre-
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden- vivência. Mas essas informações são salpicadas, incompletas e mu-
tes táveis. Traçar uma linha que contextualize todos esses dados não é
simples. Eventualmente, esse jogo mental de ligar pontinhos cria
Luciano Melo armadilha para nós mesmos, pois por vezes um ponto que deveria
ser descartado é inserido em uma lógica apenas por ser chamativo.
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu E outro, ao contrário, deveria ser considerado, mas é menospreza-
carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atravessará do, pois à primeira vista não atendeu a um pressuposto.
e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre o caminho pela Essas interpretações podem provocar outras tragédias além
via transversal à sua frente. Enquanto espera, olha de um lado a ou- de acidentes de carro.
tro a vigiar a pista quase livre. Finalmente não avista mais nenhum Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 20 abr.
veículo que poderá atrapalhar seu planejado movimento. É hora de 2019. (texto adaptado)
dirigir, mas, no meio da travessia, ele é surpreendido por uma grave
colisão. Uma motocicleta atinge a traseira de seu veículo. No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a
ocorrência do acento grave é justificada
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi- (A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver-
mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação se- bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um
melhante, mas, caso você seja exceção e acredite que enxergaria nome.
a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que existe sobre (B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos que de repente nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
somem ou aparecem em uma cena. verbo.
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade de (C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome,
perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alterações à e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo.
nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto alvo da modi- (D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
ficação no momento em que ela ocorrerá. Assim, se olharmos fixa-
nome.
mente para uma janela cheia de vasos de flores, poderemos assistir
à queda de um deles. Mas, se desviarmos brevemente nossos olhos
20. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
da janela, justamente no momento do tombo, é possível que nem
nº 006
notemos a falta do enfeite. O fenômeno se chama cegueira para
A importância dos debates
mudança: nossa incapacidade de visualizar variações do ambiente
entre uma olhada e outra.
É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por
dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um limiar
resse específico dos eleitores
atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alteração consi-
O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
derada dominante. Por sua vez, modificações que não ultrapassam
(PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado
o limiar não provocarão divergência da atenção e serão ignoradas.
em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de-
Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de
mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se estende
vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
por todo nosso campo visual. A consciência de nossa percepção não
Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de-
é limitada, mas nossa atenção e nossa memória de curtíssimo prazo
talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais
são. Não somos capazes de memorizar tudo instantaneamente à
votados na primeira etapa.
nossa volta e nem podemos nos ater a tudo que nos cerca. Nossa in-
Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao
trospecção da grandiosidade de nossa experiência visual confronta
Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá-
com nossas limitações perceptivas práticas e cria uma vivência rica,
dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
porém efêmera e sujeita a erros de interpretações. Dimensiona um
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importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as 9 A


principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen-
der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise 10 D
das finanças públicas. 11 CERTO
Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir
12 B
no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos
candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro- 13 D
paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação 14 B
de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar-
gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar 15 D
os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As 16 B
respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im- 17 D
prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade. 18 C
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público 19 D
que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra-
20 D
ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go-
verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre-
dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo
ANOTAÇÕES
de interesse específico dos eleitores.
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus- ______________________________________________________
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa-
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e ______________________________________________________
menos passionalismo.
(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de 2018. Dis- ______________________________________________________
ponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 30 de agosto
______________________________________________________
de 2022)
______________________________________________________
No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente
a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu- ______________________________________________________
nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há ______________________________________________________
ocorrência da crase.
______________________________________________________
Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a ______________________________________________________
alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
(A) cara a cara; às ocultas; à procura. ______________________________________________________
(B) face a face; às pressas; à deriva.
(C) à frente; à direita; às vezes. ______________________________________________________
(D) à tarde; à sombra de; a exceção de.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 D
______________________________________________________
3 D
4 E ______________________________________________________
5 D ______________________________________________________
6 A
______________________________________________________
7 D
______________________________________________________
8 C
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LÍNGUA PORTUGUESA

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INFORMÁTICA

MICROSOFT EXCEL: INTRODUÇÃO E NOÇÕES BÁSICAS, COMPARTILHAMENTO E IMPRESSÃO, FUNÇÕES, FÓRMULAS, OPERA-
DORES LÓGICOS, ERROS, IMPORTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS, TABELAS, CLASSIFICAÇÃO E FILTRAGEM, GRÁFICOS, TABELAS
DINÂMICAS, MODELOS DE DADOS, INSERÇÃO E FORMATAÇÃO DE DADOS, BUSCA E LOCALIZAÇÃO, LAYOUT, VALIDAÇÃO,
PERSONALIZAÇÃO.

O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.


A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003). O
Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como1:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anteriores
era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus dados.

Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

Tela Inicial do Excel 2016.

1 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/
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INFORMÁTICA

Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas2.

As cinco principais funções do Excel são3:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

2 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
3 http://www.prolinfo.com.br
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INFORMÁTICA

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figu-


ra abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um en-
dereço que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B,
então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome
logo acima da planilha.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula poden-
do conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos Células.
melhor a sua utilidade.
Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)
Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções
está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anterio-
res ao MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma repre-
senta tarefas principais executadas no Excel.
Barra de Fórmulas. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados
reunidos.
Guia de Planilhas Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos informações ou um menu.
abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráfi-
cos, tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada Pasta de trabalho
item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um. É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por pa- Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm,
drão encontramos apenas uma planilha. xltx ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores
na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções,
referências, operadores e constantes.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As co-


lunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem
no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As – Referências: uma referência identifica uma célula ou um in-
linhas de uma planilha são representadas em números, formam um tervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel
total de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical es- onde procurar os valores ou dados a serem usados em uma fór-
querda da planilha. mula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cál-
culo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

Linhas e colunas.
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INFORMÁTICA

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

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INFORMÁTICA

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

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INFORMÁTICA

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

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INFORMÁTICA

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde contar a quantidade de homens e mulheres.
que atenda a uma condição especificada: Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
(B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
MICROSOFT POWERPOINT: INTRODUÇÃO, COLABORA-
Onde:
ÇÃO, SALVAR E COMPARTILHAR APRESENTAÇÕES, TRA-
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
BALHO EM CONJUNTO, CONTROLE DE ALTERAÇÕES, IM-
analisar o critério.
PRESSÃO E APRESENTAÇÃO, SLIDES E TEXTO, IMAGENS,
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter-
GRÁFICOS E TABELAS, DESIGN, MODELOS TELAS DE FUN-
valo a ser analisado.
DO E TEMAS, MARCAS D’ÁGUA, CABEÇALHOS E RODA-
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido
PÉS, ANIMAÇÕES, TRANSIÇÕES, ÁUDIO E VÍDEO.
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter
texto neste intervalo.

O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresenta-


ções eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos tipos
de formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou
apresentação de vários deles. Através desse aplicativo, podemos
ainda, desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em
transparência para projeção e melhor: desenvolver apresentações
para palestras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utili-
zando recursos de áudio e vídeo.
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides,
porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes tare-
fas4:
– Edita imagens de forma bem simples;
Exemplo:
– Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne-
slide;
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
– Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
– Grava Macros.
Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici-
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
e o critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter-
valo a ser analisado.

4 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de


Slides.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Tela inicial do PowerPoint 2016.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.

Novos Recursos do MS PowerPoint


Na nova versão do PowerPoint, alguns recursos foram adicionados. Vejamos quais são eles.
• Diga-me: serve para encontrar instantaneamente os recursos do aplicativo.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio das
ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.

• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado por
meio da guia Revisão.

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INFORMÁTICA

• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do slide
atual instantaneamente.

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INFORMÁTICA

Guia Arquivo Botões de Comando da Janela


Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos:
Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar
e Fechar5.

Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restau-


rar a janela do programa PowerPoint.

Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os co-
mandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são
organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está
relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição
de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são
exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferra-
mentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for
selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimi-
na grande parte da navegação por menus e busca aumentar a pro-
dutividade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa
localizada abaixo da barra de títulos7.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido6


Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do
Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um con-
junto de comandos independentes da guia exibida no momento.
É possível adicionar botões que representam comandos à barra e
mover a barra de um dos dois locais possíveis. Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em
um slide.

Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre
elas: o número de slides; tema e idioma.

Nível de Zoom
Barra de Título Clicar para ajustar o nível de zoom.
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também
exibe o nome do documento ativo.

5 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf
6 http://www.professorcarlosmuniz.com.br 7 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir,
agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O Power-
Point 2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exi-
bição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

Layout
O layout é o formato que o slide terá na apresentação como
títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode esco-
lher entre os vários tipos de layout.
Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte proce-
dimento:
1. Clique em Página Inicial;
2. Após clique em Layout;
O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde 3. Em seguida, escolha a opção.
você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 englo-
ba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo;
escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando
o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura
e criar efeitos, como transições de slides animados.
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automaticamente
é exibida uma apresentação em branco, na qual você pode começar
a montar a apresentação. Repare que essa apresentação é montada
sem slides adicionais ou formatações, contendo apenas uma caixa
de texto com título e subtítulo, sem plano de fundo ou efeito de
preenchimento. Para dar continuidade ao seu trabalho e criar uma
outra apresentação em outro slide, basta clicar em Página Inicial e
em seguida Novo Slide.

Então basta começar a digitar.

Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para
selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão
pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o bo-
tão esquerdo.
Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia
Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste
grupo aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc.
Editora
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INFORMÁTICA

Fonte: altera o tipo de fonte.


Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/minús-
culas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, promovendo
uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde listas
gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a tran-
sição de slide desejada.

Editora
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64
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

MICROSOFT WORD: INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS, COMPARTILHAMENTO E COAUTORIA, COMENTÁRIOS, CONTROLE


DE ALTERAÇÕES, FORMATAÇÃO DE TEXTO, LISTA NUMERADAS E MARCADORES, ESPAÇAMENTO, ESTILOS, TEMAS, LAYOUT
DE PÁGINA, MARGENS, ORIENTAÇÃO, BORDAS, CABEÇALHO E RODAPÉ, NUMERAÇÃO, QUEBRA DE PÁGINA, SUMÁRIO, TA-
BELAS, IMAGENS, ÍCONES, WORDART, MARCA D’ÁGUA, RÉGUA, FORMAS GEOMÉTRICAS, IMPRESSÃO E EXPORTAÇÃO DE
DOCUMENTOS, MALA DIRETA.

Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe documentos
de maneira fácil e prática8.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de documentos
e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pouquíssimas novida-
des, seguiu as tendências atuais da computação, permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo integração direta com vários
outros serviços da web, como Facebook, Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.

Novidades no Word 2016


– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui a caixa
Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um termo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que procurar.

8 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf
Editora
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INFORMÁTICA

– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários


usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da


Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre
qualquer palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função
Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela
do programa e lista todas as entradas na internet relacionadas com
a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível
ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o
dedo ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhe-
cer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no Sha-


rePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou
Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no
documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, cli- – Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico
que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por para conferir uma lista completa de alterações feitas a um docu-
e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em mento e para acessar versões anteriores.
compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho – Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar
em tempo real. para compartilhar seu documento com outras pessoas no Share-
Point, no OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um
PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

Editora
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66
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout9.

Interface Gráfica

Navegação gráfica

Atalho de barra de status

9 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


Editora
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INFORMÁTICA

Faixas de opções e modo de exibição

Guia de Início Rápido.10

Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201611.

Área de trabalho do Word 2016.


10 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf
11 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.
Editora
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68
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

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INFORMÁTICA

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Editora
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INFORMÁTICA

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Editora
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INFORMÁTICA

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.
Editora
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INFORMÁTICA

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

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INFORMÁTICA

6. (UFPB - ADMINISTRADOR DE EDIFÍCIOS - INSTITUTO


QUESTÕES AOCP/2019) No Ambiente Operacional Windows e Microsoft Office,
todo tipo de arquivo tem sua extensão, o que possibilita a diferen-
ciação entre os milhões de arquivos existentes em cada máquina.
Relacione as colunas associando cada extensão ao seu respectivo
1. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SOCIAL
aplicativo do Microsoft Office e assinale a alternativa com a sequ-
- COTEC/2020) No processador de texto Microsoft Word, perten-
ência correta.
cente à suíte de Escritório Microsoft Office 2016, um rodapé per-
1. .xlsx
mite a inclusão de informações na parte inferior da página. Por pa-
2. .docx
drão, rodapés são incluídos:
3. .pptx
(A) Na primeira página.
(B) Na última página.
( ) Word.
(C) Em todas as páginas.
( ) Excel.
(D) Em páginas ímpares.
( ) Power Point
(E) Em páginas pares.
(A) 1 – 2 – 3.
2. (PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - AUDITOR PLENO - INSTITU-
(B) 3 – 2 – 1.
TO EXCELÊNCIA/2019) Utilizando o Microsoft Word 2016 para for-
(C) 2 – 1 – 3.
matar o texto em um documento como colunas. Qual das alternati-
(D) 3 – 1 – 2.
vas contém o caminho certo para realizar essa ação?
(E) 1 – 3 – 2.
(A) Selecione o texto - Guia Inserir - Opção Colunas.
(B) Selecionar o texto - Guia Layout - Opção Colunas.
7. (PREFEITURA DE SÃO JOAQUIM DO/PE - AUDITOR DE CON-
(C) Selecione o texto - Guia Página Inicial - Opção Colunas.
TROLE INTERNO - ADM&TEC/2018) Leia as afirmativas a seguir:
(D) Nenhuma das alternativas.
I. As funções “OU” e “SE”, no Microsoft Excel, são funções ló-
gicas.
3. (PREFEITURA DE TIBAGI/PR - AGENTE DE DEFESA CIVIL - FA-
II. A dinâmica de transmissão de informação na internet não
FIPA/2019) O Microsoft Word Pt-Br versão 2016 possui guias que
permite que as ações se sucedam concomitantemente.
facilitam e organizam a utilização do Software. Por padrão, as guias
que vêm disponíveis no programa são exatamente essas apresenta-
Marque a alternativa CORRETA:
das abaixo, com exceção da:
(A) As duas afirmativas são verdadeiras.
(A) Exibir.
(B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(B) Layout.
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(C) Design.
(D) As duas afirmativas são falsas.
(D) Corrigir.
8. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) Toda função do Excel deverá
4. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) O PowerPoint permite, ao
ser iniciada com o seguinte sinal:
preparar uma apresentação, inserir efeitos de transições entre os
(A) Igual.
slides. Analise os passos para adicionar a transição de slides.
(B) Soma.
( ) Selecionar Opções de Efeito para escolher a direção e a na-
(C) Média.
tureza da transição
(D) Menor.
( ) Selecionar a guia Transições e escolher uma transição; sele-
cionar uma transição para ver uma visualização.
9. (GHC/RS - CONTADOR -: MS CONCURSOS/2018) O Excel
( ) Escolher o slide no qual se deseja adicionar uma transição.
possui a utilização de macros. Dentre as alternativas, assinale a que
( ) Selecionar a Visualização para ver como a transição é exi-
corretamente explica o que vem a ser “macro”.
bida.
(A) Uma sequência de comandos utilizados em linguagem de
máquina que corrigem as células.
A sequência está correta em
(B) Uma programação cuja função é gerenciar os recursos do
(A) 3, 2, 1, 4.
sistema Excel, fornecendo uma interface entre o computador
(B) 1, 2, 3 ,4.
e o usuário.
(C) 3, 4, 1, 2.
(C) Um programa do Excel que tem por objetivo ajudar o seu
(D) 1, 4, 2, 3.
usuário a desempenhar uma tarefa específica, em geral ligada
à editoração dos dados.
5. (PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PSICÓLOGO - IBADE/2020)
(D) Um programa que executa o cruzamento de uma linha com
O programa utilizado para criação/edição e exibição de slides é:
uma coluna e nela são inseridas as informações necessárias do
(A) Excel.
seu documento.
(B) Word.
(E) Uma sequência de comandos, que podem ser cliques, to-
(C) Photoshop.
ques no teclado ou até mesmo pequenas linhas de códigos com
(D) Power Point.
funções mais avançadas. Essas sequências são gravadas em um
(E) Media Player.
módulo VBA e são executadas sempre que forem necessárias.

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INFORMÁTICA

10. (CÂMARA DE MONTES CLAROS/MG - AGENTE DO LEGISLATIVO - COTEC/2020) Dado o recorte de tabela a seguir, as fórmulas
necessárias para se obter a quantidade de alunos aprovados, conforme exposto na célula B16 e a média de notas da Prova 1, disposta na
célula B13, estão na alternativa:

(A) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MÉDIA (B2:B11).


(B) B16=SOMA (APROVADO) e B13=MÉDIA (B2:B11).
(C) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MED (B13).
(D) B16=CONT.SE (F2:F11;”APROVADO”) e B13=MÉDIA (B2:B11).
(E) B16=SOMA (F2:F11) –(F4+F5+F6+F7) e B13=MED(B13).

11. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020) Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Microsoft
Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores diferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme imagem
abaixo.

Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos valores de todos os equipamentos do departamento de informática,
seria necessário utilizar a fórmula:
(A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
(B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8)
(C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8)
(D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8)

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INFORMÁTICA

12. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO ______________________________________________________


EXCELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na
sua configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual ______________________________________________________
operador aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma po-
tenciação? ______________________________________________________
(A) !
______________________________________________________
(B) $
(C) * ______________________________________________________
(D) @
(E) ^ ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 B
3 D ______________________________________________________

4 A ______________________________________________________
5 D ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 B
8 A ______________________________________________________
9 E ______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 E
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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NOÇÕES DE DIREITO

TÍTULO I
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO ESTADO BRASILEI- DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
RO
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união in-
dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se
Forma, Sistema e Fundamentos da República em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
• Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo II - a cidadania
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária na III - a dignidade da pessoa humana;
aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de inte- IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
gração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e vetor V - o pluralismo político.
interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida nor- Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
matividade. meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
• Princípio Federativo Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determinado
grau de liberdade referente à sua organização, à sua administração, à Objetivos Fundamentais da República
sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por certos prin- Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no Ar-
cípios consagrados pela Constituição Federal. tigo 3º da CF/88. Vejamos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federa-
• Princípio Republicano tiva do Brasil:
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o II - garantir o desenvolvimento nacional;
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual-
e com responsabilidade. dades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
• Princípio do Estado Democrático de Direito sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei.
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao Princípios de Direito Constitucional Internacional
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão elen-
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. cados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
• Princípio da Soberania Popular internacionais pelos seguintes princípios:
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal revela a I - independência nacional;
adoção da soberania popular como princípio fundamental ao prever II - prevalência dos direitos humanos;
que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de repre- III - autodeterminação dos povos;
sentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
• Princípio da Separação dos Poderes VI - defesa da paz;
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que VII - solução pacífica dos conflitos;
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Poder. IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais correspondentes X - concessão de asilo político.
ao tema supracitado: Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações.
Referências Bibliográficas:
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

O Estado Democrático de Direito

O Estado Democrático de Direito é um sistema institucional que designa que qualquer Estado deve garantir o respeito das liberdades
civis dos indivíduos que nele se abrigam.
Deste modo, podemos dizer que o Estado Democrático de Direito significa a exigência do Estado reger-se pelo Direito e por normas
democráticas, com eleições livres, periódicas e pelo povo, bem como o respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias funda-
mentais, proclamado no caput do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, sendo que a norma máxima adotou, igualmente em seu pará-
grafo único, o denominado princípio democrático, ao afirmar que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Em sua origem grega, “democracia” quer dizer “governo do povo”. No sistema moderno, no entanto, não é possível que o povo gover-
ne propriamente (o que significaria uma democracia direta). Assim, os atos de governo são exercidos por membros do povo ditos “politi-
camente constituídos”, por meio de eleição.

No Estado democrático de direito, as autoridades políticas estão sujeitas ao poder do povo, uma vez que é a população
quem escolhe seus representantes para criarem as leis, os legisladores (soberania popular).

No Estado Democrático Brasileiro, as funções típicas e indelegáveis do Estado são exercidas por indivíduos eleitos pelo povo para tan-
to, de acordo com regras pré-estabelecidas que regerão o pleito eleitoral. O aspecto do termo “de Direito” refere-se a que “tipo de direito”
exercerá o papel de limitar o exercício do poder estatal.
No Estado democrático de direito, apenas o direito positivo (isto é, aquele que foi codificado e aprovado pelos órgãos estatais compe-
tentes, como o Poder Legislativo) poderá limitar a ação estatal, e somente ele poderá ser invocado nos tribunais para garantir o chamado
“império da lei”. Todas as outras fontes de direito, como o Direito Canônico ou o Direito natural, ficam excluídas, a não ser que o direito
positivo lhes atribua esta eficácia, e apenas nos limites por ele estabelecidos.
Neste contexto, destaca-se o papel exercido pela Constituição. Nela delineiam-se os limites e as regras para o exercício do poder estatal
(onde se inscrevem os chamados “Direitos e Garantias fundamentais”), e, a partir dela, e sempre a tendo como baliza, redige-se o restante
do chamado “ordenamento jurídico”, isto é, o conjunto das leis que regem uma sociedade.
Nota-se que é imprescindível no Estado democrático de direito a existência de uma Constituição. No entanto, não devemos restringir o
elemento democrático à limitação do poder estatal e a democracia ao instituto da representação política, uma vez que o princípio demo-
crático não se reduz a um método de escolha dos governantes pelos governados.
Nos dias atuais o Estado Democrático de Direito tem um significado de fundamental importância no desenvolvimento das sociedades,
sendo um dos fundamentos essenciais de organização das sociedades políticas do mundo moderno, tendo em vista que é um sistema
institucional em que há previsão e proteção aos direitos fundamentais.
Diante de todo o exposto, em linhas gerais, podemos definir como requisitos para a caracterização de um “Estado Democrático de
Direito”: o império das leis; a forma federativa de Estado; o enunciado de garantia de direitos individuais; governo legitimamente eleito
pelo povo.

Características do Estado Democrático de Direito


Para que o Estado Democrático de Direito funcione, é fundamental que exista a distinção dos poderes executivos e que os tribunais
sejam independentes, assim como os legisladores, para garantir a imparcialidade das decisões. Foi a partir desta concepção que surgiu a
divisão dos três poderes: o poder judiciário, o poder legislativo e o poder executivo.
O funcionamento desta divisão de poderes estabelece então que em uma democracia parlamentar, o legislativo, representado pelo
parlamento, limita o poder do executivo, que é o governo. Este não estará livre para agir à vontade, porém deve constantemente garantir
o apoio parlamentar, uma vez que ele representa a vontade do povo. Desta mesma forma, o poder judiciário pode fazer um contraponto
a determinadas decisões governamentais.

Princípio Constitucional Democrático1


A concepção teórica de Estado de direito cumpre a missão de limitar o poder político para estabelecer o império do direito, o “governo
das leis e não dos homens”, o que pode aparentar mero atrelar-se à “liberdade dos modernos” assente no distanciamento e na restrição
do poder, na defesa contra o mesmo.
Por sua vez, a concepção teórica de Estado democrático busca um poder, uma ordem de domínio legitimada pelo povo na sua titula-
ridade e no seu exercício, organizada e exercida em uma dinâmica que não se desvincula do povo (na formulação de Lincoln: governo do
povo, pelo povo, para o povo), o que pode aparentar mero atrelar-se à “liberdade dos antigos”, amiga da convivência com o poder.

1 Marcelo Lamy. Princípio Constitucional do Estado Democrático e Direito Natural. http://www.hottopos.com/rih9/lamy.htm


Editora
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80
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Ocorre, no entanto, que o princípio constitucional democrático d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação
renova estas concepções, ao estabelecer para a democracia uma di- positiva do Estado;
mensão substancial (legitimidade) e duas procedimentais (legitima- e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos.
ção). A legitimidade está atrelada à prossecução concreta e partici-
pativa de determinados fins e valores positivados (Estado de direito • Direitos Fundamentais de Terceira Geração
democrático – renovação sensivelmente diversa da fórmula “para Em um próximo momento histórico, foi despertada a preocu-
o povo”). A legitimação está vinculada a escolha dos governantes pação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados
(teoria da democracia representativa) e a formas procedimentais interesses metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homogê-
de exercício do poder que permitem atuar em sua concretização neos), nascendo os direitos fundamentais de terceira geração.
e renovar o controle popular (teoria da democracia participativa).
A dimensão positivada pela Constituição da legitimidade de- Direitos Metaindividuais
monstra que o atual Estado de direito limita o exercício não demo-
crático do poder, assim como a democracia, em sua dimensão subs- Natureza Destinatários
tancial, deslegitima o poder exercido contra os valores positivados Difusos Indivisível Indeterminados
pelo direito, contra o direito.
Estas facetas da democracia demonstram que esta constitui Determináveis
princípio jurídico informador, “impulso dirigente” do Estado e da Coletivos Indivisível ligados por uma
sociedade, fundamento radical e funcional de qualquer organização relação jurídica
do poder. Desdobra-se em diversas normas principiológicas: sobe- Determinados
rania popular, renovação dos titulares de cargos públicos, sufrágio Individuais
Divisível ligados por uma
universal, liberdade de propaganda, igualdade de oportunidades Homogêneos
situação fática
nas campanhas eleitorais, separação e interdependências dos ór-
gãos de soberania, entre outros. Os Direitos Fundamentais de Terceira Geração possuem as se-
guintes características:
a) surgiram no século XX;
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: DIREITOS E GARAN- b) estão ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade),
TIAS FUNDAMENTAIS que deve nortear o convívio dos diferentes povos, em defesa dos
bens da coletividade;
c) são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes
Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de
Pode-se dizer que os direitos fundamentais são os bens jurídi- interesse coletivo;
cos em si mesmos considerados, de cunho declaratório, narrados d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente,
no texto constitucional. Por sua vez, as garantias fundamentais são de autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humani-
estabelecidas na mesma Constituição Federal como instrumento de dade, do patrimônio histórico e cultural, etc.
proteção dos direitos fundamentais e, como tais, de cunho assecu-
ratório. • Direitos Fundamentais de Quarta Geração
Segundo Paulo Bonavides, a globalização política é o fator his-
Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais tórico que deu origem aos direitos fundamentais de quarta gera-
ção. Eles estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo.
• Direitos Fundamentais de Primeira Geração Também são transindividuais.
Possuem as seguintes características:
a) surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução Direitos Fundamentais de Quinta Geração
Francesa, fase inaugural do constitucionalismo moderno, e domina- Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz represen-
ram todo o século XIX; taria o direito fundamental de quinta geração.
b) ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposição
ao Estado Absoluto; Características dos Direitos e Garantias Fundamentais
c) estão ligados ao ideal de liberdade; São características dos Direitos e Garantias Fundamentais:
d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado a) Historicidade: não nasceram de uma só vez, revelando sua
em favor das liberdades públicas; índole evolutiva;
e) possuíam como destinatários os súditos como forma de pro- b) Universalidade: destinam-se a todos os indivíduos, indepen-
teção em face da ação opressora do Estado; dentemente de características pessoais;
f) são os direitos civis e políticos. c) Relatividade: não são absolutos, mas sim relativos;
d) Irrenunciabilidade: não podem ser objeto de renúncia;
• Direitos Fundamentais de Segunda Geração e) Inalienabilidade: são indisponíveis e inalienáveis por não
Possuem as seguintes características: possuírem conteúdo econômico-patrimonial;
a) surgiram no início do século XX; f) Imprescritibilidade: são sempre exercíveis, não desparecen-
b) apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao do pelo decurso do tempo.
Estado Liberal;
c) estão ligados ao ideal de igualdade;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende,
Todas as pessoas físicas, sem exceção, jurídicas e estatais, são dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco-
destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de
compatíveis com a sua natureza. expressão.

Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais Direito à Igualdade


Muito embora criados para regular as relações verticais, de su- A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui-
bordinação, entre o Estado e seus súditos, passam a ser emprega- ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve
dos nas relações provadas, horizontais, de coordenação, envolven- ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade
do pessoas físicas e jurídicas de Direito Privado. formal.
A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce-
Natureza Relativa dos Direitos e Garantias Fundamentais didos aos membros da coletividade por meio da norma.
Encontram limites nos demais direitos constitucionalmente Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca
consagrados, bem como são limitados pela intervenção legislativa da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o
ordinária, nos casos expressamente autorizados pela própria Cons- jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o
tituição (princípio da reserva legal). princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam.
Colisão entre os Direitos e Garantias Fundamentais Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover
O princípio da proporcionalidade sob o seu triplo aspecto (ade- a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis
quação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito) é a que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com-
ferramenta apta a resolver choques entre os princípios esculpidos pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da
na Carta Política, sopesando a incidência de cada um no caso con- formação social.
creto, preservando ao máximo os direitos e garantias fundamentais
constitucionalmente consagrados. Direito à Privacidade
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero,
Os quatro status de Jellinek do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima-
a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo se encon- gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura-
tra em posição de subordinação aos poderes públicos, caracterizan- -se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente
do-se como detentor de deveres para com o Estado; de sua violação.
b) status negativo: caracterizado por um espaço de liberdade
de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos; Direito à Honra
c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indi- O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti-
víduo em situação de exigir do Estado que atue positivamente em nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por
seu favor; tal motivo, são previstos no Código Penal.
d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na for-
mação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direi- Direito de Propriedade
tos políticos, manifestados principalmente por meio do voto. É assegurado o direito de propriedade, contudo, com
restrições, como por exemplo, de que se atenda à função social da
Referências Bibliográficas: propriedade. Também se enquadram como espécies de restrição do
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. e o usucapião.
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu-
Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade
da CF. São eles: intelectual) e os direitos reativos à herança.
Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88,
Direito à Vida conforme veremos abaixo:
O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito
de permanecer vivo e o direito de uma vida digna. TÍTULO II
O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exem- DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
plo, na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra decla-
rada). CAPÍTULO I
Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc. Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
Direito à Liberdade residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em vir- I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
tude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia termos desta Constituição;
privada.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
coisa senão em virtude de lei; por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu- diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
mano ou degradante; previstos nesta Constituição;
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade compe-
nimato; tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, prietário indenização ulterior, se houver dano;
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for- pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli- ros pelo tempo que a lei fixar;
giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para XXVIII- são assegurados, nos termos da lei:
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
prestação alternativa, fixada em lei; à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí- desportivas;
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima- obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma- pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
terial ou moral decorrente de sua violação; XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi-
XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus-
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi-
determinação judicial; mento tecnológico e econômico do País;
XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações XXX- é garantido o direito de herança;
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl- XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces- brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal
sual penal; do de cujus;
XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; sumidor;
XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa-
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
cer ou dele sair com seus bens; sociedade e do Estado;
XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga-
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde mento de taxas:
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
petente; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
a de caráter paramilitar; XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- ou ameaça a direito;
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
estatal em seu funcionamento; perfeito e a coisa julgada;
XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- que lhe der a lei, assegurados:
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; a) a plenitude da defesa;
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- b) o sigilo das votações;
necer associado; c) a soberania dos veredictos;
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori- d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou a vida;
extrajudicialmente; XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXII- é garantido o direito de propriedade; sem prévia cominação legal;
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

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NOÇÕES DE DIREITO

XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
e liberdades fundamentais; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen- litar, definidos em lei;
tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion- LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
podendo evitá-los, se omitirem; ou à pessoa por ele indicada;
XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru- LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
Estado Democrático; lia e de advogado;
XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por
a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de sua prisão ou por seu interrogatório policial;
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; dade judiciária;
XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
outras, as seguintes: lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
a) privação ou restrição de liberdade; LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
b) perda de bens; pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen-
c) multa; tícia e a do depositário infiel;
d) prestação social alternativa; LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
e) suspensão ou interdição de direitos; ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
XLVII- não haverá penas: de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
artigo 84, XIX; reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
b) de caráter perpétuo; data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
c) de trabalhos forçados; autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
d) de banimento; buições de Poder Público;
e) cruéis; LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a) partido político com representação no Congresso Nacional;
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
moral; defesa dos interesses de seus membros ou associados;
L- às presidiárias serão asseguradas condições para que pos- LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
ção; liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, lidade, à soberania e à cidadania;
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de LXXII- conceder-se-á habeas data:
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
gas afins, na forma da lei; pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime po- de entidades governamentais ou de caráter público;
lítico ou de opinião; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por au- por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
toridade competente; LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
devido processo legal; entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
com os meios e recursos a ela inerentes; da sucumbência;
LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
ilícitos; aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga- LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
do da sentença penal condenatória; sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identifica- LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for-
ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; ma da lei:
LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se a) o registro civil de nascimento;
esta não for intentada no prazo legal; b) a certidão de óbito.
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data
e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania;
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NOÇÕES DE DIREITO

LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
celeridade de sua tramitação. mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda para qualquer fim;
Constitucional nº 115, de 2022) V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais trabalho;
têm aplicação imediata. VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ou acordo coletivo;
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República percebem remuneração variável;
Federativa do Brasil seja parte. VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos ou no valor da aposentadoria;
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal retenção dolosa;
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às sa, conforme definido em lei;
leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men- XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui dor de baixa renda nos termos da lei;
característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas
nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu- diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas. coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
Referências Bibliográficas: ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. mingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
Os direitos sociais são prestações positivas proporcionadas mo, em cinquenta por cento à do normal;
pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas cons-
titucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações so- terço a mais do que o salário normal;
ciais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
igualdade. Estão previstos na CF nos artigos 6 a 11. Vejamos: com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
CAPÍTULO II XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
DOS DIREITOS SOCIAIS centivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor-
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência mas de saúde, higiene e segurança;
aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilida- XXIV - aposentadoria;
de social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas-
poder público em programa permanente de transferência de renda, cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, ob- XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
servada a legislação fiscal e orçamentária. (Incluído pela Emenda trabalho;
Constitucional nº 114, de 2021) XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre-
outros que visem à melhoria de sua condição social: gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária incorrer em dolo ou culpa;
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
indenização compensatória, dentre outros direitos; trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
III - fundo de garantia do tempo de serviço; contrato de trabalho;
a) (Revogada).
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NOÇÕES DE DIREITO

b) (Revogada). Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-


XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário deliberação.
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as-
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e segurada a eleição de um representante destes com a finalidade
intelectual ou entre os profissionais respectivos; exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a gadores.
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; Os direitos sociais regem-se pelos princípios abaixo:
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso. • Princípio da proibição do retrocesso: qualifica-se pela impos-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- sibilidade de redução do grau de concretização dos direitos sociais
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, já implementados pelo Estado. Ou seja, uma vez alcançado deter-
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, minado grau de concretização de um direito social, fica o legislador
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplifi- proibido de suprimir ou reduzir essa concretização sem que haja
cação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e aces- a criação de mecanismos equivalentes chamados de medias com-
sórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os pensatórias.
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua • Princípio da reserva do possível: a implementação dos di-
integração à previdência social. reitos e garantias fundamentais de segunda geração esbarram no
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado óbice do financeiramente possível.
o seguinte: • Princípio do mínimo existencial: é um conjunto de bens e
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a funda- direitos vitais básicos indispensáveis a uma vida humana digna,
ção de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, veda- intrinsecamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa
das ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização humana previsto no Artigo 1º, III, CF. A efetivação do mínimo
sindical; existencial não se sujeita à reserva do possível, pois tais direitos se
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, encontram na estrutura dos serviços púbicos essenciais.
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco-
nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos traba- Os direitos sociais são divididos em:
lhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à
área de um Município; Direitos relativos aos trabalhadores
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti- Direitos relativos ao salário, às condições de trabalho, à liber-
vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou dade de instituição sindical, o direito de greve, entre outros (CF, ar-
administrativas; tigos 7º a 11).
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratan-
do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio Direitos relativos ao homem consumidor
do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in- Direito à saúde, à educação, à segurança social, ao desenvolvi-
dependentemente da contribuição prevista em lei; mento intelectual, o igual acesso das crianças e adultos à instrução,
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a à cultura e garantia ao desenvolvimento da família, que estariam no
sindicato; título da ordem social.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho; Referências Bibliográficas:
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
organizações sindicais; cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-
tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação Os direitos referentes à nacionalidade estão previstos dos Arti-
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do gos 12 a 13 da CF. Vejamos:
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga- CAPÍTULO III
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas DA NACIONALIDADE
as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos traba- Art. 12. São brasileiros:
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os inte- I - natos:
resses que devam por meio dele defender. a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
da lei. tiva do Brasil;

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NOÇÕES DE DIREITO

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- b) Nacionalidade secundária, adquirida, por aquisição, de 2º
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com- grau, voluntária ou naturalização: é a que se adquire por ato voliti-
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e vo, depois do nascimento, somado ao cumprimento dos requisitos
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela constitucionais. Descrita no Artigo 12, II, CF/88.
nacionalidade brasileira;
II - naturalizados: O quadro abaixo auxilia na memorização das diferenças entre
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, as duas:
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi-
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Nacionalidade
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup- Primária Secundária
tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade Nascimento + Requisitos Ato de vontade + Requisitos
brasileira. constitucionais constitucionais
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País,
se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos Brasileiro Nato Brasileiros Naturalizado
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. • Critérios para Adoção de Nacionalidade Primária
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros O Estado pode adotar dois critérios para a concessão da nacio-
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. nalidade originária: o de origem sanguínea (ius sanguinis) e o de
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: origem territorial (ius solis).
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; O critério ius sanguinis tem por base questões de hereditarie-
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; dade, um vínculo sanguíneo com os ascendentes.
III - de Presidente do Senado Federal; O critério ius solis concede a nacionalidade originária aos nas-
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; cidos no território de um determinado Estado, sendo irrelevante a
V - da carreira diplomática; nacionalidade dos genitores.
VI - de oficial das Forças Armadas. A CF/88 adotou o critério ius solis como regra geral, possibili-
VII - de Ministro de Estado da Defesa. tando em alguns casos, a atribuição de nacionalidade primária pau-
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro tada no ius sanguinis.
que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em Portugueses Residentes no Brasil
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; O §1º do Artigo 12 da CF confere tratamento diferenciado aos
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: portugueses residentes no Brasil. Não se trata de hipótese de natu-
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- ralização, mas tão somente forma de atribuição de direitos.
trangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao Portugueses Equiparados
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Igual os Direitos Se houver 1) Residência
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe- dos Brasileiros permanente no
derativa do Brasil. Naturalizados Brasil;
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, 2) Reciprocidade
o hino, as armas e o selo nacionais. aos brasileiros em
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter Portugal.
símbolos próprios.
Distinção entre Brasileiros Natos e Naturalizados
A Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito Público A CF/88 em seu Artigo 12, §2º, prevê que a lei não poderá fa-
interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da di- zer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, com exceção às
mensão pessoal do Estado (o seu povo). seguintes hipóteses:
Cargos privativos de brasileiros natos → Artigo 12, §3º, CF;
Considera-se povo o conjunto de nacionais, ou seja, os brasilei- Função no Conselho da República → Artigo 89, VII, CF;
ros natos e naturalizados. Extradição → Artigo 5º, LI, CF; e
Direito de propriedade → Artigo 222, CF.
Espécies de Nacionalidade
São duas as espécies de nacionalidade: Perda da Nacionalidade
a) Nacionalidade primária, originária, de 1º grau, involuntá- O Artigo 12, §4º da CF refere-se à perda da nacionalidade, que
ria ou nata: é aquela resultante de um fato natural, o nascimento. apenas poderá ocorrer nas duas hipóteses taxativamente elencadas
Trata-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do na CF, sob pena de manifesta inconstitucionalidade.
simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado
na sua Constituição Federal. Descrita no Artigo 12, I, CF/88.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Dupla Nacionalidade § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da


O Artigo 12, §4º, II da CF traz duas hipóteses em que a opção República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
por outra nacionalidade não ocasiona a perda da brasileira, passan- Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
do o nacional a possuir dupla nacionalidade (polipátrida). antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
Polipátrida → aquele que possui mais de uma nacionalidade. cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
Heimatlos ou Apátrida → aquele que não possui nenhuma na- Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
cionalidade. haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Idioma Oficial e Símbolos Nacionais § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
Por fim, o Artigo 13 da CF elenca o Idioma Oficial e os Símbolos condições:
Nacionais do Brasil. I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
Referências Bibliográficas: II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. da diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
Os Direitos Políticos têm previsão legal na CF/88, em seus Arti- inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
gos 14 a 16. Seguem abaixo: probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
CAPÍTULO IV legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
DOS DIREITOS POLÍTICOS ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na adminis-
tração direta ou indireta.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer- § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
termos da lei, mediante: a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
I - plebiscito; fraude.
II - referendo; § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
III - iniciativa popular. de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: manifesta má-fé.
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições
II - facultativos para: municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas
a) os analfabetos; pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até
b) os maiores de setenta anos; 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emen-
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, da Constitucional nº 111, de 2021)
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: submetidas às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão
I - a nacionalidade brasileira; durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
II - o pleno exercício dos direitos políticos; gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
III - o alistamento eleitoral; nal nº 111, de 2021)
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
V - a filiação partidária; suspensão só se dará nos casos de:
VI - a idade mínima de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re- julgado;
pública e Senador; II - incapacidade civil absoluta;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
do Distrito Federal; rarem seus efeitos;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
d) dezoito anos para Vereador. V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra
e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou até um ano da data de sua vigência.
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente. De acordo com José Afonso da Silva, os direitos políticos, rela-
cionados à primeira geração dos direitos e garantias fundamentais,
consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo
de participação no processo político e nos órgãos governamentais.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

São instrumentos previstos na Constituição e em normas infra- → Inelegibilidade reflexa, ou seja, inelegibilidade relativa por mo-
constitucionais que permitem o exercício concreto da participação tivos de casamento, parentesco ou afinidade, uma vez que não incide
do povo nos negócios políticos do Estado. sobre o mandatário, mas sim perante terceiros (Artigo 14, §7º, CF).
Condição de Militar
Capacidade Eleitoral Ativa O militar alistável é elegível, desde que atenda as exigências
Segundo o Artigo 14, §1º da CF, a capacidade eleitoral ativa é o previstas no §8º do Artigo 14, da CF, a saber:
direito de votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos referendos, cuja I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
aquisição se dá com o alistamento eleitoral, que atribui ao nacional da atividade;
a condição de cidadão (aptidão para o exercício de direitos políticos). II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
Alistamento Eleitoral e Voto da diplomação, para a inatividade.

Obrigatório Facultativo Inalistável – Artigo 14, §2º Observa-se que a norma restringe a elegibilidade aos militares
Maiores de 18 e Maiores de 16 Estrangeiros (com alistáveis, logo, os conscritos, que são inalistáveis, são inelegíveis. O
menores de 70 e menores de exceção aos portugueses quadro abaixo serve como exemplo:
anos 18 anos equiparados, constantes no
Maiores de 70 Artigo 12, §1º da CF) Militares – Exceto os Conscritos
anos Conscritos (aqueles
Analfabetos convocados para o serviço Menos de 10 anos Registro da candidatura →
militar obrigatório) Inatividade
Mais de 10 anos Registro da candidatura →
• Características do Voto Agregado
O voto no Brasil é direito (como regra), secreto, universal, com Na diplomação → Inatividade
valor igual para todos, periódico, personalíssimo, obrigatório e livre.
Privação dos Direitos Políticos
Capacidade Eleitoral Passiva De acordo com o Artigo 15 da CF, o cidadão pode ser privado
Também chamada de Elegibilidade, a capacidade eleitoral pas- dos seus direitos políticos por prazo indeterminado (perda), sendo
siva diz respeito ao direito de ser votado, ou seja, de eleger-se para que, neste caso, o restabelecimento dos direitos políticos depende-
cargos políticos. Tem previsão legal no Artigo 14, §3º da CF. rá do exercício de ato de vontade do indivíduo, de um novo alista-
O quadro abaixo facilita a memorização da diferença entre as mento eleitoral.
duas espécies de capacidade eleitoral. Vejamos: Da mesma forma, a privação dos direitos políticos pode se dar
por prazo determinado (suspensão), em que o restabelecimento se
Capacidade Eleitoral Ativa Capacidade Eleitoral Passiva dará automaticamente, ou seja, independentemente de manifesta-
ção do suspenso, desde que ultrapassado as razões da suspensão.
Alistabilidade Elegibilidade Vejamos:
Direito de votar Direito de ser votado
Privação dos Direitos Políticos
Inelegibilidades
Perda Suspensão
A inelegibilidade afasta a capacidade eleitoral passiva (direito
de ser votado), constituindo-se impedimento à candidatura a man- Privação por prazo Privação por prazo
datos eletivos nos Poderes Executivo e Legislativo. indeterminado determinado
Restabelecimento dos direitos Restabelecimento dos
• Inelegibilidade Absoluta políticos depende de um novo direitos políticos se dá
Com previsão legal no Artigo 14, §4º da CF, a inelegibilidade ab- alistamento eleitoral automaticamente
soluta impede que o cidadão concorra a qualquer mandato eletivo
e, em virtude de natureza excepcional, somente pode ser estabele- Referências Bibliográficas:
cida na Constituição Federal. DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
Refere-se aos Inalistáveis e aos Analfabetos. cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
• Inelegibilidade Relativa A previsão legal dos Partidos Políticos de dá no Artigo 17 da CF.
Consiste em restrições que recaem à candidatura a determi- Vejamos:
nados cargos eletivos, em virtude de situações próprias em que se
encontra o cidadão no momento do pleito eleitoral. São elas: CAPÍTULO V
→ Vedação ao terceiro mandato sucessivo para os Chefes do DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Poder Executivo (Artigo 14, §5º, CF);
→ Desincompatibilização para concorrer a outros cargos, apli- Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
cada apenas aos Chefes do Poder Executivo (Artigo 14, §6º, CF); partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de-
mocrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

I - caráter nacional; me critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas


II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entida- normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse parti-
de ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; dário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. De acordo com os ensinamentos de José Afonso da Silva, o par-
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir tido político é uma forma de agremiação de um grupo social que
sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação se propõe a organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de go-
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha verno.
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a Os partidos são a base do sistema político brasileiro, pois a filia-
sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de ção a partido político é uma das condições de elegibilidade.
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, Trata-se de um privilégio aos ideais políticos, que devem estar
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas acima das características pessoais do candidato.
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Segundo Dirley da Cunha Júnior, entende-se por partido polí-
Constitucional nº 97, de 2017) tico uma pessoa jurídica de Direito Privado que consiste na união
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade ou agremiação voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal políticas, organizada segundo princípios de disciplina e fidelidade.
Superior Eleitoral. Tal conceito vai ao encontro das disposições acerca dos parti-
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e dos políticos trazidas pelo Artigo 1º da Lei nº 9296/1995, para quem
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos o partido político, pessoa jurídica de Direito Privado, destina-se a
políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
Constitucional nº 97, de 2017) sistema representativo e a defender os direitos fundamentais defi-
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no nidos na Constituição Federal.
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo A Constituição confere ampla liberdade aos partidos políticos,
menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% uma vez que são instituições indispensáveis para concretização do
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído Estado democrático de direito, muito embora restrinja a utilização
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) de organização paramilitar.
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais dis-
tribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (In- Referências Bibliográficas:
cluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
organização paramilitar. Editora JusPODIVM.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier
a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha
atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de
distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Formas de Estado - Estado Unitário, Confederação e Federa-
Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido ção
pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos A forma de Estado relaciona-se com o modo de exercício do po-
de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa der político em função do território do Estado. Verifica-se no caso
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração concreto se há, ou não, repartição regional do exercício de poderes
de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário autônomos, podendo ser criados, a partir dessa lógica, um modelo
ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à tele- de Estado unitário ou um Estado Federado.
visão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco • Estado Unitário
por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na Também chamado de Estado Simples, é aquele dotado de um
manutenção de programas de promoção e difusão da participação único centro com capacidade legislativa, administrativa e judiciá-
política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. ria, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) concentram todas as competências constitucionais (exemplos: Uru-
§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de guai, e Brasil Colônia, com a Constituição de 1824, até a Proclama-
Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas ção da República, com a Constituição de 1891).
eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na O Estado Unitário pode ser classificado em:
televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, a) Estado unitário puro ou centralizado: casos em que haverá
deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao somente um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Ju-
número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada confor- diciário, exercido de forma central;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

b) Estado unitário descentralizado: casos em que haverá a for- TÍTULO III


mação de entes regionais com autonomia para exercer questões DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
administrativas ou judiciárias fruto de delegação, mas não se con-
cede a autonomia legislativa que continua pertencendo exclusiva- CAPÍTULO I
mente ao poder central. DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

• Estado Federativo – Federação Art. 18. A organização político-administrativa da República Fe-


Também chamados de federados, complexos ou compostos, derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Fede-
são aqueles em que as capacidades judiciária, legislativa e admi- ral e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constitui-
nistrativa são atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que ção.
passam a gozar de autonomias próprias (e não soberanias). § 1º Brasília é a Capital Federal.
Nesse caso, as autonomias regionais não são fruto de delega- § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
ção voluntária, como ocorre nos Estados unitários descentralizados, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
mas se originam na própria Constituição, o que impede a retirada serão reguladas em lei complementar.
de competências por ato voluntário do poder central. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
O quadro abaixo facilita este entendimento. Vejamos: desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
Formas de Estado diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
Unitário § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
Único centro de onde emana o poder estatal de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
Puro Descentralizado consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
Não há delegação de Há delegação de competências envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
competências apresentados e publicados na forma da lei.
Federado
Nos termos do supracitado Artigo 18, a organização político-
O exercício do poder estatal é atribuído constitucionalmente a -administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
entes regionais autônomos União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autô-
nomos (não soberanos). Trata-se de norma que reflete a forma fe-
• Confederação derativa de Estado.
Se caracteriza por uma reunião dissolúvel de Estados sobera- Ser ente autônomo dentro de um federalismo significa a pos-
nos, que se unem por meio de um tratado internacional. Aqui, per- sibilidade de implementar uma gestão particularizada, mas sempre
cebe-se o traço marcante da Confederação, ou seja, a dissolubilida- respeitando os limites impostos pelos princípios e regras do Estado
de do pacto internacional pelos Estados soberanos que o integram, federal. Daí, têm-se os seguintes elementos:
a partir de um juízo interno de conveniência. → Auto-organização: permite aos Estados-membros criarem
Observe a ilustração das diferenças entre uma Federação e as Constituições Estaduais (Artigo 25 da CF) e aos Municípios firma-
uma Confederação: rem suas Leis Orgânicas (Artigo 29 da CF);
→ Auto legislação: os entes da federação podem estabelecer
Federação Confederação normas gerais e abstratas próprias, a exemplos das leis estaduais e
municipais (Artigos 22 e 24 da CF);
Formada por uma Constituição Formada por um trato → Auto governo: os Estados membros terão seus Governado-
internacional res e Deputados estaduais, enquanto os Municípios possuirão Pre-
Os entes regionais gozam de Os Estados que o integram feitos e Vereadores, nos termos dos Artigos 27 a 29 da CF;
autonomia mantêm sua soberania → Auto administração: os membros da federação podem pres-
tar e manter serviços próprios, atendendo às competências admi-
Indissolubilidade do pacto Dissolubilidade do pacto nistrativas da CF, notadamente de seu Artigo 23.
federativo internacional
• Vedação aos Entes Federados
O Federalismo Brasileiro Consoante ao Artigo 19 da CF, destaca-se que a autonomia dos
Observe a disposição legal do Artigo 18 da CF: entes da federação não é limitada, e sofre as seguintes vedações:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em-
baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre-
sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Repartição de Competências Constitucionais VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;


A Repartição de competências é a técnica de distribuição de VIII - os potenciais de energia hidráulica;
competências administrativas, legislativas e tributárias aos entes IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
federativos para que não haja conflitos de atribuições dentro do X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos
território nacional. e pré-históricos;
Competência é a capacidade para emitir decisões dentro de um XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
campo específico. § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao
A Constituição trabalha com três naturezas de competência, a Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da
administrativa, legislativa e a tributária. exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para
→ Competência administrativa ou material: refere-se à execu- fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais
ção de alguma atividade estatal, ou seja, é a capacidade para atuar no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
concretamente sobre a matéria; zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
→ Competência legislativa: atribui iniciativa para legislar sobre exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de
determinada matéria, ou seja, é a capacidade para estabelecer nor- 2019)
mas gerais e abstratas sobre determinado campo; § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao
→ Competência tributária: refere-se ao poder de instituir tri- longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira,
butos. é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua
ocupação e utilização serão reguladas em lei.
• Técnica da Repartição de Competência Art. 21. Compete à União:
Trata-se da predominância do interesse, segundo a qual, à I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
União caberão as matérias de interesse nacional (Artigos 21 e 22 da organizações internacionais;
CF), aos Estados-membros, o interesse regional, e aos municípios, II - declarar a guerra e celebrar a paz;
as questões de predominante interesse local (Artigo 30 da CF). III - assegurar a defesa nacional;
Para tanto, a Constituição enumerou expressamente as com- IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for-
petências da União e dos municípios, resguardando aos Estados- ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma-
-membros a chamada competência residual, remanescente, não neçam temporariamente;
enumerada ou não expressa (Artigo 25, §1º da CF). V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-
Acresça-se que, para o Distrito Federal, a Constituição atribuiu ção federal;
as competências previstas para os estados e os municípios, denomi- VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
nada de competência cumulativa (Artigo 32, § 1º da CF). bélico;
VII - emitir moeda;
Organização do Estado – União VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
A União é a pessoa jurídica de Direito Público interno, parte operações de natureza financeira, especialmente as de crédito,
integrante da Federação brasileira dotada de autonomia. Possui ca- câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência
pacidade de auto-organização (Constituição Federal), autogoverno, privada;
auto legislação (Artigo 22 da CF) e autoadministração (Artigo 20 da IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena-
CF). ção do território e de desenvolvimento econômico e social;
A União tem previsão legal na CF, dos Artigos 20 a 24. Vejamos: X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
CAPÍTULO II ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
DA UNIÃO que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór-
gão regulador e outros aspectos institucionais;
Art. 20. São bens da União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser ou permissão:
atribuídos; a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
das fortificações e construções militares, das vias federais de comu- mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
nicação e à preservação ambiental, definidas em lei; dos onde se situam os potenciais hidro energéticos;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites tuária;
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros de Estado ou Território;
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluí- e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
das, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas cional de passageiros;
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
as referidas no art. 26, II; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Públi-
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona co do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos
econômica exclusiva; Territórios;
VI - o mar territorial;
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NOÇÕES DE DIREITO

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima,
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como aérea e aeroespacial;
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de XI - trânsito e transporte;
serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
Emenda Constitucional nº 104, de 2019) XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo- XIV - populações indígenas;
grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões estrangeiros;
públicas e de programas de rádio e televisão; XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições
XVII - conceder anistia; para o exercício de profissões;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala- XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
midades públicas, especialmente as secas e as inundações; Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios,
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos bem como organização administrativa destes;
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi- nacionais;
ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional popular;
de viação; XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
de fronteiras; garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po-
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e
de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes prin- ferroviária federais;
cípios e condições: XXIII - seguridade social;
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso XXV - registros públicos;
Nacional; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
ção e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas
industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
2022) obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co- e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa maríti-
médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de ma, defesa civil e mobilização nacional;
2022) XXIX - propaganda comercial.
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela
existência de culpa; Emenda Constitucional nº 115, de 2022)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta-
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas
atividade de garimpagem, em forma associativa. neste artigo.
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri-
pessoais, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional to Federal e dos Municípios:
nº 115, de 2022) I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: democráticas e conservar o patrimônio público;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; tia das pessoas portadoras de deficiência;
II - desapropriação; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
em tempo de guerra; notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
radiodifusão; obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - serviço postal; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela
metais; Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va- VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
lores; quer de suas formas;
VIII - comércio exterior e interestadual; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
IX - diretrizes da política nacional de transportes; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste-
cimento alimentar;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

IX - promover programas de construção de moradias e a melho- Organização do Estado – Estados


ria das condições habitacionais e de saneamento básico; Os Estados-membros são pessoas jurídicas de Direito Público
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali- interno, dotados de autonomia, em razão da capacidade de auto-
zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; -organização (Artigo 25 da CF), autoadministração (Artigo 26 da CF),
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos autogoverno (Artigos 27 e 28 da CF) e auto legislação (Artigo 25 e
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus parágrafos da CF).
territórios; Os dispositivos constitucionais referentes ao tema vão dos Ar-
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu- tigos 25 a 28:
rança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a CAPÍTULO III
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni- DOS ESTADOS FEDERADOS
cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-es-
tar em âmbito nacional. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le- ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
gislar concorrentemente sobre: ção.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur- § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) sejam vedadas por esta Constituição.
II - orçamento;
III - juntas comerciais; § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
IV - custas dos serviços forenses; concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
V - produção e consumo; vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de- § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
controle da poluição; constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís- integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
tico e paisagístico; públicas de interesse comum.
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
e paisagístico; e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren-
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, tes de obras da União;
pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no
Constitucional nº 85, de 2015) seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas ou terceiros;
causas; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
XI - procedimentos em matéria processual; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de
deficiência; tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
XV - proteção à infância e à juventude; § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias ci- aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema
vis. eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei
de 2019) de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo,
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os
não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57,
13.874, de 2019) § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados § 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua
peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide legislativo estadual.
Lei nº 13.874, de 2019) Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Es-
tado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do tér-
mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti- 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e
tucional nº 111, de 2021) cinquenta mil) habitantes;
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no (seiscentos mil) habitantes;
art. 38, I, IV e V. j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da cinquenta mil) habitantes;
Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes;
Organização do Estado – Municípios l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
Sobre os Municípios, prevalece o entendimento de que são en- 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão
tes federativos, uma vez que os artigos 1º e 18 da CF, são expressos e cinquenta mil) habitantes;
ao elencar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
como integrantes da Federação brasileira. 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000
Como pessoa política também dotada de autonomia, possuem (um milhão e duzentos mil) habitantes;
auto-organização (Artigo 29 da CF), auto legislação (Artigo 30 da n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
CF), autogoverno (Incisos do Artigo 29 da CF) e autoadministração 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000
(Artigo 30 da CF). (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
A previsão legal sobre os Municípios está prevista na CF, dos o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
Artigos 29 a 31. Vejamos: (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
CAPÍTULO IV p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
DOS MUNICÍPIOS de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, aten- 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
didos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo reali- s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
zado em todo o País; 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro milhões) de habitantes;
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Mu- 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco
nicípios com mais de duzentos mil eleitores; milhões) de habitantes;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
ano subsequente ao da eleição; de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observa- milhões) de habitantes;
do o limite máximo de: v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi-
mil) habitantes; lhões) de habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
(quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 milhões) de habitantes; e
(trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu-
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 nicipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado
(oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habi- o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
tantes; VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câ-
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 maras Municipais em cada legislatura para a subsequente, obser-
(cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) vado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabe-
habitantes; lecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezen- dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos De-
tos mil) habitantes; putados Estaduais;
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NOÇÕES DE DIREITO

b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Or-
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do çamentária.
subsídio dos Deputados Estaduais; § 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento Art. 30. Compete aos Municípios:
do subsídio dos Deputados Estaduais; I - legislar sobre assuntos de interesse local;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cen- III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
to do subsídio dos Deputados Estaduais; como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitan- contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
tes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; estadual;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsí- V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão
dio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cen- ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
to do subsídio dos Deputados Estaduais; transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Mu- do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
nicípio; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, si- rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
milares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os mem- ocupação do solo urbano;
bros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
para os membros da Assembleia Legislativa; observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Le-
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ- gislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de
mara Municipal; controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
XII - cooperação das associações representativas no planejamen- § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com
to municipal; o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pa- prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
rágrafo único. Municipal.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com ina- anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
tivos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5o da lei.
do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de
anterior: Contas Municipais.
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até
100.000 (cem mil) habitantes; Organização do Estado - Distrito Federal e Territórios
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; • Distrito Federal
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre O Distrito Federal é o ente federativo com competências parcial-
300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; mente tuteladas pela União, conforme se extrai dos Artigos 21, XIII e
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municí- XIV, e 22, VII da CF.
pios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 Por ser considerado um ente político dotado de autonomia, pos-
(três milhões) de habitantes; sui capacidade de auto-organização (Artigo 32 da CF), autogoverno
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre (Artigo 32, §§ 2º e 3º da CF), autoadministração (Artigo 32, §§ 1º e 4º
3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitan- da CF) e auto legislação (Artigo 32, § 1º da CF).
tes;
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios
com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.
§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento
de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores.
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
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NOÇÕES DE DIREITO

CAPÍTULO V a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois


DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
SEÇÃO I nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
DO DISTRITO FEDERAL VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucio-
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, re- nais:
ger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo a) forma republicana, sistema representativo e regime democrá-
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a tico;
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. b) direitos da pessoa humana;
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas c) autonomia municipal;
reservadas aos Estados e Municípios. d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manu-
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração. tenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o de saúde.
disposto no art. 27. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº consecutivos, a dívida fundada;
104, de 2019) II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal
• Territórios na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
Os Territórios possuem natureza jurídica de autarquias territoriais públicos de saúde;
integrantes da Administração indireta da União. Por isso, não são do- IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
tados de autonomia política. assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Esta-
dual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
SEÇÃO II Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
DOS TERRITÓRIOS I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou
do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciá- Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
ria dos Territórios. II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça
se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. ou do Tribunal Superior Eleitoral;
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representa-
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da ção do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no
União. caso de recusa à execução de lei federal.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, IV - (Revogado).
além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude,
órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o
Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou
as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

Intervenção Federal e Estadual § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a


É uma excepcional possibilidade de supressão temporária da Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo
autonomia política de um ente federativo. Suas hipóteses integram prazo de vinte e quatro horas.
um rol taxativo previsto na Constituição Federal. § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa,
CAPÍTULO VI o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se
DA INTERVENÇÃO essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
exceto para:
I - manter a integridade nacional; Referências Bibliográficas:
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
em outra; cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; Editora JusPODIVM.
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
da Federação; cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
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NOÇÕES DE DIREITO

Disposições gerais e servidores públicos A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen-
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte- (moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devido
e pessoas que desempenham função pública. a atos de improbidade administrativa:
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que desem- Sanções ao cometimento de atos de improbidade
penham uma função de atendimento ao interesse público, ou seja, administrativa
que estão a serviço da coletividade.
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
Princípios da Administração Pública Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali- Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)
dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a • Princípio da Publicidade
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memoriza- O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
ção, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIMPE”. blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica,
Observe o quadro abaixo: salvo a hipótese de sigilo necessário.
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e
Princípios da Administração Pública tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e possi-
bilitar o controle por todos os interessados.
L Legalidade
I Impessoalidade • Princípio da Eficiência
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa
M Moralidade
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional,
P Publicidade evitando atuações amadorísticas.
E Eficiência Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a
LIMPE medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de boa
Passemos ao conceito de cada um deles: administração).
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a
• Princípio da Legalidade desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resulta-
De acordo com este princípio, o administrador não pode agir ou dos possíveis para os administrados. Portanto, a Administração Pú-
deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada. O blica será considerada eficiente sempre que o melhor resultado for
quadro abaixo demonstra suas divisões. atingido.

Princípio da Legalidade Disposições Gerais na Administração Pública


O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Públi-
A Administração Pública ca:
Em relação à Administração somente pode fazer o que a
Pública lei permite → Princípio da
Estrita Legalidade Administração Pública
O Particular pode fazer tudo Direta Indireta
Em relação ao Particular
que a lei não proíbe Autarquias (podem ser
qualificadas como agências
• Princípio da Impessoalidade reguladoras)
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve Federal
Fundações (autarquias
servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidárias, Estadual
e fundações podem ser
não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar determi- Distrital
qualificadas como agências
nadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de sua Municipal
executivas)
função é sempre o interesse público. Sociedades de economia mista
Empresas públicas
• Princípio da Moralidade
Entes Cooperados
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé. interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- mitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub-
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos: sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
CAPÍTULO VII Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
SEÇÃO I tivo;
DISPOSIÇÕES GERAIS XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer serviço público;
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: acréscimos ulteriores;
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
como aos estrangeiros, na forma da lei; e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro- XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, qualquer caso o disposto no inciso XI:
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em a) a de dois cargos de professor;
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
anos, prorrogável uma vez, por igual período; saúde, com profissões regulamentadas;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; ou indiretamente, pelo poder público;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi- XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per- sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui- XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
ções de direção, chefia e assessoramento; autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
ciação sindical; caso, definir as áreas de sua atuação;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
definidos em lei específica; ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
sua admissão; serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
interesse público; de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- obrigações.
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
de índices; Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen- § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na- informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Mi- nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
nistros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos de autoridades ou servidores públicos.
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Le- da lei.
gislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, li-
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade Constitucional nº 103, de 2019)
dos serviços; § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
e XXXIII; rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas,
ressarcimento. inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus nº 109, de 2021)
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante guintes disposições:
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
possibilite o acesso a informações privilegiadas. ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus ção;
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
dispor sobre: ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
I - o prazo de duração do contrato; havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
III - a remuneração do pessoal.” os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ-
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 2019)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a Servidores Públicos
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti- à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi-
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá-
e exoneração. rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites Distrito Federal ou aos Municípios.
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos:
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, SEÇÃO II
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como DOS SERVIDORES PÚBLICOS
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos planos de carreira para os servidores da administração pública dire-
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. ta, das autarquias e das fundações públicas.
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
instituirão conselho de política de administração e remuneração de são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
deres. II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
componentes do sistema remuneratório observará: e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
cargos componentes de cada carreira; se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
II - os requisitos para a investidura; e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
III - as peculiaridades dos cargos. idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de de 2019)
convênios ou contratos entre os entes federados. § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
admissão quando a natureza do cargo o exigir. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, para concessão de benefícios em regime próprio de previdência
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
caso, o disposto no art. 37, XI. diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
empregos públicos. Constitucional nº 103, de 2019)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
provenientes da economia com despesas correntes em cada diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de Constitucional nº 103, de 2019)
produtividade. § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
nº 103, de 2019) acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do que tenha completado as exigências para a aposentadoria
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para Constitucional nº 103, de 2019)
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
critérios estabelecidos em lei. previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór-
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem § 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
de tempo de contribuição fictício. nº 103, de 2019)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma 2019)
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em tucional nº 103, de 2019)
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
de previdência complementar para servidores públicos ocupantes 2019)
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluí-
e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
103, de 2019) servados os princípios relacionados com governança, controle inter-
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição de 2019)
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen-
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
correspondente regime de previdência complementar. de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
na forma da lei. vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias concurso público.
e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. rada ampla defesa;
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NOÇÕES DE DIREITO

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa-
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se militares de forma reflexa.
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
remuneração proporcional ao tempo de serviço. de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
em outro cargo. Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
instituída para essa finalidade. mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de
horários.
• Estabilidade Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- SEÇÃO III
vado em estágio probatório. DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade TERRITÓRIOS
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
o transcurso de estágio probatório. disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe- ritórios.
tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
é o estágio probatório citado pela lei. dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º,
§ 1º da CF. inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia- governadores.
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa: § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica
Estabilidade do Servidor do respectivo ente estatal.
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
Requisitos para aquisição de Cargo de provimento efetivo/ dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência
Estabilidade ocupado em razão de concurso da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101,
público de 2019)
3 anos de efetivo exercício
Avaliação de desempenho por Das Regiões
comissão instituída para esta De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de
finalidade forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as
Hipóteses em que o servidor Em virtude de sentença judicial desigualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Comple-
estável pode perder o cargo transitada em julgado mentar.
Mediante processo Diz o Art. 43 da CF/88:
administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa SEÇÃO IV
Mediante procedimento DAS REGIÕES
de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular
complementar, assegurada sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a
ampla defesa seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
Em razão de excesso de § 1º - Lei complementar disporá sobre:
despesa I - as condições para integração de regiões em desenvolvimen-
to;
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios II - a composição dos organismos regionais que executarão, na
A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais
servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com
misturam a não ser por expressa determinação constitucional. estes.

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NOÇÕES DE DIREITO

§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, Funções Típicas Funções Atípicas


na forma da lei:
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos Poder Legislar e Administrar pessoas e
e preços de responsabilidade do Poder Público; Legislativo Fiscalizar bens
II - juros favorecidos para financiamento de atividades priori- Julgar certas autoridades
tárias; por crimes de
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos responsabilidade (Artigo
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; 52, I e II da CF)
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos Poder Administrar Legislar medidas
rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de Executivo provisórias (Artigos
baixa renda, sujeitas a secas periódicas. 62 e 84, XXVI, da CF),
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará leis delegadas (Artigo
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos 68 da CF) e decretos
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas autônomos (Artigo 84,
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação. VI, da CF)
Julgar recursos
Referências Bibliográficas: administrativos
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador: Poder Julgar Administrar pessoas e
Editora JusPODIVM. Judiciário bens
NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série Resu- Legislar, elaborando seus
mo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método. regimentos internos
(Artigo 96, I, a, da CF)

ORGANIZAÇÃO DOS PODERES; ATRIBUIÇÕES DOS PODE- Referências Bibliográficas:


RES. PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

Princípio da Separação dos Poderes Funções Típicas e Atípicas


A CF/88 consagra a tripartição de Poderes no seu Artigo 2º, O Poder Legislativo possui as funções típicas de elaborar nor-
protegendo-o como cláusula pétrea no Artigo 60, § 4º, III. mas gerais e abstratas (leis) e exercer a atividade fiscalizatória. Esta
O termo tripartição de funções seria o mais adequado para de- fiscalização engloba tanto a econômico-financeira (Artigos 70 a 75
signar a existência de três Poderes independentes e harmônicos en- da CF), bem como a político-administrativa, por intermédio de suas
tre si, haja vista que o Poder soberano do Estado, que pertence ao Comissões, em especial, a Comissão Parlamentar de Inquérito (Ar-
povo, é uno e indivisível. O que se tem na verdade é uma repartição tigo 58, § 3º, da CF).
das funções estatais por órgãos distintos e independentes. Como funções atípicas o Poder Legislativo administra e julga.
A Constituição brasileira adotou o sistema de freios e contra- Administra quando, por exemplo, nomeia, exonera, ou promove os
pesos (chamado pela doutrina norte-americana de checks and ba- seus servidores. Julga quando o Senado Federal decide acerca da
lances), que, de acordo com Montesquieu se caracteriza como um ocorrência ou não de crime de responsabilidade cometido por cer-
método de controles recíprocos entre os Poderes a ser exercido nos tas autoridades previstas na Constituição (Artigo 52, I, II e parágrafo
limites previstos na Constituição, privilegiando a independência e a único).
harmonia entre os Poderes. O Poder Legislativo no âmbito da Federação está assim confi-
Importante destacar que a visão moderna da separação dos gurado:
Poderes não impede que cada um dos Poderes da República exerça
atipicamente (de forma secundária), além de sua função típica (pre- Poder Legislativo
ponderante), funções atribuídas a outro Poder.
União Congresso Nacional (Artigo 44
Percebe-se, assim, que uma determinada função estatal típica
e seguintes da CF)
poderá ser exercida atipicamente por outro Poder, sem, contudo,
violar a separação dos Poderes. Por esclarecedor, vejamos o quadro Estados-Membros Assembleias Legislativas
a seguir: (Artigo 27 da CF)
Distrito Federal Câmara Legislativa (Artigo 32,
§ 3º, da CF)
Municípios Câmaras Municipais (Artigo 29
da CF)

Congresso Nacional
O Congresso Nacional é formado pela Câmara dos Deputados
e pelo Senado Federal, ou seja, sistema bicameral (Artigo 44, caput,
da CF).
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NOÇÕES DE DIREITO

Câmara dos Deputados Seguem abaixo os dispositivos constitucionais correspondentes:


É composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema
proporcional em cada estado, em cada território e no Distrito TÍTULO IV
Federal, para um mandato de 4 anos, permitidas sucessivas DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
reeleições (Artigo 45, caput, da CF). (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 80, DE
À luz do § 1º do Artigo 45, da CF, nenhum Estado e o Distrito 2014)
Federal terá menos do que 8 nem mais do que 70 deputados
federais, levando-se em conta a população de cada ente federativo. CAPÍTULO I
Já os territórios federais, caso existentes, terão 4 deputados fe- DO PODER LEGISLATIVO
derais (Artigo 45, § 2º, da CF).
Conforme dispõe a Lei Complementar nº 78, de 30/12/93, que SEÇÃO I
disciplina a fixação do número de deputados, nos termos do Artigo DO CONGRESSO NACIONAL
45, § 1º, da CF, uma vez estabelecido o número de deputados fe-
derais, será definido o número de deputados estaduais, conforme Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional,
preceitua o Artigo 27 da CF. que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
Senado Federal anos.
Compõe-se de representantes dos estados e do Distrito Fede- Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representan-
ral, de forma paritária, eleitos segundo o princípio majoritário, para tes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em
um mandato de 8 anos, sendo que em cada eleição, que ocorre a cada Território e no Distrito Federal.
cada 4 anos, serão eleitos, alternadamente, um terço e dois terços § 1º O número total de Deputados, bem como a representação
dos membros dessa Casa Legislativa (Artigo 46, caput e seu § 2º). por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
Cada estado e o Distrito Federal possuem 3 senadores, eleitos, complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
cada qual, com dois suplentes, totalizando 81 (Artigo 46, §§ 1º e 3º se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que
da CF). nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou
Vejamos nosso quadro sinótico: mais de setenta Deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Congresso Nacional Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Es-
tados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
Câmara dos Deputados (Artigo Senado Federal (Artigo 46 da § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores,
45 da CF) CF) com mandato de oito anos.
513 membros 81 membros § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será
renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
Representantes do povo Representantes dos estados/ terços.
DF § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Caracteriza o princípio Caracteriza o princípio Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as delibe-
republicano federativo rações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maio-
ria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Eleição pelo sistema Eleição pelo sistema
proporcional majoritário
SEÇÃO II
Mandato de 4 anos Mandato de 8 anos (Artigo 46, DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
§ 1º, da CF)
Sucessivas reeleições Sucessivas reeleições Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi-
dente da República, não exigida esta para o especificado nos arts.
Mínimo de 8 e máximo de 70 3 senadores por estado/DF 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da
por estado/DF (Artigo 45, § 1º (Artigo 46, § 1º, da CF). União, especialmente sobre:
da CF) Cada senador será eleito com I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
2 suplentes (Artigo 46, § 3º, II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
da CF) operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
Idade mínima: 21 anos (Artigo Idade mínima: 35 anos (Artigo III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
14, § 3º, VI, c, da CF) 14, § 3º, VI, a, da CF) IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de de-
senvolvimento;
Territórios se houver elegem Recomposição alternada de V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e
4 deputados (Artigo 45, § 2º, 1/3 e 2/3 dos Senadores a bens do domínio da União;
da CF) cada 4 anos (Artigo 46, § 2º, VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de
da CF) Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legisla-
tivas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Públi- Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qual-
co e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidên-
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e cia da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; assunto previamente determinado, importando crime de responsa-
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administra- bilidade a ausência sem justificação adequada.
ção pública; § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado
XII - telecomunicações e radiodifusão; Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões,
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições fi- por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva,
nanceiras e suas operações; para expor assunto de relevância de seu Ministério.
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mo- § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
biliária federal. poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Fe- de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
deral, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
153, § 2º, I. não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: de informações falsas.
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos in-
ternacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao SEÇÃO III
patrimônio nacional; DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a ce-
lebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo terri- Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
tório nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de
os casos previstos em lei complementar; processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a Ministros de Estado;
se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autori- quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessen-
zar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; ta dias após a abertura da sessão legislativa;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem III - elaborar seu regimento interno;
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
VI - mudar temporariamente sua sede; ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Se- seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
nadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
153, III, e 153, § 2º, I; orçamentárias;
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do
República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os art. 89, VII.
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da SEÇÃO IV
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de DO SENADO FEDERAL
governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-
indireta; pública nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
face da atribuição normativa dos outros Poderes; nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,
emissoras de rádio e televisão; os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacio-
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas nal do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Ad-
da União; vogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativi- III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pú-
dades nucleares; blica, a escolha de:
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aprovei- b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
tamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mi- sidente da República;
nerais; c) Governador de Território;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras d) Presidente e diretores do banco central;
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. e) Procurador-Geral da República;
XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacio- f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
nal previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca-
ráter permanente;
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NOÇÕES DE DIREITO

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de in- – Imunidade Formal: são garantias atribuídas aos parlamenta-
teresse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e res com relação ao trâmite dos processos-crimes em que figuram
dos Municípios; como réus e prisões contra si decretadas, a partir de sua diploma-
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo- ção (Artigo 53, §§ 1º ao 5º, da CF).
bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios; Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes:
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações
de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Fede- SEÇÃO V
ral e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades contro- DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
ladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de ga- Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penal-
rantia da União em operações de crédito externo e interno; mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exone- inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte
ração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
de seu mandato; seus membros, resolva sobre a prisão.
XII - elaborar seu regimento interno; § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re- representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até
muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de dire- a decisão final, sustar o andamento da ação.
trizes orçamentárias; § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
art. 89, VII. pela Mesa Diretora.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tribu- § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto
tário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desem- durar o mandato.
penho das administrações tributárias da União, dos Estados e do § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
Distrito Federal e dos Municípios. testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcio- do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
nará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se ou deles receberam informações.
a condenação, que somente será proferida por dois terços dos vo- § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
tos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
sanções judiciais cabíveis. § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão
durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de
atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
• Vedações incompatíveis com a execução da medida.
Aos parlamentares federais, é vedado o exercício de algumas Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
atividades, em decorrência das relevantes atribuições constitucio- I - desde a expedição do diploma:
nais que possuem, à luz do que dispõe o Artigo 54 da CF. a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú-
blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
• Garantias empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
Artigo 53, § 6º da CF → Isenção do dever de testemunhar: é o obedecer a cláusulas uniformes;
chamado sigilo da fonte; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
Artigo 53, § 7º da CF → Incorporação às Forças Armadas; inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades
Artigo 53, § 8º da CF → Estado de sítio: limitação de sua sus- constantes da alínea anterior;
pensão pela Constituição. II - desde a posse:

• Imunidades a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que


Imunidades são prerrogativas outorgadas pela Constituição aos goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
ocupantes de mandatos eletivos com a finalidade de assegurar-lhes público, ou nela exercer função remunerada;
proteção no exercício de suas atribuições constitucionais. b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu-
– Imunidade Material: afasta a possibilidade de responsabili- tum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”;
zação civil e penal do congressista por suas manifestações, desde c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
que emanadas no desempenho da atividade congressual (Artigo 53, dades a que se refere o inciso I, “a”;
caput, da CF).
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NOÇÕES DE DIREITO

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele- Por seu turno, as Mesas são órgãos de direção superior da Câ-
tivo. mara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional,
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: cuja composição possui mandato de dois anos, sendo vedada a ree-
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo leição para o mesmo cargo (Artigo 57, § 4º, da CF).
anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro • Comissão Parlamentar de Inquérito
parlamentar; Tem como fundamento a função típica fiscalizatória do Poder
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à Legislativo e é uma consequência direta e imediata da adoção do
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo sistema de freios e contrapesos previsto na Constituição.
licença ou missão por esta autorizada; São criadas com a finalidade de apurar fato determinado rele-
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; vante para a sociedade e a sua previsão constitucional encontra-se
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos no Artigo 58, § 3º, da CF.
nesta Constituição; Vamos aos dispositivos constitucionais correspondentes:
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
julgado. SEÇÃO VI
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos DAS REUNIÕES
casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Ca-
vantagens indevidas. pital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será de dezembro.
decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados,
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada domingos ou feriados.
ampla defesa. § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. conjunta para:
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise I - inaugurar a sessão legislativa;
ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços
seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os comuns às duas Casas;
§§ 2º e 3º. III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: da República;
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Ter- IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
ritório, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias,
Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo
neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por ses- cargo na eleição imediatamente subsequente.
são legislativa. § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
a cento e vinte dias. Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término se-á:
do mandato. I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autori-
optar pela remuneração do mandato. zação para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e
a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
Comissões Parlamentares e Comissões Parlamentares de In- II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara
quérito (CPIs) dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria
dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse
• Comissões e Mesas público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a apro-
A Constituição Federal faculta ao Congresso Nacional e suas vação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
Casas Legislativas (Câmara e Senado) a criação de Comissões per- Nacional.
manentes e temporárias, que deverão ser constituídas na forma e § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional
com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
que resultar sua criação (Artigo 58, caput, da CF). ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de
parcela indenizatória, em razão da convocação.

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NOÇÕES DE DIREITO

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de Fase Introdutória – Iniciativa de Lei por Parlamentar e Extra-
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas parlamentar
automaticamente incluídas na pauta da convocação. A Fase Introdutória tem início quando um dos legitimados pela
CF (Art. 61, caput) toma a iniciativa de apresentar um projeto de lei
SEÇÃO VII a uma das Casas do Congresso Nacional.
DAS COMISSÕES Esta iniciativa, também chamada de proposição, disposição,
competência legiferante ou competência legislativa, pode ser clas-
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões sificada em parlamentar, extraparlamentar, privativa, concorrente
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atri- ou popular.
buições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar A Iniciativa Parlamentar, como o próprio nome sugere, é aque-
sua criação. la realizada pelos membros do Congresso Nacional. Noutro giro, a
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é Iniciativa Extraparlamentar ocorre quando a Constituição confere
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional a legitimidade para proposição legislativa a órgãos dos Poderes Exe-
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da cutivo e Judiciário.
respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, Fase Constitutiva
cabe: O projeto de lei será apresentado a uma das Casas do Congres-
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do re- so Nacional, que atuará como Casa iniciadora, cumprindo a outra
gimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um Casa Legislativa a função de Casa Revisora.
décimo dos membros da Casa; Nas Casas do Congresso Nacional funcionará parcela da fase
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci- constitutiva, formada pela discussão, votação, além de possível
vil; análise de veto. Após a deliberação parlamentar, a fase constitutiva
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações so- encerrar-se-á com a deliberação executiva, por meio da sanção ou
bre assuntos inerentes a suas atribuições; do veto presidencial.
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou en- Deliberação Parlamentar
tidades públicas; A deliberação parlamentar refere-se a discussão, votação e,
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; eventualmente, a análise do veto.
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. Regime de Urgência (Processo Legislativo Sumário)
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão O Processo Legislativo Sumário é deflagrado quando o Presi-
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além dente da República solicita urgência na apreciação de projetos de
de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão lei de sua iniciativa (privativa ou concorrente).
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em Observe o quadro abaixo:
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por Processo Legislativo Sumário – Artigo 64, § 1º, da CF
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas
ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou Projetos de lei de iniciativa
criminal dos infratores. privativa ou concorrente do
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa Requisitos Presidente da República;
do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão Pedido de urgência pelo
ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no Presidente da República.
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível,
a proporcionalidade da representação partidária. Deliberação Executiva
A deliberação executiva refere-se à sanção ou veto.
O Processo Legislativo é o conjunto de atos (iniciativa, dis-
cussão, votação, emenda, sanção, veto, derrubada do veto, pro- Fase Complementar
mulgação, publicação) realizados pelo Congresso Nacional e pela Refere-se a promulgação e publicação.
Presidência da República, visando à elaboração de emendas à Cons-
tituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medi- A lei nasce com a sanção ou, excepcionalmente, com a rejeição
das provisórias, decretos legislativos e resoluções. do veto. Com a promulgação, ocorre a sua inserção no ordenamen-
to jurídico e a produção de seus efeitos se dá com a publicação.
Processo Legislativo Ordinário
É o procedimento exigido para a elaboração das leis ordinárias O quadro abaixo resume as fases do Processo Legislativo Or-
e das leis complementares, que de decompõe em três fases: intro- dinário.
dutória, constitutiva e complementar.

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NOÇÕES DE DIREITO

Processo Legislativo Ordinário SEÇÃO VIII


DO PROCESSO LEGISLATIVO
Fase Introdutória Iniciativa do projeto de lei
Deliberação parlamentar SUBSEÇÃO I
→ discussão, votação e, DISPOSIÇÃO GERAL
eventualmente, a análise do
Fase Constitutiva Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
veto.
Deliberação executiva → I - emendas à Constituição;
sanção ou veto. II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
Promulgação e publicação da IV - leis delegadas;
Fase Complementar
lei V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
Espécies Normativas: Lei Complementar e Lei Ordinária VII - resoluções.
Todo o processo legislativo ordinário aplica-se, igualmente, à Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração,
aprovação de leis ordinárias e leis complementares. A única distin- redação, alteração e consolidação das leis.
ção está no quórum de aprovação, que, para as leis complementa-
res, é de maioria absoluta, conforme o Artigo 69, da CF. SUBSEÇÃO II
Não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, uma DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
vez que ambas retiram seu fundamento de validade direto da Cons-
tituição Federal. Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante propos-
A diferença entre ambas encontra-se na reserva de matéria, ou ta:
seja, as matérias que devem ser veiculadas por lei complementar I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Depu-
estão exaustivamente previstas na Constituição, por sua vez, onde tados ou do Senado Federal;
a Carta Política for silente, interpreta-se que a matéria deve ser tra- II - do Presidente da República;
tada por lei ordinária. III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unida-
des da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
Espécies Normativas relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
• Medida Provisória intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Em caso de relevância e urgência, o Presidente poderá adotar § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
medidas provisórias, com força de lei (possui natureza jurídica de Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
lei em sentido material, pois é um ato normativo primário sob con- obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
dição resolutiva), devendo submetê-las de imediato ao Congresso § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas
Nacional por meio de mensagem. da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.
• Lei Delegada § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da Repúbli- tendente a abolir:
ca, devendo solicitar a delegação ao Congresso Nacional, que, por I - a forma federativa de Estado;
resolução, especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
• Decreto Legislativo IV - os direitos e garantias individuais.
São atos normativos primários mediante os quais são executa- § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
das as competências exclusivas do Congresso Nacional. havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
• Resolução
As resoluções são atos normativos primários (Artigo 59, VII, da SUBSEÇÃO III
CF) que materializam as competências privativas da Câmara e do DAS LEIS
Senado.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a
Os dispositivos constitucionais referentes ao Processo Legisla- qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Sena-
tivo encontram-se elencados do Artigos 59 a 69 da CF, conforme do Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
seguem: ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procura-
dor-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previs-
tos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:

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NOÇÕES DE DIREITO

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na adminis- § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência
tração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas
e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos do Congresso Nacional.
Territórios; § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídi- Câmara dos Deputados.
co, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes
União, bem como normas gerais para a organização do Ministério de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada
Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e uma das Casas do Congresso Nacional.
dos Territórios; § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido
pública, observado o disposto no art. 84, VI; sua eficácia por decurso de prazo.
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimen- § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º
to de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida
transferência para a reserva. provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
eleitores de cada um deles. Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da Re- I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repúbli-
pública poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, deven- ca, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
do submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Fede-
I – relativa a: rais e do Ministério Público.
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políti- Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa
cos e direito eleitoral; do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tri-
b) direito penal, processual penal e processual civil; bunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para
carreira e a garantia de seus membros; apreciação de projetos de sua iniciativa.
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
167, § 3º; sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
popular ou qualquer outro ativo financeiro; exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que
III – reservada a lei complementar; se ultime a votação.
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração mais o disposto no parágrafo anterior.
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à
12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado,
lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma se o rejeitar.
vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa ini-
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. ciadora.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação envia-
medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso rá o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o
do Congresso Nacional. sancionará.
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos
urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congres- do veto.
so Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo,
as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver trami- de parágrafo, de inciso ou de alínea.
tando.
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente A CF/88 consagra, dessa forma, um sistema harmônico, inte-
da República importará sanção. grado e sistêmico de perfeita convivência entre os controles inter-
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta nos de cada poder e o controle externo exercido pelo Legislativo,
dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo com o auxílio do Tribunal de Contas (Artigo 74, IV, da CF).
voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. Esse sistema de atuação conjunta é reforçado pela regra conti-
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para da no Artigo 74, § 1º, da CF, na medida em que os responsáveis pelo
promulgação, ao Presidente da República. controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregula-
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o ridade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência ao TCU, sob pena de
veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas responsabilidade solidária.
as demais proposições, até sua votação final. Portanto, o controle externo será realizado pelo Congresso
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito Nacional, auxiliado pelo Tribunal de Contas, cuja competência está
horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o expressa no Artigo 71 da CF.
Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual Dentre as várias competências atribuídas ao Tribunal de Con-
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo. tas, encontra-se a de auxiliar o Legislativo (Congresso Nacional), no
controle externo das contas do Executivo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente O Tribunal de Contas decide administrativamente, não produ-
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legisla- zindo nenhum ato marcado pela definitividade, ou fixação do direi-
tiva, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qual- to no caso concreto, no sentido de afastamento da pretensão resis-
quer das Casas do Congresso Nacional. tida. Portanto, o Tribunal de Contas não integra o Poder Judiciário.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da O Tribunal de Contas, apesar de ser autônomo, não tendo qual-
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. quer vínculo de subordinação ao Legislativo, é auxiliar deste. A fis-
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência calização em si é realizada pelo Legislativo. O Tribunal de Contas,
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da como órgão auxiliar, apenas emite pareces técnicos.
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
à lei complementar, nem a legislação sobre: Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e Tribunais e Conse-
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a lhos de Contas dos Municípios
carreira e a garantia de seus membros; No que couber, as regras estabelecidas para o Tribunal de
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e Contas da União (TCU) deverão ser observadas pelos Tribunais de
eleitorais; Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Artigo 75,
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. caput, da CF).
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de Segue abaixo os Artigos pertinentes da CF:
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
os termos de seu exercício. SEÇÃO IX
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer
emenda. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria racional e patrimonial da União e das entidades da administração
absoluta. direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Referências Bibliográficas: Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- controle interno de cada Poder.
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurí-
dica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
Tribunal de Contas da União (TCU) e Fiscalização Contábil, Fi- administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
nanceira e Orçamentária da União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
Conforme já visto neste, além da função típica de legislar, ao pecuniária.
Poder Legislativo também foi atribuída função fiscalizatória. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
Sabe-se que, de modo geral, todo poder deverá manter, de for- será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
ma integrada, sistema de controle interno fiscalizatório, conforme compete:
estabelece o Artigo 74, caput, da CF. I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
Em relação ao Legislativo, além do controle interno (inerente República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
a todo poder), também realiza controle externo, através da fiscali- sessenta dias a contar de seu recebimento;
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
da União e das entidades da administração direta (pertencentes ao por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
Executivo, Legislativo e Judiciário) e indireta, levando-se em consi- direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
deração a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
subvenções e renúncia de receitas (Artigo 70, caput, da CF). a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de ad- § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados
missão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indire- dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
ta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, idade;
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, II - idoneidade moral e reputação ilibada;
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e
legal do ato concessório; financeiros ou de administração pública;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ativi-
Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e au- dade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
ditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional anterior.
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; escolhidos:
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Se-
cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos nado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e mem-
termos do tratado constitutivo; bros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista trípli-
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela ce pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos con- II - dois terços pelo Congresso Nacional.
gêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comis- mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope- vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-
racional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções se lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do
realizadas; art. 40.
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des- § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as
pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional
causado ao erário; Federal.
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as provi- Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,
dências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilega- de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
lidade; I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria-
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co- nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
municando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; União;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à efi-
abusos apurados. cácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da apli-
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao cação de recursos públicos por entidades de direito privado;
Poder Executivo as medidas cabíveis. III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo tias, bem como dos direitos e haveres da União;
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti-
anterior, o Tribunal decidirá a respeito. tucional.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
ou multa terão eficácia de título executivo. conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
e anualmente, relatório de suas atividades. solidária.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
§1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
forma de investimentos não programados ou de subsídios não apro- ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
vados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que
no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento Conselhos de Contas dos Municípios.
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Con-
julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à selheiros.
economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Mi- Referências Bibliográficas:
nistros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e ju- DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
risdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
atribuições previstas no art. 96. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11 edição – São
Paulo: Editora Método.
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NOÇÕES DE DIREITO

Presidente da República, Vice-Presidente da República e Mi- Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
nistros de Estado República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última
vaga.
• Presidente e Vice-Presidente § 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
O Poder Executivo, em âmbito federal, é exercido pelo Presi- presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
dente da República, auxiliado pelos ministros de Estado. depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
Como função típica, compete ao Poder Executivo administrar a § 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
coisa pública. Atipicamente, o mesmo legisla (medidas provisórias, período de seus antecessores.
leis delegadas e decretos autônomos) e julga (processos adminis- Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro)
trativos). anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição.
Segue abaixo os artigos 76 a 86 da CF: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não po-
CAPÍTULO II derão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por
DO PODER EXECUTIVO período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

SEÇÃO I SEÇÃO II
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repú- Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
blica, auxiliado pelos Ministros de Estado. I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da Repú- II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção
blica realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de ou- superior da administração federal;
tubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em se- III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
gundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato nesta Constituição;
presidencial vigente. IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice- expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
-Presidente com ele registrado. V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, regis- VI – dispor, mediante decreto, sobre:
trado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não a) organização e funcionamento da administração federal,
computados os em branco e os nulos. quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na pri- de órgãos públicos;
meira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a pro- b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
clamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais vota- VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
dos e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos representantes diplomáticos;
válidos. VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujei-
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, de- tos a referendo do Congresso Nacional;
sistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
os remanescentes, o de maior votação. X - decretar e executar a intervenção federal;
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Na-
segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, quali- cional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a si-
ficar-se-á o mais idoso. tuação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se ne-
posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso cessário, dos órgãos instituídos em lei;
de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, pro- XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear
mover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integri- os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promo-
dade e a independência do Brasil. ver seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para privativos;
a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Minis-
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. tros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Go-
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e su- vernadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
ceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. sidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de ou- determinado em lei;
tras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, au- XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do
xiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões Tribunal de Contas da União;
especiais. XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Consti-
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Pre- tuição, e o Advogado-Geral da União;
sidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos do art. 89, VII;
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho
de Defesa Nacional;
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NOÇÕES DE DIREITO

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autori- § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen-
zado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocor- to não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem
rida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, prejuízo do regular prosseguimento do processo.
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infra-
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congres- ções comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
so Nacional; § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que suas funções.
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per-
maneçam temporariamente; Ministros de Estado
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o pro- Os Ministros de Estado exercem a função de auxiliares do Pre-
jeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento sidente da República na direção superior da Administração Pública
previstos nesta Constituição; federal.
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de Têm disposição legal nos Artigos 87 e 88 da CF. Vejamos:
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas refe-
rentes ao exercício anterior; SEÇÃO IV
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma DOS MINISTROS DE ESTADO
da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasilei-
do art. 62; ros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de ou-
XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado tras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167- I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos
B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído e entidades da administração federal na área de sua competência
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da Repú-
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as blica;
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e re-
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao gulamentos;
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de
respectivas delegações. sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
SEÇÃO III outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública.
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente
da República que atentem contra a Constituição Federal e, especial- Imunidade, Crimes Comuns, Crimes de Responsabilidade (Lei
mente, contra: nº 1.079 de 1950) e Impeachment
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do • Imunidades do Presidente
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da O Presidente não poderá ser preso, salvo em razão de uma sen-
Federação; tença penal condenatória com trânsito em julgado. Ademais, o Pre-
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; sidente, durante o mandato, não poderá ser processado por atos
IV - a segurança interna do País; estranhos ao exercício da função, ou seja, só poderá ser processado
V - a probidade na administração; pela prática de crimes ex officio, assim considerados aqueles prati-
VI - a lei orçamentária; cados em razão do exercício da função presidencial (como exemplo:
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. crimes contra a Administração Pública).
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial,
que estabelecerá as normas de processo e julgamento. • Crimes Comuns
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, O Presidente da República será processado e julgado perante
por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a jul- o STF, nas infrações penais comuns, após admitida a acusação por
gamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais dois terços da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade)
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabili-
dade. • Crimes de Responsabilidade (Lei nº 1.079 de 1950) e Impe-
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: achment
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou quei- Os crimes de responsabilidade (também chamados de impea-
xa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; chment ou impedimento), são infrações político-administrativas
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro- cometidas no desempenho de funções políticas, definidas por lei
cesso pelo Senado Federal. especial federal.

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NOÇÕES DE DIREITO

O Artigo 85 da CF traz um rol de crimes de responsabilidade § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conse-
meramente exemplificativo, uma vez que seu próprio parágrafo lho da República.
único dispõe que tais crimes serão definidos em lei especial, que
estabelecerá as normas de processo e julgamento. SUBSEÇÃO II
A Lei nº 1.079 de 1950 define os crimes de responsabilidade e DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
regula o respectivo processo de julgamento, que, segundo o STF, foi
recepcionada com modificações decorrentes da Constituição. Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do
De acordo com o Artigo 86, caput, da CF, o Presidente da Re- Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
pública será processado e julgado por crimes de responsabilidade nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
perante o Senado Federal, após admitida a acusação por dois terços membros natos:
da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade). I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
O quadro abaixo ilustra as hipóteses de julgamento do Presi- III - o Presidente do Senado Federal;
dente da República: IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;
Julgamento do Presidente da República VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
Juízo de admissibilidade: Câmara dos Deputados por 2/3 VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Crime comum → STF Crime de responsabilidade → § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
Senado Federal I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebra-
ção da paz, nos termos desta Constituição;
Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de
O Conselho da República (Artigos 89 e 90, da CF) e o Conselho sítio e da intervenção federal;
de Defesa Nacional (Artigo 91 da CF), são órgãos de assessoramento III - propor os critérios e condições de utilização de áreas in-
superior do Presidente da República, cujas manifestações não pos- dispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu
suem caráter vinculante. efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
Conforme o Artigo 84, XVIII, compete privativamente ao Presi- com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual-
dente da República convocar e presidir o Conselho da República e o quer tipo;
Conselho de Defesa Nacional. IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de inicia-
Vejamos os artigos supracitados correspondentes ao tema: tivas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do
Estado democrático.
SEÇÃO V § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conse-
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA lho de Defesa Nacional.
NACIONAL
Referências Bibliográficas:
SUBSEÇÃO I DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
DO CONSELHO DA REPÚBLICA cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta Disposições Gerais no Poder Judiciário
do Presidente da República, e dele participam: Como função típica, compete ao Poder Judiciário aplicar a lei
I - o Vice-Presidente da República; ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; conflito de interesses de forma definitiva. Atipicamente, administra
III - o Presidente do Senado Federal; seus órgãos e pessoal, nomeando servidores, executando licitações
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputa- e contratos administrativos, etc., bem assim, legisla, elaborando os
dos; regimentos internos dos tribunais (Artigo 96, I, a).
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; As Disposições Gerais no Poder Judiciário estão previstas na CF,
VI - o Ministro da Justiça; dos Artigos 92 a 100. Vejamos:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco
anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, CAPÍTULO III
dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos De- DO PODER JUDICIÁRIO
putados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se so- SEÇÃO I
bre: DISPOSIÇÕES GERAIS
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
democráticas. I - o Supremo Tribunal Federal;
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de I-A o Conselho Nacional de Justiça;
Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da II - o Superior Tribunal de Justiça;
pauta questão relacionada com o respectivo Ministério. II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)
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NOÇÕES DE DIREITO

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado,
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
VI - os Tribunais e Juízes Militares; assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e nal nº 103, de 2019)
Territórios. VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de co-
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justi- marca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas
ça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. alíneas a , b , c e e do inciso II;
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
jurisdição em todo o território nacional. públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais
seguintes princípios: a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substi- prejudique o interesse público à informação;
tuto, mediante concurso público de provas e títulos, com a partici- X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exi- e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da
gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade maioria absoluta de seus membros;
jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribu-
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; nal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercí- metade por eleição pelo tribunal pleno;
cio na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado fé-
da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisi- rias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando,
tos quem aceite o lugar vago; nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos plantão permanente;
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju- XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcio-
risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou nal à efetiva demanda judicial e à respectiva população;
reconhecidos de aperfeiçoamento; XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá re- de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
cusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus
seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada am- de jurisdição.
pla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Fede-
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver rais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
ao cartório sem o devido despacho ou decisão; anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de re-
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigui- putação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profis-
dade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única sional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
entrância; das respectivas classes.
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamen- Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará
to e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias sub-
processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou re- sequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
conhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
magistrados; I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores correspon- dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período,
derá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos de-
Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais mais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária forma do art. 93, VIII;
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts.
dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
XI, e 39, § 4º; ção, salvo uma de magistério;
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus de- II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação
pendentes observarão o disposto no art. 40; em processo;
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autoriza- III - dedicar-se à atividade político-partidária.
ção do tribunal;

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NOÇÕES DE DIREITO

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui- § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente
ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.
as exceções previstas em lei; Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia adminis-
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, trativa e financeira.
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposen- § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias
tadoria ou exoneração. dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Pode-
Art. 96. Compete privativamente: res na lei de diretrizes orçamentárias.
I - aos tribunais: § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribu-
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos in- nais interessados, compete:
ternos, com observância das normas de processo e das garantias I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funciona- Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos
mento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; tribunais;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juí- II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios,
zos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos res-
correicional respectiva; pectivos tribunais.
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as res-
juiz de carreira da respectiva jurisdição; pectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na
d) propor a criação de novas varas judiciárias; lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títu- fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores
los, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos ne- aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
cessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
definidos em lei; § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus mem- forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na
bros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vincu- forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
lados; para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observa- haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que ex-
do o disposto no art. 169: trapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus suplementares ou especiais.
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Fe-
a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos deral, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judi-
tribunais inferiores, onde houver; ciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresen-
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Dis- nos créditos adicionais abertos para este fim.
trito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Pú- § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aque-
blico, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a com- les decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
petência da Justiça Eleitoral. complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus mem- morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em vir-
bros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tri- tude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com
bunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles re-
Poder Público. feridos no § 2º deste artigo.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Esta- § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, origi-
dos criarão: nários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defi-
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu- ciência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferên-
ção de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de cia sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e suma- fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
ríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Reda-
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos ção dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expe-
e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, dição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi- devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
cional, além de outras previstas na legislação. § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, se-
âmbito da Justiça Federal. gundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual
ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a
direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de preca- efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita
tórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o paga- pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupan-
mento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores ça, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no
atualizados monetariamente. mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de pou-
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão con- pança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
signados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus crédi-
do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o paga- tos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância
mento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusiva- do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e
mente para os casos de preterimento de seu direito de precedência 3º.
ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação § 14. A cessão de precatórios, observado o disposto no § 9º des-
do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. te artigo, somente produzirá efeitos após comunicação, por meio
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comis- de petição protocolizada, ao Tribunal de origem e ao ente federa-
sivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de tivo devedor. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113,
precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, de 2021)
também, perante o Conselho Nacional de Justiça. § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para
suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, reparti- pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e
ção ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. forma e prazo de liquidação.
§ 9º Sem que haja interrupção no pagamento do precatório e § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá
mediante comunicação da Fazenda Pública ao Tribunal, o valor cor- assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Fede-
respondente aos eventuais débitos inscritos em dívida ativa contra ral e Municípios, refinanciando-os diretamente.
o credor do requisitório e seus substituídos deverá ser depositado à § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
conta do juízo responsável pela ação de cobrança, que decidirá pelo aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento de suas
seu destino definitivo. (Redação dada pela Emenda Constitucional respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de preca-
nº 113, de 2021) tórios e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emenda Consti-
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará tucional nº 94, de 2016)
à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins
sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimo-
débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os niais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de
fins nele previstos. transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no
ente federativo devedor, com auto aplicabilidade para a União, a período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior
oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são pró- ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as du-
prios ou adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente federativo plicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94,
ou por decisão judicial transitada em julgado para: (Redação dada de 2016)
pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Fe-
I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida deral e aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído
ativa do ente federativo devedor, inclusive em transação resolutiva pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a administração autár- II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por de-
quica e fundacional do mesmo ente; (Incluído pela Emenda Consti- terminação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
tucional nº 113, de 2021) 94, de 2016)
II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios,
disponibilizados para venda; (Incluído pela Emenda Constitucional a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previ-
nº 113, de 2021) dência e assistência social e as receitas provenientes da compensa-
III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos ção financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
e demais espécies de concessão negocial promovidas pelo mesmo (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
ente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condena-
IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, ções judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em pe-
disponibilizada para venda, do respectivo ente federativo; ou (In- ríodo de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento
cluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediata-
V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respec- mente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser
tivo ente federativo, inclusive, no caso da União, da antecipação de financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam
valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em contra- os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer
tos de partilha de petróleo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse
113, de 2021) financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso
IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional nº 94, de 2016)
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por → continuidade da atividade jurisdicional;
cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do § → proporcionalidade juízes/demanda;
5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório → funcionamento adequado;
serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parce- → vitaliciedade;
las iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de → inamovibilidade;
mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante → irredutibilidade de subsídio.
Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxi-
ma de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, des- Vedações
de que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial São Vedações dos Magistrados, de acordo com o Artigo 95, pa-
e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação rágrafo único e incisos, da CF:
editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 94, de 2016) I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos, nos mon- ção, salvo uma de magistério;
tantes que lhes são próprios, desde que aceito por ambas as partes, II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participa-
autorizados a utilizar valores objeto de sentenças transitadas em ção em processo;
julgado devidos a pessoa jurídica de direito público para amortizar III - dedicar-se à atividade político-partidária;
dívidas, vencidas ou vincendas: (Incluído pela Emenda Constitucio- IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
nal nº 113, de 2021) ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas
I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos sejam deti- as exceções previstas em lei;
dos pelo ente federativo que figure como devedor na sentença de V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposen-
nº 113, de 2021) tadoria ou exoneração (chamada de quarentena).
II - nos contratos em que houve prestação de garantia a ou-
tro ente federativo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, Quinto Constitucional da OAB e do MP
de 2021) Previsto no Artigo 94 da CF, um quinto das vagas nos TRFs, dos
III - nos parcelamentos de tributos ou de contribuições sociais; TJs dos estados e do TJ do Distrito Federal e Territórios será com-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) posto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de
IV - nas obrigações decorrentes do descumprimento de pres- carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
tação de contas ou de desvio de recursos. (Incluído pela Emenda ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indi-
Constitucional nº 113, de 2021) cados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respec-
§ 22. A amortização de que trata o § 21 deste artigo: (Incluído tivas classes.
pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) Recebidas as indicações apresentadas pelos órgãos representa-
I - nas obrigações vencidas, será imputada primeiramente às tivos das respectivas classes (Ministério Público ou OAB), o tribunal
parcelas mais antigas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, (TRF, TJ ou TJDFT) formará uma lista tríplice, enviando-a ao Poder
de 2021) Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus
II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniformemente o valor integrantes para nomeação.
de cada parcela devida, mantida a duração original do respectivo
contrato ou parcelamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº Referências Bibliográficas:
113, de 2021) DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
Garantias do Poder Judiciário e de seus Membros

• Garantias Funcionais
→ ingresso por concurso público; PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: LE-
→ a promoção se dará de entrância para entrância, alternada- GALIDADE, MORALIDADE IMPESSOALIDADE, RAZOABILI-
mente, por antiguidade e merecimento; DADE, PUBLICIDADE, EFICIÊNCIA, SEGURANÇA JURÍDICA,
→ o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigui- MOTIVAÇÃO, AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO, E INTE-
dade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única RESSE PÚBLICO
entrância;
→ o Estatuto da Magistratura deve prever cursos oficiais de
preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados; Princípios
→ remuneração por subsídio; Os princípios são necessários para nortear o direito, embasan-
→ residência na comarca; do como deve ser. Na Administração Pública não é diferente, temos
→ o ato de remoção; os princípios expressos na constituição que são responsáveis por
→ disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interes- organizar toda a estrutura e além disso mostrar requisitos básicos
se público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do para uma “boa administração”, não apenas isso, mas também gerar
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada uma segurança jurídica aos cidadãos, como por exemplo, no prin-
ampla defesa; cípio da legalidade, que atribui ao indivíduo a obrigação de realizar
→ princípio da fundamentação obrigatória; algo, apenas em virtude da lei, impedindo assim que haja abuso de
→ órgão especial; poder.
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NOÇÕES DE DIREITO

No texto da Constituição Federal, temos no seu art. 37, em seu LEGALIDADE


caput, expressamente os princípios constitucionais relacionados O princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de
com a Administração Pública, ficando com a doutrina, a necessi- direitos individuais, remete ao fato de que a Administração Pública
dade de compreender quais são as verdadeiras aspirações destes só pode fazer aquilo que a lei permite, ou seja, só pode ser exercido
princípios e como eles estão sendo utilizados na prática, sendo isso em conformidade com o que é apontado na lei, esse princípio ga-
uma dos objetos do presente trabalho. nha tanta relevância pelo fato de não proteger o cidadão de vários
Com o desenvolvimento do Estado Social, temos que os inte- abusos emanados de agentes do poder público. Diante do exposto,
resses públicos se sobrepuseram diante todos os outros, a conhe- Meirelles (2000, p. 82) defende que:
cida primazia do público, a tendência para a organização social, na “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pes-
qual os anseios da sociedade devem ser atendidos pela Administra- soal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a
ção Pública, assim, é função desta, realizar ações que tragam bene- lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que
fícios para a sociedade. a lei autoriza. A lei para o particular significa “poder fazer assim”;
para o administrador público significa “deve fazer assim”.”
Primeiramente falaremos dos PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS, no Deste modo, este princípio, além de passar muita segurança
caput do artigo 37 da Magna Carta, quais sejam, legalidade, im- jurídica ao indivíduo, limita o poder do Estado, ocasionando assim,
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. uma organização da Administração Pública. Como já afirmado, an-
teriormente, este princípio além de previsto no caput do art. 37,
Os Princípios Constitucionaisda Administração Pública vem devidamente expresso no rol de Direitos e Garantias Indivi-
Para compreender os Princípios da Administração Pública é ne- duais, no art. 5º, II, que afirma que “ninguém será obrigado a fazer
cessário entender a definição básica de princípios, que servem de ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. Em con-
base para nortear e embasar todo o ordenamento jurídico e é tão clusão ao exposto, Mello (1994, p.48) completa:
bem exposto por Reale (1986, p. 60), ao afirmar que: “Assim, o princípio da legalidade é o da completa submissão da
“Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que ser- Administração às leis. Este deve tão-somente obedecê-las, cumpri-
vem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, -las, pô-las em prática. Daí que a atividade de todos os seus agen-
ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da tes, desde o que lhe ocupa a cúspide, isto é, o Presidente da Repú-
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas propo- blica, até o mais modesto dos servidores, só pode ser a de dóceis,
sições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de evi- reverentes obsequiosos cumpridores das disposições gerais fixadas
dências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema pelo Poder Legislativo, pois esta é a posição que lhes compete no
particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários.” direito Brasileiro.”
Assim, princípios são proposições que servem de base para No mais, fica claro que a legalidade é um dos requisitos neces-
toda estrutura de uma ciência, no Direito Administrativo não é di- sários na Administração Pública, e como já dito, um princípio que
ferente, temos os princípios que servem de alicerce para este ramo gera segurança jurídica aos cidadãos e limita o poder dos agentes
do direito público. Os princípios podem ser expressos ou implícitos, da Administração Pública.
vamos nos deter aos expressos, que são os consagrados no art. 37
da Constituição da República Federativa do Brasil. Em relação aos MORALIDADE
princípios constitucionais, Meirelles (2000, p.81) afirma que: Tendo por base a “boa administração”, este princípio relaciona-
“Os princípios básicos da administração pública estão con- -se com as decisões legais tomadas pelo agente de administração
substancialmente em doze regras de observância permanente e publica, acompanhado, também, pela honestidade. Corroborando
obrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade, im- com o tema, Meirelles (2000, p. 84) afirma:
pessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade, “É certo que a moralidade do ato administrativo juntamente
proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, a sua legalidade e finalidade, além de sua adequação aos demais
motivação e supremacia do interesse público. princípios constituem pressupostos de validade sem os quais toda
Os cinco primeiros estão expressamente previstos no art. 37, atividade pública será ilegítima”.
caput, da CF de 1988; e os demais, embora não mencionados, decor- Assim fica claro, a importância da moralidade na Administra-
rem do nosso regime político, tanto que, ao daqueles, foram textual- ção Publica. Um agente administrativo ético que usa da moral e da
mente enumerados pelo art. 2º da Lei federal 9.784, de 29/01/1999.” honestidade, consegue realizar uma boa administração, consegue
Destarte, os princípios constitucionais da administração públi- discernir a licitude e ilicitude de alguns atos, além do justo e injusto
ca, como tão bem exposto, vêm expressos no art. 37 da Constituição de determinadas ações, podendo garantir um bom trabalho.
Federal, e como já afirmado, retoma aos princípios da legalidade,
moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, IMPESSOALIDADE
razoabilidade, que serão tratados com mais ênfase a posteriori. Em Um princípio ainda um pouco conturbado na doutrina, mas, a
consonância, Di Pietro conclui que a Constituição de 1988 inovou maioria, dos doutrinadores, relaciona este princípio com a finalida-
ao trazer expresso em seu texto alguns princípios constitucionais. O de, ou seja, impõe ao administrador público que só pratique os atos
caput do art. 37 afirma que a administração pública direta e indireta em seu fim legal, Mello (1994, p.58) sustenta que esse princípio “se
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal traduz a idéia de que a Administração tem que tratar a todos os
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoa- administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas”.
lidade, moralidade, publicidade e eficiência. Para a garantia deste principio, o texto constitucional completa
que para a entrada em cargo público é necessário a aprovação em
concurso público.

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NOÇÕES DE DIREITO

RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE todo, seriam os princípios implícitos. Outros princípios do direito


É um princípio que é implícito da Constituição Federal brasilei- administrativo decorrem classicamente de elaboração jurispruden-
ra, mas que é explícito em algumas outras leis, como na paulista, cial e doutrinária.
e que vem ganhando muito força, como afirma Meirelles (2000). É Cabe agora indagar quais o PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS, que como
mais uma tentativa de limitação ao poder púbico, como afirma Di dito estão disciplinados no artigo 2ª da lei dos Processos Adminis-
Pietro (1999, p. 72): trativos Federais, vejamos : “ A Administração Pública obedecerá,
“Trata-se de um princípio aplicado ao direito administrativo dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
como mais uma das tentativas de impor-se limitações à discriciona- razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, con-
riedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciações do traditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.” Os
ato administrativo pelo Poder Judiciário.” princípios da legalidade, moralidade e da eficiência já foram acima
Esse princípio é acoplado a outro que é o da proporcionalidade, explicados. Iremos explanar os demais princípios.
pois, como afirma Di Pietro (1999, p. 72), “a proporcionalidade de-
ver ser medida não pelos critérios pessoais do administrador, mas Princípios da Administração Publica não previstos no Art. 37
segundo padrões comuns na sociedade em que vive”. da Constituição Federal

PUBLICIDADE Princípio da isonomia ou igualdade formal


Para que os atos sejam conhecidos externamente, ou seja, na Aristóteles afirmava que a lei tinha que dar tratamento desi-
sociedade, é necessário que eles sejam publicados e divulgados, e gual às pessoas que são desiguais e igual aos iguais. A igualdade
assim possam iniciar a ter seus efeitos, auferindo eficácia ao termo não exclui a desigualdade de tratamento indispensável em face da
exposto. Além disso, relaciona-se com o Direito da Informação, que particularidade da situação.
está no rol de Direitos e Garantias Fundamentais. Di Pietro (1999, A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator de descri-
p.67) demonstra que: minação utilizado no caso concreto estiver relacionado com o ob-
“O inciso XIII estabelece que todos têm direito a receber dos jetivo da norma, pois caso contrário ofenderá o princípio da isono-
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de in- mia. Ex: A idade máxima de 60 anos para o cargo de estivador está
teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob relacionado com o objetivo da norma.
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja im- A lei só pode tratar as pessoas de maneira diversa se a distin-
prescindível à segurança da sociedade e do Estado.” ção entre elas justificar tal tratamento, senão seria inconstitucional.
Como demonstrado acima, é necessário que os atos e decisões Assim, trata diferentemente para alcançar uma igualdade real (ma-
tomados sejam devidamente publicados para o conhecimento de terial, substancial) e não uma igualdade formal.
todos, o sigilo só é permitido em casos de segurança nacional. “A
publicidade, como princípio da administração pública, abrange toda Princípio da isonomia na Constituição:
atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus • “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa
atos como, também, de propiciação de conhecimento da conduta do Brasil: promover o bem de todos sem preconceitos de origem,
interna de seus agentes” (MEIRELLES, 2000, p.89). Busca-se deste raça, sexo, cor idade e qualquer outras formas de discriminação”
modo, manter a transparência, ou seja, deixar claro para a socie- (art. 3º, IV da Constituição Federal).
dade os comportamentos e as decisões tomadas pelos agentes da • “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
Administração Pública. natureza...” (art. 5º da Constituição Federal).
• “São direitos dos trabalhadores: Proibição de diferença de
EFICIÊNCIA salário, de exercício de funções e de critério de admissão por moti-
Este princípio zela pela “boa administração”, aquela que consi- vo de sexo, idade, cor ou estado civil” (art. 7º, XXX da Constituição
ga atender aos anseios na sociedade, consiga de modo legal atingir Federal).
resultados positivos e satisfatórios, como o próprio nome já faz re-
ferência, ser eficiente. Meirelles (2000, p 90) complementa: Princípio da Motivação
“O Princípio da eficiência exige que a atividade administrati- A Administração está obrigada a motivar todos os atos que
va seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É edita, pois quando atua representa interesses da coletividade. É
o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se preciso dar motivação dos atos ao povo, pois ele é o titular da “res
contenta em se desempenhar apenas com uma legalidade, exigindo publica” (coisa pública).
resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimen- O administrador deve motivar até mesmo os atos discricioná-
to as necessidades da comunidade e de seus membros.” rios (aqueles que envolvem juízo de conveniência e oportunidade),
A eficiência é uma característica que faz com que o agente pú- pois só com ela o cidadão terá condições de saber se o Estado esta
blico consiga atingir resultados positivos, garantindo à sociedade agindo de acordo com a lei. Para Hely Lopes Meirelles, a motivação
uma real efetivação dos propósitos necessários, como por exemplo, só é obrigatória nos atos vinculados.
saúde, qualidade de vida, educação, etc.2 Há quem afirme que quando o ato não for praticado de forma
Na Constituição de 1988 encontram-se mencionados explici- escrita (Ex: Sinal, comando verbal) ou quando a lei especificar de
tamente como princípios os seguintes: legalidade, impessoalidade, tal forma o motivo do ato que deixe induvidoso, inclusive quanto
moralidade, publicidade e eficiência (este último acrescentado pela aos seus aspectos temporais e espaciais, o único fato que pode se
Emenda 19198 - Reforma Administrativa). Alguns doutrinadores caracterizar como motivo do ato (Ex: aposentadoria compulsória)
buscam extrair outros princípios do texto constitucional como um não será obrigatória a motivação. Assim, a motivação só será pres-
2 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Rayssa suposto de validade do ato administrativo, quando obrigatória.
Cardoso Garcia, Jailton Macena de Araújo
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NOÇÕES DE DIREITO

Motivação segundo o Estatuto do servidor público da União Administração e


(Lei 8112/90): Competência Administração
Judiciário
Segundo o artigo 140 da Lei 8112/90, motivar tem duplo sig-
nificado. Assim, o ato de imposição de penalidade sempre men- Gera efeitos “ex
Efeitos Gera efeitos “ex tunc”
cionará o fundamento legal (dispositivos em que o administrador nunc”
baseou sua decisão) e causa da sanção disciplinar (fatos que levarão
o administrador a aplicar o dispositivo legal para àquela situação Alegação de direito adquirido contra ato anulado e revogado:
concreta). Em relação a um ato anulado não se pode invocar direito adqui-
A lei, quando é editada é genérica, abstrata e impessoal, por- rido, pois desde o início o ato não era legal. Já em relação a um ato
tanto é preciso que o administrador demonstre os fatos que o le- revogado pode se invocar direito adquirido, pois o ato era válido.
varam a aplicar aquele dispositivo legal para o caso concreto. Só “A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
através dos fatos que se pode apurar se houve razoabilidade (cor- dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
respondência) entre o que a lei abstratamente prevê e os fatos con- direitos, ou revogá-los, por motivos de conveniência ou oportuni-
cretos levados ao administrador. dade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvados em todos os
casos, a apreciação judicial” (2a parte da sumula 473 do STF).
Falta de motivação:
A falta de motivação leva à invalidação, à ilegitimidade do ato, Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público
pois não há o que falar em ampla defesa e contraditório se não há A execução de um serviço público não pode vir a ser interrom-
motivação. Os atos inválidos por falta de motivação estarão sujeitos pida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em
também a um controle pelo Poder Judiciário. paralisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional
(art. 37, VII da CF).
Motivação nas decisões proferidas pelo Poder Judiciário:
Se até mesmo no exercício de funções típicas pelo Judiciário, a Não será descontinuidade do serviço público: Serviço público
Constituição exige fundamentação, a mesma conclusão e por muito interrompido por situação emergencial (art. 6º, §3º da lei 8987/95):
maior razão se aplica para a Administração quando da sua função Interrupção resultante de uma imprevisibilidade. A situação emer-
atípica ou principal. gencial deve ser motivada, pois resulta de ato administrativo. Se a
situação emergencial decorrer de negligência do fornecedor, o ser-
“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão viço público não poderá ser interrompido.
públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, Serviço público interrompido, após aviso prévio, por razões de
podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar em determina- ordem técnica ou de segurança das instalações (art. 6º, §3º, I da lei
dos atos às próprias partes e seus advogados, ou somente a estes” 8987/95).
(art. 93, IX da CF). Serviço público interrompido, após aviso prévio, no caso de ina-
“As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas, dimplência do usuário, considerado o interesse da coletividade (art.
sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de 6º, §3º, II da lei 8987/95): Cabe ao fornecedor provar que avisou
seus membros” (art. 93, X da CF). e não ao usuário, por força do Código de Defesa do Consumidor.
Se não houver comunicação, o corte será ilegal e o usuário poderá
Princípio da Autotutela invocar todos os direitos do consumidor, pois o serviço público é
A Administração Pública tem possibilidade de revisar (rever) uma relação de consumo, já que não deixa de ser serviço só porque
seus próprios atos, devendo anulá-los por razões de ilegalidade é público.
(quando nulos) e podendo revogá-los por razões de conveniência Há várias posições sobre esta hipótese:
ou oportunidade (quando inoportunos ou inconvenientes). • Há quem entenda que o serviço público pode ser interrom-
Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário podem pido nesta hipótese pois, caso contrário, seria um convite aberto à
anular um ato administrativo. A anulação gera efeitos “ex tunc”, isto inadimplência e o serviço se tornaria inviável à concessionária, por-
é, retroage até o momento em que o ato foi editado, com a finalida- tanto autoriza-se o corte para preservar o interesse da coletividade
de de eliminar todos os seus efeitos até então. (Posição das Procuradorias).
“A Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios • O fornecedor do serviço tem que provar que avisou por força
atos” (súmula 346 STF). do Código de Defesa do Consumidor, já que serviço público é uma
Revogação: Somente a Administração pode fazê-la. Caso o Ju- relação de consumo. Se não houver comunicação o corte será ilegal.
diciário pudesse rever os atos por razões de conveniência ou opor- • Há quem entenda que o corte não pode ocorrer em razão da
tunidade estaria ofendendo a separação dos poderes. A revogação continuidade do serviço. O art. 22 do CDC dispõe que “os órgãos pú-
gera efeitos “ex nunc”, pois até o momento da revogação o ato era blicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias,
válido. ou sob qualquer outra forma de empreendimento são obrigados a
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e quanto aos es-
senciais contínuos”. “Nos casos de descumprimento, total ou par-
Anulação Revogação
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas
Por razões de compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
Por razões de
Fundamento conveniência e prevista neste Código” (art. 22, parágrafo único do CDC).
ilegalidade
oportunidade

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Princípio da Razoabilidade A relação hierárquica é acessória da organização administrati-


O Poder Público está obrigado, a cada ato que edita, a mostrar va, permitindo a distribuição de competências dentro da organiza-
a pertinência (correspondência) em relação à previsão abstrata em ção administrativa para melhor funcionamento das atividades exe-
lei e os fatos em concreto que foram trazidos à sua apreciação. Este cutadas pela Administração Pública.
princípio tem relação com o princípio da motivação.
Se não houver correspondência entre a lei o fato, o ato não PODER DISCIPLINAR
será proporcional. Ex: Servidor chegou atrasado no serviço. Embora O Poder Disciplinar decorre do poder punitivo do Estado de-
nunca tenha faltado, o administrador, por não gostar dele, o demi- corrente de infração administrativa cometida por seus agentes ou
tiu. Há previsão legal para a demissão, mas falta correspondência por terceiros que mantenham vínculo com a Administração Pública.
para com a única falta apresentada ao administrador.3 Não se pode confundir o Poder Disciplinar com o Poder Hierár-
quico, sendo que um decorre do outro. Para que a Administração
possa se organizar e manter relação de hierarquia e subordinação é
PODERES ADMINISTRATIVOS. necessário que haja a possibilidade de aplicar sanções aos agentes
que agem de forma ilegal.
A aplicação de sanções para o agente que infringiu norma de
O poder administrativo representa uma prerrogativa especial caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui
de direito público (conjunto de normas que disciplina a atividade de sanções penais e sim de penalidades administrativas como ad-
estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o administrador vertência, suspensão, demissão, entre outras.
público para exercer suas funções necessita ser dotado de alguns Estão sujeitos às penalidades os agentes públicos quando pra-
poderes. ticarem infração funcional, que é aquela que se relaciona com a
Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que atividade desenvolvida pelo agente.
possibilitam à Administração cumprir com sua finalidade, contudo, É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja
devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais que o motivada e precedida de processo administrativo competente que
regem. garanta a ampla defesa e o contraditório ao acusado, evitando me-
Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo didas arbitrárias e sumárias da Administração Pública na aplicação
dever de agir, de probidade, de prestar contas e o dever de pautar da pena.
seus serviços com eficiência.
PODER REGULAMENTAR
PODER HIERÁRQUICO É o poder que tem os chefes do Poder Executivo de criar e edi-
A Administração Pública é dotada de prerrogativa especial de tar regulamentos, de dar ordens e de editar decretos, com a finali-
organizar e escalonar seus órgãos e agentes de forma hierarquiza- dade de garantir a fiel execução à lei, sendo, portanto, privativa dos
da, ou seja, existe um escalonamento de poderes entre as pessoas Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável.
e órgãos internamente na estrutura estatal Podemos dizer então que esse poder resulta em normas inter-
É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor está nas da Administração. Como exemplo temos a seguinte disposição
obrigado a cumprir ordem emanada de seu superior desde que não constitucional (art. 84, IV, CF/88):
sejam manifestamente ilegais. É também esse poder que autoriza a Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
delegação, a avocação, etc. [...]
A lei é quem define as atribuições dos órgãos administrativos, IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
bem como cargos e funções, de forma que haja harmonia e unidade expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução.
de direção. Percebam que o poder hierárquico vincula o superior e
o subordinado dentro do quadro da Administração Pública. A função do poder regulamentar é estabelecer detalhes e os
Compete ainda a Administração Pública: procedimentos a serem adotados quanto ao modo de aplicação de
a) editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), dispositivos legais expedidos pelo Poder Legislativo, dando maior
que tenham como objetivo ordenar a atuação dos órgãos subordi- clareza aos comandos gerais de caráter abstratos presentes na lei.
nados, pois refere-se a atos normativos que geram efeitos internos - Os atos gerais são os atos como o próprio nome diz, geram
e não devem ser confundidas com os regulamentos, por serem de- efeitos para todos (erga omnes); e
correntes de relação hierarquizada, não se estendendo a pessoas - O caráter abstrato é aquele onde há uma relação entre a cir-
estranhas; cunstância ou atividade que poderá ocorrer e a norma regulamen-
b) dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência, tadora que disciplina eventual atividade.
salvo para os manifestamente ilegais;
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente
verificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obriga- dotadas de competência para estabelecer regras disciplinando os
ções, permitindo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenien- respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo
tes, seja ex. officio (realiza algo em razão do cargo sem nenhuma das agências.
provocação) ou por provocação dos interessados, através dos re- Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao
cursos hierárquicos; cumprimento do princípio da legalidade na medida em que os atos
d) avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferiori-
do órgão subordinado; dade em relação à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico.
e) delegação de atribuições que não lhe sejam privativas.
3 Fonte: www.webjur.com.br
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

PODER DE POLÍCIA No entanto, a partir do momento em que são fixados esses li-
É certo que o cidadão possui garantias e liberdades individuais mites, com suas posteriores sanções, a Administração será obrigada
e coletivas com previsão constitucional, no entanto, sua utilização a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar seus atos
deve respeitar a ordem coletiva e o bem estar social. vinculados.
Neste contexto, o poder de polícia é uma prerrogativa confe-
rida à Administração Pública para condicionar, restringir e limitar - Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário
o exercício de direitos e atividades dos particulares em nome dos intervenha na atuação da Administração Pública. No entanto, essa
interesses da coletividade. liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder Judiciário o con-
Possui base legal prevista no Código Tributário Nacional, o qual trole desse ato.
conceitua o Poder de Polícia: Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administra- prevista em lei, além de seu uso para situações emergenciais, em
ção pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li- que será necessária a atuação da Administração Pública.
berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de Vale lembrar que a administração pública pode executar, por
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos seus próprios meios, suas decisões, não precisando de autorização
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de judicial.
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização
do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à proprie- - Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade,
dade e aos direitos individuais ou coletivos. na medida que for necessária será permitido o uso da força par
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de cumprimento dos atos. A coercibilidade é um atributo que torna
polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites obrigatório o ato praticado no exercício do poder de polícia, inde-
da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se pendentemente da vontade do administrado.
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou des-
vio de poder. Uso e Abuso De Poder
Sempre que a Administração extrapolar os limites dos pode-
Os meios de atuação da Administração no exercício do poder res aqui expostos, estará cometendo uma ilegalidade. A ilegalidade
de polícia compreendem os atos normativos que estabelecem limi- traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicial-
tações ao exercício de direitos e atividades individuais e os atos ad- mente.
ministrativos consubstanciados em medidas preventivas e repressi- O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que
vas, dotados de coercibilidade. a Administração será responsabilizada. Todos os Poderes Públicos
A competência surge como limite para o exercício do poder de estão obrigados a respeitar os princípios e as normas constitucio-
polícia. Quando o órgão não for competente, o ato não será consi- nais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade
derado válido. do ingresso ao Poder Judiciário.
O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atri-
divorciar-se das leis e fins em que são previstos, ou seja, deve-se buída ao Poder Público, de compor os danos patrimoniais causados
condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coleti- a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas
vidade. atribuições quanto agindo nessa qualidade.

Limites Desvio de Poder


Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe al- O desvio significa o afastamento, a mudança de direção da que
guns limites quanto à competência, à forma, aos fins ou ao objeto. fora anteriormente determinada. Este tipo de ato é praticado por
Em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido autoridade competente, que no momento em que pratica tal ato,
para atender ao interesse público. A autoridade que fugir a esta re- distinto do que é visado pela norma legal de agir, acaba insurgindo
gra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com no desvio de poder.
todas as consequências nas esferas civil, penal e administrativa.
Dessa forma, o fundamento do poder de polícia é a predomi- Segundo Cretella Júnior:
nância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso “o fim de todo ato administrativo, discricionário ou não, é o
qualquer benefício em detrimento do interesse público. interesse público. O fim do ato administrativo é assegurar a ordem
da Administração, que restaria anarquizada e comprometida se o
Atributos do poder de polícia fim fosse privado ou particular”.
Os atributos do poder de polícia, busca-se garantir a sua execu-
ção e a prioridade do interesse público. São eles: discricionarieda- Não ser refere as situações que estejam eivadas de má-fé, mas
de, autoexecutoriedade e coercibilidade. sim quando a intenção do agente encontra-se viciada, podendo
- Discricionariedade: a Administração Pública goza de liberdade existir desvio de poder, sem que exista má-fé. É a junção da vontade
para estabelecer, de acordo com sua conveniência e oportunidade, de satisfação pessoal com inadequada finalidade do ato que pode-
quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais ria ser praticado.
e as sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade
de fixar as condições para o exercício de determinado direito. Essa mudança de finalidade, de acordo com a doutrina, pode
ocorrer nas seguintes modalidades:
a. quando o agente busca uma finalidade alheia ao interesse
público;
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NOÇÕES DE DIREITO

b. quando o agente público visa uma finalidade que, no entan- - Eficiência: para que o Estado preste seus serviços de maneira
to, não é o fim pré-determinado pela lei que enseja validade ao eficiente é necessário que o Poder Público atualize-se com novos
ato administrativo e, por conseguinte, quando o agente busca uma processos tecnológicos, devendo a execução ser mais proveitosa
finalidade, seja alheia ao interesse público ou à categoria deste que com o menos dispêndio.
o ato se revestiu, por meio de omissão.
Em caso de descumprimento de um dos elementos supra men-
cionado, o usuário do serviço tem o direito de recorrer ao Judiciário
SERVIÇOS PÚBLICOS. e exigir a correta prestação.

REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE
CONCEITO
Serviços públicos são aqueles serviços prestados pela Adminis- A regulação de serviços públicos
tração, ou por quem lhe faça às vezes, mediante regras previamente Pode ser definida como sendo a atividade administrativa de-
estipuladas por ela para a preservação do interesse público. sempenhada por pessoa jurídica de direito público que consiste no
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será disciplinamento, na regulamentação, na fiscalização e no controle
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um do serviço prestado por outro ente da Administração Pública ou
particular a prestação do serviço público. As regras serão sempre por concessionário ou permissionário do serviço público, à luz de
fixadas unilateralmente pela Administração, independentemente poderes que lhe tenham sido, por lei, atribuídos para a busca da
de quem esteja executando o serviço público. Qualquer contrato adequação daquele serviço, do respeito às regras fixadoras da po-
administrativo aos olhos do particular é contrato de adesão. lítica tarifária, da harmonização, do equilíbrio e da composição dos
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se interesses de todos os envolvidos na prestação deste serviço, assim
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. como da aplicação de penalidades pela inobservância das regras
Quando não houver definição constitucional a respeito, deve-se ob- condutoras da sua execução.
servar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem como o A regulação do serviço público pode ocorrer sobre serviços
regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo regras de di- executados de forma direta, outorgados a entes da administração
reito público, será serviço público; sendo regras de direito privado, indireta ou para serviços objeto de delegação por concessão, per-
será serviço privado. missão ou autorização. Em qualquer um desses casos, a atividade
O fato de o Ente Federado ser o titular dos serviços não signifi- regulatória é diversa e independente da prestação dos serviços.
ca que deva obrigatoriamente prestá-los por si. Assim, tanto poderá Desta forma é necessário que o órgão executor do serviço seja di-
prestá-los por si mesmo, como poderá promover-lhes a prestação, verso do órgão regulador, do contrário, haverá uma tendência na-
conferindo à entidades estranhas ao seu aparelho administrativo, tural a que a atividade de regulação seja deixada de lado, em detri-
titulação para que os prestem, segundo os termos e condições fixa- mento da execução, ou que aquela seja executada sem a isenção,
das, e, ainda, enquanto o interesse público aconselhar tal solução. indispensável a sua adequada realização.
Dessa forma, esses serviços podem ser delegados a outras entida-
des públicas ou privadas, na forma de concessão, permissão ou au- Regulamentação e controle
torização. A regulamentação e o controle competem ao serviço público,
Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é independente da forma de prestação de serviço público ao usuário.
a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado; Caso o serviço não esteja sendo prestado de forma correta, o
já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra- Poder Público poderá intervir e retirar a prestação do terceiro que
ção pública. se responsabilizou pelo serviço. Deverá ainda exigir eficiência para
o cumprimento do contrato.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS Como a Administração goza de poder discricionário, poderão
Os serviços públicos possuem quatro caracteres jurídicos funda- ter as cláusulas contratuais modificadas ou a delegação do serviço
mentais que configuram seus elementos constitutivos, quais sejam: público revogada, atendendo ao interesse público.
- Generalidade: o serviço público deve ser prestado a todos, ou O caráter do serviço público não é a produção de lucros, mas
seja à coletividade. sim servir ao público donde nasce o direito indeclinável da Adminis-
- Uniformidade: exige a igualdade entre os usuários do serviço tração de regulamentar, fiscalizar, intervir, se não estiver realizando
público, assim todos eles devem ser tratados uniformemente. a sua obrigação.
- Continuidade: não se pode suspender ou interromper a pres-
tação do serviço público. Características jurídicas:
- Regularidade: todos os serviços devem obedecer às normas As características do serviço público envolvem alguns elemen-
técnicas. tos, tais quais: elemento subjetivo, elemento formal e elemento
- Modicidade: o serviço deve ser prestado da maneira mais ba- material.
rata possível, de acordo com a tarifa mínima. Deve-se considerar a - Elemento Subjetivo – o serviço público compete ao Estado
capacidade econômica do usuário com as exigências do mercado, que poderá delegar determinados serviços públicos, através de lei
evitando que o usuário deixe de utilizá-lo por motivos de ausência e regime de concessão ou permissão por meio de licitação. O Es-
de condições financeiras. tado é responsável pela escolha dos serviços que em determinada
ocasião serão conhecidos como serviços públicos. Exemplo: energia
elétrica; navegação aérea e infraestrutura portuária; transporte fer-
roviário e marítimo entre portos brasileiros e fronteiras nacionais;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
portos fluviais e lacustres; serviços oficiais de estatística, geografia ou permissão:
e geologia a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re-
- Elemento Material – o serviço público deve corresponder a dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
uma atividade de interesse público. b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
- Elemento Formal – a partir do momento em que os particula- mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
res prestam serviço com o Poder Público, estamos diante do regime dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
jurídico híbrido, podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
Privado, dependendo do que dispuser a lei. Para ambos os casos, a tuária;
responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
serão indenizados pelo Estado) tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites
de Estado ou Território;
FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
cional de passageiros;
Titularidade f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um Titularidade não-exclusiva do Estado: os particulares podem
particular a execução do serviço público. prestar, independentemente de concessão, são os serviços sociais.
As regras serão sempre fixadas de forma unilateral pela Admi- Ex: serviços de saúde, educação, assistência social.
nistração, independentemente de quem esteja executando o servi-
ço público. De acordo com nossa Lei maior compete aos Estados e ao Dis-
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se trito Federal:
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
Quando não houver definição constitucional a respeito, de- ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
ve-se observar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem ção.
como o regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo re- § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes
gras de direito público, será serviço público; sendo regras de direito sejam vedadas por esta Constituição.
privado, será serviço privado. § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante con-
Desta forma, os instrumentos normativos de delegação de ser- cessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada
viços públicos, como concessão e permissão, transferem apenas a a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
prestação temporária do serviço, mas nunca delegam a titularidade § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
do serviço público. regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado; grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-
já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra- cas de interesse comum.
ção pública.
Portanto, a execução de serviços públicos poderá ser realizada Ao Distrito Federal:
pela administração direta, indireta ou por particulares. Oportuno Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
lembrar que a administração direta é composta por órgãos, que não reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
têm personalidade jurídica, que não podem estar, em regra, em juí- mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
zo para propor ou sofrer medidas judiciais. tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
A administração indireta é composta por pessoas, surgindo Constituição.
como exemplos: autarquias, fundações, empresas públicas, socie- § 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis-
dades de economia mista. lativas reservadas aos Estados e Municípios.
Por outro lado, o serviço público também pode ser executado [...]
por particulares, por meio de concessão, permissão, autorização.
O artigo 30 da Constituição Federal, traz os serviços de compe-
Competência tência dos municípios, destacando-se o disposto no inciso V
São de competência exclusiva do Estado, não podendo delegar
a prestação à iniciativa privada: os serviços postais e correio aéreo Art. 30. Compete aos Municípios:
nacional. I - legislar sobre assuntos de interesse local;
Art. 21, CF Compete à União: II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
() III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
Além desses casos, veja estes incisos ainda trazidos no mesmo IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
artigo constitucional: estadual;
Art. 21, CF Compete à União: V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
() são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen- serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua pror-
tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) rogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e res-
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e cisão da concessão ou permissão;
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; II - os direitos dos usuários;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- III - política tarifária;
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e IV - a obrigação de manter serviço adequado.
da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, Note-se que o dispositivo não faz referência à autorização de
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. serviço público, talvez porque os chamados serviços públicos auto-
rizados não sejam prestados a terceiros, mas aos próprios particu-
Formas de prestação do serviço público lares beneficiários da autorização; são chamados serviços públicos,
a). Prestação Direta: É a prestação do serviço pela Administra- porque atribuídos à titularidade exclusiva do Estado, que pode, dis-
ção Pública Direta, que pode se realizar de duas maneiras: cricionariamente, atribuir a sua execução ao particular que queira
- pessoalmente pelo Estado: quando for realizada por órgãos prestá-lo, não para atender à coletividade, mas às suas próprias ne-
públicos da administração direta. cessidades.
- com auxílio de particulares: quando for realizada licitação,
celebrando contrato de prestação de serviços. Apesar de feita por Concessão de serviço público:
particulares, age sempre em nome do Estado, motivo pelo qual a É a delegação da prestação do serviço público feita pelo poder
reparação de eventual dano é de responsabilidade do Estado. concedente, mediante licitação na modalidade concorrência, à pes-
soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade
b) Prestação Indireta por outorga: nesse caso a prestação de de desempenho por sua conta e risco, com prazo determinado.
serviços públicos pode ser realizada por pessoa jurídica especializa- Essa capacidade de desempenho é averiguada na fase de habi-
da criada pelo Estado, se houver lei específica. Este tipo de presta- litação da licitação. Qualquer prejuízo causado a terceiros, no caso
ção é feita pela Administração Pública Indireta, ou seja, pelas autar- de concessão, será de responsabilidade do concessionário – que
quias, fundações públicas, associações públicas, empresas públicas responde de forma objetiva (art. 37, § 6.º, da Constituição Federal)
e sociedades de economia mista. A responsabilidade pela reparação tendo em vista a atividade estatal desenvolvida, respondendo a Ad-
de danos decorrentes da prestação de serviços, neste caso, é objeti- ministração Direta subsidiariamente.
va e do próprio prestador do serviço, mas o Estado (Administração É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato
Direta) tem responsabilidade subsidiária, caso a Administração In- de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder
direta não consiga suprir a reparação do dano. A remuneração paga concedente. A subconcessão corresponde à transferência de par-
pelo usuário tem natureza de taxa. cela do serviço público concedido a outra empresa ou consórcio
de empresas. É o contrato firmado por interesse da concessionária
c) Prestação Indireta por delegação: é realizada por conces- para a execução parcial do objeto do serviço concedido.
sionários e permissionários, após regular licitação. Se a delegação
tiver previsão em lei específica, é chamada de concessão de servi- Extinção da concessão de serviço público e reversão dos bens
ço público e se depender de autorização legislativa, é chamada de São formas de extinção do contrato de concessão:
permissão de serviço público. - Advento do termo contratual (art. 35, I da Lei 8987/95).
A prestação indireta por delegação só pode ocorrer nos cha- - Encampação (art. 35, II da Lei 8987/95).
mados serviços públicos uti singuli e a responsabilidade por danos - Caducidade (art. 35, III da Lei 8987/95).
causados é objetiva e direta das concessionárias e permissionárias, - Rescisão (art. 35, IV da Lei 8987/95).
podendo o Estado responder apenas subsidiariamente. A natureza - Anulação (art. 35, V da Lei 8987/95).
da remuneração para pelo usuário é de tarifa ou preço público. - Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento
Importante lembrar, que o poder de fiscalização da prestação ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual (art. 35,
de serviços públicos é sempre do Poder Concedente. VI da Lei 8987/95).

DELEGAÇÃO Assunção (reassunção): é a retomada do serviço público pelo


As formas de delegação por concessões de serviços públicos e poder concedente assim que extinta a concessão.
de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão Nos termos do que estabelece o artigo 35 §2º da Lei 8.987/75:
pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, pela lei 8.987/95, “Art. 35, § 2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção
pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensá- do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamen-
veis contratos. tos, avaliações e liquidações necessários).
Vamos conferir a redação do artigo 175 da Constituição Fede-
ral: Reversão: é o retorno de bens reversíveis (previstos no edital e
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamen- no contrato) usados durante a concessão.
te ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de Nos termos do que estabelece o artigo 35 §1º da Lei 8.987/75:
licitação, a prestação de serviços públicos. “Art. 35, § 1º - Extinta a concessão, retornam ao poder conce-
Parágrafo único. A lei disporá sobre: dente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos
ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no
contrato”.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

a) Advento do termo contratual: É uma forma de extinção dos § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadim-
contratos de concessão por força do término do prazo inicial previs- plência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente,
to. Esta é a única forma de extinção natural. os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo,
b) Encampação: É uma forma de extinção dos contratos de con- dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões aponta-
cessão, mediante autorização de lei específica, durante sua vigên- das e para o enquadramento, nos termos contratuais.
cia, por razões de interesse público. Tem fundamento na suprema- § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a ina-
cia do interesse público sobre o particular. dimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder con-
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o cedente, independentemente de indenização prévia, calculada no
fará de forma unilateral, pois um dos atributos do ato administra- decurso do processo.
tivo é a autoexecutoriedade. - O concessionário terá direito à inde- § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devi-
nização. da na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor
das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
Nos termos do que estabelece o artigo 37 da Lei 8.987/75: § 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder con-
“Art. 37 - Considera-se encampação a retomada do serviço pelo cedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos en-
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de in- cargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com
teresse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio empregados da concessionária.
pagamento da indenização na forma do artigo anterior”
d) Rescisão é uma forma de extinção dos contratos de conces-
c) Caducidade: É uma forma de extinção dos contratos de con- são, durante sua vigência, por descumprimento de obrigações pelo
cessão durante sua vigência, por descumprimento de obrigações poder concedente.
contratuais pelo concessionário. O concessionário tem a titularidade para promovê-la, mas pre-
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o cisa ir ao Poder Judiciário. Nesta hipótese, os serviços prestados
fará de forma unilateral, sem a necessidade de ir ao Poder Judiciá- pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados
rio. até decisão judicial transitada em julgado
O concessionário não terá direito a indenização, pois cometeu Nos termos do que estabelece o artigo 39 da Lei 8.987/75:
uma irregularidade, mas tem direito a um procedimento adminis- “Art. 39 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por
trativo no qual será garantido contraditório e ampla defesa. iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das nor-
Nos termos do que estabelece o artigo 38 da Lei 8.987/75: mas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial es-
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a pecialmente intentada para esse fim”
critério do poder concedente, a declaração de caducidade da con- Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os
cessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as dis- serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrom-
posições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre pidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
as partes.
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo po- O artigo 78 da Lei 8.666/93 traz motivos que levam à rescisão
der concedente quando: do contrato, tais como:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou XV- Atraso superior a 90 dias do pagamento devido pela Admi-
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ- nistração, decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parce-
metros definidores da qualidade do serviço; las destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo- pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado
sições legais ou regulamentares concernentes à concessão; ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan- suas obrigações até que seja normalizada a situação;
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força XIV- Suspensão da execução do serviço público pela Administra-
maior; ção Pública por prazo superior a 120 dias, sem a concordância do
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas concessionário, salvo em caso de calamidade pública, grave pertur-
ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço con- bação da ordem interna ou guerra.
cedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por O artigo 79 da Lei 8.666/93 prevê três formas de rescisão dos
infrações, nos devidos prazos; contratos administrativo, sendo elas:
VI - a concessionária não atender a intimação do poder conce- 1. Rescisão por ato unilateral da Administração;
dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e 2. Rescisão amigável,
VII - a concessionária não atender a intimação do poder conce- 3. Rescisão judicial.
dente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documenta-
ção relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma Entretanto, na lei de concessão é diferente, existindo apenas
do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. uma forma de rescisão do contrato, ou seja, aquela promovida pelo
§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser pre- concessionário no caso de descumprimento das obrigações pelo
cedida da verificação da inadimplência da concessionária em pro- poder concedente.
cesso administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. e) Anulação: É uma forma de extinção os contratos de conces-
são, durante sua vigência, por razões de ilegalidade.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Tanto o Poder Público com o particular podem promover esta a) é contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente
espécie de extinção da concessão, diferenciando-se apenas quanto pelo poder concedente, embora tradicionalmente seja tratada pela
à forma de promovê-la. Assim, o Poder Público pode fazê-lo unilate- doutrina como ato unilateral, discricionário e precário, gratuito ou
ralmente e o particular tem que buscar o poder Judiciário. oneroso, intuitu personae.
A administração pode anular seus próprios atos, quando eiva- b) depende sempre de licitação, conforme artigo 175 da Cons-
dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não originam di- tituição;
reitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, c) seu objeto é a execução d e serviço público, continuando a
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, titularidade do serviço com o Poder Público;
a apreciação judicial, é o que dispõe a Súmula do STF nº 473. d) o serviço é executado e m nome d o permissionário, por sua
conta e risco;
f) Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimen- e) o permissionário sujeita-se à s condições estabelecidas pela
to ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual: Administração e a sua fiscalização;
- Falência: É uma forma de extinção dos contratos de conces- f) como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer
são, durante sua vigência, por falta de condições financeiras do momento pela Administração, por motivo de interesse público;
concessionário. - Tanto o Poder Público com o particular podem g) não obstante seja de sua natureza a outorga sem prazo, tem
promover esta espécie de extinção da concessão. a doutrina admitido a possibilidade de fixação de prazo, hipótese
- Incapacidade do titular, no caso de empresa individual: É uma em que a revogação antes do termo estabelecido dará ao permis-
forma de extinção dos contratos de concessão, durante sua vigên- sionário direito à indenização.
cia, por falta de condições financeiras ou jurídicas por parte do con-
cessionário. CLASSIFICAÇÃO
A doutrina administrativa assim classifica os Serviços Públicos:
Permissão de Serviço Público:
É a delegação a título precário, mediante licitação feita pelo po- a) Serviços delegáveis e indelegáveis:
der concedente à pessoa física ou jurídica que demonstrem capaci- Serviços delegáveis são aqueles que por sua natureza, ou pelo
dade de desempenho por sua conta e risco. fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser execu-
tados pelo estado ou por particulares colaboradores. Ex: serviço de
A Lei n. 8.987/95 é contraditória quando se refere à natureza abastecimento de água e energia elétrica
jurídica da permissão, pois muito embora afirma que seja “precá- Serviços indelegáveis são aqueles que só podem ser prestados
ria”, mas exige que seja precedida de “licitação”, o que pressupõe pelo Estado diretamente, por seus órgãos ou agentes. Ex: serviço de
um contrato e um contrato de natureza não precária. segurança nacional.
Em razão disso, diverge a doutrina administrativa majoritária
entende que concessão é uma espécie de contrato administrativo b) Serviços administrativos e de utilidade pública:
destinado a transferir a execução de um serviço público para tercei- O chamado serviço de utilidade pública é o elenco de serviços
ros enquanto permissão é ato administrativo unilateral e precário. prestados à população ou postos à sua disposição, pelo Estado e
Nada obstante, a Constituição Federal iguala os institutos seus agentes, basicamente de infraestrutura e de uso geral, como
quando a eles se refere correios e telecomunicações, fornecimento de energia, dentre ou-
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar con- tros.
cessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão so- Ex: imprensa oficial
nora e de sons e imagens, observado o princípio da complementari-
dade dos sistemas privado, público e estatal. c) Serviços coletivos e singulares:
[...] - Coletivo (uti universi): São serviços gerais, prestados pela Ad-
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven- ministração à sociedade como um todo, sem destinatário determi-
cido o prazo, depende de decisão judicial. nado e são mantidos pelo pagamento de impostos.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para - Serviços singulares (uti singuli): são os individuais onde os
as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. usuários são determinados e são remunerados pelo pagamento de
taxa ou tarifa.
Autorização: Ex: serviço de telefonia domiciliar
É um ato administrativo unilateral, discricionário e precário,
pelo qual o Poder Público transfere por delegação a execução de d) Serviços sociais e econômicos:
um serviço público para terceiros. O ato é precário porque não tem - Serviços sociais: são os que o Estado executa para atender aos
prazo certo e determinado, possibilitando o seu desfazimento a reclamos sociais básicos e representam; ou uma atividade propicia-
qualquer momento. dora de comodidade relevante; ou serviços assistenciais e proteti-
O que diferencia, basicamente, a autorização da permissão é o vos. Ex: serviços de educação e saúde.
grau de precariedade. A autorização de serviço público tem preca- - Serviços econômicos: são aqueles que, por sua possibilidade
riedade acentuada e não está disciplinada na Lei n. 8.987/95. É apli- de lucro, representam atividades de caráter industrial ou comercial.
cada para execução de serviço público emergencial ou transitório Ex: serviço de fornecimento de gás canalizado.
Relativamente à permissão de serviço público, as suas caracte-
rísticas assim se resumem:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

e). Serviços próprios g) Princípio da transparência: o usuário tem direito de receber


Compreendem os que se relacionam intimamente com as atri- do poder concedente e da concessionária informações para defesa
buições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde de interesses individuais ou coletivos.
públicas etc.) devendo ser usada a supremacia sobre os administra-
dos para a execução da Administração Pública. Em razão disso não
podem ser delegados a particulares. Devido a sua essência, são na ATOS ADMINISTRATIVOS.
maioria das vezes gratuitos ou de baixa remuneração.

f). Serviços impróprios CONCEITO


Por não afetarem substancialmente as necessidades da socie- Ato Administrativo, em linhas gerais, é toda manifestação lícita
dade, apenas irá satisfazer alguns de seus membros, devendo ser e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe faça às
remunerado pelos seus órgãos ou entidades administrativas, como vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir,
é o caso das autarquias, sociedades de economia mista ou ainda transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações.
por delegação. Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, te-
PRINCÍPIOS nha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, ex-
Vamos conferir os princípios fundamentais que ditam as dire- tinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados
trizes do serviço público: ou a si própria”.
a) Princípio da continuidade da prestação do serviço público: Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “de-
Em se tratando de serviço público, o princípio mais importante é o claração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
da continuidade de sua prestação. jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
Na vigência de contrato administrativo, quando o particular direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se a Adminis- Conforme se verifica dos conceitos elaborados por juristas
tração, entretanto, que descumpre suas obrigações, o particular administrativos, esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde
não pode rescindir o contrato, tendo em vista o princípio da conti- serão definidas prerrogativas, que digam respeito à supremacia do
nuidade da prestação. interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade
Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar à Admi- do interesse público.
nistração Pública uma prerrogativa que não existe para o particular, Os atos administrativos podem ser delegados, assim os parti-
colocando-a em uma posição superior em razão da supremacia do culares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos
interesse público. referidos atos.
Dessa forma, os atos administrativos podem ser praticados pelo
b) Princípio da mutabilidade: Fica estabelecido que a execução Estado ou por alguém que esteja em nome dele. Logo, pode-se con-
do serviço público pode ser alterada, desde que para atender o in- cluir que os atos administrativos não são definidos pela condição
teresse público. Assim, nem os servidores, nem os usuários de ser- da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
viços públicos, nem os contratados pela administração pública, têm
direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico. REQUISITOS
São as condições necessárias para a existência válida do ato.
c) Princípio da igualdade dos usuários: Esse princípio estipula Os requisitos dos atos administrativos são cinco:
que não haverá distinção entre as pessoas interessadas em con- - Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz. Tra-
tratar com a administração pública. Dessa forma, se tais pessoas ta-se de requisito vinculado, ou seja, para que um ato seja válido
possuírem condições legais de contratação, não poderão ser dife- deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
renciadas. O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado
d) Princípio da adequação: na própria Lei 8.897/95, resta claro todo aquele que atue em nome do Estado, podendo ser de qual-
que o serviço adequado é aquele que preenche as condições de re- quer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo deter-
gularidade, continuidade, eficiência, segurança, entre outros. Dessa minado ou vínculo de natureza permanente.
forma, se nota que à Administração Pública e aos seus delegados é Além da competência para a prática do ato, se faz necessário
necessário que se respeite o que a legislação exige. que não exista impedimento e suspeição para o exercício da ativi-
e) Princípio da obrigatoriedade: o Estado não tem a faculdade dade.
discricionária em prestar o serviço público, ele é obrigado a fazer, Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não
sendo, dessa maneira, um dever jurídico. sendo possível um agente que contenha competência ilimitada,
f) Princípio da modicidade das tarifas: significa que o valor exi- tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios
gido do usuário a título de remuneração pelo uso do serviço deve de legitimação para a prática de atos.
ser o menor possível, reduzindo-se ao estritamente necessário para
remunerar o prestador com acréscimo de pequena margem de lu- - Finalidade: O ato administrativo deve ser editado pela Admi-
cro. Daí o nome “modicidade”, que vem de “módico”, isto é, algo nistração Pública em atendimento a uma finalidade maior, que é a
barato, acessível. pública; se o ato praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso
Como o princípio é aplicável também na hipótese de serviço de poder.
remunerado por meio de taxa, o mais apropriado seria denominá-lo Em outras palavras, o ato administrativo deve ter como fina-
princípio da modicidade da remuneração. lidade o atendimento do interesse coletivo e do atendimento das
demandas da sociedade.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

- Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exte- c) Exigibilidade ou Coercibilidade: É a prerrogativa que pos-
riorização e demais procedimentos prévios que forem exigidos com suem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu cum-
a expedição do ato administrativo. primento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade,
Via de regra, os atos devem ser escritos, permitindo de ma- em regra, nascem no mesmo momento.
neira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que Caso não seja cumprida a obrigação imposta pelo administrati-
não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são vo, o poder público, se valerá dos meios indiretos de coação, reali-
os casos dos semáforos, por exemplo. zando, de modo indireto o ato desrespeitado.
A forma não configura a essência do ato, mas apenas o ins-
trumento necessário para que a conduta administrativa atinja seus d) Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados mate-
objetivos. O ato deve atender forma específica, justamente porque rialmente pela própria administração, independentemente de re-
se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um pro- curso ao Poder Judiciário.
cesso administrativo prévio, que se caracterize por uma série de A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos administrati-
atos concatenados, com um propósito certo. vos, ou seja, não existe em todos os atos. Poderá ocorrer quando
a lei expressamente prever ou quando estiver tacitamente prevista
- Motivo: O motivo será válido, sem irregularidades na prática em lei sendo exigido para tanto situação de urgência; e inexistência
do ato administrativo, exigindo-se que o fato narrado no ato prati- de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
cado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na
conduta estatal. CLASSIFICAÇÃO
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das Os atos administrativos podem ser objeto de várias classifica-
razões que levaram à prática do ato. ções, conforme o critério em função do qual seja agrupados. Men-
cionaremos os agrupamentos de classificação mais comuns entre
- Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa rece- os doutrinadores administrativos.
ber com sua expedição. Todo e qualquer ato administrativo tem por
objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídi- Quanto à composição da vontade produtora do ato:
cas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Simples: depende da manifestação jurídica de um único órgão,
Administração Pública. mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portan-
Entende-se por objeto, aquilo que o ato dispõe, o efeito causa- to, a vontade para manifestação do ato deve ser unitária, obtida
do pelo ato administrativo, em decorrência de sua prática. Trata-se através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um
do objeto como a disposição da conduta estatal, aquilo que fica de- agente em órgãos singulares.
cidido pela prática do ato. Complexo: resulta da manifestação conjugada de vontades de
ATRIBUTOS órgãos diferentes. É necessária a manifestação de vontade de dois
Atributos são qualidades, prerrogativas ou poderes especiais ou mais órgãos para formar um único ato.
que revestem os atos administrativos para que eles alcancem os Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um
fins almejados pelo Estado. edita o ato principal e o outro será acessório. Como se nota, é com-
Existem por conta dos interesses que a Administração repre- posto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão pú-
senta, são as qualidades que permitem diferenciar os atos adminis- blico, em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato
trativos dos outros atos jurídicos. Decorrem do princípio da supre- deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
macia do interesse público sobre o privado. Quanto a formação do ato:
São atributos dos atos administrativos: Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das
partes. Exemplo: licença
a) Presunção de Legitimidade/Legitimidade: É a presunção Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes.
de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até Exemplo: contrato administrativo;
que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes.
dos serviços públicos. Exemplo: convênios.
A presunção de legitimidade não pressupõe no entanto que Ios
atos administrativos não possam ser combatidos ou questionados, Quanto aos destinatários do ato:
no entanto, o ônus da prova é de quem alega. Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo e
O atributo de presunção de legitimidade confere maior cele- determinado, impondo a norma abstrata ao caso concreto. Nesse
ridade à atuação administrativa, já que depois da prática do ato, momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é
estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse vá- geral restringindo seu âmbito de atuação.
lido, até que se declare sua ilegalidade por decisão administrativa Gerais: são os atos que têm por destinatário final uma catego-
ou judicial. ria de sujeitos não especificados. Os atos gerais tem a finalidade
de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica que
b) Imperatividade: É a prerrogativa que os atos administrativos abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange
possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados, todas as pessoas que se encontram na mesma situação, por tratar-
independente da concordância destes. É o atributo que a Adminis- -se de imposição geral e abstrata para determinada relação.
tração possui para impor determinado comportamento a terceiros.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Quanto à posição jurídica da Administração: Externos: Destinados a produzir efeitos sobre terceiros, e, por-
Atos de império: Atos onde o poder público age de forma impe- tanto, necessitam de publicidade para que produzam adequada-
rativa sobre os administrados, impondo-lhes obrigações. São atos mente seus efeitos.
praticados sob as prerrogativas de autoridade estatal. Ex. Interdição
de estabelecimento comercial. Quanto à validade do ato:
Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competên-
as prerrogativas do Estado (ausente o poder de comando estatal), cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto
sendo que a Administração irá atuar em situação de igualdade com para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
o particular. Nesses casos, a atividade será regulada pelo direito pri- Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito
vado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que que não pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as
tenham relação com a supremacia do interesse público. partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos,
Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível ou alu- ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa,
guel de imóvel para instalar uma Secretaria Municipal. seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo, ex
tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os
Quanto à natureza das situações jurídicas que o ato cria: direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato
Atos-regra: Criam situações gerais, abstratas e impessoais.Tra- nulo.
çam regras gerais (regulamentos). Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser
Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o
determinado. Criam situações particulares e geram efeitos indivi- ato será nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a ser válido.
duais. Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles
Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condi- expressamente previstos em lei.
ção se cumpra. Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato admi-
nistrativo, mas falta a manifestação de vontade da Administração
Quanto ao grau de liberdade da Administração para a prática Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente
do ato: público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impos-
Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados sível.
em lei, não existindo possibilidade de apreciação por parte do ad-
ministrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao ad- Quanto à exequibilidade:
ministrador apenas a verificação da existência de todos os elemen- Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação,
tos expressos em lei para a prática do ato. estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde
Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o mo- com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se
tivo e sobre o objeto do ato, devendo pautar suas escolhas de acor- às etapas de sua formação.
do com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionarie- Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portan-
dade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo to, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a
com o princípio da finalidade pública. O poder judiciário não pode homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou
legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato. termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confun-
Quanto aos efeitos: de com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o
Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data espe-
Pode ser outorgado um novo direito, como permissão de uso de cífica.
bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um perío- Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada
do de suspensão. mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a
concessão de licença para doar sangue.
Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já
existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue ESPÉCIES
a situação existente, apenas a reconhece. a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando ge-
Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extin- ral do Executivo visando o cumprimento de uma lei. Podem apre-
ta, não retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto
atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato. geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção
Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato (decreto de nomeação de um servidor).
que põe termo a um direito ou dever existente. Cite-se a demissão Os atos normativos se subdividem em:
do servidor público. - Regulamentos: São atos normativos posteriores aos decretos,
que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man-
Quanto à situação de terceiros: damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-
da Administração Pública, não atingindo terceiros, como as circula- -executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos.
res e pareceres. 1. Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execu-
ção da lei, é um ato administrativo que não tem o foto de inovar o
ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

legal. Os regulamentos executivos são atos normativos que comple- - Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a
mentam os dispositivos legais, sem que ivovem a ordem jurídica, Administração concede ao Administrado a faculdade de realizar de-
com a criação de direitos e obrigações. terminada atividade.
2. Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e vi- - Autorização – ato discricionário e precário em que a Adminis-
sam inovar o ordenamento jurídico, determinando normas sobre tração confere ao administrado a faculdade de exercer determinada
matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem atividade.
ser considerados atos expedidos como substitutos da lei e não fa- - Permissão - ato discricionário e precário em que a Administra-
cilitadores de sua aplicação, já que são editados sem contemplar ção confere ao administrado a faculdade de promover certa ativida-
qualquer previsão anterior. de nas situações determinadas por ela;
- Aprovação - análise pela própria administração de atividades
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não prestadas por seus órgãos;
de serem expedidos regulamentos autônomos, em decorrência do - Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato pra-
princípio da legalidade. ticado pela própria Administração como maneira de exequibilidade;
- Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Cons- - Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato
tituição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos praticado pelos seus órgãos como meio de lhe dar eficácia;
privativos dos Ministros de Estado. - Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cum-
- Regimentos – São atos administrativos internos que emanam primento de certa obrigação até então conferida por lei.
do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga- - Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extin-
nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma- gue de forma unilateral um direito próprio, liberando definitiva-
neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. mente a pessoa obrigada perante a Administração Pública.
- Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimen-
tos e regulamentos, expedidos pelas autoridades do executivo. d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administra-
- Deliberações – São atos normativos ou decisórios que ema- ção se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião
nam de órgãos colegiados provenientes de acordo com os regula- sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e
mentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao
para seus beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Ad- motivo e ao conteúdo.
ministração. - Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública com-
prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio- meio dos órgãos competentes;
namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. - Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autentica-
Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por das de atos ou fatos existentes em processos, livros ou documentos
chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos que estejam na repartição pública;
particulares. - Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a
São eles: assuntos submetidos à sua consideração.
- Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierár-
quico em desempenhar determinada função; e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção impos-
- Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determi- ta pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações
nados funcionários ou agentes; administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de parti-
- Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Mi- culares perante a Administração.
nistério; Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as dispo-
- Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos sições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços.
aos seus subalternos que determinam a realização de atos especiais Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação
ou gerais; externa e interna. Quando for interna, compete à Administração
- Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos res- punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que
ponsáveis por obras ou serviços públicos; contenham defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos,
- Provimentos – atos administrativos intermos, com determina- fazendo com que se respeite as normas administrativas.
ções e instruções em que a Corregedoria ou os Tribunais expedem
para regularização ou uniformização dos serviços; EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.
- Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Adminis- Os atos administrativos são produzidos e editados com a fina-
tração a terceiros; lidade de produzir efeitos jurídicos. Cumprida a finalidade a qual
- Despachos administrativos – são decisões tomadas pela auto- fundamenta a edição do ato o mesmo deve ser extinto.
ridade executiva (ou legislativa e judiciária, quando no exercício da Outras vezes, fatos ou atos posteriores interferem diretamente
função administrativa) em requerimentos e processos administrati- no ato e geram sua suspensão ou elimina definitivamente seus efei-
vos sujeitos à sua administração. tos, causando sua extinção.
Ademais, diversas são as causas que determinam a extinção
c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declara- dos atos adminsitrativos ou de seus efeitos, vejamos:
ção de vontade da Administração apta a concretizar determinado
negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas con-
dições impostas ou consentidas pelo Poder Público.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Cassação: Ocorre a extinção do ato administrativo quando o Existem três formas de convalidação:
administrado deixa de preencher condição necessária para perma- a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade
nência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição que praticou o ato;
indispensável para manutenção do ato administrativo. b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior
Anulação ou invalidação (desfazimento): É a retirada, o desfa- àquela que praticou o ato;
zimento do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, ou c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou
seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por autoridade
ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc. superior.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via admi-
nistrativa. Ocorrerá por via judicial quando alguém solicita ao Ju- Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação
diciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando será discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente, ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base
utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja, a Administração o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a
tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou convalidação deverá ser obrigatória, visto que, se houver como sa-
inconvenientes. Quando a anulação é feita por via administrativa, nar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto,
pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros. que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra
De acordo com entendimento consolidado pelo Supremo Tri- alternativa senão anular o ato.
bunal Federal, a anulação de um ato não pode prejudicar terceiro
de boa-fé. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA
Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF: A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos
- SÚMULA 346: A administração pública pode declarar a nulida- potestativos, que “são poderes que a lei confere a determinadas
de dos seus próprios atos. pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situa-
- SÚMULA 473: A administração pode anular seus próprios ções jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja,
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles quando a lei ou a vontade fixam determinado prazo para serem
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito material.
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, O instituto da decadência tem a finalidade de garantir a segu-
em todos os casos, a apreciação judicial. rança jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem
pública, não podendo ser renunciada. Entretanto, se o prazo deca-
Revogação: É a retirada do ato administrativo em decorrência dencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por
da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses convenção entre as partes, pode ser renunciado, que correspon-
públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo derá a uma revogação da condição para o exercício de um direito
com a lei. A revogação somente poderá ser feita por via adminis- dentro de determinado tempo.
trativa. Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se
Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu como de decadência administrativa os prazos estabelecidos por
o interesse na manutenção deste, ainda que não exista vício que o diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Adminis-
tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito adminis- tração. E isso porque a prescrição, como instituto jurídico, pressu-
trativo, por set um ato legal, todos os atos já foram produzidos de põe a existência de uma ação judicial apta à defesa de um direito.
forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir, contudo Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o
mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc). administrado pode interpor recursos administrativos ou pode a Ad-
Não há limite temporal para a revogação de atos administrati- ministração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre a conduta
vos, não se configurando a decadência, no prazo quinquenal, tendo de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou
em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado outras obrigações com os administrados, refere-se a esses prazos
a qualquer tempo. denominando-os de prescricionais.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do
razões de conveniência e oportunidade. prazo, impedindo a prática de um ato pela própria Administração.

Convalidação ou Sanatória: É o ato administrativo que, com


efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná- IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que
sana um vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde
o momento em que foi praticado. Alguns autores, ao se referir à IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
convalidação, utilizam a expressão sanatória. A improbidade administrativa é a falta de probidade do servi-
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majori- dor no exercício de suas funções ou de governantes no desempe-
tária), constitutiva, secundária, e eficácia ex tunc. nho das atividades próprias de seu cargo. Os atos de improbidade
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, administrativa importam a suspensão dos direitos políticos, a perda
sustentando que os atos administrativos somente podem ser nu- da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
los. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos do Erário (patrimônio da administração), na forma e gradação pre-
anuláveis. vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Com a inclusão do princípio da moralidade administrativa no § 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe-
texto constitucional houve um reflexo da preocupação com a ética tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito,
na Administração Pública, para evitar a corrupção de servidores. afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
A matéria é regulada no plano constitucional pelo art. 37, §4º, (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
da Constituição Federal, e no plano infraconstitucional pela Lei Fe- § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta
deral Nº 8.429, de 02.06.1992, que dispõe sobre “as sanções apli- Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona-
cáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza-
pública direta, indireta ou fundacional.” ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do
A lei 8.429/92 pune os atos de improbidade praticados por patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração. diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
Agente público, para os efeitos desta lei, é todo aquele que exer- União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
ce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, pela Lei nº 14.230, de 2021)
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida-
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Con- de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba
tudo, a lei também poderá ser aplicada, àquele que, mesmo não subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú-
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou in- pela Lei nº 14.230, de 2021)
direta. § 7º Independentemente de integrar a administração indireta,
estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica-
Os atos que constituem improbidade administrativa podem ser dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou
divididos em quatro espécies: custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou
1. Ato de improbidade administrativa que importa enriqueci- receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
mento ilícito (art. 9º) repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erá- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
rio (art. 10) § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente
3) Ato de improbidade administrativa decorrente de concessão de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain-
ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10- da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
A) prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais
4) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
princípios da administração pública (art. 11). Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi-
atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública,
pela Lei nº 14.230, de 2021) sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na- ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con-
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO I nº 14.230, de 2021)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada
administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no pela Lei nº 14.230, de 2021)
exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de
do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im-
pela Lei nº 14.230, de 2021) probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se,
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso
de 2021) em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con- Lei nº 14.230, de 2021)
dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica,
tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona-
2021) do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan- 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não 2021)
bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe- ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni-
tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
14.230, de 2021) quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado-
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art.
de 2021) 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles,
obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa- bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô-
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária. Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara- nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi- omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei atividade;
decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
14.230, de 2021) ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-
ção a que esteja obrigado;
CAPÍTULO II XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en-
tidades mencionadas no art. 1° desta lei;
SEÇÃO I XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPOR- integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
TAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO art. 1° desta lei.

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan- SEÇÃO II


do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM
loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do PREJUÍZO AO ERÁRIO
exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe-
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire- malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido Lei nº 14.230, de 2021)
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida
agente público; incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica,
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação
a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
preço superior ao valor de mercado; II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri-
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne- patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
mercado; à espécie;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper-
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren-
no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre- das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; por preço inferior ao de mercado;

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NOÇÕES DE DIREITO

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu-
ou serviço por preço superior ao de mercado; tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
VI - realizar operação financeira sem observância das normas Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- 14.230, de 2021)
nea; § 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
pécie; sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo pela Lei nº 14.230, de 2021)
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra- § 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô-
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo- mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro-
nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- 14.230, de 2021)
das em lei ou regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, SEÇÃO III
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATEN-
co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) TAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre- Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
gular; contra os princípios da administração pública a ação ou omissão
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri- dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de
queça ilicitamente; legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda-
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí- ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio- II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
empregados ou terceiros contratados por essas entidades. das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa- a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº
da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei 14.230, de 2021)
nº 11.107, de 2005) IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi- imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali- de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº
dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 14.230, de 2021)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo- V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial
ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató-
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto,
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli- VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo,
cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
pela administração pública a entidade privada mediante celebração ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula- econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização
(Vigência) e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú-
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida- blica com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de
des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula- 2014) (Vigência)
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Vigência) X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca- XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori-
pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
pela Lei nº 14.230, de 2021) em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor- na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com-
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela
pela Lei nº 13.204, de 2015) Lei nº 14.230, de 2021)
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur- III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro- receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi- diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica- Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do de 2021)
agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in-
si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma
de 2021) qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos o poder público na época do cometimento da infração, podendo
de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe- o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em
ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis- caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas
trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de Lei nº 14.230, de 2021)
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática § 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside-
de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado
normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
Lei nº 14.230, de 2021) reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem nº 14.230, de 2021)
lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con-
de sancionamento e independem do reconhecimento da produção siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo
de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. a viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi- § 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida-
cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen- mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o
do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de
agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica,
CAPÍTULO III conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230,
DAS PENAS de 2021)
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute-
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem
patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon- prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes Lei nº 14.230, de 2021)
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen- § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do
te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri-
14.230, de 2021) do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus- § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta
pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi- o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº
ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou 14.230, de 2021)
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que § 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
nº 14.230, de 2021) observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial,
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230,
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân- de 2021)
cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen-
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma- são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter-
joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
pela Lei nº 14.230, de 2021) sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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CAPÍTULO IV § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a


DA DECLARAÇÃO DE BENS que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man-
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio- tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven- internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser- caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração
viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re-
2021) sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili-
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda-
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti- mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu
go será atualizada anualmente e na data em que o agente público em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com-
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a
declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores
pela Lei nº 14.230, de 2021) declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí-
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO V § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDI- dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por
CIAL caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial,
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad- instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des- § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de-
tinada a apurar a prática de ato de improbidade. monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu-
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro-
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
conhecimento. 2021)
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei,
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es- no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei
tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen- nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in-
determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos
que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen- da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis- § 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in-
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im- cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de
probidade. multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de Contas poderá, a requerimento, designar representante para § 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve-
acompanhar o procedimento administrativo. ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo-
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples
formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis- e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência
ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo- desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub-
sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique- sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao
cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos
o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre-
representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) 14.230, de 2021)

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§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 13.964, de 2019)
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de § 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van- o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a
comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de-
nº 14.230, de 2021) cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi-
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu-
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre-
proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230,
jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar- § 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as
tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste- partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro-
riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen- I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na
tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte- petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi- II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele
bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230, tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
de 2021) 2021)
II - será instruída com documentos ou justificação que con- § 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis-
tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce-
imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação § 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei § 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- § 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (In-
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provi- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
sórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da § 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju-
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), § 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis-
bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se-
os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen- rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para
te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da
14.230, de 2021) demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im-
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº
autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do § 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação
art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro- civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº
cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí- § 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa:
do pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do § 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re-
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con-
de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in-
de 2021) tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito
legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis- da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em
trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu-
venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o
§ 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen- caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido
to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita- de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do
das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento.
2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí-
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) do pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela
Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns- Lei nº 14.230, de 2021)
tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil, III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In- e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve-
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído
14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada
obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu-
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar- ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida;
2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230,
ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de de 2021)
2021) d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór- nº 14.230, de 2021)
gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela
de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da Lei nº 14.230, de 2021)
ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên-
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela
ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade Lei nº 14.230, de 2021)
administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere 2021)
o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu- V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san-
reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela
improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da Lei nº 14.230, de 2021)
rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro,
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua
deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver
se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais
de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO

VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
14.230, de 2021) nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não de 2021)
configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor- o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual- Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos
quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca- CAPÍTULO VI
ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) da denúncia o sabe inocente.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su-
públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à
danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor imagem que houver provocado.
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou- Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba- políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-
nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos denatória.
e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº § 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for
arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática
perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con- de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. § 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median-
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar- I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens. quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên- II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses, interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da § 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con-
ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a
do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre- § 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as
juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Incluí- correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação
do pela Lei nº 14.230, de 2021) da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con-
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela § 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à
Lei nº 14.230, de 2021) ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con-
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua- duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi- 2021)
to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis- § 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa-
trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da
imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen-
Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de
sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei
já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con- nº 14.230, de 2021)
tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o § 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve-
seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

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Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- 2021)
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela
e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de Lei nº 14.230, de 2021)
2021) Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita-
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou
CAPÍTULO VII repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei
DA PRESCRIÇÃO nº 14.230, de 2021)
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de
prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per- Lei nº 14.230, de 2021)
manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des-
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230,
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis- caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada
trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri-
dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re-
não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão
pela Lei nº 14.230, de 2021) responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será 1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun- CAPÍTULO VIII
damentado submetido à revisão da instância competente do órgão DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de- Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar- 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições
quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) em contrário.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter-
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa; AS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA: MINISTÉRIO PÚBLI-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) CO. ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO E DO ESTADO DE MI-
II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei NAS GERAIS. DEFENSORIA PÚBLICA
nº 14.230, de 2021)
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena- Para início de conversa
tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021) A Constituição da República de 1988, também denominada de
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu- “Constituição Cidadã” pelo então presidente da Assembleia Nacio-
nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma nal Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, fortaleceu a cidada-
acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nia e ampliou os instrumentos de participação popular e de contro-
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal le do poder público.
Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór- Ela não se limitou a enumerar os direitos básicos dos indivídu-
dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) os, mas também previu mecanismos para tornar efetivas as garan-
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do tias constitucionais. Aliás, não basta a simples declaração ou procla-
dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste mação de direitos individuais ou coletivos se não houver meios de
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) assegurar, no plano prático, a garantia real desses direitos e prerro-
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei- gativas constitucionais.
tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

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NOÇÕES DE DIREITO

Na verdade, a Constituição atual, além de especificar uma série Ministério Público


de direitos fundamentais das pessoas, também fortaleceu as insti-
tuições e ampliou as competências dos Poderes do Estado (Legis- O Ministério Público (MP) é uma das instituições mais impor-
lativo, Executivo e Judiciário), do Tribunal de Contas e de algumas tantes no Estado Democrático de Direito, visto que tem a atribuição
instituições que, mesmo não integrando a estrutura de determina- constitucional de defender a ordem jurídica (fiscal da lei), o regime
do Poder do Estado, exercem funções relevantes no Estado Demo- democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis. Esse
crático de Direito, cuja atuação é muito importante para a defesa órgão existe no âmbito da União, dos estados e do Distrito Federal.
dos direitos básicos dos cidadãos. Daí falar-se em Ministério Público Federal, Ministério Público Esta-
Além disso, reconheceu a importância de alguns órgãos para dual e Ministério Público Distrital, que são, na verdade, a mesma
o exercício da função jurisdicional do Estado, a ponto de dedicar instituição, com os mesmos objetivos e características. Trata-se de
um capítulo às “funções essenciais à Justiça”, as quais abrangem as uma instituição dotada de autonomia funcional, administrativa e fi-
seguintes instituições: o Ministério Público, a Advocacia Pública e a nanceira. A autonomia funcional significa que o MP é livre no exer-
Defensoria Pública. cício de suas relevantes atribuições, não se submetendo a ingerên-
Trata-se, portanto, de órgãos que têm previsão expressa na cias de outros órgãos ou autoridades; a autonomia administrativa
Constituição, cada qual com atribuições específicas e independên- significa competência para gerir, organizar e executar seus próprios
cia funcional, cujas atividades são indispensáveis para a realização serviços, sempre com base nas normas constitucionais e legais per-
da justiça, a proteção efetiva dos direitos e a valorização da cida- tinentes; a autonomia financeira quer dizer a prerrogativa de apli-
dania. Esta é um princípio fundamental da República Federativa car os recursos financeiros que lhe forem destinados no orçamento
do Brasil, nos termos do art. 1º, II, da Constituição de 1988, entre do Estado para o alcance de seus objetivos e o aprimoramento de
outros mencionados explicitamente nesse artigo, como o princípio suas atividades, e de elaborar sua proposta orçamentária dentro
da dignidade da pessoa humana. Assim, a cidadania requer amplo dos limites fixados na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
acesso ao Poder Judiciário para a defesa de direitos e o respeito O Ministério Público da União compreende o Ministério Públi-
aos direitos fundamentais dos indivíduos. A violação dos direitos co Federal, o do Trabalho e o Ministério Público Militar. O primeiro
básicos dos cidadãos, o abuso de poder e a restrição de acesso ao é constituído de Procuradores da República; o segundo, de procu-
Judiciário são incompatíveis com o princípio da cidadania e, conse- radores do Trabalho; e o terceiro, de procuradores militares. O Mi-
quentemente, com o Estado de Direito. nistério Público da União é chefiado pelo procurador-geral da Re-
O que se pretende demonstrar é que existem instituições pú- pública (PGR), que é escolhido pelo presidente da República entre
blicas que, mesmo não integrando a estrutura do Poder Judiciário, os integrantes da carreira maiores de 35 anos, após a aprovação de
são muito importantes para o funcionamento da Justiça, a proteção seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal,
dos direitos fundamentais e o fortalecimento da cidadania. Não foi para mandato de dois anos, permitida apenas uma recondução. A
em vão que a Carta Magna de 1988 enquadrou o Ministério Público, destituição do PGR mediante iniciativa do presidente da República
a Advocacia Pública e a Defensoria Pública no âmbito das funções só poderá ocorrer após autorização da maioria absoluta dos mem-
essenciais à Justiça, ao mesmo tempo em que consagrou o princípio bros do Senado Federal.
do amplo acesso ao Judiciário, nos termos do art. 5º, XXXV, segundo O Ministério Público de Minas Gerais é exercido pelo procura-
o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou dor-geral de Justiça, pelos procuradores de Justiça e pelos promo-
ameaça a direito”. Ademais, lembre-se que o Judiciário, pela sua tores de Justiça. O procurador-geral de Justiça (PGJ) é o chefe da
própria natureza, é um órgão estático, que depende de provocação instituição, nomeado pelo governador do Estado entre os procura-
da parte interessada para atuar e decidir os conflitos de interesse. dores de Justiça de categoria mais elevada para mandato de dois
Para que o juiz decida os casos concretos, é preciso que haja uma anos, permitida uma única recondução. O PGJ poderá ser destituído
ação judicial, ou seja, o autor deve ingressar em juízo para a defesa do cargo por deliberação da maioria dos membros da Assembleia
de seus interesses. Esse autor poderá ser tanto o Ministério Público Legislativa, nos termos de lei complementar.
quanto a Advocacia do Estado ou a Defensoria Pública, entre outros As atribuições institucionais do Ministério Público Estadual es-
autores (pessoas físicas ou jurídicas). A interpretação e a aplicação tão elencadas nos arts. 120 e 121 da Carta Mineira:
da Constituição e das leis pelo Judiciário dependem, portanto, da • promover, em caráter privativo, a ação penal pública;
apresentação da ação pelo interessado, a qual dá início ao processo • zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos servi-
judicial, que termina com a sentença definitiva. Como ensina José ços de relevância pública aos direitos constitucionalmente assegu-
Afonso da Silva, “nisso se acha a justificativa das funções essenciais rados, promovendo as medidas necessárias à sua garantia;
à Justiça, compostas por todas aquelas atividades profissionais, pú- • promover inquérito civil e ação civil pública, para a proteção
blicas ou privadas, sem as quais o Poder Judiciário não pode funcio- do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros inte-
nar ou funcionará muito mal” (COMENTÁRIO CONTEXTUAL À CONS- resses difusos e coletivos;
TITUIÇÃO. 6ª ed. São Paulo: MALHEIROS, 2008, p. 593). • promover ação de inconstitucionalidade;
Nos próximos tópicos, passaremos a enunciar as características • expedir notificação nos procedimentos administrativos de
e os objetivos básicos de cada uma dessas relevantes instituições, sua competência, requisitando informação e documento para ins-
a começar pelo Ministério Público, tomando por base as diretrizes truí-los, na forma da lei complementar;
das Constituições da República e do Estado de Minas Gerais. • exercer o controle externo da atividade policial;
• requisitar diligência investigatória e a instauração de inqué-
rito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifesta-
ções processuais;
• exercer a fiscalização de estabelecimento prisional ou que
abrigue idoso, menor, incapaz ou portador de deficiência; e
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NOÇÕES DE DIREITO

• participar de organismo estatal de defesa do meio ambiente, melhor desempenho de suas atividades, seja sob a ótica da efici-
do consumidor, de política penal e penitenciária e de outros afetos ência, seja sob a ótica da neutralidade. A vitaliciedade significa que
à sua área de atuação. somente perderão o cargo por meio de sentença judicial transitada
Além dessas relevantes atribuições voltadas para a proteção da em julgado, que é a decisão definitiva que não admite mais recurso.
ordem jurídica e do interesse coletivo, o Ministério Público Esta- A irredutibilidade de subsídios significa que sua remuneração
dual, por meio do procurador-geral de Justiça, tem a prerrogativa não pode ser diminuída, salvo se estiver percebendo valores acima
de encaminhar projetos de lei à Assembleia Legislativa, para tratar do limite fixado na Constituição; e a inamovibilidade quer dizer que
de matérias especificadas na Constituição. Assim, é-lhe facultada a não poderão ser removidos de uma comarca a outra sem seu pré-
iniciativa de lei que disponha sobre a criação, a transformação e a vio consentimento, salvo por motivo de interesse público, mediante
extinção de cargo e função públicos do Ministério Público e dos ser- decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo
viços auxiliares, e a fixação da respectiva remuneração, observadas voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defe-
as diretrizes constitucionais e legais pertinentes. Também é faculta- sa. A mencionada Lei Complementar nº 34 também prevê a chama-
da ao procurador-geral de Justiça a iniciativa de lei complementar da remoção compulsória, que é uma penalidade funcional aplicável
que disponha sobre as seguintes matérias: ao procurador ou promotor de Justiça que cometer irregularidades
• organização, atribuições e estatuto do Ministério Público; no exercício de suas atribuições. Nesse caso, a penalidade só pode-
• controle externo da atividade policial; rá ser imposta pelo Conselho Superior do Ministério Público, por
• procedimentos administrativos de sua competência; e voto de 2/3 de seus integrantes.
• manutenção de curadorias especializadas para atuação na É importante ressaltar que o ingresso na carreira de membro
defesa do meio ambiente, dos direitos do consumidor e do patri- do MP depende de aprovação prévia em concurso público de pro-
mônio cultural do Estado. vas e títulos.
Em Minas Gerais, é a Lei Complementar nº 34, de 1994, com al- Assim, não há a mínima possibilidade de uma pessoa ser livre-
terações posteriores, que dispõe sobre a organização do Ministério mente nomeada para o cargo de procurador da República, no âm-
Público e estabelece o regime jurídico dos membros da instituição. bito federal, ou de procurador ou promotor de Justiça, no âmbito
De acordo com essa lei, as Promotorias de Justiça classificam-se em estadual.
civis, criminais e especializadas, estas também denominadas Pro- Não obstante as garantias constitucionais asseguradas aos
motorias de Justiça do Cidadão, por serem órgãos preordenados à membros do Ministério Público, eles estão sujeitos a várias proibi-
defesa dos direitos dos indivíduos. Essas promotorias especializa- ções, entre as quais se destacam as seguintes: receber honorários,
das exercem as seguintes atividades: percentagens ou custas processuais; exercer a advocacia; participar
• defesa do consumidor; de sociedade comercial; exercer qualquer outra função pública, sal-
• defesa do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural; vo uma de magistério; exercer atividade político-partidária; e rece-
• defesa do patrimônio público; ber auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
• defesa dos direitos humanos, de apoio comunitário e de con- ou privadas, salvo nos casos previstos em lei.
flitos agrários; Existe também o Ministério Público especial que atua junto
• fiscalização da atividade policial; aos tribunais de contas, com estrutura própria, quadro específico
• defesa da saúde; de procuradores e servidores, sem vinculação ao Ministério Público
• habitação e urbanismo; comum. Esse órgão especial, que funciona junto às cortes de con-
• defesa da ordem econômica e tributária; tas, não é uma simples representação do Ministério Público tradi-
• tutela das fundações privadas; cional, e sim uma instituição autônoma e distinta, conforme decidiu
• defesa dos direitos de deficientes e idosos; o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI nº 789-1-DF. No
• defesa da infância e da juventude. entanto, a Constituição da República manda aplicar aos membros
Os procuradores e promotores de Justiça, no exercício de suas desse órgão especial as disposições relativas a direitos, proibições
atribuições, atuam com independência funcional, ou seja, gozam de e forma de investidura dos membros do Ministério Público comum.
ampla liberdade de atuação e só devem obedecer à Constituição e
às leis. Isso significa dizer que esses operadores do Direito não se Advocacia Pública
sujeitam a ordens superiores no desempenho de sua atividade-fim. A expressão “advocacia pública” abrange as atividades exerci-
Para exemplificar, o promotor de Justiça não depende de ordem ou das pela Advocacia-Geral da União, no âmbito federal, e pela Advo-
autorização prévia do procurador-geral de Justiça para promover o cacia--Geral do Estado, no âmbito estadual. A primeira é chefiada
inquérito civil ou a ação penal pública. Igualmente, o chefe da insti- pelo advogado-geral da União, que é livremente nomeado pelo pre-
tuição não poderá exigir que o promotor arquive inquérito policial sidente da República entre cidadãos maiores de 35 anos, de notável
ou deixe de oferecer denúncia sobre determinado fato, a menos saber jurídico e reputação ilibada, conforme exige a Constituição da
que o faça por sua livre convicção pessoal e com base na interpre- República. A segunda é chefiada pelo advogado-geral do Estado, de
tação da lei. livre nomeação do governador do Estado entre cidadãos com mais
Em síntese, no exercício de suas atividades, o membro do Mi- de 35 anos, igualmente com notável saber jurídico e reputação ili-
nistério Público não deve obediência a ninguém, o que não exclui a bada, seguindo os parâmetros da Lei Maior.
possibilidade de responsabilizar-se por eventuais abusos cometidos A Advocacia-Geral da União tem a atribuição constitucional de
e de sujeitar-se às correições realizadas pelas instâncias próprias, representar a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, na
como a Corregedoria. forma de lei complementar, exercer as atividades de consultoria e
Ressalte-se, ainda, que os membros do Ministério Público go- assessoramento jurídico do Poder Executivo.
zam das garantias de vitaliciedade, após dois anos de exercício, e de
inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios, as quais visam ao
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NOÇÕES DE DIREITO

De forma análoga, a Advocacia-Geral do Estado, que é subor- Como é sabido, todos os atos da administração pública estão
dinada ao chefe do Poder Executivo, representa o estado tanto na sujeitos ao princípio da legalidade, uma vez que ela só faz o que a
via judicial quanto na via administrativa, competindo-lhe exercer as lei determina.
atividades de consultoria e assessoramento jurídicos no âmbito do A observância plena da lei e do Direito realça ainda mais a im-
Executivo. Os órgãos jurídicos (consultorias, assessorias e procura- portância da Advocacia Pública no seu relevante papel de órgão de
dorias) das autarquias e das fundações públicas vinculadas ao Exe- consultoria e assessoramento do Poder Executivo. O governador
cutivo subordinam-se técnica e juridicamente ao advogado-geral do do Estado e os demais órgãos da administração necessitam da as-
estado. sistência jurídica de seus advogados para evitar a prática de atos
Isso significa que as orientações e recomendações emanadas ilegais e para defender os direitos e interesses do Estado perante o
dessa autoridade devem ser acatadas pelos procuradores dessas Poder Judiciário.
entidades públicas. Apenas para complementação, saliente-se que a representação
A organização, o funcionamento, as prerrogativas e os deveres judicial da Assembleia Legislativa é exercida por sua Procuradoria-
dos membros dessas instituições (advogados da União e procura- -Geral, à qual compete também a consultoria jurídica do Poder Le-
dores do estado) são estabelecidos em lei complementar. Esta, para gislativo, nos termos do § 2º do art. 62 da Carta Mineira.
ser aprovada, depende do voto da maioria absoluta dos membros Tanto a Advocacia-Geral da União quanto a Advocacia-Geral
do Poder Legislativo, fato que, teoricamente, a reveste de mais es- do Estado não gozam da prerrogativa constitucional de apresentar
tabilidade que a lei ordinária, que depende de maioria simples ou projetos de lei ao Legislativo. As leis complementares federal e es-
relativa de votos para sua aprovação. tadual que organizam essas instituições são de iniciativa privativa
Em Minas Gerais, a organização básica da Advocacia-Geral do do presidente da República e do governador do Estado, respecti-
Estado consta na Lei Complementar nº 30, de 1993, e alterações vamente.
posteriores, quando a instituição era denominada Procuradoria-
-Geral do Estado. A mudança de nome foi realizada pelo art. 5º da Defensoria Pública
Emenda à Constituição nº 56, de 2003, embora fossem mantidas
as mesmas atribuições. De acordo com a citada lei complementar, O art. 134 da Constituição da República estabelece que a
compete à Advocacia-Geral do Estado, entre outras atribuições: As “Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicio-
Funções Essenciais à Justiça nal do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em
• representar o Estado, dentro ou fora de seu território, peran- todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV”. Esse
te qualquer juízo ou tribunal, ou por determinação do Governador dispositivo determina o dever do Estado de prestar assistência ju-
do Estado, em qualquer ato; rídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-
• defender, na esfera judicial ou administrativa, ativa e passiva- cursos, o que constitui direito fundamental do cidadão. Trata-se de
mente, os atos e prerrogativas do Estado; um órgão estatal encarregado de defender os interesses e direitos
• prestar consultoria e assessoramento jurídico e técnico-legis- dos hipossuficientes, ou seja, das pessoas que não têm condições
lativo ao Poder Executivo; de pagar advogado.
• emitir parecer sobre consulta formulada pelo governador do A primeira obervação a fazer é que o poder público tem a obri-
Estado, por secretário de Estado ou por dirigente de órgão autôno- gação de promover a defesa e a orientação jurídica dos indivíduos
mo; que não dispõem de recursos financeiros para recorrer às vias judi-
• propor ação civil pública; ciais e, para atingir essa finalidade, deverá instituir órgão específico
• sugerir modificação de lei ou de ato normativo estadual, com estrutura própria e profissionais habilitados ao exercício dessa
quando julgar necessário ou conveniente ao interesse do Estado; relevante função. Essa é a razão de ser da Defensoria Pública, que
• promover a realização de concurso público para ingresso na existe no âmbito da União, dos estados e do Distrito Federal.
carreira de procurador do Estado; A Emenda à Constituição Federal nº 45, de 2004, que tratou da
• orientar as Secretarias de Estado sobre interpretação e apli- reforma do Judiciário, assegurou às defensorias públicas estaduais
cação das leis. autonomia administrativa e funcional, além da iniciativa para a ela-
O ingresso na classe inicial da carreira de procurador do Esta- boração de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabele-
do depende de aprovação em concurso público de provas e títulos, cidos na lei de diretrizes orçamentárias. Essas prerrogativas foram
realizado com a participação da OAB-MG, em todas as fases. Após posteriormente estendidas às Defensorias Públicas da União e do
completar três anos de efetivo exercício, o procurador adquire a es- Distrito Federal, por meio da Emenda à Constituição da República
tabilidade, que é a garantia constitucional de permanência no ser- nº 74, de 2013.
viço, embora vinculada ao cargo que exerce. Uma vez estabilizado, Não obstante tratar-se de uma instituição dotada de autonomia
mediante avaliação de desempenho, só perderá o cargo mediante funcional e administrativa, a Defensoria Pública não tem o poder de
sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo, iniciativa legislativa, ou seja, não poderá propor, diretamente, ao
assegurado amplo direito de defesa. Note-se que os procuradores Poder Legislativo projeto de lei que disponha sobre a sua organi-
do Estado não têm a garantia da vitaliciedade. zação, sobre a criação ou extinção de cargos públicos ou sobre a
Ao abordar a instituição da Advocacia Pública, ensina o jurista remuneração de seus servidores. Essa prerrogativa é exercida pelo
José Afonso da Silva que, “na medida em que se ampliam as ati- presidente da República, no âmbito federal, e pelo governador do
vidades estatais, mais ela se torna um elemento essencial ao fun- Estado, no âmbito estadual.
cionamento do Estado Democrático de Direito. Toda a atividade do A Defensoria Pública da União é chefiada pelo defensor pú-
Estado se desenvolve nos quadros do Direito... A essencialidade e blico-geral federal, que é nomeado pelo presidente da República,
a indispensabilidade da Advocacia Pública, desde sempre, revelam escolhido em lista tríplice, formada pelo voto direto, secreto e obri-
ser ela ínsita à estrutura do Estado” (ob. cit. p. 606). gatório dos membros da defensoria, entre os maiores de 35 anos.
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NOÇÕES DE DIREITO

Após a indicação do nome pelo presidente da República, é neces- que exercem atividades típicas de Estado, como juízes, promotores,
sária a aprovação pela maioria absoluta dos membros do Senado delegados de polícia, procuradores de Estado e os titulares de man-
Federal, para exercer mandato de dois anos, permitida uma recon- dato eletivo.
dução. É o que estabelece o art. 6º da Lei Complementar Federal nº Portanto, a Defensoria Pública é a única instituição que pode
80, de 1994, que organiza a instituição e estabelece normas gerais desempenhar as atividades de assistência jurídica aos necessitados,
para a sua organização nos estados. Essa lei enumera os objetivos e o que demonstra sua importância para a efetivação dos princípios
as funções institucionais da Defensoria Pública, os quais servem de da igualdade, do acesso à justiça e da dignidade da pessoa humana.
parâmetros para a atuação dos defensores públicos, tendo em vista
a dignidade da pessoa humana, o fortalecimento da cidadania e o
aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito. PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA
São objetivos da Defensoria Pública:
• a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das
desigualdades sociais; A Defensoria Pública é uma instituição fundamental para a
• a afirmação do Estado Democrático de Direito; efetivação dos direitos e o acesso à justiça daqueles que mais ne-
• a prevalência e efetividade dos direitos humanos; e cessitam. Sua atuação é pautada por um conjunto de princípios
• a garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e institucionais que garantem sua independência, imparcialidade e
do contraditório. compromisso com a igualdade perante a lei.
Entre as funções institucionais da Defensoria Pública, desta- Um dos princípios fundamentais da Defensoria Pública é a uni-
quem-se as seguintes: versalidade, que assegura que todos os indivíduos, independente-
• prestar orientação jurídica e exercer a defesa dos necessita- mente de sua condição financeira, tenham acesso aos serviços da
dos, em todos os graus; instituição. A Defensoria Pública atua em defesa dos direitos dos
• promover, em caráter prioritário, a solução extrajudicial dos hipossuficientes, promovendo a inclusão social e combatendo as
conflitos, mediante a mediação, a conciliação, a arbitragem e de- desigualdades existentes na sociedade.
mais técnicas de composição e administração de conflitos; Além disso, a Defensoria Pública possui o princípio da integral-
• promover a difusão e a conscientização dos direitos huma- idade, que se refere à prestação de assistência jurídica em todas
nos, da cidadania e do ordenamento jurídico; as fases do processo judicial. Desde o aconselhamento inicial até a
• exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da atuação nas audiências e elaboração de recursos, a instituição se faz
criança e do adolescente, do idoso, da pessoa portadora de neces- presente, garantindo a plena defesa dos direitos de seus assistidos.
sidades especiais, da mulher vítima de violência doméstica e fami- Outro princípio essencial é a independência funcional da De-
liar e de outros grupos sociais vulneráveis que mereçam proteção fensoria Pública. Os defensores públicos possuem autonomia no
especial do Estado; exercício de suas funções, agindo de acordo com suas convicções
• atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de in- técnicas e jurídicas, livres de qualquer influência externa. Essa in-
ternação de adolescentes, visando a assegurar às pessoas o exercí- dependência é fundamental para que possam atuar com imparciali-
cio pleno de seus direitos e garantias fundamentais; dade, buscando sempre a justiça e a proteção dos direitos daqueles
• promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais que representam.
dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, A atuação da Defensoria Pública também é orientada pelo
sociais, econômicos, culturais e ambientais. princípio da indivisibilidade. Isso significa que a instituição está
A Defensoria Pública de Minas Gerais é chefiada pelo defensor presente em todas as áreas do Direito, atendendo desde questões
público-geral, que é nomeado pelo governador do Estado, escolhido criminais até demandas relacionadas a direitos humanos, família,
entre três defensores públicos de classe especial, indicados em lista consumidor, entre outras. Dessa forma, a Defensoria Pública de-
tríplice pelos integrantes da carreira, para mandato de dois anos, senha um importante papel na garantia da efetivação de todos os
permitida uma recondução. A Carta Mineira determina a obrigato- direitos fundamentais.
riedade da criação de órgão da Defensoria Pública em todas as co- Por fim, destaca-se o princípio da unidade, que enfatiza a ne-
marcas do Estado, comando reproduzido na Lei Complementar nº cessidade de cooperação entre os defensores públicos para o al-
65, de 2003, que organiza a instituição e dispõe sobre a carreira do cance dos objetivos institucionais. A troca de experiências, o com-
Defensor Público. De acordo com essa norma, consideram-se ne- partilhamento de conhecimento e a atuação conjunta fortalecem
cessitados os que comprovarem insuficiência de recursos, na forma a Defensoria Pública, tornando-a ainda mais eficiente e capaz de
da lei, cabendo à própria Defensoria Pública o direito de apurar o cumprir sua missão de defesa dos direitos daqueles que estão em
estado de carência de seus assistidos. situação de vulnerabilidade.
O defensor público goza de independência funcional no exer- Em suma, os princípios institucionais da Defensoria Pública,
cício de suas atividades, e o ingresso na classe inicial da carreira como a universalidade, integralidade, independência funcional, in-
depende de aprovação em concurso público de provas e títulos, divisibilidade e unidade, são fundamentais para garantir o acesso
sendo proibido o exercício da advocacia fora das atribuições ins- à justiça e a proteção dos direitos daqueles que mais necessitam.
titucionais. Além disso, desfruta das garantias da inamovibilidade, São esses princípios que guiam a atuação dos defensores públi-
salvo no caso de remoção compulsória, e da irredutibilidade de sub- cos e fortalecem a instituição como um verdadeiro pilar do Estado
sídios. Após três anos de efetivo exercício, adquire a estabilidade no Democrático de Direito.
serviço, e a remuneração se dá sob a forma de subsídio, em parcela
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abo-
no, prêmio, verba de representação ou de outra espécie remune-
ratória. Essa forma de remuneração é comum aos agentes públicos
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Art. 5º – São funções institucionais da Defensoria Pública:


ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE (Caput com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
MINAS GERAIS 141, de 13/12/2016.)
I – prestar orientação jurídica e exercer a defesa dos necessita-
dos, em todos os graus, judicial e extrajudicialmente, e promover,
LEI COMPLEMENTAR Nº 65, DE 16/01/2003 prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios por meio de
mediação, conciliação, arbitragem e demais mecanismos de com-
Organiza a Defensoria Pública do Estado, define sua compe- posição e administração de conflitos;
tência e dispõe sobre a carreira de Defensor Público e dá outras (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
providências. 141, de 13/12/2016.)
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, II – patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública;
decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei: III – patrocinar ação civil e ação civil “ex delicto”;
IV – patrocinar defesa em ação penal;
TÍTULO I V – patrocinar defesa em ação civil e reconvir;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VI – patrocinar ação civil pública, nos termos da lei;
VII – patrocinar ação popular, mandado de injunção e mandado
Art. 1º – A organização da Defensoria Pública do Estado de de segurança, individual ou coletivo;
Minas Gerais, sua estrutura e competência e o regime jurídico dos (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
Defensores Públicos passam a reger-se pelas disposições desta lei 141, de 13/12/2016.)
complementar. VIII – exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei;
Art. 2º – A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais é ins- (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
tituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, do- 141, de 13/12/2016.)
tada de autonomia funcional administrativa, financeira e orçamen- IX – exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da
tária, sem subordinação nem vinculação a órgão da administração criança e do adolescente, do idoso, da pessoa com deficiência, da
pública. mulher vítima de violência doméstica e familiar e de outros grupos
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº sociais vulneráveis que mereçam proteção especial do Estado;
141, de 13/12/2016.) (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
Art. 3º – São princípios institucionais da Defensoria Pública a 141, de 13/12/2016.)
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. X – atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de in-
Art. 3º-A – São objetivos da Defensoria Pública: ternação de adolescentes, visando a assegurar à pessoa, sob quais-
I – promover a dignidade da pessoa humana e a redução das quer circunstâncias, o exercício pleno de seus direitos e garantias
desigualdades sociais; fundamentais;
II – afirmar o Estado Democrático de Direito; (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
III – garantir a efetividade dos direitos humanos; 141, de 13/12/2016.)
IV – garantir a efetividade dos princípios constitucionais da am- XI – exercer, assegurado o recebimento dos autos com vista,
pla defesa, do contraditório, do acesso à ordem jurídica justa e do a ampla defesa e o contraditório em favor de pessoas naturais e
devido processo legal. jurídicas, em processos administrativos e judiciais, perante todos os
(Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei Complementar nº 141, órgãos e em todas as instâncias, ordinárias ou extraordinárias, utili-
de 13/12/2016.) zando todas as medidas capazes de propiciar a adequada e efetiva
defesa de seus interesses;
TÍTULO II (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
DA FINALIDADE, DA COMPETÊNCIA E DA AUTONOMIA 141, de 13/12/2016.)
(Título com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar nº XII – patrocinar os direitos e interesses do consumidor lesado,
141, de 13/12/2016.) individual ou coletivamente, nos termos da lei;
(Vide Lei Complementar nº 66, de 22/1/2003.)
Art. 4º – À Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais in- (Vide Lei Complementar nº 119, de 13/1/2011.)
cumbe, como expressão e instrumento do regime democrático, XIII – tomar dos interessados compromisso de ajustamento de
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos conduta às exigências legais, nele estabelecida sanção para a hipó-
humanos e a defesa em todos os graus, judicial e extrajudicialmen- tese de seu descumprimento, o qual terá eficácia de título executivo
te, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, extrajudicial, nos termos da lei;
aos necessitados. XIV – atuar nos juizados especiais;
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar nº XV – atuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas
141, de 13/12/2016.) vítimas de tortura, abuso sexual, discriminação ou qualquer outra
§ 1º – Consideram-se necessitados os que comprovarem insufi- forma de opressão ou violência, propiciando o acompanhamento e
ciência de recursos, na forma da lei. o atendimento interdisciplinar das vítimas;
§ 2º – À Defensoria Pública compete apurar o estado de carên- (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
cia de seus assistidos. 141, de 13/12/2016.)
(Paragráfo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar XVI – acompanhar inquérito policial, sendo-lhe assegurado re-
nº 141, de 13/12/2016.) ceber da autoridade policial a comunicação imediata da prisão em
flagrante, quando o preso não constituir advogado;
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(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
de 13/12/2016.) 141, de 13/12/2016.)
XVII – participar dos conselhos federais, estaduais e municipais § 7º – A condição de Defensor Público é comprovada mediante
afetos às funções institucionais da Defensoria Pública, quando ne- apresentação de carteira funcional expedida pela Defensoria Públi-
les tiver assento; ca, conforme modelo previsto na lei orgânica nacional, a qual vale
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, como identidade e tem fé pública em todo o território nacional.
de 13/12/2016.) (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
XVIII – executar e receber os honorários sucumbenciais decor- 141, de 13/12/2016.)
rentes de sua atuação, inclusive quando devidos por ente público, § 8º – O exercício do cargo de Defensor Público é indelegável e
destinando-os a fundos geridos pela Defensoria Pública e voltados, privativo de membro da carreira.
exclusivamente, para o aparelhamento da instituição e a capacita- (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
ção profissional de seus membros e servidores; 141, de 13/12/2016.)
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, § 9º – O instrumento de transação, mediação ou conciliação
de 13/12/2016.) referendado pelo Defensor Público valerá como título executivo
XIX – convocar audiências públicas para discutir matérias rela- extrajudicial, inclusive quando celebrado com pessoa jurídica de
cionadas a suas funções institucionais; direito público.
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
de 13/12/2016.) 141, de 13/12/2016.)
XX – impetrar habeas corpus, mandado de injunção, habeas § 10 – Os estabelecimentos policiais, penitenciários e de inter-
data e mandado de segurança individual ou coletivo e ajuizar ação nação de adolescentes observarão as seguintes prerrogativas insti-
em defesa das funções institucionais e das prerrogativas de seus tucionais de Defensoria Pública:
órgãos de execução; I – reserva de instalações adequadas para atendimento aos
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, presos e internos, com fornecimento de apoio administrativo;
de 13/12/2016.) II – recebimento das informações solicitadas;
XXI – promover a difusão dos direitos humanos, da cidadania e III – acesso à documentação dos presos e internos;
do ordenamento jurídico, bem como a conscientização sobre eles; IV – direito de entrevista reservada com os presos e internos,
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, mesmo aqueles incomunicáveis, independentemente de prévio
de 13/12/2016.) agendamento.
XXII – prestar atendimento interdisciplinar, quando necessário (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
para o exercício de suas atribuições; 141, de 13/12/2016.)
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, Art. 5º-A – À Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais é
de 13/12/2016.) assegurada autonomia funcional e administrativa, bem como a ini-
XXIII – representar aos sistemas internacionais de proteção de ciativa de sua proposta orçamentária, dentro dos limites estabeleci-
direitos humanos, postulando perante seus órgãos; dos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, cabendo-lhe especialmente:
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, I – abrir concurso público e prover os cargos de suas carreiras,
de 13/12/2016.) os dos serviços auxiliares e os cargos em comissão;
XXIV – desempenhar outras atribuições que lhe sejam expres- II – organizar e compor seus órgãos de administração superior,
samente conferidas por lei. de atuação e de apoio administrativo e serviços auxiliares;
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, III – praticar atos próprios de gestão e elaborar seu regulamen-
de 13/12/2016.) to interno, dispondo sobre as atribuições e o funcionamento dos
§ 1º – As funções institucionais da Defensoria Pública serão respectivos órgãos administrativos e de atuação;
exercidas contra pessoa jurídica de direito público, inclusive. IV – elaborar suas folhas de pagamento e expedir os respecti-
§ 2º – Defensores Públicos distintos poderão assistir necessita- vos demonstrativos;
dos com interesses antagônicos. V – criar e extinguir cargos, bem como fixar os subsídios dos
§ 3º – A assistência jurídica integral e gratuita fornecida pelo membros da carreira e a remuneração de seus servidores.
Estado será exercida pela Defensoria Pública. Parágrafo único – Os atos praticados pela Defensoria Pública no
(Paragráfo com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar exercício de sua autonomia, inclusive no tocante a convênios, con-
nº 141, de 13/12/2016.) tratações e aquisições de bens e serviços, não estão condicionados
§ 4º – A capacidade postulatória do Defensor Público decorre à apreciação prévia de nenhum órgão ou entidade.
exclusivamente de sua nomeação e posse no cargo público. (Artigo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 141,
(Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº de 13/12/2016.)
141, de 13/12/2016.) Art. 5º-B – A Defensoria Pública elaborará sua proposta orça-
§ 5º – Aos membros da Defensoria Pública é garantido sentar- mentária atendendo aos limites definidos na Lei de Diretrizes Orça-
-se no mesmo plano do Ministério Público. mentárias, encaminhando-a ao Governador do Estado, para conso-
(Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº lidação e encaminhamento ao Poder Legislativo.
141, de 13/12/2016.) § 1º – Se a Defensoria Pública não encaminhar sua proposta
§ 6º – Se o Defensor Público entender inexistir hipótese de atu- orçamentária dentro do prazo estabelecido na Lei de Diretrizes Or-
ação institucional, dará imediata ciência ao Defensor Público-Geral, çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consoli-
ou a quem este indicar, o qual decidirá a controvérsia, designando,
se for o caso, outro Defensor Público para atuar.
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dação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei d) Corregedoria-Geral da Defensoria Pública;
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites a que se II – órgãos de atuação:
refere o caput. a) Defensorias Públicas do Estado nas Comarcas:
§ 2º – Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for b) Núcleos da Defensoria Pública do Estado;
encaminhada em desacordo com os limites a que se refere o caput, c) Coordenadorias Regionais de Defensoria Pública do Estado,
o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de em número de quinze;
consolidação da proposta orçamentária anual. III – órgãos de execução, os Defensores Públicos;
§ 3º – Durante a execução orçamentária do exercício, não po- IV – Órgãos de apoio administrativo e serviços auxiliares:
derá haver realização de despesas que extrapolem os limites esta- a) Gabinete;
belecidos na Lei Orçamentária Anual, exceto se previamente autori- b) Centro de Desenvolvimento Institucional;
zadas mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. c) Coordenadoria de Projetos e Convênios;
§ 4º – Os recursos correspondentes a suas dotações orçamen- d) Coordenadoria de Estágio e Serviço Voluntário;
tárias próprias e globais, compreendidos os créditos suplementares e) Coordenadorias Regionais;
e especiais, ser-lhe-ão entregues, até o dia vinte de cada mês, em f) Assessoria Jurídica;
duodécimos, na forma do art. 168 da Constituição da República. g) Assessoria de Comunicação e Cerimonial;
§ 5º – As decisões da Defensoria Pública, fundadas em sua au- h) Assessoria de Administração Estratégica e Inovação;
tonomia funcional e administrativa, obedecidas as formalidades i) Auditoria Interna;
legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, ressalvada j) Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças:
a competência constitucional do Poder Judiciário e do Tribunal de 1 – Diretoria de Planejamento, Orçamento e Modernização Ad-
Contas. ministrativa;
§ 6º – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera- 2 – Diretoria de Finanças, Pagamento e Contabilidade;
cional e patrimonial da Defensoria Pública, quanto à legalidade, à k) Superintendência de Recursos Logísticos e Infraestrutura:
legitimidade, à aplicação de dotações e recursos próprios e à re- 1 – Diretoria de Transportes, Serviços Gerais e Infraestrutura;
núncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, mediante 2 – Diretoria de Compras e Contratos;
controle externo e pelo sistema de controle interno estabelecido 3 – Diretoria de Patrimônio e Almoxarifado;
em lei. l) Superintendência de Gestão de Pessoas e Saúde Ocupacio-
(Artigo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 141, nal:
de 13/12/2016.) 1 – Diretoria de Pagamentos;
Art. 5º-C – São direitos dos assistidos pela Defensoria Pública, 2 – Diretoria de Desenvolvimento do Servidor e Saúde Ocupa-
além daqueles previstos em atos normativos internos: cional;
I – o acesso a informação sobre: 3 – Diretoria de Direitos, Vantagens e Aposentadoria;
a) a localização e o horário de funcionamento dos órgãos da m) Superintendência de Tecnologia da Informação:
Defensoria Pública; 1 – Diretoria de Desenvolvimento de Sistemas e Projetos;
b) a tramitação dos processos e os procedimentos para a reali- 2 – Diretoria de Suporte e Administração de Rede;
zação de exames, perícias e outras providências necessárias à defe- 3 – Diretoria de Informação e Dados;
sa de seus interesses; (Inciso com redação dada pelo art. 7º da Lei Complementar nº
II – o atendimento eficiente e de qualidade; 141, de 13/12/2016.)
III – a revisão de sua pretensão no caso de recusa de atuação V – Órgãos auxiliares:
pelo Defensor Público, nos termos desta lei complementar e do Re- a) Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública;
gulamento Interno; b) Escola Superior da Defensoria Pública;
IV – o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor c) Centro de Assistência Pericial e Multidisciplinar.
natural; (Inciso acrescentado pelo art. 7º da Lei Complementar nº 141,
V – a atuação de Defensores Públicos distintos, quando verifi- de 13/12/2016.)
cada a existência de interesses antagônicos entre assistidos; Parágrafo único – A organização da Defensoria Pública terá
VI – o acesso à Ouvidoria Geral. como diretriz a descentralização e sua atuação incluirá atendimento
(Artigo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 141, interdisciplinar, bem como a tutela dos direitos individuais, difusos,
de 13/12/2016.) coletivos e individuais homogêneos.
(Paragráfo com redação dada pelo art. 7º da Lei Complementar
TÍTULO III nº 141, de 13/12/2016.)
DA ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA
CAPÍTULO II
CAPÍTULO I DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
DA ESTRUTURA
SEÇÃO I
Art. 6º – A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais tem a DA DEFENSORIA PÚBLICA GERAL
seguinte estrutura orgânica:
I – órgãos da administração superior: Art. 7º – A Defensoria Pública Geral tem como chefe o Defensor
a) Defensoria Pública-Geral; Público Geral, que é nomeado pelo Governador do Estado.
b) Subdefensoria Pública-Geral;
c) Conselho Superior da Defensoria Pública;
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 1º – O Defensor Público Geral será escolhido entre os Defen- Art. 8º – O Defensor Público Geral tomará posse perante o Go-
sores Públicos de Classe Especial que contem, pelo menos, cinco vernador do Estado no prazo de cinco dias úteis contados da nome-
anos de carreira e tenham, no mínimo, trinta e cinco anos de idade, ação e entrará em exercício em sessão solene do Conselho Superior
indicados em lista tríplice pelos integrantes da carreira. até o segundo dia útil seguinte.
§ 2º – É de dois anos o mandato do Defensor Público Geral, Art. 9º – Compete ao Defensor Público Geral, além de outras
permitida uma recondução por igual período, precedida de nova atribuições que lhe sejam conferidas por lei ou forem inerentes a
aprovação da classe. seu cargo:
§ 3º – A eleição para formação da lista tríplice far-se-á median- I – dirigir a Defensoria Pública do Estado, superintender e coor-
te voto plurinominal, direto e secreto de todos os membros da De- denar suas atividades e orientar sua atuação;
fensoria Pública em exercício. II – representar a Defensoria Pública judicial e extrajudicial-
§ 4º – A eleição será regulamentada pelo Conselho Superior mente;
da Defensoria Pública e ocorrerá trinta dias antes do término do III – velar pelo cumprimento das finalidades da instituição;
mandato vigente, vedado o voto por procuração. IV – integrar como membro nato e presidir o Conselho Superior
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar da Defensoria Pública;
nº 87, de 12/1/2006.) V – propor o regulamento interno da Defensoria Pública e sub-
§ 5º – A comissão eleitoral será indicada pelo Conselho Supe- metê-lo à aprovação do Conselho Superior;
rior, cabendo-lhe encaminhar a lista tríplice ao Defensor Público VI – autorizar afastamento justificado de membro da Defenso-
Geral, logo que encerrada a apuração. ria Pública, ouvido, quando for o caso, o Conselho Superior;
§ 6º – O Defensor Público Geral, o Subdefensor Público Geral, VII – estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e dos
o Corregedor-Geral e os ocupantes de cargos de confiança da Admi- servidores da Defensoria Pública;
nistração Superior da Defensoria Pública, para concorrerem à for- VIII – dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defen-
mação da lista tríplice, devem renunciar aos respectivos cargos até soria Pública, cabendo da decisão recurso para o Conselho Superior;
trinta dias antes da data fixada para a eleição. IX – proferir decisão em sindicâncias e em processos adminis-
§ 7º – Os cargos de que trata o § 6º serão ocupados, interina- trativos disciplinares promovidos pela Corregedoria-Geral;
mente, pelos membros eleitos do Conselho Superior, observado o X – representar ao Corregedor-Geral sobre a instauração de
número de votos obtidos na eleição do Conselho Superior. processo administrativo-disciplinar contra membros e servidores
§ 8º – O Defensor Público Geral encaminhará ao Governador da Defensoria Pública;
do Estado a lista tríplice, com a indicação do número de votos obti- XI – propor a abertura de concurso para provimento dos cargos
dos, em ordem decrescente, até o dia útil seguinte àquele em que efetivos da Defensoria Pública, presidindo a Comissão de Concurso,
a receber. bem como designar, mediante indicação do Conselho Superior, os
§ 9º – Os três candidatos mais votados figurarão em lista na membros da Comissão de Concurso e seus substitutos;
qual, em caso de empate, incluir-se-á o mais antigo da classe, ob- XII – praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pes-
servados os demais critérios de desempate previstos no art. 62 des- soal;
ta lei complementar. XIII – deferir o compromisso de posse dos membros da Defen-
§ 10 – São inelegíveis para o cargo de Defensor Público Geral os soria Pública e dos servidores do quadro administrativo;
membros da Defensoria Pública que: XIV – determinar correições extraordinárias;
I – tenham-se afastado do exercício das funções em razão de XV – convocar reunião do Conselho Superior da Defensoria Pú-
licença especial ou para tratar de assuntos particulares, nos seis blica;
meses anteriores à data da eleição; XVI – designar membro da Defensoria Pública para:
II – forem condenados por crimes dolosos, com decisão transi- a) exercer, por ato excepcional e fundamentado, as funções
tada em julgado, ressalvada a hipótese de reabilitação; processuais afetas a outro membro da instituição, submetendo sua
III – não apresentarem, à data da eleição, certidão de regulari- decisão, previamente, ao Conselho Superior da Defensoria Pública;
dade dos serviços afetos a seu cargo, expedida pela Corregedoria- b) (Vetado);
-Geral; c) colaborar com a Comissão de Concurso;
IV – tenham sofrido penalidade disciplinar nos doze meses an- d) exercer as atribuições de Coordenador;
teriores à inscrição da candidatura; e) assegurar a continuidade dos serviços em caso de vacância,
V – mantenham conduta pública ou particular incompatível afastamento temporário, ausência, impedimento ou suspeição de
com a dignidade do cargo; titular de cargo, ou com o consentimento deste;
VI – estiverem afastados do exercício do cargo para desempe- f) dar plantão em final de semana, feriado ou em razão de me-
nho de função em associação de classe; didas urgentes;
VII – estiverem inscritos ou integrarem as listas a que se refe- XVII – requisitar de qualquer autoridade pública e de seus
rem os arts. 94, “caput”, e 104, parágrafo único, inciso II, da Cons- agentes ou de entidade particular certidão, exame, perícia, vistoria,
tituição da República, e o art. 78, § 3º, da Constituição do Estado. diligência, processo, laudo e parecer técnico, documento, informa-
§ 11 – Qualquer membro da Defensoria Pública poderá repre- ções, esclarecimentos e demais providências indispensáveis à atua-
sentar à Comissão Eleitoral sobre as causas de inelegibilidade pre- ção da Defensoria Pública;
vistas neste artigo, cabendo da decisão recurso ao Conselho Supe- XVIII – delegar atribuição administrativa a quem lhe seja subor-
rior, no prazo de cinco dias. dinado, na forma da lei;
XIX – encaminhar ao Conselho Superior expediente para elabo-
ração das listas de promoção e remoção no quadro da Defensoria
Pública;
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NOÇÕES DE DIREITO

XX – dar posse a membro e a servidor nomeado para cargo efe- Parágrafo único – O Plano Geral de Atuação será elaborado
tivo e em comissão da Defensoria Pública, nos termos da lei; com a participação dos Coordenadores e aprovado pelo Conselho
XXI – conceder férias e licença aos membros e aos servidores Superior.
da Defensoria Pública; Art. 11 – O Defensor Público Geral será substituído, em suas
XXII – deferir benefício ou vantagem concedida em lei aos faltas, ausências, suspeições e impedimentos, pelo Subdefensor
membros da Defensoria Pública; Público Geral.
XXIII – determinar o apostilamento de títulos de servidores da Parágrafo único – Em caso de suspeição do Defensor Público
Defensoria Pública; Geral, o Conselho Superior escolherá, entre seus membros, exclu-
XXIV – aplicar a pena de remoção compulsória, aprovada pelo ídos os membros natos, um substituto, em sessão secreta e por
voto de dois terços do Conselho Superior da Defensoria Pública; maioria qualificada.
XXV – prover cargo nos casos de promoção, remoção, permuta Art. 12 – Ocorrendo a vacância do cargo de Defensor Público
e outras formas de provimento derivado previstas em lei; Geral, assumirá interinamente o Subdefensor Público Geral, e será
XXVI – decidir sobre a escala de férias e a atuação em plantões realizada nova eleição, em trinta dias, para o preenchimento do car-
forenses; go, na forma do respectivo edital.
XXVII – editar ato que importe movimentação, progressão e de- § 1º – O cargo de Defensor Público-Geral será exercido pelo
mais formas de provimento derivado; Subdefensor Público-Geral, se a vacância se der nos últimos seis
XXVIII – propor a verificação de incapacidade física ou mental meses do mandato.
de membro da Defensoria Pública; (Parágrafo com redação dada e renumerado pelo art. 1º da Lei
XXIX – (Vetado); Complementar nº 101, de 23/11/2007.)
XXX – dispor sobre a movimentação de Defensor Público Subs- § 2º – Na hipótese de vacância simultânea dos cargos de De-
tituto no interesse do serviço; fensor Público-Geral e de Subdefensor Público-Geral, o cargo de De-
XXXI – propor a celebração de convênio com órgão municipal, fensor Público-Geral será exercido pelo Defensor Público de Classe
estadual ou federal, de interesse da instituição, excluídas as atribui- Especial mais antigo na carreira e será promovida eleição no prazo
ções institucionais e ressalvadas as hipóteses legais; de trinta dias.
XXXII – designar estagiário, na forma do Regulamento Interno; (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº
XXXIII – solicitar ao Conselho Superior manifestação sobre ma- 101, de 23/11/2007.)
téria relativa à autonomia da Defensoria Pública, bem como sobre Art. 13 – O Defensor Público Geral poderá ser destituído do
outras de interesse institucional; cargo, por deliberação do Conselho Superior, nos casos de abuso
XXXIV – decidir sobre as sugestões encaminhadas pelo Conse- de poder, conduta incompatível com o cargo ou grave omissão no
lho Superior acerca da criação, transformação e extinção de cargos cumprimento de seus deveres, assegurada ampla defesa, ou de
e serviços auxiliares e sobre providências relacionadas ao desempe- condenação por infração apenada com reclusão, em decisão judi-
nho das funções institucionais; cial transitada em julgado.
XXXV – sugerir ao Governador do Estado modificações na Lei Art. 14 – O Conselho Superior decidirá, por maioria absoluta,
Orgânica da Defensoria Pública; sobre a admissibilidade da representação para a destituição do De-
XXXVI – decidir sobre a criação, modificação ou extinção dos fensor Público Geral, nos casos previstos no art. 13 desta lei com-
Núcleos da Defensoria Pública; plementar, desde que formulada por um terço de seus integrantes
XXXVII – interromper, por conveniência do serviço, férias ou li- ou, no mínimo, por um quinto dos membros da Defensoria Pública
cença de membro da Defensoria Pública e de seus servidores, salvo em atividade.
por motivo de saúde; § 1º – A sessão de admissibilidade da representação será pre-
XXXVIII – autorizar membro da Defensoria Pública a ausentar- sidida pelo membro do Conselho Superior mais antigo na Classe
-se da instituição, justificadamente, pelo prazo máximo de cinco Especial.
dias úteis; § 2º – Admitida a representação, a deliberação sobre destitui-
XXXIX – levantar as dotações orçamentárias destinadas ao cus- ção do Defensor Público Geral far-se-á na forma do disposto nos
teio das atividades da Defensoria Pública, encaminhando ao Secre- arts. 15 a 18.
tário de Estado da Justiça e de Direitos Humanos proposta para ela- Art. 15 – Autorizado o pedido de destituição do Defensor Pú-
boração da lei orçamentária; blico Geral, o Conselho Superior, em sessão presidida pelo membro
XL – fazer publicar, no órgão oficial dos Poderes do Estado, nos do Conselho Superior mais antigo na Classe Especial, constituirá,
meses de fevereiro e agosto de cada ano, a lista de antigüidade dos em votação secreta, comissão processante, integrada por três De-
membros da instituição, tomando-se por base o último dia do mês fensores Públicos e presidida pelo Corregedor-Geral da Defensoria
anterior, bem como a relação de vagas no quadro e os correspon- Pública.
dentes critérios de provimento; § 1º – O Defensor Público Geral será cientificado de sua desti-
XLI – aprovar formulários de petição, ofício, designação e ou- tuição no prazo de cinco dias contados da aprovação da proposta,
tros instrumentos jurídicos propostos pela Corregedoria-Geral; podendo, em quinze dias, oferecer defesa escrita, pessoalmente ou
XLII – (Vetado). por procurador, e requerer produção de provas.
Parágrafo único – As funções indicadas nos incisos XII, XIII, § 2º – Não sendo oferecida defesa, o Corregedor-Geral da De-
XXVI, XXIX a XXXI, XXXVII e XL poderão ser delegadas. fensoria Pública nomeará procurador para fazê-lo em igual prazo.
Art. 10 – O Defensor Público Geral apresentará ao Conselho § 3º – Findo o prazo previsto no § 2º, o Corregedor-Geral da De-
Superior, no mês de abril de cada ano, o Plano Geral de Atuação da fensoria Pública designará a data para instrução e julgamento nos
Defensoria Pública, destinado a viabilizar a consecução de metas dez dias subseqüentes.
prioritárias nas diversas áreas de suas atribuições.
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 4º – Na sessão de instrução e julgamento, presidida pelo III – assessorar o Defensor Público Geral no exercício de suas
membro do Conselho Superior mais antigo na Classe Especial, após atribuições;
a leitura do relatório da comissão processante, o Defensor Público IV – exercer, mediante delegação de competência, as atribui-
Geral, pessoalmente ou por procurador, terá trinta minutos para ções que lhe forem conferidas pelo Defensor Público Geral;
produzir defesa oral, deliberando, em seguida, o Conselho Superior, V – fazer publicar os atos pertinentes ao expediente da Defen-
pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros. soria Pública;
§ 5º – A presença à sessão de julgamento será limitada aos VI – controlar, coordenar e zelar a execução dos convênios ce-
membros do Conselho Superior, ao Defensor Público Geral e a seu lebrados pela Defensoria Pública com órgãos públicos ou entidades.
procurador.
§ 6º – A sessão poderá ser suspensa por uma vez, pelo prazo SEÇÃO III
máximo de dez dias, para a realização de diligência requerida pelo DO CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
Defensor Público Geral ou por qualquer membro do Conselho Su-
perior, desde que reputada, por maioria de votos, imprescindível ao Art. 22 – O Conselho Superior é órgão da Administração Supe-
esclarecimento dos fatos. rior, incumbindo-lhe zelar pela observância dos princípios institu-
Art. 16 – Rejeitada a proposta de destituição ou não atingida a cionais da Defensoria Pública.
votação prevista no § 4º do art. 15, o Presidente da sessão determi- Art. 23 – O Conselho Superior é composto pelo Defensor Públi-
nará o arquivamento dos autos do procedimento. co Geral, pelo Subdefensor Público Geral e pelo Corregedor-Geral,
Art. 17 – Aprovada a destituição, o Presidente da sessão fará como membros natos, por mais seis representantes que estejam
publicar, no órgão oficial dos Poderes do Estado, em quarenta e oito há, no mínimo, cinco anos na carreira, eleitos pelo voto obrigatório
horas, o inteiro teor da decisão proferida. de todos os membros da instituição em exercício, e pelos três De-
Parágrafo único – O Presidente da sessão, em cinco dias, en- fensores Públicos mais antigos da Classe Especial.
caminhará os autos ao Governador do Estado, para que proceda § 1º – O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público
à exoneração do Defensor Público Geral no prazo de quinze dias Geral, respeitadas as exceções previstas nesta lei complementar.
contados de seu recebimento. § 2º – A eleição dos membros do Conselho Superior, para man-
Art. 18 – Destituído o Defensor Público Geral ou decorrido o dato de dois anos, será realizada em escrutínio secreto, votação
prazo previsto no art. 17 sem deliberação do Governador do Estado, obrigatória e plurinominal, na primeira quinzena do mês de no-
ocorrerá a vacância e proceder-se-á de acordo com o determinado vembro, devendo ser convocada com, pelo menos, trinta dias de
pelo art. 11. antecedência.
Art. 19 – O Defensor Público Geral ficará afastado de suas fun- § 3º – O Defensor Público que pretender integrar como mem-
ções: bro eleito o Conselho Superior da Defensoria Pública deve manifes-
I – após o trânsito em julgado de decisão judicial em caso de tar-se, por escrito, ao Defensor Público Geral, no prazo de cinco dias
prática de infração penal cuja sanção cominada seja de reclusão; contados do primeiro dia útil subseqüente à convocação da eleição.
II – no procedimento de destituição, desde a aprovação do pe- § 4º – Os Defensores Públicos eleitos para integrar o Conselho
dido de autorização pelo Conselho Superior, na forma prevista no Superior serão automaticamente substituídos, no caso de vacância,
art. 14, até a decisão final. pelos suplentes, assim considerados os Defensores Públicos mais
§ 1º – O período de afastamento contará como de exercício do votados, em ordem decrescente.
mandato. § 5º – No caso de empate na votação para a eleição dos mem-
§ 2º – Nas hipóteses previstas neste artigo, assumirá a chefia da bros do Conselho Superior, será considerado eleito o mais antigo
Defensoria Pública o Subdefensor Público-Geral. na carreira.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar § 6º – Se os inscritos na eleição não atingirem o número de va-
nº 101, de 23/11/2007.) gas, serão investidos no mandato tantos Defensores Públicos mais
antigos, integrantes da classe mais elevada, quantos forem neces-
SEÇÃO II sários para a composição do Conselho Superior.
DA SUBDEFENSORIA PÚBLICA GERAL Art. 24 – O disposto no art. 7º, § 9º, desta lei complementar
aplica-se à eleição para o Conselho Superior da Defensoria Pública.
Art. 20 – O Subdefensor Público Geral será nomeado pelo Go- § 1º – O membro eleito do Conselho Superior é inelegível para
vernador do Estado, para mandato de dois anos, permitida uma re- o mandato subseqüente, salvo se, na condição de suplente, tiver
condução, e escolhido entre os integrantes que estejam na carreira exercido a função por prazo inferior a seis meses.
há, no mínimo, cinco anos, constantes em lista tríplice elaborada § 2º – Os membros natos do Conselho Superior que, por qual-
pelo Defensor Público Geral, observado o disposto no art. 7º, §10, quer motivo, deixarem de integrá-lo nessa condição são inelegíveis
desta lei complementar, vedada a repetição de nomes. para o exercício de mandato subseqüente.
(Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar nº § 3º – O exercício de cargo de confiança é incompatível com o
87, de 12/1/2006.) de membro do Conselho Superior.
Art. 21 – Ao Subdefensor Público Geral, na forma do Regula- § 4º – Qualquer membro da Defensoria Pública poderá re-
mento Interno, compete: presentar à Comissão Eleitoral sobre as causas de inelegibilidade
I – integrar, como membro nato, na função de Vice-Presidente, previstas neste artigo, cabendo da decisão recurso para o Conselho
o Conselho Superior da Defensoria Pública; Superior, no prazo de cinco dias.
II – exercer a coordenação e a supervisão das atividades admi-
nistrativas e de apoio técnico da Defensoria Pública;

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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 25 – A ausência injustificada de membro do Conselho Su- XVII – representar ao Corregedor-Geral sobre a instauração de
perior a três reuniões solenes, ordinárias ou extraordinárias con- processo administrativo-disciplinar contra membro da Defensoria
secutivas, ou a cinco alternadas, implicará a perda automática do Pública;
mandato. XVIII – opinar sobre o aproveitamento de membro da Defenso-
§ 1º – O Conselho Superior apreciará, em cada sessão, as justi- ria Pública em disponibilidade;
ficativas de ausência apresentadas, deliberando, por maioria, sobre XIX – solicitar ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública in-
o acolhimento destas, na forma do Regulamento Interno. formações sobre a conduta e a atuação funcional de membro da
§ 2º – Decretada a perda do mandato pelo Presidente do Con- instituição, determinando a realização de visitas de inspeção para
selho, será convocado o suplente imediato para preenchimento da verificação de irregularidade no serviço, especialmente no caso de
vaga. inscritos para a promoção ou remoção voluntária;
Art. 26 – A posse e o exercício dos membros do Conselho Su- XX – conhecer dos relatórios reservados elaborados pela Cor-
perior efetivar-se-ão na segunda quinzena do mês da eleição, em regedoria-Geral em inspeções e correições, recomendando as pro-
sessão solene. vidências cabíveis;
Art. 27 – O Conselho Superior reunir-se-á mensalmente, em XXI – decidir, em sessão pública e pelo voto de dois terços de
sessão ordinária, por convocação extraordinária de seu Presidente seus integrantes, sobre a avaliação e a permanência na carreira dos
ou por proposta de um terço de seus membros. membros da Defensoria Pública em estágio probatório;
Parágrafo único – O Conselho Superior se instalará com o míni- XXII – determinar a suspensão do exercício funcional de mem-
mo de seis membros, e as deliberações serão tomadas por maioria bro da Defensoria Pública em caso de verificação de incapacidade
simples, respeitadas as exceções previstas nesta lei complementar. física ou mental;
Art. 28 – Ao Conselho Superior da Defensoria Pública compete: XXIII – aprovar o regulamento de estágio probatório elaborado
I – exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública; pela Corregedoria-Geral;
II – opinar, por solicitação do Defensor Público Geral, sobre ma- XXIV – dar posse ao Defensor Público Geral, nos termos do art.
téria pertinente à independência funcional e à autonomia adminis- 8º desta lei complementar;
trativa da Defensoria Pública do Estado; XXV – aprovar o Regulamento Interno da Defensoria Pública;
III – indicar ao Defensor Público Geral, em lista tríplice, os can- XXVI – exercer outras atribuições previstas em lei ou no Regu-
didatos à promoção por merecimento; lamento Interno.
IV – aprovar a lista de antigüidade dos membros da Defensoria § 1º – Salvo disposição em contrário, as deliberações do Con-
Pública e decidir sobre reclamações a ela concernentes, no prazo selho Superior serão tomadas por maioria de votos abertos e nomi-
de quinze dias; nais, presente a maioria de seus membros, cabendo ao seu Presi-
V – recomendar ao Defensor Público Geral a instauração de dente o voto de qualidade.
processo administrativo-disciplinar contra Defensores Públicos e § 2º – As decisões do Conselho Superior da Defensoria Pública
servidores auxiliares da Defensoria Pública; serão fundamentadas e publicadas no prazo de cinco dias, exceto
VI – conhecer e julgar recurso contra decisão em processo ad- nas hipóteses legais de sigilo, sob forma de deliberação.
ministrativo-disciplinar; § 3º – Na indicação à promoção por antigüidade, observar-se-á
VII – decidir sobre pedido de revisão de processo administrati- o disposto no art. 61 desta lei complementar.
vo-disciplinar; § 4º – Na indicação à promoção por merecimento, o processo
VIII – decidir sobre a remoção voluntária dos integrantes da de votação será oral, atendidos os critérios estabelecidos no art. 63
carreira de Defensor Público; desta lei complementar.
IX – determinar, por voto de dois terços de seus integrantes, a Art. 29 – O integrante do Conselho Superior é considerado im-
remoção ou disponibilidade compulsória de membro da Defensoria pedido nos seguintes casos:
Pública; I – quando a deliberação envolver interesse de cônjuge, paren-
X – decidir sobre a destituição do Corregedor-Geral, por voto te consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o quarto
de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa; grau, inclusive;
XI – deliberar sobre a organização do concurso para ingresso II – quando for interessado no resultado do julgamento;
na carreira e designar os representantes da Defensoria Pública que III – quando não comparecer à sessão de leitura de relatório ou
integrarão a Comissão de Concurso; de discussão de matéria em pauta.
XII – recomendar correições extraordinárias; Art. 30 – Considera-se fundada a suspeição de parcialidade do
XIII – aprovar o Plano Geral de Atuação; integrante do Conselho Superior quando:
XIV – sugerir ao Defensor Público Geral a edição de recomen- I – houver notória inimizade com o interessado no julgamento
dação, sem caráter vinculativo, aos órgãos de execução, para o de- da matéria;
sempenho de suas funções; II – for parte em processo cível, criminal ou administrativo em
XV – deliberar, atendida a necessidade do serviço, sobre a li- que funcionou o interessado no julgamento da matéria;
cença de membro da Defensoria Pública para freqüentar curso ou III – houver motivo de foro íntimo.
seminário de aperfeiçoamento ou estudos, no País ou no exterior, Art. 31 – O impedimento ou a suspeição, salvo por motivo de
evidenciado o interesse da instituição; foro íntimo, poderá ser argüido pelo interessado ou por qualquer
XVI – autorizar, em razão de ato excepcional e fundamentado, integrante do Conselho Superior, até o início do julgamento.
pelo voto de dois terços de seus integrantes, o Defensor Público § 1º – Argüido o impedimento ou a suspeição, o Conselho Su-
Geral a exercer, pessoalmente ou por designação, as funções pro- perior, após a oitiva do integrante imputado impedido ou suspeito,
cessuais afetas a outro membro da instituição; decidirá a questão de plano.

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NOÇÕES DE DIREITO

§ 2º – O integrante do Conselho Superior poderá alegar o impe- XIII – oferecer ao Conselho Superior da Defensoria Pública,
dimento e a suspeição por motivo de foro íntimo, no prazo previsto quando da composição de listas tríplices para promoção, os assen-
no “caput” deste artigo. tamentos sobre a vida funcional dos Defensores Públicos que sa-
§ 3º – Serão convocados os suplentes necessários se, em razão tisfaçam o requisito de interstício, assim como outras informações
de impedimento ou suspeição de integrante do Conselho Superior, consideradas necessárias;
houver prejuízo, por falta de quórum legal, à apreciação de matéria XIV – exercer outras atribuições que lhe forem cometidas pelo
em pauta, suspendendo-se, se for o caso, o julgamento. Defensor Público Geral ou pelo Conselho Superior da Defensoria
Pública;
SEÇÃO IV XV – encaminhar ao Defensor Público Geral o processo admi-
DA CORREGEDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA nistrativo-disciplinar afeto à decisão deste;
XVI – apresentar, quando requisitado pelo Defensor Público Ge-
Art. 32 – A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública é órgão ral, relatório estatístico sobre as atividades dos órgãos de atuação;
de fiscalização e orientação da atividade funcional e da conduta dos XVII – prestar ao Defensor Público informações de caráter pes-
membros e dos servidores da Defensoria Pública. soal e funcional, assegurando-lhe o direito de acesso, retificação e
Art. 33 – A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-Ge- complementação dos dados;
ral, indicado entre os integrantes da classe mais elevada da carrei- XVIII – requisitar informações, exames, perícias, documentos,
ra, em lista sêxtupla elaborada pelo Conselho Superior, e nomeado diligências, certidões, pareceres técnicos e informações indispensá-
pelo Governador do Estado, para mandato de dois anos. veis ao bom desempenho de suas funções;
Art. 34 – Ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública compete: XIX – elaborar o regulamento do estágio probatório;
I – realizar inspeções e correições funcionais nos Núcleos e nos XX – propor ao Defensor Público Geral e ao Conselho Superior
serviços da Defensoria Pública e remeter relatório reservado ao a expedição de instruções e outras normas administrativas, sempre
Conselho Superior; que necessário ou conveniente ao serviço;
II – sugerir ao Defensor Público Geral, fundamentadamente, XXI – convocar Defensores Públicos para deliberação sobre ma-
o afastamento do Defensor Público que esteja sendo submetido a téria administrativa ou de interesse da instituição;
correição, sindicância ou processo administrativo-disciplinar; XXII – desempenhar outras atribuições previstas em lei ou no
III – receber e processar representação contra Defensor Público Regulamento Interno da Defensoria Pública.
e encaminhá-la, com parecer, ao Conselho Superior; Parágrafo único – As anotações que importem demérito serão
IV – propor a instauração de processo administrativo-discipli- lançadas no assentamento funcional, após prévia ciência do inte-
nar contra Defensor Público e servidor administrativo auxiliar e en- ressado, permitindo-se a retificação, na forma prevista no art. 124
caminhar a proposição ao Defensor Público Geral; desta lei complementar.
V – propor ao Conselho Superior, fundamentadamente, a sus- Art. 35 – O Corregedor-Geral poderá ser destituído do cargo
pensão do estágio probatório do Defensor Público; por deliberação do Conselho Superior, nos casos de abuso de po-
VI – acompanhar a atuação do Defensor Público durante o es- der, conduta incompatível, grave omissão nos deveres do cargo, as-
tágio probatório, mediante avaliação permanente de seu desem- segurada ampla defesa, ou condenação por infração apenada com
penho; reclusão, em decisão judicial transitada em julgado.
VII – propor ao Conselho Superior, fundamentadamente, a con- Parágrafo único – O Conselho Superior decidirá, por maioria
firmação do Defensor Público no cargo, até sessenta dias antes do de votos, pela admissibilidade da representação para a destituição
término do estágio probatório; do Corregedor-Geral, nos casos previstos no “caput” deste artigo,
VIII – propor, fundamentadamente, a exoneração do Defensor desde que formulada pelo Defensor Público Geral, por um terço de
Público em estágio probatório, com base em avaliação especial, seus integrantes ou por um décimo dos membros da Defensoria Pú-
procedida por comissão constituída especificamente para esse fim; blica em atividade.
IX – representar sobre verificação de incapacidade física, men- Art. 36 – Autorizada a proposta de destituição do Corregedor-
tal ou moral de membros da Defensoria Pública; -Geral, o Conselho Superior, em sessão presidida pelo Defensor Pú-
X – integrar como membro nato o Conselho Superior da Defen- blico Geral, constituirá, em votação secreta, comissão processante,
soria Pública; integrada por três Defensores Públicos de Classe Especial, cabendo
XI – baixar instruções, sem caráter vinculativo e no limite de a Presidência ao mais antigo nesta classe.
suas atribuições, visando à regularidade e ao aperfeiçoamento das § 1º – O Corregedor-Geral da Defensoria Pública será cientifica-
atividades da Defensoria Pública, bem como à independência fun- do, no prazo de dez dias, da aprovação da proposta de destituição,
cional de seus membros; podendo, em quinze dias, apresentar defesa por escrito, pessoal-
XII – manter atualizados os assentamentos funcionais e os re- mente ou por procurador, e requerer produção de provas.
gistros estatísticos de atuação dos membros da Defensoria Pública, § 2º – Não sendo apresentada defesa, o Presidente da comis-
especialmente para efeito de aferição de merecimento, neles de- são processante nomeará procurador para fazê-la no prazo de quin-
vendo constar: ze dias.
a) os pareceres da Corregedoria-Geral, inclusive o previsto no § 3º – Findo o prazo concedido à defesa, o Presidente da comis-
art. 52 desta lei complementar, e a decisão do Conselho Superior são processante designará, nos dez dias subseqüentes, a data para
sobre o estágio probatório; instrução e julgamento.
b) as observações feitas em inspeções e correições; § 4º – Na sessão de instrução e julgamento, presidida pelo De-
c) as penalidades disciplinares aplicadas; fensor Público Geral, após a leitura do relatório da comissão proces-
sante, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por procurador, terá

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NOÇÕES DE DIREITO

trinta minutos para produzir defesa oral, deliberando, em seguida, III – estabelecer intercâmbio permanente com órgãos públicos
o Conselho Superior, pelo voto fundamentado de dois terços de ou entidades públicas ou privadas;
seus membros. IV – sistematizar as ações dos Defensores Públicos, bem como
§ 5º – A presença na sessão de instrução e julgamento será integrar e uniformizar sua atuação;
limitada aos membros do Conselho Superior, ao Corregedor-Geral V – auxiliar na elaboração e execução de projetos e convênios
e ao seu procurador. de interesse institucional da Defensoria Pública;
§ 6º – A sessão poderá ser suspensa por uma vez, pelo prazo VI – promover e coordenar a atuação de Defensoria Pública pe-
máximo de dez dias, para a realização de diligência requerida pelo rante os sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos;
Corregedor-Geral ou por seu procurador, bem como por qualquer VII – prestar auxílio técnico-operacional ao cumprimento das
membro do Conselho Superior, desde que reputada, por maioria de finalidades institucionais;
votos, imprescindível ao esclarecimento dos fatos. VIII – exercer outras funções compatíveis com suas competên-
Art. 37 – Rejeitada a proposta de destituição ou não atingida a cias previstas em lei e atribuídas por ato do Defensor Público-Geral.
votação prevista no § 4º do art. 36 desta lei complementar, o Pre-
sidente da sessão determinará o arquivamento dos autos do pro- SEÇÃO II
cedimento. DAS COORDENADORIAS REGIONAIS
Art. 38 – Aprovada a destituição, o Defensor Público Geral fará
publicar, no órgão oficial dos Poderes do Estado, em quarenta e oito Art. 40-C – As Coordenadorias Regionais são órgãos de apoio às
horas, o inteiro teor da decisão proferida, da qual não caberá re- atividades das Defensorias Públicas em âmbito regional e agrupam
curso. Defensorias Públicas nas Comarcas por regiões ou por órgãos de
Parágrafo único – O Presidente da sessão, em cinco dias, en- atuação.
caminhará os autos ao Governador do Estado, para que proceda à § 1º – As Coordenadorias Regionais são compostas por um De-
exoneração do Corregedor-Geral da Defensoria Pública, no prazo de fensor Público, que exercerá a função de Coordenador Regional da
quinze dias contados de seu recebimento. Defensoria Pública, e pelos serviços auxiliares que se fizerem ne-
Art. 39 – Destituído o Corregedor-Geral da Defensoria Pública, cessários.
proceder-se-á na forma determinada no art. 36 desta lei comple- § 2º – A sede de cada Coordenadoria Regional será fixada por
mentar. ato do Defensor Público-Geral.
Art. 40 – O Corregedor-Geral ficará afastado de suas funções: § 3º – A constituição das Coordenadorias Regionais e as atri-
I – após o trânsito em julgado da decisão judicial condenatória buições dos coordenadores regionais serão disciplinadas no Regu-
em caso de prática de infração penal, cuja sanção cominada seja de lamento Interno.
reclusão; (Capítulo acrescentado pelo art. 8º da Lei Complementar nº
II – no procedimento de destituição, desde a aprovação do pe- 141, de 13/12/2016.)
dido de autorização pelo Conselho Superior, na forma prevista no
art. 35, parágrafo único, desta lei complementar, até a decisão final. CAPÍTULO II-B
Parágrafo único – O período de afastamento contará como de DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
exercício do mandato.
SEÇÃO I
CAPÍTULO II-A DA OUVIDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA
DOS ÓRGÃOS DE APOIO ADMINISTRATIVO E SERVIÇOS AUXI-
LIARES Art. 40-D – A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pú-
blica e tem como finalidade a promoção da qualidade dos serviços
Art. 40-A – Lei específica definirá as atribuições dos órgãos de prestados pela instituição.
apoio administrativo e serviços auxiliares e estabelecerá seu quadro Parágrafo único – A Ouvidoria-Geral contará com servidores
de cargos, sob regime estatuário. da Defensoria Pública e terá sua estrutura definida pelo Conselho
Superior, a partir de proposta do Ouvidor-Geral, observada a dis-
SEÇÃO I ponibilidade orçamentária e de pessoal para sua implementação.
DO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Art. 40-E – O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Supe-
rior dentre cidadãos de reputação ilibada, excetuados os membros
40-B – O Centro de Desenvolvimento Institucional é órgão de da Defensoria Pública e os integrantes do quadro administrativo,
apoio da Defensoria Pública-Geral, composto pelos serviços auxi- ativos ou inativos, indicados em lista tríplice formada pela socie-
liares necessários e por Defensores Públicos das diversas áreas de dade civil, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
atuação designados pelo Defensor Público-Geral, sendo um deles § 1º – O Conselho Superior editará normas regulamentando os
coordenador do centro. critérios e a forma de elaboração da lista tríplice.
Parágrafo único – São competências do Centro de Desenvolvi- § 2º – As indicações de candidatos a Ouvidor-Geral recairão
mento Institucional: sobre pessoas ou representantes de entidades notoriamente com-
I – estimular a integração e o intercâmbio entre Defensores Pú- promissadas com os princípios e atribuições da Defensoria Pública.
blicos que atuem na mesma área de atividade e que tenham atri- § 3º – É vedada a nomeação, para o cargo de Ouvidor-Geral, de
buições comuns; cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
II – remeter informações técnico-jurídicas aos órgãos ligados às afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos membros e servidores,
atividades do centro; ativos ou inativos, da Defensoria Pública.

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NOÇÕES DE DIREITO

§ 4º – O Ouvidor-Geral será indicado pelo Conselho Superior SEÇÃO II


no prazo de quinze dias, contados do recebimento da lista tríplice, DA ESCOLA SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
e nomeado pelo Defensor Público-Geral em igual prazo, contado da
indicação pelo Conselho Superior. Art. 40-I – A Escola Superior é órgão auxiliar da Defensoria Pú-
§ 5º – Caso o Conselho Superior não efetive a indicação do Ou- blica e tem como competências:
vidor-Geral nos quinze dias que se seguirem ao recebimento da lista I – iniciar novos membros e servidores da Defensoria Pública
tríplice, será considerado escolhido automaticamente para o exercí- no desempenho de suas funções institucionais;
cio do mandato o mais votado da lista. II – aperfeiçoar e atualizar a capacitação técnico-profissional
§ 6º – Caso o Defensor Público-Geral não efetive a nomeação dos membros e servidores da Defensoria Pública;
do Ouvidor-Geral nos quinze dias que se seguirem ao recebimento III – promover estudos, conferências, seminários, debates e dis-
da indicação feita pelo Conselho Superior, será investido no cargo, cussões de temas conexos à prestação da assistência jurídica pela
para exercício do mandato, o candidato indicado pelo Conselho Su- Defensoria Pública;
perior. IV – desenvolver programas de pesquisa na área jurídica;
§ 7º – O Cargo de Ouvidor-Geral, a ser criado em lei específica, V – organizar publicações com os resultados de suas ações;
será exercido em regime de dedicação exclusiva e jornada de qua- VI – zelar pelo reconhecimento e pela valorização da Defenso-
renta horas semanais, vedada qualquer outra atividade remunera- ria Pública como instituição essencial ao exercício da função juris-
da, salvo uma de magistério. dicional do Estado;
Art. 40-F – À Ouvidoria-Geral compete: VII – manter intercâmbios com órgãos ou entidades que atuem
I – receber e encaminhar ao Corregedor-Geral representação em áreas afins;
contra membros e servidores da Defensoria Pública, assegurada ao VIII – outras estabelecidas no Regulamento Interno, desde que
representado a defesa preliminar; compatíveis com as competências previstas em lei.
II – propor aos órgãos de administração superior da Defensoria § 1º – A Escola Superior da Defensoria Pública será criada por
Pública medidas e ações que visem ao aperfeiçoamento dos servi- ato do Defensor Público-Geral.
ços prestados; § 2º – O Coordenador da Escola Superior será designado pelo
III – elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, Defensor Público-Geral dentre os Defensores Públicos estáveis, com
que conterá também as medidas propostas aos órgãos competen- prejuízo de suas atribuições funcionais.
tes e a descrição dos resultados obtidos; § 3º – O Conselho Superior editará normas que regulamenta-
IV – participar, com direito a voz, do Conselho Superior da De- rão a estrutura e o funcionamento da Escola Superior.
fensoria Pública;
V – promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil; SEÇÃO III
VI – estabelecer meios de comunicação direta entre a Defen- DO CENTRO DE ASSISTÊNCIA PERICIAL E MULTIDISCIPLINAR
soria Pública e a sociedade, para receber sugestões e reclamações,
adotando as providências pertinentes e informando o resultado aos Art. 40-J – O Centro de Assistência Pericial e Multidisciplinar é
interessados; órgão auxiliar da Defensoria Pública e tem por finalidade prestar-
VII – contribuir para a disseminação das formas de participação -lhe apoio institucional em matéria ocupacional e para o exercício
popular no acompanhamento e na fiscalização da prestação dos de suas funções, por meio de exames, perícias, laudos e outras pro-
serviços realizados pela Defensoria Pública; vidências necessárias ao desenvolvimento da saúde ocupacional de
VIII – manter contato com os vários órgãos da Defensoria Pú- seu pessoal e à defesa dos interesses dos assistidos, conforme dis-
blica, estimulando-os a atuar em sintonia com os direitos dos as- puser o Regulamento Interno da Defensoria Pública.
sistidos; (Capítulo acrescentado pelo art. 9º da Lei Complementar nº
IX – coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir 141, de 13/12/2016.)
estatísticas referentes ao índice de satisfação dos assistidos, divul-
gando os resultados. CAPÍTULO III
§ 1º – A representação a que se refere o inciso l do caput po- DOS ÓRGÃOS DE ATUAÇÃO
derá ser apresentada por qualquer pessoa, inclusive pelos próprios
membros e servidores da Defensoria Pública, por órgão público ou SEÇÃO I
por entidade pública ou privada. DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS DO ESTADO
§ 2º – A Ouvidoria-Geral preservará, sempre que solicitado, o
sigilo de identidade do autor da representação, reclamação ou su- Art. 41 – É obrigatória a instalação de Defensoria Pública em
gestão. todas as comarcas do Estado.
Art. 40-G – Aplica-se ao Ouvidor-Geral, em casos de abuso de Art. 42 – Nas Defensorias Públicas com mais de um cargo de
poder, conduta incompatível e grave omissão nos deveres do cargo, Defensor Público, haverá um Defensor Público como Coordenador
o disposto nos arts. 35 a 38 desta lei. e seus substitutos, designados pelo Defensor Público Geral, com-
Art. 40-H – Na hipótese de destituição do Ouvidor-Geral, o petindo-lhes, sem prejuízo de suas funções institucionais e outras
Conselho Superior escolherá, no prazo de quinze dias, um dentre fixadas pelo Conselho Superior, especialmente:
os dois últimos integrantes da lista tríplice, para complementar o I – coordenar as atividades desenvolvidas pelos Defensores Pú-
mandato. blicos que atuem em sua área de competência;
II – sugerir ao Defensor Público Geral providências para o aper-
feiçoamento das atividades institucionais em sua área de compe-
tência;
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NOÇÕES DE DIREITO

III – remeter, semestralmente, ao Corregedor-Geral relatório XXV – exercer outras atribuições que lhe forem delegadas pelo
das atividades desenvolvidas em sua área de competência; Defensor Público Geral.
IV – promover reuniões mensais internas para a fixação de § 1º – O Coordenador exercerá suas atribuições pelo período
orientações, sem caráter vinculativo, e para deliberação sobre ma- de um ano, permitida uma recondução.
téria administrativa, com comparecimento obrigatório, salvo moti- § 2º – As funções de Defensor Público Coordenador serão con-
vo justificado; sideradas para apuração de mérito na ocasião da promoção.
V – dar posse e exercício aos auxiliares administrativos nomea- § 3º – As funções de que trata este artigo poderão ser delega-
dos pelo Defensor Público Geral; das a outro Defensor Público, mediante comunicação ao Defensor
VI – organizar os serviços auxiliares, distribuindo tarefas e fisca- Público Geral.
lizando os trabalhos executados; Art. 43 – As Defensorias Públicas poderão ser agrupadas em
VII – presidir, mediante designação do Defensor Público Geral, regiões, sob a coordenação de um Defensor Público, nos termos do
processo administrativo-disciplinar relativo a infrações funcionais Regulamento Interno.
dos seus servidores;
VIII – fiscalizar a distribuição eqüitativa dos autos ou outro ex- SEÇÃO II
pediente em que deva funcionar Defensor Público; DOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA
IX – representar a Defensoria Pública nas solenidades oficiais,
em sua área de atuação; Art. 44 – Os Núcleos da Defensoria Pública são compostos de
X – encaminhar aos órgãos da Administração Superior da De- Defensores Públicos e dos serviços auxiliares necessários ao desem-
fensoria Pública sugestões para o aprimoramento dos serviços e penho das funções.
solicitar os recursos necessários ao desenvolvimento de suas ati- § 1º – Em cada Núcleo, servirá pelo menos um membro da De-
vidades; fensoria Pública.
XI – solicitar ao Defensor Público Geral a designação de esta- § 2º – Os Núcleos serão criados para atender necessidades con-
giários, mediante requerimento de qualquer de seus integrantes; junturais e poderão ser judiciais ou extrajudiciais.
XII – encaminhar à Defensoria Pública Geral sugestões para a (Paragráfo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar
elaboração do Plano Geral de Atuação da Defensoria Pública; nº 141, de 13/12/2016.)
XIII – redistribuir, em caso de afastamento, os pedidos e os pro- § 3º – A criação, a modificação e a extinção de Núcleos, bem
cessos, modificando-lhes a orientação, se necessário; como suas atribuições, serão determinadas pelo Conselho Superior
XIV – prestar ao Defensor Público Geral e ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública, mediante proposta do Defensor Público-Ge-
todas as informações pertinentes às atividades da Defensoria Públi- ral.
ca em sua área de atuação; (Paragráfo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar
XV – receber reclamações contra a atuação de Defensores Pú- nº 141, de 13/12/2016.)
blicos e encaminhá-las à consideração do Corregedor-Geral; § 4º – Os Núcleos cuja natureza institucional justifique sua
XVI – propor, fundamentadamente, e promover, se aprovada, a continuidade serão incorporados à área de atuação permanente
implantação de Núcleos da Defensoria Pública, mesmo em bairros de alguma Defensoria Especializada, permitindo a continuidade do
ou regiões, visando à desconcentração dos serviços da instituição; serviço.
XVII – estabelecer relacionamento com os órgãos do Ministério (Paragráfo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar
Público e do Poder Judiciário, com a finalidade de solucionar casos nº 141, de 13/12/2016.)
que lhe estejam afetos;
XVIII – sugerir e encaminhar a celebração de convênio ou ajuste SEÇÃO III
com entidade pública ou privada, visando à melhoria e à expan- DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS ESPECIALIZADAS
são dos serviços da Defensoria Pública e, se implantado, exercer
a coordenação e o controle da sua execução na respectiva área de Art. 44-A – As Defensorias Públicas Especializadas são órgãos
competência; de atuação permanente e de âmbito local ou regional, coordenados
XIX – solicitar à Corregedoria-Geral da Defensoria Pública a re- por um Defensor Público designado pelo Defensor Público-Geral
alização de correições extraordinárias, sempre que necessário, dan- dentre os seus integrantes, e têm como competência a proteção, a
do-se delas ciência ao Defensor Público Geral; preservação e a reparação dos direitos fundamentais, nestes com-
XX – elaborar boletim e mapas estatísticos de processos, ações preendidos os direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos,
e atendimentos prestados, para efeito de relatórios periódicos; culturais e ambientais.
XXI – estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos de Parágrafo único – Sem prejuízo de outras áreas de atuação pre-
execução que atuem na mesma área de atividade e tenham atribui- vistas no Regulamento Interno da Defensoria Pública, as Defenso-
ções comuns; rias Públicas Especializadas atuarão nos estabelecimentos policiais,
XXII – remeter informações técnico-jurídicas aos órgãos ligados penitenciários e de internação de adolescentes, na proteção, pre-
à sua atividade; servação e reparação dos direitos de grupos sociais vulneráveis e
XXIII – estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou das pessoas vítimas de qualquer forma de opressão ou violência e
órgãos públicos ou privados que atuem em áreas afins; nos conflitos fundiários urbanos e agrários.
XXIV – organizar a biblioteca e o arquivo geral da Defensoria Art. 44-B – A criação, a modificação e a extinção de Defensorias
Pública, recolhendo e classificando as cópias de trabalhos elabora- Públicas Especializadas, bem como sua estrutura e suas atribuições,
dos pelos integrantes, bem como o material legislativo, doutrinário serão fixadas pelo Conselho Superior da Defensoria Pública, me-
e jurisprudencial de interesse; diante proposta do Defensor Público-Geral, observadas a perma-
nência e a prioridade de sua atuação.
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 44-C – A implantação das Defensorias Públicas Especializa- XV – atuar nos estabelecimentos policiais e penitenciários, vi-
das será acompanhada da estrutura e dos serviços auxiliares neces- sando a assegurar à pessoa, em qualquer circunstância, o exercício
sários a seu funcionamento. dos direitos e das garantias individuais;
(Sessão acrescentada pelo art. 11 da Lei Complementar nº 141, XVI – requerer a transferência de preso para local adequado,
de 13/12/2016.) quando necessário;
XVII – diligenciar as medidas necessárias ao assentamento de
SEÇÃO IV registro civil de nascimento de criança ou adolescente;
DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS NA SEGUNDA INSTÂNCIA E NOS XVIII – supervisionar e fiscalizar, sob a coordenação dos órgãos
TRIBUNAIS SUPERIORES. superiores, o desempenho do estagiário designado para seu auxi-
liar nos serviços forenses, avaliando-o, ao final do estágio, na forma
Art. 44-D – As Defensorias Públicas na Segunda Instância e nos do regulamento;
Tribunais Superiores atuarão em segundo grau de jurisdição, nos XIX – exercer, mediante designação do Defensor Público Geral,
tribunais superiores e no Supremo Tribunal Federal. a Coordenadoria de Núcleo da Defensoria Pública e outros cargos
§ 1º – As Defensorias Públicas na Segunda Instância e nos Tri- de confiança da instituição;
bunais Superiores terão coordenação própria, designada pelo De- XX – integrar comissão de processo administrativo-disciplinar;
fensor Público-Geral dentre os seus integrantes, para exercício das XXI – requisitar a instauração de inquérito policial e diligências
funções previstas no art. 42, contando com a estrutura e os serviços necessárias à apuração de crime de ação penal pública;
auxiliares necessários a seu funcionamento. (Expressão “a instauração de inquérito policial” declara-
§ 2º – Cabe ao Conselho Superior da Defensoria Pública, a par- da inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da
tir de proposta do Defensor Público-Geral, determinar ou modificar ADI 4346. Acórdão publicado no Diário da Justiça Eletrônico em
as competências das Defensorias Públicas na Segunda Instância e 10/4/2023. Trânsito em julgado em 18/4/2023.)
nos Tribunais Superiores. XXII – patrocinar ação civil pública, nos termos da lei;
(Sessão acrescentada pelo art. 11 da Lei Complementar nº 141, XXIII – patrocinar ação popular, mandado de injunção e man-
de 13/12/2016.) dado de segurança;
XXIV – exercer outras atribuições definidas em lei ou ato nor-
CAPÍTULO IV mativo, desde que afetas à sua área de atuação.
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO Parágrafo único – O Defensor Público Geral poderá designar
outro Defensor Público para atuar em feito determinado de atribui-
SEÇÃO ÚNICA ção do titular, com a concordância deste.
DOS DEFENSORES PÚBLICOS Art. 45-A – Os Defensores Públicos e servidores designados
pelo Defensor Público-Geral para plantão nos fins de semana, fe-
Art. 45 – Aos Defensores Públicos do Estado incumbe o desem- riados ou em qualquer outro dia ou horário em que não houver
penho das funções de orientação, postulação e defesa dos direitos expediente, bem como para o exercício de outras atividades admi-
e interesses dos necessitados, cabendo-lhes especialmente: nistrativas ou finalísticas extraordinárias, terão direito a compensa-
I – tentar a composição amigável das partes antes de promover ção ou indenização pelos dias que servirem, conforme dispuser o
a ação, quando julgar conveniente; respectivo regimento interno.
II – postular a concessão de gratuidade de justiça para os ne- (Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 161,
cessitados, na forma da lei; de 4/8/2021.)
III – praticar os atos inerentes à postulação e à defesa dos di-
reitos dos necessitados, providenciando para que os feitos tenham TÍTULO IV
normal tramitação e, quando cabível, interpor recurso para qual- DO PESSOAL E DA CARREIRA DE DEFENSOR PÚBLICO
quer grau de jurisdição;
IV – defender, nos processos criminais, o réu que não tenha CAPÍTULO I
defensor constituído, o revel inclusive; DO PESSOAL E DOS CARGOS
V – patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública;
VI – patrocinar ação civil e ação civil “ex delicto”; Art. 46 – O quadro de cargos da carreira de Defensor Público,
VII – patrocinar defesa em ação penal; organizada em classes na forma do Anexo desta Lei Complementar,
VIII – patrocinar defesa em ação civil e reconvir; é integrado por mil e duzentos cargos efetivos.
IX – exercer a defesa da criança e do adolescente, em especial (Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar nº
nas hipóteses previstas no art. 227 da Constituição da República; 101, de 23/11/2007.)
X – assegurar aos seus assistidos, em processo judicial ou admi- Parágrafo único – O provimento dos cargos previstos no
nistrativo, e aos acusados em geral o contraditório e a ampla defe- “caput” deste artigo fica condicionado à observância das condições
sa, com recursos e meios a ela inerentes; estabelecidas pela Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio
XI – patrocinar os direitos e interesses do consumidor lesado; de 2000, e pela lei orçamentária anual.
XII – atuar nos Juizados Especiais; (Vide art. 41 da Lei nº 15.301, de 10/8/2004.)
XIII – exercer a função de Curador de Ausentes e Especial, salvo Art. 47 – As promoções na carreira da Defensoria Pública serão
quando a lei a atribuir expressamente a outrem; precedidas da adequação da lista de antigüidade aos critérios de
XIV – representar ao Ministério Público em caso de sevícias ou desempate estabelecidos nesta lei complementar.
maus-tratos à pessoa do defendendo;

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NOÇÕES DE DIREITO

CAPÍTULO II III – a dedicação e a exação no cumprimento dos deveres e das


DO INGRESSO NA CARREIRA funções do cargo;
IV – a eficiência, a pontualidade e a assiduidade no desempe-
Art. 48. O ingresso na carreira de Defensor Público dar-se-á na nho de suas funções;
Classe Inicial do cargo de Defensor Público, com funções de Defen- V – a presteza e a segurança nas manifestações processuais;
sor Público Substituto, mediante aprovação em concurso público de VI – as referências em razão da atuação funcional;
provas e títulos, observada a ordem de classificação. VII – a publicação de livros, teses, estudos e artigos jurídicos,
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº premiação obtida inclusive;
134, de 7/5/2014.) VIII – a atuação em órgão de atuação da Defensoria Pública que
apresente dificuldade no exercício das atribuições;
SEÇÃO I IX – a contribuição para a melhoria dos serviços da instituição;
DA NOMEAÇÃO, DA POSSE E DO EXERCÍCIO X – a integração comunitária no que estiver afeto às atribuições
do cargo;
Art. 49 – O candidato aprovado no concurso de ingresso na XI – a freqüência a cursos de aperfeiçoamento.
carreira será nomeado para o cargo de Defensor Público de Classe § 2º – Durante o triênio a que se refere este artigo, a atuação
Inicial, respeitada a ordem de classificação e o número de vagas do membro da Defensoria Pública será, ainda, acompanhada e ava-
existentes, e exercerá as funções de Defensor Público Substituto até liada pela Corregedoria-Geral, por meio de inspeções, correições,
completar o estágio probatório. análise de trabalhos remetidos e outros meios a seu alcance.
Parágrafo único – O Defensor Público de Classe Inicial a que § 3º – A permanência na carreira e a confirmação como mem-
se refere o caput tem as mesmas prerrogativas, vedações, impedi- bro da Defensoria Pública serão deliberadas pelo Conselho Supe-
mentos e vantagens de caráter indenizatório dos demais membros rior, na forma desta lei complementar.
da carreira. Art. 52 – O Corregedor-Geral da Defensoria Pública, para os
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar nº fins do disposto no art. 28, inciso XXI, designará uma comissão para
134, de 7/5/2014.) acompanhamento e avaliação individual de estágio probatório do
Art. 50 – O candidato nomeado tomará posse, com imediato membro da Defensoria Pública.
exercício, no prazo de trinta dias contado da data da nomeação, § 1º – A comissão de que trata o “caput” será composta pelo
prorrogável, por igual período, mediante requerimento dirigido ao Corregedor-Geral, que a presidirá, e por, pelo menos, dois Defenso-
Defensor Público Geral. res Públicos em exercício há mais de cinco anos.
§ 1º – O candidato será empossado perante o Conselho Supe- § 2º – Durante o período de estágio probatório, será apro-
rior, em sessão extraordinária. fundada a investigação relativa aos aspectos moral, pessoal, pro-
§ 2º – O candidato nomeado apresentará declarações de bens fissional e familiar do membro da Defensoria Pública, valendo as
relativas aos dois últimos exercícios fiscais e, no ato da posse, pres- conclusões como subsídio para a decisão do Conselho Superior da
tará o compromisso de desempenhar, com retidão, as funções do Defensoria Pública.
cargo e de cumprir a Constituição e as leis. § 3º – O membro da Defensoria Pública encaminhará à comis-
§ 3º – O candidato nomeado que não comparecer à posse pre- são relatórios trimestrais de atividades, instruídos com peças jurídi-
vista no “caput” deste artigo será empossado na forma disposta no cas, abrangendo as diversas áreas de atuação, na forma que dispu-
art. 9º, XX, desta lei complementar. ser o Regulamento Interno.
§ 4º – Caso a posse não ocorra no prazo previsto por ausência § 4º – O Corregedor-Geral e a comissão designada poderão re-
do nomeado, a nomeação caducará automaticamente, e será de- quisitar ao membro da Defensoria Pública em estágio probatório
cretada a perda do cargo em ato do Defensor Público Geral. cópias de trabalhos referidos nos relatórios trimestrais e não enca-
§ 5º – O candidato aprovado poderá renunciar à nomeação an- minhados.
tecipadamente ou até o termo final do prazo de posse, caso em Art. 53 – O Corregedor-Geral da Defensoria Pública poderá, a
que, optando, será deslocado para o último lugar da lista de clas- qualquer tempo, de ofício ou mediante provocação dos membros
sificados. da comissão, impugnar, fundamentadamente, a permanência do
§ 6º – O Defensor Público em estágio probatório exercerá suas Defensor Público na carreira.
funções em qualquer órgão de atuação no Estado. § 1º – O interessado será intimado pessoalmente para, em dez
dias, oferecer alegações e produzir provas, observado o disposto
SEÇÃO II nos arts. 28, inciso XXI, 54, parágrafo único, 55 e 57, §§ 1º, 2º e 3º,
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO desta lei complementar.
§ 2º – Não sendo encontrado ou havendo fundada suspeita de
Art. 51 – O Defensor Público Substituto, a contar da data em ocultação, a intimação far-se-á por meio de publicação no órgão
que entrar em exercício, submeter-se-á a estágio probatório pelo oficial dos Poderes do Estado.
prazo de três anos, durante o qual será avaliada, em caráter perma- § 3º – Acolhida a impugnação pelo Conselho Superior, o De-
nente, pela Corregedoria-Geral da Defensoria Pública, a conveniên- fensor Público será exonerado por ato do Defensor Público Geral,
cia da permanência e da confirmação na carreira. cabendo da decisão recurso ao Conselho Superior, no prazo de cin-
§ 1º – Na avaliação de que trata o “caput” deste artigo, serão co dias.
observadas: § 4º – Rejeitada a impugnação, o membro da Defensoria Pú-
I – a idoneidade moral no âmbito pessoal, profissional e fami- blica permanecerá em estágio probatório, na forma desta lei com-
liar; plementar.
II – a conduta compatível com a dignidade do cargo;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

§ 5º – Não sendo impugnado o estágio probatório, o Correge- (Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar nº
dor-Geral designado para presidir a comissão poderá sugerir ao De- 134, de 7/5/2014.)
fensor Público Geral, até cento e vinte dias antes do término do es- § 4º – Caso o Defensor Público confirmado não puder ser titu-
tágio probatório, a confirmação do membro da Defensoria Pública larizado em seu órgão de atuação, será designado para exercer as
na carreira, servindo a manifestação como subsídio ao Conselheiro suas atribuições em outro órgão.
designado, nos termos do art. 55, § 2º, desta lei complementar.
Art. 54 – Fica suspenso, até o definitivo julgamento, o período CAPÍTULO III
de estágio probatório do membro da Defensoria Pública no caso de DA CARREIRA E DOS CARGOS
impugnação à sua permanência na carreira.
Parágrafo único – O Defensor Público Substituto somente po- Art. 58 – A carreira de Defensor Público é constituída das se-
derá afastar-se do exercício do cargo por motivo de férias ou licença guintes classes:
para tratamento de saúde, caso em que o estágio não se suspende. I – Defensor Público de Classe Inicial;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
SEÇÃO III 134, de 7/5/2014.)
DA CONFIRMAÇÃO NA CARREIRA II – Defensor Público de Classe Intermediária;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
Art. 55 – A conveniência da confirmação na carreira do Defen- 134, de 7/5/2014.)
sor Público em estágio probatório será examinada por integrante III – Defensor Público de Classe Final;
do Conselho Superior da Defensoria Pública, designado mediante a (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
distribuição dos relatórios. 134, de 7/5/2014.)
§ 1º – O Corregedor-Geral, até noventa dias antes do término IV – Defensor Público de Classe Especial.
do estágio probatório, apresentará ao Conselho Superior relatório (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
da atuação do Defensor Público Substituto, emitindo parecer sobre 134, de 7/5/2014.)
sua confirmação. § 1º – O quantitativo de cargos de Defensor Público e sua distri-
§ 2º – O Conselheiro designado proporá a confirmação ou não buição nas classes da carreira são os estabelecidos no Anexo desta
do Defensor Público na carreira até sessenta dias antes do término lei complementar, já considerados os cargos providos pelos mem-
do estágio probatório, em exposição fundamentada e instruída com bros da Defensoria Pública que integram a carreira na data da publi-
os documentos necessários. cação desta Lei Complementar.
Art. 56 – Caso o Conselheiro designado, com base em avalia- § 2º – (Revogado pelo art. 7º da Lei Complementar nº 134, de
ção especial realizada pela comissão de que trata o art. 52 desta 7/5/2014.)
lei complementar, proponha ao Conselho Superior a exoneração do
Defensor Público em estágio probatório, terá este dez dias para ofe- CAPÍTULO IV
recer alegações e provas. DA VACÂNCIA E DAS FORMAS DE PROVIMENTO DERIVADO
§ 1º – O interessado será intimado pessoalmente, e, não sen-
do encontrado ou havendo fundada suspeita de ocultação, será a SEÇÃO I
intimação efetivada por meio de publicação no órgão oficial dos DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Poderes do Estado.
§ 2º – O Conselho Superior, na primeira reunião subseqüente, Art. 59 – O Defensor Público Geral fará publicar, no órgão oficial
decidirá sobre a proposta de exoneração pelo voto de dois terços dos Poderes do Estado, edital para provimento de vaga existente.
de seus membros. Parágrafo único – O Regulamento Interno disciplinará os requi-
§ 3º – Quando o Conselho Superior decidir pela não-confirma- sitos do edital de promoção ou remoção e os critérios de votação,
ção do Defensor Público no cargo, ou não havendo defesa, o Defen- observado o disposto nesta lei complementar.
sor Público Geral procederá a sua exoneração.
Art. 57 – Ficam suspensos, automaticamente, até o definitivo SEÇÃO II
julgamento, o exercício funcional e o período de estágio probatório DA PROMOÇÃO
do Defensor Público Substituto, quando houver impugnação pelo
Conselheiro designado. Art. 60 – A promoção na carreira de Defensor Público será efe-
§ 1º – Propondo o Conselheiro a confirmação na carreira do tivada por ato do Defensor Público Geral, atendidos, alternadamen-
membro da Defensoria Pública, suspende-se, automaticamente, te, os critérios de antigüidade e merecimento, observando este a
o período de estágio probatório, até o definitivo julgamento pelo lista tríplice, decorrido o interstício de três anos de efetivo exercício
Conselho Superior da Defensoria Pública. na classe.
§ 2º – O tempo de suspensão do exercício funcional será conta- § 1º – Na promoção por merecimento de que trata o “caput”
do para todos os efeitos legais, em caso de confirmação. deste artigo, o Defensor Público Geral levará em consideração a efi-
§ 3º – Se a decisão for pela confirmação na carreira, compete ciência e a produtividade no exercício das atribuições inerentes ao
ao Defensor Público-Geral expedir o respectivo ato declaratório, no cargo.
qual constará a nova condição do servidor como Defensor Público § 2º – Dispensar-se-á o prazo de interstício previsto no “caput”
estável e sua respectiva classe, além da titularidade no órgão de deste artigo se não houver quem preencha tal requisito, ou se quem
atuação em que estiver exercendo as suas atribuições, salvo se nes- o preencher não se inscrever para a promoção.
se órgão de atuação existir titular, ainda que licenciado ou afastado.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

SUBSEÇÃO I § 1º – Serão incluídos na lista tríplice os nomes votados pela


DA ANTIGÜIDADE maioria absoluta, realizando-se tantos escrutínios quantos neces-
sários.
Art. 61 – A antigüidade, para efeito de promoção, será determi- § 2º – A lista de promoção por merecimento poderá conter me-
nada pelo tempo de efetivo exercício na classe, independentemen- nos de três nomes, se não houver remanescente da classe com o
te de inscrição, importando interrupção de contagem de tempo o requisito do interstício.
afastamento ou a licença do cargo, salvo por motivo de: § 3º – A lista tríplice será acompanhada do histórico funcional
I – férias; dos candidatos, com a indicação dos votos obtidos, o escrutínio e a
II – licença: menção de entradas em listas anteriores.
a) para tratamento de saúde; § 4º – É obrigatória a promoção por merecimento do membro
b) por motivo de doença em pessoa da família; da Defensoria Pública que figurar na lista pela terceira vez consecu-
c) à gestante; tiva ou pela quinta vez alternada.
d) paternidade; § 5º – Em caso de haver mais de um candidato à promoção
e) em caráter especial; compulsória, o desempate far-se-á pelo critério estabelecido no art.
f) para casamento; 62 desta lei complementar.
g) por luto; Art. 65 – O Conselho Superior fixará os critérios para aferição
III – período de trânsito; do merecimento, considerando especialmente:
IV –prestação de serviço militar e outros obrigatórios por lei; I – o aprimoramento intelectual e cultural em cursos de aperfei-
V – exercício de mandato eletivo ou da entidade de classe; çoamento de natureza jurídica, promovidos pela Defensoria Pública
VI – exercício, no âmbito da Defensoria Pública, de cargos em ou por estabelecimento de ensino superior oficialmente reconheci-
comissão ou função de assessoria; do, compreendendo, necessariamente, as seguintes atividades:
VII – outros casos previstos em lei. a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevân-
Art. 62 – Ocorrendo empate na classificação por antigüidade, cia jurídica;
terão preferência, sucessivamente: b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca exa-
I – o que for mais antigo na carreira da Defensoria Pública; minadora;
II – o que tiver mais tempo de serviço público estadual; II – a contribuição à organização e à melhoria dos serviços da
III – o que tiver mais tempo de serviço público; Defensoria Pública.
IV – o que tiver obtido melhor classificação no concurso para Art. 66 – Serão observados, além dos requisitos legais para a
ingresso na carreira; promoção, os seguintes critérios:
V – o que tiver mais idade. I – operosidade, assiduidade e dedicação ao exercício do cargo;
II – presteza e segurança nas manifestações processuais;
SUBSEÇÃO II III – condutas pública e particular ilibadas;
DO MERECIMENTO IV – conceito atribuído aos assentamentos funcionais, na forma
do Regulamento Interno;
Art. 63 – Poderá concorrer à promoção por merecimento o V – referências em razão da atuação funcional;
membro da Defensoria Pública que: VI – publicação de livros, teses, estudos e artigos jurídicos e
I – requeira sua inscrição no prazo de quinze dias a contar da premiação obtida;
publicação, no órgão oficial dos Poderes do Estado, do aviso de exis- VII – atuação em Núcleo que apresente dificuldade ao exercício
tência de vaga, constando no requerimento estar com o serviço em das atribuições;
dia; VIII – contribuição à melhoria dos serviços da instituição e do
II – não esteja em disponibilidade cautelar ou decorrente de Núcleo.
punição; Art. 67 – O Defensor Público Geral promoverá, no prazo de
III – não tenha sofrido penalidade disciplinar nos doze meses quinze dias contados do recebimento do expediente, os indicados à
anteriores à formação da lista nem esteja submetido a processo dis- promoção por antigüidade ou por merecimento.
ciplinar ou administrativo; Parágrafo único – A promoção realizada após o prazo fixado
IV – não esteja respondendo a ação penal por infração cuja san- neste artigo retroagirá ao dia seguinte de seu vencimento.
ção cominada seja de reclusão nem esteja cumprindo pena;
V – não se tenha afastado do exercício das funções nos últimos CAPÍTULO V
dois anos, ou a ele retornado nos últimos seis meses, ressalvadas DA INAMOVIBILIDADE E DA REMOÇÃO
as hipóteses relacionadas nos incisos do art. 61 desta lei comple-
mentar; Art. 68 – Os membros da Defensoria Pública são inamovíveis,
VI – não tenha dado causa, injustificadamente, a adiamento de salvo se apenados com remoção compulsória, na forma desta lei
audiência, no período de doze meses anteriores ao pedido, e assim complementar.
o declarar expressamente no requerimento de inscrição; Art. 69 – A remoção será voluntária ou por permuta, sempre
VII – não esteja em estágio probatório. entre membros da mesma classe.
Art. 64 – A promoção por merecimento dependerá de lista trí- Art. 70 – A remoção compulsória somente será aplicada com
plice para cada vaga, elaborada pelo Conselho Superior da Defenso- prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em
ria Pública, em sessão aberta e com voto oral. processo administrativo-disciplinar.

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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 71 – A remoção voluntária far-se-á mediante requerimento I – receber intimação pessoal em qualquer processo ou grau de
apresentado ao Defensor Público Geral nos quinze dias seguintes jurisdição, mediante entrega dos autos com vista, contando-se-lhe
à publicação, no órgão oficial dos Poderes do Estado, do edital do em dobro todos os prazos;
aviso da existência da vaga. II – não ser preso senão por ordem judicial escrita, salvo em fla-
§ 1º – Findo o prazo fixado no “caput” deste artigo e havendo grante, caso em que a autoridade fará imediatamente comunicação
mais de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na oral ao Defensor Público;
classe, e, ocorrendo empate, sucessivamente, o mais antigo na car- III – ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de Esta-
reira, no serviço público do Estado, no serviço público em geral, o do-Maior, com instalações e comodidades condignas e com priva-
mais idoso e o mais bem classificado no concurso para ingresso na cidade, e, após sentença condenatória transitada em julgado, ser
Defensoria Pública. recolhido em dependência separada no estabelecimento em que
§ 2º – A remoção precederá o preenchimento da vaga por pro- tiver de ser cumprida a pena;
moção. IV – comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus assis-
§ 3º – Dar-se-á a remoção voluntária, independentemente de tidos, mesmo sem designação, quando estes se acharem presos;
vaga, para acompanhar cônjuge ou companheiro ocupante de cargo V – ter vista pessoal dos processos judiciais, em cartório ou na
público efetivo, nos termos do Regulamento Interno. repartição competente, fora dos cartórios e das secretarias, ressal-
Art. 72 – A remoção por permuta será concedida mediante re- vadas as vedações legais, ou retirá-los pelos prazos legais;
querimento do interessado, atendida a conveniência do serviço. VI – examinar autos de processos, em andamento ou findos;
§ 1º – A remoção por permuta somente será deferida após um VII – examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem
ano de exercício como Defensor Público de Primeira Classe. designação, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em anda-
§ 2º – Presume-se inconveniente ao serviço a remoção por per- mento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e
muta quando um dos Defensores Públicos estiver às vésperas de tomar apontamentos;
aposentadoria ou de exoneração do cargo a pedido. VIII – manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por
§ 3º – Na ocorrência do previsto no § 2º deste artigo, o Con- meio de cota, com assinatura devidamente identificada;
selho Superior revogará a remoção por permuta, sem prejuízo de IX – requisitar de autoridade pública ou de seus agentes, civis
penalidade disciplinar. e militares, exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, pro-
§ 4º – O ato de remoção é de competência do Defensor Público cessos, documentos, informações, esclarecimentos e providências;
Geral. X – receber, no prazo de quarenta e oito horas, cópia dos autos
de prisão em flagrante ratificados, em que o conduzido não tenha
TÍTULO V sido assistido por advogado;
DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS XI – representar a parte em feito administrativo ou judicial, in-
dependentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais
CAPÍTULO I a lei exija poderes especiais, em qualquer grau de jurisdição;
DAS GARANTIAS XII – validar, para o efeito de instrução processual, cópias de
documentos originais devidamente conferidos;
Art. 73 – O Defensor Público goza das seguintes garantias: XIII – expedir notificação para o fiel desempenho de suas atri-
I – independência funcional no desempenho de suas atribui- buições;
ções; XIV – deixar de patrocinar ação quando ela for manifestamente
II – inamovibilidade; incabível ou inconveniente aos interesses da parte sob seu patrocí-
III – irredutibilidade de subsídio, fixado nos termos da Consti- nio, comunicando o fato ao Defensor Público Geral, com as razões
tuição da República; de seu procedimento;
IV – estabilidade, nos termos desta lei complementar. XV – receber o mesmo tratamento reservado aos magistrados,
§ 1º – O membro da Defensoria Pública confirmado no cargo aos membros do Ministério Público e aos demais titulares de cargos
nos termos do art. 57, § 3º, desta lei complementar somente pode- das funções essenciais à Justiça;
rá ser demitido em virtude de sentença judicial transitada em jul- XVI – ser ouvido como testemunha em qualquer processo ou
gado ou em procedimento administrativo-disciplinar, assegurada a procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a
ampla defesa, em qualquer hipótese. autoridade competente;
§ 2º – Em caso de extinção do órgão de execução, mudança da XVII – usar insígnias e vestes talares privativas da Defensoria
sede do Núcleo de atuação ou da comarca, será facultada ao Defen- Pública, de acordo com os modelos oficiais aprovados no Regula-
sor Público a remoção para outro Núcleo ou comarca, ou obtenção mento Interno;
de disponibilidade com subsídio proporcional ao tempo de serviço, XVIII – ter carteira de identidade funcional, expedida pela pró-
até o seu adequado aproveitamento em outro cargo, e a contagem pria instituição, conforme modelo aprovado pelo Defensor Público
do tempo de serviço como se em exercício estivesse. Geral, de uso obrigatório no exercício de suas atividades.

CAPÍTULO II
DAS PRERROGATIVAS

Art. 74 – São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública


no exercício de suas atribuições:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

TÍTULO VI Parágrafo único – Sem prejuízo do disposto em legislação es-


DO SUBSÍDIO E DOS OUTROS DIREITOS. pecífica, as condições para a concessão dos direitos previstos neste
(TÍTULO COM REDAÇÃO DADA PELO ART. 12 DA LEI COMPLE- artigo serão definidas no Regulamento Interno.
MENTAR Nº 141, DE 13/12/2016.) (Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar nº
141, de 13/12/2016.)
CAPÍTULO I Art. 77 – São considerados como de efetivo exercício, para to-
DO SUBSÍDIO dos os efeitos legais, os dias em que o membro da Defensoria Públi-
(TÍTULO DO CAPÍTULO COM REDAÇÃO DADA PELO ART. 13 DA ca estiver afastado de suas funções em razão de:
LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13/12/2016.) I – licença prevista nesta lei complementar;
II – férias;
SEÇÃO ÚNICA III – período de trânsito;
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO DA CARREIRa IV – disponibilidade remunerada, em caso de afastamento de-
corrente de processo administrativo-disciplinar, exceto para promo-
Art. 75 – O subsídio do membro da Defensoria Pública é fixado ção;
nos termos dos arts. 39, § 4º, e 135 da Constituição da República, V – designação do Defensor Público Geral para a realização de
mediante lei de iniciativa do Defensor Público-Geral. atividade de relevância para a instituição;
(Caput com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar nº VI – exercício de mandato eletivo de associação representativa
141, de 13/12/2016.) da classe.
Parágrafo único – (Revogado pelo art. 16 da Lei Complementar Parágrafo único – É assegurado o afastamento do Defensor Pú-
nº 141, de 13/12/2016.) blico, sem prejuízo de subsídio, direitos e vantagens, para exercer a
Art. 75-A – A remuneração por subsídio não exclui a percepção Presidência da Associação dos Defensores Públicos de Minas Gerais.
das seguintes vantagens: (Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
I – gratificação natalina, correspondente a 1/12 (um doze avos) 101, de 23/11/2007.)
da remuneração a que fizer jus no mês de dezembro por mês de
efetivo exercício no respectivo ano, considerando-se como mês in- SEÇÃO II
tegral a fração igual ou superior a quinze dias; DAS FÉRIAS
II – gratificação de férias anuais, não inferior a 1/3 (um terço)
do valor do subsídio; Art. 78 – O Defensor Público gozará de férias individuais de vin-
III – diárias, mediante comprovação, na forma de deliberação te e cinco dias úteis por ano.
do Conselho Superior da Defensoria Pública; § 1º – As férias não gozadas por membro ou servidor da De-
IV – gratificação pela prestação de serviço especial, na forma fensoria Pública do Estado por conveniência do serviço poderão
da lei; sê-lo, cumulativamente, em período posterior, não excedendo cada
V – gratificação pelo exercício de cargo em comissão ou função etapa de gozo a dois períodos de vinte e cinco dias úteis cada um,
de confiança, na forma da lei; ou convertidas em indenização, a requerimento do interessado e
VI – auxílio-alimentação, a ser implementado por resolução do observada a disponibilidade orçamentária, a critério do Defensor
Defensor Público-Geral, observada a deliberação do Conselho Su- Público-Geral, que regulamentará a conversão.
perior de Defensoria Pública; (Paragráfo com redação dada pelo art. 15 da Lei Complementar
VII – outras vantagens previstas em lei de iniciativa do Defensor nº 141, de 13/12/2016.)
Público-Geral. § 2º – As férias poderão ser gozadas em dois períodos, um dos
§ 1º – As vantagens previstas neste artigo têm caráter indeni- quais com duração mínima de dez dias úteis, de acordo com o inte-
zatório e não se incorporam à remuneração do membro da Defen- resse do serviço.
soria Pública. § 3º – Não poderá entrar em gozo de férias o Defensor Público
§ 2º – A implementação das vantagens a que se refere o caput com autos em seu poder por tempo excedente ao prazo legal, ou
observará a disponibilidade orçamentária. em falta com tarefa que lhe tenha sido previamente atribuída.
(Artigo com redação acrescentada pelo art. 14 da Lei Comple-
mentar nº 141, de 13/12/2016.) TÍTULO VII
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DOS IMPEDIMENTOS
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS CAPÍTULO I
DOS DEVERES
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 79 – São deveres do membro da Defensoria Pública:
I – residir na localidade onde exerce suas funções, salvo as ex-
Art. 76 – São assegurados aos membros da Defensoria Pública, ceções previstas nesta lei complementar;
além do subsídio, os seguintes direitos: II – comparecer diariamente, durante o horário regular do ex-
I – férias e férias-prêmio; pediente, à sede do órgão em que atue, exercendo os atos do seu
II – licenças e afastamentos; ofício;
III – aposentadoria; III – ter irrepreensível conduta, pugnando pelo prestígio da jus-
IV – direito de petição; tiça e velando pela dignidade de suas funções;
V – outros direitos previstos em lei.
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NOÇÕES DE DIREITO

IV – desempenhar com zelo e presteza, dentro dos prazos, os VI – valer-se da qualidade de Defensor Público para obter van-
serviços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhe sejam atribuídos tagens indevidas;
pelo Defensor Público Geral; VII – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, em ra-
V – desempenhar com eficiência e produtividade as atribuições zão de suas atribuições, custas processuais, percentagens ou hono-
inerentes ao cargo; rários, salvo os de sucumbência;
VI – representar ao Defensor Público Geral sobre as irregulari- VIII – exercer o comércio ou participar de sociedade comercial,
dades de que tiver ciência em razão de seu cargo; exceto como cotista ou acionista;
VII – prestar as informações solicitadas pelos órgãos da admi- IX – revelar segredo que conheça em razão do cargo;
nistração superior da Defensoria Pública; X – exercer atividade político-partidária enquanto atuar na Jus-
VIII – atender ao expediente forense e participar dos atos judi- tiça Eleitoral.
ciais, quando for obrigatória a sua presença;
IX – respeitar as partes e tratá-las com urbanidade; CAPÍTULO III
X – declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei; DOS IMPEDIMENTOS
XI – manter sigilo funcional quanto à matéria dos procedimen-
tos em que atuar, especialmente nos que tramitam em segredo de Art. 81 – É defeso ao Defensor Público exercer as suas funções
justiça; em processo ou procedimento:
XII – velar pela boa aplicação dos bens confiados à sua guarda; I – em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado;
XIII – sugerir ao Defensor Público Geral providências para a me- II – em que haja atuado como advogado da parte, perito, juiz,
lhoria dos serviços no âmbito de sua atuação; membro do Ministério Público, autoridade policial, escrivão de po-
XIV – interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou lícia, auxiliar de justiça ou testemunha;
tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar funda- III – em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente
mentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos; consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral, até o terceiro
XV – apresentar relatório mensal das atividades desenvolvidas, grau;
da tramitação dos processos e das tarefas que lhe forem atribuídas, IV – no qual haja postulado como advogado de qualquer das
com sugestões para o aprimoramento dos serviços; pessoas mencionadas no inciso III deste artigo;
XVI – exercer, mediante designação do Defensor Público Geral, V – em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso III
a coordenadoria de órgão de atuação da Defensoria Pública e ou- deste artigo atue ou haja atuado como magistrado, membro do Mi-
tros cargos de confiança da instituição; nistério Público, autoridade policial, escrivão de polícia ou auxiliar
XVII – integrar comissão de processo administrativo-disciplinar; de justiça;
XVIII – permanecer no fórum ou nos locais destinados aos ór- VI – em que houver dado para a parte contrária parecer verbal
gãos de atuação, em horário necessário ou conveniente ao desem- ou escrito sobre o objeto da demanda.
penho de sua função, salvo nos casos de realização de diligência Art. 82 – Os membros da Defensoria Pública não podem parti-
indispensável ao exercício de atribuições; cipar de comissão, banca de concurso ou de qualquer decisão quan-
XIX – representar à autoridade competente quando, no exercí- do o julgamento ou a votação disser respeito às pessoas menciona-
cio de suas atribuições, tiver conhecimento da prática de infração das no inciso III do art. 81 desta lei complementar.
penal;
XX – indicar seu nome e sua condição de Defensor Público, bem TÍTULO VIII
como sua matrícula na instituição, em todos os documentos assina- DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL
dos por ele no exercício de suas atribuições;
XXI – manter arquivo com cópias de manifestações processuais CAPÍTULO I
no órgão de atuação da Defensoria Pública e de outros atos pratica- DO REGIME DISCIPLINAR
dos no exercício do cargo;
XXII – obedecer aos atos normativos regularmente expedidos. Art. 83 – Pelo exercício irregular de suas funções, o Defensor
Público responde civil, penal e administrativamente.
CAPÍTULO II Parágrafo único – Qualquer pessoa pode representar ao Corre-
DAS PROIBIÇÕES gedor-Geral sobre os abusos, os erros ou as omissões de membro
da Defensoria Pública.
Art. 80 – Além das proibições gerais decorrentes do exercício Art. 84 – A apuração da responsabilidade de membro da Defen-
de cargo público, ao membro da Defensoria Pública é vedado es- soria Pública dar-se-á por meio de procedimento determinado pelo
pecialmente: Defensor Público Geral, na forma desta lei complementar.
I – exercer a advocacia fora de suas atribuições institucionais; Art. 85 – A atividade funcional dos membros da Defensoria Pú-
II – aceitar cargo, exercer função pública ou mandato não legal- blica estará sujeita a inspeção permanente, por meio de correição
mente autorizado; ordinária ou extraordinária.
III – requerer, advogar ou praticar, em juízo ou fora dele, atos § 1º – A correição ordinária será realizada anualmente pelo
que colidam com as funções inerentes ao seu cargo ou com os pre- Corregedor-Geral, para verificar a eficiência e a assiduidade no ser-
ceitos éticos de sua profissão; viço.
IV – empregar, em qualquer expediente oficial, expressões ou § 2º – A correição extraordinária será realizada pelo Correge-
termos injuriosos; dor-Geral, visando ao fim específico de interesse do serviço.
V – adotar postura incompatível com a dignidade do cargo;

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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 86 – Cabe ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública, con- § 2º – As penas disciplinares serão aplicadas cumulativamente
cluídas as correições de que trata o art. 85, apresentar ao Defensor em caso de concurso de infrações, salvo quando, em razão de rein-
Público Geral o relatório dos fatos apurados, com a indicação das cidência, esta implicar sanção mais grave.
providências a serem adotadas.
SUBSEÇÃO I
CAPÍTULO II DA ADVERTÊNCIA
DAS INFRAÇÕES, DAS PENALIDADES E DA PRESCRIÇÃO
Art. 92 – A pena de advertência será aplicada reservadamente
SEÇÃO I e por escrito, nos casos de violação dos deveres e das proibições
DAS INFRAÇÕES funcionais e nos casos de desempenho e produtividade insuficien-
tes, apurados nos termos do regulamento, quando o fato não justi-
Art. 87 – Constituem infrações disciplinares dos membros da ficar a imposição de pena mais grave.
Defensoria Pública, além de outras definidas em lei:
I – violação dos deveres funcionais e das vedações previstas SUBSEÇÃO II
nos arts. 80, 81 e 82 desta lei complementar; DA SUSPENSÃO
II – prática de crime contra a administração pública;
III – ato de improbidade administrativa; Art. 93 – A suspensão, por até noventa dias, será aplicada
IV – abandono de cargo. quando houver reincidência em falta punida com advertência ou
Parágrafo único – Considera-se abandono de cargo a ausência quando a infração dos deveres e das proibições funcionais, por sua
do Defensor Público ao serviço, sem causa justificada, por mais de gravidade, justificar a sua imposição.
trinta dias consecutivos ou noventa dias intercalados, no período § 1º – Enquanto durar, a suspensão importa na perda do subsí-
de doze meses. dio inerente ao exercício do cargo.
§ 2º – Quando houver conveniência para o serviço, a penalida-
SEÇÃO II de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
DAS PENALIDADES (cinqüenta por cento) do subsídio, correspondente ao número de
dias, ficando o membro da Defensoria Pública obrigado a perma-
Art. 88 – Os membros da Defensoria Pública estão sujeitos às necer em serviço.
seguintes penalidades, que constarão em seus assentos profissio-
nais: SUBSEÇÃO III
I – advertência; DA REMOÇÃO COMPULSÓRIA
II – suspensão por até noventa dias;
III – remoção compulsória; Art. 94 – A remoção compulsória será aplicada quando a infra-
IV – demissão; ção praticada, por sua gravidade e repercussão, tornar incompatível
V – cassação de aposentadoria. a permanência do membro da Defensoria Pública no órgão de atu-
§ 1º – Aplica-se a pena de advertência às infrações disciplinares ação em que está lotado.
previstas nesta lei complementar não punidas com sanção especí-
fica. SUBSEÇÃO IV
§ 2º – O membro da Defensoria Pública que praticar infração DA DEMISSÃO
punível com remoção compulsória ou demissão não poderá apo-
sentar-se até o trânsito em julgado do procedimento administrati- Art. 95 – A pena de demissão será aplicada ao membro da De-
vo-disciplinar, salvo por implemento de idade. fensoria Pública quando houver reincidência em falta punida com
Art. 89 – Considera-se reincidência, para os efeitos desta lei suspensão ou remoção compulsória e nas seguintes hipóteses, en-
complementar, a prática de nova infração na metade do prazo pre- tre outras previstas em lei:
visto no art. 97, incisos I e II, contado da edição do ato que tenha I – lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio estatal
imposto a pena disciplinar. ou de bens e valores confiados a sua guarda;
Art. 90 – Na aplicação de pena disciplinar, considerar-se-ão II – improbidade administrativa, nos termos da lei;
os antecedentes do membro da Defensoria Pública, a natureza e a III – condenação por crime praticado com abuso de poder ou
gravidade da infração, as circunstâncias em que foi praticada e os violação de dever para com a administração pública, quando a pena
danos que dela resultaram ao serviço e à dignidade da instituição. aplicada for igual ou superior a dois anos;
Art. 91 – São competentes para impor as penalidades de que IV – incontinência pública escandalosa que comprometa grave-
trata esta seção: mente, por sua habitualidade, a dignidade ou o decoro inerentes ao
I – O Governador do Estado, nos casos de demissão e de cassa- cargo e à instituição;
ção de aposentadoria; V – abandono do cargo;
II – O Defensor Público Geral, nos demais casos. VI – revelação de assunto de caráter sigiloso que conheça em
§ 1º – Nenhuma penalidade será aplicada sem que se garanta razão do cargo;
o contraditório e a ampla defesa ao membro da Defensoria Pública, VII – aceitação ilegal de cargo ou função pública.
com os meios e recursos a ela inerentes, sendo obrigatória a instau-
ração de processo administrativo-disciplinar.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

SUBSEÇÃO V SEÇÃO II
DA CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA DA SINDICÂNCIA

Art. 96 – A pena de cassação da aposentadoria será aplicada Art. 104 – A sindicância, de caráter sigiloso, tem por finalidade
nos casos de falta punível com demissão, praticada no exercício do a averiguação da conduta do membro da Defensoria Pública, po-
cargo. dendo instruir, quando for o caso, o processo administrativo-disci-
plinar.
SEÇÃO III Art. 105 – A Corregedoria-Geral, de ofício, por provocação dos
DA PRESCRIÇÃO órgãos da administração superior da Defensoria Pública, do Defen-
sor Público Geral, bem como por representação escrita ou reduzida
Art. 97 – A prescrição das faltas ocorrerá: a termo de qualquer interessado, poderá instaurar sindicância, de
I – em dois anos, as puníveis com advertência e suspensão; caráter sigiloso e simplesmente investigatório, quando não houver
II – em quatro anos, as puníveis com demissão e cassação da elementos suficientes para se concluir pela existência de falta ou de
aposentadoria ou da disponibilidade. sua autoria, atendidos os seguintes requisitos:
§ 1º – A infração disciplinar punida em lei como crime terá o I – qualificação do representante;
prazo de prescrição deste. II – exposição dos fatos e indicação das provas;
§ 2º – A prescrição começa a correr: III – notificação pessoal do membro da Defensoria Pública so-
I – do dia em que a falta foi cometida; bre os fatos a ele imputados;
II – do dia em que tenha cessado a continuação, no caso de IV – conclusão da sindicância no prazo máximo de trinta dias,
falta continuada. admitida uma prorrogação por igual período.
§ 3º – A verificação de incapacidade mental, no curso de pro- Art. 106 – Na sindicância, será obrigatoriamente ouvido o sin-
cesso administrativo-disciplinar, suspende a prescrição. dicado, sob pena de nulidade, o qual será notificado pessoalmente
§ 4º – A prescrição não terá curso durante o período de estágio dos fatos a ele imputados.
probatório. Parágrafo único – A notificação do membro da Defensoria Pú-
§ 5º – A instauração de processo administrativo ou a citação do blica será feita mediante edital publicado no órgão oficial dos Po-
infrator para a ação judicial interrompe a prescrição. deres do Estado, com o prazo de cinco dias, se ele estiver em lugar
incerto, ignorado, inacessível ou se furtar à realização do ato.
CAPÍTULO III Art. 107 – O Corregedor-Geral poderá determinar o arquiva-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO mento da representação se desatendidos os requisitos dos arts.
104, 105 e 106 desta lei complementar ou se ela for manifestamen-
SEÇÃO I te improcedente, dando-se ciência ao membro da Defensoria Públi-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ca e ao Defensor Público Geral.
Parágrafo único – O Defensor Público Geral, recebida a repre-
Art. 98 – Para efeito de apuração das infrações disciplinares sentação, se considerar insubsistentes os motivos do arquivamento
praticadas pelos membros da Defensoria Pública, o processo admi- previsto no “caput” deste artigo, poderá determinar a instauração
nistrativo-disciplinar será dividido em sindicância e procedimento da sindicância.
administrativo-disciplinar. Art. 108 – Encerrada a sindicância, a comissão sindicante en-
Art. 99 – O processo administrativo-disciplinar será conduzido caminhará os autos ao Corregedor-Geral, com relatório fundamen-
por uma comissão composta de três membros, designados pelo De- tado, propondo as medidas cabíveis, bem como, se for o caso, o
fensor Público Geral. afastamento do sindicado até a decisão final do processo adminis-
§ 1º – A comissão será constituída por Subcorregedores-Ge- trativo-disciplinar, sem prejuízo de seu subsídio.
rais da Defensoria Pública, cabendo a presidência ao mais antigo
na Classe Especial, em caso de processo administrativo-disciplinar SEÇÃO III
instaurado contra Defensor Público de Classe Especial. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR
§ 2º – Serão assegurados à comissão, a qual atuará com isen-
ção e imparcialidade, todos os meios necessários ao desempenho Art. 109 – O processo administrativo-disciplinar será instaura-
de suas atribuições e, especialmente, o exercício das prerrogativas do para a aplicação das penalidades previstas nesta lei complemen-
previstas no art. 74, incisos V, VI, VII e IX, desta lei complementar. tar, podendo ser instruído pelos autos da sindicância ou por outros
Art. 100 – Será determinada a suspensão do feito se, no curso elementos que efetivamente comprovem a autoria e a materialida-
do processo administrativo-disciplinar, houver indícios de incapaci- de dos fatos.
dade mental do membro da Defensoria Pública, observado o previs- Parágrafo único – O processo administrativo-disciplinar poderá
to no art. 97, § 3º, desta lei complementar. ser instaurado para instruir a ação de decretação da perda do cargo
Art. 101 – Das decisões condenatórias proferidas em processo de membro da Defensoria Pública.
administrativo-disciplinar, caberá recurso ao Conselho Superior no Art. 110 – O processo administrativo-disciplinar será instaura-
prazo de quinze dias contados da intimação pessoal do membro da do por ato:
Defensoria Pública ou de seu procurador. I – do Corregedor-Geral;
Art. 102 – A Corregedoria-Geral regulamentará o processo ad- II – do Defensor Público Geral, quando recomendado pelo Con-
ministrativo-disciplinar, atendido o disposto nesta lei complemen- selho Superior.
tar.
Art. 103 – (Vetado).
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

Art. 111 – Caso a infração seja punível com pena de demissão, Art. 121 – Aplicam-se subsidiariamente ao processo adminis-
caberá ao Conselho Superior da Defensoria Pública decidir sobre a trativo-disciplinar as normas que forem baixadas pelo Conselho
matéria. Superior da Defensoria Pública e as da legislação atinente aos servi-
Art. 112 – O processo administrativo-disciplinar poderá ser dores públicos civis do Estado.
confidencial, a critério da autoridade instauradora, e as sanções dis-
ciplinares farão referência exclusivamente ao número do processo, SEÇÃO IV
sem menção ao fato que lhe deu origem. DO RECURSO
Art. 113 – O membro da Defensoria Pública será notificado pes-
soalmente dos fatos a ele imputados, para defesa em quinze dias Art. 122 – Da decisão condenatória proferida pelo Defensor Pú-
contados do efetivo recebimento da notificação. blico Geral, poderá o membro da Defensoria Pública ou seu procu-
Parágrafo único – A notificação do membro da Defensoria Pú- rador, no prazo de dez dias contados da intimação, interpor recurso
blica será feita mediante edital publicado no órgão oficial dos Po- com efeito suspensivo ao Conselho Superior da Defensoria Pública.
deres do Estado, com prazo de cinco dias, se ele estiver em lugar Art. 123 – A distribuição e o julgamento do recurso pelo Conse-
incerto, ignorado, inacessível ou se furtar à realização do ato. lho Superior será realizado de acordo com as normas regimentais,
Art. 114 – A defesa poderá ser oferecida pessoalmente ou por intimando-se o recorrente da decisão.
intermédio de procurador constituído.
Art. 115 – Em caso de revelia, a defesa será apresentada por SEÇÃO V
Defensor Público da Classe Especial, mediante designação do presi- DA REVISÃO
dente da comissão.
Art. 116 – Em qualquer fase do processo administrativo-disci- Art. 124 – A revisão do processo administrativo-disciplinar será
plinar, o membro da Defensoria Pública considerado revel poderá admitida a qualquer tempo, sempre que forem alegados vícios in-
constituir procurador ou assumir pessoalmente a defesa. sanáveis no procedimento ou quando se aduzirem fatos novos ou
Art. 117 – A comissão, após colhidas as declarações do membro circunstâncias suscetíveis de provar a inocência ou de justificar a
da Defensoria Pública, salvo na hipótese prevista no art. 114 desta imposição de pena mais branda.
lei complementar, determinará a oitiva de testemunhas arroladas, § 1º – A revisão poderá ser requerida pelo próprio interessado
a juntada de documentos indicados e a realização de outras provas, ou, se falecido, pelo cônjuge ou companheiro, ascendente, descen-
nos quinze dias subseqüentes à apresentação da defesa. dente ou irmão ou, se interdito, pelo curador.
§ 1º – A comissão poderá indeferir as provas reputadas imper- § 2º – O pedido de revisão será dirigido à autoridade que
tinentes ou meramente protelatórias. houver aplicado a sanção, a qual, se o admitir, determinará o seu
§ 2º – Concluída a instrução, o membro da Defensoria Pública processamento em apenso aos autos originais e providenciará a
ou seu procurador, nos cinco dias subseqüentes, poderá oferecer designação de comissão revisora, composta por três membros da
alegações finais por escrito. Defensoria Pública de Classe Especial não participantes do processo
§ 3º – O processo administrativo-disciplinar será concluído administrativo-disciplinar.
no prazo de até sessenta dias contados da conclusão da instrução, Art. 125 – Concluída a instrução no prazo de quinze dias, a co-
admitida uma prorrogação por igual período, mediante motivação missão revisora relatará o processo em dez dias e o encaminhará à
expressa. autoridade competente, que sobre ele decidirá no prazo de trinta
Art. 118 – A comissão, concluído o processo administrativo-dis- dias.
ciplinar, apresentará relatório e encaminhará os autos ao Correge- Parágrafo único – Julgada procedente a revisão, tornar-se-á
dor-Geral. sem efeito a penalidade imposta, restabelecendo-se os direitos por
§ 1º – O relatório será conclusivo quanto à inocência ou à res- ela atingidos.
ponsabilidade do membro da Defensoria Pública.
§ 2º – Reconhecida a responsabilidade do membro da Defenso- SEÇÃO VI
ria Pública, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar DA REABILITAÇÃO
transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuan-
tes. Art. 126 – Decorridos dois anos do trânsito em julgado da de-
§ 3º – Recebido o relatório, o Corregedor-Geral, no prazo de cisão que lhe houver imposto penalidade disciplinar de advertência
dez dias, o encaminhará ao Defensor Público Geral, com parecer ou suspensão, poderá o membro da Defensoria Pública requerer
conclusivo, propondo a pena aplicável, se for o caso. ao Conselho Superior o cancelamento das suas notas nos assentos
§ 4º – O Defensor Público Geral, em ato motivado, proferirá sua funcionais, salvo se reincidente.
decisão no prazo de dez dias contados do recebimento do processo.
Art. 119 – O membro da Defensoria Pública ou seu defensor, no TÍTULO IX
caso de revelia, será intimado pessoalmente da decisão proferida. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 120 – A Corregedoria-Geral fornecerá certidões relativas
ao processo administrativo-disciplinar exclusivamente ao membro Art. 127 – A primeira eleição para a escolha do Defensor Públi-
da Defensoria Pública, ao Defensor Público Geral, aos órgãos da ad- co Geral, na forma prevista no art. 7º, realizar-se-á no prazo de no-
ministração superior da Defensoria Pública ou, se for o caso, àquele venta dias contados da data de publicação desta lei complementar.
que tenha representado sobre o fato. § 1º – A eleição a que se refere o “caput” deste artigo será orga-
nizada por uma comissão eleitoral instituída por resolução do Pro-
curador-Chefe em exercício e integrada por dois representantes de
cada classe da carreira.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

§ 2º – Até a posse do Defensor Público Geral, o Procurador- Art. 137 – Aos membros da Defensoria Pública em exercício
-Chefe em exercício responderá pelas funções do cargo. quando da publicação desta lei complementar, não se aplica a proi-
Art. 128 – O Dia do Defensor Público do Estado de Minas Gerais bição prevista no art. 80, inciso I, até a fixação dos subsídios previs-
será comemorado, anualmente, no dia 19 de maio. tos no art. 75.
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar nº (Artigo declarado inconstitucional em 26/4/2006 – ADI 3043 –
141, de 13/12/2016.) Acórdão publicado no Diário da Justiça em 27/10/2006.)
Art. 129 – A Defensoria Pública publicará periodicamente a Art. 138 – Fica criado o Anexo II G do Decreto nº 36.033, de 14
“Revista da Defensoria Pública de Minas Gerais”, com a finalidade de setembro de 1994, que contém o Quadro Especial de Pessoal da
de divulgar trabalhos jurídicos de interesse da instituição. Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
Art. 130 – Ao membro ou servidor da Defensoria Pública é ve- Parágrafo único – A composição do Quadro Especial de Pessoal
dado manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de con- da Defensoria Pública de que trata o “caput” deste artigo dar-se-á
fiança, cônjuge, companheiro ou parente, na linha reta ou colateral, por meio de remanejamento de cargos de provimento efetivo e de
até o terceiro grau, inclusive. funções públicas a ser estabelecido pela Secretaria de Estado de
Parágrafo único – Considera-se chefia imediata, para os fins do Recursos Humanos e Administração.
“caput” deste artigo, a subordinação administrativa direta ao mem- Art. 139 – Fica assegurado ao ocupante de cargo efetivo ou
bro da Defensoria Pública. detentor de função pública lotado e com exercício na Defensoria
Art. 131 – A Defensoria Pública poderá firmar convênios com Pública, unidade administrativa da Secretaria de Estado da Justiça
associações de classe ou entidades congêneres e assemelhadas, ob- e de Direitos Humanos, o direito de manifestar, no prazo de trinta
jetivando a manutenção de serviços assistenciais e culturais a seus dias contados da data de publicação desta lei complementar, opção
membros e servidores. pelo remanejamento de que trata o parágrafo único do art. 138.
Art. 132 – A Defensoria Pública, nos termos da lei, poderá § 1º – A opção de que trata este artigo será manifestada em re-
manter estágio profissional para acadêmico de Direito que esteja querimento dirigido ao Secretário de Estado de Recursos Humanos
matriculado nos quatro últimos semestres de cursos mantidos por e Administração e protocolizado na Diretoria de Pessoal da Secreta-
estabelecimento de ensino oficialmente reconhecido. ria de Estado da Justiça e de Direitos Humanos.
§ 1º – Os estagiários serão designados pelo Defensor Público § 2º – O remanejamento de que trata o “caput” deste artigo
Geral, pelo período de um ano, podendo este prazo ser prorrogado efetivar-se-á por ato do Governador do Estado.
por igual período; (Vide art. 35 da Lei nº 15.301, de 10/8/2004.)
§ 2º – Os estagiários poderão ser dispensados do estágio antes Art. 140 – Integram o Anexo de que trata o art. 46 os servidores
de decorrido o prazo de sua duração nas seguintes hipóteses: estaduais investidos na função de Defensor Público na data de pu-
I – a pedido; blicação desta lei complementar.
II – por prática de ato que justifique seu desligamento. (Caput declarado inconstitucional em 24/10/2007. Declaração
§ 3º – O tempo de estágio será considerado serviço público re- de inconstitucionalidade com eficácia a partir de seis meses, a con-
levante e como de prática forense. tar da decisão tomada. ADI 3819. Acórdão publicado no Diário da
Art. 133 – Fica criada a Medalha do Mérito da Defensoria Públi- Justiça em 28/3/2008.)
ca, cuja concessão será regulamentada em ato do Defensor Público Parágrafo único – A comprovação da investidura a que se refere
Geral. o “caput” deste artigo se fará mediante a apresentação de docu-
Art. 134 – Os prazos previstos nesta lei complementar serão mento oficial que comprove o exercício da função.
computados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do ven- (Parágrafo declarado inconstitucional em 24/10/2007. Declara-
cimento. ção de inconstitucionalidade com eficácia a partir de seis meses, a
Parágrafo único – Considera-se prorrogado o prazo até o pri- contar da decisão tomada. ADI 3819. Acórdão publicado no Diário
meiro dia útil subseqüente se o vencimento cair em sábado, do- da Justiça em 28/3/2008.)
mingo, feriado ou dia em que não haja expediente na Defensoria Art. 141 – Aplica-se o disposto no art. 140 aos cinqüenta ser-
Pública. vidores estaduais em exercício da função de Assistente Jurídico de
Art. 135 – A Defensoria Pública Geral e os órgãos da adminis- Penitenciária, identificados nos termos do parágrafo único daquele
tração superior adaptarão seus atos normativos aos preceitos desta artigo.
lei complementar no prazo de noventa dias contados da eleição de (Vide art. 55 da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
que trata o art. 127 desta lei complementar. (Vide art. 135 da Lei nº 15.961, de 30/12/2005.)
Art. 136 – O Governador do Estado encaminhará à Assembléia (Artigo declarado inconstitucional em 24/10/2007. Declaração
Legislativa projeto de lei criando a estrutura complementar da De- de inconstitucionalidade com eficácia a partir de seis meses, a con-
fensoria Pública, com os cargos e funções necessários à aplicação tar da decisão tomada. ADI 3819. Acórdão publicado no Diário da
do disposto nesta lei complementar. Justiça em 28/3/2008.)
§ 1º – Até que se implemente a estrutura administrativa a que Art. 142 – Aplicam-se ao Defensor Público, subsidiariamente,
se refere o “caput” deste artigo, fica mantida a estrutura vigente na a Lei Complementar Federal nº 80, de 12 de janeiro de 1994, e as
data de publicação desta lei complementar. normas atinentes aos servidores públicos civis do Estado.
§ 2º – A Divisão de Apoio Administrativo prevista no inciso II-C Art. 143 – Ficam criados os seguintes cargos de provimento em
do Decreto nº 21.748, de 30 de novembro de 1981, passa a denomi- comissão e de recrutamento limitado:
nar-se Divisão de Apoio Administrativo e Financeiro. I – um cargo de Subdefensor Público Geral, com a remuneração
correspondente a 80% (oitenta por cento) da remuneração do De-
fensor Público Geral;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

II – um cargo de Corregedor-Geral, com a remuneração corres- • Gestão Administrativa


pondente a 80% (oitenta por cento) da remuneração do Defensor Os técnicos desempenham um papel crucial na gestão ad-
Público Geral. ministrativa da Defensoria Pública, auxiliando na organização e no
(Vide art. 5º da Lei Complementar nº 92, de 23/6/2006.) controle de processos internos, elaboração de relatórios, gestão
Art. 144 – Fica transformado em Defensor Público Geral o car- documental, entre outras atividades. Sua expertise em questões
go de provimento em comissão de Procurador-Chefe da Defensoria administrativas é de suma importância para garantir a eficiência e
Pública, código DDP1, símbolo DP-6A, mantidos os mesmos código a transparência nos processos internos.
e símbolo.
(Vide art. 5º da Lei Complementar nº 92, de 23/6/2006.) • Recursos Humanos
Art. 145 – Ficam transferidos para a Defensoria Pública os con- Na área de recursos humanos, os técnicos são responsáveis
tratos, convênios e outras modalidades de ajuste celebrados pela pelo gerenciamento dos servidores da Defensoria Pública, desde
Secretaria de Estado da Justiça e de Direitos Humanos cujos objeti- a admissão até a aposentadoria. Eles auxiliam no recrutamento,
vos se relacionam com a competência do órgão autônomo instituí- seleção, treinamento e capacitação dos funcionários, contribuindo
do por esta lei complementar. para a formação de equipes qualificadas e engajadas em cumprir a
Art. 145-A – Considera-se também publicação oficial aquela missão institucional.
realizada pela Defensoria Pública em sítio institucional próprio na
internet, na forma regulamentada por resolução do Defensor Pú- • Tecnologia da Informação
blico-Geral. A área de tecnologia da informação é vital para a eficiên-
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 164, cia dos serviços prestados pela Defensoria Pública. Os técnicos
de 4/8/2021.) desempenham um papel relevante nesse contexto, apoiando a
Art. 146 – (Revogado pelo art. 16 da Lei Complementar nº 141, implementação e a manutenção de sistemas informatizados, ga-
de 13/12/2016.) rantindo a segurança dos dados, bem como facilitando a comuni-
Art. 147 – Fica criada uma comissão composta pelos Secretá- cação interna e externa da instituição.
rios-Adjuntos do Planejamento e Coordenação Geral, de Recursos
Humanos e Administração, da Fazenda e da Justiça e de Direitos — Analista da Defensoria Pública: Sustentáculo Jurídico
Humanos e pelo Procurador-Chefe e o representante de classe, com Os Analistas da Defensoria Pública são responsáveis por ofere-
a incumbência de providenciar os atos necessários à efetiva instala- cer suporte técnico-jurídico aos defensores públicos, atuando em
ção da Defensoria Pública. áreas específicas do Direito, como criminal, civil, família, consumi-
Art. 148 – No exercício de 2002, as despesas decorrentes da dor, entre outras.
aplicação desta lei complementar correrão à conta das dotações
próprias consignadas no orçamento do Estado. • Assessoria Jurídica
Art. 149 – Esta lei complementar entra em vigor na data de sua Os Analistas da Defensoria Pública prestam assessoria jurídica
publicação. aos defensores públicos, auxiliando na pesquisa e elaboração
Art. 150 – Revogam-se as disposições em contrário. de peças processuais, pareceres, estudos e outros documentos
essenciais para a defesa dos interesses dos assistidos. Sua atuação
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 16 de janeiro de colabora para a qualidade e fundamentação técnica das ações
2003. propostas pela instituição.

• Atuação em Audiências e Mediações


CARREIRAS DE TÉCNICO DA DEFENSORIA PÚBLICA E ANA- Em muitos casos, os Analistas da Defensoria Pública acompan-
LISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA ham os defensores públicos em audiências e mediações, contribu-
indo com seus conhecimentos jurídicos e técnicos para a argu-
mentação e a negociação dos direitos dos assistidos. Sua presença
As carreiras de Técnico e Analista da Defensoria Pública são reforça a representatividade da instituição no ambiente judicial e
peças fundamentais no funcionamento eficiente dessa instituição fortalece a defesa dos interesses dos mais vulneráveis.
essencial para a promoção da justiça e a garantia dos direitos dos
cidadãos. Cada uma dessas carreiras possui atribuições específicas • Elaboração de Recursos e Teses Jurídicas
e complementares, desempenhando um papel indispensável na Os Analistas da Defensoria Pública também desempenham
consecução das atividades da Defensoria Pública. um papel relevante na elaboração de recursos e teses jurídicas,
contribuindo para o aperfeiçoamento do sistema jurídico e para a
— Técnico da Defensoria Pública: Sustentáculo Administrati- defesa de direitos coletivos e individuais. Sua atuação estratégica
vo permite a identificação de precedentes, jurisprudências e argu-
O cargo de Técnico da Defensoria Pública tem como obje- mentos que possam favorecer as causas dos assistidos.
tivo oferecer suporte administrativo indispensável para o bom
funcionamento da instituição. Nessa função, os técnicos atuam em As carreiras de Técnico e Analista da Defensoria Pública
diversas áreas, tais como recursos humanos, financeiro, logística e desempenham funções complementares e essenciais para o bom
tecnologia da informação. funcionamento dessa instituição. Enquanto os técnicos garantem
o suporte administrativo e tecnológico, os analistas oferecem o
suporte técnico-jurídico, consolidando a atuação da Defensoria
Pública na promoção da justiça e na defesa dos direitos daqueles
Editora
171
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

que mais necessitam. Ambas as carreiras são pilares fundamen- TÍTULO I


tais para uma Defensoria Pública eficiente e comprometida com a DO PROVIMENTO
sociedade.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTA-
DO DE MINAS GERAIS Art. 10 – Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros,
observados os requisitos que a lei estabelecer.
Parágrafo único – Os cargos de carreira serão de provimento
LEI 869 DE 05/07/1952 efetivo; os isolados, de provimento efetivo ou em comissão,
segundo a lei que os criar.
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do (Vide Lei nº 10.961, de 14/12/1992.)
Estado de Minas Gerais. Art. 11 – Compete ao Governador do Estado prover, na forma
da lei e com as ressalvas estatuídas na Constituição, os cargos
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES públicos estaduais.
Art. 12 – Os cargos públicos são providos por:
Art. 1º – Esta lei regula as condições do provimento dos cargos I – Nomeação;
públicos, os direitos e as vantagens, os deveres e responsabilidades II – Promoção;
dos funcionários civis do Estado. III – Transferência;
Parágrafo único – As suas disposições aplicam-se igualmente IV – Reintegração;
ao Ministério Público e ao Magistério. V – Readmissão;
(Vide art. 171 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) (Vide art. 35 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide art. 85 da Lei Complementar nº 30, de 10/8/1993.) (Vide art. 40 da Lei nº 10.961, de 14/12/1992.)
(Vide art. 232 da Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.) VI – Reversão;
(Vide art. 301 da Lei Complementar nº 59, de 18/1/2001.) VII – Aproveitamento.
(Vide art. 2° da Lei Complementar nº 85, de 28/12/2005.) Art. 13 – Só poderá ser provido em cargo público quem satisfizer
Art. 2º – Funcionário público é a pessoa legalmente investida os seguintes requisitos:
em cargo público. I – ser brasileiro;
Art. 3º – Cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o II – ter completado dezoito anos de idade;
criado por lei em número certo, com a denominação própria e pago III – haver cumprido as obrigações militares fixadas em lei;
pelos cofres do Estado. IV – estar em gozo dos direitos políticos;
Parágrafo único – Os vencimentos dos cargos públicos V – ter boa conduta;
obedecerão a padrões previamente fixados em lei. VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
Art. 4º – Os cargos são de carreira ou isolados. VII – ter-se habilitado previamente em concurso, salvo quando
Parágrafo único – São de carreira os que se integram em classes se tratar de cargos isolados para os quais não haja essa exigência;
e correspondem a uma profissão; isolados, os que não se podem VIII – ter atendido às condições especiais, inclusive quanto à
integrar em classes e correspondem a certa e determinada função. idade, prescrita no respectivo edital de concurso.
(Vide Lei nº 10.961, de 14/12/1992.) (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 6.871, de
Art. 5º – Classe é um agrupamento de cargos da mesma 17/9/1976.)
profissão e de igual padrão de vencimento. Parágrafo único – (Revogado pelo art. 2º da Lei nº 6.871, de
Art. 6º – Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, 17/9/1976.)
escalonadas segundo os padrões de vencimentos. Dispositivo revogado:
Art. 7º – As atribuições de cada carreira serão definidas em “Parágrafo único – Não poderá ser investido em cargo inicial de
regulamento. carreira a pessoa que contar mais de 40 anos de idade.”
Parágrafo único – Respeitada essa regulamentação, as
atribuições inerentes a uma carreira podem ser cometidas, CAPÍTULO II
indistintamente, aos funcionários de suas diferentes classes. DA NOMEAÇÃO
Art. 8º – Quadro é um conjunto de carreiras, de cargos isolados
e de funções gratificadas. SEÇÃO I
Art. 9º – Não haverá equivalência entre as diferentes carreiras, DISPOSIÇÕES GERAIS
nem entre cargos isolados ou funções gratificadas.
Art. 14 – As nomeações serão feitas:
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreira ou
isolado que, por lei, assim deva ser provido;
II – em comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em
virtude de lei, assim deva ser provido;
III – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de 16/10/1964.)
Dispositivo revogado:

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NOÇÕES DE DIREITO

“III – interinamente em cargo vago de classe inicial de carreira, § 1º – O exercício interino de cargo cujo provimento depende
ou em cargo isolado de provimento efetivo, para o qual não haja de concurso não isenta dessa exigência, para nomeação efetiva, o
candidato legalmente habilitado;” seu ocupante, qualquer que seja o tempo de serviço.
IV – em substituição no impedimento legal ou temporário de § 2º – Todo aquele que ocupar interinamente cargo, cujo
ocupante de cargo isolado de provimento efetivo ou em comissão. provimento efetivo dependa de habilitação em concurso, será
Parágrafo único – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de inscrito, “ex-officio”, no primeiro que se realizar para cargos de
16/10/1964.) respectiva profissão.
Dispositivo revogado: § 3º – A aprovação da inscrição dependerá da satisfação, por
“Parágrafo único – O funcionário efetivo poderá, no interesse parte do interino, das exigências estabelecidas para o concurso.
da administração, ser comissionado em outro cargo, sem § 4º – Aprovadas as inscrições, serão exonerados os interinos
perda daquele de que é titular, desde que não se trate de cargo que tiverem deixado de cumprir o disposto no parágrafo anterior.
intermediário ou final de carreira.” § 5º – Após o encerramento das inscrições do concurso, não
(Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) serão feitas nomeações em caráter interino.
Art. 15 – É vedada a nomeação de candidato habilitado em § 6º – Homologado o concurso, considerar-se-ão exonerados,
concurso após a expiração do prazo de sua validade. automaticamente, todos os interinos.”
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Art. 21 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.)
SEÇÃO II Dispositivo revogado:
DOS CONCURSOS “Art. 21 – Qualquer cargo público vago, cuja investidura
dependa de concurso não poderá ser exercido interinamente por
Art. 16 – A primeira investidura em cargo de carreira e em mais de um ano.”
outros que a lei determinar efetuar-se-á mediante concurso, Art. 22 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
precedida de inspeção de saúde. 16/10/1964.)
Parágrafo único – Os concursos serão de provas e, Dispositivo revogado:
subsidiariamente, de títulos. “Art. 22 – Perderá a estabilidade o funcionário que tomar posse
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) em cargo para o qual tenha sido nomeado interinamente.”
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.)
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) SEÇÃO IV
Art. 17 – Os limites de idade para a inscrição em concurso e o DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
prazo de validade deste serão fixados, de acordo com a natureza (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
das atribuições da carreira ou cargo, na conformidade das leis e
regulamentos e das instruções respectivas, quando for o caso. Art. 23 – Estágio probatório é o período de dois anos de efetivo
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) exercício do funcionário nomeado em virtude de concurso, e de
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) cinco anos para os demais casos.
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) (Vide art. 14 do Decreto nº 43.764, de 16/3/2004.)
Art. 18 – Não ficarão sujeitos a limites de idade, para inscrição § 1º – No período de estágio apurar-se-ão os seguintes
em concurso e nomeação, os ocupantes de cargos efetivos ou requisitos:
funções públicas estaduais. I – idoneidade moral;
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) II – assiduidade;
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) III – disciplina;
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) IV – eficiência.
Art. 19 – Os concursos deverão realizar-se dentro dos seis § 2º – Não ficará sujeito a novo estágio probatório o funcionário
meses seguintes ao encerramento das respectivas inscrições. que, nomeado para outro cargo público, já houver adquirido
Parágrafo único – Realizado o concurso será expedido, pelo estabilidade em virtude de qualquer prescrição legal.
órgão competente, o certificado de habilitação. § 3º – Sem prejuízo da remessa periódica do boletim de
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) merecimento ao Serviço de Pessoal, o diretor da repartição ou serviço
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) em que sirva o funcionário, sujeito ao estágio probatório, quatro
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) meses antes da terminação deste, informará reservadamente ao
Órgão de Pessoal sobre o funcionário, tendo em vista os requisitos
SEÇÃO III enumerados nos itens I a IV deste artigo.
DA INTERINIDADE § 4º – Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará parecer escrito,
opinando sobre o merecimento do estagiário em relação a cada um
Art. 20 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de dos requisitos e concluindo a favor ou contra a confirmação.
16/10/1964.) § 5º – Desse parecer, se contrário à confirmação, será dada
Dispositivo revogado: vista ao estagiário pelo prazo de cinco dias.
“Art. 20 – Tratando-se de vaga em classe inicial de carreira § 6º – Se o despacho do Governador do Estado for favorável
ou em cargo isolado de provimento efetivo, poderá ser feito à permanência do funcionário, a confirmação não dependerá de
o preenchimento em caráter interino, enquanto não houver qualquer novo ato.
candidato habilitado em concurso, atendido o disposto nos itens I,
III, V, VI e VIII do art. 13 e no § 5º deste artigo.
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 7º – A apuração dos requisitos de que trata este artigo deverá “Art. 28 – A promoção por merecimento recairá no funcionário
processar-se de modo que a exoneração do funcionário possa ser de maior mérito, segundo dados objetivos apurados na forma do
feita antes de findo o período de estágio. regulamento.”
(Vide art. 33 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 104 do Ato das Disposições Constitucionais Art. 29 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Transitórias.) 16/10/1964.)
(Vide art. 10 da Emenda à Constituição n° 49, de 13/6/2001.) Dispositivo revogado:
“Art. 29 – Não poderá ser promovido, inclusive à classe final de
SEÇÃO V carreira, o funcionário que não tenha o interstício de setecentos e
DA SUBSTITUIÇÃO trinta dias de efetivo exercício na classe.
Parágrafo único – Na hipótese de não haver funcionário com
Art. 24 – Haverá substituição no impedimento do ocupante de interstício poderá a promoção por merecimento recair no que
cargo isolado, de provimento efetivo ou em comissão, e de função contar pelo menos trezentos e sessenta e cinco dias de efetivo
gratificada. exercício na classe.”
(Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 25 – A substituição será automática ou dependerá de ato Art. 30 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
da administração. 16/10/1964.)
§ 1º – A substituição não automática, por período igual ou Dispositivo revogado:
inferior a 180 (cento e oitenta) dias, far-se-á por ato do Secretário “Art. 30 – O merecimento será apurado, objetivamente,
ou Diretor do Departamento em que estiver lotado o cargo ou se segundo condições definidas em regulamento.
exercer a função gratificada. Parágrafo único – O merecimento é adquirido na classe;
(Parágrafo com redação dada pelo art. 21 da Lei nº 4185, de promovido o funcionário, recomeçará a apuração do merecimento
30/5/1966.) a contar do ingresso na nova classe.”
§ 2º – (Revogado pelo art. 21 da Lei nº 4.185, de 30/5/1966.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Dispositivo revogado: Art. 31 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de 16/10/1964)
“§ 2º – A substituição remunerada dependerá de ato da Dispositivo revogado:
autoridade competente para nomear ou designar.” “Art. 31 – A antigüidade de classe será determinada pelo tempo
§ 2º – O substituto perderá, durante o tempo da substituição, o de efetivo exercício do funcionário na classe a que pertencer.
vencimento ou remuneração do cargo de que for ocupante efetivo, § 1º – Quando houver fusão de classes, o funcionário contará
salvo no caso de função gratificada e opção. na nova classe também a antigüidade que trouxer da anterior.
(O Parágrafo 2º foi revogado pelo art. 21 da Lei nº 4.185, de § 2º – No caso do parágrafo precedente, serão promovidos,
30/5/1966, sendo o Parágrafo 3º renumerado para Parágrafo 2º em primeiro lugar, os funcionários que eram ocupantes dos cargos
pelo mesmo artigo da Lei.) da classe superior, obedecendo-se o mesmo critério em ordem
(Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) decrescente.
§ 3º – O funcionário, exonerado na forma do § 6º, do art. 20,
CAPÍTULO III que for nomeado em virtude de habilitação no mesmo concurso,
DA PROMOÇÃO contará, como antigüidade de classe o tempo de efetivo exercício
na interinidade.”
Art. 26 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
16/10/1994.) Art. 32 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Dispositivo revogado: 16/10/1964.)
“Art. 26 – As promoções obedecerão ao critério de antigüidade Dispositivo revogado:
de classe e ao de merecimento alternadamente, sendo a primeira “Art. 32 – A antigüidade de classe no caso de transferência, a
sempre pelo critério de antigüidade. pedido, ou por permuta, será contada da data em que o funcionário
§ 1º – O critério a que obedecer a promoção deverá vir expresso entrar em exercício na nova classe.
no decreto respectivo. Parágrafo único – Se a transferência ocorrer “ex-officio”, no
§ 2º – Somente se dará promoção de uma classe à interesse da administração, serão levados em conta o tempo de
imediatamente superior.” efetivo exercício e o merecimento na classe a que pertencia.”
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 27 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Art. 33 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.) 16/10/1964.)
Dispositivo revogado: Dispositivo revogado:
“Art. 27 – A promoção por antigüidade recairá no funcionário “Art. 33 – Na classificação por antigüidade, quando ocorrer
mais antigo na classe.” empate no tempo de classe, terá preferência, sucessivamente:
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) a) o funcionário mais antigo na carreira;
Art. 28 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de b) o mais antigo no Serviço Público Estadual;
16/10/1964.) c) o que tiver maior tempo de serviço público;
Dispositivo revogado: d) o funcionário casado ou viúvo que tiver maior número de
filhos;
e) o casado;
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NOÇÕES DE DIREITO

f) o solteiro que tiver filhos reconhecidos; § 2º – O funcionário, a quem cabia a promoção, será indenizado
g) o mais idoso.” da diferença de vencimento ou remuneração a que tiver direito,
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) ficando essa indenização a cargo de quem, comprovadamente,
Art. 34 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de tenha ocasionado a indevida promoção.”
16/10/1964.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Dispositivo revogado: Art. 40 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
“Art. 34 – No caso de igualdade de merecimento adotar-se-á 16/10/1964.)
como fator de desempate, sucessivamente: Dispositivo revogado:
a) o fato de ter o funcionário participado em operação de “Art. 40 – Os funcionários que demonstrarem parcialidade no
guerra; julgamento do merecimento serão punidos disciplinarmente pela
b) o funcionário mais antigo na classe; autoridade a que estiverem subordinados.”
c) o funcionário mais antigo na carreira; (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
d) o mais antigo no Serviço Público Estadual; Art. 41 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
e) o que tiver maior tempo de serviço público; 16/10/1964.)
f) o funcionário casado ou viúvo que tiver maior número de Dispositivo revogado:
filhos; “Art. 41 – A promoção de funcionário em exercício de mandato
g) o casado; legislativo só se poderá fazer por antigüidade.”
h) o solteiro que tiver filhos reconhecidos; (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
i) o mais idoso.” Art. 42 – (Vetado).
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de 16/10/1964).
Art. 35 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
16/10/1964.) Art. 43 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Dispositivo revogado: 16/10/1964.)
“Art. 35 – Não serão considerados, para efeito dos arts. 33 e 34, Dispositivo revogado:
os filhos maiores e os que exerçam qualquer atividade remunerada “Art. 43 – Na apuração de antigüidade e merecimento, só serão
pública ou privada. observados os critérios estabelecidos nesta lei e no regulamento de
Parágrafo único – Também não será considerado para o mesmo promoções, não devendo ser considerados, em hipótese alguma,
efeito o estado de casado, desde que ambos os cônjuges sejam os pedidos de promoções feito pelo funcionário ou por alguém a
servidores públicos.” seu rogo.
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Parágrafo único – Não se compreendem neste artigo os
Art. 36 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de recursos interpostos pelo funcionário relativamente a apuração de
16/10/1964.) antigüidade ou merecimento.”
Dispositivo revogado: (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
“Art. 36 – O tempo de exercício para verificação de antigüidade
de classe será apurado somente em dias.” CAPÍTULO IV
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) DA TRANSFERÊNCIA
Art. 37 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.) Art. 44 – O funcionário poderá ser transferido:
Dispositivo revogado: I – de uma para outra carreira;
“Art. 37 – As promoções serão processadas e realizadas em II – de um cargo isolado, de provimento efetivo e que exija
época fixada em regulamento.” concurso, para outro de carreira;
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) III – de um cargo de carreira para outro isolado, de provimento
Art. 38 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de 16/10/1964) efetivo;
Dispositivo revogado: IV – de um cargo isolado, de provimento efetivo, para outro da
“Art. 38 – O funcionário suspenso poderá ser promovido, mesma natureza.
mas a promoção ficará sem efeito, se verificada a procedência da Art. 45 – As transferências, de qualquer natureza, serão feitas a
penalidade aplicada. pedido do funcionário, atendida a conveniência do serviço ou “ex-
Parágrafo único – Na hipótese deste artigo, o funcionário só officio” respeitada sempre a habilitação profissional.
perceberá o vencimento correspondente à nova classe quando § 1º – A transferência a pedido para o cargo de carreira só
tornada sem efeito a penalidade aplicada, caso em que a promoção poderá ser feita para vaga que tenha de ser provida mediante
surtirá efeito a partir da data de sua publicação.” promoção por merecimento.
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) § 2º – As transferências para cargos de carreira não poderão
Art. 39 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de exceder de um terço dos cargos de cada classe e só poderão ser
16/10/1964.) efetuadas no mês seguinte ao fixado para as promoções.
Dispositivo revogado: (Vide § 13 do art. 14 da Constituição do Estado de Minas
“Art. 39 – Será declarado sem efeito em benefício daquele Gerais.)
a quem cabia de direito a promoção, o decreto que promover Art. 46 – A transferência só poderá ser feita para cargo do
indevidamente o funcionário. mesmo padrão de vencimento ou igual remuneração, salvo nos
§ 1º – O funcionário promovido indevidamente não ficará casos dos itens III e IV do art. 44, quando a transferência a pedido
obrigado a restituir o que a mais houver recebido. poderá dar-se para cargo de padrão de vencimento inferior.
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 47 – A transferência “ex-officio”, no interesse da “Art. 52 – O ex-funcionário poderá ser readmitido, quando
administração, será feita mediante proposta do Secretário de ficar apurado, em processo, que não mais subsistem os motivos
Estado ou Chefe do departamento autônomo. determinantes de sua demissão ou verificado que não há
Art. 48 – O interstício para a transferência será de 365 dias na inconveniência para o serviço público, quando a exoneração se
classe e no cargo isolado. tenha processado a pedido.”
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Constitucionais
CAPÍTULO V Transitórias.)
DA PERMUTA Art. 53 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de 11/7/1972.)
Dispositivo revogado :
Art. 49 – A transferência e a remoção por permuta serão “Art. 53 – A readmissão, que se entenderá como nova admissão,
processadas a pedido escrito de ambos os interessados e de acordo far-se-á de preferência no cargo anteriormente exercido pelo ex-
com o prescrito no Capítulo IV desse Título e no Título II. funcionário ou em outro equivalente, respeitada a habilitação
Parágrafo único – Tratando-se de permuta entre titulares de profissional e as condições que a lei fixar para o provimento.
cargos isolados, não será obrigatória a regra instituída no artigo 46. Parágrafo único – A readmissão em cargo de carreira dependerá
(Vide art. 70 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) da existência de vaga que deva ser preenchida mediante promoção
(Vide art. 40 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.) por merecimento.”
(Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.) (Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Constitucionais
(Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.) Transitórias.)

CAPÍTULO VI CAPÍTULO VIII


DA REINTEGRAÇÃO DA REVERSÃO

Art. 50 – A reintegração, que decorrerá de decisão Art. 54 – Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingresse
administrativa ou sentença judiciária passada em julgado, é o ato no serviço público, após verificação, em processo, de que não
pelo qual o funcionário demitido reingressa no serviço público, com subsistem os motivos determinantes da aposentadoria.
ressarcimento dos prejuízos decorrentes do afastamento. § 1º – A reversão far-se-á a pedido ou “ex-officio”.
§ 1º – A reintegração será feita no cargo anteriormente § 2º – O aposentado não poderá reverter à atividade se contar
ocupado se esse houver sido transformado, no cargo resultante mais de cinqüenta e cinco anos de idade.
da transformação; e, se provido ou extinto, em cargo de natureza, § 3º – Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão, sem
vencimento ou remuneração equivalentes, respeitada a habilitação que mediante inspeção médica fique provada a capacidade para o
profissional. exercício da função.
§ 2º – Não sendo possível fazer a reintegração pela forma § 4º – Será cassada a aposentadoria do funcionário que reverter
prescrita no parágrafo anterior, será o ex-funcionário posto em e não tomar posse e entrar em exercício dentro dos prazos legais.
disponibilidade no cargo que exercia, com provento igual ao (Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
vencimento ou remuneração. (Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
§ 3º – O funcionário reintegrado será submetido a inspeção (Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais
médica; verificada a incapacidade será aposentado no cargo em Transitórias.)
que houver sido reintegrado. Art. 55 – A reversão far-se-á de preferência no mesmo cargo.
(Vide § 2º do inciso III do art. 35 da Constituição do Estado de § 1º – A reversão “ex-officio” não poderá verificar-se em cargo
Minas Gerais.) de vencimento ou remuneração inferior ao provento da inatividade.
§ 2º – A reversão ao cargo de carreira dependerá da existência
CAPÍTULO VII da vaga que deva ser preenchida mediante promoção por
DA READMISSÃO merecimento.
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 51 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de 11/7/1972.) (Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais
Dispositivo revogado: Transitórias.)
“Art. 51 – Readmissão é o ato pelo qual o funcionário Art. 56 – A reversão dará direito para nova aposentadoria, à
demitido ou exonerado reingressa no serviço público sem direito contagem de tempo em que o funcionário esteve aposentado.
a ressarcimento de prejuízos, assegurada, apenas, a contagem de (Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
tempo de serviço em cargos anteriores, para efeito de aposentadoria (Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais
e disponibilidade. Transitórias.)
Parágrafo único – Em nenhum caso poderá efetuar-se
readmissão sem que mediante inspeção médica, fique provada a CAPÍTULO IX
capacidade para o exercício da função.” DO APROVEITAMENTO
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.) Art. 57 – Aproveitamento é o reingresso no serviço público do
Art. 52 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de 11/7/1972.) funcionário em disponibilidade.
Dispositivo revogado: Art. 58 – Será obrigatório o aproveitamento do funcionário
estável em cargo, de natureza e vencimentos ou remuneração
compatíveis com o anteriormente ocupado.
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NOÇÕES DE DIREITO

Parágrafo único – O aproveitamento dependerá de prova de III – em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas
capacidade mediante inspeção médica. por institutos oficiais ou companhias legalmente autorizadas.
Art. 59 – Havendo mais de um concorrente à mesma vaga terá § 2º – Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança
preferência o de maior tempo de disponibilidade e, no caso de antes de tomadas as contas do funcionário.
empate, o de maior tempo de serviço público.
Art. 60 – Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada SEÇÃO III
a disponibilidade se o funcionário não tomar posse no prazo legal, DO EXERCÍCIO
salvo caso de doença comprovada em inspeção médica.
Parágrafo único – Provada a incapacidade definitiva em Art. 68 – O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão
inspeção médica, será decretada a aposentadoria. registrados no assentamento individual do funcionário.
Parágrafo único – O início do exercício e as alterações que
CAPÍTULO X neste ocorrerem serão comunicados, pelo chefe da repartição ou
DOS ATOS COMPLEMENTARES serviço em que estiver lotado o funcionário, ao respectivo serviço
de pessoal e às autoridades, a quem caiba tomar conhecimento.
SEÇÃO I Art. 69 – O chefe da repartição ou do serviço para que for
DA POSSE designado o funcionário é a autoridade competente para dar-lhe
exercício.
Art. 61 – Posse é o ato que investe o cidadão em cargo ou em Art. 70 – O exercício do cargo ou da função terá início dentro do
função gratificada. prazo de trinta dias, contados:
Parágrafo único – Não haverá posse nos casos de promoção, I – da data da publicação oficial do ato, nos casos de promoção,
remoção, designação para o desempenho de função não gratificada remoção, reintegração e designação para função gratificada;
e reintegração. II – da data da posse, nos demais casos.
Art. 62 – São competentes para dar posse: § 1º – Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados,
I – o Governador do Estado; por solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente,
II – os Secretários de Estado; desde que a prorrogação não exceda a trinta dias.
III – os Diretores de Departamentos diretamente subordinados § 2º – No caso de remoção e transferência, o prazo inicial para
ao Governador; o funcionário em férias ou licenciado, exceto no caso de licença
IV – as demais autoridades designadas em regulamentos. para tratar de interesses particulares, será contado da data em que
Art. 63 – A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um voltar ao serviço.
termo que, assinado pela autoridade que a der e pelo funcionário, Art. 71 – O funcionário nomeado deverá ter exercício na
será arquivado no órgão de pessoal da respectiva Repartição, depois repartição cuja lotação houver vaga.
dos competentes registros. Parágrafo único – O funcionário promovido poderá continuar
Parágrafo único – O funcionário prestará, no ato da posse, o em exercício na repartição em que estiver servindo.
compromisso de cumprir fielmente os deveres do cargo ou da Art. 72 – Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço
função. ou repartição diferente daquele em que estiver lotado, salvo os
Art. 64 – A posse poderá ser tomada por procuração, quando casos previstos neste Estatuto ou prévia autorização do Governador
se tratar de funcionário ausente do Estado, em missão do Governo, do Estado.
ou em casos especiais, a critério da autoridade competente. Parágrafo único – Nesta última hipótese, o afastamento do
Art. 65 – A autoridade que der posse deverá verificar, sob funcionário só será permitido para fim determinado e por prazo
pena de ser pessoalmente responsabilizada, se forem satisfeitas as certo.
condições estabelecidas no art. 13 e as especiais fixadas em lei ou Art. 73 – Entende-se por lotação o número de funcionários de
regulamento, para a investidura no cargo ou na função. cada carreira e de cargos isolados que devam ter exercício em cada
Art. 66 – A posse deverá verificar-se no prazo de trinta dias, repartição ou serviço.
contados da data da publicação do decreto no órgão oficial. Art. 74 – O funcionário deverá apresentar ao órgão competente,
§ 1º – Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros trinta após ter tomado posse e antes de entrar em exercício, os elementos
dias, mediante solicitação escrita e fundamentada do interessado e necessários a abertura do assentamento individual.
despacho da autoridade competente para dar posse. Art. 75 – O número de dias que o funcionário gastar em viagem
§ 2º – Se a posse não se der dentro do prazo inicial e no da para entrar em exercício será considerado, para todos os efeitos,
prorrogação, será tornada sem efeito, por decreto, a nomeação. como de efetivo exercício.
Parágrafo único – Esse período de trânsito será contado da data
SEÇÃO II do desligamento do funcionário.
DA FIANÇA Art. 76 – Nenhum funcionário poderá ausentar-se do Estado,
para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus
Art. 67 – O exercício do cargo cujo provimento, por prescrição para os cofres públicos, sem autorização ou designação expressa do
legal ou regulamentar, exija fiança, dependerá da prévia prestação Governador do Estado.
desta. Art. 77 – O funcionário designado para estudo ou
§ 1º – A fiança poderá ser prestada: aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os cofres deste,
I – em dinheiro; ficará obrigado a prestar serviços pelo menos por mais três anos.
II – em títulos da dívida pública;

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Parágrafo único – Não cumprida essa obrigação indenizará TÍTULO III


os cofres públicos da importância despendida pelo Estado com o DA READAPTAÇÃO
custeio da viagem de estudo ou aperfeiçoamento.
Art. 78 – Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do Art. 81 – Dar-se-á readaptação:
Governador do Estado, nenhum funcionário poderá permanecer a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente
por mais de quatro anos em missão fora do Estado, nem exercer da modificação do estado físico ou das condições de saúde do
outra senão depois de corridos quatro anos de serviço efetivo no funcionário, que não justifiquem a aposentadoria;
Estado, contados da data do regresso. b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das
Art. 79 – O funcionário preso por crime comum ou denunciado atribuições do cargo isolado de que for titular o funcionário ou da
por crime funcional ou, ainda, condenado por crime inafiançável carreira a que pertencer.
em processo no qual não haja pronúncia será afastado do exercício (Vide arts. 70 e 93 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
até decisão final passada em julgado. (Vide Lei nº 8.193, de 13/5/1982.)
§ 1º – Nos casos previstos neste artigo, o funcionário perderá, (Vide art. 8° da Lei nº 9.347, de 5/12/1986.)
durante o tempo do afastamento, um terço do vencimento ou (Vide art. 56 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
remuneração, com direito à diferença, se absolvido. (Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
§ 2º – No caso de condenação, e se esta não for de natureza (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
que determine a demissão, será o funcionário afastado, na forma Art. 82 – A readaptação prevista na alínea “a” do art.
deste artigo, a partir da decisão definitiva, até o cumprimento anterior verificar-se-á mediante atribuições de novos encargos ao
total da pena, com direito, apenas, a um terço do vencimento ou funcionário, compatíveis com a sua condição física e estado de
remuneração. saúde atuais.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 2.364, de Art. 83 – Far-se-á a readaptação prevista na alínea “b” do art.
13/1/1961.) 81:
I – pelo cometimento de novos encargos ao funcionário,
TÍTULO II respeitadas as atribuições inerentes ao cargo isolado ou à carreira a
DA REMOÇÃO que pertencer, quando se verificar uma das seguintes causas:
a) o nível mental ou intelectual do funcionário não corresponder
Art. 80 – A remoção, que se processará a pedido do funcionário às exigências da função que esteja desempenhando;
ou “ex-officio”, dar-se-á: b) a função atribuída ao funcionário não corresponder aos seus
I – de uma para outra repartição ou serviço; pendores vocacionais.
II – de um para outro órgão de repartição, ou serviço. II – Por transferência, a juízo da administração, nos casos de:
§ 1º – A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação de a) não ser possível verificar-se a readaptação na forma do item
cada repartição ou serviço. anterior;
§ 2º – A autoridade competente para ordenar a remoção será b) não possuir o funcionário habilitação profissional exigida em
aquela a quem estiverem subordinados os órgãos, ou as repartições lei para o exercício do cargo de que for titular;
ou serviços entre os quais ela se faz. c) ser o funcionário portador de diploma de escola superior
§ 3º – Ficam asseguradas à professora primária casada com devidamente legalizado, de título ou certificado de conclusão de
servidor federal, estadual e militar as garantias previstas pela Lei nº curso científico ou prático instituído em lei e estar em exercício de
814, de 14/12/51. cargo isolado ou de carreira, cujas atribuições não correspondam
(Vide arts. 70 e 93 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) aos seus pendores vocacionais, tendo-se em vista a especialização.
(Vide Lei nº 8.193, de 13/5/1982.) Art. 84 – A readaptação de que trata o item II, do artigo anterior,
(Vide art. 8° da Lei nº 9.347, de 5/12/1986.) poderá ser feita para cargo de padrão de vencimento superior ao
(Vide art. 56 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.) daquele que ocupar o funcionário, verificado que o desajustamento
(Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.) funcional decorre do exercício de atribuições de nível intelectual
(Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.) menos elevado.
§ 1º – Quando o vencimento do readaptando for inferior ao de
cargo inicial da carreira para a qual deva ser transferido, só poderá
haver readaptação para cargo dessa classe inicial.
§ 2º – Se a readaptação tiver que ser feita para classe
intermediária de carreira, só haverá transferência para cargo de
igual padrão de vencimento.
§ 3º – No caso de que trata o parágrafo anterior, a readaptação
só poderá ser feita na vaga que deva ser provida pelo critério de
merecimento.
Art. 85 – A readaptação por transferência só poderá ser
feita mediante rigorosa verificação da capacidade intelectual do
readaptando.
Art. 86 – A readaptação será sempre “ex-officio” e se fará nos
termos do regulamento próprio.

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TÍTULO IV c) o número de dias em que o funcionário houver trabalhado


DO TEMPO DE SERVIÇO como extranumerário ou sob outra qualquer forma de admissão,
desde que remunerado pelos cofres públicos;
Art. 87 – A apuração do tempo de serviço, para efeito de d) o período em que o funcionário esteve afastado para
aposentadoria, promoção e adicionais, será feita em dias. tratamento de saúde;
§ 1º – Serão computados os dias de efetivo exercício, à vista de e) o período em que o funcionário tiver desempenhado,
documentação própria que comprove a freqüência, especialmente mediante autorização do Governo do Estado, cargos ou funções
livro de ponto e folha de pagamento. federais, estaduais ou municipais;
§ 2º – Para efeito de aposentadoria e adicionais, o número de f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário, mediante a
dias será convertido em anos, considerados sempre estes como de autorização do Governo do Estado, às organizações autárquicas e
trezentos e sessenta e cinco dias. paraestatais;
§ 3º – Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os g) o período relativo à disponibilidade remunerada;
dias restantes até cento e oitenta e dois não serão computados, h) o período em que o funcionário tiver desempenhado mandato
arredondando-se para um ano quando excederem esse número. eletivo federal, estadual ou municipal, antes de haver ingressado ou
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) de haver sido readmitido nos quadros do funcionalismo estadual.
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das (Alínea acrescentada pelo art. 37 da Lei nº 2.001, de
Disposições Constitucionais Transitórias.) 17/11/1959)
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Alínea com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 2.327, de
Art. 88 – Serão considerados de efetivo exercício para os efeitos 07/01/1961.)
do artigo anterior os dias em que o funcionário estiver afastado do Parágrafo único – O tempo de serviço, a que se referem as
serviço em virtude de: alíneas “e” e “f” será computado à vista de certidão passada pela
I – férias e férias-prêmio; autoridade competente.
II – casamento, até oito dias; (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 937, de
III – luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão 18/6/1953.)
até oito dias; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
IV – exercício de outro cargo estadual, de provimento em (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das
comissão; Disposições Constitucionais Transitórias.)
V – convocação para serviço militar; (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei; Art. 90 – É vedado a acumulação de tempo de serviço
VII – exercício de funções de governo ou administração em simultaneamente prestado, em dois ou mais cargos ou funções, à
qualquer parte do território estadual, por nomeação do Governador União, ao Estado, aos Municípios e às autarquias.
do Estado; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
VIII – exercício de funções de governo ou administração em (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das
qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente Disposições Constitucionais Transitórias.)
da República; (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
IX – desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou Art. 91 – Para nenhum efeito será computado o tempo de
municipal; serviço gratuito, salvo o prestado a título de aprendizado em serviço
X – licença ao funcionário acidentado em serviço ou atacado de público.
doença profissional; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
XI – licença à funcionária gestante; (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das
XII – missão ou estudo de interesse da administração, Disposições Constitucionais Transitórias.)
noutros pontos do território nacional ou no estrangeiro, quando (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo
Governador do Estado. TÍTULO V
Parágrafo único – Para efeito de promoção por antigüidade, DA FREQÜÊNCIA E DO HORÁRIO
computar-se-á, como de efetivo exercício, o período de licença para
tratamento de saúde. Art. 92 – O expediente normal das repartições públicas será
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) estabelecido pelo Governo, em decreto, no qual a determinará
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das o número de horas de trabalho normal para os diversos cargos e
Disposições Constitucionais Transitórias.) funções.
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
Art. 89 – Na contagem de tempo para os efeitos de Art. 93 – O funcionário deverá permanecer na repartição
aposentadoria, computar-se-á integralmente: durante as horas do trabalho ordinário e as do expediente.
a) o tempo de serviço público prestado à União, aos Municípios Parágrafo único – O disposto no presente artigo aplica-se,
do Estado, às entidades autárquicas e paraestatais da União e do igualmente, aos funcionários investidos em cargo ou função de
Estado; chefia.
b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, nas Forças (Vide art. 288 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Aéreas e nas Auxiliares, prestado durante a paz, computando-se (Vide art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais
pelo dobro o tempo em operações de guerra; Transitórias.)
Art. 94 – A freqüência será apurada por meio do ponto.
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 95 – Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamente, c) o limite da tolerância será, no máximo, de uma hora e trinta
as entradas e saídas dos funcionários em serviço. minutos por dia;
§ 1º – Nos registros de ponto deverão ser lançados todos os d) comprometer-se-á o interessado a manter em dia e em boa
elementos necessários à apuração da freqüência. ordem os trabalhos que lhe forem confiados, sob pena de perda da
§ 2º – Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou regalia.
regulamento é vedado dispensar o funcionário de registro de ponto
e abonar faltas ao serviço. TÍTULO VI
Art. 96 – O período de trabalho poderá ser antecipado ou DA VACÂNCIA
prorrogado para toda repartição ou partes, conforme a necessidade
do serviço. CAPÍTULO I
Parágrafo único – No caso de antecipação ou prorrogação DISPOSIÇÕES GERAIS
desse período, será remunerado o trabalho extraordinário, na
forma estabelecida no Capítulo VII do Título VII. Art. 103 – A vacância do cargo decorrerá de:
Art. 97 – Nos dias úteis, só por determinação do Governador do a) exoneração;
Estado poderão deixar de funcionar as repartições públicas, ou ser b) demissão;
suspensos os seus trabalhos, em todo ou em parte. c) promoção;
Art. 98 – Para efeito de pagamento, apurar-se-á a freqüência d) transferência;
do seguinte modo: e) aposentadoria;
I – pelo ponto; f) posse em outro cargo, desde que dela se verifique acumulação
II – pela forma que for determinada, quanto aos funcionários vedada;
não sujeitos a ponto. g) falecimento.
Parágrafo único – Haverá um boletim padronizado para a (Vide arts. 87 e 88 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
comunicação da freqüência. Art. 104 – Verificada vaga em uma carreira, serão, na mesma
Art. 99 – O funcionário perderá: data, consideradas abertas todas as que decorrerem do seu
I – o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer preenchimento.
ao serviço; Parágrafo único – Verifica-se a vaga na data:
II – um quinto do vencimento ou remuneração, quando I – do falecimento do ocupante do cargo;
comparecer depois da hora marcada para início do expediente, até II – da publicação do decreto que transferir, aposentar, demitir
55 minutos; ou exonerar o ocupante do cargo;
III – o vencimento ou remuneração do dia, quando comparecer III – da publicação da lei que criar o cargo, e conceder dotação
na repartição sem a observância do limite horário estabelecido no para o seu provimento, ou da que determinar apenas esta última
item anterior; medida, se o cargo estiver criado;
IV – quatro quintos do vencimento ou remuneração, quando se IV – da aceitação de outro cargo pela posse do mesmo, quando
retirar da repartição no fim da segunda hora do expediente; desta decorra acumulação legalmente vedada.
V – três quintos do vencimento ou remuneração, quando (Vide arts. 87 e 88 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
se retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da Art. 105 – Quando se tratar de função gratificada, dar-se-á a
terceira hora do expediente; vacância por:
VI – dois quintos do vencimento ou remuneração, quando se a) dispensa a pedido do funcionário;
retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da quarta b) dispensa a critério da autoridade;
hora; c) não haver o funcionário designado assumido o exercício
VII – um quinto do vencimento ou remuneração, quando se dentro do prazo legal;
retirar do princípio da quinta hora em diante. d) destituição na forma do art. 248.
Art. 100 – No caso de faltas sucessivas, serão computados, para (Vide arts. 87 e 88 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
efeito de descontos, os domingos e feriados intercalados.
Art. 101 – O funcionário que, por motivo de moléstia grave CAPÍTULO II
ou súbita, não puder comparecer ao serviço, fica obrigado a fazer DA EXONERAÇÃO
pronta comunicação do fato, por escrito ou por alguém a seu rogo,
ao chefe direto, cabendo a este mandar examiná-lo, imediatamente, Art. 106 – Dar-se-á exoneração:
na forma do Regulamento. a) a pedido do funcionário;
Art. 102 – Aos funcionários que sejam estudantes será b) a critério do Governo quando se tratar de ocupante de
possibilitada, nos termos dos regulamentos, tolerância quanto ao cargo em comissão ou interino em cargo de carreira ou isolado, de
comparecimento normal do expediente da repartição, obedecidas provimento efetivo;
as seguintes condições: (Vide art. 117 do Ato das Disposições Constitucionais
a) deverá o interessado apresentar, ao órgão de pessoal Transitórias.)
respectivo, atestado fornecido pela Secretaria do Instituto de c) quando o funcionário não satisfizer as condições de estágio
Ensino comprovando ser aluno do mesmo e declarando qual o probatório;
horário das aulas; d) quando o funcionário interino em cargo de carreira ou
b) apresentará o interessado, mensalmente, atestado de isolado, de provimento efetivo, não satisfizer as exigências para a
freqüência às aulas, fornecido pela aludida Secretaria da escola; inscrição, em concurso;

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NOÇÕES DE DIREITO

e) automaticamente, após a homologação do resultado do Para todos os fins e vantagens, considera-se como “efetivo
concurso para provimento do cargo ocupado interinamente pelo exercício no magistério” o referente à duração do Curso de
funcionário. Aperfeiçoamento frequentado pelo funcionário.
(Vide art. 27 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) § 8º – As professoras primárias têm direito à aposentadoria,
desde que contem sessenta anos de idade.
CAPÍTULO III § 9º – Os demais funcionários ao atingirem a idade fixada no
DA DEMISSÃO parágrafo anterior e desde que contem mais de 20 (vinte) anos
de serviço prestado ao Estado, poderão ser aposentados, se o
Art. 107 – A demissão será aplicada como penalidade. requererem, com o vencimento ou a remuneração calculados de
(Vide incisos II e III do § 1º do art. 35 da Constituição do Estado acordo com o disposto nos itens III e IV do art. 110.
de Minas Gerais.) (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 4.065, de
28/12/1965.)
CAPÍTULO IV (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
DA APOSENTADORIA (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Art. 108 – O funcionário, ocupante de cargo de provimento Transitórias.)
efetivo, será aposentado: (Vide art. 36 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade; (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar
b) se o requerer, quando contar 30 anos de serviço; nº 64, de 25/3/2002.)
c) quando verificada a sua invalidez para o serviço público; Art. 109 – A aposentadoria dependente de inspeção médica
d) quando inválido em conseqüência de acidente ou agressão, só será decretada depois de verificada a impossibilidade de
não provocada, no exercício de suas atribuições, ou doença readaptação do funcionário.
profissional; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
e) quando acometido de tuberculose ativa, alienação mental, (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
neoplasia maligna, cegueira, cardiopatia descompensada, Transitórias.)
hanseníase, leucemia, pênfigo foliáceo, paralisia, síndrome da (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar
imunodeficiência adquirida – AIDS-, nefropatia grave, esclerose nº 64, de 25/3/2002.)
múltipla, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, mal Art. 110 – Os proventos da aposentadoria serão integrais:
de Paget, hepatopatia grave ou outra doença que o incapacite para I – se o funcionário contar 30 anos de efetivo exercício;
o exercício da função pública. II – quando ocuparem as hipóteses das alíneas “c”, “d” e “e” do
(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº art. 108, e parágrafo 8º do mesmo artigo;
44, de 5/7/1996.) III – proporcional ao tempo de serviço na razão de tantos avos
(Vide art. 9º da Emenda à Constituição nº 84, de 22/12/2010.) por ano quantos os anos necessários de permanência no serviço,
§ 1º – Acidente é o evento danoso que tiver como causa nos casos previstos nos parágrafos 6º e 7º do art. 108;
mediata ou imediata o exercício das atribuições inerentes ao cargo. IV – proporcional ao tempo de serviço na razão de um trinta
§ 2º – Equipara-se a acidente a agressão sofrida e não provocada avos por ano, sobre o vencimento ou remuneração de atividade,
pelo funcionário no exercício de suas atribuições. nos demais casos.
§ 3º – A prova de acidente será feita em processo especial, no (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
prazo de oito dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem, (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
sob pena de suspensão. (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
§ 4º – Entende-se por doença profissional a que decorrer das Transitórias.)
condições do serviço ou de fato nele ocorrido, devendo o laudo (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar
médico estabelecer-lhe a rigorosa caracterização. nº 64, de 25/3/2002.)
§ 5º – A aposentadoria, a que se referem as alíneas “c”, “d” e Art. 111 – (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1.435, de 30/1/1956.)
“e” só será concedida quando verificado o caráter incapacitante e Dispositivo revogado:
irreversível da doença ou da lesão, que implique a impossibilidade “Art. 111 – O funcionário que contar 30 anos de serviço público
de o servidor reassumir o exercício do cargo mesmo depois de haver será aposentado desde que o requeira:
esgotado o prazo máximo admitido neste Estatuto para o gozo de a) com as vantagens da comissão ou função gratificada em cujo
licença para tratamento de saúde. exercício se achar, desde que o exercício abranja, sem interrupção,
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar os seis anos anteriores;
nº 44, de 5/7/1996.) b) com idênticas vantagens, desde que o exercício do cargo em
(Vide art. 9º da Emenda à Constituição nº 84, de 22/12/2010.) comissão ou da função gratificada tenha compreendido um período
§ 6º – No caso de serviços que, por sua natureza, demandem de dez anos, consecutivos ou não, mesmo que, ao aposentar-se, o
tratamento especial, a lei poderá fixar, para os funcionários que funcionário já esteja fora daquele exercício.
neles trabalhem, redução dos prazos relativos à aposentadoria § 1º – No caso da letra “b” deste artigo, quando mais de um
requerida ou idade inferior para a compulsória. cargo ou função tenha sido exercido, serão atribuídas as vantagens
§ 7º – Será aposentado, se o requerer, o funcionário que contar de maior padrão desde que lhe corresponda um exercício mínimo
vinte e cinco anos de efetivo exercício no magistério. de dois anos; fora dessa hipótese, atribuir-se-ão as vantagens do
cargo ou função de remuneração imediatamente inferior.

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§ 2º – A aplicação do regime estabelecido neste artigo exclui as “Art. 117 – O funcionário que contar 30 (trinta) anos de exercício
vantagens instituídas no art. 117, salvo o direito de opção.” no serviço público será aposentado com os proventos acrescidos de
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) 15% (quinze por cento), não podendo este aumento, no entanto,
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) exceder de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) mensais.”
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 937, de
Transitórias.) 18/6/1953.)
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Art. 112 – O funcionário interino não poderá ser aposentado, Transitórias.)
exceto no caso previsto no art. 108, alíneas “d” e “e”. (Vide art. 7º ao 15, 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64,
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) de 25/3/2002.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.) TÍTULO VII
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar DOS DIREITOS, VANTAGENS E CONCESSÕES
nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 113 – Os proventos da inatividade serão revistos sempre CAPÍTULO I
que, por motivo de alteração de poder aquisitivo da moeda, se DISPOSIÇÕES GERAIS
modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade.
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) Art. 118 – Além de vencimento ou da remuneração do cargo o
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) funcionário poderá auferir as seguintes vantagens:
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais I – ajuda de custo;
Transitórias.) II – diárias;
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar III – auxílio para diferença de caixa;
nº 64, de 25/3/2002.) IV – abono de família;
Art. 114 – (Vetado). V – gratificações;
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) VI – honorários;
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais (Vide art. 11 da Lei nº 18.384, de 15/9/2009.)
Transitórias.) VII – quotas-partes e percentagens previstas em lei;
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar VIII – adicionais previstos em lei.
nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 115 – Os vencimentos da aposentadoria não poderão (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
ser superiores ao vencimento ou remuneração da atividade, nem Art. 119 – Excetuados os casos expressamente previstos no
inferiores a um terço. artigo anterior, o funcionário não poderá receber, a qualquer título,
(Vide § 4º da alínea “d” do inciso III do art. 36 da Constituição seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, nenhuma outra
do Estado de Minas Gerais.) vantagem pecuniária dos órgãos ou serviços públicos, das entidades
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) autárquicas ou paraestatais, ou organizações públicas, em razão de
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais seu cargo ou função, nos quais tenha sido mandado servir, ou ainda
Transitórias.) de particular.
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 116 – Serão incorporados aos vencimentos, para efeito de
aposentadoria: CAPÍTULO II
a) os adicionais por tempo de serviço; DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
b) adicional de família extinguindo-se à medida que os filhos,
existentes ao tempo da aposentadoria, forem atingindo o limite de Art. 120 – Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo
idade estabelecida no art. 126, nº II; efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão fixado em lei.
c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de 16/10/1964.) (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado
Dispositivo revogado: de Minas Gerais.)
“c) a gratificação de função, nos termos do art. 143, letra “g”.” Art. 121 – Remuneração é a retribuição paga ao funcionário
d) (Vetado). pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão de
(Vide arts. 7° e 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) vencimento e mais as quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais tenham sido atribuídas.
Transitórias.) (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar de Minas Gerais.)
nº 64, de 25/3/2002.) Art. 122 – Somente nos casos previstos em lei poderá perceber
Art. 117 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de vencimento ou remuneração o funcionário que não estiver no
16/10/1964.) exercício do cargo.
Dispositivo revogado: (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado
de Minas Gerais.)

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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 123 – O funcionário nomeado para exercer cargo isolado, Art. 129 – O abono de família será pago, ainda nos casos em
provido em comissão, perderá o vencimento ou remuneração ao que o funcionário ativo ou inativo deixar de perceber vencimento,
cargo efetivo, salvo opção. remuneração ou provento.
(Vide art. 8° da Lei nº 9.263, de 11/9/1986.) (Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado Art. 130 – O abono de família não está sujeito a qualquer
de Minas Gerais.) imposto ou taxa, mas servirá de base para qualquer contribuição
(Vide art. 7° da Lei nº 10.363, de 27/12/1990.) ou consignação em folha, inclusive para fins de previdência social.
Art. 124 – O vencimento ou a remuneração dos funcionários (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 937, de
não poderão ser objeto de arresto, seqüestro ou penhora, salvo 18/6/1953.)
quando se tratar: (Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
I – de prestação de alimentos, na forma da lei civil;
II – de dívida à Fazenda Pública. CAPÍTULO IV
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA
de Minas Gerais.)
Art. 125 – A partir da data da publicação do decreto que o Art. 131 – Ao funcionário que, no desempenho de suas
promover, ao funcionário, licenciado ou não, ficarão assegurados atribuições comuns, pagar ou receber, em moeda corrente,
os direitos e o vencimento ou a remuneração decorrentes da poderá ser concedido um auxílio, fixado em lei, para compensar as
promoção. diferenças de caixa.
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado Parágrafo único – O auxílio não poderá exceder a cinco por
de Minas Gerais.) cento do padrão de vencimento e só será concedido dentro dos
limites da dotação orçamentária.
CAPÍTULO III
DO ABONO DE FAMÍLIA CAPÍTULO V
DA AJUDA DE CUSTO
Art. 126 – O abono de família será concedido, na forma da Lei,
ao funcionário ativo ou inativo: (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
I – pela esposa;
II – por filho menor de 21 anos que não exerça profissão Art. 132 – Será concedida ajuda de custo ao funcionário que,
lucrativa; em virtude de transferência, remoção, designação para função
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 2.364, de gratificada, passar a ter exercício em nova sede, ou quando
13/1/1961.) designado para serviço ou estudo fora do Estado.
III – por filho inválido ou mentalmente incapaz; § 1º – A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcionário das
IV – por filha solteira que não tiver profissão lucrativa; despesas de viagem e de nova instalação.
V – por filho estudante que freqüentar curso secundário § 2º – O transporte do funcionário e de sua família correrá por
ou superior em estabelecimento de ensino oficial ou particular conta do Estado.
fiscalizado pelo Governo, e que não exerça atividade lucrativa, até Art. 133 – A ajuda de custo será arbitrada pelos Secretários do
a idade de 24 anos. Estado e Diretores de Departamento diretamente subordinados ao
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 937, de Governador do Estado, tendo em vista cada caso, as condições de
18/6/1953.) vida na nova sede, a distância que deverá ser percorrida, o tempo
Parágrafo único – Compreende-se neste artigo os filhos de de viagem e os recursos orçamentários disponíveis.
qualquer condição, os enteados, os adotivos e o menor que, § 1º – A ajuda de custo não poderá ser inferior à importância
mediante autorização judicial, viver sob a guarda e sustento do correspondente a um mês de vencimento e nem superior a três,
funcionário. salvo quando se tratar do funcionário designado para serviço ou
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.071, de estudo no estrangeiro.
30/12/1963.) § 2º – No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a média
(Vide art. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) mensal da mesma no último exercício financeiro.
Art. 127 – Quando pai ou mãe forem funcionários inativos e § 3º – Será a ajuda de custo calculada, nos casos de promoção,
viverem em comum, o abono de família será concedido àquele que na base do vencimento ou remuneração do novo cargo a ser
tiver o maior vencimento. exercido.
§ 1º – Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver Art. 134 – A ajuda de custo será paga ao funcionário
os dependentes sob sua guarda. diantadamente no local da repartição ou do serviço do que foi
§ 2º – Se ambos os tiverem, será concedido a um e outro dos desligado.
pais, de acordo com a distribuição dos dependentes. Parágrafo único – O funcionário sempre que o preferir, poderá
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) receber, integralmente, a ajuda de custo, na sede da nova repartição
Art. 128 – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 937, de 18/6/1953.) ou serviço.
Dispositivo revogado: Art. 135 – Não será concedida a ajuda de custo:
“Art. 128 – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta I – quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela voltar, em
e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.” virtude de mandato eletivo;
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) II quando for posto à disposição do Governo Federal, municipal
e de outro Estado;
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NOÇÕES DE DIREITO

III – quando for transferido ou removido a pedido ou permuta, § 1º – A diária é integral quando o afastamento se der por mais
inclusive. de doze horas e exigir pousada paga pelo funcionário.
Art. 136 – Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido: § 2º – Ocorrendo afastamento por até doze horas, é devida
I – o funcionário que não seguir para a nova sede dentro dos apenas a parcela da diária relativa a alimentação.
prazos determinados; (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de
II – o funcionário que, antes de terminado o desempenho da 19/12/1977.)
incumbência que lhe foi cometida, regressar da nova sede, pedir Art. 141 – É vedado o pagamento de diária cumulativamente
exoneração ou abandonar o serviço. com qualquer outra retribuição de caráter indenizatório de despesa
§ 1º – A restituição será feita parceladamente, salvo no caso de com alimentação e pousada.
recebimento indevido, em que a importância correspondente será (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de
descontada integralmente do vencimento ou remuneração, sem 19/12/1977.)
prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na espécie. Art. 142 – Constitui infração disciplinar grave, punível na forma
§ 2º – A responsabilidade pela restituição de que trata este da lei, conceder ou receber diária indevidamente.
artigo atinge exclusivamente a pessoa do funcionário. (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de
§ 3º – Se o regresso do funcionário for determinado pela 19/12/1977.)
autoridade competente, ou, em caso de pedido de exoneração,
apresentado pelo menos noventa dias após seus exercício na nova CAPÍTULO VII
sede, ou doença comprovada, não ficará ele obrigado a restituir a DAS GRATIFICAÇÕES
ajuda de custo.
Art. 137 – O transporte do funcionário e de sua família Art. 143 – Será concedida gratificação ao funcionário:
compreende passagens e bagagens, observado, quanto a estas, o a) pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
limite estabelecido no regulamento próprio. b) pela execução de trabalho de natureza especial, com risco
§ 1º – Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal que de vida ou saúde;
acompanhe o funcionário. c) pela elaboração de trabalho técnico ou científico de utilidade
§ 2º – O funcionário será obrigado a repor a importância para o serviço público;
correspondente ao transporte irregularmente requisitado, além de d)de representação, quando em serviço ou estudo no
sofrer a pena disciplinar que for aplicável. estrangeiro ou no país;
Art. 138 – Compete ao Governador do Estado arbitrar a ajuda e) quando regularmente nomeado ou designado para fazer
de custo que será paga ao funcionário designado para serviço ou parte do órgão legal de deliberação coletiva ou para cargo ou
estudo fora do Estado. função de confiança;
Parágrafo único – A ajuda de custo, de que trata este artigo, f) pela prestação de serviço extraordinário;
não poderá ser inferior a um mês de vencimento ou remuneração g) de função de chefia prevista em lei;
do funcionário. h) adicional por tempo de serviço, nos termos de lei.
§ 1º – A gratificação a que se refere a alínea “e” deste artigo
CAPÍTULO VI será fixada no limite máximo de um terço do vencimento ou
DAS DIÁRIAS remuneração.
§ 2º – Será estabelecido em decreto o quanto das gratificações
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) a que se referem as alíneas “a” e “b” deste artigo.
Art. 144 – A gratificação pelo exercício em determinadas zonas
Art. 139 – O funcionário que se deslocar de sua sede, ou locais e pela execução de trabalhos de natureza especial, com
eventualmente e por motivo de serviço, faz jus à percepção de risco da vida ou da saúde, será determinada em lei.
diária, nos termos de regulamento. Art. 145 – A gratificação pela elaboração de trabalho técnico ou
§ 1º – A diária não é devida: científico, ou de utilidade para o serviço público, será arbitrada pelo
1) no período de trânsito, ao funcionário removido ou Governador do Estado, após sua conclusão.
transferido. Art. 146 – A gratificação a título de representação quando em
2) quando o deslocamento do funcionário durar menos de seis serviço ou estudo fora do Estado, será autorizada pelo Governador
horas; do Estado, levando em conta o vencimento e a duração certa
3) quando o deslocamento se der para a localidade onde o ou presumível do estudo e as condições locais, salvo se a lei ou
funcionário resida; regulamento já dispuser a respeito.
4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, salvo Parágrafo único – A gratificação de que trata este artigo terá
se a permanência do funcionário fora da sede nesses dias for limite mínimo de um terço do vencimento do funcionário.
conveniente ou necessária ao serviço. Art. 147 – A gratificação relativa ao exercício em órgão legal de
§ 2º – Sede é a localidade onde o funcionário tem exercício. deliberação coletiva será fixada em lei.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de Art. 148 – A gratificação pela prestação de serviço extraordinário,
19/12/1977.) que não poderá, em hipótese alguma, exceder ao vencimento do
Art. 140 – O pagamento de diária, que pode ser feito funcionário, será:
antecipadamente, destina-se a indenizar o funcionário por a) previamente arbitrada pelo Secretário de Estado ou Diretor
despesas com alimentação e pousada, devendo ocorrer por dia de de Departamento diretamente subordinado ao Governador do
afastamento e pelo valor fixado no regulamento. Estado;
b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado.
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NOÇÕES DE DIREITO

§ 1º – No caso da alínea “b”, a gratificação será paga por hora Art. 155 – É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe
de trabalho antecipado ou prorrogado, salvo quando a prorrogação convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes do seu início, comunicar
for apenas de uma hora e tiver corrido apenas duas vezes no mês, o seu endereço eventual ao chefe da repartição ou serviço a que
caso em que não será remunerada. estiver subordinado.
§ 2º – Entende-se por serviço extraordinário todo e qualquer
trabalho previsto em regimento ou regulamento, executado fora CAPÍTULO X
da hora do expediente regulamentar da repartição e previamente DAS FÉRIAS-PRÊMIO
autorizado pelo Secretário de Estado ou Diretor de Departamento
diretamente subordinado ao Governador do Estado. Art. 156 – O funcionário gozará férias-prêmio correspondente a
§ 3º – O pagamento de que trata este artigo será efetuado decênio de efetivo exercício em cargos estaduais na base de quatro
mediante folha especial previamente aprovada pela autoridade a meses por decênio.
que se refere o parágrafo anterior e publicado no órgão oficial, da § 1º – As férias-prêmio serão concedidas com o vencimento
qual constem o nome do funcionário, cargo, o vencimento mensal, ou remuneração e todas as demais vantagens do cargo, excetuadas
e o número de horas de serviço extraordinário, a gratificação somente as gratificações por serviços extraordinários, e sem perda
arbitrada, se for o caso, e a importância total de despesa. da contagem de tempo para todos os efeitos, como se estivesse em
Art. 149 – O funcionário perceberá honorário quando designado exercício.
para exercer, fora do período normal ou extraordinário de trabalho, § 2º – Para tal fim, não se computará o afastamento do exercício
as funções de auxiliar ou membro de bancas e comissões de das funções, por motivo de:
concursos ou provas, de professor ou auxiliar de cursos legalmente a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento;
instituídos. b) férias anuais;
c) requisição de outras entidades públicas, com afastamento
CAPÍTULO VIII autorizado pelo Governo do Estado;
DA FUNÇÃO GRATIFICADA d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou representação fora
da sede, autorizada pelo Governo do Estado;
Art. 150 – Função gratificada é a instituída em lei para atender e) licença para tratamento de saúde até 180 dias;
os encargos de chefia e outros que a lei determinar. f) júri e outros serviços obrigatórios por lei;
(Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do Estado de g) exercício de funções de governo ou administração em
Minas Gerais.) qualquer parte do território estadual, por nomeação do Governo
Art. 151 – Não perderá a gratificação o funcionário que deixar do Estado.
de comparecer ao serviço em virtude de férias, luto, casamento, § 3º – O servidor público terá, automaticamente, contado em
doença comprovada, serviços obrigatórios por lei. dobro, para fins de aposentadoria e vantagens dela decorrentes, o
(Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do Estado de tempo de férias-prêmio não gozadas.
Minas Gerais.) (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 3.579, de
19/11/1965.)
CAPÍTULO IX (Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
DAS FÉRIAS Art. 157 – O pedido de concessão de férias-prêmio deverá
ser instruído com certidão de contagem de tempo fornecida pela
(Vide art. 12 da Lei nº 18185, de 4/6/2009.) repartição competente.
Art. 152 – O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano vinte Parágrafo único – Considera-se repartição competente para tal
e cinco dias úteis de férias, observada a escala que for organizada fim aquela que dispuser de elementos para certificar o tempo de
de acordo com conveniência do serviço, não sendo permitida a serviço mediante fichas oficiais cópias de folhas de pagamento ou
acumulação de férias. registro de ponto.
§ 1º – Na elaboração da escala, não será permitido que entrem (Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
em gozo de férias, em um só mês, mais de um terço de funcionários
de uma seção ou serviço. CAPÍTULO XI
§ 2º – É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao DAS LICENÇAS
trabalho.
§ 3º – Ingressando no serviço público estadual, somente depois SEÇÃO I
do 11º mês de exercício poderá o funcionário gozar férias. DISPOSIÇÕES GERAIS
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
(Vide art. 17 da Lei Complementar nº 102, de 17/1/2008.) Art. 158 – O funcionário poderá ser licenciado:
Art. 153 – Durante as férias, o funcionário terá direito ao I – para tratamento de saúde;
vencimento ou remuneração e a todas as vantagens, como II – quando acidentado no exercício de suas atribuições ou
se estivesse em exercício exceto a gratificação por serviço atacado de doença profissional;
extraordinário. III – por motivo de doença em pessoa de sua família;
Art. 154 – O funcionário promovido, transferido ou removido, IV – no caso previsto no art. 175;
quando em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes V – quando convocado para serviço militar;
de terminá-las. VI – para tratar de interesses particulares;
VII – no caso previsto no art. 186.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 159 – Aos funcionários interinos e aos em comissão não Art. 170 – Quando licenciado para tratamento de saúde,
será concedida licença para tratar de interesses particulares. acidente no serviço de suas atribuições, ou doença profissional, o
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) funcionário receberá integralmente o vencimento ou a remuneração
Art. 160 – A competência para a concessão de licença para e demais vantagens.
tratamento de saúde será definida em regulamento próprio. (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) Art. 171 – O funcionário licenciado para tratamento de saúde
Art. 161 – A licença dependente de inspeção médica será é obrigado a reassumir o exercício, se for considerado apto em
concedida pelo prazo indicado no respectivo laudo. inspeção médica “ex-officio”.
Parágrafo único – Antes de findo esse prazo o funcionário será Parágrafo único – O funcionário poderá desistir da licença
submetido a nova inspeção e o laudo médico concluirá pela sua desde que, mediante inspeção médica, seja julgado apto para o
volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria. exercício.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 162 – Finda a licença, o funcionário deverá reassumir, Art. 172 – O funcionário atacado de tuberculose ativa,
imediatamente, o exercício do cargo, se assim concluir o laudo cardiopatia descompensada, alienação mental, neoplasia maligna,
de inspeção médica, salvo caso de prorrogação, mesmo sem o leucemia, cegueira, lepra, pênfigo foliáceo ou paralisia que o
despacho final desta. impeça de locomover-se, será compulsoriamente licenciado, com
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) vencimento ou remuneração integral e demais vantagens.
Art. 163 – As licenças concedidas dentro de sessenta dias Parágrafo único – Para verificação das moléstias referidas neste
contados da terminação da anterior serão consideradas como artigo, a inspeção médica será feita obrigatoriamente por uma junta
prorrogação. médica oficial, de três membros, todos presentes.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 164 – O funcionário não poderá permanecer em licença Art. 173 – O funcionário, durante a licença, ficar obrigado a
por prazo superior a 24 meses salvo o portador de tuberculose, seguir rigorosamente o tratamento médico adequado à doença,
lepra ou pênfigo foliáceo, que poderá ter mais três prorrogações de sob pena de lhe ser suspenso o pagamento de vencimento ou
12 meses cada uma, desde que, em exames periódicos anuais, não remuneração.
se tenha verificado a cura. § 1º – No caso de alienado mental, responderá o curador pela
(Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 937, de obrigação de que trata este artigo.
18/6/1953.) § 2º – A repartição competente fiscalizará a observância do
(Vide arts. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) disposto neste artigo.
Art. 165 – Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
o funcionário será submetido a inspeção médica e aposentado, se Art. 174 – A licença será convertida em aposentadoria, na
for considerado definitivamente inválido para o serviço público em forma do art. 165, e antes do prazo nele estabelecido, quando assim
geral. opinar a junta médica, por considerar definitiva, para o serviço
(Vide art. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) público em geral, a invalidez do funcionário.
Art. 166 – O funcionário poderá gozar licença onde lhe convier, (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
ficando obrigado a comunicar, por escrito, o seu endereço ao chefe
a que estiver imediatamente subordinado. SEÇÃO III
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) LICENÇA À FUNCIONÁRIA GESTANTE
Art. 167 – O funcionário acidentado no exercício de suas
atribuições terá assistência hospitalar, médica e farmacêutica dada Art. 175 – À funcionária gestante será concedida, mediante
a custa do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de inspeção médica, licença, por três meses, com vencimento ou
Minas Gerais. remuneração e demais vantagens.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) § 1º – A licença só poderá ser concedida para o período que
compreenda, tanto quanto possível, os últimos quarenta e cinco
SEÇÃO II dias da gestação e o puerpério.
LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE § 2º – A licença deverá ser requerida até o oitavo mês da
gestação, competindo à junta médica fixar a data do seu início.
Art. 168 – A licença para tratamento de saúde será concedida a § 3º – O pedido encaminhado depois do oitavo mês da gestação
pedido do funcionário ou “ex-officio”. será prejudicado quanto à duração da licença, que se reduzirá dos
Parágrafo único – Num e noutro caso de que cogita este artigo dias correspondentes ao atraso na formulação do pedido.
é indispensável a inspeção médica, que deverá realizar-se, sempre § 4º – Se a criança nascer viva, prematuramente, antes que a
que necessária, na residência do funcionário. funcionária tenha requerido a licença, o início desta será a partir da
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) data do parto.
Art. 169 – O funcionário licenciado para tratamento de saúde (Vide arts. 17 e 70 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada.
(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 937, de
18/6/1953.)
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)

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SEÇÃO IV (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)


LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA Art. 182 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de 11/7/1972.)
Dispositivo revogado:
Art. 176 – O funcionário poderá obter licença por motivo de “Art. 182 – Só poderá ser concedida nova licença para tratar
doença na pessoa do pai, mãe, filhos ou cônjuge de que não esteja de interesses particulares, depois de decorridos dois anos da
legalmente separado. terminação da anterior.”
§ 1º – (Vetado). (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
§ 2º – Provar-se-á a doença mediante inspeção médica, na Art. 183 – O funcionário poderá, a qualquer tempo, reassumir
forma prevista em lei, para a licença de que trata o artigo. o exercício desistindo da licença.
§ 3º – (Vetado). (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 184 – A autoridade que houver concedido a licença poderá,
SEÇÃO V a todo tempo, desde que o exija o interesse do serviço público,
LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR cassá-la, marcando razoável prazo para que o funcionário licenciado
reassuma o exercício.
Art. 177 – Ao funcionário que for convocado para o serviço (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
militar e outros encargos de segurança nacional, será concedida Art. 185 – (Vetado).
licença com vencimento ou remuneração e demais vantagens, (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
descontada mensalmente a importância que receber na qualidade
de incorporado. SEÇÃO VII
§ 1º – A licença será concedida mediante comunicação do LICENÇA À FUNCIONÁRIA CASADA COM FUNCIONÁRIO
funcionário ao chefe da repartição ou do serviço, acompanhada de
documento oficial de que prove a incorporação. Art. 186 – A funcionária casada com funcionário estadual, federal
§ 2º – O funcionário desincorporado reassumirá imediatamente ou militar, terá direito a licença, sem vencimento ou remuneração,
o exercício, sob pena de perda do vencimento ou remuneração e, quando o marido for mandado servir, independentemente de
se a ausência exceder a trinta dias, de demissão, por abandono do solicitação, em outro ponto do Estado ou do território nacional ou
cargo. no estrangeiro.
§ 3º – Tratando-se de funcionário cuja incorporação tenha Parágrafo único – A licença será concedida mediante pedido,
perdurado pelo menos um ano, o chefe da repartição ou serviço devidamente instruído, e vigorará pelo tempo que durar a comissão
a que tiver de se apresentar o funcionário poderá conceder-lhe ou nova função do marido.
o prazo de quinze dias para reassumir o exercício, sem perda de
vencimento ou remuneração. CAPÍTULO XII
§ 4º – Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso DA ESTABILIDADE
do exercício, os prazos para a apresentação do funcionário à sua
repartição ou serviço serão os marcados no artigo 70. Art. 187 – O funcionário adquirirá estabilidade depois de:
Art. 178 – Ao funcionário que houver feito curso para oficial I – dois anos de exercício, quando nomeado em virtude de
da reserva das forças armadas, será também concedida licença concurso;
com vencimento ou remuneração e demais vantagens durante os (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
estágios prescritos pelos regulamentos militares, quando por estes II – cinco anos de exercício, o efetivo nomeado sem concurso.
não tiver direito àquele pagamento, assegurado, em qualquer caso, Parágrafo único – Não adquirirão estabilidade, qualquer que
o direito de opção. seja o tempo de serviço o funcionário interino e no cargo em que
estiver substituindo ou comissionado, o nomeado em comissão ou
SEÇÃO VI em substituição.
LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES (Vide art. 5° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
(Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições Constitucionais
Art. 179 – Depois de dois anos de exercício, o funcionário Transitórias.)
poderá obter licença, sem vencimento ou remuneração, para tratar Art. 188 – Para fins de aquisição de estabilidade, só será
de interesses particulares. contado o tempo de serviço efetivo, prestado em cargos estaduais.
§ 1º – A licença poderá ser negada quando o afastamento do Parágrafo único – Desligando-se do serviço público estadual
funcionário for inconveniente ao interesse do serviço. e sendo readmitido ou nomeado para outro cargo estadual, a
§ 2º – O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão contagem de tempo será feita, para fim de estabilidade, na data da
da licença. nova posse.
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 180 – Não será concedida licença para tratar de interesses (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições Constitucionais
particulares ao funcionário nomeado, removido ou transferido, Transitórias.)
antes de assumir o exercício. Art. 189 – Os funcionários públicos perderão o cargo:
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) I – quando vitalícios, somente em virtude de sentença judiciária;
Art. 181 – Não será, igualmente, concedida licença para tratar II – quando estáveis, no caso do número anterior, no de
de interesses particulares ao funcionário que, a qualquer título, extinguir o cargo ou no de serem demitidos mediante processo
estiver ainda obrigado a indenização ou devolução aos cofres administrativo em que se lhes tenha assegurada ampla defesa.
públicos.
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NOÇÕES DE DIREITO

Parágrafo único – A estabilidade não diz respeito ao cargo, Art. 198 – São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
ressalvando-se à administração o direito de readaptar o funcionário neste capítulo.
em outro cargo, removê-lo, transferi-lo ou transformar o cargo, no
interesse do serviço. CAPÍTULO XV
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) DA ACUMULAÇÃO
(Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições Constitucionais (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
Transitórias.)
Art. 199 – É vedada a acumulação de cargo, exceto as previstas
CAPÍTULO XIII nos artigos 61, número I e 137, da Constituição Estadual.
DA DISPONIBILIDADE (Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 200 – É vedada, ainda, a acumulação de funções ou de
Art. 190 – Quando se extinguir o cargo, o funcionário estável cargos e funções do Estado, ou do Estado com os da União ou
ficará em disponibilidade remunerada, com vencimento ou Município e com os das entidades autárquicas.
remuneração integrais e demais vantagens, até o seu obrigatório Parágrafo único – Não se compreende na proibição deste artigo
aproveitamento em outro cargo de natureza, vencimentos ou a acumulação de cargo ou função com a gratificação de função.
remuneração compatíveis com o que ocupava. (Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide § 3º do inciso III do art. 35 da Constituição do Estado de
Minas Gerais.) CAPÍTULO XVI
DAS CONCESSÕES
CAPÍTULO XIV
DO DIREITO DE PETIÇÃO (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
Art. 201 – Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou
Art. 191 – É assegurado ao funcionário o direito de requerer qualquer outro direito ou vantagem legal, o funcionário poderá
ou representar. faltar ao serviço até oito dias consecutivos por motivo de:
Art. 192 – O requerimento será dirigido à autoridade a) casamento;
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos.
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art. 202 – Ao funcionário licenciado para tratamento de saúde
Art. 193 – O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade poderá ser concedido transporte, inclusive para as pessoas de sua
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não família, por conta do Estado, fora da sede de serviço, se assim o
podendo ser renovado. exigir o laudo médico oficial.
Parágrafo único – O requerimento e o pedido de reconsideração Art. 203 – Poderá ser concedido transporte à família do
de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no funcionário, quando este falecer fora da sede de seus trabalhos, no
prazo de cinco dias e decididos dentro de trinta, improrrogáveis. desempenho de serviço.
Art. 194 – Caberá recurso: Art. 204 – (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 70,
I – do indeferimento do pedido de reconsideração; de 30/7/2003.)
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. Dispositivo revogado:
§ 1º – O recurso será dirigido à autoridade imediatamente “Art. 204 – Ao cônjuge, ou, na falta deste, à pessoa que provar ter
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, feito despesas em virtude do falecimento do funcionário na ativa ou
sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. em disponibilidade, será concedida, a título de funeral, importância
§ 2º – No encaminhamento do recurso observar-se-á o disposto correspondente a um mês de vencimento ou remuneração.
na parte final do art. 192. § 1º – A despesa correrá pela dotação própria do cargo, não
Art. 195 – Os pedidos de reconsideração e os recursos que não podendo, por esse motivo, o nomeado, para preenchê-lo, entrar
têm efeito suspensivo; os que forem providos, porém, darão lugar em exercício antes de decorridos trinta dias do falecimento do seu
às retificações necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do antecessor.
ato impugnado, desde que outra solução jurídica não determine a § 2º – O pagamento será efetuado, pela respectiva repartição
autoridade, quanto aos efeitos relativos ao passado. pagadora, no dia em que lhe forem apresentados o atestado de
Art. 196 – O direito de pleitear na esfera administrativa óbito, se houver cônjuge, ou os comprovantes das despesas, em se
prescreverá, em geral, nos mesmos prazos fixados para as ações tratando de outra pessoa.”
próprias cabíveis no judiciário, quanto à espécie. (Artigo com redação dada pelo art. 27 da Lei n° 3.422, de
Parágrafo único – Se não for o caso de direito que dê 8/10/1965.)
oportunidade à ação judicial, prescreverá a faculdade de pleitear (Vide art. 24 da Lei nº 8.798, de 30/4/1985.)
na esfera administrativa, dentro de 120 dias a contar da data da (Vide art. 68 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
publicação oficial do ato impugnado ou, quando este for da natureza Art. 205 – O vencimento ou a remuneração do funcionário
reservada, da data da ciência do interessado. em atividade ou em disponibilidade e o provento atribuído ao que
Art. 197 – O funcionário que se dirigir ao Poder Judiciário ficará estiver aposentado não poderão sofrer outros descontos que não
obrigado a comunicar essa iniciativa a seu chefe imediato para sejam previstos em lei.
que este providencie a remessa do processo, se houver, ao juiz Art. 206 – A administração, em igualdade de condições,
competente, como peça instrutiva da ação judicial. preferirá para transferência ou remoção da localidade onde
trabalha, o funcionário que não seja estudante.
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 207 – Ao funcionário estudante matriculado em § 1º – A autoridade que ordenar a prisão comunicará o fato
estabelecimento de ensino será concedido, sempre que possível, imediatamente à autoridade judiciária competente, para os devidos
horário especial de trabalho que possibilite a freqüência regular às efeitos.
aulas. § 2º – Providenciará, ainda, no sentido de ser iniciado com
Parágrafo único – Ao funcionário estudante será permitido urgência e imediatamente concluído o processo de tomada de
faltar ao serviço, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou contas.
vantagens decorrentes do exercício, nos dias de prova ou de exame. § 3º – A prisão administrativa não poderá exceder a noventa
dias.
TÍTULO VIII Art. 214 – Poderá ser ordenada, pelo Secretário de Estado
DOS DEVERES E DA AÇÃO DISCIPLINAR e Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao
Governador do Estado, dentro da respectiva competência, a
CAPÍTULO I suspensão preventiva do funcionário, até trinta dias, desde que seu
DAS RESPONSABILIDADES afastamento seja necessário para a averiguação de faltas cometidas,
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) podendo ser prorrogada até noventa dias, findos os quais cessarão
os efeitos da suspensão, ainda que o processo administrativo não
Art. 208 – Pelo exercício irregular de suas atribuições, o esteja concluído.
funcionário responde civil, penal e administrativamente. Art. 215 – O funcionário terá direito:
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas I – à contagem de tempo de serviço relativo ao período da
Gerais.) prisão ou da suspensão, quando do processo não resultar punição,
Art. 209 – A responsabilidade civil decorre de procedimento ou esta se limitar às penas de advertências, multa ou repreensão;
doloso ou culposo, que importe em prejuízo da Fazenda Estadual, II – à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem
ou de terceiro. de tempo de serviço correspondente ao período de afastamento
§ 1º – A indenização de prejuízo causado à Fazenda Estadual no excedente do prazo de suspensão efetivamente aplicada.
que exceder as forças da fiança, poderá ser liquidada mediante o
desconto em prestações mensais não excedentes da décima parte CAPÍTULO III
do vencimento ou remuneração, à míngua de outros bens que DOS DEVERES E PROIBIÇÕES
respondam pela indenização.
§ 2º – Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá Art. 216 – São deveres do funcionário:
o funcionário perante a Fazenda Estadual, em ação regressiva, I – assiduidade;
proposta depois de transitar em julgado a decisão de última II – pontualidade;
instância que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro III – discrição;
prejudicado. IV – urbanidade;
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas V – lealdade às instituições constitucionais e administrativas a
Gerais.) que servir;
Art. 210 – A responsabilidade penal abrange os crimes e VI – observância das normas legais e regulamentares;
contravenções imputados ao funcionário, nessa qualidade. VII – obediência às ordens superiores, exceto quando
(Vide art. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas manifestamente ilegais;
Gerais.) VIII – levar ao conhecimento da autoridade superior
Art. 211 – A responsabilidade administrativa resulta de atos ou irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo;
omissões praticados no desempenho do cargo ou função. IX – zelar pela economia e conservação do material que lhe for
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas confiado;
Gerais.) X – providenciar para que esteja sempre em ordem no
Art. 212 – As cominações civis, penais e disciplinares poderão assentamento individual a sua declaração de família;
cumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem XI – atender prontamente:
assim as instâncias civil, penal e administrativa. a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas b) à expedição das certidões requeridas para a defesa de
Gerais.) direito.
(Vide art. 172 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
CAPÍTULO II Art. 217 – Ao funcionário é proibido:
DA PRISÃO PREVENTIVA E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA I – referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer
ou despacho, às autoridades e atos da administração pública,
Art. 213 – Cabe, dentro das respectivas competências, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de
aos Secretários de Estado e aos Diretores de Departamentos vista doutrinário ou da organização do serviço;
diretamente subordinados ao Governador do Estado, ordenar II – retirar sem prévia autorização da autoridade competente
a prisão administrativa de todo ou qualquer responsável pelos qualquer documento ou objeto da repartição;
dinheiros e valores pertencentes à Fazenda Estadual ou que se III – promover manifestações de apreço ou desapreço e fazer
acharem sob a guarda desta, nos casos de alcance ou omissão em circular ou subscrever lista de donativos no recinto da repartição;
efetuar as entradas nos devidos prazos. IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em
detrimento da dignidade da função;

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NOÇÕES DE DIREITO

V – coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza indispensável à elucidação do fato, devendo levar as conclusões a
partidária; que chegarem ao conhecimento da autoridade competente, com a
VI – participar da gerência ou administração de empresa caracterização dos indiciados.
comercial ou industrial, salvo os casos expressos em lei; § 4º – Nenhuma penalidade, exceto repreensão, multa
VII – exercer comércio ou participar de sociedade comercial, e suspensão, poderá decorrer das conclusões a que chegar o
exceto como acionista, quotista ou comandatário; inquérito, que é simples fase preliminar do processo administrativo.
VIII – praticar a usura em qualquer de suas formas; (Parágrafo vetado e com redação dada pelo art. 9º da Lei nº
IX – pleitear, como procurador ou intermediário, junto às 937, de 18/6/1953.)
repartições públicas, salvo quando se tratar de percepção de § 5º – Os funcionários encarregados do inquérito administrativo
vencimentos e vantagens, de parente até segundo grau; dedicarão todo o seu tempo aos trabalhos do mesmo, sem prejuízo
X – receber propinas, comissões, presentes e vantagens de de vencimento, remuneração ou vantagem decorrente do exercício.
qualquer espécie em razão das atribuições; (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
XI – contar a pessoa estranha à repartição, fora dos casos Art. 221 – O processo administrativo será realizado por uma
previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a comissão, designada pela autoridade que houver determinado a
seus subordinados. sua instauração e composta de três funcionários estáveis.
(Vide art. 173 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) § 1º – A autoridade indicará, no ato da designação, um dos
funcionários para dirigir, como presidente, os trabalhos da comissão.
§ 2º – O presidente designará um dos outros componentes da
CAPÍTULO IV comissão para secretariá-la.
DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 222 – Os membros da comissão dedicarão todo o seu
SEÇÃO I tempo aos trabalhos da mesma, ficando, por isso, automaticamente
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO dispensados do serviço de sua repartição, sem prejuízo do
(Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.) vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes do exercício,
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 116, de 11/1/2011.) durante a realização das diligências que se tornarem necessárias.
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 223 – O processo administrativo deverá ser iniciado
Art. 218 – A autoridade que tiver ciência ou notícia da ocorrência dentro do prazo, improrrogável, de três dias contados da data da
de irregularidades no serviço público é obrigado a promover-lhe a designação dos membros da comissão e concluído no de sessenta
apuração imediata por meio de sumários, inquérito ou processo dias, a contar da data de seu início.
administrativo. Parágrafo único – Por motivo de força-maior, poderá a
Parágrafo único – O processo administrativo precederá sempre autoridade competente prorrogar os trabalhos da comissão pelo
à demissão do funcionário. máximo de 30 dias.
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 937, de (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
18/6/1953.) Art. 224 – A comissão procederá a todas as diligências que
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) julgar convenientes, ouvindo, quando necessário, a opinião de
(Vide art. 10 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) técnicos ou peritos.
Art. 219 – São competentes para determinar a instauração do Parágrafo único – Terá o funcionário indiciado o direito de,
processo administrativo os Secretários de Estado e os Diretores pessoalmente ou por procurador, acompanhar todo o desenvolver
de Departamentos diretamente subordinados ao Governador do do processo, podendo, através do seu defensor, indicar e inquirir
Estado. testemunhas, requerer juntada de documentos, vista do processo
(Vide art. 11 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) em mãos da comissão e o mais que for necessário a bem de seu
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) interesse, sem prejuízo para o andamento normal do trabalho.
Art. 220 – O processo administrativo constará de duas fases (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
distintas: Art. 225 – Ultimado o processo, a comissão mandará, dentro de
a) inquérito administrativo; quarenta e oito horas, citar o acusado para, no prazo de dez dias,
b) processo administrativo propriamente dito. apresentar defesa.
§ 1º – Ficará dispensada a fase do inquérito administrativo Parágrafo único – Achando-se o acusado em lugar incerto, a
quando forem evidentes as provas que demonstrem a citação será feita por edital publicado no órgão oficial, durante oito
responsabilidade do indiciado ou indiciados. dias consecutivos. Neste caso, o prazo de dez dias para apresentação
§ 2º – O inquérito administrativo se constituirá de averiguação da defesa será contado da data da última publicação do edital.
sumária, sigilosa, de que se encarregarão funcionários designados (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
pelas autoridades a que se refere o art. 219 e deverá ser iniciado Art. 226 – No caso de revelia, será designado, “ex-officio”, pelo
e concluído no prazo improrrogável de 30 dias a partir da data de presidente da comissão, um funcionário para se incumbir da defesa.
designação. (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
§ 3º – Os funcionários designados para proceder ao inquérito, Art. 227 – Esgotado o prazo referido no art. 225, a comissão
salvo autorização especial da autoridade competente, não poderão apreciará a defesa produzida e, então, apresentará o seu relatório,
exercer outras atribuições além das de pesquisas e averiguação dentro do prazo de dez dias.

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NOÇÕES DE DIREITO

§ 1º – Neste relatório, a comissão apreciará em relação a SEÇÃO II


cada indiciado, separadamente, as irregularidades de que forem REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
acusados, as provas colhidas no processo, as razões de defesa, (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.)
propondo, então, justificadamente, a absolvição ou a punição, e
indicando, neste caso, a pena que couber. Art. 235 – A qualquer tempo pode ser requerida a revisão de
§ 2º – Deverá, também, a comissão em seu relatório, sugerir processo administrativo, em que se impôs a pena de suspensão,
quaisquer outras providências que lhe pareçam de interesse do multa, destituição de função, demissão a bem do serviço público,
serviço público. desde que se aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) justificar a inocência do acusado.
Art. 228 – Apresentado o relatório, os componentes da Parágrafo único – Tratando-se de funcionário falecido ou
comissão assumirão o exercício de seus cargos, mas ficarão à desaparecido, a revisão poderá ser requerida por qualquer pessoa
disposição da autoridade que houver mandado instaurar o processo relacionada no assentamento individual.
para a prestação de qualquer esclarecimento julgado necessário. (Vide Lei nº 14.184, de 31/1/2002.
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Art. 236 – Além das peças necessárias à comprovação dos fatos
Art. 229 – Entregue o relatório da comissão, acompanhado do argüidos, o requerimento será obrigatoriamente instruído com
processo, à autoridade que houver determinado à sua instauração, certidão do despacho que impôs a penalidade.
essa autoridade deverá proferir o julgamento dentro do prazo Parágrafo único – Não constitui fundamento para revisão a
improrrogável de sessenta dias. simples alegação de injustiça da penalidade.
Parágrafo único – Se o processo não for julgado no prazo Art. 237 – O requerimento será dirigido ao Governador do
indicado neste artigo, o indiciado reassumirá, automaticamente, Estado, que o despachará à repartição onde se originou o processo.
o exercício de seu cargo ou função, e aguardará em exercício o Parágrafo único – Se o Governador do Estado julgar
julgamento, salvo o caso de prisão administrativa que ainda perdure. insuficientemente instruído o pedido de revisão, indeferi-lo-á “in
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) limine”.
Art. 230 – Quando escaparem à sua alçada as penalidades Art. 238 – Recebido o requerimento despachado pelo
e providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que Governador do Estado, o chefe da repartição o distribuirá a uma
determinou a instauração do processo administrativo, propô- comissão composta de três funcionários de categoria igual ou
las-á dentro do prazo marcado para julgamento, à autoridade superior à do acusado, indicando o que deve servir de presidente,
competente. para processar a revisão.
§ 1º – Na hipótese deste artigo, o prazo para julgamento final Art. 239 – O requerimento será apenso ao processo ou à sua
será de quinze dias, improrrogável. cópia (art. 233) marcando-se ao interessado o prazo de dez dias
§ 2º – A autoridade julgadora promoverá as providências para contestar os fundamentos da acusação constantes do mesmo
necessárias à sua execução. processo.
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) § 1º – É impedido de funcionar na revisão quem compôs a
Art. 231 – As decisões serão sempre publicadas no órgão oficial, comissão do processo administrativo.
dentro do prazo de oito dias. § 2º – Se o acusado pretender apresentar prova testemunhal
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) deverá arrolar os nomes no requerimento de revisão.
Art. 232 – Quando ao funcionário se imputar crime praticado § 3º – O presidente da comissão de revisão designará um de
na esfera administrativa, a autoridade que determinar a instauração seus membros para secretariá-la.
do processo administrativo providenciará para que se instaure (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.)
simultaneamente o inquérito policial. Art. 240 – Concluída a instrução do processo, será ele, dentro
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) de dez dias, encaminhado com relatório da comissão ao Governador
Art. 233 – Quando a infração estiver capitulada na lei penal, do Estado, que o julgará.
será remetido o processo à autoridade competente, ficando Parágrafo único – Para esse julgamento, o Governador do
traslado na repartição. Estado terá o prazo de vinte dias, podendo antes determinar
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) diligências que entenda necessárias ao melhor esclarecimento do
Art. 234 – No caso de abandono do cargo ou função, de que processo.
cogita o art. 249, II, deste Estatuto, o presidente da comissão de Art. 241 – Julgando procedente a revisão, o Governador do
processo promoverá a publicação, no órgão oficial, de editais de Estado tornará sem efeito as penalidades aplicadas ao acusado.
chamamento, pelo prazo de vinte dias, se o funcionário estiver Art. 242 – O julgamento favorável do processo implicará
ausente do serviço, em edital de citação, pelo mesmo prazo, se já também o restabelecimento de todos os direitos perdidos em
tiver reassumido o exercício. conseqüência da penalidade aplicada.
Parágrafo único – Findo o prazo fixado neste artigo, será dado Art. 243 – Quando o acusado pertencer ou houver pertencido
início ao processo normal, com a designação de defensor “ex- a órgão diretamente subordinado ao Governador do Estado, ao
officio”, se não comparecer o funcionário, e, não tendo sido feita a Secretário de Estado dos Negócios do Interior, competirá despachar
prova da existência de força-maior ou de coação ilegal, a comissão o requerimento de revisão e julgá-lo, afinal.
proporá a expedição do decreto de demissão, na conformidade do
art. 249, item II.
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

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CAPÍTULO V a) dois conceitos sucessivos de desempenho insatisfatório;


DAS PENALIDADES b) três conceitos interpolados de desempenho insatisfatório
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) em cinco avaliações consecutivas; ou
c) quatro conceitos interpolados de desempenho insatisfatório
Art. 244 – São penas disciplinares: em dez avaliações consecutivas.
I – Repreensão; Parágrafo único. Receberá conceito de desempenho
II – Multa; insatisfatório o servidor cuja avaliação total, considerados todos os
III – Suspensão; critérios de julgamento aplicáveis em cada caso, seja inferior a 50%
IV – Destituição de função; (cinqüenta por cento) da pontuação máxima admitida.
V – Demissão; (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar nº
VI – Demissão a bem do serviço público. 71, de 30/7/2003.)
Parágrafo único – A aplicação das penas disciplinares não se (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
sujeita à seqüência estabelecida neste artigo, mas é autônoma, Minas Gerais.)
segundo cada caso e consideradas a natureza e a gravidade da (Vide art. 24 da Lei Complementar nº 81, de 10/8/2004.)
infração e os danos que dela provierem para o serviço público. Art. 250 – Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de ao funcionário que:
Minas Gerais.) I – for convencido de incontinência pública e escandalosa, de
Art. 245 – A pena de repreensão será aplicada por escrito em vício de jogos proibidos e de embriaguez habitual;
caso de desobediência ou falta de cumprimento de deveres. II – praticar crime contra a boa ordem e administração pública
Parágrafo único – Havendo dolo ou má-fé, a falta de e a Fazenda Estadual;
cumprimento de deveres, será punida com a pena de suspensão. III – revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de cargo ou função, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para
Minas Gerais.) o Estado ou particulares;
Art. 246 – A pena de suspensão será aplicada em casos de: IV – praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou
I – Falta grave; particulares, salvo se em legítima defesa;
II – Recusa do funcionário em submeter-se à inspeção médica V – lesar os cofres públicos ou delapidar o patrimônio do
quando necessária; Estado;
III – Desrespeito às proibições consignadas neste Estatuto; VI – receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou
IV – Reincidência em falta já punida com repreensão; vantagens de qualquer espécie.
V – Recebimento doloso e indevido de vencimento, ou (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
remuneração ou vantagens; Minas Gerais.)
VI – Requisição irregular de transporte; Art. 251 – O ato que demitir o funcionário mencionará sempre
VII – Concessão de laudo médico gracioso. a disposição legal em que se fundamenta.
§ 1º – A pena de suspensão não poderá exceder de noventa Parágrafo único – Uma vez submetidos a processo
dias. administrativo, os funcionários só poderão ser exonerados depois
§ 2º – O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e da conclusão do processo e de reconhecida a sua culpabilidade.
direitos decorrentes do exercício do cargo. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Minas Gerais.) Art. 252 – Para aplicação das penas do art. 244 são competentes:
Art. 247 – A pena de multa será aplicada na forma e nos casos I – o chefe do Governo, nos casos de demissão;
expressamente previstos em lei ou regulamento. II – os Secretários de Estado e Diretores de Departamentos
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de diretamente subordinados ao Governador do Estado, nos casos de
Minas Gerais.) suspensão por mais de trinta dias;
Art. 248 – A destituição de função dar-se-á: III – os chefes de Departamentos, nos casos de repreensão e
I – quando se verificar a falta de exação no seu desempenho; suspensão até trinta dias.
II – quando se verificar que, por negligência ou benevolência, o Parágrafo único – A aplicação da pena de destituição de função
funcionário contribuiu para que se não apurasse, no devido tempo, caberá à autoridade que houver feito a designação.
a falta de outro. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Minas Gerais.) Art. 253 – Deverão constar do assentamento individual todas
Art. 249 – A pena de demissão será aplicada ao servidor que: as penas impostas ao funcionário, inclusive as decorrentes da falta
I – acumular, ilegalmente, cargos, funções ou cargos com de comparecimento às sessões do júri para que for sorteado.
funções; § 1º – Além da pena judicial que couber, serão considerados
II – incorrer em abandono de cargo ou função pública pelo não como de suspensão os dias em que o funcionário deixar de atender
comparecimento ao serviço sem causa justificada por mais de trinta às convocações do juiz, sem motivo justificado.
dias consecutivos ou mais de noventa dias não consecutivos em um § 2º – O funcionário poderá requerer reabilitação administrativa,
ano; que consiste na retirada, dos registros funcionais, das anotações
III – aplicar indevidamente dinheiros públicos; das penas de repreensão, multa, suspensão e destituição de função,
IV – exercer a advocacia administrativa; observado o decurso de tempo assim estabelecido:
V – receber em avaliação periódica de desempenho:
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NOÇÕES DE DIREITO

1 – três (3) anos para as penas de suspensão compreendidas Art. 258 – As penas de repreensão, multa e suspensão
entre sessenta (60) a noventa (90) dias ou destituição de função; prescrevem no prazo de dois anos e a de demissão, por abandono
2 – dois (2) anos para as penas de suspensão compreendidas do cargo, no prazo de quatro anos.
entre trinta (3) e sessenta (60) dias; (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
3 – um (1) ano para as penas de suspensão de um (1) a trinta Minas Gerais.)
(30) dias, repreensão ou multa. Art. 259 – No caso do art. 249, item I, provada a boa-fé, poderá
§ 3º – Os prazos a que se refere o parágrafo anterior serão o servidor optar, obedecidas as seguintes normas:
contados a partir do cumprimento integral das respectivas a) tratando-se do exercício acumulado de cargo, funções ou
penalidades. cargos e funções do Estado, mediante simples requerimento, de
§ 4º – A reabilitação administrativa estende-se ao aposentado, próprio punho e firma reconhecida, dirigido ao Governador do
desde que ocorram os requisitos a ela vinculados. Estado;
§ 5º – Em nenhum caso a reabilitação importará direito a b) quando forem os cargos ou funções acumulados de esferas
ressarcimento, restituição ou indenização de vencimentos ou diversas da Administração – União, Estado, Município ou entidade
vantagens não percebidos no período de duração da pena. autárquica, mediante requerimento, na forma da alínea anterior, e
§ 6º – A reabilitação será concedida uma única vez. dada ciência imediata do fato à outra entidade interessada.
§ 7º – Os procedimentos para o instituto da reabilitação serão Parágrafo único – Se não for provada em processo administrativo
definidos em decreto. a boa-fé, o servidor será demitido do cargo ou destituído da função
§ 8º – É da competência do Secretário de Administração decidir estadual, sendo cientificado também, neste caso, a outra entidade
sobre a reabilitação, ouvido, previamente, o titular da repartição de interessada e ficando o servidor ainda inabilitado, pelo prazo de 5
exercício do funcionário. anos, para o exercício de cargos ou funções do Estado.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 9.442, de (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
22/10/1987.) Minas Gerais.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Art. 260 – O funcionário que indevidamente receber diária será
Minas Gerais.) obrigado a restituir, de uma só vez, a importância recebida, ficando
Art. 254 – Verificado, em qualquer tempo, ter sido gracioso o ainda sujeito a punição disciplinar a que se refere o art. 246, item V.
laudo da junta médica, o órgão competente promoverá a punição (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
dos responsáveis, incorrendo o funcionário, a que aproveitar a Minas Gerais.)
fraude, na pena de suspensão, e, na reincidência, na de demissão, Art. 261 – Será punido com a pena de suspensão, e, na
e os médicos em igual pena, se forem funcionários sem prejuízo da reincidência, com a de demissão, o funcionário que, indevidamente,
ação penal que couber. conceder diárias, com o objetivo de remunerar outros serviços
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de ou encargos, ficando ainda obrigado à reposição da importância
Minas Gerais.) correspondente.
Art. 255 – O funcionário que não entrar em exercício dentro do (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
prazo será demitido do cargo ou destituído da função. Minas Gerais.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Art. 262 – Será responsabilizado pecuniariamente, sem
Minas Gerais.) prejuízo da sanção disciplinar que couber, o chefe de repartição que
Art. 256 – Terá cassada a licença e será demitido do cargo o ordenar a prestação de serviço extraordinário, sem que disponha
funcionário licenciado para tratamento de saúde que se dedicar a do necessário crédito.
qualquer atividade remunerada. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 937, de Minas Gerais.)
18/6/1953.) Art. 263 – O funcionário que processar o pagamento de serviço
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de extraordinário, sem observância do disposto nesta lei, ficará
Minas Gerais.) obrigado a recolher aos cofres do Estado a importância respectiva.
Art. 257 – Será cassada, por decreto do Governador do Estado, (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
a aposentadoria ou disponibilidade, se ficar provado, em processo, Minas Gerais.)
que o aposentado ou funcionário em disponibilidade: Art. 264 – Será punido com a pena de suspensão e, na
I – praticou, quando em atividade, qualquer dos atos para reincidência, com a de demissão a bem do serviço público,
os quais é cominada neste Estatuto a pena de demissão, ou de o funcionário que atestar falsamente a prestação de serviço
demissão a bem do serviço público; extraordinário.
II – aceitou ilegalmente cargo ou função pública; Parágrafo único – O funcionário que se recusar, sem justo
III – aceitou representação de Estado estrangeiro, sem prévia motivo, à prestação de serviço extraordinário será punido com a
autorização do Governador do Estado; pena de suspensão.
IV – praticou a usura, em qualquer de suas formas. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
Parágrafo único – Será igualmente cassada a disponibilidade do Minas Gerais.)
servidor que não assumir, no prazo legal, o cargo ou função em que Art. 265 – Comprovada a flagrante desnecessidade da
for aproveitado. antecipação ou prorrogação do período de trabalho, o chefe da
(Artigo com redação dada pelo art. 4º da Lei nº 2.364, de repartição que o tiver ordenado responderá pecuniariamente pelo
13/1/1961.) serviço extraordinário.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de
Minas Gerais.) Minas Gerais.)
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NOÇÕES DE DIREITO

Art. 266 – Da infração do disposto no art. 119 resultará Art. 275 – A nomeação de funcionário obedecerá a ordem de
demissão do funcionário por procedimento irregular, e imediata classificação dos candidatos habilitados em concurso.
reposição aos cofres públicos da importância recebida, pela Art. 276 – É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens de
autoridade ordenadora do pagamento. parentes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de imediata confiança e de livre escolha, não podendo exceder a dois
Minas Gerais.) o número de auxiliares nessas condições.
Art. 267 – Serão considerados como falta os dias em que o Art. 277 – Poderá ser estabelecido o regime do tempo integral
funcionário licenciado para tratamento de saúde, considerado apto para os cargos ou funções que a lei determinar.
em inspeção médica “ex-officio”, deixar de comparecer ao serviço. (Vide art. 22 da Lei n° 3.422, de 8/10/1965.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Art. 278 – O órgão competente fornecerá ao funcionário uma
Minas Gerais.) caderneta de que constarão os elementos de sua identificação
Art. 268 – O responsável por alcance ou desvio de material não e onde se registrarão os atos e fatos de sua vida funcional, essa
ficará isento da ação administrativa e criminal que couber, ainda caderneta valerá como prova de identidade, para todos os efeitos,
que o valor da fiança seja superior ao prejuízo verificado. e será gratuita.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Art. 279 – Considerar-se-ão da família do funcionário, desde
Minas Gerais.) que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento
Art. 269 – Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o individual:
funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a importância do I – o cônjuge;
prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque ou omissão em II – as filhas, enteadas, sobrinhas e irmãs solteiras e viúvas;
efetuar recolhimento ou entradas nos prazos legais. III – os filhos, enteados, sobrinhos e irmãos menores de 18
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de anos ou incapazes;
Minas Gerais.) IV – os pais;
Art. 270 – Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a V – os netos;
importância da indenização poderá ser descontada do vencimento VI – os avós;
ou remuneração, não excedendo o desconto à quinta parte de sua VII – os amparados pela delegação do pátrio poder.
importância líquida. Art. 280 – Os prazos previstos neste Estatuto serão, todos,
Parágrafo único – O desconto poderá ser integral, quando o contados por dias corridos, salvo as exceções previstas em lei.
funcionário, para se esquivar ao ressarcimento devido, solicitar Art. 281 – O provimento nos cargos e transferências, a
exoneração ou abandonar o cargo. substituição e as férias, bem como o vencimento e as demais
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de vantagens dos cargos de Magistério e do Ministério Público
Minas Gerais.) continuam a ser reguladas pelas respectivas leis especiais, aplicadas
Art. 271 – Será suspenso por noventa dias, e, na reincidência subsidiariamente às disposições deste Estatuto.
demitido o funcionário que fora dos casos expressamente previstos Art. 282 – Nenhum imposto ou taxa estadual gravará
em lei, regulamentos ou regimentos, cometer à pessoas estranhas vencimento, remuneração ou gratificação do funcionário, o ato de
às repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem ou sua nomeação, bem como os demais atos, requerimentos, recursos
aos seus subordinados. ou títulos referentes à sua vida funcional.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Parágrafo único – O vencimento da disponibilidade e o provento
Minas Gerais.) da aposentadoria não poderão, igualmente, sofrer qualquer
Art. 272 – A infração do disposto no art. 162 importará a perda desconto por cobrança de impostos ou taxas estaduais.
total do vencimento ou remuneração e, se a ausência exceder a Art. 283 – Para os efeitos do art. 111, será contado o tempo
trinta dias, a demissão por abandono do cargo. de efetivo exercício prestado pelo servidor em cargo ou função de
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de chefia anteriormente à vigência da Lei 858, de 29 de dezembro de
Minas Gerais.) 1951.
Art. 273 – A responsabilidade administrativa não exime o Art. 284 – Nas primeiras promoções que se verificarem após a
funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso vigência desta lei, será observado o disposto no art. 46 da Lei 858,
couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado o de 29 de dezembro de 1951.
exime da pena disciplinar em que incorrer. Art. 285 – Os decretos de provimento de cargos públicos, as
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de designações para função gratificada, bem como todos os atos ou
Minas Gerais.) portarias relativas a direitos, vantagens, concessões e licenças só
Art. 274 – A autoridade que deixar de proferir o julgamento produzirão efeito depois de publicados no órgão oficial.
em processo administrativo no prazo marcado no art. 229, será Art. 286 – (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº
responsabilizada pelos prejuízos que advierem do retardamento da 70,de 30/7/2003.)
decisão. Dispositivo revogado:
(Vide §§ 1º e 4º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado “Art. 286 – Ao funcionário licenciado há mais de dez meses para
de Minas Gerais.) tratamento de saúde, é assegurado o direito, a título de auxílio-
doença, à percepção de um mês de vencimento.
TÍTULO IX Parágrafo único – Quando se tratar de moléstia profissional ou
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS de acidente, nos termos do artigo 170, o auxílio-doença será devido
após três meses de licenciamento, sendo repetido quando este
atingir um ano.”
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NOÇÕES DE DIREITO

(Vide art. 24 da Lei nº 8.798, de 30/4/1985.) Art. 294 – A concessão de licença para tratamento de saúde,
(Vide art. 68 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) prevista nos artigos 158, item I e 170, desta lei, fica condicionada a
Art. 287 – Aos funcionários que trabalham ou tenham regulamento.
trabalhado pelo menos cinco anos nas oficinas do “Minas Gerais”, Parágrafo único – Enquanto não for baixado o regulamento
em serviço noturno, abonar-se-ão setenta e dois dias, para efeito de a que se refere este artigo, as licenças para tratamento de saúde
aposentadoria, em cada ano que for apurado. serão concedidas nos termos da legislação anterior à vigência desta
Parágrafo único – Consideram-se funcionários das oficinas do lei.
“Minas Gerais”, para os fins deste artigo, os pertencentes à: (Artigo acrescentado pelo art. 12 da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
a) revisão; Art. 295 – A presente lei entrará em vigor na data de sua
b) composição; publicação, revogadas as disposições em contrário.
c) impressão; (Artigo renumerado e com redação dada pelo art. 13 da Lei nº
d) expedição. 937, de 18/6/1953.)
Art. 288 – Os funcionários da Polícia Civil, que trabalhem
em serviço de natureza estritamente policial, terão direito à Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, 5 de julho
aposentadoria com o vencimento integral e a incorporação das de 1952.
vantagens a que se refere o art. 116 desta lei, quando completarem
25 anos de serviço dedicado exclusivamente às aludidas atividades
policiais. SÚMULAS, ENUNCIADOS E INFORMATIVOS JURISPRU-
Parágrafo único – Consideram-se atividades policiais, para os DENCIAIS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DO SUPE-
fins deste artigo, as exercidas por: RIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
a) Delegados de polícia;
b) médicos legistas;
c) investigadores; Supremo Tribunal Federal e o uso de jurisprudência estrangei-
d) guardas civis; ra e internacional
e) fiscais e inspetores de trânsito;
f) escrivães e escreventes da polícia; Considerando que a jurisdição constitucional brasileira nasce
g) peritos do Departamento da Polícia Técnica. sob o influxo marcante do direito estrangeiro, em especial do direi-
Art. 289 – Tem direito à aposentadoria com 25 anos de trabalho to norte-americano, o transplante abrupto de instituições republi-
o funcionário que, durante este período, trabalhou 12 anos e canas e presidencialistas para um ambiente cultural orientado por
seis meses, pelo menos, com Raio X, substâncias radioativas ou anos e anos de práticas constitucionais monárquicas e parlamen-
substâncias químicas de emanações corrosivas. taristas, torna natural que a doutrina e a jurisprudência de países
Art. 290 – As professoras e diretoras do ensino primário que experimentados nessas “novidades” fossem a fonte mais fácil e
por qualquer circunstância tenham prestado ou estejam prestando confiável na interpretação e na aplicação da ordem constitucional
serviços aos Departamentos Administrativos das Secretarias do da República.
Estado, terão direito à contagem do tempo de serviço, para efeito A partir de então acúmulo de referências estrangeiras é uma das
do pagamento de seus quinquênios e aposentadoria no quadro a características mais constantes dos votos de ministros do Supremo
que pertencem, conforme prevê a Constituição do Estado. Tribunal Federal, seja nos primeiros anos da República, seja em suas
Art. 291 – O funcionário, que, não obstante aposentado, tenha fases de consolidação democrática, em seus momentos de crise ins-
permanecido, a qualquer título, por exigência do serviço, sem titucional, seja nos dias de hoje.
solução de continuidade, a serviço do Estado, e ainda permaneça na A própria jurisdição constitucional evoluiu sob a égide das expe-
data desta lei, terá sua aposentadoria revista, sendo-lhe atribuídos riências estrangeiras, de modo que, gradualmente, essa evolução
proventos correspondentes aos vencimentos da situação nova, do passa a ser refletida na origem dos autores e dos precedentes cita-
cargo em que aposentou nos termos da Lei 858, de 29 de dezembro dos nos votos, os quais cada vez menos se referem a nomes ameri-
de 1951, e as vantagens da presente lei, relativas à inatividade. canos, trocando-os por autores e cortes da Europa.
Parágrafo único – A prova dos requisitos relacionados neste Assim, é possível dizer que a jurisdição constitucional brasilei-
artigo será feita por certidão visada pelo chefe da repartição onde ra que nasce no final do século XIX e no início do século XX teve
trabalhe o aposentado beneficiário, da qual constem elementos seu exercício marcado pelo direito estrangeiro, sendo o recurso a
objetivos que atestem a permanência no serviço e o efetivo exercício, normas, autores e precedentes de outros países ainda um de seus
sendo o respectivo título apostilado pela mesma autoridade. traços marcantes no início do século XXI.
Art. 292 – Ficam derrogados os artigos 5º da Lei 346, de 30
de dezembro de 1948, e 25, I, “a”, da Lei 347, da mesma data, no
que se referem ao limite máximo de idade para a admissão de TESES DE REPERCUSSÃO GERAL E DE RECURSOS REPETI-
extranumerários. TIVOS
Art. 293 – A concessão de diária ao funcionário nos termos dos
artigos 139 e seguintes, desta lei, fica condicionada a regulamento.
Parágrafo único – Enquanto não for baixado o regulamento de
A Repercussão Geral é um instrumento processual inserido na
que trata este artigo, as diárias serão concedidas nos termos da
Constituição Federal de 1988, por meio da Emenda Constitucional
legislação anterior.
45, conhecida como a “Reforma do Judiciário”. O objetivo desta fer-
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 937, de 18/6/1953.)

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NOÇÕES DE DIREITO

ramenta é possibilitar que o Supremo Tribunal Federal selecione os Para solucionar esse questionamento o §1°, do art. 1.035, do
Recursos Extraordinários que irá analisar, de acordo com critérios NCPC, que prevê que para efeito da repercussão geral, será conside-
de relevância jurídica, política, social ou econômica. rada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista
A promulgação da Lei nº 11.418 no final do ano de 2006 veio econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interes-
regulamentar a matéria a partir da inserção dos arts. 543-A e 543-B ses subjetivos da causa.
no CPC, focalizando a repercussão geral da questão constitucional. A fim de dar maior objetividade a essa norma, o doutrinador
Atualmente os artigos 1.035, 1.036 e 1.039 no NCPC. Barbosa Moreira elenca algumas situações em que, segundo ele,
A repercussão geral foi implantada durante a Reforma do Ju- haveria “relevância” seriam elas as questões capazes de influir con-
diciário com a finalidade de dar uma maior celeridade na presta- cretamente numa grande quantidade de casos, as decisões capazes
ção jurisdicional, diminuindo o excesso de processos que chegam de servir à unidade e aperfeiçoamento do direito entre outras.
ao STF. Como forma de atingir esse propósito foram implantados Para o Supremo Tribunal Federal a existência da repercussão ge-
alguns outros mecanismos, entre eles, a já comentada inserção do ral da questão constitucional, que deve ser suscitada nos recursos
§3°, no art. 102, da CF que prevê: extraordinários, corresponde a um pressuposto de admissibilidade
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar de todos os recursos extraordinários, inclusive em matéria penal.
a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no Por fim, diga-se que a repercussão geral deverá ser analisada
caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão sob dois enfoques, o primeiro diz respeito às causas que alcancem
do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois acentuado número de jurisdicionados ou que se faça presente em
terços de seus membros. grande número de processos. Nestes casos, a doutrina vem deno-
Esse artigo em combinação aos arts. 1.035 e seguintes do NCPC, minado repercussão geral quantitativa, no outro, deve ser analisada
exige que o recorrente demonstre, em preliminar do recurso, a sob a profundidade da questão, pois mesmo não alcançado número
existência de “questões relevantes do ponto de vista econômico, expressivo de pessoas ou processos ventilam temas fundamentais
político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos para a ordem jurídica constitucional, que serve de importante vetor
da causa”. A relevância da questão constitucional é, a princípio, pre- na adequada definição dos institutos constitucionais. Esta, portan-
sumida, cabendo ao plenário do STF rejeitá-la ou não. to, é denominada de repercussão qualitativa.
Esse mecanismo veio funcionar como “um filtro constitucio-
nal”, visto que a repercussão geral é um requisito de admissibilida- Vejamos o que prevê o CPC sobre o tema:
de do recurso extraordinário pelo Supremo.
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível,
Para que esse recurso dotado de relevância seja conhecido pelo
não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão consti-
Supremo, é necessário um juízo prévio de admissibilidade no Juízo
tucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste
a quo, conforme o disposto no artigo 1.030, I, “a”, do NCPC e pos-
artigo.
teriormente o Juízo ad quem realiza novo juízo de admissibilidade.
Sendo que a competência para decidir sobre a existência da reper- § 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a exis-
cussão geral é do Supremo Tribunal Federal, composto de 11 (onze) tência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico,
ministros, bastando a manifestação de no mínimo 8 (oito) de seus político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos
membros para que se decida pela inexistência de repercussão geral do processo.
e de 4 (quatro) votos conheça sua relevância.
Se o plenário do STF reputar ausente a repercussão geral, a § 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercus-
consequência é o não conhecimento do recurso extraordinário, em são geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
decisão irrecorrível. Sendo assim, nesse caso, a decisão valerá para
todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos li- § 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar
minarmente (pelo relator), salvo revisão de tese. A doutrina destaca acórdão que:
uma exceção de uma situação em que a relevância da questão é
presumida de modo absoluto: quando o recurso impugnar decisão I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo
contrária à súmula ou jurisprudência dominante do STF. Tribunal Federal;
Há, ainda, a figura do amicus curiae, que é a manifestação de
terceiros na análise da repercussão geral que pode ser admitida II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
pelo relator do recurso extraordinário, nos termos do regimento
interno do STF. Apesar de terem a função de “Filtragem recursal” III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de
a arguição de relevância e a repercussão geral não são institutos lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.
semelhantes, visto que a repercussão geral visa excluir do conhe-
cimento do Supremo Tribunal Federal controvérsias que assim não § 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a
se caracterizam. manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos
A repercussão geral possui, como já foi explanado, a natureza termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
jurídica de um requisito de admissibilidade recursal devido previsão
constante no §3°, do art. 102, da Constituição Federal, apesar de ser § 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tri-
um requisito recursal deixa muito aquém quanto a sua determina- bunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos
ção, pois como se definir um recurso que possui repercussão? os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre
a questão e tramitem no território nacional.

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NOÇÕES DE DIREITO

§ 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice- § 5o O relator em tribunal superior também poderá selecionar
presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia para
sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido julgamento da questão de direito independentemente da iniciativa
interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 do presidente ou do vice-presidente do tribunal de origem.
(cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 6o Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que
§ 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da
6º ou que aplicar entendimento firmado em regime de repercussão questão a ser decidida.
geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá agravo in-
terno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presi- (...)


dente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos ex-
traordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria Art. 1.039. Decididos os recursos afetados, os órgãos colegia-
idêntica. dos declararão prejudicados os demais recursos versando sobre
idêntica controvérsia ou os decidirão aplicando a tese firmada.
§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá
ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os Parágrafo único. Negada a existência de repercussão geral no
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos recurso extraordinário afetado, serão considerados automatica-
de habeas corpus. mente inadmitidos os recursos extraordinários cujo processamento
tenha sido sobrestado.
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
No âmbito do sistema judiciário, as teses de recursos repeti-
§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará
tivos desempenham um papel fundamental na busca pela uni-
de ata, que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão.
formização da jurisprudência e na garantia da segurança jurídica.
Essas teses têm como objetivo estabelecer diretrizes e orientações
para casos semelhantes, evitando a multiplicidade de decisões di-
SUBSEÇÃO II vergentes e proporcionando uma aplicação mais coerente e equita-
DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPE- tiva do Direito.
CIAL REPETITIVOS
— Importância das Teses de Recursos Repetitivos
Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos ex- As teses de recursos repetitivos possuem relevância tanto
traordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de para os jurisdicionados quanto para o próprio Poder Judiciário. Elas
direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as dispo- contribuem para a celeridade e eficiência processual, ao evitar a
sições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno repetição de análises e fundamentações em casos idênticos ou sim-
do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça. ilares. Além disso, promovem a igualdade de tratamento, uma vez
que casos análogos receberão a mesma solução jurídica.
§ 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou
de tribunal regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos — Uniformização Jurisprudencial
representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Uma das principais funções das teses de recursos repetitivos
Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para é a busca pela uniformização da jurisprudência. Diante de temas
fins de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos jurídicos controvertidos ou com diversas interpretações, os tribu-
os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no nais superiores selecionam casos paradigmáticos para julgamento,
Estado ou na região, conforme o caso. estabelecendo uma tese que deverá ser aplicada a todos os proces-
sos semelhantes em tramitação.
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-
presidente, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita — Segurança Jurídica
o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido A segurança jurídica é um princípio essencial em um Estado
interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 Democrático de Direito. As teses de recursos repetitivos promovem
(cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento. essa segurança ao fornecer previsibilidade e estabilidade às de-
cisões judiciais. Os jurisdicionados têm a expectativa de que casos
§ 3º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § com fundamentos similares terão a mesma solução, evitando incer-
2º caberá apenas agravo interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, tezas e insegurança na aplicação do Direito.
de 2016)
— Procedimento de Elaboração das Teses de Recursos Repet-
§ 4o A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do itivos
tribunal de justiça ou do tribunal regional federal não vinculará o O procedimento de elaboração das teses de recursos repetiti-
relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos vos geralmente ocorre nos tribunais superiores, como o Superior
representativos da controvérsia. Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF). Esse

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197
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

processo envolve a seleção de casos representativos, a análise da de Justiça.


controvérsia jurídica, a discussão pelos ministros e a fixação de uma (D) presidente do Senado Federal e vice-presidente da Repú-
tese que será aplicada a todos os processos em trâmite. blica.
(E) ministro do Supremo Tribunal Federal e ministro da Casa
— Relevância dos Casos Selecionados Civil.
A escolha dos casos paradigmáticos é crucial para a construção
das teses de recursos repetitivos. Esses casos devem ser represen- 3. (Telebras - Assistente Administrativo - CESPE/CEBRAS-
tativos, ou seja, possuir características fáticas e jurídicas que re- PE/2022) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item a se-
flitam a controvérsia existente. A partir desses casos, os tribunais guir, acerca de direitos e garantias fundamentais
superiores podem definir uma orientação jurídica que será seguida Os cargos de vice-presidente e de presidente da República são
em todos os processos semelhantes. privativos de brasileiros natos, mas o cargo de ministro do Supremo
— Participação das Partes Interessadas Tribunal Federal pode ser exercido por brasileiro naturalizado.
Durante o processo de elaboração das teses de recursos repet- ( ) CERTO
itivos, é importante garantir a participação das partes interessadas. ( ) ERRADO
Isso pode ocorrer por meio de sustentações orais, memoriais escri-
tos ou manifestações processuais. A contribuição das partes é rele- 4. (PC/PB - Delegado de Polícia Civil - CESPE/CEBRASPE/2022)
vante para uma decisão mais fundamentada e completa.
Suponha que João nasça no Brasil e seja filho de pai e mãe argenti-
nos que estejam em território brasileiro a serviço do Uruguai. Supo-
As teses de recursos repetitivos desempenham um papel de ex-
nha, ainda, que Sandro nasça na Itália e seja filho de pai brasileiro
trema importância na construção de uma jurisprudência uniforme e
que resida há algum tempo no exterior, por interesse pessoal de
na promoção da segurança jurídica. Elas evitam a multiplicidade de
decisões, proporcionando tratamento igualitário aos jurisdiciona- estudo. Suponha, também, que Jaqueline nasça na Espanha e seja
dos e consolidando a aplicação coerente do Direito. Por meio desse filha de mãe brasileira, a serviço da República Federativa do Brasil
mecanismo, é possível alcançar maior eficiência processual e uma naquele país. Nessa situação, no momento do nascimento, é(são)
justiça mais equitativa e previsível. brasileiro(s) nato(s)
(A) João, Sandro e Jaqueline.
(B) João e Jaqueline, somente.
QUESTÕES (C) Jaqueline, somente.
(D) Sandro e Jaqueline, somente.
(E) João, somente.
1. (SSP/AM - Técnico de Nível Superior – FGV/2022) João, nasci-
do no território do País Alfa enquanto seu pai ali atuava como Em- 5. (PC/RJ - Investigador Policial – FGV/2022) Maria, de naciona-
baixador da República Federativa do Brasil, jamais tinha ingressado lidade brasileira nata, e João, de nacionalidade alemã nata, mas que
no território brasileiro. No entanto, ao completar 20 (vinte) anos de estava residindo no território brasileiro, travaram intenso debate a
idade, foi acusado e condenado pela prática, no território do País respeito dos direitos de cada qual perante a Constituição da Repú-
Alfa, do crime de homicídio doloso. Para evitar ser preso, fugiu para blica de 1988.
o território brasileiro. Ao final, concluíram, corretamente, que:
Caso seja formulado, pelo País Alfa, o pedido de extradição de (A) somente Maria é cidadã, requisito para a fruição dos direi-
João, a República Federativa do Brasil deve, estando presentes os tos fundamentais.
demais requisitos exigidos (B) somente Maria possui direitos fundamentais e pode ter di-
(A) deferi-lo, pois João é nacional do País Alfa. reitos políticos.
(B) indeferi-lo, pois é vedada a extradição do brasileiro nato. (C) João tem direitos idênticos aos de Maria, desde que haja
(C) deferi-lo, em razão da gravidade do crime praticado, apesar reciprocidade na Alemanha.
de João ser brasileiro nato. (D) somente Maria pode ter direitos políticos, embora ela e
(D) deferi-lo, desde que o País Alfa assegure a reciprocidade em João possuam direitos fundamentais.
favor da República Federativa do Brasil. (E) Maria e João possuem direitos idênticos sob o prisma cons-
(E) indeferi-lo, pois a extradição somente seria cabível em se titucional, mas a lei pode restringir os direitos de João.
tratando de tráfico ilícito de entorpecentes.
6. (DPE/DF - Analista de Apoio à Assistência Judiciária – Direito -
2. (DPE/TO - Defensor Público - CESPE/CEBRASPE/2022) A CESPE/CEBRASPE/2022) Acerca dos elementos processuais associa-
Constituição Federal de 1988 dispõe que não deve haver distinção dos à ação de improbidade e aos remédios constitucionais, julgue
legal entre brasileiros natos e naturalizados, com exceção dos casos o item a seguir.
previstos no próprio texto constitucional. Conforme as disposições Qualquer pessoa, física ou jurídica, é parte legítima para propor
da Constituição Federal de 1988, são privativos de brasileiros natos ação popular que vise anular ato lesivo à moralidade administrati-
os cargos de va, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
(A) ministro do Superior Tribunal de Justiça e oficial das Forças ( ) CERTO
Armadas. ( ) ERRADO
(B) carreira diplomática e ministro da justiça.
(C) presidente da República e presidente do Superior Tribunal
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

7. (MPE/BA - Estagiário de Direito – FGV/2022) João, policial 10. (Prefeitura de Esteio/RS - Enfermeiro Assistencial – FUNDA-
militar, recebeu comunicação da corporação, pelo rádio, no sentido TEC/2022) Segundo o artigo 5º da Constituição Federal de 1988, são
de que deveria comparecer à casa de Antônio e ali cumprir uma direitos e garantias fundamentais do indivíduo, EXCETO:
diligência. (A) A solução pacífica dos conflitos
À luz da sistemática constitucional, João: (B) A igualdade em direitos e obrigações entre homens e mu-
(A) somente pode ingressar na casa de Antônio com o seu con- lheres.
sentimento, inexistindo exceção constitucional para a inviolabi- (C) A livre manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
lidade do domicílio. nimato.
(B) por ser policial, pode ingressar na casa de Antônio, ainda (D) O contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a
que sem o seu consentimento, desde que durante o dia, veda- ela inerentes, em processo judicial ou administrativo.
da qualquer atividade noturna. (E) A presunção de inocência até o trânsito em julgado de sen-
(C) pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu consentimen- tença penal condenatória.
to, entre outras situações, no caso de desastre ou, durante o
dia, por determinação judicial. 11. (SES/RS – Sociólogo – FAURGS/2022) Assinale a alternativa
(D) pode ingressar na casa de Antônio, ainda que sem o seu que cita direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição da
consentimento, durante o dia ou à noite, mediante determi- República.
nação judicial. (A) Trabalho, moradia, liberdade de expressão.
(E) somente pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu con- (B) Educação, saúde, alimentação.
sentimento, mediante determinação judicial e desde que du- (C) Lazer, segurança, sufrágio universal.
rante o dia. (D) Intimidade, alimentação, trabalho.
(E) Transporte, igualdade, educação.
8. (SES/RS - Terapeuta Ocupacional – FAURGS/2022) Assinale a
alternativa correta em relação ao disposto no artigo 5º da Consti- 12. (DPE/RO - Analista da Defensoria Pública - CESPE/CEBRAS-
tuição da República. PE/2022) Os direitos sociais são uma garantia constante da Consti-
(A) A prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- tuição Federal de 1988, entre os quais se encontra previsto o
critível, sujeito à pena de detenção, nos termos da lei. (A) direito à moradia.
(B) No caso de iminente perigo público, a autoridade compe- (B) direito das presidiárias de permanecer com seus filhos du-
tente poderá usar de propriedade particular, mediante prévia rante o período da amamentação.
indenização ao proprietário. (C) direito à propriedade.
(C) As associações só poderão ter suas atividades compulso- (D) direito à gratuidade do registro civil de nascimento e da cer-
riamente suspensas por decisão judicial transitada em julgado. tidão de óbito.
(D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden- (E) direito à assistência jurídica integral e gratuita.
do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du- 13. (Prefeitura de Varginha/MG - Procurador Municipal - OBJE-
rante o dia, por determinação judicial. TIVA/2022) De acordo com a Constituição Federal, sobre os direitos
(E) É livre a manifestação do pensamento, sendo garantido o sociais, analisar a sentença abaixo:
anonimato.
É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho (1ª parte). É vedada a dispensa do empregado
9. (Prefeitura de Laguna/SC - Procurador Municipal –
sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
UNESC/2022) De acordo com a Constituição Federal de 1988, anali-
ou representação sindical e, se eleito, mesmo que suplente, até
se as assertivas em relação aos direitos e garantias fundamentais e
um ano após o final do mandato, ainda que cometa falta grave nos
identifique as corretas.
termos das normas que afetam a categoria (2ª parte).
I.É livre a manifestação do pensamento, sendo facultativo o
A sentença está:
anonimato.
(A) Totalmente correta.
II.É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
(B) Correta somente em sua 1ª parte.
além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
(C) Correta somente em sua 2ª parte.
III.É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
(D) Totalmente incorreta.
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.
14. (Prefeitura de Varginha/MG - Procurador Municipal - OBJE-
É CORRETO o que se afirma em:
TIVA/2022) De acordo com a Constituição Federal, analisar a sen-
(A) I, II e III.
tença abaixo:
(B) III, apenas.
É vedada a criação de mais de uma organização sindical,
(C) II e III, apenas.
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
(D) II, apenas.
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
(E) I e III, apenas.
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município (1ª parte). Ao sindicato, cabe a
defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas (2ª parte).
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

A sentença está: (D) não adquiriu ainda estabilidade, que será obtida após três
(A) Totalmente correta. anos de efetivo exercício, ocasião em que só poderá perder o
(B) Correta somente em sua 1ª parte. cargo, em algumas hipóteses, como em virtude de sindicância
(C) Correta somente em sua 2ª parte. sumária disciplinar, em que lhe seja assegurada ampla defesa.
(D) Totalmente incorreta. (E) não adquiriu ainda estabilidade, que será obtida após três
anos de efetivo exercício, ocasião em que só poderá perder o
15. (Prefeitura de Porto Alegre/RS - Fonoaudiólogo – FUNDA- cargo, em algumas hipóteses, como mediante procedimento
TEC/2022) Após muitos meses desempregado, Moisés finalmente de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei com-
conseguiu um emprego. Não era ainda um emprego com uma re- plementar, assegurada ampla defesa.
muneração que abarcasse todas as necessidades da vida, mas já era
um alento. Ele ficou muito aliviado não só por ele, mas por Miguel, 17. Com base na Constituição Federal de 1988, julgue o item
seu sobrinho, que também era seu dependente desde o nascimen- que se segue, a respeito da organização dos poderes e da organi-
to. Miguel, agora com três anos, tinha que ficar com alguém duran- zação do Estado.
te o dia para que seu tio pudesse trabalhar. Moisés, para resolver Em regra, é vedada a incorporação de vantagens de caráter
essa situação, começou a pesquisar sobre seus direitos, a fim de temporário à remuneração do cargo efetivo, porém é permitida
encontrar algum auxílio legal. Tendo em vista a situação hipotética essa incorporação quando a vantagem for vinculada ao exercício de
narrada e utilizando como referência os direitos sociais previstos função de confiança ou de cargo em comissão.
constitucionalmente, qual das alternativas abaixo representa corre- ( ) CERTO
tamente os direitos envolvidos na narrativa? ( ) ERRADO
(A) Moisés tem direito à licença-paternidade tardia, instituto
inserido no rol de direitos sociais fundamentais recentemente, 18. (Prefeitura de Esteio/RS - Sepultador – FUNDATEC/2022) A
o que lhe dá direito a cinco dias de prorrogação até o ingresso partir do que dispõe o Art. 37 da Constituição Federal de 1988, assi-
no emprego. nale a alternativa INCORRETA.
(B) Miguel tem direito ao recebimento de auxílio assistencial (A) A administração pública direta e indireta de qualquer dos
no valor de um salário-mínimo e meio, recebido por Moisés Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
por ser seu representante, que poderá ser utilizado para a con- cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
tratação de cuidadores. moralidade, publicidade e eficiência.
(C) Moisés tem direito à assistência gratuita para Miguel, como (B) Os cargos, empregos e funções públicas podem ser ocupa-
seu dependente e por ter três anos de idade, em creches e pré- dos por estrangeiros e brasileiros, desde que preenchidos os
-escolas. requisitos legais.
(D) Pelo fato de Miguel ser sobrinho de Moisés, mesmo que (C) Não é obrigatória a reserva de percentual dos cargos e em-
seja seu dependente financeiro, Moisés não terá direito a auxí- pregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência.
lio assistencial estatal, pois este só poderá ser dado a responsá- (D) O prazo de validade do concurso público será de até dois
vel titular do poder familiar originalmente definido. anos, prorrogável uma vez, por igual período.
(E) O responsável legal por Miguel tem direito de exigir local (E) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associa-
especial no trabalho para levá-lo, tendo em vista este benefício ção sindical.
ser garantido para filhos e dependentes desde o nascimento
até 5 (cinco) anos de idade. 19. (Prefeitura de Presidente Prudente/SP - Procurador Munici-
pal – VUNESP/2022) Tendo em vista as disposições constitucionais
16. (SSP/AM - Técnico de Nível Superior – FGV/2022) Maria é sobre servidores públicos, assinale a alternativa correta.
servidora pública ocupante do cargo efetivo de Técnico de Nível Su- (A) O servidor abrangido por regime próprio de previdência
perior da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa e acaba de social será aposentado por incapacidade temporária para o
completar dois anos de efetivo exercício no cargo. De acordo com as trabalho, no cargo em que estiver investido, sendo obrigatória
disposições da Constituição da República sobre seu regime jurídico, a realização de avaliações periódicas para verificação da conti-
é correto afirmar que Maria nuidade das condições que ensejaram a concessão da aposen-
(A) adquiriu estabilidade, e só perderá o cargo em algumas hi- tadoria.
póteses, como mediante processo administrativo em que lhe (B) Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
seja assegurada ampla defesa. acumuláveis na forma da Constituição, é vedada a percepção
(B) adquiriu estabilidade, e só perderá o cargo em algumas hi- acumulada de uma aposentadoria à conta de regime próprio
póteses, como em virtude de sentença judicial transitada em de previdência social do servidor público com outra do Regime
julgado. Geral de Previdência Social.
(C) não adquiriu ainda estabilidade, que será obtida após três (C) Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res-
anos de efetivo exercício, ocasião em que só poderá perder o pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição dife-
cargo, em algumas hipóteses, como em virtude de sentença ju- renciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
dicial recorrível. previamente submetidos à avaliação biopsicossocial realizada
por equipe multiprofissional e interdisciplinar.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO

(D) Por meio de lei de competência da União, serão estabeleci-


dos idade e tempo de contribuição diferenciados para aposen- ANOTAÇÕES
tadoria de servidores de todos os entes federados cujas ativida-
des sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses ______________________________________________________
agentes.
(E) Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima re- ______________________________________________________
duzida em 5 (cinco) anos em relação às idades aplicáveis ao
______________________________________________________
regime próprio de previdência social, desde que comprovem
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educa- ______________________________________________________
ção infantil e no ensino fundamental, médio ou superior fixado
em lei. ______________________________________________________

20. (DPE/RO - Oficial de Diligência - CESPE/CEBRASPE/2022) ______________________________________________________


Nos termos da CF, a contratação por tempo determinado na admi-
nistração pública é ______________________________________________________
(A) inadmissível. ______________________________________________________
(B) admitida em épocas eleitorais, haja vista a proibição de no-
meação, contratação ou admissão do servidor público nos três ______________________________________________________
meses que antecedem o pleito até a posse dos eleitos.
(C) admitida para atender a necessidade temporária de excep- ______________________________________________________
cional interesse público.
(D) admitida em qualquer circunstância, uma vez que não há ______________________________________________________
vedação constitucional.
(E) admitida somente nos casos estabelecidos em lei comple- ______________________________________________________
mentar.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
2 D ______________________________________________________
3 ERRADO ______________________________________________________
4 B
______________________________________________________
5 D
6 ERRADO ______________________________________________________

7 C ______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 C
______________________________________________________
10 A
11 C _____________________________________________________
12 A _____________________________________________________
13 B
______________________________________________________
14 A
15 C ______________________________________________________

16 E ______________________________________________________
17 ERRADO ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 C
20 C ______________________________________________________

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NOÇÕES DE DIREITO

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Técnico da Defensoria Pública

3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neo-


CONHECIMENTOS EM ADMINISTRAÇÃO, CONCEITOS E clássica da Administração, dos conceitos iniciais, processos admi-
FUNÇÕES. nistrativos, como os tipos de organização, departamentalização e
administração por objetivos (APO).
4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro-
ADMINISTRAÇÃO GERAL crática e Teoria Estruturalista da Administração.
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de 5. Abordagem Comportamental: que é subdividida na Teoria
administração, podemos destacar que: Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO).
6. Abordagem Sistêmica: centrada no conceito cibernético
“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utili- para a Administração, Teoria Matemática e a Teria de Sistemas da
zação eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou Administração.
mais objetivos ou metas organizacionais.” 7. Abordagem Contingencial: que se desdobra na Teoria da
Contingência da Administração.
Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de
uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a capa-
cidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: re-
cursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os objetivos
da empresa.
O conceito de administração representa uma governabilidade,
gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades
sejam administradas com planejamento, organização, direção, e
controle.

O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de


outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem
como de seus membros.
Montana e Charnov Origem da Abordagem Clássica
1 — O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:
Principais abordagens da administração (clássica até contin- • Ciência que substituísse o empirismo;
gencial) • Planejamento de produção e redução do improviso.
É importante perceber que ao longo da história a Administra-
ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco 2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência
mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração das organizações:
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos. • Obtendo melhor rendimento em face da concorrência;
• Evitando o desperdício de mão de obra.
De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro-
fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete) Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Traba-
abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa- lho)
mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem, • Estudo dos tempos e movimentos;
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas. São elas: • Estudo da fadiga humana;
1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração • Divisão do trabalho e especialização;
científica e Teoria Clássica da Administração. • Desenho de cargo e tarefas;
2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente • Incentivos salariais e premiação de produção;
na Teoria das Relações Humanas. • Homo Economicus;
• Condições ambientais de trabalho;
• Padronização;
• Supervisão funcional.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as
de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preo- abordagens, chega a ser uma das mais importantes.
cupar com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia
única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamen- Abordagem Neoclássica
tos, apenas execução da mão de obra. No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais con-
— Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os traba- temporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figu-
lhadores obedecem de acordo com o plano. rino dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas
— Uma única maneira correta (the best way). teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a
— Mão de obra e não recursos humanos. ser inseridas, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocu-
— Segurança, não insegurança. As organizações davam a sen- pação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.
sação de estabilidade dominando o mercado.

Teoria Clássica
• Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos
componentes da empresa (departamentos);
• Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funciona-
mento);
• Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
• Do todo para as partes. • Fundamentos da Abordagem Neoclássica
— A Administração é um processo operacional composto por
funções, como: planejamento, organização, direção e controle.
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve di-
versas situações.
— Princípios universais.
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e
afetam a Administração.
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e inte-
ratividade com o meio.
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração.
— Reafirmando os postulados clássicos.
— Ênfase nos objetivos e resultados.
— Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos.
Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5
Teoria Burocrática
(cinco) funções – POC3:
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes cha-
— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e
mada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcan-
traçar programa de ação.
çaria a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e
deveriam ser feitas.
social.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A
— Comando: Dirigir e orientar pessoas.
Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da
— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços
Burocracia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos
coletivamente.
de disfunções.
Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo
com as regras estabelecidas e as ordens dadas.
• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
• Princípios da Teoria Clássica:
— Caráter formal das comunicações.
— Dividir o trabalho;
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Autoridade e responsabilidade;
— Impessoalidade nas relações.
— Disciplina;
— Hierarquia de autoridade.
— Unidade de comando;
— Rotinas e procedimentos padronizados.
— Unidade de direção;
— Competência técnica e meritocracia.
— Subordinação dos interesses individuais aos gerais;
— Especialização da administração.
— Remuneração do pessoal;
— Profissionalização dos participantes.
— Centralização;
— Completa previsibilidade de comportamento.
— Cadeia escalar;
— Ordem;
• Disfunções
— Equidade;
— Internalização das regras e apego aos procedimentos.
— Estabilidade do pessoal;
— Excesso de formalismo e de papelório.
— Iniciativa;
— Resistência às mudanças.
— Espírito de equipe.
— Despersonalização do relacionamento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Categorização como base do processo decisório. • Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:


— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos. — Homem social que participa simultaneamente de várias or-
— Exibição de sinais de autoridade. ganizações.
— Dificuldade no atendimento. — Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Ca-
pacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho,
Abordagem Estruturalista em detrimento das suas preferências; Permanente desejo de reali-
A partir da década de 40, tínhamos: zação.
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- • Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla:
soas. — Tanto a organização formal, quanto a informal importam;
— Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e
As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de simbólicas geram mudanças de comportamento;
uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o — Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em
administrador. uma organização;
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática — Todas as diferentes organizações têm seu papel na socieda-
e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também de;
se preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria — As análises intra organizacional e Inter organizacional são
de Relações Humanas. fundamentais.

No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da • Teoria Estruturalista – Conclusão:


Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críti- — Tentativa de conciliação dos conceitos clássicos e humanís-
cas da Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem ticos;
uma preposição de um novo método. — Visão crítica ao modelo burocrático;
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização. — Ampliação das abordagens de organização;
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- — Relações Inter organizacionais;
soas. — Todas as heranças representam um avanço rumo à Aborda-
A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e gem Sistêmica e uma evolução no entendimento para a Teoria da
uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que Administração.
a Teoria das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as ante-
riores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já
na Teoria Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é
maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os
indivíduos dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação
dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das indi-
vidualidades. É a ideia de equipe.

Abordagem Humanística
É um desdobramento da Teoria das Relações Humanas. A Abor-
dagem Humanística nasce no período de entendimento de que a
produtividade era o elemento principal, e seu modelo era “homem-
-máquina”, em que o trabalhador era visto basicamente como ope-
rador de máquinas, não havia a percepção com outro elemento que
não fosse a produtividade.

• Suas preocupações:
— Nas tarefas (abordagem científica) e nas estruturas (teoria
clássica) dão lugar para ênfase nas pessoas;
• Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações — Nasce com a Teoria das Relações Humanas (1930) e no de-
— Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, em- senvolvimento da Psicologia do Trabalho:
presa, família). * Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.
— Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno, pro- * Adaptação do trabalho ao trabalhador.
fessor, diretor, pai). — A necessidade de humanizar e democratizar a Administra-
ção libertando dos regimes rígidos e mecanicistas;
O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem — Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a
diferentes papéis. psicologia, e sua influência no campo industrial;
— Trazendo ideias de John Dewey e Kurt Lewin para o humanis-
mo na Administração e as conclusões da experiência em si.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Principais aspectos:
— Psicologia do trabalho, que hoje chamamos de Comportamento Organizacional, demonstrando uma percepção diferenciada do tra-
balhador, com viés de um homem mais social, com mais expectativas e desejos. Percebe-se então que o comportamento e a preocupação
com o ambiente de trabalho do indivíduo tornam-se parte responsável pela produtividade. Agregando a visão antagônica desse homem
econômico, trazendo o conceito de homem social.
— Experiência de Hawthorn desenvolvida por Elton Mayo, na qual a alteração de iluminação traz um resultado importante:

Essa experiência foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western
Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorn. Lá dois grupos foram selecionados e em um deles foi alterada a iluminação
no local de trabalho, observando assim, uma alteração no desempenho do comportamento e na produtividade do grupo em relação ao
outro. Não necessariamente ligada a alteração de iluminação, mas com a percepção dos indivíduos de estarem sendo vistos, começando
então a melhorarem seus padrões de trabalho. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que:
1. A capacidade social do trabalhador determina principalmente a sua capacidade de executar movimentos, ou seja, é ela que de-
termina seu nível de competência. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro de um tempo estabelecido.
2. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos, equipe de trabalho.
3. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento.
4. Grupos informais: alicerçada no conceito de homem social, ou seja, o trabalhador é um indivíduo dotado de vontade e desejos
de estruturas sociais mais complexas, e que esse indivíduo reconhece em outros indivíduos elementos afins aos seus e esses elementos
passam a influenciar na produtividade do indivíduo. Os níveis de produtividade são controlados pelas normas informais do grupo e não
pela organização formal.
5. A Organização Informal:
• Relação de coesão e antagonismo. Simpatia e antipatia;
• Status ou posição social;
• Colaboração espontânea;
• Possibilidade de oposição à organização formal;
• Padrões de relações e atitudes;
• Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais;
• A organização informal transcende a organização formal;
• Padrões de desempenho nos grupos informais.

Abordagem Comportamental
A partir do ano de 1950 a Abordagem Comportamental (behavorista) marca a influência das ciências do comportamento. Tem como
participantes: Kurt Lewin, Barnard, Homans e o livro de Herbert Simon que podem ser entendidos como desdobramento da Teoria das
Relações Humanas. Seus aspectos são:
— Homem é um animal social, dotado de necessidades;
— Homem pode aprender;
— Homem pode cooperar e/ou competir;
— Homem é dotado de sistema psíquico;

Tendo a Teoria das Relações Humanas uma visão ingênua do indivíduo, em que se pensava que a Organização é que fazia do homem
um indivíduo ruim, na Teoria Comportamental a visão é diferente, pois observa-se que o indivíduo voluntariamente é que escolhe partici-
par ou não das decisões e/ou ações da organização. Aparecendo o processo de empatia e simpatia, em que o indivíduo abre mão, ou não
da participação, podendo ser ou não protagonista.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Abandono das posições afirmativas e prescritivas (como deve ser) para uma lógica mais explicativa e descritiva;
— Mantem-se a ênfase nas pessoas, mas dentro de uma posição organizacional mais ampla
— Estudo sobre: Estilo de Administração – Processo decisório – Motivação – Liderança – Negociação

• Evolução do entendimento do indivíduo

Teoria Comportamental – Desdobramentos


• É possível a integração das necessidades individuais de auto expressão com os requisitos de uma organização;
• As organizações que apresentam alto grau de integração entre objetivos individuais e organizacionais são mais produtivas;
• Ao invés de reprimir o desenvolvimento e o potencial do indivíduo, as organizações podem contribuir para sua melhor aplicação.

• Comportamento Organizacional
É a área que estuda a previsão, explicação, modificação e entendimento do comportamento humano e os processos mentais dos indi-
víduos em relação ao seu trabalho dentro da organização. Tem grande relação com a Psicologia Organizacional e do trabalho, se tornando
uma fonte importante para a Administração e para a Gestão de Pessoas, pois passa-se a compreender melhor a relação entre o indivíduo,
o trabalho e as entidades organizacionais.
Baseia-se nas relações internas e externas, e que as forças psicológicas que atuam sobre o indivíduo nesse contexto, estão ligadas
também aos grupos e a própria organização.

• Objetos de estudo:
1. Impacto do emprego na vida humana (o quanto que esse elemento interfere na sua satisfação, felicidade, convivência com a famí-
lia);
2. Relação entre as pessoas e grupos dentro de um contexto de trabalho (contexto diferente da vida particular de casa, família, escola);
3. Percepções, crenças e atitudes do indivíduo com relação ao trabalho (como as pessoas enxergam a organização, o seu papel dentro
das relações que ela desenvolve e quanto essas questões se tornam significativas para vida do indivíduo);
4. Desempenho e produtividade (que fatores levam ao maior produtividade e desempenho, como pode-se influenciar nisso);
5. Saúde no trabalho (como as organizações afetam a saúde do indivíduo e como pode-se minimizar o impacto das suas atividades
nessa questão);
6. Ética nas relações de trabalho (o quanto as relações internas, de poder e de subordinação levam em consideração questões morais);
7. Diversidade da força de trabalho (questões de gênero, raça e credo);
8. Ações ou comportamentos do indivíduo dentro desse contexto (aprendizagem, cultura organizacional, poder, grupos e equipes,
liderança, motivação, comprometimento, bem como as causas e consequências dessas ações).

O comportamento organizacional é fundamental para os gestores e para a Gestão de Pessoas, propiciando todo o conjunto de ferra-
mentas para facilitar as decisões relacionadas a Gestão de Pessoas e Administração, bem como a vida diária dos gestores.

Abordagem Sistêmica
A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram a aparecer paralelamente, entre elas nasce a abordagem sistêmica. Ludwig
Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo interdisciplinar a fim de transcender problemas existentes em cada ciência e
proporcionar princípios gerais. Princípios esses que darão a visão de uma organização como organismo, ensinando quatro princípios im-
portantes que devem ser pensados dentro das organizações. Nasce a Teoria Geral dos Sistemas

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Visão Totalizante;
— Visão Expansionista;
— Visão Sistêmica;
— Visão Integrada;

• Características da abordagem sistêmica


— Expansionismo: Tem a ideia totalmente contrária ao Reducionismo, significa dizer que o desempenho de um sistema menor, de-
pende de como ele interage com o todo maior que o envolve e do qual faz parte.
— Pensamento Sintético: É o fenômeno visto como parte de um sistema maior e é explicado em termos do papel que desempenha
nesse sistema maior. Juntando as coisas e não as separando. Há uma coordenação com as demais variáveis, em que as trocas das partes
de um todo estão completamente ajustadas. Verificando-se assim, o comportamento de cada parte no todo.
— Teleologia: A lógica sistêmica procura entender a inter-relação entre as diversas variáveis de um campo de forças que atuam entre
si. O todo é diferente de cada uma das suas partes.

Exemplo: o indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela educação que recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura que
conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido às influências que sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Geral de
Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do meio em que vive, não está sozinho e isolado, tudo está fortemente conectado.
• Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, faz parte de um todo maior);
• Os sistemas são abertos (intercambio com o todo);
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pessoas, recursos, do meio onde está).

Teoria dos Sistemas

• Sistema Aberto
— Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente;
— É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condições;
— É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.

Abordagem Contingencial
A Abordagem Contingencial traz para nós a ideia de que não se alcança eficácia organizacional seguindo um modelo exclusivo, ou seja,
não há uma fórmula única e exclusiva ou melhor de se alcançar os objetivos organizacionais. Ela abraça todas as Teorias e dá razão para
cada uma delas.

• Características
— Não há regra absoluta;
— Tudo é relativo;
— Tudo dependerá (de Ambiente, Mapeamento ambiental, Seleção ambiental, Percepção ambiental, Consonância e Dissonância,
Desdobramentos do ambiente, Tecnologia);

• Abordagem Contingencial – Conclusão


— A variável tecnologia passa a assumir um importante papel na sociedade e nas organizações;
— O foco em novos modelos organizacionais mais flexíveis, ajustáveis e orgânicos como: estrutura matricial, em redes e equipes;
— O modelo de homem complexo= social + econômico + organizacional.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Teoria Geral da Administração

TEORIAS ÊNFASE ENFOQUES PRINCIPAIS


Administração Científica Nas tarefas Racionalizar o trabalho no nível operacional
Taylor (1856-1915) - Gantt (1861-1919) - ORT
Gilbreth (1868-1924) - Ford (1863-1947) Padronização
Clássica e Neoclássica Na estrutura Organização formal
Fayol (1841-1925) – Mooney (1884-1957) Princípios Gerais da Administração
Urwick (1891-1979) – Gulik (1892-1993) e outros Funções de Administrador
Burocrática e Organização Formal Burocrática
Max Weber (1864-1920) Racionalidade organizacional
Chamada Teoria Weberiana.
Abordagem múltipla:
Estruturalista Organização Formal e Informal
Análise Intra e Inter organizacional
Relações Humanas - Humanística Nas pessoas Organização Informal
Experiência de Hawthorn (1927) Motivação, Liderança, Comunicação e Dinâ-
Desenvolvida por Elton Mayo mica em grupo
John Dewey e Kurt Lewin
Comportamento Organizacional Estilos de Administração
Abordagem Comportamental Teoria das decisões
Kurt Lewin, Barnard, Homans e Herbert Simon Integração dos objetivos organizacionais e
A partir de 1950 individuais

Desenvolvimento Organizacional Mudança organizacional planejada


Abordagem de sistema aberto
Sistêmica No ambiente Análise ambiental
Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão (1950) Abordagem de sistema
Contingência No ambiente Administração da tecnologia
(tecnologia) (Imperativo tecnológico)

FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS. GRÁFICOS, PLANILHAS, MANUAIS, QUADROS, LEIAUTE, DEMONSTRATIVOS, MAPAS AD-
MINISTRATIVOS, ORGANOGRAMA, FLUXOGRAMA E TABELAS.

A administração é uma disciplina que envolve a coordenação de recursos – humanos, financeiros, materiais e informacionais – para
alcançar objetivos organizacionais. No cerne deste processo, estão as ferramentas administrativas, que atuam como mecanismos de apoio
à tomada de decisões, planejamento, controle e organização.
No ambiente corporativo dinâmico e competitivo de hoje, essas ferramentas são essenciais para lidar com a crescente complexidade
e a necessidade de rapidez nas decisões. Elas possibilitam o gerenciamento efetivo das atividades, fornecendo uma visão clara das opera-
ções e desempenho da empresa, além de simplificar a compreensão de grandes volumes de dados.
Neste módulo, discutiremos algumas das principais ferramentas administrativas, que incluem gráficos, planilhas, manuais, quadros,
leiaute, demonstrativos, mapas administrativos, organograma, fluxograma e tabelas. Vamos explorar o que são, como funcionam e como
podem ser utilizadas para melhorar as operações e a eficácia da gestão nas organizações.

1. Gráficos: Gráficos são uma forma visual de apresentar dados e informações. Eles podem ser de vários tipos, como gráficos de bar-
ras, linhas, pizzas, entre outros. São úteis para facilitar a compreensão de grandes volumes de dados e as relações entre diferentes partes
desses dados.

2. Planilhas: As planilhas são ferramentas utilizadas para organizar, analisar e armazenar dados em formato de tabelas. A ferramenta
mais comum para isso é o Excel, mas existem outras como o Google Sheets. Elas permitem a análise de dados através de cálculos mate-
máticos, estatísticos, entre outros.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3. Manuais: Os manuais administrativos são documentos que Manuais de rotinas: Nos manuais de rotina são determinados
contêm informações detalhadas sobre procedimentos, políticas e as normas e os procedimentos para execução de um trabalho, po-
instruções para a realização de diversas tarefas numa organização. dem ser elaborados por departamentos e /ou setores específicos.
Eles são úteis para garantir a uniformidade e eficiência nas opera- Sua leitura é obrigatória, para que se possa manter a padronização
ções. dos conceitos na empresa;

4. Quadros: Quadros são utilizados para representar visual- Organograma: O organograma é uma técnica que permite co-
mente informações e dados, como horários, tarefas, responsabili- nhecer a estrutura funcional da empresa, ou seja, o organograma e
dades, entre outros. Eles são úteis para uma rápida visualização e a representação gráfica do setor e /ou departamento da empresa,
compreensão de informações. com esta técnica e possível visualizar a relação de mando e subor-
dinação. Os setores e/ou departamento são representados pela
5. Leiaute: O leiaute se refere à organização física do espaço de figura geométrica de um retângulo, as linhas continuas interligam
trabalho. Um bom leiaute facilita a comunicação, a produtividade e as figuras de acordo com autoridade e as linhas pontilhadas identifi-
a eficiência no trabalho. cam os órgãos de assessoria. Objetivo do organograma além de per-
mitir a visualização da estrutura funcional da empresa, é também
6. Demonstrativos: Demonstrativos são relatórios que apre- facilitar a delegação de responsabilidade e melhorar o processo de
sentam informações financeiras de uma empresa, como o balanço comunicação.
patrimonial, a demonstração de resultados, o fluxo de caixa, entre
outros. Eles são essenciais para a tomada de decisões estratégicas.
ROTINAS ADMINISTRATIVAS. PROCESSOS ADMINISTRA-
7. Mapas administrativos: São representações visuais que aju- TIVOS. GESTÃO DE PROCESSOS, CONCEITOS FUNDAMEN-
dam a entender a estrutura organizacional, processos de trabalho, TAIS.
ou o fluxo de informações dentro de uma organização.
Funções de administração
8. Organograma: O organograma é uma representação gráfica
da estrutura hierárquica de uma organização. Ele mostra como as • Planejamento, organização, direção e controle
funções, poderes e responsabilidades são distribuídas e como as
diferentes unidades organizacionais estão relacionadas entre si. • PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE

9. Fluxograma: O fluxograma é um tipo de diagrama que re-


presenta o fluxo de processos em uma organização. Ele mostra a
sequência de etapas envolvidas em um processo, desde o início até
o fim, facilitando a compreensão e a análise dos processos.

10. Tabelas: Tabelas são formas de apresentar dados em linhas


e colunas. Elas são úteis para comparar itens, organizar informações
e analisar dados.
Essas são as principais ferramentas administrativas utilizadas
nas organizações para melhorar a eficiência, a comunicação, a or-
ganização e a tomada de decisões. Elas ajudam os administradores — Planejamento
a visualizar informações complexas de uma forma mais simples e Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura
compreensível. desejada. A organização estabelece num primeiro momento, atra-
vés de um processo de definição de situação atual, de oportunida-
des, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de
TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS, TÉCNICAS ORGANIZATIVAS. planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um pro-
cesso, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano.
• Ele é o passo inicial;
Técnicas administrativas são processos que auxiliam o funcio- • É uma maneira de ampliar as chances de sucesso;
namento diário de uma empresa, por meio delas é possível criar • Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la;
uma padronização das ações, facilitando a comunicação e organiza- • Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro;
ção da empresa. Exemplos: • Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como
as ações presentes podem desenhar o futuro;
Regulamento interno: O regulamento é uma técnica que per- • Organização ser PROATIVA e não REATIVA;
mite definir as diretrizes na empresa. Pelo regulamento é possível • Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas compe-
conhecer a política da empresa e seu objeto, normalmente e ela- tências;
borado por lideres de departamento ou pela administração geral; • O processo de Planejamento é muito mais importante do que
seu produto final (assertiva);

Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de es-


tabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado


fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO;
• Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim;
• Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar.

• Passos do Planejamento
— Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar.
— Determinar a situação atual: Situar a Organização.
— Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar even-
tos.
— Analisar e escolher entre as alternativas.
— Implementar o plano e avaliar o resultado.

• Vantagens do Planejamento
— Dar um “norte” – direcionamento;
— Ajudar a focar esforços;
— Definir parâmetro de controle;
— Ajuda na motivação;
— Auxilia no autoconhecimento da organização.

— Processo de planejamento • Negócio, Missão, Visão e Valores


Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial
• Planejamento estratégico ou institucional estratégico: A definição da identidade a organização.
Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa — Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de
chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no — Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Missão
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla- contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização alcança
nejamento Operacional. a sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do presente.
— Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estratégi- — Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande
cas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo. plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no
destino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
Fases do Planejamento Estratégico: — Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes bá-
— Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio- sicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a
nais; escolha das estratégias da organização.
— Diagnóstico estratégico (análise interna e externa);
— Formulação da estratégia; • Análise SWOT
— Implantação; Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.
— Controle. Ou FFOA
Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.
• Planejamento tático ou intermediário
Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a orga-
operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência nização deve ter.
departamental, focada em médio prazo. É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruza-
— Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico; mento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
— Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar- externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em
tamento; relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as
— Médio prazo. forças e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a orga-
nização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas:
• Planejamento operacional ou chão de fábrica Posição de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou De-
Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma senvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização
única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento terá uma estratégia definida.
mais diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos. Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organi-
Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico. zação e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
— Observa o Planejamento Estratégico e Tático; influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influen-
— Determina ações específicas necessárias para cada atividade ciam negativamente.
ou tarefa importante; Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da orga-
— Seus objetivos são bem detalhados e específicos. nização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Ele-
mentos que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que
influenciam negativamente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Matriz GUT
Gravidade + Urgência + Tendência
Gravidade: Pode afetar os resultados da Organização.
Urgência: Quando ocorrerá o problema.
Tendência: Irá se agravar com o passar do tempo.
Determinar essas 3 métricas plicando uma nota de 1-5, sendo 5 mais crítico, impactante e 1 menos crítico e com menos impacto.
Somando essas notas. Levando em consideração o problema que obtiver maior total.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 1 3 3 7
Y 3 2 1 6

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?
Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização Otimizar Coordenação Agosto 2021 João Silva Contratação 2.500,00
de Rotinas tempo de Assessoria
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Sistema de Impedir Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de 4.000,00
Segurança entrada de Santos equipamentos e
Portaria pessoas não instalação
Central autorizadas

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinônimo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensivas
com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas e com
isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se estrategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, capa-
cidade e características da Organização. No entanto, Porter desenha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão diretamente no
âmbito da criação da vantagem competitiva.
As 3 Estratégias genéricas de Porter são:
1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a percepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo:
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com este alto valor agregado.
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai custar
na etiqueta.
3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente.

• As 5 forças Estratégicas
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma análise em relação a determinado mercado, levando em consideração 5
elementos, que vão descrever como aquele mercado funciona.
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que intensidade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força tenciona
as demais forças.
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tecnologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado ofe-
rece.
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organizações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito.
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de
negociar preços e condições.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos clientes, poder de negociar preços e condições.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Redes e alianças — Organização


Formações que as demais organizações fazem para que tenham
uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A forma- • Estrutura organizacional
ção de redes e alianças estratégicas de modo a poder compartilhar A estrutura organizacional na administração é classificada
recursos e competências, além de reduzir seus custos. como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades,
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organi- sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma
zação diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de organização ou empresa.
custos. Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol-
capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar in- vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer
dividualmente. alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estrutura
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta para
prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de forne- qualquer transformação.
cimento de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
conjunto – Funções e aquisições. e estrutura formal, a estrutura informal é instável e mais flexível
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com e não está sujeita a um controle tão rígido, enquanto a estrutura
seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais formal é estável e está sujeita a controle.
concorrentes em um mercado = barreira de entrada.
• Tipos de departamentalização
• Administração por objetivos É uma forma de sistematização da estrutura organizacional,
A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Duc- visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
ker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra- Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
vés dos objetivos. nham esse ponto em comum.
Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio- Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos
nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis
que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje- de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre de-
tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento partamentalização tratamos da especialização horizontal, que tem
dos mesmos. relação com a divisão e variedade de tarefas.
Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla-
nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul- • Departamentalização funcional ou por funções: É a forma
tados. mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan-
do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções
• Balanced scorecard e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru-
Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como
intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre- financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando a
parte do Balanced scorecard. cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais indi-
Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me- cada para ambientes estáveis.
recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma organi- Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa-
zação para a outra. mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um
Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus pró-
financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato- prios objetivos e problemas.
res que levarão a organização a ter sucesso no futuro.
• Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização
• Processo decisório ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organiza-
É o processo de escolha do caminho mais adequado à organiza- ção possui. Justificando-se assim, quando há necessidades hete-
ção em determinada circunstância. rogêneas entre os diversos públicos da organização. Por exemplo
Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e (loja de roupas): departamento masculino, departamento feminino,
atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi- departamento infantil.
lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman-
constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões. das específicas de cada nicho de clientes.
Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces- Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos
sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or- globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de
decisões certas. poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento
diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de
cliente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga- • Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade;
nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo • Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ- • Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os
tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga- gerentes de projeto e funcional.
nizacional. É muito utilizada em linhas de produção.
Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização
equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita um matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo
melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, aumentan- de estrutura organizacional.
do a eficiência e ganhos em produtividade.
Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
• Departamentalização por produtos: A organização se estru- mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra-
tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços. tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os
Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va- empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si, e dificuldade de coordenação.
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da
produção ou na prestação de cada serviço. • Organização formal e informal
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en- Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi- mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um
litando maior inovação na produção. relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad-
Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da or- ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
ganização, dificultando a coordenação entre eles. O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mun- são delegadas para fazer o trabalho.
do, alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
da região. lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu- do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen- membros é apenas por meio de canais planejados.
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que
cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a Tipos de estruturas de organização formal:
cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional, — Organização de Linha
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de — Organização de linha e equipe
cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará — Organização funcional
estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es- — Organização de Gerenciamento de Projetos
tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel- — Organização Matricial
mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial
geográfica com os objetivos gerais da empresa. Organização informal refere-se a uma estrutura social interliga-
da que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É pos-
• Departamentalização por projetos: Os departamentos são sível formar organizações informais dentro das organizações. Além
criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. disso, esta organização consiste em compreensão mútua, ajuda e
Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das amizade entre os membros devido ao relacionamento interpessoal
construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande que constroem entre si. Normas sociais, conexões e interações go-
autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de vernam o relacionamento entre os membros, ao contrário da orga-
cada projeto. nização formal.
Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e Embora os membros de uma organização informal tenham res-
proporciona melhores resultados. ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso,
(sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua as decisões são tomadas por todos os membros de forma coleti-
continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão va. A unidade é a melhor característica de uma organização infor-
alocados se findar. mal, pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem
regras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais;
• Departamentalização matricial regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças.
Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu- Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados.
ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma Existem muitas organizações informais dentro de organizações for-
outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos. mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos.
Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res-
ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal.
Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Cultura organizacional — Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via
A cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos, informal.
comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in- — Situação: em determinadas situações a liderança pode apa-
ternas e externas da organização. recer.

— Direção Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por


Direção essencialmente como uma função humana, apêndice algum aspecto) – Liderança – Poder.
de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para que A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde
os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela or- essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
ganização. Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém
Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida- fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
de de sobrevivência (gatilhos da motivação) este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar
para homens.
• Motivação — Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car-
“Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo- go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes
tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do
do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des- cargo que o indivíduo ocupe.
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo — Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém
acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con-
parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa. duzir ações.
A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do — Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio. baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
pre uma resposta interna aos estímulos. liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
do cargo que ocupe.

Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o que


consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes for-
mais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

• Comunicação
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne-
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni-
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente
gera melhores resultados.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o
êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta-
rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul-
Liderança tando a organização de atingir seus objetivos.
Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto Através da comunicação a organização, bem como sua lideran-
ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança ça, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma mais
– influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não efetiva.
fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder para A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví-
influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo em duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e
uma dada situação. resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a
— Liderança precisa de pessoas. organização competitiva no mercado.
— Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude
de comportamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Descentralização e delegação — Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação,


Centralização ocorre quando uma organização decide que a andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir,
maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car- como medir e quando medir.
gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário — Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em
acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está comparação com o objetivo previamente estabelecido.
dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores. — Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga-
Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res- nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar
ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár- nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões.
quicos inferiores.

— Controle ARQUIVO, CONCEITO, FINALIDADE E FUNÇÃO DO ARQUI-


Segundo Djalma de Oliveira: VO. CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE ARQUIVAMENTO. CLASSI-
“Controle é uma função do processo administrativo que, me- FICAÇÃO DOS DOCUMENTOS. ARQUIVO FOTOGRÁFICO.
diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro- ARQUIVO DE CATÁLOGO IMPRESSO. ARQUIVOS CORREN-
cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a TES E ARQUIVOS INTERMEDIÁRIOS.
finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que
possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun- A arquivística é uma ciência que estuda as funções do ar-
ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados quivo, e também os princípios e técnicas a serem observados
satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ” durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por
Segundo Robbins e Coulter: objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser regis-
“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar tradas em documentos de arquivos.
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir
quaisquer desvios significativos. ” A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arqui-
Segundo Maximiano: vos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos
“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confirmar dá sobre arquivo:
ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua reali- “Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos
zação. ” de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, ins-
tituições de caráter público e entidades privadas, em decorrên-
No processo administrativo o controle aparece como a etapa cia do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa
final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces- física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza
so, é contínua. dos documentos.”

• Objetivo: Á título de conhecimento segue algumas outras definições


— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios. de arquivo.
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos “Designação genérica de um conjunto de documentos pro-
resultados esperados. duzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais ade- privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumula-
quada. ção e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para
— Proporcionar informações gerenciais periódicas. fins de prova ou informação”, CONARQ.
— Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback). “É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e re-
cebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de
• Características suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucesso-
- Monitorar e avaliar ações. res para efeitos futuros”,
- Verificar desvios (positivos e negativos)
- Promover mudanças (correção e aprimoramento) Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite, 1986).

• Tipos, vantagens e desvantagens. “É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria


— Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir, textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua
evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam. atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos,
— Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Ma-
das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens rilena Leite, 1986).
de erro de produção. Avaliação, monitoramento.
— Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do De acordo com uma das acepções existentes para arquivos,
processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após. esse também pode designar local físico designado para conser-
var o acervo.
• Sistema de medição de desempenho organizacional A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de
Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de outras ciências documentais existentes.
medição de desempenho, onde pode-se: Vejamos:
— Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e desem-
penho esperado.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza como
um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utilização e
conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade da ins-
tituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades ou das
suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.
Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi-
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de
conceitos distintos.
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Arquivos Públicos afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente


Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capí- sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro-
tulo II: batório.
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produ- Documento arquivístico: Informação registrada, independente
zidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos pú- da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da ativi-
blicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, dade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, contexto
em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judi- e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.
ciárias”. Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo de considerável importância para as organizações atuais, sejam
diz: essas privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos pro- Tecnologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que
duzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entida- auxilia na gestão e no processo decisório.
des privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercí- A gestão de documentos representa umconjunto de procedi-
cio de suas atividades. mentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramita-
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de ca- ção, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e interme-
ráter público implica o recolhimento de sua documentação à insti- diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda
tuição arquivística pública ou a sua transferência à instituição su- permanente.
cessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos Através da Gestão Documental é possível definir qual a politica
públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – me- arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio ar-
diante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos quivistico. Outro aspecto importante da gestão documental é definir
públicos, independentemente da esfera de governo. os responsáveis pelo processo arquivistico.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implantação
Arquivos Privados do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, pre-
De acordo com a mesma Lei citada acima: servação, conservação de arquivo, entre outras atividades.
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documen- Por assegurar que a informação produzida terá gestão ade-
tos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em de- quada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser
corrência de suas atividades.” rastreada, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acre-
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, ditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas
a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa organizações são de extrema importância ser adquirido.
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pes- Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a
soa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a admi- racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle
nistração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, deste a produção até arquivamento final dessas informações.
são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e do- A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso
tadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público. adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento
Eletrônico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no
Exemplos: processo de atualização da documentação, interrupção no processo
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de perda
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc. do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que
• Comercial: companhias, empresas, etc. permitam acesso à informação pela internet e intranet.
A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública
formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos,
Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente
documentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informa-
etc. ção e preservação dos documentos.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da ges- Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e ex-
tão documental, conservação, preservação e disseminação da infor- pedição de documentos.
mação contida nos documentos, assim como pela preservação do Esse processo acima descrito de gestão de informação e do-
patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institução cumentos segue um tramite para que possa ser aplicado de forma
e, em última instância, da sociedade como um todo. eficaz, é o que chamamos de protocolo.
Também é função do arquivista recuperar informações ou ela- O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções
borar instrumentos de pesquisas arquivisticas.1 pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, distri-
buição e movimentação dos documentos em curso.
GESTÃO DE DOCUMENTOS A finalidade principal do protocolo é permitir que as informa-
Um documento (do latim documentum, derivado de docere ções e documentos sejam administradas e coordenadas de forma
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma forma que mesmo havendo um aumento de produção de documen-
tos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.

1Adaptado de George Melo Rodrigues


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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são registrados assim que
chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas de-
correntes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:

Recebimento:
Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos são abertos e analisados, anexando mais informações e assim encami-
nhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para seus destinatários.

Registro:
Todos os documentos recebidos devem ser registrados eletronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto dentre
outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em ordem de chegada.
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
pode-se ate dar um código a ele.

Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.

Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na empre-
sa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga localizar
o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo, ajudará
aagilizar a sua localização.

Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspon-
dência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.

Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou

Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um
plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples
forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando a
estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se enten-
der conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua
recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a
esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que
o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados,
constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos docu- De acordo com a espécie


mentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desem- - ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi-
penhadas pelo órgão. nistrativas;
A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes - JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais;
características: - CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação jurí-
dica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas para
De acordo com a entidade criadora evitar a esfera judicial.
- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal
ou estadual ou municipal. De acordo com o grau de sigilo
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à - RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-
instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, so- -autorizada possa comprometer planos, operações ou objetivos
ciedades e associações. neles previstos;
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e compa- - SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, instala-
nhias. ções, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a assuntos
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos fami- diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas ou
liares ou pessoas individualmente. instalações estratégicos, cujo conhecimento não autorizado possa
. acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado;
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo - ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobe-
de vida de um arquivo) rania e à integridade territorial nacional, a plano ou operações
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a docu- militares, às relações internacionais do País, a projetos de pes-
mentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser man- quisa e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da
tido em local de fácil acesso para facilitar a consulta. defesa nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui não autorizado possa acarretar dano excepcionalmente grave à
documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de segurança da sociedade e do Estado.
ser usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados
pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situ- Arquivamento e ordenação de documentos
ação idêntica àquela que os gerou. O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se en- visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no
contram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo arquivo.
uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades com-
somente por causa de seu valor histórico, informativo para compro- petentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu destino
var algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça para arquivamento, após receber despacho final.
como os fatos evoluíram. O arquivamento é a guarda dos documentos no local esta-
belecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a
De acordo com a extensão da atenção atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente
Os arquivos se dividem em: poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente.
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacio- O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o
nais, cumprindo as funções de um arquivo corrente. prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os docu-
mentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a As operações para arquivamento são:
estrutura de uma instituição. 1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;
2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir
De acordo com a natureza de seus documentos um código conforme o assunto;
- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas for- 3. Ordenar os documentos na ordem sequencial;
mas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas 4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de
(fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam do
tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;
peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, contro- 5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar
le e conservação. uma pasta para cada código, evitando a classificação “diversos”;
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo 6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de
técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determi- acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética, geográ-
nado assunto ou setor/departamento específico. fica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não
De acordo com a natureza do assunto exista o original manter uma única cópia;
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudicam 7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em cai-
a administração; xa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu conteúdo
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.
com divulgação restrita. 8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os
documentos/processos estão armazenados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizon- Para que a localização e o armazenamento dos documentos
tal e a vertical. se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com a
- Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a letra
sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indicado para procurada.
arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões, Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores
pois evitam marcas e dobras nos mesmos. como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a localização
- Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é somen-
atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos te uma variação do método alfabético. É possível, ainda, combinar
correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos esse método ao de arquivamento por assunto, usando a ordem al-
documentos. fabética para subdividir a organização.

Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo, 3. Método numérico


devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas. O método numérico é outra opção de arquivamento e uma óti-
Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibi- ma escolha para empresas que lidam com um grande volume de
lidade ou não de recuperação da informação sem o uso de instru- documentos. Ele consiste em determinar um número sequencial
mentos. para cada documento, permitindo sua consulta de acordo com um
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma índice numérico previamente determinado.
ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para lo- Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado
calizar um documento em um arquivo. quando os documentos são ordenados por números. É possível es-
Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema colher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, crono-
direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos lógico ou dígito-terminal.
alfabético e geográfico.
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indi- - Método numérico simples
reto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos. Esse método é usado quando o modo de organizar é feito pelo
número da pasta ou do documento em que ele foi arquivado. É mui-
A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classifi- to utilizado na organização de prontuários médicos, filmes, proces-
cados dentre de um mesmo assunto. sos e pastas de funcionários.
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e
categorizada previamente para posterior arquivamento. - Método numérico cronológico
Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos Um método usado para fazer a organização dos documentos
documentos, podendo ser:2 por data. É extremamente utilizado para organizar documentos fi-
nanceiros, fotos e outros arquivos em que a data é o elemento es-
1. Arquivamento por assunto sencial para buscar a informação.
Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de documentos
é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome já adianta, - Método numérico dígito-terminal
essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos documentos A partir do momento em que se faz uso de números maiores,
de acordo com o assunto tratado neles. com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso ocorre
Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos cor- porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse
relatos e permite encontrar informações completas sobre deter- caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-terminal.
minada matéria de forma simples e direta, sendo especialmente Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois últi-
interessante para empresas que lidam com um grande volume de mos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada a par-
documentos de um mesmo tema. tir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquivamento
mais ágil e eficiente.
2. Método alfabético
Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de docu- 4. Método eletrônico
mentos é o método alfabético, que consiste em organizar os docu- O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de
mentos arquivados de acordo com a ordem alfabética desses, per- forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não
mitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente. só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o mé-
Como a própria denominação já indica, nesse esquema o ele- todo que mais se encaixa na organização e nas necessidades da em-
mento principal considerado é o nome. Estamos falando sobre um presa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.
método muito usado nas empresas por apresentar a vantagem de 5. Método geográfico
ser rápido e simples. Esse método é aquele usado quando os documentos apresen-
No entanto, quando se armazena um número muito grande de tam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa
informações, é comum que existam alguns erros. Isso acontece de- escolhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
vido à grande variedade de grafia dos nomes e também ao cansaço No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas nor-
visual do funcionário. mas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja
utilizado de forma adequada. Confira!

2Adaptado de www.agu.gov.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Norma do método geográfico 1


Quando os documentos são organizados por país ou por estado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa forma, fica mais
fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem alfabética. Nesse caso,
as capitais precisam aparecer no início da lista, uma vez que elas são, normalmente, as mais procuradas, tendo uma quantidade maior de
documentos.

- Norma do método geográfico 2


Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe separação por estado, não há a exigência de que as capitais fiquem no
início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao final de cada cidade, o estado a que ela corresponde precisa aparecer na
identificação.

6. Método temático
Esse é um método que propõe a organização dos documentos por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e temas
básicos, que podem admitir diversas composições.

7. Índice onomástico (opcional)


Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser utilizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir. Deve ser or-
ganizado da mesma maneira que o índice remissivo.

Tabela de temporalidade
Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descar-
te de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores (primário/administrati-
vo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na ins-
tituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição
no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda
permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:


1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com
as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para
agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária,
visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até
quitação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela.
Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos,
segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.


Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos,
de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na
tabela de temporalidade e destinação.

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.

Armazenamento

Áreas de armazenamento
Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-
-se, por exemplo:
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.

Áreas Internas
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de
armazenamento de documentos devem ser totalmente independentes das demais.

Condições Ambientais
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos de-
pósitos, as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades específicas de preservação
para cada tipo de suporte.

A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por
flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações lumino-
sas, especialmente dos raios ultravioleta.
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa entre
45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de inves-
timento em equipamentos, manutenção e energia.
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a
ocorrência de infestações de insetos e o desenvolvimento de microorganismos, que aumentam as proporções dos danos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Com base nessas constatações, recomenda-se: As embalagens protegem os documentos contra a poeira e
- armazenar todos os documentos em condições ambientais danos acidentais, minimizam as variações externas de tempera-
que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabele- tura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e
cido, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas fogo em casos de desastre.
a cada suporte documental; As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilha-
do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia pre- das. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e
viamente definida; limpeza, de forma a proteger os documentos.
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcio- As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar
nadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa formatos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos docu-
estabilizados na média, evitando variações súbitas; mentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quan- preenchidos para proteger o documento.
do os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos Todos os materiais usados para o armazenamento de docu-
em funcionamento sem interrupção; mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis
- proteger os documentos e suas embalagens da incidência ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações
direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas; que afetem a preservação dos documentos.
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das ra- Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e
diações ultravioleta; invólucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas de preservação dos documentos.
fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino,
luminárias; recomenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino,
- promover regularmente a limpeza e o controle de insetos para evitar o contato direto de documentos com materiais ins-
rasteiros nas áreas de armazenamento; táveis.3
- manter um programa integrado de higienização do acervo
e de prevenção de insetos; Identificação Arquivística e Tipologia Documental
- monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira Carmona Mendo (2004, p.41), referindo-se ao conceito de
e poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, identificação definido na Espanha nas Actas de las Primeras Jorna-
utilizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento das sobre Identificación de Fondos Documentales en las Adminis-
e a abertura controlada de janelas; traciones Públicas, realizadas em Madrid, em 1991, explica que a
- armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magné- identificação compreende:
ticos e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa tem- [...] o processo de investigação e sistematização de categorias
peratura e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos administrativas e arquivísticas nas quais se sustenta a estrutura de
mecânicos bem dimensionados, sobretudo para a manutenção um fundo, sendo um dos seus objetivos principais assegurar através
da estabilidade dessas condições, a saber: fotografias em preto dos seu resultados a avaliação das séries documentais. (CARMONA
e branco T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± MENDO, 2004, p.41).
1ºC e UR 35% ± 5% filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e
UR 40% ± 5%. Merece referencia os estudos de Martín-Palomino y Benito e
La Torre Merino, autores que definem a identificação como “[...]
Acondicionamento fase do tratamento arquivístico que consiste na investigação e sis-
Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e tematização de categorias administrativas e arquivísticas em que se
invólucros apropriados, que assegurem sua preservação. sustenta a estrutura de um fundo” (LA TORRE MERINO; MARTÍN-
A escolha deverá ser feita observando-se as características -PALOMINO y BENITO 2000, p.14 tradução nossa).
físicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição Essa definição foi desenvolvida no âmbito dos estudos de Ma-
do mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre quali- ría Luisa Conde Villaverde, que toma por referencia os trabalhos do
dade e resistência e sobre segurança no trabalho. Grupo de Archivistas Municipales de Madrid, marcando o pionei-
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, pro- rismo da Espanha na difusão da teoria e da metodologia a respeito
move a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os dos processos de identificação como fase independente no âmbito
documentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armá- das metodologias arquivísticas, diferenciando-a da classificação e
rios ou prateleiras, apropriados a cada suporte e formato. da avaliação, afirmando que a identificação antecede à essas fun-
Os documentos de valor permanente que apresentam gran- ções e todas antecedem à descrição.
des formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser ar- Quando nos referimos à identificação para o tratamento dos
mazenados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas fundos acumulados em arquivos, estamos falando do conhecimen-
medidas, ou enrolados sobre tubos confeccionados em cartão to dos elementos que constituem as séries documentais. Pedro Ló-
alcalino e acondicionados em armários ou gavetas. Nenhum do- pez Gómez (1998, p.39), aponta que é importante que essas tarefas
cumento deve ser armazenado diretamente sobre o chão. se apoiem no princípio básico da arquivística, isto é, no “princípio
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de com- da proveniência” que deve ser a diretriz fundamental para o tra-
putador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos tamento dos fundos de arquivo. Além disso, Pedro López Gómez
que possam causar a distorção ou a perda de dados. O armaze- ressalta que:
namento será preferencialmente em mobiliário de aço tratado 3Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.ebox-
com pintura sintética, de efeito antiestático. digital.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Este método deve ser combinado com a análise documental, A autora ressalta que também é necessária a investigação de
que mediante o processo analítico dos documentos, nos permite, seu elemento funcional nesta primeira etapa, com a finalidade de
a partir do conhecimento das características externas e internas, entender as competências, funções, atividades, tarefas e procedi-
chegar à identificação das séries documentais a que pertencem, e mentos administrativos da instituição em análise, que se materia-
mediante um processo de síntese, pelo estudo das agrupações do- lizam nos documentos de arquivo que formam as diferentes séries
cumentais, reconstruir tanto a organicidade como a funcionalidade documentais.
dos arquivos e consequentemente das instituições que os produzi- A finalidade dessa primeira etapa do método proposto pela
ram. (LÓPEZ GÓMEZ 1998, p.39). identificação é conhecer o completo funcionamento do órgão, as
estruturas hierárquicas e suas atribuições, através de uma exaustiva
O método analítico sustentado por Pedro López Gómez é deno- investigação destes elementos orgânicos e funcionais, a partir das
minado de análise documental para fins de normalização das séries fontes de informações específicas, como explica Carmona Mendo:
documentais. A partir dos parâmetros da tipologia documental e
diante da necessidade deimplantar sistemas de gestão de docu- As fontes que devemos consultar são as externas e internas.
mentos automatizados, que supõe padronização, as séries devem Entre as primeiras podemos citar: boletins oficiais, legislação, estu-
estar perfeitamente identificadas de maneira prévia, o que exige dos históricos realizados...; entre as internas: a própria documenta-
também o estudo prévio de tipos documentais. ção que é objeto de estudo, ou seja, as normas internas produzidas
pelas instituições, e quando seja possível, realizar entrevistas com
Na dimensão desta necessidade de caracterizar os tipos docu- os responsáveis pela gênese dos documentos. (CARMONA MENDO,
mentais, inicia-se o debate das relações estabelecidas entre a arqui- 2004, p.42)
vística e a diplomática. O resultado deste debate fica evidente nos
vários projetos que foram surgindo. A Espanha registra numerosas Carmona Mendo (2004, p.43) e Rodrigues (2008, p.71), apon-
iniciativas de criação de grupos de trabalho para identificar e ava- tam que os elementos a serem considerados neste estudo sobre as
liar documentos de arquivo. categorias administrativas são:
No âmbito municipal outras propostas se destacam, “com forte • As datas de criação e/ou extinção de órgão das administra-
personalidade”, apresentando resultados que somados se traduzem ções;
numa “verdadeira teoria da gestão de documentos em âmbito lo- • As normas e a legislação que regularam ou regulam o seu
cal”, como observa Pedro López Gómez (1998). funcionamento (competências, funções, atividades e procedimen-
Os manuais de tipologia documental, elaborados com rigor tos administrativos);
pelo Grupo de Madri, passaram a servir de modelo para outros • Órgão que tenham precedido o desenvolvimento das compe-
arquivistas e para outros conjuntos de documentos. (RODRIGUES, tências análogas; e,
2008, p.55). • Órgãos que herdaram competências semelhantes.

Na mesma linha, Carmona Mendo (2004, p.42 tradução nossa, Como resultado deste levantamento de dados, são elaborados
grifo da autora) aponta que: os seguintes instrumentos, produtos dessa primeira etapa da iden-
A identificação é a melhor ferramenta para aplicar o princípio tificação:
básico da arquivística: o de respeito à proveniência e da ordem • Índices de organismos produtores (também chamados de fi-
original. Consiste na investigação das características dos elemen- cheiros de organismos);
tos implicados na gênese do fundo: o sujeito produtor e o objeto • Repertório de organogramas (permitem conhecer a estrutura
produzido. Entende-se por sujeito produtor a pessoa física, família e suas modificações de forma gráfica durante sua vigência);
ou organismo que produziu e/ou acumulou o fundo. Entende-se por • Índice legislativo (também chamado de repertório legislati-
objeto produzido a totalidade do fundo e cada uma das agrupações vo de órgãos produtores), um instrumento que tem por objetivo
documentais que o compõem. o estudo de cada norma individualizada referenciada no primeiro
instrumento.
Neste sentido, Carmona Mendo (2004) ressalta que a identifi-
cação é um método analítico que sustenta todo o tratamento arqui- A partir desses dados coletados e estruturados nos instrumen-
vÍstico dos documentos que compõem o fundo de arquivo de qual- tos referenciados, o arquivista estará apto e bem preparado com
quer organização, seja pública ou privada, e que pode ser aplicado condições para obter uma imagem fiel e completa da organização
em todo o ciclo de vida dos documentos e que tem dois objetos: o produtora, desenvolvendo parâmetros seguros para a gestão de do-
órgão produtor e os documentos por ele produzido. cumentos.
Rodrigues (2008), Martín-Palomino y Benito e La Torre Merino Concluída esta etapa, inicia-se a segunda etapa do método
(2000), Carmona Mendo (2004), analisam este método a partir de proposto, ou seja, a identificação do tipo documental e das séries
duas grandes etapas, a saber: identificação do órgão produtor (ele- documentais.
mento orgânico e funcional); e identificação e do tipo documental,
para definir as séries documentais. Identificação de tipos documentais
A segunda etapa da metodologia se caracteriza pelo estudo
Identificação do órgão produtor detalhado do tipo documental, através da análise dos elementos
A primeira etapa do método proposto pelos autores analisados que identificam os documentos e que por comparação se agrupam
é a identificação do organismo produtor, ou seja, é a coleta de da- na mesma série documental, tornando seguro o tratamento técnico
dos sobre as informações essenciais a respeito da estrutura orgâni- destes conjuntos (as séries documentais) durante todas as fases do
ca do órgão produtor.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

seu ciclo de vida, bem como a elaboração de instrumentos estáveis prescindível para compreender o complexo processo de produção
que normalizem os procedimentos para o correto funcionamento dos documentos criados pela burocracia moderna. Bellotto (2002)
dos sistemas de arquivos. explica que:
Segundo Duplá Del Moral (apud CARMONA MENDO, 2004, O objeto do moderno campo de estudos da Diplomática é a
p.43), unidade arquivística elementar analisada enquanto espécie docu-
[...] se define a série documental como o conjunto de docu- mental, servindo-se dos seus aspectos formais para definir a na-
mentos que correspondem a um mesmo tipo documental, produ- tureza jurídica dos atos nela implicados, tanto relativamente à sua
zido por um mesmo órgão, seu antecessor e sucessor, sempre que produção, como a seus efeitos
não forme parte de outro fundo de arquivo; no exercício de uma
função determinada. Geralmente estão sujeitos a um mesmo pro- (CARUCCI, 1987 apud BELLOTTO, 2002, p.17).
cedimento administrativo e apresentam a mesma aparência e um
conteúdo informativo homogêneo. Nessa perspectiva, a autora faz distinção entre o objeto da di-
plomática clássica e da nova diplomática, a tipologia documental, e
Para Rodrigues (2008, p.74), este mesmo grupo de autores par- seu método de análise, que são complementares para a identifica-
te de um parâmetro conceitual normalizado de série documental, ção dos documentos arquivísticos.
“[...] representado pela seguinte fórmula: série = sujeito produtor + As metodologias de tratamento documental num e noutro
função tipo documental”. campo são distintas, porém, ao mesmo tempo, imbricadas. O cam-
No Brasil, de acordo com o Dicionário de Terminologia Arqui- po de aplicação da Diplomática gira em torno do verídico quanto à
vística de São Paulo (2010, p.76), o conceito de série documental estrutura e à finalidade do ato jurídico. Já o da Tipologia gira em
remete “à sequência de unidades de um mesmo tipo documental”, torno da relação dos documentos com as atividades institucionais/
cuja denominação obedece a seguinte fórmula: espécie + atividade. pessoais.
O núcleo duro da definição esta no reconhecimento da ativida- (BELLOTTO, 2002, p. 21)
de como fundamento do reconhecimento do tipo documental e de
seu agrupamento em séries. Heloisa Bellotto (apud Rodrigues 2008, p.140), aponta que po-
demos estabelecer dois pontos de partida para a análise tipológica:
Entende-se por tipo documental, a ”unidade produzida por o da diplomática ou o da arquivística.
um organismo no desenvolvimento de uma competência concreta, 1. Quando se parte da diplomática, o elemento inicial é a de-
regulamentada por uma norma de procedimento e cujo formato, codificação do próprio documento, sendo suas etapas: da anatomia
conteúdo informativo e suporte são homogêneos” e por série do- do texto ao discurso, do discurso à espécie, da espécie ao tipo, do
cumental, “o conjunto de documentos produzidos por um mesmo tipo à atividade, da atividade ao produtor.
sujeito produtor no desenvolvimento da mesma função e cuja atua- 2. Quando se parte da arquivística, o elemento inicial tem que
ção administrativa foi plasmada num mesmo tipo documental” ser necessariamente a entidade produtora, cujo percurso é: da com-
petência à estrutura, da estrutura ao funcionamento, do funciona-
(RODRIGUES, 2008, p.74). mento à atividade refletida no documento, da atividade ao tipo, do
tipo à espécie, da espécie ao documento.
O conceito de espécie e tipo documental, introduzidos por He-
loisa Bellotto na arquivística brasileira, são objetos de estudos da A Tipologia documental é a ampliação da Diplomática na dire-
Diplomática e da Tipologia Documental, respectivamente. ção da gênese documental, ou seja, é a determinação e contextua-
O que se verifica na literatura, é que o objeto da Diplomática e lização da competência, funções e atividades da instituição gerado-
seu campo de estudos sofrem uma adaptação na sua metodologia ra/acumuladora em um determinado contexto documental.
para atender às necessidades de sua aplicabilidade no campo das
outras ciências que auxilia, ou seja, num primeiro momento o Direi- Enquanto a espécie documental é o objeto da Diplomática, a Ti-
to, depois a História e hoje a Arquivística. pologia Documental, representando melhor uma extensão da Diplo-
mática em direção à Arquivística, tem por objeto o tipo documental,
Sempre adequado às necessidades de registro de dados sobre entendido como a “configuração que assume a espécie documental
o documento arquivístico e considerando as informações que serão de acordo com a atividade que a gerou” [...]
usadas nas análises posteriores efetuadas no campo das demais
funções arquivísticas, este modelo metodológico vai além da carac- (BELLOTO, 2002, p.19, grifo da autora).
terização da estrutura documental, campo de estudos da diplomáti-
ca clássica, buscando a contextualização do documento, chave para Os autores analisados apontam que uma vez coletadas, estru-
a compreensão e tratamento do documento arquivístico, campo de turadas e analisadas as informações da primeira etapa da identifica-
estudos da tipologia documental. ção arquivística (estruturas orgânicas e funcionais – competências,
funções, atividades), passase a estudar as normas e os procedimen-
(RODRIGUES, 2008, p. 162). tos administrativos, bem como os trâmites que tiveram cada tipo
documental desde sua produção. Nesta etapa será formatado o ins-
A partir da metade do século XX até os dias atuais, os arquivis- trumento que registra os dados de cada série documental, produzi-
tas veem na diplomática novos usos para essa ciência no campo de da ou acumulada, denominados:
investigação daarquivística, isto é, como um método de análise im- • ficha de identificação e avaliação de séries documentais (Con-
de Villaverde, 1996; Martín-Palomino y Benito e La Torre Merino,
2000)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• ficha de tipos documentais TIPOLOGIA DOCUMENTAL

(Molina Nortes e Leyva Palma, 1996 apud RODRIGUES, 2008, p.75). SUPORTE:
Material sobre o qual as informações são registradas. Ex: Fita
• sistemas ou manuais de tipologia documental magnética, filme de nitrato, papel, CD

(RODRIGUES, 2008) FORMA


Características físicas de apresentação, das técnicas de registro
Como aponta segundo Carmona Mendo (2004, p.44-46), o re- e da estrutura da informação, conteúdo de um documento. Estágio
sultado do desenvolvimento, análise e aplicação das duas etapas de de PREPARAÇÃO e TRANSMISSÃO de documentos. Ex: Cópia, origi-
identificação arquivística permitirá ao arquivista conhecer e desen- nal, rascunho, minuta.
volver parâmetros seguros para:
• A correta denominação da série, ou seja, sua definição; o as- FORMATO
pecto externo e a materialidade do documento: meio pelo qual se Configuração física de um suporte de acordo com a sua natu-
transmite a mensagem; o suporte; o formato; e, a tradição docu- reza e o modo como foi confeccionado. Ex: Formulário, ficha, livro,
mental, ou seja, se cópia, minuta ou original. caderno, planta, folha, cartaz, microficha, rolo de filme, tira de mi-
• O organismo produtor, as modificações orgânicas e funcio- crofilme
nais decorrentes de sua evolução no tempo e no espaço, chegando
até a unidade administrativa encarregada da gestão das séries do- GÊNERO
cumentais em sua responsabilidade. Designação dos documentos segundo aspecto de sua formata-
• A legislação que regulamenta as funções materializadas nos ção nos diferentes suportes. Segundo a maneira que a informação
distintos tipos documentais. Os tramites ou procedimentos admi- foi registrada.
nistrativos que explica a gênese do tipo documental,conhecimento A)Documentos textuais: informações escrita ou textual. Ex:
importantíssimo para delimitar corretamente a vigência administra- contrato, ata, relatório, certidão
tiva, jurídica e/ou histórica dos documentos para a sua avaliação. B)Documentos audiovisuais (analógico): informação esteja em
• A tipologia documental, os documentos básicos que com- forma de som e/ou imagem em movimento. Ex: filme, registro so-
põem um processo ou dossiê, no caso de documentos compostos. noro em fita cassete. Temos os sonoros (em som) e os filmográficos
• A ordenação das séries, que dependerá das características (em filme)
identificadas nos tipos documentais que vem determinada pelo ór- C)Documentos micrográficos: em microforma. Ex: microfilmes
gão produtor. e microfichas.
• O conteúdo dos documentos, sobre as pessoas, datas, luga- D)Documentos iconográficos: em imagem estática. Ex: fotogra-
res, etc. e os assuntos que aparecem em cada série. fia, negativos, diapositivos (slides), desenhos, gravuras
• A vigência administrativa que virá determinada por uma nor- E)Documentos cartográficos: representação de forma reduzida
ma administrativa do direito para cada série documental. de uma área maior. Ex: mapa, perfil, planta
• A conveniência de conservar ou eliminar as séries documen- F)Documentos informáticos ou digitais: codificado em dígitos
tais de acordo com seus prazos de vigência administrativas e jurí- binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema computa-
dicas. cional. Ex: arquivo em MP3, arquivo do Word, DVD
• O acesso e o grau de consulta dos documentos pelos usuá-
rios, ou seja, é possível orientar a informação determinada pelas ESPÉCIE
próprias normas ou necessidades dos usuários. Designação do documento segundo seu aspecto formal e da
aplicação a que esse documento se destina
A gestão de documentos se caracteriza como um processo Carta, certidão, decreto, edital, ofício, relatório, requerimento,
de intervenção no ciclo de vida dos documentos de arquivo, inci- gravura, diapositivo (slide), planta, mapa
dindo sobre o momento de produção e acumulação na primeira e
segunda idade e que se sustenta na classificação e avaliação. Para TIPO
o desenvolvimento destes programas é necessário a padronização Soma da espécie documental com atividade fim (finalidade) a
de procedimentos, o que tem inicio pela denominação correta dos que o documento se destina
documentos contextualizada no âmbito das competências, funções, Atestados médicos, atas de reunião dos empregados, cartas
atividades, tarefas e procedimentos desenvolvidos pelo órgão que precatórias, cartas régias, cartas-patentes, decretos sem número,
os produziram. decreto-leis, decretos legislativos, fotografias temáticas, retratos,
Posto isso, verificamos que existe uma estreita relação da iden- litogravuras, serigrafias e xilogravuras
tificação arquivística com a gestão de documentos, uma vez que ela
se apresenta no campo teórico como um método analítico baseado
nos princípios propostos pela diplomática, mais especificamente
nos parâmetros dos estudos de tipologia documental.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Natureza do Assunto: SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS


A)Ostensivos/Ordinário: pode ser de livre conhecimento
• Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou
B)Sigiloso: deve ser de conhecimento restrito agramatical
ULTRASSECRETO § Parágrafo
SECRETO
adj. adv. Adjunto adverbial
SIGILOSO
arc. Arcaico
art.; arts. Artigo; artigos
cf. Confronte
CN Congresso Nacional
Cp. Compare
EM Exposição de Motivos
f.v. Forma verbal
fem. Feminino
CORRESPONDÊNCIA, SUA CLASSIFICAÇÃO E CARACTERI-
ZAÇÃO. ATIVIDADES DE ARRANJO. ATIVIDADES DE DES- ind. Indicativo
CRIÇÃO E PUBLICAÇÃO. ATIVIDADES DE CONSERVAÇÃO E ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
ATIVIDADES DE REFERÊNCIA. DOCUMENTOS, CONSULTA, masc. Masculino
REDAÇÃO E NORMATIZAÇÕES. EXPEDIENTES, INFORMA-
TIVO, RELATÓRIOS, OFÍCIOS, CADASTROS, REQUERIMEN- obj. dir. Objeto direto
TOS, PARECER, CARTAS COMERCIAIS, CIRCULARES, ATAS, obj. ind. Objeto indireto
EDITAIS, ESTATUTOS, CONVITES, PROTOCOLO, REGISTROS,
p. Página
ATESTADOS, SOLICITAÇÕES, PROCURAÇÕES, NOTIFICA-
ÇÕES, CONVOCAÇÕES, BILHETES, CORREIO ELETRÔNI- p. us. Pouco usado
CO, RECIBOS, DECLARAÇÕES (...). COMUNICAÇÃO. pess. Pessoa
pl. Plural
pref. Prefixo
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças pres. Presente
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado Res. Resolução do Congresso Nacional
em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando
se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas. RISF Regimento Interno do Senado Federal
O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re- s. Substantivo
gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
s.f. Substantivo feminino
sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa
Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno s.m. Substantivo masculino
ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas SEI! Sistema Eletrônico de Informações
por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público
entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento sing. Singular
diferenciado. tb. Também
v. Ver ou verbo
A redação oficial é
A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi- v.g. verbi gratia
ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre- var. pop. Variante popular
cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade,
formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
tuguesa. escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
a) alguém que comunique: o serviço público.
b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do
órgão que comunica.
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu-
tivo ou dos outros Poderes.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação co-
municativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento dos
órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O mesmo
ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.

Atributos da redação oficial:


• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;
• impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
• uso da norma padrão da língua portuguesa.

CLAREZA PRECISÃO
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão complementa a clareza e
a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo caracteriza-se por:
quando o texto versar sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará no- a) articulação da linguagem comum ou técnica
menclatura própria da área; para a perfeita compreensão da ideia veiculada no
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem texto;
direta e evitar intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambigui- b) manifestação do pensamento ou da ideia com
dade, sugere-se a adoção da ordem inversa da oração; as mesmas palavras, evitando o emprego de sinoní-
c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; mia com propósito meramente estilístico; e
d) não utilizar regionalismos e neologismos; c) escolha de expressão ou palavra que não con-
e) pontuar adequadamente o texto; fira duplo sentido ao texto.
f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e
g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensá-
veis, em razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de
não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico.

Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso, é
fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao contato
mais direto com o assunto e com as informações, sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetivida-
de suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma enten-
dê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em
tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elementos
de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos
estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são:
• Referência (termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação);
• Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro ou no lugar de uma oração);
• Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto);
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, períodos ou parágrafos).
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo
assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais documentos impressos. Recomendações:
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
• O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo literário;
• A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível
hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.

São formas de tratamento vedadas:


I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência;
IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável.

Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento, mediante invocação de normas especiais referentes
ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo ou admo-
estar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome do agente
público. Poderão constar o pronome de tratamento e o nome do destinatário nas hipóteses de:
I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma:
o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
chamamos de padrão ofício.

Consistem em partes do documento no padrão ofício:


• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada pela formatação.
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundários,
quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espaçamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como endereço,
telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento,
centralizados.
• Identificação do expediente:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como Nº;
c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor para a
maior hierarquia, separados por barra (/);
d) alinhamento: à margem esquerda da página.

• Local e data:
a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da unidade da
federação depois do nome da cidade;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se deve
utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar :
a) vocativo;
b) nome: nome do destinatário do expediente;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/lo-
gradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação,
separados por espaço simples. Na separação entre cidade e unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo traves-
são. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da
federação;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

• Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utilizar
verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

• Texto:

NOS CASOS EM QUE NÃO SEJA USADO PARA ENCAMINHA- QUANDO FOREM USADOS PARA ENCAMINHAMENTO DE
MENTO DE DOCUMENTOS, O EXPEDIENTE DEVE CONTER A DOCUMENTOS, A ESTRUTURA É MODIFICADA:
SEGUINTE ESTRUTURA:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunica- a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
ção. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho o prazer de, solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Infor- sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
mo, Solicito, Comunico; nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e as-
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser trata- sunto de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado;
das em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposi- b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
ção; e algum comentário a respeito do documento que encaminha, po-
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. derá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário,
não há parágrafos de desenvolvimento em expediente usado para
encaminhamento de documentos.

Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se
numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos; citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho
10 pontos.
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings.

• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o
destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,

• Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações ofi-
ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do signa-
tário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi-
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.

Quanto a formatação e apresentação, os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;


g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens esquerda e
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para gráfi-
cos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padronização do do-
cumento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta pos-
terior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e
editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento
+ número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais


(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re-
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge-
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.

Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do sig-


natário são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o
nome do ministro que assinou a exposição de motivos e do con-
sultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.

A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os


Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover-
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
algumas possíveis variações: nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en- Nacional têm as seguintes finalidades:
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional,
epígrafe será apenas do órgão remetente. de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único çamentos anuais e créditos adicionais.
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- b) Encaminhamento de medida provisória.
grafe. c) Indicação de autoridades.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
tarão na epígrafe. concessão de emissoras de rádio e TV.
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
órgãos que receberão o expediente. i) Comunicação de veto.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
Exposição de motivos (EM) de intervenção federal.
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- As mensagens contêm:
Presidente para: a) brasão: timbre em relevo branco;
a) propor alguma medida; b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou margem esquerda, no início do texto;
c) informa-lo de determinado assunto. c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República parágrafo dado ao texto;
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape- pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica tário.
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
dentro de um mesmo ano civil. comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
nal ou ao Poder Judiciário. Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como ende-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

reço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como sistema
de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e recebimento de
documentos na administração pública.
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para que
possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâ-
metros de integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; contudo,
caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido
pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâmetros
da ICP-Brasil.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem
comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber
a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


Emprega-se itálico em:
O hífen é um sinal usado a) títulos de publicações
As aspas têm os seguintes
para: (livros, revistas, jornais, perió-
empregos:
a) ligar os elementos de dicos etc.) ou títulos de con-
a) antes e depois de uma
palavras compostas: vice-mi- gressos, conferências, slogans,
citação textual direta, quando Usa-se o negrito para realce de
nistro; lemas sem o uso de aspas (com
esta tem até três linhas, sem palavras e trechos. Deve-se evitar o
b) para unir pronomes áto- inicial maiúscula em todas as
utilizar itálico; uso de sublinhado para realçar pa-
nos a verbos: agradeceu-lhe; e palavras, exceto nas de liga-
b) quando necessário, lavras e trechos em comunicações
c) para, no final de uma li- ção);
para diferenciar títulos, termos oficiais.
nha, indicar a separação das sí- b) palavras e as expressões
técnicos, expressões fixas, defi-
labas de uma palavra em duas em latim ou em outras línguas
nições, exemplificações e asse-
partes (a chamada translinea- estrangeiras não incorporadas
melhados.
ção): com-/parar, gover-/no. ao uso comum na língua portu-
guesa ou não aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um tex- Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos normativos,
to, explicações, indicações, comentários, observações, como por serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de Elaboração de
exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, uma Textos da Consultoria Legislativa do Senado Federal (1999), em que:
sigla. a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um
O travessão, que é representado graficamente por um hífen título; e
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas síla-
bas ou partes dos vocábulos de um título.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.

Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.

A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.
Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e pessoa (nos
verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e concordância verbal.

CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL


O verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número. Adjetivos (nomes ou pronomes), artigos e numerais concor-
dam em gênero e número com os substantivos de que dependem.

Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de dependência
que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes ou subordi-
nantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que lhes comple-
tam o sentido.
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades:
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na leitura;
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque; e
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades.
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na oração,
quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa estruturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também usado em
lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um resumo
ou uma consequência do que se afirmou.
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. O ponto
de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente restrito aos
discursos e às peças de retórica.
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes circunstâncias:
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se redige.
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente estiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem.
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passado mais longínquo, ou histórico.
g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto, ainda será mencionado;
h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencionada no texto.
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são
atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos
que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em que se apresenta.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada
expressão com determinado sentido. O emprego de expressões ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao sentido
do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo Requisitos da elaboração normativa:
utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias • Clareza e determinação da norma;
ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para • Princípio da reserva legal;
as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o • Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece-
sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada
em deixar o texto como está. situação ou destinada a atingir determinado objetivo);
É importante lembrar que o idioma está em constante muta- • Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi-
ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da nistrativo;
política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas • Princípio da proporcionalidade;
palavras e de formas de dizer. • Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli-
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, na suficientemente concreta);
nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula- • Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi-
res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi- sa julgada;
tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de • Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se-
uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar. jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre-
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu- ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido).
rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro-
do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo
inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve- legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a
locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar tomada da decisão legislativa.
o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu- Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es-
guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden-
da Língua Portuguesa. tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma-
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega- nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos
dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de
desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in- controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa.
corporação acrítica do estrangeirismo. A análise da situação questionada deve contemplar as causas
• A homonímia é a designação geral para os casos em que pa- ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou
lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen-
• Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter-
nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de
e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo leis antigas, mudanças de concepção etc.
(pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve-
verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do -se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente. vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere,
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte-
em que são empregados. riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que
• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com efetivamente pretende.
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro- A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri- por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por
gir) e ratificar (confirmar). escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos simplesmente, a preservação do status quo.
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções: Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati-
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
de definição e de distribuição de competências; como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis-
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- lativa.
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
condutas por meio de modelos; vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
rídica e no plano social. De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos-
mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De- tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de-
vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda-
efeitos colaterais negativos. ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a
O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en- essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham
tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor- sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui-
mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição
normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade
produzidas pelo novo ato normativo. com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que
É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de
espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção entrada em vigor de seu decreto.
no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen-
uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis-
exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto;
uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.
Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra,
interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló- normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal-
gica) e sistemática externa (estrutura da lei). mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con-
Regras básicas a serem observadas para a sistematização do têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati-
texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação: vo de efeitos concretos).
a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri-
em um mesmo contexto ou agrupamento; gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re-
b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a
cronológica, se possível; instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
d) institutos diversos devem ser tratados separadamente. cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
• O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
ao ato normativo que está sendo alterado. Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
• Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti- gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e
lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
alteração do trecho do artigo. com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi- em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina- de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou, modo expresso ou implícito, na lei.
muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade. • Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re- referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado nacionalidade, etc.).
sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
ser considerado inválido com efeitos retroativos. atos normativos subordinados ou secundários.
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori- plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
a mera alteração da norma. Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
A correção de erro material que não afete a substância do ato dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de- de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno- tência.
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve-
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati- O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é
va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis-
qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons- lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias, gatoriedade (45 dias).
privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu- a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das
lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio- mentares.
nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual, b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento
lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual). dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli-
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões
A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei Permanentes.
é confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legis- c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas
lativas. regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir
urgência a certas proposições.
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca-
Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação
proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le-
de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação
também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex.
meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
para leis financeiras e delegadas.
Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento,
tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um
servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có-
e que tenha estrita pertinência temática.
digos.
A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL CONCEITOS, CLASSIFI-
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
CAÇÕES E PRÁTICA.
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo-
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
não guardem compatibilidade com o plano plurianual. Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser um bom
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas administrador e líder de equipe. Mas a comunicação também deve
do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje- ser administrada em toda a organização. A cada minuto de cada dia,
to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo incontáveis bits de informação são transmitidos em uma organiza-
qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de ção. Serão discutidas as comunicações de cima para baixo, de baixo
lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von- para cima, horizontal e informal nas organizações.
tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a
formação da lei. Comunicação de Cima Para Baixo
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san-
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo de infor-
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção: a) inconstitucio- mação que parte dos níveis mais altos da hierarquia da organização,
nalidade; ou b) contrariedade ao interesse público. chegando aos mais baixos. Entre os exemplos estão um gerente pas-
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 sando umas atribuições a sua secretária, um supervisor fazendo um
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica- anúncio a seus subordinados e o presidente de uma empresa dando
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi- uma palestra para sua equipe de administração. Os funcionários de-
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser vem receber a informação de que precisam para desempenhar suas
superado por deliberação do Congresso Nacional. funções e se tornar (e permanecer) membros leais da organização.
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação adequa-
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da da. Um problema é a sobrecarga de informação: os funcionários
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor- são bombardeados com tanta informação que não conseguem ab-
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o sorver tudo. Grande parte da informação não é muito importante,
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre- mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes se percam.
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas Quanto menor o número de níveis de autoridade através dos
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do quais as comunicações devem passar, tanto menor será a perda ou
Senado Federal, em prazo idêntico. distorção da informação.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Administração da comunicação de cima para baixo Os gerentes costumam suor que se selecionarem boas pessoas
Os administradores podem fazer muitas coisas para melhorar a e as direcionarem naquilo que é esperado, as coisas serão bem fei-
comunicação de cima para baixo. Em primeiro lugar, a administra- tas. Eles têm razão. As coisas serão feitas, mas se serão bem feitas e
ção deve desenvolver procedimentos e políticas de comunicação. quanto tempo levará para fazê-las são fatores incertos. A avaliação
Em segundo lugar, a informação deve estar disponível àqueles que permite que se determine até que ponto uma coisa foi bem feita e
dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve ser comu- se foi realizada no tempo certo. De certa forma, a avaliação é como
nicada de forma adequada e eficiente. As linhas de comunicação um guarda de trânsito. Você pode colocar todas as placas indica-
devem ser tão diretas, breves e pessoais quanto possível. A infor- doras de limite de velocidade do mundo: não serão respeitadas a
mação deve ser clara, consistente e pontual - nem muito precoce não ser que as pessoas saibam que as infrações serão descobertas
nem (o que é um problema mais comum) muito atrasada. e multadas.
Isso parece lógico, mas é surpreendente quantos gerentes
Comunicação de Baixo Para Cima adiam continuamente a avaliação enquanto se concentram em
A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais baixos atribuições urgentes mas, em última análise, menos importantes.
da hierarquia para os mais altos. Quando a avaliação é adiada, os prazos também são prorrogados,
Os administradores devem facilitar a comunicação de baixo porque funcionários começam a sentir que pontualidade e qualida-
para cima. de não são importantes. Quando o desempenho cai, mais respon-
Mas os administradores devem também motivar as pessoas a sabilidades são deslocadas para o gerente - que, assim, tem ainda
fornecer informações valiosas. menos tempo para direcionar e avaliar funcionários.

Comunicação Horizontal
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas do mes- RECURSOS MULTIMÍDIA. COMUNICAÇÃO WEB, HIPERMÍ-
mo nível hierárquico. Essa comunicação horizontal pode ocorrer DIA.
entre pessoas da mesma equipe de trabalho. Outro tipo de comuni-
cação importante deve ocorrer entre pessoas de departamentos di- A era digital transformou completamente a maneira como as
ferentes. Por exemplo, um agente de compras discute um problema organizações operam e se comunicam. A comunicação não se limita
com um engenheiro de produção, ou uma força-tarefa de chefes de mais a meios tradicionais, como telefone e correspondência. Hoje,
departamento se reúne para discutir uma preocupação particular. temos uma variedade de recursos multimídia ao nosso alcance que
Especialmente em ambientes complexos, nos quais as decisões facilitam uma comunicação rápida, eficiente e interativa.
de uma unidade afetam a outra, a informação deve ser partilhada Nesse contexto, dois elementos se destacam pela sua rele-
horizontalmente. vância: a Comunicação Web e a Hipermídia. A Comunicação Web
engloba uma gama de ferramentas e plataformas online que permi-
Comunicação Formal e Informal tem a troca de informações em tempo real, enquanto a Hipermídia
As comunicações organizacionais diferem em sua formalidade. oferece uma experiência de navegação não-linear e interativa, inte-
As comunicações formais são oficiais, episódios de transmissão de grando diferentes tipos de mídia.
informação sancionados pela organização. Podem mover-se de bai- Neste módulo, exploraremos essas duas facetas dos recursos
xo para cima, de cima para baixo ou horizontalmente, muitas vezes multimídia, buscando entender como elas podem ser aplicadas na
envolvendo papel. gestão de negócios para melhorar a comunicação, aumentar a visi-
A comunicação informal é menos oficial. bilidade, impulsionar o engajamento e otimizar processos.
A função de controle está relacionada com as demais funções
do processo administrativo: o planejamento, a organização e a di- 1. Comunicação Web: A comunicação web refere-se à troca de
reção repercutem nas atividades de controle da ação empresarial. informações e dados através da internet. Isso pode envolver diver-
Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a orga- sas formas e meios, incluindo sites, email, redes sociais, blogs, fó-
nização ou a direção, para que os sistemas de controle possam ser runs online, chats, videoconferências, entre outros. A comunicação
mais eficazes. web tem revolucionado a maneira como as empresas operam, per-
A avaliação intimida. É comum os gerentes estarem ocupados mitindo uma maior interação com clientes e stakeholders, marke-
demais para se manterem a par daquilo que as pessoas estão fa- ting e vendas online, colaboração à distância e muito mais.
zendo e com qual grau de eficiência. É quando gerentes não sabem
o que seu pessoal está fazendo, não podem avaliar corretamente. 2. Hipermídia: Hipermídia é um sistema de comunicação onde
Como resultado, sentem-se incapazes de substanciar suas impres- textos, imagens, sons, vídeos e links para outras informações são in-
sões e comentários sobre desempenho - por isso evitam a tarefa. terconectados, permitindo ao usuário uma navegação não-linear e
Mas quando a seleção e o direcionamento são feitos correta- interativa. Isso significa que o usuário tem a liberdade para escolher
mente, a avaliação se torna um processo lógico de fácil implemen- seu próprio caminho através do conteúdo. Um exemplo comum de
tação. Se você sabe o que seu pessoal deveria fazer e atribui tare- hipermídia é a World Wide Web, onde os usuários podem clicar em
fas, responsabilidades e objetivos com prazos a cada funcionário links em uma página para acessar outras páginas ou conteúdos.
especificamente, então você terá critérios com os quais medir o de-
sempenho daquele indivíduo. Nessa situação, a avaliação se torna Os recursos de multimídia, como a comunicação web e a hi-
uma simples questão de determinar se, e com que eficiência, uma permídia, são cruciais na administração moderna. Eles melhoram
pessoa atingiu ou não aquelas metas. a eficiência da comunicação, a interação e a colaboração, além de
proporcionar novas oportunidades para marketing e negócios. Ao

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mesmo tempo, eles apresentam desafios como a necessidade de extrovertidos). Desenvolver a empatia, saber se colocar no ligar do
gerenciamento de dados e a segurança da informação, que preci- outro é um dos comportamentos mais necessários para estabelecer
sam ser cuidadosamente gerenciados. boas relações interpessoais, bem como saber escutar o outro e pro-
mover a inclusão de todos durante rodas de conversas, discussões
importantes e compartilhamento de opiniões e ideais, de forma
TRABALHO EM EQUIPE. PERSONALIDADE E RELACIONA- respeitosa e humana.
MENTO.
Servidor e opinião pública
Muitas vezes a opinião pública sobre o funcionário público é
Bem como lidar com o público, lidar com a equipe interna de estereotipada, pois parte do princípio do negativo, focando naqui-
uma empresa também não é tarefa simples. Seres humanos são lo que se observa de longe sobre alguns funcionários do Estado
complexos e possuem peculiaridades, diferentes personalidades, que ficam em evidência, como vereadores e deputados. Este tipo
se comportam de maneiras distintas e até se comunicam de diver- de visão faz com que a população não se atente à outros tipos de
sos jeitos. Ainda assim, quanto mais uma equipe trabalha, pensa e funções exercidas por servidores públicos que podem e devem ser
se move em prol dos objetivos de maneira homogênea e unânime, avaliadas e observadas pelo povo com lentes renovadas.
maior a probabilidade do sucesso de uma empresa. Para tal, é pre- A população tem o direito de opinar sobre o trabalho realizado
ciso levar em consideração alguns pontos a serem desenvolvidos pelos servidores públicos, fóruns, enquetes, votações e reclama-
em equipe, confira. ções podem ser realizadas através dos sites governamentais oficias.
Estas informações se tornam relatórios que são enviados para os
Personalidade e relacionamento responsáveis diretores e presidentes de cada órgão, a fim de que
O modo como os relacionamentos se estabelecem no trabalho eles ou até mesmo seus superiores realizem as devidas alterações e
devem ser exclusivamente profissionais, mas isto não significa que mudanças cabíveis, como destituição de cargos, alterações hierár-
uma equipe não pode ser amigável ou ter qualquer tipo de proximi- quicas, aberturas ou fechamentos de órgãos e ministérios.
dade amigável dentro dos padrões éticos de cada órgão, corporação Este recurso é um benefício democrático que apenas uma pe-
ou instituição. A realidade é que é fácil fazer amizade e integrar-se quena parcela da população costuma se interessar, mas que pode
com aqueles com quem possuímos mais afinidade, por questões de fazer toda a diferença na vida da população que usufrui de serviços
personalidade e interesses em comum, cujas raízes costumam estar públicos como hospitais, creches, cartórios, entre outros. O servi-
em aspectos de fora do próprio trabalho, o que não necessariamen- dor, por sua vez, está sujeito à opinião pública tanto quanto um
te seria capaz fomentar e incentivar o trabalho em equipe em prol funcionário de uma empresa está sujeito a opinião de um cliente.
dos objetivos da empresa. Algumas profissões tem esse tipo de interação mais presente, como
Personalidade é um aspecto da individualidade de cada pes- no caso de freelancers, prestadores de serviços, que trabalham di-
soa responsáveis por caracterizar suas ações e reações, seu humor, retamente com o cliente. Desse modo, a fim de proporcionar o me-
sua forma de se falar, seu temperamento e questões ligadas à au- lhor serviço possível à população, os servidores precisam combinar
toestima, extroversão ou introversão. Existem muitos tipos de per- forças para que, em conjunto, possam ouvir, aprender e colocar em
sonalidades em uma empresa; indivíduos mais tímidos e quietos, prática planos de ação capazes de fortalecer a equipe e proporcio-
outros mais falantes e ativos; alguns mais sérios, reservados; outros nar melhores serviços aos usuários.
mais engraçados e explosivos; são diversas as combinações, e nem
sempre a personalidade de um integrante da equipe é equivalente O órgão e a opinião pública
a de outro, um fato que pode explicar a origem de conflitos e de- A fim de aperfeiçoar o trabalho dos órgãos governamentais, a
savenças, que surgem quando questões pessoais são colocadas em opinião pública é de suma importância. Desde 1991, uma ação efe-
primeiro plano em detrimento ao objetivo comum de uma equipe. tiva foi implantada a fim de desburocratizar e melhorar a gestão pú-
Casa indivíduo possui características únicas e exclusivas capa- blica, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização.
zes de enriquecer equipes e fortalece-la usando os pontos positivos Além de incentivar maior participação dos cidadãos nas decisões
e fortes de cada um em seu benefício. Um bom relacionamento em públicas, ele foi capaz de melhorar a transparência dos serviços re-
equipe, ainda que ele não seja de maneira íntima do lado de fora alizados através de relatórios disponíveis para toda a população.
do trabalho, pode incentivar e motivar colaboradores e trazer bons Um dos recursos utilizados para incentivar o avanço das me-
resultados para a empresa, fazendo com que ela se beneficie desta lhorias do serviço público é o Instrumento Padrão de Pesquisa de
relação. Satisfação (IPPS), uma pesquisa de opinião que coleta dados sobre
o índice de satisfação dos usuários com o serviço público. Este tipo
Eficácia no comportamento interpessoal de relação fomenta a democratização do país, o que é importante
As mesmas regras que se aplicam ao atendimento ao cliente, para ambas as partes, pois oferece conhecimento à população so-
podem ser aproveitadas para explicar como garantir a eficácia das bre o que o Estado e seus órgãos tem feito em prol dela e de que
relações interpessoais. Cada indivíduo tem competências singula- maneira ela tem se beneficiado do que os órgãos públicos de cada
res que se combinadas podem trazer sucesso. Enquanto isso é uma estado oferecem.
verdade, deve-se ter em mente que para realizar essa combinação
de forma eficaz é preciso saber se relacionar com as pessoas. Fatores positivos do relacionamento
O comportamento interpessoal é algo que deve ser exercita- Em questão de trabalho em equipe, alguns fatores positivos
do pois nem sempre é natural para alguns (os mais introvertidos) e podem ser observados na relação em conjunto. O ato de comuni-
muitas vezes precisa ser podado ou lapidado para outros (os mais car, dialogar e debater soluções diariamente com uma equipe ajuda
a desenvolver habilidades interpessoais e comunicativas que serão
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

úteis em todas as áreas da vida, além de proporcionar aprendiza- Empatia


gem àqueles que ainda não possuem suas habilidades comunicati- Nem sempre é tarefa fácil identificar o que o outro está sen-
vas bem desenvolvidas com a ajuda de outros membros do grupo. tindo, pensando ou prever a forma como ele irá reagir ou lidar com
Além disso, quando em conjunto se busca soluções para um mesmo uma situação. Uma tarefa comum do dia-a-dia de trabalho de um
problema, com a combinação das diversas habilidades e formações professor, como por exemplo fazer uma atividade de dia dos pais
dos membros de um time, diferentes ideias e soluções surgem, in- com os alunos, pode parecer algo banal de se realizar no ambiente
clusive em maior quantidade, o que pode agilizar a resolução do escolar; no, entanto, para um professor que perdeu o pai ou que
problema. não tem contato com seu pai, esta tarefa pode ser desgastante, ár-
Um dos fatores mais positivos do relacionamento em equipe é dua e até mesmo difícil de realizar. Um gestor ou colega de trabalho
desenvolver respeito mútuo e cordialidade; investir apenas um pro- pode muitas vezes não enxergar essa realidade por não conhecer
fissional de maneira isolada pode não ser suficiente para melhorar bem a realidade do professor em questão ou por ser incapaz de
o desempenho de uma equipe inteira. Entender, porém, os pon- compreender uma realidade diferente da sua própria.
tos fortes e fracos de todo um grupo pode ser um guia em direção Para que este tipo de situação desconfortável, capaz de desmo-
aos objetivos de uma empresa. O senso de compromisso e com- tivar equipes inteiras, é necessário ter em mente que a empatia é
prometimento também é outro fator positivo desenvolvido com o a chave para construir boas relações interpessoais. A empatia pode
relacionamento em equipe, melhorando o ambiente de trabalho, ser definida como a capacidade de colocar-se no lugar do outro,
promovendo mais tolerância e harmonia. respeitando-o em suas escolhas, decisões e sentimentos. Para exer-
cer a empatia é necessário estabelecer diálogo, uma comunicação
Comportamento receptivo e defensivo franca e aberta em equipe é capaz de criar laços de empatia que
Diante de um novo acontecimento, uma nova informação, ta- irão fortalecer o grupo. Respeito e consideração são atitudes neces-
refa ou serviço, indivíduos esboçam diferentes reações. Por vezes, sárias para tratar bem o outro, além da escuta ativa e consciente.
o inconsciente pode interpretar uma situação nova como um aler- Quando projetamos a personalidade de alguém em nós mesmos,
ta de perigo e, assim, o indivíduo age em prol de sua autodefesa, aprendemos a valorizar a individualidade do outro e suas emoções,
chamamos este tipo de reação de comportamento defensivo. Este bem como valorizamos e nos atentamos às nossas. A busca pela
comportamento parte de um olhar desconfiado em relação ao que compreensão das emoções alheias deve ser realizada de maneira
o outro diz ou à forma como ele age. Isto ocorre devido ao medo profunda e racional, a fim de sentir o que o outro sentiria em sua
ou à ansiedade de ser prejudicado diante de situações desconheci- própria pele de maneira fiel e sem deixar de lado a razão.
das, quando a mensagem recebida é distorcida em sua perspectiva.
Como um mecanismo a fim de preservar sua autoimagem positiva, Compreensão mútua
sua compostura, sanidade e bem-estar físico ou mental, o indivíduo Todo indivíduo possui uma origem, sua criação, as referências
age de maneira defensiva inconscientemente. Este comportamen- que tem da infância à vida adulta, o ambiente em que vive e as in-
to, no entanto, pode ser benéfico quando se trata de fato de ope- fluencias que recebe a partir de sua convivência social moldam seu
rações ou situações de risco, podendo proteger o indivíduo e sua caráter, seus valores e o modo como este age e enxerga a vida. Dife-
integridade física, mental, financeira, entre outras. renças são inevitáveis, elas fazem parte de um processo natural de
Por outro lado, em outras personalidades existe o comporta- construção social. As diferenças podem gerar conflitos e desaven-
mento receptivo. O indivíduo com comportamento receptivo ge- ças quando não há compreensão mútua por parte dos indivíduos.
ralmente analisa, percebe e aceita as possibilidades que os demais Compreensão mútua refere-se à compreensão fundamentada
podem vir a descartar, por entender o potencial de algo novo em em respeito entre duas ou mais partes. Este tipo de relação se esta-
sua vida. Este indivíduo costuma ser otimista e ter mente aberta a belece quando há respeito e entendimento entre pessoas, mesmo
mudanças, sem preconceitos contra alterações de percurso e novos em meio à diferentes opiniões. Para compreender o outro, é neces-
desafios. Este tipo de personalidade é movido pela curiosidade, o sário desenvolver boa comunicação interpessoal. A maneira como
que o torna mais suscetível a correr riscos e se colocar em situações as relações se estabelecem no ambiente de trabalho são determi-
de perigo sem que ele perceba. Uma pessoa, porém, que abraça nantes para o progresso de uma equipe e de uma empresa inteira.
causas e aceita novas propostas e abordagens sem medo pode ser Compreensão mútua é um recurso humano da empatia capaz de
uma boa aliada para se trabalhar em equipe. Mas para isso, deve- implementar bons relacionamentos em qualquer ambiente.
-se ter um senso crítico e analítico apurado, capaz de separar boas
oportunidades de armadilhas, boas ideias de ideias medíocres. Referências
Geralmente estas personalidades entram em conflito dentro http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com/2008/12/servidor-
de uma equipe quando não são bem gerenciadas, o ideal neste caso -e-opinio-pblica.html
é ter um mediador que possa interferir e realizar a gestão da equi- https://artia.com/blog/5-vantagens-do-trabalho-em-equipe/
pe de maneira sábia. Assegurar às personalidades mais defensivas https://www.ibccoaching.com.br/portal/rh-gestao-pessoas/conheca-
sobre a assertividade de novas propostas, através de prospecções, -os-beneficios-do-trabalho-em-equipe/
estatísticas e planos de ação, podem garantir que estes indivíduos http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com/2010/04/comporta-
fiquem mais tranquilos e ajam de maneira mais aberta e responsi- mento-receptivo-e-defensivo.html
va. Expor os pontos negativos e planos alternativos de maneira ho- https://www.idj.com.br/fique-sabendo/308-voce-sabe-o-que-e-postu-
nesta também pode ajudar as personalidades mais receptivas a não ra-profissional#:~:text=A%20postura%20profissional%20%C3%A9%20
pularem de cabeça em uma ideia sem antes a analisarem com cau- o,%2C%20conhecimentos%2C%20comportamentos%20e%20atitudes.
tela. Tudo depende da abordagem e de uma boa gestão de pessoas. https://www.edools.com/comunica-
cao-no-ambiente-de-trabalho/#:~:text=A%20comunica%C3%A7%-

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C3%A3o%20%C3%A9%20respons%C3%A1vel%20por,aprimorar%20 Porém, o autor vincula a eficácia à eficiência: “(...) a eficácia


a%20rotina%20de%20trabalho.&text=De%20maneira%20ge- depende não somente do acerto das decisões estratégicas e das
ral%2C%20melhorar%20a,de%20maneira%20clara%20e%20objetiva. ações tomadas no ambiente externo, mas também do nível de efi-
https://www.idj.com.br/fique-sabendo/308-voce-sabe-o-que-e-postu- ciência(...)”
ra-profissional#:~:text=A%20postura%20profissional%20%C3%A9%20 (BIO, 1996, p. 22).
o,%2C%20conhecimentos%2C%20comportamentos%20e%20atitudes
Leon C. Megginson, Donald C. Mosley e Paul H. Pietri Jr. dizem
que uma das formas de se medir o desempenho organizacional re-
EFICIÊNCIA, EFICÁCIA, PRODUTIVIDADE E fere-se à eficiência e à eficácia, conceitos que, segundo eles, são
COMPETITIVIDADE. bem diferentes.

Sob o prisma da Ciência Administrativa, faz-se necessária a Para os autores:


verificação dos tradicionais conceitos de eficiência e eficácia e de eficiência é a capacidade de ‘fazer as coisas direito’, é um con-
outro mais novo, a efetividade. A partir desse embasamento, será ceito matemático: é a relação entre insumo e produto (input e ou-
analisado o entendimento da Ciência Jurídica acerca da introdução tput). Um administrador eficiente é o que consegue produtos mais
do Princípio da Eficiência na CF. Serão vistos os principais debates e elevados (resultados, produtividade, desempenho) em relação aos
dúvidas sobre o tema e, ainda, apresentadas algumas observações. insumos (mão-de-obra, material, dinheiro, máquinas e tempo) ne-
Idalberto Chiavenato ensina que toda organização deve ser cessários à sua consecução. Em outras palavras, um administrador é
analisada sob o escopo da eficácia e da eficiência, ao mesmo tem- considerado eficiente quando minimiza o custo dos recursos usados
po: para atingir determinado fim. Da mesma forma, se o administrador
eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados, consegue maximizar os resultados com determinada quantidade de
enquanto eficiência é uma medida normativa da utilização dos re- insumos, será considerado eficiente
cursos nesse processo. (...) A eficiência é uma relação entre custos
e benefícios. Assim, a eficiência está voltada para a melhor maneira (Megginson et al, 1998, p. 11).
pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim
de que os recursos sejam aplicados da forma mais racional possível Por outro lado, “eficácia é a capacidade de ‘fazer as coisas cer-
(...) (Chiavenato, 1994, p. 70). tas’ ou de conseguir resultados. Isto inclui a escolha dos objetivos
A eficiência não se preocupa com os fins, mas apenas com os mais adequados e os melhores meios de alcançá-los. Isto é, admi-
meios, ela se insere nas operações, com vista voltada para os aspec- nistradores eficazes selecionam as coisas ‘certas’ para fazer e os
tos internos da organização. Logo, quem se preocupa com os fins, métodos ‘certos’ para alcançá-las” (Megginson et al, 1998, p. 11).
em atingir os objetivos é a eficácia, que se insere no êxito do alcan- James A. F. Stoner e R. Edward Freeman dizem que:
ce dos objetivos, com foco nos aspectos externos da organização. Peter Drucker propôs o julgamento do desempenho de um ad-
À medida que o administrador se preocupa em fazer correta- ministrador através dos critérios gêmeos de eficácia – capacidade
mente as coisas, ele está se voltando para a eficiência (melhor uti- de fazer as coisas ‘certas’ – e eficiência – a capacidade de fazer as
lização dos recursos disponíveis). Porém, quando ele utiliza estes cosias ‘certo’. Desses dois critérios, pelo que sugere Drucker, a efi-
instrumentos fornecidos por aqueles que executam para avaliar o cácia é o mais importante, já que nenhum nível de eficiência, por
alcance dos resultados, isto é, para verificar se as coisas bem feitas maior que seja, irá compensar a escolha dos objetivos errados
são as que realmente deveriam ser feitas,
então ele está se voltando para a eficácia (alcance dos objetivos (Stoner e Freeman, 1995. p. 136).
através dos recursos disponíveis) (Chiavenato, 1994, p. 70).
O autor diz que nem sempre se é eficiente e eficaz ao mesmo Richard L. Daft diz que:
tempo. Uma organização pode ser eficiente e não ser eficaz e vice- eficiência é um conceito mais limitado que diz respeito aos tra-
-versa. O ideal é ser igualmente eficiente e eficaz. balhos internos da organização. A eficiência organizacional é o vo-
Chiavenato oferece pitorescos exemplos para diferenciar os lume de recursos utilizados para produzir uma unidade de produto.
conceitos: eficiência é ir à igreja, enquanto eficácia é praticar os va- Ela pode ser medida como a razão entre as entradas e as saídas. Se
lores religiosos; eficiência é rezar, enquanto eficácia é ganhar o céu; uma organização puder conseguir um determinado nível de produ-
ou ainda utilizando um outro exemplo, eficiência é jogar futebol ção com menos recursos que outra, diz-se que ela é mais eficiente
com arte, enquanto eficácia é ganhar o jogo.
Sérgio Rodrigues Bio (1996), caminha no mesmo sentido no (Daft, 1999, p. 39).
que diz respeito aos conceitos. Para ele “eficiência diz respeito a
método, a modo certo de fazer as coisas. (...) Segundo o autor, “a eficácia organizacional é o grau em que
Uma empresa eficiente é aquela que consegue o seu volume a organização realiza seus objetivos. Eficácia é um conceito abran-
de produção com o menor dispêndio possível de recursos. Portan- gente. Ele implicitamente leva em consideração um leque de vari-
to, ao menor custo por unidade produzida”. Já a “eficácia diz respei- áveis tanto do nível organizacional como do departamental. A efi-
to a resultados, a produtos decorrentes de uma atividade qualquer. cácia avalia a extensão em que os múltiplos objetivos – oficiais ou
Trata-se da escolha da solução certa para determinado problema ou operativos – foram alcançados” (Daft,1999, p. 39).
necessidade. (...) Uma empresa eficaz coloca no mercado o volume O autor diz que a eficácia é difícil de ser medida nas organiza-
pretendido do produto certo para determinada necessidade” (BIO, ções e tem opinião parecida sobre a relação entre eficácia e eficiên-
1996, p. 21). cia que Chiavenato:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Às vezes a eficiência conduz à eficácia. Em outras organizações, Conforme comentado anteriormente, a introdução do Princí-
eficiência e eficácia não são relacionadas. Uma organização pode pio da Eficiência na Constituição Federal, através da Emenda Cons-
ser altamente eficiente e não conseguir seus objetivos porque fa- titucional no. 19, representou um marco para a administração pú-
brica um produto para o qual não existe demanda. De maneira aná- blica brasileira.
loga, uma organização pode alcançar suas metas de lucros, mas ser A Constituição de 1988 representou, para a gestão pública, um
ineficiente retrocesso ao modelo burocrático. Portanto, a edição da Emenda
Constitucional no. 19 significa uma verdadeira mudança de para-
(Daft, 1999, p. 39). digma e a possibilidade de importantes avanços para o campo pú-
blico. Com ela, tem-se a permissão legal para se adotar no Brasil as
Torres traz os dois conceitos para a área pública: reformas gerenciais.
Eficácia: basicamente, a preocupação maior que o conceito A EC 19 contém numerosos artigos com significativas inovações
revela se relaciona simplesmente com o atingimento dos objetivos e expressamente traz o Princípio da Eficiência:
desejados por determinada ação estatal, pouco se importando com “Art 37- A administração pública direta e indireta de qualquer
os meios e mecanismos utilizados para atingir tais objetivos. Efici- dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
ência: aqui, mais importante que o simples alcance dos objetivos es- nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
tabelecidos é deixar explícito como esses foram conseguidos. Existe moralidade, publicidade e eficiência,(...)”
claramente a preocupação com os mecanismos utilizados para ob- Nesse momento, ao analisar o texto constitucional, cabe recur-
tenção do êxito da ação estatal, ou seja, é preciso buscar os meios so aos ensinamentos da Ciência Jurídica.
mais econômicos e viáveis, utilizando a racionalidade econômica O renomado Hely Lopes de Meirelles diz que:
que busca maximizar os resultados e minimizar os custos, ou seja, o Princípio da Eficiência exige que a atividade administrativa
fazer o melhor com menores custos, gastando com inteligência os seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o
recursos pagos pelo contribuinte mais moderno princípio da função administrativa, que já não se
contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo
(Torres, 2004, p. 175). resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimen-
to das necessidades da comunidade e seus membros
Modernamente, a literatura especializada achou por bem in-
corporar um terceiro conceito, mais complexo que eficiência e efi- (Meirelles, 2002, p. 94).
cácia. Trata-se da efetividade, especialmente válida para a adminis-
tração pública. Maria Sylvia di Pietro cita a mesma definição do Prof Meirelles
A efetividade, na área pública, afere em que medida os resulta- e acrescenta definição dada por Carvalho Simas, que esse dever de
dos de uma ação trazem benefício à população. Ou seja, ela é mais eficiência corresponde ao dever de boa administração da doutrina
abrangente que a eficácia, na medida em que esta indica se o obje- italiana, o que já se acha consagrado, entre nós, pela Reforma Ad-
tivo foi atingido, enquanto a efetividade mostra se aquele objetivo ministrativa Federal do Dec. Lei 200/67, quando submete toda a
trouxe melhorias para a população visada. atividade do Executivo ao controle de resultado, fortalece o sistema
Mais uma vez vale a pena recorrer a Torres. Para ele: de mérito, sujeitando a administração à eficiência administrativa e
efetividade: é o mais complexo dos três conceitos, em que a recomendando a demissão ou dispensa do servidor comprovada-
preocupação central é averiguar a real necessidade e oportunida- mente ineficiente ou desidioso.
de de determinadas ações estatais, deixando claro que setores são A autora ainda diz tratar-se de ideia muito presente entre os
beneficiados e em detrimento de que outros atores sociais. Essa objetivos da Reforma do Estado. Com esse objetivo estão sendo
averiguação da necessidade e oportunidade deve ser a mais demo- idealizados institutos, como os contratos de gestão, as agências au-
crática, transparente e responsável possível, buscando sintonizar e tônomas, as organizações sociais e tantas outras inovações com que
sensibilizar a população para a implementação das políticas públi- depara o administrador a todo o momento.
cas. Este conceito não se relaciona estritamente com a ideia de efi- Alexandre de Moraes (2000) diz que este princípio obriga a
ciência, que tem uma conotação econômica muito forte, haja vista Administração direta e indireta e seus agentes a prática do bem
que nada mais impróprio para a administração pública do que fazer comum, por meio do manejo de suas competências de maneira im-
com eficiência o que simplesmente não precisa ser feito parcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia
e sempre almejando a qualidade, bem como adotando os critérios
(Torres, 2004, p. 175). necessários para melhor utilização dos recursos públicos.
Por outro lado, Celso Antônio Bandeira de Mello tem uma visão
Torres ainda relaciona os conceitos de eficiência e efetividade bem crítica sobre a introdução do princípio:
às reformas gerenciais. Trata-se, evidentemente, de algo mais do que desejável. Con-
À medida que aumentam as preocupações com a melhoria da tudo, é juridicamente tão fluido e tão difícil o controle ao lume do
qualidade do Estado, as preocupações com eficiência e efetivida- Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao artigo 37
de vão se sobrepondo às limitadas questões de ajuste fiscal. Ainda ou o extravasamento de uma aspiração dos que buliram no texto.
segundo o autor, eficiência tem foco na relação custo/benefício, (...) Finalmente, este princípio é uma faceta de um princípio mais
enquanto efetividade se concentra na qualidade do resultado e na amplo já superiormente tratado há muito tempo no Direito italiano:
própria necessidade de certas ações públicas. o princípio da boa administração.
Lúcia Valle Figueiredo também não vê a novidade com bons
olhos:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

é de se perquirir o que muda com a inclusão do princípio da A própria Constituição reconhece a diferença entre eficiência e
eficiência, pois, ao que se infere, com segurança, à Administração eficácia. É o que fica patente com a leitura do artigo 74, que trata
Pública sempre coube agir com eficiência com seus cometimentos. de um sistema de controle interno integrado entre os Poderes Le-
Na verdade, no novo conceito instaurado de Administração Geren- gislativo, Executivo e Judiciário, inciso II: “comprovar a legalidade e
cial, de ‘cliente’, em lugar de administrado, o novo ‘clichê’ produzido avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão orça-
pelos reformadores, fazia-se importante, até para justiçar perante mentária, (...)”
o país as mudanças constitucionais pretendidas, trazer ao texto o Compartilhando da visão de Amaral, não se pode admitir que
princípio da eficiência. Tais mudanças, na verdade, redundaram em a Constituição reconhece a distinção entre conceitos em um artigo
muito pouco de substancialmente novo, e em muito trabalho aos e não o faz em outro. Tal hipótese seria completamente absurda.
juristas para tentar compreender figuras emprestadas sobretudo Nessa seara, pode-se concluir que a CF, ao tratar do princípio da
do Direito Americano, absolutamente diferente do Direito Brasileiro eficiência, não faz menção à eficácia, nem tampouco à efetividade.
Surge então um questionamento fundamental. É viável ou
(Figueiredo, 2001, p. 63). mesmo desejável um Estado eficiente, mas que não seja eficaz nem
efetivo? É claro que a resposta é negativa. Toda a moderna teoria
O Prof Antônio Carlos da Cintra do Amaral, renomado jurista, gerencial sobre o Estado e, mais ainda, todas as ações do Estado
escreveu um artigo intitulado “O Princípio da Eficiência no Direito devem ocorrer no sentido de que os objetivos desejados pela admi-
Administrativo”, na revista eletrônica Diálogo Jurídico, no. 13, de nistração devam ser alcançados, com os melhores meios possíveis,
junho/agosto de 2002. atendendo às necessidades da população visada. Portanto, dizer
Neste artigo, o autor afasta conjecturas sobre a vontade do le- que a Constituição naquele momento se referia somente aos meios
gislador e sobre a preocupação que ocorreu no Congresso Nacional é um contrassenso.
sobre a tramitação da proposta de emenda constitucional. Para ele, Outros autores podem afirmar que a vontade do legislador
esses fatores não são de nenhuma relevância para a interpretação deve ser levada em consideração e que o princípio englobaria o
das normas. Nesse caso, o que deve prevalecer é o significado ob- conceito de eficácia, como pode se inferir da opinião de mestres
jetivo do princípio da eficiência, contido no ‘caput’ do art. 37 da CF. como Moraes e Di Pietro.
Em seguida, Amaral remete ao significado comum das palavras Ou seja, para alguns autores o legislador, ao anunciar o princí-
eficiência e eficácia no dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, pio da eficiência, estaria englobando também os princípios da efi-
no qual elas são consideradas sinônimas. Como acha insuficiente, cácia e da efetividade, ou, pelo menos, o primeiro. Os três ou dois
na busca do significado de eficiência recorre à ciência da Adminis- princípios estariam condensados em um só. Seria como afirmar que
tração, mais especificamente aos conceitos de Idalberto Chiavena- os Constituintes não conheciam ou não levaram em conta a diferen-
to, para diferenciar eficiência de eficácia. ciação oriunda da Ciência Administrativa.
Ao analisar os conceitos da administração, diz que a distinção Trilhando essa vertente se avista a solução. O artigo 74 data
também existe na ciência do Direito, na doutrina civilista, que dis- da redação original da Constituição. Sempre o tema de Controle In-
tingue, obrigações de meio e obrigações de resultado. terno sofreu muita influência da Ciência da Administração. Daí a
Nesse sentido, cita Orlando Gomes: menção à eficiência e eficácia.
para compreender a discrepância, impõe-se a distinção entre Já a redação da EC 19 se deu em outra realidade. O que se bus-
as obrigações de meios e as obrigações de resultado. Correspondem cava era a modernização da administração pública. Uma mudança
as primeiras a uma atividade concreta do devedor, por meio da qual de paradigmas do modelo burocrático, que se preocupava princi-
faz o possível para cumpri-las. palmente com meios, para o modelo gerencial, com ênfase em re-
Nas outras, o cumprimento só se verifica se o resultado é atin- sultados.
gido A introdução do Princípio da Eficiência significou um norte, um
estímulo, uma indicação de caminho para a administração pública.
(Gomes, 1984, p. 21). Ela não se satisfazia somente com o controle, ela queria resultados.
A administração pública no Brasil é pendular. Ora gravita para
E vai buscar correspondência ainda com o Direito Italiano em o controle, ora para a flexibilidade. A Constituição de 1988 foi um
Alberto Trabucchi, que afirma: “se a obrigação é de resultado, o movimento no sentido do controle. A Emenda Constitucional 19 um
adimplemento se entende verificado somente quando o resultado movimento para a flexibilidade.
é alcançado; se é de meios, a obrigação é cumprida quando é em- Outra controvérsia acerca do Princípio da Eficiência é sua rela-
pregada a atividade que se podia exigir da diligência do bom pai de ção com outros princípios, notadamente o Princípio da Legalidade.
família” (Trabucchi, 1991. p. 476). Amaral ressalta que não vê oposição entre os princípios da efi-
Conclui dizendo que “entendo que o princípio da eficiência, ciência e o da legalidade, na medida em que a atuação do agente
contido no ‘caput’ do art. 37 da Constituição, refere-se à noção de administrativo deve ser eficiente e legal.Di Pietro afirma que a efi-
obrigações de meios. Ao dizer-se que o agente administrativo deve ciência é princípio que soma aos demais impostos à administração,
ser eficiente, está-se dizendo que ele deve agir, como diz Trabucchi, não podendo sobrepor-se a nenhum deles, especialmente ao da
com ‘diligência do bom pai de família’”. legalidade, sob pena de gerar sérios riscos à segurança jurídica e ao
E argúi se o artigo é de alguma utilidade ou é um simples ador- próprio Estado de Direito.
no como diz Celso Antônio Bandeira de Mello, demonstrando pou- Bento diz que se pode presumir a possibilidade de ocorrer con-
ca convicção acerca de sua serventia. flito entre o princípio da eficiência e o da legalidade, ou mesmo o
No entendimento de Amaral, o princípio contido no art 37 da da moralidade. Argumenta que uma saída para essa questão seria o
CF aborda apenas o conceito de eficiência, não englobando o da princípio da eficiência ser usado para barrar atos ineficientes, ainda
eficácia, nem tampouco, portanto, o da efetividade. que legais e morais, ou seja, uma arma contra a falta de inteligência
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

administrativa. Para este autor, dizer que a eficiência deve ocorrer Na prática, o que se viu é que o Princípio da Eficiência ultrapas-
dentro dos limites da legalidade não resolve a questão, pois coloca sou os limites do debate acadêmico e se instalou definitivamente na
a eficiência em um patamar meramente residual. Mas é preciso ir vida pública nacional. A partir dele, sob o escopo legal, abriu-se a
além e verificar a questão da discricionariedade administrativa. possibilidade de se praticar a administração pública com eficiência,
Uma saída seria: eficácia e efetividade. Os pressupostos da moderna teoria gerencial
a distinção entre as instâncias superiores da administração, en- podem ser adotados por qualquer governo, seja nos planos federal,
carregadas de formular as estratégias mais gerais a respeito das estadual ou municipal.
políticas públicas além de estabelecer o seu marco regulatório, e Ou seja, a introdução desse princípio no ordenamento jurídico
aqueles órgãos inferiores encarregados da sua implementação, é a autorização básica e necessária para introduzir a moderna teoria
concentrando o projeto antidiscricionário sobre o topo da adminis- gerencial na administração pública brasileira.
tração enquanto admite a flexibilização organizacional – posto que Portanto, cabe agora aos gestores públicos dar as efetivas res-
sempre supervisionada, inclusive do ponto de vista da eficiência – postas à população, no sentido de garantir a ela a prestação de
na sua base comodidades públicas condizentes com seus anseios reais, a tanto
tempo postos em segundo plano pelos governantes brasileiros.
(Bento, 2003. p. 149).
Produtividade e Competitividade
Aqui cabe discordar da visão de Bento. Ao se avaliar uma ação Com as transformações ocorridas no cenário das organizações
estatal sob o prisma da eficiência e sob o da legalidade, não se está em geral a maior preocupação das empresas é como competir com
diminuindo nenhum dos dois princípios. A Constituição determinou grandes e repentinas mudanças no mercado.
que os Poderes obedecerão aos princípios da eficiência e da legali- Algumas empresas utilizam técnicas como Downsizing (redu-
dade. Logo, todos os atos públicos deverão caminhar sob o resguar- ção de pessoal) na tentativa de reduzir custos e consequentemente
do de ambos os princípios. Não pode haver choque entre eles. Não seus preços de venda. Outras tantas, investem em programas rela-
se pode admitir uma ação dentro dos limites da legalidade e não cionados à qualidade, investimentos tecnológicos e outras técnicas
atinente à eficiência, ou vice-versa. propostas para se atingir o objetivo desejado.
Nesse momento, poderia haver o questionamento se esses Na verdade as empresas devem ofertar produtos e serviços
debates sobre conceitos jurídicos teriam alguma utilidade para a que atendam as necessidades e expectativas do mercado, que se-
administração. A resposta com certeza seria positiva. Em toda a jam úteis, que cubram custos, que garantam lucros e que tenham
oportunidade que alguém ligado a qualquer ciência afirmar que o preços competitivos. Para que isso aconteça às empresas precisam
Princípio da Eficiência só diz respeito aos meios, que ele é somente conhecer muito bem o mercado que querem atender ou atendem
um adereço e que guarda alguma objeção ao Princípio da Legalida- (nicho de mercado), verificar a melhor estratégia de atuação, recur-
de, poderá ser respondido pelo administrador público. sos e tecnologia necessárias para a obtenção de produtos, aquisição
A Emenda Constitucional 19 visou à boa administração, a admi- e controle de matérias primas, conhecer a atuação dos concorren-
nistração capaz de proporcionar bem estar à população. Ela não foi tes, a utilização correta da informação que quando bem utilizada e
um adereço. Ela permite que leis infraconstitucionais adotem me- organizada representa o meio de integrar as diversas funções, pro-
canismos inovadores, sob a alegação de que estão de acordo com o cessos e setores e outros tantos conhecimentos necessários para
Princípio da Eficiência. obter o sucesso desejado. Em resumo isto significa ter qualidade.
A partir dela, toda conduta do governante estritamente legal A qualidade representa um modo de gestão das organizações
sob o ponto de vista processual, mas que não traga benefícios prá- em que as pessoas devam fazer as coisas certas, no tempo certo e
ticos, afronta a lei. Por exemplo, a construção de uma ponte. Não ao menor custo e para isso precisam dominar e usar o conhecimen-
basta que o processo licitatório esteja dentro da conformidade legal to necessário para a organização da empresa.
e que a construção seja feita na melhor relação entre qualidade e
preço. É necessário que estes pressupostos sejam cumpridos, mas Qualidade
impõe-se um passo adiante. A ponte tem de atender aos anseios Qualidade são aspectos de um produto ou serviço que lhe per-
das pessoas que dela se servirão. Ela tem de trazer benefícios à po- mitem satisfazer necessidades (Longenecker; Moore; Petty ,1997,
pulação. p. 470), Segundo Miranda (1994, p.5) as organizações precisam ge-
A promulgação da emenda não significou um choque entre rar produtos e serviços em condições de satisfazer as demandas dos
duas ciências. Ao contrário, representa um momento em que a Ci- usuários finais – consumidores sob todos os aspectos.
ência Jurídica, sob a influência dos administradores públicos, pro- Portanto, Gestão da Qualidade significa um modo de organiza-
duziu um texto condizente com as práticas modernas de gestão e, ção das empresas para garantir produtos e serviços com qualidade,
a partir daí, inclusive utilizando-se de conhecimentos jurídicos, a que envolvem alta conformação às especificações, aparência atra-
Ciência da Administração pôde produzir significativos avanços na tiva do produto, respostas rápidas às mudanças de especificações,
condução das políticas públicas. baixas taxas de defeitos, tempo curto de manufatura e aspectos
Surgiram as agências executivas, as agências reguladoras, as tecnológicos tais como: tecnologia básica de processo, tecnologia
Oscips, as O.S., o contrato de gestão, o termo de parceria, a modali- dos materiais, tecnologia envolvida no processo de manuseio e tec-
dade de pregão no âmbito da licitação, e ocorreu o fim da unicidade nologia de produção. O uso destas tecnologias associadas ao pro-
do regime jurídico único como obrigatoriedade. Essas, entre outras cesso da Gestão da Qualidade possibilita aumento da produtividade
medidas, significaram a materialização dos pressupostos do Prin- e, por conseguinte, influencia a sua própria competitividade. Essas
cípio da Eficiência, a saber: a eficiência, a eficácia e a efetividade. tecnologias podem representar um fator estratégico e competiti-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vo para o ambiente operacional, com relação a grande variedade tisfação está relacionada com o que a concorrência oferece e que
de opções de arranjos do fluxo de trabalho que refletirá no pronto a satisfação é conseguida durante toda a vida útil do produto não
atendimento ao cliente. apenas na hora da compra, significa dizer que a produtividade está
O gerenciamento da qualidade total é uma abordagem voltada baseada em melhorias contínuas internas que refletiram externa-
para as operações gerenciais. A qualidade é inserida em um pro- mente. Desta forma, as empresas além de satisfazerem seus consu-
duto durante o processo operacional, e não acrescentada a ela na midores, devem também ser melhores que seus concorrentes.
fase de inspeção. A qualidade de um produto é influenciada por seu A gestão da qualidade trata o processo manufatureiro como
desing, pela qualidade de matérias primas e pelo desempenho dos um potencial alavancador de competitividade e como parte destas
empregados. estratégias estão as obtenções de produtos sem erros, entregas
Com a atual realidade econômica as empresas para enfrentar a rápidas ao consumidor, cumprimento de prazos de entregas, colo-
competitividade precisam constantemente avaliar suas estratégias cação de novos produtos no mercado dentro do prazo preestabe-
de ação com relação à qualidade, em muitos momentos se depa- lecido, mix de produtos amplos conforme demanda do mercado,
ram com a questão da certificação ou seja ISO. estratégias adequadas para produzir a baixos custos. A gestão da
ISO é a sigla de uma organização internacional, não governa- qualidade auxilia o setor operacional a administrar redução de per-
mental, que elabora normas internacionais que descrevem sistemas das e custos de operação, estrangulamentos das linhas de produ-
de qualidade. O Brasil participa da ISO através da ABNT (Associação ção, aprimoramento de métodos e testes de inspeção, otimização
Brasileira de Normas Técnicas), que é uma sociedade privada, sem do tempo de produção, definição de manutenções preventivas,
fins lucrativos, onde participam pessoas físicas e jurídicas, e reco- eliminação de retrabalhos e outras tomadas de decisão necessá-
nhecida pelo governo brasileiro. rias para concretizar a gestão. Tanto as organizações de fabricação
O processo de certificação é composto por círculos da quali- quanto às de serviços usam um processo operacional que converte
dade que se baseiam nas ideias dos empregados, reunindo-se pe- insumos em produtos ou serviços. Esses tipos básicos de processos
riodicamente para identificar e resolver problemas. Inspeção que é são oficinas de trabalho, produção contínua e produção por lote. A
o método tradicionalmente usado para manter o controle da qua- programação adequada e o controle do fluxo de trabalho são ne-
lidade. E o controle da qualidade moderno que envolve o uso de cessários tanto nas organizações de fabricação quanto de serviços.
técnicas estatísticas, planos de amostragem, variáveis e atributos,
para detectar e tratar problemas relacionados à qualidade. A admi- Competitividade
nistração da qualidade é importante nos negócios de serviço, bem A competitividade está diretamente ligada à eficiência empre-
como na fabricação. sarial.
Com um mercado cada vez mais competitivo as empresas se Competitividade é a base do sucesso ou fracasso de um negó-
deparam com um ambiente de alta pressão, exigindo das mesmas cio onde há livre concorrência. Aqueles com boa competitividade
produtos ou serviços com padrões cada vez melhores, e muitas ve- prosperam e se destacam dos seus concorrentes, independente do
zes, para sobreviver são impelidas a serem flexíveis e inovadoras. A seu potencial de lucro e crescimento...
certificação é uma forma da empresa demonstrar para o mercado Competitividade é a correta adequação das atividades do ne-
produtos ou serviços com qualidade facilitando relações comerciais. gócio no seu microambiente. ( DEGEN, 1989, p.106-107)
A competição é o termômetro para as adaptações das ativida-
Produtividade des de uma empresa em relação ao seu nicho de mercado. Uma das
A produtividade é considerada uma sincronia de estraté- estratégias utilizadas pelas empresas para serem competitivas é a
gias das empresas com o mercado, desta forma, Cerqueira Neto diferenciação de seus produtos e/ou serviços. A gestão da qualida-
(1991:43) a define como: “as grandes empresas se empenham na de auxilia no processo de competitividade a partir do momento que
implementação de programas de qualidade total, cujos resultados oferece ao mercado produtos livres de defeitos, entregas rápidas,
não só garantem a plena satisfação dos clientes como também re- isto associado aos programas operacionais que passam a contribuir
duzem os custos de operação, minimizando as perdas, diminuindo plenamente para atender seus consumidores.
consideravelmente os custos com serviços externos otimizando a O modelo de gestão da qualidade procura atender prontamen-
utilização dos recursos existentes.” te aos requisitos da competitividade através da colocação de novos
De acordo com Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 484), pro- produtos e serviços, necessidade de oferecer produtos e serviços
dutividade é a eficiência com a qual os insumos são transformados com alta qualidade a custos relativamente baixos que os tornem
em produção. competitivos, capacidade rápida de inovação, dentre outras.
A administração da produção/operações tem sofrido trans-
formações imensas com as mudanças mercadológicas, alcance de Informação e competitividade
metas estratégicas e competitivas das organizações. As empresas A informação é muito mais que dados processados: são dados
precisam constantemente aprimorar produtividade, qualidade e coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos signifi-
eficiência, que exige bom estruturamento, comunicação fácil e am- cados e contexto.
biente de valorização do ser humano. Para que estejam enquadra- Para ser competitivo é necessário conhecer o ambiente exter-
das neste contexto, algumas empresas adotaram e readequaram no e o ambiente interno, definindo caminhos que garantam a conti-
técnicas de qualidade, queima de linhas de produtos não compe- nuidade empresarial. A empresa é entendida como um sistema que
titivos, adoção de fluxo de produção mais eficiente, dentre outros engloba recursos físicos, humanos e organizacionais, para transfor-
processos que a tornem mais competitiva. mar matérias primas em produtos na forma de bens e serviços. O
Tornou-se necessário sincronizar estratégias das empresas com maior desafio das empresas é sempre ofertar produtos e serviços
o mercado e a manufatura, que atendam clientes, usuários e aque- que satisfaçam plenamente seus clientes, cobrindo seus custos e
les que os representam e os influenciam, ter consciência que a sa- garantindo seus lucros.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A empresa para ser competitiva precisa levar em consideração Embora informática e tecnologia representam uma grande par-
atuação dos seus concorrentes diretos, fornecedores, clientes, ino- te da administração do conhecimento, as pessoas continuam sen-
vações (desenvolvimento de novos produtos), estratégias mercado- do a força que dá movimento à administração do conhecimento. O
lógicas, gerenciar materiais e operações e outros aspectos relevan- conhecimento é criado apenas pelos indivíduos e a eles pertence.
tes para garantir sua participação no mercado. Uma organização não pode criar conhecimento sem as pessoas. O
A informação está presente nas ações da empresa como um que pode fazer é apoiar pessoas criativas e prover contextos para
todo, no conhecimento do mercado, definição de produtos, formas que essas gerem conhecimento. Além da geração e/ou aquisição
de atuação do processo operacional, interligando sistemas como de conhecimento, é preciso cuidar para que ele seja catalogado,
suprimentos, compras, vendas entre outros envolvidos no cenário transferido, assimilado e utilizado, ou seja, estoque, fluxos e con-
empresarial e inter-relacionados. Tem por objetivo promover o co- teúdos de conhecimento. Aprender com a experiência, aplicar o
nhecimento básico e orientações que se fazem necessárias a cada conhecimento adquirido da experiência, tratar situações comple-
processo, função, desde que seja no momento certo e na quantida- xas, resolver problemas quando faltam informações importantes,
de adequada. determinar o que é importante, ter capacidade para raciocinar e
A informação significa dados em uso e seu valor é determinado pensar, reagir rápida e corretamente a novas situações, compre-
pelo usuário. A informação utilizada no sistema empresarial pode ender imagens visuais, processar, ser criativo e imaginativo, utili-
ser organizada de acordo com o ciclo empresarial, agrupada pela zar heurística (normas práticas advindas da experiência) são algu-
sua similaridade e a estreita relação da organização em suas fun- mas das características de um comportamento inteligente a serem
ções e processos com a cadeia de informação que garante tomada otimizadas na execução de qualquer atividade funcional em uma
de decisão precisa em tempo real. empresa e são também características em que se observa uma ní-
Sobrevivência e sucesso empresarial dependem completamen- tida correlação entre conhecimento, aprendizagem e criatividade.
te da habilidade da organização para ajustar à dinâmica do am- Tomada de decisão humana e a tomada de decisão organizacional
biente empresarial. Mudanças em informática geraram aberturas está fundamentada no princípio que as organizações nunca podem
em acesso e controlam a informação e o conhecimento. O conheci- ser perfeitamente racionais, porque os seus membros têm habilida-
mento é inerente à vantagem competitiva e a tecnologia converte des limitadas de processamento de informações.
desafios em oportunidades. Para que as organizações se tornem mais inteligentes é neces-
Não há vantagem competitiva sustentável senão através do sário construir tipos de habilidades de aprendizagem dentro das
que a empresa SABE, como consegue UTILIZAR o que sabe e a rapi- organizações, sendo requerido que estas sejam mais do que obriga-
dez com que APRENDE algo novo. toriamente competentes na aprendizagem de circuito único (que se
A administração do conhecimento é a solução para as capaci- apoia em uma habilidade de detectar e corrigir o erro com relação
dades técnicas da empresa, para criar o conhecimento que impul- a um dado conjunto de normas operacionais), também possuindo
siona a empresa adiante. Administração do conhecimento significa habilidades em termos de aprendizagem de circuito duplo (que
pensamento fora dos limites de praticas atuais, produtos, serviços e depende de ser capaz de olhar de forma multifacetada uma dada
organizações. O ambiente organizacional moderno exige inovação, situação, questionando a relevância das normas em funcionamen-
criatividade e ênfase no capital intelectual. A gestão do conheci- to). A aprendizagem se torna evidente dentro de uma organização
mento é um processo, articulado e intencional, destinado a susten- quando em um determinado cenário seus membros experimentam
tar ou a promover o desempenho global da organização, com base uma situação problemática e questionam / investigam / refletem
no conhecimento. em favor da organização. Transformam desafios em oportunidades
Ter controle, facilidade de acesso e manter um gerenciamento e confrontam o esperado com os resultados atuais das ações de
integrado sobre essas informações passou a ser um diferencial para modo a tornar evidentes os resultados e as expectativas.
que se possam atingir objetivos desejados, gerenciar informações A aprendizagem no contexto organizacional pode tornar-se evi-
não é mais o bastante para as empresas, que tem como principal dente interpretando experiências passadas que levaram ao sucesso
objetivo atual administrar conhecimento. ou fracasso, analise entre ações e resultados organizacionais que in-
dicarão ações futuras, visualização do cenário organizacional quan-
Conhecimento significa informação interpretada, o que ela to a desempenho, demanda e mudanças necessárias buscando a
pode causar quando utilizada em determinadas tomadas de de- minimização de interesses conflitantes, análise das teorias de ação
cisões. Saber como o meio reage às informações, anterver-se às e propostas de reestruturação, descrição e análise das experiências
mudanças e ser bem sucedido nos objetivos a que se propõe. A da organização.
administração do conhecimento envolve pessoas, tecnologia e pro- A construção e manutenção de um ambiente propício ao
cessos, desta forma, utiliza o conhecimento acessível de fontes ex- aprendizado favorece a criatividade, bem como motivação para o
ternas, embute e armazena conhecimento em processos de negó- trabalho, pelo prazer e satisfação, um conhecimento e experiência
cios, representa conhecimento em banco de dados e documentos, abrangente, uma cultura organizacional que inclua valores predo-
promove crescimento do conhecimento através da cultura das or- minantes para a inovação e, de especial relevância, a disposição
ganizações e incentivos, transfere e compartilha conhecimento ao para correr riscos e aprender com os próprios erros. O conhecimen-
longo da organização e avalia o valor de ativos de conhecimento .O to apresenta tanto um componente tácito quanto um componente
maior desafio da gestão do conhecimento encontra-se em objetivos explícito e, em consequência disso, pode ser mais ou menos «ensi-
corporativos x individuais, aprendizagem individual x grupal x or- nável». Analisada em termos de incremento do sucesso empresa-
ganizacional, subculturas executiva x técnica x operacional, vínculo rial, uma crescente vantagem competitiva de uma empresa está di-
com criação de valor e infraestrutura tecnológica. retamente relacionada à dificuldade com que outras possam copiar
seu conhecimento.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O conhecimento não está somente nos indivíduos ou nas roti- liadas, que propicia adequado grau de confiança de que um pro-
nas de trabalho das organizações, mas está cada vez mais presente duto, processo ou serviço atende aos requisitos de uma norma ou
nas redes de conhecimentos que ligam as organizações, e o desafio regulamento técnico.
está exatamente em perceber e enfrentar as limitações das novas A preocupação constante, do empresário moderno, é de ofe-
tecnologias de informação que permitem a existência desta rede, recer sempre produtos e serviços com altos índices de qualidade.
uma vez que estas tecnologias têm se orientado mais no sentido de Ser competitivo é encontrar métodos para reduzir o esforço físico,
mover a informação de “uma cabeça para outra”, em vez de perme- encurtar o tempo de execução, diminuir custos, oferecer produtos
ar as rotinas organizacionais. e serviços com alta qualidade e bons preços de venda. Entretanto, é
As organizações se deparam com o conhecimento explícito que necessário que as empresas conheçam seus pontos fortes e fracos
pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações internos e externos. O parâmetro para saber se uma empresa tem
gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais e as- competitividade, instaura-se no confronto com outras empresas si-
sim por diante, e o conhecimento tácito difícil de ser articulado a milares existentes em diferentes regiões.
linguagem formal, sendo um conhecimento pessoal incorporado à As empresas independentemente de seu porte, ramo ou lo-
experiência individual envolvendo fatores intangíveis. A interação calização, precisam a todo instante da informação sobre diversos
entre essas duas formas complementares de conhecimento resulta assuntos e áreas do conhecimento, desta forma, para serem com-
na principal dinâmica da criação do conhecimento na organização. petitivas precisam dominar e fazer uso do conhecimento necessá-
Em síntese a administração do conhecimento é algo feito por rio para ofertar ao mercado produtos e serviços que atendam suas
pessoas. A tecnologia da informação é um recurso de apoio, mas o necessidades.
foco principal deve ser as mudanças necessárias nos processos da Uma empresa representa um sistema complexo, estruturado
empresa (que precisam mudar para incorporar atividades de coleta por funções e processos que devem agir de modo ordenado, inte-
e utilização do conhecimento), os papéis e responsabilidades na or- grado e sincronizado. Representa um grande desafio para a gestão
ganização (por exemplo, quem capta e quem conserva as informa- de empresas fazer com que todos os seus elementos atuem ordena-
ções) e os incentivos (por exemplo, o que fazer para que as pesso- damente em direção a sua razão de ser: o cliente. A gestão da quali-
as contribuam com seus conhecimentos). Os mais bem-sucedidos dade representa este meio, uma forma de organização da empresa
projetos organizacionais os quais focam o conhecimento devem dar em busca de seus objetivos.
atenção a uma sinergia significativa entre os fatores humanos, orga- Um sistema da qualidade é basicamente um sistema de infor-
nizacionais, técnicos e estratégicos. mação. Permite ordenar o conhecimento usado na empresa, sincro-
Qualidade e produtividade são fatores chave para a competiti- nizando a atuação de pessoas, postos de trabalhos e fornecedores
vidade e sempre foi preocupação dos setores produtivos, em maior em busca de objetivos comuns, em direção ao sucesso da empresa.
ou menor escala em diferentes setores. O fluxo de informação do processo, que representa o elemento bá-
A qualidade observou diferentes abordagens ao longo do tem- sico da organização das empresas, é que proporciona o devido meio
po sendo até hoje fator de sucesso para as empresas. Com o acir- de comunicação entre os componentes da empresa, assegurando
ramento da competição a qualidade passou a ser uma questão de o fornecimento de produtos certos, com especificações de acordo
sobrevivência no mundo empresarial. com os requisitos dos clientes, nos prazos e quantidades corretas,
No Brasil, a partir do inicio da década de 90, vem sendo ob- a um custo mínimo e plena satisfação das pessoas envolvidas com
servado grande movimento em prol da melhoria da qualidade de a empresa.
produtos e serviços. A criação de programas, tais como, o Programa Estabelecer um sistema de organização de empresas com base
Brasileiro da Qualidade e Produtividade, a abertura econômica que na gestão da informação representa um meio para ordenar o uso
expôs as empresas brasileiras a um ambiente de grande competi- do conhecimento necessário à atividade empresarial visando o su-
ção, a evolução do cidadão brasileiro enquanto consumidor, que cesso da mesma.
passou a exercer mais plenamente seus direitos e deveres e a es- No contexto atual das empresas o conhecimento assume cada
tabilização da moeda foram fatores indutores e decisivos para esse vez mais um papel central. Os recursos econômicos básicos passam
movimento. a contar, além do capital, dos recursos naturais e da mão-de-obra
A qualidade deixou a ser preocupação exclusiva dos técnicos, com dados para a formação de conhecimentos necessários aos pro-
para ser de todos. O conceito atual é que qualidade é adequação ao cessos produtivos e de negócios.
uso, cujos requisitos devem estar preestabelecidos. O conhecimento tem o seu valor e para o ambiente organiza-
O mercado globalizado vem demandando novas abordagens cional o mesmo se faz presente através da aplicação de programas
em termos da questão da qualidade. Uma adequada gestão pela da qualidade, produtividade, capacidade de inovar, aplicando o
qualidade, que tem decisiva contribuição para alavancar à compe- conhecimento ao trabalho, criando os `trabalhadores do conhe-
titividade, passou a ser decisiva para a sobrevivência das empresas. cimento’, fazendo com que novos desafios se façam presentes: a
Surgem as chamadas barreiras não tarifárias ou barreiras técni- produtividade do trabalho com o conhecimento e a formação deste
cas, estabelecidas através da promulgação de normas, regulamen- novo trabalhador possibilita a empresa competir e garantir sua per-
tos ou procedimentos de avaliação da conformidade. O fato é que manência no mercado.
o espaço para dificultar o acesso a mercados através do estabele- Para as organizações conhecimento significa aplicar um con-
cimento de tarifas acabou para a grande maioria dos países, pas- junto de regras, procedimentos e relações a um conjunto de dados
sando estes a fazê-lo através das barreiras técnicas. Por avaliação para que este atinja valor informacional.
da conformidade entende-se a implementação de uma sistemática, Uma informação idêntica, da mesma forma que um recurso
com regras preestabelecidas e devidamente acompanhadas e ava- físico, terá diferente valor para pessoas, locais e tempos diferen-
tes, variando então seu valor econômico conforme o contexto
Com relação a essa integração da gestão do conhecimento com
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

os processos empresariais da organização, as tradicionais áreas ou cessivamente complexos. No entanto, é importante entender que
departamentos funcionais da empresa continuam existindo, mas a burocracia, quando bem estruturada e implementada, pode ser
com novos desafios e propósitos. Cada vez mais devem deixar sua uma ferramenta essencial para garantir a eficiência e a consistência
postura isolada e procurar contribuir efetivamente na formação nas operações organizacionais.
de linguagens comuns com outros departamentos, em especial Originalmente proposto pelo sociólogo alemão Max Weber,
naqueles processos em que atuam conjuntamente. Neste sentido, o modelo burocrático de administração pressupõe uma estrutu-
pode ser mencionado o que deverá ocorrer com as seguintes áreas ra organizacional formal e rígida, onde as regras e procedimentos
funcionais Finanças: tem como propósito contabilizar ou medir os são claramente definidos e seguidos à risca. Na teoria weberiana,
recursos intangíveis (conhecimentos) presentes nos processos de a burocracia é caracterizada por uma série de aspectos, incluindo
negócios empresariais; a divisão clara de responsabilidades, a hierarquia de autoridade, a
Recursos Humanos: utilizando a gestão do conhecimento para impessoalidade nas relações, e a competência técnica como critério
fatores tais como a liderança, cultura corporativa, relações interfun- para a seleção e promoção de funcionários.
cionais e gestão por competências; No âmbito empresarial, a burocracia pode ajudar a estabele-
Qualidade: enfatizando processos empresariais, do fornecedor cer processos claramente definidos, aumentando a previsibilidade
até a entrega ao cliente, busca do conhecimento externo à empresa e a transparência. Isso pode ser particularmente útil em grandes
para aprimorar técnicas administrativas como o benchmarking de organizações, onde a coordenação de numerosas tarefas e pesso-
melhores práticas; as requer regras e procedimentos claros. Além disso, a burocracia
Tecnologia da Informação: inserindo nas organizações novas contribui para a responsabilização, pois as responsabilidades e os
ferramentas de Tecnologia de Informação para a gestão do conhe- processos de tomada de decisão são claramente definidos.
cimento, considerando a visão estratégica que a empresa emprega No entanto, é importante salientar que um excesso de buro-
nestes temas, aspectos humanos e comportamentais ligados ao uso cracia pode ser prejudicial, levando a processos lentos, resistência à
destas ferramentas; mudança e falta de criatividade. Portanto, as organizações precisam
Engenharia: desenvolver produtos como um processo coor- buscar um equilíbrio, implementando processos burocráticos onde
denado, através do uso da engenharia simultânea, com o envolvi- são necessários para a eficiência e a consistência, mas também in-
mento de pessoas de diferentes áreas funcionais, envolvimento de centivando a flexibilidade, a inovação e a adaptabilidade onde são
clientes no projeto e da realização de experimentações, contribui, necessárias.
com as atividades ligadas à formação de competências centrais da Em resumo, a burocracia, apesar de suas limitações, é uma
empresa, para a criação de novos conhecimentos e inovações; ferramenta vital na administração de empresas. Quando gerida de
Manufatura ou fabricação (área de produção da fábrica): con- forma eficaz, pode contribuir para a eficiência, a transparência e a
tribuindo com mais espaços de conversão de conhecimentos tácito responsabilização nas organizações.
/ explícito, mediante oportunidade dada por recursos como a pro-
dução enxuta, que incentiva o agrupamento de visões diferentes
para a análise e solução de problemas da produção. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA. MS OFFICE
Marketing: trabalhando com as fontes de conhecimentos ex-
ternos à empresa, por meio da mudança de foco que incorpora,
buscar e mostrar a realidade atual (pesquisas de mercado conven- Microsoft Office
cionais), o desenvolvimento de mecanismos para analisar tendên-
cias futuras;
Vendas e serviços: incorporação de conhecimentos externos à
empresa, com a acumulação de dados e informações sobre os clien-
tes em tempo real, que posteriormente podem ser trabalhados por
ferramentas de Tecnologia de Informação, voltadas à construção de
conhecimentos mediante análises estatísticas e cruzamentos destes
dados e informações.
O uso dos conceitos de Gestão da Qualidade e Gestão do Co-
nhecimento como fatores chave para a produtividade e competi-
tividade organizacional, pretende expor diversas visões ligadas a
estes contextos, buscando entender o impacto destes temas na
inovação dos processos organizacionais. Isso permite concluir que
é impossível implementar a gestão da qualidade sem o devido uso
da informação.

BUROCRACIA

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para


A burocracia é um conceito amplamente discutido na admi- uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
nistração de empresas, muitas vezes recebendo uma conotação em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos –
negativa por estar associado a processos lentos, redundantes e ex- Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:
Editora
249
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Word • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)


O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
então apresentar suas principais funcionalidades. de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
• Área de trabalho do Word máticos.
Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
com a necessidade.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-


• Iniciando um novo documento
-altas e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do diferentes tipos de marcadores automáticos:
Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha- • Outros Recursos interessantes:
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.
GUIA ÍCONE FUNÇÃO
GUIA PÁGINA TECLA DE - Mudar
ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO Forma
Justificar (arruma a Página - Mudar cor
direito e a esquerda de Ctrl + J inicial de Fundo
acordo com a margem - Mudar cor
do texto
Alinhamento à direita Ctrl + G
- Inserir
Centralizar o texto Ctrl + E Tabelas
Inserir
- Inserir
Alinhamento à es- Imagens
Ctrl + Q
querda

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-


lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
Verificação e
uma planilha.
Revisão correção ortográ-
fica
• Formatação células

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
• Fórmulas básicas

ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um interva-


=MEDIA(célula X:célulaY)
lo de células)
MÁXIMA (em um inter-
=MAX(célula X:célulaY)
valo de células)
MÍNIMA (em um inter-
– Podemos também ter o intervalo A1..B3 =MIN(célula X:célulaY)
valo de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

Editora
251
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Área de Trabalho do PowerPoint Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-


ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro


slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
uma posição para outra utilizando o mouse.
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
para passagem entre elementos das apresentações.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo


tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referen-
te ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos,
tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa. Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade


de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
vando a experiência dos usuários a outro nível.

Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-


Office 2013 que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar a digitação de equações.
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque • Atualizações no Excel
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
tos com telas simples funciona normalmente. riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- questão do compartilhamento dos arquivos.
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos. • Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
• Atualizações no Word riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); tão do compartilhamento dos arquivos;
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos 3D na apresentação.
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; Office 2019
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
editar PDF(s). ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
• Atualizações no Excel veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário • Atualizações no Word
melhores formas de apresentar dados. – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft. desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta- – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;

Editora
253
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Atualizações no Excel Office 365


– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
algum mapa que deseja construir. sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

NOÇÕES DE USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE


ESCRITÓRIO.MÁQUINAS E COMPUTADORES.

— Equipamentos de Escritório
Equipamentos de escritório como impressoras, scanners, tele-
fones, entre outros, são cruciais para a operação diária de qualquer
empresa. O uso adequado desses equipamentos contribui para a
sua durabilidade. Aqui estão algumas dicas:
• Leia e siga as instruções do fabricante sobre como operar o
equipamento corretamente.
• Evite o uso excessivo do equipamento. Por exemplo, se uma
impressora tem um limite de páginas que pode imprimir por dia,
tente não ultrapassá-lo.
• Faça manutenções periódicas. Limpezas regulares e manu-
tenções preventivas podem evitar danos e prolongar a vida útil do
equipamento.
• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta — Máquinas
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações; As máquinas, especialmente aquelas utilizadas em ambientes
– Inclusão de imagens 3D na apresentação. de produção, necessitam de cuidados especiais, tais como:
• Garanta que apenas pessoal treinado opere as máquinas.
• Realize inspeções e manutenções regulares para detectar
qualquer problema em potencial.
• Use equipamento de proteção individual (EPI) ao operar má-
quinas para garantir a segurança.
• Desligue as máquinas quando não estiverem em uso para
economizar energia e prevenir desgastes desnecessários.

— Computadores
Os computadores são uma ferramenta essencial em quase to-
das as empresas hoje em dia. Aqui estão algumas dicas para o seu
uso e conservação:
• Não baixe ou instale software de fontes desconhecidas para
evitar vírus e malware.
• Mantenha o software, incluindo o sistema operacional e os
aplicativos, atualizados.
• Não sobrecarregue o computador com muitos programas
abertos ao mesmo tempo.
• Use proteção contra surtos de energia para evitar danos ao
hardware.
• Faça backups regulares dos dados para prevenir perdas em
caso de falhas no sistema.

Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Limpe regularmente o computador, tanto por dentro (eli-


AS ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS SOCIAIS, A ORGANI-
minando arquivos desnecessários e desinstalando programas não
ZAÇÃO COMO UM SISTEMA DE PAPÉIS, DESEMPENHO DE
utilizados) quanto por fora (limpando o teclado, a tela e o mouse).
PAPÉIS.
Cada equipamento, máquina ou computador tem suas próprias
necessidades específicas de uso e manutenção. Por isso, é funda-
mental conhecer bem os equipamentos e seguir as recomendações
dos fabricantes para garantir seu uso eficiente e duradouro. — As Organizações como Sistemas Sociais
As organizações são mais do que apenas entidades econômi-
cas; elas são também sistemas sociais complexos. Este conceito su-
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE EMPRESA. FERRAMENTAS. gere que as organizações são formadas por indivíduos e grupos que
OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS, SENTIDO DO TRABALHO E interagem entre si para atingir objetivos comuns.
COMPROMETIMENTO. Dentro deste sistema social, existem várias relações interpes-
soais e intergrupais, normas de comportamento, processos de to-
mada de decisão, e uma cultura organizacional que define valores,
Os sistemas de informação nas empresas são conjuntos inter- crenças e atitudes. Todas essas dimensões sociais influenciam a for-
-relacionados de componentes que coletam, processam, armaze- ma como a organização opera e se adapta ao seu ambiente.
nam e distribuem informações para apoiar a tomada de decisões,
a coordenação e o controle em uma organização. Eles também aju- — A Organização como um Sistema de Papéis
dam os gestores e trabalhadores a analisar problemas, visualizar Dentro da perspectiva dos sistemas sociais, uma organização
questões complexas e criar novos produtos. também pode ser vista como um sistema de papéis. Cada indivíduo
dentro da organização tem um “papel” específico que é definido
— Ferramentas dos Sistemas de Informação Empresarial por um conjunto de expectativas sobre seu comportamento e suas
Existem várias ferramentas que fazem parte dos sistemas de responsabilidades. Por exemplo, o papel de um gerente pode incluir
informação das empresas, incluindo: a supervisão de funcionários, a tomada de decisões estratégicas e a
• Bancos de Dados e Data Warehouses: Eles armazenam, ge- comunicação com outras partes interessadas.
renciam e processam grandes volumes de dados que são essenciais Os papéis dentro de uma organização não são estáticos; eles
para as operações da empresa. podem mudar e evoluir com base em diversos fatores, como mu-
danças na estratégia organizacional, no ambiente de negócios ou na
• Software de Gestão Empresarial: Essas ferramentas (como própria estrutura da organização.
ERP, CRM e SCM) auxiliam na gestão de diferentes aspectos do ne-
gócio, desde recursos humanos até vendas e logística. — Desempenho de Papéis
O desempenho de papéis refere-se à maneira como os indiví-
• Ferramentas de Análise de Dados: Essas ferramentas (como duos realizam suas funções ou papéis designados dentro de uma
as de Business Intelligence e Big Data Analytics) ajudam a transfor- organização. Um bom desempenho de papel ocorre quando um
mar dados brutos em insights úteis para a tomada de decisões. indivíduo compreende e cumpre as expectativas associadas ao seu
papel.
• Redes e Infraestrutura de TI: Essas ferramentas permitem a Por outro lado, problemas no desempenho de papéis podem
comunicação e a colaboração eficientes, além de fornecer a base ocorrer devido a “conflitos de papéis” (quando um indivíduo en-
sobre a qual todos os outros sistemas de informação são constru- frenta demandas contraditórias de diferentes papéis) ou “ambigui-
ídos. dade de papéis” (quando não está claro o que é esperado de um
indivíduo em seu papel).
— Objetivos Organizacionais, Sentido do Trabalho e Compro- Para garantir um bom desempenho de papéis, as organizações
metimento devem se esforçar para definir claramente as responsabilidades e
Os sistemas de informação empresarial desempenham um pa- expectativas dos papéis, fornecer o treinamento e os recursos ne-
pel crucial na consecução dos objetivos organizacionais. Eles facili- cessários para desempenhar esses papéis e implementar sistemas
tam a coordenação eficiente das atividades, permitem o monitora- de feedback e avaliação para monitorar o desempenho de papéis.
mento e o controle dos processos de negócios e fornecem insights Em resumo, compreender as organizações como sistemas so-
valiosos que podem guiar a estratégia empresarial. ciais e sistemas de papéis é crucial para gerenciar efetivamente as
Além disso, os sistemas de informação podem ter um impac- dinâmicas organizacionais e promover a eficácia organizacional.
to significativo no sentido do trabalho e no comprometimento dos
funcionários. Ao proporcionar aos funcionários acesso a informa-
ções relevantes e ferramentas para realizar seu trabalho de maneira ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS. CONCEITOS E
eficiente, esses sistemas podem aumentar a satisfação no trabalho PRÁTICAS FUNDAMENTAIS.
e o comprometimento com a organização. Ao mesmo tempo, ao
promover a transparência e a comunicação aberta, podem fortale-
— Organização
cer a confiança e a coesão da equipe.
No contexto administrativo, organização pode ser entendida
Em suma, os sistemas de informação de uma empresa são uma
de duas maneiras. Primeiro, como uma entidade, é uma unidade
ferramenta indispensável para a gestão eficaz, o cumprimento dos
social deliberadamente estruturada, com um propósito específico,
objetivos organizacionais e a promoção de um ambiente de traba-
seja este uma empresa, uma escola, um hospital, um clube, etc.
lho positivo e produtivo.
Segundo, organização pode ser entendida como uma função admi-
Editora
255
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nistrativa que implica a ordenação de recursos (humanos, físicos e colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica-
financeiros), de modo a alcançar os objetivos pré-determinados de ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua
uma empresa ou entidade. mensagem e a empatia para com o outro.

— Sistemas Comunicabilidade
Um sistema é um conjunto de partes inter-relacionadas que Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos
trabalham juntas com o objetivo de alcançar um objetivo comum. que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos,
No contexto empresarial, um sistema pode ser qualquer método de de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e
organização ou processo de trabalho. Exemplos de sistemas empre- transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo
sariais incluem o sistema de produção, o sistema de informações que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for-
gerenciais e o sistema de controle de qualidade. Cada um desses ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de
sistemas possui partes inter-relacionadas (como pessoas, processos expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite,
e tecnologia) que trabalham juntas para atingir um objetivo espe- ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais
cífico. correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa-
ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem-
— Métodos po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles
Método é um procedimento ou processo estabelecido para a com quem convivemos de forma natural e cotidiana.
realização de uma tarefa ou atividade. Em administração, os mé- A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co-
todos são as maneiras pelas quais as atividades são realizadas para municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem
alcançar os objetivos da organização. Os métodos podem variar clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi-
amplamente dependendo do contexto, mas geralmente envolvem do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem
uma série de passos planejados e estruturados. em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida.
A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento-
— Organização, Sistemas e Métodos (OSM) nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co-
OSM é uma área da administração que se dedica ao estudo e nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma
implementação de melhorias nos processos organizacionais. O ob- mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni-
jetivo é aumentar a eficiência e eficácia através da otimização da cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um
estrutura organizacional, dos sistemas de trabalho e dos métodos falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à
utilizados para realizar as tarefas. um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda-
As práticas fundamentais em OSM incluem a análise de proces- de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a
sos (para entender como as atividades são realizadas), a simplifica- língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada-
ção de tarefas (para tornar os processos mais eficientes), a imple- mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não
mentação de tecnologia (para automatizar e aprimorar tarefas) e a usado de maneira adequada.
revisão contínua (para garantir que os processos sejam mantidos Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-
atualizados e relevantes). tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu-
Em suma, o estudo de Organização, Sistemas e Métodos visa nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva
melhorar o funcionamento das organizações, garantindo que seus comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
processos e estruturas estejam alinhados com seus objetivos e se- co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa-
jam capazes de se adaptar às mudanças no ambiente de negócios. ções, bem como a clareza e concisão do que recebe.

Apresentação
ATENDIMENTO AO PÚBLICO. QUALIDADE NO ATENDI- Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
MENTO. deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex-
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al- colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre
guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente
comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me- na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên-
diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
recebe a mensagem através de seu emissor. em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de para causar uma boa primeira impressão.
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili- O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi- pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
mento. des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen- Interesse


do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni-
outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em
seu público. questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram
De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape- nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar
nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro,
confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es- postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de-
tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando
é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive
como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so-
tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo. bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou
descontentamento.
Atenção O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas
Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios,
abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações
ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian- são importantes para a evolução da empresa como um todo. De-
te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um
relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte-
durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar resse no que seu público precisa e deseja.
interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que
ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que Presteza
ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais
público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem-
está comunicando. pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone-
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran- comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou-
te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à
mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo.
mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne-
cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades Eficiência
do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro-
de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com
importância. o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex-
ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá-
Cortesia tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente
A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza- o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa-
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente.
um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também
sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es- uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta-
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter-
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões, valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas
excelente profissional. e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do
Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público
clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento,
chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento
da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em eficiente e ágil são muito maiores.
mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em- Tolerância
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês, A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas,
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza. opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera-
mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos
do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni-
cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade
o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição
tolerante e respeitoso. da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo
Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma
equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido,
ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên- prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar
cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden-
outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência
empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um
um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é grupo de profissionais.
possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com
tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con-
flitos desnecessários onde eles se veem iminentes.
DESEMPENHO, AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Discrição
Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente, A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a par dos
deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce- resultados apresentados por seus colaboradores é acompanhando
dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são de perto as atividades que esses realizam. E o método mais eficaz
sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado de demonstrar este acompanhamento é através da Avaliação de
do público, por sua vez, também existem informações e dados dos Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma
clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho
uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten- individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada
dente o mediador desta relação. empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do
comportamento de um colaborador durante um intervalo de tem-
Conduta po, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico,
Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um sua relação com os parceiros de trabalho etc.
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra- Este método tem por objetivo analisar as melhores práticas dos
balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa. funcionários, proporcionando um crescimento profissional e pesso-
Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o al, visando um melhor desempenho de suas funções no ambiente
funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio
está adequada ao que a empresa espera dele. à administração de recursos humanos da empresa, alimentando-a
A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o com informações que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas
espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real de bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades de
de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um treinamento etc.
rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de desem-
e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente penho de um colaborador inclui, dentre outras, as expectativas de-
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio- sejadas e os resultados reais. Sendo divida em algumas etapas:
nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e - Apreciação diária do comportamento do colaborador, seus
fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade, progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento per-
tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não manente de feedback instantâneo;
agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma - Identificação e equacionamento imediato dos problemas
respeitosa. emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão de
motivação e de obtenção de resultados;
Objetividade - Entrevistas formais periódicas de avaliação de desempenho,
Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva em que avaliador e avaliado analisam os resultados obtidos no pe-
é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a ríodo considerado e redefinem novas orientações, compromissos
comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é recíprocos e ações corretivas, se for o caso.
uma característica que deve estar presente durante o atendimento
ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo. Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e limita-
Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação ções dos funcionários, buscando identificar pontos de melhoria,
à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para necessidade de treinamento ou até mesmo remanejamento do in-
um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja divíduo para outras funções em que poderia render melhor.
expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des- Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é identi-
contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa ficar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de desempenho
intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro- entre os muitos funcionários da organização. Tendo sempre como
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a base a interação constante entre avaliador e avaliado.
empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação
e seu sucesso. Formas de avaliação de desempenho – Listamos abaixo os mé-
todos mais tradicionais de avaliação:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Escalas gráficas de classificação: é o método mais utilizado - Padrões de desempenho: também chamada de padrões de
nas empresas. Avalia o desempenho por meio de indicadores defi- trabalho é quando há estabelecimento de metas somente por parte
nidos, graduados através da descrição de desempenho numa varia- da organização, mas que devem ser comunicadas às pessoas que
ção de ruim a excepcional. Para cada graduação pode haver exem- serão avaliadas.
plos de comportamentos esperados para facilitar a observação da - Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de com-
existência ou não do indicador. Permite a elaboração de gráficos portamentos descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala-
que facilitarão a avaliação e acompanhamento do desempenho his- -se “sim” quando o comportamento do colaborador corresponde
tórico do avaliado. ao comportamento descrito, e “não” quando não corresponde. É
- Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação dos in- diferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido
divíduos através de frases descritivas de determinado tipo de de- da não obrigatoriedade na escolha das frases.
sempenho em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, entre as - Avaliação 360 graus: neste método o avaliado recebe feedba-
quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para descre- cks (retornos) de todas as pessoas com quem ele tem relação, tam-
ver os comportamentos do avaliado. Este método busca minimizar bém chamados de stakeholders, como pares, superior imediato,
a subjetividade do processo de avaliação de desempenho. subordinados, clientes, entre outros.
- Pesquisa de campo: baseado na realização de reuniões entre - Avaliação de competências: trata-se da identificação de com-
um especialista em avaliação de desempenho da área de Recursos petências conceituais (conhecimento teórico), técnicas (habilida-
Humanos com cada líder, para avaliação do desempenho de cada des) e interpessoais (atitudes) necessárias para que determinado
um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal desempe- desempenho seja obtido.
nho por meio de análise de fatos e situações. Este método permite - Avaliação de competências e resultados: é a conjugação das
um diagnóstico padronizado do desempenho, minimizando a sub- avaliações de competências e resultados, ou seja, é a verificação da
jetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento, conjun- existência ou não das competências necessárias de acordo com o
tamente com o líder, do desenvolvimento profissional de cada um. desempenho apresentado.
- Incidentes críticos: enfoca as atitudes que representam de- - Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho futuro,
sempenhos altamente positivos (sucesso), que devem ser realçados identifica as potencialidades do avaliado que facilitarão o desenvol-
e estimulados, ou altamente negativos (fracassos), que devem ser vimento de tarefas e atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita
corrigidos através de orientação constante. O método não se pre- a identificação de talentos que estejam trabalhando aquém de suas
ocupa em avaliar as situações normais. No entanto, para haver su- capacidades, fornecendo base para a recolocação dessas pessoas.
cesso na utilização desse método, é necessário o registro constante - Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert S.
dos fatos para que estes não passem despercebidos. Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia o desempenho sob
- Comparação de pares: também conhecida como comparação quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e
binária, faz uma comparação entre o desempenho de dois colabo- do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos estratégicos
radores ou entre o desempenho de um colaborador e sua equipe, para cada uma das perspectivas e tarefas para o atendimento da
podendo fazer o uso de fatores para isso. É um processo muito sim- meta em cada objetivo estratégico.
ples e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de ser realiza-
do quanto maior for o número de pessoas avaliadas. Vantagens da Avaliação de desempenho
- Auto-avaliação: é a avaliação feita pelo próprio avaliado com Por meio da avaliação de desempenho é possível identificar
relação a sua performance. O ideal é que esse sistema seja utilizado novos talentos dentro da própria organização, por meio da análise
conjuntamente a outros sistemas para minimizar o forte viés e falta do comportamento e das qualidades de cada indivíduo. Gerando,
de sinceridade que podem ocorrer. assim, novas possibilidades para remanejamento interno de cola-
- Relatório de performance: também chamada de avaliação por boradores. Além de poder oferecer bonificações e premiações aos
escrito ou avaliação da experiência, trata-se de uma descrição mais funcionários que mais se destacarem na avaliação.
livre acerca das características do avaliado, seus pontos fortes, fra- Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais
cos, potencialidades e dimensões de comportamento, entre outros fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem como
aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se combinar ou resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para um re-
comparar as classificações atribuídas e por isso exige a suplementa- sultado eficiente. Este feedback faz com que os avaliados queiram
ção de um outro método, mais formal. investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu de-
- Avaliação por resultados: é um método de avaliação basea- sempenho e trazendo vantagens para a empresa.
do na comparação entre os resultados previstos e realizados. É um Este método é importante, também, para eliminar “achismos”
método prático, mas que depende somente do ponto de vista do e palpites quando da avaliação de um funcionário. É um meio de
supervisor a respeito do desempenho avaliado. obter informações reais e avaliar de perto as implicações de uma
- Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do alcance possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa.
de objetivos específicos, mensuráveis, alinhados aos objetivos orga- Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer muitos be-
nizacionais e negociados previamente entre cada colaborador e seu nefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma organi-
superior. É importante ressaltar que durante a avaliação não devem zação, seja qual for o seu tamanho. Com ela o gestor pode avaliar
ser levados em consideração aspectos que não estavam previstos melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho, investir
nos objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao colaborador. E no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade, desenvol-
ainda, deve-se permitir ao colaborador sua autoavaliação para dis- ver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma mais
cussão com seu gestor. eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é avaliada de for-
ma satisfatória pelos gerentes.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Aplicações Para a realização da avaliação de desempenho, devem ser con-


A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de diferen- sideradas a avaliação individual e também a avaliação institucio-
tes funções administrativas, motivacionais e de comunicação, como nal.8
citados a seguir:
- Identificação de pontos fortes e fracos dos colaboradores e, A título ilustrativo apresentaremos a seguir um modelo de ava-
consequentemente, da organização; liação de desempenho e a forma como são realizadas as avaliações
- Identificação de diferenças individuais; institucional e individual no setor privado.
- Estímulo à comunicação interpessoal;
- Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, formada por Avaliação institucional
chefe e subordinado; Esta é a avaliação de cada uma das equipes que compõem a
- Informação ao colaborador de como o seu desempenho é estrutura organizacional da instituição, distribuídas por suas diver-
percebido; sas áreas. Chamamos por equipe um grupo de pessoas com uma
- Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador e do chefia.
avaliado; Na maior parte dos órgãos e entidades do setor público, dife-
- Indicações de promoções e de aumentos salariais por mérito; rentemente do setor privado, a avaliação de desempenho se baseia
- Indicações de necessidade de treinamento; no estabelecimento de metas definidas pela alta gestão e são con-
- Gestão de crises nas equipes e nos processos operacionais sideradas para a organização, como um todo, e não para as equipes
(sistemas técnicos e sociais); de trabalho.
- Auxílio na verificação de aprendizagens; As equipes são avaliadas pela instância imediatamente supe-
- Identificação de problemas de trabalho em geral, no relacio- rior, assim como por áreas internas ou externas à organização que
namento individual, intraequipe ou interequipes; sejam clientes da equipe que está sendo avaliada ou que com ela
- Registro histórico suplementar para ações administrativas de se relacionam.
gestão; No início de cada ano, cada equipe estabelece as próprias me-
- Apoio às pesquisas de clima organizacional. tas a atingir neste período, com base naquelas definidas pela orga-
nização como um todo. Cada equipe indicará os recursos materiais
Objetivos da avaliação de desempenho e humanos necessários para o alcance dessas metas e definirá tam-
Além de possibilitar a tomada de decisão quanto à progressão bém os indicadores que serão utilizados para medi-los.
e promoção dos servidores, a avaliação de desempenho tem outros No final do ano, a instância imediatamente superior verifica em
objetivos de igual importância: que grau as metas de cada equipe foram atingidas, e com base nes-
• Identificar necessidades de capacitação. ses resultados irá atribuir notas para as equipes.
• Corrigir desempenhos inadequados. Os critérios para a atribuição das notas serão estabelecidos
• Identificar possibilidades de futuras mobilidades funcionais em conjunto com todos os envolvidos. Essas notas serão um dos
(processo de movimentação que configura a evolução do funcioná- componentes que participarão da fórmula para cálculo do valor da
rio na carreira). avaliação de desempenho.
• Possibilitar o planejamento funcional do avaliado.
Como resultados complementares da contínua utilização da Avaliação individual
avaliação de desempenho podemos citar o estímulo ao diálogo A avaliação individual é composta por elementos cujas notas
entre chefias e subordinados e o aperfeiçoamento dos canais de farão parte do cálculo da Avaliação de Desempenho. São eles:
comunicação entre os níveis hierárquicos. 1. Avaliação pelos membros da equipe
2. Avaliação do alcance das metas
• Modelo de Avaliação de Desempenho 3. Avaliação do desenvolvimento profissional
Para garantir a eficiência e a eficácia da avaliação, a construção
de um modelo da avaliação de desempenho deve obedecer a deter- 1) Avaliação pelos membros da equipe
minados requisitos. Vejamos: O primeiro elemento constitui-se na avaliação conjunta dos
• Garantir que a avaliação seja comparativa entre os indivídu- servidores da mesma equipe. Os servidores são avaliados por seus
os e que ela seja feita tanto pelos chefes, subordinados, bem como pares, por seus chefes e subordinados.
por seus pares. Os itens a serem medidos e os critérios adotados serão estabe-
• Realizar análises comparativas de resultados entre os mem- lecidos pelas equipes, devendo ser validados pela instituição como
bros de uma mesma carreira ou cargos. um todo, para garantir sua homogeneidade na avaliação.
• Divulgar com a máxima transparência os critérios de avalia- Os servidores atribuem notas para cada um dos seus colegas de
ção. equipe, para a chefia e para seus subordinados. O resultado dessas
• Informar os resultados da avaliação feita para cada indiví- avaliações será uma nota cujo valor entrará na composição final da
duo, por seus chefes, subordinados e pares, sem, entretanto, iden- fórmula avaliação de desempenho.
tificar os autores.
• Incluir, no cômputo da avaliação individual, o resultado da 2) Avaliação do alcance das metas
avaliação institucional. O segundo elemento diz respeito ao alcance das metas esta-
• Utilizar os resultados das avaliações como insumo para a de- belecidas.
finição das políticas e prioridades de capacitação.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Com base nas metas institucionais definidas para cada equipe, Assim, a denominação mais adequada para esse processo de
cada servidor define suas próprias metas, que devem ser as mais planejamento, de acompanhamento e de avaliação é o de Gestão
quantificáveis possíveis. Cada servidor deve também informar o de Desempenho.
que precisa para poder desempenhar as tarefas. Por meio do processo de Gestão de Desempenho (processo in-
A chefia juntamente com cada servidor verifica, ao final do ano, serido na Gestão Estratégica Organizacional e de Pessoas e apoiado
se as metas foram atingidas e em que grau. Com base nessa verifi- na Gestão por Competências) é possível corrigir desvios e garantir a
cação, é atribuída uma nota cujo valor entrará na composição final sustentabilidade da organização por meio da revisão de objetivos,
da fórmula avaliação de desempenho. estratégias, processos de trabalho e políticas de recursos humanos.

3) Avaliação do desenvolvimento profissional Avaliação


Esta avaliação leva em conta: A Avaliação de Desempenho é uma das ferramentas mais im-
• O aperfeiçoamento ou aquisição de competências. portantes em gestão de pessoas, já que objetiva analisar o desem-
• A ampliação do grau de responsabilidade. penho individual ou de um grupo de funcionários. Por meio desse
• O aumento na abrangência das atribuições. processo, o empreendedor pode diagnosticar e analisar o compor-
• A aquisição de novos conhecimentos relevantes para o de- tamento de um colaborador durante um período de tempo deter-
sempenho de suas atribuições. minado.
Para que seja possível fazer este tipo de avaliação, é necessá- Com o resultado de uma Avaliação de Desempenho, é possí-
rio, em primeiro lugar, definir, na descrição dos cargos, os requisitos vel constatar se a postura individual e coletiva do avaliado condiz
mínimos exigidos relativos às competências e ao seu grau de profi- com a cultura da empresa. Caso o resultado seja satisfatório, é ideal
ciência, ao grau de responsabilidade e às atribuições. analisar o que fazer para que sigam o exemplo do funcionário em
Este é o ponto de partida para cada cargo e perfil profissional, questão. Sendo insatisfatório, é preciso compreender até onde a
com base no qual é realizada a avaliação do crescimento e desen- empresa colaborou para permear aquele comportamento e como
volvimento profissional. ajudar no desenvolvimento desse colaborador.
Para essa avaliação, é necessário criar ferramentas que permi-
tam objetivá-la, uma vez que nem sempre os indicadores são al- Como um líder avalia seu funcionário
tamente quantificáveis, como é o caso das atitudes e de algumas Avaliar o desempenho do colaborador pode ser dividido em
habilidades que compõem as competências. três etapas básicas, sendo a primeira delas a apreciação diária do
Por fim, é necessário estabelecer critérios de pontuação que comportamento do funcionário. Por meio dessa sondagem, podem
identifiquem o crescimento, a ampliação ou o aperfeiçoamento ser analisados pontos como relacionamento com a equipe, compro-
profissional de cada servidor. Essa pontuação é traduzida por um metimento, postura, progressos e limitações, sempre oferecendo
valor que entrará na composição final da fórmula avaliação de de- um feedback ao funcionário.
sempenho. A segunda parte é saber identificar os problemas, a fim de re-
solvê-los junto ao avaliado e manter a produtividade da empresa.
Condições para o funcionamento do modelo de avaliação de Para isso, não cabem broncas ou dispensas, e sim conversa e moti-
desempenho vação em prol de bons resultados.
A fórmula da avaliação de desempenho terá em sua compo- A terceira parte consiste na realização de entrevistas periódi-
sição as notas da Avaliação Institucional e da Avaliação Individual cas, que permitem analisar a evolução do funcionário e, se necessá-
desdobrada em: Avaliação pelos membros da equipe, Avaliação do rio, adotar medidas, que servem como termômetro para entender
alcance das metas e Avaliação do desenvolvimento profissional. se há condições de evolução ou reversão de alguma situação fora
Para que esse modelo de avaliação de desempenho tenha um do padrão.
funcionamento eficiente e alcance os objetivos pretendidos é ne- A avaliação concede um raio X da empresa para os líderes. Vale
cessário garantir a existência de algumas condições: salientar que não é indicado que esses líderes sejam autoritários.
• Implantação de um sistema informatizado para que as avalia- O processo de avaliação não consiste em punir ou demitir um fun-
ções possam ser feitas on-line e o sigilo das informações possa ser cionário que apresente desvios, mas avaliar o que ele tem de bom
preservado. e, se for o caso, orientá-lo a mudar de postura quanto ao que pode
• Estabelecimento de metas claras, com indicadores objetivos, ser melhorado. Dessa forma, será gasto muito menos com troca de
para cada equipe e área da instituição. pessoal e os funcionários responderão positivamente ao desafio.
• Criação de um plano de carreira e remuneração que incentive
os servidores a perseguir um desempenho satisfatório. Momento certo para a avaliação de desempenho
• Fornecimento de condições técnicas e materiais para que os A Avaliação de Desempenho pode ser feita a qualquer momen-
servidores possam desempenhar suas funções adequadamente. to e sempre que o empreendedor achar necessário. O ideal é que
seja realizada uma avaliação mensal para melhor análise da evo-
Desempenho: indo além da simples avaliação lução coletiva da empresa e de seus colaboradores. Apesar de ser
A abordagem ao desempenho deve contemplar a comparação apenas um item em diversos outros para a formação de um negócio
dos resultados esperados com os efetivamente alcançados. Isso im- de sucesso, uma avaliação de desempenho efetiva, que consegue
plica seu constante acompanhamento para identificação de desvios trazer aprimoramentos, pode se tornar uma ação muito positiva
e execução das devidas correções ao longo da realização das ativi- para o crescimento de todo o corpo profissional.4
dades.

4 Fonte: www.endeavor.org.br
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Processo de Avaliação Institucional apresenta as seguintes 2.1.2.5 Sobra de estoques


diretrizes: São consideradas sobras de estoques as sucatas, os subprodutos,
- Consiste em uma atividade intrínseca ao processo de plane- pedaços, resíduos, aparas e outros materiais derivados da atividade
jamento, sendo um processo contínuo, geral, específico, buscando industrial que têm como característica nascerem do processo da
integrar ações. produção.
- Elabora críticas às suas ações e aos resultados obtidos. A diferença entre um e outro reside no fato de que a sucata
- Busca conhecer e registrar as limitações e possibilidades do não tem um mercado garantido de comercialização e os preços
trabalho avaliado. bastante incertos enquanto os subprodutos têm boas condições
- É um processo democrático, apresentando, em princípio, os de demanda e de preços.
aspectos a serem avaliados envolvendo a participação dos sujeitos.
- É um processo transparente e ético em relação a seus funda- 2.1.2.6 Arredondamentos
mentos, enfoque e, principalmente, no que se refere à utilização e Algumas vezes podem ocorrer diferenças de arredondamento
divulgação dos seus resultados. entre os registros de estoque atuais do estoque real e do estoque
calculado (quantidade x preço) durante o período contábil. As
diferenças de arredondamento ocorrem porque os preços e as
unidades de preço produzem valores de que não podem ser
NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE PATRIMÔNIO E INVENTÁRIO. representados em unidades de moeda mínimas (duas casas
decimais, por exemplo).
2.1.1 Incorporações orçamentárias Uma das formas de ajuste ocorre com a alteração de valores
São os registros das aquisições de materiais permanentes para os próximos itens recebidos em estoque.
adquiridas com nota fiscal dentro do exercício do recebimento
(natureza de despesa) que afetarão as entradas orçamentárias do 2.1.2.7 Indenizações e reposições
Relatório de Movimentação de Bens Móveis (RMB). Todo agente público poderá ser chamado à responsabilidade
pelo desaparecimento de bem ou material que lhe for confiado
2.1.2 Incorporações extraorçamentárias para guarda e uso, bem como, dolosa ou culposamente, pelo seu
São os registros de aquisição de materiais permanentes, dano. Qualquer irregularidade ocorrida com o bem ou material
que afetarão as entradas extraorçamentárias do Relatório de sob sua responsabilidade será objeto de comunicação formal,
Movimentação de Bens Móveis (RMB). imediatamente, de maneira circunstanciada, por parte do agente
público, a Chefia competente. A indenização e/ou reposição por
2.1.2.1 Compras por restos a pagar parte do agente responsável poderá ser efetuada arcando com
São as compras que ocorrem conforme notas de empenho do as despesas de recuperação, substituindo o material por outro
exercício anterior, porém inscritas em restos a pagar no exercício de mesmas características acompanhado dos documentos fiscais,
atual. apurado em processo regular e comissão composta por 03 (três)
servidores. As empresas prestadoras de serviços do órgão público
2.1.2.2 Retorno ao estoque deverão indenizar, na forma prevista, em virtude de dano, furto ou
O retorno caracteriza-se como a volta, ao local de origem, das extravio causados, direta ou indiretamente, com culpa ou dolo, por
mercadorias que não tenham dado entrada no estabelecimento parte dos seus empregados.
para qual estavam destinadas. As mercadorias podem retornar por
vários motivos: 2.1.2.8 Diferencial de incorporação
– Falta de algum documento que acompanhe o pedido; Incorporação é o registro de um bem no sistema de controle
– Produto em desacordo com o pedido; patrimonial de uma instituição, decorrente de compra, cessão,
– Dados incompletos ou incorretos do destinatário; doação, fabricação própria, comodato ou permuta, com a
– Preço ou prazo/forma de pagamento divergente ao acordado; consequente variação positiva no patrimônio do órgão.
– Estabelecimento fechado, etc.
2.1.2.9 Transferências e cessões
2.1.2.3 Produção
É a incorporação de um bem patrimonial fabricado ou Transferências
construído pelo Ente Público, realizada mediante a identificação É a incorporação de bens de responsabilidade de uma unidade
precisa de seu valor, por meio da apropriação de seu custo de administrativa para outra em caráter definitivo.
produção ou fabricação.
Cessões
2.1.2.4 Doação É a modalidade de ingresso de bens e materiais ao acervo
Doação é o ajuste em que o doador transfere a outro um bem patrimonial, com transferência gratuita de posse e troca
de seu patrimônio a título de mera liberalidade. A Administração de responsabilidade, de um órgão para outro no âmbito da
pode fazer doação de bens públicos desafetados, entretanto, esse Administração Pública. Os bens classificados como ociosos ou
procedimento é tido como excepcional e atender a interesse público recuperável serão cedidos a outros órgãos que deles necessitem.
devidamente demonstrado. Qualquer violação a esses pressupostos
representa conduta ilegal e dilapidatória do patrimônio público.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2.1.2.10 Permuta 2.2.4 Quebra de estoques


É a incorporação no acervo patrimonial do órgão público de São diferenças ocasionadas em materiais que foram danificados
um bem pertencente a outro órgão público, que foi objeto de troca, por diversas razões (quebra, furto, expiração da validade,
portanto as partes transferem e recebem, uma da outra, bens de obsolescência, etc.) e necessitam ser ajustadas nos registros fiscais
igual natureza e/ou valor econômico, ou ainda, bens de diferente e contábeis para que haja sempre precisão nos dados apresentados.
natureza e/ou valor econômico, mediante complementação em
pecúnia, se for o caso. 2.2.5 Arredondamentos
Tópico abordado no item 2.1.2.6
2.1.2.11 Valorização de bens
Reavaliação é a técnica de atualização para mais dos valores 2.2.6 Devolução a fornecedores
dos bens de uma entidade, por meio do preço de mercado ou de O material em excesso ou com defeito será devolvido ao
consenso entre as partes, fundamentada em pareceres técnicos fornecedor. A devolução de material se dá mediante autorização
(laudos de avaliação), tendo em vista que a quantia avaliada por escrito ao fornecedor, onde é indicado o endereço e forma de
encontra-se superior ao valor líquido contábil, sendo, portanto, envio (recolhimento por parte da empresa ou transportadora, envio
a diferença entre o valor originalmente consignado e o valor pelos correios, etc.). É vedado o pagamento do frete por parte do
reavaliado, registrada no patrimônio. órgão comprador na devolução de mercadorias quando a parte
motivadora foi o fornecedor (peça já veio quebrada, defeito de
2.1.2.12 Outras incorporações fábrica, mal embalada, etc.).
Incorporação é a agregação de novos elementos ao Patrimônio
Público, que pode ser através de leasing, transferência, apropriação, 2.2.7 Diferencial de incorporação
arrendamento, apropriação, etc. Tópico abordado no item 2.1.2.8

2.2 Descargas do almoxarifado e do patrimônio 2.2.8 Transferências e cessões


Todos os materiais transitam pela área de armazenamento, uma Tópico abordado no item 2.1.2.9
vez que o recebimento, a aceitação e a distribuição são atividades
inerentes do almoxarifado, para só então o gerenciamento dos bens 2.2.9 Inservibilidade
adquiridos passarem a ser atividade da área do patrimônio. Um bem, quando considerado inservível, não deve permanecer
escriturado no Patrimônio da Entidade, em função de não trazer
2.2.1 Consumo mais benefícios presentes e nem trará no futuro, devendo assim,
O estoque de consumo tem como finalidade o registro e ser devidamente desincorporado.
controle dos itens de consumo básicos, utilizados nas rotinas das
atividades, como os de limpeza e higiene, de alimentação, de 2.2.10 Reclassificação
escritório, etc. O termo “estoque” refere-se a todos os bens tangíveis mantidos
para venda ou uso próprio no curso ordinário do negócio, bens em
2.2.2 Perdas processo de produção para venda ou para uso próprio ou que se
As perdas ocorrem quando parte dos materiais são avariadas destinam ao consumo na produção de mercadorias para venda ou
e não podem ser aproveitadas em consequência de incêndios, uso próprio.
evaporação, expiração da validade, etc. Seguindo o conceito de liquidez, o subgrupo estoques classifica-
se no Circulante, após os subgrupos “Outros Créditos”.
2.2.3 Alienação no serviço público Todavia, poderá haver casos de empresas que tenham estoques
Alienar é transferir um bem ou o direito de alguma coisa. No cuja realização ultrapasse o exercício seguinte, assim deve haver a
caso de bens públicos, o objeto dessa transferência é um item, bem reclassificação dos estoques para o Realizável a Longo Prazo, em
móvel ou imóvel, que integra o acervo patrimonial de algum órgão conta à parte.
da administração pública.
Os bens públicos também podem ser vendidos, doados, 2.2.11 Desvalorização de bens
permutados, dados em pagamento etc. Assim, podem passar de Os bens patrimoniais, devido ao desgaste pelo uso nas
patrimônio de uma entidade pública para o de outra entidade atividades operacionais dos órgãos públicos, bem como em
pública ou privada, pessoa física ou jurídica. face da ação do tempo ou mesmo em razão da obsolescência,
sofrem desvalorização de seu valor original, a qual se denomina
2.2.3.1 Venda depreciação; que é a diminuição do valor dos bens tangíveis ou
É a venda de bens móveis classificados como ociosos, intangíveis, por desgastes, perda de utilidade por uso, ações da
antieconômicos ou inservíveis, que deverá ser efetivada mediante natureza ou obsolescência.
leilão. Procedida com estrita observância dos princípios de licitação, A depreciação de um ativo começa quando o item estiver em
salvo as exceções previstas na legislação específica. condições de uso. No entanto, não cessa quando o ativo se torna
obsoleto ou é retirado temporariamente de operação. É incidente
2.2.3.2 Doação sobre seu valor reavaliado. O valor da depreciação acumulada
Tópico abordado no item 2.1.2.4. jamais poderá ultrapassar o valor do custo do bem.

2.2.3.3 Permuta
Tópico abordado no item 2.1.2.10.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2.2.12 Baixa de materiais de uso duradouro 2.3.1 Cessão de uso


Considera-se baixa patrimonial a retirada do bem do acervo É a transferência temporária do direito de uso de um bem entre
e exclusão da carga patrimonial do órgão, mediante registro instituições, porém não de sua propriedade. Após o encerramento
da transferência deste para o controle de bens baixados, feita do contrato de cessão, pode-se haver a renovação da cessão,
exclusivamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado reversão do bem ao cedente ou doação ao cessionário, conforme
pelo gestor. disciplinar o termo de cessão.
O órgão de Patrimônio ao receber o processo que autoriza
a baixa, verificará se consta anexo ao mesmo o documento que 2.3.2 Permissão de uso
identifica o tipo da baixa, que no caso de alienação, constata, ainda, É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário,
se foi acostado o comprovante de pagamento, passando, então a pelo qual a Administração consente que particular se utilize
emitir o Termo de Baixa de bens, e a entrega dos bens mediante privativamente de bem público, atendendo, em igual nível, aos
recibo próprio. interesses público e privado.
O número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser
utilizado em outro bem. 2.3.3 Comodato
O comodato é o empréstimo gratuito de bens móveis ou
2.2.13 Outras baixas imóveis em que, por convenção das partes, alguém (comodante)
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a cede para outro alguém (comodatário) o direito de uso temporário
seguir: desse bem, devendo o uso ser feito conforme estabelecido
– Alienação; previamente em contrato. O comodante guarda a propriedade da
– Comodato; coisa e o comodatário adquire a posse. O comodante geralmente é
– Permuta; o proprietário ou o usufrutuário. Ao final do período de vigência, o
– Transferência; bem em comodato deve ser restituído, não podendo ser devolvido
– Doação; outro bem que não aquele que foi o originalmente cedido pelo
– Cessão; comodante.
– Perda total;
– Obsolescência; 2.4 Transferências internas
– Baixa de bens semoventes; Transferência interna é a movimentação de bens móveis
– Exclusão de bens no cadastro. realizada entre unidades organizacionais dentro do mesmo órgão
ou entidade.
Em qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à
baixa definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, 2.4.1 Transferências para bens em processo de localização
por seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do É a transferência realizada mesmo quando um determinado
serviço público. bem não tem sua localização determinada, o que é observado no
As orientações administrativas devem ser obedecidas, em cada termo de responsabilidade pelo emissor.
caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de gestão
patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada. Sendo 2.4.2 Transferências para bens móveis a alienar
o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em utilizá- É a transferência de propriedade, remunerada sob a forma de
lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições de uso venda, a terceiros quando há interesse público na transferência
(em estado regular de conservação), o dirigente do órgão deverá, devidamente justificado, e precedida de avaliação, bem como
primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. observadas as normas legais pertinentes.
Para tanto, o detentor da carga deverá preencher formulário
próprio criado pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão 2.4.3 Transferência do almoxarifado para o setor de patrimônio
competente que poderá verificar, antecipadamente, junto às É a transferência que ocorre após o registro de entrada do bem
entidades filantrópicas reconhecidas como de interesse público, no sistema de gerenciamento de bens e material no almoxarifado;
delegacias, escolas ou bibliotecas estaduais e municipais, no este fato deve ser comunicado ao setor de patrimônio através
âmbito de sua jurisdição, se existe interesse pelos bens. O bem de uma cópia da nota de empenho, uma nota fiscal com o atesto
a ser baixado permanecerá guardado em local apropriado, sob a de aceitação do bem, ou outro documento considerado para o
responsabilidade de um servidor público, até a aprovação de baixa, recebimento do bem; inclusive, a cópia da requisição atendida ou
ficando expressamente proibido o uso do bem desde o início da guia de saída, informando o destino do mesmo.
tramitação do processo de baixa até sua destinação final. Se os bens permanecerem em estoque, o setor de patrimônio
deverá aguardar comunicação de saída destes para efetuar o
2.3 Empréstimos de bens tombamento composto das etapas de cadastramento e marcação
O empréstimo é a operação de remanejamento de bens entre física.
órgãos por um período determinado de tempo, sem envolvimento
de transação financeira. Deve ser evitado, porém, se não houver 2.4.4 Transferências para bens em poder de terceiros
alternativa, os órgãos envolvidos devem manter um rigoroso É a transferência que acontece, através de termo de
controle, de modo a assegurar a devolução do bem na mesma responsabilidade e autorização para terceiros que estejam com
condição em que estava na ocasião do empréstimo. algum bem público. Pode ter caracterização de empréstimos, saída
provisória, arrendamento, etc.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2.5 Tipos de inventários físicos: anual, inicial, eventual, de ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E GESTÃO DE ESTOQUES,
transferência de responsabilidade, de extinção ou transformação, CONCEITOS, MÉTODOS E PRÁTICAS. ORGANIZAÇÃO E ES-
analítico, de relação-carga TRUTURA. LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS, CLASSIFICAÇÃO
Inventário anual: destinado a comprovar a quantidade e o valor DE MATERIAIS, INVENTÁRIO FÍSICO. ACONDICIONAMEN-
dos bens patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, existente TO, PRINCÍPIOS DE ESTOCAGEM.
em 31 de dezembro de cada exercício, constituído do inventário
anterior e das variações patrimoniais ocorridas durante o exercício.
Inventário inicial: realizado quando da criação de uma
unidade gestora, para identificação e registro dos bens sob sua ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
responsabilidade. Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de
Inventário eventual: realizado em qualquer época, por inicia- forma efetiva, riqueza.
tiva do dirigente da unidade gestora ou por iniciativa do órgão fis-
calizador. Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane-
Inventário de transferência de responsabilidade: realizado ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas,
quando da mudança do dirigente de uma unidade gestora. o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com-
Inventário de extinção ou transformação: realizado quando da prar até a entrega do produto terminado para o cliente.
extinção ou transformação da unidade gestora. É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis-
Inventário analítico: Neste tipo de inventário, para a perfeita tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações
caracterização do material, figurarão: essenciais para a execução de todas as atividades da Organização.
a) descrição padronizada;
b) número de registro; Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-
c) valor (preço de aquisição, custo de produção, valor arbitrado niais
ou preço de avaliação); A evolução da Administração de Materiais processou-se em
d) estado (bom, ocioso, recuperável, antieconômico ou várias fases:
irrecuperável); - A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre-
e) outros elementos julgados necessários. sa, pois comprar era a essência do negócio;
- Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
Inventário de relação-carga: controle realizado por meio se, portanto, integradas à área de produção;
da relação do material de forma simplificada, medindo apenas - Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando
aspectos qualitativos e quantitativos, não havendo necessidade de com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
controle por meio de número patrimonial. acabados, em uma organização independente da área produtiva;
- Agregação à área logística das atividades de suporte à área
2.6 Outras formas de desfazimento de marketing.
Renúncia ao direito de propriedade do material, mediante Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente
inutilização ou abandono. de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
2.6.1 Inutilização manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri-
A inutilização consiste na destruição total ou parcial de bem ma, porém não haja excedentes.
que ofereça ameaça vital para pessoas, risco de prejuízo ecológico Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas
ou inconvenientes, de qualquer natureza, para a Administração fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
Pública Federal, nos termos do Decreto nº 99.658/90. produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração
Os bens considerados inservíveis devem ser inutilizados, de Materiais tem como função principal o controle de produção e
após laudo técnico conclusivo do órgão técnico responsável. A estoque, como também a distribuição dos mesmos.
inutilização, sempre que necessária, deve ser feita mediante
audiência dos órgãos especializados, de forma a ter sua eficácia As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Pa-
assegurada. trimoniais
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
2.6.2 Abandono 2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou-
Ocorre abandono de bens imóveis quando o proprietário tras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
demonstrar o ânimo ou intenção de abrir mão deste título, ou seja, 3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
há necessidade de manifestação de atos exteriores neste sentido. bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.

2.7 Relatório de movimentação de bens móveis (RMB) Visão Operacional e Visão Estratégica
O RMB é o documento que integra a movimentação de Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida-
entrada, saída e depreciação de bens móveis do ativo permanente des específicas. Melhorar algo que já existe.
da Unidade Gestora. O sistema emitirá mensalmente o RMB para Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de
fins de registro contábil no SIAFI. um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance
de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
maneira interrelacional.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor Condições de pagamento


era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha
dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são maior flexibilidade na transformação ou venda do produto.
recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da
Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis-
investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos tração Patrimonial
não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi-
invernos como, também, fazê-los em Paris. nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a
Historicamente, a administração de recursos materiais e patri- distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon-
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio- sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a
nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada conservação e manutenção de bens.
de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi-
melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais
para a organização e maior satisfação dos clientes. necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté- Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento,
gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o
baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera-
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co- ções gerais de controle de estoques etc.
nhecida por LOGISTICA. A Administração de Materiais destina-se a dotar a adminis-
tração dos meios necessários ao suprimento de materiais impres-
Sendo assim: cindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno,
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor
custo.
EFICIENCIA EFETIVIDADE A oportunidade, no momento certo para o suprimento de
ESPECIFICA SISTEMICA materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das
QUANTITATIVA E necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providên-
QUANTITATIVA
QUALITATIVA cia do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma-
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da
administração.
QUANTO QUANDO
São tarefas da Administração de Materiais:
- Controle da produção;
Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimo- - Controle de estoque;
niais - Compras;
- Qualidade do material; - Recepção;
- Quantidade necessária; - Inspeção das entradas;
- Prazo de entrega - Armazenamento;
- Preço; - Movimentação;
- Condições de pagamento. - Inspeção de saída
- Distribuição.
Qualidade do Material
O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten-
aceitação dentro e fora da empresa (mercado). dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza-
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de
Quantidade atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção,
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for-
da produção e estoque, evitando a falta de material para o abasteci- mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação
mento geral da empresa bem como o excesso em estoque. de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o
serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature-
Prazo de Entrega za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.),
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi- ou do tipo de demanda, estocagem, etc.
mento aos consumidores e evitar falta do material.
Classificação de Materiais
Menor Preço Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma,
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi- dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confusão,
ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que seja con-
lucro maior. fundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classificação, ainda,
deve ser feita de maneira que cada gênero de material ocupe seu res-
pectivo local. Por exemplo: produtos químicos poderão estragar produ-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tos alimentícios se estiverem próximos entre si. Classificar material, em zado deve estar voltada para obtenção de uma codificação clara e
outras palavras, significa ordená-lo segundo critérios adotados, agru- precisa, que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a
pando-o de acordo com a semelhança, sem, contudo, causar confusão respeito do material. Este processo ficou conhecido como “código
ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codificação está a de
O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalogação, afastar todos os elementos de confusão que porventura se apresen-
simplificação, especificação, normalização, padronização e codificação tarem na pronta identificação de um material.
de todos os materiais componentes do estoque da empresa. O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida-
O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa- des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de
mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate-
correto do almoxarifado. riais.
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: características: ser abrangente, flexível e prático.
- Abrangência: deve tratar de um conjunto de características,
Catalogação em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de - Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos
materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjunto de de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia-
dados relativos aos itens identificados, codificados e cadastrados, de mento do estoque;
modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da empresa. - Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi-
dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.
simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi- Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de
carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as materiais.
despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com
capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
haja a normalização. Ao requisitar uma quantidade desse material, - Por tipo de demanda
o usuário irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número de - Materiais críticos
folhas e formato), o que facilitará sobremaneira não somente sua - Pericibilidade
aquisição, como também o desempenho daqueles que se servem - Quanto à periculosidade
do material, pois a não simplificação (padronização) pode confundir - Possibilidade de fazer ou comprar
o usuário do material, se este um dia apresentar uma forma e outro - Tipos de estocagem
dia outra forma de maneira totalmente diferente. - Dificuldade de aquisição
- Mercado fornecedor.
Especificação
Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do - Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate-
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para
material a ser requisitado. os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses
materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de
Normalização regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais
A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili- somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino- forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate-
e formato. riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
Codificação to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
É a apresentação de cada item através de um código, com as automático, com base na demanda prevista e na importância para
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou a empresa.
letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena-
dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em Os materiais de estoque se subdividem ainda;
função de uma boa classificação do material, poderemos partir para Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le- processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-
tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al- sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e como materiais em processamento que estão sendo processados
numérico, também chamado “decimal”. A escolha do sistema utili- ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque porque
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já prontos.
Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais não incorpo-
rados ao produto no processo produtivo da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores
da empresa.

Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo
que é essencial do que é secundário em termos de valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta cha-
mada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo
em determinado período. Curva ABC é um importante instrumento para se examinar estoques, permitindo a identificação daqueles itens
que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo espaço de tempo (nor-
malmente 6 meses ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque eles possam ser classificados
em ordem decrescente de importância.
Os materiais são classificados em:
- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma atenção especial pela administração. Os dados aqui
classificados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são orienta-
tivos e não são regra).
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo
30% dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são regra).
- Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo
de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, somente 5% do
valor monetário total representam esta classe, porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são orientadores e não
são regra).

Metodologia de cálculo da curva ABC


A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de prio-
ridades, para a programação da produção.

Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desne-
cessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. Assim,
economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um
deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com esses
dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC

Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.
Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em
curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas,
ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser
adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?

Ainda em relação aos tipos de materiais temos;


- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o ris-
co. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto,
sujeitos ao controle de obsolescência.
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os materiais são classificados como críticos segundo os seguin- Recebimento e Armazenagem


tes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material impor- Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
tado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil ob- compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
tenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais a conferência dos materiais destinados à empresa.
de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; As atribuições básicas do Recebimento são:
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo-
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimen- lução de materiais;
sões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de está autorizada;
reposição ou para equipamento vital da produção. - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados - Proceder a conferência visual, verificando as condições de
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica- for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado mentos;
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate-
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem riais recebidos;
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe-
- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite ração de pagamento ao fornecedor;
a identificação de materiais que devido a suas características físico- - Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa-
-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans- rifado;
porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.
A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de- a função em quatro fases:
terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabri-
cados internamente ou comprados: 1a fase - Entrada de Materiais
- Fazer internamente: fabricados na empresa; A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
- Comprar: adquiridos no mercado; da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; os seguintes objetivos:
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - A recepção dos veículos transportadores;
análise de custos. - A triagem da documentação suporte do recebimento;
- Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em está autorizada pela empresa;
materiais de estocagem permanente e temporária. - Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis contratual;
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. - Constatação se o número do documento de compra consta
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri- na nota fiscal;
mento, ou seja, é um material não de estoque. - Cadastramento no sistema das informações referentes a com-
pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento;
- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica- - O encaminhamento desses veículos para a descarga;
dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi-
ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de: As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa-
Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra- ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos
ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera-
mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida- ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
de: há alteração da oferta do material em determinados períodos mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando
do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um do recebimento da mercadoria a ser transportada.
único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es- As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece-
burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns-
tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li- transportador. O exame para constatação das avarias é feito através
gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer- da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens,
cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do quanto a evidências de quebras, umidade e amassados.
mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser
em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol- encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate-
vendo fornecedores nacionais. rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo-
lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece- quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans-
bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis- porte.
temas:
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto- As atividades que compõem a armazenagem são:
ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi- - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
sando ao seu controle; identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
posição de fornecedores; do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal- de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
dos e baixa dos processos de compras; auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
estoques de materiais administrativos.
2a fase - Conferência Quantitativa - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne- envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe- a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco- saída para que haja controle do estoque.
nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação
do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re- Tipos de armazenagem:
gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem. A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po- forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
dem ser contados utilizando os seguintes métodos: ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar-
- Manual: para o caso de pequenas quantidades; mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do
padronizadas com grandes quantidades; armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin-
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que do a organização do mesmo.
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos,
porcas, arruelas; Vantagens da armazenagem:
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesa- A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode
gem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; custos.
- Redução dos custos de movimentação bem como das exis-
3a fase - Conferência Qualitativa tências;
Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A - Facilidade na fiscalização do processo;
análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da - Redução de perdas e inutilidades.
confrontação das condições contratadas na Autorização de Forneci- - Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa ga- - Agiliza o processo de entrega;
rantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame - Compensa defasagens de produção
dos seguintes itens: - Melhor aproveitamento do espaço;
- Características dimensionais;
- Características específicas; Desvantagens da armazenagem:
- Restrições de especificação; Algumas desvantagens segundo:
- Imobilização de capital;
A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções - A armazenagem requer serviços administrativos de controles
que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e e gerenciamento;
conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi – - A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser res-
acabados. peitados;
Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta- - Um armazém de grande porte requer máquinas com tecnologia.
dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres-
centar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromis- Armazenagem em função das prioridades
so entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ma-
isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam teriais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão de-
os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos pende de vários fatores. Senão veja-se:
mesmos.
A função de armazenamento de material é agir com maior agi-
lidade entre suprimento e as necessidades de produção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Armazenagem por agrupamento: Armazenagem em função dos materiais


Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se importante classificá-los.
atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi- - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e cere-
cando-os com a divisão da estante respectiva . ais;
- Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
Armazenagem por tamanho, peso e característica do mate- ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
rial. te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati- material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran-
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
controlo rigoroso de todas as movimentações. - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
congelada, etc;
Armazenagem por frequência - Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
O controle através da ficha técnica permite determinar o local domésticos e mobiliário;
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue veri- principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
ficar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveita- armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
mento do espaço. o veiculo por completo.
- Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote diário ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia- rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de porte são por norma de grandes dimensões.
materiais.
Critérios de Armazenagem
Armazenagem por setores de montagem Dependendo das características do material, a armazenagem
Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por - Fragilidade;
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por - Combustibilidade;
prioridades dentro de cada grupo. - Volatilização;
A mecanização dos processos de armazenagem fará com que o - Oxidação;
critério do percurso mais breve e de menor frequência seja imple- - Explosividade;
mentado na elaboração de novas técnicas de armazenagem - Intoxicação;
- Radiação;
Tipos de Armazenagem - Corrosão;
- Inflamabilidade;
Armazenagem temporária - Volume;
Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse- - Peso;
guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para - Forma.
uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da
gravidade joga a favor. Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta-
xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos
Armazenagem permanente no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, os
É um processo predefinido num local destinado ao depósito de parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de
matérias. arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que me-
O fluxo de material determina: lhor atenda ao fluxo de materiais:
- A disposição do armazém - critério de armazenagem; 1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro-
- A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém; veitamento do espaço;
- Os acessórios do armazém; 2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma-
- A organização da armazenagem. zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham
maior frequência de movimento;
Armazenagem interior/exterior 3. armazenagem especial, onde destacam-se:
A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a a) os ambientes climatizados;
nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra- b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas
gens e essencialmente material pesado. normas de segurança;
c) os produtos perecíveis (método FIFO)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui- ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne- intermediários que são as organizações que constituem o canal de
cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe- produtores e os clientes finais.
ças fundidas e chapas metálicas. - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
e)Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis- de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo. ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
Independentemente do critério ou método de armazenamento transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis-
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embala- temas e equipamentos necessários para essas funções.
gens em geral.
INTERMEDIÁRIOS
Estudo do layout Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme-
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do diários atuantes em um canal de distribuição:
layout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguin- - Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é re-
tes condições: alizar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final.
1. Máxima utilização do espaço; Ex.: Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e - Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias
equipamentos); para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimen-
3. Pronto acesso a todos os itens; tos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
4. Máxima proteção aos itens estocados; vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
5. Boa organização; Atacadão
6. Satisfação das necessidades dos clientes. - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além da
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área ge-
guintes aspectos: ográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender demandas
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
peso e volume); agrícolas em uma determinada região.
2. Corredores (facilidades de acesso); - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
3. Portas de acesso (altura, largura); curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso); nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
5. Piso (resistência). trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
Distribuição De Materiais empresas diferentes (agentes não exclusivos).

O processo de distribuição: conceitos e estratégias Funções Do Almoxarifado


Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi- Esse termo é derivado de um vocábulo árabe que significa
dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí- “depositar”.
vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido, Como um dos mais importantes setores de uma organização, o
é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o almoxarifado consiste em um lugar destinado ao armazenamento
produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer- adequado para cada produto de uso interno. No campo da adminis-
ta e no momento certo. tração se tornou também, uma das principais matérias de estudo.
Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse Carlos Henrique Klipel em seu artigo publicado em 2014 desta-
não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan- ca que é o setor responsável pela gestão física dos estoques e tem a
to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de função de guardar, preservar, receber e expedir materiais.
sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O
cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a, Suas funções:
esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um • Garantir que o material adequado esteja, em sua quantidade
dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema devida, no local correto, quando se fizer necessário;
e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri- • Evitar que haja divergência de inventário e/ou perda, desvios
buição. de qualquer natureza;
• Resguardar a qualidade e as quantidades exatas de cada ma-
Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição e terial;
distribuição física • Obter as devidas instalações, de forma adequadas, bem
- Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga- como recursos de movimentação e distribuição suficientes para um
nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um atendimento rápido e eficiente.
produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma,
entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Função Dos Estoques Controle De Entradas E Saídas


O estoque é todo o material ou produtos disponíveis para o uso O controle de entrada e saída de produtos/matérias de esto-
da empresa no processo de fabricação ou comercialização direta ao que pode ser realizado de forma manual (para organizações não
consumidor final. informatizadas), por meio de planilhas, memorandos, fichas de
controle, formulários criados pela própria organização, ou ainda por
Funções: softwares de controle de estoque, que são programas elaborados
• Receber para armazenagem e proteção os materiais adquiri- de forma a viabilizar toda a rotina administrativa do setor.
dos pela empresa; As etapas do processo de controle de entrada e saídas, bem
• Entrega dos materiais mediante requisições autorizadas aos como seus critérios e definições, são elaboradas pela gestão da or-
setores da organização; ganização e o responsável pelo almoxarifado, em sinergia com os
• Assegurar que os registros necessários estejam sempre atu- demais setores, de maneira a abranger e sanar a necessidade da
alizados; organização.
• Controle: que deve fazer parte do conjunto de atribuições de
cada setor envolvido, qual seja recebimento, armazenagem e dis- Tipos De Armazenamento
tribuição. O setor de almoxarifado exige o controle do estoque, como
quantidade, reposição, armazenamento, validade, controle do uso,
Critérios Para Armazenamento No Almoxarifado etc.
O almoxarifado constituía-se em um depósito, em sua maioria Para as mercadorias e produtos (de limpeza, de escritório, ser-
o pior e mais inadequado local da empresa, onde os materiais fica- viços, etc.),
vam acumulados de qualquer maneira, não havia mão de obra qua- Materiais de aquisição (levantamento de preços, pesquisa de
lificada para tal função. Com o passar do tempo surgiram sistemas fornecedores, registro das compras feitas e a fazer, arquivamento
de armazenagem e processos mais sofisticados, acarretando no au- de notas) e outras tarefas ligadas ao almoxarife ou estoquista. Estas
mento da produtividade, segurança nas operações de agilidade na funções necessitam observar critérios de racionalização, acondicio-
obtenção das informações. namento, localização, precisão, padronização, indicadores e docu-
As tarefas de recebimento compreendem desde a recepção do mentação.
material pelo fornecedor na entrega, até a entrada nos estoques. A Na organização do almoxarifado, deve-se observar o cálculo
tarefa de recebimento dos materiais é módula de um sistema global das quantidades de produtos que deverá possuir em estoque. No
integrado, com as áreas de contabilidade, compras e transportes, e acondicionamento deve-se almejar a otimização das distâncias en-
é definida em sinergia com o atendimento do pedido pelo fornece- tre o local de estocagem e o local a ser utilizado, a adequação do
dor e os estoques físico e contábil. espaço de armazenagem com o melhor uso de sua capacidade em
volume.
O recebimento dispõe de quatro etapas: Quanto a localização deve-se observar a facilidade em encon-
1ª Entrada de materiais; trar o que está sendo procurado, por meio de etiquetagem, ordem
2ª Conferência quantitativa; alfabética, ou utilização setorial, por exemplo, a fim de se evitar a
3ª Conferência qualitativa; entrega errônea de materiais, acarretando em problemas de con-
4ª Regularização. trole e em tempo desperdiçado.
Ao armazenar materiais no almoxarifado, são necessários al- Precisão de operação: exatidão nas informações de controle
guns cuidados especiais, eles devem ser definidos dentro do siste- com a realidade dos itens armazenados. A inexatidão dos dados
ma de instalação e no layout adotado pela organização. Deve pro- acarreta falhas de contabilidade, fornecimento, e etc.
porcionar condições físicas adequadas que resguardem a qualidade Os itens do almoxarifado devem ser padronizados, com a finali-
dos materiais, visando a ocupação plena e a ordenação da arruma- dade de melhoria no controle das compras (fornecimento), e evitar
ção. falhas como a duplicidade de itens registrados.
O setor deve apresentar relatórios de eficiência, com os devi-
dos indicadores das atividades, proporcionando otimização do ge-
Etapas
renciamento, controle do histórico dos itens, etc.
Verificação das condições de recebimento do mate-

rial Recomendações Gerais Para Almoxarifado: Treinamento, Fer-
2ª Identificação do material ramentas, Manutenção
A eficácia de um almoxarifado tange fundamentalmente:
3ª Depositar na localização destinada • Reduzir as distâncias internas percorridas pela carga e con-
sequentemente o aumento do número das viagens de ida e volta
Informação da localização física de armazenagem (desperdício de tempo);
4ª • Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas;
ao controle
• Da melhor utilização de sua capacidade em volume.
Verificar periodicamente as condições de proteção

e armazenamento O caminho tomado pelas organizações no mercado que rea-
lizam esse controle e sanam este impasse de minimizar erros no
6ª Separação para distribuição controle de estoque, devido a forma manual (ou não informatizada)
de se realizar a manutenção periódica, visa através de ferramen-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tas como softwares de controle de almoxarifado, conseguir obter o Os critérios básicos para identificar o material são a descrição
acompanhamento da gestão do estoque, empréstimos de patrimô- e a codificação.
nios e relatórios gerenciais para compra, por exemplo. A descrição do material para identificação, pode ser feita com
Através de treinamentos e aperfeiçoamento da equipe voltada base nas características físicas do material recebido e aceito. Isto
para o setor, o controle de almoxarifado pode minimizar o tempo porque a descrição do item na nota de empenho pode não coincidir
nas tarefas (como entrada, verificação e saída de produtos/mate- com a descrição que o almoxarifado utilize. O material aceito deve
riais), mão-de-obra (conferência), bem como desperdícios em ter- ser catalogado de acordo com uma descrição que possibilite fácil
mos de compra de produtos/materiais. identificação visual por parte dos usuários externos também.

Um software de controle de almoxarifado pode realizar: Carga Unitária: Conceito, Tipos, Vantagens
Carga unitária: Materiais acondicionados em volume único.
• Um melhor controle de compras juntamente com alertas de Conceito - Toda a carga constituída de embalagens de transpor-
estoque mínimo e máximo. te que condicionam uma certa quantidade de material para possi-
• Agilizar solicitações de produtos e patrimônios pelos próprios bilitar o seu manuseio, transporte e armazenamento como se fosse
usuários. uma unidade.
• Facilitar a consulta rápida de produtos. Tipo - A formação de carga unitária se dá através de pallets.
• Realizar Entrada e Saída de produtos, de forma rápida e sim- Vantagem - Isto é feito para facilitar o transporte e a armaze-
ples. nagem do produto.
• Controlar os itens consignados.
• Organizar mediante criação de grupos e subgrupos de pro- Pallet: Conceito, Tipos, Vantagem
dutos. O palete (do inglês pallet, ou francês pallette) é uma plataforma
• Empréstimos e Devoluções de Patrimônios. ou estrado, que geralmente é feito em madeira, plástico ou metal,
• Emissões de etiquetas para identificação fácil dos produtos utilizado para empilhamento ou transporte de materiais por meio
ou patrimônios. de empilhadeiras. Geralmente é fabricado com medidas pré-deter-
• Controlar pedidos e recebimentos de materiais. minadas, para poder ser carregado pelas máquinas existentes no
• Gerenciar usuários e níveis de acesso. mercado e otimizar os espaços por onde as mercadorias transitam.
• Criar eventos e definir produtos e patrimônios que serão uti- A paletização é um sistema consolidado no meio logístico e muito
lizados. utilizado por empresas de varejo, para armazenagem e transporte
• Transferência de produtos/ materiais entre estoques. de cargas.
• Relatórios de controle detalhados. A principal função dos paletes é otimizar e facilitar o transporte
e armazenamento de mercadorias, com um tamanho padrão, em
De Equipamento, Ventilação, Limpeza, Identificação, Formu- porta-paletes e com o uso de paleteiras e/ou empilhadeiras, etc.
lários, Itens Diversos Vantagens dos pallets: Otimizar a tarefa de expedição de pedi-
Os equipamentos utilizados nos locais de armazenamento ba- dos. Com a utilização de pallets é possível tornar o fluxo de entrada
sicamente são: e saída de mercadorias cada vez mais ágil. Organização sistemática:
Empilhadeiras: que são as protagonistas de um sistema de Diminuindo o prazo de entrega e aumentando a qualidade do aten-
logística para a movimentação de mercadorias. Paleteiras, entre dimento prestado. Redução de custos: Reduzir custos com estoque
outros, como: Guindastes, Comboio, Esteira transportadora, Mono- e aumentar a produtividade.
vias, Transportador de roletes, Transelevadores.
Equipamentos Gerais De Um Almoxarifado
Além disso, o almoxarife deve sempre preservar: Os equipamentos utilizados em um almoxarifado, em sua
maioria são: Empilhadeiras, Paleteiras, Guindastes, Comboio, Estei-
— As áreas de circulação localizadas entre as áreas de estoca- ra transportadora, Monovias, Transportador de roletes e Transele-
gem e/ou áreas livres, destinadas à movimentação do material e ao vadores.
trânsito de pessoas e equipamentos.
— Os espaços decorrentes da divisão de uma área de estoca- Tipos De Estoques
gem, destinados a definir a localização do material nas unidades de ▪ Estoque de antecipação ou sazonal
estocagem e/ou áreas livres, podem ser: Que se refere a mercadorias com época específica de utilização
ABERTOS: para materiais de alta rotatividade ou que não re- (entrada/saída). É muito útil em datas comemorativas, por exem-
queira condições especiais de segurança e/ou preservação) e plo. Ao longo do ano, podemos identificar épocas em que há picos
FECHADOS: delimitados por paredes e teto, destinados à se- de compras, dos quais vale a pena mencionar: Dia das Mães; Natal;
gurança e/ou preservação de materiais, tais como: eletrodos, pro- e etc.
dutos perecíveis, ferramentas, instrumentos de precisão, material De modo a atender a toda essa demanda, a empresa deve se
radioativo, produtos químicos, hospitalares, cirúrgicos, farmacêu- preparar com antecedência e tomar todas as medidas necessárias
ticos, etc.). para estar preparada para a demanda. Nesse momento o estoque
sazonal se torna essencial. Essa estratégia costuma ser adotada
São procedimentos promovidos sistematicamente pelos cola- quando o gestor identifica um aumento na expectativa de vendas,
boradores do almoxarifado, da segurança e da limpeza, que englo- onde a produção ou aquisição dos produtos é intensificada com o
bam medidas para prevenir incêndios, furtos, roubos e acidentes objetivo de tentar assegurar ao consumidor o pronto atendimento
pessoais, bem como medidas que assegurem o patrimônio.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de seu pedido, permitindo que a empresa aproveite a oportunidade ressuprimento, baseados nas vendas ao consumidor final.
de ampliar suas vendas e lucros. Diante dessa variação relevante,
pode ser realizado também o reforço do estoque. ▪ Estoque mínimo
Conhecido também como ponto de ressuprimento, consiste na
Destaca-se que esse modelo também é utilizado quando o ges- menor quantidade possível de um produto armazenado. Esse nú-
tor percebe o risco de sofrer alguma interrupção ou que poderá mero é definido com antecedência pelo gestor e leva em conside-
enfrentar problemas com o fornecimento de algum item devido a ração a demanda por aquele item. Sua intenção é evitar que o item
alguma situação inesperada — como um estoque de contingência. acabe antes do ressuprimento.
Assim, para evitar prejuízos ao atendimento dos pedidos, é realiza- Na prática, uma empresa pode definir, por exemplo, que o es-
da uma compra antecipada e em maior volume. toque mínimo de um produto específico seja de 50 peças. Com isso,
mesmo que ela faça uma compra de 100 unidades — que pode ser
▪ Estoque consignado o seu estoque máximo —, quando a quantidade dessa mercadoria
É mantido por terceiros, que podem ser distribuidores ou atingir o ponto de ressuprimento, é importante negociar uma nova
clientes. compra.
Nesse caso, a guarda dos produtos é transferida, mas a proprie-
dade continua sendo da empresa. ▪ Estoque de proteção ou estoque isolador
Esse modelo tem se mostrado interessante principalmente Apesar de evitarem o mesmo risco, o estoque de proteção e o
quando o negócio não dispõe de muito espaço livre, precisa agilizar estoque mínimo, tratam-se de conceitos distintos.
o processo de distribuição ou deseja ampliar seus canais de vendas. Esse é um dos modelos de estoque mais utilizados por setores
Na prática, o estoque é abastecido por fornecedores que, em geral, robustos, como o alimentício e o automobilístico. Seu objetivo é
são fabricantes, proteger as vendas e garantir a disponibilidade dos produtos mes-
distribuidores ou importadores. Os itens ficam armazenados mo em situações pouco favoráveis, como: alta nos preços; greve
nesse local e, conforme a demanda do cliente final, são distribuí- de fornecedores; greve no setor de transportes; súbita elevação na
dos. Podendo ser realizado em dois modelos: demanda do mercado.
O estoque em poder próprio: o fornecedor mantém a estrutura Caso algum desses problemas surja, o estoque de proteção é
para a venda em consignação pelo revendedor; O estoque do forne- utilizado até que o abastecimento retorne ao normal e as novas
cedor em posse de terceiros: o fornecedor transfere provisoriamen- mercadorias sejam cadastradas. Para isso, alguns itens adicionais
te a guarda dos produtos a um terceiro. são mantidos no estoque.

▪ Estoque inativo ▪ Estoque de segurança


Destinado a verificação e separação de itens em estoque que É importante para grande parte das empresas. Os varejistas
não tiveram um bom desempenho nas saídas e, por isso, estão pa- precisam manter em estoque todos os produtos que o cliente de-
rados há algum tempo, se tornando obsoletos. seja, e a indústria deve ter um estoque de matérias-primas para
Essa situação, apesar de não ser produtiva para a empresa, é assegurar o ritmo de produção.
relativamente comum e configura o chamado estoque inativo. Como o nome sugere, esse tipo de estoque visa reduzir o ris-
Essa questão está intimamente relacionada ao giro de estoque, co de o negócio perder vendas ou atrasar entregas em razão de
que mostra o nível de atividade de cada produto: fast mover (alto problemas inesperados, como um imprevisto durante a negociação
giro), low mover (baixo giro) e no mover (sem giro). Ou seja, quanto com o fornecedor. Com uma gestão eficiente do estoque de segu-
maior é a rotatividade das mercadorias no estoque, menor o núme- rança, é possível desfrutar de benefícios importantes e que fazem a
ro de produtos inativos. diferença para o crescimento empresarial, como: cumprimento de
Para determinar que o produto se tornou obsoleto, diversas prazos; aumento da satisfação dos clientes; manutenção do fluxo
questões precisam ser analisadas. Em geral, o tipo de mercadoria e de produção; redução de gastos com armazenagem; diminuição do
o prazo de validade devem ser levados em consideração para que o acúmulo de produtos sazonais e perecíveis; liberação de recursos
negócio não sofra prejuízos. para investir em setores estratégicos.
Nessa metodologia, o desafio do gestor é encontrar a quanti-
▪ Estoque máximo dade exata de estoque de segurança. Isso significa definir quantos
É preciso compreender que ele trabalha com a perspectiva da produtos armazenar, de modo que exista um equilíbrio entre inves-
quantidade máxima de produtos que deve existir no estoque em timento e lucros — por isso o apoio da tecnologia é tão importante.
um determinado período. Por exemplo: uma empresa pode definir
que um certo tipo de material tenha o estoque máximo do produto ▪ Estoque regulador
de 100 unidades em um mês, ao atingir esse número, portanto, as É uma excelente opção para manter equilíbrio. Ele é mantido
compras devem ser suspensas. A entrada desse produto no estoque por uma das filias com o objetivo de suprir uma eventual neces-
fica interrompida (exceto por razões sazonais ou inesperadas), pois sidade dos demais pontos de vendas. Em geral, a filial que possui
isso evita que os itens se tornem obsoletos e se transformem em melhor espaço físico para armazenamento de mercadorias mantém
um estoque inativo. um estoque maior. Assim, caso a demanda aumente em outra uni-
Destaca-se que diversos fatores influenciam na determina- dade, ela consegue transferir mercadorias sem afetar a sua própria
ção desse estoque máximo, como o espaço físico disponível para segurança. Esse modelo já é bem aplicado pelos varejistas, mas vale
armazenamento e a própria disponibilidade orçamentária — além ressaltar que a gestão dos itens precisa ser executada com o auxílio
de cálculos realizados por algoritmos de reposição de estoque, em de um software.
soluções tecnológicas de
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É imprescindível que exista uma comunicação efetiva entre to- de que cada processo de fabricação é composto por fases, e depen-
das as filiais. O sistema precisa ser integrado, já que o gestor deve dendo do produto final, as fases são complexas e contínuas, além
ter acesso às informações e agir antes que o desabastecimento de serem numerosas. Por isso a importância desse tipo de estoque.
ocorra — isto é, ele precisa reequilibrar o estoque com antecedên-
cia. Critérios de classificação de materiais
Os critérios de classificação de materiais e os parâmetros a se-
▪ Estoque de ciclo guir podem ser utilizados para diferenciar o material permanente,
Por meio dele, a produção e o planejamento de estoque serão do material de consumo. Um material é considerado de consumo
organizados em períodos determinados. A ideia é suprir totalmente caso atenda a um dos critérios a seguir:
a demanda e manter o desempenho econômico do negócio. Esse
modelo é muito utilizado em indústrias devido às suas caracterís- • Durabilidade: em uso normal perde ou tem reduzidas as suas
ticas permitirem que os itens em estoque circulem internamente. condições de funcionamento, no prazo máximo estabelecido;
Em uma fabricante de carros, por exemplo, há várias linhas de pro-
dução, e cada uma se responsabiliza por um componente — como • Fragilidade: sua estrutura poderá ser danificada, ou se for
a parte elétrica, a mecânica e os assentos. Com isso, cada grupo quebradiça, deformável, caracterizando sua perda ou não podendo
fabrica e estoca o item de acordo com um ciclo produtivo que visa ser recuperada sua identidade ou funcionalidade;
assegurar que o produto (o carro) seja finalizado em tempo hábil.
• Perecibilidade: está sujeito a modificações (físicas ou quími-
▪ Estoque em trânsito cas), se há como deteriorar-se, ou perde sua característica pelo uso
Faz parte da rotina de toda empresa. Ele se refere aos produ- normal;
tos que estão em rota de deslocamento pelas transportadoras. Por
exemplo: o gestor terá em mãos a informação precisa de quanto • Incorporabilidade: destina-se a incorporação a outro bem e
tempo as suas mercadorias permanecem nos veículos de transpor- não podendo ser retirado sem prejuízo das características físicas
te. e funcionais do principal. Pode ser utilizado para constituir novos
Além disso, é possível ter uma visão mais exata sobre o esto- bens, adições ou melhorias complementares de bens em utilização
que global, isto é, a quantidade exata de todos os produtos que a
empresa possui armazenado — os que estão na empresa e os que • Transformabilidade: caso tenha sido adquirido com a finalida-
ainda estão sendo transportados. Portanto, o estoque em trânsito é de de transformação.
um modelo intermediário de estoque, responsável por controlar o
trânsito das mercadorias entre a origem Objetivos Da Codificação
(o fornecedor) e o destino (o varejista). Vale lembrar que esse Consiste em metodizar o processo, sendo utilizada interna-
controle de estoque é tão necessário quanto os demais. mente pelo setor de almoxarifado. A codificação de cada material
poderá ser do tipo alfanumérico, em que a letra inicial do item
▪ Dropshipping será acrescida de três números que serão gerados numa sequên-
O dropshipping é um tipo de estoque voltado para e-commerce cia numérica crescente. Exemplo: açúcar cristal marca Coité, código
pequenos marketplaces. Nesse modelo, após a conclusão da venda A-001. O próximo item que o nome na descrição começa com a le-
ao consumidor é aberta uma ordem de serviço que é encaminhada tra “A” terá o código A-002, e assim por diante.
ao fornecedor. A lista com os códigos de cada material deve ser atualizada
Esse fornecedor é que será o responsável por enviar a merca- sempre que um novo material estiver disponível para o forneci-
doria ao cliente. Ou seja, a mercadoria sai do centro de distribuição mento.
do fornecedor direto para a residência do consumidor final, mesmo
tendo sido vendido no site de um distribuidor ou revendedor. Fluxo Contábil E Administrativo Dos Materiais
Perceba que o e-commerce funciona aqui como um interme- Existem etapas em que o almoxarife (responsável pelo almo-
diário entre o cliente e o fornecedor. Ele não precisa investir em xarifado), deve responsabilizar-se para o bom desenvolvimento do
sistemas de armazenagem, tampouco reservar capitar para gestão fluxo administrativo e contábil do setor, como:
de estoque.
• Garantir que os produtos/materiais estejam armazenados em
Estoque de materiais ou matérias-primas local seguro e na quantidade ideal de suprimento;
• Estoques de Insumos: os insumos correspondem a todo tipo • Reparar as divergências de inventário e perdas de qualquer
de matéria-prima, ou demais materiais que se encontram armaze- natureza;
nados ou estocados na empresa, aguardando o processo de pro- • Garantir a qualidade e as quantidades corretas e observar a
dução, ou outro tipo de processo, ou momento, para ser utilizado. adequação das instalações e se os recursos de movimentação e dis-
tribuição são suficientes para um atendimento rápido e eficiente.
Estoque de material em processo • Recebimento e conferência dos materiais adquiridos ou cedi-
• Estoque de Produtos em Processamento: Durante o processo dos de acordo com o documento de compra (Nota de Empenho e
de produção também é possível manter-se estoques dos produtos Nota Fiscal) ou equivalentes;
e dos componentes que estão sendo produzidos, ou serão produzi- • Registrar em sistema próprio manual ou software de controle
dos no processo completo de produção. Isso é possível em virtude de estoque, as notas fiscais dos materiais recebidos;
• Encaminhamento ao Departamento de Contabilidade e Fi-
nanças as notas fiscais para o devido pagamento;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Elaboração de estatísticas de consumo por materiais e cen-


tros de custos para previsão das compras;
• Elaboração de balancetes dos materiais existentes e demais
relatórios solicitados por outros setores;
• Preservação da qualidade e as quantidades dos materiais es-
tocados;
• Viabilização do inventário anual ou periódico (de acordo com
a organização) dos materiais estocados;
• Garantir que as instalações estejam adequadas para a devida Ordem de compra
movimentação e retiradas dos materiais, visando um atendimento É o documento pelo qual os usuários requisitam os materiais
eficiente com agilidade; no Almoxarifado. A requisição de materiais é um pedido oficial, por-
• Organizar de forma atualizada o registro de estoque do ma- menorizado, do setor que vai consumir o material. Ao receber uma
terial existente; requisição, o almoxarife terá que preliminarmente efetuar as devi-
• Proporcionar políticas e diretrizes relativas a estoques e pro- das conferências, como por exemplo:verificar se o setor emitiu a
gramação de aquisição, bem como o fornecimento de material de requisição dentro dos padrões previamente definidos, constatar se
expediente; as quantidades pedidas estão normais e dentro das possibilidades
• Estabelecer normas de armazenamento dos materiais esto- do estoque. Toda solicitação tem que ser objetiva, oferecendo ao
cados; usuário, Almoxarifado e a Contabilidade todos os dados necessários
• Estabelecer as necessidades de aquisição dos materiais de para um perfeito controle dos materiais e dos gastos.
consumo para fins de reposição de estoque, e assim solicitar sua Quando o almoxarife receber a requisição de materiais, deve
aquisição. fornecer no máximo a quantidade solicitada pelo requisitante. As
requisições de materiais devem ser arquivadas pelo setor de Al-
Recebimento De Mercadorias moxarifado de forma a estar disponível para posteriores consultas,
O recebimento de produtos/materiais pode ser classificado em caso necessário.
dois tipos:
Notas fiscais
• Recebimento provisório: Recebimentos de bens com nota fiscal dependerão da impres-
Que se refere ao ato da entrega de um bem ao órgão no lo- são da sua autenticidade, que pode ser obtida através do site Portal
cal previamente designado pela organização, para fins de posterior da Nota Fiscal.
conferência e verificação de conformidade do material com a espe-
cificação, não configurando sua aceitação definitiva. Divergências e irregularidades que são insanáveis, geralmente
constatadas em relação às condições de contrato (compras não au-
• Recebimento definitivo: torizadas, entrega fora do prazo, autenticidade não autorizada da
Os produtos/materiais serão recebidos somente após verifica- nota fiscal etc.) devem nortear a recusa do recebimento. Anota-se
ção da qualidade e quantidade e consequente validação de recebi- então, no canhoto da Nota Fiscal recebida, os motivos da recusa,
mento e aceitação da mercadoria. assim também, nos documentos do transportador, comunicando
imediatamente ao setor responsável ela compra e/ou ao fornece-
• Recebimento e aceitação: dor, como a gestão definir ser melhor ao fluxo interno. Sugere-se
As etapas de recebimento e aceitação compreendem desde também que seja tirado uma cópia do documento no qual foi ano-
a recepção do material na entrega pelo fornecedor até a entrada tado o motivo da recusa de recebimento e que seja solicitado ao
da mercadoria nos estoques. A etapa de recebimento e aceitação entregador um visto de ciência.
de materiais abrange um sistema global integrado com as áreas de
contabilidade e compras, e é caracterizada como uma conexão en- São considerados documentos aptos para o recebimento de
tre o atendimento do pedido pelo fornecedor e os estoques físico produtos/materiais:
e contábil.O recebimento e aceitação compõe as seguintes etapas:
• Nota Fiscal, Fatura e Nota Fiscal/Fatura;
• Termo de Cessão, Doação;
• Declaração exarada no processo relativo à permuta;
• Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência;
• Guia de Produção.

Compreende no ato pelo qual os produtos/materiais adquiri-


dos são entregues no local designado previamente (almoxarifado).
Independentemente do local físico que os produtos/ materiais fo-
rem recebidos, todo o registro de entrada e distribuição de material
deverá ser de responsabilidade do Almoxarifado. O recebimento
dispõe de duas etapas:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ficha de controle de estoque NBR 7502, que determina como deve ser feito o transporte de
As documentações do setor, resultam na confecção do manual cargas perigosas;
técnico de almoxarifado, definido um modo preciso às normas de Código Marítimo Internacional de Mercadorias Perigosas;
identificação dos materiais, inventário, inclusão de novos itens, en- Decreto 2.657, que aborda o uso de produtos químicos no tra-
tre outros. balho.
Utiliza-se os seguintes documentos para atendimento das di- O ideal é que você analise o tipo de produto químico que utiliza
versas rotinas de trabalho no Almoxarifado: e verifique as normas impostas pela legislação.
• Ficha de controle de estoque (para organizações ainda não
informatizadas): documento que visa controlar manualmente o es- ▪ Uso de planos metálicos
toque, por meio da anotação das quantidades de entradas e saídas, Nesse caso as opções são bastante variadas. Estantes porta-pa-
destinado ao reabastecimento; letes é uma delas, já que exclui a necessidade de paletização.
• Ficha de Localização (para organizações ainda não informati- Além disso, o equipamento é transformado em uma gôndola
zadas): documento destinado a indicar as localizações (onde o ma- rapidamente, o que traz mais flexibilidade para o transporte e o ar-
terial está guardado), através de códigos, mazenamento.
• Comunicação de Irregularidades: documento destinado a es-
clarecer ao fornecedor os motivos da devolução, quanto os aspec- ▪ Sistemas de gestão de estoque
tos qualitativo e quantitativo; Nesse caso o uso de suporte tecnológico é uma necessidade,
• Relatório técnico de inspeção: documento destinado a defi- especialmente se o estoque da empresa for grande. Pode-se usar
nir, qualitativamente o aceite ou a recusa do material adquirido do um software ERP, que reúne várias informações em um só local e
fornecedor; garante a atualização dos dados automática.
• Requisição de material: documento destinado a retirada de
materiais do almoxarifado; ▪ Endereçamento de estoque
• Devolução de material: documento destinado a devolver ao Essa técnica facilita muito na hora de encontrar algum item
estoque do almoxarifado, as quantidades de material, outrora, re- estocado. O objetivo é denominar as áreas e alocar os materiais
quisitadas além do necessário. conforme os critérios estabelecidos. Duas opções são:
RPA: rua, posição e altura; e ARMNV: área, rua, módulo, nível
Armazenamento centralizado x descentralizado e vão.
Um estoque centralizado mantém as mercadorias em Centros Em ambos os casos são utilizados apenas números, que facili-
de Distribuição (CD). tam a nomeação dos elementos.
Um estoque descentralizado faz com que todas as mercadorias ▪ Paletização
sigam diretamente para seus (PVs) pontos de vendas. Esse sistema de unitização abrange uma quantidade de produ-
tos grande em apenas um palete. Depois disso, os itens podem ser
• Centralizado: materiais são armazenados em um único local colocados em porta-paletes, como já indicado, ou agrupados por
– CD. meio de pirâmides ou torres, geralmente se utiliza os mesmos pro-
• Descentralizado: não há um ponto central e os materiais são dutos com as mesmas datas, o que simplifica a movimentação e o
armazenados em vários lugares conectados entre si que podem es- controle.
tar em um mesmo local físico ou dispersos - PVs
▪ FEFO, ou PVPS
Técnicas para armazenagem de materiais Esse método de controle de estoque indica que o primeiro
As técnicas de armazenagem variam conforme o segmento de produto que vence é o primeiro que sai. É uma técnica bastante
atuação da empresa. indicada para bens perecíveis, que possuem prazos de vencimento
Por exemplo: se as atividades envolvem produtos químicos, é curto ou médio, como é o caso dos iogurtes, leites, carnes não con-
necessário adotar alguns procedimentos exclusivos, que cumpram geladas, entre outros alimentos.
as regras de regulamentação para transporte e armazenagem. Outra indicação é quando você recebe o mesmo produto a
Para ser mais eficiente, a empresa também deve implantar sis- partir de fábricas distintas ou quando negocia com os fornecedores
temas para o endereçamento de estoque e implantação de códigos para ter acesso a itens com prazos menores de venda.
de barras, que facilitam o encaminhamento, localização e uso dos
itens armazenados. ▪ FIFO, ou PEPS
A definição de um método de controle de estoque (FIFO e LIFO, Nesse caso, a ideia é que o primeiro que entra é o primeiro que
por exemplo) é outro item necessário. sai. Esse sistema de armazenamento não considera a data de ven-
A opção deve ser feita a partir do vencimento da validade do cimento, mas sim a de entrada. Por isso, é indicada para produtos
item armazenado. que não têm prazo de validade ou ele é muito longo, como é o caso
dos eletrônicos.
Exemplos de Técnicas de armazenagem:
Contagem cíclica
▪ Armazenamento de produtos químicos Contagem cíclica ou inventário cíclico, rotativo refere-se à con-
Nesse caso, a logística e o transporte desse tipo de produto é tagem do estoque que é realizada periodicamente, em intervalos
mais complexa e, por isso, há várias regras que precisam ser segui- regulares ao longo do ano, sejam eles diários, mensais, bimestrais,
das. Algumas diretrizes são: semestrais, etc. Possibilita a precisão dos processos e pode ser uti-
lizada para focar em itens de maior valor, maior taxa de movimen-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tação ou críticos os processos da empresa. Menor interrupção – A Periodicidade


contagem cíclica como parte dos processos contínuos da logística Definir a periodicidade do inventário de estoque é muito im-
diminuem a interrupção das operações de armazém. portante, quando se realiza um inventário de estoque, nada mais é
feito do que a contagem de tudo que está armazenado. Essa conta-
Método de classificação ABC gem, portanto, deve ser referenciada de alguma forma.
Esse método dispõe de vários nomes como: Curva ABC, Princí- O objetivo de um inventário é muito simples: É o procedimento
pio de Pareto, Análise de Pareto ou até mesmo Regra 80/20. Sendo que vai garantir o controle, de modo que possíveis problemas sejam
essa uma ferramenta (geralmente em forma gráfica de colunas), identificados e corrigidos. Como todo estoque apresenta rotativida-
que tem como objetivo o agrupamento e ordenamento de diversas de, definir inventários periódicos se torna obrigatório.
ocorrências para identificar problemas nas empresas. O entendi- Destaca-se que a prestação de contas junto ao Fisco envolve a
mento é simples: 80% das consequências originam-se de 20% das declaração de bens em estoque.
causas. Se sua empresa não sabe o quanto tem estocado de tempos
em tempos, vai se arriscar a passar informações erradas.
É uma ferramenta muito usada na gestão de estoques, pois ela A consequência disso é aplicação de multas que vão desfalcar
permite determinar quais itens são mais importantes para a empre- as suas reservas e, consequentemente, trazer prejuízos e perdas.
sa e, portanto, merecem maior atenção no acompanhamento de
níveis de estoque ou na realização de inventários. Etapas
Antes da contagem dos produtos estocados, é fundamental sa-
Classe A – a maior importância, valor ou quantidade da análise, ber onde eles permanecerão, evitando o retrabalho de retirar item
o que corresponde a 20% do total; por item para acessar aquele produto mal posicionado na pratelei-
Classe B – importância, valor ou quantidade intermediária, o ra. Tudo isso se relaciona diretamente com a necessária elaboração
que corresponder a 30% do total; de uma estratégia de reposição de estoque.
Classe C – de menor importância, valor ou quantidade, o que Fazer a contagens e recontagens dos itens para consolidar o
corresponde a 50% do total. inventário e conferir se está de acordo com a real quantidade.

Neste sentido, a curva ABC existe para dar tempo e disciplina É imprescindível que todos os itens sejam identificados com
fundamentais para lidar com a demanda e entender a relação de códigos, que são usados também para a checagem e conferência
casualidade dentro das empresas. Serve para tornar o trabalho no na hora do recebimento dos produtos dos fornecedores. Uma al-
dia a dia mais estratégicos, direcionado àquilo que realmente faz a ternativa tecnologicamente mais avançada são as etiquetas RFID.
diferença para gerar melhores resultados. A contagem dos produtos em estoque pode ser feita por equi-
pes. Se o estoque não conta com pessoal suficiente, podem ser des-
Inventário físico: benefícios, periodicidade, etapas e reco- tacados funcionários para a tarefa, desde que eles tenham perfil
mendações compatível com a responsabilidade envolvida, que exige muita con-
O inventário físico de estoque é o processo de contagem físi- centração e atenção aos detalhes.
ca de todas as mercadorias que a empresa possui para que então,
após essa contagem, seja feita uma comparação entre a quantidade Recomendações
dos produtos existentes na empresa e a quantidade que está cadas- Toda empresa busca atender as demandas do cliente na hora
trada no sistema de controle de estoque utilizado. certa e na quantidade ideal. Porém, isso só é alcançado por meio
de uma distribuição rápida e precisa das mercadorias. Nesse con-
Benefícios texto, a gestão de estoque exerce um papel crucial para qualquer
Redução das perdas - Um bom inventário de estoque é capaz empreendimento, pois ajuda a alcançar o estoque ideal, sem faltas
de diminuir os gastos e evitar desperdícios. Caso a relação de itens e excessos e de acordo com a demanda do consumidor. Em outras
do inventário físico estiver em desarmonia com a área contábil, será palavras, para que se consiga manter a disponibilidade de produtos
mais fácil saber se ocorreu extravios e furtos, por exemplo. nas prateleiras, é indispensável que a empresa conte com um esto-
que organizado e completo, de acordo com a demanda da empresa.
Melhoria do atendimento ao cliente - Ao entender quais mer- Uma boa gestão de estoque permite que o negócio tenha cla-
cadorias estão disponíveis no estoque, é possível melhorar suas saí- reza sobre os fatores que prejudicam suas vendas, os produtos com
das e também ampliar a credibilidade com os clientes. Quando não menor saída e as situações que geram aumento dos custos logísti-
existe controle de estoque, a possibilidade de erros é bem maior: cos. E o sell-out é a chave para manter o nível de estoque ideal e
vender um produto indisponível e comprometer a entrega. toda cadeia de suprimentos em sincronia.
Destaca-se que sua utilização leva em consideração inúme-
Cumprimento da legislação -Incoerências entre o inventário ros fatores, como o tipo de produto e a própria infraestrutura da
físico e o contábil podem fazer com que a empresa entre na mira empresa. Mas que, independentemente do modelo, é importante
do Fisco. Se o fiscal constatar que há divergências entre o estoque sempre orientar os processos pelas vendas ao consumidor final.
declarado de mercadorias e o real, pode ocorrer penalização com Sem dúvida, o primeiro passo para se alcançar resultados positivos
aplicação de multas, ameaçando, dessa forma, a saúde financeira com a gestão de estoque é conhecer a realidade do negócio e as
da sua empresa. opções à sua disposição.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O inventário de estoque é uma tarefa trabalhosa e driblar os Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários
entraves deste processo só é possível por meio de planejamento, órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas
para tanto se faz necessário um olhar pontual para esse tema, as- jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos
sim, destaca-se algumas recomendações importantes, como: estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su-
Definir o melhor momento para realizar o inventário, categori- bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi-
zar os produtos, organizar os espaços físicos, desenvolver um méto- nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia.
do de contagem e padronizar os registros. Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: MODELOS DE AD- outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado.
MINISTRAÇÃO PÚBLICA; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; ÓRGÃOS, ENTIDADES E OR- do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser-
GANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; ADMINISTRA- viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa
ÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA; DESCENTRALIZAÇÃO, que transfere e a que acolhe as atribuições.
DESCONCENTRAÇÃO E DELEGAÇÃO
Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos
Prezado Candidato, o tema Princípios fundamentais da Admi- Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação
nistração Pública, já foi abordado na matéria de Noções de Direito e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de
Administração direta e indireta forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon- e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au-
dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos
que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O (art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex-
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis-
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá
os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto.
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais,
administrativa de maneira centralizada. o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con-
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi- ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio
maneira descentralizada. de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer- órgão. Vejamos:
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona-
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu- ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- ou a extinção de outros órgãos.
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica, nal de Contas da União.
de modo geral.
Pessoas administrativas
Desconcentração e Descentralização Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído mista.
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra- existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União, entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, funções para as quais foram criadas de forma correta.
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista,
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Pessoas políticas Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado-


As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons- ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu-
tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida
Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais
Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político. prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma
Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma
se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven- exclusiva e prioritária pelo direito público.
çadas na Constituição Federal.
Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois, Observação importante: todas as empresas estatais, sejam
ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco-
entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado.
leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela
Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte- O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida-
rística que se encontra presente somente no âmbito da República de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público
Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati- é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço
vos. público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público,
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina
Autarquias que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,
criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias, econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con-
a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser
determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia- reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
lização. tuição Federal, que assim determina:
As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan- Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per-
mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo. ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A
Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda-
descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta-
tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser- ção de serviços, dispondo sobre:
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, sociedade;
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe- II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra-
a que estão vinculadas. balhistas e tributários;
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do nações, observados os princípios da Administração Pública;
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica- nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re- V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais dade dos administradores
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na Vejamos em síntese, algumas características em comum das
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga- empresas públicas e das sociedades de economia mista:
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo • Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
Poder. pregados;
• Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
Empresas Públicas constitucional;
Sociedades de Economia Mista • Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- bem como ao controle do Poder Legislativo;
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de • Não estão sujeitas à falência;
empresas estatais. • Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia trativo no que se refere às suas atividades-meio;
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas • Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan- constitucionalmente;
tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos • Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis-
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco- lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
nomia mista.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Fundações e outras entidades privadas delegatárias outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior-
Identifica-se no processo de criação das fundações privadas, mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para
duas características que se encontram presentes de forma contun- que seja feita a qualificação da entidade como organização social é
dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as
e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa. Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili-
O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988 zação de bens públicos e servidores públicos.
conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe- Organizações da sociedade civil de interesse público
deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado,
de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza- sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu-
ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da
das autarquias. Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência
Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun- do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com
dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos:
específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi- Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em
to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res-
Autárquica. pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
Observação importante: a autarquia é definida como serviço objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu- I – promoção da assistência social;
ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
a uma finalidade específica de interesse social. histórico e artístico;
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma
Vejamos como o Código Civil determina: complementar de participação das organizações de que trata esta
Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...) Lei;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis- V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado. VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo-
da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a luntariado;
Administração Pública. VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como bate à pobreza;
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so- IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego
que o foro de ambas é na Justiça Federal. e crédito;
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
Delegação Social direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
Organizações sociais XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
As organizações sociais são entidades privadas que recebem manos, da democracia e de outros valores universais;
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma neste artigo.
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com receber a qualificação. Vejamos:
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam I – as sociedades comerciais;
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à de categoria profissional;
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
ficação de OSs. IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os fundações;
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza- VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, de e assemelhados;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas 1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te-
mantenedoras; nham sido autorizadas por lei;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra- 2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú-
tuito e suas mantenedoras; blico (serviços sociais não exclusivos do Estado);
IX – as Organizações Sociais; 3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público;
X – as cooperativas; 4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por
isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi-
Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade nistração
e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi- 5. Pública e ao Tribunal de Contas;
cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido 6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga-
constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me- do parcialmente por normas direito público;
nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n. Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de
13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam-
o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi-
da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de reta.
Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor
acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999, são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado,
deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es- seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri-
tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de
a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos, algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá-
consultorias, cooperação técnica e assessoria. veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a
conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en-
Entidades de utilidade pública tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em ser modificado de maneira parcial por normas de direito público.
seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta-
tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o
setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor. CONTROLE INTERNO E EXTERNO APLICADOS À ADMINIS-
Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro TRAÇÃO PÚBLICA.
Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública,
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem- Controle exercido pela Administração Pública (controle interno)
plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes
de interesse público (OSCIP). possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os direi-
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda- tos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do Poder
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja sujei-
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga- ta a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo.
nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos. Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de- dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici- tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob vi-
ência da sociedade. gilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem ser
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu veto
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não concor-
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa dando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a entender
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder de incumbir
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir o conflito,
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es- como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da Repúbli-
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um ca. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF), que são
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente da Repú-
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade blica, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das Casas do
civil de interesse público. Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma espécie de
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen- controle prévio.
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de Di-
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem reito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos que
fins lucrativos. possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais instru-
No que condizente às características das entidades que com- mentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se mantenha
põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten- sempre consolidada com o direito, visando ao interesse público e
de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: mantendo o respeito aos direitos dos administrados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema
pode ser interno ou externo. Vejamos: de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais
• Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder sobre- administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver
pondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo Poder, litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça Ad-
ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Administração ministrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do Poder
indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa jurídi- Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade confli-
ca da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador encon- tos que envolvam somente particulares.
tra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser controlada. Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via
Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia, pois de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade do
esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores controlar ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os Magis-
os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em resumo, o trados não apreciam o mérito do ato administrativo, não analisando
controle interno que venha a depender da existência de hierarquia a conveniência e a oportunidade da prática do ato.
entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas chefias so- Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou
bre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de controle in- de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, a
terno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as atribuições, decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato admi-
não dependendo de hierarquia para o exercício de suas prerroga- nistrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não é cabível
tivas. no exercício da função jurisdicional a revogação do ato administra-
• Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutu- tivo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do mérito do ato.
ra do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos, É de suma importância destacar que o controle judicial possui
quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos dis-
as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário. cricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de
validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma,
Controle Judicial é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto os
Registremos, a princípio, que o controle judicial da Administra- discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou ilegiti-
ção Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder Judiciário, quan- midade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados pelo
do em exercício de função jurisdicional, sobre os atos administra- Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle jurisdicio-
tivos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do próprio Poder nal.
Judiciário. O controle judicial é aquele por meio do qual, o Poder Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo
Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional, aprecia a juridicida- geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa
de que engloba a regularidade, a legalidade e a constitucionalidade de alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pes-
da conduta administrativa. soa que tenha a pretensão de provocar o controle da administração
Denota-se que o controle externo da Administração por meio pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a
do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição ação cabível para o alcance desse objetivo.
Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle, Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies de
como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou ame-
de injunção e o habeas data. aça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos: o habeas
O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade de corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A relação das
jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de juris- ações que dão possibilidade ao controle judicial da Administração
dição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder Judiciário será sempre a título de exemplificação, tendo em vista que o con-
possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a inferir que trole pode ser exercido, inclusive, por intermédio de ação judicial
somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em sentido pró- ordinária sem denominação especial ou específica.
prio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de serem modi-
ficadas. Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no di-
Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida pela reito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um
Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo en- novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato
contram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário. por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação
É importante registrar que o fundamento da adoção do siste- ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes
ma de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se encontra editadas pela Corte Suprema.
inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual ficou es-
tabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário Controle Legislativo
lesão ou ameaça a direito”. O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legisla-
Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o sistema tivo sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como
de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso administrati- ocorre por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o
vo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a função juris- objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo
dicional é exercida por duas estruturas orgânicas que são regidas exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas.
de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária e a Justiça O controle legislativo, também denominado de controle parla-
Administrativa, posto que cada uma profere decisão com força de mentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce poder
coisa julgada no âmbito de suas competências. sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder Judi-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho tadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de execução dos planos de governo; fiscalizar e controlar, diretamente,
um controle externo sobre os demais Poderes. ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluí-
Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve dos os da administração indireta; apreciar os atos de concessão e
ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federa- renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; aprovar
do, posto que não somente o princípio da simetria, como também iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; au-
as regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os torizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
âmbitos federal, estadual, municipal e distrital. recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar,
Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o bicamera- previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
lismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal composto por superior a dois mil e quinhentos hectares.
duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta por represen-
tantes do povo e o Senado Federal que é composto por represen- 2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52):
tantes dos Estados-membros e do Distrito Federal. processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República
De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamen- nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Esta-
tar pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas do e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora do nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; processar e
Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do Con- julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do
gresso Nacional ou de cada Casa. Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Levando em conta o princípio da simetria de organização, as Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que lhes cou- União nos crimes de responsabilidade; autorizar operações exter-
ber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal e distrital, nas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
desde que realizadas as devidas adaptações, principalmente aque- Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por propos-
las que advém do fato de nos planos estadual, municipal e distrital a ta do Presidente da República, limites globais para o montante da
organização do Poder Legislativo serem do tipo unicameral. dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislati- Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as opera-
vo também possui o poder de exercer o controle interno sobre os ções de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito
seus próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
estará realizando um controle administrativo interno. Esse é o mo- controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre limites e con-
tivo pelo qual quando falamos no controle parlamentar, estamos dições para a concessão de garantia da União em operações de cré-
abordando somente o controle externo exercido pelo Poder Legis- dito externo e interno; estabelecer limites globais e condições para
lativo. o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e
Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém sobre dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses previs- exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do
tas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque caso con- término de seu mandato; aprovar previamente, por voto secreto,
trário, haveria inferiorização do princípio da separação dos poderes. após arguição pública, a escolha de:
Acontece que em razão disso, não podem leis ordinárias, comple- • Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
mentares ou Constituições Estaduais predispor outras modalidades • Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
de controle diversas das que são previstas na Constituição Federal, sidente da República;
sob risco de ferir o mesmo princípio. • Governador de Território;
De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle le- • Presidente e diretores do Banco Central;
gislativo: o político e o financeiro. • Procurador-Geral da República;
O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais de • Titulares de outros cargos que a lei determinar.
contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade e de • Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo, con- sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca-
forme o caso. ráter permanente;
3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF,
Formas de controle político: art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração
1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e
49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter- os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presiden-
nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao te da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional
patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.
guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
tem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamen- 4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos Depu-
te, ressalvados os casos previstos em lei complementar; autorizar tados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire-
País, quando a ausência exceder a quinze dias; aprovar o estado de tamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou sus- pessoalmente, informações sobre assunto previamente determina-
pender qualquer uma dessas medidas; sustar os atos normativos do, importando crime de responsabilidade a ausência sem justifi-
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos cação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
limites de delegação legislativa; julgar anualmente as contas pres- Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Mi-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nistros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente tas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, percebe-se
subordinados à Presidência da República, importando em crime de a organização dos tribunais de contas não ocorre de maneira uni-
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trin- forme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter criado até a
ta dias, bem como a prestação de informações falsas. CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função de prestar auxí-
Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe espe- lio ao Poder Legislativo municipal no exercício do controle externo é
cial destaque referente ao controle exercido pelas comissões parla- normalmente repassada ao Tribunal de Contas do respectivo Estado
mentares de inquérito (CPIs). que é dotado de atribuições de controle ao das administrações es-
As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato tadual e municipal.
certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os
típicas do Parlamento que é a função de fiscalização. Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal
De acordo com a Constituição Federal, as comissões parlamen- próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo
tares de inquérito possuem poderes de investigação que são pró- o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Tri-
prios das autoridades judiciais, além de outros poderes que estão bunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros,
previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são criadas número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em conjun- de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco
to ou de forma separada mediante pugnação de um terço de seus conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele
membros, com o objetivo de apurar fato determinado e por prazo Município.
certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso, serão en- Embora, não obstante a existência dos chamados “tribunais”
caminhadas ao Ministério Público, para que este órgão promova a de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição em
responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos termos dispos- sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o caráter
tos no art. 58, § 3º da CFB/1988. de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anuladas
Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação, pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o fito
a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo de
judicial para: natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta for-
• realizar as diligências que entender necessárias; ma, o interessado não poderá interpor um recurso para o Judiciário
• convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir tes- em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com o fulcro
temunhas sob compromisso e ouvir indiciados; de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante o órgão
• requisitar de órgãos públicos informações e documentos de jurisdicional competente com o objetivo de anular o mencionado
qualquer natureza; julgado.
• requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de ins- Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e
peções e auditorias que entender necessárias. as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou
Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um
CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre controle externo associada a um controle interno executado por
por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas cada órgão sobre seus agentes e seus atos.
as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal, O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de con-
bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ). trolar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes
Em esquema básico, temos: e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de
controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange de
Financeiro: é exercido com o auxílio dos forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário, opera-
tribunais de contas. cional e patrimonial, levando em conta os aspectos da legalidade,
CONTROLE legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
LEGISLATIVO Político: alcança aspectos de legalidade de receitas.
ESPÉCIES e de mérito, vindo a ser preventivo, concomi- No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos contá-
tante ou repressivo. beis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro, é veri-
ficado o verdadeiro ingresso das receitas, através de comprovantes
Controle pelos Tribunais de Contas de depósito ou transferência de recursos, bem como a realização de
Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os seus tradicionais
órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução estágios de licitação, empenho, liquidação e pagamento. Por sua
do exercício do controle externo da Administração Pública. São ór- vez, o controle orçamentário é aquele que acompanha a execução
gãos especializados e não integram a estrutura administrativa do do orçamento, que é a legislação em que se encontram as receitas
Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer es- previstas e também as despesas fixadas. Em referência ao controle
pécie de relação hierárquica. operacional, ressaltamos que o mesmo trata de diversos aspectos
Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura do desempenho da atividade administrativa, como por exemplo,
de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes numa auditoria operacional, pode ser computado o tempo médio
da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos que o usuário usa esperando por atendimento médico em uma uni-
do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos dade do sistema público de saúde. Finalmente, temos o controle
tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais. patrimonial, que cuida da fiscalização do patrimônio público.
Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o TCU Analisando a legalidade do controle externo, observamos que
(Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais de este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as
Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal de Con- diversas normas jurídicas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O controle de legitimidade atua complementando o controle F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional,
de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além da por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comis-
adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse diapa- sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
são, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade do ato cional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
e a obediência aos princípios constitucionais como a moralidade realizadas;
administrativa, por exemplo. G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à uti- ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que es-
lização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele, pre- tabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
tende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos da causado ao erário;
melhor relação custo-benefício. H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
Destaca-se que o controle externo também investiga se hou- vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ve a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de ilegalidade;
transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comu-
despesas de custeio das entidades beneficiadas. nicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
As subvenções podem ser de duas espécies. São elas: subven- J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
ções sociais e subvenções econômicas. abusos apurados.
A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de institui-
ções públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que Observação: As normas retro mencionadas acima relativas ao
não possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964, Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à organi-
art. 12, § 3º, I. zação, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Es-
B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de tados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos
empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrí- de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da
cola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II. CFB/1988.
Registra-se, que o controle externo também se incumbe de
apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários mecanis- Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de
mos que tornam possível a renúncia de receita, como por exemplo: Contas
a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da alíquota ou da Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e
base de cálculo de tributo que implique sua redução. “julgar contas”.
Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribu-
controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas nais de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a
da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988: emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo
A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em competência do Poder
sessenta dias a contar de seu recebimento; Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta ma-
B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis neira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas pelo
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in- Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos Go-
direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas vernadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; a do
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do Distrito
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras muni-
erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos cipais.
de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta Existe uma particularidade em relação ao parecer que o tri-
e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder bunal de contas do Estado ou do município emite a respeito das
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos termos
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio, emitido
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito deve anual-
fundamento legal do ato concessório; mente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços
C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo, é por essa razão
Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e que grande parte da doutrina afirma que nessa hipótese, o parecer
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacio- prévio é relativamente vinculante, não sendo absolutamente vin-
nal e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legis- culante pelo fato de poder ser superado, porém, como a superação
lativo, Executivo e depende de quórum qualificado, tem-se uma vinculação relativa.
Judiciário, e demais entidades referidas na letra b; Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só
D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer di-
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, zer que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produ-
nos termos do tratado constitutivo; zir efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em
E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela caso do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos do Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; possui natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegi-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

bilidade do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcor-
rido o julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores CONHECIMENTOS BÁSICOS EM COMPRAS INSTITUCIO-
(RE 729.744/MG e RE 848.826/DF). NAIS.
De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte de
Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais dos Prefei-
As compras institucionais são uma parte vital das operações de
tos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou inconstitucio-
uma organização. Seja uma empresa privada, um órgão governa-
nal dispositivo de constituição estadual que permitia às Câmaras
mental, ou uma instituição sem fins lucrativos, a compra de bens e
Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas pelos prefeitos,
serviços é fundamental para o funcionamento eficaz da organiza-
independentemente do parecer do Tribunal de Contas do Estado,
ção. Aqui estão alguns conceitos básicos:
quando este não fosse oferecido no prazo de 180 dias. (ADI 3.077/
SE).
1. Planejamento de Compras
Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para jul-
O primeiro passo em qualquer processo de compra é o plane-
gar as contas dos administradores e demais responsáveis por verba
jamento. Isso envolve a identificação das necessidades da organi-
pública, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
zação, a previsão de demandas futuras, e a determinação de quais
inclusive das fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
bens ou serviços devem ser comprados para atender a essas neces-
Poder Público, e ainda, as contas dos entes que ensejarem e de-
sidades.
rem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no art. 71, III da
2. Seleção de Fornecedores
CFB/1988.
A seleção de fornecedores envolve a identificação e avaliação
Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que ao
de potenciais fornecedores de bens ou serviços. Fatores importan-
julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que cau-
tes a serem considerados incluem a qualidade dos produtos ou ser-
sarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas
viços, o preço, a confiabilidade do fornecedor, e sua capacidade de
imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com
atender às necessidades específicas da organização.
caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas
que imputam débito ou multa terão validade de título executivo
3. Negociação de Contratos
nos termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a
Uma vez selecionado um fornecedor, o próximo passo é a ne-
quem foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a refe-
gociação do contrato. Isso inclui a discussão de termos como preço,
rida importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer
prazos de entrega, condições de pagamento, e garantias.
a cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de
uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma
4. Gestão de Pedidos
ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de
A gestão de pedidos envolve a colocação e o acompanhamento
decisão da corte de contas.
de pedidos, bem como a recepção e verificação de bens ou serviços
Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas que
quando são entregues. Uma boa gestão de pedidos é essencial para
imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de títu-
garantir que a organização receba os bens ou serviços que necessi-
lo executivo, sua execução independe da inscrição em dívida ati-
ta, no tempo certo e nas condições corretas.
va. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever to-
dos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que
5. Avaliação de Fornecedores
ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição dá
Após a compra e o recebimento dos bens ou serviços, é im-
possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na Lei
portante avaliar o desempenho do fornecedor. Isso pode ajudar a
6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de van-
identificar quaisquer problemas e a fazer melhorias para futuras
tagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba por
compras.
submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em que
Compreender estes conceitos básicos é fundamental para a
ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a admi-
realização eficaz de compras institucionais. Um bom processo de
nistração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos.
compras pode ajudar a garantir que a organização obtenha os bens
e serviços de que necessita, de forma oportuna e econômica, e que
SERVIÇO PÚBLICO. mantenha boas relações com seus fornecedores.

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado LICITAÇÕES E CONTRATOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
na matéria de Noções de Direito
LICITAÇÕES

Princípios
Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas
mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase
de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primei-
ros anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na
aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que Princípio da impessoalidade
começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da
com a aplicação da nova Lei. impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administra-
Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº. ção deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que
14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de
que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº. quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao
8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art. princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões
5º, da seguinte forma: administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão ob-
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios servar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no edital
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, do certame. Desta forma, ainda que determinado licitante venha a
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, apresentar uma vantagem relevante para a consecução do objeto
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em consi-
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do deração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja como
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da passível de fazer interferências no julgamento das propostas.
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi-
cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as Princípios da moralidade e da probidade administrativa
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1.942, (Lei A Lei 8.666/1993, Lei de Licitações, considera que os princípios
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades
O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de
que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética,
à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-se isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes
que este possui como foco, determinar que a licitação seja destina- licitantes. Sendo assim, para que um comportamento seja conside-
da com o objetivo de garantir a observância do princípio constitu- rado válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos
cional da isonomia. ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Exis-
Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não tem desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses
é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de ou- dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com
tros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de forma o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar
expressa no texto legal. os conceitos. O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é
Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do constituída em um conceito vago e sem definição legal, a probidade
art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa
desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa, possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992.
apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no
qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão Princípio da Publicidade
de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos pu-
serviços nacionais. blicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento
do que os administradores estão realizando, e também de manei-
Princípio da legalidade ra a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Em se
A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também de tratando especificamente de licitação, determina o art. 3º, § 3º, da
juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda atividade Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e
de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento licitatório. acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao
A lei serve para ser usada como limite de base à atuação do gestor conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
público, representando, desta forma, uma garantia aos administra- Advindo do mesmo princípio, qualquer cidadão tem o direito
dos contra as condutas abusivas do Estado. de acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não in-
No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da lega- terfira de modo a atrapalhar ou impedir a realização dos trabalhos
lidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento (Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine).
licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-se A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a publici-
que todos os entes que participarem do certame, têm direito pú- dade é tanto maior, quanto maior for a competição propiciada pela
blico subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrên-
na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso cia, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior
venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o
alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa valor do contrato dispensa maior divulgação. “
ou judicial. Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a for-
Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas qual- necer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as ver-
quer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em de- bas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também por
corrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar ao obediência ao princípio da publicidade.
Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de con-
trole interno em face de irregularidades em licitações públicas, nos
termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993.

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Princípio da eficiência do interesse público Princípio do Planejamento


Trata-se de um dos princípios norteadores da administração A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se en-
pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, razoabili- contra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar o
dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, dever legal do planejamento como um todo.
da segurança jurídica e do interesse público. Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreen-
Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da der que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a
legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial licitação e também toda a contratação pública de forma adequada
que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que e satisfatória. Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de
haja melhor organização e estruturação advinda da administração forma eficaz e eficiente, bem como que se encaixe a todos os outros
pública. princípios previstos na CFB/1.988 e na jurisdição pátria como um
Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar subme- todo.
tido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o pla-
atuação administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento nejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que a
jurídico, posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a res-
devem atuar de forma acoplada e não sobreposta. ponsabilidade do agente público.
Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais vanta-
josa, o administrador deverá se encontrar eivado de honestidade ao Princípio da transparência
cuidar da Administração Pública. O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da
aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade,
Princípio da Probidade Administrativa imparcialidade, eficiência, dentre outros.
A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da pro- Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência não é
bidade administrativa como formas distintas uma da outra. Os dois um princípio independente, o incorporando ao princípio da publici-
princípios passam a noção de que a licitação deve ser configurada dade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras funções
pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da Administração do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a trans-
Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma, para que um parência dos atos das entidades públicas. Entretanto, o princípio
comportamento tenha validade, é necessário que seja legal e esteja da transparência pode ser diferenciado do princípio da publicida-
em conformidade com a ética e os bons costumes. de pelo fato de que por intermédio da publicidade, existe o dever
Existe divergência quanto à distinção entre esses dois princí- das entidades públicas consistente na obrigação de divulgar os seus
pios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o mesmo atos, uma vez que nem sempre a divulgação de informações é feita
significado, ao passo que outros procuram diferenciar os conceitos. de forma transparente.
O correto é que, enquanto a moralidade se constitui num conceito O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito à infor-
vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo, a improbida- mação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da Constituição
de administrativa se encontra eivada de contornos definidos na Lei Federal, é uma das formas de expressão concreta do Princípio da
8.429/1992. Transparência, sendo também corolário do Princípio da Boa-fé Ob-
jetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. RESP 200301612085,
Princípio da igualdade Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE DATA:19/03/2009).
Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de que
a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os licitan- Princípio da eficácia
tes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio da igual- Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de for-
dade garante a oportunidade de participar do certame de licitação, ma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação por
todos os que tem condições de adimplir o futuro contrato e proíbe, parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado
ainda a feitura de discriminações injustificadas no julgamento das dentro da legalidade.
propostas. Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido
Aplicando o princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação
8.666/1993, veda de forma expressa aos agentes públicos admitir, administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficien-
prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação por meio de edital te que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de
ou convite, as cláusulas que comprometam, restrinjam ou frustrem maneira conjunta e não sobrepostas.
o seu caráter de competição, inclusive nos casos de sociedades co-
operativas, e estabeleçam preferências ou diferenças em decorrên- Princípio da segregação de funções
cia da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar
“qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar o
específico objeto do contrato”, com ressalva ao disposto nos §§ 5º a poder e criando independência para as funções de execução opera-
12 do mesmo artigo, e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991. cional, custódia física, bem como de contabilização
Ante o exposto, conclui-se que, mesmo que a circunstância Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determina-
restrinja o caráter de competição do certame, se for pertinente ou da tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de fun-
relevante para o objeto do contrato, poderá ser incluída no instru- ções, evitando que nenhum empregado ou seção administrativa
mento de convocação do certame. venha a participar ou controlar todas as fases relativas à execução e
O princípio da isonomia não impõe somente tratamento igua- controle da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização
litário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos desi- de uma verificação cruzada.
guais, na medida de suas desigualdades.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra aco-
moralidade administrativa e se encontra previsto no art. 37, caput, plado ao princípio da proporcionalidade, além de manter relação
da CFB/1.988 e o da moralidade, no Capítulo VII, seção VIII, item com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja atendida
3, inciso IV, da IN nº 001/2001 da Secretaria Federal de Controle a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida.
Interno do Ministério da Fazenda.
Princípio da competitividade
Princípio da motivação O princípio da competição se encontra relacionado à competiti-
O princípio da motivação predispõe que a administração no vidade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a igualdade
processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse princípio
a apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos termos do
a observância da legalidade estatal. Desta forma, é necessário que inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. Desta manei-
haja motivo para que os atos administrativos licitatórios tenham ra, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder econômico que
sido realizados, sempre levando em conta as razões de direito que pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais atos normativos
levaram o agente público a proceder daquele modo. pertinentes não poderão agir com o fulcro de limitar a competitivi-
dade na licitação.
Princípio da vinculação ao edital Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou infrin-
Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetivi- gir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que esta
dade das determinações de habilidades, que possui o condão de poderá recair sobre a questão da restrição de competição no pro-
impor tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de cesso licitatório.
que este venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é
objetiva, porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade. aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con-
Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si-
estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada
que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a essas a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a
entidades. Administração Pública, como também a observância do princípio
Nos ditames do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação destina-se constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumá-
a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a rio).
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a pro-
moção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada Princípio da proporcionalidade
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da le- O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio
galidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publi- da razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades
cidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório princí- exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão
pio se destaca por impor à Administração a não acatar qualquer no âmbito dos direitos fundamentais.
proposta que não se encaixe nas exigências do ato convocatório,
sendo que tais exigências deverão possuir total relação com o obje- Princípio da celeridade
to da licitação, com a lei e com a Constituição Federal. Devidamente consagrado pela Lei nº 10.520/2.002 e conside-
rado um dos direcionadores de licitações na modalidade pregão, o
Princípio do julgamento objetivo princípio da celeridade trabalha na busca da simplificação de pro-
O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De cedimentos, formalidades desnecessárias, bem como de intransi-
acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitató- gências excessivas, tendo em vista que as decisões, sempre que for
rio deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório, possível, deverão ser aplicadas no momento da sessão.
para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de
forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas. Princípio da economicidade
Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer interpre- Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja mais
tações subjetivas do edital que possam favorecer um concorrente e, vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é neces-
por consequência, vir a prejudicar de forma desleal a outros. sário que o administrador esteja dotado de honestidade ao cuidar
coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se relaciona-
Princípio da razoabilidade do ao princípio da moralidade e da eficiência.
Trata-se de um princípio de grande importância para o contro- Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade,
le da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestida-
que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos de e boas intenções para validação de atos administrativos. A eco-
requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que ao nomicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente
trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes do mí- sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”. (Justen Filho,
nimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma im- 1998, p.66).
portância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que
determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a
razão administrativa como um todo.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípio da licitação sustentável mais licitantes, constitui crime tipificado no art. 94 do Estatuto das
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da susten- Licitações, vindo a sujeitar os infratores à pena de detenção, de 2
tabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se à ideia de (dois) a 3 (três) anos, e multa;
que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a
preservação do meio ambiente”. Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor
Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido Significa que a Administração não pode, ao concluir o procedi-
na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei mento, atribuir o objeto da licitação a outro agente ou ente que não
12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção seja o vencedor. Esse princípio, também impede que seja aberta
do desenvolvimento nacional sustentável. nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior.
Da mesma maneira, a Lei 12.462/2011, que institui o Regime Registra-se que a adjudicação é um ato declaratório que ga-
Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), dispõe o desenvolvi- rante ao vencedor que, vindo a Administração a celebrar um con-
mento nacional sustentável como forma de princípio a ser obser- trato, o fará com o agente ou ente a quem foi adjudicado o objeto.
vado nas licitações e contratações regidas por seu diploma legal. Entretanto, mesmo que o objeto licitado tenha sido adjudicado, é
Assim, prevê a mencionada Lei que as contratações realizadas com possível que não aconteça a celebração do contrato, posto que a
fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas de- licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por motivos de in-
vem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º: teresse público, ou anulada, caso seja constatada alguma irregula-
A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- ridade Insanável.
lidos gerados pelas obras contratadas;
B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental, Princípio da competitividade
que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental; É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, ha-
c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprova- vendo restrição à competição, de maneira a privilegiar determi-
damente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais; nado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao princípio
D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação da isonomia. Por esse motivo, como manifestação do princípio da
urbanística; competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos agentes pú-
E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e blicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
reto causado pelas obras contratadas; o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coope-
F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou rativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu-
com mobilidade reduzida. ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto
Princípios correlatos do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º a 12 deste art. e
Além dos princípios anteriores determinados pela Lei no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991” .
8.666/1993, a doutrina revela a existência de outros princípios que Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, enten-
também são atinentes aos procedimentos licitatórios, dentre os de que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido como
quais se destacamos: manifestação do princípio da indistinção.

Princípio da obrigatoriedade Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas


Consagrado no art. 37, XXI, da CF, esse princípio está disposto É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No referen-
no art. 2º do Estatuto das Licitações. A determinação geral é que te ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não poderá,
as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que não es-
locações da Administração Pública, quando forem contratadas por teja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub-
terceiros, sejam precedidas da realização de certame licitatório, sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas
com exceção somente dos casos previstos pela legislação vigente. ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. 2°da
Lei 8.666/1993.
Princípio do formalismo
Por meio desse princípio, a licitação se desenvolve de acordo Competência Legislativa
com o procedimento formal previsto na legislação. Assim sendo, o A União é munida de competência privativa para legislar sobre
art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 determina que “o pro- normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a admi-
cedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrati- nistração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
vo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 22, XXVII,
Pública”. da CFB/1988.
Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas edita-
Princípio do sigilo das propostas das pela União são de observância obrigatória por todos os entes
Até a abertura dos envelopes licitatórios em ato público ante- federados, competindo a estes, editar normas específicas que são
cipadamente designado, o conteúdo das propostas apresentadas aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a comple-
pelos licitantes deve ser mantido em sigilo nos termos do art. 43, mentar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la.
§ 1º, da Lei 8.666/1993. Deixando claro que violar o sigilo de pro-
postas apresentadas em procedimento licitatório, ou oportunizar
a terceiro a oportunidade de devassá-lo, além de prejudicar os de-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar Dispensa e inexigibilidade


supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades li- Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver
citatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o esta- inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei
belecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento das de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto
propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de recursos. as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que, por-
É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art. tanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos:
173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada
lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pú- Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que em especial nos casos de:
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, com- empresa ou representante comercial exclusivos;
pras e alienações, desde que observados os princípios da adminis- II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
tração pública. ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
A mencionada modificação constitucional, teve como objeti- crítica especializada ou pela opinião pública;
vo possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
das entidades exploradoras de atividades econômicas, que traba- empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
lham sob sistema jurídico predominantemente de direito privado. serviços de publicidade e divulgação:
O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na maioria das a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
vezes entram em concorrência com a iniciativa privada e precisam tos executivos;
ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ser prejudi- b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
cada pela necessidade de submissão aos procedimentos burocráti- c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
cos da administração direta, autárquica e fundacional. ou tributárias;
Em observância e cumprimento à determinação da Constitui- d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
ção Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que viços;
criou regras e normas específicas paras as licitações que são dirigi- e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
das por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ponde- g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
ra-se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
nº: 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I. saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais em- de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
presas públicas e sociedades de economia mista não estão dispen- serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
sadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo tal obriga- IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
ção com seguimento em procedimentos mais flexíveis e adequados credenciamento;
a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993 acabou por V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins-
não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias. talações e de localização tornem necessária sua escolha.
Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor exclu-
nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser- sivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a exclu-
va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais sividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do
naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme- comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02. serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são ainda, pelas entidades equivalentes.
pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se a dis-
nº. 14.133/2.021: pensabilidade da exigência de licitação para a contratação de profis-
1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regula- sionais da seara artística de forma direta ou através de empresário,
da pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32, levando em conta que este deverá ser reconhecido publicamente.
IV, da Lei nº 13.303/16; Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos
2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas
seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e publicidade e divulgação.
3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei
nº 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de de- Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de
sempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a
encontra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá
vez, passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações. ser adotado.
Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao
inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico espe-
cializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, fato que
se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço for de natureza
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

singular e o seu prestador for dotado de notória especialização. O por prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas
serviço de natureza singular é reconhecido pela sua complexidade, a questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um
relevância ou pelos interesses públicos que estiverem em jogo, vin- trabalho de qualidade.
do demandar a contratação de prestador com a devida e notória
especialização. Maior desconto
Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória Pondera-se que caso a licitação seja julgada pelo critério de
especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito no maior desconto, o preço com o valor estimado ou o máximo aceitá-
âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho feito ante- vel, deverá constar expressamente do edital. Isso acontece, por que
riormente como estudos, experiências, publicações, organização, nessas situações específicas, a publicação do valor de referência da
equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos pertinentes com Administração Pública é extremamente essencial para que os pro-
suas atividades, que permitam demonstrar e comprovar que o seu ponentes venham a oferecer seus descontos.
trabalho é essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto Denota-se que o texto de lei determina que a administração li-
do contrato. citante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que tal
Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante tanto
serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse fato é de
várias controvérsias, principalmente quando se refere à contrata- grande importância para a administração Pública, tendo em vista
ção de serviços de advocacia e também de contabilidade. que a depender do mercado, a divulgação do orçamento original no
Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito âncora, fazen-
quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de do com que os valores das propostas sejam elevados ao patamar
ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza dife- mais aproximado possível no que diz respeito ao valor máximo que
rente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável porque a Administração admite.
nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar ou não o
procedimento. Melhor técnica ou conteúdo artístico
A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora leva
de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Em grande em consideração a proposta que oferecer mais vantagem em ques-
parte das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens tão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se que esta es-
de sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proce- pécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade para serviços
der à realização de licitação. No entanto, em algumas situações, em de cunho intelectual, como ocorre na elaboração de projetos, por
razão das peculiaridades do caso especifico, a lei acaba por dispen- exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos como os executi-
sar o procedimento, o que é verificado, por exemplo, na hipótese da vos como: cálculos, gerenciamento, supervisão, fiscalização e ou-
doação de um bem para outro órgão ou entidade da Administração tros pertinentes à matéria.
Pública de qualquer esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a
Administração já determinou previamente para qual órgão ou en- Técnica e preço
tidade irá doar o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho obriga-
realização do certame licitatório. tório quando da contratação de bens e serviços na área tecnológica
como de informática e áreas afins, e também nas modalidade de
Critérios de Julgamento concorrência, segundo a nova lei de Licitações. Nesse caso espe-
Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências cífico, o licitante demonstra e apresenta a sua proposta e a docu-
que são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. Regis- mentação usando três envelopes distintos, sendo eles: o primeiro
tra-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de carac- para a habilitação, o segundo para o deslinde da proposta técnica e
terísticas e exigências diversas, sendo que as espécies de licitação o terceiro, com o preço, que deverão ser avaliados nessa respectiva
tendem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos espe- ordem.
cíficos como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 em
seu art. 33, foram criados novos tipos de licitação designados para Maior lance (leilão)
a compra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior des- Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encon-
conto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior tra restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos
lance (leilão), maior retorno econômico. próximos tópicos.

Vejamos: Maior retorno econômico


Menor preço Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores novida-
Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é des advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse requisito ser
o de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão bási- um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto e fulcro sejam
co e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o uma espécie de contrato de eficiência.
pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor Assim dispõe o inc. LIII do Art. 6º da Nova Lei de Licitações:
entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante
atenda a todos os requisitos estipulados no edital. LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação
Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento
comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, ape- de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante,
nas em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra-
tado com base em percentual da economia gerada;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de
não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter-
dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao
advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta de projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à ma- oportunidade das autoridades competentes.
quina pública.
Leilão
Modalidades Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá
ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela auto-
De antemão, infere-se que com o advento da nova Lei de Li- ridade competente da Administração, sendo que seu regulamento
citações de nº. 14.133/2.021, foram excluídas do diploma legal da deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.
Lei 8.666/1.993 as seguintes modalidades de licitação: tomada de Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro
preços, convite e RDC – Lei 12.462/2.011. Desta forma, de acordo oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credencia-
com a Nova Lei de Licitações, são modalidades de licitação: concor- mento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de jul-
rência, concurso, leilão, pregão e diálogo competitivo. gamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas,
Lembrando que conforme afirmado no início desse estudo, utilizados como parâmetro máximo, os percentuais definidos na lei
pelo fato do ordenamento jurídico administrativo estar em fase de que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a
transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros anos serem leiloados
as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na aplicação O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de
para processos que começaram na Lei anterior, deverão continuar habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase
a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo
após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplica- licitante vencedor, na forma definida no edital.
ção da nova Lei.
Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se
Concorrência que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior
Com fundamento no art. 29 da Lei 14.133/2.021, concorrência lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor
é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na de avaliação do bem.
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requi- A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme
seu objeto. os ditames da legislação pertinente.
Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade
licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da Admi-
ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie nistração indireta executam contratos de mútuo que são garantidos
de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação acon- por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a dívida não
tece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado que deve-
forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de rá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações.
publicidade bem como os prazos estipulados para a realização do
procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido uso da Pregão
modalidade de maior publicidade no lugar das de menor publicida- Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata-
de, jamais o contrário. -se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço,
Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da con- designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns.
corrência para valores elevados, vindo a permitir que seja realizada Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas
a tomada de preços ou concorrência para montantes de cunho in- formas eletrônica e presencial.
termediário e convite (ou tomada de preços ou concorrência), para Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a Lei
contratos de valores mais reduzidos. Os gestores, na prática, ge- 10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial é
ralmente optam por utilizar a modalidade licitatória que seja mais fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o pregão
simplificada dentro do possível, de maneira a evitar a submissão a eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05.
prazos mais extensos de publicidade do certame. Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de
processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras
Concurso diferentes que serão adotadas pelo Poder Público.
Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória para
de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico, contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o Decreto
científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licita- 5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, prefe-
ções: rencial.
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em partici-
em edital, que indicará: par do pregão presencial, deverão comparecer em hora e local nos
I - a qualificação exigida dos participantes; quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito o credencia-
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho; mento, devendo ainda, apresentar os envelopes de proposta, bem
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser como os documentos pertinentes.
concedida ao vencedor.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital con-
cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, vin- tendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades
do, por conseguinte, cadastrar a sua proposta. e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta
A classificação a respeito das formas de pregão está também mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis,
eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o prego- para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste
eiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% acima parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão conter os ele-
da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. Havendo mentos necessários para a realização do projeto.
ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, restarão
selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas. Habilitação, Julgamento e recursos
Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em Habilitação
conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici-
participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema, tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase
dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações
carta convite. e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci-
Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance da dade do licitante de realizar o objeto da licitação.
licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por conse- Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram
guinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor. renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de
É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances são aceitação de balanço de abertura.
lançados no sistema na medida em que os participantes vão ofer- No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe-
tando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que por dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade
este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no siste- para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade
ma, até que esta fase venha a se encerrar. para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a
Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro de- mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi-
verá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo em cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital
vista que estes se identificam no momento do em que fazem o cre- e devidamente justificados no processo de licitação.
denciamento. De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha-
No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação, bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex-
o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se
participantes, para evitar conluio. o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das
A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por parâ- empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos.
metros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao final Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita-
da Sessão. ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer
No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser regis- por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e,
trado no campo do sistema de compras pertinente, no qual deverá quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser
conter as exposições com a motivação da interposição. contratada.
Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação
Diálogo competitivo exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio-
Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali- nal. Vejamos:
dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi- Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis-
nistração: sional e técnico-operacional será restrita a:
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata- I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
ções em que a Administração: conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
a) inovação tecnológica ou técnica; viço de características semelhantes, para fins de contratação;
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
com precisão suficiente pela Administração; plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta- art. 88 desta Lei;
que para os seguintes aspectos: III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare-
a) a solução técnica mais adequada; lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi- licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc-
nida; nica que se responsabilizará pelos trabalhos;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato. IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe-
cial, quando for o caso;
Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a Adminis- V - registro ou inscrição na entidade profissional competente,
tração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos quando for o caso;
autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas Considera-se que a homologação do processo de licitação re-
as informações e das condições locais para o cumprimento das obri- presenta a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues
gações objeto da licitação. (1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade concor-
dante e envolve adesão integral à proposta recebida.”
Julgamento Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a Admi-
Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações nistração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do con-
trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de trato.
agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob
os seguintes critérios: Registro de preços
1. Menor preço; Registro de preços é a modalidade de licitação que se encontra
2. Maior desconto; apropriada para possibilitar diversas contratações que sejam conco-
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico; mitantes ou sucessivas, sem que haja a realização de procedimento
4. Técnica e preço; de licitação de forma específica para cada uma destas contratações.
5. Maior lance, no caso de leilão; Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a
6. Maior retorno econômico. mais órgãos pertencentes à Administração.
Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do De modo geral, o registro de preços é usado para compras cor-
seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente riqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando daqueles
nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade, que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, bem como
trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie quando tais compras estiverem sob a condição de entregas parcela-
de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato das. O objetivo destas ações é evitar que se formem estoques, uma
de eficiência de forma geral. vez que estes geram alto custo de manutenção, além do risco de
Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico tais bens vir a perecer ou deteriorar.
que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de
ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que Lictações que regem o sistema de registro de preços:
trouxer um maior retorno econômico. Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará
as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
Recursos I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a
Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ocor- quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida;
rendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os recursos em II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou,
face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão ser apresenta- no caso de serviços, de unidades de medida;
dos no término da fase de habilitação, tendo em vista que tal ato III - a possibilidade de prever preços diferentes:
deverá acontecer em apenas uma etapa. a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife-
Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do jul- rentes;
gamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão se b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o térmi- c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do
no de cada sessão, sob pena de preclusão lote;
Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma pre- d) por outros motivos justificados no processo;
cedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento, IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois in- quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
tervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento nos limites dela;
das propostas. V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no
Adjudicação e homologação mercado;
O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo VI - as condições para alteração de preços registrados;
o ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi-
de uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante
como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com
pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide a ordem de classificação;
a execução. VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais
Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de
início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de
Dallari (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classi- ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto
ficação e adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório, no edital;
embora não seja livre. IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços
Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz o e suas consequências
encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. Ho- § 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de
mologação é a aprovação determinada por autoridade judicial ou itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia-
administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a
produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes. sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de
preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou
os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des-
a contratação posterior de item específico constante de grupo de fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório
itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua e a ampla defesa.
vantagem para o órgão ou entidade. Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di-
unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido, reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato
apenas nas seguintes situações: de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio-
I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou nal diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência
entidade não tiver registro de demandas anteriores; nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
II - no caso de alimento perecível; julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento 8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua
de bens. homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o
a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação procedimento de licitação tiver sido concluído.
de outro órgão ou entidade na ata. Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con-
a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo-
engenharia, observadas as seguintes condições: tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se
I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado; ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re- força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram
gulamento; fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle; os motivos de não prosseguir com o processo licitatório.
IV - atualização periódica dos preços registrados;
V - definição do período de validade do registro de preços; Breves considerações adicionais acerca das mudanças no pro-
VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que acei- cesso de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021
tar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vence- • Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17,
dor na sequência de classificação da licitação e inclusão do licitante será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação
que mantiver sua proposta original. para todos os procedimentos licitatórios.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu- • Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação
lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen- seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato
sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da
serviços por mais de um órgão ou entidade. obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo.
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro- • O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste-
misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri- ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade,
gará a Administração a contratar, facultada a realização de licita- segurança e isonomia para as licitações de forma geral.
ção específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente • A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de
motivada. Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório.
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de • Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações,
1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que sejam eles federais, estaduais ou municipais.
comprovado o preço vantajoso. • Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de-
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis- qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali-
posições nela contidas. dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.
• Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com
Revogação e anulação da licitação a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação
De antemão, em relação à revogação e a anulação do proce- de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va-
dimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que caso lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais o a • São atos da Administração Pública antes de formalizar ou
possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que não prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal
se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação se do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas
impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no cer- e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP).
tame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada de • A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe-
interesse público, impõe-se a aplicação da revogação. nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có-
Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da digo Penal de 1.940:
fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo-
anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor
aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a
ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó-
rio e à ampla defesa”.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações
ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu- públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como
ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
Perturbação de processo licitatório 37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos
• Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atua- ou servidores públicos”.
lizará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a subs- Princípio da moralidade
tituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua-
PNCP. ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia-
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação
No desempenho da função administrativa, o Poder Público segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo:
empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas, a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13
públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada
constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não
das partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Adminis- parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é
tração. um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo
Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.
formas:
Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas Princípio da publicidade
normas de Direito Público. Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos
Contratos de Direito Privado firmados pela Administração: do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art.
são aqueles comandados por normas de Direito Privado. 2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com
Princípios o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin-
Princípio da legalidade do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a
um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos
do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di-
bipartida em importantes desdobramentos: reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais,
1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por
atos da Administração; lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ-
2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser for- ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo-
malizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de caráter tivação dos atos administrativos.
normativo.
Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o Princípio da eficiência
principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis- Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998,
trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela
poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos, Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio-
agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das
princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen- finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo:
tos legais é ilícito. duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita-
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004),
Princípio da impessoalidade bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art.
Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui 37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998).
duas interpretações possíveis: Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que
a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Públi- garantem sua eficiência:
ca deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna
aos particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio-
a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da rar a situação de outrem.
CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata- b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas
mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número
posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”).
material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados
8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma
portadores de deficiência. econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as- necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
pectos. justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna outros.
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di- b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró-
reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se
da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple-
Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará- mentado através de atividades administrativas instrumentais que
ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra- são necessárias ao atendimento do interesse público primário.
ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para, Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of público e ao patrimônio público.
law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra
abusos do Estado). Princípio da continuidade
Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que
aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode
constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons- ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de
trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação.
direitos fundamentais dispostos na legislação pátria. Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú-
O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te- blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador
orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o
no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho- serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen-
mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber, às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que
que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor- o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular.
cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não
de Direito. impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente
Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di- e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser
ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro- prestado sempre na medida em que a necessidade da população
porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi- vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne-
lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade, sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne-
vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem-
excessos cometidos pelo Poder Público. plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou-
O princípio da proporcionalidade é subdividido em três tros.
subprincípios:
a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será Princípio da autotutela
adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re-
pretendido. ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de
b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência
do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan- e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas
çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá 346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999.
o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda- A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades,
mentais. bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal
típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela e revogação de ato inconveniente ou inoportuno.
atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que
a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica- esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante
da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti-
que será efetivado. culares de modo geral.

Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes- Princípios da consensualidade e da participação


se privado (princípio da finalidade pública) Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor-
É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional, naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer
categorias: a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden- to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
tutela da Administração Pública. princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida- 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
de e da participação, a administração termina por voltar-se para a ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar
da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi-
ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in- ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola- que as suas expectativas são razoáveis;
boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi-
consenso e da participação. nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma- tam o cidadão a adotar determinada conduta;
da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa-
jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con- ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio
selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável;
ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con-
é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to-
mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do lerância da Administração); e
interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga-
dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu- ções no caso.
ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de
interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA Elementos
NETO, 2006, p. 337-338). Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respei-
Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio- to, porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns
neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico- paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato
-políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é:
seus institutos participativos e consensuais. 1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e
determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas
Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de rece-
boa-fé berem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar ime-
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da diatamente, verificando previamente essa equivalência. Ressalta-se
boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si. que o contrato comutativo se encontra em discordância do contrato
O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti- aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as partes se ar-
dos: riscam a uma contraprestação que por ora se encontra desconheci-
a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em da ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros. Exemplo:
conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido, contrato de seguro, posto que uma das partes não sabe se terá que
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB); cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe qual poderá ser.
b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas rela- Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do Decre-
cionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais. to-Lei n.7.568/2011:
Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse com
Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções: entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de chama-
a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos mento público a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente,
particulares; visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz
b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto n. 7.568, de 2011)
daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteri- 2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens
zação da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um
particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe
atuação do Estado. um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio
Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi- do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma
ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só
abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi- uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra,
nam por surpreender os seus receptores. não tem.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na legis- regra anterior é amparada pelo art. 72 da mesma lei, que determina
lação para que tenha validade. A formalização do contrato encon- a possibilidade de subcontratação de partes de obra, serviço ou for-
tra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, por opor- necimento, até o limite admitido pela Administração. Aduz-se que a
tuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma escrita, possibilidade de subcontratação é abominada pela doutrina, tendo
nos ditames art. 60, parágrafo único. em vista vez que permite que uma empresa que não participou por
meios legais da licitação de forma indireta, acabe contratando com
Características o Poder Público, o que ofende o princípio da licitação previsto no
A doutrina não é unânime quanto às características dos contra- art. 37, XXI, da Constituição Federal.
tos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos aduzir
que são as seguintes: Formalização
A) Presença da Administração Pública – nos contratos admi- Em regra, os contratos administrativos são precedidos da reali-
nistrativos, a Administração Pública atua na relação contratual na zação de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais a lei
posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento. Além
prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela Administração
diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam com o licitante vencedor, constitui anexo do edital de licitação, dele
nas cláusulas exorbitantes; sendo parte integrante (art. 40, § 2º, III).
B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos.
direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar Registre-se que o instrumento de contrato, á ato obrigatório
presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços,
pena de incorrer em desvio de poder; bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de
C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de lei pro- licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos
cedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos contratos limites daquelas duas modalidades licitatórias.
administrativos, que contém, dentre outras medidas, autorização Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será facul-
legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização pela auto- tativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento con-
ridade competente, indicação de recursos orçamentários e licita- tratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro instrumento
ção; hábil a documentar a avença, conforme quadro a seguir (art. 62, §
D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito 2º):
privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de ade-
manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante são, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela Adminis-
e do particular contratado; tração. Contrato de adesão é aquele em que todas as cláusulas são
E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vonta- fixadas por apenas uma das partes, no caso do contrato administra-
des plenas e livres, e não de ato impositivo; tivo, a Administração.
F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para
que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o Prazo
cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993; Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter
H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico conven- prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência dos
cionado; respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, os con-
I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das presta- tratos terão duração de um ano, levando em conta que esse é o
ções do contratante e do contratado, sendo que estas devem ser prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados aos
previamente definidas e conhecidas; órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito
J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano
tanto para a Administração contratante como para o contratado; civil.
K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras situa-
administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela Admi- ções que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos:
nistração. • Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me-
Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro-
do contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha
fazerem suas propostas, estão acatando os termos contratuais es- sido previsto no ato convocatório;
tabelecidos pela Administração. Ainda que o contrato não esteja • À prestação de serviços a serem executados de forma contí-
precedido de licitação, a doutrina aduz que é sempre a adminis- nua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces-
tração quem estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
vinculada às normas e também ao princípio da indisponibilidade do vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda-
interesse público; ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998);
L) Caráter intuitu personae – por que os contratos administrati- • Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
vos são firmados tomando em conta as características pessoais do informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida a subcontra- (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
tação total ou parcial do objeto contratado, a associação do contra-
tado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
como a fusão, cisão ou incorporação, cuja desobediência é motivo
para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei 8.666/1993). Entretanto, a
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com a Carta Magna, toda programação de longo pra- terações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado a
zo do Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual. acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentu-
Desta maneira, estando o contrato contemplado nessa programa- ais fixados pela legislação.
ção a longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto
existir a previsão nessa lei específica. Revisão
Em relação aos serviços contínuos na Administração Pública, A princípio, denota-se que as causas que justificam a inexecu-
denota-se que são aqueles que exigem uma permanência do servi- ção contratual possuem o condão de gerar apenas a interrupção
ço. Sendo uma espécie de serviço que é mais coerente manter por momentânea da execução contratual, bem como a total impos-
um período maior ao invés de ficar renovando e trocando todos os sibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão. Em tais
anos. Por isso, em razão da Lei n. 12.349/2010, foi acrescentado situações, pelo ato de as situações não decorrem de culpa do con-
mais um dispositivo que determina que o contrato pode ter dura- tratado, este poderá vir a paralisar a execução de forma que não
ção superior a um ano, que é a regra geral seja considerado descumpridor. Assegurado pela CFB/1988, em seu
art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual
Alteração consiste na manutenção das condições de pagamento estabeleci-
Em consonância com o art. 65 da Lei 8.666/1993, Lei de Lici- das quando do início do contrato, de forma que a relação se mante-
tações, a Administração Pública possui o poder de fazer alterações nha estável entre as obrigações do contratado e haja correta e justa
durante a execução de seus contratos de maneira unilateral, inde- retribuição da Administração pelo fornecimento do bem, execução
pendentemente da vontade do ente contratado. de obra ou prestação de serviço.
Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem
de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além dis- que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida.
so, ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. Nesse sen-
qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do tido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos posteriores
assunto: à sua celebração, vindo a onerar o contratado, o equilíbrio econô-
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- mico-financeiro inicial deverá, nos termos legais que lhe assiste, ser
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: restabelecido por intermédio da recomposição contratual. Desta
I - unilateralmente pela Administração: maneira, a inexecução sem culpa do contratado virá a acarretar a
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- revisão contratual, caso tenha havido alteração do equilíbrio eco-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; nômico-financeiro
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, Prorrogação
nos limites permitidos por esta Lei; Via regra geral, os contratos administrativos regidos pela Lei
II - por acordo das partes: 8.666/1993 possuem duração determinada e vinculada à vigência
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; dos respectivos créditos orçamentários. No entanto, há exceções a
b) quando necessária a modificação do regime de execução da essa regra nas seguintes situações:
obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de a) Quando o contrato se referir à execução dos projetos cujos
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori- produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
ginários; Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato con-
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor vocatório (art. 57, I);
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela- b) Quando o contrato for relativo à prestação de serviços a se-
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- rem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; prorrogada por iguais e sucessivos períodos visando à obtenção de
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis- a 60 meses (art. 57, II);
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, c) No caso do aluguel de equipamentos e da utilização de pro-
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou de até 48 meses após o início da vigência do contrato (art. 57, IV);
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou d) Nos contratos celebrados com dispensa de licitação pelos
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força seguintes motivos:
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- I) possibilidade de comprometimento da segurança nacional;
mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº II) para as compras de material de uso das forças armadas,
8.883, de 1994) exceto materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver
Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo per- necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de
mite de forma regulamentada, que haja alteração em suas cláu- apoio logístico naval, aéreo e terrestre;
sulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um III) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou pres-
documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode tados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que tecnológica e defesa nacional;
forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa IV) para contratação de empresas relacionadas à pesquisa e de-
percentuais por meio dos quais a Administração pode promover al- senvolvimento tecnológico, conforme previsto nos arts. 3º, 4º, 5º e
20 da Lei 10.973/2004.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Denota-se que esses contratos terão vigência por até 120 me- exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar ínfima
ses, por interesse da Administração (art. 57, V, dispositivo incluído parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou quando
pela Lei 12.349, de 2010). durante a execução, surge a necessidade de reparação ou amplia-
É importante registrar que em se tratando de casos de contra- ção não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e equipamen-
tos celebrados com dispensa de licitação por motivos de emergên- tos que já se encontram em atividade.
cia ou calamidade pública, a duração do contrato deverá se esten- Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova lici-
der apenas pelo período necessário ao afastamento da urgência, tação, com a devida observância de todas as formalidades legais.
tendo prazo máximo de 180 dias, contados da ocorrência da emer- Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital
gência ou calamidade, vedada a sua prorrogação (art. 24, IV). de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em preju-
Embora a lei determine a proibição da prorrogação de contrato ízo dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua
com fundamento na dispensa de licitação por emergência ou cala- indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados
midade pública, ressalta-se que o TCU veio a consolidar entendi- pelo futuro contratado.
mento de que pode haver exceções a essa regra em algumas hipó-
teses restritas, advindas de fato superveniente, e também, desde Reajuste contratual
que a duração do contrato se estenda por período de tempo razo- Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio econô-
ável e suficiente para enfrentar a situação emergencial (AC- 1941- mico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte de
39/07-P). uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger os
Em análise ao art. 57, § 3º, da Lei 8.666/1993, percebe-se que contratados dos efeitos inflacionários.
este proíbe a existência de contrato administrativo com prazo de Infere-se que a Lei 8.666/1993, no art. 55, III, prevê o reajus-
vigência indeterminado. No entanto, tal regra não é aplicada ao te como cláusula estritamente necessária em todo contrato a que
contrato de concessão de direito real de uso de terrenos públicos estabeleça o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
para finalidades específicas de regularização fundiária de interes- -base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de
se social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga-
aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comuni- ções e a do efetivo pagamento.
dades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modali-
dades de interesse social em áreas urbanas, que poderá ser firmado Execução e inexecução
por tempo certo ou indeterminado (Decreto-lei 271/1967, art. 7º, Por determinação legal a execução do contrato será acompa-
com redação dada pela Lei 11.481/2007). nhada e também fiscalizada por um representante advindo da Ad-
Afirma-se que a princípio, as partes devem se prestar ao fiel ministração designado, sendo permitida a contratação de terceiros
cumprimento dos prazos previstos nos contratos. Entretanto, exis- para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa atribui-
tem situações nas quais não é possível o cumprimento da avença no ção.
prazo originalmente previsto. Ocorrendo isso, a lei admite a prorro- Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências
gação dos prazos contratuais, desde que tal fato seja justificado e pertinentes à execução do contrato, determinando o que for pre-
autorizado de forma antecedente pela autoridade competente para ciso à regularização das faltas bem como dos defeitos observados.
celebrar o contrato, o que é aceito pela norma nos casos em que Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que ultra-
houver (art. 57, § 1º): passarem a competência do representante deverão ser requeridas
A) alteração do projeto ou especificações, pela Administração; a seus superiores em tempo suficiente para a adoção das medidas
B) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra- que se mostrarem pertinentes.
nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi- Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido
ções de execução do contrato; pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo
C) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo na execução contratual. O contratado possui como obrigação o de-
de trabalho por ordem e no interesse da Administração; aumento ver de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites per- custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem
mitidos por essa Lei; encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução
D) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de ou de materiais empregados.
terceiro reconhecido pela Administração em documento contem- Além do exposto a respeito do contratado, este também é res-
porâneo à sua ocorrência; omissão ou atraso de providências a car- ponsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a
go da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual,
que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na exe- não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou
cução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado
responsáveis. também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
Renovação
Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que a
parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade mesma está prevista no art. 77 da Lei de licitações 8.666/93. Veja-
da renovação contratual é a manutenção da continuidade do servi- mos:
ço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta do Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem e rescisão com as consequências contratuais e as previstas em lei ou
permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas por regulamento.
lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece por
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Observação importante: Cumpre Ressaltar que a Administra- São exemplos de cláusulas exorbitantes: a viabilidade de alte-
ção Pública responde solidariamente com o contratado pelos encar- ração unilateral do contrato por intermédio da Administração, sua
gos previdenciários resultantes da execução do contrato rescisão unilateral, a fiscalização do contrato, a possibilidade de
aplicação de penalidades por inexecução e a ocupação, na hipótese
Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial ou de rescisão contratual.
total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das partes,
não é observado um prazo disposto em cláusula específica em ha- Anulação
vendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar o ob- Apenas a Administração Pública detém o poder de executar a
jeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações são passí- anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou outro
veis de propiciar responsabilidade para o inadimplente, resultando interessado desejem fazer a anulação contratual, terão que recorrer
em sanções contratuais e legais proporcionais à falta cometida pela às esferas judiciais para conseguir a anulação. A anulação do contra-
parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde as multas, a to é advinda de ilegalidade constatada na sua execução ou, ainda,
revisão ou a rescisão do contrato. na fase de licitação, posto que os vícios gerados no procedimento
Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resulta- licitatório causam a anulação do contrato.
do de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte agi- Nos parâmetros do art. 59 da Lei de Licitações, é demonstrado
do com negligência, imprudência e imperícia. Podem também ter que a nulidade não possui o condão de exonerar a Administração
acontecido causas justificadoras por meio das quais o contratan- do dever de indenização ao contratado pelo que este houver feito
te tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contratu- até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos causados
ais, vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer comprovados, desde que não lhe seja imputável, vindo a promover
responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo,
ocorreu de forma alheia à vontade da parte. caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que
Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do contra- já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimen-
to enseja à Administração Pública o poder de aplicar as sanções de to ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado
natureza administrativa dispostas no art. 87: que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Adminis- mesmo direito.
tração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
seguintes sanções: Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc, ou
I – advertência; seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a lei
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e im-
no contrato; pede que se produzam novos efeitos.
III – suspensão temporária de participação em licitação e impe-
dimento de contratar com a Administração, por prazo não superior Revogação
a 2 (dois) anos; A questão da possibilidade de desfazimento do processo de
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com licitação e do contrato administrativo por meio da própria Adminis-
a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi- tração Pública é matéria que não engloba discussões doutrinárias e
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno dos atos administra-
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida tivos se encontra baseado no princípio da autotutela, que se trata
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos do poder - dever da Administração Pública de revogar e anular seus
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base próprios atos, desde que haja justificação pertinente, com vistas a
no inciso anterior. preservar o interesse público, bem como sejam respeitados o devi-
do processo legal e os direitos e interesses legítimos dos destinatá-
Cláusulas exorbitantes rios, conforme determina a Súmula 473 do STF. Vejamos:
De todas as características, essa é a mais importante. As Cláu- Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios
sulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a Adminis- atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
tração em detrimento do contratado. Mesmo que de forma implíci- não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ta, se encontram presentes em todos os contratos administrativos. ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão em todos os casos, a apreciação judicial.
esses poderes para a Administração Pública, consideradas como Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93,
exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios:
a conferir poderes apenas a uma das partes.
O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes ou Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedi-
leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a ilegali- mento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse
dade de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos, além público decorrente de fato superveniente devidamente compro-
disso, as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obriga- vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
ções. Havendo qualquer tipo de cláusula em contrato privado que anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
atribua direito somente a uma das partes, esta cláusula será ilegal mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
e leonina. Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo,
por motivos de interesse público, a discricionariedade administra-
tiva exige que a questão do interesse público deve ser justificada
em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente a simples
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

alegação do interesse público, se restarem ausentes a comprovação da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação téc-
das lesões advindas da manutenção do contrato e das circunstân- nica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
cias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou de difícil obrigações.
reparação. Denota-se que os mencionados dispositivos determinam que
as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não tendo
Extinção e Consequências como argumentar de maneira contrária no que diz respeito à le-
A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término galidade da modificação do valor contratual original, com o obje-
da obrigação vinculada existente entre a Administração e o contra- tivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado no
tado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas: momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar a
A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: na contratante ao contratado.
finalização da construção de instituição pública) ou pelo aconteci- Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para
mento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data final de um adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também
contrato de fornecimento de forma contínua); pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias ade-
B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão quadas que o valor do serviço ou produto contratado se encontra
contratual. acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por deflação ou
Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não com- queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou até mesmo
porta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir suas em decorrência de uma desvalorização cambial. Além disso, o Po-
obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do víncu- der Público não tem a obrigação de pagar além do que se propôs,
lo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação por via nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo sempre haver
administrativa ou judicial. equilíbrio em relação aos pactos contratuais.
Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação, Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e
considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso 10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam
de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade,
rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes
contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV): públicos. Vejamos:
1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
2) ocupação e utilização provisória do local, instalações, equi- quanto aos relativos:
pamentos, material e pessoal empregados na execução do contra- § 1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
to, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida de de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secre- contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
tário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, § 3º); -financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida-
3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da Ad- mente autuados em processo:
ministração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos; I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho
dos prejuízos causados à Administração. à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
de execução do contrato;
Em síntese, temos: III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit-
mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra-
to, nos limites permitidos por esta Lei;
ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
I –Pelo cumprimento do objeto; terceiro reconhecido pela Administração em documento contempo-
I – Pela anulação; râneo à sua ocorrência;
II – Pelo advento do termo final do
II – Pela rescisão. VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administra-
contrato.
ção, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, dire-
Equilíbrio Econômico-financeiro tamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato,
Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico - contratual, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93,
seguinte: art. 57, § 1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado
Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma
dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao
eficiência e também, ao seguinte: administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somen-
serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces- te ao art. 57, § 1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo
so de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos:
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa- Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos ins-
gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
prerrogativa de:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado,
tado; devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a retri-
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in- buição da administração para que haja justa remuneração, sendo
ciso I do art. 79 desta Lei; mantidas as condições originais do termo contratual. Em se tratan-
III – fiscalizar-lhes a execução; do, especificamente da concessão de serviço público, a Lei 8.987/95
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de equilíbrio
do ajuste; financeiro. Vejamos:
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 2º. Os con-
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- tratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de
tese de rescisão do contrato Administrativo. manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3º. Ressalvados os
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quais-
tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con- quer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta,
cordância do contratado. quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da tarifa, para
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi- mais ou para menos, conforme o caso. § 4º. Em havendo alteração
co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante- unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômi-
nha o equilíbrio contratual. co-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomi-
Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direi- tantemente à alteração.
to ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contra-
manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê to, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na
administração, desde que seja motivos de interesse público se ne- inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração Pú-
gue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos ao blica é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, entretan-
contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das to, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste contratual,
hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não principalmente pela ausência de conhecimento da legislação, o que
pode ser executada, não é passível de equilíbrio. acaba por causar problemas de ordem econômica, tanto em relação
Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca ao contratado quanto ao contratante. Registre-se, por fim, que o
o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos: pacto contratual deve ser mantido durante o período completo de
Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar a ferramenta
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: mais adequada para proporcionar essa condição.
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- Convênios e terceirização
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de reali-
nos limites permitidos por esta Lei; zação de objetivos de interesse comum.
II - por acordo das partes: Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde.
b) quando necessária a modificação do regime de execução da Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são
obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori- contraditórios.
ginários; Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se alude
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, que nos contratos existem partes e nos convênios existem partíci-
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor pes.
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- De acordo com o art. 116 da Lei 8.666/1993, a celebração de
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; convênio, acordo ou ajuste por meio dos órgãos ou entidades da
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- Administração Pública depende de antecedente aprovação de com-
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da Adminis- petente plano de trabalho a ser proposto pela organização interes-
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, sada, que deverá conter as seguintes informações:
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- A) identificação do objeto a ser executado;
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou B) metas a serem atingidas;
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou C) etapas ou fases de execução;
impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força D) plano de aplicação dos recursos financeiros;
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- E) cronograma de desembolso;
mica extraordinária e extracontratual. F) previsão de início e fim da execução do objeto e, bem assim,
da conclusão das etapas ou fases programadas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em relação à terceirização na esfera da Administração Pública, § 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições pú-
depreende-se que é exigida do administrador muito cuidado, posto blicas sediadas no exterior obedecerão às peculiaridades locais e
que, embora haja contrariamento ao art. 71 da Lei 8.666/93, a dívi- aos princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na forma de regula-
da trabalhista das empresas terceirizadas acabam por recair sobre mentação específica a ser editada por ministro de Estado.
o órgão tomador dos serviços, que é o que chamamos de respon- § 3º Nas licitações e contratações que envolvam recursos pro-
sabilidade subsidiária. Assim sendo, o administrador público deverá venientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de
exigir garantias, bem como passar a acompanhar o cumprimento cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o Brasil
das obrigações trabalhistas advindos da empresa prestadora de ser- seja parte, podem ser admitidas:
viços, com fito especial quando do encerramento do contrato. I - condições decorrentes de acordos internacionais aprovados
Registre-se que a responsabilidade subsidiária pela tomadora pelo Congresso Nacional e ratificados pelo Presidente da República;
dos serviços é o que entende a Justiça do trabalho, com base no II - condições peculiares à seleção e à contratação constantes
Enunciado nº 331, item IV editado pelo Tribunal Superior do Traba- de normas e procedimentos das agências ou dos organismos, desde
lho – TST, que aduz: que:
“O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do a) sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação;
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos b) não conflitem com os princípios constitucionais em vigor;
serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da c) sejam indicadas no respectivo contrato de empréstimo ou
administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das doação e tenham sido objeto de parecer favorável do órgão jurídi-
empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que co do contratante do financiamento previamente à celebração do
haja participado da relação processual e constem também do título referido contrato;
executivo judicial.” d) (VETADO).
Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que incon- § 4º A documentação encaminhada ao Senado Federal para
táveis são as decisões condenatórias à Administração Pública, em autorização do empréstimo de que trata o § 3º deste artigo deverá
relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de for- fazer referência às condições contratuais que incidam na hipótese
ma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário, do referido parágrafo.
vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução § 5º As contratações relativas à gestão, direta e indireta, das
de custos à Administração Pública. reservas internacionais do País, inclusive as de serviços conexos ou
acessórios a essa atividade, serão disciplinadas em ato normativo
próprio do Banco Central do Brasil, assegurada a observância dos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIO- princípios estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição Fede-
NAL. LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021. ral.
Art. 2º Esta Lei aplica-se a:
I - alienação e concessão de direito real de uso de bens;
LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021 II - compra, inclusive por encomenda;
III - locação;
Lei de Licitações e Contratos Administrativos. IV - concessão e permissão de uso de bens públicos;
V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais es-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- pecializados;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII - contratações de tecnologia da informação e de comuni-
TÍTULO I cação.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 3º Não se subordinam ao regime desta Lei:
I - contratos que tenham por objeto operação de crédito, inter-
CAPÍTULO I no ou externo, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI de agente financeiro e a concessão de garantia relacionadas a esses
contratos;
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contra- II - contratações sujeitas a normas previstas em legislação pró-
tação para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e funda- pria.
cionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos disciplinados por
e abrange: esta Lei as disposições constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Comple-
I - os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Estados e do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos § 1º As disposições a que se refere o caput deste artigo não são
Municípios, quando no desempenho de função administrativa; aplicadas:
II - os fundos especiais e as demais entidades controladas dire- I - no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação
ta ou indiretamente pela Administração Pública. de serviços em geral, ao item cujo valor estimado for superior à
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as receita bruta máxima admitida para fins de enquadramento como
sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela empresa de pequeno porte;
Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvado o disposto no art. II - no caso de contratação de obras e serviços de engenharia,
178 desta Lei. às licitações cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima
admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno
porte.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º A obtenção de benefícios a que se refere o caput deste XI - serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a
artigo fica limitada às microempresas e às empresas de pequeno obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse
porte que, no ano-calendário de realização da licitação, ainda não da Administração;
tenham celebrado contratos com a Administração Pública cujos va- XII - obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como
lores somados extrapolem a receita bruta máxima admitida para privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica in-
fins de enquadramento como empresa de pequeno porte, devendo tervenção no meio ambiente por meio de um conjunto harmônico
o órgão ou entidade exigir do licitante declaração de observância de ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço físi-
desse limite na licitação. co da natureza ou acarreta alteração substancial das características
§ 3º Nas contratações com prazo de vigência superior a 1 (um) originais de bem imóvel;
ano, será considerado o valor anual do contrato na aplicação dos XIII - bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desem-
limites previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo. penho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital,
por meio de especificações usuais de mercado;
CAPÍTULO II XIV - bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta hete-
DOS PRINCÍPIOS rogeneidade ou complexidade, não podem ser descritos na forma
do inciso XIII do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios contratante;
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, XV - serviços e fornecimentos contínuos: serviços contratados e
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, compras realizadas pela Administração Pública para a manutenção
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da da atividade administrativa, decorrentes de necessidades perma-
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do nentes ou prolongadas;
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi- mão de obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige,
cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as entre outros requisitos, que:
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas de-
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). pendências do contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e mate-
CAPÍTULO III riais disponíveis de uma contratação para execução simultânea de
DAS DEFINIÇÕES outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quan-
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se: to à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alo-
I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Admi- cados aos seus contratos;
nistração Pública; XVII - serviços não contínuos ou contratados por escopo: aque-
II - entidade: unidade de atuação dotada de personalidade ju- les que impõem ao contratado o dever de realizar a prestação de
rídica; um serviço específico em período predeterminado, podendo ser
III - Administração Pública: administração direta e indireta da prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive conclusão do objeto;
as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob con- XVIII - serviços técnicos especializados de natureza predomi-
trole do poder público e as fundações por ele instituídas ou man- nantemente intelectual: aqueles realizados em trabalhos relativos
tidas; a:
IV - Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Ad- a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos
ministração Pública atua; executivos;
V - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nome- b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
ação, designação, contratação ou qualquer outra forma de inves- c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e
tidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em tributárias;
pessoa jurídica integrante da Administração Pública; d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;
VI - autoridade: agente público dotado de poder de decisão; e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;
VII - contratante: pessoa jurídica integrante da Administração f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
Pública responsável pela contratação; g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
VIII - contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pes- h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
soas jurídicas, signatária de contrato com a Administração; saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
IX - licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pesso- de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
as jurídicas, que participa ou manifesta a intenção de participar de serviços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso;
processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o XIX - notória especialização: qualidade de profissional ou de
fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solici- empresa cujo conceito, no campo de sua especialidade, decorrente
tação da Administração, oferece proposta; de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga-
X - compra: aquisição remunerada de bens para fornecimen- nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela-
to de uma só vez ou parceladamente, considerada imediata aquela cionados com suas atividades, permite inferir que o seu trabalho
com prazo de entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de forneci- é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do
mento; objeto do contrato;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XX - estudo técnico preliminar: documento constitutivo da pri- d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou
meira etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza projeto da área de influência, quando cabível;
o interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia
anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem na utilização, de facilidade na execução, de impacto ambiental e de
elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação; acessibilidade;
XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de ati- f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia;
vidades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram
material, de interesse para a Administração e que, não enquadra- a concepção proposta;
das no conceito de obra a que se refere o inciso XII do caput des- h) levantamento topográfico e cadastral;
te artigo, são estabelecidas, por força de lei, como privativas das i) pareceres de sondagem;
profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos especializados, j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
que compreendem: ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia estabelecer padrões mínimos para a contratação;
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários e sufi-
de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e de cientes, com nível de precisão adequado para definir e dimensionar
adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das caracte- a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto
rísticas originais dos bens; da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técni-
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta he- cos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado
terogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na defini- tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que pos-
ção constante da alínea “a” deste inciso; sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do
XXII - obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
cujo valor estimado supera R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e en-
de reais); (Vide Decreto nº 10.922, de 2021) (Vigência) saios geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socio-
XXIII - termo de referência: documento necessário para a con- ambientais e demais dados e levantamentos necessários para exe-
tratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâme- cução da solução escolhida;
tros e elementos descritivos: b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de-
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, talhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto
o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorro- executivo e da realização das obras e montagem, a necessidade de
gação; reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao preço e ao prazo
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência inicialmente definidos;
aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais
for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não e equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas especifi-
contiverem informações sigilosas; cações, de modo a assegurar os melhores resultados para o empre-
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ci- endimento e a segurança executiva na utilização do objeto, para os
clo de vida do objeto; fins a que se destina, considerados os riscos e os perigos identificá-
d) requisitos da contratação; veis, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de d) informações que possibilitem o estudo e a definição de mé-
como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o todos construtivos, de instalações provisórias e de condições orga-
seu início até o seu encerramento; nizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execu- sua execução;
ção do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou enti- e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
dade; obra, compreendidos a sua programação, a estratégia de suprimen-
g) critérios de medição e de pagamento; tos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada
h) forma e critérios de seleção do fornecedor; caso;
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos pre- f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen-
ços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documen- tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
tos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obten- avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de execução
ção dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 desta Lei;
de documento separado e classificado; XXVI - projeto executivo: conjunto de elementos necessários
j) adequação orçamentária; e suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento
XXIV - anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios neces- das soluções previstas no projeto básico, a identificação de servi-
sários à elaboração do projeto básico, que deve conter, no mínimo, ços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra,
os seguintes elementos: bem como suas especificações técnicas, de acordo com as normas
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, técnicas pertinentes;
avaliação de demanda do público-alvo, motivação técnico-econô- XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos
mico-social do empreendimento, visão global dos investimentos e e de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilí-
definições relacionadas ao nível de serviço desejado; brio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade; financeiro decorrente de eventos supervenientes à contratação,
c) prazo de entrega; contendo, no mínimo, as seguintes informações:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura XXXVIII - concorrência: modalidade de licitação para contrata-
do contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio econô- ção de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e
mico-financeiro e previsão de eventual necessidade de prolação de especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser:
termo aditivo por ocasião de sua ocorrência; a) menor preço;
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
frações do objeto com relação às quais haverá liberdade para os c) técnica e preço;
contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, d) maior retorno econômico;
em termos de modificação das soluções previamente delineadas no e) maior desconto;
anteprojeto ou no projeto básico; XXXIX - concurso: modalidade de licitação para escolha de tra-
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das balho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento
frações do objeto com relação às quais não haverá liberdade para será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnoló- prêmio ou remuneração ao vencedor;
gicas, devendo haver obrigação de aderência entre a execução e a XL - leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imó-
solução predefinida no anteprojeto ou no projeto básico, conside- veis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a
radas as características do regime de execução no caso de obras e quem oferecer o maior lance;
serviços de engenharia; XLI - pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição
XXVIII - empreitada por preço unitário: contratação da execu- de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o
ção da obra ou do serviço por preço certo de unidades determina- de menor preço ou o de maior desconto;
das; XLII - diálogo competitivo: modalidade de licitação para contra-
XXIX - empreitada por preço global: contratação da execução tação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública
da obra ou do serviço por preço certo e total; realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante
XXX - empreitada integral: contratação de empreendimento em critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alter-
sua integralidade, compreendida a totalidade das etapas de obras, nativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os lici-
serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade do tantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos;
contratado até sua entrega ao contratante em condições de entrada XLIII - credenciamento: processo administrativo de chamamen-
em operação, com características adequadas às finalidades para as to público em que a Administração Pública convoca interessados
quais foi contratado e atendidos os requisitos técnicos e legais para em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os re-
sua utilização com segurança estrutural e operacional; quisitos necessários, se credenciem no órgão ou na entidade para
XXXI - contratação por tarefa: regime de contratação de mão de executar o objeto quando convocados;
obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem forne- XLIV - pré-qualificação: procedimento seletivo prévio à licita-
cimento de materiais; ção, convocado por meio de edital, destinado à análise das condi-
XXXII - contratação integrada: regime de contratação de obras e ções de habilitação, total ou parcial, dos interessados ou do objeto;
serviços de engenharia em que o contratado é responsável por ela- XLV - sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos
borar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar obras e para realização, mediante contratação direta ou licitação nas moda-
serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais lidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços relati-
e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações vos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto; para contratações futuras;
XXXIII - contratação semi-integrada: regime de contratação de XLVI - ata de registro de preços: documento vinculativo e obri-
obras e serviços de engenharia em que o contratado é responsável gacional, com característica de compromisso para futura contrata-
por elaborar e desenvolver o projeto executivo, executar obras e ção, no qual são registrados o objeto, os preços, os fornecedores, os
serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais órgãos participantes e as condições a serem praticadas, conforme
e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações as disposições contidas no edital da licitação, no aviso ou instru-
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto; mento de contratação direta e nas propostas apresentadas;
XXXIV - fornecimento e prestação de serviço associado: regime XLVII - órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da
de contratação em que, além do fornecimento do objeto, o contra- Administração Pública responsável pela condução do conjunto de
tado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas, procedimentos para registro de preços e pelo gerenciamento da ata
por tempo determinado; de registro de preços dele decorrente;
XXXV - licitação internacional: licitação processada em terri- XLVIII - órgão ou entidade participante: órgão ou entidade da
tório nacional na qual é admitida a participação de licitantes es- Administração Pública que participa dos procedimentos iniciais da
trangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda contratação para registro de preços e integra a ata de registro de
estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve preços;
ser executado no todo ou em parte em território estrangeiro; XLIX - órgão ou entidade não participante: órgão ou entidade
XXXVI - serviço nacional: serviço prestado em território nacio- da Administração Pública que não participa dos procedimentos ini-
nal, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; ciais da licitação para registro de preços e não integra a ata de re-
XXXVII - produto manufaturado nacional: produto manufatura- gistro de preços;
do produzido no território nacional de acordo com o processo pro- L - comissão de contratação: conjunto de agentes públicos in-
dutivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder dicados pela Administração, em caráter permanente ou especial,
Executivo federal; com a função de receber, examinar e julgar documentos relativos às
licitações e aos procedimentos auxiliares;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

LI - catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e CAPÍTULO IV


obras: sistema informatizado, de gerenciamento centralizado e com DOS AGENTES PÚBLICOS
indicação de preços, destinado a permitir a padronização de itens a
serem adquiridos pela Administração Pública e que estarão dispo- Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade,
níveis para a licitação; ou a quem as normas de organização administrativa indicarem, pro-
LII - sítio eletrônico oficial: sítio da internet, certificado digital- mover gestão por competências e designar agentes públicos para o
mente por autoridade certificadora, no qual o ente federativo divul- desempenho das funções essenciais à execução desta Lei que pre-
ga de forma centralizada as informações e os serviços de governo encham os seguintes requisitos:
digital dos seus órgãos e entidades; I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação público dos quadros permanentes da Administração Pública;
de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, possuam formação compatível ou qualificação atestada por certifi-
na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra- cação profissional emitida por escola de governo criada e mantida
tado com base em percentual da economia gerada; pelo poder público; e
LIV - seguro-garantia: seguro que garante o fiel cumprimento III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contra-
das obrigações assumidas pelo contratado; tados habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de
LV - produtos para pesquisa e desenvolvimento: bens, insumos, parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de na-
serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil.
tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológi- § 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá obser-
ca, discriminados em projeto de pesquisa; var o princípio da segregação de funções, vedada a designação do
LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais
valor expressivamente superior aos preços referenciais de mercado, suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação
seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação.
preços unitários de serviço, seja do valor global do objeto, se a lici- § 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive os
tação ou a contratação for por tarefa, empreitada por preço global requisitos estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assesso-
ou empreitada integral, semi-integrada ou integrada; ramento jurídico e de controle interno da Administração.
LVII - superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Ad- Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação,
ministração, caracterizado, entre outras situações, por: pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores
a) medição de quantidades superiores às efetivamente execu- efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Ad-
tadas ou fornecidas; ministração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quais-
que resulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou segurança; quer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame
c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenha- até a homologação.
ria que causem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em § 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de
favor do contratado; apoio e responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebi- quando induzido a erro pela atuação da equipe.
mentos contratuais antecipados, distorção do cronograma físico-fi- § 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde
nanceiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com custos que observados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, o
adicionais para a Administração ou reajuste irregular de preços; agente de contratação poderá ser substituído por comissão de con-
LVIII - reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção tratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros, que respon-
do equilíbrio econômico-financeiro de contrato consistente na apli- derão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão,
cação do índice de correção monetária previsto no contrato, que ressalvado o membro que expressar posição individual divergente
deve retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que hou-
adoção de índices específicos ou setoriais; ver sido tomada a decisão.
LIX - repactuação: forma de manutenção do equilíbrio econô- § 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da
mico-financeiro de contrato utilizada para serviços contínuos com equipe de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à
regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância atuação de fiscais e gestores de contratos de que trata esta Lei se-
de mão de obra, por meio da análise da variação dos custos contra- rão estabelecidas em regulamento, e deverá ser prevista a possibili-
tuais, devendo estar prevista no edital com data vinculada à apre- dade de eles contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento
sentação das propostas, para os custos decorrentes do mercado, e jurídico e de controle interno para o desempenho das funções es-
com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio senciais à execução do disposto nesta Lei.
coletivo ao qual o orçamento esteja vinculado, para os custos de- § 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo
correntes da mão de obra; objeto não seja rotineiramente contratado pela Administração, po-
LX - agente de contratação: pessoa designada pela autoridade derá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa
competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos ou de profissional especializado para assessorar os agentes públicos
quadros permanentes da Administração Pública, para tomar deci- responsáveis pela condução da licitação.
sões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedi- § 5º Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável
mento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessá- pela condução do certame será designado pregoeiro.
rias ao bom andamento do certame até a homologação. Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na
área de licitações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situ- Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é
ações que: responsável pela governança das contratações e deve implementar
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles in-
do processo licitatório, inclusive nos casos de participação de socie- ternos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios
dades cooperativas; e os respectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos
b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da natura- estabelecidos no caput deste artigo, promover um ambiente ínte-
lidade, da sede ou do domicílio dos licitantes; gro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao plane-
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico jamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência,
do contrato; efetividade e eficácia em suas contratações.
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte:
legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre empresas I - os documentos serão produzidos por escrito, com data e lo-
brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, mo- cal de sua realização e assinatura dos responsáveis;
dalidade e local de pagamento, mesmo quando envolvido financia- II - os valores, os preços e os custos utilizados terão como ex-
mento de agência internacional; pressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o dispos-
III - opor resistência injustificada ao andamento dos processos to no art. 52 desta Lei;
e, indevidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou III - o desatendimento de exigências meramente formais que
praticá-lo contra disposição expressa em lei. não comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a com-
§ 1º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licita- preensão do conteúdo de sua proposta não importará seu afasta-
ção ou da execução do contrato agente público de órgão ou enti- mento da licitação ou a invalidação do processo;
dade licitante ou contratante, devendo ser observadas as situações IV - a prova de autenticidade de cópia de documento público
que possam configurar conflito de interesses no exercício ou após ou particular poderá ser feita perante agente da Administração, me-
o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação que dis- diante apresentação de original ou de declaração de autenticidade
ciplina a matéria. por advogado, sob sua responsabilidade pessoal;
§ 2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a tercei- V - o reconhecimento de firma somente será exigido quando
ro que auxilie a condução da contratação na qualidade de integran- houver dúvida de autenticidade, salvo imposição legal;
te de equipe de apoio, profissional especializado ou funcionário ou VI - os atos serão preferencialmente digitais, de forma a permi-
representante de empresa que preste assessoria técnica. tir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados
Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públi- por meio eletrônico;
cos que tiverem participado dos procedimentos relacionados às VII - a partir de documentos de formalização de demandas, os
licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem defen- órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo po-
der-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial em razão derão, na forma de regulamento, elaborar plano de contratações
de ato praticado com estrita observância de orientação constante anual, com o objetivo de racionalizar as contratações dos órgãos e
em parecer jurídico elaborado na forma do § 1º do art. 53 desta Lei, entidades sob sua competência, garantir o alinhamento com o seu
a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das respectivas
representação judicial ou extrajudicial. leis orçamentárias.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando: § 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII
I - (VETADO); do caput deste artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição
II - provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos au- do público em sítio eletrônico oficial e será observado pelo ente
tos do processo administrativo ou judicial. federativo na realização de licitações e na execução dos contratos.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hi- § 2º É permitida a identificação e assinatura digital por pessoa
pótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou física ou jurídica em meio eletrônico, mediante certificado digital
função em que foi praticado o ato questionado. emitido em âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
(ICP-Brasil).
TÍTULO II Art. 13. Os atos praticados no processo licitatório são públicos,
DAS LICITAÇÕES ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescin-
dível à segurança da sociedade e do Estado, na forma da lei.
CAPÍTULO I Parágrafo único. A publicidade será diferida:
DO PROCESSO LICITATÓRIO I - quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva aber-
tura;
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: II - quanto ao orçamento da Administração, nos termos do art.
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de 24 desta Lei.
contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive Art. 14. Não poderão disputar licitação ou participar da execu-
no que se refere ao ciclo de vida do objeto; ção de contrato, direta ou indiretamente:
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem I - autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto execu-
como a justa competição; tivo, pessoa física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra,
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços mani- serviços ou fornecimento de bens a ele relacionados;
festamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos con- II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela
tratos; elaboração do projeto básico ou do projeto executivo, ou empre-
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sus- sa da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, controlador,
tentável. acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

com direito a voto, responsável técnico ou subcontratado, quando IV - impedimento de a empresa consorciada participar, na mes-
a licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a ma licitação, de mais de um consórcio ou de forma isolada;
ela necessários; V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos prati-
III - pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da lici- cados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execu-
tação, impossibilitada de participar da licitação em decorrência de ção do contrato.
sanção que lhe foi imposta; § 1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de
IV - aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comer- 10% (dez por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido
cial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do de licitante individual para a habilitação econômico-financeira, sal-
órgão ou entidade contratante ou com agente público que desem- vo justificação.
penhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do § 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo não se aplica
contrato, ou que deles seja cônjuge, companheiro ou parente em aos consórcios compostos, em sua totalidade, de microempresas e
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo pequenas empresas, assim definidas em lei.
essa proibição constar expressamente do edital de licitação; § 3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da ce-
V - empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos ter- lebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos
mos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, concorrendo en- termos do compromisso referido no inciso I do caput deste artigo.
tre si; § 4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela auto-
VI - pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores ridade competente, o edital de licitação poderá estabelecer limite
à divulgação do edital, tenha sido condenada judicialmente, com máximo para o número de empresas consorciadas.
trânsito em julgado, por exploração de trabalho infantil, por sub- § 5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente
missão de trabalhadores a condições análogas às de escravo ou por autorizada pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à
contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação tra- comprovação de que a nova empresa do consórcio possui, no míni-
balhista. mo, os mesmos quantitativos para efeito de habilitação técnica e os
§ 1º O impedimento de que trata o inciso III do caput deste mesmos valores para efeito de qualificação econômico-financeira
artigo será também aplicado ao licitante que atue em substituição a apresentados pela empresa substituída para fins de habilitação do
outra pessoa, física ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade consórcio no processo licitatório que originou o contrato.
da sanção a ela aplicada, inclusive a sua controladora, controlada Art. 16. Os profissionais organizados sob a forma de cooperati-
ou coligada, desde que devidamente comprovado o ilícito ou a utili- va poderão participar de licitação quando:
zação fraudulenta da personalidade jurídica do licitante. I - a constituição e o funcionamento da cooperativa observa-
§ 2º A critério da Administração e exclusivamente a seu serviço, rem as regras estabelecidas na legislação aplicável, em especial a
o autor dos projetos e a empresa a que se referem os incisos I e II Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, a Lei nº 12.690, de 19 de
do caput deste artigo poderão participar no apoio das atividades julho de 2012, e a Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009;
de planejamento da contratação, de execução da licitação ou de II - a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em re-
gestão do contrato, desde que sob supervisão exclusiva de agentes gime cooperado, com repartição de receitas e despesas entre os
públicos do órgão ou entidade. cooperados;
§ 3º Equiparam-se aos autores do projeto as empresas inte- III - qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de
grantes do mesmo grupo econômico. executar o objeto contratado, vedado à Administração indicar no-
§ 4º O disposto neste artigo não impede a licitação ou a con- minalmente pessoas;
tratação de obra ou serviço que inclua como encargo do contratado IV - o objeto da licitação referir-se, em se tratando de coope-
a elaboração do projeto básico e do projeto executivo, nas contra- rativas enquadradas na Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012, a
tações integradas, e do projeto executivo, nos demais regimes de serviços especializados constantes do objeto social da cooperativa,
execução. a serem executados de forma complementar à sua atuação.
§ 5º Em licitações e contratações realizadas no âmbito de pro- Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases,
jetos e programas parcialmente financiados por agência oficial de em sequência:
cooperação estrangeira ou por organismo financeiro internacional I - preparatória;
com recursos do financiamento ou da contrapartida nacional, não II - de divulgação do edital de licitação;
poderá participar pessoa física ou jurídica que integre o rol de pes- III - de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
soas sancionadas por essas entidades ou que seja declarada inidô- IV - de julgamento;
nea nos termos desta Lei. V - de habilitação;
Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo lici- VI - recursal;
tatório, pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, VII - de homologação.
observadas as seguintes normas: § 1º A fase referida no inciso V do caput deste artigo poderá,
I - comprovação de compromisso público ou particular de cons- mediante ato motivado com explicitação dos benefícios decorren-
tituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; tes, anteceder as fases referidas nos incisos III e IV do caput deste
II - indicação da empresa líder do consórcio, que será responsá- artigo, desde que expressamente previsto no edital de licitação.
vel por sua representação perante a Administração; § 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a for-
III - admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório ma eletrônica, admitida a utilização da forma presencial, desde que
dos quantitativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada
econômico-financeira, do somatório dos valores de cada consorcia- em áudio e vídeo.
do;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º Desde que previsto no edital, na fase a que se refere o in- IX - a motivação circunstanciada das condições do edital, tais
ciso IV do caput deste artigo, o órgão ou entidade licitante poderá, como justificativa de exigências de qualificação técnica, mediante
em relação ao licitante provisoriamente vencedor, realizar análise indicação das parcelas de maior relevância técnica ou valor signifi-
e avaliação da conformidade da proposta, mediante homologação cativo do objeto, e de qualificação econômico-financeira, justificati-
de amostras, exame de conformidade e prova de conceito, entre va dos critérios de pontuação e julgamento das propostas técnicas,
outros testes de interesse da Administração, de modo a comprovar nas licitações com julgamento por melhor técnica ou técnica e pre-
sua aderência às especificações definidas no termo de referência ou ço, e justificativa das regras pertinentes à participação de empresas
no projeto básico. em consórcio;
§ 4º Nos procedimentos realizados por meio eletrônico, a Ad- X - a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da
ministração poderá determinar, como condição de validade e efi- licitação e a boa execução contratual;
cácia, que os licitantes pratiquem seus atos em formato eletrônico. XI - a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento
§ 5º Na hipótese excepcional de licitação sob a forma presen- da licitação, observado o art. 24 desta Lei.
cial a que refere o § 2º deste artigo, a sessão pública de apresenta- § 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do
ção de propostas deverá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação caput deste artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido e
será juntada aos autos do processo licitatório depois de seu encer- a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabili-
ramento. dade técnica e econômica da contratação, e conterá os seguintes
§ 6º A Administração poderá exigir certificação por organização elementos:
independente acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, I - descrição da necessidade da contratação, considerado o pro-
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) como condição para aceitação de: blema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;
I - estudos, anteprojetos, projetos básicos e projetos executi- II - demonstração da previsão da contratação no plano de con-
vos; tratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu
II - conclusão de fases ou de objetos de contratos; alinhamento com o planejamento da Administração;
III - material e corpo técnico apresentados por empresa para III - requisitos da contratação;
fins de habilitação. IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompa-
nhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão
CAPÍTULO II suporte, que considerem interdependências com outras contrata-
DA FASE PREPARATÓRIA ções, de modo a possibilitar economia de escala;
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das al-
SEÇÃO I ternativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha
DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO LICITATÓRIO do tipo de solução a contratar;
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos pre-
Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracte- ços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documen-
rizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano tos que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado,
de contratações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 se a Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão
desta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem da licitação;
como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigên-
de gestão que podem interferir na contratação, compreendidos: cias relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for
I - a descrição da necessidade da contratação fundamentada o caso;
em estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público VIII - justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
envolvido; IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de
II - a definição do objeto para o atendimento da necessidade, economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos huma-
por meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou nos, materiais e financeiros disponíveis;
projeto executivo, conforme o caso; X - providências a serem adotadas pela Administração previa-
III - a definição das condições de execução e pagamento, das mente à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de
garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento; servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual;
IV - o orçamento estimado, com as composições dos preços uti- XI - contratações correlatas e/ou interdependentes;
lizados para sua formação; XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas
V - a elaboração do edital de licitação; medidas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de
VI - a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, energia e de outros recursos, bem como logística reversa para des-
que constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação; fazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável;
VII - o regime de fornecimento de bens, de prestação de servi- XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contra-
ços ou de execução de obras e serviços de engenharia, observados tação para o atendimento da necessidade a que se destina.
os potenciais de economia de escala; § 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os
VIII - a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o elementos previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste
modo de disputa e a adequação e eficiência da forma de combina- artigo e, quando não contemplar os demais elementos previstos no
ção desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a referido parágrafo, apresentar as devidas justificativas.
gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administra- § 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contra-
ção Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto; tação de obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada
a inexistência de prejuízo para a aferição dos padrões de desempe-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nho e qualidade almejados, a especificação do objeto poderá ser Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de ris-
realizada apenas em termo de referência ou em projeto básico, dis- cos entre o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo
pensada a elaboração de projetos. do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regula- compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos ao
mentares relativas às atividades de administração de materiais, de contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente fe-
obras e serviços e de licitações e contratos deverão: derativo.
I - instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, § 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promo-
a centralização dos procedimentos de aquisição e contratação de ver a alocação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer
bens e serviços; a responsabilidade que caiba a cada parte contratante, bem como
II - criar catálogo eletrônico de padronização de compras, ser- os mecanismos que afastem a ocorrência do sinistro e mitiguem os
viços e obras, admitida a adoção do catálogo do Poder Executivo seus efeitos, caso este ocorra durante a execução contratual.
federal por todos os entes federativos; § 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz
III - instituir sistema informatizado de acompanhamento de de riscos, especialmente quanto:
obras, inclusive com recursos de imagem e vídeo; I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equa-
IV - instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico ção econômico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro
e de controle interno, modelos de minutas de editais, de termos de seja considerado na matriz de riscos como causa de desequilíbrio
referência, de contratos padronizados e de outros documentos, ad- não suportada pela parte que pretenda o restabelecimento;
mitida a adoção das minutas do Poder Executivo federal por todos II - à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar ex-
os entes federativos; cessivamente ou impedir a continuidade da execução contratual;
V - promover a adoção gradativa de tecnologias e processos III - à contratação de seguros obrigatórios previamente defini-
integrados que permitam a criação, a utilização e a atualização de dos no contrato, integrado o custo de contratação ao preço oferta-
modelos digitais de obras e serviços de engenharia. do.
§ 1º O catálogo referido no inciso II do caput deste artigo pode- § 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de gran-
rá ser utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de de vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada
menor preço ou o de maior desconto e conterá toda a documenta- e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz de
ção e os procedimentos próprios da fase interna de licitações, assim alocação de riscos entre o contratante e o contratado.
como as especificações dos respectivos objetos, conforme disposto § 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos
em regulamento. decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à
§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico de padronização de escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão ser
que trata o inciso II do caput ou dos modelos de minutas de que tra- alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.
ta o inciso IV do caput deste artigo deverá ser justificada por escrito Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá
e anexada ao respectivo processo licitatório. ser compatível com os valores praticados pelo mercado, considera-
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arqui- dos os preços constantes de bancos de dados públicos e as quan-
tetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será prefe- tidades a serem contratadas, observadas a potencial economia de
rencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção escala e as peculiaridades do local de execução do objeto.
(Building Information Modelling - BIM) ou tecnologias e processos § 1º No processo licitatório para aquisição de bens e contrata-
integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la. ção de serviços em geral, conforme regulamento, o valor estimado
Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as deman- será definido com base no melhor preço aferido por meio da uti-
das das estruturas da Administração Pública deverão ser de quali- lização dos seguintes parâmetros, adotados de forma combinada
dade comum, não superior à necessária para cumprir as finalidades ou não:
às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo. I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana
§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em do item correspondente no painel para consulta de preços ou no
regulamento os limites para o enquadramento dos bens de consu- banco de preços em saúde disponíveis no Portal Nacional de Con-
mo nas categorias comum e luxo. tratações Públicas (PNCP);
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias contados da promul- II - contratações similares feitas pela Administração Pública, em
gação desta Lei, novas compras de bens de consumo só poderão ser execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da
efetivadas com a edição, pela autoridade competente, do regula- pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de registro de pre-
mento a que se refere o § 1º deste artigo. ços, observado o índice de atualização de preços correspondente;
§ 3º (VETADO). III - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia espe-
Art. 21. A Administração poderá convocar, com antecedência cializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder
mínima de 8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a dis- Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domí-
tância, na forma eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar, nio amplo, desde que contenham a data e hora de acesso;
com disponibilização prévia de informações pertinentes, inclusive IV - pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, me-
de estudo técnico preliminar e elementos do edital de licitação, e diante solicitação formal de cotação, desde que seja apresentada
com possibilidade de manifestação de todos os interessados. justificativa da escolha desses fornecedores e que não tenham sido
Parágrafo único. A Administração também poderá submeter a obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de antecedência
licitação a prévia consulta pública, mediante a disponibilização de da data de divulgação do edital;
seus elementos a todos os interessados, que poderão formular su- V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na
gestões no prazo fixado. forma de regulamento.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º No processo licitatório para contratação de obras e servi- Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras
ços de engenharia, conforme regulamento, o valor estimado, acres- relativas à convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e
cido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de re- às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à
ferência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio entrega do objeto e às condições de pagamento.
da utilização de parâmetros na seguinte ordem: § 1º Sempre que o objeto permitir, a Administração adotará
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana minutas padronizadas de edital e de contrato com cláusulas uni-
do item correspondente do Sistema de Custos Referenciais de Obras formes.
(Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou do § 2º Desde que, conforme demonstrado em estudo técnico
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Construção preliminar, não sejam causados prejuízos à competitividade do
Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de engenharia; processo licitatório e à eficiência do respectivo contrato, o edital
II - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia espe- poderá prever a utilização de mão de obra, materiais, tecnologias
cializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder e matérias-primas existentes no local da execução, conservação e
Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domí- operação do bem, serviço ou obra.
nio amplo, desde que contenham a data e a hora de acesso; § 3º Todos os elementos do edital, incluídos minuta de con-
III - contratações similares feitas pela Administração Pública, trato, termos de referência, anteprojeto, projetos e outros anexos,
em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à deverão ser divulgados em sítio eletrônico oficial na mesma data de
data da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de divulgação do edital, sem necessidade de registro ou de identifica-
preços correspondente; ção para acesso.
IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na § 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de
forma de regulamento. grande vulto, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implanta-
§ 3º Nas contratações realizadas por Municípios, Estados e Dis- ção de programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo de
trito Federal, desde que não envolvam recursos da União, o valor 6 (seis) meses, contado da celebração do contrato, conforme regu-
previamente estimado da contratação, a que se refere o caput des- lamento que disporá sobre as medidas a serem adotadas, a forma
te artigo, poderá ser definido por meio da utilização de outros siste- de comprovação e as penalidades pelo seu descumprimento.
mas de custos adotados pelo respectivo ente federativo. § 5º O edital poderá prever a responsabilidade do contratado
§ 4º Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dis- pela:
pensa, quando não for possível estimar o valor do objeto na forma I - obtenção do licenciamento ambiental;
estabelecida nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, o contratado deverá II - realização da desapropriação autorizada pelo poder público.
comprovar previamente que os preços estão em conformidade com § 6º Os licenciamentos ambientais de obras e serviços de en-
os praticados em contratações semelhantes de objetos de mesma genharia licitados e contratados nos termos desta Lei terão priori-
natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emitidas para dade de tramitação nos órgãos e entidades integrantes do Sistema
outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data da Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser orientados
contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo. pelos princípios da celeridade, da cooperação, da economicidade
§ 5º No processo licitatório para contratação de obras e ser- e da eficiência.
viços de engenharia sob os regimes de contratação integrada ou § 7º Independentemente do prazo de duração do contrato,
semi-integrada, o valor estimado da contratação será calculado nos será obrigatória a previsão no edital de índice de reajustamento de
termos do § 2º deste artigo, acrescido ou não de parcela referente preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado e
à remuneração do risco, e, sempre que necessário e o anteproje- com a possibilidade de ser estabelecido mais de um índice especí-
to o permitir, a estimativa de preço será baseada em orçamento fico ou setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos
sintético, balizado em sistema de custo definido no inciso I do § respectivos insumos.
2º deste artigo, devendo a utilização de metodologia expedita ou § 8º Nas licitações de serviços contínuos, observado o inter-
paramétrica e de avaliação aproximada baseada em outras contra- regno mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento será por:
tações similares ser reservada às frações do empreendimento não I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regi-
suficientemente detalhadas no anteprojeto. me de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de
§ 6º Na hipótese do § 5º deste artigo, será exigido dos licitantes mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais;
ou contratados, no orçamento que compuser suas respectivas pro- II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva
postas, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento do orçamento de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante de-
sintético referido no mencionado parágrafo. monstração analítica da variação dos custos.
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da con- § 9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir
tratação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do que percentual mínimo da mão de obra responsável pela execução
detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessá- do objeto da contratação seja constituído por:
rias para a elaboração das propostas, e, nesse caso: I - mulheres vítimas de violência doméstica; (Vide Decreto nº
I - o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno 11.430, de 2023) Vigência
e externo; II - oriundos ou egressos do sistema prisional.
II - (VETADO). Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida mar-
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o gem de preferência para:
critério de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou o I - bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a
máximo aceitável constará do edital da licitação. normas técnicas brasileiras;
II - bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme
regulamento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º A margem de preferência de que trata o caput deste artigo: Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental
I - será definida em decisão fundamentada do Poder Executivo comum a que se refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão
federal, no caso do inciso I do caput deste artigo; sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualidade
II - poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o preço dos que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
bens e serviços que não se enquadrem no disposto nos incisos I ou especificações usuais de mercado.
II do caput deste artigo; Parágrafo único. O pregão não se aplica às contratações de
III - poderá ser estendida a bens manufaturados e serviços ori- serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
ginários de Estados Partes do Mercado Comum do Sul (Mercosul), intelectual e de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços
desde que haja reciprocidade com o País prevista em acordo inter- de engenharia de que trata a alínea “a” do inciso XXI do caput do
nacional aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado pelo Presi- art. 6º desta Lei.
dente da República. Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas
§ 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais em edital, que indicará:
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica no País, de- I - a qualificação exigida dos participantes;
finidos conforme regulamento do Poder Executivo federal, a mar- II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
gem de preferência a que se refere o caput deste artigo poderá ser III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser
de até 20% (vinte por cento). concedida ao vencedor.
§ 3º (VETADO). Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de
§ 4º (VETADO). projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter-
§ 5º A margem de preferência não se aplica aos bens manu- mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao
faturados nacionais e aos serviços nacionais se a capacidade de projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
produção desses bens ou de prestação desses serviços no País for oportunidade das autoridades competentes.
inferior: Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a ser-
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou vidor designado pela autoridade competente da Administração, e
II - aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do ob- regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.
jeto, quando for o caso. § 1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de leilo-
§ 6º Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços eiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante creden-
e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade com- ciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de
petente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou julgamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas,
entidade integrante da Administração Pública ou daqueles por ela utilizados como parâmetro máximo os percentuais definidos na lei
indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a
comercial, industrial ou tecnológica ou acesso a condições vantajo- serem leiloados.
sas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabele- § 2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio
cida pelo Poder Executivo federal. eletrônico oficial, que conterá:
§ 7º Nas contratações destinadas à implantação, à manutenção I - a descrição do bem, com suas características, e, no caso de
e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos
comunicação considerados estratégicos em ato do Poder Executivo registros;
federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecno- II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo
logia desenvolvida no País produzidos de acordo com o processo qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o
produtivo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de caso, a comissão do leiloeiro designado;
2001. III - a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos
Art. 27. Será divulgada, em sítio eletrônico oficial, a cada exer- e os semoventes;
cício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência IV - o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão,
do disposto no art. 26 desta Lei, com indicação do volume de recur- salvo se excepcionalmente for realizado sob a forma presencial por
sos destinados a cada uma delas. comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para a Adminis-
tração, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de
SEÇÃO II sua realização;
DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO V - a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências
existentes sobre os bens a serem leiloados.
Art. 28. São modalidades de licitação: § 3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do
I - pregão; leilão será afixado em local de ampla circulação de pessoas na sede
II - concorrência; da Administração e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios
III - concurso; necessários para ampliar a publicidade e a competitividade da lici-
IV - leilão; tação.
V - diálogo competitivo. § 4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase
§ 1º Além das modalidades referidas no caput deste artigo, a de habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase
Administração pode servir-se dos procedimentos auxiliares previs- de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo
tos no art. 78 desta Lei. licitante vencedor, na forma definida no edital.
§ 2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou, Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata-
ainda, a combinação daquelas referidas no caput deste artigo. ções em que a Administração:
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) inovação tecnológica ou técnica; § 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do §


b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade 1º deste artigo assinarão termo de confidencialidade e abster-se-ão
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e de atividades que possam configurar conflito de interesses.
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem defini-
das com precisão suficiente pela Administração; SEÇÃO III
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta-
que para os seguintes aspectos: Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo
a) a solução técnica mais adequada; com os seguintes critérios:
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi- I - menor preço;
nida; II - maior desconto;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato; III - melhor técnica ou conteúdo artístico;
III - (VETADO). IV - técnica e preço;
§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as V - maior lance, no caso de leilão;
seguintes disposições: VI - maior retorno econômico.
I - a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e,
edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências quando couber, por técnica e preço considerará o menor dispêndio
já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias para a Administração, atendidos os parâmetros mínimos de quali-
úteis para manifestação de interesse na participação da licitação; dade definidos no edital de licitação.
II - os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes de- § 1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas de ma-
verão ser previstos em edital, e serão admitidos todos os interessa- nutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental
dos que preencherem os requisitos objetivos estabelecidos; do objeto licitado, entre outros fatores vinculados ao seu ciclo de
III - a divulgação de informações de modo discriminatório que vida, poderão ser considerados para a definição do menor dispên-
possa implicar vantagem para algum licitante será vedada; dio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme disposto
IV - a Administração não poderá revelar a outros licitantes as em regulamento.
soluções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por § 2º O julgamento por maior desconto terá como referência o
um licitante sem o seu consentimento; preço global fixado no edital de licitação, e o desconto será estendi-
V - a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administra- do aos eventuais termos aditivos.
ção, em decisão fundamentada, identifique a solução ou as solu- Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artísti-
ções que atendam às suas necessidades; co considerará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas
VI - as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão regis- apresentadas pelos licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou
tradas em ata e gravadas mediante utilização de recursos tecnoló- a remuneração que será atribuída aos vencedores.
gicos de áudio e vídeo; Parágrafo único. O critério de julgamento de que trata o caput
VII - o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, deste artigo poderá ser utilizado para a contratação de projetos e
caso em que cada fase poderá restringir as soluções ou as propos- trabalhos de natureza técnica, científica ou artística.
tas a serem discutidas; Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior
VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi pontuação obtida a partir da ponderação, segundo fatores objeti-
concluído, juntar aos autos do processo licitatório os registros e as vos previstos no edital, das notas atribuídas aos aspectos de técnica
gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divul- e de preço da proposta.
gação de edital contendo a especificação da solução que atenda às § 1º O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo
suas necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados para será escolhido quando estudo técnico preliminar demonstrar que a
seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que
(sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-selecionados na superarem os requisitos mínimos estabelecidos no edital forem re-
forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas, levantes aos fins pretendidos pela Administração nas licitações para
que deverão conter os elementos necessários para a realização do contratação de:
projeto; I - serviços técnicos especializados de natureza predominante-
IX - a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes mente intelectual, caso em que o critério de julgamento de técnica
às propostas apresentadas, desde que não impliquem discrimina- e preço deverá ser preferencialmente empregado;
ção nem distorçam a concorrência entre as propostas; II - serviços majoritariamente dependentes de tecnologia so-
X - a Administração definirá a proposta vencedora de acordo fisticada e de domínio restrito, conforme atestado por autoridades
com critérios divulgados no início da fase competitiva, assegurada a técnicas de reconhecida qualificação;
contratação mais vantajosa como resultado; III - bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de
XI - o diálogo competitivo será conduzido por comissão de con- comunicação;
tratação composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou IV - obras e serviços especiais de engenharia;
empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da V - objetos que admitam soluções específicas e alternativas e
Administração, admitida a contratação de profissionais para asses- variações de execução, com repercussões significativas e concreta-
soramento técnico da comissão; mente mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade, rendimen-
XII - (VETADO). to e durabilidade, quando essas soluções e variações puderem ser
adotadas à livre escolha dos licitantes, conforme critérios objetiva-
mente definidos no edital de licitação.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas II - proposta de preço, que corresponderá a percentual sobre
e ponderadas as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de a economia que se estima gerar durante determinado período, ex-
preço apresentadas pelos licitantes, na proporção máxima de 70% pressa em unidade monetária.
(setenta por cento) de valoração para a proposta técnica. § 2º O edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos
§ 3º O desempenho pretérito na execução de contratos com a de mensuração da economia gerada com a execução do contrato,
Administração Pública deverá ser considerado na pontuação técni- que servirá de base de cálculo para a remuneração devida ao con-
ca, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 desta Lei e em tratado.
regulamento. § 3º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômi-
Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e pre- co será o resultado da economia que se estima gerar com a execu-
ço deverá ser realizado por: ção da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço.
I - verificação da capacitação e da experiência do licitante, com- § 4º Nos casos em que não for gerada a economia prevista no
provadas por meio da apresentação de atestados de obras, produ- contrato de eficiência:
tos ou serviços previamente realizados; I - a diferença entre a economia contratada e a efetivamente
II - atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por obtida será descontada da remuneração do contratado;
banca designada para esse fim, de acordo com orientações e limi- II - se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente
tes definidos em edital, considerados a demonstração de conheci- obtida for superior ao limite máximo estabelecido no contrato, o
mento do objeto, a metodologia e o programa de trabalho, a qua- contratado sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis.
lificação das equipes técnicas e a relação dos produtos que serão
entregues; SEÇÃO IV
III - atribuição de notas por desempenho do licitante em con- DISPOSIÇÕES SETORIAIS
tratações anteriores aferida nos documentos comprobatórios de
que trata o § 3º do art. 88 desta Lei e em registro cadastral unifica- SUBSEÇÃO I
do disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). DAS COMPRAS
§ 1º A banca referida no inciso II do caput deste artigo terá no
mínimo 3 (três) membros e poderá ser composta de: Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a ex-
I - servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes pectativa de consumo anual e observar o seguinte:
aos quadros permanentes da Administração Pública; I - condições de aquisição e pagamento semelhantes às do se-
II - profissionais contratados por conhecimento técnico, experi- tor privado;
ência ou renome na avaliação dos quesitos especificados em edital, II - processamento por meio de sistema de registro de preços,
desde que seus trabalhos sejam supervisionados por profissionais quando pertinente;
designados conforme o disposto no art. 7º desta Lei. III - determinação de unidades e quantidades a serem adquiri-
§ 2º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na das em função de consumo e utilização prováveis, cuja estimativa
licitação para contratação dos serviços técnicos especializados de será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
natureza predominantemente intelectual previstos nas alíneas “a”, quantitativas, admitido o fornecimento contínuo;
“d” e “h” do inciso XVIII do caput do art. 6º desta Lei cujo valor es- IV - condições de guarda e armazenamento que não permitam
timado da contratação seja superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil a deterioração do material;
reais), o julgamento será por: (Vide Decreto nº 11.317, de 2022) V - atendimento aos princípios:
Vigência a) da padronização, considerada a compatibilidade de especifi-
I - melhor técnica; ou cações estéticas, técnicas ou de desempenho;
II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e econo-
valoração da proposta técnica.” micamente vantajoso;
Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou por técnica e c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da des-
preço, a obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-pro- pesa estimada com a prevista no orçamento.
fissional exigirá que a execução do respectivo contrato tenha parti- § 1º O termo de referência deverá conter os elementos previs-
cipação direta e pessoal do profissional correspondente. tos no inciso XXIII do caput do art. 6º desta Lei, além das seguintes
Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado informações:
exclusivamente para a celebração de contrato de eficiência, consi- I - especificação do produto, preferencialmente conforme catá-
derará a maior economia para a Administração, e a remuneração logo eletrônico de padronização, observados os requisitos de quali-
deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional dade, rendimento, compatibilidade, durabilidade e segurança;
à economia efetivamente obtida na execução do contrato. II - indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras
§ 1º Nas licitações que adotarem o critério de julgamento de para recebimentos provisório e definitivo, quando for o caso;
que trata o caput deste artigo, os licitantes apresentarão: III - especificação da garantia exigida e das condições de manu-
I - proposta de trabalho, que deverá contemplar: tenção e assistência técnica, quando for o caso.
a) as obras, os serviços ou os bens, com os respectivos prazos § 2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às
de realização ou fornecimento; compras, deverão ser considerados:
b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de I - a viabilidade da divisão do objeto em lotes;
medida associada à obra, ao bem ou ao serviço e em unidade mo- II - o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com
netária; vistas à economicidade, sempre que possível, desde que atendidos
os parâmetros de qualidade; e

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a III - certificação, certificado, laudo laboratorial ou documento
concentração de mercado. similar que possibilite a aferição da qualidade e da conformidade
§ 3º O parcelamento não será adotado quando: do produto ou do processo de fabricação, inclusive sob o aspecto
I - a economia de escala, a redução de custos de gestão de con- ambiental, emitido por instituição oficial competente ou por enti-
tratos ou a maior vantagem na contratação recomendar a compra dade credenciada.
do item do mesmo fornecedor; § 1º O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade
II - o objeto a ser contratado configurar sistema único e inte- da proposta, certificação de qualidade do produto por instituição
grado e houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pre- credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
tendido; Qualidade Industrial (Conmetro).
III - o processo de padronização ou de escolha de marca levar a § 2º A Administração poderá, nos termos do edital de licita-
fornecedor exclusivo. ção, oferecer protótipo do objeto pretendido e exigir, na fase de
§ 4º Em relação à informação de que trata o inciso III do § 1º julgamento das propostas, amostras do licitante provisoriamente
deste artigo, desde que fundamentada em estudo técnico prelimi- vencedor, para atender a diligência ou, após o julgamento, como
nar, a Administração poderá exigir que os serviços de manutenção condição para firmar contrato.
e assistência técnica sejam prestados mediante deslocamento de § 3º No interesse da Administração, as amostras a que se refere
técnico ou disponibilizados em unidade de prestação de serviços o § 2º deste artigo poderão ser examinadas por instituição com re-
localizada em distância compatível com suas necessidades. putação ético-profissional na especialidade do objeto, previamente
Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de indicada no edital.
bens, a Administração poderá excepcionalmente: Art. 43. O processo de padronização deverá conter:
I - indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que formal- I - parecer técnico sobre o produto, considerados especifica-
mente justificado, nas seguintes hipóteses: ções técnicas e estéticas, desempenho, análise de contratações an-
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto; teriores, custo e condições de manutenção e garantia;
b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade II - despacho motivado da autoridade superior, com a adoção
com plataformas e padrões já adotados pela Administração; do padrão;
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por III - síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão defini-
mais de um fornecedor forem os únicos capazes de atender às ne- do, divulgadas em sítio eletrônico oficial.
cessidades do contratante; § 1º É permitida a padronização com base em processo de ou-
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais tro órgão ou entidade de nível federativo igual ou superior ao do
bem compreendida pela identificação de determinada marca ou órgão adquirente, devendo o ato que decidir pela adesão a outra
determinado modelo aptos a servir apenas como referência; padronização ser devidamente motivado, com indicação da neces-
II - exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimen- sidade da Administração e dos riscos decorrentes dessa decisão, e
to de pré-qualificação permanente, na fase de julgamento das pro- divulgado em sítio eletrônico oficial.
postas ou de lances, ou no período de vigência do contrato ou da § 2º As contratações de soluções baseadas em software de uso
ata de registro de preços, desde que previsto no edital da licitação e disseminado serão disciplinadas em regulamento que defina pro-
justificada a necessidade de sua apresentação; cesso de gestão estratégica das contratações desse tipo de solução.
III - vedar a contratação de marca ou produto, quando, median- Art. 44. Quando houver a possibilidade de compra ou de lo-
te processo administrativo, restar comprovado que produtos adqui- cação de bens, o estudo técnico preliminar deverá considerar os
ridos e utilizados anteriormente pela Administração não atendem custos e os benefícios de cada opção, com indicação da alternativa
a requisitos indispensáveis ao pleno adimplemento da obrigação mais vantajosa.
contratual;
IV - solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida SUBSEÇÃO II
pelo fabricante, que assegure a execução do contrato, no caso de DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
licitante revendedor ou distribuidor.
Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do caput deste Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem
artigo restringir-se-á ao licitante provisoriamente vencedor quando respeitar, especialmente, as normas relativas a:
realizada na fase de julgamento das propostas ou de lances. I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só-
Art. 42. A prova de qualidade de produto apresentado pelos lidos gerados pelas obras contratadas;
proponentes como similar ao das marcas eventualmente indicadas II - mitigação por condicionantes e compensação ambiental,
no edital será admitida por qualquer um dos seguintes meios: que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
I - comprovação de que o produto está de acordo com as nor- III - utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que,
mas técnicas determinadas pelos órgãos oficiais competentes, pela comprovadamente, favoreçam a redução do consumo de energia e
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra enti- de recursos naturais;
dade credenciada pelo Inmetro; IV - avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação
II - declaração de atendimento satisfatório emitida por outro urbanística;
órgão ou entidade de nível federativo equivalente ou superior que V - proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e
tenha adquirido o produto; imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
reto causado pelas obras contratadas;
VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi-
lidade reduzida.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 46. Na execução indireta de obras e serviços de engenha- SUBSEÇÃO III


ria, são admitidos os seguintes regimes: DOS SERVIÇOS EM GERAL
I - empreitada por preço unitário;
II - empreitada por preço global; Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:
III - empreitada integral; I - da padronização, considerada a compatibilidade de especifi-
IV - contratação por tarefa; cações estéticas, técnicas ou de desempenho;
V - contratação integrada; II - do parcelamento, quando for tecnicamente viável e econo-
VI - contratação semi-integrada; micamente vantajoso.
VII - fornecimento e prestação de serviço associado. § 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser
§ 1º É vedada a realização de obras e serviços de engenharia considerados:
sem projeto executivo, ressalvada a hipótese prevista no § 3º do I - a responsabilidade técnica;
art. 18 desta Lei. II - o custo para a Administração de vários contratos frente às
§ 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto vantagens da redução de custos, com divisão do objeto em itens;
básico nos casos de contratação integrada, hipótese em que deverá III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a
ser elaborado anteprojeto de acordo com metodologia definida em concentração de mercado.
ato do órgão competente, observados os requisitos estabelecidos § 2º Na licitação de serviços de manutenção e assistência téc-
no inciso XXIV do art. 6º desta Lei. nica, o edital deverá definir o local de realização dos serviços, admi-
§ 3º Na contratação integrada, após a elaboração do projeto tida a exigência de deslocamento de técnico ao local da repartição
básico pelo contratado, o conjunto de desenhos, especificações, ou a exigência de que o contratado tenha unidade de prestação de
memoriais e cronograma físico-financeiro deverá ser submetido à serviços em distância compatível com as necessidades da Adminis-
aprovação da Administração, que avaliará sua adequação em re- tração.
lação aos parâmetros definidos no edital e conformidade com as Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as ativi-
normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a qualidade ou a dades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos
vida útil do empreendimento e mantida a responsabilidade integral assuntos que constituam área de competência legal do órgão ou da
do contratado pelos riscos associados ao projeto básico. entidade, vedado à Administração ou a seus agentes, na contrata-
§ 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o ção do serviço terceirizado:
edital e o contrato, sempre que for o caso, deverão prever as provi- I - indicar pessoas expressamente nominadas para executar di-
dências necessárias para a efetivação de desapropriação autorizada reta ou indiretamente o objeto contratado;
pelo poder público, bem como: II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo
I - o responsável por cada fase do procedimento expropriatório; a ser pago pelo contratado;
II - a responsabilidade pelo pagamento das indenizações devi- III - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de
das; empresa prestadora de serviço terceirizado;
III - a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pe- IV - definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso
los bens expropriados, inclusive de custos correlatos; dos salários pagos;
IV - a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o V - demandar a funcionário de empresa prestadora de servi-
risco pela diferença entre o custo da desapropriação e a estimativa ço terceirizado a execução de tarefas fora do escopo do objeto da
de valor e pelos eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso contratação;
na disponibilização dos bens expropriados; VI - prever em edital exigências que constituam intervenção in-
V - em nome de quem deverá ser promovido o registro de imis- devida da Administração na gestão interna do contratado.
são provisória na posse e o registro de propriedade dos bens a se- Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao
rem desapropriados. contratado contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha
§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autoriza- reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do
ção da Administração, o projeto básico poderá ser alterado, desde órgão ou entidade contratante ou de agente público que desem-
que demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo penhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do
contratado em termos de redução de custos, de aumento da qua- contrato, devendo essa proibição constar expressamente do edital
lidade, de redução do prazo de execução ou de facilidade de ma- de licitação.
nutenção ou operação, assumindo o contratado a responsabilidade Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa expres-
integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico. sa, contratar mais de uma empresa ou instituição para executar o
§ 6º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedi- mesmo serviço, desde que essa contratação não implique perda de
da da conclusão e da aprovação, pela autoridade competente, dos economia de escala, quando:
trabalhos relativos às etapas anteriores. I - o objeto da contratação puder ser executado de forma con-
§ 7º (VETADO). corrente e simultânea por mais de um contratado; e
§ 8º (VETADO). II - a múltipla execução for conveniente para atender à Admi-
§ 9º Os regimes de execução a que se referem os incisos II, III, nistração.
IV, V e VI do caput deste artigo serão licitados por preço global e Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, a
adotarão sistemática de medição e pagamento associada à execu- Administração deverá manter o controle individualizado da execu-
ção de etapas do cronograma físico-financeiro vinculadas ao cum- ção do objeto contratual relativamente a cada um dos contratados.
primento de metas de resultado, vedada a adoção de sistemática de Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação
remuneração orientada por preços unitários ou referenciada pela exclusiva de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando
execução de quantidades de itens unitários. solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação do
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cumprimento das obrigações trabalhistas e com o Fundo de Garan- II - redigir sua manifestação em linguagem simples e compre-
tia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados direta- ensível e de forma clara e objetiva, com apreciação de todos os
mente envolvidos na execução do contrato, em especial quanto ao: elementos indispensáveis à contratação e com exposição dos pres-
I - registro de ponto; supostos de fato e de direito levados em consideração na análise
II - recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, jurídica;
repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário; III - (VETADO).
III - comprovante de depósito do FGTS; § 2º (VETADO).
IV - recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo § 3º Encerrada a instrução do processo sob os aspectos técnico
adicional; e jurídico, a autoridade determinará a divulgação do edital de licita-
V - recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenci- ção conforme disposto no art. 54.
árias dos empregados dispensados até a data da extinção do con- § 4º Na forma deste artigo, o órgão de assessoramento jurídico
trato; da Administração também realizará controle prévio de legalidade
VI - recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimenta- de contratações diretas, acordos, termos de cooperação, convênios,
ção, na forma prevista em norma coletiva. ajustes, adesões a atas de registro de preços, outros instrumentos
congêneres e de seus termos aditivos.
SUBSEÇÃO IV § 5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente
DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS definidas em ato da autoridade jurídica máxima competente, que
deverá considerar o baixo valor, a baixa complexidade da contrata-
Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74 ção, a entrega imediata do bem ou a utilização de minutas de edi-
desta Lei, a locação de imóveis deverá ser precedida de licitação e tais e instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes previa-
avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos mente padronizados pelo órgão de assessoramento jurídico.
de adaptações e do prazo de amortização dos investimentos neces- § 6º (VETADO).
sários. Art. 54. A publicidade do edital de licitação será realizada me-
diante divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocató-
SUBSEÇÃO V rio e de seus anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas
DAS LICITAÇÕES INTERNACIONAIS (PNCP).
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publi-
Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá cação de extrato do edital no Diário Oficial da União, do Estado, do
ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público,
e atender às exigências dos órgãos competentes. do ente de maior nível entre eles, bem como em jornal diário de
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço grande circulação. (Promulgação partes vetadas)
em moeda estrangeira, o licitante brasileiro igualmente poderá fa- § 2º É facultada a divulgação adicional e a manutenção do in-
zê-lo. teiro teor do edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial do
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente ente federativo do órgão ou entidade responsável pela licitação ou,
contratado em virtude de licitação nas condições de que trata o § 1º no caso de consórcio público, do ente de maior nível entre eles,
deste artigo será efetuado em moeda corrente nacional. admitida, ainda, a divulgação direta a interessados devidamente
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão cadastrados para esse fim.
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro. § 3º Após a homologação do processo licitatório, serão dispo-
§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edi- nibilizados no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e,
tal e serão definidos a partir de estimativas ou médias dos tributos. se o órgão ou entidade responsável pela licitação entender cabível,
§ 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às mes- também no sítio referido no § 2º deste artigo, os documentos ela-
mas regras e condições, na forma estabelecida no edital. borados na fase preparatória que porventura não tenham integrado
§ 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá pre- o edital e seus anexos.
ver condições de habilitação, classificação e julgamento que cons-
tituam barreiras de acesso ao licitante estrangeiro, admitida a pre- CAPÍTULO IV
visão de margem de preferência para bens produzidos no País e DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES
serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras, na
forma definida no art. 26 desta Lei. Art. 55. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e
lances, contados a partir da data de divulgação do edital de licita-
CAPÍTULO III ção, são de:
DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO I - para aquisição de bens:
a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamen-
Art. 53. Ao final da fase preparatória, o processo licitatório se- to de menor preço ou de maior desconto;
guirá para o órgão de assessoramento jurídico da Administração, b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alí-
que realizará controle prévio de legalidade mediante análise jurídi- nea “a” deste inciso;
ca da contratação. II - no caso de serviços e obras:
§ 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessora- a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julga-
mento jurídico da Administração deverá: mento de menor preço ou de maior desconto, no caso de serviços
I - apreciar o processo licitatório conforme critérios objetivos comuns e de obras e serviços comuns de engenharia;
prévios de atribuição de prioridade;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios Art. 58. Poderá ser exigida, no momento da apresentação da
de julgamento de menor preço ou de maior desconto, no caso de proposta, a comprovação do recolhimento de quantia a título de
serviços especiais e de obras e serviços especiais de engenharia; garantia de proposta, como requisito de pré-habilitação.
c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de § 1º A garantia de proposta não poderá ser superior a 1% (um
contratação integrada; por cento) do valor estimado para a contratação.
d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução § 2º A garantia de proposta será devolvida aos licitantes no pra-
for o de contratação semi-integrada ou nas hipóteses não abrangi- zo de 10 (dez) dias úteis, contado da assinatura do contrato ou da
das pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste inciso; data em que for declarada fracassada a licitação.
III - para licitação em que se adote o critério de julgamento de § 3º Implicará execução do valor integral da garantia de pro-
maior lance, 15 (quinze) dias úteis; posta a recusa em assinar o contrato ou a não apresentação dos
IV - para licitação em que se adote o critério de julgamento documentos para a contratação.
de técnica e preço ou de melhor técnica ou conteúdo artístico, 35 § 4º A garantia de proposta poderá ser prestada nas modalida-
(trinta e cinco) dias úteis. des de que trata o § 1º do art. 96 desta Lei.
§ 1º Eventuais modificações no edital implicarão nova divulga-
ção na mesma forma de sua divulgação inicial, além do cumprimen- CAPÍTULO V
to dos mesmos prazos dos atos e procedimentos originais, exceto DO JULGAMENTO
quando a alteração não comprometer a formulação das propostas.
§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão, mediante deci- Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que:
são fundamentada, ser reduzidos até a metade nas licitações rea- I - contiverem vícios insanáveis;
lizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de II - não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas
Saúde (SUS). no edital;
Art. 56. O modo de disputa poderá ser, isolada ou conjunta- III - apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem aci-
mente: ma do orçamento estimado para a contratação;
I - aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas IV - não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exi-
propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou gido pela Administração;
decrescentes; V - apresentarem desconformidade com quaisquer outras exi-
II - fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em gências do edital, desde que insanável.
sigilo até a data e hora designadas para sua divulgação. § 1º A verificação da conformidade das propostas poderá ser
§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será ve- feita exclusivamente em relação à proposta mais bem classificada.
dada quando adotados os critérios de julgamento de menor preço § 2º A Administração poderá realizar diligências para aferir a
ou de maior desconto. exequibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja
§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quan- demonstrada, conforme disposto no inciso IV do caput deste artigo.
do adotado o critério de julgamento de técnica e preço. § 3º No caso de obras e serviços de engenharia e arquitetura,
§ 3º Serão considerados intermediários os lances: para efeito de avaliação da exequibilidade e de sobrepreço, serão
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o considerados o preço global, os quantitativos e os preços unitários
critério de julgamento de maior lance; tidos como relevantes, observado o critério de aceitabilidade de
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados preços unitário e global a ser fixado no edital, conforme as especifi-
os demais critérios de julgamento. cidades do mercado correspondente.
§ 4º Após a definição da melhor proposta, se a diferença em § 4º No caso de obras e serviços de engenharia, serão consi-
relação à proposta classificada em segundo lugar for de pelo menos deradas inexequíveis as propostas cujos valores forem inferiores a
5% (cinco por cento), a Administração poderá admitir o reinício da 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela Administração.
disputa aberta, nos termos estabelecidos no instrumento convoca- § 5º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, será
tório, para a definição das demais colocações. exigida garantia adicional do licitante vencedor cuja proposta for
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor orçado pela Ad-
julgamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à ministração, equivalente à diferença entre este último e o valor da
Administração, por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos proposta, sem prejuízo das demais garantias exigíveis de acordo
quantitativos e dos custos unitários, bem como com detalhamento com esta Lei.
das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, se-
(ES), com os respectivos valores adequados ao valor final da pro- rão utilizados os seguintes critérios de desempate, nesta ordem:
posta vencedora, admitida a utilização dos preços unitários, no caso I - disputa final, hipótese em que os licitantes empatados po-
de empreitada por preço global, empreitada integral, contratação derão apresentar nova proposta em ato contínuo à classificação;
semi-integrada e contratação integrada, exclusivamente para even- II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes,
tuais adequações indispensáveis no cronograma físico-financeiro e para a qual deverão preferencialmente ser utilizados registros ca-
para balizar excepcional aditamento posterior do contrato. dastrais para efeito de atesto de cumprimento de obrigações pre-
Art. 57. O edital de licitação poderá estabelecer intervalo míni- vistos nesta Lei;
mo de diferença de valores entre os lances, que incidirá tanto em III - desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade en-
relação aos lances intermediários quanto em relação à proposta tre homens e mulheres no ambiente de trabalho, conforme regula-
que cobrir a melhor oferta. mento; (Vide Decreto nº 11.430, de 2023) Vigência
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integrida-
de, conforme orientações dos órgãos de controle.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, Federal, nas leis trabalhistas, nas normas infralegais, nas conven-
será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços ções coletivas de trabalho e nos termos de ajustamento de conduta
produzidos ou prestados por: vigentes na data de entrega das propostas.
I - empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distri- § 2º Quando a avaliação prévia do local de execução for impres-
to Federal do órgão ou entidade da Administração Pública estadual cindível para o conhecimento pleno das condições e peculiaridades
ou distrital licitante ou, no caso de licitação realizada por órgão ou do objeto a ser contratado, o edital de licitação poderá prever, sob
entidade de Município, no território do Estado em que este se lo- pena de inabilitação, a necessidade de o licitante atestar que co-
calize; nhece o local e as condições de realização da obra ou serviço, asse-
II - empresas brasileiras; gurado a ele o direito de realização de vistoria prévia.
III - empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento § 3º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, o edital de lici-
de tecnologia no País; tação sempre deverá prever a possibilidade de substituição da vis-
IV - empresas que comprovem a prática de mitigação, nos ter- toria por declaração formal assinada pelo responsável técnico do
mos da Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. licitante acerca do conhecimento pleno das condições e peculiari-
§ 2º As regras previstas no caput deste artigo não prejudicarão dades da contratação.
a aplicação do disposto no art. 44 da Lei Complementar nº 123, de § 4º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, se os licitantes
14 de dezembro de 2006. optarem por realizar vistoria prévia, a Administração deverá dispo-
Art. 61. Definido o resultado do julgamento, a Administração nibilizar data e horário diferentes para os eventuais interessados.
poderá negociar condições mais vantajosas com o primeiro colo- Art. 64. Após a entrega dos documentos para habilitação, não
cado. será permitida a substituição ou a apresentação de novos docu-
§ 1º A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, se- mentos, salvo em sede de diligência, para:
gundo a ordem de classificação inicialmente estabelecida, quando I - complementação de informações acerca dos documentos já
o primeiro colocado, mesmo após a negociação, for desclassificado apresentados pelos licitantes e desde que necessária para apurar
em razão de sua proposta permanecer acima do preço máximo de- fatos existentes à época da abertura do certame;
finido pela Administração. II - atualização de documentos cuja validade tenha expirado
§ 2º A negociação será conduzida por agente de contratação após a data de recebimento das propostas.
ou comissão de contratação, na forma de regulamento, e, depois § 1º Na análise dos documentos de habilitação, a comissão de
de concluída, terá seu resultado divulgado a todos os licitantes e licitação poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância
anexado aos autos do processo licitatório. dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fun-
damentado registrado e acessível a todos, atribuindo-lhes eficácia
CAPÍTULO VI para fins de habilitação e classificação.
DA HABILITAÇÃO § 2º Quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento e
já tiver sido encerrada, não caberá exclusão de licitante por motivo
Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o relacionado à habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes
conjunto de informações e documentos necessários e suficientes ou só conhecidos após o julgamento.
para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da Art. 65. As condições de habilitação serão definidas no edital.
licitação, dividindo-se em: § 1º As empresas criadas no exercício financeiro da licitação
I - jurídica; deverão atender a todas as exigências da habilitação e ficarão au-
II - técnica; torizadas a substituir os demonstrativos contábeis pelo balanço de
III - fiscal, social e trabalhista; abertura.
IV - econômico-financeira. § 2º A habilitação poderá ser realizada por processo eletrônico
Art. 63. Na fase de habilitação das licitações serão observadas de comunicação a distância, nos termos dispostos em regulamento.
as seguintes disposições: Art. 66. A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade
I - poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que aten- de o licitante exercer direitos e assumir obrigações, e a documenta-
dem aos requisitos de habilitação, e o declarante responderá pela ção a ser apresentada por ele limita-se à comprovação de existência
veracidade das informações prestadas, na forma da lei; jurídica da pessoa e, quando cabível, de autorização para o exercí-
II - será exigida a apresentação dos documentos de habilitação cio da atividade a ser contratada.
apenas pelo licitante vencedor, exceto quando a fase de habilitação Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis-
anteceder a de julgamento; sional e técnico-operacional será restrita a:
III - serão exigidos os documentos relativos à regularidade fis- I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
cal, em qualquer caso, somente em momento posterior ao julga- conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
mento das propostas, e apenas do licitante mais bem classificado; atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
IV - será exigida do licitante declaração de que cumpre as exi- viço de características semelhantes, para fins de contratação;
gências de reserva de cargos para pessoa com deficiência e para II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
reabilitado da Previdência Social, previstas em lei e em outras nor- lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
mas específicas. capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
§ 1º Constará do edital de licitação cláusula que exija dos lici- plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
tantes, sob pena de desclassificação, declaração de que suas pro- como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
postas econômicas compreendem a integralidade dos custos para art. 88 desta Lei;
atendimento dos direitos trabalhistas assegurados na Constituição

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare- cio não identificar a atividade desempenhada por cada consorciado
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da individualmente, serão adotados os seguintes critérios na avaliação
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc- de sua qualificação técnica:
nica que se responsabilizará pelos trabalhos; I - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe- homogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas
cial, quando for o caso; para cada empresa consorciada na proporção quantitativa de sua
V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, participação no consórcio, salvo nas licitações para contratação de
quando for o caso; serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de to- intelectual, em que todas as experiências atestadas deverão ser re-
das as informações e das condições locais para o cumprimento das conhecidas para cada uma das empresas consorciadas;
obrigações objeto da licitação. II - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio
§ 1º A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior heterogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas
relevância ou valor significativo do objeto da licitação, assim consi- para cada consorciado de acordo com os respectivos campos de
deradas as que tenham valor individual igual ou superior a 4% (qua- atuação, inclusive nas licitações para contratação de serviços téc-
tro por cento) do valor total estimado da contratação. nicos especializados de natureza predominantemente intelectual.
§ 2º Observado o disposto no caput e no § 1º deste artigo, será § 11. Na hipótese do § 10 deste artigo, para fins de comprova-
admitida a exigência de atestados com quantidades mínimas de até ção do percentual de participação do consorciado, caso este não
50% (cinquenta por cento) das parcelas de que trata o referido pa- conste expressamente do atestado ou da certidão, deverá ser junta-
rágrafo, vedadas limitações de tempo e de locais específicos relati- da ao atestado ou à certidão cópia do instrumento de constituição
vas aos atestados. do consórcio.
§ 3º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, as § 12. Na documentação de que trata o inciso I do caput deste
exigências a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo, a artigo, não serão admitidos atestados de responsabilidade técnica
critério da Administração, poderão ser substituídas por outra prova de profissionais que, na forma de regulamento, tenham dado causa
de que o profissional ou a empresa possui conhecimento técnico e à aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV do caput do art.
experiência prática na execução de serviço de características seme- 156 desta Lei em decorrência de orientação proposta, de prescrição
lhantes, hipótese em que as provas alternativas aceitáveis deverão técnica ou de qualquer ato profissional de sua responsabilidade.
ser previstas em regulamento. Art. 68. As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas
§ 4º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis mediante a verificação dos seguintes requisitos:
emitidos por entidades estrangeiras quando acompanhados de tra- I - a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadas-
dução para o português, salvo se comprovada a inidoneidade da tro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
entidade emissora. II - a inscrição no cadastro de contribuintes estadual e/ou muni-
§ 5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exi- cipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinen-
gir certidão ou atestado que demonstre que o licitante tenha exe- te ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
cutado serviços similares ao objeto da licitação, em períodos suces- III - a regularidade perante a Fazenda federal, estadual e/ou
sivos ou não, por um prazo mínimo, que não poderá ser superior a municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente,
3 (três) anos. na forma da lei;
§ 6º Os profissionais indicados pelo licitante na forma dos inci- IV - a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que
sos I e III do caput deste artigo deverão participar da obra ou serviço demonstre cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;
objeto da licitação, e será admitida a sua substituição por profissio- V - a regularidade perante a Justiça do Trabalho;
nais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada VI - o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da
pela Administração. Constituição Federal.
§ 7º Sociedades empresárias estrangeiras atenderão à exigên- § 1º Os documentos referidos nos incisos do caput deste artigo
cia prevista no inciso V do caput deste artigo por meio da apre- poderão ser substituídos ou supridos, no todo ou em parte, por ou-
sentação, no momento da assinatura do contrato, da solicitação de tros meios hábeis a comprovar a regularidade do licitante, inclusive
registro perante a entidade profissional competente no Brasil. por meio eletrônico.
§ 8º Será admitida a exigência da relação dos compromissos § 2º A comprovação de atendimento do disposto nos incisos III,
assumidos pelo licitante que importem em diminuição da disponi- IV e V do caput deste artigo deverá ser feita na forma da legislação
bilidade do pessoal técnico referido nos incisos I e III do caput deste específica.
artigo. Art. 69. A habilitação econômico-financeira visa a demonstrar
§ 9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos, a aptidão econômica do licitante para cumprir as obrigações de-
que a qualificação técnica seja demonstrada por meio de atestados correntes do futuro contrato, devendo ser comprovada de forma
relativos a potencial subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco objetiva, por coeficientes e índices econômicos previstos no edital,
por cento) do objeto a ser licitado, hipótese em que mais de um devidamente justificados no processo licitatório, e será restrita à
licitante poderá apresentar atestado relativo ao mesmo potencial apresentação da seguinte documentação:
subcontratado. I - balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercí-
§ 10. Em caso de apresentação por licitante de atestado de de- cio e demais demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercí-
sempenho anterior emitido em favor de consórcio do qual tenha cios sociais;
feito parte, se o atestado ou o contrato de constituição do consór- II - certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo dis-
tribuidor da sede do licitante.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º A critério da Administração, poderá ser exigida declaração, § 4º O disposto neste artigo será aplicado, no que couber, à
assinada por profissional habilitado da área contábil, que ateste o contratação direta e aos procedimentos auxiliares da licitação.
atendimento pelo licitante dos índices econômicos previstos no edi-
tal. CAPÍTULO VIII
§ 2º Para o atendimento do disposto no caput deste artigo, é DA CONTRATAÇÃO DIRETA
vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior e
de índices de rentabilidade ou lucratividade. SEÇÃO I
§ 3º É admitida a exigência da relação dos compromissos as- DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DIRETA
sumidos pelo licitante que importem em diminuição de sua capa-
cidade econômico-financeira, excluídas parcelas já executadas de Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os
contratos firmados. casos de inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser ins-
§ 4º A Administração, nas compras para entrega futura e na truído com os seguintes documentos:
execução de obras e serviços, poderá estabelecer no edital a exi- I - documento de formalização de demanda e, se for o caso,
gência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo equiva- estudo técnico preliminar, análise de riscos, termo de referência,
lente a até 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação. projeto básico ou projeto executivo;
§ 5º É vedada a exigência de índices e valores não usualmente II - estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma
adotados para a avaliação de situação econômico-financeira sufi- estabelecida no art. 23 desta Lei;
ciente para o cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. III - parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que
§ 6º Os documentos referidos no inciso I do caput deste artigo demonstrem o atendimento dos requisitos exigidos;
limitar-se-ão ao último exercício no caso de a pessoa jurídica ter IV - demonstração da compatibilidade da previsão de recursos
sido constituída há menos de 2 (dois) anos. orçamentários com o compromisso a ser assumido;
Art. 70. A documentação referida neste Capítulo poderá ser: V - comprovação de que o contratado preenche os requisitos
I - apresentada em original, por cópia ou por qualquer outro de habilitação e qualificação mínima necessária;
meio expressamente admitido pela Administração; VI - razão da escolha do contratado;
II - substituída por registro cadastral emitido por órgão ou en- VII - justificativa de preço;
tidade pública, desde que previsto no edital e que o registro tenha VIII - autorização da autoridade competente.
sido feito em obediência ao disposto nesta Lei; Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o
III - dispensada, total ou parcialmente, nas contratações para extrato decorrente do contrato deverá ser divulgado e mantido à
entrega imediata, nas contratações em valores inferiores a 1/4 (um disposição do público em sítio eletrônico oficial.
quarto) do limite para dispensa de licitação para compras em geral Art. 73. Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida
e nas contratações de produto para pesquisa e desenvolvimento com dolo, fraude ou erro grosseiro, o contratado e o agente público
até o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). (Vide Decreto responsável responderão solidariamente pelo dano causado ao erá-
nº 11.317, de 2022) Vigência rio, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Parágrafo único. As empresas estrangeiras que não funcionem
no País deverão apresentar documentos equivalentes, na forma de SEÇÃO II
regulamento emitido pelo Poder Executivo federal. DA INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

CAPÍTULO VII Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,


DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO em especial nos casos de:
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
exauridos os recursos administrativos, o processo licitatório será empresa ou representante comercial exclusivos;
encaminhado à autoridade superior, que poderá: II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
I - determinar o retorno dos autos para saneamento de irregu- ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
laridades; crítica especializada ou pela opinião pública;
II - revogar a licitação por motivo de conveniência e oportuni- III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
dade; de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
III - proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante pro- empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
vocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável; serviços de publicidade e divulgação:
IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação. a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
§ 1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressa- tos executivos;
mente os atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à apuração de c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
responsabilidade de quem lhes tenha dado causa. ou tributárias;
§ 2º O motivo determinante para a revogação do processo li- d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
citatório deverá ser resultante de fato superveniente devidamente viços;
comprovado. e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
§ 3º Nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
a prévia manifestação dos interessados. g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en- b) as propostas apresentadas consignaram preços manifesta-
saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento mente superiores aos praticados no mercado ou incompatíveis com
de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais os fixados pelos órgãos oficiais competentes;
serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso; IV - para contratação que tenha por objeto:
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estran-
credenciamento; geira necessários à manutenção de equipamentos, a serem adquiri-
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins- dos do fornecedor original desses equipamentos durante o período
talações e de localização tornem necessária sua escolha. de garantia técnica, quando essa condição de exclusividade for in-
§ 1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a dispensável para a vigência da garantia;
Administração deverá demonstrar a inviabilidade de competição b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de acordo
mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade, de- internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quan-
claração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de com- do as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para
provar que o objeto é fornecido ou prestado por produtor, empresa a Administração;
ou representante comercial exclusivos, vedada a preferência por c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a con-
marca específica. tratação, no caso de obras e serviços de engenharia, ao valor de R$
§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo, con- 300.000,00 (trezentos mil reais); (Vide Decreto nº 11.317, de 2022)
sidera-se empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que pos- Vigência
sua contrato, declaração, carta ou outro documento que ateste a d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de
exclusividade permanente e contínua de representação, no País ou uso ou de exploração de criação protegida, nas contratações re-
em Estado específico, do profissional do setor artístico, afastada a alizadas por instituição científica, tecnológica e de inovação (ICT)
possibilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de pública ou por agência de fomento, desde que demonstrada vanta-
empresário com representação restrita a evento ou local específico. gem para a Administração;
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo, e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no
considera-se de notória especialização o profissional ou a empresa período necessário para a realização dos processos licitatórios cor-
cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de de- respondentes, hipótese em que a contratação será realizada direta-
sempenho anterior, estudos, experiência, publicações, organização, mente com base no preço do dia;
aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que en-
com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essen- volvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa
cial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do nacional;
contrato. g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de ma-
§ 4º Nas contratações com fundamento no inciso III do caput teriais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade
deste artigo, é vedada a subcontratação de empresas ou a atuação de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logísti-
de profissionais distintos daqueles que tenham justificado a inexi- co dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante autorização por
gibilidade. ato do comandante da força militar;
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares
deste artigo, devem ser observados os seguintes requisitos: das forças singulares brasileiras empregadas em operações de paz
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos no exterior, hipótese em que a contratação deverá ser justificada
custos de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades de quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratifica-
utilização, e do prazo de amortização dos investimentos; da pelo comandante da força militar;
II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e dis- i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em esta-
poníveis que atendam ao objeto; da eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades
III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional
ser comprado ou locado pela Administração e que evidenciem van- ou de adestramento;
tagem para ela. j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos
urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta
SEÇÃO III seletiva de lixo, realizados por associações ou cooperativas forma-
DA DISPENSA DE LICITAÇÃO das exclusivamente de pessoas físicas de baixa renda reconhecidas
pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com
Art. 75. É dispensável a licitação: o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, am-
I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ bientais e de saúde pública;
100.000,00 (cem mil reais), no caso de obras e serviços de enge- k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históri-
nharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores; cos, de autenticidade certificada, desde que inerente às finalidades
(Vide Decreto nº 11.317, de 2022) do órgão ou com elas compatível;
III - para contratação que mantenha todas as condições defini- l) serviços especializados ou aquisição ou locação de equipa-
das em edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quan- mentos destinados ao rastreamento e à obtenção de provas previs-
do se verificar que naquela licitação: tas nos incisos II e V do caput do art. 3º da Lei nº 12.850, de 2 de
a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresen- agosto de 2013, quando houver necessidade justificada de manu-
tadas propostas válidas; tenção de sigilo sobre a investigação;
m) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao
tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - para contratação com vistas ao cumprimento do disposto em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento insti-
nos arts. 3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro tucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive
de 2004, observados os princípios gerais de contratação constantes na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses
da referida Lei; projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnolo-
VI - para contratação que possa acarretar comprometimento gia de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII do
da segurança nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro de caput deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico
Estado da Defesa, mediante demanda dos comandos das Forças Ar- em data anterior à entrada em vigor desta Lei, desde que o preço
madas ou dos demais ministérios; contratado seja compatível com o praticado no mercado; e (Reda-
VII - nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, in- ção dada pela Medida Provisória nº 1.166, de 2023)
tervenção federal ou de grave perturbação da ordem; XVII - para a contratação de entidades privadas sem fins lucrati-
VIII - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan- vos para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais
do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos,
ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços pú- para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca
blicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e ou pela falta regular de água. (Incluído pela Medida Provisória
outros bens, públicos ou particulares, e somente para aquisição dos nº 1.166, de 2023)
bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou cala- § 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites
mitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser con- referidos nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão ser obser-
cluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocor- vados:
rência da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro
respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada pela respectiva unidade gestora;
com base no disposto neste inciso; II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma
IX - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público in- natureza, entendidos como tais aqueles relativos a contratações no
terno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou en- mesmo ramo de atividade.
tidade que integrem a Administração Pública e que tenham sido § 2º Os valores referidos nos incisos I e II do caput deste artigo
criados para esse fim específico, desde que o preço contratado seja serão duplicados para compras, obras e serviços contratados por
compatível com o praticado no mercado; consórcio público ou por autarquia ou fundação qualificadas como
X - quando a União tiver que intervir no domínio econômico agências executivas na forma da lei.
para regular preços ou normalizar o abastecimento; § 3º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput
XI - para celebração de contrato de programa com ente fede- deste artigo serão preferencialmente precedidas de divulgação de
rativo ou com entidade de sua Administração Pública indireta que aviso em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias
envolva prestação de serviços públicos de forma associada nos ter- úteis, com a especificação do objeto pretendido e com a manifes-
mos autorizados em contrato de consórcio público ou em convênio tação de interesse da Administração em obter propostas adicionais
de cooperação; de eventuais interessados, devendo ser selecionada a proposta
XII - para contratação em que houver transferência de tecnolo- mais vantajosa.
gia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), § 4º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput
conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive deste artigo serão preferencialmente pagas por meio de cartão de
por ocasião da aquisição desses produtos durante as etapas de ab- pagamento, cujo extrato deverá ser divulgado e mantido à disposi-
sorção tecnológica, e em valores compatíveis com aqueles defini- ção do público no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
dos no instrumento firmado para a transferência de tecnologia; § 5º A dispensa prevista na alínea “c” do inciso IV do caput des-
XIII - para contratação de profissionais para compor a comissão te artigo, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá
de avaliação de critérios de técnica, quando se tratar de profissional procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica.
técnico de notória especialização; § 6º Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-
XIV - para contratação de associação de pessoas com deficiên- -se emergencial a contratação por dispensa com objetivo de man-
cia, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou ter a continuidade do serviço público, e deverão ser observados os
entidade da Administração Pública, para a prestação de serviços, valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei e
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no adotadas as providências necessárias para a conclusão do processo
mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabilidade dos agen-
por pessoas com deficiência; tes públicos que deram causa à situação emergencial.
XV - para contratação de instituição brasileira que tenha por § 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo às contrata-
finalidade estatutária apoiar, captar e executar atividades de ensi- ções de até R$ 8.000,00 (oito mil reais) de serviços de manutenção
no, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e de veículos automotores de propriedade do órgão ou entidade con-
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive para gerir administrati- tratante, incluído o fornecimento de peças. (Vide Decreto nº
va e financeiramente essas atividades, ou para contratação de ins- 11.317, de 2022) Vigência
tituição dedicada à recuperação social da pessoa presa, desde que
o contratado tenha inquestionável reputação ética e profissional e CAPÍTULO IX
não tenha fins lucrativos; DAS ALIENAÇÕES
XVI - para aquisição, por pessoa jurídica de direito público inter-
no, de insumos estratégicos para a saúde produzidos por fundação Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordi-
que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar nada à existência de interesse público devidamente justificado, será
órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fundação precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às § 2º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I do
autarquias e às fundações, exigirá autorização legislativa e depen- caput deste artigo, cessadas as razões que justificaram sua doação,
derá de licitação na modalidade leilão, dispensada a realização de serão revertidos ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada
licitação nos casos de: sua alienação pelo beneficiário.
a) dação em pagamento; § 3º A Administração poderá conceder título de propriedade
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en- ou de direito real de uso de imóvel, admitida a dispensa de licitação,
tidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo, quando o uso destinar-se a:
ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso; I - outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer
c) permuta por outros imóveis que atendam aos requisitos re- que seja a localização do imóvel;
lacionados às finalidades precípuas da Administração, desde que a II - pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato
diferença apurada não ultrapasse a metade do valor do imóvel que normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos
será ofertado pela União, segundo avaliação prévia, e ocorra a torna mínimos de cultura, de ocupação mansa e pacífica e de exploração
de valores, sempre que for o caso; direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1º do
d) investidura; art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009.
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública § 4º A aplicação do disposto no inciso II do § 3º deste artigo
de qualquer esfera de governo; será dispensada de autorização legislativa e submeter-se-á aos se-
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de guintes condicionamentos:
direito real de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis I - aplicação exclusiva às áreas em que a detenção por parti-
residenciais construídos, destinados ou efetivamente usados em cular seja comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004;
programas de habitação ou de regularização fundiária de interesse II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime
social desenvolvidos por órgão ou entidade da Administração Pú- legal e administrativo de destinação e de regularização fundiária de
blica; terras públicas;
g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de III - vedação de concessão para exploração não contemplada na
direito real de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas ou nas normas
comerciais de âmbito local, com área de até 250 m² (duzentos e legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico;
cinquenta metros quadrados) e destinados a programas de regu- IV - previsão de extinção automática da concessão, dispensada
larização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgão ou notificação, em caso de declaração de utilidade pública, de necessi-
entidade da Administração Pública; dade pública ou de interesse social;
h) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one- V - aplicação exclusiva a imóvel situado em zona rural e não
rosa, de terras públicas rurais da União e do Instituto Nacional de sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente à exploração me-
Colonização e Reforma Agrária (Incra) onde incidam ocupações até diante atividade agropecuária;
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de VI - limitação a áreas de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº
junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os 11.952, de 25 de junho de 2009, vedada a dispensa de licitação para
requisitos legais; áreas superiores;
i) legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, VII - acúmulo com o quantitativo de área decorrente do caso
de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos previsto na alínea “i” do inciso I do caput deste artigo até o limite
órgãos da Administração Pública competentes; previsto no inciso VI deste parágrafo.
j) legitimação fundiária e legitimação de posse de que trata a § 5º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei, a:
Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017; I - alienação, ao proprietário de imóvel lindeiro, de área rema-
II - tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na mo- nescente ou resultante de obra pública que se tornar inaproveitável
dalidade leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de: isoladamente, por preço que não seja inferior ao da avaliação nem
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interes- superior a 50% (cinquenta por cento) do valor máximo permitido
se social, após avaliação de oportunidade e conveniência socioeco- para dispensa de licitação de bens e serviços previsto nesta Lei;
nômica em relação à escolha de outra forma de alienação; II - alienação, ao legítimo possuidor direto ou, na falta dele,
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida- ao poder público, de imóvel para fins residenciais construído em
des da Administração Pública; núcleo urbano anexo a usina hidrelétrica, desde que considerado
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob- dispensável na fase de operação da usina e que não integre a cate-
servada a legislação específica; goria de bens reversíveis ao final da concessão.
d) venda de títulos, observada a legislação pertinente; § 6º A doação com encargo será licitada e de seu instrumen-
e) venda de bens produzidos ou comercializados por entidades to constarão, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cum-
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; primento e a cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato,
f) venda de materiais e equipamentos sem utilização previsível dispensada a licitação em caso de interesse público devidamente
por quem deles dispõe para outros órgãos ou entidades da Admi- justificado.
nistração Pública. § 7º Na hipótese do § 6º deste artigo, caso o donatário neces-
§ 1º A alienação de bens imóveis da Administração Pública cuja site oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de
aquisição tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de da- reversão e as demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
ção em pagamento dispensará autorização legislativa e exigirá ape- segundo grau em favor do doador.
nas avaliação prévia e licitação na modalidade leilão. Art. 77. Para a venda de bens imóveis, será concedido direito
de preferência ao licitante que, submetendo-se a todas as regras do
edital, comprove a ocupação do imóvel objeto da licitação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO X I - licitantes que reúnam condições de habilitação para parti-


DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES cipar de futura licitação ou de licitação vinculada a programas de
obras ou de serviços objetivamente definidos;
SEÇÃO I II - bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade
DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES estabelecidas pela Administração.
§ 1º Na pré-qualificação observar-se-á o seguinte:
Art. 78. São procedimentos auxiliares das licitações e das con- I - quando aberta a licitantes, poderão ser dispensados os do-
tratações regidas por esta Lei: cumentos que já constarem do registro cadastral;
I - credenciamento; II - quando aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação
II - pré-qualificação; de qualidade.
III - procedimento de manifestação de interesse; § 2º O procedimento de pré-qualificação ficará permanente-
IV - sistema de registro de preços; mente aberto para a inscrição de interessados.
V - registro cadastral. § 3º Quanto ao procedimento de pré-qualificação, constarão
§ 1º Os procedimentos auxiliares de que trata o caput deste do edital:
artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regu- I - as informações mínimas necessárias para definição do ob-
lamento. jeto;
§ 2º O julgamento que decorrer dos procedimentos auxiliares II - a modalidade, a forma da futura licitação e os critérios de
das licitações previstos nos incisos II e III do caput deste artigo se- julgamento.
guirá o mesmo procedimento das licitações. § 4º A apresentação de documentos far-se-á perante órgão ou
comissão indicada pela Administração, que deverá examiná-los no
SEÇÃO II prazo máximo de 10 (dez) dias úteis e determinar correção ou rea-
DO CREDENCIAMENTO presentação de documentos, quando for o caso, com vistas à am-
pliação da competição.
Art. 79. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hi- § 5º Os bens e os serviços pré-qualificados deverão integrar o
póteses de contratação: catálogo de bens e serviços da Administração.
I - paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa § 6º A pré-qualificação poderá ser realizada em grupos ou seg-
para a Administração a realização de contratações simultâneas em mentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
condições padronizadas; § 7º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, com alguns
II - com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção ou todos os requisitos técnicos ou de habilitação necessários à con-
do contratado está a cargo do beneficiário direto da prestação; tratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de condi-
III - em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante ções entre os concorrentes.
do valor da prestação e das condições de contratação inviabiliza a § 8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá validade:
seleção de agente por meio de processo de licitação. I - de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qual-
Parágrafo único. Os procedimentos de credenciamento serão quer tempo;
definidos em regulamento, observadas as seguintes regras: II - não superior ao prazo de validade dos documentos apresen-
I - a Administração deverá divulgar e manter à disposição do tados pelos interessados.
público, em sítio eletrônico oficial, edital de chamamento de inte- § 9º Os licitantes e os bens pré-qualificados serão obrigatoria-
ressados, de modo a permitir o cadastramento permanente de no- mente divulgados e mantidos à disposição do público.
vos interessados; § 10. A licitação que se seguir ao procedimento da pré-qualifi-
II - na hipótese do inciso I do caput deste artigo, quando o ob- cação poderá ser restrita a licitantes ou bens pré-qualificados.
jeto não permitir a contratação imediata e simultânea de todos os
credenciados, deverão ser adotados critérios objetivos de distribui- SEÇÃO IV
ção da demanda; DO PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
III - o edital de chamamento de interessados deverá prever as
condições padronizadas de contratação e, nas hipóteses dos incisos Art. 81. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada,
I e II do caput deste artigo, deverá definir o valor da contratação; mediante procedimento aberto de manifestação de interesse a ser
IV - na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a Administra- iniciado com a publicação de edital de chamamento público, a pro-
ção deverá registrar as cotações de mercado vigentes no momento positura e a realização de estudos, investigações, levantamentos e
da contratação; projetos de soluções inovadoras que contribuam com questões de
V - não será permitido o cometimento a terceiros do objeto relevância pública, na forma de regulamento.
contratado sem autorização expressa da Administração; § 1º Os estudos, as investigações, os levantamentos e os proje-
VI - será admitida a denúncia por qualquer das partes nos pra- tos vinculados à contratação e de utilidade para a licitação, realiza-
zos fixados no edital. dos pela Administração ou com a sua autorização, estarão à dispo-
sição dos interessados, e o vencedor da licitação deverá ressarcir os
SEÇÃO III dispêndios correspondentes, conforme especificado no edital.
DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO § 2º A realização, pela iniciativa privada, de estudos, investiga-
ções, levantamentos e projetos em decorrência do procedimento
Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento técnico-adminis- de manifestação de interesse previsto no caput deste artigo:
trativo para selecionar previamente: I - não atribuirá ao realizador direito de preferência no proces-
so licitatório;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - não obrigará o poder público a realizar licitação; § 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de
III - não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia-
envolvidos em sua elaboração; bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a
IV - será remunerada somente pelo vencedor da licitação, veda- sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de
da, em qualquer hipótese, a cobrança de valores do poder público. preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
§ 3º Para aceitação dos produtos e serviços de que trata o § 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados
caput deste artigo, a Administração deverá elaborar parecer fun- os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei,
damentado com a demonstração de que o produto ou serviço en- a contratação posterior de item específico constante de grupo de
tregue é adequado e suficiente à compreensão do objeto, de que itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua
as premissas adotadas são compatíveis com as reais necessidades vantagem para o órgão ou entidade.
do órgão e de que a metodologia proposta é a que propicia maior § 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a
economia e vantagem entre as demais possíveis. unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido,
§ 4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser apenas nas seguintes situações:
restrito a startups, assim considerados os microempreendedores I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou
individuais, as microempresas e as empresas de pequeno porte, entidade não tiver registro de demandas anteriores;
de natureza emergente e com grande potencial, que se dediquem II - no caso de alimento perecível;
à pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação de novos pro- III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento
dutos ou serviços baseados em soluções tecnológicas inovadoras de bens.
que possam causar alto impacto, exigida, na seleção definitiva da § 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória
inovação, validação prévia fundamentada em métricas objetivas, de a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação
modo a demonstrar o atendimento das necessidades da Adminis- de outro órgão ou entidade na ata.
tração. § 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para
a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de
SEÇÃO V engenharia, observadas as seguintes condições:
DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará gulamento;
as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre: III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a IV - atualização periódica dos preços registrados;
quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida; V - definição do período de validade do registro de preços;
II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que
no caso de serviços, de unidades de medida; aceitar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante
III - a possibilidade de prever preços diferentes: vencedor na sequência de classificação da licitação e inclusão do
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife- licitante que mantiver sua proposta original.
rentes; § 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu-
b) em razão da forma e do local de acondicionamento; lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen-
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de
lote; serviços por mais de um órgão ou entidade.
d) por outros motivos justificados no processo; Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro-
IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri-
quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se gará a Administração a contratar, facultada a realização de licitação
nos limites dela; específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente
V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor motivada.
preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de
mercado; 1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que
VI - as condições para alteração de preços registrados; comprovado o preço vantajoso.
VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi- Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de
ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis-
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com posições nela contidas.
a ordem de classificação; Art. 85. A Administração poderá contratar a execução de obras
VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais e serviços de engenharia pelo sistema de registro de preços, desde
de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de que atendidos os seguintes requisitos:
validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de I - existência de projeto padronizado, sem complexidade técni-
ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto ca e operacional;
no edital; II - necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço
IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços a ser contratado.
e suas consequências. Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora deverá, na fase pre-
paratória do processo licitatório, para fins de registro de preços, re-
alizar procedimento público de intenção de registro de preços para,
nos termos de regulamento, possibilitar, pelo prazo mínimo de 8
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(oito) dias úteis, a participação de outros órgãos ou entidades na § 1º O sistema de registro cadastral unificado será público e
respectiva ata e determinar a estimativa total de quantidades da deverá ser amplamente divulgado e estar permanentemente aber-
contratação. to aos interessados, e será obrigatória a realização de chamamento
§ 1º O procedimento previsto no caput deste artigo será dis- público pela internet, no mínimo anualmente, para atualização dos
pensável quando o órgão ou entidade gerenciadora for o único con- registros existentes e para ingresso de novos interessados.
tratante. § 2º É proibida a exigência, pelo órgão ou entidade licitante,
§ 2º Se não participarem do procedimento previsto no caput de registro cadastral complementar para acesso a edital e anexos.
deste artigo, os órgãos e entidades poderão aderir à ata de registro § 3º A Administração poderá realizar licitação restrita a forne-
de preços na condição de não participantes, observados os seguin- cedores cadastrados, atendidos os critérios, as condições e os limi-
tes requisitos: tes estabelecidos em regulamento, bem como a ampla publicidade
I - apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusi- dos procedimentos para o cadastramento.
ve em situações de provável desabastecimento ou descontinuidade § 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste artigo, será admi-
de serviço público; tido fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto
II - demonstração de que os valores registrados estão compa- no edital para apresentação de propostas.
tíveis com os valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo, inscrição no cadastro
desta Lei; ou a sua atualização, o interessado fornecerá os elementos neces-
III - prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade gerencia- sários exigidos para habilitação previstos nesta Lei.
dora e do fornecedor. § 1º O inscrito, considerada sua área de atuação, será classifica-
§ 3º A faculdade conferida pelo § 2º deste artigo estará limi- do por categorias, subdivididas em grupos, segundo a qualificação
tada a órgãos e entidades da Administração Pública federal, esta- técnica e econômico-financeira avaliada, de acordo com regras ob-
dual, distrital e municipal que, na condição de não participantes, jetivas divulgadas em sítio eletrônico oficial.
desejarem aderir à ata de registro de preços de órgão ou entidade § 2º Ao inscrito será fornecido certificado, renovável sempre
gerenciadora federal, estadual ou distrital. que atualizar o registro.
§ 4º As aquisições ou as contratações adicionais a que se refere § 3º A atuação do contratado no cumprimento de obrigações
o § 2º deste artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a assumidas será avaliada pelo contratante, que emitirá documento
50% (cinquenta por cento) dos quantitativos dos itens do instru- comprobatório da avaliação realizada, com menção ao seu desem-
mento convocatório registrados na ata de registro de preços para o penho na execução contratual, baseado em indicadores objetiva-
órgão gerenciador e para os órgãos participantes. mente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades aplicadas, o
§ 5º O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de que constará do registro cadastral em que a inscrição for realizada.
preços a que se refere o § 2º deste artigo não poderá exceder, na § 4º A anotação do cumprimento de obrigações pelo contra-
totalidade, ao dobro do quantitativo de cada item registrado na ata tado, de que trata o § 3º deste artigo, será condicionada à implan-
de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participan- tação e à regulamentação do cadastro de atesto de cumprimento
tes, independentemente do número de órgãos não participantes de obrigações, apto à realização do registro de forma objetiva, em
que aderirem. atendimento aos princípios da impessoalidade, da igualdade, da
§ 6º A adesão à ata de registro de preços de órgão ou entida- isonomia, da publicidade e da transparência, de modo a possibilitar
de gerenciadora do Poder Executivo federal por órgãos e entidades a implementação de medidas de incentivo aos licitantes que possu-
da Administração Pública estadual, distrital e municipal poderá ser írem ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral.
exigida para fins de transferências voluntárias, não ficando sujeita § 5º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou can-
ao limite de que trata o § 5º deste artigo se destinada à execução celado o registro de inscrito que deixar de satisfazer exigências de-
descentralizada de programa ou projeto federal e comprovada a terminadas por esta Lei ou por regulamento.
compatibilidade dos preços registrados com os valores praticados § 6º O interessado que requerer o cadastro na forma do caput
no mercado na forma do art. 23 desta Lei. deste artigo poderá participar de processo licitatório até a decisão
§ 7º Para aquisição emergencial de medicamentos e material da Administração, e a celebração do contrato ficará condicionada à
de consumo médico-hospitalar por órgãos e entidades da Adminis- emissão do certificado referido no § 2º deste artigo.
tração Pública federal, estadual, distrital e municipal, a adesão à
ata de registro de preços gerenciada pelo Ministério da Saúde não TÍTULO III
estará sujeita ao limite de que trata o § 5º deste artigo. DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
§ 8º Será vedada aos órgãos e entidades da Administração Pú-
blica federal a adesão à ata de registro de preços gerenciada por CAPÍTULO I
órgão ou entidade estadual, distrital ou municipal. DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

SEÇÃO VI Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas
DO REGISTRO CADASTRAL suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, e a eles serão
aplicados, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contra-
Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Ad- tos e as disposições de direito privado.
ministração Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral § 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os
unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua lavra-
(PNCP), para efeito de cadastro unificado de licitantes, na forma tura, o número do processo da licitação ou da contratação direta
disposta em regulamento. e a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas
contratuais.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão § 3º Será admitida a forma eletrônica na celebração de con-
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que defi- tratos e de termos aditivos, atendidas as exigências previstas em
nam os direitos, as obrigações e as responsabilidades das partes, regulamento.
em conformidade com os termos do edital de licitação e os da pro- § 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do
posta vencedora ou com os termos do ato que autorizou a contra- contrato, a Administração deverá verificar a regularidade fiscal do
tação direta e os da respectiva proposta. contratado, consultar o Cadastro Nacional de Empresas Inidône-
Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante as e Suspensas (Ceis) e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas
vencedor para assinar o termo de contrato ou para aceitar ou re- (Cnep), emitir as certidões negativas de inidoneidade, de impedi-
tirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e nas condições mento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respectivo processo.
estabelecidas no edital de licitação, sob pena de decair o direito à Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que esta-
contratação, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei. beleçam:
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, I - o objeto e seus elementos característicos;
por igual período, mediante solicitação da parte durante seu trans- II - a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante
curso, devidamente justificada, e desde que o motivo apresentado vencedor ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à
seja aceito pela Administração. respectiva proposta;
§ 2º Será facultado à Administração, quando o convocado não III - a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou não retirar o instru- quanto aos casos omissos;
mento equivalente no prazo e nas condições estabelecidas, convo- IV - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
car os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-
celebração do contrato nas condições propostas pelo licitante ven- -base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios
cedor. de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri-
§ 3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no gações e a do efetivo pagamento;
edital sem convocação para a contratação, ficarão os licitantes libe- VI - os critérios e a periodicidade da medição, quando for o
rados dos compromissos assumidos. caso, e o prazo para liquidação e para pagamento;
§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contrata- VII - os prazos de início das etapas de execução, conclusão, en-
ção nos termos do § 2º deste artigo, a Administração, observados trega, observação e recebimento definitivo, quando for o caso;
o valor estimado e sua eventual atualização nos termos do edital, VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
poderá: classificação funcional programática e da categoria econômica;
I - convocar os licitantes remanescentes para negociação, na IX - a matriz de risco, quando for o caso;
ordem de classificação, com vistas à obtenção de preço melhor, X - o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços,
mesmo que acima do preço do adjudicatário; quando for o caso;
II - adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas XI - o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do
pelos licitantes remanescentes, atendida a ordem classificatória, equilíbrio econômico-financeiro, quando for o caso;
quando frustrada a negociação de melhor condição. XII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,
§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o con- quando exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado
trato ou em aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo no caso de antecipação de valores a título de pagamento;
estabelecido pela Administração caracterizará o descumprimento XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, observados os pra-
total da obrigação assumida e o sujeitará às penalidades legalmente zos mínimos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas aplicá-
estabelecidas e à imediata perda da garantia de proposta em favor veis, e as condições de manutenção e assistência técnica, quando
do órgão ou entidade licitante. for o caso;
§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos licitantes remanescen- XIV - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida-
tes convocados na forma do inciso I do § 4º deste artigo. des cabíveis e os valores das multas e suas bases de cálculo;
§ 7º Será facultada à Administração a convocação dos demais XV - as condições de importação e a data e a taxa de câmbio
licitantes classificados para a contratação de remanescente de obra, para conversão, quando for o caso;
de serviço ou de fornecimento em consequência de rescisão contra- XVI - a obrigação do contratado de manter, durante toda a exe-
tual, observados os mesmos critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º cução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele
deste artigo. assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na licita-
Art. 91. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e ção, ou para a qualificação, na contratação direta;
serão juntados ao processo que tiver dado origem à contratação, XVII - a obrigação de o contratado cumprir as exigências de re-
divulgados e mantidos à disposição do público em sítio eletrônico serva de cargos prevista em lei, bem como em outras normas espe-
oficial. cíficas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência
§ 1º Será admitida a manutenção em sigilo de contratos e de Social e para aprendiz;
termos aditivos quando imprescindível à segurança da sociedade XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados os requisi-
e do Estado, nos termos da legislação que regula o acesso à infor- tos definidos em regulamento;
mação. XIX - os casos de extinção.
§ 2º Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão for- § 1º Os contratos celebrados pela Administração Pública com
malizados por escritura pública lavrada em notas de tabelião, cujo pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as domiciliadas no exterior,
teor deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em deverão conter cláusula que declare competente o foro da sede da
sítio eletrônico oficial. Administração para dirimir qualquer questão contratual, ressalva-
das as seguintes hipóteses:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - licitação internacional para a aquisição de bens e serviços Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públi-
cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento con- cas (PNCP) é condição indispensável para a eficácia do contrato e de
cedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados
parte ou por agência estrangeira de cooperação; da data de sua assinatura:
II - contratação com empresa estrangeira para a compra de I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
equipamentos fabricados e entregues no exterior precedida de au- II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
torização do Chefe do Poder Executivo; § 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia
III - aquisição de bens e serviços realizada por unidades admi- a partir de sua assinatura e deverão ser publicados nos prazos pre-
nistrativas com sede no exterior. vistos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade.
§ 2º De acordo com as peculiaridades de seu objeto e de seu § 2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando re-
regime de execução, o contrato conterá cláusula que preveja perí- ferente à contratação de profissional do setor artístico por inexigibi-
odo antecedente à expedição da ordem de serviço para verificação lidade, deverá identificar os custos do cachê do artista, dos músicos
de pendências, liberação de áreas ou adoção de outras providên- ou da banda, quando houver, do transporte, da hospedagem, da
cias cabíveis para a regularidade do início de sua execução. infraestrutura, da logística do evento e das demais despesas espe-
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato de- cíficas.
verá conter cláusula que estabeleça o índice de reajustamento de § 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio ele-
preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado, e trônico oficial, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura
poderá ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que con-
em conformidade com a realidade de mercado dos respectivos in- tratar e, em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão do
sumos. contrato, os quantitativos executados e os preços praticados.
§ 4º Nos contratos de serviços contínuos, observado o inter- § 4º (VETADO).
regno mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento de preços § 5º (VETADO).
será por: Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas se-
I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regi- guintes hipóteses, em que a Administração poderá substituí-lo por
me de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de empenho de
mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais; despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço:
II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva I - dispensa de licitação em razão de valor;
de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante de- II - compras com entrega imediata e integral dos bens adquiri-
monstração analítica da variação dos custos. dos e dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a
§ 5º Nos contratos de obras e serviços de engenharia, sempre assistência técnica, independentemente de seu valor.
que compatível com o regime de execução, a medição será mensal. § 1º Às hipóteses de substituição do instrumento de contrato,
§ 6º Nos contratos para serviços contínuos com regime de de- aplica-se, no que couber, o disposto no art. 92 desta Lei.
dicação exclusiva de mão de obra ou com predominância de mão § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Ad-
de obra, o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços ministração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação de
será preferencialmente de 1 (um) mês, contado da data do forne- serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor
cimento da documentação prevista no § 6º do art. 135 desta Lei. não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). (Vide Decreto nº
Art. 93. Nas contratações de projetos ou de serviços técnicos 11.317, de 2022) Vigência
especializados, inclusive daqueles que contemplem o desenvolvi-
mento de programas e aplicações de internet para computadores, CAPÍTULO II
máquinas, equipamentos e dispositivos de tratamento e de comu- DAS GARANTIAS
nicação da informação (software) - e a respectiva documentação
técnica associada -, o autor deverá ceder todos os direitos patri- Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, po-
moniais a eles relativos para a Administração Pública, hipótese em derá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia
que poderão ser livremente utilizados e alterados por ela em outras nas contratações de obras, serviços e fornecimentos.
ocasiões, sem necessidade de nova autorização de seu autor. § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-
§ 1º Quando o projeto se referir a obra imaterial de caráter lidades de garantia:
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos a que I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos
se refere o caput deste artigo incluirá o fornecimento de todos os sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado
dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tec- de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil,
nologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo
de qualquer natureza e aplicação da obra. Ministério da Economia;
§ 2º É facultado à Administração Pública deixar de exigir a ces- II - seguro-garantia;
são de direitos a que se refere o caput deste artigo quando o objeto III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financei-
da contratação envolver atividade de pesquisa e desenvolvimento ra devidamente autorizada a operar no País pelo Banco Central do
de caráter científico, tecnológico ou de inovação, considerados os Brasil.
princípios e os mecanismos instituídos pela Lei nº 10.973, de 2 de § 2º Na hipótese de suspensão do contrato por ordem ou ina-
dezembro de 2004. dimplemento da Administração, o contratado ficará desobrigado de
§ 3º Na hipótese de posterior alteração do projeto pela Admi- renovar a garantia ou de endossar a apólice de seguro até a ordem
nistração Pública, o autor deverá ser comunicado, e os registros se- de reinício da execução ou o adimplemento pela Administração.
rão promovidos nos órgãos ou entidades competentes.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da III - a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato,
data de homologação da licitação e anterior à assinatura do contra- total ou parcialmente.
to, para a prestação da garantia pelo contratado quando optar pela Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contrata-
modalidade prevista no inciso II do § 1º deste artigo. do, serão observadas as seguintes disposições:
Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cum- I - caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato,
primento das obrigações assumidas pelo contratado perante à Ad- estará isenta da obrigação de pagar a importância segurada indica-
ministração, inclusive as multas, os prejuízos e as indenizações de- da na apólice;
correntes de inadimplemento, observadas as seguintes regras nas II - caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pa-
contratações regidas por esta Lei: gará a integralidade da importância segurada indicada na apólice.
I - o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao prazo
estabelecido no contrato principal e deverá acompanhar as modifi- CAPÍTULO III
cações referentes à vigência deste mediante a emissão do respecti- DA ALOCAÇÃO DE RISCOS
vo endosso pela seguradora;
II - o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o contrata- Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais
do não tiver pago o prêmio nas datas convencionadas. previstos e presumíveis e prever matriz de alocação de riscos, alo-
Parágrafo único. Nos contratos de execução continuada ou de cando-os entre contratante e contratado, mediante indicação da-
fornecimento contínuo de bens e serviços, será permitida a subs- queles a serem assumidos pelo setor público ou pelo setor privado
tituição da apólice de seguro-garantia na data de renovação ou de ou daqueles a serem compartilhados.
aniversário, desde que mantidas as mesmas condições e coberturas § 1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo
da apólice vigente e desde que nenhum período fique descoberto, considerará, em compatibilidade com as obrigações e os encargos
ressalvado o disposto no § 2º do art. 96 desta Lei. atribuídos às partes no contrato, a natureza do risco, o beneficiário
Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, das prestações a que se vincula e a capacidade de cada setor para
a garantia poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor inicial melhor gerenciá-lo.
do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10% § 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradoras
(dez por cento), desde que justificada mediante análise da comple- serão preferencialmente transferidos ao contratado.
xidade técnica e dos riscos envolvidos. § 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para
Parágrafo único. Nas contratações de serviços e fornecimen- fins de projeção dos reflexos de seus custos no valor estimado da
tos contínuos com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas contratação.
subsequentes prorrogações, será utilizado o valor anual do contrato § 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio eco-
para definição e aplicação dos percentuais previstos no caput deste nômico-financeiro inicial do contrato em relação a eventos super-
artigo. venientes e deverá ser observada na solução de eventuais pleitos
Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de das partes.
grande vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia, na moda- § 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da ma-
lidade seguro-garantia, com cláusula de retomada prevista no art. triz de alocação de riscos, será considerado mantido o equilíbrio
102 desta Lei, em percentual equivalente a até 30% (trinta por cen- econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de resta-
to) do valor inicial do contrato. belecimento do equilíbrio relacionados aos riscos assumidos, exce-
Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou to no que se refere:
restituída após a fiel execução do contrato ou após a sua extinção I - às alterações unilaterais determinadas pela Administração,
por culpa exclusiva da Administração e, quando em dinheiro, atua- nas hipóteses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
lizada monetariamente. II - ao aumento ou à redução, por legislação superveniente,
Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de dos tributos diretamente pagos pelo contratado em decorrência do
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, contrato.
o valor desses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia. § 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão ser
Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o adotados métodos e padrões usualmente utilizados por entidades
edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro- públicas e privadas, e os ministérios e secretarias supervisores dos
-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso de inadim- órgãos e das entidades da Administração Pública poderão definir os
plemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto parâmetros e o detalhamento dos procedimentos necessários a sua
do contrato, hipótese em que: identificação, alocação e quantificação financeira.
I - a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos,
como interveniente anuente e poderá: CAPÍTULO IV
a) ter livre acesso às instalações em que for executado o con- DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO
trato principal;
b) acompanhar a execução do contrato principal; Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil; confere à Administração, em relação a eles, as prerrogativas de:
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
ou pelo fornecimento; finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra-
II - a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem tado;
ela indicar para a conclusão do contrato, será autorizada desde que II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta
demonstrada sua regularidade fiscal; Lei;
III - fiscalizar sua execução;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial II - até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos com investimento,
do ajuste; assim considerados aqueles que impliquem a elaboração de ben-
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar feitorias permanentes, realizadas exclusivamente a expensas do
pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses contratado, que serão revertidas ao patrimônio da Administração
de: Pública ao término do contrato.
a) risco à prestação de serviços essenciais; Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas predefinido, o prazo de vigência será automaticamente prorrogado
contratuais pelo contratado, inclusive após extinção do contrato. quando seu objeto não for concluído no período firmado no con-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- trato.
tratos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do con- Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do
tratado. contratado:
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as I - o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as
cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas respectivas sanções administrativas;
para que se mantenha o equilíbrio contratual. II - a Administração poderá optar pela extinção do contrato e,
nesse caso, adotará as medidas admitidas em lei para a continuida-
CAPÍTULO V de da execução contratual.
DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS Art. 112. Os prazos contratuais previstos nesta Lei não excluem
nem revogam os prazos contratuais previstos em lei especial.
Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a Art. 113. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e
prevista em edital, e deverão ser observadas, no momento da con- prestação de serviço associado terá sua vigência máxima definida
tratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de créditos pela soma do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da
orçamentários, bem como a previsão no plano plurianual, quando obra com o prazo relativo ao serviço de operação e manutenção,
ultrapassar 1 (um) exercício financeiro. este limitado a 5 (cinco) anos contados da data de recebimento do
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com pra- objeto inicial, autorizada a prorrogação na forma do art. 107 desta
zo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos Lei.
contínuos, observadas as seguintes diretrizes: Art. 114. O contrato que previr a operação continuada de siste-
I - a autoridade competente do órgão ou entidade contratante mas estruturantes de tecnologia da informação poderá ter vigência
deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão máxima de 15 (quinze) anos.
da contratação plurianual;
II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e CAPÍTULO VI
de cada exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
à contratação e a vantagem em sua manutenção;
III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem Art. 115. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua con- tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, e
tinuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe oferece cada parte responderá pelas consequências de sua inexecução total
vantagem. ou parcial.
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo § 1º É proibido à Administração retardar imotivadamente a
ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do contrato e não execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipó-
poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da re- tese de posse do respectivo chefe do Poder Executivo ou de novo
ferida data. titular no órgão ou entidade contratante.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamen- § 2º (VETADO).
tos e à utilização de programas de informática. § 3º (VETADO).
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos § 4º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, sem-
poderão ser prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência pre que a responsabilidade pelo licenciamento ambiental for da
máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a auto- Administração, a manifestação prévia ou licença prévia, quando
ridade competente ateste que as condições e os preços permane- cabíveis, deverão ser obtidas antes da divulgação do edital. (Pro-
cem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com mulgação partes vetadas)
o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das § 5º Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou sus-
partes. pensão do contrato, o cronograma de execução será prorrogado
Art. 108. A Administração poderá celebrar contratos com prazo automaticamente pelo tempo correspondente, anotadas tais cir-
de até 10 (dez) anos nas hipóteses previstas nas alíneas “f” e “g” do cunstâncias mediante simples apostila.
inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei. § 6º Nas contratações de obras, verificada a ocorrência do dis-
Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por posto no § 5º deste artigo por mais de 1 (um) mês, a Administração
prazo indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviço deverá divulgar, em sítio eletrônico oficial e em placa a ser afixada
público oferecido em regime de monopólio, desde que comprova- em local da obra de fácil visualização pelos cidadãos, aviso público
da, a cada exercício financeiro, a existência de créditos orçamentá- de obra paralisada, com o motivo e o responsável pela inexecução
rios vinculados à contratação. temporária do objeto do contrato e a data prevista para o reinício
Art. 110. Na contratação que gere receita e no contrato de efici- da sua execução.
ência que gere economia para a Administração, os prazos serão de: § 7º Os textos com as informações de que trata o § 6º deste
I - até 10 (dez) anos, nos contratos sem investimento; artigo deverão ser elaborados pela Administração.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 116. Ao longo de toda a execução do contrato, o contra- § 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos
tado deverá cumprir a reserva de cargos prevista em lei para pes- com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administra-
soa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou para ção responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e
aprendiz, bem como as reservas de cargos previstas em outras nor- subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha
mas específicas. na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado.
Parágrafo único. Sempre que solicitado pela Administração, o § 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de de-
contratado deverá comprovar o cumprimento da reserva de cargos dicação exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento
a que se refere o caput deste artigo, com a indicação dos emprega- de obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, me-
dos que preencherem as referidas vagas. diante disposição em edital ou em contrato, poderá, entre outras
Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e medidas:
fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-ga-
da Administração especialmente designados conforme requisitos rantia com cobertura para verbas rescisórias inadimplidas;
estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das
permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los obrigações trabalhistas vencidas relativas ao contrato;
com informações pertinentes a essa atribuição. III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o paga-
ocorrências relacionadas à execução do contrato, determinando o mento das verbas trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento
que for necessário para a regularização das faltas ou dos defeitos devido ao contratado;
observados. V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tem- terceiro salário, a ausências legais e a verbas rescisórias dos em-
po hábil para a adoção das medidas convenientes, a situação que pregados do contratado que participarem da execução dos serviços
demandar decisão ou providência que ultrapasse sua competência. contratados serão pagos pelo contratante ao contratado somente
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assesso- na ocorrência do fato gerador.
ramento jurídico e de controle interno da Administração, que deve- § 4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere
rão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informações relevantes para o inciso III do § 3º deste artigo são absolutamente impenhoráveis.
prevenir riscos na execução contratual. § 5º O recolhimento das contribuições previdenciárias obser-
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no caput vará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
deste artigo, deverão ser observadas as seguintes regras: Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das respon-
I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabi- sabilidades contratuais e legais, o contratado poderá subcontratar
lidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informações partes da obra, do serviço ou do fornecimento até o limite autoriza-
prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e do, em cada caso, pela Administração.
não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de con- § 1º O contratado apresentará à Administração documentação
trato; que comprove a capacidade técnica do subcontratado, que será
II - a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade avaliada e juntada aos autos do processo correspondente.
o fiscal do contrato, nos limites das informações recebidas do ter- § 2º Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, restrin-
ceiro contratado. gir ou estabelecer condições para a subcontratação.
Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Ad- § 3º Será vedada a subcontratação de pessoa física ou jurídica,
ministração no local da obra ou do serviço para representá-lo na se aquela ou os dirigentes desta mantiverem vínculo de natureza
execução do contrato. técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com
Art. 119. O contratado será obrigado a reparar, corrigir, re- dirigente do órgão ou entidade contratante ou com agente públi-
mover, reconstruir ou substituir, a suas expensas, no total ou em co que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou
parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos na gestão do contrato, ou se deles forem cônjuge, companheiro ou
ou incorreções resultantes de sua execução ou de materiais nela parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro
empregados. grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de
Art. 120. O contratado será responsável pelos danos causados licitação.
diretamente à Administração ou a terceiros em razão da execução Art. 123. A Administração terá o dever de explicitamente emitir
do contrato, e não excluirá nem reduzirá essa responsabilidade a decisão sobre todas as solicitações e reclamações relacionadas à
fiscalização ou o acompanhamento pelo contratante. execução dos contratos regidos por esta Lei, ressalvados os reque-
Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encar- rimentos manifestamente impertinentes, meramente protelatórios
gos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da ou de nenhum interesse para a boa execução do contrato.
execução do contrato. Parágrafo único. Salvo disposição legal ou cláusula contratual
§ 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos que estabeleça prazo específico, concluída a instrução do requeri-
trabalhistas, fiscais e comerciais não transferirá à Administração a mento, a Administração terá o prazo de 1 (um) mês para decidir,
responsabilidade pelo seu pagamento e não poderá onerar o objeto admitida a prorrogação motivada por igual período.
do contrato nem restringir a regularização e o uso das obras e das
edificações, inclusive perante o registro de imóveis, ressalvada a hi- CAPÍTULO VII
pótese prevista no § 2º deste artigo. DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera-
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - unilateralmente pela Administração: dos e monetariamente reajustados, podendo caber indenização por
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que
ções, para melhor adequação técnica a seus objetivos; regularmente comprovados.
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que aumen-
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, te ou diminua os encargos do contratado, a Administração deverá
nos limites permitidos por esta Lei; restabelecer, no mesmo termo aditivo, o equilíbrio econômico-fi-
II - por acordo entre as partes: nanceiro inicial.
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o
b) quando necessária a modificação do regime de execução da reconhecimento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese
obra ou do serviço, bem como do modo de fornecimento, em face em que será concedida indenização por meio de termo indeniza-
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais tório.
originários; Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento econômico-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor contrato e antes de eventual prorrogação nos termos do art. 107
inicial atualizado e vedada a antecipação do pagamento em relação desta Lei.
ao cronograma financeiro fixado sem a correspondente contrapres- Art. 132. A formalização do termo aditivo é condição para a
tação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; execução, pelo contratado, das prestações determinadas pela Ad-
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial ministração no curso da execução do contrato, salvo nos casos de
do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato do prínci- justificada necessidade de antecipação de seus efeitos, hipótese em
pe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de con- que a formalização deverá ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês.
sequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a contratação inte-
tal como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição ob- grada ou semi-integrada, é vedada a alteração dos valores contratu-
jetiva de risco estabelecida no contrato. ais, exceto nos seguintes casos:
§ 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações I - para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro
de contratos de obras e serviços de engenharia ensejarão apuração decorrente de caso fortuito ou força maior;
de responsabilidade do responsável técnico e adoção das providên- II - por necessidade de alteração do projeto ou das especifica-
cias necessárias para o ressarcimento dos danos causados à Admi- ções para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação,
nistração. a pedido da Administração, desde que não decorrente de erros ou
§ 2º Será aplicado o disposto na alínea “d” do inciso II do caput omissões por parte do contratado, observados os limites estabele-
deste artigo às contratações de obras e serviços de engenharia, cidos no art. 125 desta Lei;
quando a execução for obstada pelo atraso na conclusão de proce- III - por necessidade de alteração do projeto nas contratações
dimentos de desapropriação, desocupação, servidão administrativa semi-integradas, nos termos do § 5º do art. 46 desta Lei;
ou licenciamento ambiental, por circunstâncias alheias ao contra- IV - por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz
tado. de riscos como de responsabilidade da Administração.
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I Art. 134. Os preços contratados serão alterados, para mais ou
do caput do art. 124 desta Lei, o contratado será obrigado a acei- para menos, conforme o caso, se houver, após a data da apresen-
tar, nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões tação da proposta, criação, alteração ou extinção de quaisquer tri-
de até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do butos ou encargos legais ou a superveniência de disposições legais,
contrato que se fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras, e, com comprovada repercussão sobre os preços contratados.
no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite para os Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com
acréscimos será de 50% (cinquenta por cento). regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou com predominân-
Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o inciso I do cia de mão de obra serão repactuados para manutenção do equi-
caput do art. 124 desta Lei não poderão transfigurar o objeto da líbrio econômico-financeiro, mediante demonstração analítica da
contratação. variação dos custos contratuais, com data vinculada:
Art. 127. Se o contrato não contemplar preços unitários para I - à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do
obras ou serviços cujo aditamento se fizer necessário, esses serão mercado;
fixados por meio da aplicação da relação geral entre os valores da II - ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao
proposta e o do orçamento-base da Administração sobre os preços qual a proposta esteja vinculada, para os custos de mão de obra.
referenciais ou de mercado vigentes na data do aditamento, respei- § 1º A Administração não se vinculará às disposições contidas
tados os limites estabelecidos no art. 125 desta Lei. em acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tra-
Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de engenharia, tem de matéria não trabalhista, de pagamento de participação dos
a diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço trabalhadores nos lucros ou resultados do contratado, ou que es-
global de referência não poderá ser reduzida em favor do contra- tabeleçam direitos não previstos em lei, como valores ou índices
tado em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários, bem como de
orçamentária. preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade.
Art. 129. Nas alterações contratuais para supressão de obras, § 2º É vedado a órgão ou entidade contratante vincular-se às
bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais disposições previstas nos acordos, convenções ou dissídios coleti-
e os colocado no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela vos de trabalho que tratem de obrigações e direitos que somente se
Administração pelos custos de aquisição regularmente comprova- aplicam aos contratos com a Administração Pública.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 IX - não cumprimento das obrigações relativas à reserva de car-
(um) ano, contado da data da apresentação da proposta ou da data gos prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para
da última repactuação. pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou
§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas para aprendiz.
quantas forem necessárias, observado o princípio da anualidade § 1º Regulamento poderá especificar procedimentos e critérios
do reajuste de preços da contratação, podendo ser realizada em para verificação da ocorrência dos motivos previstos no caput deste
momentos distintos para discutir a variação de custos que tenham artigo.
sua anualidade resultante em datas diferenciadas, como os decor- § 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas se-
rentes de mão de obra e os decorrentes dos insumos necessários à guintes hipóteses:
execução dos serviços. I - supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria compras que acarrete modificação do valor inicial do contrato além
profissional, a repactuação a que se refere o inciso II do caput des- do limite permitido no art. 125 desta Lei;
te artigo poderá ser dividida em tantos quantos forem os acordos, II - suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da
convenções ou dissídios coletivos de trabalho das categorias envol- Administração, por prazo superior a 3 (três) meses;
vidas na contratação. III - repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis,
§ 6º A repactuação será precedida de solicitação do contrata- independentemente do pagamento obrigatório de indenização
do, acompanhada de demonstração analítica da variação dos cus- pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
tos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação de mobilizações e outras previstas;
preços, ou do novo acordo, convenção ou sentença normativa que IV - atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da
fundamenta a repactuação. nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos
Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimen-
podem ser realizados por simples apostila, dispensada a celebração tos;
de termo aditivo, como nas seguintes situações: V - não liberação pela Administração, nos prazos contratuais,
I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à de área, local ou objeto, para execução de obra, serviço ou forneci-
repactuação de preços previstos no próprio contrato; mento, e de fontes de materiais naturais especificadas no projeto,
II - atualizações, compensações ou penalizações financeiras de- inclusive devido a atraso ou descumprimento das obrigações atri-
correntes das condições de pagamento previstas no contrato; buídas pelo contrato à Administração relacionadas a desapropria-
III - alterações na razão ou na denominação social do contra- ção, a desocupação de áreas públicas ou a licenciamento ambiental.
tado; § 3º As hipóteses de extinção a que se referem os incisos II, III e
IV - empenho de dotações orçamentárias. IV do § 2º deste artigo observarão as seguintes disposições:
I - não serão admitidas em caso de calamidade pública, de gra-
CAPÍTULO VIII ve perturbação da ordem interna ou de guerra, bem como quando
DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS decorrerem de ato ou fato que o contratado tenha praticado, do
qual tenha participado ou para o qual tenha contribuído;
Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual II - assegurarão ao contratado o direito de optar pela suspen-
deverá ser formalmente motivada nos autos do processo, assegura- são do cumprimento das obrigações assumidas até a normalização
dos o contraditório e a ampla defesa, as seguintes situações: da situação, admitido o restabelecimento do equilíbrio econômico-
I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas edi- -financeiro do contrato, na forma da alínea “d” do inciso II do caput
talícias ou de cláusulas contratuais, de especificações, de projetos do art. 124 desta Lei.
ou de prazos; § 4º Os emitentes das garantias previstas no art. 96 desta Lei
II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela deverão ser notificados pelo contratante quanto ao início de pro-
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução ou cesso administrativo para apuração de descumprimento de cláusu-
por autoridade superior; las contratuais.
III - alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutu- Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:
ra da empresa que restrinja sua capacidade de concluir o contrato; I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração,
IV - decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da exceto no caso de descumprimento decorrente de sua própria con-
sociedade ou falecimento do contratado; duta;
V - caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, II - consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por
impeditivos da execução do contrato; mediação ou por comitê de resolução de disputas, desde que haja
VI - atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibili- interesse da Administração;
dade de obtê-la, ou alteração substancial do anteprojeto que dela III - determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláu-
resultar, ainda que obtida no prazo previsto; sula compromissória ou compromisso arbitral, ou por decisão ju-
VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a dicial.
desocupação ou a servidão administrativa, ou impossibilidade de § 1º A extinção determinada por ato unilateral da Administra-
liberação dessas áreas; ção e a extinção consensual deverão ser precedidas de autorização
VIII - razões de interesse público, justificadas pela autoridade escrita e fundamentada da autoridade competente e reduzidas a
máxima do órgão ou da entidade contratante; termo no respectivo processo.
§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Adminis-
tração, o contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente
comprovados que houver sofrido e terá direito a:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - devolução da garantia; § 4º Salvo disposição em contrário constante do edital ou de


II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data ato normativo, os ensaios, os testes e as demais provas para afe-
de extinção; rição da boa execução do objeto do contrato exigidos por normas
III - pagamento do custo da desmobilização. técnicas oficiais correrão por conta do contratado.
Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Adminis- § 5º Em se tratando de projeto de obra, o recebimento defini-
tração poderá acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta tivo pela Administração não eximirá o projetista ou o consultor da
Lei, as seguintes consequências: responsabilidade objetiva por todos os danos causados por falha
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local de projeto.
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; § 6º Em se tratando de obra, o recebimento definitivo pela
II - ocupação e utilização do local, das instalações, dos equi- Administração não eximirá o contratado, pelo prazo mínimo de
pamentos, do material e do pessoal empregados na execução do 5 (cinco) anos, admitida a previsão de prazo de garantia superior
contrato e necessários à sua continuidade; no edital e no contrato, da responsabilidade objetiva pela solidez
III - execução da garantia contratual para: e pela segurança dos materiais e dos serviços executados e pela
a) ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decor- funcionalidade da construção, da reforma, da recuperação ou da
rentes da não execução; ampliação do bem imóvel, e, em caso de vício, defeito ou incorre-
b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciá- ção identificados, o contratado ficará responsável pela reparação,
rias, quando cabível; pela correção, pela reconstrução ou pela substituição necessárias.
c) pagamento das multas devidas à Administração Pública;
d) exigência da assunção da execução e da conclusão do objeto CAPÍTULO X
do contrato pela seguradora, quando cabível; DOS PAGAMENTOS
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
dos prejuízos causados à Administração Pública e das multas apli- Art. 141. No dever de pagamento pela Administração, será ob-
cadas. servada a ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recur-
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II do caput sos, subdividida nas seguintes categorias de contratos:
deste artigo ficará a critério da Administração, que poderá dar con- I - fornecimento de bens;
tinuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta. II - locações;
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o ato deverá III - prestação de serviços;
ser precedido de autorização expressa do ministro de Estado, do IV - realização de obras.
secretário estadual ou do secretário municipal competente, confor- § 1º A ordem cronológica referida no caput deste artigo poderá
me o caso. ser alterada, mediante prévia justificativa da autoridade competen-
te e posterior comunicação ao órgão de controle interno da Admi-
CAPÍTULO IX nistração e ao tribunal de contas competente, exclusivamente nas
DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO seguintes situações:
I - grave perturbação da ordem, situação de emergência ou ca-
Art. 140. O objeto do contrato será recebido: lamidade pública;
I - em se tratando de obras e serviços: II - pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte,
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamen- agricultor familiar, produtor rural pessoa física, microempreende-
to e fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o dor individual e sociedade cooperativa, desde que demonstrado o
cumprimento das exigências de caráter técnico; risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do contrato;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela III - pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos
autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove sistemas estruturantes, desde que demonstrado o risco de descon-
o atendimento das exigências contratuais; tinuidade do cumprimento do objeto do contrato;
II - em se tratando de compras: IV - pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de
a) provisoriamente, de forma sumária, pelo responsável por falência, recuperação judicial ou dissolução da empresa contratada;
seu acompanhamento e fiscalização, com verificação posterior da V - pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para
conformidade do material com as exigências contratuais; assegurar a integridade do patrimônio público ou para manter o
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou entidade,
autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove quando demonstrado o risco de descontinuidade da prestação de
o atendimento das exigências contratuais. serviço público de relevância ou o cumprimento da missão institu-
§ 1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em cional.
parte, quando estiver em desacordo com o contrato. § 2º A inobservância imotivada da ordem cronológica referida
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não excluirá a res- no caput deste artigo ensejará a apuração de responsabilidade do
ponsabilidade civil pela solidez e pela segurança da obra ou serviço agente responsável, cabendo aos órgãos de controle a sua fiscali-
nem a responsabilidade ético-profissional pela perfeita execução zação.
do contrato, nos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato. § 3º O órgão ou entidade deverá disponibilizar, mensalmente,
§ 3º Os prazos e os métodos para a realização dos recebimen- em seção específica de acesso à informação em seu sítio na inter-
tos provisório e definitivo serão definidos em regulamento ou no net, a ordem cronológica de seus pagamentos, bem como as jus-
contrato. tificativas que fundamentarem a eventual alteração dessa ordem.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 142. Disposição expressa no edital ou no contrato poderá VII - medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou
prever pagamento em conta vinculada ou pagamento pela efetiva entidade para o saneamento dos indícios de irregularidades apon-
comprovação do fato gerador. tados;
Parágrafo único. (VETADO). VIII - custo total e estágio de execução física e financeira dos
Art. 143. No caso de controvérsia sobre a execução do objeto, contratos, dos convênios, das obras ou das parcelas envolvidas;
quanto a dimensão, qualidade e quantidade, a parcela incontrover- IX - fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em
sa deverá ser liberada no prazo previsto para pagamento. razão da paralisação;
Art. 144. Na contratação de obras, fornecimentos e serviços, X - custo para realização de nova licitação ou celebração de
inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração va- novo contrato;
riável vinculada ao desempenho do contratado, com base em me- XI - custo de oportunidade do capital durante o período de pa-
tas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental ralisação.
e prazos de entrega definidos no edital de licitação e no contrato. Parágrafo único. Caso a paralisação ou anulação não se reve-
§ 1º O pagamento poderá ser ajustado em base percentual so- le medida de interesse público, o poder público deverá optar pela
bre o valor economizado em determinada despesa, quando o obje- continuidade do contrato e pela solução da irregularidade por meio
to do contrato visar à implantação de processo de racionalização, de indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de
hipótese em que as despesas correrão à conta dos mesmos créditos responsabilidade e da aplicação de penalidades cabíveis.
orçamentários, na forma de regulamentação específica. Art. 148. A declaração de nulidade do contrato administrativo
§ 2º A utilização de remuneração variável será motivada e res- requererá análise prévia do interesse público envolvido, na forma
peitará o limite orçamentário fixado pela Administração para a con- do art. 147 desta Lei, e operará retroativamente, impedindo os efei-
tratação. tos jurídicos que o contrato deveria produzir ordinariamente e des-
Art. 145. Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou constituindo os já produzidos.
total, relativo a parcelas contratuais vinculadas ao fornecimento de § 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior,
bens, à execução de obras ou à prestação de serviços. a nulidade será resolvida pela indenização por perdas e danos, sem
§ 1º A antecipação de pagamento somente será permitida se prejuízo da apuração de responsabilidade e aplicação das penalida-
propiciar sensível economia de recursos ou se representar condição des cabíveis.
indispensável para a obtenção do bem ou para a prestação do ser- § 2º Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vis-
viço, hipótese que deverá ser previamente justificada no processo tas à continuidade da atividade administrativa, poderá decidir que
licitatório e expressamente prevista no edital de licitação ou instru- ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para efetuar
mento formal de contratação direta. nova contratação, por prazo de até 6 (seis) meses, prorrogável uma
§ 2º A Administração poderá exigir a prestação de garantia adi- única vez.
cional como condição para o pagamento antecipado. Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever
§ 3º Caso o objeto não seja executado no prazo contratual, o de indenizar o contratado pelo que houver executado até a data em
valor antecipado deverá ser devolvido. que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros prejuízos
Art. 146. No ato de liquidação da despesa, os serviços de con- regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e
tabilidade comunicarão aos órgãos da administração tributária as será promovida a responsabilização de quem lhe tenha dado causa.
características da despesa e os valores pagos, conforme o disposto Art. 150. Nenhuma contratação será feita sem a caracterização
no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. adequada de seu objeto e sem a indicação dos créditos orçamentá-
rios para pagamento das parcelas contratuais vincendas no exercí-
CAPÍTULO XI cio em que for realizada a contratação, sob pena de nulidade do ato
DA NULIDADE DOS CONTRATOS e de responsabilização de quem lhe tiver dado causa.

Art. 147. Constatada irregularidade no procedimento licitatório CAPÍTULO XII


ou na execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE
decisão sobre a suspensão da execução ou sobre a declaração de CONTROVÉRSIAS
nulidade do contrato somente será adotada na hipótese em que se
revelar medida de interesse público, com avaliação, entre outros, Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser uti-
dos seguintes aspectos: lizados meios alternativos de prevenção e resolução de controvér-
I - impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na sias, notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução
fruição dos benefícios do objeto do contrato; de disputas e a arbitragem.
II - riscos sociais, ambientais e à segurança da população local Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo
decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do con- às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis,
trato; como as questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio
III - motivação social e ambiental do contrato; econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obriga-
IV - custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas; ções contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indeni-
V - despesa necessária à preservação das instalações e dos ser- zações.
viços já executados; Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o
VI - despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno princípio da publicidade.
às atividades; Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a
adoção dos meios alternativos de resolução de controvérsias.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados § 4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo será
arbitrais e dos comitês de resolução de disputas observará critérios aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas
isonômicos, técnicos e transparentes. nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155 desta Lei, quando
não se justificar a imposição de penalidade mais grave, e impedirá
TÍTULO IV o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Administração
DAS IRREGULARIDADES Pública direta e indireta do ente federativo que tiver aplicado a san-
ção, pelo prazo máximo de 3 (três) anos.
CAPÍTULO I § 5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo será
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas
nos incisos VIII, IX, X, XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem
Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado ad- como pelas infrações administrativas previstas nos incisos II, III, IV,
ministrativamente pelas seguintes infrações: V, VI e VII do caput do referido artigo que justifiquem a imposição
I - dar causa à inexecução parcial do contrato; de penalidade mais grave que a sanção referida no § 4º deste artigo,
II - dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave e impedirá o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Ad-
dano à Administração, ao funcionamento dos serviços públicos ou ministração Pública direta e indireta de todos os entes federativos,
ao interesse coletivo; pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.
III - dar causa à inexecução total do contrato; § 6º A sanção estabelecida no inciso IV do caput deste artigo
IV - deixar de entregar a documentação exigida para o certame; será precedida de análise jurídica e observará as seguintes regras:
V - não manter a proposta, salvo em decorrência de fato super- I - quando aplicada por órgão do Poder Executivo, será de com-
veniente devidamente justificado; petência exclusiva de ministro de Estado, de secretário estadual ou
VI - não celebrar o contrato ou não entregar a documentação de secretário municipal e, quando aplicada por autarquia ou fun-
exigida para a contratação, quando convocado dentro do prazo de dação, será de competência exclusiva da autoridade máxima da
validade de sua proposta; entidade;
VII - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do ob- II - quando aplicada por órgãos dos Poderes Legislativo e Judici-
jeto da licitação sem motivo justificado; ário, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública no desempe-
VIII - apresentar declaração ou documentação falsa exigida nho da função administrativa, será de competência exclusiva de au-
para o certame ou prestar declaração falsa durante a licitação ou a toridade de nível hierárquico equivalente às autoridades referidas
execução do contrato; no inciso I deste parágrafo, na forma de regulamento.
IX - fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução § 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput deste
do contrato; artigo poderão ser aplicadas cumulativamente com a prevista no
X - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qual- inciso II do caput deste artigo.
quer natureza; § 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem supe-
XI - praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da riores ao valor de pagamento eventualmente devido pela Adminis-
licitação; tração ao contratado, além da perda desse valor, a diferença será
XII - praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846, de descontada da garantia prestada ou será cobrada judicialmente.
1º de agosto de 2013. § 9º A aplicação das sanções previstas no caput deste artigo
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações admi- não exclui, em hipótese alguma, a obrigação de reparação integral
nistrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções: do dano causado à Administração Pública.
I - advertência; Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no inciso II do caput
II - multa; do art. 156 desta Lei, será facultada a defesa do interessado no pra-
III - impedimento de licitar e contratar; zo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de sua intimação.
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. Art. 158. A aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV
§ 1º Na aplicação das sanções serão considerados: do caput do art. 156 desta Lei requererá a instauração de processo
I - a natureza e a gravidade da infração cometida; de responsabilização, a ser conduzido por comissão composta de 2
II - as peculiaridades do caso concreto; (dois) ou mais servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstân-
III - as circunstâncias agravantes ou atenuantes; cias conhecidos e intimará o licitante ou o contratado para, no prazo
IV - os danos que dela provierem para a Administração Pública; de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de intimação, apresentar
V - a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de inte- defesa escrita e especificar as provas que pretenda produzir.
gridade, conforme normas e orientações dos órgãos de controle. § 1º Em órgão ou entidade da Administração Pública cujo
§ 2º A sanção prevista no inciso I do caput deste artigo será quadro funcional não seja formado de servidores estatutários, a
aplicada exclusivamente pela infração administrativa prevista no comissão a que se refere o caput deste artigo será composta de 2
inciso I do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a (dois) ou mais empregados públicos pertencentes aos seus quadros
imposição de penalidade mais grave. permanentes, preferencialmente com, no mínimo, 3 (três) anos de
§ 3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo, calcula- tempo de serviço no órgão ou entidade.
da na forma do edital ou do contrato, não poderá ser inferior a 0,5% § 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de
(cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) novas provas ou de juntada de provas julgadas indispensáveis pela
do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta comissão, o licitante ou o contratado poderá apresentar alegações
e será aplicada ao responsável por qualquer das infrações adminis- finais no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data da inti-
trativas previstas no art. 155 desta Lei. mação.

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§ 3º Serão indeferidas pela comissão, mediante decisão funda- V - análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo
mentada, provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelató- quanto ao cumprimento dos requisitos definidos neste artigo.
rias ou intempestivas. Parágrafo único. A sanção pelas infrações previstas nos incisos
§ 4º A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciên- VIII e XII do caput do art. 155 desta Lei exigirá, como condição de
cia da infração pela Administração, e será: reabilitação do licitante ou contratado, a implantação ou aperfeiço-
I - interrompida pela instauração do processo de responsabili- amento de programa de integridade pelo responsável.
zação a que se refere o caput deste artigo;
II - suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto na CAPÍTULO II
Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013; DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO E
III - suspensa por decisão judicial que inviabilize a conclusão da DOS RECURSOS
apuração administrativa.
Art. 159. Os atos previstos como infrações administrativas nes- Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edi-
ta Lei ou em outras leis de licitações e contratos da Administração tal de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei ou para so-
Pública que também sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº licitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo protocolar o
12.846, de 1º de agosto de 2013, serão apurados e julgados conjun- pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura do certame.
tamente, nos mesmos autos, observados o rito procedimental e a Parágrafo único. A resposta à impugnação ou ao pedido de es-
autoridade competente definidos na referida Lei. clarecimento será divulgada em sítio eletrônico oficial no prazo de
Parágrafo único. (VETADO). até 3 (três) dias úteis, limitado ao último dia útil anterior à data da
Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada abertura do certame.
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir Art. 165. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para desta Lei cabem:
provocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das I - recurso, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de
sanções aplicadas à pessoa jurídica serão estendidos aos seus ad- intimação ou de lavratura da ata, em face de:
ministradores e sócios com poderes de administração, a pessoa a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de in-
jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de teressado ou de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
coligação ou controle, de fato ou de direito, com o sancionado, ob- cancelamento;
servados, em todos os casos, o contraditório, a ampla defesa e a b) julgamento das propostas;
obrigatoriedade de análise jurídica prévia. c) ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
Art. 161. Os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legis- d) anulação ou revogação da licitação;
lativo e Judiciário de todos os entes federativos deverão, no prazo e) extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral
máximo 15 (quinze) dias úteis, contado da data de aplicação da san- e escrito da Administração;
ção, informar e manter atualizados os dados relativos às sanções II - pedido de reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis,
por eles aplicadas, para fins de publicidade no Cadastro Nacional de contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não cai-
Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no Cadastro Nacional de ba recurso hierárquico.
Empresas Punidas (Cnep), instituídos no âmbito do Poder Executivo § 1º Quanto ao recurso apresentado em virtude do disposto
federal. nas alíneas “b” e “c” do inciso I do caput deste artigo, serão obser-
Parágrafo único. Para fins de aplicação das sanções previstas vadas as seguintes disposições:
nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 156 desta Lei, o Poder Exe- I - a intenção de recorrer deverá ser manifestada imediatamen-
cutivo regulamentará a forma de cômputo e as consequências da te, sob pena de preclusão, e o prazo para apresentação das razões
soma de diversas sanções aplicadas a uma mesma empresa e deri- recursais previsto no inciso I do caput deste artigo será iniciado na
vadas de contratos distintos. data de intimação ou de lavratura da ata de habilitação ou inabilita-
Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato sujei- ção ou, na hipótese de adoção da inversão de fases prevista no § 1º
tará o contratado a multa de mora, na forma prevista em edital ou do art. 17 desta Lei, da ata de julgamento;
em contrato. II - a apreciação dar-se-á em fase única.
Parágrafo único. A aplicação de multa de mora não impedirá § 2º O recurso de que trata o inciso I do caput deste artigo será
que a Administração a converta em compensatória e promova a ex- dirigido à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a deci-
tinção unilateral do contrato com a aplicação cumulada de outras são recorrida, que, se não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo
sanções previstas nesta Lei. de 3 (três) dias úteis, encaminhará o recurso com a sua motivação
Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado à autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no prazo
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do recebimento dos autos.
cumulativamente: § 3º O acolhimento do recurso implicará invalidação apenas de
I - reparação integral do dano causado à Administração Pública; ato insuscetível de aproveitamento.
II - pagamento da multa; § 4º O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo
III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da do recurso e terá início na data de intimação pessoal ou de divulga-
penalidade, no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3 ção da interposição do recurso.
(três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração de § 5º Será assegurado ao licitante vista dos elementos indispen-
inidoneidade; sáveis à defesa de seus interesses.
IV - cumprimento das condições de reabilitação definidas no Art. 166. Da aplicação das sanções previstas nos incisos I, II e III
ato punitivo; do caput do art. 156 desta Lei caberá recurso no prazo de 15 (quin-
ze) dias úteis, contado da data da intimação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. O recurso de que trata o caput deste artigo frações administrativas, observadas a segregação de funções e a ne-
será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão recorrida, cessidade de individualização das condutas, bem como remeterão
que, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias úteis, encami- ao Ministério Público competente cópias dos documentos cabíveis
nhará o recurso com sua motivação à autoridade superior, a qual para a apuração dos ilícitos de sua competência.
deverá proferir sua decisão no prazo máximo de 20 (vinte) dias Art. 170. Os órgãos de controle adotarão, na fiscalização dos
úteis, contado do recebimento dos autos. atos previstos nesta Lei, critérios de oportunidade, materialidade,
Art. 167. Da aplicação da sanção prevista no inciso IV do caput relevância e risco e considerarão as razões apresentadas pelos ór-
do art. 156 desta Lei caberá apenas pedido de reconsideração, que gãos e entidades responsáveis e os resultados obtidos com a con-
deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado tratação, observado o disposto no § 3º do art. 169 desta Lei.
da data da intimação, e decidido no prazo máximo de 20 (vinte) dias § 1º As razões apresentadas pelos órgãos e entidades respon-
úteis, contado do seu recebimento. sáveis deverão ser encaminhadas aos órgãos de controle até a con-
Art. 168. O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito clusão da fase de instrução do processo e não poderão ser desen-
suspensivo do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha de- tranhadas dos autos.
cisão final da autoridade competente. § 2º A omissão na prestação das informações não impedirá as
Parágrafo único. Na elaboração de suas decisões, a autoridade deliberações dos órgãos de controle nem retardará a aplicação de
competente será auxiliada pelo órgão de assessoramento jurídico, qualquer de seus prazos de tramitação e de deliberação.
que deverá dirimir dúvidas e subsidiá-la com as informações neces- § 3º Os órgãos de controle desconsiderarão os documentos
sárias. impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse
para o esclarecimento dos fatos.
CAPÍTULO III § 4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica
DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES poderá representar aos órgãos de controle interno ou ao tribunal
de contas competente contra irregularidades na aplicação desta Lei.
Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a prá- Art. 171. Na fiscalização de controle será observado o seguinte:
ticas contínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle I - viabilização de oportunidade de manifestação aos gestores
preventivo, inclusive mediante adoção de recursos de tecnologia da sobre possíveis propostas de encaminhamento que terão impacto
informação, e, além de estar subordinadas ao controle social, sujei- significativo nas rotinas de trabalho dos órgãos e entidades fiscali-
tar-se-ão às seguintes linhas de defesa: zados, a fim de que eles disponibilizem subsídios para avaliação pré-
I - primeira linha de defesa, integrada por servidores e empre- via da relação entre custo e benefício dessas possíveis proposições;
gados públicos, agentes de licitação e autoridades que atuam na II - adoção de procedimentos objetivos e imparciais e elabo-
estrutura de governança do órgão ou entidade; ração de relatórios tecnicamente fundamentados, baseados exclu-
II - segunda linha de defesa, integrada pelas unidades de as- sivamente nas evidências obtidas e organizados de acordo com as
sessoramento jurídico e de controle interno do próprio órgão ou normas de auditoria do respectivo órgão de controle, de modo a
entidade; evitar que interesses pessoais e interpretações tendenciosas inter-
III - terceira linha de defesa, integrada pelo órgão central de firam na apresentação e no tratamento dos fatos levantados;
controle interno da Administração e pelo tribunal de contas. III - definição de objetivos, nos regimes de empreitada por
§ 1º Na forma de regulamento, a implementação das práticas a preço global, empreitada integral, contratação semi-integrada e
que se refere o caput deste artigo será de responsabilidade da alta contratação integrada, atendidos os requisitos técnicos, legais,
administração do órgão ou entidade e levará em consideração os orçamentários e financeiros, de acordo com as finalidades da con-
custos e os benefícios decorrentes de sua implementação, optan- tratação, devendo, ainda, ser perquirida a conformidade do preço
do-se pelas medidas que promovam relações íntegras e confiáveis, global com os parâmetros de mercado para o objeto contratado,
com segurança jurídica para todos os envolvidos, e que produzam considerada inclusive a dimensão geográfica.
o resultado mais vantajoso para a Administração, com eficiência, § 1º Ao suspender cautelarmente o processo licitatório, o tribu-
eficácia e efetividade nas contratações públicas. nal de contas deverá pronunciar-se definitivamente sobre o mérito
§ 2º Para a realização de suas atividades, os órgãos de contro- da irregularidade que tenha dado causa à suspensão no prazo de 25
le deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações (vinte e cinco) dias úteis, contado da data do recebimento das in-
necessárias à realização dos trabalhos, inclusive aos documentos formações a que se refere o § 2º deste artigo, prorrogável por igual
classificados pelo órgão ou entidade nos termos da Lei nº 12.527, período uma única vez, e definirá objetivamente:
de 18 de novembro de 2011, e o órgão de controle com o qual foi I - as causas da ordem de suspensão;
compartilhada eventual informação sigilosa tornar-se-á correspon- II - o modo como será garantido o atendimento do interesse
sável pela manutenção do seu sigilo. público obstado pela suspensão da licitação, no caso de objetos es-
§ 3º Os integrantes das linhas de defesa a que se referem os senciais ou de contratação por emergência.
incisos I, II e III do caput deste artigo observarão o seguinte: § 2º Ao ser intimado da ordem de suspensão do processo lici-
I - quando constatarem simples impropriedade formal, adota- tatório, o órgão ou entidade deverá, no prazo de 10 (dez) dias úteis,
rão medidas para o seu saneamento e para a mitigação de riscos admitida a prorrogação:
de sua nova ocorrência, preferencialmente com o aperfeiçoamento I - informar as medidas adotadas para cumprimento da deci-
dos controles preventivos e com a capacitação dos agentes públicos são;
responsáveis; II - prestar todas as informações cabíveis;
II - quando constatarem irregularidade que configure dano à III - proceder à apuração de responsabilidade, se for o caso.
Administração, sem prejuízo das medidas previstas no inciso I deste
§ 3º, adotarão as providências necessárias para a apuração das in-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º A decisão que examinar o mérito da medida cautelar a que a) envio, registro, armazenamento e divulgação de mensagens
se refere o § 1º deste artigo deverá definir as medidas necessárias e de texto ou imagens pelo interessado previamente identificado;
adequadas, em face das alternativas possíveis, para o saneamento b) acesso ao sistema informatizado de acompanhamento de
do processo licitatório, ou determinar a sua anulação. obras a que se refere o inciso III do caput do art. 19 desta Lei;
§ 4º O descumprimento do disposto no § 2º deste artigo ense- c) comunicação entre a população e representantes da Admi-
jará a apuração de responsabilidade e a obrigação de reparação do nistração e do contratado designados para prestar as informações e
prejuízo causado ao erário. esclarecimentos pertinentes, na forma de regulamento;
Art. 172. (VETADO). d) divulgação, na forma de regulamento, de relatório final com
Art. 173. Os tribunais de contas deverão, por meio de suas es- informações sobre a consecução dos objetivos que tenham justifi-
colas de contas, promover eventos de capacitação para os servido- cado a contratação e eventuais condutas a serem adotadas para o
res efetivos e empregados públicos designados para o desempenho aprimoramento das atividades da Administração.
das funções essenciais à execução desta Lei, incluídos cursos pre- § 4º O PNCP adotará o formato de dados abertos e observará as
senciais e a distância, redes de aprendizagem, seminários e con- exigências previstas na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
gressos sobre contratações públicas. § 5º (VETADO).
Art. 175. Sem prejuízo do disposto no art. 174 desta Lei, os en-
TÍTULO V tes federativos poderão instituir sítio eletrônico oficial para divulga-
DISPOSIÇÕES GERAIS ção complementar e realização das respectivas contratações.
§ 1º Desde que mantida a integração com o PNCP, as contrata-
CAPÍTULO I ções poderão ser realizadas por meio de sistema eletrônico forneci-
DO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP) do por pessoa jurídica de direito privado, na forma de regulamento.
§ 2º Até 31 de dezembro de 2023, os Municípios deverão rea-
Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas lizar divulgação complementar de suas contratações mediante pu-
(PNCP), sítio eletrônico oficial destinado à: blicação de extrato de edital de licitação em jornal diário de grande
I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por circulação local. (Promulgação partes vetadas)
esta Lei; Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes
II - realização facultativa das contratações pelos órgãos e en- terão o prazo de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta
tidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os Lei, para cumprimento:
entes federativos. I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º
§ 1º O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor da Rede Nacional desta Lei;
de Contratações Públicas, a ser presidido por representante indica- II - da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma
do pelo Presidente da República e composto de: eletrônica a que se refere o § 2º do art. 17 desta Lei;
I - 3 (três) representantes da União indicados pelo Presidente III - das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial.
da República; Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municí-
II - 2 (dois) representantes dos Estados e do Distrito Federal pios a que se refere o caput deste artigo deverão:
indicados pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Ad- I - publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige
ministração; que sejam divulgadas em sítio eletrônico oficial, admitida a publica-
III - 2 (dois) representantes dos Municípios indicados pela Con- ção de extrato;
federação Nacional de Municípios. II - disponibilizar a versão física dos documentos em suas re-
§ 2º O PNCP conterá, entre outras, as seguintes informações partições, vedada a cobrança de qualquer valor, salvo o referente
acerca das contratações: ao fornecimento de edital ou de cópia de documento, que não será
I - planos de contratação anuais; superior ao custo de sua reprodução gráfica.
II - catálogos eletrônicos de padronização;
III - editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de CAPÍTULO II
contratação direta e editais de licitação e respectivos anexos; DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
IV - atas de registro de preços;
V - contratos e termos aditivos; Art. 177. O caput do art. 1.048 da Lei nº 13.105, de 16 de mar-
VI - notas fiscais eletrônicas, quando for o caso. ço de 2015 (Código de Processo Civil), passa a vigorar acrescido do
§ 3º O PNCP deverá, entre outras funcionalidades, oferecer: seguinte inciso IV:
I - sistema de registro cadastral unificado; “Art.1.048. ..................................................................................
II - painel para consulta de preços, banco de preços em saúde e .....................
acesso à base nacional de notas fiscais eletrônicas; ....................................................................................................
III - sistema de planejamento e gerenciamento de contrata- ......................
ções, incluído o cadastro de atesto de cumprimento de obrigações IV - em que se discuta a aplicação do disposto nas normas ge-
previsto no § 4º do art. 88 desta Lei; rais de licitação e contratação a que se refere o inciso XXVII do caput
IV - sistema eletrônico para a realização de sessões públicas; do art. 22 da Constituição Federal.
V - acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- ....................................................................................................
pensas (Ceis) e ao Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep); ............” (NR)
VI - sistema de gestão compartilhada com a sociedade de infor- Art. 178. O Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848,
mações referentes à execução do contrato, que possibilite: de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido
do seguinte Capítulo II-B:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO II-B III - entrega de uma mercadoria por outra;


DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mer-
ADMINISTRATIVOS cadoria ou do serviço fornecido;
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais
Contratação direta ilegal onerosa para a Administração Pública a proposta ou a execução do
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação dire- contrato:
ta fora das hipóteses previstas em lei: Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Contratação inidônea
Frustração do caráter competitivo de licitação Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional decla-
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si rado inidôneo:
ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa.
licitação, o caráter competitivo do processo licitatório: § 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. inidôneo:
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa.
Patrocínio de contratação indevida § 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que,
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri- declarado inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma
vado perante a Administração Pública, dando causa à instauração pena do § 1º deste artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a
de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser contratar com a Administração Pública.
decretada pelo Poder Judiciário:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Impedimento indevido
Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscri-
Modificação ou pagamento irregular em contrato administra- ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover
tivo indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de re-
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo- gistro do inscrito:
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a
Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da licita- Omissão grave de dado ou de informação por projetista
ção ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pú-
fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: blica levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo
da licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais vanta-
Perturbação de processo licitatório josa para a Administração Pública, em contratação para a elabora-
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qual- ção de projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo
quer ato de processo licitatório: competitivo ou em procedimento de manifestação de interesse:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e
Violação de sigilo em licitação os levantamentos suficientes e necessários para a definição da so-
Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em pro- lução de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos
cesso licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: sondagens, topografia, estudos de demanda, condições ambientais
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. e demais elementos ambientais impactantes, considerados requi-
sitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a
Afastamento de licitante elaboração de projetos.
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de vio- § 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto
lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qual- ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena pre-
quer tipo: vista no caput deste artigo.
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos nes-
da pena correspondente à violência. te Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato
desiste de licitar em razão de vantagem oferecida. licitado ou celebrado com contratação direta.”
Art. 179. Os incisos II e III do caput do art. 2º da Lei nº 8.987, de
Fraude em licitação ou contrato 13 de fevereiro de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação:
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, lici- “Art. 2º .......................................................................................
tação ou contrato dela decorrente, mediante: ......................
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qua- ....................................................................................................
lidade ou em quantidade diversas das previstas no edital ou nos .......................
instrumentos contratuais;
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria
falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de
validade vencido;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, § 3º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, se no mês do
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo,
concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio considera-se como termo o último dia do mês.
de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por Art. 184. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber e
sua conta e risco e por prazo determinado; na ausência de norma específica, aos convênios, acordos, ajustes e
III - concessão de serviço público precedida da execução de outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades
obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, refor- da Administração Pública, na forma estabelecida em regulamento
ma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse do Poder Executivo federal.
público, delegados pelo poder concedente, mediante licitação, na Art. 185. Aplicam-se às licitações e aos contratos regidos pela
modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, as disposições do Capítulo
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua II-B do Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da dezembro de 1940 (Código Penal).
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a explora- Art. 186. Aplicam-se as disposições desta Lei subsidiariamente
ção do serviço ou da obra por prazo determinado; à Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, à Lei nº 11.079, de 30 de
.................................................................................................... dezembro de 2004, e à Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010.
..............” (NR) Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
Art. 180. O caput do art. 10 da Lei nº 11.079, de 30 de dezem- aplicar os regulamentos editados pela União para execução desta
bro de 2004, passa a vigorar com a seguinte redação: Lei.
“Art. 10. A contratação de parceria público-privada será prece- Art. 188. (VETADO).
dida de licitação na modalidade concorrência ou diálogo competiti- Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação
vo, estando a abertura do processo licitatório condicionada a: que façam referência expressa à Lei nº 8.666, de 21 de junho de
.................................................................................................... 1993, à Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A
.............” (NR) da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
CAPÍTULO III Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado an-
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS tes da entrada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo
com as regras previstas na legislação revogada.
Art. 181. Os entes federativos instituirão centrais de compras, Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do
com o objetivo de realizar compras em grande escala, para atender caput do art. 193, a Administração poderá optar por licitar ou con-
a diversos órgãos e entidades sob sua competência e atingir as fina- tratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis
lidades desta Lei. citadas no referido inciso, desde que: (Redação dada pela Medida
Parágrafo único. No caso dos Municípios com até 10.000 (dez Provisória nº 1.167, de 2023)
mil) habitantes, serão preferencialmente constituídos consórcios I - a publicação do edital ou do ato autorizativo da contratação
públicos para a realização das atividades previstas no caput deste direta ocorra até 29 de dezembro de 2023; e (Incluído pela Me-
artigo, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005. dida Provisória nº 1.167, de 2023)
Art. 182. O Poder Executivo federal atualizará, a cada dia 1º II -a opção escolhida seja expressamente indicada no edital ou
de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo no ato autorizativo da contratação direta. (Incluído pela Medida
Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a substituí-lo, os valores Provisória nº 1.167, de 2023)
fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no PNCP. § 1º Na hipótese do caput, se a Administração optar por licitar
Art. 183. Os prazos previstos nesta Lei serão contados com ex- de acordo com as leis citadas no inciso II do caput do art. 193, o
clusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento e obser- respectivo contrato será regido pelas regras nelas previstas durante
varão as seguintes disposições: toda a sua vigência. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.167, de
I - os prazos expressos em dias corridos serão computados de 2023)
modo contínuo; § 2º É vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas
II - os prazos expressos em meses ou anos serão computados no inciso II do caput do art. 193. (Incluído pela Medida Provisória
de data a data; nº 1.167, de 2023)
III - nos prazos expressos em dias úteis, serão computados so- Art. 192. O contrato relativo a imóvel do patrimônio da União
mente os dias em que ocorrer expediente administrativo no órgão ou de suas autarquias e fundações continuará regido pela legislação
ou entidade competente. pertinente, aplicada esta Lei subsidiariamente.
§ 1º Salvo disposição em contrário, considera-se dia do começo Art. 193. Revogam-se:
do prazo: I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na
I - o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da infor- data de publicação desta Lei;
mação na internet; II - em 30 de dezembro de 2023: (Redação dada pela Medida
II - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quan- Provisória nº 1.167, de 2023)
do a notificação for pelos correios. a) a Lei nº 8.666, de 1993; (Incluído pela Medida Provisória
§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se- nº 1.167, de 2023)
guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente, b) a Lei nº 10.520, de 2002; e (Incluído pela Medida Provisó-
se o expediente for encerrado antes da hora normal ou se houver ria nº 1.167, de 2023)
indisponibilidade da comunicação eletrônica. c) os art. 1º a art. 47-A da Lei nº 12.462, de 2011. (Incluído
pela Medida Provisória nº 1.167, de 2023)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Referente à Constituição de 1934, depreende-se que esta man-
Brasília, 1º de abril de 2021; 200o da Independência e 133o da teve a responsabilidade civil subjetiva do Estado, determinando no
República. art. 171, o seguinte: “Os funcionários públicos são responsáveis so-
lidariamente com a Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, por
quaisquer prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou abuso
CONCEITOS FUNDAMENTAIS. LICITAÇÕES E CONTRATOS no exercício dos seus cargos”.
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONCESSÕES. PARCERIA A Carta Magna de 1937, por sua vez, reiterou no art. 158 o mes-
PÚBLICO-PRIVADA. PERMISSÕES. PREGÃO. mo dispositivo da Constituição de 1934.
No condizente à Constituição de 1946, aduz-se que esta repre-
sentou uma importante e grande inovação no assunto ao introduzir,
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado por sua vez, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, con-
em tópicos anteriores. forme ditado no dispositivo a seguir:

Art. 194. As pessoas jurídicas de Direito Público Interno são ci-


vilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa
RESPONSABILIDADE CIVIL E ADMINISTRATIVA. qualidade, causem a terceiros.
Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcio-
Evolução histórica nários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes.
De início, adentraremos esse módulo respaldando sobre o con-
ceito de responsabilidade civil do Estado. Consiste esse instituto A Constituição de 1967, acoplada à Emenda 1, de 1969, foi
na obrigação estatal de indenizar os danos patrimoniais, morais ou audaz e manteve a responsabilidade objetiva do Estado, fazendo o
estéticos que os seus agentes, agindo nessa qualidade, causarem a acréscimo referente de que a ação regressiva contra o funcionário
terceiros. A responsabilidade civil do Estado pode ser dividida em ocorreria também nos casos de dolo, e não somente nos casos de
dois grupos: a contratual, que advém da ausência de cumprimento culpa, como era disposto na Constituição de 1946.
de cláusulas inclusas em contratos administrativos, e a extracontra- Em âmbito contemporâneo, a Constituição Federal de 1988, no
tual ou aquiliana, que alcança as demais situações. art. 37, § 6º, determina: “As pessoas jurídicas de Direito Público e
Em relação à evolução histórica, de acordo com o Professor Cel- as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão
so Antônio Bandeira de Mello, a tese da responsabilidade civil do pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
Estado sempre foi aceita em forma de princípio amplo. Isso ocorreu ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos ca-
mesmo no período em que não existia dispositivo de norma espe- sos de dolo ou culpa”.
cífica. Para o mencionado autor, desde os primórdios, predominou O referido dispositivo constitucional em alusão, trouxe infor-
no Brasil a tese da responsabilidade do Estado com base na teo- mação inovadora ao ampliar a responsabilidade civil objetiva do
ria da culpa civil. Logo após, houve o avanço para que houvesse a Estado, que por sua vez, passou também a alcançar as pessoas jurí-
admissão da culpa pela ausência de serviço. Por fim, chegou-se à dicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como por
aprovação da responsabilidade objetiva do Estado. exemplo: as fundações governamentais de direito privado, as em-
Nos tempos imperiais, a Constituição de 1824 vigente à épo- presas públicas, sociedades de economia mista, e, ainda qualquer
ca, previa somente a responsabilidade pessoal do agente público, pessoa jurídica de direito privado, desde que estejam devidamente
conforme disposto no art. 179, XXIX: “Os empregados públicos são paramentadas sob delegação do Poder Público e a qualquer título
estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no para a prestação de serviços públicos.
exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente respon- Esclarece-se, nesse sentido, que a regra da responsabilidade
sáveis aos seus subalternos”. civil objetiva não pode ser aplicada aos atos das empresas públicas
Ressalta-se, que nesse período, mesmo não existindo previsão e das sociedades de economia mista exploradoras de atividade eco-
constitucional a respeito da responsabilidade do Estado, a doutrina nômica, tendo em vista que o art. 173, § 1º, da CF/1988, determina
e a jurisprudência compreendiam que existia solidariedade do Esta- de forma expressa que elas sejam regidas pelas mesmas normas
do em alusão aos atos de seus agentes. aplicáveis às empresas privadas. Por consequência, tais entidades
No art. 82 da Constituição Federal de 1891, no seu art. 82, car- estão sujeitas à responsabilidade subjetiva, sendo controladas pe-
regou e trouxe em seu bojo, dispositivo semelhante ao da Consti- las normas comuns pertinentes ao Direito Civil.
tuição de 1824. Aduz-se que a aglutinação do art. 37, § 6º, com o art. 5º, X, am-
Em âmbito civilista, o Código Civil de 1916, em seu art. 15, dis- bos da CF/1988, leva à conclusão de que a responsabilização estatal
pôs: “As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente respon- tem ampla abrangência tanto no condizente ao dano material como
sáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem o dano moral. Entretanto, a jurisprudência achou por bem ampliar
danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou fal- as espécies de danos indenizáveis, passando a determinar que o
tando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os dano estético se constituiria em uma espécie de dano autônomo
causadores do dano”. Para a doutrina, o entendimento é de que o no qual a indenização poderia ser expressamente cumulada com a
referido dispositivo legal consagrava a responsabilidade subjetiva reparação pelos danos materiais e morais.
do Estado tanto no sentido de culpa civil, quanto por ausência de Ressalta-se que a responsabilidade objetiva do Estado deve se-
serviço. guir a teoria do risco administrativo, conforme previsto na CF/1988
e a teoria do risco integral jamais recebeu acolhimento como nor-
ma ou regra em nenhuma das constituições brasileiras.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No entanto, no ordenamento jurídico brasileiro algumas hipó- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
teses em que se aplica a teoria do risco integral foram inseridas. vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
A título de exemplo disso, temos os casos de danos causados por seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
acidentes nucleares (CF, art. 21, XXIII, “d”, disciplinado pela Lei direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
6.453/1977), e, ainda, de danos decorrentes de atentados terroris- O mencionado dispositivo, sob plena concordância unânime da
tas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas brasilei- doutrina e jurisprudência, consagra de forma expressa a responsa-
ras (Leis 10.309/2001 e 10.744/2003). bilidade civil objetiva do Estado. No entendimento desse parâmetro
Finalmente, após inúmeras delongas ao longo da história, che- Constitucional, a vítima se encontra de forma ampla, dispensada do
ga-se ao Código Civil de 2002 que, em seu art. 43, reitera a mesma ônus da prova da culpa da Administração, tendo a incumbindo-lhe
orientação inserida na Constituição Federal de 1988, suprimindo, somente comprovar o nexo causal entre o ato desta e o prejuízo
no entanto, a alusão à responsabilidade das pessoas jurídicas de sofrido.
direito privado prestadoras de serviço público. Entretanto, ressal- Contudo, ressalta-se que o dispositivo se reporta apenas aos
ta-se que a omissão, nesse caso, não impede a responsabilização danos causados pelos agentes das pessoas jurídicas de direito pú-
objetiva dessas pessoas jurídicas, posto que está prevista no texto blico ou, ainda, das pessoas jurídicas de direito privado que pres-
constitucional. tam serviço público, não tendo qualquer espécie de alcance às si-
Ante o exposto, aduz-se que as conclusões a respeito da maté- tuações nas quais o dano tenha decorrido de ato de terceiro ou de
ria podem ser resumidas da seguinte maneira: fatos advindos de caso fortuito ou força maior.
• A teoria da irresponsabilidade civil do Estado nunca foi aceita Assim sendo, afirma-se que o artigo 37, § 6º, Constituição Fe-
no direito brasileiro. deral de 1988, não enseja ao alcance das hipóteses de omissão es-
• A evolução legislativa mostra que o ordenamento jurídico pá- tatal, posto que, nestas situações, o dano não decorre, exatamente
trio previu de início a responsabilidade civil do Estado com base na da ação de um agente do Estado, mas sim da atitude de um terceiro,
culpa civil, vindo a evoluir para a responsabilidade pela ausência de denotando que a omissão do Estado apenas contribui para o resul-
trabalho até chegar à responsabilidade objetiva. tado.
• A responsabilidade objetiva do Estado foi inserida no ordena- Adverte-se que a conduta omissa do Estado não é o que causa
mento jurídico brasileiro a partir da Constituição Federal de 1946. diretamente o dano, uma vez que este é proveniente de ato de ter-
• A Constituição Federal de 1988, veio a ampliar a responsabi- ceiro, razão pela qual pode-se afirmar que o dano à vítima não foi
lidade objetiva do Estado, vindo a responsabilizar objetivamente as consequência de forma direta da conduta omissa do agente do Es-
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público. tado, o que faz inaplicável o artigo 37, § 6º, da CFB/88 às hipóteses
• A Constituição Federal de 1988 consagrou a responsabilidade de omissão do Estado, restando incabível a teoria da responsabili-
por danos morais ou extrapatrimoniais. dade objetiva com base no risco administrativo.
• A responsabilidade objetiva do Estado adotada pela Carta
Magna de 1988, segue a teoria do risco administrativo, sendo que a Responsabilidade por omissão do Estado
teoria do risco integral foi acolhida apenas em situações e hipóteses Atos omissivos são aqueles por meio dos quais o agente pú-
excepcionais. blico deixa de agir e sua omissão, ainda que não venha a causar
• Divergindo da Constituição Federal de 1988, pelo fato de não diretamente o dano, possibilita sua ocorrência.
haver feito referência à responsabilidade objetiva das pessoas jurí- Quando o Estado é omisso no seu dever de agir de acordo com
dicas que prestam serviços ao poder público, o Código Civil de 2002, os parâmetros legais, terá o dever de reparar o prejuízo causado.
prevê também a responsabilidade objetiva do Estado. No entanto, a responsabilidade será aplicada na forma subjetiva,
posto que deverá ser demonstrada a culpa do Estado, ou seja, a
Responsabilidade por ato comissivo do Estado omissão estatal.
De antemão, convém respaldar que responsabilidade civil do Prevalece entre os doutrinadores, apesar de não haver pacifi-
Estado é passível de advir de atos comissivos ou omissivos pratica- cidade doutrinária e nem tampouco nos tribunais, o entendimento
dos por seus agentes. de que a redação do art. 37, § 6º, da CFB/88, só consagra a respon-
Em consonância com o estudo em questão, aduz-se que atos sabilidade objetiva nos atos comissivos.
comissivos são aqueles por meio dos quais o agente público atua de Destaque-se que não é qualquer ato omissivo praticado por
forma positiva causando danos a um terceiro. Exemplo: um condu- agente público que intitula a responsabilidade civil do Estado. A
tor de veículo automotor e servidor do Estado, embriagado e sob o responsabilização estatal em função de omissivos, ocorre somente
efeito de drogas, dirigindo a serviço, atropela um pedestre. quando o agente público omisso possui o dever legal de praticar um
Cumpre ressaltar que a teoria adotada em relação à responsa- determinado ato, e deixa de fazê-lo. Exemplo: em situação hipoté-
bilidade civil do Estado por prática de conduta omissa, não é a mes- tica, um agente salva-vidas que ao se deparar diante de situação na
ma a ser aplicada à responsabilização por atos comissivos. Infere-se qual um banhista está se afogando, permanece inerte, permitindo
que o artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 é de aplicação que o banhista venha a falecer sem ser socorrido. Nesta situação,
restrita em relação aos atos comissivos, sendo, assim, incorreta a o Estado explicitamente será responsabilizado pelo ato de omis-
sua invocação nos casos específicos de responsabilidade por omis- são do agente público, tendo em vista que este tinha o dever legal
são estatal. de agir, ao menos tentando salvar a vida do banhista e não o fez.
Em outro ângulo, aproveitando o mesmo exemplo, se, ao invés do
Para melhor entendimento do raciocínio, o artigo 37, § 6º, da guarda salva-vidas, a mencionada omissão fosse praticada por um
Constituição Federal, em relação à responsabilidade civil do Estado, Analista Judiciário do Tribunal de Justiça de algum Estado da Fede-
dispõe:

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ração, o Estado não poderia ser responsabilizado, tendo em vista no caso de odontologista que realiza cirurgia pertinente à sua área
que ao Analista, não era incumbido o dever legal de tentar salvar de atuação em hospital público e venha a cometer algum erro, ca-
o banhista. racterizado como ato ilícito, ou em campanha de aplicação de flúor
Não obstante, afirma-se que é inaplicável o uso do artigo 37, contra cáries, quando a substância vem a causar situação adversa
§ 6º da Constituição Federal de 1988, bem como da teoria do ris- irreversível caracterizada como ato lícito, são atos que acabam por
co administrativo às lides de responsabilidade civil por omissão do gerar danos passíveis de reparação, na forma objetiva.
Estado. Para que a responsabilidade objetiva estatal seja configurada,
Registre-se ainda, que a responsabilidade civil por omissão deve haver um dano, tendo em vista que indenizar é “suprimir o
estatal é subjetiva. Isso ocorre, também, devido à inaplicabilidade dano” por meio do adimplemento de uma contraprestação de na-
do artigo 37, § 6º da Constituição Federal, que é a instituidora da tureza pecuniária. Isso pode ser tanto dano de efeito moral como a
responsabilidade objetiva aos casos de omissão estatal, o que ense- violação à dignidade e à honra, por exemplo, quanto dano material
ja ao entendimento de que a responsabilização do mesmo apenas que cause prejuízo financeiro a outrem.
poderá ser invocada se sua ausência de ação houver sido culposa. Assegura-se ainda, que quando houver mera possibilidade de
Em outras palavras, aduz-se que a responsabilidade civil do dano, esta não será passível de indenização. Exemplo: a constru-
estatal por conduta omissa é subjetiva. Ressalte-se que tal posicio- ção de um presídio perto de pré-escola. Isso é fato que pode vir a
namento já foi referendado por muitos de nossos mais renomados causar danos irreparáveis tanto aos alunos, como às suas famílias.
e importantes administrativistas. Ótimos exemplos disso, são Hely Pondera-se também que deve haver o nexo causal, que se trata da
Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello, sendo desse úl- necessária e importante relação de causa e efeito entre a conduta
timo, o esclarecedor ensinamento de que a partir do momento em praticada pelo agente e o dano causado. Não existindo o nexo cau-
que o dano foi constatado em decorrência de uma omissão do Esta- sal, ou for disseminado por algum fator, estará afastada a responsa-
do, sendo pelo serviço que não funcionou, ou, funcionou de forma bilidade do Estado.
ineficientemente ou tardia, aduz-se que caberá a aplicabilidade da No contexto acima, compreende-se que é insuficiente a de-
teoria da responsabilidade subjetiva. Entretanto, se o Estado não monstração somente do dano e da conduta do Estado. É necessário
agiu, não será, por conseguinte, ser ele o autor do dano. E, não sen- e devido também que se prove o nexo causal.
do ele o autor, só será responsabilizado se caso estivesse obrigado
a impedir o dano. Observação importante: O STF tem entendido que, havendo
Em alusão ao retro ensinamento, afirma-se que a teoria apli- fuga de preso na qual o detento se encontre há muito tempo fo-
cada não poderia ser a objetiva, isso porque tal teoria admite a co- ragido e venha a cometer algum crime, com a geração de dano a
brança de responsabilização até mesmo quando o dano é advindo particular, não existe a responsabilidade do Estado, pelo fato de não
de atuação lícita do Estado. haver mais nexo causal, interrompido pelo prolongado período de
Nos casos relacionados à omissão estatal, o Estado não é o ver- fuga. Entende o STF que o longo período do tempo entre a fuga e
dadeiro autor do dano, uma vez este o advém de atividade de ter- o crime faz com que o nexo causal deixe de existir, não sendo mais
ceiro. Assim sendo, sua responsabilidade somente poderá ser invo- possível imputar ao Estado o dano causado. O tempo que o STF en-
cada caso esteja obrigado a agir com o fulcro de impedir que o dano tende como longo, pondera-se que não existe uma tabela de prazos
ocorra, isso, em havendo ilegalidade na sua omissão. Resta registrar que regule tal entendimento. O que a Suprema Corte faz é a análise
também, inclusive, que a responsabilidade estatal não poderá ser de casos concretos e específicos.
invocada quando existir a impossibilidade real de impedimento do
dano mediante atuação aplicadora do Estado. Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade do Es-
Por fim, devido ao fato de a responsabilização estatal ocorrer tado
apenas quando sua omissão for caracterizada por uma atitude ilíci- Dentro do instituto da responsabilidade civil do Estado existem
ta, a Administração não será responsabilizada se houver utilizado e algumas causas que excluem ou atenuam a sua obrigação de acatar
esgotado suas possibilidades e formas de amparo no limite máximo ou não com tais prerrogativas. Pondera-se que a única circunstân-
e, mesmo desta forma, não tiver conseguido impedir o dano, posto cia que explicitamente atenua ou diminui a responsabilidade civil
que a Administração Pública somente poderá ser responsabilizada estatal é a existência de culpa concorrente da vítima, comprovan-
por danos que estava obrigada a impedir. do assim a inexistência de culpa exclusiva do Estado. Desta forma,
na situação hipotética de colisão entre veículo que pertence a ente
Requisitos para a demonstração da responsabilidade do es- público e a um particular, na qual tenha ocorrido imprudência de
tado ambos os condutores, o Estado não responde pela integralidade do
Os requisitos que compõem a estrutura e demarcam o perfil da dano, o que faz por força de lei, com que os prejuízos deverão ser
responsabilidade civil objetiva do Poder Público, são: a alteridade rateados na proporção da culpa de cada responsável pelo ato.
do dano; a causalidade material entre o eventus damni e o com- Em relação às circunstâncias excludentes da responsabilidade
portamento positivo por ação, ou negativo por omissão do agen- do Estado, a doutrina e a jurisprudência consideram as seguintes:
te público; a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros, caso fortuito e
agente público que tenha, nessa condição de servidor, incidido em força maior.
conduta comissiva ou omissiva, isso, independentemente da licitu-
de, ou não, do comportamento funcional e a inexistência de causa Vejamos:
excludente da responsabilidade do Estado.
Em suma, os requisitos para a demonstração da responsabi- Culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros
lidade do Estado são necessariamente a conduta a ser praticada
pelo agente que poderá ser lícita ou ilícita. Veja-se por exemplo,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É excludente da responsabilidade do Estado, uma vez que afasta o nexo causal entre a conduta do agente público e o dano existente.
A esse respeito, é de suma importância ressaltarmos que não é cabível a invocação de culpa ou de dolo exclusiva da vítima na hipótese de
suicídio de detento. Isso ocorre pelo fato do preso se encontrar sob a custódia do Estado que tem o dever de manter-lhe a integridade física
e moral, buscando sua total proteção, inclusive do suicídio. Nesse sentido, o STF entende que o suicídio de detento é motivo de omissão
ilegítima, que por sua vez, gera responsabilidade civil objetiva do Estado, que passará a ter o dever de indenizar por meio de danos morais
os familiares do falecido.
Em algumas situações ocorrem no mundo dos fatos eventos imprevisíveis, extraordinários e de força irresistível, externos à adminis-
tração pública e que causam danos aos administrados. Tendo em vista a inexistência de qualquer nexo de causalidade entre a atuação
administrativa e o prejuízo sofrido pelo terceiro, ter-se-á por excluída a responsabilidade civil do Estado, não lhe sendo imputado qualquer
dever de indenizar.

Caso fortuito e força maior


Boa parte dos doutrinadores denominam consideram esta excludente como sendo os eventos naturais, a exemplo das tempestades,
dos furacões, dos raios, dentre outros, vindo a reservar a expressão “caso fortuito” para os acontecimentos humanos, como os arrastões,
as guerras, as greves, etc., ao passo que outros possuem conceitos opostos, designando a “força maior” para os eventos que podem ser
imputados aos homens e o “caso fortuito” para os eventos naturais.
Pondera-se que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça tem atribuído aos eventos extraordinários, imprevisíveis
e de força irresistível, ocorridos de forma externa à administração pública com causídico de danos aos administrados, a especificidade de
excludentes do nexo causal ocorridas entre a atuação administrativa e o evento danoso, de modo a impedir a responsabilização estatal
pelos prejuízos causados.
Desta maneira, nos julgados de ambos os Tribunais, não existe a preocupação em diferenciar caso fortuito de força maior, mas somen-
te a tentativa de averiguar a presença deles em cada caso específico do objeto de exame.
Nesse entendimento, o STJ já validou que “somente se afasta a responsabilidade se o evento danoso resultar de caso fortuito ou força
maior, ou decorrer de culpa da vítima” (REsp 721.439/RJ), enquanto o STF asseverou que “o princípio da responsabilidade objetiva não se
reveste de caráter absoluto, eis que admite o abrandamento e, até mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil do Estado, nas hipó-
teses excepcionais configuradoras de situações liberatórias – como o caso fortuito e a força maior – ou evidenciadoras de ocorrência de culpa
atribuível à própria vítima” (RE109.615/RJ).

Esquematizando, temos:

CULPA OU DOLO
CASO FORTUITO
EXCLUSIVO DA VÍTIMA
E FORÇA MAIOR
OU DE TERCEIROS

O STF e o STJ tem atribuído aos eventos extraordinários, imprevisíveis e de força irre-
É excludente da responsabilidade do
sistível, ocorridos de forma externa à administração pública com causídico de danos aos
Estado, uma vez que afastam o nexo causal
administrados, a especificidade de excludentes do nexo causal ocorridas entre a atuação
entre a conduta do agente público e o dano
administrativa e o evento danoso, de modo a impedir a responsabilização estatal pelos
existente
prejuízos causados.

Infere-se que o Código Civil brasileiro, no parágrafo único do art. 393, determina que “O caso fortuito ou de força maior verifica-se no
fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.” Percebe-se que, à semelhança das decisões do STF e do STJ, a referência
é a “caso fortuito ou de força maior”, com as expressões objeto de tanta discussão acadêmica citadas em conjunto, separadas apenas pela
partícula “ou”, como que querendo demonstrar que, se as consequências são semelhantes, estando regidas pelo mesmo regime jurídico,
não há relevância na tentativa de diferenciação.

Reparação do dano
Em sentido geral, a reparação do dano pode ser viabilizada na esfera administrativa por meio de acordo administrativo, ou na via
judicial.
O agente estatal, na qualidade de agente público, em se tratando de caso de dolo ou culpa, pode causar danos ao Estado ou a tercei-
ros.
Na primeira situação, a responsabilidade deverá ser apurada por intermédio de processo administrativo, garantidos a ampla defesa
e o contraditório. Comprovada a responsabilidade subjetiva do agente, o adimplemento poderá ser feito de forma espontânea ou, caso
contrário, por medida judicial.

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No entanto, ressalte-se, que é ilegal usar com imposição o des- valor venha a ser descontado de seus vencimentos, desde que res-
conto em folha de pagamento dos agentes públicos de valores re- peitados os percentuais máximos previstos em lei para essa espécie
ferentes ao ressarcimento ao erário, exceto se houver autorização de desconto.
prévia do agente ou procedimento administrativo com a aplicação Sobre o assunto, é importante destacar alguns pontos:
da ampla defesa e do contraditório. A) A ação de responsabilização do agente público deduz que o
Na segunda situação, o terceiro, como vítima do dano, pode- Poder Público tenha indenizado o particular, tanto em virtude de
rá ajuizar ação em face do Estado, aplicando a responsabilidade acordo com o reconhecimento da responsabilidade civil estatal,
objetiva, ou do próprio agente público, se valendo nesse caso da como em decorrência de condenação em ação ajuizada pelo lesado.
responsabilidade subjetiva, exceto nos casos em que houver a ado- B) Em ação regressiva, a responsabilidade do agente público é
ção da teoria da dupla garantia, por meio da qual, a única medida de natureza subjetiva, às expensas da comprovação de que ele agiu
cabível seria o direcionamento da pugnação de reparação em face com culpa ou dolo. Desta forma, é possível que o Estado venha a
do Estado. indenizar o particular e não reconheça o direito de ser ressarcido
De qualquer maneira, o Estado, ao indenizar a vítima, deterá o pelo servidor responsável. Para isso, basta que não seja comprova-
dever de cobrar, de forma regressiva, o valor desembolsado perante do dolo ou culpa advinda desse agente público.
o agente público que causou o dano efetivo e que agiu com dolo ou C) A parte final do § 5º do art. 37 da CFB/88, pode levar ao
culpa. entendimento precípuo de que quaisquer e todos as espécies de
Entende-se que o direito de regresso do Estado em face do ações de ressarcimento movidas pelo Poder Público são imprescri-
agente público nasce com o pagamento da indenização à vítima. tíveis. Entretanto, o STF, no julgamento do RE 669.069/MG, decidiu,
Assim sendo, não basta o que ocorra o trânsito em julgado da sen- com repercussão geral, que “é prescritível a ação de reparação de
tença que condena o Estado na ação indenizatória, posto que o in- danos à fazenda pública decorrentes de ilícito civil.
teresse jurídico para propor a ação regressiva depende em grande D)É transmitida aos herdeiros a qualquer tempo, a obrigação
parte do efetivo desfalque nos cofres públicos. Denota-se que caso de ressarcir o Estado, respeitada, sem dúvidas, a possibilidade de
ocorra a propositura da ação regressiva antes do pagamento, pode- prescrição na hipótese de danos decorrentes de ilícito civil, ten-
ria denotar e ensejar o enriquecimento sem causa do Estado. do como limite o valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV, da
Pondera-se que em fase inicial, a cobrança regressiva em face CF/1988). Entretanto, ocorrendo a prescrição da ação regressiva,
do agente público deve ocorrer na esfera administrativa. Em se beneficiará também aos herdeiros, que não poderão mais ser de-
tratando de caso de acordo administrativo, o agente deverá, nos mandados pelos danos advindos pelo falecido.
trâmites legais, providenciar o ressarcimento aos cofres públicos. E) O servidor responde pelos seus atos, inclusive após a extin-
Restando ausente o acordo, o Poder Público terá o dever de propor ção de seu vínculo com a Administração Pública, desde a ação re-
a ação regressiva contra o agente público culpado. gressiva não esteja prescrita. Desta forma, o agente que foi exone-
Apesar de grande parte da doutrina e jurisprudência compre- rado ou demitido, pode, nos trâmites legais, ser obrigado a ressarcir
ender que a ação de ressarcimento proposta pelo Poder Público os prejuízos causados ao ente público.
em face de seus agentes é definitivamente imprescritível, à vista do
disposto na parte final do § 5.° do art. 37 da Constituição Federal, Nota – Sobre Súmulas Vinculantes
o Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, acabou Súmula 187, STF: A responsabilidade contratual do transpor-
por decidir que é prescritível nos trâmites do art. 206, § 3.°, V, do tador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de
Código Civil, no prazo de três anos, a ação de reparação de danos à terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Fazenda Pública advinda de ilícito civil e de origem de acidente de Súmula 188, STF: O segurador tem ação regressiva contra o
trânsito, o que não alcança à primeira vista, os ilícitos relacionados causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite pre-
às infrações ao direito público, como por exemplo, os de natureza visto no contrato de seguro.
penal e os atos de improbidade.

Direito de regresso CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL,


O parágrafo 6º do art. 37 da Constituição Federal Brasileira pre- TÍTULO III, CAPÍTULO VII: ARTS.37 A 41.
nuncia a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de di-
reito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras TÍTULO III
de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualida- DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
de, causarem a terceiros. Assegura ainda ao Estado ou a seus pres-
tadores de serviços públicos, o direito de regresso contra o agente CAPÍTULO VII
responsável, nos casos em que este aja com dolo ou culpa. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Levando em conta os princípios constitucionais da ampla defe-
sa e do contraditório, o direito de regresso deve ser desempenhado SEÇÃO I
e exercido sob o manuseio de ação própria e regressiva, não admi- DISPOSIÇÕES GERAIS
tindo ao Estado efetuar de forma direta o desconto nos subsídios do
servidor, sem o consentimento deste. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qual-
Existe ainda, a possível hipótese de o servidor reconhecer a quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
sua responsabilidade vindo a optar por recolher espontaneamente Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
a quantia devida aos cofres públicos e até mesmo autorizar que o de, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela tivo;
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em- nº 19, de 1998)
prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car- XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; co não serão computados nem acumulados para fins de concessão
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Cons-
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois titucional nº 19, de 1998)
anos, prorrogável uma vez, por igual período; XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; de 1998)
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser- XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se- exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
buições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
ciação sindical; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela
Constitucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda-
sua admissão; des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020) XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu- XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-
índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste últi-
de 1998) (Regulamento) mo caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de como a participação de qualquer delas em empresa privada;
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa- serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou- cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li- de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no obrigações. (Regulamento)
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen- Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio-
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi-
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento
e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Constitucional nº 41, 19.12.2003) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto- 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
ridades ou servidores públicos. § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
da lei. Constitucional nº 47, de 2005)
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ar-
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: tigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pará-
de 1998) grafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vere-
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- adores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida-
(Vide Lei nº 12.527, de 2011) des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- gem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo- § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada- de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom-
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra- pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser-
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva- vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu- § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, indi-
pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que vidual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas
possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos Constitucional nº 109, de 2021)
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárqui-
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra- ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Consti-
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor so- tucional nº 19, de 1998)
bre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
(Regulamento) (Vigência) ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
Constitucional nº 19, de 1998) emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- ração;
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Cons- ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
titucional nº 19, de 1998) havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni- os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên-
geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re- de 2019)
muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração pública dire-
ta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADI nº 2.135)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão conselho de política de administração e remuneração de
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
deres (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) (Vide ADI nº 2.135)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com-
ponentes do sistema remuneratório observará: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 19, de 1998)
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi-
tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
de convênios ou contratos entre os entes federados. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prê-
mio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obe-
decido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art.
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emen-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) da Constitucional nº 103, de 2019)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo- § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res-
rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia-
em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela dos para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exer-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) cidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servido- prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a carac-
res titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, terização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitu- infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complemen-
cional nº 103, de 2019) tar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em Constitucional nº 103, de 2019)
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces- mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên-
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa- cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a
tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime
2019) Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo Constitucional nº 103, de 2019)
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Re- da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do
Lei Complementar nº 152, de 2015) respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Re-
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons- § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser-
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nal nº 41, 19.12.2003)
nº 103, de 2019) § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres-
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se- gem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda
rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Reda- Constitucional nº 20, de 15/12/98) (Vide Emenda Constitucional
ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nº 20, de 1998)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Reda- lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti-
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitu- tucional nº 20, de 15/12/98)
cional nº 103, de 2019) § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regi-
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- me próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e cri-
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- térios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Re-
dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten- dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda
ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de Constitucional nº 103, de 2019)
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Re- II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins- III - fiscalização pela União e controle externo e social; (In-
tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de previdência complementar para servidores públicos ocupantes IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re- pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
nº 103, de 2019) qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § de 2019)
14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui- VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;
ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação servados os princípios relacionados com governança, controle in-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis- nº 103, de 2019)
posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta-
instituição do correspondente regime de previdência complemen- mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Cons-
tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) titucional nº 103, de 2019)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál- IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído
culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de
41, 19.12.2003) alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Inclu-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado- ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efeti- nal nº 19, de 1998)
vos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Reda-
(Vide ADIN 3133) (Vide ADIN 3143) (Vide ADIN 3184) ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo- rada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con- 19, de 1998)
tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
103, de 2019) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des- estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá- aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros muneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação
e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
2019) vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
nº 103, de 2019) outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ- 19, de 1998)
dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nº 19, de 1998)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV – a alienação de ações que garantam, nas empresas públicas


CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, TÍTULO III, e sociedades de economia mista, o controle pelo Estado.
CAPÍTULO I: ARTS. 13 A 29. • (Inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição
nº 49, de 13/6/2001.)
§ 5º – Ressalvada a entidade a que se refere o § 14 do art. 36,
ao Estado somente é permitido instituir ou manter fundação com
TÍTULO III
personalidade jurídica de direito público, cabendo a lei complemen-
DO ESTADO
tar definir as áreas de sua atuação.
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à
CAPÍTULO I
Constituição nº 92, de 4/4/2014.)
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
§ 6º – (Revogado pelo art. 3º da Emenda à Constituição nº 75,
de 8/8/2006.)
SEÇÃO IV
• Dispositivo revogado:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
“§ 6º – Entidade da administração indireta somente pode ser
instituída para a prestação de serviço público.”
Art. 13 – A atividade de administração pública dos Poderes do
§ 7º – As relações jurídicas entre o Estado e o particular pres-
Estado e a de entidade descentralizada se sujeitarão aos princípios
tador de serviço público em virtude de delegação, sob a forma de
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência,
concessão, permissão ou autorização, são regidas pelo direito pú-
razoabilidade e sustentabilidade.
blico.
• (Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Consti-
§ 8º – É vedada a delegação de poderes ao Executivo para cria-
tuição nº 112, de 24/4/2023.)
ção, extinção ou transformação de entidade de sua administração
§ 1º – A moralidade e a razoabilidade dos atos do Poder Público
indireta.
serão apuradas, para efeito de controle e invalidação, em face dos
§ 9º – A lei disciplinará as formas de participação do usuário de
dados objetivos de cada caso.
serviços públicos na administração pública direta e indireta, regu-
§ 2º – O agente público motivará o ato administrativo que pra-
lando especialmente:
ticar, explicitando-lhe o fundamento legal, o fático e a finalidade.
I – a reclamação relativa à prestação de serviços públicos em
Art. 14 – Administração pública direta é a que compete a órgão
geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao
de qualquer dos Poderes do Estado.
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
§ 1º – Administração pública indireta é a que compete:
serviços;
I – à autarquia, de serviço ou territorial;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
II – à sociedade de economia mista;
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
III – à empresa pública;
XXXIII, da Constituição da República;
IV – à fundação pública;
III – a representação contra negligência ou abuso de poder no
V – às demais entidades de direito privado, sob controle direto
exercício de cargo, emprego ou função da administração pública.
ou indireto do Estado.
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constitui-
§ 2º – A atividade administrativa do Estado se organizará em
ção nº 49, de 13/6/2001.)
sistemas, principalmente a de planejamento, a de finanças e a de
§ 10 – A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór-
administração geral.
gãos e das entidades da administração direta e indireta poderá ser
§ 3º – É facultado ao Estado criar órgão, dotado de autonomia
ampliada mediante instrumento específico que tenha por objetivo
financeira e administrativa, segundo a lei, sob a denominação de
a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade.
órgão autônomo.
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constitui-
§ 4º – Depende de lei específica:
ção nº 49, de 13/6/2001.)
• (Caput com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Consti-
• (Vide Lei nº 15.275, de 31/7/2004.)
tuição nº 49, de 13/6/2001.)
• (Parágrafo regulamentado pela Lei nº 17.600, de 1/7/2008.)
I – a instituição e a extinção de autarquia, fundação pública e
§ 11 – A lei disporá sobre a natureza jurídica do instrumento a
órgão autônomo;
que se refere o § 10 deste artigo e, entre outros requisitos, sobre:
• (Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Consti-
I – o seu prazo de duração;
tuição nº 49, de 13/6/2001.)
II – o controle e o critério de avaliação de desempenho;
II – a autorização para instituir, cindir e extinguir a entidade a
III – os direitos, as obrigações e as responsabilidades dos diri-
que se refere o § 14 do art. 36, sociedade de economia mista e em-
gentes;
presa pública e para alienar ações que garantam o controle dessas
IV – a remuneração do pessoal;
entidades pelo Estado;
V – alteração do quantitativo e da distribuição dos cargos de
• (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Consti-
provimento em comissão e das funções gratificadas, observados os
tuição nº 92, de 4/4/2014.)
valores de retribuição correspondentes e desde que não altere as
III – a autorização para criação de subsidiária das entidades
unidades orgânicas estabelecidas em lei e não acarrete aumento
mencionadas neste parágrafo e para sua participação em empresa
de despesa.
privada;
• (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição
• (Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Consti-
nº 57, de 15/7/2003.)
tuição nº 49, de 13/6/2001.)
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constitui-
ção nº 49, de 13/6/2001.)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• (Parágrafo regulamentado pela Lei nº 17.600, de 1/7/2008.) § 1º – Na licitação a cargo do Estado ou de entidade de adminis-
§ 12 – O Estado e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, tração indireta, observar-se-ão, entre outros, sob pena de nulidade,
os consórcios públicos e os convênios de cooperação com os en- os princípios de isonomia, publicidade, probidade administrativa,
tes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.
bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, § 2º – (Suprimido pelo art. 1º da Emenda à Constituição nº 15,
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. de 1/12/1995.)
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constitui- • Dispositivo suprimido:
ção nº 49, de 13/6/2001.) “§ 2º – Para a determinação da modalidade de licitação, nos ca-
§ 13 – A transferência ou cessão, onerosa ou gratuita, de pes- sos de obras e serviços de engenharia, compras e serviços, a cargo
soal efetivo ou estável para entidade não mencionada no § 1º deste de qualquer dos Poderes do Estado ou de entidade da administra-
artigo fica condicionada à anuência do servidor. ção indireta os limites máximos de valor corresponderão a cinquen-
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constitui- ta por cento dos adotados pela União.”
ção nº 49, de 13/6/2001.) Art. 16 – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
§ 14 – Lei complementar disporá sobre normas gerais de cria- privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
ção, funcionamento e extinção de conselhos estaduais. que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, sendo
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constitui- obrigatória a regressão, no prazo estabelecido em lei, contra o res-
ção nº 49, de 13/6/2001.) ponsável, nos casos de dolo ou culpa.
§ 15 – Será de três quintos dos membros da Assembleia Legis- • (Vide Lei nº 11.813, de 23/1/1995.)
lativa o quórum para aprovação de lei que autorizar a alteração da Art. 17 – A publicidade de ato, programa, projeto, obra, serviço
estrutura societária ou a cisão de sociedade de economia mista e e campanha de órgão público, por qualquer veículo de comunica-
de empresa pública ou a alienação das ações que garantem o con- ção, somente pode ter caráter informativo, educativo ou de orien-
trole direto ou indireto dessas entidades pelo Estado, ressalvada a tação social, e dela não constarão nome, símbolo ou imagem que
alienação de ações para entidade sob controle acionário do poder caracterizem a promoção pessoal de autoridade, servidor público
público federal, estadual ou municipal. ou partido político.
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constitui- Parágrafo único – Os Poderes do Estado e do Município, in-
ção nº 50, de 29/10/2001.) cluídos os órgãos que os compõem, publicarão, trimestralmente,
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Cons- o montante das despesas com publicidade pagas, ou contratadas
tituição nº 66, de 25/11/2004.) naquele período com cada agência ou veículo de comunicação.
§ 16 – A lei que autorizar a alienação de ações de empresa • (Vide Lei nº 13.768, de 1/12/2000.)
concessionária ou permissionária de serviço público estabelecerá a Art. 18 – A aquisição de bem imóvel, a título oneroso, depende
exigência de cumprimento, pelo adquirente, de metas de qualidade de avaliação prévia e de autorização legislativa, exigida ainda, para
de serviço e de atendimento aos objetivos sociais inspiradores da a alienação, a licitação, salvo nos casos de permuta e doação, ob-
constituição da entidade. servada a lei.
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constitui- § 1º – A alienação de bem móvel depende de avaliação prévia e
ção nº 50, de 29/10/2001.) de licitação, dispensável esta, na forma da lei, nos casos de:
§ 17 – A desestatização de empresa de propriedade do Estado I – doação;
prestadora de serviço público de distribuição de gás canalizado, de II – permuta.
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica ou de sane- § 2º – O uso especial de bem patrimonial do Estado por terceiro
amento básico, autorizada nos termos deste artigo, será submetida será objeto, na forma da lei, de:
a referendo popular. I – concessão, mediante contrato de direito público, remunera-
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constitui- da ou gratuita, ou a título de direito real resolúvel;
ção nº 50, de 29/10/2001.) II – permissão;
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à III – cessão;
Constituição nº 66, de 25/11/2004.) IV – autorização.
§ 18 – Lei disporá sobre a estrutura e as competências do órgão § 3º – Os bens do patrimônio estadual devem ser cadastrados,
executivo de trânsito do Estado. zelados e tecnicamente identificados, especialmente as edificações
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constitui- de interesse administrativo, as terras públicas e a documentação
ção nº 113, de 24/4/2023.) dos serviços públicos.
Art. 15 – Lei estadual disciplinará o procedimento de licitação, • (Vide Lei nº 11.020, de 8/1/1993.)
obrigatória para a contratação de obra, serviço, compra, alienação, § 4º – O cadastramento e a identificação técnica dos imóveis
concessão e permissão, em todas as modalidades, para a adminis- do Estado, de que trata o parágrafo anterior, devem ser anualmente
tração pública direta, autárquica e fundacional, bem como para as atualizados, garantido o acesso às informações neles contidas.
empresas públicas e sociedades de economia mista. • (Vide Lei nº 11.020, de 8/1/1993.)
• (Caput com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Consti- § 5º – O disposto neste artigo se aplica às autarquias e às fun-
tuição nº 49, de 13/6/2001.) dações públicas.
• (Vide Lei nº 13.209, de 27/4/1999.) Art. 19 – A administração fazendária e seus servidores fiscais
• (Vide Lei nº 13.994, de 18/9/2001.) terão, dentro das respectivas áreas de competência e jurisdição,
• (Vide Lei nº 14.167, de 11/1/2002.) precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único – As administrações tributárias do Estado e § 4º – A inobservância do disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste ar-
dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Esta- tigo implica nulidade do ato e punição da autoridade responsável,
do, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos nos termos da lei.
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma • (Vide Lei nº 13.167, de 20/1/1999.)
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de in- Art. 22 – A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
formações fiscais, na forma da lei ou de convênio. determinado, para atender a necessidade temporária de excepcio-
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constitui- nal interesse público.
ção nº 84, de 22/12/2010.) • (Vide Lei nº 23.750, de 23/12/2020.)
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica a fun-
SEÇÃO V ções de magistério.
DOS SERVIDORES PÚBLICOS Art. 23 – As funções de confiança, exercidas exclusivamente
(VIDE LEI COMPLEMENTAR Nº 116, DE 11/1/2011.) por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis-
são, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, con-
SUBSEÇÃO I dições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas
DISPOSIÇÕES GERAIS às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
• (Caput com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constitui-
Art. 20 – A atividade administrativa permanente é exercida: ção nº 49, de 13/6/2001.)
I – na administração direta de qualquer dos Poderes, por ser- § 1º – Nas entidades da administração indireta, pelo menos um
vidor público ocupante de cargo público em caráter efetivo ou em cargo ou função de confiança de direção superior será provido por
comissão, por empregado público detentor de emprego público ou servidor ou empregado público de carreira da respectiva instituição.
designado para função de confiança ou por detentor de função pú- • (Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Emenda à Constituição
blica, na forma do regime jurídico previsto em lei; nº 85, de 22/12/2010.)
• (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constitui- § 2º – Lei complementar disporá sobre as condições para o pro-
ção nº 49, de 13/6/2001.) vimento de cargos e empregos de direção nas autarquias, funda-
II – nas autarquias e fundações públicas, por servidor público ções, empresas públicas e sociedades de economia mista estaduais,
ocupante de cargo público em caráter efetivo ou em comissão, por vedada a nomeação ou a designação daqueles inelegíveis em razão
empregado público detentor de emprego público ou designado de atos ilícitos, nos termos da legislação federal.
para função de confiança ou por detentor de função pública, na for- • (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constitui-
ma do regime jurídico previsto em lei; ção nº 85, de 22/12/2010.)
• (Inciso com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constitui- Art. 24 – A remuneração dos servidores públicos e o subsídio
ção nº 84, de 12/12/2010.) de que trata o § 7º deste artigo somente poderão ser fixados ou
III – nas sociedades de economia mista, empresas públicas e alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada
demais entidades de direito privado sob o controle direto ou indire- caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
to do Estado, por empregado público detentor de emprego público distinção de índices.
ou função de confiança. • (Caput com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constitui-
• (Inciso acrescentado pelo art. 4º da Emenda à Constituição nº ção nº 84, de 22/12/2010.)
49, de 13/6/2001.) • (Vide art. 6º da Lei nº 19.973, de 27/12/2011.)
Parágrafo único – A lei disporá sobre os requisitos e as restri- § 1º – A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
ções a serem observados pelo ocupante de cargo ou detentor de funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
emprego ou função que lhe possibilite acesso a informações privi- fundacional dos Poderes do Estado, do Ministério Público, do Tribu-
legiadas. nal de Contas e da Defensoria Pública e os proventos, pensões ou
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constitui- outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
ção nº 84, de 22/12/2010.) incluídas as vantagens pessoais, não poderão exceder o subsídio
• (Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, nos termos do
Art. 21 – Os cargos, funções e empregos públicos são acessíveis § 12 do art. 37 da Constituição da República e observado o disposto
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, no § 5º deste artigo.
assim como aos estrangeiros, na forma da lei. • (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Cons-
• (Caput com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constitui- tituição nº 79, de 11/7/2008.)
ção nº 84, de 22/12/2010.) § 2º – Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
§ 1º – A investidura em cargo ou emprego público depende de Poder Judiciário não podem ser superiores aos percebidos no Poder
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e tí- Executivo.
tulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado § 3º – É vedado vincular ou equiparar espécies remuneratórias
em lei de livre nomeação e exoneração. para efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
§ 2º – O prazo de validade do concurso público é de até dois • (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Cons-
anos, prorrogável, uma vez, por igual período. tituição nº 40, de 24/5/2000.)
§ 3º – Durante o prazo improrrogável previsto no edital de con- § 4º – Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
vocação, o aprovado em concurso público será convocado, observa- co não serão computados nem acumulados para o fim de concessão
da a ordem de classificação, com prioridade sobre novos concursa- de acréscimo ulterior.
dos, para assumir o cargo ou emprego na carreira. • (Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Cons-
tituição nº 84, de 22/12/2010.)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5º – O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos, • (Caput com redação dada pelo art. 7º da Emenda à Constitui-
funções e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto ção nº 84, de 22/12/2010.)
nos §§ 1º, 4º e 7º deste artigo e nos arts. 150, caput, II, e 153, caput, I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
III, e § 2º, I, da Constituição da República. tal, ficará afastado do cargo, emprego ou função;
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Cons- II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
tituição nº 84, de 22/12/2010.) emprego ou função, sendo-lhe facultado optar por sua remunera-
§ 6º – A lei estabelecerá a relação entre a maior e a menor re- ção;
muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, III – investido no mandato de Vereador, se houver compatibi-
o disposto no § 1º deste artigo. lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Cons- ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, se não
tituição nº 84, de 22/12/2010.) houver, será aplicada a norma do inciso anterior;
§ 7º – O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo e IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
os Secretários de Estado serão remunerados exclusivamente por de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou V – para o efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
outra espécie remuneratória, e observado, em qualquer caso, o dis- tamento, os valores serão determinados como se no exercício esti-
posto no § 1º deste artigo. vesse.
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Cons- Art. 27 – A despesa com pessoal ativo e inativo do Estado e
tituição nº 84, de 22/12/2010.) dos Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei
§ 8º – A remuneração dos servidores públicos organizados em complementar.
carreira poderá ser fixada nos termos do § 7º deste artigo. • (Caput com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constitui-
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Cons- ção nº 49, de 13/6/2001).
tituição nº 84, de 22/12/2010.) § 1º – A concessão de vantagem ou o aumento de remunera-
§ 9º – Não serão computadas, para efeito dos limites remu- ção, a criação de cargo, emprego e função ou a alteração de estru-
neratórios de que trata o § 1º deste artigo, as parcelas de caráter tura de carreira bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
indenizatório previstas em lei. qualquer título, por órgão ou entidade da administração direta ou
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Emenda à Constitui- indireta ficam condicionados a:
ção nº 84, de 22/12/2010.) • (Parágrafo renumerado pelo art. 6º da Emenda à Constituição
§ 10 – O disposto no § 1º deste artigo aplica-se às empresas nº 49, de 13/6/2001).
públicas e às sociedades de economia mista, bem como às suas • (Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Cons-
subsidiárias, que recebam recursos do Estado para pagamento de tituição nº 49, de 13/6/2001).
despesas de pessoal ou de custeio em geral. I – prévia dotação orçamentária suficiente para atender às pro-
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Emenda à Constitui- jeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
ção nº 84, de 22/12/2010.) • (Inciso com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constitui-
§ 11 – Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão ção nº 49, de 13/6/2001).
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos, II – autorização específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias,
funções e empregos públicos. ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mis-
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Emenda à Constitui- ta.
ção nº 84, de 22/12/2010.) • (Inciso com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constitui-
Art. 25 – É vedada a acumulação remunerada de cargos públi- ção nº 49, de 13/6/2001).
cos, permitida, se houver compatibilidade de horários e observado § 2º – Decorrido o prazo estabelecido em lei para a adaptação
o disposto no § 1º do art. 24: aos parâmetros por ela previstos, serão suspensos os repasses de
• (Caput com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constitui- verbas estaduais aos Municípios que não observarem os limites le-
ção nº 84, de 22/12/2010.) galmente estabelecidos.
I – a de dois cargos de professor; • (Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Emenda à Constitui-
II – a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; ção nº 49, de 13/6/2001).
III – a de dois cargos e empregos privativos de profissionais de § 3º – Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
saúde com profissões regulamentadas. neste artigo, dentro do prazo fixado na lei complementar referida
• (Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constitui- no caput, o Estado adotará as seguintes providências, sucessiva-
ção nº 57, de 15/7/2003.) mente:
Parágrafo único – A proibição de acumular estende-se a empre- I – redução de pelo menos 20% (vinte por cento) das despesas
gos e funções e abrange autarquias, fundações e empresas públicas, com cargos em comissão e funções de confiança;
sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, e so- II – dispensa ou exoneração de servidor público civil não es-
ciedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. tável, admitido em órgão da administração direta ou em entidade
• (Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Cons- autárquica ou fundacional, que conte menos de três anos de efetivo
tituição nº 84, de 22/12/2010.) exercício no Estado;
Art. 26 – Ao servidor público da administração direta, autár- III – dispensa ou exoneração de servidor não estável, observa-
quica e fundacional no exercício de mandato eletivo aplicam-se as dos os critérios de menor tempo de efetivo serviço e de avaliação
seguintes disposições: de desempenho, na forma da lei.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• (Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Emenda à Constitui- TÍTULO II


ção nº 49, de 13/6/2001). DA FINALIDADE, DA COMPETÊNCIA E DA AUTONOMIA
• (Vide Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.) (TÍTULO COM REDAÇÃO DADA PELO ART. 5º DA LEI COMPLE-
Art. 28 – A lei reservará percentual dos cargos e empregos pú- MENTAR Nº 141, DE 13/12/2016.)
blicos para provimento com portador de deficiência e definirá os
critérios de sua admissão. Art. 4º – À Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais in-
• (Artigo regulamentado pela Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) cumbe, como expressão e instrumento do regime democrático,
Art. 29 – Os atos de improbidade administrativa importam a fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
suspensão dos direitos políticos, a perda de função pública, a indis- humanos e a defesa em todos os graus, judicial e extrajudicialmen-
ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e na te, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
gradação estabelecidas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. aos necessitados.
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar nº
LEI COMPLEMENTAR Nº 65, DE 16/01/2003, ORGANIZA A 141, de 13/12/2016.)
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, DE- § 1º – Consideram-se necessitados os que comprovarem insufi-
FINE SUA COMPETÊNCIA, DISPÕE SOBRE A CARREIRA DO ciência de recursos, na forma da lei.
DEFENSOR PÚBLICO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. § 2º – À Defensoria Pública compete apurar o estado de carên-
cia de seus assistidos.
(Paragráfo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar
nº 141, de 13/12/2016.)
LEI COMPLEMENTAR Nº 65, DE 16/01/2003
Art. 5º – São funções institucionais da Defensoria Pública:
(Caput com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
Organiza a Defensoria Pública do Estado, define sua competên-
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cia e dispõe sobre a carreira de Defensor Público e dá outras provi-
I – prestar orientação jurídica e exercer a defesa dos necessita-
dências.
dos, em todos os graus, judicial e extrajudicialmente, e promover,
prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios por meio de
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes,
mediação, conciliação, arbitragem e demais mecanismos de com-
decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
posição e administração de conflitos;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
TÍTULO I
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DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
II – patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública;
III – patrocinar ação civil e ação civil “ex delicto”;
Art. 1º – A organização da Defensoria Pública do Estado de
IV – patrocinar defesa em ação penal;
Minas Gerais, sua estrutura e competência e o regime jurídico dos
V – patrocinar defesa em ação civil e reconvir;
Defensores Públicos passam a reger-se pelas disposições desta lei
VI – patrocinar ação civil pública, nos termos da lei;
complementar.
VII – patrocinar ação popular, mandado de injunção e mandado
Art. 2º – A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais é ins-
de segurança, individual ou coletivo;
tituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, do-
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
tada de autonomia funcional administrativa, financeira e orçamen-
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tária, sem subordinação nem vinculação a órgão da administração
VIII – exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei;
pública.
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº
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IX – exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da
Art. 3º – São princípios institucionais da Defensoria Pública a
criança e do adolescente, do idoso, da pessoa com deficiência, da
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
mulher vítima de violência doméstica e familiar e de outros grupos
Art. 3º-A – São objetivos da Defensoria Pública:
sociais vulneráveis que mereçam proteção especial do Estado;
I – promover a dignidade da pessoa humana e a redução das
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
desigualdades sociais;
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II – afirmar o Estado Democrático de Direito;
X – atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de in-
III – garantir a efetividade dos direitos humanos;
ternação de adolescentes, visando a assegurar à pessoa, sob quais-
IV – garantir a efetividade dos princípios constitucionais da am-
quer circunstâncias, o exercício pleno de seus direitos e garantias
pla defesa, do contraditório, do acesso à ordem jurídica justa e do
fundamentais;
devido processo legal.
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
(Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei Complementar nº 141,
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de 13/12/2016.)
XI – exercer, assegurado o recebimento dos autos com vista,
a ampla defesa e o contraditório em favor de pessoas naturais e
jurídicas, em processos administrativos e judiciais, perante todos os
órgãos e em todas as instâncias, ordinárias ou extraordinárias, utili-
zando todas as medidas capazes de propiciar a adequada e efetiva
defesa de seus interesses;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº § 1º – As funções institucionais da Defensoria Pública serão
141, de 13/12/2016.) exercidas contra pessoa jurídica de direito público, inclusive.
XII – patrocinar os direitos e interesses do consumidor lesado, § 2º – Defensores Públicos distintos poderão assistir necessita-
individual ou coletivamente, nos termos da lei; dos com interesses antagônicos.
(Vide Lei Complementar nº 66, de 22/1/2003.) § 3º – A assistência jurídica integral e gratuita fornecida pelo
(Vide Lei Complementar nº 119, de 13/1/2011.) Estado será exercida pela Defensoria Pública.
XIII – tomar dos interessados compromisso de ajustamento de (Paragráfo com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar
conduta às exigências legais, nele estabelecida sanção para a hipó- nº 141, de 13/12/2016.)
tese de seu descumprimento, o qual terá eficácia de título executivo § 4º – A capacidade postulatória do Defensor Público decorre
extrajudicial, nos termos da lei; exclusivamente de sua nomeação e posse no cargo público.
XIV – atuar nos juizados especiais; (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
XV – atuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas 141, de 13/12/2016.)
vítimas de tortura, abuso sexual, discriminação ou qualquer outra § 5º – Aos membros da Defensoria Pública é garantido sentar-
forma de opressão ou violência, propiciando o acompanhamento e -se no mesmo plano do Ministério Público.
o atendimento interdisciplinar das vítimas; (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, de 13/12/2016.)
141, de 13/12/2016.) § 6º – Se o Defensor Público entender inexistir hipótese de atu-
XVI – acompanhar inquérito policial, sendo-lhe assegurado re- ação institucional, dará imediata ciência ao Defensor Público-Geral,
ceber da autoridade policial a comunicação imediata da prisão em ou a quem este indicar, o qual decidirá a controvérsia, designando,
flagrante, quando o preso não constituir advogado; se for o caso, outro Defensor Público para atuar.
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
de 13/12/2016.) 141, de 13/12/2016.)
XVII – participar dos conselhos federais, estaduais e municipais § 7º – A condição de Defensor Público é comprovada mediante
afetos às funções institucionais da Defensoria Pública, quando ne- apresentação de carteira funcional expedida pela Defensoria Públi-
les tiver assento; ca, conforme modelo previsto na lei orgânica nacional, a qual vale
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, como identidade e tem fé pública em todo o território nacional.
de 13/12/2016.) (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
XVIII – executar e receber os honorários sucumbenciais decor- 141, de 13/12/2016.)
rentes de sua atuação, inclusive quando devidos por ente público, § 8º – O exercício do cargo de Defensor Público é indelegável e
destinando-os a fundos geridos pela Defensoria Pública e voltados, privativo de membro da carreira.
exclusivamente, para o aparelhamento da instituição e a capacita- (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
ção profissional de seus membros e servidores; 141, de 13/12/2016.)
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, § 9º – O instrumento de transação, mediação ou conciliação
de 13/12/2016.) referendado pelo Defensor Público valerá como título executivo
XIX – convocar audiências públicas para discutir matérias rela- extrajudicial, inclusive quando celebrado com pessoa jurídica de
cionadas a suas funções institucionais; direito público.
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
de 13/12/2016.) 141, de 13/12/2016.)
XX – impetrar habeas corpus, mandado de injunção, habeas § 10 – Os estabelecimentos policiais, penitenciários e de inter-
data e mandado de segurança individual ou coletivo e ajuizar ação nação de adolescentes observarão as seguintes prerrogativas insti-
em defesa das funções institucionais e das prerrogativas de seus tucionais de Defensoria Pública:
órgãos de execução; I – reserva de instalações adequadas para atendimento aos
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, presos e internos, com fornecimento de apoio administrativo;
de 13/12/2016.) II – recebimento das informações solicitadas;
XXI – promover a difusão dos direitos humanos, da cidadania e III – acesso à documentação dos presos e internos;
do ordenamento jurídico, bem como a conscientização sobre eles; IV – direito de entrevista reservada com os presos e internos,
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, mesmo aqueles incomunicáveis, independentemente de prévio
de 13/12/2016.) agendamento.
XXII – prestar atendimento interdisciplinar, quando necessário (Paragráfo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº
para o exercício de suas atribuições; 141, de 13/12/2016.)
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, Art. 5º-A – À Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais é
de 13/12/2016.) assegurada autonomia funcional e administrativa, bem como a ini-
XXIII – representar aos sistemas internacionais de proteção de ciativa de sua proposta orçamentária, dentro dos limites estabeleci-
direitos humanos, postulando perante seus órgãos; dos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, cabendo-lhe especialmente:
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141, I – abrir concurso público e prover os cargos de suas carreiras,
de 13/12/2016.) os dos serviços auxiliares e os cargos em comissão;
XXIV – desempenhar outras atribuições que lhe sejam expres- II – organizar e compor seus órgãos de administração superior,
samente conferidas por lei. de atuação e de apoio administrativo e serviços auxiliares;
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 141,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – praticar atos próprios de gestão e elaborar seu regulamen- IV – o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor
to interno, dispondo sobre as atribuições e o funcionamento dos natural;
respectivos órgãos administrativos e de atuação; V – a atuação de Defensores Públicos distintos, quando verifi-
IV – elaborar suas folhas de pagamento e expedir os respecti- cada a existência de interesses antagônicos entre assistidos;
vos demonstrativos; VI – o acesso à Ouvidoria Geral.
V – criar e extinguir cargos, bem como fixar os subsídios dos (Artigo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 141,
membros da carreira e a remuneração de seus servidores. de 13/12/2016.)
Parágrafo único – Os atos praticados pela Defensoria Pública no
exercício de sua autonomia, inclusive no tocante a convênios, con- TÍTULO III
tratações e aquisições de bens e serviços, não estão condicionados DA ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA
à apreciação prévia de nenhum órgão ou entidade.
(Artigo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 141, CAPÍTULO I
de 13/12/2016.) DA ESTRUTURA
Art. 5º-B – A Defensoria Pública elaborará sua proposta orça-
mentária atendendo aos limites definidos na Lei de Diretrizes Orça- Art. 6º – A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais tem a
mentárias, encaminhando-a ao Governador do Estado, para conso- seguinte estrutura orgânica:
lidação e encaminhamento ao Poder Legislativo. I – órgãos da administração superior:
§ 1º – Se a Defensoria Pública não encaminhar sua proposta a) Defensoria Pública-Geral;
orçamentária dentro do prazo estabelecido na Lei de Diretrizes Or- b) Subdefensoria Pública-Geral;
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consoli- c) Conselho Superior da Defensoria Pública;
dação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei d) Corregedoria-Geral da Defensoria Pública;
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites a que se II – órgãos de atuação:
refere o caput. a) Defensorias Públicas do Estado nas Comarcas:
§ 2º – Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for b) Núcleos da Defensoria Pública do Estado;
encaminhada em desacordo com os limites a que se refere o caput, c) Coordenadorias Regionais de Defensoria Pública do Estado,
o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de em número de quinze;
consolidação da proposta orçamentária anual. III – órgãos de execução, os Defensores Públicos;
§ 3º – Durante a execução orçamentária do exercício, não po- IV – Órgãos de apoio administrativo e serviços auxiliares:
derá haver realização de despesas que extrapolem os limites esta- a) Gabinete;
belecidos na Lei Orçamentária Anual, exceto se previamente autori- b) Centro de Desenvolvimento Institucional;
zadas mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. c) Coordenadoria de Projetos e Convênios;
§ 4º – Os recursos correspondentes a suas dotações orçamen- d) Coordenadoria de Estágio e Serviço Voluntário;
tárias próprias e globais, compreendidos os créditos suplementares e) Coordenadorias Regionais;
e especiais, ser-lhe-ão entregues, até o dia vinte de cada mês, em f) Assessoria Jurídica;
duodécimos, na forma do art. 168 da Constituição da República. g) Assessoria de Comunicação e Cerimonial;
§ 5º – As decisões da Defensoria Pública, fundadas em sua au- h) Assessoria de Administração Estratégica e Inovação;
tonomia funcional e administrativa, obedecidas as formalidades i) Auditoria Interna;
legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, ressalvada j) Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças:
a competência constitucional do Poder Judiciário e do Tribunal de 1 – Diretoria de Planejamento, Orçamento e Modernização Ad-
Contas. ministrativa;
§ 6º – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera- 2 – Diretoria de Finanças, Pagamento e Contabilidade;
cional e patrimonial da Defensoria Pública, quanto à legalidade, à k) Superintendência de Recursos Logísticos e Infraestrutura:
legitimidade, à aplicação de dotações e recursos próprios e à re- 1 – Diretoria de Transportes, Serviços Gerais e Infraestrutura;
núncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, mediante 2 – Diretoria de Compras e Contratos;
controle externo e pelo sistema de controle interno estabelecido 3 – Diretoria de Patrimônio e Almoxarifado;
em lei. l) Superintendência de Gestão de Pessoas e Saúde Ocupacio-
(Artigo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 141, nal:
de 13/12/2016.) 1 – Diretoria de Pagamentos;
Art. 5º-C – São direitos dos assistidos pela Defensoria Pública, 2 – Diretoria de Desenvolvimento do Servidor e Saúde Ocupa-
além daqueles previstos em atos normativos internos: cional;
I – o acesso a informação sobre: 3 – Diretoria de Direitos, Vantagens e Aposentadoria;
a) a localização e o horário de funcionamento dos órgãos da m) Superintendência de Tecnologia da Informação:
Defensoria Pública; 1 – Diretoria de Desenvolvimento de Sistemas e Projetos;
b) a tramitação dos processos e os procedimentos para a reali- 2 – Diretoria de Suporte e Administração de Rede;
zação de exames, perícias e outras providências necessárias à defe- 3 – Diretoria de Informação e Dados;
sa de seus interesses; (Inciso com redação dada pelo art. 7º da Lei Complementar nº
II – o atendimento eficiente e de qualidade; 141, de 13/12/2016.)
III – a revisão de sua pretensão no caso de recusa de atuação V – Órgãos auxiliares:
pelo Defensor Público, nos termos desta lei complementar e do Re- a) Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública;
gulamento Interno; b) Escola Superior da Defensoria Pública;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Centro de Assistência Pericial e Multidisciplinar. III – não apresentarem, à data da eleição, certidão de regulari-
(Inciso acrescentado pelo art. 7º da Lei Complementar nº 141, dade dos serviços afetos a seu cargo, expedida pela Corregedoria-
de 13/12/2016.) -Geral;
Parágrafo único – A organização da Defensoria Pública terá IV – tenham sofrido penalidade disciplinar nos doze meses an-
como diretriz a descentralização e sua atuação incluirá atendimento teriores à inscrição da candidatura;
interdisciplinar, bem como a tutela dos direitos individuais, difusos, V – mantenham conduta pública ou particular incompatível
coletivos e individuais homogêneos. com a dignidade do cargo;
(Paragráfo com redação dada pelo art. 7º da Lei Complementar VI – estiverem afastados do exercício do cargo para desempe-
nº 141, de 13/12/2016.) nho de função em associação de classe;
VII – estiverem inscritos ou integrarem as listas a que se refe-
CAPÍTULO II rem os arts. 94, “caput”, e 104, parágrafo único, inciso II, da Cons-
DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR tituição da República, e o art. 78, § 3º, da Constituição do Estado.
§ 11 – Qualquer membro da Defensoria Pública poderá repre-
SEÇÃO I sentar à Comissão Eleitoral sobre as causas de inelegibilidade pre-
DA DEFENSORIA PÚBLICA GERAL vistas neste artigo, cabendo da decisão recurso ao Conselho Supe-
rior, no prazo de cinco dias.
Art. 7º – A Defensoria Pública Geral tem como chefe o Defensor Art. 8º – O Defensor Público Geral tomará posse perante o Go-
Público Geral, que é nomeado pelo Governador do Estado. vernador do Estado no prazo de cinco dias úteis contados da nome-
§ 1º – O Defensor Público Geral será escolhido entre os Defen- ação e entrará em exercício em sessão solene do Conselho Superior
sores Públicos de Classe Especial que contem, pelo menos, cinco até o segundo dia útil seguinte.
anos de carreira e tenham, no mínimo, trinta e cinco anos de idade, Art. 9º – Compete ao Defensor Público Geral, além de outras
indicados em lista tríplice pelos integrantes da carreira. atribuições que lhe sejam conferidas por lei ou forem inerentes a
§ 2º – É de dois anos o mandato do Defensor Público Geral, seu cargo:
permitida uma recondução por igual período, precedida de nova I – dirigir a Defensoria Pública do Estado, superintender e coor-
aprovação da classe. denar suas atividades e orientar sua atuação;
§ 3º – A eleição para formação da lista tríplice far-se-á median- II – representar a Defensoria Pública judicial e extrajudicial-
te voto plurinominal, direto e secreto de todos os membros da De- mente;
fensoria Pública em exercício. III – velar pelo cumprimento das finalidades da instituição;
§ 4º – A eleição será regulamentada pelo Conselho Superior IV – integrar como membro nato e presidir o Conselho Superior
da Defensoria Pública e ocorrerá trinta dias antes do término do da Defensoria Pública;
mandato vigente, vedado o voto por procuração. V – propor o regulamento interno da Defensoria Pública e sub-
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar metê-lo à aprovação do Conselho Superior;
nº 87, de 12/1/2006.) VI – autorizar afastamento justificado de membro da Defenso-
§ 5º – A comissão eleitoral será indicada pelo Conselho Supe- ria Pública, ouvido, quando for o caso, o Conselho Superior;
rior, cabendo-lhe encaminhar a lista tríplice ao Defensor Público VII – estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e dos
Geral, logo que encerrada a apuração. servidores da Defensoria Pública;
§ 6º – O Defensor Público Geral, o Subdefensor Público Geral, VIII – dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defen-
o Corregedor-Geral e os ocupantes de cargos de confiança da Admi- soria Pública, cabendo da decisão recurso para o Conselho Superior;
nistração Superior da Defensoria Pública, para concorrerem à for- IX – proferir decisão em sindicâncias e em processos adminis-
mação da lista tríplice, devem renunciar aos respectivos cargos até trativos disciplinares promovidos pela Corregedoria-Geral;
trinta dias antes da data fixada para a eleição. X – representar ao Corregedor-Geral sobre a instauração de
§ 7º – Os cargos de que trata o § 6º serão ocupados, interina- processo administrativo-disciplinar contra membros e servidores
mente, pelos membros eleitos do Conselho Superior, observado o da Defensoria Pública;
número de votos obtidos na eleição do Conselho Superior. XI – propor a abertura de concurso para provimento dos cargos
§ 8º – O Defensor Público Geral encaminhará ao Governador efetivos da Defensoria Pública, presidindo a Comissão de Concurso,
do Estado a lista tríplice, com a indicação do número de votos obti- bem como designar, mediante indicação do Conselho Superior, os
dos, em ordem decrescente, até o dia útil seguinte àquele em que membros da Comissão de Concurso e seus substitutos;
a receber. XII – praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pes-
§ 9º – Os três candidatos mais votados figurarão em lista na soal;
qual, em caso de empate, incluir-se-á o mais antigo da classe, ob- XIII – deferir o compromisso de posse dos membros da Defen-
servados os demais critérios de desempate previstos no art. 62 des- soria Pública e dos servidores do quadro administrativo;
ta lei complementar. XIV – determinar correições extraordinárias;
§ 10 – São inelegíveis para o cargo de Defensor Público Geral os XV – convocar reunião do Conselho Superior da Defensoria Pú-
membros da Defensoria Pública que: blica;
I – tenham-se afastado do exercício das funções em razão de XVI – designar membro da Defensoria Pública para:
licença especial ou para tratar de assuntos particulares, nos seis a) exercer, por ato excepcional e fundamentado, as funções
meses anteriores à data da eleição; processuais afetas a outro membro da instituição, submetendo sua
II – forem condenados por crimes dolosos, com decisão transi- decisão, previamente, ao Conselho Superior da Defensoria Pública;
tada em julgado, ressalvada a hipótese de reabilitação; b) (Vetado);
c) colaborar com a Comissão de Concurso;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) exercer as atribuições de Coordenador; XXXIX – levantar as dotações orçamentárias destinadas ao cus-


e) assegurar a continuidade dos serviços em caso de vacância, teio das atividades da Defensoria Pública, encaminhando ao Secre-
afastamento temporário, ausência, impedimento ou suspeição de tário de Estado da Justiça e de Direitos Humanos proposta para ela-
titular de cargo, ou com o consentimento deste; boração da lei orçamentária;
f) dar plantão em final de semana, feriado ou em razão de me- XL – fazer publicar, no órgão oficial dos Poderes do Estado, nos
didas urgentes; meses de fevereiro e agosto de cada ano, a lista de antigüidade dos
XVII – requisitar de qualquer autoridade pública e de seus membros da instituição, tomando-se por base o último dia do mês
agentes ou de entidade particular certidão, exame, perícia, vistoria, anterior, bem como a relação de vagas no quadro e os correspon-
diligência, processo, laudo e parecer técnico, documento, informa- dentes critérios de provimento;
ções, esclarecimentos e demais providências indispensáveis à atua- XLI – aprovar formulários de petição, ofício, designação e ou-
ção da Defensoria Pública; tros instrumentos jurídicos propostos pela Corregedoria-Geral;
XVIII – delegar atribuição administrativa a quem lhe seja subor- XLII – (Vetado).
dinado, na forma da lei; Parágrafo único – As funções indicadas nos incisos XII, XIII,
XIX – encaminhar ao Conselho Superior expediente para elabo- XXVI, XXIX a XXXI, XXXVII e XL poderão ser delegadas.
ração das listas de promoção e remoção no quadro da Defensoria Art. 10 – O Defensor Público Geral apresentará ao Conselho
Pública; Superior, no mês de abril de cada ano, o Plano Geral de Atuação da
XX – dar posse a membro e a servidor nomeado para cargo efe- Defensoria Pública, destinado a viabilizar a consecução de metas
tivo e em comissão da Defensoria Pública, nos termos da lei; prioritárias nas diversas áreas de suas atribuições.
XXI – conceder férias e licença aos membros e aos servidores Parágrafo único – O Plano Geral de Atuação será elaborado
da Defensoria Pública; com a participação dos Coordenadores e aprovado pelo Conselho
XXII – deferir benefício ou vantagem concedida em lei aos Superior.
membros da Defensoria Pública; Art. 11 – O Defensor Público Geral será substituído, em suas
XXIII – determinar o apostilamento de títulos de servidores da faltas, ausências, suspeições e impedimentos, pelo Subdefensor
Defensoria Pública; Público Geral.
XXIV – aplicar a pena de remoção compulsória, aprovada pelo Parágrafo único – Em caso de suspeição do Defensor Público
voto de dois terços do Conselho Superior da Defensoria Pública; Geral, o Conselho Superior escolherá, entre seus membros, exclu-
XXV – prover cargo nos casos de promoção, remoção, permuta ídos os membros natos, um substituto, em sessão secreta e por
e outras formas de provimento derivado previstas em lei; maioria qualificada.
XXVI – decidir sobre a escala de férias e a atuação em plantões Art. 12 – Ocorrendo a vacância do cargo de Defensor Público
forenses; Geral, assumirá interinamente o Subdefensor Público Geral, e será
XXVII – editar ato que importe movimentação, progressão e de- realizada nova eleição, em trinta dias, para o preenchimento do car-
mais formas de provimento derivado; go, na forma do respectivo edital.
XXVIII – propor a verificação de incapacidade física ou mental § 1º – O cargo de Defensor Público-Geral será exercido pelo
de membro da Defensoria Pública; Subdefensor Público-Geral, se a vacância se der nos últimos seis
XXIX – (Vetado); meses do mandato.
XXX – dispor sobre a movimentação de Defensor Público Subs- (Parágrafo com redação dada e renumerado pelo art. 1º da Lei
tituto no interesse do serviço; Complementar nº 101, de 23/11/2007.)
XXXI – propor a celebração de convênio com órgão municipal, § 2º – Na hipótese de vacância simultânea dos cargos de De-
estadual ou federal, de interesse da instituição, excluídas as atribui- fensor Público-Geral e de Subdefensor Público-Geral, o cargo de De-
ções institucionais e ressalvadas as hipóteses legais; fensor Público-Geral será exercido pelo Defensor Público de Classe
XXXII – designar estagiário, na forma do Regulamento Interno; Especial mais antigo na carreira e será promovida eleição no prazo
XXXIII – solicitar ao Conselho Superior manifestação sobre ma- de trinta dias.
téria relativa à autonomia da Defensoria Pública, bem como sobre (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº
outras de interesse institucional; 101, de 23/11/2007.)
XXXIV – decidir sobre as sugestões encaminhadas pelo Conse- Art. 13 – O Defensor Público Geral poderá ser destituído do
lho Superior acerca da criação, transformação e extinção de cargos cargo, por deliberação do Conselho Superior, nos casos de abuso
e serviços auxiliares e sobre providências relacionadas ao desempe- de poder, conduta incompatível com o cargo ou grave omissão no
nho das funções institucionais; cumprimento de seus deveres, assegurada ampla defesa, ou de
XXXV – sugerir ao Governador do Estado modificações na Lei condenação por infração apenada com reclusão, em decisão judi-
Orgânica da Defensoria Pública; cial transitada em julgado.
XXXVI – decidir sobre a criação, modificação ou extinção dos Art. 14 – O Conselho Superior decidirá, por maioria absoluta,
Núcleos da Defensoria Pública; sobre a admissibilidade da representação para a destituição do De-
XXXVII – interromper, por conveniência do serviço, férias ou li- fensor Público Geral, nos casos previstos no art. 13 desta lei com-
cença de membro da Defensoria Pública e de seus servidores, salvo plementar, desde que formulada por um terço de seus integrantes
por motivo de saúde; ou, no mínimo, por um quinto dos membros da Defensoria Pública
XXXVIII – autorizar membro da Defensoria Pública a ausentar- em atividade.
-se da instituição, justificadamente, pelo prazo máximo de cinco § 1º – A sessão de admissibilidade da representação será pre-
dias úteis; sidida pelo membro do Conselho Superior mais antigo na Classe
Especial.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º – Admitida a representação, a deliberação sobre destitui- SEÇÃO II


ção do Defensor Público Geral far-se-á na forma do disposto nos DA SUBDEFENSORIA PÚBLICA GERAL
arts. 15 a 18.
Art. 15 – Autorizado o pedido de destituição do Defensor Pú- Art. 20 – O Subdefensor Público Geral será nomeado pelo Go-
blico Geral, o Conselho Superior, em sessão presidida pelo membro vernador do Estado, para mandato de dois anos, permitida uma re-
do Conselho Superior mais antigo na Classe Especial, constituirá, condução, e escolhido entre os integrantes que estejam na carreira
em votação secreta, comissão processante, integrada por três De- há, no mínimo, cinco anos, constantes em lista tríplice elaborada
fensores Públicos e presidida pelo Corregedor-Geral da Defensoria pelo Defensor Público Geral, observado o disposto no art. 7º, §10,
Pública. desta lei complementar, vedada a repetição de nomes.
§ 1º – O Defensor Público Geral será cientificado de sua desti- (Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar nº
tuição no prazo de cinco dias contados da aprovação da proposta, 87, de 12/1/2006.)
podendo, em quinze dias, oferecer defesa escrita, pessoalmente ou Art. 21 – Ao Subdefensor Público Geral, na forma do Regula-
por procurador, e requerer produção de provas. mento Interno, compete:
§ 2º – Não sendo oferecida defesa, o Corregedor-Geral da De- I – integrar, como membro nato, na função de Vice-Presidente,
fensoria Pública nomeará procurador para fazê-lo em igual prazo. o Conselho Superior da Defensoria Pública;
§ 3º – Findo o prazo previsto no § 2º, o Corregedor-Geral da De- II – exercer a coordenação e a supervisão das atividades admi-
fensoria Pública designará a data para instrução e julgamento nos nistrativas e de apoio técnico da Defensoria Pública;
dez dias subseqüentes. III – assessorar o Defensor Público Geral no exercício de suas
§ 4º – Na sessão de instrução e julgamento, presidida pelo atribuições;
membro do Conselho Superior mais antigo na Classe Especial, após IV – exercer, mediante delegação de competência, as atribui-
a leitura do relatório da comissão processante, o Defensor Público ções que lhe forem conferidas pelo Defensor Público Geral;
Geral, pessoalmente ou por procurador, terá trinta minutos para V – fazer publicar os atos pertinentes ao expediente da Defen-
produzir defesa oral, deliberando, em seguida, o Conselho Superior, soria Pública;
pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros. VI – controlar, coordenar e zelar a execução dos convênios ce-
§ 5º – A presença à sessão de julgamento será limitada aos lebrados pela Defensoria Pública com órgãos públicos ou entidades.
membros do Conselho Superior, ao Defensor Público Geral e a seu
procurador. SEÇÃO III
§ 6º – A sessão poderá ser suspensa por uma vez, pelo prazo DO CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
máximo de dez dias, para a realização de diligência requerida pelo
Defensor Público Geral ou por qualquer membro do Conselho Su- Art. 22 – O Conselho Superior é órgão da Administração Supe-
perior, desde que reputada, por maioria de votos, imprescindível ao rior, incumbindo-lhe zelar pela observância dos princípios institu-
esclarecimento dos fatos. cionais da Defensoria Pública.
Art. 16 – Rejeitada a proposta de destituição ou não atingida a Art. 23 – O Conselho Superior é composto pelo Defensor Públi-
votação prevista no § 4º do art. 15, o Presidente da sessão determi- co Geral, pelo Subdefensor Público Geral e pelo Corregedor-Geral,
nará o arquivamento dos autos do procedimento. como membros natos, por mais seis representantes que estejam
Art. 17 – Aprovada a destituição, o Presidente da sessão fará há, no mínimo, cinco anos na carreira, eleitos pelo voto obrigatório
publicar, no órgão oficial dos Poderes do Estado, em quarenta e oito de todos os membros da instituição em exercício, e pelos três De-
horas, o inteiro teor da decisão proferida. fensores Públicos mais antigos da Classe Especial.
Parágrafo único – O Presidente da sessão, em cinco dias, en- § 1º – O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público
caminhará os autos ao Governador do Estado, para que proceda Geral, respeitadas as exceções previstas nesta lei complementar.
à exoneração do Defensor Público Geral no prazo de quinze dias § 2º – A eleição dos membros do Conselho Superior, para man-
contados de seu recebimento. dato de dois anos, será realizada em escrutínio secreto, votação
Art. 18 – Destituído o Defensor Público Geral ou decorrido o obrigatória e plurinominal, na primeira quinzena do mês de no-
prazo previsto no art. 17 sem deliberação do Governador do Estado, vembro, devendo ser convocada com, pelo menos, trinta dias de
ocorrerá a vacância e proceder-se-á de acordo com o determinado antecedência.
pelo art. 11. § 3º – O Defensor Público que pretender integrar como mem-
Art. 19 – O Defensor Público Geral ficará afastado de suas fun- bro eleito o Conselho Superior da Defensoria Pública deve manifes-
ções: tar-se, por escrito, ao Defensor Público Geral, no prazo de cinco dias
I – após o trânsito em julgado de decisão judicial em caso de contados do primeiro dia útil subseqüente à convocação da eleição.
prática de infração penal cuja sanção cominada seja de reclusão; § 4º – Os Defensores Públicos eleitos para integrar o Conselho
II – no procedimento de destituição, desde a aprovação do pe- Superior serão automaticamente substituídos, no caso de vacância,
dido de autorização pelo Conselho Superior, na forma prevista no pelos suplentes, assim considerados os Defensores Públicos mais
art. 14, até a decisão final. votados, em ordem decrescente.
§ 1º – O período de afastamento contará como de exercício do § 5º – No caso de empate na votação para a eleição dos mem-
mandato. bros do Conselho Superior, será considerado eleito o mais antigo
§ 2º – Nas hipóteses previstas neste artigo, assumirá a chefia da na carreira.
Defensoria Pública o Subdefensor Público-Geral. § 6º – Se os inscritos na eleição não atingirem o número de va-
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar gas, serão investidos no mandato tantos Defensores Públicos mais
nº 101, de 23/11/2007.) antigos, integrantes da classe mais elevada, quantos forem neces-
sários para a composição do Conselho Superior.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 24 – O disposto no art. 7º, § 9º, desta lei complementar XII – recomendar correições extraordinárias;
aplica-se à eleição para o Conselho Superior da Defensoria Pública. XIII – aprovar o Plano Geral de Atuação;
§ 1º – O membro eleito do Conselho Superior é inelegível para XIV – sugerir ao Defensor Público Geral a edição de recomen-
o mandato subseqüente, salvo se, na condição de suplente, tiver dação, sem caráter vinculativo, aos órgãos de execução, para o de-
exercido a função por prazo inferior a seis meses. sempenho de suas funções;
§ 2º – Os membros natos do Conselho Superior que, por qual- XV – deliberar, atendida a necessidade do serviço, sobre a li-
quer motivo, deixarem de integrá-lo nessa condição são inelegíveis cença de membro da Defensoria Pública para freqüentar curso ou
para o exercício de mandato subseqüente. seminário de aperfeiçoamento ou estudos, no País ou no exterior,
§ 3º – O exercício de cargo de confiança é incompatível com o evidenciado o interesse da instituição;
de membro do Conselho Superior. XVI – autorizar, em razão de ato excepcional e fundamentado,
§ 4º – Qualquer membro da Defensoria Pública poderá re- pelo voto de dois terços de seus integrantes, o Defensor Público
presentar à Comissão Eleitoral sobre as causas de inelegibilidade Geral a exercer, pessoalmente ou por designação, as funções pro-
previstas neste artigo, cabendo da decisão recurso para o Conselho cessuais afetas a outro membro da instituição;
Superior, no prazo de cinco dias. XVII – representar ao Corregedor-Geral sobre a instauração de
Art. 25 – A ausência injustificada de membro do Conselho Su- processo administrativo-disciplinar contra membro da Defensoria
perior a três reuniões solenes, ordinárias ou extraordinárias con- Pública;
secutivas, ou a cinco alternadas, implicará a perda automática do XVIII – opinar sobre o aproveitamento de membro da Defenso-
mandato. ria Pública em disponibilidade;
§ 1º – O Conselho Superior apreciará, em cada sessão, as justi- XIX – solicitar ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública in-
ficativas de ausência apresentadas, deliberando, por maioria, sobre formações sobre a conduta e a atuação funcional de membro da
o acolhimento destas, na forma do Regulamento Interno. instituição, determinando a realização de visitas de inspeção para
§ 2º – Decretada a perda do mandato pelo Presidente do Con- verificação de irregularidade no serviço, especialmente no caso de
selho, será convocado o suplente imediato para preenchimento da inscritos para a promoção ou remoção voluntária;
vaga. XX – conhecer dos relatórios reservados elaborados pela Cor-
Art. 26 – A posse e o exercício dos membros do Conselho Su- regedoria-Geral em inspeções e correições, recomendando as pro-
perior efetivar-se-ão na segunda quinzena do mês da eleição, em vidências cabíveis;
sessão solene. XXI – decidir, em sessão pública e pelo voto de dois terços de
Art. 27 – O Conselho Superior reunir-se-á mensalmente, em seus integrantes, sobre a avaliação e a permanência na carreira dos
sessão ordinária, por convocação extraordinária de seu Presidente membros da Defensoria Pública em estágio probatório;
ou por proposta de um terço de seus membros. XXII – determinar a suspensão do exercício funcional de mem-
Parágrafo único – O Conselho Superior se instalará com o míni- bro da Defensoria Pública em caso de verificação de incapacidade
mo de seis membros, e as deliberações serão tomadas por maioria física ou mental;
simples, respeitadas as exceções previstas nesta lei complementar. XXIII – aprovar o regulamento de estágio probatório elaborado
Art. 28 – Ao Conselho Superior da Defensoria Pública compete: pela Corregedoria-Geral;
I – exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública; XXIV – dar posse ao Defensor Público Geral, nos termos do art.
II – opinar, por solicitação do Defensor Público Geral, sobre ma- 8º desta lei complementar;
téria pertinente à independência funcional e à autonomia adminis- XXV – aprovar o Regulamento Interno da Defensoria Pública;
trativa da Defensoria Pública do Estado; XXVI – exercer outras atribuições previstas em lei ou no Regu-
III – indicar ao Defensor Público Geral, em lista tríplice, os can- lamento Interno.
didatos à promoção por merecimento; § 1º – Salvo disposição em contrário, as deliberações do Con-
IV – aprovar a lista de antigüidade dos membros da Defensoria selho Superior serão tomadas por maioria de votos abertos e nomi-
Pública e decidir sobre reclamações a ela concernentes, no prazo nais, presente a maioria de seus membros, cabendo ao seu Presi-
de quinze dias; dente o voto de qualidade.
V – recomendar ao Defensor Público Geral a instauração de § 2º – As decisões do Conselho Superior da Defensoria Pública
processo administrativo-disciplinar contra Defensores Públicos e serão fundamentadas e publicadas no prazo de cinco dias, exceto
servidores auxiliares da Defensoria Pública; nas hipóteses legais de sigilo, sob forma de deliberação.
VI – conhecer e julgar recurso contra decisão em processo ad- § 3º – Na indicação à promoção por antigüidade, observar-se-á
ministrativo-disciplinar; o disposto no art. 61 desta lei complementar.
VII – decidir sobre pedido de revisão de processo administrati- § 4º – Na indicação à promoção por merecimento, o processo
vo-disciplinar; de votação será oral, atendidos os critérios estabelecidos no art. 63
VIII – decidir sobre a remoção voluntária dos integrantes da desta lei complementar.
carreira de Defensor Público; Art. 29 – O integrante do Conselho Superior é considerado im-
IX – determinar, por voto de dois terços de seus integrantes, a pedido nos seguintes casos:
remoção ou disponibilidade compulsória de membro da Defensoria I – quando a deliberação envolver interesse de cônjuge, paren-
Pública; te consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o quarto
X – decidir sobre a destituição do Corregedor-Geral, por voto grau, inclusive;
de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa; II – quando for interessado no resultado do julgamento;
XI – deliberar sobre a organização do concurso para ingresso III – quando não comparecer à sessão de leitura de relatório ou
na carreira e designar os representantes da Defensoria Pública que de discussão de matéria em pauta.
integrarão a Comissão de Concurso;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 30 – Considera-se fundada a suspeição de parcialidade do XI – baixar instruções, sem caráter vinculativo e no limite de
integrante do Conselho Superior quando: suas atribuições, visando à regularidade e ao aperfeiçoamento das
I – houver notória inimizade com o interessado no julgamento atividades da Defensoria Pública, bem como à independência fun-
da matéria; cional de seus membros;
II – for parte em processo cível, criminal ou administrativo em XII – manter atualizados os assentamentos funcionais e os re-
que funcionou o interessado no julgamento da matéria; gistros estatísticos de atuação dos membros da Defensoria Pública,
III – houver motivo de foro íntimo. especialmente para efeito de aferição de merecimento, neles de-
Art. 31 – O impedimento ou a suspeição, salvo por motivo de vendo constar:
foro íntimo, poderá ser argüido pelo interessado ou por qualquer a) os pareceres da Corregedoria-Geral, inclusive o previsto no
integrante do Conselho Superior, até o início do julgamento. art. 52 desta lei complementar, e a decisão do Conselho Superior
§ 1º – Argüido o impedimento ou a suspeição, o Conselho Su- sobre o estágio probatório;
perior, após a oitiva do integrante imputado impedido ou suspeito, b) as observações feitas em inspeções e correições;
decidirá a questão de plano. c) as penalidades disciplinares aplicadas;
§ 2º – O integrante do Conselho Superior poderá alegar o impe- XIII – oferecer ao Conselho Superior da Defensoria Pública,
dimento e a suspeição por motivo de foro íntimo, no prazo previsto quando da composição de listas tríplices para promoção, os assen-
no “caput” deste artigo. tamentos sobre a vida funcional dos Defensores Públicos que sa-
§ 3º – Serão convocados os suplentes necessários se, em razão tisfaçam o requisito de interstício, assim como outras informações
de impedimento ou suspeição de integrante do Conselho Superior, consideradas necessárias;
houver prejuízo, por falta de quórum legal, à apreciação de matéria XIV – exercer outras atribuições que lhe forem cometidas pelo
em pauta, suspendendo-se, se for o caso, o julgamento. Defensor Público Geral ou pelo Conselho Superior da Defensoria
Pública;
SEÇÃO IV XV – encaminhar ao Defensor Público Geral o processo admi-
DA CORREGEDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA nistrativo-disciplinar afeto à decisão deste;
XVI – apresentar, quando requisitado pelo Defensor Público Ge-
Art. 32 – A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública é órgão ral, relatório estatístico sobre as atividades dos órgãos de atuação;
de fiscalização e orientação da atividade funcional e da conduta dos XVII – prestar ao Defensor Público informações de caráter pes-
membros e dos servidores da Defensoria Pública. soal e funcional, assegurando-lhe o direito de acesso, retificação e
Art. 33 – A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-Ge- complementação dos dados;
ral, indicado entre os integrantes da classe mais elevada da carrei- XVIII – requisitar informações, exames, perícias, documentos,
ra, em lista sêxtupla elaborada pelo Conselho Superior, e nomeado diligências, certidões, pareceres técnicos e informações indispensá-
pelo Governador do Estado, para mandato de dois anos. veis ao bom desempenho de suas funções;
Art. 34 – Ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública compete: XIX – elaborar o regulamento do estágio probatório;
I – realizar inspeções e correições funcionais nos Núcleos e nos XX – propor ao Defensor Público Geral e ao Conselho Superior
serviços da Defensoria Pública e remeter relatório reservado ao a expedição de instruções e outras normas administrativas, sempre
Conselho Superior; que necessário ou conveniente ao serviço;
II – sugerir ao Defensor Público Geral, fundamentadamente, XXI – convocar Defensores Públicos para deliberação sobre ma-
o afastamento do Defensor Público que esteja sendo submetido a téria administrativa ou de interesse da instituição;
correição, sindicância ou processo administrativo-disciplinar; XXII – desempenhar outras atribuições previstas em lei ou no
III – receber e processar representação contra Defensor Público Regulamento Interno da Defensoria Pública.
e encaminhá-la, com parecer, ao Conselho Superior; Parágrafo único – As anotações que importem demérito serão
IV – propor a instauração de processo administrativo-discipli- lançadas no assentamento funcional, após prévia ciência do inte-
nar contra Defensor Público e servidor administrativo auxiliar e en- ressado, permitindo-se a retificação, na forma prevista no art. 124
caminhar a proposição ao Defensor Público Geral; desta lei complementar.
V – propor ao Conselho Superior, fundamentadamente, a sus- Art. 35 – O Corregedor-Geral poderá ser destituído do cargo
pensão do estágio probatório do Defensor Público; por deliberação do Conselho Superior, nos casos de abuso de po-
VI – acompanhar a atuação do Defensor Público durante o es- der, conduta incompatível, grave omissão nos deveres do cargo, as-
tágio probatório, mediante avaliação permanente de seu desem- segurada ampla defesa, ou condenação por infração apenada com
penho; reclusão, em decisão judicial transitada em julgado.
VII – propor ao Conselho Superior, fundamentadamente, a con- Parágrafo único – O Conselho Superior decidirá, por maioria
firmação do Defensor Público no cargo, até sessenta dias antes do de votos, pela admissibilidade da representação para a destituição
término do estágio probatório; do Corregedor-Geral, nos casos previstos no “caput” deste artigo,
VIII – propor, fundamentadamente, a exoneração do Defensor desde que formulada pelo Defensor Público Geral, por um terço de
Público em estágio probatório, com base em avaliação especial, seus integrantes ou por um décimo dos membros da Defensoria Pú-
procedida por comissão constituída especificamente para esse fim; blica em atividade.
IX – representar sobre verificação de incapacidade física, men- Art. 36 – Autorizada a proposta de destituição do Corregedor-
tal ou moral de membros da Defensoria Pública; -Geral, o Conselho Superior, em sessão presidida pelo Defensor Pú-
X – integrar como membro nato o Conselho Superior da Defen- blico Geral, constituirá, em votação secreta, comissão processante,
soria Pública; integrada por três Defensores Públicos de Classe Especial, cabendo
a Presidência ao mais antigo nesta classe.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º – O Corregedor-Geral da Defensoria Pública será cientifica- SEÇÃO I


do, no prazo de dez dias, da aprovação da proposta de destituição, DO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
podendo, em quinze dias, apresentar defesa por escrito, pessoal-
mente ou por procurador, e requerer produção de provas. 40-B – O Centro de Desenvolvimento Institucional é órgão de
§ 2º – Não sendo apresentada defesa, o Presidente da comis- apoio da Defensoria Pública-Geral, composto pelos serviços auxi-
são processante nomeará procurador para fazê-la no prazo de quin- liares necessários e por Defensores Públicos das diversas áreas de
ze dias. atuação designados pelo Defensor Público-Geral, sendo um deles
§ 3º – Findo o prazo concedido à defesa, o Presidente da comis- coordenador do centro.
são processante designará, nos dez dias subseqüentes, a data para Parágrafo único – São competências do Centro de Desenvolvi-
instrução e julgamento. mento Institucional:
§ 4º – Na sessão de instrução e julgamento, presidida pelo De- I – estimular a integração e o intercâmbio entre Defensores Pú-
fensor Público Geral, após a leitura do relatório da comissão proces- blicos que atuem na mesma área de atividade e que tenham atri-
sante, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por procurador, terá buições comuns;
trinta minutos para produzir defesa oral, deliberando, em seguida, II – remeter informações técnico-jurídicas aos órgãos ligados às
o Conselho Superior, pelo voto fundamentado de dois terços de atividades do centro;
seus membros. III – estabelecer intercâmbio permanente com órgãos públicos
§ 5º – A presença na sessão de instrução e julgamento será ou entidades públicas ou privadas;
limitada aos membros do Conselho Superior, ao Corregedor-Geral IV – sistematizar as ações dos Defensores Públicos, bem como
e ao seu procurador. integrar e uniformizar sua atuação;
§ 6º – A sessão poderá ser suspensa por uma vez, pelo prazo V – auxiliar na elaboração e execução de projetos e convênios
máximo de dez dias, para a realização de diligência requerida pelo de interesse institucional da Defensoria Pública;
Corregedor-Geral ou por seu procurador, bem como por qualquer VI – promover e coordenar a atuação de Defensoria Pública pe-
membro do Conselho Superior, desde que reputada, por maioria de rante os sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos;
votos, imprescindível ao esclarecimento dos fatos. VII – prestar auxílio técnico-operacional ao cumprimento das
Art. 37 – Rejeitada a proposta de destituição ou não atingida a finalidades institucionais;
votação prevista no § 4º do art. 36 desta lei complementar, o Pre- VIII – exercer outras funções compatíveis com suas competên-
sidente da sessão determinará o arquivamento dos autos do pro- cias previstas em lei e atribuídas por ato do Defensor Público-Geral.
cedimento.
Art. 38 – Aprovada a destituição, o Defensor Público Geral fará SEÇÃO II
publicar, no órgão oficial dos Poderes do Estado, em quarenta e oito DAS COORDENADORIAS REGIONAIS
horas, o inteiro teor da decisão proferida, da qual não caberá re-
curso. Art. 40-C – As Coordenadorias Regionais são órgãos de apoio às
Parágrafo único – O Presidente da sessão, em cinco dias, en- atividades das Defensorias Públicas em âmbito regional e agrupam
caminhará os autos ao Governador do Estado, para que proceda à Defensorias Públicas nas Comarcas por regiões ou por órgãos de
exoneração do Corregedor-Geral da Defensoria Pública, no prazo de atuação.
quinze dias contados de seu recebimento. § 1º – As Coordenadorias Regionais são compostas por um De-
Art. 39 – Destituído o Corregedor-Geral da Defensoria Pública, fensor Público, que exercerá a função de Coordenador Regional da
proceder-se-á na forma determinada no art. 36 desta lei comple- Defensoria Pública, e pelos serviços auxiliares que se fizerem ne-
mentar. cessários.
Art. 40 – O Corregedor-Geral ficará afastado de suas funções: § 2º – A sede de cada Coordenadoria Regional será fixada por
I – após o trânsito em julgado da decisão judicial condenatória ato do Defensor Público-Geral.
em caso de prática de infração penal, cuja sanção cominada seja de § 3º – A constituição das Coordenadorias Regionais e as atri-
reclusão; buições dos coordenadores regionais serão disciplinadas no Regu-
II – no procedimento de destituição, desde a aprovação do pe- lamento Interno.
dido de autorização pelo Conselho Superior, na forma prevista no
art. 35, parágrafo único, desta lei complementar, até a decisão final. (Capítulo acrescentado pelo art. 8º da Lei Complementar nº
Parágrafo único – O período de afastamento contará como de 141, de 13/12/2016.)
exercício do mandato.
CAPÍTULO II-B
CAPÍTULO II-A DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
DOS ÓRGÃOS DE APOIO ADMINISTRATIVO E SERVIÇOS
AUXILIARES SEÇÃO I
DA OUVIDORIA-GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 40-A – Lei específica definirá as atribuições dos órgãos de
apoio administrativo e serviços auxiliares e estabelecerá seu quadro Art. 40-D – A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pú-
de cargos, sob regime estatuário. blica e tem como finalidade a promoção da qualidade dos serviços
prestados pela instituição.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único – A Ouvidoria-Geral contará com servidores IX – coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir
da Defensoria Pública e terá sua estrutura definida pelo Conselho estatísticas referentes ao índice de satisfação dos assistidos, divul-
Superior, a partir de proposta do Ouvidor-Geral, observada a dis- gando os resultados.
ponibilidade orçamentária e de pessoal para sua implementação. § 1º – A representação a que se refere o inciso l do caput po-
Art. 40-E – O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Supe- derá ser apresentada por qualquer pessoa, inclusive pelos próprios
rior dentre cidadãos de reputação ilibada, excetuados os membros membros e servidores da Defensoria Pública, por órgão público ou
da Defensoria Pública e os integrantes do quadro administrativo, por entidade pública ou privada.
ativos ou inativos, indicados em lista tríplice formada pela socie- § 2º – A Ouvidoria-Geral preservará, sempre que solicitado, o
dade civil, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. sigilo de identidade do autor da representação, reclamação ou su-
§ 1º – O Conselho Superior editará normas regulamentando os gestão.
critérios e a forma de elaboração da lista tríplice. Art. 40-G – Aplica-se ao Ouvidor-Geral, em casos de abuso de
§ 2º – As indicações de candidatos a Ouvidor-Geral recairão poder, conduta incompatível e grave omissão nos deveres do cargo,
sobre pessoas ou representantes de entidades notoriamente com- o disposto nos arts. 35 a 38 desta lei.
promissadas com os princípios e atribuições da Defensoria Pública. Art. 40-H – Na hipótese de destituição do Ouvidor-Geral, o
§ 3º – É vedada a nomeação, para o cargo de Ouvidor-Geral, de Conselho Superior escolherá, no prazo de quinze dias, um dentre
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por os dois últimos integrantes da lista tríplice, para complementar o
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos membros e servidores, mandato.
ativos ou inativos, da Defensoria Pública.
§ 4º – O Ouvidor-Geral será indicado pelo Conselho Superior SEÇÃO II
no prazo de quinze dias, contados do recebimento da lista tríplice, DA ESCOLA SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
e nomeado pelo Defensor Público-Geral em igual prazo, contado da
indicação pelo Conselho Superior. Art. 40-I – A Escola Superior é órgão auxiliar da Defensoria Pú-
§ 5º – Caso o Conselho Superior não efetive a indicação do Ou- blica e tem como competências:
vidor-Geral nos quinze dias que se seguirem ao recebimento da lista I – iniciar novos membros e servidores da Defensoria Pública
tríplice, será considerado escolhido automaticamente para o exercí- no desempenho de suas funções institucionais;
cio do mandato o mais votado da lista. II – aperfeiçoar e atualizar a capacitação técnico-profissional
§ 6º – Caso o Defensor Público-Geral não efetive a nomeação dos membros e servidores da Defensoria Pública;
do Ouvidor-Geral nos quinze dias que se seguirem ao recebimento III – promover estudos, conferências, seminários, debates e dis-
da indicação feita pelo Conselho Superior, será investido no cargo, cussões de temas conexos à prestação da assistência jurídica pela
para exercício do mandato, o candidato indicado pelo Conselho Su- Defensoria Pública;
perior. IV – desenvolver programas de pesquisa na área jurídica;
§ 7º – O Cargo de Ouvidor-Geral, a ser criado em lei específica, V – organizar publicações com os resultados de suas ações;
será exercido em regime de dedicação exclusiva e jornada de qua- VI – zelar pelo reconhecimento e pela valorização da Defenso-
renta horas semanais, vedada qualquer outra atividade remunera- ria Pública como instituição essencial ao exercício da função juris-
da, salvo uma de magistério. dicional do Estado;
Art. 40-F – À Ouvidoria-Geral compete: VII – manter intercâmbios com órgãos ou entidades que atuem
I – receber e encaminhar ao Corregedor-Geral representação em áreas afins;
contra membros e servidores da Defensoria Pública, assegurada ao VIII – outras estabelecidas no Regulamento Interno, desde que
representado a defesa preliminar; compatíveis com as competências previstas em lei.
II – propor aos órgãos de administração superior da Defensoria § 1º – A Escola Superior da Defensoria Pública será criada por
Pública medidas e ações que visem ao aperfeiçoamento dos servi- ato do Defensor Público-Geral.
ços prestados; § 2º – O Coordenador da Escola Superior será designado pelo
III – elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, Defensor Público-Geral dentre os Defensores Públicos estáveis, com
que conterá também as medidas propostas aos órgãos competen- prejuízo de suas atribuições funcionais.
tes e a descrição dos resultados obtidos; § 3º – O Conselho Superior editará normas que regulamenta-
IV – participar, com direito a voz, do Conselho Superior da De- rão a estrutura e o funcionamento da Escola Superior.
fensoria Pública;
V – promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil; SEÇÃO III
VI – estabelecer meios de comunicação direta entre a Defen- DO CENTRO DE ASSISTÊNCIA PERICIAL E MULTIDISCIPLINAR
soria Pública e a sociedade, para receber sugestões e reclamações,
adotando as providências pertinentes e informando o resultado aos Art. 40-J – O Centro de Assistência Pericial e Multidisciplinar é
interessados; órgão auxiliar da Defensoria Pública e tem por finalidade prestar-
VII – contribuir para a disseminação das formas de participação -lhe apoio institucional em matéria ocupacional e para o exercício
popular no acompanhamento e na fiscalização da prestação dos de suas funções, por meio de exames, perícias, laudos e outras pro-
serviços realizados pela Defensoria Pública; vidências necessárias ao desenvolvimento da saúde ocupacional de
VIII – manter contato com os vários órgãos da Defensoria Pú- seu pessoal e à defesa dos interesses dos assistidos, conforme dis-
blica, estimulando-os a atuar em sintonia com os direitos dos as- puser o Regulamento Interno da Defensoria Pública.
sistidos;
(Capítulo acrescentado pelo art. 9º da Lei Complementar nº
141, de 13/12/2016.)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO III XVIII – sugerir e encaminhar a celebração de convênio ou ajuste


DOS ÓRGÃOS DE ATUAÇÃO com entidade pública ou privada, visando à melhoria e à expan-
são dos serviços da Defensoria Pública e, se implantado, exercer
SEÇÃO I a coordenação e o controle da sua execução na respectiva área de
DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS DO ESTADO competência;
XIX – solicitar à Corregedoria-Geral da Defensoria Pública a re-
Art. 41 – É obrigatória a instalação de Defensoria Pública em alização de correições extraordinárias, sempre que necessário, dan-
todas as comarcas do Estado. do-se delas ciência ao Defensor Público Geral;
Art. 42 – Nas Defensorias Públicas com mais de um cargo de XX – elaborar boletim e mapas estatísticos de processos, ações
Defensor Público, haverá um Defensor Público como Coordenador e atendimentos prestados, para efeito de relatórios periódicos;
e seus substitutos, designados pelo Defensor Público Geral, com- XXI – estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos de
petindo-lhes, sem prejuízo de suas funções institucionais e outras execução que atuem na mesma área de atividade e tenham atribui-
fixadas pelo Conselho Superior, especialmente: ções comuns;
I – coordenar as atividades desenvolvidas pelos Defensores Pú- XXII – remeter informações técnico-jurídicas aos órgãos ligados
blicos que atuem em sua área de competência; à sua atividade;
II – sugerir ao Defensor Público Geral providências para o aper- XXIII – estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou
feiçoamento das atividades institucionais em sua área de compe- órgãos públicos ou privados que atuem em áreas afins;
tência; XXIV – organizar a biblioteca e o arquivo geral da Defensoria
III – remeter, semestralmente, ao Corregedor-Geral relatório Pública, recolhendo e classificando as cópias de trabalhos elabora-
das atividades desenvolvidas em sua área de competência; dos pelos integrantes, bem como o material legislativo, doutrinário
IV – promover reuniões mensais internas para a fixação de e jurisprudencial de interesse;
orientações, sem caráter vinculativo, e para deliberação sobre ma- XXV – exercer outras atribuições que lhe forem delegadas pelo
téria administrativa, com comparecimento obrigatório, salvo moti- Defensor Público Geral.
vo justificado; § 1º – O Coordenador exercerá suas atribuições pelo período
V – dar posse e exercício aos auxiliares administrativos nomea- de um ano, permitida uma recondução.
dos pelo Defensor Público Geral; § 2º – As funções de Defensor Público Coordenador serão con-
VI – organizar os serviços auxiliares, distribuindo tarefas e fisca- sideradas para apuração de mérito na ocasião da promoção.
lizando os trabalhos executados; § 3º – As funções de que trata este artigo poderão ser delega-
VII – presidir, mediante designação do Defensor Público Geral, das a outro Defensor Público, mediante comunicação ao Defensor
processo administrativo-disciplinar relativo a infrações funcionais Público Geral.
dos seus servidores; Art. 43 – As Defensorias Públicas poderão ser agrupadas em
VIII – fiscalizar a distribuição eqüitativa dos autos ou outro ex- regiões, sob a coordenação de um Defensor Público, nos termos do
pediente em que deva funcionar Defensor Público; Regulamento Interno.
IX – representar a Defensoria Pública nas solenidades oficiais,
em sua área de atuação; SEÇÃO II
X – encaminhar aos órgãos da Administração Superior da De- DOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA
fensoria Pública sugestões para o aprimoramento dos serviços e
solicitar os recursos necessários ao desenvolvimento de suas ati- Art. 44 – Os Núcleos da Defensoria Pública são compostos de
vidades; Defensores Públicos e dos serviços auxiliares necessários ao desem-
XI – solicitar ao Defensor Público Geral a designação de esta- penho das funções.
giários, mediante requerimento de qualquer de seus integrantes; § 1º – Em cada Núcleo, servirá pelo menos um membro da De-
XII – encaminhar à Defensoria Pública Geral sugestões para a fensoria Pública.
elaboração do Plano Geral de Atuação da Defensoria Pública; § 2º – Os Núcleos serão criados para atender necessidades con-
XIII – redistribuir, em caso de afastamento, os pedidos e os pro- junturais e poderão ser judiciais ou extrajudiciais.
cessos, modificando-lhes a orientação, se necessário; (Paragráfo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar
XIV – prestar ao Defensor Público Geral e ao Corregedor-Geral nº 141, de 13/12/2016.)
todas as informações pertinentes às atividades da Defensoria Públi- § 3º – A criação, a modificação e a extinção de Núcleos, bem
ca em sua área de atuação; como suas atribuições, serão determinadas pelo Conselho Superior
XV – receber reclamações contra a atuação de Defensores Pú- da Defensoria Pública, mediante proposta do Defensor Público-Ge-
blicos e encaminhá-las à consideração do Corregedor-Geral; ral.
XVI – propor, fundamentadamente, e promover, se aprovada, a (Paragráfo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar
implantação de Núcleos da Defensoria Pública, mesmo em bairros nº 141, de 13/12/2016.)
ou regiões, visando à desconcentração dos serviços da instituição; § 4º – Os Núcleos cuja natureza institucional justifique sua
XVII – estabelecer relacionamento com os órgãos do Ministério continuidade serão incorporados à área de atuação permanente
Público e do Poder Judiciário, com a finalidade de solucionar casos de alguma Defensoria Especializada, permitindo a continuidade do
que lhe estejam afetos; serviço.
(Paragráfo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar
nº 141, de 13/12/2016.)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO III II – postular a concessão de gratuidade de justiça para os ne-


DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS ESPECIALIZADAS cessitados, na forma da lei;
III – praticar os atos inerentes à postulação e à defesa dos di-
Art. 44-A – As Defensorias Públicas Especializadas são órgãos reitos dos necessitados, providenciando para que os feitos tenham
de atuação permanente e de âmbito local ou regional, coordenados normal tramitação e, quando cabível, interpor recurso para qual-
por um Defensor Público designado pelo Defensor Público-Geral quer grau de jurisdição;
dentre os seus integrantes, e têm como competência a proteção, a IV – defender, nos processos criminais, o réu que não tenha
preservação e a reparação dos direitos fundamentais, nestes com- defensor constituído, o revel inclusive;
preendidos os direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, V – patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública;
culturais e ambientais. VI – patrocinar ação civil e ação civil “ex delicto”;
Parágrafo único – Sem prejuízo de outras áreas de atuação pre- VII – patrocinar defesa em ação penal;
vistas no Regulamento Interno da Defensoria Pública, as Defenso- VIII – patrocinar defesa em ação civil e reconvir;
rias Públicas Especializadas atuarão nos estabelecimentos policiais, IX – exercer a defesa da criança e do adolescente, em especial
penitenciários e de internação de adolescentes, na proteção, pre- nas hipóteses previstas no art. 227 da Constituição da República;
servação e reparação dos direitos de grupos sociais vulneráveis e X – assegurar aos seus assistidos, em processo judicial ou admi-
das pessoas vítimas de qualquer forma de opressão ou violência e nistrativo, e aos acusados em geral o contraditório e a ampla defe-
nos conflitos fundiários urbanos e agrários. sa, com recursos e meios a ela inerentes;
Art. 44-B – A criação, a modificação e a extinção de Defensorias XI – patrocinar os direitos e interesses do consumidor lesado;
Públicas Especializadas, bem como sua estrutura e suas atribuições,
serão fixadas pelo Conselho Superior da Defensoria Pública, me- XII – atuar nos Juizados Especiais;
diante proposta do Defensor Público-Geral, observadas a perma- XIII – exercer a função de Curador de Ausentes e Especial, salvo
nência e a prioridade de sua atuação. quando a lei a atribuir expressamente a outrem;
Art. 44-C – A implantação das Defensorias Públicas Especializa- XIV – representar ao Ministério Público em caso de sevícias ou
das será acompanhada da estrutura e dos serviços auxiliares neces- maus-tratos à pessoa do defendendo;
sários a seu funcionamento. XV – atuar nos estabelecimentos policiais e penitenciários, vi-
sando a assegurar à pessoa, em qualquer circunstância, o exercício
(Sessão acrescentada pelo art. 11 da Lei Complementar nº 141, dos direitos e das garantias individuais;
de 13/12/2016.) XVI – requerer a transferência de preso para local adequado,
quando necessário;
SEÇÃO IV XVII – diligenciar as medidas necessárias ao assentamento de
DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS NA SEGUNDA INSTÂNCIA E NOS registro civil de nascimento de criança ou adolescente;
TRIBUNAIS SUPERIORES. XVIII – supervisionar e fiscalizar, sob a coordenação dos órgãos
superiores, o desempenho do estagiário designado para seu auxi-
Art. 44-D – As Defensorias Públicas na Segunda Instância e nos liar nos serviços forenses, avaliando-o, ao final do estágio, na forma
Tribunais Superiores atuarão em segundo grau de jurisdição, nos do regulamento;
tribunais superiores e no Supremo Tribunal Federal. XIX – exercer, mediante designação do Defensor Público Geral,
§ 1º – As Defensorias Públicas na Segunda Instância e nos Tri- a Coordenadoria de Núcleo da Defensoria Pública e outros cargos
bunais Superiores terão coordenação própria, designada pelo De- de confiança da instituição;
fensor Público-Geral dentre os seus integrantes, para exercício das XX – integrar comissão de processo administrativo-disciplinar;
funções previstas no art. 42, contando com a estrutura e os serviços XXI – requisitar a instauração de inquérito policial e diligências
auxiliares necessários a seu funcionamento. necessárias à apuração de crime de ação penal pública;
§ 2º – Cabe ao Conselho Superior da Defensoria Pública, a par- (Expressão “a instauração de inquérito policial” declara-
tir de proposta do Defensor Público-Geral, determinar ou modificar da inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da
as competências das Defensorias Públicas na Segunda Instância e ADI 4346. Acórdão publicado no Diário da Justiça Eletrônico em
nos Tribunais Superiores. 10/4/2023. Trânsito em julgado em 18/4/2023.)
XXII – patrocinar ação civil pública, nos termos da lei;
(Sessão acrescentada pelo art. 11 da Lei Complementar nº 141, XXIII – patrocinar ação popular, mandado de injunção e man-
de 13/12/2016.) dado de segurança;
XXIV – exercer outras atribuições definidas em lei ou ato nor-
CAPÍTULO IV mativo, desde que afetas à sua área de atuação.
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO Parágrafo único – O Defensor Público Geral poderá designar
outro Defensor Público para atuar em feito determinado de atribui-
SEÇÃO ÚNICA ção do titular, com a concordância deste.
DOS DEFENSORES PÚBLICOS Art. 45-A – Os Defensores Públicos e servidores designados
pelo Defensor Público-Geral para plantão nos fins de semana, fe-
Art. 45 – Aos Defensores Públicos do Estado incumbe o desem- riados ou em qualquer outro dia ou horário em que não houver
penho das funções de orientação, postulação e defesa dos direitos expediente, bem como para o exercício de outras atividades admi-
e interesses dos necessitados, cabendo-lhes especialmente: nistrativas ou finalísticas extraordinárias, terão direito a compensa-
I – tentar a composição amigável das partes antes de promover ção ou indenização pelos dias que servirem, conforme dispuser o
a ação, quando julgar conveniente; respectivo regimento interno.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 161, § 4º – Caso a posse não ocorra no prazo previsto por ausência
de 4/8/2021.) do nomeado, a nomeação caducará automaticamente, e será de-
cretada a perda do cargo em ato do Defensor Público Geral.
TÍTULO IV § 5º – O candidato aprovado poderá renunciar à nomeação an-
DO PESSOAL E DA CARREIRA DE DEFENSOR PÚBLICO tecipadamente ou até o termo final do prazo de posse, caso em
que, optando, será deslocado para o último lugar da lista de clas-
CAPÍTULO I sificados.
DO PESSOAL E DOS CARGOS § 6º – O Defensor Público em estágio probatório exercerá suas
funções em qualquer órgão de atuação no Estado.
Art. 46 – O quadro de cargos da carreira de Defensor Público,
organizada em classes na forma do Anexo desta Lei Complementar, SEÇÃO II
é integrado por mil e duzentos cargos efetivos. DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar nº
101, de 23/11/2007.) Art. 51 – O Defensor Público Substituto, a contar da data em
Parágrafo único – O provimento dos cargos previstos no que entrar em exercício, submeter-se-á a estágio probatório pelo
“caput” deste artigo fica condicionado à observância das condições prazo de três anos, durante o qual será avaliada, em caráter perma-
estabelecidas pela Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio nente, pela Corregedoria-Geral da Defensoria Pública, a conveniên-
de 2000, e pela lei orçamentária anual. cia da permanência e da confirmação na carreira.
(Vide art. 41 da Lei nº 15.301, de 10/8/2004.) § 1º – Na avaliação de que trata o “caput” deste artigo, serão
Art. 47 – As promoções na carreira da Defensoria Pública serão observadas:
precedidas da adequação da lista de antigüidade aos critérios de I – a idoneidade moral no âmbito pessoal, profissional e fami-
desempate estabelecidos nesta lei complementar. liar;
II – a conduta compatível com a dignidade do cargo;
CAPÍTULO II III – a dedicação e a exação no cumprimento dos deveres e das
DO INGRESSO NA CARREIRA funções do cargo;
IV – a eficiência, a pontualidade e a assiduidade no desempe-
Art. 48. O ingresso na carreira de Defensor Público dar-se-á na nho de suas funções;
Classe Inicial do cargo de Defensor Público, com funções de Defen- V – a presteza e a segurança nas manifestações processuais;
sor Público Substituto, mediante aprovação em concurso público de VI – as referências em razão da atuação funcional;
provas e títulos, observada a ordem de classificação. VII – a publicação de livros, teses, estudos e artigos jurídicos,
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº premiação obtida inclusive;
134, de 7/5/2014.) VIII – a atuação em órgão de atuação da Defensoria Pública que
apresente dificuldade no exercício das atribuições;
SEÇÃO I IX – a contribuição para a melhoria dos serviços da instituição;
DA NOMEAÇÃO, DA POSSE E DO EXERCÍCIO X – a integração comunitária no que estiver afeto às atribuições
do cargo;
Art. 49 – O candidato aprovado no concurso de ingresso na XI – a freqüência a cursos de aperfeiçoamento.
carreira será nomeado para o cargo de Defensor Público de Classe § 2º – Durante o triênio a que se refere este artigo, a atuação
Inicial, respeitada a ordem de classificação e o número de vagas do membro da Defensoria Pública será, ainda, acompanhada e ava-
existentes, e exercerá as funções de Defensor Público Substituto até liada pela Corregedoria-Geral, por meio de inspeções, correições,
completar o estágio probatório. análise de trabalhos remetidos e outros meios a seu alcance.
Parágrafo único – O Defensor Público de Classe Inicial a que § 3º – A permanência na carreira e a confirmação como mem-
se refere o caput tem as mesmas prerrogativas, vedações, impedi- bro da Defensoria Pública serão deliberadas pelo Conselho Supe-
mentos e vantagens de caráter indenizatório dos demais membros rior, na forma desta lei complementar.
da carreira. Art. 52 – O Corregedor-Geral da Defensoria Pública, para os
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar nº fins do disposto no art. 28, inciso XXI, designará uma comissão para
134, de 7/5/2014.) acompanhamento e avaliação individual de estágio probatório do
Art. 50 – O candidato nomeado tomará posse, com imediato membro da Defensoria Pública.
exercício, no prazo de trinta dias contado da data da nomeação, § 1º – A comissão de que trata o “caput” será composta pelo
prorrogável, por igual período, mediante requerimento dirigido ao Corregedor-Geral, que a presidirá, e por, pelo menos, dois Defenso-
Defensor Público Geral. res Públicos em exercício há mais de cinco anos.
§ 1º – O candidato será empossado perante o Conselho Supe- § 2º – Durante o período de estágio probatório, será apro-
rior, em sessão extraordinária. fundada a investigação relativa aos aspectos moral, pessoal, pro-
§ 2º – O candidato nomeado apresentará declarações de bens fissional e familiar do membro da Defensoria Pública, valendo as
relativas aos dois últimos exercícios fiscais e, no ato da posse, pres- conclusões como subsídio para a decisão do Conselho Superior da
tará o compromisso de desempenhar, com retidão, as funções do Defensoria Pública.
cargo e de cumprir a Constituição e as leis. § 3º – O membro da Defensoria Pública encaminhará à comis-
§ 3º – O candidato nomeado que não comparecer à posse pre- são relatórios trimestrais de atividades, instruídos com peças jurídi-
vista no “caput” deste artigo será empossado na forma disposta no cas, abrangendo as diversas áreas de atuação, na forma que dispu-
art. 9º, XX, desta lei complementar. ser o Regulamento Interno.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 4º – O Corregedor-Geral e a comissão designada poderão re- § 2º – O Conselho Superior, na primeira reunião subseqüente,
quisitar ao membro da Defensoria Pública em estágio probatório decidirá sobre a proposta de exoneração pelo voto de dois terços
cópias de trabalhos referidos nos relatórios trimestrais e não enca- de seus membros.
minhados. § 3º – Quando o Conselho Superior decidir pela não-confirma-
Art. 53 – O Corregedor-Geral da Defensoria Pública poderá, a ção do Defensor Público no cargo, ou não havendo defesa, o Defen-
qualquer tempo, de ofício ou mediante provocação dos membros sor Público Geral procederá a sua exoneração.
da comissão, impugnar, fundamentadamente, a permanência do Art. 57 – Ficam suspensos, automaticamente, até o definitivo
Defensor Público na carreira. julgamento, o exercício funcional e o período de estágio probatório
§ 1º – O interessado será intimado pessoalmente para, em dez do Defensor Público Substituto, quando houver impugnação pelo
dias, oferecer alegações e produzir provas, observado o disposto Conselheiro designado.
nos arts. 28, inciso XXI, 54, parágrafo único, 55 e 57, §§ 1º, 2º e 3º, § 1º – Propondo o Conselheiro a confirmação na carreira do
desta lei complementar. membro da Defensoria Pública, suspende-se, automaticamente,
§ 2º – Não sendo encontrado ou havendo fundada suspeita de o período de estágio probatório, até o definitivo julgamento pelo
ocultação, a intimação far-se-á por meio de publicação no órgão Conselho Superior da Defensoria Pública.
oficial dos Poderes do Estado. § 2º – O tempo de suspensão do exercício funcional será conta-
§ 3º – Acolhida a impugnação pelo Conselho Superior, o De- do para todos os efeitos legais, em caso de confirmação.
fensor Público será exonerado por ato do Defensor Público Geral, § 3º – Se a decisão for pela confirmação na carreira, compete
cabendo da decisão recurso ao Conselho Superior, no prazo de cin- ao Defensor Público-Geral expedir o respectivo ato declaratório, no
co dias. qual constará a nova condição do servidor como Defensor Público
§ 4º – Rejeitada a impugnação, o membro da Defensoria Pú- estável e sua respectiva classe, além da titularidade no órgão de
blica permanecerá em estágio probatório, na forma desta lei com- atuação em que estiver exercendo as suas atribuições, salvo se nes-
plementar. se órgão de atuação existir titular, ainda que licenciado ou afastado.
§ 5º – Não sendo impugnado o estágio probatório, o Correge- (Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar nº
dor-Geral designado para presidir a comissão poderá sugerir ao De- 134, de 7/5/2014.)
fensor Público Geral, até cento e vinte dias antes do término do es- § 4º – Caso o Defensor Público confirmado não puder ser titu-
tágio probatório, a confirmação do membro da Defensoria Pública larizado em seu órgão de atuação, será designado para exercer as
na carreira, servindo a manifestação como subsídio ao Conselheiro suas atribuições em outro órgão.
designado, nos termos do art. 55, § 2º, desta lei complementar.
Art. 54 – Fica suspenso, até o definitivo julgamento, o período CAPÍTULO III
de estágio probatório do membro da Defensoria Pública no caso de DA CARREIRA E DOS CARGOS
impugnação à sua permanência na carreira.
Parágrafo único – O Defensor Público Substituto somente po- Art. 58 – A carreira de Defensor Público é constituída das se-
derá afastar-se do exercício do cargo por motivo de férias ou licença guintes classes:
para tratamento de saúde, caso em que o estágio não se suspende. I – Defensor Público de Classe Inicial;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
SEÇÃO III 134, de 7/5/2014.)
DA CONFIRMAÇÃO NA CARREIRA II – Defensor Público de Classe Intermediária;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
Art. 55 – A conveniência da confirmação na carreira do Defen- 134, de 7/5/2014.)
sor Público em estágio probatório será examinada por integrante III – Defensor Público de Classe Final;
do Conselho Superior da Defensoria Pública, designado mediante a (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
distribuição dos relatórios. 134, de 7/5/2014.)
§ 1º – O Corregedor-Geral, até noventa dias antes do término IV – Defensor Público de Classe Especial.
do estágio probatório, apresentará ao Conselho Superior relatório (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar nº
da atuação do Defensor Público Substituto, emitindo parecer sobre 134, de 7/5/2014.)
sua confirmação. § 1º – O quantitativo de cargos de Defensor Público e sua distri-
§ 2º – O Conselheiro designado proporá a confirmação ou não buição nas classes da carreira são os estabelecidos no Anexo desta
do Defensor Público na carreira até sessenta dias antes do término lei complementar, já considerados os cargos providos pelos mem-
do estágio probatório, em exposição fundamentada e instruída com bros da Defensoria Pública que integram a carreira na data da publi-
os documentos necessários. cação desta Lei Complementar.
Art. 56 – Caso o Conselheiro designado, com base em avalia- § 2º – (Revogado pelo art. 7º da Lei Complementar nº 134, de
ção especial realizada pela comissão de que trata o art. 52 desta 7/5/2014.)
lei complementar, proponha ao Conselho Superior a exoneração do Dispositivo Revogado:
Defensor Público em estágio probatório, terá este dez dias para ofe- “§ 2º – A Classe I da carreira de Defensor Público é dividida em
recer alegações e provas. Níveis I e II.”
§ 1º – O interessado será intimado pessoalmente, e, não sen- (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar nº
do encontrado ou havendo fundada suspeita de ocultação, será a 101, de 23/11/2007.)
intimação efetivada por meio de publicação no órgão oficial dos (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 101, de 23/11/2007.)
Poderes do Estado. (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 134, de 7/5/2014.)

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CAPÍTULO IV SUBSEÇÃO II
DA VACÂNCIA E DAS FORMAS DE PROVIMENTO DERIVADO DO MERECIMENTO

SEÇÃO I Art. 63 – Poderá concorrer à promoção por merecimento o


DISPOSIÇÕES PRELIMINARES membro da Defensoria Pública que:
I – requeira sua inscrição no prazo de quinze dias a contar da
Art. 59 – O Defensor Público Geral fará publicar, no órgão oficial publicação, no órgão oficial dos Poderes do Estado, do aviso de exis-
dos Poderes do Estado, edital para provimento de vaga existente. tência de vaga, constando no requerimento estar com o serviço em
Parágrafo único – O Regulamento Interno disciplinará os requi- dia;
sitos do edital de promoção ou remoção e os critérios de votação, II – não esteja em disponibilidade cautelar ou decorrente de
observado o disposto nesta lei complementar. punição;
III – não tenha sofrido penalidade disciplinar nos doze meses
SEÇÃO II anteriores à formação da lista nem esteja submetido a processo dis-
DA PROMOÇÃO ciplinar ou administrativo;
IV – não esteja respondendo a ação penal por infração cuja san-
Art. 60 – A promoção na carreira de Defensor Público será efe- ção cominada seja de reclusão nem esteja cumprindo pena;
tivada por ato do Defensor Público Geral, atendidos, alternadamen- V – não se tenha afastado do exercício das funções nos últimos
te, os critérios de antigüidade e merecimento, observando este a dois anos, ou a ele retornado nos últimos seis meses, ressalvadas
lista tríplice, decorrido o interstício de três anos de efetivo exercício as hipóteses relacionadas nos incisos do art. 61 desta lei comple-
na classe. mentar;
§ 1º – Na promoção por merecimento de que trata o “caput” VI – não tenha dado causa, injustificadamente, a adiamento de
deste artigo, o Defensor Público Geral levará em consideração a efi- audiência, no período de doze meses anteriores ao pedido, e assim
ciência e a produtividade no exercício das atribuições inerentes ao o declarar expressamente no requerimento de inscrição;
cargo. VII – não esteja em estágio probatório.
§ 2º – Dispensar-se-á o prazo de interstício previsto no “caput” Art. 64 – A promoção por merecimento dependerá de lista trí-
deste artigo se não houver quem preencha tal requisito, ou se quem plice para cada vaga, elaborada pelo Conselho Superior da Defenso-
o preencher não se inscrever para a promoção. ria Pública, em sessão aberta e com voto oral.
§ 1º – Serão incluídos na lista tríplice os nomes votados pela
SUBSEÇÃO I maioria absoluta, realizando-se tantos escrutínios quantos neces-
DA ANTIGÜIDADE sários.
§ 2º – A lista de promoção por merecimento poderá conter me-
Art. 61 – A antigüidade, para efeito de promoção, será determi- nos de três nomes, se não houver remanescente da classe com o
nada pelo tempo de efetivo exercício na classe, independentemen- requisito do interstício.
te de inscrição, importando interrupção de contagem de tempo o § 3º – A lista tríplice será acompanhada do histórico funcional
afastamento ou a licença do cargo, salvo por motivo de: dos candidatos, com a indicação dos votos obtidos, o escrutínio e a
I – férias; menção de entradas em listas anteriores.
II – licença: § 4º – É obrigatória a promoção por merecimento do membro
a) para tratamento de saúde; da Defensoria Pública que figurar na lista pela terceira vez consecu-
b) por motivo de doença em pessoa da família; tiva ou pela quinta vez alternada.
c) à gestante; § 5º – Em caso de haver mais de um candidato à promoção
d) paternidade; compulsória, o desempate far-se-á pelo critério estabelecido no art.
e) em caráter especial; 62 desta lei complementar.
f) para casamento; Art. 65 – O Conselho Superior fixará os critérios para aferição
g) por luto; do merecimento, considerando especialmente:
III – período de trânsito; I – o aprimoramento intelectual e cultural em cursos de aperfei-
IV –prestação de serviço militar e outros obrigatórios por lei; çoamento de natureza jurídica, promovidos pela Defensoria Pública
V – exercício de mandato eletivo ou da entidade de classe; ou por estabelecimento de ensino superior oficialmente reconheci-
VI – exercício, no âmbito da Defensoria Pública, de cargos em do, compreendendo, necessariamente, as seguintes atividades:
comissão ou função de assessoria; a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevân-
VII – outros casos previstos em lei. cia jurídica;
Art. 62 – Ocorrendo empate na classificação por antigüidade, b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca exa-
terão preferência, sucessivamente: minadora;
I – o que for mais antigo na carreira da Defensoria Pública; II – a contribuição à organização e à melhoria dos serviços da
II – o que tiver mais tempo de serviço público estadual; Defensoria Pública.
III – o que tiver mais tempo de serviço público; Art. 66 – Serão observados, além dos requisitos legais para a
IV – o que tiver obtido melhor classificação no concurso para promoção, os seguintes critérios:
ingresso na carreira; I – operosidade, assiduidade e dedicação ao exercício do cargo;
V – o que tiver mais idade. II – presteza e segurança nas manifestações processuais;
III – condutas pública e particular ilibadas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV – conceito atribuído aos assentamentos funcionais, na forma TÍTULO V


do Regulamento Interno; DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS
V – referências em razão da atuação funcional;
VI – publicação de livros, teses, estudos e artigos jurídicos e CAPÍTULO I
premiação obtida; DAS GARANTIAS
VII – atuação em Núcleo que apresente dificuldade ao exercício
das atribuições; Art. 73 – O Defensor Público goza das seguintes garantias:
VIII – contribuição à melhoria dos serviços da instituição e do I – independência funcional no desempenho de suas atribui-
Núcleo. ções;
Art. 67 – O Defensor Público Geral promoverá, no prazo de II – inamovibilidade;
quinze dias contados do recebimento do expediente, os indicados à III – irredutibilidade de subsídio, fixado nos termos da Consti-
promoção por antigüidade ou por merecimento. tuição da República;
Parágrafo único – A promoção realizada após o prazo fixado IV – estabilidade, nos termos desta lei complementar.
neste artigo retroagirá ao dia seguinte de seu vencimento. § 1º – O membro da Defensoria Pública confirmado no cargo
nos termos do art. 57, § 3º, desta lei complementar somente pode-
CAPÍTULO V rá ser demitido em virtude de sentença judicial transitada em jul-
DA INAMOVIBILIDADE E DA REMOÇÃO gado ou em procedimento administrativo-disciplinar, assegurada a
ampla defesa, em qualquer hipótese.
Art. 68 – Os membros da Defensoria Pública são inamovíveis, § 2º – Em caso de extinção do órgão de execução, mudança da
salvo se apenados com remoção compulsória, na forma desta lei sede do Núcleo de atuação ou da comarca, será facultada ao Defen-
complementar. sor Público a remoção para outro Núcleo ou comarca, ou obtenção
Art. 69 – A remoção será voluntária ou por permuta, sempre de disponibilidade com subsídio proporcional ao tempo de serviço,
entre membros da mesma classe. até o seu adequado aproveitamento em outro cargo, e a contagem
Art. 70 – A remoção compulsória somente será aplicada com do tempo de serviço como se em exercício estivesse.
prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em
processo administrativo-disciplinar. CAPÍTULO II
Art. 71 – A remoção voluntária far-se-á mediante requerimento DAS PRERROGATIVAS
apresentado ao Defensor Público Geral nos quinze dias seguintes
à publicação, no órgão oficial dos Poderes do Estado, do edital do Art. 74 – São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública
aviso da existência da vaga. no exercício de suas atribuições:
§ 1º – Findo o prazo fixado no “caput” deste artigo e havendo I – receber intimação pessoal em qualquer processo ou grau de
mais de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na jurisdição, mediante entrega dos autos com vista, contando-se-lhe
classe, e, ocorrendo empate, sucessivamente, o mais antigo na car- em dobro todos os prazos;
reira, no serviço público do Estado, no serviço público em geral, o II – não ser preso senão por ordem judicial escrita, salvo em fla-
mais idoso e o mais bem classificado no concurso para ingresso na grante, caso em que a autoridade fará imediatamente comunicação
Defensoria Pública. oral ao Defensor Público;
§ 2º – A remoção precederá o preenchimento da vaga por pro- III – ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de Esta-
moção. do-Maior, com instalações e comodidades condignas e com priva-
§ 3º – Dar-se-á a remoção voluntária, independentemente de cidade, e, após sentença condenatória transitada em julgado, ser
vaga, para acompanhar cônjuge ou companheiro ocupante de cargo recolhido em dependência separada no estabelecimento em que
público efetivo, nos termos do Regulamento Interno. tiver de ser cumprida a pena;
Art. 72 – A remoção por permuta será concedida mediante re- IV – comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus assis-
querimento do interessado, atendida a conveniência do serviço. tidos, mesmo sem designação, quando estes se acharem presos;
§ 1º – A remoção por permuta somente será deferida após um V – ter vista pessoal dos processos judiciais, em cartório ou na
ano de exercício como Defensor Público de Primeira Classe. repartição competente, fora dos cartórios e das secretarias, ressal-
§ 2º – Presume-se inconveniente ao serviço a remoção por per- vadas as vedações legais, ou retirá-los pelos prazos legais;
muta quando um dos Defensores Públicos estiver às vésperas de VI – examinar autos de processos, em andamento ou findos;
aposentadoria ou de exoneração do cargo a pedido. VII – examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem
§ 3º – Na ocorrência do previsto no § 2º deste artigo, o Con- designação, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em anda-
selho Superior revogará a remoção por permuta, sem prejuízo de mento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e
penalidade disciplinar. tomar apontamentos;
§ 4º – O ato de remoção é de competência do Defensor Público VIII – manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por
Geral. meio de cota, com assinatura devidamente identificada;
IX – requisitar de autoridade pública ou de seus agentes, civis
e militares, exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, pro-
cessos, documentos, informações, esclarecimentos e providências;
X – receber, no prazo de quarenta e oito horas, cópia dos autos
de prisão em flagrante ratificados, em que o conduzido não tenha
sido assistido por advogado;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XI – representar a parte em feito administrativo ou judicial, in- Art. 75-A – A remuneração por subsídio não exclui a percepção
dependentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais das seguintes vantagens:
a lei exija poderes especiais, em qualquer grau de jurisdição; I – gratificação natalina, correspondente a 1/12 (um doze avos)
XII – validar, para o efeito de instrução processual, cópias de da remuneração a que fizer jus no mês de dezembro por mês de
documentos originais devidamente conferidos; efetivo exercício no respectivo ano, considerando-se como mês in-
XIII – expedir notificação para o fiel desempenho de suas atri- tegral a fração igual ou superior a quinze dias;
buições; II – gratificação de férias anuais, não inferior a 1/3 (um terço)
XIV – deixar de patrocinar ação quando ela for manifestamente do valor do subsídio;
incabível ou inconveniente aos interesses da parte sob seu patrocí- III – diárias, mediante comprovação, na forma de deliberação
nio, comunicando o fato ao Defensor Público Geral, com as razões do Conselho Superior da Defensoria Pública;
de seu procedimento; IV – gratificação pela prestação de serviço especial, na forma
XV – receber o mesmo tratamento reservado aos magistrados, da lei;
aos membros do Ministério Público e aos demais titulares de cargos V – gratificação pelo exercício de cargo em comissão ou função
das funções essenciais à Justiça; de confiança, na forma da lei;
XVI – ser ouvido como testemunha em qualquer processo ou VI – auxílio-alimentação, a ser implementado por resolução do
procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a Defensor Público-Geral, observada a deliberação do Conselho Su-
autoridade competente; perior de Defensoria Pública;
XVII – usar insígnias e vestes talares privativas da Defensoria VII – outras vantagens previstas em lei de iniciativa do Defensor
Pública, de acordo com os modelos oficiais aprovados no Regula- Público-Geral.
mento Interno; § 1º – As vantagens previstas neste artigo têm caráter indeni-
XVIII – ter carteira de identidade funcional, expedida pela pró- zatório e não se incorporam à remuneração do membro da Defen-
pria instituição, conforme modelo aprovado pelo Defensor Público soria Pública.
Geral, de uso obrigatório no exercício de suas atividades. § 2º – A implementação das vantagens a que se refere o caput
observará a disponibilidade orçamentária.
TÍTULO VI (Artigo com redação acrescentada pelo art. 14 da Lei Comple-
DO SUBSÍDIO E DOS OUTROS DIREITOS. mentar nº 141, de 13/12/2016.)
(Título com redação dada pelo art. 12 da Lei Complementar nº
141, de 13/12/2016.) CAPÍTULO II
DOS DIREITOS
CAPÍTULO I
DO SUBSÍDIO SEÇÃO I
(Título do capítulo com redação dada pelo art. 13 da Lei Com- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
plementar nº 141, de 13/12/2016.)
Art. 76 – São assegurados aos membros da Defensoria Pública,
SEÇÃO ÚNICA além do subsídio, os seguintes direitos:
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO DA CARREIRA I – férias e férias-prêmio;
II – licenças e afastamentos;
Art. 75 – O subsídio do membro da Defensoria Pública é fixado III – aposentadoria;
nos termos dos arts. 39, § 4º, e 135 da Constituição da República, IV – direito de petição;
mediante lei de iniciativa do Defensor Público-Geral. V – outros direitos previstos em lei.
(Caput com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar nº Parágrafo único – Sem prejuízo do disposto em legislação es-
141, de 13/12/2016.) pecífica, as condições para a concessão dos direitos previstos neste
Parágrafo único – (Revogado pelo art. 16 da Lei Complementar artigo serão definidas no Regulamento Interno.
nº 141, de 13/12/2016.) (Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar nº
Dispositivo revogado: 141, de 13/12/2016.)
“Parágrafo único – Até a publicação da lei de que trata o “caput” Art. 77 – São considerados como de efetivo exercício, para to-
deste artigo, fica mantida a remuneração vigente do Defensor Pú- dos os efeitos legais, os dias em que o membro da Defensoria Públi-
blico, constituída de vencimentos, adicionais e gratificações, previs- ca estiver afastado de suas funções em razão de:
tos em leis específicas, e as seguintes vantagens: I – licença prevista nesta lei complementar;
I – ajuda de custo para despesas de transporte e mudança; II – férias;
II – salário-família; III – período de trânsito;
III – diárias; IV – disponibilidade remunerada, em caso de afastamento de-
IV – representação; corrente de processo administrativo-disciplinar, exceto para promo-
V – gratificação pela prestação de serviço especial; ção;
VI – gratificação pelo efetivo exercício em comarca de difícil V – designação do Defensor Público Geral para a realização de
acesso, assim definido pela lei de organização judiciária; atividade de relevância para a instituição;
VII – gratificação especial de Natal; VI – exercício de mandato eletivo de associação representativa
VIII – um terço da remuneração, em razão de férias.” da classe.
(Vide Lei nº 17.162, de 26/11/2007.)
(Vide Lei nº 18.801, de 31/3/2010.)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único – É assegurado o afastamento do Defensor Pú- XIV – interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou
blico, sem prejuízo de subsídio, direitos e vantagens, para exercer a tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar funda-
Presidência da Associação dos Defensores Públicos de Minas Gerais. mentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos;
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº XV – apresentar relatório mensal das atividades desenvolvidas,
101, de 23/11/2007.) da tramitação dos processos e das tarefas que lhe forem atribuídas,
com sugestões para o aprimoramento dos serviços;
SEÇÃO II XVI – exercer, mediante designação do Defensor Público Geral,
DAS FÉRIAS a coordenadoria de órgão de atuação da Defensoria Pública e ou-
tros cargos de confiança da instituição;
Art. 78 – O Defensor Público gozará de férias individuais de vin- XVII – integrar comissão de processo administrativo-disciplinar;
te e cinco dias úteis por ano. XVIII – permanecer no fórum ou nos locais destinados aos ór-
§ 1º – As férias não gozadas por membro ou servidor da De- gãos de atuação, em horário necessário ou conveniente ao desem-
fensoria Pública do Estado por conveniência do serviço poderão penho de sua função, salvo nos casos de realização de diligência
sê-lo, cumulativamente, em período posterior, não excedendo cada indispensável ao exercício de atribuições;
etapa de gozo a dois períodos de vinte e cinco dias úteis cada um, XIX – representar à autoridade competente quando, no exercí-
ou convertidas em indenização, a requerimento do interessado e cio de suas atribuições, tiver conhecimento da prática de infração
observada a disponibilidade orçamentária, a critério do Defensor penal;
Público-Geral, que regulamentará a conversão. XX – indicar seu nome e sua condição de Defensor Público, bem
(Paragráfo com redação dada pelo art. 15 da Lei Complementar como sua matrícula na instituição, em todos os documentos assina-
nº 141, de 13/12/2016.) dos por ele no exercício de suas atribuições;
§ 2º – As férias poderão ser gozadas em dois períodos, um dos XXI – manter arquivo com cópias de manifestações processuais
quais com duração mínima de dez dias úteis, de acordo com o inte- no órgão de atuação da Defensoria Pública e de outros atos pratica-
resse do serviço. dos no exercício do cargo;
§ 3º – Não poderá entrar em gozo de férias o Defensor Público XXII – obedecer aos atos normativos regularmente expedidos.
com autos em seu poder por tempo excedente ao prazo legal, ou
em falta com tarefa que lhe tenha sido previamente atribuída. CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
TÍTULO VII
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DOS IMPEDIMENTOS Art. 80 – Além das proibições gerais decorrentes do exercício
de cargo público, ao membro da Defensoria Pública é vedado es-
CAPÍTULO I pecialmente:
DOS DEVERES I – exercer a advocacia fora de suas atribuições institucionais;
II – aceitar cargo, exercer função pública ou mandato não legal-
Art. 79 – São deveres do membro da Defensoria Pública: mente autorizado;
I – residir na localidade onde exerce suas funções, salvo as ex- III – requerer, advogar ou praticar, em juízo ou fora dele, atos
ceções previstas nesta lei complementar; que colidam com as funções inerentes ao seu cargo ou com os pre-
II – comparecer diariamente, durante o horário regular do ex- ceitos éticos de sua profissão;
pediente, à sede do órgão em que atue, exercendo os atos do seu IV – empregar, em qualquer expediente oficial, expressões ou
ofício; termos injuriosos;
III – ter irrepreensível conduta, pugnando pelo prestígio da jus- V – adotar postura incompatível com a dignidade do cargo;
tiça e velando pela dignidade de suas funções; VI – valer-se da qualidade de Defensor Público para obter van-
IV – desempenhar com zelo e presteza, dentro dos prazos, os tagens indevidas;
serviços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhe sejam atribuídos VII – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, em ra-
pelo Defensor Público Geral; zão de suas atribuições, custas processuais, percentagens ou hono-
V – desempenhar com eficiência e produtividade as atribuições rários, salvo os de sucumbência;
inerentes ao cargo; VIII – exercer o comércio ou participar de sociedade comercial,
VI – representar ao Defensor Público Geral sobre as irregulari- exceto como cotista ou acionista;
dades de que tiver ciência em razão de seu cargo; IX – revelar segredo que conheça em razão do cargo;
VII – prestar as informações solicitadas pelos órgãos da admi- X – exercer atividade político-partidária enquanto atuar na Jus-
nistração superior da Defensoria Pública; tiça Eleitoral.
VIII – atender ao expediente forense e participar dos atos judi-
ciais, quando for obrigatória a sua presença; CAPÍTULO III
IX – respeitar as partes e tratá-las com urbanidade; DOS IMPEDIMENTOS
X – declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;
XI – manter sigilo funcional quanto à matéria dos procedimen- Art. 81 – É defeso ao Defensor Público exercer as suas funções
tos em que atuar, especialmente nos que tramitam em segredo de em processo ou procedimento:
justiça; I – em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado;
XII – velar pela boa aplicação dos bens confiados à sua guarda; II – em que haja atuado como advogado da parte, perito, juiz,
XIII – sugerir ao Defensor Público Geral providências para a me- membro do Ministério Público, autoridade policial, escrivão de po-
lhoria dos serviços no âmbito de sua atuação; lícia, auxiliar de justiça ou testemunha;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente SEÇÃO II


consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral, até o terceiro DAS PENALIDADES
grau;
IV – no qual haja postulado como advogado de qualquer das Art. 88 – Os membros da Defensoria Pública estão sujeitos às
pessoas mencionadas no inciso III deste artigo; seguintes penalidades, que constarão em seus assentos profissio-
V – em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso III nais:
deste artigo atue ou haja atuado como magistrado, membro do Mi- I – advertência;
nistério Público, autoridade policial, escrivão de polícia ou auxiliar II – suspensão por até noventa dias;
de justiça; III – remoção compulsória;
VI – em que houver dado para a parte contrária parecer verbal IV – demissão;
ou escrito sobre o objeto da demanda. V – cassação de aposentadoria.
Art. 82 – Os membros da Defensoria Pública não podem parti- § 1º – Aplica-se a pena de advertência às infrações disciplinares
cipar de comissão, banca de concurso ou de qualquer decisão quan- previstas nesta lei complementar não punidas com sanção especí-
do o julgamento ou a votação disser respeito às pessoas menciona- fica.
das no inciso III do art. 81 desta lei complementar. § 2º – O membro da Defensoria Pública que praticar infração
punível com remoção compulsória ou demissão não poderá apo-
TÍTULO VIII sentar-se até o trânsito em julgado do procedimento administrati-
DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL vo-disciplinar, salvo por implemento de idade.
Art. 89 – Considera-se reincidência, para os efeitos desta lei
CAPÍTULO I complementar, a prática de nova infração na metade do prazo pre-
DO REGIME DISCIPLINAR visto no art. 97, incisos I e II, contado da edição do ato que tenha
imposto a pena disciplinar.
Art. 83 – Pelo exercício irregular de suas funções, o Defensor Art. 90 – Na aplicação de pena disciplinar, considerar-se-ão
Público responde civil, penal e administrativamente. os antecedentes do membro da Defensoria Pública, a natureza e a
Parágrafo único – Qualquer pessoa pode representar ao Corre- gravidade da infração, as circunstâncias em que foi praticada e os
gedor-Geral sobre os abusos, os erros ou as omissões de membro danos que dela resultaram ao serviço e à dignidade da instituição.
da Defensoria Pública. Art. 91 – São competentes para impor as penalidades de que
Art. 84 – A apuração da responsabilidade de membro da Defen- trata esta seção:
soria Pública dar-se-á por meio de procedimento determinado pelo I – O Governador do Estado, nos casos de demissão e de cassa-
Defensor Público Geral, na forma desta lei complementar. ção de aposentadoria;
Art. 85 – A atividade funcional dos membros da Defensoria Pú- II – O Defensor Público Geral, nos demais casos.
blica estará sujeita a inspeção permanente, por meio de correição § 1º – Nenhuma penalidade será aplicada sem que se garanta
ordinária ou extraordinária. o contraditório e a ampla defesa ao membro da Defensoria Pública,
§ 1º – A correição ordinária será realizada anualmente pelo com os meios e recursos a ela inerentes, sendo obrigatória a instau-
Corregedor-Geral, para verificar a eficiência e a assiduidade no ser- ração de processo administrativo-disciplinar.
viço. § 2º – As penas disciplinares serão aplicadas cumulativamente
§ 2º – A correição extraordinária será realizada pelo Correge- em caso de concurso de infrações, salvo quando, em razão de rein-
dor-Geral, visando ao fim específico de interesse do serviço. cidência, esta implicar sanção mais grave.
Art. 86 – Cabe ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública, con-
cluídas as correições de que trata o art. 85, apresentar ao Defensor SUBSEÇÃO I
Público Geral o relatório dos fatos apurados, com a indicação das DA ADVERTÊNCIA
providências a serem adotadas.
Art. 92 – A pena de advertência será aplicada reservadamente
CAPÍTULO II e por escrito, nos casos de violação dos deveres e das proibições
DAS INFRAÇÕES, DAS PENALIDADES E DA PRESCRIÇÃO funcionais e nos casos de desempenho e produtividade insuficien-
tes, apurados nos termos do regulamento, quando o fato não justi-
SEÇÃO I ficar a imposição de pena mais grave.
DAS INFRAÇÕES
SUBSEÇÃO II
Art. 87 – Constituem infrações disciplinares dos membros da DA SUSPENSÃO
Defensoria Pública, além de outras definidas em lei:
I – violação dos deveres funcionais e das vedações previstas Art. 93 – A suspensão, por até noventa dias, será aplicada
nos arts. 80, 81 e 82 desta lei complementar; quando houver reincidência em falta punida com advertência ou
II – prática de crime contra a administração pública; quando a infração dos deveres e das proibições funcionais, por sua
III – ato de improbidade administrativa; gravidade, justificar a sua imposição.
IV – abandono de cargo. § 1º – Enquanto durar, a suspensão importa na perda do subsí-
Parágrafo único – Considera-se abandono de cargo a ausência dio inerente ao exercício do cargo.
do Defensor Público ao serviço, sem causa justificada, por mais de
trinta dias consecutivos ou noventa dias intercalados, no período
de doze meses.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º – Quando houver conveniência para o serviço, a penalida- § 5º – A instauração de processo administrativo ou a citação do
de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% infrator para a ação judicial interrompe a prescrição.
(cinqüenta por cento) do subsídio, correspondente ao número de
dias, ficando o membro da Defensoria Pública obrigado a perma- CAPÍTULO III
necer em serviço. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

SUBSEÇÃO III SEÇÃO I


DA REMOÇÃO COMPULSÓRIA DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 94 – A remoção compulsória será aplicada quando a infra- Art. 98 – Para efeito de apuração das infrações disciplinares
ção praticada, por sua gravidade e repercussão, tornar incompatível praticadas pelos membros da Defensoria Pública, o processo admi-
a permanência do membro da Defensoria Pública no órgão de atu- nistrativo-disciplinar será dividido em sindicância e procedimento
ação em que está lotado. administrativo-disciplinar.
Art. 99 – O processo administrativo-disciplinar será conduzido
SUBSEÇÃO IV por uma comissão composta de três membros, designados pelo De-
DA DEMISSÃO fensor Público Geral.
§ 1º – A comissão será constituída por Subcorregedores-Ge-
Art. 95 – A pena de demissão será aplicada ao membro da De- rais da Defensoria Pública, cabendo a presidência ao mais antigo
fensoria Pública quando houver reincidência em falta punida com na Classe Especial, em caso de processo administrativo-disciplinar
suspensão ou remoção compulsória e nas seguintes hipóteses, en- instaurado contra Defensor Público de Classe Especial.
tre outras previstas em lei: § 2º – Serão assegurados à comissão, a qual atuará com isen-
I – lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio estatal ção e imparcialidade, todos os meios necessários ao desempenho
ou de bens e valores confiados a sua guarda; de suas atribuições e, especialmente, o exercício das prerrogativas
II – improbidade administrativa, nos termos da lei; previstas no art. 74, incisos V, VI, VII e IX, desta lei complementar.
III – condenação por crime praticado com abuso de poder ou Art. 100 – Será determinada a suspensão do feito se, no curso
violação de dever para com a administração pública, quando a pena do processo administrativo-disciplinar, houver indícios de incapaci-
aplicada for igual ou superior a dois anos; dade mental do membro da Defensoria Pública, observado o previs-
IV – incontinência pública escandalosa que comprometa grave- to no art. 97, § 3º, desta lei complementar.
mente, por sua habitualidade, a dignidade ou o decoro inerentes ao Art. 101 – Das decisões condenatórias proferidas em processo
cargo e à instituição; administrativo-disciplinar, caberá recurso ao Conselho Superior no
V – abandono do cargo; prazo de quinze dias contados da intimação pessoal do membro da
VI – revelação de assunto de caráter sigiloso que conheça em Defensoria Pública ou de seu procurador.
razão do cargo; Art. 102 – A Corregedoria-Geral regulamentará o processo ad-
VII – aceitação ilegal de cargo ou função pública. ministrativo-disciplinar, atendido o disposto nesta lei complemen-
tar.
SUBSEÇÃO V Art. 103 – (Vetado).
DA CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA
SEÇÃO II
Art. 96 – A pena de cassação da aposentadoria será aplicada DA SINDICÂNCIA
nos casos de falta punível com demissão, praticada no exercício do
cargo. Art. 104 – A sindicância, de caráter sigiloso, tem por finalidade
a averiguação da conduta do membro da Defensoria Pública, po-
SEÇÃO III dendo instruir, quando for o caso, o processo administrativo-disci-
DA PRESCRIÇÃO plinar.
Art. 105 – A Corregedoria-Geral, de ofício, por provocação dos
Art. 97 – A prescrição das faltas ocorrerá: órgãos da administração superior da Defensoria Pública, do Defen-
I – em dois anos, as puníveis com advertência e suspensão; sor Público Geral, bem como por representação escrita ou reduzida
II – em quatro anos, as puníveis com demissão e cassação da a termo de qualquer interessado, poderá instaurar sindicância, de
aposentadoria ou da disponibilidade. caráter sigiloso e simplesmente investigatório, quando não houver
§ 1º – A infração disciplinar punida em lei como crime terá o elementos suficientes para se concluir pela existência de falta ou de
prazo de prescrição deste. sua autoria, atendidos os seguintes requisitos:
§ 2º – A prescrição começa a correr: I – qualificação do representante;
I – do dia em que a falta foi cometida; II – exposição dos fatos e indicação das provas;
II – do dia em que tenha cessado a continuação, no caso de III – notificação pessoal do membro da Defensoria Pública so-
falta continuada. bre os fatos a ele imputados;
§ 3º – A verificação de incapacidade mental, no curso de pro- IV – conclusão da sindicância no prazo máximo de trinta dias,
cesso administrativo-disciplinar, suspende a prescrição. admitida uma prorrogação por igual período.
§ 4º – A prescrição não terá curso durante o período de estágio Art. 106 – Na sindicância, será obrigatoriamente ouvido o sin-
probatório. dicado, sob pena de nulidade, o qual será notificado pessoalmente
dos fatos a ele imputados.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único – A notificação do membro da Defensoria Pú- Art. 117 – A comissão, após colhidas as declarações do membro
blica será feita mediante edital publicado no órgão oficial dos Po- da Defensoria Pública, salvo na hipótese prevista no art. 114 desta
deres do Estado, com o prazo de cinco dias, se ele estiver em lugar lei complementar, determinará a oitiva de testemunhas arroladas,
incerto, ignorado, inacessível ou se furtar à realização do ato. a juntada de documentos indicados e a realização de outras provas,
Art. 107 – O Corregedor-Geral poderá determinar o arquiva- nos quinze dias subseqüentes à apresentação da defesa.
mento da representação se desatendidos os requisitos dos arts. § 1º – A comissão poderá indeferir as provas reputadas imper-
104, 105 e 106 desta lei complementar ou se ela for manifestamen- tinentes ou meramente protelatórias.
te improcedente, dando-se ciência ao membro da Defensoria Públi- § 2º – Concluída a instrução, o membro da Defensoria Pública
ca e ao Defensor Público Geral. ou seu procurador, nos cinco dias subseqüentes, poderá oferecer
Parágrafo único – O Defensor Público Geral, recebida a repre- alegações finais por escrito.
sentação, se considerar insubsistentes os motivos do arquivamento § 3º – O processo administrativo-disciplinar será concluído
previsto no “caput” deste artigo, poderá determinar a instauração no prazo de até sessenta dias contados da conclusão da instrução,
da sindicância. admitida uma prorrogação por igual período, mediante motivação
Art. 108 – Encerrada a sindicância, a comissão sindicante en- expressa.
caminhará os autos ao Corregedor-Geral, com relatório fundamen- Art. 118 – A comissão, concluído o processo administrativo-dis-
tado, propondo as medidas cabíveis, bem como, se for o caso, o ciplinar, apresentará relatório e encaminhará os autos ao Correge-
afastamento do sindicado até a decisão final do processo adminis- dor-Geral.
trativo-disciplinar, sem prejuízo de seu subsídio. § 1º – O relatório será conclusivo quanto à inocência ou à res-
ponsabilidade do membro da Defensoria Pública.
SEÇÃO III § 2º – Reconhecida a responsabilidade do membro da Defenso-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR ria Pública, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar
transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuan-
Art. 109 – O processo administrativo-disciplinar será instaura- tes.
do para a aplicação das penalidades previstas nesta lei complemen- § 3º – Recebido o relatório, o Corregedor-Geral, no prazo de
tar, podendo ser instruído pelos autos da sindicância ou por outros dez dias, o encaminhará ao Defensor Público Geral, com parecer
elementos que efetivamente comprovem a autoria e a materialida- conclusivo, propondo a pena aplicável, se for o caso.
de dos fatos. § 4º – O Defensor Público Geral, em ato motivado, proferirá sua
Parágrafo único – O processo administrativo-disciplinar poderá decisão no prazo de dez dias contados do recebimento do processo.
ser instaurado para instruir a ação de decretação da perda do cargo Art. 119 – O membro da Defensoria Pública ou seu defensor, no
de membro da Defensoria Pública. caso de revelia, será intimado pessoalmente da decisão proferida.
Art. 110 – O processo administrativo-disciplinar será instaura- Art. 120 – A Corregedoria-Geral fornecerá certidões relativas
do por ato: ao processo administrativo-disciplinar exclusivamente ao membro
I – do Corregedor-Geral; da Defensoria Pública, ao Defensor Público Geral, aos órgãos da ad-
II – do Defensor Público Geral, quando recomendado pelo Con- ministração superior da Defensoria Pública ou, se for o caso, àquele
selho Superior. que tenha representado sobre o fato.
Art. 111 – Caso a infração seja punível com pena de demissão, Art. 121 – Aplicam-se subsidiariamente ao processo adminis-
caberá ao Conselho Superior da Defensoria Pública decidir sobre a trativo-disciplinar as normas que forem baixadas pelo Conselho
matéria. Superior da Defensoria Pública e as da legislação atinente aos servi-
Art. 112 – O processo administrativo-disciplinar poderá ser dores públicos civis do Estado.
confidencial, a critério da autoridade instauradora, e as sanções dis-
ciplinares farão referência exclusivamente ao número do processo, SEÇÃO IV
sem menção ao fato que lhe deu origem. DO RECURSO
Art. 113 – O membro da Defensoria Pública será notificado pes-
soalmente dos fatos a ele imputados, para defesa em quinze dias Art. 122 – Da decisão condenatória proferida pelo Defensor Pú-
contados do efetivo recebimento da notificação. blico Geral, poderá o membro da Defensoria Pública ou seu procu-
Parágrafo único – A notificação do membro da Defensoria Pú- rador, no prazo de dez dias contados da intimação, interpor recurso
blica será feita mediante edital publicado no órgão oficial dos Po- com efeito suspensivo ao Conselho Superior da Defensoria Pública.
deres do Estado, com prazo de cinco dias, se ele estiver em lugar Art. 123 – A distribuição e o julgamento do recurso pelo Conse-
incerto, ignorado, inacessível ou se furtar à realização do ato. lho Superior será realizado de acordo com as normas regimentais,
Art. 114 – A defesa poderá ser oferecida pessoalmente ou por intimando-se o recorrente da decisão.
intermédio de procurador constituído.
Art. 115 – Em caso de revelia, a defesa será apresentada por SEÇÃO V
Defensor Público da Classe Especial, mediante designação do presi- DA REVISÃO
dente da comissão.
Art. 116 – Em qualquer fase do processo administrativo-disci- Art. 124 – A revisão do processo administrativo-disciplinar será
plinar, o membro da Defensoria Pública considerado revel poderá admitida a qualquer tempo, sempre que forem alegados vícios in-
constituir procurador ou assumir pessoalmente a defesa. sanáveis no procedimento ou quando se aduzirem fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de provar a inocência ou de justificar a
imposição de pena mais branda.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º – A revisão poderá ser requerida pelo próprio interessado § 1º – Os estagiários serão designados pelo Defensor Público
ou, se falecido, pelo cônjuge ou companheiro, ascendente, descen- Geral, pelo período de um ano, podendo este prazo ser prorrogado
dente ou irmão ou, se interdito, pelo curador. por igual período;
§ 2º – O pedido de revisão será dirigido à autoridade que § 2º – Os estagiários poderão ser dispensados do estágio antes
houver aplicado a sanção, a qual, se o admitir, determinará o seu de decorrido o prazo de sua duração nas seguintes hipóteses:
processamento em apenso aos autos originais e providenciará a I – a pedido;
designação de comissão revisora, composta por três membros da II – por prática de ato que justifique seu desligamento.
Defensoria Pública de Classe Especial não participantes do processo § 3º – O tempo de estágio será considerado serviço público re-
administrativo-disciplinar. levante e como de prática forense.
Art. 125 – Concluída a instrução no prazo de quinze dias, a co- Art. 133 – Fica criada a Medalha do Mérito da Defensoria Públi-
missão revisora relatará o processo em dez dias e o encaminhará à ca, cuja concessão será regulamentada em ato do Defensor Público
autoridade competente, que sobre ele decidirá no prazo de trinta Geral.
dias. Art. 134 – Os prazos previstos nesta lei complementar serão
Parágrafo único – Julgada procedente a revisão, tornar-se-á computados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do ven-
sem efeito a penalidade imposta, restabelecendo-se os direitos por cimento.
ela atingidos. Parágrafo único – Considera-se prorrogado o prazo até o pri-
meiro dia útil subseqüente se o vencimento cair em sábado, do-
SEÇÃO VI mingo, feriado ou dia em que não haja expediente na Defensoria
DA REABILITAÇÃO Pública.
Art. 135 – A Defensoria Pública Geral e os órgãos da adminis-
Art. 126 – Decorridos dois anos do trânsito em julgado da de- tração superior adaptarão seus atos normativos aos preceitos desta
cisão que lhe houver imposto penalidade disciplinar de advertência lei complementar no prazo de noventa dias contados da eleição de
ou suspensão, poderá o membro da Defensoria Pública requerer que trata o art. 127 desta lei complementar.
ao Conselho Superior o cancelamento das suas notas nos assentos Art. 136 – O Governador do Estado encaminhará à Assembléia
funcionais, salvo se reincidente. Legislativa projeto de lei criando a estrutura complementar da De-
fensoria Pública, com os cargos e funções necessários à aplicação
TÍTULO IX do disposto nesta lei complementar.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 1º – Até que se implemente a estrutura administrativa a que
se refere o “caput” deste artigo, fica mantida a estrutura vigente na
Art. 127 – A primeira eleição para a escolha do Defensor Públi- data de publicação desta lei complementar.
co Geral, na forma prevista no art. 7º, realizar-se-á no prazo de no- § 2º – A Divisão de Apoio Administrativo prevista no inciso II-C
venta dias contados da data de publicação desta lei complementar. do Decreto nº 21.748, de 30 de novembro de 1981, passa a denomi-
§ 1º – A eleição a que se refere o “caput” deste artigo será orga- nar-se Divisão de Apoio Administrativo e Financeiro.
nizada por uma comissão eleitoral instituída por resolução do Pro- Art. 137 – Aos membros da Defensoria Pública em exercício
curador-Chefe em exercício e integrada por dois representantes de quando da publicação desta lei complementar, não se aplica a proi-
cada classe da carreira. bição prevista no art. 80, inciso I, até a fixação dos subsídios previs-
§ 2º – Até a posse do Defensor Público Geral, o Procurador- tos no art. 75.
-Chefe em exercício responderá pelas funções do cargo. (Artigo declarado inconstitucional em 26/4/2006 – ADI 3043 –
Art. 128 – O Dia do Defensor Público do Estado de Minas Gerais Acórdão publicado no Diário da Justiça em 27/10/2006.)
será comemorado, anualmente, no dia 19 de maio. Art. 138 – Fica criado o Anexo II G do Decreto nº 36.033, de 14
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei Complementar nº de setembro de 1994, que contém o Quadro Especial de Pessoal da
141, de 13/12/2016.) Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
Art. 129 – A Defensoria Pública publicará periodicamente a Parágrafo único – A composição do Quadro Especial de Pessoal
“Revista da Defensoria Pública de Minas Gerais”, com a finalidade da Defensoria Pública de que trata o “caput” deste artigo dar-se-á
de divulgar trabalhos jurídicos de interesse da instituição. por meio de remanejamento de cargos de provimento efetivo e de
Art. 130 – Ao membro ou servidor da Defensoria Pública é ve- funções públicas a ser estabelecido pela Secretaria de Estado de
dado manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de con- Recursos Humanos e Administração.
fiança, cônjuge, companheiro ou parente, na linha reta ou colateral, Art. 139 – Fica assegurado ao ocupante de cargo efetivo ou
até o terceiro grau, inclusive. detentor de função pública lotado e com exercício na Defensoria
Parágrafo único – Considera-se chefia imediata, para os fins do Pública, unidade administrativa da Secretaria de Estado da Justiça
“caput” deste artigo, a subordinação administrativa direta ao mem- e de Direitos Humanos, o direito de manifestar, no prazo de trinta
bro da Defensoria Pública. dias contados da data de publicação desta lei complementar, opção
Art. 131 – A Defensoria Pública poderá firmar convênios com pelo remanejamento de que trata o parágrafo único do art. 138.
associações de classe ou entidades congêneres e assemelhadas, ob- § 1º – A opção de que trata este artigo será manifestada em re-
jetivando a manutenção de serviços assistenciais e culturais a seus querimento dirigido ao Secretário de Estado de Recursos Humanos
membros e servidores. e Administração e protocolizado na Diretoria de Pessoal da Secreta-
Art. 132 – A Defensoria Pública, nos termos da lei, poderá ria de Estado da Justiça e de Direitos Humanos.
manter estágio profissional para acadêmico de Direito que esteja § 2º – O remanejamento de que trata o “caput” deste artigo
matriculado nos quatro últimos semestres de cursos mantidos por efetivar-se-á por ato do Governador do Estado.
estabelecimento de ensino oficialmente reconhecido. (Vide art. 35 da Lei nº 15.301, de 10/8/2004.)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 140 – Integram o Anexo de que trata o art. 46 os servidores Parágrafo único – A regulamentação da distribuição dos hono-
estaduais investidos na função de Defensor Público na data de pu- rários de sucumbência será aprovada pelo Conselho Superior me-
blicação desta lei complementar. diante proposição de comissão paritária para este fim designada,
(Caput declarado inconstitucional em 24/10/2007. Declaração assegurada a representação de membros da Defensoria Pública e
de inconstitucionalidade com eficácia a partir de seis meses, a con- de todas as classes.”
tar da decisão tomada. ADI 3819. Acórdão publicado no Diário da Art. 147 – Fica criada uma comissão composta pelos Secretá-
Justiça em 28/3/2008.) rios-Adjuntos do Planejamento e Coordenação Geral, de Recursos
Parágrafo único – A comprovação da investidura a que se refere Humanos e Administração, da Fazenda e da Justiça e de Direitos
o “caput” deste artigo se fará mediante a apresentação de docu- Humanos e pelo Procurador-Chefe e o representante de classe, com
mento oficial que comprove o exercício da função. a incumbência de providenciar os atos necessários à efetiva instala-
(Parágrafo declarado inconstitucional em 24/10/2007. Declara- ção da Defensoria Pública.
ção de inconstitucionalidade com eficácia a partir de seis meses, a Art. 148 – No exercício de 2002, as despesas decorrentes da
contar da decisão tomada. ADI 3819. Acórdão publicado no Diário aplicação desta lei complementar correrão à conta das dotações
da Justiça em 28/3/2008.) próprias consignadas no orçamento do Estado.
Art. 141 – Aplica-se o disposto no art. 140 aos cinqüenta ser- Art. 149 – Esta lei complementar entra em vigor na data de sua
vidores estaduais em exercício da função de Assistente Jurídico de publicação.
Penitenciária, identificados nos termos do parágrafo único daquele Art. 150 – Revogam-se as disposições em contrário.
artigo. Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 16 de janeiro de
(Vide art. 55 da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.) 2003.
(Vide art. 135 da Lei nº 15.961, de 30/12/2005.)
(Artigo declarado inconstitucional em 24/10/2007. Declaração AÉCIO NEVES
de inconstitucionalidade com eficácia a partir de seis meses, a con- Danilo de Castro
tar da decisão tomada. ADI 3819. Acórdão publicado no Diário da Antônio Augusto Junho Anastasia
Justiça em 28/3/2008.) Lúcio Urbano da Silva Martins
Art. 142 – Aplicam-se ao Defensor Público, subsidiariamente,
a Lei Complementar Federal nº 80, de 12 de janeiro de 1994, e as ANEXO
normas atinentes aos servidores públicos civis do Estado. (a que se refere o art. 46 da Lei Complementar nº 65, de 16 de
Art. 143 – Ficam criados os seguintes cargos de provimento em janeiro de 2003)
comissão e de recrutamento limitado:
I – um cargo de Subdefensor Público Geral, com a remuneração Quadro de Cargos da Carreira de Defensor Público Estadual
correspondente a 80% (oitenta por cento) da remuneração do De- Quantitativo e Distribuição por Classes
fensor Público Geral;
II – um cargo de Corregedor-Geral, com a remuneração corres-
pondente a 80% (oitenta por cento) da remuneração do Defensor NÚMERO DE
Público Geral. CLASSE SÍMBOLO
VAGAS
(Vide art. 5º da Lei Complementar nº 92, de 23/6/2006.)
Art. 144 – Fica transformado em Defensor Público Geral o car- Defensor Público de 250 DP-I
go de provimento em comissão de Procurador-Chefe da Defensoria Classe Inicial
Pública, código DDP1, símbolo DP-6A, mantidos os mesmos código Defensor Público de 250 DP-II
e símbolo. Classe Intermediária
(Vide art. 5º da Lei Complementar nº 92, de 23/6/2006.)
Defensor Público de 350 DP-F
Art. 145 – Ficam transferidos para a Defensoria Pública os con-
Classe Final
tratos, convênios e outras modalidades de ajuste celebrados pela
Secretaria de Estado da Justiça e de Direitos Humanos cujos objeti- Defensor Público de 350 DP-E
vos se relacionam com a competência do órgão autônomo instituí- Classe Especial
do por esta lei complementar.
Art. 145-A – Considera-se também publicação oficial aquela (Anexo com redação dada pelo Anexo da Lei Complementar nº
realizada pela Defensoria Pública em sítio institucional próprio na 164, de 4/8/2021.)
internet, na forma regulamentada por resolução do Defensor Pú-
blico-Geral. (Vide art. 2º da Lei Complementar nº 164, de 4/8/2021.)
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 164,
de 4/8/2021.)
Art. 146 – (Revogado pelo art. 16 da Lei Complementar nº 141,
de 13/12/2016.)
Dispositivo revogado:
“Art. 146 – Os honorários de sucumbência devidos aos Defen-
sores Públicos, quando no exercício de suas atribuições institucio-
nais, serão partilhados igualitariamente entre os membros da De-
fensoria Pública em atividade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI – observância das formalidades essenciais à garantia dos di-


LEI Nº 14.184, DE 31/01/2002, DISPÕE SOBRE O PROCESSO reitos dos postulantes e dos destinatários do processo;
ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ- VII – adoção de forma que garanta o adequado grau de certeza,
BLICA ESTADUAL. segurança e respeito aos direitos das pessoas;
VIII – garantia do direito à comunicação, à produção de provas,
à apresentação de alegações e à interposição de recurso;
LEI Nº 14.184, DE 31/01/2002 IX – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva-
das as exigidas em lei;
Dispõe sobre o processo administrativo no âmbito da Adminis- X – impulsão de ofício do processo, sem prejuízo da atuação do
tração Pública Estadual. interessado.
(Vide art. 17 da Lei nº 15.972, de 12/1/2006.) CAPÍTULO II
(Vide inciso I do parágrafo 1º do art.7º da Lei Complementar nº DOS INTERESSADOS
107, de 12/01/2009.)
(Vide parágrafo 3º do art. 15 da Lei nº 19.490, de 13/01/2011.) Art. 6º – No processo administrativo, consideram-se interessa-
(Vide art. 14 da Lei Complementar nº 122, de 4/01/2012.) dos:
(Vide parágrafo único do art. 17 da Deliberação da Mesa da I – a pessoa física ou jurídica titular de direito ou interesse indi-
ALMG nº 2.555, de 03/01/2013.) vidual ou que o inicie no exercício de representação;
(Vide Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.680, de 27/8/2018.) II – aquele que, sem ter dado início ao processo, tenha direito
ou interesse que possa ser afetado pela decisão adotada;
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, III – a pessoa física, organização ou associação, quanto a direi-
decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei: tos e interesses coletivos e difusos;
IV – a entidade de classe, no tocante a direito e interesse de
CAPÍTULO I seus associados.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Parágrafo único – Será admitida a intervenção de terceiro no
processo, por decisão de autoridade, quando comprovado seu in-
Art. 1º – Esta Lei estabelece normas gerais sobre o processo teresse.
administrativo no âmbito da Administração Direta, das autarquias e Art. 7º – É capaz, para fins de processo administrativo, o maior
das fundações do Estado, visando à proteção de direito das pessoas de dezoito anos, ressalvada disposição legal em contrário.
e ao atendimento do interesse público pela Administração.
(Vide parágrafo 3º do art. 6º da Lei nº 15.025, de 19/01/2004.) CAPÍTULO III
(Vide art. 5º-A da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.325, de DOS DIREITOS DO POSTULANTE E DO DESTINATÁRIO DO
20/11/2002.) PROCESSO
1º – Os preceitos desta lei aplicam-se também aos Poderes Le-
gislativo e Judiciário, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas Art. 8º – O postulante e o destinatário do processo têm os se-
do Estado, no que se refere ao desempenho de função administra- guintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros
tiva. que lhes sejam assegurados:
§ 2º – Os processos administrativos específicos continuarão a I – ser tratados com respeito pelas autoridades e servidores,
reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento
os preceitos desta lei. de suas obrigações;
Art. 2º – A Administração Pública obedecerá, dentre outros, II – ter ciência da tramitação de processo de seu interesse, ob-
aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publici- ter cópia de documento nele contido e conhecer as decisões pro-
dade, finalidade, motivação, razoabilidade, eficiência, ampla defe- feridas;
sa, do contraditório e da transparência. III – ter vista de processo;
Art. 3º – A norma administrativa será interpretada da forma IV – formular alegação e apresentar documento antes da de-
que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige. cisão, os quais serão objeto de consideração pela autoridade com-
Art. 4º – Somente a lei poderá condicionar o exercício de direi- petente;
to, impor dever, prever infração ou prescrever sanção. V – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
Art. 5º – Em processo administrativo serão observados, dentre quando obrigatória a representação, por força da lei.
outros, os seguintes critérios: Art. 8º-A – Terão prioridade de tramitação os processos em que
I – atuação conforme a lei e o direito; figure como parte ou interessado:
II – atendimento do interesse público, vedada a renúncia total I – pessoa idosa, nos termos do art. 2º da Lei nº 12.666, de 4 de
ou parcial de poder ou competência, salvo com autorização em lei; novembro de 1997;
III – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 23.413, de
boa-fé, vedada a promoção pessoal de agente ou autoridade; 18/9/2019.)
IV – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as II – pessoa com deficiência física ou mental;
hipóteses de sigilo previstas na Constituição e em legislação espe- III – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
cífica; neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan-
V – indicação dos pressupostos de fato e de direito que emba- te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui-
sem a decisão; losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, CAPÍTULO VI


síndrome de imunodeficiência adquirida, artrite reumatoide, fibro- DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
se cística (mucoviscidose), lúpus eritematoso disseminado (sistê-
mico), pênfigo foliáceo ou outra doença grave, com base em con- Art. 15 – Os atos do processo administrativo não dependem de
clusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido forma determinada, exceto quando a lei o exigir ou quando houver
contraída após o início do processo. padronização estabelecida por órgão da Administração.
§ 1º – A fim de fazer jus à prioridade a que se refere o caput o Art. 16 – Os atos do processo serão realizados por escrito, em
interessado deverá requerê-la à autoridade administrativa compe- vernáculo, e conterão a data e o local de sua realização e a assinatu-
tente, que determinará as providências a serem tomadas. ra da autoridade por eles responsável.
§ 2º – O interessado deverá anexar ao requerimento de que Art. 17 – Só será exigido reconhecimento de firma por impo-
trata o § 1º documento que comprove sua condição, observado o sição legal ou em caso de dúvida sobre a autenticidade do docu-
disposto nos incisos do caput. mento.
§ 3º – Deferida a prioridade, os autos receberão identificação Art. 18 – A autenticação de cópia de documento pode ser feita
própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. por funcionário do órgão em que tramitar o processo.
§ 4º – O regime de tramitação prioritária não cessará com a Art. 19 – As páginas do processo serão numeradas seqüencial-
morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérs- mente e rubricadas.
tite e de companheiro ou companheira em união estável.
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 19.821, de 22/11/2011.) CAPÍTULO VII
DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
CAPÍTULO IV
DOS DEVERES DO POSTULANTE E DO DESTINATÁRIO DO Art. 20 – Os atos do processo serão realizados em dias úteis, no
PROCESSO horário normal de funcionamento da repartição.
Parágrafo único – Serão concluídos depois do horário normal
Art. 9º – São deveres do postulante e do destinatário do pro- os atos já iniciados cujo adiamento acarrete prejuízo ao procedi-
cesso perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em mento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
ato normativo: Art. 21 – Os atos do processo devem realizar-se preferencial-
I – expor os fatos com clareza e em conformidade com a ver- mente na repartição por onde tramitar, cientificando-se o interes-
dade; sado se outro for o local de realização.
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; Art. 22 – Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou
III – não agir de modo temerário; da autoridade responsável pelo processo e dos administrados que
IV – prestar as informações que lhes forem solicitadas e colabo- dele participem serão praticados no prazo de dez dias.
rar para o esclarecimento dos fatos. Parágrafo único – O prazo previsto neste artigo poderá ser di-
latado mediante comprovação de caso fortuito ou de força maior
CAPÍTULO V reconhecida formalmente pelo titular do órgão.
DO INÍCIO DO PROCESSO
CAPÍTULO VIII
Art. 10 – Todo assunto submetido ao conhecimento da Admi- DA INSTRUÇÃO
nistração tem o caráter de processo administrativo
Art. 11 – O processo pode iniciar-se de ofício ou a pedido do Art. 23 – Os atos de instrução do processo se realizam de ofício,
interessado. por iniciativa da Administração, sem prejuízo do direito do interes-
Art. 12 – O requerimento inicial do interessado deve conter os sado de produzir prova.
seguintes dados: § 1º – O órgão competente para a instrução fará constar nos
I – órgão ou autoridade administrativa a que seja dirigido; autos os dados necessários à decisão do processo.
II – identificação do interessado e, se representado, de quem $2º – Os atos de instrução serão realizados do modo menos
o represente; oneroso para o interessado.
III – domicílio do interessado ou local para recebimento de cor- Art. 24 – Admitem-se no processo os meios de prova conheci-
respondência; dos em direito.
IV – exposição dos fatos e de seus fundamentos e formulação Parágrafo único – Será recusada, em decisão fundamentada,
do pedido, com clareza; a prova considerada ilícita, impertinente, desnecessária ou prote-
V – data e assinatura do interessado ou de seu representante. latória.
Parágrafo único – É vedada a recusa imotivada de requerimen- Art. 25 – Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-
to ou documento, e é dever do servidor orientar o interessado para gado, sem prejuízo do dever de instrução atribuído ao órgão com-
a correção de falha. petente e do disposto no art. 26.
Art. 13 – A Administração elaborará modelos ou formulários Art. 26 – Quando o interessado declarar que fato ou dado es-
padronizados para assuntos que versem sobre pretensões equiva- tão registrados em documento existente em repartição da própria
lentes. Administração, deve esta, de ofício, diligenciar para a obtenção do
Art. 14 – A pretensão de mais de um interessado, com con- documento ou de sua cópia.
teúdo e fundamentos idênticos, pode ser formulada em um único Art. 27 – O interessado pode, na fase de instrução, requerer
requerimento, salvo disposição legal em contrário. diligência e perícia, juntar documento e parecer e aduzir alegação
referente à matéria objeto do processo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 28 – O interessado ou terceiro serão intimados se necessá- II – a sua finalidade;


ria a prestação de informação ou a apresentação de prova. III – a data, a hora e o local para o comparecimento do intima-
Parágrafo único – Não sendo atendida a intimação, a que se do;
refere o “caput” deste artigo, poderá o órgão competente suprir de IV – a necessidade de o intimado comparecer pessoalmente ou
ofício a omissão, se entender relevante a matéria, ou determinar o a possibilidade de se fazer representar;
arquivamento do processo. V – a continuidade do processo independentemente do com-
Art. 29 – Durante a tramitação, o processo permanecerá na re- parecimento do intimado;
partição onde tiver curso. VI – a indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
Art. 30 – O interessado tem direito a vista do processo e à ob- § 2º – O interessado terá o prazo de três dias úteis contados da
tenção de certidão ou cópia dos dados e documentos que o inte- ciência da intimação para atendê-la.
grem, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos § 3º – A intimação será feita por meio idôneo, de modo a asse-
pelo sigilo constitucional. gurar ao interessado certeza quanto ao conteúdo do ato praticado.
Art. 31 – Quando a matéria do processo envolver assunto de § 4º – No caso de se tratar de interessado desconhecido ou
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho incerto, ou que se encontre em lugar ignorado ou inacessível, a inti-
motivado, antes da decisão do pedido, promover consulta pública mação será feita por meio de publicação oficial
para manifestação de terceiros, se não houver prejuízo para a parte § 5º – A intimação será nula quando feita sem observância das
interessada. prescrições legais, mas o comparecimento do interessado supre a
§ 1º – A consulta pública será objeto de divulgação pelos meios irregularidade.
oficiais, a fim de que o processo possa ser examinado pelos interes- Art. 38 – O órgão de instrução que não for competente para
sados, fixando-se prazo para oferecimento de alegações. emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial
§ 2º – O comparecimento à consulta pública não confere ao e o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de
terceiro a condição de parte no processo, mas lhe garante o direito decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à au-
de obter da Administração resposta fundamentada. toridade competente.
§ 3º – Os resultados de consulta, audiência pública ou outro Art. 39 – O desatendimento da intimação não importa reco-
meio de participação de administrados serão apresentados com a nhecimento da verdade dos fatos nem a renúncia de direito.
indicação do procedimento adotado. Parágrafo único – Se o interessado comparecer, terá amplo di-
Art. 32 – Quando for obrigatório ouvir um órgão consultivo, o reito de defesa.
parecer será emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma Art. 40 – Serão objeto de intimação os atos do processo que re-
especial ou comprovada necessidade de maior prazo. sultarem em imposição de dever, ônus, sanção ou restrição ao exer-
§ 1º – Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emi- cício de direito e atividade, bem como restrição de outra natureza.
tido no prazo fixado, o processo só terá prosseguimento com a sua
apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. CAPÍTULO X
§ 2º – Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de DA COMPETÊNCIA
ser emitido no prazo fixado, o processo terá prosseguimento e será
decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilização de Art. 41 – A competência é irrenunciável, é exercida pela autori-
quem se omitiu no atendimento. dade a que foi atribuída e pode ser delegada.
Art. 33 – Antes da decisão, a juízo da Administração, pode ser Art. 42 – O ato de delegação a que se refere o art. 41 e sua re-
realizada audiência pública para debate sobre a matéria do proces- vogação serão divulgados por meio de publicação oficial.
so. § 1º – O ato de delegação indicará prazo para seu exercício, mas
Art. 34 – Quando, por disposição de ato normativo, houver ne- pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante.
cessidade de obtenção prévia de laudo técnico de órgão adminis- § 2º – O ato de delegação especificará as matérias e poderes
trativo, e este não cumprir o encargo no prazo assinalado, o órgão transferidos e poderá conter ressalva quanto ao exercício da atri-
responsável pela instrução solicitará laudo técnico de outro órgão buição delegada.
dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. Art. 43 – As decisões adotadas por delegação mencionarão ex-
Art. 35 – A Administração, em matéria relevante, a seu juízo, plicitamente essa qualidade.
pode estabelecer outros meios de participação no processo, direta- Art. 44 – Não podem ser objeto de delegação:
mente ou por meio de organização ou associação legalmente cons- I – a edição de ato de caráter normativo;
tituídas. II – a decisão de recurso;
Art. 36 – Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de III – a matéria de competência exclusiva da autoridade dele-
manifestar-se no prazo de dez dias, salvo em virtude de disposição gante.
legal. Art. 45 – Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
CAPÍTULO IX devidamente justificados, a avocação temporária de competência
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Art. 37 – O interessado será intimado pelo órgão em que tra- CAPÍTULO XI


mitar o processo para ciência da decisão ou da efetivação de dili- DO DEVER DE DECIDIR
gência.
§ 1º – A intimação informará: Art. 46 – A Administração tem o dever de emitir decisão mo-
I – a identificação do intimado e o nome do órgão ou da entida- tivada nos processos,bem como em solicitação ou reclamação em
de administrativa de origem; matéria de sua competência.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º – A motivação será clara, suficiente e coerente com os fa- § 1º – Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a au-
tos e fundamentos apresentados. toridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para o recurso.
§ 2º – Em decisões reiteradas sobre a mesma matéria, poderão § 2º – O não conhecimento do recurso não impede que a Ad-
ser reproduzidos os fundamentos de uma decisão, desde que não ministração reveja, de ofício, o ato ilegal, desde que não ocorrida
se prejudique direito ou garantia do interessado. preclusão administrativa.
§ 3º – A motivação de decisão de órgão colegiado ou comissão, (Vide art. 45 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.348, de
ou de decisão oral, constará em ata ou em termo escrito. 17/11/2004.)
Art. 47 – O processo será decidido no prazo de até sessenta (Vide Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.379, de 10/10/2006.)
dias contados da conclusão da sua instrução. (Vide art. 15 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.421, de
Parágrafo único – O prazo a que se refere o “caput” deste artigo 30/6/2008.)
poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, mediante moti- (Vide art. 37 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.432, de
vação expressa. 8/9/2008.)
Art. 48 – Expirado sem decisão o prazo prescrito ou prorroga- (Vide parágrafo 2º do art. 15 da Resolução da Mesa da ALMG
do nos termos do art. 47, fica a unidade administrativa responsável nº 5.339, de 20/12/2010.)
pelo julgamento do processo impedida de concluir os demais pro- Art. 53 – Têm legitimidade para interpor recurso:
cessos em tramitação, até que seja emitida a decisão. I – o titular de direito atingido pela decisão, que for parte no
§ 1º – Se do impedimento previsto no “caput” deste artigo re- processo;
sultar ônus para o erário público, o servidor ou a autoridade res- II – o terceiro cujos direitos e interesses forem afetados pela
ponsável ressarcirá o Estado do prejuízo. decisão;
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 24.089, de III – o cidadão, organização e a associação, no que se refere a
12/5/2022.) direitos e interesses coletivos e difusos.
§ 2º – O impedimento previsto no caput e a sanção prevista (Vide caput do art. 9º da Deliberação da Mesa da ALMG nº
no § 1º não eximem das demais responsabilidades previstas na le- 2.760, de 18/12/2020.)
gislação o servidor ou a autoridade responsável pela ação ou pela Art. 54 – O recurso será interposto por meio de requerimento
omissão que retardar a decisão do processo. fundamentado, facultada ao requerente a juntada dos documentos
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 24.089, de que julgar convenientes.
12/5/2022.) Art. 55 – Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo
para interposição de recurso, contado da ciência pelo interessado
CAPÍTULO XII ou da divulgação oficial da decisão.
DA DESISTÊNCIA E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 56 – Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso será
decidido no prazo de trinta dias contados do recebimento do pro-
Art. 49 – O interessado pode desistir total ou parcialmente do cesso pela autoridade competente.
pedido formulado, ou, ainda, renunciar a direito, em manifestação Parágrafo único – O prazo fixado no “caput” deste artigo pode
escrita. ser prorrogado uma vez, por igual período, mediante justificativa
§ 1º – Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia explícita.
atinge somente quem a tenha formulado. Art. 57 – Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem
§ 2º – A desistência ou renúncia do interessado não prejudica efeito suspensivo.
o prosseguimento do processo se a Administração entender que o Parágrafo único – Havendo justo receio de prejuízo ou de difícil
interesse público o exige. ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recor-
Art. 50 – A Administração pode declarar extinto o processo rida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido do
quando exaurida sua finalidade ou quando o objeto da decisão se interessado, em decisão fundamentada, atribuir efeito suspensivo
tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. ao recurso.
Art. 58 – Interposto o recurso, o interessado será intimado a
CAPÍTULO XIII apresentar alegação no prazo de cinco dias contados da ciência da
DO RECURSO intimação.
Art. 58-A. Não interposto ou não conhecido o recurso, a deci-
Art. 51 – Das decisões cabe recurso envolvendo toda a matéria são administrativa tornar-se-á definitiva, certificando-se no proces-
objeto do processo. so a data do exaurimento da instância administrativa.
§ 1º – O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a de- (Artigo acrescentado pelo art. 16 da Lei nº 21.735, de 3/8/2015.)
cisão, a qual, se não reconsiderar a decisão no prazo de cinco dias,
encaminhá-lo-á à autoridade imediatamente superior. CAPÍTULO XIV
§ 2º – A interposição de recurso independe de caução, salvo DOS PRAZOS
exigência legal.
§ 3º – Quando a decisão for contra o Estado, seu prolator recor- Art. 59 – Os prazos começam a correr a partir do dia da ciência
rerá de ofício para a autoridade que lhe for imediatamente superior. oficial do interessado, excluindo-se da contagem o dia do começo e
Art. 52 – O recurso não será conhecido quando interposto: incluindo-se o do vencimento.
I – fora do prazo; § 1º – Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
II – perante órgão incompetente; seguinte ao do vencimento se este cair em dia em que não houver
III – por quem não tenha legitimação; expediente na repartição ou em que for ele encerrado antes do ho-
IV – depois de exaurida a esfera administrativa. rário normal.
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§ 2º – Os prazos fixados em meses ou anos se contam de data I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
a data e, se no mês do vencimento não houver o dia equivalente II – tenha participado ou venha a participar no procedimento
àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. como perito, testemunha ou representante, ou cujo cônjuge, com-
§ 3º – Os prazos expressos em dias contam-se de modo contí- panheiro, parente ou afim até o terceiro grau esteja em uma dessas
nuo. situações;
(Vide art. 12 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.327, de III – esteja em litígio judicial ou administrativo com o interessa-
17/12/2002.) do, seu cônjuge ou companheiro;
(Vide parágrafo único do art. 44 da Deliberação da Mesa da IV – esteja proibido por lei de fazê-lo.
ALMG nº 2.348, de 17/11/2004.) Art. 62 – A autoridade ou servidor que incorrer em impedi-
(Vide art. 8º da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.360, de mento comunicará o fato à autoridade competente, abstendo-se
5/10/2005.) de atuar.
(Vide Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.379, de 10/10/2006.) Parágrafo único A falta de comunicação do impedimento cons-
(Vide art. 14 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.421, de titui falta grave para efeitos disciplinares.
30/6/2008.) Art. 63 – Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou ser-
(Vide art. 36 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.432, de vidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com o inte-
8/9/2008.) ressado ou com seu cônjuge, companheiro, parente ou afim até o
Art. 60 – Os prazos processuais não se interrompem nem se terceiro grau.
suspendem, salvo: Parágrafo único - A recusa da suspeição alegada é objeto de
I – quando houver previsão legal; recurso, sem efeito suspensivo.
II – em situação de emergência, estado de calamidade pública
ou em caso de força maior. CAPÍTULO XVI
§ 1º – Em relação ao Poder Executivo, a interrupção ou a sus- DA ANULAÇÃO, DA REVOGAÇÃO E DA CONVALIDAÇÃO
pensão dos prazos dos processos administrativos em razão do dis-
posto no inciso II do caput dependerá de decreto do Governador Art. 64 – A Administração deve anular seus próprios atos quan-
do Estado. do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
§ 2º – Em relação ao Poder Legislativo, ao Poder Judiciário, ao conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado e à Defensoria Art. 65 – O dever da administração de anular ato de que de-
Pública, a interrupção ou a suspensão dos prazos dos processos ad- corram efeitos favoráveis para o destinatário decai em cinco anos
ministrativos em razão do disposto no inciso II do caput dependerá contados da data em que foi praticado, salvo comprovada má-fé.
de ato normativo de cada Poder ou órgão. § 1º – Considera-se exercido o dever de anular ato sempre que
§ 3º – Nas hipóteses de interrupção de prazo processual no âm- a Administração adotar medida que importe discordância dele.
bito do Poder Executivo em razão do disposto no inciso II do caput, § 2º – No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
o reinício da contagem do prazo prescricional se dará a partir da decadência será contado da percepção do primeiro pagamento.
data da decretação da situação de emergência, do estado de cala- Art. 66 – Na hipótese de a decisão não acarretar lesão do inte-
midade pública ou da força maior. resse público nem prejuízo para terceiros, os atos que apresenta-
§ 4º – Nas hipóteses de suspensão de prazo processual no âm- rem defeito sanável serão convalidados pela Administração.
bito do Poder Executivo em razão do disposto no inciso II do caput,
o prazo prescricional ficará suspenso a partir da entrada em vigor CAPÍTULO XVII
do decreto a que se refere o § 1º e enquanto durarem seus efeitos. DAS SANÇÕES
§ 5º – O disposto neste artigo não se aplica ao processo admi-
nistrativo tributário, que está sujeito a legislação especial. Art. 67 – Assegurado o direito de defesa, a autoridade ou o ser-
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 23.629, de vidor que descumprirem prazo ou qualquer outra disposição desta
2/4/2020.) lei serão punidos com:
(Vide art. 12 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.327, de I – advertência escrita;
17/12/2002.) II – obrigação de fazer ou de não fazer;
(Vide parágrafo único do art. 44 da Deliberação da Mesa da III – ressarcimento ao erário do prejuízo que causar, quando
ALMG nº 2.348, de 17/11/2004.) agir de má-fé ou ciente da gravidade do ato;
(Vide art. 8º da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.360, de IV – suspensão por até quinze dias, quando for reincidente em
5/10/2005.) falta já punida.
(Vide Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.379, de 10/10/2006.)
(Vide art. 14 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.421, de CAPÍTULO XVIII
30/6/2008.) DA REVISÃO
(Vide art. 36 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.432, de
8/9/2008.) Art. 68 – O processo de que resultar sanção ou indeferimento
pode ser revisto a pedido ou de ofício quando for alegado fato novo
CAPÍTULO XV ou circunstância que justifique a revisão.
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO § 1º – O prazo para revisão é de cinco anos contados da decisão
definitiva.
Art. 61 – É impedido de atuar em processo administrativo o § 2º – Da revisão não pode decorrer agravamento de punição.
servidor ou a autoridade que:
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CAPÍTULO XIX Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-


DISPOSIÇÕES GERAIS tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas
Art. 69 – Inexistindo competência legal específica, o processo a que estejam legalmente obrigadas.
administrativo será iniciado perante a autoridade de menor grau Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as-
hierárquico que possa decidir. segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser
Art. 70 – A Administração divulgará os locais de funcionamento executados em conformidade com os princípios básicos da adminis-
dos órgãos e das entidades administrativas e, quando conveniente, tração pública e com as seguintes diretrizes:
a unidade competente em matéria de interesse especial. I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo
Art. 71 – A publicação dos atos administrativos se faz em órgão como exceção;
oficial dos Poderes do Estado. II - divulgação de informações de interesse público, indepen-
Art. 72 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. dentemente de solicitações;
Art. 73 – Revogam-se as disposições em contrário. III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec-
nologia da informação;
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 31 de janeiro de IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência
2002. na administração pública;
V - desenvolvimento do controle social da administração pú-
blica.
LEI Nº 12.527, DE 18/11/2011, QUE REGULA O ACESSO A IN- Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
FORMAÇÕES. DECRETO Nº 46.644, DE 06/11/2014, DISPÕE I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-
SOBRE O CÓDIGO DE CONDUTA DO AGENTE PÚBLICO E DA lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em
ALTA ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL. qualquer meio, suporte ou formato;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer
que seja o suporte ou formato;
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. para a segurança da sociedade e do Estado;
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti- IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural
tuição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; identificada ou identificável;
revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à
nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução,
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ção;
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co-
CAPÍTULO I nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au-
DISPOSIÇÕES GERAIS torizados;
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser- produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in-
vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim divíduo, equipamento ou sistema;
de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in-
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constitui- clusive quanto à origem, trânsito e destino;
ção Federal. IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte,
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor-
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju- mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e
diciário e do Ministério Público; ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com-
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, preensão.
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- CAPÍTULO II
nicípios. DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza- Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa-
ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces-
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen- so a ela e sua divulgação;
tos congêneres. II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade,
autenticidade e integridade; e

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even- dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
tual restrição de acesso. mento ao público;
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen- II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
de, entre outros, os direitos de obter: sos financeiros;
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de III - registros das despesas;
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in-
obtida a informação almejada; clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
II - informação contida em registros ou documentos, produ- contratos celebrados;
zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
não a arquivos públicos; projetos e obras de órgãos e entidades; e
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti-
ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí-
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti- oficiais da rede mundial de computadores (internet).
dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regula-
VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú- mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis- I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o
trativos; e acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em
VII - informação relativa: linguagem de fácil compreensão;
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro- II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos
gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
como metas e indicadores propostos; lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos
de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in- em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura-
VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022) ção da informação;
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende V - garantir a autenticidade e a integridade das informações
as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen- disponíveis para acesso;
to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu- VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
rança da sociedade e do Estado. VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co-
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida-
por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não de detentora do sítio; e
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
parte sob sigilo. dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art.
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da
neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato deci- pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
sório respectivo. § 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha-
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for- bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet
mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação,
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e
termos do art. 32 desta Lei. financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com-
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade
interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura Fiscal).
de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu- Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me-
mentação. diante:
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o res- I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de entidades do poder público, em local com condições apropriadas
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro- para:
vem sua alegação. a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in- ções;
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte- pectivas unidades;
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor-
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, mações; e
deverão constar, no mínimo: II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
participação popular ou a outras formas de divulgação.

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CAPÍTULO III informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela


DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021)
(Vigência)
SEÇÃO I § 2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no § 1º deste
DO PEDIDO DE ACESSO artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº
acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º 14.129, de 2021) (Vigência)
desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em
identificação do requerente e a especificação da informação reque- documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de-
rida. verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta
§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi- confere com o original.
ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
a solicitação. interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de ponha em risco a conservação do documento original.
seus sítios oficiais na internet. Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
determinantes da solicitação de informações de interesse público.
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce- SEÇÃO II
der o acesso imediato à informação disponível. DOS RECURSOS
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve- Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou
rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re-
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua
efetuar a reprodução ou obter a certidão; ciência.
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
parcial, do acesso pretendido; ou camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à
interessado da remessa de seu pedido de informação. Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco)
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais dias se:
10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientifi- I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne-
cado o requerente. gado;
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par-
e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po- cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi-
derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
a informação de que necessitar. pedido de acesso ou desclassificação;
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor- III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa
mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor- estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe- mentos previstos nesta Lei.
tente para sua apreciação. § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
§ 5º A informação armazenada em formato digital será forneci- gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
da nesse formato, caso haja anuência do requerente. ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de de 5 (cinco) dias.
acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo nesta Lei.
se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si § 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
mesmo tais procedimentos. União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação é ção de Informações, a que se refere o art. 35.
gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
§ 1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
valor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma- ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia- volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori-
Armadas, ao respectivo Comando. dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in-
objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre-
caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações venção ou repressão de infrações.
prevista no art. 35. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica- segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró- ultrassecreta, secreta ou reservada.
pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data
caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. de sua produção e são os seguintes:
Art. 19. (VETADO). I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
§ 1º (VETADO). II - secreta: 15 (quinze) anos; e
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor- III - reservada: 5 (cinco) anos.
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do § 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju-
recurso, negarem acesso a informações de interesse público. ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si-
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato,
9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este em caso de reeleição.
Capítulo. § 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência
CAPÍTULO IV de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO do prazo máximo de classificação.
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o
SEÇÃO I evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au-
DISPOSIÇÕES GERAIS tomaticamente, de acesso público.
§ 5º Para a classificação da informação em determinado grau
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati- Estado; e
cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
poderão ser objeto de restrição de acesso. defina seu termo final.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo SEÇÃO III
industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi- DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS
ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
qualquer vínculo com o poder público. Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
SEÇÃO II assegurando a sua proteção. (Regulamento)
DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU E § 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
PRAZOS DE SIGILO sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor- públicos autorizados por lei.
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: § 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
de do território nacional; § 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; divulgação não autorizados.
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
ou monetária do País; conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- rança para tratamento de informações sigilosas.
cos das Forças Armadas;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em § 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar
razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-
de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne- ridades ou agentes públicos.
cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes § 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa-
observem as medidas e procedimentos de segurança das informa- minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de
ções resultantes da aplicação desta Lei. danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação,
SEÇÃO IV o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua
DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO produção.
E DESCLASSIFICAÇÃO Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu-
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de
administração pública federal é de competência: (Regulamento) regulamento:
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos
a) Presidente da República; últimos 12 (doze) meses;
b) Vice-Presidente da República; II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro- identificação para referência futura;
gativas; III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa-
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes ções genéricas sobre os solicitantes.
no exterior; § 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi-
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.
titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda- § 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de
des de economia mista; e informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos e dos fundamentos da classificação.
I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento SEÇÃO V
Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula- DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
posto nesta Lei. Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão individuais.
no exterior, vedada a subdelegação. § 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati-
§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre- vas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de- I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica-
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da
previsto em regulamento. sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar in- à pessoa a que elas se referirem; e
formação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei-
trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa
que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. a que elas se referirem.
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si- § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
seguintes elementos: § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exi-
I - assunto sobre o qual versa a informação; gido quando as informações forem necessárias:
II - fundamento da classificação, observados os critérios esta- I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver
belecidos no art. 24; física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen-
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou te para o tratamento médico;
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
previstos no art. 24; e dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a
IV - identificação da autoridade que a classificou. identificação da pessoa a que as informações se referirem;
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no III - ao cumprimento de ordem judicial;
mesmo grau de sigilo da informação classificada. IV - à defesa de direitos humanos; ou
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente § 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Re- titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
gulamento) tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata- § 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente
mento de informação pessoal. quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
CAPÍTULO V aplicada com base no inciso IV.
DAS RESPONSABILIDADES § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên-
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili- facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo
dade do agente público ou militar: de 10 (dez) dias da abertura de vista.
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des- Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen-
ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori-
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili- pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos
zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi-
mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na-
função pública; tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
à informação;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir CAPÍTULO VI
acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou Art. 35. (VETADO).
por outrem; § 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in- ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so-
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá
de terceiros; e competência para:
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con- I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-
agentes do Estado. gral da informação;
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con- cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada,
sideradas: observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne- ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu
les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania
contravenção penal; ou nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º
de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão do art. 24.
ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela § 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno-
estabelecidos. vação.
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou § 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deve-
agente público responder, também, por improbidade administrati- rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
va, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos
e 8.429, de 2 de junho de 1992. ou secretos.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- § 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3º implicará a
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às desclassificação automática das informações.
seguintes sanções: § 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e
I - advertência; funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
II - multa; observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de-
III - rescisão do vínculo com o poder público; mais disposições desta Lei. (Regulamento)
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra-
dimento de contratar com a administração pública por prazo não tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
superior a 2 (dois) anos; e mendações constantes desses instrumentos.
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Ins-
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran- titucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e
te a própria autoridade que aplicou a penalidade. Credenciamento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento)
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. tratamento de informações sigilosas; e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem-
aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, “Art. 116. ...................................................................
acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo ............................................................................................
das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
órgãos competentes. cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or- suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
ganização e funcionamento do NSC. dade competente para apuração;
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no- .................................................................................” (NR)
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí- Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990,
dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover- passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
namentais ou de caráter público. “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea- vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre- perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de autoridade competente para apuração de informação concernente
vigência desta Lei. à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia- ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre- ção pública.”
vistos nesta Lei. Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
§ 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co- nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis-
missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III.
desta Lei. Art. 46. Revogam-se:
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
legislação precedente. Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
§ 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecre- a data de sua publicação.
tas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas,
automaticamente, de acesso público. Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência 123º da República.
desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór- LEI Nº 13.709, DE 14/08/2018, LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE
gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições: DADOS.
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018.
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
tração pública federal responsável: CAPÍTULO I
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
mento à cultura da transparência na administração pública e cons-
cientização do direito fundamental de acesso à informação; Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí-
desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi- dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os
nistração pública; direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad- volvimento da personalidade da pessoa natural.
ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi- Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de
cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados,
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
anual com informações atinentes à implementação desta Lei. Vigência
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu- fundamentos:
blicação. I - o respeito à privacidade;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - a autodeterminação informativa; § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de ban-


III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação co de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá
e de opinião; ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos-
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
midor; e I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali- tificada ou identificável;
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou
realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito públi- a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado refe-
co ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou rente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quan-
do país onde estejam localizados os dados, desde que: do vinculado a uma pessoa natural;
I - a operação de tratamento seja realizada no território na- III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
cional; identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais,
indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência físico;
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole- V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
tados no território nacional. que são objeto de tratamento;
§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público
pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta. ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen-
§ 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen- to de dados pessoais;
to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei. VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti- controlador;
culares e não econômicos; VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera-
II - realizado para fins exclusivamente: dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
a) jornalístico e artísticos; ou titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
desta Lei; IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
III - realizado para fins exclusivos de: X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais,
a) segurança pública; como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação,
b) defesa nacional; utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa-
c) segurança do Estado; ou mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; controle da informação, modificação, comunicação, transferência,
ou difusão ou extração;
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o indivíduo;
país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pes- XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo-
soais adequado ao previsto nesta Lei. ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será pessoais para uma finalidade determinada;
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de dados;
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em dimento empregado;
procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de- dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do
verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo. qual o país seja membro;
§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco- XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão,
mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput transferência internacional, interconexão de dados pessoais ou tra-
deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac- tamento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
to à proteção de dados pessoais. entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,

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ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização CAPÍTULO II


específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: do- SEÇÃO I
cumentação do controlador que contém a descrição dos proces- DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
sos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às
liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco; realizado nas seguintes hipóteses:
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com controlador;
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos,
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- do Capítulo IV desta Lei;
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga-
Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853, rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
de 2019) Vigência V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro-
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte
observar a boa-fé e os seguintes princípios: o titular, a pedido do titular dos dados;
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí- VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial,
timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi- administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307,
lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
finalidades; VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titu-
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finali- lar ou de terceiro;
dades informadas ao titular, de acordo com o contexto do trata- VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
mento; realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida-
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces- de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos
dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem di-
finalidades do tratamento de dados; reitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e dos dados pessoais; ou
gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na
a integralidade de seus dados pessoais; legislação pertinente.
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne- Vigência
cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento; § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações Vigência
claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra- § 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público
tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus-
segredos comercial e industrial; tificaram sua disponibilização.
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati- § 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no
vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi-
e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios
comunicação ou difusão; previstos nesta Lei.
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência § 5º O controlador que obteve o consentimento referido no
de danos em virtude do tratamento de dados pessoais; inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com-
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata- partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter
mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- § 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da- desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs-
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e
da garantia dos direitos do titular.
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu- Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei mas não se limitam a:
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
a manifestação de vontade do titular. II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de- direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu- legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
ais. nos termos desta Lei.
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti- § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. do controlador, somente os dados pessoais estritamente necessá-
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício rios para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
de consentimento. § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi- transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes- interesse.
soais serão nulas. § 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra- mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo os segredos comercial e industrial.
do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput SEÇÃO II
do art. 18 desta Lei. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po-
titular, com destaque de forma específica do teor das alterações, derá ocorrer nas seguintes hipóteses:
podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de for-
revogá-lo caso discorde da alteração. ma específica e destacada, para finalidades específicas;
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte-
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- ses em que for indispensável para:
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
características previstas em regulamentação para o atendimento lador;
do princípio do livre acesso: b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu-
I - finalidade específica do tratamento; ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas em
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos leis ou regulamentos;
comercial e industrial; c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
III - identificação do controlador; pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
IV - informações de contato do controlador; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
controlador e a finalidade; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen- e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
to; e terceiro;
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos con- f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
tidos no art. 18 desta Lei. por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá-
§ 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te- g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos
nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen- processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas
tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca. eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta
§ 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou- Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.
não compatíveis com o consentimento original, o controlador de- § 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento
verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida- de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa
de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí-
alterações. fica.
§ 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição § 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b”
para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú-
de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
elencados no art. 18 desta Lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
Público, no âmbito de suas competências. ambiente controlado e seguro.
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com SEÇÃO III
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica ADOLESCENTES
e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí- Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência deste artigo e da legislação pertinente.
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência realizado com o consentimento específico e em destaque dado por
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Inclu- § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo,
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti-
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen-
à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de sele- tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
ção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como § 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta
13.853, de 2019) Vigência for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de ano- em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando ex- timento de que trata o § 1º deste artigo.
clusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, § 4º Os controladores não deverão condicionar a participação
puder ser revertido. dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con- de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações
sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno- § 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios. para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tec-
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil nologias disponíveis.
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. § 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e
técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar veri- acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
ficações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re-
Proteção de Dados Pessoais. cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se- ao entendimento da criança.
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em SEÇÃO IV
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
previstas em regulamento específico e que incluam, sempre que
possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estu- nas seguintes hipóteses:
dos e pesquisas. I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma finalidade específica almejada;
hipótese poderá revelar dados pessoais. II - fim do período de tratamento;
§ 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art.
circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
§ 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio-
regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida- lação ao disposto nesta Lei.
des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências. Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades,
autorizada a conservação para as seguintes finalidades:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
lador; agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
vel, a anonimização dos dados pessoais; queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- nº 13.853, de 2019) Vigência
ro, e desde que anonimizados os dados. § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
CAPÍTULO III mizados pelo controlador.
DOS DIREITOS DO TITULAR § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- II - por meio de declaração clara e completa, que indique a
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados
quer momento e mediante requisição: e a finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e
I - confirmação da existência de tratamento; industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da
II - acesso aos dados; data do requerimento do titular.
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- § 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que
dos; favoreça o exercício do direito de acesso.
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- § 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri-
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto tério do titular:
nesta Lei; I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou II - sob forma impressa.
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- § 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica
cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên- integral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial
cia e industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional,
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta outras operações de tratamento.
Lei; § 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia-
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste arti-
o controlador realizou uso compartilhado de dados; go para os setores específicos.
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
timento e sobre as consequências da negativa; decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
8º desta Lei. decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda-
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
nacional. § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. segredos comercial e industrial.
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos median- § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
te requerimento expresso do titular ou de representante legalmen- o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
te constituído, a agente de tratamento. industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro- ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao de dados pessoais.
titular resposta em que poderá: § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e in- Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
dicar, sempre que possível, o agente; ou direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
ção imediata da providência. dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente,
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi- na forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instru-
do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em mentos de tutela individual e coletiva.
regulamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO IV Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder


DO TRATAMENTO DE DADOS Público deve atender a finalidades específicas de execução de po-
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO líticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades
públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais
SEÇÃO I elencados no art. 6º desta Lei.
DAS REGRAS § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas exceto:
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- II - (VETADO);
blico, desde que: III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas observadas as disposições desta Lei.
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi-
em seus sítios eletrônicos; vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
II - (VETADO); e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta nº 13.853, de 2019) Vigência
Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência deverão ser comunicados à autoridade nacional.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes-
publicidade das operações de tratamento. soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva-
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti-
mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de mento do titular, exceto:
que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces- I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta
so à Informação) . Lei;
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada
titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou
específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507, III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei.
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784, Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído
e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Informação) . Art. 28. (VETADO).
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamen- mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
to dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
nos termos desta Lei. cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. 13.853, de 2019) Vigência
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento partilhado de dados pessoais.
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
termos desta Lei. SEÇÃO II
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- DA RESPONSABILIDADE
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
deste Capítulo. nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interope- cessar a violação.
rável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execu- Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do
ção de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à des- Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de
centralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas
informações pelo público em geral. para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO V ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inci-


DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS so II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade
nacional.
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, deve-
mente é permitida nos seguintes casos: rão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mí-
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem nimas para a transferência que observem os direitos, as garantias e
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta os princípios desta Lei.
Lei; § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de normas corporativas globais submetidas à aprovação da autorida-
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de de nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- mento, quando necessário.
rência; § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
b) cláusulas-padrão contratuais; tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
c) normas corporativas globais; permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi- lamento.
tidos; § 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
III - quando a transferência for necessária para a cooperação ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de in- com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
vestigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de di- § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
reito internacional; rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas
vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previs-
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; to nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.
VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi-
em acordo de cooperação internacional; cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
VII - quando a transferência for necessária para a execução de reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada comunicadas à autoridade nacional.
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es- CAPÍTULO VI
pecífico e em destaque para a transferência, com informação pré- DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
via sobre o caráter internacional da operação, distinguindo clara-
mente esta de outras finalidades; ou SEÇÃO I
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor- cialmente quando baseado no legítimo interesse.
mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
país ou organismo internacional. tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou segredos comercial e industrial.
do organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
consideração: coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de da segurança das informações e a análise do controlador com re-
destino ou no organismo internacional; lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
II - a natureza dos dados; adotados.
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observân-
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- cia das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
mento; Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos re-
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência. gistros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transpa-
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra- rência.
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
para uma determinada transferência, normas corporativas globais

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes-


DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro-
teção de dados; ou
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
mento de dados pessoais. dados ou de terceiro.
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarrega- Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a seguran-
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. ça que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: relevantes, entre as quais:
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar I - o modo pelo qual é realizado;
esclarecimentos e adotar providências; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
vidências; época em que foi realizado.
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
pessoais; e deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- Lei, der causa ao dano.
lador ou estabelecidas em normas complementares. Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com- das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de res-
plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, ponsabilidade previstas na legislação pertinente.
inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação,
conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de opera- CAPÍTULO VII
ções de tratamento de dados. DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
SEÇÃO I
SEÇÃO III DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí- segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis- ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. forma de tratamento inadequado ou ilícito.
§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da- § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni-
dos: cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo,
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados considerados a natureza das informações tratadas, as característi-
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es-
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con- princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; § 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- até a sua execução.
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
43 desta Lei. que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a dados pessoais, mesmo após o seu término.
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
mente onerosa. retar risco ou dano relevante aos titulares.
§ 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme
por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
na legislação pertinente. II - as informações sobre os titulares envolvidos;
§ 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
no evento danoso. dustrial;
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- IV - os riscos relacionados ao incidente;
dos quando provarem: V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes sido imediata; e
é atribuído; VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
ou mitigar os efeitos do prejuízo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente h) seja atualizado constantemente com base em informações
e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti- obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi-
tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais cas;
como: II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais,
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas de forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autoriza- publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconheci-
dos a acessá-los. das e divulgadas pela autoridade nacional.
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos soais.
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen- CAPÍTULO VIII
tares. DA FISCALIZAÇÃO

SEÇÃO II SEÇÃO I
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmen- frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
te ou por meio de associações, poderão formular regras de boas seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
práticas e de governança que estabeleçam as condições de orga- nal: (Vigência)
nização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi-
reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os das corretivas;
padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envol- II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento
vidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no
de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relaciona- Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no
dos ao tratamento de dados pessoais. total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in-
o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e ciso II;
aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a IV - publicização da infração após devidamente apurada e con-
gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de firmada a sua ocorrência;
dados do titular. V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII a sua regularização;
do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade VII - (VETADO);
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para VIII - (VETADO);
os titulares dos dados, poderá: IX - (VETADO).
I - implementar programa de governança em privacidade que, X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
no mínimo: que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
de dados pessoais; dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que es- 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
tejam sob seu controle, independentemente do modo como se re- 13.853, de 2019)
alizou sua coleta; XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades rela-
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- cionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em § 1º As sanções serão aplicadas após procedimento adminis-
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privaci- trativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma
dade; gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e crité-
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- rios:
mos de participação do titular; I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e es- afetados;
tabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; II - a boa-fé do infrator;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - a condição econômica do infrator; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações
V - a reincidência; a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano
VI - o grau do dano; ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.
VII - a cooperação do infrator; (Vigência)
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei; multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e CAPÍTULO IX
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi- DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
dade da sanção. E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- AIS E DA PRIVACIDADE
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada SEÇÃO I
pela Lei nº 13.853, de 2019) DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem Art. 55. (VETADO).
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853,
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresa- de 2019)
rial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela
ou quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for Lei nº 13.853, de 2019)
demonstrado de forma inequívoca e idônea. II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
§ 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853,
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das de 2019)
sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
de 2019) nº 13.853, de 2019)
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e § 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos. dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
§ 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata § 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula- ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que § 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple-
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção
de multa simples ou diária.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de 13.853, de 2019)
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
13.853, de 2019) des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté-
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o deta-
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções lhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853,
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- de 2019)
meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
nº 13.853, de 2019) bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
2019) sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis- tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853,
lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa- tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica
ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar ou situação contenciosa no âmbito de processos administrativos,
os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setem-
de 2019) bro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi-
Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi-
2019) croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da- empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode-
dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a
administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di- esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
reito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminati-
VI - promover na população o conhecimento das normas e das vo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri- II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamen- VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
to de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
pela Lei nº 13.853, de 2019) cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento 13.853, de 2019)
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e pela Lei nº 13.853, de 2019)
os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede- Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis 14.460, de 2022)
pela regulação de setores específicos da atividade econômica e Art. 56. (VETADO).
governamental devem coordenar suas atividades, nas correspon- Art. 57. (VETADO).
dentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento
de suas atribuições com a maior eficiência e promover o adequado SEÇÃO II
funcionamento dos setores regulados, conforme legislação especí- DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
fica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in- Art. 58. (VETADO).
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
da administração pública responsáveis pela regulação de setores e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan-
específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci- tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei
litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste 13.853, de 2019)
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V 13.853, de 2019)
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas nº 13.853, de 2019)
de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí-
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- do pela Lei nº 13.853, de 2019)
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências pela Lei nº 13.853, de 2019)
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853,
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros ór- de 2019)
gãos e entidades com competências sancionatórias e normativas VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
de 2019) 13.853, de 2019)
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
13.853, de 2019) relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os pela Lei nº 13.853, de 2019)
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853, dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
de 2019) procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º
13.853, de 2019) do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
nº 13.853, de 2019) Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da- operações de tratamento e a natureza dos dados.
dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de servi- Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex-
ço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relaciona-
de 2019) dos à matéria ou nos tratados internacionais em que a República
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- Federativa do Brasil seja parte.
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a 13.853, de 2019)
elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019)
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído da República.
pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de LEI ESTADUAL Nº 22.790 DE 27/12/2017, INSTITUI AS CAR-
2019) REIRAS DE TÉCNICO DA DEFENSORIA PÚBLICA E ANALISTA
Art. 59. (VETADO). DA DEFENSORIA PÚBLICA.

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
LEI Nº 22790, DE 27/12/2017
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
Institui as carreiras de Técnico da Defensoria Pública e Analista
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
da Defensoria Pública e dá outras providências.
“Art. 7º ..................................................................
.......................................................................................
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS,
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes,
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
decretou e eu, em seu nome, promulgo a seguinte lei:
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
proteção de dados pessoais;
CAPÍTULO I
..............................................................................” (NR)
DISPOSIÇÕES GERAIS
“Art. 16. .................................................................
.......................................................................................
Art. 1º – Ficam instituídas, na forma desta lei, as carreiras de
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à fina-
Técnico da Defensoria Pública e Analista da Defensoria Pública, per-
lidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto
tencentes ao quadro de apoio administrativo e serviços auxiliares
nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de da-
da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
dos pessoais.” (NR)
§ 1º – A estrutura das carreiras instituídas por esta lei é a cons-
tante no Anexo I.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º – As atribuições básicas das carreiras instituídas por esta V – as informações sobre o caráter eliminatório e classificatório
lei são as fixadas no Anexo II, cabendo seu detalhamento ao Conse- de cada etapa do concurso;
lho Superior da Defensoria Pública, a que se refere a alínea “c” do VI – os requisitos para a posse.
inciso “I” do art. 6º da Lei Complementar nº 65, de 16 de janeiro Parágrafo único – Entre os requisitos a que se refere o inciso VI
de 2003. do caput, o candidato deverá comprovar:
§ 3º – Regulamento interno disporá sobre a identificação da es- I – ser de nacionalidade brasileira;
pecialidade do Analista da Defensoria Pública nos atos que praticar. II – estar no gozo dos direitos políticos e quite com as obriga-
§ 4º – Resolução do Defensor Público-Geral identificará os car- ções eleitorais;
gos das carreiras instituídas por esta lei. III – estar quite com o serviço militar, para os candidatos do
Art. 2º – Para os efeitos desta lei considera-se: sexo masculino;
I – carreira o conjunto de cargos de provimento efetivo agrupa- IV – ter o nível de escolaridade mínima exigida para o ingresso
dos segundo sua natureza e complexidade e estruturados em clas- na carreira;
ses e padrões, escalonados em função do grau de responsabilidade, V – ter a idade mínima de dezoito anos, exceto os emancipa-
capacitação e experiência nas atribuições da carreira; dos;
II – cargo de provimento efetivo a unidade de ocupação fun- VI – ter aptidão física e mental para o exercício das atribuições,
cional do quadro de pessoal provido por concurso público, com atestada por médico perito oficial;
criação, remuneração, quantitativo, atribuições e responsabilida- VII – ter idoneidade moral e conduta ilibada, nos termos do
des definidos em lei e direitos e deveres de natureza estatutária regulamento do concurso.
estabelecidos em lei complementar; Art. 5º – Concluído o concurso e homologados os resultados, a
III – quadro de pessoal o conjunto de cargos de provimento efe- nomeação dos candidatos habilitados obedecerá à ordem de classi-
tivo e de provimento em comissão; ficação e ao prazo de validade do concurso.
IV – classe o estágio do servidor no escalonamento vertical da Parágrafo único – O prazo de validade do concurso será conta-
mesma carreira, contendo cargos escalonados em padrões; do a partir da data da homologação de seus resultados, respeitados
V – padrão a posição do servidor no escalonamento horizontal os limites constitucionais.
da mesma classe de determinada carreira.
SEÇÃO II
CAPÍTULO II DO DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA
DA CARREIRA
Art. 6º – Adquirida a estabilidade, após aprovação em estágio
SEÇÃO I probatório, o servidor público terá direito a desenvolvimento na
DO INGRESSO carreira na forma disposta nesta lei.
Art. 7º – O desenvolvimento do servidor nas carreiras instituí-
Art. 3º – O ingresso em cargo de provimento efetivo das carrei- das por esta lei dar-se-á por meio de progressão ou promoção, que
ras instituídas por esta lei, observadas as condições estabelecidas serão concedidas mediante o acúmulo de pontos, na forma do Ane-
em regulamento, dependerá de: xo V desta lei.
I – aprovação em concurso público de provas, ou provas e títu- § 1º – Progressão é a passagem do servidor do padrão em que
los, de caráter classificatório e eliminatório; se encontra para o padrão subsequente, na mesma classe da carrei-
II – comprovação de habilitação mínima em nível: ra, sendo concedida ao servidor que, a contar da data de conclusão
a) médio, para ingresso na carreira de Técnico da Defensoria do estágio probatório, acumular cinco ou mais pontos de acordo
Pública; com a pontuação atribuída aos critérios na forma do Anexo IV e
b) superior, para ingresso na carreira de Analista da Defensoria mediante avaliação de desempenho satisfatória, nos termos de re-
Pública. gulamento.
§ 1º – Além dos requisitos previstos nas alíneas “a” e “b” do § 2º – Promoção é a passagem do servidor para a classe ime-
inciso II do caput, poderão ser exigidos formação especializada, ex- diatamente superior da carreira, sendo concedida ao servidor que
periência e registro profissional, bem como outros requisitos de- possuir, nos termos de regulamento:
correntes de exigência legal para o exercício da profissão a serem I – no mínimo quarenta pontos, segundo os critérios apresen-
definidos em regulamento e especificados no edital do concurso. tados no Anexo IV;
§ 2º – Poderá ser incluído, como etapa do concurso, programa II – no mínimo quatro anos de efetivo exercício na classe em
de formação de caráter eliminatório, classificatório ou eliminatório que se encontra;
e classificatório. III – duas últimas avaliações de desempenho satisfatórias.
Art. 4º – As instruções reguladoras do concurso serão publica- Art. 8º – A contagem de pontos para a progressão ou promoção
das em edital, que conterá, tendo em vista as especificidades das terá início com a entrada em exercício no cargo e produzirá efeitos
atribuições do cargo, no mínimo: após a conclusão do estágio probatório, a contar da data do proto-
I – o número de vagas existentes ou cadastro de reserva; colo dos respectivos requerimentos para desenvolvimento na car-
II – as matérias sobre as quais versarão as provas e os respec- reira.
tivos programas; Art. 9º – Para fins de cumprimento dos critérios do Anexo IV
III – o desempenho mínimo exigido para aprovação nas provas; desta lei, deverão ser apresentados os certificados e títulos relati-
IV – os critérios de avaliação dos títulos e certificados, se for o vos à conclusão de cursos superiores e de pós-graduação e à par-
caso; ticipação em projetos de pesquisa e em atividades de formação e

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

aperfeiçoamento, bem como deverá ser comprovada a experiência Art. 14 – O servidor não terá direito a progressão ou a promo-
em cargos de chefia, gerência ou direção na administração pública ção por dois anos se sofrer punição disciplinar da qual decorra re-
federal, estadual, distrital ou municipal. preensão, multa, suspensão ou destituição de cargo em comissão.
§ 1º – Para fins de acumulação de pontos, serão admitidos cer- Art. 15 – O desenvolvimento do servidor na carreira ficará con-
tificados de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu ou dicionado à disponibilidade orçamentária e financeira da Defenso-
strictu sensu ou de graduação em nível superior realizados antes ria Pública, observado o disposto no regulamento interno.
da posse, desde que sejam compatíveis com as funções do cargo
definidas no edital do concurso. SEÇÃO III
§ 2º – Somente será pontuada a graduação em nível superior DA MOVIMENTAÇÃO
que atenda ao disposto no § 1º e que não tenha sido apresentada
como requisito para ingresso na carreira. Art. 16 – A Defensoria Pública poderá ceder seus servidores ou
§ 3º – Para aprovação de certificados relativos a atividades receber outros servidores pertencentes a outros órgãos e entida-
de formação e aperfeiçoamento, serão considerados cursos, trei- des, conforme decisão do Defensor Público-Geral.
namentos, congressos, seminários, fóruns e workshops com carga Parágrafo único – Na hipótese prevista no caput, as avaliações
horária mínima de oito horas e conteúdo compatível com as atri- de desempenho serão realizadas pelo órgão cessionário, de acordo
buições dos cargos dispostos no Anexo II e com a especialidade do com a metodologia do órgão de origem, não inviabilizando a pro-
edital do respectivo concurso, podendo ser atribuídos ao servidor gressão ou a promoção do servidor.
no máximo dois pontos por ano em decorrência da comprovação
dessas atividades. CAPÍTULO III
§ 4º – A participação em projetos de pesquisa financiados por DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO, DAS FUNÇÕES
instituição de renome nacional ou internacional será comprovada GRATIFICADAS E DAS GRATIFICAÇÕES TEMPORÁRIAS DA
por meio de certificado, e seu aproveitamento para fins de atribui- DEFENSORIA PÚBLICA
ção de pontos está condicionado à aprovação do Defensor Público-
-Geral. SEÇÃO I
§ 5º – Na hipótese de não aprovação do certificado a que se DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO
refere o § 4º pelo Defensor Público-Geral, os servidores poderão re-
correr ao Conselho Superior da Defensoria Pública, que deliberará Art. 17 – Os cargos de provimento em comissão do Grupo de
em caráter definitivo. Direção e Assessoramento da Administração Direta do Poder Exe-
Art. 10 – A promoção e a progressão serão efetivadas pelo De- cutivo – DADs – destinados à Defensoria Pública, nos termos do
fensor Público-Geral ou por quem este delegar, após a comprova- item IV.2.20 da Lei Delegada nº 174, de 26 de janeiro de 2007, ficam
ção da pontuação necessária. transformados em cargos de provimento em comissão de direção
§ 1º – A progressão poderá posicionar o servidor em padrão e assessoramento da Defensoria Pública – CADs –, nos termos da
imediatamente acima do subsequente àquele em que se encontra, tabela de correlação prevista no Anexo X desta lei, considerados as
desde que tenha atingido pontuação igual ou superior a cinco pon- alterações e os remanejamentos efetuados nos termos dos arts. 16
tos, na forma do Anexo V. e 31 da referida lei delegada.
§ 2º – A pontuação correspondente a títulos ou certificados § 1º – Os CADs são graduados em vinte níveis, correspondendo
apresentados para fins de concessão de progressão ou promoção cada nível a um valor de vencimento e a uma pontuação em CAD-u-
não poderá ser utilizada para obtenção de novas progressões ou nitário, nos termos do Anexo VI.
promoções na carreira, ressalvada a hipótese de aproveitamento de (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 23.608, de
saldo de pontos previsto no § 3º deste artigo. 14/3/2020.)
§ 3º – Caso o servidor possua pontuação excedente após a con- § 2º – A graduação dos CADs obedecerá ao grau de complexi-
cessão de progressão ou promoção na carreira, o saldo de pontos dade de suas atribuições, a ser definido em regulamento.
poderá ser aproveitado para a próxima progressão ou promoção, Art. 18 – Em decorrência da transformação de cargos a que se
observados os critérios previstos no Anexo IV. refere o art. 17, o quantitativo de CADs da Defensoria Pública é o
Art. 11 – O interstício para a progressão será de um ano. constante no item IX.1 do Anexo IX desta lei.
Parágrafo único – A contagem de tempo para progressão ficará Art. 19 – Os CADs, cuja nomeação compete ao Defensor Pú-
suspensa durante as licenças e afastamentos, bem como nas faltas blico-Geral, têm como atribuição a direção e a chefia de unidades
injustificadas ao serviço, sendo retomada a partir do término do administrativas, equipes de trabalho, projetos e programas e o as-
impedimento do servidor, ressalvadas as hipóteses consideradas sessoramento técnico ou especializado no âmbito da Defensoria
como de efetivo exercício. Pública.
Art. 12 – Os atos de progressão e promoção nas carreiras serão § 1º – Na lotação dos cargos destinados a direção e chefia de
publicados periodicamente, em resolução do Defensor Público-Ge- unidades administrativas, poderá haver cargos com níveis distintos
ral. no mesmo grau hierárquico se a complexidade das atribuições da
Art. 13 – É requisito para a promoção e progressão na carreira a unidade assim justificar.
avaliação periódica de desempenho individual satisfatória, igual ou § 2º – Para os cargos de nível 5 a 20, serão nomeados preferen-
superior a 70% (setenta por cento), que será realizada anualmente. cialmente servidores de nível superior de escolaridade.
Parágrafo único – Em caso de avaliação de desempenho indi- (Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 23.608, de
vidual insatisfatória, o servidor não terá direito a promoção ou a 14/3/2020.)
progressão na carreira pelo período de um ano, a contar da data de
conclusão da avaliação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º – Se as atividades de direção, chefia e assessoramento a Dispositivo revogado:


serem desempenhadas em determinada unidade incluírem a práti- “§ 2º – Do quantitativo total de FGDP-7, previstas no item IX.2
ca de atos para os quais se exija habilitação profissional específica, do Anexo IX, trinta e cinco são privativas de Defensor Público, para
nos termos da legislação pertinente, o provimento no respectivo o exercício de função administrativa por designação do Defensor
cargo fica condicionado ao cumprimento do requisito legal de habi- Público-Geral.”
litação profissional. Art. 23 – Em decorrência da transformação das funções a que
§ 4º – A jornada de trabalho dos cargos de que trata o caput é se refere o art. 22, o quantitativo de FGDPs da Defensoria Pública é
de quarenta horas semanais. o constante no item IX.2 do Anexo IX desta lei.
Art. 20 – Para os efeitos desta lei, a lotação de cargo de provi- Art. 24 – São atribuições das FGDPs o assessoramento técnico
mento em comissão em unidades administrativas não fica sujeita à ou especializado, a coordenação de atividades, projetos, programas
associação entre cargo e estrutura. e equipes de trabalho e o exercício de função administrativa no âm-
Art. 21 – O CAD, observado o disposto no parágrafo único, po- bito da Defensoria Pública.
derá ser: § 1º – As FGDPs serão atribuídas por ato do Defensor Público-
I – de recrutamento limitado, com provimento privativo por -Geral, por meio de resolução, e serão exercidas por servidores ocu-
servidor público ocupante de cargo efetivo; pantes de cargo de provimento efetivo, por membros da defensoria
II – de recrutamento amplo, com provimento por pessoa com ou por detentores de função pública.
ou sem vínculo com a administração pública. § 2º – A gratificação pelo exercício das FGDPs será paga cumu-
Parágrafo único – Serão de recrutamento limitado 25% (vinte lativamente com as parcelas remuneratórias do cargo de provimen-
e cinco por cento) do total de cargos de provimento em comissão to efetivo, do membro da defensoria ou da função pública desig-
e assessoramento constantes no Anexo IX, identificados em reso- nado para exercê-las e não se incorporará, para qualquer efeito, à
lução. remuneração do servidor, nem mesmo ao subsídio do membro da
Art. 21-A – O cargo de assessoramento técnico da Defensoria carreira, nem constituirá base para o cálculo de qualquer vantagem
Pública – Cate – é privativo de servidores de nível superior de esco- remuneratória, salvo a decorrente de adicional por tempo de servi-
laridade, para assessoramento de Defensor Público ou assessora- ço adquirido até a data da promulgação da Emenda à Constituição
mento administrativo, por designação do Defensor Público-Geral. da República nº 19, de 4 de junho de 1998, de gratificação natalina
§ 1º – O valor do vencimento dos cargos de assessoramento e de adicional de férias.
técnico da Defensoria Pública é o constante no item IX.5 do Anexo § 3º – A jornada de trabalho das FGDPs é de quarenta horas
IX desta lei. semanais.
§ 2º – A jornada de trabalho dos cargos de que trata o caput é § 4º – As FGDPs serão exercidas preferencialmente por servido-
de quarenta horas semanais. res graduados em nível superior de escolaridade.
§ 3º – As atribuições básicas dos cargos de assessoramento Art. 24-A – As funções gratificadas estratégicas da Defensoria
técnico da Defensoria Pública são as fixadas na Tabela 3 do Anexo Pública – FGEDP – são privativas de Defensor Público que estiver no
II, cabendo seu detalhamento ao Conselho Superior da Defensoria exercício de suas atribuições junto ao Núcleo de Atuação da Defen-
Pública, a que se refere a alínea “c” do inciso I do art. 6º da Lei Com- soria Pública nos Tribunais Superiores, com obrigação de manter
plementar nº 65, de 2003. residência no Distrito Federal, por designação do Defensor Públi-
(Artigo acrescentado pelo art. 5º da Lei nº 24.262, de co-Geral.
29/12/2022, em vigor a partir de 28/7/2023.) § 1º – As FGDEPs correspondem a um valor e a uma pontuação
Art. 21-B – A escolha do Ouvidor-Geral e as atribuições do car- em FGDEP-unitário, na forma do Anexo VII-A.
go são as previstas em lei e no Regulamento Interno da Defensoria § 2º – O quantitativo das FGDEPs é o constante no item IX.4 do
Pública. Anexo IX.
Parágrafo único – O valor do vencimento do cargo de Ouvidor- (Artigo acrescentado pelo art. 4º da Lei nº 23.608, de
-Geral da Defensoria Pública – OGDP – é o constante no item IX.6 14/3/2020.)
do Anexo IX desta lei. (Vide art. 3º da Lei nº 23.608, de 14/3/2020.)
(Artigo acrescentado pelo art. 5º da Lei nº 24.262, de Art. 25 – (VETADO)
29/12/2022, em vigor a partir de 28/7/2023.)
SEÇÃO III
SEÇÃO II DAS GRATIFICAÇÕES TEMPORÁRIAS ESTRATÉGICAS
DAS FUNÇÕES GRATIFICADAS
Art. 26 – As gratificações temporárias estratégicas – GTEDs –
Art. 22 – As funções gratificadas da administração direta – FGDs destinadas à Defensoria Pública, nos termos do item IV.2.20 do Ane-
– destinadas à Defensoria Pública, nos termos do item IV.2.20 do xo IV da Lei Delegada nº 174, de 2007, ficam transformadas em gra-
Anexo IV da Lei Delegada nº 174, de 2007, ficam transformadas em tificações temporárias estratégicas da Defensoria Pública – GTEDPs
funções gratificadas da Defensoria Pública – FGDPs –, nos termos da –, nos termos da tabela de correlação prevista no Anexo XII desta
tabela de correlação prevista no Anexo XI desta lei, considerados as lei, considerados as alterações e os remanejamentos efetuados nos
alterações e os remanejamentos efetuados nos termos dos arts. 16 termos dos arts. 16 e 31 da referida lei delegada.
e 31 da referida Lei Delegada. § 1º – As GTEDPs serão destinadas a servidor investido em CAD
§ 1º – As FGDPs são graduadas em dez níveis, em razão da com- a que se refere o art. 17.
plexidade das atribuições, correspondendo cada nível a um valor e § 2º – As GTEDPs são graduadas em quatro níveis, correspon-
a uma pontuação em FGDP-unitário, nos termos do Anexo VII. dendo cada nível a um valor e a uma pontuação em GTEDP-unitário,
§ 2º – (Revogado pelo art. 7º da Lei nº 24.262, de 29/12/2022.) nos termos do Anexo VIII.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 27 – Em decorrência da transformação das gratificações vo as decorrentes de adicional por tempo de serviço adquirido até a
a que se refere o art. 26, o quantitativo das GTEDPs da Defensoria data da promulgação da Emenda à Constituição da República nº 19,
Pública é o constante no item IX.3 do Anexo IX desta lei. de 1998, de gratificação natalina e de adicional de férias.
Art. 28 – São atribuições das GTEDPs o desempenho de ativida- § 2º – O servidor ou empregado público requisitado de outro
des estratégicas em áreas consideradas de elevada complexidade Poder ou da administração direta e indireta do Poder Executivo, ou
ou com relevante contribuição para o órgão. ainda de órgão ou entidade de outra esfera da Federação, que seja
§ 1º – A jornada de trabalho das GTEDPs é de quarenta horas nomeado para o exercício de cargo de provimento em comissão e
semanais. assessoramento no âmbito da Defensoria Pública, perceberá, salvo
§ 2º – As GTEDPs serão atribuídas por ato do Defensor Público- opção em contrário, a remuneração de seu cargo efetivo, emprego
-Geral e terão sua identificação fixada em resolução. ou função pública, acrescida de 50% (cinquenta por cento) do ven-
§ 3º – A GTEDP será paga cumulativamente com vencimento cimento do cargo de provimento em comissão, observado o limite
do cargo de provimento em comissão ocupado pelo servidor, consi- definido como teto remuneratório da carreira a que pertença e res-
derados os níveis e os valores estabelecidos no Anexo VIII, e não se peitado o disposto no § 1º deste artigo.
incorporará, para qualquer efeito, à remuneração do servidor nem
constituirá base para o cálculo de qualquer vantagem remunerató- CAPÍTULO V
ria, salvo a decorrente de adicional por tempo de serviço adquirido DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
até a data da promulgação da Emenda à Constituição da República
nº 19, de 1998, de gratificação natalina e de adicional de férias. Art. 33 – Os cargos das carreiras de Assistente Administrativo
Art. 29 – O Defensor Público-Geral poderá promover a altera- da Defensoria Pública e Gestor da Defensoria Pública, previstos na
ção do quantitativo e da distribuição dos CADs, das FGDPs e das Lei nº 15.301, de 10 de agosto de 2004, ficam transformados, res-
GTEDPs. pectivamente, em 275 cargos de Técnico da Defensoria Pública e
§ 1º – Para fins das alterações previstas no caput serão obser- em 122 cargos de Analista da Defensoria Pública.
vados: Art. 34 – O tempo de serviço e os graus de escolaridade serão
I – o quantitativo de CADs-unitários, FGDPs-unitários e GTEDPs- considerados, nos sistemas de pontuação previstos nos Anexos IV e
-unitários atribuídos no Anexo IX; V, para posicionamento nos cargos das carreiras instituídas por esta
II – a não incidência de impacto financeiro; lei, observada a tabela de correlação do Anexo XIII.
III – a diferença de pelo menos um nível em relação àquele em § 1º – No posicionamento a que se refere o caput, serão con-
que estiver posicionado o cargo de direção ou assessoramento a sideradas as avaliações de desempenho anteriores a esta lei como
que se subordinarem; satisfatórias.
IV – as unidades de valor adotadas como referência para os § 2º – Caso não tenha havido avaliação de desempenho em
CADS, as FGDPs e as GTEDPs, constantes dos Anexos VI, VII e VIII, determinado período, o servidor será considerado como avaliado
respectivamente. satisfatoriamente.
§ 2º – A alteração de que trata o caput será formalizada em § 3º – O posicionamento dos servidores aposentados com di-
resolução, conforme diretrizes estabelecidas em regulamento. reito à paridade será feito de acordo com a tabela de vencimentos
correspondente à jornada e ao vencimento praticados à época da
CAPÍTULO IV aposentação, na forma do Anexo III.
DA REMUNERAÇÃO § 4º – O Defensor Público-Geral estabelecerá por resolução as
regras para o reposicionamento do servidor em cada situação, ob-
Art. 30 – A remuneração dos cargos de provimento efetivo da servado o disposto nesta lei.
Defensoria Pública fica constituída pelo vencimento básico corres- § 5º – Além do tempo de serviço e do grau de escolaridade, no
pondente à respectiva classe e padrão, podendo ser acrescida das posicionamento a que se refere o caput, serão observados também
eventuais espécies remuneratórias estabelecidas em lei. os valores vigentes em 1º de janeiro de 2017 das tabelas de venci-
Art. 31 – As tabelas de vencimentos básicos são as previstas no mento constantes no item I.2 do Anexo I da Lei nº 15.961, de 30 de
Anexo III desta lei. dezembro de 2005.
Parágrafo único – Será devido a todos os servidores ativos au- Art. 35 – Os cargos da carreira de Auxiliar Administrativo da
xílio-alimentação, a ser implementado por resolução do Defensor Defensoria Pública, previstos na Lei nº 15.301, de 2004, ficam trans-
Público-Geral, observada deliberação do Conselho Superior da De- formados em 17 cargos de Agente da Defensoria Pública, que fica
fensoria Pública. instituída na forma da Tabela 2 dos Anexos I e II desta lei, ressalva-
Art. 32 – O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo, dos os cargos vagos, que serão extintos.
membro da Defensoria Pública ou detentor de função pública no- Art. 36 – Não haverá concurso para provimento dos cargos da
meado ou designado para o exercício de cargo de provimento em carreira de Agente da Defensoria Pública, cujos cargos serão extin-
comissão poderá optar: tos com a vacância.
I – pelo vencimento do cargo de provimento em comissão; Art. 37 – Os servidores da Defensoria Pública titulares de cargo
II – pela remuneração de seu cargo de provimento efetivo ou efetivo, detentores de função pública e aposentados com direito à
função pública ou subsídio do membro acrescida de 50% (cinquenta paridade, abrangidos pelos arts. 34 a 38 da Lei nº 15.301, de 2004,
por cento) do vencimento do cargo de provimento em comissão. e pela Emenda à Constituição nº 49, de 13 de junho de 2001, serão
§ 1º – A parcela de 50% (cinquenta por cento) a que se refere enquadrados conforme estabelecido nos arts. 1º, 33, 34 e 35, e nos
o inciso II do caput não se incorporará à remuneração do servidor termos da tabela de correlação constante no Anexo XIII e da tabela
nem servirá de base para o cálculo de qualquer outra vantagem, sal- de vencimentos constante no Anexo III desta lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 38 – A jornada do servidor das carreiras de apoio adminis- III – o item IV.2.20 do Anexo IV da Lei Delegada nº 174, de 2007.
trativo e serviços auxiliares da Defensoria Pública será de quarenta Art. 47 – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, pro-
horas semanais, ressalvada a carga horária estabelecida em normas duzindo efeitos relativamente aos incisos I e II do art. 46 a partir da
específicas para determinadas categorias funcionais. data de publicação do ato de reposicionamento a que se refere o
§ 1º – Fica assegurado aos ocupantes dos cargos previstos da art. 43.
Lei nº 15.301, de 2004, transformados nos cargos das carreiras ins-
tituídas por esta lei, o direito de opção pela jornada de trinta ou Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, aos 27 de dezembro de
quarenta horas semanais, observadas as tabelas do Anexo III. 2017; 229º da Inconfidência Mineira e 196º da Independência do
§ 2º – A opção de que trata o § 1º será manifestada em requeri- Brasil.
mento dirigido ao Defensor Público-Geral, no prazo decadencial de
sessenta dias contados da data da publicação desta lei, a partir do Prezado Candidato, devido à extensão dos Anexos, eles estão dispo-
qual, silente o servidor, será observada a tabela prevista no Anexo níveis no link a seguir: https://www.almg.gov.br/legislacao-mineira/
III correspondente à jornada praticada pelo servidor na data da en- texto/LEI/22790/2017/?cons=1
trada em vigor desta lei. DELIBERAÇÃO Nº 110, DE 11/11/2019, DISPÕE SOBRE O DE-
Art. 39 – Ao servidor poderá ser concedida, mediante autori- TALHAMENTO DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS DE APOIO
zação do Defensor Público-Geral, licença em caráter especial para ADMINISTRATIVO, DOS SERVIÇOS AUXILIARES E DOS ÓR-
exercício de cargo em diretoria de entidade associativa representa- GÃOS AUXILIARES DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO,
tiva dos servidores da Defensoria Pública. DE QUE TRATA O ART. 6O, IV E V, DA LEI COMPLEMEN-
Art. 40 – A critério do Defensor Público-Geral ou de quem ele TAR ESTADUAL NO 65, DE 16 DE JANEIRO DE 2003.
delegar, poderão ser abonadas faltas justificadas ao serviço, de até
três dias por semestre, na forma do regulamento interno.
Art. 41 – Os quantitativos de cargos efetivos previstos nesta lei
não são vinculados às localidades de nomeação ou de lotação do
DELIBERAÇÃO Nº 110, DE 11/11/2019
servidor e podem ser livremente remanejados conforme a necessi-
dade de serviço, por ato motivado do Defensor Público-Geral.
Dispõe sobre o detalhamento das atribuições dos órgãos de
Art. 42 – Aplicam-se subsidiariamente aos servidores de que
apoio administrativo, dos serviços auxiliares e dos órgãos auxiliares
trata esta lei o disposto na Lei nº 869, de 5 de julho de 1952, o Es-
da Defensoria Pública do Estado, de que trata o art. 6º, IV e
tatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, e
V, da Lei Complementar Estadual nº 65, de 16 de janeiro de
na legislação estadual pertinente, no que couber.
2003.
Art. 43 – A Defensoria Pública tem até o dia 31 de dezembro
de 2018 para se adequar às disposições contidas nesta lei e para
O Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado de Minas
formalizar o posicionamento previsto nos arts. 34 e 37, sujeito à
Gerais, no uso da atribuição que lhe confere o art. 102, da Lei Com-
disponibilidade orçamentária.
plementar Federal nº 80/94 e o art. 28, da Lei Complementar Esta-
§ 1º – A percepção da remuneração correspondente ao posi-
dual nº 65/2003, e tendo em vista a necessidade de estabelecer o
cionamento previsto no art. 34 somente se dará após a formaliza-
detalhamento das atribuições básicas dos órgãos de apoio adminis-
ção do posicionamento, nos termos do caput.
trativo, dos serviços auxiliares e dos órgãos auxiliares da Defensoria
§ 2º – A Defensoria Pública-Geral publicará no Diário Oficial,
Pública do Estado de Minas Gerais, previstos no art. 6º, IV e V, da Lei
após o prazo a que se refere o caput, lista nominal dos servidores
Complementar Estadual n. 65/2003, Delibera:
reposicionados, consignando, além da identificação do servidor por
nome e matrícula, cargo transformado e cargo atual e sua codifica-
CAPÍTULO I
ção.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 44 – É vedado o exercício da advocacia por servidor da De-
fensoria Pública, ainda que investido exclusivamente em cargo em
Art. 1º A organização da Defensoria Pública do Estado de Mi-
comissão ou função de confiança.
nas Gerais - DPMG, a estrutura e as atribuições dos seus órgãos de
Art. 45 – Os incisos II e III do § 1º do art. 9º da Lei nº 15.301, de
apoio administrativo, serviços auxiliares e órgãos auxiliares regem-
2004, passam a vigorar com a seguinte redação:
se pela Lei Complementar n º 65, de 16 de janeiro de 2003, pela Lei
“Art. 9º – (...)
Estadual n. 22.790/17 e por esta Deliberação.
§ 1º – (…)
II – intermediário, para ingresso no nível I das carreiras de As-
CAPÍTULO II
sistente Executivo de Defesa Social, Técnico Assistente da Polícia
DA ESTRUTURA ORGÂNICA
Civil e Assistente Administrativo da Polícia Militar;
III – superior, para ingresso no nível I das carreiras de Analista
Art. 2º A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais tem a
Executivo de Defesa Social, Analista da Polícia Civil, Analista de Ges-
seguinte estrutura orgânica: I - órgãos da administração superior:
tão da Polícia Militar e Especialista em Educação Básica da Polícia
a)Defensoria Pública-Geral;
Militar;”.
b)Subdefensoria Pública-Geral;
Art. 46 – Ficam revogados os seguintes dispositivos:
c)Conselho Superior da Defensoria Pública;
I – os incisos XIV, XV e XVI do art. 1º, o inciso IV do art. 3º, o
d)Corregedoria-Geral da Defensoria Pública; II - órgãos de atu-
inciso IV do art. 7º, o item I.4 do Anexo I e o item III.4 do Anexo III
ação:
da Lei nº 15.301, de 2004;
a)Defensorias Públicas do Estado nas Comarcas:
II – o item I.2 do Anexo I da Lei nº 15.961, de 2005;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b)Núcleos da Defensoria Pública do Estado; V- subsidiar o Defensor Público-Geral e o Subdefensor Públi-


c)Coordenadorias Regionais de Defensoria Pública do Estado, co-Geral com informações necessárias para reuniões, conferências,
em número de quinze; III - órgãos de execução, os Defensores Pú- palestras e entrevistas à imprensa;
blicos; VI- preparar relatórios e atas solicitadas pelo Defensor Público-
IV - órgãos de apoio administrativo e serviços auxiliares: -Geral e pelo Subdefensor Público-Geral;
a)Gabinete; VII- efetuar atendimentos por delegação do Defensor Público-
b)Centro de Desenvolvimento Institucional; -Geral;
c)Coordenadoria de Projetos e Convênios; VIII- encaminhar providências solicitadas e acompanhar sua
d)Coordenadoria de Estágio e Serviço Voluntário; execução e atendimento; IX - deliberar sobre as questões adminis-
e)Coordenadorias Regionais; trativas que afetem o Gabinete diretamente;
f)Assessoria Jurídica; X - exercer outras atividades correlatas, estabelecidas ou dele-
g)Assessoria de Comunicação e Cerimonial; gadas em Resolução pelo Defensor Público-Geral.
h)Assessoria de Administração Estratégica e Inovação;
i)Auditoria Interna; SEÇÃO II
j)Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças: DO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
1 - Diretoria de Planejamento, Orçamento e Modernização Ad-
ministrativa; 2 - Diretoria de Finanças, Pagamento e Contabilidade; Art. 4º O Centro de Desenvolvimento Institucional - CDI é órgão
k)Superintendência de Recursos Logísticos e Infraestrutura: de apoio da Defensoria Pública- Geral, composto por um Coordena-
dor, designado pelo Defensor Público-Geral, pelos serviços auxilia-
1 - Diretoria de Transportes, Serviços Gerais e Infraestrutura; res e pelas Câmaras de Estudo, competindo-lhe:
2 - Diretoria de Compras e Contratos; I- estimular a integração e o intercâmbio entre Defensores Pú-
3 - Diretoria de Patrimônio e Almoxarifado; blicos que atuem na mesma área de atividade e que tenham atri-
l)Superintendência de Gestão de Pessoas e Saúde Ocupacional: buições comuns;
1- Diretoria de Pagamentos; II- remeter informações técnico-jurídicas aos órgãos ligados às
2- Diretoria de Desenvolvimento do Servidor e Saúde Ocupa- atividades do centro;
cional; 3 - Diretoria de Direitos, Vantagens e Aposentadoria; III- estabelecer intercâmbio permanente com órgãos públicos
m)Superintendência de Tecnologia da Informação: ou entidades públicas ou privadas; IV - sistematizar as ações dos
1 - Diretoria de Desenvolvimento de Sistemas e Projetos; 2 - Defensores Públicos, bem como integrar e uniformizar sua atuação;
Diretoria de Suporte e Administração de Rede; V - auxiliar na elaboração e execução de projetos e convênios de
3 - Diretoria de Informação e Dados; V - Órgãos auxiliares: interesse institucional da Defensoria Pública;
a)Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública; VI- promover e coordenar a atuação de Defensoria Pública pe-
b)Escola Superior da Defensoria Pública; rante os sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos;
c)Centro de Assistência Pericial e Multidisciplinar. VII- prestar auxílio técnico-operacional ao cumprimento das fi-
Parágrafo único. A organização da Defensoria Pública terá nalidades institucionais;
como diretriz a descentralização e sua atuação incluirá atendimento VIII- exercer outras funções compatíveis com suas competên-
interdisciplinar, bem como a tutela dos direitos individuais, difusos, cias previstas em lei e atribuídas por Resolução do Defensor Públi-
coletivos e individuais homogêneos. co-Geral.

CAPÍTULO III Art. 5º São oito as Câmaras de Estudos da Defensoria Pública


DAS FINALIDADES E DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS DE do Estado de Minas Gerais: I - Câmara de Estudos Criminais e Pro-
APOIO ADMINISTRATIVO E SERVIÇOS AUXILIARES cessual Penal;
II - Câmara de Estudos Cíveis, Processual Civil e de Direito Públi-
SEÇÃO I co; III - Câmara de Estudos de Tutela das Famílias;
DO GABINETE IV- Câmara de Estudos Institucionais;
V- Câmara de Estudos de Direitos Humanos e de Tutela Coleti-
Art. 3º. O Gabinete é órgão de apoio da Defensoria Pública- va; VI - Câmara de Estudos da Infância e Juventude;
-Geral e da Subdefensoria Pública- Geral, composto pela Chefia de VII- Câmara de Estudos de Execução penal.
Gabinete, serviços auxiliares necessários, e por Defensores Públicos VIII- Câmara de Estudos de Métodos Adequados da Solução de
designados pelo Defensor Público-Geral para as Assessorias, e tem Conflitos e Atuação Extrajudicial.
por finalidade prestar assessoramento direto ao Defensor Público- Parágrafo único. A Câmara de Estudos de Tutela das Famílias
-Geral e ao Subdefensor Público-Geral, competindo- lhe, ainda: abrange a atuação no âmbito da violência doméstica e da defesa
I- auxiliar o Defensor Público-Geral e o Subdefensor Público- do idoso.
-Geral no exame, encaminhamento e solução de assuntos políticos Art. 5º. São nove as Câmaras de Estudos: (Alterado pela Delibe-
e administrativos; ração nº 160/2021, de 27/01/2021) I- Câmara de Estudos
II- supervisionar o desenvolvimento das atividades de comu- Criminais e Processual Penal; (Alterado pela Deliberação nº
nicação social e relações públicas; III - auxiliar na coordenação das 160/2021, de 27/01/2021)
unidades da DPMG; II-Câmara de Estudos Cíveis, Processual Civil e de Direito Públi-
IV- providenciar e coordenar as atividades de representação co; (Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021)
político-social de interesse da Defensoria; III-Câmara de Estudos de Tutela das Famílias; (Alterado pela De-
liberação nº 160/2021, de 27/01/2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV-Câmara de Estudos Institucionais e Estudos de Controle de § 3º Os membros das Câmaras, durante o exercício do manda-
Constitucionalidade; (Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de to, somente poderão ser destituídos da função por decisão motiva-
27/01/2021) IV - Câmara de Estudos Institucionais e Estudos de da do Defensor Público-Geral, precedida da deliberação da maioria
Controle de Constitucionalidade e Convencionalidade; (Alterado dos membros do Conselho Superior da Defensoria Pública.
pela Deliberação nº 253/2022, de 23/06/2022) § 4º O Coordenador de cada Câmara de Estudos será escolhido
V-Câmara de Estudos de Direitos Humanos e de Tutela Coletiva; pela maioria dos votos dos membros do Conselho Superior e, em
(Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) caso de empate, aplica-se o critério previsto na Lei Complemen-
VI-Câmara de Estudos da Infância e Juventude; (Alterado pela tar n. 65/2003, em seu artigo 62. (Alterado pela Deliberação nº
Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) 160/2021, de 27/01/2021)
VII-Câmara de Estudos de Execução Penal; (Alterado pela Deli- §5° No caso do §1°, caso não haja inscritos, o Defensor Pú-
beração nº 160/2021, de 27/01/2021) blico-Geral indicará os membros, preferencialmente aqueles com
VIII-Câmara de Estudos de Métodos Adequados da Solução atuação na 2ª Instância, que deverão ser aprovados pelo Conselho
de Conflitos e Atuação Extrajudicial; (Alterado pela Deliberação nº Superior.
160/2021, de 27/01/2021) §6º Em caso de vacância das vagas preenchidas por indicação
IX-Câmara de Estudos de Igualdade Étnico-Racial, de Gênero e do Conselho Superior, será convocado o primeiro suplente e, em
de Diversidade Sexual. (Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de seguida o segundo, que exercerão as atividades correlatas ao cargo
27/01/2021) pelo tempo que restar do mandato do titular substituído. (Incluído
Parágrafo único. A Câmara de Estudos de Tutela das Famílias pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021).
abrange a atuação no âmbito da defesa do idoso, enquanto a Câ- Art. 8º O Defensor Público-Geral publicará ato de abertura de
mara de Estudos de Igualdade Étnico-Racial, de Gênero e de Diver- inscrições para todos os Defensores Públicos do Estado interessa-
sidade Sexual abrange a atuação no âmbito da violência doméstica. dos em participar das Câmaras de Estudos, regulamentando o pro-
(Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) cedimento em ato próprio.
Art. 6º Compete às Câmaras de Estudos: Art. 9° Os interessados em participar das Câmaras de Estudos
I- compilar e remeter aos Defensores Públicos informações téc- deverão se inscrever junto ao Conselho Superior, indicando no res-
nico-jurídicas, por meio de boletins informativos periódicos; pectivo pedido a Câmara desejada (Alterado pela Deliberação nº
II- discutir teses institucionais e estabelecer estratégias de atu- 160/2021, de 27/01/2021).
ação; § 1º Caso o interessado se inscreva para mais de uma Câmara,
III- acompanhar propostas de elaboração, revisão e atualização deverá indicar a ordem de preferência.
legislativa em áreas jurídicas atinentes às Câmaras; § 2º Somente será admitido o exercício em uma Câmara de Es-
IV- subsidiar a Administração Superior, inclusive nas comissões tudos.
temáticas do CONDEGE; V - subsidiar o Conselho Superior na nor- § 3º A escolha dos membros das Câmaras de Estudos levará em
matização interna; conta a experiência do candidato no tema afeto à Câmara.
VI- promover e incentivar o intercâmbio permanente entre os § 4º Em caso de empate, será utilizado o critério previsto na Lei
Defensores Públicos, objetivando o aprimoramento das atribuições Complementar n. 65/2003, em seu artigo 62.
institucionais e a uniformidade dos entendimentos e de teses jurí- Art. 10. O mandato dos integrantes das Câmaras de Estudos
dicas, inclusive com a elaboração de enunciados; será de dois anos, permitida uma recondução.
VII- encaminhar ao Coordenador Geral relatórios periódicos de § 1º No caso de vacância de integrantes indicados pelo Conse-
suas atividades, na forma do regimento interno; lho Superior, e não havendo suplentes, o Coordenador Geral postu-
VIII- desempenhar outras atribuições compatíveis com sua lará ao Defensor Público-Geral a publicação de ato de abertura de
competência, desde que vinculadas à temática da respectiva Câma- inscrição de Defensores interessados em ocupar a vaga, devendo o
ra de Estudos. escolhido cumprir um novo mandato. (Alterado pela Deliberação nº
Art. 7º As Câmaras de Estudos são vinculadas administrativa- 160/2021, de 27/01/2021)
mente à Coordenação do CDI e serão compostas, cada uma, por cin- § 2º Havendo a vacância dos membros referidos nos incisos II
co Defensores Públicos titulares e por dois suplentes, que estejam e III, do art. 7º, o Coordenador Geral requererá nova indicação para
em exercício, um dos quais será o coordenador, indicados da seguin- recomposição da respectiva Câmara, devendo o escolhido cumprir
te forma: (Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) um novo mandato. (Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de
I- três titulares e dois suplentes, indicados pelo Conselho Supe- 27/01/2021)
rior; (Alterado pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) Art. 11. O Regimento Interno das Câmaras de Estudos será ela-
II- um titular indicado pelo Defensor Público-Geral; (Alterado borado pelos seus membros, sob a supervisão do Coordenador do
pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) CDI, com seu encaminhamento ao Conselho Superior para aprova-
III- um titular indicado pelo Corregedor-Geral. (Alterado pela ção.
Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) Art. 12. A Defensoria Pública Geral deverá disponibilizar espaço
§1º No caso do inciso I, havendo inscritos titulares de Defenso- próprio na intranet para a divulgação dos trabalhos realizados.
ria de 2ª Instância, o Conselho Superior deverá indicar, pelo menos, Art. 13. Os membros das Câmaras de Estudos terão o apoio ad-
um deles para compor cada uma das Câmaras de Estudos. (Alterado ministrativo da Administração Superior para a consecução de seus
pela Deliberação nº 160/2021, de 27/01/2021) objetivos.
§ 2º Os membros das Câmaras de que trata o presente artigo
serão designados, sem prejuízo de suas atribuições, por ato do De-
fensor Público-Geral.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO III § 2º Consideram-se projetos estratégicos aqueles que impor-


DA COORDENADORIA DE PROJETOS E CONVÊNIOS tem em significativa abrangência no estado de Minas Gerais e, por-
tanto, com grande benefício social e institucional, assim definidos
Art. 14. A Coordenadoria de Projetos e Convênios da Defenso- pela carteira de projetos da Defensoria Pública, cuja metodologia
ria Pública do Estado de Minas Gerais – CooProC é órgão de apoio deve primar pela padronização e sua gerência dar-se-á pela coor-
técnico-administrativo vinculado à Subdefensoria Pública- Geral, denação da CooProC, salvo em casos em que houver indicação da
composto pelo Coordenador e pessoal administrativo necessário Defensoria Pública Geral.
ao desempenho de suas atribuições, competindo-lhe: § 3º O gerenciamento da carteira de projetos dar-se-á por meio
I- identificar as políticas e os órgãos financiadores de progra- de metodologia e sistemas de informação coordenados pela Coo-
mas ou projetos que se inscrevam ou interessem ao âmbito de atu- ProC, devendo-se realizar reuniões de compatibilização e acompa-
ação da Defensoria Pública; nhamento da execução, em periodicidade a ser definida pela Coo-
II- inteirar-se das condições e requisitos de ordem legal, formal ProC.
e técnica com vistas ao acolhimento e exame de projetos pelos ór- § 4º O resultado das reuniões deverá ser apresentado à Subde-
gãos financiadores; fensoria Pública-Geral por meio de relatório.
III- divulgar as oportunidades de financiamento de programas e
projetos junto ao público interno da Defensoria Pública; Art. 16. Resolução da Defensoria Pública-Geral poderá regula-
IV- prestar auxílio aos órgãos da Defensoria Pública na forma- mentar metodologia de gerenciamento de projetos, bem como a
tação de programas ou projetos, com vistas a adequá-los às exigên- gerência e gestão dos projetos no âmbito da CooProC.
cias e requisitos dos órgãos financiadores;
V- prestar auxílio técnico e apoio aos órgãos da Defensoria Pú- SEÇÃO IV
blica em negociações e entendimentos com os órgãos financiado- DA COORDENADORIA DE ESTÁGIO E SERVIÇO VOLUNTÁRIO
res, cabendo à Administração Superior as tratativas políticas;
VI- zelar pelo cumprimento do objeto dos convênios e das exi- Art. 17. A Coordenadoria de Estágio e Serviço Voluntário da De-
gências de controle e prestação de contas dos programas e proje- fensoria Pública do Estado de Minas Gerais – CESV é órgão de apoio
tos, estipuladas pelos órgãos financiadores; técnico-administrativo vinculado à Subdefensoria Pública-Geral,
VII- instrumentalizar os termos de convênio que forem identi- composto pela Coordenação e pessoal administrativo necessário ao
ficados, pela Defensoria Geral, como de interesse da DPMG, bem desempenho de suas atribuições, competindo-lhe, ainda: (Alterado
como pela sua publicidade; pela Deliberação nº 264/2022)
VIII- solicitar à Subdefensoria Pública-Geral disponibilização or- I- examinar, registrar, classificar e processar dados e documen-
çamentária para firmar convênios que exigem contrapartida; tos relativos aos estagiários e voluntários da DPMG, organizando e
IX- instrumentalizar termos de cooperação técnica com entida- mantendo atualizado o cadastro funcional;
des públicas e privadas que importem em benefícios institucionais; II- executar e avaliar programas de acompanhamento e avalia-
X- manter a guarda dos termos de convênio e cooperação téc- ção de desempenho dos estagiários; III - coordenar e executar o
nica firmados e dar a sua devida divulgação; pagamento dos estagiários da DPMG;
XI- coordenar a execução do Plano Geral de Atuação; XII - exer- IV - processar expedientes relacionados com folhas de paga-
cer outras atribuições correlatas. mento, controle de lotação, frequência, inscrição de pessoal e con-
Art. 15. A Coordenação de Projetos e Convênio também possui trole da jornada de trabalho dos estagiários e voluntários; V - pro-
a função de Escritório de Projetos da Defensoria Pública, compe- mover o levantamento da necessidade de estagiário;
tindo-lhe: VI- executar atividades de desenvolvimento e aperfeiçoamento
I- gerenciar o portfólio de projetos da DPMG, consolidando in- dos estagiários;
formações sobre o respectivo desempenho; VII- subsidiar as autoridades competentes no processo de pro-
II- zelar pela padronização, pela regulamentação e pelo apri- vimento das vagas de estágio, por meio de identificação e seleção
moramento da gestão de projetos na DPMG; na forma de Deliberação específica;
III- propor a regulamentação e constante atualização da gestão VIII- comunicar qualquer irregularidade cometida por estagiá-
de projetos; rio, para providências cabíveis; IX - propor e coordenar os convênios
IV- promover treinamento relativo à Metodologia de Gerencia- para programas de estágio;
mento de Projetos (MGP); X - avaliar, opinar e propor alteração de lotação de estagiário
V- promover a captação, a geração, o registro, a preservação e segundo demanda da DPMG; XI - exercer outras atribuições corre-
a disseminação de lições aprendidas e melhores práticas em geren- latas.
ciamento de projetos; Art. 18. Compete à CESV a coordenação e execução dos Progra-
- promover o intercâmbio de ideias entre os vários órgãos de mas de Estágio e de Serviço Voluntário da Defensoria Pública do Es-
execução do Estado de Minas Gerais, incentivando boas práticas tado de Minas Gerais, conforme processo seletivo e demais regras
VII- prestar assessoramento técnico na área de gestão de proje- dispostas em Deliberação específica.
tos às demais unidades da DPMG e setores administrativos;
VIII- zelar pela divulgação do banco de projetos/ações/progra-
mas da DPMG.
§ 1º Considera-se projeto, para fins desta Deliberação, a sequ-
ência de atividades temporárias que têm o objetivo de fornecer um
produto, segundo a carteira de projetos da DPMG, fixado em seu
planejamento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO V XIII- remeter, semestralmente, ao Defensor Público Geral e ao


DAS COORDENADORIAS REGIONAIS Corregedor-Geral relatório das atividades desenvolvidas em sua
área de competência;
Art. 19. As Coordenadorias Regionais são órgãos de apoio às XIV- criar e manter atualizado o banco de dados da Coorde-
atividades das Defensorias Públicas em âmbito regional e agrupam nadoria Regional, composto pelo relatório mensal das atividades
Defensorias Públicas nas Comarcas por regiões ou por órgãos de desempenhadas e dos planos de metas elaborados;
atuação, na forma do Anexo desta Deliberação. XV- divulgar, por comunicado interno, as informações constan-
§ 1º As Coordenadorias Regionais são compostas por um De- tes nesse banco de dados aos diversos setores da Administração,
fensor Público, que exercerá a função de Coordenador Regional da observada a pertinência temática;
Defensoria Pública, e pelos serviços auxiliares que se fizerem ne- XVI- encaminhar à Subdefensoria Pública Geral sugestões para
cessários. a elaboração do Plano Geral da Atuação da Defensoria Pública;
§ 2º A sede de cada Coordenadoria Regional será fixada no ato XVII- atuar como auxiliar da Corregedoria-Geral, em inspeção
de designação do respectivo Coordenador Regional pelo Defensor e correição das atividades dos membros da Defensoria Pública e
Público-Geral. dos órgãos de atuação, necessárias no âmbito de sua região; XVIII -
Art. 20. Os Coordenadores Regionais da Defensoria Pública auxiliar as Comissões de Acompanhamento e Avaliação de Estágio
serão designados livremente pelo Defensor Público Geral, dentre Probatório no desempenho de suas finalidades, devendo informar
os Defensores Públicos em atividade, para prestar auxílio direto e ao Corregedor Geral qualquer fato que possa influenciar na análise
imediato à Administração, atuando no âmbito de suas respectivas dos requisitos previstos no § 1º do artigo 51 da Lei Complementar
regiões. nº. 65/03; XIX - exercer atribuições que lhe forem delegadas pelos
Art. 21. Ao Coordenador Regional compete: órgãos da Administração Superior.
I- representar o Defensor Público Geral do Estado, sempre que § 1º A função de Coordenador Regional poderá ser exercida
designado; exclusivamente ou sem prejuízo das atribuições legais do cargo de
II- prestar apoio às Defensorias Públicas de sua área de atuação Defensor Público, conforme dispuser o ato de designação.
em negociações e entendimentos de natureza política e institucio- § 2º A função de Coordenador Regional poderá ser exercida
nal, em âmbito regional; cumulativamente com a de Coordenador Local, na comarca sede
III- visitar os órgãos de atuação de sua região, periodicamente, da respectiva Coordenadoria Regional, conforme dispuser o ato de
apresentando relatório circunstanciado das atividades desenvolvi- designação.
das ao Defensor Público Geral, com a indicação das medidas adota- Art. 22. O mesmo Defensor Público poderá cumular duas ou
das e sugestões pertinentes; mais Coordenadorias Regionais, a critério do Defensor Público Ge-
IV- promover reuniões periódicas com os Coordenadores Lo- ral.
cais, de comparecimento obrigatório, salvo motivo justificado, para Art. 23. As atribuições do Coordenador Local direcionadas para
atividades de planejamento, avaliação e proposição de medidas a Administração Superior da Defensoria Pública serão dirigidas para
destinadas ao aperfeiçoamento administrativo da Defensoria, la- o respectivo Coordenador Regional.
vrando-se a respectiva ata; Art. 24. O Defensor Público designado para a função de Coor-
V- promover, periodicamente, reuniões de trabalho com os denador Regional fará jus à função gratificada FGDP-7 de que trata
Defensores Públicos atuantes na sua Coordenadoria Regional, de o parágrafo 2º do art. 22 da Lei Estadual n. 22.790/2017.
comparecimento obrigatório, salvo motivo justificado, presidindo-
as, na ausência do Defensor Público Geral ou por delegação deste, SEÇÃO VI
lavrando-se a respectiva ata. VI - organizar, mediante autorização DA ASSESSORIA JURÍDICA
do Defensor Público Geral, serviços de apoio técnico e administra-
tivo em âmbito regional, quando assim o indicarem necessidades e Art. 25. Assessoria Jurídica é órgão de apoio técnico-adminis-
conveniências de desconcentração de atividades; trativo vinculado à Defensoria Pública-Geral, composto por Asses-
VII- sugerir medidas de organização, racionalização e de incre- sores Jurídicos designados pelo Defensor Público-Geral, podendo
mento da produtividade das Defensorias Públicas circunscritas a ser designado Coordenador entre seus membros, e tem por fina-
sua área de atuação; lidade prestar assessoramento jurídico ao Defensor Público-Geral,
VIII- verificar a adequação dos recursos humanos, materiais e competindo-lhe, ainda:
físicos das Defensorias Públicas circunscritas a sua área de atuação I- prestar assessoria e consultoria jurídicas ao Defensor Públi-
e propor medidas corretivas, quando for o caso; co-Geral no desempenho de suas atribuições legais;
IX- sugerir eventuais alterações na escala de férias dos Defen- II- coordenar as atividades de natureza jurídica, no âmbito dos
sores Públicos, para atender às necessidades de sua região, bem expedientes administrativos; III - interpretar os atos normativos a
como se manifestar sobre outros pedidos de afastamento; serem cumpridos pelo Defensor Público-Geral;
X- remeter ao Gabinete, até o dia 10 de cada mês, a proposta IV - elaborar estudos e preparar informações por solicitação do
de designação de Defensores Públicos vinculados à sua Coordena- Defensor Público-Geral; V - realizar o exame prévio de:
ção, para substituição e/ou plantão, referente ao mês subsequente, a)minutas de editais de licitação, contratos, acordos, convê-
para devida apreciação; nios, ajustes ou instrumentos congêneres a serem celebrados pela
XI- buscar o aperfeiçoamento das condições de trabalho dos Defensoria Pública;
Defensores Públicos e das instalações dos órgãos de atuação; b)ato pelo qual se reconhece a inexigibilidade ou se decide pela
XII- manifestar-se nos expedientes administrativos referentes à dispensa ou retardamento de processo de licitação;
sua Coordenação;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI- subsidiar o Defensor Público-Geral nas decisões relativas necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por finalida-
aos processos de aquisição de bens e contratação serviços, de for- de promover e executar ações administrativas estratégicas, compe-
ma a atender ao ordenamento jurídico e às premissas básicas esta- tindo-lhe, ainda:
belecidas pela DPMG; I- assessorar a Defensoria Pública-Geral e a Subdefensoria Pú-
VII- acompanhar as mudanças na legislação e jurisprudência, blica-Geral na determinação de políticas e gerenciamento dos pro-
com vistas a orientar o Defensor Público-Geral e equipes, quando jetos estratégicos da instituição;
por ele determinado, quanto a implicações na aquisição de bens e II- auxiliar na execução do Planejamento Estratégico vigente,
contratação de serviços pela DPMG; bem como de sua revisão, se necessário;
VIII- auxiliar o pregoeiro, a Comissão Permanente de Licitação
e outras comissões envolvidas em processos de licitação, contratos, III- auxiliar na elaboração de minuta do Plano Geral de Atuação,
acordos, convênios, ajustes ou instrumentos congêneres a serem observado o Planejamento Estratégico vigente;
celebrados pela Defensoria Pública, no exame dos aspectos legais; IV- auxiliar na execução do Plano Geral de Atuação;
IX- exercer outras atividades inerentes à sua área de atuação, V- definir os instrumentos de acompanhamento de projetos es-
por determinação do Defensor Público-Geral. tratégicos e calendário de reuniões de monitoramento, atuando de
forma conjunta com a CooProC;
SEÇÃO VII VI- gerenciar, diretamente ou por meio de monitoramento das
DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E CERIMONIAL equipes de projeto designadas, os projetos priorizados pelo Plane-
jamento Estratégico;
Art. 26. A Assessoria de Comunicação e Cerimonial é órgão de VII- articular junto a Administração Superior da Defensoria Pú-
apoio administrativo, vinculado ao Gabinete da Defensoria Pública- blica a implementação do Planejamento Estratégico;
-Geral, composto pelo Coordenador, e pessoal administrativo ne- VIII- dar publicidade às informações sobre o desempenho dos
cessário ao desempenho de suas atribuições e tem por finalidade projetos estratégicos; IX - auxiliar na elaboração de minuta dos Pla-
assistir o Defensor Público- Geral e as unidades administrativas da nejamentos Estratégicos vindouros;
Defensoria Pública nos assuntos de cerimonial, comunicação social, X - promover a difusão de medidas de inovação na gestão pú-
imprensa, publicidade, promoção de eventos, bem como nas ações blica, governança, risco e compliance no âmbito da DPMG, em coo-
de comunicação que utilizam os meios eletrônicos da Rede Mundial peração com a CooProc e a ESDEP;
de Computadores (internet e intranet), competindo-lhe, ainda: Art. 28. A missão, a visão, os valores e as estratégias institucio-
I- assessorar o Defensor Público-Geral e as unidades adminis- nais previstos no Plano Estratégico da Defensoria Pública do Estado
trativas da Defensoria Pública no relacionamento com a imprensa; de Minas Gerais vigente nortearão a gestão de projetos estratégi-
II- assistir o Defensor Público-Geral em seus pronunciamentos cos.
nos meios de comunicação;
III- planejar e coordenar as entrevistas coletivas e atendimen- SEÇÃO IX
tos a solicitações dos órgãos de imprensa; DA AUDITORIA INTERNA
IV- acompanhar, selecionar, analisar e divulgar assuntos de in-
teresse da Defensoria Pública publicados em jornais e revistas; Art. 29. A Auditoria Interna é órgão de apoio técnico-adminis-
V- propor e supervisionar os eventos e promoções para divul- trativo, vinculado à Defensoria Pública-Geral, composto por Audi-
gação das ações da Defensoria Pública; tor, e pessoal administrativo necessário ao desempenho de suas
VI- planejar, coordenar, executar e supervisionar o desenvolvi- atribuições, e tem por finalidade executar, no âmbito da Defensoria
mento da atividade de comunicação social da Defensoria Pública e Pública, as atividades de auditoria interna estabelecidas pelo Siste-
sua implementação; ma Estadual de Auditoria Interna, competindo-lhe, ainda: I - exer-
VII- revisar as publicações produzidas pela Defensoria; cer o controle interno dos atos de despesa em consonância com os
VIII- preparar a resenha diária de notícias de interesse da De- princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
fensoria Pública para edição por clipagem; razoabilidade, eficiência e economicidade;
IX- exercer e coordenar as atividades de ajudância de ordens II- exercer o controle interno orçamentário, financeiro, patri-
e cerimonial da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, em monial, operacional e contábil da Defensoria Pública do Estado de
conjunto com a Assessoria Militar do Gabinete da Defensoria Pú- Minas Gerais;
blica-Geral; III- implementar ações preventivas que assegurem a correta
X- exercer outras atividades correlatas, na forma estabelecida utilização dos recursos públicos e assessorar as unidades no cum-
pela Defensoria Pública-Geral. primento da legislação vigente;
IV- acompanhar a execução dos convênios, contratos e outros
SEÇÃO VIII instrumentos legais firmados com organizações de direito público
DA ASSESSORIA DE ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA ou privado;
E INOVAÇÃO V- analisar e conferir os processos de prestação de contas, emi-
tindo os relatórios pertinentes; VI - atender, após autorizado pela
Art. 27. A Assessoria de Administração Estratégica e Inovação é Defensoria Pública-Geral ou pela Subdefensoria Pública-Geral, às
órgão de apoio administrativo, vinculado à Defensoria Pública-Ge- diligências solicitadas pelos órgãos públicos fiscalizadores e finan-
ral, composto por Defensores Públicos designados para a Assessoria ciadores, e acompanhar o cumprimento das recomendações decor-
do Gabinete da Defensoria Pública-Geral, e pessoal administrativo rentes;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII - acompanhar as instruções e decisões normativas do Tribu- VII- acompanhar e realizar interações junto a órgãos externos,
nal de Contas do Estado de Minas Gerais, avaliando a sua aplicação no tocante à gestão orçamentária e financeira;
no âmbito da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais; VIII - VIII- acompanhar a execução dos contratos e convênios em sua
estimular e orientar as unidades internas, com vistas à eficiência e área de execução, de forma a racionalizar e assegurar a qualidade
economia da gestão dos recursos públicos; do gasto, bem como garantir sua aderência aos objetivos e orça-
IX- manter intercâmbio de dados e conhecimentos técnicos mento disponível na DPMG;
com unidades de controle interno de outros órgãos da Administra- IX- prestar informações relevantes e tempestivas à Defensoria
ção Pública; Pública-Geral e à Subdefensoria Pública-Geral, tendo em vista a
X- auxiliar a Subdefensoria Pública-Geral na elaboração da Polí- eficiência e eficácia na tomada de decisão e alocação dos recursos
tica Institucional de Procedimentos de Controle Interno; públicos à disposição da instituição;
XI- fornecer subsídios para o aperfeiçoamento de normas e de X- elaborar diretrizes internas, propondo resolução ao Defen-
procedimentos que visem a garantir a efetividade das ações e da sor Público-Geral, para confecção da metodologia de apuração e
sistemática de controle interno da DPMG; avaliação das necessidades de recursos pelas demais Superinten-
XII- observar e fazer cumprir, no âmbito de suas atribuições, as dências e Diretorias;
diretrizes das políticas públicas de transparência e de prevenção e XI- avaliar e justificar eventual necessidade de abertura de cré-
combate à corrupção; ditos adicionais;
XII- averiguar a adequabilidade do orçamento da Defensoria
XIII- dar ciência ao Defensor-Geral sobre inconformidade, irre- com a Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei
gularidade ou ilegalidade de que tomar conhecimento, sob pena de de Responsabilidade Fiscal);
responsabilidade pessoal; XIII- sugerir, para designação pelo Defensor Público-Geral, os
XIV- comunicar ao Defensor-Geral sobre a sonegação de in- ordenadores de despesa credenciados para aprovação da aquisição
formações ou a ocorrência de situações que limitem ou impeçam de bens e serviços, bem como para demais pagamentos; XIV - supe-
a execução das atividades de auditoria, no âmbito da DPMG; XV - rintender e coordenar as atividades da Diretoria de Planejamento,
recomendar ao Defensor-Geral a instauração de tomada de contas Orçamento e Modernização Administrativa e da Diretoria de Finan-
especial, como também a abertura de sindicâncias e processos ad- ças, Pagamento e Contabilidade;
ministrativos disciplinares para apuração de responsabilidade; XV - exercer outras atividades correlatas.
XVI- elaborar relatório sobre a avaliação das contas anuais de
exercício financeiro do Defensor Público-Geral, além de relatório e SUBSEÇÃO I
certificado conclusivo das apurações realizadas em autos de toma- DA DIRETORIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E
da de contas especial, nos termos das exigências do TCE-MG; MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
XVII- verificar a regularidade do Relatório de Gestão Fiscal, con-
forme critérios estabelecidos em Lei; Art. 31. A Diretoria de Planejamento, Orçamento e Moder-
XVIII- exercer outras atividades correlatas, na forma estabeleci- nização Administrativa - DPOM é órgão de apoio administrativo,
da pela Defensoria Pública-Geral. vinculada à Superintendência de Planejamento, Gestão e Finan-
ças, composta pelo Diretor e pessoal administrativo necessário ao
SEÇÃO X desempenho de suas atribuições, e tem por finalidade coordenar,
DA SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO, acompanhar e avaliar as atividades relativas ao planejamento glo-
GESTÃO E FINANÇAS bal e ao orçamento da DPMG, competindo-lhe, ainda:
I- coordenar, acompanhar e avaliar a implementação e exe-
Art. 30. A Superintendência de Planejamento, Gestão e Finan- cução de planos, programas e projetos no âmbito da DPMG, bem
ças - SPGF é órgão de apoio administrativo, vinculada à Defensoria como propor sistemas e metodologias para o aprimoramento des-
Pública-Geral, composto pelo Superintendente e pessoal adminis- sas atividades;
trativo necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por II- consolidar os relatórios gerenciais mensais e anuais de ati-
finalidade gerenciar as atividades de administração, planejamento, vidades da DPMG; III - acompanhar e avaliar as atividades de ação
orçamento, modernização, contabilidade e finanças, competindo- gerencial na sua área de atuação;
-lhe, ainda: IV- acompanhar a execução orçamentária e de metas nos sis-
I- coordenar a elaboração do planejamento global da DPMG, temas SIAFI, SIAD, SIGPLAN e demais sistemas de controle estadual
acompanhando e avaliando sua execução, e propor ações que vi- utilizados pela DPMG;
sem assegurar os objetivos e metas estabelecidos; V- elaborar e/ou revisar proposta de alteração da lei de diretri-
II- coordenar a elaboração e/ou aperfeiçoamento da lei de dire- zes orçamentárias (LDO), projeto de lei orçamentária anual (PLOA)
trizes orçamentárias e proposta de lei orçamentária anual; e plano plurianual de ação governamental (PPAG) no âmbito da
III- acompanhar, avaliar e controlar a execução orçamentária e DPMG, por solicitação da Defensoria Pública-Geral ou da Subdefen-
financeira; soria Pública-Geral;
IV- executar e controlar as atividades de administração e apoio VI- promover a solicitação de recursos junto à unidade central
operacional à DPMG; do sistema estadual de planejamento e a desconcentração de re-
V- coordenar, orientar e fiscalizar a execução das atividades cursos orçamentários, para a implantação, manutenção, adequação
financeiras e contábeis das unidades da DPMG, acompanhando e e ampliação dos planos, programas, projetos e atividades da DPMG;
avaliando sua execução; VII- responsabilizar-se pela gestão orçamentária dos fundos
VI- cumprir as orientações normativas do Tribunal de Contas do nos quais a DPMG participa como órgão gestor;
Estado de Minas Gerais pertinentes à DPMG; VIII- exercer outras atividades correlatas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SUBSEÇÃO II à infraestrutura, transporte e serviços gerais, à gestão de material


DA DIRETORIA DE FINANÇAS, PAGAMENTO E CONTABILIDADE e patrimônio, aos transportes e aos serviços gerais da Defensoria,
competindo- lhe, ainda:
Art. 32. A Diretoria de Finanças, Pagamento e Contabilidade - I- articular-se com unidades da DPMG e demais órgãos da ad-
DCF, é órgão de apoio administrativo, vinculada à Superintendência ministração pública, tendo em vista a efetivação dos processos de
de Planejamento, Gestão e Finanças, composta pelo Diretor e pes- prestação de serviços, locação de imóvel, aquisição de material per-
soal administrativo necessário ao desempenho de suas atribuições, manente e de consumo;
e tem por finalidade controlar, orientar e executar as atividades II- apresentar previsão de gastos com justificativa e planilha
relativas aos sistemas financeiro e contábil da DPMG, competindo- de custos à Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças,
-lhe, ainda: para proposição do orçamento da DPMG;
I- executar, controlar e avaliar as atividades relativas ao pro- III- acompanhar o registro analítico das operações de gestão de
cesso de realização da despesa pública e da execução financeira, bens patrimoniais;
observando as normas legais que disciplinam a matéria; IV- definir, orientar, acompanhar e controlar a execução de con-
II- acompanhar a execução financeira dos instrumentos legais tratos de locação, bens e serviços vinculados às suas atividades;
dos quais participa a DPMG e orientar e controlar a prestação de V- orientar e acompanhar a execução das atividades de proto-
contas; colo e movimentação de correspondências na capital, bem como
III- orientar e controlar a prestação de contas de valores con- dar suporte a sua utilização nas unidades do interior;
cedidos, bem como a prestação anual de contas da DPMG, a ser VI- analisar, orientar e acompanhar a execução de projetos e
encaminhada ao Tribunal Contas Estadual; obras civis, bem como as manutenções necessárias;
IV- realizar o registro dos atos e fatos contábeis da Defensoria VII- organizar e manter sistemática de avaliação dos serviços
nos sistemas corporativos do Estado de Minas Gerais; prestados por todos os funcionários contratados, com vistas a ga-
V- examinar sob o aspecto formal e legal a documentação com- rantir a sua efetividade;
probatória da gestão financeira e patrimonial, bem como proceder VIII- identificar situações emergenciais a serem supridas e con-
à tomada de contas dos ordenadores de despesa, evidenciando as trolar ocorrências de falha na continuidade de serviços prestados
responsabilidades apuradas; na gestão predial das Unidades da DPMG na Capital;
VI- acompanhar a evolução dos créditos orçamentários, dos IX- analisar e solicitar à Subdefensoria Pública-Geral a instau-
recursos financeiros liberados e controlar a emissão de empenhos, ração de processos administrativos em função de descumprimento
liquidações e ordens de pagamentos atinentes à realização de des- contratual por parte de fornecedores da DPMG, com base em docu-
pesas das unidades administrativas da Defensoria; mentação comprobatória;
VII- elaborar balancetes mensais das operações escrituradas X- superintender e coordenar as atividades da Diretoria de
e os demonstrativos orçamentários, financeiros e patrimoniais da Transportes, Serviços Gerais e Infraestrutura, da Diretoria de Com-
Defensoria; pras e Contratos e da Diretoria de Patrimônio e Almoxarifado; XI
VIII- elaborar pareceres a respeito das contas da Defensoria; - exercer outras atividades correlatas.
IX- subsidiar a Defensoria Pública-Geral e a Subdefensoria Pú-
blica-Geral com informações relativas às despesas empenhadas, li- SUBSEÇÃO I
quidadas, pagas e custos envolvidos nas atividades desempenhadas DA DIRETORIA DE TRANSPORTES, SERVIÇOS GERAIS E
pela DPMG, propondo ações de melhoria; INFRAESTRUTURA
X- providenciar a separação dos gastos por setor da Defensoria
Pública; XI - definir o relatório gerencial de custos; Art. 34. A Diretoria de Transportes, Serviços Gerais e Infraes-
XII- verificar, junto às áreas demandantes de bens e serviços, a trutura - DTSGI, é órgão de apoio administrativo, vinculada à Supe-
subsistência ou não de despesas referentes a empenhos em aberto, rintendência de Recursos Logísticos e Infraestrutura, composta pelo
e providenciar a autorização para o devido cancelamento ou a ins- Diretor e pessoal administrativo necessário ao desempenho de suas
crição em restos a pagar, conforme o caso; atribuições, e tem por finalidade promover o atendimento às de-
XIII- promover o acompanhamento das dívidas da DPMG cons- mandas de transporte, serviços gerais e infraestrutura, observando
tantes dos grupos passivo circulante e passivo exigível a curto e lon- critérios de racionalidade em relação a custos e resultados, garan-
go prazo, bem como o levantamento do inventário físico- financeiro tindo sua qualidade, eficiência e presteza, competindo-lhe, ainda:
dos valores em tesouraria para fins de prestação de contas anual; I- planejar a estratégia de atendimento às demandas de trans-
XIV- exercer outras atividades correlatas. porte de pessoas e bens da DPMG, na Capital e, quando necessário,
no interior do Estado;
SEÇÃO XI II- assegurar o atendimento às demandas de transporte de de-
DA SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS LOGÍSTICOS E fensores e servidores, com qualidade, eficiência e presteza;
INFRAESTRUTURA: III- manter atualizados os registros da utilização de serviços de
transporte e seus custos;
Art. 33. A Superintendência de Recursos Logísticos e Infraestru- IV- gerir e fiscalizar os contratos relativos aos serviços de trans-
tura – SRLI é órgão de apoio administrativo, vinculada à Defensoria porte, combustível, seguro, aquisição e manutenção de veículos;
Pública-Geral, composta pelo Superintendente e pessoal adminis- V- assegurar que os veículos próprios da DPMG ou a seu servi-
trativo necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por fi- ço estejam em condições de uso, mediante limpeza e manutenção
nalidade orientar, controlar e executar os procedimentos referentes preventiva e corretiva;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI- organizar e manter sistemática de avaliação dos serviços V- acompanhar as atividades desenvolvidas pela Comissão Per-
prestados por motoristas contratados, com vistas a garantir a sua manente de Licitação e dos Pregoeiros nos processos licitatórios e
efetividade; congêneres;
VII- identificar situações emergenciais a serem supridas e con- VI- assegurar o encaminhamento de documentos cuja publica-
trolar ocorrências de falha na continuidade de serviços prestados ção esteja sob sua responsabilidade e promover o acompanhamen-
por motoristas; to da respectiva publicação;
VIII- gerenciar o desempenho da frota das Coordenadorias Re- VII- assegurar que as informações referentes aos processos
gionais e das Coordenadorias Locais da DPMG; licitatórios e congêneres sejam permanentemente atualizadas no
IX- manter atualizada e regularizada a documentação dos veí- sistema próprio, subsidiando o gerenciamento e a consulta pelas
culos da frota da DPMG; áreas envolvidas;
X- acionar, em caso de acidentes com veículos próprios da VIII- realizar cotações de preços dos bens e serviços demanda-
DPMG ou a seu serviço, a seguradora ou o prestador de serviço de dos, para subsidiar processos licitatórios e congêneres, com o auxí-
oficina, para as providências cabíveis; lio do demandante, observando os requisitos técnicos e os critérios
XI- coordenar e executar os serviços gerais prestados por auxi- de qualidade estabelecidos no termo de referência ou projeto bá-
liares de limpeza, conservação, manutenção e portaria, com vistas a sico;
garantir a finalidade de cada atividade; IX- elaborar o termo de referência ou projeto básico, em con-
XII- executar as atividades de manutenção predial na capital e junto com o demandante, a quem compete assegurar os requisitos
nas Unidades do Interior; técnicos e critérios de qualidade;
XIII- vistoriar, avaliar e elaborar laudos e relatórios técnicos de X- assegurar que o termo de referência ou projeto básico esteja
imóveis destinados a ocupação da DPMG; de acordo com os aspectos exigidos pela lei de licitação vigente;
XIV- avaliar, elaborar e revisar layout dos espaços ocupados XI- autuar a pedido do demandante, processos administrativos
pela DPMG; instaurados contra fornecedor da DPMG;
XV- atender as demandas de elaboração de projeto de enge- XII- manter em arquivo próprio os contratos firmados pela
nharia e arquitetura; DPMG; XIII - exercer outras atividades inerentes à sua área de atu-
XVI- coordenar e executar a instalação de nova sede e/ou uni- ação.
dade, sua estruturação, bem como a devolução de imóveis locados,
garantindo o cumprimento das disposições contratuais firmadas; SUBSEÇÃO III
XVII - acompanhar a execução de obras e serviços de infraestrutura DA DIRETORIA DE PATRIMÔNIO E ALMOXARIFADO
que envolva a DPMG; XVIII - elaborar especificação técnica para a
contratação dos serviços ou aquisição de materiais de competência Art. 36. A Diretoria de Patrimônio e Almoxarifado - DPA, é órgão
da diretoria; de apoio administrativo, vinculada à Superintendência de Recursos
XIX- gerir e fiscalizar os contratos relativos aos serviços de in- Logísticos e Infraestrutura, composta pelo Diretor e pessoal admi-
fraestrutura; nistrativo necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por
XX- comunicar à Superintendência as ocorrências relativas ao finalidade assegurar a gestão dos processos de trabalho inerentes
patrimônio da DPMG; XXI - exercer outras atividades inerentes à ao fornecimento de materiais permanentes e de consumo neces-
sua área de atuação. sários às atividades das diversas áreas da DPMG, com qualidade,
menores custos e entrega eficaz, bem como o controle efetivo do
SUBSEÇÃO II seu patrimônio mobiliário, competindo- lhe, ainda:
DA DIRETORIA DE COMPRAS E CONTRATOS I- promover a distribuição de materiais com o menor custo
possível, podendo estabelecer convênios e parcerias com os de-
Art. 35. A Diretoria de Compras de Contratos - DCC, é órgão mais órgãos públicos estaduais regionalizados, além dos próprios
de apoio administrativo, vinculada à Superintendência de Recursos fornecedores;
Logísticos e Infraestrutura, composta pelo Diretor e pessoal admi- II- orientar as atividades relacionadas à manutenção e utiliza-
nistrativo necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por ção de materiais permanentes e de consumo no âmbito da Defen-
finalidade assegurar a gestão dos processos de licitações e demais soria;
contratações necessárias ao funcionamento das unidades organi- III- promover a classificação, descrição e codificação dos mate-
zacionais da DPMG, garantindo sua presteza, a eficiência na utiliza- riais de uso da DPMG, bem como o levantamento dos bens móveis,
ção de recursos e a legalidade nos procedimentos, competindo-lhe, controlando as transferências, baixa, aquisição e qualquer outra al-
ainda: teração na carga patrimonial;
I- assegurar que os processos licitatórios e congêneres aten- IV- promover o recolhimento ou a redistribuição do material e
dam às políticas de suprimento da DPMG; bens móveis ociosos, bem como propor a alienação daqueles inser-
II- instaurar, instruir e gerir os processos licitatórios, de inexigi- víveis e obsoletos;
bilidade de licitação, de dispensa de licitação e demais contratações V- manter o cadastro de bens imóveis;
de acordo com os requisitos técnicos e de qualidade estabelecido VI- padronizar, orientar, analisar, executar e controlar as ativi-
pelo demandante; dades relacionadas à aquisição, estocagem, movimentação e utili-
III- instruir e gerir os contratos de locação firmados pela DPMG; zação de material de consumo e patrimônio;
IV- promover a elaboração de termo aditivo, apostilamento e VII- subsidiar a definição de políticas e diretrizes de compras de
rescisão dos contratos firmados pela DPMG, conforme solicitação bens, buscando a redução de custos de armazenamento, estoque e
do demandante; transporte, bem como a redução do tempo de entrega;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII- organizar e manter atualizados controles relativos a esto- XXV- providenciar o fechamento financeiro mensal de bens
ques, consumo e fornecimento, de modo a identificar demandas permanentes em uso e em estoque, bens em comodato e cedidos
de bens e necessidades de reposição de suprimento, propiciando a ao DPMG e deste para outras instituições;
oportunidade das aquisições e a observância dos prazos de validade XXVI- padronizar o sistema de controle patrimonial e orientar
e garantia; sua utilização assegurando o lançamento de cargas e registro de
IX- organizar e manter atualizados os controles relativos a bens movimentação;
patrimoniais mobiliários da DPMG ou utilizados a seu serviço; XXVII- subsidiar e prestar apoio técnico ao processo de licitação
X- garantir a correta especificação dos pedidos dos bens e servi- nas compras de bens de consumo e permanente;
ços necessários, orientando e auxiliando as diversas áreas da DPMG XXVIII- apoiar a comissão nomeada para a realização do inven-
e coordenação das comarcas, de acordo com a política de supri- tário anual físico e financeiro de materiais permanentes e de con-
mento de bens e serviços da DPMG; sumo da DPMG;
XI- receber, analisar, codificar e acompanhar a entrega de to- XXIX- subsidiar e assegurar a preparação e a realização do in-
dos os pedidos de suprimento das diversas áreas da DPMG e das ventário anual, no que se refere aos bens patrimoniais mobiliários;
comarcas e providenciar o encaminhamento para atendimento no XXX- assegurar a efetividade do fechamento financeiro mensal
estoque; de material de consumo e de bens permanentes, bem como dos
XII- orientar a prática de recebimento de bens, armazenamento bens cedidos em comodato para o DPMG e deste para outros ór-
de estoques e fornecimento de materiais, observando os requisitos gãos;
técnicos pertinentes; XXXI- exercer outras atividades inerentes à sua área de atua-
XIII- assegurar o atendimento de requisições e recebimento de ção.
bens adquiridos ou cedidos, de acordo com a política de suprimen-
to da DPMG, observando os requisitos técnicos pertinentes; XIV - SEÇÃO XII
orientar as coordenações de comarcas sobre a forma de requisição DA SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS E SAÚDE
e armazenamento de bens, visando a correta estocagem e raciona- OCUPACIONAL
lização do uso de materiais, em compatibilidade com as normas e
padrões preestabelecidos; Art. 37. A Superintendência de Gestão de Pessoas e Saúde Ocu-
XV- assegurar e manter atualizada a listagem de servidores cre- pacional é órgão de apoio administrativo, vinculada à Defensoria
denciados para solicitação de bens de consumo e permanente, bem Pública-Geral, composta pelo Superintendente e pessoal adminis-
como os responsáveis pela carga patrimonial; trativo necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por
XVI- assegurar o efetivo controle patrimonial, por meio da finalidade assegurar a correção e a legalidade dos atos relativos à
orientação às diversas áreas da DPMG e comarcas, sobre os pro- vida funcional dos membros e servidores da DPMG, além de pro-
cedimentos a serem adotados nos casos de movimentação, requi- mover a saúde ocupacional e a segurança no trabalho, de modo a
sição, manutenção, sinistro, alienação ou transferência para outros favorecer a melhoria da qualidade de vida dos membros, servido-
órgãos, de bens permanentes; res, aposentados, prestadores de serviço terceirizados, e colabora-
XVII- assegurar que a expedição de materiais permanentes e de dores, competindo-lhe, ainda:
consumo atenda à programação de fornecimento e às políticas de I- assegurar a correta atualização do banco de dados relativo
suprimento da DPMG; a membros, servidores e aposentados que atuam nas comarcas e
XVIII- operacionalizar o sistema de controle patrimonial, efetu- na capital e promover o aperfeiçoamento e o uso das informações
ando o lançamento de cargas patrimoniais e registros da movimen- disponíveis para a tomada de decisões;
tação de bens permanentes; II- analisar projeções e estimativas em relação ao custo da con-
XIX- proceder ao controle patrimonial dos bens permanentes cessão de direitos e vantagens aos membros e servidores e avaliar
do acervo do DPMG, providenciando ainda a regularização da docu- sua repercussão financeira, de modo a subsidiar decisões;
mentação nos casos de bens cedidos, doados ou transferidos para o III- assegurar a compatibilidade da folha de pagamento com as
DPMG ou desta para outra instituição; previsões orçamentárias da DPMG;
XX- controlar e orientar a colocação e a manutenção de plaque- IV- obter, junto à Assessoria Jurídica Institucional do Gabinete
tas de patrimônio nos bens da DPMG; da Defensoria Pública-Geral e à Subdefensoria Pública-Geral, pare-
XXI- preparar a documentação referente ao registro e à movi- ceres e orientações aplicáveis à administração de pessoal na DPMG;
mentação patrimonial, atendendo às normas e aos padrões prees- V- assegurar a constante atualização da documentação fun-
tabelecidos; cional inclusive aquela sujeita à fiscalização por órgãos e entidades
XXII- acompanhar as ações referentes à manutenção e refor- competentes, zelando por sua guarda e organização, nos termos da
ma de materiais permanentes da DPMG, especialmente quando legislação vigente;
necessária a movimentação, e proceder aos registros das situações VI- encaminhar, para publicação no Diário Oficial, os atos relati-
pertinentes em compatibilidade com as normas e padrões preesta- vos a membros e servidores assinados pelo Defensor Público-Geral
belecidos; ou por autoridade com delegação de competência;
XXIII- assegurar, quando da entrega de mobiliário, a correta VII- acompanhar, mensalmente, a despesa com a folha de pa-
execução do layout, de acordo com os padrões e projeto definidos; gamento, apontando distorções a serem corrigidas;
XXIV- promover e acompanhar as ações inerentes à alienação VIII- orientar as Coordenações, Superintendências e Direto-
de bens permanentes e proceder aos registros das situações perti- rias quanto às providências e documentação relativas à posse, ao
nentes, em compatibilidade com as normas e padrões preestabe- exercício e à identificação funcional dos membros e servidores da
lecidos; DPMG, de forma compatível com a legalidade dos atos e com as

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

políticas da Instituição no provimento de cargos vagos e nas subs- XXIV- interagir com as Diretorias que integram a Superinten-
tituições temporárias de servidores e prestadores terceirizados em dência para estabelecer prazos, fluxos, critérios e procedimentos
situações de afastamento; no repasse de informações necessárias aos processos de trabalho e
IX- orientar a Comissão de Concurso e a Comissão de Posse e processamento de pagamentos de membros, servidores e aposen-
Exercício quanto às providências e documentação relativas à posse, tados da DPMG;
ao exercício e à identificação funcional dos membros da DPMG, de XXV- orientar a preparação de certidões de sua alçada de com-
forma compatível com a legalidade dos atos e com as políticas da petência e outros documentos legais demandados pelos servidores
Instituição no provimento de cargos da carreira; e membros;
X- manter atualizado o banco de dados de pessoal da DPMG XXVI- propor aperfeiçoamentos no sistema informatizado de
no que se refere ao histórico da situação funcional de membros, administração de pessoal, de modo a favorecer a definição de polí-
servidores e aposentados da Instituição, incluindo o registro, pro- ticas e critérios a serem adotados pela DPMG;
vimento de cargos e funções, substituições temporárias, lotação e XXVII- assegurar a correta apuração e registro de frequência,
recadastramento, para viabilizar as atividades inerentes à adminis- afastamentos, situações especiais de exercício e outras que interfi-
tração de pessoal; ram no pagamento dos servidores;
XI- orientar equipes das Coordenações Locais e Regionais quan- XXVIII- definir e propor estratégias de atuação, considerando a
to à preparação, atualização e fornecimento de informações refe- possibilidade de parcerias, de modo a assegurar a saúde ocupacio-
rentes a cadastro e registro funcional, bem como de outros dados nal, a segurança no trabalho e a melhoria da qualidade de vida dos
relativos ao quadro de pessoal que atua na comarca; membros, servidores prestadores de serviço terceirizados, aposen-
XII- preparar atos de admissão, aposentadoria e desligamento tados e colaboradores; XXIX - assegurar a atualização permanente
de membros e servidores, assim como providenciar o recolhimento dos procedimentos, em atendimento à legislação pertinente à saú-
de documento de identidade funcional, quando de seu desligamen- de ocupacional e à segurança no trabalho;
to; XXX- elaborar a lista de antiguidade para fins do disposto no
XIII- prestar orientação às Coordenações, Superintendências e art. 9º, inciso XL, ou sempre que determinado;
Diretorias quanto aos processos de trabalho e os respectivos fluxos, XXXI- superintender e coordenar a Diretoria de Pagamentos, a
sob sua responsabilidade; Diretoria de Desenvolvimento do Servidor e Saúde Ocupacional e a
XIV- preparar os atos administrativos do Defensor Público-Ge- Diretoria de Direitos, Vantagens e Aposentadoria;
ral, ou autoridade a quem delegar a referida competência, relativos XXXII- promover o recadastramento anual de aposentados, nos
a membros e servidores, no que se refere aos processos de trabalho termos da legislação vigente; XXXIII - fiscalizar, informar, processar
sob sua responsabilidade, para publicação no Diário Oficial; e assegurar a correta gestão dos contratos administrativos e/ou
XV- acompanhar a publicação dos atos de pessoal no Diário terceirizados e demais contratos de prestação de serviços sob sua
Oficial, emitir os documentos quando necessários para a operacio- gestão;
nalização de pagamento e registrar as informações nos sistemas XXXIV- manter e operacionalizar protocolo interno para o rece-
informatizados; bimento e distribuição de documentos recebidos e encaminhados,
XVI- preparar certidões, declarações e outros documentos de- interna e externamente;
mandados pelos membros, servidores e aposentados, de forma a XXXV- preparar notas técnicas por solicitação da Defensoria
atender aos requisitos de legalidade, integridade e correção; XVII - Pública-Geral e/ou Subdefensoria Pública-Geral, relativamente à
promover a atualização da documentação funcional e informações situação funcional de membros, servidores e aposentados; XXXVI
sujeitas a fiscalização por órgãos e entidades competentes; - preparar e consolidar as informações a serem disponibilizadas no
XVIII- preparar documentos inerentes à sua área de atuação a Portal da Transparência;
serem encaminhados aos órgãos governamentais competentes, e XXXVII- promover, mensalmente, a importação para a folha de
a outras Instituições responsáveis pelo controle do cumprimento pagamento das informações relativas ao Sistema de Consignação
da legislação pertinente à administração e pagamento de pessoal; utilizado pela DPMG;
XIX- orientar a escolha e aplicação de métodos e procedimen- XXXVIII- encaminhar, anualmente, à Diretoria de Finanças, Pa-
tos a serem utilizados no processamento de pagamentos a mem- gamento e Contabilidade o demonstrativo da composição de des-
bros, servidores e aposentados; pesas de pessoal e o rol dos responsáveis pela ordenação de des-
XX- orientar os procedimentos de conferência da folha de pa- pesas, para instrução da Prestação de Contas a ser encaminhada ao
gamento e exame da consistência dos dados que lhe deram base, TCE/MG;
bem como comunicar à Subdefensoria Pública-Geral as discrepân- XXXIX- exercer outras atividades correlatas.
cias verificadas;
XXI- assegurar a correta preparação e a disponibilização dos SUBSEÇÃO I
comprovantes mensais de crédito e dos rendimentos anuais, para DA DIRETORIA DE PAGAMENTOS
fins de declaração do imposto de renda;
XXII- informar as instituições bancárias que administram as Art. 38. A Diretoria de Pagamentos - DPAG, é órgão de apoio
contas de membros, servidores, detentores de pensão alimentícia administrativo, vinculada à Superintendência de Gestão de Pessoas
e aposentados, quanto a ocorrências de mudanças em números de e Saúde Ocupacional, composta pelo Diretor e pessoal administra-
contas para crédito de pagamentos, quando for o caso; tivo necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por fi-
XXIII- manter controles que possibilitem verificar a compatibi- nalidade assegurar a legalidade nos procedimentos, a correção dos
lidade da folha de pagamento com as previsões orçamentárias da valores e a compatibilidade dos pagamentos efetuados, para mem-
DPMG; bros e servidores da DPMG, com as disponibilidades orçamentárias

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e financeiras da Instituição, bem como subsidiar a apropriação de XV- encaminhar, no prazo estabelecido, os arquivos da folha de
custos e o fornecimento de informações exigidas por órgãos gover- pagamento de pessoal e eventuais folhas suplementares para a Di-
namentais competentes, competindo-lhe, ainda: retoria de Finanças, Pagamentos e Contabilidade, para as providên-
I- assegurar a correta atualização do banco de dados de pes- cias de apropriação e pagamento;
soal da DPMG, em relação a informações referentes aos membros, XVI- promover a aplicação da legislação de pessoal referente
servidores, detentores de pensão alimentícia, aposentados e aos a direitos, vantagens, concessões, deveres e responsabilidades do
pagamentos efetuados, para possibilitar consultas e cálculos esti- servidor;
mativos; XVII- preparar certidões, declarações e outros documentos
II- assegurar a verificação da consistência de dados referentes à demandados pelos membros e servidores, de forma a atender aos
inclusão e exclusão de membros, servidores, detentores de pensão requisitos de legalidade, integridade e correção;
alimentícia e aposentados no módulo de pagamento do sistema in- XVIII- comunicar à Defensoria Pública-Geral ou à Subdefensoria
formatizado de administração de pessoal da DPMG; Pública-Geral, conforme o caso, qualquer irregularidade cometida
III- promover a inclusão, no sistema informatizado de adminis- por membro ou servidor para abertura de processo administrativo
tração de pessoal da DPMG, dos débitos e créditos que venham a disciplinar;
ser solicitados por entidade conveniada ou por determinação judi- XIX- preparar os atos administrativos do Defensor Público-Ge-
cial; ral, ou de autoridade com delegação de competência, no que se
IV- assegurar a correção dos cálculos inerentes à folha de pa- refere aos processos de trabalho sob sua responsabilidade, para
gamento, incluindo remunerações e proventos pagos pela DPMG, publicação no Diário Oficial;
além do recolhimento de tributos, contribuições e outros descontos XX- promover a orientação dos membros e servidores sobre a
autorizados, incluindo consignações; importância da atualização da documentação e de informações for-
V- elaborar e orientar projeções e estimativas em relação ao necidas para fins de cadastro e registro;
custo da concessão de direitos e vantagens aos membros e servi- XXI- elaborar e publicar no Diário Oficial o cronograma de taxa-
dores, para fins da preparação e controle do orçamento anual da ção anual, determinando a data do fechamento mensal da folha de
DPMG; pagamento, respeitando os prazos da Diretoria de Finanças, Paga-
VI- processar a folha de pagamento mensal, levando em conta a mento e Contabilidade para apropriação e quitação;
correta apuração e registro de frequência, afastamentos, situações XXII- conferir e certificar os valores, bem como emitir o rela-
especiais de exercício, concessões de direitos e vantagens, tributos tório consolidado, para inserção dos dados do Relatório de Gestão
devidos e outras questões que impliquem créditos ou descontos na Fiscal – RGF, na forma estabelecida pela Diretoria de Finanças, Pa-
remuneração dos membros e servidores; gamento e Contabilidade;
VII- calcular e processar folhas de pagamento suplementares, XXIII- preparar e consolidar as informações para disponibiliza-
com base em cálculos de créditos, devidamente autorizadas pelo ção no Portal da Transparência, relativas à folha de pagamento de
Defensor Público-Geral; pessoal, diárias, auxílios e pagamento de estagiários;
XXIV- elaborar, mensalmente, o cronograma das rotinas de
VIII- conferir alterações em pagamentos, decorrentes de des- consignação, observando os prazos de importação e exportação das
contos promovidas por entidades governamentais ou conveniadas; informações para a folha de pagamento;
IX- emitir comprovantes de crédito e outros documentos rela- XXV- exercer outras atividades inerentes à sua área de atuação.
tivos a pagamentos de servidores, membros, detentores de pensão
alimentícia e aposentados; SUBSEÇÃO II
X- proceder à emissão e disponibilização de comprovantes anu- DA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DO SERVIDOR E
ais de rendimentos, para instruir a declaração do imposto de renda SAÚDE OCUPACIONAL
de membros, servidores, detentores de pensão alimentícia e apo-
sentados; Art. 39. A Diretoria de Desenvolvimento do Servidor e Saúde
XI- fornecer informações, a quem de direito, sobre valores con- Ocupacional - DDSO, é órgão de apoio administrativo, vinculada
cedidos a título de direitos, benefícios e vantagens a membros, ser- à Superintendência de Gestão de Pessoas e Saúde Ocupacional,
vidores, aposentados e detentores de pensão alimentícia, conside- composta pelo Diretor e pessoal administrativo necessário ao de-
rando critérios, políticas e diretrizes estabelecidas pela Defensoria sempenho de suas atribuições, e tem por finalidade desenvolver
Pública-Geral; programas e ações que assegurem o desenvolvimento, a saúde e a
XII- emitir relatórios para fins de gerenciamento da folha de pa- segurança no trabalho dos membros e servidores, assim como sua
gamento, de acordo com demandas da Superintendência e outros recuperação e readaptação, promovendo a qualidade de vida no
órgãos gestores da DPMG; trabalho, além de providenciar os atos necessários para o ingres-
XIII- preparar documentos inerentes à sua área de atuação, tais so, movimentação, desenvolvimento na carreira e desligamento de
como, GEFIP, SICOM, DIRF, RAIS, PREVCOM e outros a serem enca- membros e servidores; I - operacionalizar estratégias de atuação da
minhados aos órgãos governamentais competentes, e a outras ins- área, aprovadas pela Defensoria Pública-Geral, de modo a assegu-
tituições responsáveis pelo controle do cumprimento da legislação rar a saúde ocupacional e a segurança no trabalho dos membros e
pertinente à administração de pessoal; servidores;
XIV- manter atualizado o banco de dados referente à adminis- II- interagir com as áreas da DPMG responsáveis pelo planeja-
tração de pessoal da DPMG, em relação aos pagamentos efetuados mento, execução e instalação dos ambientes de trabalho onde atu-
a membros, servidores, aposentados e detentores de pensão ali- am os membros e servidores, para colaborar no estabelecimento de
mentícia, para possibilitar consultas e cálculos estimativos; critérios e requisitos a serem considerados, de modo a favorecer a
saúde ocupacional e a segurança no trabalho;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III- organizar o acesso a informações e acompanhar a frequên- preparar certidões, declarações e outros documentos demandados
cia do absenteísmo de membros e servidores motivado por doença pelos membros e servidores, de forma a atender aos requisitos de
ocupacional, para identificar situações que indiquem necessidades legalidade, integridade e correção;
de ações preventivas e corretivas da DPMG na busca de soluções XXIII- comunicar qualquer irregularidade cometida por mem-
integradas; bro ou servidor para abertura de processo administrativo discipli-
IV- sugerir à Superintendência, para o devido encaminha- nar;
mento, formas de interação da DPMG com instituições do Poder XXIV– elaborar a lista de antiguidade para fins do disposto no
Executivo, organismos da área da saúde, entidades de classe dos art. 9º, inciso XL, ou sempre que determinado;
membros, de representação dos servidores e outras instituições, XXV- preparar e consolidar as informações para disponibiliza-
de forma a estabelecer parcerias na implementação de estratégias ção no Portal da Transparência, relativo a distribuição do quadro
que permitam diagnosticar, prevenir, reduzir e promover o restabe- de pessoal;
lecimento de membros e servidores em situações de adoecimento XXVI– operacionalizar e orientar o recadastramento dos apo-
relacionadas ao trabalho; V - propor e implementar as estratégias sentados, de acordo com a legislação vigente;
aprovadas para viabilizar a avaliação e os controles periódicos da XXVII- viabilizar e manter atualizado controles períodos relati-
saúde dos membros e servidores vinculados à DPMG; vos ao desenvolvimento na carreira, movimentação, saúde e avalia-
VI- propor e implementar as estratégias aprovadas para viabili- ção de desempenho de membros e servidores;
zar a realização de perícias médicas, providenciar seu devido regis- XXVIII- viabilizar e manter atualizado controles periódicos da
tro, a publicação de concessão de licenças e as comunicações delas situação de recadastramento de aposentados;
decorrentes; XXIX- acompanhar a publicação de licenças de saúde e dos atos
VII- operacionalizar as formas de atendimento de intercorrên- de pessoal e movimentação, no Diário Oficial, com registro das in-
cias clínicas para membros e servidores da DPMG, quando ocorri- formações em Sistema Informatizado;
das no trabalho; XXX- emitir documento de alteração funcional quando necessá-
VIII- organizar, analisar e fornecer informações, relacionados à rio para a operacionalização de pagamento de membros, servidores
saúde ocupacional, para subsidiar decisões sobre a vida funcional e aposentados;
de membros e servidores, resguardados os aspectos de sigilo pro- XXXI- preparar os atos administrativos do Defensor Público-
fissional; -Geral ou de autoridade com delegação de competência, no que
IX- desenvolver ações e programas que propiciem a saúde ocu- se refere aos processos de trabalho sob sua responsabilidade, para
pacional e a segurança no trabalho dos membros e servidores, em publicação no Diário Oficial;
conformidade com a missão da DPMG; XXXII- promover a orientação dos membros e servidores sobre
X- desenvolver ações e programas que propiciem a prevenção a importância da atualização da documentação e de informações
de doenças de etiologia orgânica e emocional; fornecidas para fins de cadastro e registro;
XI- executar atividades de desenvolvimento e aperfeiçoamento XXXIII- elaborar e manter a guarda dos termos de posse dos
de recursos humanos, bem como de medidas preventivas relativas à membros e servidores;
saúde ocupacional de membros e servidores, envolvendo também XXXIV- preparar os atos de admissão e desligamento de mem-
estagiários, prestadores de serviço terceirizados e colaboradores; bros e servidores e o recolhimento de documento de identidade
XII- propor, executar e avaliar metodologias de acompanha- funcional, quando de seu desligamento;
mento e avaliação de desempenho do membro ou servidor; XXXV- assegurar a legalidade, integridade e correção dos do-
XIII- propor, coordenar e executar programas de desenvolvi- cumentos relativos aos servidores, para provimento de cargos na
mento de recursos humanos; DPMG.
XIV- subsidiar as autoridades competentes no processo de pro- XXXVI- exercer outras atividades inerentes à sua área de atu-
vimento de cargos comissionados através de identificação e seleção ação.
de servidores aptos ao exercício dos cargos;
XV- comunicar qualquer irregularidade cometida por membro SUBSEÇÃO III
ou servidor para abertura de processo administrativo disciplinar; DA DIRETORIA DE DIREITOS, VANTAGENS E APOSENTADORIA
XVI- viabilizar a inspeção médica nos casos previstos em lei;
XVII- propor e coordenar os convênios para programas de saú- Art. 40. A Diretoria de Direitos, Vantagens e Aposentadoria -
de e bem-estar do membro e servidor; DDVAP, é órgão de apoio administrativo, vinculada à Superinten-
XVIII- avaliar, opinar e propor relotação de servidor segundo dência de Gestão de Pessoas e Saúde Ocupacional, composta pelo
demanda da DPMG; Diretor e pessoal administrativo necessário ao desempenho de suas
XIX- preparar documentos inerentes à sua área de atuação, a atribuições, e tem por finalidade assegurar a concessão de direi-
serem encaminhados aos órgãos governamentais competentes, e tos, vantagens e benefícios aos membros e servidores que estejam
outras instituições responsáveis pelo controle do cumprimento da compatíveis com os aspectos legais pertinentes e com as políticas e
legislação pertinente à administração de recursos humanos; diretrizes da DPMG, competindo-lhe, ainda:
XX- manter atualizada a documentação funcional, inclusive I- orientar as comarcas quanto às providências e documenta-
aquela sujeita à fiscalização por órgãos e entidades competentes; ção necessárias à correta apuração e registro de frequência, afas-
XXI- cumprir as normas regulamentadoras de desenvolvimento tamentos, situações especiais de exercício e outras que possam
na carreira na forma da Lei 22.790/17 quanto aos servidores e na interferir na contagem de tempo, no pagamento e na concessão de
forma da Lei Complementar n. 65/03 quanto aos membros; XXII - direitos, vantagens e benefícios;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II- manter atualizado o banco de dados de pessoal da DPMG SEÇÃO XIII


no que se refere à afastamentos, situações especiais de exercício, DA SUPERINTENDÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
contagem de tempo, averbações, concessão de direitos, vantagens
e benefícios, para viabilizar as atividades inerentes à administração Art. 41. A Superintendência de Tecnologia da Informação - STI
de pessoal; é órgão de apoio administrativo, vinculada à Defensoria Pública-
III- orientar as comarcas para o correto fornecimento de infor- -Geral, composta pelo Superintendente e pessoal administrativo
mações sobre a concessão de direitos, vantagens e benefícios; necessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por finali-
IV- prestar orientação às comarcas quanto aos processos de dade assegurar soluções tecnológicas para o desenvolvimento das
trabalho sob sua responsabilidade; V - proceder à correta apuração atividades inerentes à prestação do serviço de assistência jurídica
do tempo de exercício e identificar situações de membros e servi- integral e gratuita pela DPMG, favorecendo a melhoria dos proces-
dores que completaram período aquisitivo para concessão de direi- sos de trabalho e sua agilidade, considerando os aspectos técnicos,
tos e vantagens, de modo a subsidiar providências de pagamento e econômicos e orçamentários, competindo-lhe, ainda:
cálculos estimativos da DPMG; I- assegurar a definição de normas e padrões na área de in-
VI- acompanhar a execução da escala de férias e plantões dos formática e sua disseminação junto aos usuários, com vistas ao al-
membros e servidores, para as providências cabíveis relacionadas a cance dos resultados esperados, considerando as premissas básicas
pagamento e registro funcional; dos processos de trabalho, conforme diretrizes estabelecidas pela
VII- preparar os atos administrativos do Defensor Público-Geral Defensoria Pública-Geral;
ou de autoridade com delegação de competência, no que se refere II- assegurar que a plataforma tecnológica - equipamentos e
aos processos de trabalho sob sua responsabilidade, para publica- sistemas- adotada pela DPMG atenda plenamente as demandas das
ção no Diário Oficial; áreas, para o desenvolvimento da prestação do serviço de assistên-
VIII- acompanhar a publicação dos atos de pessoal no Diário cia jurídica integral e gratuita com qualidade, eficiência e presteza;
Oficial e registrar as respectivas datas no sistema informatizado; III- apresentar aos órgãos de decisão da DPMG estudos e pro-
IX- preparar certidões, declarações e outros documentos de- postas para viabilizar soluções de informatização;
mandados pelos membros e servidores, de forma a atender aos re- IV- oferecer subsídios técnicos aos processos de contratação de
quisitos de legalidade, integridade e correção; serviços na área de tecnologia da informação da DPMG;
X- manter atualizada a documentação funcional referente à V- propor treinamentos referentes a informática na DPMG;
concessão de direitos, vantagens e benefícios aos membros e servi- VI- promover o aperfeiçoamento e a utilização compartilhada
dores, inclusive para fins de fiscalização e para serem encaminhados de recursos de informática e bancos de dados da DPMG, levando
aos órgãos governamentais competentes nas áreas do Trabalho, da em conta as demandas decorrentes das atividades finalísticas e de
Previdência e da Fazenda e a outras instituições responsáveis pelo suporte técnico-administrativo e as soluções tecnológicas disponí-
controle do cumprimento da legislação pertinente à administração veis;
de recursos humanos; VII- assegurar a implantação e manutenção de sistemas infor-
XI- assegurar a correta apuração da contagem de tempo, de matizados que favoreçam a melhoria do serviço;
modo a identificar situações de membros e servidores que comple- VIII- viabilizar a implantação, manutenção e segurança de redes
tarem período aquisitivo para concessão de direitos e vantagens; de comunicação de dados e demais recursos e meios necessários
XII - promover a orientação dos membros e servidores sobre a im- à utilização compartilhada dos sistemas informatizados, com vistas
portância da atualização da documentação e de informações forne- ao atendimento às demandas da DPMG com qualidade, eficiência
cidas para fins de cadastro e registro; e presteza;
XIII- preparar certidões, declarações e outros documentos de- IX- viabilizar o suporte ao uso de recursos computacionais ne-
mandados pelos membros e servidores, de forma a atender aos re- cessários à operação dos sistemas informatizados disponíveis na
quisitos de legalidade, integridade e correção; DPMG;
XIV- preparar os atos administrativos do Defensor Público-Ge- X- assegurar a realização de serviços de instalação e manuten-
ral ou de autoridade com delegação de competência, no que se ção de equipamentos de informática nas diversas unidades organi-
refere aos processos de trabalho sob sua responsabilidade, para zacionais da DPMG;
publicação no Diário Oficial; XI- avaliar, sistematicamente, a política de informatização da
XV- promover a orientação dos membros e servidores sobre a DPMG, levando em conta as características dos processos de tra-
importância da atualização da documentação e de informações for- balho inerentes às atividades finalísticas e de suporte técnico- ad-
necidas para fins de cadastro e registro; ministrativo e as alternativas facultadas pela tecnologia disponível,
XVI– emitir documento de alteração funcional quando neces- considerando custos e resultados comparativos;
sário para a operacionalização de pagamento de membros, servi- XII- promover a interação da área de informática com as de-
dores e aposentados; mais áreas da DPMG, com vistas à definição, à manutenção e ao
XVII- preparar a contagem de tempo para aposentadoria, ins- aperfeiçoamento de sistemas de informação, de modo a propiciar a
truir o processo e inserir as informações no Sistema Informatizado racionalização do uso de recursos tecnológicos e humanos;
de Fiscalização de Atos do Tribunal de Contas, em conformidade XIII- coordenar a implantação e implementação da política de
com as instruções do TCEMG; informática da Defensoria, bem como coordenar, acompanhar e
XVIII- exercer outras atividades inerentes à sua área de atua- controlar o desenvolvimento e a operacionalização dos sistemas;
ção. XIV - identificar demandas internas e promover o desenvolvimen-
to, integração ou extinção de sistemas, estabelecendo normas e
rotinas para os trabalhos de tecnologia da informação, bem como
garantir suporte técnico aos usuários;
Editora
429
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XV- desenvolver e implementar a internet e intranet no âmbito IX- assegurar o desenvolvimento do padrão de utilização da
da Defensoria; solução tecnológica que será empregada, assim como o plano de
XVI- desenvolver a plataforma e instruir a Assessoria de Co- divulgação dos seus benefícios;
municação da DPMG para a manutenção de informações sempre X- efetuar a avaliação dos resultados alcançados em decorrên-
atualizadas do sítio da Defensoria Pública na Rede Mundial de Com- cia da implantação de tecnologias de informação na DPMG, consi-
putadores, visando à transparência e confiabilidade; derados seus objetivos e metas;
XVII- gerir os contratos e a prestação do serviço de telefonia no XI- interagir com outros órgãos, em especial com as Defenso-
âmbito da DPMG, auxiliando as Unidades Administrativas na solu- rias Públicas de outros Estados, com vistas a conhecer, adotar ou
ção das demandas, intermediando o contato com eventuais presta- transferir sistemas e experiências bem sucedidas que favoreçam a
dores de serviço terceirizados e contratados; prestação do serviço e a gestão administrativa;
XVIII- superintender e coordenar a Diretoria de Desenvolvi- XII- dar suporte à STI para identificar demandas e propor solu-
mento de Sistemas e Projetos, Diretoria de Suporte e Administração ções sobre questões inerentes à tecnologia de informação;
de Rede e a Diretoria de Informação e Dados; XIII- orientar os órgãos da DPMG e a administração das comar-
XIX- dar cumprimento às disposições constantes da Delibera- cas sobre os procedimentos a serem adotados para solicitar acertos
ção n. 085/2019 do Conselho Superior; ou desenvolvimento de requisitos nos sistemas informatizados;
XX- exercer outras atividades inerentes à sua área de atuação. XIV- prestar atendimento aos usuários, pessoalmente, por tele-
fone, por meio eletrônico ou qualquer outro canal instituído, iden-
SUBSEÇÃO I tificando, atendendo ou encaminhando corretamente as demandas
DA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS E de informática da DPMG, relativas aos sistemas, aos equipamentos
PROJETOS e à configuração de aplicativos em geral;
XV- verificar junto às áreas da STI as soluções para atendimento
Art. 42. A Diretoria de Desenvolvimento de Sistemas e Projetos às demandas encaminhadas, assegurando a resposta ao usuário;
- DDSP, é órgão de apoio administrativo, vinculada à Superintendên- XVI- manter o registro de solicitações, reclamações e críticas
cia de Tecnologia da Informação, composta pelo Diretor e pessoal relativas aos sistemas, aos equipamentos e à configuração de apli-
administrativo necessário ao desempenho de suas atribuições, e cativos em geral;
tem por finalidade o permanente desenvolvimento, padronização XVII- apontar, sistematicamente, a maior incidência de recla-
e atualização dos sistemas, normas e padrões estabelecidos para mações com vistas a análise das causas dos problemas e nova pa-
os processos informatizados, considerando a relação custo e bene- dronização de procedimentos;
fícios, assim como os aspectos técnicos envolvidos, antecipando-se XVIII- assegurar a entrega dos sistemas da DPMG às áreas de-
às necessidades de desenvolvimento de soluções tecnológicas que mandantes conforme as especificações e documentações contrata-
melhorem a qualidade, a eficiência e a presteza da prestação do das, observando os requisitos funcionais, tecnológicos, qualitativos
serviço, competindo-lhe, ainda: e legais pertinentes;
I- desenvolver sistemas informatizados e as estratégias das po- XIX- assegurar que os contratos de prestação de serviços rela-
líticas e da programação anual de projetos e atividades de informa- cionados ao desenvolvimento de sistemas sejam cumpridos e pro-
tização a serem desenvolvidos na DPMG; por, quando necessário, a prorrogação dos contratos existentes ou
II- assessorar a Superintendência na consolidação do planeja- a contratação de novos serviços;
mento anual de informática, com base nas demandas apresentadas XX- coordenar, orientar e controlar as atividades das Diretorias
pelas diversas áreas da DPMG; vinculadas à superintendência e seus serviços auxiliares;
III- subsidiar decisões referentes à escolha da plataforma tec- XXI- dar cumprimento às disposições constantes da Delibera-
nológica -equipamentos e programas ção n. 085/2019 do Conselho Superior;
- adotada pela DPMG, de forma a atender plenamente as de- XXII- exercer outras atividades inerentes à sua área de atuação.
mandas das diversas áreas, para o desenvolvimento do serviço com
qualidade, eficiência e presteza; SUBSEÇÃO II
IV- formular propostas de aperfeiçoamento de estratégias, po- DA DIRETORIA DE SUPORTE E ADMINISTRAÇÃO DE REDES
líticas, programas e planos de informatização da DPMG, em compa-
tibilidade com o Plano Estratégico de Gestão Institucional; V - bus- Art. 43. A Diretoria de Suporte e Administração de Redes -
car novas soluções tecnológicas que venham a aumentar o nível de DSAR, é órgão de apoio administrativo, vinculada à Superintendên-
confiabilidade dos softwares – sistemas, hardwares – equipamen- cia de Tecnologia da Informação, composta pelo Diretor e pessoal
tos e comunicação de dados – redes, da DPMG; administrativo necessário ao desempenho de suas atribuições, e
VI- desenvolver pesquisa dirigida ao mercado em busca de so- tem por finalidade o permanente desenvolvimento, padronização
luções tecnológicas, realizar encomendas aos potenciais fornece- e atualização do suporte e desenvolvimento de soluções e adminis-
dores das melhores soluções para as demandas, contemplando a tração dos serviços relacionados às redes de dados, ambientes de
análise de custo e benefício, com vistas a aumentar a qualidade, a produção e sua estrutura, considerando a relação custo e benefí-
eficiência e a presteza do sistema de gestão institucional; cios, assim como os aspectos técnicos envolvidos, antecipando-se
VII- definir padrões e metodologias a serem adotados para de- às necessidades de desenvolvimento de soluções tecnológicas que
senvolvimento e aperfeiçoamento de sistemas, bem como verificar melhorem a qualidade, a eficiência e a presteza da prestação do
a efetividade do uso no âmbito da STI; serviço, competindo-lhe, ainda:
VIII- promover e subsidiar a definição da arquitetura dos sis- I- zelar pela infraestrutura do ambiente de rede e de produção
temas e da infraestrutura tecnológica, juntamente com as demais da DPMG, por meio do cuidado com o funcionamento pleno das
áreas de informática; conexões e dos seus fluxos;
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430
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II- realizar o monitoramento da segurança das redes e do am- cessário ao desempenho de suas atribuições, e tem por finalidade
biente de produção da DPMG, evitando problemas de acesso e pre- orientar e supervisionar a gestão de processos na Instituição e da
juízo aos demais usuários do ambiente, membros e servidores da informação administrativa e jurídica constante dos sistemas infor-
DPMG; matizados da DPMG, de modo a subsidiar relatórios e estatísticas
III- elaborar o projeto de redes e ambiente de produção, a con- dos trabalhos da Defensoria Pública, e complementar os serviços
figuração e a instalação da infraestrutura necessária, de acordo com dos Defensores Públicos, competindo-lhe, ainda: I - promover estu-
as necessidades da DPMG, acompanhando, quando o for o caso, o dos e pesquisas de interesse da Defensoria;
trabalho de outros profissionais de TI, que esteja prestando servi- II- propor e entregar soluções que permitam coordenar a ela-
ços para a DPMG; boração e divulgação das estatísticas de atendimento e dos relató-
IV- realizar a manutenção das redes e ambiente de produção, rios oficiais;
buscando soluções rápidas e efetivas aos problemas verificados, re- III- zelar pela manutenção e atualização da biblioteca virtual da
alizando a integração de novos servidores ao sistema; Defensoria, bem como banco de teses institucionais, providencian-
V- realizar o gerenciamento o suporte de host, e-mail e outros do a interligação entre os sistemas informatizados utilizados pela
serviços envolvidos na administração de redes na DPMG; DPMG;
VI- analisar, responder e atender as demandas da sua área de IV- incorporar elementos dos vários procedimentos adminis-
atuação, com vistas a identificar a necessidade de desenvolvimen- trativos, dentro da Defensoria Pública, para uma análise estatística
to, aquisição, integração e manutenção das redes; para melhoria constante da organização;
VII- assegurar a especificação, o desenvolvimento e a aquisição V- sugerir o levantamento estatístico por procedimento admi-
de infraestrutura redes de acordo com a metodologia e padroniza- nistrativo em cada um dos órgãos da Defensoria, conforme as infor-
ção estabelecidas; mações constantes dos sistemas informatizados;
VIII- assegurar que os usuários estejam devidamente orienta- VI- viabilizar o levantamento de informações referentes aos se-
dos para utilização das redes institucionais e demais recursos tec- tores de atendimento, às ações judiciais sob responsabilidade da
nológicos, provendo material didático e treinamento adequados; DPMG, o volume de trabalho por comarca, núcleos, especializadas
IX- assessorar o processo de compras por meio da especifica- e demais setores administrativos;
ção, avaliação e homologação de produtos e serviços a serem ad- VII- prever tendências;
quiridos de forma a atender aos requisitos de redes e ambiente de VIII- estabelecer metodologias de avaliação estatística e padro-
produção, bem como aprovar, do ponto de vista técnico, as aquisi- nizar relatórios de estatística;
ções; IX- estabelecer processos relativos à gestão da segurança da
X- assegurar que os contratos de prestação de serviços relacio- informação institucional, nos moldes da política de segurança da
nados às redes de dados e ambiente de produção sejam cumpridos informação estabelecida na DPMG;
e propor, quando necessário, a prorrogação dos contratos existen- X- estabelecer políticas, diretrizes e metodologias para integra-
tes ou a contratação de novos serviços; ção e racionalização dos processos organizacionais da instituição;
XI- orientar os órgãos da DPMG e a administração das comarcas XI- dar cumprimento às disposições constantes da Deliberação
sobre os procedimentos a serem adotados para solicitar acertos ou n. 085/2019 do Conselho Superior;
desenvolvimento de requisitos nas redes institucionais; XII- exercer outras atividades correlatas.
XII- prestar atendimento aos usuários, pessoalmente, por tele-
fone, por meio eletrônico ou qualquer outro canal instituído, iden- CAPÍTULO IV
tificando, atendendo ou encaminhando corretamente as demandas DAS FINALIDADES E DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS
de informática da DPMG, relativas às redes, ao ambiente de pro- AUXILIARES
dução, aos equipamentos e à configuração de aplicativos em geral;
XIII- verificar junto às áreas da STI as soluções para atendimen- SEÇÃO I
to às demandas encaminhadas, assegurando a resposta ao usuário; DA OUVIDORIA GERAL DA DEFENSORIA PÚBLICA;
XIV- manter o registro de solicitações, reclamações e críticas
relativas aos serviços de rede, aos equipamentos e à configuração Art. 45. A Ouvidoria Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pú-
de aplicativos em geral; blica, composta pelo Ouvidor-Geral e pessoal administrativo neces-
XV- apontar, sistematicamente, a maior incidência de reclama- sário ao seu funcionamento, e tem por finalidade a promoção da
ções com vistas a análise das causas dos problemas e nova padroni- qualidade dos serviços prestados pela Instituição.
zação de procedimentos; Parágrafo único. Deliberação específica regulamentará a for-
XVI- elaborar e fornecer periodicamente relatórios e estatísti- ma de escolha do Ouvidor-Geral, a estrutura e funcionamento da
cas relativas aos atendimentos; XVII - dar cumprimento às disposi- Ouvidoria-Geral, na forma do parágrafo único do art. 40-D da LC
ções constantes da Deliberação n. 085/2019 do Conselho Superior; 65/2003.
XVIII - exercer outras atividades inerentes à sua área de atua-
ção. SEÇÃO II
DA ESCOLA SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA;
SUBSEÇÃO III
DA DIRETORIA DE INFORMAÇÃO E DADOS Art. 46. A Escola Superior é órgão auxiliar da Defensoria Públi-
ca, composta pelo Coordenador e pessoal administrativo necessá-
Art. 44. A Diretoria de Informação e Dados - DID, é órgão de rio ao seu funcionamento, e tem por objetivos, dentre outros:
apoio administrativo, vinculada à Superintendência de Tecnologia
da Informação, composta pelo Diretor e pessoal administrativo ne-
Editora
431
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I- promover o curso de formação dos novos membros e ser- SEÇÃO III


vidores da Defensoria Pública, conforme cronograma e diretrizes DO CENTRO DE ASSISTÊNCIA PERICIAL E MULTIDISCIPLINAR.
estabelecidas pela Defensoria Pública-Geral;
II- aperfeiçoar e atualizar a capacitação técnico-profissional dos Art. 47. O Centro de Assistência Pericial e Multidisciplinar é ór-
membros, servidores e estagiários da Defensoria Pública; gão auxiliar da Defensoria Pública, composta pelo Coordenador e
III- promover estudos, conferências, seminários, debates, cur- pessoal administrativo necessário ao seu funcionamento, destinado
sos, aulas, palestras, conferências e discussões de temas conexos à a prestar apoio institucional em matéria ocupacional e para o exer-
prestação da assistência jurídica pela Defensoria Pública; cício de suas funções, por meio de exames, perícias, laudos e outras
IV- desenvolver programas de pesquisa na área jurídica; V - or- providências necessárias ao desenvolvimento da saúde ocupacio-
ganizar publicações com os resultados de suas ações; nal do seu pessoal e à defesa dos interesses dos assistidos.
VI- zelar pelo reconhecimento e pela valorização da Defensoria Parágrafo único. Deliberação específica disporá sobre a estru-
Pública como instituição essencial ao exercício da função jurisdicio- tura e o funcionamento do Centro de Assistência Pericial e Multi-
nal do Estado; disciplinar.
VII- manter intercâmbios com órgãos ou entidades que atuem
em áreas afins, auxiliando a Coordenadoria de Projetos e Convê- CAPÍTULO V
nios na celebração de convênios, acordos de cooperação técnica DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
e parcerias com escolas, universidades, centros de pesquisa em
educação, órgãos públicos e outras instituições ligadas ao ensino, Art. 48. Compete aos Superintendentes, Coordenadores e Di-
nacionais e internacionais; retores a gestão dos contratos administrativos firmados pela DPMG
VIII- gerir a biblioteca, mantendo-a atualizada, efetuando o relativos às respectivas Superintendências, Coordenações e Direto-
tombamento e a classificação de livros, revistas, impressos, docu- rias.
mentos, arquivos eletrônicos e eletromagnéticos que componham Art. 49. É de responsabilidade do Chefe de Gabinete, dos Supe-
seu acervo; rintendentes, Coordenadores e Diretores a gestão dos documentos
IX- disponibilizar aos membros, estagiários e servidores da De- que a Lei exige arquivo físico e por prazo certo nas respectivas áreas.
fensoria Pública do Estado, por meio da rede mundial de computa- Art. 50. A Defensoria Pública-Geral poderá expedir atos com-
dores, ou outro instrumento eletrônico, ferramentas de pesquisa e plementares eventualmente necessários para dar efetividade a
espaço para troca de informações; esta Deliberação, no tocante à gestão administrativa dos órgãos de
X- custear, integral ou parcialmente, as despesas dos membros, apoio administrativo e serviços auxiliares.
servidores ou colaboradores da Defensoria Pública relativas a cur- Art. 51. As atribuições e descrições dos demais órgãos da
sos, conferências, palestras, seminários e atividades correlatas de DPMG, de que tratam os incisos I a III do art. 2º desta Deliberação,
atualização profissional e aperfeiçoamento funcional realizados por estão estabelecidas na Lei Complementar nº 65, de 16 de janeiro
outros órgãos e entidades, na forma prevista nos atos normativos de 2003, bem como nos demais atos normativos expedidos pelo
internos; Conselho Superior.
XI- coordenar, com apoio da Coordenadoria de Projetos e Con- Art. 52. Na hipótese de vacância do cargo de Superintendente,
vênios, a organização da Semana Anual dos Defensores Públicos e ato do Defensor Público-Geral regulamentará a substituição interi-
eventos específicos de interesse institucional, com aprovação do na nas funções.
Defensor Público-Geral; Art. 53. Na hipótese de haver vacância do cargo de Diretor, as
XII- organizar encontro dos Defensores Públicos para a defini- funções serão exercidas pelo Superintendente, interinamente, ou
ção de teses institucionais; XIII - promover curso de preparação des- na forma a ser estabelecida em ato do Defensor Público-Geral.
tinado aos estagiários e aos residentes jurídicos; Art. 54. A Defensoria Pública-Geral promoverá a alteração e/
XIV- realizar cursos, seminários, aulas, palestras, conferências e ou revogação das Resoluções conflitantes com esta Deliberação, no
congêneres, de caráter jurídico e interdisciplinar, abertos ao público prazo de 60 (sessenta) dias.
em geral; Art. 55. Os casos omissos serão decididos pelo Conselho Su-
XV- apoiar atividades desenvolvidas pela Defensoria Pública perior.
que promovam a difusão e a conscientização dos direitos humanos, Art. 56. Esta Deliberação entra em vigor na data de sua publica-
da cidadania e do ordenamento jurídico; ção, revogando as disposições em contrário, especialmente as Deli-
XVI- realizar cursos de pós-graduação, consoante Deliberação berações n. 017/2010, 005/2012, 022/2015, 010/2016 e 011/2017.
específica, interesse institucional e disponibilidade orçamentária;
XVII- exercer outras atribuições correlatas. Belo Horizonte, 11 de novembro de 2019.
§1º O Coordenador da Escola Superior será designado pelo De-
fensor Público-Geral dentre os Defensores Públicos estáveis, com
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO. EDITOR: ESCOLA NACIONAL
prejuízo de suas atribuições funcionais.
DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ENAP, MÓDULOS I, II E III.
§2º Deliberação específica disporá sobre a estrutura e o funcio-
namento da Escola Superior.
Prezado(a),
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona- 5. Qual dos seguintes não é um recurso da Comunicação Web?
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não (A) E-mail
cabem na estrutura de nossas apostilas. (B) Redes sociais
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são (C) Correspondência física
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- (D) Videoconferência
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. 6. Na implementação de programas de gestão de documentos
Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelos é muito importante a utilização de método de ordenação. Em uma
link´s a seguir: situação cuja necessidade é um eixo de plano prévio de distribuição
https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/6182 dos documentos em dez grandes classes, cada uma podendo ser
subdividida em dez subclasses e assim por diante. Assinale a opção
que indica esse método de ordenação.
QUESTÕES
(A)Decimal.
(B)Dígito-terminal.
(C)Duplex.
1. Qual das seguintes ferramentas administrativas é uma re- (D)Geográfico.
presentação gráfica da estrutura hierárquica de uma organização, (E)Soundex.
mostrando como as funções, poderes e responsabilidades são dis-
tribuídas? 7.O procedimento de arquivo que visa a desacelerar o proces-
(A) Fluxograma so de degradação de documentos, por meio de controle ambiental
(B) Mapa administrativo e de tratamentos específicos, tem a seguinte denominação:
(C) Organograma (A) limpeza.
(D) Leiaute (B) conservação.
(C) vaporização
2. Qual ferramenta administrativa é mais adequada para orga- (D) desinfestação.
nizar, analisar e armazenar dados em formato de tabelas e permite (E) higienização
a análise de dados através de cálculos matemáticos, estatísticos,
entre outros? 8. Acerca das atividades de protocolo, julgue os itens subse-
(A) Gráfico de pizza quentes.
(B) Tabela Os documentos considerados sigilosos são recebidos pelos ser-
(C) Planilha viços de protocolo, mas devem ser enviados em envelope lacrado
(D) Quadro com a indicação da classificação de sigilo.
( ).CERTO
3. O que é Comunicação Web na administração de empresas? ( ) ERRADO
(A) É a troca de informações e dados através de meios tradicio-
nais, como telefone e correspondência. 9. Quando o protocolo remete documentos aos setores de
(B) É a troca de informações e dados através da internet, en- trabalho para estes decidirem sobre a matéria contida nesses do-
volvendo sites, email, redes sociais, chats, videoconferências, cumentos, ele realiza uma de suas principais atividades, que é o
entre outros. registro.
(C) É a comunicação através de gráficos e planilhas.
( ).CERTO
(D) É a comunicação face a face entre os funcionários de uma
( ) ERRADO
empresa.
10. (CREF 11ª Região MS e MT - Assistente Administrativo -
4. O que é Hipermídia?
Quadrix/2019) Em relação aos tipos de classificação de materiais,
(A) É um sistema de comunicação onde textos, imagens, sons,
vídeos e links para outras informações são interconectados, julgue o item.
permitindo uma navegação não-linear e interativa. Material permanente é aquele que, em razão de seu uso cor-
(B) É uma representação gráfica da estrutura hierárquica de rente, não perde sua identidade física, mesmo quando incorporado
uma organização. a outro bem, ou que apresenta durabilidade superior a dois anos.
(C) É um sistema de comunicação que permite apenas a troca ( ) CERTO
de textos. ( ) ERRADO
(D) É uma plataforma de videoconferência utilizada para reu-
niões online.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

11. (Prefeitura de Itapevi/SP - Agente de Logística - VU- 15. Responsabilidade civil do Estado é a obrigação estatal de
NESP/2019) Uma lata de refrigerante (genérico), um pacote de indenizar os danos patrimoniais, morais ou estéticos que os seus
biscoito comum, uma caixa de chocolate ou um tubo de pasta de agentes, agindo nessa qualidade, causarem a terceiros. A responsa-
dente representam materiais classificados como bilidade civil do Estado pode ser dividida em dois grupos: a contra-
(A) especialidades baseadas no preço. tual, que advém da ausência de cumprimento de cláusulas inclusas
(B) produtos de compra comparada e de baixa rotatividade. em contratos administrativos, e a extracontratual ou aquiliana, que
(C) bens duráveis. alcança as demais situações.
(D) bens semiduráveis. ( ) CERTO.
(E) bens não duráveis. ( ) ERRADO.

12. (CORE/PE - Auxiliar Administrativo - INAZ do Pará/2019) 16. De acordo com a Nova lei de Licitações, os documentos exi-
Na gestão de material e controle de estoques e almoxarifado, um gidos para a habilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito
sistema de classificação deve possuir determinadas qualidades (ou de falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por
atributos) que o torne satisfatório. Sabendo que estas qualidades último, exige-se o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios
se representam em três aspectos no sistema de classificação, que sociais, salvo das empresas que foram constituídas no lapso de me-
resposta apresenta um destes atributos? nos de três anos.
(A) Abrangência. A assertiva se encontra:
(B) Periodicidade. ( ) CERTO
(C) Diversidade. ( ) ERRADO
(D) Durabilidade.
(E) Resistência. 17. Os contratos da Administração podem ser: Contratos Ad-
ministrativos que são aqueles comandados pelas normas de Direito
13. (CRB 10º Região/RS - Auxiliar Administrativo - Qua- Público e Contratos de Direito Privado firmados pela Administração
drix/2018) Acerca de classificação de materiais, julgue o item. que são comandados por normas de Direito Privado. O enunciado
Entre os atributos de um bom método de classificação de ma- se encontra:
teriais, o da flexibilidade estabelece que a classificação deva ser ( ) CERTO.
simples e direta. ( ) ERRADO.
( ) CERTO
( ) ERRADO 18. Controle interno é aquele realizado por órgãos de um Poder
sobrepondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo
14. (CRP 2º Região/PE - Assistente Administrativo - Qua- Poder, ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Adminis-
drix/2018) A classificação de materiais é a atividade responsável tração indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa
pela identificação, pela codificação e pela catalogação de materiais jurídica da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador
e fornecedores, dando apoio às demais atividades de suprimento. encontra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser con-
No Brasil, a primeira instituição a usar a classificação de materiais trolada.
foi a Marinha de Guerra. (Loreni Brandalise. Administração de ma- ( ) CERTO.
teriais e logística.) ( ) ERRADO.
Na classificação de materiais, é importante se considerar alguns
atributos, tais como: abrangência; flexibilidade; e praticidade. Em 19. Controle externo é aquele realizado por órgão estranho à
relação à classificação de materiais, julgue os itens que se seguem. estrutura do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos prá-
I. Flexibilidade significa tratar de uma gama de características ticos, quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa
em vez de simplesmente reunir materiais para serem classificados. a julgar as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
II. Abrangência significa permitir interfaces entre os diversos ( ) CERTO.
tipos de classificação, de modo a obter ampla visão do gerencia- ( ) ERRADO.
mento de estoque.
III. Praticidade significa que a classificação deve ser direta e 20. A Administração Direta é correspondente aos órgãos que
simples. compõem a estrutura das pessoas federativas que executam a ati-
Assinale a alternativa correta. vidade administrativa de maneira centralizada. O vocábulo “Admi-
(A) Nenhum item está certo. nistração Direta” possui sentido abrangente vindo a compreender
(B) Apenas o item I está certo. todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto os que fazem
(C) Apenas o item II está certo. parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciá-
(D) Apenas o item III está certo. rio, que são os responsáveis por praticar a atividade administrativa
(E) Todos os itens estão certos. de maneira centralizada.
( ) CERTO.
( ) ERRADO.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 B
4 A ______________________________________________________
5 C ______________________________________________________
6 A
______________________________________________________
7 B
8 CERTO ______________________________________________________

9 ERRADO ______________________________________________________
10 CERTO ______________________________________________________
11 E
______________________________________________________
12 A
13 ERRADO ______________________________________________________
14 D ______________________________________________________
15 CERTO
______________________________________________________
16 ERRADO
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17 CERTO
18 CERTO ______________________________________________________
19 CERTO ______________________________________________________
20 CERTO
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ANOTAÇÕES
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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